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Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 1 MÓDULO DE: CONTABILIDADE GERENCIAL AUTORIA: EDMAR LYRIO TEMPORIM Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

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MÓDULO DE:

CONTABILIDADE GERENCIAL

AUTORIA:

EDMAR LYRIO TEMPORIM

Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

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Módulo de: Contabilidade Gerencial

Autoria: Edmar Lyrio Temporim

Primeira edição: 2008

CITAÇÃO DE MARCAS NOTÓRIAS

Várias marcas registradas são citadas no conteúdo deste módulo. Mais do que simplesmente listar esses nomes

e informar quem possui seus direitos de exploração ou ainda imprimir logotipos, o autor declara estar utilizando

tais nomes apenas para fins editoriais acadêmicos.

Declara ainda, que sua utilização tem como objetivo, exclusivamente na aplicação didática, beneficiando e

divulgando a marca do detentor, sem a intenção de infringir as regras básicas de autenticidade de sua utilização

e direitos autorais.

E por fim, declara estar utilizando parte de alguns circuitos eletrônicos, os quais foram analisados em pesquisas

de laboratório e de literaturas já editadas, que se encontram expostas ao comércio livre editorial.

Todos os direitos desta edição reservados à

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Av. Santa Leopoldina, nº 840/07

Bairro Itaparica – Vila Velha, ES

CEP: 29102-040

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Apresentação

Caros alunos, meu nome é Edmar e avalio esse momento como um encontro positivo em

que prevalece o interesse e a difusão de conhecimentos.

É através da disciplina de Contabilidade Gerencial que vamos interagir via ambiente virtual,

porém, procurando diminuir as distâncias em nome da construção de um aprendizado que

seja dinâmico o suficiente para nos permitir romper barreiras, estabelecer o padrão de

qualidade proposto pela ESAB e aprovado pelo MEC, sempre de posse dos melhores

recursos tecnológicos disponíveis.

Costumo dizer que a Contabilidade Gerencial tornou-se adulta mas ainda não parou de

crescer. Ela se notabiliza porque, em nome da "melhor informação contábil", busca

elementos importantes nas mais variadas fontes sobre planejamento, controle e tomada de

decisão. É, na verdade, uma coleção de técnicas tomadas emprestadas de outras disciplinas

correlatas, o que reforça seu caráter integrativo dentro da construção de um sistema de

informação contábil, o qual constitui ferramenta imprescindível de auxílio ao empresário na

tomada de decisão e criação de valor.

Nosso estudo vai percorrer caminhos que permitam conhecer essencialmente os recursos

técnicos, através dos quais a disciplina unifica seu conceito gerencial. Cada tema

desenvolvido representa importância capital na formação de um sistema de informação que

seja útil às mais variadas gestões. Ao bom observador será possível intuir paralelos entre a

disciplina e o cotidiano empresarial, de forma a ter presente sua utilidade prática,

principalmente àqueles que se dirigem em linha reta na direção do mercado de trabalho.

Esse conjunto de valores me faz otimista e é com esse espírito que pretendo acompanhá-los

nessa jornada de conhecimentos sobre a disciplina de Contabilidade Gerencial.

Bons Estudos!

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Objetivo

O conteúdo desta disciplina foi desenvolvido com o objetivo de apresentar a Contabilidade

Gerencial de maneira a atender aos seguintes aspectos:

• Definir a área de abrangência da Contabilidade Gerencial;

• Apresentar os conceitos fundamentais de cada tema constante da área de

abrangência da disciplina;

• Apresentar temas que devem ser inseridos num sistema de informação contábil para

torná-lo gerencial.

Dessa forma, o objetivo é apresentar os fundamentos teóricos de Contabilidade Gerencial,

tanto no campo acadêmico, quanto para a prática empresarial, evidenciando o conjunto

mínimo de ferramentas para a efetivação da contabilidade gerencial dentro de uma empresa.

Ementa

Neste estudo há uma preocupação latente em priorizar a informação contábil útil à

administração. Para tanto, a Contabilidade Gerencial é o processo de identificação,

mensuração, acumulação, análise, preparação, interpretação e comunicação de informações

financeiras utilizadas pela administração para planejamento, avaliação e controle dentro de

uma organização e para assegurar e contabilizar o uso apropriado de seus recursos.

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Sobre o Autor

Sou Edmar Lyrio Temporim

Graduado em Ciências Econômicas;

Pós graduado em Administração Bancária, com ênfase em Gestão Financeira;

MBA em Finanças Corporativas - Executivo em Finanças - pelo IBMEC (Instituto Brasileiro de

Mercado de Capitais).

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SUMÁRIO

UNIDADE 1 ......................................................................................................................................... 8

INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 8

UNIDADE 2 ....................................................................................................................................... 10

A Contabilidade Gerencial como fator de criação de valor ............................................................. 10

UNIDADE 3 ....................................................................................................................................... 13

Contabilidade Gerencial x Contabilidade Financeira ...................................................................... 13

UNIDADE 4 ....................................................................................................................................... 16

Características e Importância ......................................................................................................... 16

Contabilidade Gerencial como instrumento de administração ........................................................ 17

UNIDADE 5 ....................................................................................................................................... 24

Balanço Social: Características e Formalidades ............................................................................ 24

UNIDADE 6 ....................................................................................................................................... 29

ANÁLISE PATRIMONIAL ............................................................................................................... 29

UNIDADE 7 ....................................................................................................................................... 36

OBRIGATORIEDADE NAS Demonstrações Contábeis ................................................................. 36

UNIDADE 8 ....................................................................................................................................... 41

DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS DO EXERCÍCIO ............................................................ 41

UNIDADE 9 ....................................................................................................................................... 47

ANÁLISE DOS ÍNDICES FINANCEIROS ....................................................................................... 47

UNIDADE 10 ..................................................................................................................................... 58

ANÁLISE DE BALANÇO PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ................................................ 58

UNIDADE 11 ..................................................................................................................................... 73

PRINCIPAIS QUOCIENTES ESTÁTICOS ..................................................................................... 73

UNIDADE 12 ..................................................................................................................................... 77

RECURSOS GERENCIAIS PARA TOMADA DE DECISÕES ........................................................ 77

UNIDADE 13 ..................................................................................................................................... 81

OS ESTOQUES E OS INVESTIMENTOS ...................................................................................... 81

UNIDADE 14 ..................................................................................................................................... 85

TERMINOLOGIOA UTILIZADA NA CONTABILIDADE DE CUSTOS ............................................. 85

UNIDADE 15 ..................................................................................................................................... 90

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ELEMENTOS INDUSTRIAIS: CLASSIFICAÇÃO E FLUXO DE PRODUÇÃO ................................ 90

UNIDADE 16 ..................................................................................................................................... 93

CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS ..................................................................................................... 93

UNIDADE 17 ..................................................................................................................................... 98

O ESTOQUE E A MATÉRIA PRIMA NO PROCESSO INDUSTRIAL ............................................. 98

UNIDADE 18 ................................................................................................................................... 102

MÃO-DE-OBRA-DIRETA ............................................................................................................. 102

UNIDADE 19 ................................................................................................................................... 108

SISTEMAS DE CUSTEAMENTO ................................................................................................. 108

UNIDADE 20 ................................................................................................................................... 115

CONCEITO DE MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO ......................................................................... 115

UNIDADE 21 ................................................................................................................................... 123

SISTEMA RKW ............................................................................................................................ 123

UNIDADE 22 ................................................................................................................................... 126

PONTO DE EQUILÍBRIO ............................................................................................................. 126

UNIDADE 23 ................................................................................................................................... 132

CONCEITOS DE FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA ............................................................ 132

UNIDADE 24 ................................................................................................................................... 137

PRODUÇÃO POR ORDEM E PRODUÇÃO CONTÍNUA ............................................................. 137

UNIDADE 25 ................................................................................................................................... 144

PLANEJAMENTO – CONCEITOS FUNDAMENTAIS .................................................................. 144

UNIDADE 26 ................................................................................................................................... 147

PLANEJAMENTO, PLANO E TOMADA DE DECISÃO ................................................................ 147

UNIDADE 27 ................................................................................................................................... 149

ASPECTOS OPERACIONAIS DO PLANEJAMENTO .................................................................. 149

UNIDADE 28 ................................................................................................................................... 155

ORGANIZAÇÃO .......................................................................................................................... 155

UNIDADE 29 ................................................................................................................................... 158

PROCESSO DECISÓRIO ............................................................................................................ 158

UNIDADE 30 ................................................................................................................................... 162

Relatórios importantes para a tomada de decisões ...................................................................... 162

GLOSSÁRIO ................................................................................................................................... 166

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................... 168

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UNIDADE 1 Objetivo: Introduzir o módulo e o estudo da Contabilidade Gerencial

“Viver é inapreensível; indecifrável é a vida.

E, apesar disso, buscamos relatar acontecimentos.

Embora inexplicável seja o existir.

Ainda assim, atrevemo-nos a indagar;

Sem chegar a saber as respostas.

Na realidade(?) nem mesmo as perguntas.”

(Renard Draner)

INTRODUÇÃO

A Contabilidade Gerencial destaca-se hoje como um dos

segmentos da ciência contábil, talvez o primeiro, em que se

verificam os esforços de pesquisa em todo mundo.

Apesar disso, muitos acadêmicos, segundo McLean, aceitam o

fato de que não existe uma teoria unificada para a

Contabilidade Gerencial. Muitos chegam a entender que a

Contabilidade Gerencial não passa de uma coleção de técnicas tomadas emprestadas de

outras disciplinas correlatas.

Apesar da utilização de temas de outras disciplinas, ela se caracteriza por ser uma área

contábil autônoma, pelo tratamento dado à informação contábil, enfocando planejamento,

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controle e tomada de decisão, e por seu caráter integrativo dentro de um sistema de

informação contábil.

A identidade da disciplina é revelada pelo seu caráter integrativo. Enquanto em outros

segmentos da ciência contábil os temas são tratados e analisados de forma isolada, na

Contabilidade Gerencial todos os temas são tratados dentro de um conjunto único, sem

prescindir da integração necessária à informação contábil.

Muitos teóricos consideram que a Contabilidade Gerencial é essencialmente para tomada de

decisão. Porém, além disso, devemos ter também uma estrutura de informações

operacionais e repetitivas, que possibilitem auxílio permanente a todo ciclo administrativo de

execução e controle.

O ensino à distância tem como mérito estimular a disciplina do aluno, dando-lhe a liberdade

de administrar seu tempo de estudo, segundo suas próprias necessidades.

Por exemplo, se seu rendimento é melhor imprimindo o conteúdo, faça-o, em nome das

facilidades que irá subtrair dessa decisão.

Portanto, a partir dos recursos disponíveis, organize um “padrão bom” de aprendizagem e

planeje utilizá-lo com o melhor grau de aproveitamento.

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UNIDADE 2

Objetivo: Introduzir um conceito novo, em que se faz destaque para a “informação que cria valor”. Trata-se do império da informação seletiva, direcionada para o sucesso das organizações.

A Contabilidade Gerencial como fator de criação de valor

O atual foco das pesquisas sobre a missão das entidades empresariais está centrado no

conceito de criação de valor, associando dentro do mesmo escopo o processo de informação

gerado pela contabilidade para que as empresas possam cumprir adequadamente sua

missão.

ATKINSON, BANKER, KAPLAN E YOUNG iniciam seu trabalho mais recente com esse

conceito, dizendo: “Contabilidade Gerencial – Informação que cria valor – Sistemas contábeis

gerenciais efetivos podem criar valor considerável, pelo fornecimento de informações

acuradas e oportunas sobre as atividades necessárias para o sucesso das organizações de

hoje.”.

O atual estágio da Contabilidade Gerencial, que abarca todos os estágios evolutivos

anteriores, centra-se no processo de criação de valor por meio do uso efetivo de recursos

empresariais. Essa função-objetivo está declarada no Relatório Revisado de Março de 1998,

emitido pelo Comitê de Contabilidade Financeira e Gerencial da Federação Internacional de

Contadores (International Federation of Accountants – IFAC), sobre os conceitos de

Contabilidade Gerencial.

A seguir, os principais tópicos relacionados com o tema de geração ou criação de valor,

partindo da apresentação dos estágios evolutivos da Contabilidade Gerencial, de acordo com

o IFAC.

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Evolução e Mudança na Contabilidade Gerencial

$ “O campo da atividade organizacional, abarcado pela Contabilidade Gerencial, foi

desenvolvido através de quatro estágios reconhecíveis”:

$ Estágio 1 – Antes de 1950, o foco era na determinação do custo e controle financeiro,

através do uso das tecnologias de orçamento e contabilidade de custos;

$ Estágio 2 – Por volta de 1965, o foco foi mudado para o fornecimento de informação para o

controle e planejamento gerencial, através do uso de tecnologias tais como análise de

decisão e contabilidade por responsabilidade;

$ Estágio 3 – Por volta de 1985, a atenção foi focada na redução do desperdício de recursos

usados nos processos de negócios, através do uso das tecnologias de análise e

administração estratégica de custos;

$ Estágio 4 – Por volta de 1995, a atenção foi mudada para a geração ou criação de valor

através do uso efetivo de recursos, através do uso de tecnologias tais como o exame dos

direcionadores de valor ao cliente, valor para o acionista, e inovação organizacional.”

“Cada estágio da evolução representa adaptação para um novo conjunto de condições que

as organizações enfrentam, pela absorção, reforma, e adição aos focos e tecnologias

utilizadas anteriormente.

Cada estágio é uma combinação do velho e do novo, com o velho sendo reformado para

ajustar-se com o novo em combinação a um novo conjunto de condições para o ambiente

gerencial. A Contabilidade Gerencial atual refere-se ao produto do processo de evolução

cobrindo os quatro estágios” (IFAC, parágrafos 9 e 15).

“Nos estágios 3 e 4, ela (a Contabilidade Gerencial) é vista como uma parte integral do

processo de gestão, com informações sendo disponibilizadas em tempo real diretamente

para a administração, e com a distinção entre administração de apoio e linha sendo

progressivamente embaçada.

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O foco do uso de recursos (incluindo a informação) para criar valor é uma parte integral do

processo gerencial nas organizações” (IFAC, parágrafo 19).

“Nos estágios 3 e 4, a informação é vista como um recurso organizacional, juntamente com

outros recursos organizacionais; o foco, agora, contudo, é na redução das perdas e

desperdícios desses recursos (tanto em termos reais como financeiros) e em conservar ou

alavancar seu uso na geração ou criação de valor” (IFAC, parágrafo 17).

A função-objetivo da Contabilidade Gerencial de criação de valor para os acionistas é um

conceito objetivo, pois pode ser mensurado economicamente.

A criação de valor para o acionista centra-se na geração de lucro empresarial, que, por sua

vez, é transferido para os proprietários da entidade, aos denominamos acionistas.

Exemplificando: a partir de um investimento em ativos, tais como estoques, máquinas,

terrenos e mão de obra; o dinheiro aplicado em ativos deve ser contrabalançado por alguma

idêntica gerada por algum financiamento.

Quando começar a vender, a empresa irá gerar dinheiro. Essa é a base de criação de valor,

que constitui a finalidade empresarial, e está representado no balanço patrimonial.

Assim, o conceito de criação (ou adição) de valor na Contabilidade Gerencial, como em

finanças, está ligado ao processo de geração de lucro para os acionistas.

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UNIDADE 3

Objetivo: A Contabilidade Gerencial se sustenta na Ciência Contábil e na Administração Financeira, porém, devemos destacar o “uso da informação” nas diferentes situações.

Contabilidade Gerencial x Contabilidade Financeira

Os métodos da Contabilidade Financeira e da Contabilidade Gerencial foram desenvolvidos

para diferentes propósitos e para diferentes usuários das informações financeiras. Há,

contudo, numerosas similaridades e áreas de sobreposição entre os métodos da

Contabilidade Financeira e a Gerencial.

A Contabilidade Gerencial é relacionada com o fornecimento de informações para os

administradores – isto é, aqueles que estão dentro da organização e são responsáveis pela

direção e controle de suas operações. A Contabilidade Gerencial pode ser contrastada com a

Contabilidade Financeira, que é relacionada com o fornecimento de informações para os

acionistas, credores e outros que estão fora da organização.

Quadro Comparativo

Fator Contabilidade

Financeira

Contabilidade Gerencial

Usuários dos

relatórios

Externos e internos Internos

Objetivo dos

relatórios

Facilitar a análise

financeira para as

necessidades dos

usuários externos

Objetivo especial de facilitar o

planejamento, controle, avaliação de

desempenho e tomada de decisão

internamente.

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Forma dos

relatórios

Balanço

Patrimonial,

Demonstração dos

Resultados,

Demonstração dos

Lucros e Prejuízos

Acumulados,

Demonstração dos

Fluxos de Caixa e

Demonstração do

Valor Adicionado

(se cia aberta)

Orçamento, contabilidade por

responsabilidade, relatórios de

desempenho, relatório de custo,

relatórios especiais não rotineiros para

tomada de decisão.

Frequência dos

relatórios

Anual, trimestral e

ocasionalmente

mensal.

Quando necessário pela administração

Custos ou valores

utilizados

Primariamente

históricos (passado)

Históricos e esperados (previstos)

Bases de

mensuração

usadas para

quantificar os

dados

Moeda corrente Várias bases (moeda corrente, moeda

estrangeira – moeda forte, medidas

físicas, índices etc.)

Restrições nas

informações

fornecidas

Princípios

Contábeis

Geralmente Aceitos

Nenhuma restrição, exceto as

determinadas pela administração

Arcabouço teórico e

técnico

Ciência Contábil Utilização pesada de outras disciplinas,

como economia, finanças, estatística,

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pesquisa operacional e comportamento

organizacional.

Características da

informação

fornecida

Deve ser objetiva

(sem viés),

verificável, relevante

e a tempo.

Deve ser relevante a tempo, podendo

ser subjetiva, possuindo menos

verificabilidade e menos precisão.

Perspectiva dos

relatórios

Orientação histórica Orientada para o futuro para facilitar o

planejamento, controle e avaliação de

desempenho antes do fato (para impor

metas), acoplada com uma orientação

histórica para avaliar os resultados reais

(para o controle posterior do fato)

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UNIDADE 4

Objetivo: Abordar pontos acerca dos conceitos e utilização da Contabilidade Gerencial, principalmente no tocante à sua visibilidade e independência em relação às outras disciplinas que sustentam o gerenciamento da informação contábil.

Características e Importância

Segundo Sérgio de Iudícibus “a Contabilidade Gerencial pode ser caracterizada,

superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos

contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos,

na análise financeira e de balanços etc., numa forma de apresentação e classificação

diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório”.

Anthony (1970), um dos precursores da Contabilidade Gerencial, estabeleceu algumas

características, como: tem múltiplos objetivos; não é governada pelos princípios geralmente

aceitos; é opcional; focaliza segmentos, assim como o "todo do negócio"; dá menos ênfase à

precisão; é parte de outros processos e não um fim em si mesmo.

A Contabilidade Gerencial, como ramo do saber, é de fundamental importância na vida

econômica atual, principalmente nas complexas economias modernas.

Em sentido geral, a Contabilidade Gerencial trata da coleta, apresentação e interpretação

dos fatos econômicos.

E, como sabemos que os recursos são escassos, ela se ocupa de utilizá-los de forma

racional através de um adequado controle dos insumos, com base num confiável sistema de

informação gerencial.

Assim, a Contabilidade Gerencial se utiliza de ferramentas de várias áreas, mas

principalmente da Administração, Economia e da própria Contabilidade, como a parte de

custos, geral e análise contábil.

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Caráter de Integração da disciplina

A Contabilidade Gerencial não existe dentro de uma entidade da mesma maneira que existe

a Contabilidade Financeira, Contabilidade de Custos e Administração Financeira. Em todas

as entidades as aplicações dessas disciplinas são visíveis e, dependendo do porte da

empresa, existem departamentos distintos que são responsáveis por sua execução.

Não é demais lembrar que, no âmbito didático, essas disciplinas são ensinadas

isoladamente. Em função disso, é comum, e até esperado, que o aprendizado dos temas de

cada disciplina seja feito de forma não integrada. Isso quer dizer que, quando o aluno está

aprendendo as técnicas de formação de custo do produto, ele e o professor estão

preocupados exclusivamente com isso. Não há preocupação de integração com as demais

áreas contábeis, e isso se repete com outras técnicas.

Não podemos deixar de anotar que essas disciplinas enfocam as condições para o uso de

suas técnicas no processo administrativo. Acontece que elas não podem enfocar o uso

integrado com outras disciplinas, porque não há possibilidades didáticas para isso. Esse

papel cabe à disciplina de Contabilidade Gerencial.

Contabilidade Gerencial como instrumento de administração

A Contabilidade Gerencial existe ou existirá se houver uma ação que faça com que ela

exista. Uma entidade tem Contabilidade Gerencial se houver dentro dela pessoas que

consigam traduzir os conceitos contábeis em atuação prática.

Contabilidade Gerencial significa gerenciamento da informação contábil. Gerenciamento é

uma ação, um fazer e não um existir. Contabilidade Gerencial significa o uso da

contabilidade como instrumento da administração.

Se temos a Contabilidade, se temos a informação contábil, mas não a usamos no processo

administrativo, no processo gerencial, então não existe gerenciamento contábil, não existe

Contabilidade Gerencial.

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Dessa forma, fica claro que a Contabilidade Gerencial deve utilizar-se das técnicas já

desenvolvidas por outras disciplinas, até porque nelas o estudo específico é mais

aprofundado.

Pode parecer absurdo, mas o fato é que até algumas poucas décadas atrás, principalmente

no meio acadêmico brasileiro, era comum encontrarmos resistência quanto à possibilidade

de a Contabilidade Gerencial interferir positivamente na geração de resultados das

empresas.

Talvez pela sua “autonomia” em trabalhar recursos técnicos de outras áreas e se fazer

presente através do uso da informação contábil como ferramenta para administração. Diante

dos fatos, e para que nosso estudo seja compreendido desde sua base original, exercite seu

posicionamento pessoal. Faça-o respondendo às perguntas abaixo; sempre imaginando que

essa compreensão inicial, sem as amarras técnicas de uma ciência exata, será de

fundamental importância para a absorção do conteúdo que veremos ao longo do curso.

1) Você concorda com o grau de “autonomia” conferida à disciplina de Contabilidade

Gerencial? Por quê?

2) A Contabilidade Gerencial existe ou só existirá mediante a “provocação” de uma gestão

que prime pelo gerenciamento da informação contábil?

3) Qual sua opinião sobre a afirmação de que a Contabilidade Gerencial “não é governada

pelos princípios geralmente aceitos”?

4) Manifeste seu pensamento sobre a afirmação: “Contabilidade Gerencial – informação que

cria valor”.

