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Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC 2º SEMINÁRIO NACIONAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO ÁREA TEMÁTICA: PLANEJAMENTO TERRITORIAL, POLÍTICAS PÚBLICAS A UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO E O DESENVOLVIMENTO DE SEROPÉDICA Douglas Monteiro de Almeida 1 Resumo O processo de desenvolvimento, tanto social como econômico de determinada região, depende de diversos fatores e, sobretudo, de políticas públicas inerentes a esse desenvolvimento. As políticas educacionais possuem uma forte relação com esse processo devido ao caráter inovador e de inserção social que é propiciado pelo avanço da educação. Esse artigo tem o objetivo de analisar os impactos econômicos e sociais que uma instituição de ensino pública, a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, causa na cidade (Seropédica) onde está localizado seu campus sede. A proximidade geográfica entre cidade e universidade ainda contradiz com a realidade de Seropédica. Palavras-chave: desenvolvimento, políticas educacionais, universidade. Abstract The development process, both social and economic from a region, depends on many factors and, especially, on public policy (or politics) inherent in this development. Educational policies have a strong relationship with this process due to the innovative character and social inclusion that is afforded by the advancement of education. This article aims to analyze the economic and social impacts that an institution of public education, the Federal Rural University of Rio de Janeiro (em português?), cause in the city (Seropédica) where its campus is located. The geographical proximity between city and university still contradicts the reality of Seropédica. Keywords: development, educational policies, university. 1 Economista. Mestrando em Desenvolvimento Territorial e Políticas Públicas (PPGDT) na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]

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XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

2º SEMINÁRIO NACIONAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO ÁREA TEMÁTICA: PLANEJAMENTO TERRITORIAL, POLÍTICAS PÚBLICAS

A UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO E O DESENVOLVIMENTO DE SEROPÉDICA

Douglas Monteiro de Almeida1

Resumo

O processo de desenvolvimento, tanto social como econômico de determinada região, depende de diversos fatores e, sobretudo, de políticas públicas inerentes a esse desenvolvimento. As políticas educacionais possuem uma forte relação com esse processo devido ao caráter inovador e de inserção social que é propiciado pelo avanço da educação. Esse artigo tem o objetivo de analisar os impactos econômicos e sociais que uma instituição de ensino pública, a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, causa na cidade (Seropédica) onde está localizado seu campus sede. A proximidade geográfica entre cidade e universidade ainda contradiz com a realidade de Seropédica. Palavras-chave: desenvolvimento, políticas educacionais, universidade.

Abstract The development process, both social and economic from a region, depends on many factors and, especially, on public policy (or politics) inherent in this development. Educational policies have a strong relationship with this process due to the innovative character and social inclusion that is afforded by the advancement of education. This article aims to analyze the economic and social impacts that an institution of public education, the Federal Rural University of Rio de Janeiro (em português?), cause in the city (Seropédica) where its campus is located. The geographical proximity between city and university still contradicts the reality of Seropédica. Keywords: development, educational policies, university.

1 Economista. Mestrando em Desenvolvimento Territorial e Políticas Públicas (PPGDT) na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]

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Introdução

A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro é um importante polo de geração

de conhecimento, seu campus sede está localizado na cidade de Seropédica, um município

que carece de infraestrutura básica, estabelecendo uma perspectiva contraditória ao papel

transformador da universidade.

O processo de desenvolvimento de determinada região, depende de diversos fatores

e, sobretudo, de políticas públicas. As políticas educacionais possuem forte relação com

esse processo devido ao caráter inovador e de inserção social que é propiciado pelo avanço

da educação. VASCONCELOS; GARCIA (1998, p. 205) acreditam que o

desenvolvimento deve incluir “as alterações da composição do produto e a alocação de

recursos pelos diferentes setores da economia, de forma a melhorar os indicadores de bem-

estar econômico e social (pobreza, desemprego, desigualdade, condições de saúde,

alimentação, educação e moradia)”. FURTADO (2000) discorre que o conceito de

desenvolvimento tem sido utilizado em dois sentidos distintos, o primeiro relacionado a

evolução do sistema de produção e o segundo referente ao grau de satisfação das

necessidades humanas, como visto em partes nas ideias de Vasconcelos e Garcia.

Numa discussão teórica sobre o papel da universidade na realidade local é visto que

quando ela se fecha para a região do seu entorno é criado um abismo entre a universidade e

a população, tornando maior o distanciamento da comunidade local. A Universidade deve

agir profundamente para combater a cultura dominante que causa esse distanciamento.

Segundo FREIRE (1987, p.23) “no primeiro momento, por meio da mudança da percepção

do mundo opressor por parte dos oprimidos; no segundo, pela expulsão dos mitos criados e

desenvolvidos na estrutura opressora e que se preservam como espectros míticos”.

