A SUSTENTABILIDADE EM ECOVILAS: DESAFIOS, PROPOSTAS E O CASO DA ECOOVILA 1 – ARCOO
Ecovilas
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Universidade Paulista – UNIP
Ecovilas
Arilson Diniz B0113B6
Caio Prado A8126E-1
Edvan Alves A83FFJ-6
Eriton Guedes A75818-6
Lívia Pimentel B031573
Renan Costa A95470-8
São José dos Campos - SP 2015
Sumário
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1
PRODUÇÃO LOCAL DE ALIMENTOS ...................................................................... 2
ENERGIAS RENOVÁVEIS ......................................................................................... 6
Energia Solar ................................................................................................................................................. 6
Energia Eólica ................................................................................................................................................ 7
Mini Hidroelétricas ........................................................................................................................................ 8
CONSTRUÇÃO ECOLÓGICA .................................................................................... 9
Fundação e Estruturas ................................................................................................................................. 12
Vedação ...................................................................................................................................................... 15
Cobertura ................................................................................................................................................... 20
CONVÍVIO SOCIAL .................................................................................................. 23
ECONOMIA AUTO SUSTENTÁVEL ........................................................................ 24
ECONOMIA SOLIDÁRIA E CONSUMO CONSCIENTE .......................................... 25
EDUCAÇÃO HOLISTICA ......................................................................................... 25
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 31
Introdução
As ecovilas na atualidade definem um método de vida sustentável, um local
que incorpora, o meio ambiente, aspectos sociais, fatores econômicos e o lado
espiritual do homem.
O desenvolvimento de uma ecovila é baseado na produção de alimentos
orgânicos, a utilização de sistemas de energias renováveis, criações de sistemas
sociais para difusão cultural, A geração de uma economia autossustentável com
conceitos de voluntariado, uma política de democrática profunda e uma educação
voltado ao método de vida sustentável.
Com o aumento da poluição, o transito casa vez mais saturado, alimentos
industrializados prejudiciais à saúde, algumas pessoas abandonam seu estilo de
vida urbano e se dedicam um novo estilo de vida que busca o equilíbrio entre o
homem e o meio ambiente.
1
Produção local de alimentos
A produção local de alimentos de maneira sustentável e saudável e o cuidado
da terra, dentro dos princípios da permacultura é uma prática predominante nas
ecovilas. Com isso, cria-se um sistema muito produtivo, com pouco uso de energia e
quase sem desperdício algum.
A permacultura foi criada na década de 1970
pelos ecologistas australianos Bill Mollison e David Holmgren. Os três pilares dessa
filosofia são: o cuidado com a terra, cuidado com as pessoas e repartir os
excedentes.
Ela pode ser aplicada em todas situações do cotidiano; desde a produção de
alimentos até resolução de problemas no trabalho. É uma forma sistêmica de
pensamento, que prioriza a natureza e interage com ela.
No quesito da produção de alimentos, deve- se citar a produção biodinâmica; que
está além da produção orgânica e surgiu antes mesmo do termo “permacultura”.
Esse tipo de agricultura foi criada em 1924 pelo pedagogo alemão Rudolf
Steiner, criador da antroposofia. Além de cunho ecológico e sustentável, sua origem
se deu com um foco também espiritual (com influência hinduísta), que busca uma
relação espiritual–ética com o solo, com as plantas, os animais e seres humanos.
Os alimentos biodinâmicos são produzidos sem o uso de adubos sintéticos,
pesticidas, herbicidas ou hormônios. Em seu lugar são usados adubos orgânicos e
preparados biodinâmicos em doses homeopáticas, para que não haja influencia na
relação dos alimentos com o cosmo.
Além disso, a agricultura biodinâmica busca integrar harmonicamente várias
atividades de uma propriedade; horta, pomar, criação de animais, cereais e florestas
nativas.
Os agricultores biodinâmicos usam o Calendário Astronômico Agrícola como
ferramenta de orientação no seu trabalho.
Este sistema respeita a capacidade de produção de cada local e o ciclo de
vida das plantas; por isso os alimentos são mais saudáveis e ricos em valor
nutricional e vital. Também por esse motivo a produção é mais baixa que na
agricultura convencional e, consequentemente, o preço do produto também é maior.
Essa prática vai contra o sistema convencional de produção em massa e
industrialização, valorizando a terra e o ecossistema como algo sagrado que deve
ser respeitado.
A produção sustentável de alimentos pode ser feita na própria residência ou
em larga escala, com manejo equilibrado da água e do solo, reciclagem de materiais
e nutrientes, redução de resíduos, conservação dos recursos e substituição dos
insumos químicos por não contaminantes.
Para isso, é preciso observar sete quesitos fundamentais, que são: clima,
sombra, diversidade, especificidade, rotação, cuidados com os animais e eficiência.
Produzir alimentos nativos é uma prática que também deve ser adotada, pois os
alimentos tornam-se naturalmente mais resistentes às pragas e mais ricos em
nutrientes, além de respeitar a tradição local e gerar empregos.
