Apostila de Radioterapia

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Radioterapia. A radioterapia utiliza diferentes formas de radiação ionizante para o tratamento de câncer e doenças benignas de forma segura e eficiente. Os oncologistas radioterápicos podem utilizar a radiação para curar o câncer, controlar o crescimento de células ou paliar sintomas O efeito da radioterapia se deve ao dano provocado no DNA das células, quando os tecidos são irradiados. O dano provocado sobre as células tumorais em relação às células normais é muito maior em função da menor capacidade de recuperação da molécula de DNA dos tumores. A simples perda da capacidade reprodutiva da célula significa a morte celular quando imediata ou ocorrer em um intervalo curto de tempo, os efeitos são considerados agudos, quando a característica do tecido afetado é de uma taxa de reprodução mais lenta, os efeitos são tardios. As novas tecnologias auxiliam os médicos no direcionamento preciso da radiação ao alvo, reduzindo a quantidade de tecidos normais vizinhos que serão atingidos, protegendo dessa maneira tecidos sadios. Radioterapia curativa A radioterapia é utilizada com finalidade curativa em uma série muito grande de doenças. e pode agir de forma isolada (radioterapia exclusiva) ou associada à cirurgia ou à quimioterapia (radioterapia adjuvante). No tratamento do câncer, a indicação de cada uma das armas terapêuticas depende do diagnóstico específico do indivíduo que leva em conta a localização do tumor (mama, próstata etc.), seu tipo histológico (o que o patologista vê no exame do material retirado por biópsia ou cirurgia) e sua extensão no organismo (se o tumor está restrito ao órgão de origem ou se está também comprometendo órgãos adjacentes como gânglios linfáticos ou outros distantes). A tomada de decisão de quando e como a radioterapia será utilizada em um tratamento curativo do câncer depende da avaliação do médico e das normas de conduta que ele e sua equipe de oncologia irão adotar. A radioterapia utiliza campos de raios X de alta energia para o controle paliativo de diversos sintomas. Embora não vise a cura do câncer, o tratamento paliativo pode ser indicado para redução ou diminuição da velocidade de crescimento de tumores ou para redução de sintomas, como dor, sangramento ou compressão sobre órgãos sensíveis. A radioterapia paliativa pode ser indicada para: Aliviar a dor óssea. Tratamento de compressão da medula espinal Controle de tumores ulcerantes e redução de sangramentos Tratamento de sintomas de tumores de pulmão Técnicas e equipamentos em Radioterapia. A filosofia básica da radioterapia moderna é aplicar o máximo de dose ao tecido doente e o mínino possível ao tecido normal. Como o câncer pode afetar diversas partes do corpo, de diversas formas e tamanho, para que a radioterapia tenha sucesso, o tratamento requer maneiras, técnicas e equipamentos diferentes e de forma individualizada. Utilizamos desta forma, as seguintes possibilidades técnicas: Placas Oftálmicas de Iodo-125. A radioterapia utilizando placas oftálmicas com sementes radioativas de Iodo-125 pode ser indicada como alternativa ao tratamento radical de enucleação (remoção do olho) para alguns tipos de tumores oculares:

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Radioterapia.

A radioterapia utiliza diferentes formas de radiação ionizante para o tratamento de câncer e doenças benignas de forma segura e eficiente. Os oncologistas radioterápicos podem utilizar a radiação para curar o câncer, controlar o crescimento de células ou paliar sintomas

O efeito da radioterapia se deve ao dano provocado no DNA das células, quando os tecidos são irradiados.

O dano provocado sobre as células tumorais em relação às células normais é muito maior em função da menor capacidade de recuperação da molécula de DNA dos tumores. A simples perda da capacidade reprodutiva da célula significa a morte celular – quando imediata ou ocorrer em um intervalo curto de tempo, os efeitos são considerados agudos, quando a característica do tecido afetado é de uma taxa de reprodução mais lenta, os efeitos são tardios. As novas tecnologias auxiliam os médicos no direcionamento preciso da radiação ao alvo, reduzindo a quantidade de tecidos normais vizinhos que serão atingidos, protegendo dessa maneira tecidos sadios.

Radioterapia curativa

A radioterapia é utilizada com finalidade curativa em uma série muito grande de doenças. e pode agir de forma isolada (radioterapia exclusiva) ou associada à cirurgia ou à quimioterapia (radioterapia adjuvante).

No tratamento do câncer, a indicação de cada uma das armas terapêuticas depende do diagnóstico específico do indivíduo – que leva em conta a localização do tumor (mama, próstata etc.), seu tipo histológico (o que o patologista vê no exame do material retirado por biópsia ou cirurgia) e sua extensão no organismo (se o tumor está restrito ao órgão de origem ou se está também comprometendo órgãos adjacentes – como gânglios linfáticos – ou outros distantes).

A tomada de decisão de quando e como a radioterapia será utilizada em um tratamento curativo do câncer depende da avaliação do médico e das normas de conduta que ele e sua equipe de oncologia irão adotar.

A radioterapia utiliza campos de raios X de alta energia para o controle paliativo de diversos sintomas.

Embora não vise a cura do câncer, o tratamento paliativo pode ser indicado para redução ou diminuição da velocidade de crescimento de tumores ou para redução de sintomas, como dor, sangramento ou compressão sobre órgãos sensíveis.

A radioterapia paliativa pode ser indicada para:

Aliviar a dor óssea.

Tratamento de compressão da medula espinal

Controle de tumores ulcerantes e redução de sangramentos

Tratamento de sintomas de tumores de pulmão

Técnicas e equipamentos em Radioterapia.

A filosofia básica da radioterapia moderna é aplicar o máximo de dose ao tecido doente e o mínino possível ao tecido normal. Como o câncer pode afetar diversas partes do corpo, de diversas formas e tamanho, para que a radioterapia tenha sucesso, o tratamento requer maneiras, técnicas e equipamentos diferentes e de forma individualizada. Utilizamos desta forma, as seguintes possibilidades técnicas:

Placas Oftálmicas de Iodo-125.

A radioterapia utilizando placas oftálmicas com sementes radioativas de Iodo-125 pode ser indicada como alternativa ao tratamento radical de enucleação (remoção do olho) para alguns tipos de tumores oculares:

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O melanoma coroidal é o principal tipo de tumor primário intraocular em adultos. No princípio se assemelha a uma pequena mancha no olho e pode crescer em tamanho e diâmetro e, eventualmente, se dispersar a outros órgãos do corpo, podendo ser fatal.

O retinoblastoma é um tumor que acomete principalmente crianças, sendo o principal tipo de tumor intraocular infantil. Está associado a fatores genéticos, aos quais o histórico familiar torna-se um fator importante.

Para ambas as indicações, o tratamento radioterápico tem alta eficácia e pode ser combinado com quimioterapia e aplicação de laser. Envolve um amplo time de profissionais, desde oftalmologistas, radioterapeutas, pediatras, e oncologistas clínicos.

Betaterapia – Tratamento de Queloides;

A Betaterapia é o tratamento que utiliza a radiação ionizante na prevenção da formação do queloide e das cicatrizes hipertróficas.

O queloide é uma cicatriz elevada, firme, irregular, geralmente cor de rosa, que pode aparecer como resultado de corte, incisão cirúrgica, queimadura ou após pústula por acne. Em alguns casos, pode haver dor e/ou coceira associada à cicatriz. O queloide forma-se em pessoas com predisposição genética e é resultado da produção exagerada de colágeno por algumas células da pele, denominadas fibroblastos.

Essa técnica é feita por meio do contato de uma placa de metal de 2 x 1 cm com a pele, após a cirurgia, com o intuito de diminuir o risco de formação de queloide. A placa é dotada de uma haste, para que o operador possa segurá-la e, sob a placa, há um material radioativo, o Ítrio 90. Este material emite um tipo de radiação que penetra alguns milímetros na pele, de tal forma que os órgãos internos não recebam dose apreciável de radiação.

A placa fica encostada na pele por alguns minutos – esse tempo é determinado pelo físico, durante o planejamento, para que seja aplicada a dose especificada pelo médico. Como a placa tem apenas 2 cm de comprimento, o processo é repetido várias vezes, até que toda a extensão da cicatriz seja tratada.

O tratamento é eficaz, absolutamente indolor e, em geral, realizado em cinco sessões, em dias alternados. A Betaterapia pode também ser utilizada no tratamento de doenças oftalmológicas, como o pterígio.

