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CATÁLISE ENZIMÁTICA
Bruno da Silva Thomazini
Gabriel Vendramini
Raquel Massaro
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA – UFSCar
São Carlos, 13 de Junho de 2011
Profa. Dra. Ignez Caracelli Prof. Dr. Julio Zukerman Schpector
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SUMÁRIO
1. MECANISMOS CATALÍTICOS
A. Catálise Ácido-Básica
B. Catálise Covalente
C. Catálise por Íons Metálicos Catálise Eletrostática
D. Catálise por meio de Efeitos de Proximidade e Orientação
E. Catálise por Ligação Preferencial do Estado de Transição
2. ANIDRASE CARBONICA
A. Estrutura Enzimática
B. Mecanismo Catalítico
3. SERINO-PROTEASES e CISTEÍNO-PROTEASES
A. O Sítio Ativo
B. Estruturas por Difração de Raio X
C. Mecanismo Catalítico
D. Zimogênios
4. ENZIMAS E NOVAS APLICAÇÕES E TECNOLOGIAS
ENZIMAS
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ENZIMAS – VISÃO GERAL
• Mediadoras de reações químicas;
• Função específica;
• Proteínas catalisadoras:
condições termodinâmicas;
sem alterações no processo global;
não consumidas;
específicas para substrato e reação química.
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ENZIMAS – VISÃO GERAL
• Atividade catalítica:
Enzimas (proteínas);
Enzimas (RNAs – ribozimas).
• União Internacional de Bioquímica e Biologia Molecular (IUBMB):
Seis classes.
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ENZIMAS – CLASSES
1. Oxidorreductases:
CH3 – CH – COO- + NAD+ CH3 – C – COO- + NADH + H+
OH O
CH2 - CH – COO- + THF CH2 – COO- + THF
Fonte: CHAMPE, C. P. et al. Bioquímica Ilustrada.
2e- 2H+
Lactato
Lactato- desidrogenase
Piruvato
OH NH3+
H2O
CH2 NH3
+
Glicina
Serina hidroximetil- transferase
Serina
2. Transferases:
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3. Hidrilases:
NH2 – C – NH2 + H2O CO2 + 2NH3
4. Liases:
CH3 – C – COO- CH3 – CH + CO2
O O
Fonte: CHAMPE, C. P. et al. Bioquímica Ilustrada.
ENZIMAS – CLASSES
Uréia
Urease
Piruvato- descarboxilase
Piruvato Acetaldeído
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5. Isomerases:
-OOC – CH – C –CoA -OOC – CH2 – CH2 – C - CoA
CH3 – C – COO- + CO2
-OOC – CH2 – C – COO-
Fonte: CHAMPE, C. P. et al. Bioquímica Ilustrada.
ENZIMAS – CLASSES
CH3
O O
Metilmalonil - CoA Succinil - CoA
Metilmalonil – CoA - mutase
6. Ligases:
Piruvato Oxalacetato
Piruvato- carboxilase O O ATP ADP + Pi
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PROPRIEDADES • Eficiência catalítica;
Fonte:CHAMPE, C. P. et al. Bioquímica Ilustrada.
• Eficiência catalítica;
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ENZIMAS – PROPRIEDADES
• Sítios ativos:
Fonte: CHAMPE, C. P. et al. Bioquímica Ilustrada.
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• Especificidade:
Complementaridade
Fonte:VOET, D.; VOET, J. G. Bioquímica.
ENZIMAS – PROPRIEDADES
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ESPECIFICIDADE
• Hipótese chave-fechadura:
• Hipótese ajuste induzido:
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MECANISMO CATALÍTICOS
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MECANISMOS CATALÍTICOS
• Fatores essenciais:
especificidade; organização otimizada.
• Natureza química:
catálise ácido-básica; catálise covalente; catálise por íons metálicos.
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MECANISMOS CATALÍTICOS
• Natureza física:
catálise eletrostática;
efeitos de proximidade e orientação;
ligação preferencial ao complexo do estado de transição.
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CATÁLISE ÁCIDO-BÁSICA
• Transferência de prótons entre substrato e enzima.
• Catálise ácida:
Grupo ácido doa um próton;
• Catálise básica:
Grupo básico recebe um próton;
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CATÁLISE ÁCIDO-BÁSICA
• Ex: tautomerização ceto-enólica
Fonte: VOET, D.; VOET, J. G. Bioquímica.
