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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A ÉTICA EMPRESARIAL
Por: Luciene Doria da Rocha
Orientadora
Profª Fabiane Muniz
Rio de Janeiro
2003
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A ÉTICA EMPRESARIAL
Apresentação de monografia à Universidade
Cândido Mendes como condição prévia para a
conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato
Sensu” em Reengenharia e Gestão de
Recursos Humanos.
Por: . Luciene Doria da Rocha.
AGRADECIMENTOS
A Deus, meu marido, parentes,
amigos, bibliotecários e, em
especial, à minha orientadora
Profª FABIANE MUNIZ, pelo
apoio, apreço e carinho na
realização deste trabalho.
DEDICATÓRIA
Àquele que me ensinou que o sonho
jamais deve ser esquecido.
RESUMO
Neste trabalho a questão da ética empresarial será abordada de
forma tangível à compreensão do leitor. O estudo, ainda que simples,
servirá de contribuição a todo aquele que desejar estabelecer um primeiro
contato com este tema, tão relevante e discutido na gestão coorporativa
atual – A Ética Empresarial.
No que se refere a sua estrutura, o trabalho ficou dividido em
quatro partes básicas, da seguinte forma: A ética empresarial – que se
amplia nos subitens: Definição e panorama histórico e Empresas
Brasileiras, O código de ética e outras práticas, A ética aplicada: uma
questão estratégica e o exemplo de Alguns casos.
Espera-se que, apesar de modesta, esta produção possa servir de
contribuição para compreender porquê a Ética Empresarial é hoje, não
mais, uma questão apenas voluptuária nas organizações, mas sim, uma
questão fundamentalmente estratégica, isto é, vital para sua própria
existência.
.
METODOLOGIA
O presente estudo teve seu início ainda nos tempos de graduação,
quando se fez necessário elaborar uma aula expositiva para a disciplina
de Ética Profissional do curso de Pedagogia. Dali começou-se um
trabalho de pesquisa bibliográfica –- que teve como sua maior fonte de
seus dados, o acervo da Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica do
Rio de Janeiro (PUC-RIO) –- que está parcialmente concluído neste
estudo monográfico e pretende ser expandido em produções de pesquisa,
em nível stricto-sensu, posteriores. O processo dialético tende a seguir a
análise dos dados coletados, sendo a preocupação com o produto deste
estudo maior que a preocupação com o seu processo de elaboração
propriamente dito.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
A ÉTICA EMPRESARIAL 11
1.1 – Hist’órico da Ética Empresarial 13
1.2 – As Empresas Brasileiras 14
CAPÍTULO II
O CÓDIGO DE ÉTICA 17
CAPÍTULO IIi
OUTRAS PRÁTICAS NA BUSCA DE UM COMPORTAMENTO ÉTICO
NAS ORGANIZAÇÕES 21
CAPÍTULO IV
A ÉTICA EMPRESARIAL APLICADA 25
CAPÍTULO V
CASOS CONCRETOS 29
CONCLUSÃO 30
ANEXOS 33
BIBLIOGRAFIA 39
ÍNDICE 40
FOLHA DE AVALIAÇÃO 41
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - A História 11
CAPÍTULO II - O Mercado 20
CAPÍTULO III – A Proposta 39
CONCLUSÃO 47
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 52
BIBLIOGRAFIA CITADA (opcional) 55
ANEXOS 58
ÍNDICE 59
FOLHA DE AVALIAÇÃO 63
CONCLUSÃO 47
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 52
BIBLIOGRAFIA CITADA (opcional) 55
ANEXOS 58
ÍNDICE 59
FOLHA DE AVALIAÇÃO 63
INTRODUÇÃO
Há até bem pouco, falar-se de Ética Empresarial parecia, a muitos,
uma questão voluptuária. Mesmo a bibliografia consultada na produção
deste trabalho, descreve o tema de forma peculiar, recorrendo por
diversas vezes a justificativas e exemplos, certas vezes até mesmo não
necessários, como que querendo convencer ao leitor o porquê de ser tão
essencial a sua importância para o bom andamento das organizações.
Com os recentes escândalos contábeis envolvendo diversos ícones
transnacionais, como a empresa de energia Eron, a consultoria Arthur
Andersen, e, o mais recente deles, da italiana Parmalat, (que segundo
investigadores, pode ter significado uma fraude que superou os 10
bilhões de euros) abordar a ética, não tão somente na empresa mas
também com seus diversos públicos: clientes, fornecedores,
colaboradores, investidores, comunidade, etc, tornou-se mais que
urgente. A questão da ética per si parece extravasar as organizações e
adentrar, mais do que em qualquer outro momento histórico, na política
nacional, internacional, no judiciário, legislativo, e em outros setores até
mesmo o das próprias ONGs. O quê deve fazer o administrador atento
para este cenário? Como haverão de se comportar os investidores diante
de tal fato? E os governos, a economia nacional, como tem encarado tudo
isto? Quais têm sido os caminhos que as organizações poderá, desde já,
tentar percorrer? Foi no sentido de dar cabo a esta que teve origem o
presente estudo. Falta ainda falar-se de muitas outras coisas para
compreender o problema em sua total magnitude. Este trabalho,
infelizmente, já começa desatualizado, mas serve de auxílio e luz àqueles
que além de desejarem uma familiarização com o assunto, proponham-se
a compreender e adotar a ética empresarial em suas empresas não tão
somente como uma estratégia de marketing, como muito tem sido feito
com a questão da responsabilidade social. Ao bom administrador e,
sobretudo ao investidor, parece evidente, agora buscar enxergar à
empresa sob esta ótica. Aguilar, prevendo, tão sabiamente este cenário
que agora se monta há 7 anos atrás:
“As limitações que as preocupações com a
ética podem impor às atividades da empresa, e o
fardo adicional de ter que lidar com considerações
morais complexas e potencialmente divisoras,
podem tornar o desafio muito mais difícil.
