APOSTILA ECONOMIA

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ECONOMIA01. A ECONOMIA AO LONGO DA HISTRIA Existe um consenso de que a Teoria Econmica, de forma sistematizada, iniciou-se quando foi publicada a obra de Adam Smith, A Riqueza das Naes, em 1776. Em perodos anteriores, a atividade econmica do homem era tratada e estudada como parte integrante da Filosofia Social, da Moral e da tica. Assim, a atividade era orientada de acordo com alguns princpios gerais de tica, justia e igualdade, por exemplo, conceitos de troca de Aristteles e preo justo de Santo Toms de Aquino. Antigidade Na Grcia Antiga, as primeiras referncias conhecidas de Economia apareceram no trabalho de Aristteles (384-322 a.C.), que aparentemente foi quem cunhou o termo Economia 9oikosnomos) em seus estudos sobre aspectos de administrao privada e sobre finanas pblicas. Encontramos algumas outras consideraes tambm em Plato (427-347 a.C.) e de Xenofonte (440-335 a.C.). Roma, por sua vez, no deixou nenhum escrito notvel na rea de economia e os poucos trabalhos que podemos encontrar de destaque sempre permeiam questes de moral e de justia. A lei da usura, a moralidade de juros altos e o que deveria ser um lucro justo so exemplos mais conhecidos. Mercantilismo A partir do sculo XVI observamos o nascimento da primeira escola econmica: o mercantilismos. Apesar de no representar um conjunto tcnico homogneo, o mercantilismo tinha algumas preocupaes explcitas sobre a acumulao de riquezas de uma nao. Continha alguns princpios de como fomentar o comrcio exterior e entesourar riquezas. O acmulo de metais adquire uma grande importncia, e aparecem relatos mais elaborados sobre a moeda. Considerava que o governo de um pas seria mais forte e poderoso quanto maior fosse seu estoque de metais preciosos. Com isso, o mercantilismo acabou estimulando guerras, exacerbou o nacionalismo e manteve a poderosa e constante presena do Estado em assuntos econmicos. Fisiocracia (regras da natureza) No sculo XVIII, uma escola de pensamento francs, a fisiocracia, elaborou alguns trabalhos importantes. Os fisiocratas (ou organicistas) sustentavam que a terra (agricultura, pesca e minerao) era a nica fonte de riqueza e que havia uma ordem natural que fazia com que o universo fosse regido por leis naturais, absolutas, imutveis e universais, desejadas pela Providncia Divina para a felicidade dos homens. O trabalho de maior destaque foi o do Dr. Franois Quesnay, autor da obra Tableau conomique, o primeiro aCurso Cincia da Computao Disciplina Economia e Finanas - Prof. Ricardo 1

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dividir a economia em setores, mostrando a inter-relao dos mesmos. Apesar de os trabalhos dos fisiocratas estarem permeados de consideraes ticas, foi grande sua contribuio anlise econmica. Tal trabalho foi aperfeioado e transformou-se no sistema de circulao monetria input-output criado no sculo XX (anos 40) pelo economista russo, naturalizado norte-americano, Wassily Leontief,da Universidade de Harvard. Os fisiocratas associaram conceitos da medicina Economia, tais como: circulao, fluxos, rgos, funes, etc. Os Clssicos Adam Smith (1723-1790) Considerado o precursor da moderna Teoria Econmica, colocada como um conjunto cientfico sistematizado, com um corpo terico prprio, Smith j era um renomado professor quando publicou sua obra A Riqueza das Naes, em 1776. O livro um tratado muito abrangente sobre questes econmicas que vo desde as leis do mercado e aspectos monetrios at a distribuio do rendimento da terra, concluindo com um conjunto de recomendaes polticas. Em sua viso harmnica do mundo real, Smith acreditava que se se deixasse atuar a livre concorrncia, uma mo invisvel levaria a sociedade perfeio sem a necessidade de atuao do Estado. Utilizava o princpio do liberalismo, onde a defesa do mercado como regulador das decises econmicas de uma nao traria muitos benefcios para a coletividade, independente da ao do Estado, e por conseguinte Seus argumentos baseavam-se na livre iniciativa, no laissez-faire, onde causa da riqueza das naes o trabalho humano tambm chamada Teoria do Valor-Trabalho, e que um dos fatores decisivos para aumentar a produo a diviso do trabalho (especializao), onde tenderia a troca e a ampliao dos mercados. David Ricardo (1772-1823) Partindo das idias de Smith, desenvolveu alguns modelos econmicos com grande potencial analtico. Aprimora a tese de que todos os custos se reduzem a custos do trabalho e mostra como a acumulao do capital, acompanhada de aumentos populacionais, provoca uma elevao da renda da terra, at que os rendimentos decrescentes diminuem de tal forma os lucros que a poupana se torna nula, atingindo-se uma economia estacionria, com salrios de subsistncia e sem nenhum crescimento. Com isso, a resposta dada por Ricardo a essas questes constitui um importante item da teoria do comrcio internacional, chamada a Teoria das Vantagens Comparativas.

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John Stuart Mill (1806-1873) Jean Baptiste Say (1768-1832) Thomas Malthus (1766-1834) Alfred Marshal (1842-1924) John Maynard Keynes (1883-1946) Os Crticos Teoria Econmica tem recebido muitas crticas e abordagens alternativas. O espectro de crticos muito amplo e disperso e, evidentemente, heterogneo. Destacamos os marxistas e os institucionalistas. Karl Marx (1818-1883), economista alemo, desenvolveu uma Teoria Valor-Trabalho ( partir de David Ricardo), e consegue analisar muitos aspectos da economia com seu referencial terico. A apropriao do excedente produtivo (a mais-valia) pode explicar o processo de acumulao e a evoluo das relaes entre as classes sociais aparecimento da burguesia de um lado e o proletariado do outro. Thornstein Veblen e John Kenneth Galbraith, os institucionalistas, dirigem suas crticas ao alto grau de abstrao da teoria Econmica, e ao fato de ela no incorporar em sua anlise as instituies sociais. Rejeitam o pressuposto neoclssico de que o comportamento humano, na esfera econmica, seja racionalmente dirigido, e resulte do clculo de ganhos e perdas marginais. Consideram que as decises econmicas das pessoas refletem muito mais as influncias das instituies dominantes e do desenvolvimento tecnolgico.

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02. O QUE A ECONOMIA Muitas vezes, os principiantes querem um definio sucinta de Economia e, em resposta a essa procura, no h escassez de oferta. Eis algumas definies desse tipo: Economia, o estudo das atividades que, com ou sem dinheiro, envolvem transaes de troca entre pessoas. Economia o estudo da maneira pela qual os homens decidem utilizar recursos produtivos escassos ou abundantes (terra, mo-de-obra, bens de capital como maquinaria, conhecimento tcnico) para produzir vrias mercadorias (como trigo, carne de boi, sobretudos, iates, etc.) e distribu-las a vrios membros da sociedade, para consumo. Economia o estudo de homens em sua atividade comum, ganhando e desfrutando a vida. Economia o estudo da maneira pela qual a humanidade realiza a tarefa de organizar suas atividades de consumo e produo. Economia o estudo da riqueza.

