Abinforma - Setembro de 2014

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INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DE CALÇADOS SETEMBRO 2014 | Nº 278 | ANO XXIV A Abicalçados reforça a necessidade de criação de uma linha de financiamento do Governo Fe- deral para a estabilização do comércio com a Argentina. Conforme a entidade, a ferramenta garantiria o pagamento aos exportadores brasi- leiros, já que o Banco Central da Argentina tem segurado a liberação de dólares para as impor- tações do País com o objetivo de evitar a dete- rioração das suas reservas internacionais. Para o presidente-executivo da Abicalçados, Hei- tor Klein, a medida asseguraria a já consolidada posição dos produtos nacionais no mercado ar- gentino, em contraponto ao crescente ingresso dos asiáticos, que já vêm aplicando o mecanismo de forma a manter o volume de seus embarques. O Projeto Copa do Mundo, realizado pela Apex- -Brasil, terminou com sucesso para as 708 em- presas e entidades setoriais participantes. Se- gundo a agência, nos próximos 12 meses serão concretizados os US$ 6 bilhões em exportações e investimentos atraídos ao País. Conforme publicado na edição anterior do Abin- forma, a Abicalçados participou do Projeto tra- zendo compradores da França, Emirados Árabes e África do Sul. Evento, que desafia equipes a construir calçados em 24 horas, acontece em Porto Alegre/RS. Página 3 Calçadistas propõem medida, que seria amparada com recursos do FAT e sem perda salarial para o trabalhador. Página 5 A Abicalçados esclarece que o prazo para que o Sistema de Escrituração Fiscal Digi- tal das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) se torne obrigató- rio é 180 dias após a implantação do ma- nual definitivo da ferramenta – ainda não lançado. O eSocial, primeiramente, será obri- gatório para empresas grandes e médias (com faturamento anual superior a R$ 3,6 milhões). O eSocial é um projeto do Governo Federal que vai unificar o envio de informações pelo empre- gador em relação aos seus empregados. Mais informações em www.esocial.gov.br. PARA NORMALIZAR FLUXO COMERCIAL COM ARGENTINA TRIBUNAL DO MERCOSUL COMPLETA DEZ ANOS RESULTADOS DO PROJETO COPA eSOCIAL PARA A INDÚSTRIA FLEXIBILIZAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO COMO FORMA DE MANUTENÇÃO DE EMPREGOS MARATONA MUDE MOBILIZA O SETOR EM PROL DA CULTURA DO DESIGN Uma cerimônia discreta, em Assunção, marcou, no último dia 13 de agosto, o aniversário de dez anos do principal órgão de solução de contro- vérsias do Mercosul. A timidez das celebrações ilustra o pouco uso do Tribunal Permanente de Revisão (TPR). Apenas seis laudos arbitrais foram emitidos desde 2004. Ele só pode ser acionado pelos governos de cada país, que têm preferido exercitar a tolerância ou usar os ca- nais diplomáticos para lidar com barreiras co- merciais dos vizinhos. Em entrevista ao Valor Econômico, o presidente-executivo da Abical- çados, Heitor Klein, lamentou a inoperância do Tribunal: “Tivemos vários episódios em que a intervenção do tribunal teria sido crucial para garantir o cumprimento das regras no Merco- sul”. Ele lembra, porém, que o Itamaraty nunca considerou abrir litígios no TPR envolvendo a indústria calçadista. (Fonte: Valor)

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Informativo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados)

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Page 1: Abinforma - Setembro de 2014

INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DE CALÇADOSSETEMBRO 2014 | Nº 278 | ANO XXIV

A Abicalçados reforça a necessidade de criação de uma linha de financiamento do Governo Fe-deral para a estabilização do comércio com a Argentina. Conforme a entidade, a ferramenta garantiria o pagamento aos exportadores brasi-leiros, já que o Banco Central da Argentina tem segurado a liberação de dólares para as impor-tações do País com o objetivo de evitar a dete-rioração das suas reservas internacionais.

Para o presidente-executivo da Abicalçados, Hei-tor Klein, a medida asseguraria a já consolidada posição dos produtos nacionais no mercado ar-gentino, em contraponto ao crescente ingresso dos asiáticos, que já vêm aplicando o mecanismo de forma a manter o volume de seus embarques.

O Projeto Copa do Mundo, realizado pela Apex--Brasil, terminou com sucesso para as 708 em-presas e entidades setoriais participantes. Se-gundo a agência, nos próximos 12 meses serão concretizados os US$ 6 bilhões em exportações e investimentos atraídos ao País. Conforme publicado na edição anterior do Abin-forma, a Abicalçados participou do Projeto tra-zendo compradores da França, Emirados Árabes e África do Sul.

Evento, que desafia equipes a construir calçados em 24 horas, acontece em Porto Alegre/RS. Página 3

Calçadistas propõem medida, que seria amparada com recursos do FAT e sem perda salarial para o trabalhador. Página 5

A Abicalçados esclarece que o prazo para que o Sistema de Escrituração Fiscal Digi-tal das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) se torne obrigató-rio é 180 dias após a implantação do ma-nual definitivo da ferramenta – ainda não lançado. O eSocial, primeiramente, será obri-gatório para empresas grandes e médias (com faturamento anual superior a R$ 3,6 milhões).

O eSocial é um projeto do Governo Federal que vai unificar o envio de informações pelo empre-gador em relação aos seus empregados. Mais informações em www.esocial.gov.br.

PARA NORMALIZAR FLUXO COMERCIAL COM ARGENTINA

TRIBUNAL DO MERCOSUL COMPLETA DEZ ANOS

RESULTADOS DO PROJETO COPA

eSOCIAL PARA A INDÚSTRIA

FLEXIBILIZAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO COMO FORMA DE MANUTENÇÃO DE EMPREGOS

MARATONA MUDE MOBILIZA O SETOR EM PROL DA CULTURA DO DESIGN

Uma cerimônia discreta, em Assunção, marcou, no último dia 13 de agosto, o aniversário de dez anos do principal órgão de solução de contro-vérsias do Mercosul. A timidez das celebrações ilustra o pouco uso do Tribunal Permanente de Revisão (TPR). Apenas seis laudos arbitrais foram emitidos desde 2004. Ele só pode ser acionado pelos governos de cada país, que têm preferido exercitar a tolerância ou usar os ca-nais diplomáticos para lidar com barreiras co-merciais dos vizinhos. Em entrevista ao Valor Econômico, o presidente-executivo da Abical-çados, Heitor Klein, lamentou a inoperância do Tribunal: “Tivemos vários episódios em que a intervenção do tribunal teria sido crucial para garantir o cumprimento das regras no Merco-sul”. Ele lembra, porém, que o Itamaraty nunca considerou abrir litígios no TPR envolvendo a indústria calçadista. (Fonte: Valor)

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As condições de competitividade para indústria calçadista brasileira estão deterioradas. O ano atípico, com Carnaval tardio, Copa do Mundo no Brasil e eleições, tem sido implacável com o se-tor. Não se trata de pessimismo e sim da tirana imposição da realidade. No primeiro semestre, tanto a produção de calçados como as expor-tações caíram, 6,3% e 3,1%, respectivamente. A consequência foi a queda no nível de emprego, que já é de 7,6% segundo o IBGE. As expecta-tivas até o final deste ano, infelizmente, não são animadoras. As eleições e todas as incertezas que trazem somam mais um impacto negativo no varejo de calçados. Até mesmo o arrefecimento das importações e o dólar mais valorizado não fo-ram suficientes para a recuperação da atividade. A indústria calçadista, mesmo diante de todas as di-ficuldades de se produzir manufaturados no Brasil, segue investindo em agregação de valor, produtos de alta qualidade e parques fabris mais modernos, o que também não tem sido suficiente para re-verter as consecutivas quedas dos indicadores. A

competitividade está abalada e a indústria, isola-damente, não está sendo capaz de reverter o qua-dro. Portanto, é hora de agir a mão do Governo.

Sem perder de vista as imperiosas reformas que tanto impactam na competitividade (tributária, trabalhista etc), temas abordados diariamente pela imprensa e pautados continuamente pelas insti-tuições empresariais, com avanços e retrocessos episódicos, é preciso avançar em outras questões que igualmente podem produzir ganhos. Por exem-plo, a produtividade do processo de manufatura e o aprimoramento tecnológico do parque industrial.

Enquanto isso, todavia, há questões que devem ser encaradas de frente e positivamente para ameni-zar impactos da conjuntura que o mercado impõe no momento.

Neste particular, manter a mão de obra qualifi-cada é um grande desafio e uma necessidade. A queda na atividade tem determinado demissões e férias coletivas no setor calçadista. A situação

é grave tanto para o trabalhador, que perde seu sustento, como para a indústria calçadista, que, como se sabe, precisa de mão de obra qualificada. O setor vem registrando, em média, 1% de queda nos postos de trabalho gerados nos últimos me-ses, cenário que deve se manter até o final do ano. A solução proposta pela indústria é a flexibilização da jornada de trabalho. Assim, em vez de demitir em períodos recessivos, a empresa diminuiria a jornada de trabalho com redução salarial equivalente, sendo a diferença no salário paga pelo Governo com re-cursos do FAT, portanto sem perda de renda para o trabalhador. Trata-se de uma solução inteligente para o trabalhador, que não perderia seu emprego, para o setor privado, que poderia manter a mão de obra mesmo com ajustes na produção, e finalmente para o Governo, que economizaria nas crescentes despesas com seguro-desemprego e os constantes saques nas contas do FGTS.

É uma questão de bom senso e oportunidade, em que todos os envolvidos saem ganhando.

PRESIDENTE:Paulo Schefer

CONSELHEIROSCaetano Bianco Neto, Caio Borges Ferreira, José Carlos Brigagão Do Couto, Júnior César Silva, Lioveral Bacher, Marco Lourenço Müller, Milton Cardoso, Paulo Roberto Schefer, Paulo Vicente Bender,

Heitor KleinPresidente-executivo da

Abicalçados

HORA DE AGIR

editorial

Renato Klein, Ricardo José Wirth, Rosnei Alfredo da Silva, Sérgio Gracia e Thiago Borges.

