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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CÁTIA TAÍS MIRA DECISÕES ESTRATÉGICAS DE CANAL DE DISTRIBUIÇÃO: Diretrizes para o lançamento do City Clean Poo Bag Balneário Camboriú 2010

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CÁTIA TAÍS MIRA

DECISÕES ESTRATÉGICAS DE CANAL DE DISTRIBUIÇÃO:

Diretrizes para o lançamento do City Clean Poo Bag

Balneário Camboriú

2010

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CÁTIA TAÍS MIRA

DECISÕES ESTRATÉGICAS DE CANAL DE DISTRIBUIÇÃO:

Diretrizes para o lançamento do City Clean Poo Bag

Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração com habilitação em Marketing pela Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú.

Orientador: Prof. MSc. Carlos Marcelo Ardigó

Balneário Camboriú

2010

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CÁTIA TAÍS MIRA

DECISÕES ESTRATÉGICAS DE CANAL DE DISTRIBUIÇÃO:

Diretrizes para o lançamento do City Clean Poo Bag

Esta monografia foi julgada adequada para obtenção do título de Bacharel em

Administração com habilitação em Marketing e aprovada pela Universidade do Vale

do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú.

Área de concentração: Marketing

Balneário Camboriú, 18 de Novembro de 2010.

Prof. MSc. Carlos Marcelo Ardigó

UNIVALI – CE de Balneário Camboriú

Orientador

Prof. MSc. Manuel Carlos Pinheiro da Gama

UNIVALI – CE de Balneário Camboriú

Membro

Prof. MSc. Márcio Daniel Kiesel

UNIVALI – CE de Balneário Camboriú

Membro

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EQUIPE TÉCNICA

Estagiário(a): Cátia Taís Mira

Área de Estágio: Marketing

Professor Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder

Supervisor da Empresa: Jazielson Fidelis da Silva

Professor(a) orientador(a): Carlos Marcelo Ardigó

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DADOS DA EMPRESA

Razão Social: City Clean Artigos para Animais Ltda.

Endereço: Rua João Moraes, nº 240, Centro – Cambori ú / SC

Setor de Desenvolvimento do Estágio:

Duração do Estágio: 240 horas

Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Jazielson Fidelis da Silva – Sócio

Proprietário

Carimbo do CNPJ da Empresa:

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Balneário Camboriú, 18 de Novembro de 2010.

A Empresa City Clean Comércio de Artigos para Animais Ltda, pelo presente

instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a divulgar os

dados do Relatório de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Curricular

Obrigatório, pela acadêmica Cátia Taís Mira.

___________________________________

Responsável pela Empresa

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.

“A coisa mais bela que podemos experimentar é o mistério.

Essa é a fonte de toda a arte e ciências verdadeiras.”

Albert Einstein

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DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia ao meu marido e filha, que ao longo dos anos de estudo

sempre estiveram presentes e souberam administrar o tempo e o lar enquanto eu

me fiz ausente em busca de conhecimento e formação acadêmica.

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AGRADECIMENTOS

Ao Professor Carlos Marcelo Ardigó pela sua orientação e seu apoio para a

elaboração desta Monografia.

Aos Professores Manoel da Gama e Márcio Daniel Kiesel pelas excelentes

contribuições dadas ao longo do curso.

À Coordenação do curso pela presença constante em todos os momentos.

Ao meu marido Jazielson Fidelis da Silva pelo apoio oferecido.

Á minha filha Manoella Fidelis da Silva pela compreensão de minha ausência.

Aos meus pais Carlos e Terezinha Mira pela educação e formação de meu caráter.

Aos meus colegas de curso Amanda Cassaniga, André Makoto Kamikihara, Carlos

Vinícius Messina, Daniele Pires, Guilherme Vieira da Cunha e Ismael Izaac Zunino

pela parceria e amizade.

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RESUMO

Em um contexto socioeconômico cuja evolução é constante, as organizações necessitam de estratégias que as diferenciem umas das outras. Em busca do diferencial competitivo e melhor posicionamento de mercado, o marketing surge com ferramentas para auxiliar em uma gestão mais eficaz. Por meio do composto mercadológico é possível entender a situação do mercado para então atendê-lo de forma mais completa, lucrativa e satisfatória. As decisões de canal de distribuição fazem parte deste composto e exercem um importante papel na abordagem do mercado, pelo motivo de que proporcionam os meios pelos quais os produtos e serviços alcançaram os usuários finais. Diante dessa importância, este estudo teve como objetivo definir o arranjo (Design) de canal de distribuição, sob a ótica do marketing, mais indicado na etapa de lançamento do City Clean Poo Bag. Para alcançá-lo, os objetivos específicos traçados foram analisar as necessidades do consumidor final e do varejista do setor pet, estabelecer os objetivos e limitações do canal, identificar as principais alternativas de canal e, por fim, avaliar as principais alternativas de canal. A metodologia utilizada apresentou caráter exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa e quantitativa, seguindo como procedimentos de pesquisa diagnóstico e a de levantamento. A pesquisa foi realizada em quatro cidades catarinenses do Vale do Itajaí, nas quais se buscou identificar as necessidades do consumidor final e do varejista do setor pet. No varejo do segmento foram entrevistados oitenta varejistas enquanto que no mercado final, foram aplicados trezentos e noventa e três questionários a proprietários de cães. Os resultados do estudo permitiram traçar uma estratégia de distribuição baseada em um sistema multicanal, o qual foi desenhado de acordo com as necessidades do perfil de cada cidade em questão.

Palavras-chaves : Marketing, Composto Mercadológico, Canais de Distribuição.

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ABSTRACT

In a socioeconomic context in which the evolution is constant, companies need strategies to differentiate from others. The marketing emerges with tools to support more effective management, looking for competitive advantages and better market positioning. The marketing mix is used to better understand the market and then meet its requirements in a complete, lucrative and satisfactory way. The decisions about distribution channels are part of this mix and represent an important role in market approach, because they are the way that products and services achieve consumers. Considering this importance, the objective of this study was to define the best design of distribution channel for the launching of City Clean Poo Bag. To achieve it, it has been traced specific goals: analyze consumer and retailers needs, establish channel objectives and limitations, identify the main channel alternatives, and evaluate these alternatives. The research methodology used was exploratory and descriptive, with both qualitative and quantitative approaches, and diagnostic and survey procedures. The research was conducted in four cities in Santa Catarina state, in the region of Itajai Valley, in which was looked for consumers and retailers needs in pet market. It had been done eighty interviews with retailers and applied three hundred, ninety three questionnaires with dog owners. The results allow to trace a distribution strategy based in a multichannel system, designed according to the needs of each city studied. Key words : marketing, marketing mix, distribution channels.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Coletor de fezes................................................................................ 22

Figura 2: Composto de marketing com as suas subdivisões.......................... 30

Figura 3: Variáveis estratégicas do marketing mix com a variável

distribuição subdividida pelos componentes de canal e logística.....

31

Figura 4: Canais de Marketing para produtos de consumo............................. 36

Figura 5: Canais para produtos industriais...................................................... 37

Figura 6: Relação entre proximidade do canal e intensidade de

distribuição........................................................................................

41

Figura 7: Tipos de sistemas verticais de marketing......................................... 45

Figura 8: Tipos de conflito de canal................................................................. 47

Figura 9: Gráfico do ponto de equilíbrio para escolha entre a força de

vendas da empresa e o representante de vendas do fabricante......

54

Figura 10: Vendas e lucros durante a vida do produto, da introdução ao

declínio.............................................................................................

66

Figura 11: Adoção e difusão do processo de inovação..................................... 67

Figura 12: Desenho de canal para atendimento direto ao consumidor local..... 112

Figura 13:

Figura 14:

Configuração do canal direto............................................................

Configuração do canal com intermediários abastecidos por força

de vendas do fabricante...................................................................

113

116

Figura 15: Desenho de sistema multicanal para maior área de cobertura........ 117

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Hábitos de passeio.............................................................................. 80

Gráfico 2: Intenção de passeio............................................................................. 81

Gráfico 3: Intensidade de saídas.......................................................................... 82

Gráfico 4: Frequencia com que os cães defecam durante os passeios............... 83

Gráfico 5: Hábito de coleta das fezes animais..................................................... 83

Gráfico 6: Materiais utilizados para a coleta das fezes........................................ 84

Gráfico 7: Conhecimento sobre coletores fecais.................................................. 85

Gráfico 8: Intenção de compra dos coletores fecais............................................ 86

Gráfico 9: Estabelecimentos sugeridos para comercialização dos coletores.... 87

Gráfico10: Sugestão de venda dos coletores fecais............................................. 88

Gráfico11: Previsão de compra dos coletores fecais............................................ 89

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Registros da empresa junto ao INPI................................................ 22

Quadro 2: Formas de concorrência de mercado.............................................. 52

Quadro 3: Categoria de adotantes e sua representatividade quanto ao

potencial de mercado......................................................................

68

Quadro 4: Número de estabelecimentos entrevistados em cada cidade......... 74

Quadro 5: Percepção do varejista do setor em relação ao perfil dos clientes

em Balneário Camboriú...................................................................

91

Quadro 6: Percepção do varejista do setor em relação ao perfil dos clientes

em Camboriú...................................................................................

93

Quadro 7: Percepção do varejista do setor em relação ao perfil dos clientes

em Itajaí...........................................................................................

95

Quadro 8: Percepção do varejista do setor em relação ao perfil dos clientes

em Itapema......................................................................................

97

Quadro 9: Alternativas de distribuição que se enquadram no varejo com loja

para produtos do mercado pet.........................................................

103

Quadro 10: Distribuidores do estado de Santa Catarina por cidade.................. 104

Quadro 11: Resumo da avaliação das alternativas de canais de distribuição...... 110

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Apresentação de população e proporção de questionários aplicados

em pesquisa.........................................................................................

79

Tabela 2: Movimentação anual do mercado pet com referência no ano 2009.... 100

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................. 17

1.2 Problema de pesquisa.................................................................................. 19

1.3 Objetivos da pesquisa.................................................................................. 19

1.4 Justificativa da pesquisa............................................................................... 20

1.5

1.6

Contextualização do ambiente de estágio....................................................

Organização do trabalho..............................................................................

21

23

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................... ....................................... 24

2.1 Marketing - conceitos centrais e evolução ................................................... 24

2.1.1 Administração de marketing......................................................................... 27

2.1.2 Composto mercadológico............................................................................. 29

2.2 Canais de distribuição.................................................................................. 31

2.2.1 Definições e funções.................................................................................... 32

2.2.2 Estrutura de canal......................................................................................... 35

2.2.3 Dinâmica dos canais e as diferentes formatações....................................... 43

2.2.4 Canal de marketing como um sistema social............................................... 46

2.2.5 Decisões estratégicas do projeto de canal................................................... 48

2.2.6 Gerenciamento do projeto de canal.............................................................. 54

2.3 Ciclo de vida do produto e as decisões de canal......................................... 57

2.3.1 Etapa de introdução do produto................................................................... 58

2.3.2 Etapa de crescimento................................................................................... 59

2.3.3 Etapa de maturidade.................................................................................... 61

2.3.4 Etapa de declínio.......................................................................................... 63

2.3.5 A quinta fase adicional – o desenvolvimento do produto............................. 65

2.3.6 O processo de difusão de inovação (estágio de introdução) e o canal de

distribuição.....................................................................................................

66

3 METODOLOGIA CIENTÍFICA .......................... ........................................... 71

3.1 Tipologia de pesquisa ................................................................................... 71

3.2 Sujeito do estudo .......................................................................................... 73

3.3 Instrumentos de pesquisa ............................................................................ 74

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3.4 Análise e apresentação dos dados...............................................................

77

3.5 Limitações da pesquisa................................................................................. 77

4

RESULTADOS DA PESQUISA............................. .......................................

78

4.1

4.1.1

4.1.2

4.2

4.3

4.4

4.5

Análise das necessidades do consumidor final e do varejista do setor

pet..................................................................................................................

Análise das necessidades do consumidor final.............................................

Análise das necessidades do varejista do setor pet......................................

Descrição dos objetivos e limitações do canal..............................................

Apresentação das principais alternativas de canal.......................................

Avaliação das principais alternativas de canal..............................................

Apresentação da proposta ao estabelecimento de arranjo de canal

(design) para o City Clean Poo Bag..............................................................

78

78

89

98

102

105

111

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................. ............................................. 116

REFERÊNCIAS ............................................................................................ 121

APÊNDICES..................................................................................................

125

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1 INTRODUÇÃO

No atual contexto socioeconômico, a competitividade emerge e traz consigo

inúmeros fatores positivos para diversas áreas impactando na informação, na

comunicação, nas ciências entre inúmeros outros campos, porém, também

apresenta alguns fatores negativos, principalmente no sentido psicológico e

emocional do ser humano.

Diante da constante evolução, com o propósito de se adaptarem as novas

exigências, as organizações passam a exigir alto desempenho de seus

colaboradores e apresentam cada vez mais rotinas que requerem alta agilidade

mental e/ou física dos mesmos. Em contrapartida, muitas vezes os sentimentos e as

emoções destes acabam sendo atingidas pela carência afetiva e a solidão.

Essas carências, por sua vez, acabam gerando necessidades de companhia

e estímulos sociais, as quais vêem sendo preenchidas em muitos casos por animais

de estimação. Muitos são os episódios em que as pessoas divorciam-se ou moram

longe de suas famílias, outros que optam por não ter filhos ou quando os tiveram, os

mesmos já saíram de casa. Para preencher estes vazios os animais passaram a

suprir de alguma forma esta lacuna emocional.

Destas necessidades, surgiu um fenômeno mercadológico e social - o

mercado pet. Este inclui uma proposta além do fornecimento de alimentação para os

animais, oferecendo para os seus animaizinhos saúde, estética e moda.

Caracteristicamente, essas lojas são especializadas em oferecer produtos e serviços

para animais de pequeno e médio porte.

O Brasil é o segundo no ranking de consumo de produtos para pets, ficando

atrás apenas dos Estados Unidos. De acordo com a Associação Nacional dos

Fabricantes de Alimentos para Animais de Estimação (ANFALPET) –– o país possui

cerca de 29,7 milhões de cães e conta com no mínimo 100 mil pontos de venda de

produtos direcionados aos animais de estimação, sendo que deste total 40 mil são

pet shops. É um mercado que movimenta anualmente R$ 9 bilhões no país.

(ANFALPET, 2009).

Os impactos desta grande população presente neste mercado com potencial

atraente, também podem ser negativos e apresenta algumas preocupações dignas

de atenção. Um dos problemas causados pela concentração de cães em território

urbano está na transmissão de doenças por meio da contaminação com as fezes

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dos animais. São inúmeros os parasitas que os cães podem eliminar ao evacuar, e

que em contato com a pele humana podem desenvolver doenças infecciosas. Uma

das doenças transmissíveis pelas fezes dos cães é a Ancylostoma Caninum,

também conhecida como Larva Migrans, popular bicho geográfico. Outro parasita

que pode desenvolver uma doença no ser humano por meio do contato com os

dejetos fecais dos animais, é a toxoplasmose. A mesma é uma doença infecciosa,

congênita ou adquirida, causada pelo protozoário toxoplasma gondii, muito freqüente

em mamíferos (NEVES, 1998).

Para tais doenças existem tratamentos específicos, contudo o ideal é a

prevenção. Analisados alguns riscos de contaminação e contágio de algumas

parasitoses, salienta-se a importância de recolher as fezes dos cães quando estes

defecam em vias urbanas. Surge, portanto, uma necessidade e consequentemente

uma oportunidade.

1.1 Tema de pesquisa

Observado a importância do setor, as oportunidades que surgem dessa

realidade são muitas e, o mais importante, estas poderão ser maximizadas pelas

organizações interessadas neste segmento, por meio de uma ferramenta e área de

conhecimento muito significante, o marketing.

Marketing de acordo com Kotler (2000, p. 30) é definido “como a arte e a

ciência da escolha de mercados-alvo e da captação, manutenção e fidelização de

clientes por meio da criação, da entrega e da comunicação de um valor superior

para o cliente”.

Segundo o American Marketing Association (AMA), marketing é uma atividade

gerencial e funcional na organização, a qual compreende um conjunto de processos

destinados a criação, comunicação, entrega de ofertas que tenham valor para

clientes, parceiros e para a sociedade em geral (AMA, 2007).

Churchill e Peter (2000, p. 4) observam que a “essência do Marketing é o

desenvolvimento de trocas em que organizações e clientes participam

voluntariamente de transações destinadas a trazer benefícios para ambos”.

As trocas voluntárias entre organizações e clientes ocorrem em todos os segmentos,

e uma atenção especial está voltada aos benefícios e satisfações, que precisam ser

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observados a fim de garantir a fidelização dos consumidores dos produtos e ou

serviços.

A partir destas definições, visando trocas que beneficiam ambas as partes,

inicia-se um processo de identificação das fases e etapas pelas quais os produtos

ou serviços serão submetidos até chegar ao objetivo singular que é o cliente. Uma

destas etapas a ser estudada é o canal de distribuição. Rosenbloom (2002, p. 27)

define canal de marketing como: “a organização contatual externa que a

administração opera para alcançar seus objetivos de distribuição”.

Nesta proposta, define-se como tema de pesquisa o canal de marketing,

implícito a área de marketing, analisando as possibilidades estratégicas de canal de

distribuição que melhor se adaptem para lançar no mercado o produto City Clean

Poo Bag (Coletor de fezes de cachorros) no mercado pet.

1.2 Problema de pesquisa

Tendo em vista o produto City Clean Poo Bag, que passa a existir no mercado

como uma opção sustentável e atrativa para coleta das fezes dos animais, mantendo

a cidade limpa e colaborando para a redução de algumas doenças, surge

consequentemente uma preocupação para a empresa resumida na seguinte

indecisão: como distribuí-lo.

A partir disto, define-se neste estudo a seguinte questão problema: qual o

arranjo (Design) de canal de distribuição, sob ótic a do marketing, é mais

indicado na etapa de lançamento do City Clean Poo B ag, para alcançar o maior

número de consumidores finais no mercado pet?

1.3 Objetivos de pesquisa

Descrito o problema de pesquisa anteriormente, segue o objetivo geral e os

objetivos específicos que direcionam o desenvolvimento desta pesquisa.

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1.3.1 Objetivo geral

Definir o arranjo (Design) de canal de distribuição, sob a ótica do marketing,

mais indicado na etapa de lançamento do City Clean Poo Bag, para alcançar o

maior número de consumidores finais no mercado pet.

1.3.2 Objetivos Específicos

• Analisar as necessidades do consumidor final e do varejista do setor pet;

• Estabelecer os objetivos e limitações do canal;

• Identificar as principais alternativas de canal;

• Avaliar as principais alternativas de canal.

1.4 Justificativa de pesquisa

Um trabalho desta natureza deve ter sua justificativa pautada para todos os

envolvidos. A pesquisa elaborada para identificação do canal de distribuição mais

indicado na etapa de lançamento do City Clean Poo Bag, para alcançar o maior

número de consumidores finais no mercado pet vai de encontro a isso e tem sua

importância duplamente justificada, pessoal e organizacional.

No âmbito pessoal, pelo fato da acadêmica ser sócia proprietária, há um

interesse muito significativo em identificar de que forma o produto conseguirá

conquistar o mercado gerando a necessidade pelo uso do mesmo. A ideia a

compreender o consumidor e suprir a satisfação superando as expectativas,

chegando a ser referencia no que se tratar deste utilitário.

Como organização, a importância vai além da auto realização e decisão

empreendedora, para a empresa, descobrir qual é o modelo de canal de distribuição

mais indicado na etapa de lançamento do City Clean Poo Bag, é sinônimo de

estratégia, reconhecimento no mercado pet, fortalecimento da marca, redução de

custos e consequentemente maximização de resultados.

De acordo com Rosembloom (2002, p. 29) “como uma das grandes áreas

estratégicas da administração mercadológica, a estratégia de canal de marketing

encaixa-se na variável distribuição do composto mercadológico”. Pode-se então

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entender que por meio do canal de distribuição adequado, as outras áreas do

composto mercadológico serão supridas e estarão em sincronia, gerando melhores

resultados.

Por estas duas visões, pessoal e organizacional, tem-se a importância do

desenvolvimento de estudos baseados em canais de distribuição.

1.5 Contextualização do ambiente de estágio

A City Clean Comércio de Produtos para Animais Ltda é uma empresa

catarinense, fundada em Agosto de 2009. Um de seus sócios proprietários sempre

teve um sonho, o de ter um produto de sua criação no mercado á disposição dos

consumidores. A princípio não havia um produto específico tampouco uma idéia

sobre segmento ou mercado-alvo que este produto deveria alcançar. Em uma noite,

ao assistir um documentário sobre os cuidados com os animais de estimação em

países de 1º mundo, teve sua criatividade despertada e direcionou suas forças para

o processo de criação e inovação. Por muitos dias trabalhou em cima de suas idéias

e então, após muitas tentativas, nascia um protótipo de um coletor para fezes

animais.

O produto trata-se de um pequeno pacote de papel com duas abas que

recolhem as fezes sem que haja contato das mãos com o volume fecal (Figura 1).

Utilizando o City Clean Poo Bag, o portador do animal não sente o volume, a

temperatura nem a consistência dos excrementos. Além da praticidade e conforto

está a visão de sustentabilidade, pois o produto é confeccionado com material

totalmente biodegradável.

Por meio de uma contabilidade iniciou o processo de abertura da empresa.

Em seguida, contratou uma agência de publicidade e propaganda para desenvolver

layout, marca e tudo o que diz respeito á comunicação visual do produto, o que

posteriormente lhe permitiu o registro da marca e a patente de sua invenção.

Contudo, a empresa ainda é um conceito, pois não iniciou o exercício de suas

atividades tendo em vista seu produto estar em fase de produção para então ser

lançado no mercado.

Mesmo sendo um conceito, os investimentos realizados em planejamento e

desenvolvimento são significativos. Foram realizados inúmeros testes com diversas

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gramaturas de papel até chegar a um com resistência satisfatória. Além disso,

ocorreu a criação de protótipos com diferentes tamanhos de abas até obter o

tamanho ideal que atenda cães de pequeno e médio porte, sem que haja a

necessidade de produção em tamanhos diferenciados pelo porte do animal.

Figura 1 : Coletor de fezes. Fonte: Dados da empresa.

Foram realizados investimentos em marca junto ao Instituto Nacional de

Propriedade Individual – INPI, por meio de um órgão autorizado para tal atividade.

Também referente á marca e posicionamento de mercado, considera-se o

investimento em promoção, comunicação visual, publicidade e propaganda. Os

números dos registros junto ao INPI estão descritos no Quadro 1.

Tipo de Inscrição Número do Processo Procurador

Base de Marcas 901902730 Rogério de Souza

Pedido de Patente MU8900895-2 U2 Rogério de Souza

Quadro 1 : Registros da empresa junto ao INPI Fonte: Dados da empresa

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1.6 Organização do trabalho

O presente trabalho está organizado em cinco capítulos seguidos pelas

referências e apêndices.

No primeiro capítulo apresenta-se a introdução sobre o que o assunto que o

trabalho irá discorrer, bem como tema e problema de pesquisa, objetivo geral e

objetivos específicos, justificativa de pesquisa e contextualização do estágio.

No capítulo seguinte está a fundamentação teórica abordando os conceitos

ligados ao assunto principal. Nesta etapa estão referenciados diversos autores

reconhecidos nacional e internacionalmente juntamente com suas colaborações

enriquecedoras para a academia e para a sociedade.

Ao adentrar o terceiro capítulo é apresentada a metodologia de estudo,

incluindo a tipologia de pesquisa, sujeito de estudo, instrumento de pesquisa, análise

e apresentação dos dados e, por fim, as limitações da pesquisa.

O quarto capítulo compreende a apresentação dos resultados da pesquisa, a

qual expõe cada objetivo especifico e os resultados a eles atribuídos. Também neste

capítulo é apresentada a proposta para solucionar o problema de pesquisa

identificado. Nesta fase o trabalho passa a ser entendido como parte prática que

complementou a fundamentação teórica já embasada.

No quinto capítulo estão as considerações finais relacionadas ao estudo

proposto, evidenciando de forma conclusiva os principais resultados obtidos do

estudo. Além disso, destaca-se sua importância para a acadêmica, para a empresa

na qual se desenvolveu o estágio, para a universidade e a sociedade.

Em seguida estão as referências das literaturas utilizadas e seus respectivos

autores bem como as demais fontes bibliográficas. Enfim, estão os apêndices

desenvolvidos e utilizados durante o estudo.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A presente fundamentação teórica descreve conceitos centrais de Marketing,

Administração de Marketing, Composto de Marketing e suas variáveis com maior

profundidade sobre Canais de distribuição, suas funções, atribuições, finalidades

entre outros aspectos. Os conceitos apresentados são fundamentados por autores

de reconhecimento na literatura acadêmica nacional e internacional, tais como

Rosembloom (2002), Kotler e Armstrong (2000), Kotler e Keller (2006), Churchill e

Peter (2000), Crocco et al (2006), Dias (2004), Keegan (2005), Hair, Lamb e

McDaniel (2004), Moore e Parek (2008), Urdan e Urdan (2006) entre outros.

2.1 Marketing - conceitos centrais e evolução

Observa-se na história das organizações, uma evolução muito significativa,

com mudanças em inúmeras áreas, em busca do aperfeiçoamento de processos

visando o crescimento e em grande parte das organizações objetivando a

lucratividade.

Em 1950, de acordo com Las Casas (1997), houve uma percepção por parte

dos empresários, quando estes passaram a perceber que nem tudo o que

produziam ou vendiam poderia ser empurrado para o mercado a partir de um esforço

agressivo de comunicação e vendas. O foco começava a ser modificado, iniciava-se

a era do Marketing. A partir desta percepção o mais importante era conquistar e

manter negócios no longo prazo, criando um relacionamento com a clientela. Surgia

então uma preocupação em constatar os desejos e necessidades do consumidor

para então atendê-los. Falava-se de Marketing e de estabelecer trocas que

pudessem satisfazer as necessidades das partes envolvidas.

Em marketing, conforme Lamb, Hair e McDaniel (2004, p. 6) “o termo-chave

para sua definição é troca”. A troca é consideravelmente algo simples, é a atitude de

uma pessoa ofertar algo que possui em troca daquilo a que prefere. É importante

salientar que trocas não são sinônimos de entrega de valores monetários em

contrapartida, todo valor monetário é resultado de uma troca.

De acordo com Crocco et al. (2006, p. 75) “as motivações são estímulos que

manifestam emoções e impulsionam os indivíduos para as atitudes e tomadas de

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decisão”. As necessidades e desejos são satisfeitas mediante a aquisição de

produtos e serviços, cuja compra pode ser impulsionada por uma necessidade

fisiológica (alimentação, abrigo, vestuário), por necessidade de segurança

(segurança física pessoal, segurança financeira, saúde e bem-estar), necessidades

sociais (amizade, família, convívio social), necessidade de estima (auto-estima,

confiança, conquista) ou ainda necessidades de auto-realização (moralidade,

espontaneidade, criatividade).

Segundo o autor, as motivações, emoções, desejos, ambições, são

determinados por cada sujeito diante da importância dada ás suas capacidades

pessoais. Algumas variáveis sociológicas e psicossociológicas que influenciam no

comportamento do consumidor, como grupos de referência, família, classes sociais,

cultura e microcultura. Com base nestas motivações ao consumo, seguindo a

Hierarquia das Necessidades de Maslow, as empresas procuram produzir bens e

serviços que atendam ao público-alvo.

Nota-se que há uma mudança no enfoque, não mais somente no produto e

sim no sentimento de que a aquisição ou uso deste proporciona aos consumidores,

direcionando essas percepções a ponto de garantir os objetivos e metas propostas

nas organizações, avaliando também o resultado deste ciclo perante a sociedade.

Nesta visão de entendimento da cadeia social, encontra-se uma definição de

McCarthy e Perreault (1997, p. 22) que estabelecem o marketing como “um conjunto

de atividades desempenhadas por organizações e também um processo social”.

