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FACULDADE DE TECNOLOGIA EM SAUDE – CIEPH
ILMA DE JESUS DE CARVALHO
ACUPUNTURA NO ALÍVIO DA DOR DA HÉRNIA DE DISCO NA REGIÃO
LOMBAR
FLORIANÓPOLIS-SC
2016
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ILMA DE JESUS DE CARVALHO
ACUPUNTURA NO ALÍVIO DA DOR DA HÉRNIA DE DISCO NA REGIÃO
LOMBAR
Artigo apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Acupuntura Oriental da Faculdade de Tecnologia em saúde – CIEPH. Orientador: Prof. Esp. Marcelo Fabián Oliva.
FLORIANÓPOLIS-SC
2016
FACULDADE DE TECNOLOGIA EM SAUDE – CIEPH
ESPECIALIZAÇÃO EM ACUPUNTURA
ILMA DE JESUS DE CARVALHO
ACUPUNTURA NO ALÍVIO DA DOR DA HÉRNIA DE DISCO
Esse artigo apresentado como trabalho de conclusão de curso foi analisado pelos
professores e julgado e aprovado para obtenção do grau de Especialista em
Acupuntura.
Florianópolis, 15 Julho de 2016
_____________________________________________
Prof. Marcelo Fabián Oliva, Esp.
Presidente da banca
____________________________________________
Profª.Luisa Regina PericoloErwig, Mest.
Banca
____________________________________________
Profª. Thais Habkost Machado, Esp.
Banca
DE CARVALHO, Ilma de Jesus. Acupuntura no alívio da dor da hérnia de disco na região lombar. 2016. 21 p. Artigo Científico – Curso de Especialização em Acupuntura,
CIEPH. Florianópolis, 2016. RESUMO
Através de uma revisão literária específica, este artigo objetiva apresentar a eficácia da Acupuntura no alívio da dor da hérnia de disco na região lombar, como um método terapêutico adequado, complementar e sem efeitos colaterais. A hérnia de disco uma das afecções mais presentes e comuns em grande parte da sociedade, ocasionadas devido às atividades da vida diária. Desta forma, buscou-se através deste estudo compreender os fundamentos da Medicina Tradicional Chinesa, associando a origem e causa da dor na coluna lombar. Para tanto, foi feita uma abordagem sobre a dor na visão oriental e o seu tratamento com a atuação da Acupuntura, objetivando alcançar a harmonia, restabelecendo o equilíbrio através desta terapia. A coleta das informações ocorreu ao longo do curso, nas bases de dados SCIELO, GOOGLE e utilizando como principal referencial teórico a literatura clássica da Medicina Tradicional Chinesa. A partir dessa pesquisa buscou-se evidenciar uma forma de aliviar a dor causada pela hérnia de disco através do tratamento com Acupuntura, sendo este, um recurso terapêutico significativo de acordo com o quadro do paciente, diagnosticado através da anamnese. Atuando numa visão holística na promoção da saúde e bem-estar do indivíduo, oferecendo um equilíbrio para o paciente e melhor qualidade de vida. Palavras Chaves: Hérnia de Disco; Alívio da dor; Acupuntura. ABSTRACT
Through a specific literary review, this article aims to present the efficacy of Acupuncture in relieving the herniated disc pain in the lumbar region, as a suitable therapeutic method, complementary and without side effects. Herniated disc is one of the most present and common affections in much of society, occasioned by the activities of daily living. In this way, we tried to understand the fundamentals of Traditional Chinese Medicine, associating the origin and cause of pain in the lumbar spine. To do so, an approach was taken on pain in Eastern vision and its treatment with acupuncture, aiming to achieve harmony, reestablishing the balance through this therapy. The information collection took place throughout the course, in the databases SCIELO, GOOGLE and using as main theoretical reference the classic literature of Traditional Chinese Medicine. From this research, we sought to highlight a way to relieve the pain caused by herniated disc through Acupuncture treatment, which is a significant therapeutic resource according to the patient's condition, diagnosed through anamnesis. Acting on a holistic vision in the promotion of the health and well-being of the individual, offering a balance for the patient and better quality of life. Key words: Herniated Disc; Pain Relief; Acupuncture.
SUMÁRIO
Sumário 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 5
2. ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA DOR ................................................................ 5
3. FUNDAMENTOS DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC) ................... 7
4. ACUPUNTURA – PRINCÍPIOS DE TRATAMENTO ............................................ 8
5. RELAÇÕES DA COLUNA VERTEBRAL COM OS ÓRGÃOS ZANG-FU E OS
CANAIS/ MERIDIANOS ............................................................................................ 10
6. A HÉRNIA DE DISCO ........................................................................................ 11
7. FUNÇÕES DO RIM COMO ALICERCE PARA O TRATAMENTO .................... 13
8. ASPECTOS DA DOR NA REGIÃO LOMBAR SEGUNDO A MEDICINA
OCIDENTAL ............................................................................................................. 14
9. LOMBOCIATALGIA ASSOCIADO A HÉRINIA DE DISCO ............................... 16
10. CANAIS E PONTOS DE ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA HÉRNIA DE
DISCO ....................................................................................................................... 16
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 20
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 21
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1. INTRODUÇÃO
Na Medicina Tradicional Chinesa a dor é compreendida como consequência
de interrupção de processos biológicos. A normalidade desses processos depende
de usas substâncias (concepção fisiológicas) Qi e sangue, fundamentais para as
operações do organismo, e a dor sinaliza a sua disfunção.
A região das costa é um local de tensão ocasionando dores por diversos
fatores, entre eles: psicogênicos, tensão e fadiga muscular, desalinhamento da
coluna, hipertrofia e atrofia muscular, problemas circulatórios. Além de patologias ou
grave disfunção de um órgão visceral que podem causar dor e espasmos
musculares na região da coluna vertebral.
