Encontro com os facilitadores das Unidades, Centros, Núcleos e Viva Mais /CECOM Dia de alerta sobre...

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Encontro com os facilitadores das Unidades, Centros, Núcleos e Viva Mais /CECOM

Dia de alerta sobre o uso indevido de álcool

Por que é importante prevenir o uso problemático de bebidas alcoólicas?

Renata C. S. de AzevedoFCM/UNICAMP

II Levantamento domiciliar sobre uso de drogas psicotrópicas no Brasil Carlini EA, Galduróz JCF etal, 2007

1º Levantamento Nacional sobre Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira

Laranjeira R, Zaleski M, Pisnky I, 2007

1º Levantamento Nacional sobre Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira

Laranjeira R, Zaleski M, Pisnky I, 2007

Gráfico 4 - Freqüência - Classe Social

0

20

40

60

80

Muito Frequente

Frequente

Ocasional

Raramente

Abstinentes

Muito Frequente 8 8 6 5 4

Frequente 22 25 22 15 13

Ocasional 24 21 18 14 16

Raramente 3 11 11 10 8

Abstinentes 42 35 42 56 59

A B C D E

1º Levantamento Nacional sobre Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira

Laranjeira R, Zaleski M, Pisnky I, 2007

Figura 3.9 - Intensidade do beber entre adultos

9%15%

15%

14%

48%

Bebedor FreqüentePesado

Bebedor Freqüente

Bebedor MenosFreqüente

Bebedor Infreqüente

Abstêmio

1º Levantamento Nacional sobre Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira

Laranjeira R, Zaleski M, Pisnky I, 2007

< 1/2; 1%

Nunca; 17%todas; 13%

+ 1/2; 6%

algumas; 19%

2-3 vezes; 23%

1 vez; 18%

Mais alguns dados• 3o maior problema de saúde dos EUA• 50% dos acidentes de trânsito• 75% dos acidentes de trânsito na madrugada• 50% dos homicídios• 25% dos suicídios• 90% da população brasileira já experimentou bebidas alcoólicas antes de 17 anos de idade• 40% já usou bebidas alcoólicas de forma exagerada• Distribuição por gênero 5 ♂ : ♀• Comportamentos de risco

– Atividade sexual sem proteção– Brigas

WHO, 2003

Ações do álcool

• Toxicidade direta e indireta sobre os órgãos

• Intoxicação aguda

• Dependência

Relação sujeito X droga

Abstinência

Uso

Abuso

Dependência

Beber de baixo risco

21 unidades/semana14 unidades/semana

Fórmula : teor alcoólico X volume = g de álcool

10010 g de álcool = 1 unidade alcoólica

Exemplos:1 lata cerveja = 1,7 unidades1 dose de destilado = 2,5 unidades1 copo de chope = 1 unidade1 copo de vinho = 1,6 unidade

Intoxicação

• Fatores que interferem:

– Velocidade de ingesta

– Tolerância

– Consumo de alimentos

– Gênero

– Idade

Abuso

• Padrão de uso que leva a prejuízo ou sofrimento clinicamente significativo. Ex. fracasso em cumprir obrigações, uso em situações em que isto representa perigo, problemas legais decorrentes do uso, uso a despeito de prejuízos

DSM-IVAmerican PsychiatricAssociation, 1994

Dependência

• Desejo persistente ou esforços mal sucedidos de controlara o uso• Substância é consumida em maiores quantidades ou por período

mais longo que o pretendido• Abstinência• Tolerância• Importantes atividades são abandonadas ou reduzidas em função do

uso• Uso continua apesar da consciência de um problema físico ou

psicológico persistente relacionado ao uso• Muito tempo é gasto ematividades para obter, utilizar ou se

recuperar dos efeitosDSM-IVAmericanPsychiatricAssociation, 1994

Particularidades do álcool

• Estreitamento do repertório

• Saliência do beber

• Aumento da tolerância ao álcool

• Sintomas de abstinência

• Alívio ou evitação dos sintomas de abstinência pelo aumento da ingestão da bebida

• Percepção subjetiva da compulsão para beber

• Reinstalação após abstinência

Álcool e mulheres

• Mulheres começam a beber mais tarde, bebem menos e menos freqüentemente, mas o risco de desenvolver dependência é maior

• Mulheres desenvolvem problemas adversos em menor período de tempo

• A mortalidade de mulheres alcoolistas é 5 vezes maior (a dos homens alcoolistas é 3 vezes maior)

• Mulheres desenvolvem mais rapidamente: esteatose e cirrose hepática, prejuízo cognitivo, hipertensão, desnutrição e hemorragia gastrointestinal (em média 12 a 15 anos vs. 17 a 20 para os homens)

Blume SB &Zilberman ML. In Galanter M, Kleber HD, The American Psychiatric Press Textbook of Substance Abuse, 3rd Edition, 2004:539-546.

