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PRof. Teko- História Regional A HISTÓRIA DO MATO GROSSO DO SUL Os primeiros habitantes foram os índios Guarani. Os brancos, espanhóis – pelo Tratado de Tordesilhas, o Pantanal pertencia a Espanha – chegaram por volta de 1524 subindo o Rio Paraguai. Não houve muito interesse na ocupação devido a descobertas de minas de ouro e prata no Peru e no México. Na segunda metade do século XVI, nas famosas “entradas”, os bandeirantes paulistas alcançaram essas áreas com o objetivo de escravizar índios e encontrar metais preciosos. No início do século XVIII chegaram a Chapada Cuiabana subindo os rios Tietê, Paraná e afluentes do Paraguai. Encontraram grande quantidade de ouro em Cuiabá dando início a conflitos entre a comunidade local e bandeirantes. Os nativos foram resistindo à invasão de seus territórios, algumas sociedades se extinguiram e outras seguiram para áreas de menor interesse econômico. A ocupação do MS 1)A Pré-História do MS - A ocupação humana do MS começa a 15000 aC. POVOS INDÍGENAS DE MATO GROSSO DO SUL De acordo com estudos recentes, o atual estado de Mato Grosso do Sul ocupa um lugar de destaque no cenário nacional no que se refere à população indígena presente em seu território. Desde os primeiros contatos estabelecidos pelos europeus em território sul-americano, a grande concentração de povos indígenas sempre foi um desafio e, por diversas vezes, fonte de mão-de-obra, além de outras relações exercidas entre o europeu e o “bárbaro”. História regional- Concursos Prof teko 1

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PRof. Teko- História Regional

A HISTÓRIA DO MATO GROSSO DO SUL

Os primeiros habitantes foram os índios Guarani. Os brancos, espanhóis – pelo Tratado de Tordesilhas, o Pantanal pertencia a

Espanha – chegaram por volta de 1524 subindo o Rio Paraguai. Não houve muito interesse na ocupação devido a descobertas

de minas de ouro e prata no Peru e no México. Na segunda metade do século XVI, nas famosas “entradas”, os bandeirantes

paulistas alcançaram essas áreas com o objetivo de escravizar índios e encontrar metais preciosos. No início do século XVIII

chegaram a Chapada Cuiabana subindo os rios Tietê, Paraná e afluentes do Paraguai. Encontraram grande quantidade de ouro

em Cuiabá dando início a conflitos entre a comunidade local e bandeirantes. Os nativos foram resistindo à invasão de seus

territórios, algumas sociedades se extinguiram e outras seguiram para áreas de menor interesse econômico.

A ocupação do MS

1)A Pré-História do MS

- A ocupação humana do MS começa a 15000 aC.

POVOS INDÍGENAS DE MATO GROSSO DO SUL

De acordo com estudos recentes, o atual estado de Mato Grosso do Sul ocupa um lugar de destaque no cenário nacional

no que se refere à população indígena presente em seu território.

Desde os primeiros contatos estabelecidos pelos europeus em território sul-americano, a grande concentração de povos

indígenas sempre foi um desafio e, por diversas vezes, fonte de mão-de-obra, além de outras relações exercidas entre o europeu

e o “bárbaro”.

Ao se estabelecerem na região que hoje corresponde ao Paraguai, Argentina, Uruguai e parte Sul do Mato Grosso (Mato

Grosso do Sul) encontraram um grande número de sociedades que já possuíam uma organização e distribuição territorial

sistemática.

O grande desejo dos europeus era ampliar suas riquezas conforme a perspectiva mercantilista existente na época. Desta

forma, o contato entre o nativo e o europeu, se estabeleceu a ‘ferro e fogo’. Muitos nativos tornaram-se a base da mão-de-obra

compulsório dos conquistadores na América do Sul. No entanto a resistência de alguns povos indígenas, ameaçava os interesses

dos dominantes na Bacia Platina como é o caso dos guaicurus e dos paiaguás. Este primeiro conhecido por dominar com grande

habilidade o cavalo que fora introduzido na região pelos espanhóis, impondo de maneira grandiosa a defesa de sua região; já os

paiaguás dominavam habilmente o uso da canoa nas regiões alagadiças dos Xaraés (Pantanal).

Mas o contanto entre o nativo e civilizado provocou, indubitavelmente, o extermínio quase que total de alguns povos

existentes na região.

A cobiça pela lendária “Sierra de los Martírios”, conduziu a grande marcha castelhana sobre as terras do Mato Grosso,

conseqüentemente, sobre as áreas ocupadas por diversas nações indígenas.

O sonho dourado exigia que os desbravadores castelhanos tivessem um grande conhecimento das rotas a serem

traçadas, para isso, se valeram da utilização de índios como guias, que lhes indicavam o caminho mais seguro a seguir, bem

como ensinavam os perigos da mata e os segredos das plantas e dos alimentos encontrados em suas rotas.

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PRof. Teko- História RegionalAlém de utilizados na busca de metais preciosos, os nativos representaram uma grande fonte de lucros para o ciclo do

bandeirantismo.

Agora não só os castelhanos cobiçavam a mão-de-obra indígena, mas a partir da segunda metade do século XVI, o

desenvolvimento das ações do bandeirantismo desencadeado por desbravadores paulistas que passam a ultrapassar os limites

delimitados por Tordesilhas e buscam, no lado oeste – portanto território espanhol – as suas presas para serem comercializadas

nas lavoura canavieiras de São Paulo e outras zonas de produção.

Lembremo-nos de que muitos desses nativos pertenciam à sociedades caçadoras, coletoras e ceramistas, não

possuindo nenhum mecanismo de acumulação de bens. Tudo era distribuído entre os habitantes da tribo e cada um exercia sua

função social. Com isso, fica claro que ao serem capturados para serem comercializados, ocorre uma grande mudança em toda a

estrutura social e econômica dos povos indígenas de toda a Bacia Platina.

No Mato Grosso do Sul pode-se encontrar alguns sinais que comprovam a clara existência de alguns povos nativos na

região (alguns extintos) como são os casos das artes em cerâmica encontradas em algumas localidades do Pantanal e também

as pinturas em diversas paredes rochosas, a arte rupestre.

A instalação das missões jesuíticas em território indígena foi contraditória. Por um lado foi benéfica por que os nativos

que se instalavam na missões sentiam-se mais seguros contra a ação dos bandeirantes; de outro lado, muitas reduções

acabaram sendo invadidas e os índios destes núcleos, que já estavam civilizados, não ofereciam uma resistência tão grande

como aqueles apresados na mata.

De acordo com os escritos de Acyr Vaz, em toda a região ao longo do rio Taquari, local habitado pelos bravios

guaicurus, eram constantes os ataques às monções que por ali se aventuravam, porém os viajantes descobriram (com a ajuda de

outros índios) que, ganhando alguma mata ou águas profundas, facilmente se livrariam deles.