A Acupuntura oferece benefícios para pessoas que sofrem de lombalgia e
hérnia de disco. Estas duas condições provocam muita dor, dificuldade de
mobilização e impossibilitam a realização de tarefas simples do dia a dia. Através da
acupuntura a energia do corpo se mantém em equilíbrio e ocorre a consequência
redução da dor e mais qualidade de vida.
O objetivo da Medicina Chinesa é encontrar a harmonia do indivíduo, não
isolando apenas um agente da doença, mas sim procurar um padrão de desarmonia
e o tratar, além de preservar sua saúde também a completa (ROSS, 1994).
Neste sentido, o presente artigo tem como objetivo enfatizar a eficácia do no
tratamento da hérnia de disco proporcionando o equilíbrio e harmonia do corpo,
baseado nos fundamentos da Medicina Tradicional Chinesa por meio da
Acupuntura. Espera-se que esse estudo possa contribuir com o reconhecimento da
acupuntura oriental como um recurso terapêutico eficaz no tratamento da dor
relacionada à hérnia de disco e outras patologias.
2. ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA DOR
O alívio da dor é uma preocupação inerente ao ser humano, de modo que ao
longo história é possível observar a busca da compreensão desta sensação
desagradável, porém necessária para o funcionamento do organismo. Atuando
como um mecanismo de defesa com a função de alerta do perigo. Contudo, a dor é
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importante, mas causa sofrimento provocando sensações que variam em termos de
qualidade, e podem ter efeitos sérios no bem estar físico e emocional do indivíduo.
Marques (2011) relata que a Associação Internacional para o Estudo da Dor
(IASP, International Association for the Study of Pain), conceitua dor como sendo
“uma experiência sensitiva e emocional desagradável, associada a uma lesão
tecidual atual, potencial, ou descrita em termos de tal lesão”.
De acordo com a abordagem da Medicina Tradicional Chinesa, Maciocia
(2007, p.264) ressalta:
A dor pode ser causada pelas condições de Excesso ou Deficiência. O caráter de Excesso ou de Deficiência da dor sempre deveria ser averiguado, especialmente em relação à dor experimentada na cabeça, no tórax ou no abdome. Como regra geral e segura, a dor de uma condição de Excesso é mais intensa e mais aguda que a de uma condição de Deficiência, a qual tende a ser surda e muito menos intensa.
Conforme Pérez (2010, p.68), “Qi e Xue são componentes do Tao Vital,
Yang é energia, Yin é Sangue. A energia é essencial, e o Sangue é componente do
resultado de todas as funções bioquímicas provocadas sob a influência dela”.
Maciocia (2007), relaciona a Etiologia e patologia da dor as seguintes
condições abaixo:
A dor pode ser decorrente das seguintes condições de Excesso:
- invasão de fatores patogênicos exteriores;
- Frio ou Calor interior;
- estagnação de Qi ou Sangue;
- retenção de alimento;
- obstrução pela Fleuma;
Em todas essas condições, a patologia da dor é a mesma; quer dizer, as
condições anteriores causam uma obstrução do Qi nos canais e,
consequentemente, dor.
A dor também pode ser decorrente das seguintes condições de Deficiência:
- deficiência de Qi e Sangue;
- consumo dos Fluidos Corpóreos decorrentes de deficiência de Yin.
A acupuntura pode melhorar a dor no local e, consequentemente, a
qualidade de vida; pois ela é realizada seguindo os princípios da medicina tradicional
chinesa pode melhorar a dor e os demais sintomas, já a aplicação respeita a
localização de pontos e meridianos (Raymond, 2008).
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3. FUNDAMENTOS DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC)
A Medicina Tradicional Chinesa (MTC), tem como princípios importantes a
Teoria do Yin-Yang, dos Cinco Elementos, dos órgãos Zang-Fu (vísceras), técnicas
diagnósticas, oito princípios diagnósticos, regras gerais do tratamento e métodos
terapêuticos, que são bases da Acupuntura.
Segundo Maciocia (2007, p. 3), “o conceito de Yin-Yang é provavelmente o
importante e distintivo da teoria da medicina chinesa. É possível dizer que toda a
fisiologia, a patologia e o tratamento da medicina chinesa podem, às vezes, ser
reduzido ao Yin-Yang.
Na Medicina Tradicional Chinesa o conceito de saúde e doença vem do
princípio de equilíbrio entre Yin e Yang, a aplicação da acupuntura estimula a
energia contida nos meridianos do paciente, esse estímulo vai equilibrar o fluxo de
Qi. Ao restabelecer o equilíbrio entre o Yin e o Yang e promover a livre circulação do
Qi fatores patológicos somem. (SILVA, 2011).
A MTC considera a função do corpo e da mente como resultado da interação
de determinadas substâncias vitais. Essas substâncias manifestam-se em vários
níveis de “substancialidade”, de maneira que algumas delas são muito rarefeitas e
outras totalmente imateriais. O corpo e a mente não são vistos como um
mecanismo, mas como um círculo de energia e substâncias vitais interagindo uns
com ou outros para formar o organismo. (MACIOCIA, 2007, p. 34).
A base de tudo é o Qi: todas as outras substâncias vitais são manifestações
do Qi em vários graus de materialidade, variando completamente material, tal como
fluidos corpóreos (Jin Ye), para o totalmente imaterial, tal como a Mente (She). O Qi
dos seres humanos é resultado da interação do Qi do Céu e da Terra, havendo
assim interação entre o Qi dos seres humanos e as forças naturais. (MACIOCIA,
2007, p. 36).
