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1º SIMULADO MODELO ENEM - 2017 1ª SÉRIE Ciências Humanas e suas Tecnologias DIA Exame Nacional do Ensino Médio Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 90 Questões Duração: 5h Dia: 28/04 – sexta-feira Nome completo: Turma: Unidade:

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1º SIMULADO MODELO ENEM - 20171ª SÉRIE

Ciências Humanas e suas Tecnologias

DIA

Exame Nacional do Ensino Médio

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

90 Questões

Duração: 5h

Dia: 28/04 – sexta-feira

Nome completo:

Turma: Unidade:

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CENTRO EDUCACIONAL

ORIENTAÇÕES PARA APLICAÇÃO DO SIMULADO ENEM – 1º TRI

1. A prova terá duração de 5hmin.

2. Só será permitida a saída de alunos a partir de 2 horas de prova. 3. O aluno não poderá sair para beber água ou ir ao banheiro antes de 3 horas de prova. 4. O aluno não poderá levar a prova para casa. Favor colocar o nome na capa da prova. 5. O preenchimento do gabarito deve ser feito com caneta AZUL. NÃO É PERMITIDO O USO DE

CANETAS COM PONTAS POROSAS. 6. O preenchimento incorreto do gabarito implicará na anulação da questão ou de todo o gabarito. 7. Durante a prova, o aluno não poderá manter nada em cima da carteira ou no colo, a não ser lápis,

caneta e borracha. Bolsas, mochilas e outros pertences deverão ficar no tablado, junto ao quadro. Não será permitido empréstimo de material entre alunos.

8. O aluno que portar celular deverá mantê-lo na bolsa e desligado, sob pena de ter a prova recolhida,

caso o mesmo venha a ser usado ou tocar. Caso não tenha bolsa, colocá-lo na base do quadro durante a prova.

9. O fiscal deve conferir o preenchimento do gabarito antes de liberar a saída dos alunos.

10. O gabarito da prova estará disponível no site a partir das 17 horas da terça-feira, dia 02/05.

11. O prazo máximo para conferir qualquer dúvida sobre o gabarito da prova encerra dia 08/05, segunda-

feira. Isso deve ser feito diretamente com o professor ou com a Pedagoga da Unidade.

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2017 – 1º SIMULADO ENEM – 1ª SÉRIE

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1.

Meus brinquedos... Coquilhos de palmeira.

Bonecas de pano. Caquinhos de louça.

Cavalinhos de forquilha. Viagens infindáveis...

Meu mundo imaginário mesclado à realidade.

E a casa me cortava: ―menina inzoneira!‖ Companhia indesejável – sempre pronta

a sair com minhas irmãs, era de ver as arrelias

e as tramas que faziam para saírem juntas

e me deixarem sozinha, sempre em casa.

CORALINA, Cora. Minha Infância. In: Melhores poemas de Cora Coralina. 3. ed. São Paulo: Global, 2008. p. 97.

O fragmento poético e a imagem entabulam diálogo ao retratarem episódios da infância a) transcorrida em brincadeira coletiva no fragmento e em brincadeira individual na imagem. b) que se afigura como um período infeliz e irrealizado tanto no fragmento quanto na imagem. c) que se mostra problematizada de modo realista no fragmento e feliz e idealizada na imagem. d) que se afigura como uma etapa plena de realizações tanto no fragmento quanto na imagem. e) transcorrida em brincadeiras solitárias e enfadonhas tanto no fragmento quanto na imagem. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Na imagem, vemos meninas brincando juntas, com expressão de quem se diverte. Já no poema, vemos um eu lírico feminino que se prende no mundo dos sonhos, mas quando volta à realidade percebe que sempre é deixada sozinha. Assim, enquanto na imagem temos um retrato feliz da infância, de forma idealizada, no poema vemos também as partes tristes da infância, compondo um retrato mais realista.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS

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2017 – 1º SIMUNADO ENEM – 1ª SÉRIE

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2. Texto 1

A casa era edificada com a arquitetura simples e grosseira, que ainda apresentam as nossas primitivas habitações; tinha cinco janelas de frente, baixas, largas, quase quadradas.

Do lado direito estava a porta principal do edifício, que dava sobre um pátio cercado por uma estacada, coberta de melões agrestes. Do lado esquerdo estendia-se até à borda da esplanada uma asa do edifício, que abria duas janelas sobre o desfiladeiro da rocha.

No ângulo que esta asa fazia com o resto da casa, havia uma coisa que chamaremos jardim, e de fato era uma imitação graciosa de toda a natureza rica vigorosa e esplêndida, que a vista abraçava do alto do rochedo.

José de Alencar, O Guarani. São Paulo, Ática, 1992.

Texto 2

Subitamente um cavalheiro aproximou-se do assaltante com um palmo de sorriso. Colocou-se entre ele e a moça.

– Batista, você! Há quanto tempo! Ainda esta semana conversei com seu tio no supermercado! Me dê um abraço, amigão! Mas, o que é isso? Vai sair por aí com esse baú cheio de dinheiro? Não tem medo de ladrões, não?

Batista olhou para o chão mas não viu buraco algum para esconder-se. A caixa, sorrindo, ao amigo dele: – Seu Batista não vai sair com esse dinheiro, não; ele veio depositar…

Marcos Rey, O coração roubado e outras crônicas. Coleção para gostar de ler, v. 19. São Paulo. Ática, 1996.

Os textos acima são exemplos, respectivamente, de a) linguagem coloquial e linguagem culta. b) linguagem culta e linguagem coloquial. c) linguagem culta e linguagem formal. d) linguagem familiar e linguagem informal. e) linguagem coloquial e linguagem formal. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: No texto 1, vemos o uso da linguagem culta (formal), a partir da escolha da norma culta, sem gírias ou marcas de oralidade. Já no texto 2, vemos o uso da linguagem coloquial nos diálogos, em que as personagens valem-se de termos mais informais, tais como o tratamento por ―amigão‖. 3. ―Nas duas últimas décadas, as organizações criminosas vêm estabelecendo, cada vez mais, suas operações

de uma forma transnacional, aproveitando-se da globalização econômica e das novas tecnologias de comunicações e transportes. A estratégia utilizada consiste em instalar suas funções de gerenciamento e produção em áreas de baixo risco, nas quais detêm relativo controle do meio institucional (…).‖

Desse fragmento de texto, podemos entender que a) as atividades criminosas internacionais, além de estarem se utilizando de alta tecnologia, estão sendo

favorecidas nos países pouco desenvolvidos cujas instituições são frágeis e passíveis de corrupção. b) as atividades criminais não se alteraram com a globalização e não interferem nos países pouco

desenvolvidos. c) não há relação entre a economia globalizada e as atividades criminosas internacionais. d) com o desenvolvimento do capitalismo, a criminalidade internacional desaparece. e) não há relação entre criminalidade internacional e corrupção das instituições dos países em desenvolvimento. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O texto nos assegura a organização que vem sendo implantada pelas cadeias criminosas. 4. A senhora, uma dona de casa, estava na feira, no caminhão que vende galinhas. O vendedor ofereceu a ela

uma galinha. Ela olhou para a galinha, passou a mão embaixo das asas da galinha, apalpou o peito da galinha, alisou as coxas da galinha, depois tornou a colocar a galinha na banca e disse para o vendedor: ―Não presta!‖. Aí o vendedor olhou para ela e disse: ―Também, madame, num exame assim nem a senhora passava.‖

FERNANDES, Millôr.

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No texto, observa-se que o autor faz uso repetidas vezes do vocábulo ―galinha‖. Com esse mecanismo de coesão referencial, a sua intenção é de a) demonstrar pobreza vocabular. b) usar a repetição para cansar o leitor. c) possibilitar comicidade ao texto. d) propiciar a aliteração no texto. e) manter a unidade temática do texto. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Ao repetir o termo galinha, o autor acaba criando um efeito de comicidade, pois ressalta a quantidade de ações que a mulher fez para analisar apenas uma galinha. 5.

Fuga

Mal o pai colocou o papel na máquina, o menino começou a empurrar uma cadeira pela sala, fazendo um barulho infernal.

– Para com esse barulho, meu filho – falou, sem se voltar. Com três anos já sabia reagir como homem ao impacto das grandes injustiças paternas: não estava fazendo

barulho, estava só empurrando uma cadeira. – Pois então para de empurrar a cadeira. – Eu vou embora – foi a resposta. Distraído, o pai não reparou que ele juntava ação às palavras, no ato de juntar do chão suas coisinhas,

enrolando-as num pedaço de pano. Era a sua bagagem: um caminhão de plástico com apenas três rodas, um resto de biscoito, uma chave (onde diabo meteram a chave da despensa? – a mãe mais tarde irá dizer), metade de uma tesourinha enferrujada, sua única arma para a grande aventura, um botão amarrado num barbante.

A calma que baixou então na sala era vagamente inquietante. De repente, o pai olhou ao redor e não viu o menino. Deu com a porta da rua aberta, correu até o portão:

– Viu um menino saindo desta casa? – gritou para o operário que descansava diante da obra do outro lado da rua, sentado no meio-fio.

– Saiu agora mesmo com uma trouxinha – informou ele. Correu até a esquina e teve tempo de vê-lo ao longe, caminhando cabisbaixo ao longo do muro. A trouxa,

arrastada no chão, ia deixando pelo caminho alguns de seus pertences: o botão, o pedaço de biscoito e – saíra de casa prevenido – uma moeda de 1 cruzeiro. Chamou-o, mas ele apertou o passinho, abriu a correr em direção à Avenida, como disposto a atirar-se diante do ônibus que surgia a distância.

– Meu filho, cuidado! O ônibus deu uma freada brusca, uma guinada para a esquerda, os pneus cantaram no asfalto. O menino,

assustado, arrepiou carreira. O pai precipitou-se e o arrebanhou com o braço como a um animalzinho: – Que susto que você me passou meu filho – apertava-o contra o peito, comovido. – Deixa eu descer, papai. Você está me machucando. Irresoluto, o pai pensava agora se não seria o caso de lhe dar umas palmadas: – Machucando, é? Fazer uma coisa dessas com seu pai. – Me larga. Eu quero ir embora. Trouxe-o para casa e o largou novamente na sala – tendo antes o cuidado de fechar a porta da rua e retirar a

chave, como ele fizera com a da despensa. – Fique aí quietinho, está ouvindo? Papai está trabalhando. – Fico, mas vou empurrar esta cadeira. E o barulho recomeçou.

SABINO, F. In: Para gostar de ler – Crônicas 2. São Paulo: Ática, 1988.

Na crônica, os eventos narrados associam-se à ideia de a) omissão paterna. b) violência familiar. c) conflito de gerações. d) dificuldade de comunicação. e) comunicação arbitrária GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Na crônica, o garoto fica chateado, pois o pai o repreende por fazer barulho. Então afirma que vai embora, mas o pai não percebe que o menino fala sério. Assim, percebe-se a falta de comunicação entre os dois, que leva o menino a uma saída que o coloca em risco.

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6.

Somente uma bala

Vocês têm só uma bala na agulha para capturar a atenção dos leitores: as primeiras linhas de um texto. Se elas não forem capazes de despertar interesse, tchau e bênção. [...]

O erro pode estar na escolha dos assuntos. Ou na qualidade dos textos. Ou nas duas coisas. Os assuntos podem ser atraentes. Se oferecidos por meio de textos medíocres, não serão lidos. Os textos podem ser gramaticalmente corretos e contar uma história com começo, meio e fim. Se não forem instigantes, bye, bye, leitores.

NOBLAT, Ricardo. A arte de fazer um jornal diário. São Paulo, Contexto, 2003, p. 86 (fragmento).

De acordo com o fragmento do texto, de Ricardo Noblat, o autor defende a ideia de que o escritor deve a) escolher muito bem o assunto do texto. b) usar o texto como uma arma. c) cativar o leitor logo no início de um texto. d) saber escrever de acordo com as normas gramaticais. e) saber narrar uma história com início, meio e fim. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Apresenta o objetivo principal de Ricardo Noblat: alertar o escritor sobre a necessidade de cativar a atenção do leitor logo no início do texto. 7.

Na tirinha de Mafalda, personagem presente no último quadrinho, de autoria do cartunista argentino Quino, em que Felipe, no primeiro quadrinho, mostra-se pensativo com a possibilidade de participar do serviço militar, é possível identificar que a) o menino, receoso do que poderá enfrentar no quartel, imagina situações complicadas a que se submeterá e

reage com a chegada de seu herói, de modo que seus gritos foram escutados por Mafalda. b) o jovem menino, com medo do que o quartel lhe reserva, cria situações mentais em que, fatalmente, não

consegue êxito, conforme expresso no último quadrinho. c) a possibilidade de poder contar com a presença física de seu herói no quartel retira, desde o início, todo

medo e ansiedade do jovem que deseja servir às Forças Armadas de seu país. d) embora com desejo de servir às Forças Armadas, a presença de Mafalda, no último quadrinho, reforça a ideia

de que as mulheres não concordam com o fato de o serviço militar obrigatório ser exclusivo para homens. e) o menino Felipe demonstra fielmente sua vontade e necessidade de server às Forças Armadas como uma

maneira de demonstrar sua força e patriotismo.

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GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: No primeiro quadrinho, Felipe reflete sobre a obrigatoriedade do serviço militar, mostrando-se receoso: ―fico meio apavorado de pensar que vou ter que fazer serviço militar‖. No segundo, ele imagina-se como um soldado, cuja prisão é decretada por um superior. No terceiro, aparece a figura de seu herói, ―o cavaleiro solitário‖, para salvá-lo da situação. O alívio é tão grande que Mafalda ouve seus gritos de ―viva‖, a altas horas da noite, o que, supomos, tenha atrapalhado seu sono. 8. Texto 1

Texto 2 Isto sabemos: a Terra não pertence ao homem; o homem pertence à Terra. Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas, como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo. O que ocorre com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não teceu o tecido da vida: ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo.

Fragmento da Carta do Cacique americano ao Presidente dos Estados Unidos da América em 1855. Disponível em: <http://comitepaz.org.br/chefe_seattle.htm>. Acesso em: 19 ago. 2016.

Considerando os textos 1 e 2 , podemos afirmar que a) falam sobre doenças sanguíneas que atualmente afetam as pessoas de uma mesma família. b) têm como tema a necessidade de cuidarmos do nosso Planeta. c) têm como tema central as belezas naturais. d) destacam os cuidados que o homem demonstra ter com a natureza. e) o Presidente dos Estados Unidos é criticado por suas atitudes contra a preservação do planeta. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: No texto 1, Mafalda afirma que na sua casa há alguém doente. Somente no último quadrinho sabemos quem é: o mundo, representado sob a forma de um globo encostado numa cama. Assim, há uma crítica à forma como o mundo se encontra e um apelo à necessidade de cuidarmos melhor do nosso planeta. O mesmo tema é encontrado no texto 2, que afirma que qualquer coisa que o homem faça no mundo pode ter consequências e, assim, é preciso cuidar do planeta.

9. O Facebook é, de longe, a maior rede da história da humanidade. Nunca existiu, antes, um lugar onde 1,4

bilhão de pessoas se reunisse – e 936 milhões entrassem todo santo dia (só no Brasil, 59 milhões). Metade

de todas as pessoas com acesso à internet, no mundo, entra no Facebook pelo menos uma vez por mês. Ele

tem mais adeptos do que a maior das religiões (a católica, com 1,2 bilhão de fiéis) e mais usuários do que a

internet inteira tinha dez anos atrás. Em suma: é o meio de comunicação mais poderoso do nosso tempo, e tem mais alcance do que qualquer coisa que já tenha existido. A maior parte das pessoas o adora, não consegue conceber a vida sem ele. Também pudera: o Facebook é ótimo. Nos aproxima dos nossos amigos, ajuda a conhecer gente nova e acompanhar o que está acontecendo nos nossos grupos sociais. Mas essa história também tem um lado ruim. Novos estudos estão mostrando que o uso frequente do Facebook produz alterações físicas no cérebro. Quando estamos nele, ficamos mais impulsivos, mais narcisistas, mais desatentos e menos preocupados com os sentimentos dos outros. E, de quebra, mais infelizes.

SANTI, A. Superinteressante, ed. 348, jun. 2015. Disponível em: <http://super.abril.com.br/tecnologia/>. Acesso em: 27 de set. 2016. (Fragmento).

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O modo como o texto apresenta e organiza as informações permite inferir seu objetivo de a) destacar os efeitos negativos da rede social. b) questionar os benefícios das novas tecnologias. c) apresentar dados quantitativos sobre o Facebook. d) manifestar opiniões pessoais sobre o mundo virtual. e) promover uma visão crítica acerca da utilização do Facebook. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O texto começa apresentando dados sobre como o Facebook atinge uma parcela gigantesca das pessoas no mundo. Depois disso, parte para explicar esses dados, trazendo elementos positivos da ferramenta. No entanto, no final do texto, o autor traz o lado ruim do Facebook e revela seu objetivo no texto: promover a visão crítica acerca da utilização excessiva. 10. Mais escolarizadas, mulheres ainda ganham menos e têm dificuldades de subir na carreira As mulheres brasileiras já engravidam menos na adolescência, estudam mais do que os homens e tiveram aumento maior na renda média mensal, segundo mostram as Estatísticas de Gênero do IBGE, retiradas da base de dados do Censo de 2010, mas elas ainda ganham salários menores e têm dificuldades em ascender na carreira.

