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Caso 1: O Senhor Carlos Sampaio tem 61 anos de idade. Na sequência de uns exames de rotina foi-lhe diagnosticada Diabetes Mellitus tipo 2 . Está a iniciar terapêutica com antidiabéticos orais e vigilância de glicemia capilar . Começou a ser seguido no centro de saúde. Colheita de dados: 1 – Como é que está a vivenciar esta situação? Esta situação não é nova para mim, claro que nunca estamos à espera que nos aconteça a nós, mas o meu irmão também tem diabetes tipo 2 e eu sempre o acompanhei. Ele até já teve feridas nos pés por causa da doença, é muito perigosa a diabetes se não tivermos cuidado. 2 – O que é que sabe sobre a diabetes? Sei que é uma doença em que há excesso de açúcar no sangue e que pode acontecer devido à obesidade, tensão alta, colesterol, idade avançada. E pode levar a complicações como, por exemplo, nos pés como aconteceu ao meu irmão. 3 – Sei que o médico lhe prescreveu medicamentos, já tomou? Sim, tenho de tomar sempre. 4 – Tem alguma dificuldade em tomar medicamentos? Não, não custa nada. 5 - Sabe para que serve os medicamentos? Sim, um é para a diabetes, outro para o colesterol e outro para a tensão alta.

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Caso 1: O Senhor Carlos Sampaio tem 61 anos de idade. Na sequência de uns exames de rotina foi-lhe diagnosticada Diabetes Mellitus tipo 2. Está a iniciar terapêutica com antidiabéticos orais e vigilância de glicemia capilar. Começou a ser seguido no centro de saúde.

Colheita de dados:

1 – Como é que está a vivenciar esta situação?

Esta situação não é nova para mim, claro que nunca estamos à espera que nos aconteça a nós, mas o meu irmão também tem diabetes tipo 2 e eu sempre o acompanhei. Ele até já teve feridas nos pés por causa da doença, é muito perigosa a diabetes se não tivermos cuidado.

2 – O que é que sabe sobre a diabetes?

Sei que é uma doença em que há excesso de açúcar no sangue e que pode acontecer devido à obesidade, tensão alta, colesterol, idade avançada. E pode levar a complicações como, por exemplo, nos pés como aconteceu ao meu irmão.

3 – Sei que o médico lhe prescreveu medicamentos, já tomou?

Sim, tenho de tomar sempre.

4 – Tem alguma dificuldade em tomar medicamentos?

Não, não custa nada.

5 - Sabe para que serve os medicamentos?

Sim, um é para a diabetes, outro para o colesterol e outro para a tensão alta.

6 – Sente-se disposto a tomar sempre os medicamentos e a horas certas?

Claro é para o meu bem e acho que é muito importante tomá-los.

7 – Outra prescrição médica é a pesquisa de glicemia capilar (PGC). Sabe para que serve?

Sim, é para saber a quantidade de açúcar no sangue.

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8 – Sabe como se faz a PGC?

Sei que se tem de picar o dedo mas não sei em que parte do dedo nem sei muito bem mexer com a máquina. Sei que na farmácia fazem isso mas tenho de pagar, por isso prefiro aprender a fazer eu.

9 – Pode dizer-me quantas refeições faz por dia?

Às vezes tomo o pequeno almoço, quando tomo é quando a minha esposa está em casa, é que ela é muito preocupada. Almoço e janto, por isso 2 ou 3 refeições.

10 – O que é que costuma comer?

Quando tomo o pequeno almoço bebo cevada e como uma torrada, ao almoço como a minha esposa não almoça em casa, faço coisas mais rápidas porque é só para mim, por isso faço uns fritos ou como uma sandes e acompanho sempre com sopa que a minha esposa que me faz na véspera. Ao jantar, como é a minha esposa a cozinhar como mais à base de peixe grelhado ou cozido, é que ela diz que estou muito gordo.

11 – Processo clínico: Quanto pesava na última consulta (08-07-12)?

Pesava 70 Kg.

12 – Quanto pesa actualmente?

Pesa 80 Kg.

13 – Qual a altura do Senhor Carlos?

1,65 metros.

14 – Qual o IMC?

29,4.

15 – Sabe qual o regime alimentar mais adequado à sua doença?

Não, ninguém me disse nada. Sei o que o meu irmão come, e ele cumpre tudo direitinho, mas não sei se o meu caso e o dele são iguais, mas queria muito saber.

