Ç DQR Volume 1 - conquistaguia.com.br · gias, pois, em muitas regiões do Brasil e do mundo,...

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Capítulo 1 Saúde, tecnologia e sociedade 2 Capítulo 2 Os seres vivos na Terra 30 O projeto gráfico atende aos objetivos da coleção de diversas formas. As ilustrações, os diagramas e as figuras contribuem para a construção correta dos conceitos e estimulam um envolvimento ativo com os temas de estudo. Sendo assim, fique atento aos seguintes ícones: Imagem microscópica Coloração artificial Escala numérica Coloração semelhante à natural Fora de escala numérica Fora de proporção Imagem ampliada Formas em proporção Representa- ção artística Volume 1

Transcript of Ç DQR Volume 1 - conquistaguia.com.br · gias, pois, em muitas regiões do Brasil e do mundo,...

Capítulo 1

Saúde, tecnologia e sociedade 2

Capítulo 2

Os seres vivos na Terra 30

O projeto gráfico atende aos objetivos da coleção de diversas

formas. As ilustrações, os diagramas e as figuras contribuem

para a construção correta dos conceitos e estimulam um

envolvimento ativo com os temas de estudo. Sendo assim,

fique atento aos seguintes ícones:

Imagem

microscópica

Coloração

artificial

Escala

numéricaColoração

semelhante à

natural Fora de escala

numéricaFora de proporção Imagem

ampliadaFormas em

proporçãoRepresenta-ção artística

Volume 1

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Saúde, tecnologia e sociedade1

A relação dos seres humanos com o próprio corpo e com

o seu desenvolvimento mudou muito no decorrer do tempo.

Isso foi possível porque a ciência e a tecnologia produziram

novos conhecimentos sobre o funcionamento do corpo huma-

no. Entre outras tecnologias, os exames de imagem, que ficam

mais sofisticados a cada ano, contribuem muito para obter, por

exemplo, informações sobre a saúde e o desenvolvimento dos

fetos ainda no útero materno, possibilitando melhor acompa-

nhamento de sua saúde até o nascimento.

De que outras formas os recursos tecnológicos podem aju-

dar a melhorar a qualidade de vida das pessoas?

O que é saúde?

Tecnologia e saúde

Cuidados com a

saúde individual

Saúde coletiva e ambiente

o que vocêvai conhecer

©Shutterstock/Africa Studio

Imagem de um feto humano obtida com aparelho de ultrassonografia

2

Ciências

Compreender o conceito de saúde na dimensão do bem-estar físico e mental.

Reconhecer a importância de diferentes tecnologias para melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Compreender a importância das vacinas para a saúde individual e coletiva.

Compreender a ação das vacinas no corpo humano.

Identificar fatores de risco para a saúde humana.

Relacionar saneamento básico e saúde coletiva.

Identificar doenças infecciosas e doenças relacionadas à poluição da água.

Relacionar a qualidade de vida ao aumento da expectativa de vida.

objetivos do capítulo

O que é saúde?

Saúde não é apenas a ausência de doenças. Envolve também bem-estar físico, mental

e social. A saúde, individual ou coletiva, é construída ao longo da vida e envolve relações

sociais, culturais e ambientais.

A vida saudável é um direito universal. Todas as pessoas de-

vem ter acesso aos serviços de saúde garantidos pelos governos.

Isso vai além de assistência médica, pois envolve principalmente

qualidade de vida, que requer viver em local limpo e seguro e ter

acesso a educação, lazer, trabalho e a uma moradia digna.

É fundamental saber quais fatores são importantes para man-

ter a saúde, que é um direito de todos, identificando aqueles que

representam riscos. Por exemplo, os poluentes liberados na at-

mosfera, sobretudo pela atividade humana, podem expor a população a doenças.

A definição de qualidade

de vida pode variar porque

diferentes povos e comunidades

apresentam conceitos

diferentes para esse termo.

Garantir educação e espaços de lazer contribui para a saúde de

crianças e jovens.

A emissão de gases poluentes expõe as pessoas a diversas doenças respiratórias.

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A saúde tem uma dimensão pessoal, afinal de contas, cada um precisa cuidar de si, co-

nhecer o próprio corpo, buscar autonomia, bem-estar físico e psicológico. Há, também, a di-

mensão coletiva, que envolve as condições de vida da população e da comunidade. Por isso,

é difícil conseguir um estado de saúde completo e permanente.

Para que a saúde individual e a coletiva sejam alcançadas, além do desenvolvimento de

tecnologias que salvam vidas, é necessário oferecer à comunidade acesso a água tratada,

tratamento de esgoto, coleta de lixo, moradia e alimentação adequadas, entre outros fato-

res, já que a maior parte dos casos de doenças graves e mortes no mundo surgem em virtude

de condições desfavoráveis de vida.

Alguns fatores são determinantes para alcançar a saúde individual, conforme representado no diagrama a seguir.

pesquisa

Reúnam-se em grupos e discutam sobre o diagrama. Em seguida, produzam um texto informativo relacionando a saúde individual aos sete aspectos apresentados no diagrama e considerando as seguintes questões:

a) O que pode ser feito para evitar a poluição do ar, da água e do solo?

b) Que ações seriam ideais para atingir o maior grau possível de saúde? Por quê?

c) É muito importante identificar os fatores de risco à saúde de todos. Você identifica, na cidade onde mora, fatores que colocam em risco a saúde da população? Quais são eles?

SAÚDE

INDIVIDUAL

Bem-estar

físico

Bem-estar

mental

Bem-estar

social

Prevenção

contra

fatores

de risco

Saúde da

população

Qualidade

do ambiente

Planejamento

urbano

4

Ciências

Tecnologia e saúde

Qual é a relação entre saúde e tecnologia?

O tratamento e a prevenção de doenças estão relacionados ao desenvolvimento de téc-

nicas e tecnologias que prolongam a vida das pessoas e facilitam o trabalho dos profissionais

da saúde.

Na atualidade, para realizar o tra-

tamento de doenças, a medicina utiliza

procedimentos avançados, tecnologias

e medicamentos diversos nos hospitais.

Realiza, também, diagnósticos mais

precisos e trabalha com a prevenção.

Exames de imagens, como ressonân-

cia magnética, tomografia computadori-

zada e ultrassom, permitem identificar

doenças graves ainda no início, quando

há maior possibilidade de tratamento

e cura. Novas técnicas reduzem o tem-

po de duração de cirurgias, com menos

sangramento e recuperação mais rápi-

da. Exames de sangue permitem obter informações específicas sobre o estado de saúde das

pessoas, levando-as a abandonar hábitos nocivos e, com isso, prevenir o desenvolvimento de

doenças.

Na atualidade, o principal desafio é oferecer a todas as pessoas acesso às novas tecnolo-

gias, pois, em muitas regiões do Brasil e do mundo, faltam até mesmo materiais simples de

atendimento médico.

Um diagnóstico precoce pode evitar o agravamento de doenças, tornando o trata-

mento mais fácil e as chances de cura maiores. Um exemplo é a hepatite, doença causada

por vírus que pode afetar gravemente o fígado. Muitas pessoas têm o vírus e não sabem.

Assim, a doença evolui silenciosamente

para sua forma mais grave. O diagnóstico

precoce dessa doença é realizado com um

exame de sangue, que pode ser feito de

forma gratuita no Sistema Único de Saúde

(SUS). O resultado sai em 30 minutos e de-

tecta as hepatites B e C, as mais comuns

no Brasil.

curiosidade?

Exames de sangue podem detectar o estado de saúde do organismo, ajudando a realizar diagnósticos precoces.

©Shutterstock/Andrey_Popov

Usada em diversas especialidades da medicina, a tomografia computadorizada é um exame que utiliza raios x para captar imagens do corpo. As imagens nítidas facilitam o diagnóstico precoce de doenças graves.

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Medicamentos

Entre as principais tecnologias em saúde, uma das mais im-

portantes para a população é o desenvolvimento e a produção

de medicamentos. Até o início do século XX, um corte profundo

ou uma ferida na pele poderia ser fatal, pois a ação de bactérias

levaria a uma infecção, que se espalharia pelo corpo. Com a iden-

tificação e a produção de antibióticos, medicamentos que com-

batem bactérias, essas doenças passaram a ter um tratamento

mais eficaz.

Os medicamentos são utilizados na identificação de proble-

mas de saúde, no alívio de sintomas e na prevenção ou cura de

doenças. Assim, melhoram a qualidade de vida. Eles têm impor-

tância, também, em outras áreas da saúde, como em cirurgias,

que se aprimoraram quando os anestésicos foram identificados e

passaram a ser utilizados.

Os efeitos dos medicamentos são possíveis por causa das

substâncias ativas que os compõem. No passado, essas substân-

cias eram extraídas de plantas, bactérias, fungos e animais, mas,

com o avanço da ciência, foram sintetizadas, de forma a aumentar

sua produção.

A produção de medicamentos demanda anos de pesquisa.

São necessárias diversas etapas de estudo, desenvolvimento, tes-

tes e controle técnico rigoroso, atendendo a todas as exigências

dos órgãos reguladores, como a Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (Anvisa), no caso do Brasil.

É necessário que a produção dos medicamentos seja feita de

forma ética e cuidadosa, pois as indústrias que os produzem são

responsabilizadas pelas consequências indesejadas decorrentes

do uso desses fármacos.

Os medicamentos também apresentam os chamados efeitos

colaterais, que são sintomas ou problemas não relacionados ao seu

efeito principal. Um medicamento só pode ser comercializado após

a avaliação de todos os possíveis efeitos causados no corpo huma-

no. Quando não ocorre uma regulação efetiva dos medicamentos,

podem ocorrer tragédias. Um exemplo disso é o medicamento ta-

lidomida, lançado em 1957. A princípio, ele traria alívio a pessoas

ansiosas, induzindo-as a um sono tranquilo, e a mulheres grávidas,

evitando náuseas. Porém, algum tempo depois, a talidomida se

tornou um problema sério, pois muitos bebês nasceram com má-

-formação devido ao uso desse medicamento por suas mães.

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Alexander Fleming, médico que identificou pela primeira vez uma substância antibiótica produzida por um ser vivo, a qual foi chamada de penicilina.

O bacteriologista Alexander

Fleming identificou a penicilina

por acaso. Ele desenvolvia

pesquisas sobre um tipo de

bactéria chamada estafilococo.

Ao esquecer culturas desses

micro-organismos expostas,

houve contaminação por

fungos presentes no ar. Quando

retornou ao laboratório,

o médico percebeu a

contaminação e observou que,

em algumas culturas, havia

um círculo transparente ao

redor do fungo e que nenhuma

bactéria crescia naquele lugar.

Então, ele percebeu que o

fungo produzia uma substância

que impedia o crescimento

bacteriano. O fungo foi

identificado como pertencente

ao gênero Penicillium, e o

nome penicilina foi adotado.

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A fabricação e a venda de medicamentos é

regulada para evitar automedicação e uso incorreto.

6

Ciências

Qual a diferença entre remédio e medicamento?

No dia a dia, é muito comum notar pessoas ou meios de comunicação utilizando a palavra re-médio como sinônimo de medicamento. No entanto, elas não significam a mesma coisa.

A ideia de remédio está associada a todo e qualquer tipo de cuidado utilizado para curar ou aliviar doenças, sintomas, desconforto e mal-estar.

Alguns exemplos de remédio são: banho quente ou massagem para diminuir as tensões; chazi-nho caseiro e repouso em caso de resfriado; hábitos alimentares saudáveis e prática de atividades físicas para evitar o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis [...]

Já os medicamentos são substâncias ou preparações elaboradas em farmácias (medicamentos manipulados) ou indústrias (medicamentos industriais), que devem seguir determinações legais de segurança, eficácia e qualidade.

Assim, um preparado caseiro com plantas medicinais pode ser um remédio, mas ainda não é um medicamento; para isso, deve atender uma série de exigências do Ministério da Saúde, visando garantir a segurança dos consumidores.

curiosidade?

O QUE DEVEMOS saber sobre medicamentos. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/documents/33836/250139/)+que+devemos+saber+sobre+medicamentos/f462f5a1-53b1-4247-9116-a6bcd59cae6c>. Acesso em: 15 abr. 2019.

Para muitas doenças, como malária, dengue, diversos tipos de câncer e AIDS, ainda não

existem medicamentos efetivos que evitem sua ocorrência ou permitam a sua cura. Somen-

te com mais pesquisas e investimentos será possível desenvolver esses medicamentos.

Medicamentos vencidos ou sem uso não devem ser descartados no lixo comum, pois po-

dem contaminar a água e o solo. Posteriormente, essa contaminação pode atingir animais

aquáticos, plantas e os próprios seres humanos. Além disso, também há o risco de uma into-

xicação acidental, caso sejam deixados em casa e acessíveis a crianças ou pessoas desinfor-

madas. O ideal é levar esses medicamentos até pontos de coleta específicos, normalmente

farmácias, para terem a destinação correta.

Vacinas

A vacina estimula o corpo a se defender contra os micro-organismos (vírus

e bactérias) que provocam doenças, como varíola, poliomielite, sarampo, tu-

berculose e tétano.

No passado, essas doenças matavam muitas pessoas. Hoje, algumas delas estão erra-

dicadas, ou seja, não apresentam casos ou têm poucos casos registrados, em virtude das

campanhas de vacinação.

Em sua maioria, as vacinas são formadas por micro-organismos mortos ou atenuados,

que preparam o corpo para combater a doença antes que ela se instale. Quando o corpo

está preparado, dizemos que está imune e não poderá ser afetado pela doença em questão.

7

conectado

A vacinação é muito importante para a saúde pública, pois mantém doenças graves sob

controle. Por causa disso, o governo brasileiro oferece gratuitamente várias vacinas conside-

radas prioritárias e obrigatórias desde o nascimento. Exemplos dessas vacinas:

BCG, protege contra a tuberculose e deve ser administrada logo após o nascimento;

Vacina Oral contra a Poliomielite (VOP) previne a paralisia infantil e é administrada em

três doses, antes dos cinco anos de idade;

tríplice viral, protege contra três doenças causadas por vírus (rubéola, caxumba e saram-

po), aplicada com um ano de idade e depois um reforço aos quatro anos.

As campanhas de vacinação acontecem em todo o mundo, para assegurar o controle e

a erradicação de diversos males. Doenças para as quais ainda não há vacinas, como malária

e ebola, continuam a fazer muitas vítimas. Estudos são realizados ininterruptamente, para

tentar desenvolver formas de prevenir o contágio.

A nova revolta da vacina

Ao lado dos antibióticos, as vacinas estão entre as grandes conquistas da medicina. [...]

A varíola, que durante séculos dizimou populações, está erradicada desde 1980. A polio-mielite, que até décadas atrás deixava crianças sem andar, está em vias de desaparecer graças à vacina. Tamanhas evidências de benefício para a saúde, porém, não são suficientes para os adeptos do movimento antivacina, um grupo que cresce em vários países, inclusive no Brasil.

Defensores da ideia de que os imunizantes seriam inócuos ou mais prejudiciais do que be-néficos, eles se recusam a vacinar seus filhos, atitude que, segundo especialistas, coloca em risco a segurança das suas próprias crianças e a das que estão ao lado.

