Calculos Pelo Metodo de NIOSH-Exercicios Para Alunos

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Cálculos pelo Método de NIOSH Exercícios 1 Levantamento de dados necessários a aplicação do método NIOSH Para o levantamento dos dados necessário a aplicação do método NIOSH, a população pesquisada foi de quatro trabalhadores, com os resultados apresentados a seguir. 1.1 Primeiro trabalhador Nome: Silva. Função: Servente. 1.1.1 Modo de transporte das sacas Nota-se que este funcionário transporta as Sacas de Cimento junto ao corpo (Foto 01). Foto 01 - Trabalhador transportando a saca próximo ao corpo 1.1.2 Medições e fatores Com base nas medições realizadas em campo, formulou-se a Tabela 01, para o primeiro trabalhador avaliado, utilizando para tanto as equações apresentadas no item 2.5.1.

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Cálculos pelo Método de NIOSH

Exercícios

1 Levantamento de dados necessários a aplicação do método NIOSH

Para o levantamento dos dados necessário a aplicação do método NIOSH, a população pesquisada foi de quatro trabalhadores, com os resultados apresentados a seguir.

1.1 Primeiro trabalhador Nome: Silva. Função: Servente. 1.1.1 Modo de transporte das sacas

Nota-se que este funcionário transporta as Sacas de Cimento junto ao corpo (Foto 01).

Foto 01 - Trabalhador transportando a saca próximo ao corpo

1.1.2 Medições e fatores

Com base nas medições realizadas em campo, formulou-se a Tabela 01, para o primeiro trabalhador avaliado, utilizando para tanto as equações apresentadas no item 2.5.1.

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Tabela 01 - Cálculo do limite de peso pela equação de NIOSH

Equação NIOSH: LPR = LC x FDH x FAV x FDVP x FFL x FRLT x FQPC Cálculo dos Fatores:

LC = 23 (constante); FDH = 25/H = 25/21 = 1,19 = 1,00 FAV = 1 – 0,003(V-75) FAV = 1 – 0,003(110 – 75) = 0,895 = 0,90 FDVP = 0,82 + 4,5/D

Onde: D = V1 – V2 = 120 – 38 = 82cm

FDVP = 0,82 + 4,5/82 = 0,875 = 0,88 FFL = 0,94 (Tabela 7 – FFL) FRLT = 1,00 (Ângulo = 0º) FQPC = 0,90 LPR = 23 x 1,00 x 0,90 x 0,88 x 0,94 x 1,00 x 0,90 LPR = 15,41kg A carga calculada pela equação de NIOSH de 15,41kg, ficou bastante abaixo do peso

da saca de cimento (50kg). IL = Peso do Objeto / LPR [kg/kg] IL = 50,00/15,41 = 3,25 Desta forma, como demonstrado acima, o índice de Levantamento (IL), calculado

segundo Couto (1995), alcança um valor de 3,25 o que segundo o próprio autor aumenta e muito a probabilidade de lesões na coluna vertebral e no sistema músculo-ligamentar.

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1.2 Segundo trabalhador Nome: Teodoro. Função: Servente. 1.2.1 Modo de transporte das sacas

Este funcionário transporta as Sacas de Cimento como bandeja (Foto 02), levando a coluna a sofrer uma carga maior.

Foto 02 - Trabalhador Transportando a Saca no estil o Bandeja

1.2.2 Medições e fatores

Com base nas medições realizadas em campo, formulou-se a Tabela 02, para o segundo trabalhador avaliado, utilizando para tanto as equações apresentadas no item 2.5.1. Tabela 02 - Cálculo do Limite de peso pela Equação de NIOSH

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Equação NIOSH: LPR = LC x FDH x FAV x FDVP x FFL x FRLT x FQPC Cálculo dos Fatores:

LC = 23 (constante); FDH = 25/H = 25/33,5 = 0,75 FAV = 1 – 0,003(V-75) FAV = 1 – 0,003(135 – 75) = 0,82 FDVP = 0,82 + 4,5/D

Onde: D = V1 – V2 = 120 – 53 = 67cm FDVP = 0,82 + 4,5/67 = 0,887 = 0,89 FFL = 0,94 (Tabela 7 – FFL) FRLT = 1,00 (Ângulo = 0º) FQPC = 0,90 LPR = 23 x 0,75 x 0,82 x 0,89 x 0,94 x 1,00 x 0,90 LPR = 10,65kg A carga calculada pela equação de NIOSH de 10,65kg, ficou bastante abaixo do peso

da saca de cimento (50kg). Nota-se que o método utilizado por este trabalhador é mais prejudicial do que utilizado pelo primeiro, visto que o limite calculado para o segundo foi de 10,65kg, contra 15,41kg do primeiro, ambos bem inferiores ao peso da saca de cimento.

IL = Peso do Objeto / LPR [kg/kg] IL = 50,00/10,65 = 4,70 Quanto ao índice de Levantamento (IL), o cálculo chega a um valor de 4,70,

aumentando assim ainda mais a probabilidade de lesões na coluna vertebral e no sistema músculo-ligamentar.