Narra ainda que os índios caiuás1 “perseguiram acirradamente os colonos do povoado de Iguatemi(1767-1777). Eram bons conhecedores do uso do fogo para se comunicarem; quando perseguiam seus inimigos, levantavam no aqui, ali, mostrando a fumaça aos companheiros, para o cerco, afim de liquidá-los. Estes índios eram amigos dos espanhóis. Seu território era extenso; viviam desde o Iguatemi até o rio Brilhante. Durante a Guerra do Paraguai, invadiram as fazendas dos refugiados e estes, de regresso, precisaram se unir para reconquistá-las pelas armas”.2

Segundo Pierin de Barros, o álcool, a Guerra do Paraguai e a varíola foram os três grandes fatores que desintegraram o

poder das tribos guaicurus sobre o Pantanal e Vacaria. A partir de meados do século XIX, outros criadores de gado iam disputar

esse território que aquela nação dominara por duzentos anos. A nova fase econômica de expansão do setor pecuário e da

exploração da erva-mate vai ser o marco de referência sócio-política no violento processo fundiário que se estabeleceu em torno

da terras devolutas no sul de Mato Grosso.3

Os povos indígenas existentes em nosso estado são classificados em cinco grupos básicos:

a- Terena

b- Kadiwéu ou guaicuru

c- Guarani: possuindo duas ramificações: kaiová ou cauiá e Ñandeva

d- Ofaié (Ofaié – Xavante)

e- Guató

OFAIE1 Os Kaiovás ou Caiuás pertencem a uma subdivisão dos denominados guarani.2 GUIMARÂES, Acyr Vaz. História do Mato Grosso do Sul. Pág. 343 BARROS, Maria I. Pierin de. Dom Aquni: política, Violência e Conciliação. pág. 79.

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A Terra Indígena Ofaié-Xavante, com perímetro de 1.937,62 ha, no município de Brasilândia (MS), foi declarada de posse

permanente aos índios em 1992. Contudo, a área estava ocupada por fazendas e foi contestada por seus proprietários. Os Ofaié

tiveram então que ficar provisoriamente em outro terreno, que anos depois seria inundado para a formação da represa da

Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta (ex-Porto-Primavera). Somente em 1996 as contestações à Terra Indígena foram julgadas

improcedentes em despacho do Ministro da Justiça, mas até hoje a TI não foi homologada por decreto presidencial.

A primeira referência aos Ofaié data de 1617, quando foram apontados na margem direita do rio Paraná (atualmente

MS), segundo levantamento do indigenista João Américo Peret.

Entre os anos de 1716 e 1748 foi registrada a presença de grupos indígenas nos rios Tietê, Paraná, Pardo e Inhanduí até

o rio Aquidauana pelas várias expedições realizadas durante o ciclo do ouro na América portuguesa. Os Ofaié localizavam-se

então entre a Serra do Maracaju e o alto curso do rio Paraná.

Em 1987 teve início a campanha “Ofaié Xavante – ainda estamos vivos” (liderada pelo cacique Ataíde Francisco, Cimi,

UFMS, UNI-MS, entre outros) em prol da demarcação de suas terras, que culminou na identificação de uma área de quase 2 mil

ha em 1991, a qual, no entanto, estava tomada por fazendeiros. As denúncias sobre as más condições de vida dos Ofaié (que

incluíam até trabalho escravo em algumas fazendas) levaram a que vereadores de Brasilândia-MS e alguns municípios do Oeste

paulista também enviassem moções de apoio aos Ofaié, pedindo à Funai uma solução para o desterro dos Ofaié. A Funai de

Campo Grande-MS, em parceria com o Cimi, conseguiu então da parte do Sr. Luiggi Cantoni, proprietário da Fazenda Olympia, do

Grupo Cisalpina, o arrendamento em regime de comodato de 110 hectares dentro das terras da fazenda Cisalpina para que o

grupo, que nessa época contabilizava 70 pessoas, se reunisse. No entanto, em alguns anos essa área seria inundada para a

formação da represa da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta (ex-Porto Primavera), de propriedade da Companhia

Energética de São Paulo (CESP).

KADIWEU

A primeira notícia que se tem dos Guaikurú data do século XVI, proveniente de uma expedição européia que adentrou a

região chaquenha à procura de metais preciosos no interior do continente. Muitos grupos Mbayá estiveram sob a influência de

reduções missionárias a partir do século XVIII. No mesmo século e no início do seguinte, o contato com as frentes colonizadoras

se intensificou com o estabelecimento de fortes militares estabelecidos pelo curso do rio Paraguai, seja de portugueses ou

espanhóis, que se debatiam pela definição de fronteiras. As cidades fundadas na região fizeram parte do cenário de sua história,

muitas vezes de conflito. Ou de acordo, como o celebrado em 1779 entre os Mbayá e os espanhóis, e o firmado em 1791, com os

portugueses.

Um marco de peso na história do contato com a sociedade nacional, recordado com orgulho e insistência, foi a

participação dos Kadiwéu na Guerra do Paraguai. Esta participação rendeu o seu registro em inúmeras narrativas históricas que

lembram detalhes do evento e um desempenho heróico guardado com cuidado. Contam os Kadiwéu sua fundamental participação

naquela guerra, quando lutaram em favor dos brasileiros e ganharam como recompensa o território que até hoje habitam. É aí que

buscam o argumento mais eficaz de sua posse incontestável, mas sempre ameaçada.

A Terra Indígena Kadiwéu esteve sujeita a um primeiro reconhecimento oficial no início do século, por ato do Governo do

Estado do Mato Grosso. Houve demarcação em 1900 e expedição de decreto em 1903, que já estabelecia como limites naturais

os mesmos atuais acima mencionados. Em 9 de abril de 1931, o decreto n 54 ratificou estes limites. Mas os problemas fundiários

foram uma constante em sua história e os Kadiwéu não apagaram de sua memória as tentativas de invasão e conflitos ocorridos

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PRof. Teko- História Regionaldesde o início do século. Mais recentemente, a demarcação de suas terras, concluída em 1981, cercou-se de muita tensão com

invasores e deixou inclusive de fora de seu perímetro uma aldeia Kadiwéu de nome Xatelôdo, localizada na serra da Bodoquena.

Em 1983 eram em número de 1.868 os posseiros que ocupavam aquela Terra Indígena. Os conflitos gerados, notadamente nos

anos de 1982 e 1983, foram amplamente divulgados pela imprensa.

TERENA

Últimos remanescentes da nação Guaná no Brasil, os Terena falam uma língua Aruak e possuem características culturais

essencialmente chaquenhas (de povos provenientes da região do Chaco). O domínio dos grupos de língua Aruak entre os

diversos povos indígenas do Chaco, todos caçadores e coletores, deveu-se ao fato daqueles grupos serem, de longa data,

predominantemente agricultores – e sobre esta base econômica se organizarem socialmente em grupos locais (aldeias) mais

populosos, expansionistas e guerreiros.

Os estudiosos dos povos chaquenhos afirmam que os Chané ou Guaná dispunham de uma base social muito mais

sofisticada do que seus vizinhos Mbayá. Estavam estratificados em camadas hierárquicas: os "nobres" ou "capitães" (os Naati ou

"os que mandam") e a "plebe" ou "soldados" (Wahêrê-xané, ou "os que obedecem"). As relações de aliança Guaná-Mbayá

estavam alicerçadas no casamento: os chefes Guaná cediam mulheres da sua casta para casar-se com os "maiorais" Mbayá. As

relações entre os dois grupos, por essa via, consolidariam ao longo do tempo uma estrutura social complexa: de um lado, um

segmento social autônomo na posição de fornecedor de mulheres e alimentos; de outro, uma casta guerreira tomadora de

mulheres e responsável pela segurança dos grupos locais e supridores de instrumentos de ferro e cavalos.

Na década de 1760, a pressão crescente dos espanhóis sobre os territórios Mbayá localizados nas margens ocidentais do

Paraguai, somada a disputas internas por prestígio guerreiro, forçariam a migração de inúmeros subgrupos Mbayá e Guaná para

o lado oriental do rio. Essa migração provavelmente se estendeu até as primeiras décadas do século XIX. Os subgrupos Guaná –

Terena, Echoaladi, Layana e Kinikinau – que se estabeleceram ao leste do Chaco, mantiveram contudo no novo território a forma

tradicional de organização em metades e estratos sociais endógamos, suas roças e também a aliança com os Mbayá-Guaykuru.