A responsabilidade dos antivacina no recrudescimento no número de casos de doenças pre-veníveis voltou à discussão com o surto de sarampo enfrentado na Europa, com sete mil pes-soas contaminadas, e em Minnesota, nos Estados Unidos. Desde abril, foram registrados por lá 69 casos da doença. Desses, 65 ocorreram em crianças que não foram imunizadas e um atingiu um bebê que havia recebido apenas uma das duas doses recomendadas.

PEREIRA, Cilene. A nova revolta da vacina. Disponível em: <https://istoe.com.br/nova-revolta-da-vacina>. Acesso em: 15 abr. 2019.

Você sabia que já houve uma revolta da vacina em 1904, no Rio de Janeiro? Faça uma pes-quisa sobre o assunto e compare aquele evento com o atual. Em seguida, escreva sua opi-nião sobre as consequências de não realizar a vacinação.

8

Vacinas e defesa do corpo

A imunidade é a capacidade do corpo em resistir e reagir a doenças e infecções comba-

tendo seus agentes causadores. O corpo humano tem diferentes formas de defesa:

pele – evita a entrada de substâncias estranhas e micro-organismos;

lágrimas e saliva – contêm uma substância (enzima) capaz de destruir bactérias;

tosse ou espirro – substâncias estranhas ou micro-organismos são expelidos por meio

das vias aéreas.

Mesmo com essas barreiras, alguns agentes causadores de doenças podem invadir o

organismo, desencadeando outras respostas internas de defesa.

Em todo o corpo, circulam células de defesa chamadas de leucócitos, que agem de dife-

rentes maneiras para evitar a ação de micro-organismos e outros agentes.

Algumas dessas células de defesa, como os macrófagos, atuam englobando e destruin-

do o agente estranho, processo conhecido como fagocitose; outros produzem proteínas

específicas de defesa denominadas anticorpos.

Assim, os mecanismos de defesa interna do organismo humano ocorrem principalmente

por meio de dois processos: resposta fagocitária (fagocitose) e resposta imunitária (pro-

dução de anticorpos). Essas respostas a agentes causadores de doenças são realizadas com a

participação dos leucócitos e dos órgãos do sistema linfático.

Representação esquemática do processo de fagocitose, um dos principais mecanismos internos de defesa do organismo humano

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Sistema linfático

Esse sistema compreende baço, timo, tonsilas

palatinas (amígdalas), vasos linfáticos e linfonodos, que

auxiliam na defesa do corpo.

O sistema linfático transporta as substâncias do sangue,

que ficam entre as células nos tecidos, de volta para os vasos

sanguíneos. Além disso, possui as funções de transportar

lipídios do sistema digestório para o sangue e de defender o

organismo contra micro-organismos e células doentes.

O líquido drenado pelo sistema linfático é formado por

água e substâncias resultantes das atividades celulares e,

ao chegar aos vasos linfáticos, é chamado de linfa.

A linfa se desloca pela contração muscular das paredes

dos vasos linfáticos e pela ação de válvulas no interior

desses vasos, que não permitem seu refluxo.

Os linfonodos espalhados no sistema linfático realizam

a importante função de filtrar a linfa. Como têm células

de defesa em seu interior, eliminam micro-organismos

causadores de doenças.

Quando ocorre uma infecção, os linfonodos incham e

ficam sensíveis, em virtude da multiplicação das células de

defesa em seu interior, que se dividem rapidamente.

Tonsilas palatinas

(amígdalas)

Veia subclávia

direita

Veia subclávia

esquerda

Timo

Baço

Vasos linfáticos

Linfonodos

Representação esquemática do sistema linfático

Anticorpos

No decorrer da vida, o corpo humano tem contato com vários agentes causadores

de doenças, que são detectados, reconhecidos e combatidos por substâncias de defesa

específicas, denominadas anticorpos.

Durante a gestação, o feto recebe anticorpos prontos da mãe. Logo após o nascimento,

a criança continua a recebê-los por meio do leite materno.

O sistema imunitário, ou imunológico, tem memória imunológica, ou seja, se houver novo

contato com o mesmo agente infeccioso, é capaz de produzir os anticorpos que já utilizou

antes. Esse é um exemplo de imunidade ativa naturalmente adquirida.

Outro método de imunização é o soro,

substância que contém anticorpos prontos

para reação ao agente estranho, que pode

ser o veneno de um animal, por exemplo.

Esse método é denominado imunização

passiva, já que não é o próprio organismo

que produz as substâncias de defesa.

Representação de anticorpos (em azul e vermelho) atacando uma bactéria (em amarelo)

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Ciências

atividades

1 Os gânglios linfáticos, também conhecidos como linfonodos, apresentam células de defesa em seu interior. Quando ocorre um aumento elevado no tamanho de um desses gânglios, pode-se imaginar que o organismo está

a) saudável.

b) provavelmente combatendo um processo de infecção.

c) com alguma doença no sangue.

d) em tratamento médico.

2 Alguns seres vivos podem ser usados na produção de medicamentos para inúmeras doenças. Por exemplo, o ácido acetilsalicílico, utilizado para aliviar dores, é derivado de uma planta; um medicamento para reduzir a pressão arterial é feito a partir do veneno da jararaca. Considerando essas informações, é correto afirmar:

a) A diversidade de seres vivos não tem nenhuma relação com a manutenção da saúde das pessoas.

b) Todas as plantas podem ser utilizadas para a produção de medicamentos.

c) Alguns seres vivos, como plantas, animais e micro-organismos, podem ser fonte de substâncias usadas na produção de medicamentos.

d) Todos os medicamentos existentes derivam de seres vivos: plantas ou animais.

3 Observe a imagem.

Qual o nome do processo representado? Como ele funciona?

4 Complete a cruzadinha com os

nomes que correspondem aos números no texto seguinte.

2

3

4

1

Uma bactéria invadiu o

organismo de uma pessoa.

Rapidamente, as células de defesa

do organismo, denominadas (1)

a reconheceram. Essa bactéria

foi englobada em um processo

chamado (2), realizado por um

tipo de leucócito denominado (3).

Depois, iniciou-se a produção de

proteínas de defesa chamadas (4)

contra agentes estranhos ao corpo.

Macrófago

Vírus

©Shutterstock/Kateryna Kon

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5 (ENEM) Os sintomas mais sérios da Gripe A, causada pelo vírus H1N1, foram apresentados por pes-soas mais idosas e por gestantes. O motivo aparente é a menor imunidade desses grupos contra o vírus. Para aumentar a imunidade populacional relativa ao vírus da gripe A, o governo brasileiro distribuiu vacinas para os grupos mais suscetíveis. A vacina contra o H1N1, assim como qualquer outra vacina contra agentes causadores de doenças infectocontagiosas, aumenta a imunidade das pessoas porque:

a) possui anticorpos contra o agente causador da doença.

b) possui proteínas que eliminam o agente causador da doença.

c) estimula a produção de glóbulos vermelhos pela medula óssea.

d) possui linfócitos B e T que neutralizam o agente causador da doença.

e) estimula a produção de anticorpos contra o agente causador da doença.

6 Leia o texto e responda às questões.

1976, primeiro transplante de coração

O coração de uma pessoa morta palpitou pela primeira vez no peito de outro humano às 5h25 de 3 de dezembro de 1967, na África do Sul. O primeiro transplante de coração, realizado no hospital Grote-Schuur, na Cidade do Cabo, foi bem-sucedido. O chefe da equipe era o profes-sor Christiaan Barnard, então com 44 anos de idade. [...]

O acontecimento era até então inconcebível, revolucionário, embora há muito tempo se transplantassem rins, córneas e os ossos do sistema auditivo. [...]

O grande problema na época era a rejeição. Um organismo se defende contra todo e qual-quer corpo estranho que lhe é implantado. O perigo da rejeição era e foi durante muito tempo o árbitro para o sucesso ou o fracasso de um transplante de coração.

HELLWEGE, Maren. 1967, primeiro transplante de coração. Disponível em: <https://www.dw.com/pt-br/1967-primeiro-transplante-de-coração/a-340975>. Acesso em: 16 abr. 2019.

a) O transplante de órgãos pode ser considerado um avanço tecnológico que permite salvar vidas? Justifique sua resposta.

b) A rejeição é um problema que pode surgir quando se realiza um transplante de órgão. Escreva qual a função dos anticorpos e como eles podem estar relacionados a esse processo.

12

Ciências

Cuidados com a saúde individual

Diversos fatores podem interferir na saúde individual. Alguns deles estão relacionados

às condições ambientais, como o saneamento básico. Outros, a hábitos de vida, como ingerir

alimentos saudáveis, dormir bem, praticar exercícios físicos, entre outros.

As doenças cardiovasculares

atingem o coração e os vasos

sanguíneos. Entre elas, estão:

o infarto, causado pela falta

de irrigação sanguínea do

coração; a hipertensão, que é

o aumento da pressão arterial

forçando as paredes dos vasos

sanguíneos; o acidente vascular

cerebral (AVC), em que ocorre

um sangramento no cérebro

devido ao rompimento de vasos

sanguíneos; a aterosclerose,

acúmulo de gordura nas artérias,

o que dificulta ou impede

a passagem de sangue.

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Alimentação e saúde

Cuidar da alimentação é fundamental

para a manutenção da saúde, pois garante o

bom funcionamento do organismo. A falta

de alimento ou seu consumo exagerado, as-

sim como uma dieta sem alimentos nutriti-

vos e variados, podem causar doenças.

Quando uma pessoa tem uma dieta

rica em doces, frituras, alimentos gordu-

rosos, molhos e refrigerantes, que são al-

tamente energéticos, porém pouco nutri-

tivos, ela pode apresentar desnutrição,

doença causada pela carência de nutrien-

tes essenciais, como vitaminas, proteínas e

sais minerais.

Geralmente, a desnutrição é associada à falta de alimentação.

Contudo, tanto as pessoas obesas como as aparentemente sau-

dáveis podem estar desnutridas. O consumo diário de alimentos

altamente energéticos faz com que o peso aumente, mas não for-

nece os nutrientes essenciais à manutenção da saúde. Além disso,

o consumo excessivo de açúcares, sal e gorduras pode ocasionar

doenças cardiovasculares.

A subnutrição ocorre quando a ingestão de alimentos é menor do que a necessária. Com

isso, a pessoa emagrece, perde massa muscular e pode sofrer com o mau funcionamento de

diversos órgãos.

Alimentos com muito açúcar e gordura geralmente apresentam poucos nutrientes.

Para prevenir doenças cardiovasculares, é importante ter boa alimentação, praticar exercícios físicos e fazer acompanhamento médico.

13

Más notícias sobre a fome no mundo

Há uma crise de fome severa em 51 países do mundo, afetando 124 milhões de pes-

soas, segundo dados do Relatório Global sobre Crises Alimentares, apoiado pela ONU [...].

É a segunda edição desse estudo, preparado por

12 instituições globais coordenadas pela Food

Security Information Network e que fornece

uma visão clara do problema. O número repre-

senta 11 milhões a mais do que no ano anterior,

quando existiam 48 países em situação de crise

alimentar. A esmagadora maioria desses países

fica na África e também no Oriente Médio.

Alimento

fresco

Espiga de

milho

Alimento

processado

Milho em

conserva

Salgadinho de

milho de pacote

Alimento

ultraprocessado

Nas populações em que o acesso a alimentos é insuficiente, devido a condições ambien-

tais ou econômicas, há mais casos de doenças e mortes, principalmente de crianças e idosos.

Ações governamentais devem garantir que todas as pessoas tenham acesso a alimentos

e que elas possam preparar refeições saudáveis. Para isso, foi lançado o Guia alimentar para

a população brasileira. Veja algumas orientações presentes nesse livro:

escolher alimentos regionais, frescos e que promovam um sistema de produção social e

ambientalmente sustentável;

utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao preparar os alimentos;

evitar alimentos processados e ultraprocessados, como salgadi-

nhos de pacote, refrigerantes, biscoitos recheados, enlatados, en-

tre outros.

Para garantir uma alimentação saudável e com menos impacto ambiental, deve-se consumir uma maior quantidade de alimentos frescos.

GONZALEZ, Amelia. Más notícias sobre a fome no mundo. Disponível em: <http://g1.globo.com/natureza/blog/nova-etica-social/post/mas-noticias-sobre-fome-no-mundo.html>. Acesso em: 17 jan. 2019.

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©Shutterstock/Afiq Asnawi Kamaruddin

Além de contribuir para a manutenção

tanto da saúde individual quanto da coletiva,

o consumo de alimentos frescos e cultivados

de maneira sustentável remunera pequenos

produtores e auxilia na conservação am-

biental, pois diminui a compra de alimentos

industrializados. Com isso, a quantidade de

embalagens e resíduos da produção

descartados no ambiente também

torna-se menor.

14

Ciências

Importância dos exercícios físicos

A prática de exercícios físicos, que devem ser orientados, regulares e moderados, é ne-

cessária para o pleno desenvolvimento do corpo, pois tem impacto direto sobre a saúde,

prevenindo doenças e melhorando a qualidade de vida. Os principais benefícios dessas ati-

vidades são:

estimular e fortalecer o músculo cardíaco;

aumentar a capacidade respiratória;

fortalecer a musculatura do corpo;

melhorar a postura corporal;

liberar substâncias que aumentam a sen-

sação de bem-estar e reduzem o estresse;

fortalecer as defesas do corpo;

melhorar a qualidade do sono.

Caminhar, correr, andar de bicicleta, jogar bola, pular corda e dançar são atividades que con-

tribuem para o bem-estar físico e mental e ajudam a prevenir doenças, melhorando a qualidade

de vida. A prática de exercícios físicos regulares fortalece articulações, músculos e ossos e con-

tribui para a prevenção de problemas de mobilidade, comum em idosos. É importante escolher

uma atividade prazerosa e respeitar os próprios limites, sem buscar padrões de desempenho.

curiosidade?

Veja as responsabilidades do poder público com os espaços de lazer

Os espaços de lazer são importantes para toda a população. [...]

A biblioteca, onde todos podem ter acesso a bons livros e se entregar ao prazer da leitura. A quadra para a prática de esportes em busca de uma vida saudável e o calçadão que se transforma em um espaço para cuidar da forma física e um ambiente de convivência entre as pessoas e delas com a cidade. O parquinho onde as crianças se divertem e experimentam prazer da liberdade e do bem-estar ao ar livre. Tudo isso é lazer e é tão importante quanto o acesso à educação, à saúde, ao trabalho e à moradia. Faz, inclusive, parte da lista dos direitos universais e essenciais sociais que devem ser respeitados, garantidos e protegidos.

O lazer vai além da questão do repouso, do prazer em fazer algo que não seja trabalhar. Ele é fundamental para o bem-estar físico e mental de cada indivíduo, por isso, toda cidade precisa de espaços públicos bem cuidados, onde a população possa se entregar ao lazer. E esses espaços têm que oferecer conforto e segurança, isso influencia diretamente na qualidade de vida e na autoes-tima de uma comunidade.

Academias ao ar livre em São Paulo auxiliam na saúde e integração da comunidade.