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A dúvida é fonte de aprendizado. Ela motiva o aluno a buscar outros conteúdos. Existem

recursos de toda ordem: nos livros, nas bibliotecas on line, etc. Nossa missão é “facilitar” a

absorção do conteúdo proposto, inclusive sanando as eventuais dúvidas existentes ao longo

do curso.

A propósito das dúvidas, também vale a pena consultar os registros já formulados por outros

alunos (perguntas e respostas – elas ajudam a fixar os conhecimentos e contribuem para a

solução das provas).

Incluímos abaixo uma dúvida respondida, a qual encontra paralelo nas unidades já

abordadas:

Características da Contabilidade Gerencial (PERGUNTA)

Prezado Tutor:

O material didático traz citação de Anthony (1970) que diz que "a Contabilidade Gerencial

não é governada pelos princípios geralmente aceitos". O que exatamente isto quer dizer já

que os princípios são os pilares da Contabilidade e a Gerencial um extrato da Geral.

Agradeço a atenção. (28/06/2008)

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Interação (opinião de outro aluno)

Adilson

Segundo CREPALDI (1998, pág. 18), " a contabilidade gerencial é o ramo da contabilidade

que tem por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de emresas que os auxiliem

em suas funções gerenciais."

A contabilidade gerencial é desregulamentada, ou seja, ela não é dirigida por regras e

princípios fundamentais da contabilidade ou por autoridades governamentais.

Todas as informações levantadas pela contabilidade gerencial são determinadas pela

administração, para satisfazer as necessidades estratégicas e operacionais da empresa.

Segundo ATKINSON (2000, pág. 36), " a contabilidade gerencial é o processo de produzir

informação operacional e financeira para funcionários e administradores."

Adilson, baseado no que diz CREPALDI e ATKINSON, podemos considerar que a

contabilidade gerencial surgiu para auxiliar os administradores nas tomadas de decisões e

todas as informações gerada pela contabilidade gerencial é voltada exclusivamente para

funcionários, administradores e executivos das empresas.

Como todas as informações geradas pela contabilidade gerencial são para as tomadas de

decisões dos administradores, ela não precisa cumprir normas e princípios da contabilidade.

Espero ter colaborado com você e ajudado a esclarecer sua dúvida.

Jailson 28/06/2008

Características da Contabilidade Gerencial (resposta do professor)

Adilson,

Primeiramente cumpre-nos agradecer a valiosa contribuição do colega Jailson. Resta-nos

trazer informações que acrescentam e ensinam sobre o pensamento vigente acerta do

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conceito de Contabilidade Gerencial:

Segundo Sérgio de Iudícibus, "a Contabilidade Gerencial pode ser caracterizada,

superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos

contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos,

na análise financeira e de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de

detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de

maneira a auxiliar os gerentes em seu processo decisório."

Robert N. AntonY, considerado por muitos como um dos precursores da disciplina de

Contabilidade Gerencial, é bastante sintético em sua caracterização da disciplina: "A

Contabilidade Gerencial, preocupa-se com a informação contábil útil à administração".

Segundo a Associação Nacional dos Contadores do Estados Unidos, através de seu relatório

nº 1A, "Contabilidade Gerencial é o processo de identificação, mensuração, acumulação,

análise, preparação, interpretação e comunicação de informações financeiras utilizadas pela

administração para planejamento, avaliação e controle dentro de uma organização e para

assegurar e contabilizar o uso apropriado de seus recursos."

O ponto fundamental da Contabilidade Gerencial é o uso da informação contábil como

ferramenta para a administração, utilizando temas de outras disciplinas das áreas de

Ciências Contábeis ou Administração Financeira. Portanto, a afirmação de que a disciplina

não é governada pelos princípios geralmente aceitos não diminui o brilhante papel de

integração multidisciplinar realizado pela Contabilidade Gerencial em nome de uma

melhor gestão empresarial.

Sds,Edmar (jun/08

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(mais uma interação do aluno que construiu a pergunta)

Não tenho dúvida quanto à conceituação da Contabilidade Gerencial e ferramenta auxiliar no

processo de análise e tomada de decisão.

O ponto que quero chegar é em que momento a Contabilidade Gerencial se distancia dos

"princípios geralmente aceitos". Há um conflito entre presupostos da Gerencial com os

"princípios"? Seriam "os princípios" obstáculos para a Gerencial? É este aprofundamento

que quero fazer e, no meu entender, o objetivo de um curso de MBA/pós é ir mais a fundo

nos temas que já foram objeto de estudo nas etapas preliminares de nossa vida acadêmica.

Agradeço as contribuições anteriores e as futuras serão bem-vindas.

Um ótimo dia a todos!!!

Características da Contabilidade Gerencial

(outra interação do professor)

Adilson,

A afirmação é a seguinte: "A contabilidade Gerencial não é governada pelos princípios

geralmente aceitos". Quem tem a primazia de ser governada pelos princípios geralmente

aceitos é a base científica da contabilidade, ou seja, a contabilidade geral na tarefa

sistemática de registrar informações, produzir relatórios (balanço, demonstrativo de

resultados, etc). Aí repousam como extensão da contabilidade todas as escriturações, a

contabilidade de custos, etc... A Contabilidade Gerencial utiliza dessas informações e de

muitas outras; não necessariamente, e apenas, afetas a área contábil (financeira por

exemplo), com o objetivo de voltar-se para a informação que possa ser útil à administração,

isto é, internamente.

Nos EUA, país que primeiro procurou compilar os princípios contábeis, os princípios foram

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vistos durante um certo tempo como as premissas para um Sistema de Certificação e

Avaliação. Posteriormente foram o conjunto de fatores que separaria a contabilidade

americana em duas vertentes: contabilidade financeira (na qual deveria ser observado os

princípios contábeis) e contabilidade gerencial (ramo em que os princípios poderiam não ser

seguidos e que por isso poderia ser melhor traduzida também como administração contábil).

No Brasil, desde que a Lei 6.404/76 incluiu os princípios como matéria legislativa a ser

observada pelos agentes do mercado de capitais, eles são objeto de regulamentação dos

órgãos reguladores oficiais. Ou seja, longe de uma informação gerencial interna, trata-se de

informação baseada em princípios com lastro científico e, acima de tudo, voltada também

para interesses externos (fisco, acionistas, CVM etc).

Sds,Edmar(jul/08).

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UNIDADE 5

Objetivo: Apresentar de forma didática e objetiva o Balanço Social aos nossos alunos, por tratar-se de recurso contemporâneo indispensável para demonstrar à sociedade a participação e a responsabilidade social da entidade.

Balanço Social: Características e Formalidades

A partir de 01.01.2006 a Resolução CFC 1003/2004 aprovou a NBC T 15 - Informações de

Natureza Social e Ambiental, tratando especificamente dos procedimentos para

apresentação de informações de natureza social e ambiental, com o objetivo de demonstrar

à sociedade a participação e a responsabilidade social da entidade.

As Normas Contábeis são de utilização obrigatória pelas empresas e profissionais,

independentemente do porte empresarial.

Balanço Social é um conjunto de informações demonstrando atividades de uma entidade

privada com a sociedade que a ela está diretamente relacionada, com objetivo de divulgar

sua gestão econômico-social, e sobre o seu relacionamento com a comunidade,

apresentando o resultado de sua responsabilidade social.

Entende-se por informações de natureza social e ambiental:

• A geração e a distribuição de riqueza;

• Os recursos humanos;

• A interação da entidade com o ambiente externo;

• A interação com o meio ambiente.

A primeira tarefa do profissional de contabilidade e finanças para uma adequada formação

de dados para o balanço social é ajustar o plano de contas da entidade.

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Quanto mais cedo o fizer, mais facilitada será sua tarefa, já que o incremento de informações

exigidas nem sempre será suprido pelos relatórios internos ou estatísticos das entidades.

Perguntas e Respostas.

1-Quem tem que elaborar o Balanço Social? (Tipo de empresa, porte, etc.)

Resposta: Todas as entidades, independente de porte, que querem demonstrar à sociedade

a sua responsabilidade social, devem divulgar Informações de Natureza Social e Ambiental.

2. As empresas obrigadas a apresentar são somente aquelas que têm alguma atividade com

o social e meio ambiente ou todas independente de ter ou não algum projeto ou ação sócio-

ambiental?

Resposta: Nenhuma empresa/entidade está obrigada a elaborar ou divulgar Informações de

Natureza Social ou Ambiental. Aquela que optar por sua apresentação, deve adotar as regras

estabelecidas pela NBC T 15.

Não compete ao Conselho Federal de Contabilidade obrigar as empresas a elaborarem

Demonstrações, mas somente discipliná-las. De acordo com o item 1.5.1.3. da Resolução

CFC nº 1.003/04: "A Demonstração de Informações de Natureza Social e Ambiental, ora

instituída, quando elaborada, deve evidenciar os dados e as informações de natureza social

e ambiental da entidade, extraídos ou não da contabilidade, de acordo com os procedimentos

determinados por esta norma".

3. A Resolução menciona entidades, isso tem gerado grande dúvida com relação a quem

deve fazer o balanço. O termo entidade na resolução engloba todas as empresas da

iniciativa privada e as entidades sem fins lucrativos?

Resposta: Sim. O Termo entidade foi utilizado no sentido amplo, englobando todas as

unidades com ou sem fins lucrativos.

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4. Empresas do segmento de prestação de serviços, terceirizações, comércio, que trabalham

com lucro real e/ou lucro presumido, devem apresentar o balanço?

Resposta: Conforme resposta ao item 2, não há obrigatoriedade; no entanto, as empresas

que optarem por sua apresentação devem adotar as regras estabelecidas pela NBC T 15.

5. Qual o ano que é obrigado a transcrever no Livro Diário as Demonstrações?

Resposta: De acordo com o item 1.5.1.5 da NBC T 15 "a Demonstração de Informações de

Natureza Social e Ambiental deve ser apresentada, para efeito de comparação, com as

informações do exercício atual e do exercício anterior".

6. As empresas, independente do porte ou constituição, deverão publicar o Balanço Social

em jornal ou revista?

Resposta: As empresas poderão divulgar o Balanço Social no veículo habitualmente

adotado para a publicação das demais demonstrações contábeis.

7. Quais as outras formas aceitáveis de divulgação do Balanço Social?

Resposta: Não existe outra forma, a não ser aquela a que se refere a NBC T 15. A entidade

pode, no entanto, divulgar outras informações adicionais que entender relevantes, conforme

o item 1.5.1.3 da NBC T 15: "além das informações contidas no item 1.5.2, a entidade pode

acrescentar ou detalhar outras que julgar relevantes".

O CFC, por meio dos Conselhos Regionais, exercerá fiscalização sobre as divulgações? E

também sobre o Contabilista e/ou Auditores envolvidos nos trabalhos?

Resposta: Sim, de acordo como processo de fiscalização das demais demonstrações

contábeis. Inclui também os profissionais envolvidos no trabalho, em função da própria

demonstração.

9. Como se dará a fiscalização?

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Resposta: De acordo com os procedimentos fiscalizatórios adotados pelos Conselhos

Regionais de Contabilidade que tem por obrigação legal fiscalizar o Exercício Profissional.

As Informações de Natureza Social e Ambiental, quando elaboradas devem ser assinadas

por Contabilista e auditadas por Auditor Independente?

Respostas: As Informações de Natureza Social e Ambiental, quando elaboradas devem ser

assinadas por Contabilista e auditadas por Auditor Independente, "A Demonstração de

Informações de natureza Social e Ambiental deve ser objeto de revisão por auditor

independente, a ser publicada como relatório deste, quando a entidade for submetida a esse

procedimento".

Conselho Federal de Contabilidade, Resolução CFC 1003/2004

www.cfc.org.br

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Contabilidade Ambiental:

Há uma consciência quase que universal que os recursos naturais são limitados, e não

podem mais ser desperdiçados, sob pena de comprometimento do equilíbrio ecológico de

nosso planeta. Diante dessa constatação vamos refletir sobre este tema:

1 – Em que consiste a Contabilidade Ambiental e qual seu objetivo precípuo?

2 – No mundo contemporâneo, qual o papel do profissional contábil na orientação às

empresas sobre as atitudes responsáveis diante da realidade ambiental?

3 – Levantemos algumas vantagens da utilização da Contabilidade Ambiental, principalmente

considerando que a utilização racional dos recursos ambientais constitui fator de geração de

riqueza econômica.

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UNIDADE 6

Objetivo: Apresentar as características fundamentais do balanço patrimonial e seus registros, segundo o grau de liquidez do ativo e a exigibilidade do passivo.

ANÁLISE PATRIMONIAL

A base patrimonial de uma organização empresarial é constituída de bens direitos e

obrigações. Para fazermos uma análise patrimonial de uma organização, inicialmente,

precisamos ter uma contabilidade confiável e dispor de seus principais demonstrativos. Neste

caso, estamos nos referindo aos dois principais demonstrativos: Balanço Patrimonial e o

Demonstrativo de Resultados.

Balanço Patrimonial

Ativo:

O primeiro e mais importante demonstrativo é o Balanço Patrimonial. Ele representa uma

fotografia da empresa num dado momento e seus elementos são as contas, cuja

nomenclatura têm variação de acordo com o tipo de atividade desenvolvida. Os bens e

direitos são os elementos positivos ou ativos e as obrigações, os negativos ou passivos.

O Ativo é constituído por três grupos de contas: o Circulante, o Realizável em Longo Prazo e

o Permanente. As contas do ativo são agrupadas de acordo com a sua rapidez de conversão

em dinheiro, ou seja, de acordo com o seu grau de liquidez.

Assim, agrupamos em primeiro lugar as contas que já são dinheiro (na ordem decrescente

de liquidez – do maior para o menor), a seguir aquelas que se converterão em dinheiro

rapidamente (títulos a receber, estoques, etc.). A este grupo de contas denominamos de

circulante.

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Em segundo lugar, serão agrupadas as contas que serão transformadas em dinheiro mais

lentamente. São ativos de menor grau de liquidez. A este grupo denominamos de ativo

realizável em longo prazo.

Em terceiro lugar, serão agrupados os itens que dificilmente serão transformados em

dinheiro, que não são vendidos, mas utilizados como meio de consecução dos objetivos

operacionais da empresa.

Outra característica desse grupo é que são itens utilizados pela empresa por vários anos -

vida útil longa - (prédios, veículos, máquinas, etc.), por isso são denominados de ativo

permanente.

O Ativo Permanente se subdivide em: Investimentos, Imobilizado, Diferido e Intangível.

• O subgrupo Investimento é constituído pelas contas representativas dos bens e

direitos por participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer

natureza, não classificáveis no ativo circulante, que não se destinam à manutenção da

atividade da sociedade. Como exemplo, temos: Participações em coligadas, obras de

arte, imóveis de renda, etc.

• O subgrupo Imobilizado é constituído das contas de bens e direitos necessários à

manutenção das atividades produtivas da companhia, tais como: máquinas,

equipamentos, veículos, imóveis de uso, móveis e utensílios, depreciação, etc.

• O Diferido compreende as aplicações de recursos em despesas que contribuirão para

a formação do resultado em mais de um exercício social, como as despesas incorridas

na fase pré-operacional, gastos com reorganização administrativa, despesas com

pesquisas científicas ou tecnológicas, etc.

• Por fim, os Intangíveis. O termo tangível significa, literalmente, “perceptível ao toque”,

capaz de ser possuído ou realizado. Intangível, é um ativo de capital que não tem

existência física, cujo valor é limitado pelos direitos e benefícios que antecipadamente

sua posse confere ao proprietário. Exemplos: Marcas e patentes, direitos de autor,

franquias.

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Passivo:

No Passivo, as contas são dispostas pelo grau decrescente de exigibilidade, isto é, das

obrigações mais exigíveis para as menos exigíveis. Subdivide-se em quatro grupos:

Circulante; Exigível em Longo Prazo; Resultados de Exercícios Futuros (REF); e o

Patrimônio Líquido.

• No Passivo Circulante encontram-se as obrigações ou dívidas de curto prazo, ou seja,

são as obrigações vencíveis até o final do exercício seguinte ao do levantamento do

balanço. Como exemplo, temos: fornecedores, empréstimos, impostos a recolher,

salários e encargos a pagar, etc.

• No Exigível em Longo Prazo estão as obrigações de longo prazo, com vencimento

após o término do exercício social seguinte ao do levantamento do Balanço (as

contas de sócios, acionistas, administradores, mesmo com data de curto prazo,

permanecerão nesse subgrupo).

• Resultados de Exercícios futuros representam receitas de exercícios futuros

diminuídas dos custos e despesas a elas correspondentes. São raras e mais

facilmente encontradas em empresas de construção civil. Na verdade, são lucros que

só constarão do Resultado mais à frente.

• O Patrimônio Líquido ou Capital Próprio representa os recursos líquidos pertencentes

à empresa. É a diferença entre os valores que compõem o Ativo e o Passivo Exigível

e os Resultados de Exercícios Futuros. Temos os seguintes subgrupos: Capital Social,

Reservas, Lucros ou Prejuízos Acumulados, e as Contas Retificadoras.

O Capital Social subdivide-se em Subscrito, que é o compromisso assumido pelos sócios ou

acionistas; em Realizado, que é o que efetivamente foi pago pelos sócios ou acionistas; em

Capital a Realizar, que é a parcela do compromisso assumido pelos sócios e ainda não

quitada.

As Reservas são as parcelas do patrimônio líquido que excedem o valor do capital social

integralizado e se subdividem em Reservas de Lucros, de Capital e de Reavaliação (A Lei

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11.638/2007 substitui a “Reserva de Reavaliação” pela conta “Ajustes de Avaliação

Patrimonial”).

As de Lucros são obtidas pela apropriação de lucros da companhia, por exigência legal,

estatutária ou outras razões (contingências). As de Capital são contribuições oriundas de

proprietários ou de terceiros, que nada têm a ver com receitas ou ganhos. Os Lucros

Acumulados ficam em destaque legalmente, mas enquanto não distribuídos podem ser

considerados reservas de lucros.

As Contas Retificadoras ou Redutoras do Patrimônio Líquido, como o próprio nome diz,

reduzem o Patrimônio Líquido (PL). Por exemplo: o capital social a realizar; ações em

tesouraria (são ações emitidas pela empresa e por ela readquiridas, etc.).

A seguir, uma demonstração do Balanço Patrimonial:

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO

- Ativo Circulante - Passivo Circulante

- Ativo Realizável em Longo Prazo - Passivo Exigível em Longo Prazo

- Ativo Permanente - Resultado de Exercícios Futuros

- Investimentos - Patrimônio Líquido

- Imobilizado - Capital Social

- Diferido - Reservas

- Lucros (ou Prejuízos) Acumulados

- Contas Retificadoras

TOTAL X TOTAL X

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Nas organizações ocorrem, diariamente, inúmeros fatos contábeis e esses provocam

alterações no Balanço da empresa. Essas alterações são registradas mantendo-se o

princípio da Igualdade Contábil. Para verificarmos isto, vamos supor o seguinte Balanço

Patrimonial:

ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Caixa........................$ 2.000 Dívidas de Curto Prazo........$ 1.200

Automóvel...............$ 3.200 Impostos a Pagar..................$ 150

Móveis....................$ 1.500 Dívidas de Longo Prazo.......$ 6.000

Imóveis....................$ 30.000 Patrimônio Líquido...............$ 29.350

TOTAL $ 36.700 TOTAL $ 36.700

1º Caso: aquisição de outro automóvel à vista, no valor de $ 1.000; nesse caso, o dinheiro

sai do Caixa, ficando a mesmo com $ 1.000, e vai para a Conta automóvel, que fica com $

4.200, ou seja, o ativo não se alterou. Esse fato é chamado de permutativo.

2º Caso: aquisição de equipamentos a prazo no valor de $ 500, nesse caso teremos

aumento do Ativo, com a Conta equipamentos $ 500, mas também do Passivo, com o

aparecimento de uma obrigação como duplicatas a pagar $ 500. Essa alteração é

compensativa, pois altera o Ativo e o Passivo, mas não altera o Patrimônio Líquido.

3º Caso: pagamento de multas no valor de $ 50. Esse fato reduz o caixa, assim como o

Patrimônio Líquido, pois é considerado uma despesa. Logo, é uma alteração modificativa

diminutiva.

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4º Caso: recebimento de aluguel de imóvel no valor de $ 200. É considerada uma receita de

$ 200 que aumentará o caixa, assim como o Patrimônio Líquido no valor de $ 200. Esse fato

é uma alteração modificativa aumentativa.

5º Caso: venda de um imóvel que custou $ 10.000 por $ 15.000. Nesse caso temos uma

receita de $ 15.000 e uma despesa de $ 10.000, que corresponde ao custo da mercadoria.

Nesse caso, o Patrimônio Líquido sofreu uma variação positiva de $ 5.000.

- Receita de vendas $ 15.000

- Custo da mercadoria vendida $(10.000)

________

$ 5.000

Esse fato é chamado misto, pois combina as alterações anteriores. Na prática, são os mais

comuns e podem ser aumentativos (receitas) ou diminutivos (despesas), conforme o

Patrimônio Líquido aumente ou diminua.

Com isso verificamos um pouco do mecanismo dos fatos contábeis. A partir deles, teremos

uma visão do que está ocorrendo nas empresas, principalmente no Patrimônio Líquido.

Fazendo-se uma análise parcial do Balanço, a partir de seus grupos Ativo, Passivo e

Patrimônio Líquido é possível saber, superficialmente, a situação da empresa, apenas

através do seu Patrimônio Líquido:

Uma empresa ao apresentar seu Patrimônio Líquido, e se viermos a chamá-lo de PL positivo

ou maior que zero, demonstra ter um Ativo (bens e direitos) maior que o Passivo

(obrigações), logo, revela a existência de riqueza própria.

Uma situação de "Passivo a Descoberto" revela que as obrigações foram maiores que o

Ativo, ou seja, o Patrimônio Líquido está negativo e a empresa se encontra em má situação.

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Uma empresa que apresenta seu Ativo igual ao Passivo Exigível encontra-se numa situação

nula ou de equilíbrio aparente, revelando que a mesma possui bens a sua disposição, mas

os deve pagar totalmente ou situação de inexistência de riqueza (PL = 0).

Existem outras situações, como: a plena, na qual a empresa não apresenta obrigações; e a

de inexistência de ativos; entretanto, ambas são raras.

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UNIDADE 7

Objetivos: Destacar o enfoque da Lei 11.638/2007 no que diz respeito obrigatoriedade de publicação das demonstrações contábeis.