<http://tinyurl.com/gnbsmbs> Acesso em: 29.08.2016. Adaptado.

O título do artigo – Mais escolarizadas, mulheres ainda ganham menos e têm dificuldades de subir na carreira – poderia ser substituído, sem causar prejuízo de sentido, por: a) Mulheres, mais escolarizadas, porventura ganham mais, entretanto possuem empecilhos para

subir na carreira. b) Mulheres, mais escolarizadas, ainda ganham menos, bem como enfrentam obstáculos para subir na carreira. c) Mulheres, mais escolarizadas, às vezes ganham menos, por conseguinte apresentam especificidades para se

elevarem na carreira. d) Mais escolarizadas, mulheres, ainda que enfrentem dificuldades para progredirem na carreira, ganham o

mesmo ou mais. e) Mais escolarizadas, mulheres apresentam particularidades para subir na carreira, porquanto já ganham mais. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: No título, há presença de relações de concessão ―mais escolarizadas‖, tempo ―ainda‖ e adição ―têm dificuldades de subir da carreira‖. A reescrita, mantendo o sentido, está presente em ―Mulheres, mais escolarizadas, ainda ganham menos, bem como enfrentam obstáculos para subir na carreira‖.

(O Estado de S. Paulo, 31.05.2015).

11. De acordo com os quadrinhos acima, é possível afirmar que a) a mãe não tem dinheiro para colocar o filho em atividades educativas. b) o filho não entende a fala da mãe. c) a pergunta do filho indica que ele não entendeu o que a mãe quer para ele. d) o desejo da mãe é sobrecarregar o filho de atividades. e) com tantas tarefas, a criança não tem tempo para brincar.

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GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A tirinha faz uma crítica a muitos pais que enchem o tempo dos filhos com tantas tarefas que acabam tirando deles o tempo livre e, consequentemente, o direito de brincar e de ser criança.

RECEITA DE MULHER (Vinicius de Moraes)

As muito feias que me perdoem

Mas beleza é fundamental. É preciso

Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso Qualquer coisa de dança, qualquer coisa de haute couture

1

Em tudo isso (ou então Que a mulher se socialize elegantemente em azul, como na República Popular Chinesa).

Não há meio-termo possível. É preciso

Que tudo isso seja belo. É preciso que súbito

Tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada e que um rosto Adquira de vez em quando essa cor só encontrável no terceiro minuto da aurora.

1.―haute couture‖: alta costura.

12. No conhecido poema ―Receita de mulher‖, de que se reproduziu aqui um excerto, o tratamento dado ao tema

da beleza feminina manifesta a a) oscilação do poeta entre a angústia do pecador (tendo em vista sua educação jesuítica) e o impudor

do libertino. b) conjugação, na sensibilidade do poeta, de interesse sexual e encantamento estético, expresso de modo

provocador e bem-humorado. c) idealização da mulher a que chega o poeta quando, na velhice, arrefeceu-lhe o desejo sexual. d) crítica ao caráter frívolo que, por associar-se ao consumo, o amor assume na contemporaneidade. e) síntese, pela via do erotismo, das tendências europeizantes e nacionalistas do autor. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O autor demonstra seu gosto pela beleza, alta costura e estilo, provenientes da Europa, cujo Brasil se adaptava.

O Brasil é sertanejo

Que tipo de música simboliza o Brasil? Eis uma questão discutida há muito tempo, que desperta opiniões extremadas. Há fundamentalistas que desejam impor ao público um tipo de som nascido das raízes socioculturais do país. O samba. Outros, igualmente nacionalistas, desprezam tudo aquilo que não tem estilo. Sonham com o império da MPB de Chico Buarque e Caetano Veloso. Um terceiro grupo, formado por gente mais jovem, escuta e cultiva apenas a música internacional, em todas as vertentes. E mais ou menos ignora o resto.

A realidade dos hábitos musicais do brasileiro agora está clara, nada tem a ver com esses estereótipos. O gênero que encanta mais da metade do país é o sertanejo, seguido de longe pela MPB e pelo pagode. Outros gêneros em ascensão, sobretudo entre as classes C, D e E, são o funk e o religioso, em especial o gospel. Rock e música eletrônica são músicas de minoria.

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É o que demonstra uma pesquisa pioneira feita entre agosto de 2012 e agosto de 2013 pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope). A pesquisa Tribos musicais – o comportamento dos ouvintes de rádio sob uma nova ótica faz um retrato do ouvinte brasileiro e traz algumas novidades. Para quem pensava que a MPB e o samba ainda resistiam como baluartes da nacionalidade, uma má notícia: os dois gêneros foram superados em popularidade. O Brasil moderno não tem mais o perfil sonoro dos anos 1970, que muitos gostariam que se eternizasse. A cara musical do país agora é outra.

GIRON, L. A. Época, n. 805, out. 2013 (fragmento).

13. O texto objetiva convencer o leitor de que a configuração da preferência musical dos brasileiros não é mais a

mesma da dos anos 1970. A estratégia de argumentação para comprovar essa posição baseia-se na(o) a) apresentação dos resultados de uma pesquisa que retrata o quadro atual da preferência popular relativa à

música brasileira. b) caracterização das opiniões relativas a determinados gêneros, considerados os mais representativos da

brasilidade, como meros estereótipos. c) uso de estrangeirismos, como rock, funk e gospel, para compor um estilo próximo ao leitor, em sintonia com o

ataque aos nacionalistas. d) ironia com relação ao apego a opiniões superadas, tomadas como expressão de conservadorismo e

anacronismo, com o uso das designações ―império‖ e ―baluarte‖. e) contraposição a impressões fundadas em elitismo e preconceito, com a alusão a artistas de renome para

melhor demonstrar a consolidação da mudança do gosto musical popular. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O artigo do jornalista foi baseado na pesquisa de um ano feita pelo IBOPE a fim de saber qual é a preferência musical do brasileiro médio, que, para espanto de uma minoria, é o sertanejo, música, inicialmente, das camadas mais populares da população que hoje ouve funk e religiosos, ou seja, é a classe média que também ouve sertanejo.

Senhora – Mãe, noooossa! Esse seu cabelo novo ficou lindo! Parece que você é, tipo, mais jovem! – Jura, minha filha? Obrigada! – Mas aí você vira de frente e aí a gente vê que, tipo, não é, né? – Coisa linda da mamãe! Esse diálogo é real. Claro que achei graça, mas o fato de envelhecer já não é mais segredo para ninguém. Um belo dia, a vendedora da loja te pergunta: ―A senhora quer pagar como?‖ Senhora? Como assim? Eu sempre fui a Marcinha! Agora eu sou a dona Márcia! Sim, o porteiro, o motorista de táxi, o jornaleiro, o garçom, o mundo inteiro resolveu ter um respeito comigo que eu não pedi!

CABRITA, M. Disponível em: www.istoe.com.br. Acesso em: 11 ago. 2012 (fragmento).

14. A exploração de registros linguísticos é importante estratégia para o estabelecimento do efeito de sentido

pretendido em determinados textos. No texto, o recurso a diferentes registros indica a) mudança na representação social do locutor. b) reflexão sobre a identidade profissional da mãe. c) referência ao tradicionalismo linguístico da autora do texto. d) elogio às situações vivenciadas pela personagem mãe. e) compreensão do processo de envelhecimento como algo prazeroso. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A narradora conta sobre como envelhecer mudou a sua forma de tratamento e, consequentemente, sua posição social. Antes a chamavam pelo nome no diminutivo. Com o tempo, passou a ser chamada de senhora. TEXTO 1

Livro

Eu me livro daquele garoto chato Com um livro enfiado no meu nariz

Fingindo achar a história feliz. Fonte: MARIA, Selma. Isso isso. São Paulo: Peirópolis, 2010. s/p.

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TEXTO 2

15. Considerando a leitura dos textos, infere-se que a) em ambos, a palavra ―livro‖, três vezes empregada, possui o mesmo significado. b) no texto 1, a leitura do livro é fingida, enquanto que, no texto 2, a leitura do livro é rápida porque o livro é

apenas consultado. c) no texto 1, o livro é utilizado como distração, e, no texto 2, o livro é utilizado para divertimento. d) nos textos 1 e 2, os livros parecem ser interessantes, porque possuem histórias com finais felizes. e) no texto 1, o livro está próximo ao nariz para que se possa sentir o cheiro das páginas; no texto 2, porque as

letras são pequenas. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: De acordo com a leitura dos trechos, no Texto I o eu lírico finge ler um livro para se ver livre de um ―garoto chato‖; no Texto II, Mafalda imagina que o pai não esteja se dedicando à leitura do livro, mostrando indicar desconhecimento de se tratar de um dicionário, fonte para consultas geralmente rápidas. eu gostava muito de passeá… saí com as minhas colegas… brincá na porta di casa di vôlei… andá de patins… bicicleta… quando eu levava um tombo ou outro… eu era a::… a palhaça da turma… ((risos))… eu acho que foi uma das fases mais… assim… gostosas da minha vida foi… essa fase de quinze… dos meus treze aos dezessete anos…

(A.P.S., sexo feminino, 38 anos, nível de ensino fundamental. Projeto Fala Goiana, UFG. 2010 [inédito]).

16. Um aspecto da composição estrutural que caracteriza o relato pessoal de A.P.S. como modalidade falada da

língua é a) predomínio de linguagem informal entrecortada por pausas. b) vocabulário regional desconhecido em outras variedades do português. c) realização do plural conforme as regras da tradição gramatical. d) ausência de elementos promotores de coesão entre os eventos narrados. e) presença de frases incompreensíveis a um leitor iniciante. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: "O texto apresenta características da oralidade (língua falada). Logo, um aspecto da composição estrutural é o predomínio da linguagem informal com interrupções (entrecortadas) por pausas. A opção A expressa essa afirmação."

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17. Na charge de Aroeira, a maneira como estão grafadas as expressões ―ié‖, ―ad’mito‖ e ―fut’ból‖ empregadas por Cristiano Ronaldo é uma tentativa de

a) reproduzir, na linguagem escrita, traços característicos do sotaque lusitano. b) mostrar que o atleta, por ter jogado em vários países, mistura idiomas ao falar. c) sugerir que ele já se expressa em espanhol melhor do que o faz em português. d) satirizar a dificuldade do astro do futebol para concatenar ideias. e) comprovar que jogadores de futebol não sabem usar o padrão culto da língua. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: No sotaque lusitano, é comum a supressão de alguns sons vocálicos após consoantes. Na charge houve uma tentativa de transcrição fonética com a substituição, pelo apóstrofo, desses sons suprimidos.

VILA ISABEL: NOVO ENDEREÇO DO SAMBA

Noel Rosa, como lembra Walnice Nogueira Galvão, foi um dos principais responsáveis pela ―mudança de endereço‖ do samba. Graças a ele e aos seus amigos da boêmia, este gênero musical passa também a ser produzido nos bares de Vila Isabel, na zona norte do Rio. A partir de 1930, já não se pode mais falar apenas do samba de morro. Havia uma outra concepção. Mais nova. Nem melhor nem mais revolucionária nem mais elitizada em seu discurso. Apenas uma outra concepção que diversificaria o samba e o modernizaria.

Compositor de muito talento, Noel está no centro dessas transformações. Em 1930, faz grande sucesso com a música ―Com que Roupa?‖ − a mais requisitada no carnaval de 1931. Dono de vastíssima obra, Noel, em 1933, mostra em ―Feitio de Oração‖, feita em parceria com Vadico, a nova concepção do samba. [...] Este, para Noel, se aprende com o coração, com o sentimento, com os prazeres e desprazeres da vida. Chorando de alegria e sorrindo de nostalgia, mas sem perder a cadência, ou seja, ―dentro da melodia‖.

(Waldenyr Caldas, Iniciação à Música Popular Brasileira)

18. De acordo com o texto, pode-se afirmar que a) o samba é uma criação da zona norte do Rio. b) Noel Rosa e Walnice Nogueira Galvão foram responsáveis pela mudança de endereço do samba. c) Noel Rosa melhorou a concepção do samba. d) o samba passou a ser concebido de outra maneira, quando passou a ser produzido também nos bares de

Vila Isabel. e) na música “Com que Roupa?”, Noel já apresenta a nova concepção do samba. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: É o que se depreende do trecho ―este gênero musical passa também a ser produzido nos bares de Vila Isabel, na zona norte do Rio. A partir de 1930, já não se pode mais falar apenas do samba de morro. Havia uma outra concepção‖.

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TEXTO I

GAROTO PROPAGANDA

TEXTO II

EU, ETIQUETA

(...) Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro, minha gravata e cinto e escova e pente, meu copo, minha xícara, minha toalha de banho e sabonete, meu isso, meu aquilo. Desde a cabeça ao bico dos sapatos, são mensagens, letras falantes, gritos visuais, ordens de uso, abuso, reincidência. costume, hábito, permanência, indispensabilidade, e fazem de mim homem-anúncio itinerante, escravo da matéria anunciada. Estou, estou na moda.

(Carlos Drummond de Andrade)

19. O anúncio publicitário ―Garoto Propaganda‖ e o poema ―Eu, etiqueta‖, embora pertençam a gêneros textuais

diferentes, abordam a mesma temática, com vistas a a) submeter à crítica do leitor à sujeição a que a sociedade é obrigada pelo mercado. b) manifestar desagrado aos anúncios-itinerantes e às etiquetas impostas pelo mercado. c) descrever minuciosamente o cotidiano do homem que anuncia desde seu nascimento. d) caracterizar o mercado da moda como elemento de inserção do homem à sociedade. e) comparar as diversidades de etiquetas e modas existentes na sociedade capitalista. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Em ambos os textos está contida uma crítica aos excessos da sociedade de consumo que acabam por ―coisificar‖ o ser humano. TEXTO I

No Twitter, nosso DNA é móvel... Para nós, tudo é móbile, sempre foi e sempre será. (Biz Stone, cofundador do Twitter.)

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TEXTO II

Algumas empresas mundiais e brasileiras estão proibindo o uso do Twitter, pois a limitação de 140 caracteres é supostamente prejudicial para um jornalismo de qualidade. Além disso, o escritor, roteirista, jornalista, dramaturgo e Prêmio Nobel de Literatura José Saramago fez uma dura crítica ao Twitter dizendo: “Os tais 140 caracteres refletem algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo como forma de comunicação. De degrau em degrau, vamos descendo até o grunhido”.

www.muito.com.br/tecnologia/twitter/76-criticas-ao-twitter.html

TEXTO III

Tudo é temporário. É por isso que sugeri a metáfora da ―liquidez‖ para caracterizar o estado da sociedade moderna que, como os líquidos, caracteriza-se por uma incapacidade de manter a forma. [...] Mas, enquanto no passado isso se fazia para ser novamente ―reenraizado‖, agora as coisas todas — empregos, relacionamentos, know-hows etc. — tendem a permanecer em fluxo, voláteis, desreguladas, flexíveis.

www.fronteirasdopensamento.com.br/portal/entrevistas/asociedade-liquida-entrevista-com-zygmunt-bauman

20. A instabilidade contemporânea se reflete na linguagem que, em um mundo informatizado, tende a ser rápida

e concisa. Os textos citados focalizam esse tema. Sobre essas afirmações, é válido afirmar que a) a modernidade líquida realça o aspecto transitório da existência, e isso se expressa na linguagem. b) o Twitter é um lugar virtual seguro e privado para a expressão dos pensamentos criativos. c) o Twitter é uma rede social em que os usuários têm total liberdade de expressão de suas ideias. d) José Saramago, ao criticar o Twitter, faz uma concessão ao poder criativo dos twitteiros. e) o DNA é uma substância orgânica que permite identificar cada pessoa que usa o Twitter. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A ideia de ―liquidez‖, além de caracterizar a sociedade moderna, bem como suas relações, faz-se presente, também, na relação comunicativa, cada vez mais simplista, objetiva e monossilábica.

http://monikabaumann.blogspot.com.br/2012/11/dia-mundialda-gentileza.html (acesso em 28 fev. 2013)

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21. Esse é um convite a uma mudança de hábitos, chamando a atenção das pessoas para a importância de atitudes gentis na construção de um mundo mais amável e justo e de uma qualidade de vida melhor para todos. Ele pode ser sintetizado pela frase:

a) ―A união faz a força‖. b) ―Ama o próximo como a ti mesmo‖. c) ―Quem semeia vento colhe tempestade‖. d) ―De grão em grão, a galinha enche o papo‖. e) ―Os últimos serão os primeiros‖. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O cartaz nos convida a fazer o bem ao próximo, dando a entender que devemos, a partir de pequenos gestos, promover a gentileza e, consequentemente, essas atitudes também nos trarão felicidade. A ideia é amar o outro, colocar-se no lugar do outro, para que se tenha um mundo melhor.