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VEJA as responsabilidades do poder público com os espaços de lazer. Disponível em: <http://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2012/08/veja-responsabilidades-do-poder-publico-com-os-espacos-de-lazer.html>. Acesso em: 16 abr. 2019.

Praticar atividades físicas, ler, ter momentos de lazer, dormir bem e ter uma rede de pes-

soas amigas são hábitos que contribuem para a saúde mental. Isso também proporciona

bem-estar físico e ajuda a trabalhar tanto as emoções positivas (alegria, tranquilidade) quan-

to as negativas (tristeza, angústia, ansiedade, raiva, frustração).

15

atividades

1 Um adolescente se alimenta basicamente de sanduíches, pizzas, refrigerantes, batatas fritas e doces. Ao realizar alguns exames, soube que está desnutrido. Ele diz ao médico que seus exames devem estar errados, pois ele se alimenta todos os dias e está com o peso normal. Qual deve ser a resposta do médico?

2 Leia o que diz a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a saúde e o bem-estar dos povos.

Constituição da Organização Mundial da Saúde (OMS) – 1946

A saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não consiste apenas na ausência de doença ou de enfermidade.

Gozar do melhor estado de saúde que é possível atingir constitui um dos direitos fundamen-tais de todo o ser humano, sem distinção de raça, de religião, de credo político, de condição econômica ou social.

A saúde de todos os povos é essencial para conseguir paz e a segurança depende da mais estreita cooperação dos indivíduos dos Estados. [...]

A extensão a todos os povos dos benefícios dos conhecimentos médicos, psicológicos e afins é essencial para atingir o mais elevado grau de saúde. [...]

Os governos têm responsabilidade pela saúde dos seus povos, a qual só pode ser assumida pelo estabelecimento de medidas sanitárias e sociais adequadas.

CONSTITUIÇÃO da Organização Mundial da Saúde (OMS) – 1946. Disponível em: <http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/OMS-Organização-Mundial-da-Saúde/constituicao-da-organizacao-mundial-da-saude-omswho.html>. Acesso em: 16 abr. 2019.

De acordo com o texto, por que não se pode pensar que saúde é apenas a ausência de doença?

3 Realizar exercícios físicos regularmente pode ser considerado um desafio por vários motivos.

Analise o gráfico ao lado, que mostra a interrupção des-ses exercícios e, com base nele, responda às seguintes questões:

a) Em qual faixa etária o abandono dos exercícios físi-

cos foi maior?

b) Quais podem ser as consequências da falta de ativi-dades físicas?

ABANDONO POR IDADE

Interrupção da prática de esportes

e/ou atividades físicas

Período escolar

26,8%

15 anos

45%

16 a 24 anos

18%

25 a 34 anos

Fonte: BRASIL. Ministério do Esporte. A prática de esporte no Brasil. Disponível em: <http://www.esporte.gov.br/diesporte/2.html>. Acesso em: 27 fev. 2019.

16

Ciências

Saúde coletiva e ambiente

A saúde coletiva depende de vários fatores, entre eles o sa-

neamento básico, que, segundo o IBGE, é o conjunto de ações

que têm em vista a modificação das situações ambientais, para

prevenir a difusão de transmissores de doenças e promover a

saúde pública e o bem-estar da população. O saneamento básico

propicia um ambiente limpo, com condições básicas de vida, pre-

venindo a ocorrência de diversas doenças infecciosas.

O saneamento envolve o tratamento e a distribuição de água,

a coleta e o tratamento do esgoto, a limpeza urbana, a coleta de

lixo e a drenagem das águas das chuvas. Essas ações preventivas

evitam o contato com bactérias, vírus e demais parasitas presen-

tes nos dejetos, diminuindo a ocorrência de doenças na população.

IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, órgão responsável pelas pesquisas de indicadores da população.

Esgoto, efluente ou águas

servidas são os resíduos líquidos

que saem de casas e indústrias

pelos ralos de pias e de

banheiros, áreas externas, entre

outras. Carregam impurezas e

dejetos que precisam passar

por tratamento antes de serem

devolvidos à natureza. Quando

liberados sem tratamento, esses

resíduos contaminam o ambiente

e podem causar a morte de

pessoas e de outros seres vivos.

Muitos bairros e até municípios inteiros não têm saneamento

básico, mesmo sendo primordial para a saúde da população.

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No texto a seguir, estão divulgados os dados de 2016 so-

bre a coleta e o tratamento de esgoto no Brasil.

curiosidade?

ESGOTO. Disponível em: <http://www.tratabrasil.org.br/saneamento/principais-estatisticas/no-brasil/esgoto>. Acesso em: 16 abr. 2019.

Esgoto

Coleta

• 52,36% da população têm acesso à coleta de esgoto.

• Quase 100 milhões de brasileiros não têm acesso a este serviço.

• Mais de 3,5 milhões de brasileiros, nas 100 maiores cidades do país, despejam esgoto irregularmente, mesmo tendo redes coletoras disponíveis.

• Cerca de 13 milhões de crianças e adolescentes não têm acesso ao saneamento básico.

• 3,1% das crianças e dos adolescentes não têm sanitário em casa.

Tratamento

• 46% dos esgotos do país são tratados.

• A média das 100 maiores cidades brasileiras em tratamento dos esgotos foi de 50,26%. Apenas 10 delas tratam acima de 80% de seus esgotos.

17

Doenças infecciosas

Algumas doenças são consequência dos hábitos de vida, outras podem ter origem na

própria constituição dos indivíduos; mas existem aquelas chamadas doenças infecciosas,

que são causadas pela presença de organismos parasitas.

Essas doenças podem se espalhar rapidamente pela população e são classificadas de

acordo com o tipo de ocorrência e de transmissão.

Classificação Características Exemplos

Pandemia

Doença que infecta grande número de pessoas em todo o

mundo e se espalha rapidamente.

Atualmente, pela rápida mobilidade das pessoas de

um continente para o outro, como em viagens aéreas,

os riscos de ocorrerem pandemias de doenças graves

são bastante altos. Por isso, existem várias medidas de controle em aeroportos, portos e rodoviárias, para tentar conter a transmissão de doenças.

Gripe A (H1N1)

Gripe aviária (H5N1)

Epidemia

Doença transmissível que atinge grande número de pessoas, em um mesmo período de tempo e em várias regiões. Ela pode, por exemplo, atingir vários bairros de uma cidade (epidemia municipal) ou até ocorrer em várias regiões de um país (epidemia nacional).

Dengue

Zika

Chikungunya

Endemia

Doença que ocorre com frequência em uma mesma região, mantendo um número médio de pessoas doentes. Normalmente, essas doenças estão relacionadas a condições ambientais. Por exemplo, o desmatamento deixa as pessoas mais próximas a insetos transmissores de doenças.

Esquistossomose

Malária

Observe as formas de contaminação por doenças infecciosas no esquema a seguir.

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Beber água

contaminada

Formas de contaminação por doenças infecciosas

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Transmissão

direta de uma pessoa para outra

por meio de

secreções, como partículas

de saliva

Consumir alimentos

mal-lavados

ou malcozidos contaminados

Transmissão por

insetos

18

Ciências

O surgimento de pandemias, endemias e epidemias pode estar relacionado a diferentes

fatores, que se associam às formas de transmissão das doenças. Diversas doenças,

como algumas verminoses, são transmitidas por meio da ingestão de água e alimentos

contaminados. A contaminação está diretamente ligada à falta de tratamento de água e

esgoto. Nesses casos, a ação de órgãos públicos deve ser oferecer saneamento básico às

populações fragilizadas.

Doenças como a gripe podem se tornar bastante graves, dependendo do tipo de vírus

causador. Como a transmissão ocorre de uma pessoa para outra, é importante manter os

locais bem arejados, utilizar lenços de papel ao espirrar, lavar bem as mãos regularmente.

Mudanças climáticas ou ambientais também podem contribuir para a ocorrência de

doenças. O aumento de temperatura e de chuvas pode aumentar a proliferação de mosquitos

transmissores de doenças, como o Aedes aegypti, que se prolifera em água limpa e parada, e

é o agente transmissor dos vírus da dengue, zika, febre amarela e chikungunya.

Doenças relacionadas à água

Algumas doenças estão ligadas ao contato com água contaminada por lixo, substâncias

químicas e dejetos, tanto humanos quanto de outros animais. Muitas vezes, essa água pode

ser usada para consumo. Essa situação causa muitas internações hospitalares no Brasil e é

responsável por quase metade das mortes de crianças de até um ano de idade.

As doenças mais comuns relacionadas à água são:

diarreia infecciosa – a contaminação ocorre com a ingestão dos micro-organis-

mos causadores das doenças e presentes na água ou em alimentos contamina-

dos. Os sintomas são fezes líquidas e evacuações frequentes, que ocasionam um

quadro de desidratação. É importante ingerir muita água.

Crianças e idosos precisam de atenção especial e devem ser

levados ao médico ao aparecerem os primeiros sintomas.

cólera – causada por uma bac-

téria, é contraída por meio de

água ou alimentos contamina-

dos com fezes de pessoas infec-

tadas. As pessoas doentes elim-

inam a bactéria nas fezes, em

locais onde não existem redes

de tratamento de esgoto ade-

quadas; outras pessoas entram

em contato com a bactéria e

acabam adoecendo. O principal

sintoma é a desidratação oca-

sionada pela diarreia.

Bactéria causadora da cólera, Vibrio cholerae, observada em microscopia óptica com aumento de 1 000 x

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desidratação: perda excessiva de água pelo organismo.

19

verminoses – causadas por vermes, como a lombriga (causadora

da ascaridíase) e a tênia (causadora da teníase). A contaminação

acontece pela ingestão de ovos ou larvas dos vermes presentes

em água ou alimentos contaminados. Na esquistossomose, a

contaminação ocorre quando as larvas do verme, que medem al-

guns milímetros, entram no corpo pela pele. A pessoa infectada

elimina os ovos dos vermes nas fezes, os quais passam para o

ambiente. Se o esgoto não for tratado antes de ser liberado para

os rios, os riscos de contaminação são agravados.

vermes: animais que possuem o corpo alongado, podendo ser cilíndricos ou achatados. Podem habitar areia, solo, água ou serem parasitas de muitos animais.

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Fotografia de uma tênia, causadora da teníase, doença adquirida pela ingestão de larvas desse verme.

Esquistossomos macho e fêmea (na parte interna), observados em microscopia óptica com aumento de 10 x

leptospirose – causada por uma

bactéria eliminada na urina de al-

guns animais, principalmente de ra-

tos. Os ratos buscam alimento em

bueiros ou lixo acumulado e urinam

nesses locais. Quando começam os

períodos de chuva, a água se mistu-

ra à urina e as pessoas que entram

em contato com a bactéria podem

adquirir a doença. A contaminação

pode ocorrer, também, por meio

da ingestão de água ou de alimen-

tos contaminados. É possível que

a bactéria entre no corpo através da pele, principalmente se

houver lesões. Trata-se de uma doença grave, que exige rápi-

do atendimento médico, e seus principais sintomas são febre,

dores de cabeça e musculares, vômitos e diarreia.

Bactéria causadora da leptospirose, observada em microscopia eletrônica

com aumento de, aproximadamente, 15 000 x

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20

Ciências

Reprodução de mosquitos e doenças transmitidas por eles

Algumas doenças são transmitidas por

mosquitos que dependem de água parada

para o desenvolvimento das larvas. Essas

doenças também estão relacionadas à falta

de saneamento básico, pois o lixo não cole-

tado acumula água, permitindo a reprodu-

ção desses insetos, principalmente do mos-

quito Aedes aegypti, agente transmissor da

dengue, zika, chikungunya e febre amarela.

Essas doenças são causadas por vírus e apresentam sintomas semelhantes. Observe:

Os principais sintomas da dengue são febre alta, dores no corpo e na região dos olhos,

vômito, fraqueza e manchas avermelhadas pelo corpo. Existe um tipo mais grave, chama-

do dengue hemorrágica, cujo principal sintoma é a presença de sangramentos. O atendi-

mento à pessoa infectada precisa ser feito rapidamente.

Os principais sintomas da zika são dores de cabeça e nas articulações, febre e vermelhi-

dão nos olhos, embora, na maioria dos casos, as pessoas não desenvolvam sintomas.

Em gestantes, o vírus pode causar problemas no desenvolvimento do feto.

Os principais sintomas da chikungunya são febre, cansaço, dores de cabeça e nas

articulações.

Em casos leves, a febre amarela causa febre, dor de cabeça, náusea e vômitos. Em casos

graves, pode causar problemas no coração, fígado e rins. A vacina contra a febre amarela

é recomendada em diversas unidades federativas onde há possibilidade de transmissão.

Ao identificar qualquer um dos sintomas dessas doenças, é fundamental procurar ime-

diatamente uma unidade de saúde para avaliação médica adequada.

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Mosquito Aedes aegypti. Ao picar as pessoas, para se alimentar de sangue, a fêmea do mosquito pode contaminá-las com o vírus da dengue, da zika, da chikungunya ou da febre amarela.

A principal forma de conter a disse-

minação dessas doenças é evitar a pro-

liferação do mosquito transmissor. Para

isso, é necessário manter os ambientes

limpos, sem lixo nem recipientes em que

a água se acumule. As ações coletivas de

limpeza também trazem benefícios para

todos.

Larva de

mosquito

Tampa plástica com acúmulo de água e larvas de mosquito se desenvolvendo. É preciso destinar corretamente o lixo para evitar que qualquer recipiente acumule água e se torne criadouro de mosquitos transmissores de doenças.

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21

Zika: ONU diz que vírus pode ser combatido com saneamento básico

A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que, para combater o vírus Zika, é necessário que os países melhorem o saneamento básico. A entidade disse que 100 milhões de pessoas vivem atualmente sem acesso a sistemas adequados de saneamento na América Latina e 70 milhões não têm água encanada.

O documento destaca que, quando as pessoas não têm serviços de saneamento, tendem a ar-mazenar água de maneira insegura, o que favorece a proliferação de mosquitos. Zika, dengue e chicungunya são doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, mosquito que se reproduz em água parada. “Enquanto o mundo procura soluções de alta tecnologia para combater o vírus Zika, não devemos esquecer o péssimo estado do acesso à água e ao esgotamento sanitário para as popula-ções desfavorecidas”, disse o relator especial das Nações Unidas para o Direito Humano à Água e ao Saneamento, Léo Heller, em nota divulgada pela organização.

Em comunicado, três especialistas da ONU ressaltaram que há um forte vínculo entre sistemas de saneamento deficientes e o surto atual do vírus Zika, bem como outras doenças causadas pelo Aedes aegypti e que a maneira mais efetiva de enfrentar o problema é melhorar os serviços [de saneamento].

curiosidade?

LEAL, Aline. Zika: ONU diz que vírus pode ser combatido com saneamento básico. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2016-03/zika-onu-diz-que-virus-pode-ser-combatido-com-saneamento-basico>. Acesso em: 19 jan. 2019.

Atualmente, de acordo com o

Índice de Desenvolvimento

Humano (IDH), o Brasil

ocupa a 79 .ª posição, estando

no grupo considerado de

alto desenvolvimento.

