2012 - As Teorias Da Arte e as Delimitacoes Da Estetica

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AS TEORIAS DA ARTE As Teorias Ocidentais da Arte segundo os seus Interesses (Harold Osborne) 1. Interesse Pragmático : a) Arte como manufatura b) Arte como instrumento educacional ou de aperfeiçoamento c) Arte para doutrinação religiosa ou moral d) Arte como instrumento de expressão ou de comunicação emocional e) Arte como instrumento de expansão da experiência

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AS TEORIAS DA ARTE

As Teorias Ocidentais da Arte segundo os seus Interesses (Harold Osborne)

1. Interesse Pragmático:

a) Arte como manufatura b) Arte como instrumento educacional ou de aperfeiçoamento c) Arte para doutrinação religiosa ou moral d) Arte como instrumento de expressão ou de comunicação

emocional e) Arte como instrumento de expansão da experiência

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AS TEORIAS DA ARTE

2. Interesse como Reflexo ou Cópia:

a) Realismo: Arte como o reflexo do Real

b) Idealismo: Arte como o reflexo do Ideal

c) Ficção: Arte como Reflexo da Realidade Imaginativa

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AS TEORIAS DA ARTE

3. Interesse Estético :

a) Arte como Criação Autônoma

b) Arte como Unidade Orgânica

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OS LIMITES DA ESTÉTICA

Os Limites e Delimitações da Estética (Sánchez Vázquez) 1. Estética como filosofia do belo : • Sistema Metafísico: O que é o Belo • Sistema Objetivista: O que é objetivamente Belo (segundo

normas ou parâmetros) • Sistema Subjetivista: O que é subjetivamente Belo (segundo

o gosto)

Problema: O Belo como categoria única

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OS LIMITES DA ESTÉTICA

2. Estética como filosofia da arte : • Desloca o problema da estética para o universo da arte, lugar

central do objeto estético propriamente dito. Problemas: • Limita a estética à obra de arte • Exclui objetos potencialmente estéticos (Natureza, artefatos

humanos e produtos extra artísticos). • Reafirma o problema do Belo como ponto central da estética

- o sistema clássico.

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OS LIMITES DA ESTÉTICA

3. A Realidade como objeto de enfoque da Estética • Distinção - e não separação - entre o estético e o artístico. • Atenção ao componente sensível (aisthesis) da estética. • Extensão do território da estética a todos os processos, atos

ou objetos que, em determinadas circunstâncias possam ter qualidades estéticas.

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OS LIMITES DA ESTÉTICA

“Estética é a ciência de um modo específico de apropriação

da realidade, vinculada a outros modos de apropriação humana do mundo e com as condições históricas, sociais e culturais em que ocorre.”

Sánchez Vázquez

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SUJEITO E OBJETO ESTÉTICOS

A situação estética: sujeito e objeto

(Sánchez Vázquez)

1. A Situação Estética

• Objeto Concreto e Singular

• Condicionantes Objetivos e Subjetivos

2. Potencialidade e Efetividade do Objeto Estético

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SUJEITO E OBJETO ESTÉTICOS

3. A Existência Física do Objeto Estético

• Constituição

• Alteração

• Destruição

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SUJEITO E OBJETO ESTÉTICOS

4. Objeto Físico, Perceptual

• Qualidades concretas (cor, forma, textura)

• Qualidades ocasionais (luz, sombra, ruídos)

• Objeto construído para os sentidos (e não com outra finalidade prática)

* A Arte Conceitual e a existência física do Objeto Estético

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SUJEITO E OBJETO ESTÉTICOS

5. Forma e Significado no Objeto Estético:

• Boa Forma

• Significado que excede o habitual.

• uma Forma tal que o torna significativo

• Jogos “paradigma – sintagma”

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SUJEITO E OBJETO ESTÉTICOS

Tes yeux, où rien ne se révèle... De doux ni d’amer, Sont deux bijoux froids où se méle L’or avec le fer. Teus olhos que jamais traduzem Rancor ou doçura São jóias frias onde luzem O ouro e a gema impura Trecho de La Serpent qui Danse, de Baudelaire - tradução de Ivan Junqueira.

