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Mação, Sardoal, Vila de Rei, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinha jornal abrantes de Departamento Comercial Nelson Rosa PRÓXIMA FORMAÇÃO: 18 FEV 2013 Horário Pós-Laboral 968 647 094 | [email protected] Alvará 155A Autorização 96 “O Estado devia autuar as pessoas que trabalham à margem da lei” Especialista em microempresas, Paulo Niza critica o novo regime fiscal em vários aspetos. Fala sobre as novas regras e sobre as dúvidas mais comuns. Na sua opinião, “o IVA é uma aberração, deu-se o golpe final em setores como a restauração e o turismo”. página 3 II Encontro Ibérico do Azeite já tem data marcada A 22 de fevereiro arranca, em Abrantes, o II Encontro Ibérico do Azeite. O programa promete conferências com especialistas, mas também atividades em torno da cosmética, prova de petiscos e venda de produtos relacionados com o ouro vegetal. página 9 Abrantes disponibiliza terrenos para os munícipes terem hortas A Câmara de Abrantes abriu concurso para o cultivo de 36 parcelas de terreno, entre os 50 e os 100 m2, na quinta da Arca d’Água. Qualquer munícipe pode agora ter a sua horta. Um projeto idêntico existe também em Vila Nova da Barquinha. página 7 e 16 ENTREVISTA REGIÃO AGRICULTURA Constância pode vir a ter um barco turístico. Vila de Rei prepara mais infraestruturas para as praias fluviais. Em Abrantes surge a possibilidade de mais uma praia, nas Fontes. Mação quer apostar na reabilitação da pesqueira. Especial Rios. páginas 10 a 15 Riquezas dos rios voltam a atrair interesses Receba comodamente o Jornal de Abrantes em sua casa 12 publicações · 10 euros (despesas de envio) · 241 360 170 FEVEREIRO 2013 · Diretora HÁLIA COSTA SANTOS · Editora JOANA MARGARIDA CARVALHO · MENSAL · Nº 5504 · ANO 112 · DISTRIBUIÇÃO GRATUITA GRATUITO

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Mação, Sardoal, Vila de Rei, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinhajornal abrantesde

Departamento ComercialNelson Rosa

PRÓXIMA FORMAÇÃO: 18 FEV 2013Horário Pós-Laboral

968 647 094 | [email protected]

Alvará 155A Autorização 96

“O Estado devia autuar as pessoas que trabalham à margem da lei”Especialista em microempresas, Paulo Niza critica o novo regime fi scal em vários aspetos. Fala sobre as novas regras e sobre as dúvidas mais comuns. Na sua opinião, “o IVA é uma aberração, deu-se o golpe final em setores como a restauração e o turismo”. página 3

II Encontro Ibérico do Azeite já tem data marcadaA 22 de fevereiro arranca, em Abrantes, o II Encontro Ibérico do Azeite. O programa promete conferências com especialistas, mas também atividades em torno da cosmética, prova de petiscos e venda de produtos relacionados com o ouro vegetal. página 9

Abrantes disponibiliza terrenos para os munícipes terem hortasA Câmara de Abrantes abriu concurso para o cultivo de 36 parcelas de terreno, entre os 50 e os 100 m2, na quinta da Arca d’Água. Qualquer munícipe pode agora ter a sua horta. Um projeto idêntico existe também em Vila Nova da Barquinha. página 7 e 16

ENTREVISTA

REGIÃO

AGRICULTURA

Constância pode vir a ter um barco turístico. Vila de Rei prepara mais infraestruturas para as praias fluviais. Em Abrantes surge a possibilidade de mais uma praia, nas Fontes. Mação quer apostar na reabilitação da pesqueira. Especial Rios. páginas 10 a 15

Riquezas dos rios voltam a atrair interesses

Receba comodamente o Jornal de Abrantes em sua casa12 publicações · 10 euros (despesas de envio) · 241 360 170

FEVEREIRO 2013 · Diretora HÁLIA COSTA SANTOS · Editora JOANA MARGARIDA CARVALHO · MENSAL · Nº 5504 · ANO 112 · DISTRIBUIÇÃO GRATUITAGRATUITO

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2 FEVEREIRO 2013ABERTURA

FICHA TÉCNICA

DiretoraHália Costa Santos

(TE-865)[email protected]

EditoraJoana Margarida Carvalho

(CP.9319)[email protected]

Sede: Av. General Humberto Delgado – Edf. Mira Rio,

Apartado 652204-909 Abrantes

Tel: 241 360 170 Fax: 241 360 179

[email protected]

RedaçãoRicardo Alves

(TP.1499)[email protected]

Alves JanaAndré Lopes

Paulo Delgado

PublicidadeMiguel Ângelo

962 108 785 [email protected]

SecretariadoIsabel Colaço

Design gráfico António Vieira

Produção gráficaSemanário REGIÃO DE LEIRIA

ImpressãoGrafedisport, S.A.

