Contrato Informativo nas mídias sociais digitais

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8/17/2019 Contrato Informativo nas mídias sociais digitais http://slidepdf.com/reader/full/contrato-informativo-nas-midias-sociais-digitais 1/18 Contrato Informativo nas mídias sociais digitais RESUMEN: Este artículo presenta una aproximación teórica y analítica, que es parte de un estudio más amplio sobre la transformación del contrato informativo del periodismo en el ambiente de los medios digitales. Es delimitado a la discusión de los datos externos del contrato de comunicación  propuesto por Charaudeu, en el ambito de la esfera de la producción de periodismo en la red social Faceboo. En esta etapa de la investigación, se observó una adaptación gradual de la esfera  productiva del periodismo con las lógicas de conversación en las redes sociales, lo que indica cambios de procedimiento en el contrato de la información. PALABRAS-CLAVE: Contrato de comunicación, contrato informativo, periodismo digital, medios sociales digitales,  Facebook ABSTRACT !his paper presents a theoretical and analytical approach, "hich is part of a broader research  pro#ect on the transformation of #ournalism informative contract in the ambience of digital social media. $t is delimited to the discussion of external communication contract data proposed by Charaudeu, "ithin the production sphere of #ournalism on Faceboo social net"oring site. %t this stage of research, "e observed a gradual adaptation of the production practices of #ournalism sphere follo"ing the conversational logic of social media, indicating procedural changes in the information contract. E!"#R$S: Communication contract, informative contract, digital #ournalism, digital social media,  Facebook 

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Contrato Informativo nas mídias sociais digitais

RESUMEN:

Este artículo presenta una aproximación teórica y analítica, que es parte de un estudio más amplio

sobre la transformación del contrato informativo del periodismo en el ambiente de los medios

digitales. Es delimitado a la discusión de los datos externos del contrato de comunicación

 propuesto por Charaudeu, en el ambito de la esfera de la producción de periodismo en la red

social Faceboo. En esta etapa de la investigación, se observó una adaptación gradual de la esfera

 productiva del periodismo con las lógicas de conversación en las redes sociales, lo que indica

cambios de procedimiento en el contrato de la información.

PALABRAS-CLAVE:Contrato de comunicación, contrato informativo, periodismo digital, medios sociales digitales,

 Facebook 

ABSTRACT

!his paper presents a theoretical and analytical approach, "hich is part of a broader research

 pro#ect on the transformation of #ournalism informative contract in the ambience of digital social

media. $t is delimited to the discussion of external communication contract data proposed by

Charaudeu, "ithin the production sphere of #ournalism on Faceboo social net"oring site. %t

this stage of research, "e observed a gradual adaptation of the production practices of #ournalism

sphere follo"ing the conversational logic of social media, indicating procedural changes in the

information contract.

E!"#R$S:

Communication contract, informative contract, digital #ournalism, digital social media, Facebook 

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RESUM#:

Este artigo apresenta um recorte teórico&analítico, que fa' parte de uma pesquisa mais ampla

sobre as transforma()es do contrato informativo do #ornalismo na ambi*ncia das mídias sociais

digitais. Está delimitado + discusso dos dados externos do contrato de comunica(o proposto por 

Charaudeau, no -mbito da esfera produtiva do #ornalismo no site de rede social Facebook . esta

etapa da pesquisa, observamos uma adapta(o gradual da esfera produtiva do #ornalismo +s

lógicas conversacionais da mídia social, indicando transforma()es processuais no contrato de

informa(o.

PALAVRAS-C%AVE:

Contrato de comunica(o, contrato informativo, #ornalismo digital, mídias sociais digitais,

 Facebook 

$A$#S $AS AUT#RAS/

L&ciana M'n'('s Carva)*o 0brasileira, doutoranda no 1rograma de 1ós&2radua(o em

Comunica(o da 3niversidade Federal de 4anta 5aria & 3F45, docente no Centro 3niversitário

Franciscano & 3nifra, e&mail/ lucianamene'escarvalho6gmail.com7.

An')is' R&+)'sc,i 0brasileira, doutora em Comunica(o e $nforma(o pela 3niversidade Federal

do 8io 2rande do 4ul & 3F824, pós&9outora em Comunica(o pela 3niversidade Federal de

4anta 5aria & 3F45, docente no Curso de :ornalismo e no 1rograma de 1ós&2radua(o da

Feevale, #ornalista da Funda(o de Economia e Estatística, e&mail/ anelise;sr6hotmail.com7.

E&g'nia Mariano da Roc*a Baric*'))o 0brasileira, doutora em Comunica(o pela 3niversidade

Federal do 8io de :aneiro & 3F8:, pós&9outora pela 3niversity College of <ondon = 3C< com

 bolsa de Estágio 4*nior no Exterior concedida pela C%1E4, professora titular do 1rograma de

1ós&2radua(o em Comunica(o da 3niversidade Federal de 4anta 5aria & 3F45, bolsista em

 produtividade de pesquisa do C1q, e&mail/ eugeniabarichello6gmail.com7.

