Gestão de custos em odontologia

utilizando a matriz de pensamento estratégico

Índice

05

13

25

40

35

43

Introdução

Capítulo 1: Nada é como antes

2.1. Quanto é sua capacidade instalada?

2.2. Quanto é seu pró-labore?

2.3. Quanto é o custo fixo do seu consultório?

Capítulo 3: Agora é com você!

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Sobre a Dental

Editorial

Sobre o autor

Capítulo 2: A construção do pensamento estratégico

2.4. Que custos variáveis você deve considerar em seu modelo de negócio?

3G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

Olá, pessoal. Tudo bem?

Sou a Jess e trabalho na área de Comunicação e Marketing

Digital da Dental Cremer.

Nunca se falou tanto em odontologia, assim como nunca tantos

cirurgiões-dentistas passaram a enxergar seus consultórios

com olhos mais estratégicos e utilizar suas folgas para definir

melhores estratégias de negócio. Essa é uma das grandes

mudanças da nossa odontologia.

Nosso país possui um dos mais altos níveis de interesse pela

saúde e estética bucal do mundo, mas as restrições de renda

de nossa população produziram uma demanda reprimida

gigantesca que será liberada de forma acelerada neste novo

ciclo de aceleração econômica.

Portanto, você, dentista, tem hoje a faca e o queijo na mão,

mas precisa fazer “a coisa acontecer”.

Utilizando a sua visão como empresário de sucesso, o

objetivo deste e-Book, desenvolvido em parceria com o Dr.

Introdução

4G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

Introdução

Flávio Ribeiro, mestre em gestão e economia na saúde, é

construir uma linha de raciocínio na qual o profissional poderá

desenvolver o pensamento estratégico em relação à condução

de suas finanças pessoais e de seu modelo de negócio. Vamos

nessa?

Pode ser um pouco cansativo no começo (confesso), mas tenho

certeza que te ajudará muito a entender melhor os custos do

seu negócio. Utilize a Matriz de Pensamento Estratégico deste

e-Book para preencher os números reais do seu consultório

e, ao final, você poderá ter na mão um dado extremamente

importante para a sua tomada de decisão estratégica.

Eu e toda a equipe da Dental Cremer desejamos muito sucesso

para você! Aproveite este conteúdo que foi feito com tanto

carinho, e qualquer dúvida conte com a gente através das

nossas redes sociais.

Boa leitura!

Um grande beijo,

Jéssica.

01Nada é como antes

Sim, cirurgião-dentista é um empresário no mercado atual.

Capí

tulo

“

“

6G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

Uma das grandes mudanças ocorridas no segmento

odontológico, nas duas últimas décadas, foi na relação cliente-

profissional. Antes a “regra” era montar o consultório, formar

uma carteira de clientes particulares através do famoso boca

a boca e rapidamente completar a capacidade instalada do

consultório.

Capacidade instalada é o número

de horas, clientes ou serviços

disponíveis que um consultório

pode atender, com e sem a

presença física do dono da

empresa. Há mais de vinte anos,

quem mandava nessa relação era o

dentista e não era necessário fidelizar

ou manter os clientes, eles apareciam

naturalmente.

A formação e a atuação em odontologia ainda estão ligadas

exclusivamente à execução do procedimento/consulta, ou

seja, o pedaço tecnicista dentro de um atendimento e que

nem sempre o cliente tem condição de avaliar. O que fica é o

Nada é como antes

7G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

sentimento/experiência pelo serviço recebido conhecido por

qualidade percebida. Alguns autores dizem que vivemos a era

da percepção.

Na verdade, uma consulta abrange o tempo desde que o

cliente entra no consultório, até o momento em que ele vai

embora.

Saber sobre gestão de custos e praticar o pensamento estratégico para tomada de decisões no consultório é fundamental para permanência e sobrevivência do empresário.

Sim, cirurgião-dentista é um empresário no mercado atual.