Tratamento volumétrico ultra-rápido RapidArc.

A radioterapia sempre progrediu em direção à precisão para o uso de altas doses de radiação, visando aumento substancial do controle local, reduzindo os efeitos adversos e, de preferência, com um tratamento rápido. A introdução da técnica denominada de RapidArc possibilitou ganho expressivo em todas essas fronteiras.

Essa tecnologia foi desenvolvida pela Varian, empresa líder em equipamentos para radioterapia, e possibilita eficácia na conformação de dosagem em torno dos volumes-alvos, poupando significativamente os órgãos normais adjacentes em um tratamento extremamente rápido.

Reduzir o tempo de tratamento significa mais conforto aos pacientes e reduz a possibilidade de movimentos durante a sessão.

Esse tipo de terapia consiste no controle automático da velocidade de rotação do braço (gantry) da máquina, enquanto algumas lâminas de colimação (MLC) se movimentam, permitindo a passagem da radiação em pequenas aberturas altamente focalizadas. Os períodos de feixe ligado e desligado se alternam, variando a taxa de dosagem da máquina. Assim, todo o volume-alvo é atingido de tal forma que a radiação seja esculpida precisamente em três dimensões.

Trata-se de uma evolução do tratamento com IMRT, pois combina toda a conformação da dose proporcionada por essa técnica com a rapidez de um tratamento em arco. Em geral, utilizam-se dois arcos em torno do paciente, reduzindo o tempo total de feixe para algo em torno de 2 minutos.

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A combinação de rapidez e precisão do RapidArc com a Radiocirurgia Estereotáxica Corpórea – SBRT gera grande interesse por parte da classe médica, que enxerga novas opções de tratamento de tumores, com velocidade e níveis de dosagem nunca antes permitidos.

O SBRT consiste em doses ablativas de radiação direcionada a tumores fora do sistema nervoso central, com o objetivo de destruir completamente as células tumorais.

Todo o tratamento consiste em poucas frações, menos de cinco, de altas doses de radiação com duração de uma ou duas semanas.

O paciente é posicionado estereotáxicamente, com uma precisão milimétrica, por meio da fusão da Tomografia Computadorizada de planejamento com a Tomografia de Feixe cônico (CBCT), obtida diretamente na máquina de tratamento.

Resulta em um tratamento efetivo a tumores difíceis de serem alcançados (ou inoperáveis), em diversas regiões do corpo, e possui alto poder de eficácia em poupar tecidos normais e estruturas críticas, com poucas sessões.

É indicado para lesões de pulmão, próstata, fígado, e tumores de cabeça e pescoço, dentre outros.

Radiocirurgia esterotáxica corpórea SBRT.

A Radiocirurgia Estereotáxica Corpórea (Stereotactic Body Radioation Therapy – SBRT) consiste em administrar altas doses de radiação consideradas ablativas, direcionada a tumores fora do sistema nervoso central, com o objetivo de eliminar completamente as células tumorais. É um procedimento similar ao da Radiocirurgia (RtCir), também utilizada em tumores do sistema nervoso central.

A localização estereotáxica em tumores extracrânio somente foi possível com a incorporação de técnicas de localização guiada por imagens (IGRT), nas quais uma tomografia é realizada na mesa de tratamento ou por sistemas de raios X, que possibilitam uma localização precisa, com até 6 graus de liberdade.

Os 6 graus de liberdade corrigem o paciente nos três eixos de deslocamento: vertical, longitudinal e lateral, e nos três eixos de rotação: rolagem (roll), inclinação (pitch) e giro (rotation).

As referências para a localização dependem da região a ser irradiada e podem ser por meio de estruturas ósseas, partes moles ou marcadores fiduciais implantados no tumor ou na periferia.

Todo o tratamento é realizado em poucas frações, menos de cinco, com altas doses de radiação em um período de uma ou duas semanas.

As altas doses biológicas administradas no tumor proporcionam taxas de cura de uma maneira nunca antes alcançada com a radioterapia convencional.

O SBRT é indicado para diversos tipos de tumores localizados (com até 7 cm) ou para poucos tumores (em geral de 3-5) espalhados pelo corpo todo.

Os tumores mais frequentemente irradiados com essa técnica na radioterapia do Hospital Israelita Albert Einstein são os primários não operáveis de pulmão, metástases pulmonares, metástases paravertebrais, tumores de fígado, metástases em torno do corpo (oligometástases), entre outros.

Em alguns casos, pode ser indicada inclusive para o tratamento de regiões que já foram irradiadas, mas que ainda exibem alguma reicidência local.

Trata-se de uma tecnologia extremamente promissora que requer grande expertise clínica e técnica.

Radiocirurgia estereotáxica RTCir.

A Radiocirurgia Estereotáxica envolve administração de altas doses de radiação a uma região localizada do cérebro, em uma única fração de tratamento ou em poucas frações, em geral, menos de cinco.

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A utilização de métodos estereotáxicos possibilita a liberação de altas doses aos volumes-alvos com doses significativamente baixas em outras áreas do tecido cerebral.

Dispomos da moderna tecnologia de localização estereotáxica chamada Exactrac® Brainlab, que consiste em um conjunto de dois equipamentos de raios X e dois painéis detectores de silício amorfo de alta resolução, em que duas imagens bidimensionais são adquiridas em ângulos ortogonais que, combinados com reconstruções a partir da Tomografia de Planejamento, resultam em uma localização 6D, ou seja, todos os eixos de deslocamentos e rotação podem ser corrigidos.

A alta especificidade de concentração da dose é alcançada por tratamento com arcos dinâmicos ou por Radioterapia de Intensidade Modulada – IMRT. Para isso, é utilizado um sistema de Microcolimação de Múltiplas Folhas ultramoderno (m3® Brainlab), que se ajusta ao formato do tumor, enquanto a máquina gira em torno do paciente, no caso dos arcos dinâmicos; ou por meio de campos com o braço (gantry) estático enquanto movimentam-se as lâminas do sistema m3 para proteger ou irradiar uma determinada região do campo, administrando e modulando, assim, a dose de radiação para cada incidência.

Em geral, são utilizados de cinco a nove arcos distribuídos em torno da cabeça do paciente ou de cinco a nove campos estáticos de IMRT.

É indicada para o tratamento de tumores cerebrais pediátricos, metástases ou recidivas cerebrais e, inclusive, para tratamentos de lesões benignas, como gliomas, adenomas pituitários, neuragia de trigêmeo, má-formação arteriovenosa (MAV), meningeomas da base do crânio, entre outros.

Os sistemas modernos de localização permitiram que em alguns tratamentos com Radiocirurgia Fracionada fossem utilizados máscaras de fixação. Esse avanço proporciona um amplo conforto ao paciente, evitando utilização de anéis de fixação óssea.

Resulta em um expressivo aumento na habilidade de controlar doenças intracraniais, combinado com a redução do risco de efeitos secundários da radioterapia.

Radioterapia com intensidade modulada IMRT.

A Radioterapia de Intensidade Modulada – IMRT é uma avançada modalidade de tratamento altamente preciso que permite administrar altas doses de radiação aos volumes-alvos, quer seja tumores grosseiros principais, visíveis em exames de imagem, que seja em regiões de alta probabilidade de dispersão celular, minimizando as doses nos tecidos normais adjacentes de forma muito eficaz.

Tomografias Computadorizadas de Planejamento (TC) são enviadas a modernos sistemas de planejamento 3D para definição dos volumes-alvos e órgãos de risco. Para auxiliar nesse processo, outras modalidades de imagens podem ser requeridas, como Ressonância Nuclear Magnética (RNM) ou Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) e PET 4D, que são fundidas com a Tomografia de Planejamento.

O planejamento é feito de uma maneira inversa, na qual são prescritas aos volumes-alvo doses mínimas e máximas necessárias ao controle tumoral, além de serem prescritas também doses máximas aos órgãos de risco, com base em restrições bem estabelecidas de probabilidade de complicações. Com isso, a distribuição de dose ajusta-se mais precisamente em torno do tumor ou em volumes-alvo em três dimensões, por meio da modulação ou do controle da intensidade da radiação em pequenos múltiplos volumes de cada campo.

