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1 Estruturação e Estratégia de Trabalho de CPA em Grandes Universidades Universidade Bandeirante Anhanguera (UNIBAN) Eixo I - Criação de estratégias e metodologias para o trabalho da CPA Camillo Anauate-Netto (Universidade Bandeirante Anhanguera.) Oswaldo Rodrigues Júnior (Universidade Bandeirante Anhanguera.) Paulo Celso Pardi (Universidade Bandeirante Anhanguera.) Maria Rita Aprile (Universidade Bandeirante Anhanguera.) Resumo A auto avaliação de uma instituição de ensino superior deve perceber a eficiência e consonância daquilo que é executado no ensino, na pesquisa e na extensão com o seu PDI - Plano de Desenvolvimento Institucional. Todos os atores inseridos nesta comunidade devem estar cientes e consonantes nesta filosofia de atuação. A Comissão Própria de Avaliação, instituída pela Lei nº 10.861, de 14 de Abril de 2004 com as atribuições de condução dos processos de avaliação internos da instituição, de sistematização e de prestação das informações solicitadas pelo INEP, tem seu próprio estatuto ou regimento e deve assegurar a participação de todos os segmentos da comunidade universitária e da sociedade civil organizada e ter atuação autônoma em relação a conselhos e demais órgãos colegiados existentes na instituição de educação superior. As Comissões Próprias de Avaliação em grandes instituições de ensino superior apresentam uma grande dificuldade de atuação devido à grande quantidade de estudantes, funcionários, campi e cursos. Relatamos neste trabalho uma estratégia de ação para CPA em “universidades multicampi”. propondo um modelo de atuação em subcomissões o que possibilita atuar próximo da sua realidade e maior facilidade de sensibilização e diagnóstico das potencialidades e fragilidades, com maiores condições de propor um eficiente um plano de ação. Desta forma cada unidade de ensino e a pós-graduação possuem uma subcomissão da CPA” padrão” atuando em rede com as CPAs das outras unidades e a CPA central. As subcomissões trabalham com os dados avaliados pela comunidade acadêmica coletados no PAI – Programa de Auto-avaliação Institucional, que é uma excepcional ferramenta on-line de coleta e análise estatística e gera o índice de satisfação discente e docente item por item, de cada unidade. As subcomissões se reúnem quinzenalmente focadas na sua unidade e compartilham suas realidades e experiências individuais que neste momento se integram e são aproveitados por todas as outras subcomissões. nas reuniões mensais com CPA central. Este trabalho é coordenado pela CPA central que ao final do período recebe de todas as subcomissões os diagnósticos e planos de melhorias e elabora relatório circunstanciado único e consistente que é enviado á reitoria. O modelo de sensibilização que adotamos para o entendimento e envolvimento da comunidade acadêmica é o que chamamos de “sensibilização em cascata”. É feita coma parceria do diretor da unidade, que se torna parceiro do trabalho, e credibiliza os coordenadores das subcomissões a sensibilizar os coordenadores de curso, docentes, funcionários, discentes e a comunidade. Os representantes de cada um destes grupos da comunidade acadêmica tornam-se parceiros junto aos seus pares no processo de sensibilização. A CPA produz como material de sensibilização cartazes explicativos que são afixados em todos os murais do campus e um selo da CPA que sinaliza todas as benfeitorias realizadas em função da atuação da CPA. Esta estratégia contempla uma postura definida quanto á constituição da comissão e sua representação, infra estrutura, divulgação, execução, sinalização de melhorias e acompanhamento que em curto espaço de tempo já está criando uma postura mais participativa da comunidade e sedimentando uma séria auto-avaliação. Palavras-chave: Comissão Própria de Avaliação; Auto- avaliação Institucional; Educação Superior Introdução

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Estruturação e Estratégia de Trabalho de CPA em Grandes Universidades

Universidade Bandeirante Anhanguera (UNIBAN)

Eixo I - Criação de estratégias e metodologias para o trabalho da CPA

Camillo Anauate-Netto (Universidade Bandeirante Anhanguera.)

Oswaldo Rodrigues Júnior (Universidade Bandeirante Anhanguera.)

Paulo Celso Pardi (Universidade Bandeirante Anhanguera.)

Maria Rita Aprile (Universidade Bandeirante Anhanguera.)