Os que fiam e tecem unem e ordenam materiais dispersos que, de outro modo, seriam vãos ou quase. Pertencem à mesma linhagem FIANDEIRA CARNEIRO FUSO LÃ dos geômetras, estabelecem leis e pontos de união para o desuno. Antes do fuso, da roca, do tear, das invenções destinadas a estender LÃ LINHO CASULO ALGODÃO LÃ os fios e cruzá-los, o algodão, a seda, era como se ainda estivessem TECEDEIRA URDIDURA TEAR LÃ imersos no limbo, nas trevas do informe. É o apelo à ordem que os traz à claridade, transforma-os em obras, portanto em objetos humanos, iluminados pelo espírito do homem. Não é por ser-nos úteis LÃ TRAMA CROCHÊ DESENHO LÃ que o burel ou o linho representam uma vitória do nosso engenho; TAPECEIRA BASTIDOR ROCA LÃ sim por serem tecidos, por cantar neles uma ordem, o sereno, o firme e rigoroso enlace da urdidura, das linhas enredadas. Assim é que LÃ COSER AGULHA CAPUCHO LÃ que suas expressões mais nobres são aquelas em que, com ainda maior disciplina, floresce o ornamento: no crochê, no tapete, FIANDEIRA CARNEIRO FUSO LÃ no brocado. Então, é como se por uma espécie de alquimia, de álgebra, de mágica, algodoais e carneiros, casulos, LÃ TRAMA CASULO CAPUCHO LÃ campos de linho, novamente surgissem, com uma vida menos rebelde, porém mais perdurável.

LINS, O. Nove, novena: narrativas. São Paulo: Cia. das Letras, 1998.

22. No trecho, retirado do conto Retábulo de Santa Joana Carolina, de Osman Lins, a fim de expressar uma ideia relativa à literatura, o autor emprega um procedimento singular de escrita, que consiste em

a) entremear o texto com termos destacados que se referem ao universo do tecer e remetem visualmente à estrutura de uma trama, tecida com fios que retomam periodicamente, para aludir ao trabalho do escritor.

b) entrecortar a progressão do texto com termos destacados, sem relação com o contexto, que tornam evidente a desordem como princípio maior da sua proposta literária.

c) insinuar, pela disposição de termos destacados, dos quais um forma uma coluna central no corpo do texto, que a atividade de escrever remete à arte ornamental do escultor.

d) dissertar à maneira de um cientista sobre os fenômenos da natureza, recriminando-a por estar perpetuamente em desordem e não criar concatenação entre eles.

e) confrontar, por meio dos termos destacados, o ato de escrever à atividade dos cientistas modernos e dos alquimistas antigos, mostrando que esta é muito superior à do escritor.

GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Os substantivos em caixa alta, todos pertencentes ao campo semântico da tecelagem, sugerem a construção do texto, tecido com palavras que formam frases, períodos e parágrafos, interligados entre si com conectores de diversos tipos (a própria palavra “texto” tem a sua origem no latim, TEXTUM, que significa tecido). Ou seja, no trecho do enunciado, observa-se que o autor, para aludir ao trabalho do escritor, emprega um procedimento singular de escrita, que consiste em entremear o texto com termos destacados que se referem ao universo do tecer, como se afirma em [A].

Receita Tome-se um poeta não cansado, Uma nuvem de sonho e uma flor,

Três gotas de tristeza, um tom dourado, Uma veia sangrando de pavor.

Quando a massa já ferve e se retorce Deita-se a luz dum corpo de mulher,

Duma pitada de morte se reforce, Que um amor de poeta assim requer.

SARAMAGO, J. Os poemas possíveis.Alfragide: Caminho, 1997.

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23. Os gêneros textuais caracterizam-se por serem relativamente estáveis e podem reconfigurar-se em função do propósito comunicativo. Esse texto constitui uma mescla de gêneros, pois

a) introduz procedimentos prescritivos na composição do poema. b) explicita as etapas essenciais à preparação de uma receita. c) explora elementos temáticos presentes em uma receita. d) apresenta organização estrutural típica de um poema. e) utiliza linguagem figurada na construção do poema. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: No poema ―Receita‖, Saramago utiliza os procedimentos formais de uma receita (prescrição) para explicar o fazer poético: a escolha da linguagem, os instrumentos estilísticos e a abordagem das questões emotivas do ser humano/poeta que estão na base da sua gênese. Assim, é correta a opção [A].

SOBRE A ORIGEM DA POESIA A origem da poesia se confunde com a origem da própria linguagem. Talvez fizesse mais sentido perguntar quando a linguagem verbal deixou de ser poesia. Ou: qual a origem do discurso não poético, já que, restituindo laços mais íntimos entre os signos e as coisas por eles designadas, a poesia aponta para um uso muito primário da linguagem, que parece anterior ao perfil de sua ocorrência nas conversas, nos jornais, nas aulas, conferências, discussões, discursos, ensaios ou telefonemas [...] No seu estado de língua, no dicionário, as palavras intermedeiam nossa relação com as coisas, impedindo nosso contato direto com elas. A linguagem poética inverte essa relação, pois, vindo a se tornar, ela em si, coisa, oferece uma via de acesso sensível mais direto entre nós e o mundo [...] Já perdemos a inocência de uma linguagem plena assim. As palavras se desapegaram das coisas, assim como os olhos se desapegaram dos ouvidos, ou como a criação se desapegou da vida. Mas temos esses pequenos oásis – os poemas – contaminando o deserto de referencialidade.

Arnaldo Antunes

24. A comparação entre a poesia e outros usos da linguagem põe em destaque a seguinte característica do

discurso poético: a) revela-se como expressão ingênua b) manifesta-se na referência ao tempo c) afasta-se das praticidades cotidianas d) conjuga-se com necessidades concretas e) demonstra-se desprovida de sentido. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A poesia não tem compromisso com a objetividade, seu compromisso é com a poesia e com uma linguagem que nos afasta da realidade cotidiana.

A linguagem é o ponto mais sofisticado de um processo que custou muito tempo a se consumar na evolução da humanidade. A aquisição da linguagem oral, sua organização e seus códigos exigiram expedientes requintados de associações. A palavra, um sopro de ar articulado, ainda que impalpável, era tão reveladora e transformadora que o homem teve necessidade de representá-la materialmente. Então apareceram os alfabetos e vários idiomas, pouco a pouco, começaram a ter uma representação gráfica.

Por meio da palavra escrita o homem fez registros de ordem documental e prática, firmou acordos contratuais, enviou mensagens, colecionou informações e dados. Porém, um dia usou graficamente a palavra, como expressão de suas ideias e sentimentos mais profundos, como a formalização de seu olhar subjetivo sobre o mundo... e a Literatura se fez.

[...] A literatura é parte fundamental da cultura dos povos civilizados. A cultura é tudo o que deriva do convívio

humano, da interação do homem com o seu universo físico e espiritual. Ela não é parte da natureza, é o que o homem produz em termos de constatações, informações, comportamentos, religiosidade, hábitos, usos e costumes e arte.

OLIVEIRA, Clenir Belezzi de. Arte literária brasileira. São Paulo: Moderna, 2000. p. 9.

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25. Defende-se, no texto, a tese de que a) a conquista da linguagem representou o momento decisivo de passagem do homo faber para o

homo sapiens. b) o ser humano inventou a língua escrita com a finalidade de dominar o passado e, assim, poder preservar

sua história. c) a literatura, como parte essencial da vida humana, constitui uma atividade através da qual o homem constrói

seu universo cultural. d) a invenção do alfabeto forneceu as bases para o surgimento das artes em geral e das artes plásticas

em particular. e) os registros de ordem documental não tiveram importância, uma vez que apresentavam informações de

cunho duvidoso. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: No texto, defende-se a ideia de que a literatura faz parte da evolução juntamente com o desenvolvimento da humanidade e suas formas de comunicação e cultura. A Carta de Pero Vaz de Caminha é o primeiro relato sobre a terra que viria a ser chamada de Brasil. Ali, percebe-se não apenas a curiosidade do europeu pelo nativo, mas também seu pasmo diante da exuberância da natureza da nova terra, que, hoje em dia, já se encontra degradada em muitos dos locais avistados por Caminha. Tendo isso em vista, leia o fragmento a seguir. Esta terra, Senhor, parece-me que, da ponta que mais contra o sul vimos, até outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste ponto temos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Tem, ao longo do mar, em algumas partes, grandes barreiras, algumas vermelhas, outras brancas; e a terra por cima é toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta é tudo praia redonda, muito chã e muito formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque a estender d’olhos não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa. Nela até agora não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem o vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados como os de Entre-Douro e Minho, porque neste tempo de agora os achávamos como os de lá. As águas são muitas e infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo aproveitá-la, tudo dará nela, por causa das águas que tem.

CASTRO, Sílvio (org.). A Carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 2003, p. 115-6.

26. Esse fragmento apresenta-se como um texto a) descritivo, uma vez que Caminha ocupa-se em dar um retrato objetivo da terra descoberta, abordando suas

características físicas e potencialidades de exploração. b) narrativo, pois a ―Carta‖ é, basicamente, uma narração da viagem de Pedro Álvares Cabral e sua frota até o

Brasil, relatando, numa sucessão de eventos, tudo o que ocorreu desde a chegada dos portugueses até sua partida.

c) argumentativo, pois Caminha está preocupado em apresentar elementos que justifiquem a exploração da terra descoberta, os quais se pautam pela confiabilidade e abrangência de suas observações.

d) lírico, uma vez que a apresentação hiperbólica da terra por Caminha mostra a subjetividade de seu relato, carregado de emotividade, o que confere à ―Carta‖ seu caráter especificamente literário.

e) narrativo-argumentativo, pois a apresentação sequencial dos elementos físicos da terra descoberta serve para dar suporte à ideia defendida por Caminha de exploração do novo território.

GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Trata-se de um texto descritivo, pois sua intenção é transmitir ao interlocutor as impressões e as qualidades da terra a que os portugueses haviam chegado: ―grandes barreiras, algumas vermelhas, outras brancas; e a terra por cima é toda chã e muito cheia de grandes arvoredos‖, ―praia redonda, muito chã e muito formosa‖, ―águas são muitas e infindas‖.

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27.

―Abelardo I (Sentado em conversa com o Cliente. Aperta um botão, ouve-se um forte barulho de campainha.) — Vamos ver...

Abelardo II (Veste botas e um completo domador de feras. Usa pastinha e enormes bigodes retorcidos. Monóculo. Um revólver à cinta.) — Pronto, Seu Abelardo.

Abelardo I — Traga o dossier desse homem.

Abelardo II — Pois não! O seu nome?

Cliente (Embaraçado, o chapéu na mão, uma gravata de corda no pescoço magro.) — Manoel Pitanga de Moraes.‖

ANDRADE, Oswald. O rei da vela. São Paulo: Globo, 1994. p. 39.

O fragmento organiza-se segundo o modelo do gênero literário que se define por a) ser produzido para a encenação pública. b) narrar os fatos notáveis da história de um povo. c) expressar as emoções e estados de alma do autor. d) ridicularizar os vícios e atitudes reprováveis dos seres humanos. e) cantar louvores a heróis. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A presença de rubricas, as falas dos personagens em discurso direto e a ausência de narrador indicam que se trata de um fragmento de um texto dramático, ou seja, um texto organizado para ser produzido para a encenação pública, como se afirma em [A].

TEXTO I

Eles se beijavam no elevador, nos corredores do prédio. Se amavam tanto, que o vizinho solteirão da esquerda guardava por eles uma vermelha inveja. Uma tarde, sem que ninguém soubesse por que, eles se enforcaram no banheiro. Houve muito tumulto, carros da polícia parados em frente ao edifício, as equipes de TV.

O sol caía sobre as marquises e a cabeça dos curiosos na rua. Um senhor dizia para uma mulher passando ali: — Eles se suicidaram. Uma comerciária acrescentava: — Dizem que eles se gostavam muito. — Que coisa! Enquanto isso, o solteirão, na janela do seu apartamento, vendo todos lá embaixo, mordia com sabor a

carne acesa de uma enorme goiaba. FERNANDES, R. O caçador. João Pessoa: UFPB, 1997 (fragmento).

TEXTO II

Invejoso O carro do vizinho é muito mais possante E aquela mulher dele é tão interessante Por isso ele parece muito mais potente Sua casa foi pintada recentemente

E quando encontra o seu colega de trabalho Só pensa em quanto deve ser o seu salário Queria ter a secretária do patrão Mas sua conta bancária já chegou ao chão

[...]

Invejoso Querer o que é dos outros é o seu gozo E fica remoendo até o osso Mas sua fruta só lhe dá o caroço

Invejoso O bem alheio é o seu desgosto Queria um palácio suntuoso Mas acabou no fundo desse poço...

ANTUNES, A. Iê Iê Iê. São Paulo: Rosa Celeste, 2009 (fragmento).

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28. O conto e a letra de canção abordam o mesmo tema, a inveja. Embora empreguem recursos linguísticos diferentes, ambos lançam mão de um mecanismo em comum, que consiste em

a) referir-se, em terceira pessoa, a um indivíduo qualificado como invejoso. b) conferir à inveja aspectos humanos ao fazer dela personagem de narrativa. c) expressar o ponto de vista do invejoso por meio da fala de uma personagem. d) dissertar sobre a inveja, apresentando argumentos contrários e favoráveis. e) fazer uma descrição do perfil psicológico de alguém caracterizado como invejoso. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O conto é uma breve narrativa com foco narrativo em terceira pessoa, onisciente, uma vez que o narrador não é personagem da trama, porém conhece os sentimentos das personagens, afinal sabe que o solteirão sente ―uma vermelha inveja‖ do casal de amantes; de modo semelhante, na música, o eu lírico tece observações sobre o comportamento do indivíduo invejoso. Assim, ambos referem-se ao invejoso em terceira pessoa.

Quando Bauer, o de pés ligeiros, se apoderou da cobiçada esfera, logo o suspeitoso Naranjo lhe partiu ao encalço, mas já Brandãozinho, semelhante à chama, lhe cortou a avançada. A tarde de olhos radiosos se fez mais clara para contemplar aquele combate, enquanto os agudos gritos e imprecações em redor animavam os contendores. A uma investida de Cárdenas, o de fera catadura, o couro inquieto quase se foi depositar no arco de Castilho, que com torva face o repeliu. Eis que Djalma, de aladas plantas, rompe entre os adversários atônitos, e conduz sua presa até o solerte Julinho, que a transfere ao valoroso Didi, e este por sua vez a comunica ao belicoso Pinga. (...)

Assim gostaria eu de ouvir a descrição do jogo entre brasileiros e mexicanos, e a de todos os jogos: à maneira de Homero. Mas o estilo atual é outro, e o sentimento dramático se orna de termos técnicos.

Carlos Drummond de Andrade, Quando é dia de futebol. Rio: Record, 2002.

29. Ao narrar o jogo entre brasileiros e mexicanos ―à maneira de Homero‖, o autor adota o estilo a) épico. b) lírico. c) satírico. d) técnico. e) teatral. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Carlos Drummond de Andrade adota características da epopeia, gênero narrativo originalmente em verso, com estilo elevado e linguagem hiperbólica, que visa à celebração de feitos grandiosos por heróis fora do comum, reais ou lendários.

Ai se sêsse

Se um dia nois se gostasse Se um dia nois se queresse Se nois dois se empareasse Se juntim nois dois vivesse Se juntim nois dois morasse Se juntim nois dois drumisse Se juntim nois dois morresse

Se pro céu nois assubisse Mas porém se acontecesse De São Pedro não abrisse

A porta do céu e fosse Te dizer qualquer tulice E se eu me arriminasse E tu cum eu insistisse

Pra que eu me arresolvesse E a minha faca puxasse

E o bucho do céu furasse Tarvês que nois dois saísse Tarvês que nois dois caísse

E o céu furado arriasse E as virgi toda fugisse

ZÉ DA LUZ. Cordel do Fogo Encantado. Recife: Álbum de estúdio, 2001

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30. O poema foi construído com formas do português não padrão, tais como ―juntim‖, ―nois‖, ―tarvês‖. Essas formas legitimam-se na construção do texto, pois

a) revelam o bom humor do eu lírico do poema. b) estão presentes na língua e na identidade popular. c) revelam as escolhas de um poeta não escolarizado. d) tornam a leitura fácil de entender para a maioria dos brasileiros. e) compõem um conjunto de estruturas linguísticas inovadoras. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Severino de Andrade Silva, mais conhecido como Zé da Luz, foi um alfaiate de profissão e poeta brasileiro que publicava suas obras em forma de literatura de cordel. Esse gênero literário popular cultivava, frequentemente, a forma rimada de versos redondilhos, cujo tema tinha origem em relatos orais para depois ser impresso em folhetos. Expressões como ―juntim‖, ―nois‖, ―tarvês‖ estão presentes na língua e na identidade popular, como se afirma em [B]. Os próximos dois textos servirão de base para a questão que segue: TEXTO I

Em casa, os amigos do jantar não se metiam a dissuadi-lo. Também não confirmavam nada, por vergonha uns dos outros; sorriam e desconversavam. (...) Rubião viaos fardados; ordenava um reconhecimento, um ataque, e não era necessário que eles saíssem a obedecer; o cérebro do anfitrião cumpria tudo. Quando Rubião deixava o campo de batalha para tornar à mesa, esta era outra. Já sem prataria, quase sem porcelanas nem cristais, ainda assim aparecia aos olhos de Rubião regiamente esplêndida. Pobres galinhas magras eram graduadas em faisões, assados de má morte traziam o sabor das mais finas iguarias da Terra. (...) Toda a mais casa, gasta, pelo tempo e pela incúria, tapetes desbotados, mobílias truncadas e descompostas, cortinas enxovalhadas, nada tinha o seu atual aspecto, mas outro, lustroso e magnífico.