A expressão “ponto de acupuntura” em chinês significa um pequeno buraco
para Qi. Centenas de pontos de acupuntura estendem-se ao longo do curso dos
Canais e ajudam a transmitir Qi e Sangue pelos mesmos. Estreitamente
relacionados com as Vísceras e com todas as partes do corpo, eles refletem
alterações fisiológicas, e patológicas no corpo. (MACIOCIA, 2007, p. 63).
Para Marques (2009) o ser humano é constituído de energia (Yang) e
matéria (Yin), em que a energia irá formar o corpo energético e a matéria formará o
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corpo material; esses dois níveis devem estar em harmonia para que o indivíduo
possa estar em equilíbrio. Sempre lembrando que o equilíbrio se dá pela razão
direta da harmonia existente entre o Yin e o Yang de cada um.
Segundo Souza (2005), a energia yang desce do céu para a Terra e se
desenvolve em energia yin, que retorna ao céu e se transforma em yang. Desta
forma, há constantes interações e mudanças de uma energia que se manifesta por
meio de duas polaridades (yin-yang).
Compreender as propriedades yin e yang das várias partes da estrutura
corporal. Por exemplo, a parte superior do corpo pertence ao yang, enquanto a
inferior, ao yin; as costas pertencem ao yang, enquanto o abdômen, ao yin; a parte
externa pertence ao yang, enquanto a interna, ao yin; os órgãos Fu pertencem ao
yang, enquanto os órgãos Zang, ao yin, etc. (YICHENG; JIAN, 2010, p. 30).
4. ACUPUNTURA – PRINCÍPIOS DE TRATAMENTO
A acupuntura é uma técnica milenar, que surgiu a aproximadamente a 5 mil
anos na qual consiste em tratar o equilíbrio do fluxo energético dentro de canais
(meridianos) que circulam pelo corpo humano. Na medida em que a dor é provocada
especialmente por bloqueio deste fluxo energético.
A acupuntura tem se revelado de grande valia no Mundo Ocidental,
mostrando-se bastante eficaz e apresentando resultados expressivos destaca-se
como uma opção de tratamento de diversas patologias (NEVES, 2012).
Segundo Yamamura (2001), a acupuntura, o recurso terapêutico mais
conhecido da medicina tradicional chinesa no ocidente, é o meio pelo qual, mediante
inserção de agulhas, são feitos a introdução, a mobilização, a circulação e o
desbloqueio da energia, além da retirada das energias turvas (Perversas),
promovendo a harmonização, o fortalecimento dos órgãos, das vísceras e do corpo.
Na Medicina Oriental, é importante a preparação de um projeto de ação
terapêutica coerente. A avaliação rigorosa das manifestações clínicas e das
condições do paciente, assim como, das necessidades terapêuticas em determinado
momento da enfermidade, fundamentam-se nos princípios de tratamento, que
devem seguir a ordem lógica e objetiva.
Segundo Bastos (2000, p. 389):
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Os princípios de tratamentos, na Medicina Oriental, levam em conta os seguintes aspectos: Conhecimento da “Raiz” (Ben, em chinês) e dos “Ramos” (manifestação) (Biao em chinês). Conhecimento do Qi correto (vertical) e os fatores patogênicos. Conhecimento de quando tonificar e quando sedar. Conhecimento da constituição do paciente.
A identificação da raiz, viabiliza a compreensão e a diferenciação das várias
manifestações clínicas com o propósito do diagnóstico do padrão sindrômico e a
indicação terapêutica de acordo como o estado do paciente e a natureza da
enfermidade. É fundamental localizar as manifestações clínicas da raiz para tratar a
doença. Como a raiz é primária, o tratamento das manifestações clínicas é
geralmente efetuado através do tratamento da raiz, sendo a raiz primária, seu
tratamento é prioritário, entretanto, sob certas circunstâncias específicas, os ramos
podem se tornar o primeiro tratamento, embora a finalidade maior seja sempre tratar
a raiz. (BASTOS, 2000).
De acordo com a Medicina Oriental, a constituição é formada por três fatores
que são: Essência (Jing), Qi e Mente (Shen). A essência é o fundamento do Qi e da
mente e se ela, por herança, for consistente e forte, o indivíduo poderá uma vida
saudável, tanto física quanto psíquica, se este, por sua vez, não sofrer interferências
de outros fatores que possam debilitar sua saúde. Estes três fatores têm relação
com órgãos: a essência com o rim, a mente com o coração e o Qi com o pulmão.
Na Medicina Oriental é mais importante a identificação dos Padrões
Sindrômicos de Desarmonia do que simplesmente com uma causa isolada.
Segundo Bastos (2000, p. 391):
A identificação do padrão sindrômico de desarmonia, não envolve apenas o diagnóstico, mas também, a patologia e o tratamento. Esta identificação permite reconhecer a natureza da enfermidade, o princípio de tratamento e até o prognóstico, o que significa que é importante compreendermos a origem e os diferentes aspectos da interação dos padrões de desarmonia.
Sinais e sintomas, na Medicina Oriental, têm significados diferentes em
relação à Medicina Oriental. As manifestações clínicas são muito valorizadas e
envolvem aspectos sem relevância na Medicina Ocidental, como, por exemplo,
aspectos fisionômicos, condutas psicoemocionais, expressão do olhar, insegurança
nas decisões, ausência de sede ou de desejos específicos, sem significância na
Medicina Ocidental.