Álcool e mulheres

• Diferenças metabólicas e fisiológicas• Mulheres desenvolvem concentrações mais

elevadas de álcool no sangue – menor % de água corporal, menor diluição– menos ADH na mucosa gástrica, metabolismo de

primeira passagem é mínimo, mais álcool é absorvido

• “Janela” para diagnóstico e intervenção pelo clínico é menor

Álcool e mulheres

• Gestação:– Complicações

– Oportunidade de intervenção

• Abuso (físico, sexual, emocional) & violência doméstica

• Repercussão na família

Álcool e suicídio

• Dependência e uso nocivo de álcool são a segunda classe diagnóstica mais freqüente em pacientes que cometeram suicídio

• O álcool aumenta a impulsividade e, com isso, o risco de suicídio

• O álcool aumenta a letalidade de várias tentativas, como as com psicofármacos

• 40 a 60% daqueles que morrem por suicídio estavam intoxicados no momento da morte

• Entre os indivíduos dependentes de álcool, sabe-se que 6% irão morrer por suicídio

CAGE

• Alguma vez achou que deveria diminuir a quantidade de bebida ou para de beber? (cutdown)

• As pessoas o aborrecem porque criticam seu modo de beber? (annoyed)

• Se sente culpado/chateado consigo mesmo pela maneira como costuma beber? (guilty)

• Costuma beber pela manhã para diminuir o nervosismo ou ressaca? (eye-opener)

Políticas públicas

• Considerando a importância das políticas públicas relacionadas com o álcool para saúde, segurança e economia internacional, a OMS realizou um estudo com a participação de especialistas de nove países, para avaliar diferentes políticas de consumo de bebidas alcoólicas. Foi composta uma lista das “melhores práticas” com base nos seguintes critérios: evidência de efetividade, existência de suporte científico, possibilidade de transposição para diferentes culturas e custos de implementação e sustentação

• Preço e taxação do álcool

– Medida de baixo custo

– Resulta em diminuição do consumo e de problemas relacionados (mortalidade por cirrose e redução de acidentes de trânsito)

– Medida particularmente eficaz para os jovens

• Localização de pontos de venda e aglomerados de bares

• Restrições à compra e venda– Idade mínima

– Proibição de venda a pessoa já embriagada

– Limite individual de compra

– Controle sobre quem está habilitado a vender bebida alcoólica

– Treinamento para servir com responsabilidade

• Checagens aleatórias bastante visíveis e não seletivas têm efeito sustentado em reduzir acidentes

Práticas diretamente relacionadas com o controle do beber e dirigir:

• Redução do limite de concentração sanguínea do álcool permitida para dirigir

• Suspensão administrativa da licença de motoristas que dirigem alcoolizados

• Estabelecimento de postos de fiscalização de sobriedade

• Instituir processos terapêuticos do tipo intervenções breves para bebedores pesados

Algumas estratégias são bastante populares, porém sua eficácia é reduzida por apresentarem baixa efetividade a alto custo:

• Promoção de atividades alternativas de lazer e diversão “livres de álcool” (como esportes) e abordagens efetivas direcionadas à clarificação de valores, auto-estima e habilidades sociais são

igualmente ineficazes

• Palestras em escolas

• Advertências nos rótulos das bebidas não são eficazes em mudar comportamentos relacionados ao consumo de álcool e não são efetivos para diminuir o consumo entre bebedores pesados

• Prevenção primária:– Evitar experimentação

• Prevenção secundária: • Reduzir ou evitar a transição de uso para

abuso

• Prevenção terciária: • Tratar dependência

Prevenção• Dimensionar a magnitude do problema (estudos epidemiológicos)• Diagnóstico da demanda manifesta (usuários já detectados)• Identificar grupos vulneráveis• Estimar e otimizar os recursos assistenciais (quais são, como

atuam e a quem se destinam os serviços existentes)• Implementação de estratégias de “prevenção primária”

(treinamento de professores, envolvimento de familiares, treinamento de profissionais)

• Estruturar estratégias de intervenção secundária (abordagens dirigidas)

• Estimular os fatores protetores• Fomentar o debate• Disponibilizar tratamento adequado (“prevenção” terciária)

Obrigada

reazeved@fcm.unicamp.br