Exemplos de cultivo sustentável:
A propriedade possui 60 hectares de terra, onde 30 são de mata, 3 ficam em
pousio rotativo e 27 são de produção. Produzem hortaliças, tubérculos, frutas e
ovos, que são comercializados em feiras orgânicas e em varejo especializado, além
das 800 cestas semanais entregues ao domicílio.
Figura 1-Vila Yamaguishi, em Jaguariúna- SP
Fica em uma antiga lavoura de café degradada e é propriedade de 12
famílias, que fizeram a restauração do solo. Reflorestaram a mata ciliar em um braço
de rio na propriedade e eliminou o uso de adubos e pesticidas.
O sistema de produção é baseado na diversidade agrícola, no
reaproveitamento de recursos e materiais, na alimentação da fertilidade viva do solo
e no bem estar.
O produto mais conhecido da marca Yamaguishi são os ovos. Seu sabor,
consistência e aspecto já foram premiados por chefs e especialistas. As 8 mil
galinhas poedeiras produzem 600 dúzias de ovos por dia, num sistema
absolutamente antiestresse.
O município possui várias propriedades de descendentes de italianos que
trabalham com a produção de uva, com manejo adequado, boas práticas de
conservação do solo; isso tudo com o incentivo da prefeitura municipal.
Figura 2Sítio Santa Rita, em Louveira- SP
O sistema de produção, chamado de “Y”, permite que a chuva só entre no
meio das linhas para umedecer o solo, sob uma cobertura plástica, que protege as
uvas de fungos e fungicidas. As parreiras ficam mais altas, com os ramos mais
espalhados.
Figura 3Produção de uvas, grapas e sucos de uva.
Figura 4Exemplos de selos de identificação de alimentos orgânicos
Energias renováveis
Energia Solar
O princípio da energia solar é a exposição de um material a energia solar gera
a eletricidade, um exemplo seria o silício que em contato com a energia solar retira
os fótons da radiação solar e esse contato provoca uma reação que gera a energia
elétrica. Esse tipo de reação gera uma corrente continua que é armazenada em
baterias para um uso posterior.
Um sistema de energia solar é composto por 3 partes, a placa de energia
solar, a bateria e equipamento a ser usado. Equipamentos mais modernos tem a
capacidade de converter a energia continua em energia alternada.
Figura 5Imagem 1 : placa de energia solar Disponível em: http://parazinet.blogspot.com.br/
Para uma instalação adequada é fundamental levar em consideração a
inclinação e posição da sua placa para que colete radiação suficiente para gerar
energia, não adianta colocar uma placa de maneira errada que seu sistema será
insuficiente para a geração de energia. Para instalação correta é necessária
trabalhar com mão de obra adequada e verificar as características da placa
adquirida.
Algumas das vantagens da energia elétrica é a geração limpa, o silício é uma
matéria prima abundante na terra, atinge a autossuficiência energética, fonte de
energia relativamente inesgotável e sem custo e de fácil instalação.
A energia solar serve também para gerar calor, como aquecimento de fluidos,
ambientes ou para geração de potência mecânica.
Energia Eólica
A energia eólica é gerada através dos ventos, é coletada através das torres
eólicas, e uma das vantagens dessa energia é que ela não inutiliza o local
possibilitando que possa conter outras funções como agricultura, a pecuária entre
outros no seu entorno.
Para a instalação de uma torre deve analisar o local, como se existem
obstáculos, como montanhas, casas, vegetações que possam ser influentes no
vento. Antes da instalação deve-se observar os ventos predominantes e sua
frequência na região determinada.
O funcionamento da torre ocorre devido uma turbina eólica instalada no topo
da torre, essa turbina contém hélices que giram de acordo da velocidade e
convertem a energia motora em energia elétrica.
Figura 6Imagem 2: Torre eólica residencial
Disponível em: www.ambiente.hsw.uol.com.br
As turbinas não geram poluição, alguns modelos mais antigos geram um certo
ruído, porém atualmente com o avanço da tecnologia se tornaram bem silenciosas.
Mini Hidroelétricas
A energia hidráulica é a mais barata para se produzida, essa fonte é realizada
através das forças das águas, a ideia básica é que o fluxo das aguas movimentam
um gerador de energia elétrica assim concluindo o processo. Assim como na energia
eólica temos que verificar a intensidade do fluxo d’água e sua frequência.
Figura 7Imagem 3: Mini hidroelétrica
Disponível em: www.youtube.com
Um exemplo que temos são as rodas d’agua que antigamente eram usadas
era utilizada para gerar energia motora, onde essa energia era aplicada para moer
trigo ou bombear água para lugares mais altos, atualmente são excelentes
geradores de energia quando acoplados a um gerador.
CONSTRUÇÃO ECOLÓGICA
Há pouco tempo atrás as casas não eram feitas com materiais que
encontramos hoje nas casas de construção, qualquer construção do início do século
era feita com materiais disponíveis no terreno ou região.
