FACTORES INDIVIDUAIS ASSOCIADOS AO...

09-03-2015

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PSICOLOGIA DA ACTIVIDADE FÍSICA E DO DESPORTO

Desporto2014/2015

FACTORES INDIVIDUAIS ASSOCIADOS AO PRATICANTE

FACTORES EMOCIONAIS E MOTIVACIONAIS� Aspectos introdutórios

� Quadro conceptual e teorias da motivação

� Avaliação da motivação para a actividade física e desportiva

Copyright, 2015 © José Farinha, ESEC

ASPECTOS INTRODUTÓRIOS

FACTORES EMOCIONAIS E MOTIVACIONAIS

09-03-2015 Psicologia da Actividade Física e do Desporto 2

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ASPECTOS GERAIS

� Motivação é importante para:� Compreender o comportamento em geral e

� Comportamento desportivo em particular.


DEFINIÇÃO DE MOTIVAÇÃO

� Termo muito vago…� Muitas definições em Psicologia (quase tantas como teóricos);

� É um processo – não é uma coisa.� Energética do comportamento -compreender o processo e os conceitos subjacentes.


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� Definição geral:� Motivação:- dinâmica do comportamento.� 2 componentes:

� impulso e � objectivo.


� Dimensões:� Direcção:- explica porque uma pessoa se orienta para um tipo de objecto/actividade ou outro;

� Intensidade:- está relacionada com o esforço para executar determinadas actividades (uso de tempo e energia);

� Persistência:- refere-se à concentração na execução de uma tarefa específica durante o tempo necessário à realização da mesma;


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� “Motivação continuada”:- complementa o anterior e é direccionada para a continuidade no desempenho de uma actividade;

� Resultado:- inferências que podem ser feitas com a observação dos resultados de uma determinada actividade.


� Definição em PAFD� Processo psicológico que move a pessoa para a realização, orientação, manutenção ou abandono de actividades desportivas e é geralmente determinada pela associação cognitiva, que é feita entre as diferentes situações, baseada numa série de factores (individuais sociais, ambientais e culturais).


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QUADRO CONCEPTUAL E TEORIAS DA MOTIVAÇÃO



TIPOS DE MOTIVAÇÃO

� Três dimensões:� MOTIVAÇÃO BÁSICA VS. MOTIVAÇÃO QUOTIDIANA:

� Motivação básica:� É a base estável da motivação, que determina o compromisso do desportista com esse desporto;

� Depende, fundamentalmente dos resultados e do rendimento pessoal.


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� Motivação quotidiana� Refere-se ao interesse do desportista pela actividade em si mesma, independentemente dos resultados desportivos;

� Maioritariamente relacionada com o rendimento pessoal quotidiano e a satisfação própria da realização da actividade (por exemplo, companheiros de treino agradáveis, exercício divertido , etc.).


� MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA VS. MOTIVAÇÃOEXTRÍNSECA

� Motivação intrínseca:� Depende de reforços internos (auto-superação, melhoria das suas marcas, satisfação pessoal, avanços físicos ou psicológicos);

� É mais estável.

� 3 Dimensões:A. Motivação de conhecimento:-praticar um

actividade pelo prazer e satisfação que se sente quando se aprende ou se explora algo novo;


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B. Motivação de execução:- praticar uma actividade pelo prazer e satisfação que se sente quando o atleta tenta executar qualquer exercício, executar qualquer movimento ou enfrentar uma situação nova.

C. Motivação intrínseca para experienciar sensações:- praticar uma actividade pelo

prazer e a satisfação de experiências

diferentes das sensações habituais.


� Motivação extrínseca:� Depende de reforços que provêm do exterior necessários para treinar e competir (bolsas, troféus, prestígio social, etc.);

� É mais instável.


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� MOTIVAÇÃO ORIENTADA PARA O EGO VS. MOTIVAÇÃO ORIENTADA PARA A TAREFA� Motivação orientada para o Ego:-os atletas estão motivados pela competição com outros atletas (avaliam o seu nível de competência em comparação com os outros);

� Motivação orientada para a Tarefa:- Os atletas são motivados por impressões subjetivas de domínio e progresso pessoal (avaliam o seu nível com base num processo de comparação com eles próprios).


TEORIAS DA MOTIVAÇÃO

� Objectivos:- explicar o conjunto de condutas de execução do sujeito.

� As diferentes concepções teóricas podem ser colocadas em um continuum que vai desde o paradigma mecanicista do paradigma cognitivo.� Paradigma mecanicista:- a motivação depende de estímulos ambientais.

