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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA FACULDADE DE CIÊNCIAS E DE TECNOLOGIA FARMÁCIA CAMILA FERREIRA MATIUCCI CAROLINA ALEJANDRA MOREYRA FERNANDA CINTRA MODOLO NATALIE MOTA ALVES AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE AGUDA APÓS A ADMINISTRACAO DE EXTRATO ETANÓLICO DE Terminalia catappa L. (COMBRETACEAE) EM CAMUNDONGOS SWISS. Santos SP Novembro/2010

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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA FACULDADE DE CIÊNCIAS E DE TECNOLOGIA

FARMÁCIA

CAMILA FERREIRA MATIUCCI CAROLINA ALEJANDRA MOREYRA

FERNANDA CINTRA MODOLO NATALIE MOTA ALVES

AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE AGUDA APÓS A ADMINISTRACAO DE EXTRATO ETANÓLICO DE Terminalia

catappa L. (COMBRETACEAE) EM CAMUNDONGOS SWISS.

Santos – SP Novembro/2010

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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA FACULDADE DE CIÊNCIAS E DE TECNOLOGIA

FARMÁCIA

CAMILA FERREIRA MATIUCCI CAROLINA ALEJANDRA MOREYRA

FERNANDA CINTRA MODOLO NATALIE MOTA ALVES

AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE AGUDA APÓS A ADMINISTRACAO DE EXTRATO ETANÓLICO DE Terminalia

catappa L. (COMBRETACEAE) EM CAMUNDONGOS SWISS.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Bacharel em Farmácia à Faculdade de Ciências e de Tecnologia da Universidade Santa Cecília, sob a orientação Prof. Dr. Camilo Seabra e co-orientador Prof. Dr. Walber Toma.

Santos – SP

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Camila Ferreira Matiucci

Carolina Alejandra Moreyra

Fernanda Cintra Modolo

Natalie Mota Alves

AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE AGUDA APÓS A ADMINISTRACAO DE EXTRATO ETANÓLICO DE Terminalia catappa L. (COMBRETACEAE) EM CAMUNDONGOS SWISS.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do titulo de bacharel á Faculdade de Ciências e tecnologia da Universidade Santa Cecília.

Data de aprovação: 12/11/2010

Banca examinadora Prof.Dr. Camilo Dias Seabra Pereira

Orientador Profª Drª Luciana Guimarães Fernandes

Prof Ms Fernando Sanzi Cortez

Novembro/2010

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DEDICATÓRIA

A Deus, nossos pais e amigos que sempre nos apoiaram.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus, por ter nos dado forças para a realização

desse trabalho,

Aos nossos pais por sempre nos apoiarem em tudo,

Agradecemos também a todos os amigos pela torcida e apoio, mas fica aqui um

agradecimento especial ao Prof. orientador Camilo e ao Prof. co-orientador

Walber que foram de uma importância determinante

para a realização desse trabalho.

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RESUMO

As plantas medicinais vêm sendo utilizadas com finalidades terapêuticas há milhares de anos. Seu uso popular foi propagado de geração em geração e descrito nas diversas farmacopéias. Atualmente, apesar da crescente importância dos medicamentos fitoterápicos, poucos estudos vêm sendo realizados a fim de comprovar eficácia e segurança, sendo que muitas plantas ainda são utilizadas com base somente no seu uso popular bem estabelecido. O objetivo deste trabalho foi avaliar a toxicidade pré-clínica da Terminalia catappa L., O extrato etanólico das folhas de Terminalia catappa foi administrado em camundongos da raça Swiss, para posterior avaliação da toxicidade hepática e renal através de exames hematológicos, e também da função psicomotora, através do método do Screening Hipocrático. Os resultados indicaram baixa toxicidade aguda, porém com atividade hiperglicemiante, o que deve ser investigado em futuros estudos pré-clínicos do extrato etanólico de Terminalia catappa.

PALAVRAS-CHAVE: Terminalia catappa L.; Extrato etanólico;

Toxicidade.

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SUMÁRIO

Introdução ................................................................................................................... 7

Toxicidade de Plantas ................................................................................................. 7 NORMAS PARA ESTUDO DA TOXICIDADE DE PRODUTOS FITOTERÁPICOS .. 10

1. Fundamentação teórica ............................................................................................ 16

1.1Estudos da Terminalia catappa L. (Combreaceae) .......................................... 16 1.2 Fitoquímico .......................................................................................................... 17

1.3 Taninos .................................................................................................................... 19

1.3.1 Terminologia e classificação ....................................................................... 20 1.3.2 Ocorrência .................................................................................................... 20

1.4 Toxicidade ............................................................................................................ 21

1.5 Fígado .................................................................................................................. 21

1.5.1 Hepatocixidade ............................................................................................. 22 1.6 Rins....................................................................................................................... 23

1.6.1 Nefrotoxicidade ............................................................................................ 23

2. Objetivo ................................................................................................................. 24 2.1 Objetivo geral .......................................................................................................... 24

2.2 Objetivos específicos .............................................................................................. 25

3. Materiais e Métodos ............................................................................................. 25 3.1 Amostra Utilizada .................................................................................................... 25

3.2 Animais Utilizados ................................................................................................... 25

3.3 Protocolo de ética ................................................................................................... 26 3.4 Preparação da Solução em Salina ........................................................................ 26

2.4 Toxicidade aguda .................................................................................................... 28

4. Resultados ............................................................................................................ 29 4.1 Screnning Hipocrático ............................................................................................ 29

4.2 análises bioquímicas .............................................................................................. 32

5. Discussão .............................................................................................................. 36 6. Conclusão ............................................................................................................. 38

7. Referência bibliográfica ......................................................................................... 39

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TABELAS E FIGURAS FIGURA 1 Terminalia catappa L.........................................................................16 FIGURA 2 Reflexo de entireitamento.................................................................28 FIGURA 3 Reflexo ao toque...............................................................................29 TABELA 1 Camundongos do grupo controle......................................................27 TABELA 2 Camundongos do grupo teste...........................................................27 TABELA 3 Screening Hipocrático grupo Controle ........................................... 30 TABELA 4 Screening Hipocrático grupo Teste ................................................ 31 TABELA 5 Parâmetros bioquímicos grupo Controle ....................................... 33 TABELA 6 Parâmetros bioquímicos grupo Teste ............................................ 33

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Introdução

Toxicologia é a ciência que estuda os efeitos nocivos decorrentes das

interações de substâncias químicas com o organismo, sob condições específicas de

exposição. Assim, Toxicologia é a ciência que investiga experimentalmente a

ocorrência, a natureza, a incidência, os mecanismos e os fatores de risco dos efeitos

deletérios de agentes químicos. Os efeitos tóxicos variam desde os considerados

leves, como a irritação nos olhos, até respostas mais sérias, como o dano hepático

ou renal, podendo ser tão graves quanto incapacitação permanente de um órgão,

como a cirrose ou o câncer.

Entende-se por agente tóxico ou toxicante a substância química capaz de

causar dano a um sistema biológico, alterando seriamente uma função ou levando-o

à morte, sob certas condições de exposição (OGA, 2008).