Concebivelmente, a necessidade de lidar com a
ética pode derrotar a administração inexperiente
nesses assuntos e já sobrecarregada com
estressantes condições de negócios. Mas
argumentar contra a vontade da administração de
implantar conduta ética por causa do risco seria a
mesma coisa que evitar exercício físico porque ele
poderia ser prejudicial a pessoas com excesso de
peso ou por estarem fora de forma. A principal
consideração em ambos os casos é que o esforço
seja sensato, reconhecendo a capacidade da
pessoa, física e jurídica de mudar.” (AGUILAR,
1996, p.162).
CAPÍTULO I
A ÉTICA EMPRESARIAL:
" Nenhum indivíduo deve fazer ao
outro aquilo que ele não gostaria que o
outro fizesse a ele " - Confúcio
A Definição
Antes de discorrer sobre A Ética Empresarial, faz-se necessário
compreender no que consiste o conceito de ética. A palavra ética vem do
grego = Ethos, e que indica o modo de ser do homem, a maneira que ele
se sente à vontade. Ser autêntico. Sem máscaras. Sem a falsidade. Para
muitos, também definida como ciência da moral, a ética é a disciplina que
estuda o comportamento humano, determinando os princípios do bem e
do mal, em uma dada sociedade e determinada época. Dinâmica e
diferentemente da norma jurídica, a ética tem caráter não obrigatório, ou
seja, sua adesão está sujeita à livre vontade dos indivíduos. Seronni diz:
“A definição da palavra ÉTICA no dicionário
Aurélio, diz o seguinte: Estudo dos juízos de
apreciação que se referem à conduta humana
suscetível de qualificação do ponto de vista do
bem e do mal, seja relativamente a determinada
sociedade, seja do modo absoluto.
Procuramos definí-la como uma aglutinação de
normas de boa conduta, regidas pela própria
comunidade, direcionada para o relacionamento
entre as pessoas nos diversos níveis, quer seja,
profissional ou não, procurando definir o que é
certo e honesto.” (SERONNI, 2003)
1.1 – Histórico da Ética Empresarial:
A Ética Empresarial tem início na década de 60 nos países de
origem alemã, quando se queria elevar o trabalhador a participação nos
conselhos de administração das organizações. No que tange ao ensino, a
dimensão tomou forma nas décadas de 60 e 70, sobretudo nos Estados
Unidos. Neste mesmo período se iniciaram, também, as implementações
dos códigos de ética corporativos que tinham por objetivo conciliar as
diferentes formas de condução dos negócios, nas multinacionais, entre
matrizes e filias. Nos anos 90 os estudos dos Prof. Georges Enderle,
apresentados no 1o. Congresso Mundial da ISBEE (International Society
for Business, Economics, and Ethics), no Japão, em 1996, introduzem
uma grande contribuição para o campo da ética nos negócios, através da
abordagem inter-relacionada dos modos de se tratar a ética empresarial:
semântica, teoria e prática. Ao final da década conclui-se que o clima
moral pode ser diferente de país para país, e, portanto, a ética
empresarial vivida de diferentes formas nas organizações. Para o século
XXI prevê-se um cenário marcado pela forte presença das ONG´s no
campo do estudo e da aplicação da ética empresarial.
Atualmente a questão da contribuição social da empresa à
sociedade tem sido recuperada. Arruda esclarece:
“A boa empresa não é apenas aquela que
apresenta lucro, mas a que também oferece um
ambiente moralmente gratificante, em que as
pessoas boas podem desenvolver seus
conhecimentos especializados e também suas
virtudes.” (ARRUDA, 2001, p.57)
No Brasil a primeira faculdade de administração do país, fundada em
1941 – Escola Superior de Administração de Negócios (ESAN) – primou
pelo ensino da ética desde de seu começo. Atualmente, um trabalho de
grande projeção vem sendo formulado pelo Instituto Ethos de Empresas e
Responsabilidade Social, criado em 1998, na cidade de São Paulo, sua
grande contribuição tem sido promover, através de profissionais e
empresas, o combate à corrupção, pobreza e injustiça social. Em seu site
na Internet, o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social
fornece aos empresários, por exemplo, as seguintes diretrizes, na busca
de uma empresa ética:
1- Identificar e articular valores éticos claros;...