Nesta mesma linha, Christensen e Rocha (1999) mencionam que o marketing

é, entre outras, uma função social, tendo um processo que atende as necessidades

e desejos do consumidor por meio de oferta e da demanda. Uma conotação

dinâmica ligando a atividade e a organização aos aspectos sociais também é

abordada Las Casas (1997), que define marketing como:

[...] a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de trocas, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar determinados objetivos de empresas ou indivíduos e considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que essas relações causam no bem-estar da sociedade (LAS CASAS, 1997, p. 26).

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As empresas no contexto contemporâneo são desafiadas a ampliar a visão,

saindo da zona de conforto que era apenas o produto, e passando a estudar o

comportamento do consumidor como base para então afiançar o conceito de seus

produtos e serviços gerando o sucesso e o retorno financeiro para a empresa. Mas

isso apenas já não basta mais. Como visto, o foco passou a ser mais abrangente.

A última definição do AMA também apresenta essa mudança de foco

identificando o marketing como uma atividade gerencial e funcional na organização,

a qual compreende um conjunto de processos destinados a criação, comunicação,

entrega de ofertas que tenham valor para clientes, parceiros e para a sociedade em

geral (AMA, 2007). Não basta apenas satisfazer as necessidades dos consumidores,

esta solução precisa vir com consciência social e ambiental.

Uma importante e clássica definição que aborda a mudança no enfoque do

marketing é definida por Kotler e Keller (2006, p. 39) quando afirmam que o

marketing holístico “integra as atividades de exploração de valor, criação de valor e

entrega de valor coma finalidade de construir relacionamentos de longo prazo

mutuamente satisfatórios e prósperos entre os principais interessados”. Esta

proposta identifica a importância não apenas da relação de satisfação das

necessidades e desejos, mas da preocupação em desenvolver uma relação em

longo prazo.

Em uma visão holística do marketing, conforme Kotler e Keller (2006) existem

uma estrutura que busca tratar três questões básicas: exploração, criação e entrega

de valor. No processo de exploração as empresas buscam descobrir como identificar

novas oportunidades de valor. Na etapa de criação está o questionamento de como

a empresa pode criar de forma eficiente ofertas de valor mais promissoras. No nível

de entrega de valor, o objetivo é saber como utilizar as capacidades e toda a infra-

estrutura para entregar as novas ofertas de valor com maior eficiência.

O marketing holístico tem uma grande importância para o desenvolvimento de

estratégias e planos de marketing, contudo é muito mais uma bandeira de

orientação, ou seja, uma filosofia que guia as ações da empresa para o mercado e a

sociedade como um todo. Mas para que essa orientação possa ser colocada em

prática, é necessário gerenciar sua aplicação, ou seja, a administração de marketing.

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2.1.1 Administração de marketing

Lamb, Hair e McDaniel (2004, p. 6) afirmam que marketing pode ser analisado

sob duas perspectivas, primeiramente como “uma filosofia, uma atitude ou uma

orientação de gerenciamento que realça a satisfação do cliente”, Já em uma

segunda perspectiva, o marketing “é um composto de atividades para implementar

essa filosofia”. Isso chama a atenção para o marketing como atividade a ser

gerenciada.

Christensen e Rocha (1999) apresentam uma definição de marketing voltada

para a função gerencial em busca do ajuste da oferta da organização a demandas

especificas do mercado, utilizando como ferramentas um conjunto de princípios e

técnicas.

Uma definição de marketing apresentada pelo American Marketing

Association (2000, apud LAMB; HAIR; MCDANIEL, 2004, p. 6) expressa bem a

natureza gerencial da área definida como “[...] o processo de planejar e executar a

concepção, estabelecimento de preços, promoção e distribuição de idéias, bens e

serviços a fim de criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais”.

Este processo de planejamento, execução e controle das estratégias e táticas

de marketing é definido por Limeira (2004) como “Administração de Marketing” cujo

objetivo é otimizar os resultados para os clientes e também para os stakeholders da

organização. Para a autora, a administração de marketing apresenta duas áreas de

responsabilidades, uma chamada responsabilidade estratégia - análise e

segmentação de mercado, decisão de ofertas por produtos e serviços,

estabelecimento de preços, decisão por canais de distribuição e também

estabelecimento dos meios de comunicação – e a segunda área de

responsabilidade é denominada responsabilidade operacional, a qual engloba

execução de vendas, design e produção de materiais de comunicação, meios de

atração, desenvolvimento e controle de canais de vendas, gerenciamento dos canais

de distribuição, implementação de ações promocionais e outras atividades mais

visíveis do marketing.

Para Churchill e Peter (2000, p. 19) a administração de marketing “é o

processo que visa definir metas de marketing na organização, criando estratégias

que possam alcançá-las”. Para que estas metas estabelecidas possam ser obtidas,

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os autores descrevem algumas tarefas as quais permitem a organização criar valor

para seus clientes. Os autores identificam os principais passos a serem

desenvolvidos no processo de administração de marketing, incluindo: “desenvolver

planos e estratégias de marketing e executar atividades de marketing para

implementá-los e controlá-los”. Para que a idéia dos processos de administração de

marketing obtenha sucesso é importante conhecer o ambiente de marketing.

Kotler (2000) elucida que o sucesso de determinadas empresas está na

compreensão do ambiente interno e externo de seus negócios, reconhecendo que o

ambiente de marketing está em constante aperfeiçoamento, apresentando novas

oportunidades e ameaças, assim entendem a importância do monitoramento para

melhor adequação e adaptação ao ambiente percebido.

Como expõe Churchill e Peter (2000, p. 26) a análise ambiental é “a prática

de rastrear as mudanças no ambiente que possam afetar uma organização e seus

mercados”. Estas mudanças ocorrem interna e externamente nas organizações.

Tendo em vista a definição de McCarthy e Perreault (1997), o ambiente de

marketing pode ser analisado em dois níveis, micro e macro. No nível denominado

micromarketing examina-se os consumidores e as organizações que os servem, é o

desempenho das atividades reservadas a alcançar os objetivos da organização,

observando inicialmente as necessidades dos consumidores e encaminhando-os a

um fluxo de bens e serviços a partir de um fabricante ou produtor.

Numa abordagem relativamente diferente, Kotler (2000) define que o

micromarketing é o ambiente tarefa que diz respeito às atividades que incluem os

participantes imediatos envolvidos na produção, distribuição e promoção de oferta.

Seus principais participantes seriam: empresa, fornecedores, distribuidores,

revendedores e clientes-alvo.

Partindo-se para o outro nível de ambiente de marketing, no nível macro,

McCarthy e Perreault (1997) mencionam a necessidade de adoção de uma visão

holística do sistema completo de produção - distribuição. Nesta etapa está o

processo social, dirigindo o fluxo de bens e serviços dos produtores para os

consumidores com a preocupação do equilíbrio entre a demanda e a oferta e ainda

realizando os objetivos da sociedade.

Já para Kotler (2000) o ambiente em seu nível macro é geral e amplo,

composto por diversos ambientes: demográficos, econômicos, naturais,

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tecnológicos, político-legal e sócio cultural. O autor considera que é neste ambiente

que a organização terá impacto sobre a sociedade consumidora, onde os

participantes do mercado deverão estar atentos as tendências e aos acontecimentos

deste ambiente para então realizar os ajustes e adequações em suas estratégias de

marketing.

Entre as estratégias de marketing, uma das tarefas dessa área de gestão

corresponde ao gerenciamento do mix de marketing, também conhecido como

composto mercadológico, abordado a seguir.

2.1.2 Composto mercadológico

McCarthy (1997) classificou as ferramentas ou elementos do mix de

marketing em quatro grupos amplos, denominadas 4Ps – produto, preço, praça e

promoção.

Christensen e Rocha (1999, p. 26) abordam o composto de marketing

também chamado marketing mix ou ainda composto mercadológico como “o

conjunto de instrumentos controláveis pelo gerente de marketing, por meio dos quais

ele pode obter melhor ajustamento entre a oferta que sua empresa faz ao mercado e

a demanda existente”.

Churchill e Peter (2000), Crocco et al.( 2006) e Kotler (2000) mencionam o

composto de marketing como uma combinação de variáveis estratégicas as quais a

organização orienta para a criação e transmissão de valor afim de alcançar seus

objetivos organizacionais de marketing voltados aos seus mercados-alvo. Churchill

e Peter (2000, p.20) ainda enfatizam que os elementos do composto de marketing

“devem ser combinados de forma coerente para obter máxima eficácia”. Este mesmo

autor, define que os 4Ps estão voltados a um único objetivo, alcançar o mercado-

alvo.

Para isso, o ponto de partida é o Produto, algo oferecido por profissionais de

marketing com propósito de troca. Em segundo plano está o Preço, quantidade de

recursos que o consumidor está disposto a dar em troca dos produtos e serviços.

Para a colocação do produto no mercado passa-se ao estudo da Praça – canais de

distribuição que levam os produtos e serviços ao mercado. Por fim a abordagem dos

4Ps está a Promoção, que diz respeito aos meios utilizados para informar,

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convencer e fixar na mente dos clientes a existência dos produtos e serviços

(CHURCHILL; PETER, 2000).

Produto, segundo Crocco et. al. (2006), é um conjunto de características de

quaisquer bens e serviços capazes de sugerir potencial valor de troca. O preço são

caracteres alteráveis e reflete os custos relacionados ao produto, não

necessariamente o preço propriamente dito, mas tudo o que influencia a política de

precificação. Praça faz referencia as ferramentas utilizadas para o trajeto do produto

até o ponto final que é o consumidor. A promoção é um processo da comunicação

dos benefícios que o produto proporciona para o seu mercado-alvo.

Christensen e Rocha (1999) fazem menção aos 4Ps não simplesmente como

elementos e sim como subconjuntos de variáveis, de acordo com os autores,

produto está associado a qualidade, marca, design, embalagem e outros; preço está

relacionado não somente ao preço básico todavia á política de precificação quando

há especificação de descontos, taxas, prazos de pagamento e a tudo o que se refere

aos valores sugeridos nas trocas de produtos e serviços; a praça está arrolada aos

canais de distribuição, transporte, logística, armazenagem; já a promoção está

alistada com venda pessoal, propaganda, relações públicas e tudo o que divulga e

dissemina informações dos produtos e serviços. Esse conjunto de variáveis e

subvariáveis é exposto por Las Casas (2001) na Figura 2.

I Produto II Preço III Distribuição IV Promoção

Testes de

desenvolvimento do

produto

Qualidade

Diferenciação

Embalagem

Marca nominal

Marca registrada

Serviços

Assistência técnica

Garantias

Política de preços

Métodos de

determinação

Descontos por

qualidades especiais

Condições de

pagamento

Canais de distribuição

Transportes

Armazenagem

Centro de distribuição

Propaganda

Publicidade

Promoção de vendas

Venda pessoal

Relações públicas

Merchandising

Marca nominal

Marca registrada

Embalagem

Figura 2 : Composto de marketing com as suas subdivisões. Fonte: Las Casas (2001, p.18).

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Finalmente, “decisões de mix de marketing devem ser tomadas para que se

exerça influencia sobre os canais comerciais, bem como sobre os consumidores

finais” (KOTLER, 2000, p. 37). Entre elas surge a tarefa chave deste estudo, as

decisões e gestão do canal de distribuição, abordada a partir do próximo item.

2.2 Canais de Distribuição

Canais de distribuição de acordo com Boone e Kurtz (1998) desempenham

um importante papel na estratégia de marketing pelo motivo de que proporcionam os

meios pelos quais os produtos e serviços são deslocados dos produtores até os

usuários finais.

A estratégia de distribuição pode ser subdividida em dois focos de estudo, um

sob gestão de logística e outra sob estratégia de canal na visão mercadológica. A

Figura 3 apresenta as subvariáveis do marketing mix na qual o foco deste estudo

está em destaque.

Figura 3 : Variáveis estratégicas do marketing mix com a variável distribuição subdividida pelos componentes de canal e logística.

Fonte: Rosembloom (2002, p. 31).

Segundo Rosembloom (2002, p. 31) “estratégia de canal e gestão de logística

estão intimamente relacionadas, mas a estratégia de canal é muito mais ampla e

mais essencial do que a gestão logística”. O autor defende que a estratégia de canal

é relacionada ao processo completo de configuração e operação da organização

contatual responsável por alcance de metas e objetivos da área de distribuição da

empresa.

Marketing

Estratégia de produto

Estratégia de preço

Estratégia de comunicação

Estratégia de distribuição

Gestão de logística

Estratégia de canal

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Como já mencionado, é sobre esse foco mercadológico que se dará o

desenvolvimento desta parte da fundamentação.

2.2.1 Definições e funções

Canais de distribuição estão associados a praça, um dos 4Ps definidos por

McCarthy (1997), por este motivo os canais também são denominados canais de

marketing.

Ao buscar definições para Canais de Distribuição, Las Casas (2004)

apresenta um breve histórico das origens desta ferramenta do marketing, muito

importante no processo de troca. O autor em sua obra declara que a história das

trocas de produtos e mercadorias se inicia após a auto-suficiência. Este período era

compreendido após as famílias produzirem e fabricarem os seus bens de consumo.

Com isso, os excedentes das unidades familiares eram trocados entre as famílias de

acordo com suas necessidades. Desta troca surgiram os pontos de negociação e a

formação de mercados, conseqüentemente surgiu a moeda e alguns intermediários

que realizavam o papel de facilitadores no processo de troca.

Diversos autores apresentam definições muito semelhantes para os canais de

distribuição, Ferrelt et al. (2000), Novaes (2001) e Anderson et al. (2002) trazem em

suas obras os canais de marketing como conjuntos de organizações responsáveis

por distribuir e deixar disponíveis aos consumidores finais os produtos e serviços de

uma ou mais unidades produtoras.

Lamb, Hair e McDaniel (2004, p. 353) descrevem os canais de distribuição

como “uma estrutura empresarial de organizações independentes que vão do ponto

de origem do produto até o consumidor, com a finalidade de mover o produto até

seu destino final de consumo”.

Rosembloom (2002, p. 27) define canal de marketing como: “a organização

contatual externa que a administração opera para alcançar seus objetivos de

distribuição”. Esta organização contatual abordada pelo autor, refere-se as partes

envolvidas no processo de movimentação do produto e ou serviço entre o produtor e

o consumidor final. O autor em uma definição mais detalhada descreve o canal de

distribuição como:

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A rede de organizações que cria utilidades de tempo, lugar e posse para consumidores e usuários empresariais. Ainda complementa que “utilidades de tempo, lugar e posse são condições que possibilitam que consumidores e organizações disponham de produtos para usar quando e onde os quiserem (ROSEMBLOOM, 2002, p. 296).

Uma abordagem interessante é a de Dias (2004, p. 126) ao salientar que

“tanto a abrangência como a importância dos canais de distribuição está

aumentando”. Isto ocorre porque de um lado os consumidores estão cada vez mais

exigentes e de outro, um sistema de distribuição bem organizado maximiza

resultados gerando sinergias e conseqüentemente se torna uma vantagem

competitiva. O autor ainda complementa que alguns fatores que influenciam nas

recentes e diversas formas de efetuar a comercialização dos produtos e dos

serviços, são a utilização de forma intensiva dos meios de comunicação e a rápida

evolução tecnológica da informação.

Os canais de distribuição podem sofrer modificações em suas estruturas e em

seu desenvolvimento, cujos fatores apontados por Anderson (2002) são demanda e

oferta. Para o autor, dentro da demanda e da oferta existem subgrupos que

influenciam na mudança dos canais. Na demanda, o autor apresenta dois pontos

como influencia para tais alterações, a facilitação da busca, referente aos

intermediários realizando as distribuições e facilitando o processo de busca. Outro

ponto é o ajuste da discrepância de sortimento, quando os intermediários

independentes de um canal desempenham a função de classificação de produtos,

desta forma criam uma atratividade para o consumidor final com benefícios para

ambas as partes e geram utilidade para os usuários finais.

Na oferta, Anderson (2002) também descreve dois fatores responsáveis por

modificar os canais, um dos pontos é a criação de rotinas de transações, rotinas

estas que quando estabelecidas entre as partes, comprador e vendedor, acabam por

padronizar os processos e findam o sistema de barganha ocorrido quando as

transações são analisadas individualmente. Outro fator por parte da oferta, segundo

o autor, é a redução no número de contatos, que quando implementada, amplia a

necessidade do produtor interagir com cada comprador.

Novaes (2001, p. 111) afirma que “os objetivos dos canais de distribuição

dependem essencialmente de cada empresa, da forma como ela compete no

mercado e da estrutura geral da cadeia de suprimento”. Presentes em sua obra, o

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autor descreve alguns objetivos gerais dos canais de distribuição. São eles: garantir

a disponibilidade dos produtos nos segmentos dos mercados anteriormente

identificados como prioritários; maximizar o potencial de vendas do bem ou serviço

em questão; incentivar a cooperação e colaboração entre os participantes da cadeia

de suprimento no que se refere à distribuição; assegurar um nível de serviço

preestabelecido entre parceiros da cadeia de suprimento; avalizar um fluxo de

informações com rapidez e agilidade entre as partes envolvidas; reduzir custos de

forma integrada e permanente atuando de forma uníssona na avaliação da cadeia

de valor.

Lamb, Hair e McDaniel (2004) também fornecem três tópicos como objetivos

dos canais de marketing:

• Fornecer especialização e divisão no trabalho, onde todos os participantes

do canal negociam entre si;

• Superar discrepâncias em relação a: quantidade - no que se refere a

diferença de quantidade produzida e quantidade de demanda; de sortimento - já

abordada por Anderson (2002) e concernente a falta de itens que um cliente

necessita para obter satisfação em relação os produtos; temporal - diferença de

tempo entre a fabricação de um produto e sue consumo; espacial - diferença entre o

local do produtor e o local de mercado;

• Fornecer eficiência de contato onde é criada uma rede de contatos e

ampliada a forma de distribuição, agilizando as vendas sem a necessidade de

contato do produtor com o consumidor final.

Para Anderson (2002, p. 20) o propósito do canal de distribuição é

“disponibilizar um produto ou serviço para uso ou consumo”, complementando que o

objetivo do marketing é “satisfazer os usuários finais do mercado, sejam eles

consumidores ou compradores de empresas finais”.

Boone e Kurtz (1998, p. 301) também destacam que “o propósito dos canais

de marketing é criar utilidade para os clientes”. A esta utilidade os autores associam

como as principais categorias de utilidade de canal o ponto (local de disponibilidade

do produto ou serviço em um local conveniente ao público-alvo), tempo

(disponibilidade de produto ou serviço quando este for desejado pelo cliente), forma

(condições adequadas ao processar, preparar e prontificar um produto no mercado)

e informação (disponibilidade de informações para suprir os possíveis

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questionamentos que possam surgir sobre as características úteis do produto ou

serviço). Os autores complementam que para que estas utilidades possam se tornar

uma fonte básica de vantagem competitiva e de valor para o produto, uma escolha

muito importante está na decisão estratégica pelo modelo de canal.

Lamb, Hair e McDaniel (2004) apresentam três funções de marketing de canal

desempenhadas por intermediários, sendo funções transacionais (contato e

promoção, negociação e risco assumido), funções logísticas (distribuição física,

armazenamento e classificação) e funções de facilitação (pesquisa e financiamento).

Keegan (2005, p. 301) afirma que “as decisões sobre canais são importantes

por causa do número e da natureza das relações que têm de ser gerenciadas”.

Assim, a fim de buscar a melhor tomada de decisão dos canais de marketing é

relevante que haja um conhecimento mais intenso sobre a estrutura dos canais de

marketing, assunto este descrito no próximo item.

2.2.2 Estrutura de canal

A estrutura do canal de marketing está relacionada a todas as empresas e

instituições (inclusive produtores ou fabricantes e clientes finais) que estão

envolvidos na execução das funções da compra, venda e transferência de

propriedade (ROSEMBLOOM, 2002).

Ao analisar o sistema de distribuição, Dias (2006, p. 59) afirma que este “deve

ser planejado e executado com vistas para o longo prazo”. Assim como outros

autores já manifestaram suas idéias a respeito, este autor também defende que os

canais de distribuição não são objetos de constante modificação, e ainda defende

que quanto maior estabilidade houver melhor será o resultado do sistema.

A fim de definir a melhor opção de canal de distribuição é importante

conhecer algumas informações da organização.

Disponibilidade de recursos, tipo de bem ou serviço, perecibilidade, complexidade e valor unitário do bem, necessidade de estocagem, exigências do pós-venda (principalmente assistência técnica), potencial de mercado, concentração e/ou dispersão geográfica dos clientes são alguns dados importantes para a tomada dessa decisão (DIAS, 2006, p. 59).

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Após identificar e analisar os dados acima mencionados passa-se a estudar a

estrutura do canal. Rosembloom (2002, p. 37) descreve a estrutura do canal de

marketing é “o grupo de membros do canal para o qual foi alocado um conjunto de

tarefas de distribuição”. Para este autor, a estrutura do canal de distribuição

apresenta três dimensões básicas, sendo elas a extensão da estrutura, a

intensidade em vários níveis e os tipos de intermediários envolvidos nos canais de

distribuição. Baseado nesta divisão, a seguir essa estrutura é discutida segundo

diferentes autores:

a) Extensão da estrutura do canal:

Quando se faz referência a extensão da estrutura do canal, estão sendo

analisados os números de níveis de distribuição que existem entre o produtor e o

consumidor final (ROSEMBLOOM, 2002).

Em sua obra, Lamb, Hair e McDaniel (2004) discutem as estruturas de canal

para cada tipo de produto e também as estruturas de canal alternativas. Canais para

produtos de consumo geralmente apresentam-se em quatro formas diferentes, como

segue na Figura 4.

Canal Direto Canal Varejista Canal Atacadista Canal de agente/corretor

Figura 4 : Canais de Marketing para produtos de consumo Fonte: Lamb, Hair e McDaniel (2004, p. 360)

Produtor Produtor Produtor Produtor

Consumidores Consumidores Consumidores Consumidores

Varejistas Varejistas Varejistas

Atacadistas

Agentes ou corretores

Atacadistas

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A figura ilustra as diferentes formas pelas quais os produtores ou fabricantes

podem distribuir seus produtos aos seus consumidores finais. Os produtores podem

optar pelo canal direto, aquele em que os produtores vendem diretamente aos seus

consumidores, esta forma é uma das mais utilizadas nos canais de distribuição.

De acordo com Churchill e Peter (2000) os canais podem assumir uma

classificação como canais diretos, os quais não utilizam intermediários ou canais

indiretos, que utilizam um ou mais intermediários para o processo de distribuição.

Dias (2006, p. 59) ainda acrescenta que a distribuição direta “é geralmente

usada por produtores de bens industriais, por meio da venda pessoal”. O autor cita

que esta forma de distribuição pode ser utilizada por meio de marketing direto,

telemarketing, reembolso postal, catálogo ou internet. Já a distribuição indireta,

segundo o autor, é uma forma de distribuição mais usada por produtores de bens de

consumo.

Outro modelo aplicável ilustrado na Figura 5, refere-se à canais para produtos

industriais, o qual acontece de foram mais comum em cinco estruturas.

Canal Direto Distribuidor Industrial Canal de Agente/corretor Canal Direto

agente distribuidor Distribuidor Industrial

Figura 5 : Canais para produtos industriais Fonte: Lamb, Hair e McDaniel (2004, p. 361).

Produtor

Usuário Industrial

Usuário Industrial

Usuário Industrial

Usuário Industrial

Produtor Produtor Produtor Produtor

Agentes corretores

Agentes corretores

Distribuidor Industrial

Distribuidor Industrial

Usuário Governamental

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Lamb, Hair, e McDaniel (2004, p. 360) estabelecem que “os canais diretos

são típicos nos mercados organizacionais” podendo ocorrer com unidades

governamentais por meio de licitações. Nos demais níveis, os fabricantes oferecem

seus produtos a outros intermediários e estes efetuam a disponibilização destes no

mercado por meio dos atacadistas que são considerados os usuários industriais.

Os autores ainda descrevem arranjos alternativos para canais diferentes ou

alternativos, no caso de haver uma escolha de mais de um canal para a distribuição

dos produtos ou serviços. Dentro desta estratégia de distribuição, estão descritos os

canais de distribuição dupla, para a situação de uso de dois ou mais canais a fim de

distribuir o mesmo produto a mercados-alvo; canais não – tradicionais, os quais

auxiliam a diferenciar um produto de uma empresa dos produtos da concorrência;

canais adaptáveis, que é iniciado na identificação de alguma necessidade crítica,

mas rara e esta não tem recursos para atender; e por fim alianças estratégicas de

canal, que são acordos de cooperação entre empresas para uso do mesmo canal de

distribuição já estabelecido por uma empresa parceira.

b) Intensidade do canal:

A intensividade do canal é descrita por vários autores em dois termos, direta e

indireta. No caso de canais indiretos ou múltiplos, surgem novas subdivisões, são

detalhamentos dos níveis em distribuição intensiva (utilizar todos os intermediários

possíveis no nível de canal), distribuição seletiva (usar o mínimo possível de

intermediários) e distribuição exclusiva (uso de apenas um intermediário por território

definido).

Boone e Kurtz (1998, p. 334) mencionam que na distribuição intensiva “os

produtores de bens de conveniência tentam saturar seus mercados possibilitando

aos compradores adquirir seus produtos com um mínimo esforço”.

Segundo Moore e Pareek (2008) esta estratégia de distribuição intensiva,

outorga direitos de distribuição para todos intermediários possíveis, sendo muito

utilizada pelos fabricantes de bens de consumo pelo fato de que ela aumenta a

comodidade do consumidor.

Para Las Casas (2001) se a empresa desejar uma ampla cobertura no

mercado de atuação, ela deverá optar pela distribuição intensiva, pois esta

estratégia permite uma distribuição em massa disponibilizando os produtos no maior

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número possível de estabelecimentos, além de ser uma estratégia que não impõe

critérios para seleção dos intermediários envolvidos no processo.

Outro nível analisado é o de distribuição seletiva. Para Dias (2004, p. 128)

este tipo de distribuição ocorre [...] “quando se leva em conta a imagem do produto”.

Para que a imagem do produto seja fixada de uma forma positiva, a empresa

distribuidora precisa analisar também a imagem do ponto de venda onde seus

produtos estarão disponibilizados. Aliados a isso, estão alguns serviços que

agregam valor, e de acordo com o autor, é de responsabilidade de o revendedor

oferecer estes serviços ou facilidades, como crédito, assistência técnica, qualidade

da equipe de vendas, layout atrativo, dinâmico e confortável, estacionamento e

outros demais.

O autor menciona ainda que é importante para a organização que opta por

esta forma de distribuição, respeitar a área geográfica de atuação dos revendedores

selecionados, O autor também faz uma referência importante sobre esta estratégia:

Um mínimo de reserva de mercado é sempre conveniente nesse tipo de distribuição, pois assim se evita que a concorrência de intensifique, que as vendas médias por loja sejam menores e que a guerra de preços se instale, prejudicando todos os componentes do sistema (fabricantes e revendedores) (DIAS, 2004, p. 128).

Conforme Boone e Kurtz (1998, p. 334) na distribuição seletiva “a empresa

opta por selecionar apenas um número limitado de varejistas numa área de mercado

para comercializar a sua linha”. Porém Keegan (2005, p. 305) elucida que “o

intermediário seletivo não está interessado em construir mercado para um novo

produto”, o que pode representar um sério obstáculo aos fabricantes que se

interessam em penetrar algum mercado nesta condição.

Rosembloom (2002, p. 179) apresenta de uma forma mais concisa que “na

distribuição seletiva, como o nome sugere, nem todos os intermediários que seriam

possíveis em determinado nível do canal são usados e todos aqueles incluídos no

canal são cuidadosamente escolhidos”.

Segundo Christensen e Rocha (1999) a distribuição seletiva apresenta

características de diferenciação, pois possibilita alcançar um número considerável de

canais sem popularizar o produto e por este motivo, transmitem a imagem de

seletividade e sofisticação. Nessa mesma linha, Dias (2004) recomenda esta

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distribuição para bens de compra comparada de médio ou alto valor unitário e bens

de especialidade de baixo valor unitário.

Hiam e Schewe (2000) descrevem que esta forma seletiva de atuação

envolve um conjunto de pontos de venda limitado em um determinado território. Para

os autores, é uma ótima opção de canal para produtos de marca e ainda

complementam que os fabricantes ganham pelo fato de que os componentes do

canal são mais cooperativos e leais.