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1.3 Terceiro trabalhador Nome: dos Santos. Função: Servente. 1.3.1 - Modo de transporte das sacas

A exemplo do primeiro trabalhador avaliado, este transporta as Sacas de Cimento junto ao corpo (Foto 03).

Foto 03 - Trabalhador transportando a saca próximo ao corpo 1.3.2 Medições e fatores

Com base nas medições realizadas em campo, formulou-se a Tabela 03, para o terceiro trabalhador avaliado, utilizando para tanto as equações apresentadas no item 2.5.1. Tabela 03 - Cálculo do limite de peso pela equação de NIOSH

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Equação NIOSH: LPR = LC x FDH x FAV x FDVP x FFL x FRLT x FQPC Cálculo dos Fatores:

LC = 23 (constante); FDH = 25/H = 25/20,2 = 1,24 = 1,00 FAV = 1 – 0,003(V-75) FAV = 1 – 0,003(117 – 75) = 0,874 = 0,87 FDVP = 0,82 + 4,5/D

Onde: D = V1 – V2 = 120 – 84 = 36cm FDVP = 0,82 + 4,5/36 = 0,945 = 0,95 FFL = 0,94 (Tabela 7 – FFL) FRLT = 1,00 (Ângulo = 0º) FQPC = 0,90 LPR = 23 x 1,00 x 0,87 x 0,95 x 0,94 x 1,00 x 0,90 LPR = 16,10kg A carga calculada pela equação de NIOSH de 16,10kg, ficou bastante abaixo do peso

da saca de cimento (50kg). IL = Peso do Objeto / LPR [kg/kg] IL = 50,00/16,10 = 3,11

Nota-se que a carga calculada foi praticamente a mesma do primeiro trabalhador, isto porque ambos utilizam o mesmo método de carregamento.

O índice de Levantamento (IL), calculado para este trabalhador chegou a um valor de 3,11 sendo portanto grande a probabilidade de lesões na coluna vertebral e no sistema músculo-ligamentar.

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1.4 Quarto trabalhador Nome: Pacheco. Função: Servente. 1.4.1 Modo de transporte das sacas

Este trabalhador utiliza um método diferente para o transporte de carga (Foto 4), este método tem sua avaliação distorcida no cálculo NIOSH devido o mesmo considerar que a carga deve estar sendo segura por ambas as mãos.

Porém, este método é bastante usual nos canteiros de obras, e será portanto avaliado pela equação de NIOSH, mesmo com ressalvas.

Foto 4 - Trabalhador Transportando a Saca no ombro 1.4.2 Medições e fatores

Com base nas medições realizadas em campo, formulou-se a Tabela 04, para o quarto trabalhador avaliado, utilizando para tanto as equações apresentadas no item 2.5.1. Tabela 04 - Cálculo do limite de peso pela equação de NIOSH

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Equação NIOSH: LPR = LC x FDH x FAV x FDVP x FFL x FRLT x FQPC Cálculo dos Fatores:

LC = 23 (constante); FDH = 25/H = 25/0,00 = 1,00 FAV = 1 – 0,003(V-75) FAV = 1 – 0,003(148 – 75) = 0,781 = 0,78 FDVP = 0,82 + 4,5/D

Onde: D = V1 – V2 = 120 – 72 = 48cm FDVP = 0,82 + 4,5/48 = 0,914 = 0,91 FFL = 0,94 (Tabela 7 – FFL) FRLT = 1,00 (Ângulo = 0º) FQPC = 0,90 LPR = 23 x 1,00 x 0,78 x 0,91 x 0,94 x 1,00 x 0,90 LPR = 13,80kg A carga calculada pela equação de NIOSH de 13,80kg, ficou bastante abaixo do peso

da saca de cimento (50kg). Neste caso, o peso calculado pelo método NIOSH foi superior ao do trabalhador que

faz o transporte no estilo bandeja, porém inferior aos trabalhadores que realizaram a tarefa com a carga próxima ao corpo.

IL = Peso do Objeto / LPR [kg/kg] IL = 50,00/13,80 = 3,62

O índice de Levantamento (IL) alcançou um valor de 3,62, aumentando e muito a probabilidade de lesões na coluna vertebral e no sistema músculoligamentar. 1.5 Média dos resultados dos LPR obtidos pelos trab alhadores

Com base nos resultados alcançados no cálculo do Limite de Peso Recomendado para cada trabalhador avaliado, chegou-se a Tabela 05, que apresenta um resumo dos resultados alcançados anteriormente e a média destes valores. Tabela 05 - Média de Peso calculado pelo método NIO SH

Percebe-se pela média alcançada, que o valor ficou bem abaixo do peso de uma saca

de cimento (50 kg), sendo que o índice de levantamento (IL) chega na média a 3,67, representando um risco muito alto de lesões osteomusculares. 2 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Diante dos resultados apresentados, pode-se verificar que a carga recomendada pelo método NIOSH diverge e muito da Legislação Brasileira, Seção XIV da Consolidação das Leis Trabalhistas - Da Prevenção da Fadiga “Art. 198 – É de 60 kg (sessenta quilogramas) o peso máximo que um empregado pode remover individualmente, ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do menor e da mulher”. A redação deste artigo da CLT foi dada pela Lei 6.514 de 22 de dezembro de 1977 (Anexo 3), tendo portanto quase 30 anos.