Editora e proprietáriaMedia On

Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio,

Apartado 652204-909 Abrantes

GERÊNCIAFrancisco Santos

Ângela Gil

Departamento FinanceiroÂngela Gil (Direção) Catarina Branquinho, Gabriela Alves [email protected]

Sistemas InformaçãoHugo Monteiro

[email protected]

Tiragem 15.000 exemplaresDistribuição gratuitaDep. Legal 219397/04

Nº Registo no ICS: 124617Nº Contribuinte: 505 500 094

Sócios com mais de 10% de capital

Sojormedia

jornal abrantesde

Como vivenciou o mau tempo que se fez sentir no fi m-de-semana de 18 e 19 de janeiro?

Paulo Gaspar Abrantes

Foi uma sensação terrível. Fi-quei por casa com a família, assis-tindo atónitos ao que se passava aqui na região e, através da televi-são, também noutros pontos do país. Foi uma coisa completamente anormal. Parecia que o vento ia le-var tudo, e em muitos casos levou mesmo. Deu para assustar.

Voltar aos rios

FOTO DO MÊS EDITORIAL

INQUÉRITO

A força da natureza faz-nos sentir mais fracos. Perante a violência dos ventos e das chuvas não há nada a fazer, a não ser esperar que passe a tempestade e que venha a bonança. No fundo, embora este cenário em que estivemos há pouco tempo tenha sido passageiro, em sentido fi gurado é um pouco assim que todos andamos: à espera que passe o mau tempo.

Se há raros momentos em que a natureza nos deixa impotentes, a verdade é que no resto do tempo os recursos naturais são uma das maiores riquezas que temos. A terra e a água dão-nos quase tudo aquilo de que precisamos para viver e muitas vezes esquecemo-nos disso. Felizmente que existem, cada vez mais, instituições, associações e indivíduos preocupados com estas questões.

Numa região como a nossa, importa valorizar os recursos naturais que existem porque deles podemos retirar um conjunto diversifi cado de vantagens, desde o desenvolvimento económico até à oportunidade de usufruir de espaços de lazer. Mesmo com pouco dinheiro disponível, os rios estão na mira de quem quer promover o desenvolvimento.

O Tejo e o Zêzere são riquezas imensas que temos à nossa porta. Há que ajudar a promover o seu potencial ainda mais. É preciso divulgar, é preciso cuidar, é preciso gostar. Atividades como o turismo e a pesca são fundamentais, mas a navegabilidade do Tejo volta a estar na ordem do dia. Como as coisas estão, o mais provável é que, mais cedo do que se possa pensar, esta a via da água volte a ser usada como via de transporte até Lisboa, em alternativa à via terrestre e mesmo à via férrea.HÁLIA COSTA SANTOS

Paulo FigueiredoConstância

Nunca pensei ver tamanha tem-pestade por aqui. O mundo está mesmo de pernas para o ar. No pior momento encontrava-me em viagem e foi assustador, até por-que ia levando com uma árvore em cima. Foi por pouco, mas tive ainda tempo de chegar a casa e re-colher o gado. Já não saí mais.

Isabel ColaçoAbrantes

Não estava na região quando o pior aconteceu, mas acompanhei tudo pela comunicação social. Foi horrível de se ver. Isto só prova que realmente contra a natureza, não há mesmo nada a fazer. Fiquei muito triste por ver tanta destrui-ção. O que aconteceu, nunca tal ti-nha visto.!

UMA POVOAÇÃO Évora

UM CAFÉ Em Abrantes, dois: Al-caide e Chave Douro.

PRATO PREFERIDO Vários, difícil eleição…

UM RECANTO PARA DESCOBRIR Gerês

UM DISCO Best of 1980-1990, U2.

UM FILME Nothing Hill porque con-

sigo repetir vezes sem conta.

UMA VIAGEM A Barcelona.

UMA FIGURA DA HISTÓRIA Da His-tória recente, Salazar para lembrar aos esquecidos que foi um ditador.