A Medicina Tradicional Chinesa nos diz que há Seis Males ou fatores
patogênicos externos, podem romper o fluxo Qi-sangue. São eles Vento, Frio, Calor
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do Verão, Umidade, Secura e Fogo. Normalmente, nossos corpos são capazes de
se adaptar a pequenas alterações desses fatores. Se houver, porém, excesso ou
escassez em um ou mais fatores, poderá ocorrer distúrbio ou estagnação de Qi.
5. RELAÇÕES DA COLUNA VERTEBRAL COM OS ÓRGÃOS ZANG-FU E OS
CANAIS/ MERIDIANOS
A MTC sustenta que existe um sistema de canais/ meridianos dentro do
corpo humano. O sistema de meridianos conecta-se com vários tecidos, órgãos
Zang-Fu e outros órgãos, uns aos outros, fazendo do corpo humano um organismo
integral.
Segundo a teoria da Medicina Tradicional Chinesa, os meridianos, que forma
traduzidos do termo Jing (que significa via de transporte), formam um sistema que
abrange todo corpo e ligam-se uns aos outros em sequência. Eles estabelecem
conexões e comunicações entre órgãos e vísceras (Zang-Fu), pele, membros e
orifícios, e assim permitem a integração de diferentes partes do corpo de forma a
manter uma condição harmoniosa no organismo. (WEN, 1985, p. 33).
Visto que os meridianos estão distribuídos por todo o corpo, formando uma
rede interligada através da qual várias partes do corpo estão estreitamente
relacionadas, a teoria dos meridianos pode servir como um princípio geral para
estudar e explicar a fisiologia e a patologia, bem como a relação entre os órgãos
Zang-Fu e outros órgãos e tecidos.
As costas pertencem ao yang. O coração e pulmão estão situados
anteriormente às costas. A região lombar é a sede do rim Há também outros órgãos
Zang-Fu anteriormente à parte inferior das costas. A cintura é o pivô do tronco.
Doenças dos órgãos Zang-Fu frequentemente causam dor desconforto na cintura e
nas costas. (YICHENG; JIAN, 2010, p. 35).
O sistema de meridianos pode ser dividido em duas categorias principais:
meridianos e colaterais. Os meridianos são os troncos principais que correm
verticalmente e têm cursos e nomes definidos. Eles são o corpo principal do sistema
de meridianos. Os meridianos conectam-se com os membros na parte externa, e
correm para dentro e se conectam com os órgãos Zang-Fu no interior. (YICHENG;
JIAN, 2010, p. 52).
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A teoria dos meridianos formou-se gradualmente na prática médica dos
antigos chineses em sua longa luta contra as doença. Atualmente, tem-se que:
[...] o sistema de meridianos tal como se estuda hoje é constituído por um conjunto de estruturas com funções específicas: doze meridianos principais, oito meridianos extraordinários, doze meridianos distintos, quinze meridianos colaterais, doze meridianos tendinomusculares e doze zonas cutâneas. Afirma ainda que a finalidade deste complexo sistema é promover a relação entre as substâncias vitais (ch'i, xue, jing ye, Jing e Shen) e os órgãos e vísceras (zang fu). (JACQUES, 2005, p.56).
Os canais conectados com as costas e cintura são: o Meridiano do Intestino
Grosso do Yangming da Mão, Meridiano do Intestino Delgado do Taiyang da Mão,
Meridiano da Bexiga do Taiyang do Pé, Meridiano do Rim do Shaoyin do Pé,
Meridiano do Triplo Energizador do Shaoyang da Mão, Meridiano da Vesícula Biliar
do Shaoyang do Pé, Vaso Governandor, Vaso Concepção, Vaso do Trânsito, Vaso
em Cinto, Meridiano do Ramo do Taiyang do Pé, Meridiano do Ramo do Shaoying
do Pé, Meridiano do Colateral do Vaso Governador, Meridiano Miofascial do Taiyang
do Pé, Meridiano Miofascial do Taiyang da Mão e Meridiano Miofascial do Yangming
da Mão. (YICHENG; JIAN, 2010, p. 35).
De acordo com Yicheng e Jian (2010, p. 71):
[...] O movimento do qi do meridiano manifesta-se pelas funções de condução e transporte dos meridianos. Os locais onde o qi do meridiano transfere-se e ganha a superfície do corpo são os pontos nos quais a massagem é administrada. Esses locais são geralmente chamados de acupontos. Eles são os pontos reativos (áreas) dos transtornos dos órgãos Zang-Fu sobre a superfície corporal através dos meridianos, e ao mesmo tempo são os locais para diagnóstico, acupuntura-moxabustão e massoterapia.
6. A HÉRNIA DE DISCO
A hérnia de disco consiste no rompimento do anel fibroso, podendo ser
extrusa, protusa ou sequestrada. Seu sintoma geralmente é uma dor aguda na
coluna lombar que se irradia até o pé, outros sintomas como a falta de força e o
formigamento também estão presentes. Esses sintomas são característicos da
lombociatalgia, já que a dor é ao longo do nervo ciático. Esses sinais podem afetar
jovens entre 20 a 25 anos e também adultos entre 35 a 55 anos. Os homens
geralmente estão entre os mais acometidos, devido a esforços repetitivos, trabalhos
que exigem um grau de força maior, entre outros. A localização da hérnia
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geralmente ocorre em L4-L5 e L5-S1, podendo ocorrer também em outras regiões
da coluna vertebral (BARBOSA, 2004).
Os discos agem como amortecedor. São eles que permitem a flexibilidade
da coluna e absorvem os choques desses movimentos de flexibilidade. Alguns
fatores, como: idade, sobrecarga axial, alterações, degenerativas, fadiga por carga
de trabalho, ruptura traumática, efeito na biomecânica vertebral, entre outros são
itens que predispõem-se para surgimento de hérnia de disco.
