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FIOCRUZ- Cerrado Pantanal Curso de Pós-Graduação em Atenção Básica em Saúde da Família Trabalho de Conclusão de Curso A IMPORTÂNCIA DA SISTEMATIZAÇÃO DA CONSULTA DE ENFERMAGEM NA PUERICULTURA Aline Paula Klein

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FIOCRUZ- Cerrado Pantanal

Curso de Pós-Graduação em Atenção Básica em Saúde da Família

Trabalho de Conclusão de Curso

A IMPORTÂNCIA DA SISTEMATIZAÇÃO DA CONSULTA DE ENFERMAGEM NA PUERICULTURA

Aline Paula Klein

Campo Grande

2011

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Aline Paula Klein

A IMPORTÂNCIA DA SISTEMATIZAÇÃO DA CONSULTA DE ENFERMAGEM NA PUERICULTURA

Trabalho de pesquisa para a Conclusão da Pós- Graduação Lato Senso – Atenção Básica em Saúde da Família – FIOCRUZ, Universidade Federal de Mato Grasso do Sul UFMS.

Orientador (a): Michele Batiston Borsoi

Campo Grande

2011

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RESUMO

KLEIN, Aline Paula ¹. BORSOI, Michele Batiston ². A importância da sistematização da consulta de enfermagem na puericultura. 2011. Projeto de conclusão de pós-graduação Lato Senso – Atenção Básica em Saúde da Família – FIOCRUZ, Universidade Federal de Mato Grasso do Sul- UFMS. Campo Grande - MS

O estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica, que tem como objetivo exaltar a relevância da importância da sistematização da consulta de enfermagem na puericultura. Aborda a atenção à saúde da criança e a importância de ter seu crescimento e desenvolvimento acompanhado sistematicamente por um profissional enfermeiro. A sistematização da consulta de enfermagem é necessária para fornecer recursos técnicos, científicos e humanos além da base ético-legal ao serviço prestado. Constata-se que no momento da consulta de enfermagem pediátrica favorece uma atenção à saúde da criança de forma integral, com a possibilidade de percepção dos possíveis agravos potencialmente evitáveis, comuns nesta idade. A implantação da Consulta de Enfermagem em unidades básica de saúde demonstra um índice elevado de adesão ao calendário de vacinação e consequentemente a diminuição no número de internações por doenças imunopreveníveis. A puericultura, além de fornecer a educação recíproca entre os envolvidos, também auxilia na assistência á saúde.

Descritores: Consulta de Enfermagem, Sistematização na Assistência de Enfermagem e Puericultura.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................5

2 OBJETIVOS.................................................................................................................7

2.1 Objetivo geral.............................................................................................................7

2.2 Objetivo Específico....................................................................................................7

3 METODOLOGIA.........................................................................................................8

3.1 Tipo do Estudo Realizado...............................................................................8

3.2 Considerações Éticas................................................................................................8

3.3 Locais de Pesquisa....................................................................................................8

3.4 Caracterização e Recrutamento da Amostra.........................................................8

3.5 Análises de dados......................................................................................................8

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...................................................................................9

4.1 Sistematização da Assistência de Enfermagem......................................................9

4.2 Consulta de Enfermagem.........................................................................................9

4.3 Puericultura.............................................................................................................11

5 CONCLUSÃO............................................................................................................14

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................15

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1 INTRODUÇÃO

A criança deve ter uma assistência baseada nos cuidados á promoção da saúde,

prevenção, diagnóstico precoce e recuperação dos agravos a saúde. Com isso procura-se

um acompanhamento que seja programado, com a finalidade de notar qualquer

intervenção que venha prejudicar seu crescimento e desenvolvimento, tendo um maior

controle das doenças prevalentes na infância e realizando e incentivando ações básicas

de saúde, como o aleitamento materno, orientação alimentar e imunizações, para que

esta criança tenha uma boa qualidade de vida (VIANA, 2005).