A propriedade de agentes tóxicos de promoverem injúrias às estruturas

biológicas, por meio de interações físico-químicas, é chamada toxicidade. Portanto,

a toxicidade é a capacidade inerente e potencial do agente tóxico de provocar

efeitos nocivos em organismos vivos.

A medida da toxicidade é complexa, pode ser aguda ou crônica, e variar de

um órgão para outro, assim também com a idade, genética, gênero, dieta, condição

fisiológica ou estado de saúde do organismo.

A toxicidade aguda é definida como efeitos adversos que ocorrem dentro de

um período curto após a administração de uma dose única ou doses múltiplas dentro

de 24 horas (BRITO, 1994).

Toxicidade de Plantas

A utilização de plantas com fins medicinais, para tratamento, cura e

prevenção de doenças, é uma das mais antigas formas de prática medicinal da

humanidade. No início da década de 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS)

divulgou que 65-80% da população dos países em desenvolvimento dependiam das

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plantas medicinais como única forma de acesso aos cuidados básicos de saúde

(VEIGA et al, 2005).

O conhecimento sobre plantas medicinais simboliza muitas vezes o único

recurso terapêutico de muitas comunidades e grupos étnicos. O uso de plantas no

tratamento e na cura de enfermidades é tão antigo quanto à espécie humana. Ainda

hoje nas regiões mais pobres do país e até mesmo nas grandes cidades brasileiras,

plantas medicinais são comercializadas em feiras livres, mercados populares e

encontradas em quintais residenciais.

As observações populares sobre o uso e a eficácia de plantas medicinais

contribuem de forma relevante para a divulgação das virtudes terapêuticas dos

vegetais, prescritos com freqüência, pelos efeitos medicinais que produzem, apesar

de não terem seus constituintes químicos conhecidos. Dessa forma, usuários de

plantas medicinais de todo o mundo, mantém em voga a prática do consumo de

fitoterápicos, tornando válidas informações terapêuticas que foram sendo a

cumuladas durante séculos.

De maneira indireta, este tipo de cultura medicinal desperta o interesse de

pesquisadores em estudos envolvendo áreas multidisciplinares, como por exemplo,

botânica,farmacologia e fitoquímica, que juntas enriquecem os conhecimentos sobre

a inesgotável fonte medicinal natural: a flora mundial (MACIEL et al, 2002).

A crença na "naturalidade inócua" dos fitoterápicos e plantas medicinais não é

facilmente contradita, pois as evidências científicas de ocorrência de intoxicações e

efeitos colaterais relacionados com o uso de plantas medicinais consistem em

informações que dificilmente chegam ao alcance dos usuários atendidos nos

serviços de saúde pública caracterizado como indivíduos de baixa escolaridade e

acervo cultural (SILVEIRA et al 2008).

Muitos consumidores adotaram o uso de fitoterápicos e outros suplementos

como abordagem “natural” para a sua saúde. Infelizmente, são comuns os conceitos

equivocados a respeito da segurança e da eficácia desses agentes, e o fato de uma

substancia ser designada “natural” obviamente não garante a sua segurança

(KATZUNG, 2006).

A utilização inadequada dos fitoterápicos, como a automedicação, pode trazer

uma série de efeitos colaterais. Entre os principais problemas causados por seu uso

indiscriminado e prolongado estão as reações alérgicas, os efeitos tóxicos graves

em vários órgãos e mesmo o desenvolvimento de certos tipos, de câncer.

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Além disso, as doses recomendadas para substancias fitoterápicas ativas

podem ser muito maiores do que aquelas consideradas clinicamente seguras, como

é o caso das doses recomendadas para várias preparações de Ma-huang, que

contém três a cinco vezes mais a dose diária recomendada do componente ativo, a

efedrina – doses que representam um risco significativo para pacientes portadores

de doença cardiovascular.

Foram documentados efeitos adversos com a utilização de uma variedade de

ervas medicinais. Infelizmente, a análise química dos produtos envolvidos raramente

é efetuada. Essa situação leva a incertezas quanto ao fato de o efeito adverso ser

causado pela própria erva ou por um agente adulterante. Em alguns casos, os

componentes químicos da erva podem provocar claramente toxicidade (KATZUNG,

2006).

De acordo com a legislação brasileira, os produtos fito-farmacêuticos com

base em plantas tradicionais também devem ter sua eficácia farmacológica e a

ausência de toxicidade comprovadas para fins de comercialização (CARVALHO et

al.,2008).

Apesar disso, diversos produtos à base de plantas são lançados no mercado

brasileiro, sem seguir estas orientações (GONÇALVES et al 2009).

Essas plantas medicinais são uma alternativa terapêutica que tem sido usada

pela humanidade há muitos anos e está sendo cada vez mais utilizado pelos

pacientes. No entanto, estes fármacos necessitam de um maior estudo para que

possam ser utilizados com mais segurança (BARACHOl, VICENTELLI et al 2009).

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NORMAS PARA ESTUDO DA TOXICIDADE DE PRODUTOS FITOTERÁPICOS

1. O estudo da toxicidade de produtos fitoterápicos, bem como seus protocolos

deverão seguir as determinações da Resolução nº 01/88 do Conselho Nacional de

Saúde ou da legislação que a substituir, bem como atender aos princípios éticos,

científicos e técnicos consoantes com os padrões de aceitação internacional para

ensaios de farmacologia clínica humana (normas de boas práticas clínicas).

2. Os ensaios toxicológicos devem ser realizados em seres humanos saudáveis e

em espécies animais de linhagens bem definidas, não devendo ser usadas

linhagens com características genéticas especiais.

3. O protocolo experimental de cada estudo deverá ser elaborado de forma a

permitir a demonstração da ausência ou da eventual toxicidade do produto

fitoterápico.

4. Os ensaios em seres humanos serão realizados empregando-se cada produto

fitoterápico na forma farmacêutica em que será comercializado.

5. Uma vez aprovados pelos Comitês de Ética, os protocolos de ensaios clínicos

toxicológicos propostos para cada produto deverão ser encaminhados, pelo

respectivo fabricante, à Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde,

para registro e controle.

6. Deverá ser seguido o roteiro abaixo relacionado como parâmetro mínimo para os

estudos toxicológicos de fitoterápicos.

6.1 - Considerações gerais sobre experimentos toxicológicos:

Detalhes experimentais

- os animais a serem usados devem ser jovens, com saúde e idênticos com relação

a peso e idade;

- condições de ambiente e alimentação devem permanecer constantes, durante a

realização dos experimentos;

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- não usar inseticidas no Biotério, nem usar qualquer tipo de medicamento, durante o

transcorrer dos experimentos;

- distribuição, ao acaso, dos diferentes grupos;

- como regra, a via de administração da droga deve ser aquela pretendida para uso

clínico;

- os grupo controles devem sempre ser requeridos, podendo receber placebo, ou o

veículo usado na composição da substância.

6.2 - Toxicidade de uma dose ou de várias doses administradas no período de 24

horas (toxicidade aguda).

Espécie animal: duas (uma não roedor)

Sexo e número de animais: dez machos e dez fêmeas (roedores)

três machos e três fêmeas (não roedores)

Idade: animais adultos ou também recém-nascidos, quando o composto tem sua

utilização proposta para o período perinatal ou para recém-natos.