Utilizar palavras como: negócio, vendas, lucro, desempenho,

indicadores e outras mais, ou seja, pensar cada vez mais

no universo “extrabucal”, faz parte de uma visão atual de

Nada era como antes

““

8G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

negócio. É imperativo registrar que a odontologia de hoje

provoca o profissional a pensar estrategicamente, “fora da

caixinha” e entender que tão importante quanto sua formação

tecnicista, é preciso investir uma parte do seu tempo no

desenvolvimento de competências ligadas à gestão.

Aqui, faremos uma simulação da formação de preço de custo

de uma consulta odontológica inicial, e com base no recurso

de estimativa, conseguiremos

esse importante número para

planejamento da sua carreira.

Nada era como antes

02A construção do pensamento estratégico

De zero a dez, quanto você está comprometido em conquistar sua independência financeira?

Capí

tulo

“

“

10G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

Para a construção passo a passo deste preço de custo,

aplicamos a Matriz de Pensamento Estratégico (imagem 1)

como ferramenta de apoio.

Além disso, para provocar o pensamento estratégico,

desenvolveram-se as quatro “perguntas poderosas” a seguir:

1. Quanto é sua capacidade instalada? Seu tempo no

trabalho;

2. Quanto é seu pró-labore? Planejamento de finanças

pessoais;

3. Quanto é o custo fixo do seu consultório? Seu modelo

de negócio;

4. Que custos variáveis você deve considerar em seu

modelo de negócio? Em reais ou percentual.

Uma das principais mudanças propostas neste e-Book para

avaliação gerencial de seu negócio é a forma de pensar

e planejar. Passe a pensar em ciclo anual em vez de ciclo

mensal. Sugere-se usar como referência um ano fiscal, mas

como forma de pensar e analisar entende-se que: num ciclo

de doze meses, todos os fluxos financeiros acontecem num

A construção do pensamento estratégico

=..

1

12G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

consultório; inclui-se ainda a vida pessoal (pró-labore) como

componente e pilar na formação de preço.

Como unidade e padrão de construção

deste pensamento estratégico,

utilizaremos a Clínica Dentes e Números,

que tem como modelo de negócio um

cirurgião-dentista que trabalha em um

consultório próprio, não compartilha

horários com outros profissionais e

tem que bancar todos os custos do

consultório e de sua vida pessoal. A partir

deste padrão básico, será possível a personalização de

formação de preço ajustada ao modelo de seu negócio.

Perguntas para gerir sua vida profissional

Sugere-se que você rompa um paradigma de gestão de sua

carreira e utilize estas quatro perguntas poderosas para

complementar a forma de gerir sua vida profissional e sua

empresa:

A construção do pensamento estratégico

4

13G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

1.1 Quanto é sua capacidade instalada? Seu tempo no trabalho

A resposta a essa pergunta traduz o conceito de capacidade

instalada que aqui será conceituada como o número de

horas que você poderá atender clientes, ou vender serviços

num ciclo de doze meses. A grande maioria dos cirurgiões-

dentistas, e por que não dizer dos profissionais da saúde,

conduzem seus consultórios e clínicas com uma visão ainda

limitada ao ciclo mensal. Certamente, para uma condução

de rotinas e compromissos financeiros, este ciclo mensal é

importante. Mas para que se possa planejar, formar preço e

avaliar as possibilidades da empresa, o ciclo de doze meses

tem uma importância estratégica muito maior.

O que representa o número “160” em seu

consultório? Se pensar em horário comercial

de uma empresa, conclui-se que um dentista

que trabalha oito horas por dia, cinco dias

por semana e quatro semanas por mês, pode

disponibilizar 160 horas por mês de serviços

em seu consultório, certo?

Talvez neste momento se pudesse pensar que isso, em doze

meses, poderia então disponibilizar algo em torno de 1.920

14G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

horas de trabalho por ano. Mas, fica a pergunta: um dentista

trabalha todos os dias úteis do ano? Portanto, para um cálculo

mais preciso desta capacidade instalada anual, deve-se

realizar um simples procedimento que consiste em usar um

calendário e excluir deste total anual os dias de feriados,

férias, etc.