OBRIGATORIEDADE NAS Demonstrações Contábeis

Segundo o Art. 176 da Lei Societária, ao fim de cada exercício social, a diretoria fará

elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações

financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as

mutações ocorridas no exercício:

I. Balanço Patrimonial (BP);

II. Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA);

III. Demonstração dos Resultados do Exercício (DRE);

IV. Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)

V. Se companhia aberta, Demonstração do Valor Adicionado (DVA).

As demonstrações referidas nos itens IV e V poderão ser divulgadas, em relação aos

exercícios encerrados em 2008, sem a indicação dos valores correspondentes ao exercício

anterior. Ou seja, a demonstração dos fluxos de caixa - DFC, por exemplo, poderá ser

apresentado, em 31.12.2008, sem o comparativo com o ano anterior (31.12.2007). Já em

relação ao exercício encerrado em 31.12.2009, este deverá ter o comparativo com o DFC de

31.12.2008.

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EMPRESAS DE GranDE PORTE - EXERCÍCIOS ENCERRADOS A PARTIR DE 01.01.08

O Art. 3º da Lei 11.638, de 28 de dezembro de 2007, determina que se aplique às

sociedades de grande porte, ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por

ações, as disposições da Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Isto sobre escrituração,

elaboração de demonstrações financeiras e obrigatoriedade de auditoria independente, por

auditor registrado na Comissão de Valores Mobiliários.

Para os efeitos desta determinação, considera-se de grande porte, a sociedade ou conjunto

de sociedades sob controle comum que tiver, no exercício social anterior, ativo total superior

a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais) ou receita bruta anual superior

a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais).

Desta forma, as demonstrações financeiras das sociedades limitadas de grande porte

devem, doravante, obedecer aos ditames da Lei 6.404/1976, dos exercícios sociais

encerrados a partir de 2008.

Restam dúvidas sobre a obrigatoriedade de publicação dos balanços e demonstrações

financeiras (tanto no Diário Oficial como em um jornal de grande circulação) para

as sociedades limitadas de grande porte. Isto porque o texto da Lei nº 11.638/2007

expressamente obriga à "escrituração e elaboração de demonstrações financeiras", não

mencionando a palavra "publicação".

Desta forma, salvo legislação futura em contrário, entende-se que as normas publicadas na

Lei 11.638 são restritivas, ou seja, não permitem concluir que a publicação precise ser

realizada, para as sociedades limitadas.

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Atenção: As bancas examinadoras de concursos públicos têm cobrado algumas mudanças

abordadas pela Lei 11.638/07. Apesar da existência de algumas transitoriedades na sua

aplicação, previstas na própria Lei, a sua vigência é válida e a inobservância desses pontos

pode incorrer na perda de pontos valiosos para os menos atentos.

Informação & Tecnologia

Nota fiscal eletrônica e a gestão contábil

Uma verdadeira revolução silenciosa ocorre nos procedimentos das empresas e seu

relacionamento com o fisco: a implantação da nota fiscal eletrônica, que substitui a Nota

Fiscal modelo 1 ou 1-A, pelos contribuintes do IPI e/ou ICMS. Várias prefeituras também já

estão utilizando a versão eletrônica para os contribuintes do ISS.

Com a sigla "NF-e", foi implementada pelo *Ajuste SINIEF 7/2005, vigorando de forma

obrigatória para determinados setores empresariais e facultativa para os demais. Prevê-se

que, nos próximos anos, sua obrigatoriedade vá se estender a todos os contribuintes.

E o que isso tem a ver com a contabilidade? Tudo. Pois as facilidades previstas pelo novo

sistema podem agilizar os procedimentos contábeis, principalmente no tocante aos registros

pertinentes e na economia de tempo com arquivamentos e localização de documentos.

Os principais benefícios da utilização da NF-e para as empresas serão:

• Redução de custos de impressão;

• Redução de custos de aquisição de papel;

• Redução de custos de envio do documento fiscal

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• Redução de custos de armazenagem de documentos fiscais;

• Simplificação de obrigações acessórias, como dispensa de AIDF;

• Redução de tempo de parada de caminhões em Postos Fiscais de Fronteira;

• Incentivo a uso de relacionamentos eletrônicos com clientes (B2B).

Mas além destes benefícios, as empresas adquirentes de mercadorias terão facilidades pela:

• Eliminação de digitação de notas fiscais na recepção de mercadorias;

• Planejamento de logística de entrega pela recepção antecipada da informação da NF

e;

• Redução de erros de escrituração devido a erros de digitação de notas fiscais;

• Incentivo a uso de relacionamentos eletrônicos com fornecedores (B2B).

Ou seja, o grande ganho será decorrente da integração do sistema NF-e com o sistema

contábil e fiscal das empresas, facilitando em muito o trabalho dos contabilistas. Obviamente,

tais vantagens são potenciais, ou seja, o gestor contábil precisará planejar e adequar tais

situações, prevendo mudanças de rotinas e procedimentos, para que os ganhos de

produtividade ocorram na escala desejada.

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Veja também outros artigos relacionados a este assunto:

*Ajuste SINIEF 7?2005:

http://www.portaltributario.com.br/legislacao/convenios/ajustesinief7_2005.htm

Como funciona a Nota Fiscal Eletrônica:

http://www.portaltributario.com.br/guia/notafiscaleletronica.htm

SPED Contábil:

http://www.portaldecontabilidade.com.br/noticias/sped.htm=

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UNIDADE 8

Objetivo: Destacar a dinâmica do demonstrativo em revelar o lucro ou prejuízo da empresa. Seu estudo é oportuno e cumpre demonstrar os componentes que permitiram alcançar o resultado.

DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS DO EXERCÍCIO

A demonstração do resultado do exercício, conforme o próprio nome sugere, demonstra o

resultado obtido pela empresa no período, isto é, o lucro ou prejuízo.

É importante notar que, enquanto o Balanço Patrimonial representa a posição da empresa

em determinado momento, a Demonstração do Resultado acumula as receitas, os custos e

as despesas relativas a um período de tempo, mostrando o resultado e possibilitando

conhecermos seus componentes principais.

O resultado de uma empresa para um exercício pode ser definido por:

"A diferença entre as Receitas auferidas durante o exercício e as Despesas

incorridas, que contribuíram para a formação de tais Receitas, ao longo do

mesmo exercício."

A seguir, temos um Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE), correspondente aos

utilizados nas práticas atuais. Segundo a Escola Americana, os resultados são organizados

em uma única coluna, com diversos saldos parciais destacados, segundo o interesse

gerencial.

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DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS

RECEITA BRUTA DE PRODUTOS E SERVIÇOS $ XX

(-) Impostos faturados (XX)

(-) Abatimentos e Devoluções (XX)

= RECEITA LÍQUIDA DE PRODUTOS E SERVIÇOS XX

(-) Custo Produtos e Serviços Vendidos (XX)

= LUCRO BRUTO XX

(-) Despesas operacionais (XX)

(-) Depreciações e Amortizações (XX)

= LUCRO DA ATIVIDADE XX

(+/-) Resultado Financeiro XX

(-) Despesa com Contas Incobráveis (XX)

= LUCRO OPERACIONAL XX

(+) Receitas Não Operacionais XX

(-) Despesas Não Operacionais (XX)

= LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (LAIR) XX

(-) Compensação de Prejuízos Acumulados (XX)

(-) Provisão para Imposto de Renda (XX)

= RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO XX

(-) Participações Estatutárias (XX)

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(-) Reserva Legal (XX)

= LUCRO DO EXERCÍCIO (À DISPOSIÇÃO DOS ACIONISTAS) XX

(-) Provisão para Dividendos (XX)

= RESULTADO APÓS DISTRIBUIÇÃO (LUCROS RETIDOS) XX

Tratando-se de uma empresa comercial, temos que a Receita Bruta consiste no conjunto de

vendas à vista e a prazo, durante o exercício; para formar a RECEITA LÍQUIDA, os

descontos e as devoluções são abatidos da receita, assim como os impostos incidentes

sobre a mercadoria (ICMS, ISS, IPI) e diversos outros, de acordo com a atividade

econômica. O Lucro Bruto é a diferença entre a Receita e o Custo das mercadorias vendidas.

O LUCRO DA ATIVIDADE passou a ser indicado com maior freqüência a partir de 1996,

abatendo-se do lucro bruto o custo operacional da loja. Neste caso, são incluídos os salários

dos vendedores, impostos sobre a folha de pagamento, benefícios sociais diversos, aluguel,

contas de luz, telefone, condomínio, imposto predial, material de embalagem, despesas com

propaganda e marketing, etc. Se o Lucro da Atividade não for indicado, o mais importante

será o Lucro Operacional.

O LUCRO OPERACIONAL é obtido através das receitas e despesas financeiras, perdas com

o não recebimento de vendas feitas a prazo, etc.

O LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (LAIR) é obtido a partir de itens não

operacionais, ou seja, não ligados ao objeto da empresa, como exemplo: venda de itens

obsoletos, aluguel de espaços ociosos, etc.

O RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO é obtido do LAIR após deduzir o Imposto de

Renda. A compensação de prejuízos que a empresa tenha tido em passado recente leva ao

Imposto de Renda se calculado sobre um lucro menor.

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44

A Provisão para imposto de renda é uma estimativa que as empresas fazem do imposto

incidente sobre os lucros do período. Trata-se de uma estimativa, já que seu valor exato só é

determinado no decorrer do ano seguinte, com o preenchimento de formulários específicos

da Receita Federal.

O LUCRO DO EXERCÍCIO à disposição dos acionistas é obtido deduzindo-se as

Participações Estatutárias, a Reserva Legal e outras Reservas. As Estatutárias são as

participações de empregados, diretores estabelecidos no estatuto da empresa. A Reserva

Legal retém 5 % do lucro.

O RESULTADO APÓS A DISTRIBUIÇÃO indica o aumento do Patrimônio Líquido após a

dedução dos dividendos.

A seguir, vamos analisar duas firmas através de seus demonstrativos:

Firma A Firma B

Receita de Vendas $ 20 $ 20

(-) Custo Produtos Vendidos (13) (22)

= Lucro Bruto 7 (2)

(-) Despesas Operacionais (10) (1)

= Prejuízo do Exercício (3) (3)

Conclusão: embora as firmas tenham terminado o exercício com receitas e prejuízos iguais,

a Firma A, em princípio, encontra-se em uma situação menos grave, pois seu prejuízo é

decorrente das despesas operacionais em excesso, o que pode ser mais facilmente resolvido

com ações administrativas enérgicas. Já a Firma B demonstra que o seu prejuízo é

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45

decorrente de um alto custo dos produtos, o que implica numa solução mais complexa de ser

resolvida.

OBSERVAÇÃO: o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) nas empresas comerciais é

obtido por meio de um demonstrativo auxiliar, qual seja:

Estoque Inicial $ XX

+ Compras Realizadas XX

= Estoque Disponível XX

(-) Estoque Final (XX)

= Custo das Mercadorias Vendidas XX

ATENÇÃO: Invariavelmente a Demonstração de Resultados constitui ferramenta gerencial de

grande valor para o gestor financeiro. Seja no cotidiano profissional ou no ambiente

acadêmico as cobranças (exemplo: concursos) este demonstrativo exerce supremacia pelo

seu alcance na identificação do resultado das empresas.

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46

A partir dos conhecimentos pronunciados na Unidade 7, busque informações “reais” de uma

empresa (pode ser uma microempresa) em jornais, revistas ou qualquer outra publicação e,

com base no MODELO DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO, monte a

referida demonstração e apure o resultado da empresa escolhida.

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LíquidoPatrimônio

100 x Renda de Imposto do Antes Final Lucro Próprio capital do adeRentabilid =

UNIDADE 9

Objetivo: Responder algumas questões como: o que é um índice financeiro; como calcular um índice financeiro; como interpretar um índice financeiro; como utilizar um índice financeiro e a importância de cada um dos índices analisados.

ANÁLISE DOS ÍNDICES FINANCEIROS

Após estudar alguns demonstrativos, conveniente ver alguns índicadores, como:

Rentabilidade

A rentabilidade do capital próprio ou remuneração do capital dos proprietários

na empresa deve ser maior que os juros de mercado, se o capital fosse

emprestado.

O capital próprio, como já foi visto anteriormente, é o patrimônio líquido, que é constituído de

capital realizado, reservas de capital, de reavaliação, de lucros e dos lucros ou prejuízos

acumulados.

Cálculo da rentabilidade do capital próprio:

O cálculo da Rentabilidade do capital próprio baseando-se no capital próprio inicial, final,

médio aritmético:

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1. Capital próprio inicial ou patrimônio líquido no início do exercício

Sendo TRi = taxa de rentabilidade inicial

LFa = lucro final antes do imposto de renda

PLi = patrimônio líquido inicial

2. Capital próprio final ou patrimônio líquido no final do exercício

Sendo F = final.

3. Capital próprio médio aritmético, isto é, o patrimônio líquido inicial mais o final dividido

por dois.

Endividamento total

Demonstra o grau de endividamento do ativo com o capital de terceiros. Quanto mais

próximo de 1, maior o endividamento com terceiros. Quanto mais próximo de Zero, significa

uma relativa autonomia financeira ou baixo endividamento total.

PLi

100 x LFa TRi =

F

F

PL

100 x LFa TR =

2

P P

100 x L T

LFLi

FaRm

+=

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Cálculo do Endividamento Total (ET):

Sendo o Passivo Total igual ao Passivo Circulante mais o Exigível em Longo Prazo.

Garantia de Capital de Terceiros

O capital de terceiros é representado pelo Passivo Total (circulante e exigível em longo

prazo) que são obrigações ou dívidas. A relação entre o Patrimônio Líquido (capital próprio) e

o Passivo Total indica a capacidade financeira da empresa de garantir as obrigações

contraídas com terceiros.

O cálculo:

O resultado do GT demonstra a proporção de recursos próprios aplicados para cada unidade

de recursos obtidos de terceiros. O GT alto corresponde a um baixo endividamento total e

vice-versa, ou seja, um baixo GT indica um alto endividamento.

Total Ativo

Total Passivo ET =

PT

PL GT

ou

Total Passivo

Líquido Patrimônio Terceiros de Capital de Garantia

=

=

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50

Imobilização do Capital Próprio

Os bens e direitos que compõem o ativo permanente devem ser financiados (é o que se

recomenda) por recursos próprios. Ou seja, o Patrimônio Líquido deve ser plenamente

suficiente para financiamento dos bens e direitos do Ativo Permanente.

O resultado indica o percentual de recursos dos proprietários destinado aos bens e direitos

do Ativo Permanente. Quanto menor for o grau de imobilização do Capital Próprio, melhor a

posição financeira (Capital Circulante).

Observação: quando for possível identificar os recursos obtidos de terceiros amortizáveis em

longo prazo, aplicados na aquisição de bens e direitos do Ativo Permanente (ou seja, o

exigível em longo prazo vinculado ao Ativo Permanente) usa-se outra fórmula, qual seja:

PL

AP ICP

ou

Líquido Patrimônio

Permanente Ativo Próprio Capital do ãoImobilizaç

=

=

PL

ELP - AP ICP =

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Liquidez Geral

Mede a capacidade financeira da empresa (curto e longo prazos) em sentido amplo.

O resultado representa a relação da capacidade financeira para cada unidade de obrigações.

Indicadores de Velocidade para Análise Financeira

ROTAÇÃO DE VALORES CIRCULANTES

1. Rotação do Capital Circulante Líquido: número de vezes do capital circulante líquido

em função das vendas.

ELP PC

RLP AC LG

ou

Prazo Longo a Exigível Passivo Circulante Passivo

Prazo Longo a Realizável Ativo Circulante Ativo Geral Liquidez

+

+=

+

+=

período) do final e (início

Líquido Circulante Capital do Média

Brutas Vendas Líquido Circulante Capital do Rotação

2

CLp CLi

VB RCL

=

==>+

=

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52

Capital Circulante Líquido = Ativo Circulante - Passivo Circulante

ou

CCL = AC - PC

Observação: dividindo-se o número de dias do ano (360) pelo indicador de rotação, temos o

prazo médio de reposição dos valores circulantes:

Exemplo: se o grau fosse 2,53, então o prazo médio de reposição dos valores circulantes

seria 360 / 2,53 = 142 dias para repor o capital circulante líquido.

� O ideal é menor prazo médio e maior grau de rotação.

2. Rotação do Estoque de Matérias Primas.

A meta é um maior grau de rotação e um menor prazo médio.

rotação) de(grau r

360 PM =

primas-matérias de estoques dos reposição de médio Prazo Rotação

360 PM

final prima-matéria de Estoque EMPf

inicial prima-matéria de Estoque EMPi

primas-matérias de Consumo CMP

2

EMPf EMPi

CMP REMP

==>=

=

=

=

+=

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53

3. Rotação da produção em processo ou Rotação do Estoque de Produtos em

Elaboração.

Rotação do Estoque de Produtos em Elaboração = Custo de Produção dividido pela média

dos Estoques de Produtos em Elaboração inicial e final.

Meta � maior rotação e menor prazo de reposição.

4. Rotação de Estoque de Produtos Elaborados

2

EPCf EPCi

CP REPC

+=

Rotação deGrau

360 Reposição de médio) PM(prazo =

2

EPEf EPEi

CPV REPE

Elaborados Produtos de

Final e Inicial Estoques dos Média

Vendidos Produtos dos Custo Elaborados Produtos de Estoque de Rotação

+=

=

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54

Meta � menor prazo médio e maior grau de rotação.

5. Rotação das Contas a Receber

É a relação entre as vendas a prazo com as contas a receber.

Vendas a prazo = Venda Total - Venda à Vista

• VB = vendas totais

• VV = vendas à vista

• CRi = contas a receber inicial

• CRf = contas a receber final

Rotação deGrau

dias 360 Reposição de PM =

final) e (inicial

Receber a Contas

das Médio Saldo

Prazo a Vendas Receber a Contas das Rotação

ou

2

CRf CRi

VV - VB RCR

=

+=

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PM � indica o prazo médio de recebimento das contas a receber.

Observação: o prazo médio de conta a receber NÃO pode ser maior do que o prazo médio

de financiamento de vendas, pois significará que a empresa não está recebendo em dia suas

duplicatas e há muitos inadimplentes.

Cálculo do prazo médio de financiamento das vendas:

Vendas: Vendas a prazo:

30 dias � 1.000

60 dias � 2.500

120 dias � 3.700

_______________

7.200

Rotação deGrau

dias 360 PM =

dias 4,17 7.200

1.000 x dias 30 dias 30 ===>

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Prazo Médio de Financiamento = 4,17 + 20,83 + 61,67 = 86,67 dias

6. Rotação de Crédito de Fornecedores (contas a pagar)

Calcula-se, primeiramente, a rotação para obter depois o prazo médio de crédito com

fornecedores, isto é, o prazo médio de contas a pagar.

dias 20,83 7.200

2.500 x dias 60 dias 60 ===>

dias 61,67 7.200

3.700 x dias 120 dias 120 ===>

esfornecedor a créditos de

final e inicial saldo o entre Média

prazo a Compras esFornecedor de Créditos de Rotação

2

CFf CFi

C RCF

=

+=

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O Prazo Médio:

Meta� menor grau de rotação e maior prazo médio.

Observação: comparando-se o prazo médio de recebimento de contas a receber é de boa

política financeira que o prazo médio (PM) de pagamento aos fornecedores seja maior do

que o prazo médio (PM) de recebimento de contas a receber.

Porque numa empresa o descasamento de prazos pode denunciar dificuldades financeiras?

Que artifício uma empresa poderia adotar para melhorar o índice de participação de capitais

de terceiros, sem que tenha havido aporte de capital pelos sócios, geração de lucro ou

pagamento de dívida?

Qual relação se pode estabelecer entre prazo médio de recebimento das compras e prazo

médio de financiamento das vendas?

Qual relação se pode estabelecer entre prazo médio de recebimentos das compras com

prazo médio de pagamento a fornecedores?

Rotação deGrau

360 PM =

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UNIDADE 10

Objetivo: Cumpre retratar os métodos de análise vertical e horizontal, como contribuição na interpretação da estrutura e tendências dos números de uma empresa, além de conjugar esforços auxiliares na análise dos índices financeiros e no dimensionamento nos riscos de uma empresa.

ANÁLISE DE BALANÇO PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

A análise financeira e de balanços impõe alguma dificuldade na sua

compreensão, o que acaba por recomendar certo grau de maturidade ao

contador gerencial.

Existem vários indicadores, entretanto, o ideal é escolher alguns índices e

quocientes, procurando compará-los de período a período com padrões

préestabelecidos para se tentar, a partir daí, ter uma idéia mais apurada de quais problemas

merecem uma investigação maior.

A análise financeira e de balanços deve ser entendida dentro de suas possibilidades e

limitações, pois, devidamente manuseada, além de apontar os problemas, ela pode se tornar

um poderoso painel de controle da administração.

Os balanços, para efeito de análise, devem ser os mais resumidos possíveis, e as áreas-

problema devem ser analisadas com maior profundidade.

A análise vertical e a horizontal devem ser utilizadas conjuntamente. Elas são mais

detalhadas e envolvem todos os itens das demonstrações, revelando algumas dificuldades

nas empresas.

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Análise Vertical (ou análise por coeficientes)

Compara cada elemento do conjunto em relação ao total do conjunto, evidenciando a

porcentagem de participação de cada elemento no conjunto.

Mede a participação percentual de contas, subgrupos, ou grupos de contas em relação ao

Ativo (ou Passivo) Total ou a Receita (Bruta ou Líquida) Total.

Fórmula geral:

Análise Horizontal (ou da evolução)

Analisa a evolução das contas, subgrupos e grupos de contas dos Demonstrativos

Financeiros num determinado período de tempo.

Evolução nominal � considera a evolução da conta em relação ao período base.

Evolução real � desconta os efeitos da inflação.

Fórmula geral:

Analítico eCoeficient 100 x Total Passivoou Ativo

contas de grupoou subgrupo Conta,=

base)-(ano 100) (índice base-período 19X0

(ano) série da períodoqualquer 19XN

100 x 19X0 em grupoou subgrupo conta, daValor

19XN em grupoou subgrupo conta, daValor

==

=

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Observe através do exemplo abaixo a evolução dos grupos do ativo em relação ao Ativo

Total:

Empresa Beta S.A

19X6 % 19X7 % 19X8 % 19X9 %

DISPONIBILIDADES 20 6 15 3,5 10 2 8 1,5

RECEBÍVEIS A CURTO 90 27 85 20 20 5 22 4

ESTOQUES 60 18 80 19 110 25 130 24

RECEBÍVEIS A LONGO 10 3 20 5 25 6 30 6

IMOBILIZADO 150 44 200 48 250 57 300 56

INVESTIMENTOS 5 1 15 3,5 15 3 30 6

MISCELÂNEOS 3 1 5 1 10 2 12 2,5

ATIVO TOTAL 338 100 420 100 440 10

0

532 100

Observações a partir da tabela:

• O Ativo Total teve acréscimos de 24 % entre 19X6 e 19X7. De 5 % de 19X7 a 19X8.