Para ser mais abrangente, os economistas esto de acordo quanto a uma definio geram mais ou menos assim: Economia o estudo de como os homens e a sociedade decidem, com ou sem a utilizao do dinheiro, empregar recursos produtivos escassos, que poderiam ter aplicaes alternativas, para produzir diversas mercadorias ao longo do tempo e distribu-las para consumo, agora e no futuro, entre as diversas pessoas e grupos da sociedade. Ela analisa os custos e os benefcios da melhoria das configuraes de alocao de recursos. A Economia faz fronteiras com outras importantes disciplinas acadmicas, tais como, Sociologia, Cincia Poltica, Psicologia, Antropologia, Histria. Um exemplo: na ndia empobrecida, as vacas so animais sagrados e, somando milhes de cabeas, andam pelas ruas procura de comida. Enquanto um economista ingnuo pode considerar essas cabeas de gado como uma excelente fonte suplementar de protenas para uma dieta j inadequada, o estudioso mais profundo levar em considerao a psicologia do costume ao analisar o desenvolvimento econmico indiano.

03. DESCRIO E ANLISE ECONMICA

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A primeira tarefa da moderna Economia descrever, analisar, explicar e correlacionar o comportamento da produo, do emprego, dos preos e fenmenos semelhantes. Para que tenham significado, preciso que as descries sejam mais que uma srie de narrativas separadas. Desde a infncia, todos sabem alguma coisa sobre Economia. Este conhecimento to til quanto ilusrio: til, porque muito conhecimento pode ser considerado ponto pacfico; ilusrio, porque natural e humano aceitar pontos de vista superficialmente plausveis. Um conhecimento insuficiente pode ser perigoso. O mundo econmico extremamente complicado. No possvel, em geral, fazer observaes econmicas nas condies experimentais controladas, caractersticas dos laboratrios cientficos. Se desejar determinar o efeito de um imposto sobre a gasolina no consumo de combustvel, poder ficar irritado pelo fato de que, no mesmo ano em que o imposto passou a vigorar, comeou a utilizao de oleodutos. Apesar de tudo, ter que tentar ainda que apenas mentalmente isolar os efeitos do imposto, mantendo constantes os demais elementos. Do contrrio, no ir entender os efeitos econmicos. Do contrrio, no ir entender os efeitos econmicos nem da tributao, nem da melhorias no transporte, nem e ambas.

04. PROBLEMAS CENTRAIS DE TODA SOCIEDADE ECONMICA

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Qualquer sociedade, consiste ela em um estado comunista totalmente coletivizado, uma tribo das Ilhas dos Mares do Sul, uma nao capitalista industrial, deve, de um modo ou de outro, enfrentar a trs problemas econmicos fundamentais e interdependentes, quais sejam: 1. Quais as mercadorias que devero ser produzidas e em que quantidades? Ou seja, qual a quantidade e quais os bens e servios alternativos que sero produzidos? Alimentos ou roupas? Muito alimento e pouca roupa, ou vice-versa? Po e manteiga hoje, ou po e plantaes de videiras hoje, com po, manteiga e gelia no prximo ano? Como devero ser produzidos os bens? Isto , por quem e com que recursos, e por que processo tecnolgico iro eles ser produzidos? Quem caa, quem pesca? Eletricidade proveniente de vapor, quedas dgua, elicas, ou de tomos? Produo em grande ou em pequena escala? Para quem devero ser produzidos os bens? Isto , quem ir usufruir e obter o benefcio dos bens e servios oferecidos? Ou, para dizer a mesma coisa de outra maneira, como ser distribudo o total do produto nacional entre diferentes indivduos e famlias? Alguns ricos e muitos pobres, ou pessoas que em sua maioria vivem em modesto conforto?

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Estes trs problemas so fundamentais e comuns a todas as economias, mas sistemas econmicos diferentes tentam resolv-los de modo diferente. Numa civilizao primitiva, possvel que o costume regule todos os aspectos do comportamento. A deciso quanto a O Que, Como e Para Quem pode ser tomada mediante a aplicao de mtodos tradicionais de fazer as coisas. Aos membros de outra cultura, as prticas seguidas podem em parecer bizarras e irracionais; aos membros da tribo ou do cl podero estar to familiarizados com as prticas existentes, a ponto de ficarem surpresos, e talvez ofendidos, se lhes fosse perguntado o motivo de seu comportamento. Assim, a uma determinada tribo indgena, acham aconselhvel no acumular riqueza, mas distribu-la durante uma festa. Este desvio do comportamento aquisitivo para o revezamento da prestao de favores no ir causar surpresa aos antropologistas; seus estudos mostram que aquilo que significa comportamento correto numa cultura constitui, com freqncia, o maior dos crimes em outra. A Lei da Escassez O Que produzir, Como e Para Quem no constituiriam problema se os recursos fossem ilimitados. Se fosse possvel produzir uma quantidade infinita de cada produto, ou se as necessidades humanas estivessem plenamente satisfeitas, no faria diferena se se produzisse uma quantidade excessiva de qualquer produto em particular. Tampouco haveria importncia se o trabalho e as matrias-primas fossem combinados de maneira insensata. Desde que todos pudessem ter tudo o que desejassem, no importaria a maneira pela qual os bens e as rendas fossem distribudos entre diferentes indivduos e famlias. No haveria, ento, bens econmicos, isto , bens que so relativamente escassos e dificilmente haveria necessidade de estudar-se Economia ou como economizar. Todos os bens seriam bens livres, como costumava acontecer com o ar puro. No mundo real, at as crianas, medida que crescem, aprendem que ambos no a resposta admissvel para uma escolha de qual dos dois. Em comparao com pases atrasados ou sculos passados, as modernas sociedades industriais parecem realmente ricas. No entanto, nveis de produo mais elevados parecem trazer na sua esteira padres de consumo muito altos. O povo sente que deseja e precisa de aquecimento central, de instalaes hidrulicas, de refrigeradores, de cinema, teatro, educao, e assim por diante. O biologista lhe diz queCurso Cincia da Computao Disciplina Economia e Finanas - Prof. Ricardo 6