Expectativa de vida

A expectativa de vida, também chamada de esperança de vida, é a estimativa do número

de anos que uma população pode viver, se as mesmas condições de vida no momento do

nascimento forem mantidas. Está relacionada à qualidade de vida de uma população, porque

saneamento básico e acesso a água tratada, saúde, educação de qualidade, entre outros fa-

tores, têm influência sobre ela.

A expectativa de vida é um dos critérios utilizados para cal-

cular o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de um lugar.

Elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvi-

mento (PNUD), esse índice compara o desenvolvimento das socie-

dades e a qualidade de vida nos diferentes países.

Na década de 1960, a expectativa de vida do brasileiro era de,

em média, 48 anos, mas, em 2016, ela pulou para 76 anos. Apesar

do aumento de quase 30 anos na expectativa de vida, o Brasil ain-

da está abaixo de países como o Japão e a Suíça, onde a expecta-

tiva de vida ultrapassa os 83 anos.

22

Ciências

pesquisa

Observe no gráfico a seguir a variação do IDH no Brasil de 1990 a 2015. O aumento do

IDH indica que as condições de vida no país melhoraram nesse período.

Observe o mapa que informa a expectativa de vida no mundo.

A expectativa de vida depende da qualidade de vida. Fatores como educação, saúde, saneamento básico, alimentação, índices de violência e conflitos, índices de poluição e segurança no trabalho são considerados nesse cálculo.

Die

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20

19

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Fonte: INDEX Mundi: life expectancy at birth – World. Disponível em: <https://www.indexmundi.com/map/?t=0&v=30&r=xx&l=em>. Acesso em: 22 fev. 2019. Adaptação.

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0,76%

1995 2000 2005 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Pesquise as condições necessárias para que um país tenha uma expectativa de vida alta.

IDH do Brasil (1990-2015)

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Planisfério: expectativa de vida (2017)

23

O aumento da expectativa de vida mundial se deve a: melhoria no saneamento básico,

mais acesso a educação e saúde, fiscalização de condições de trabalho, avanços da medicina,

desenvolvimento de vacinas, medicamentos para o tratamento de doenças e exames mais

detalhados para o diagnóstico de doenças.

Atualmente, os países que apresentam expectativa de vida menor também têm alto ín-

dice de pobreza, o que impede o acesso a alimentação, saúde e saneamento básico ade-

quados. Em grande parte dessas regiões, guerras e conflitos contribuem para uma baixa

expectativa de vida.

atividades

1 Relacione as duas colunas.

( ) Em uma cidade, o período de chuvas acontece entre dezembro e março. To-dos os anos, nessa época, aumentam os casos de malária, doença transmiti-da por um mosquito.

( ) Em 2009, o vírus da gripe A deixou pessoas doentes no México e, em alguns meses, espalhou-se para mais de 75 países em todo o mundo.

( ) Em abril de 2015, foram identificados na Bahia os primeiros casos de pes-soas com sintomas causados pelo zika vírus. Até novembro desse mesmo ano, em vários estados do Nordeste, muitas pessoas contraíram zika.

2 O conceito de saúde tem uma dimensão pessoal, de cuidar de si mesmo, e uma dimensão coletiva, que se refere às condições de vida da comunidade onde se vive. Com base nisso, numere as ações citadas a seguir com 1, para saúde individual, ou 2, para saúde coletiva.

a) ( ) Manter hábitos de higiene, como lavar as mãos e os alimentos antes de consumi-los.

b) ( ) Fazer campanhas de vacinação para toda a comunidade.

c) ( ) Ir ao médico regularmente e realizar exames de rotina quando necessário.

d) ( ) Implantar uma rede de coleta e tratamento de esgoto em um bairro.

e) ( ) Fiscalizar o lançamento de agentes poluentes por indústrias na atmosfera e na água.

3 Escreva V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas. Depois, corrija as falsas.

a) ( ) A diarreia infecciosa é uma doença que ocasiona desidratação e ocorre, principalmente,

em locais sem tratamento de água e esgoto.

b) ( ) A cólera pode ser contraída pela ingestão de água ou de alimentos contaminados com a bacté-ria causadora e pode se transformar em uma epidemia em locais sem tratamento de esgoto.

( 1 ) Pandemia

( 2 ) Epidemia

( 3 ) Endemia

24

Ciências

c) ( ) Todas as verminoses são transmitidas pelo contato com solo contaminado com larvas dos vermes, as quais entram pela pele.

d) ( ) A leptospirose é transmitida por mosquitos transmissores e o número de casos dessa doença aumenta em épocas de chuvas intensas, porque eles dependem da água para se reproduzirem.

4 Observe o gráfico que indica o índice da expectativa de vida (ou de esperança de vida ao nascer) nas unidades federativas do Brasil até o ano 2017.

Maranhão 70,9

Piauí 71,2

Rondônia 71,5

Roraima 71,8

Alagoas 72,0

Amazonas 72,1

Pará 72,3

Sergipe 72,9

Paraíba 73,5

Tocantins 73,7

Bahia 73,7

Ceará 74,1

Amapá 74,2

Acre 74,2

Pernambuco 74,3

Goiás 74,3

Mato Grosso 74,5

Mato Grosso do Sul 75,8

Rio Grande do Norte 76,0

Brasil 76,0

Rio de Janeiro 76,5

Paraná 77,4

Minas Gerais 77,5

Rio Grande do Sul 78,0

São Paulo 78,4

D. Federal 78,4

Espírito Santo 78,5

Santa Catarina 79,4

66 68 70 72 74 76 78 80 82

Anos

Fonte: IBGE. Em 2017, expectativa de vida era de 76 anos. Disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/23200-em-2017-expectativa-de-vida-era-de-76-anos>. Acesso em: 17 abr. 2019.

Unidades da federação: esperança de vida ao nascer (2017)

a) Qual unidade federativa apresenta a menor expectativa de vida? E qual apresenta a maior?

b) A expectativa de vida no Brasil teve uma evolução grande ao longo dos anos. Em sua opinião,

por qual motivo isso ocorreu?

25

conectadoMortalidade infantil e saneamento básico

Os indicadores de mortalidade infantil de uma nação figuram como um dos principais instrumentos para ana-lisar o seu desenvolvimento. Não por acaso, as crianças são as mais afetadas pelas condições socioeconômicas e de infraestrutura de um país. Um relatório recente da Or-ganização Mundial da Saúde (OMS) reforça que o sanea-mento básico deve ser uma das principais preocupações governamentais para os cuidados com a infância. [...]

A falta de água e esgotamento sanitário afeta diretamente a saúde da população infantil. As doenças como diarreia, malária e pneumonia estão entre as causas mais comuns de mortes de crianças entre um mês de idade e cinco anos, segundo a OMS. Essa tragédia que assola a população mais pobre do país poderia ser evitada com acesso, por exemplo, à água tratada e saneamento básico, entre outros fatores. O estudo aponta que essa difícil situação não é exclu-sividade nacional. [...]

A inversão dessa realidade só será possível com investimentos maciços em saneamento básico e abastecimento de água, garantindo a universalização desses serviços para a população brasi-leira. Segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) 2015, ainda temos muito caminho pela frente para atender essa demanda essencial [...]. O levantamento mos-tra que o índice médio de tratamento de esgoto no país chega a apenas 42,7% das moradias da região urbana atendidas pela pesquisa. Esses indicadores já foram bem piores e graças aos inves-timentos em saneamento básico até agora realizados, aumentando o número de domicílios com atendimento de esgoto, água potável e coleta de lixo, que o país conseguiu reduzir a mortalidade infantil, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). [...]

Uma das principais conquistas para o desenvolvimento da infraestrutura nessa área foi a entrada em vigor da Lei do Saneamento Básico (Lei n.º 11.445/07), um novo marco para o país. A nova legislação tornou-se uma nova referência regulatória do saneamento básico brasileiro e estabeleceu o Plansab (Plano Nacional de Saneamento Básico), com o objetivo de universalizar os serviços de abastecimento de água e saneamento até o ano de 2033.

PLADEVALL, Luiz R. G. Mortalidade infantil e saneamento básico. Disponível em: <http://www.gazetadigital.com.br/conteudo/show/secao/165/materia/512141/t/mortalidade-infantil-e-saneamento-basico->. Acesso em: 17 abr. 2019.

Com base no texto, responda às questões propostas.

a) Quais serviços uma cidade precisa oferecer para garantir o saneamento básico à sua população?

b) Em 2033, se todas as cidades brasileiras tiverem saneamento básico e, principalmente, abastecimento de água potável, pode-se dizer que a população terá mais qualidade de vida e expectativa de vida maior?

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26

Ciências

1 Explique a relação existente entre vacinas, qualidade de vida e maior expectativa de vida da população.

2 Atualmente, diversos municípios ainda não possuem sistema de coleta e tratamento de esgoto. Desse modo, muitas pessoas despejam os dejetos de maneira inadequada no ambiente. Quais são as consequências disso para essas pessoas e para as comunidades onde vivem?

3 Nos períodos de chuva do verão, o número de pessoas com dengue, zika, chikungunya e febre ama-rela aumenta no Brasil. A que se deve esse aumento?

4 Os medicamentos são muito importantes para manter a qualidade de vida das pessoas. Para serem co-mercializados, eles precisam passar por rigorosos e extensos testes. Qual é a importância dessa medida?

5 Sobre alimentação e saúde, escreva V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas.

a) ( ) Um dos principais fatores para evitar doenças é ter uma alimentação equilibrada e variada,

com os nutrientes de que o corpo precisa.

b) ( ) Pessoas aparentemente saudáveis e com peso adequado para sua estrutura corporal po-dem estar desnutridas, em virtude de seus hábitos alimentares.

c) ( ) Biscoitos recheados, refrigerantes, frituras e alimentos com excesso de gorduras e condi-mentos são responsáveis pelos casos de doenças infecciosas.

d) ( ) A falta de alimentos causa subnutrição, pois a pessoa consome uma quantidade menor de nutrientes de que o corpo precisa.

e) ( ) A ocorrência de doenças cardiovasculares não está relacionada ao tipo de alimentação e aos

hábitos de vida das pessoas.

27

o que já conquistei

6 Leia as duas informações a seguir e explique qual a relação entre elas.

Fonte: IBGE. Gráfico 6: Percentual de pessoas que praticaram algum esporte, no período de referência de 365 dias, na população de 15 anos ou mais de idade, por Unidade de Federação – 2015. In:______. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios: práticas de esporte e atividade física. Rio de Janeiro: IBGE, 2017. p. 31.

Porcentagem da população que pratica um esporte em cada unidade federativa

a) Em qual unidade federativa a probabilidade de as pessoas terem melhor qualidade de vida é maior? Justifique sua resposta.

b) Qual é a porcentagem de pessoas que praticam esportes na unidade federativa onde você mora? E o que poderia ser feito para aumentar esse valor?

O sistema imunológico é responsável pela defesa do organismo contra doenças, e

seu bom funcionamento está relacionado à boa alimentação e à qualidade de vida.

Nas populações em que o acesso a alimentos é limitado em virtude das condições

ambientais ou econômicas, há mais casos de doenças e mortes, principalmente

de crianças e idosos.

7 Considerando a relação entre prática de exercícios físicos e saúde, leia o gráfico e responda às questões.

Todos os dados são referentes ao ano de 2015 e à população com 15 anos de idade ou mais

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28

Ciências

8 Analise o trecho da história de Mauricio de Sousa sobre a água.

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SOUSA, Mauricio de. Água boa pra beber. Disponível em: <http://turmadamonica.uol.com.br/aguaboaprabeber/>. Acesso em: 19 jan. 2019. ©Mauricio de Sousa Editora Ltda.

a) Que situações expostas impossibilitam o acesso à água limpa e saudável?

b) Podemos afirmar que as pessoas que moram nesse local têm acesso ao saneamento básico? Justifique sua resposta.

9 Observe o mapa de recomendação de vacinação contra a febre amarela no Brasil.

a) Marque X nas unidades federativas onde é necessário tomar a vacina contra a febre amarela. Qual a importância de se vacinar?

b) Como ocorre a transmissão da febre amarela?

Ma

rilu

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So

uza

Vacinação: febre amarela

Fonte: MINISTÉRIO DA SAÚDE. Vacinação febre amarela. Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/artigos/920-saude-de-a-a-z/febre-amarela/10771-vacinacao-febre-amarela> Acesso em: 13 mar. 2019. Adaptação.

29

Texto geral - Ibus un-

tor moluptatem que nihillu

ptatiscia non nos doloraere

sundist am doloreped maio

omnisi sit adis ipsumquunto

maximi, quist untiantia ant.

Quiat es reste dolori ni-

met veliquis eaquo intio ex-

pliberis iliquas ut qui arios

sinim et omnimagnit, ipsae-

pedit, et quo consequiam

endem. Perferovit int lacero

que vit peressi intiasi ipictio-

rerio ea soluptatem nia cum

harumquibus, asima.

Números que usamos

Sistemas de numeração

egípcio e romano

Sistema de numeração

indo-arábico

o que vocêvai conhecer?

o que vocêvai conhecer

capí

tulo

Os seres vivos apresen-

tam relações estreitas entre

si e com os ambientes que os

cercam para garantir sua so-

brevivência e, consequente-

mente, a da espécie. Perceber

essas relações é muito impor-

tante para compreender não

só como os seres humanos

estão inseridos nesse contex-

to, mas também como certas

atividades podem impactar

negativamente o ambiente e

a qualidade de vida, compro-

metendo a sobrevivência da

nossa espécie e dos demais

seres vivos.

Quais interações ocor-

rem entre os seres vivos?

E como acontecem as rela-

ções entre esses seres e o

ambiente onde vivem?

Seres vivos e ambiente

Estratégias de

sobrevivência

Relações ecológicas

Os seres vivos na Terra2

©Shutterstock/Marcia Cobar

A árvore jatobá pode chegar a

20 metros de altura e seus frutos servem de alimento para diversos animais.

30

Ciências

Relacionar os principais conceitos trabalha-dos em Ecologia com situações e estruturas concretas observadas no ambiente.

Definir ecossistema explicando sua estru-tura e as interações bióticas e abióticas.

Diferenciar, nos ecossistemas, os impactos

causados por fenômenos naturais daque-les causados por ações humanas.

Discutir as principais estratégias de sobre-vivência dos seres vivos.

Identificar os principais tipos de relações ecológicas existentes nos ecossistemas.

objetivos do capítulo

Seres vivos e ambiente

Quanta vida existe na Terra! Pense em todos os seres vivos

que habitam o planeta, desde os microscópicos até os grandes

animais e plantas. Essa diversidade de seres vivos é chamada de

biodiversidade.

De maneira geral, os seres vivos não são capazes de existir

isoladamente, pois necessitam de interações com o ambiente

para encontrar abrigo, alimento, para se reproduzirem, entre ou-

tras. Assim, por meio das relações de interdependência, é possível

existir diversas formas de vida, incluindo a espécie humana.

A ciência que estuda os seres vivos e as relações que eles es-

tabelecem com o ambiente é chamada Ecologia.

Ecologia é um termo muito

empregado quando o assunto é

preservação e conservação da

natureza. A Ecologia é uma área

da Biologia que se estabeleceu

a partir de 1866, quando

o biólogo alemão Heinrich

Haeckel utilizou esse termo pela

primeira vez, relacionando-o ao

ambiente e aos seres vivos.

