Jornal Abrantes

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jornal Directora HÁLIA COSTA SANTOS - Editora JOANA MARGARIDA CARVALHO - MENSAL - Nº 5493 - ANO 112 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA abrantes de MARÇO2012 · Tel. 241 360 170 · Fax 241 360 179 · Av. General Humberto Delgado - Ed. Mira Rio · Apartado 65 · 2204-909 Abrantes · [email protected] Mação e Barquinha servem a lampreia Durante um mês os dois concelhos do Mé- dio Tejo servem o melhor que o rio traz. Barquinha junta o sável e a lampreia, já Mação aposta no presunto e na lampreia. A promoção da cozinha típica e regional é o objectivo.páginas 8 e 9 GASTRONOMIA Américo Miranda Simples da Ordem dos Advogados Américo Miranda Simples, presidente da delegação da Ordem dos Advogados de Abrantes, reconhece que as previsíveis passagens do Tribunal de Trabalho para Tomar e do Tribunal de Mação para Abrantes são negativas para as populações. página 3 ENTREVISTA Mais um ano de Feira de São Matias no Tecnopólo Carrosséis, actuações musicais, venda de quinquilharia, festival de folclore e mostra de produtos regionais é o que vai estar acontecer até ao dia 11 de Março, em Alferrarede. página 21 FESTA dio Ba Ma A p obj Ma de Ca de F Autarquias facilitam acesso aos cuidados médicos GRATUITO páginas 4 e 5 Especial Casamentos O casamento é um momento para a vida, marca uma opção de vida. Neste mês damos-lhe a conhecer histórias de casais que já vivenciaram o casamento ou que ainda estão a prepará-lo. Com o JA pode conhecer algumas das tendências para este ano 2012. páginas 11 a 16

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Jornal de Abrantes - março 2012

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jornalDirectora HÁLIA COSTA SANTOS - Editora JOANA MARGARIDA CARVALHO - MENSAL - Nº 5493 - ANO 112 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

abrantesde

MARÇO2012 · Tel. 241 360 170 · Fax 241 360 179 · Av. General Humberto Delgado - Ed. Mira Rio · Apartado 65 · 2204-909 Abrantes · [email protected]

Mação e Barquinha servem a lampreia Durante um mês os dois concelhos do Mé-dio Tejo servem o melhor que o rio traz. Barquinha junta o sável e a lampreia, já Mação aposta no presunto e na lampreia. A promoção da cozinha típica e regional é o objectivo.páginas 8 e 9

GASTRONOMIA

Américo Miranda Simplesda Ordem dos Advogados Américo Miranda Simples, presidente da delegação da Ordem dos Advogados de Abrantes, reconhece que as previsíveis passagens do Tribunal de Trabalho para Tomar e do Tribunal de Mação para Abrantes são negativas para as populações. página 3

ENTREVISTA

Mais um ano de Feira de São Matias no TecnopóloCarrosséis, actuações musicais, venda de quinquilharia, festival de folclore e mostra de produtos regionais é o que vai estar acontecer até ao dia 11 de Março, em Alferrarede. página 21

FESTA

dioBaMaA pobj

MadeCade

F

Autarquias facilitam acesso aos cuidados médicos

GRATUITO

páginas 4 e 5

EspecialCasamentosO casamento é um momento para

a vida, marca uma opção de vida.

Neste mês damos-lhe a conhecer

histórias de casais que já

vivenciaram o casamento ou

que ainda estão a prepará-lo.

Com o JA pode conhecer algumas

das tendências para este ano 2012.

páginas 11 a 16

jornaldeabrantes

MARÇO20122 ABERTURA

FICHA TÉCNICA

DirectoraHália Costa Santos

EditoraJoana Margarida Carvalho

(CP.9319)[email protected]

Sede: Av. General Humberto Delgado – Edf. Mira Rio,

Apartado 652204-909 Abrantes

Tel: 241 360 170 Fax: 241 360 179

E-mail: [email protected]

RedacçãoRicardo Alves

(TP.1499)[email protected]

Alves JanaAndré Lopes

Paulo Delgado

PublicidadeMiguel Ângelo

962 108 785 [email protected]

SecretariadoIsabel Colaço

Design gráfico António Vieira

ImpressãoImprejornal, S.A.

Rua Rodrigues Faria 103, 1300-501 Lisboa

Editora e proprietáriaMedia On

Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65

2204-909 Abrantes

GERÊNCIAFrancisco Santos,

Ângela Gil

Departamento FinanceiroÂngela Gil (Direcção) Catarina Branquinho, Gabriela Alves

[email protected]

Sistemas InformaçãoHugo Monteiro

[email protected]

Tiragem 15.000 exemplaresDistribuição gratuitaDep. Legal 219397/04

Nº Registo no ICS: 124617Nº Contribuinte: 505 500 094

Sócios com mais de 10% de capital

Sojormedia

jornal abrantesde

Concorda com o retirar da tolerância de ponto no Carnaval?

Manuel Santos PiresAldeia do Mato

Acho que se deve manter a to-

lerância de ponto. O problema

do país não é esse dia, são outras

coisas…

Apoiar o que é nosso e bom

UMA POVOAÇÃO Freixo Numão,

Vila Nova de Foz Côa

UM CAFÉ Café São Pedro (“O

Chico”), Freixo de Numão

PRATO PREFERIDO Amêijoas

UM RECANTO PARA DESCOBRIRAgroal, Vila Nova de Ourém

UM DISCO Lohengrin (Wagner)

com Peter Schneider como Maestro

UM FILME As Quatro Voltas, de Mi-

chelangelo Frammartino

UMA VIAGEM Tallin, Estónia, 2011,

visita aos locais onde Tarkovsky fi l-

mou o fi lme Stalker. Perceber o lu-

gar e a Zona.

UMA FIGURA DA HISTÓRIA Cle-

ment Atlee, primeiro-ministro bri-

tânico, que venceu Wiston Chur-

chill na eleições de 1945 com a

ideia de “vencemos a guerra, ago-

ra é tempo de vencermos o pós-

guerra”, percebendo que só dan-

do dignidade às pessoas poderia

a Europa ter futuro (e sermos her-

deiros e benefi ciários desta ideia

exige que estejamos à altura).

UM MOMENTO MARCANTE O dia

do doutoramento (quando tudo pa-

recia impossível e possível, um mo-

mento de chegada e de partida)

UM PROVÉRBIO Em casa em que

não há pão, todos ralham e nin-

guém tem razão

UM SONHO Uma região dinâmica

e criativa, forte na área da cultura vi-

sual, com uma produção cultural de

nível internacional

UMA PROPOSTA PARA UM DIA DIFERENTE NA REGIÃO Pequeno-

almoço junto ao Nabão, seguido de

passeio pelo Mouchão. Visita à Casa-

Estúdio Carlos Relvas. Visita ao Cas-

telo de Abrantes e passeio pelas ruas

do centro da cidade. Fim de tarde de

compras, aproveitando para esprei-

tar as últimas tendências do Design

(já existe uma importante oferta cria-

tiva por cá). Uma noite de cinema,

aproveitando para abrir horizontes

com a excelente programação ofe-

recida pelos cine-clubes da região.

FOTO DO MÊS EDITORIAL

INQUÉRITO

SUGESTÕES

Um jornal regional serve, antes

de mais, para dar voz às pessoas e

para promover o que de bom se

faz em cada terra. Por isso, neste

número quisemos mostrar como a

comunidade, neste caso por iniciativa

dos autarcas, consegue dar resposta

a problemas sociais, daqueles

que estão mais desprotegidos: ou

porque estão sozinhos ou porque

não têm quem os ajude a aceder

aos cuidados básicos de saúde.

Este é o espelho de uma pequena

parcela da nossa realidade, a que

não podemos fi car indiferentes.

A dinamização da economia é outro

aspecto determinante. Quando

se organizam mercados, feiras e

festivais com produtos da região,

há que dar-lhes destaque. Porque

é com este tipo de motores de

desenvolvimento que se vai podendo

reagir ao tempo presente. O esforço

dos organizadores só precisa do

correspondente retorno em termos

de visitantes. E se o mercado interno

é importante, o externo pode ser

decisivo. Daí a importância de

sublinhar a promoção dos produtos

da região que foi feita no Japão,

por uma comitiva encabeçada pela

presidente da Câmara de Abrantes.

Sendo a saúde e a economia dois

sectores decisivos, a cultura é

especial. Sobretudo quando se trata

de iniciativas de jovens, cheios de

vontade de contrariar o pessimismo,

que acreditam na força da cultura.

Destacar o Festival Index, promovido

pela Associação Vasplateia, e a

exposição SpinTechs, organizada

pela Associação Nervos, é apenas

um minúscula tentativa de fazer

com que estes projectos tenham o

público que merecem, que sejam

acolhidos com carinho. Porque

a criatividade e a capacidade de

fazer coisas vão ser, certamente,

as armas do futuro próximo.

HÁLIA COSTA SANTOS

Rectifi cação: Por lapso nosso foi noticia-

do no último Jornal de Abrantes de Ja-

neiro/Fevereiro que foi criado um Con-

selho Municipal de freguesias em Sardo-

al. O que foi constituído foi um Grupo de

Trabalho para analisar o Documento Ver-

de. Aos visados as nossas desculpas.

Rosária RodriguesAbrantes

Não concordo. O Carnaval é uma

tradição, sempre foi feriado. Não

é isso o problema do país, as de-

cisões governamentais sim, não o

nosso desempenho.

Augusto MouratoAbrantes

Eu sou pela tolerância do país. Pri-

meiro porque é uma tradição, de-

pois, a não tolerância só traz prejuí-

zo ao país. Há outras questões mais

importantes.

Gonçalo Velho, director do curso de Vídeo e Cinema Documental da ESTA

Esta é uma realidade que se encontra a caminho do Estádio Municipal de Abrantes. Não deve haver caixotes do lixo naquela zona. Só pode! E também falta civismo, naturalmente.

IDADE 37

RESIDÊNCIA Tomar

PROFISSÃO Professor

no Ensino Superior

jornaldeabrantes

MARÇO2012 ENTREVISTA 3

AMÉRICO MIRANDA SIMPLES, PRESIDENTE DA DELEGAÇÃO DA ORDEM DOS ADVOGADOS DE ABRANTES

“Há cada vez mais pessoas a recorrer ao apoio judiciário”HÁLIA COSTA SANTOS

A delegação de Abrantes da Or-dem dos Advogados é presidi-da por Américo Miranda Simples. Com ele, outros quatro advogados estão em funções desde fi nais de 2007. Representam 52 advogados do concelho, mas a delegação fun-ciona em agrupamento com qua-tro comarcas vizinhas, num total de 120 profi ssionais. O apoio judi-ciário é a actividade que mais ocu-pa a delegação, mas as incertezas em relação ao futuro também são uma preocupação. Como hipó-teses prováveis estão a ida do Tri-bunal de Trabalho para Tomar e a deslocação do Tribunal de Mação para Abrantes. O presidente de de-legação diz que centralização obri-ga a perder valências, mas defen-de que é fundamental assegurar transportes públicos.

Qual é a importância de exis-tir uma delegação da Ordem dos Advogados em Abrantes?

É a importância da proximida-

de com o cidadão e com os cole-

gas que também trabalham com

o cidadão comum. Temos que lidar

com problemas das mais diversas

naturezas, seja a nível da formação,

seja ao nível de procuradoria ilícita,

seja ao nível de deontologia. Esta

é uma delegação alargada porque

inclui as comarcas limítrofes. Temos

a facilidade de ter instalações que

são da Câmara de Abrantes e tam-

bém um protocolo com a autarquia.

Tem havido muitas pessoas a necessitarem de defensores ofi -ciosos?

A nível de estatístico são muitos.

São francamente muitos. Temos

uma movimentação próxima dos

mil por ano

É possível fazer uma ligação entre a situação do país e esta necessidade crescente das pes-soas?

Há cada vez mais pedidos, como

também há cada vez mais insol-

vências. São sobretudo casos de

natureza económica. Há cada vez

mais pessoas a recorrer ao apoio

judiciário, para não pagar custas,

para não pagar advogado. E nós

respondemos, na hora. As pesso-

as preenchem a documentação

e normalmente é-lhes concedido

apoio judiciário. É-lhes nomeado

um advogado para defender os

seus interesses.

A Ordem também tem a função da formação de advogados. Em que é que consiste?

Temos dois tipos de formação:

a dos estagiários, que decorre em

Évora, e a formação contínua que

damos ao nível das comarcas com

pessoas habilitadas nas mais diver-

sas áreas científi cas que tenham a

ver com temáticas de foro jurídico. No ano passado fi zemos sobre in-

solvências, sobre execuções, sobre

direito do urbanismo, sobre código

da estrada… Todos os anos temos

tentado fazer cinco ou seis acções

de formação. Trata-se sobretudo

de fazer reciclagem. Estando-se

longe dos centros onde se leccio-

na Direito e onde se cria doutrina,

a formação torna-se mais difícil. Se

a trouxemos cá, é mais fácil.

Como é que aparecem os casos que levantam questões de deon-tologia?

Por denúncia. Por participação de

advogado ou de um cidadão que

tem uma queixa qualquer contra

um advogado.

São muitos os casos, aqui na re-gião?

De Abrantes não há memória de

pendências a nível de Conselho

Distrital. A nível distrital sim, há al-

gumas queixas.

Essas queixas têm normalmen-te a ver com o quê?

Abusos de dinheiros, desleixos

ao nível dos prazos. Queixas que

às vezes até não têm fundamento.

São vontades das partes em impor

soluções impossíveis, que depois

não são sufragadas pelos senho-

res juízes, ao nível das sentenças,

e as pessoas convencem-se que

têm razão. Isto do Direito é um bo-

cado complexo, não é só a pessoa

pensar que tem direito a fazer isto,

é preciso demonstrar com provas

que tem razão e, por vezes, a prova

não se consegue em juízo.

Como é que um cidadão, em Abrantes, pode ter a informação sobre qual o advogado mais in-dicado para o seu caso?

Boa pergunta, porque os advoga-

dos não podem fazer publicidade,

está-lhes vedado. Vai-se sabendo

que uns terão mais apetência para

umas áreas do Direito do que ou-

tros, mas não podemos fazer pu-

blicidade. Mas, em geral, todos fa-

zemos qualquer área do Direito,

exceptuando talvez o Direito Ad-

ministrativo.

O que é que se destaca do rela-tório da delegação da Ordem re-lativo ao ano de 2011?

Temos tido muito trabalho, so-

bretudo no apoio judiciário, que é

o que nos ocupa mais. Também te-

mos colaborado, desde o ano pas-

sado, com o apoio à vítima de vio-

lência. É um trabalho mais recente,

mas provavelmente era a última

coisa que nos faltava fazer. Faze-

mos nessa área consultas gratuitas

e depois acabamos por indicar ad-

vogados para patrocinar as vítimas.

E, infelizmente, há alguns casos.

Como é que tem visto as alte-rações que estão a ser propostas para o mapa judiciário?

Em Abrantes, iremos provavel-

mente fi car sem Tribunal de Tra-

balho. O resto manter-se-á, não

sabemos bem em que moldes. A

única dúvida é saber como serão

os processos do foro do Círculo,

isto é, os processos acima de trinta

mil euros. Iremos ter, em princípio,

competências genéricas: Família,

Crime e Cível. O Trabalho sairá de

Abrantes e irá para Tomar, o que é

uma perda de valência, não há dú-

vida. Porque nós, mesmo antes de

termos competência genérica, jul-

gávamos Direito do Trabalho. Mas

é natural que se percam valências,

como nos Hospitais. A centraliza-

ção obriga a isso. Aqui na nossa área

fi caremos com a área de Mação.