Resumo

A auto avaliação de uma instituição de ensino superior deve perceber a eficiência e consonância daquilo que é executado no ensino, na pesquisa e na extensão com o seu PDI - Plano de Desenvolvimento Institucional. Todos os atores inseridos nesta comunidade devem estar cientes e consonantes nesta filosofia de atuação. A Comissão Própria de Avaliação, instituída pela Lei nº 10.861, de 14 de Abril de 2004 com as atribuições de condução dos processos de avaliação internos da instituição, de sistematização e de prestação das informações solicitadas pelo INEP, tem seu próprio estatuto ou regimento e deve assegurar a participação de todos os segmentos da comunidade universitária e da sociedade civil organizada e ter atuação autônoma em relação a conselhos e demais órgãos colegiados existentes na instituição de educação superior. As Comissões Próprias de Avaliação em grandes instituições de ensino superior apresentam uma grande dificuldade de atuação devido à grande quantidade de estudantes, funcionários, campi e cursos. Relatamos neste trabalho uma estratégia de ação para CPA em “universidades multicampi”. propondo um modelo de atuação em subcomissões o que possibilita atuar próximo da sua realidade e maior facilidade de sensibilização e diagnóstico das potencialidades e fragilidades, com maiores condições de propor um eficiente um plano de ação. Desta forma cada unidade de ensino e a pós-graduação possuem uma subcomissão da CPA” padrão” atuando em rede com as CPAs das outras unidades e a CPA central. As subcomissões trabalham com os dados avaliados pela comunidade acadêmica coletados no PAI – Programa de Auto-avaliação Institucional, que é uma excepcional ferramenta on-line de coleta e análise estatística e gera o índice de satisfação discente e docente item por item, de cada unidade. As subcomissões se reúnem quinzenalmente focadas na sua unidade e compartilham suas realidades e experiências individuais que neste momento se integram e são aproveitados por todas as outras subcomissões. nas reuniões mensais com CPA central. Este trabalho é coordenado pela CPA central que ao final do período recebe de todas as subcomissões os diagnósticos e planos de melhorias e elabora relatório circunstanciado único e consistente que é enviado á reitoria. O modelo de sensibilização que adotamos para o entendimento e envolvimento da comunidade acadêmica é o que chamamos de “sensibilização em cascata”. É feita coma parceria do diretor da unidade, que se torna parceiro do trabalho, e credibiliza os coordenadores das subcomissões a sensibilizar os coordenadores de curso, docentes, funcionários, discentes e a comunidade. Os representantes de cada um destes grupos da comunidade acadêmica tornam-se parceiros junto aos seus pares no processo de sensibilização. A CPA produz como material de sensibilização cartazes explicativos que são afixados em todos os murais do campus e um selo da CPA que sinaliza todas as benfeitorias realizadas em função da atuação da CPA. Esta estratégia contempla uma postura definida quanto á constituição da comissão e sua representação, infra estrutura, divulgação, execução, sinalização de melhorias e acompanhamento que em curto espaço de tempo já está criando uma postura mais participativa da comunidade e sedimentando uma séria auto-avaliação. Palavras-chave: Comissão Própria de Avaliação; Auto- avaliação Institucional; Educação Superior Introdução