2- Usar valores éticos para solucionar dilemas; ...
3- Educar os funcionários sobre ética;...
4- Dar um ambiente de trabalho onde questões possam ser
discutidas;...
5- Incorporar a ética às avaliações de desempenho. (..........)
1.2 – As Empresas Brasileiras:
Em uma pesquisa realizada pela Fundação Fides de São Paulo, em
1987, foi constatado que, com relação às preocupações éticas, as
empresa brasileiras estavam mais focadas, respectivamente, à
observância da: Legislação Societária; Legislação Tributária; Legislação
Previdenciária e Legislação Fiscal. As menores preocupações éticas elas
residiam nas: Concorrências Públicas, na Cartelização, na Discriminação
e na Observância da Legislação do Mercado de Capitais.
FIGURA 1
0
0,51
1,52
2,53
3,54
4,5
Legislação Mercados RecursosHumanos
Comunidade AtosDesonestos
Preocupações Éticas Agrupadas
Ao todo foram pesquisados 38 itens. Das preocupações com o
público as médias, que foram um resultado de notas atribuídas de 0 a 5,
ficaram configuradas da seguinte forma:
FIGURA 2
4,56
3,96 3,88 3,8 3,63
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
Médias das Avaliações (de 0 a 5)
Preocupações Segundo o Público
Público Fonecedores
Público Consumidor
Públicosociedade/governo
Público PúblicoInterno
Público Acionistas
Do estudo, concluiu-se que a proeminência das preocupações éticas
girava em torno da observância da legislação e não de convicções
internas da própria empresa. Tal fato seria uma sugestão de que as
empresas brasileiras estavam, “mais voltada para resultados econômicos”
que para convicções internas próprias. Outra conclusão importante foi
que quanto maior o tamanho da empresa, maior tende ser sua
preocupação com as questões éticas – veja-se o quadro abaixo:
FIGURA 3
Um pouco mais da metade das empresas respondentes (51,3%)
disseram possuir um código de ética ou uma política clara no que diz
respeito às questões éticas.
0
1
2
3
4
5
%
Obs.Legislação
Rel. c/ mercadoRec. Humanos Comunidade Atos Desonetos
Preocupações por Tamanho de Empresa
1000 empregados
1000 a 2000 empregados
2000 a 5000 empregados
5000 a 10000 empregados
>10000 empregados
CAPÍTULO II
O CÓDIGO DE ÉTICA
“Os códigos de ética não têm a
pretensão de solucionar os dilemas
éticos da organização, mas fornecer
critérios ou diretrizes para que as
pessoas descubram formas éticas
de se conduzir.” (ARRUDA, 2001,
p.65)
O CÓDIGO DE ÉTICA
É no código de ética que se manifestam a filosofia e os princípios
básicos das expectativas empresarias em relação à conduta de seus
executivos e funcionários. Em qualquer situação, o funcionário terá
clareza a respeito da conduta e políticas que se adequam aos interesses
da empresa. Os códigos, em sua maioria, costumam abordar os
seguintes tópicos: conflitos de interesse, conduta legal, segurança dos
ativos da empresa, honestidade nas comunicações dos negócios da
empresa, denúncias, suborno, entretenimento e viagem, propriedade de
informação, contratos governamentais, responsabilidade de cada
stakeholder, assédio profissional, assédio sexual, uso de drogas e álcool.
Normalmente, os códigos abordam as relações dos funcionários entre si e
com os seus demais participantes, os stakeholders. Uma vez em prática,
o código de ética deve vir acompanhado de um trabalho de
monitoramento e adequação aos fatores internos e externos das
organizações. Sua elaboração deve envolver o maior número de pessoas
possíveis dos mais diversos níveis, desde o funcionário mais operacional
à mais alta administração da empresa. Assim, estará assegurado o
tailormade, isto é, as necessidades e peculiaridades da organização.
Arruda adverte:
“Um código de ética exposto em local de
honra de uma empresa não serve para nada, se
não for refletido na vida de cada pessoa que ali
trabalha. É preferível não adota-lo.” (ARRUDA,
2001, p. 66).
O Banco Itaú é um exemplo de empresa brasileira que adotou um Código
de Ética com o objetivo de fortalecer a sua cultura. A tecnologia, neste
caso a Internet, fez com que o mesmo fosse disponibilizado aos diversos
públicos da empresa. Além disto o documento está disponível nos
idiomas Inglês, Português e Espanhol. Además de um documento que
tem por princípio valorizar a adoção de uma postura ética na companhia,
o Código de Ética do Banco Itaú tem sido apontado pelo grupo como
ponto de partida para uma ação mais ampla que abrange a
responsabilidade social, assunto que abordaremos mais adiante. A
Governança Coorporativa é outro ponto que emana do documento. - um
recurso destinado aos administradores e funcionários da organização.