Em geral, é utilizado cerca de cinco a nove campos de radiação, orientados em torno do paciente e administrados em aceleradores lineares com Sistemas de Colimação de Múltiplas Folhas – MLC. O paciente permanece imóvel sobre uma mesa de tratamento e são feitas imagens para servir de guia na localização precisa do paciente em relação às imagens de referência (IGRT) e para a visualização das estruturas internas, que em alguns casos podem ser volumes móveis, como a próstata.

Como é possível reduzir a razão de dose e o volume irradiado em tecidos normais, muitas vezes é permitido administrar doses maiores e mais efetivas aos tumores com poucos efeitos colaterais, se comparados com técnicas de radioterapia convencional.

Atualmente, a IMRT é indicada principalmente para o tratamento de tumores de próstata e de cabeça e pescoço, tumores ginecológicos, gastrointestinais e tumores do sistema nervoso central. Esse tipo de terapia também

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pode ser um poderoso aliado no tratamento de tumores pediátricos, devido à alta capacidade de redução de dosagem em tecidos sadios.

Trata-se de uma técnica altamente complexa, na qual um grande número de profissionais são envolvidos, como: radioterapeuta, físicos-médicos, dosimetristas, técnicos de radioterapia e enfermeiros.

A complexidade do processo implica na verificação precisa da dose que será administrada ao paciente, por meio de controles de qualidade executados pelo físico-médico, para cada plano.

Radioterapia guiada por imagem IGRT.

A Radioterapia Guiada por Imagens (IGRT) surgiu da necessidade de localizar de forma mais precisa o tumor ou os órgãos internos acometidos no instante do tratamento, para que houvesse melhor correlação com as imagens de referência.

Dependendo da região a ser irradiada ou propriamente da anatomia do paciente, é possível que existam variações entre o posicionamento do paciente ou do órgão-alvo durante a Tomografia de Referência, e nos subseqüentes dias de tratamento, como, por exemplo, quando se trata de tumores prostáticos, em que a próstata pode se movimentar internamente em função das mudanças fisiológicas do reto e da bexiga, que estão intimamente próximos ao órgão. Essa movimentação pode ser expressiva entre diferentes frações e, por isso, necessitam de controles mais aprimorados.

A IGRT pode ser indicada para auxiliar em tratamentos que requerem extrema precisão, como a Radiocirurgia de Dose Única ou com máscara e a Radiocirurgia Estereotáxica Corpórea – SBRT.

O departamento de Radioterapia do Hospital Israelita Albert Einstein dispõe dos mais modernos sistemas de IGRT do mercado:

O Sistema Exactrac 6D® Brainlab, instalado no acelerador linear 6EX, que é formado por um conjunto de dois equipamentos de raios X, dois painéis detectores de alta resolução e um sistema de emissão e detecção de infravermelhos. A Tomografia de Referência, utilizada para planejamento e contendo os alvos, é enviada ao sistema para que sejam reconstruídos os mesmo planos que serão adquiridos durante o tratamento. Duas radiografias ortogonais são feitas, com o paciente em posição de tratamento, e comparadas àquelas geradas pelas imagens da Tomografia de Referência. O sistema calcula as diferenças na posição do paciente, em todas as direções – vertical, longitudinal e lateral –, e se existem giros, inclinações ou rotações. A mesa de tratamento é automaticamente corrigida, direcionando o paciente à posição correta, e novas imagens são realizadas para garantir um grau de localização submilimétrico.

Durante a Tomografia 4D, é necessário um padrão de respiração, em que diversas imagens são adquiridas com a mesma posição de mesa, porém em dez fases do ciclo respiratório – desde a inspiração, expiração e novamente a inspiração. Para isso, uma pequena caixa transparente à radiação e reflexiva aos infravermelhos fica posicionada sobre o tórax ou o abdômen do paciente, e o movimento de subida e descida do tórax é capturado por câmeras instaladas no aparelho de tomografia.

É possível definir somente uma pequena fase ou janela (gate) do ciclo respiratório em que o feixe é liberado, como no final da expiração, para poupar uma parte de volume sadio que está se movimentando junto com o tumor.

São selecionadas somente imagens da fase que serão irradiadas e enviadas para o sistema de planejamento, que é executado e enviado ao acelerador para tratamento.

Durante o processo, o feixe somente poderá ser liberado no mesmo instante em que foi planejado, e para isso a caixa reflexiva é posicionada no tórax do paciente, novamente o padrão respiratório se faz necessário. O feixe será liberado somente quando estiver na mesma fase do ciclo respiratório, poupando assim grandes volumes de tecido sadio.

Esse tipo de terapia é indicado principalmente para tumores que possuem movimentações maiores que 2 cm para qualquer lado.

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Radioterapia intraoperatória.

Um grande desafio da radioterapia é a irradiação do volume-alvo, sem atingir tecidos normais adjacentes ao tumor. Com a Radioterapia Intraoperatória – IORT, a irradiação é feita durante o ato cirúrgico.

O cirurgião e o radioncologista delimitam a área na qual se encontra o leito tumoral – é posicionado um cone metálico que irá direcionar a radiação somente para as áreas afetadas – e onde pequenos fragmentos do tumor podem estar contidos, afastando os tecidos normais da região irradiada, que são movidos para fora do campo de radiação

As cirurgias são feitas no centro cirúrgico dedicado à Radioterapia do Hospital Israelita Albert Einstein. O cone pode ser colocado na sala cirúrgica ou dentro da sala de tratamento de um dos dois aceleradores lineares com elétrons.

As principais indicações de IORT são para tumores abdominais, sarcomas, neuroblastomas, recidivas malignas em pelve, e está sendo amplamente utilizada em tumores de mama no momento da lumpectomia.

O tratamento é ministrado com altas doses de radiação em uma única sessão, e pode ser complementado com a adição de Radioterapia Externa alguns dias após a cirurgia.

Tomógrafo simulador 4D dedicado.

A Tomografia de Planejamento – CT consiste na principal ferramenta para a localização precisa dos volumes-alvo e dos órgãos sadios adjacentes a essas áreas e é feita durante o processo de simulação.

A Radioterapia do Hospital Israelita Albert Einstein possui um tomógrafo do tipo simulador, dedicado única e exclusivamente ao setor. A principal vantagem de ter um tomógrafo com essas características é o fato de poder dedicar tempo suficiente para cada simulação e de permitir que exames sejam repetidos quando necessários

Nessa etapa, são construídos acessórios (como máscaras para imobilização de cabeça e pescoço, suporte para braços e pernas, entre outros) para serem utilizados na fixação, na imobilização ou no apoio de pacientes, e que serão necessários durante a aquisição das imagens de CT e nos dias subsequentes de tratamento.

O tomógrafo simulador tem características especiais que simulam à das máquinas de tratamento, como a mesa plana e rígida, e láseres externos para orientar no posicionamento.

Um moderno acessório permite a aquisição da modalidade de Tomografia 4D para certos tipos de tumores que se movimentam durante a respiração, como alguns tumores de pulmão e fígado.

Esta modalidade de tomografia permite visualizar os movimentos internos executados pelo tumor, em função da respiração em três dimensões que, quando correlacionado com o tempo, transformam-se em quatro dimensões.

O acessório é formado por um conjunto de emissor e câmara detectora de infravermelho – que, acoplada a mesa do tomógrafo, captura os movimentos de subida e descida do tórax ou do abdômen de uma pequena caixa transparente à radiação e reflexiva aos infravermelhos.

O padrão de respiração é adquirido pelas câmaras infravermelhas e diversas imagens são adquiridas com a mesma posição de mesa, porém em dez fases do ciclo respiratório – desde a inspiração, expiração e novamente a inspiração. As imagens adquiridas são relacionadas à fase do ciclo respiratório, sendo possível agrupar todas as imagens correspondentes a cada ciclo.

Com isso, todo o caminho do tumor (ITV) pode ser melhor definido, reduzindo por si as margens do tratamento radioterápico, ou somente poucas fases do ciclo são escolhidas como uma janela para o tratamento (gating).

Braquiterapia de alta taxa de dose 2D e 3D.

A Braquiterapia é um tratamento com a fonte de radiação em contato (braqui = próximo) ou em grande proximidade aos volumes-alvo tumorais. Esta proximidade possibilita que a radiação vá diretamente ao tumor, sem ultrapassar os tecidos normais.

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A Braquiterapia de Alta Taxa de Dose utiliza fontes radioativas de Irídio-192 de alta atividade para o tratamento, principalmente, de tumores ginecológicos. Esta modalidade permite que altas doses de radiação sejam administradas em um curto intervalo de tempo, num processo em que a fonte de radiação percorre aplicadores metálicos ou plásticos inseridos, por exemplo, na cavidade vaginal e uterina. A forma da radiação é calculada utilizando sistemas 2D ou 3D.