Via de administração: usar aquela proposta para uso no homem e, em uma das

espécies, uma outra via.

Período de observação: pelo menos uma semana e até quinze dias além do período

no qual os sintomas aparecem ou são esperados.

Parâmetros a serem observados:

- sinais tóxicos de caráter geral, efeitos sobre a locomoção, comportamento,

respiração, número de mortes, a forma de sua ocorrência, exames bioquímicos,

hematológicos e histopatológicos.

6.3 - Toxicidade de doses repetidas (sub-aguda e crônica):

Espécie animal: duas (uma não roedor)

Sexo e número de animais: dez machos e dez fêmeas (roedor)

três machos e três fêmeas (não roedor)

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Administração pretendida no homem Período de observação

(em animais)

alguns dias quatro semanas(sub-agudos) um mês ou mais por ano treze semanas

(crônico)

Doses: três doses espaçadas geometricamente, sendo a menor sem efeito

descartável. A dose máxima não deve superar 2g/kg per os.

Via de administração: conforme uso popular.

Parâmetros a serem observados: mudança de comportamento e variação de peso,

consumo de alimento e água, hemograma completo, análises bioquímicas de

sangue e urina: exames histopatológicos.

Em relação à análise bioquímica de sangue e urina, devem ser avaliados:

- Sangue: transaminases (TGO proteína total e bilirrubina, TGP); fosfatose alcalina;

creatinina; colesterol, triglicídeos,glicose,.

- Urina: creatinina, ácido úrico, uréia e análise de urina de rotina.

Recomendações complementares:

- Exame de fundo de olho.

- Realização de testes para esclarecimento de efeitos não previstos.

- Investigação de reversibilidade dos possíveis efeitos tóxicos em alguns dos

animais experimentais.

6.4 - Toxicidade Dermal (compostos administrados sobre a pele):

- Toxicidade aguda: via oral, duas espécies (uma não roedor), usando a formulação

a ser empregada clinicamente, exposição dermal, simples por 24 horas e

observação por um período de duas semanas.

- Toxicidade sub aguda: duas espécies (uma não roedor), aplicação diária da

substância sobre a pele intacta por um período de três semanas, usando-se uma,

três e dez vezes a dose a ser aplicada no ser humano, com base no peso corpóreo.

6.5 - Testes complementares:

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6.5.1 - Determinação de efeitos adversos sobre a fertilidade e a performance

reprodutiva causada por drogas administradas durante a gametogênese e

fecundação (uma espécie de mamífero).

6.5.2 - Determinação de efeitos adversos, sobre fetos durante a vida intra e extra

uterina, por drogas administradas durante a gestação (duas espécie de mamíferos).

6.5.3 - Determinação de efeitos adversos, sobre a mãe e o produto, durante os

últimos estágios da prenhez, parto e desenvolvimento pós-natal, por drogas

administradas durante este período (uma espécie de mamíferos).

6.5.4 - Determinação de carcinogenicidade se a droga em estudo:

a) apresentar analogia com substância que se suspeita ou que seja

reconhecidamente cancerígena.

b) afetar mitose

c) aparentemente seja retida em tecidos corpóreos por longos períodos.

d) deva ser usada por longos períodos, especialmente em jovens.

6.5.5 - Determinação de mutagenicidade se a droga em estudo:

a) for usada por longos períodos (acima de um ano).

b) ter analogia com substância que se suspeita ou que seja reconhecidamente

mutagênica.

c) provocar depressão de medula óssea, em doses toleráveis.

e) produzir efeitos cancerígenos.

6.6 - Parâmetros para estudos toxicológicos clínicos:

Estes estudos devem ser desenvolvidos em condições médicas controladas e seguir

as seguintes normas:

a) utilizar voluntários sadios num número mínimo de catorze por grupo, que deverão

ser submetidos a exames clínicos, complementares e exames laboratoriais.

b) período de administração:

toxicidade aguda: sete dias

toxicidade crônica: oito a doze semanas

Observações:

- A definição de toxicidade crônica se aplica aos produtos fitoterápicos cuja utilização

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clínica usual ou recomendada pelo fabricante seja por período de três ou mais dias

por semana, independentemente da posologia diária.

c) períodos de avaliação dos pacientes:

- antes de primeira dose (basal) e após três dias de administração no caso de testes

de toxicidade aguda

- antes da primeira dose (basal), após três e sete dias da administração diária, após

três e seis semanas de administração diária e 24 horas após a última dose (isto é,

ao final de oito ou doze semanas de administração) nos testes de toxicologia

crônica.

d) Exames clínicos, complementares e laboratoriais a serem realizados nos

voluntários normais:

d.1 - Exame clínico completo

d.2 - Eletrocardiograma de doze derivações

d.3 - Hemograma completo e contagem de plaquetas

d.4 - Exame de urina tipo I

d.5 - Testes bioquímicos no sangue geral: glicemia,creatinina fosfokinase

(CPK),triglicerídeos,colesterol total,área hepática:,transaminase glutâmico-

oxalacética (TGO),transaminase glutâmico-pirúvica (TPG),bilirrubina total e

frações,gama GT,área renal:,creatinina,ácido úrico,sódio e potássio

- Sugere-se planejar os estudos toxicológicos clínicos no contexto geral de estudos

clínicos envolvendo avaliação de eficácia, como usualmente ocorre.

ANEXO II

NORMAS PARA ESTUDO DA EFICÁCIA DE PRODUTOS FITOTERÁPICOS

1. O estudo da eficácia de produtos fitoterápicos bem como os protocolos do mesmo

deverão seguir as determinações da Resolução nº 01/88 do Conselho Nacional de

Saúde ou da legislação que a substituir, assim como atender aos princípios éticos,

científicos e técnicos consoantes com os padrões de aceitação internacional para

ensaios de farmacologia clínica humana (normas de boas práticas clínicas).

2. O protocolo experimental de cada estudo deverá ser elaborado de forma a

permitir a comprovação da eficácia do produto fitoterápico. Assim, devem ser

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claramente definidos os pontos finais (endpoints) de avaliação dos resultados, e o

número de pacientes, em cada grupo, nunca inferior a catorze.

3. Os ensaios clínicos devem ser realizados empregando-se o produto fitoterápico

na forma farmacêutica em que será comercializado.

4. Para produtos já registrados e comercializados serão exigidos ensaios no ser

humano, podendo ser dispensados os estudos pré-clínicos de caracterização

farmacodinâmica. Admite-se que os estudos pré-clínicos toxicológicos sejam

realizados concomitantemente aos estudos clínicos.

5. No caso de produtos novos serão exigidos, além de estudos no ser humano,

estudos de farmacologia pré-clínica.

6. Em ambos os casos, a evidência de que o produto não apresenta toxicidade, ou

que a eventual toxicidade é compatível com o uso na espécie humana, deve ser

cientificamente comprovada.

7. Uma vez aprovados pelos Comitês de Ética, os protocolos de ensaios clínicos

propostos para cada produto deverão ser encaminhados, pelo respectivo fabricante,

à Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, para registro e controle.