Kotler e Armstrong (2000, p. 199) pontuam que “ao usar a distribuição

seletiva, as empresas não precisam espalhar seus esforços sobre muitos pontos de

venda, incluindo muitos marginais”. Para eles, “estas empresas” podem desenvolver

bons relacionamentos de trabalho com membros selecionados do canal, esperando

um esforço de venda acima da média e ainda destacam que esta estratégia fornece

uma cobertura de mercado com maior controle e menores custos do que na opção

de distribuição intensiva.

Já na estratégia de distribuição exclusiva é importante observar alguns

detalhes que poderão afetar a organização caso não haja um bom planejamento na

escolha dos intermediários e na ação destes no mercado. Para Boone e Kurtz (1998,

p. 335) a distribuição exclusiva ocorre “quando os produtores concedem direitos

exclusivos a um atacadista ou varejista para vender numa área geográfica

específica”.

Uma colocação que chama a atenção quanto a distribuição exclusiva é a de

Moore e Pareek (2008) que afirmam que esta estratégia é utilizada por fabricantes

de artigos de luxo, os quais oferecem a um número limitado de intermediários os

direitos exclusivos sobre as linhas de produtos. Também aborda que esta

exclusividade é positiva para a imagem e desejo pela marca, permitindo maior

controle sobre o preço, promoção e atendimento ao cliente. Segundo o autor, neste

caso existem critérios rigorosos de seleção dos intermediários.

Las Casas (2001) complementa que a distribuição exclusiva pode ser utilizada

em casos de produtos de especialidade ou de produção limitada, cujo fabricante

possua interesse em um posicionamento de prestígio, vendendo por meio de poucos

intermediários. Uma preocupação apontada pelo autor com relação a esta estratégia

é que mesmo favorecendo a motivação do distribuidor pela garantia da

exclusividade, a entrega de toda a responsabilidade de vendas fica centralizada em

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apenas um ou alguns poucos e seletos intermediários contratados, o que poderá em

alguma circunstancia tornar-se um problema.

Um segmento que utiliza tal estratégia, de acordo com Kotler e Armstrong

(2000) é o de automóveis novos e vestuário feminino sofisticado, cujos autores

afirmam que a distribuição exclusiva valoriza a imagem dos automóveis permitindo

margens de lucratividade mais altas.

Boone e Kurtz (1998) complementam que esta estratégia pode apresentar

diversos problemas em algumas áreas: acordos de comercialização exclusiva,

territórios fechados de vendas e acordos de vinculação, o que embora não sejam

ilegais, estas podem ser julgadas ilegais por reduzirem a concorrência ou

caracterizarem monopólios.

De acordo com Rosembloom (2002) o estreitamento das relações entre os

fabricantes e os membros do canal amplia a eficiência e eficácia dos níveis de

distribuição. Segundo o autor os níveis de proximidade dos relacionamentos aliados

a intensidade de distribuição asseguram um melhor desempenho dos canais. Na

Figura 6 é possível visualizar estas relações esclarecendo a importância dos

relacionamentos para cada forma de intensidade de canal, fatores de decisão sobre

a questão estratégica de relacionamento entre os membros de canal.

Figura 6: Relação entre proximidade do canal e intensidade de distribuição Fonte: Rosembloom (2002, p. 162)

Grau de proximidade

Muito próximo

Próximo

Médio

Distante

Muito distante

Intensiva Seletiva Exclusiva

Intensidade de distribuição

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c) Tipos de intermediários envolvidos:

Para Kotler e Armstrong (2000) as características dos intermediários exercem

influencia sobre o projeto de canal, por este motivo, a organização precisa buscar

intermediários que estejam dispostos e aptos a desempenhar as tarefas

necessárias. Para os autores, os intermediários apresentam habilidades diferentes

entre si, no entanto, o esforço de vendas por trás do produto é menos intenso do

que se a própria empresa disponibilizasse uma força de vendas para atuação no

mercado.

Segundo Lamb, Hair e McDaniel (2004) existem dois níveis de canais muito

utilizados, varejistas que são aqueles intermediários do canal responsáveis por

distribuir os produtos diretamente aos consumidores finais e atacadistas que são as

instituições que compram de fabricantes e revendem a outras empresas, órgãos

governamentais e outros atacadistas ou varejistas, que ao adquirir os produtos

assumem também a propriedade dos bens enviando posteriormente aos

compradores finais.

Anderson (2002, p. 29) expõe que os intermediários varejistas “vendem

diretamente para os consumidores individuais que são os usuários finais”. Já os

intermediários atacadistas, para este autor, são organizações que vendem para

outros intermediários de canal com exceção dos consumidores finais.

Las Casas (2001, p. 221) também apresenta os varejistas como

“intermediários que vendem diretamente aos consumidores”, porém cria uma

classificação para estes intermediários e aborda sete tipos distintos: varejistas

independentes, que são aqueles que possuem apenas um estabelecimento de

pequena proporção, varejistas em cadeia, que são os que possuem mais de um

estabelecimento de venda, lojas de departamentos, caracterizadas pela divisão das

atividades por departamentos, lojas de desconto, aquelas que ofertam produtos a

um preço reduzido sem muita preocupação com a disposição e arrumação dos itens,

supermercados, shoppings centers e varejo de porta em porta, muito utilizado no

Brasil e em constante crescimento.

Quanto aos atacadistas, este autor declara que se caracterizam por não

venderem diretamente aos usuários finais e por comprarem em grandes quantidades

para revender em menores quantidades principalmente aos varejistas. O autor

também apresenta uma classificação para estes intermediários, entre os atacadistas

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de funções completas, aqueles que prestam uma ampla gama de serviços aos seus

clientes, atacadistas de funções limitadas, que limitam os serviços prestados e

agentes ou corretores que são os atacadistas que operam prestação de serviços

comissionadas.

Boone e Kurtz (1998) informam que as funções dos intermediários atacadistas

têm sua importância reconhecida na criação da utilidade, na prestação de serviços e

na capacidade de redução dos custos. Ainda destacam que na criação de utilidade

estão a utilidade de tempo, relacionada á disponibilidade dos produtos no momento

em que o consumidor deseja comprá-los; utilidade de local, referente à

disponibilidade dos produtos em locais convenientes; e utilidade de propriedade,

estabelecida pela passagem da propriedade do produtor para os intermediários ou

outros compradores.

Brito e Parente (2006) declaram que no varejo as características dinâmicas

das atividades levam os gestores a não praticarem processos de análise e reflexão,

pois estes acabam se envolvendo de tal forma que apenas respondem aos

estímulos externos e internos da organização sem que haja uma apreciação mais

profunda sob o assunto, o que pode ser um risco á gestão de distribuição.

2.2.3 Dinâmica dos canais e as diferentes formatações

Diversos autores fazem a mesma afirmação: é difícil mudar os canais de

marketing depois de estabelecidos, o que os torna uma possível fonte de vantagem

competitiva. Para que não haja problemas posteriores ao estabelecimento dos

canais de distribuição, estudam-se os tipos de canais e suas atribuições e papéis e

capacidades de gerenciamento de disputas.

Um dos tipos de canal de marketing é denominado canal vertical. Segundo

Moore e Pareek (2008, p. 64) “neste sistema, um grupo de produtores, atacadistas e

varejistas atua em conjunto para aumentar o retorno de todas as partes”, os autores

também atribuem a este tipo de canal a prática da propriedade cruzada, onde cada

participante detém uma porcentagem da empresa dos demais.

Las Casas (2001) aborda os canais verticais como sistemas verticais, e os

subdivide em sistema cooperativo, que ocorre quando um fabricante adquire uma

organização varejista e passa a exercer maior domínio sobre a distribuição, sistema

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administrado, que se apresenta na existência de alguma força política ou de

prestígio de marca e sistema contratual, aquele onde há um contrato operacional

entre os membros do canal.

Kotler e Armstrong (2000) ainda apresentam outra subdivisão concernente ao

sistema contratual. Uma subdivisão do sistema vertical contratual são cadeias

voluntárias patrocinadas por varejistas, quando ocorre um agrupamento de varejistas

independentes para aumentar a capacidade competitiva com as grandes cadeias.

Outra subdivisão são as cooperativas de varejistas, correspondente a um grupo de

varejistas organiza um novo negócio a fim de desenvolver atividades de atacado e

possivelmente de produção. Por fim, a subdivisão em organizações de franquias,

que ocorre quando um membro do canal serve de elemento de ligação para diversas

etapas do processo de produção – distribuição. Na Figura 7 estão evidenciados os

tipos de sistemas verticais de marketing – SVM.

Figura 7 : Tipos de sistemas verticais de marketing Fonte: Kotler e Armstrong (2000, p. 194)

Outro tipo de canal utilizado na estratégia de distribuição é denominado canal

horizontal, que de acordo com Las Casas (2001, p. 226) ocorre “quando uma

empresa adquire outra concorrente” possibilitando uma participação mais intensa do

canal, porém o autor chama a atenção com relação a esta prática, pois se as

Sistemas Verticais de Marketing (SVM)

SVM administrado

SVM contratual

SVM corporativo

Cadeias voluntárias

patrocinadas por atacadistas

Cooperativas de varejistas

Organizações de franquias

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atividades caracterizarem monopólios estas se tornarão práticas ilegais, podendo

acarretar punições graves por parte do governo.

Não só a aquisição de um concorrente é foco deste arranjo. Kotler e

Armstrong (2000) defendem que no sistema horizontal algumas empresas acabam

por se unir buscando uma nova oportunidade de marketing e com esta união, as

organizações trabalham juntas, combinando capital, capacidades de produção ou

recursos de marketing visando à sinergia, ou seja, realizar mais do que qualquer

uma das empresas desta união conseguiria realizar sozinha. Os autores ainda

salientam que as empresas podem unir forças com concorrentes ou não-

concorrentes, em um período temporário ou até mesmo permanente.

Em sua obra, Moore e Pareek (2008, p. 64) descrevem que “às vezes,

participantes de um mesmo canal cooperam; em outras ocasiões, empresas de

diferentes canais se associam” e denominam estas ações como promoção cruzada.

Pelo fato de uma empresa depender uma da outra para alcançar o sucesso, as

chances de ocorrência de conflitos são reduzidas, no entanto é necessário que haja

um mecanismo mediador de questões contenciosas.

Alguns autores ainda apresentam outro tipo de canal, o canal híbrido também

conhecido por sistema de distribuição multicanal, que de acordo com Kotler e

Armstrong (2000, p. 196) “ocorre quando uma única empresa estabelece dois ou

mais canais de marketing para atingir um ou mais segmentos de clientes”.

Moore e Pareek (2008) evidenciam que esta terceira opção de canal é a

preferida de organizações que atuam em grandes e complexos mercados, pois com

os variados canais para seus mercados-alvo, aumentam as oportunidades de

adaptação das ofertas de produtos ás necessidades dos consumidores e com isso

ocorre a ampliação da cobertura de mercado.

Uma questão interessante é abordada por Kotler e Armstrong (2000, p. 192)

quando expõe que “todas as instituições no canal estão conectadas por diversos

tipos de fluxos”.

Indiferente do tipo de canal estes fluxos precisam ser analisados,

Rosembloom (2002) elucida que são esses fluxos que fornecem os elos que ligam

os membros atuantes do canal na distribuição de bens ou serviços. Tanto Kotler e

Armstrong (2000) quanto Rosembloom (2002) abordam como os principais fluxos na

visão estratégica da gestão de canal os fluxos de produto, referindo-se ao

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movimento físico e real do produto, fluxo de negociação ou de pagamento, que

representa a interação das funções de compra e vendas associadas á transferência

de direitos sobre os produtos, fluxo de propriedade, relativo ao movimento dos

direitos sobre o produto durante a transferência entre o fabricante até o consumidor

final e fluxo de informação, troca de informações entre os intermediários envolvidos

no sistema de distribuição.

2.2.4 Canal de Marketing como um Sistema Social

Rosembloom (2002, p. 114) apresenta uma definição de sistema social como

“o sistema gerado por qualquer processo de interação no nível sociocultural, entre

dois ou mais atores. Os atores podem ser entanto indivíduos humanos concretos –

pessoas – quanto coletividades inteiras”.

Tendo em vista a estrutura e os tipos de canal, o autor traz uma ligação entre

os canais de marketing e sistemas sociais, expondo que o canal deixa de apresentar

apenas uma visão do sistema econômico, porém agora mais completo com

dimensões comportamentais. Estas dimensões comportamentais fornecem algumas

informações importantes como conflito de canal, poder no canal de marketing e

outras.

Em relação a conflitos existentes no canal de distribuição, Las Casas (2001,

p. 224) explica que “no momento em que várias empresas atuam na transferência do

fluxo de mercadorias que segue do fabricante ao consumidor, surgem como é de se

esperar, alguns conflitos de objetivos”. Segundo o autor, estes conflitos de objetivos

são resultantes de objetivos diferentes entre os intermediários.

Kotler e Armstrong (2000) fazem uma colocação um tanto interessante, eles

expõe que a cooperação dos indivíduos do canal é para o alcance dos objetivos

gerais organizacionais e esta cooperação implica em abrir mão dos objetivos

individuais, neste ponto surgem muitos dos conflitos.

Rosembloom (2002, p. 115) diz que “existe conflito quando um membro do

canal percebe que as ações de outro membro estão impedindo a realização de suas

metas”.

Churchill e Peter (2000) apresentam uma divisão para estes conflitos, em

conflitos horizontais e verticais, como representado na Figura 8. De acordo com os

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autores, assim como para Kotler e Armstrong (2000), conflitos de ordem horizontal

ocorrem entre membros de um mesmo nível e conflitos de ordem vertical ocorrem

entre membros de diferentes níveis do mesmo canal. Para estes autores, parte dos

conflitos apresenta uma forma de competição, o que é saudável para o canal, no

entanto, algumas vezes os conflitos podem atrapalhar seu bom funcionamento.

Neste sentido, é importante que os papéis dos membros de canal sejam bem

especificados.

,

Figura 8 : Tipos de conflito de canal. Fonte: Churchill e Peter (2000, p. 383)

Kotler e Armstrong (2000, p. 194) ainda completam dizendo que “o canal terá

um melhor desempenho se houver uma empresa, agência ou mecanismo que tenha

o poder de atribuir papéis e administrar conflitos” e expõe que “em organizações

mais recentes passaram a oferecer lideranças mais fortes e desempenho

aprimorado”.

As lideranças mencionadas anteriormente exercem poder sobre os demais

colaboradores do processo de distribuição, que, segundo Churchill e Peter (2000, p.

384) “a redução dos conflitos e o aumento da cooperação entre os membros do

canal podem resultar da liderança do capitão do canal, que é um membro

reconhecido pelos outros membros como o detentor do poder de tomar decisões”.

Rosembloom (2002, p. 128) afirma que o termo poder no contexto do canal

de distribuição refere-se “á capacidade de um membro particular do canal em

controlar ou influenciar o comportamento de outro(s) membro(s) do canal”.

Conflito vertical Conflito horizontal

Produtor Produtor

Intermediários

Usuários finais

Intermediário A Intermediário B

Usuários finais

Conflito Conflito

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Anderson (2002, p. 174) diz que “o poder (o potencial para influenciar)

representa uma habilidade, e habilidades que não são fáceis de avaliar”. Para o

exercício deste poder, Anderson (2002), Moore e Pareek (2008) e Rosembloom

(2002) apresentam cinco bases de poder para o controle de canal que são:

• Poder de recompensa: quanto á capacidade de um membro recompensar

outro se o segundo submeter-se á influência do primeiro oferecendo algo desejável;

• Poder de coerção ou poder coercitivo: ao contrário do poder de

recompensa, neste caso ocorre a punição caso o segundo não se submeta ao

primeiro;

• Poder legítimo ou de poder de legitimidade: deriva de normas que

determinam direito legítimo a um membro do canal para influenciar o segundo que

tem a obrigação de aceitar a influencia;

• Poder de referência ou poder referente: no caso de um membro perceber

que suas metas estão relacionadas à de outro membro e desta forma ambos

necessitam parceria para alcançar seus objetivos;

• Poder de especialidade ou poder de especialista: derivado do

conhecimento que um membro atribui a outro em determinada área, este provém do

conhecimento e habilidades do membro de canal.

Churchill e Peter (2000) ainda apresentam uma sexta base de poder,

denominado poder por informação, o qual se origina da posse por um membro de

canal de informações valorizadas pelos outros no canal. A resolução de conflitos de

canal e o exercício de poder por meio de lideranças no canal ocorrem de maneira

mais branda por meio da construção de confiança e cultivo dos relacionamentos no

canal, o que acontece a partir do momento em que os membros do canal

reconhecem sua interdependência e por meio do compartilhamento de informações

que permitem melhorar a eficiência do canal.

2.2.5 Decisões estratégicas de projeto de canal

Observa-se que no composto mercadológico existe uma valorização

significativa do produto, do preço e da promoção, já com relação a praça,

geralmente não é tão estudada na elaboração de estratégias. Hiam e Schewe (2000,

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p. 391) expõem que “a distribuição pode ser extremamente importante, mas que

também costuma ser negligenciada”.

Conforme Murphy (2000, p. 99) “distribuição, da mesma forma que os outros

ingredientes do mix de marketing, deveriam ser encarados como uma série de

sistemas de entrega de valor ao cliente”. Dada à importância deste componente do

composto mercadológico, passa-se a buscar a criação de estratégias que possam

assegurar para a organização o sucesso no processo de distribuição e para o

mercado a garantia de entrega de produtos e/ ou serviços com agilidade,

conveniência, redução dos custos e maximização de resultados.

“Dentro do marketing, a área de distribuição envolve decisões tanto

estratégicas quanto táticas” afirmam Hiam e Schewe (2000, p. 391), para eles as

decisões de âmbito estratégico estão na escolha de um canal de distribuição e os

intermediários que farão parte deste processo a fim de disponibilizar o produto para

o mercado. No que diz respeito às decisões táticas estão as seleções das empresas

especificas que intermediarão a distribuição e como será efetuada a movimentação

real dos produtos.

Observa-se que com o passar dos anos e os constantes estudos sobre o

mercado e seu funcionamento, surgem modificações nos conceitos teóricos e

também práticos. Em 1988 KOTLER (1988, p. 71) definia a estratégia de marketing

como “os princípios gerais por meio dos quais uma unidade de negócio espera

alcançar seus objetivos de marketing em um mercado-alvo”. Pode-se considerar a

estratégia de marketing de canal como uma ramificação da estratégia de marketing,

que para Rosembloom (2002, p. 147) é modificada para “os princípios gerais pelos

quais uma empresa espera alcançar seus objetivos de distribuição em seu(s)

mercado(s)-alvo(s)”.

Mesmo que as definições de Kotler e Rosembloom sejam paralelas e

praticamente iguais, existe um enfoque diferente destacado por Rosembloom, pois

os objetivos de distribuição de uma empresa são mais profundos no que diz respeito

aos canais de distribuição e suas decisões estratégicas, enquanto que na definição

de Kotler, os objetivos de marketing a que se refere, acabam sendo mais genéricos,

pois envolvem além da praça – que é a distribuição – o produto, o preço e também a

promoção,

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50

Backer (2005) assim como demais autores, afirma que é na área de

distribuição que surgem inúmeras vantagens competitivas, ele ainda expõe que a

inovação trouxe para as novas estratégias de marketing benefícios referentes à

conveniência, agilidade, acessibilidade e custos reduzidos.

De acordo com Hiam e Schewe (2000, p. 406) “as decisões quanto aos

canais devem ser baseadas em uma avaliação das metas e recursos da

organização, e no conhecimento do mercado”.

Kotler e Keller (2006) descrevem que os sistemas de canais sofrem

mudanças frequentemente e estas envolvem o aproveitamento das oportunidades e

as condições de mercado. Para que haja um projeto de sistema de canais, é

necessário realizar uma análise das necessidades do cliente, estabelecer os

objetivos do canal e identificar e avaliar as principais alternativas dos canais. Essas

decisões são abordadas na sequência segundo diferentes autores:

a) Necessidades dos clientes em relação ao canal:

Em relação a identificar as necessidades dos clientes, os autores ainda fazem

menção sobre a empresa entender os níveis de produção se serviços desejados

pelos consumidores, pois os clientes-alvo têm necessidades de serviços diferentes.

De acordo com os autores, os canais produzem cinco níveis de produção: o primeiro

nível é o tamanho do lote, referente ao número de unidades que o canal permite

seus clientes adquirirem em determinada ocasião; o segundo nível é o tempo de

espera, relacionado ao tempo que os clientes estão dispostos a aguardar pelo

produto ou serviço; o terceiro nível é a conveniência espacial, indicativo do grau de

disponibilidade do produto ou serviço para sua aquisição; o quarto nível é a

variedade de produto, alusivo ao nível de variedade oferecido, tendo em vista o

consumidor gostar ou não da variedade para a tomada de decisão da compra; e o

quinto nível, referente ao apoio de serviço, como os serviços adicionais que geram

percepção de valor agregado como facilidade de pagamento com cartão, oferta de

crediário, serviços de entrega e instalação e até manutenção e reparos.

Lamb, Hair e McDaniel (2004, p. 364) apresentam estas necessidades dos

clientes como fatores de mercado, pontos a serem analisados para que a estratégia

seja certeira. Segundo os autores, as respostas para algumas perguntas como

“Quem são os clientes em potencial? O que eles compram? Onde compram?

Quando compram?” poderão revelar a melhor escolha pelo canal.

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Estas mesmas perguntas são encontradas na obra de Rosembloom (2002, p.

183) e abordadas como comportamento de mercado, o autor considera que o

comportamento do consumidor ou comportamento de compra, possa “ter efeitos

significativos sobre a estrutura de canal”.

b) Estabelecimento de objetivos e limitações para os canais:

Kotler e Armstrong (2000) descrevem que os objetivos do canal e suas

restrições são decorrentes da natureza dos produtos, características da empresa,

características dos intermediários e fatores ambientais, nominações diferentes,

porém com bases praticamente iguais as abordadas por Kotler e Keller (2006).

Para os referidos autores em ambas as obras os objetivos são determinados

a partir dos níveis de produção tidos como alvo pela organização e registram a

importância de um planejamento e conhecimento abrangente sobre a identificação

do mercado a ser atendido, pois é a partir das informações obtidas destes é que

surgirão os melhores canais a serem utilizados.

Hiam e Schewe (2000) abordam a limitação do canal como cobertura de canal

e o estabelecimento de objetivos atrelado à segmentação de mercado e ainda

apresentam um case:

Por exemplo, quase todas as pessoas nos Estados Unidos com idade superior a 15 anos são potenciais compradores das lâminas de barbear Gillette Sensor. É muita gente – e é necessário um canal de distribuição longo, para garantir que este produto seja disponível onde e quando desejado. Vamos ver o contraste com o mercado de caminhões Mack. O mercado total de caminhões pesados é de apenas cerca de 300.000 clientes, 10% dos quais 90% de todas as grandes unidades vendidas. Neste caso, a cobertura de mercado necessária é menor. Embora a maioria dos compradores de caminhões pesados também compre lâminas de barbear, bem poucos compradores de lâminas de barbear compram caminhões pesados (HIAM; SCHEWE, 2000, p. 406).

Kotler e Keller (2006, p. 474) afirmam que “o projeto de canal deve adaptar-se

ao ambiente maior”, onde pode haver interferência da situação econômica e política

do país. A situação econômica pode afetar o projeto de canal nos sentido de se

mostrar desfavorável e os canais terem que ser enxugados e desprovidos de

serviços não essenciais. Na relação política, pode ser referente às leis e restrições

legais quanto à redução de concorrência e criação de monopólios.

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Rosembloom (2002) menciona que a concorrência é um ponto a ser

observado, pois poderá influenciar diretamente na estrutura do canal e sua gestão.

Para este autor a concorrência também se apresenta de quatro formas, porém com

uma visão mais focada dentro do ambiente de canais de distribuição: concorrência

horizontal – aquela entre empresas do mesmo segmento é a forma mais comum e

visível da concorrência; a concorrência intertipos, aquela que ocorre entre diferentes

organizações, porém no mesmo nível de canal; Já a concorrência vertical refere-se à

concorrência entre membros de diferentes níveis do canal e por fim a concorrência

entre sistemas de canal está relacionada a canais inteiros competindo entre si.

Kotler e Armstrong (2000, p. 170) observam que o nível de competição

enfrentado pela organização irá depender da forma que a concorrência no setor de

atuação se apresenta, podendo ser ela pura, monopolista, e ainda as situações de

monopólio e oligopólio. Estas são explicadas no Quadro 2.

TIPO DE CONCORRÊNCIA

DESCRIÇÃO

Concorrência pura

• Muitos compradores / Muitos vendedores • Comércio de produto uniforme • Preços praticamente tabelados • Pouca influencia dos compradores e vendedores sobre os preços • Praticamente nenhuma estratégia de marketing

Concorrência monopolista

• Muitos compradores / Muitos vendedores • Preços variados para o mesmo produto • Influencia dos compradores e vendedores sobre o preço devido demanda e oferta • Diversificadas estratégias de marketing

Situação de oligopólio

• Muitos compradores / Poucos vendedores • Produtos uniformes e não-uniformes • Variação de preço de acordo com base nas estratégias de marketing dos concorrentes

Situação de monopólio

• Muitos compradores / Apenas um vendedor • Apreçamento de diferentes formas, cada um de acordo com um caso

Quadro 2 : Formas de concorrência de mercado Fonte: Adaptado de Kotler e Armstrong (2000, p. 170)

c) Identificação das opções de canal:

Quando se fala da identificação das principais opções de canal, refere-se à

escolha dos mais adequado para a distribuição de determinados produtos ou

serviços e então retorna-se ao conteúdo anterior sobre tipos de intermediários,

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números de intermediários e responsabilidades atribuídas a cada um deles, assunto

já tratado no tópico 2.2.2 Estrutura de Canal.

d) Quanto à avaliação do canal:

Hiam e Schewe (2000, p. 406) apresentam três critérios para análise,

cobertura de mercado, controle dos canais e custos. A cobertura de mercado pode

variar de acordo com o número de intermediários envolvidos no processo. Os

autores afirmam que “quanto mais longo o canal de distribuição, maior a cobertura

de mercado” e complementam que “se o tamanho do mercado potencial de um

produto for muito grande, é desejável ter um número maior de intermediários no

processo”. No que diz respeito a controle dos canais, há uma preocupação com

relação à estratégia de distribuição, pois “quando os intermediários adquirem os

direitos de propriedade do produto, podem fazer com ele quase tudo o que

desejam”.

Segundo Kotler e Armstrong (2000) ao escolher os intermediários a empresa

lhes transfere certo grau de controle sobre o produto ou serviço, porém a

organização é que precisa deter o máximo controle tanto sobre os intermediários

quanto sobre os produtos ou serviços em questão.

Ainda na visão de Hiam e Schewe (2000) está o critério de custos, segundo

eles, algumas entidades acreditam que quanto menor o número de intermediários

envolvidos mais reduzidos são os custos de distribuição, mas afirmam que isto é

ilusório e que na realidade acontece de forma contrária, pois o fato de os

intermediários serem especialistas na distribuição, estes conseguem maior eficácia e

eficiência com relação aos fabricantes e produtores.

Em Kotler e Armstrong (2000) e Kotler e Keller (2006) ainda encontra-se outro

critério de avaliação dos canais, denominado critério de adaptação que está

relacionado à flexibilidade referindo-se a adaptação do canal ao ambiente de

marketing nos casos de contínua mutação. Observa-se necessidade de uma elevada

adaptação e flexibilidade nos mercados que trabalham com produtos voláteis e

incertos.

Rosembloom (2002) apresenta seis categorias básicas para análise em caso

de avaliação das variáveis que afetam a estrutura do canal. O critério da adaptação

segundo ele, é aplicado de acordo com a movimentação do mercado em relação as

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variáveis de mercado, de produto, da empresa, dos intermediários, ambientais e

comportamentais. Para o autor, o canal a gestão de canal precisa estar atenta as

constantes mutações das variáveis já citadas anteriormente, visando o melhor

desempenho da distribuição.