De 21 % de 19X8 a 19X9;

• Houve diminuição da participação do Disponível sobre o Ativo Total, o que pode ser

considerado bom;

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• Os estoques sofrem acréscimo de 18 % para 19 % e para 25 % em 19X8,

decrescendo em 19X9 para 24 %, porém acima do nível inicial. Seria recomendável

uma investigação maior sobre o item estoques;

• Os Recebíveis em curto prazo diminuem bastante de 19X6 a 19X7, de 27 % para 20

% e sofrem um decréscimo brutal em 19X8, que deve ter as causas investigadas. Em

19X9 mantêm-se baixos;

• Em compensação, a empresa transferiu recursos para investimento em Imobilizado,

que aumentou sua participação de 44 % em 19X6 para 48 % em 19X7 e 57 % em

19X8, mantendo-se estável em 19X9;

• Observa-se que a empresa está queimando investimentos em dinheiro e recebíveis

para investir em estoques e imobilizado;

• Essas indagações suscitadas pelas análises vertical e horizontal só poderão ser

melhor respondidas em um estágio mais avançado da análise.

No demonstrativo operacional, a análise vertical cumpre sua maior utilidade:

Empresa Beta S.A.

DEMONSTRATIVOS OPERACIONAIS (DRs)

19X8 19X9

Vendas

385 100 % 520 100 %

(-) Custos das

vendas

193 50 % 244 47 %

= Lucro com 192 50 % 276 53 %

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mercadorias

(-) Despesas

operacionais

Salários

80 65 % 115 65 %

Depreciações

10 8 % 15 8 %

Impostos

8 6 % 12 7 %

Outras

25 21 % 123 32 % 36 20 % 178 34 %

= Lucro

operacional

69 18 % 98 19 %

(-) Despesas

financeiras

10 3 % 36 7 %

= Lucro AIR

59 15 % 62 12 %

(-) Provisão para

Imposto de Renda

9 2 % 12 2 %

= Lucro líquido $ 50 13 % $ 50 10 %

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Através da análise vertical percebemos que o item Lucro Operacional se manteve e até

melhorou o desempenho em relação a 19X8. O custo das vendas, que era 50 % das

mesmas, diminuiu para 47 %, aumentando a participação do lucro nas vendas. Entretanto, as

Despesas Operacionais aumentaram, passando de 32 % para 34 %.

No item Despesas Financeiras, verifica-se o fator primordial que fará o desempenho da

empresa empobrecer, pelo menos no DR. Passaram de 3 % para 7 % das vendas, bastante

alta, mas não alarmante.

Quais os motivos dessa mudança?

É preciso investigar com profundidade, para que se possa alterar. A queda nesse item afeta

todos os demais. Por exemplo: o lucro líquido de 13 % sobre as vendas passa para 10 %.

Assim, a análise de balanços revela mais áreas de problemas a serem investigadas do que

soluções. Entretanto, cabe ao Contador Gerencial discernir com acuidade os fatores que

motivaram certo comportamento e apontá-los ao Diretor Financeiro.

Abaixo, um exemplo de análise horizontal e vertical da Empresa Alfa S.A.

ANÁLISE HORIZONTAL

Demonstração do Resultado do Exercício, padronizada, da Empresa Alfa S.A.

CONTAS EXERCÍCIO

x1

EXERCÍCIO

x2

EXERCÍCIO

x3

RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS 1.071.225 1.408.625 1.522.334

(-) CUSTO DE MERCADORIAS,

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64

PRODUTOS E SERVIÇOS VENDIDOS (450.000) (600.000) (640.000)

(=) LUCRO BRUTO 621.225 808.625 882.334

(-) DESPESAS OPERACIONAIS -- -- --

Despesas com vendas (144.450) (166.700) (185.300)

Despesas gerais e administrativas (257.310) (286.550) (315.030)

Outras despesa operacionais (9.000) (12.000) (17.500)

(+) OUTRAS RECEITAS

OPERACIONAIS

(18.085)

(20.100)

(13.200)

(=) RESULTADO OPERACIONAL

(antes do resultado financeiro)

228.550

363.475

377.704

(+) RECEITAS FINANCEIRAS 36.000 32.000 8.900

(-) DESPESAS FINANCEIRAS (8.550) (7.300) (44.000)

(=) RESULTADO OPERACIONAL 256.000 388.175 342.604

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65

(+ ou -) RESULTADOS NÃO-

OPERACIONAIS

(26.000)

(27.500)

(71.000)

(=) RESULTADO DO EXERCÍCIO

ANTES DAS PROVISÕES

230.000

360.675

271.604

(-) PROVISÕES (36.000) (84.300) (89.600)

(-) PARTICIPAÇÕES -- --

--

(=) LUCRO OU PREJUÍZO LÍQUIDO

DO EXERCÍCIO

194.000

276.375

182.004

Com os dados da Demonstração do Resultado do Exercício da Empresa Beta S.A.,

referentes aos exercícios x1, x2 e x3, é possível elaborar uma tabela com os respectivos

números-índices devidamente calculados, tendo por base o exercício x1.

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66

CONTAS EXERCÍCIO

x1 %

EXERCÍCIO

x2 %

EXERCÍCIO

x3 %

RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS 100,00 131,49 142,11

(-) CUSTO DE MERCADORIAS,

PRODUTOS E SERVIÇOS VENDIDOS

100,00

133,33

142,22

(=) LUCRO BRUTO 100,00 130,16 142,00

(-) DESPESAS OPERACIONAIS -- -- --

Despesas com vendas 100,00 115,40 128,27

Despesas gerais e administrativas 100,00 111,36 122,43

Outras despesas operacionais 100,00

133,33 194,44

(+) OUTRAS RECEITAS

OPERACIONAIS

100,00

111,14

72,98

(=) RESULTADO OPERACIONAL

(antes do resultado financeiro)

100,00

159,03

165,26

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67

(+) RECEITAS FINANCEIRAS 100,00 88,88 24,72

(-) DESPESAS FINANCEIRAS 100,00 85,38 514,61

(=) RESULTADO OPERACIONAL 100,00 151,63 133,82

(+ ou -) RESULTADOS NÃO-

OPERACIONAIS

100,00

105,76

273,07

(=) RESULTADO DO EXERCÍCIO

ANTES DAS PROVISÕES

100,00

156,81

118,08

(-) PROVISÕES 100,00 234,66 248,88

(-) PARTICIPAÇÕES -- -- --

(=) LUCRO OU PREJUÍZO LÍQUIDO

DO EXERCÍCIO

100,00

142,46

93,81

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68

ANÁLISE VERTICAL

CONTAS EXERCÍCIO DE x1

Valores absolutos

$

Análise Vertical

%

ATIVO

ATIVO CIRCULANTE

Financeiro

Disponibilidades 60.000 6,00

Investimentos temporários a curto

prazo

36.000 3,60

Soma 96.000 9,60

Operacional

Contas a receber de clientes 204.000 20,40

Estoques 300.000 30,00

Outros direitos de curto prazo -- --

Soma 504.000 50,40

TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE 600.000 60,00

ATIVO REALIZÁVEL A LONGO

PRAZO

100.000 10,00

ATIVO PERMANENTE

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69

Investimentos 90.000 9,00

Imobilizado 195.000 19,50

Diferido 15.000 1,50

TOTAL DO ATIVO PERMANENTE 300.000 30,00

Total do Ativo 1.000.000 100,00

PASSIVO

PASSIVO CIRCULANTE

Operacional

Contas a pagar a fornecedores 60.000 6,00

Outras obrigações de curto prazo 130.000 13,00

Soma 190.000 19,00

Financeiro

Empréstimos 104.000 10,40

Duplicatas descontadas -- --

Soma 104.000 10,40

TOTAL DO PASSIVO CIRCULANTE 294.000 29,40

PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO

PRAZO

200.000 20,00

EXIGÍVEL TOTAL 494.000 49,40

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PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Capital 200.000 20,00

Reservas 143.000 14,30

Lucros ou prejuízos acumulados 163.000 16,30

TOTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 506.000 50,60

Total do Passivo 1.000.000 100,00

A seguir será apresentada a Demonstração do Resultado do Exercício, padronizada, com os

cálculos efetuados para fins de análise vertical, da Empresa Alfa S.A., referente ao exercício

de x1:

CONTAS EXERCÍCIO DE x1

Valores

absolutos

$

Análise vertical

%

RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS 1.071.225 100,00

(-) CUSTO DE MERCADORIAS,

PRODUTOS E SERVIÇOS VENDIDOS.

(450.000)

42,00

(=) LUCRO BRUTO 621.225 58,00

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(-) DESPESAS OPERACIONAIS -- --

Despesas com vendas (144.450) 13,48

Despesas gerais e administrativas (257.310) 24,02

Outras despesas operacionais (9.000) 0,84

(+) OUTRAS RECEITAS

OPERACIONAIS

(18.085)

1,68

(=) RESULTADO OPERACIONAL

(antes do resultado financeiro)

228.550

21,33

(+) RECEITAS FINANCEIRAS 36.000 3,36

(-) DESPESAS FINANCEIRAS (8.550) 0,79

(=) RESULTADO OPERACIONAL 256.000 23,89

(+ ou -) RESULTADOS NÃO-

OPERACIONAIS

(26.000)

2,42

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(=) RESULTADO DO EXERCÍCIO

ANTES DAS PROVISÕES

230.000

21,47

(-) PROVISÕES (36.000) 3,36

(-) PARTICIPAÇÕES -- --

(=) LUCRO OU PREJUÍZO LÍQUIDO

DO EXERCÍCIO

194.000

18,11

Antes de dar continuidade aos seus estudos é fundamental que você acesse sua SALA DE

AULA e faça a Atividade 1 no “link” ATIVIDADES.

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UNIDADE 11

Objetivo: Demonstrar a relação entre contas diferentes, sejam elas do ativo ou do passivo, utilizando de quocientes de rentabilidade e liquidez, de forma a orientar o gestor para os caminhos que se destinam ao equilíbrio financeiro de uma empresa.

PRINCIPAIS QUOCIENTES ESTÁTICOS

Esses quocientes representam o relacionamento de uma conta com determinado saldo, em

certo momento, ou com outra conta, apresentando outro saldo, porém no mesmo momento.

É uma análise vertical que não se limita às contas dentro do mesmo "lado" do balanço,

podendo inter-relacionar contas do passivo com ativo e vice-versa.

Liquidez imediata

Relaciona o disponível em determinado momento com o passivo corrente, ou seja, de quanto

dinheiro podemos dispor imediatamente para liquidar as dívidas de curto prazo. Este

quociente será motivo de preocupação se sua porcentagem aumentar e não se diminuir.

Esse indicador não tem utilidade significativa na análise financeira em curto prazo, exceto

nos casos de instituições financeiras e de empresas que operam na compra e venda de

mercadorias, especialmente a dinheiro.

Circulanteou Corrente Passivo

idadeDisponibil Imediata Liquidez de Quociente =

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74

Liquidez Corrente

Relaciona o que possuímos em reais no curto prazo para o pagamento de cada real de

dívida no curto prazo.

Liquidez Seca

É um quociente significativo com os prazos médios de contas a receber e a pagar

assemelhados. Eliminando os estoques do numerador, anula-se um fator de incerteza.

A partir desses quocientes, os estudiosos chegam à conclusão de que não existe um receita

de bolo ou fórmula para se resolver os problemas. Caberá ao analista estudar a empresa de

forma individual, como o médico ao tratar os pacientes, embora alguns apresentem os

mesmos sintomas, precisam de cuidados diferenciados, pois são diferentes.

O analista deve buscar o equilíbrio e ter opiniões fundamentadas sobre o rumo a ser

tomado.

As empresas devem ter a característica do equilíbrio, isto é, se ela vem apresentando

quocientes de rentabilidade ótimos e de liquidez péssimos ou maus, esta empresa está numa

situação pior que outra que apresenta quocientes de rentabilidade e de liquidez apenas

razoáveis.

e)(Circulant Corrente Passivo

e)(Circulant Corrente Ativo

Corrente Passivo

Estoques - Corrente Ativo

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Rentabilidade (Retorno sobre o Investimento - RSI)

Um aspecto importante está relacionado com o giro do ativo, ou quantas vezes o ativo girou

como resultado ou efeito das vendas:

A taxa de retorno operacional será:

Quociente de Retorno sobre o Investimento Operacional = Margem Operacional X Giro do

Ativo Operacional, simplificando-se temos:

A composição desta taxa de retorno é influenciada pela margem de lucro em relação às

vendas e pelo giro do ativo.

Suponha duas empresas A e B:

Empresa A Empresa B

Vendas Líquidas $ 150.000.000,00 $ 187.500.000,00

Ativo Médio Operacional $ 60.000.000,00 $ 93.750.000,00

l)Operaciona Receita(ou Vendas

lOperaciona Resultado lOperaciona Margem =

Médio lOperaciona Ativo

l)Operaciona Receita(ou Vendas Ativo do Giro =

Médio lOperaciona Ativo

lOperaciona Resultado QRIO =

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76

Lucro Líquido Operacional $ 15.000.000,00 $ 23.437.500,00

Para a Empresa A, a taxa de retorno será:

Margem Operacional = $ 15.000.000,00 / $ 150.000.000,00 = 0,10

Giro do Ativo = $ 150.000.000,00 / $ 60.000.000,00 = 2,5

25 %

Para a empresa B, a taxa de retorno será de:

Margem X Giro = Taxa de Retorno � 0,125 X 2,00 = 25 %

Conclusão: duas empresas com margem e giro diferentes obtiveram o mesmo retorno.

VEZES

IGUAL

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UNIDADE 12

Objetivo: Iniciar a contabilidade de custos enquanto ferramenta para avaliação, controle e tomada de decisões e suas respectivas utilidades nas empresas industriais e comerciais.

RECURSOS GERENCIAIS PARA TOMADA DE DECISÕES

Contabilidade de custos

É a área da Contabilidade que trata dos gastos incorridos na produção de

bens e serviços. A Contabilidade de Custos pode ser dividida em:

Contabilidade Industrial e Contabilidade de Serviços.

Contabilidade Industrial

É a área da Contabilidade de Custos que trata dos gastos incorridos na produção industrial,

como no caso da fabricação de peças para veículos.

Em sentido estrito, são custos apenas os gastos realizados no departamento de produção.

Contabilidade de Serviços

É a área da Contabilidade de Custos que trata dos gastos incorridos na prestação de

serviços, como no caso da prestação de serviços hospitalares, escolares, bancários, etc.

Depto de Vendas Depto. Administrativo Dept. Financeiro Depto. Produção

Companhia X

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A atividade comercial e a atividade industrial

O controle dos estoques na empresa comercial é relativamente fácil. Basta que se verifique,

nos documentos de compras, o valor de aquisição dos bens em estoque. Com esse recurso,

podemos também controlar o custo das mercadorias vendidas e, assim, apurar o resultado.

Na apuração do custo das mercadorias vendidas, podemos utilizar o sistema de inventário

periódico ou o permanente.

No sistema de inventário periódico, o CMV só é apurado no final de um período determinado,

normalmente no final do exercício: CMV = EI + C - EF.

No sistema de inventário permanente, o CMV é apurado em cada venda.

De forma simplificada, a apuração do resultado na empresa comercial é feita do seguinte

modo:

Vendas Líquidas (-) CMV ______________ Lucro Bruto (-) Despesas Operacionais

- de Vendas - Administrativas - Financeiras

_________________ Lucro Líquido

As mercadorias entregues aos clientes têm o seu valor de aquisição registrado como custo

das mercadorias vendidas.

Mercadorias em Estoque ���� CMV

Na empresa industrial, precisamos controlar os insumos que são aplicados à produção

(material direto, mão-de-obra direta e gastos gerais de fabricação) para determinar o valor

dos estoques de produtos em elaboração e acabados e o custo dos produtos vendidos.

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De forma simplificada, a apuração do resultado na empresa industrial é feita do seguinte

modo:

Vendas Líquidas

(-) CPV

______________

Lucro Bruto

(-) Despesas Operacionais

de Vendas

Administrativas

Financeiras

_____________________

Lucro Líquido

O CPV, Custo dos Produtos Vendidos, representa os custos de fabricação dos produtos

acabados que foram entregues aos clientes, em virtude das vendas (a soma das matérias-

primas, embalagens, mão-de-obra direta e dos gastos gerais de fabricação, ou custos

indiretos de fabricação, aplicados aos produtos).

Matérias-primas � Produtos em Elaboração � Produtos Acabados � CPV

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Importância da Contabilidade no gerenciamento

A gestão de negócios é algo complexo, mas pode ser satisfatoriamente executada, com

suporte em dados regulares e respeito às boas técnicas contábeis. Com esse fundamento

vamos analisar as premissas colocadas abaixo:

1 – Você acha que a contabilidade mantém seus limites de ação no atendimento do fisco,

das legislações comerciais, previdenciárias e legais?

2 – Os limites indicados seriam suficientes para alcançar os objetivos da gestão empresarial?

Caso contrário, na prática, onde sua utilidade poderia se fazer presente?

3 – Quais seriam os pressupostos básicos para a concepção de uma contabilidade voltada

para o uso gerencial?

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UNIDADE 13

Objetivo: Apresentar as diferenças básicas entre os estoques nas empresas comerciais e industriais, as fontes de recursos e os investimentos realizados numa indústria.

OS ESTOQUES E OS INVESTIMENTOS

Os estoques na empresa comercial

Na atividade comercial, permanecem em estoque apenas os valores de aquisição das

mercadorias ainda não vendidas. Os valores correspondentes a aluguéis, depreciação, juros,

comissões de vendas, honorários, salários, etc. são apropriados ao resultado imediatamente

quando incorridos.

Como regra, não existem valores agregados ao gasto com aquisição das mercadorias. Em

outras palavras, os gastos que não dizem respeito à compra das mercadorias não são

estocados.

Os estoques na empresa industrial

Na atividade industrial, permanecem em estoque os valores de aquisição das matérias-

primas e demais insumos de produção aplicados à fabricação dos produtos mantidos em

estoque.

São apropriados ao resultado, como custo dos produtos vendidos, apenas os valores

aplicados à fabricação dos produtos vendidos. Assim, temos a "estocagem" dos salários,

depreciação e demais gastos relativos à produção, durante o período em que os produtos

forem mantidos em estoque.

Se um produto fabricado permanece em estoque, o seu valor corresponde a:

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Matéria-prima + embalagem e outros materiais diretos + mão-de-obra direta + gastos gerais

de fabricação.

Entende-se por gastos gerais de fabricação os custos indiretos de fabricação, como é o caso

da energia elétrica consumida na produção, da depreciação das máquinas industriais e do

aluguel da fábrica.

O patrimônio da empresa industrial

O patrimônio pode ser considerado como o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma

determinada pessoa, avaliáveis economicamente (em moeda). Em sentido jurídico,

patrimônio é o complexo de relações jurídicas de uma pessoa, que possam ser avaliadas

economicamente.

A identificação dos elementos que compõem o patrimônio diz respeito ao seu aspecto

qualitativo, enquanto a mensuração desses elementos, a identificação em valores

monetários, diz respeito ao aspecto quantitativo. A Contabilidade se ocupa dos dois

aspectos: da identificação dos elementos patrimoniais (aspecto qualitativo) e da mensuração,

da indicação do valor em moeda, desses itens (aspecto quantitativo).

Origens ou fontes de recursos

Quanto às origens ou fontes, os recursos podem ser próprios ou de

terceiros.

Os recursos ou capitais próprios são representados pelo patrimônio

líquido, traduzindo, basicamente, o excesso do ativo sobre as

obrigações com terceiros.

Representam o acervo líquido patrimonial na hipótese de liquidação da sociedade (capital

social) e dos resultados gerados pela atividade empresarial.

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Os recursos ou capitais de terceiros indicam as dívidas ou obrigações com terceiros.

As dívidas decorrentes das atividades normais da indústria são denominadas débitos de

funcionamento, como é o caso das obrigações junto a fornecedores de matérias-primas, dos

salários não pagos, das contribuições previdenciárias, dos impostos.

Já as obrigações contraídas para a obtenção de recursos a serem utilizados nas atividades

usuais são denominadas débitos de financiamento, normalmente representados por

empréstimos e financiamentos bancários e por dívidas contraídas na emissão de debêntures.

Os investimentos na indústria

O ativo é igual à soma dos recursos próprios com os recursos de terceiros, representando as

aplicações de recursos.

As aplicações, ou ativo, podem ser divididas em: bens fixos, material de uso ou consumo,

bens de venda, bens numerários e de renda, créditos de funcionamento e créditos de

financiamento.

Bens fixos: representam as aplicações em bens de uso permanente (tempo de vida útil

acima de um ano), necessários à manutenção das atividades da empresa. Podem ser

tangíveis ou intangíveis.

Entre os tangíveis, temos: edificações de uso, terrenos de uso, máquinas, equipamentos,

ferramentas, móveis e utensílios. São intangíveis: marcas, patentes, despesas diferidas,

concessões de serviços públicos. As indústrias têm como característica um elevado nível de

imobilização.

Materiais de uso ou consumo: são os bens de consumo não durável (vida útil de até um

ano) ou de valor pouco representativo, como é o caso do material de escritório, de limpeza,

de manutenção e conservação (parafusos, pregos, peças de reposição que não sejam

incorporáveis ao imobilizado, etc.). Apesar de serem destinados ao uso, não são bem fixos,

por não preencherem os requisitos de tempo de vida útil e valor.

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Bens de venda: são aqueles que a indústria mantém em constante rotatividade no

desempenho de suas atividades de produção e comercialização. É o caso das matérias-

primas, embalagens, produtos em fabricação, produtos acabados. Há quem entenda que as

matérias-primas e embalagens não são bens de venda, preferindo classificá-las como bens

circulantes.

Bens numerários: são as disponibilidades financeiras, como o dinheiro em caixa, em conta

corrente bancária de livre movimentação, aplicações de liquidez imediata, cheques em

cobrança.

Bens de renda: são aplicações estranhas às atividades normais da empresa, mas que

podem gerar rendas. É o caso de imóveis para aluguel e participações no capital de outras

companhias.

Créditos de funcionamento: são as contas a receber, os adiantamentos concedidos e

valores a compensar decorrentes das atividades normais da empresa. É o caso das

duplicatas a receber por vendas a prazo de mercadorias, dos adiantamentos a fornecedores

de mercadorias, do ICMS e IPI a recuperar.

Créditos de financiamento: são as contas a receber, adiantamentos concedidos e valores a

compensar decorrentes das operações estranhas às atividades da empresa. É o caso de

empréstimos a diretores e adiantamentos a acionistas.

