Post on 08-Apr-2017
INICIAÇÃO CIENTÍFICA - EMRELATÓRIO FINAL PIBIC-EM IFBA/CNPq
1.1. NOME DO BOLSISTA: ELIZABETE DE ÁRAUJO SOUZA
1.2. NUMERO DO PROCESSO:
1.3. TELEFONE / CONTATO: (71 ) 32435993 1.4. EMAIL: ELIZABETE.ARAUJO10@GMAIL.COM
1.5. CPF Nº.: 06856351550 1.6. IDENTIDADE Nº.: 1527754987
1.7. ORIENTADOR: JOSEÍNA MOUTINHO TAVARES
1.8. INSTITUIÇÃO: INSTITUTO FEDERAL DA BAHIA 1.9. SIGLA: IFBA
1.10. UNIDADE / DEPARTAMENTO: CAMPUS SALVADOR / V 1.11. ÁREA: 1
2. PERÍODO ABRANGIDO PELO RELATÓRIO: 01 /05 / 2013 a 28 /02 /2014
3. TÍTULO DO PROJETO DE PESQUISA: METAIS NOS SEDIMENTOS DOS MANGUEZAIS E DA ÁGUA POTÁVEL DE SÃO FRANCISCO DO CONDE E SANTO AMARO DA BAHIA DE TODOS OS SANTOS
4. METODOLOGIA EMPREGADA:A metodologia aplicada no trabalho de pesquisa tem como foco quantificar os teores de metais pesados nos sedimentos dos
manguezais e da água potável em São Francisco do Conde e Santo Amaro na BTS. Para atingir os objetivos executou-se o
seguinte procedimento: (i) levantamento bibliográfico; ii) pesquisa de campo com levantamento fotográfico e registro atual de
imagens; (iii) verificar o saneamento básico e o tratamento de água; (iv) seleção dos pontos amostrais e coleta; (v) tratamento
dos materiais de laboratório e químico das amostras e, (vi) tratamento de dados.
FIGURA 01 – LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DAS AMOSTRAS
PIBIC-EM IFBA/CNPq 1
FIGURA 02– MANGUEZAL DE ACUPE ( SANTO AMARO)Fonte: Elizabete Souza, 2013
FIGURA 03– MANGUEZAL DE SÃO FRANCISCO DO CONDEFonte: Elizabete Souza, 2013
PIBIC-EM IFBA/CNPq 2
FIGURA 04 - MANGUEZAL DE CAIERAS ( SANTO AMARO)Fonte: Elizabete Souza, 2013
FIGURA 05 – FOTOGRAFIA DO MANGUEZAL DE TRAPICHE ( SANTO AMARO)Fonte: Elizabete Souza, 2013
PIBIC-EM IFBA/CNPq 3
FIGURA 06 – FOTOGRAFIA DO ESTABELECIMENTO UTILIZADO PARA A COLETA DE ÁGUA POTÁVEL EM SÃO FRANCISCO DO CONDE
Fonte: Elizabete Souza, 2013
FIGURA 07- FOTOGRAFIA DA RESIDÊNCIA UTILIZADA PARA A COLETA DE ÁGUA POTÁVEL EM CAIERAS (SANTO AMARO)
Fonte: Elizabete Souza, 2013
PIBIC-EM IFBA/CNPq 4
FIGURA 08- FOTOGRAFIA DO ESTABELECIMENTO UTILIZADO PARA A COLETA DE ÁGUA POTÁVEL EM TRAPICHE (SANTO AMARO)
Fonte: Elizabete Souza, 2013
A amostragem de sedimentos e água potável foi realizada em dois pontos distintos de cada região em foco identificada na
Tabela 01 (Figuras 01 a 08):
TABELA 01 – Identificação dos pontos de amostragem das amostras de água potável e dos sedimentos superficiais do Manguezais de São Francisco do Conde e Santo Amaro da BTS
SEDIMENTOS
AMOSTRA LOCAL ORIENTAÇÃO GEOGRÁFICA
01 São Francisco do Conde
12° 37’ 41” S38° 41’ 02” O
02 São Francisco do Conde
12° 37’ 41” S38° 40’ 55” O
03 São Francisco do Conde
12° 49’ 42” S38° 24’ 24” O
04 Santo Amaro
12 ° 39’ 40” S38° 44’ 34” O
05 Santo Amaro
12 ° 33’ 11” S38° 41’ 39” O
06 Santo Amaro
12° 37’ 61” S38° 43’ 21” O
07 São Francisco do Conde
12° 37’ 05” S38° 41’ 04” O
PIBIC-EM IFBA/CNPq 5
ÁGUA POTÁVEL
08 São Francisco do Conde
12° 36’ 47” S38° 39’ 19” O
09 São Francisco do Conde
12° 61’ 60” S38° 66’ 37” O
10 São Francisco do Conde
12° 57’ 44” S38° 30’ 03” O
11 Santo Amaro
12° 33’ 10” S38° 41’ 37” O
12 Santo Amaro
12 ° 32’ 43” S38° 43’ 18” O
13 Santo Amaro