PRESIDENTE-EXECUTIVO:Heitor Klein

CONSULTORESAdimar Schievelbein, Edson Morais Garcez e Rogério Dreyer

ABINFORMA é o informativo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados

Nº 278 Setembro | 2014 Ano XXIV

EDIÇÃOAlice Rodrigues (Mtb. 12.832) e Diego Rosinha (Mtb. 13.096)

TEXTOSAlice RodriguesDiego RosinhaRoberta Ramos

FOTOSEquipe Abicalçados e divulgação

PRODUÇÃO GRÁFICAGabriel Dias

CONTATORua Júlio de Castilhos, 561Novo Hamburgo/RS - Cep: 93510-130Fone: 51 3594-7011 Fax: 51 3594-8011

E-mail: [email protected]@abicalcados.com.brwww.abicalcados.com.br @abicalcados fb.com/abicalcados

Exportador brasileiro teme vender para Argentina O governo de Cristina Kirchner já criava restrições burocráticas para dificultar as compras de produtos brasileiros com uma meta específica: evitar a saída de dólares. Os números explicam. A Argentina tem reservas para pa-gar cinco meses de importações. O argentino Leandro Gonzalez, sócio da empresa de importação e exportação Sandler & Travis, diz que já há falta de dólares. “Havia a expectativa de que no segundo semestre a situação melhoraria. Com o default não creio que vá piorar, mas não vai melhorar.” As indústrias de cal-çados vão pelo mesmo caminho. A Argentina é o segundo mer-cado, após Estados Unidos, mas os negócios mínguam. “Vamos embarcar neste ano menos da metade que no ano passado”, diz Heitor Klein, presidente executi-vo da Abicalçados.

Crise sem fim na indústriaMais de metade dos principais setores da indústria ainda não conseguiu se recuperar da crise mundial de 2008. Isso é o que mostra levantamento elabora-do pelo IEDI com exclusividade para o GLOBO. O trabalho ana-lisa o desempenho da produ-ção de 23 setores da indústria nos últimos seis anos. Deste total, 12 apresentaram queda. - A produção de vários setores ainda não voltou ao nível pré--crise. É algo muito forte. Isso mostra que houve uma desin-dustrialização - afirma o ex--secretário de Política Econô-mica do Ministério da Fazenda, Júlio Sérgio Gomes de Almeida. [...] O presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, tem a mesma avaliação e destaca que esses problemas criaram um desânimo generalizado entre os empresários. Para ele, a perspectiva de qualquer me-lhora ainda está distante.

Maratona calçadista divulga programação Com a missão de instigar e re-conhecer os talentos do setor, a Maratona Mude, que ocorre nos dias 26 e 27 de setembro, no Barra Shopping Sul, em Porto Alegre, além de oportunizar uma batalha desafiadora aos desig-ners calçadistas, realizará, no segundo dia do evento, uma ma-ratona de ideias com renomados profissionais. Abordando de maneira descontraída os temas tecnologia, criatividade, imagem e brand experience, o encontro começa às 8h30, com abertura e credenciamento, e segue até às 19h30. Além das palestras, simultaneamente acontecerão workshops sobre eco design, tendências, marketing e moda. O projeto é uma realização da Abicalçados e Brazilian Foo-twear, e conta ainda com o pa-trocínio da Apex-Brasil, Francal Feiras e Grupo Couromoda.

Exportações de calçados seguem caindo em 2014 A valorização de 2,7% do dó-lar frente ao real em julho não foi suficiente para evitar mais uma queda nas exportações de calçados. No mês passado fo-ram embarcados 8,24 milhões de pares que geraram US$ 86,36 milhões, 6,3% menos do que em julho de 2013. No acumulado de janeiro a julho, os embarques de 71,9 milhões de pares por US$ 608,72 mi-lhões já apontam uma queda de 3,1% com relação a igual período do ano passado. Se-gundo o presidente executivo da Abicalçados, Heitor Klein, o quadro só não é pior devido a uma recuperação do merca-do norte-americano, que, no mês passado, comprou 8,5% a mais do que no ano anterior (US$ 19 milhões).

Dívida da Argentina aumenta incertezas sobre exportações As exportações de calçados para a Argentina, que já so-freram uma redução “devas-tadora” nos últimos anos de-vido às barreiras não tarifárias impostas pelo governo Cris-tina Kirchner e às dificulda-des de acesso a divisas pelos importadores locais, têm pela frente um cenário ainda mais incerto com a crise da dívida. A avaliação é do presidente--executivo da Abicalçados, Heitor Klein, que prevê para 2014 o pior resultado das vendas para o merca-do argentino desde 2002, logo após a última grande turbulência econômica en-frentada pelo país. De janei-ro a junho, as exportações ao país caíram 39,1% sobre igual período do ano passado, para US$ 33,1 milhões.

Calçados Bibi tem estratégia para fortalecer a marca na Ásia A Calçados Bibi - participante do Projeto Setorial Brazilian Footwear desde 2003 - ado-tou uma iniciativa inovadora para lançar em Hong Kong a sua nova linha de produtos ArtFun. A marca promoverá uma competição de dese-nhos envolvendo as crianças. O prêmio para os primeiros colocados será um certificado do SwissArt Studio”s - famo-so espaço de artes de Hong Kong voltado à criança - e a exposição dos desenhos ven-cedores nas vitrines das lojas, junto a pares de calçados personalizados por artistas famosos. A competição de desenhos entre as crianças, denominada Drawing Shoes Competition, será realizada de agosto a outubro de 2014, e vai envolver crianças da fai-xa etária de 0 a 12 anos.

abi na mídia

Jornal Valor --- Página 7 da edição "04/08/2014 1a CAD B" ---- Impressa por CGBarbosa às 03/08/2014@20:32:08

Sábado, domingo e segunda-feira, 2, 3 e 4 de agosto de 2014 | Valor | B7Enxerto

JornalValor Econômico -CADB -EMPRESAS - 4/8/2014 (20:32) - Página 7-Cor: BLACKCYANMAGENTAYELLOW

Empresas |Tendências&Consumo

Calçados Fabricantes esperam para 2014 o pior anode vendas ao país vizinho desde a crise de 2002

DívidadaArgentinaaumenta incertezassobre exportações

NECOVARELLA/VALOR

HeitorKlein, presidente daAbicalçados: alémdasbarreiras não tarifárias, crise nopaís vizinhodificulta cenário

SérgioRuckBuenoDePortoAlegre

As exportações de calçados paraa Argentina, que já sofreram umaredução “devastadora” nos últi-mos anos devido às barreiras nãotarifárias impostas pelo governoCristina Kirchner e às dificuldadesde acesso a divisas pelos importa-dores locais, têm pela frente umcenário ainda mais incerto com acrise da dívida. A avaliação é dopresidente-executivo da Associa-ção Brasileira das Indústrias deCalçados (Abicalçados), HeitorKlein, que prevê para 2014 o piorresultado das vendas para o mer-cado argentino desde 2002, logoapós a última grande turbulênciaeconômicaenfrentadapelopaís.

Tomando como base o ritmo doprimeiro semestre e os relatos dasempresas sobre as perspectivas emrelaçãoaosnegóciosnospróximosmeses, as exportações para a Ar-gentina devem ficar em torno deUS$ 50 milhões neste ano, anteR$ 118,9 milhões em 2013, disseKlein.De janeiroa junho, as expor-tações ao país caíram 39,1% sobreigual período do ano passado, pa-raUS$33,1milhões.

Após cair para US$ 15,8 milhõesem 2002, os embarques se recupe-raram gradualmente e atingiramUS$ 195,3 milhões em 2011, masdesde então só diminuem. Se aprevisãodaAbicalçadospara2014

se confirmar, a Argentina pode re-cuar da segunda para a quarta ouaté a quinta posição entre os prin-cipais destinos dos sapatos brasi-leiros no exterior, atrás de EstadosUnidos, Angola, França (que noprimeiro semestre comprou ape-nas US$ 1,2 milhão a menos que osargentinos)eatédoParaguai.

Também chama a atenção o fa-to de que a redução do fatura-mento com os embarques para aArgentina é influenciada maispela queda dos preços do que pe-la retração dos volumes. No pri-meiro semestre, o número de pa-res vendidos caiu 10,7%, para 2,2milhões, enquanto o preço mé-dio caiu 31,8%, para US$ 14,83.

ParaKlein, comacriseeconômi-ca e a perda de poder aquisitivodos consumidores argentinos, asempresasbrasileirassãoobrigadasa trabalhar com produtos mais“econômicos” para salvar os negó-cios. Uma das alternativas é fazermodelos mais simples e substituirmatérias-primas como couro na-turalpormateriais sintéticos.

Outra consequência é a perdade espaço dos calçados brasilei-ros em relação aos asiáticos nomercado argentino. Segundo opresidente da Abicalçados, até2008 o Brasil supria 70% das im-portações da Argentina e a Ásia,30%. Agora a situação se inverteu.

E o desempenho negativo nãose resume aos negócios com os

argentinos. Segundo Klein, comoreal valorizado,ocalçado brasi-leiro fica mais caro noexterior earetração é generalizada. No pri-meiro semestre a queda foi de2,6%emvalor,paraUS$522,4mi-lhões, apesar da alta de 6,2% emvolume, para 63,7 milhões de pa-res. O preço médio caiu 8,2%, pa-ra US$ 8,20 o par.

Dos dez maiores compradoresde calçados brasileiros, apenas Es-tados Unidos, Angola e Colômbiaelevaram as importações no pri-meirosemestre.Por isso, asempre-sas tentam diversificar mercadospara substituir a Argentina e co-meçam a prestar atenção a desti-nos como Colômbia, México e Pe-ru. Paraoano, aesperançadosetoré que as encomendas nas feiras deDüsseldorf, na Alemanha, e de Mi-lão,naItália,permitamumdesem-penho igual a 2013, com exporta-çõesdeUS$1,1bilhão.

Para a Bibi, a Argentina “saiu doradar” devido à situação política eeconômica local. Segundo o dire-tor administrativo e financeiro,Rosnei Alfredo da Silva, a empresachegou a exportar 350 mil parespor ano ao país vizinho até 2007 eainda não tomou calote porquetrabalha com um importador delonga data. Agora, porém, a situa-çãoédeextrema incerteza, avalia.

No ano passado, as exportaçõesda Bibi para os argentinos se redu-ziram a 185 mil pares, sendo 35

milnoprimeirosemestree150milno segundo. Na primeira metadede 2014 as vendas zeraram e osembarques limitaram-se a 15 milpares negociados no ano passadoe que ainda não haviam recebidolicença do governo para entrar nopaís. “Ainda temos 10 mil parespendentes”, diz o executivo. Mes-mo com a queda, a Argentina re-presentou um terço das exporta-ções da Bibi em 2013. Agora, a em-presa está aumentando os negó-cios com mercados como HongKong,Colômbia,MéxicoePeru.

As indústrias do polo calçadistade Franca (SP) já fizeram nas últi-mas décadas um trabalho de pul-verização das exportações. Deacordo com o Sindicato da Indús-tria de Calçados de Franca (Sindi-franca), as empresas do polo ex-

portamatualmentepara89países.A Argentina, que já foi um destinoimportante, hoje representa 0,4%das exportações da região. No pri-meiro semestre, as vendas para aArgentina somaram 2,5 mil parese US$ 172 mil. Em volume, houvequeda de 78% em relação ao pri-meiro semestre de 2013. Em recei-ta,houvereduçãode81%.