Para Williams; Wilkins (2005), o disco intervertebral constitui-se do núcleo
pulposo, no qual retém as cargas e pressões e do anel fibroso, este, pode-se romper
devido a uma torção por esforço físico, acarretando assim uma herniação do núcleo
pulposo para dentro do canal vertebral.
Com a herniação o disco irá comprimir a raiz nervosa espinal ou a medula,
acarretando em dor nas costas e outros sinais de incômodo de raiz nervosa, a perda
sensorial, motora e dor serão uma consequência. A herniação ocorre em três
etapas:
Protusão: o núcleo pulposo pressiona contra o anel fibroso;
Extrusão: o núcleo pulposo sobre abaulamento, forçando o anel fibroso,
acionando contra a raiz nervosa;
Sequestro: o anel fibroso cede lugar conforme o núcleo do disco se rompe e
pressiona contra a raiz nervosa.
Sinais e Sintomas: mais comumente a dor lombar que segue para as
nádegas, pernas e pés é o achado mais importante. Já quando a hérnia provém de
um trauma, a dor súbita ocorrerá podendo desaparecer em alguns dias e
posteriormente retornar em curtos intervalos. Tem-se a dor ciática, na qual refere-se
dor nas nádegas. Existe uma manobra, chamada de Manobra de Valsava, caso
venha a ser positiva irá intensificar a dor, na qual acompanha-se por espasmos
musculares. A herniação discal pode sugerir a perda sensorial e motora na região
inervada pela raiz nervosa espinhal que está comprimida, posteriormente segue-se a
atrofia de membros inferiores.
As complicações mais comuns podem incluir:
Déficits neurológicos (mais comuns);
Problemas intestinais e vesicais (nas herniações lombares) (Williams;
Wilkins, 2005).
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7. FUNÇÕES DO RIM COMO ALICERCE PARA O TRATAMENTO
Na Medicina Tradicional Chinesa, a maioria das doenças possuem tanto um
excesso como algumas deficiência, por exemplo da dor e a inflamação causada pela
hérnia de disco pode ser considerada uma síndrome de excesso de sangue e Qi
estagnado. Qi estagnado refere-se a um bloqueio do Qi, ou energia, que dificulta
esse fluxo, e pode ocasionar em uma deficiência no rim. Portanto, geralmente o
tratamento consiste em uma abordagem para lidar as duas frentes e com ambos
aspectos.
Segundo Maciocia (2007, p. 126):
O Rim é frequentemente referido como a “Raiz da Vida” ou “Raiz do Qi pré-Celestial”. Isso ocorre porque ele armazena a Essência que, em sua forma pré-Celestial, é derivada dos pais e estabelecida na concepção; tal Essência determina nossa constituição básica, dessa maneira, a descrição do Rim como a “Raiz da Vida”. Porque armazena a Essência, a primeira função do Rim é governar o nascimento, o crescimento, a reprodução e o desenvolvimento. Entre outas funções, ele também produz a Medula, abastece o cérebro, controla os ossos, abriga a Força de Vontade (Zhi) e controla a Porta de Vida (Fogo Ministro).
De acordo com o autor, o Rim apresenta um aspecto Yin e outro Yang.
Esses dois aspectos adquirem um significado diferente para o Rim, pois isso é o
alicerce do Yin e do Yang para todos os outros órgãos. Por esta razão, o Yin e o
Yang do Rim também são chamados, respectivamente, de “Yin Primário” e “Yang
Primário”. Sendo assim, poderíamos considerar o Yin do Rim como um alicerce para
todas as energias Yin contidas no organismo, especialmente àquelas pertencentes
ao Fígado, Coração e Pulmão; sendo o Yang do Rim o alicerce para todas as
energias Yang no organismo, em particular àquelas do Baço, Pulmão e Coração
(MACIOCIA, 2007)
A função dos rins como regulador do metabolismo da água na prática da
Medicina Tradicional Chinesa se relaciona intimamente com sua função na visão da
medicina ocidental, mas sua influência tem um alcance muito maior. Os rins são o
local de armazenamento da essência vital (jing), uma substância sutil responsável
pelo crescimento, desenvolvimento, reprodução e fertilidade.
Os rins também são considerados, por filtrarem todos os líquidos corporais,
a fonte de energia yin e yang para todos os outros órgãos. Assim, uma disfunção
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crônica nas funções renais pode potencialmente afetar qualquer outra parte do
organismo.
Os rins são a fonte do Qi pré-natal, que é herdado dos pais e interpretado
como a constituição inata de uma pessoa. Em última análise, a saúde e força dos
rins é o fator determinante mais importante na vitalidade duradoura de uma pessoa e
em sua longevidade. Os sintomas de desequilíbrio nos rins incluem dores lombares,
infertilidade, impotência ou desejo sexual excessivo, problemas urinários, fragilidade
de ossos e dentes, zumbido ou surdez, edema ou asma.
De acordo com o estudo abordado nessa pesquisa, observou-se a função do
Rim em produzir Medula, abastecer o cérebro e controlar ossos. Neste sentido,
Maciocia (2007), relata que a influência do Rim na Medula é também derivada da
Essência. A Essência é o alicerce orgânico para a produção de Medula. A “Medula”
(Sui) não apresenta nenhuma correspondência com a medula óssea da medicina
ocidental; na medicina chinesa, ela é uma substância que é matriz comum dos
ossos, da medula óssea, do cérebro e da espinha dorsal.
Neste sentido o autor considera a Essência do Rim produz a Medula, que
gera a coluna espinal e abastece o cérebro. A Medula também é a base para a
formação da medula óssea que nutre os ossos. Assim, o Rim governa a medula
óssea e os ossos.