12 ° 33’ 32” S38° 42’ 23” O
14 Santo Amaro
12 ° 53’ 35” S38° 41’ 57” O
O tratamento dos materiais utilizados na amostragem foi realizado no Laboratório do Pavilhão de Química do Instituto
Federal da Bahia, de acordo com a seguinte seqüência:
1. Lavagem com detergente
2. Lavagem com ácido nítrico (HNO3) a 5% (imersão de 24h);
3. Enxágüe com água deionizada.
4. Banho ultrassônico por 10 minutos em água ultrapura
O banho ultrassônico é importante para a limpeza e desinfecção de instrumentais, pois atua por ’cavitação’ ou seja, um
gerador interno produz sinais de alta freqüência com uma determinada potência. A potência elétrica é transformada em
potência mecânica através de um transdutor ultrassônico. Isto faz com que as moléculas dos líquidos entrem num processo de
compressão e descompressão que gera bolhas minúsculas que passam a se chocar com a sujeira retirando-a dos objetos. Este
banho gera ondas mecânicas que se propagam através de qualquer meio material com freqüência maior que 20 kHz,
garantindo a limpeza de material (AGUIAR,2011).
Para executar as analises físico-química foram coletadas amostras de 100 mL em frascos plásticos descontaminados com
detergente Extran neutro e mantidas sobre refrigeração. As amostras de sedimentos superficiais dos manguezais foram
coletadas em sacolas plásticas previamente lavadas e descontaminadas. O tratamento químico das amostras de água potável
foi realizado para análise de metais e análise microbiológica (Figura 9).
PIBIC-EM IFBA/CNPq 6
FIGURA 09- FLUXOGRAMA DAS DETERMINAÇÕES DE METAIS E DA ÀNALISE MICROBIOLÓGICA NA ÁGUA POTÁVEL
Foi observado que em grande parte das comunidades da BTS carece de tratamento de resíduos sólidos e da água e a
inexistência de um monitoramento continuo da água potável. Por causa desta realidade as determinações dos teores dos
possíveis contaminantes foram intensificadas e ampliadas.
Para a determinação da matéria orgânica foi realizada através da técnica de Membrana Filtrante, que consiste em um método
rápido e preciso para isolamento e identificação de colônias bacterianas. As análises foram realizadas no Laboratório
certificado situado em Salvador/BA.
A análise de metais da água foi feita, utilizando como referência analítica a Standard Methods for The
ExaminationofWaterandWastewater21,st (2005) – 3030,3120B. O equipamento utilizado pertence ao Instituto de Geociência
de determinação de metais, localizado na UFBA.
Os coletores e as vidrarias necessárias para a determinação metálica permaneceram por 24 horas em ácido nítrico a 5% e
posteriormente foram lavados com água deionizada e ultrapura, submetidos em banho ultrassônico durante 10 minutos com
água ultrapura, como mencionado anteriormente. Os sedimentos foram secos durante 3 horas até atingir peso constante com
estufa.
Para o tratamento químico das amostras de sedimento, 1 grama das amostras foi homogeneizada e pesada em tubo de ensaio.
Em seguida, 5mL de água régia (HNO3/HCl 1:3) foi adicionada e aquecida durante 35 minutos em um bloco digestor
TECNAL – modelo 040125 (Figura 10) a temperatura de 60 °C. Após atingir à temperatura ambiente, a amostra foi
avolumada para 25 mL com água ultrapura.