A queda das exportações para aArgentina foi compensada pelasvendas a outros países. No primei-ro semestre, as exportações de cal-çados cresceram 8,8%, para 1,57milhãodepares. Emreceita,houvequeda de 2,5%, para US$ 41,7 mi-lhões. A região exporta 4,1% da suaprodução. Os principais destinossão Estados Unidos (30% do totalexportado),ArábiaSaudita (12%)eEmiradosÁrabes (6%).

A Arezzo está entre as empre-sas que não possuem exporta-ções significativas para a Argen-tina, segundo Thiago Borges, di-retor de relações com investido-res da companhia. Atualmente,5% da receita da Arezzo vem domercado externo e as vendas pa-ra a Argentinas são irrisórias.

“O default em si da Argentinanão tem impacto nas nossas ex-portações,mascertamenteacriseexerce um efeito negativo sobre aeconomia internacional e indire-tamente afeta o setor”, afirmou.No primeiro semestre, a Arezzoapresentou uma queda de 4,6%na receita com o mercado exter-no, para R$ 26,2 milhões. Essa re-ceita inclui vendas em lojas pró-prias fora do Brasil. (ColaborouCibelle Bouças, de São Paulo)

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SÃO PAULO12-13 AGOSTO

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Luciano Coutinho - Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES

PALESTRANTE

Antonio Carlos Botelho MegaleVice-Presidente da Associação Nacional dasFabricantes de Veículos Automotores - ANFAVEA

José Carlos MartinsPresidente da Câmara Brasileira da Indústriada Construção - CBIC

José VellosoPresidente Executivo da Associação Brasileira daIndústria de Máquinas e Equipamentos – ABIMAQ

Eloi Fernández y FernándezDiretor Geral da Organização Nacional da Indústriado Petróleo - ONIP

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Jornal do Comércio - Porto Alegre Terça-feira12 de agosto de 2014

Economia13

COMÉRCIO EXTERIOR

A balança comercial brasi-leira iniciou agosto com déficit(exportações menores que im-portações) de US$ 336 milhões. Ovalor refere-se às duas primeirassemanas do mês, que somaramseis dias úteis. O resultado nega-tivo decorre de US$ 5,455 bilhõesem exportações e de US$ 5,791bilhões em importações. No ano,há déficit de US$ 1,255 bilhão. Osdados foram divulgados ontempelo Ministério do Desenvolvi-mento, Indústria e Comércio Ex-terior (MDIC).

Do lado das exportações, amédia diária, que correspondeao volume negociado por diaútil, ficou em US$ 909,2 milhões,6,6% inferior à registrada emagosto de 2013. Já nas importa-

ções, a média ficou em US$ 965,2milhões, 5,1% superior à do mes-mo mês do ano passado.

Contribuiu para a diminui-ção da receita com exportaçõesa queda nas vendas de produtosmanufaturados (21%) e semima-nufaturados (8,8%). No primei-ro grupo, recuou o valor obtidocom o comércio de automóveis,aviões, veículos de carga, açúcarrefinado, motores para veículos,motores e geradores, máquinaspara terraplanagem e tratores.Nos semimanufaturados, dimi-nuiu o valor arrecadado comouro, açúcar bruto e celulose.

Nas importações, cresceram,principalmente, os gastos comcombustíveis e lubrificantes, ce-reais e produtos de moagem.

Vendas externas do agronegócioatingem US$ 9,61 bilhões em julho

Balança comercial inicia agostocom déficit de US$ 336 milhões

Exportações de calçadosseguem caindo em 2014No acumulado do ano, redução do setor calçadista já ultrapassa 3%

A valorização de 2,7% do dó-lar frente ao real em julho não foisuficiente para evitar mais umaqueda nas exportações de calça-dos. No mês passado foram em-barcados 8,24 milhões de paresque geraram US$ 86,36 milhões,6,3% menos do que em julho de2013. No acumulado de janeiro ajulho, os embarques de 71,9 mi-lhões de pares por US$ 608,72milhões já apontam uma quedade 3,1% com relação a igual perí-odo do ano passado.

Segundo o presidente exe-cutivo da Associação Brasileiradas Indústrias de Calçados (Abi-calçados), Heitor Klein, o quadrosó não é pior devido a uma recu-peração do mercado norte-ame-ricano, que, no mês passado,comprou 8,5% que no mês setedo ano anterior (US$ 19 milhões).“As condições de competitivida-de estão deterioradas. Mesmocom a valorização gradual do dó-lar sobre o real não conseguimosmelhorar os resultados, o que ésintomático de uma atividadeem crise, extremamente abaladapela perda do seu segundo prin-cipal mercado – Argentina – earcando com custos de produçãocada vez maiores”, avalia.

Por sua vez, as importaçõestambém caíram no período, oque pode ser um reflexo da me-nor demanda por calçados nomercado doméstico brasileiro, jáque o varejo registra queda de0,4% no acumulado do ano. “Nãoobservamos recuperação algumadepois da Copa do Mundo. A elei-ção é um fenômeno atípico que,da mesma forma, produzirá efei-to negativo nas vendas do vare-jo. Infelizmente, a previsão é deque 2014 seja um ano complicadopara a indústria calçadista do iní-cio ao fim, com todos indicadoresabaixo do aceitável para a saúdedas empresas”, comenta Klein.

Com a queda de 25% regis-trada em julho, as importações,agora, somam US$ 355,2 milhõesnos sete meses de 2014, incre-mento de 3,7% com relação aomesmo período de 2013. Já a cor-rente de comércio caiu 13,4% nomês sete. “O resultado reflete aqueda no consumo, o endivida-mento cada vez maior dos brasi-leiros e uma inflação em alta. Denada adianta diminuir o ímpetodas importações sem vendas”,completa o executivo.

Com uma recuperação de4% nas receitas geradas pelos

embarques de julho, o Rio Gran-de do Sul continua na liderançaentre os exportadores de calça-dos. Entre janeiro e julho desteano os gaúchos embarcaram 9,8milhões de pares por US$ 222,93milhões, soma que aponta parauma queda de 2,7% ante mesmoperíodo de 2013.

O segundo maior exportador éo Ceará, que registrou uma quedade 14,5% no mês passado, chegan-do à soma de US$ 168,36 milhõesnos sete primeiros meses de 2014,valor 1,2% superior ao auferido nomesmo ínterim de 2013.

Registrando mais uma quedanas exportações, São Paulo, queviu suas receitas com os embar-ques caírem 11% em julho em re-lação ao mesmo mês do ano pas-sado, soma US$ 87,3 milhões nossete meses de 2014. O incrementono acumulado é de 3,1%.

Os Estados Unidos seguemsendo o principal destino das ex-portações brasileiras de calçados.Entre janeiro e julho, os norte--americanos somaram US$ 107,14milhões em compras do Brasil, re-sultado 3,6% superior ao auferidono mesmo período de 2013.

Mesmo em queda brusca, aArgentina segue sendo o segun-do mercado. Nos sete meses do

ano foram enviados para lá oequivalente a US$ 44 milhões,35% menos do que em igual perí-odo do ano passado.

A França foi o terceiro des-tino, importando US$ 37,25 mi-lhões em calçados verde-amare-los. O resultado é 11% inferior aoregistrado em 2013.

A boa notícia de julho foi oarrefecimento das importaçõesdo Vietnã, Indonésia e China, ostrês principais exportadores decalçados prontos para o Brasil.Juntos, os três países, que repre-sentam 85% do total importadopelo varejo brasileiro, registra-ram queda de quase 30% nomês. Já no acumulado, Vietnã eIndonésia seguem com resulta-dos positivos. O primeiro comer-cializou US$ 211,3 milhões para oBrasil, 16% mais do que em 2013.

Já a Indonésia exportou US$63,22 milhões, incremento de3%, e a China US$ 35,65 milhões,queda de 8,6%.

Em partes de calçados – ca-bedais, solas, saltos, palmilhas,entre outros - o Brasil importou oequivalente a US$ 49,3 milhõesno período, uma queda de 11,8%com relação a 2013. Os principaisfornecedores são China, Vietnã eIndonésia.

Gaúchos embarcaram 9,8 milhões de pares nos primeiros sete meses

JOÃO

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TOS

/JC

As exportações do agronegó-cio brasileiro alcançaram o mon-tante de US$ 9,61 bilhões em ju-lho de 2014. Dentre os principaisprodutos, os itens de origem ani-mal participaram com 22,2% dototal exportado no mês (US$ 2,13bilhões). Já os produtos de ori-gem vegetal formaram a maioriadas exportações do agronegócio(77,8%), com o montante total deUS$ 7,48 bilhões.

O principal setor exportadorem julho deste ano foi o comple-xo soja, com vendas de US$ 3,94bilhões, representando 41% dototal das exportações do agrone-gócio. O principal item foi a sojaem grãos, com valor negociadode US$ 3,15 bilhões. Para o farelode soja, as vendas chegaram aUS$ 657 milhões e o óleo de sojafoi responsável por uma receitade US$ 131 milhões.

O setor de carnes foi o se-

gundo principal exportador emjulho, com o montante de US$1,66 bilhão. O destaque do setorficou com a carne de frango, comvendas de US$ 772 milhões. Acarne bovina alcançou US$ 690milhões e a suína gerou US$ 139milhões.

Em terceiro lugar está o com-plexo sucroalcooleiro, que expor-tou a quantia de US$ 1,05 bilhão,sendo que o açúcar foi o principalproduto do setor a ser exportado(US$ 996 milhões). Porúltimo, dosquatro primeiros setores, estão osprodutos florestais, com vendasde US$ 882 milhões, tendo papele celulose liderado as vendas dosetor (US$ 652 milhões).

Nos últimos 12 meses, asexportações do agronegócio ba-teram a marca de US$ 99,81 bi-lhões, mantendo as exportaçõesdo complexo soja na liderança(US$ 33,84 bilhões).