� Paradigma cognitivista:- a motivação depende do processamento cognitivo das diferentes situações e da acção sobre elas.


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� Outras abordagens gerais de motivação:- a perspectiva humanística e da aprendizagem social.� Perspectiva humanística:- Enfatiza as fontes intrínsecas de motivação (necessidades de auto-realização, tendência à actualização ou auto-determinação.)

� Perspectiva da aprendizagem social:-motivação como o produto de duas forças: a expectativa do indivíduo alcançar um objectivo e o valor atribuído a esse objectivo.


Mecanicista Humanista CognitivistaAprendizagem

Social

Origem da motivação

Reforços

extrínsecos

Reforços

intrínsecos

Reforços

extrínsecos

Reforços

extrínsecos e

intrínsecos

Influências importantes

Reforços,

recompensas,

incentivos e

punições

Necessidade de

auto-estima,

auto-realização e

auto-determinação

Crenças,

atribuições

de êxitos e

fracassos,

expectativas

Valor das metas,

expectativa de

alcançar as

metas.

Teóricos chave

Skinner Maslow

Deci

Weiner

Covington

Bandura


Apresentação comparativa dos vários paradigmas teóricos no estudo da motivaçãoWoolfolk (2000).

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� TEORIA DA NECESSIDADE REALIZAÇÃO(Need for achievement – N-Ach)Adler (1924), (Murray, 1938) Atkinson (1957) e McClelland (1961)� Necessidade de realização (N-Ach)McClelland:� desejo da pessoa em atingir objectivos que representem desafios em fazer melhor e mais eficientemente;

� depende de um impulso interno para a acção (motivação intrínseca) e a pressão exercida pelas expectativas dos outros (motivação extrínseca).


� Necessidade de evitar fracassoAtkinson (1964):� está relacionada com a dificuldade das tarefas que as pessoas escolhem: � Pessoas com baixo N-Ach tendem a escolher tarefas muito fáceis (minimizar o risco de falha), ou tarefas muito difíceis, (insucesso não é embaraçoso).

� Pessoas com alto N-Ach tendem a escolher tarefas moderadamente difíceis - são um desafio, mas alcançáveis.

� Pessoas com alto N-Ach tendem a buscar desafios e um alto grau de independência - reconhecimento das suas realizações.


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� Fontes alto N-Ach:1.Pais que incentivaram a independência

na infância;2.Elogios e recompensas pelo sucesso;3.Associação da realização com

sentimentos positivos;4.Associação do sucesso com a própria

competência e esforço, não com a sorte;

5.Um desejo de ser desafiado ou eficaz;6.Força intrapessoal7.Conveniência;8.Viabilidade9.Aptidões de definição de objectivos.


� Características e atitudes de pessoas motivadas pela realização (McClelland):� Características:

� O sucesso é mais importante que a recompensa material ou financeira;

� Atingir o objectivo ou realizar a tarefa dá maior satisfação pessoal do que receber elogios ou reconhecimento;

� Recompensa financeira é considerada como uma medida de sucesso, não um fim em si mesmo;

� Nem a segurança nem o estatuto são os principais motivadores;


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� Feedback é essencial porque permite uma avaliação do sucesso, não por motivos de elogios ou reconhecimento;

� As pessoas motivadas para a realização buscam constantemente melhorias e maneiras melhores de fazer as coisas.



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� TEORIA DA ATRIBUIÇÃO: Weiner (1992).

� Factores responsáveis pela qualidade da motivação:- processos cognitivos e não uma antecipação emocional;

� Atribuição causal:- forma como o atleta interpreta os resultados do desempenho (éxitos e fracassos) – seue dos outros.


Interna Externa

EstávelAptidão/ capacidade

Dificuldade da tarefa

Instável Esforço Sorte

LOCUS DE

CONTROLEESTABILIDADE GRAU DE CONTROLE EXEMPLOS

Interno

Estável

ControlávelNão treinar o suficiente

IncontrolávelAptidão/capacidade

InstávelControlável

Faltar à competição

Incontrolável Lesão

Externo

Estável

ControlávelOpção do treinador

IncontrolávelValor do adversário

InstávelControlável

Acção de um companheiro

Incontrolável Azar


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� O tipo de atribuição do resultado da acção vai influenciar:� o desempenho:

� as expectativas de sucesso ou fracasso para treinos ou competições futuras;

� o esforço necessário para a realização e sucesso.


� Os treinadores e psicólogos do desporto devem ajudar os atletas a:� fazerem esta «análise» adequadamente -uma avaliação realista do que aconteceu – educação atribucional;

� realizarem as adaptações necessárias no seguimento de atribuições realistas.