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. FIGURA 10 – Fotografia do Bloco digestor – modelo TECNAL 040125
Fonte: http://www.tecnallab.com.br/padrao.aspx?blocos_digestores_content_lst_2113__.aspx
A Figura 11 representa as etapas mencionadas para o tratamento analítico das amostras de sedimentos.
FIGURA 11 - ETAPAS DO PROCESSO DE DIGESTÃO DAS AMOSTRAS SEDIMENTARES
A análise de metais foi realizada, utilizando o padrão NIST para sedimentos.
Foram realizadas outras determinações , pelas quais enriqueceram a pesquisa em foco. Segue algumas determinações:
Na determinação de cloro livre foi utilizado o método de Colorimétrico (DPD), que consiste na determinação de cloro a partir
da intensidade da cor da amostra após a adição da amina DPD (dialquil –1,4- fenilenodiamino) aprovado pelo EPA Método
Padrão 4500-Cl G.
Na determinação de Ferro , utilizou-se o método de ÁcidoTioglicólico que pode ser visualizado a partir da intensidade da cor
da amostra após a adição do reagente Tiofer. A determinação de amônia foi realizada pelo método do Azul de Indofenol. A
quantidade de ortofosfato foi determinada através do método de ácido ascórbico.
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Na determinação de Cloretos , utilizou-se o método Argentimétrico, no qual consiste em um método titulométrico do nitrato
mercúrico e do nitrato de prata, indicado pela
formação do cromato de prata de cor vermelho tijolo.
A determinação da dureza total foi realizada pelo método de Titulação de complexação, ou seja, Método titulométrico do
EDTA – Na.
A Transparência ou turbidez da água potável foi analisada por meio de uma Cartela de comparação visual com faixa entre 50-
100-200 NTU. A cor da água potável também foi analisada através da Cartela de comparação visual baseada na escala
APHA-Hazen.
Todos os métodos foram adaptações utilizando como referência analítica a Standard Methods for The Examination of Water
and Wastewater 21 ed., disponibilizado pelo Ecokit Sênior Alfakit.
5. OBJETIVOS PROPOSTOS NO PROJETO ORIGINAL:No período de maio de 2013 foi previsto e realizado um levantamento bibliográfico, que consiste em efetuar um levantamento
de pesquisas similares ao trabalho em foco, registrando dados de trabalhos pesquisas de teores de metais em sedimentos
marinhos e em água em bibliotecas do IFBA, Instituto de Química da UFBA e demais universidades, como também pela
internet. Pesquisas de metodologias atualizadas para determinar metais nos sedimentos e na água potável.
Em junho de 2013 á julho- 2013 foi efetuado o trabalho de laboratório e de campo, o que inclui a escolha dos pontos de
coleta de amostras sedimentares e da água potável. Além de efetuar a descontaminação dos materiais no Laboratório de
Pesquisa da Coordenação de Química do Instituto Federal da Bahia (IFBA)- Campus Salvador. As amostras de sedimento
superficiais e da água foram coletados e armazenados em recipientes de plásticos previamente descontaminados e etiquetados
e mantido sob refrigeração .
Paralelamente em junho á setembro de 2013 foi previsto e realizado o trabalho de laboratório, pelo qual consistiu em efetuar
tratamentos químicos das amostras sedimentares e da água de acordo com as análises a serem efetuadas; Realizar
determinação analítica dos metais nas amostras de sedimentos da água potável; determinação do pH, cloro livre, amônia,
ortofostato, análise microbiológica das amostras de água e demais determinações.
Em novembro de 2013 – março de 2014 foi previsto e realizado novas coletas de amostras sedimentares e de água potável em
pontos diferentes em Santo Amaro e São Francisco do Conde. Estas receberam o mesmo tratamento das amostras iniciais
porém além das determinações anteriores, foi realizado a determinação analítica de cloretos, dureza total, turbidez e cor.