Segunda-feira 25 .8 .2014 O GLOBO l 15

EconomiaNovoplanoPÁG. 16

OSX QUER RECEBERAPORTE DE CREDORESEmpresa naval de Eike, em recuperação judicial, querconvencê-los a injetar R$ 150 milhões na companhia

DIVULGAÇÃO/2-7-2013

Indústria farmacêuticaPÁG. 17

ROCHE LEVA EMPRESADOS EUA POR US$ 8,3 BIInterMune (foto) fabrica droga para fibrose pulmonarcom potencial para vendas de US$ 1 bilhão por ano

DAVID PAUL MORRIS/BLOOMBERG NEWS

MARCHAARÉ_

Crise sem fimna indústria

Metade dos principais setores acumulamperdas na produção desde 2008

LEO MARTINS

Perdas. Confecção Camarim, no Recreio, que fornece para marcas do Rio e de São Paulo: setor teve queda de 18,7%

-BRASÍLIA ERIO-Mesmocomdesoneraçõesbilionárias,reduçãode juros e incentivos aocrédito eao inves-timento,mais demetade dos principais setores daindústria ainda não conseguiu se recuperar da cri-se mundial de 2008. Isso é o que mostra levanta-mento elaborado pelo Instituto de Estudos para oDesenvolvimento Industrial (Iedi) com exclusivi-dade para o GLOBO. O trabalho analisa o desem-penho da produção de 23 setores da indústria nosúltimos seis anos. Deste total, 12 apresentaramqueda. É o caso da indústria têxtil (-29,6%), de fa-bricação de produtos de informática, eletrônicos eópticos (-25,1%) e veículos (-24,3%).—A produção de vários setores ainda não vol-

tou ao nível pré-crise. É algo muito forte. Issomostra que houve uma desindustrialização —afirma o ex-secretário de Política Econômica doMinistério daFazenda, Júlio SérgioGomesdeAl-meida, que participou da elaboração do estudo.Para Almeida, o resultado ruim é uma combi-

nação de baixa produtividade e concorrência in-ternacional acirrada, especialmente com a Chi-na, e desaquecimento da economia global. Opresidente-executivo da Associação Brasileiradas Indústrias deCalçados (Abicalçados), HeitorKlein, tem a mesma avaliação e destaca que es-sesproblemas criaramumdesânimogeneraliza-do entre os empresários. Para ele, a perspectivade qualquer melhora ainda está distante:— No setor de calçados, houve queda de 7,7%

no nível de emprego este ano e os investimentoscaíram. Houve uma clara desindustrialização enãohá sinal de reversãodoquadroa curtoprazo.Klein avalia que o governo agiu corretamente

para tentar minimizar os efeitos da crise sobrea indústria, mas ainda deixou a desejar:— A desoneração da folha de pagamento das

empresas, por exemplo, foi boa, mas o Reinte-gra (que concede créditos tributários aos ex-portadores) teve problemas — disse.— Existe uma desindustrialização que aumenta

a cada dia — afirma o diretor superintendente daAssociação Brasileira da Indústria Têxtil e de Con-fecções (Abit), FernandoPimentel.—Háumdesa-lento como quadro atual.Para Pimentel, os problemas internacionais sur-

gidos comacrisede2008 se agravarampelas fragi-lidades internasdoBrasil, comocarga tributáriaal-ta e complexa e deficiência de infraestrutura. Eletambém aponta problemas na política externa:— Nossas relações internacionais nos deixa-

ram amarrados noMercosul e fizemos acordoscomerciais com países de mercado pequeno.Os empresários reclamam do aumento nas

importações. Para Luiz Fernando D’Aguiar,diretor-executivo da Werner Tecidos, issoprejudicou a indústria nacional.

— AWerner vende tecidos de alta moda. Ou-tras empresas que fabricam tecidos mais bara-tos sofreram um impacto violento vindo daChina porque o volume de produção lá émuitoalto e barato, apesar de a qualidade não ser tãoboa. Não tem como a indústria brasileira com-petir com a chinesa — afirma.Sandra Oliveira, uma das sócias da Confecção

Camarim, fornecedora de roupa para lojas con-ceituadas do Rio e de São Paulo, também atribuia queda do setor ao maior volume de importa-ção de países comoChina e Índia e pondera queos altos custos da matéria-prima do país, de im-postos e de mão de obra torna a competiçãomais difícil. O setor de confecção tem perdas de18,7% desde 2008, segundo o Iedi.— É a crise mais forte desde que estou neste

ramo — diz Sandra, que trabalha no setor hámais de 20 anos.O presidente da Associação Nacional de Fa-

bricantes de Veículos Automotores (Anfavea),Luiz Moan, por sua vez, tem uma visão maisotimista. Representante do setor que mais re-cebeu ajuda do governo desde a crise — comdesonerações de IPI, proteção de indústria na-cional e medidas para estimular o crédito paraa compra de automóveis— ele considera que opessimismo dos empresários está relacionadoao fraco desempenho da economia no primei-ro semestre de 2014, que foi agravado pelo fatode a Copa doMundo ter reduzido o número dedias úteis, afetando a produção e as vendas:— Alguns de nossos indicadores internos mos-

tram que teremos um segundo semestremelhor.

COSMÉTICOS E BEBIDAS AVANÇAM COM CLASSE MÉDIAOcenário dos últimos seis anos não foi ruimparatodos os setores. O trabalho do Iedi destaca quealguns conseguiram superar a crise e elevar suaprodução.Neste grupo, estão a fabricação de pro-dutosde limpezaecosméticos (comaltade18,7%nos últimos seis anos) e bebidas (21,6%). Segun-do o ex-secretário, esse resultado se deve princi-palmente ao surgimento da nova classemédia:—Quem se deu bem nesse período, o fez por

causa da classe C, que está consumindo mais.O presidente da Associação Brasileira da In-

dústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cos-méticos (Abihpec), João Carlos Basilio, destacaque esse fenômeno ajudou a preservar as em-presas desse segmento no Brasil:— Vimosmaior acesso das classes D e E a es-

se tipo de produtos e também a classe C bus-cando itens de maior valor agregado.Mesmo assim, o presidente da Abihpec vê

compreocupação o quadro atual da economia,lembrando que está difícil fazer projetos de in-vestimento de longo prazo no Brasil.A equipe econômica se defende afirmando que

o clima de pessimismonão é prerrogativa brasilei-

ra e se deve ao fraco desempenho da economiamundial. Segundoos técnicos, noBrasil, há aindaoagravante do cenário eleitoral, que cria incertezas.— A crise internacional bateu em cheio na in-

dústria de transformação. Quando exportammenos, as empresas ficam com estoques e senão conseguem vendê-los no mercado domés-tico, isso afeta o emprego e a produção — afir-mou um técnico do governo.Mesmo assim, oMinistério da Fazenda acredita

que o quadro tende a melhorar já no segundo se-mestre de 2014. Ao anunciar incentivos ao créditonaúltimaquarta-feira, oministrodaFazenda,Gui-do Mantega, afirmou que a confiança dos consu-midores está aumentando, o que deve elevar oconsumo e reduzir os estoques. l

MARTHABECK

[email protected]

“A produção de váriossetores ainda não voltouao nível pré-crise. É algomuito forte. Isso mostraque houve umadesindustrialização”Júlio Sérgio Gomes de AlmeidaEx-secretário de Política Econômica doMinistério da Fazenda

ColaborouFlaviaAguiar

NAWEBhttp://bit.ly/1vxAwILInfográfico mostra o desempenho de cadasetor da indústria desde 2008

Product: OGlobo PubDate: 25-08-2014 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_O User: Asimon Time: 08-24-2014 21:06 Color: CMYK

03/08/2014 Época Negócios epocanegocios.globo.com

06/08/2014 Aduaneiras | aduaneiras.com.br

25/08/2014 Jornal NH Negócios | Pág. 11

04/08/2014 Valor Econômico Empresas | Pág. 7

12/08/2014 Jornal do Comércio Economia | Pág. 13

25/08/2014 O Globo Economia | Pág. 15

CONSELHO DELIBERATIVO

Page 3: Abinforma - Setembro de 2014

setembro 2014 - abinforma 3

Com a missão de criar uma cultura do Design no setor calçadista nacional, a Abicalçados promove a Maratona MUDE. O evento,

pioneiro no segmento, acontece nos dias 26 e 27 de setembro, no Barra Shopping Sul, em Porto Alegre/RS, e consiste em uma mara-tona criativa, na qual equipes de designers deverão construir três protótipos de calçados em 24 horas. Além da batalha criativa, a ini-ciativa contará com palestras, workshops e exposições.

Com premiação de R$ 15 mil e bolsa integral para curso de Design do Istituto Europeo di Design (IED) a ser realizado na Abicalçados, o projeto mostrará todas as etapas de desenvolvi-mento do produto. “Inovar é um processo e design está dentro disso. O intuito principal da Maratona MUDE é revelar novos talentos e processos, mostrar que é possível criar o novo com os mesmos recursos”, ressalta o consultor de Design Estratégico da Abicalçados, Dario Henke.

A batalhaPara a batalha criativa, uma comissão julgadora formada por pro-fissionais renomados selecionará as quatro melhores equipes inscri-tas. No evento, as equipes deverão criar, desenvolver e produzir três calçados – um pé direito de cada modelo – em nível de protótipo. Os designers contarão com a mentoria do renomado estilista Lino Villaventura durante a competição. Segundo ele, o calçado brasileiro carece de uma identidade mais precisa e que tenha reconhecimento internacional. “Possuímos todas as condições e matérias-primas ne-cessárias para modelar sapatos de qualidade. O que falta é inovação na hora de criar o design dos produtos”, explica Villaventura.

O estilista salienta que a MUDE tem importância fundamental, pois oportuniza criar um movimento em busca dessa identidade, como forma de ajudar a suprir a carência criativa, explorando a veia artística dos profissionais do setor e identificando novos ta-lentos. “O projeto também visa abrir portas para que os designers que se diferenciam dos demais possam ser reconhecidos pelos fabricantes”, pontua.

Sobre os critérios de avaliação da batalha, Villaventura indica que qualidade, conforto e criatividade são quesitos fundamentais.

InformaçãoAlém da batalha criativa, o evento terá ainda workshops e pa-lestras com reconhecidos especialistas do setor calçadista. A

“maratona de conteúdo” será no segundo dia (27). Abordan-do de maneira descontraída os temas tecnologia, criatividade, imagem e brand experience, o evento inicia às 8h30min, com abertura e credenciamento, e segue até às 19h30min. Além das palestras, simultaneamente, acontecerão workshops, ministra-dos por profissionais do IED, sobre eco design, tendências, mar-keting e moda, entre outros.

O segundo lote dos ingressos, que garante o passaporte de entrada para as palestras e workshops, já está sendo comercializado. O valor é R$ 80 para público em geral e R$ 40 para estudantes – com com-provante de matricula – e associados da Abicalçados.

Os ingressos estão sendo vendidos exclusivamente pelo site www.maratonamude.com.br e são limitados. A Maratona MUDE é uma realização da Abicalçados e Brazilian Footwear que conta com patrocínio da Apex-Brasil, Francal Feiras e Grupo Couromoda.

Entre os parceiros estão as entidades representativas do setor calçadista: Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (Abrameq), Associação Brasileira de Empresas de Componen-tes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) e Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB). Na parte de con-teúdo a parceria é do IED.