Machado de Assis. Quincas Borba. São Paulo: W. M. Jackson Editores, 1955, p. 317-9 (fragmento).

TEXTO II

A uns, a ironia no tratamento da cor local e de tudo que seja imediato pareceu uma desconsideração. Faltaria a Machado o amor de nossas coisas. Outros saudaram nele o nosso primeiro escritor com preocupações universais. Uma contra, outra a favor, as duas convicções registram a posição diminuída que acompanha a notação local no romance de Machado, e concluem daí para a pouca importância dela. Uma terceira corrente vê Machado sob o signo da dialética do local e do universal. Em Quincas Borba, o leitor a todo o momento encontra, lado a lado e bem distintos, o local e o universal. A Machado não interessava a sua síntese, mas a sua disparidade, a qual lhe parecia característica.

Roberto Schwarz. Que horas são? São Paulo: Companhia das Letras, 1987, p. 167-70.(com adaptações).

31. De acordo com o texto de Roberto Schwarz, acerca da recepção crítica da obra de Machado de Assis, é o

período que interpreta corretamente o trecho de Quincas Borba, referente ao delírio do protagonista Rubião: a) O aspecto ―lustroso e magnífico‖ que Rubião dava às ―cortinas enxovalhadas‖ acentua a disparidade crítica

da obra machadiana, que, pela tensão entre local e universal, descortina a vida nacional. b) A divisão da crítica quanto à recepção da obra de Machado de Assis é um falso problema, pois, como se vê

em Quincas Borba, o pitoresco e o exotismo românticos continuam presentes no texto machadiano. c) Rubião, incapaz de enxergar a realidade como ela de fato era, confirma, com seu delírio, a tendência crítica

que vê, na obra de Machado de Assis, uma atitude de desconsideração para com a realidade nacional. d) A identificação de Rubião com o imperador francês corresponde à da obra de Machado de Assis com os

modelos literários universais, o que reafirma a recepção crítica que saudava a universalidade da obra do escritor.

e) A ironia machadiana presente na obra Quincas Borba, evidenciada na imagem de as ―galinhas magras‖ se transformarem em ―faisões‖, confirma as opiniões críticas que concebem a obra de Machado como negação do aspecto nacional e valorização do universal.

GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A questão aborda a interpretação do texto machadiano a partir dos argumentos do texto do crítico literário Roberto Schwartz.

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O poema abaixo é de autoria de Cecília Meireles.

Canção

Nunca eu tivera querido Dizer palavra tão louca:

bateu-me o vento na boca, e depois no teu ouvido.

Levou somente a palavra,

Deixou ficar o sentido.

O sentido está guardado no rosto com que te miro,

neste perdido suspiro que te segue alucinado, no meu sorriso suspenso

como um beijo malogrado.

Nunca ninguém viu ninguém que o amor pusesse tão triste.

Essa tristeza não viste, e eu sei que ela se vê bem... Só se aquele mesmo vento fechou teus olhos, também.

Cecília Meireles. Poesias completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993, p. 118.

32. Diz respeito à especificidade da linguagem literária com base no poema de Cecília Meireles: a) Embora o texto seja um poema, sua linguagem não revela transfiguração artística nem opacidade. b) Da linguagem denotativa do texto depreende-se que o poema é uma declaração de amor à pessoa amada. c) A palavra, de acordo com o poema, não revela toda a força do sentimento que habita o eu lírico. d) Sem os versos de sete sílabas e as rimas, a literariedade estaria ausente do poema. e) Versos como ―neste perdido suspiro que te segue alucinado‖ revelam a dimensão literal das palavras no

contexto do poema. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A linguagem literária diferencia-se dos demais tipos de linguagem pela constituição e finalidade, que transcende a comunicação. 33. A tirinha tematiza questões de gênero (masculino e feminino), com base na oposição entre:

Equilíbrio, Folha de S.Paulo, 21/05/2013.

a) permanência e transitoriedade. b) sinceridade e hipocrisia. c) complacência e intolerância. d) compromisso e omissão. e) ousadia e recato

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GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A charge mostra uma mulher enfadada com sua vida medíocre, e tenta lidar com um marido alcoólatra, com a maior naturalidade. Entretanto, indica, ao final, a mudança de comportamento, com verbalização agressiva. 34. No texto, empregam-se, de modo mais evidente, dois recursos de intertextualidade: um, o próprio autor o

torna explícito; o outro encontra-se em: a) ―Você é um horror!‖ b) ―E você, bêbado.‖ c) ―Ilusão sua: amanhã, de ressaca, vai olhar no espelho e ver o alcoólatra machista de sempre.‖ d) ―Vai repetir o porre até perder os amigos, o emprego, a família e o autorrespeito.‖ e) ―Perco a piada, mas não perco a ferroada!‖ GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A charge mostra uma mulher em atrito com seu marido, cuja intertextualidade revela explicitamente a ironia, pela piada. Entretanto, de forma implícita, a sua insatisfação é demonstrada.

35. Sobre a charge, a) a mensagem de paz do texto que introduz a charge apresenta-se substancialmente oposta à imagem

violenta retratada. b) o confronto entre os personagens apresenta uma mensagem coerente com a mensagem inicial da charge: de

amor e paz. c) lutar é algo inerente ao ser humano; por isso pode-se afirmar que não há qualquer contradição entre a

mensagem verbal e a não verbal. d) as frases da torcida indicam que esses espectadores não gostam de violência. e) no contexto da charge, a luta pode ser entendida como uma forma de violência pacífica. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Uma vez que os personagens retratados na charge são lutadores em suas atividades em um ringue, a mensagem de paz do texto é oposta à imagem apresentada.

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BARDI, P. M. Em torno da escultura no Brasil. São Paulo: Banco Sudameris Brasil, 1989. (Foto: Reprodução/Enem)

36. Com contornos assimétricos, riqueza de detalhes nas vestes e nas feições, a escultura barroca no Brasil tem

forte influência do rococó europeu e está representada aqui por um dos profetas do pátio do Santuário do Bom Jesus de Matosinho, em Congonhas (MG), esculpido em pedra-sabão por Aleijadinho. Profundamente religiosa, sua obra revela

a) liberdade, representando a vida de mineiros à procura da salvação. b) credibilidade, atendendo a encomendas dos nobres de Minas Gerais. c) simplicidade, demonstrando compromisso com a contemplação do divino. d) personalidade, modelando uma imagem sacra com feições populares. e) singularidade, esculpindo personalidades do reinado nas obras divinas. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: As esculturas barrocas no Brasil têm forte influência do rococó europeu. As obras sacras de Aleijadinho distinguem-se das demais por apresentar características particulares das esculturas inspiradas nas pessoas do povo. 37. Na obra Entrudo, de Jean-Baptiste Debret (1768-1848), apresentada abaixo,

a) registram-se cenas da vida íntima dos senhores de engenho e suas relações com os escravos. b) identifica-se a presença de traços marcantes do movimento artístico denominado Cubismo. c) identificam-se, nas fisionomias, sentimentos de angústia e inquietações que revelam as relações conflituosas

entre senhores e escravos. d) observa-se a composição harmoniosa e destacam-se as imagens que representam figuras humanas. e) constata-se que o artista utilizava a técnica do óleo sobre tela, com pinceladas breves e manchas, sem

delinear as figuras ou as fisionomias. GABARITO: D COMENTÁRIO /RESOLUÇÃO: Tendo em vista que o ―entrudo‖ foi um antigo folguedo carnavalesco que precedeu o ―Carnaval‖, Debret tentou retratar situações cotidianas bem como os tipos do Brasil Joanino e do Primeiro Reinado. Observa-se, portanto, em ―Entrudo‖, a presença de figuras humanas, e, sem dúvida, sua composição se apresenta muito harmoniosa.

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DONAR. Disponível em: http://politicalgraffiti.wordpress.com. Acesso em: 17 ago. 2011.

38. Cartuns são produzidos com o intuito de satirizar comportamentos humanos e, assim, oportunizam a reflexão

sobre nossos próprios comportamentos e atitudes. Nesse cartum, a linguagem utilizada pelos personagens em uma conversa em inglês evidencia a

a) predominância do uso da linguagem informal sobre a língua padrão. b) dificuldade de reconhecer a existência de diferentes usos da linguagem. c) aceitação dos regionalismos utilizados por pessoas de diferentes lugares. d) necessidade de estudo da língua inglesa por parte dos personagens. e) facilidade de compreensão entre falantes com sotaques distintos. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Nesse cartum, a linguagem utilizada pelos personagens em uma conversa em inglês evidencia a dificuldade em reconhecer a existência de diferentes usos de linguagens. A correção que o segundo personagem faz sobre a fala do primeiro mostra sua incapacidade em reconhecer esse uso diferente da língua inglesa. 39. Do one thing for diversity and inclusion

The United Nations Alliance of Civilizations (UNAOC) is launching a campaign aimed at engaging people around the world to Do One Thing to support Cultural Diversity and Inclusion. Every one of us can do ONE thing for diversity and inclusion; even one very little thing can become a global action if we all take part in it.

Simple things YOU can do to celebrate the World Day for Cultural Diversity for Dialogue and Development on May 21.

1. Visit an art exhibit or a museum dedicated to other cultures. 2. Read about the great thinkers of other cultures. 3. Visit a place of worship different than yours and participate in the celebration. 4. Spread your own culture around the world and learn about other cultures. 5. Explore music of a different culture. There are thousands of things that you can do, are you taking part in it?

UNITED NATIONS ALLIANCE OF CIVILIZATIONS. Disponível em: www.unaoc.org. Acesso em: 16 fev. 2013 (adaptado).

Internautas costumam manifestar suas opiniões sobre artigos on-line por meio da postagem de comentários. O comentário que exemplifica o engajamento proposto na quarta dica da campanha apresentada no texto é: a) ―Lá na minha escola, aprendi a jogar capoeira para uma apresentação no Dia da Consciência Negra.‖ b) ―Outro dia assisti na TV uma reportagem sobre respeito à diversidade. Gente de todos os tipos, várias tribos.

Curti bastante.‖ c) ―Eu me inscrevi no Programa Jovens Embaixadores para mostrar o que tem de bom em meu país e conhecer

outras formas de ser.‖ d) ―Curto muito bater papo na internet. Meus amigos estrangeiros me ajudam a aperfeiçoar minha proficiência

em língua estrangeira.‖ e) ―Pesquisei em sites de culinária e preparei uma festa árabe para uns amigos da escola. Eles adoraram,

principalmente, os doces! GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A quarta dica apresentada no texto afirma: ―Spread your own culture around the world and learn about other cultures”, cuja tradução seria: ―Espalhe sua própria cultura ao redor do mundo e aprenda sobre outras culturas‖.

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40. Will we ever… understand why music makes us feel good?

19 April 2013 - Philip Bal

No one knows why music has such a potent effect on our emotions. But thanks to some recent studies we have a few intriguing clues. Why do we like music? Like most good questions, this one works on many levels. We have answers on some levels, but not all. We like music because it makes us feel good. Why does it make us feel good? In 2001, neuroscientists Anne Blood and Robert Zatorre at McGill University in Montreal provided an answer. Using magnetic resonance imaging they showed that people listening to pleasurable music had activated brain regions called the limbic and paralimbic areas, which are connected to euphoric reward responses, like those we experience from sex, good food and addictive drugs. Those rewards come from a gush of a neurotransmitter called dopamine. As DJ Lee Haslam told us, music is the drug. But why? It’s easy enough to understand why sex and food are rewarded with a dopamine rush: this makes us want more, and so contributes to our survival and propagation. (Some drugs subvert that survival instinct by stimulating dopamine release on false pretences.) But why would a sequence of sounds with no obvious survival value do the same thing? The truth is no one knows. However, we now have many clues to why music provokes intense emotions. The current favourite theory among scientists who study the cognition of music – how we process it mentally – dates back to 1956, when the philosopher and composer Leonard Meyer suggested that emotion in music is all about what we expect, and whether or not we get it. Meyer drew on earlier psychological theories of emotion, which proposed that it arises when we’re unable to satisfy some desire. That, as you might imagine, creates frustration or anger – but if we then find what we’re looking for, be it love or a cigarette, the payoff is all the sweeter. This, Meyer argued, is what music does too. It sets up sonic patterns and regularities that tempt us to make unconscious predictions about what’s coming next. If we’re right, the brain gives itself a little reward – as we’d now see it, a surge of dopamine. The constant dance between expectation and outcome thus enlivens the brain with a pleasurable play of emotions.

(www.bbc.com. Adaptado.)

O texto relaciona a música às drogas porque ambas a) liberam os instintos sexuais. b) dependem das preferências pessoais. c) incitam a euforia e criam dependência. d) promovem a descarga de dopamina. e) ocorrem em contextos semelhantes. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Pois no texto diz: “This, Meyer argued, is what music does too. It sets up sonic patterns and regularities that tempt us to make unconscious predictions about what’s coming next. If we’re right, the brain gives itself a little reward – as we’d now see it, a surge of dopamine. The constant dance between expectation and outcome thus enlivens the brain with a pleasurable play of emotions”, que, traduzindo, significa: “Isso, argumentou Meyer, é o que a música também faz. Estabelece padrões sonoros e regularidades que nos tentam fazer previsões inconscientes sobre o que virá a seguir. Se estivermos certos, o cérebro dá-se uma pequena recompensa - como a veríamos agora, uma onda de dopamina. A dança constante entre expectativa e resultado assim anima o cérebro com um jogo prazeroso de emoções”.

41. Em 1866, tendo encerrado seus estudos na Escola de Belas Artes, em Paris, Pedro Américo ofereceu a tela

A Carioca ao imperador Pedro II, em reconhecimento ao seu mecenas. O nu feminino obedecia aos cânones da grande arte e pretendia ser uma alegoria feminina da nacionalidade. A tela, entretanto, foi recusada por imoral e licenciosa: mesmo não fugindo à regra oitocentista relativa à nudez na obra de arte, A Carioca não pôde, portanto, ser absorvida de imediato. A sensualidade tangível da figura feminina, próxima do orientalismo tão em voga na Europa, confrontou-se não somente com os limites morais, mas também com a orientação estética e cultural do Império. O que chocara mais: a nudez frontal ou um nu tão descolado do que se desejava como nudez nacional aceitável, indígenas? A Carioca oferecia um corpo simultaneamente ideal e obsceno: o alto - uma beleza imaterial - e o baixo - uma carnalidade excessiva. Sugeria uma mistura de estilos que, sem romper com a regra do decoro artístico, insinuava na tela algo inadequado ao repertório - nem mulata ou negra - poderia representar uma visualidade feminina brasileira e desfrutar de um lugar de destaque no imaginário de nossa monarquia tropical?

OLIVEIRA, C. Disponível em: http://anpuh.org.br. Acesso em: 20 maio 2015.

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AMÉRICO, Pedro. A carioca. Disponível em: http://oinstituto.org.br/?p=24. Acesso em: 09 dez. 2015.

O texto revela que a aceitação da representação do belo na obra de arte está condicionada à a) incorporação de grandes correntes teóricas de uma época, conferindo legitimidade ao trabalho do artista. b) atemporalidade do tema abordado pelo artista, garantindo perenidade ao objeto de arte então elaborado. c) inserção da produção artística em um projeto estético e ideológico determinado por fatores externos. d) apropriação que o pintor faz dos grandes temas universais já recorrentes em uma vertente artística. e) assimilação de técnicas e recursos já utilizados por movimentos anteriores que trataram da temática. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O texto de apoio indica que A carioca não foi bem recebida porque não se encaixava nos padrões artísticos brasileiros da época. Dessa forma, a não observação do gosto médio, que esperava uma nudez associada ao índio e uma sensualidade mais contida, foi determinante para a incompreensão que a envolveu no momento de sua produção.

ECKHOUT, A. “Índio Tapuia” (1610-1666). Disponível em: http://www.diaadia.pr.gov.br. Acesso em: 9 jul. 2009.

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42. A feição deles é serem pardos, maneira d’avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa cobrir, nem mostrar suas vergonhas. E estão acerca disso com tanta inocência como têm em mostrar o rosto.

CAMINHA, P. V. A carta. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 12 ago. 2009.