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Diagnósticos (os números atrás dos diagnósticos são os dados que comprovam o diagnóstico.)

1, 2, 5: Consciencialização face à doença facilitadora (1)

3, 4, 5, 6: Disponibilidade para aderir ao regime medicamentoso (2)

7, 8: Potencialidade para aprender sobre PGC (3)

9, 10, 11, 12, 13, 14, 15: Disponibilidade para aprender sore Regime Alimentar (4)

Objectivos e intervenções:

(2) Promover autovigilância da PGC

Ensinar técnica de PGC Instruir técnica de PGC Treinar técnica de PGC Ensinar sobre registo do valor de GC Explicar como interpretar os valores de GC Explicar importância da vigilância da GC

Promover aquisição de conhecimentos sobre hipoglicemia e hiperglicemia (3)

Ensinar acerca de sinais e sintomas de hipoglicemia e hiperglicemia Ensinar o que é uma hipoglicemia e hiperglicemia Ensinar cuidados a ter numa hipoglicemia e hiperglicemia

(4) Promover aquisição de conhecimentos face ao regime alimentar (RA)

Avaliar conhecimentos so cliente sobre a alimentação mais adequada à sua patologia Ensinar RA mais adequado à sua patologia Planear RA Informar sobre alimentos mais adequados à sua patologia Explicar influência da alimentação na sua patologia

Caso 2: O senhor Francisco Sousa tem 66 anos de idade e, desde há 2 anos é seguido no centro de saúde por Diabetes Mellitus tipo 2. De acordo com a informação disponível no processo clínico, faltou à ultima consulta de enfermagem agendada. Hoje, compareceu no centro de saúde, depois de ter sido contactado pelo enfermeiro de família.~

Colheita de dados:

1 – O senhor Francisco faltou à última consulta, aconteceu alguma coisa?

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Não, como a consulta era para eu lhe mostrar o registo dos meus valore diários de GC eu não vim porque raramente faço a pesquisa, acho eu isso não é importante.

2 – Acha que isso não é importante?

Não, a maquina diz-me os valores de açúcar no sangue, ela não me vai fazer nada se eu tiver uma hipoglicemia ou hiperglicemia, por isso mais vale nem saber.

3 – Sabe os sintomas de uma hipoglicemia ou hiperglicemia?

Não, por isso é que acho que não é importante fazer a PGC, porque não sei o que fazer num caso destes. Eu apenas sei que hipoglicemia é pouco açúcar no sangue e hiperglicemia excesso de açúcar no sangue.

4 – Tem tomado os medicamentos?

Sim e cumpro sempre os horários, acho que isso é muito importante.

5 – Tem praticado exercício físico?

Praticava tal como lhe tinha dito que ia fazer mas ultimamente não consigo praticar porque me doem os pés.

6 – Processo clínico: Como estavam os pés na última consulta (08-05-13)?

Sem alterações significativas.

7 – Como estão os pés actualmente?

Apresentam diminuição da sensibilidade, alteração da coloração (pé ligeiramente escuro na zona do hálux) e temperatura diminuída. O rastreio da sensibilidade à pressão, marcador preditivo de risco de ulceração, foi efectuado com o monofilamento de 10 gramas de Semmes-Weinstein, a sensibilidade vibratória com o diapasão de 128Hz, a sensibilidade táctil com o algodão e pesquisa de reflexos com martelo adequado.

8 – Tem algum cuidado especial com os pés?

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Não, o médico, quando me diagnosticou a diabetes, disse-me que tinha de ter cuidados com os pés e disse-me quais os cuidados, mas como não senti nenhuma alteração pensei que não fosse importante, agora vejo que era.

9 – Tem tido cuidado com alimentação?

Sim, tenho cumprido rigorosamente o regime alimentar que me aconselhou e faço sempre as 6 refeições por dia. A minha esposa é que cozinha e como se preocupa muito comigo faz comidas que me façam bem.

10 – Processo clínico: Qual o IMC na última consulta (08-05-13)?

29,4.

11- Qual o peso actual?

70 Kg.

12 – Qual a altura?

1,65 metros.

13 Qual o IMC?

25,7.