No Sistema 2D, radiografias ortogonais, anterior e lateral, são tomadas com os aplicadores metálicos em posição. Essas radiografias são digitalizadas para o Sistema de Planejamento Brachyvision® Varian, no qual são definidos os trajetos dos aplicadores por onde passam as fontes e os pontos de dose a serem calculados. Os planejamentos 2D são utilizados principalmente para tumores ginecológicos.

No Sistema 3D, tomografias computadorizadas são realizadas com os ateteres posicionados de uma forma em que é possível calcular as doses nos órgãos de riscos e visualizar a cobertura de dose em três dimensões. Essa técnica é indicada para tratamento de tumores de cabeça e pescoço e mama.

O sistema de carregamento remoto proporciona uma grande segurança aos trabalhadores, pois reduz a exposição à radiação. Como a fonte pode ser precisamente ajustada para permanecer em algumas paradas no interior dos cateteres, é possível construir distribuições de dose altamente personalizadas para alcançar as necessidades de cada paciente.

Braquiterapia prostática com sementes de I-125.

A Braquiterapia Prostática de Baixa Taxa de Dose consiste na implantação de pequenas sementes radioativas de Iodo-125.

O implante, guiado por ultrassom (US), é realizado com a inserção de agulhas através do períneo, em que são depositadas na próstata de 70 a 120 sementes, dependendo do seu volume.

A Braquiterapia teve grande aumento de popularidade nos últimos anos, devido a alta eficiência e relativa conveniência, pois o paciente é submetido a um único procedimento.

Primeiramente, estudos feitos por meio de US são realizados para medir o volume da próstata e avaliar a possibilidade de inserção das agulhas.

Com base no volume, calcula-se o número de sementes que deve ser comprado.

O procedimento tem uma duração em torno de duas a três horas e o paciente permanece uma noite internado e tem alta no dia seguinte.

Em geral, os pacientes sentem pouca dor ou desconforto após a implantação

É indicado para homens que tenham câncer de próstata em estágio inicial e que não desejam realizar um curso longo de radioterapia externa ou ter uma ressecção completa da próstata

Aceleradores lineares com MLC e micro-MLC.

AL 23EX Varian MLC de 120 lâminas com projeções de 0,5 cm e 1,0 cm no isocentro.

Energias 6 MV e 15 MV de Fótons e 4MeV, 6MeV, 9MeV, 12MeV, 16MeV, 20MeV de elétrons. Sistema de IGRT OBI Variancom – possibilidade de executar Cone Beam CT na mesa de tratamento.

AL 2100 C Varian MLC de 52 lâminas com projeção de 1cm no isocentro.

Energias 6 MV e 18 MV de Fótons e 4MeV, 6MeV, 9MeV, 12MeV, 15MeV de elétrons. Portal Vision.

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AL 6EX Varian Micro-MLC de 52 lâminas Brainlab, com projeção de 0,3 cm no isocentro Monoenergético com 6MV de Fótons Sistema de IGRT Exactrac Brainlab

Sistema de gerenciamento integral ARIA.

Com o Sistema de Gerenciamento ARIA todo o fluxo de informações e imagens são administrados.

As informações relativas ao agendamento nas diferentes etapas do tratamento radioterápico são armazenadas neste banco de dados, no qual um único registro de paciente proporciona todo o controle da informação.

O grande diferencial de segurança e facilidade na utilização do prontuário eletrônico deve-se ao completo trânsito de dados técnicos que são verificados antes do tratamento, garantindo sejam seguidos os mesmos parâmetros definidos durante o planejamento. São armazenados também detalhes relativos às questões clínicas, como diagnóstico, tempo de internação e histórico clínico.

A segurança do sistema está no processo de duplicação instantânea de todo o banco de dados, por meio do sistema HAARP, que previne a perda de informações principais.

Irradiação corporal total fótons e elétrons

A Irradiação Corporal Total é uma técnica utilizada para administrar grandes campos de radiação no corpo inteiro.

As salas de tratamento da Radioterapia do Hospital Israelita Albert Einstein são dimensionadas para realizar o tratamento com campos de até 2 metros de extensão, dando todo o conforto aos pacientes.

Irradiação Corporal Total com Fótons.

Trata-se de um complexo programa de tratamento para anemia aplásica, leucemias, linfomas e outros tipos de tumores que são combinados com altas doses de quimioterapia e utilizado na preparação para o transplante de medula óssea.

Usualmente é administrado em seis frações, duas vezes ao dia. Cada tratamento leva cerca de uma hora, só podendo ser repetido depois de um período de seis horas, e consiste na irradiação anterior e posterior, com o paciente alternando o decúbito lateral sobre um exclusivo sistema de apoio.

Irradiação Corporal Total com Elétrons.

A radiação penetra poucos milímetros na pele e atinge completamente a parte afetada, sem penetrar nos órgãos internos. É utilizada principalmente para o tratamento de linfomas de Células-T. Se o tumor for detectado precocemente, o tratamento resulta no desaparecimento completo de todos os sinais e sintomas da doença. Nossos promissores resultados nos tornam referência nesse tipo de tratamento.

Órgãos e Métodos Empregados.

Mama

A radioterapia utiliza radiações ionizantes que, em geral, são empregadas após a cirurgia de remoção do tumor, reduzindo drasticamente as chances de retorno. O tratamento radioterápico ocorre de forma ambulatorial, com uma sessão ao dia, de segunda a sexta-feira, com duração entre quatro e sete semanas.

As etapas do processo de radioterapia são:

Simulação tomográfica para definir a posição de irradiação e aquisição das imagens para planejamento.

Planejamento virtual e cálculo de dose, em que são definidas as áreas que devem ser irradiadas e a quantidade de medicamento para promover um tratamento seguro, protegendo tecidos vizinhos sadios.

A técnica de Radioterapia de Intensidade Modulada – IMRT é empregada para reduzir a variação da dose na mama, melhorando a qualidade estética do tratamento.

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A radioterapia é realizada em grandes máquinas chamadas de aceleradores lineares, na posição definida durante a simulação, e tem duração de 15 minutos.

Em tumores iniciais, pode ser empregada uma forma de radioterapia localizada, chamada Radioterapia Intraoperatória – IORT, na qual o tratamento é , na qual o tratamento é realizado em uma única sessão durante a cirurgia de remoção do tumor.

Próstata

A radioterapia utiliza radiações ionizantes que, em geral, são empregadas após a cirurgia de remoção do tumor, reduzindo drasticamente as chances de retorno, ou como alternativa à cirurgia. O tratamento radioterápico ocorre de forma ambulatorial, com uma sessão ao dia, de segunda a sexta-feira, com duração entre sete e oito semanas.

As etapas do processo de radioterapia são:

Simulação tomográfica para definir a posição de irradiação e aquisição das imagens para planejamento.

Planejamento virtual e cálculo de dose, em que são definidas as áreas que devem ser irradiadas e a quantidade de medicamento para promover um tratamento seguro, protegendo tecidos vizinhos sadios.

A técnica de Radioterapia de Intensidade Modulada – IMRT é empregada para reduzir as doses que incidem nos órgãos em volta da próstata (ex.: reto e bexiga), diminuindo a toxicidade do tratamento.

A radioterapia é realizada em grandes máquinas chamadas de aceleradores lineares, na posição definida durante a simulação, e tem duração de 15 minutos.

O tratamento pode também ser realizado utilizando a técnica de Radioterapia Guiada por Imagem – IGRT para aumentar a precisão do tratamento.

Nos tumores iniciais, pode ser empregada uma forma de radioterapia interna, chamada braquiterapia, na qual "sementes" radioativas muito pequenas são implantadas na próstata, através de agulhas finas, e emitem radiação em uma área muito restrita em torno delas.

Cérebro

A radioterapia utiliza radiações ionizantes que, em geral, são empregadas após a cirurgia de remoção do tumor, reduzindo drasticamente as chances de retorno, ou como alternativa à cirurgia. O tratamento radioterápico ocorre de forma ambulatorial, com uma sessão ao dia, de segunda a sexta-feira, com duração entre seis e sete semanas.

As etapas do processo de radioterapia são:

Simulação tomográfica para definir a posição de irradiação e aquisição das imagens para planejamento.