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES SOBRE OS OBJETIVOS PREVISTOS:
O município de Santo Amaro da Purificação-Bahia, Brasil, foi palco de intensa atividade de extração metalúrgica de chumbo
entre os anos de 1956 e 1993, quando a Plumbum-Mineração e Metalurgia Ltda. produziu entre 11.000 e 32.000 toneladas de
chumbo por ano e gerou um passivo ambiental que vem sendo estudado desde a década de 70. Resíduos típicos desta atividade
constituem-se principalmente de óxidos de Si, Ca, Fe, Zn, Pb e S, contendo traços de Cd, As, Sb, Co e Cr. Esses resíduos
foram dispersos sem controle na atmosfera numa extensa área no entorno da chaminé da fábrica, contaminando os solos da
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região numa magnitude que traz danos tanto do ponto de vista de saúde humana quanto do meio ambiente (ANDRADE,
MORALES; 2013).
A contaminação por chumbo em Santo Amaro (BA) é estudada há quase 40 anos, desde as evidências encontradas no Rio
Subaé e em amostras de sangue de trabalhadores da Companhia Brasileira de Chumbo (Cobrac), e de urina e cabelo de
pescadores. A persistência da contaminação continua motivando novas pesquisas, mesmo após 20 anos do fechamento da
Cobrac, o que evidencia a falta de políticas públicas para afastar o risco de contaminação da população exposta, principalmente
crianças e mulheres adultas. Com o objetivo de medir o teor de chumbo e cádmio no Rio Subaé, Reis (1975) realizou medições
em dez pontos da cidade, durante o período de um ano (dezembro de 1973 a dezembro de 1974), tendo encontrado teores até
sessenta vezes superiores ao nível estabelecido pela Organização Mundial de Saúde-OMS, para o chumbo (0,1mg/l).
Durante os anos de 1990, quando já tinham sido encerradas as atividades da Cobrac, que na sua etapa final passara a se chamar
Plumbum depois de ter sido vendida pela multinacional Penarroya, o foco da pesquisa passou a ser a descontaminação do solo.
O legado da Cobrac incluía 490.000 toneladas de escória contaminada com metais pesados, sobretudo chumbo e cádmio
acumulados no sítio da fábrica (ANJOS; SÁNCHEZ, 2001), além de quantidade não estimada que fora usada na pavimentação
de áreas públicas e privadas.
Nos dois últimos anos da década de 2000 produziu-se quase a metade de todas as dissertações defendidas no período de 1975 a
2010. Pontes (2009) mediu as concentrações de chumbo em amostras de acerola, alface, aipim, banana, couve, hortelã, lima,
mamão, ovos de galinha (casca e gema), pimentão e quiabo coletados em áreas ao Norte, Leste, Sul e em frente à antiga
instalação da Cobrac e em uma horta próxima às ruínas da metalúrgica, além de verificar as concentrações do metal em
amostras de água e sedimentos do Rio Subaé.
Foram encontrados níveis de chumbo acima do padrão estabelecido pela Portaria nº 15 do Ministério da Saúde (publicada em
13/03/1990) em amostras de alface, hortelã e mostarda (PONTES, 2009). Oliveira (2010) analisou o material particulado de
filtros de aparelhos de ar condicionado instalados em sessenta imóveis públicos e privados, e traçou o perfil da distribuição dos
elementos cádmio, chumbo, cobre e zinco depositados sobre a cidade, concluindo que o passivo ambiental da Cobrac é nocivo
aos habitantes de Santo Amaro.
FIGURA 12- ANTIGAS INSTALAÇÕES DA COBRAC NOS ANOS 90 E ATUALMENTE
O histórico de contaminação de São Francisco do Conde está aliado á intensa contaminação do Rio Subaé proveniente de
Santo Amaro. A deposição de material particulado suspenso contendo metais emitidos pela empresa Cobrac pode ter ocorrido
em áreas com baixa velocidade de fluxo, com condições existentes nos manguezais na zona estuarina do rio Subaé, em Santo
Amaro, até sua foz na Baía de Todos os Santos, em São Francisco do Conde. Estas premissas são válidas principalmente para
os elementos-traço de baixa mobilidade ambiental.
PIBIC-EM IFBA/CNPq 10
Com relação a saneamento básico e controle da qualidade da água, as comunidades de Santo Amaro e São Francisco do Conde
não apresentaram evidencias de um tratamento contínuo e adequado. Assim, diante dos problemas ambientais possíveis,
justifica-se como necessário a ampliação do trabalho de pesquisa realizado, pois a meio ambiental afeta as concentrações dos
elementos químicos indesejáveis. O motivo principal pela qual foram realizadas as análises nos sedimentos, pois os mesmos
são considerados como um compartimento de acumulação de espécies poluentes, devido ás altas capacidades de sorção e
acumulação associadas, por tanto este se torna um bom indicador de poluição ambiental ( Jesus et al., 2004).