Dia 27/098h - Recepção e Credenciamento

8h45min - Abertura

9h - Roberta Weiand - Diretora da Pret-a-template

Tema: Aplicativo para desenho de produto de moda

10h - Bruna Ortega – WGSN

Tema: Pesquisando tendências de moda

11h - Ítalo e Clayton - Diretor de Arte e Diretor Criativo da Vogue

Tema: Imagem e moda

12h - Intervalo

14h - Apresentação dos Trabalhos - Batalha Criativa

14h30min - André Hidalgo - Diretor da Casa de Criadores

Tema: Casa de Criadores

15h30min - João Pimenta – Estilista

Tema: Criativos e moda

16h30min - Rodrigo Krug - Diretor da Cliever 3D

Tema: Aplicação da tecnologia de impressão 3D no setor calçadista

17h30min - Edson Matsuo - Diretor de Criação da Melissa

Tema: Criatividade e lançamento da marca One by One

18h30min - Bate Papo com Dimitri Mussard - Twins for Peace

19h30min - Premiação e Encerramento

*Programação e horários sujeitos a alterações.

especial

POR UMA CULTURA DE DESIGN NO SETOR CALÇADISTA

Tenho o privilégio de estar em uma empresa que

valoriza o design e que o considera como um fator

estratégico desde o início dos anos 80.

Hoje, com a natural evolução do consumo de massa,

podemos afirmar que o design é uma poderosa ferra-

menta colaborativa (interna e/ou externa à empre-

sa) de construção de possibilidades para gerar opor-

tunidades de negócios, portanto, vejo com grande

otimismo o design na moda brasileira. Não há país

que tenha sido construído por tantas e diferentes

etnias e culturas, que tenha uma fauna e uma flora

inigualáveis, que seja um continente e que tenha a

oportunidade de falar um único idioma para consoli-

dar a nossa identidade. Temos em mãos um material

riquíssimo, basta nos concentrarmos em toda esta

potencialidade.

Maratona sem fimDe fato, o design é importantíssimo para qualquer

setor incluindo a moda, portanto, devemos buscar

um novo olhar para os negócios usando o design

colaborativo/criativo focado em nossas culturas,

inspirado em nossas referências e construindo

marcas que fazem tendências a serem seguidas.

Quem faz bom design (aquele que é desejado e

reconhecido) é copiado e a cópia é uma confir-

mação do sucesso, além de um incentivo para se

fazer mais e melhor!

Porém, mais importante do que fazer design é buscar

a fonte de novos conceitos, informações e desejos

dos consumidores. Até entrar para a Grendene, em

1984, eu nunca havia desenhado um calçado, mas

minha formação em Arquitetura e Urbanismo pro-

porcionou a oportunidade de “pensar o design” (pro-

jeto) como um todo e descobrir que o mais rico era a

formação das pessoas.

Ter a oportunidade de ver e sentir de perto nossa

diversidade de pontos de vista na Maratona MUDE,

que na sua essência é uma “maratona sem fim” (fe-

lizmente para todos nós!), garante colocar em pú-

blico questões importantíssimas que transcendem a

área de calçados e, principalmente, o design feito

por nós brasileiros. O importante é o quanto somos

capazes de nos movermos.

Importante que se frise, também, que qualquer

evolução ou mudança não será dada, mas conquis-

tada. Desta forma, temos que abandonar definiti-

vamente a cultura da exportação de mão de obra

e focar exclusivamente na construção de marcas

através do design.

*É arquiteto e trabalha com design há mais de 30 anos.

Atualmente faz parte da equipe Grendene.

O DESIGN COMO FERRAMENTA COLABORATIVA Edson Matsuo*

OLHAR DE ESPECIALISTA

Maratona criativa acontece no Barra Shopping Sul, em Porto Alegre, nos dias 26 e 27 de setembro

PROGRAMAÇÃO DE PALESTRAS*

Maratona MUDE (Batalha criativa + Ciclo de palestras)

Quando: 26 e 27 de setembro de 2014

Onde: Barra Shopping, em Porto Alegre/RS

Regulamento: www.maratonamude.com.br/regulamento

Fanpage: www.facebook.com/maratonamude

SERVIÇO

Dia 27/0910h - Pesquisa de Tendências e Cool Hunting

Ministrado por Bruno Pompeu (IED São Paulo)

14h - Marketing Aplicado à Moda

Ministrado por Katherine Sresnewsky (IED São Paulo)

16h - Eco Design

Ministrado por Christian Ullmann (IED São Paulo)

18h - Planejamento de Coleção

Ministrado por Meline Moumdjian (IED São Paulo)

PROGRAMAÇÃO DE WORKSHOPS*

Page 4: Abinforma - Setembro de 2014

abinforma - setembro 20144

abinotícias

Com o objetivo de incrementar a competitivi-dade da indústria calçadista, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Se-brae/RS), em parceria com a Abicalçados pro-moveu, no dia 28 de agosto, a terceira edição do Encontro entre Ofertantes e Tomadores. O evento, que aconteceu num espaço de mais de 800 metros quadrados, no Centro de Conven-ções da Fenac, em Novo Hamburgo/RS, propor-cionou o encontro de indústrias de calçados e prestadores de serviços para o setor.

Ao todo participaram 40 prestadores de ser-viços, entre ateliês, fabricantes de matrizes, impressões etc., que tiveram a oportunidade de ter contato com grandes indústrias de calçados.

Segundo a gestora de projetos do Sebrae/RS, Carolina Rostirolla, o evento vem cres-cendo a cada edição, com negócios gerados e alinhavados. “Ano passado eram 19 presta-dores. Mais do que dobramos a participação”, comemora a gestora.

OportunidadeO consultor do Sebrae, Luis Coelho, ressalta que o Encontro já está consolidado no setor, com crescimento garantido por uma deman-da crescente pelos serviços prestados. “O in-teresse é cada vez maior, pois as empresas, especialmente as pequenas, estão cientes dos benefícios que eventos dessa natureza podem gerar”, comenta.

Com o intuito de garantir maior equilíbrio ao concurso e prestigiar quem ainda não possui experiência no mercado da moda, o julgamen-to desta edição vai dividir os participantes em dois perfis (estudantes e profissionais) em cada uma das três categorias: Calçado Femi-nino, Calçado Masculino e Bolsa Feminina ou Masculina. O candidato inscrito no perfil de estudante deve cursar graduação, pós-gra-duação ou cursos técnicos nos segmentos de moda ou design. Também podem se inscrever na categoria recém-formados no ano de 2013.

Para inspirar os participantes e comemorar a realização da 20ª edição do Prêmio, o tema escolhido foi “20 Anos de Verão TOP”. As amostras inscritas neste ano devem contem-plar elementos ou tendências que foram mar-cantes ou serviram de inspiração em qualquer verão dos últimos 20 anos.

Cada grupo concorre pelas duas primeiras colocações em cada categoria e, ao final, 12

participantes serão premiados – seis de cada. Os primeiros colocados nas três categorias ga-nham troféu, prêmio de R$ 2 mil em dinheiro. Os segundos colocados recebem R$ 1,5 mil.

Entre todas as novidades, no entanto, a que deve despertar ainda mais o interesse dos participantes é a chance – que agora é maior – de estudar três meses em uma das mais con-ceituadas escolas de estilismo de calçados e acessórios do mundo, a Moda Pelle Academy (MPA), em Milão. O Francal Top de Estilismo deste ano conta como sorteio de duas bolsas de estudos para Milão, sendo uma dedicada exclusivamente para o grupo de finalistas uni-versitários e outra para profissionais.

As inscrições para o 20º Prêmio Francal Top de Estilismo ficam abertas de 11 de agosto a 10 de outubro e podem ser feitas no site www.francaltopdeestilismo.com.br. A cerimônia de premiação está agendada para 10 de novem-bro, em São Paulo, em local a ser definido.

As empresas já inscritas para integrar o Es-tande Coletivo do RS na Couromoda 2015 participaram, no último dia 20 de agosto, do sorteio dos espaços, ocorrido na Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha. Os parceiros do projeto, a ACI, o Sebrae/RS e o Governo do Rio Grande do Sul preparam para a edição de janeiro, que acontece no Expo Center Norte, em São Paulo, de 11 a 14 de janeiro, novidades no layout, com um foco mais moderno e ressaltando ainda mais os produtos.

O gerente Regional da Couromoda, Gilmar Dalla Roza, apresentou a nova estrutura onde ocorrerá a feira. O Estande Coletivo do RS será o maior espaço do evento, com 1.564 m², localizados na Rua E, 36, na en-

trada principal Sul do lado direito, com a possibilidade de participação de 66 micro e pequenas empresas. Maico Fabiano Fer-nandes, gestor de Projetos do Sebrae/RS, enfatizou detalhes importantes principal-mente para novos integrantes do Estande Coletivo. Uma das novidades é a realização do Workshop Estratégias Visuais e Comer-ciais para empresas calçadistas, que vai ocorrer nos meses de outubro e novembro, visando a preparação dos expositores do RS na Couromoda.

As empresas interessadas em participar do estande ainda podem se inscrever. Mais in-formações podem ser obtidas pelo fone 51 2108-2108, no Setor de Relacionamento com o Cliente da ACI, ou pelo e-mail [email protected].

INSCRIÇÕES ABERTAS PARA O 20º PRÊMIO FRANCAL TOP DE ESTILISMO

ACI SORTEIA EMPRESAS PARA ESTANDE COLETIVO NA COUROMODA

SEBRAE E ABICALÇADOS PROMOVEM RODADA ENTRE INDÚSTRIA E PRESTADORES DE SERVIÇOS

DIRETRIZES DO CONVÊNIO BRAZILIAN FOOTWEAR SÃO APRESENTADASNo dia 14 de agosto a Abical-

çados reuniu as empresas participantes do programa de apoio às exportações Brazilian Footwe-ar para apresentar as diretrizes de ações para o próximo convênio, que será assinado no final deste ano e vigorará no biênio 2015/2016. O encontro, que aconteceu na sede da entidade, em Novo Hamburgo/RS, reuniu um número significativo de empresas.

Segundo o gestor de projetos da Abicalçados, Cristiano Körbes, o quórum demonstra o engajamen-to dos associados no programa. “O Brazilian Footwear, que existe desde 2000, tem a missão importante de promover as marcas brasileiras no ex-terior, não só comercialmente, mas em termos de imagem para a consolida-

ção dos mercados. A participação de um número expressivo de empresas é motivo de comemoração e demonstra que estamos no caminho certo”, co-menta o gestor. Körbes ressalta, ainda, a importância do programa como for-ma de diversificação de mercados. Se-gundo ele, em 2000, quando assinado o primeiro convênio com a Apex-Brasil, os calçados brasileiros estavam presen-tes em menos de 100 países, número que pulou para 150 em 2013.