UM MOMENTO MARCANTE O dia da queima das fi tas por ter sido o dia em que me apercebi que ia real-mente terminar aquele período

UM PROVÉRBIO Há males que vêm

por bem

UM SONHO Um? Muitos!

UMA PROPOSTA PARA UM DIA DIFERENTE NA REGIÃO Uma pro-posta para um dia diferente na re-gião? O roteiro dos 3 Castelos. Cas-telo de Abrantes, visita à cidade, fa-zer um pequeno desvio até à Vila de Sardoal, seguir até ao Castelo de Almourol e, a caminho da barra-gem de “Castelo” de Bode, conhecer Constância.

SUGESTÕES

Joana Grácio

IDADE 32 anosRESIDÊNCIA AbrantesPROFISSÃO Coordenadora Técnica do INOV´LINEA

O mau tempo que se fez sentir em Abrantes e em toda a região, no fi m-de-semana de 18 e 19 de janeiro, dei-xou marcas em vários locais. No Parque Urbano de S. Lourenço as árvores sentiram bem a força dos ventos.

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3FEVEREIRO 2013 ENTREVISTA

Paulo Niza é o diretor da empresa Centro de Negócios e Empresas, sediada em Almeirim. Em entre-vista ao JA destaca os principais constrangimentos e situações a ter em conta com o novo Orça-mento de Estado de 2013, bem como a carga fi scal que está aí para fi car.

Como é que é ser empresário em Portugal, numa altura destas?

No universo das microempresas existem dois grandes grupos de empresários: os empresários mais antigos que têm tentado levar por diante as suas atividades económi-cas, com métodos e técnicas mais retrógradas, e que agora não es-tão a sobreviver. Isto está acontecer por falta de adaptação em tempo real, e por aspetos culturais que ini-bem essa adaptação rápida. São pessoas que laboram na sua maio-ria no comércio tradicional, é um morrer constante que se destaca e uma passividade face a este de-senvolvimento. O outro grupo de empresários é mais jovem, com for-mação, que começa a perceber que vivemos num mundo globalizado, buscando novas referências, espe-cialistas, novos setores económicos. Reúnem vários fatores para tornar os seus negócios viáveis.

Como é que esta carga fi scal vai alterar a vida dos empresários?

Os profi ssionais por conta de ou-trem foram os mais afetados pelos aumentos da carga fi scal e vão per-ceber que quando forem fazer o seu IRS vão compreender que deixou de ser possível deduzir qualquer tipo de despesa, saúde, crédito ha-bitação, etc. Já os empresários e as empresas não foram assim tão afe-tados pela carga fi scal, a única ex-ceção está relacionada com a alte-ração da taxa do IVA em alguns se-tores de atividade, por exemplo na restauração, que provocou sérios constrangimentos.

Com o aumento da carga fiscal o que fi cará mais afetado é o con-sumo e é sobretudo o comércio tra-dicional que vai perder mais. É o se-tor com menos capacidade de com-petitividade e inovação. Situação que os grandes grupos económicos contornam facilmente.

Quais são as dúvidas mais fre-quentes que os contribuintes têm sobre as contribuições e im-postos? O que mais perturba as pessoas?

A incerteza da continuidade das políticas, o quanto é válido tanto esforço, pois cada vez mais me con-venço que é em vão. A estrutura de custos da máquina estatal continua intocável. Todos os políticos com responsabilidade no nosso país continuam sem explicar onde é que está a ser gasto o montante que está a ser retirado aos portugueses, pois o défi ce continua a aumentar e o PIB a contrair. As dúvidas mais fre-quentes são sobre a emissão de fa-turas, novos softwares e novas res-ponsabilidades fi scais que passaram a existir este ano. No meu entender, nada do que está a ser exigido aos empresários é preocupante, agora seria necessário, primeiro, a exis-tência de uma cultura de inovação. Mas nós portugueses funcionamos um pouco com a dinâmica do “tem que ser”.

Que novas regras de faturação entraram em 2013?

Podemos continuar a recorrer às faturas manuais, contudo, em al-guns casos, se não adquirir deter-minado equipamento informático continua sem conseguir cumprir a nova obrigação fi scal, que implica o envio da faturação até ao dia 8 do mês seguinte referente ao mês anterior. É tecnicamente impossí-vel, por exemplo, um quiosque de tabaco e jornais registar manual-mente no portal das fi nanças cada produto vendido até ao dia 8. As-sim sendo, torna-se muito mais prá-tico ter um equipamento que faça um ficheiro com a totalidade das vendas e faturação, para se enviar, como se envia um simples email. Quem nunca passou faturas, quem não lida com novas tecnologias, isto é o fi m do mundo é o cabo dos tra-balhos.