As amostras 09, 10, 11, 12, 13 e 14 foram analisadas por meio do pH, cloro residual, ferro e amônia. As amostras 10, 13 e 14
foram analisadas por meio do cloretos, dureza total, turbidez e cor. As amostras 09, 11e 12 foram analisadas por meio do
ortofosfato. Os resultados estão expressos na tabela 02.
TABELA 02 – RESULTADO DAS DETERMINAÇÕES ANALÍTICAS DA ÁGUA DAS COMUNIDADES DE SANTO
AMARO E SÃO FRANCISCO DO CONDE DA BTS
1Portaria 2.914 - Ministério de Saúde / 2011
O baixo pH favorece a solubilização dos metais, podendo oferecer prejuízos ao meio ambiente, pois pode atenuar a produção
de fauna e a flora aquáticas. No entanto, as amostras 09, 10, 11, 12, 13 e 14 apresentaram pH dentro da faixa dos valores
referenciais (Tabela 02).
A concentração de Ferro acima de 1 mg L-1 podem ocorrer naturalmente em águas potáveis ou de rios que recebem esgoto
industrial. O ferro pode causar problema de cor, manchas, gosto e odor em sistemas de distribuição. Os teores de ferro das
amostras 09, 10, 11, 12, 13 e 14 estão dentro do valor estabelecido pela Portaria 2.914 - Ministério de Saúde / 2011 (Tabela
02). Assim com relação ao teor de ferro a água potável da comunidade em foco, possivelmente,não apresenta riscos à
população.
As amostras 09, 10, 11, 12, 13 e 14 apresentaram teor de cloro livre abaixo dos valores referenciais (Tabela 02), Isto pode
indicar que a água se encontra inapropriada para consumo humano, pois o cloro residual, é considerado o desinfetante
universal para a água, assim a sua ausência pode ocasionar a proliferação de bactérias e coliformes.
PIBIC-EM IFBA/CNPq
AMOSTRA Ferro
(mg.L-
1Fe)
pH Cloro residual (mg.L-1
Cl2)
Amônia (mg.L-
1NH3)
Dureza Total
(mg.L-1
CaCO3)
Turbidez
(NTU)Ortofosfato
(mg.L-1
PO4)
Cloretos(mg.L-1
Cl-)
Cor (mg.L-
1
Pt/Co)
09 0,25 6 <0,10 0,00 - - 0,00 - -
10 0,25 7,5 <0,10 0,95 77,6 >50 - 80,5 0,00
11 0,25 6 <0,10 0,00 - - 0,00 - -
12 0,25 6 <0,10 0,00 - - 0,00 - -
13 0,25 7 <0,10 0,2428 84 >50 - 77 0,00
14 0,25 7 0,25 0,3035 77,6 >50 - 70 0,00
VALOR DE REFERÊNCIA1
<2,4 De 6,0 a 9,5
>0,2 <1,50 <500 5,0 Não
Estabelecido250 15
11
Pequenas quantidades de amônia podem aparecer naturalmente em águas de abastecimento, no entanto, o aumento da
concentração desta substância pode significar a presença de esgoto doméstico ou industrial. Também esta pode indicar
poluição recente, pois os compostos de nitrogênio provêm de matéria orgânica. As amostras 09, 10, 11, 12, 13 e 14
apresentaram teor de amônia dentro dos valores referenciais (Tabela 02) evidenciando a ausência de esgoto doméstico.
O teor de ortofosfato na água pode ser provido do doseamento de produtos químicos para o tratamento de água à base de
fosfatos, ocasionando problema para a saúde pública. No entanto, a Tabela 02 mostra que as amostras de água potável das
comunidades de Santo Amaro e São Francisco do Conde não apresentam risco em relação ao teor de ortofosfatos, já que os
valores obtidos estão abaixo dos valores referenciais.