Como número de referência para a construção de linha de

raciocínio, fazem-se os cálculos considerando que o dentista

poderá oferecer 10,5 meses, ou seja: 210 dias (20 dias por

mês multiplicados por 10,5 meses) de trabalho que, em horas

comerciais, representam 1.680 horas anuais (Imagem 2).

1.1 Quanto é sua capacidade instalada?

15G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

=.. R$ 1.680

1.1 Quanto é sua capacidade instalada?

2

16G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

Como forma de padronizar a construção desta resposta,

usamos o termo pró-labore como sendo o montante financeiro

que o dentista deverá definir como o dinheiro necessário para

bancar sua vida pessoal, num ciclo de doze meses.

Cabe aqui uma colocação importante e que é um dos

maiores erros estratégicos de gestão financeira

praticados por muitos dentistas (e por que não dizer

por profissionais prestadores de serviços): não incluir

na formação do preço do serviço o pró-labore. Ou

seja, ter como pensamento que o consultório

custa apenas os custos de “dentro da empresa”

e que lucro é o que sobra no final do mês. Engano

fruto de uma formação exclusivamente tecnicista e sem

conhecimentos sobre negócios.

Pró-labore é então o resultado do cálculo financeiro proveniente de um entendimento sobre a importância de um planejamento de finanças pessoais.

2.2 Quanto é seu Pró-labore?Planejamento de finanças pessoais““

17G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

Pode-se dizer que o profissional trabalha para bancar os

“3 G’s” do dinheiro:

• Ganhar (sobrevivência);

• Gastar (supérfluos);

• Guardar (investimentos).

• Ganhar será representado aqui pelo dinheiro necessário

para bancar as contas que são obrigatórias na maioria

das famílias: contas prediais (aluguel, condomínio, luz,

água, telefone, etc.), RH (salário, férias, 13º, encargos, etc),

alimentação (mercado, açougue, feira, etc.), contas com

automóvel (combustível, seguro, IPVA, manutenção, etc.) e

outras contas conforme perfil de cada família.

• Gastar será representado aqui pelo dinheiro necessário

para bancar os opcionais relacionados à qualidade de

vida e que poderão ser momentaneamente cortados em

momentos de crise: diversão (cinema, teatro, lazer em

geral), academias, viagens, férias, etc. A partir de agora, será

usada uma ferramenta de coaching, chamada de âncora,

para que você nunca se esqueça do que leu neste capítulo:

resumiremos o gastar com a palavra “IOGURTE”. Ou seja,

cada um deve entender quais são os “IOGURTES” em suas

vidas. Isso faz sentido para você?

2.2 Quanto é seu Pró-labore?

18G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

• Guardar será representado aqui pelo dinheiro

necessário para bancar seu crescimento patrimonial e

qualificação profissional. O crescimento patrimonial pode

ser conseguido com um plano de previdência, investimento

em imóveis, criação de renda passiva, etc. No caso de

qualificação profissional, estudos comprovam que investir

em formação e qualificação está diretamente ligado ao

aumento de rendimentos e salários.

Quando se fala em crescimento patrimonial, entende-se a

busca de forma planejada da independência financeiro. Mas,

o que é independência financeira? É simplesmente ficar rico?

Construir riqueza? O que é riqueza?

Conceitua-se independência financeira como o momento na vida em que uma pessoa pode parar de trabalhar e continuar a manter seu

padrão de vida.

Como padrão de conquista de independência financeira,

compartilha-se o pensamento de que um profissional (que

pretende consegui-la trabalhando por 40 anos) deverá guardar

de 8 a 10% do que ganha. E que se este prazo for metade

disso, ou seja, 20 anos, essa reserva deverá ser de 15 a 20%.

““

2.2 Quanto é seu Pró-labore?

19G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

De zero a dez, quanto você está comprometido

em conquistar sua independência financeira?