Tem conhecimento de empresas na região que estejam em difi -culdades ou que tenham fechado portas por causa das tributações fi scais?

Sim tenho, mas que não fecha-ram a porta para finalizar a ativi-

dade profi ssional mas sim para pas-sar para a economia paralela, e isso é degradante. Penso que o Estado português, através do Ministério das Finanças, em vez de fiscalizar constantemente quem está a cum-prir e a fazer um grande esforço de-via, sim, procurar e autuar estas pes-soas que trabalham à margem da lei. Este é um grande problema e que não parece ter fi m.

Qual a sua opinião sobre as per-centagens do IVA?

O IVA é uma aberração, deu-se o golpe fi nal em setores como a res-tauração e o turismo. Já em 2010 previa esta situação e com o avan-çar do tempo fi quei admirado como é que não houve uma associação empresarial ligada ao setor da res-tauração a debater e a discutir este assunto. Tanto as associações como os empresários permitiram que esta lei fosse aprovada. Não houve um pedido de revisão, não houve dis-cussão. É uma situação que hoje já não se vai reverter e que vai levar ao encerrar da maioria dos serviços de restauração.

Concorda com os atuais escalões de IRS?

Não, neste momento colocou-se demasiada pressão tanto ao nível

do IVA como também do IRS. O Go-verno entende que deve de solicitar faturas a todos os setores, desde ca-beleireiros, ofi cinas e casas de res-tauração que, ao que parece, são os “maus da fi ta”, entendidos como aqueles que mais fogem ao fi sco. É um contrassenso! Posso dizer que estive a fazer contas, e teria de gas-tar cerca de 7 mil euros nestes ser-viços para depois deduzir cerca 10 ou 15 euros em IRS. É um controlo máximo, onde cidadãos controlam cidadão.

O pagamento dos subsídios por duodécimos é um mal menor para os funcionários públicos?

Tudo o que a função pública con-siga segurar hoje em dia é muito bom. Durante muitos anos foi um sector privilegiado. Em determi-nada altura pensei que na socie-dade portuguesa existiam dois grupos: a função pública, muito egoísta, muito na política do “venha a mim”; e os outros, aqueles que ti-nham de sustentar esta dinâmica. Hoje a função pública está a sofrer um nivelamento para a realidade. Assim, o pagamento em duodéci-mos é um mal menor.

No caso dos privados, como é que um contribuinte saberá qual a

melhor opção para si próprio, em termos fi scais?

A melhor forma será o pagamento dos subsídios por duodécimos. Para os proprietários das empresas não cria dois picos de custos em dois meses do ano. Se estes subsídios fo-rem pagos desta forma é um com-promisso bom e de acordo com a legislação.

Como é que os contribuintes po-dem fazer uma simulação sobre o que vão pagar de IRS para não te-rem surpresas?

Já devem estar disponíveis os si-muladores na internet que vão per-mitir ajudar as pessoas neste âm-bito.

Que tipo de estratégias é que tem optado para levar o sucesso por diante na sua empresa?

Formação e Informação. Hoje, sem isto, não é possível trabalhar bem. Toda a estrutura deve ser ágil e fl e-xível, o executante tem de ser bom e ponto de final. A mão-de-obra qualifi cada é essencial e o serviço tem de estar permanente adaptado e ajustado às necessidades do con-sumidor. Estas são as minhas má-ximas.

Joana Margarida Carvalho

PAULO NIZA FORMADO EM GESTÃO DE EMPRESAS E RECURSOS HUMANOS, ESPECIALISTA EM MICROEMPRESAS

“A estrutura de custos da máquina estatal continua intocável”

• Paulo Niza: “A função pública está a sofrer um nivelamento para a realidade”

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4 FEVEREIRO 2013REGIONAL

Talho Estrela da Beira

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RPPSOLAR: NOVOS EPISÓDIOS DE UMA HISTÓRIA QUE VEM DESDE 2009

ENGENHEIRO QUE SE CANDIDATOU A UMA DAS VAGAS CRITICA O PROCESSO DA RPPSOLAR

Depois de se comprome-ter a liquidar o pagamento de 1.1 milhões de euros no dia 14 de janeiro, Alexandre Alves solicitou nova prorro-gação de prazo para sexta-feira, 18 de janeiro. Não cumpriu. Já não se trata de uma garantia bancária, mas sim do pagamento integral da verba despendida pela Câmara de Abrantes, que decorre de uma proposta do empresário para alterar o protocolo inicial, assinado em 2009. Essas alterações

– mudança da sede da em-presa para Lisboa incluída – permitem que após o pa-gamento da verba o empre-sário fi que na posse dos ter-renos e com eles faça o que entender.