Além dos colaboradores que atuam no banco e nas instituições por ele
controladas, o código alcança ainda um público bem mais abrangente: o
externo - formado por clientes, acionistas, fornecedores, setor público e a
sociedade em geral. Para atingir este universo o Itaú utilizou a tecnologia
como aliada, uma vez que o código está disponibilizado, na íntegra,
através do site da organização. César Bergantini, gerente de
coordenação de controles internos da instituição, comenta a experiência:
"Foi um processo bastante rico e participativo,
pois os funcionários apresentaram muitas
contribuições ... Hoje, os funcionários que
ingressam na organização recebem o código e o
vídeo de lançamento dentro de um kit admissão,
que reúne ainda as principais informações que o
colaborador deve conhecer ao ingressar na
empresa", (BISPO, apud BERGATINI, 2002).
Recomenda-se que um comitê de ética acompanhe a
implementação do código. O comitê deverá ser composto por pessoas
reconhecidamente íntegras na empresa e sua autoridade, assegurada
pelo vice-presidente ou pelo próprio presidente. O nível de exigência
precisará ser o maior possível, no entanto, o que será criticado é o erro
de conduta e não a pessoa que o comete. Caberá ao comitê de ética
aconselhar, decidir, investigar e solucionar casos. O sigilo e o acesso são
também imprescindíveis à participação dos funcionários. Algumas
empresas tutelam um profissional de ética, cuja principal tarefa é manter
vivo e atualizado o código, bem como garantir que qualquer funcionário
sinta que é valorizado, e será ouvido.
CAPÍTULO III
OUTRAS PRÁTICAS NA BUSCA DE UM
COMPORTAMENTO ÉTICO NAS ORGANIZAÇÕES
“Só existe um meio de atingir a
felicidade
Nesta bola terrestre,
Esse meio é ter uma consciência limpa,
- Ou nenhuma!” (NASH apud
OGDEN NASH, 2001, p.109).
OUTROS INSTRUMENTOS
Bem como o Comitê de Ética, que pode acompanhar a adoção de
um Código de Ética, existem outras ferramentas que podem ser utilizadas
no sentido de garantir a observância da ética na organização. A eleição
de um profissional de ética, sendo ele um funcionário notoriamente
reconhecido pelos demais por sua confiança, é uma espécie de
instrumento a ser utilizado. Um sistema de monitoramento, do tipo
auditoria ética ou compliance, é outra ferramenta, no entanto o cerne da
questão está, sobretudo, na formação dos executivos da empresa, caso
contrário a implementação do código de ética e outras práticas será
inócua. Nash comenta:
“... é necessário desenvolver um modo de
pensar na empresa que dê ao administrador
armas contra ambos os tipos de problemas. Além
de manter as premissas da Ética Convencionada
à mão, os administradores devem ser moralmente
sensíveis, capazes de reconhecer a complexidade
e as alternativas consistentes dos aspectos de
macro-política e microexecução de um dilema
moral e munidos de competência moral e
econômica para fazer algo a respeito.” (NASH,
2001, p.117).
Sentindo-se seguras e valorizadas, as pessoas demonstram-se
empenhadas na troca construtiva de idéias. Assim, a consideração e o
interesse mútuo formam, em última análise, o núcleo da ética
empresarial.
Com base sua experiência com empresas éticas, Aguilar formula
quatro diretrizes básicas para que a administração da ética empresarial
seja bem sucedida:
“ 1- Desenvolvimento de sensibilidade ética.
...desenvolver sensibilidade às questões morais
específicas que afetam ou ameaçam as
empresas...;
1 Forte estratégia competitiva e administração
operacional. ...empresa seja bem gerida em todos
os demais aspectos... Desempenho empresarial
medíocre implica aproximar-se da linha que delimita
a conduta aceitável...;
2 Um programa ético na empresa. ... a existência
de um alicerce de sensibilidade ética e
gerenciamento eficaz...;
3 Pessoal ético. ... prover a empresa de pessoal
ético e fazer com que ela se cerque de uma
assessoria formada por gente do mesmo calibre...”
(AGUILAR, 1996, P. 29-31)
Nash, buscando compreender os tipos de problemas éticos mais comuns nas organizações, conseguiu classifica-los em dois tipos básicos:
• “Tipo A. O dilema agudo.” Seria o desconhecimento ou a não concordância, entre os próprios administradores da organização, a respeito do que é certo ou errado.
• “Tipo B. Racionalização Aguda.” Seria o momento em que o administrador, apesar de saber o que é errado, não deixa de fazê-lo.
Para a autora é possível acionar um dispositivo de reconhecimento
das práticas antiéticas utilizando as seguintes perguntas:
Isso é certo?
Isso é justo?
Estou prejudicando alguém?
Eu poderia divulgar isso para o público ou para alguém
respeitado?
Eu diria a meu filho para fazer isso?
Isso passa pelo teste do “mau cheiro”? (NASH, 2001, p.114-
115).
Os administradores estarão munidos de instrumentos capazes de
direcionar as organizações à otimização dos seus resultados com base
na da adoção de posturas éticas empresariais, pensando a empresa em
termos macro e micro, desenvolvendo um modo ético de pensar e
adotando algumas dessas práticas.