Diagnósticos:

4: Adesão ao regime medicamentoso efectiva (1)

1, 2, 3: Consciencialização face à PGC dificultadora (2)

5, 7, 8:Alteração da integridade dos pés por autocuidado dos pés diminuído (3)

9, 10, 11, 12: Adesão ao Regime alimentar efectiva (4)

Objectivos e intervenções

(2) Promover adesão à técnica de PGC

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Ensinar sobre relação entre autovigilância de glicemia e prevenção de complicações

Promover aquisição de conhecimento sobre sinais e sintomas de hipoglicemia e hiperglicemia

Ensinar acerca de sinais e sintomas de uma hipoglicemia e hiperglicemia Ensinar cuidados a ter numa hipoglicemia e hiperglicemia

(3) Promover integridade tecidular dos pés

Explicar o propósito de autocuidado com os pés Incentivar a vigilância dos pés através de um espelho Ensinar sobre secagem completa dos és Ensinar sobre técnica correcta de cortar as unhas Ensinar sobre cuidados com os calos Ensinar sobre hidratação diária a ter com os pés, com creme ou emoliente Ensinar sobre meias e sapatos mais adequados Informar sobre a relação entre neuropatia, lesão, doença vascular, risco de ulceração e

amputação das extremidades inferiores em pessoas em diabetes mellitus.

Caso 3: A Dona Margarida Soares tem 58 anos. Sofreu um AVC isquémico há cerca de 12 dias, tendo tido alta hospitalar ontem. Neste momento começou a ser acompanhada por uma ECCI do seu centro de saúde.

Colheita de dados:

1 – (Documentado no processo clinico) Défices provocados pelo AVC: parésia MS e MI esquerdo com movimento articular activo contra a gravidade e ligeiro aumento do tónus muscular, sendo que este é mais marcado no MSE.

2 – Apresenta algum tipo de alteração quando realiza flexão e extensão dos MI com resistência ao movimento?

A D. Margarida quando solicitada para fazer flexão e extensão dos membros inferiores com resistência aos movimentos, verifica-se que com o membro inferior esquerdo não consegue vencer a mesma. Já com o membroinferior direito a utente vence a resistência sem qualquer problema.

3 - Apresenta algum tipo de alteração quando realiza flexão e extensão dos MS com resistência ao movimento?

A D. Margarida quando solicitada para fazer flexão e extensão dos membros superiores com resistência aos movimentos, verifica-se que com o membro superior esquerdo não consegue vencer a mesma. Já com o membro superior direito a utente vence a resistência sem qualquer problema.

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4 – Consegue realizar adução e abdução dos membros inferiores com resistência feita pelo enfermeiro?

Verifica-se que a D. Margarida quando solicitada para realizar adução e abdução dos membros inferiores com resistência feita pelo enfermeiro, consegue fazer o movimento activo com êxito com o membro inferior direito. Contudo com o membro inferior esquerdo não consegue vencer a resistência.

5 - Consegue realizar adução e abdução dos membros superiores com resistência feita pelo enfermeiro?Verifica-se que a D. Margarida quando solicitada para realizar adução e abdução dos membros superiores com resistência feita pelo enfermeiro, consegue fazer o movimento activo com êxito com o membro superior direito. Contudo com o membro superior esquerdo não consegue vencer a resistência

6 - Quando solicitada para levantar os braços manifesta movimento activo contra a gravidade com ambos os membros superiores?

Observa-se que a D. Margarida quando solicitada para levantar os braços manifesta movimento activo contra a gravidade com ambos os membros superiores. No entanto, o membro superior esquerdo desce relativamente ao membro superior direito.

7 – Processo clínico: Qual a zona do cérebro afectada pelo AVC?

Córtex motor.

8 – Há alguma alteração da força quando solicitada para apertar as mãos do enfermeiro?

Existe uma diminuição da força não mão esquerda, relativamente à direita.

9 – Como é que está a vivenciar esta situação?

Não é uma situação fácil mas também não é o fim do mundo. Se isto me aconteceu, tenho de aprender a viver com isto e seguir em frente. Ainda bem que existem equipamentos que me podem ajudar.

10 – Como disse, existem equipamentos que a podem ajudar, nomeadamente para se alimentar, tomar banho, transferir-se, andar, sente-se disposta a usá- los?

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Claro, quero muito ser autónoma. No hospital falaram-me da tábua de deslizamento, do andarilho, de uma cadeira de banho, objectos que me ajudam na alimentação e eu até já comprei alguns.

11 – Apresenta dificuldade em andar sozinha?

Sim, tenho de me apoiar no meu marido.

12 – Consegue comer sozinha?

Sim, porque o meu marido comprou-me uns equipamentos adaptativos que me aconselharam no hospital, é que tenho muita vontade de fazer as coisas sozinha.