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ser possvel ficar bem alimentado com um mingau de aveia por dia, gastando alguns centavos, mas essa possibilidade deixa as pessoas to indiferentes quanto a informao de que os elementos qumicos de seus corpos valem apenas 2 dlares. Qualquer pessoa que tenha feito um oramento domstico sabe que as necessidades da vida as obrigaes indispensveis pouco tm a ver com as necessidades fisiolgicas mnimas de alimento, vesturio e abrigo. Fosse ou no verdade que as pessoas ficariam realmente mais felizes gastando duas vezes o que gastam agora, a observao sugere que os moradores dos subrbios esto agindo, no momento, como se quisessem mais renda para gastar. Fazem servios extras, resistem ao aumento de tributos, acabam economizando a mesma frao de sua rendas que economizavam em 1900 e as mes da classe mdia parecem trabalhar mais do que suas genitoras. Bens Escassos e Bens Livres A maioria dos bens so escassos, no sentido de que as pessoas consumiriam maior quantidade desses bens se pudessem obt-los gratuitamente, isto , se no precisassem desistir de algo mais para obter o bem. No importa se compramos o bem de outra pessoa ou se ns mesmos o produzimos. Em ambos os casos, precisamos desistir de algo se quisermos obter o bem. No primeiro caso, precisamos desistir do dinheiro que devemos pagar desistindo, desta maneira, da oportunidade de comprar algo mais; no segundo caso, do esforo e dos recursos que entram na produo do bem. Ao comprar ou produzir algo, desistimos da oportunidade de obter outro bem. Essas oportunidades perdidas, que so outras coisas que precisamos sacrificar, tornam um bem escasso para ns. Mesmo quando produzimos algo, incorremos em custos de oportunidade, porque precisamos desistir do tempo de lazer O tempo em si escassos, e usar uma parte do nosso tempo em dada tarefa significa que precisamos desistir da oportunidade de fazer algo mais durante aquele tempo. Entretanto, a escassez um conceito relativo. Somente falamos em existncia de escassez se os bens de certa natureza no so suficientes para satisfazer os desejos de todos. H certos bens, neste mundo, que esto disponveis em tal grau de abundncia que so considerados bens livres. Se desejamos obter alguns desses bens livres, no precisamos desistir de algo mais. Bens livres podem ser nossos a um mero pedido. Sua caracterstica bsica a de que esto disponveis em uma quantidade maior do que aquela que as pessoas querem obter. A gua do mar um bom exemplo. A quantidade disponvel de gua salgada maior do que a quantidade que as pessoas querem usar; , portanto, livre. Isso costumava ser verdade tambm para a gua limpa dois rios. Mas. Com nosso grande crescimento populacional, descobrimos que gua limpa para se beber, tornou-se um bem escasso, e, portanto, devemos pagar pelo seu uso. A gua no mais um bem livre. Concluso 1. Toda economia tem que resolver, de uma maneira ou de outra, os trs problemas econmicos fundamentais: Que tipos e quantidades sero produzidos de todos os bens e servios possveis; Como os recursos econmicos sero usados produo desses bens; e Para Quem os bens sero produzidos, isto , a distribuio da renda entre indivduos e classes diferentes.

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2. As sociedades enfrentam esses problemas de diferentes maneiras: de acordo com o costume, o instinto, procura e, na nossa economia mista, em grande parta atravs de um sistema de preos e mercados. 3. Os problemas bsicos so importantes devido realidade fundamental de toda a vida econmica: com recursos e tecnologia limitados, os padres de vida so limitados. Os bens econmicos so escassos e no livres; a sociedade tem que escolher entre eles e racionlos, porque nem todas as necessidades e desejos podem ser satisfeitos.

05. AS ALTERNATIVAS TECNOLGICAS ABERTAS A QUALQUER SOCIEDADE Discutimos o fato econmico bsico de que a limitao dos recursos totais capazes de produzir diferentes mercadorias impe uma escolha entre produtos relativamente escassos. Isto pode ser ilustrado quantitativamente por meio de simples exemplos aritmticos e diagramas geomtricos. Os diagramas e os grficos so auxiliares visuais indispensveis emCurso Cincia da Computao Disciplina Economia e Finanas - Prof. Ricardo 8

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muitos aspectos da Economia. Um pouco de cuidado ao comear a compreend-los ser muitas vezes recompensado mais tarde. Vamos supor uma economia com: determinada quantidade de habitantes, determinado grau de conhecimento tcnico determinado nmero de fbricas e ferramentas, e determinada quantidade de terra, potncia hidreltrica e recursos naturais Ao decidir O Que ser produzido e Como, a economia ter realmente que decidir de que maneira aqueles recursos sero alocados entre os milhares de diferentes mercadorias possveis: Qual a rea de terra que deveria ser dedicada ao cultivo de trigo? Ou pastagem? Quantas fbricas devero produzir facas? Qual a quantidade de mo-de-obra qualificada que dever destinar-se indstria mecnica? J complicado discutir esses problemas, quanto mais resolv-los. Por isso, temos que simplificar. Vamos supor que devam ser produzidos apenas dois bens econmicos (ou duas classes de bens econmicos). Para mais efeito, podemos escolher a dupla sobra a qual Adolf Hitler berrava em seus discursos: canhes e manteiga. Estes dois produtos so geralmente usados para ilustrar o problema da escolha entre a produo civil e a produo blica, mas a mesma se aplica a qualquer escolha de bens. Assim,: quanto maiores forem os recursos que o governo aplicar na construo de estradas pblicas, menores sero os recursos que restaro para que se produzam casas particulares; quanto mais o pblico preferir consumir alimentos. Menor ser o seu consumo de vesturio; quanto mais a sociedade preferir consumir hoje, menor poder ser a sua produo de mquinas e bens de capital para produzir maior quantidade de bens de consumo para o prximo ano ou para a prxima dcada. Mas fiquemos com o exemplo de canhes e manteiga e comecemos a examinar a figura a seguir:POSSIBILIDADES ALTERNATIVAS DE PRODUO Manteiga Canhes Possibilidades (milhes de (1000) kg) A 0 15 B 1 14 C 2 12 D 3 9 E 4 5 F 5 0

Temos, a, duas possibilidades extremas. Entre elas ainda existem outras. se estivermos decididos a abrir mo de certa quantidade de manteiga, poderemos ter certa quantidade de canhes; se estivermos dispostos a abrir mo de uma quantidade ainda maior de manteiga, poderemos ter ainda mais canhes.Curso Cincia da Computao Disciplina Economia e Finanas - Prof. Ricardo 9

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A Fronteira da Possibilidade de Produo Grfica Um modo ainda mais elucidativo representar essa mesma escala de possibilidade de produo de forma grfica, medindo-se a manteiga ao longo do eixo horizontal e os canhes ao longo do vertical. Preencha o grfico abaixo, demonstrando a fronteira de possibilidades de produo: POSSIBILIDADE DE TRANSFORMAR MANTEIGA EM CANHES (Grfico 1) 15

12CANHES (1000)

9

6

3

0

1

2

3

4

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MANTEIGA (milhes de kg)

Podemos preencher todas as posies intermedirias com novos pontos, mesmo aquelas que envolvam fraes de milho de quilos ou de mil canhes. A curva que teremos quando de seu preenchimento, representa o seguinte fato fundamental:Uma economia de pleno emprego dever sempre, ao produzir determinado produto, estar abrindo mo de certa quantidade de outro. A substituio a lei fundamental numa economia de pleno emprego. A Fronteira de Possibilidade de produo retrata a lista de opes da sociedade.