8. Além destas normas poderá ser consultado o Roteiro de ensaios pré-clínicos e

clínicos da Coordenadoria de Pesquisa e Desenvolvimento Científico da Central de

Medicamentos do Ministério da Saúde e as duas referências: WORLD Health

Organization Regional Office for the Westem Pacific, Research Guidelines for

Evaluating the Safety and Efficacy of Herbal Medicines. WHO: Manila, 1993.

Proposed WHO Guidelines for Good Clinical Practice (GCP) for Trials on

Pharmaceutical Products. WHO Drug Information, v.6, n.4, p.170-188, 1992.8.

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1. Fundamentação teórica

1.1Estudos da Terminalia catappa L. (Combreaceae)

Terminalia catappa L., pertencente à família Combretaceae, conhecida

popularmente como castanheira, castanhola, castanholeira, chapéu-de-sol e sete-

copas, é uma árvore originária da Índia, com cerca de 25 a 45 m de altura e 50 a

150 cm de diâmetro, com tronco de retilíneo a tortuoso, crescimento monopodial e

ramos de disposição plagiotrópica. As suas folhas são oblanceoladas a obovadas,

coriáceas, alterno-espiraladas, medindo cerca de 30cm, (GILMAN & WATSON,

1994; RIBEIRO et al., 1999; THOMSON & EVANS, 2006).

(FIGURA 1- Terminalia catappa L)

Fonte:ctahr.hawaii.edu

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Por ser uma espécie rústica e de rápido crescimento, é amplamente utilizada

para fins ornamentais (FRANCIS, 1989) e medicinais (FICARRA, 1997; THOMSON

& EVANS, 2006), para produção de madeira, para reflorestamento, recuperação de

áreas degradadas, arborização urbana e rural (MENESES et al., 2003; ANGEL et al.,

2003).

Os frutos e as sementes de castanhola são nutritivas e utilizadas na

alimentação humana, assim como de pássaros, morcegos e roedores. De acordo

com Cavalcante et al. (1986), Gilman & Watson (1994) e Thomson & Evans (2006),

Por se alimentarem dos frutos e, às vezes, das sementes, esses animais facilitam a

dispersão natural (PENNA, 1946; FLORES, 2003; THOMSON & EVANS, 2006).

1.2 Fitoquímico

Terminalia catappa L. é uma planta rica em taninos que vem sendo

empregada na medicina tradicional para o tratamento de diversas moléstias, tais

como diarréia, hipertensão arterial, reumatismo, hemorragias, feridas, queimaduras,

problemas estomacais (azia, náusea, gastrite e úlcera gástrica), problemas renais e

do sistema urinário e processos inflamatórios em geral (HASLAM, 1996; DE

BRUYNE et al., 1999 ;CARLINI (1988); ANGELIS et al, 2009)

A Maytenus ilicifolia Mart. (Espinheira Santa) teve sua ação contra úlcera

gástrica comprovada devido à presença de taninos; Segundo o uso popular acredita-

se que a M. ilicifolia possa combater várias doenças, dentre as quais se podem

destacar gastrites e dispepsias. Possui ações tônicas, analgésicas, anti-sépticas,

cicatrizantes, diuréticas e laxativas Coimbra (1958) e Cipriani et al (2004)

corroboram tais afirmações, afirmando se tratar de uma erva com ação contra úlcera

e gastrite, por meio de seus estudos. Segundo Carlini & Frochtengarten (1988), os

primeiros estudos de eficácia terapêutica da M. ilicifolia foram realizados por Aluizio

França, professor da Faculdade de Medicina do Paraná, em 1922 que usou a M.

ilicifolia em pacientes portadores de úlcera gástrica e relatou o sucesso do

tratamento.

De acordo com alguns estudos (CARLINI & FROCHTENGERTEN, 1988,

MING et al., 1998; COULAUD-CUNHA et al. 2004; CARVALHO et al., 2008) a M.

ilicifolia apresenta ação contra úlcera péptica e gastrite. (COULAUD-CUNHA et al.

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2004) relatam que a ação da M. ilicifolia na úlcera péptica e gastrite envolve mais de

um mecanismo de ação, ainda não conclusivamente elucidados, e não se deve

somente a um princípio ativo específico, mas a diferentes fitocomplexos.

Foi demonstrado por Pereira et al. (1993) e por Ming et al. (1998), que tanto

os taninos, principalmente a epigalocatequina, quanto os óleos essenciais, em

especial o fridenelol, são responsáveis por parte dos efeitos gastroprotetores.

Carlini & Frochtengarten (1988), por sua vez, em estudos realizados com o

abafado da M. ilicifolia relatam que, quanto maior o tempo do tratamento, maior será

a gastroproteção sem, entretanto, haver alterações no pH. Tal observação pode ser

confirmada por Ferreira et al. (2004) que, em estudos com extrato aquoso liofilizado

das folhas de M. ilicifolia em sapos, comprovam que este possui efeito inibitório

sobre os mediadores H2 da histamina nas células parietais. MING et al(1998) e

Pereira et al (1993) em estudos realizados, afirmam que a atividade antiulcerogênica

deve-se, primordialmente, aos taninos e derivados da catequina.

O estudo de toxicologia aguda de M. ilicifolia foi realizado em camundongos e

em ratos; Quando administrados por via oral, agudamente, esses preparados não

evidenciaram efeitos tóxicos, pois doses até 1600 vezes maiores que as utilizadas

pelo homem não causaram mortes, não modificaram a atividade motora, não

prejudicaram o desempenho no teste do rota-rod, não potencializaram o tempo de

sono do pentabarbital além de revelarem não possuir efeitos analgésico,

anticonvulsivante e neuroléptico (OLIVEIRA et al,2009).

Já no caso da Eugenia uniflora L. (Pitangueira), suas folhas ricas em taninos

(LEE et al., 1997), glicosídeos de flavonóides (SCHMEDA-HIRSCHMANN, 1995) e

óleo volátil (SANTOS; MELLO, 2003), possuem ação redutora da secreção intestinal

e da propulsão gastrintestinal (ALMEIDA et al., 1995), efeito relaxante da aorta

toráxica em ratos (WAZLAWIK et al., 1997), efeito diurético e hipotensor, mediados

por uma ação vasodilatadora (CONSOLINI; SARUBBIO, 2002; CONSOLINI et al.,

1999) com comprovada baixa toxicidade aguda em camundongos (SCHMEDA-

HIRSCHMANN et al.; 1987).

Testes in vitro realizados com extratos ricos em taninos ou com taninos puros

têm identificado diversas atividades biológicas dessa classe de substâncias. Dentre

estas podem-se citar: ação bactericida e fungicida (SCALBERT;1991;CHUNG et al.,

1998) antiviral (OKUDA et al., 1993; DE BRUYNE et al.,1999b), moluscida

( MARSTON & HOSTTETTMANN, 1985).