O grande desafio é entender, de fato, como a universidade deve se posicionar frente

às necessidades da comunidade local, sendo um polo de ensino, pesquisa e extensão sem

distanciar da realidade na qual está inserida.

A Universidade

O campus sede da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ),

conforme figura abaixo, está localizado no município de Seropédica às margens da BR

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465, antiga Estrada Rio x São Paulo. A UFRRJ possui 11 institutos2, sendo que nove destes

estão situados no Campus Seropédica.

Figura 1

Fonte: Google Mapas

A UFRRJ foi instalada em 1948 no campus sede da BR 465, nesse período sua

denominação era distinta da atual3, era denominada Universidade Rural4 (UR). Na década

de 1960 ainda foram atribuídos outros nomes a Universidade, como Universidade Rural do

Rio de Janeiro e Universidade Rural do Brasil (URB). Em 1967 a Instituição foi transferida

do Ministério da Agricultura para o Ministério da Educação e Cultura e assumiu sua atual

denominação: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). (OTRANTO, 2003)

2 Segundo o site da UFRRJ, institutos são “Unidades Universitárias coordenadas e integradas administrativamente, onde as atividades de ensino, pesquisa e extensão são desenvolvidas”. 3 Denominação atual correspondente ao ano de confecção do artigo, 2014. 4 A Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária (ESAMV) que deu origem a UFRRJ. Ela foi criada em 1910, porém só foi inaugurada em 1913 ocupando o Palácio do Duque de Saxe, no Maracanã, Rio de Janeiro. A ESAMV foi situada na cidade de Pinheiral, no Horto Botânico do Rio de Janeiro, localizado em Niterói e na Praia Vermelha. No ano de 1943 a instituição adquire o status de Universidade. (OTRANTO, 2003)

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Figura 2 - UFRRJ

Fonte: UFRRJ

A grandeza da Universidade, mesmo com alguns problemas de infraestrutura,

retrata uma grande dicotomia em relação a situação da cidade de Seropédica, como vai ser

visto no próximo tópico, onde será mostrado um pouco sobre a cidade que abriga a

UFRRJ.

A Cidade

Seropédica é uma cidade do estado do Rio de janeiro, localizada, na divisão política

administrativa, na Região Metropolitana5 e Baixada Fluminense6.

5 Fazem parte da Região Metropolitana do Rio de Janeiro os municípios: Rio de Janeiro , Belford Roxo,

Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Itaguaí, Japeri, Magé, Maricá, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, São Gonçalo, São João de Meriti, Seropédica e Tanguá. (SGP – TCE-RJ, 2011) 6 A Baixada Fluminense na sua divisão política administrativa é composta, segundo a Fundação Centro

Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formações de Servidores Públicos do Rio de janeiro (CEPERJ), é composta por 13 municípios, são eles: Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaguaí, Japeri, Magé, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, São João de Meriti e Seropédica. A definição de Baixada é bem conflituosa. Em 1975 a FUNDREM (Fundação para o Desenvolvimento da Região Metropolitana do Rio de Janeiro), usando critérios como grau de urbanização, violência e densidade populacional, restringiu a Baixada ao que determinou de UUIO (Unidades Urbanas Integradas a Oeste) do Rio de Janeiro. Sendo assim, a Baixada Fluminense seria composta por Nilópolis, Duque de Caxias, Nova Iguaçu (ainda com Belford Roxo, Mesquita e Queimados/Japeri) e São João de Meriti. (SILVA, 2013)

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Figura 3 - Regiões de Governo e Microrregiões

Fonte: CEPERJ

Segundo o IBGE (2014) a população estimada de 2013 foi de 81.260 habitantes,

maior do que o verificado pelo Censo 2010, quando a população era de 78.186 habitantes.

Tendo em vista que a área do município é de 283,762 Km², a densidade demográfica de

Seropédica é de 275,53 hab/Km².

Figura 4

Fonte: Google Maps

O município é cortado pela Rodovia Presidente Dutra, ela atravessa o município de

leste a oeste, alcançando, Queimados e Paracambi. A BR-465 também corta o município,

antigo traçado da Rio-São Paulo, alcançando Nova Iguaçu, a leste, chegando à Avenida

Brasil na altura de Campo Grande (bairro do município do Rio de Janeiro). A RJ-109 o

liga a Itaguaí, ao sul, e a RJ-125 acessa Japeri, ao norte. (SGP – TCE-RJ, 2011) O Arco

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Metropolitano, novo eixo viário, “configura uma via de ligação direta entre dois grandes

polos econômicos, o Porto de Itaguaí e o Complexo Petroquímico de Itaboraí, através da

conexão das rodovias BR-101/Norte e BR-101/Sul. Seu traçado passa por oito municípios

do Rio de Janeiro” (MARTINS et al., 2011, p.10), inclusive Seropédica.