GUARANI

Na chegada do europeu as populações que ficaram conhecidas como guarani ocupavam extensa região litorânea que ia

de Cananéia (SP) até o Rio Grande do Sul, infiltrando-se pelo interior nas bacias dos rios Paraná, Uruguai e Paraguai. Da

confluência dos rios Paraná e Paraguai espalhavam-se pela margem oriental deste último e nas duas margens do Paraná. O Rio

Tietê, ao norte, e o Paraguai a oeste, fechavam seus territórios.

Os estudos arqueológicos indicam ainda que nos anos 1000/1200 d.C., expandindo-se ao sul, a partir de regiões hoje

localizadas no oeste brasileiro (cabeceiras dos rios Araguaia, Xingu, Arinos, Paraguai), grupos de cultura guarani ocuparam

territórios compreendidos pelo atual sul do Brasil, norte da Argentina e a Região Oriental do Paraguai (Cf. Smith, 1978; 1975;

1979-80).

A partir da chegada de portugueses e espanhóis no XVI e até o XVIII a história dos Guarani será marcada pela presença

missionária jesuítica que os queria catequizar, e pelo assédio de "encomenderos" – a “encomienda”, no sistema colonial espanhol,

permitia que o colonizador escravizasse os indígenas sob o disfarce oficial de proteção – espanhóis e bandeirantes portugueses

que pretendiam escravizá-los.

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PRof. Teko- História RegionalCom os europeus, os territórios guarani tornaram-se palco de disputas; tratava-se de região de importância estratégica e

relevância geopolítica para aquela situação histórica. Para os espanhóis eram via de acesso entre Assunção e Europa; seu

controle, além disso, propiciaria defesa contra o avanço paulista. Para portugueses representava área de expansão ao interior da

colônia e acesso a supostas riquezas minerais. Delimitada por um incipiente Tratado de Tordesilhas, permitia interpretações

variadas sobre limites de fronteiras. Vale dizer, por outro lado, que o espaço entre Assunção e São Paulo/São Vicente não

oferecia as riquezas minerais idealizadas pelos ibéricos no mito do Eldorado; a única riqueza nessa parte da América era a força

de trabalho indígena guarani.

Em 1603 o governador do Paraguai solicita a presença de padres da Companhia de Jesus para o trabalho de catequese.

Assim, parte da população guarani foi "reduzida" (forçosamente concentrada) nos "aldeamentos" ou missões implantadas e

administradas pelos jesuítas. A iniciativa de "reduzir” os índios pretendia, dentro do modelo pensado pelo colonizador,

arregimentá-los em espaços específicos conhecidos como “reduções” ou “missões”, cristianizá-los e, desta forma, facilitar o

acesso à força de trabalho indígena pelos encomenderos de Assunção. Os padres jesuítas contrariaram, porém esse modelo

econômico, pois não permitiram que seus catecúmenos fossem escravizados nas encomiendas, minando desta forma "a base

sobre a qual se estruturava a economia colonial e [colocando] em risco o futuro dos colonos". (cf. Thomaz de Almeida, 1991;

Gadelha, 1980; MCA, 1951). De 1608 a 1768 se formaram dezenas de "reduções jesuíticas" nas então Províncias paraguaias do

Guairá (parte do Paraguai, São Paulo e Paraná atuais), Itatin (parte do atual Mato Grosso do Sul e Paraguai oriental), Paraná

(parte do Paraná e de Santa Catarina) e Tapes (parte de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraguai, norte da Argentina).

A expulsão dos jesuítas da região no início do século XVII foi relevante para a população guarani porque mobilizou os

índios “reduzidos”, o que teria refletido também naqueles que não haviam estado sob a orientação dos padres, provocando,

assim, um redimensionamento na realidade colonial. Faz algum sentido trabalhar com a hipótese de que, em função de seus

territórios atuais, os paĩ-tavyterã ou kaiowa teriam seus ascendentes nos antigos povos guarani do Itatin; os ñandeva atuais

seriam oriundos dos povos das províncias do Paraná e Guairá (V. Meliá: 1976; Almeida: 1991) e que por circunstâncias históricas

vieram a assentar-se, a partir do século XVII, no atual sul do Mato Grosso do Sul.

Com o Tratado de Madrid (1750) e a demarcação da fronteira entre Brasil e Paraguai em 1752, os Guarani ressurgirão

em informações genéricas dos diários das expedições demarcatórias. Subindo o Rio Iguatemi (MS), informam que "da nação que

se conhece habitante por aqui, são os monteces, (monte, floresta ou selva em espanhol) é gente a pé, vivem em os bosques, não

duvidamos, que seria sua habitação esta montanha, e assim não tínhamos suspeita deles senão quando se entrava entre os

arvoredos" (Fonseca, 1937: 358). Estes monteces ou caaguá, assim, são aqueles índios que politicamente não foram ‘reduzidos’,

categoria pertinente a uma situação histórica específica e que serve para “designar um modo de vida como contraposto ao modo

de vida que a colônia tinha vindo instaurar” (Melià et alli, 1976: 169)

A partir de então e até o final do século XIX não há informações sobre estes indígenas. É de se supor que parte da

população que havia sido reduzida teria se incorporado à sociedade paraguaia e, em parte, à brasileira regional; outro contingente

dos Guairá e Itatin coloniais teria, com a expulsão dos jesuítas, se reincorporado aos parentes não "cristianizados". Serão

descendentes desses Guarani que encontraremos na atualidade e que se mantiveram embrenhados nas matas de seus territórios

até o final do século XIX. Sua localização nas matas e seu procedimento fugidio e discreto distanciaram os Guarani das fronteiras

ocidentais que se expandiam e que, progressivamente, tornaram-se constantes, maiores e sempre ameaçadoras.

O sudoeste sul mato-grossense e o Paraguai oriental, que se confundem, hoje, com territórios Kaiowa e Ñandeva,

estiveram isentos de processos colonizadores intensos até o começo do século XX e teria sido um “refúgio” para as populações

Guarani aqui em pauta. A partir da última década do século XIX e até as duas primeiras do século XX, grande parte dos territórios

guarani será alvo de mobilização exploratória, e não colonizadora, da erva mate, promovida por empresas detentoras do

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PRof. Teko- História Regionalmonopólio desse produto em região que abarca os atuais Paraná, Mato Grosso do Sul, norte da Argentina e o Paraguai oriental.

Com poderes para obstruir a entrada e permanência de colonos ou concorrentes (cf. Thomaz de Almeida, 1991), o arrendamento

contribuirá para manter as áreas sob o controle destas empresas, livres de colonos até os anos 1920/30. Conservaram-se em

grande medida as matas e nelas se mantiveram os Guarani.

A partir dos anos 1920 e mais intensamente a partir dos anos 1960, tem início uma colonização sistemática e efetiva dos

territórios guarani, desencadeando-se um processo de sistemática desapropriação de suas terras pelos colonos brancos.

Durante a vigência do SPI, em 1913, nas imediações de Bauru (interior de SP), são criadas reservas indígenas à serviço

da frente de atração liderada por Curt Nimuendaju para atrair os Kaingang e Terena e conter os movimentos migratórios dos

Guarani em direção à costa Atlântica. Depois de uma grande epidemia que dizimou muitas famílias indígenas em Araribá, e sem

conseguir atrair as famílias Ñandeva já instaladas no litoral nem impedir totalmente os movimentos Guarani em direção ao mar,

foram criados o Posto Indígena Padre Anchieta na aldeia de Itariri e o PI Peruibe na aldeia do Bananal, ambos no litoral sul de

São Paulo. No Paraná também são criadas reservas indígenas Kaingang e Guarani, que impõem um modelo de agricultura,

trabalho e desenvolvimento totalmente avesso ao modo de ser indígena, baseado na política vigente de integrar os índios à

sociedade envolvente. Atualmente, nas regiões sul e sudeste várias administrações regionais da FUNAI abrangem

administrativamente as Terras dos Guarani e de outras etnias

GUATÓ E OS PAIAGUÁ

No século XIX, os índios guató somavam "500 almas", segundo recensamento realizado pelo Império. Nos anos 60 do

século passado, foram dados como extintos. Hoje, são novamente cerca de cinco centenas de pessoas, espalhadas pelo pantanal

mato-grossense, a maioria delas aculturada.