Kotler e Keller (2006, p. 479) expõem que na avaliação dos critérios

econômicos “cada alternativa de canal gerará um nível diferente de vendas e

custos”. Para definir melhor a estratégia de vendas e distribuição é necessário

analisar atentamente os custos de vendas e projetar o nível de vendas que cada um

poderá apresentar em determinado período, como apresentado na Figura 9.

Figura 9 : Gráfico do ponto de equilíbrio para escolha entre a força de vendas da empresa e o representante de vendas do fabricante. Fonte: Kotler e Keller (2006, p. 479)

Os autores ainda elucidam que representantes de vendas apresentam problemas de

controle e adaptação por serem empresas independentes em busca de lucros

próprios e que as organizações precisam criar alguma forma de amarrá-los em

compromissos a fim de poder observar a mutação de mercado e desenvolver

técnicas de adaptabilidade.

2.2.6 Gerenciamento do projeto de canal

Após o processo de escolha da alternativa do canal cada intermediário

passará pelo processo de seleção, treinamento, motivação e avaliação. O processo

de seleção de membros do canal de acordo com Rosembloom (2002) ocorre em três

Custo de Vendas $

Nível de Vendas $

Representantes de vendas do fabricante

Força de vendas do fabricante

Ponto de equilíbrio

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etapas, identificação dos membros potenciais de canal, aplicação de critérios de

seleção para determinar a adequabilidade dos membros potenciais de canal e

transformação dos membros potenciais do canal em membros reais.

Na etapa de identificação dos membros potenciais de canal existem diversas

fontes que auxiliam o gerente de canal a encontrar os membros potenciais, dentre

elas:

• Organização de vendas de campo que se refere a deslocar a força de

vendas própria até as empresas que serão intermediárias do processo, desta forma

a própria força de vendas irá identificar novos membros potenciais que se encaixam

no perfil da organização.

• Fontes comerciais: são inúmeras fontes comerciais capazes de auxiliar na

seleção de novos membros do canal, associações, sindicatos, diretórios e outras, as

quais fornecem informações sobre intermediários potenciais.

• Investigações de revendedores: são os casos de empresas que conhecem

membros de canal potenciais por intermédio de investigações diretas dos

intermediários interessados em trabalhar com as linhas de produto.

• Clientes: podem ser considerados fontes confiáveis, algumas organizações

procuram os intermediários em potencial para obter informações.

• Propaganda: em muitas situações, os anúncios em publicações de âmbito

técnico permitem a identificação de membros de canal potenciais.

• Feiras comerciais: são fontes inesgotáveis de informações sobre

intermediários potenciais.

• Outras fontes: são inúmeras fontes úteis para levantamento de informações

sobre membros potenciais, listas telefônicas, bancos de dados empresariais, internet

e outras.

No nível de aplicação dos critérios de seleção, efetua-se uma avaliação

rigorosa a fim de identificar quais os intermediários que se adaptam as políticas da

organização e que apresentam capacidade para desempenhar tal atividade. Alguns

tipos de critérios analisados são: condições financeiras e de crédito, força de

vendas, linhas de produtos, linhas de produtos, reputação, cobertura de mercado,

sucessão gerencial, habilidade gerencial, atitude e, tamanho.

Para Hiam e Schewe (2000, p. 412) “as características que se deseja

encontrar nos integrantes do canal de distribuição dependem, em parte, do tipo de

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estratégia utilizada pela empresa como parte de sua abordagem geral de marketing”.

Os autores explicam que se a abordagem utilizada for a de “puxar”, os fabricantes e

produtores investem altas quantidades para criar percepção nos consumidores e

demanda dos produtos. Se a intenção for de “empurrar”, o foco será mudado para as

vendas pessoais agressivas promovidas pelos fabricantes de forma a estimular os

participantes do canal a estocarem e promoverem seus produtos.

Para Dias (2004) a seleção de intermediários é direcionada por critérios

financeiros, administrativos e mercadológicos. No sentido financeiro, o autor sugere

a análise dos balanços contábeis, análise bancária do intermediário e referências

junto aos principais fornecedores. Também deve ser considerada a análise da saúde

financeira do futuro parceiro. Na análise administrativa, leva-se em conta o tamanho

e a qualidade de sua força de trabalho, tradição, investimentos em capital intelectual

e infra-estrutura. No sentido mercadológico, os dados relevantes para observação

são voltados à cobertura de mercado, força de vendas, esforço promocional, mix de

produtos e seu posicionamento na área de atuação.

Cumprindo-se estas etapas os membros potenciais estarão preparados para

passar para o próximo nível. Kotler e Keller (2006, p. 480) apresentam à etapa

seguinte a seleção como sendo o treinamento dos membros de canal e declaram

que “as empresas precisam planejar e implementar programas de treinamento

cuidadosos para seus intermediários”.

Sobre a motivação dos membros de canal, segundo Rosembloom (2002) está

nas mãos dos fabricantes que estarão tomando determinadas decisões visando a

melhor cooperação entre os membros do canal.

Kotler e Keller (2006, p. 480) também expõem que “o primeiro passo para

estimular o alto desempenho é estimular os membros de canal”, Este estímulo está

em programas de treinamento, pesquisa de mercado, e programas de capacitação

dos intermediários.

Em Kotler e Armstrong (2000) a motivação deve ser um processo contínuo, e

expõem que a organização não exerce a venda apenas por meio dos intermediários,

mas sim a venda é feita para os intermediários. Segundo os autores as motivações

podem assumir caráter positivo e negativo. O caráter positivo é verificado quando as

empresas oferecem margens mais altas, premiações, concursos de vendas e outras

formas de incentivo. O caráter negativo é encontrado quando as empresas

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ameaçam a redução das margens, atraso na entrega e até mesmo ameaça de

encerramento de parceiras. Porém, os autores elucidam que esta forma negativa de

motivação apresenta menos probabilidade de cooperação dos intermediários.

Para Rosembloom (2002) a motivação está estruturada em três atividades

básicas, identificar e descobrir as necessidades/problemas dos membros de canal,

pois considera importante que sejam extraídos os desejos do relacionamento de

canal; oferecer apoio aos membros de canal que seja consistente com as suas

necessidades e problemas e proporcionar liderança mediante o uso eficaz do poder.

Enfim, discute-se a avaliação dos membros de canal, que conforme Kotler e

Keller (2006, p. 481), “serve como indicador do desempenho dos intermediários

naquilo que se refere a quotas de vendas, níveis de estoques, tempo de entrega ao

cliente, tratamento com mercadorias perdidas ou danificadas, cooperação nos

programas promocionais e de treinamento”.

Segundo Kotler e Armstrong (2000, p. 201) “a empresa deve reconhecer e

recompensar os intermediários que estejam se saindo bem. Aqueles que estejam se

saindo ruim precisam ser ajudados, ou, em último caso, substituídos”. Por meio da

avaliação dos membros de canal existe a possibilidade de um acompanhamento por

parte dos fabricantes, sobre o caminho que o produto está percorrendo, como está

sendo posicionado e até mesmo identificar as fases do ciclo de vida destes produtos

visualizando sua trajetória no mercado, prevendo sua aceitação ou até mesmo a sua

eliminação. As decisões do canal conforme o momento do ciclo de vida são tratadas

na próxima seção.

2.3 Ciclo de vida do produto e as decisões de canal

Segundo Murphy (2000) existe um princípio simples e tradicional de marketing

a respeito do ciclo de vida dos produtos (CVP). Nesta visão mais tradicional, as

fases do CVP são associadas as dos organismos vivos, sendo elas: o nascimento,

crescimento, maturidade e morte.

Para Lamb, Hair e McDaniel (2004, p. 337) o CVP é um dos conceitos mais

familiares e amplamente discutidos em marketing e afirmam que ele “fornece uma

maneira de controlar os estágios de aceitação de um produto, de seu lançamento

(nascimento) até seu declínio (morte)”. Para os autores, o conceito de CVP não

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indica aos administradores o tempo de durabilidade do produto no mercado, ele não

dita a estratégia de marketing, mas é uma ferramenta que auxilia os profissionais na

previsão de possíveis eventos futuros e sugere algumas estratégias mais

apropriadas.

Hiam e Schewe (2000) afirmam que todos os produtos possuem uma vida, e

que na maior parte das vezes, é um período curto de tempo, portando o grande

desafio do marketing é justamente desenvolver ações para transformá-los em

produtos com vida longa, passíveis de expansão e que assegurem para as

empresas o crescimento organizacional.

Christensen e Rocha (1999, p. 216) descrevem que a teoria do ciclo de vida

do produto pode ser utilizada “para modelar a trajetória do produto no mercado” e

completam que:

Em vez de considerarmos o CVP de um produto como dados, devemos reconhecer a capacidade de a empresa traçar, ela própria o desenvolvimento de determinado produto, utilizando o instrumental de marketing, e, sobretudo, reconhecendo as forças, favoráveis e desfavoráveis, que poderão afetar esse crescimento (CHRISTENSEN; ROCHA, 1999, p. 216).

Para os autores, a aplicação do conceito de CVP com foco gerencial implica

em um sistema de controle dos produtos, não apenas acompanhando os estágios

como também indicando práticas de remoção de produtos que não obtiveram

sucesso e aceitação por parte dos consumidores.

Inúmeros autores abordam este assunto e definem as etapas do ciclo de vida

dos produtos como sendo quatro fases, introdução ou nascimento, crescimento,

maturidade e declínio ou morte, porém alguns descrevem uma fase a mais, a inicial,

referente ao desenvolvimento do produto e que antecede a todas as outras. Essas

fases são discutidas segundo diferentes autores nos subitens seguintes.

2.3.1 Etapa de introdução do produto

Christensen e Rocha (1999, p. 212) descrevem que neste estágio “o produto

é lançado no mercado, sem que haja uma demanda já existente pelo mesmo” e

ainda defendem que as vendas são poucas, fracas e o ritmo de crescimento é

vagaroso.

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Rosembloom (2002) explica que durante esta etapa, os esforços

promocionais são necessários e muito significativos, pois é a fase de lançamento do

produto. Isto requer grandes verbas para propaganda e outras formas de promoção,

porém para que esta comunicação seja eficaz, o produto já deve ter sido

disponibilizado no ponto de venda, e então, os membros do canal precisam

assegurar a cobertura de mercado garantindo a disponibilidade do produto aos

consumidores finais.

Lamb, Hair e McDaniel (2004) expõem que os custos de marketing deste

estágio são altos, se faz necessária a aplicação de margens altas para

revendedores visando obter a forma adequada de distribuição, a empresa precisa

dispor de incentivos para que os consumidores experimentem o produto oferecido.

As despesas com publicidade são altas para gerar posicionamento e educar os

consumidores sobre os benefícios do produto. Quanto aos custos de produção,

também são altos, pois nesta etapa surgem as falhas de produto e fabricação, as

quais serão corrigidas e a organização assume esforços para desenvolver a escala

de produção em massa.

Kotler e Armstrong (2000) e Kotler e Keller (2006) seguem o principio de que

na fase introdutória do produto no mercado, não existem lucros devido os altos

custos e as pesadas despesas de introdução do produto.

Hiam e Schewe (2000) dizem que em fase de lançamento ou introdução do

produto no mercado, o produtor ou fabricante costuma estar muito próximo de seus

mercados-alvos, pois todas as atenções estão voltadas aos primeiros consumidores

e suas reações diante dos produtos experimentados.

Murphy (2000) aconselha a utilização do marketing de massa, pois na maior

parte das vezes os profissionais de marketing não estão certos do público que

desejam alcançar, a menos que estes já tenham sido definidos anteriormente.

2.3.2 Etapa de crescimento

Christensen e Rocha (1999) apresentam esta fase como o período de

aceleração da demanda do produto e que é geralmente acompanhada pelo

acréscimo do número de concorrentes.

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Rosembloom (2002) declara que nesta etapa, o crescimento rápido começa a

acontecer e para isto é importante assegurar a disponibilidade dos produtos e

monitorar minuciosamente as ações dos membros de canal no que se refere aos

produtos concorrentes já posicionados, observando com atenção para que os

concorrentes potenciais não tentem bloquear o canal.

Lamb, Hair e McDaniel (2004) enfatizam que é no segundo estágio do ciclo de

vida do produto que as vendas crescem acirradamente, muitos concorrentes entram

no mercado e grandes empresas podem adquirir as pequenas empresas pioneiras,

pois os lucros passam a ser vantajosos. Ainda complementam que a distribuição

passa a ser uma determinante para o sucesso da organização tendo em vista que

sem a distribuição adequada não se consegue estabelecer um posicionamento forte

no mercado.

Kotler e Keller (2006) abordam que este é o período de rápida e significativa

aceitação no mercado e a melhoria dos lucros é visivelmente identificável. Ambas as

literaturas sugerem como estratégias de marketing para esta fase as seguintes

considerações: melhoria da qualidade do produto e inovação de características;

adicionar novos modelos e produtos de flanco; ingressar em novos segmentos de

mercado; aumentar cobertura de distribuição e adotar novas opções de canal; mudar

o foco da propaganda, que antes era de conscientização pelo uso do produto e

agora passa a ser pela criação de preferência; redução de preços em busca de

novos compradores.

Hiam e Schewe (2000) recomendam no estágio de crescimento, a estratégia

em busca do estabelecimento de lealdade à marca e conquista da participação de

mercado. Também dizem que é importante estimular a concorrência dos canais de

distribuição, pois quem conseguir conquistá-los primeiro obterá a vantagem. Ainda

complementam que as empresas passam a diferenciar seus produtos, pois na

introdução havia uma preocupação de gerar desejo pelo conceito do produto, agora

passa a gerar demanda seletiva.

Murphy (2000, p. 58) afirma que “se o produto satisfaz seus clientes, ele irá

crescer”. Com este crescimento, novos compradores passam a seguir seus lideres,

surgem novos concorrentes adicionando novas características ao produto e gerando

expansão do mercado. Segundo ele, os preços se mantêm os mesmos ou sofrem

uma redução, isto porque a produção ganha experiência, porém os gastos em

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promoção deverão aumentar, os lucros crescem com o volume e produção em larga

escala, reduzindo o custo unitário. Mesmo assim, o autor faz um alerta, com o

aumento da concorrência é importante investir em aprimoramento do produto,

promoção e distribuição. Este autor sugere algumas estratégias para esta etapa, são

elas:

• Estratégia de linha completa – criação de múltiplas linhas de produtos;

• Estratégia para completar a linha – utilizar intervalo não identificado no

mercado e desenvolver um novo produto da linha;

• Estratégia de extensão de linha e de marca – utilizar o nome de marca de

um produto e o estender para outro;

• Estratégia de reposicionamento – mudar a percepção do consumidor sobre

determinado produto ou marca;

• Estratégia de obsolescência planejada – técnica de programar a

obsolescência de determinados produtos, neste caso, esta estratégia pode degradar

a relação de confiança do consumidor que pode sentir-se enganado e optar por não

consumir nada mais desta linha ou marca.

2.3.3 Etapa de maturidade

Christensen e Rocha (1999, p. 213) definem a maturidade como “o período

em que a demanda pelo produto de estabiliza apresentando apenas crescimento

vegetativo”. De acordo com os autores, a oferta segue estável e poucas

organizações arriscam entrar no mercado.

Segundo Rosembloom (2002), a característica de saturação do mercado

oportuniza duas ênfases estratégicas à gestão de canal, incentivar e motivar a

atratividade do produto perante os membros do canal e modificar a estrutura de

canal mediante nova seleção de intermediários, buscando um novo estágio de

crescimento e visando evitar o estágio de declínio.

Lamb, Hair e McDaniel (2004) definem esta fase como um período em que as

vendas decresce, o mercado se aproxima da saturação e almeja novos produtos. As

linhas de produtos são ampliadas e as empresas buscam gerar diferenciais por meio

de valores agregados em serviços e reparos. As margens dos revendedores

reduzem e conforme os preços e lucros decaem alguns concorrentes passam a

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abandonar o mercado. As promoções passam a ser tratadas de forma pesadas do

fabricante para os consumidores a fim de garantir a participação de mercado e

algumas organizações passam a redefinir seus segmentos, buscando as fatias de

mercado bem definidas, porém mal atendidas.

Kotler e Keller (2006) definem esta fase de maturidade em três etapas,

maturidade de crescimento, onde a taxa de crescimento começa a diminuir e não

existe nenhum novo canal de distribuição para atender; maturidade estabilizada,

onde as vendas atingem um patamar per capita devido saturação, a maior parte dos

consumidores já experimentou o produto e as vendas passam a ser regidas pelo

crescimento da população e demanda de substituição; maturidade decadente,

quando o nível de vendas realmente declina e os consumidores passam a preferir

outros produtos.

Com a desaceleração de vendas e excesso de capacidade do setor, aumenta

a concorrência, que luta para encontrar novos mercados, aumentando o volume de

propaganda e promoção, investindo em pesquisa e desenvolvimento com intenção

de melhorias e extensões de linha, aqueles que sobrevivem são os concorrentes

mais entrincheirados, cujo objetivo e motivação são obter e manter a participação de

mercado (KOTLER; KELLER, 2006).

Hiam e Schewe (2000, p. 350) esclarecem que durante o estágio da

maturidade surgem duas principais estratégias, uma defensiva e outra ofensiva. ‘“A

meta de uma estratégia defensiva é evitar que a participação de mercado de um

produto seja corroída pelos substitutos”. A mudança de foco ocorre no sentido de

corte de custos de produção e eliminação de pontos fracos do produto. Conforme os

autores, “algumas modificações podem ser feitas no mix de marketing, tais como

melhorar a embalagem ou mudar o tema das promoções”. Ainda enfatizam que os

preços passam a ser observados de forma mais importante á medida em que os

consumidores respondem menos ás promoções. A estratégia ofensiva é

concentrada na descoberta de novos mercados e segmentos não revelados, novas

utilidades para os produtos e outras formas de estímulos ao aumento da utilização

do produto pelos consumidores já existentes. Esta tentativa de ampliar o mercado

estagnado é chamada pelos autores, de relançamento do produto.

De acordo com Murphy (2000) grande parte dos profissionais de marketing

cai no erro de imaginar que o crescimento é permanente, e acabam surpreendidos

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com as quedas das vendas. Ainda expõe que com a queda das vendas, estas se

tornam vulneráveis as mudanças econômicas e será necessário efetuar corte dos

custos para sustentar algum lucro.

Este último autor concorda com Hiam e Schewe (2000) com relação às

estratégias ofensivas e defensivas, e ainda considera que se estas não apresentam

resultados, restam apenas às estratégias de deleção de produtos fracos, que podem

ser de continuação, de ordenha ou concentrada. No caso da primeira, o profissional

de marketing mantém o mesmo plano de marketing até a retirada do produto do

mercado. No caso da segunda, haverá cortes de custos de marketing e outros

visando conseguir o máximo de receita e o mínimo de despesas, a partir do produto

antes de sua morte. E na terceira estratégia de deleção de produto, os profissionais

de marketing focalizam e direcionam as suas forças para o segmento mais forte do

produto, abandonando os demais segmentos.

2.3.4 Etapa de declínio

A fase do declínio é uma etapa em que as vendas reduzem, os lucros

desaparecem e algumas empresas acabam por sair do mercado (CHRISTENSEN;

ROCHA, 1999).

Rosembloom (2002, p. 268) declara que “a menos que haja uma reviravolta

extraordinária, que, ocasionalmente, ocorre, a eliminação é iminente quando um

produto está no estágio do declínio”. Para o autor, existem duas situações a serem

analisadas, se “os estabelecimentos marginais podem ser eliminados rapidamente

para evitar posterior erosão do lucro” e se “a eliminação do produto causará reação

adversa por parte dos membros do canal existentes”. A primeira preocupação está

voltada ao fato de que um produto que está em estágio de declínio ainda pode estar

sendo vendido por membros do canal, alguns terão pequenos estoques e os pedidos

para reposição serão em quantidades bem menores e limitadas, já os membros que

compram grande volume, certamente já terão eliminado o produto.

A segunda preocupação é referente aos possíveis problemas dos membros

do canal ao se deparar com a retirada de um produto em declínio. Em grande parte

das vezes, a venda de um produto ocorre de forma casada com outro, se um dos

produtos estiver em declínio possivelmente o outro também terá sua venda afetada,

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e, por este motivo, algumas organizações mantêm no mercado alguns produtos que

não fornecem lucros, mas que forçam a venda de outros produtos que ainda são

rentáveis à empresa (ROSEMBLOOM, 2002).

Lamb, Hair e McDaniel (2004) elucidam que o estágio do declínio é sinalizado

por um longo período de vendas decrescentes e que a taxa de declínio é

influenciada pela velocidade com que os indivíduos mudam de gosto e preferência

ou pela velocidade com que as pessoas passam a adotar os produtos substitutos.

Os autores descrevem que algumas empresas conseguem desenvolver estratégias

bem sucedidas para agir nesta fase, elas eliminam toda e qualquer despesa de

marketing e deixam as vendas declinarem conforme os consumidores deixam de

comprar os produtos e então eventualmente os produtos são retirados do mercado.

Para Kotler e Armstrong (2000) as empresas que identificam alguns produtos

em declínio podem decidir se estes serão mantidos, podados ou retirados de linha.

No caso da empresa decidir por manter os produtos, existe uma esperança de que

seus concorrentes abandonem a indústria e ainda poderá reposicionar a marca

retornando ao estágio de crescimento do ciclo de vida do produto. Para a situação

de a empresa podar o produto é necessário reduzir custos e manter as vendas, caso

obtenha sucesso, os lucros tornarão a aumentar. Se a empresa não deseja manter o

produto ou podá-lo, resta então a decisão pela retirada de linha, vendendo-o para

outra empresa ou então o liquidando em preço de custo. Os autores ainda dão uma

dica, para as empresas que pretendem encontrar um comprador, elas não devem

utilizar a estratégia de poda, pois esta influenciará no desenvolvimento da outra

empresa com relação a este produto em questão.

Para Murphy (2000) as empresas que estão com algum produto em declínio

já não devem mais investir em mudanças do produto ou de sua embalagem, pois a

intenção é que realmente o produto seja deixado de lado.

Kotler e Keller (2006) explicam que as vendas declinam por diferentes fatores,

avanço tecnológico, mudança de preferência do consumidor, acirramento da

concorrência, processo de difusão e outros. Alguns dos produtos apresentam um

declínio mais rápido e outros um declínio mais curto e complexo. Para as

organizações que estão com produtos passando por esta etapa, poderão seguir

cinco estratégias sugeridas pelos autores para os setores decadentes: aumentar o

investimento buscando domínio de mercado ou posicionamento competitivo; manter

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o nível de investimentos até o desaparecimento das incertezas; reduzir o nível de

investimento gradativamente; colher os frutos dos investimentos para recuperar o

caixa com maior rapidez; ou abandonar o negócio rapidamente, dispondo dos ativos

da maneira mais vantajosa possível.

Kotler e Keller (2006, p. 324) ainda deixam um lembrete, que a estratégia

mais indicada é influenciada pela atratividade do setor e pela força competitiva da

empresa.

2.3.5 A quinta fase adicional – o desenvolvimento do produto

Alguns autores, além das quatro etapas já abordadas, citam uma quinta fase,

que em seus pontos de vista, seria a fase que antecede a introdução. Esta fase é

denominada desenvolvimento do produto. Murphy (2000) aborda o estágio de

desenvolvimento do produto como sendo uma etapa do ciclo de vida do produto.

Para a o desenvolvimento de produtos, o autor sugere seis passos que são geração

de idéias, seleção destas idéias, teste de idéias, análise de negócios, produção de

um protótipo e teste de marketing. Passando por todas as etapas o produto está

apto para sua introdução no mercado.

Para Kotler e Armstrong (2000) o estágio de desenvolvimento do produto

ocorre a partir do momento em que uma organização encontra e desenvolve a idéia

do produto. Segundo os autores, nesta etapa os lucros são nulos e os custos com

investimentos são crescentes. Um modelo completo de ciclo de vida do produto,

incluindo essa fase pode ser observado na Figura 10.

Kotler e Keller (2006, p. 317) ainda apresentam dentro do ciclo de vida do

produto uma divisão de três categorias, estilo, moda e modismo. De acordo com os

autores, o estilo é “um moda de expressão básico e diferenciado que surge em uma

área da atividade humana” e está aparente em casas roupas e na arte. O estilo pode

durar gerações entrando e saindo de moda. A moda, para os autores, é “um estilo

popular” e passa por quatro estágios, distinção, emulação, massificação e declínio.

Para muitos a moda termina porque significa um compromisso de compra e os

clientes passam a buscar atributos ausentes. O modismo é “a moda que aparece de

súbito, é adotada com enorme entusiasmo, chega logo ao pico e declina

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66

rapidamente”. Para os autores, o modismo “não sobrevive porque em geral não

satisfaz uma necessidade precisa”.

,

Figura 10 : Vendas e lucros durante a vida do produto, da introdução ao declínio. Fonte: Kotler e Armstrong (2000, p. 158).

De acordo com os autores mencionados, o ciclo de vida do produto varia

conforme o produto, sua demanda e ainda com o processo de adoção e difusão de

inovação, brevemente abordado no tópico seguinte relacionando os canais de

distribuição aos processos acima citados.

2.3.6 O processo de difusão de inovação (estágio de introdução) e o canal de

distribuição

Ao abordar o processo de adoção pelos consumidores, muitos autores fazem

menção à literatura Diffusion of innovations do sociólogo Everett Rogers, escrita em

1962, que ao revisar os estudos sobre como os indivíduos adotam uma nova idéia

resumiu as descobertas como a “teoria da difusão”. Para Solomon (2002, p. 399)

uma inovação “é qualquer produto ou serviço percebido como novo pelos

consumidores” e complementa que “esses novos produtos ou serviços ocorrem tanto

no ambiente dos consumidores quanto em nível industrial”.

Vendas e lucros ($)

Perdas e investimentos

($)

Estagio de desenvolvimento

do produto

Introdução Crescimento Maturidade Declínio

Tempo 0

Lucros

Vendas

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67

Keegan (2005) expõe que a inovação, de forma óbvia é algo novo, porém na

aplicação voltada a produtos e serviços pode ter uma significação diferente. De

acordo com o autor, a partir do momento em que um novo produto é introduzido em

qualquer lugar que seja ele já não é mais considerado inovação, pois não é mais

algo novo para o mundo. Entretanto, um produto introduzido em um determinado

lugar não é inovação para este mercado específico que já obteve conhecimento

sobre o produto ou serviço, mas em lugares diferentes ainda pode ser tido como

uma inovação, assim como também para outros mercados-alvo. O autor ainda

declara partindo deste pressuposto, que alguns produtos podem estar no estágio de

introdução em determinados mercados e simultaneamente em estágio de

maturidade ou declínio em outros mercados.

Blackwell, Engel e Miniard (2005) seguindo a mesma linha de pensamento de

Keegan, descrevem que mesmo que um produto permaneça determinado tempo no

mercado ainda pode ser visto como uma inovação e á medida em que os

consumidores tomam conhecimento sobre ele então difundem esta inovação, que

posteriormente seguirá para seu ciclo de vida partindo para o estágio de

crescimento, maturidade e declínio. O processo de difusão de uma inovação inclui

vários estágios e pode ser observado na Figura 11.

inovação – primeiros adotantes; ........

Figura 11 : Adoção e Difusão do Processo de Inovação Fonte: Blackwell, Engel e Miniard (2005, p. 437)

Para Rosembloom (2002) e Urdan e Urdan (2006) o grande desafio dos

canais de distribuição está no aquecimento que ocorre durante o processo de

difusão da inovação, assim como o desempenho destes quando os adotantes se

Organização

Aceitação

Rejeição

Difusão da Inovação

Fim da Inovação

Processo de difusão da inovação

Processo de decisão pela

inovação

Consumidor Influenciador

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tornam adeptos dos produtos, pois a forma com que os adotantes reagem com

relação às inovações são sinalizadores sobre como serão os esforços e

desempenho de canal. Para Urdan e Urdan (2006) os canais necessitam estar

devidamente definidos, desenhados e capacitados para desenvolver suas funções

disponibilizando os produtos e serviços de maneira conveniente aos novos

consumidores.

Keegan (2005, p. 123) menciona cinco categorias de adotantes, e segundo

ele adotantes são “indivíduos, dentro de um mercado, com base em sua tendência à

inovação”. As categorias estão descritas no Quadro 3.