Construiu-se muito com terra, pedras e madeira extraída do terreno. Hoje,
com as facilidades que temos, conseguimos comprar de tudo que precisamos para a
construção num comercio local, sem nos dar conta que geralmente são materiais
extraídos em grandes quantidades, para suprir um mercado, de locais que podem
estar a quilômetros de distância da obra, sem ciência dos danos causados.
Involuntariamente você pode estar ajudando a transformar florestas em
desertos, afetando outras pessoas que não tem relação com a construção.
Utilizando de materiais e técnicas vernaculares, por um número pequeno de
pessoas, podemos ter controle do impacto causado. Este interesse parte
diretamente dos consumidores desta matéria prima pois também serão os principais
afetados ao usufruir dos recursos.
A construção ecológica vem resgatar antigas técnicas utilizadas por
antepassados mas com inovações tecnológicas da atualidade, melhorando o
desempenho das mesmas.
Resultados satisfatórios, como qualquer outra atividade realizada pelo
homem, demandam planejamento. Se faz necessário observar aspectos intrínsecos
para que as necessidades sejam atendidas, tornando o projeto indispensável.
Deve-se analisar: tamanho do terreno; se ele é plano ou em declive; na
chuva, por onde a água escorre; quão firme é o solo; a existência de elementos
relevantes próximo do terreno, como uma vista bonita ou outros edifícios; a dinâmica
do entorno imediato. Quanto mais visitas se faz ao terreno, mais informações
consegue-se coletar para encontrar o local mais apropriado para a construção.
Estas analises visam sempre causar o menor impacto possível na execução
do projeto, como por exemplo: usar o terreno inclinado a seu favor, projetando uma
casa em níveis diferentes, buscando ter o mínimo necessário de movimentação de
terra.
Devem ser considerados os comportamentos dos condicionantes naturais,
como vento, chuvas e iluminação solar, para melhor emprega-los no projeto de
forma passiva. Ter conhecimento de como se comportam na região, ajuda locar a
casa em uma posição mais abrigada, como em caso de ventos fortes, evitar grandes
aberturas nesta face ou criar uma ventilação cruzada. Estas soluções geram
economia energética para a edificação
Distribuição dos cômodos dentro da edificação é outro ponto de suma
importância, aqui no Brasil, a face norte é a mais adequada para os cômodos onde
se deseja ter boa insolação, como quartos e sala. O sol da tarde também deve ser
considerado para aproveitamento nas áreas molhadas e serviço da casa, garantindo
maior higiene e evitando locais de acumulo de umidade, como banheiros e
lavanderia. As faces voltadas para o sul tendem a ser mais frias e úmidas, portanto
mais indicadas para espaços de transição, como corredores e escadas.
Saber qual a necessidade dos futuros moradores ajuda projetar ambientes
adequados, para evitar desperdícios e espaços subutilizados, bem como saber a
quantidade de agua e de banheiros necessários para atender os habitantes. Os
cômodos devem ser dimensionados pelos objetos que deve abrigar, pela circulação
e as tarefas a serem exercidas nele.
Fatores como dinheiro e em quanto tempo a obra deve ocorrer são
importantes para a realização da obra. A metragem final da casa influencia no seu
valor, porém o material e a técnica construtiva que vai definir o orçamento final.
O metro quadrado tradicional é muito mais caro se comparado a uma
construção ecológica. Com o projeto definido, deve-se quantificar materiais e custo
da mão de obra. Utilizando de materiais abundantes na região, tende a tornar o
custo da obra mais barato. Principalmente quando a matéria prima é retirada do
próprio terreno.
Existem opções que visam baixar mais ainda os custos de uma obra, como o
sistema de construção por mutirão, que junto aos sistemas construtivos ecológicos,
cria vínculos e identidades realmente comunitárias, integrando os moradores e
difundindo o conhecimento das técnicas construtivas a interessados que contribuem
para a causa das Eco vilas. Indivíduos diferentes mas que nutrem algo comum com
a natureza e
a ausência
de recursos
para a execução
de suas obras,
unindo a
comunidade e criando uma unidade que parece distante num primeiro momento.
Figura 8 Mutirão executando uma obra em hiperadobe
Basicamente, podemos dividir uma construção em três partes: Fundação e
estrutura, vedação e cobertura. A seguir será tratado os materiais e técnicas mais
indicados para construções ecológicas.
Fundação e Estruturas
Partindo que a fundação tem como função sustentar toda carga da
construção, para se fazer uma boa fundação é necessário materiais resistentes e um
solo firme para se apoiar, sendo um solo firme os pedregosos e arenoso. Em casos
onde o solo é argiloso e rico em matéria orgânica, caracterizando um solo ruim.
Existem estratégias para se construir em solos de pouca resistência, como por
exemplo, se colocar uma prancha de madeira sobre areia e tentarmos afunda-la vai
ser uma tarefa bem mais difícil do que se utilizarmos a superfície menor, ou seja,
criar uma base que aumente a superfície de contato com o solo aumenta também
sua resistência. Utilizando de fundações mais largas, o solo também suportará
maiores cargas.