Planejamento virtual e cálculo de dose, em que são definidas as áreas que devem ser irradiadas e a quantidade de medicamento para promover um tratamento seguro, protegendo tecidos vizinhos sadios.

A técnica de Radioterapia de Intensidade Modulada – IMRT pode ser empregada para reduzir as doses que incidem nos órgãos próximos ao tumor (ex.: olhos e orelhas), diminuindo a toxicidade do tratamento.

A radioterapia é realizada em grandes máquinas chamadas de aceleradores lineares, na posição definida durante a simulação, e tem duração de 15 minutos.

O tratamento pode também ser realizado utilizando a técnica de Radioterapia Guiada por Imagem – IGRT para aumentar a precisão do tratamento.

Em alguns tipos de tumores muito pequenos, pode ser empregada uma forma de radioterapia localizada, chamada radiocirurgia, na qual o tratamento é realizado em uma única sessão.

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Cabeça e Pescoço

A radioterapia utiliza radiações ionizantes que, em geral, são empregadas após a cirurgia de remoção do tumor, reduzindo drasticamente as chances de retorno, ou como alternativa à cirurgia. O tratamento radioterápico ocorre de forma ambulatorial, com uma sessão ao dia, de segunda a sexta-feira, com duração entre sete e oito semanas.

As etapas do processo de radioterapia são:

Simulação tomográfica para definir a posição de irradiação e aquisição das imagens para planejamento.

Planejamento virtual e cálculo de dose, em que são definidas as áreas que devem ser irradiadas e a quantidade de medicamento para promover um tratamento seguro, protegendo tecidos vizinhos sadios.

A técnica de Arcoterapia Volumétrica de Intensidade Modulada – VMAT pode ser empregada para reduzir as doses que incidem nos órgãos próximos ao tumor (ex.: olhos e orelhas), diminuindo a toxicidade do tratamento, e para reduzir a duração da sessão.

para ser realizado.A radioterapia é realizada em grandes máquinas chamadas de aceleradores lineares, na posição definida durante a simulação, e tem duração de 15 minutos

O tratamento pode também ser realizado utilizando a técnica de radioterapia guiada por imagem IGRT para aumentar a precisão do tratamento.

Reto

A radioterapia utiliza radiações ionizantes que, em geral, são empregadas após a cirurgia de remoção do tumor, reduzindo drasticamente as chances de retorno, ou como alternativa à cirurgia. O tratamento radioterápico ocorre de forma ambulatorial, com uma sessão ao dia, de segunda a sexta-feira, com duração de seis semanas.

As etapas do processo de radioterapia são:

Simulação tomográfica para definir a posição de irradiação e aquisição das imagens para planejamento.

Planejamento virtual e cálculo de dose, em que são definidas as áreas que devem ser irradiadas e a quantidade de medicamento para promover um tratamento seguro, protegendo tecidos vizinhos sadios.

A técnica de Arcoterapia Volumétrica de Intensidade Modulada – VMAT pode ser empregada para reduzir as doses que incidem nos órgãos próximos ao tumor (ex.: bexiga e intestino), diminuindo a toxicidade dos tratamentos, e para reduzir a duração da sessão.

para ser realizado.A radioterapia é realizada em grandes máquinas chamadas de aceleradores lineares, na posição definida durante a simulação, e tem duração de 15 minutos

O tratamento pode também ser realizado utilizando a técnica de radioterapia guiada por imagem IGRT para aumentar a precisão do tratamento.

Pulmões

A radioterapia utiliza radiações ionizantes que, em geral, são empregadas após a cirurgia de remoção do tumor, reduzindo drasticamente as chances de retorno, ou como alternativa à cirurgia. O tratamento radioterápico ocorre de forma ambulatorial, com uma sessão ao dia, de segunda a sexta-feira, com duração de até sete semanas.

As etapas do processo de radioterapia são:

Simulação tomográfica para definir a posição de irradiação e aquisição das imagens para planejamento.

Planejamento virtual e cálculo de dose, em que são definidas as áreas que devem ser irradiadas e a quantidade de medicamento para promover um tratamento seguro, protegendo tecidos vizinhos sadios.

Page 11: Apostila de Radioterapia

A radioterapia é realizada em grandes máquinas chamadas de aceleradores lineares, na posição definida durante a simulação, e tem duração de 15 minutos.

O tratamento pode também ser realizado, utilizando a técnica de Radioterapia Guiada por Imagem – IGRT para aumentar a precisão.

Em alguns tipos de tumores muito pequenos pode ser empregada uma forma de radioterapia localizada, chamada Radiocirurgia, na qual o tratamento é realizado em uma ou até três sessões.

Sistema Linfático

A radioterapia utiliza radiações ionizantes para o tratamento de tumores do sistema linfático, chamados de linfoma. Em geral é empregada após a quimioterapia, reduzindo bastante as chances de o tumor regressar. O tratamento radioterápico ocorre de forma ambulatorial, com uma sessão ao dia, de segunda a sexta-feira, com duração entre três e quatro semanas.

As etapas do processo de radioterapia são:

Simulação tomográfica para definir a posição de irradiação e aquisição das imagens para planejamento.

Planejamento virtual e cálculo de dose, em que são definidas as áreas que devem ser irradiadas e a quantidade de medicamento para promover um tratamento seguro, protegendo tecidos vizinhos sadios.

para ser realizado.A radioterapia é realizada em grandes máquinas chamadas de aceleradores lineares, na posição definida durante a simulação, e tem duração de 15 minutos

Útero

A radioterapia utiliza radiações ionizantes que, em geral, são empregadas após a cirurgia de remoção do tumor, reduzindo drasticamente as chances de retorno, ou como alternativa à cirurgia. O tratamento radioterápico ocorre de forma ambulatorial, com uma sessão ao dia, de segunda a sexta-feira, com duração de entre cinco e seis semanas.

As etapas do processo de radioterapia são:

Simulação tomográfica para definir a posição de irradiação e aquisição das imagens para planejamento.

Planejamento virtual e cálculo de dose, em que são definidas as áreas que devem ser irradiadas e a quantidade de medicamento para promover um tratamento seguro, protegendo tecidos vizinhos sadios.

A técnica de Arcoterapia Volumétrica de Intensidade Modulada – VMAT pode ser empregada para reduzir as doses que incidem nos órgãos próximos ao tumor (ex.: bexiga e intestino), diminuindo a toxicidade dos tratamentos, e para reduzir a duração da sessão.

A radioterapia é realizada em grandes máquinas chamadas de aceleradores lineares, na posição definida durante a simulação, e tem duração de 15 minutos.

O tratamento pode também ser realizado utilizando a técnica de Radioterapia Guiada por Imagem – IGRT para aumentar a precisão.

Em alguns tipos de tumores pode ser empregado uma forma complementar de radioterapia interna, chamada Braquiterapia, na qual "sementes" radioativas muito pequenas são colocadas próximas ao local do tumor por meio de sondas finas e emitem radiação em uma área muito restrita em torno delas.

Efeitos Colaterais

Os efeitos colaterais da radioterapia variam de pessoa para pessoa e dependem fundamentalmente da área irradiada.

Se a área irradiada for a cabeça, pode ocorrer queda de cabelo localizada. Quando a boca ou o esôfago estiverem próximos às áreas tratadas, certo grau de inflamação da mucosa que as reveste está previsto,

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podendo haver dificuldades na alimentação. Nos casos em que o abdome é irradiado, o intestino costuma ser alcançado pela radiação, o que pode determinar diarréia.

A irradiação do quadril e de grandes áreas da coluna compromete a produção das células do sangue, podendo exigir do paciente alguns cuidados adicionais.

Náuseas e, mais raramente, vômitos podem ocorrer, principalmente nas irradiações do abdome. É comum que a pele que recobre a área irradiada apresente problemas. Vermelhidão, ardor, prurido e escurecimento da pele são relatados com certa freqüência.

Os efeitos colaterais podem ser exacerbados nos casos em que quimioterapia e radioterapia são aplicadas simultaneamente. Por isso, a integração das equipes médicas é muito importante.

Os pacientes sob radioterapia não se tornam radioativos.

Cuidados para serem tomados durante o tratamento

Os cuidados necessários durante o tratamento variam de acordo com a área irradiada. A equipe de enfermagem estará orientando cada paciente sobre os cuidados específicos que devem ser adotados nesse período.