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INTR#$U.#

 este trabalho, apresentamos uma discusso teórica relacionada a uma pesquisa em

desenvolvimento sobre as transforma()es do contrato informativo do #ornalismo na ambi*ncia

das mídias sociais digitais. 1artimos do pressuposto que, ao enunciar em meios marcados por 

lógicas de comunica(o mais conversacionais, as organi'a()es #ornalísticas se adaptam,

empregando estrat>gias que geram deslocamentos no tradicional contrato baseado no

fornecimento de informa(o.

 esta etapa, delimitamos a discusso aos dados externos do contrato de comunica(o, a

saber, as condi()es de identidade, finalidade, propósito e dispositivo 0Charaudeau, ?@@A, ?@B?7,

na atua(o de #ornais brasileiros no Facebook .

artigo está dividido em quatro se()es. a primeira, desenvolvemos uma reflexo sobreo contrato de comunica(o, a partir de Charaudeau 0?@@A, ?@B?7, com *nfase nos dados externos

e nas suas características informativas, no caso da institui(o #ornalística.

 a segunda se(o, exploramos a no(o de mídias sociais digitais a partir da perspectiva

ecológica da mídia, pela qual algumas tecnologias so compreendidas como meios, de acordo

com o proposto por 5c<uhan 0?@@?7. Contextuali'amos as transforma()es do ecossistema

midiático a partir da midiati'a(o e da cultura da converg*ncia, sinali'ando as afeta()es que essa

ambi*ncia gerada pelas mídias sociais gera para o #ornalismo.

 a terceira se(o, discutimos brevemente algumas pesquisas recentemente desenvolvidas

que investigaram elementos do contrato de comunica(o do #ornalismo em plataformas digitais

0:ohnson, Dretas, ?@@ 1rimo, ?@@G 8ublesci, ?@BB Delochio, ?@B?7, perpassando ainda as

 particularidades da enuncia(o #ornalística no ecossistema marcado pela midiati'a(o.

 a quarta se(o, discutimos dados observados nas páginas e postagens de #ornais

 brasileiros no Facebook .

/0 # C#NTRAT# $E C#MUNICA.# $# 1#RNALISM#

% ideia de contrato como um acordo tácito entre as partes > explicado por Charaudeau

0?@@A, ?@B?7, para quem toda situa(o de troca linguageira envolve co&intencionalidades que so

 postas em prática e reguladas por uma s>rie de restri()es. s parceiros 0enunciador e

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enunciatário7 se relacionam por meio de um acordo pr>vio pelo qual se reconhecem um ao outro

e identificam a situa(o na qual se encontram.

Esse contrato permeia qualquer ato de linguagem e resulta, de acordo com Charaudeau

0?@@A/HG7, das características externas 0situacionais7 e internas 0discursivas7 próprias a cada

situa(o. !ais restri()es so da ordem do g*nero discursivo no qual se inscrevem os enunciados,

da institui(o que regula suas práticas discursivas e que so reconhecidas pelos su#eitos. I% no(o

de contrato pressup)e que os indivíduos pertencentes a um mesmo corpo de  práticas sociais

este#am suscetíveis de chegar a um acordo sobre as representa()es linguageiras dessas  práticas

 sociais. J...K esta perspectiva, o ato de linguagem torna&se uma proposição que o E3 fa' ao !3

e da qual ele espera uma contrapartida de coniv*nciaL. 0Charaudeau, ?@B?/MH7

1ara que possam se comunicar, os indivíduos precisam levar em considera(o os dados

internos e externos que constituem uma situa(o de troca, submetendo&se +s restri()es impostas por ela e levando em conta o que sabem a respeito do interlocutor. o caso dos enunciados

inscritos em determinados g*neros de discurso, como os do #ornalismo, significa submeter&se +s

suas regras, aceitando suas normas sociais e linguísticas como válidas.

Embora todos os dados se#am fundamentais para a análise do contrato ofertado pela

inst-ncia e produ(o do #ornalismo, delimitamos, neste trabalho, a discusso do contrato das

organi'a()es #ornalísticas no Facebook  aos dados externos que o integram.

% institui(o #ornalística tem no contrato de media(o informativo sua base estrutural pela

qual se institucionali'ou na modernidade e continua se legitimando na atualidade, apesar de todas

as transforma()es de ordem tecnológica e cultural registradas nas Nltimas d>cadas. 02uerra,

?@@A 4odr>, ?@@A Carvalho O Darichello, ?@BP7

5uni' 4odr> identifica na ob#etividade um dos principais ingredientes do contrato do

 #ornalismo com seu pNblico, responsável pela credibilidade #unto ao pNblico/ I% credibilidade = 

 pedra de toque das rela()es de confian(a entre o pNblico e o #ornal e, portanto, o principal capital

simbólico do #ornalista = decorre de um pacto implícito entre o profissional da informa(o e o

leitorL. 04odr>, ?@@A/Q?&QP7

que define uma dada situa(o comunicacional linguageira como pertencente ao g*nero

 #ornalístico e a este tipo de contrato > a presen(a mais ou menos estável das condi()es 0dados

externos7 e espa(os 0dados internos7 que envolvem as inst-ncias de produ(o e recep(o.