Ao se estabelecer uma relação entre a obra de Eckhout e o trecho do texto de Caminha, conclui-se que a) ambos se identificam pelas características estéticas marcantes, como tristeza e melancolia, do movimento

romântico das artes plásticas. b) o artista, na pintura, foi fiel ao seu objeto, representando-o de maneira realista, ao passo que o texto é

apenas fantasioso. c) a pintura e o texto têm uma característica em comum, que é representar o habitante das terras que sofreriam

processo colonizador. d) o texto e a pintura são baseados no contraste entre a cultura europeia e a cultura indígena. e) há forte direcionamento religioso no texto e na pintura, uma vez que o índio representado é objeto da

catequização jesuítica. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Comentário: Conforme o que diz a alternativa C, ambos os textos verbal e não verbal – a pintura de Eckhout e o texto de Pero Vaz de Caminha – tratam do índio, povo nativo encontrado na América, o qual seria colonizado e explorado pelos povos europeus. A pintura parece ilustrar exatamente o que diz Caminha, apresentando o índio completamente despido, em posição de extrema naturalidade, com seus instrumentos típicos. 43. Na obra Entrudo, de Jean-Baptiste Debret (1768-1848), apresentada abaixo,

a) registram-se cenas da vida íntima dos senhores de engenho e suas relações com os escravos. b) identifica-se a presença de traços marcantes do movimento artístico denominado Cubismo. c) identificam-se, nas fisionomias, sentimentos de angústia e inquietações que revelam as relações conflituosas

entre senhores e escravos. d) observa-se a composição harmoniosa e destacam-se as imagens que representam figuras humanas. e) constata-se que o artista utilizava a técnica do óleo sobre tela, com pinceladas breves e manchas, sem

delinear as figuras ou as fisionomias. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Tendo em vista que o ―entrudo‖ foi um antigo folguedo carnavalesco que precedeu o ―Carnaval‖, Debret tentou retratar situações cotidianas bem como os tipos do Brasil Joanino e do Primeiro Reinado. Observa-se, portanto, em ―Entrudo‖, a presença de figuras humanas, e, sem dúvida, sua composição se apresenta muito harmoniosa.

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44. O lazer é importante porque faz parte da vida É ato normal simples, é como respiração A humanidade precisa de liberdade e descanso Mas sempre valorizando a sua disposição Sem forçar a comadre a se divertir sem tesão.

(Extraído da música Lazer Racional, de Carne Seca. Disponível em: http://baboonrising.musicas.mus.br/letras/430055/. Acesso em: 29/05/2015.)

Considerando as problemáticas que envolvem a educação física e suas relações com o lazer e com o tempo livre, a) no lazer, jovens criam e reforçam seus laços de identidade social; crianças, por meio da atividade lúdica,

interpretam e ressignificam o mundo que as cerca; adultos tecem suas relações sociais e renovam valores e comportamentos que fundamentam os princípios éticos, estéticos e políticos que regem a sociedade. Portanto, momentos de lazer podem ser considerados tempo e espaço de educação.

b) com o desenvolvimento das cidades e do modo de vida urbano, o comércio expande-se e faz surgir uma série de serviços ligados aos divertimentos e à cultura lúdica que estão ao alcance das pessoas, dependentemente da classe social e da classe econômica.

c) em um contexto de acumulação flexível, de reformas trabalhista e previdenciária, o tempo livre dos trabalhadores está cada vez mais garantido.

d) internet, tablets, telefones celulares, entre outros são recursos que marcam a busca do ser humano por mais tempo, assim ele ocupa esse tempo disponível com mais atividades e afazeres.

e) tempo livre é aquele que se refere às ações humanas, realizadas mediante a ocorrência de uma necessidade externa que faz o indivíduo se sentir no direito e no dever de sua realização, seja com diversão ou afazeres trabalhistas.

GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: É preciso abrir os olhos e compreender que brincar para criança pode ser mais que uma atividade diária, pode ser uma fonte de saber aliada ao seu desenvolvimento integral. Enquanto brinca, a criança faz de conta, imagina, se liberta, aprende a controlar sua agressividade e supera seus medos. Os jogos podem proporcionar a socialização e a obediência a regras, além de facilitar o raciocínio lógico matemático. O aprendizado, através da brincadeira, como a música, também poderá ser significativo, principalmente se explorado devidamente na alfabetização. Para a criança o que está em jogo não é o valor material de um brinquedo e sim o que esse brinquedo irá representar para ela.

45. Sobre diversidade étnico-racial, de gênero e de pessoas com necessidades especiais, podemos afirmar que a) situações desiguais na prática de atividades corporais e esportivas, por vezes, podem ser encontradas entre

meninos e meninas, negros, índios e brancos, ricos e pobres, pessoas com deficiência e sem deficiência. Logo, estar atento a essas questões e ao contexto em que elas ocorrem pode auxiliar na promoção da inclusão, no acesso ao esporte e ao lazer e em sua permanência nessas práticas, haja vista que educar para a diversidade implica problematizar formas de discriminação e de preconceito que acontecem na prática do esporte e do lazer.

b) por gênero, pode-se entender a condição social que leva as pessoas a se identificarem como masculinas ou como femininas, termo que se diferencia do conceito de sexo, usado para identificar as características anatômicas que distinguem os homens das mulheres, e vice-versa. Portanto, para além das diferenças biológicas, não é preciso considerar as diferenças culturais e sociais que incidem, fortemente, no acesso e na permanência de meninos e de meninas em diferentes modalidades esportivas.

c) pessoas com grande dificuldade motora e intelectual devem ser orientadas a não praticar esportes, sob pena de prejuízos ao seu organismo, uma vez que suas limitações passam a ser intensificadas.

d) a homofobia acontece geralmente em forma de brincadeiras, piadas, comentários e pode gerar o afastamento de jovens homossexuais das atividades esportivas, uma vez que eles, frequentemente, são alvo de práticas dessa natureza. Assim, nas aulas de educação física, é importante que não sejam discutidas questões sobre preconceito e exclusão.

e) o uso de cadeira de rodas impede a inclusão do cadeirante em atividades esportivas e de lazer, pois esse equipamento restringe sua participação no grupo social, da mesma forma que ocorre com pessoas que possuem alguma lesão, seja ela motora, auditiva, visual ou intelectual.

GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Durante todo o século XX e início do século XXI, as lutas pela igualdade de gênero, étnico-racial e também pelo respeito à diversidade têm sido constantes. Todavia, o predomínio de atitudes e convenções sociais discriminatórias, em todas as sociedades, ainda é uma realidade tão persistente quanto naturalizada. O Brasil tem conquistado importantes resultados na ampliação do acesso e no exercício dos direitos, por parte de seus cidadãos. No entanto, há ainda imensos desafios a vencer, quer do ponto de vista objetivo, como a ampliação do acesso à educação básica e de nível médio, assim como do ponto de vista subjetivo, como o respeito e a valorização da diversidade. As discriminações de gênero, étnico-racial e por orientação sexual, como também a violência homofóbica, são produzidas e reproduzidas em todos os espaços da vida social brasileira. A escola, infelizmente, é um deles.

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46. No texto abaixo, o historiador grego Tucídides apresenta elementos essenciais da constituição da História

como disciplina científica. ―Os homens [comuns], na verdade, aceitam uns dos outros relatos de segunda mão dos eventos passados, negligenciando pô-los à prova. (…) Quanto aos fatos da guerra, considerei meu dever relatá-los, não como apurados através de algum informante casual nem como me parecia provável, mas somente após investigar cada detalhe com o maior rigor possível, seja no caso de eventos dos quais eu mesmo participei, seja naqueles a respeito dos quais obtive informações de terceiros. O empenho em apurar os fatos se constitui numa tarefa laboriosa, pois as testemunhas oculares de vários eventos nem sempre faziam os mesmos relatos a respeito das mesmas coisas, mas variavam de acordo com suas simpatias por um lado ou pelo outro, ou de acordo com sua memória. Pode acontecer que a ausência do fabuloso em minha narrativa pareça menos agradável ao ouvido, mas quem quer que deseje ter uma ideia clara tanto dos eventos ocorridos quanto daqueles que algum dia voltará a ocorrer em circunstâncias idênticas ou semelhantes em consequência de seu conteúdo humano, julgará a minha história útil e isto me bastará. Na verdade, ela foi feita para ser um patrimônio sempre útil, e não uma composição a ser ouvida apenas no momento da competição por algum prêmio.‖

Segundo o texto, a) a pretensão de o historiador possuir a verdade é ilegítima, já que ele tece a narrativa com elementos de

segunda mão. b) o historiador, para enriquecer a narrativa, deve recorrer ao auxílio de fábulas. c) o testemunho baseado na memória garante a credibilidade do relato histórico. d) a História é definida como um saber que, através da apuração rigorosa dos fatos, tem relação privilegiada

com a verdade. e) a lenda para o historiador deve ser interpretada como verdade absoluta. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A história é uma ciência que estuda os homens no tempo, através das chamadas fontes históricas, esgotando-as empiricamente, com o uso das ciências auxiliares. 47. ―Se o conhecimento da História nos apresenta uma importância prática, é porque nela aprendemos conhecer

os homens que, em condições diferentes e com meios diferentes, no mais das vezes inaplicáveis à nossa época, lutaram por valores e ideais análogos, idênticos ou opostos aos que possuímos hoje; o que nos dá consciência de fazer parte de um todo que nos transcende, a que no presente damos continuidade e que os homens vindos depois de nós continuarão no porvir. A consciência histórica existe apenas para uma atitude que ultrapassa o eu individualista; ela é precisamente um dos principais meios para realizar essa superação.‖

(Lucien Goldman)

O texto afirma que a) História é importante porque fornece à atualidade os meios de resolver seus problemas; b) o estudo da História mostra a universalidade e a identidade dos valores e ideais humanos; c) tem consciência o homem que conhece os fatos históricos de sua época; d) a consciência histórica existe na medida em que o homem é capaz de se reconhecer no processo histórico; e) a importância prática da História se relaciona com o estudo e o conhecimento do presente. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O objeto de estudo da história, o homem, tem consciência em si e para si. Daí reconhecer o processo histórico. 48. O Iraque, recentemente em guerra com os EUA e Inglaterra, já foi palco de uma grande civilização na

Antiguidade, a Mesopotâmia, que ocupa lugar central na história da humanidade. Na Antiguidade, foi berço da civilização sumeriana devido ao fato de

a) ser ponto de confluência de rotas comerciais de povos de diversas culturas. b) ter um subsolo rico em minérios, possibilitando o salto tecnológico da idade da pedra para a idade

dos metais. c) apresentar um relevo peculiar e favorável ao isolamento necessário para o crescimento socioeconômico. d) possuir uma área agriculturável extensa, favorecida pelos rios Tigre e Eufrates. e) abrigar um sistema hidrográfico ideal para locomoção de pessoas e apropriado para

desenvolvimento comercial.

CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

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GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Os primeiros grupos humanos que se tornaram sedentários buscaram regiões com presença de água, no caso, os sumérios ao redor dos rios Tigre e Eufrates, dando origem à Mesopotâmia. 49. Quando Anu, o Sublime, Rei dos Deuses, com Enlil, o Senhor do Céu e da Terra, o Mestre do Destino do

País, atribuíram a Marduk, o primogênito de Enki, poder sobre todos os povos, fazendo-o prevalecer sobre todos os outros deuses, quando pronunciaram meu nome, Hamurábi, príncipe devoto, adorador dos Deuses, para que eu fizesse reluzir a ordem no país, aniquilasse os malfeitores e malvados, proibisse os poderosos de oprimir os fracos e, alçando-me como o Sol sobre os homens, iluminasse todo o país (...). Código de Hamurábi. Escrito por volta de 1750 a.C., esquecido durante mais de 3 mil anos e encontrado em 1902, o Código de Hamurábi, hoje no Museu do Louvre, é uma estela de pedra dura, mais ou menos cilíndrica, de 2,25 m de altura por 1,80m de circunferência média.

(BOTTERO, J. História viva. Ano III, nº 29).

Historicamente, a presença do Código de Hamurábi no Museu do Louvre, em Paris, França, ressalta a) que a França teve grande inspiração para criação de suas leis já à partir da Revolução Francesa, no Código

de Hamurábi, pois sendo o código a famosa Lei de Talião, ―olho por olho, dente por dente‖, levou ao surgimento da guilhotina, que ainda hoje é usada como pena de morte.

b) que o processo de expansão imperialista, principalmente a partir do século XIX, levou as grandes potências europeias a ocupar e explorar vastos territórios da Ásia e da África. Desse processo fez parte o saque a monumentos arqueológicos e a objetos de inestimável valor histórico e artístico, com a justificativa de sua preservação, estudo e apresentação a um grande público.

c) que o governo do Egito não considerando seu passado histórico, permitiu que suas relíquias fossem espalhadas pelo mundo sem a preocupação de catalogá-las. O governo francês então ficou responsável por todas as peças espalhadas pelo mundo e pela manutenção das grandes obras faraônicas, como as grandes pirâmides de Gizé e o Vale dos Reis.

d) que o governo da Mesopotâmia, atual Iraque, em 1990 estava sob domínio do ditador Saddan Hussein aliando-se à França para proteger suas relíquias, pois, devido à Guerra do Golfo, liderada pelos Estados Unidos com o aval da ONU, o Iraque foi invadido por ter dominado o Kuait, país ao sul de seu território.

e) que a França atualmente sofre atentados terroristas do grupo Estado Islâmico, por não devolver o Código de Hamurábi ao novo califado, já que o EI segue ainda suas leis. Daí a violência praticada pelo grupo com penas como decaptação, amputação das mãos, tortura, condenação à fogueira, dentre outros.

GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O aluno deve conhecer o Código de Hamurábi, que foi o primeiro código de leis escritas do mundo criado na Mesopotâmia, atual Iraque, além de reconhecer historicamente a razão pela qual o mesmo se encontra na França, que no caso foi devido ao imperialismo francês na região do oriente médio nos séculos XIX e XX. 50. A história é uma aventura humana marcada por contradições, lutas, sonhos e frustrações. O historiador deve

procurar fazer o registro dessas múltiplas dimensões do homem; já a arqueologia é a técnica científica usada pelos historiadores para resgatar o passado mais remoto da humanidade através de seus vestígios materiais, graças à arqueologia é que existe o conhecimento da Pré-História. Então,

a) a História é uma ciência que consegue reproduzir exatamente como os fatos aconteceram. b) o historiador está interessado em conhecer o passado, desligando-se do presente. c) o conhecimento produzido pelo historiador é neutro, verdadeiro e indiscutível. d) o trabalho dos historiador tem vinculação com o tempo que vive e as circunstâncias do presente. e) a História nada revela do passado que possa interessar àqueles que vivem no presente. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A grande dificuldade do historiador é não ser subjetivo. O período em que vive sempre tem influência em suas análises. 51. ―Os pensadores gregos confirmaram os romanos nessa convicção natural, ‗as artes do vulgo, as artes

sórdidas‘, escreveu Sêneca, ‗são, segundo o filósofo Posidônio, as dos trabalhadores braçais, que empregam todo seu tempo em ganhar a vida; tais ofícios nada têm de belo e em nada se parecem com o bem‘.‖

(AIRÊS, Philippe e DUBY, George. (Org.) História da vida privada. v. I. São Paulo: Companhia das Letras, 1985, p. 115).

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A leitura do texto nos permite inferir que, na cultura clássica, a) os gregos criticavam a instituição da escravidão, ao contrário dos romanos, que a praticavam intensamente. b) o fim da escravidão em Atenas colaborou para o aprimoramento da democracia naquela pólis. c) o desprezo por qualquer tipo de atividade braçal era considerada essencial para uma boa educação cívica

e filosófica. d) o trabalho livre era considerado digno e edificante, mas o trabalho escravo era tido como humilhante. e) esportes e trabalhos manuais eram considerados indignos dos grandes cidadãos por exigirem esforço físico. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Entre os gregos, o trabalho era tido como a expressão da miséria humana, portanto, desprezado. Para famosos pensadores como Aristóteles e Platão, o trabalho estava ligado ao campo da necessidade, como, por exemplo, alimentar-se e cobrir-se. Tratava-se de uma nítida separação entre o mundo do "labor", o mundo da "necessidade" e o mundo regido pela "razão". Assim, a única atividade digna dos homens livres era o "ócio". Nesse sentido, a noção de cidadania grega estava intimamente ligada ao trabalho, ou seja, somente as pessoas que não precisassem trabalhar, ou ocupar-se das atividades ligadas ao campo da necessidade, poderiam de fato se considerar cidadãos plenos e participar da politike, isto é, dos assuntos da pólis. 52. Quando da passagem de um sistema para outro, rompe-se a estrutura do sistema, quebra-se sua

estabilidade, ocorrendo então uma transição, momento privilegiado porque revela a realidade histórica em sua profundidade. Os principais conceitos a serem dominados pelo historiador ou estudioso da História, a fim de poder compreendê-la com maior profundidade, seria que

a) por processo histórico entende-se a sequência dos principais sistemas ocorridos na História, desde a Antiguidade só até a Idade Moderna.

b) pela ordem, os principais sistemas ocorridos na História foram: sistema primitivo, asiático, escravista, feudal, capitalista e futurista.

c) o sistema é constituído por um conjunto de partes que estão integralmente relacionadas, tais como economia, sociedade, política, religião e cultura.

d) a cada uma das partes de um sistema costumamos dar o nome de subsistema; entretanto a somatória dessas partes não constitui um sistema.

e) a estreita relação existente entre as partes de um sistema e que dá mais profunda compreensão da História, não constitui a estrutura de um sistema.

GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Os sistemas político, econômico, social, entre outros, estão interligados estruturalmente, formando o processo histórico do Homem, como objeto de estudo. 53.