CATEGORIA DE ADOTANTES POTENCIAL DE MERCADO

Inovadores 2,5%

Adotantes Imediatos 13,5%

Maioria Imediata 34,5%

Maioria Posterior 34,5%

Adotantes Retardatários 16%

Quadro 3 : Categorias de adotantes e sua representatividade quanto ao potencial de mercado Fonte: Adaptado de Keegan (2005, p. 123)

Conforme o autor, os inovadores são pessoas que adquirem as inovações

logo que elas surgem, estes são aproximadamente de 2,5% do mercado potencial. A

próxima categoria, 13,5%, é considerada adotantes imediatos, são aqueles

indivíduos muito influentes nas comunidades em que vivem e muitas vezes até mais

influenciadores que os próprios inovadores. Com 34% estão os indivíduos

denominados maioria imediata e na mesma proporção está a maioria posterior. A

maioria imediata e posterior são as classes que seguem as tendências, a moda e os

modismos, mas dificilmente possui estilo, característica mais voltada aos inovadores

e adotantes imediatos. Por fim, com 16% estão os retardatários, classe de pessoas

que demora a utilizar a inovação, e que muitas vezes ao adotarem os produtos

inovadores, talvez estes já estejam no seu estágio de declínio.

Blackwell, Engels e Miniar (2005, p. 442) descrevem que a maioria inicial

“consiste nos consumidores que deliberam extensivamente antes de comprar novos

produtos, e ainda assim os adotam pouco antes do tempo médio necessário para

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atingir a população como um todo”. Quanto à maioria tardia, o autor afirma que são

indivíduos “propensos a ser cuidadosos quando avaliam as inovações, demorando

mais tempo que a média para adotá-los, o que geralmente ocorre por pressão de

seus semelhantes”.

Para Solomon (2002) e Blackwell, Engels e Miniar (2005) o processo de

adoção envolve comprometimento psicológico e comportamental do consumidor

para com o novo produto.

Boone e Kurtz (1998), Keegan (2005) e Solomon (2002) abordam cinco

características da inovação que influenciam no comportamento e na área psicológica

dos indivíduos para a adoção:

a) Vantagem relativa: o consumidor precisa encontrar na inovação os

benefícios que os demais produtos não apresentam, é o grau de superação

percebida entre os produtos e esta característica é um determinante para a

velocidade da adoção por parte das pessoas;

b) Compatibilidade: a inovação precisa apresentar-se compatível com o

segmento que utilizará o produto, é o grau de coerência com valores e estilo dos

adotantes e precisa ser percebido de forma positiva, pois do contrário pode levar um

produto ao fracasso;

c) Complexibilidade: a inovação precisa oferecer características funcionais e

simplificadas, o complexo dificilmente será escolhido pelo consumidor quando

comparado entre os concorrentes, quanto maior a dificuldade de entendimento para

a utilização do novo produto, maior será o tempo para sua aceitação;

d) Possibilidade de teste: por ser uma inovação os consumidores ainda

desconhecem o produto, seus benefícios e seu manuseio, para facilitar a adoção é

importante que os consumidores tenham acesso a um teste com o produto sugerido,

desta forma será possível experimentar algo sem compromisso de compra;

e) Observabilidade: é o grau com que as outras pessoas podem observar os

resultados do uso dos produtos, quando as inovações fornecem esta possibilidade,

há grandes chances de aumentar a taxa de adoção.

Keegan (2005) ainda apresenta outras duas características das inovações,

são elas a divisibilidade e comunicabilidade. A primeira é referente à experimentação

de uma inovação de forma limitada e sem onerar grandes despesas e a segunda é

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relacionada quanto à forma de comunicação dos valores e benefícios para um

mercado potencial.

Descritos e fundamentados os conceitos e conteúdos, dada a importância dos

canais de distribuição para as organizações, segue o próximo capítulo, com o

desenvolvimento da metodologia de pesquisa a ser aplicada, a fim de alcançar os

objetivos propostos no presente trabalho.

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71

3 METODOLOGIA

O presente capítulo é composto pela tipologia de pesquisa bem como sua

forma de abordagem, o sujeito de estudo, os instrumentos de pesquisa, análise e

apresentação dos dados e por fim, limitações da pesquisa. Estes subitens seguem

descritos e fundamentados por diversos e reconhecidos autores.

3.1 Tipologia de pesquisa

A classificação da tipologia de pesquisa pode ser definida de acordo com

diferentes critérios. Primeiramente em relação ao seu objetivo, este estudo

apresentou caráter exploratório e descritivo. Quanto ao caráter exploratório, Costa

(2001) expõe que tal tipologia de pesquisa é indicada quando o pesquisador possui

pouco conhecimento sobre o assunto abordado, em casos de bibliografia escassa e

ainda não existem teorias explicativas, o que torna difícil a formulação de hipóteses.

A pesquisa exploratória esteve muito presente, pois o produto é uma inovação

e com isto os procedimentos referentes a ele ainda são desconhecidos, mesmo que

em outras situações sejam procedimentos simples, para este caso acabam sendo

novidade.

De acordo com Andrade (1999, p. 106) no caso de pesquisa descritiva “os

fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem

que o pesquisador interfira neles”. Para Hair et al (2005, p. 86) “os planos de

pesquisa descritiva em geral são estruturados e especificamente criados para medir

as características em uma questão de pesquisa”. Chinazzo (2007, p. 119) afirmação

que “as pesquisas descritivas buscam entender e explicar as relações sociais e

culturais de uma determinada sociedade, por isso são com muita frequência

requeridas pelas ciências sociais”.

A pesquisa apresenta a fase descritiva no momento em que a pesquisadora

inicia a observação dos fatos, registrando-os por meio de instrumentos de pesquisa

(questionários e entrevistas), analisando, classificando e interpretando os dados sem

interferir neles.

Outro critério de classificação é quanto à natureza dos dados. Neste caso

abordagem é definida tanto como qualitativa quanto como quantitativa. Em

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diferentes situações buscou-se de forma diversificada, analisar qualidade e

quantidade de dados. Para Hair et al. (2005, p. 104) “os dados qualitativos são

coletados sem o uso de números” e afirmam que “os dados qualitativos tendem a ser

subjetivos, o que significa que um pesquisador ou administrador deve interpretar o

texto (palavras) ou imagens que representam a pesquisa”. Segundo Costa (2001) na

pesquisa qualitativa o que realmente importa são os atributos. Na abordagem

quantitativa “os dados são mais objetivos, uma vez que os resultados estatísticos

não dependem da opinião do pesquisador” (HAIR et al. 2005, p. 104). Este tipo de

pesquisa correspondeu principalmente na coleta de opiniões dos varejistas do setor

pet sobre as possibilidades de distribuição do produto em estudo.

Para Costa (2001) “a pesquisa quantitativa é metrificante” isto porque na

pesquisa quantitativa pressupõe-se a utilização de métodos estatísticos. Isto se

adequou ao momento de levantamento dos dados junto aos proprietários de cães,

identificando e quantificando suas opiniões referentes à distribuição do produto foco

da análise.

As abordagens qualitativas e quantitativas foram de grande importância, pois

em parte dos dados coletados houve análise e interpretações dos dados sem a

aplicação de números e em outra parte da análise foram empregados os números a

fim da mensuração dos resultados. Nesta mescla de técnicas e procedimentos que

se desenvolveu uma pesquisa consistente, real e precisa quanto a recepção do

produto e os canais de distribuição adequados para a etapa de lançamento do City

Clean Poo Bag.

Finalmente, quanto ao tipo de procedimento, a pesquisa utilizou á pesquisa

diagnóstico, que de acordo com Martins e Lintz (2000) e Roesch (2007) é um

procedimento especial de investigação com a finalidade de explorar o ambiente,

levantar e definir problemas. Também foi utilizado o procedimento Survey, pois

conforme Hair et al. (2005, p. 157) “é um procedimento para coleta de dados

primários a partir de indivíduos”. Os autores ainda expõem que surveys são bem

empregados nos casos de coleta de dados em uma grande amostra.

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73

3.2 Sujeito de estudo

Os sujeitos de estudo foram divididos em três classes: proprietários de

cachorros, varejistas do setor pet e o proprietário da empresa produtora do City

Clean Poo Bag.

Primeiramente em relação ao primeiro grupo, por meio de uma amostra não

probabilística por cotas, aplicaram-se um total de (393) trezentos e noventa e três

questionários a proprietários de cães, residentes nas quatro cidades escolhidas para

aplicação da pesquisa, sendo elas: Balneário Camboriú, Camboriú, Itajaí e Itapema.

Assim sendo, foi identificada a população de cada cidade junto ao Instituto

Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE, 2010) segundo a estimativa de 2009,

observando a proporção das mesmas no total da população dos quatro municípios.

A amostra total foi estabelecida procurando conter na mesma as cotas proporcionais

referentes a cada cidade. Do total de participantes, 29% eram de Balneário

Camboriú, 17,3% de Camboriú, 43,3% de Itajaí e 10,4% de Itapema. Em um estudo

com amostra não probabilística a definição de margem de erro e indevida. Contudo,

caso o fosse, esse número de participantes (amostra) frente à população total dos

quatro municípios resultaria em um erro amostral inferior a 5%.

Os integrantes da amostra foram escolhidos partindo dos seguintes requisitos:

possuir no mínimo um cão e residirem em uma das cidades da cobertura geográfica

do estudo. Os entrevistados foram escolhidos ao acaso de acordo com a sua

aparição (e de seu cão) nos locais onde a pesquisadora estava aplicando os

questionários. Grande parte dos respondentes estava em passeios com os cães nas

vias de práticas de esportes como caminhadas. Em Balneário Camboriú os locais de

aplicação da pesquisa foram em pontos da Avenida Atlântica como Barra Sul, Praça

Almirante Tamandaré e Pontal Norte, locais de maior fluxo de pessoas fazendo

caminhadas e levando consigo os cães. Na cidade de Camboriú o local de aplicação

dos questionários foi na Praça da Figueira, local onde os moradores desta cidade

costumam se reunir durante horários de lazer. Em Itajaí os locais de aplicação da

pesquisa foram na Avenida Beira Rio, próximo ao Parque da Marejada e na Praça

da Avenida Beira Rio, na praça em frente à Catedral e na Praça Lauro Müller. Já em

Itapema os locais de aplicação da pesquisa foram Avenida Nereu Ramos e calçadão

da Praia. Porém, a amostra foi completada aplicando o questionário a proprietários

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de cães em pet shops, universidades e com pessoas de relacionamento do

pesquisador. O período de aplicação ocorreu entre Agosto e Outubro de 2010 e

contou com seis aplicadores.

Com relação aos varejistas do setor pet participaram um total de oitenta (80),

dos quais foram ouvidas as pessoas extremamente ligadas à administração das

empresas. Quando não era possível entrevistar os proprietários, então se fazia o

procedimento com algum responsável pela empresa. Os varejos especializados no

ramo pet foram selecionados com base nas informações de guias telefônicos e web

sites. Segue Quadro 4 com a apresentação das cidades e número de

estabelecimentos entrevistados em cada uma delas. No capítulo 4, no qual são

apresentados os resultados da pesquisa, os integrantes deste grupo são nominados.

Cidade Número de estabelecimentos

entrevistados Balneário Camboriú 35

Camboriú 07

Itajaí 27

Itapema 11

Quadro 4 : Número de estabelecimentos entrevistados em cada cidade. Fonte: Dados da pesquisa

Outro sujeito de estudo foi o proprietário da empresa que desenvolveu o City

Clean Poo Bag. O Sr. Jazielson Fidelis da Silva foi entrevistado por meio de um

roteiro estruturado e pode então contribuir com as informações sobre sua percepção

com relação ao mercado pet, características do produto e objetivos de distribuição.

3.3 Instrumentos de pesquisa

Como mencionado na seção anterior, o estudo baseou-se em três grupos de

análise. Para cada um deles definiu-se instrumentos e abordagens diferentes. Para

identificar as necessidades dos consumidores finais do mercado pet os dados foram

coletados por meio de questionários (Apêndice A) aplicados a proprietários de

animais de estimação. Os questionários, de acordo com Hair et al. (2005, p. 159)

são “conjuntos predeterminados de perguntas criadas para coletar dados dos

respondentes”. Segundo os autores, o objetivo deste instrumento de pesquisa é

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75

medir características de grande importância para pessoas, organizações, eventos

entre outros fenômenos.

Este instrumento foi desenvolvido a partir de perguntas abertas e fechadas,

através das quais se buscou identificar os hábitos de passeio dos proprietários de

cães, frequência com que estes passeios ocorrem, hábitos e necessidades

fisiológicas dos cães, hábitos de higiene e consciência ambiental do portador do

animal, conhecimento sobre coletores fecais, intenção de compra e sugestão de

quantidade de unidades por embalagem para comercialização dos produtos de

acordo com a necessidade exposta por cada respondente, assim como informações

sobre quais os locais mais convenientes para aquisição destes materiais e

frequência com que os consumidores pretendiam adquirir o produto a eles proposto.

Após o desenvolvimento do mesmo, foi aposto um préteste o qual foi aplicado

com vinte (20) pessoas que atendiam aos requisitos anteriormente apresentados. No

préteste foram identificadas algumas necessidades de alterações, as quais feitas

possibilitaram um questionário mais sucinto e claro, com questões mais objetivas e

de melhor interpretação para que os respondentes não sofressem qualquer

dificuldade quanto ao entendimento das perguntas.

Desta forma, o instrumento finalizado contou com 28 questões divididas em

quatro blocos, primeiramente buscando identificar a quantidade de cães que o

portador do animal possui, a raça do animal, bem como a idade do cão e o tempo de

convivência com o mesmo. Em outra etapa as questões foram de cunho

socioeconômico com perguntas sobre idade do portador do animal, sexo, estado

civil, escolaridade, cidade de residência e renda familiar. No terceiro bloco buscou-se

averiguar o tipo de residência e o espaço destinado ao cão. Finalmente, as questões

foram direcionadas a identificação dos hábitos de passeio com o cão, hábitos do

animal durante os passeios, hábitos de coleta das fezes nos casos em que os

respondentes afirmavam ocorrer durante as saídas com os cães, conhecimento

sobre a existência de coletores fecais, locais de compra para os casos de portadores

que já haviam adquirido algum material desta finalidade, sugestão de locais para

compra destes produtos, sugestões de quantidade a ser comercializada e também

frequência de compra em casos de interesse pelo material, além de procurar saber o

valor mensal que o portador investe em produtos e serviços para o seu cão. É

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76

importante destacar que nem todas as questões realizadas foram utilizadas para

apoiar as decisões de canal.

Para o levantamento das necessidades dos varejistas do setor pet foram

aplicadas entrevistas estruturadas e focalizadas. De acordo com Andrade (1999, p.

128) as entrevistas estruturadas ou padronizadas “consistem em fazer uma série de

perguntas a um informante, segundo um roteiro preestabelecido”. Na entrevista

estruturada o conteúdo e a ordem das perguntas não devem ser alterados para

permitir a comparação entre as diferenças das respostas de vários respondentes.

Quanto à entrevista focalizada, Andrade (1999, p. 129) descreve que “mesmo sem

obedecer a uma estrutura formal, preestabelecida, o pesquisador utiliza um roteiro

com os principais tópicos relativos ao assunto da pesquisa”. Foi com a mescla

destas duas técnicas de entrevista que se obteve um resultado real permitindo

alcançar os objetivos específicos do presente estudo. Essa utilização dupla deu-se

de acordo com a situação encontrada em cada um dos estabelecimentos visitados.

Havia casos em que era possível estabelecer um contato mais profundo e formal. Já

em outros, a entrevista se dava no balcão do estabelecimento em meio ao

atendimento do entrevistado aos seus clientes.

O roteiro (Apêndice B) estabeleceu um direcionamento para obtenção das

respostas, porém deixando os entrevistados a vontade para exposição das idéias.

Através do mesmo se buscou conhecer o perfil dos clientes atendidos por cada

varejo especializado, conhecimento sobre coletores fecais disponíveis no mercado,

demanda por produtos com esta finalidade, fornecedores para tais produtos, bem

como características que estes varejistas procuram identificar nos fornecedores de

produtos do setor e a preferência por intermediários dos canais de distribuição.

Já para saber do proprietário da empresa quais eram suas expectativas em

relação ao mercado desejado, bem como demais informações sobre intenção de

distribuição, foi desenvolvido um roteiro para entrevista (Apêndice C). Este roteiro

permitiu identificar por parte do proprietário, as situações ambientais assim como

situação de concorrência em relação ao seu produto. Também por meio da

entrevista, extraiu-se informações sobre objetivos de distribuição e limitações

encontradas para o lançamento do City Clean Poo Bag.

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77

Desta forma, os instrumentos de pesquisa aplicados permitiram um estudo

mais completo tendo em vista as características qualitativas complementadas com

as características quantitativas deste estudo.

3.4 Análise e apresentação dos dados

Os dados obtidos por meio da aplicação dos questionários e entrevistas foram

analisados também de formas diferentes. Para analisar os questionários, foi utilizado

um programa denominado Sphinx Plus versão 4.0. Esta ferramenta auxiliou na

tabulação dos dados quantitativos, possibilitando a análise estatística simples por

distribuição e cruzamento de variáveis. As tabelas e gráficos da apresentação dos

dados foram feitas também através deste software. Os gráficos utilizados foram de

colunas a fim de tornar visível e informar de maneira mais clara os resultados

permitindo uma comparação entre as informações neles apresentadas

As entrevistas foram analisadas por meio de interpretação dos dados

coletados, os quais foram transcritos de maneira a qualificar os resultados,

informando-os sob forma textual, além da criação de quadros resumos.

3.5 Limitações da pesquisa

A presente pesquisa apresentou limitações no sentido de levantamento de

dados com um maior número de indivíduos, pois a mesma teve importância não

somente para o desenvolvimento deste estudo como para o lançamento real de um

novo produto no mercado, sendo que houve apenas uma pesquisadora aplicando os

questionários. Outra limitação é referente à impossibilidade de inferir os resultados

do estudo na população devido ao tipo de amostra. A amostra por cotas foi a mais

indicada por motivos de custos e de tempo, tendo em vista que em outra situação,

seria uma amostra probabilística a qual oneraria maior demanda de tempo e

recursos.

A realização de uma amostra não probabilística por cotas facilitou o

desenvolvimento do presente estudo, porém limita os resultados ao grupo

pesquisado. Assim os resultados não servem como uma resposta generalizada a

outras cidades, nem tampouco a outros portadores de cães.

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78

4 RESULTADOS DA PESQUISA

Este capítulo tem por finalidade apresentar os resultados da pesquisa

aplicada, analisando as necessidades dos consumidores finais bem como as

necessidades dos varejistas do setor pet a fim de definir por meio das respostas

obtidas, o arranjo (Design) de canal de distribuição, sob a ótica do marketing, mais

indicado na etapa de lançamento do City Clean Poo Bag, para alcançar o maior

número de consumidores finais no mercado pet.

4.1 Análise das necessidades do consumidor final e do varejista do setor pet

Este tópico apresenta os resultados obtidos nos questionários aplicados aos

proprietários de animais de estimação e entrevistas aplicadas aos varejistas do setor

pet a fim de identificar as necessidades do setor.

4.1.1 Análise das necessidades do consumidor final

A análise das necessidades do consumidor de acordo com Backer (2005),

Hiam e Schewe (2000), Kotler e Keller (2006) são de grande importância, pois

podem revelar á organização direções e estratégias pelas quais a empresa obtém

vantagem competitiva e alcança solidez em suas tarefas.

Dada importância á análise das necessidades do consumidor final, foi

elaborado um questionário (Apêndice A), o qual foi aplicado a pessoas que possuem

cães e residem em quatro cidades da região: Balneário Camboriú, Camboriú, Itajaí e

Itapema. O propósito da escolha dos quatro municípios foi o de ter uma maior

heterogeneidade da amostra, já que as cidades possuem perfis demográficos e

econômicos distintos. Isso poderia ter ocorrido com cidades mais distantes, contudo

o fator proximidade para o acesso foi decisivo.

A partir da estimativa populacional informada pelo Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE) com referência no ano de 2009, procurou-se

preencher a amostra com as mesmas proporções. Contudo isto não foi possível,

sendo que a coleta na cidade de Itajaí ficou próxima, mas inferior a estimativa

necessária para que os números ficassem perfeitos. Na Tabela 1 segue

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apresentação da estimativa populacional e divisão proporcional de questionários

aplicados. Após os dados são apresentados.

Tabela 1 : Apresentação de população e proporção de questionários aplicados em pesquisa.

Cidade Estimativa Populacional (Número de habitantes)

Proporção da população total

(%)

Número mínimo de questionários

aplicados

Proporção da amostra

(%)

Bal. Camboriú 102.081 27,7% 114 29% Camboriú 57.793 15,7% 68 17.3% Itajaí 172.081 46,7% 170 43.3% Itapema 36.629 9,9% 41 10.4% Total 368.584 100% 393 100%

Fonte: IBGE (2010) e dados da pesquisa

a) Perfil da amostra:

Observando-se os resultados obtidos pelos questionários aplicados, foi

possível identificar que grande parte dos respondentes são pessoas na faixa etária

entre 18 e 33 anos, representando 85,3%. Quanto ao sexo dos portadores de

animais ouvidos a predominância é de mulheres, sendo 64,1% e os homens 35,9%.

Dentre os respondentes 60,6% são solteiros, 35,4% são casados e pouco mais de

4% são divorciados ou viúvos. No quesito grau de instrução, 42,2% possuem ensino

superior incompleto ou cursando, 27,2% já possuem diploma de curso superior e

29% concluíram o ensino médio, sendo que apenas 1,5% estão cursando o ensino

médio ou deixaram de estudar antes de finalizar o curso.

Ao analisar as condições financeiras, observa-se que 55,5% dos

entrevistados possuem uma renda familiar entre R$ 2.041,00 a R$ 4.080,00, 25,4%

possuem renda familiar superior a R$ 4.081,00. Em menor proporção, 16,8%

recebem de R$ 1.021,00 a R$ 2.040,00 e os demais 2,3% recebem valores

inferiores a R$ 1.021,00. Ao verificar o tipo de residência, 60,6% residem em casas e

39,4% residem em apartamentos. Dentre os respondentes, 51.1% possuem cães

que dividem o espaço residencial com as pessoas, 33,1% possuem espaço

específico para os cães e, 15,8% possuem espaço específico para o animal, porém

permitem que os mesmos utilizem os espaços comuns.

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b) Hábitos dos animais e dos seus proprietários:

Apresentado esse perfil demográfico, na sequência dos resultados a

abordagem foi direcionada aos hábitos dos animais e de seus portadores, no que diz

respeito a passeio, intenção do passeio, intensidade de saída com o objetivo de que

o cão faça suas necessidades fisiológicas, a freqüência em que isso ocorre, hábitos

de coleta das fezes e materiais utilizados.

Questionado sobre os hábitos de passeio aos participantes do estudo, pouco

mais de 69% mencionam que o possuem em um nível de intensidade de

eventualmente ou mais. Destes a maior proporção são aqueles que o fazem de

forma eventual (29%), seguidos pelos que o fazem quase todos os dias (23,4%).

Ainda entre os que fazem, de forma mais intensa estão os cerca de 15% que saem

diariamente e os 2% que chegam a fazer isto mais de uma vez ao dia. Em situações

raras estão os pouco mais de 18%. Somente cerca de 13% afirmam não ter o hábito

de sair com seus cachorros para passeios (Gráfico 1).

Gráfico1 : Hábito de passeio. Fonte: Dados da pesquisa.

Mesmo que este tipo de amostra do estudo não permita uma análise

específica por município, é importante caracterizar a existência de diferenças nos

hábitos de passeio com os animais. Nas cidades de Balneário Camboriú e Itapema

os passeios com os cães são mais freqüentes, já que mais de 55% e 51%

respectivamente mencionam que o fazem no mínimo quase todos os dias. Em Itajaí

esta proporção é menor, pois menos de 40% indicam levar os cães para passear

nesta mesma intensidade. O maior destaque é a cidade de Camboriú, onde o hábito

Não o tenho ohábito

12,7%

Raramente

18,1%

Eventualmente

29,0%

Quase todosos dias

23,4%

Diariamente

14,8%

Mais de umavez ao dia

2,0%

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de passeio com maior intensidade é indicado por apenas pouco mais de 10% dos

respondentes.

Dos que possuem o hábito de passeio com seus cães (retirado da análise os

12,7% que não possuem em nenhuma intensidade), verificou-se que os que saem

com seus animais com o propósito de que os mesmos façam suas necessidades

fisiológicas são pouco mais de 59% (Gráfico 2). Porém nem todos o fazem

exclusivamente para isso, já que 48,1% destes afirmam que só em boa parte dos

passeios essa e a intenção, e apenas 11,1% essa sempre é a intenção. Os demais,

um grupo de aproximadamente 41%, menciona que não possuem a intenção de tirar

os animais de dentro de suas residências com esta finalidade, dos quais cerca de

19% admitem que raramente fazem os passeios com este desígnio. O restante

(22,2%) faz passeios com os animais, contudo não tem a intenção de que o passeio

seja para esta finalidade.

Gráfico 2 : Intenção de passeio. Fonte: Dados da pesquisa.

Os participantes da pesquisa que saem de casa com a intenção de levar seus

animais para passear e eliminar as fezes (69,2% dos que passeiam com o animal),

em sua maioria (44,6%) o faz até uma vez ao dia, na sequência estão cerca de 19%

que saem de duas a três vezes ao dia com esta intenção. Existe também uma

pequena parcela de portadores de animais que saem entre quatro e cinco vezes

diárias com esta finalidade e representam menos de 1%. Alguns participantes, pouco

mais de 10% afirmam que a intensidade de saídas pode depender do dia e

Sempre, esta éa intenção

11,1%

Em boa parteesta é aintenção

48,1%

Não,raramenteesta é aintenção

18,7%

Não, esta não éa intenção

22,2%

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aproximadamente 26% não sabem responder com que frequência realizam os

passeios. Segue Gráfico 3 com apresentação dos referidos dados.

Gráfico 3 : Intensidade de saídas. Fonte: Dados da pesquisa.

Após identificar a intensidade de saídas com a finalidade de levar os animais

para eliminar os dejetos fecais buscou-se identificar com que frequência os cães

defecam durante os passeios (Gráfico 4).

Uma grande parcela de participantes (91,5%) respondeu que os cães

realmente utilizam as saídas para esta finalidade. Dos respondentes,

aproximadamente 40% afirma que quase sempre ocorre de os animais urinarem e

evacuarem durante os passeios, cerca de 16% expuseram que isto acontece mas

raramente, não sendo assim frequente. Para pouco mais de 13% ocorre à

eliminação dos dejetos fecais na média dos passeios realizados, sendo que para

outros 13% sempre ocorre de os cães utilizarem os passeios para fazer suas

necessidades fisiológicas. Existem aqueles portadores que afirmar ocorrer este fato

menos da metade das vezes em que realizam passeios com os cães, representando

9%. Uma pequena parte dos entrevistados (5,2%) não sabem responder qual a

frequência com que os cães defecam durante os passeios e outra parcela dos

participantes (3,2%) afirma que isto nunca ocorre durante as saídas com os animais.

Até 01 vez aodia

44,6%

02 a 03 vezesao dia

19,2%

04 a 05 vezesao dia

0,3%

Depende o dia

10,2%

Não seiresponder

25,7%

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Gráfico 4 : Freqüência com que os cães defecam durante os passeios. Fonte: Dados da pesquisa.

Ao analisar os hábitos de coletas das fezes eliminadas pelos cães durante os

passeios (Gráfico 5) verifica-se que mais de 75% dos participantes que possuem o

hábito de passeio com seus animais a fim de levá-los para que possam fazer suas

necessidades fisiológicas possui também o hábito de coletar os dejetos eliminados.

A maior parte destes respondentes (33,1%) afirma sempre coletar as fezes, outra

parte dos entrevistados que representa aproximadamente 30% afirma coletar quase

sempre e mais de 17% coletam as fezes na média das saídas. Ainda existe uma

parcela considerável de mais de 24% que não possui o hábito de coletar os dejetos

fecais eliminados pelos seus cães.