A adição de hipoclorito de sódio em águas tratadas pode aumentar levemente a concentração de cloreto, quantidade que não é
significante. A presença dos cloretos em água potável pode indicar a presença dos dejetos fecais, por isso a análise de cloretos
pode indicar contaminação fecal. Também o conhecimento do teor de cloretos das águas tem por finalidade obter informações
sobre o seu grau de mineralização ou indícios de poluição. As amostras 10, 13 e 14 apresentaram teor de cloreto dentro dos
valores referenciais (Tabela 02) evidenciando a presença de dejetos fecais.
O índice da dureza da água é um dado muito importante, usado para avaliar a sua qualidade. Denomina-se dureza total a soma
das durezas individuais atribuídas à presença de íons cálcio e magnésio. Atribui-se um efeito laxativo e sabor desagradável à
água de elevada dureza. O cálcio e magnésio estão presentes na água, principalmente nas s formas de bicarbonatos de cálcio e
de magnésio, carbonatos de cálcio e magnésio e sulfatos de cálcio e de magnésio. Os bicarbonatos de cálcio e de magnésio,
também são responsáveis pela Alcalinidade da água potável. Assim no caso de águas tratadas, a análise de dureza total torna-se
um parâmetro importante. Os teores de carbonato de cálcio das amostras 10 , 13 e 14 estão dentro do valor estabelecido pela
Portaria nº 518 – Ministério da Saúde / 2004 (Tabela 02). Assim com relação ao teor de carbonato de cálcio a água potável das
comunidades em foco, possivelmente, não apresenta riscos à população.
A presença de cor na água pode ocorrer devido a presença de material orgânico vegetal ou mineral. Assim a cor amarelo-
amarronzada da água potável corresponde a presença de substâncias orgânicas dissolvidas ou em suspensão, portanto inapta
para o consumo humano. No entanto, a Tabela 02 mostra que as amostras de água potável das comunidades de Santo Amaro e
São Francisco do Conde não apresentam risco em relação ao teor de material orgânico, já que os valores obtidos estão abaixo
dos valores referenciais.
Turbidez é a expressão usada para descrever partículas insolúveis de argila, areia fina, matéria mineral, resíduos orgânicos,
plâncton, e outros organismos que impedem a passagem de luz na água. A turbidez acima de 5NTU é notada pelo consumidor,
portanto não é apropriada para ser consumida. As amostras 10, 13 e 14 apresentaram uma turbidez dentro dos valores
referenciais (Tabela 02) evidenciando ausência de partículas que não permitem uma clareza desejável .
Através das análises de cloreto, cloro residual e amônia perceberam-se indícios de contaminação fecal em Santo Amaro e São
Francisco do Conde. Contudo através da análise microbiológica foi possível comprovar que uma amostra de água potável de
São Francisco do Conde e Santo Amaro apresentaram a presença de coliformes fecais na água potável (Tabela 10) . Isto
mostra que estas amostras estão em desacordo com o padrão de potabilidade (Portaria nº 518 de 25/03/2004 – GM). Estes
resultados podem ser resultantes da inexistência de um monitoramento continuo da qualidade da água e de um adequado
saneamento básico em toda a extensão da BTS, pois segundo o Portal de Transparência do Governo Federal a última
intervenção governamental no saneamento básico foi em 30/ 11/ 2003 pela AGNES DE SANEAMENTO BASICO em Santo
Amaro . Desta maneira, as pessoas que usufruem desta região repleta de beleza exótica e almejada por muitos, inclusive
turistas poderão ser afetadas e ficarem doentes devido à presença de coliformes nestas regiões.
TABELA 10- ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE SANTO AMARO E SÃO FRANCISCO DO CONDEPIBIC-EM IFBA/CNPq 12
A
tabela 11 mostra os resultados da analises dos metais presentes na água potável de São Francisco do Conde e Santo Amaro. Foi
verificado que todas as amostras apresentaram resultados dentro do limite dos padrões de portabilidade.
TABELA 11 – Concentração metálica da Água potável de Santo Amaro e São Francisco do Conde
A Tabela
12 mostra os resultados das análises dos metais nos sedimentos de Santo Amaro e São Francisco do Conde. Uma das amostras
de Santo Amaro apresentaram teores altos de Magnésio, Fósforo e Potássio em comparação com as outras amostras coletadas.