8. ASPECTOS DA DOR NA REGIÃO LOMBAR SEGUNDO A MEDICINA
OCIDENTAL
Do ponto de vista da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) existem 3 tipos
bem comuns de condições patológica na qual deixa o rim mais deficiente, são elas:
a retenção do frio e umidade, a estagnação do Qi e do sangue devido ao esforço
excessivo e a deficiência do rim. Quando acontece uma retenção por frio poderá
ocasionar uma rigidez e contração dos músculos da coluna vertebral que agrava
com o repouso e melhora com o movimento, porém se houver o acúmulo de
umidade o paciente geralmente ira sentir inchaço, formigamento e sensação de
peso. Quando houver esses dois fatores, a dor na região lombar se constitui em
forma de síndrome da obstrução dolorosa. Algumas vezes a patologia encontra-se
mais severa pela estagnação de Qi e sangue, logo a dor é mais forte e tem como
característica uma dor “em facada”, que piora com o repouso e melhora com o
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exercício moderado. É possível observar certa limitação de movimento em flexão,
extensão, rotação, latero-lateralização da coluna por conta de uma tensão muscular
e uma rigidez acentuada.
Uma interação no conjunto das patologias citadas acima leva a uma
deficiência do rim e o indivíduo logo apresentará dores crônicas nas quais surgem
em crises que melhoram com o repouso e pioram com o esforço, diferentemente das
outras duas condições.
No caso em que ocorram invasões repetidas de frio-umidade no organismo
humano, isto faz com que haja retenção dessa interação nos músculos,
consequentemente enfraquece os rins, já que a umidade-frio interfere na
transformação da água do rim, gerando deficiência do órgão. Por outro lado, pode
também obstruir a circulação de Qi e sangue na região, causando estagnação dos 8
mesmos. O acometimento por energias excessivas, geralmente frio, umidade e
vento, determinam o início do processo de adoecimento da região cervical,
iniciando-se por desequilíbrio muscular paravertebral dessa região, deflagrando-se
algias que em geral se manifestam por contraturas musculares (MACIOCIA, 2007).
Segundo Maciocia (2007), a região da lombar é energizada pelo Shen dos
rins, pela bexiga, pelo vaso governador (du mai) e pelos pontos shu do dorso dos
órgãos e vísceras, já o fígado é responsável por fornecer suprimento aos
ligamentos, nervos e cápsulas articulares. Por ser responsável pela energização da
lombar o shen dos rins é o órgão mais importante e solicitado do organismo, já que
ele é o órgão fonte, é o responsável pela energia ancestral e gerador do yang e yin
do nosso corpo. Logo uma dieta desregrada, o cansaço crônico, exposição ao frio e
umidade, emoções podem levar uma deficiência energética no Shen dos rins e de
seu acoplado (Bexiga), surgindo assim as dores lombares.
A deficiência de energia da bexiga, pode gerar uma estagnação de energia
(Qi) e sangue (Xue) na região lombar, por consequência o enfraquecimento dos
músculos paravertebrais com conseqüente desequilíbrio muscular, que
correspondem a fatores biomecânicos indutores de algias lombares. Contudo os
pontos Shu do dorso são as áreas onde se determinam as lesões degenerativas
mais graves pois estão relacionados a parte yang dos órgãos e vísceras acoplados a
região da lombar (YAMAMURA, 2001)
Para a Medicina Tradicional Chinesa, a cintura é considerada o ‘‘palácio do
rim’’, a região da lombar está intimamente ligada a este órgão. Em um sentido amplo
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as dores na coluna vertebral estão relacionadas a insuficiência energética de rim, a
estagnação de Qi e Xue e a invasão de frio ou umidade. Quando ocorre uma
insuficiência do Rim os sintomas tem como características: limitação da amplitude de
movimento e dor, na qual pode ou não estar associada a problemas emocionais. Já
a estagnação do Qi e do Xue refere-se a traumas externos, como torções, esforço
repetitivos, entre outros. As desordens mecânicas agridem os meridianos e os
músculos da região da coluna, não permitindo a passagem de Qi e Xue pelo
meridiano, então surgem as contraturas musculares, tensões, dores e limitações
funcionais (NEVES, 2012 ).
9. LOMBOCIATALGIA ASSOCIADO A HÉRINIA DE DISCO
A lombociatalgia é a lombalgia que apresenta um dor irradiada (parestesia)
para o membro inferior, algumas vezes nos segmentos dos trajetos dos meridianos.
Na medicina oriental, tanto a Lombalgia quanto a Lombociatalgia estão associadas à
Deficiência do Qi do Rim por obstrução na circulação de Qi e Sangue.
A Umidade e o Frio são os agentes mais comuns que agridem os
meridianos, levando à lombalgia e lombociatalgia.
De acordo com os sinais e sintomas a Lombociatalgia Tai Yang é a que se
associa com a hérnia de disco. Portanto, é prudente que o paciente se submeta a
exame neurológico para avaliar a presença de hérnia discal.
Segundo Bastos (2000, p. 465):
Esta Lombocialtalgia ocorre devido à invasão de Frio e Umidade no meridiano ou canal principal da Bexiga. As dores lombares se irradiam ao longo da coluna vertebral, da nuca até o cóccix, seguindo, também, o meridiano da Bexiga, no membro inferior, no trajeto do nervo ciático e desce para a região glútea, face posterior da coxa, joelho, perna, calcâneo e face lateral do pé até o 5° pododáctilo. As mudanças climáticas, o esforço físico e a fadiga são fatores que agravam o quadro. Contudo, os distúrbios do Intestino Delgado, associados a este quadro, provocam dores na área superior do sacro, podendo irradiar-se para o membro inferior no sendo do meridiano da Bexiga.