Desemprego e Ineficincia Mas, e se tiver havido um desemprego geral de fatores: homens ociosos, terra ociosa e fbricas ociosas? J avisamos que, nesse caso, nossas leis econmicas podero ser completamente diferentes. Este um dos casos. Com o desemprego, no nos encontramos sobre a fronteira de possibilidade de produo, mas em algum ponto dentro dela. Assim marque dentro da figura anterior a letra U, representando um ponto dentro da fronteira de possibilidade de produo no qual a sociedade est produzindo apenas, por exemplo, 2 milhes de quilos de manteiga e 6 mil canhes. Se h recursos ociosos, poderemos ter mais manteiga e mais canhes, pondo-os a produzir.

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Poderemos, por exemplo, nos mover de U para D e , assim, conseguir mais manteiga e mais canhes.Isso oferece um importante esclarecimento quanto diferente experincia de trs pases na II Guerra Mundial: os Estados Unidos, a Alemanha e a Rssia. Depois de 1940, de que maneira conseguiram os E.U.A. tornar-se o arsenal da democracia e gozar os padres de vida civil mais elevados do que jamais obtiveram? Em grande parte ocupando as reas de desemprego. O esforo blico de Hitler comeou em 1933, muito antes de qualquer declarao formal, derivado de um perodo de desemprego suficientemente agudo para ele conseguisse os votos que o levaram pacificamente ao poder. Quase todos os fatores extras tornados possveis pela utilizao de trabalhadores e fbricas inativos forma canalizados mais para a produo de material blico alemo do que para um consumo civil mais elevado. Os russos tinham pouco desemprego antes da guerra e j estavam em sua fronteira de possibilidade de produo bem baixa. No tinham outra alternativa seno substituir os produtos civis pelos blicos, com a conseqente privao.

O desemprego provocado pelo ciclo econmico no a nica maneira de estar dentro da fronteira de possibilidade de produo. Se uma economia estiver organizada de forma deficiente, poder tambm estar bem aqum da fronteira como aconteceu com a Alemanha derrotada em 1947, quando todo o sistema de preos entrara em colapso; ou na China em 1960, quando o movimento ideolgico no sentido de dar um grande salto frente resultou na expulso de peritos e numa tentativa, de pouca durao, de fazer ao em fornos de quintal; ou numa economia crivada de monoplios e sujeita a decretos arbitrrios de burocratas incapazes. Algumas Aplicaes da Fronteira de Possibilidade de Produo Este conceito, representado como uma curva simples, pode ajudar a apresentao de muitos dos mais bsicos conceitos da Economia o problema da escolha entre recursos escassos ou limitados (meios capazes de utilizaes alternativas) a fim de atingir melhores objetivos ("fins"). A terra, o trabalho e o capital podem ser utilizados na produo de canhes ou de manteiga, ao longo da curva limtrofe do grfico. Em que ponto a sociedade decide parar? Mais canhes ou mais manteiga? Economia matria quantitativa: a opo no uma questo quantitativa de escolher entre uma coisa ou outra, mas sim de escolher a quantidade de cada produto e o ponto exato em que traar a linha da deciso final. A Fronteira de Possibilidade de Produo oferece uma rigorosa definio de escassez:Escassez econmica se refere realidade bsica da vida de que existe apenas uma quantidade finita de recursos humanos e no-humanos que o melhor conhecimento tcnico capaz de usar na produo de apenas uma quantidade mxima limitada de cada produto, como nos mostra a Fronteira de Possibilidade de Produo. At aqui, em parte alguma do globo a oferta to abundante ou os gostos so to limitados que cada famlia do tipo mdio possa ter mais do que o suficiente de tudo aquilo com que possa sonhar.

A escala da possibilidade de produo pode, tambm, ajudar a tornar claros os trs problemas bsicos da vida econmica: O Que, Como e Para Quem. O Que produzido e consumido pode ser demonstrado pelo ponto que escolhemos sobre a Fronteira de Possibilidade de Produo.

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Como devero ser produzidos os bens uma questo que implica a escolha eficiente de mtodos e a destinao adequada de diferentes quantidades e tipos de recursos limitados s diversas indstrias. Para Quem sero produzidos os bens um ponto que no pode ser percebido apenas com o exame do diagrama da possibilidade de produo. s vezes, porm, podemos estimlo com esse exame: se encontrarmos uma sociedade sobre a sua Fronteira de Possibilidade de Produo, com muitos iates e poucos automveis compactos, justo que suspeitemos que essa comunidade goze de uma considervel desigualdade de renda e de riqueza entre as pessoas. Lei dos Rendimentos Decrescentes O grfico seguir ir nos alertar para uma famosa relao econmica tecnolgica, a chamada lei dos rendimentos decrescentes. Esta lei exprime a relao, no entre dois produtos (como canhes e manteiga), mas sim entre um fator de produo (como trabalho) e a resultante produo de um bem que ele ajudar a produzir (como a manteiga ou, nos exemplos clssicos, o milho).De modo mais especfico, a lei dos rendimentos decrescentes se refere quantidade decrescente de produo extra que obtemos quando adicionamos sucessivamente unidades extras iguais de um fator varivel a uma quantidade fixa de um outro fator.

CRESCIMENTO EQUILIBRADO3 3 VESTURIO 2 1 1 2 3 ALIMENTOS (milho, etc.)

FIXIDEZ DA TERRA

C B A1 2

C B A1 2 3 ALIMENTOS (milho, etc.)Rendimentos decrescentes significam que a produo em rea de terra fixa no pode acompanhar o crescimento da populao

(a)

(b)

(a) comeamos na curva inferior A, esquerda. Mas agora a populao duplica de tamanho e consegue se espalhar pelo dobro da rea de terra anterior, deixando cada condado e estado no mesmo equilbrio terra-mo-de-obra de antes. Por isso, a nova curva B retrata exatamente o dobro da escala de produo de alimentos e vesturio. Por fim, que mo-de-obra e terra aumentem outra vez o mesmo volume extra aumentado em A para B. vamos acabar chegando a C, ganhando plenamente tanto quanto ganhamos antes, em produtos extras, devido s mesmas adies equilibradas de mo-de-obra e terra. Observe que as setas abaixo 1, 2 e 3, em cada eixo, no acusam um cumprimento em reduo. (b) comeamos na mesma curva inferior A, repetida direita. Agora a terra mantida constante enquanto a populao duplica. Cada trabalhador tem menos terra com queCurso Cincia da Computao Disciplina Economia e Finanas - Prof. Ricardo 12