Para que este processo de gestão financeira possa

ter os resultados esperados e planejados, deve-se tomar

uma atitude importante: a separação de contas pessoais das

contas do consultório.

Esta ação é confirmada e realizada tendo como procedimento

desafiador, mas básico, que é: assim como paga-se uma

determinada conta no consultório num dia “x”, fazer o

pagamento do pró-labore da mesma forma.

Não misturar contas pessoais e profissionais consiste em

definir um dia do mês para fazer este pagamento de pró-

labore e nunca fazer retiradas descontroladas do recebido do

consultório. Retiradas aleatórias de dinheiro e sem o devido

controle e conhecimento de custos é mais um grande erro

cometido por muitos dentistas.

2.2 Quanto é seu Pró-labore?

20G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

“

“ Memorize esta frase: Um dos formadores do preço cobrado pelo profissional é o pró-labore. Este componente é, na maioria das vezes, a maior fatia. Controlar as despesas pessoais é uma das estratégias sugeridas para um processo de gestão financeira da sua empresa.

Isso sugere que cada profissional deveria formar sua própria

tabela de preço de serviço e compará-la com dois pontos

pilares:

O que o mercado está pagando em

média pelo mesmo serviço;

Qual experiência/percepção você

provoca em seu serviço que pode fazer

seu preço valer o que você cobra.

Numa visão de gestão de custos, e considerando o PRÓ-

LABORE um componente importante, dois profissionais que

trabalham numa mesma clínica e que dividem despesas

deveriam ter tabelas diferentes em função do custo de

suas vidas pessoais. Teoricamente, a tabela de preços de um

dentista casado, com dois filhos e que banca todas as contas

apenas com seu consultório deveria ter preços maiores se

comparados a tabela de preço de um dentista solteiro que

2.2 Quanto é seu Pró-labore?

21G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

mora com os pais. Faz sentido para você?

Agora, um conceito que certamente provocará uma poderosa

reflexão e uma possibilidade de mudança de paradigma na

sua forma de conduzir sua vida financeira, tanto pessoal como

na condução de seu negócio, é o conceito de NECESSIDADES

MENSAIS.

Tenha em mente que o resultado financeiro não é o seu

extrato bancário! Vimos anteriormente os 3 “Gs” do dinheiro

e com isso é possível concluir que há: contas mensais (luz,

escola, telefone, combustível, etc), contas sazonais (IPTU, IPVA,

seguro do carro, 13º e férias da empregada, etc) e contas de

planejamento (casa própria, previdência, aposentadoria).

O conceito NECESSIDADES MENSAIS faz pensar estrategicamente que o importante não é quanto você gasta por mês, mas sim quanto

sua vida custa por ano.

2.2 Quanto é seu Pró-labore?

““

22G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

A seguir, vemos três exemplos:

Exemplo 1: O seguro do seu automóvel custou R$ 1.320 e foi

pago em três parcelas de R$ 440, mas sua necessidade mensal

para pagar esta conta é de R$ 120 (R$ 1.320 / 12 meses).

Exemplo 2: Sua empregada doméstica recebe R$ 840 de 13º

em duas parcelas (julho e dezembro), mas sua necessidade

mensal para pagar esta conta é de R$ 70 (R$ 840 / 12 meses).

Exemplo 3: O material escolar de seus dois filhos custou

R$ 2.400 e foi pago em quatro parcelas de 600, mas sua

necessidade mensal é de R$ 200 (R$ 2.400 / 12 meses).

Ficou claro o conceito NECESSIDADES MENSAIS? Consultores

em finanças pessoais sugerem que o dinheiro para bancar

essas necessidades deve sempre fazer parte de uma reserva

2.2 Quanto é seu Pró-labore?

23G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

financeira (capital de giro pessoal) para que não ocorram

problemas no fluxo de contas a pagar.