Ecossistemas

Os ecossistemas são cons-

tituídos pela interação entre

os fatores bióticos, que cor-

respondem aos seres vivos

que vivem nele, e os fatores

abióticos, conjunto de recur-

sos do ambiente, como água,

ar e luminosidade. Assim, os

seres vivos de um ecossistema

estão em permanente intera-

ção entre si e com os fatores

abióticos. Por isso, diz-se que

todo ecossistema é dinâmico.

A imagem retrata um ecossistema marinho e um terrestre em uma ilha. Em cada um deles,

há diferentes interações entre os seres vivos e desses com as características do ambiente.

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31

A biosfera corresponde ao conjunto de todos os ecossistemas da Terra. Para estudá-los,

são definidos níveis de organização biológica, em que o conjunto de seres vivos de uma

mesma espécie forma uma população e o conjunto de populações de um mesmo local, que

interagem entre si, forma uma comunidade.

Por exemplo, se um grupo de tamanduás vive isolado em uma região delimitada, há uma

população, porém, se juntarmos tamanduás, antas e lobos-guarás, teremos uma comunida-

de. Em um ecossistema, o ideal é ter um equilíbrio capaz de manter as populações de todas

as espécies que nele habitam com um número controlado de indivíduos.

Hábitat e nicho ecológico

Embora existam diversos ecossistemas no planeta, os seres vivos buscam aqueles em

que os recursos necessários à sua sobrevivência estão disponíveis, garantindo, assim, mais

chances de perpetuação da espécie. O lugar adequado à sobrevivência de uma espécie é

chamado de hábitat.

Cada ser vivo tem uma função em determinado ambiente. O conjunto de todas as ativi-

dades de um ser vivo – a forma como vive, seus costumes e suas necessidades – é chamado

de nicho ecológico. De forma geral, hábitat é o lugar onde o organismo vive, e nicho é o

modo como ele vive.

Representação esquemática dos níveis de organização com base em um organismo

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Ecossistema: seres vivos e fatores abióticos

al.

Comunidade: interações entre populações

População: organismos da mesma espécie

Biosfera: todos os ecossistemas da Terra

Organismo: troca de energia e matéria para a sobrevivência no ambiente

32

Ciências

Ara ararauna, conhecida como arara-canindé

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Hábitats e biodiversidade

A manutenção dos hábitats dos se-

res vivos está diretamente relacionada à

conservação da biodiversidade. Quando

há redução do hábitat onde uma espécie

vive, ela terá menor espaço onde encon-

trar alimento, abrigo, ou até mesmo para

se reproduzir. Com isso, o número de in-

divíduos diminui, podendo até chegar à

extinção da espécie. O desmatamento, a

poluição e as alterações climáticas estão

entre os fatores que contribuem para a

redução dos hábitats e, consequente-

mente, da biodiversidade.

curiosidade?

O desmatamento reduz as áreas de hábitat de muitas espécies, contribuindo para a redução da biodiversidade. Na imagem é possível observar uma grande área da Floresta Amazônica que sofreu queimada para fazer pastagem.

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Cadeias alimentares

Os seres vivos estabelecem as mais variadas conexões e relações de interdependência.

Uma dessas relações é a de alimentação, formando as chamadas cadeias alimentares, uma

sucessão de seres vivos que servem de alimentos uns para os outros. Nessa sequência de

organismos, são transferidas a energia e a matéria necessárias para que esses seres se man-

tenham vivos e possam se desenvolver.

Planta Caramujo Peixe Garça

Representação de uma cadeia alimentar simples, com animais que vivem em um lago. As setas indicam a sequência dos organismos, ou seja, apontam para o ser vivo que se alimentou.

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Por exemplo, as araras-canindé têm seu há-

bitat natural nas florestas tropicais. Elas vivem

em bandos e alimentam-se de frutos e sementes,

as quais dispersam pela floresta, contribuindo

para a sobrevivência das plantas de que se ali-

mentam, sendo esse seu nicho ecológico.

1 cm 10 cm

1 m

50 c

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33

Produtores

Os produtores, como plantas e algas, são organismos que, nas

cadeias alimentares, produzem o próprio alimento por meio da

fotossíntese. Esses organismos compõem a base das cadeias ali-

mentares, pois permitem a transformação inicial de energia nos

ecossistemas.

Consumidores

Por não produzirem o próprio alimento, os seres heteró-

trofos obtêm energia de outros organismos, sendo chamados

consumidores. Nas cadeias alimentares, eles podem ocupar diver-

sas posições. Os consumidores primários são os primeiros seres

vivos a absorver a energia acumulada em plantas ou algas. São con-

siderados herbívoros em virtude de seus hábitos alimentares.

Os consumidores secundários se alimentam dos consumido-

res primários. Por exemplo, um tubarão come um peixe que se ali-

menta de algas; um sapo se alimenta de um grilo que come partes

de folhas; uma cobra se alimenta de um rato que come sementes.

Esses animais, além de carnívoros, são também chamados de or-

ganismos predadores. Entre os carnívoros, há os necrófagos, que

se alimentam de restos de animais. Aqueles que se alimentam

apenas de insetos são chamados insetívoros.

Em uma cadeia alimentar, pode aparecer mais de um animal

carnívoro. Nesse caso, o primeiro é chamado de consumidor se-

cundário e os demais serão classificados como consumidor terciá-

rio, quaternário, de quinta ordem, e assim por diante.

Nas cadeias alimentares,

os organismos capazes de

produzir o próprio alimento são

denominados seres autótrofos.

Já os que precisam ingerir

alimentos produzidos por outros

organismos, como os animais,

são chamados de heterótrofos.

Os seres humanos se alimentam

de vegetais e animais, ocupando,

assim, diferentes posições como

consumidores nas cadeias

alimentares. Esses organismos

de dieta variada são classificados

como onívoros. Ursos, lobos-

guarás, emas, entre outros,

também são exemplos de

organismos onívoros e podem

ocupar diferentes posições

nas cadeias alimentares.

Produção de

glicose por meio

da fotossíntese

Liberação de

oxigênio

Absorção de

gás carbônico

Absorção de

água pelas

raízes da planta

A energia solar é absorvida

pela clorofila presente nas

folhas e demais partes

verdes da planta

Nessa cadeia alimentar, os primeiros orga-

nismos são as plantas, que transformam a luz

solar, a água e o gás carbônico em alimento e

energia por meio de reações químicas, em um

processo denominado fotossíntese.

Diferentemente das plantas que realizam

a fotossíntese, os animais não são capazes de

produzir seu alimento. Desse modo, eles inge-

rem plantas, ou partes delas, e outros seres vi-

vos para obter os nutrientes necessários para

seu desenvolvimento.

De acordo com a posição que ocupam na

cadeia alimentar, os seres vivos podem ser

classificados em produtores, consumidores ou

decompositores.

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Representação esquemática da fotossíntese

34

Ciências

Decompositores

Folhas e frutos caídos no chão das flo-

restas, animais mortos, e até mesmo excre-

mentos, servem de alimento para micro-

-organismos. Bactérias e fungos utilizam

os nutrientes e a energia armazenados nos

restos orgânicos, liberando-os novamente

para o ambiente. Esses organismos são de-

nominados decompositores. As substâncias

retornam ao ambiente e são úteis a outros

seres, como as plantas, que retiram nutrien-

tes do solo por meio das raízes e reiniciam a

cadeia alimentar.

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Os urubus e as hienas não são considerados

organismos decompositores. Esses animais se

alimentam de carne em decomposição, ou seja,

da carcaça de animais. A função que exercem

é importante no ambiente, principalmente no

caso de animais de grande porte, pois auxiliam

na retirada dos cadáveres. Se apenas os de-

compositores agissem, o tempo para os restos

orgânicos desaparecerem seria muito maior.

curiosidade?

Os urubus auxiliam no processo de decomposição.

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As cadeias alimentares são consti-

tuídas de níveis tróficos, entre os quais

ocorre transferência de energia. O pri-

meiro nível trófico agrupa os organis-

mos autótrofos, ou seja, os produtores.

O segundo é composto de organismos

herbívoros, consumidores primários.

O terceiro nível trófico é ocupado por

carnívoros ou onívoros, que se alimen-

tam de herbívoros, e assim por diante,

até chegar aos decompositores. Ob-

serve um exemplo de cadeia alimentar

terrestre.

Produtor

Consumidor

primário Consumidor terciário

Consumidor

secundário

Decompositores

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l.

Representação esquemática de uma cadeia alimentar terrestre. Nessa cadeia, a planta ocupa o primeiro nível trófico, a lagarta ocupa o segundo, o

sapo está no terceiro e a serpente, no quarto. Os decompositores ocupam o último nível, fazendo a reciclagem dos nutrientes.

Os fungos, ao se alimentarem do tronco, decompõem a madeira e devolvem os compostos ao solo.

57 c

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35

Teias alimentares

Em um mesmo ecossistema, existem várias cadeias alimentares resultantes da diversida-

de de organismos vivos, que formam juntos a teia alimentar. Essas relações também passam

de um ecossistema para outro, quando, por exemplo, um peixe se alimenta de algas em um

rio e serve de alimento para um pássaro, que tem seu ninho na floresta e pode servir de ali-

mento para uma onça. Assim, o ecossistema do rio está conectado ao da floresta.

Observe um exemplo de teia alimentar.

Desse modo, as teias são formadas

pelo entrelaçamento de diferentes cadeias

alimentares, pois os animais, em sua maio-

ria, não apresentam apenas uma fonte de

alimentação. Quanto mais diversificada for

a alimentação de um ser vivo, maior será o

número de cadeias alimentares em que ele

estará inserido. Por exemplo, os gambás po-

dem se alimentar de ovos de pássaros e de

répteis, vermes, insetos ou frutos.

Representação esquemática de uma teia alimentar

Gambá, animal que apresenta hábitos alimentares variados e participa de

várias cadeias alimentares.

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50 cm

36

Ciências

atividades

1 O que a interação entre os fatores bióticos e os abióticos em um ambiente caracteriza? Marque um X. a) Espécie

b) População

c) Comunidade

d) Ecossistema

2 Assinale um X na alternativa que traz a sequência correta dos níveis básicos de organização dos seres vivos.

a) Organismo – comunidade – população – ecossistema

b) Organismo – ecossistema – comunidade – população

c) Organismo – população – comunidade – ecossistema

d) Organismo – população – ecossistema – comunidade

3 Em uma fazenda, a plantação de milho foi intensamente reduzida por causa da geada na região. Os poucos milhos que restaram acabaram sendo atacados por insetos e fungos. É correto afirmar que essa plantação sofreu com os efeitos de

a) um fator biótico e dois abióticos.

b) três fatores bióticos.

c) um fator abiótico e dois fatores bióticos.

d) três fatores abióticos.

4 As cadeias alimentares são formadas basicamente por três elementos: produtores, consumidores e decompositores. Escreva a seguir a diferença entre eles e como se relacionam para formar uma cadeia alimentar.

5 Os produtores são a base das cadeias alimentares. Quando há desmatamento, muitos seres perdem sua fonte de alimento e também sua moradia. Observe o exemplo e responda às questões.

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a) O que acontecerá com o número de cutias se a quantidade de castanheiras diminuir?

b) Cada vez mais, animais silvestres, inclusive onças, aproximam-se de espaços urbanos. Relacione essa situação com o desmatamento.

37

a) Identifique os produtores na teia alimentar.

b) De que a marta se alimenta? Nessa teia alimentar, de quantas cadeias ela pode fazer parte?

c) Identifique um consumidor terciário na teia alimentar representada.

MENQ, Willian. Urubus do Brasil. Disponível em: <http://www.avesderapinabrasil.com/materias/urubusbrasileiros.htm>. Acesso em: 21 jan. 2019.

a) De acordo com o texto, os urubus têm um local fixo para transformar em hábitat?

b) Os urubus têm importância fundamental na natureza. Justifique essa afirmação.

7 A imagem a seguir é a representação de uma teia alimentar. Analise o esquema e faça o que se pede.

Urubus do Brasil

Para a maioria das pessoas, os urubus são aves feias, nojentas, sujas, que vivem em lixões e comem carniça. [...]

Porém os urubus têm uma importância fundamental na natureza, mantém o ambiente em que vivem limpo, eliminando desde carcaças até ossos, sendo responsáveis pela eliminação de 95% das carcaças de animais mortos na natureza. Com isso, eles ajudam a prevenir a pro-pagação de doenças, eliminando bactérias que poderiam adoecer ou matar muitos animais selvagens e domésticos. Estudos demonstraram que em áreas onde não há urubus, as carcaças levam até três ou quatro vezes mais tempo para se decompor. [...]

Os urubus não constroem ninhos, utilizam fendas ou plataformas em penhascos ou árvores ocas para nidificar. O urubu-de-cabeça-preta, mais urbano, pode usar varandas e sacadas de prédios para se reproduzir. [...]

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6 Leia o texto e responda às questões.

38

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Impactos dos fenômenos naturais e da atividade humana

nos ecossistemas

Na natureza, existe um equilíbrio nas cadeias e nas teias alimentares. Qualquer proble-

ma que afete um de seus elos poderá afetar também os demais. Tanto os fenômenos na-

turais quanto a ação do ser humano podem provocar sérios danos aos ecossistemas. Esses

danos desestabilizam as relações entre os seres vivos e podem ocasionar a diminuição das

populações, ou até a extinção de muitas espécies.

Os impactos ambientais compreendem todas as ações que acarretam consequências

para os seres vivos. Podem ser causados por fenômenos naturais, como vulcões, tsunamis,

vendavais e tempestades, ou por atividades humanas (também chamadas de atividades an-

trópicas), como desmatamentos, queimadas, mineração, contaminação da água, poluição do

ar, entre outras.

Impactos dos fenômenos naturais

Fenômenos naturais, como erupções vulcânicas, terremotos, tsunamis e tempestades,

além de prejudicarem os seres humanos, também afetam as demais populações do ambien-

te. Podem aumentar a incidência de doenças infecciosas, ameaçar espécies ou provocar a

extinção delas, alterar o comportamento e os hábitos dos indivíduos, comprometer as teias

alimentares, alterar rotas de migração, danificar paisagens, etc.

Nas erupções vulcânicas, a lava, que é expelida a tempe-

raturas altíssimas, queima todas as plantas e recobre o solo.

Quando resfria, adquire consistência de rocha. Assim, são ne-

cessários muitos anos para que essas áreas voltem a ser habi-

tadas pelos seres vivos que existiam ali antes.

No caso dos tsunamis, a força da água do mar arrasta

toda a vegetação, animais, casas e todas as edificações em

seu caminho. Além disso, o solo de áreas mais interiores da

costa absorve uma grande quantidade de sais minerais pre-

sentes na água, o que modifica sua composição. O restabele-

cimento da vegetação é dificultado por esse motivo.

Área litorânea devastada por tsunami

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©Shutterstock/AvaniusLava vulcânica se espalhando pelo ambiente e destruindo a vegetação

39

conectado

Os terremotos podem fragmen-

tar ecossistemas, causar a queda de ár-

vores e a morte de animais e alterar as

características dos ambientes. Muitos

animais percebem as vibrações do solo,

reconhecendo os primeiros indícios

de terremotos.