13 – Consegue tomar banho sozinha?

Sim, o meu marido comprou-me uma cadeira de banho e uns equipamentos que me facilitam tomar banho.

14 – Consegue vestir-se/despir-se sozinha?

Algumas roupas sim mas, por exemplo, roupas com botões o meu marido ajuda.

Diagnósticos:

9, 10, 12: Consciencialização face à doença facilitadora (1)

1, 2, 4, 11: Dependência parcial para andar (2)

1, 3, 5, 6, 8, 12: Dependência parcial de equipamento para alimentar-se (3)

1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 13: Dependência parcial de equipamento para tomar banho (4)

1, 2, 3, 4, 5, 6, 8:Parésia do MSE e MIE cm movimento articular activo contra a gravidade (5)

1: Espasticidade (6)

1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 14: Dependência parcial de pessoa e equipamento para vestir/despir (7)

1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 11: Dependência parcial da pessoa para se transferir com potencialidade para melhorar com uso de dispositivo: andarilho e tábua de transferência (8)

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Objectivos e intervenções

(2) Promover autonomia no andar com recurso a dispositivo: andarilho

Ensinar sobre marcha com recurso a andarilho Instruir sobre marcha com recurso a andarilho Treinar sobre marcha com recurso a andarilho Ensinar MFPC e cliente sobre técnica e exercícios de recuperação da mobilidade Instruir técnica e exercícios de recuperação da mobilidade Treinar técnica e exercícios de recuperação da mobilidade

(3) Promover aquisição de habilidades no uso de dispositivos adaptativos para alimentar-se

Advogar o uso de equipamentos adaptativos para alimentar-se Supervisionar uso de equipamentos adaptativos para alimentar-se

(4) Promover aquisição de habilidades no uso de dispositivos adaptativos para tomar banho

Advogar o uso de equipamentos adaptativos para tomar banho Supervisionar uso de equipamentos adaptativos para tomar banho

(5) Aumentar força muscular

Ensinar técnica de exercícios musculares (isotónicos) Instruir técnica de exercícios musculares (isotónicos) Treinar técnica de exercícios musculares (isotónicos) Vigiar força muscular

(6) Dotar MFPC de competências para prevenção de agravamento da espasticidade

Ensinar técnica de posicionamento anti-espástico Instruir técnica de posicionamento anti-espástico Treinar técnica de posicionamento anti-espástico

(7) Promover autonomia no vestir-se/despir-se

Aconselhar calçado adequado, sem cordões Aconselhar roupa adequada: sem botões e fechos

(8) Promover autonomia na transferência

Ensinar sobre transferir-se com recurso a andarilho

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Instruir a transferir-se com recurso a andarilho Treinar a transferir-se com recurso a andarilho Ensinar sobre transferir-se com recurso a tábua de transferência Instruir a transferir-se com recurso a tábua de transferência Treinar a transferir-se com recurso a tábua de transferência

Caso 4: O senhor Duarte Lopes tem 74 anos e, há cerca de 2 semanas, teve um AVC. Regressou a casa ontem. Hoje, foi visitado pelo enfermeiro da ECCI do seu centro de saúde e diz: nunca pensei dar este trabalho à minha mulher e à minha filha.

Colheita de dados:

1 – (Documentado no processo clinico) Défices provocados pelo AVC: parésia MS e MI esquerdo com movimento articular activo contra a gravidade e ligeiro aumento do tónus muscular, sendo que este é mais marcado no MSE.

2 – Apresenta algum tipo de alteração quando realiza flexão e extensão dos MI com resistência ao movimento?

Quando solicitado para fazer flexão e extensão dos membros inferiores com resistência aos movimentos, verifica-se que com o membro inferior esquerdo não consegue vencer a mesma. Já com o membro inferior direito a utente vence a resistência sem qualquer problema.

3 - Apresenta algum tipo de alteração quando realiza flexão e extensão dos MS com resistência ao movimento?

Quando solicitado para fazer flexão e extensão dos membros superiores com resistência aos movimentos, verifica-se que com o membro superior esquerdo não consegue vencer a mesma. Já com o membro superior direito a utente vence a resistência sem qualquer problema.

4 – Consegue realizar adução e abdução dos membros inferiores com resistência feita pelo enfermeiro?

Verifica-se que quando solicitado para realizar adução e abdução dos membros inferiores com resistência feita pelo enfermeiro, consegue fazer o movimento activo com êxito com o membro inferior direito. Contudo com o membro inferior esquerdo não consegue vencer a resistência.