As amostras de sedimentos de São Francisco do Conde e Santo Amaro apresentaram alto teor de Cálcio. O cálcio não é um
metal tóxico cumulativos mas, quando as quantidades ultrapassam as requeridas pelo Ministério da Saúde, este torna-se
prejudicial. Porém no estudo realizado, não obteve-se o valor referencial do metal Cálcio nos sedimentos, assim não pode-se
estabelecer nenhuma comparação.
PIBIC-EM IFBA/CNPq
Metal SF Conde (07) (mg/L)
SF Conde (08) (mg/L)
Santo Amaro (11) (mg/L)
Santo Amaro (12) (mg/L)
Conc.máx. permitida (mg/L)
Cr < < < < 0,05Cd < < < < 0,005Fe 0,160 0,087 0,111 0,149 0,3Mn < 0,1Pb < < < < 0,01Zn < < < < 5
13
ANÁLISE MICROBIOLÓGICA PADRÃO ORGANOLÉPTICO
PADRÃO FÍSICO-
QUÍMICO
AMOSTRAS COLIFORMES TOTAIS
ESCHERICHIA COLI
BACTÉRIAS HETEROTRÓFICA
SA 35°C(UFC/mL)
COR APARENTE
(uHz)
TURBIDEZ(uT) Ph
Santo Amaro 11 AUSÊNCIA AUSÊNCIA 2,5 x 10 5,0
0,57 ± 0,00
7,38 ± 0,01
Santo Amaro 12 PRESENÇA AUSÊNCIA 1 x10 5,0
0,88 ± 0,00
7,74 ± 0,00
São Francisco do Conde 07 PRESENÇA AUSÊNCIA 6,0 x 10 5,0
0,12 ± 0,00
6,91± 0,00
São Francisco do Conde 08 AUSÊNCIA AUSÊNCIA 1,0 x 10 5,0
0,32 ± 0,00
6,59± 0,00
VALORES DE REFERÊNCIA¹ Ausência AUSÊNCIA/100mL 5 x 10² máx. 15,0 máx. 5,0 6,0 a 9,5
TABELA 12 - CONCENTRAÇÃO METÁLICA DOS SEDIMENTOS DE SANTO AMAROE SÃO FRANCISCO DO CONDE
PIBIC-EM IFBA/CNPq
Padrão-região
Al(mg/Kg)
Ba(mg/Kg)
Ni(mg/Kg)
Mn(mg/Kg)
Fe(mg/Kg)
Cr(mg/Kg)
Ca(mg/Kg)
P (mg/K
g)
Mg (mg/K
g)
Pb(mg/Kg)
K(mg/Kg)
São Francisco do Conde
0777,9 0,3 0,2 2,2 159,3 0,2 3817,0 0,6 64,0 0,3 26,2
São Francisco do Conde
0835,5 0,2 <LDM 1,3 103,1 0,1 499,1 0,2 30,5 0,1 11,9
Santo Amaro 09
146,7 0,3 0,3 3,0 298,7 0,5 542,1 10 99,9 0,8 45,4
Santo Amaro 11
28,2 0,1 0,2 0,8 82,4 0,1 122,5 0,2 32,0 0,1 12,3
Padrão Internacio
nalNOAA
25500 130,120,9-42,8
260,0 22000052,3-81,0
-- -
30,24-46,70
-
14
7. CONCLUSÕES FINAIS:
Os teores dos metais nos sedimentos dos manguezais e da água potável de São Francisco do Conde e Santo Amaro não
apresentaram riscos á saúde humana, já que os resultados obtidos foram valores acima dos recomendados pelos padrões , pelo
menos nos pontos amostrais da pesquisa ; o teor de Ferro, a turbidez, a quantidade de matéria orgânica, ortofosfato, carbonato
de cálcio da água potável de São Francisco do Conde e Santo Amaro estão dentro da faixa indicada pelo padrão. As análises
microbiológicas, de cloro residual, cloreto e amônia demonstraram que a água potável de Santo Amaro e São Francisco do
Conde, possivelmente, está fora do padrão e podem se encontrar imprópria para o consumo humano de acordo com o
Ministério da Saúde.
Os resultados obtidos durante o período da pesquisa evidenciam a necessidade de monitoramento contínuo do saneamento
básico em Santo Amaro e em São Francisco do Conde, pois estes apresentaram baixo teor de cloro residual e presença de
coliformes totais, podendo assim, provocar doenças a curto e médio prazo nas pessoas.