Imagem 1

Imagem 2

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Observando as imagens, percebemos que ambas são pirâmides. Entretanto, a) a imagem 1 são pirâmides egípcias, e a imagem 2, uma pirâmide persa. b) a imagem 1 são pirâmides gregas, e a imagem 2, uma pirâmide egípcia. c) a imagem 1 são pirâmides persas, e a imagem 2, uma pirâmide chinesa d) a imagem 1 são pirâmides egípcias, e a imagem 2, uma pirâmide grega. e) a imagem 1 são pirâmides egípcias, e a imagem 2, uma pirâmide Asteca. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Vários povos tiveram como arquitetura as pirâmides, mesmo em períodos históricos diferentes. Respectivamente, as primeiras são egípcias, com a função de câmaras mortuárias, e a segunda é asteca, com função de templo. 54. Texto I ―Pelo menos duas famílias inteiras – formadas por pai, mãe e filho – estavam sendo submetidas à condição análoga à escravidão na Fazenda Paus Pretos, no município de Sebastião Laranjeiras (BA). Os fiscais viajaram por mais de 150 Km em estrada de terra para chegar até o local indicado e encontraram 70 pessoas exploradas como escravos. Integravam o grupo 20 mulheres, uma criança de apenas 12 anos e um adolescente de 17 [...]. Os trabalhadores ainda não tinham recebido nenhum pagamento. O valor acordado com os ‗gato‘ foi de R$ 3,00 pela arroba colhida da pluma de algodão. Para ‗receber‘ R$ 12,00 por dia, os empregados mantinham jornadas que se estendiam por dez horas. Segundo Joatan, o pagamento por um mês de trabalho não chegaria nem a um salário mínimo (R$ 456,00) porque os trabalhadores eram obrigados a comprar a alimentação vendida pelos ‗gatos‘, e o valor era anotado numa caderneta para posterior desconto [...]. Os outros trabalhadores e trabalhadoras dormiram em barracos de lona e chão de terra batida. Não havia cama nos alojamentos. As pessoas dormiam em espumas, papelões e até diretamente no chão. Elas não tinham acesso a instalações sanitárias nem à água potável. Para cozinhar, as mulheres improvisavam um fogareiro no chão.‖

(Disponível em:<http://www.reporterbrasil.com.br)

Texto II

A escravatura propriamente dita existira sob várias formas em outras civilizações, como a egípcia, por exemplo. Mas nunca como a maneira principal de criar renda para alguém. O Império Egípcio não tinha uma economia escravista. As cidades-Estados gregas, ou Polis, tornaram a escravidão, pela primeira vez, absoluta e dominante. (...) O mundo grego, é claro, nunca se baseou exclusivamente no uso do trabalho escravo. Camponeses livres e artesãos urbanos sempre existiram ao mesmo tempo que os escravos, nas diferentes Polis da Grécia.

(ANDERSON, Perry. Passagens da Antiguidade ao feudalismo. Lisboa: Afrontamento,1982. P. 20.)

As situações observadas a) mostram que o texto I seria o que chamamos de escravidão contemporânea, e o texto II, o modo de

produção asiático. b) mostram que o texto I seria o que chamamos de escravidão contemporânea, e o texto II, o modo de

produção escravista. c) mostram que o texto I seria o modo de produção servil, e o texto II, o modo de produção escravista. d) mostram que o texto I seria o modo de produção escravista, e o texto II, o modo de produção asiático. e) mostram que o texto I seria o que chamamos de escravidão contemporânea, e o texto II, o modo de

produção servil. GABARITO: B COMENTÁRIO/ RESOLUÇÃO: O modo de produção na Grécia era o escravista. Já na Idade Contemporânea, utilizamos o termo escravidão para pessoas que têm baixa remuneração, vivem em condições precárias e não têm assistência alguma do patronato. 55. Temos um regime que nada tem a invejar das leis estrangeiras. Somos, antes, exemplos que imitadores.

Nominalmente, como as coisas não dependem de uma minoria, mas, ao contrário, da maioria, o regime se denomina democracia. No entanto, se, em matéria de divergências particulares, a igualdade de todos diante da lei é assegurada, cada um, em virtude das honras devidas à posição ocupada, é julgado naquilo que pode ocasionar sua distinção: no que se refere à vida pública, as origens sociais contam menos que o mérito, sem que a pobreza dificulte a alguém servir à cidade por causa da humildade de sua posição (...) Uma pessoa pode, ao mesmo tempo, ocupar-se de seus assuntos e dos do Estado e a multiplicidade das ocupações não impede o julgamento dos assuntos públicos. Somos os únicos a taxar, efetivamente, aqueles que não fazem parte dos ativos, mas dos inúteis.

(Tucídides, História da Guerra do Peloponeso)

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Tratando da democracia ateniense, o autor destaca, nesse texto, a) a influência que outros modelos políticos exerceram sobre Atenas. b) a importância do princípio da isonomia entre os cidadãos. c) seu desprezo por aqueles que se dedicavam à vida pública. d) o critério censitário que determinava a participação política. e) a influência que outros modelos políticos exerceram sobre Atenas. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Todos os cidadãos têm o mesmo direito perante as leis. Essa igualdade de direito era chamada pelos atenienses de isonomia. 56. Entre os gregos, a busca da riqueza era limitada apenas por um intenso amor à beleza. ―Juro por todos os

deuses‖, diz um personagem do Banquete, de Xenofonte, ―que eu não trocaria a beleza por todo o poder de um rei persa‖. E um outro personagem de Economia, de Xenofonte, acrescenta: ―É belo também, apesar da zombaria dos tolos [...] ver utensílios de cozinha organizados com senso e simetria. Todas as coisas, sem exceção, devido à simetria, parecerão mais belas se dispostas em ordem‖.

(DURANT, Will. O livro de ouro dos heróis da história: uma breve história da civilização, da Antiguidade ao alvorecer da Era Moderna.

Tradução Laura Alves; Aurélio Rabello. Rio de janeiro: Ediouro, 2002. p. 108).

Ao interpretar o excerto, podemos inferir que a) a cultura grega se destaca pela valorização da ordem, proporção, precisão e clareza. b) o fato central da cultura grega está na liberdade de formas e nas posições do artista. c) a procura de uma identidade multicultural foi a tendência da civilização clássica. d) o universo cultural grego se limitava à natureza doméstica de seus artistas. e) o modelo grego de arte e cultura distanciou-se da cidade, divinizando o campo.

GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A cultura grega privilegiou a individualidade, o racionalismo, o senso de organização e a estética, revelando o desejo de pensar a vida e o universo a partir da ordem. 57. Democracia – algo tão valioso para nós – é um conceito sugerido na Grécia antiga. Por cerca de um século, a

partir de meados do século V a. C., Atenas viveu essa experiência única em sua época. Democracia, em grego, quer dizer ‗poder do povo‘, à diferença de ‗poder de um‖, a monarquia, ou ‗poder de poucos‘, a oligarquia ou aristocracia (‗poder dos melhores‘). A democracia ateniense era direta: todos os cidadãos podiam participar da assembleia do povo , que tomava as decisões relativas aos assuntos políticos, em praça pública. Entretanto, é bom deixar bem claro que o regime democrático ateniense tinha os seus limites. Em Atenas, no período de Péricles, eram considerados cidadãos apenas os homens adultos (com mais de 18 anos) nascidos de pai e mãe atenienses.

(FUNARI,Pedro Paulo A. Grecia e Roma, São Paulo: Contexto, 2001. P.35-39. Adaptado.)

CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA, Capítulo IV, Art. 14: ―A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei [...]. O alistamento eleitoral e o voto são: obrigatório para os maiores de dezoito anos; facultativos para os analfabetos; os maiores de setenta anos; os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos‖.

Ao observarmos os textos, a) percebemos que a democracia ateniense permitia que todos participassem da política, e, na democracia

brasileira, o mesmo não ocorre. b) percebemos que a democracia ateniense permitia um número limitado de habitantes serem cidadãos, e, já na

democracia brasileira, todos são cidadãos. c) percebemos que a democracia ateniense, que inspirou as democracias ocidentais, como a brasileira, permitia

que todos fossem cidadãos. d) percebemos que a democracia ateniense permitia que nem todos fossem cidadãos, como a democracia

brasileira, que só permite os maiores de dezoito anos com bens. e) percebemos que a democracia ateniense, como a brasileira, permite somente que os maiores de dezoito

anos com bens sejam cidadãos. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Todos os cidadãos têm o mesmo direito perante as leis. Essa igualdade de direito era chamada, pelos atenienses, de isonomia.

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58. ―(A palavra...) Grécia nos faz pensar em um país atual, no Mediterrâneo oriental. Não era essa a definição dos próprios gregos na Antiguidade, para os quais gregos eram aqueles que falavam a língua grega. Onde quer que houvesse gregos, ali estava a Grécia.‖

FUNARI, Pedro Paulo A. Grécia e Roma, São Paulo: Contexto, 2001. P. 13.

Segundo o texto, entendemos que a) não se pode pensar em um país atual quando se fala de Grécia, mas sim em um país antigo. b) não se pode pensar em gregos na Antiguidade, mas sim em um país, Grécia antiga, habitado por

vários povos. c) os valores culturais de todas as cidades gregas, independentemente de sua forma de governo, formavam a

Grécia antiga. d) a pólis não era, na realidade, o centro da vida política, uma vez que os gregos viviam espalhados pelo

Mediterrâneo oriental. e) a Grécia antiga, diferentemente da atual, não se situava no Mediterrâneo oriental. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Na Antiguidade, a Grécia era reconhecida com um ―mundo grego‖, pois as cidades tinham estruturas políticas e econômicas diferentes, mas identificadas por mesmos idioma e mitologia. 59. No século XXI, ainda vemos no mundo a repressão sofrida pelas mulheres em várias esferas, como a social,

econômica, política e religiosa. Mesmo com os movimentos contemporâneos, como o feminismo, e leis contra a violência doméstica, as mesmas ainda lutam pelos seus direitos.

Então, a mulher na sociedade ateniense, a) durante a vida inteira, era considerada incapaz, devendo ter sempre um homem para gerir sua vida, fosse

pai, filho ou esposo. b) devido aos costumes e as leis impediam sua participação na esfera pública, igualando-as aos escravos e

estrangeiros, mas com vinte e um anos elas poderiam participar com seus maridos. c) recebia, desde a infância, um rigoroso treinamento físico e psicológico, e eram preparadas pra serem mães e

esposas de guerreiros. d) como as espartanas gozavam de maior liberdade, pois podiam participar dos jogos, de reuniões públicas e

administração do patrimônio familiar. e) devido à democracia, participavam da vida pública e dos jogos olímpicos. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A mulher ateniense tinha um papel de complementação do lar e não era considerada cidadã. 60. Zeus, temendo a destruição total de nossa espécie, enviou Hermes para dar aos homens as qualidades do

respeito ao próximo e do senso de justiça, de modo a trazer a ordem a nossas cidades e criar laços de amizade e união. Hermes perguntou a Zeus de que forma devia distribuir estes dons entre os homens: ―Devo distribuir estes dons de modo desigual, como nas artes? Devo distribuir a justiça e o respeito para alguns, ou para todos?‖ ―A todos‖, disse Zeus. ―Deixe que todos tenham sua parte. Não poderá haver cidades se apenas uns poucos partilharem estas virtudes, como nas artes.‖

(PLATÃO. ―Protágoras‖, 322 c-d)

No trecho, é o sistema político que pode ser identificado e uma característica dele: a) Democracia; igualdade de todos os cidadãos perante a lei. b) Oligarquia; controle da vida política por seus chefes naturais. c) Totalitarismo; submissão do indivíduo ao Estado. d) Socialismo; distribuição equitativa de bens simbólicos. e) Anarquismo; controle da vida social pelo partido revolucionário. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O texto metaforiza o princípio da isonomia, pelo qual todos os cidadãos devem ser considerados iguais perante a lei.

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61. Quando é meio-dia nos Estados Unidos, o Sol, todo mundo sabe, está se deitando na França. Bastaria ir à França num minuto para assistir ao pôr do sol.

SAINT-EXUPÉRY, A. O Pequeno Príncipe. Rio de Janeiro: Agir, 1996.

A diferença espacial citada é causada por qual característica física da Terra? a) Achatamento de suas regiões polares. b) Movimento em torno de seu próprio eixo. c) Arredondamento de sua forma geométrica. d) Variação periódica de sua distância do Sol. e) Inclinação em relação ao seu plano de órbita. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A Terra faz um movimento em torno do seu próprio eixo denominado rotação. Tal rotação gera o movimento aparente do Sol (leste para Oeste). Por isso, todas as áreas localizadas mais a leste terão horário mais adiantados daquelas situadas a oeste (com base no padrão estabelecido pela Conferência Internacional da Data de 1884 em Londres – Observatório de Greenwich). 62. Pensando nas correntes e prestes entrar no braço que deriva da Corrente do Golfo para o norte, lembrei-me

de um vidro de café solúvel vazio. Coloquei no vidro uma nota cheia de zeros, uma bola cor rosa-choque. Anotei a posição e data: Latitude 49°49‘N, Longitude 23°49‘W. Tampei e joguei na água. Nunca imaginei que receberia uma carta com a foto de um menino norueguês, segurando a bolinha e a estranha nota.

KLINK, A. Parati: entre dois polos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998 (adaptado).

No texto, o autor anota sua coordenada geográfica, que é a) a relação que se estabelece entre as distâncias representadas no mapa e as distâncias reais da superfície

cartografada. b) o registro de que os paralelos são verticais e convergem para os polos, e os meridianos são círculos

imaginários, horizontais e esquidistantes. c) a informação de um conjunto de linhas imaginárias que permitem localizar um ponto ou acidente geográfico

na superfície terrestre. d) a latitude como distância em graus entre um ponto e o Meridiano de Greenwich, e a longitude como a

distância em graus entre um ponto e o Equador. e) a forma de projeção cartográfica usada para navegação, onde os meridianos e paralelos distorcem a

superfície do planeta. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: As coordenadas geográficas são linhas imaginárias que estão dispostas sobre a Terra na horizontal (Latitude), partindo da linha do Equador, e na vertical (longitude), partindo do meridiano de Greenwich.

63. A ONU faz referência a uma projeção cartográfica em seu logotipo.

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A figura que ilustra o modelo dessa projeção é a)

b)

c)

d)

e)

GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO:

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64. A imagem abaixo mostra um local por onde passa o Trópico de Capricórnio. Sobre o Trópico de Capricórnio, podemos afirmar que

a) é a linha imaginária ao sul do Equador, onde os raios solares incidem sobre a superfície e forma

perpendicular, o que ocorre em um único dia no ano. b) os raios solares incidem perpendicularmente nessa linha imaginária durante o solstício de inverno, o que

ocorre duas vezes por ano. c) durante o equinócio, os raios solares atingem de forma perpendicular a superfície nesse ponto, marcando o

início do verão. d) no início do verão (21 ou 22 de dezembro), as noites têm a mesma duração que os dias. e) no inverno austral, o sol incide perpendicularmente, marcando um período em que a noite passa ter duração

maior que o dia. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O dia em que a radiação solar incide diretamente no trópico de Capricórnio é chamado de Solstício de verão. Tal linha imaginária passa paralelamente à linha do Equador ao Sul. 65. O Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia ensina indígenas, quilombolas e outros grupos tradicionais a

empregar o GPS e técnicas modernas de georreferenciamento para produzir mapas artesanais, mas bastante precisos, de suas próprias terras.

Folha de S. Paulo, 7 maio 2011 (adaptado).

A existência de um projeto como o apresentado no texto indica a importância da cartografia como elemento promotor da a) expansão da fronteira agrícola. b) remoção de populações nativas. c) superação da condição de pobreza. d) valorização de identidades coletivas. e) implantação de modernos projetos agroindustriais. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O Projeto Cartográfico Social da Amazônia, ao facilitar a produção de mapas das terras, valorizou a identidade dos povos da Amazônia. Ele permitiu maior entendimento dos limites das suas terras. 66. ―Se isso acontecesse, não teríamos noites e dias e um lado da Terra ficaria imensamente aquecido e o outro

muito frio. Haveria, provavelmente, tempestades muito violentas e furações, em razão da interação entre ar quente de um lado e ar frio de outro. Os ventos e a temperatura seriam tão rigorosos que a vida seria impossível.‖

TEIXEIRA, W. et. al. Decifrando a Terra. 2003. p. 224.

A afirmação refere-se à hipótese de suspensão de um dos muitos movimentos que a Terra executa. Com base nessa afirmação, pode-se garantir que a vida na superfície da Terra só é possível devido à existência do movimento de a) rotação. b) precessão. c) obliquidade. d) translação. e) excentricidade.

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GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A rotação é o movimento em que a Terra dá uma volta completa em torno do seu próprio eixo, gerando o ―movimento aparente do Sol‖. Tal movimento permite a diferença que temos entre as regiões no que diz respeito a dias e noites.