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19

De acordo com Lima et al. (1969), os primeiros estudos fitoquímicos da

Maytenus spp. demonstraram que houve a presença de vários grupos fitoquímicos,

destacando-se os terpenóides, taninos, alcalóides, macrólideos e flavonóides, dentre

outros (COIMBRA & DA SILVA, 1958; SIMÕES, 1986; CARLINI &

FROCHTENGARTEN, 1988; PEREIRA et al., 1992; ALONSO 1998; e COULAUD- -

CUNHA et al., 2004; ESTEVAM et al., 2009). A presença desses grupos foi

posteriormente confirmada e seus potenciais terapêuticos são bastante conhecidos.

A Terminalia catappa (L.) estudos comprovam sua eficaz atividade antifúngica

e antiulcerogênica devido à presença de taninos, mas ainda não se sabe se seu uso

pode ocasionar reações tóxicas ao organismo (NINA et al, 2009).

1.3 Taninos

São substâncias fenólicas solúveis em água com massa molecular entre 500

e cerca de 3000 Dalton, as quais apresentam a habilidade de formar complexos

insolúveis em água com alcalóides, gelatina e outras proteínas.

A complexação entre taninos e proteínas é a base para suas propriedades

como fatores de controle de insetos, fungos e bactérias tanto quanto para suas

atividades farmacológicas. A ingestão de chá verde e de dietas ricas em frutas que

contêm taninos tem sido associada com atividade anticarcinogênica. Além disso,

podem agir como antiinflamatórios e cicatrizantes, e até como inibidores da

transcriptase reversa em HIV.

Os taninos são considerados nutricionalmente indesejáveis porque precipitam

proteínas, inibem enzimas digestivas e afetam a utilização de vitaminas e minerais

podendo, ainda, em alta concentração, desenvolver câncer de bochecha e esôfago.

Acredita-se que altos teores de taninos ingeridos por animais domésticos, em

alimentos como sorgo ou farinha de sementes de uva, podem levar à morte

Os estudos mostraram que nozes contendo cerca de 25% de taninos podem ser

responsáveis pela alta incidência de câncer de esôfago em uma determinada

localidade dos EUA, onde pessoas comumente as consomem após o

almoço.Contraditoriamente, a atividade anti-carcinogênica é evidenciada pelos

mesmos autores, onde afirmam que os japoneses consomem o chá verde, rico em

ácido tânico e outros polifenóis, em grandes quantidades e o risco de câncer

gástrico mostra-se baixo (CHUNG et al;1998).

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20

1.3.1 Terminologia e classificação

Tradicionalmente os taninos são classificados segundo sua estrutura química

em dois grupos: taninos hidrolisáveis e taninos condensados.

1.3.2 Ocorrência

Acredita-se que atividades farmacológicas dos taninos são divididas, em três

características gerais que são comuns em maior ou menor grau aos dois grupos de

taninos, condensados e hidrolisáveis:

1) complexação com íons metálicos (ferro, manganês, vanádio, cobre,

alumínio, cálcio, entre outros),

2) atividade antioxidante e seqüestradora de radicais livres e

3) habilidade de complexar com outras moléculas incluindo macromoléculas

tais como proteínas e polissacarídeos. Foi sugerido que os possíveis modos de ação

dos taninos no tratamento de doenças estão intimamente ligados a essas três

propriedades (HASLAM, 1996 e 1998).

Os taninos ajudam no processo de cura de feridas, queimaduras e

inflamações através da formação de uma camada protetora (complexo tanino-

proteína e/ou polissacarídeo) sobre a pele ou mucosa danificada, ocorrendo, abaixo

desta, o processo natural de cura (reestruturação do epitélio e formação de vasos).

Processo similar ocorre provavelmente em casos de úlcera gástrica, em que uma

camada de tanino-proteína complexados protege a mucosa do estômago.

(HASLAM,1998; AUDI et al., 1999).

Várias doenças degenerativas como câncer, esclerose múltipla,

ateroesclerose e o próprio processo de envelhecimento, estão associadas a altas

concentrações intercelulares de espécies oxigenadas reativas ou de radicais livres.

Estudos recentes mostram que vários atuam como captadores de radicais, os

quais interceptam o oxigênio ativo formando radicais livres. Dessa forma, os taninos

teriam uma possível importância na prevenção e tratamento de doenças causadas

pela peroxidação de lipídeos (MOORE,1989).

Outros estudos mostraram que os taninos têm efeitos inibitórios sobre

bactérias e fungos (WAAGE et al., 1984; MARWAN e NAGEL, 1986; SCALBERT,

1991). Existem três hipóteses para o mecanismo de ação antimicrobiana. A primeira

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hipótese pressupõe a inibição das enzimas de bactérias e fungos e/ou a

complexação dos substratos dessas enzimas; a segunda seria a ação dos taninos

sobre as membranas celulares dos microorganismos, modificando o seu

metabolismo. Finalmente, a terceira hipótese menciona a complexação dos taninos

com íons metálicos, diminuindo, assim, a disponibilidade destes elementos

essências para o metabolismo dos microorganismos (SIMÕES et al, 2007; HASLAM,

1996).

1.4 Toxicidade

O dano hepático induzido por medicamentos pode ser hepatocelular, o que se

traduzirá por aumento das transaminases oxaloacética e pirúvica (TGO e TGP), ou

colestático, o que levará ao aumento de bilirrubinas (particularmente da direta, da

fosfatase alcalina e da gama-glutaril transferase (G-GT). Observe-se que a agressão

hepática causada pelos hipolipemiantes é principalmente hepatocelular, levando,

portanto, ao aumento de TGO e/ou TGP. Geralmente esse aumento é assintomático,

transitório e resolve após a descontinuação do medicamento (BERTOLAMI, 2005).

1.5 Fígado

O fígado desempenha um papel central em muitos processos fisiológicos, tais

como a produção de albumina e muitas outras proteínas plasmáticas, a síntese de

glicose sérica, síntese de lipoproteínas, eliminação de substancias tóxicas e

inativação de muitos medicamentos. A disfunção hepática causada por

medicamentos convencionais representa entre 2 e 5% dos casos de icterícia em

pacientes hospitalizados, 10% de hepatite aguda no adulto e mais de 40% nas

pessoas acima de 50 anos de idade.

Ela representa cerca de 25% das causas de insuficiência hepática fulminante

no adulto. Outros medicamentos que podem causar dano hepático são os

fitoterápicos (BARACHOl & VICENTELLI, 2009)

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1.5.1 Hepatocixidade

A lesão hepática envolve processos de peroxidação lipídica, de

permeabilidade das membranas celulares, modificação das atividades das enzimas

ligadas às membranas e às proteínas de transporte, além de estar envolvida com a

diminuição do potencial de membrana mitocondrial (JAESCHKE et al, 2002).

Existem basicamente seis tipos de alterações hepáticas que podem ser

induzidas pelos medicamentos e o modo com que várias organelas intracelulares

são afetadas define o padrão da doença.

Reações de alta energia envolvendo as enzimas do citocromo P-450 podem

levar a alteração da homeostase do cálcio intracelular, produzindo ruptura das

fibrilas de actina na superfície do hepatócito, culminando com a lise celular.