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/0/0 2UEM IN3#RMA 2UEM4

4aber a identidade 0primeira condi(o que fa' parte dos dados externos do contrato7 dos

 parceiros da troca linguageira > necessário para que reconhe(amos o tipo de discurso, o g*nero no

qual se estabelece uma situa(o comunicacional. o caso do discurso de informa(o midiático

tem&se, de um lado, a inst-ncia de produ(o, com o duplo papel de informar e captar seu pNblico,

e de outro a recep(o.

!anto uma quanto a outra inst-ncia se fa'em presentes duplamente = em um lugar externo

0organi'a(o e seus pNblicos7, e internamente 0enunciador e destinatário7. % recep(o no será

estudada, embora, em termos de discurso, ela este#a sempre presente enquanto destinatário&alvo

da inst-ncia de produ(o. Em se tratando de mídias sociais digitais, em que a recep(o > tamb>m

 produtora de informa(o, a situa(o > ainda mais complexa.

% produ(o, para Charaudeau, no pode ser resumida a um locutor ou autor de umdeterminado texto, ao #ornalista que produ'iu uma notícia. !rata&se de uma inst-ncia composta

 por vários atores que esto presentes em qualquer enunciado produ'ido por ela/ al>m dos valores

da institui(o #ornalística, a organi'a(o enquanto empresa, seus diretores, editores, a

 programa(o, linha editorial, histórico da organi'a(o.

Ruanto ao receptor, > importante assinalar que, tradicionalmente, o pNblico ou

destinatário da inst-ncia de produ(o no #ornalismo no tinha o caráter participativo que o atual

ecossistema digital possibilita. %tualmente, pNblico deixou de ser apenas receptor para se tornar 

interagente, e tem espa(os nos próprios dispositivos midiáticos para se manifestar ou interagir 

diretamente com a inst-ncia de produ(o, da qual eles tamb>m podem fa'er parte, comentando,

enviando seus relatos e testemunhos, fotos ou vídeos. S um processo distinto do tipo de contato

 possibilitado nas mídias tradicionais, em que ocorre + dist-ncia, ou a partir de outros suportes.

/050 IN3#RMAR PARA 2U64

% condi(o de finalidade que integra os dados externos do contrato de informa(o da

mídia envolve uma dupla lógica característica da inst-ncia de produ(o midiática. % mídia, de

forma geral, e no apenas #ornalística, se v* entre a necessidade de fa'er saber 0visada de

informa(o7 e a de fa'er sentir 0visada de capta(o7. o caso do #ornalismo especificamente,

 prevalece a primeira, vide o contrato de informa(o que o caracteri'a, ao passo que na

 publicidade prevalece a segunda.

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Charaudeau 0?@@A/G7 esclarece que, mesmo que possamos identificar em alguns

 produtos #ornalísticos um predomínio de uma fun(o emotiva, visivelmente voltada para captura

de audi*ncia, o que define o contrato #ornalístico > seu ideal informativo. Ruer di'er que > pelo

 fazer saber , sua visada de informa(o, que o #ornalismo se legitima socialmente em sua matri'

hegemTnica, informativa. 1or outro lado, para conquistar e manter a aten(o do pNblico, o

 #ornalismo tamb>m se volta constantemente para a visada de capta(o midiática, apelando para o

 fazer sentir , encenando a informa(o de modo a produ'ir Iefeitos de dramati'a(oL.

/070 IN3#RMAR S#BRE # 2U64

% questo do propósito está ligada, segundo Charaudeau 0?@@A/AM7, +s no()es de

Iuniverso de discursoL e de IacontecimentoL. 8eferem&se aos processos de transforma(o, por 

 parte da inst-ncia de produ(o, do acontecimento bruto em notícia e de interpreta(o, por parteda inst-ncia de recep(o, da notícia em algo que fa(a sentido, de acordo com conhecimentos

 pr>vios, compet*ncias culturais, media()es sociais. a inst-ncia de produ(o, este

acontecimento > transformado em relato por meio de uma s>rie de filtros que passam pelos

crit>rios de noticiabilidade e valores&notícia.

/080 IN3#RMAR EM 2UE CIRCUNST9NCIAS4Embora o termo dispositivo se#a tomado, em diversos contextos, como sinTnimo de canal

ou suporte de comunica(o, na perspectiva deste trabalho ele tem um caráter mais amplo,aproximando&se da no(o de medium, o meio mcluhaniano que ultrapassa a condi(o de suporte,

entendido como ambi*ncia com gramáticas próprias 01ereira, ?@@Q7.1ara Charaudeau, ao mudar o meio, as circunst-ncias que constituem o dispositivo de

encena(o dos enunciados mudam, em certa medida, os contratos de comunica(o. o caso do

 #ornalismo, em que as tecnologias atuam como meios de comunica(o pelos quais ocorre a

rela(o entre as inst-ncias de produ(o e recep(o, a import-ncia do meio&suporte no dispositivo

> ainda maior.