Os Paiaguás, era um povo canoeiro quando da chegada dos espanhóis, habitando a região do rio Paraguai. Eram esses

índios senhores absolutos das margens dos rios dos Xaraés, principalmente o Paraguai, onde percorriam toda a sua extensão

com centenas de canoas, fator que amedrontava todas as monções que por ali passassem.

Com a dissolução da União Ibérica e a partir da militarização dos portugueses a oeste de Tordesilhas, paulatinamente,

foram perdendo o domínio da região e, consequentemente, ampliando a livre navegação para os portugueses.

2)A ocupação Espanhola

- 1415 - início da expansão ultramarina;

- 1492 - descoberta da América;

- 1494 - Tordesilhas;

1500 –Chegada dos portugueses ao Brasil;

- 1516 - Expedição de Juan Dias; De Sólis - Descobridor da Bacia Platina;

- 1524 - Expedição de Aleixo Garcia;

- 1534 - Francisco Pizarro domina o Peru.

- A administração Espanhola e a ação dos Jesuitas

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PRof. Teko- História Regional1)Província do Rio del Plata

*1534 - A Espanha resolve proteger seu rico território peruano dos ataques portugueses(Entradas e Bandeiras).

- Para isso criou a província do Rio del Plata que abrangia o Paraguai, Argetina, Uruguai, PR, RS,MT e MS.

Principais governos:

- Pedro de Mendonça;

- Alvar Nunez Cabeça del Vaca;

- Domingo De Irala.

2)A ação dos Jesuitas

- chegaram em 1610 no Paraguai.

- objetivo: Catequizar e civilizar os índios.

- Projeto Geopolítico:

- Ergueram as Missões Jesuitas

- Guaira - PR

- Tape - RS Missões Espanholas

- Itatim - MS

- A ação das Bandeiras paulistas e a fundação de Cuiabá

I)Bandeiras - vistos como heróis ou bandidos os bandeirantes foram responsáveis pelo alargamento das fronteiras. Se embrenharam pelos sertões em busca de índios e riquezas. Foram responsáveis pela destruição das Missões Jesuíticas espanholas.

1)Ciclo das Bandeiras

1.1)Ciclo do apresionamento de índios -séc. XVI-XVIII

- objetivavam capturar índios para vende-los como escravos.

- Destruiram Guaira e Itatim.

1.2)Ciclo da prospecção

- buscavam ouro, diamantes e pedras preciosas.

- descobriram ouro em MG.

- em 1718 o Bandeirantes Paschoal Moreira Cabral Lemes descobre ouro no rio Coxipó.

- 08 de abril de 1719 - Fundação do Arraial da Forquilha

1.3)Bandeiras de Monções

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PRof. Teko- História Regional- Abasteciam Cuiabá

- Fundação da Fazenda Camapuã

- A ocupação portuguesa no MT/Criação da capitania do MT

I)Ocupação portuguesa no MT

-1718 - Descoberta de Cuiabá pelos paulistas

- 1726: Visita do capitão general de São Paulo;

- Rodrigo César de Menezes.

- Elevação do Arraial à categoria de Vila

- Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá (01.01.1727)

- Criação da Capitania do MT(09.05.1748)

- 1748 - Portugal utilizando a doutrina do "uti possidetis" cria a capitania de Mato Grosso.

- A Espanha reage e ameaça com a Guerra Portugal, por ocupar suas terras.

- o problema será resolvido pelo papa Mediante um novo tratado de limites:

-"Tratado de Madrid (1750). Por esse tratado o MT passa a pertencer ao Brasil.

II)A capitania de MT - 1748.

Os governadores(1750 - 1822):

1 - Dom Antonio Rolim de Moura Tavares.

- Funções do capitão general:

a- fixar-se na cabeça do governo do Mato Grosso, onde deveria o governo do distrito fazer sua residência, indo

contudo à Cuiabá e as outra minas do mesmo governo, quando assim pedir o bem do serviço e a utilidade

dos moradores;

b- manter constante vigilância na região e evitar desavenças com os castelhanos vizinhos da região aurífera;

c- construir a capital daquela nova capitania às margens do vale do rio Guaporé, assegurando assim a posse da

região e servindo de anteparo às pretensões dos castelhanos;

d- navegar constantemente pelo Guaporé fiscalizando a região e impedir que os moradores do Mato Grosso

estabelecessem comércio com os espanhóis;

e- rígido controle par se evitar o contrabando em terras lusitanas;

f- respeitar as possessões dos castelhanos em regiões circunvizinhas;

2 - João Pedro da Câmara;

- procurou organizar a defesa militar da capitania procurando desta forma assegurar a posse da região e manter a

vigilância sobre a fronteira.

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PRof. Teko- História Regional- Para desenvolver tal ação funda o Forte da Conceição, mas como não contava com um grande contingente, pede

auxílio direto ao governado da capitania do Pará que lhe responde enviando um número de cerca de 70 soldados com oficiais

além de uma significativa quantia de diversas munições.

3 - Luís Coutinho;

- expulsão dos jesuítas da região, uma vez que estes eram contra o apresamento de índios na região,

4 - Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cárceres:

- Fundou os Primeiros baluartes lusos à oeste de Tordesilhas

- Forte Príncipe da Beira;

- Vila Maria ou Vila de São Luís de Cáceres( Atual Cáceres)

- Forte Coimbra;

- Distrito de Nossa Senhora de Albuquerque ( região próxima à Corumbá.)

- São Pedro del Rei

- Mudança de nome dos rios:

- Mboteteú para mondego;

- Embotetey ou uacogo para Aquidauana;

5 - João de Albuquerque de Melo P. e Cárceres

- 01 de agosto 1789: "Tratado de Aliança com os Guaicurus"

6- Caetano Pinto de Miranda Montenegro

- 1796, assume a administração Caetano Pinto de Miranda Montenegro, que no ano de 1797 funda às margens

do rio Mondego as edificações do Presídio de Miranda:

- Levantada a edificação, chamada de presídio, passa a ocupá-la um destacamento militar que tinha por missão

policiar as terras que se estendiam até o rio Apa.

- Ao seu redor, formou-se um povoado de índios mansos, que deu origem a atual cidade de Miranda

- resistência de Ricardo Franco no Forte Coimbra contra a investida dos espanhóis.

- O I Reinado e o MT

I)Panorama do Reinado - 1822/1831

- Em 1822 a capital do MT passa a ser Cuiabá

- 25 de março 1824 - 1ª constituição do Brasil

- características:

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PRof. Teko- História Regional- Estado unitário

- Centralismo Político

- Despotismo do Imperador

- Privilégios portugueses

- No I reinado destaca-se a luta entre liberais e conservadores (autonomistas e centralistas).

- O MT declara unido e obediente ao Imperador;

II)O I Reinado no MT

- A província do Mato Grosso como outra qualquer refletia os conflitos centrais do País.

- 1834 (30 de maio) - estoura em Cuiabá um movimento liberal denominado "Rusga" seu objetivo era destruir os privilégios dos portugueses.

RUSGA- A Rusga foi um movimento ocorrido em Mato Grosso no ano de 1834, durante o período regencial.