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UNIDADE 14

Objetivo: Apresentar um painel geral dos principais conceitos que norteiam o ferramental técnico à disposição da contabilidade de custos, controle e tomada de decisão.

TERMINOLOGIOA UTILIZADA NA CONTABILIDADE DE CUSTOS

A falta de uma linguagem-padrão provoca grandes dificuldades no estudo da Contabilidade,

inclusive da Contabilidade de Custos. Podemos encontrar diversas palavras e expressões

novas ou os mesmos termos com significados diferentes.

Como forma de amenizar esse problema, alguns autores propõem uma terminologia-padrão.

Abaixo, temos, de acordo com a doutrina predominante, a definição de algumas palavras e

expressões empregadas na Contabilidade de Custos.

Gasto: é a entrega de um ativo ou o aumento do passivo necessário à obtenção de um bem

ou serviço. Significa o sacrifício financeiro ou econômico correspondente ao pagamento ou à

dívida assumida na obtenção de um bem ou serviço.

Na compra à vista de bens, o gasto corresponde à redução do caixa pelo pagamento. Na

compra a prazo de bens, o gasto representa o aumento do passivo. Os salários de um

determinado período representam um gasto (pago ou a pagar). Um gasto pode se revestir da

forma de INVESTIMENTO, CUSTO ou DESPESA.

Investimento: é o gasto que tem como contrapartida um ativo. Representa os bens ou

serviços que se incorporam ao patrimônio. Exemplos: na aquisição de matéria-prima, temos

um investimento circulante, que envolve um gasto correspondente ao valor pago ou a pagar

na compra; na aquisição de equipamentos, temos um investimento permanente.

Custo: corresponde a bens ou serviços utilizados na produção de outros bens ou serviços. É

o gasto necessário à obtenção de bens ou serviços. Exemplo: a matéria-prima, a

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depreciação, os salários, o aluguel, etc., consumidos na produção de um bem, representam

custos.

Em sentido estrito, o custo só existe durante o processo de produção do bem ou serviço.

Assim, enquanto o produto está em fase de fabricação, os valores agregados em sua

produção são tratados como custos. Uma vez concluído o produto, deixamos de ter custos e

passamos a considerar o bem resultante da produção como um novo investimento.

A aquisição de matéria-prima é um investimento. Durante a sua aplicação na fabricação de

um produto, temos a matéria-prima como um custo de produção.

O produto obtido com a transformação da matéria-prima é um novo investimento. Durante a

fase de produção, a matéria-prima não deixa de ser um ativo. É um "investimento em

transformação".

A aquisição de um equipamento industrial representa um investimento. À medida que a

máquina é utilizada na produção, converte-se, proporcionalmente, em um custo, pela

depreciação. O produto obtido é um novo investimento, que conta com a depreciação no seu

valor de produção.

Despesa: é a redução patrimonial intencional com o objetivo de realização de receitas.

Representa o sacrifício patrimonial voluntário para a geração de receitas.

Os salários dos funcionários dos departamentos, tanto administrativo, quanto de vendas

representam despesas que não transitam por investimento ou custo, sendo transferidos

diretamente para o resultado do exercício (não são estocados). A depreciação das máquinas

do setor industrial representa custo durante o processo de produção.

Concluído o produto, ela se transforma em novo investimento. Nesse caso, o custo de

depreciação é estocado e permanece no estoque até a venda do produto.

Com a venda do produto e realização da receita, essa depreciação se transforma em uma

despesa, como parte integrante do custo dos produtos vendidos. A despesa, nesse caso,

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decorre da transmissão da propriedade do bem ao cliente, em virtude da venda (o correto é

despesa dos produtos vendidos e não custo dos produtos vendidos).

A depreciação dos móveis e utensílios do departamento de vendas representa uma despesa

que é apropriada diretamente ao resultado, sem transitar por investimento ou custo.

Quando da sua aquisição, a matéria-prima é tratada como um investimento. A parte da

matéria-prima aplicada à produção é custo de fabricação necessário à obtenção de um novo

ativo ou investimento - o produto acabado.

Quando o produto é vendido, o seu valor de custo deve ser apropriado ao resultado como

uma despesa. Como a transferência da propriedade do produto fabricado é um sacrifício

necessário à realização da receita de venda, o correto é denominar o gasto correspondente

como despesa do produto vendido. A prática, entretanto, já consagrou a expressão "custo

dos produtos vendidos".

Perda anormal: é o sacrifício patrimonial involuntário e anormal. Representa a redução do

patrimônio por fatores alheios à vontade do empresário. Não se confunde com a despesa,

que é um sacrifício patrimonial intencional.

Como exemplos de perdas anormais, temos: matérias-primas roubadas, consumidas em

incêndios, ou que se tornaram obsoletas; matérias-primas inutilizadas por falha anormal das

máquinas; a remuneração da mão-de-obra durante um período de greve.

As perdas anormais são apropriadas diretamente ao resultado, da mesma forma que as

despesas. Porém, apesar de contar com o entendimento pacífico da doutrina, esse

tratamento não é aceito pela legislação do imposto de renda, fato que abordaremos mais

adiante.

Encargo: representa um ônus, normalmente estabelecido pela legislação, como é o caso

dos encargos trabalhistas e previdenciários. Se forem necessários à produção, os encargos

são tratados como custos.

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Desembolso: é o pagamento correspondente à aquisição de um bem ou serviço. O gasto

decorrente da aquisição de máquinas e equipamentos pode ser desembolsado

antecipadamente, no ato do recebimento do bem (à vista), ou após o seu recebimento (a

prazo).

Importação: é a utilização de sistemas de custos que já são adotados em outras indústrias.

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Coloque os números nos espaços em branco, para as definições apropriadas:

Definições:

1. Representa um ônus, normalmente estabelecido pela legislação

2. É o gasto necessário à obtenção de bens ou serviços

3. É o pagamento correspondente à aquisição de um bem ou serviço

4. É a utilização de sistemas de custos já utilizados em outras indústrias

5. É a redução patrimonial com a intenção de realização de receitas

6. É o sacrifício patrimonial involuntário

7. É o gasto que tem como contrapartida um ativo

8. É a entrega de um ativo ou o aumento do passivo necessário à obtenção de um bem ou

serviço

Conceitos:

( ) Importação ( ) Perda Anormal

( ) Despesa ( ) Desembolso

( ) Gasto ( ) Encargo

( ) Investimento ( ) Custo

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UNIDADE 15

Objetivo: Destacar algumas classificações da atividade industrial observadas no mercado e, enquanto fluxo industrial, dar ênfase ao processo de transformação da matéria prima em produtos finais.

ELEMENTOS INDUSTRIAIS: CLASSIFICAÇÃO E FLUXO DE PRODUÇÃO

Classificação da atividade industrial

Quanto ao ritmo ou fluxo da produção, as indústrias podem ser perenes (contínuas) e

intermitentes (sazonais estacionais ou cíclicas). São perenes as que podem operar durante

todo o ano, sem que precisem suspender suas atividades em determinados períodos.

As indústrias intermitentes têm sua produção associada a determinadas estações, a

determinados fenômenos que se repetem em intervalos mais ou menos regulares, ou porque

dependem de matéria-prima só existente em determinada época. Outra característica pode

ser observada quando o consumo de seus produtos se restringe a uma estação do ano, ou a

festividades religiosas ou populares (carnaval, páscoa, natal).

Quanto às fases de elaboração pelas quais passam os produtos, as indústrias podem ser

classificadas como simples e complexas. São simples aquelas em que a matéria-prima, no

processo de elaboração, passa por uma única fase, ou seja, aquelas em que não se observa

qualquer produto intermediário entre os insumos aplicados à produção e o produto definitivo,

como, por exemplo, a fabricação de tecidos.

São complexas as indústrias em que o produto final é obtido mediante a utilização de

produtos intermediários, também por elas fabricados, como, por exemplo, a fabricação de

roupas em que a própria indústria fabrica o tecido a partir do algodão.

Há indústrias que produzem artigos de acordo com os tipos por elas mesmas escolhidas,

sendo chamadas indústrias de produção uniforme, e aquelas cujos produtos obedecem a

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tipos especiais exigidos pelos clientes. São as de produção multiforme, que não possuem

tipo próprio de produto e por isso são também denominadas atípicas, como, por exemplo, a

indústria gráfica.

As indústrias de produção uniforme são geralmente politípicas, isto é, produzem artigos de

vários tipos, conservando para cada tipo forma e modelo constantes.

Aquelas, porém, que só produzem artigos de um único tipo denominam-se monotípicas.

Quanto ao modo como os produtos são obtidos, algumas indústrias os fabricam sem que

entre eles haja necessária dependência, como é o caso da indústria de cerveja. Nesse caso,

a produção é dita desconjunta.

Há, porém, indústrias em que o esforço empregado gera produtos diversificados,

simultaneamente ou sucessivamente: são indústrias de produção conjunta.

Se os produtos são obtidos simultaneamente, podemos dizer que se trata de concomitante,

como é o caso das indústrias de plástico que fabrica diversos utensílios; se os produtos

diferenciados vão surgindo em determinada ordem, enquanto o processo produtivo avança,

temos a produção sucessiva, como é o caso da indústria petrolífera, à medida que o refino se

desenvolve.

Processo Industrial

A fabricação dos produtos é um processo de transformação de matéria-prima e materiais em

produtos finais ou acabados.

Os materiais requisitados diretamente dos fornecedores ou de estoques de materiais já

internados na empresa são encaminhados para a fábrica para processamento.

O processamento se dá pela manipulação dos materiais utilizando mão-de-obra, instalações

e equipamentos, consumindo outros recursos necessários à produção e ao seu controle.

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Depois de produzidos, os produtos finais são despachados diretamente aos clientes ou

mantidos temporariamente em estoques até sua posterior venda.

Insumos Industriais

Os elementos formadores dos estoques industriais são:

a) Materiais consumidos para o produto e o processo industrial;

b) Mão-de-obra industrial;

c) Gastos gerais de fabricação;

d) Depreciação das instalações e equipamentos industriais.

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UNIDADE 16

Objetivo: Aprender prioritariamente que os custos são classificados em diretos e indiretos. Porém, devemos relacioná-los a alguma atividade operacional ou segmento da organização, para que possamos materializar seus verdadeiros significados.

CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS

Custos diretos:

São os custos apropriados diretamente a cada produto fabricado sem a necessidade de

rateios ou estimativas. Podem perfeitamente ser identificados na composição do custo do

produto.

Observe-se que todo custo se relaciona com a produção, mas o custo é classificado como

direto ou indireto de acordo com a sua relação com determinado produto fabricado, e não

com a produção como um todo.

São exemplos de custos diretos: as matérias-primas consumidas, as embalagens aplicadas

durante o processo de produção, a mão-de-obra diretamente aplicada a determinado

produto.

Quando um único produto é fabricado, todos os custos são considerados como diretos, uma

vez que todos eles se relacionam com um único produto, sem necessidade de rateios ou

estimativas.

Custos indiretos:

São aqueles alocados aos produtos fabricados através de estimativas, distribuição ou

alocação, já que não podem ser relacionados diretamente com cada um dos produtos. São

também denominados custos comuns. Podem ser fixos ou variáveis.

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Normalmente, são considerados como custos indiretos: o aluguel e o seguro da fábrica ou de

equipamentos, os salários dos supervisores e dos chefes do pessoal de produção, a energia

elétrica consumida na fábrica, a depreciação dos equipamentos de produção, o salário dos

funcionários da manutenção, segurança e limpeza.

Um custo pode ser indireto por sua natureza (não pode de fato ser apropriado ao produto,

senão através de rateio) ou por sua irrelevância, dificuldade de identificação, medição, ou por

conveniência da empresa na avaliação do custo e benefício.

A classificação dos custos em diretos e indiretos diz respeito à relação dos custos com os

produtos fabricados, isto é, se eles podem ou não ser identificados na composição do custo

do produto.

Uma indústria fabrica dois produtos, A e B:

Alguns custos podem ser identificados com o produto A; outros, com B. Mas existem custos

que dizem respeito tanto ao produto A, quanto ao produto B, sem que seja possível (às

vezes é possível, mas não é conveniente a identificação) se identificar a parcela efetiva de

custo correspondente a cada um dos produtos. Nesse caso, a apropriação é feita através de

rateio.

Custos fixos:

São os custos cujos valores totais independem da quantidade produzida (dentro do limite da

capacidade instalada). O valor total desses custos não sofre alterações em razão do volume

de produção.

De um modo geral são custos e despesas necessárias para manter um nível mínimo de

atividade operacional, por isso são também denominados custos de capacidade. Exemplos:

seguro, aluguel, imposto predial.

Os custos fixos podem ser divididos em repetitivos (quando o seu valor se repete em vários

períodos, como é o caso do aluguel da fábrica, da depreciação dos equipamentos) e não

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repetitivos (quando o seu valor é diferente em cada período, como os gastos de

manutenção). Logo, dizer que um custo é fixo não significa dizer que o seu valor se repete a

cada período.

Custos variáveis:

São aqueles cujos valores totais variam de acordo com a quantidade produzida. Exemplos:

matéria-prima, embalagem, mão-de-obra direta.

Enquanto os custos variáveis (totais) acompanham diretamente o ritmo da produção, os

custos fixos (totais) permanecem estáveis, independentemente da quantidade produzida.

Porém, a relação a cada unidade produzida, os custos variáveis (unitários) permanecem

constantes e os custos fixos (unitários) variam inversamente com a quantidade produzida,

isto é, quanto maior o volume de produção, menor o custo fixo unitário; quanto menor o

volume de produção, maior o custo fixo unitário.

Unidades

Produzidas

Custo Fixo

Total

Custo Fixo

Unitário

Custo

Variável

Unitário

Custo

Variável

Total

Custo

Unitário

total

1 300,00 300,00 20,00 20,00 320,00

10 300,00 30,00 20,00 200,00 50,00

100 300,00 3,00 20,00 2.000,00 23,00

1.000 300,00 0,30 20,00 20.000,00 20,30

Com base na tabela acima, podemos concluir que:

1. os custos variáveis totais de produção aumentam proporcionalmente à quantidade

produzida, em razão direta;

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2. os custos variáveis unitários permanecem estáveis;

3. os custos fixos totais mantêm-se estáveis, qualquer que seja a quantidade produzida;

4. os custos fixos unitários variam na razão inversa da quantidade produzida;

5. o custo industrial unitário, pela diluição dos custos fixos, aproxima-se do custo variável

unitário à medida que o volume de produção aumenta;

A classificação dos custos em fixos e variáveis leva em consideração a relação dos custos

com o volume de produção, e não com os produtos propriamente.

Custos semifixos ou semivariáveis:

Há muitos casos em que um enquadramento de um item como custo fixo ou custo variável é

tarefa subjetiva, já que, por suas características, alguns desses componentes se situam entre

as duas classes: una mantêm-se quase fixos, mas reagem de algum modo, ao ritmo da

produção; outros se aproximam dos variáveis, mas em suas variações em relação à

produção não conservam a mesma proporcionalidade.

São custos semifixos ou semivariáveis. Um exemplo é a energia elétrica, onde parcela

consumida diz respeito à capacidade instalada e a outra ao volume de produção. Se uma

pequena parcela da energia consumida é relativa à capacidade instalada, e a parcela mais

significativa decorre da produção, a energia elétrica é, mais precisamente, um custo

semivariável.

No caso da manutenção da fábrica, se a parcela mais significativa é fixa, havendo pequena

variação em razão da quantidade produzida, ela será um custo semifixo.

A classificação em diretos e indiretos é exclusiva dos custos, mas a classificação em fixos e

variáveis também é feita em relação às despesas. Assim, a comissão dos vendedores é uma

despesa variável.

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Com base nos números apresentados abaixo, identifique os custos apontados a seguir:

Unidades

Produzidas

Custo Fixo

Total

Custo

Variá

vel

Unitár

io

15 1.500, 150,

150 1.500, 150,

1500 1.500, 150,

15000 1.500, 150,

Dando continuidade ao quadro apresentado, calcule o Custo Fixo Unitário, o Custo Variável

Total e o Custo Unitário Total, para cada unidade produzida. Em seguida, analise os

seguintes comportamentos:

1. Dos custos variáveis totais de produção em relação à quantidade produzida;

2. Dos custos variáveis unitários;

3. Dos custos fixos totais com relação à quantidade produzida;

4. Dos custos fixos unitários com relação à quantidade produzida;

5. Do custo industrial unitário, quando o volume de produção aumenta;

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UNIDADE 17

Objetivo: Apresentar alguns outros conceitos importantes relativos a custos, a composição dos estoques e movimentação da matéria prima utilizada no processo de produção industrial.

O ESTOQUE E A MATÉRIA PRIMA NO PROCESSO INDUSTRIAL

Alguns custos afetos a estoques:

Custo de produção do período - é o total de custos incorridos com a produção do período,

independentemente do que foi ou não acabado.

Custo da produção acabada - é o total dos custos acumulados na produção acabada no

período, independentemente de ter sido iniciada no período ou em outro anterior.

Custo dos produtos vendidos - é o total dos custos dos produtos fabricados que foram

vendidos.

Custo primário - é a soma do custo do material direto com a mão-de-obra direta (alguns

autores o definem como a soma da matéria-prima com a mão-de-obra direta).

Custo de transformação ou de conversão - é a soma da mão-de-obra direta com os

gastos gerais de fabricação.

Digamos que uma indústria apresentasse os seguintes valores para sua produção em um

determinado período:

ESTOQUES ESTOQUES INICIAIS ESTOQUES FINAIS

Matérias-primas 100 200

Produtos em elaboração 150 50

Produtos acabados 500 700

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• Compras de matérias-primas = 700;

• Mão-de-obra direta aplicada à produção do período = 300;

• Gastos gerais de fabricação (custos indiretos) aplicados à produção = 400.

As contas de estoques teriam a seguinte movimentação:

Legenda:

EI = ESTOQUES INICIAIS

C = COMPRAS

EF = ESTOQUES FINAIS

MAT = MATÉRIAS-PRIMAS REQUISITADAS NO PERÍODO

MOD = MÃO-DE-OBRA APLICADA À PRODUÇÃO DO PERÍODO

PA = PRODUÇÃO OU PRODUTOS ACABADOS NO PERÍODO

CPV = CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS

Estoques de matérias-primas EI 100 600

C 700

EF 200

Estoques de produtos em elaboração

EI 150 1400 (PA)

MAT 600

MOD 300

GCF 400

EF 50

Estoques de produtos acabados EI 500 1200

(CPV)

PA 1400

EF 700

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O custo da produção do período foi de 1.300, representando a soma dos seguintes itens:

matéria-prima consumida no período (600); mão-de-obra direta aplicada à produção do

período (300); e gastos gerais de fabricação aplicados à produção do período (400). O

estoque inicial de produtos em elaboração não é computado como parte do custo da

produção do período, por ser custo realizado no período anterior, ou em períodos anteriores.

O custo da produção acabada no período foi de 1.400, representando os valores transferidos

dos estoques de produtos em elaboração para os estoques de produtos acabados durante o

período.

O custo dos produtos vendidos (CPV) foi de 1.200, representando as saídas dos estoques de

produtos acabados para entrega aos clientes.

O custo primário foi de 900, representando a soma da matéria-prima (ou material direto)

consumida no período com a mão-de-obra direta aplicada à produção do período.

O custo de transformação ou de conversão foi de 700, representando a soma da mão-de-

obra direta aplicada à produção do período (300) com os gastos gerais de fabricação

aplicados à produção do período (400).

Matérias-primas

As matérias-primas e todo o material utilizado na atividade industrial são normalmente

controlados por um setor que recebe o nome de almoxarifado, cabendo-lhe também a

verificação dos documentos que comprovam as entradas e saídas de materiais.

A origem das entradas pode ser externa ou interna. As entradas de origem externa são as

compras, e as de origem interna podem ser devoluções do setor de produção, transferências

internas de outros setores, produtos acabados pela produção que se destinam à novas

operações de industrialização (produtos intermediários), ou a uso na própria indústria, etc.

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As saídas do almoxarifado podem ser destinadas ao setor de produção, ou a transferências

para outros setores da fábrica, baixas por deterioração, obsolescência, devoluções aos

fornecedores, etc.

As compras de matérias-primas e demais materiais devem ser comprovadas pelas notas

fiscais emitidas pelos fornecedores. As outras operações de entrada e saída devem ser

comprovadas por documentos internos, que podem ser requisições, boletins de

transferências, boletins de sobras, boletins de produção, etc.

As requisições são utilizadas para o fornecimento de materiais ao setor de produção,

enquanto os boletins costumam ser utilizados nas operações com os outros departamentos.

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UNIDADE 18

Objetivo: Identificar e demonstrar a mão-de-obra direta enquanto custo vinculado ao produto em análise e medir o tempo dispêndio por cada operário, para que a mão-de-obra seja apropriada ao produto e não à produção global.

MÃO-DE-OBRA-DIRETA

Denomina-se mão-de-obra direta aquela que pode ser apropriada ao produto

sem a necessidade de estimativas ou rateios. Para isso, é preciso que se

identifique o operário que executou a tarefa, a fim de se medir o tempo por ele

despendido (apontamento da mão-de-obra).

Caso contrário, a mão-de-obra deve ser tratada como custo indireto. É necessário, portanto,

que a mão-de-obra seja precisamente identificada com o produto em questão (e não com a

produção como um todo) para ser tratada como direta.

Quando temos um único produto em fabricação, todos os custos são diretos, inclusive a

mão-de-obra.

A mão-de-obra pode ser tratada como indireta por sua natureza (quando é impossível

identificá-la com o produto), ou por conveniência, em razão da dificuldade, ou alto custo para

sua identificação, ou mesmo do pequeno valor do custo envolvido e sua conseqüente

insignificância.

Normalmente, é mão-de-obra direta a relativa ao trabalhador que opera máquinas (como um

frisador ou torneiro), ao pintor, soldador. Como regra, a mão-de-obra dos chefes de setores,

supervisores, ajudantes e pessoal de manutenção é indireta.

É tratado como mão-de-obra direta apenas o tempo apontado que o operário destinou

especificamente ao produto. A parcela restante de sua remuneração (e encargos

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correspondentes) é tratada como custo indireto, despesa, ou mesmo como perda anormal

(horas remuneradas de uma greve, por exemplo).

Os encargos e contribuições previdenciárias, trabalhistas, etc., relativas à mão-de-obra

recebem o mesmo tratamento desta: se a mão-de-obra é direta, os encargos e contribuições

são custos diretos; se a mão-de-obra é indireta, os encargos e contribuições são custos

indiretos.

Como regra, a mão-de-obra direta é custo variável. Exceção à regra é o caso da máquina ou

o equipamento operado poder produzir, dentro do mesmo tempo, as diversas quantidades

envolvidas, por meio de regulagem. Nesta hipótese, a mão-de-obra direta é custo fixo.