Fundações feitas em pedra são de excelente qualidade e durabilidade,
impermeáveis e com capacidade de suportar grandes cargas. Comparado ao
concreto, que uma imitação da rocha, a pedra não precisa de outros componentes
como areia, brita e cimento para formar o concreto, além de aditivos que o tornam
impermeável. O cimento age como uma cola, juntando os grãos no tamanho e forma
que desejamos, mas trabalhando com a pedra não precisamos fazer isso. Muito
utilizada na antiguidade, hoje ainda é uma técnica utilizada onde se encontra com
abundancia, como regiões montanhosas onde não existem madeiras.
Por ser um material totalmente impermeável, a pedra, além de suportar
cargas, atua como um excelente isolante à umidade que vem da terra para a
construção. Tanto a pedra, quanto a madeira, quando utilizadas na construção,
servem de proteção contra a água. Com essa técnica protegemos as paredes de
terra da construção, bem como, podemos apoiar estruturas de madeira em cima das
pedras para aumentar a durabilidade.
Estruturando uma casa através de um sistema de vigas e pilares,
livramos as paredes da função estrutural, ficando somente com a obrigação de
fornecer a vedação da construção contra as intempéries. Consequentemente
conseguimos construir o telhado antes de finalizar as paredes. Esta rapidez se torna
muito útil em regiões onde se chove muito e constrói-se paredes com técnicas de
terra, frágeis a água. Esse tipo de estrutura permite utilizar de qualquer tipo de
material para vedação. Essas estruturas podem ser de madeira, bambu, pedras
apoiadas ou qualquer outro material resistente o suficiente a resistir cargas sem
alterara sua forma inicial.
Utilizando de madeira para as estruturas, deve-se seguir algumas
recomendações para reduzir o impacto causado pelo uso desse material.
Existem as madeiras de menor impacto, chamadas de madeiras certificadas.
Consiste em madeiras que foram cortadas seguindo um programa rígido de controle
dos fornecedores, onde seus terrenos são divididos em lotes catalogados,
informando quais arvores desse lote podem ser cortadas, atendendo a uma idade e
tamanho adequado. Depois de extraída a madeira, um controle de qualidade
assegura a germinação da espécie e o lote é esquecido por cerca de 20 a 30 anos,
período para as arvores crescerem até atingir características que permitem o corte
novamente. Assim, o fornecedor tem controle da extração da madeira em equilíbrio,
porém poucas madeireiras seguem o programa.
Figura 9 Construção com base feita com pedra
As madeiras fruto de reflorestamento não são totalmente ecológicas, uma vez
que o governo incentivou essa pratica, o que aconteceu foi que grandes áreas
verdes foram derrubadas para a monocultura de Pinnus ou Eucalipto. Muitas áreas
foram degradadas e hoje é uma das madeiras que mais abastece o mercado. Está
aplicação seria mais interessante, do ponto de vista ecológico, se arvores nativas
frutíferas fossem plantadas, mantendo a biodiversidade das florestas. Técnica essa
que ainda está sendo difundida pelo Brasil.
Já as chamadas madeira caída, são aquelas arvores que depois de um
temporal caem na floresta e que dependendo da área pode se ter muitas arvores
caídas, mas ao invés de extrair a arvore inteira, é pego somente o que é necessário,
tornando muito mais fácil a retirada e armazenamento.
Madeiras reutilizadas, são aquelas que já foram utilizadas em outras
construções, já tiveram suas funções exercidas, mas hoje seriam descartadas por
motivos variados. São de custo acessível e qualidade variável, então deve-se ter
cuidado na hora de escolher.
O bambu é bastante empregado na Ásia e África, utilizando da espécie
Gigante é possível construir até três pavimentos com esse material. Para dar maior
resistência, costuma-se corta-los em meses secos e na lua minguante, queimar
superficialmente a parte que será enterrada e passar uma mão de óleo queimado.
Existem alguns tratamentos ecológicos que devem ser empregados nas madeiras e
bambus.
Figura 10 Estrutura em bambu
Como por exemplo cortar a madeira em seus períodos que tiverem menos
agua, como na lua minguante. Pode-se também submergir a madeira verde dentro
de um pequeno córrego ou outra fonte que possua agua corrente. Outro processo
eficiente e simples é defumar a madeira, sobre uma fogueira, o ar quente e a fumaça
seca e defuma a madeira, protegendo-a de cupins, aproveita-se para também
queimar as partes que são enterradas até deixar uma camada de carvão na
superfície. Os microrganismos que vem do solo só consegue atingir uma faixa de 15
cm abaixo e acima da superfície da terra.
Vedação
Com a estrutura ecológica pronta, partimos para a etapa de vedação, que
consiste em construir as paredes da edificação. Existem técnicas que utilizam da
terra como matéria prima, que misturando com água formando a argila, principal
componente na preparação de adobe, cobe e pau a pique. Dependendo da técnica,
também se agrega palha. O que acaba diferenciando as técnicas é o modo de
preparação e secagem da mistura.
Somente é utilizada na construção a argila conhecida como boa argila, um
dos métodos mais básicos para reconhece-la é sentir a sua consistência quando
úmida. Boas argilas são pegajosas, ou seja, aderem a mão e elásticas, não
quebrando facilmente.