Numa publicação mais recente, a Fundacentro em parceria com o Ministério do Trabalho recomenda que a capacidade individual de levantamento de peso para trabalhadores limite-se a 40kg para homens com idade entre 18 e 35 anos.

A convenção 127 da Organização Internacional do Trabalho – OIT (Anexo 4) não estabelece o limite de peso a ser transportado individualmente, informando apenas no seu

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Artigo 3 que “não se deverá exigir nem permitir a um trabalhador o transporte manual de carga cujo peso possa comprometer sua saúde ou sua segurança”.

Fazendo uma análise global do limite de peso permito para o transporte manual para homens, nota-se que os países mais desenvolvidos como a Inglaterra e Alemanha limitam o peso máximo em 30 kg para homens com idade entre 18 e 50 anos. (GRANDJEAN, 1998).

Outros países como Colômbia, Equador, Hungria e Polônia limitam este peso a 50 kg. Na contramão da segurança, países menos desenvolvidos permitem pesos maiores, como é o caso do Paquistão com 80 kg e os recordistas Tunísia e Grécia, que limitam o peso máximo para homens em 100kg (OIT, 1988), ou seja, bastante acima do permitido no Brasil.

Existe no congresso um projeto de lei (Anexo 5) de autoria do Deputado Federal Vadinho Baião, visando alterar o limite máximo para o transporte manual de cargas de 60kg para 30kg. O projeto está em estudo nas comissões da câmara. 2.1 Recomendações técnicas

Analisando o método NIOSH, é possível descrever recomendações que diminuam os esforços osteomusculares no transporte manual de sacas de cimento. 2.1.1 Conservar a saca próximo ao corpo

A saca de cimento deve ser conservada o mais próximo possível do corpo. Quanto mais a saca estiver afastada do corpo, mais os braços estarão tensionados e

o corpo penderá para frente. O afastamento da saca gera um momento maior na coluna vertebral, exigindo esforço das articulações. 2.1.2 Evitar a rotação do corpo

A rotação do corpo gera uma postura torcida do tronco, causando lesões indesejáveis, uma vez que as articulações e músculos existentes nos dois lados da coluna vertebral serão submetidas a cargas assimétricas. 2.1.3 Realizar pausas curtas e frequentes

A fadiga muscular pode ser reduzida com diversas pausas curtas e frequentes distribuídas ao longo da jornada de trabalho (Dul e Weerdmeester, 1995).

Muitas vezes, como é o caso do transporte das sacas de cimento, estas pausas existem dentro do próprio ciclo de trabalho, uma vez que os trabalhadores fazem o caminho de ida com a saca e o retorno sem ela. 2.1.4 Não deslocar a carga verticalmente

Analisando o método de NIOSH, percebe-se que o ideal pelo método é não deslocar a carga verticalmente, ou seja, ao se retirar uma saca de cimento de um caminhão com altura da carroceria de 1,20m, preferencialmente deve-se após o transporte, descarregar a carga nesta mesma altura, não existindo assim um deslocamento vertical da carga. Sabe-se porém que isso é muito difícil nos canteiros de obras, visto que os locais de armazenagem normalmente tem áreas reduzidas e as sacas são empilhas, havendo portanto uma variação na altura do descarregamento da saca. 2.1.5 Outras recomendações

Existem outras recomendações de procedimentos para o transporte manual de sacas de cimento, não tratadas no método NIOSH, como: • A carga deve ser levantada com as costas retas e os joelhos dobrados (GRANDJEAN,

1998). • Usar equipamentos para o transporte, como correias, carrinhos, empilhadeiras e outros

(DUL; WEERDMEESTER, 1995). • Dividir a carga entre dois trabalhadores (FUNDACENTRO, 1991).

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• Transportar sacas sobre os ombros, segurando com firmeza a saca e mantendo a coluna reta (FUNDACENTRO 1991).

3. Fórmula para o Cálculo do Limite de Carga Recome ndado

A equação de NIOSH pode ser utilizada para determinar a carga máxima recomendada. V: posição vertical H: posição horizontal D: deslocamento vertical F: frequência de levantamento. Figura 01 - Coeficientes a serem Considerados na equação de NIOSH

A equação considera seis variáveis que são:

• Fator Qualidade de Pega da Carga - FQPC ( Coupling Multiplier - CM ) É obtido segundo a facilidade da pega e a altura vertical de manipulação da carga (ver

Quadro 06). Estudos psicofísicos demonstraram que a capacidade de levantamento seria diminuída por uma má pega da carga e que isso implicava uma redução do peso entre 7% a 11% É o mais empírico dos coeficientes da equação. Quadro 06 - Valores do fator qualidade da pega da c arga