10. CANAIS E PONTOS DE ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA HÉRNIA DE
DISCO
Maciocia (2007), relaciona os pontos de canal de atuação da acupuntura e
suas respectivas funções:
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PONTOS DO CANAL DA BEXIGA tem como função: relação com todo
dorso, da região cervical a sacrococcigea -olhos, cabeça, fronte, alterações
urinarias, particularmente vesicais e com a mente.
B10: na nuca, lateralmente à borda lateral do m.trapézio, 1,3 cun lateral ao
ponto médio da linha posterior de inserção do cabelo. - Função: É ponto distante
para os casos de dor lombar. Relaxa os músculos, tendões e fortalece as costas.
B25: na região lombar, abaixo do processo espinhoso da 4º vértebra lombar,
1,5 cun lateral à linha média posterior. - Função: Indicado para queixas no trajeto do
meridiano. Regula o fluxo livre do Qi, fortalece a região lombar.
B26: na região lombar, abaixo do processo espinhoso da 5º vértebra lombar,
1,5 cun lateral à linha média posterior. - Função: Indicado para queixas no trajeto do
meridiano.
B27: no sacro, ao nível do 1º forame sacral posterior, 1,5 cun lateral à crista
sacral mediana. - Função: Indicado para queixas no trajeto do meridiano.
B28: no sacro, ao nível do 2º forame sacral posterior, 1,5 cun lateral à crista
sacral mediana. - Função: Dissipa a umidade e fortalece a região lombar.
B29: no sacro, ao nível do 3º forame sacral posterior, 1,5 cun lateral à crista
sacral mediana. - Função: Indicado para queixas no trajeto do meridiano.
B30: no sacro, ao nível do 4º forame sacral posterior, 1,5 cun lateral à crista
sacral mediana. - Função: Indicado para queixas no trajeto do meridiano.
B31: no sacro, no ponto médio da distância entre a espinha ilíaca póstero-
superior e a linha média posterior, sobre o 1º orifício posterior sacral. - Função:
Regula o Aquecedor Inferior, fortalece o Rim e o Jing essencial, fortalece as regiões
lombar e sacral.
B51: na região lombar, abaixo do processo espinhoso da 1º vértebra lombar,
3 cun lateral à linha média posterior. - Função: Indicado para queixas no trajeto do
meridiano.
B52: na região lombar, abaixo do processo espinhoso da 2º vértebra lombar,
3 cun lateral à linha média posterior. - Função: Indicado para queixas no trajeto do
meridiano.
B57: na linha média posterior da perna, na metade da distância entre B40 e
B60, no ponto médio da inserção do ventre do músculo gastrocnêmico em seu
tendão. - Função: Relaxa os músculos e tendões, torna os meridianos fluentes,
fortalece a região lombar.
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B58: no aspecto póstero-lateral da perna, sobre a linha vertical que passa
por B60, 7 cun proximal a B60 e 1 cun lateral e inferior à B57. - Função: Dissipa
calor, vento e umidade. Indicado nos casos de dores e lombalgia isquiática.
B59: no aspecto póstero-lateral da perna, sobre a linha vertical que passa
por B60, 3 cun proximal a B60. - Função: Indicado para queixas no trajeto do
meridiano.
B60: posterior ao maléolo lateral, no meio da distância entre o ápice do
maléolo externo e o tendão de Aquiles. - Função: Fortalece o Rim, relaxa os
músculos e tendões, fortalece a lombar e joelho.
B62: no aspecto lateral do pé, imediatamente distal ao maléolo externo. -
Função: Relaxa os tendões e músculos, indicado para queixas de mobilidade ao
longo do meridiano, membros inferiores e lombar.
B67: no aspecto lateral da falange distal do dedo mínimo, 0,1 cun do ângulo
ungueal externo. - Função: Ponto mais distal indicado para queixas no trajeto do
meridiano.
PONTOS DO CANAL DO RIM - Funções do Canal: relação com sistema
urogenital, energia geral, tecido nervosos e ósseo, respiração e audição,
particularmente com a coluna lombar e garganta e disfunções no seu trajeto.
R3: no aspecto medial do pé, posterior ao maléolo medial, na depressão
situada na metade da distância entre o ponto mais proeminente do maléolo e o
tendão de Aquiles. - Função: Tonifica o Rim, nutre o Yin, estabiliza o Qi do Rim,
proteje o Jing essencial, fortalece a região lombar e joelho.
R5: a 1 cun abaixo do ponto R-3, em uma depressão que pode ser apalpada
na região do espaço articular entre o tálus e o calcâneo. - Função: Fortalece o Rim.
R7: no aspecto medial da perna, 2cun acima de R3, anterior ao tendão de Aquiles.
R6: a 1 cun perpendicular abaixo do ponto mais saliente do meléolo medial. -
Função: Nutre o Yin do Rim.
R7: a 2 cun diretamente acima do ponto R3, em uma depressão na margem
anterior do tendão do calcêneo. - Função: Fortalece o Rim, nutre o Yin.
PONTOS DO CANAL VASO GOVERNADOR - Comanda e regula o Yang do
corpo. Todos os meridianos Yang mana um vaso secundário para o VG14, podendo
ser tonificado ou sedado. Portanto tem uma função energética muito grande.
Relação com os órgãos internos - rim, bexiga, útero, tubo digestivo, cérebro e
coração. Relação com partes do corpo - anus, coluna lombar, torácica e cervical,
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nuca, crânio, maxilar superior, gengiva e nariz. VG20: na cabeça, sobre a linha
mediana, 5 cun posterior à linha de inserção do cabelo, no meio da linha que liga o
ápice das duas orelhas. - Função: Ponto de sedação bastante eficaz para casos de
dores agudas e emergências.