Segundo uma nota da au-tarquia, a data seria defi nida durante a semana, no dia 28, Maria do Céu Albuquer-que ainda não “tinha reu-nido com o advogado da Câmara”, não se sabendo a data defi nida. A presidente abrantina, questionada so-

bre as justifi cações de Ale-xandre Alves para o atraso, falou de “difi culdades de fi -nanciamento por parte do promotor”, informações que foram “trocadas entre advo-gados representantes das duas partes”.

Desde há cerca de um mês que a palavra ‘Elefante Branco’ ecoa quando se fala na RPP Solar. Para a autarca, o objetivo da Câmara deve passar “por não deixar que se crie um no concelho”.

Ricardo Alves

Quando o projeto foi anun-ciado criou-se a ideia, aliás veiculada pelo próprio em-presário, de que o concelho e a região iam dar um salto de gigante, não só no número de empregos criado mas também nas condições sala-riais que a RPP Solar oferecia, “bem acima da média”, se-gundo Alexandre Alves. Três anos e três meses depois, o Jornal de Abrantes falou com um dos candidatos, que pe-

diu anonimato, a que cha-maremos António.

António, na altura a mo-rar na Irlanda, teve conhe-cimento do projeto através de uma amiga que vive na zona Abrantes. Interessado e entusiasmado pelo que lia sobre o projeto agendou em novembro de 2010, uma entrevista em Lisboa, com a empresa, em que estava pre-sente “a presidente executiva e um engenheiro de nacio-

nalidade espanhola, o qual me colocou algumas per-guntas técnicas”. A entrevista correu bem e António che-gou mesmo a “propor o valor para o salário mais o subsídio de alimentação”. Disseram-lhe que seria para começar em janeiro de 2011.

O posto que o esperaria era no “ramo das utilities, ou seja, fazer um pouco de tudo, ba-sicamente”. Engenheiro Elec-trotécnico de profi ssão, An-

tónio deu um passo atrás e não voltou a Portugal. “Está-vamos a falar de um projeto com uma dimensão enorme, no qual a inovação dos pai-néis solares está em cons-tante desenvolvimento, o que significa, o que hoje é novidade, amanha é consi-derado obsoleto.”

Os atrasos que o projeto foi sofrendo e o facto de o investimento ser tão ele-vado levam o emigrante

português a afirmar que se na altura o projeto fosse em frente “entraria numa espiral sem fundo e sem retorno de qualquer capital”. Mal pen-saria António que dois anos depois, em 2013, a RPP So-lar continuaria sem arran-car. “Um projeto designado como projeto PIN jamais de-veria ter um fi m como este”, defende António, criticando os responsáveis pelo desen-rolar do processo: “Deveria

existir alguém que saísse cul-pabilizado deste fracasso, pois mais uma vez é o di-nheiro dos contribuintes que foi usado”.

Olhando para trás e perante a decisão de voltar a Portu-gal ou fi car na Irlanda, Antó-nio “alegra-se de não ter feito essa opção pois hoje prova-velmente estaria a contribuir para aumentar a lista de de-sempregados do país”.

Ricardo Alves

Mais um adiamento mas sem data defi nida

“Deveria existir alguém que saísse culpabilizado deste fracasso”

• Empresário apresen-tou proposta para alterar o protocolo assinado com a Câmara de Abrantes

RPPSolar em números- 2009, Outubro, assinatura do protocolo e venda

do terreno- 1.900 postos de trabalho previstos até 2013- 1000 milhões de euros de investimento previsto- 82 hectares de terreno em Concavada- 1.1 milhões pagos pela autarquia para adquirir terreno- 100 mil euros, valor de venda do terreno à RPP Solar- 3 vezes que promotor falhou entrega de garantias

bancárias- 3 vezes que o promotor falhou pagamento dos terrenos- 11 vezes a oposição perguntou ao executivo quem

redigiu protocolo- 11 vezes que não obtiveram resposta

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5FEVEREIRO 2013 URBANISMO

JOVENS COMERCIANTES VÃO TER INCENTIVOS NO ÂMBITO DA REGENERAÇÃO URBANA

Centro Histórico de Abrantes vai mudar

A Biblioteca Municipal António Botto recebeu a última sessão so-bre a Regeneração Urbana para o centro histórico de Abrantes, no passado dia 10 de janeiro. Augusto Mateus apresentou a estratégia global de intervenção para o cen-tro da cidade. Uma apresentação que se focou no Estacionamento, no Comércio e no Espaço Público.