Os impactos dos terremotos afetam gravemente áreas urbanas e

diferentes ecossistemas.

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SAYURI, Juliana. Bichos conseguem prever terremotos? Disponível em: <https://super.abril.com.br/mundo-estranho/bichos-conseguem-prever-terremotos/>. Acesso em: 29 jan. 2019.

Com base no texto, faça o que se pede.

a) Como o estudo do comportamento dos animais pode ser importante para a previsão de fenômenos naturais?

b) Alguns animais têm mais percepção de terremotos do que outros. Faça uma breve pesquisa sobre esse tema e converse com os colegas e o professor sobre os animais citados.

Bichos conseguem prever terremotos?

[...] Na verdade, a expressão “prever” não é a mais correta – o melhor seria “antecipar”, já que eles começam a sentir os efeitos antes dos humanos e, por isso, passam a se comportar de maneira diferente, o que serve de alerta para nós. Os gregos, por volta de 373 a.C., já notavam esses comportamentos anormais, como ratos e doninhas saindo de suas tocas e fugindo para outros lugares. [...] Ainda é cedo para dizer, porém, quais animais seriam “melhores” para sen-tir esses efeitos pré-terremotos.

[...]

Há dois tipos de antecipação: a longa, em que os bichos percebem o tremor muito antes de acontecer (até três semanas), e a curta, em que isso ocorre algumas horas antes de os huma-nos se darem conta. Em ambos os casos, os animais fogem para longe da área afetada. Os que vivem em cativeiro ficam irrequietos.

40

Ciências

As tempestades são fenômenos naturais muito comuns nas florestas tropicais. Além da

chuva forte, ocorrem também raios e ventos fortes. Em alguns casos, ainda, há a presença

de granizo. Os raios podem atingir árvores e iniciar incêndios naturais, destruindo grandes

áreas de vegetação e causando a morte de animais. A ação do vento pode derrubar galhos e

árvores que já estejam com o tronco comprometido.

Esse tipo de tempestade está cada vez mais comum em virtude das mudanças climáticas

ocasionadas pelo agravamento do efeito estufa e do aquecimento global.

O desmatamento contribui para os impactos

das tempestades nos ecossistemas. Isso porque ár-

vores isoladas são mais afetadas pela ação do ven-

to. Na floresta, as árvores estão juntas, o que reduz

esse impacto.

As catástrofes naturais não podem ser evita-

das. Contudo, é possível usar a tecnologia para

prever alguns desses eventos, o que minimiza os

impactos negativos causados por eles. Um exem-

plo são os sistemas de alarme de tsunamis e as

orientações e os treinamentos dados à população

nos locais onde esses fenômenos têm mais risco

de ocorrer. Existem também aparelhos que iden-

tificam a intensidade desses fenômenos, como os

sismógrafos.

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Árvores derrubadas pela força do vento em uma área com o entorno desmatado

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Raios atingindo a floresta durante uma tempestade

curiosidade?

Como funciona um sismógrafo?

O sismógrafo, a rigor, não funciona so-zinho. Depende do sismômetro, um sensor instalado em locais tranquilos e pouco po-voados, que detecta oscilações na superfície terrestre, desde pequenos abalos até grandes terremotos. O sensor consiste, basicamente, numa bobina que envolve um ímã pendura-do numa mola. Toda vez que a terra treme, o ímã balança e produz na bobina uma corrente elétrica, que é transmitida por meio de cabos ao sismógrafo. Dentro dele, nos modelos mais conhecidos, uma espécie de caneta, acionada pelos impulsos elétricos, move-se sobre um cilindro de papel compondo os sismogramas, gráficos a partir dos quais os abalos são medi-dos e analisados.

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Sismógrafo registrando

abalos

VITRAL, Daniel. Como funciona um sismógrafo? Disponível em: <https://super.abril.com.br/tecnologia/simosgrafo/>. Acesso em: 20 jan. 2019.

41

Atividades humanas

As atividades humanas como desma-

tamento, introdução de espécies exóticas,

exploração excessiva de recursos naturais,

incluindo a caça e pesca sem controle, ou

ainda por tráfico de espécies silvestres ge-

ram consequências para o ambiente e cau-

sam graves impactos nos ecossistemas,

alterando o meio de tal forma que muitas

espécies passam a correr risco de extinção.

Desmatamento

O desmatamento é a perda parcial

ou total da vegetação de um lugar, cau-

sada por diversos motivos. Entre eles, es-

tão: utilização do território para agricul-

tura e pecuária; exploração da madeira,

mineração, crescente urbanização, aumento

da erosão dos solos, desequilíbrios climáti-

cos e diminuição da biodiversidade, ocasio-

nada pela perda de hábitat e pela fragmen-

tação das florestas.

Um exemplo disso é a Mata Atlântica. Essa

floresta, que ocupava toda a costa brasilei-

ra, tem sido desmatada desde a chegada dos

europeus ao Brasil. Hoje, resta um pequeno

percentual de sua extensão original; por

isso, as espécies endêmicas – que ocorrem

apenas em determinada área ou região geo-

gráfica e que existem somente nesse ecos-

sistema – correm risco de extinção. No caso

da Mata Atlântica, isso ocorre com o mico-

-leão-dourado e outras espécies de plantas

e animais.

©Pulsar Imagens/Tales Azzi

Limite entre a área de plantação e a Mata Atlântica, Petrópolis, Rio de Janeiro

42

Ciências

Introdução de espécies exóticas

Uma espécie é considerada exótica quando

é encontrada fora de seu ambiente natural. Isso

significa que ela foi levada para outro lugar e in-

troduzida em um novo hábitat. As árvores de Pi-

nus encontradas no Brasil são exóticas, pois vêm

dos países do Hemisfério Norte. Algumas espécies

exóticas, incluindo o Pinus, podem se tornar inva-

soras. Como essas árvores se adaptam às condi-

ções do ambiente onde foram introduzidas, elas

se reproduzem e se dispersam por áreas maiores,

sem predadores ou parasitas, tomando o lugar das

espécies nativas ou se alimentando delas.

Exploração excessiva dos

recursos naturais

Também chamada de sobre-exploração,

compreende o uso imprudente e predatório

de qualquer recurso do ambiente, como seres

vivos, recursos hídricos, minerais, madeira,

etc. Como exemplo, há a pesca em escala

industrial, que reduz consideravelmente as

populações de diferentes espécies de peixes.

Esse tipo de sobre-exploração interfere

diretamente nas cadeias alimentares

oceânicas. O Brasil estabeleceu o período de

defeso, época em que é proibida a pesca de

determinadas espécies.

Tráfico de animais silvestres

Ocasiona a redução da biodiversidade e a

extinção de espécies. No Brasil, as aves são os

animais mais capturados para serem vendidos

no comércio ilegal, causando desequilíbrio eco-

lógico e sofrimento aos animais.

Floresta de Pinus sp. em Florianópolis, SC

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A pesca industrial tira um grande número de peixes das cadeias alimentares oceânicas, interferindo em seu equilíbrio e na reprodução das espécies.

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Para assegurar a reprodução das espécies e evitar a exploração excessiva, existe no Brasil o defeso, período do ano em que

determinada espécie, de certa região, não pode ser pescada, pois corresponde à época de sua reprodução. O defeso também

restringe atividades de caça, coleta e pesca esportiva e comercial. Nesse período, os pescadores e demais extrativistas

artesanais recebem uma ajuda de custo governamental para poderem se manter enquanto a pesca não é liberada.

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Papagaios são aves nativas brasileiras que estão ameaçadas de extinção devido ao tráfico de animais.

43

atividades

1 Sobre os impactos dos fenômenos naturais e da atividade humana nos ecossistemas, escreva V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas.

a) ( ) Algumas espécies de animais podem identificar mudanças no ambiente e perceber que um terremoto irá ocorrer.

b) ( ) As tempestades são sempre benéficas para os mais variados ecossistemas, pois fornecem água para plantas e animais e não causam danos.

c) ( ) Espécies endêmicas são aquelas que ocorrem em uma região ou área específica. Se essa região for degradada, possivelmente essas espécies serão extintas ou terão seu número de exemplares reduzido.

d) ( ) As espécies animais e vegetais têm completa condição de repor suas populações ao longo do tempo, mesmo com a sobre-exploração resultante das atividades humanas.

2 A seguir, estão relacionados vários fatores que alteram os ambientes causando diferentes tipos de impactos ambientais. Escreva H para os impactos causados pelos seres humanos e N para os causa-dos por fenômenos naturais.

a) ( ) Inundações causadas pelo acúmulo de lixos nos rios.

b) ( ) Perda de biodiversidade de uma floresta em virtude de uma erupção vulcânica.

c) ( ) Morte de animais de zona costeira durante um tsunami.

d) ( ) Poluição das águas de um rio por agrotóxicos.

e) ( ) Destruição de hábitats após um terremoto.

f) ( ) Extinção de uma espécie em virtude da pesca excessiva, sem respeitar o período de reprodução.

3 Leia o texto e responda às questões.

Pesquisadores investigam impactos de tempestade de granizo em manguezais

Pesquisadores do Departamento de Oceanografia da Ufes publicaram um artigo [...] a res-peito de uma investigação sobre impactos de uma tempestade de granizo, ocorrida em 2016, nos manguezais dos estuários do rio Piraquê-Açu-Mirim, em Santa Cruz (Aracruz/ES). Imagens anteriores à tempestade mostraram que foram impactados cerca de [...] (29% da área total) de florestas de manguezal, sendo que a recuperação das florestas, após 15 meses do evento climático, foi muito pequena ou nula. A pesquisa aponta também que as zonas úmidas brasi-leiras precisam, com urgência, de monitoramentos de longo prazo e ações para adaptação às mudanças climáticas, pois sua degradação leva à perda de serviços ecossistêmicos com valor econômico importante em zonas costeiras.

[...]

A tempestade de granizo teve rajadas de vento de mais de 100 km por hora e causou uma morte de manguezal inédita na região leste brasileira.

NASSAR, Letícia. Pesquisadores investigam impactos de tempestade de granizo em manguezais. Disponível em: <http://www.ufes.br/conteudo/pesquisadores-investigam-impactos-de-tempestade-de-granizo-em-manguezais>. Acesso em: 29 jan. 2019.

44

Ciências

a) As tempestades de granizo se caracterizam pela queda de fragmentos de gelo junto com a chuva. Como elas podem afetar plantas e animais?

b) Os manguezais são importantes locais para a reprodução de peixes e outros animais aquáticos. Tam-bém servem de abrigo e local de alimentação desses animais. Quais impactos a destruição de áreas de mangue pode ter para essas espécies animais e também para as comunidades de pescadores?

4 Faça a leitura da charge a seguir.

A charge faz referência às consequências das atividades humanas no meio ambiente que, aos poucos, está se degradando e perdendo suas características e biodiversidade. A respeito des-se assunto, responda às questões.

a) Que elementos da charge possibilitam perceber a crítica ao consumo exagerado da água potá-vel e a uma possível crise hídrica?

b) A falta de água está relacionada ao desmatamento desenfreado que vem ocorrendo no Brasil e no mundo, atividade ilegal responsável por diversas mudanças no ambiente. Cite algumas con-

sequências que o desmatamento ilegal pode trazer para o ambiente.

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5 (IFBA) Diversos seres, entre eles algas, crustáceos e moluscos, carregados na água dos porões dos navios, podem causar desastres ambientais quando chegam nos portos estrangeiros, onde muitas vezes não encontram predadores naturais e se alastram. A água, em geral captada nos portos onde os navios saem, é utilizada pelas embarcações para dar equilíbrio quando a viagem é feita sem car-ga. Ao chegar ao porto de destino, a chamada “água de lastro” é liberada, causando uma migração involuntária de milhões de seres vivos.Adaptado do texto disponível em: <http://g1.globo.com/ciencia-esaude/noticia/2010/07/bioinvasao-trazida-por-navios-desafiacientistas-brasileiros.html>. Acesso em: 29 set. 2013.

A expansão descontrolada das espécies exóticas nas diferentes regiões brasileiras justifica-se

a) pela grande capacidade de adaptação e reprodução assexuada.

b) pela falta de um predador natural e grande capacidade de adaptação.

c) pela grande oferta de alimentos e reprodução assexuada.

d) pela presença de predadores naturais e clima semelhante aos da região de origem.

e) pelo aumento do potencial biótico por ausência de fatores limitantes de crescimento.

Estratégias de sobrevivência

Os seres vivos, em geral, apresentam as característi-

cas necessárias para sobreviver no ambiente. Assim, eles

se adaptam a diferentes condições de temperatura, salini-

dade, quantidade de água e luz, composição do solo, dis-

ponibilidade de nutrientes, presença de predadores, entre

outros fatores. Essas características podem ser chamadas

de estratégias de sobrevivência.

Estratégias de defesa

Ao longo do tempo, muitos organismos foram selecionados pela natureza com base em

estratégias de defesa que os tornaram adaptados ao meio, garantindo-lhes maiores chances

de sobrevivência. Entre essas estratégias, estão a camuflagem, o mimetismo e as peçonhas.

A camuflagem é um mecanismo que permite a um indivíduo se esconder no ambiente,

confundindo-se com as cores e formas do meio. É uma maneira de se proteger de predado-

res e também de conseguir atacar suas presas.

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O bicho-folha, do gênero Phylliidae, apresenta o corpo semelhante ao das folhas do ambiente onde vive.

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Quando nascem, os filhotes de foca são indefesos e se camuflam no ambiente para evitar ataques de predadores. A pelagem

branca que apresentam os esconde na neve.

Plantas carnívoras se desenvolvem em solos onde faltam alguns nutrientes. Apresentam folhas adaptadas à captura e digestão de insetos, que complementam sua nutrição.

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Ciências

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Em outros casos, há animais que apresentam características semelhantes às de outros

que têm substâncias venenosas. Essa estratégia é chamada de mimetismo e faz com que os

predadores se enganem, afastando-se do que seria um perigo para eles. Observe o exemplo

a seguir.

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A falsa-coral, espécie Erythrolamprus aesculapii (A), não tem peçonha, e o padrão de coloração de seu corpo é muito parecido com o da cobra-coral, espécie Micrurus lemniscatus (B), que tem peçonha e pode ser letal aos animais. A falsa-coral engana seus predadores, que não se aproximam dela ao identificá-la como perigo.

Outro exemplo de mimetismo é o da borboleta-

-coruja, que recebe esse nome por apresentar em suas

asas desenhos que são interpretados pelos predado-

res como os olhos de uma coruja, afugentando-os e

evitando a predação.

Borboleta-coruja

Belas e perigosas

Muitas vezes espécies diferentes de borboletas tóxicas são fisicamente parecidas: apresentam asas com desenhos e cores semelhantes. Não é apenas coincidência. Essa semelhança é resultado [...] [do] mimetismo [...], em que espécies distintas se beneficiam de uma característica em co-mum: um animal que se envenene ao tentar almoçar uma borboleta tóxica passará a evitar todas com aquele padrão de desenhos e cores. Para entender como surgem asas semelhantes, a francesa Marianne Elias, da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, analisou 58 espécies de borbo-letas amazônicas. [...] mais do que o parentesco, asas semelhantes entre espécies diferentes são resultado de uma cooperação ecológica que se mantém ao longo do tempo. [...] o mimetismo surge em espécies que compartilham um mesmo hábitat. Com o tempo, essas espécies vão se tornando cada vez mais semelhantes ecologicamente, ampliando os benefícios de serem parecidas.

curiosidade?