• Fator Distância Horizontal do Indivíduo à Carga – F DH (Horizontal Multiplier - HM )

Estudos biomecânicos e psicofísicos indicam que a força de compressão no disco aumenta proporcionalmente à distância entre a carga e a coluna. O estresse por compressão (axial) que aparece na zona lombar está, portanto, diretamente relacionado a esta distância horizontal (H em cm) que se define como a distância horizontal entre a projeção sobre o solo do ponto médio entre as pegas da carga e a projeção do ponto médio entre os tornozelos. Caso H não possa ser medido, pode-se obter um valor aproximado mediante a equação:

H = 20 + w/2 se V > 25cm H = 25 + w/2 se V < 25cm

onde W é a extensão da carga do plano sagital e V é a altura das mãos em relação ao solo. O fator de distância horizontal (FDH) determina-se como se segue:

FDH = 25/H Caso H possa ser medido, pode-se obter um valor aproximado do fator mediante

aplicação do valor medido no gráfico representado na Figura 02 .

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São mais penalizados os levantamentos nos quais o centro de gravidade da carga está separado do corpo. Se a carga é levantada junto ao corpo ou a menos de 25cm do mesmo, o fator toma o valor 1. Considera-se que H > 63cm dará lugar a um levantamento com perda de equilíbrio, pelo que se fixará FHD = 0 (o limite de peso recomendado será igual a zero).

Figura 02 - Coeficiente de distância horizontal do indivíduo à carga

· Fator Altura Vertical da Carga – FAV ( Vertical Multiplier - VM )

São penalizados os levantamentos nos quais as cargas devem ser apanhadas em posição muito baixa ou demasiadamente elevada.

O comitê do NIOSH estabeleceu em 22,5% a diminuição do peso em relação à constante de carga para o levantamento até o nível dos ombros e para o levantamento a partir do nível do solo.

Este fator valerá 1 quando a carga estiver situada a 75cm do solo e diminuirá à medida que nos distanciemos deste valor. Determina-se:

FAV = 1 – 0,003(V – 75) onde V é a distância vertical entre o ponto de pega e o solo. Se V > 175 cm,

tomaremos FAV = 0. Pode-se ainda determinar este fator aplicando-se o valor medido da distância vertical

da carga no gráfico demonstrado na Figura 03, de acordo com Dul e Weermeester, 1995.

Figura 03 - Coeficiente de distância vertical do in divíduo à carga

• Fator Rotação Lateral do Tronco - FLRT (Asymetric M ultiplier - AM)

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Considera-se assimétrico um movimento que começa ou termina fora do plano médio-sagital, como mostra a Figura 4. Este movimento deverá ser evitado sempre que possível. O ângulo de giro (A) deverá ser medido na origem do movimento e se a tarefa requerer um controle significativo da carga, isto é, se o trabalhador tiver de colocar a carga de uma forma determinada em seu ponto de destino, também deverá ser medido o ângulo de giro ao final do movimento. Figura 04 - Fator rotação lateral do tronco (assime tria) da equação de NIOSH

Foi estabelecido que: FRLT = 1 – 0,0032A

O comitê estabeleceu em 30% a diminuição para levantamentos que impliquem

torções no tronco de 90º. Se o ângulo de torção for superior a 135º tomaremos FRLT = 0. Pode-se obter um valor aproximado de FRLT mediante a aplicação do gráfico da

Figura 5, entrando com o valor do ângulo de torção e determinando desta forma o fator de assimetria.

Figura 05 - Coeficiente de assimetria

Podemos encontrar levantamentos assimétricos em várias situações de trabalho: • quando existe um ângulo entre a origem e o destino do levantamento; • quando se utiliza o corpo como trajeto do levantamento, como ocorre ao se levantarem

sacos ou caixas; • em espaços reduzidos ou solos instáveis; • quando, por motivos de produtividade, se força a redução do tempo de levantamento. • Fator Distância Vertical Percorrida Desde à Origem até o Destino da Carga – FDVP

(Distance Multiplier - DM) – refere-se à diferença entre a altura inicial e final da carga. O comitê estabeleceu em 15% a diminuição da carga quando o deslocamento se der desde o solo até além da altura dos ombros. Determina-se:

FDVP = 0,82 + 4,5/D D = V1 – V2

onde V1 é a altura da carga em relação ao solo na origem do movimento e V2 a altura final do mesmo.

Pode-se obter um valor aproximado de FDVP mediante a aplicação do gráfico da Figura 6, entrando com o valor do deslocamento vertical da carga (D) e determinando-se o valor do fator em estudo.

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Figura 06 - Fator distância vertical percorrida

Quando D < 25cm, manteremos FDVP = 1, valor que irá diminuindo à medida que aumenta a distância de deslocamento cujo valor máximo aceitável se considera de 175 cm. • Fator Frequência do Levantamento – FFL (Frequency Multiplier - FM) – este fator é

definido pelo número de levantamentos por minuto, pela duração da tarefa de levantamento e pela altura dos mesmos.