Agora, que tal reunir todas as suas contas previstas

mensais, sazonais e de planejamento, para um

ciclo de um ano e definir quanto você precisa

faturar financeiramente para bancar sua vida

pessoal num ciclo de 12 meses?

Matriz de Pensamento Estratégico

A proposta deste e-Book é fazer uma construção da

Matriz de Pensamento Estratégico baseada em uma linha

de raciocínio. Portanto, será exemplificada esta construção

considerando um PRÓ-LABORE ANUAL de R$ 130.000 (cento

e trinta mil reais). Com este custo definido, a Clínica Dentes

e Números tem mais um número em sua construção (Imagem 3).

2.2 Quanto é seu Pró-labore?

24G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

=.. R$ 1.680R$ 130.000,00

Faça este exercício junto com a gente para calcular seu PRÓ-

LABORE ANUAL (Planejamento de Finanças Pessoais).

Pró-Labore Clínica Dentes e Números R$ 130.000

Pró-Labore Dr (a). R$

Guarde este número, ele será muito importante durante a

leitura deste e-Book.

2.2 Quanto é seu Pró-labore?

3

25G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

Para encontrar este número, usa-se o mesmo princípio e

pensamento estratégico usado para definição do pró-labore.

A Clínica Dentes e Números, unidade de negócio mostrada

como exemplo neste e-Book, possui custos mensais e anuais.

Estes custos são representados principalmente pelas contas

prediais (aluguel, condomínio, IPTU, conta de luz, etc) e

pelas contas de recursos humanos (secretária, ASB com seus

respectivos encargos sociais, férias, 13º, etc, serviços de

contabilidade, etc). Um cenário que não muda muito em várias

clínicas/consultórios é o que comprova que os principais e

mais representativos custos a serem pagos são os relacionados

aos grupos prediais e de recursos humanos.

Outras contas devem ser incluídas neste número: taxas de

conselho profissional e sindicato, material de limpeza, material

gráfico e papelaria, assinatura de revistas, custos na divulgação

e na marca do negócio, depreciação de equipamentos, taxa

de retorno, etc. Levantar todos estes custos, num primeiro

momento de forma estimada, é fundamental para se substituir

2.3 Quanto é o custo fixo do seu consultório?Seu Modelo de Negócio

26G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

o empirismo pela assertividade na condução de uma carreira.

O mais importante é definir este custo anual para que

seu planejamento possa ser feito com mais precisão. Na

construção da Matriz de Pensamento Estratégico, o custo fixo

anual da clínica Dentes e Números será de R$ 70.000 (setenta

mil reais). Com este custo definido, tem-se mais um número

em sua construção (Imagem 4).

2.3 Quanto é o custo fixo do seu consultório?

=.. R$ 1.680R$ 130.000,00

R$ 70.000,00

4

27G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

Agora é a sua vez! Calcule o CUSTO FIXO ANUAL de seu Modelo

de Negócio.

Custo Fixo Clínica Dentes e Números R$ 70,000

Custo Fixo Dr(a). R$

Antes de passar para a quarta pergunta poderosa, é primordial

fazer a diferenciação entre CUSTOS FIXOS e CUSTOS

VARIÁVEIS. A decisão de inserir estes conceitos agora é

porque os números encontrados nas perguntas poderosas

02 e 03 estão relacionados a CUSTOS FIXOS e os números

relativos à pergunta poderosa 04 estão relacionados a CUSTOS

VARIÁVEIS. É preciso então entender esta diferença conceitual

importante e indispensável na construção da formação de

preço.

CUSTOS FIXOS

São os custos necessários para a manutenção de uma empresa,

mesmo quando ela não “vende” ou não presta nenhum

serviço. Não estão ligados diretamente à produção do serviço.