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CATÁLISE ÁCIDO-BÁSICA
• Ex: tautomerização ceto-enólica
• Aminoácidos ionizáveis: Lys, His, Arg, Asp, Glu, Cys e Tyr.
Fonte: VOET, D.; VOET, J. G. Bioquímica.
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CATÁLISE COVALENTE
• Ligação covalente transitória entre enzima-substrato;
• “Ataques” nucleofílico/eletrofílico de um radical do sítio catalítico sobre o substrato.
• Etapas:
reação nucleofílica; retirada de elétrons pelo catalisador
eletrofílico; eliminação do catalisador.
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CATÁLISE COVALENTE
Catálise predominantemente eletrofílica
Fonte: VOET, D.; VOET, J. G. Bioquímica.
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CATÁLISE POR ÍONS METÁLICOS
• Íons metálicos – cofatores metálicos;
• Metais: ligados à enzima ou na solução aquosa;
• Freqüentemente envolve metais de transição:
cargas positivas;
aceptores de pares eletrônicos.
• Interações iônicas:
orientação do substrato;
estabilizar cargas.
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CATÁLISE POR ÍONS METÁLICOS
• Três formas de participação:
ligação com o substrato;
mediando reações de oxirredução;
estabilizando eletrostaticamente.
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CATÁLISE POR ÍONS METÁLICOS
• Metaloenzimas:
contém íons metálicos fortemente ligados;
Fe2+, Fe3+, Cu2+, Zn2+, Mn2+ ou Co3+.
• Enzimas ativadas por metais:
ligam íons metálicos da solução;
Na+, K+, Mg2+ ou Ca2+.
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CATÁLISE POR ÍONS METÁLICOS
• Enzimas/cofatores metálicos:
Fonte: MOTTA, V.T. Bioquímica Básica.
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CATÁLISE ELETROSTÁTICA
• Moléculas vizinhas - solventes:
redução dos efeitos de atração entre grupos químicos.
• Constante dielétrica muito baixa: reatividade química do substrato;
reduz a energia de ativação.
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CATÁLISE ELETROSTÁTICA
• Distribuição de cargas no sitio ativo:
estabilização dos estados de transição;
guiar substratos polares para seus sitios de ligação.
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CATÁLISE POR EFEITO DE PROXIMIDADE E ORIENTAÇÃO
• Enzimas têm maior eficiência catalítica com:
condição física do sítio catalítico;
relação espacial adequada complexo enzima-substrato orientado estado de transição.
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CATÁLISE POR EFEITO DE PROXIMIDADE E ORIENTAÇÃO
Fonte: VOET, D.; VOET, J. G. Bioquímica.
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CATÁLISE POR LIGAÇÃO PREFERENCIAL AO ESTADO DE TRANSIÇÃO
• Estado de transição liga-se com a enzima;
• Torção mecânica nos seus substratos:
“Mecanismo do balcão de estiramento”;
Facilita as reações.
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• Reação 315 vezes mais rápida quando R é o grupo CH3 e não H.
Fonte: VOET, D.; VOET, J. G. Bioquímica.
CATÁLISE POR LIGAÇÃO PREFERENCIAL AO ESTADO DE TRANSIÇÃO
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ANIDRASE CARBÔNICA
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ANIDRASE CARBÔNICA
• Metaloenzima
• Enzima da classe liase
• Monômero
• Sítio ativo Zn+
- Histidina 94 - Histidina 96 - Histidina 119
- Molécula de água
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ANIDRASE CARBÔNICA
Estrutura Enzimática
1hcb
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ANIDRASE CARBÔNICA 1hcb
Estrutura Enzimática
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ANIDRASE CARBÔNICA
Estrutura Enzimática com ligantes
1hcb
Bicarnobato
Zinco
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ANIDRASE CARBÔNICA 1hcb
Estrutura Enzimática
Zn
His119
His94
His96
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ANIDRASE CARBÔNICA
Estrutura Enzimática
1hcb
Zn
BCT
His
His
His
Água
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ANIDRASE CARBÔNICA
• Enzima que catalisa a conversão rápida de dióxido de carbono em um próton (H+) e um íon bicarbonato (HCO3-)
Anidrase Carbônica Dissociação
↓ ↓
CO2 + H2O ↔ H2CO3 ↔ H+ + HCO3-
Ácido Carbônico
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MECANISMO DE CATÁLISE ANIDRASE CARBÔNICA
Fonte: http://deqb.ist.utl.pt/bbio/72/pdf/cataliseenz.pdf
PROTEASES
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PROTEASES
• Catalizam a clivagem de ligações peptídicas (hidrolização)
• Responsáveis por:
– Renovação de Proteínas
– Reciclagem de aminoácidos
– Obtenção de novas proteínas
– Etc.