Algumas recomendações podem ser úteis a todos os pacientes sob radioterapia:

Repouso

A fadiga durante o tratamento é bastante comum. Submetido a esse tipo de terapia, o organismo despende grande quantidade de energia na reparação de estruturas irradiadas. Além disso, nos casos em que a medula óssea é agredida pela radiação, pode se instalar um quadro de anemia (diminuição na contagem de glóbulos vermelhos no sangue), o que colabora para a indisposição.

É importante que o paciente reconheça seus novos limites e os respeite, estabelecendo horários de descanso ao longo do dia.

Nutrição

Durante o tratamento, o paciente deve manter uma dieta balanceada e evitar perder peso. Os efeitos da radioterapia sobre o tubo digestivo podem, entretanto, impedir a ingestão de diversos alimentos, dificultando a obtenção dos nutrientes de que o organismo necessita.

Corrigir os distúrbios na alimentação que eventualmente surjam durante o tratamento é extremamente importante. A equipe de nutricionistas do Serviço de Radioterapia realiza atendimentos personalizados, oferecendo orientações específicas para cada paciente em tratamento.

Sempre que houver diarréia ou dificuldade para alimentação, a equipe médica e a de enfermagem devem ser avisadas.

Pele

A pele sobre a área tratada exige alguns cuidados especiais:

Lavá-la sempre com sabão suave e água morna;

Não aplicar cosméticos sobre ela sem aprovação da equipe médica ou de enfermagem;

Usar roupas folgadas;

Não esfregar nem coçar a região;

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Não aplicar adesivos sobre a área;

Proteger a pele dos raios solares – se possível cobrindo a região com roupas claras antes de expô-la à luz solar;

Não aplicar compressas (frias ou quentes) sobre a pele.

As marcas de tinta sobre a pele não podem ser retiradas. Caso se apaguem, não devem ser retocadas pelo paciente.

Boca

Nos tratamentos da região da cabeça e do pescoço, a boca merece atenção especial. Alguns cuidados podem evitar sérias complicações durante o tratamento:

não fumar;

não consumir bebidas alcoólicas;

evitar lanches açucarados nos intervalos das refeições;

evitar alimentos condimentados ou crocantes;

higiene oral cuidadosa – uso de escova com cerdas macias e fio dental (orientado pelo dentista);

não usar colutórios, exceto quando indicado pelo dentista ou pela equipe médica.

Infecções e sangramentos

Os casos em que grandes áreas da medula óssea são irradiadas, as células do sangue podem ter sua produção comprometida. Essa toxicidade se manifesta inicialmente pela queda na contagem dos leucócitos (leucopenia) e das plaquetas (plaquetopenia). Com o passar das semanas, pode ocorrer uma redução no número de hemácias no sangue (anemia).

Nos casos de queda acentuada, a radioterapia pode ser suspensa e novas doses serão calculadas. Além disso, existem recursos que podem ser empregados para corrigir tais alterações.

Durante todo o tratamento, são colhidos hemogramas seriados para reconhecimento e acompanhamento dessas eventuais alterações.

Pacientes em radioterapia devem comunicar-se imediatamente com a equipe médica caso apresentem febre (temperatura axilar maior que 37,8°C) ou sangramento.

Sexo

Na maioria dos tratamentos, a radioterapia não determina alterações importantes na capacidade de o paciente ter prazer com o sexo. A diminuição do desejo sexual, comumente observada em ambos os sexos, é mais reflexo do estresse causado pelo diagnóstico do que conseqüência do tratamento.

Nas radioterapias pélvicas em mulheres, as radiações podem comprometer a fertilidade, determinando supressão da menstruação com eventuais sintomas da menopausa (ondas de calor, secura vaginal, etc.). As radiações podem ainda causar alterações vaginais que tornam difíceis as relações sexuais. Por isso, recomenda-se que a paciente sob radioterapia pélvica suspenda sua vida sexual e aguarde algumas semanas após o término do tratamento para retomá-la.

A radiação dos testículos pode causar esterilidade no homem. Para os casos em que uma futura gravidez é desejada, existe a possibilidade de congelar o sêmen antes do início de um tratamento. Mulheres em idade reprodutiva devem evitar a gravidez com métodos eficazes. A radioterapia pode causar danos ao feto.

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Braquiterapia

A braquiterapia é uma ferramenta eficaz e segura para o tratamento do câncer. A palavra braquiterapia tem origem grega (brachys = curto; terapia = tratamento) e define uma forma de tratamento desenvolvida pela colocação de materiais radioativos junto ao tumor. Os materiais determinam a liberação de altas doses de radiação apenas nas proximidades da área de implantação, sem que um grande número de células normais seja atingido. Os implantes podem ser temporários ou permanentes.

A braquiterapia pode ser diferenciada pela taxa de dose de radiação e pelo local de aplicação.

Taxa de Dose de Radiação

Quanto às taxas de radiação, os procedimentos são classificados em braquiterapia com altas ou baixas taxas de dose.

Na braquiterapia com altas taxas de dose, o material radioativo permanece por poucos minutos no interior do organismo, tempo suficiente para a liberação da dose ideal de radiação. Quando baixas taxas de dose são utilizadas, a fonte de radiação deve ser mantida no interior do corpo durante um período mais prolongado, geralmente por poucos dias, ou implantada definitivamente.

Local de Aplicação

A braquiterapia pode ser realizada por meio da colocação do material radioativo no interior do órgão. Essa técnica, freqüentemente empregada no tratamento dos tumores ginecológicos, recebe o nome de intracavitária (dentro da cavidade).

Uma outra forma de braquiterapia é a endoluminal (dentro da luz), na qual a fonte de radiação é posicionada no interior (luz) de um órgão tubular, como o brônquio pulmonar ou o esôfago, por um curto período.

Na braquiterapia intersticial (em meio ao tecido) o material radioativo é introduzido na área comprometida pela doença, geralmente por meio de cirurgia. O material pode permanecer por um tempo limitado (implante temporário) ou ser mantido indefinidamente no local (implante permanente). O tratamento do câncer de próstata pela implantação de “sementes” é um exemplo de braquiterapia intersticial permanente.

A aplicação de materiais radioativos sobre a superfície externa do órgão recebe o nome de braquiterapia por moldes de superfície, sendo bem ilustrada pela braquiterapia oftálmica.

Duração do Tratamento

O plano de tratamento é definido segundo o tipo de tumor, sua localização, as estruturas próximas e as condições clínicas do paciente.

A duração do tratamento é bastante variável. Na braquiterapia com baixas taxas de dose, a fonte radioativa é mantida no interior do organismo por alguns dias ou definitivamente. Já quando se trabalha com materiais com altas taxas de dose, a exposição é mais breve, durando cerca de alguns minutos.

Efeitos Colaterais

A proximidade com as mucosas pode determinar sua inflamação, bem como a das superfícies cutâneas.

Os efeitos colaterais da radiação variam de pessoa para pessoa, dependendo fundamentalmente da área tratada e das doses empregadas.

Antes de programar o tratamento, a equipe de radioterapia discute, com cada paciente, os riscos envolvidos e os benefícios esperados para os procedimentos propostos. Nesse momento, os possíveis efeitos colaterais, bem como as chances de eles ocorrerem, são apresentados ao paciente.

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Os efeitos colaterais têm duração variável: na maioria das vezes desaparecem após algumas semanas, mas podem perdurar por alguns meses nos implantes permanentes.

A equipe médica e a de enfermagem acompanham de perto a evolução de cada tratamento, avaliando esses efeitos (quando existentes) e propondo soluções.

Cuidados que devem ser tomados durante e após o tratamento Nos casos em que são realizados implantes definitivos na região pélvica, os cuidados variam de acordo com a técnica de braquiterapia empregada. A equipe de enfermagem informa cada paciente sobre os cuidados específicos que devem ser adotados durante e após o tratamento.

Em geral, nos casos em que são utilizados implantes com altas taxas de dose, a fonte é retirada imediatamente após a aplicação e o paciente recebe alta sem qualquer material radioativo no seu interior.

Os implantes temporários com baixas taxas de dose são mantidos no organismo por alguns dias, período no qual o paciente permanece com material radioativo. Por isso, o tratamento é realizado com o paciente internado, mantido em quartos especiais, longe de crianças e gestantes. Durante os dois primeiros meses após a aplicação crianças e gestantes não devem permanecer em contato com o paciente por períodos prolongados, o uso de preservativos é obrigatório em toda relação sexual durante os dois primeiros meses após a aplicação; as atividades habituais devem ser mantidas próximas do normal. Havendo qualquer dúvida, o paciente deve esclarecê-la com a equipe médica e a de enfermagem.