Os medicamentos são moléculas relativamente pequenas e, portanto, é

improvável que evoquem resposta imunológica. Entretanto, a biotransformação que

envolve reações de alta energia, pode resultar na formação de produtos inativos, ou

seja, medicamentos covalentemente ligados a enzimas. Estas moléculas, que são

grandes o suficiente para servir como alvos imunológicos podem migrar para a

superfície do hepatócito aonde podem induzir a formação de anticorpos

(citotoxicidade mediada por anticorpos).

Medicamentos que afetam proteínas de transporte na membrana canalicular

podem interromper o fluxo biliar, por exemplo, ligando-se à proteína exportadora de

sais biliares ou inativando-a. A ruptura dos filamentos de actina ocorre junto aos

canalículos (porção especializada da célula responsável pela excreção biliar). Esse

processo causa colestase, entretanto produz pouca agressão celular. Este

mecanismo é o mais provável na toxicidade hepática decorrente do uso de fibratos.

Induzir respostas citolíticas diretas por células T. A resposta secundária das

citocinas a esses processos pode causar inflamação e hepatoxicidade adicional

mediada por neutrófilos.

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A morte celular programada (apoptose) pode ocorrer pela agressão imuno-

mediada, com a destruição de hepatócitos pelas vias do TNF e da Fas. Estas

funcionam como gatilho para a cascata de caspases, que levam à contração das

células e fragmentação da cromatina nuclear. Quando os medicamentos agridem as

mitocôndrias, seja por inativação ou ligação a enzimas respiratórias ou ao DNA

mitocondrial, desregulam a oxidação dos ácidos graxos e a produção de energia

celular. Isto resulta em estresse oxidativo com aparecimento de metabolismo

anaeróbico, acidose lática e acúmulo de triglicérides nas células (esteatohepatite).

Quanto aos hipolipemiantes, pouco ainda é conhecido sobre quais os

mecanismos que podem estar envolvidos quando eles determinam

hepatotoxicidade. Acredita-se que, na maioria das vezes em que a agressão

hepática ocorre, existe a participação de mais de um mecanismo. (BERTOLAMI at

al, 2005).

1.6 Rins

Os rins humanos servem para converter mais de 1700 litros de sangue por dia

em cerca de um litro de um fluido chamado de urina. Desta forma, o rim excreta os

produtos tóxicos do metabolismo, regula precisamente as concentrações corpóreas

de água e sal, mantém o balanço ácido apropriado do plasma e age como um órgão

endócrino, secretando hormônios como eritropoietina, renina e prostaglandinas. Os

mecanismos fisiológicos que o rim desenvolveu para realizar estas funções

demandam um alto grau de complexidade estrutural. (ROBBINS & COTRAN, 2005)

1.6.1 Nefrotoxicidade

A insuficiência renal aguda (IRA) pode ser definida como um abrupto declínio

da filtração glomerular resultante de isquemia ou toxicidade, que inclui a diminuição

da permeabilidade capilar glomerular, obstrução tubular e vasoconstrição intra-renal,

são comprometimentos celulares considerados sub-letais e letais, devido ao

acúmulo no organismo de compostos nitrogenados como uréia e creatinina, mas que

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podem ser reversíveis ao contrário da insuficiência renal crônica (OLIVEIRA et al,

2001).

A nefrotoxicidade pode ser caracterizada pelo aumento nos níveis da W-

glutamiltransferase (GGT) e creatinina no soro (LEE et al, 2002).

A toxicidade renal é principalmente causada pela biotransformação catalisada

pela CYP2E1, uma isoforma do citocromo P450, que está envolvida na inativação ou

na ativação de agentes terapêuticos e na conversão de produtos químicos em

moléculas altamente reativas, podendo levar a mutações e a apoptose celular

(DEVLIN,2003). Neste sentido, podemos dizer que, tanto no fígado quanto nos rins

existem diferentes isoformas da CYP, podendo apresentar diferentes atividades na

biotransformação do APAP em produtos citotóxicos.

As isoformas CYP2E1, CYP2C11 e CYP2B1/2 foram expressas em baixos

níveis no rim, quando comparadas aos níveis encontrados no fígado de ratos.

Enquanto que os níveis da CYP4A2/3 foram equivalentemente expressados em

ambos os tecidos, os níveis expressos de CYP2E1 nos microssomas do túbulo distal

(DT) não foram tão aumentados quanto nos microssomas do túbulo proximal (PT).

Enquanto que a CYP2C11 foi altamente expressa no PT.

Contudo, a CYP2B1/2 foi expressa equivalentemente em ambas as células do

PT e do DT. A CYP3A1 não foi detectada em nenhum tipo celular e a CYP4A2/3 foi

detectada tanto nos microssomas cortical, como nos microssomas no PT e DT

(CUMMINGS, et at 1999).

A administração de uma elevada dose do APAP em ratos Fischer (F344) e em

camundongos CD-1 causou necrose renal aguda no túbulo proximal. Em ambas as

espécies, a administração do acetaminofen resultou na depleção renal da glutationa

(GSH). No entanto, cabe ressaltar que as vias metabólicas do APAP diferem

significativamente entre ratos e camundongos (BESSEMS & VERMEULEN, 2001).

2. Objetivo

2.1 Objetivo geral

Avaliar efeitos toxicológicos do extrato etanólico obtido a partir das folhas de

Terminalia catappa L, por via oral em camundongos swiss.

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2.2 Objetivos específicos

A fim de alcançar o objetivo geral do estudo, foram propostos os seguintes objetivos

específicos:

- Avaliar a Toxicidade aguda empregando o método de Screening Hipocrático

- Avaliar concentrações sanguíneas de glicose, creatinina, uréia e colesterol.

3. Materiais e Métodos

3.1 Amostra Utilizada

Após coleta, no período entre março e abril de 2008, e identificação da

espécie pelos botânicos do Herbário da Universidade Santa Cecília (Exsicata n° M.

Tomaz 01), as folhas de Terminalia catappa (L.) permaneceram em estufa com

temperatura controlada por seis dias consecutivos para a secagem. Após este

processo as mesmas foram trituradas e moídas em moinho de facas e submetidas

ao processo extrativo por maceração a frio em etanol absoluto na proporção de 50 g

de folhas para cada 300 ml de solvente por período de sete dias, (BARATELLI,

2006). Após filtragem, a solução obtida foi submetida ao rotaevaporador com

posterior secagem da mostra em estufa, e obtenção final do extrato. A temperatura

utilizada nos processo onde requerem aquecimento foi mantida até em torno de

50Cº (ANGELIS et al, 2009).

3.2 Animais Utilizados

Embora várias espécies de mamíferos possam ser utilizadas, os roedores são

animais de escolha. Dentre eles, os camundongos swiss é o mais indicado devido

ao pequeno porte e à menor quantidade de substancia a ser utilizada. Os

camundongos swiss utilizados no experimento são machos, pesando entre 35 a 50

gramas, e originários do Laboratório de Experimentação Animal (INFAR) da Escola

Paulista de Medicina na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). O peso dos

organismos esta demonstrado na TABELA 1 e TABELA 2.

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3.3 Protocolo de ética

Esta pesquisa científica seguiu as normas e registros da resolução CNS

196/96 do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) e todos os

procedimentos foram submetidos ao Comitê de Ética em Experimentação Animal do

núcleo de pesquisas (CEPE) da Universidade Santa Cecília sob protocolo nº

15/2010.