A Ordem, a nível nacional e re-gional, tem-se manifestado ou tem deixado que sejam as popu-lações e as autarquias a fazê-lo?

Temos um Bastonário proactivo,

mas neste assunto da reforma do

mapa judiciário, ainda não há uma

posição defi nitiva da Ordem. Esta-

mos na fase de consulta aos par-

ceiros sociais. Aqui, em Abrantes,

também ainda não tomámos uma

posição.

Como é que vê essa passagem do Tribunal do Trabalho para To-mar e do Tribunal de Mação para Abrantes?

Obviamente que para as popu-

lações é sempre mau. A questão

prende-se com os transportes pú-

blicos porque nem todos temos

carro e mesmo os que têm podem

não conseguir custear as despe-

sas das deslocações, porque agora

também há portagens. Estas refor-

mas fazem-se no papel, não se fa-

zem nos locais, quem está em Lis-

boa não tem conhecimento. Ter-

se-ão que arranjar soluções a nível

de transportes públicos.

• Representante dos advogados de Abrantes: quando se perdem valências “é sempre mau para as populações”

jornaldeabrantes

MARÇO20124 SAÚDE

HÁLIA COSTA SANTOS

Ainda não são dez da manhã. Em frente ao Centro de Saúde de Vila Nova da Barquinha, está estacio-nada uma carrinha com o símbolo da freguesia de Tancos, com quatro pessoas lá dentro. Ao volante está Natália Nobre, funcionária da Junta. Praticamente todos os dias, aque-la carrinha circula entre Tancos e a sede do concelho, para transportar, de forma gratuita, idosos que pre-cisam de cuidados de saúde. Isto porque em Tancos, como em tan-tas outras freguesias, não há médi-co de família e os utentes são con-sultados nas sedes de concelho.

Há cerca de três anos e meio que

a Junta de Freguesia de Tancos dá

resposta a um dos principais pro-

blemas da população, em geral, e

dos mais velhos, em particular. Nas

localidades em que não há médicos

do sistema público, ser consultado

ou simplesmente obter uma recei-

ta pode ser uma tarefa difícil. Mes-

mo quando a solução está apenas

a três quilómetros de distância. As

pernas já não ajudam, os problemas

de saúde complicam-se e a distân-

cia difi cilmente se consegue percor-

rer a pé.

Hortênsia Lopes, de 72 anos, é

uma das habitantes de Tancos que

usa a carrinha para ir ao médico no

Centro de Saúde da Barquinha ou

simplesmente para ir à farmácia.

Naquele dia, estava na carrinha da

Junta mas às vezes, quando lhe dá

“a maluqueira”, ainda se faz ao cami-

nho, a pé, para resolver os seus pro-

blemas. Diz que esta iniciativa da

Junta é “muito boa” e também não

se queixa do Centro de Saúde, que

tem três médicos, sendo um médi-

co brasileiro. “Não me incomodo

que seja brasileiro, logo que me tra-

te bem e seja bom médico!”

O colesterol alto e, de vez em quan-

do, a tensão alta. Estes são os prin-

cipais problemas de saúde de Hor-

tênsia Lopes, que num destes sába-

dos esteve quase a chamar o INEM

para ir para o Hospital. Mas acabou

por se recompor. Esta é a única so-

lução para as emergências, quan-

do não se tem transporte próprio.

Quando tem que fazer exames, re-

corre aos transportes públicos. Ain-

da estava convencida que, numa

próxima situação, poderia receber

o valor dos bilhetes, mas a compa-

nheira de viagem, Fernanda Costa,

diz-lhe que “desde Setembro que já

não pagam”. Fernanda Costa não é

idosa, mas como tem uma defi ciên-

cia nas pernas também está autori-

zada a utilizar a carrinha da Junta de

Freguesia.

António de Oliveira Dias, de 78

anos, tem problemas no coração

e nas pernas. Também aproveita o

transporte para ir ao médico, quan-

do tem consulta marcada. Está sa-

tisfeito com o serviço e com o aten-

dimento no Centro de Saúde. O pior

são os seis comprimidos que tem

que tomar por dia, por causa do

coração. “Antes davam uma ajuda,

agora parece que já não dão nada.

Apresentava recibo e davam algu-

ma coisa, mas agora dizem que já

não vale a pena apresentar os pa-

péis. Não tiram o coração ao povo

porque não podem.”

No mesmo dia, logo pela manhã,

Paula Cortês, com a fi lha de qua-

tro anos, entrou e saiu do Centro

de Saúde da Barquinha sem serem

consultadas. As duas estavam visi-

velmente doentes, mas só a meni-

na conseguiu consulta, para depois

de almoço. Se não conseguisse con-

sulta para si, Paula teria que ir às ur-

gências do Hospital. “Mas quando

chegamos às urgências perguntam

logo se não fomos ao médico de fa-

mília”, desabafa. Adianta que a si-

tuação, sobretudo para quem não

tem médico de família, “está cada

vez pior”. E aos “privados não se

pode chegar”.

Estas são histórias que se repe-

tem por diferentes freguesias, que

não têm médico de família ou que

só o têm alguns dias por semana.

É isso que acontece em S. Miguel

do Rio Torto, freguesia do concelho

de Abrantes. Naquele mesmo dia,

Joaquim e Leopoldina Nascimento,

de 84 e 83 anos, davam o seu pas-

seio matinal para desenferrujar as

pernas. Apesar da idade, os proble-

mas de saúde não são graves. Mes-

mo assim, lamentam que o médico

raramente vá a S. Miguel. “Às vezes

vem uma ou duas vezes por sema-

na, às vezes não vem nenhuma”. É

assim há cerca de quatro anos. “Ele é

bom médico, vem é poucas vezes”,

lamenta Leopoldina Nascimento.

O Hospital de Abrantes está ape-

nas a cinco quilómetros de distân-

cia. Quando os problemas de saú-

de são mais graves, é o genro do

casal que os leva ao Hospital. Mas

Joaquim e Leopoldina dizem co-

nhecer muita gente “a precisar mui-

to” de cuidados de saúde e alguns

“não têm família” que lhes valha. S.

Miguel é bem servido de transpor-

tes, por causa dos jovens que vão

para as escolas, “mas ir a Abrantes

é uma carga de trabalhos, porque

custa subir para o autocarro”, garan-

te Joaquim Nascimento.

Para resolver o problema do aces-

so aos médicos de família, tam-

bém a Junta de Alcaravela, a maior

freguesia do concelho do Sardo-

al, disponibiliza uma carrinha de

nove lugares, duas vezes por sema-

na, para levar os utentes à consul-

ta na sede do concelho. Desde Ou-

tubro de 2010 que a freguesia não

tem médico de família e a luta para

resolver o problema tem sido uma

constante, incluindo junto dos Gru-

pos Parlamentares da Assembleia

da República. Manuel Serras, o pre-

sidente da Junta, tem a promessa

de que o problema vai ser resolvi-

do até ao fi nal de Março, depois da

reestruturação dos serviços de saú-

de.

Manuel Serras diz que a popula-

ção está satisfeita, apenas em parte,

com a solução do transporte. Por-

que a verdade é que, quando havia

médico de família em Alcaravela,

praticamente não havia vagas nas

consultas. O que quer dizer que os

1.300 inscritos realmente precisam

de cuidados médicos próximos e

permanentes. O presidente espera

que esta solução seja mesmo provi-

sória, até porque o funcionário que

faz o transporte também é necessá-

rio noutras tarefas essenciais, como

na prevenção de incêndios. A época

de incêndios é logo a seguir a Mar-

ço e, em caso de tragédia, a popula-

ção precisa ainda mais de um médi-

co em permanência, sobretudo por

causa do “estado em que as pesso-

as fi cam”. O presidente não desiste:

“Água mole em pedra dura tanto

bate até que fura!”

UTENTES SÃO TRANSPORTADOS PELAS JUNTAS, OU ESPERAM PELO DIA EM QUE O MÉDICO VEM

Juntas de Freguesia facilitam acesso aos cuidados médicos

• Na carrinha da Junta de Tancos, três dos utentes que normalmente são transportados

jornaldeabrantes

MARÇO2012 SAÚDE 5

A distribuição das valên-

cias hospitalares pelos três

Hospitais do Centro Hos-

pitalar do Médio Tejo tem

criado descontentamento

junto dos utentes. Anabela

Maia, natural do Tramagal,

tem sofrido com a mudan-

ça dos serviços de Otorri-

nolaringologia de Abrantes

para Tomar, nomeadamen-

te no acompanhamento

que tem dado à mãe, do-

ente crónica. Quando ha-

via consultas em Abrantes,

facilmente contactava os

serviços, quer pessoal-

mente, quer por telefone.

O mesmo já não acontece

desde que os serviços pas-

saram para Tomar.

Recentemente Anabela

Maia tentou contactar com

as consultas externas de

Otorrino no Hospital de

Tomar, mas nenhum dos

“cinco ou seis números de

telefone” atendeu durante

45 minutos. Quando fi nal-

mente alguém atendeu,

explicou que “eram muitas

chamadas” e que não con-

seguiria passar para o se-

gundo piso, uma vez que

as consultas externas, em

Tomar, estão descentrali-

zadas por pisos. Quando

fi nalmente conseguiu fa-

lar com alguém das con-

sultas externas de Otorri-

no, Anabela Maia não con-

seguiu falar com a médica

e, por isso, não foi possível

obter, por telefone, a infor-

mação que poderia resol-

ver o problema. Ou seja,

esta utente teve que se

deslocar a Tomar, “prova-

velmente ocupando uma

urgência de outra pessoa”,

quando tudo poderia ter

sido resolvido por telefone.

“Em Abrantes era mais fácil

o contacto”, remata.

O concelho de Sardoal, à se-melhança do que acontece no país, tem sido, nos últimos anos, muito afectado pela falta de médicos de família. Esta ca-rência agravou-se com a apo-sentação de alguns clínicos, no ano de 2010, que ali exerciam funções. Durante cerca de seis meses, o Centro de Saúde de Sardoal não teve nenhum mé-dico de família, sendo que ape-nas assegurava serviços de re-ceituário e enfermagem.

Embora sem competências

directas na área, o município

sardoalense acompanhou de

perto a situação, cooperando

e dialogando com as instâncias

regionais e nacionais com res-

ponsabilidades nesta área, na

tentativa de colmatar a carên-

cia da população.

Desde 2009 que o município

pôs à disposição uma casa de

função para um clínico que ali

quisesse exercer funções. Em

meados de 2011, esta hipótese

tornou-se realidade com a vin-

da de uma médica colombia-

na, que vive na referida casa de

função e que tem a seu cargo

um fi cheiro com cerca de 2.000

utentes.

O fi cheiro do concelho de

Sardoal tem aproximadamen-

te 4.000 utentes, dos quais 986

são da freguesia de Alcaravela,

sendo esta, actualmente, a mais

afectada pela falta de médi-

cos de família (ver texto pág. 4).

O município do Sardoal assu-

miu, ainda, a responsabilidade

do transporte diário de um mé-

dico, vindo de Abrantes, para

prestar serviço aos utentes do

concelho que tinham fi cado

sem médico de família. O que

já anteriormente tinha aconte-

cido com uma médica prove-

niente do Entroncamento.

Relativamente à Câmara Mu-

nicipal da Barquinha, todas as

extensões estão activas, aguar-

dando-se evolução em relação

a Limeiras, a de maior risco de

encerramento no concelho.

Quanto ao pessoal, apesar de

um dos médicos de família es-

tar em situação de contratação,

vai permanecer mais alguns

meses, não se sabendo como

fi cará a situação após essa data.

Contudo, a autarquia diz que

tudo irá fazer para evitar que os

utentes fi quem prejudicados

na resposta às suas necessida-

des. Quanto aos transportes de

doentes, na Barquinha não se

tem verifi cado necessidade de

haver qualquer intervenção da

autarquia.

Em Constância, o próprio di-

rector executivo do ACES do

Zêzere, Fernando Siborro, dis-

ponibilizou-se a assegurar

os cuidados médicos a 1.250

utentes de Santa Margarida da

Coutada. O outro fi cheiro é as-

segurado pela médica de Medi-

cina Geral e Familiar. Assim sen-

do, a situação é estável. Quanto

a Constância, a situação tam-

bém é estável, porquanto to-

dos os utentes têm médico de

família.

Ao nível dos cuidados de en-

fermagem, a Câmara de Cons-

tância tem a consciência de

que existe um grande esforço

para garantir os cuidados de

saúde prestados, uma vez que

das três enfermeiras, duas es-

tão de licença de maternidade,

tendo si “substituídas” por uma

enfermeira com um contrato

de 30 horas semanais.

Considerando todos os cons-

trangimentos, sentidos pela

população do concelho de

Constância, com especial refl e-

xo nos utentes das Extensões

de Saúde de Montalvo, a Câma-

ra Municipal já fez sentir este

problema junto das diferen-

tes entidades competentes. A

autarquia também já manifes-

tou a sua disponibilidade para

analisar possíveis soluções que

possam superar a falta de con-

dições no âmbito dos cuidados

de saúde prestados, ainda que

extravasem as suas competên-

cias. Contudo, e até à presente

data, não foram apresentadas

quaisquer propostas de cola-

boração por parte de qualquer

organismo do Serviço Nacional

de Saúde (SNS).

No caso da Câmara de

Abrantes, os munícipes que

têm solicitado ajuda para re-

solver problemas relacionados

com questões de saúde têm

tido apoio no âmbito do Re-

gulamento de Apoio a Estra-

tos Sociais Desfavorecidos (que

abrange também a habitação,

a educação e a isenção de ta-

xas). No âmbito desta medida

já foram apoiadas sete agre-

gados familiares, no montante

fi nanceiro de 2.201.95 €. Este

apoio pode ser usado para di-

ferentes situações, nomeada-

mente a comparticipação de

despesas com medicamentos,

comparticipação em despe-

sas com consultas de especia-

lidade (desde que, comprova-

damente, não estejam dispo-

níveis no SNS) e em despesas

de transporte (desde que seja

transporte público e que não

seja garantido pelo SNS). Para

além de comprovada situação

de carência, os candidatos a

este apoio devem apresentar

comprovativos das prescrições

médicas dos cuidados de saú-

de a realizar.

Informações fornecidas pelos Gabi-netes de Comunicação das Câma-ra de Abrantes e Sardoal, pela ve-readora Rosa Maria Garrett, da Câ-mara de Vila Nova da Barquinha, e pela vereadora Júlia Amorim, da Câmara de Constância.

Mesmo fora das suas competências, Câmaras ajudam como podem

Mais difi culdade nos contactos

• Joaquim e Leopoldina Nascimento: “O médico é bom, vem é poucas vezes”

jornaldeabrantes

MARÇO20126 ABRANTES

Centros Escolares abriram portas aos alunosOs quatro centros escolares do con-celho de Abrantes estão concluídos. Foi após as férias do Carnaval que as comunidades de Alferrarede, Bem-posta, Tramagal e Rio de Moinhos viram os centros escolares abrirem portas aos alunos.