Fonte: http://graduacao.iqsc.usp.br/files/Aula12BioqIMecCatEnzExemplos201104072.pdf 41
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PROTEASES
• Subdivisões
– Exopeptidase: atuam grupamento amino ou carboxi terminal
– Endopeptidase: atuam regiões internas
• Divisão com base no grupo funcional: (Barret, 1994)
– *Serino Proteases – resíduo de serina no sítio ativo
– *Cisteíno Proteases – resíduo de cisteína no sítio ativo
– Aspartil – 2 unidades de ácido aspártico
– Metalo – utiliza íon metal no mecanismo de catálise
SERINO PROTEASES
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(EC 3.4.21) – 3 representa a Classe = Hidrolase (catalisa reações de hidrólise de ligações
covalentes) – 4 é a Sub-Classe = Peptidase (hidrolisa ligações peptídicas) – 21 é a Sub sub-classe das serino-endopeptidases (enzimas contendo serina no
sítio ativo)
SERINO PROTEASES
Serina
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SERINO PROTEASES Sítio Ativo
• Tríade Catalítica: resíduos (Ser, Asp e His)
Tripsina Fonte: PDB (2D8W)
Serina
Aspartato
Histidina
Quimotripsina Fonte: PDB (2Y6T)
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SERINO PROTEASES Identificação do Sítio Ativo
• Marcação covalente com DIPF (diisopropylphosphofluoridate) • Apenas a Ser reativa ligou ao DIPF - 1 de 20 Ser na Quimotripsina
Figura pg4 Arq Aula12Bioq.....
Fonte: http://graduacao.iqsc.usp.br/files/Aula12BioqIMecCatEnzExemplos201104072.pdf
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SERINO PROTEASES Estruturas de Raio X
• 1957 – Estrutura da quimotripsina bovina (David Blow) • Estrutura primária - ~40% idênticos • Ser reativa / His cataliticamente essencial / Asp próxima ao sítio • 2 domínios • Folhas anti paralelas • Estruturas Raio X sugerem uma base para diferentes especificidades
Tripsina Elastase
Fonte :http://www2.bioqmed.ufrj.br/enzimas/proteases2.htm Fonte: http://chemistry.umeche.maine.edu/MAT500/Peptidase2.html
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MECANISMO CATALÍTICO • Aplicável à todas serino-proteases
Fonte: DONALD VOET & JUDITH G. VOET Bioquímica Ed. Artmed, 2007
Ataque nucleofílico ao grupo carbonila
A)
Complexo
Enzima - Substrato
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Catálise ácida geral formação do intermediário acil-enzima
B)
Intermediário
Tetraédrico
MECANISMO CATALÍTICO
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Nova extremidade N-terminal
C)
Intermediário
acil-enzima
MECANISMO CATALÍTICO
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Substituição do grupo amina por uma molécula de água
D)
MECANISMO CATALÍTICO
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Fonte: DONALD VOET & JUDITH G. VOET Bioquímica Ed. Artmed, 2007
Reverso da Etapa B
E)
Intermediário
acil-enzima
MECANISMO CATALÍTICO
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Novo extremo C-terminal da cadeia polipeptídica
F)
MECANISMO CATALÍTICO
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- Catálise por tencionamento forma estrutura tetraédrica
- Intermediário tetraédrico estabilizado pelo buraco oxiânion
MECANISMO CATALÍTICO
CISTEÍNO PROTEASES
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(EC 3.4.22) – 3 representa a Classe = Hidrolase (catalisa reações de hidrólise de ligações
covalentes) – 4 é a Sub-Classe = Peptidase (hidrolisa ligações peptídicas) – 21 é a Sub sub-classe das cisteíno-endopeptidases (enzimas contendo cisteína
no sítio ativo)
CISTEÍNO PROTEASES
Cisteína
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CISTEÍNO PROTEASES
• Divididas de acordo com semelhanças estruturais e funcionais
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CISTEÍNO PROTEASES Estruturas de Raio X
• 1 única cadeia • 2 domínios formando a fenda catalítica
Papaina – 8pap
Domínio 1
Fenda Catalítica
Domínio 2
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CISTEÍNO PROTEASES Identificação do Sítio Ativo
• Tríade Catalítica
Cys25, His159 e Asn75 (Papaína)
• Cys e His estão em fendas opostas
par iônico estável em pH neutro, responsável pela atividade catalítica.