DigitalGlobe divulga imagens de satélite do local da captura de Osama Bin Laden

A DigitalGlobe divulgou em seu site imagens de satélite da região de Abbottabad, Paquistão, onde Osama Bin Laden estava refugiado. De acordo com a agência Fox News, uma equipe de 40 soldados Seal da marinha dos Estados Unidos capturou e matou o terrorista responsável pela morte de milhares de cidadãos americanos. A comparação de imagens de satélite de junho de 2005 e janeiro de 2011, feita pela DigitalGlobe, revela a expansão da mansão onde Osama se escondia. 67. Sobre o tipo de imagem de satélite mostrado na reportagem acima, afirma-se que a) é usado para monitorar espaços menores, uma vez que tem alta resolução espacial. b) está disponível apenas para uso militar, por isso não pode ser comercializado. c) é obtido através de um sensor transportado por aviões que voam em baixa altitude. d) é um produto da tecnologia do Sistema de Posicionamento Global – GPS. e) é produzida a partir da aerofotogametria. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Existem satélites que apresentam uma ótima resolução na banda espectral que possibilitam o monitoramento de espaços menores. 68. Ao planejar uma viagem de férias utilizando o programa Google Earth, você anotou as coordenadas

geográficas de dois locais que gostaria de visitar na Ilha do Mel (PR), sendo o primeiro de coordenadas 25°33'26.28"S (latitude) e 48°18'30.75"O (longitude), e o segundo de coordenadas 25°33'46.27"S (latitude) e 48°18'10.10"O (longitude). Com base nos valores das coordenadas, é correto afirmar que do primeiro para o segundo ponto você se deslocou para

a) leste. b) nordeste. c) sudeste. d) oeste. e) noroeste. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: As coordenadas geográficas analisadas sugerem que do 1° para o 2° ponto o deslocamento ocorreu para o Sudeste, visto que (em relação ao primeiro ponto) a latitude aumenta (significa que continua indo para o sul) e a longitude diminui (ou seja, está indo para o lado oposto ao oeste). Então, a direção será sul e leste = sudeste.

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69. Tendo como referência a proposta de mapa da América do Sul feita por Torres-Garcia, apresentada na figura anterior, é correto afirmar que

a) a proposta de mapa apresentada na figura representa um movimento político dos países centrais de combate à visão eurocêntrica do mundo.

b) o mapa representado na figura está invertido, o que contraria os princípios da cartografia contemporânea. c) os planisférios, criados com base na visão eurocêntrica do mundo, foram substituídos por representações de

projeção plana. d) a projeção é dotada de neutralidade política, obedecendo a princípios cartográficos. e) a disposição do mapa indica que o mesmo foi confeccionado em uma projeção cônica. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Ao mudar a orientação do mapa, colocando o Sul como referência, o autor aponta críticas à visão de mundo eurocêntrica.

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70. A confecção de um mapa pode significar uma leitura ideológica do espaço. Assim, a Projeção de Mercator, muito utilizada para a visualização dos continentes, caracteriza-se por

a) apresentar um hemisfério terrestre envolvido por um cone. As deformações aumentam na direção da base do cone.

b) partir de um plano tangente sobre a esfera terrestre. Seus paralelos e meridianos são projetados a partir do centro do plano.

c) conservar as formas, mas distorcer as superfícies das massas continentais. Seus paralelos e meridianos for-mam ângulos retos.

d) alterar a forma dos continentes, preservando a área. Seus paralelos e meridianos formam ângulos retos. e) representar as formas e as superfícies dos continentes proporcionais à realidade. As linhas de meridianos

acompanham a curvatura da Terra. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: As formas, na projeção de Mercator, são mantidas fieis, porém as áreas são distorcidas com o intuito de superdimensionar o Norte e, consequentemente, a Europa. 71. Examine atentamente a carta cartográfica que representa uma área de relevo em curvas de nível.

A partir da análise, pode-se concluir que a) os mapas topográficos utilizam curvas de nível, também chamadas de isobatas, para representar

diferentes atitudes. b) as curvas de nível da vertente do lado A do traçado indicam um relevo mais íngreme do que as curvas de

nível do labo B do traçado. c) o relevo representado por essas curvas de nível é uma depressão com 250m de profundidade. d) a vertente oriental de relevo mais íngreme favorece a erosão laminar. e) a direção do traçado de A para B, nesse desenho, é nordeste-sudoeste. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A distância entre as linhas (cotas) representam como o perfil topográfico está configurado. Quando as linhas se encontram próximas, isso quer dizer que o nível altimétrico rapidamente se altera. Nesse caso, o relevo é mais íngreme (lado A) do que nas áreas em que as linhas estão mais afastadas (lado B). 72.

TEIXEIRA, W. et. al. (Orgs.) Decifrando a Terra.

São Paulo. Companhias Editora Nacional, 2009 (adaptado).

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O esquema mostra depósitos em que aparecem fósseis de animais do Período Jurássico. As rochas em que se encontram esses fósseis são a) magmáticas, pois a ação de vulcões causou as maiores extinções desses animais já conhecidas ao longo da

história terrestre. b) sedimentares, pois os restos podem ter sido soterrados e litificados com o restante dos sedimentos. c) magmáticas, pois são as rochas mais facilmente erodidas, possibilitando a formação de tocas que foram

posteriormente lacradas. d) sedimentares, já que cada uma das camadas encontradas na figura simboliza um evento de erosão dessa

área representada. e) metamórficas, pois os animais representados precisavam estar perto de locais quentes. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A imagem mostra vestígios de restos de animais graças ao processo de sedimentação. Esses fósseis foram cobertos por diversas camadas de sedimentos, que ao longo dos milhares de anos foram depositados e compactados lentamente, originando rochas sedimentares em seu revestimento. 73. As plataformas, ou crátons, correspondem aos terrenos mais antigos e arrasados por muitas fases de erosão.

Apresentam uma grande complexidade litológica, prevalecendo as rochas metamórficas muito antigas (Pré- Cambriano Médio e Inferior). Também ocorrem rochas intrusivas antigas e resíduos de rochas sedimentares. São três as áreas de plataforma de crátons no Brasil: a das Guianas, a Sul-Amazônica e a São Francisco.

ROSS, J. L. S. Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 1998.

As regiões cratônicas das Guianas e a Sul-Amazônica têm como arcabouço geológico vastas extensões de escudos cristalinos, ricos em minérios, que atraíram a ação de empresas nacionais e estrangeiras do setor de mineração e destacam-se pela sua história geológica por a) apresentarem áreas de intrusões graníticas, ricas em jazidas minerais (ferro, manganês). b) corresponderem ao principal evento geológico do Cenozoico no território brasileiro. c) apresentarem áreas arrasadas pela erosão, que originaram a maior planície do país. d) possuírem em sua extensão terrenos cristalinos ricos em reservas de petróleo e gás natural. e) serem esculpidas pela ação do intemperismo físico, decorrente da variação de temperatura. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Os escudos cristalinos são estruturas geológicas muito antigas da litosfera, com formação no Arqueano/Proterozoico – cerca de três bilhões de anos atrás. Essas áreas são caracterizadas pela formação de minerais metálicos, constituindo áreas importantes para a extração de minérios de ferro, ouro e manganês. 74. De repente, sente-se uma vibração que aumenta rapidamente; lustres balançam, objetos se movem sozinhos

e somos invadidos pela estranha sensação de medo do imprevisto. Segundos parecem horas, poucos minutos são uma eternidade. Estamos sentindo os efeitos de um terremoto, um tipo de abalo sísmico.

ASSAD, L. Os (não tão) imperceptíveis movimentos da Terra. ComCiência: Revista Eletrônica de Jornalismo Científico, n.o 117, abr. 2010. Disponível em: http://comciencia.br. Acesso em: 2 mar. 2012.

O fenômeno físico descrito no texto afeta intensamente as populações que ocupam espaços próximos às áreas de a) alívio da tensão geológica. b) desgaste da erosão superficial. c) atuação do intemperismo químico. d) formação de aquíferos profundos. e) acúmulo de depósitos sedimentares. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O fenômeno descrito é o terremoto, ondas que se propagam pelo terreno a partir do alívio de tensão/energia de dobramentos ou falhamentos nas placas tectônicas. O choque de placas ou a acomodação de grandes porções de rochas subterrâneas liberam essas energias, podendo acarretar grandes problemas em áreas povoadas.

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75.

A partir da análise da imagem, o aparecimento da Dorsal Mesoatlântica está associado à(ao) a) separação da Pangeia a partir do período Permiano. b) deslocamento de fraturas no período Triássico. c) afastamento da Europa no período Jurássico. d) formação do Atlântico Sul no período Cretáceo. e) constituição de orogêneses no período Quaternário. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Para solucionar a questão, é importante saber que a formação da Dorsal Mesoatlântica está associada à separação do continente africano do continente europeu. A primeira imagem que apresenta uma fratura nessa localidade é a que se refere ao Cretáceo. 76. TEXTO I

Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que existe, existiu e existirá, e que outras coisas provêm de sua descendência. Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos são ar condensado. As nuvens formam-se a partir do ar por filtragem e, ainda mais condensadas, transformam-se em água. A água, quando mais condensada, transforma-se em terra, e quando condensada ao máximo possível, transforma-se em pedras.

BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado).

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TEXTO II

Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: ―Deus, como criador de todas as coisas, está no princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos apresentam, em face desta concepção, as especulações contraditórias dos filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos, como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na verdade, dão impressão de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha.‖

GILSON, E.: BOEHNER, P. Historia da Filosofia Crista. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado).

Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para explicar a origem do universo, a partir de uma explicação racional. As teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm em comum na sua fundamentação teorias que a) eram baseadas nas ciências da natureza. b) refutavam as teorias de filósofos da religião. c) tinham origem nos mitos das civilizações antigas. d) postulavam um princípio originário para o mundo. e) defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Tanto a teoria do filósofo grego pré-socrático Anaxímenes de Mileto (588-524 a. C.), quanto do teólogo Basílio Magno, que viveu na Idade Média, procuram postular princípios da constituição do mundo. Se por um lado Anaxímenes estabelecia um princípio baseado na natureza que era o ar, Basílio Magno acreditava em um princípio religioso, em que Deus era a origem de tudo. 77. Na antiga Grécia, o teatro tratou de questões como destino, castigo e justiça. Muitos gregos sabiam de cor

inúmeros versos das peças dos seus grandes autores. Na Inglaterra dos séculos XVI e XVII, Shakespeare produziu peças nas quais temas como o amor, o poder, o bem e o mal foram tratados. Nessas peças, os grandes personagens falavam em verso, e os demais, em prosa. No Brasil colonial, os índios aprenderam com os jesuítas a representar peças de caráter religioso. Esses fatos são exemplos de que, em diferentes tempos e situações, o teatro é uma forma

a) de manipulação do povo pelo poder, que controla o teatro. b) de diversão e de expressão dos valores e problemas da sociedade. c) de entretenimento popular, que se esgota na sua função de distrair. d) de manipulação do povo pelos intelectuais que compõem as peças. e) de entretenimento, que foi superada e hoje é substituída pela televisão. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Naquela sociedade, que vivia a transição dos valores místicos, baseados na tradição religiosa, para os valores da polis, isto é, aqueles resultantes da formação do Estado e suas leis, o teatro cumpria um papel político e pedagógico, à medida que punha em xeque e em choque essas duas ordens de valores e apontava novos caminhos para a civilização grega. "Ir ao teatro", para os gregos, não era apenas uma diversão, mas uma forma de refletir sobre o destino da própria comunidade em que se vivia, bem como sobre valores coletivos e individuais. 78. O que implica o sistema da pólis é uma extraordinária preeminência da palavra sobre todos os outros

instrumentos do poder. A palavra constitui o debate contraditório, a discussão, a argumentação e a polêmica. Torna-se a regra do jogo intelectual, assim como do jogo político.

VERNANT, J.P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand, 1992 (adaptado).

Na configuração política da democracia grega, em especial a ateniense, a ágora tinha por função a) agregar os cidadãos em torno de reis que governavam em prol da cidade. b) permitir aos homens livres o acesso às decisões do Estado expostas por seus magistrados. c) constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia para deliberar sobre as questões da comunidade. d) reunir os exércitos para decidir em assembleias fechadas os rumos a serem tomados em caso de guerra. e) congregar a comunidade para eleger representantes com direito a pronunciar-se em assembleias. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Para os gregos, a ágora era a praça central da pólis, na qual se reuniam os cidadãos. Atenas passava por um período democrático, e, na Eclésia (assembleia dos cidadãos), os cidadãos se reuniam para decidir sobre os assuntos de interesse público, que configurava a prática de uma democracia direta.

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79. O ser humano, desde sua origem, em sua existência cotidiana, faz afirmações, nega, deseja, recusa e aprova coisas e pessoas, elaborando juízos de fato e de valor por meio dos quais procura orientar seu comportamento teórico e prático. Entretanto, houve um momento em sua evolução histórico-social em que o ser humano começa a conferir um caráter filosófico às suas indagações e perplexidades, questionando racionalmente suas crenças, valores e escolhas. Nesse sentido, pode-se afirmar que a filosofia

a) é algo inerente ao ser humano desde sua origem e que, por meio da elaboração dos sentimentos, das percepções e dos anseios humanos, procura consolidar nossas crenças e opiniões.

b) existe desde que existe o ser humano, não havendo um local ou uma época específica para seu nascimento, o que nos autoriza a afirmar que mesmo a mentalidade mítica é também filosófica e exige o trabalho da razão.

c) inicia sua investigação quando aceitamos os dogmas e as certezas cotidianas que nos são impostos pela tradição e pela sociedade, visando educar o ser humano como cidadão.

d) surge quando o ser humano começa a exigir provas e justificações racionais que validam ou invalidam suas crenças, seus valores e suas práticas, em detrimento da verdade revelada pela codificação mítica.

e) racionalizou o mito, mantendo-o como base da sua especulação teórica e adotando a sua metodologia. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A filosofia nasce, historicamente, em um período da Grécia antiga no qual se modificava a maneira com que os homens se relacionavam. Sendo que os mitos organizavam toda a vida social, consolidando práticas e cerimônias religiosas nas famílias, entre as famílias, nas tribos, entre cidades, etc., a sua modificação, ou até extinção, inevitavelmente faria renascer, distinta, a organização das relações dos homens entre eles mesmos nas casas e na cidade. A filosofia, por conseguinte, tem sua origem em duas modificações, uma contextual e outra subjetiva, isto é, uma modificação na cidade e outra no próprio homem. As modificações da cidade e da própria subjetividade se confundem, pois a própria cidade deixa de se conformar com certas tradições religiosas e a própria subjetividade, com o passar das gerações, deixa de prezar os valores ancestrais organizados nos mitos. Com essas mudanças, a cidade e o homem passam a se constituir a partir de outras práticas consideradas fundamentais, como o pensamento racional – um pensamento com começo, meio e fim e justificado pela a experiência do mundo, sem o auxílio de entes inalcançáveis. 80. A passagem do Mito ao Logos na Grécia antiga foi fruto de um amadurecimento lento e processual. Por muito

tempo, essas duas maneiras de explicação do real conviveram sem que se traçasse um corte temporal mais preciso. Com base nessa afirmativa, é correto afirmar que

a) o modo de vida fechado do povo grego facilitou a passagem do Mito ao Logos. b) a passagem do Mito ao Logos, na Grécia, foi responsabilidade dos tiranos de Siracusa. c) a economia grega estava baseada na industrialização, e isso facilitou a passagem do Mito ao Logos. d) o povo grego antigo, nas viagens, se encontrava com outros povos com as mesmas preocupações e culturas,

o que contribuiu para a passagem do Mito ao Logos. e) a atividade comercial e as constantes viagens oportunizaram a troca de informações/conhecimentos, a

observação/assimilação dos modos de vida de outros povos, contribuindo, assim, de modo decisivo, para a construção da passagem do Mito ao Logos.

GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A mudança a respeito do pensamento cosmológico na Grécia Antiga é acompanhada por profundas transformações na estrutura social, econômica e política da região no período. Não se pode separar a relação da filosofia com a estrutura social grega. A única alternativa que trata de maneira satisfatória dessas transformações é a alternativa E.

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Fedro SÓCRATES: – Vamos então refletir sobre o que há pouco estávamos discutindo; examinaremos o que seja recitar ou escrever bem um discurso, e o que seja recitar ou escrever mal. FEDRO: – Isso mesmo. SÓCRATES: – Pois bem: não é necessário que o orador esteja bem instruído e realmente informado sobre a verdade do assunto de que vai tratar? FEDRO: – A esse respeito, Sócrates, ouvi o seguinte: para quem quer tornar-se orador consumado não é indispensável conhecer o que de fato é justo, mas sim o que parece justo para a maioria dos ouvintes, que são os que decidem; nem precisa saber tampouco o que é bom ou belo, mas apenas o que parece tal – pois é pela aparência que se consegue persuadir, e não pela verdade. SÓCRATES: – Não se deve desdenhar, caro Fedro, da palavra hábil, mas antes refletir no que ela significa. O que acabas de dizer merece toda a nossa atenção. FEDRO: – Tens razão. SÓCRATES: – Examinemos, pois, essa afirmação. FEDRO: – Sim. SÓCRATES: – Imagina que eu procuro persuadir-te a comprar um cavalo para defender-te dos inimigos, mas nenhum de nós sabe o que seja um cavalo; eu, porém, descobri por acaso uma coisa: ―Para Fedro, o cavalo é o animal doméstico que tem as orelhas mais compridas‖... FEDRO: – Isso seria ridículo, querido Sócrates. SÓCRATES: – Um momento. Ridículo seria se eu tratasse seriamente de persuadir-te a que escrevesses um panegírico do burro, chamando-o de cavalo e dizendo que é muitíssimo prático comprar esse animal para o uso doméstico, bem como para expedições militares; que ele serve para montaria de batalha, para transportar bagagens e para vários outros misteres. FEDRO: – Isso seria ainda ridículo. SÓCRATES: – Um amigo que se mostra ridículo não é preferível ao que se revela como perigoso e nocivo? FEDRO: – Não há dúvida. SÓCRATES: – Quando um orador, ignorando a natureza do bem e do mal, encontra os seus concidadãos na mesma ignorância e os persuade, não a tomar a sombra de um burro por um cavalo, mas o mal pelo bem; quando, conhecedor dos preconceitos da multidão, ele a impele para o mau caminho, – nesses casos, a teu ver, que frutos a retórica poderá recolher daquilo que ela semeou? FEDRO: – Não pode ser muito bom fruto. SÓCRATES: – Mas vejamos, meu caro: não nos teremos excedido em nossas censuras contra a arte retórica? Pode suceder que ela responda: ―que estais a tagarelar, homens ridículos? Eu não obrigo ninguém – dirá ela – que ignore a verdade a aprender a falar. Mas quem ouve o meu conselho tratará de adquirir primeiro esses conhecimentos acerca da verdade para, depois, se dedicar a mim. Mas uma coisa posso afirmar com orgulho: sem as minhas lições a posse da verdade de nada servirá para engendrar a persuasão‖. FEDRO: – E não teria ela razão dizendo isso? SÓCRATES: – Reconheço que sim, se os argumentos usuais provarem que de fato a retórica é uma arte; mas, se não me engano, tenho ouvido algumas pessoas atacá-la e provar que ela não é isso, mas sim um negócio que nada tem que ver com a arte. O lacônio declara: ―não existe arte retórica propriamente dita sem o conhecimento da verdade, nem haverá jamais tal coisa‖.