Para Maria do Céu Albuquerque,

presidente da Câmara Municipal

de Abrantes, este acontecimento

representa uma grande satisfação.

“Toda a comunidade educativa vai

encontrar excelentes condições de

trabalho, estes centros são dotados

dos melhores equipamentos e vão

permitir uma educação de excelên-

cia.”

Sobre as obras, a presidente da

Câmara congratulou-se com a cele-

ridade das mesmas dando o exem-

plo do centro escolar de Alferrarede,

o único cujo tempo previsto para

conclusão era de ano e meio; para

os restantes, o prazo era de um ano.

No entanto, os novos centros es-

colares ainda não estão equipados

com todas as valências previstas,

nomeadamente com novas tecno-

logias, como os quadros interac-

tivos ou os sistemas de projecção

com ‘data-show’. “As candidaturas

estão lançadas. Há indicação que

estão para aprovação, mas só de-

pois da sua formalização podemos

adquirir os equipamentos”, explicou

a autarca.

Maria do Céu Albuquerque tam-

bém justifi cou o facto de estas inau-

gurações já terem sido assinaladas

e não no início do ano lectivo de

2012/13. “Entendemos que se as

escolas estão prontas, os concur-

sos foram lançados e as obras estão

dentro do calendário expectável,

podemos proporcionar o contac-

to dos alunos que estão a acabar o

1.º ciclo com as novas instalações.

Isto porque as antigas escolas es-

tavam numa situação de degrada-

ção.” Quanto às Associações de Pais,

a autarca garante que “estão a rea-

gir muito bem, apesar das mudan-

ças nunca serem muito fáceis, mas

vamos mudar para melhor e isso é o

mais importante”.

São quatro centros escolares que

abriram portas e que estão avalia-

dos na ordem dos 10 milhões de

euros.

Os 25 anos da Gr o Caf , empresa dos irm os Lu s e Adelino Pires, foram assina-lados no dia 7 de Fevereiro, em ambiente de festa, em S o Louren o, “o fi lho mais novo” do grupo, que tem tamb m o Trin-canela. Lu s Pires lembrou o lema de sem-pre: “Empreender, criar valor e partilhar”. Por isso mesmo, o jantar, partilhado com familiares, amigos e parceiros, serviu para confi rmar que uma empresa “n o se faz s de cifr es”, mas sobretudo de pesso-as. A componente humana esteve sempre presente, ao longo da vida da Gr o Caf ,mas tamb m durante o jantar de aniversrio, em que os empres rios agradeceram aos colaboradores, aos fornecedores e a todos os que os acompanharam ao longo deste percurso. Lu s Pires falou do sonho que teve quando ainda era muito novo e garante estar disposto a continuar a sua aposta no sector alimentar, continuando o sector dos Caf s Torrados a ser o principal eixo do neg cio.

A Gr o Caf , que emprega 70 pessoas,

a maior empresa da regi o no sector da cafetaria. Apesar dos 25 anos que com-pletou, a Gr o Caf continua a ter a jovia-lidade e a energia como imagens de mar-ca. Apesar da crise conjuntural e estrutu-ral, Lu s Pires garante que a empresa vai continuar o seu trabalho: “Fa amos das amea as, oportunidades; fa amos das fra-quezas, for as”. O jantar, que foi marcado por alguns momentos emocionados, con-tou com a presen a de parceiros indiscutveis da Gr o Caf : a C mara Municipal, a Nersant, os Rot rios de Abrantes, o Lions, o CRIA, a Santa Casa da Miseric rdia, a Igreja Cat lica e o rec m-criado grupo de empres rios BNI. Lu s Pires deixou claro:“Partilhamos com todas, o mesmo esp rito, mesmo que de formas diferentes – dar de n s, antes de pensarmos em n s”. Com este tipo de parcerias e com a preocupa-

o que demonstra ter pelos seus cola-boradores, a Gr o Caf assume-se como uma empresa que retribui sociedade as oportunidades que esta lhe deu.

Grão Café celebra 25 anos

• Novo Centro Escolar de Alferrarede

jornaldeabrantes

MARÇO2012 ABRANTES 7

A “menina Felismina” tem

72 anos, é de S. Facundo, mas

vive desde os 18 na mesma

casa, no centro de Abrantes.

A única família que tem é

uma sobrinha e uma sobri-

nha neta, em Lisboa, e uma

outra sobrinha, aqui mais

perto, mas que é utente do

CRIA. Por isso, Felismina Qui-

tério Bernardo, de seu nome

completo, foi-se habituando

a estar sozinha. Mas a soli-

dão não é coisa que se dese-

je e várias foram as pessoas

e as entidades que se foram

preocupando com a sua si-

tuação.

Há uns meses, D. Felismina

ouviu uma assistente social

da Câmara de Abrantes cha-

mar por ela, quando tinha

ido buscar o pão. Foi essa

assistente que lhe falou de

um equipamento, com tele-

fone, que poderia fazer com

que tivesse sempre uma for-

ma de falar com alguém. Vi-

nha mesmo a calhar. Pouco

tempo antes D. Felismina ti-

nha dado uma queda em

casa e fi cou horas estendida

no chão, durante a madru-

gada, até se conseguir arras-

tar para a cama. No outro dia

chamou um táxi e foi para o

Hospital. Fez tudo sozinha:

de noite ninguém ouviu os

seus pedidos de ajuda; de

dia não tinha ninguém a

quem pedir que a transpor-

tasse ao Hospital.

Hoje, esta idosa não está

sozinha: para além de dois

jovens estudantes do secun-

dário que a visitam semanal-

mente – o João e a Bárbara

– tem ainda uma senhora – a

D. Ilda – que a ajuda, desde

o dia 6 de Janeiro, a vestir-

se e na lida da casa. Mas há

mais uma preciosa compa-

nhia, que lhe dá segurança e

descanso 24 horas por dia: o

aparelho da teleassistência.

D. Felismina ainda não pre-

cisou de ligar a pedir aju-

da. Faz um telefonema só

para mostrar que sabe usar

o equipamento. Do outro

lado, Sílvia Silva, da Cruz Ver-

melha, na central em Lisboa,

pergunta-lhe como está. De-

pois explica-lhe que “tem

que esperar, não pode estar

sempre a tocar, senão can-

cela a chamada”. E acaba por

explicar que a maior parte

dos contactos que os idosos

fazem é para chamar trans-

porte para o Hospital. A outra

situação frequente é quan-

do dão quedas. Nessa altu-

ra simplesmente precisam

que alguém telefone para

um familiar para os ir levan-

tar. E a voz que está do ou-

tro lado da linha assim o fará.

D. Felismina faz um since-

ro sorriso quando fala da

vida que agora tem: “Estou

muito contente, mais acom-

panhada, mais tudo. Eu co-

nheço a voz dela, daque-

la senhora que agora falou.

Quando o senhor da Cruz

Vermelha veio cá ensaiar o

equipamento para ver se

funcionava em todas as ca-

sas (divisões), essa senhora

disse que, quando me sen-

tir muito só, posso ligar para

ela, só para falar. Mas olhe,

ainda nunca o fi z. Isto é uma

companhia e dizem que até

posso tomar banho com

isto, que não se estraga nem

coisa nenhuma!”

Hália Costa Santos

Está já em marcha a pri-

meira fase do serviço de te-

leassistência para idosos no

concelho de Abrantes. Este

serviço, que surge no segui-

mento de um protocolo en-

tre a Câmara Municipal de

Abrantes (CMA) e a Cruz Ver-

melha Portuguesa, tem por

objectivo acompanhar os

idosos em situação de isola-

mento, a viver sozinhos, com

doença prolongada e em

convalescença. Na prática,

estando na posse de um te-

lemóvel, os idosos passam a

ter condições para contacta-

rem de imediato com as enti-

dades de segurança e saúde.

Celeste Simão, vereadora,

fala com entusiasmo sobre

esta nova valência e mostra-

se satisfeita com a recepção

manifestada pelos 16 ido-

sos abrangidos. “É um apa-

relho que se tem em casa,

num cordão com um botão

ao pescoço, que podem ac-

cionar por emergência. A

chamada é atendida pela

Cruz Vermelha que pode

direccionar para a GNR, PSP

ou para o Centro de Saúde”.

A vereadora dá um exemplo

da satisfação dos utentes do

serviço: “Uma senhora di-

zia que antes tinha a com-

panhia de Jesus Cristo, mas

agora é o aparelho que o faz.

As pessoas sentem-se mais

seguras.”

A teleassistência funciona

24 horas por dia, 365 dias

por ano, num investimento

que custará à CMA 11 euros

por mês, durante um ano,

para cada um dos dez apa-

relhos já entregues e insta-

lados. “Os outros seis estão

a cargo da Cruz Vermelha”.

Nesta fase procede-se a uma

primeira monitorização,

através dos técnicos da CMA

com os da Cruz Vermelha.

Celeste Simão explica co-

mo se processou a selecção

dos idosos abrangidos por

este programa: “Aproveitá-

mos um trabalho que a GNR

e PSP fi zeram e cruzámos

os dados com a opinião das

Juntas de Freguesia. Estes

idosos estão identifi cados.

Propusemos que as pesso-

as entregassem as candida-

turas.”

Para que sejam elegíveis a

este programa de teleassis-

tência, os idosos têm de ter

residência permanente no

concelho de Abrantes, 65 ou

mais anos, e rede fi xa no lo-

cal da instalação. A candida-

tura segue depois para os

serviços da CMA onde téc-

nicos fazem a análise às can-

didaturas. Para já, entre os

16 aparelhos instalados, en-

contram-se residentes em

Martinchel, Aldeia do Mato,

Fontes e mesmo no centro

da cidade de Abrantes, en-

tre outros.

Serviço de teleassistência para quem mais precisa

“Posso ligar para ela, só para falar”

• Felismina Bernardo já tem o serviço Teleassistência

jornaldeabrantes

MARÇO20128 GASTRONOMIA

É do concelho de Mação que sai a grande fatia da produção nacio-nal de presunto mas Barrancos, no Alentejo, chegou primeiro. O Ribatejo fi ca com a Catedral, a casa mãe.

A marca “Capital do Presunto” foi

registada em 2008 no Instituto Na-

cional da Propriedade Industrial

(INPI) pela Câmara Municipal de Bar-

rancos. A solução encontrada pelo

elenco executivo da Câmara Muni-

cipal de Mação (CMM) é auto-intitu-

lar-se “Catedral do Presunto” tendo já

avançado com um pedido de registo

da nova marca no dia 12 de Janeiro.

O pequeno embate de capitais fi -

cou resolvido com “educação e bom

senso”, contou Saldanha Rocha, pre-

sidente da autarquia eleito pelo

PSD. “Fomos informados pelo presi-

dente de Barrancos de que o registo

da capital do presunto estava feito

por eles e não era delicado da nos-

sa parte continuarmos a utilizar esse

cognome”.

Saldanha Rocha não deixou de de-

fender o seu concelho e o seu pre-

sunto, “independentemente de Ma-

ção produzir 70% do presunto na-

cional, e no nosso entender ser uma

capital do presunto, por uma ques-

tão de bom senso e educação o que

fi zemos foi pensar noutra designa-

ção, a “Catedral do Presunto”.

“Patetices”

Já no que toca a comentar a acção

da oposição no processo, o presiden-

te da CMM foi um pouco mais ob-

jectivo. “A oposição não sabe do que

fala, são patetices!”, afi rmou. Quan-

do foi tornado público que Mação

teria de mudar de cognome, a opo-

sição (PS) reagiu no seu blogue com

muitas críticas ao facto de à altura

do acontecimento estar em marcha

uma campanha de promoção à “Ca-

pital” e que alteração para “Catedral”

teria custos que poderiam ter sido

evitados. O PS de Mação criticou

ainda Saldanha Rocha por se ter “es-

quecido” de verifi car a disponibilida-

de da marca e de se ter precipitado

ao começar a campanha.

Saldanha Rocha reforça a ideia,

“são patetices de quem não sabe do

que fala”. “Nós não fi zemos nenhu-

ma campanha de promoção, ape-

nas dois painéis na A23, o nosso site

na internet e ofícios. Foram investi-

mentos muito ridículos. Obviamen-

te que depois se faz o aproveitamen-

to politico mas não houve nenhum

dispêndio extra com esta alteração.

Para além do mais, em tudo o que

está feito é só mudar uma palavra,

até apenas algumas letras”, afi rma.

A confi ança na marca Mação man-

tém-se intocável para o presidente

da CMM, “os produtores receberam

bem a nova marca, e o que quere-

mos é que o presunto seja de qua-

lidade, trabalhado de acordo com

as certifi cações, com o caderno. Que

quando chega ao consumidor fi nal

seja de novo pedido pelo mesmo,

que haja repetição. Isso de ser uma

palavra ou outra…”, desvalorizando

o problema com o cognome.

O PS não teceu apenas críticas,

também contribuiu com sugestões

para um novo cognome do con-

celho por acharem que a escolhi-

da pelo executivo “não parece feliz”.

Para os socialistas “Mação - Terra do

Presunto” e “Mação - Um Presunto

com Tradição”, seriam soluções me-

lhores. Mas para Saldanha Rocha é

a “Catedral do Presunto” que lhe en-

che as medidas, contando que ca-

tedral signifi ca “casa mãe, o que dá

outra grandeza. E na realidade é de

Mação que sai a esmagadora maio-

ria do presunto”. Marketing e estra-

tégias publicitárias à parte, do em-

bate de capitais saiu uma catedral,

que é ribatejana, e o presunto conti-

nua igual, com a mesma qualidade.

Ricardo Alves

Mação passa de capital a catedral mas o presunto fi ca igual

Lampreia é rainha durante um mês

Até ao dia 25 de Março

o concelho de Mação tor-

na-se destino obrigatório

para os amantes do Arroz

de Lampreia. O Festival da

Lampreia conta este ano

com nove restaurantes

aderentes e é organizado

pela Câmara Municipal de

Mação e a Pinhal Interior –

Associação de Desenvolvi-

mento do Pinhal Interior

Sul.

Para o presidente da au-

tarquia, esta edição inau-

gura um novo ciclo. “É um

produto muito apreciado

que faz com que o conce-

lho tenha visibilidade. So-

mos visitados por milhares

de comensais”. Saldanha

Rocha adianta ainda que

este ano foi desenvolvida

uma nova estratégia, “com

a adesão destes nove res-

taurantes”, o que propor-

cionará “maior divulgação

do nosso território”.

Para além da rainha do

evento, a Lampreia, tam-

bém o território e o pre-

sunto ‘Marca Mação’ serão

divulgados durante o pe-

ríodo de um mês, acredita

o presidente da autarquia.

“É um novo modelo – ten-

tou-se concentrar tudo no

mesmo sítio, junto ao rio,

mas não resultou – e com

restaurantes aderentes em

várias partes do concelho

os comensais que nos vi-

sitam podem usufruir de

um leque mais vasto de

ofertas.”

Será, então, todo o con-

celho em mostra até dia

25 de Março: a lampreia, o

território, a cultura e o pre-

sunto. Os nove restauran-

tes aderentes são: Aveni-

da, Pica-Fino (Mação); Casa

Cardoso (Envendos); Casa

Velha (Mação); Dona Flor

(Penhascoso); Koisas dos

Deuses, Kabra’s II (Mação);

Lena da Barragem (Orti-

ga); O Cantinho (Mação);

O Godinho (Mação); Solar

do Moinho (Cardigos).