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trabalhar do que acontecia no crescimento equilibrado. Por isso, a curva B est abaixo da curva B esquerda. Por fim, adicione outro incremento igual de mo-deobra, mantendo a terra ainda constante. O novo produto extra ainda mais baixo, como demonstrado pelo comprimentos em reduo das setas 1, 2 e 3, que indicam os produtos extras. Eis um exemplo para ilustrar a lei dos rendimentos decrescentes. Fazemos o seguinte experimento controlado: dada uma quantidade fixa de terra 100 hectares, por exemplo a ela no iremos adicionar mo-de-obra alguma. Vemos que, com zero de mo-de-obra, no h produo de milho. Por isso, registramos no grfico 1 uma produo igual a zero quando mo-de-obra zero. Agora, fazemos um segundo experimento relacionado com o primeiro: adicionamos uma unidade extra de mo-de-obra mesma quantidade fixa de terra. Qual ser a produo que obtemos, agora? O raciocnio puro no pode nos responder: temos que examinar os fatos do experimento. Ao faz-lo, observamos, por exemplo, que tivemos uma produo positiva de milho exatamente igual a 2.000 unidades (sacos, ou qualquer outra unidade com que prefiramos medir o milho). Resumimos, ento, o resultado desse segundo experimento: a adio de uma unidade extra de trabalho a 100 de terra fixa nos d uma produo extra de 2.000 unidades. A fim de observar a lei dos rendimentos decrescentes, devemos fazer um terceiro experimento controlado. Ainda mantemos fixa a quantidade de terra e, mais uma vez variamos a contribuio de mo-de-obra e providenciamos para que seja outra vez adicionada exatamente a mesma unidade extra de mo-de-obra que da vez anterior, ou seja, passamos agora de uma para duas unidades de mo-de-obra, para combinar com a nossa passagem inicial de 0 para 1. Ser que vamos ter um total de 4.000 unidades de milho, que mais uma vez iriam representar exatamente 2.000 unidades extras produzidas pela unidade extra da mo-de-obra varivel, ou iremos encontrar rendimentos decrescentes com a nova unidade extra do fator adicionando uma quantidade inferior s 20.000 unidades extras de produo acrescentadas anteriormente?LEI DOS RENDIMENTOS DECRESCENTES Produto Extra Obtido por Produto Total Unidade (Sacos) Homens-Ano Adicional de Mo-de-Obra 0 1 2 3 4 5 0 2.000 3.000 3.500 3.800 3.900

2.000 1.000 500 300 100 A lei dos rendimentos decrescentes uma lei fundamental da Economia e da tecnologia.

Se a lei dos rendimentos decrescentes fizer realmente efeito, nosso experimento s pode ter um resultado: a segunda unidade extra de mo-de-obra ir acrescentar uma unidade extra menor do que a primeira. O acrscimo de uma terceira unidade extra de mo-de-obra ir,

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vigorando a lei dos rendimentos decrescentes, resultar numa produo extra ainda menor. E assim por diante. A lei dos rendimentos decrescentes uma regularidade econmica e tcnica importante, observada com freqncia, mas a sua validade no universal. Freqentes so as vezes em que ela s agir depois de adicionarmos uma quantidade considervel de doses iguais do fator varivel. Desse ponto em diante, dizemos que a lei dos rendimentos decrescentes entrou em vigor. Por que motivo a lei dos rendimentos decrescentes plausvel? Com freqncia achamos que, somando terra e mo-de-obra, sem que nenhum fator seja fixo e com todos variando na mesma proporo equilibrada, de modo que toda a escala de operaes v ficando maior, a produo tambm deveria crescer proporcionalmente e as produes extras no precisariam diminuir. Por que iriam faz-lo, se cada um dos fatores tem sempre aquela mesma quantidade dos outros com que trabalhar? Em suma, podemos esperar, com freqncia, que as alteraes equilibradas da escala deixem os fatores e as produes nas mesmas propores, como vimos no grfico anterior, letra (a). Por outro lado, quando mantemos constante um fator ou grupo de fatores e variamos os demais, vemos que os fatores que variam tm cada vez menos quantidade de fatores fixos com que trabalhar. Em conseqncia, no ficamos surpresos demais com o fato de que esses fatores variveis extras comecem a acrescentar um produto extra cada vez menor. Com efeito, o fator de produo fixo (terra) est decrescendo em proporo ao fator varivel (mo-de-obra). medida que colocamos mais lavradores na terra, ainda poderemos obter alguma quantidade extra de milho pelo cultivo intensivo do solo, mas a quantidade extra de milho por unidade de mo-de-obra extra ir tornar-se cada vez menor. Ento, podemos resumir como segue:Lei dos rendimentos decrescentes: um aumento de certos fatores em relao a outros fixos, ir provocar, em determinado estado de tecnologia, o aumento da produo total, mas depois de um certo ponto, o produto extra resultante de adies idnticas de fatores extras dever tornarse cada vez menor. Esta reduo de rendimentos extras uma conseqncia de terem as novas doses dos recursos variveis cada vez menos recursos fixos com que trabalhar.

Economias de Escala e Produo em Massa: Uma importante Fora Contrria Suponha que aumentemos apenas a escala de operaes, isto , que aumentemos todos os fatores ao mesmo tempo, na mesma proporo. Em muitos processos industriais, quando se dobram todos os fatores, pode-se ver que a produo ser maior que o dobro; este fenmeno chamado de rendimentos crescentes da escala. Nossa lei dos rendimentos decrescentes, de que falamos anteriormente, sempre se refere a casos em que alguns fatores foram variado enquanto outros continuaram fixos. Da no ser este caso de rendimentos crescentes da escala uma refutao direta da lei dos rendimentos decrescentes. Rendimentos crescentes da escala, ou as chamadas economias de produo em massa, so muitas vezes associados a um dos progressos seguintes: 1. utilizao de fontes de energia no-humanas e no-animais (energia hidrulica, vento, vapor, eletricidade, turbinas, etc.);Curso Cincia da Computao Disciplina Economia e Finanas - Prof. Ricardo 14

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2. emprego de mecanismos de ajuste automtico (tornos, fresas, servomecanismos, etc.); 3. uso de peas padronizadas e intercambiveis 4. diviso de processos complexos em simples operaes repetitivas; especializao de funo e diviso de trabalho A linha de montagem da indstria automobilstica e o desenvolvimento histrico da moderna fiao e tecelagem so exemplo tpicos desses fatores diversos. Pensando bem, ser evidente que cada uma dessas economias ou poupanas s se encontra em ao plena se estiver sendo produzido um nmero de unidades suficientemente grande para que torne vantajosa a instalao de uma organizao produtiva com razovel grau de aperfeioamento. Se devem ser produzidos canhes, bem poderiam ser produzidos a mo; mas se existem recursos para produzir milhares, valer a pena fazer certos preparativos iniciais aperfeioados que no precisam ser repetidos quando se quiser produzir ainda mais. Nesses casos, em que a simples escala tem muita importncia, a tendncia da fixidez da terra em forar os rendimentos decrescentes extras do trabalho poderia ser bloqueada durante longo tempo por um aumento da escala total de mo-de-obra envolvida. Por conseguinte, poderia acontecer que, ao contrrio do nosso quadro simplificado em pontos anteriores, devssemos pagar duas unidades de manteiga pela nossa primeira unidade de canho, mas para obtermos mais outro canho teramos que pagar apenas uma unidade de manteiga, graas eficincia da produo em massa. As economias de escala tm muita importncia para explicar o motivo pelo qual tantos dos artigos que compramos so produzidos por grandes companhias, como salientou Karl Marx, h um sculo. A Lei dos Custos (Relativos) Crescentes J estamos em condies de explicar porque a fronteira da possibilidade de produo foi traada como uma curva arqueada para fora (cncava de baixo para cima) em todos os nossos diagramas. Se fosse uma linha reta, os custos relativos da obteno de alguns canhes extras em termos de manteiga sacrificada seriam sempre os mesmos. Os economistas dizem que se trata de um caso de custos (relativos) constantes. Na verdade, porm, mais comum encontrarmos a lei dos custos (relativos) crescentes. Ento podemos definir que:A lei dos custos (relativos) crescentes vigora quando, a fim de obter quantidades extras iguais de um produto, a sociedade tem que sacrificar quantidades sempre maiores do outro. Uma curvatura arqueada para fora, ou cncava, da fronteira da possibilidade de produo retrata a lei de custos (relativos) crescentes como demonstrado pelo fato de que quando queremos mais Produtos Agrcolas o seu custo (relativo) aumenta em termos de Manufaturas sacrificadas.