Figura 11 Tratamento ecológico
Uma das técnicas mais tradicionais, é o Pau a pique, que já fui muito utilizada
no interior de São Paulo e Minas Gerais. A técnica consiste em criar uma malha
usando bambu ou outro tipo de madeira, com espaçamentos de 15 x 15 cm. Com a
estrutura da parede pronta, os vãos são preenchidos com barro, esperando alguns
dias para secar antes de rebocar. Essa técnica, como qualquer outra com base em
terra, tem problemas com água, capaz de dissolver toda uma parede nessa técnica,
para isso recomenda-se impermeabilizar faixas na sua base, com materiais como
cascos de ardósia, azulejos ou massa de cimento com algum impermeabilizante,
também é recomendado beirais do telhado com no mínimo 80 cm. Devido a seu
peso, ela deve ter apoio de 2 a 2 metros.
A técnica do adobe, que também foi muito utilizada em várias regiões do
Brasil, nada mais é que tijolos feitos de terra. Para isso deve ser feito previamente
formas com as dimensões apropriadas para os tijolos, normalmente nos tamanhos
40 x 20 x 15 cm. Com a argila pronta e as formas apostas, molhe as formas antes de
preencher de argila, isso ajuda na hora de desenformar. Desenforme-as e deixe
secar por 2 dias, protegido da chuva. Após passado os dias, vire o tijolo para o lado
de menor lado e deixe secando por mais 10 dias. Para ter certeza que o tijolo está
Figura 12 Pau a pique
pronto para ser usado, faça o teste de apoiar o novo tijolo em outros dois, afastados
30 cm, se ele não rachar, é de boa qualidade.
Hoje, quando se pensa em utilizar da terra na construção, alia-se a tecnologia
a essa matéria prima. Adicionando pequenas quantidade de cimento ou cal em
grandes porções de terra cria-se o chama do solo cimento ou solo cal. Na proporção
de 10 a 20 partes de terra se adiciona apenas uma parte de cimento ou cal. De
composição simples, o solo cimento dispensa o uso de equipamentos sofisticados e
reduzem o consumo de energia, sendo uma solução simples que reduzem o custo
da obra. Por ser uma técnica simples, exigem mão de obra pouco especializada e
permite a adoção do esquema de construção por mutirão. A técnica permite construir
paredes monolíticas e fundações, se devidamente impermeabilizadas. Os tijolos de
solo cimento têm a vantagem de serem isolantes térmicos, onde uma parede com
espessura de 20 cm tem a mesma eficiência que uma parede de tijolo comum com
espessura de 30 cm. Constrói-se formas para a construção das paredes monolíticas,
com comprimentos e alturas máximos de 2,5 m e 40 e 50 cm de altura,
respectivamente, com espessuras de 15 cm, para paredes internas, e 20 cm, para
paredes externas. Depois de depositado a mistura nas formas, elas são
compactadas por soquetes. Para a cura, deve-se evitar a secagem rápida da
mistura, recomendando ser molhado de 2 a 4 vezes diariamente, por um período de
15 dias.
Figura 13 Adobe
Figura 15 Casa em cobi
Semelhante ao adobe, temos o cobi, se diferenciando que pode ser usado
úmido. A composição da mistura (argila, areia, fibras, como o capim seco, e
pedrisco) vai depender do uso e qual o fim do cobi, por exemplo, para paredes usa-
se mais partes de argila, se comparado a areia e pedrisco, já para modelagens e
acabamentos não se utiliza pedriscos.
O cobi é indicado para construções orgânicas, podendo ter vários formatos e
usos, chegando a ser usado para a construção de fornos. Seu processo de preparo
é igual ao adobe e a mistura para o pau a pique, podendo ser utilizado uma lona
para ajudar na hora da mistura. Diferente do adobe, o cobi pode secar na própria
parede que está sendo construída, assim, por não ter forma ele pode ser utilizado
para fazer paredes curvas. As paredes são construídas por fileiras, não devendo
Figura 14 Tijolos de solo cimento
subir mais de 50 cm por dia, pois a massa ainda estará muito mole e pode ocorrer
de alargar a base, ou até mesmo ruir. Para esse tipo de vedação, é indicado uma
fundação de pedra e mais 50cm fora do solo, para evitar a umidade.
A taipa é uma técnica também muito semelhante ao solo cimento. Foi
amplamente usada no período colonial no Brasil, com várias construções existentes
até hoje. O processo é muito semelhante ao solo cimento por também utilizar de
formas que acompanham a parede, onde a mistura, de argila com estrume, óleo de
baleia, conchas ou capim, é depositada dentro da forma e compactadas com um
pilão.
Uma alternativa, em relevos acidentados, é a construção das chamadas
“casas enterradas”, na antiguidade, no norte da Europa, essa prática era comum.
Casas eram construídas com pedras e colocavam terra ao redor, criando um isolante
térmico, mantendo as casas aquecidas nos rigorosos invernos. Essa pratica pode
ser também aplicada em lugares muito quentes ou que a temperatura oscile muito,
criando um espaço interno com temperatura constante.