Oftálmica

A Braquiterapia tem sido também bastante empregada no tratamento de tumores no interior do globo ocular. Trata-se de uma placa de metal semelhante em forma a uma “lente de contato” com sementes radioativas dispostas no seu interior. O nome braquiterapia refere-se a “tratamento de curta distância” o que possibilita grandes doses de irradiação na lesão intra-ocular e preservação das outras estruturas normais, como cristalino, córnea e a própria retina, importantes estruturas para manutenção da visão. A grande vantagem do uso da Braquiterapia nesse tipo de terapia é permitir o tratamento da doença primária do olho e possibilitar a conservação do globo ocular e secundariamente a visão.

Antes da realização da Braquiterapia oftálmica, o oftalmologista submete o paciente a um ultra-som ocular e envia ao médico radioterapeuta informações como tamanho da lesão, localização etc. Esses dados são inseridos num computador e, com a ajuda de programas específicos, o radioterapeuta, o oftalmologista e o físico elaboram o plano de tratamento.

Uma vez aprovado o plano de tratamento, a Braquiterapia tem início com a colocação de uma placa junto à esclera do olho, por meio de uma pequena cirurgia sob anestesia. Essa placa contém pequenas sementes de material radioativo, em número e disposição conforme o planejamento prévio. Após esta pequena cirurgia, para a colocação da placa, o paciente permanece internado no hospital, com a placa junto ao globo ocular e com um curativo recobrindo o olho. O período de irradiação é de alguns dias. Não se permite visitas externas durante o tratamento. Findo esse período, a placa é removida após nova pequena cirurgia e o paciente recebe alta com um curativo sobre o olho, seguindo com seu oftalmologista.

Braquiterapia Intracavitária

A braquiterapia intracavitária é mais bem exemplificada pelo tratamento de um tumor ginecológico.

O tratamento tem início com o posicionamento do aplicador no interior do útero, procedimento geralmente realizado no centro cirúrgico, com a paciente sob sedação. A posição exata do aplicador e dos demais órgãos da região é avaliada por exames radiológicos, ainda no centro cirúrgico, e o planejamento é desenvolvido com base nessas informações.

Nos casos em que a braquiterapia com baixas taxas de dose é realizada, a paciente deve ser mantida isolada em um quarto com proteção especial contra radiação. Após a colocação do material radioativo, a paciente fica restrita ao leito, sendo orientada para não se movimentar durante sua permanência.

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Optando-se pelo uso de altas taxas de radiação, a fonte é colocada no interior do órgão ainda no centro cirúrgico, aplicando-se imediatamente a radiação, não havendo necessidade de internação hospitalar.

No tratamento de tumores ginecológicos, a braquiterapia é freqüentemente associada à radioterapia externa.

Braquiterapia Intersticial Permanente (PRÓSTATA).

A braquiterapia vem ganhando importância como alternativa para o tratamento do câncer de próstata.

Na braquiterapia do câncer de próstata são implantadas sementes radioativas no interior do órgão, por agulhas introduzidas pelo períneo, direcionadas por ultra-som. Após o posicionamento das sementes, as agulhas são retiradas.

O procedimento é rápido (completa-se em 2 horas), sendo realizado sob anestesia peridural ou raquidiana e leve sedação. Após a colocação das sementes, o paciente é submetido a exames radiológicos para controle de seu posicionamento.

Braquiterapia Intersticial Temporária

No tratamento de tumores acessíveis, mas sem condições de remoção cirúrgica completa, e sensíveis à radiação, a braquiterapia intersticial temporária tem se revelado um importante recurso terapêutico. Essa forma de radioterapia vem sendo utilizada com freqüência no tratamento de tumores na região da cabeça e do pescoço e nos membros.

O material radioativo é introduzido na área a ser tratada por meio de tubos plásticos (cateteres), que são fixados à região durante a cirurgia.

Na braquiterapia intersticial temporária, o material radioativo é completamente retirado após alcançar-se a dose planejada.

Braquiterapia Endoluminal

A braquiterapia endoluminal é freqüentemente indicada nos casos em que o tumor obstrui ou se projeta para o interior da luz de órgãos como brônquios, esôfago e vias biliares.

Na braquiterapia endoluminal, realiza-se uma endoscopia para a colocação do cateter, pelo qual o material radioativo é introduzido.

Geralmente são utilizados materiais com altas taxas de radiação, mantidos próximos à lesão por poucos minutos, permitindo que o tratamento seja realizado sem necessidade de internação.

Braquiterapia por Molde de Superfície

Os moldes de superfície têm sido tradicionalmente utilizados no tratamento de lesões pequenas e superficiais - mais comumente de pele ou mucosa - em substituição à cirurgia, principalmente nos casos em que esse procedimento não pode ser estendido de forma a garantir boa margem de segurança (lesões na boca, no pênis, nas mãos, etc.). Mais recentemente, a braquiterapia passou a ser também empregada no tratamento de tumores no interior do globo ocular. A grande vantagem do uso da braquiterapia no tratamento dos tumores intra-oculares é permitir a conservação do globo ocular. Nesses casos, o tratamento tem início com a colocação de uma placa. A seguir, é feito o implante do material radioativo nessa placa, que é mantida no local por um curto período.

A aplicação de materiais com altas taxas de radiação pode ser realizada por controle remoto, reduzindo a exposição dos profissionais envolvidos no tratamento à radiação. Nesses casos, o paciente é mantido em salas especialmente projetadas para conter a radiação, sendo a aplicação inteiramente monitorizada por um circuito de TV.

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Braquiterapia Intracavitária

A Braquiterapia pode ser realizada por meio da colocação do material radioativo no interior de um órgão. Essa técnica,freqüentemente empregada no tratamento dos tumores ginecológicos, recebe o nome de intracavitária (dentro da cavidade).

Na Braquiterapia intracavitária, um aplicador é inserido dentro da cavidade a ser tratada. Em alguns casos ginecológicos, por exemplo, o aplicador pode ser um cilindro, que é colocado na vagina da paciente. Na grande maioria dos casos, não há necessidade de internação ou de anestesia para esse procedimento que, em geral, dura poucos minutos e é quase indolor. Eventualmente utiliza-se de sedação leve somente para maior conforto.

Uma vez que o aplicador esteja colocado, sua posição é confirmada por radiografias. A seguir, o médico radioterapeuta e o físico elaboram o plano de tratamento do paciente em um computador próprio para este fim. O planejamento computadorizado leva, em média, de 15 a 30 minutos, período em que o paciente ainda estará com o aplicador posicionado.

Após a aprovação do plano de tratamento, o aplicador é conectado ao aparelho de irradiação; então, o paciente ficará sozinho na sala de tratamento, sendo monitorado por um circuito de TV e por um interfone.

O equipamento de irradiação faz com que uma pequena fonte de material de radioativo, com 0,5 cm de extensão, seja automaticamente inserida dentro do aplicador. A fonte radioativa permanecerá alguns minutos dentro do aplicador – esse tempo é estipulado no planejamento computadorizado. Não há desconforto associado à passagem da fonte pelos conectores pois ela não entra em contato direto com o paciente.

Todo o processo é robotizado e controlado por computador, estando ainda sob supervisão do médico radioterapeuta e do físico. Assim que a fonte radioativa é recolhida para dentro do aparelho, o médico e o fisco entram na sala de tratamento, retiram o aplicador e em seguida o paciente liberado sem restrições.

Implantes Temporários

Na Braquiterapia Intersticial (“em meio ao tecido”) o material radioativo é introduzido na área comprometida pela doença, geralmente por meio de cirurgia. O material pode permanecer por um tempo limitado (implante temporário) ou ser mantido indefinidamente no local (implante permanente).

Nos casos de implantes temporários - como por exemplo nos tratamentos dos sarcomas de partes moles - em geral realiza-se uma cirurgia com remoção parcial ou total do tumor e colocados cateteres bem finos, de plástico. Esses cateteres exteriorizam-se pela pele - através de pequenos orifícios feitos pelo cirurgião - e suas extremidades são recobertas com um curativo após a cirurgia. Alguns dias após a cirurgia – geralmente entre 5 e 7 dias – o paciente é submetido a radiografias, tomografia computadorizada e/ou ressonância magnética para a checagem da posição exata dos cateteres. A seguir, o médico radioterapeuta e o físico elaboram o plano de tratamento do paciente em um computador próprio para este fim. Os implantes intersticiais temporários podem ser realizados em várias aplicações, cada uma delas com período de alguns minutos (nos casos de Braquiterapia de alta taxa de dose), ou em uma única aplicação com duração de alguns dias (baixa taxa de dose).