3.4 Preparação da Solução em Salina

O extrato de Terminalia catappa L. foi diluído em Salina 0,9% na

concentração de 10ml/Kg de peso dos camundongos de salina e 5g/kg de peso dos

camundongos de extrato.

Por se tratar de animais com baixo peso, a solução teste foi preparada

considerando o peso total de animais do grupo teste, ou seja, 298,50 gramas.

De acordo com a proporção, para o preparo da solução teste foi utilizado:

Solução Salina 0,9%:

1000 g -------- 10mL

298,50 g -------- x mL

2,98mL de Salina

Extrato Etanólico Terminalia catappa L.:

1000 g -------- 5 g

298,50 g --------- x g

1,5 g de Extrato

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Como o grupo controle recebeu apenas a salina na mesma proporção de

10mL/Kg, para todos os animais do grupo teste (peso total 340,70 g) foram

necessários 3,40mL de salina 0,9%. As tabelas 1 e 2 apresentam o peso corpóreo

dos camundongos que foram utilizados para o cálculo da dose administrada.

TABELA 1. Camundongos Swiss do grupo Controle

TABELA 2. Camundongos Swiss do grupo Teste

Camundongo Swiss

Peso (g)

1 38,50

2 43,80

3 43,10

4 41,50

5 44,40

6 34,70

7 47,10

8 47,60

Total 340,70

Camundongo Swiss Peso (g)

1 43,10

2 42,00

3 41,80

4 48,90

5 42,70

6 35,00

7 45,00

Total 298,50

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2.4 Toxicidade aguda

Para determinação da Toxicidade Aguda foi utilizado o Método do Screening

Hipocrático, que fornece uma estimativa geral da toxicidade da substância sobre o

estado consciente e disposição geral, atividade e coordenação do sistema motor,

reflexos e atividades sobre o sistema nervoso central e sobre o sistema nervoso

autônomo (MALONE & ROBICHAUD, 1983). Parâmetros como Atividade Geral,

Resposta ao Toque, Reflexo de Endireitamento e Tônus do Corpo foram avaliados

no tempo de 0, 30, 60 e 120 minutos, após a administração da solução salina e da

solução teste para os camundongos controle e teste respectivamente.

Os sinais avaliados foram tabulados numa escala de 0 a 4 (4: normal, 3:

levemente reduzido, 2: moderadamente reduzido 1: intensamente reduzido, 0:

ausente), para posterior análise (PIRES, et al, 2003).

Após o teste os animais foram anestesiados com éter para coleta de amostras

de sangue e em seguida foram sacrificados por deslocamento de cervical. O sangue

colhido foi enviado para análise de parâmetros bioquímicos no Laboratório de

Análises Clínicas Célula Matter.

A avaliação laboratorial inclui a avaliação nos níveis de uréia, creatinina,

glicemia e colesterol.

(FIGURA 2 reflexo de endireitamento )

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(Figura 3 reflexo ao toque)

4. Resultados

4.1 Screnning Hipocrático

O Screening Hipocrático é um ensaio bastante útil e comumente usado na

triagem preliminar de plantas para detectar atividades farmacológicas e toxicológicas

(LUCIO et al., 2000).

Os resultados obtidos neste estudo demonstram que a ingestão oral do

produto fitoterápico Terminalia cattapa até 5000mg/kg durante o experimento foi

bem tolerada, não apresentando alterações clínicas, laboratoriais e nem reações

adversas significantes.

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As Tabelas 3 e 4 apresentam os parâmetros do Screening Hipocrático.

Tabela 3. Parâmetros do Screening Hipocrático - Animais do Grupo Controle

Score numérico da Tabela 3: 4 normal; 3 levemente reduzido; 2 moderadamente

reduzido; 1 intensamente reduzido; 0 ausente

Screening Hipocrático – Grupo Controle

Resultados: Os animais do grupo controle se mantiveram a maior parte

parâmetros avaliados dentro do score 4 (normal), tendo apenas uma diminuição da

resposta ao toque (score 3,6) o que pode ter acontecido por uma adaptação dos

animais à situação em que estavam expostos.

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Os animais 8 e 7 eram os de maior peso, o que pode justificar uma maior

dificuldade no reflexo de endireitamento.

Tabela 4. Parâmetros do Screening Hipocrático - Animais do Grupo Teste

Score numérico da Tabela 4: 4 normal; 3 levemente reduzido; 2 moderadamente

reduzido; 1 intensamente reduzido; 0 ausente.

Screening Hipocrático – Grupo Teste

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O extrato etanólico das folhas (EEF) demonstrou influenciar na atividade geral

e consciência dos animais, que ficaram mais quietos e até dormiram durante a

primeira hora de observação, porém, não houve grande influência sobre a

coordenação motora ou sobre os reflexos dos animais.

Os animais do grupo teste também apresentaram uma diminuição na resposta

ao toque, que pode ter sido causada por uma adaptação dos animais à situação em

que estavam expostos.

Da mesma forma que ocorreu com o grupo controle, no grupo teste os

animais mais pesados apresentaram maior dificuldade com o reflexo de

endireitamento, mas nenhum dos animais teve esse reflexo intensamente reduzido.

4.2 análises bioquímicas

Os resultados dos parâmetros bioquímicos analisados estão apresentados

nas Tabelas 5 e 6 e nas Figuras 4, 5, 6 e 7.

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Tabela 5. Valores Basais – Animais do Grupo Controle.

AVALIAÇÃO DOS VALORES BASAIS

GRUPO CONTROLE

PARÂMETROS BIOQUÍMICOS

NUMERAÇÃO CAMUNDONGO SWISS

4 5 6 7 8 VALORES BASAIS

DP

GLICOSE (mg/dL) 78,00 11,00 28,00 58,00 45,00 44,00 25,97

UREIA (mg/dL) 48,00 60,00 <LDM 47,00 55,00 52,50 24,07

48,00 60,00 0,00 47,00 55,00 CREATININA (mg/dL) <LDM 0,83 <LDM 0,39 0,53 0,58 0,36

0,00 0,83 0,00 0,39 0,53

COLESTEROL (mg/dL) 77,00 64,00 94,00 77,00 81,00 78,60 10,74

<LDM - Valor menor que o limite de detecção do método.

Os Valores Basais dos Parâmetros Bioquímicos foram obtidos através da análise bioquímica dos

animais do Grupo Controle.

Tabela 6. Parâmetros Bioquímicos – Animais do Grupo Teste.

BIOQUÍMICA I

GRUPO TESTE

PARÂMETROS BIOQUÍMICOS

VALORES BASAIS

NUMERAÇÃO CAMUNDONGO SWISS

T1 T2 T3 T4 T5 T6 MÉDIA Teste

T ± DP

GLICOSE (mg/dL)

44,00 108,00 77,00 60,00 117,00 220,00 121,00 117,17 0,01

108,00 77,00 60,00 117,00 220,00 121,00 55,8

UREIA (mg/dL) 52,50 34,00 31,00 53,00 <LDM 58,00 73,00 49,80

0,22

34,00 31,00 53,00 0,00 58,00 73,00 25,6

CREATININA (mg/dL)

0,58 <LDM <LDM 0,35 <LDM <LDM 1,25 0,80 0,45

0,00 0,00 0,35 0,00 0,00 1,25 0,5

COLESTEROL (mg/dL)

78,60 78,00 50,00 81,00 83,00 87,00 68,00 74,50 0,30

78,00 50,00 81,00 83,00 87,00 68,00 13,6

<LDM - Valor menor que o limite de detecção do método.