Figura 16 Taipa de pilão
Cobertura
Com a função de proteger da chuva e do sol, as coberturas podem ser
executadas de diversas maneiras. Telhas de barro, assim como os tijolos
convencionais, são frutos de um processo de queima que se for utilizado por
madeira de reflorestamento, pode ser uma boa opção.
Folhas de palmeiras podem ser uma boa opção, por serem excelentes
isolantes térmicos e não ser um material tão pesado, dispensando estruturas
pesadas. Devendo ser repostas entre 5 a 10 anos.
Figura 17 Villa Vals - Exemplo de "casa enterrada"
Figura 18 Cobertura em folhas de palmeira
Telhas de madeira ou cavaco, podem ser frutos de madeira de
reflorestamento ou de manejo florestal, com o tratamento ecológico bem executado,
podendo durar por anos.
Dependendo da inclinação do telhado, pode-se empregar telhas ecológicas,
fruto da reciclagem de embalagens plásticas e de alumínio, como embalagens de
leite e pet.
Há também a opção de telhas de pedra, como a ardósia, ou qual tiver abundante na
região.
Figura 19 Telhado de madeira
Figura 20 Telha reciclada
Já os telhados jardim, exigem uma laje impermeabilizada para aplicação de
uma camada de terra para nascer pequenas plantas, que protegem a construção da
incidência de do sol, atuando também como isolante térmico da construção, sendo
indicado para regiões muito quentes ou frias.
Figura 21 Telhado de ardósia
Figura 22 Telhado jardim
Convívio social
Muitas vilas tradicionais podem se transformar rapidamente em eco vilas, mas
grandes centros urbanos já terão grandes dificuldades devido ao grande número de
habitantes, ao grande consumo de energia e matéria prima. Um dos problemas que
podem ocorrer é a falta de espaços de convívio social, o que para a existência de
uma ecovila é essencial, pois ela só cresce e prospera com o comprometimento de
todos. Criar espaços que incentivem o convívio social, isto irá aproximar as pessoas
que vivem nas ecovilas, criando relações amigáveis e comunitárias.
Sobre os métodos e soluções baseadas em princípios, para lidar com as
necessidades de uma comunidade que busca a autossuficiência sem danos ao meio
ambiente, como as ecovilas, envolve a abordagem do uso e manejo da água,
energia, alimento, construções, lixo, trabalho, transporte, planejamento e ocupação
do solo, assim como o convívio social.
Uma boa opção para criação de espaços de convívio de uma praça, como
uma área de lazer entre arvores frutíferas, nativas e hortaliças, é o chamado “jardim
comestível”. Com isto os moradores e crianças terão uma atividade comunitária e
terão alimentos para ajudar na alimentação e complementação da cesta básica.
Estas áreas verdes podem ter ciclovias e caminhos para pedestres. Todas as casas
devem ter acesso a esta área verde onde as crianças poderão brincar, os moradores
poderão trabalhar em suas hortas e pomares comunitários. Estas áreas serão o
centro social de uma ecovila, com isto aproximando as pessoas para um maior
convívio comunitário.
Com relação ao cuidado com a saúde, o único ponto que é citado por
organizadores de ecovilas é que eles buscam na alimentação saudável o controle da
saúde da população local.
Economia Auto Sustentável
Na gestão de ecovilas os processos organizacionais não ocorrem de maneira
linear nem sequencial, mas sobrepõem-se e seguem-se uns aos outros
sucessivamente, retroalimentando-se e provocando alterações sistêmicas. O Quadro
10 apresenta a reformulação dos processos organizacionais de forma esquemática.
Quadro 10 – Tensão entre racionalidades na gestão de ecovilas Dimensão
Processos organizacionais Razão instrumental Modelo de governança - Valores e
objetivos - Hierarquia e liderança - Divisão do trabalho - Normas e controle Tensão
Comunicação e Relações interpessoais - Tomada de decisão - Gestão de conflitos -
Espaços de interação social - Relações ambientais - Ação social Razão substantiva
Simbólica - “Cola” - Visão de mundo - Reflexão sobre a organização - Satisfação
individual - Estilo de vida Fonte: o autor, com base em Voegelin (1974), Guerreiro
Ramos (1981, 1983), Serva (1996), Caitano (2010), Andrade (2010), Christian (2003,
2007) Gilman (1991), Educação Gaia (2005), Dawson (2010), Kasper (2008) e
Mulder, Costanza e Erickson (2006). É possível estabelecer uma relação entre os
processos organizacionais de uma comunidade intencional e a tensão entre
racionalidade instrumental e racionalidade substantiva. Na gestão de ecovilas, os
processos não ocorrem de maneira linear nem sequencial, mas sobrepõem-se e
seguem-se uns aos outros sucessivamente, retroalimentando-se e provocando
alterações sistêmicas. Esses processos são definidos da seguinte maneira:
I) Dimensão simbólica: ressignificação, imagens e conteúdos simbólicos. Imersa
nas profundezas da psique humana, está permeada de razão substantiva.