CAPÍTULO IV
A ÉTICA EMPRESARIAL APLICADA
“O caminho mais curto para que a ética
passe da teoria à prática é fazer com que
qualquer funcionário sinta que tem
crédito, que suas opiniões são ouvidas
mas também valorizadas e aplicadas
sempre que conveniente.” (ARRUDA,
2001, p.66).
UMA QUESTÃO ESTRATÉGICA
Conforme um estudo da DePaul University, de 1997, as
organizações comprometidas com uma ética empresarial, apresentam
receitas e lucros maiores do que as empresas que não têm qualquer
compromisso. Outra pesquisa, patrocinada pela Havard University, que
teve a duração de 11 anos, concluiu que as companhias voltadas para
Stakeholders geram de quatro a oito vezes mais empregos que aquelas
voltadas apenas para os acionistas – Shareholders. Mais ainda, um
estudo da University of Southwestern Louisiana demonstrou que as
condutas antiéticas empresariais quando divulgadas contribuem para a
redução do valor das ações por um período de, no mínimo, seis meses!
Os números, portanto, falam por si: a adoção de uma postura empresarial
ética, ao contrário do que se poderia supor, não custa dinheiro ou dá
margem a expectativas irrealistas, ela é, sem dúvida, uma questão de
cunho estratégico-empresarial. Aguilar comenta:
“ Da mesma maneira que a conduta antiética
tem o potencial de arruinar a empresa, o
comportamento ético tem o de contribuir, de forma
importante, para a obtenção da excelência
empresarial.” (AGUILAR, 1996, P. 15)
Ao diminuir sua capacidade de alcançar resultados através de uma
conduta ética, as pressões em torno do ambiente interno empresarial
aumentam, para que atos marginais ou contrários à boa conduta sejam
aceitos. O papel da liderança, como já mencionado, é fundamental. Sua
excelência no que concerne à questão do lucro cria condições para que
sejam aceitos os custos que possam advir do se fazer as coisas
corretamente. Na contrapartida os indivíduos que compõem a
organização estão dispostos a se arriscarem na manutenção de suas
idéias uma vez que têm segurança que serão respeitados e tratados de
modo construtivo. A consideração e o interesse mútuo, núcleo da ética
empresarial superalimentam a empresa na sua boa administração e
posição de mercado.
Tão importante quanto enfrentar os problemas que já existem, torna-
se um desafio evitar aqueles que possam surgir. Assim, os gerentes
devem estar sensíveis às implicações éticas que eventos ou fatos
externos possam exercer. Na verdade, nenhuma empresa de grande
tamanho e estrutura pode evitar totalmente, a prática da má conduta de
um ou outro modo. Na análise de diversas empresas e casos fica claro
que evitar e enfrentar os casos que possam surgir são duas capacidades
importantes às boas organizações. Na empresa ética os funcionários
estão, naturalmente dispostos a se comportarem de modo ético. Assim,
numerosos problemas são evitados, pois as pessoas estão hábeis para
levar em conta os interesses de todas as partes afetadas por cada ação
ou decisão. Uma análise cuidadosa dos planos estratégicos de cada
unidade operacional, com atenção especial aos grandes problemas e
programas dentro de horizontes de planejamento de cinco e dez anos são
um exemplo de estratégia ética-empresarial da Johnson & Johnson. A
administração da inovação e a renovação empresarial servem, também,
como um complemento para a conduta ética e a excelência empresarial
contínua. A Nucor, uma das empresas mais inovadoras da indústria
siderúrgica apóia o processo de inovação tendo como base um simples
método: “Primeiro, a idéia deve se relacionar com aço. Segundo, não
deve violar nenhuma lei. E, terceiro, não pode ser imoral”. (AGUILAR
apud DAVID AYCOCK, 1996, p. 168). As inovações que dão certo são
premiadas, aquelas que não, são suspensas sem embaraçar ou penalizar
qualquer dos seus proponentes. Pode ser também, contraproducente não
dar importância suficiente à segurança nas condições de trabalho. No
entanto, a mais importante estratégia de efeito ético empresarial é, o
efeito que o seu desempenho pode produzir sobre a conduta ética. Uma
empresa mal administrada pode ser o que há de pior de na busca de uma
estratégia ético-empresarial.Uma vez intensificada a pressão por lucros
corre-se o risco de perder os freios morais ao longo da estrada. Aguilar
completa:
“Para ser eficaz, o planejamento estratégico
precisa explorar a imaginação, a engenhosidade e
a ousadia da administração. A estratégia da
empresa nunca é ideal. Há sempre espaço para
introvisões e invenções. E para que isso aconteça
de modo produtivo, empregados em todos os
níveis da empresa têm que se sentir bem com seu
trabalho e com as pessoas que trabalham.“
(AGUILAR, 1996 p.175).