Os gastos com alimentação, transporte, plano de saúde, hospitais, uniformes, etc., não

devem ser computados como parte da mão-de-obra (há quem não concorde com isso). Por

suas características de custos mais ou menos fixos, são registrados como gastos gerais de

fabricação e apropriados aos produtos por estimativas.

A título de ilustração, verifique o caso abaixo:

Num determinado mês, uma indústria teve a folha de pagamento da fábrica com o total de

1.000, sendo 300 identificados como mão-de-obra direta e o restante como indireta. De

forma simplificada, o registro contábil seria:

Apropriação da folha de pagamento ao final do mês:

D - Mão-de-obra direta 300

D - Mão-de-obra indireta 700

C - Salários a pagar 1.000

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E a apropriação à produção do mês:

D - Produtos em elaboração 1.000

C - Mão-de-obra direta 300

C - Mão-de-obra indireta 700

Cálculo do valor da hora da mão-de-obra direta

Uma indústria contrata certo empregado para trabalhar de segunda a sexta-feira, 44 horas

por semana, ganhando $ 10,00 por hora. Foram obtidas as seguintes informações:

Total de dias por ano 365 dias

Férias do empregado 30 dias

Repousos semanais remunerados (sab. dom.) 96 dias

Feriados 12 dias

Contribuições e encargos trabalhistas calculados sobre a

remuneração (INSS, FGTS, etc.)

40 %

O adicional de férias corresponde a 1/3 da remuneração dos 30 dias de férias; e o décimo

terceiro é equivalente a 30 dias.

A jornada máxima permitida pela Constituição é de 44 horas semanais. Trabalhando de

segunda a sexta feira (5 dias), o empregado estará à disposição da empresa, a cada dia, no

máximo:

8,8 horas equivalem a 8 horas e 48 minutos.

trabalho.de dia cada em disposição à horas 8,8 semanapor dias 5

semanapor horas 44=

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Cálculo do número de dias por ano em que o operário trabalha:

365 dias do ano

(30) dias de férias

(96) sábados e domingos (repousos

remunerados)

(12) feriados

227 dias à disposição da empresa por ano

Estando à disposição da empresa 227 dias por ano, 8,8 horas por dia de trabalho, o número

de horas à disposição da empresa por ano seria:

227 dias por ano X 8,8 horas por dia = 1.997,6 horas à disposição da empresa por ano.

Apesar de o operário trabalhar 227 dias por ano, a empresa é obrigada a remunerá-lo

também pelos dias de férias, repousos semanais e feriados. Temos, ainda, o 13º salário e o

adicional de férias.

- dias remunerados 365 dias X 8,8 horas X 10,00 $

32.120,00

- 13º salário 30 dias X 8,8 horas X 10,00 $ 2.640,00

- adicional 1/3 de

férias

1/3 X 30 dias X 8,8 horas X 10,00 $ 880,00

- remuneração do empregado $ 35.640,00

- encargos e contribuições (40% da

remuneração)

$ 14.256,00

- total gasto por ano com o empregado $ 49.896,00

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106

Os dias correspondentes a férias, repousos e feriados estão incluídos nos 365 dias

remunerados.

O cálculo da hora de mão-de-obra seria:

Cada hora apontada desse operário, aplicada à fabricação de um determinado produto, será

lançada como mão-de-obra direta; as demais horas destinadas a produção serão lançadas

como mão-de-obra indireta.

Atenção para o seguinte conceito: Quando temos um único produto em fabricação, todos os

custos são diretos, inclusive a mão-de-obra.

24,98 1.997,60

49.896,00=

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107

Calcule o valor da hora da mão-de-obra direta para o seguinte caso:

Um Banco contrata um empregado para trabalhar de segunda à sexta-feira, 40 horas por

semana, ganhando $ 15,00 por hora. Para o caso, estão disponibilizadas as seguintes

informações:

Total de dias por ano 365 dias

Férias do empregado 30 dias

Repousos semanais remunerados (sab. dom.) 96 dias

Feriados 15 dias

Contribuições e encargos trabalhistas calculados sobre a

remuneração (INSS, FGTS, etc.)

40 %

O adicional de férias corresponde a 1/3 da remuneração dos 30 dias de férias; e o décimo

terceiro é equivalente a 30 dias.

A jornada de trabalho da categoria é de 40 horas semanais, de segunda a sexta feira.

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UNIDADE 19

Objetivo: Apresentar as duas metodologias consideradas clássicas na apuração de custos dos produtos, tomando por base os conceitos de custos com comportamentos diferentes em relação à quantidade produzida, ou seja, nos custos fixos e variáveis.

SISTEMAS DE CUSTEAMENTO

Custeio por absorção

No sistema de custeio por absorção, apropriam-se como custos de produção os custos fixos

e variáveis, tanto os diretos, quanto os indiretos. Assim, os custos fixos e variáveis são

"estocados" e lançados ao resultado apenas quando da venda dos produtos

correspondentes.

Os grandes inconvenientes na adoção do custeio por absorção dizem respeito aos custos

fixos. Esses custos são necessários para que a indústria esteja em condições de produzir.

Dessa forma, o aluguel, o imposto predial e o seguro da fábrica são gastos realizados para

que a indústria adquira capacidade de produção, mas são custos incorridos

independentemente da quantidade que venha a ser produzida (até certo limite), já que não

sofrem variações em razão do volume de produção.

Como regra, os custos fixos são indiretos, sendo apropriados por estimativas mais ou menos

arbitrárias. Isto faz com que o custo de fabricação de um produto possa variar de acordo com

critérios adotados para a apropriação dos custos fixos. Por conseqüência, o resultado

apurado na venda de um produto pode variar de acordo com a parcela de custos fixos que a

ele se decida apropriar.

Outro inconveniente é o fato de os custos fixos unitários variarem de acordo com as

quantidades produzidas (em razão inversa). Com o aumento do volume de produção, temos

a redução do custo fixo unitário. Dados dois produtos, se considerarmos o aumento no

volume de produção de um deles, enquanto a quantidade produzida do outro permanece

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constante, observaremos que a quantidade fabricada do primeiro produto reduzirá o custo

unitário do segundo. Isto porque esse receberá uma parcela menor de custos fixos, em

função da maior parcela atribuída àquele por seu maior número de unidades. Quer dizer, a

variação no custo do segundo produto decorreu da alteração da quantidade produzida do

primeiro.

Custeio variável

Em razão dos problemas existentes no uso do sistema de custeio por absorção no que diz

respeito aos custos fixos, surge o sistema de custeio variável. Por esse sistema são

apropriados aos produtos apenas os custos variáveis de produção, sendo os custos fixos

lançados diretamente ao resultado, como se fossem despesas, sem transitar pelos estoques.

O sistema de custeio variável também é conhecido como sistema de custeio direto, em

virtude de os custos variáveis serem, como regra, diretos. Mas, em razão de, nesse método,

serem apropriados tanto os custos variáveis diretos, quanto os variáveis indiretos, parece ser

mais correta a expressão sistema de custeio variável.

Se toda a produção iniciada e acabada num determinado período for vendida, o lucro bruto

pelo custeio variável será maior que o apurado pelo custeio por absorção, pela não-

apropriação dos custos fixos à produção naquele sistema e a conseqüente redução do custo

dos produtos vendidos.

Nessa mesma hipótese, o lucro líquido será igual nos dois métodos, pois os custos fixos

integrarão o custo dos produtos vendidos no custeio por absorção e estarão entre as

despesas operacionais no custeio variável.

Se parte da produção permanecer em estoque, o lucro bruto nesse período será maior pelo

custeio variável, (pelo mesmo motivo anterior), mas o lucro líquido será maior pelo custeio

por absorção, em razão de os custos fixos, no custeio variável, serem deduzidos

integralmente como se fossem despesas operacionais e permanecerem, proporcionalmente,

em estoque como parte da produção não vendida no custeio por absorção.

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Os princípios contábeis e a legislação do imposto de renda determinam a utilização do

custeio por absorção, sendo o custeio variável adotado para uso gerencial (principalmente no

processo administrativo de tomada de decisão).

Considerando apenas as informações abaixo:

Custos fixos totais 300,00

Custos variáveis 700,00

Receita da venda de 60 % da

produção

2.000,00

CUSTEIO POR ABSORÇÃO

Produção

300,00

700,00 600,00

400,00

O valor lançado a crédito representa os 60 % da produção que foram vendidos.

Vendas 2.000,00

CPV (600,00)

Lucro Bruto 1.400,00

Lucro Líquido 1.400,00

CUSTEIO VARIÁVEL

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111

Produção

700,00

420,00

280,00

O valor lançado a crédito representa os 60 % da produção que foram vendidos.

Vendas 2.000,00

CPV (420,00)

Lucro Bruto 1.580,00

Custos Fixos (300,00)

Lucro Líquido 1.280,00

Custeio Variável (Direto) ou por Absorção? Qual o melhor?

Por dezenas de anos, os teóricos têm se debruçado sobre essa dúvida. De modo geral, as

vantagens teóricas do custeio direto parecem mais claras e evidentes, pois tendem a não

enviesar a apropriação dos custos com rateios dos custos indiretos sem bases científicas.

Por outro lado o Custeio por Absorção, por ser mais conservador, tende a deixar os

empresários mais tranqüilos, sabendo que todos os custos foram apropriados e, com isso, os

parâmetros para formação de preços de vendas estariam mais embasados.

McLean, inclusive, chega a sugerir novas pesquisas sobre o custo por absorção, pois, apesar

das vantagens teóricas claras do custeio direto, é inexplicável até o porquê da continuidade

do uso do custeio por absorção.

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112

A opção por um ou outro critério de custeio aparecerá quando da necessidade de tomada de

decisão para produção ou venda fora do programa de produção da empresa, ou quando

houver necessidade de mudança do mix de produção.

Assim, quando uma empresa opera em condições normais de produção ou venda, fica

irrelevante qual o melhor critério a ser adotado. De qualquer forma apresentamos abaixo um

sumário dos argumentos que indicam as vantagens e desvantagens dos dois métodos.

Vantagens do Custeamento Variável (Direto)

a) O custo dos produtos é mensurável objetivamente, pois não sofrerão processos

arbitrários ou subjetivos de distribuição dos custos comuns;

b) O lucro líquido não é afetado por mudanças de incremento ou diminuição de

inventários;

c) Os dados necessários para a análise das relações custo-volume-lucro são

rapidamente obtidos do sistema de informação contábil.

d) É mais fácil para os gerentes industriais entenderem o custeamento dos produtos sob

o custeio direto. Pois os dados são próximos da fabrica e de sua responsabilidade,

possibilitando a correta avaliação de desempenho setorial;

e) O custeamento direto é totalmente integrado com o custo-padrão e orçamento flexível,

possibilitando o correto controle de custos;

f) O custeamento direto constitui um conceito de custeamento de inventario que

corresponde diretamente com os dispêndios necessários para manufaturar os

produtos;

g) O custeamento direto possibilita mais clareza no planejamento do lucro e na tomada

de decisões.

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113

Desvantagens do Custeamento Direto

a) A exclusão dos custos fixos indiretos para valoração dos estoques causa sua

subavaliação, fere os princípios contábeis e altera o resultado do período;

b) Na prática, a separação de custos e variáveis não é tão clara como parece, pois

existem custos semivariaveis e semifixos, podendo o custeamento direto incorrer em

problemas semelhantes de identificação dos elementos de custeio;

c) O custeamento direto é um conceito de custeamento a analise de custos para

decisões de curto prazo, mas subestima os custos fixos, que são ligados à capacidade

de produção e de planejamento de longo prazo, podendo trazer problemas de

continuidade para a empresa.

O ponto importante na comparação dos dois custeios

Quando se quer determinar o custo de um produto, tem-se em vista primariamente saber

quais as necessidades de gastos para executar sua produção, e que tipo de gastos, e

indicações para formação do preço de venda ao consumidor.

Em termos de apuração dos custos reais, é praticamente irrelevante saber se o custo dos

produtos foi elaborado pelo critério direto ou pelo critério de absorção.

Quando se elabora o custo dos produtos produzidos por uma empresa, utilizamos os dados

obtidos pela contabilidade dos gastos efetuados num determinado período. Assim, não há

nenhuma diferença dos gastos já ocorridos, que serão ultilizados para colaboração dos

custos pelos dois critérios.

Diante disso, mais importante do que o conceito de custo do produto é o conceito de gasto

ocorrido. Os gastos serão sempre iguais e financeiramente serão efetivados de qualquer

forma, independentemente dos critérios de elaboração dos custos dos produtos.

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Entendemos este ponto fundamental, pois é muito possível que se tomem decisões

incorretas se for esquecido que os gastos são sempre os mesmos.

Questões e exercícios

1) Conceitue Custeio Direto e Custeio por Absorção;

2) Discorra sobre as vantagens e desvantagens dos dois métodos;

3)Qual o ponto importante na comparação entre Custeio Direto e Custeio por Absorção.

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UNIDADE 20

Objetivo: Apresentar os conceitos da margem de contribuição como a diferença entre a receita e os custos variáveis de uma unidade, buscando destacar o valor do indicador, por considerar apenas os custos envolvidos no processo de produção.

CONCEITO DE MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

A forma mais ou menos arbitrária como os custos fixos são apropriados faz com que o valor

dos custos de produção no custeio por absorção não seja um bom indicador para o processo

administrativo de tomada de decisões.

Quando os custos fixos são apropriados aos produtos, o custo de produção destes varia de

acordo como critério de rateio dos custos.

Como o custo fixo unitário é reduzido com o aumento da quantidade produzida, o aumento

da produção de um determinado produto pode provocar a redução do custo de fabricação

dos outros produtos. Isto porque, apesar de os custos fixos totais serem independentes da

quantidade produzida, os custos fixos unitários variam de acordo com o volume de produção,

em razão inversa.

Por outro lado, os custos fixos são provocados para dotar a indústria de capacidade de

produção e não em razão do volume de produção. Os custos efetivamente incorridos com

cada unidade adicional produzida são os variáveis.

Assim, o critérios mais útil para se avaliar a rentabilidade de um produto é aquele em que os

custos fixos não são alocados como parte dos custos de produção (custeio variável).

Com base neste raciocínio, foi elaborado o conceito de margem de contribuição unitária.

Considerando-se apenas os custos envolvidos, a margem de contribuição unitária é a

diferença entre a receita e os custos variáveis de uma unidade. Ao incluirmos as despesas,

esse conceito deve ser ampliado.

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Margem de Contribuição Unitária = Receita Unitária - Custos e Despesas Variáveis Unitário

Analisando as informações abaixo, relativas a dois produtos:

Custos

diretos

variáveis

unitárias

Custos

indiretos

variáveis

unitárias

Custos

variáveis

unitários

totais

Preço de

venda

unitário

Margem de

contribuição

unitária

Produto A 800 200 1.000 1.900 900

Produto B 1.00 500 1.500 2.200 700

O produto A é o que apresenta melhores resultados para a empresa, em função de sua

maior margem de contribuição (considerando-se a existência de capacidade ociosa de

produção).

Deduzindo os custos fixos da margem de contribuição dos dois produtos, chegamos ao lucro.

O custo fixo deve ser deduzido da margem de contribuição de todos os produtos e não

apropriado a cada um deles.

Em relação às despesas, os problemas identificados são basicamente os mesmos dos

custos fixos. Desse modo, o conceito de margem de contribuição unitária é ampliado para a

diferença entre a receita unitária e os custos e despesas variáveis por unidade.

MCU = Receita Unitária - Custos e Despesas Variáveis Unitários

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Exemplo da aplicação do conceito de margem de contribuição

Uma indústria apresentava as seguintes projeções para um determinado período:

Capacidade produtiva 1.000 unidades

Demanda atual 700 unidades

Custos fixos totais de produção 28.000,00

Despesas fixas totais de produção 3.500,00

Custos variáveis de produção 30,00 / unidade

Despesas variáveis de produção 10,00 / unidade

Preço de venda 100,00 / unidade

O resultado apurado com a produção e venda de 700 unidades seria:

Vendas: 700 unidades X 100,00 = 70.000,00

CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS

- Fixos 28.000,00

- Variáveis: 700 unidades X 30,00 21.000,00 (49.000,00)

- Lucro Bruto 21.000,00

DESPESAS

- Fixas 3.500,00

- Variáveis: 700 unidades X 10,00 7.000,00 (10.500,00)

- Lucro Líquido 10.500,00

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Um determinado cliente deseja adquirir 200 unidades (produção adicional, acima da

demanda atual de 700 unidades), mas só aceita pagar 70,00 por unidade. A indústria deve

aceitar a encomenda?

Se adotar o custeio por absorção, considerando a produção e venda de 900 unidades, a

indústria irá apurar o custo unitário de produção da seguinte forma:

Custos

• Fixos unitários: 28.000,00 / 900 unidades = 31,11

• Variáveis unitários: 30,00

Despesas

• Fixas unitárias: 3.500,00 / 900 unidades = 3,89

• Variáveis unitárias: 10,00

Total por unidade

31,11 + 30,00 + 3,89 + 10,00 = 75,00

Como o cliente se propõe a pagar 70,00 por unidade, baseando-se no custeio por absorção,

a indústria não aceitaria a encomenda.

Entretanto, caso considere a existência de capacidade ociosa e que os custos e despesas

fixos existem, independentemente de ser ou não aceita a encomenda, a indústria decidirá

com base no conceito de margem de contribuição: para cada unidade, a receita adicional

será de 70,00; cada unidade gera custos variáveis de 30,00 e despesas variáveis de 10,00; a

margem de contribuição unitária (MCU) é positiva em 30, 00, e a encomenda deve ser aceita.

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119

MCU = 70,00 - custos e despesas variáveis unitários

MCU = 70,00 - (30,00 + 10,00) = 30,00

Caso aceite produzir as 200 unidades adicionais, a indústria irá apurar o seguinte resultado:

Vendas

700 unidades X 100,00 = 70.000,00

200 unidades X 70,00 = 14.000,00

84.000,00

Custos dos produtos vendidos

• Fixos: 28.000,00

• Variáveis: 900 unidades X 30,00 = 27.000,00

• Total: 28.000,00 + 27.000,00 = 55.000,00

• Lucro Bruto = 84.000,00 - 55.000,00 = 29.000,00

Despesas

• Fixas: 3.500,00

• Variáveis: 900 unidades X 10,00 = 9.000,00

• Total: 3.500,00 + 9.000,00 = 12.500,00

• Lucro Líquido = 29.000,00 - 12.500,00 = 16.500,00

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Como o lucro líquido na produção e venda de 700 unidades seria de 10.500,00, o resultado

será maior em 6.000,00 se a encomenda das 200 unidades adicionais for aceita. A diferença

no resultado corresponde à margem de contribuição das 200 unidades adicionais:

200 unidades adicionais x 30,00 = 6.000,00

A margem de contribuição e a limitação na capacidade produtiva

Se não houver limitação na capacidade de produção, o produto mais rentável é o que

apresenta maior margem de contribuição por unidade.

Se uma indústria fabrica os produtos A e B e opera com a capacidade ociosa:

Custos

diretos

variáveis

unitárias

Custos

indiretos

variáveis

unitárias

Custos

variáveis

unitários

totais

Preço de

venda

unitário

Margem de

contribuição

unitária

Produto A 800,00 200,00 1.000,00 1.900,00 900,00

Produto B 1.000,00 500,00 1.500,00 2.200,00 700,00

O produto mais rentável é o A, pois apresenta maior margem de contribuição.

Havendo limitação na capacidade produtiva, mais rentável é o produto que apresentar maior

margem de contribuição pelo fator que limita a capacidade de produção.

Se uma indústria fabrica os produtos A e B e sofre limitação das horas de que pode dispor

em sua linha de produção:

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Margem de

contribuição unitária

Tempo de produção

por unidade (horas)

Margem de

contribuição unitária

dividida pelo tempo

de produção

Produto A 900,00 1,5 600,00

Produto B 700,00 1,0 700,00

Isto significa que, enquanto a margem de contribuição unitária de A é de 600,00 por hora, a

de B é de 700,00.

Podemos também raciocinar no sentido de que, enquanto se produz uma unidade de A

(900,00 de margem unitária), produz-se 1,5 unidades de B (700,00 x 1,5 = 1.050,00 de

margem unitária). O B é o mais rentável.

O conceito de Margem de Contribuição permite verificar quais produtos/serviços são mais ou

menos lucrativos, sem lançar mão de formas de rateio complexas. Através do seu cálculo, é

muito comum que um pequeno empresário (por exemplo uma pastelaria) reavalie seu

negócio a cada mês apenas tomando o valor das vendas e deduzindo os custos do produto,

as despesas variáveis e, se a margem apurada cobre as despesas fixas e ainda sobra uma

receita, o negócio continua.

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Aproveite o exemplo inicial e considere que um determinado cliente deseja adquirir 200

unidades (produção adicional, acima da demanda atual de 700 unidades), mas só aceita

pagar 60,00 por unidade. Leve em conta a existência de capacidade ociosa e que os custos

e despesas fixos existem, independentemente de ser ou não aceita a encomenda. Sabendo-

se que a indústria decidirá com base no conceito de margem de contribuição, ela deve ou

não aceitar a encomenda?

Antes de dar continuidade aos seus estudos é fundamental que você acesse sua SALA DE

AULA e faça a Atividade 2 no “link” ATIVIDADES.

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UNIDADE 21 Objetivo: Apresentar o Sistema RKW, destacando sua utilidade como base para fixação de preço de venda de um produto, já que funciona mais como um sistema de alocação de custos e despesas do que um sistema de custeio convencional.

SISTEMA RKW

O RKW (do alemão, reichskuratorium für wirtschaftlichtkeit) é um sistema de alocação em

que, além da alocação dos custos, é considerada também a apropriação das despesas aos

produtos.

Distribuem-se a todos os produtos os custos diretos e indiretos, pelo custeio por absorção, e

as despesas de vendas administrativas, financeiras, etc., chegando-se, assim, ao valor de

fabricação e venda dos produtos, já considerados os gastos posteriores à produção. Em

razão disso, o RKW não é estritamente um sistema de custeio (que significa apropriação de

custos), mas de alocação de custos e despesas.

Primeiramente, os custos e despesas são distribuídos entre os diversos setores ou

departamentos e, posteriormente, alocados aos produtos.

Esse critério pode ser utilizado como base para a fixação de preço de venda de um produto,

uma vez que, calculado os gastos de produção e venda, basta se acrescentar a margem de

lucro para se chegar ao preço de venda.

O problema é que, numa economia de mercado, normalmente, o preço de venda não pode

ser fixado sem se considerar fatores como a concorrência e a procura pelos consumidores.