A tabela de frequência foi elaborada baseando-se em dois grupos de dados. Os levantamentos com frequência superiores a quatro levantamentos por minuto foram estudados segundo um critério psicofísico; os casos de frequências inferiores foram determinados por meio das equações de gasto energético (ver Quadro 7). O número médio de levantamentos por minuto deve ser calculado em um período de 15 minutos e naqueles trabalhos em que a frequência de levantamento varia de uma tarefa a outra, ou de uma seção a outra, deve ser estudado cada caso independentemente.

Quadro 07 - Coeficiente de frequência de levantamen to

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Quanto à duração da tarefa, considera-se de curta duração quando se tratar de uma hora ou menos de trabalho (seguida de um tempo de recuperação de 1,2 vezes o tempo de trabalho), de duração moderada quando é de uma ou duas horas (seguida de um tempo de recuperação de 0,3 vezes o tempo de trabalho), e de grande duração quando é de mais de duas horas.

A seguir, é apresentada a equação NIOSH para o levantamento de cargas, determinando-se assim o limite de peso recomendado (LPR), a partir do quociente de sete fatores, sendo que a mesma supõe que o trabalhador pode escolher a própria postura e a carga é segura com as duas mãos.

LPR = LC x FDH x FAV x FDVP x FFL x FRLT x FQPC LPR: limite de peso recomendado LC: constante de carga = 23 kg FDH: fator distância horizontal do indivíduo à carga FAV: fator altura vertical da carga FDVP: fator distância vertical percorrida da carga FFL: fator frequência de levantamento FRLT: fator rotação lateral do tronco FQPC: fator qualidade de pega da carga

O valor de LPR = LC = 23 kg, corresponde ao peso limite ideal, ou seja, aquele que pode ser manuseado sem risco particular, quando a carga está idealmente colocada.

Quanto mais desfavoráveis forem as condições, os valores destes coeficientes se afastarão de 1,0 tendendo a zero.

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A equação NIOSH é baseada no conceito de que o risco de lombalgia aumenta com a demanda de levantamentos da tarefa.

O índice de levantamento (IL) que se propõe para a identificação do risco é o quociente entre o peso da carga levantada e o peso da carga recomendada (LPR), segundo a equação NIOSH, conforme a equação:

IL = Peso do Objeto / LPR [kg/kg] Para: IL = 1, risco limitado; 1< IL < 3, risco moderado; IL > 3, risco elevado.

A função risco não está definida, razão pela qual não é possível quantificar de maneira precisa o grau de risco associado aos incrementos do índice de levantamento. No entanto, podem ser consideradas três zonas de risco segundo os valores do índice de levantamento (IL) obtidos para a tarefa: 1. Risco limitado (índice de levantamento < 1). A maioria dos trabalhadores que realizam

este tipo de tarefa não deveria ter problemas. 2. Aumento moderado do risco (1 < índice de levantamento < 3). Alguns trabalhadores

podem adoecer ou sofrer lesões se realizam estas tarefas. As tarefas deste tipo devem ser redesenhadas ou atribuídas apenas a trabalhadores selecionados que serão submetidos a controle.

3. Aumento elevado do risco (índice de levantamento > 3). Este tipo de tarefa é inaceitável do ponto de vista ergonômico e deve ser modificada.

A equação NIOSH foi concebida para avaliar o risco associado ao levantamento de

cargas em determinadas condições, por isso torna-se importante mencionar suas limitações para que não se faça mau uso da mesma:

• não leva em conta o risco potencial associado aos efeitos cumulativos dos levantamentos repetitivos;

• não considera eventos imprevistos como deslizamentos, quedas nem sobrecargas inesperadas;

• também não foi concebida para avaliar tarefas nas quais se levanta a carga com apenas uma mão, sentado ou agachado ou quando se trate de carregar pessoas, objetos frios, quentes ou sujos, nem nas tarefas nas quais o levantamento se faça de forma rápida e brusca;

• pressupõe um atrito razoável entre o calçado e o solo (> 0,4); • se a temperatura ou a umidade estiverem fora da faixa – (19º a 26º) e (35% a 50%)

respectivamente, seria necessário acrescentar ao estudo avaliações do metabolismo para que fosse acrescentado o efeito de tais variáveis ao consumo energético e na frequência cardíaca;

• torna-se impossível aplicar a equação quando a carga levantada seja instável, situação em que a localização do centro de massas varia significativamente durante o levantamento. Este é o caso dos recipientes que contém líquidos ou dos sacos semivazios.