PONTOS DO CANAL DO ESTÔMAGO - Função do canal: febre, suores,
delírios, sensibilidade ao frio, dores nos olhos, narinas ressecadas, epistaxe,
erupções bolhosas com febre, faringite, inflamação no pescoço, paralisia facial, dor
no tórax, dor e distensão ao longo do canal, frio nos membros inferiores, distensão
abdominal, plenitude ou edema no abdômen, desconforto ao reclinar, convulsões,
fome persistente, urina concentrada. - Função Fu: receber, decompor os alimentos e
enviar para o Intestino Delgado. Baço - Pâncreas faz a digestão e absorção dos
alimentos. Separa as porções Yang e Yin dos alimentos e bebidas. E2: na face
diretamente abaixo da pupila quando ela estiver centralizada, na depressão do
forame infra-orbital. Função: Relaxa os tendões e alivia a dor. PONTOS DO CANAL
DA VESÍCULA BILIAR Função do Órgão Fu: estocar e secretar a Bile.
Função do Canal: processo digestivo, região temporal, mandibular, músculos
da mastigação, processos oftalmológicos e reumáticos. Também utilizado em
patologias disritmicas do lobo temporal.
VB25: na margem inferior da extremidade livre da 12 costela, sobre a linha
axilar posterior. Função: Fortalece e aquece o Rim, regula a via das águas, relaxa os
tendões e músculos, protege a região lombar.
VB29: no quadril, no meio da linha que liga à espinha ilíaca anteroposterior à
extremidade do trocânter maior. Função: Indicado para queixas no trajeto do
meridiano.
VB30: na lateral da coxa, na união do terço lateral com o terço médio da
linha que liga a extremidade do trocânter maior ao hiato sacral, quando o paciente
está em decúbito lateral com a coxa flexionada. - Função: Torna os canais e redes
do meridiano fluentes, fortalece a região lombar e dos quadris.
VB37: na lateral da perna, 5 cun proximal à ponta do maléolo lateral, na
borda anterior da fíbula. - Função: indicado nos casos de dores, redução da
mobilidade. VB39: na lateral da perna, 3 cun proximal à ponta do maléolo lateral, na
borda anterior da fíbula. - Função: Auxilia o Jing essencial, alivia a dor.
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VB40: anterior e inferior ao maléolo externo, na depressão lateral ao tendão
do m. extensor longo dos dedos do pé. - Função: Dores, redução da mobilidade,
estimula as funções das articulações.
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A lombalgia e hérnia de disco são uma das maiores causas de desconforto e
dores nas costas. De acordo com as literaturas encontradas é possível observar que
o tratamento na hérnia de disco com acupuntura apresenta uma forma não
agressiva e eficaz para reestabelecimento do equilíbrio do corpo. Observou-se
através da presente pesquisa e dos referenciais abordados como ocorre a atuação
da acupuntura no tratamento da dor, melhorando a funcionalidade e a qualidade de
vida do paciente.
A acupuntura atua pontos específicos, pontos de alívio da dor e canais e nas
partes afetadas do corpo para remover a estagnação Qi-sangue, abri canis e
equilibrar yin e yang, suavizando a dor.
As dores nas costas caracterizam-se pela síndrome de estagnação de
Sangue e que surgem pelo desequilíbrio do fluxo Qi e Xue. Desta forma, este estudo
aponta para um tratamento com acupuntura através de um plano terapêutico.
O intuito deste trabalho foi o de mostrar que a eficácia dessa terapia
baseada nos fundamentos da Medicina Tradicional Chinesa, atuando de forma
objetiva e direcionada, possibilitando oferecer um tratamento eficaz, não apenas
tratando os sintomas, mas tratando problema e oferecendo um equilíbrio ao
paciente.
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REFERÊNCIAS
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dor com um único ponto. São Paulo: Roca, 2009. MARQUES, Jaime O. A dor e os seus aspectos multidimensionais. Cienc. Cult. vol. 63 no. 2 São Paulo Apr. 2011. Disponível em: <http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252011000200010&script=sci _arttext>. Acesso em: 10/maio de 2016. NEVES. Acupuntura nas Algias de Origem Musculoesquelética. Porto Alegre:
Merithus, 2012. PÉREZ, C. A. N. Acupuntura Bioenergética y Moxabustão. Tomo I e II. Madrid, Espanha: CEMETEC, 2010. RAYMOND, Takiguchi. Efeito da acupuntura na melhora da dor, sono e qualidade de vida em pacientes fibromiálgicos: estudo preliminar, 2008. Dispinível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S180929502008000300011&script=sci_arttext. Acesso em 23/maio de 2016. ROSS, J. Sistemas de Órgãos e Vísceras de MedicinaTradicionalChinesa. São
Paulo: Roca, 1994. SILVA, T. M. S. Causas e Tratamentos da Infertilidade Feminina Segundo a Medicina Tradicional Chinesa. 2011. 45 f. Trabalho de conclusão de curso
(especialização em Acupuntura). Faculdade de Educação, Ciência e Tecnologia. São José dos Campos, 2011. WEN, T. S. Acupuntura Clássica Chinesa. Editora Cultrix. 1985.
WILLIAMS,/ WILKINS. Guia Profissional para Fisiopatologia. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan S.A, 2005. YAMAMURA. Acupuntura Tradicional: a Arte de Inserir - Ysao Yamamura. 1 Ed. São Paulo: Roca, 2001. YICHENG, J; JIAN, P. Fundamentos da Massoterapia Chinesa. São Paulo: Andrei
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