Gráfico 5 : Hábito de coleta das fezes animais. Fonte: Dados da pesquisa.

Sim, sempre

13,1%

Sim, quasesempre

39,7%

Sim na média

13,4%

Sim, masmenos dametade

9,0%

Sim masraramente

16,3%

Não nunca

3,2%

Não seiresponder

5,2%

Sempre

33,1%

Quase sempre

24,9%

Na média

17,6%

Não possuo ohábito

24,4%

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A abordagem feita na pesquisa para averiguar com que materiais os

portadores de cães realizam a coleta dos dejetos fecais (Gráfico 6), identificou que

dos 290 participantes que possuem o hábito de fazer a coleta das fezes eliminadas

pelos cães, em alguma intensidade durante seus passeios, aproximadamente 93%

utilizam sacolas plásticas de supermercados. Cerca de 4% utilizam papel higiênico e

o restante pouco mais de 3%, utiliza jornal.

Gráfico 6 : Materiais utilizados para a coleta das fezes. Fonte: Dados da pesquisa.

c) Expectativa do produto e do canal de distribuição:

Especificamente em relação às necessidades destes consumidores em

função do canal de distribuição para coletores de fezes, a pesquisa buscou

identificar se os portadores de animais, mais precisamente cães, obtêm algum

conhecimento sobre a existência destes produtos, se estas pessoas já manifestaram

interesse por estes materiais e em que estabelecimentos os encontraram. Ainda

houve a indagação sobre se haveria interesse em adquirir coletores descartáveis e

biodegradáveis como uma proposta confortável e de cunho ambiental, quais os

estabelecimentos sugeridos para a distribuição dos coletores a fim de melhor suprir

a necessidade do consumidor final, qual a quantidade ideal sugerida para venda e

com qual freqüência eles pretenderiam comprar os produtos.

Dos respondentes, 91,1% mencionam que desconhecem qualquer produto

desta natureza e apenas 8,9% dizem já conhecer algum produto para esta finalidade

(Gráfico 7).

Sacolaplástica

92,8%

Papel higiênico

3,8%

Jornal

3,4%

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Gráfico 7 : Conhecimento sobre coletores fecais. Fonte: Dados da pesquisa. Ao verificar o interesse de compra dos produtos, cerca de 95% nunca

compraram nenhum produto deste gênero e aproximadamente 4% já compraram

algum coletor. Apenas pouco mais de 1% disse já tê-lo procurado, mas não o

adquiriu. Da parcela que já adquiriu algum coletor fecal (4%), 94,7% o fizeram junto

aos pet shops e os demais (5,3%) compraram o produto em agroveterinárias.

Quando observada a questão relacionada ao interesse de compra de um

produto com uma proposta diferenciada dos demais produtos existentes, a grande

maioria dos participantes respondeu que possui interesse. Cerca de 43% afirmam

que comprariam com certeza o produto proposto e 32% declaram que

provavelmente comprariam. O restante, pouco mais de 9% não sabe se posicionar,

ficando em posição intermediária. Aproximadamente 1% dizem que talvez não

comprarão e um grupo de 1,3% afirmam ter certeza de não comprar os produtos.

Cerca de 10% não sabe responder qual é a intenção de compra e para quase 4% a

compra depende de alguns fatores, como preço, facilidade de uso do produto e

facilidade do acesso ao produto (Gráfico 8).

Sim conheço

8,9%

Não conheço

91,1%

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Gráfico 8 : Intenção de compra dos coletores fecais. Fonte: Dados da pesquisa.

Observando a intenção de compra dos coletores fecais por cidade (mesmo

não podendo atribuir inferência), a necessidade do consumidor final se apresenta de

forma diferente. Em Balneário Camboriú a intenção de compra e a necessidade da

utilização deste tipo de material surgem de forma muito favorável aos produtos. Dos

respondentes locais, cerca de 82% dos consumidores demonstraram interesse em

adquirir os coletores fecais, sendo que destes, aproximadamente 51% afirmaram

que com certeza comprariam o produto e 31% defendem que provavelmente fariam

a aquisição,

Na cidade e Camboriú o percentual de consumidores com interesse de

compra do coletor fecal reduz para 65%, dos quais 46% acreditam que

provavelmente seriam consumidores de tal material e apenas 19% dizem ter certeza

da compra do produto. Em Itajaí mais de 88% dos respondentes demonstraram

interesse em tais produtos, tanto que mais de 55% tem certeza da compra e cerca

de 33% provavelmente incluiria este produto em seus hábitos de compra. Finalmente

na cidade de Itapema houve a maior parcela de respondentes que apresenta real

interesse de compra dos materiais com esta finalidade. Mais de 94% afirmam ter

interesse de compra, sendo que 52,9% comprariam com certeza e 41,2%

provavelmente fariam a aquisição.

Essa avaliação de intenção por cidade pode ser reflexo do próprio hábito de

passeio, que é diferente em intensidade conforme município. Os proprietários de

cães da cidade de Camboriú, participantes do estudo, indicaram ter menos

propensão a levar seus animais para passeios, e entre os mesmos, também é menor

Com certeza

42,7%

Provavelmente sim

32,3%

Nem sim nemnão

9,4%

Talvez não

0,8%

Com certezanão

1,3%

Não seiresponder

9,9%

Depende dealguns fatores

3,6%

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a intenção de compra dos coletores. O contrário ocorre em Itapema, onde a

intensidade de passeio e a intenção de compra são maiores.

A fim de identificar em quais estabelecimentos os consumidores gostariam de

encontrar os produtos para a venda, surgiram diversas sugestões (Gráfico 9). A

grande maioria (90,6%) dos respondentes citou os varejos do tipo pet shop. Houve

uma boa parcela dos participantes que demonstraram interesse em adquirir os

produtos em supermercados, representando pouco mais de 45% dos entrevistados.

Em menores proporções estão as clínicas veterinárias especializadas, menionada

por 28%, seguidos pelas lojas de conveniência (15,5%) e pelas agroveterinárias

(14,8%). As demais opções indicadas tiveram um baixo índice de lembrança. Nota-

se que a força dos pet shops é intensa, já que são varejos especializados e

oferecem um mix de oferta bastante abrangente, o que facilita a vida dos

proprietários. O supermercado, que tem ampliado seus espaços de linhas pets

também se mostrou como uma opção influente.

Gráfico 9 : Estabelecimentos sugeridos para comercialização dos coletores fecais. Fonte: Dados da pesquisa.

Observando os locais de preferência da distribuição dos coletores fecais,

buscou-se identificar também qual a quantidade ideal sugerida pelo consumidor para

a compra (Gráfico 10). Dos 393 participantes, 79,4% sugerem a venda em pacotes

com 10 unidades, 10,7% sugerem pacotes com 07 unidades e os outros 9,9%

dividem-se de igual forma entre pacotes com 05 unidades, pacotes com 02 unidades

e venda unitária do produto. A embalagem com 10 unidades é reforçada, pois

Pet Shops

90,6%

Clinicas Veterinárias

28,0%

Agroveterinárias

14,8%

Supermercad os

45,3%

Lojas de Conveniência

15,5%

Lojas Próprias do fabricante

0,3%

Casas deEmbalagens

1,8%

Internet

3,1%

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avaliando-se a média das respostas dos participantes, o resultados é de 8,95

unidades por pacote.

Gráfico 10 : Sugestão de venda dos coletores fecais. Fonte: Dados da pesquisa.

Após buscar saber qual é o interesse de compra dos consumidores finais,

bem como as quantidades sugeridas como ideal pra suprir suas necessidades,

passou-se então a identificar com qual frequência os consumidores entrevistados

pretendem adquirir os produtos (Gráfico 11). De todos os participantes, cerca de

41% comprariam o produto mensalmente, sendo que pouco mais de 37% compraria

a cada quinzena, aproximadamente 19% compraria semanalmente e apenas 3%

apresentou interesse em adquirir o produto a cada passeio. Isso reflete bem a

quantidade de unidades por embalagem sugerida. O produto unitário (3%) é

diretamente relacionado a intenção de compras a cada passeio (2,8%).

Produtounitário

3,3%

Pacote com 02unidades

3,3%

Pacote com 05unidades

3,3%

Pacote com 07unidades

10,7%

Pacote com 10unidades

79,4%

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Gráfico 11 : Previsão de compra dos coletores fecais. Fonte: Dados da pesquisa.

Analisado as percepções e necessidades do consumidor final do mercado

pet, a seguir dá-se continuidade aos resultados deste objetivo, com a análise dos

varejistas do setor.

4.1.2 Análise das necessidades do varejista do setor pet

Analisar as necessidades do consumidor e dos pontos de distribuição é de

suma importância para os fabricantes desenvolverem estratégias certeiras. Backer

(2005) afirma que é na área de distribuição que surgem inúmeras vantagens

competitivas, ele ainda expõe que a inovação trouxe para as novas estratégias de

marketing benefícios referentes à conveniência, agilidade, acessibilidade e custos

reduzidos.

De acordo com Hiam e Schewe (2000, p. 406) “as decisões quanto aos

canais devem ser baseadas em uma avaliação das metas e recursos da

organização, e no conhecimento do mercado”. Kotler e Keller (2006) descrevem

ainda que os sistemas de canais sofrem mudanças frequentemente e estas

envolvem o aproveitamento das oportunidades e as condições de mercado.

Com o objetivo de conhecer de forma mais clara as necessidades e as

condições do mercado pet foi aplicada uma entrevista com os proprietários de pet

shops, escolhidos conforme critério exposto na metodologia, o que resultou em um

total de oitenta estabelecimentos, dos quais trinta e cinco foram em Balneário

Camboriú, sete entrevistas em Camboriú (nesta cidade todos os pet shops da cidade

A cadapasseio

2,8%

Semanalmente

18,8%

Quinzenalmente

37,2%

Mensalmente

41,2%

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identificados foram entrevistados), vinte e sete em Itajaí e onze entrevistados em

Itapema. Todos os entrevistados foram muito receptivos e colaboraram de forma

positiva para a realização da pesquisa.

a) Pet shops de Balneário Camboriú:

Balneário Camboriú é uma cidade com um mercado pet bem desenvolvido,

com uma cultura moderna e com uma economia do setor em constante crescimento.

Ao buscar identificar as necessidades do varejista do setor foram observados

aspectos de percepção pessoal quanto à economia de mercado, perfil dos clientes e

seus hábitos para com os animais de estimação, disponibilidade de coletores fecais

para cães nos estabelecimentos, bem como principais serviços demandados,

principais fornecedores e distribuidores, aspectos relevantes na escolha dos

fornecedores e preferência por níveis de canal de distribuição.

A entrevista foi iniciada com a apresentação do trabalho proposto pela

acadêmica, exposição sobre o curso de graduação e a universidade, em geral os

entrevistados foram bastante colaborativos e receptivos para esta pesquisa. Logo

após uma breve explanação sobre os motivos e objetivos da pesquisa, os

entrevistados foram convidados a expor suas percepções com relação à economia

do mercado pet. Todos, sem exceção, tiveram o mesmo posicionamento e se dizem

completamente satisfeitos com relação ao crescimento do setor e de seus

estabelecimentos. Um depoimento interessante foi da Sra. Simone Guimarães,

responsável pelas informações fornecidas na entrevista com o Pet Família, que se

diz muito feliz ao acompanhar o desenvolvimento do projeto do pet shop e a

concretização do empreendimento. Ela inclusive relata que trabalha na área há

aproximadamente cinco anos e que com a proposta de trabalho, serviços

disponibilizados e valores agregados, a organização oferece um diferencial

competitivo que os posiciona no mercado, em um curto período de tempo, como o

melhor e mais completo pet shop da cidade de Balneário Camboriú, ganhando maior

credibilidade que o Pet Shop Neves, com mais tempo de atuação na cidade e até

mesmo com um reconhecimento de marca muito forte.

A percepção e expectativa dos profissionais da área são de um crescimento

acentuado e um mercado cada vez mais promissor. De acordo com a opinião

pessoal da Sr. Juliano, do Pet Shop Binha, o mercado pet está em ascensão, pois

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está baseado em pessoas com alto poder aquisitivo, menor intenção em ter uma

família numerosa e desejo de compartilhar carinho e afeto sem responsabilidades

tão sérias quanto as que envolvem filhos.

Prosseguindo a entrevista, foi solicitado que falassem sobre o perfil de seus

clientes e sobre os hábitos destas pessoas para com os seus animais de estimação.

Segue no Quadro 5 a descrição das respostas de acordo com os locais onde foi

aplicada a entrevista na cidade de Balneário Camboriú.

Cidade Empresas participantes Perfil do público atendido

Bal

neár

io C

ambo

riú

Pet Shop Neves; Pet Familia; Pet Dog & Doguie;

Estes pet shops apresentam uma proposta diferenciada e atendem principalmente pessoas de altíssimo poder aquisitivo. São pessoas de classe A e B, sendo que a classe A adquire planos mais completos e usufruem de serviços com custos bem elevados. Nestes pet shops foram relatados hábitos muito especiais para com os animais. Os clientes têm o hábito de levar seus animais para passeios no máximo de vezes possíveis e em todos os lugares permitidos. Tratam os cãezinhos como crianças, comprando os produtos de maior valor, desde roupas, camas, acessórios até brinquedos. São pessoas que gostam de luxo e glamour. Adquirem os planos mais completos e exigem um tratamento especial para com os animais.

Pet Shop Givenchy, Pet Shop Binha, Cães e Gatos Pet Shop, Poodle e Cia., Pet Shop Campos, Pet Center, Pet Shop Império Animal, Pet Shop Flucks, Pet Shop La Barrica, Pet Shop Silva, Pet Shop Amicão, Pet Shop Cão Fiel, Pet Shop Lord & Lady, Planet Dog Pet Shop, Animal Center Pet Shop, Cani e Gatti Pet Shop, Animal Esthetic Comércio de Produtos e Serviços, Patinhas Pet Shop, Pet Shop Cães e Cia., Makk Dog Pet Shopping, Big Bichos Pet Shop, Dog Shop, Pet Shop Ramos, Centro Canino Ana Laudert, Pet Shop Arca, Latido Pet Shop, Pet Center, Empório Animal Pet Shop, Pet Shop do Gustavo, Mister Dog Pet Shop, Pet Shop arroba Cão, Pet Shop Focinho.

Para estes pet shops o poder aquisitivo de seus clientes é bom. São pessoas com condições financeiras estáveis. Classificam seus públicos em classes B e C. Estas pessoas que cuidam dos animais como crianças e os consideram integrantes da família. Saem para passeios com os animais e os levam com intenção de distraí-los e de permitirem que eles não se sintam estressados por ficarem fechados nas residências. Sentem-se atraídos por produtos estéticos e compram muitos acessórios para aplicação no pêlo do animal.

Quadro 5 : Percepção do varejista do setor em relação ao perfil dos clientes em Balneário Camboriú. Fonte: Dados da pesquisa.

Ainda falando-se de perfil, questionou-se sobre os principais serviços

procurados. Nos pet shops Neves, Família e Dog&Doguie, os serviços de banho e

tosa bem como atendimento veterinário já foram ultrapassados pela procura de

hospedagem e recreação animal. Segundo a Sra. Simone do Pet Família, os

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proprietários de cães levam seus animais até o pet shop em questão, para um

período de recreação com profissionais habilitados e durante o tempo de diversão

dos animais, estas pessoas aguardam nas dependências do pet shop tomando um

delicioso café no espaço Pet Café. Nos demais estabelecimentos, os serviços mais

procurados são banho e tosa, seguidos de atendimento veterinário quando

necessário.

As entrevistas possibilitaram a identificação das principais raças de cães

atendidas e o porte dos cães. Em todos os pet shops foram citadas as raças que

possuem maior quantidade de pêlos, como Poodle, Yorkshaire, Lhasa Apso, Shih

Tzu. Outras raças também foram mencionadas, como Maltês, Pequinês, Pincher,

Chihuahua, Fox Terrier, todas estas de cães de pequeno e médio porte. Ainda foram

lembradas as raças Pit Bull, Akita, Chow-Chow, Bulldog, Basset, Beagle, Labrador,

Shar-Pei, Dálmata e Rottweiler, porém foi elucidado que nestes casos, a procura é

com menor intensidade e em sua maioria somente para banho.

Na sequência da entrevista foi abordada a questão sobre o comércio de

coletores fecais para animais, se o varejista conhece algum material com esta

finalidade, se ele comercializa este tipo de produto em seus estabelecimentos e se

reconhece demanda para estes materiais. Em Balneário Camboriú apenas o pet

shop Pet Shop Neves comercializa este tipo de material, sendo que os demais não

vendem (com exceção do Pet Família que conhece, mas ainda não trabalha com

este produto) dizem não ter conhecimento nem acesso aos fornecedores destes

produtos, porém elucidam que existe demanda e que se houver um produto com

preço acessível à demanda com certeza persistirá e alavancará as atividades dos

fabricantes.

O único pet shop que comercializa coletores fecais os compra por meio dos

fornecedores Top Fast e Luicao Distribuidor, que fazem a venda por meio do e-

commerce. Com a apresentação do City Clean Poo Bag, ficaram muito interessados

e expuseram que para o sucesso da parceria entre fabricante e pet shop é

importante selecionar distribuidores idôneos, que prezam pelo prazo de entrega e

qualidade do material durante o transporte, pois muitos distribuidores danificam

algumas peças e isto causa diversos transtornos. Os entrevistados afirmaram que

preferem adquirir os produtos diretamente dos fabricantes por motivos de redução

de custos, maior lucratividade e maior garantia de qualidade na entrega dos

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produtos. Segundo Janaína Laurentino do pet Dog&Doguie, ainda seria melhor se o

fabricante do City Clean trabalhasse com venda direta aos pets, sem utilizar os

intermediários, pois de acordo com os demais entrevistados, é um meio de redução

de custos e maior proximidade entre as partes envolvidas até que o produto esteja

nas mãos dos consumidores finais.

Ao perguntar sobre os principais fornecedores de produtos para o mercado

pet os nomes mais citados são Agrosul (distribuidor exclusivo das rações Royal

Canin), Dal Pet Dalquim, Murano Pet, Alisul-Supra, Bixo Limpo, American Pets,

Júpiter Produtos Pet e Animal Flower.

b) Pet shops de Camboriú

Nas entrevistas realizadas em Camboriú, foi possível identificar algumas

diferenças no mercado local. A cidade apresenta um número reduzido de pet shops,

sendo que muitos habitantes utilizam este serviço na cidade vizinha de Balneário

Camboriú. Segue Quadro 6 com a apresentação do perfil dos consumidores

segundo os varejistas do setor que foram entrevistados.

Cidade Empresas participantes Perfil do público atendido

Cam

boriú

Agropecuária Central e Pet Shop, Animal Pet, Daumata’s Banho e Tosa, Guapeka Clínica Veterinária, Cãoboriú Pet Shop, Só Patinhas Centro de Embelezamento, Amigo Bicho.

Nesta cidade não existem muitos pet shops. Os pet shops existentes atendem pessoas de poder aquisitivo estável e as classificam como classe B e C. Os habitantes de Camboriú apresentam particularidades diferentes de Balneário Camboriú. Os responsáveis entrevistados abordaram Camboriú como uma cidade que ainda busca serviços fora dela. Diferentemente de Balneário Camboriú, as pessoas da cidade de Camboriú não possuem hábitos de passeio com seus cães, estes na maior parte das vezes habitam em casas e tem espaço separado para os cães. Não possuem hábitos específicos com os animais.

Quadro 6 : Percepção do varejista do setor em relação ao perfil dos clientes em Camboriú. Fonte: Dados da pesquisa.

Os varejistas ainda se mostram preocupados com a situação do mercado

local pelo fato da cidade não possuir a cultura de consumo de produtos e apenas o

consumo de serviço de banho e tosa. Dizem-se satisfeitos com os resultados

financeiros e tem expectativas de modificação na cultura do setor pet local.

Ao abordar os serviços mais procurados as respostas foram unânimes,

banho, tosa e atendimento veterinário no caso em que o estabelecimento possui

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este serviço. Não existe o hábito de um cuidado mais específico em relação ao

consumo de acessórios estéticos. Por este motivo, os estabelecimentos desta

cidade não dispõem de grande variedade de produtos nas lojas, concentrando-se

principalmente em rações e alguns produtos alimentícios diferenciados.

Quando a pergunta em questão foi sobre as raças mais atendidas, as

respostas também foram praticamente iguais as citadas em Balneário Camboriú,

como: Poodle, Yorkshaire, Lhasa Apso, Shih Tzu e em alguns casos, vira-latas.

Em Camboriú não existe nenhum pet shop que comercializa coletores fecais,

além de também desconhecerem qualquer produto do gênero. Outro ponto

importante é que os empresários não apresentam interesse em produtos desta

finalidade. De acordo Kelly Cristine, proprietária do Animal Pet, mesmo que os

coletores fecais apresentem uma proposta interessante tanto em matéria de

praticidade e limpeza para o portador do animal quanto em relação à consciência

ambiental, os habitantes de Camboriú ainda mantêm uma cultura bem tradicional.

Segundo ela, por ser uma cidade antiga, com residências horizontais e boa área

territorial, os portadores de animais não tem necessidade de sair com os cães de

dentro de suas casas. Da mesma forma que a cidade não apresenta um espaço

amplo para caminhadas e recreação, o que para ela, seria uma possibilidade de

incentivo aos passeios com animais.

Quando indagados sobre os fatores importantes para a escolha dos

fornecedores, os entrevistados expuseram prazo de entrega e diferencial de preço.

Com estes fatores afirmaram preferir a compra direto dos fabricantes pelo motivo de

flexibilidade na negociação. Para os estabelecimentos entrevistados os nomes dos

fornecedores foram os mesmos, Agrosul e Dal Pet Dalquim para alimentos e,

American Pets para acessórios, brinquedos e produtos de higiene.

De maneira geral, com as entrevistas aplicadas em Camboriú foi possível

identificar um mercado ainda estagnado, com pessoas que não possuem hábitos

frequentes de consumo de produtos para animais além da intenção de alimentação

e cuidados médicos.

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c) Pet shops de Itajaí:

Em Itajaí as entrevistas forneceram resultados bem próximos aos de

Balneário Camboriú. Os varejistas do setor se mostram satisfeitos e acreditam que

há possibilidade de crescimento.

Conforme os entrevistados existem poucos estabelecimentos que atendem

um público de classe A e B sendo que os demais atendem as classes B e C.

Conforme diversos varejistas do setor, também existe um fator relevante, muitos

moradores de Itajaí ainda se deslocam até Balneário Camboriú para consumir os

produtos e serviços na cidade vizinha, o que não permite um mapeamento mais

exato dos consumidores do mercado pet em Itajaí. Segundo eles, isto se dá por

motivos de que em Balneário Camboriú alguns pet shops oferecem serviços

diferenciados, como hospedagem, canis e recreação.

Segundo Mário César, varejista do setor e proprietário do Degs Pet Shop, os

moradores do centro e bairros Fazenda, Itamirim e Vila Operária, apresentam um

perfil de maior poder aquisitivo. Nos demais bairros, os moradores apresentam

menor poder aquisitivo. Segue Quadro 7 com apresentação dos perfis dos clientes

em Itajaí conforme descrição dos varejistas pets.

Cidade Empresas participantes Perfil do público atendido

Itaja

í

Pet Shop Latidos & Miados, Degs Pet Shop, Adhara’s Clínica Veterinária e Pet Shop, Pet House, Pet Shop Panda, Clínica Veterinária Toca do Bicho.

Nestes pet shops as pessoas atendidas com seus animais de estimação são de classe A e B e se permitem investir em serviços e produtos com preços mais elevados. Poucos clientes têm o hábito de levar seus animais para passeios e quando os fazem utilizam as praças e calçadas próximas á Avenida Beira Rio. São pessoas que cuidam se seus animais como integrantes da família e os tratam como filhos.

Agropecuária MundoPet, Albatróz Agropecuária, Animaizinhos Pet Shop, Banho e Tosa Auquemia, Banho e Tosa Cão e Companhia, Cane Banho e Tosa, Pet Shop É O Bicho, Pet Shop Miau, Pet Shop Mundo dos Animais, Pet Shop Nemo, Pet Shop Show Dog, Snow Dog Pet Shop, Viladog Pet Shop, Bichinho Belo, Pet Shop Bom Pastor, Pet Shop 61, Pet Shop Estilo Bicho, Agro Pet Shop Duda, Agropecuária e Pet Shop Tinho, Bello Cão, Center Dog,

Nestes estabelecimentos o poder aquisitivo de seus clientes é considerado bom. São pessoas de bom poder aquisitivo e se enquadram nas classes B e C. Estas pessoas também cuidam dos animais como crianças e os consideram integrantes da família. Praticamente não saem com os animais devido rotina de trabalho extensa e falta de opção de local para passeios. Prezam por um bom atendimento ao animal.

Quadro 7 : Percepção do varejista do setor em relação ao perfil dos clientes em Itajaí. Fonte: Dados da pesquisa.

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Segundo os empresários, pequena parcela de portadores de animais possui o

hábito de passeios com os cães, pois na maior parte das vezes, são habitantes de

casas e estas oferecem área suficiente para os cães ficarem a vontade.

Uma característica interessante em Itajaí, é que em grande parte das clínicas

veterinárias existe uma diversificada linha de produtos para o mercado pet, não

oferecendo apenas itens para tratamento de saúde. Em matéria de serviços

procurados, o banho e a tosa são dominantes seguidos de atendimento veterinário.

Ao abordar a pergunta sobre as raças mais atendidas, novamente as de

maior pelagem são as citadas, surgem os mesmos nomes já mencionados em

outras localizações como: Poodle, Yorkshaire, Lhasa Apso, Shih Tzu, Pincher,

Pequinês, Bulldog, Akita e Chow-Chow.

Sobre a comercialização de coletores fecais, a Adhara’s Clínica Veterinária e

Pet Shop já conhece este tipo de produtos e disponibiliza para venda, porém não se

sentiu a vontade para informar o nome dos fornecedores dos materiais . A Sra. Maria

de Lurdes Lajeski explica que pelo fato de muitos portadores de animais residirem

em casas, não há o hábito de passeio como em outras cidades. Inclusive citou

Balneário Camboriú como referência. Segundo ela, cidades litorâneas com comércio

a beira mar acabam incentivando a prática de caminhadas e com isso, muitas

pessoas aproveitam o passeio para levar seus cães. Os demais estabelecimentos já

ouviram falar nas opções disponíveis, mas não manifestam interesse, pois acreditam

que a demanda ainda é baixa.

Quando abordados em relação aos fornecedores, a Agrosul e Dal Pet

Dalquim são nomes sempre citados, pois fazem a distribuição das rações mais

conhecidas e procuradas. Em matéria de acessórios, estes são adquiridos por meio

de distribuidoras como Beppler Acessórios de São José, Distribuidora de Alimentos

Venâncio Ltda de Itajaí e algumas de São Paulo como Júpiter Produtos Pet e Bayer

Medicamentos.

Com a aplicação da pesquisa na cidade de Itajaí, pode-se observar um

mercado ainda a ser explorado. Das cidades propostas para a pesquisa, Itajaí é a

cidade mais populosa, com maior área territorial, mas ainda sem a cultura de

passeios com animais. Por ser uma cidade com boa renda per capita é possível criar

estratégias para incentivo do mercado local e crescimento do setor.

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d) Pet shops de Itapema

Partindo para a aplicação das entrevistas em Itapema, os varejistas

entrevistados também foram bem receptivos e colaboraram de forma muito positiva

para o desenvolvimento da pesquisa. Todos, sem exceção estão satisfeitos com

seus empreendimentos, com o mercado local e possuem expectativas de

crescimento para os próximos anos.

Os entrevistados declararam que os moradores da cidade de Itapema são

pessoas de poder aquisitivo bom e por ser uma cidade litorânea possuem hábitos de

esportes na praia, o que os incentiva a levarem seus cães junto em seus passeios e

caminhadas, até mesmo para a areia da praia, o que se torna um ponto negativo no

tocante à saúde.

No Quadro 8 é descrito de forma geral o perfil dos consumidores de produtos

e serviços do mercado pet em Itapema.