CAPÍTULO V
CASOS CONCRETOS
Caso 1:
A Hershey Foods Corporation é uma conhecida empresa do ramo de
confeitaria dos Estados Unidos, algumas de suas marcas muito
conhecidas são: as barras de chocolate ao leite Hershey´s e o amendoim
caramelado Reese O grupo Hershey Pasta é o segundo maior produtor
de massas dos Estados Unidos. Os lucros líquidos da organização
ultrapassaram os 346 milhões de dólares no de 2001. Desde o início o
fundador da empresa, Milton Hershey sempre se preocupou em fazer o
que era justo. Um exemplo disto está na fundação do orfanato Hershey
Industrial School, em 1909, atualmente conhecido como Milton Hershey
School. Ainda hoje o forte sistema de valores instituído por Milton
Hershey continua a ser a filosofia que orienta a Hershey Foods.Tal
filosofia e políticas giram em torno da honestidade, integridade, lealdade,
e respeito por todos os empregado, acionistas, clientes, consumidores,
fornecedores e sociedade em geral. Todos os anos a companhia distribui
um livreto, o “Key Corporate Policies”, que expõe sua filosofia e política a
todos os funcionários. Os gerentes, por exemplo, são submetidos a
programas éticos de treinamento que têm por objetivo garantir que
saibam como lidar com situações complexas de trabalho. Desde de 1970
a empresa tem conseguido parte do seu crescimento devido a divulgação
conscienciosa de seus produtos. No entanto, assim como em outras
grandes organizações a Hershey enfrenta problemas éticos diariamente.
A banda R.E.M, por exemplo, acusou a Hershey, em ação judicial, de
haver criado confusão e prejudicado as atividades da banda quando do
lançamento de um dos seus produtos. Apesar de terem feito um acordo
extrajudicial, em última análise estava claro que devido a um erro do
agente da publicidade, a Hershey havia incorrido numa falta contra a
banda de Rock.
Caso 2:
A Jim Henson Productions, Inc. criou um novo personagem da série
Muppet, o Spa’am, que estreou em seu filme Muppet Treasure Island. A
intenção era através do personagem, um exótico javali selvagem, fazer
um elo humorístico com a carne enlatada da marca SPAM. A Hormel
Foods Corporation, produtora da carne enlatada da marca SPAM,
todavia, não achou graça na brincadeira e, por conseqüência, entrou com
uma ação civil para determinar a legalidade do uso do personagem. A
SPAM tornou-se quase um ícone em si mesma e, por muitas vezes é alvo
de brincadeiras e observações depreciativas. Os Muppets, por outro lado,
são muito conhecidos como paródias de nomes de marcas de produtos,
personagens da literatura de ficção e celebridades. Sua principal
finalidade é servir como divertimento de crianças. Apesar das várias
acusações contra a Jim Helson Prodcutions o tribunal entendeu que as
alegações da Hormel não procediam, pois embora não tenham gostado
ser objeto de piada, os intentos da Jim Henson Productions e seus
representantes foram de boa fé e sem intento predatório.
CONCLUSÃO
Vê-se, portanto, que a ética empresarial, ao contrário do que muitos
poderiam supor, deve ser uma estratégia de longo prazo a ser buscada
por companhias que primam por sua excelência. As grandes
organizações, e as norte-americanas, tendem a ter muito clara esta
questão. No Brasil, a prática do que é ou não ético ainda se dá muito
pautada na questão da observância da legislação do que por convicções
de cunho íntimo da própria empresa. A consideração e o interesse mútuo
são em última análise o núcleo da ética empresarial. Algumas práticas
podem ser facilmente adotadas por organizações que desejem partir
neste sentido, tais como: a implementação de um código de ética, a
criação de um comitê, a nomeação de um profissional de ética ou o
estabelecimento de uma auditoria interna. De nada adiantam, no entanto,
tais práticas se a mais alta administração da organização não estiver
consciente e der, o devido suporte a implementação e manutenção da
ética na empresa. Pressões por resultado, e a ausência de forte liderança
podem dar cabo de todo uma filosofia e política construída ao longo dos
anos. Mais do que tudo vê-se que o escopo da ética na empresa estará
na fórmula mais antiga e tão sabida pelos gestores: a boa administração
organizacional.
ANEXO
Reportagem
Revista Carta Capital – A Face Social do Capitalismo DEZ/2003 – p.8 - 12
Das 782 mil empresas no Brasil, 462 mil declararam atuar no
campo social. As contribuições vão desde doações eventuais até a
execução de projetos estruturados.
Por Roberto Pereira de Souza
O Governo sabe há muito tempo que, sozinho, não poderá cumprir a
missão de diminuir as diferenças sociais no país. O setor privado pode
ajudar e hoje ocupa uma posição estratégica na reestruturação social
brasileira. Apesar do esforço coletivo, os números ainda são
preocupantes.
A Organização da Nações Unidas – ONU acaba de divulgar indicadores
mostrando que a fome aumentou no mundo, menos em 18 países em
desenvolvimento, incluindo o Brasil. A comissão econômica para a
América Latina e Caribe (CEPAL) exibe números mais detalhados: 44%
das pessoas da região (duzentos e vinte e cinco milhões de habitantes)
estão em nível de pobreza e vinte por cento (cem milhões de habitantes)
se arrastam como indigentes. No Brasil o quadro é assustador, com 38%
de pobres e doze por cento de indigentes: os dói dados representam
cerca de noventa milhões de habitantes, a metade da população do país.