Os coordenadores Cristian Schlindwein, da unidade de Desenvolvimento, Letícia Sperb Masselli, da unidade de Promoção Comercial e Roberta Ramos, da unidade de Promoção de Imagem apresentaram as dire-trizes de ações que serão seguidas no programa dentro de cada foco estratégico.

Page 5: Abinforma - Setembro de 2014

setembro 2014 - abinforma 5

Em meados de agosto a Abicalçados reu-niu o grupo de vencedores do 2º Prêmio

Direções para o tão esperado Curso Direções, preparado com exclusividade para os ganhado-res da premiação em parceria com a ESPM-Sul. Foram nove horas de conteúdos com profes-sores da ESPM-Sul. Christian Tudesco abriu os workshops falando sobre marketing internacio-nal, Adriana Galli Velho tratou do tema design thinking – do conceito à prática, enquanto Car-los Palhares fechou a programação com branded content. “Preparamos um programa específico para o setor calçadista. Nossa proposta é jus-tamente de incentivar as empresas a continuar investindo em inovação, construção de marca e em novas plataformas para se destacar no mer-cado. Além disso, durante o curso, promovemos a troca de conhecimento entre os vencedores do Prêmio Direções e levantamos debates per-tinentes ao momento em que vivemos”, destaca Cristian Schlindwein, coordenador da Unidade de Desenvolvimento da Abicalçados.

O workshop de Marketing Internacional chamou a atenção de Nathalia Brocker, auxiliar de expor-tação da Bibi, empresa premiada na categoria Direções Industriais Médio/Grande Porte. Com o objetivo de mostrar a importância dos aspectos culturais e do comportamento do consumidor in-ternacional, o painel falou sobre os mitos e ver-dades do processo de internacionalização de uma empresa brasileira bem como cases de sucesso.

“Gostei muito do curso, especialmente quando trabalhamos a temática da internacionalização. É muito importante ter momentos como esse, no qual pudemos aliar a teoria com a prática, porque acredito que ajuda muito para interação e com-preensão do conteúdo”, ressalta Nathalia.

Para Bruna Pini, co-supervisora de exportação com ênfase em desenvolvimento de produ-to da Ghetz, empresa responsável pela marca Anatomic & Co e vencedora da categoria Di-reções Internacionais Micro/Pequeno Porte, os workshops foram uma oportunidade para trazer à tona discussões de assuntos relevantes para as empresas que querem conquistar seu espaço no mercado externo. “Tanto os professores quanto os conteúdos apresentados foram muito esclare-cedores e, com certeza, vão nos auxiliar no nosso dia a dia. Espero que tenhamos mais oportunida-des como essa, de troca de experiências e infor-mações”, comenta Bruna.

A novidade deste ano ficou por conta da partici-pação de representantes das empresas patroci-nadoras. Segundo Ana Jussara Leite, responsável pela área de Projetos Especiais do Grupo Cou-romoda, a iniciativa da Abicalçados ofereceu às empresas um conteúdo especializado e uma vi-são contemporânea dos desafios que as empre-sas de calçados se defrontam nas áreas de ges-tão, marketing e inovação. “Agregar informação, propor novos enfoques e fazer parte da solução

CURSOS ESPM - Cursos 30 horas

Endomarketing Carlos Palhares

Planejamento de Marketing Artur Vasconcellos e Genaro Galli

Negociação Aplicada a Negócios José Luís Penelas

18, 25/OUT e 01/NOV- Sábados (8h às 17h)

08, 22 e 29/NOV - Sábados (8h às 17h)

08, 22 e 29/NOV - Sábados (8h às 17h)

CURSOS IED - Cursos 18 horas

Eco Design e Sustentabilidade Aplicada Christian Ullmann

Cool Hunting - Tendências de

Comportamento e Consumo Bruno Pompeu

Processos Criativos para Moda Meline Moumdjian

01, 02, 08, 09, 15 e 16/OUT -

Quartas e Quintas (19h às 22h)

21, 22, 23, 24, 25/OUT - Terça a

Sexta (19h às 22h30min) e

Sábado (8h às 12h)

12, 13, 20, 21, 26 e 27/NOV -

Quartas e Quintas (19h às 22h)

Ainda trabalhando na renovação da tarifa antidumping contra o calçado chinês, instituída definitivamente em março de 2010 e a vencer no mês três do próximo ano, a Abicalçados participou do workshop “Indústria e as investigações antidumping”, reali-zado pelo Ministério do Desenvolvi-mento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e Confederação Nacional da Indústria (CNI). O encontro aconte-ceu no dia 5 de agosto, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), em Porto Alegre/RS.

Na oportunidade, o consultor da Abi-calçados, Adimar Schievelbein, apre-sentou o processo elaborado pela entidade e que resultou na sobretaxa contra o produto chinês. “Foi um pro-cesso complexo, com mais de 40 mil páginas. Tivemos pressões de grandes marcas internacionais de esportivos que produzem na China”, disse. Se-gundo ele, a motivação para a peti-ção veio da ineficácia da elevação da Tarifa Externa Comum (TEC) do cal-çado importado de fora do Mercosul para 35% e o acentuado crescimento das importações da China. “Também incluímos a destruição da indústria de calçados nos Estados Unidos”, recor-dou o consultor, demonstrando um

estudo elaborado que mostra uma indústria praticamente erradicada na-quele país no início da década de 80 por conta das importações chinesas. “A China é um sinônimo de câncer co-mercial. É um país que não se controla a não ser através da defesa comer-cial”, completou.

FraudeCom o sucesso do antidumping con-tra o calçado chinês, provisoriamen-te em US$ 12,47 por par a partir de setembro de 2009, e com tarifa de-finitiva de US$ 13,85 por par a partir de março do ano seguinte, as impor-tações do mesmo produto passaram e chegar no Brasil através de outros países, configurando fraude fiscal. “Quando foi aplicado o direito an-tidumping contra a China, logo as importações começaram a vir de países vizinhos. Foi como jogar inse-ticida em baratas”, ressaltou Schie-

velbein, citando o impressionante incremento das compras provenien-tes da Malásia tão logo a adoção da sobretaxa. “Empresas fictícias foram criadas e alertamos a Receita Fe-deral para o fato”, afirmou o con-sultor, acrescentando que poucas delas foram descobertas no período. “Hoje as mesmas importações vêm da Malásia, Vietnã, Indonésia, entre outros, através de práticas de cir-cunvenção e triangulação”, frisou.

O workshop contou também com intervenções do Conselho de Re-lações Internacionais e Comércio Exterior da FIERGS, da Unidade de Negociações Internacionais da CNI, do Departamento de Defesa Co-mercial da Secretaria de Comér-cio Exterior (DECOM/SECEX) e da Acelor Mittal, que apresentou o case do antidumping formulado pela side-rúrgica multinacional.

O IBGE confirma a desacele-ração do varejo de calçados. Conforme o mais recente índice divulgado, o comércio do setor caiu 2,5% em junho no compara-tivo com o mesmo mês de 2013. No acumulado do semestre a queda já chega a 0,7%. Segundo o presidente-executivo da Abi-calçados, Heitor Klein, mantidas as condições atuais, de inflação alta e endividamento dos consu-midores, a tendência é de que-das consecutivas até o final do ano. “Não se trata de pessimis-mo. Infelizmente, as condições de competitividade, já deterio-radas pelo pesado Custo Brasil, somam-se ao desaquecimento do consumo de calçados. O refle-xo é uma queda de 7,6% no nível de emprego – dado do IBGE para o semestre - gerado pela ativi-dade”, aponta o dirigente.

Para Klein, uma solução urgente para o momento de instabilida-de seria a adoção da flexibili-zação da jornada de trabalho, proposta em análise pelo Go-verno Federal. A medida per-mitiria a diminuição da jornada com a redução salarial equiva-lente paga pelo empresário. “O Governo, por sua vez, arcaria com a diferença no ordenado utilizando recursos do FAT, por-tanto sem redução salarial para o trabalhador. É uma solução triplamente inteligente, pois permite a economia de despe-sas governamentais com segu-ro desemprego e os constantes saques nas contas do FGTS, a manutenção da mão de obra qualificada pelo empresário – hoje um dos gargalos do setor - e o emprego do trabalhador sem perda salarial”, conclui.

abinotícias

CURSO DIREÇÕES TROUXE TEMAS IMPORTANTES PARA CALÇADISTAS

ABICALÇADOS PARTICIPA DE WORKSHOP SOBRE INVESTIGAÇÕES ANTIDUMPING ATIVIDADE

CALÇADISTA EM QUEDA

Evento foi parte da premiação dos ganhadores do Prêmio Direções Abicalçados, entregue em abril deste ano

me parece ser uma das missões mais importantes de uma organização como a Abicalçados, repre-sentativa de uma indústria forte, versátil e que, nos últimos anos, tem sido constantemente de-safiada a se reinventar”, enfatiza.

Próximos cursosAinda no campo da capacitação para a competi-tividade, a Abicalçados segue com a parceria com a ESPM-Sul e o Istituto Europeo di Design (IED)

neste segundo semestre. A partir de outubro acontecem cursos de Endomarketing, Planeja-mento de Marketing, Negociação Aplicada a Ne-gócios, Eco Design e Sustentabilidade Aplicada, Cool Hunting e Processos Criativos para Moda. (veja a tabela abaixo). Os encontros acontecem na sede da Abicalçados, em Novo Hamburgo/RS. Mais informações sobre valores e inscrições com Janaína através do e-mail [email protected] ou pelo telefone 51 3594 7011.

Comércio do setor caiu 2,5% em junho no comparativo com o mesmo mês de 2013

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PROGRAMA DE PROMOÇÃO ÀS EXPORTAÇÕES DE CALÇADOS, DESENVOLVIDO PELA ABICALÇADOS EM PARCERIA COM A APEX- BRASILbrazilian footwear

Mais de 500 contatos realizados, sendo metade deles novos, e US$ 2 milhões em negócios ime-diatos. O saldo da participação de 20 marcas de calçados brasileiros na FN Platform, que ocorreu de 18 a 20 de agosto, em Las Vegas, foi consi-derado positivo pela Abicalçados, que através do programa Brazilian Footwear levou as empresas à terra do Tio Sam. Conforme relatório da enti-dade, as empresas esperam mais US$ 20 milhões em negócios alinhavados no evento, quantia mui-to maior do que as expectativas da edição ante-rior – US$ 9 milhões.

Para a coordenadora da Unidade de Promoção Comercial da Abicalçados, Letícia Sperb Masselli, a feira se mostra cada vez mais “internacional”, já que além de negócios com os norte-americanos, as marcas nacionais venderam para El Salvador, Panamá, Canadá, Jamaica, Japão, Romênia, Aus-trália, México e Arábia Saudita.