Pode-se também dizer que são os custos de seu consultório

mesmo quando os funcionários estão de férias. Portanto, se já

está claro que PRÓ-LABORE é um custo do consultório, então

ele é um custo fixo, ou seja, atendendo ou não pacientes, terá

2.3 Quanto é o custo fixo do seu consultório?

28G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

que pagar as contas da sua vida pessoal. Já em relação às

contas do consultório, fica claro também que são contas com

a mesma percepção, ou seja, deverão ser pagas mesmo que

nenhum paciente seja atendido.

CUSTOS VARIÁVEIS

São os custos necessários para se produzir e/ou prestar um

serviço. Aumentam conforme o volume de trabalho e/ou

procedimentos realizados. Estão diretamente relacionados

à prestação do serviço - realização do procedimento ou

consulta. Estes custos serão exemplificados com a resposta à

pergunta poderosa 04, a seguir.

2.3 Quanto é o custo fixo do seu consultório?

29G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

No momento em que um dentista define as etapas de sua

realização e executa um plano de tratamento, ele deve

também ter condições de precificar o serviço a ser realizado.

Esta proposta consiste no profissional ter o controle do tempo

do tratamento em número de consultas e horas necessárias

para realizá-lo. Até este momento, falou-se de uma relação

entre custos fixos e horas. Mas, o que mais o dentista deve

considerar para uma precificação mais precisa? Entram então

os custos variáveis que serão divididos aqui em três grupos:

De forma simplificada, aqui devem ser considerados todos os

materiais utilizados na consulta durante o tratamento (luvas,

máscara, resina, rolo de algodão, etc). Ao contrário do exemplo

de uma conta predial, citado como um custo fixo, para atender

um paciente usa-se (em média) um par de luvas. Se atender 50

clientes, usaram-se então 50 pares de luvas, ou seja, aumenta

na mesma proporção do número de serviços prestados. Aqui

o custo é em R$. Não confunda estoque com custo unitário

por procedimento.

2.4 Que custos variáveis você deve considerar em seu modelo de negócio? Em R$ ou em %.

A - Material de Consumo Odontológico

30G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

Atenção! Alguns modelos de negócios não realizam mais esta

conta “artesanal” de custo por procedimento de cada material

de consumo. Procedem assim: somam os custos que tem com

“dental” num dado período e fazem uma estimativa de custos

anuais conforme uma previsão de atendimentos. Neste caso é

mais simples, o material de consumo/dental é considerado um

custo fixo mensal e incluído no planejamento anual da clínica.

Entendo que esta segunda opção otimiza mais o processo de

formação de preço de custo. Aposte nela.

Sendo assim, alguns modelos de negócios calculam, por

exemplo, um custo variável de R$ 10 de material por

procedimento e outros calculam como um custo fixo de R$

6.000 por ano. Para efeito didático, e por ser conceitualmente

um custo variável, este e-Book adotará o custo de R$ 10 como

sendo o custo de um kit de materiais por consulta inicial de

60 minutos na Clínica Dentes e Números.

Laboratório de prótese, exames laboratoriais e de imagem,

implantes e componentes, materiais de enxerto, limas para

endodontia (sistema rotatório), aparelhos ortodônticos

B - Serviços Terceirizados e Materiais de Custo Unitário Diferenciado

2.4 Que custos variáveis você deve considerar em seu modelo de negócio?

31G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

estéticos e demais materiais ou insumos de custo unitário

por procedimento que mereçam atenção em seu modelo de

negócio. Como estamos calculando custos de uma consulta

inicial, não teremos custos neste caso. Aqui o custo é em R$.

Representados por recibos/notas emitidas para os pacientes

e por taxas cobradas por vendas com cartão. Aqui o custo é

em %. Essa % incide diretamente no preço do serviço/plano

de tratamento registrado no recibo/nota emitida. De forma

prática e contábil, é um dinheiro que o dentista ou clínica

recebem, mas que não pertencem ao negócio.

Atenção! Muito cuidado com antecipações de vendas com

cartão. Elas têm sido predatórias para muitos negócios.