1ara Charaudeau 0?@@A/B@Q7, o dispositivo constitui as condi()es materiais pelas quaisocorrem as trocas dentro de um determinado contrato, envolvendo uma articula(o estruturada de

vários elementos. Ele no >, ento, somente a tecnologia, ou o suporte utili'ado para veicular ou

receber os produtos #ornalísticos. 4o as circunst-ncias que envolvem as características materiais,

formais, semióticas do meio, e que influenciam na configura(o da mensagem/ I!odo dispositivo

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formata a mensagem e, com isso, contribui para lhe conferir um sentido.L 0Charaudeau,

?@@A/B@M7

dispositivo >, assim, um  suporte  associado a uma tecnologia, sendo permeado de

materialidades e sistemas semiológicos. 9entro do contrato de comunica(o informativo, cada

dispositivo interfere na produ(o e na recep(o das mensagens. % mensagem no > a mesma no

rádio, na televiso, no #ornal, em um portal ou em uma página nas mídias sociais.

 o caso das mídias sociais digitais, o dispositivo envolve várias condi()es materiais e

sistemas semiológicos 0linguagem verbal escrita, oralidade, iconicidade7 o suporte de

transmisso > digital, por meio de telas 0de celulares, computadores, tablets7 e a tecnologia >

híbrida, hipertextual e hipermidiática, interativa, a rela(o entre os atores 0organi'a()es e

 pNblicos7 > totalmente diferente da possibilitada pelos demais meios.

50 A AMBI6NCIA $AS M$IAS S#CIAIS $I;ITAIS

% midiati'a(o tem sido abordada como o processo pelo qual os meios de comunica(o

superam seu caráter representacional e de simples media(o em rela(o aos campos sociais e

fundam uma realidade complexa que organi'a todos os -mbitos da vida social na atualidade,

constituindo novas formas de intera(o mediadas pelas lógicas da mídia. !rata&se de um

fenTmeno pelo qual a mídia passa a constituir uma nova forma de vida, um bios midiático, uma

ambi*ncia cultural midiati'ada 04odr>, ?@@? Darichello et al., ?@BP7.

% sociedade da midiati'a(o difere da sociedade dos meios na medida em que, nesta

Nltima, tinha&se apenas o fenTmeno de centralidade da mídia em rela(o aos demais campos

sociais, em que as organi'a()es midiáticas ainda mantinham seu caráter meramente

representacional e a mídia ainda poderia ser observada como um campo autTnomo, institucional.

 a sociedade da midiati'a(o, por outro lado, tecnologias voltadas para a comunica(o

interpessoal 0computadores,  smartphones, tablets7 so convertidas em meios que alteram o

quadro anterior, com a ideia de mídia ultrapassando os limites de um campo ou institui(o tem&

se mídia por todos os lados, mediando as intera()es entre as pessoas, entre as organi'a()es e a

sociedade, e entre as próprias organi'a()es. u se#a, Ias mídias perdem este lugar de

auxiliaridade e passam a se constituir uma refer*ncia engendradora no modo de ser da própria

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sociedade, e nos processos e intera(o entre as institui()es e os atores sociaisL. 0Fausto eto,

?@@G/AP7

% ideia de que os meios criam ambi*ncias e constituem gramáticas próprias = portanto

sendo capa'es de constituir o que ho#e denominamos midiati'a(o ou cultura da converg*ncia = 

está presente em alguns sentidos dados por 5c<uhan ao conceito de medium. 1ereira 0?@@Q7

defende que o sentido que 5c<uhan teria dese#ado privilegiar seria o de extens)es, pelo qual

cada meio possui sua sintaxe e gramática próprias. I% ideia de a forma reger as tramas dos

 processos de significa(o > absolutamente determinante para se apreender esta acep(o de meio

em 5c<uhanL. 01ereira, ?@@Q/P7.

canadense estaria chamando aten(o para a import-ncia dos efeitos que os meios

 podem produ'ir nos indivíduos e na sociedade, transformando a cultura. os anos BAH@,

5c<uhan 0?@@?7 enfati'ava a necessidade de os estudos sobre os efeitos dos meios eletrTnicossuperarem a limita(o aos conteNdos das mensagens e darem destaque tamb>m aos efeitos

causados pelos aspectos significantes dos meios em si, que deveriam ser observados como uma

nova linguagem que transforma a cultura. S neste sentido que, atualmente, > aceita a ideia de que

algumas tecnologias de comunica(o, ao se constituírem em meios 0ou mídias7, alteram todos os

demais meios e seu entorno.