Ressaltando a internacionalização da feira norte-americana, as marcas nacionais ava-liam o resultado como positivo, tanto em negócios como em imagem. Segundo o ge-

rente de exportação da Amazonas Sandals, Frederico Pucci, a feira rendeu um potencial comprador que permitirá grande visibilida-de à marca devido ao contato próximo com celebridades locais. Além disso, “a feira mais internacional” agradou a empresa. “Percebe-mos que nossa linha biodegradável é a que abre mais portas para a marca no mundo in-teiro”, destaca Pucci.

Já o representante da Schutz nos Estados Unidos, Kevin Patera, aponta contatos com a

mídia para a promoção da imagem da marca como um diferencial da edição. “Recebemos muitas revistas e bloggers, incluindo InStyle, Marie Clarie, Elle, WGSN, que ajudam a desta-car a marca no mercado”.

Participaram da FN Platform as marcas: Rider, Grendha, Zaxy, Mel, Ipanema, Anatomic & Co, Bottero, Schutz, Pampili, Huberto S. Müller, Bo-aOnda, Sapatoterapia, Amazonas, Stéphanie Classic, Carrano, Cristófoli, Ferracini, Radamés, Dumond e Lily’s Closet.

A GDS - Global Destination for Shoes & Ac-cessories encerrou sua edição de primavera--verão 2015 com boas perspectivas. Realizada de 30 de julho a 1º de agosto em Düsseldorf, na Alemanha, a feira teve avaliação positiva das 24 marcas brasileiras que participaram do evento. Juntos, os expositores fizeram 433 contatos, sendo 182 deles novos. A previsão para os próximos 12 meses é de negócios na ordem de US$ 10 milhões em decorrência do evento. “A feira trouxe resultados muito bons para as empresas que investiram no pré-feira, convidaram seus contatos e fizeram o tema de casa. A Alemanha tem uma economia estável e sentimos que temos boas perspectivas no mercado, que está aberto a novidades e com um consumo interno em crescimento”, avalia Patrícia Ledur, analista de Promoção Comer-cial da Abicalçados.

Feliz com os resultados alcançados, a Gren-dene colheu bons frutos no mercado alemão, onde iniciou o trabalho com um novo repre-sentante local. A empresa, que levou as marcas Rider, Ipanema, Zaxy e Grendha, fechou cerca de 40 pedidos, 95% deles para a Alemanha. “Nosso estande esteve sempre cheio durante

a feira, que é uma vitrine para as nossas mar-cas. Acredito que alcançamos a meta, uma vez que esta edição superou a do verão passado”, destaca Gisela Carbolin, trader da Grendene.

Outro expositor que só teve motivos para come-morar foi a Piccadilly. A marca de calçados fe-mininos fechou negócios com clientes da Nova Caledônia, Bahrein e Alemanha, além de fazer contatos com compradores de países como Bélgica, Rússia, Bósnia, Sérvia, Israel e Bulgária. Segundo Felippe Tiago Fleck, representante da marca, a Piccadilly está com um planejamento para investir no mercado alemão. “Através das nossas ações de marketing e imagem, estamos atraindo lojistas. A Alemanha tem potencial de consumo e o nosso produto agrada embora seja sintético. Agora vamos fazer todo um esforço para quebrar esse paradigma do material para alavancar mais as vendas”, ressalta.

Também participaram da GDS as marcas Ana-tomic & Co, Dumond, Lilly´s Closet, Ortopé, Bibi, Beira Rio, Vizzano, Molekinha, Moleca, BR Sport, Pegada, Sapatoterapia, Ramarim, Wirth, Super Star, Amazonas Sandals, Azaleia e Dijean. A pró-xima GDS ocorre de 4 a 6 de fevereiro.

Foram quatro dias de bons negócios para as empresas brasileiras que expuseram suas coleções primavera-verão 2015 na 30ª edição da International Footwear and Leather Show (IFLS), que aconteceu de 29 de julho a 1º de agosto, em Bogo-tá, na Colômbia. O Brasil foi representado por 23 marcas, que puderam mostrar toda a diversidade da produção brasileira de calçados femininos, infantis e masculinos, além da moda praia.

Juntas, as marcas brasileiras realizaram cerca de 400 contatos, que geraram negócios acima de US$ 500 mil. A ex-pectativa é de que sejam gerados mais de US$ 2 milhões em vendas decorren-tes dos contatos realizados durante a mostra, que serviu de palco para um coquetel do Brazilian Footwear. A ação teve como objetivo estreitar o relacio-namento com jornalistas e formadores de opinião colombianos.

Encontro com AcicamO último dia da IFLS iniciou com um café da manhã entre os organizadores e as associações brasileiras presentes na fei-ra. Estavam presentes, com o objetivo de entender demandas dos expositores bra-sileiros, representantes da Abicalçados, a nova diretora da feira, Olga Alarcon, e o presidente da Associação Colombiana das Indústrias de Calçados, Couros e Ma-nufaturas (Acicam), Luis Gustavo Flórez, entre outras entidades. “Queremos en-tender o que podemos fazer para desen-volver a IFLS ainda mais”, disse Flórez na abertura do encontro.

“Esta é a primeira vez que a feira nos dá esse tipo de abertura, o que demons-tra a importância da presença brasileira no evento”, comentou Maria Patrícia de Freitas, analista de Promoção Comercial da Abicalçados. Entre as sugestões, a re-dução de quatro para três dias e o convite a compradores de países vizinhos, como Equador e Peru.

A próxima edição da mostra acontece de 3 a 6 de fevereiro de 2015, nos pavilhões da Corferias, em Bogotá. Participaram da feira a Amazonas Sandals, Pegada, Sollu, Kidy, Dakota (Tanara), Pampili, Beira Rio (Vizzano, Moleca, Molekinha, Modare), Grendha (Rider, Cartago, Ipanema, Zaxy, Grendene Kids), Klin, Malu, Anatomic & Co, Usaflex, e Ferracini 24h.

CALÇADISTAS REGISTRAM INCREMENTO DE NEGÓCIOS EM VEGAS

BRASILEIROS COMEMORAM VENDAS NA GDS

ALÉM DOS BONS NEGÓCIOS

FEIRA ITALIANA DEVE GERAR US$ 20 MILHÕESA participação de mais de 50 mar-

cas de calçados na feira italiana theMicam, que aconteceu entre os dias 31 de agosto e 3 de setembro, em Milão, deve gerar US$ 20 milhões nos próximos 12 meses. Conforme a Abical-çados, que levou as empresas através do programa de apoio às exportações Brazilian Footwear, mesmo com a re-cessão econômica ainda instalada nas principais economias europeias, os ne-gócios foram satisfatórios.

ExpositoresEntre os expositores nacionais o cli-ma era de dever cumprido, com o au-xílio da excelência do calçado brasi-leiro e a - cada vez melhor - imagem conquistada no mercado internacio-

nal. Segundo o gerente de Exporta-ção da Carrano, Fernando Galhego, a crise econômica internacional tem feito com que as marcas europeias invistam menos em tecnologia, ino-vação e design, abrindo espaço para as empresas que apostam na agrega-ção de valor através da qualificação e diferenciação do produto. “A Carrano vem na contramão deste movimen-to identificado na Europa, investindo pesado em design, tecnologia e con-forto. Sem dúvida, quando o cliente entra no nosso estande, tem a per-cepção de que a coleção é diferen-ciada, com apelo de moda”, comenta, ressaltando que isso foi fundamental para que a marca tivesse sucesso na feira italiana.

EstreiaPela primeira vez na feira, a Freeway aponta um resultado positivo, especial-mente por causa da abertura de novos clientes. Segundo o gerente de Co-mércio Exterior da marca, André Luis Ferreira, foram gerados negócios com compradores do Egito, Emirados Ára-bes e Itália. “Também tivemos contatos os mercados da Turquia, Romênia, Ja-pão, Uruguai, Arábia Saudita, Espanha e França”, relata o gerente.

Participaram da feira as marcas ADG Export, Anatomic & Co, Andacco, Boa-onda, Capelli Rossi, Carrano, Cecconelo, Cristófoli, Democrata, Dumond, Capo-darte, Enrico Boaretto, Freeway, Gui-lhermina, Huberto S. Müller, Miucha, Ita-

puã, Itsandals, Itsandals Kids, New Face, Jorge Bischoff, Loucos & Santos, Kilda-re, Lilly’s Closet, Luiza Barcelos, Luz da Lua, Madeira Brasil, Paolo Sesto, Para Raio, Paradoxo, Raphaela Booz, Rider, Ipanema, Grendha, Zaxy, Sapatoterapia, Savelli, Sollu, Stéphanie Classic, Tabita, Tanara Brasil, Kolosh Brasil, Tradeffort,

Nova Line, Usaflex, Vizzano, Beira Rio, Moleca, Molekinha, Modare e Werner.

O Brazilian Footwear é um programa mantido pela Abicalçados em parceria com a Agência Brasileira de Promo-ção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

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setembro 2014 - abinforma 7

balança comercial

brazilian footwear

EXPORTAÇÕES DE CALÇADOS SEGUEM CAINDOA valorização de 2,7% do dólar frente o real em julho não foi suficiente para evitar mais uma queda nas exportações de calçados. No mês passado foram embarcados 8,24 milhões de pares que geraram US$ 86,36 milhões, 6,3% me-nos do que em julho de 2013. No acumulado de janeiro a julho os embarques de 71,9 milhões de pares por US$ 608,72 milhões já apontam uma queda de 3,1% com relação a igual período do ano passado. Segundo o presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, o quadro só não é pior devido a uma recuperação do mercado norte-americano, que no mês passado comprou 8,5% a mais do que ano anterior (US$ 19 milhões).

Por sua vez, as importações também caíram no período, o que pode ser um re-flexo da menor demanda por calçados no mercado doméstico brasileiro, já que o varejo registra queda de 0,4% no acumulado do ano. Com a queda de 25% registrada em julho, as importações, agora, somam US$ 355,2 milhões nos sete meses de 2014, incremento de 3,7% com relação ao mesmo período de 2013. Já a corrente de comércio caiu 13,4% no mês sete.

DestinosOs Estados Unidos seguem sendo o principal destino das exportações brasileiras de calçados. Entre janeiro e julho os norte-americanos somaram US$ 107,14 milhões em compras do Brasil, resultado 3,6% superior ao auferido no mesmo período de 2013.

Mesmo em queda brusca, a Argentina segue sendo o segundo mercado. Nos sete meses do ano foram enviados para lá o equivalente a US$ 44 milhões, 35% menos do que em igual período do ano passado. A França aparece como o terceiro destino, importando US$ 37,25 milhões em calçados verde-amare-los. O resultado é 11% inferior ao registrado em 2013.