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SUJEITO E OBJETO ESTÉTICOS

Campo de trigo com ciprestes– óleo s/ tela, Van Gogh, 1889.

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SUJEITO E OBJETO ESTÉTICOS

Noite estrelada– óleo s/ tela, Van Gogh, 1889.

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SUJEITO E OBJETO ESTÉTICOS

O Café Noturno – óleo s/ tela, Van Gogh, 1888.

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SUJEITO E OBJETO ESTÉTICOS

carta de Vincent a Theo van Gogh em 6 de agosto de 1888:

“Hoje provavelmente eu irei começar o interior de um café

onde possuo um cômodo, à noite, sob iluminação a gas. É o

chamado ‘café de nuit’ (muito freqüentes aqui), e que fica

aberto toda a noite. Notívagos podem se refugiar quando

não tem recursos para pagar pelo pernoite ou estão

bêbados demais para serem aceitos."

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SUJEITO E OBJETO ESTÉTICOS

"No meu quadro do Café à noite, tentei expressar que o café é um

lugar onde alguém pode se arruinar, enlouquecer ou cometer um

crime. Pelos constrastes das tonalidades de um rosa delicado e

vermelho-sangue e vermelho-escuro, de um verde suave Luís XV e

verde veronês contra um amarelo-esverdeado e azul-esverdeado

forte - tudo isso numa atmosfera do rubro de fogo infernal e um

amarelo baço de enxofre - quis exprimir o poder tenebroso de uma

taberna."

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SUJEITO E OBJETO ESTÉTICOS

Índios da Mata. Jean Baptiste Debret, 1830.

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SUJEITO E OBJETO ESTÉTICOS

Guerreiro Tambul – Nova Guiné. Irving Penn, 1970.

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SUJEITO E OBJETO ESTÉTICOS

Refugiados em Korem – Etiópia. Sebastião Salgado, 1984.

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SUJEITO E OBJETO ESTÉTICOS

Blue-black in Black on Brown. Jean Paul Goude, 1981.

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SUJEITO E OBJETO ESTÉTICOS

6. A realidade estética – “o dormitório do artista em Arles”.

• - unidade autônoma de espaço e tempo

• - Utopia, Ucronia

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SUJEITO E OBJETO ESTÉTICOS

Quarto em Arles (versão III) – óleo s/ tela, Van Gogh, 1889.

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SUJEITO E OBJETO ESTÉTICOS

Dolmen na Neve – óleo s/ tela, Caspar David Friedrich, 1807.

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SUJEITO E OBJETO ESTÉTICOS

Autumn Moon, the High Sierra from Glacier Point.

Ansel Adams, 1948.

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SUJEITO E OBJETO ESTÉTICOS

Galeria dos Espelhos - Versalhes.

LeBrun, s.XVII.

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SUJEITO E OBJETO ESTÉTICOS

7. Objeto Psíquico • Uma objetividade do ‘ser para o outro’”...

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SUJEITO E OBJETO ESTÉTICOS

8. A percepção comum e o Sujeito • relação singular, sensível e imediata com um objeto. • não é apenas sensorial, mas psíquica e complexa. • o sujeito como ser concreto e social • processo de seletividade – analítico • tendência à automatização

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SUJEITO E OBJETO ESTÉTICOS

9. A percepção estética e o Sujeito

• relação singular, sensível e imediata com um objeto.

• sensorial, psíquica, afetiva e complexa.

• cultural, concreta e social

• contemplação / fruição – processo sintético

• tendência à automatização

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SUJEITO E OBJETO ESTÉTICOS

10. Interesse e desinteresse estéticos.

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SUJEITO E OBJETO ESTÉTICOS

11. Fusão e distanciamento.

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O COMPORTAMENTO ESTÉTICO

12. Origens e natureza do comportamento estético

• Diferentes relações do homem com o mundo:

• Teórico-cognoscitiva

• Prático-produtiva

• Prático-utilitária

PRODUÇÃO MATERIAL / PRODUÇÃO ESTÉTICA

FUNÇÃO UTILITÁRIA / FUNÇÃO ESTÉTICA

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O COMPORTAMENTO ESTÉTICO

Como funcionam esteticamente objetos produzidos sem função estética?