- Para entendermos esse movimento regional, se faz necessário buscar nesse período marcado por lutas políticas e por

vários movimentos sociais, a sua origem.

- No período regencial dois grupos políticos dominavam a vida pública nacional: os progressistas e regressistas, mais

tarde transformados em Partido Liberal e Partido Conservador, respectivamente.

- Esses dois partidos passaram a ter um domínio político durante todo o segundo reinado.

- Do ponto de vista ideológico, tinham poucas diferenças entre si;

- suas discordâncias eram apenas produtos da ambição pelo poder.

- Outro grupo sem grande expressão nacional eram os republicanos (que se tornou partido de 1870), que engatinhavam

seus primeiros passos e apoiavam as mudanças de regime político do Brasil, de monarquia para república.

- Nas províncias, os grupos políticos liberais e conservadores se organizavam em sociedades.

- Seguindo essa tradição em Mato Grosso, os liberais se agrupavam na Sociedade dos Zelosos da Independência e os

conservadores na Sociedade Filantrópica.

- no dia 30 de maio, data da rebelião, a população saiu pelas ruas de Cuiabá.

- Membros das camadas inferiores e da guarda nacional gritavam palavras de ordem;

- armados, roubaram e saquearam casas de comércio e até mortes foram registradas.

- Podemos levantar uma questão a respeito da deflagração do movimento.

- Se os liberais (Sociedade dos Zelosos da Independência) haviam conseguido o poder, através da nomeação de

Poupino Caldas como presidente da província no dia 27 de maio, por que as camadas mais baixas participaram de uma rebelião

que já tinha data marcada (30 de maio de 1834).

- a participação de populares no movimento não pode ser considerada um ato político consciente.

- A província de Mato Grosso passava por uma grave crise econômica, com os cofres públicos vazios, o que sempre

resultava em atraso no pagamento de salários, aprofundando, conseqüentemente, a miséria social.

- Representou mais uma ocasião encontrada para os pobres usufruírem de benefícios passageiros e extravasarem seus

anseios de mudanças.

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PRof. Teko- História Regional- É a partir desse contexto que podem ser explicados os saques, roubos e mortes cometidas. Assim também pode ser

explicada a repressão ao movimento, promovida por Poupino Caldas, no momento em que a Rusga explodiu.

Os governadores do MT no I Reinado:

1- José Saturnino da Costa Pereira;

2- Antônio Corrêa da Costa;

3- Antônio Pedro de Alencastro;

4- José Saturnino Pimenta;

5- Estevão Rezende.

O II REINADO E O MT - A GUERRA DO PARAGUAI.

A- Panorama após a Independência do Paraguai

- Após independência (1810/1811) o Paraguai se tornaria uma exceção política na Améria Latina.

- Tornou-se uma nação realmente soberana e livre.

- O 1º Estadista Francia José Gaspar Rodrigues Francia (El Supremo) foi o 1º presidente da República do

Paraguai

B- Ações de Francia- eliminou o poder da Aristocracia rural tomando-lhes a Terra e distribuindo aos camponeses;

- promoveu uma vasta reforma agrária e as terras foram entregues aos camponeses de origem

indígena

- eliminou o poder da Igreja Católica tomando-lhes também, as terras e riquezas.

- criou as denominadas estâncias da Pátria – áreas de produção rural incentivadas pelo governo;

- criação de um vasto sistema de ferrovias e estradas para o escoamento da produção agrícola;

- incentivou a produção manufatureira, diminuindo as importações e ao mesmo tempo ampliando o comércio na Bacia

Platina;

- O Paraguai não contraiu empréstimos estrangeiros nem dívidas externas.

- tornou-se a única nação da Bacia Platina que não possuía dependência econômica da Europa, Principalmente

da Inglaterra

- Em 1830 o analfabetismo foi erradicado.

- os paraguaios além de alfabetizados, possuíam uma profissão e se empenhavam ao máximo para melhorar as

condições de vida em seus território

Francia falece no Ano de 1840, mas deixa um grande legado aos paraguaios. Além das sua diversa ações, Francia tinha

dois sonhos:

a- manter o sistema de isolacionismo paraguaio em relação às nações européias;

b- estabelecer uma ação exapansionista em direção ao Atlântico, propiciando um livre comércio dos produtos

paraguaios com outras nações além da Bacia Platina;

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PRof. Teko- História Regional- Tais ações vão ser assumidas pelos governos subseqüentes de Carlos Antônio Lopez (1842 – 1862) e seu filho

Francisco Solano Lopez(1862 – 1870) a quem tem a honra de conduzir o Paraguai na guerra contra a Tríplice Aliança.

- Governo de Carlos Antonio Lopez- Assume o governo com diversas pretensões expansionistas, porém para tal feito necessitava ampliar ainda

mais a sua influência na região platina, uma vez que Brasil, Argentina e Uruguai, que estavam há poucos anos

independentes, buscavam se firmarem como Estados Nacionais e, por isso, tinham as mesmas pretensões na região: a

Livre Navegação pelos rios da Bacia Platina.- No ano de 1845 uma missão paraguaia dirige-se ao Rio de Janeiro para tratar dos limites e de um convênio

que o Paraguai propunha ao ditador Rosas da Argentina, era Missão Gelly.

- O ditador paraguaio propunha que as terras desde o Iguaçu até a serra de Maracajú fossem incorporadas ao

território de Lopez, exigindo ainda, com tamanha incoerência, que entre os rios Apa e o arroio Branco não fossem

fixados colonos.

- Segundo Acyr Vaz, Lopez propunha a ‘terra de ninguém’, faixa que não seria por ninguém ocupada, até que

se desse solução final ao caso – tal região era habitada pelos guaicurus.

- Para evitar um eventual conflito com os paraguaios, a província do Mato Grosso, pela ação do governo da

província, entra em contanto com o Ministério da Guerra para verificar se a região Fecho dos Morros dos ocupada

anos atrás, agora já com o Forte Coimbra, seria considerada ‘terra de ninguém’.

- É importante ponderar que se a região fosse tida como terra de ninguém, facilmente os paraguaios poderiam

estender os seus territórios além dos rios Apa e Branco, dominando, as terras que correspondem ao atual Mato Grosso

do Sul.

- Tendo clara as pretensões de Lopez, o governo brasileiro com a representação do Capitão Joaquim José de

Carvalho e uma guarnição de cerca de 31 homens, sob instrução de Costa Pimentel (presidente do MT), fundam na

região dos Fecho dos Morros, aos 29 de junho de 1850, o Quartel de Guarnição do Parque das Armas, servindo

também como forte permanente – Forte Olimpo.

- A fundação de um forte no Fecho dos Morros pegou Lopez de surpresa. Apesar de que Francisco Bueno da

Silva teria deixado a região sem dar início ao forte.

- A reação de Lopez já era esperada. Com um grupo de cerca de 600 homens, rumam em direção ao Fecho

dos Morros e, ao chegarem na região, abrem fogo, provocando a retirada de Bueno com cerca de dez perdas.

- Mas a ação de Lopez é justificada pela negação do Império Brasileiro em fornecer armas aos paraguaios

para manter, por meio da força, as possessões paraguaias em solo argentinos. Portanto, era uma forma de vingança

de Lopez.

- A reação do governo imperial foi rápida e precisa. Com o apoio dos guaicurus – que habitavam a região e

eram inimigos dos paraguaios – os brasileiros vencem a batalha. Aproveitando a situação, os índios invadem diversas

fazendas paraguaias e as saqueiam.

- Não tendo mais saída o Paraguai assina em 1858 um tratado de Livre Navegação pela Bacia Platina com as

demais nações platinas e o Brasil.

