Post on 14-Oct-2020
A dependência como sintoma: aspectos físicos, sociais e psicológicos.
Uso de substâncias psicoativas e psicose.
PREVENÇÃO E INTERVENÇÃO AO USO ABUSIVO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS - Qualificação Profissional
para Agentes Comunitários de Saúde
Andrea DiasMário SilvaAline Godoy
A dependência de drogas como sintoma social
• Filme Trainspotting
Início e do 1:20 até final
• Efeito de completude – droga – objeto absoluto
• Relações esvaziadas – relação direta com objeto sem passar pelo encontro com o Outro
• “A vida é uma droga!”
• “Pelo que vale a pena viver?”
• Discursos e imperativos sociais – lógica do consumo
• Toxicomania como sintoma social – quando inscrita no discurso dominante da sociedade
“Nada me falta, tenho tudo!”
• Sujeito – Fenômeno – contexto – cultura
• Ideais sociais e fortalecimento da lógica dominante
• Sociedade do Espetáculo “ No futuro, todos teremos
os nossos quinze minutos
de fama.” Andy Warhol
• Condições atuais de produção – acumulação de mercadorias e espetáculos
• Imperativo do consumo, valorização do excesso – aquisição e usufruto de bens
• Consumir em demasia, forma compulsiva, trocas humanas em processo de coisificação com menor potência afetiva
Para que você trabalha?
• Consumismo como espaço expansível entre o ato de produção e do consumo – propósito da vida humana em tempos recentes (Bauman)
• Publicidade pouco crítica – dependência aos produtos
• Relações estabelecidos com os objetos
• Posse de bens e poder definindo lugar e distinção social dos indivíduos ( Birman)
• “Consumo; logo existo” (Lescher)• Ter e parecer orientando trocas
afetivas.
Zygmunt Bauman –
ModernidadeLíquida
• Felicidade desvinculada da satisfação de necessidades
• Felicidade vinculada à intensidade de desejos sempre crescentes; uso imediato e rápida substituição dos objetos destinados a satisfação
• Novas necessidades exigindo
novas mercadorias, as quais
exigem novas necessidades
e desejos
• Sociedades Industriais – renuncia aos prazeres imediatos e busca pela estabilidade
• Sociedade Contemporânea – felicidade – estados de avidez, inquietude e constante insatisfação
• O que te angustia?
• Angústia, dor do viver e o sofrimento – inerentes à condição humana – mal a ser expurgado – liberdade e bem-estar
• “A cultura farmacológica, colocada em prática, muitas vezes de forma abusiva, se esforça por criar a ilusão que há um remédio para cada mal-estar” (Conte)
• Liberdades Individuais – consumir e divertir-se – funcionamento do sistema econômico – desafiar os limites – expansão ilimitada das possibilidades – discurso sobre o corpo – reimaginado em programas de aperfeiçoamento e intensificação de poderes
Produto-droga + expansão ilimitada de possibilidades
+ aperfeiçoamento corporal
+ intensificação de poderes
+ desempenhos individuais
= menor potência afetiva
=sucateamento subjetivo
Ser ou Ter? (Erich Fromm) - " tem-se a impressão de que a própria essência de ser é ter, de que se alguém nada tem, não é"
• " os consumidores modernos se identificam com o ato de incorporação, eu sou aquilo que tenho e consumo" X identidade existencial
• No consumo tem-se um alívio instantâneo da angústia, sentimento de vazio de identidade, impotência existencial e moral.
• Perde-se a noção do Homem como transformador e criador de sua realidade
Paixões e químicas• Leitura do texto de Sandra
Djambolakdjian Torossian• “Raramente sugerimos a alguém que
sofre um “mal de amor” que restrinja suas relações. Ao contrário, oferecemos várias outras possibilidades”
• E as paixões químicas?
Exercício:No caso dado, encontrar:
• Determinação do processo de adoecimento
• Necessidades de saúde• Respostas às necessidades de saúde
• Quem sabe o que eu preciso?• Quem deveria saber o que eu
preciso?