Por que ser razovel, isso? Veremos que a lei dos custos (relativos) crescentes est relacionada com alei dos rendimentos decrescentes, mas de forma alguma a mesma coisa. Vamos ver que, juntamente com alei dos rendimentos decrescentes, os economistas devero poder presumir que canhes e manteiga usam os fatores de produo, como mo-de-obra e terra, em diferentes propores ou intensidades, se quiserem deduzir esta lei de custos (relativos) crescentes.

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Para calcular a lei dos custos (relativos) crescentes, usemos o grfico a seguir supersimplificado:

A BMANUFATURAS

C

D

E

0ALIMENTO AGRCOLA

Z

A escassez de terra para a produo de alimentos somada aos rendimentos decrescentes, provoca os custos (relativos) crescentes.

Ao passarmos de A para B, de B para C e assim sucessivamente, temos que abrir mo da quantidades iguais de Manufaturas medida que transferimos quantidades iguais de mode-obra da indstria manufatureira. Observe as setas verticais verdes, que so iguais, embaixo de A, de B, etc. Mas medida que unidades iguais de mo-de-obra em variao so adicionadas terra fixa prpria para o cultivo, os rendimentos decrescentes fazem com que se tenha cada vez menor quantidade extra de alimentos como medido pelas setas vermelhas horizontais, que vo ficando cada vez mais curtas. Isso explica o motivo pelo qual a curva vai se tornando cncava, ou a razo da lei dos custos relativos crescentes. Comece usando toda a mo-de-obra para produzir Manufaturas, no ponto A do grfico anterior. Agora sacrifique quantidades iguais de Manufaturas para obter mais Produto Agrcola,. Indo para B e C. Como se d essa transformao? Transferindo-se quantidades iguais de mo-de-obra de Manufaturas (j que ali no se usa terra de forma alguma). Observe que essas quantidades de mo-de-obra transferidas so aplicadas, agora, a um total fixo de terra para Agricultura. medida que so aplicadas quantidades iguais de mo-de-obra varivel a um fator terra fixo, cada quantidade tem cada vez menos hectares com que trabalhar e, da, adiciona cada vez menos Produto Agrcola extra. Vemos, ento, porque cada novo Produto Agrcola obtido a custos cada vez maiores em termos de Manufaturas sacrificadas. Concluso 1. Com determinados recursos e tecnologia, as alternativas de produo abertas a uma nao entre dois bens como manteiga e canhes podem ser resumidas na fronteira de possibilidades de produo. Esta indica a maneira pela qual um produto pode serCurso Cincia da Computao Disciplina Economia e Finanas - Prof. Ricardo 16

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transformado em outro por meio da transferncia de recursos de sua produo para a produo do outro. 2. As fronteiras de possibilidade de produo podem ilustrar muitos processos econmicos bsicos: como empregamos relativamente menos recursos para atender s necessidades de alimentao, medida que progredimos; como escolhemos entre bens de mercado privados e bens governamentais pblicos; como escolhemos entre consumo corrente e bens de capital que melhoram a capacidade futura de produzir. A fronteira da possibilidade de produo retrata o progresso tcnico e abre o caminho para os rendimentos decrescentes. 3. A lei dos rendimentos decrescentes afirma que, depois de um certo ponto, medida que adicionamos mais e mais doses iguais de um fator varivel (como a mo-de-obra) a um fator fixo (como a terra), a quantidade do produto extra ir diminuir. Essa lei , na realidade, uma questo de propores: o fator variante tem uma parte do fator fixo, com que trabalhar, cada vez menor. 4. As economias de produo em massa ou de escala so muitas vezes descritas como rendimentos crescentes da escala. A palavra escala um aviso de que todos os fatores esto sendo variados ao mesmo tempo, sem que nenhum fique fixo como acontece na lei dos rendimentos decrescentes. Muitos processos passam, realmente, por um estgio inicial de rendimentos crescentes da escala. 5. De acordo com a lei dos custos relativos crescentes, para se obter quantidades extras iguais de um produto, preciso sacrificar quantidades cada vez maiores de outros bens. Isto mostrado por uma fronteira de possibilidade de produo arqueada para for a (cncava de baixo para cima). Somente quando as duas indstrias usassem todos os fatores produtivos na mesma proporo seria possvel evitar o encontro com a lei dos rendimentos decrescentes ao transferir uma quantidade relativamente maior de um fator variante para outro fator relativamente fixo.

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06. SISTEMA DE PREOS De que maneira funciona o inconsistente mecanismo automtico de preos? fcil descrever a estrutura de um sistema competitivo de lucros e perdas. Tudo tem um preo cada mercadoria e cada servio. At mesmo os diferentes tipos de trabalho humano tm preos, ou seja, salrios. Todo mundo recebe dinheiro em troca do que vende e usa esse dinheiro para comprar o que quiser. Se houver procura de maior quantidade de qualquer bem sapatos, por exemplo haver uma onde de novos pedidos e isso far com que o preo se eleve e haja produo de maior quantidade. Por outro lado, o que acontecer se um produto como o ch se tornar disponvel em quantidade maior do que aquela que as pessoas desejam comprar ao ltimo preo de mercado? Seu preo ser reduzido pela concorrncia. Ao preo mais baixo, as pessoas iro beber mais ch e os produtores j no iro produzir tanto. Assim, ser restaurado o equilbrio da oferta e da procura, como veremos mais adiante. O que verdadeiro para os mercados de bens de consumo tambm o para os mercados de fatores de produo como a mo-de-obra, a terra e o capital. Se houver procura de soldadores em vez de sopradores de vidro, sero mais favorveis as oportunidades de emprego no campo da solda. O preo dos soldadores, o seu salrio-hora, tender a elevar-se, ao passo que o dos sopradores de vidro tender a baixar. Com os demais fatores mantendose iguais, isso provocar um deslocamento para a ocupao desejada. De forma idntica, um hectare de terra passar a ser usado no cultivo de cana-de-acar se os produtores de acar oferecerem o mximo pela sua utilizao. Do mesmo modo, a produo de mquinas operatrizes ser determinada pela oferta e pela procura. Em outras palavras, temos um enorme sistema de tentativa e erro, de aproximao sucessiva a um sistema de equilbrio de preos e produo. Eis, em linha gerais, o equilbrio competitivo. 1. O Que ser produzido determinado pelos votos de moeda corrente dos consumidores no nas urnas, de quatro em quatro anos, mas todos os dias, em suas decises de comprar este e no aquele produto. Naturalmente, o dinheiro que deixam nas caixas registradoras dos comerciantes acaba proporcionando as folhas de pagamento, as rendas e os dividendos que os consumidores recebem periodicamente. E assim o ciclo fica completo. 2. Como os bens so produzidos, quem determina a concorrncia de diferentes produtores. O mtodo mais barato em dado momento, devido tanto eficincia fsica como eficincia de custo, deslocar um mtodo mais dispendioso. O nico meio de os produtores enfrentarem a concorrncia de preos e maximizarem os lucros manter os custos em nvel mnimo, adotando os mtodos mais eficientes. 3. Para Quem as mercadorias sero produzidas, deciso que cabe oferta e procura nos mercados de servios produtivos, ou seja, pelos salrios, pelas rendas da terra, pelas taxas de juro e pelos lucros, que formam, todos eles a renda de todo mundo. (Naturalmente, o carter da distribuio de renda que disso resulta depende, em grande parte, da distribuio inicial da propriedade, das habilidades adquiridas, das oportunidades educacionais, etc.) Revolues no mercado econmico esto acontecendo o tempo todo. medida que variam os desejos e as necessidades das pessoas, que se alteram os processos tecnolgicos e que variam os suprimentos de recursos naturais e de outros fatores de produo, o mercado registra alteraes nos preos e nas quantidades vendidas de mercadorias e deCurso Cincia da Computao Disciplina Economia e Finanas - Prof. Ricardo 18