5 - Consegue realizar adução e abdução dos membros superiores com resistência feita pelo enfermeiro?

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Verifica-se que quando solicitado para realizar adução e abdução dos membros superiores com resistência feita pelo enfermeiro, consegue fazer o movimento activo com êxito com o membro superior direito. Contudo com o membro superior esquerdo não consegue vencer a resistência

6 - Quando solicitado para levantar os braços manifesta movimento activo contra a gravidade com ambos os membros superiores?

Observa-se que quando solicitado para levantar os braços manifesta movimento activo contra a gravidade com ambos os membros superiores. No entanto, o membro superior esquerdo desce relativamente ao membro superior direito.

7 – Processo clínico: Qual a zona do cérebro afectada pelo AVC?

Córtex motor.

8 – Há alguma alteração da força quando solicitada para apertar as mãos do enfermeiro?

Existe uma diminuição da força não mão esquerda, relativamente à direita.

9 – Como está a vivenciar esta situação?

Com a situação da doença estou a lidar bem, sei possíveis complicações, tento saber o máximo sobre o meu problema, mas sinto que estou a cansar muito a minha esposa. É que é sempre ela a cuidar de mim, a minha filha também ajuda, coitada, mas a minha esposa está sempre comigo, nem à rua vai.

10 – Existem equipamentos que o podem ajudar, nomeadamente para se alimentar, tomar banho, transferir-se, andar, sente-se disposto a usá- los?

Claro, quero muito ser autónomo. No hospital falaram-me da tábua de deslizamento, do andarilho, de uma cadeira de banho, objectos que me ajudam na alimentação e eu até já comprei alguns.

11 – Apresenta dificuldade em andar sozinha?

Sim, tenho de me apoiar na minha esposa.

12 – Consegue comer sozinho?

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Sim, porque a minha esposa comprou-me uns equipamentos adaptativos que me aconselharam no hospital, é que tenho muita vontade de fazer as coisas sozinho.

13 – Consegue tomar banho sozinho?

Sim, a minha esposa comprou-me uma cadeira de banho e uns equipamentos que me facilitam tomar banho.

14 – Consegue vestir-se/despir-se sozinho?

Algumas roupas sim mas, por exemplo, roupas com botões a minha esposa ajuda.

15 – Como está a vivenciar a situação do seu marido?

Está a ser muito complicado ver o meu marido nesta situação, nunca pensamos que isto nos pudesse acontecer. Eu quero muito ajudá-lo mas é muito difícil estar 24 horas sobre 24 horas a cuidar dele, quase nem tenho tempo para respirar, sinto-me exausta.

16 – Sabe como ajudar o seu marido de forma menos exaustiva para si e para ele?

Sei à minha maneira, faço como der mais jeito. Mas se existiram formas melhores eu queria muito aprender, ia ajudar imenso, certamente.

Diagnósticos

9, 10, 12: Consciencialização face à doença facilitadora (1)

1, 2, 4, 11: Dependência parcial para andar (2)

1, 3, 5, 6, 8, 12: Dependência parcial de equipamento para alimentar-se (3)

1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 13: Dependência parcial de equipamento para tomar banho (4)

1, 2, 3, 4, 5, 6, 8:Parésia do MSE e MIE cm movimento articular activo contra a gravidade (5)

1: Espasticidade (6)

1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 14: Dependência parcial de pessoa e equipamento para vestir/despir (7)

1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 11: Dependência parcial da pessoa para se transferir com potencialidade para melhorar com uso de dispositivo: andarilho e tábua de transferência (8)

9, 15: Sobrecarga do MFPC (9)

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16: Potencialidade para aprender sobre prestação de cuidados (10)

Objectivos e intervenções

(2) Promover autonomia no andar com recurso a dispositivo: andarilho

Ensinar sobre marcha com recurso a andarilho Instruir sobre marcha com recurso a andarilho Treinar sobre marcha com recurso a andarilho Ensinar MFPC e cliente sobre técnica e exercícios de recuperação da mobilidade Instruir técnica e exercícios de recuperação da mobilidade Treinar técnica e exercícios de recuperação da mobilidade

(3) Promover aquisição de habilidades no uso de dispositivos adaptativos para alimentar-se

Advogar o uso de equipamentos adaptativos para alimentar-se Supervisionar uso de equipamentos adaptativos para alimentar-se