Cidade Empresas participantes Perfil do público atendido

Itape

ma

4 Patas Pet Shop, Pet Care, Pigg Pet Shop, Espaço Animal, Pet Shop Estrela do Mar, Canil Mar Bello, Banho e Tosa Bela Cruz, Clínica Veterinária Bicho Travesso, Pet Shop Vira Lata, Canil Don Taruke, Pet Shop Vailatti.

Nesta cidade não existem muitos pet shops. Os pet shops existentes atendem pessoas de poder aquisitivo estável e as classificam como classe B e C. Os habitantes de Camboriú apresentam particularidades diferentes de Balneário Camboriú. Os responsáveis entrevistados abordaram Camboriú como uma cidade que ainda busca serviços fora dela. Diferentemente de Balneário Camboriú, as pessoas da cidade de Camboriú não possuem hábitos de passeio com seus cães, estes na maior parte das vezes habitam em casas e tem espaço separado para os cães. Não possuem hábitos específicos com os animais.

Quadro 8 : Percepção do varejista do setor em relação ao perfil dos clientes em Itapema. Fonte: Dados da pesquisa.

Na cidade de Itapema os serviços mais procurados são de banho, tosa,

cuidados veterinários e o que chamou a atenção foi a procura por canis. Segundo o

Sr. Olavo Duarte do Canil Don Taruke, os moradores que desejam adquirir um cão

geralmente vão aos canis, da mesma forma que os proprietários de pet shops. Ele

assegura que em Itapema existe a cultura de levar os cães para a cruza em canis e

expõe “aqui as pessoas tem certeza de que a cruza será perfeita e o cuidado será

especial” e ainda complementa “ao pensar em cruzar os cães, com intenção de

rendimentos financeiros, é melhor garantir a procriação com garantia de genética

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perfeita, o pedigree é muito importante para um cão saudável e uma venda de

sucesso”.

A partir da pesquisa aplicada na cidade de Itapema é possível observar uma

característica de moradia bem próxima á encontrada no município de Balneário

Camboriú. Há uma forte tendência de residência em apartamentos, e

consequentemente também aos hábitos de passeio com os animais. De acordo com

a opinião dos empresários dos pets, isto é consequência das moradias verticais e da

orla da praia que incentiva as caminhadas.

4.2 Descrição dos objetivos e limitações do canal

A definição dos objetivos e imitações do canal apresenta-se como uma etapa

de grande importância para as decisões concernentes a distribuição. Neste processo

de descrição dos objetivos do canal, bem como o reconhecimento de suas

limitações, encontram-se diversos pontos a serem observados e,

consequentemente, ultrapassados ou aproveitados na definição do projeto de

distribuição.

De acordo com Kotler e Armstrong (2000) e Kotler e Keller (2006) os objetivos

do canal e suas restrições são decorrentes da natureza dos produtos, características

da empresa, características dos intermediários e fatores ambientais. Hiam e Schewe

(2000) abordam a limitação do canal como cobertura de canal e o estabelecimento

de objetivos atrelado à segmentação de mercado.

De acordo com Dias (2006) alguns pontos devem receber uma atenção

especial nesta fase de planejamento e estratégia de distribuição, como por exemplo,

a disponibilidade de recursos, o tipo de bem ou serviço, a questão da perecibilidade,

a complexidade e valor unitário do bem, necessidades de estocagem, exigências do

pós-venda, potencial de mercado, localização geográfica dos clientes entre outras.

Dada a importância em estabelecer os objetivos e limitações do canal, duas

alternativas complementares para alcançar o conhecimento destes fatores foram

trabalhadas, a primeira na visão do empreendedor e, a segunda, sob a análise de

dados do mercado.

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a) Objetivos e limitações do projeto do canal na percepção do empreendedor:

Por meio de uma entrevista estruturada e focalizada (Apêndice A), conhecer o

ponto de vista do proprietário no que diz respeito aos: seus alvos para o produto

desenvolvido, sua intenção de distribuição, percepção sobre as situações ambientais

e também as restrições e limitações que ele encontra na etapa de lançamento do

produto.

Quando indagado sobre a expectativa em relação ao mercado pet o

entrevistado respondeu que as evidências deste segmento projetam um crescimento

acentuado e baseado nos levantamentos econômicos do setor mostra-se otimista

com relação à empresa e ao desenvolvimento de produtos, bem como serviços que

possam suprir as necessidades desses consumidores.

Com relação ao produto, ele esclareceu que o coletor descartável de fezes

será o produto principal entre outros que estão sendo desenvolvidos. O coletor de

fezes (City Clean Poo Bag) foi a concretização de um sonho e será a oportunidade

de entrar no mercado com algo totalmente inovador e diferenciado, cujos benefícios

vão além da questão estética, abrangendo a comodidade e a consciência ambiental.

O produto segundo o proprietário tem grande potencial de venda, pois vem ao

encontro das necessidades do público possuidor dos animais de estimação. Pela

observação realizada durante o desenvolvimento do coletor de fezes, o perfil dos

proprietários de cães na região em que pretende iniciar as atividades, bem como nas

demais regiões do Brasil, é um perfil ainda jovem, de boa renda per capita, que

sente prazer em cuidar dos animais e se propõe a fazer do animal um integrante da

família.

Ao ser questionado sobre as situações ambientais, o entrevistado expõe que

a situação econômica está favorável ao mercado pet e que mesmo em tempos de

crise, este setor não sofreu grandes reflexos. Quanto à concorrência, descreveu

como saudável, pelo fator de haver no mercado produtos com a proposta de coleta

das fezes, porém todos com material plástico e de valor acima do que o proposto

pelo City Clean, mesmo assim se diz consciente da situação de concorrência que irá

enfrentar.

Questionado referente aos seus objetivos que pretende com a distribuição

dos produtos, o proprietário respondeu que deseja disponibilizar o material para o

maior número de pontos de venda possível desde que estejam dentro de um perfil

Page 101: DECISÕES ESTRATÉGICAS DE CANAL DE …siaibib01.univali.br/pdf/Catia Tais Mira.pdf · 2 CÁTIA TAÍS MIRA DECISÕES ESTRATÉGICAS DE CANAL DE DISTRIBUIÇÃO: Diretrizes para o lançamento

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sócio-econômico que deseja alcançar. Sua intenção é fornecer produto para os pet

shops e clínicas veterinárias, supermercados e até mesmo em casas de

embalagens, ou seja, pretende intensificar a distribuição em diferentes pontos de

venda. Também há um projeto para criação de uma parceria com a Prefeitura

Municipal de Balneário Camboriú, a fim de subsidiar parte do valor e disponibilizar o

produto em quiosques para os consumidores que circulam na avenida da praia.

Quando questionado sobre potenciais limitações ao alcance dos objetivos de

comercialização e distribuição do produto, respondeu que a principal está voltada ao

capital de giro, tendo em vista a etapa de lançamento e que pretende fazê-la com

qualidade e solidez, por meio de uma campanha publicitária. Também relatou que a

falta de conhecimento do mercado, bem como de seu funcionamento é outro fator

que o faz sentir-se desafiado, porém muito otimista. O pouco conhecimento em

gestão foi citado, entretanto não é visto como uma grande limitação, já foi

empreendedor de outro negócio e sua sócia está finalizando o curso de

Administração em Habilitação em Marketing, o que será de suma importância para a

organização.

b) Limitações ao projeto do canal conforme situação do mercado:

O Brasil é o segundo no ranking de consumo de produtos para pets, ficando

atrás apenas dos Estados Unidos. De acordo com os relatórios de fechamento do

ano de 2009 divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos

para Animais de Estimação (ANFALPET, 2010) –– o país possui cerca de 29,7

milhões de cães e a projeção de crescimento para o ano de 2010 estima um

aumento para 33 milhões de cães (ANFALPET, 2009). Segundo a ANFALPET a

movimentação anual do mercado pet foi de mais de R$ 9 bilhões no país, incluindo

diversos segmentos conforme apresentado na Tabela 2.

Tabela 2: Movimentação anual do mercado pet com referência no ano 2009.

Segmento Movimentação

(R$) Proporção

(%) Pet Food 6.239.579.333,00 64% Medicamentos Veterinários 696.389.571,00 7% Serviços 1.892.160.000,00 20% Equipamentos e Acessórios (higiene, embelezamento, etc) 863.973.635,00 9% Total 9.692.102.539,00 100%

Fonte: ANFALPET, 2010.

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De acordo com o Instituto Pasteur, entidade de saúde que estuda e

desenvolve vacinas animais, a população canina é variável de município para

município. A entidade recomenda um censo canino periódico para um levantamento

mais exato da população canina local. Segundo este instituto, os relatórios da

Organização Mundial de Saúde (OMS), mencionam que em países emergentes a

proporção média da população canina varia de 10,0% a 16,7% da população

humana (INSTITUTO PASTEUR, 2010).

Considerando a estimativa da população brasileira do ano de 2009

apresentada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), a

população humana é de aproximadamente 191,5 milhões de pessoas e relacionando

a estimativa canina apresentada pela ANFALPET de 29,7 milhões, de acordo com a

variação da OMS, o Brasil apresenta uma estimativa de 15,51% de população

canina no país em função de sua população humana.

Estes números confirmam a situação brasileira, visto que este mercado é

considerado altamente atrativo, apresentando uma parcela relevante no setor

econômico do país. Nos grandes centros urbanos as organizações do mercado pet

buscam acompanhar as tendências e inovações que surgem e que podem ser

determinantes para o sucesso financeiro das empresas.

Uma tendência que está sendo bastante aceita refere-se à venda virtual de

produtos e até mesmo serviços. Na comercialização de produtos é ampla a linha de

produtos ofertada, entre eles alimentos (pet food), medicamentos veterinários,

equipamentos e acessórios, produtos de higiene, estética e embelezamento.

Quando a comercialização refere-se a serviços, grande parte deles aparece na

internet por meio de sites para propaganda e publicidade, porém a Pet Model Brasil

é uma empresa que utiliza o e-commerce para a venda de seus serviços que dizem

respeito à casting para campanhas publicitárias do setor. Nesta ocasião os

fornecedores de produtos para animais podem contratar os animais que farão as

peças publicitárias de propaganda para seus produtos. É um serviço ainda inovador

tendo em vista pouquíssimas empresas deste cunho.

Diante dos dados e estimativas do mercado pet observa-se um campo bem

amplo para investimentos e para obtenção de lucratividade por meio da

comercialização de produtos e serviços. A forma de distribuição destes produtos e

serviços ainda ocorre no Brasil de forma mais tradicional, porém com uma forte

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tendência a inovação e adoção de novos métodos. As limitações existem e estão

voltadas ao posicionamento do consumidor final para com a escolha do canal de

venda dos itens que desejam adquirir. Para que a cultura do e-commerce seja

difundida é importante que os fornecedores de materiais e serviços incentivem e

eduquem seus clientes á utilização do varejo virtual.

4.3 Apresentação das principais alternativas de can al

Após a definição dos objetivos e limitações de canal passa-se a identificar as

principais alternativas de distribuição no mercado desejado. Observam-se para o

produto proposto neste estudo algumas formas de distribuição pelas quais existe a

possibilidade de alcançar os objetivos descritos no subitem anterior. De acordo com

Rosembloom (2002, p. 72) o varejo apresenta três características que exercem

importante poder nos canais de marketing: “aumento no porte e poder de compra,

aplicação de avançadas tecnologias e uso de modernos conceitos e técnicas de

marketing”.

Dentro do varejo Parente (2000) propõe uma divisão em varejo com lojas e

sem lojas. Conforme o autor, no Brasil existe dois principais modelos de varejo com

loja para produtos não alimentícios: lojas de departamento e lojas especializadas.

Já no varejo sem loja as opções são de marketing direto, venda direta, máquinas

automáticas de vendas e varejo virtual.

a) Varejo com loja

Para o objetivo deste estudo, surgem alternativas de distribuição que se

enquadram no varejo com loja, os quais são apresentados no Quadro 9.

Para atender a esses varejos, a empresa pode contar com uma força de

vendas própria, atuando em campo ou através do telemarketing, representantes

comerciais e atacadistas, isoladamente ou em conjunto, num sistema multicanal.

Segundo Novaes (2001) o sistema de canais múltiplos apresenta-se como uma

opção para melhorar o desempenho no gerenciamento da cadeia de suprimentos

utilizando mais de um canal de distribuição. De acordo com o autor, o sistema

multicanal ocorre em virtude da diversidade de tipos de consumidores.

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Tipo Descrição

• Pet Shops

São lojas especializadas em fornecimento de produtos e serviços para o mercado pet. Nestes locais existe o serviço de estética (banho, tosa, massagens, ofurô entre outros) e em alguns casos também serviços médicos. Desta forma se enquadram como pet shop com clínica veterinária anexa. São estabelecimentos que oferecem grande número de produtos, como alimentos, vestuário, acessórios e utilidades. Servem de intermediários entre fabricantes e consumidores finais e na grande parte das vezes, utiliza-se de atacadistas para o recebimento dos produtos destinados a venda.

• Clínicas Veterinárias

Estes estabelecimentos são principalmente locais para atendimento médico e de rotina. Cada clínica possui profissionais cadastrados ao Conselho de Medicina Veterinária e o intuito da organização é promover a saúde e prevenção de doenças nos animais, geralmente de estimação. Em algumas vezes estes estabelecimentos oferecem além do serviço já mencionado, alguns produtos para os animais, em sua maioria, voltados á saúde.

• Lojas de Conveniência

São lojas estabelecidas em locais estratégicos para atender as necessidades de urgência dos consumidores. São limitadas a aproximadamente 280 a 740 metros quadrados. Em grande parte, estas lojas estão estabelecidas junto aos postos de combustíveis e disponibilizam em sua proposta, produtos alimentícios, bebidas, cigarros e materiais de higiene. Sua presença como fornecedor de produtos do mercado pet ainda não foi notada.

• Lojas de Utilidades

São lojas de departamentos que oferecem uma grande variedade de produtos em um só local de venda, porém não é uma venda direcionada a segmentos específicos.

• Lojas Próprias

São estabelecimentos de venda exclusiva dos produtos de uma mesma marca. É um investimento de grande reconhecimento da marca, porém requer um alto capital financeiro e de infra-estrutura. Acabam sendo uma extensão do fabricante e desta forma proporcionam redução de custos no ponto de vista da eliminação de intermediários da cadeia de suprimento. Indicada para empresas que possuem um mix de oferta mais abrangente. No mercado pet local ainda não há exemplos de lojas próprias, os produtos são distribuídos em outros pequenos varejos para que então cheguem ao consumidor final.

• Casas de Embalagens

São lojas de varejo, com venda específica de embalagens, tanto em papel, isopor, plástico e outros materiais. Fornecem os produtos tanto no atacado como no varejo. O City Clean é um produto em papel descartável e biodegradável e também pode estar disponível nesta forma de distribuição.

• Supermercados

Estabelecimentos de grande rotatividade de consumidores que buscam diversificados tipos de produtos. Disponibilizam produtos alimentícios, bebidas, materiais de higiene e alguns de grande porte também oferecem acessórios automotivos, cama, mesa e banho, inclusive produtos para o mercado pet, cujas gôndolas tem se ampliado para suportar a diversidade de produtos desta natureza.

Quadro 9 : Alternativas de distribuição que se enquadram no varejo com loja para produtos do mercado pet. Fonte: Adaptado de Levy e Weitz (2000, p.47)

Para alcançar os varejistas locais a empresa pode utilizar de força de vendas

própria, em cidades de maior distância a organização poderá ter representantes

comerciais, distribuidores e atacadistas. Acima desta subdivisão, ainda poderá atuar

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com telemarketing e e-commerce, efetuando vendas para qualquer local por meio

dos canais eletrônicos.

No caso dos atacadistas, a partir de uma busca na internet, identificaram-se

várias empresas localizadas em municípios como Blumenau, Itajaí, Joinville e São

José que atuam neste setor. No Quadro 10 estão descritos alguns principais

fornecedores das cidades referência do mercado pet em Santa Catarina.

Cidade Distribuidor

Blumenau • Candiblu Distribuidora Produtos Alimentícios Ltda.

• Distimação Distribuidora Produtos Agropecuários Ltda

• Distribuidora Top Dog Ltda ME

• Muller Novo Horizonte

• Pégaso Distribuidora Pet Ltda

Itajaí • Distribuidora de Alimentos Venancio Ltda

Joinville • Basqueira Distribuidora

São José • Beppler Acessórios

• Neusa Cardoso Nutripet ME

• Nutrionali Distribuidora Ltda ME

• Prevent

• TP3 Transpet Distribuidora Ltda.

Quadro 10 : Distribuidores do estado de Santa Catarina por cidade Fonte: PetBR, 2010.

b) Varejo sem loja

Na opção de varejo sem loja, as alternativas sugeridas acabam direcionadas

para venda no varejo virtual. Rojo (2003) afirma que sem dúvida o varejo virtual é

uma tendência em expansão e que a constante evolução dos recursos tecnológicos

permite aos consumidores maior segurança e confiabilidade. A variante de venda

virtual enquadra-se no varejo sem loja e pode ser operada tanto pela própria

empresa, em uma situação de canal direto ou através de uma empresa terceirizada

que é denomina-se varejo virtual. Algumas empresas do mercado pet já utilizam

algumas formas de distribuição no meio virtual. Algumas comercializam produtos e

acessórios, entre elas exemplos como:

• Carol Mundo Pet: por meio de televendas e e-commerce, comercializa

produtos e acessórios;

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• Slleepy Dog: e-commerce, vende camas para cães e gatos, de diversos

modelos e tamanhos;

• AMF Pet: e-commerce, cama e vestuário;

Outras comercializam serviços como a Pet Model Brasil, empresa que

cadastra cães para casting de campanhas publicitárias.

No caso da própria empresa atuar nesta direção, esta utiliza um site onde

disponibiliza informações sobre a empresa, locais de cobertura, características do

produto, cadastro para envio de informações e posteriormente desenvolvimento do

canal de distribuição, através de um link para comercialização na própria web site.

Além disso, há outras inúmeras possibilidades para que os varejistas sejam

alcançados e estas possibilidades necessitam ser analisadas, pois cada uma

apresenta suas vantagens e desvantagens. Para a definição dos arranjos de canal

que uma organização pode utilizar é importante analisar a forma pela qual os

intermediários varejistas serão alcançados, se haverá varejo com loja, varejo sem

loja ou até mesmo ambas as formas de distribuição.

Outras possibilidades de parceria também devem ser observadas. Uma

organização interessante é Pet Products Brasil, em uma parceria com a ANFALPET

a empresa é responsável por divulgar em outros países as empresas associadas a

fim de fomentar as exportações de produtos nacionais do mercado pet.

4.4 Avaliação das principais alternativas de canal

Para que haja um projeto de sistema de canais, é necessário realizar uma

análise das necessidades do cliente, estabelecer os objetivos do canal e identificar e

avaliar as principais alternativas dos canais. Kotler e Keller (2006) descrevem que os

sistemas de canais sofrem mudanças frequentemente e estas envolvem o

aproveitamento das oportunidades e as condições de mercado.

De acordo com Hiam e Schewe (2000, p. 406) “as decisões quanto aos

canais devem ser baseadas em uma avaliação das metas e recursos da

organização, e no conhecimento do mercado”. Diante das alternativas de canal de

distribuição identificadas por meio da pesquisa aplicada, segue a avaliação de cada

uma delas.

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A alternativa que surge com uma força bem intensa está relacionada às lojas

de varejo especializadas no mercado pet, como pet shops, clínicas veterinárias e

agroveterinárias. Estas alternativas podem ser vistas como as mais interessantes

por estar completamente envolvida com o consumidor final.

O pet shop é o local onde as pessoas se direcionam na maior parte das vezes

com a intenção de utilizar um serviço, geralmente de cunho estético. Ao se deparar

com uma grande variedade de produtos especialmente desenvolvidos para o animal

de estimação, as pessoas têm o desejo estimulado e sentem-se incentivadas ao

consumo. É neste momento que os produtos são comprados. Em outros casos, as

pessoas sentem alguma necessidade e se direcionam a estes estabelecimentos,

pois tem o conhecimento de que nestes meios de varejo obterão aquilo que

desejam.

Para os fabricantes dos produtos pet, estas lojas tornam-se intermediários de

alto valor, os quais merecem um atendimento personalizado e uma atenção muito

especial, seja de forma direta entre o fabricante e o profissional do pet shop ou por

meio de distribuidores do setor que fazem a intermediação da entrega dos produtos.

Para esta atenção diferenciada e valorização da parceria com o profissional do pet

shop é importante que o fabricante esteja diretamente ligado ao processo de

seleção, treinamento e controle. De acordo com os resultados das pesquisas grande

parte dos fornecedores de alimentos para animais utiliza de força própria, ou seja,

funcionários do departamento de vendas que estão diretamente ligados á empresa

fabricante e fazem uma ponte até o pet shop.

Esta escolha se dá por motivos de se exercer maior controle sobre a

distribuição. Conforme Kotler e Armstrong (2000) a organização é quem precisa

deter o máximo controle tanto sobre os intermediários quanto sobre os produtos ou

serviços em questão. Quando a distribuição está voltada a outros tipos de produtos

como acessórios estéticos para pêlo (laços, gravatas, apliques em pedras), camas,

brinquedos e outros, estes geralmente são distribuídos por atacados específicos do

setor ou atacados de produtos em geral, como já citado no quadro 6.

As clínicas veterinárias em geral apresentam poucos produtos estéticos para

a venda, focando-se no atendimento relacionado á saúde. Desta forma possuem

apenas alguns produtos para alimentação de algumas marcas específicas (cada

clínica veterinária distribui uma marca de rações). Estes produtos para alimentação,

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como abordado no parágrafo anterior sobre pet shops, evidenciam a venda por meio

de força própria de vendas do fabricante.

Quando a alternativa de canal de distribuição estudada é agroveterinária,

observa-se então, que não há venda de acessórios tanto estéticos quanto de outras

finalidades, a venda está voltada aos produtos alimentícios para animais,

medicamentos, venenos para diversas pragas e outros produtos deste gênero. Neste

caso, a força de vendas utilizada pelos fabricantes também é própria.

Outra alternativa a ser analisada é a distribuição por meio da internet. Este

meio de distribuição virtual que cresce a cada dia e ganha credibilidade dos

consumidores, para o setor pet ainda é pouco procurado pelos proprietários de

animais de estimação. Com um custo baixo, este canal precisa ser difundido e

explorado pelas empresas que venham a optar por eles. A internet como canal de

distribuição para os produtos no mercado pet pode ser utilizada como um canal

auxiliar até que seja fortalecida na organização e então passe a ser central de

vendas virtual. Para o City Clean Poo Bag, este canal surge com uma força bastante

significativa, já que a distribuição não será direta ao consumidor final e sim aos

intermediários do setor.

Lojas de conveniência também são alternativas que parecem ser

interessantes. Uma tendência adotada por grande parte da população, estas lojas

passaram a ser bem utilizadas em momentos de necessidade. Geralmente anexas a

postos de combustíveis, com distribuição de uma variada linha de produtos para

humanos, ainda não disponibilizam produtos para o mercado pet, o que poderá ser

uma opção inovadora. Um ponto negativo é o preço praticado, pois pelo fato de ser

uma opção salvadora para determinadas situações, os preços praticados na maior

parte das vezes estão bem acima do preço praticado no mercado. Porém, as

pessoas que utilizam estes produtos são conscientes de que as lojas de

conveniência estão abertas em horários diferenciados e á disposição para situações

de emergência.

Lojas próprias também poderão ser estudadas caso a empresa esteja

disposta a investir um alto capital. No mercado pet local ainda não foram

encontradas lojas próprias de produtos, tendo em vista, os produtos estarem

disponíveis em pet shops. Caso a empresa realmente deseje atuar desta forma, será

necessária uma campanha publicitária muito forte para educar os consumidores a

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saírem de suas residências com a intenção única de adquirir o City Clean Poo Bag.

Como a empresa possui apenas um único produto, esta alternativa de canal de

distribuição acaba sendo inviável, por motivos de alto custo de investimentos e por

ser um produto que ainda não está no mercado, além de ser um produto que poderá

ser encontrado facilmente em lojas específicas do setor pet onde existe maior fluxo

de consumidores de produtos e serviços, sendo que a opção de distribuição em pet

shops apresenta outros fatores positivos.

As casas de embalagens também foram citadas por alguns proprietários de

animais de estimação entrevistados. Estas lojas fazem a venda de uma diversificada

linha de produtos: copos, pratos, talheres, garrafas, bandejas, marmitex e outros. Em

sua maioria, os produtos são descartáveis, porém algumas casas de embalagens já

comercializam também produtos de limpeza e linha de baldes, lixeiras, vassouras e

rodos. É importante verificar a política de preços aplicada pelas lojas para que o

produto não sofra substituição pelas sacolas plásticas de supermercado, pois o

mesmo é descartável e supérfluo, mas de grande utilidade e diferenciado, com apelo

ecológico. Também é importante observar se as pessoas que utilizam os produtos

adquiridos em casas de embalagens são proprietárias de animais de estimação, pois

um segmento que procura estas casas de embalagens com maior freqüência são

proprietários de restaurantes.

Uma alternativa citada nos questionários de pesquisa que foram aplicados

são supermercados. Os supermercados de grandes redes já possuem um setor pet,

com venda de rações, camas, shampoos, condicionadores, sabonetes, pentes,

escovas, coleiras, roupas, acessórios estéticos e brinquedos. É uma alternativa

atrativa, porém de alto custo de investimento. A distribuição em supermercados

confere aos fabricantes um status de alto padrão e os caracteriza como empresas

sólidas, pelo fato de terem condições de manter um espaço nestes pontos de venda.

Os fabricantes de produtos para o mercado pet ainda podem optar por

callcenter, com custo considerado baixíssimo e uma opção complementar aos

demais canais de vendas.

Conforme Kotler e Keller (2006) canais de marketing diretos como internet e

telemarketing são os canais que apresentam menor custo por transação e

conseqüentemente apresentam baixo valor agregado a venda. Segundo os autores

as empresas ao descobrirem um canal de baixo custo que lhes seja conveniente,

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procuram incentivar seus clientes a utilizá-lo, e complementam que as empresas

ainda podem compensar os clientes pela mudança na opção do canal de distribuição

escolhida. Esta alternativa de canal está bem acessível à empresa em estudo, sendo

uma forte opção para a distribuição do City Clean Poo Bag a fim de alcançar o varejo

de forma complementar ás outras alternativas de distribuição que virão a ser as

principais alternativas praticadas.

Se a opção de distribuição for por lojas de varejo e distribuidores os custos

serão medianos. Neste caso relacionado ao produto em estudo, incluem-se os pet

shops, supermercados, lojas de conveniência entre outros.

Caso haja interesse em alto valor agregado a venda a opção será por

parceiros de valor agregado e força de vendas, cujo custo por transação também

será elevado. Para esta alternativa a City Clean poderá buscar parceiros do setor em

alguns pólos da região.

Os autores Kotler e Keller (2006) descrevem que a força de vendas com

representantes comerciais apresentam menor custo de vendas e maior nível de

vendas com maior área de cobertura, em contrapartida, os riscos de controle e

adaptação são mais altos, pois são empresas independentes que buscam maximizar

seus lucros e desta forma podem concentrar-se mais em clientes com maior volume

de vendas e não necessariamente nos clientes que compram as mercadorias dos

fabricantes. Já a força de vendas própria apresenta um custo de venda mais alto e a

vantagem está no domínio do conhecimento técnico do produto, materiais de

promoção, treinamento, motivação e acompanhamento dos profissionais no

momento da venda. Para esta seleção a empresa necessita contar com um bom

profissional de recursos humanos na hora do recrutamento e seleção dos

profissionais de venda a fim de optar pelos mais capacitados e dispostos a

moldarem-se ao perfil da empresa.

Diante das varias opções e avaliações discorridas, no Quadro 11 é

organizado um resumo da qualificação dos canais levando em consideração os

critérios de cobertura de mercado, controle dos canais e custos, citados por Hiam e

Schewe (2000). Segundo os autores esses três critérios para análise devem ser

observados para que se possam comparar as diferentes alternativas de canais

identificadas, já que as mesmas poderão proporcionar diferentes resultados.

Baseado nisto, optou-se por definir uma escala de valores de três pontos,

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alternando-se a intensidade entre maior (3 pontos) e menor (1 ponto) para a

cobertura de mercado, nível de controle e custos de distribuição.