Figura 5 - Mapa de Traçado do Arco Rodoviário Metropolitano.

Fonte: Grupo SEL – RJ.

A economia do município de Seropédica é muito fraca. Segundo dados do IBGE, o

Produto Interno Bruto (PIB) de Seropédica, em 2011, representou apenas 0,20% do PIB do

estadual. O setor serviços que tem maior participação nesses números. Grande parte desses

serviços está relacionada com a presença da UFRRJ no município. A maior atividade

econômica do município é a mineração de areia e argila, no Distrito Areeiro de Itaguaí-

Seropédica, localizado na Reta de Piranema. (BELBERT, 2003)

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Figura 6 - Areal na Reta de Piranema

Fonte: Elaboração própria.

Dados educacionais

Como essa pesquisa retrata o universo do ensino superior, ao debater as relações

entre a UFRRJ e o município de Seropédica, serão observados dados referentes ao número

de pessoas que frequentavam graduação como forma de analisar o acesso ao ensino

superior da população do município em questão.

A tabela abaixo mostra a quantidade de pessoas que frequentavam a graduação no

ano de 2010 comparada ao ano de 2000, utilizando dados do Censo IBGE dos respectivos

anos de pessoas com mais de 10 de anos de idade que frequentam curso de ensino superior.

Esses dados não refletem somente o impacto da UFRRJ, mas outras universidades,

inclusive de municípios fora do domicílio de origem.

Tabela 1 - Graduação Baixada Fluminense

Municípios

Freq. Graduação

2000 Freq. Graduação 2010 Variação

Belford Roxo.............................. 2 494 6 184 148%

Duque de Caxias....................... 7 627 17 670 132%

Guapimirim................................ 323 732 127%

Itaguaí........................................ 815 2 246 176%

Japeri......................................... 389 721 85%

Magé.......................................... 1 168 3 819 227%

Mesquita....................................

4 148

Nilópolis..................................... 2 969 5 218 76%

Nova Iguaçu............................... 9 915 16 549 67%

Paracambi.................................. 558 1 007 80%

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Queimados................................ 597 1 846 209%

São João de Meriti..................... 4 605 10 066 119%

Seropédica................................. 761 2 912 283%

BAIXADA FLUMINENSE.......... 32221 73118 127%

Fonte: Elaboração própria com utilização dos dados do IBGE.

O movimento de aumento do número de graduandos não foi característico de

Seropédica, mas visível em toda a Baixada Fluminense, mostrando que esse processo em

todo território nacional. Podemos ver que o impacto das políticas educacionais a nível

federal7 de 2002 a 2010 na Baixada Fluminense pôde elevar o número de graduandos.

Mesmo com visíveis avanços, a Universidade continua distante para a maioria da

população. Se for analisado o grau de influencia e impacto que a UFRRJ causa no

município de Seropédica, pode ser visto que em relação a dados educacionais pouco é

movimentado, há uma enorme separação entre a universidade e a população jovem do

município.

A realidade encontrada influi diretamente no comportamento dos jovens da cidade em relação à escola. No dia a dia é perceptível que apesar da convivência escolar ser um refúgio para muitos desses jovens, em uma cidade de poucas opções de lazer e infraestrutura precária, as privações econômicas que atinge grande parte das famílias da cidade interfere diretamente no desenvolvimento escolar, visto que poucos deles ingressam nos cursos oferecidos pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). (BIGANSOLLI; CRUZ, 2011, p. 31)

A UFRRJ possui um colégio técnico localizado às margens da BR-465. “Atendendo

as demandas socioeconômicas de formação profissional de técnico de nível médio, objetiva

contribuir na transformação da sociedade, formando cidadãos críticos, conscientes e

comprometidos com o desenvolvimento social e sustentável.” (CTUR, 2013) Como o

próprio enunciado, esse colégio é uma forma de atingir parcela da população seropedicense

com um ensino médio / técnico de qualidade.

Desenvolvimento

7 O Governo Federal ampliou os mecanismos de acesso a universidade particular como o Programa Universidade para todos (PROUNI) e o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES). Os avanços nas universidade federais foram possíveis a partir das políticas de Reestruturação e expansão das Universidades Federais (REUNI) que tem suas raízes iniciadas em 2003 e com decreto de 2007. “As ações do programa contemplam o aumento de vagas nos cursos de graduação, a ampliação da oferta de cursos noturnos, a promoção de inovações pedagógicas e o combate à evasão, entre outras metas que têm o propósito de diminuir as desigualdades sociais no país.” (BRASIL, 2007)

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A educação é uma forma de trabalhar o desenvolvimento, BRANDÃO (2007, p.11)

apresenta que ela ajuda a “pensar tipos de homens,..., participa do processo de produção de

crenças e ideias, de qualificações e especialidades que envolvem as trocas de símbolos,

bens e poderes que, em conjunto, constroem tipos de sociedades”. No entanto, em

contraponto o autor ressalta a manutenção de um sistema educacional desigual devido aos

interesses políticos e econômicos de pessoas que se beneficiam pela manutenção desse

sistema. (BRANDÃO, op. cit.)