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A avaliação da educação superior no Brasil sofreu uma transformação de conceito e estratégia com a Lei no. 10861, de 14 de abril de 2004, que implantou o Sinaes – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior. Este sistema tem como fundamento a auto-avaliação e a avaliação externa. Quase dez anos se passaram e a organização das universidades privadas brasileiras foi passando por mudanças significativas, uma das transformações mais evidentes foi à democratização do ensino superior privado com a oferta de cursos universitários em todas as áreas do conhecimento á custos acessíveis ás classes economicamente menos favorecidas que estavam alijadas deste nível educacional. Este movimento veio num crescente e estas universidades cresceram e foram multiplicando de tamanho devido aos processos de fusão que foram acontecendo. As grandes universidades privadas foram ocupando de forma crescente os estados brasileiros e o país como um todo com multi-unidades. O número gigantesco de estudantes, cursos, docentes, funcionários, comunidade no entorno e campi, foram tornando o processo de auto-avaliação mais difícil e mais complexo em função do maior tamanho e diversidade. Em função de esta ser a realidade da nossa universidade propusemos e estamos executando em conjunto um protocolo de estruturação e estratégia de trabalho para que a CPA projetada tenha a devida autonomia, sensibilidade e um olhar mais acurado e próximo de todas as atividades exercidas na IES trazendo os melhores resultados e com a maior brevidade possível. Objetivos O objetivo deste trabalho é compartilhar de forma detalhada a concepção, protocolo de ação e resultados obtidos por um novo modelo de CPA para universidades multicampi. Metodologia A Estruturação do modelo de CPA proposto preconiza uma CPA central montada de acordo com os preceitos do INEP compostas por coordenador pedagógico, representante docente, representante discente, representante técnico-administrativo, representante da sociedade civil organizada, e localizada preferentemente no campus que detém o poder de decisão da universidade, e subcomissões montadas nos mesmos moldes, uma em cada campus da universidade. As subcomissões funcionam nas suas unidades com total autonomia, tem sala própria, computador com acesso á internet ligado em rede com impressora, cronograma de reuniões quinzenais, documentadas por atas padronizadas físicas e eletrônicas, quadro de avisos e mesa de reunião. As subcomissões se reúnem mensalmente, obedecendo a cronograma de reuniões pré-estabelecido no início de cada semestre, numa reunião geral onde se reúnem com as outras subcomissões e a comissão central. Esta reunião geral segue uma pauta divulgada com antecedência por email para todos os membros, que podem sugerir inclusões de temas. Nesta reunião geral todas as subcomissões participam expondo as suas realidades e dificuldades de ação e compartilhando experiências importantes para o aprendizado de todas as subcomissões, além de definir para cada realidade local as suas prioridades de ação que vão compor seu plano de melhorias. Cada subcomissão no final de cada ano elabora seu relatório que é compilado pela comissão central que após a analise de todos os relatórios elabora um grande relatório geral que contém todos os relatórios de todas as unidades, somados a uma introdução, discussão e conclusões finais. Este grande relatório apresenta uma fotografia detalhada de cada ação realizada em cada unidade da universidade, vitórias e fracassos, erros e acertos e as propostas prioritárias de solução afinadas com o proposto no PDI – Plano de desenvolvimento institucional. O protocolo de sensibilização da comunidade universitária, que chamamos de “sensibilização em cascata” visa persuadir e envolver todos os elementos da comunidade de forma seqüencial e por ordem de ascendência universitária, pois assim eliminamos barreiras na difusão das informações. Neste protocolo a CPA central faz a sensibilização dos diretores de todas as unidades, que ao final receberão os benefícios deste trabalho já que terão as condições de trabalho como um todo melhoradas . Com este aval de trabalho na unidade a CPA de cada unidade trabalha através de palestras, reuniões e outras ações os Coordenadores de Curso que na seqüencia vão sensibilizando seus

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docentes que na sala de aula conversam com os estudantes. As CPAs concomitantemente junto ao diretor da unidade sensibilizam os técnico-administrativos. Os representantes de cada um destes segmentos na CPA escolhidos pelos pares são fundamentais no processo pois atestam a credibilidade do trabalho. São utilizados como apoio importante na sensibilização cartazes, (fig.1) explicando a CPA e a sua importância, mural da CPA com resultados do Índice de satisfação da comunidade por item avaliado, e informações gerais, a sinalização das melhorias conseguidas através do selo adesivo (fig. 2), afixado demonstrando que aquela melhoria foi conquistada com o trabalho da CPA e a interação da comunidade.

Fig.1- Cartaz de sensibilização da CPA – Comissão Própria de Avaliação da Anhanguera - Uniban

Fig. 2 - Selo de sinalização de melhorias da CPA – Comissão Própria de Avaliação da Anhanguera -Uniban

A Anhanguera por meio do DAI – Diretoria de Avaliação Institucional Interna oferece meios e acompanha todo o processo de auto-avaliação no Sistema Educacional Anhanguera e desenvolveu ao longo dos últimos 15 anos um instrumento capaz de coletar e processar o desempenho de cada unidade, visando a melhoria da qualidade do ensino, da aprendizagem e do processo de gestão acadêmica. A avaliação é feita por meio de um sistema informatizado alimentado, semestralmente, pelos alunos, que respondem aos questionários nos laboratórios de informática. Os resultados dão origem ao ISD (Índice de Satisfação Discente) que representa, em termos percentuais, a opinião dos alunos em relação aos quesitos abordados. A CPA utiliza este instrumento, o Programa de Avaliação Institucional (PAI) também sensibiliza a comunidade acadêmica com ênfase os discentes com cartazes, (fig3) para que participem da coleta dados que é uma das