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PRof. Teko- História Regional- Carlos Antonio Lopez, falece no ano de 1862 sem conseguir ampliar o território paraguaio sobre as terras do

Mato Grosso do Sul e, não consegue manter por muito tempo as suas conquistas em solo argentino com foi o caso da

província de Corrientes e Entre-Rios, porém assegura uma saída para o Atlântico.

- Governo de Francisco Solano Lopez- Com o objetivo de manter os sonhos imperialistas paraguaio na bacia platina, assume o governo Francisco

Solano Lopez, filho de Lopez. Contudo, Solano Lopez busca manter a estrutura de desenvolvimento manufatureiro e

comercial aliado à burguesia paraguaia e alicerçado pelo ideal nacionalista que contava com o apoio das massas

populares.

- Mas enquanto, o Paraguai busca suas pretensões isolacionistas e expansionistas, o Brasil também se

manifestava com grande interesse na bacia platina fazendo algumas intervenções, vejamos:

1ª intervenção:

- 1852 - Assume o poder na Argentina o nacionalista Manuel Rosas, inimigo do Brasil.

- No Uruguai assume o poder o general Manoel Oribe do Partido Blanco.

- O Brasil intervém no Uruguai e coloca no poder Frutuoso Rivera do Partido Colorado.

- Em 1852 o Brasil ajuda o General Urquiza a depor Manuel Rosas.

Fica evidente o intervencionismo do Brasil na Bacia Platina.

2ª intervenção:

- Em 1858 o Paraguai assina com o Brasil um tratado de não intervenção do Uruguai, garantindo assim o livre acesso ao

mar.

- No entanto em 1864 o Brasil interfere novamente no Uruguai em favor de Venâncio Flores que depõe Atanásio Aguire.

Este é o estopim para que o Paraguai iniciasse as suas ações que conduziriam à Guerra do Paraguai.

- Como reação à intervenção do Brasil no Uruguai – que segundo Solano Lopez ameaçava a soberania paraguaia – em 10

de novembro de 1864, as tropas paraguaias a mando de Lopez, aprisionam o navio ‘Marquês de Olinda’ que conduziam para o

Mato Grosso o presidente da Província, o baiano Frederico Carneiro de Campos, que vem a falecer em 1867 em seu cativeiro – o

navio foi aprisionando quando passava por Assunção com destino a Cuiabá.

- Estava iniciado o maior conflito bélico da América do Sul que envolveu as principais nações platinas e o Brasil.

- Importante salientar que as causas da Guerra do Paraguai ou da Tríplice Aliança contra o Paraguai, não estão associadas

diretamente à industrialização paraguaia, são elas:

- Choques de interesses nas Nações Platinas;

- Formação dos Estados Nacionais Platinos;

- Livre Navegação;

- Expansionismo paraguaio;

- Mau exemplo paraguaio – autonomia econômica em relação à Inglaterra;

- Perdas inglesas na região pelas ações paraguaias.

- Dadas as primeiras movimentações de Solano Lopez em invadir a província do Mato Grosso(Corumbá e Coimbra) e

posteriormente a província do Rio Grande do Sul (São Borja e Uruguaiana), o governo brasileiro trata de mobilizar as sua tropas

na tentativa de barrar Lopez.

- Lembre-se que em 1864 o Brasil está de relações cortadas com a Inglaterra, devido à Questão Christie. Portanto, de

novembro de 1864 a 30 de abril de 1865 o Império Brasileiro está sozinho na luta contra o Paraguai, pois em 01 de maio de 1865,

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PRof. Teko- História Regionalapós o rei Leopoldo I da Bélgica intervir a favor do Brasil, por influência britânica ocorre a formação da Tríplice Aliança –

Argentina, Brasil e Uruguai – para conter os avanços de Lopez.

- Argentina, Brasil e Uruguai possuíam interesses em barrar as pretensões do país guarani, porém foram usados como

meros fantoches para proteger principalmente os interesses britânicos na Bacia Platina.

- A Guerra do Paraguai

I)A invasão do MT

- As principais áreas a serem invadidas pelos paraguaios foram áreas do atual MS.

-Forte Coimbra - Nioaque -Colônia Militar de Dourados

-Corumbá; - Bela Vista

II)Principais fatos:

1)A Invasão do Forte Coimbra e Corumbá

2)A Resistência de Antônio João

"Sei que morro, mas o meu sangue e de meus companheiros servirão de protesto solene a invasão do solo de minha pátria"

3)"A

Retirada da Laguna"

- , no Mato Grosso, uma expedição de aproximadamente 2.500 homens, organizada em São Paulo, Minas Gerais e

Goiás, foi enviada para combater os invasores.

- A coluna percorreu mais de dois mil quilômetros e, com grande número de baixas, causadas por enchentes e doenças,

atingiu Coxim em dezembro de 1865, quando a região já havia sido abandonada.

- O mesmo aconteceu em Miranda, aonde chegaram em setembro de 1866.

- Essa mesma expedição decidiu em seguida invadir o território paraguaio, onde atingiu Laguna.

- Perseguida pelos inimigos, a coluna foi obrigada a recuar, ação que ficou conhecida como a retirada da Laguna.

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PRof. Teko- História RegionalIII)Fim da Guerra:

"Genocídio Americano"

- Destruição do Paraguai;

- Endividamento do Brasil;

- Vitória da Inglaterra.

- O MS após a Guerra do Paraguai

I)Panarama do MS após guerra do Paraguai

- Fazendas destruidas

- áreas abandonadas

- população dispersa

- crise econômica

II)A Descoberta dos Ervais Nativos

- Os Ervais Nativos do MS(Ivinhema, Amambai, Ponta Porã, Bela Vista) foram descobertos por Thomáz Laranjeira(1872).

- Thomáz Laranjeira consegue concessão dos Ervais e passa a explorá-los. Mais tarde fundou a Cia Mate Laranjeira.

III)Histórico dos Ervais

- A Erva(I lex Paraguaiense) é uma planta típica da América do Sul. Sua utilização fazia parte da dieta alimentar dos índios, posteriomente o hábito foi incorporado pelos Jesuitas e colonos.

Propriedades:

- Diurético;

- Medicinal;

- Nutritivo.

- O ciclo da Erva-Mate

I)Áreas de Exploração

- A Cia Mate Laranjeira possuia cerca de 2 milhões de ha no sul do Mato Grosso do Sul, onde existe hoje, 20 municípios. Esse ciclo econômico criou toda uma mentalidade política existente até hoje no Estado.

II)Evolução econômica

- 1872/1892 - Cia pertencia a Thomaz Laranjeira

- 1892/1902 - Thomaz Laranjeira se associou aos Irmãos Murtinho

- 1902/1937 - a Cia passou para a Cia Mendes(Argentina)

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PRof. Teko- História RegionalIII)Oposição

- O poder da Cia despertou a ira dos inimigos políticos como por exemplo Pedro Celestino Correia da Costa.

- O próprio Getúlio Vargas combateu a Cia com seu nacionalismo.

- Em 1947 - O governador Arnaldo Estevão Figueiredo tirou a concessão dos Ervais.

- O Gado do MS

I)Histórico do Gado

- O gado foi introduzido na América do Sul pelos conquistadores e Jesuitas(mission).

- No MS as primeiras fazendas, são datadas por volta de 1740.

- Após a Guerra do Paraguai advém uma leva de migrações inter-regionais: mineiros, paulistas, paranaenses, gauchos, etc; Vão fundar fazendas nas áreas de Campos Limpos(Campos de Vacaria).