Exercício:No caso dado, encontrar:
• Determinação do processo de adoecimento
• Necessidades de saúde• Respostas às necessidades de saúde
• Quem sabe o que eu preciso?• Quem deveria saber o que eu
preciso?
Determinação Social do Processo Saúde-DoençaAgora o casal não briga mais
Bento mora com Rita, sua esposa, com quem é casado há 35 anos, e um de seus quatro filhos em uma casa simples, mas que nunca faltou nada. Como um bom “cabra macho” ele sempre trouxe o dinheiro para casa para sustentar sua família, às vezes trabalhando de segunda a segunda.
Há dois anos a maioria dos filhos saiu de casa para ter as próprias famílias e Bento se aposentou. Passou
a ficar longas horas assistindo televisão e depois de algum tempo ampliou suas atividades do dia a dia: jogava
dominó com os colegas no bar da esquina e vez ou outra tomava um aperitivo enquanto jogava. Com o passar
dos dias essa passou a ser a principal atividade de Bento, então com 64 anos.
Bento e Rita nunca passaram muito tempo juntos em casa, pois ele trabalhava fora e ela estava sempre
ocupada cuidando dos filhos. Após a aposentadoria o casal passou a ter desentendimentos frequentes já que a
esposa continuou a ter sua ocupação com a casa sem a ajuda do marido ou do filho e ainda tinha que servir
almoço para os dois na hora certa e se haver com a bagunça deles dentro de casa. Às vezes, ainda, a esposa
cozinhava e ninguém aparecia em casa.
Com o tempo a relação dos dois foi ficando cada vez mais distante e baseada em gritos e discussões, já
que Bento por vezes passava mais de um dia fora de casa, sem avisar, e deixava de contribuir com as despesas da
casa. O salário de aposentado, que a princípio supria os gastos da casa, passou a ser insuficiente. Bento sentia-se
mal, com dores de cabeça, com o coração acelerado e vivia com as pernas inchadas; todas as vezes que isso
acontecia os companheiros davam um jeito de chamar a esposa, que tinha que resolver o problema.
Rita foi deixando de cozinhar e de arrumar tanto a casa. Às vezes não comprava comida e passava o dia
deitada, “sem coragem” para nada. Agora o casal não briga mais.
Os gravetos
dependência de drogas,
promoção de saúde e cidadania
• Consciência da determinação social do processo saúde-doença
• Localizar os perfis epidemiológicos• Localizar e nomear as necessidades
de saúde• Encontrar respostas para as
necessidades de saúde no âmbito coletivo
• Atenção às singularidades
• Singularidades....
Saúde Mental na Atenção Básica
• Ao falar em SM na AB não se trata de acrescentar mais uma linha de cuidado ou “tarefa” a AB, mas sim incorporar na clínica da AB um olhar que inclua a formação dos processos subjetivos que constituem os sujeitos, assumir a transversalidade na AB;
• Necessidade de transpor para a clínica um deslocamento do cuidado ao transtorno mental (diagnóstico) para o cuidado ao sofrimento psíquico;
Qual o campo de atendimento que vai melhor na sua prática? Como acontecem os melhores atendimentos?
• Assim, falar em SM na AB antes de representar uma maior clareza dos diagnósticos é propor uma clínica guiada por intensidades;
• Abertura para o encantamento dos pequenos movimentos no processo de cuidado;
• Fazer do cuidado espaço de produção de vida, em suas mais variadas formas
Últimos 30 anos – aumento de consumo de cannabis
Estabilidade nos casos se esquizofrenia
Mcleod et al, 2004
Psicose e drogas
Um estudo da Universidade de Tel Aviv, em Israel, aponta ligações entre surtos psicóticos e delírios em pacientes solitários causados por relacionamentos cultivados em redes sociais, como o Facebook
Três de seus pacientes, segundo Nitzan, buscaram refúgio de situações de solidão e encontraram consolo em relacionamentos virtuais intensos. Embora isso tenha sido positivo no início, os pacientes eventualmente foram levados a sentimentos como dor e tristeza com traições e invasão de privacidade.
Glossário
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