BELAS e perigosas. Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.br/2009/01/01/belas-e-perigosas/>. Acesso em: 29 jan. 2019.

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As plantas também são capazes de

produzir substâncias venenosas para se

protegerem. A dedaleira (Digitalis purpu-

rea), por exemplo, contém uma substân-

cia chamada digitalina, que pode desre-

gular os batimentos cardíacos.

Muitas espécies, como a rã dardo, produzem substâncias tóxicas ou venenosas na pele que afugentam os predadores.

©Shutterstock/Rosa Jay

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Dedaleira, planta capaz de produzir substâncias venenosas.

Além dessas, existem outras estratégias de defesa. Há insetos e aranhas que se fingem

de mortos para o predador perder o interesse neles; há outros animais que salvam seus fi-

lhotes ao simular ferimentos, a fim de atrair o ataque do predador para si mesmos.

Por que as lagartixas perdem o rabo? Como isso ocorre?

Para se defender, assim como a maioria dos lagartos, as lagartixas são capazes de soltar a cau-da, mecanismo conhecido como autotomia (auto = voluntário, próprio e tomia = partir, cortar). Elas forçam uma fratura em um ponto específico do rabo, que se desprende de forma indolor e continua se movimentando, dis-traindo a atenção do predador enquanto fogem. [...]

curiosidade?

NUNES, Ronaldo; ASSOLINI, Pablo; TREVISAN, Rita. Por que as lagartixas perdem o rabo? Como isso ocorre? Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/1116/por-que-as-lagartixas-perdem-o-rabo-como-isso-ocorre>. Acesso em: 23 jan. 2019.

©Alamy/Fotoarena

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Outra adaptação relacionada à defesa é

a produção de substâncias tóxicas ou ve-

nenosas. Há inúmeros seres vivos que se uti-

lizam delas para se defenderem. Entre esses

seres, está o anfíbio da espécie Dendrobates

tinctorius, conhecida popularmente como rã

dardo. Ela apresenta substâncias venenosas

em sua pele e cores chamativas, que alertam

os predadores sobre o perigo.

48

Ciências

Estratégias de reprodução e de alimentação

A reprodução é uma característica comum aos seres

vivos e permite às espécies se estabelecerem no ambien-

te e deixarem descendentes. No processo de reprodu-

ção, cada espécie tem estratégias próprias para a atração

entre machos e fêmeas, para o cuidado com os ovos, a

sobrevivência dos filhotes, entre outras.

Animais que vivem em regiões muito frias deslocam-

-se para regiões mais quentes em busca de alimento e

temperaturas amenas para a reprodução, pois, assim, os

filhotes apresentam mais chances de sobrevivência. Esse

comportamento é muito comum em aves que vivem no

Hemisfério Norte. Com a proximidade do inverno, elas

migram para áreas do Hemisfério Sul. Outro exemplo de

migração é o das baleias-jubarte, que, durante o inverno,

saem de regiões polares e dirigem-se a ambientes mais

quentes, como a região costeira do Nordeste brasileiro,

principalmente o Banco dos Abrolhos, litoral sul da Ba-

hia, para se reproduzirem.

Em algumas espécies, para que a reprodução ocorra, é

necessário que o macho atraia a fêmea. Para isso, ele pode

utilizar diferentes estratégias. No caso das aves, por exem-

plo, o macho pode atrair pelo canto e pelo padrão e exu-

berância das penas, ou pode construir ninhos para abrigar

os filhotes. Em algumas espécies de mamíferos, os machos

travam batalhas entre si a fim de disputar as fêmeas.

Os seres vivos também podem apresentar diferen-

tes estratégias para se alimentarem. Algumas delas são:

permanecer imóveis e camuflados no ambiente para sur-

preender as presas, construir armadilhas para capturar

presas (como as teias de aranhas), identificar as presas por

seu calor ou movimentos, por meio de órgãos sensoriais.

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©Shutterstock/Rusty Dodson ©Shutterstock/Vadym Lesyk

As baleias-jubarte migram para águas polares no verão para se alimentarem e, no inverno, para águas tropicais para o nascimento dos filhotes ou para o acasalamento.

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Entre os pavões, somente o macho

(imagem A) apresenta penas coloridas, as quais ele exibe para atrair as fêmeas (imagem B) para a reprodução.

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Serpente camuflada para capturar presas.

As teias das aranhas são uma estratégia para capturar insetos voadores, que servirão de alimento para elas.

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Estratégias para a manutenção da temperatura

Os animais que vivem em regiões muito frias ou muito quentes têm adaptações para

manter a temperatura corporal. Essas características estão relacionadas à anatomia do cor-

po, ao seu funcionamento e, até mesmo, ao comportamento do animal.

Muitos animais adaptados ao frio extremo têm uma

grossa camada de gordura embaixo da pele. Essa gordura

age como isolante térmico, dificultando a perda de calor

para o ambiente. As penas e os pelos também agem como

isolantes térmicos e dificultam a perda de calor. Isso acon-

tece porque há uma camada de ar entre eles, que dificulta

a troca de calor com o ambiente externo.

Quanto mais espessa a camada de pelos e penas,

maior a proteção contra o frio. Quando as temperaturas

caem, os animais conseguem aumentar essa camada de

isolamento, arrepiando os pelos ou levantando as penas

um pouco mais.

No inverno, os dias ficam mais curtos e as tempera-

turas caem muito, tornando menor a disponibilidade de

alimentos. Por esse motivo, alguns animais entram em

hibernação, processo no qual o metabolismo sofre mu-

danças para conservar energia. Os batimentos cardíacos

e movimentos respiratórios diminuem. A energia para a

manutenção do organismo é retirada da gordura corporal

acumulada durante a primavera e o verão. Poucos animais

fazem hibernação verdadeira, como ursos-negros, mar-

motas, esquilos e alguns morcegos. Para hibernar, esses

animais geralmente se escondem em abrigos, protegen-

do-se de predadores.

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As focas apresentam uma grossa camada de gordura embaixo da pele e uma espessa camada de pelos que as protegem do frio intenso do ambiente onde vivem.

As marmotas são animais que habitam locais do Hemis-fério Norte, onde neve e temperaturas muito baixas são comuns nos meses de inverno. Assim, eles constroem tocas para se protegerem durante a hibernação.

Os animais que vivem em climas muito

quentes apresentam adaptações que aju-

dam a evitar o superaquecimento do corpo.

As girafas, por exemplo, têm as pernas e o

pescoço compridos, o que, entre outras coi-

sas, facilita a circulação de ar e a troca de

calor. Para resfriar o sangue, os elefantes

africanos abanam as enormes orelhas, que,

por terem muitos vasos sanguíneos, ajudam

nessa tarefa.

As girafas apresentam uma estrutura corporal adaptada à sobrevivência no clima quente das Savanas.

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Ciências

atividades

1 Explique a diferença entre camuflagem e mimetismo.

2 Leia o texto e responda às questões.

No rumo das aves migratórias

[...] milhares de aves de diferentes espécies, deixam seus lugares de origem, quando o inver-no se aproxima no Hemisfério Norte, à procura de alimentos e temperaturas mais elevadas. Das cerca de 10 000 espécies que existem no mundo, mais de um terço migra, em maior ou menor grau, o que abrange dezenas de bilhões de aves em busca da sobrevivência.

Esse fenômeno é mais pronunciado no Hemisfério Norte, quando as aves cruzam a linha do Equador dirigindo-se para as áreas tropicais e subtropicais da América do Sul, África e Oceania [...]. Esse é o caso das mais de 6 milhões de andorinhas-azuis (Prognesubis) que todos os anos, no outono, batem asas do Canadá, Estados Unidos e norte do México e parte delas vem desem-barcar no interior de São Paulo.

PIRATININGA, Paulo. No rumo das aves migratórias. Disponível em: <https://super.abril.com.br/ciencia/no-rumo-das-aves-migratorias/>. Acesso em: 23 jan. 2019.

a) Trace no mapa uma seta que corresponda à migração das espécies do sentido do Hemisfério Norte para as áreas do Hemisfério Sul citadas no texto.

b) Quais as vantagens da migração para a sobrevivência das espécies citadas no texto?

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Planisfério

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.

51

3 Nós, seres humanos, também temos estratégias para enfrentar determinadas condições. Em dias muito quentes, é comum a produção de suor aumentar. Isso acontece porque, ao evaporar, o suor refresca nosso corpo. Nos dias gelados de inverno, é comum que nossos pelos fiquem eriçados.

Sobre esse tema, escreva V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas. Corrija as falsas.

a) ( ) O eriçamento dos pelos aumenta a camada de ar próxima da superfície da pele.

b) ( ) Os pelos eriçados fazem com que o corpo perca mais calor.

c) ( ) O ar retido junto aos pelos diminui a perda de calor para o ambiente, e o suor auxilia a diminuir a temperatura.

d) ( ) A liberação de suor e o eriçamento de pelos são estratégias para a manutenção da tempe-ratura corporal.

e) ( ) A presença de gordura embaixo da pele não interfere na manutenção da temperatura.

Relações ecológicas

Os seres vivos compartilham espaço nos diversos ecossistemas e estabelecem relações

entre eles e com o ambiente. Essas interações são necessárias para a sobrevivência dos or-

ganismos, pois auxiliam na busca por alimento, abrigo, locais para reprodução, entre outros

fatores. As relações estabelecidas entre os seres vivos de um ecossistema são chamadas de

relações ecológicas.

Relações harmônicas

Existe relação harmônica entre os seres vivos quando eles se relacionam sem que ne-

nhum dos envolvidos saia prejudicado. São exemplos dessas relações: mutualismo, proto-

cooperação, sociedade, colônia, inquilinismo e comensalismo.

Mutualismo

No mutualismo, os dois organismos são bene-

ficiados, e essa relação é considerada de dependên-

cia, pois eles geralmente não vivem separados. Os li-

quens, que são comumente encontrados em troncos

de árvores e que apresentam cores e formas variadas,

Liquens crescendo no tronco de uma árvore

©Shutterstock/Morozova Oxana

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52

Ciências

são uma associação mutualística entre dois organismos: uma alga (ou cianobactéria) e um

fungo. Nesse caso, a alga realiza fotossíntese e fornece parte da matéria orgânica produzida

para o fungo, beneficiando-o com alimento. Em contrapartida, a alga necessita de umidade

e sais minerais, que são fornecidos pelo fungo.

Outro exemplo de mutualismo ocorre entre cupins e alguns protozoários. No intestino

dos cupins, vivem alguns protozoários que se alimentam da celulose presente na madeira

ingerida pelos insetos. Como os cupins não conseguem digerir a celulose, eles obtêm ajuda

dos protozoários, que recebem alimento e abrigo.

Protocooperação

Nesse tipo de interação, existe relação entre seres de espécies diferentes. Cada orga-

nismo vivo realiza um tipo de benefício para outro, de forma que ambos obtêm vantagens.

Em todos os exemplos de protocooperação, os seres podem sobreviver separados, porém é

vantajoso estarem juntos. Por exemplo, o pássaro-palito retira restos de alimentos da boca

do jacaré. Nesse caso, os dois animais se beneficiam, pois o pássaro se alimenta dos restos

de comida e o jacaré mantém sua boca limpa.

A relação entre a anêmona e o peixe-palhaço é outro exemplo de protocooperação. As

anêmonas apresentam tentáculos que liberam uma substância urticante e tóxica para os

outros animais. Se pequenos animais aquáticos tocam seus tentáculos, eles podem até mor-

rer. Assim, as anêmonas mantêm distância dos predadores. As toxinas liberadas por elas, no

entanto, não afetam o peixe-palhaço. Ele utiliza as anêmonas como abrigo e local seguro

para colocar seus ovos, assegurando a sobrevivência de sua prole. Em troca, os restos de ali-

mentos deixados pelo peixe-palhaço são consumidos pelas anêmonas, caracterizando uma

associação que beneficia os dois seres.

Sociedade

Quando indivíduos de uma mesma espécie vivem reunidos, cooperando uns com os ou-

tros e realizando divisão de trabalho, dizemos que esses organismos vivem em sociedade,

como é o caso das abelhas.

O contato com as anêmonas é uma forma de proteção para o peixe-palhaço.

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As operárias fazem a maior parte do trabalho: colhem o néctar, alimentam as larvas e

produzem o mel. As rainhas têm a principal função de gerar novas abelhas; já o zangão morre

após fecundar a rainha.

Para organizar a divisão de trabalho, os indivíduos de uma sociedade precisam se comu-

nicar. Essa comunicação pode ocorrer por meio de toque, cheiro, movimentos e até mesmo

sons. Além das abelhas, muitos outros insetos vivem em sociedade, como formigas, vespas

e cupins.

Colônia

Nas colônias, também ocorre a organização e a divisão das tarefas entre os seres vivos

para a sobrevivência dos indivíduos, porém, diferentemente das sociedades, os organismos

estão ligados fisicamente.

Um exemplo desse tipo de interação são os corais, que se desenvolvem nos mares e são

formados por vários indivíduos semelhantes, unidos por um esqueleto calcário.

Outros organismos, como as caravelas, vivem em colônias formadas por indivíduos da

mesma espécie, porém diferentes anatomicamente. Eles vivem unidos fisicamente e cada

um tem uma tarefa específica para garantir a sobrevivência de todos.

Formigas são organismos que vivem em sociedade e se comunicam pelas substâncias químicas que liberam.

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Os corais podem formar grandes recifes, um ecossistema

com grande biodiversidade.

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54

Ciências

Inquilinismo

Em Ecologia, o termo inquili-

nismo é utilizado para definir uma

relação entre seres vivos de espé-

cies diferentes, na qual um deles

atua como abrigo, dando proteção

a outro.

Andando por bosques e florestas,

é possível identificar uma situação mui-

to comum de inquilinismo: orquídeas

e bromélias que vivem sobre árvores

mais altas. Para essas plantas, tal associação é vantajosa porque, assim, elas ficam mais protegi-

das e iluminadas pelo Sol. Para as árvores, essa associação é indiferente.

Comensalismo

No comensalismo, uma das espécies é beneficiada pela relação de alimentação e a

outra, apesar de não obter vantagem, também não sofre prejuízo. Em nosso intestino, te-

mos uma série de bactérias consideradas comensais, ou seja, que se aproveitam dos restos

alimentares, mas não nos causam doenças.

Outro exemplo de comensalismo ocorre entre a rêmora e outros animais marinhos maio-

res. Com sua ventosa, a rêmora pode “pegar uma carona” em peixes maiores, como tuba-

rões, e em outros animais aquáticos. Desse modo, não gasta energia para se locomover, além

de se alimentar dos restos de alimentos deixados por esses animais.