É manifestada pela ética pessoal, nos estilo de vida, reflexão sobre a
organização, visão de mundo e a “cola”.
II) Comunicação e relações interpessoais: tomada de decisão, gestão de
conflitos, relações ambientais sustentáveis, ação 31 social transformadora,
espaços de comunicação como encontros regulares, rituais, celebrações e
encontros não planejados; meio de interação que permite equilibrar as
aspirações, os valores e a autorrealização com a normatividade
autoimposta pelo modelo de gestão adotado; ambiente político onde a
tensão está mais propensa a se manifestar.
III) Modelo de governança: palco do comportamento racional instrumental,
constitui-se na camada explicitamente demonstrada e expressa em
valores, hierarquia e liderança, divisão do trabalho.
Economia solidária e consumo consciente
A sustentabilidade econômica de uma comunidade se fortalece na medida em
que as trocas se tornam cada vez mais locais, com a criação de uma rede de
colaboração e trocas, uma moeda social, pequenos negocios e incentivos locais.
O consumo hoje é a medida do sucesso pessoal na sociedade moderna.
Entretanto nem sempre está associado a qualidade de vida e a felicidade, e sim,
muitas vezes, a deterioração das comunidades e dos ecossistemas. Além disto,
estamos hoje presos a um sistema onde somos obrigados a trabalhar, sem tempo
livre, para poder consumir produtos que não correspondem as nossas necessidades,
e de seguir modelos de sucesso e imagem criados pela midia.
Estarmos conscientes de como participamos da estrutura socio-economica
mundial, geradora de concentração de renda, pobreza, violência, doenças e
ignorancia, é o primeiro passo para mudarmos o sistema, e deixarmos de ser
"vitimas". O segundo é a escolha do que e quanto consumir.
A organização do trabalho dentro da comunidade depende dos
conhecimentos e habilidades dos seus integrantes.
Em muitas ecovilas tem sido prezada a auto-suficiência em materiais,
alimentos e serviços. Em outras, há um forte trabalho com o setor público, visitantes,
trabalhos com a comunidade dos arredores, cursos, projetos, festivais e todo tipo de
atividades que tragam algum retorno à comunidade e beneficie o máximo de
pessoas.
EDUCAÇÃO HOLISTICA
Embora o ato de perguntar seja uma ação inerente à humanidade desde que
nos distanciamos do reino instintivo, a forma como estas perguntas foram realizadas
e respondidas no decorrer do tempo se modificaram. Em tempos gregos, as
perguntas eram respondidas através de outras perguntas na figura de Sócrates. Na
idade Média, a pergunta não existia, pois a resposta era sempre a mesma, e se
existia ocorria de forma abafada. Na renascença, a pergunta se torna pesquisa.
Em essência, a escola é um espaço de perguntas. Há 5 décadas existiam
coisas que podiam ser perguntadas ou não. Existiam respostas fechadas que
interrompiam a possibilidade de um embate que levasse a novos questionamentos.
Questões como estas definiam o perfil dos alunos e de professores. Perfis
que eram construídos pelos conceitos e valores que definia qual era o papel da
escola. E o que define a escola é o modelo de sociedade almejado e vivenciado. A
sociedade é conceituada à partir dos modos de produção e de trabalho com o qual o
homem intervém no meio natural e na realidade. Sendo assim, aspectos
econômicos, tecnológicos, científicos e ambientais se tornam agentes construtores
dos valores de uma época. Estes valores irão definir perguntas e perguntadores.
Obviamente, isso definirá o papel da escola tradicional - mantenedora do
conceito social vigente - que é a ferramenta para atender as demandas do sistema,
ou seja, como instrumento de preparação e qualificação do indivíduo para o mundo
do trabalho.
Em contraponto ao modo tradicional de se ensinar com mestre e aprendiz,
certo e errado, pergunta e resposta, autoritário e técnico (porém ineficaz), existe a
educação holística.
Figura 23 Vivência holistica – fonte: medholos.blogspot.com (acesso Março, 2015).
Desenvolvimento “O termo Educação Holística foi proposto pelo americano R. Miller (1997) para designar o trabalho de um conjunto heterogêneo de liberais, de humanistas e de românticos que têm em comum a convicção de que a personalidade global de cada criança deve ser considerada na educação. São consideradas todas as facetas da experiência humana, não só o intelecto racional e as responsabilidades de vocação e cidadania, mas também os aspectos físicos, emocionais, sociais, estéticos, criativos, intuitivos e espirituais inatos da natureza do ser humano” (Yus, 2002, p.16).
Não existe uma definição universalmente aceita sobre a educação holística,
isso se deve a diversidade de abordagens e de ênfases em aspectos determinantes.