Não cabe aqui um detalhamento deste percentual, mas para

simplificarmos este tema, em média 15% do total financeiro

dos recibos/notas emitidos servirão para pagamento de

impostos e taxas com cartão. Esta estimativa de 15% pode ser

considerada para Pessoa Jurídica (CNPJ) ou para Pessoa Física

(CPF que usa livro caixa). Certamente para uma melhor e mais

precisa gestão de sua formação de preço, cabe um estudo

mais detalhado e ajustado ao seu negócio para a conclusão de

um percentual de tributação mais próxima de sua realidade.

C - Impostos e Taxas de Cartão

2.4 Que custos variáveis você deve considerar em seu modelo de negócio?

32G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

O importante é fazer um Planejamento Tributário do negócio

e descobrir quanto em percentual do preço se paga em

média de impostos. Cobrar por um serviço sem considerar

custos com impostos e taxas é correr o sério e provável risco

de, no momento de fazer seu imposto de renda, surgir uma

desagradável surpresa por falta desse planejamento.

=.. R$ 1.680R$ 130.000,00

R$ 70.000,00

R$ 10,00

Mat. Cons Imp. 15%

2.4 Que custos variáveis você deve considerar em seu modelo de negócio?

5

33G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

A Matriz de Pensamento Estratégico, após a definição de

seus custos variáveis, tem mais duas informações em sua

construção (Imagem 5).

Acompanhe-nos calculando os CUSTOS VARIÁVEIS de

MATERIAIS DE CONSUMO, IMPOSTOS e TAXAS DE CARTÃO de

seu Modelo de Negócio.

Materiais de Consumo Impostos e Taxas de Cartão

Clínica Dentes e Números R$ 10 15%

Clínica Dr(a). R$ %

Com estes três números estimados, temos um custo anual

para a Clínica Dentes e Números o valor de R$ 200.000 e

1.680 de CAPACIDADE INSTALADA. Portanto, o CUSTO FIXO

por Consulta Inicial de 60 minutos é de R$ 119,05.

Ao somar os CUSTOS VARIÁVEIS estimados de Material de

consumo de R$ 10 e de Imposto e Taxas de 15%, obtém-se

o preço de custo (ou preço mínimo) para uma Consulta Inicial

de 60 minutos de R$ 151,82 (Imagem 6).

2.4 Que custos variáveis você deve considerar em seu modelo de negócio?

34G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

=.. R$ 1.680

R$ 151,82R$ 32,77

R$ 119,05R$ 130.000,00

R$ 70.000,00

R$ 200.000,00

R$ 10,00 R$ 22,77

Mat. Cons Imp. 15%

2.4 Que custos variáveis você deve considerar em seu modelo de negócio?

6

03Agora é com você!

Você é o principal gestor de sua carreira!

Capí

tulo

“

“

36G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

Chegamos na reta final da nossa Matriz de Pensamento

Estratégico.

Não faz parte das rotinas de alguns dentistas pensar em

formação de preço, cálculo de hora clínica, indicadores de

resultados e outras exigências na gestão de negócios. A

linha de pensamento estratégico é apenas uma das formas

de provocar a necessidade de mudança que o segmento de

prestação de serviços em odontologia vem demonstrando

nos últimos anos.

O aprofundamento em gestão de custos,

com a procura de mais informações para

complementação e comparação desta visão

proposta, é a principal sugestão e tarefa para

você. Uma correta e planejada gestão de

custos em odontologia é uma oportunidade

que o dentista tem de mudar um modelo

mental dominante e sair de um processo

empírico da condução de seu negócio.

Agora é com você!

37G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

É imperativo saber aplicar uma correta gestão de custos em

odontologia para que se consiga definir o preço/valor de seu

serviço.

Cada dentista deve saber formar seu

próprio preço de serviço e compará-

lo com o praticado no mercado, para

avaliar a viabilização de seu negócio.

Por fim, uma frase de Peter Drucker: “Para ter um negócio de

sucesso, alguém, algum dia, teve que tomar uma atitude de

coragem”. E não se esqueça:

Você é o principal gestor de sua carreira!