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� TEORIA SOCIOCOGNITIVA(Bandura, 1986)

� Baseia-se nas expectativas e valorizações que o indivíduo atribui a diferentes objectivos e actividades;

� Centra a sua atenção na aprendizagem observacional;

� No âmbito desportivo, deu origem a uma série de teorias parcelares:


� Teoria da auto-eficácia(Bandura, 1977):� Descreve a influência que os julgamentos do indivíduo sobre a sua capacidade têm na motivação e no comportamento.� Expectativas de auto-eficácia:- capacidade percebida para executar com êxito uma determinada acção;

� Expectativas de resultado:- probabilidade percebida de que um comportamento produzirá um resultado específico.


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� Os atletas com maior auto-eficácia percebida:� têm maior resistência ao fracasso;

� usam todos os esforços para atingir seus objectivos;

� controlam melhor a sua motivação.

� Wells et al (1993) mostraram que a manipulação experimental da auto-eficácia percebida influenciava o desempenho;

� O efeito da auto-eficácia percebida em competição depende da preparação do atleta e nível dos competidores.


� Teoria da competência percebida (White, 1959)

� Baseada na noção de que os atletas são motivadas pela necessidade de serem eficazes no seu ambiente (sentimento de competência);

� A percepção da competência varia e depende de fatores físicos, sociais e cognitivos que servem para discernir qual a razão que faz com que um atleta permaneça na atividade.


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� Teoria da perspectiva de metas (Castillo, Balaguer y Duda, 2000):� Baseia-se na existência de duas metas de realização: - mestria (tarefa)- competitividade (ego)que reflectem o critério pelo qual os atletas:� avaliam a sua competência

� definem subjectivamente o êxito ou o fracasso nesse contexto de realização(desporto).


� TEORIA DA ASSOCIAÇÃO COGNITIVA:(Dosil, 2004)

� A motivação é produto da interacção entre o desportista e o ambiente;

� o atleta faz uma série de associações cognitivas que dependem de vários factores (individuais, sociais, culturais ou ambientais), fazendo que uma situação seja percebida como positiva ou negativa (quando é conhecida) ou neutra (quando é nova).


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� Situações com mais peso dos aspectos positivos – mais motivadoras;

� Situações com mais peso dos aspectos negativos – mais desmotivadoras.



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AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO PARA A ACTIVIDADE FÍSICA E DESPORTIVA



FUNÇÃO E IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO EM ACTIVIDADE FÍSICA E DESPORTO� Objectivo da avaliação:

� Controle da motivação;� Provura de estabilidade ao longo do tempo.

� Métodos de avaliação:� Observação directa dos atletas:-realizada por psicólogos ou treinadores em situações de treino e competição;

� Entrevista:- realizada por psicólogos ou treinadores a atletas e pessoas relevantes.


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� Escalas de Avaliação, Questionários:Cinco das mais importantes Escartí & Cervelló (1994:� Escala de Orientação para o Sucesso (Achievement orientation inventory, AOI) de Ewin, 1961:- Mede a orientação:� para a capacidade desportiva (desejo de manter a sensação de possuir capacidade para executar a actividade);

� em direcção à tarefa (disponibilidade do atleta para se concentrar mais na realização do que no resultado);

� no sentido da aprovação social (mede a necessidade de aprovação dos atletas).


� Escala de Orientação para a Competição (Competitive orientation Inventory, COI) de Vealey (1986):- mede a orientação para:� a execução (o objectivo do atleta é realizar correctamente o exercício) e voltada para

� os resultados (a meta do atleta concentra-se no resultado).


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� Questionário de Orientação no Desporto (Sport Orientation Questionnaire, SOQ) Gill e Ofether (1988): avalia a:� competitividade (desejo de alcançar o sucesso no desporto através do trabalho e o domínio de capacidades);

� triunfo (desejo de vencer a competição);

� orientação para o objectivo (o desejo de alcançar objectivos pessoais no desporto).


� Questionário de Orientação para a Tarefa e para o Ego (Task and Ego Orientation in Sport Questionnaire, TEOSQ) de Duda y Nicholls (1989):-Mede a orientação:� para a tarefa (comparação da competência com os outros);

� para o ego (no sentido do auto-aperfeiçoamento sem se comparar com os outros).


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� Questionário de Percepção do Êxito(Perception of Success Questionnaire, POSQ) de Roberts y Balagué (1989):-mede:� a competividade (atletas que associam o sucesso com ser melhor do que outros);

� a mestria (atletas que associam o sucesso com a melhoria a um nível pessoal).


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