8. REFERÊNCIAS:1. ALMEIDA FILHO, N. A ciência da saúde. São Paulo: HUCITEC, 2000.
2. AGUIAR, Laís. Determinação das concentrações metálicas e de coliformes na água dos bebedouros
do campus Camaçari e Feira de Santana.Relatório de Iniciação Científica. Salvador: IFBA, 2011.
3. CARVALHO, M. F.; Diagnóstico da Contaminação por Metais Pesados em Santo Amaro. 2003.
Disponível em: <http://www.abesdn.org.br/publicacoes/engenharia/resaonline/v9n2/p140a155.pdf.>.
Acesso em: 01de setembro 2013.
4. FELLENBERG, G. Introdução aos problemas da poluição ambiental. Tradução Juergen Heinrich Maar. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1980.
5. FOSTER, Stephen; VENTURA, Miguel; HIRATA, Ricardo. Poluição das águas subterrâneas: um documento executivo da situação da América Latina e Caribe com relação ao abastecimento de água potável. Tradução Ricardo Hirata. São Paulo: Série Manuais, Instituto Geológico, Secretaria do Meio Ambiente, 1993.
6. JESUS, H.C.; COSTA, E. A.; MENDONÇA, A. S. F.; ZANDONADE, E. 2004. Distribuição de metais pesados em sedimentos do sistema estuarino da Ilha de Vitória-ES. Química Nova, v.27, n.3, maio/jun., 2004. Disponível em:<http://www.scielo.br/>. Último acesso em:02 de outubro de 2013.
7. MACHADO, Alana. Avaliação das concentrações de metais dos compostos orgânicos na água dos bebedouros do campus Valença e Salvador do IFBA. Relatório de Iniciação Científica. Salvador: IFBA, 2012.
8. MÉTODO DA MEMBRANA FILTRANTE. Disponível em: http://www.cepis.org.pe/bvsaidis/aresidua/i-070.pdfAcesso em: 07 de setembro de 2013.
PIBIC-EM IFBA/CNPq 15
9. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria 2.914 de 12 de dezembro de 2011: Normas de qualidade da água potável. Brasília (DF). 2011.
10. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria nº 598de 25 de março de 2004: Normas de qualidade de água para consumo humano. Brasília (DF) 2012.
11. TAVARES, Joseina Moutinho. Metais nos Sedimentos Superficiais da Plataforma Continental entre Itacaré e Olivença, Sul da Bahia, Brasil. 106 f. Tese (Doutorado) - Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia, 2008.
12. A.W.W.A. American Water Works Assu. Processos Simplificados para Exame e Análise de água. Faculdade de Saúde Pública-Universidade de São Paulo, 1970.
13. Brasil. FUNASA. Manual de saneamento. 3 º Ed. Ver. Brasília: Orientações Técnicas. Fundação Nacional de Saúde, 2006.
14. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2006. MMA: Secretaria de Recursos Hídricos, C122. Caderno setorial de recursos hídricos: saneamento, Brasília.
15. ANDRADE. M.F.de; MORAES.L.R.S. Contaminação por chumbo em Santo Amaro desafia décadas de pesquisas e a morosidade do poder público. Ambient. soc. vol.16 no.2 São Paulo Apr./June 2013.
16. COSTA, Ângela Cristina Andrade. Avaliação de alguns aspectos do passivo ambiental de uma metalurgia de chumbo em Santo Amaro da Purificação, Bahia. 2001. 134f. Dissertação (Mestrado em Química Analítica) - Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2001.
9.DATA://20
ASSINATURA DO BOLSISTA
10. DATA://20
ASSINATURA DO ORIENTADOR
11. PARECER DO ORIENTADOR:
A pesquisa realizada pela bolsista apresentou resultados importantes , mostrando a necessidade de continuidade do trabalho realizado. A bolsista realizou com eficiência a pesquisa, mostrando um crescimento e amadurecimento profissional. , concretizando os objetivos propostos e ampliando os estudos na região da BTS.
12. PARECER DA INSTITUIÇÃO:
PIBIC-EM IFBA/CNPq 16
PIBIC-EM IFBA/CNPq 17