Em sentido semelhante + no(o de gramáticas, 2ibson 0BAGH7 propTs a no(o de

affordances, que explica a potencialidade das tecnologias para determinados usos que estruturam

a intera(o entre usuário e aparelho. Ruando > lan(ada no mercado, uma tecnologia #á conta com

algumas condi()es voltadas para determinados usos. %s affordances  seriam como gramáticas

que, a partir das potencialidades dos meios em intera(o com seus usos e apropria()es sociais,

 promovem transforma()es tanto na cogni(o humana quanto, consequentemente, na cultura e na

sociedade.

S nesta perspectiva que a midiati'a(o > entendida como fenTmeno histórico que ocorre

em um determinado contexto, mediante a disponibilidade de certos tipos de meios que tem

 potencialidade para exercer maiores transforma()es na sociedade e na cultura, como > o caso das

tecnologias digitais atuais. Entender que os meios, por for(a de suas linguagens e gramáticas,

 possibilitam mudan(as culturais 05eyro"it',BAAG 1ostman, ?@@@ 4trate, ?@@G7, permite

enxergar a midiati'a(o como um processo que ocorre a partir de um período de ubiquidade dos

meios na vida social.

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50/0 M$IAS S#CIAIS $I;ITAIS

%lgumas mídias esto permeadas pela colabora(o dos participantes devido a uma s>rie

de materialidades 0Uane, ?@@H Draga, ?@@G7, que constituem suas lógicas e gramáticas por 

meio de intera()es sociot>cnicas. Entendemos que as mídias sociais digitais no so Isociais a

 prioriL  01rimo, ?@BP7, mas se desenvolvem por meio de intera()es complexas entre diferentes

actantes = as tecnologias que incidem com suas materialidades sobre os usuários 0indivíduos e

organi'a()es7, e esses com suas apropria()es das tecnologias.

% partir da no(o de affordances 02ibson, BAGH7 e do entendimento dos meios como

gramáticas 01ereira, ?@@Q7, podemos di'er que algumas mídias apresentam maior potencialidade

que os demais meios para uma comunica(o mais participativa e em rede. Estamos propondo que

as mídias sociais se#am compreendidas como meios que se desenvolvem a partir da tecnologiadigital e possibilitam produ(o e distribui(o de mensagens pelos atores sociais em rede, tendo

como característica a publici'a(o das mensagens atrav>s da internet, permitindo conversa(o,

comentários e compartilhamento.

4o meios que se constituem a partir de apropria()es tecnossociais, gerando gramáticas

 próprias que interferem em todo o ecossistema midiático, transformando os demais meios e as

institui()es e demais atores que com eles interagem, como > o caso das organi'a()es

 #ornalísticas. 1or isso, > possível defini&las como IJ...K quaisquer tecnologias ou práticas online

que permitem o compartilhamento de conteNdo, opini)es, ideias, experi*ncias e mídias,

 possibilitando conversa()es sobre o que > relevanteL. 04aad, ?@BB/ BHQ7

 %tualmente, há uma s>rie de servi(os na internet e aplicativos para plataformas móveis

que possibilitam esse tipo de uso focado no compartilhamento e na conversa(o. s sites de redes

sociais como o  Facebook   = e seus aplicativos para tecnologias móveis, como  smartphones  e

tablets = so um tipo de mídia social digital. que caracteri'a um site de rede social > a

 possibilidade de criar um perfil ou página personali'ada do ator social, ter um espa(o de

intera(o com outros atores e a possibilidade de publici'a(o da rede de contatos aos demais

atores 0boyd O Elisson, ?@@7, o que a constitui tamb>m em uma mídia social.

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5050 1#RNALISM# NA AMBI6NCIA $AS M$IAS S#CIAIS

#ornalismo, como institui(o que fa' parte do ecossistema midiático, acaba sendo

afetado pelas linguagens dos meios que utili'a em suas práticas, passando a reprodu'i&las a partir 

do momento em que elas se tornam gramáticas sociais, culturais, como que imperativos de

funcionamento desse sistema. 3m exemplo seria a influ*nciaVimpacto que os #ornais demonstram

a cada tecnologia que os impacta, como ocorreu com o tel>grafo, a fotografia, o rádio, a televiso,

os computadores e a internet.

%s organi'a()es #ornalísticas, constituídas no entorno cultural e institucional dos meios de

comunica(o, que at> pouco tempo funcionaram sob a lógica do sistema de massas, passam a

operar, na era digital, em conforma(o com uma nova ambi*ncia. o ecossistema massivo,

analógico, a !W desempenhou um papel de metáfora do sistema, sendo sua matri' dominante,

hegemTnica. 1ensando na perspectiva ecológica, os #ornais e o rádio, depois dela, no foram maisos mesmos. Esse predomínio matricial da cultura televisiva manteve&se praticamente inabalável

no ecossistema de massas.