Segundo Brasil (2009) a infância é considerada um período onde o indivíduo

desenvolve suas habilidades e potencialidades. Para isso o Ministério da Saúde criou na

área de Atenção Básica a Saúde, a Estratégia Saúde da Família aonde desde 1993, ano

de sua criação, vem desenvolvendo ações como o Pacto pela Redução da Mortalidade

Materna e Neonatal, o Pacto pela Vida e a Política Nacional de Atenção Básica e com

isso fortalecendo o vínculo entre o Programa de Saúde da Família –PSF e o Sistema

Único de Saúde-SUS .

A puericultura tem como norteador o calendário de consultas preconizadas pelo

Ministério da Saúde, que abrange de 0 a 6 anos, sendo no mínimo sete consultas no

primeiro ano de vida, duas no segundo e uma por ano a partir do terceiro ano de vida até

essa criança ter seis anos completos. O ideal é que seja tudo registrado no Cartão da

Criança, a avaliação do peso, altura, desenvolvimento, vacinação e intercorrências, o

estado nutricional, bem como orientações à mãe/família/cuidador sobre os cuidados

com a criança (alimentação, higiene, vacinação e estimulação) em todo atendimento. E

ressaltado também que toda a equipe esteja preparada para identificar fatores de risco e

fazendo busca ativa das crianças faltosas, com vacinas atrasadas, da criança que foi

hospitalizada (BRASIL, 2004).

A consulta de enfermagem é realizada pelo enfermeiro nos três níveis de atenção

a saúde, seja em instituição pública ou privada e tem como finalidade de contribuir para

um atendimento com qualidade e elevar o ego do profissional atuante (GOMES;

NUNES, 2006).

Sendo assim, o Art. 11, inciso I, alínea "i" da Lei nº 7.498, de 25 de junho de

1986, e no Decreto 94.406/87, que a regulamenta, onde legitima a Consulta de

Enfermagem e determina como sendo uma atividade privativa do enfermeiro e após isto

é resolvido na Resolução COFEN-159/1993 a disposição da consulta de enfermagem.

A Sistematização da Assistência de Enfermagem- SAE, tem sido utilizada em

várias instituições de saúde e vem acompanhada pelo Processo de Enfermagem,

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constituído de cinco etapas inter-relacionadas, executado com conhecimento teórico e

prático.

Como a consulta de enfermagem a SAE também possui um apoio legal pelo

COFEN desde o ano 2002, pela Resolução nº 272 para ser implantada em todo território

brasileiro nas instituições de saúde.

Considerando na acreditação da grande importância para a prestação de cuidados

com qualidade e respaldo ético-legal, este trabalho tem o intuito de sensibilizar quanto à

implantação e implementação da sistematização da consulta de enfermagem na

puericultura.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Analisar através de uma revisão de literatura sobre a importância da

sistematização da consulta de enfermagem na puericultura.

2.2 Objetivos específicos

Levantar informações atualizadas sobre o assunto,

Buscar a literatura pertinente a temática,

Discutir a importância da sistematização da consulta de enfermagem na

puericultura.

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3 METODOLOGIA

3.1 Tipo do Estudo Realizado:

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica retrospectiva e documental. Serão

desenvolvidos dois métodos: o exploratório e descritivo.

3.2 Considerações Éticas:

Por se tratar de um estudo bibliográfico, não necessita de autorização do Comitê

de Ética.

3.3 Locais de Pesquisa:

A fonte de pesquisa será de base secundária, disponíveis em bases de dados

como LILACS, BDENF, SciELO- Scientific Eletronic Library Online, na Biblioteca

Virtual em Saúde (BVS), na legislação da profissão, na legislação do Sistema Único de

Saúde (SUS) e em Manuais do Ministério da Saúde.

3.4 Caracterização e Recrutamento da Amostra:

Serão inclusos todos os artigos com os descritores, consulta de enfermagem,

sistematização na assistência de enfermagem e puericultura.

Serão exclusos os periódicos que não estão disponíveis completo, em outro

idioma e que não coerentes com o objetivo da pesquisa.

3.5 Análises de dados:

Foram encontrados 37 artigos, porém somente 12 eram coerentes com o objetivo

da pesquisa, sendo sete encontrados na plataforma SciELO e cinco na plataforma

LILACS, mais sete manuais do Ministério da Saúde, cinco leis do exercício

profissional e três da legislação do SUS. Ao todo foram 34 referências pesquisadas,

entre os anos de 1986 a 2011.