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Figura 4 Representa elevação significativa da glicose (T-test p< 0,05) em

relação aos Valores Basais.

Figura 5 Os níveis de uréia se apresentaram diminuídos em comparação aos

valores Basais (Figura 5), porém não houve diferença significativa.

0

20

40

60

80

100

120

140

1

GL

ICO

SE

(m

g/d

L)

Valores Basais

Média Teste

48,00

48,50

49,00

49,50

50,00

50,50

51,00

51,50

52,00

52,50

53,00

1

UR

ÉIA

(m

g/d

L)

Valores Basais

Média Teste

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35

Figura 6 Ocorreu elevação da creatinina em relação aos valores basais, o que

pode significar o início de lesão renal. Entretanto, não houve diferença significativa

(T-Test p<0,05)

Figura 7 Ocorreu redução do colesterol em relação aos valores basais,

entretanto, não houve diferença significativa (T-Test p<0,05)

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

1

CR

EA

TIN

INA

(m

g/d

L)

Valores Basais

Média Teste

72,00

73,00

74,00

75,00

76,00

77,00

78,00

79,00

1

CO

LE

ST

ER

OL

(m

g/d

L)

Valores Basais

Média Teste

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36

5. Discussão

O screening hipocrático é um ensaio bastante útil e comumente usado na

triagem preliminar de plantas para detectar atividades farmacológicas e toxicológicas

(LUCIO et al., 2000). As aplicações de drogas com taninos estão relacionadas,

principalmente, com suas propriedades adstringentes. Por via interna exercem efeito

antidiarréico e anti-séptico; por via externa impermeabilizam as camadas mais

expostas da pele e mucosas, protegendo assim as camadas subjacentes ao

precipitar proteínas, os taninos propiciam um efeito antimicrobiano e antifúngico.

Em processos de cura de feridas, queimaduras e inflamações, os taninos

auxiliam formando uma camada protetora (complexo tanino-proteína e/ ou

polissacarídeo) sobre tecidos epiteliais lesionados, podendo, logo abaixo dessa

camada, o processo curativo ocorrer naturalmente.

Provavelmente, devido à habilidade de ligar-se às proteínas e outras

macromoléculas, os taninos também apresentam atividades tóxicas. Outro

mecanismo de toxicidade, que pode envolver os taninos, deve-se ao fato desses

complexarem-se com facilidade a íons metálicos. Sistemas biológicos, incluindo

microrganismos, necessitam de íons metálicos como cofatores enzimáticos.

(MONTEIRO, 2005)

O extrato etanólico das folhas e Terminalia cattapa L. apresentem baixa

toxicidade aguda, evidenciada pela ausência de sinais clínicos relevantes no

screening hipocrático e exames bioquímicos, bem como ausência de morte durante

todo o período de observação com a dose de 5000 mg/kg. A baixa toxicidade do

composto pode ser explicada uma vez que a biodisponibilidade de princípios ativos

quando administrados pela via per os podem sofrer interferência de muitos fatores

como a natureza química das substâncias teste (ácidos e/ou bases), solubilidade

nos sucos digestivos, estado de ionização das moléculas, inativação enzimática ou

diminuição da velocidade de esvaziamento gástrico.

O extrato etanólico das folhas (EEF) de Terminalia L. demonstrou influenciar

na atividade geral e consciência dos animais, que ficaram mais quietos durante a

primeira hora de observação com leve sonolência (escore 3, levemente reduzido).

Não influenciou a coordenação motora, os reflexos e nem alterou atividades

relacionados com o sistema nervoso central, conforme observado também por

Kanjanapothi et al., (2004) e Oliveira (2007).

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37

Deste modo, se a toxicidade é devido a sua adstringência, alta toxicidade está

intimamente associada ao maior peso da molécula. Contudo, isto não ocorre

sempre, uma vez que a catequina apresenta maior toxicidade que os taninos,

embora esta tenha pouca afinidade por proteínas.

Estudo com ratos tratados com bebidas ricas em compostos fenólicos tiveram

redução da absorção de ferro (MONTEIRO et al, 2005). Reddy et al. (1985)

demosntraram que o processo de intoxicação de animais por taninos, metionina e

colina reagem com taninos para formar monometil éteres para a desintoxicação, o

que pode resultar em depleção de doadores de metil metionina e colina no

organismo.

A avaliação bioquímica no presente estudo indicou uma elevação significativa

(T-test p< 0,05) dos níveis de glicose sanguínea em consideração aos valores

basais (Tabela 6), porém não há na literatura estudos que identifiquem atividade

hiperglicemiante relacionada ao uso de Taninos, uma vez que estes são comumente

utilizados devido a sua atividade hipoglicemiante (anti-hiperglicemiante).

Welsch et al. (1989) observaram redução do transporte de D-glicose

dependente de Na+ e inibição de atividade metabólica nas vesículas da membrana

da bordadura em escova do intestino de ratos tratados com monômeros de taninos

condensados sob condições in vitro.

Os níveis de Uréia se apresentaram diminuídos em comparação aos valores

basais (Tabela 6), porém não houve diferença significativa. Considerando os níveis

basais, essa diminuição dos valores pode inferir hipouremia, o que corrobora o

indício de dano hepático, entretanto, esse parâmetro é mais usado em associação

com a dosagem de creatinina, como prova de função renal.

Nos animais tratados com o extrato (5 g/kg), ocorreu elevação da creatinina

em relação aos valores basais (0,58 mg/dL), entretanto, essa diferença não foi

significativa (T-Test p<0,05).

Os Níveis de Colesterol sofreram diminuição quando comparado aos valores

basais, mas a redução não foi significativa (T-Test p<0,05).

A análise de resultados bioquímicos em comparação ao Screening hipocrático

indicam uma toxicidade aguda oral relativamente baixa; contudo, ressaltam a

necessidade da realização de estudos toxicológicos de longa duração com o EE de

T. catappa L.

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38

6. Conclusão

Fundamentados nos dados obtidos neste estudo, conclui-se que a ingestão

oral do produto fitoterápico Terminalia cattapa até 5000/kg durante o experimento foi

bem tolerada, não apresentando alterações clínicas, laboratoriais e nem reações

adversas significantes. Estes resultados em complementação àqueles obtidos com

os ensaios toxicológicos pré-clínicos sugerem a baixa toxicidade do produto e

indicam que esta formulação fitoterápica pode ser utilizada pela população, na dose

e via de administração testada.

Com estes dados obtidos, pode ser viabilizado o Estudo Clínico, Fase II,

deste fitoterápico, de acordo com a Resolução Nº 251 de 07 de agosto de 1997 do

Conselho Nacional de Saúde, em vista do seu registro na Anvisa.

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