% inser(o do #ornalismo no ecossistema midiático digital > um processo gradual e

contínuo que vem ocorrendo desde o início da internet. o Drasil, os primeiros  sites  com

conteNdo informativo na rede foram iniciativas de empresas #ornalísticas. 1or meio de um

 processo evolutivo desenvolvido na intersec(o entre aspectos tecnológicos, sociais, econTmicos

e culturais, foram sendo configuradas as cinco gera()es do #ornalismo na internet/ transposi(o,

metáfora, terceira, quarta e quinta gera()es. 05ielnic'u, ?@@B, ?@@P Darbosa, ?@@, ?@@G,

?@BP7

Enquanto as duas primeiras gera()es no apresentavam significativas adapta()es das

organi'a()es #ornalísticas +s potencialidades da internet e das tecnologias digitais, as tr*s Nltimas

so fases evolutivas de um #ornalismo #á integrado ao ecossistema digital, pertencentes ao

denominado paradigma :ornalismo em Dase de 9ados. a quinta gera(o, entram em cena os

aplicativos específicos para plataformas móveis e se configura um contexto mais complexo para

os processos #ornalísticos. 0Darbosa, ?@BP7

aproveitamento das potencialidades informativas e conversacionais das mídias sociais

ampliam, no #ornalismo, características #á presentes nas gera()es anteriores do #ornalismo digital,

conforme apontaram 5ielnic'u 0?@@B7 e 1alacios 0?@@P7, como multimidialidade,

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hipertextualidade, interatividade, personali'a(o, ubiquidade, al>m de explorar a cultura da

 participa(o e a converg*ncia midiática.

 este ecossistema midiati'ado, uma das maiores mudan(as para o #ornalismo pode ser 

 percebida nos modos como a informa(o circula. %s informa()es de interesse potencialmente

 #ornalístico originam&se de distintas fontes, se#am elas cidados que postam seus relatos e

testemunhos de acontecimentos ou denNncias em seus perfis nos  sites de redes sociais ou blogs

organi'a()es, produtos e marcas que produ'em conteNdo sem passar pelo filtro das organi'a()es

midiáticas coletivos e movimentos sociais, associa()es, sindicatos que tamb>m postam

informa()es com potencial para virar notícia diretamente em seus canais nas mídias sociais.

!ais desdobramentos potenciali'am a circula(o da notícia no ecossistema midiati'ado,

em um contexto em que o #ornalismo passa a depender da participa(o dos interagentes da rede

digital para que seus produtos tenham visibilidade. %s mudan(as ocorrem, tamb>m, no discurso #ornalístico, onde se torna mais visível a transforma(o no contrato de comunica(o ofertado pela

inst-ncia de produ(o + sua audi*ncia.

70 C#NTRAT# IN3#RMATIV# EM AMBI6NCIA $I;ITAL

3ma das primeiras reflex)es sobre o contrato de comunica(o na ambi*ncia digital foi

desenvolvida por :ohnson e Dretas 0?@@7, com a proposta de uma adapta(o da teoria

semiolinguística de Charaudeau 0?@@A7 para a compreenso do contrato de comunica(o em

ambientes de intera(o e produ(o colaborativa. 4eguindo esta proposta, uma das autoras, em sua

 pesquisa de doutoramento 0:ohnson, ?@@G7, analisou aspectos relacionais do processo de

 produ(o coletiva da Xiip>dia lusófona, constatando a presen(a de um Icontrato de

comunica(o colaborativaL nesse dispositivo.

utro trabalho que recorreu ao conceito de contrato de comunica(o voltado para

suportes digitais foi desenvolvido pelo pesquisador %lex 1rimo, em artigo publicado, em ?@@G,

no YW$$ Encontro da Compós. %o propor a categori'a(o de micromídia digital para o estudo dos blogs, 1rimo 0?@@G7 partiu do contrato de comunica(o de Charaudeau para compreender as

condi()es de produ(o do Interney Blogs. pesquisador identificou, por meio dos elementos

externos do contrato 0identidade, finalidade, propósito e dispositivo7, as características do blog 

que, de certa forma, condicionam o tipo de rela(o estabelecida com a audi*ncia na internet.

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Em ?@BB, %nelise 8ublesci defendeu sua tese de doutorado sobre o :ornalismo <íquido,

em que, dentre outros aspectos, utili'ou elementos do contrato de comunica(o de Charaudeau

 para categori'ar os tipos de #ornalismo desenvolvidos online. % autora analisou a adapta(o do

contrato nos planos situacional e comunicacional, mapeando a identidade dos parceiros, os

ob#etivos e as temáticas em cada modelo de #ornalismo online, al>m dos processos de media(o

que caracteri'am cada um. 8ublesci 0?@BB7 demonstrou que diferentes categorias de #ornalismo

na "eb = dos sites tradicionais de conglomerados midiáticos, iniciativas de crítica da mídia,

 #ornalismo cidado, agregadores de notícias = apresentam distintas modalidades no contrato com

o leitor.