O mesmo relatório da CEPAL (www.cepal.org), instituição da ONU mostra
que o Brasil é o país onde existe a pior taxa de distribuição de renda da
América Latina e Caribe. A boa notícia: dos anos 90 até 2001, o país
ainda avançou 83% no combate a pobreza sem ter chegado ao fim do
buraco negro.
O último levantamento sobre o assunto feito pelo Instituto de Pesquisa
Econômicas Aplicada, IPEA, órgão do Ministério do Planejamento,
concluído em 2002, produz um mapeamento da ação social das
empresas em todas as regiões do país. Nas primeiras linhas do
documento do IPEA, aparece a conclusão histórica de que “os
empresários têm buscado os seus próprios caminhos para enfrentar a
pobreza que afeta grande parte da população brasileira”.
“Usamos uma amostragem de 9.140 empresas e estendemos a projeção
para o universo das 782.000 empresas, número total de companhias
existentes no Brasil com um ou mais empregados”, explica a economista
Natalie Beghin, uma das responsáveis pelo trabalho, que teve a
coordenação da socióloga Ana Maria Eliano.
Os números gerais revelam que 59% das empresas com um ou mais
empregados declaram realizar, em caráter voluntário algum tipo de ação
social para a comunidade. Isso significa que das 782 mil empresas
nacionais, 462 mil contribuem no campo social. As contribuições variam
de doações eventuais a pessoas carentes ou a instituições assistenciais
até a promoção de projetos mais estruturados. Para cerca de dois terços
das empresas brasileiras a ação social é uma prática voluntária.
O IPEA considerou a ação social dentro de um pacote de atividades não
obrigatórias de atendimento comunitário (empregados ou não), como
assistência social, alimentação, saúde, educação e etc. O instituto
pretende oferecer a pesquisa ao Governo como um instrumento de
inteligência no campo da ação social, que possa orientar futuros projetos
comunitários.
Outros dados estão sendo incorporados ao documento, que deve ser
transformado em livro. Roberto Borges Martins, Presidente do IPEA, tem
a seguinte opinião: o estado não deve se isentar de suas
responsabilidades, mais ao mesmo tempo, é preciso aumentar a esfera
dos atores que possam ajudar a formar uma sociedade justa.
A história mostra que a noção de responsabilidade social surgiu da
necessidade de manter empregados próximos do local de trabalho. Isso
significava garantir, nos primórdios da industrialização, o rápido acesso
dos operários a bancada de produção. Nos últimos 150 anos, os
resultados práticos do assistencialismo trabalhista continuam sendo
questionados por correntes de sociólogos, economistas e pensadores.
“A estratégia de dominação do mundo burguês no fim do século XIX, já
incluía a concepção de responsabilidade social”, disse o Phd em
economia Márcio Pochmann, durante palestra no seminário um mundo
em mudanças: espelho da mídia em dezembro de 2002, em Brasília.
Pochmann é especialista em relações de trabalho, título que obteve junto
à Universidade de Bolonha, Itália. Ele explica que no século XIX, “a
empresa se instalava e ao redor construía moradias, e escolas, área de
lazer e comércio – além de pagar salários aos seus empregados”.
Na perspectiva histórica do economista a empresa incluía seus
empregados sob a ótica da concepção burguesa cuja forma de
responsabilidade social trazia incubado gérmen da exclusão, porque a
maior parte dos trabalhadores não tinha e não tem acesso ao tipo de
emprego a que Pochmann se refere.
Esse cenário assistencial tem cento e cinqüenta anos e avança pelo
século XXI, dando comida aos pobres e levantando polêmicas ideológicas
entre aquilo que é social e os trancos cometidos pelo velho, novo e futuro
liberalismo. As relações comerciais dos países foram discutidas na
reunião de cúpula da Organização Mundial do Comércio (OMC) em
Miami, esta semana.
Pises como o Brasil querem derrubar subsídios e tarifas impostas por
europeus e norte-americanos contras as exportações globais. Talvez, não
por coincidência, a ONU tenha divulgado na mesma semana o relatório
da fome mostrando que o drama aumentou drasticamente no mundo, nos
últimos dez anos.
O Brasil está entre os 19 países que conseguiram diminuir esse flagelo.
“A formação de uma nova ordem social deve diminuir os indicadores de
pobreza do planeta. A nova ordem precisa incluir uma economia de
mercado global mais justa na distribuição de riquezas”, disse o
economista americano Mark Ritchie, do Instituto de Agricultura e Política
de Comércio (IATP), dos Estados Unidos.
Ritchie participou do ciclo de debates promovido pelo Instituto Brasileiro
de Análises Sociais e Econômicas (IBASE), em Janeiro de 2003, em Belo
Horizonte.
O tema do ciclo foi “A agenda pós neo liberal, fazendo possível um novo
mundo”.
Mark Ritchie falou sobre o duelo “democracia X guerra civil global” e disse
que transparência do mundo depende de uma nova relação comercial. O
americano elogiou a atitude do Brasil, “ que lidera uma luta na América do
Sul contra as tarifas comercias que geram fome e miséria para milhões de
pessoas”.