Os empresários japoneses

estão interessados em comer-

cializar produtos dos conce-

lhos de intervenção da TAGUS:

Abrantes, Constância e Sardo-

al. Entre esses produtos desta-

cam-se os vinhos, azeites, mel,

marmeladas, compotas e fi gos

confi tados. Este é um dos prin-

cipais resultados da visita de

trabalho que uma delegação

da Câmara de Abrantes fez ao

Japão, entre 9 e 18 de Fevereiro.

A deslocação aconteceu na

sequência do convite da Câ-

mara de Hitoyoshi, município

geminado com Abrantes, a

propósito das comemorações

do 70º aniversário do municí-

pio japonês. Do ponto de vis-

ta da comitiva que partiu de

Abrantes, o objectivo era pro-

mover os produtos do Ribatejo

Interior e encetar contactos

institucionais que originem

contactos entre empresas.

A comitiva integrou a chefe

de gabinete e o coordenador

da TAGUS, associação que tem

trabalhado em estreita articu-

lação com a Câmara em maté-

ria de promoção de produtos

regionais. Para além de várias

visitas, foram desenvolvidas

acções de mostra e divulgação

dos produtos da região. Inte-

ressados em comercializá-los,

os empresários japoneses soli-

citaram que pudessem ser en-

cetadas diligências no sentido

de ser encontrada uma entida-

de acreditada para a sua expor-

tação para o Japão.

No âmbito desta visita AI-

CEP (agência especializada nas

questões relacionadas com o

comércio externo), mostrou-

se disponível para a realiza-

ção de reuniões conjuntas en-

tre a TAGUS e importadores

japoneses, tendo o seu direc-

tor considerado fundamental

o aprofundamento do proces-

so de geminação entre as duas

cidades, com vista à colocação

dos produtos locais no merca-

do japonês. Também o embai-

xador de Portugal no Japão

mostrou grande disponibilida-

de para apoiar esta iniciativa.

Aproveitando a presença no

Japão, a presidente da Câma-

ra de Abrantes, Maria do Céu

Albuquerque visitou a casa

mãe da fábrica da Mitsubishi

Fuso, em Kawasaki, procuran-

do fortalecer as relações com

esta empresa, cuja fábrica no

Tramagal constitui um factor

estruturante do desenvolvi-

mento económico do conce-

lho.

Produtos locais promovidos no Japão

• Maria do Céu Albuquerque promoveu os produtos locais em Hitoyoshi

jornaldeabrantes

MARÇO2012 VILA NOVA DA BARQUINHA 9

Pelo 18.º ano consecutivo o conce-lho promove o que de melhor os rios oferecem. Sável e Lampreia fa-zem as delícias dos comensais até Abril e promovem o desenvolvi-mento económico da região

É já uma longa tradição que a

cada ano confi rma estar para fi car.

A mostra gastronómica “Mês do Sá-

vel e da Lampreia” em Vila Nova da

Barquinha (VNB) assinala 18 anos

de existência. Será de 18 de Feve-

reiro a 8 de Abril que os amantes de

arroz de lampreia e açorda de sável

frito poderão saciar meses de es-

pera pela chegada destas iguarias

aos restaurantes da região. Nesta

edição serão 8 os restaurantes ade-

rentes, num período de tempo que

Fernando Freire, vereador da cul-

tura da autarquia, considera ser de

grande importância para os restau-

rantes do concelho.

“O principal objectivo é promover

a cozinha típica e tradicional (…)

num evento que traz grandes be-

nefícios para o nosso concelho de

VNB e para concelhos limítrofes”,

afi rma o vereador. A localização

territorial de VNB leva Fernando

Freire a considerar que o “peixe do

rio é a nossa principal fonte de sa-

bores. Temos de reconhecer que

temos uma localização privilegia-

da, somos banhados por três rios -

Tejo, Zêzere e Nabão - e felizmente

ainda abundam algumas espécies,

o sável mais raro mas a lampreia

em abundância”, contou Fernando

Freire.

O “Mês do Sável e da Lampreia”

mostra também o modo como a

gastronomia difere entre os vários

restaurantes, apesar de uma base

tradicional de confecção transver-

sal a todos os restaurantes, mas

como Fernando Freire enaltece,

“cada um tem os seus segredos,

técnicas, como a arte”.

À gastronomia, por si só uma vi-

sita à cultura e história regionais,

junta-se este ano a possibilidade

de visitar o Castelo de Almourol,

com a autarquia a oferecer um bi-

lhete por dose, válido durante os

fi ns-de-semana. Os restaurantes

aderentes são: A Carroça (Limeiras);

Almourol (Tancos); O Chico (Praia

do Ribatejo); Palmeira (Barqui-

nha); Platina (Cardal); Soltejo (Bar-

quinha); Stop (Atalaia); Tasquinha

da Adélia (Barquinha).

Ricardo Alves

Iguarias dos rios à mesa em Vila Nova da Barquinha

jornaldeabrantes

MARÇO2012

O ensino politécnico minis-

trado na Escola Superior de

Tecnologia de Abrantes (ESTA)

volta a ser reconhecido publi-

camente, desta feita através do

Prémio “Ferreira da Silva”. Um

aluno do curso de Engenharia

Mecânica foi distinguido, a ní-

vel nacional, pela Fundação Ro-

tária Portuguesa”, tendo sido es-

colhido pelo núcleo rotário de

Abrantes.

Enquanto aluno fi nalista, Luís

Filipe Martins Silva realizou o

estágio curricular da licenciatu-

ra em Engenharia Mecânica, na

empresa OGMA – Indústria Ae-

ronáutica de Portugal. Foi aí que

desenvolveu o trabalho ago-

ra premiado, criando uma so-

lução técnica para testar válvu-

las do tanque de combustível

de aviões militares e comerciais,

de modo a garantir a optimiza-

ção dos procedimentos de ma-

nutenção em componentes das

aeronaves.

O trabalho premiado foi acom-

panhado e orientado pelos do-

centes da ESTA. O prémio atri-

buído pela Fundação Rotária

Portuguesa é mais uma prova

da qualidade e versatilidade do

ensino ministrado na ESTA, cada

vez mais orientado para a satisfa-

ção das necessidades das empre-

sas, nos mais diversos sectores.

Foram 15 as instituições de solidarie-dade social que responderam afi rma-tivamente ao pedido da Câmara Mu-nicipal de Abrantes (CMA) no sentido de fornecerem refeições a munícipes em situação de carência social ou em situações de emergência.

Sempre que qualquer parceiro da

Rede de Acção Social de Abrantes si-

nalizar alguém com extrema necessi-

dade de alimentação, a situação será

analisada e essa pessoa ou família

será encaminhada para a instituição

que lhe fornecerá refeições. Desta

forma, a autarquia pretende dar res-

posta a um dos muitos problemas

com que se depara, cada vez com

mais frequência.

Os serviços da CMA analisarão cada

situação e determinarão o número

de refeições, durante quanto tempo

e onde serão fornecidas a cada pes-

soa. Em função da situação, as pes-

soas abrangidas por este apoio tan-

to poderão comer nas próprias can-

tinas das instituições, como poderão

levar as refeições para casa. As re-

feições fornecidas serão pagas pela

CMA às instituições que as fornece-

rem, por um valor de 4.27 €, o que

corresponde ao subsídio de almoço

da função pública. Este valor será ac-

tualizado anualmente.

O protocolo entre a CMA e as

15 entidades que aceitaram fazer

parte da rede de cantinas que se

disponibilizam para fornecer estas

refeições sociais foi assinado no pas-

sado dia 23 de Fevereiro. O protoco-

lo tem validade por um ano e foi as-

sinado por instituições como o Cen-

tro de Recuperação Integração de

Abrantes (CRIA). A escolha da institui-

ção que vai prestar o serviço depen-

de, em cada caso, de aspectos como

a proximidade geográfi ca entre os

benefi ciários e as instituições.

10 REGIONAL

Cumprindo o conceito de

“museu vivo”, de defesa do

ambiente e da preservação

de aldeias e aglomerados

populacionais, o núcleo de

Moinhos de Vento de En-

trevinhas, no concelho de

Sardoal, está já na fase fi -

nal da sua recuperação, de-

vendo entrar em funciona-

mento durante os próxi-

mos meses de Verão.

É a segunda vez que os

quatro os moinhos de En-

trevinhas são requalifi ca-

dos. Já em 1999 o local ha-

via sido intervencionado,

mas o tempo acabou por

desgastar as estruturas de

madeira. Agora todo o es-

paço volta a ter nova vida.

Os trabalhos estão a ser fei-

tos por um especialista na

construção de moinhos,

credenciado pelo Ministé-

rio da Agricultura.

O moinho principal, que

será usado para demons-

tração das antigas técni-

cas de moagem, já possui

o grande mastro, o capelo

(cobertura), bem como a

entrosga, carretos e eixos

que compõem a engrena-

gem interior que faz mover

as mós. Outra das unidades

foi adaptada para instala-

ções sanitárias, enquanto

as restantes duas estão re-

servadas para apoio a ac-

tividades (pequeno bar e

centro de documentação).

Este projecto foi dinami-

zado pela Junta de Fregue-

sia de Sardoal, em parceria

com o Município, com en-

quadramento da Associa-

ção TAGUS, no âmbito do

PRODER, um programa da

União Europeia para o de-

senvolvimento do meio

rural. Ascende a um cus-

to de 55 mil euros, sendo

que 60% desta verba advi-

rá dos fundos comunitários

e o restante do orçamento

da Junta.

Decorre de 5 a 30 de Março, no

Instituto Politécnico de Tomar

(IPT), o período de candidaturas

para as provas especialmente

adequadas destinadas a avaliar a

capacidade para a frequência do

ensino superior dos maiores de

23 anos. De acordo com o Decre-

to-Lei 64/2006 de 21 de Março,

um dos objectivos destas provas

é a promoção de igualdade de

oportunidades no acesso ao en-

sino superior, atraindo novos pú-

blicos, numa lógica de aprendi-

zagem ao longo de toda a vida.

Podem inscrever-se para a rea-

lização das provas todos os can-

didatos que completem 23 anos

até ao dia 31 de Dezembro do

ano que antecede a realização

das provas.

As candidaturas devem ser for-

malizadas nos serviços acadé-

micos do Instituto Politécnico

de Tomar, em Tomar ou em

Abrantes, na Escola Superior de

Tecnologia de Abrantes. Mais in-

formações em www.ipt.pt

Refeições solidárias com o apoio de 15 instituições

No primeiro domingo de cada

mês a praça Alexandre Hercula-

no, em Constância, enche-se de

cor e sabor. É pela manhã que

todos os produtores do conce-

lho fazem o tradicional merca-

do e lá vendem as frutas, os le-

gumes, as hortaliças e outras le-

guminosas.

Máximo Ferreira, presidente

da Câmara Municipal, diz que

“mais que um acto comercial,

esta praça é uma recuperação

das antigas tradições, das ven-

das que aconteciam em Cons-

tância e do convívio que se es-

tabelecia entre todos”. O objec-

tivo da autarquia é “promover

os produtos da terra, produzi-

dos no concelho, e valorizar o

património envolvente”.

Uma actividade cultural pro-

movida pela Câmara Municipal

e pela TAGUS, Associação para o

Desenvolvimento Integrado do

Ribatejo Interior.

Domingo é dia de praça CONSTÂNCIA

• Cerimónia do protocolo entre a Câmara Municipal e as instituições de solidariedade social

Candidaturas abertas para os Mais de 23

Aluno da ESTA recebe prémio da Fundação Rotária

Moinhos de Vento de Entrevinhas em fase fi nal de recuperação

• Moinhos de Vento de Entrevinhas em recuperação

• Filipe Martins Silva

Foto

de

Paul

o So

usa

jornaldeabrantes

11ESPECIAL CASAMENTOS

Num tempo em que o casamento se tor-

nou tão frágil e de validade a tão cur-

to prazo, o mais “natural” é que se te-

nha desvalorizado e perdido importân-

cia. De facto, para alguns assim é. Mas

não para a generalidade das pessoas.

Basta ver o investimento económico que

agora se faz num só casamento. Casar é

caro, mesmo muito caro. E num momen-

to de crise, não se nota que essas despesas,

de puro luxo, estejam a ser postas de parte.

Além disso, a perda de um cônjuge

ou o divórcio continuam a ser as cau-

sas de maior stress, de maior sofrimen-

to, do maior abalo à vida de uma pessoa.

De facto, a instituição casamento ou a ins-

tituição família parecem estar em crise.

Mas o casamento e a família em si mes-

ma, seja lá isso o que for, continuam a ter

uma importância acima de todas as crises.

AJ

A importânciado casamento

jornaldeabrantes

MARÇO201212 ESPECIAL CASAMENTOS

O casamento pela Igreja

Para além de um acto civil, casar pode

ser um acto religioso.

É um facto que a tendência de seguir

a religião católica tem sido perdida pe-

los jovens ao longo dos tempos. Então,

por que é que se casam pela Igreja?

José Manuel Cardoso, padre na região,

explicou ao JA que mais do que acto re-

ligioso em si, os noivos dão muita im-

portância a outros pormenores quan-

do formalizam a cerimónia na Igreja.

“Uma percentagem elevada daqueles

que casam pela Igreja é por questões

familiares; outros porque entendem

que o casamento fi ca muito mais bo-

nito na Igreja, ao nível das fotografi as.

Quanto às razões ligadas à fé, a per-

centagem é muito baixa. A Igreja está

sempre aberta para todos, mas por ve-

zes deveria haver uma coerência e uma

consciência daquilo que se está a fazer.

O que pretendíamos é que todos fos-

sem conscientes que vão realizar um

sacramento, um acto religioso.”

Na região, o número de casamentos

não parece decrescer, mesmo com a cri-

se. José Cardoso tem já agendado para

este ano cerca de dez casamentos, mas

já o ano passado “foi um ano anormal”,

uma vez que teve “imensas cerimónias”.

Para tornar os noivos mais conscientes

que vão realizar um sacramento, a Igre-

ja tem tomado algumas medidas. “Já há

muito tempo que se faz o CPM, Centro

de Preparação para o Matrimónio, que

é uma preparação aos jovens, para que

estes tenham consciência que, ao reali-

zarem um matrimónio, estão a efectu-

ar um sacramento.” Esta preparação ser-

ve também para mostrar aos noivos o

que é ter uma vida em comum. “Infeliz-

mente, a tendência é fugir e a desculpa

é sempre a falta de tempo e nós só ar-

ranjamos tempo para aquilo que que-

remos” – remata o padre José Manuel

Cardoso.

JMC

O dia do casamento é um dos mais importantes na vida de um casal, está sempre revestido de um simbolismo que refl ecte sen-timentos profundos, emoções e um sentido de partilha único.

Estivemos à conversa com Filipa

Ferreira e João Lopes, que vão casar

e que nos contaram como está a

ser preparado o grande momento.

Filipa e João decidiram casar

pela Igreja pois são católicos e

sempre desejaram ter uma ce-

rimónia como “manda” a tradi-

ção, com todo o envolvimento

que esse dia sugere: família, ami-

gos, Igreja, quinta, fotografi as,

lua-de-mel, enfi m…uma infi ni-

dade de pormenores. Filipa re-

vela a importância do dia do ca-

samento: “É um sonho para mim,

sempre foi. Sempre ansiei passar

por aquele momento especial”.