Deslocamento da função para a forma

Do consumo do objeto como meio para a noção do objeto como fim

TRANSFUNCIONALIDADE

FORMA EXCEDENTE

(Sánchez Vázquez)

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O COMPORTAMENTO ESTÉTICO

Como é possível a produção sem finalidade estética de objetos que, no entanto, funcionam esteticamente?

• Preexistência ideal do produto e da relação forma-função

• Domínio crescente da matéria e da técnica

• Eficácia crescente da funcionalidade do produto

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O COMPORTAMENTO ESTÉTICO

• Busca da “forma perfeita”

• Prazer vinculado ao bom trabalho e à capacidade de realização

• Contaminação entre a função utilitária e a função simbólica dos objetos

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O COMPORTAMENTO ESTÉTICO

Canopos Egípcios

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O COMPORTAMENTO ESTÉTICO

Artefatos astecas

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O COMPORTAMENTO ESTÉTICO

Anfitrite e Netuno – ouro e ébano, Benevuto Cellini 1543.

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O COMPORTAMENTO ESTÉTICO

Poltrona com elementos em negro, vermelho e azul 1917. Gerrit Rietveld.

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O COMPORTAMENTO ESTÉTICO

DAR 1948. Charles & Ray Eames

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O COMPORTAMENTO ESTÉTICO

Nu Reclinado, 1927. Gaston Lachaise

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O COMPORTAMENTO ESTÉTICO

La Chaise 1948. Charles & Ray Eames

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O COMPORTAMENTO ESTÉTICO

Poltrona Vermelha 1993. Fernando e Humberto Campana

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O COMPORTAMENTO ESTÉTICO

Poltrona Favela 1993. Fernando e Humberto Campana

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A EXPERIÊNCIA PRÁTICA E A ESTÉTICA

EXP PRÁTICA X EXP ESTÉTICA

FUNÇÃO FORMA

UTILIDADE PRAZER

AÇÕES ESTADOS

ANÁLISE SÍNTESE

COMUNICAÇÃO EXPRESSÃO

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A EXPERIÊNCIA PRÁTICA E A ESTÉTICA

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A EXPERIÊNCIA PRÁTICA E A ESTÉTICA

Campbell´s can. Andy Warhol, 1962.

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A EXPERIÊNCIA PRÁTICA E A ESTÉTICA

Campbell´s cans. Andy Warhol, 1962.

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ARTE, ESTÉTICA E SEUS PONTOS DE VISTA

“Para apreciar a Arte” – Antonio Costella 1. Ponto de Vista Factual 2. Ponto de Vista Expressional 3. Ponto de Vista Técnico 4. Ponto de Vista Convencional 5. Ponto de Vista Estilístico 6. Ponto de Vista Atualizado 7. Ponto de Vista Institucional 8. Ponto de Vista Comercial 9. Ponto de Vista Neofactual 10. Ponto de Vista Estético

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ARTE, ESTÉTICA E SEUS PONTOS DE VISTA

A fonte

Marcel Duchamp, 1917.

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ARTE, ESTÉTICA E SEUS PONTOS DE VISTA

Juicy Salif

Philippe Starck, 1991.

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ARTE, ESTÉTICA E SEUS PONTOS DE VISTA

Juicy Salif

Philippe Starck, 1991.

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ARTE, ESTÉTICA E SEUS PONTOS DE VISTA

Still de Casablanca, 1942. Michael Curtiz (dir)

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A EXPERIÊNCIA PRÁTICA E A ESTÉTICA

O beijo do Hôtel de Ville

Robert Doisneau, 1950.

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ARTE, ESTÉTICA E SEUS PONTOS DE VISTA

Couple d'amoureux sur un banc et un clochard, boulevard Saint-Jacques

Brassaï, 1932.

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ARTE, ESTÉTICA E SEUS PONTOS DE VISTA

Ramses Restaurant, Madri. Philippe Starck, 2009.

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ARTE, ESTÉTICA E SEUS PONTOS DE VISTA

Sanderson Hotel, Londres. Philippe Starck, 2000.

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ARTE, ESTÉTICA E SEUS PONTOS DE VISTA

East West Studios, Los Angeles. Philippe Starck, 2009.