Isso faz com que o RKW possa ter apenas aplicação em regime de monopólio ou de

economia centralizada com rígido controle da produção e fixação de preços.

Ao invés de fixar o preço de venda com base no custo de produção, acrescido das despesas

e da margem de lucro, algumas empresas seguem o caminho inverso. Primeiro verifica que

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valor o mercado aceita pagar pelo produto e a quantidade procurada, para buscar

alternativas de produção e venda em valores compatíveis com o mercado.

É o target cost (custo meta), em que, ao invés de se fixar o preço de venda com base nos

custos e despesas, fixam-se os custos e despesas a partir do preço de venda de mercado.

Os procedimentos adotados no RKW podem ser usados para a fixação de tarifas na

prestação de serviços públicos mediante concessão.

Exemplo simplificado da aplicação do RKW

Uma indústria apresentava as seguintes projeções para um determinado produto:

Demanda atual 700 unidades

Custos fixos totais de produção 28.000,00

Despesas fixas totais de produção 3.500,00

Custos variáveis de produção 30,00 / unidade

Despesas variáveis de produção 10,00 / unidade

A indústria deseja obter lucro de 20 % adotando o sistema RKW na apuração do preço de

venda.

Custos

• Fixos unitários: 28.000,00 / 700 unidades = 40,00

• Variáveis unitários: 30,00

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Despesas

• Fixas unitárias: 3.500,00 / 700 unidades = 5,00

• Variáveis unitárias: 10,00

• Total unitário: 40,00 + 30,00 + 5,00 + 10,00 = 85,00

Total unitário de produção e venda 85,00

20 % de margem de lucro 17,00

Preço de venda unitário 102,00

Atenção: Numa economia de mercado, as empresas modernas só lançam um produto no

mercado após avaliar o comportamento da concorrência e, acima de tudo, o comportamento

do consumidor e aquilo que ele se dispõe a pagar.

Portanto, é este valor aceito pelo mercado que se constitui referência para formação de

preço. Definido o preço de venda, o empresário dimensiona seus custos, despesas e

margem de lucro segundo o limite identificado no mercado.

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UNIDADE 22

Objetivo: Introduzir conceitos de Ponto de Equilíbrio, destacando sua importância na identificação do momento em que a empresa começa a definir seus lucros, ou alcançar o ponto onde não há lucro nem prejuízo.

PONTO DE EQUILÍBRIO

Ponto de equilíbrio contábil é aquele em que, produzindo e vendendo um determinado

número de unidades, a indústria tem resultado zero, isto é, não há lucro ou prejuízo.

Ponto de equilíbrio contábil em unidades:

Onde:

PE = ponto de equilíbrio em unidades

CFT = custos fixos totais

DFT = despesas fixas totais

MCU = margem de contribuição unitária

Uma indústria apresenta os seguintes dados:

Custos variáveis unitários 40,00

Despesas variáveis unitárias 35,00

Custos fixos totais 15.000,00

MCU

DFT CFT PE

+=

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Despesas fixas totais 10.000,00

Venda unitária 100,00

Seu ponto de equilíbrio em unidades será:

Ponto de equilíbrio em receitas:

1.000 unidades do PE x 100,00 venda unitária = 100.000,00 PE em receitas

DEMONSTRAÇÃO

Vendas

1.000 unidades X 100,00 100.000,00

Custo dos Produtos Vendidos

Fixos 15.000,00

Variáveis: 1.000 unidades X

40,00

40.000,00 55.000,00

unidades 1.000 PE

35,00) (40,00 - 100,00

10.000,00 15.000,00 PE

MCU

DFT CFT PE

=

+

+=

+=

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Lucro Bruto 45.000,00

Despesas

Fixas 10.000,00

Variáveis: 1.000 unidades X

35,00

35.000,00 45.000,00

Resultado Líquido - 0 -

Produzindo e vendendo acima do ponto de equilíbrio, a indústria terá lucro; abaixo, prejuízo.

Para calcular o resultado, verificamos a diferença entre a quantidade de produção e venda e

a quantidade do ponto de equilíbrio, multiplicando-a pela margem de contribuição.

1.200 unidades produzidas e vendidas - (1.000) unidades do PE = 200 diferença

x 25,00 margem de contribuição unitária = 5.000,00 lucro líquido

Como no ponto de equilíbrio a indústria já cobriu seus custos e despesas fixas, para cada

unidade adicional acima deste ponto, só haverá custos e despesas variáveis, e o resultado

será a margem de contribuição das unidades que ultrapassam o ponto de equilíbrio.

Se a indústria produzir e vender 900 unidades:

900 unidades produzidas e vendidas - (1.000) unidades do PE = (100)diferença

x 25,00 margem de contribuição unitária = (2.500,00) prejuízo líquido

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Gráfico do ponto de equilíbrio

Traça-se um sistema de eixos cartesianos, cujas ordenadas (y) representam valores em

reais e as abcissas (x) representam percentagem, meses do ano e dias do mês ou ainda a

produção em unidades físicas.

Determinamos então o ponto A tendo como coordenadas:

Unindo o ponto A a origem, teremos a reta das receitas.

Traça-se em seguida uma paralela a eixo dos x (abcissas), no ponto correspondente em

reais aos custos fixos, denominado ponto B. A seguir, define-se C que corresponderá aos

custos totais (CT = CF + CV).

As coordenadas desse ponto são:

Uma vez determinado o ponto C, ele será unido ao ponto B, obtendo-se uma reta dos custos.

A intercessão das retas de receitas e custos determina o Ponto de Equilíbrio.

X = Prod. Total (PT)

Y = Receita Total (RT)

X = PT

Y = CT

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As coordenadas desse ponto nos fornecerão:

Conclusão: A empresa atinge o Ponto de Equilíbrio quando as vendas se igualam ao total

dos custos e despesas. Recomenda-se apurar o Ponto de Equilíbrio antes (como uma

previsão), durante (acompanhamento) e após (como avaliação).

X = Produção de Equilíbrio

Y = Receita de Equilíbrio

PE

A

C

B

y

x

Custos Fixos

Custos Variáveis

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131

Antes de dar continuidades aos seus estudos é fundamental que você acesse sua

SALA DE AULA e faça a Atividade N no “link” ATIVIDADES.

Com o estudo do Ponto de Equilíbrio, considere uma indústria apresenta os seguintes dados:

Custos variáveis unitários 60,00

Despesas variáveis unitárias 55,00

Custos fixos totais 33.000,00

Despesas fixas totais 20.000,00

Venda unitária 300,00

Pede-se:

1. Qual a quantidade a ser vendida no Ponto de Equilíbrio?

2. Identificada a quantidade de equilíbrio, qual a receita neste ponto?

3. Se a empresa produzir e vender 500 unidades acima do Ponto de Equilíbrio,

qual será seu Lucro Líquido?

4. Se a empresa vender 300 unidades abaixo do Ponto de Equilíbrio, qual será

seu Prejuízo Líquido?

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UNIDADE 23

Objetivo: Apresentar os conceitos vigentes para formação de preços de venda dos produtos, partindo dos dados de custos contidos no sistema de informações contábeis.

CONCEITOS DE FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA

Formação de preços a partir do custo e sua validade

O pressuposto básico para tal técnica é que o mercado está disposto a absorver os preços

de venda determinados pela empresa, que, por sua vez, são calculados em cima de seus

custos reais ou orçados. Sabemos que, na verdade, isso nem sempre pode acontecer,

ficando, então, eventualmente, invalidado tal procedimento.

De qualquer forma, é necessário um cálculo sobre os custos, tendo em vista que, através

dele, podemos pelo menos ter um parâmetro inicial ou padrão de referência para análises

comparativas.

Além disso, diversas outras situações podem exigir a utilização dos procedimentos de

formação de preços de venda a partir do custo, como:

a) Estudos de engenharia e mercadologia para introdução de novos produtos;

b) Acompanhamento dos preços e custos dos produtos atuais;

c) Novas oportunidades de negócios;

d) Negócios ou pedidos especiais;

e) Faturamento de produtos por encomenda;

f) Análise de preços de produtos de concorrentes etc.

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133

Diante disso, vamos estudar as principais variantes da formação de preços de venda, dentro

do sistema de informação contábil.

Formação de preços a partir do custeio por absorção

É a técnica mais utilizada. Tomam-se como base os custos industriais por produto, e

adicionam-se as taxas gerais de despesas administrativas e comerciais, despesas

financeiras e margem desejada.

Apesar de várias desvantagens teóricas conhecidas sobre a utilização do Custeio por

Absorção, tanto KAPLAN & ATKINSON quanto LERE admitem que na prática este ainda é o

critério mais utilizado para a formação de preços de venda, basicamente porque o método é

simples de se usar.

Formação de preços a partir do custeio direto/variável

Em vez de se tomar como base o custo por absorção (equivalente ao custo da fábrica, que

inclui tanto os custos diretos como os indiretos), o valor básico de referência para formar o

preço de venda neste critério são os custos diretos ou variáveis, mais as despesas variáveis

do produto que possam ser identificadas. Após isso, a margem a ser aplicada deverá cobrir,

além da rentabilidade mínima almejada, também os custos e despesas fixas, que não foram

alocados aos produtos.

Este critério é coerente com análise de custo/volume/lucro, ao determinar, na formação de

preço de venda, a margem de contribuição de cada produto.

Formação de preços a partir dos custos de transformação

Dependendo dos valores dos itens comprados de terceiros, algumas empresas não

requisitam, no preço de venda, absorção das despesas operacionais e margem de lucro dos

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valores desses materiais ou serviços adquiridos de terceiros. Neste caso, tomam como base

para formação dos preços de venda apenas os valores gastos a título de transformação do

produto.

A utilização dessa técnica tende a ser eventual, principalmente para pedidos especiais.

Formação de preços a partir do mercado

A teoria econômica indica que quem faz o preço de venda dos produtos é o mercado,

basicamente através da oferta e procura, fazendo as devidas considerações para situações

de monopólio, oligopólio, mercados cativos e situações similares.

Assumindo essa condição, praticamente seria desnecessário o cálculo dos custos e

subseqüente formação de preços a partir dele.

O que a empresa teria que fazer seria abalizar corretamente o preço de mercado do produto

através dos preços dos concorrentes existentes, ou através de pesquisas de mercado (no

caso de produtos inéditos), e fazer considerações específicas de gastos de comissões,

canais de distribuição, publicidade, localização da fábrica etc.

O preço de mercado possibilita na realidade a situação inversa da formação de preços de

venda. Assumindo a condição de que o preço que o mercado está pagando é o máximo que

a empresa pode atribuir ao seu produto, o preço de mercado passa a ser o elemento

fundamental para a formação dos custos e despesas.

Diante disso, parte-se do preço de venda, deduz-se a margem mínima que a empresa quer

obter, bem como os custos financeiros de financiamento da produção e os efeitos monetários

sobre o capital de giro, e obtém-se o máximo que pode custar internamente tal produto para

a empresa.

A partir da obtenção desse dado, se a empresa se vê em condições de produzir e vender tal

produto com o lucro desejado, o custo obtido passa a ser o custo-padrão ideal, ou segundo

NAKAGAWA o custo meta.

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Exemplo:

Preço de venda de mercado $ 100,00

(-) margem de lucro, desejada ou necessária $ (10,00)

Custo Meta $ 90,00

Atenção: Numa economia de mercado, afastadas as mazelas do monopólio ou do oligopólio,

as empresas modernas só lançam um produto após avaliar o comportamento da

concorrência e, acima de tudo, o comportamento do consumidor naquilo que ele se dispõe a

pagar. Portanto, se é este valor aceito pelo mercado, ele acaba por se constituir a referência

máxima para formação do preço.

Definido o preço de venda, o empresário dimensiona seus custos, despesas e margem de

lucro segundo o limite identificado no mercado. Essa visão, dependendo da estrutura

produtiva de cada empresa, é fator de decisões múltiplas: da desistência de um determinado

projeto até a revisão total da estrutura interna de custos.

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136

Vamos refletir sobre pontos a serem considerados na “análise da viabilidade de um

determinado negócio”.

É da natureza do homem identificar sempre como “potencialidade ociosa”, algo que

transformado poderia gerar novos valores na sua relação com o mercado. Refiro-me à

capacidade do ser humano em gerar novas riquezas econômicas, sem as quais, uma nação

não sobreviveria.

Entretanto, o índice de “suicídio empresarial” é demasiadamente grande. Isto por falta de

preparo ou erros de avaliação, gerando enormes prejuízos aos investidores. Sendo assim,

como minimizar o risco de um empreendimento?

1. No plano financeiro como devemos abordar o fenômeno da “Lucratividade” (preço-

custo) em relação aos produtos/serviços concorrentes – será que o produto/serviço é

realmente lucrativo?

2. É importante identificar as necessidades de capitais (fixo e giro) e adicioná-los para o

novo negócio ou produto?

3. Como um gestor contábil poderia colaborar com o empreendedor no lançamento de

um novo produto/serviço?

Emita a sua opinião e conheça a dos demais participantes.

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UNIDADE 24

Objetivo: Apresentar os conceitos e as características fundamentais da produção por ordem, da produção contínua e do equivalente produção com exemplos objetivos.

PRODUÇÃO POR ORDEM E PRODUÇÃO CONTÍNUA

Conceitos

Na produção por ordem, a indústria fabrica produtos com características

estabelecidas pelos clientes, como é o caso das gráficas, que imprimem

uma série de cartões, formulários, blocos, etc., de acordo com os tipos

exigidos pelos clientes.

Também é produção por ordem aquela em que os produtos são fabricados com

especificações estabelecidas pela própria indústria, como cores, modelos, acessórios ou

tamanhos diferentes. É o caso de veículos não fabricados em série e que, apesar de não

serem produzidos através de especificações dos clientes, apresentam características

particulares.

Na produção contínua, a indústria fabrica os produtos por ela estabelecidos e de igual

formato, para oferta aos clientes, como é o caso de uma fábrica de cervejas.

Algumas indústrias produzem apenas por ordem; outras de forma contínua; e há as que

produzem por ordem e continuamente. Certas indústrias fabricam alguns dos componentes

de seus produtos de forma contínua e outros componentes por ordem. É o caso de uma

indústria de máquinas que produz continuamente as peças mecânicas e elabora por ordem a

carcaça, pintura, o acabamento, etc.

Na produção por ordem, os custos são acumulados para cada ordem de produção ou

encomenda, sendo encerrados apenas quando da conclusão do produto.

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Na produção contínua, o encerramento dos custos é feito no final de um período determinado

(semana, quinzena, mês, etc.). As contas de custos são encerradas ao final desse período, e

não à medida que os produtos vão sendo acabados. É dividido o custo total de produção do

período pelo número de unidades fabricadas no mesmo período, chegando-se ao custo

unitário médio de produção.

Equivalente de produção

O equivalente de produção diz respeito à produção contínua e será ilustrado com os

exemplos apresentados em seguida:

Em determinado período, uma indústria efetua custos de produção de 10.000,00, para iniciar

e acabar 1.000 unidades. O custo unitário de produção seria:

10.000,00 / 1.000 unidades = 10,00 por unidade acabada

Se a indústria, porém, realizasse custos de produção de 10.000,00 para iniciar 1.000

unidades, mas, no final do período, ainda tivesse 200 unidades em elaboração, no estágio de

90 % acabadas (já foram aplicados 90 % de matéria-prima, mão-de-obra direta e dos gastos

gerais de fabricação), o custo unitário de produção seria:

• Unidades iniciadas e acabadas no período: 800 unidades

• Unidades iniciadas no período e ainda em elaboração no final do período

(consideradas como proporcionalmente acabadas) - 200 unidades X 90 % = 180

unidades

• Equivalente total de produção = 800 unidades + 180 unidades = 980 unidades

acabada unidadepor 10,20 unidades 980

10.000,00

produção de totaleEquivalent

período do produção de Custos==

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Apesar de não terem sido de fato concluídas, as 200 unidades em elaboração foram

computadas como proporcionalmente acabadas (200 unidades 90 % acabadas equivalem a

180 unidades 100 % acabadas).

No cálculo do custo médio unitário, levamos em consideração, portanto, as unidades

proporcionalmente acabadas. Caso contrário, os custos realizados com as unidades ainda

em elaboração seriam tratados como parte do custo das unidades efetivamente acabadas.

Os custos incorridos no período foram aplicados tanto às unidades acabadas, quanto às

unidades ainda em elaboração.

O estoque de produtos acabados seria:

800 unidades x 10,20 8.160,00

E o estoque de produtos em elaboração:

200 unidades em elaboração x 90 % 180 unidades acabadas (proporcionalmente) x 10,20 1.836,00

O custo de cada unidade em elaboração corresponde a 90 % do custo de uma unidade

acabada. Logo, o cálculo poderia ser feito da seguinte forma:

10,20 por unidade 100 % acabada x 90 % 9,18 por unidade 90 % acabada x 200 unidades 90 % acabadas 1.836,00

Digamos que fossem consideradas apenas as unidades de fato acabadas nesse cálculo:

10.000,00 / 800 unidades = 12,50 por unidade acabada

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O custo de 12,50 por unidade seria referente às 800 unidades acabadas, mas embutiria os

custos aplicados também nas 200 unidades ainda em elaboração.

Por esse raciocínio, teríamos o estoque de produtos em elaboração igual a 10.000,00 (800

unidades X 12,50) e o estoque de produtos em elaboração com valor igual a zero.

Imaginemos que uma indústria começasse a produção em determinado período com 200

unidades vindas do período anterior, no estágio de 90 % acabadas. No atual período, os

custos de produção foram 9.300,00, sendo iniciadas 1.000 unidades. Destas unidades, 300

estavam em elaboração no final do período, no estágio de 70 % acabadas.

O custo unitário de produção seria:

• Unidades iniciadas no período anterior e acabadas no período, proporcionalmente:

200 unidades X 10 % = 20 unidades.

• Unidades iniciadas e acabadas no período: 1.000 unidades - 300 unidades em

elaboração = 700 unidades

• Unidades iniciadas no período e, ainda, em elaboração, proporcionalmente acabadas:

300 unidades X 70 % = 210 unidades.

• Equivalente total de produção = 20 + 700 + 210 = 930 unidades

As unidades iniciadas no período anterior e acabadas no período (200 unidades) foram

transferidas do período anterior no estágio de 90 % acabadas. os custos aplicados no

período a estas unidades representaram o equivalente a apenas 10 %.

Digamos que uma indústria iniciasse 1.000 unidades e que tivesse apurado os seguintes

custos para o período:

acabada unidadepor 10,00 unidades 930

9.300,00

produção de totaleEquivalent

período do produção de Custos==

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Matérias-primas 4.500,00

Mão-de-obra direta 2.800,00

Gastos gerais de fabricação 4.200,00

Total 11.500,00

Cada uma das 1.000 unidades se encontrava nos estágios abaixo:

Matérias-primas 90 %

Mão-de-obra direta 70 %

Gastos gerais de fabricação 60 %

As unidades proporcionalmente acabadas, em relação a cada um dos itens de custos acima,

seriam:

Matérias-primas

1.000 unidades

Estágio de elaboração

90 %

Equivalente em unidades

900 unidades

Mão-de-obra direta

1.000 unidades

70 %

700 unidades

Gastos gerais de fabricação

1.000 unidades

60 %

600 unidades

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E o custo unitário de produção seria:

• Matérias-primas: 4.500,00 / 900 unidades = 5,00

• Mão-de-obra direta: 2.800,00 / 700 unidades = 4,00

• Gastos gerais de fabricação: 4.200,00 / 600 unidades = 7,00

• Custo unitário total = 16,00

Para sua informação

Importante: O controle interno reduz os riscos cotidianos na empresa.

Para evitar riscos com fraudes, erros e perda de controles, empresas implantam áreas de

controles internos preventivos, focando nelas a atuação de seus gestores:

• Controles internos a serem utilizados pelas empresas para as operações envolvendo

o ciclo de pagamentos: autorizações, solicitações de compras, ordens de compras,

recebimentos das mercadorias, funções das contas a pagar e pagamentos (emissão

de cheques, segregações de funções, conferências, etc.).

• Controles internos a serem utilizados pelas empresas para as operações envolvendo o

ciclo de recebimento: pedido do cliente, faturamento, crédito e cobrança, expedição,

contas a pagar, recebimento, contabilidade e auditoria.

• Controles internos envolvendo o ciclo de produção da empresa.

• Controles internos gerais de Contabilidade, Reconciliações bancárias, Segurança,

Seguros Serviços administrativos e Sistemas.

• Controles e segurança de informação, medidas a serem tomadas objetivando evitar

ataques de vírus, códigos hostis, ameaças físicas, tornando seguros os dados de

informação, bem como medidas de segurança de rede, da WEB e de e-mails.

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• Controles internos na área tributária, DCTF, Declaração de Renda, Lucro Real e

retenções de IRRF, INSS, ISS, PIS e COFINS.

• Controles internos na área de Recursos Humanos: Admissão, documentação, cartão

ponto, horas extras, folha de pagamento, INSS, FGTS, IRRF, Férias, 13º salário,

Rescisões, Segurança e Medicina do Trabalho, Laudos Técnicos e outros.

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UNIDADE 25

Objetivo: Identificar os conceitos, as características e os elementos básicos do planejamento, enquanto ato de decidir antecipadamente o que fazer, quando fazer e quem deve fazer.

PLANEJAMENTO – CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Definição

É o passo original na tomada de decisão da ação administrativa. Planejar é decidir

antecipadamente o que fazer, quando fazer e quem deve fazer.

Características

• Definição de objetivo

• Estabelecimento dos recursos

• Redução da incerteza do futuro pela preparação

Elementos básicos

• Base informativa (avaliação de condições)

• Definição de objetivos (resultados esperados)

• Elasticidade (previsão de alternativas) - flexibilidade

• Facilitar a tomada de decisões (escolha entre alternativas)

Plano

É o resultado do planejamento. É o produto final que torna operacional o planejamento.

Projeto - É o aperfeiçoamento do Plano é a técnica especial de feitura do Planejamento.

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Tipos de planejamento administrativo

• Especial ou Parcial:

É aquele que atingido o seu objetivo, deixa de ser utilizado. É específico.

Exemplo: tornar conhecido um produto novo que vai ser lançado no mercado.

• Geral ou Estratégico:

Seus objetivos são permanentes.

Exemplo: programação de vendas de todos os produtos de sua linha de produção

Planejamento operacional

Aspecto setorial de um Plano. É um desdobramento do Plano. É a sua execução.

Projeto

Significa a expansão de um plano, o seu aperfeiçoamento.

ELEMENTOS BÁSICOS CARACTERÍSTICAS

Informação Definição de objetivos

Resultados esperados Estabelecimento de recursos

Flexibilidade Projeção futura

Decisões sobre fins e meios

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Objetivos

• Determina o que o grupo de pessoas deve fazer.