Podemos rastrear sua denominação a partir de seu significado etimológico. Tudo
que esta relacionado com o holismo, vem do grego Holon, que faz referência a um
universo feito de conjuntos integrados que não pode ser reduzido a simples somas
de suas partes. Mas dentro dessa concepção, que se contrapõe a visão reducionista
do mundo, existe uma, que ressalta a existência de uma dimensão espiritual nas
coisas, e outra mais materialista que admite a existência de um todo formado por
partes que se inter-relacionam. No entanto, o termo holístico, muitas vezes, veio
acompanhado por diversas propostas de caráter esotérico, por isso, a denominação
pode levar a um entendimento muito restrito das potencialidades reais desse
enfoque educativo.
Todavia existem teóricos que tentam explicar o que se supõe de educação
holística.
R. Miller (em Flake, 1998 apud Yus, 2002, p.18) considera que a educação
pode ser descrita como holística quando demonstra as seguintes características:
• A educação holística nutre o desenvolvimento da pessoa global; está
interessada no intelectual, assim como no emocional, no social, no físico, no
criativo/intuitivo, no estético e nos potencias espirituais.
• A educação holística gira em torno das relações entre os aprendizes, às
pessoas jovens e adultas. A relação professor-aluno tende a ser igualitária,
aberta, dinâmica e não limitada por funções burocráticas ou regras
autoritárias. Um sentido de comunidade é essencial.
• A educação holística está interessada na experiência vital, não em
“habilidades básicas” rigorosamente definidas. A educação é crescimento,
descoberta de uma vastidão de horizontes; é um envolvimento com o mundo,
uma questão para compreender e dar sentido. Essa questão vai além dos
horizontes limitados dos currículos convencionais, livros didáticos e provas
padronizadas.
• A educação holística capacita os alunos para que se aproximem criticamente
de contextos culturais, morais e políticos de suas vidas. Reconhece que as
culturas são criadas pelo povo e que podem ser mudadas por ele se deixarem
de servir às suas necessidades. Como contraste, a educação convencional
somente reproduz a cultura já estabelecida. A educação holística, então, é um
empreendimento fundamental.
Gang (em C.L.Flake, 1998 apud YUS, 2002 p. 18), indica que os propósitos
da educação holística são:
• Dar para os jovens uma visão do universo em que todo ser animado e
inanimado esteja interconectado e unificado.
• Ajudar os estudantes a sintetizar a aprendizagem e a descobrir a inter-relação
entre todas as disciplinas.
• Preparar os estudantes para a vida do século XXI, enfatizando uma
perspectiva global e os interesses humanos comuns.
• Capacitar os estudantes para desenvolver um senso de harmonia e
espiritualidade, necessário para a construção da paz mundial.
E para para Holistic Education Network of Tasmânia (HENT), a educação
holística pode ser caracterizada da seguinte forma:
• Está relacionada com o crescimento de todas as potencialidades da pessoa:
intelectual, emocional, social, física, artística, criativa e espiritual. Envolve os
alunos de maneira ativa nos processos de ensino/aprendizagem e incentiva-
os a ter uma responsabilidade pessoal e coletiva.
• É uma questão de compreensão e significado. Seu objetivo é nutrir de
maneira saudável e de forma global as pessoas curiosas que possam
aprender tudo o que precisam saber em qualquer contexto novo. Introduzindo
os alunos em uma visão holística do planeta, da vida na terra, e da emergente
comunidade mundial. As estratégias holísticas capacitam os alunos para que
percebam e compreendam os diversos contextos que determinam e dão
significado à vida.
• Reconhece o potencial inato de todo aluno para um pensamento inteligente,
criativo e sistêmico. Isso inclui os chamados “alunos em situação de risco”, a
maioria dos quais têm dificuldades graves para aprender a partir de um
paradigma mecanicista e reducionista, que enfatiza processos lineares e
seqüenciais.
• Valoriza o conhecimento espiritual (não em um sentido de parcialidade). A
espiritualidade é um estado de conexão de toda a vida, respeitando a
diversidade na unidade. É uma experiência de ser, pertencer e cuidar. São
sensibilidades e compaixões, diversão e esperança. É o sentido de encanto e
reverência pelos mistérios do universo e um sentimento do sentido da vida. É
o movimento em direção às mais alta aspirações do espírito humano.
Figura 24 Visão holística – fonte:
psicologiatranspessoalesejd.blogspot.com (acesso Março,
2015).
Com o apresentado se pode chegar a elementos caracterizadores da
educação holística como: Globalidade da pessoa, Espiritualidade, Inter-relações,
Equilíbrio, Cooperação, Inclusão, Experiência e Contextualização.
Numa sociedade onde se prega o individualismo a educação holística vem
para tentar reverter a situação e conectar o individuo com ele mesmo, com o
próximo, a natureza e tudo mais que o cerca. Talvez por esse e outros motivos que a
UNESCO caracterizou a educação holística como a educação do futuro.
REFERÊNCIAS
Site: www.clareando.com.br Acesso em: 10 de março de 2015 Site: www.planetasustentavel.abril.com.br Acesso em: 13 de março de 2015 Site: www.ecovilatiba.org.br Acesso em: 14 de março de 2015 LENGEN, Johan Van. Manual do arquiteto descalço. 1.Ed. São Paulo. Editora Empório do Livro. Ano 2008