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4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 Sistematização da Assistência de Enfermagem

A SAE entre outras atribuições fornece ao enfermeiro recursos técnicos,

científicos e humanos, facilitando assim o atendimento ao cliente lhe oferecendo uma

melhor qualidade na assistência possibilitando o reconhecimento e valorização

(REMIZOSKI et at., 2010).

Para Carvalho et al.(2008) o processo de enfermagem é utilizado para facilitar o

trabalho do enfermeiro, auxiliando na identificação de possíveis problemas e em

diagnósticos prováveis, tornando o atendimento mais humanizado e individualizado.

Portanto prestar uma assistência de qualidade é de responsabilidade do enfermeiro e

para que isso ocorra deverá implantar a SAE em todas as consultas de enfermagem.

O processo de enfermagem apresenta-se complexo e dividido em fases,

necessária para a implantação do SAE na consulta de enfermagem e para isso deve-se

conhecer a realidade da instituição onde será implantada, avaliando riscos e benefícios

(HERMINDA; ARAÚJO, 2006).

Segundo a Resolução COFEN 358/2009, o processo de enfermagem deve ser de

modo deliberado e sistemático, em todos os ambientes em que ocorrem cuidados de

enfermagem. É organizado em cinco etapas inter-relacionadas, interdependentes e

recorrentes, inicia-se pela coleta de dados de enfermagem, diagnóstico de enfermagem,

planejamento de enfermagem, implementação, avaliação de enfermagem.

A metodologia utilizada na SAE é responsável pela qualidade na assistência da

consulta de enfermagem, estudos revelam que esta prática beneficia não somente o

paciente, mas também a profissão e os profissionais envolvidos (SILVA; VARGAS,

2011).

4.2 Consulta de Enfermagem

Para o enfermeiro a metodologia utilizada na consulta de enfermagem possibilita

um maior conhecimento sobre o paciente, e possivelmente buscar apoio com outros

profissionais para obter maior número de casos resolvidos e uma continuidade do

atendimento em uma agenda pré-estabelecida para as consultas. A consulta de

enfermagem realiza a atenção sistemática ao indivíduo, à família e a comunidade, com o

objetivo do diagnóstico e tratamento precoce (VANZIN; NERY, 1996 apud GOMES et

al, 2006).

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Para Ribeiro et al ( 2002), a consulta de enfermagem pediátrica por meio de uma

assistência sistematizada de enfermagem busca a importância que se tem o ato de cuidar

e educar tanto a criança quanto sua família, com o foco na promoção, proteção e

recuperação da saúde.

Através da consulta de enfermagem o enfermeiro irá criar vínculo com essa

criança ou família e assim facilita a troca de informações e uma maior absorção das

informações repassadas. São realizadas as consultas em diversos momentos e

oportunidades avaliando a saúde-doença da criança, promovendo ações de saúde aos

pais e familiares, acompanhando o crescimento desenvolvimento (GOMES; NUNES,

2006).

Está presente no Caderno de Atenção Básica n˚ 11 do Ministério da Saúde, a

ficha de acompanhamento do desenvolvimento infantil, com o intuito de servir como

base para a avaliação de tal durante as consultas pediátricas e identificar qualquer

alteração no desenvolvimento, apresentando assim marcos do desenvolvimento e

padronização de 0 a 6 anos de vida(BRASIL, 2002 a).

A enfermeira pode utilizar gráficos, tabelas de crescimento, ganho ponderal e de

estatura e carteira de vacinação, realizando uma analise da saúde da criança e sanando

qualquer dúvida ou queixa dos pais. A partir disso, após o relato em documentos e

registros poderá planejar ações de cuidados ao crescimento e desenvolvimento desta

criança (OLIVEIRA; CADETTE, 2009).