No primeiro caso, uma vez aprovado o plano de tratamento, os cateteres de plástico são conectados à unidade robótica de irradiação. A partir desse momento, o paciente fica sozinho na sala de tratamento, sendo monitorado por um circuito de TV e por um interfone. O equipamento faz com que uma pequena fonte de material de radioativo, com 0,5 cm de extensão, seja automaticamente inserida dentro dos cateteres. Todo o processo é robotizado e controlado por computador. A fonte radioativa permanecerá alguns minutos dentro dos cateteres – esse tempo é estipulado no planejamento computadorizado.

Ao término das aplicações os cateteres são retirados em poucos segundos - sem a necessidade de anestesia ou de nova cirurgia - e o paciente liberado. Eventualmente há necessidade de algumas frações de tratamento, geralmente duas vezes ao dia e por alguns dias para liberação da dose final prescrita. Os pequenos orifícios pelos quais os cateteres se exteriorizavam na pele cicatrizam sem necessidade de pontos.

Nos casos em que o médico radioterapeuta opta pela Braquiterapia de baixa taxa de dose, fios de material radioativo são inseridos dentro dos cateteres de plástico. Esses fios permanecem dentro dos cateteres durante alguns dias, conforme planejamento computadorizado. Nessa situação, o paciente fica internado no hospital

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durante todo o período de irradiação (2 a 5 dias). Acabado este período, os fios e os cateteres são removidos, sem necessidade de anestesia ou de nova cirurgia e os pequenos orifícios pelos quais os cateteres se exteriorizavam na pele cicatrizam sem necessidade de pontos. Os implantes intersticiais temporários podem ainda ser utilizados no tratamento de tumores de cabeça e pescoço, isoladamente após a cirurgia ou combinação com a Radioterapia externa.

Betaterapia

A Betaterapia é o tratamento que utiliza a radiação ionizante na prevenção da formação do quelóide e das cicatrizes hipertróficas.

O quelóide é uma cicatriz elevada, firme, irregular, geralmente de coloração rósea, que pode aparecer como resultado de um corte, incisão cirúrgica, queimadura ou após pústula por acne. Em alguns casos, pode haver dor e/ou prurido associado à cicatriz. O quelóide forma-se em pessoas com predisposição genética e é resultado da produção exagerada de colágeno por algumas células da pele, denominadas fibroblastos.

A Betaterapia consiste no contato de uma placa de metal de 2 x 1 cm com a pele após uma cirurgia, com o intuito de diminuir o risco de formação de quelóide. A placa é dotada de uma haste para que o operador possa segurá-la e, sob a placa, há um material radioativo, o Ítrio 90. Esse material emite um tipo de radiação que penetra alguns milímetros na pele, de tal forma que os órgãos internos não recebam dose apreciável de radiação.

A placa fica encostada na pele por alguns minutos - esse tempo é determinado pelo físico, durante o planejamento, para que seja aplicada a dose especificada pelo médico. Como a placa tem apenas 2 cm de comprimento, ela é encostada sobre a pele várias vezes, até que toda a extensão da cicatriz seja tratada.

O tratamento tem boa eficácia, é absolutamente indolor e, em geral, realizado em 5 sessões em dias alternados. A Betaterapia pode, ainda, ser utilizada no tratamento de afecções oftalmológicas, como o pterígio.

Radiocirurgia

A radiocirurgia é uma forma de radioterapia que utiliza radiações ionizantes (radioterapia), dirigidas por um sistema de coordenadas espaciais (estereotaxia) para atingir tumores, malignos ou benignos, e malformações arteriovenosas, em regiões profundas do cérebro. Além disso, a radiocirurgia pode ser utilizada na correção de distúrbios funcionais como epilepsia, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e dor, sendo aplicada a determinadas áreas do cérebro com o objetivo de normalizar sua atividade. Classicamente o termo Radiocirurgia define tratamentos aplicados com alta precisão em uma dose única e elevada para o tratamento de lesões intracranianas, mas com a evolução do método este tipo de tratamento tem sido fracionado (dividido em várias aplicações diárias) para uma série de doenças cerebrais.

A radiação é aplicada externamente, não havendo necessidade de abrir o crânio para alcançar a área a ser tratada. Na verdade, a radiocirurgia não é uma modalidade da cirurgia e sim da radioterapia, carregando o sufixo “cirurgia” por ter sido idealizada por um neurocirurgia, Dr. Lars Leksell na década de 1950.

A radiocirurgia pode ser feita utilizando-se uma gama de aparelhos que produzam radiações ionizantes, mas no Serviço de Radioterapia do Hospital Albert Einstein são utilizados aceleradores lineares como fonte de radiação. Os raios são emitidos pela extremidade do acelerador (Gantry) e orientados por colimadores com diâmetros variáveis ou modulados por colimadores de micro múltiplas-folhas.

Radiação Dirigida

As imagens obtidas por tomografia computadorizada, ressonância nuclear magnética ou arteriografia identificam e localizam a lesão no interior do cérebro. A região a ser tratada é reconhecida, assim como as estruturas que devem ser evitadas pela radiação. A radiocirurgia é um procedimento que exige muita precisão na localização do alvo a ser irradiado e no posicionamento e imobilização do paciente. Para isso, um anel metálico (estereotáxico) é fixado externamente ao crânio, oferecendo referências espaciais de fácil identificação que permitem exatidão no direcionamento dos raios.

Nos casos em que a radiocirurgia é aplicada em múltiplas sessões (radioterapia estereotáxica fracionada ou simplesmente radiocirurgia fracionada), o arco não é fixado diretamente ao crânio do paciente, mas uma

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máscara é confeccionada e colocada apenas durante os procedimentos. Os raios são focados sobre a lesão-alvo, orientados pelas coordenadas obtidas durante o planejamento. Para todos os tipos de tratamentos com radiocirurgia, um outro recurso, agora disponível no Serviço de radioterapia do Hospital Israelita Albert Einstein, é a radioterapia guiada por imagens (IGRT). A técnica de IGRT permite a localização dos alvos do tratamento em tempo real, antes de cada sessão de radiocirurgia, corrigindo qualquer eventual desvio milimétrico antes de ser realizado o tratamento.

Vantagens da Radiocirurgia

A radiocirurgia aplica uma alta dose de radiação na área a ser tratada, poupando em grande par te os tecidos normais do cérebro. Isto é, trata-se de um procedimento que combina alta eficácia e boa tolerabilidade.

Além disso, na radiocirurgia é possível tratar mais de uma lesão no mesmo procedimento.

Indicações

A radiocirurgia pode ser utilizada para o tratamento de malformações arteriovenosas cerebrais, tumores cerebrais benignos de difícil dissecção, tumores malignos primários e metastáticos do cérebro e da base do crânio, além de doenças funcionais do cérebro. Além disso, existem diversos estudos em andamento para avaliar os benefícios da radiocirurgia no tratamento de lesões localizadas em outros segmentos do corpo.

• Radioterapia intra-operatória, além das teleterapias para tratamento de vários tipos de tumores (mama, próstata, pulmão, cabeça e pescoço, SNC etc.).

Humanização

Algumas atitudes que promovem um ambiente humano no setor de radioterapia.

Tratamento humano e digno com os pacientes por intermédio dos operadores e todos do setor

TVs para entreter e tranquilizar as pessoas, inclusive na tomografia criando um ambiente alegre e descontraído. Também é utilizada para transmitir informações sobre os procedimentos, tais como, construção de máscara e acessórios na tomografia de simulação

Rede sem fios Wi-fi em todo o hospital grátis para todos os pacientes e acompanhantes.

Sala para crianças e sala de exame

Desenhos infantis para criar um ambiente alegre para as crianças. Na sala de exames, os motivos lembram alguns procedimentos e auxiliam na explicação dos procedimentos.

Brinquedos & videogame

O departamento disponibiliza para as crianças e adolescentes brinquedos e videogame para entreter enquanto espera o procedimento.

...fim...