Filipa e João vivem juntos há

já algum tempo e consideraram

que este Verão era altura ide-

al para selar a relação perante a

Igreja. Mas para preparar o gran-

de dia, ao que parece, não é uma

tarefa fácil. É necessário, primeiro

que tudo, perceber as tendências

vigentes, seja no que diz respei-

to ao vestido de noiva, às alian-

ças, à decoração, às fl ores, etc.

Todo o processo tem um iní-

cio. Primeiro, é essencial saber

onde é local da grande festa.

A QUINTA

Filipa e João começaram por

tratar da quinta. Depressa perce-

beram que há casais que deixam

as suas marcações com anos e

anos de antecedência. Após uma

procura exaustiva pela região,

chegaram à conclusão que a

quinta das Vieiras, em Torres No-

vas, era o espaço de excelência

para o grande dia, pois, segundo

Filipa, combina o factor “qualida-

de e preço”.

A marcação da Igreja foi ou-

tra preocupação inicial do casal.

Filipa explicou ao JA que foi a se-

gunda tarefa a ter em conta. “Fa-

lámos com o pároco da minha lo-

calidade, agendámos o dia e per-

cebemos que não era necessário

grandes formalismos, como por

exemplo os cursos que se tiram

até ao dia. O pároco não é rigoro-

so, o que é óptimo”.

“O FOTÓGRAFO É UMA PEÇA CHAVE NO DIA DO CASAMENTO”

A terceira marcação do casal

foi o fotógrafo. Para Filipa e João,

este é uma peça chave no dia do

casamento. Para além de ser vis-

to como um orientador do dia, é

também ele quem tem a função

de garantir a memória fotográfi -

ca do casamento. “Tal como nas

quintas, o fotógrafo que esco-

lhemos já tinha marcações feitas

com anos de antecedência. Nun-

ca pensei que isto fosse possível,

mas conseguimos garantir a pre-

sença do profi ssional que ambi-

cionávamos”.

OS CONVITES E OS ELEMENTOS DECORATIVOS, PORMENORES COM IMPORTÂNCIA

Filipa e João ainda não trataram

dos convites e confessam-se um

pouco confusos face à escolha do

modelo. “Ao escolhermos os con-

vites, gostaríamos de associá-los

à cor e ao tema que vamos apre-

sentar na quinta. Esta não uma ta-

refa fácil porque há uma infi nida-

de de padrões, estilos, formatos,

cores, preços … enfi m, há uma

infi nidade de pormenores que

ainda não escolhemos. Uma coi-

sa já decidimos, vamos dar uma

lembrança no fi m da cerimónia,

mas não sabemos o que será. Tal-

vez algo que seja útil e não uma

peça para colocar na gaveta.”

O BOUQUET, UM ELEMENTOESSENCIAL

As fl ores assumem um valor

muito importante no dia do ca-

samento. São estas que dão a

vida à decoração no local onde

se celebra o momento. Filipa e

João ainda não escolheram as

fl ores a utilizar. “Confesso que

estou completamente perdida

face ao bouquet. Tenho procu-

rado na internet, mas ainda não

encontrei algo que me preencha.

Tem de ser uma escolha cuidado-

sa pois é um elemento essencial,

que se destaca sempre. Penso

que as fl ores devem

estar associadas

à decoração

envolvente e

o bouquet

deve estar

em harmo-

nia com o

vestido de

noiva”.

AS ALIANÇAS, A PEÇA QUE FORMALIZA

A aliança é uma peça muito

importante no dia do casamen-

to, é esta que fecha o contrato,

a união entre o casal. Filipa dis-

se ao JA que as tendências deste

ano passam pela mistura entre o

outro branco e amarelo, com dia-

mantes ou outras pedras crava-

das, com um formato espalmado.

“Ainda não escolhemos as alian-

ças, porque ainda estamos com

algum tempo, mas não vamos

fugir às tendências. Em princípio

vamos optar pela mistura de am-

bos os ouros”.

MAQUILHAGEM E PENTEADO DA NOIVA

O estilo de uma noiva não está

completo sem uma maquilha-

gem perfeita. O dia do casamen-

to é normalmente sempre um

dia longo e a maquilhagem, se

não for feita com os cuidados ne-

cessários, pode não “aguentar”

até ao fi nal, tal como o pentea-

do. Filipa disse ao JA que os con-

selhos do cabeleireiro são essen-

ciais. “À semelhança do ano pas-

sado, os apanhados estão na

moda. Em princípio vou optar

por um, penso que um apanha-

do faz sempre uma noiva mais

elegante.”

O DESCANSO MERECIDO, A LUA-DE-MEL

A lua-de-mel é o momento em

que os noivos podem realmente

descansar. Depois de um dia can-

sativo e cheio de emoções, nada

melhor do que partir para um

destino turístico ou paradisíaco.

João afi rmou ao JA que a escolha

do local ainda não foi feita. “Va-

mos tratar da viagem para bre-

ve, penso que vamos optar por

um lugar que tenha praia para

descansar. Agora, e até ao gran-

de dia, é preparar tudo da melhor

forma para garantir que nada fal-

te, a nós e aos nossos convida-

dos.”

Joana Margarida Carvalho

Casar, um momento para a vida

O VESTIDO DE NOIVA – A PEÇA DO DIA”Revestido de todo aquele simbolismo, o vestido de noiva é, para

Filipa, uma peça importantíssima. Este ano, as tendências dos vesti-

dos de noiva incidem sobretudo nas cores claras, na aplicação de ren-

das, e no formato do vestido único. Ou seja, segundo esta noiva, não

se deve optar pela separação do corpete e da saia. “Já fi z a primeira

prova e foi uma sensação única, especial, senti-me bem, bonita. Foi

um momento diferente. Apesar desta boa sensação, ainda não en-

contrei o vestido: o modelo sim, mas o vestido não. Espero que no

grande dia me possa sentir “a noiva” e não mais uma que apresenta

um vestido claro, volumoso e com um véu. O João também vai come-

çar a procurar, mas não já. Penso que o fato do homem nunca se tor-

na tão complicado de encontrar como o vestido da noiva, que obe-

dece a uma série de provas e a um gosto muito pessoal.”

jornaldeabrantes

MARÇO2012 ESPECIAL CASAMENTOS 13

O dia do casamento é singular. Marca uma opção de vida, que pode ser vi-venciado de várias formas e inserido em várias tradições e etnias. Neste es-pecial Casamentos, não quisemos ape-nas dar-lhe a conhecer como é o casa-mento na comunidade dominante, mas também na comunidade cigana.

Tânia Sousa pertence a uma comuni-

dade cigana no concelho de Abrantes.

Tem 39 anos, é casada e é a nova me-

diadora cultural na Câmara Munici-

pal. Tânia contou-nos tudo sobre a

tradição no casamento cigano. “A tra-

dição já não é o que era. Antigamen-

te, as crianças eram prometidas quase

à nascença, eram os pais que faziam

os casamentos. À medida que íamos

crescendo já sabíamos que estávamos

destinadas a casar com determinado

rapaz. O que se traduzia muitas vezes

em situações complicadas, pois não

existia o amor entre pares.”

Tânia continua, explicando que actu-

almente as coisas são bem diferentes.

“Normalmente, é o rapaz que toma a

iniciativa de pedir a mão da rapariga aos

pais. Caso a rapariga não queira casar,

os pais já não a obrigam, como acon-

tecia no passado. Para terminar com

esta ligação nós utilizamos uma pala-

vra, que é só nossa, que é ‘cabaças’. Esta

palavra signifi ca que acabou o com-

prometimento entre os dois jovens ”.

O casamento é encarado dentro da

etnia cigana como um dos dias mais

importantes de determinada comu-

nidade. Tânia conta que todos se ves-

tem a rigor e trocam de roupa vezes e

vezes. Há muita comida e tudo é fei-

to e preparado nos dias do casamen-

to, que podem ir além de dois dias

de festa. “Hoje, com os preços eleva-

dos nas quintas, já não fazemos ca-

samentos com mais de um dia, ou

pelo menos é raro, contudo é nes-

te data que todos mostram o me-

lhor que têm, há uma ostentação de

fatos, prendas, ouro, comida….en-

fi m um dia que fi ca para recordar na

vida dos noivos e na comunidade.”

Treze, catorze anos é idade mais co-

mum para casar dentro de uma comu-

nidade cigana. A rapariga normalmen-

te é sempre mais nova que o rapaz,

este casa com quinze, dezasseis anos.

Tânia considera que esta situação de-

via de ser alterada dentro da tradição

cigana, “são umas crianças quando ca-

sam, não há responsabilidade, não há

meios de sobrevivência devido à idade

que têm e acabam por fi car na guarda

dos pais do noivo até muito tarde”.

Quando se chega ao grande dia são

muitas as famílias ciganas que se jun-

tam em festa. Os noivos podem ter

trinta, quarenta, cinquenta padrinhos.

Tânia explicou ao JA que antigamen-

te esta situação não acontecia. Geral-

mente, existia apenas um padrinho e

uma madrinha, mas com o avançar do

tempo há casamentos onde todos são

padrinhos ou madrinhas. “A cerimónia

é passada a comer, a dançar e a convi-

ver depois no fi nal do dia há o grande

momento, que é quando a noiva vai

para uma sala e é testada a sua virgin-

dade pelas mulheres mais velhas da

comunidade. Este é o momento mais

importante, pois é nesta altura que é

selado o casamento. Isto se rapariga for

virgem, pois caso não seja pode acon-

tecer uma grande confusão e desgraça

nas famílias dos noivos. É uma realida-

de que acontece hoje em dia e penso

que nunca vai morrer pois é esta que

demarca a nossa tradição. É obrigató-

rio, é o que formaliza o acto de casar”.

O “fugimento” foi a expressão utili-

zada por Tânia para descrever outra

forma de casar dentro da comunida-

de cigana. “Caso a rapariga fuja da co-

munidade mas se venha a provar que

esta é virgem considera-se casamento

na mesma, pois a rapariga era virgem,

apenas fugiu. Esta é uma realidade

que acontece com muita frequência

na nossa etnia.”

Ainda propósito do casamento nas

comunidades ciganas, Tânia salien-

ta um outro aspecto: “No futuro, caso

aconteça algo de mau ao marido e

este venha a falecer, manda a tradição

que a mulher não deve refazer a sua

vida com mais ninguém, o luto é para

toda a vida, o preto é cor dominante

nas vestes e acabou a alegria. Hoje isto

já não acontece com frequência, é cos-

tume a mulher voltar a refazer a sua

vida, contudo nunca mais tem o res-

peito da comunidade que tinha antes

de tomar essa atitude”.

Casar com uma pessoa na comuni-

dade dominante nunca é bem visto

dentro da etnia cigana. “Uma cigana

ou um cigano, ao casar com alguém

da comunidade dominante, é sempre

uma situação complicada e difícil de

gerir nas famílias. A primeira reacção

é proibir, mas há muitos pais que aca-

bam por ceder, vai havendo um caso

ou outro, mas são situações pontuais”.

Joana Margarida Carvalho

O casamento na etnia cigana

• Tânia Sousa, media-dora cultural na Câmara Municipal de Abrantes

jornaldeabrantes

MARÇO201214 ESPECIAL CASAMENTOS

Juntar-se em vez de casar é uma nova opção para muitos casais. Apesar de muitas famílias ainda estarem ligadas ao casamento tra-dicional e estranharem este novo conceito de união, hoje em dia é mais habitual ouvir um casal amigo falar em juntar-se em vez de casar.

Dois casais de Abrantes partilha-

ram connosco um pouco da sua

vida e abriram-nos as portas à rela-

ção que têm.

Maria e José (nomes fi ctícios) es-

tão juntos há oito anos. Esta não é a

primeira relação que têm, pois am-

bos já foram casados. Conheceram-

se há dez anos no local de trabalho

de Maria, onde José era cliente. Co-

meçaram a namorar e pouco tem-

po depois juntaram-se. Hoje vivem

juntos e acreditam que não têm de

casar para que a relação continue.

“Já não faz sentido porque ambos

temos os fi lhos já grandes e não é

o casamento que une o sentimento

entre duas pessoas.” O que os uniu

“foi a cumplicidade, a partilha da

vida, a amizade, o respeito e o fac-

to de ser mais fácil para os dois com

esta partilha”. E acreditam que não

seria melhor se estivessem casados.

“Não é a assinatura no papel que vai

defi nir o sentimento de ambos”.

José teme a reacção da família a

um casamento, sendo ele mais ve-

lho que Maria, porque a sociedade

ainda não vê com bons olhos este

tipo de ligações. “Pode ser conside-

rado um jogo de interesses ou, por

parte dos fi lhos, pode haver senti-

mento de perda. Se perante a lei é

possível deixar bens ao companhei-

ro sem necessidade de casar, não

ponderámos o casamento e apenas

nos juntámos”.

O facto de ambos já terem tido

um casamento e fi lhos dessa rela-

ção anterior também infl uencia a

forma como agora vêem o casa-

mento. José explica a forma como

encara o casamento: “A minha visão

do casamento hoje é diferente da

de há vinte anos atrás, quando me

casei pela primeira e única vez. Para

mim o casamento era a união entre

duas pessoas que se amam e com-

pletam, para a vida. Presentemente,

a minha ideia de casamento é que

dure até que as pessoas sejam feli-

zes, até que se completem, até que

se entendam, enquanto acharem

que viverem juntos tem fi nalidade

e faz sentido. Caso contrário, é me-

lhor seguirem a sua vida e serem fe-

lizes.” José acrescenta que “quando

se passa para o papel há logo de se-

guida a separação e o divórcio por-

que as pessoas pensam que, com o

papel assinado, a relação se torna

um bem adquirido e, de facto, na

cumplicidade não há bem adquiri-

do, há a partilha”. É esta partilha de

sentimentos que ambos acreditam

conseguir sem ser necessário o ca-

samento.

Apesar de esta ser a segunda rela-

ção do casal e de a família de Maria

ser religiosa, não se opõe à relação

e ao facto de estarem juntos em vez

de casarem. “A minha mãe, que é

muito religiosa, nunca tocou sequer

no assunto”.

A Inês e o Miguel (nomes fi ctícios)

também vivem juntos. A história

deste jovem casal começou quan-

do se conheceram na escola secun-

dária, apesar de só começarem a

namorar anos mais tarde.

Têm a mesma idade, no entan-

to, a Inês trabalha em Abrantes e o

Miguel em Lisboa. A distância só os

uniu e, depois de três anos de na-

moro, optaram por mudar-se para o

Entroncamento.

A decisão de não casarem, para já,

não teve a ver com a religião. Am-

bos acreditam que o casamento “é

um passo sério na vida de um casal,

que deve ser bastante ponderado,

porque se pretende que perdure”.

Desta forma, morar juntos ajuda a

“ver se as coisas funcionam em am-

biente conjugal antes de tomar a

decisão relativa ao casamento”.

Um outro factor importante para

dar este passo foi a estabilidade fi -

nanceira. “Se não fosse a estabili-

dade fi nanceira de ambos, possi-

velmente não teríamos optado por

nos juntar já”. No entanto, o facto

de este casal se juntar não signifi -

ca que não tenha em mente casar,

pode apenas não ser para já. “Pen-

samos que não será o mais impor-

tante, mas não é posto de parte”. As

despesas que um casamento acar-

reta foram também consideradas

por Inês e Miguel: “Tivemos tam-

bém em conta o investimento que

é a festa de casamento”.