• É o passo original na tomada de decisão.

• É decidir antecipadamente o que fazer, quando fazer e quem deve fazer.

Importante: Antes de fazer as provas on line ou presencial faça os exercícios das atividades

propostas. Elas irão “facilitar” seu desempenho durante as referidas provas.

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UNIDADE 26

Objetivo: Essencialmente, nesta unidade vamos definir com objetivamente planejamento, plano e tomada de decisão, procurando distinguir as etapas nas suas particularidades enquanto ações gerenciais.

PLANEJAMENTO, PLANO E TOMADA DE DECISÃO

Para melhor entender a natureza do planejamento, deve-se conceituar três termos -

planejamento, plano e tomada de decisão - importantes do processo administrativo.

Planejamento:

A função de Planejar é definida como a análise de informações relevantes do presente e do

passado e a avaliação dos prováveis desenvolvimentos futuros de forma que um curso de

ação seja determinado e que torne possível à organização atingir seus objetivos já

determinados.

Segundo Ackoff, planejamento pode ser definido como: "0 Projeto de um estado futuro

desejado e de meios efetivos para torná-lo realidade".

O autor ainda completa dizendo que o planejamento é um típico processo de tomada de

decisão, embora nem toda a tomada de decisão seja planejamento.

Plano:

A recomendação de um curso de ação estabelecida no planejamento é o plano. É através

do plano que o planejamento se torna operacional.

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Tomada de Decisão:

Tomada de decisão é uma atividade inerente ao processo de planejamento como um todo.

Tomar uma decisão é fazer uma escolha entre duas ou mais alternativas.

A alternativa escolhida é a decisão.

O Processo de tomada de decisão é uma tentativa racional, por parte do administrador, de

atingir os objetivos propostos pela organização. Ele obedece ao seguinte roteiro básico:

1. Determinação do problema;

2. Desenvolvimento de alternativas possíveis para melhor solucionar o problema;

3. Análise das alternativas. Essa análise será feita em função de pontos fracos e

fortes de cada alternativa;

4. Seleção da melhor alternativa.

O CONTEXTO DO PLANEJAMENTO

LONGO PRAZO - ESTRATÉGICO

MÉDIO PRAZO - TÁTICO

CURTO PRAZO - OPERACIONAL

O entendimento comum sugere a existência de um processo em curso, e o objetivo

precípuo é permitir que o gestor possa orientar ou tomar uma decisão. Sendo assim,

nunca é demais fixar que tomar uma decisão é fazer uma escolha entre duas ou mais

alternativas, o que acontece dentro de um processo, obedecendo a um roteiro específico.

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UNIDADE 27

Objetivo: Apresentar as fases que orientam o planejamento no seu contexto de estratégia e dinâmica operacional, observando limites e revisões possíveis ao longo de sua eficácia e geração de resultados.

ASPECTOS OPERACIONAIS DO PLANEJAMENTO

Principais Fases do Planejamento

O resultado do processo de planejamento é um plano a ser colocado em execução.

Devemos ter sempre em mente que qualquer plano está sujeito à revisão. É, portanto,

considerado um processo contínuo e dinâmico.

As principais fases necessárias para a geração de um planejamento são:

• obtenção de informações

• análise dos dados e informações obtidos

• previsão dos acontecimentos futuros

• decisões sobre:

• fins - especificações dos objetivos e metas

• meios - seleção das políticas, programas e procedimentos

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Planejamento Estratégico é:

• PROSPECÇÃO

• ANTECIPAÇÃO

• CRIAÇÃO

• ANTEVISÃO

• ADAPTAÇÃO

• SIMULAÇÃO

Planejamento Estratégico não é:

• PROJEÇÃO

• IMPROVISAÇÃO

• ADIVINHAÇÃO

• CASUÍSMO

Cabe também esclarecer as diferenças fundamentais que justificam a utilização do

Planejamento Estratégico em substituição ao planejamento tradicional, conforme indicado

abaixo:

Planejamento Tradicional X Estratégico

PLANEJAMENTO TRADICIONAL PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Centralizador Participativo

Formulação demorada Formulação rápida

Projetivo Prospectivo

Passado e presente Passado-Presente-Futuro

Prepara para o futuro Constrói o futuro

Espera acontecer Faz acontecer

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Reativo Proativo-Interativo

Intramuros Ambiente

Arquipélago Continente (sistêmico)

Rotina Novidade

Rígido Flexível

Estático Dinâmico

Estrito Abrangente (multidisciplinado)

Eficiente Eficiente e eficaz

Quantitativo Quantitativo e Qualitativo

Eficácia do Planejamento

Uma das dimensões consideradas significantes no planejamento é até que ponto o ato de

planejar contribui mais ou menos para a eficácia organizacional. Em recente pesquisa foi

possível mostrar alguns fatores que tornam o planejamento eficaz.

1. Quando o planejamento é bem elaborado, contribui para reduzir ambigüidade e

conflito de posições, dentro da estrutura organizacional.

2. Relacionado com o que dissemos acima, o planejamento limita ações arbitrárias.

3. O planejamento reduz o grau de incerteza dentro da organização.

4. O planejamento permite à organização ter maior capacidade de tratar com as

incertezas tanto do ambiente externo como do interno.

5. O planejamento força o administrador a considerar fatores, para efeito de tomada de

decisão, que dificilmente seriam considerados sem um planejamento.

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6. O planejamento é importante, pois contribui para o desempenho das demais funções

do processo administrativo. Sem a definição de um caminho como referência, todas as

funções administrativas teriam dificuldades em dirigir suas atividades em torno de um

objetivo.

Os Limites do Planejamento

Existem vários fatores que limitam a execução e implantação do planejamento. Uma das

limitações é inerente à previsão.

Estabelecer um modelo para a definição de políticas e premissas básicas baseadas em

previsão não traz muitos benefícios à empresa, uma vez que essa previsão é limitada pela

ação do tempo, ou seja, o que foi previsto pode não ocorrer ou pode modificar-se com o

tempo.

Avaliação de um Planejamento

Um processo de planejamento deve ser avaliado sob dois aspectos: sob o aspecto de

procedimento ou processual e sob o aspecto econômico. No tocante ao procedimento do

planejamento analisamos e revisamos os procedimentos seguidos e as características

resultantes que diferenciam os planos com sucesso dos planos com fracasso. Os critérios

utilizados são descritivos, e as dimensões utilizadas para essa análise são:

• Complexidade do plano

• Grau de compreensão

• Tempo de duração

• Grau de especificidade

• Flexibilidade

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• Freqüência

• Natureza confidencial

• Formalidade

• Facilidade de implantação

• Facilidade de controle

O segundo aspecto da avaliação do planejamento é a determinação do grau de

economicidade do plano. Para poder determinar o valor econômico do planejamento é

necessário usar uma técnica que permita descrever qualquer plano em termos econômicos.

Cada planejamento tem suas próprias características, em função do tipo de empresa para a

qual o plano está sendo executado. Entretanto, é possível um planejamento ser executado

com grande sucesso, porém não ser o mais apropriado para aquela situação específica.

Há um conceito amplamente utilizado no campo da economia que pode ser usado para

determinar se um planejamento dá a máxima contribuição aos objetivos empresariais:

“A eficácia econômica em planejamento resulta em planos que maximizam o

atendimento dos objetivos organizacionais através da utilização mais eficiente

dos recursos disponíveis”.

Os planos fins deverão dispor sobre as rotinas e Procedimentos que detalharão as normas.

Os planos meios na A P O a direção ou gerência superior define as metas e os

subordinados, as executam, sob constante supervisão.

Na cadeia escalar tem que se observar a capacidade do alto escalão em planejar em longo

prazo (enxergar em longo prazo).

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A EFICÁCIA DO PLANEJAMENTO

ESTÁ LIGADA AO PRODUTO FINAL

*Boa elaboração

*Normalização

*Reduz a incerteza

*Referência

*Tomada de decisão

*Integra as demais funções

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UNIDADE 28

Objetivo: Apresentar o processo administrativo, como parte integrante daquilo que foi previamente planejado, destacando os tipos de organizações mais presentes nos contextos organizacionais.

ORGANIZAÇÃO

Definições:

É o processo administrativo que visa a estruturação da empresa, reunindo pessoas de

acordo com o planejamento efetuado (Idalberto Chiavenato).

É a “PARTE VIVA" da empresa.

É a função administrativa que vem depois do planejamento e que antecede à direção e ao

controle.

Tipos de Organizações:

• Organização formal: é a organização planejada e que está no papel, isto é, a estrutura

organizacional definida pela direção da empresa e expressa formalmente através do

organograma e do manual de organização da empresa.

A organização formal é constituída de órgãos (Diretorias, Departamentos, Divisões,

Seções etc.) e de cargos (Diretores, Gerentes, Chefes, Supervisores, funcionários em

geral).

• Organização informal: é a organização que surge espontânea e naturalmente entre as

pessoas que ocupam posições na organização formal. As pessoas formam entre si

relações de amizades ou de antagonismos, formando grupos sociais que não

aparecem no organograma nem no manual de organização.

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• Organização como função administrativa do processo administrativo: neste caso,

organização significa o ato de organizar, estruturar e integrar os recursos e os órgãos,

estabelecendo as relações entre eles e as suas respectivas atribuições. Aqui, a

organização vem depois do planejamento e se antecipa à direção e ao controle.

ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS FORMAIS

São representadas pela pirâmide hierárquica

Princípios Fundamentais da Organização

Os Cinco Princípios Fundamentais da Organização (segundo Idalberto Chiavenato).

Classificação das Organizações

Serviço: organizações que existem para servir pessoas que necessitam das atividades

desenvolvidas por essas organizações sem pagamento pelas assistências recebidas.

Econômica: organização que produz e distribui mercadorias e serviços através de alguma

forma de pagamento.

ORGAN I ZAÇÃO

- Princípio da Especialização - Princípio da Definição Funcional - Princípio de Autoridade e Responsabilidade

- Princípio Escalar - Princípio das Funções de Linha de Staff

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Religião: grupos que servem às necessidades espirituais de seus membros.

Proteção: organização que tem como objetivo proteger a população.

Governamental: que tem a finalidade específica de governar uma unidade da população.

Social: organização que serve para atender às necessidades de seus membros de manter

uma atividade social ou pertencer a um grupo social.

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UNIDADE 29

Objetivo: Analisar o Processo Decisório sob a ótica da Contabilidade Gerencial, buscando destacar fatores como: qual a decisão deve ser tomada diante das alternativas disponíveis; tomando por base as variáveis envolvidas na decisão, sempre com o objetivo de tornar a informação um instrumento pleno de gestão.

PROCESSO DECISÓRIO

Generalidades

Qual decisão tomar?

A gerência enfrenta alguns problemas na hora de tomar decisões, como por exemplo:

fabricar ou comprar? Para respondê-los, algumas informações contábeis são necessárias.

Variáveis envolvidas na decisão:

Comparação entre custos;

Grau de ocupação da capacidade da fábrica antes de se tomar a decisão;

Problemas de mercado, tempo de espera e qualidade das partes;

Segurança em longo prazo.

Um exemplo: a empresa Alfa S.A. solicitou a opinião do contador a fim de decidir se valia a

pena continuar fabricando uma peça de um produto ou se seria melhor adquiri-la de um

fornecedor externo.

O preço de venda dessa peça é de $ 469,12. A empresa precisa, atualmente, de 5.009

unidades de tais peças. Os custos diferenciais para produzi-las estão discriminados abaixo:

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Custos Diferenciais da Peça X Quantidade: 5.009

Materiais $ 1.026.200,00

Mão-de-obra Direta $ 1.641.920,00

Mão-de-obra Indireta $ 351.840,00

Consumo de Força $ 17.592,00

Outros Custos $ 37.530,00

Adquirindo de um fornecedor, teríamos os seguintes custos adicionais:

• Fretes: $ 1,00 por unidade;

• Mão-de-obra indireta adicional para Recepção, Inspeção, Manuseio dos Materiais,

etc.: $ 293.200,00 (inclusive encargos sociais).

O quadro abaixo permite visualizar qual decisão deve ser tomada.

Quadro de Comparação de Alternativas

Discriminação Custos

Fabricando a Peça ($) Comprando a Peça ($)

Matéria-prima 1.026.200,00 2.349.822,00

Valor das peças --- 293.200,00

Fretes --- 5.009,00

Mão-de-obra Indireta 651.840,00 ---

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Mão-de-obra Direta 1.641.920,00 ---

Força e Outros Custos 55.122,00 ---

Total 3.075.082,00 2.648.031,00

Com a opção de compra da peça, é preciso que se considere como custo da fabricação, o

que se economizaria deixando de utilizar as máquinas como a redução na depreciação e no

seguro que daria um total de $ 87.960,00. Esse valor é somado ao valor de se continuar

fabricando, como custo alternativo, passando para $ 3.163.042,00.

A partir desses valores, optaríamos por comprar a peça, ao invés de fabricá-la.

Numa decisão desse tipo é mais fácil verificar os custos da compra, pois, no que diz respeito

aos custos de fabricar, é preciso tomar muito cuidado em selecionar apenas os custos que

não seriam incorridos caso as peças não fossem fabricadas.

Os custos variáveis são diferenciais, isto é, se optarmos por não fabricar e as despesas com

a mão-de-obra indireta somarem $ 100.000,00, e se essas despesas não se alterarem com a

fabricação, esse valor não pode ser considerado como custo de alternativa de fabricar. Pois

se utilizou o mesmo volume de supervisão antes e após a fabricação.

Já se os custos com mão-de-obra indireta antes da fabricação forem de $100.000,00 e, após

a fabricação, subirem para $ 120.000,00, somente a diferença de $ 20.000,00 poderá ser

apropriada como custo de fabricar.

Entretanto, apesar do exposto acima, é sempre muito arriscado tomarmos uma decisão de

adquirir ao invés de fabricar. Se a diferença entre as opções for pequena, geralmente, os

gerentes optam por fabricar na própria empresa. E, na opção de adquirir, é preciso que

alguns aspectos sejam avaliados, como:

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1. Se a qualidade da peça adquirida é similar à fabricada;

2. Comparação entre os prazos de entrega e o período necessário para a fabricação da

mesma;

3. Se a peça é de fácil abastecimento, etc.

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UNIDADE 30

Objetivo Destacar os tipos de relatórios que irão sedimentar a decisão, considerando que eles devem permitir o entendimento recíproco entre os vários níveis da organização.

Relatórios importantes para a tomada de decisões

O resultado do trabalho desenvolvido pela Contabilidade Gerencial deve ser apresentado sob

a forma de relatórios para os vários níveis de gerência.

Nível alto de gerência

Este nível é representado pelo Presidente, Diretores, acionistas ou o Conselho de

Administração. Estão interessados nas informações do tipo estratégico.

Por exemplo:

Presidente: Interessa-se por questões do tipo:

Estamos conseguindo a fatia de mercado estabelecida em nossas metas e políticas?

A política de endividamento da empresa foi bem sucedida?

Diretores:

De Marketing ���� como foram as vendas mensais após a última campanha de promoção e

propaganda?

Financeiro ���� interessa-se nas questões similares às do Presidente, só que com maior

detalhamento sobre as fontes e aplicações de recursos;

Técnico ���� interessa-se por maiores detalhes sobre a produção.

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Nível intermediário de administração

É nesse nível que o contador gerencial (controller) encontrará maior receptividade para seus

relatórios e análises. Se os gerentes tiverem controle e responsabilidade por receitas e

despesas, o melhor para esse nível será um relatório comparativo de receitas e despesas

realizadas com os valores orçados.

Um bom controller é aquele que procurará, dentro do possível, penetrar nos departamentos

para colher informações e até fazer retornar relatórios de desempenho aos setores, sempre

com a finalidade de motivar a organização para um desempenho melhor. Isso exige

paciência e um bom conhecimento da empresa.

Nível inferior de administração

Estão neste nível os supervisores de processos, linhas de montagem, etc. Os relatórios

devem conter informações detalhadas e restritas quanto à amplitude. Deve focalizar

aspectos como comparação entre o padrão e o real, com a análise de variações:

comparações entre programação da produção para o dia e unidade efetivamente produzida,

e assim por diante.

Embora muitos relatórios sejam gerados pelos próprios setores, o controller deve ter perfeito

domínio do seu conteúdo e formato, pois devem servir de base para os relatórios gerenciais

dos outros níveis.

Periodicidade dos relatórios

Relatórios diários (exemplos): posição de bancos, de duplicatas, de produção, de posição

de itens estratégicos de estoque, etc.;

Relatórios semanais (exemplos): produção da semana comparada com a previsão,

faturamento comparado com o previsto, etc.;

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Relatórios quinzenais: vários do tipo acima;

Relatórios mensais (exemplos): balancetes resumidos para a administração, comparando

o orçado com o realizado e o com o realizado no mesmo mês do ano anterior; balanço e

demonstrativo de resultados mensais, etc.;

Relatórios trimestrais, quadrimestrais e semestrais

Relatórios anuais (exemplos): balanço, variações patrimoniais, análise financeira e de

custos, etc.

Sistema de informação gerencial

Premissas a serem observadas:

1. A função da empresa deve ser bem estudada.

2. O subsistema contábil deve ser perfeitamente situado dentro do sistema global de

informações.

3. O subsistema contábil-financeiro, como o maior e mais importante, deve estar se

antecipando às informações necessárias aos diversos setores, através de conversas

com os seus dirigentes, sistematizando a coleta, o tratamento e a apresentação das

informações.

4. É preciso que haja uma adaptação do controller ao estilo da empresa, no sentido de

adequar a periodicidade e o grau de complexidade dos relatórios para que os gerentes

entendam.

5. Os relatórios devem ser apresentados da forma mais simples possível.

6. Se os gerentes não entendem contabilidade, é preciso que alguns termos contábeis

sejam trocados para que possa haver entendimento.

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7. As limitações existem, pois tanto o sistema de informação quando o controller precisa

estar ciente disso, isto é, muitos fatores e eventos importantes para a empresa não

são mensuráveis em moeda.

Um dos profissionais mais procurados e valorizados no mercado mundial das organizações é

denominado Controller. Ele incorpora tanto a capacidade técnica, quanto a visão estratégica

exigida pelas grandes corporações.

É o Contador Gerente que se utiliza da Contabilidade Gerencial nas tarefas de

planejamento, organização, coordenação, controle, direção dos assuntos financeiros,

contábeis e de crédito, imprimindo uma dinâmica de agilidade nas decisões e, acima de

proporcionando resultados no “time” exigido pelo mercado global.

Antes de dar início à sua Prova Online é fundamental que você acesse sua SALA DE AULA e

faça a Atividade 3 no “link” ATIVIDADES.

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GLOSSÁRIO Acionistas - Título de conta destinado a registrar movimentos financeiros em relação a

sócios de sociedades por ações. Geralmente, esta conta é debitada quando há subscrições

de ações.

A descoberto - Expressão que indica geralmente um valor fora de sua finalidade, ou ainda

que não encontra contraposição real ou concreta para sua existência; assim, dizemos:

passivo a descoberto quando há prejuízo, ou, ainda, quando os valores do passivo

superavam aqueles do ativo investido; diz-se que uma conta está a descoberto quando a sua

natureza, devendo ser credora, apresenta um saldo devedor; geralmente esta designação

procura evidenciar uma anormalidade nas transações.

Amortização - Eliminação gradual e periódica do ativo de uma empresa, como encargos de

exercício, das imobilizações financeiras ou imateriais. É habitual confundir-se amortização

com depreciação; a depreciação atinge a perda de valor de coisas materiais, como

máquinas, móveis, etc., e a amortização destina-se apenas a significar perda de valor de

coisas imateriais ou de imobilizações financeiras; são objeto de amortização: despesas gerai

de instalação, aviamentos, dívidas a longo prazo, etc.

Amortização acumulada - Valor de amortização que se refere a diversos exercícios, em

razão da acumulação ou soma; soma de amortizações de diversos exercícios; na legislação

brasileira, as amortizações alcançam os direitos de propriedade comercial e industrial, assim

como os encargos diferidos, que devem ser "deduzidos" dos valores do Ativo e realizados

em um prazo máximo de 10 anos.

Análise contábil - Análise que se fundamenta em normas, métodos e procedimentos

indicados pela técnica e ciência da Contabilidade. Estudo de um ou vários fenômenos por

suas partes, em um patrimônio. Existem vários sistemas de análise contábil: perícias,

demonstrações, verificações de balanços por análises próprias, etc.

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Ativo corrente - O mesmo que ativo circulante; expressão que representa a tradução do

termo inglês current asset.

Ativo de giro - O mesmo que ativo circulante.

Ativo disponível - Grupo ou parte do ativo que reúne os valores que representam a forma

mais líquida do capital, ou seja, o dinheiro.

Azienda - É o sistema de elementos material e pessoal que busca a realização de um fim e

que em sentido dinâmico origina uma série de fatos que concorrem para a formação e o

desenvolvimento da sociedade.

Balanço anual - Balanço realizado no fim de um ano ou exercício.

Capacidade produtiva - Competência que tem um imobilizado para produzir certo número

de unidades.

Contador gerente ou Controller - Aquele que exerce as funções da Contabilidade

Gerencial. São confiadas ao Contador Gerente as tarefas de planejamento, organização,

coordenação, controle, relações e direção dos assuntos financeiros, contábeis e de crédito.

Patrimonial - Relativo a patrimônio.

Perda de fabricação - São os investimentos que não produzem resultado positivo,

constituindo um fator contrário ao lucro na fabricação.

Produção - Fenômeno patrimonial oriundo da ação da mão-de-obra sobre materiais para a

obtenção de um produto.

Retorno de investimento - Medida percentual obtida através de cálculos que evidencia a

recuperação dos investimentos realizados por uma azienda.

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BIBLIOGRAFIA IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade Gerencial: São Paulo: Atlas, 1999.

KAPLAN, Robert S.; ATKINSON, Anthony A. Advance management accounting.2 ed.

Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1989.

McLEAN, Tom. Management accounting education: is theory related to pratice? Management

accounting, jun 1988.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos: São Paulo: Atlas, 1998.

NAKAGAWA, Masayuki. Gestão Estratégica de Custos. São Paulo: Atlas. 1991.

PIZZOLATO, Nélio Domingues. Introdução à Contabilidade Gerencial:

São Paulo:Makron Books, 2000.

RIBEIRO, Osni Moura. Estrutura e Análise de Balanços. Saraiva, 1997.

CREPALDI, Sílvio Aparecido. Contabilidade Gerencial: São Paulo: Atlas.

RIBEIRO, Osni Moura. Análise de Balanço: São Paulo: Saraiva.

TEIXEIRA, Paulo Henrique, Controladoria Empresarial: Portal Tributário Editora.