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Análise ergonômica de um posto de trabalho mediante a aplicação da equação do NIOSH – um estudo de caso

Resumo A Ergonomia tem contribuído imensamente para a melhoria dos postos de trabalho, nas mais diversas atividades laborais, proporcionando o conforto e a segurança para o trabalhador e a melhoria da qualidade do produto ou do serviço executado. Uma das principais intervenções da Ergonomia ocorre nas questões relativas à postura e movimento do trabalhador em seu posto de trabalho. Quando um trabalhador manuseia um objeto, o peso desse material pode ser limitado, em função do “modus operante”, ou se o peso manuseado já é previamente fixado, pode-se, então, adequar a forma de seu manuseio e o posto de trabalho de tal sorte que o valor dessa carga esteja dentro de um valor limite que garanta o conforto e a segurança do trabalhador. Um dos instrumentos para se avaliar a carga limite de manuseio por um único trabalhador, é a equação do NIOSH – National Institute for Occupational Safety and Health. Este artigo trás a aplicação da equação de NIOSH em um posto de trabalho onde se embalam chicletes. 1. Introdução A Ergonomia pode ser vista como “a ciência do conforto” e, dentro desta ótica, ela visa humanizar o trabalho e, como consequência natural, tornar mais fecundos seus resultados. De acordo com Dul & Weerdmeester (1995), a Ergonomia estuda vários aspectos ligados ao trabalho ou ao cotidiano das pessoas: a postura e os movimentos corporais (a pessoa sentada, ou em pé, empurrando, ou puxando, ou levantando objetos), fatores ambientais (ruídos, vibrações, iluminação, temperatura, umidade, pressões, etc.), dispositivos de controle e informação, etc. Dentre esses aspectos estudados pela Ergonomia, a postura e o movimento das pessoas têm sido motivo de constantes preocupações dos ergonomistas, seja em postos de trabalho ou mesmo nas atividades não laborais. Para se adotar uma postura física ou realizar um determinado movimento corporal, são acionados diversos músculos, ligamentos e articulações do corpo. Os músculos fornecem a força, enquanto as articulações permitem deslocamentos de algumas partes em relação a outras do corpo humano. Posturas ou movimentos inadequados produzem tensões mecânicas nos músculos, ligamentos e articulações, resultando em dores no pescoço, costas, ombros, punhos e outras partes do sistema músculo-esquelético. Alguns movimentos corporais, além de produzirem tensões mecânicas nos músculos e articulações, apresentam um gasto energético que exige muito dos músculos, coração e pulmões. Quanto à postura, o trabalhador pode realizar o seu trabalho em pé, ou sentado ou com alternância destas duas posições. Nesse artigo, será enfocado um trabalhador que realiza a sua tarefa na posição em pé, levantando, deslocando e posicionando manualmente um determinado objeto. O Posto de Trabalho analisado refere-se ao setor de empacotamento de caixas de chicletes de uma empresa de grande porte, que possui três atividades de trabalho: colocar as pollybags (embalagens de plástico com chicletes) na caixa, montar as caixas e empilhar as caixas no pallett. Neste artigo a análise do trabalho se restringiu a aplicação da equação do NIOSH afim de se avaliar se o trabalhador não estaria manuseando cargas com valores superiores aos recomendados por esse Instituto americano. Adotou-se a referida equação, uma vez que não existe em Normas nacionais nenhum instrumento similar que pudesse ser aplicado com esta finalidade avaliatória. 2. Equação do NIOSH para levantamento manual de car gas A manipulação e o levantamento de cargas são as principais causas de lombalgias. Estas podem aparecer por sobreesforços ou como resultado de esforços repetitivos.

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Outros fatores como empurrar ou puxar cargas, as posturas inadequadas e forçadas ou as vibrações estão diretamente relacionados com o aparecimento deste distúrbio. Segundo o Manual de Aplicação da Norma Regulamentadora nº 17 (MTE, 2003), o National Institute for Occupacional Safety and Health – NIOSH desenvolveu em 1981 (NIOSH, 1981) uma equação para avaliar a manipulação de cargas de trabalho. Sua intenção era criar uma ferramenta para poder identificar os riscos de lombalgias associados à carga física a que estava submetido o trabalhador e recomendar um limite de peso adequado para cada tarefa em questão, de maneira que uma determinada porcentagem da população – a ser fixada pelo usuário da equação – pudesse realizar a tarefa sem risco elevado de desenvolver lombalgias. Em 1991, a equação foi revista e novos fatores foram introduzidos: a manipulação assimétrica de cargas, a duração da tarefa, a frequência dos levantamentos e a qualidade da pega. Além disso, discutiram-se as limitações da equação e o uso de um índice para a identificação de riscos. Tanto a equação de 1981 como a sua versão modificada em 1991 foram elaboradas levando-se em conta três critérios: o biomecânico, que limita o estresse na região lombo-sacra, que é o mais importante em levantamentos pouco freqüentes que, porém, requerem um sobre-esforço; o critério fisiológico, que limita o estresse metabólico e a fadiga associada a tarefa de caráter repetitivo; e o critério psicológico, que limita a carga baseando-se na percepção que o trabalhador tem da sua própria capacidade, aplicável a todo tipo de tarefa, exceto àquelas em que a frequência de levantamento é elevada (mais de seis levantamentos por minuto). A revisão da equação, realizada pelo comitê do NIOSH no ano de 1994 (WATERS, T. R e outros, 1994) completa a descrição do método e as limitações de sua aplicação. De acordo com esta última revisão, a equação do NIOSH para o levantamento de cargas determina o limite de peso recomendado (LPR), a partir do produto de sete fatores. Esta equação pode ser escrita da seguinte forma:

LPR = 23 x CH x CV x CD x CA x CF x CM Sendo: CH – coeficiente de distância horizontal; CV – coeficiente de altura; CD – coeficiente de deslocamento vertical; CA – coeficiente de assimetria; CF – coeficiente de frequência; CM – coeficiente de pega (manuseio) 2.1. Componentes da equação do NIOSH Antes de começar a definir os fatores da equação, deve-se definir o que se entende por localização-padrão de levantamento. Trata-se de uma referência no espaço tridimensional para avaliar a postura de levantamento. Na localização-padrão, a distância vertical da pega da carga ao solo (V) é de 75cm e a distância horizontal da pega ao ponto médio entre os tornozelos (H) é de 25cm. O deslocamento vertical da carga (D) é de 25cm. Qualquer desvio em relação a esta referência implica um afastamento das condições ideais de levantamento. A Figura 1 mostra a posição vertical V e a posição horizontal H, como referências à localização-padrão.

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Figura 1 – Localização-padrão de levantamento

Fonte: MTE (2010)

A partir desses valores referenciais, os coeficientes CH, CV e CD são calculados com as seguintes equações: CH = 25/H, para 25cm ≤ H ≤ 63cm. Se H > 63cm pode haver perda de equilíbrio e, neste caso, CH = 0. Para 0 ≤ H < 25cm, CH = 1. CV = (1 – 0,003 |V – 75|), para 0 ≤ V ≤ 175cm. Nota-se, por esta equação que CV = 1 quando V = 75cm. Se V > 175cm, então CV = 0. CD = 0,82 + 4,5/D, para 25cm ≤ V ≤ 175cm. Se D > 175cm, então CD = 0. Para 0 ≤ D < 25cm, CD = 1. O coeficiente CA é calculado a partir da seguinte equação: CA = 1 – 0,0032 A, para 0° ≤ A ≤135°, sendo A o valor da assimetria do movimento corporal, ou seja, o ângulo formado entre o eixo frontal do trabalhador e a posição lateral em que a carga é manuseada. Se A > 135°, então CA = 0. Na publicação intitulada Ergonomia Prática (Dul & Weerdmeester, 1995), existem gráficos que representam essas equações.

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O coeficiente de pega (manuseio) CM é obtido na Tabela 1, em função do valor da distância vertical da pega da carga ao solo (V), e do tipo da pega (fácil, regular ou difícil).

Fonte: Dul & Weerdmeester (1995)

O coeficiente de frequência CF é obtido na Tabela 2 em função da duração da jornada de trabalho, do valor de V e do número de elevações por minuto.

Tabela 2 – Coeficiente de frequência de levantamento

Fonte: Waters e outros (1994)

Os seis coeficientes da equação do NIOSH podem variar entre 0 e 1, segundo as condições em que se dá o levantamento. O caráter multiplicativo da equação faz com que o valor-limite de peso recomendado vá diminuindo à medida que se afasta das condições ótimas de levantamento. Observando a equação do NIOSH, conclui-se que o máximo valor que a carga de trabalho pode assumir, nas condições ideais, é de 23kg, ou seja, quando os seis coeficientes assumem o valor 1. O levantamento de uma carga igual ao valor da constante de carga em condições ideais (23kg) seria realizado por 75% da população feminina e por 90% da masculina, de maneira tal que a força de compressão no disco L5/S1 (disco vertebral situado entre a quinta vértebra lombar e a primeira sacrococcigeana), produzida pelo levantamento, não supere os 3,4kN. Esta é a conclusão a que chegaram os pesquisadores do NIOSH, em estudo desenvolvido em 1981 (NIOSH, 1981) e na revisão da equação, realizada pelo comitê do NIOSH no ano de 1994 (WATERS, T. R e outros, 1994). Ao manejar uma carga pesada ou ao fazê-lo incorretamente, aparecem uns momentos mecânicos na zona da coluna vertebral, principalmente na união dos segmentos vertebrais L5/S1, Das forças de compressão, torção e cisalhamento que aparecem, considera-se a compressão desse disco como a principal causa de risco de lombalgia. A Figura 2 mostra a posição desse disco e sua solicitação no momento de se levantar manualmente uma carga.