% pesquisa mostrou que, mesmo na "eb, um dispositivo marcado por características

distintas dos demais meios tradicionais do #ornalismo, a media(o centrali'ada na informa(o,

com foco no papel de gatekeeper  do #ornalista, permanece com for(a nos #ornais dos grandesconglomerados, que acabam sendo tamb>m a fonte principal, na maior parte das ve'es, das

notícias que movem a circula(o em fluxo das informa()es na rede.

 o ano seguinte, Wivian Delochio 0?@B?7 investigou a amplia(o dos contratos de

comunica(o do #ornal  Zero Hora  a partir de sua atua(o multiplataforma no contexto da

converg*ncia. trabalho teve como foco a amplia(o dos contratos que ocorre com a

constitui(o de novos dispositivos de encena(o na amplia(o dos suportes do impresso para a

web e plataformas móveis. % investiga(o revelou que a organi'a(o #ornalística oferta distintos

contratos de comunica(o conforme o suporte midiático utili'ado, mantendo diferentes modos de

encena(o do discurso informativo e pressupondo destinatários específicos para cada mídia.

% partir deste estado atual da questo na área, #ulgamos necessário desenvolver pesquisa

com foco nos aspectos ainda no aprofundados do fenTmeno recente das mídias sociais digitais,

que complexificam o ecossistema midiati'ado, impactando a processualidade sócio&discursiva do

 #ornalismo. %o mesmo tempo, a pesquisa exploratória dos trabalhos desenvolvidos at> ento

sobre a temática demonstra a pertin*ncia da ideia de que os meios transformam os processos

institucionais, afetam os contratos e demandam adapta()es teórico&metodológicas para que as

 pesquisas avancem.

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70/ ENUNCIA.# 1#RNALSTICA N# EC#SSISTEMA MI$IATI<A$#

discurso #ornalístico, historicamente marcado por estrat>gias de apagamento de sua

 própria encena(o, passa a se voltar para o seu próprio di'er, mostrando seus bastidores,

investindo na autorreferencialidade como estrat>gia de legitima(o de seu próprio contrato de

media(o. Fausto eto 0?@@H/BQ7 explica que a autorreferencialidade na mídia, como uma das

manifesta()es da midiati'a(o, apresenta&se de várias formas, se#a com as organi'a()es falando

de si mesmas ou remetendo umas +s outras, constituindo os #ornalistas em atores da própria

enuncia(o, transformando vida privada em vida pNblica, produ'indo notícias sobre o próprio

campo #ornalístico, dentre outros exemplos deste processo característico da midiati'a(o.

%s opera()es de apagamento ou manuten(o da opacidade da enuncia(o #ornalística,

cada ve' mais do lugar, no ecossistema midiati'ado, a estrat>gias de autorreferencialidade pelas

quais a inst-ncia de produ(o procura mostrar seu próprio fa'er. 4egundo Fausto eto0?@@G/BBP7, Ios processos sobre os quais se assentam as novas fei()es da autonomia do campo

midiático situam&se, assim, no -mbito desta Zrealidade da constru(o[L.

4. $A$#S $# C#NTRAT# $E IN3#RMA.# NAS P#STA;ENS $E 1#RNAIS

 esta etapa da pesquisa, foram selecionadas tr*s organi'a()es #ornalísticas brasileiras

 presentes na internet que mant*m páginas 0 fan pages7 no site de rede social  Facebook /  Zero

 Hora, Folha de ! "aulo e  #stado de ! "aulo. %pós a sele(o das organi'a()es, partimos para a

observa(o direta no participativa, conforme proposto por :ohnson 0?@B@7, nas páginas das

organi'a()es.

s posts selecionados foram publicados entre outubro e novembro de ?@BP. % sele(o do

material foi reali'ada entre os dias PBVBB e @?VB? de ?@BP. % observa(o nas  fan pages  dos

 #ornais, nesta etapa exploratória da pesquisa, mostrou algumas nuances interessantes do processo

de adapta(o da inst-ncia de produ(o do #ornalismo + ambi*ncia de mídia social digital. Embora

o período de análise tenha sido restrito e as estrat>gias, em se tratando de ambi*ncia digital,

este#am sempre mudando, a presen(a do tom conversacional na enuncia(o e o incentivo +

 participa(o dos leitoresVinteragentes representam pistas relevantes para compreender as

transforma()es do #ornalismo no ecossistema midiati'ado.

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% partir da aplica(o de um protocolo de análise dos dados externos do contrato de

informa(o, observamos que de uma maneira ou outra as páginas dessas organi'a()es

 #ornalísticas recorrem a estrat>gias de enuncia(o marcadas pelo tom conversacional, recorrendo

+ informalidade que caracteri'a a comunica(o no  Facebook . S o caso da página de  Zero Hora,

que se coloca na mídia social utili'ando uma linguagem informal, ao mesmo tempo em que > a

Nnica a disponibili'ar a possibilidade de os seguidores enviarem mensagens in bo$ para conversar 

diretamente com os responsáveis pelo conteNdo postado pela reda(o do #ornal. #ornal \ero

Uora foi tamb>m o Nnico dos tr*s analisados que respondeu, no período da observa(o, a um

comentário de leitorVinteragente da página.