- No entanto, o gado do MS só entraria no circuito nacional após 1914, com a Criação da RFN, Ferrovia (Trajeto - Baurú/Corumbá)

Fonte: Elizabeth Madureira SIQUEIRA, O processo histórico de Mato Grosso, p. 77.

- No governo Vargas criou-se o programa a "Marcha para o Oeste" incentivando a ocupação do Centro-Oeste.

- Nossas fazendas, nova gente, novos proprietários definem o MS como área de gado.

- Criação do Território Federal de Ponta Porã

- A situação econômica do MS após A Guerra do Paraguai.

1º - Gado(1870-....) - O gado trouxe gente para o MS. Ocuparam áreas de pastos nativos denominados pelos antigos de "Campos de Vacarias".

- Cidades como Campo Grande, Sidrolândia, Glória de Dourados são exemplos.

2º - Porto de Corumbá - após a Guerra, Corumbá tornou-se o mais importante porto da América Platina aberta inclusive ao mundo.

3º - Erva Mate - atividade que desenvolveu o Sul do Mato Grosso do Sul (Ivinhema, Ponta Porã,Amambai)

4º - A "Nob" "A estrada de Ferro" - tornou-se o MS num corredor de exportação ao Sudeste.

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MUNICÍPIO Nº DE RESESA Aquidauana 400.000Cáceres 132.000Corumbá 610.000Miranda 90.000 Nioaque Nioaque 144.000 Poconé 360.000Porto Murtinho 102.000 Santo Antônio do Leverger Leverger 108.000Total de Reses 1.946.000

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PRof. Teko- História Regional5º - Agricultura - Fruto da ação do Estado - ação mediante a grandes projetos:

- Marchas para o Oeste;

- REBELIÃO DE 1892

- A proclamação da República e a escolha indireta do presidente e vice-presidente do Estado deixariam o povo, mais uma, vez fora do processo de participação política. Com isso, as decisões políticas tomadas em Mato Grosso continuaram a atender os interesses das oligarquias. Enquanto isso, na capital federal ocorria a renúncia de Deodoro, assumindo em seu lugar, o vice-presidente Floriano Peixoto que passaria a enfrentar uma oposição que alegava que seu governo era inconstitucional.

- Tal acontecimento também se refletiu em Mato Grosso e a oligarquia sulista representava a oposição a Floriano. Essa oposição saiu de Corumbá em direção a Cuiabá, levando Manoel Murtinho a renunciar à presidência do Estado.Sufocada a oposição a Floriano, novos acontecimentos mudariam os rumos da política no Estado, pois a oligarquia nortista formou um exército particular, desfechando um contra-golpe na oligarquia sulista. Ao sair vencedora, a oligarquia nortista reconduziu Manoel José Murtinho ao poder.

CORONELISMO EM MT

- O coronelismo foi o fenômeno político e social característico da Primeira República brasileira ou "República Velha". Em todos os estados os coronéis estiveram presentes e, através do seu domínio econômico, mantinham também o poder político. O sistema eleitoral era baseado no voto aberto, ou seja, o eleitor não tinha a garantia do sigilo do seu voto, declarando-o publicamente. Os cargos públicos dos cartórios, escolas, delegacias e outros cargos municipais da cidade, estavam sujeitos à influência do coronel.

- Havia uma enorme relação de dependência da população municipal para com os coronéis, seja para arrumar emprego, dinheiro emprestado ou favores políticos. Na obra História e consciência do Brasil, Gilberto Cotrin (1996:235) informa que, em troca dos "favores" concedidos, os coronéis exigiam que as pessoas votassem nos candidatos políticos por eles indicados. Se determinada pessoa ousasse contrariar o coronel, tornava-se órfã de seu patriarcalismo, podendo eventualmente sofrer a violência dos seus "capangas ou jagunços"; o voto dos eleitores era controlado sobre pressão e ficou conhecido como o "voto de cabresto".

- Os coronéis também recorriam às fraudes para ganhar as eleições. Em Mato Grosso, os coronéis estavam espalhados por vários municípios. Na disputa pelo poder eram comuns as lutas entre eles, sempre fortemente armados com bandos de jagunços. O coronel mais influente do município ou região estabelecia alianças com outros poderosos para elegerem o governador do Estado. Após ser eleito, o governador retribuía os "favores" recebidos concedendo verbas e poderes para os municípios e os coronéis. Através dessas alianças, o poder político podia continuar nas mãos dos mesmos grupos dominantes.

FERROVIA MADEIRA MAMORÉ

- Sob a orientação do coronel norte americano George Earl Church foi fundada, em 1868, a Bolívia Navegation Company que, mediante a concessão do governo boliviano, pretendia canalizar o trecho encaichoeirado dos Rios Madeira e Mamoré, com a finalidade de implantar naquela região a navegação a vapor. O interesse era o de ligar a Bolívia ao Oceano Atlântico, pela Bacia Amazônica.

-Após um ano Church conseguiu a permissão do governo boliviano, só que desta vez para a construção de uma ferrovia que passaria por território brasileiro, mais precisamente por Mato Grosso. O governo brasileiro incumbe dois engenheiros alemães, Joseph e Franz Keller, para realizarem um estudo sobre a possibilidade da construção de uma estrada de ferro entre Santo Antônio e Guajará-Mirim. Depois de darem um parecer favorável, os dois engenheiros regressaram à Europa afirmando que trabalhadores europeus que viessem a trabalhar na construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré certamente não sairiam com vida da selva amazônica. Com a aprovação do Governo Imperial, Church funda a Mamoré-Mamoré Railway Co. Ltda. e a construtora seria a Public Works Construction. Um ano depois de iniciada a construção, a Public Works Construction abortou o projeto e ainda processou o coronel Church por má fé, perdas e danos. Em 1877, uma nova empresa construtora assume a obra, a P&T - Collins, firma de construção da Filadélfia, EUA.

- 0 grande problema da construção era a falta de mão-de-obra, pois a taxa de mortalidade era alta, quase sempre provocada por acidentes de trabalho e doenças tropicais. Além disso, eram freqüentes as greves e revoltas de trabalhadores. Com isso a empresa se viu obrigada a importar trabalhadores e recrutar índios, bolivianos e cearenses fugidos da seca. 0 trabalho

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PRof. Teko- História Regionalera baseado na servidão. Ao saírem da Filadélfia, os operários eram debitados pelo custo do transporte até Santo Antônio e só tinham direito à passagem de volta ao fim de dois anos.

- No período republicano, o governo de Rodrigues Alves assinou com a Bolívia o Tratado de Petrópolis, através do qual se comprometia em assumir a construção da E. E Madeira - Mamoré. Em 1912, a construção chega ao fim e junto com ela a descoberta de que o uso da ferrovia não era viável, em primeiro lugar porque o seu frete era o mais caro do mundo; em segundo porque a borracha estava em decadência e em terceiro lugar porque a Bolívia poderia usar opções mais rápidas e baratas para alcançar o Atlântico, seja pela navegação fluvial, via Assunção até Buenos Aires, seja através do Canal do Panamá, construído em 1914.

HISTÓRIA DIVISIONISTA

- A criação do Estado de Mato Grosso do Sul é resultado de um longo movimento, com características sócio–econômicas, políticas e culturais, que permeou sua formação histórica recente. A resistência sul-mato-grossense é uma das peculiaridades que entremeiam a história de Mato Grosso do Sul desde os primeiros tempos de conquista espanhola, depois luso-brasileira. Em cada período histórico e resistência sul-mato-grossense aparece com uma conotação.

- O movimento divisionista no Sul de Mato Grosso tem sua origem nos fins do século XIX, 1889, quando alguns políticos corumbaenses divulgam um manifesto, no qual propunham a transferência da capital de Mato Grosso para Corumbá. A atitude desses políticos não se tornou vitoriosa, mas, mostrou que essa tímida ação política permitiu marcar o início de uma longa história de lutas e revezes.