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formas de promover o processo de avaliação interna baseado nos preceitos do Ministério da Educação e da legislação sobre a avaliação da educação superior, notadamente o SINAES, Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior. Seus resultados são apresentados aos diretores de unidade, coordenadores pedagógicos, coordenadores de curso, docentes e discentes, na forma do ÍNDICE DE SATISFAÇÃO DISCENTE (ISD). O índice de satisfação discente – ISD é o resultado do processo de avaliação que tem o seu início na elaboração de um questionário estabelecido em função das metas, objetivos, crenças e valores da instituição e apoiados nos padrões de qualidade estabelecidos pelas diretrizes curriculares dos cursos. O resultado da aplicação desse instrumento configura-se em um diagnóstico que é expresso através de dados quantitativos em tabelas e gráficos (fig.4). Estes dados são capazes de espelhar a situação da IES em todas as 10 dimensões e de que forma cada unidade é avaliada em cada dimensão, possibilitando uma analise comparativa e uma troca de experiências entre as unidades no sentido de transformar fragilidades em potencialidades.

Fig.3 Imagem de sensibilização para a participação da comunidade acadêmica inserir sua avaliação no PAI – Programa de Avaliação Institucional – Anhanguera Uniban

A pesquisa utiliza o método de amostragem e tem como referencial representativo, 30 alunos por sala, de acordo com o Teorema do Limite Central. Assim, quando a turma possuir número de alunos inferior ou igual a 30, todos respondem ao instrumento de avaliação. Os alunos respondem aos instrumentos dentro do princípio da adesão participativa e responsável. Eles avaliam: desempenho docente, desempenho dos coordenadores, programas institucionais, núcleos de prática jurídica, trabalhos de conclusão de curso, serviços terceirizados, serviços acadêmicos e financeiros, infra-estrutura e atendimento da IES. Todo o processo está informatizado, de maneira que os alunos respondem aos questionários on-line e os resultados ficam disponibilizados na página da Anhanguera Educacional, com total transparência.O programa realiza o cruzamento dos dados coletados em diferentes segmentos, cuja finalidade é fornecer o maior (e melhor) leque possível de informações que subsidiarão as ações de melhoria pedagógico-administrativa.

O Índice de Satisfação Discente – ISD: Os questionários aplicados em todos os primeiros e segundos semestres de cada ano são respondidos pelos alunos eletronicamente e abrangem: • Coordenadores - gestão acadêmica, administrativa e relacionamento.

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• Professores - organização pedagógica, desempenho didático, assiduidade, motivação e relacionamento. • Infra-estrutura e Atendimento - biblioteca, laboratórios, salas de aula, secretaria, tesouraria e serviços terceirizados (cópias, papelaria, cantina, livraria, etc.) • Serviços acadêmicos e financeiros – (“0800”, Chat, Boleto, Carteirinha estudantil, catraca) Ao final de cada curso de graduação é realizada a avaliação dos formandos. Um instrumento específico avalia os egressos. Cada categoria é subdividida em vários quesitos para a coleta de opiniões dos alunos, professores/coordenadores (auto-avaliação) e funcionários técnico-administrativos. Os quesitos são respondidos na escala de Likert de 5 pontos, sendo: (1) PÉSSIMO (2) RUIM (3) SATISFATÓRIO (4) BOM (5) EXCELENTE O Índice de Satisfação Discente - ISD é um índice percentual calculado utilizando-se a tabela Z de distribuição normal, o que é justificado estatisticamente pelo Teorema do Limite Central. Para a determinação do valor de Z, utiliza-se a relação Z = ( x - µ ) / s Onde, µ é a média desejada (no caso 3), x é a média geral obtida e s é o desvio padrão. Na tabela Z, o valor percentual correspondente ao valor de Z é o ISD. Após análise dos resultados, a comunidade acadêmica, juntamente com a CPA, elabora um Plano de Melhorias que compreende as dimensões: Acadêmica e Atendimento e infra-estrutura. O Plano de Melhorias culmina com ações de melhoria de acordo com os seguintes critérios: ISD <= 50% PROVIDÊNCIAS IMEDIATAS 50% < ISD < 70% PROVIDÊNCIAS DE MÉDIO PRAZO ISD => 75% PROVIDÊNCIAS DE LONGO PRAZO Os instrumentos de coleta de dados são elaborados pelo corpo acadêmico, orientados pela CPA, numa democrática e cuidadosa discussão. Os envolvidos podem e devem a qualquer momento ajustarem os instrumentos à sua realidade, tanto aperfeiçoando instrumentos já existentes quanto inserindo e /ou retirando instrumentos.

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Fig.4 Exemplo de gráfico comparativo do Índice de satisfação Discente para cada unidade avaliada no quesito; Desempenho docente, com meta média estabelecida de 90%.