Nunes et al. (2003) apresentou em seu estudo a opinião de mães sobre a consulta

de enfermagem, e estas relataram ser um momento de conforto e acolhimento durante

situações de vulnerabilidade vivenciada com os filhos. Relataram ser um momento de

aprendizagem e de ensino também, por estarem acompanhados por alunos de graduação

em enfermagem e com aquelas percebem que a consulta de enfermagem não se trata

apenas daquele momento de conforto e acolhimento com aprendizado, contudo

promover o desenvolvimento das habilidades de seu filho e realizando também o

crescimento pessoal.

Segundo Ribeiro et al.( 2010, o desenvolvimento infantil deve ter uma vigilância

aprofundada pois, deve compreender atividades desenvolvidas à promoção do

desenvolvimento normal e detectar qualquer alteração no processo. A cada 8 crianças

pelo menos uma apresenta alteração de desenvolvimento e isso implica na qualidade de

vida e inclusão social.

Para auxiliar no diagnóstico de possíveis erros metabólicos nos recém-nascidos

o Ministério da Saúde em 1992, complementou a legislação federal que definiu

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Fenilcetonúria e Hipotireoidismo Congênito como as patologias a serem triadas em

100% dos nascidos vivos no Teste do Pezinho, encontra-se na Portaria GM/MS n.º 22,

de 15 de janeiro de 1992 e em 2001 lançou a Portaria GM/MS n.º 82, de 6 de junho de

2001, que inclui novas doenças, auxiliando na detecção de possíveis alterações no

desenvolvimento infantil.

A Consulta de Enfermagem tem sua produção regulamentada pelo Ministério da

Saúde e pelo COFEN, o primeiro estabelece em 2002 que para os parâmetros

assistenciais do SUS, preconiza como capacidade de produção para o enfermeiro

03/consultas/hora, não fazendo distinção entre a consulta de seguimento e também em

2006 aprova a Política Nacional de Atenção Básica que atribui ao enfermeiro realizar

assistência integral aos indivíduos e famílias, pedir exames complementares conforme

protocolos e realizar a consulta de enfermagem, entre outras atribuições, essa portaria

vem ser revogada em 2011, pela PORTARIA Nº 2.488, DE 21 DE OUTUBRO DE

2011.

O segundo em dispõe em sua Lei federal que a consulta de enfermagem é uma

atividade privativa do enfermeiro e na resolução do tema obriga a consulta de

enfermagem seja desenvolvida na assistência de enfermagem. No decreto federal

autoriza a prescrição de medicamentos pelo enfermeiro, na condição de integrante da

equipe e requisição de exames (COFEN, 1986).

A finalidade da sistematização da consulta de enfermagem é de dar um âmbito

profissional a atividade realizada e definir a competência da enfermeira.

Estudos criticam a possibilidade de um equívoco entre a consulta de

enfermagem e outros atendimentos relacionados à enfermagem, com as pré-consultas,

tomada de medidas antropométricas de crianças e verificação de sinais vitais, entre

outras (RIBEIRO et al., 2002).

Portanto isso nos remete a importância da sistematização na consulta de

enfermagem como uma metodologia própria na atuação.

4.3 Puericultura

O Estatuto da Criança e do Adolescente- ECA afirma em seu artigo 4˚ que é

dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder publico assegurar,

com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à

alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à

dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária e também em

seu artigo 7˚que a criança tem direito a proteção a vida e à saúde (BRASIL, 1990).

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Há indícios que a Puericultura teve início em meados do século XIX, na França

e assim se espalhando para outros países, inclusive o Brasil. Auxiliando profissionais de

saúde na assistência prestada a saúde infanto-juvenil, familiar e comunitária

(MONTEIRO; FERRIANI, 2000).

Para Garcia el al. (2008), a puericultura é tratada com uma sub especialidade da

Pediatria e envolve também ações de Pré- natal e Planejamento familiar dedicando-se a

prevenir doenças e agravos que possam futuramente afetar a vida do recém- nascido e

finaliza a puericultura como uma avaliação mensal a partir do primeiro mês de vida e

visualiza o acompanhamento do desenvolvimento neuro-psicomotor identificando

quaisquer alterações como atraso na aquisição de aptidões, malformações congênitas e

incentivando o aleitamento materno exclusivo sendo esse de grande importância para a

saúde da criança.