(4) Promover aquisição de habilidades no uso de dispositivos adaptativos para tomar banho

Advogar o uso de equipamentos adaptativos para tomar banho Supervisionar uso de equipamentos adaptativos para tomar banho

(5) Aumentar força muscular

Ensinar técnica de exercícios musculares (isotónicos) Instruir técnica de exercícios musculares (isotónicos) Treinar técnica de exercícios musculares (isotónicos) Vigiar força muscular

(6) Dotar MFPC de competências para prevenção de agravamento da espasticidade

Ensinar técnica de posicionamento anti-espástico Instruir técnica de posicionamento anti-espástico Treinar técnica de posicionamento anti-espástico

(7) Promover autonomia no vestir-se/despir-se

Aconselhar calçado adequado, sem cordões Aconselhar roupa adequada: sem botões e fechos

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(8) Promover autonomia na transferência

Ensinar sobre transferir-se com recurso a andarilho Instruir a transferir-se com recurso a andarilho Treinar a transferir-se com recurso a andarilho Ensinar sobre transferir-se com recurso a tábua de transferência Instruir a transferir-se com recurso a tábua de transferência Treinar a transferir-se com recurso a tábua de transferência

(9) Promover diminuição da sobrecarga do cuidador

Providenciar suporte para substituição temporária do papel Aconselhar grupos de apoio Auxiliar no encontro de estratégias para lidar com emoções e conflitos Negociar com os serviços de saúde e apoio social

(10) Promover aquisição de conhecimentos sobre prestação de cuidados

Avaliar conhecimento do MFPC sobre prestação de cuidados Ensinar sobre prestação de cuidados

Caso 9: A Dona Alzira Lopes tem 64 anos de idade. Devido ao facto de manter valores de PA acima do normal e excesso de peso foi encaminhada para o programa de saúde – grupos de risco.

Colheita de dados:

1 – Como é que está a vivenciar o facto de manter a PA acima dos valores normais?

É um pouco complicado para mim saber que tenho as tensão altas porque sei que é perigoso. O médico disse-me muitas complicações da tensão alta como, por exemplo, diabetes, AVC e enfarte, por isso queria prevenir estas complicações mas não sei muito bem como, só sei que pode estar relacionado com o meu excesso de peso.

2 – Como disse, o excesso de peso pode estar relacionado com a tensão alta. Então, se concordar, fala-me um pouco do seu regime alimentar pode ser?

Claro, quero muito ficar bem.

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3 – Quantas refeições faz por dia?

Quando tenho tempo tomo o pequeno almoço, é que de manhã levo os meus netos à escola e quase me levanto em cima da hia porque prefiro estar deitada e como passo em sem o pequeno almoço nunca me preocupei muito. Almoço e janto, por isso 2 ou 3 refeições por dia.

4 – O que é que costuma comer?

Quando tomo o pequeno almoço bebo cevada e como uma torrada, ao almoço como o meu marido não almoça em casa, faço coisas mais rápidas porque é só para mim, por isso faço uns fritos ou como uma sandes e acompanho sempre com sopa que faço na véspera. Ao jantar, como o meu marido está em casa, faço mais à base de peixe grelhado ou cozido, é que ele é muito saudável.

5 – Processo clínico: Quanto pesava na última consulta (08-07-12)?

68 Kg.

6 – Quanto pesa actualmente?

80 Kg.

7 – Qual a altura da cliente?

1,65metros.

8 – Qual o IMC?

29,4.

9 – Sabe qual o regime alimentar mais adequado à sua situação?

Não, ninguém me disse nada. À uns tempos o médico disse-me para ter cuidado com a alimentação mas não me disse o que podia ou não comer. Também não perguntei, fiquei com a sensação que me estava a despachar.

10 – Sente-se disposta a alterar o seu regime alimentar?

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Claro, se é para o meu bem.

11 – Toma sempre os medicamentos?

Sim, sempre e às horas certas, isso é muito importante que eu sei.

Diagnósticos:

1: Consciencialização face à doença facilitadora (1)

2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10: Disponibilidade para aprender sobre regime alimentar (2)

11: adesão ao regime medicamentoso efectiva (3)

Objectivos e intervenções

(2) Promover aquisição de conhecimentos face ao regime alimentar (RA)

Ensinar RA mais adequado à sua patologia Planear RA Informar sobre alimentos mais adequados à sua patologia Explicar influência da alimentação na sua patologia

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