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Figura 2 – Disco vertebral L5/S1 solicitado no levantamento manual de carga

Fonte: Amaral (1993) 3. Estudo de caso realizado Foi realizado um estudo de levantamento manual e individual de carga em um setor de empacotamento de caixas de chicletes de uma empresa de grande porte, na cidade de Bauru, SP. Esse estudo foi feito mediante a aplicação da equação do NIOSH. Foram observados os movimentos e as posições de funcionários em três atividades de trabalho, mais especificamente: colocar as pollybags na caixa, montar as caixas e empilhar as caixas no pallett. 3.1. Aspectos observados Constatou-se que a jornada de trabalho é de 8 horas, com uma pausa de 1 hora para refeição e uma pausa de 15 minutos para ginástica laboral. No local existe bancada de trabalho, posicionada a 90cm em relação ao piso, para as atividades 1 e 2 e a 80cm, em relação ao piso, para a atividade 3. Os funcionários trabalham em pé o tempo todo. Cada pollybag pesa 280g e cada caixa de embalagem vazia pesa 900g, e, cheia, 10kg. Observou-se, também, não existirem acessórios para levantamento mecanizado das cargas. O método de levantamento é totalmente manual. 3.2. Descrição das atividades Foram três atividades observadas no posto de trabalho estudado. 3.2.1. Atividade 1 Consiste em pegar as pollybags (Figura 3) e colocá-las na caixa de papelão. Cada caixa contém 36 pollybags. O funcionário faz 6 levantamentos por minuto e desloca o tronco em um ângulo de 90°. A distância dele até a plataforma de trabalho é de 10cm. O pollybag é deslocado de 30cm, na vertical, entre uma mesa e outra. 3.2.2. Atividade 2 Consiste em montar a caixa de embalagem (Figura 4). O operador consegue montar 10 caixas por minuto, incluindo nessa operação, o ato de pegar as placas de papelão, com as quais se montam as caixas, e levar a caixa até a bancada onde serão embaladas as pollybags. Para essa atividade observou-se que o funcionário permanece, em média a uma distância de 10cm em relação à mesa de trabalho. A caixa é deslocada de 10cm, na vertical e a rotação do tronco é de 90°. É feito 10 levantamentos por minuto. 3.2.3. Atividade 3 Consiste em pegar as caixas já seladas e empilhá-las no pallett (Figura 5), num total de 7 unidades, de 20cm de altura, cada uma. O operador levanta e coloca no pallett 1 caixa dessa por minuto, girando o tórax em 90° e se posicionando a 60cm em relação á bancada de serviço. O deslocamento vertical é de 156cm no início e de 26cm no final do empilhamento das caixas no pallett.

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Figura 3 – Colocação de pollybags na caixa de embalagem Figura 4 – Montagem das caixas de papelão para embalagem das pollybags

Figura 5 – Colocação das caixas de pollybags no pallett

3.3. Variáveis e coeficientes para cada atividade A Tabela 3 apresenta as variáveis para cada atividade e a Tabela 4 traz os valores dos coeficientes da equação do NIOSH para cada atividade.

3.4. Resultados obtidos Aplicando-se a equação do NIOSH, com os coeficientes da Tabela 4, obtém-se os seguintes valores para a carga máxima de trabalho, para cada atividade:

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Atividade 1 (colocar as pollybags dentro das caixas de papelão) – 4,096kg; Atividade 2 (montar as caixas de papelão) – 2,033kg; Atividade 3 (colocar as caixas já seladas, no pallett)– 4,994kg (quando a carga é deslocada de 26cm na vertical) e 4,238kg (quando a carga é deslocada de 156cm na vertical). 3.5. Análise dos resultados Em função das variáveis apresentadas, na atividade 1 poder-se-ia trabalhar com uma carga de até 4,096kg; na atividade 2, 2,033kg e na atividade 3, 4,238kg, na pior situação dessa atividade (quando a carga é deslocada de 156 cm na vertical). Comparando esses valores encontrados com os valores das cargas de trabalho, nota-se que apenas a atividade 3 apresenta uma carga manuseada muito acima do que seria permitido, segundo a equação do NIOSH. 4. Conclusões Para que a atividade 3 se enquadrasse dentro dos limites impostos pela equação do NIOSH, seria necessário diminuir o espaçamento horizontal entre o operário e o pallett. Se houvesse uma redução dos 60cm para 25cm, o coeficiente CH passaria ser 1, ao invés de 0,417, e, dessa forma, a carga máxima permitida, na situação mais crítica do deslocamento vertical, seria de 10,16kg , um pouco acima da carga de trabalho, que é de 10kg. A equação do NIOSH tem suas limitações de aplicação e, portanto, o uso dessa ferramenta para o estudo de levantamento manual de cargas deve ser feito sempre com muito critério. 5. Bibliografia AMARAL, F. G. O método NIOSH: método prático para avaliar cargas e o risco dorsolombar associado. In: CONGRESSO LATINO-AMERICANO E SEMINÁRIO BRASILEIRO DE ERGONOMIA (2;6:1993: Florianópolis). Anais. Brasil, p. 240-247, 1993. DUL, J. & WEERDMEESTER, B. Ergonomia prática . São Paulo, SP: Editora Edgard Blücher Ltda, 1995, 147p. MTE – Ministério do Trabalho e Emprego. Manual de aplicação da Norma Regulamentadora nº 17 . Brasília, DF: MTE, 2003. NIOSH. Work practices guide for manual handling . Washington. DC: Us Departament of health and Human Services, Publications nº 81-122, Us Government Office, 1981. WATERS, T. P. e outros. Applications manual for the revised NIOSH lifting e quation . Cincinnati: U.S. Departament of Health Human Services, 1994. 119p.