O casal acredita que a família pre-

feria vê-los casados, apesar de nun-

ca ter havido problemas e de te-

rem aceitado bem a notícia quando

anunciaram que iam morar juntos.

Uma moda ou um futuro, a felici-

dade está implícita. Segundo um

estudo norte-americano publicado

na revista científi ca “Journal of Mar-

riage and Family”, quem mora com

o parceiro é mais feliz. No caso de se

juntarem, há mais espaço para a in-

dependência e crescimento pesso-

al, o que faz com que tenham mais

auto-estima e bem-estar psicoló-

gico. Por sua vez, o casamento traz

mais saúde e benefícios fi scais ao

casal.

Mafalda Vitória

Casais que se juntam, uma moda ou um futuro?

Foto

s de

Inês

Dia

jornaldeabrantes

MARÇO2012 ESPECIAL CASAMENTOS 15

O casamento é como tudo o mais: está a mu-dar a grande velocidade. Não se sabe para onde, mas conhece-se a sua origem. Até há pouco tempo, era fácil responder à pergunta “o que é o casamento?” Hoje já não é assim tão fácil.

De facto, a tradição já não é o que era.

Cada vez mais os casais optam apenas por

uma ida ao cartório e realizam uma cerimó-

nia simples, sem formalidades e despesas.

Foi o caso de José Miguel Gaspar e Sofi a

Valquaresma. Decidiram casar pois estavam

a precisar de férias, e a licença do casamen-

to pareceu-lhes uma excelente opção. A vida

de ambos estava encaminhada, já viviam

juntos há algum tempo, tinham casa e car-

ro comprado, emprego, davam-se bem, en-

fi m… não lhes faltava, à partida, nada. José

Miguel explica o processo: “Fizemos tudo o

que supostamente acontece depois do ca-

samento. Tomámos os passos mais impor-

tantes. Logo, para nós, casar ou não era indi-

ferente. Só nos faltava o fi lhote. Estávamos

bem, apenas precisávamos de umas férias. E é

curioso! Foi a marcação da partida para o Mé-

xico que defi niu o dia do nosso casamento.”

Para ambos, o casamento é a união de

duas pessoas perante a sociedade, de for-

ma simples e prática. José Miguel che-

gou mesmo a referir ao JA que o casamen-

to “é um contrato e na verdade não é neces-

sário nenhum contrato, para se estar com

uma pessoa: ou se gosta ou não se gosta”.

Já Sofi a considera que hoje as normas da

Igreja Católica já não são adoptadas pelas fa-

mílias da mesma forma como eram adop-

tadas antigamente, porque tudo mudou, as

mentalidades e o próprio estilo de vida, no-

meadamente o das mulheres. “Hoje as mu-

lheres já não fi cam até tão tarde em casa dos

pais, não têm apenas um namorado, não ca-

sam virgens, não são os pais que arranjam os

casamentos... Ou seja, aquela cerimónia na

Igreja que tinha como base a educação cató-

lica, com uma série de normas e regras, foi-se

banalizando com o passar do tempo. Actual-

mente, o dia do casamento é um verdadeiro

negócio para muitas casas, o que não é errado,

mas que banaliza o sentimento, a harmonia, a

mística e a tradição do dia. Eu não sou contra

a estes casamentos, mas no nosso caso não fa-

zia qualquer sentido, uma vez que já vivíamos

juntos e já tínhamos a nossa vida formada.

Casámos, por fi m, porque estávamos a

precisar de férias e porque começámos a

perceber que muitas entidades que trata-

vam connosco situações formais tinham al-

gum constrangimento cada vez que se di-

rigiam a um de nós. Por exemplo, estavam

comigo ao telefone e diziam o José Miguel,

o seu companheiro, o seu namorado ou

o marido. Era uma chatice” - conta Sofi a.

Foi no dia 16 de Setembro, de 2011, às 14h30,

no cartório do Entroncamento, que Sofi a e José

Miguel casaram. O momento foi selado na pre-

sença dos pais, numa sexta-feira de muito ca-

lor. Uma cerimónia que caracterizaram como

“simples”, mas ao mesmo tempo “ideal”, com

o signifi cado necessário que pretendiam ter

daquele dia. “Nessa sexta o Miguel ainda pon-

derou ir trabalhar de manhã, mas não foi. Tirá-

mos o dia e eu limitei-me a comprar um vesti-

do ligeiramente mais formal para a cerimónia.

No momento sentimos um ligeiro nervosis-

mo porque percebemos realmente que esta-

va tudo acontecer. De seguida, a notária selou

o momento, não assinámos nada e não tive-

mos testemunhas, pois agora já não é neces-

sário. Sem qualquer imposição, sem planea-

mento, casámos… simplesmente aconteceu.”

Sofi a e José Miguel afi rmam ao JA que pou-

co mudou, apenas o sentimento de respon-

sabilidade. “Sentimos uma responsabilidade

que temos para com os dois, mas não é uma

sensação má, é uma sensação de compromis-

so, onde as nossas atitudes devem ser pon-

deradas e partilhadas. Deixo aqui um conse-

lho aos jovens casais: façam o que têm a fazer

antes do momento ofi cial, pois não vão ter o

sentimento que se algo correr mal vai surgir

uma série de complicações associadas. O que

é bom hoje em dia, que não é afectado pela

crise, é a espontaneidade. Eu acho que é nes-

te factor que devemos apostar” - fi naliza Sofi a.

Joana Margarida Carvalho

CASAR NO CARTÓRIO

“É na espontaneidade que devemos apostar”

• José Miguel Gaspar e Sofi a Valquaresma

jornaldeabrantes

MARÇO201216 ESPECIAL CASAMENTOS

Número de Casamentos Celebrados na Conservatória do Registo Civil de Abrantes, de 2006 A 2011:

Civil 2006 39

Católico 2006 43

Civil 2007 68

Católico 2007 78

Civil 2008 66

Católico 2008 41

Civil 2009 73

Católico 2009 47

Civil 2010 52

Católico 2010 52

Civil 2011 51

Católico 2011 41

A independência económica

Casamento a prazo

Ainda há pouco, em Portugal os

divórcios eram praticamente proi-

bidos. Depois foram facilitados de

diversos modos. Hoje são já o re-

sultado da maioria (cerca de 60%)

dos casamentos.

Por um lado, porque os mem-

bros do casal têm independência

económica. Por outro, porque os

relacionamentos profi ssionais fora

da família criam laços e compro-

missos afectivos que podem tor-

nar-se alternativos aos familiares.

A união é sobretudo afectiva. Mas

porque os laços afectivos são vo-

láteis, desgastam-se com facilida-

de e outros surgem de modo es-

pontâneo. Resta, se resta e quan-

do resta, o amor e a intimidade.

Além disso, a cultura em vigor é a

do relacionamento fácil e descom-

prometido, por vezes do sexo do

momento e sem compromissos.

Tudo parece “ajudar” ao fi m de

um casamento e nada à sua ma-

nutenção ou prolongamento.

Por isso, não admira também

que alguns proponham já que o

casamento seja apenas um con-

trato com período de validade,

de cinco ou sete anos. Renovável

apenas se ambas as partes se

mantiverem dispostas a isso. No

fundo, é só mais um passo além

do divórcio por mútuo acordo.

A.J.

Até há pouco anos, uma família

era uma unidade de produção e

consumo, cada família consumia

aquilo que consumia. Era uma

economia de sobrevivência ou

se subsistência. Como a produ-

ção estava dependente da terra,

o casamento estava directamen-

te ligado à posse da terra. Uma fa-

mília tinha de ter a terra necessá-

ria ao sustento de todos os seus

membros. Sair da família era per-

der os meios de sobrevivência.

Por isso era vital que o casamento

fosse indissolúvel. Era-o sobretu-

do de facto.

Com a revolução industrial, as

coisas mudam. O sustento vai

buscar-se fora. E a família deixa de

ser unidade de produção e come-

ça a ser apenas unidade de con-

sumo, em que alguns membros

da família vão “lá fora” buscar re-

cursos para que cada um possa

gastar. E cada vez são necessá-

rios mais recursos para um cada

vez maior consumo. É a socieda-

de de consumo, com a sua pres-

são crescente sobre a família e

um desgaste também crescente

no casamento.

Além disso, com a “saída” das

mulheres para o mercado de tra-

balho, cada um dos membros

adultos da família ganha autono-

mia e não precisa da família para

sustentar-se. A família passa a de-

pender, então, não tanto de rela-

ções económicas, mas sobretudo

de relações afectivas.

Mas os laços afectivos são frá-

geis. A paixão dura no máximo

dois ou três anos. E o amor tem

de ser cultivado, se é para durar.

E cada vez menos se pensa que

é para durar. A não ser enquan-

to dure.

A.J.

jornaldeabrantes

MARÇO2012 ACTUALIDADE 17

“Reorganizar e reconverter” é a primeira prioridadeAntónio Alberto Margarido é, des-de 2 de Janeiro, o novo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Abrantes. À frente de uma lista de oito elementos, assume a respon-sabilidade de dirigir, por três anos (2012-2014), a maior das nossas as-sociações de carácter social.

Um dos problemas é, sem dúvida,

o fi nanceiro. Uma casa destas, com

múltiplas solicitações e múltiplos

compromissos, tem sempre pro-

blemas a resolver, e mais ainda em

tempo de crise, em que todos pro-

curam cortar nas despesas. Além

disso, uma das tarefas prioritárias é

proceder a legalizações imprescin-

díveis. Não que a Misericórdia te-

nha vivido na ilegalidade, mas “as

coisas evoluem com uma rapidez

tal que é necessário haver revisões

e reconversões dos processos e dos

regulamentos”. Por exemplo: a cre-

che e jardim de infância vêm de um

tempo que já lá vai. “Hoje, a oferta

pública ao nível do jardim de infân-

cia deixa-nos sem crianças sufi cien-

tes para essa valência, ao passo que

não temos resposta sufi ciente para

a procura ao nível da creche. Temos,

portanto, que proceder à necessária

reconversão.”

O mesmo se passa com certos re-

gulamentos que já estão desactu-

alizados. E com os hábitos ou ro-

tinas da casa. O pessoal de serviço

está habituado a um certo ritmo

ou rotina de trabalho. Lembremos

que o anterior provedor, Horácio

de Sousa, estava à frente da Santa

Casa desde 1991, portanto, há mais

de 20 anos. É natural que o peso do

tempo tenha deixado marcas e que

uma nova direcção, mais jovem e

mais atenta às exigências do pre-

sente, peça agora um “desempenho

profi ssional de excelência”, que não

está, ainda, no espírito da casa. Mas

está em curso, vindo já do último

ano da anterior direcção, um pro-

jecto de formação dos funcionários

com vista a dar mais qualidade a

um atendimento que tem cada vez

mais exigências.

Outro problema é o lar de infância

e juventude, conhecido por Patro-

nato de Sta. Isabel. Foi incorporado

na Misericórdia porque fi cou sem

corpos directivos e porque tinha

um prejuízo corrente insuportável.

As negociações com a Segurança

Social não correram da melhor for-

ma e chegou a ser tomada a decisão

formal de encerrar. Mas uma última

tentativa, que vem já dos últimos

meses da anterior direcção, está a

ser feita. Foram desafectadas três

pessoas do lar e, assim, está a fazer-

se um esforço de equilíbrio das con-

tas. “Veremos o resultado.”

A Santa Casa da Misericórdia de

Abrantes é hoje um pequeno mun-

do com diversas valências: lar da ter-

ceira idade (105 utentes), centro de

dia (30 utentes), apoio domiciliário

(34 utentes), apartamentos para a

terceira idade (6 utentes), creche e

jardim de infância (110 crianças), lar

de infância e juventude (20 rapari-

gas). E gere ainda o centro médico

e de enfermagem de Abrantes, ao

lado da igreja de S. João. Para esse

pequeno-grande mundo conta

com um total de 160 trabalhadores.

Para todo este universo há já um

estudo técnico feito pela União das

Misericórdias que vai servir de guia

ao projecto de acção da nova Mesa

Administrativa. E, mais uma vez, “há

muito trabalho a ser feito” e uma

nova Mesa com vontade de fazê-

lo, com uma “diversidade de forma-

ções e competências” postas ao ser-

viço da causa social.

Alves Jana

MISERICÓRDIA DE ABRANTES TEM NOVA DIRECÇÃO

MESA ADMINISTRATIVA OU DIRECÇÃO 2012-2014

António Alberto Margarido - provedorSilvino Maia Alcaravela - vice-provedor, centro médico, farmácia e coordenação de qualidadeAugusto Maia Alves - tesoureiro e instalaçõesEduardo M. Gonçalves Caldelas - secretário e viaturasLurdes M. Conceição Baptista - creche e jar-dim de infânciaHélder Silvano Sousa Neves - comunicação e informáticaFernando Morgado Silva – recursos humanosMaria Fernanda R. Sarmento - lar de infân-cia e juventude

ÚLTIMOS PROVEDORESAntónio Alberto Margarido 2012 Horácio Mourão de Sousa 1991- 2012Fernando Martins Velez 1979 – 1991António Soares Mendes 1976 - 1979Isidro Sequeira Estrela 1973 – 1976Manuel Alves de Oliv. e Silva 1970 -1973César Dias Ferreira 1964 - 1970João Damas Vicente 1961 – 1964Agostinho Rodrigues Baptista 1952 - 1961José de Jesus Pereira da Silva 1949 - 1952Júlio Serras Pereira 1946 - 1949Manuel Fialho de França Machado 1940 - 1946Henrique Miranda Martins de Carvalho 1935 – 1940Francisco Solano de Abreu 1919 - 1935Guilherme H. de Moura Neves 1914 - 1918

• Alberto Margarido e a galeria dos últimos provedores

jornaldeabrantes

MARÇO201218 CULTURA

Os “Mourões”do Rossio ao Sul do TejoLUGARES COM HISTÓRIA

TERESA APARÍCIO

Na margem esquerda do rio Tejo, poucos metros a montante da ponte rodoviária, encontram-se quinze pi-lares de altura desigual, construídos em pedra e cal, que são vulgar-mente conhecidos por “mourões”.

Vestígios enigmáticos, como tudo

o que é antigo, foram considerados,

por muitos e durante muito tempo,

restos de uma ponte romana. Vários

estudiosos destas coisas antigas, lo-

cais ou nacionais, assim os conside-

raram e essa ideia passou a ser um

dado adquirido e já não só uma

simples hipótese. Eis senão quan-

do, em 1984, os abrantinos foram

confrontados não com uma lenda,

ou apenas com a tradição, mas com

factos concretos: os “mourões” não

eram romanos, nem tinham dois

mil anos, tinham apenas cerca de

dois séculos e datavam da época

das invasões francesas.

A 24 de Outubro desse ano de

1984, o major Fernando Salgueiro

Maia, num colóquio na Biblioteca

Municipal, trouxe a público a cópia

de uma planta, bastante pormeno-

rizada, de uma ponte de barcas de

que os mourões eram parte inte-

grante. Este documento foi encon-

trado graças à pesquisa que este

militar de Abril fi zera no Gabinete

de Estudos Arqueológicos de Enge-

nharia Militar e teve também a ama-

bilidade de ceder à cidade uma ou-

tra cópia em tamanho natural, que

se encontra, presentemente, no Ar-

quivo Municipal, à disposição de

quem a quiser consultar.