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servios produtivos ch, acar e carne, terra, trabalho e mquinas. Existe um sistema de preos, conceito que est longe de ser evidente. Vamos mostrar de que maneira se desenvolvem a oferta e a procura de um determinado bem no mercado competitivo. Veremos a definio de uma curva de procura e, depois, de uma curva de oferta. A ento, veremos como o preo de mercado atinge seu equilbrio competitivo, no ponto em que aquelas duas curvas se cruzam e onde as foras da procura e da oferta esto em equilbrio. A Escala da Procura Todos j observaram que a quantidade de um bem que as pessoas iro adquirir numa poca qualquer depende do preo: que quanto mais alto o preo cobrado por um artigo, menor ser a quantidade que o pblico estar disposto a comprar; e que, permanecendo tudo o mais inalterado, quanto mais baixo o seu preo no mercado, maior ser o nmero de unidades a serem procuradas.Assim, existe em qualquer poca uma relao definida entre o preo do mercado de um bem e a quantidade desse bem que procurada. A essa relao entre preo e quantidade adquirida d-se o nome de escala da procura ou curva da procura.

A tabela abaixo fornece um exemplo de uma escala da procura hipottica. A qualquer preo, como $5 por saco, h uma quantidade definida de trigo que ser procurada por todos os consumidores no mercado neste caso, 9 milhes de sacos por ms. A um preo mais reduzido, como $4, a quantidade adquirida ainda maior, ou 10 milhes de unidades. Ao P mais baixo de $3, a quantidade procurada ainda maior, ou seja, 12 milhes de unidades. Por uma reduo suficiente de P, poderamos provocar vendas de mais de 20 milhes de unidades. Com os dados da tabela, podemos determinar a quantidade procurada a qualquer preo, comparando a coluna (2) com a coluna (1).ESCALA DA PROCURA DE TRIGO (1) (2) Quantidade Procurada Preo($ por saco) (milhes de sacos por ms)

P A B C D E $5 $4 $3 $2 $1

Q 9 10 12 15 20

Complete o grfico a seguir com os dados da tabela acima:

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A CURVA DA PROCURA P 5

4PREO ($ por saco)

3

2

1

0

5

10

15

20

Q

QUANTIDADE (milhes de sacos por ms)Uma curva de procura descendente relaciona a quantidade ao preo.

A cada preo de mercado, haver, a qualquer tempo, uma quantidade definida de trigo que o pblico vai querer procurar. A um preo mais baixo, a quantidade procurada aumentar uma vez que maior nmero de pessoas substitui outros produtos pela trigo e acha que pode pagar o atendimento de suas necessidades menos importantes com relao quele produto. Ento, definimos:A lei da procura decrescente: quando o preo de um bem aumentado (ao mesmo tempo em que todos os demais fatores so mantidos constantes), ser menor a quantidade desse bem a ser procurada. Ou, o que a mesma coisa, se uma quantidade maior de um bem for lanada no mercado, esse bem com os demais fatores continuando iguais s poder ser vendido a preo mais baixo.

Razes da Lei da Procura Decrescente Esta lei est de acordo com o bom senso e conhecida desde os primrdios da nossa histria. Suas razes no so difceis de identificar. Quando o preo do trigo astronmico, s os ricos podero adquiri-lo; os pobres tero de se contentar com o po de centeio, como ainda ocorre nos pases mais pobres. Quando o preo ainda elevado, mas no tanto como antes, as pessoas de posses moderadas, que tambm tenham preferncia pelo po branco, sero agora induzidas a comprar certa quantidade de trigo. Assim, uma primeira razo da validade da lei da procura decrescente provm do fato de que uma reduo de preos atrai novos compradores. No to evidente, mas igualmente importante, uma segunda razo da validade da lei, ou seja, cada reduo de preo poder induzir certas aquisies extras por parte de cada um dos consumidores do produto e, o que vem a dar no mesmo, uma elevao do preo poderCurso Cincia da Computao Disciplina Economia e Finanas - Prof. Ricardo 20

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fazer com que qualquer um de ns compre menos. Por que a quantidade por mim procurada tende a cair quando o preo se eleva? Por dois motivos principais: 1. quando o preo de um produto sobe, naturalmente, eu tento substitu-lo por outro e; 2. quando o preo aumenta, eu fico realmente mais pobre do que era. evidente que irei reduzir o meu consumo da maioria dos produtos normais, quando me sentir mais pobre e tiver uma renda real menor. Exemplifique no espao a seguir um caso real que tenha ocorrido com voc:

A Escala da Oferta A escala da oferta relacionou os preos com as quantidades que os consumidores desejam comprar. Definimos esta escala :Por escala, ou curva da oferta, entende-se a relao entre os preos de mercado e as quantidades que os produtores esto dispostos a oferecer.

A tabela seguinte ilustra a escala da oferta de trigo e o diagrama a exibe como uma curva da oferta. Ao contrrio da curva da procura, a da oferta de trigo normalmente sugue para cima e para a direita. A um preo do trigo mais alto, os agricultores desviaro terras em que cultivam milho para plantar trigo. Alm disso, cada um desses fazendeiros pode, agora, arcar com o custo de mais fertilizantes, mais empregados, mais mquinas e at mesmo fazer uma plantao extra de trigo em terra mais pobre. Tudo isto tende a aumentar a produo aos preos mais elevados oferecidos.