Opções Relatadas Custos Controle Cobertura Varejo especializado no mercado Pet (pet shops e clínicas veterinárias)

2 1 3

Internet operada pela empresa fabricante 1 3 3 Lojas de Utilidades 2 1 2 Lojas de Conveniência 2 1 2 Lojas Próprías 3 3 2 Casas de Embalagens 2 1 2 Supermercado 3 1 3

Quadro 11 : Resumo da avaliação das alternativas de canais de distribuição. Fonte: Resultados da análise dos dados da pesquisa em relação aos critérios de Hiam e Schewe (2000).

Observando as sugestões dos respondentes da pesquisa aplicada, surgem

então as opções de intermediários para a realização da distribuição dos produtos.

Por meio destes intermediários ocorrerá a disponibilidade do produto desejado pelo

consumidor final no local mais apropriado a ele.

De acordo com os varejistas do setor, o maior interesse é pela compra direta

do fabricante, por diversos fatores já abordados anteriormente. Porém, para que haja

uma cobertura mais completa os intermediários mais adequados acabam sendo os

distribuidores atacadistas. De acordo com Boone e Kurtz (1998, p. 320) os

intermediários atacadistas são “especialistas no desempenho de funções de

comercialização” e estes desempenham as atividades de distribuição de forma mais

eficaz aos fabricantes ou consumidores.

Ao analisar a função dos atacadistas, surgem os diferenciais de utilidade, da

prestação do serviço e redução de custos. Estes intermediários, segundo os autores

acima, proporcionam a utilidade de tempo, que significa deixar disponível o produto

desejado no momento em que o consumidor pretende adquiri-lo. Quanto à utilidade

de propriedade é transferir dos fabricantes ou distribuidores, a propriedade do bem

para o consumidor. Também é importante observar a disponibilidade de local, que

possibilita o produto estar em local conveniente á compra.

O fator redução de custos surge, pois um único distribuidor representa

diversos fabricantes para um mesmo segmento de mercado. Com isso, alcança um

maior número de varejistas de um segmento de mercado com menor esforço de

vendas.

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111

4.5 Apresentação da proposta ao estabelecimento do arranjo de canal ( design)

para o City Clean Poo Bag

Observa-se que para o City Clean Poo Bag, como um produto novo no

mercado, existe um grande desafio a ser conquistado, a sua adoção. Blackwell,

Engel e Miniard (2005) descrevem que mesmo que um produto permaneça

determinado tempo no mercado ainda pode ser visto como uma inovação e á

medida em que os consumidores tomam conhecimento sobre ele então difundem

esta inovação. Além disso, Urdan e Urdan (2006) mencionam que durante o

processo de difusão da inovação, a forma com que os adotantes reagem com

relação a elas servem de sinalizadores sobre como serão os esforços e

desempenho de canal.

É com esta intenção de difusão da inovação, apoiada pelas decisões de

canal, que a empresa detentora do City Clean Poo Bag, deverá reforçar as demais

ferramentas do composto mercadológico, investindo em ações de promoção,

divulgando e tornando conhecido o produto como uma solução para o problema de

coleta de fezes de cães em seu momento de passeio.

Tendo em vista os resultados obtidos durante o diagnóstico, é possível

identificar que para a etapa de lançamento do City Clean Poo Bag, a empresa

poderá utilizar um sistema de canais múltiplos (Multicanal). Estes canais,

primeiramente desenhados com direcionamento para o lançamento do produto,

poderão posteriormente ser ampliados e adaptados de acordo com as necessidades

dos consumidores finais bem como dos varejistas do setor de acordo com cada

região a ser trabalhada. Desta forma, a sugestão estratégica de canal é apresentada

em duas fases, descrita abaixo:

a) Fase 1:

Como a intenção da organização é iniciar a introdução do produto no mercado

local e só posteriormente ir ampliando a cobertura geográfica de mercado, o arranjo

de canal de distribuição pode contemplar uma força própria de vendas, composta

inicialmente por um vendedor, o qual virá a desenvolver um trabalho de prospecção,

abertura (positivação) e atendimento aos varejos especializados na região. Este

canal é caracterizado como de indireto de um nível, ou seja, entre o fabricante e o

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112

consumidor final há o nível varejista (Figura 12). Entende-se por varejo especializado

neste caso, os varejistas pets, que incluem os pet shops, agropecuárias e

prestadores de serviços de pet.

Figura 12: Desenho de canal para atendimento indireto de um nível ao consumidor local Fonte: Resultados da análise dos dados da pesquisa

Essa decisão é fortalecida pela idéia de que Balneário Camboriú surge como

uma vitrine para os demais locais do Brasil, além de um mercado teste. É uma

cidade litorânea, com alta renda per capita, grande rotatividade de turistas e estes

em boa parte das vezes trazem consigo os seus animais de estimação. Desta forma,

com um bom posicionamento no mercado, outros locais do país surgirão como

mercados a serem explorados, provavelmente pela demanda gerada por esses

turistas.

Apoiando a força de venda local, a empresa ainda poderá utilizar o

telemarketing e o e-commerce para fortalecer a relação com os intermediários

varejistas no canal indireto. Contudo, esse canal também poderá ser utilizado pelo

consumidor final em suas duas variedades, o que o caracterizaria como um canal

direto, ou seja, entre o fabricante e o consumidor final não haveria nenhum

intermediário do tipo comerciante ou representante. A representação gráfica desta

variedade de canal, incluindo tanto o atendimento ao varejo, como o consumidor

final é apresentada na Figura 13.

Canal Indireto Um nível

Fabricante do City Clean Poo Bag

Varejo especializado

Local - BC

Varejo especializado local – Camb.

Varejo especializado

local - ITA

Varejo especializado

local - ITJ

Força própria de vendas

Consumidor Final Local

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113

Figura 13: Configuração do canal direto e indireto através do telemarketing e e-commerce Fonte: Resultados da análise dos dados da pesquisa

Para evitar conflitos entre o canal direto e o indireto, conforme opções

apresentadas, o consumidor final teria uma condição comercial diferenciada do

varejo. O produto seria comercializado em uma condição de preço semelhante ao

valor médio final cobrado pelo varejo pet. Além disso, ele também seria informado da

existência de varejos em sua região que comercializam o produto.

Uma situação que reforça essa decisão seria a mesma já informada

anteriormente quanto à Balneário Camboriú, ou seja, caso as pessoas que venham

até a cidade e adquiram o produto, poderão posteriormente ter a possibilidade de

solicitar via estas opções. Isso ocorre, pois talvez na primeira fase, o produto pode

ainda não estar disponível em sua região de residência.

b) Fase 2:

Para atender as regiões mais distantes, no momento em que a empresa

desejar ampliar sua cobertura de vendas, poderá optar por atacadistas, inclusive,

alguns já mencionados no tópico 4.3, direcionados ao segmento pet. Os atacadistas

surgem com um grande diferencial sobre a força de vendas própria do fabricante no

sentido de cobertura de mercado e conveniência da distribuição. A questão da

conveniência está relacionada principalmente ao mix de oferta ampliado desses

intermediários, além de já possuírem mercado aberto, facilitando a abordagem e

apresentação do produto para o varejo atendido pela sua força de vendas. Mas o

que é uma vantagem (mix de oferta com grande abrangência), também acaba por

Canal direto e indireto Nível zero e Um nível

Varejo

especializado

Fabricante do City Clean Poo Bag

Consumidor Final Local

Telemarketing E-Commerce

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dividir a atenção do atacado e sua força de venda, que possivelmente não se

dedicaria integralmente ao produto da empresa. Seria necessário, portanto, uma

política comercial que proporcionasse interesse aos participantes deste canal. Mas

uma grande vantagem é que os custos não se apresentam tão elevados e a

cobertura é ampliada.

Esses intermediários atacadistas seriam atendidos pela própria força de

vendas da empresa. Posteriormente a eles, a empresa não apresentaria controle

sobre os locais de revenda, contudo, baseado no conhecimento de mercado as

sugestões incluiriam varejos como pet shops, clínicas veterinárias, supermercados,

lojas de conveniências e internet. Quanto aos atacados existe uma divisão em

atacados especializados em produtos pet conforme citado no Quadro 10 ou

atacados de produtos diversos que possuam linha de produtos pet. Esta última

divisão referente atacadistas de produtos diversos poderia ser direcionada a alguns

intermediários selecionados de acordo com cidades chave do estado de Santa

Catarina, como Aldri Atacadista e Muffatão em Itajaí, Bruspel e Makro em Joinville,

Caymam e Makro em Florianópolis. Se a empresa decidir abranger novas regiões

ela deverá realizar um levantamento dos intermediários atacadistas que possam

atuar nas cidades em que se iniciará a distribuição. O design do canal resultante

desta opção é apresentado na Figura 14.

Figura 14: Configuração do canal com intermediários abastecidos por força de vendas do fabricante. Fonte: Resultados da análise dos dados da pesquisa

Canal indireto Dois níveis

Consumidor Final Local

Fabricante do City Clean Poo Bag

Força própria de vendas

Distribuidores Atacadistas

Varejo

E-Commerce

Telemarketing

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115

Após a conclusão destas duas fases, por meio deste sistema multicanal, a

organização permitirá que as decisões estratégicas de distribuição sejam geridas e

adaptadas de acordo com a demanda do produto. Na Figura 15 é possível observar

um sistema multicanal para atendimento ao consumidor final através de diferentes

formatações de canal, diferenciado de acordo com perfil de cada região a ser

atendida.

Figura 15: Desenho de sistema multicanal para maior área de cobertura Fonte: Resultados da análise dos dados da pesquisa

Posteriormente, quando o capital de giro for suficiente, há uma boa indicação

de que a venda, primeiramente em supermercados, e posteriormente em lojas de

conveniência são opções a serem consideradas. A distribuição por meio do

telemarketing e da internet servirá como complemento ás vendas, mesmo que estas

apresentam menor custo de distribuição e maior cobertura de mercado.

Apresentado os resultados do diagnóstico e as proposições, no próximo

capítulo são descritas as considerações finais deste estudo.

Multicanal Direto e indireto com múltiplos níveis e variedades de atendimento

Fabricante do City Clean Poo Bag

Força própria de vendas em campo

Distribuidores Atacadistas

Varejistas Varejistas

Consumidor Final

Telemarketing

E-Commerce

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116

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As decisões de canal de distribuição são de grande importância para as

organizações. Observa-se que no composto mercadológico os elementos produto,

preço e promoção recebem maior valorização e a praça acaba ficando em segundo

plano. Nem sempre, na perspectiva de marketing, a distribuição é assumida em

termos de importância estratégica com o mesmo peso das demais variáveis do mix

de marketing. Na realidade deveria ser encarada como um importante sistema de

entrega de valor ao mercado.

Consciente da importância das decisões de praça, no conjunto das decisões

do composto de marketing e na abordagem da empresa ao mercado, o presente

trabalho de conclusão de curso teve como objetivo definir o arranjo (Design) de

canal de distribuição, sob a ótica do marketing, mais indicado na etapa de

lançamento do City Clean Poo Bag para alcançar o maior número de consumidores

no mercado pet. Para alcançar este propósito foram traçados os seguintes objetivos

específicos iniciando-se pela análise das necessidades do consumidor final e do

varejista do setor pet; estabelecendo os objetivos e limitações do canal; identificando

as principais alternativas de canal; e avaliando as principais alternativas de canal.

Quanto à análise das necessidades do consumidor, ao observar os resultados

deste estudo, embora exista a impossibilidade de inferir os resultados apresentados

em toda a população, permitiu-se definir alguns perfis quanto à cultura dos

consumidores relacionada às características de cada uma das cidades. Na cidade

de Balneário Camboriú, escolhida como berço para o lançamento do produto, os

consumidores finais possuem o hábito de levar seus cães para passear, com

intenção de possibilitar que estes façam suas necessidades fisiológicas e

apresentam forte intenção de compra dos coletores fecais. Bem próximo também é o

comportamento dos entrevistados residentes na cidade de Itapema. Em Itajaí, as

pessoas apresentam hábitos de passeio, não tão intensos quanto em Balneário

Camboriú e Itapema, porém com previsões de compra de tais produtos mais

acentuadas. Já na cidade de Camboriú, a cultura de passeio com os cães é

diferente. Isto se dá pela característica geográfica e demográfica do município, onde

as pessoas residem em casas, com grande área livre sem a necessidade de passeio

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com os cães. Desta forma, a intenção de compra dos coletores apresenta-se

reduzida.

Para saber em quais os locais os consumidores finais percebem como

adequados para a aquisição do produto, os mesmos consideram como locais de

maior conveniência as lojas especializadas, mais precisamente os pet shops e em

supermercados. Esta distribuição em supermercados inicialmente não foi

considerada, pois o capital de giro da empresa para alcançar estes não é suficiente,

tendo em vista o alto custo que os supermercados estipulam para a colocação de

produtos nas gôndolas.

Ainda sobre a importância de identificar as necessidades dos consumidores

finais, pode-se atribuir ao consumidor final a responsabilidade do sucesso dos

produtos ou serviços, tendo em vista que é para eles que as organizações devem

focar seus esforços. Para a City Clean Comércio de Artigos para Animais Ltda.

conhecer os desejos e anseios deste público alvo foi de grande importância não só

para o lançamento do City Clean Poo Bag mas sim para o desenvolvimento de

outros produtos que atendam caráter de utilidade aliado a inovação no segmento em

que a empresa se propôs atuar.

Ao analisar as necessidades e perspectivas dos varejistas do setor pet foi

possível verificar um mercado (consumidor final) com alto poder aquisitivo e que não

mede esforços para oferecer aos animais de estimação o que há de melhor em

saúde, estética e moda. Para os varejistas especializados, existe uma grande

importância em uma relação direta com o fabricante, desde relacionamento até

redução de custos. Para isso, o desafio da City Clean Comércio de Artigos para

Animais Ltda. está em manter um relacionamento bem próximo do varejista mesmo

que a decisão de canal estipule um grande número de intermediários, desta forma,

mesmo que o controle sobre o produto não esteja mais ao alcance da empresa, ela

poderá por meio de pessoas capacitadas, realizar um acompanhamento paralelo a

distribuição observando como os intermediários estão efetuando o processo de

entrega de valor a cada varejista atendido. As perspectivas dos varejistas do setor

pet em relação ao produto proposto são positivas. De acordo com as exposições de

opinião, o público deste segmento apresenta características especiais no sentido de

absorverem e adotarem as inovações em produtos e serviços desde que estas

permitam-lhe conforto, bem estar e status. Os varejistas afirmam que o produto é

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interessante e que dentro de uma proposta de preços atrativa será um produto de

venda garantida. Diante da visão de distribuição, os entrevistados esperam manter

um relacionamento próximo com o fabricante, pois os mesmos manifestaram

preferência de negociação direta entre varejo e fabricante.

Ao estabelecer os objetivos e limitações do canal, estes fatores foram

observados diante da realidade apresentada pelo proprietário da empresa em

estudo. Os objetivos identificados estão voltados a disponibilizar o material para o

maior número de pontos de venda possível desde que estejam dentro de um perfil

sócio-econômico que deseja alcançar. Sua intenção é fornecer produto em lojas

especializadas como pet shops e clínicas veterinárias, também distribuir os coletores

fecais em supermercados e lojas de conveniência, mas tudo de forma sequencial e

adequada à capacidade de investimento da empresa.

A identificação das principais alternativas de canal foi pesquisada em diversas

literaturas referenciadas e também por meio de pesquisas. O resultado inclui

distribuição direta ao consumidor final por meio da internet e do telemarketing,

distribuição a varejos especializados como pet shops, clínicas veterinárias e

agroveterinárias, lojas como supermercados, casas de embalagem e lojas próprias

do fabricante.

Nem todos esses canais e intermediários proporcionam o mesmo

desempenho. Quanto à avaliação das principais alternativas de canal, esta foi

desenvolvida obedecendo a critérios sob a ótica do Marketing, que analisa o

contexto por meio das ferramentas do mix mercadológico e, novamente revelou que

a alternativa mais indicada é o pet shop, local que apresenta além de serviços

especializados uma diversificada linha de produtos pet como alimentos, camas,

acessórios de estética e utilidade e também opções em vestuário animal.

Por meio dos resultados dos objetivos específicos alcançados, foi possível

então responder ao problema de pesquisa que procurava respostas para definir o

arranjo (Design) de canal de distribuição, sob a ótica do marketing, mais indicado na

etapa de lançamento do City Clean Poo Bag para alcançar o maior número de

consumidores finais no mercado pet.

Com estas realidades segmentadas geograficamente, é possível definir um

sistema de canais múltiplos para cobrir de forma mais homogênea as áreas de

atuação da empresa de acordo com cada necessidade. Para que não haja gastos

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desnecessários com as estratégias de distribuição padronizando o arranjo de canal,

a empresa pode então optar por canais diretos do fabricante para o consumidor por

meio do telemarketing e do e-commerce em locais de menor intenção de compra.

Nos locais onde existe maior demanda pelo produto, a empresa pode então atuar

com força de vendas própria distribuindo o produto aos varejistas do setor que por

sua vez, repassam ao consumidor final. Nas áreas mais distantes da matriz a

estratégia pode ser uma mescla dos canais acima citados. A empresa pode atuar

com venda direta aos consumidores por meio do telemarketing e e-commerce, bem

como a força de vendas atendendo tanto a distribuidores atacadistas quanto a

varejos especializados.

Inicialmente é neste sistema multicanal que a empresa alcançará seus

objetivos de distribuição levando em conta o fator de menor investimento em

logística e maximizando seus resultados. No decorrer do exercício de vendas a

empresa pode adaptar-se ao mercado, podendo optar por reformulações no arranjo

de canal de distribuição.

O projeto deste produto, além de caráter de inovação, apresenta um

importante diferencial, consciência ambiental. Tendo em vista os demais produtos

voltados a coleta de fezes de cães serem plásticos, o City Clean Poo Bag é

ecologicamente correto por ser um produto descartável e biodegradável. Com a

utilização deste material, as vias públicas permanecem limpas, evitando desta forma,

doenças atreladas ao contato com as fezes e contribuindo para a proteção do meio

ambiente.

É importante ainda salientar que precisa ser desenvolvido um posicionamento

para o consumidor do mercado pet, estimulando-o a desenvolver o hábito de coleta

das fezes. Este posicionamento apresenta-se como uma questão de educação do

consumidor ao serviço proposto reforçando a facilidade, a higiene pessoal, social e

ambiental.

Ao atingir o objetivo estabelecido, o presente estudo pode ser considerado de

grande importância, para a acadêmica, para a empresa que se propôs ser estudada,

para a instituição de ensino e também para a sociedade. Este trabalho foi muito

significativo para a acadêmica ao ser requisito parcial da titulação de Bacharel em

Administração habilitada em Marketing, bem como por capacitá-la ao mercado de

trabalho, por meio do conhecimento abrangente do marketing e suas ferramentas.

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120

No âmbito de importância para a empresa, pode-se considerar o estudo

realizado como uma diretriz estratégica dos canais de distribuição no início de suas

atividades, permitindo-lhe maior área de cobertura e alcançando o maior número de

consumidores finais.

Para a instituição de ensino, a importância deste trabalho revela-se como um

estudo complementar aos conteúdos ministrados no decorrer do curso, firmando

ainda mais a seriedade do conhecimento na área de graduação ofertado pela

universidade.

Enfim, para a sociedade, está proposta uma alternativa ecologicamente

correta, socialmente aceita e economicamente viável, a qual possibilita além de

conforto e discrição na coleta das fezes, participar de forma atuante no cuidado com

a limpeza da cidade e prevenção de doenças transmissíveis pelo contato com as

fezes animais.

Como sugestão para estudos futuros, fica a hipótese de desenvolvimento de

campanhas sociais para a conscientização dos portadores de cães, quanto à

importância em coletar os dejetos animais com materiais biodegradáveis, elucidando

os danos causados a saúde ao meio ambiente.

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APÊNDICES

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Apêndice A : Questionário aplicado a consumidores finais do mercado pet.

Este questionário é um instrumento de pesquisa que compõe um Trabalho de Iniciação Científica de uma acadêmica do curso de Administraç ão com Habilitação em Marketing. É direcionado os portadores de cães, portanto possuir um cão é o pré requisito para ser respondente desta pesquisa, cuja finalidade é ident ificar as necessidades do consumidor final do mercado pet. 01. Quantos cães você possui: ( ) 01 cão ( ) 02 cães ( ) 03 cães ( ) mais de 03 cães Quantos: _____________________ 02. Qual a raça de seu(s) cachorro(s)? _________________________________________________________________________________ 03. Qual a idade de seu(s) cão(es): ( ) Inferior a 01 ano ( ) de 01 a 03 anos ( ) de 04 a 06 anos ( ) 07 anos ou acima 04. Há quanto tempo você possui o(s) cachorro(s): ( ) Inferior a 01 ano ( ) de 01 a 03 anos ( ) de 04 a 06 anos ( ) 07 anos ou acima 05. Sua idade ( ) Menos de 18 anos ( ) 18 a 25 anos ( ) 26 a 33 anos ( ) 34 a 41 anos ( ) 42 a 49 anos ( ) 50 a 57 anos ( ) acima de 58 anos 06. Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino 07. Estado civil ( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Divorciado ( ) Viúvo 08. Escolaridade ( ) Ensino Fundamental Incompleto ( ) Ensino Fundamental Completo ( ) Ensino Médio Incompleto ( ) Ensino Médio Completo ( ) Ensino Superior Incompleto ( ) Ensino Superior Completo 09. Cidade em que reside: ( ) Balneário Camboriú ( ) Camboriú ( ) Itajaí ( ) Itapema ( ) Outra ________________ 10. Renda familiar ( ) Sem renda ( ) até R$ 510,00 ( ) De R$ 511,00 a R$ 1.020,00 ( ) De R$ 1.021,00 a R$ 2.040,00 ( ) De 2.041,00 a R$ 4.080,00 ( ) Acima de R$ 4.081,00 11. Você mora em: ( ) Casa ( ) Apartamento ( ) Outros __________________________________________________ 12. Em sua residência, em que condições seu cachorr o vive? ( ) Há espaço específico para ele ( ) Divide o espaço com as pessoas ( ) Utiliza ambos os espaços 13. Você tem o hábito de sair com seu cão para pass ear com qual intensidade: ( )Não tenho o hábito ( )Raramente ( )Eventualmente ( )Quase todos os dias ( )Diariamente ( )Mais de uma vez ao dia

Identificação do tipo de residência:

Em relação aos seus hábitos e com seu animal de est imação:

Identificação dos cães que o portador possui:

Informações Socioeconômicas:

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14. De acordo com a pergunta anterior, os passeios realizados com o cão são exclusivos para que ele possa fazer suas necessidades fisiológicas: ( ) Sempre, esta é a intenção ( ) Em boa parte, está é a intenção ( ) Raramente esta é a intenção ( ) Não, esta não é a intenção. 15. Caso a pergunta anterior seja afirmativa, quant as vezes ao dia você sai de sua residência com esta finalidade: ( ) Até 01 vez ao dia ( ) 02 a 03 vezes ao dia ( ) 04 a 05 vezes ao dia ( ) Depende o dia ( ) Não sei responder 16. Seu cão defeca durante os passeios: ( ) Sim, sempre ( ) Sim, quase sempre ( ) Sim, na média ( ) Sim, mas menos da metade ( ) Sim, mas raramente ( ) Não, nunca ( ) Não sei responder 17. Durante o passeio com o seu cão, você faz a col eta das fezes: ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Na média ( ) Quase nunca ( ) Não possuo este hábito 18. No caso da coleta, o que utiliza para fazer a c oleta? _________________________________________________________________________________ 19. Você conhece algum coletor especifico para este fim? ( ) Sim, conheço ( ) Não conheço 20. Você já comprou ou procurou comprar produtos pa ra esta finalidade? ( ) Sim, já comprei ( ) Não, ainda não comprei ( )Sim, já procurei, mas não comprei ( ) Não comprei nem procurei 21. Se já tiver adquirido o produto, assinale onde o produto foi comprado. ( ) Pet Shops ( ) Clínicas Veterinárias ( ) Agroveterinárias ( ) Supermercados ( ) Lojas de Conveniência ( ) Lojas Próprias do fabricante ( ) Casas de Embalagens ( ) Internet ( ) Outros Qual: ____________________________________________________________________________ 22. Caso você tenha o hábito de coletar as fezes, v ocê sente algum incômodo em fazer a coleta dos dejetos? ( ) Sim ( )Não 23. Se houvesse um coletor descartável biodegradáve l para a coleta das fezes de seu cão, você teria interesse em utilizar? ( ) Com certeza ( ) Provavelmente sim ( ) Nem sim, nem não ( ) Talvez não ( ) Com certeza não ( ) Não sei responder ( ) Depende de alguns fatores 24. Caso na pergunta anterior a alternativa escolhi da seja “Depende de alguns fatores”, cite-os: _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ 25. Em que estabelecimentos gostaria de encontrar e sse material para a compra? ( ) Pet Shops ( ) Clínicas Veterinárias ( ) Agroveterinárias ( ) Supermercados ( ) Lojas de Conveniência ( ) Lojas Próprias do fabricante ( ) Casas de Embalagens ( ) Internet ( ) Outros Quais: _______________________________________________________________________________

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26. Das opções abaixo, qual quantidade você acredit a ser a mais interessante para suprir melhor esta necessidade? ( ) Produto unitário ( ) Pacote com 02 unidades ( ) Pacote com 05 unidades ( ) Pacote com 07 unidades ( ) Pacote com 10 unidades 27. Com que freqüência você o compraria? ( ) A cada passeio ( ) Semanalmente ( ) Quinzenalmente ( ) Mensalmente 28. Qual o valor mensal que você disponibiliza em s eu orçamento para utilizar com seu cachorro? ( ) Nenhum valor ( ) Até R$ 50,00 ( ) de R$ 51 a R$ 100,00 ( ) De R$ 101,00 a R$ 200,00 ( ) De R$ 201,00 a R$ 300,00 ( ) acima de R$ 301,00

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Apêndice B : Roteiro de entrevista aplicado varejista do setor pet.

Este roteiro de entrevista é um instrumento de pesquisa que compõe um Trabalho de Iniciação Científica de uma acadêmica do curso de Administração com Habilitação em Marketing. É direcionado aos varejistas do setor pet, cuja finalidade é identificar as necessidades do mercado pet em relação a um novo produto que está sendo desenvolvido e necessita definir qual o arranjo de canal mais indicado para a etapa de lançamento.

1. Fale sobre a sua percepção em relação a economia do setor pet

2. Fale sobre o perfil de seus clientes (poder aquisitivo, hábitos para com os

animais, tipo de serviços mais procurados, raças de cães mais atendidas,

porte dos animais)

3. Comercializa algum produto para coleta de fezes de animais

domésticos/cachorros?

4. Existe procura por produtos desta finalidade? quel a sua expectativa sobre

esta necessidade?

5. Quais são seus fornecedores em relação a esses tipos de produtos?

6. De acordo com seu conhecimento existe algum produto descartável e

biodegradável para coleta de fezes de cães?

7. Comercializaria produtos desta natureza em sua loja?

8. Qual o número de unidade ideal por embalagem para comercialização?

9. O que considera como fatores importantes para a escolha de seus

fornecedores?

10. Dá preferência por comprar direto de fabricantes ou de distribuidores

(atacado)? por quê?

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Apêndice C: Roteiro de entrevista aplicado ao proprietário da empresa a fim de

identificar os objetivos e limitações do canal.

Este roteiro de entrevista é um instrumento de pesquisa que compõe um Trabalho de Iniciação Científica de uma acadêmica do curso de Administração com Habilitação em Marketing. É direcionado ao proprietário da empresa detentora do produto, cuja finalidade é identificar os objetivos e limitações do canal.

1. Fale sobre sua expectativa em relação ao mercado pet

2. Fale sobre as características do produto

3. Descreva as situações ambientais em seu ponto de vista

4. Descreva a situação da concorrência em relação ao seu produto

5. Quais são os seus objetivos em relação a distribuição do produto (onde

deseja encontrá-lo a disposição do consumidor final e como pretende colocá-

lo no mercado)

6. Quais são as limitações encontradas.