“

Agora é com você!

Não vendemos procedimentos, mas sim nosso conhecimento e nosso tempo para realização de um plano de tratamento.

““

38G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

Nossa profissão/arte não está, como muitos dizem, em

decadência ou falência. O que precisamos é desenvolver e

implantar conceitos de gestão estratégica, que reduzam e

eliminem as ameaças e busquem oportunidades e pontos

de melhoria para o setor e determinar o aproveitamento do

potencial existente.

Existe um ditado que diz que enquanto uns choram, outros

fabricam lenços. Para algumas pessoas, as crises são

transformadas em poderosos momentos de oportunidades.

Segundo Peter Drucker, grande filósofo da administração, a

primeira tarefa de uma companhia é gerar consumidores. De nada adianta ter um consultório, se o elemento chave que sustenta esta empresa (o cliente) não existe.

Bons negócios e sucesso sempre!

Agora é com você!

39G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

Marketing de relacionamento em odontologia.

Você sabe qual é o seu modelo de negócio?

Como conquistar mais pacientes com o Facebook

Dentista, você ganha quanto você custa?

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Consultor Financeiro e Coach da PenseFar. Coordena o Curso

on-line Gestão de Custos e Modelos de Negócios em Clínicas,

onde expõe o pensamento estratégico para transformar

profissionais de saúde em empresários e gestores de suas

carreiras.

Enquanto mestre em Gestão e Economia na Saúde (UFPE),

apresentou o Modelo de Gestão de Custos como forma de

controle e tomada de decisões estratégicas em serviços de

Odontologia. Tem formação em Master Coach, Business and

Executive Coaching, Professional & Self Coaching pelo Instituto

Brasileiro de Coaching. Tem os cursos de pós-graduação: MBA

Gestão de Serviços de Saúde pela UFF - LATEC-RJ e MBA

Executivo Gerência de Saúde do ISAE da FGV-PR. Realizou

diversos cursos na área de Gestão de Custos, Auditoria e

Administração Hospitalar.

Participou também dos cursos de capacitação e docência

modalidade EaD pela FGV e Universidade Tuiuti do Paraná

onde foi professor na graduação por dez anos. Foi tutor por

dois anos do curso de Administração Hospitalar para militares

da FAB. Cirurgião-Dentista (Faculdade de Odontologia de

Sobre o autorFlávio Alves Ribeiro

41G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

Nova Friburgo), especialista em Prótese pela Prótese Dental

Policlínica Geral do Rio de Janeiro, acumula experiência como

gestor em mais de vinte e cinco anos de atuação nos setores

público e privado. Acredita e tem como legado compartilhar o

pensamento estratégico e a gestão de custos como poderosas

ferramentas de planejamento.

Facebook: PenseFar

Instagram: @PenseFar

Youtube: @PenseFar

Blog: pensefar.com.br/blog/

Site: www.pensefar.com.br

E-mail: contato@pensefar.com.br

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Sobre o autor

42G E S T Ã O D E C U S T O S E M O D O N T O L O G I A

Somos líderes em vendas de produtos odontológicos

e atuamos para desenvolver e fortalecer o mercado

odontológico, pois o seu sucesso também é o nosso.

Além disso, nos preocupamos muito com a veiculação de

informações relacionadas à odontologia e sabemos o quanto

manter-se atualizado com o dia a dia da profissão são um dos

maiores desafios do profissional odontológico.

Por isso, desde 2013 você encontra no Blog Dental Cremer

artigos, casos clínicos, e-books, dicas de gestão, marketing,

finanças e novidades do mercado odontológico. Tudo para

você se manter atualizado.

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Sobre a Dental Cremer

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Editorial

Flávio Alves Ribeiro

Escritor

Jéssica Bárbara Pereira

Redação

Gislene Razini

Revisão

Júlia Wolfgramm da Cruz

Revisão

Fernanda da Silva A. dos Santos

Projeto Gráfico

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