ESCALA DA OFERTA DE TRIGO (1) (2) Quantidade que Curso Cincia da Computao Disciplina Economia e Finanas - Prof. Ricardo 21

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Preos Possveis($ por saco)

os vendedores iro oferecer(milhes de sacos por ms)

P A B C D E $5 $4 $3 $2 $1

Q 18 16 12 7 0

Complete o grfico a seguir com os dados da tabela acima: A CURVA DA OFERTA P 5

4PREO ($ por saco)

3

2

1

0

5

10

15

20

Q

QUANTIDADE (milhes de sacos por ms)A curva da oferta relaciona o preo quantidade produzida.

A Tabela fornece, para cada preo, a quantidade que os produtos iro querer levar ao mercado. Equilbrio da Oferta e da Procura Combinemos, agora, nossas anlises da procura e da oferta, para vermos como determinado o preo do mercado competitivo. Essa combinao realizada no grfico adiante. At aqui, temos considerado possveis todos os preos. Mas at que nvel chegar realmente o preo? E, nesse ponto, qual ser a quantidade produzida e consumida? A escala da oferta isolada, no nos pode responder. Tampouco pode a escala da procura, isolada.ESCALA DA OFERTA E PROCURA DE TRIGO (1) (2) (3) (4) 22

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Preos Possveis($ por saco)

Quantidade Procurada(milhes de sacos por ms)

Quantidade Oferecida(milhes de sacos por ms)

Presso sobre os Preos

A B C D E

$5 $4 $3 $2 $1

9 10 12 15 20

18 16 12 7 0

Descende Descende Neutra Crescente Crescente

Complete o grfico a seguir com os dados da tabela acima: COMO A OFERTA E A PROCURA DETERMINAM O PREO DE MERCADO E A QUANTIDADE P 5te Exceden

4PREO ($ por saco)

3

Ponto de EquilbrioEscassez

2

1

0

5

10

15

20 Q

QUANTIDADE (milhes de sacos por ms)O preo de equilbrio se encontra no ponto de interseo onde a oferta e a procura so iguais.

A situao A, na tabela acima, com o trigo sendo vendido a %5 por saco, poder manterse por determinado perodo de tempo? A resposta clara : no. A $5, os produtores estaro oferecendo 18 milhes de sacos ao mercado por ms (coluna 3). A quantidade procurada pelos consumidores, porm, ser de apenas 9 milhes de sacos por ms (coluna 2). medida que se acumulam os estoques de trigo, vendedores concorrentes reduziro um pouco o preo. Assim, como nos mostra a coluna 4, o preo tender a cair, mas no cair indefinidamente at chegar a zero. Concluso

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1. Por escala de procura queremos dizer uma tabela que mostra as diferentes quantidades de um bem que a qualquer poca e com os demais elementos mantidos constantes as pessoas querero comprar a cada um dos diferentes preos 2. Com excees sem importncia, quanto mais alto o preo, menor ser a quantidade p[procurada, e vice-versa. Quase todas as mercadorias obedecem a essa lei da procura decrescente. 3. A curva ou escala da oferta fornece as relaes entre os preos e as quantidades de um bem que os produtores estaro dispostos a vender desde que os demais fatores permaneam constantes. Em geral, as curvas da oferta seguem para cima e para a direita. 4. O equilbrio do mercado s pode acontecer a um preo ao qual as quantidades oferecidas e procuradas sejam iguais. A qualquer preo mais alto do que o ponto de interseo das curvas da oferta e da procura, a quantidade que os produtores iro querer continuar a oferecer exceder a que os consumidores iro querer continuar a procurar.

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07. ESTRUTURAS DE MERCADO Anteriormente vimos quais variveis afetam a demanda e a oferta de bens e servios, e como so determinados os preos, supondo que, sem interferncias, o mercado automaticamente encontra seu equilbrio. Implicitamente estava sendo imposta uma estrutura especfica de mercado, qual seja, a de concorrncia perfeita. Vejamos, ento, as outras formas ou estruturas de mercado, as quais dependero de trs caractersticas fundamentais: a) nmero de empresas que compem esse mercado; b) tipo de produto, e c) se existem ou no barreiras ao acesso de novas empresas nesse mercado. Concorrncia Pura ou Perfeita um tipo de mercado em que h um grande nmero de vendedores (empresas), de tal sorte que uma empresa, isoladamente, por ser insignificante, no afeta os nveis de oferta do mercado e, consequentemente, o preo de equilbrio. um mercado atomizado, pois composto de um nmero expressivo de empresas, como se fossem tomos. Nesse tipo de mercado devem prevalecer ainda as seguintes premissas: Produtos homogneos no existe diferenciao entre produtos ofertados pelas empresas concorrentes. No existem barreiras para o ingresso de empresas no mercado Transparncia do mercado todas as informaes sobre lucros, preos, etc., so conhecidas por todos os participantes do mercado. Uma caracterstica do mercado em concorrncia perfeita que, a longo prazo, no existem lucros extras ou extraordinrios (onde as receitas superam os custos), mas apenas os chamados lucros normais, que representam a remunerao implcita do empresrio (seu custo de oportunidade, ou o que ele ganharia se aplicasse seu capital em outra atividade, que pode ser associado a uma espcie de rentabilidade mdia de mercado). Assim, no longo prazo, quando a receita total se iguala ao custo total, o lucro extraordinrio zero, embora existam lucros normais, pois nos custos totais esto includos os custos implcitos (que no envolvem desembolso), o que inclui os lucros normais. Devido ao mercado ser transparente, se existiram lucros extraordinrios, isso atrair novas empresas para o mercado, pois que tambm no h barreiras ao acesso.. Com o aumento da oferta de mercado (devido ao aumento no nmero de empresas), os preos de mercado tendero a cair, e consequentemente os lucros extras, at chegar-se a uma situao onde s existiro lucros normais, cessando o ingresso de novas empresas nesse mercado. Na realidade, no h tipicamente este tipo de mercado de concorrncia perfeita no mundo real, sendo talvez o mercado de produtos hortifrutigranjeiros o exemplo mais prximo que se poderia apontar. O grfico a seguir evidencia a situao de uma empresa operando em um mercado de concorrncia perfeita.

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P

CONCORRNCIA PERFEITA (a)Oferta de Mercado

(b)POferta da empresa

PoDemanda da empresa

Demanda de Mercado

Q Qo

Equilbrio de mercado

Equilbrio da empresa

A curva da demanda, do ponto de vista da empresa perfeitamente competitiva, tem a configurao de uma reta (grfico b), mostrando o preo estabelecido pelas foras de mercado (grfico a), e todas as firmas componentes desse mercado tornam-se tomadoras de preo. Nenhuma firma isoladamente tem condies de alterar o preo ou praticar preo superior ao estabelecido no mercado. Ela possui uma pequena participao no mercado ( um tomo), e sua atuao no influenciar o preo de mercado por no dispor da quantidade suficiente., Contudo, a esse preo dado pelo mercado, ela poder vender quanto puder, limitada apenas por sua estrutura de custos. Monoplio O mercado monopolista se caracteriza por apresentar condies diametralmente opostas s da concorrncia.

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