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Orquídea crescendo no galho de uma árvore

Relações desarmônicas

No convívio em que uma das espécies é favorecida trazendo prejuízo a outra existe uma

relação desarmônica. É importante lembrar que as relações desarmônicas também colabo-

ram para o equilíbrio da natureza, pois têm um importante papel no controle das popula-

ções. São exemplos dessas relações: parasitismo, predatismo, canibalismo e competição.

Tubarão com rêmoras aderidas à pele

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Parasitismo

Nesse tipo de relação, um dos

envolvidos, chamado parasita,

beneficia-se de outro, denomina-

do hospedeiro. O parasita retira

os nutrientes diretamente do hos-

pedeiro, prejudicando-o. Existem

diversos tipos de parasitas, dos

considerados temporários, como

pulgas e piolhos, aos causadores de

doenças graves, como alguns vírus e

bactérias.

Os parasitas que vivem na su-

perfície do corpo dos hospedeiros são ectoparasitas (ecto = fora). Os que vivem dentro do

corpo dos hospedeiros são endoparasitas (endo = dentro).

As verminoses, nome dado às doenças causadas por vermes, são exemplos de parasitismo.

Algumas verminoses, como o amarelão, podem evoluir e causar a morte da pessoa parasitada.

Predatismo

Quando um ser vivo serve de ali-

mento para outro, há uma relação

de predatismo, em que o caçador é

o predador e a caça, a presa. Existem

inúmeros casos de predatismo na na-

tureza: entre sapos e insetos, onças e

capivaras, serpentes e roedores, ga-

viões e coelhos, corujas e ratos, etc.

Afídios, insetos parasitas de plantas

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Jacaré, predador de peixes

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Existem casos de parasitis-

mo também entre as plantas. Um

exemplo é o cipó-chumbo, que

não apresenta clorofila e, por

isso, não consegue realizar a fo-

tossíntese. Para obter alimento,

suas raízes penetram o caule da

planta hospedeira e sugam a sei-

va dela. Certos insetos também

podem sugar a seiva das plantas,

sendo igualmente classificados

como parasitas.

Ancylostoma duodenale observado em microscopia eletrônica com aumento de 100 x. Verme endoparasita responsável pelo amarelão, doença que, se não for tratada, pode levar a óbito.

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Ciências

Canibalismo

O canibalismo ocorre entre seres vivos

da mesma espécie e, nessa relação, um in-

divíduo utiliza o outro como alimento. Isso

ocorre, por exemplo, com a aranha viúva-ne-

gra, que devora o macho após o acasalamen-

to. Esse comportamento garante à fêmea os

nutrientes necessários para a produção dos

ovos. Outro exemplo de canibalismo aconte-

ce com a fêmea do louva-a-deus, que pode

devorar a cabeça do macho durante o aca-

salamento, garantindo a energia necessária

para a produção dos ovos.

A fêmea do louva-a-deus se alimenta do macho após o acasalamento.

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Competição

A competição é o tipo de relação ecológica que acontece tanto entre indivíduos da mesma es-

pécie quanto entre seres de espécies diferentes. Na competição, como os seres vivos apresentam

os mesmos interesses, eles têm que lutar para conseguir o que querem. Assim, animais e plantas

sempre procuram ter o melhor desempenho. Os leões, por exemplo, brigam entre si para mostrar

à fêmea qual deles é o mais forte. Escolhendo o mais forte, a fêmea tem mais chances de gerar

filhotes saudáveis. Animais que têm a mesma alimentação competem para garantir seu sustento.

Plantas de uma floresta competem para captar melhor a luz solar. Esses exemplos de competição

demonstram importante interação entre seres vivos na busca pela sobrevivência.

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©Shutterstock/Pascale Gueret

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Tamanduás competindo

por território

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atividades

1 Nas relações entre os seres vivos em sociedades e colônias, ocorre uma divisão de trabalho entre eles, garantindo a sobrevivência de todos. Escreva qual característica diferencia esses dois tipos de relação.

2 Relacione as interações ecológicas com suas características.

( A ) Mutualismo

( B ) Sociedade

( C ) Inquilinismo

( D) Comensalismo

( E ) Parasitismo

( F ) Competição

( ) Os indivíduos disputam um recurso.

( ) Os dois organismos são beneficiados e, geralmente, não podem viver de maneira separada.

( ) Uma espécie se alimenta dos restos de alimento deixados pela outra espécie.

( ) Indivíduos da mesma espécie têm divisão de trabalho organizada.

( ) Uma espécie utiliza outra como fonte de alimento e moradia.

( ) Um indivíduo utiliza outro como moradia sem prejudicá-lo.

3 Por que as relações desarmônicas são importantes? Explique sua resposta.

4 Leia a tirinha a seguir e responda às questões.

GONSALES, Fernando. Níquel Náusea. São Paulo, mar. 2011. Disponível em: <http://www2.uol.com.br/niquel/>. Acesso em: 14 dez. 2018.

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a) No primeiro quadro da tirinha, o pássaro-palito está em um congresso de odontologia. Qual a

relação entre pássaro-palito e esse congresso?

b) Qual é o tipo de relação ecológica existente entre o pássaro-palito e o jacaré?

58

Ciências

conectado[...] A descrição de Darwin dos recifes de

corais como um dos "objetos mais maravi-lhosos do mundo" ainda prevalece. De fato, quanto mais se sabe sobre os recifes, mais maravilhosos eles parecem. [...] Eles são parte animal, vegetal e mineral, cheios de vida e, ao mesmo tempo, em grande parte mortos.

Como os ouriços-do-mar, as estrelas--do-mar, os mariscos, as ostras e as cracas, os corais que erguem recifes dominam a alquimia da calcificação. O que os distingue de outros calcificadores é que, em vez de trabalharem sozinhos para produzir uma concha, digamos, ou alguma placa calcítica, os corais empreendem vastos projetos de construção comunitários que se estendem por gerações. Cada indivíduo, chamado de [...] pólipo, participa da formação do exoes-queleto coletivo da colônia. Num recife, bi-lhões de pólipos que pertencem a até centenas de espé-cies diferentes dedicam-se à mesma tarefa básica. Com tempo suficiente (e condições favoráveis), o resultado é outro paradoxo: uma estrutura viva. A Grande Barrei-

ra de Corais se estende de modo irregular por cerca de 2 500 quilômetros e, em alguns lugares, tem uma espes-sura de 150 metros. [...]

O modo como os corais transformam o mundo – com vastos projetos de construção que envolvem múltiplas gerações – pode ser comparado ao dos seres humanos, com uma diferença crucial: em vez de desalojar outras criaturas, os corais as sustentam. Milhares – milhões – de espécies evoluíram confiando nos recifes de corais, seja diretamente, em busca de comida e proteção, seja indiretamente, para se alimentar dessas espécies que vêm em busca de comida e proteção. [...] Mas agora os pesquisadores acreditam que ele não sobreviverá ao Antropoceno. "É provável que os recifes venham a ser o

alquimia: é uma prática muito antiga. Refere-se à ciência conhecida como química no período da Antiguidade, que tinha como principal objetivo a transformação de um elemento em outro, como a transformação de objetos em ouro. Atualmente, alquimia também está relacionada a termos como transformação e mudança.

paradoxo: palavra derivada do latim e do grego, na qual “para” significa contrário, oposto; e “doxo” significa opinião. Pode, portanto, ser uma opinião oposta à verdade, ou contrária ao que se espera, ou até mesmo a ausência de lógica.

Antropoceno: termo utilizado para

descrever o período geológico

mais recente do planeta Terra, que compreende o período em que as atividades humanas passaram a ter grande impacto nos ecossistemas e no equilíbrio ambiental do planeta.

O período geológico se refere a uma escala de tempo de até bilhões de anos.

Charles Darwin nasceu

em fevereiro de 1809

na Inglaterra. Ele é

conhecido mundialmente

por ter desenvolvido

a teoria da seleção

natural sobre a evolução

das espécies.

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A Grande Barreira de Coral australiana, eleita

Patrimônio da Humanidade, é uma faixa imensa,

composta de milhares de recifes, ilhas continentais

e atóis. Tem cerca de 2 200 quilômetros de extensão

e é tão grande que é possível visualizá-la do

espaço. Essa barreira possui grande biodiversidade,

abrigando muitas espécies endêmicas.

59

Discuta com os colegas e o professor sobre os tipos de relações ecológicas que podem ser identificadas no texto e sobre como as cadeias alimentares, assim como as interações entre os seres vivos e o ambiente, podem ser afetadas pelas ativida des humanas.

Formações de recifes de corais que fazem parte da Grande Barreira de Corais australiana

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primeiro principal ecossistema da era moderna a se tor-nar ecologicamente extinto", escreveu um trio de cien-tistas britânicos sobre a situação. [...] a acidificação dos oceanos não é a única ameaça pairando sobre os recifes. Na verdade, em algumas partes do mundo, os recifes não deverão durar tempo suficiente para que a acidificação oceânica acabe com eles. A lista de peri-gos inclui, mas não se limita a: pesca predatória, que provoca o crescimento de algas que competem com os corais; escoamento de resíduos agrícolas, que também encoraja o crescimento das algas; desmatamento, que leva ao assoreamento e reduz a limpidez das águas; e pesca com explosivos [...]

A acidificação dos oceanos ocorre em

virtude do aumento dos níveis de dióxido

de carbono (CO2) na água, o que altera

a composição química desse ambiente.

Os organismos que mais sofrem com

isso, apresentando risco de extinção,

são aqueles cujas conchas ou esque-

letos são formados de carbonato de

cálcio, como corais e alguns moluscos.

KOLBERT, Elizabeth. A sexta extinção: uma história não natural. Tradução de Mauro Pinheiro. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2015. p. 139-142.

60

Ciências

1 Leia o texto e faça o que se pede.

o que já conquistei

Tem pulga na água!

A pulga da qual vamos falar não é um inse-to, mas um crustáceo minúsculo que vive nas águas dos rios. [...] Ela é minúscula mesmo, nasce com cerca de dois milímetros e atin-ge um centímetro de comprimento quando adulta. Como é um crustáceo – assim como os camarões e as lagostas – a pulga-d’água pode ser encontrada em ambientes aquáticos, geral-mente em lagos, rios e até em pequenas poças. [...] Elas filtram a água enquanto se alimentam de matéria orgânica, bactérias e pequenas algas. Além disso, servem de alimento para os pei-xes, que precisam se esforçar muito para conseguir capturá-las!

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FREITAS, Luciana; PAES, Thécia. Tem pulga na água! Ciência Hoje das Crianças, Rio de Janeiro, ano 25, n. 234, p. 7-9, maio 2012.

a) Qual é o hábitat das pulgas-d'água?

b) Qual relação ecológica é estabelecida entre as pulgas-d'água e os peixes?

2 Monte duas cadeias alimentares que incluam o ser humano.

3 Pensando na estrutura das cadeias alimentares, se todos os organismos fotossintetizantes (plantas

e algas) de nosso planeta deixassem de existir, quais seriam as consequências para todos os demais organismos?

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4 Em uma floresta, as folhas das árvores caem o tempo todo, formando uma camada espessa no chão. Com o decorrer do tempo, essas folhas apodrecem e deixam de existir. Esse ciclo sempre se repete.

Sobre isso, responda à seguinte questão:

Quais organismos propiciam o apodrecimento dessas folhas? Podemos dizer que elas são importan-tes para o desenvolvimento das árvores da floresta?

5 Leia o texto e faça o que se pede.

O senhor Fernando tem uma fazenda ecológica em que planta verduras, além de criar coe-

lhos e peixes. Uma parte das verduras é comercializada e a outra é usada para a alimentação

dos coelhos, cuja carne é vendida para a vizinhança. Em alguns canteiros, criam-se, natural-

mente, caramujos, que se alimentam dos vegetais. Diariamente, os caramujos são jogados

nos tanques para alimentar os peixes, mas o senhor Fernando está preocupado, pois surgi-

ram algumas aves, como gaviões, que vêm se alimentando dos peixes.

a) Esquematize a cadeia alimentar da qual o gavião faz parte.

b) Na cadeia alimentar da qual o gavião faz parte, quais seres vivos representam o produtor e o consumidor primário?

c) Quais são, provavelmente, os seres decompositores nesse ambiente?

d) O que aconteceria a esse ecossistema se os seres decompositores não existissem?

6 Na época da reprodução, os machos de muitas espécies de aves exibem sua plumagem e seu canto para atrair as fêmeas, travando, assim, uma verdadeira disputa. As fêmeas escolherão o macho com melhor canto e plumagem, pois isso pode significar que terão filhotes mais fortes, que poderão garantir a sobrevivência da espécie. Essa pode ser considerada uma estratégia reprodutiva das es-pécies? Justifique sua resposta.

7 Escreva V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas. Depois, corrija as falsas.

a) ( ) Na protocooperação, as duas espécies envolvidas não precisam estar juntas para sobrevi-ver, porém é vantajoso para ambas se isso ocorrer.

62

Ciências

b) ( ) Os liquens, associações entre algas e fungos, são um exemplo de protocooperação.

c) ( ) As bromélias e orquídeas se desenvolvem em galhos de árvores de grande porte, porém não as prejudicam, o que caracteriza o inquilinismo.

d) ( ) Um gato que se alimenta de um rato não está fazendo predatismo porque os ratos causam prejuízos às cidades.

8 Complete o quadro sobre relações ecológicas assinalando + (positivo) quando a espécie é beneficia-da; (negativo) quando a espécie é prejudicada; 0 (zero) quando a relação é neutra para a espécie envolvida.

Relação ecológica Espécie 1 Espécie 2

Competição -

Protocooperação +

Comensalismo +

Mutualismo +

Inquilinismo +

Parasitismo

Predatismo

9 Algumas espécies de aves se alimentam de carrapatos presentes no corpo de grandes mamíferos,

como a capivara. O mamífero se livra dos parasitas, enquanto a ave se alimenta.

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a) Qual é a relação entre o carrapato e a capi-vara?

b) Que relação existe entre a ave e a capivara?

c) Qual é a relação entre a ave e o carrapato?

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10 Leia a tirinha a seguir e responda à questão.

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GONSALES, Fernando. Níquel Náusea. São Paulo, fev. 2011. Disponível em: <http://www2.uol.com.br/niquel/>. Acesso em: 14 dez. 2018.

Que tipo de relação ecológica ocorre na situação entre o camaleão e a mosca? Ela é harmônica ou desarmônica? Justifique sua resposta.

11 Os ovos dos sapos não apresentam casca e são depositados entre plantas aquáticas, próximos às margens de lagos e rios. A cada processo reprodutivo, são fecundados centenas de ovos, mas ape-nas alguns deles chegam à vida adulta porque são predados por outras espécies, que se alimentam tanto dos ovos quanto das larvas, chamadas de girinos. Sobre isso, responda à questão.

Por que o fato de liberar centenas de ovos pode ser considerado uma estratégia de sobrevivência da espécie?

12 A espécie de besouro da imagem, quando se sente ameaçada por um predador, fica imóvel, como se estivesse morta, e permanece nesse estado até que o predador perca o interesse. Isso porque muitos animais se alimentam apenas de outros que estão em movimento. Isso se trata de uma es-tratégia de sobrevivência? Justifique sua resposta.

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