Importações da Ásia caem 30%A boa notícia de julho foi o arrefecimento das importações do Vietnã, Indoné-sia e China, os três principais exportadores de calçados prontos para o Brasil. Juntos, os três países, que representam 85% do total importado pelo varejo brasileiro, registraram queda de quase 30%.

PROGRAMA DE PROMOÇÃO ÀS EXPORTAÇÕES DE CALÇADOS, DESENVOLVIDO PELA ABICALÇADOS EM PARCERIA COM A APEX- BRASIL

BRAZILIAN FOOTWEAR LEVA MODA BRASILEIRA À CHINAUm total de 17 marcas brasileiras de cal-

çados partem rumo à China para parti-cipar da 4ª edição da theMicam Shanghai en-tre os dias 24 e 26 de setembro. Observando um crescimento da mostra calçadista, que tem como principal público os países asiáticos, as empresas verde-amarelas esperam ultrapassar os resultados alcançados na edição de outubro do ano passado, quando os expositores nacio-nais saíram do evento com uma expectativa de chegar a US$ 1,8 milhão em negócios nos 12 meses seguintes em decorrência dos contatos feitos durante a feira.

Atenta às oportunidades do mercado, a Bibi retorna à China depois de contabilizar bons resultados na CBME - Shanghai Internatio-nal Children Baby Maternity Industry Expo, que ocorreu de 22 a 24 de julho deste ano em Xangai. Segundo Magnus Oliveira, gerente de exportação da marca de calçados infantis, as perspectivas para a theMicam Shanghai são ótimas. “Estamos avançando de maneira satis-fatória até o momento, mas estamos nos pre-parando para dar um salto da feira em diante. Já temos contatos agendados e, em paralelo ao

trabalho de pré-feira, encomendamos uma pes-quisa de mercado que deve ser apresentada no evento. Inclusive com a possibilidade de que os contatos apontados como target nessa pesqui-sa também possam ser convidados na semana que antecede a mostra calçadista”, conta.

Outra empresa que aposta alto na Ásia é a Radamés, que trabalha com sua marca ho-mônima além da grife Kontatto. O avanço do trabalho realizado no mercado é ressaltado por Maurício Ávila, gerente de exportação da em-presa. “Participamos desde a primeira edição da theMicam Shanghai e temos incrementado os negócios com as nossas marcas próprias a cada participação. Estamos com bastante es-perança de seguir cultivando o mercado e co-nhecer alguns clientes novos”, destaca.

SeminárioUm dia antes da feira abrir oficialmente suas portas, o Brazilian Footwear promove um seminário com os expositores para tratar de diferentes temas. Na pauta, assunto como marketing, mercado de luxo, e-commerce e ca-ses de marcas de sucesso na China. “A novidade

deste semestre é que, além do seminário pre-paratório, faremos uma reunião de alinhamento com os expositores no pós-feira, para que possa-mos identificar oportunidades, alinhar estratégias e iniciar o planejamento para a próxima edição”, comenta Patrícia Ledur, analista da Unidade de Promoção Comercial da Abicalçados.

Sob a bandeira do Brazilian Footwear, par-ticipam da feira as marcas Stéphanie Clas-sic, Democrata, Molekinha, Moleca, Modare, Beira Rio, Vizzano, Cristófoli, Piccadilly, Pic-cadilly for Girls, Amazonas Sandals, Rada-més, Kontatto, Jorge Bischoff, Sapatotera-pia, Bibi e Carrano.

Dados preliminares apontam que em agosto a receita com os em-barques, de US$ 90,2 milhões, foi 4,4% superior ao registro de julho, porém 2,7% menor se comparada ao mês oito de 2013 (US$ 92,7 milhões). Já no acumulado de janeiro a agosto, quando a soma das exportações chegou a US$ 699 milhões, persiste a queda, agora de 3% ante mesmo período do ano passado (US$ 720,8 milhões).

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geral

UNISINBI REALIZA WORKSHOP SOBRE O eSOCIAL

PICCADILLY PROMOVE AÇÃO SOCIAL

AMAZONAS LOGÍSTICA GANHA CASA NOVA

ABIACAV ANUNCIA DIOGO GHISONI SERAFIM COMO GERENTE DE PROJETOS

A fim de conscientizar as empresas associadas quanto às novas exigên-cias fiscais, trabalhistas e previden-ciárias trazidas pela implantação do eSocial, a UniSinbi (Universidade Corporativa do Sinbi) em parceria com o Sesi (Serviço Social da Indús-tria) e Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) realizou na noite de 28 de agosto um workshop sobre o tema.

O diretor de RH do Sesi/Senai de São Paulo e ex-superintendente estadual do Ministério do Trabalho e Empre-go, José Roberto de Melo, explicou

detalhes da proposta governamental. “O eSocial entrará em vigor em breve e deve intensificar a fiscalização das relações de trabalho nas empresas, que passarão a ter monitoramento constante e efetivo, por conta do fácil acesso da Receita Federal a um maior número de dados”, disse.

De acordo com o palestrante, o objetivo da implantação do siste-ma é unificar todas as informações das empresas, para que haja mais transparência frente ao Governo Federal, com o foco de garantir os direitos dos trabalhadores.

OportunidadeA UniSinbi apresentou durante o Workshop o curso “Como se pre-parar para a implantação do eSo-cial”, que será realizado no dia 25 de setembro, das 8h às 12h, e será conduzido pelo consultor jurídico Jairo Guadagnini.

Os interessados podem entrar em contato com o Sinbi pelo (18) 3649 8000 ou e-mail [email protected]. Investimento: R$ 380 até 5 de setembro e R$ 400 a partir de 6 de setembro. As va-gas são limitadas.

A responsabilidade social é cultura na Piccadilly. Entre as ações sociais apoiadas pela empresa está o PRONON (Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica), do Ministério da Saúde, que incentiva serviços desenvolvi-dos por entidades, associações e fundações privadas no campo da oncologia. Recentemente a marca arcou com o custo integral de um projeto com o objetivo de equipar a sala de preparo de quimioterápicos do Centro de Oncologia Integrado do Hospital Ana Nery, de Santa Cruz do Sul/RS. O Hospital é referência no tratamento do câncer para as regiões do Vale do Rio Pardo, Centro Serra e alguns municípios da região Carbonífera. Com a crescente demanda por tratamento contra o câncer, esse projeto vai possibilitar o aumento do núme-ro de pessoas atendidas para aplicações de quimiotera-pia e maior agilidade para o início do tratamento, o que reflete na melhora da qualidade de vida dos pacientes.

Em agosto de 2014, a Amazonas Logística inaugurou matriz com infraestrutura própria no Estado de São Paulo, no Distrito Industrial de Franca/SP. Com comple-ta infraestrutura, a Amazonas Logística proporcionará a seus clientes uma gama de serviços e mão de obra no transporte de diversas cargas. Fundada com o objetivo de atender as necessidades do Grupo Amazonas, a Amazonas Logística ampliou os seus negócios em 1983 e passou a transportar merca-dorias de outras empresas, deixando marcado na história do grupo o conceito de renovação. Em 2013 a Ama-zonas Logística passou a atender 100% do estado de Santa Catarina e também a região de Americana, so-mando mais de 480 municípios, aumentando 300% da área de atuação. No início de 2014 a empresa passou a atender três novos estados: Bahia, Pernambuco e Piauí, além de ampliar mais uma vez as regiões onde já atuava.

Mais informações em www.amazonaslogistica.com.br.

Em agosto a Associação Brasileira das Indústrias de Artefatos de Cou-ro e Artigos de Viagem (ABIACAV) anunciou oficialmente Diogo Ghisoni Serafim como gerente de Projetos. O executivo terá o desafio de aumentar a inserção internacional do setor, for-talecer a imagem das marcas brasilei-ras e reforçar os vínculos da entidade com os fabricantes, chamando-os a conhecer e participar dos proje-tos. A ABIACAV está construindo, em parceria com a Apex-Brasil, um Plano Estratégico Internacional, que consistirá em um conjunto de ações estruturantes e de mercado com o intuito de aumentar as exportações do setor, formado por mais de 1,7 mil empresas no Brasil.

Com mais 10 anos de mercado, Se-rafim acumula experiência na coor-denação de projetos setoriais com Apex-Brasil, Sebrae, MDIC, MRE, CNPq e Finep.

Diu

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eltr

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Ideias inovadoras, debates em alto nível e a grande participação da audiência em um di-

álogo direto com palestrantes e debatedores fo-ram algumas das marcas do 3º Fórum CICB de Sustentabilidade, que ocorreu no dia 21 de agosto no Centro de Eventos da Fenac, em Novo Ham-burgo/RS. A atividade reuniu centenas de profis-sionais do setor de curtumes, imprensa e autori-dades setoriais para um dia inteiro dedicado ao conhecimento responsável aplicado à indústria.“Debatendo o Presente para Construir o Futu-ro” foi o tema do fórum neste ano, apresentan-do uma pauta em sintonia com o dia a dia das empresas, com desafios vivenciados na rotina de curtumes. As perguntas da plateia levantaram temas em destaque no mercado atual, como o acesso à matéria-prima, gestão ambiental, lide-rança e barreiras ligadas à legislação, com res-postas objetivas de Carlos Obregon (JBS Cou-ros), Cezar Müller (A.P.Müller), David Fernandes (Curtume Coming), Brigitte Wegner (Basf), Bill

Amberg (designer inglês) e Guy Morgan (Sustai-nable Luxury Working Group), além da palestra da mestre em estudos do Futuro, Rosa Alegria.

O Fórum também apresentou uma mostra de produtos e serviços sustentáveis, em que foi

lançada a Certificação de Sustentabilidade do Couro Brasileiro. A realização do evento foi do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) e a coorganização da Associação Bra-sileira dos Químicos e Técnicos da Indústria do Couro (Abqtic).

ConvênioUm dia antes do Fórum, foi assinado novo con-vênio do Projeto Setorial Brazilian Leather para a promoção das exportações do couro brasileiro, uma parceria entre o CICB e Apex-Brasil.

Participaram da assinatura oficial o presiden-te da Apex-Brasil, Mauricio Borges, o presi-dente do Conselho Diretor do CICB, Roberto Motta, e o presidente-executivo do CICB, José Fernando Bello.

O convênio entre o CICB e a Apex-Brasil para a realização do Projeto existe desde 2000, inin-terruptamente. De lá para cá, houve aumento de 230% nas exportações de couro, passando de US$ 760 milhões em 2000 para US$ 2,51 bilhões em 2013. Só nos sete primeiros meses deste ano, foram exportados US$ 1,7 bilhão em couros, o que representa um aumento de 23,5% em relação ao mesmo período de 2013.

CICB PROMOVEU 3º FÓRUM DE SUSTENTABILIDADE