Uma forma de avaliar o desenvolvimento é pela observação de indicadores. O

índice de Desenvolvimento Humano (IDH)8 de Seropédica no ano 2000 foi de 0,586, em

2010 o IDH foi de 0,713, considerado um nível alto de desenvolvimento, como mostrado

na tabela abaixo, num crescimento de 22% no intervalo de 10 anos.

Tabela 2 - IDH

Município IDH 2000 IDH 2010 Variação

Seropédica

0,586

0,713

22%

Fonte: Elaboração própria com utilização dos dados do PNUD.

Entre 2000 e 2010, a dimensão que mais cresceu em termos absolutos foi Educação

(com crescimento de 0,225), seguida por Longevidade e por Renda. Entre 1991 e 2000,

também foi Educação (com crescimento de 0,159), porém num movimento inferior que na

primeira década do século XXI, seguida por Renda e por Longevidade. (ATLAS..., 2013)

O aumento da renda foi pequeno, mesmo com o crescimento da educação. Ela é apontada

pela literatura internacional como um dos fatores primordiais que explicam o nível de

renda per capita das áreas. (FIGUEIRÊDO, 2006)

BARROS; MENDONÇA (1997, p. 01) dizem que “o nível educacional da

população adulta de um país é o resultado de décadas de investimento em educação, da

mesma forma que o estoque de capital físico da economia é o resultado de décadas de

investimento em máquinas, equipamentos e infra-estrutura.” O aumento do número de

pessoas frequentando a graduação é positivo, sendo um fator importante para o

crescimento do IDH, tendo em vista o universo de pessoas que concluíram as outras fases

de estudo que contabilizam no índice.

8 O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida resumida do progresso a longo prazo em três

dimensões básicas do desenvolvimento humano: renda, educação e saúde. (PNUD, 2012)

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A Universidade deve ser espaço de comunicação, divulgação e proliferação de

novos horizontes de métodos participativos para de fato enraizarem uma nova forma de

pensamento crítico na população. As políticas federais de educação surgem de maneira

uniforme, o que não respeita a realidade local na maioria das vezes.

Ficou evidente, de que políticas públicas desenhadas para a promoção do desenvolvimento humano devem não apenas se dar de forma descentralizada, permitindo o maior controle social, como devem estar focadas, essencialmente, no ‘”local” onde se dá a vida cotidiana concreta. Como local, entendemos não somente um espaço geograficamente definido, seja um bairro, um município ou uma microrregião, mas como um espaço em que existem relações sociais entre os diversos atores, que habitam o local. (BARTH; BROSE; ALVES, 2002, p. 02)

Conclusão

Um estudo sobre o impacto de uma Universidade Federal numa unidade territorial é

complexo pelas políticas que surgem de “cima para baixo”. A universidade tem quer

autonomia de identificar a realidade na qual está inserida para trabalhar em conjunto com a

comunidade local. O desenvolvimento local tem como enfoque, identificar e desenvolver

os potenciais existentes (BARTH; BROSE; ALVES, op. cit., p. 02)

A universidade quando se fecha para a região no seu entorno cria um abismo entre

ela e a população. Esse abismo difunde ideias que hoje não devem ser aceitas, pois todos

deveriam ter acesso à educação, essa política não deveria ser instrumento de exclusão, mas

responsável por um impacto firme e duradouro no crescimento de uma região. A

universidade que deseja interagir com a população local e inseri-la no ambiente, deve

propiciar eventos, palestras, cursos e pré-vestibulares de modo a entender os aspectos da

população local e desenvolver o papel bidirecional de aprendizado, conectando saberes.

Houve um crescimento no número de pessoas que acessaram à educação superior.

Alguns programas do governo federal ampliaram as vagas e levaram novos campis a locais

que antes não tinham universidade no entorno num movimento nacional de ampliação de

vagas. A UFRRJ não ficou de fora desse movimento, houve a criação de novos campi da

universidade, assim como a ampliação de vagas dentro do próprio campus sede. É bom

ressaltar a importância da educação para o desenvolvimento regional, com ela é possível

criar uma população mais ativa nas questões políticas, porém isso só ocorre com a

universidade agindo no ensino, pesquisa e extensão, a universidade deve abrir-se as

discussões sobre as demandas locais.

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BIBLIOGRAFIA CITADA

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