(Lewis, Johnson et al., 1981)
Fonte: http://ha1000tonc22.br.tripod.com/ 59
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His159
Asn175
Cys25
Papaína
Papaina – 8pap
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MECANISMO CATALÍTICO • cisteíno-proteases
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ZIMOGÊNIOS
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ZIMOGÊNIOS
• Precursores inativos de enzimas proteolíticas
• Possuem todos os resíduos catalíticos
• Sítio ativo distorcido
“A ativação seqüencial permite
rápida produção de grandes
quantidades de enzimas ativas
em resposta a diversos sinais
fisiológicos”.
Tripsina
Tripsinogênio
Elastase
Enteropeptidase
Quimotripsogênio
Quimotripsina
Pró-elastase
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Tripsinogênio clivagem da ligação entre Lys15 – Ile16.
Quimotripsinogênio clivagem da ligação peptídica Arg15-Ile16 catalisada pela
tripsina.
Pró-elastase é ativada pela clivagem de um pequeno peptídeo N-terminal.
ATIVAÇÃO DE ZIMOGÊNIOS
Fonte: DONALD VOET & JUDITH G. VOET Bioquímica Ed. Artmed, 2007
N-terminal
Tripsinogênio
N-terminal
Tripsina
APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS
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APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS
• Ano de 2009
• Enzimas utilizadas para obtenção de ésteres utilizados como produtos alimentícios, farmacêuticos e cosméticos.
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APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS
• Os processos catalíticos tradicionais envolvem ácidos (como ácido sulfúrico) e bases (como hidróxido de sódio) como aceleradores da reação.
• Porém, esses catalisadores têm sido, aos poucos estão sendo substituídos por enzimas, visto que essas apresentam como benefícios condições suaves de operação (temperatura, pressão e pH), especificidade e poucas perdas na reação.
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APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS
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• Ano de 2009
• Utilização de enzimas na polimerização para produção de materiais derivados de fontes renováveis e com características como biocompatibilidade e biodegradabilidade.
• Evita a utilização de catalizadores tóxicos.
APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS
• Ano de 2010
• Desenvolvimento de um biossensor enzimático para determinação de fenóis
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APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS
70 Fonte: http://www.embrapa.br/imprensa/artigos/2011/catalise-enzimatica-produz-biodiesel-mais-verde/
Prós:
Propriedades físicas e químicas
similares ao biodiesel convencional
Substitui catalisador alcalino
Biodegradáveis
Contra:
Custo elevado dos Biocatalisadores
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ALBERT L. LEHNINGER DAVID L. NELSON MICHAEL M. COX Lehninger Princípios de
Bioquímica Ed. Sarvier, 2007
DONALD VOET & JUDITH G. VOET Bioquímica Ed. Artmed, 2007
Gomes, D. E. B. Estudo da Falcipaína-2 em Complexo com Ligantes por Modelagem e
Dinâmica Molecular como Suporte ao Desenvolvimento Racional de novos Fármacos
Antimaláricos Rio de Janeiro, UFRJ, IBCCF, 2006.
BIBLIOGRAFIA
http://graduacao.iqsc.usp.br/files/Aula12BioqIMecCatEnzExemplos201104072.pdf.
Acesso em Maio, 2011.
http://analgesi.co.cc/html/t13662.html. Acesso em Maio, 2011.
http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_pos2003/const_microorg/en
zimas.html. Acesso em Maio, 2011.
http://www.gilvan.pro.br/bioquimica.pdf. Acesso em Maio, 2011.
http://deqb.ist.utl.pt/bbio/72/pdf/cataliseenz.pdf. Acesso em Maio, 2011
OBRIGADO!
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