Estes pegões constituíam o cais da

margem sul e foram construídos du-

rante os meses de Setembro, Outu-

bro e Novembro de 1811; o cais da

margem norte não foi construído

como este, em pedra e cal, mas sim

em madeira e dele já hoje nada res-

ta. Contudo, na década de oiten-

ta do século vinte, quando houve,

no local, trabalhos de remoção de

areia, foram postas a descoberto

duas fi las de toros de madeira, ain-

da em bom estado, pois o pinho,

como se sabe, conserva-se bem

dentro de água. Uma vez postos a

seco apodreceram rapidamente.

A ligar toda a estrutura da pon-

te, havia um passadiço de madeira,

que no centro se alargava, forman-

do uma pequena praça, onde podia

cruzar o trânsito que vinha nos dois

sentidos e onde os carros podiam

fazer inversão de marcha, caso fos-

se necessário. Havia, também, uma

pequena ponte levadiça, por onde

passavam os barcos que navega-

vam no Tejo.

Na planta, encontram-se algumas

legendas com informações adicio-

nais bastante úteis. Assim, do lado

esquerdo, está uma que nos informa

que esta ponte e outras construídas

na Beira Baixa foram feitas sob a di-

recção do Coronel do Corpo de En-

genharia, Manuel de Sousa Ramos.

O objectivo principal desta ponte

de barcas era estabelecer a ligação

entre o norte e o sul do Tejo, numa

altura em que se tornou premente a

necessidade de defesa, face às inva-

sões francesas. A sua vida foi breve,

porque como tinha fi ns exclusiva-

mente militares, quando os solda-

dos de Napoleão abandonaram o

país, deixou de ter utilidade prática.

Em 1817 já não funcionava e a partir

daí foi-se degradando e só os “mou-

rões”, feitos em materiais mais du-

ráveis, ali fi caram, quais sentinelas

perfi lando-se face ao Tejo, prontos

para entrarem no domínio da len-

da que rapidamente os envolveu,

fazendo-os recuar aos tempos míti-

cos dos mouros e dos romanos. E aí

ainda certamente permaneceriam,

se um militar de Abril, por sinal dos

mais famosos e também dado à in-

vestigação, não tivesse, um dia, de-

sencantado uma velha planta, per-

dida há muito tempo num arquivo

militar.

Bibliografi a:- Candeias Silva, Joaquim, “Os mou-rões do Rossio de Abrantes – afi nal a ponte romana era um cais… do sé-culo XIX”, in “Conimbriga” XXIV, 1985

- Jornal “Nova Aliança” de 13 de No-

vembro de 1984

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jornaldeabrantes

MARÇO2012 SAÚDE 19

Vacinar – Porquê?Secção da responsabilidade da Unidade de Saúde Publica do ACES do Zêzere

A vacinação constitui uma das for-

mas mais importantes do organis-

mo humano se fortalecer contra al-

gumas doenças. A evolução técnica

e científi ca que ocorreu no desen-

volvimento das vacinas, a existência

de Programas de Vacinação consis-

tentes, o envolvimento dos técni-

cos de saúde e a adesão das popu-

lações é considerada uma das mais

importantes conquistas da saúde

pública.

Em Portugal, são administradas

vacinas desde o início do séc. XIX,

nomeadamente a vacina anti-varió-

lica. No entanto, foi a partir de 1965,

com a introdução do Programa Na-

cional de Vacinação (PNV), que nos

anos seguintes a morbilidade e

mortalidade por doenças infeccio-

sas, sobre as quais incidiu a vacina-

ção, apresentou reduções notáveis.

No primeiro ano de vacinação con-

tra a poliomielite registou-se uma

redução de 292 casos de doença

para 13, o que traduz uma redução

de 96%, graças à vacinação. O mes-

mo aconteceu em 1966 com o iní-

cio da vacinação das crianças con-

tra a difteria e a tosse convulsa, ten-

do no espaço de um ano reduzido

o número de casos destas doenças

em 50%. Mas a maior vitória da va-

cinação foi a erradicação da Varíola

desde 1980, uma doença até aqui

responsável por inúmeras mortes.

O PNV tem sofrido várias altera-

ções ao longo dos anos, em função

do conhecimento científi co e tec-

nológico, e adequando-se aos con-

textos de desenvolvimento das do-

enças, tendo a última sido em Janei-

ro de 2012.

O PNV mantém-se um programa

universal, gratuito e acessível a to-

das as pessoas presentes em Por-

tugal.

Actualmente são várias as vacinas

que fazem parte do PNV, nomea-

damente: BCG (anti-tuberculose),

DTPa (difteria, tétano e tosse con-

vulsa), Hib (haemophilus infl uenzae

tipo B), VIP (anti-poliomielitica inac-

tivada), MenC (meningite C), VASPR

(anti sarampo, rubéola e papeira),

Td (tétano e difteria), VHB (anti-he-

patite B) e HPV (Papiloma Humano

– cancro do colo do útero).

Para que se atinjam níveis de pro-

tecção efi cazes, em toda a popula-

ção, é importante que pelo menos

95% (imunidade de grupo) dos in-

divíduos de uma comunidade es-

tejam vacinados. Na área geográ-

fi ca abrangida pelo ACES Zêzere

(Abrantes, Constância, Ferreira

Zêzere, Mação, Sardoal, Tomar e VN-

Barquinha), os resultados da avalia-

ção efectuada em Janeiro de 2012

mostram que o número de indiví-

duos vacinados garante a imuni-

dade de grupo das populações re-

sidentes.

Fernando NogueiraEnfermeiro Unidade Saúde Pública

SAÚDE É ...

jornaldeabrantes

MARÇO201220 CULTURA

Abrantes Até 29 de Fevereiro – Exposição “Fantasmagor Ias

Continuam”, de Tozé Cardoso – São Lourenço

Até 17 de Março – SPIN TECHS – Antiga Rodoviária

Até 15 de Maio – Exposição “O Azulejo em Abrantes

– Um Percurso de 5 Séculos”- Museu D. Lopo de Al-

meida

2 de Março a 27 de Abril – Exposição sobre Manuel

da Fonseca – Biblioteca António Botto

2 a 23 de Março – Exposição de trabalhos dos alu-

nos do curso de Artes Visuais da Escola Secundária

Dr. Solano de Abreu – Galeria Municipal de Arte

2 de Março – Concerto com Noidz – Cine-Teatro S.

Pedro, às 21h30

17 de Março – Teatro “Estórias, Estorietas e Outras

Conversetas”, com os contadores Ana Anes e Maria

João Trindade – Cine-Teatro S. Pedro, às 10h30

22 de Março – Encontro com o autor Richard Zimler

– Biblioteca António Botto, às 14h30

22 de Março – “Entre Nós e as Palavras com…” Ri-

chard Zimler – Biblioteca António Botto, às 21h30

23 de Março – “Ler os nossos…”com Carla Paião.

Apresentação da obra “À Deriva” – Biblioteca Antó-

nio Botto, às 21h30

24 de Março – VII Festival de Música da Beira Interior

2012 – Cine-Teatro S. Pedro, às 21h30

Cinema Espalhafi tas, Cine-teatro São Pedro, às

21h30:

29 de Fevereiro – “A Dívida”

3 de Março – “O Gato das Botas” (10 horas)

7 de Março – “O Cavalo de Turim”

14 de Março – “Uma Separação”

21 de Março – “Sonhos de Dança”

Barquinha Até 31 de Março – Exposição “Imagens do Concelho

de Vila Nova da Barquinha” – Centro Cultural, dias

úteis das 14h às 17h30 e Sábados das 15h às 18h

28 de Fevereiro – Workshop de ilustração infantil

pelo formador João Nunes – Casa da Hidráulica, das

19h às 22h

3 de Março – Palestra “Território, Pessoas, Organi-

zações e o Turismo: algumas considerações sobre o

Médio Tejo” com Luís Mota Figueira – Centro Cultu-

ral, às 17h

24 de Março – Espectáculo “Váris Danças, Várias

Emoções” – Salão dos Bombeiros Municipais, às

21h30

Constância 11 de Fevereiro a 4 de Março – Exposição “Um

Olhar obre Constância”, fotografi a de Paulo Sousa –

Posto de Turismo

Mação Até 29 de Fevereiro – Exposição de trabalhos das

crianças dos jardins-de-infância e escolas EB1 do

Concelho de Mação – Edifício dos Paços do Conce-

lho

30 de Março – Ciclo de Cinema Documental.

Documentários e debates, no âmbito do tema

“União Europeia, do Sonho à Realidade” – Instituto

Terra e Memória, às 21h

Sardoal 29 de Fevereiro – Colóquio “Experiências de Vida”

com a jornalista Marcelina Souschek e Bibá Pita –

Centro Cultural Gil Vicente, às 17h

Cinema – Centro Cultural, às 16h e às 21h30:

11 de Março – “O Gato das Botas”

17 de Março - “Moneyball”

AGENDA DO MÊS

ABRANTES: Ed. S. Domingos - Rua de S. Domingos – 336 – 2º A – Apart. 37Tel. 241 372 831/2/3 – Fax 241 362 645 - 2200-397 ABRANTES

LISBOA: Rua Braamcamp – 52 – 9º EsqºTel. 213 860 963 – 213 862 922 - Fax 213 863 923 - 1250-051 LISBOA

E.Mail: [email protected]

Eurico Heitor Consciência

João Roboredo Consciência

Teresa Roboredo Consciência

Rui Roboredo Consciência

ADVOGADOS

O Index - Festival de Cinema e Experimenta-ção vai realizar-se em Abrantes entre os dias

30 de Março e 1 de Abril, Sendo a primei-

ra edição deste festival, as expectativas são

muitas. Andreia Carvalho, presidente da or-

ganização, refere ao JA que se “espera um

grande número de pessoas a aderir ao In-

dex e que o festival seja o ponto de partida

para uma série de outros eventos que pre-

tendemos realizar”. A organização do festi-

val está a cargo da Vastaplateia, que iniciou

funções a 6 de Dezembro de 2011. Esta As-

sociação Cultural de Arte Experimental foi

criada por um grupo de alunos da Escola

Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA),

“mas é completamente desvinculada e au-

tónoma da Escola”. Objectivo do festival é

dar a conhecer a arte experimental em Por-

tugal que “ainda não está muito desenvol-

vida”. Andreia Carvalho anuncia: “Queremos

ser os pioneiros nesta matéria porque não

existe nenhum festival que se dedique só à

arte experimental.”

O Index começa dia 30 de Março, mas ha-

verá um período que antecede o festival.

Nos dias 24 e 25 de Março a Vastaplateia

junta-se à Associação Envolve (Rossio ao Sul

do Tejo, Abrantes) para a realização de um

workshop de fotografi a experimental “Como

vejo o mundo?”, em que o público-alvo são

os jovens dos 10 aos 16 anos. Alguns dias

depois, 29 e 30 de Março, o workshop será

de som experimental “SoundExperience”,

com o formador Pedro Monteiro Gomes, a

decorrer na ESTA. Ainda neste período que

antecede o Index, entre 1 de Março a 1 de

Abril, vai ser exposta no Mercado Criativo

uma exposição de fotografi a experimental

e documental. A abertura do festival decor-

re às 21h30 do dia 30 de Março, na praça Ba-

rão da Batalha, com concertos de Tiago Pe-

reira e os Saur (música portuguesa alterna-

tiva). O segundo dia do Index, 31 de Março,

decorre no Cine-Teatro São Pedro partir das

10h00 e propõe visionamento de muito ci-

nema com a “Competição Nacional de Cur-

tas de Animação” e a “Competição de Cur-

tas Musicais”. Neste dia haverá ainda uma

retrospectiva cinematográfi ca de Tiago Pe-

reira. Às 22h00 tem lugar no Cine-Teatro

São Pedro um espectáculo de música expe-

rimental portuguesa e a noite termina com

uma festa num bar da cidade. O terceiro

e último dia do festival, 1 de Abril, começa

às 10h30 com a “Competição de Curtas de

Animação”, a “Competição de Curtas Mu-

sicais” e a “Mostra Curtas da ESTA”. A fi ndar

esta primeira edição do Index estão as Men-

ções Honrosas e a entrega de Prémios.

Visto que a maior parte da direcção da

Vastaplateia não é de Abrantes, o JA ques-

tionou Andreia Carvalho, presidente da as-

sociação, e Ana Matias, secretária, sobre

como tencionam assegurar o futuro da As-

sociação quando os todos os elementos

terminarem a formação académica. Ambas

sorriem, mas é a presidente que responde

de forma peremptória: “Nós estamos a pen-

sar criar pólos espalhados por todo o país e

ter uma estratégia para nos reunirmos sem-

pre que necessário. Vamos também usar as

redes sociais para comunicarmos mais fa-

cilmente”. Ana Matias fi naliza dizendo que

não há restrições no festival. “Queremos

que as pessoas se sintam bem e apelamos

para que as pessoas de Abrantes partici-

pem e colaborem connosco.”

André Lopes

Index, Abrantes recebe festival de cinema experimental

O Instituto Terra e Memó-

ria está a promover um Ciclo

de Cinema Documental su-

bordinado ao tema “União

Europeia, do Sonho à Reali-

dade”, que se vai realizar na

última Sexta-feira de cada

mês. Depois deste ciclo ter

começado a 24 de Fevereiro,

é vez de regressar dia 30 de

Março, onde serão visiona-

dos curtos documentários

e posteriormente have-

rá debate entre o público.

Cada sessão terá a dura-

ção de 2 horas, com início

às 21h30 e entrada gratui-

ta a todos os interessados.

Ciclo de Cinema Documental em Mação

Depois de terem estado nas Fes-

tas da Cidade em 2010, os Noidz

estão de regresso a Abrantes desta

vez para apresentar a tour 2.0.1.2. O

Cine-Teatro recebe no dia 2 de Mar-

ço (21h30) esta banda com uma

sonoridade muito peculiar de fu-

são entre rock, música electró-

nica e música tradicional portu-

guesa, contando com a presença

do instrumento Gaita-de-foles

Em Março o grupo vai lançar um

novo álbum e o lançamento da tour

que precede o disco acontece em

Abrantes. Finalistas em 2011 da In-ternational Songwriting Competi-

tion, o maior concurso de compo-

sição mundial, os Noidz têm vindo

a conquistar cada vez mais públi-

co em Portugal e no mundo, pro-

va disso é a digressão que fi zeram

em 2010 no Brasil, Estados Uni-

dos da América e Japão. A ban-

da é um projecto idealizado por

Rodrigo Leal (Zork) que se jun-

tou a Monkka, Dr Zee, Lunatikka e

ZDion, e que nos concertos se ocul-

tam através de personagens e más-

caras, criando um mundo místico.