- Alguns fatores como a sistematização da pecuária, o desenvolvimento sócio-econômico das vilas e cidades, a exploração da erva-mate pela Companhia Matte Laranjeira e a ligação entre o Sul de Mato Grosso e São Paulo, marcaram a origem do movimento divisionista.

- O movimento divisionista pode ser dividido em quatro grandes fases que acompanham a evolução histórica do Estado no período republicano.

- A primeira fase, de 1889-1930, é marcada pela formação das oligarquias sul-mato-grossense que lutam pelo reconhecimento da posse da terra, fazendo oposição aos privilégios da Companhia Matte Laranjeira. É nessas lutas, que, nos ervais e Campos de Vacaria, se manifesta à idéia divisionista. As oligarquias sulinas, nas lutas políticas, uniram-se, nas primeiras décadas da República Velha, às oligarquias de Cuiabá, adversárias da Companhia Matte Laranjeira e que tinham interesses nos ervais. Através dessa aliança as oligarquias sul-mato-grossense fizeram oposição armada ao governo estadual e a Matte Laranjeira. Inicialmente, o movimento divisionista não tem um plano, um programa político definido, os objetivos divisionista quase sempre se confundiam com interesses pessoais do coronel. Percebe-se, neste período, que era elite, formada pelos fazendeiros que defendiam a idéia divisionista.

- A partir de 1920, com a transferência do comando da Circunscrição Militar para Campo Grande, e o aumento do contingente militar no Sul de Mato Grosso, as oligarquias sulinas decepcionadas com as antigas alianças, aliam-se ao militares e adotam sugestões de outros movimentos vindos de fora do Estado como forma de fortalecer a causa local. A este fator é somada a regularização das viagens ferroviárias que propiciaram a chegada de novos migrantes e a dinamização da economia sul-mato-grossense. Outro reflexo das viagens ferroviárias é a vinculação do sul de Mato Grosso com a economia paulista e o conseqüente desenvolvimento das cidades exportadoras de gado, particularmente Campo Grande, e a transferência do eixo econômico Cuiaba-Corumbá-Rio Paraguai para Campo Grande. Esta transferência possibilita a formação de novas lideranças políticas ligadas ao comércio e a outras atividades profissionais, e um crescimento demográfico na região sul-mato-grossense. Esse quadro, de novos fatores de ordem sócio-econômica e política, traz significativas mudanças no movimento divisionista, o qual extrapola ervais e atingem as cidades exportadoras de gado, particularmente Campo Grande. É o início da urbanização do movimento. A Segunda fase, de 1930-1945, é o período em que o movimento começa a organizar-se; as lutas armadas, gradativamente, são substituídas por pressões políticas junto ao Governo Federal. Em 1932, os sul-mato-grossenses aliam-se aos paulistas e lutam na Revolução Constitucionalista. Neste confronto armado liderado por Bertoldo Klinger, comandante da Circunscrição Militar em Mato Grosso e Comandante Geral das tropas rebeldes instalada no sul de Mato Grosso num governo dissidente para o qual nomeia Vespasiano Martins. Após três meses de governo e de luta, os divisionistas e constitucionalistas são derrotados, e o novo Estado desaparece. Essa revolução serviu para divulgar a idéia divisionistas e Campo Grande torna-se o centro político de difusão do movimento.

- Dois anos depois, 1934, o Congresso Nacional reunía-se para elaborar uma nova Constituição. Jovens estudantes fundam a Liga Sul-Mato-Grossense que, inicialmente objetiva angariar apoio dos sul-mato-grossenses para o manifesto que seria encaminhado ao Presidente do Congresso Nacional Constituinte. A Liga desencadeia a campanha divisionista no sul de Mato Grosso, coletando Treze Mil assinaturas, com as quais visava sensibilizar o governo federal, particularmente os Constituintes, para que eles, na elaboração da Constituição, aprovassem a divisão do Estado de Mato Grosso. Após a promulgação da Constituição, os divisionistas são derrotados, e Getúlio Vargas adota a política nacionalista “Marcha para o Oeste”, a qual visava, entre outros objetivos, a segurança das fronteiras. Para isso mandou instalar novas unidades militares no Sul de Mato Grosso. - O aumento do contigente militar efetivou outros objetivos do governo que era a manutenção da ordem e progresso dessa região fronteiriça. Os divisionistas são envolvidos pela política de Vargas; a Companhia Matte Laranjeira adapta-se a essa

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PRof. Teko- História Regionalpolítica e altera sua estratégia em relação à unidade estadual. Ou seja, os ervais estavam devastados e também a política do Instituto Brasileiro do Matte, criado por Getúlio Vargas, não lhe favoreciam grandes lucros. Por isso ela permite que o governo estadual regularize as posses de terras dos moradores dos ervais, em troca de indenizações sobre os arrendamentos. - Em 1943, Getúlio Vargas, em nome da segurança das fronteiras cria o Território de Ponta Porã, o qual deixa de fora, da nova unidade, Campo Grande a principal cidade divisionista. A Criação do Território de Ponta Porã não atendeu aos interesses divisionistas, não satisfaz a política da Companhia Matte Laranjeira, e também não agradou ao governo estadual. Nesse período, o Sul de Mato Grosso é marcado por grandes prosperidades, a qual não era suficiente para equilibrar as finanças estaduais. Percebe-se, nessa fase, que a política de Getúlio Vargas foi um dos obstáculos aos objetivos divisionistas. Percebe-se ainda, a formação de novas oligarquias e a Companhia Matte Laranjeira, gradativamente, retira-se dos ervais. -A terceira fase vai de 1945 a 1964

- Após a deposição de Getúlio Vargas, o novo Presidente da República é o General Eurico Gaspar Dutra, que era mato-grossense de Cuiabá. Ele adota uma política de redemocratização do país, a qual reforça a política de integração nacional que incentiva a manutenção da unidade estadual. Em 1946, após a promulgação da Constituição, o governo federal extingue o Território de Ponta Porã reintegrando a região ao Estado de Mato Grosso. Apesar dessa política, os divisionistas, durante as reuniões da Assembléia Constituinte, reorganizam-se e tentam a transferência da Capital de Cuiabá para Campo Grande. As iniciativas divisionistas desse período são frustadas, em parte, devido a grande representatividade política dos sul-mato-grossenses nas esferas estadual e federal, e também, por causa da política de integração nacional do governo federal. Percebe-se que, nesse período, depois de várias reformulações em sua estrutura organizacional, a Companhia Matte Laranjeira mostra desinteresse em reflorestar os ervais, paradoxalmente estimula o governo estadual a regularizar as posses dos colonos. - A Quarta fase é de 1964-1977.

O golpe de 31 de Março de 1964 põe fim a um período de democracia e inicia um regime militar autoritário. Os militares, buscando um maior controle dos problemas da sociedade, adotam a política do desenvolvimento com segurança, o que permitiu a criação de programas que facilitam o desenvolvimento de alguns Estados, entre eles Mato Grosso. Nesse período, os políticos divisionistas aproximam-se dos militares o que lhes permite tomar parte de algumas comissões que estudam (secretamente) as potencialidades políticas que impediam a divisão de Mato Grosso. Após vários estudos, negociações, acordos políticos, o Presidente Ernesto Geisel assina em 11 de Outubro de 1977 a Lei Complementar nº 31 que cria o Estado de Mato Grosso do Sul. Nessa fase, a Companhia Matte Laranjeira mantinha apenas algumas fazendas de gado, o seu principal interesse econômico de outrora, a erva-mate, agora era explorado por ervateiros autônomos.

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