Basicamente, o sistema de avaliação visa criar uma base de dados sólida e confiável, com diagnósticos e reflexões que geram indicadores para apoiar discussões sobre os resultados do programa. Além disso, a avaliação é uma importante ferramenta de aperfeiçoamento de gestão, pois fornece subsídios para adotar e priorizar melhorias internas de acordo com os Indicadores. Na posse dos resultados, a CPA - Comissão Própria de Avaliação da unidade gera e acompanha as ações de melhoria cabíveis e esperadas, tendo sua atuação autônoma em relação aos demais conselhos e órgãos colegiados existentes na IES e também a garantia de que seja assegurada a participação de todos os segmentos da comunidade universitária e da sociedade civil organizada.

Referencial Teórico A Lei 10.861, 14 de Abril de 2004, que institui o SINAES – Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior, por decreto do Presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva e do ministro da Educação Tarso Genro definiu que cada Instituição de Ensino Pública ou Privada, constituiria no prazo de 60 dias a partir da promulgação do decreto, 14 de Abril de 2004, a sua CPA – Comissão Própria de Avaliação, com a atribuição de conduzir os processos de avaliação externos da instituição e cuidar da sistematização e da prestação das informações solicitadas pelo INEP segundo as suas diretrizes. A Portaria 2051 de 9 de Julho de 2004 da Comissão Nacional de Avaliação do Ensino Superior (CONAES) regulamentou o SINAES. No seu artigo 10 normalizou que a auto avaliação se constitui em uma das etapas do processo avaliativo e será coordenada pela CPA A avaliação educacional desde então vem se constituindo em tema central das políticas públicas de educação. A relevância da avaliação institucional completa implica na melhoria da qualidade da educação superior. Seja na modalidade de auto-avaliação institucional ou de exames voltados para a quantificação dos resultados da aprendizagem de estudantes. A avaliação torna-se a medida de qualidade do ensino, da pesquisa, da extensão e da gestão acadêmica em todas as instituições de ensino superior, além de constituir instrumento para administrar o sistema nacional de ensino superior. A CPA constitui-se num elemento fundamental para nortear o diagnóstico das potencialidades e fragilidades, traçar um plano de melhorias e apoiar neste sentido a gestão das IES. A CPA não trabalha alinhada com a instituição nem com a comunidade acadêmica, deve ter autonomia e ação imparcial procurando coletar de todos e oferecer contribuição para a melhoria dos referenciais de qualidade da IES. O Plano de melhorias traçado deve estar alinhado ao PDI Institucional que reflete o que é e para onde a IES deseja ir nos próximos 5 anos.

Resultados e Discussão A CPA nos moldes adotados na nossa IES já causou uma revolução no comportamento da comunidade acadêmica que agora sente que este movimento causado é real e confiável. As Instalações físicas da CPA as pessoas da comunidade que a compõe os instrumentos de avaliação quantitativa e qualitativa e o processo de “sensibilização em cascata” estão fazendo com que as pessoas participem mais, se envolvam e percebam que a comunidade como um todo, está recebendo os benefícios do plano de melhorias traçado