% Folha de 4. 1aulo tamb>m demonstra essa adapta(o + ambi*ncia por meio de sua

 página, onde di' valori'ar a opinio do leitor naquele espa(o, embora o #ornal adote uma postura

mais formal, com menos recurso + coloquialidade em seus  posts. % descri(o encontrada na página do Estado de 4. 1aulo tem um foco maior na participa(o e no debate, al>m dos elementos

de informalidade apontados na análise, demonstrando uma tentativa de se adequar + ambi*ncia

no entanto, > a Nnica das tr*s páginas que indica um link  com regras para que o leitor possa

 participar, indicando uma inten(o voltada para o controle dessa participa(o. o que as outras

no utili'em da modera(o dos comentários, por exemplo, mas o Estado foi o Nnico a externar 

tal estrat>gia.

Em suas páginas, os #ornais variam as formas de contato com o leitor, com postagens ora

humani'adas, como quando dese#am Ibom diaL e solicitam ao leitor IconteNdo colaborativoL, ora

mais tradicionais e informativas. %l>m disso, > recorrente a utili'a(o da autorreferencialidade,

em postagens em que o #ornal chama aten(o para o seu próprio fa'er ou ao seu lugar 

institucional = lembrando que o discurso autorreferente > uma das marcas da midiati'a(o do

 #ornalismo, conforme discutido na reflexo teórica.

%o mesmo tempo em que ocorre essa adapta(o do discurso #ornalístico +s gramáticas

conversacionais e participativas da mídia social, em níveis distintos as organi'a()es #ornalísticas

no abrem mo da legitima(o de seu lugar institucional de media(o informativa, se#a

refor(ando os ideais de credibilidade, verdade, ob#etividade, ou utili'ando as plataformas de

mídias sociais como meros canais de informa(o, sem investimento nas qualidades interativas

desses espa(os. E aí percebemos que, apesar de deslocamentos e readequa()es promovidos pela

for(a da midiati'a(o e da converg*ncia, o contrato informativo do #ornalismo, no que depender 

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da inst-ncia de produ(o, > constantemente renovado nos processos de enuncia(o na mídia

social digital.

Com rela(o + análise dos dados externos do contrato de comunica(o 0identidade,

finalidade, propósito e dispositivo7, a maioria dos  posts  que integraram o corpus  de análise

durante esta etapa da investiga(o apresenta tanto elementos do contrato informativo tradicional

do #ornalismo 0principalmente quanto + identidade de quem enuncia, que em geral representa a

 própria organi'a(o7, como alguns elementos que indicam adapta(o +s gramáticas da mídia

social, no que di' respeito principalmente a aspectos do dispositivo.

S importante, no entanto, assinalar, que há postagens em que mesmo a condi(o de

identidade > partilhada com o leitorVinteragente co&enunciador, quando a postagem tra' fotos

enviadas para a reda(o, por exemplo. :á o dispositivo que se constitui na enuncia(o #ornalística,

no raro explora as materialidades do meio digital, recorrendo + multimidialidade 0com vídeos,imagens7, transmidialidade 0uma mídia integrada + outra, como site e fan page, ou Instagram e

 fan page7, hipertextualidade 0com a presen(a dos links7, e interatividade 0com a participa(o dos

interagentes e a conversa(o7, o que ocorre por conta das affordandes ou gramáticas da própria

mídia em que se dá a enuncia(o.

1ercebemos, ainda que de forma inconclusiva e parcial, que a cultura participativa e

conversacional, que caracteri'a o ecossistema midiati'ado, afeta aos poucos o caráter informativo

do contrato de comunica(o do #ornalismo, dando + visada de informa(o outros sentidos mais

adaptados ao entorno midiati'ado. % própria visada de capta(o, conforme #á apontada por 

Charaudeau ao pensar em dispositivos tradicionais, precisa incluir, na ambi*ncia das mídias

sociais digitais, outras estrat>gias por parte das organi'a()es #ornalísticas para enga#ar o leitor e

manter com ele o vínculo necessário + sua legitima(o.

5esmo a notícia, produto do contrato informativo, para circular na atualidade precisa dos

compartilhamentos, curtidas e comentários dos interagentes nos sites de rede social e, para que

isso ocorra, os #ornais se colocam como parte do diálogo que ocorre fora dos espa(os

institucionais do #ornalismo nessas mídias. !ais quest)es, aqui tangenciadas, devem ser 

aprofundadas nos encaminhamentos futuros da pesquisa, em que pretendemos investigar tamb>m

os dados internos do contrato do #ornalismo nas mídias sociais, e reali'ar entrevistas com os

responsáveis pelo gerenciamento das contas dos #ornais nesses meios.

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