(Platão. Diálogos. Porto Alegre: Editora Globo, 1962.)

81. Após uma leitura atenta do fragmento do diálogo Fedro, pode-se perceber que Sócrates combate,

fundamentalmente, o argumento dos mestres sofistas, segundo o qual, para fazer bons discursos, é preciso a) evitar a arte retórica. b) conhecer bem o assunto. c) discernir a verdade do assunto. d) ser capaz de criar aparência de verdade. e) unir a arte retórica à expressão da verdade. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A retórica indica um questionamento que não necessita de ser respondido. Conciliada a prática dos sofistas, não confirma a prática da verdade, sendo, desta forma, rejeitada por Sócrates, filósofo com práticas morais, que buscavam estimular melhores argumentos em seus discípulos.

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82. ―Zeus ocupa o trono do universo. Agora o mundo está ordenado. Os deuses disputaram entre si, alguns triunfaram. Tudo o que havia de ruim no céu etéreo foi expulso, ou para a prisão do Tártaro ou para a Terra, entre os mortais. E os homens, o que acontece com eles? Quem são eles?‖

(VERNANT, Jean-Pierre. O universo, os deuses, os homens. Trad. de Rosa Freire d‘Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 56.)

O texto acima é parte de uma narrativa mítica. Considerando que o mito pode ser uma forma de conhecimento, a) a verdade do mito obedece a critérios empíricos e científicos de comprovação. b) o conhecimento mítico segue um rigoroso procedimento lógico-analítico para estabelecer suas verdades. c) as explicações míticas constroem-se de maneira argumentativa e autocrítica. d) o mito busca explicações definitivas acerca do homem e do mundo, e sua verdade independe de provas. e) a verdade do mito obedece a regras universais do pensamento racional, tais como a lei de não-contradição. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O mito surge a partir da necessidade de explicação sobre a origem e a forma das coisas, suas funções e finalidade, os poderes do divino sobre a natureza e os homens. Ele vem em forma de narrativa, criada por um narrador que possua credibilidade diante da sociedade, poder de liderança e domínio da linguagem convincente, e que, acima de tudo, ―jogue para a boca do mito‖ o que gostaria de impor, mas adequando a estrutura do mito de uma forma que tranquilize os ânimos e responda às necessidades do coletivo. 83. No início do século XX, estudiosos esforçaram-se em mostrar a continuidade, na Grécia Antiga, entre mito e

filosofia, opondo-se a teses anteriores, que advogavam a descontinuidade entre ambos. A continuidade entre mito e filosofia, no entanto, não foi entendida univocamente. Alguns estudiosos, como Cornford e Jaeger, consideraram que as perguntas acerca da origem do mundo e das coisas haviam sido respondidas pelos mitos e pela filosofia nascente, dado que os primeiros filósofos haviam suprimido os aspectos antropomórficos e fantásticos dos mitos. Ainda no século XX, Vernant, mesmo aceitando certa continuidade entre mito e filosofia, criticou seus predecessores, ao rejeitar a ideia de que a filosofia apenas afirmava, de outra maneira, o mesmo que o mito. Assim, a discussão sobre a especificidade da filosofia em relação ao mito foi retomada.

Considerando o breve histórico acima, concernente à relação entre o mito e a filosofia nascente, assinale a opção que expressa, de forma mais adequada, essa relação na Grécia Antiga. a) O mito é a expressão mais acabada da religiosidade arcaica, e a filosofia corresponde ao advento da razão

liberada da religiosidade. b) O mito é uma narrativa em que a origem do mundo é apresentada imaginativamente, e a filosofia caracteriza-

se como explicação racional que retoma questões presentes no mito. c) O mito fundamenta-se no rito, é infantil, pré-lógico e irracional, e a filosofia, também fundamentada no rito,

corresponde ao surgimento da razão na Grécia Antiga. d) O mito descreve nascimentos sucessivos, incluída a origem do ser, e a filosofia descreve a origem do ser a

partir do dilema insuperável entre caos e medida. e) O mito pode ser caracterizado por sua narrativa fundamentalmente semelhante à investigação filosófica no

que tange às explicações completamente racionais e lógicas. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Desde os primórdios, a Filosofia, busca do saber, é entendida como um discurso racional que surgiu para se contrapor ao modelo mítico desenvolvido na Grécia Antiga e que serviu como base de sua Paideia (educação). A palavra mito é grega e significa contar, narrar algo para alguém que reconhece o proferidor do discurso como autoridade sobre aquilo que foi dito. 84. Quanto mais complicada se tornou a produção industrial, mais numerosos passaram a ser os elementos da

indústria que exigiam garantia de fornecimento. Três deles eram de importância fundamental: o trabalho, a terra e o dinheiro. Numa sociedade comercial, esse fornecimento só poderia ser organizado de uma forma: tornando-os disponíveis à compra. Agora eles tinham que ser organizados para a venda no mercado. Isso estava de acordo com a exigência de um sistema de mercado. Sabemos que em um sistema como esse, os lucros só podem ser assegurados se se garante a autorregulação por meios de mercados competitivos interdependentes.

POLANYI, K. A grande transformação: As origens de nossa época. Rio de Janeiro: Campus, 2000 (Adaptado).

A consequência do processo de transformação socioeconômica abordada no texto é a a) expansão das terras comunais. b) limitação do mercado como meio de especulação. c) consolidação da força de trabalho como mercadoria. d) diminuição do comércio como efeito da industrialização. e) adequação do dinheiro como elemento padrão das transações.

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GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A questão trata da Revolução Industrial e a formação do operariado urbano. De acordo com Marx, o proletariado é aquele que só tem sua força de trabalho, e dispõe dela para conseguir sua sobrevivência. O trabalho torna-se uma mercadoria como qualquer outra, e sujeita às oscilações da lei da oferta e da procura. É simples perceber: O excesso de mão de obra que existia, devido à grande quantidade de miseráveis urbanos, fazia os salários serem muito baixos. 85. A Inglaterra pedia lucros e recebia lucros, tudo se transformava em lucro. As cidades tinham sua sujeira

lucrativa, suas favelas lucrativas, sua fumaça lucrativa, sua desordem lucrativa, sua ignorância lucrativa, seu desespero lucrativo. As novas fábricas e os novos altos-fornos eram como as Pirâmides, mostrando mais a escravização do homem que seu poder.

DEANE, P. A Revolução Industrial. Rio de Janeiro: Zahar, 1979 (adaptado).

Qual relação é estabelecida no texto entre os avanços tecnológicos ocorridos no contexto da Revolução Industrial Inglesa e as características das cidades industriais no início do século XIX? a) A facilidade em se estabelecer relações lucrativas transformava as cidades em espaços privilegiados para a

livre iniciativa, característica da nova sociedade capitalista. b) O desenvolvimento de métodos de planejamento urbano aumentava a eficiência do trabalho industrial. c) A construção de núcleos urbanos integrados por meios de transporte facilitava o deslocamento dos

trabalhadores das periferias até as fábricas. d) A grandiosidade dos prédios onde se localizavam as fábricas revelava os avanços da engenharia e da

arquitetura do período, transformando as cidades em locais de experimentação estética e artística. e) O alto nível de exploração dos trabalhadores industriais ocasionava o surgimento de aglomerados urbanos

marcados por péssimas condições de moradia, saúde e higiene. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O desenvolvimento acelerado das primeiras fases da Revolução Industrial, a partir do século XVIII, causou o crescimento assombroso e caótico das cidades, fazendo surgir favelas e poluição, e colaborando com as péssimas condições de moradia, saúde e higiene. Observe-se que a alternativa A está correta, mas insere-se em menor proporção no contexto descrito pelo cabeçalho, coisa que a alternativa E melhor faz. 86.

Homens da Inglaterra, por que arar para os senhores que vos mantêm na miséria? Por que tecer com esforços e cuidado as ricas roupas que vossos tiranos vestem? Por que alimentar, vestir e poupar do berço até o túmulo esses parasitas ingratos que exploram vosso suor — ah, que bebem vosso sangue?

SHELLEY. Os homens da Inglaterra. Apud HUBERMAN, L. História da Riqueza do Homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.

A análise do trecho permite identificar que o poeta romântico Shelley (1792-1822) registrou uma contradição nas condições socioeconômicas da nascente classe trabalhadora inglesa durante a Revolução Industrial. Tal contradição está identificada a) na pobreza dos empregados, que estava dissociada da riqueza dos patrões. b) no salário dos operários, que era proporcional aos seus esforços nas indústrias. c) na burguesia, que tinha seus negócios financiados pelo proletariado. d) no trabalho, que era considerado uma garantia de liberdade. e) na riqueza, que não era usufruída por aqueles que a produziam. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O poeta Percy Shelley, amigo de Byron, mostra-se sensível às mazelas do ―capitalismo selvagem‖, presente na Revolução Industrial Inglesa, embora ele próprio pertencesse à camada dominante. Todavia, sua visão é, sobretudo, emocional, se bem que possamos associá-las às críticas formuladas na época pelos primeiros socialistas utópicos.

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87. Na produção social que os homens realizam, eles entram em determinadas relações indispensáveis e independentes de sua vontade; tais relações de produção correspondem a um estágio definido de desenvolvimento das suas forças materiais de produção. A totalidade dessas relações constitui a estrutura econômica da sociedade – fundamento real, sobre o qual se erguem as superestruturas política e jurídica, e ao qual correspondem determinadas formas de consciência social.

MARX, K. Prefácio à Crítica da economia política. In. MARX, K. ENGELS F. Textos 3. São Paulo. Edições Sociais, 1977 (adaptado).

Para o autor, a relação entre economia e política estabelecida no sistema capitalista faz com que a) o proletariado seja contemplado pelo processo de mais-valia. b) o trabalho se constitua como o fundamento real da produção material. c) a consolidação das forças produtivas seja compatível com o progresso humano. d) a autonomia da sociedade civil seja proporcional ao desenvolvimento econômico. e) a burguesia revolucione o processo social de formação da consciência de classe. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Para Marx, o trabalho é condição fundante do ser humano, forma única e necessária para transformar a natureza em bens úteis para promover a vida. Contudo, especificamente no estágio capitalista, o trabalho é marcado pela forma de exploração do homem pelo homem e de alienação, devido ao assalariamento e ao estranhamento em relação ao fruto do trabalho.

88. A forma de organização interna da indústria citada gera a seguinte consequência para a mão de obra

nela inserida: a) ampliação da jornada diária. b) melhoria da qualidade do trabalho. c) instabilidade nos cargos ocupados. d) eficiência na prevenção de acidentes. e) desconhecimento das etapas produtivas. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A charge sugere que o trabalhador conhece apenas uma etapa do processo produtivo pelo qual é responsável, ignorando qual seria o produto final. Entre as alternativas possíveis, apenas a letra E se refere a esse desconhecimento do trabalhador sobre todas as etapas. TEXTO I Cidadão Tá vendo aquele edifício, moço? / Ajudei a levantar / Foi um tempo de aflição / Eram quatro condução / Duas pra ir, duas pra voltar / Hoje depois dele pronto / Olho pra cima e fico tonto / Mas me vem um cidadão / E me diz desconfiado ―Tu tá aí admirado / Ou tá querendo roubar?‖ / Meu domingo tá perdido / Vou pra casa entristecido / Dá vontade de beber / E pra aumentar meu tédio / Eu nem posso olhar pro prédio / Que eu ajudei a fazer.

BARBOSA, L. In: ZÉ RAMALHO. 20 Super Sucessos. Rio de Janeiro: Sony Music, 1999 (fragmento).

TEXTO II O trabalhador fica mais pobre à medida que produz mais riqueza e sua produção cresce em força e extensão. O trabalhador torna-se uma mercadoria ainda mais barata à medida que cria mais bens. Esse fato simplesmente subentende que o objeto produzido pelo trabalho, o seu produto, agora se lhe opõe como um ser estranho, como uma força independente do produtor.

MARX, K. Manuscritos econômicos-filosóficos (Primeiro manuscrito). São Paulo: Boitempo Editorial, 2004 (adaptado).

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2017 – 1º SIMULADO ENEM – 1ª SÉRIE

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89. Com base nos textos, a relação entre trabalho e modo de produção capitalista é a) baseada na desvalorização do trabalho especializado e no aumento da demanda social por novos postos

de emprego. b) fundada no crescimento proporcional entre o número de trabalhadores e o aumento da produção de bens

e serviços. c) estruturada na distribuição equânime de renda e no declínio do capitalismo industrial e tecnocrata. d) instaurada a partir do fortalecimento da luta de classes e da criação da economia solidária. e) derivada do aumento da riqueza e da ampliação da exploração do trabalhador. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Karl Marx, ao instituir o materialismo histórico, ou seja, a compreensão filosófica de que a história é feita a partir das relações materiais forjadas pela relação com o trabalho e dos conflitos entre as forças que aí se debatem, ofereceu um novo olhar histórico que alterava os sentidos da narrativa e da própria História. Se Hegel defendia que a história seguia um sentido evolutivo do espírito e que a sociedade burguesa do norte europeu era o ápice dessa evolução, Marx vira sua filosofia de cabeça para baixo e questiona essa tese afirmando que o que existe é uma nova fase de dominação, a dominação capitalista burguesa. A distinção desta para as anteriores se encontra, de maneira simples, (1) na necessidade pela inovação da técnica, (2) na organização alienante do trabalhador na produção de uma riqueza mensurável e (3) numa concentração dessa riqueza pelos próprios meios de produção a partir da renovação das relações entre dominadores e dominados que agora se coloca entre aqueles que possuem os meios de produção, e lucram com eles, e aqueles que apenas podem vender sua força de trabalho em troca de alguma sobrevivência. Essa distinção oferece também divisões espaço-sociais que se transportam para as relações do mundo da vida e a música de Zé Ramalho faz uma denúncia poética e contundente dessa relação na qual o trabalho é utilizado para construir algo na sociedade, porém o trabalhador despossuído não tem o direito de estar naquele ambiente. Na continuação da música, depois de ser barrado em outras construções da qual também fez parte, o personagem se remete à igreja como a única das construções que, mesmo na condição de cidadão pobre, ele tem o direito a entrar. Marx diria que esta relação, que acaba por ser de agradecimento e grande emoção na música, poderia ser classificada como o "ópio do povo", pois a crença cristã de um porvir divino e redentor forja uma ética do sofrimento e da expiação impedindo o homem de observar as contradições nas quais vive e as possibilidades concretas para alterá-las. A resposta, portanto, é letra E. 90. A sociologia ainda não ultrapassou a era das construções e das sínteses filosóficas. Em vez de assumir

a tarefa de lançar luz sobre uma parcela restrita do campo social, ela prefere buscar as brilhantes generalidades em que todas as questões são levantadas sem que nenhuma seja expressamente tratada. Não é com exames sumários e por meio de intuições rápidas que se pode chegar a descobrir as leis de uma realidade tão complexa. Sobretudo, generalizações às vezes tão amplas e tão apressadas não são suscetíveis de nenhum tipo de prova.

DURKHEIM, E. O suicídio: estudo de sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

O texto expressa o esforço de Émile Durkheim em construir uma sociologia com base na a) vinculação com a filosofia como saber unificado. b) reunião das percepções intuitivas para demonstração. c) formulação de hipóteses subjetivas sobre a vida social. d) adesão aos padrões de investigação típicos das ciências naturais. e) incorporação de um conhecimento alimentado pelo engajamento político. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Durkheim, assim como os demais sociólogos de sua época, buscavam fazer da sociologia uma disciplina científica, visto que seria através dessa análise que o homem compreenderia melhor a sociedade e os impactos por ela sofridos. Esse pensamento foi inspirado na visão positivista de Auguste Comte em fazer da disciplina uma ciência.

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