Noidz começam nova digressão em Abrantes

jornaldeabrantes

MARÇO2012 CULTURA 21

Alexandra Pimentel - animadora na Rádio Antena Livre

Rita Alexandra Matias Pimentel é o seu

nome completo, mas é como Alexandra

Pimentel que a conhecemos. Chegou a

Abrantes já lá vão alguns anos, para es-

tudar Jornalismo na ESTA (Escola Supe-

rior de Tecnologia de Abrantes). Jorna-

lismo era a palavra que trazia na cabeça

desde muito nova. Alexandra confes-

sa ao JA: “No início foi muito difícil para

mim deixar Tentúgal, onde sempre vivi

e onde tinha todas as minhas raízes...fa-

mília...amigos, etc. Pensava nessa altura

que Abrantes era no Algarve, por isso fi -

quei muito feliz quando soube que era

em Abrantes que ia fazer o meu curso,

pois, na minha ideia, poderia usufruir

das muitas praias nos intervalos das au-

las.” E continua dizendo que fi cou “mui-

to triste” quando se apercebeu que afi -

nal estava enganada. Mas Abrantes

conquistou-a por completo. “Quando

penso em Abrantes comovo-me e te-

nho muitas saudades de lá viver”. A jo-

vem Jornalista, uma vez em Abrantes,

procurou a Rádio Antena Livre para po-

der colaborar e aprender enquanto tira-

va o seu curso. Foi nesta estação emis-

sora que acabou por fazer o seu estágio

curricular e depois o profi ssional. Após

o estágio profi ssional, surgiu a oportu-

nidade de fazer alguns trabalhos para a

TVI, fazendo a cobertura dos aconteci-

mentos na região centro do país. Ape-

sar de continuar ligada à TVI, Alexandra

Pimentel optou por trabalhar a tempo

inteiro como coordenadora da TV Fáti-

ma (www.tvfatima.com), uma web tv

que faz um trabalho exemplar na área

da informação em toda a zona centro

do país. Relativamente à rádio, Alexan-

dra conta que fi ca “muito feliz por con-

seguir continuar ligada à rádio” que

também considera sua. “Por isso aceitei

o convite do Paulo Delgado para fazer

as manhãs de sábado e domingo (08h

às 11h), até porque era fazer locução,

algo que nunca tinha feito. Penso que

tem corrido bem. Já faço há 2 anos. Re-

centemente fui convidada pela Joana

Margarida Carvalho para assegurar a ru-

brica Antena Livre Roteiro, e aceitei logo

pois é o meu regresso à informação da

rádio. Apesar de estar a viver em Fátima,

a informação é a minha vida, portanto

estou sempre actualizada, sendo as-

sim fácil para mim fazer este trabalho”.

Alexandra Pimentel está com muita re-

gularidade em Abrantes. “Para além da

rádio, tenho em Abrantes pessoas que

são muito importantes para mim, fa-

zem parte da minha vida para sempre,

tal como a cidade. Beijinhos Abrantes”.

Paulo Delgado

AS CARAS DA RÁDIO

Estava previsto ser o primeiro ano que Feira de São Matias

iria se realizar no Vale da Fontinha, mas tal não aconteceu. A

intervenção prevista para o espaço aguarda fi nanciamento do

QREN, no âmbito de um projecto inserido no Programa de Re-

generação Urbana, que a autarquia de Abrantes pretende le-

var a cabo.

Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Munici-

pal de Abrantes, disse que este ano, é de facto o último da Fei-

ra no Tecnopólo. “Este ano de 2012 posso mesmo afi rmar que

é o último ano da Feira de São Matias no Tecnopólo, uma vez

que este espaço vai entrar em obra. Todo o espaço onde tem

decorrido a feira vai ser requalifi cado e vai ser construída uma

nova nave para empresas inovadoras e de base tecnológica”.

O evento tradicional prolonga-se até ao dia 11 de Março e

permite aos visitantes desfrutar de carrosséis, pista de carros

de choque, espaços com jogos electrónicos, barracas de quin-

quilharia, ou petiscar nos bares, roulottes de farturas, pipocas

e algodão doce.

Este ano, a Junta de Freguesia de Alferrarede vai ter uma par-

ticipação especial no evento, que consiste na organização de

um festival de folclore e de outras iniciativas de cariz solidário.

A presidente da Câmara de Abrantes anuncia alguns dos por-

menores da Feira deste ano: “A freguesia de Alferrarede, que

assinala o seu 53º aniversário, vai promover uma actuação do

cantor Graciano Ricardo, revertendo os lucros da festa a favor

do Banco Solidário da freguesia. Para além desta actuação,

vão subir a palco bandas fi larmónicas, grupo de cantares, o

orfeão de Abrantes, entre outros grupos que vão animar o es-

paço. Vamos também voltar a promover a Tradicional Feira de

Produtos Locais, que conta com presença dos doceiros e dos

produtores de azeites e vinhos da região”.

Feira de São Matias mantém-se no Tecnopólo

Sinergias entre artistas no Spin Techs em Abrantes

O edifício da antiga Rodo-

viária em Abrantes vai re-

ceber o evento Spin Techs

durante um mês. Entre 25

de Fevereiro a 25 de Março

estarão em exposição vá-

rios trabalhos de arte contemporânea de doze artistas locais

e nacionais. A Spin Techs dedica-se a eventos transdisciplina-

res como concertos, exposições de arte contemporânea, tea-

tro e performance, fotografi a e vídeo, cinema e documentário,

design e arquitectura, seminários, workshops e conferências.

Das 4 exposições pensadas através deste projecto, a primeira

propõe uma abordagem em torno do elemento Terra, sendo

que as seguintes exposições irão abordar os restantes elemen-

tos: Terra, Água, Fogo e Ar.

Durante o período em que a Spin Techs estará aberta o pú-

blico pode participar nas visitas guiadas a 10 e 15 de Março,

nos workshops, nos seminários e nos concertos. Do painel de

participantes fazem parte Bruno Cecílio, Fernando Fadigas, Lú-

cia Leitão, Marco Serras, Miguel Neto, Paulo Carmona, Paulo

Passos, Renato Vieira, Ruy Otero, Rui Martins, Sandro Ferreira

e Tiago Batista. O evento funciona nos dias úteis das 14h às

18h30, aos Sábados das 14h às 22h e aos Domingos das 12h às

18h30. A Spin Techs é uma organização da associação cultu-

ral Nervos, em parceria com a Câmara Municipal de Abrantes.

jornaldeabrantes

MARÇO201222 PUBLICIDADE

NOTARIADO PORTUGUÊSCARTÓRIO NOTARIAL DE SÓNIA ONOFRE EM ABRANTES

A CARGO DA NOTÁRIA SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE

- Certifi co para efeitos de publicação que por escritura lavrada no dia vinte e três de Fevereiro de dois mil e doze, exarada de folhas cento e dezasseis a folhas cento e dezanove verso, do Livro de Notas para Escrituras Diversas NOVENTA E SEIS - A, deste Cartório Notarial, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO na qual os Senhores JOSÉ EDUARDO DIAS PEREIRA, contribuinte fi scal número 106 535 803 e mulher TERESINHA DE JESUS BERNARDINO PEREIRA, contribuinte fi scal número 106 535 790, casados no regime da comunhão de adquiridos, ambos naturais da freguesia de Santiago de Montalegre, do concelho de Sardoal, residentes na Estrada Nacional 2, em São Domingos, Santiago de Montalegre, Sardoal, DECLARARAM que, com exclusão de outrém, são donos e legítimos possuidores do seguinte:- Prédio Rústico, sito em Lomba, na freguesia de Santiago de Mon-talegre, do concelho de Sardoal, composto de construções rurais, pastagem ou pasto, pinhal, horta e vinha, com área de oito mil cento e vinte metros quadrados, a confrontar de Norte com José Eduardo Dias Pereira, de Sul com João Dias Pereira, de Nascente com caminho, João Dias Pereira, Catarina I. Macieira André e Outra e de Poente com caminho, omisso na Conservatória do Registo Predial de Sardoal, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 297 da secção H. - Que o prédio veio à sua posse por partilha verbal, com os demais herdeiros, por óbito de seus pais e sogros Francisco Dias Pereira e Iria de Jesus Pereira que também usou Ana de Jesus Pereira, casados que foram no regime da comunhão geral de bens, residentes em Santiago de Montalegre, Sardoal, no ano de mil novecentos e oitenta, logo há mais de vinte anos, nunca tendo sido celebrada a respectiva escritura.- Que, desde a referida data, vêm exercendo continuamente a sua posse, à vista de toda a gente, usufruindo de todas as utilidades do prédio, amanhando-o, apanhando a madeira, colhendo os frutos, na convicção de exercer direito próprio, ignorando lesar direito alheio, sendo reconhecidos como seus donos por toda a gente da freguesia e de freguesias limítrofes, pacifi camente, porque sem violência, contínua e publicamente, de forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sem a menor oposição de quem quer que seja e pagando os respectivos impostos, verifi cando-se assim todos os requisitos para que a aquisição do citado imóvel seja por usucapião.- Está conforme ao original e certifi co que na parte omitida nada há em contrário ou além do que nesta se narra ou transcreve.

Abrantes, 23 de Fevereiro de 2012

A NotáriaSónia Maria Alcaravela Onofre

(em Jornal de Abrantes, edição 5493 de Março de 2012)

NOTARIADO PORTUGUÊSCARTÓRIO NOTARIAL DE SÓNIA ONOFRE EM ABRANTES

A CARGO DA NOTÁRIA SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE

- Certifi co para efeitos de publicação que por escritura lavrada no dia vinte e três de Fevereiro de dois mil e doze, exarada de folhas cento e vinte a folhas cento e vinte e um verso, do Livro de Notas para Escrituras Diversas NOVENTA E SEIS – A, deste Cartório Notarial, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO na qual os Senhores JOÃO DIAS PEREIRA, contribuinte fi scal número 123 854 296 e mulher EMILIA ROSA SERRAS, contribuinte fi scal número 123 854 300, casados no regime da comunhão geral de bens, naturais, ele da freguesia de Santiago de Montalegre, do concelho de Sardoal e ela da freguesia de Souto, do concelho de Abrantes, residentes em Lomba, Santiago de Montalegre, Sardoal, DECLARARAM que, com exclusão de outrém, são donos e legítimos possuidores do seguinte:-CINCO NONOS, que é o que possuem no Prédio Rústico, sito em Lomba, na freguesia de Santiago de Montalegre, do concelho de Sar-doal, composto de vinha, horta e cultura arvense de sequeiro, com a área de quatro mil novecentos e vinte metros quadrados, a confrontar de Norte com José Eduardo Dias Pereira, de Sul com Manuel do Nas-cimento Varejão e Deolinda Silva, de Nascente com Rosalina da Silva Pereira e Outros e de Poente com caminho, omisso na Conservatória do Registo Predial de Sardoal, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 298 da secção H.- Que o prédio veio à sua posse por partilha verbal, com os demais herdeiros, por óbito de seus pais e sogros Francisco Dias Pereira e Iria de Jesus Pereira, que também usou Ana de Jesus Pereira, casados que foram no regime da comunhão geral de bens, residentes em Santiago de Montalegre, Sardoal, no ano de mil novecentos e oitenta, logo há mais de vinte anos, nunca tendo sido celebrada a respectiva escritura.- Que, desde a referida data, vêm exercendo continuamente a sua posse, à vista de toda a gente, usufruindo de todas as utilidades do prédio, amanhando-o, colhendo os frutos, na convicção de exercer direito próprio, ignorando lesar direito alheio, sendo reconhecidos como seus donos por toda a gente da freguesia e de freguesias limítrofes, pacifi camente, porque sem violência, contínua e publicamente, de forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sem a menor oposição de quem quer que seja e pagando os respectivos impostos, verifi cando-se assim todos os requisitos legais para que a aquisição do citado imóvel seja por usucapião.- Está conforme ao original e certifi co que na parte omitida nada há em contrário ou além do que nesta se narra ou transcreve.

Abrantes, 23 de Fevereiro de 2012

A NotáriaSónia Maria Alcaravela Onofre

(em Jornal de Abrantes, edição 5493 de Março de 2012)

Fernando Manuel Coelho Tomé27-09-1948 - 22-01-2012

AGRADECIMENTOSua esposa, fi lhos, netos e genro, agradecem a todos aqueles que os acom-panharam e ajudaram durante a doença, até aos seus últimos dias de vida e o acompanharam até á sua última morada.Agradecemos em especial ao Dr. Paulo Vasco, que desde o primeiro dia nos ajudou com todo o seu profi ssionalismo e humanidade bem como a toda a equipa do Serviço de Urologia do Hospital de Tomar, enfermeiros, auxiliares e médicos.A todos o nosso profundo agradecimento.

ABRANTES

Virgínia Maria de OliveiraN.05-05-1915 - F. 17-02-2012

AGRADECIMENTOSua família agradece muito reconhecidamente a todas as pessoas que se dignaram acompanhar a sua ente queri-da à sua última morada no Cemitério dos Cabacinhos em Abrantes ou que de qualquer outra forma lhes manifesta-ram o seu pesar.

jornaldeabrantes

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CENTRO MÉDICO E DE ENFERMAGEMDE ABRANTES

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ACUPUNCTURADr.ª Elisabete SerraALERGOLOGIADr. Mário de Almeida; Dr.ª Cristina Santa MartaCARDIOLOGIADr.ª Maria João CarvalhoCIRURGIADr. Francisco Rufi noCLÍNICA GERALDr. Pereira Ambrósio - Dr. António PrôaDERMATOLOGIADr.ª Maria João SilvaGASTROENTERELOGIA E ENDOSCOPIA DIGESTIVA Dr. Rui Mesquita; Dr.ª Cláudia SequeiraMEDICINA INTERNADr. Matoso FerreiraNEFROLOGIADr. Mário SilvaNEUROCIRURGIADr. Armando LopesNEUROLOGIADr.ª Isabel Luzeiro; Dr.ª Amélia Guilherme

OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIADr.ª Lígia Ribeiro, Dr. João PinhelOFTALMOLOGIADr. Luís CardigaORTOPEDIADr. Matos MeloOTORRINOLARINGOLOGIADr. João EloiPNEUMOLOGIADr. Carlos Luís LousadaPROV. FUNÇÃO RESPIRATÓRIAPatricia GerraPSICOLOGIADr.ª Odete Vieira; Dr. Michael Knoch;Dr.ª Maria Conceição CaladoPSIQUIATRIADr. Carlos Roldão Vieira; Dr.ª Fátima PalmaUROLOGIADr. Rafael PassarinhoNUTRICIONISTADr.ª Carla LouroSERVIÇO DE ENFERMAGEMMaria JoãoTERAPEUTA DA FALADr.ª Susana Martins

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE SARDOAL

EDITAL Nº 02 / 2012MIGUEL JORGE ANDRADE PITA MORA ALVES

PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE SARDOAL

FAZ PÚBLICO que, para efeitos do artº 91º da Lei nº 169/99, de 18 de Setembro, na redacção dada pela Lei nº 5-A/2002, de 11 de Janeiro e, dando cumprimento ao artº 16º do Decreto – Lei nº 442/91, de 15 de Novembro, com as alterações introduzidas pela Lei nº 6/96, de 31 de Janeiro, se realiza no próximo dia 28 de Fevereiro de 2012, pelas 20 horas, no Centro Cultural Gil Vicente, em Sardoal, a sessão ordinária da Assembleia Municipal, com a seguinte Ordem de Trabalhos:

Período Antes da Ordem do Dia

Ordem de Trabalhos

1. Informação do Presidente da Câmara, em cumprimento da alínea e) do n.º 1 do art.º 53º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, com a nova redacção dada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro;

2. Relatório de Atividades – CPCJ - 2011;

3. Alteração ao Regulamento do Cartão Municipal do Idoso;

Período de Intervenção do Público

E para constar, se lavrou o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afi xados nos lugares públicos de estilo.

Paços do Município de Sardoal, 17 de Fevereiro de 2012

O Presidente da Assembleia MunicipalMiguel Jorge Andrade Pita Mora Alves