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O relatório 2012 já apresenta participação superior da comunidade nos processos de avaliação do PAI e melhoria do ISD em alguns itens problemáticos em todas as IES, como o atendimento da secretaria. Como uma universidade multicampi, conseguimos dicotomizando a CPA em subcomissões, oferecer um olhar muito mais próximo, capaz de visualizar melhor as fragilidades e a melhor maneira de transformá-las. É importante sinalizar que as subcomissões das CPA por ter uma composição heterogênea com representação de todos os atores da comunidade diagnosticam com igual habilidade as ações no ensino, pesquisa e extensão. Anteriormente a adoção deste novo modelo de trabalho, apesar das tentativas realizadas anteriormente, não se verificava a institucionalização de uma cultura efetiva de avaliação no interior da IES. De modo geral, com base nos documentos já examinados, a avaliação encontra-se restrita ao movimento da CPA e aos instrumentos de coleta de dados desenvolvidos pela administração superior das IES, porém sem a devida exposição da CPA e a sensibilização da comunidade, tanto no que diz respeito à estruturação como à definição de instrumentos, métodos de coleta de dados, sua divulgação e utilização. Atualmente conseguimos alinhar a CPA ao instrumento de coleta de dados da IES o PAI recurso importantíssimo para a elaboração dos diagnósticos e estamos conseguindo dar identidade institucional a CPA para transformá-la na referencia principal da Avaliação da IES. A avaliação apresenta certas especificidades, em razão da história e das características da instituição acadêmica, bem como da sua missão. Hoje reexaminando os projetos de auto-avaliação construídos até aqui é fácil notar que agora a articulação entre a avaliação e gestão é compreendida de forma diferenciada. Reconhecemos que devido ao pouco tempo de ação, estes novos conceitos criados, são conceitos ainda em construção e a universidade pode ser um espaço para o estabelecimento, porém evidenciam que foi criada uma diferenciada concepção e nova prática de avaliação institucional e de gestão universitária, objetivando um atalho mais rápido para a obtenção da qualidade. A seqüência do trabalho e os relatórios construídos ano após ano dentro deste conceito tendem a elaborar planos de melhoria mais afinados com a história da instituição e em consonância com os princípios e o modus operandi da avaliação anterior, quase sempre tendo como referência o PDI. No primeiro momento o papel regulador e controlador do Sinaes, definido como papel do Estado, assumiu maior relevância do que o de indutor do desenvolvimento das instituições, por meio de uma avaliação mais processual e dialógica. Por outro lado, as IES, sobretudo privadas, neste momento devem utilizar a sua autonomia para instituir novos processos de avaliação mais autônomos, criativos, sensíveis e mais coerentes com as suas realidades. Finalizando é pertinente considerar que a avaliação não se restringe apenas à mensuração da performance da instituição relativamente às suas tradicionais funções de pesquisar, ensinar e prestar serviços, mas envolve também sua existência, identidade e finalidades sociais. Tal pressuposto implica considerar as dimensões pedagógicas, sociais, ideológicas e de gestão do processo avaliativo. Essa compreensão é importante, pois permite situar a avaliação como um dos eixos estruturantes das políticas educativas contemporâneas. Considerações finais

A Comissão Própria de Avaliação da UNIBAN – Universidade Bandeirante Anhanguera, depois de constituída estabeleceu com a total autonomia um planejamento de trabalho pensado em equipe e inovador, divulgado em reunião de capacitação e

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sensibilização com a presença de diretores de unidade, coordenadores pedagógicos, coordenadores de curso e docentes, que veio para cumprir uma missão que consiste em realizar diagnósticos e trabalhar para apontar caminhos no sentido de melhorar sempre as condições de evolução da IES e da comunidade acadêmica. Estabelecer paradigmas, ser os olhos do INEP dentro da IES, trabalhar com o mesmo foco de análise procurando colocar todas as dimensões estabelecidas, semelhantes ou além dos padrões considerados adequados.Iniciamos por visitar todas as unidades e conversar com as pessoas das sub-comissões da CPA para sentirmos as condições do seu cenário de trabalho. Estabelecemos um padrão para as instalações físicas e uma infra-estrutura própria, autônoma e padronizada para todas as unidades, que conferisse a todas as subcomissões da CPA local adequado e reservado de trabalho para o diagnóstico e acompanhamento dos planos de melhorias, divulgação dos resultados e registro das realizações que a IES proporciona a todos os atores da comunidade acadêmica. Em paralelo iniciamos o processo de sensibilização, que é demorado e requer muita persistência, mas que com o tempo visa estabelecer uma cultura de avaliação para fortalecer o olhar crítico da comunidade acadêmica e da IES na busca constante da excelência. Tivemos a autonomia, pois a IES entende a necessidade da avaliação e possui um dos mais sofisticados e completos Programas de Avaliação Institucionais conhecidos, que é o PAI. A nosso ver a grandeza do PAI, programa que avalia todo o conglomerado Anhanguera Educacional, ofuscava a figura da CPA, nele inserida. Desde o primeiro momento propusemos e conseguimos dar máxima importância e evidencia para a CPA valorizando o Pai com um importante do instrumento e felizmente fomos atendidos. Desenvolvemos novos protocolos de trabalho e material de sensibilização, cartazes e o selo de realizações, que sinaliza todas as melhorias obtidas, melhorando a auto-estima da comunidade e incentivando-a a participar. Realizamos com a nossa, hoje participativa, equipe da CPA que conta com cerca de 50 representantes de todos os segmentos da comunidade acadêmica, reuniões quinzenais todas detalhadamente registradas em ata, um grande trabalho de diagnóstico e apoio institucional visando uma parceria efetiva e duradoura que confirme a instituição entre as melhores do país. O trabalho apenas se inicia, porém acreditamos que a transparência e a grandeza deste é a clara demonstração da vontade e da capacidade de todos de instalar definitivamente na IES, uma cultura séria de trabalho de avaliação.

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