Para o economista Márcio Pochmann, o objetivo da indústria da pobreza
“é dominar a clientela politicamente mediante a distribuição de cotas. As
igrejas, as ONGs e as empresas têm seus pobres... todos produzem
politicamente a perpetuação da pobreza ao longo do tempo”.
Assistencialismo ou emancipação! “filantropia é uma ação social que não
tem objetivo estratégico”, explica o analista de mercado e especialista em
balanço social Roberto Souza Gonzáles, Diretor de Estratégia Social da
Coorp Brasil. “A responsabilidade social está ligada a um projeto
estratégico das empresas, sem perder de vista seus funcionários e
diferentes públicos externos”.
Gonzáles reforça o coro dos que atribuem ao sociólogo Hebert de Souza,
o Betinho, o primeiro encontro, no Brasil, entre a fome e o poder
econômico. “Betinho é um marco. Ele procurou a Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) para exigir das empresas de capital aberto um balanço
social de suas operações.
Tudo começou ali em 1996, para valer. Hoje temos fundos de
investimento que só trabalham com papéis de empresas socialmente
responsáveis. Temos agora o BOVESPA social, que seleciona projetos
para investidores que querem patrocinar as centenas de ONGs que se
espalham pelo Brasil, diz o analista.
A discussão sobre o certo e o errado na área social está longe de
terminar, pois puristas dizem que as empresas estão usando “slogan
sérios” para vender laticínios e carros: “Junta Brasil, Test Drive Solidário e
Empresa Cidadã são algumas apropriações suspeitas do mercado
publicitário”, disse uma economista que não quis se identificar.
Os críticos reclamam que o “poder econômico está ocupando um espaço
que deveria ser ocupado pelo estado”. Outro tópico da discussão diz
respeito a isenção fiscal. Algumas ONGs sustentadas por empresas
defendem isenção fiscal maior para aquelas que montam fundações ou
associações. Os críticos rebatem, dizendo que está havendo uma
operação de banalização de conceitos importantes, como o da cidadania,
e que “os impostos deveriam ser coletados pelo bem da coletividade e
não de uma minoria”.
“ Mais da metade das empresas brasileiras (59%), que praticam ações
sociais têm a filantropia como principal objetivo. É uma atitude silenciosa
porque apenas 21% dizem declarar o balanço social”, explica a
economista do IPEA Natalie Beghin.
“ Isso reflete uma herança cultural paternalista. Ao mesmo tempo vemos
a banalização de indicadores sociais como cidadania”.
As 4,2 mil empresas que atuam voluntariamente na sociedade brasileira
gastam em média, R$ 4,7 Bilhões ao ano em obras assistenciais – o que
equivale a 0,4% do PIB nacional de 2000. O gasto deve subir
consideravelmente porque 39% garantem que pretendem investir ainda
mais na área social nos próximos anos.
Especificamente entre as empresas de grande porte (que empregam 500
funcionários ou mais) a filantropia continua sendo o grande motivador
para as ações. Desse total, 88% afirmam participar de projetos sociais.
Apenas 6% do total geral de entrevistados disse estar interessado nos
benefícios tributários. “Essa foi uma grande surpresa para todos nós do
IPEA”, disse a economista Natalie Beghin.
BIBLIOGRAFIA
AGUILAR, Francis J. A Ética nas Empresas – Maximizando resultados
através de uma conduta ética nos negócios, 2ed. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 1996
FERREL, O C. Ética Empresarial – Dilemas, tomadas de decisões e
casos, 4ed. Rio de Janeiro: Reichmam & Affonso Editores, 2001
SROUR, Robert Henry. Ética Empresarial – A gestão da reputação
postura responsáveis nos negócios, na política e nas relações
pessoais, 2ed. Rio de Janeiro: Campus, 2003
NASH, Laura L. Ética nas Empresas – Guia prático para soluções de
problemas éticos nas empresas, 5ed. São Paulo: Makron Books, 2001
ARRUDA, Maria Cecília Coutinho de. Fundamentos de Ética
Empresarial e Econômica, São Paulo: Atlas, 2001
INSTITUTO ETHOS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL. Rio de Janeiro,
2003 Disponível em : <http://www.ethos.org.br.>
FUNDAÇÃO FIDES. Ética na Atividade Empresarial: uma pesquisa,
São Paulo: Loyola, 1987
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
A ÉTICA EMPRESARIAL 11
1.1 – Hist’órico da Ética Empresarial 13
1.2 – As Empresas Brasileiras 14
CAPÍTULO II
O CÓDIGO DE ÉTICA 17
CAPÍTULO IIi
OUTRAS PRÁTICAS NA BUSCA DE UM COMPORTAMENTO ÉTICO
NAS ORGANIZAÇÕES 21
CAPÍTULO IV
A ÉTICA EMPRESARIAL APLICADA 25
CAPÍTULO V
CASOS CONCRETOS 29
CONCLUSÃO 30
ANEXOS 33
BIBLIOGRAFIA 39
ÍNDICE 40