Para auxiliar os profissionais de saúde que realizam a puericultura nos serviços

de atenção básica no Brasil o Ministério da saúde em 2003, publicou manuais de

Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI), com objetivos de

contribuir para a redução da mobimortalidade associada a esse conjunto de principais

doenças prevalentes na infância (BRASIL, 2003).

Um importante papel da puericultura é na orientação e recomendações sobre o

aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida e o aleitamento complementar

com a introdução gradativa de outros alimentos até os dois anos, pelo fato que nesta

idade a criança começa a apresentar um estágio de desenvolvimento neurológico com

mastigação, deglutição, digestão e excreção habilitando-os a receber outros alimentos

além do aleitamento materno. Por isso a Organização Mundial de Saúde (OMS),

recomenda um esquema de consultas nesta fase do lactente. (BRASIL, 2002b)

Em um estudo realizado no estado de Santa Catarina, identificou um alto índice

de criança com aleitamento materno exclusivo no primeiro mês de vida cerca de 90%

dos acompanhados e 30 % a partir do segundo até o sexto mês de vida. Um índice ainda

baixo comparado com o preconizado pela OMS, porém maior que alguns estudos que

foram analisados. E neste se revela a necessidade de aprimoramento na prática da

puericultura e a utilização da equipes multidisciplinares realizando assim um

atendimento adequado e com qualidade para a criança, a família e a comunidade

(CANCELIERL; FACCHINI, 2007).

Vale destacar também que o acompanhamento da puericultura consegue exaltar

a importância do aleitamento materno tanto para a criança quanto para a mãe e assim

evitar a introdução precoce de água, chás, sucos e entre outros, esclarecendo possíveis

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dúvidas e questões que possam aparecer e dificultar a prática do aleitamento materno

(CIAMPO; JUNQUEIRA, 2006).

Para Piccini et al. 2006, em nosso país um dos serviços mais ofertados no

Programa de Saúde da Família (PSF) é a puericultura, sendo uma das principais ações

programáticas desenvolvidas.

A puericultura deve ter uma linguagem clara e de fácil entendimento para que as

informações passadas sejam objetivas para facilitar o diagnóstico, tratamento,

prevenção e controle de patologias (CORREIA; RODRIGUES, 2010).

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5 CONCLUSÃO

O presente estudo demonstra a importância da consulta de enfermagem

sistematizada na puericultura, como uma prática privativa do enfermeiro, e isso permite

a realização de intervenções que permeiam o processo de saúde-doença.

A consulta de enfermagem na puericultura permite ao enfermeiro criar vínculo

com a criança e a família, permitindo a troca de experiências, não somente informações

unidirecionais, como também bidirecionais. Com isso o profissional percebe a

relevância de seu papel enquanto promotor do desenvolvimento saudável. Deve-se

aproveitar esse momento para realizar uma assistência integral a criança abordando seu

crescimento físico, desenvolvimento biopsicossocial e espiritual em seu contexto

familiar, favorecendo para ações de saúde através de suas necessidades contemplando

os princípios do SUS.

Na reorganização da Atenção Básica, descreve-se muito na criação de vínculo

com a população adstrita nas Estratégias da Saúde da Família, justamente para ajudar no

atendimento a população.

Nota-se a necessidade de ampliação na equipe para um aprimoramento na

prática da puericultura, em conjunto com as equipes multidisciplinares de assistência a

saúde para uma melhor capacitação por parte dessas e um atendimento especializado e

com qualidade à comunidade.

Acredita-se que a realização da puericultura sistematizada nas unidades de saúde

acompanhando o crescimento e desenvolvimento integral da criança nos dois primeiros

anos de vida pode ser decisivo, principalmente na percepção de possíveis agravos

potencialmente evitáveis, comuns nesta idade.

Crianças acompanhadas por um profissional de saúde apresentam um índice alto

de adesão ao calendário de vacinas e um menor número de internações por doenças

imunopreveníveis.

Quando realizada com qualidade a consulta de enfermagem nos fornece uma

ferramenta eficaz na promoção e proteção da saúde, além de estreitar o vinculo entre

enfermeiro e comunidade.

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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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