Maria do Céu Albuquerque, presi-dente da autarquia, sintetizou o que vai acontecer em termos práticos. Sobre o estacionamento referiu que vai ficar tal como foi apresentado no passado dia 22 de novembro: na zona mais periférica do centro vão ser criados cerca de 840 lugares gratuitos.

O estacionamento de curta dura-ção e tarifado deve fi car, segundo o estudo realizado, localizado na zona mais central, com cerca de 150 luga-res disponíveis. Vai haver bolsas de estacionamento condicionado a re-

sidentes, entidades privadas e pres-tadoras de serviço, havendo dísti-cos próprios para cada situação. As alterações no estacionamento vão avançar já em março.

Já no que diz respeito ao Espaço Público, a cidade vai receber algum material que vai sinalizar e identi-fi car o comércio, os equipamentos municipais e as ruas do centro. As-sim sendo, vão ser colocados novos contentores, papeleiras, cadeiras e sinalizadores por forma a tornar o centro histórico mais apelativo e com informação.

Quanto ao comércio, a autarquia de Abrantes está a desenvolver um programa que pretende incentivar os jovens comerciantes a aprop-riarem-se das lojas devolutas sob um regime de aluguer. Segundo a presidente, trata-se de uma nova possibilidade que tem como obje-tivo atrair mais comerciantes, mas também ajudá-los numa fase inicial

(durante seis meses) a obter o di-reito à isenção das taxas legais para o início da atividade e a um paga-mento simbólico face ao aluguer do espaço.

A autarquia abrantina está promo-ver mais incentivos através da isen-ção das taxas de licenciamento para publicidade gráfi ca, para anúncios luminosos, obras de conversação e ampliação, ocupação da taxa de via pública, bem como a isenção de ta-xas de licenciamento para a instala-ção de novos toldos, esplanadas, es-trados, guardo ventos, expositores, vitrinas, contentores, entre outros.

A sessão da Regeneração Urbana foi finalizada com o anúncio dos projetos que já estão fi nalizados, os que estão em fase de desenvolvi-mento e os que a autarquia tem a pretensão de fazer avançar para o centro da cidade.

Joana Margarida Carvalho

• Igreja de São Vicente será um dos edifícios a restaurar

Projetos em marchaO Vale da Fontinha está a ser concebido por forma a tornar-se um par-que de mercados totalmente requalifi cado.

O Mercado Diário que está em fase de construção, mas com a insol-vência da empresa responsável vai ser entregue a uma outra empresa construtora para terminar a obra.

A Rodoviária Antiga que vai ser um novo Centro de Saúde e a Segu-rança Social.

O Museu Ibérico de Arqueologia de Abrantes vai ser instalado no con-vento de São Domingos, uma requalifi cação que está para breve.

O antigo edifício do IEFP que vai ser uma nova residência para estu-dantes.

A antiga pensão, junto ao edifício dos Paços do Concelho, vai servir para habitação.

No edifício onde se encontra a Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA) vai fi car uma Casa da Cidadania.

O antigo Quartel dos Bombeiros está destinado para a Galeria Muni-cipal de Arte.

Na Casa do Comandante, junto a este antigo quartel, será instalada uma residência artística.

A frutaria no edifício São Domingos vai dar lugar à sede da Administra-ção da Região Hidrográfi ca do Tejo – Pólo de Abrantes.

O Jardim da República tal como o Jardim do Castelo vão ser reabilita-dos.

O edifício da antiga PSP está destinado a mais habitação.

As igrejas da Misericórdia, de São Vicente e São João vão ser restaura-das.

Para o edifício Carneiro está previsto uma ofi cina da cultura.

Os frescos da igreja de Sta. Maria do Castelo vão ser restaurados.

Os projetos já concretizados são: o antigo heliporto que é hoje uma bolsa de estacionamento, o Edifício Milho que foi aproveitado para instalar algumas valências e serviços da ESTA, a Cruz vermelha que já está instalada nas novas instalações e a sede da Universidade da Ter-ceira Idade que também já está no antigo edifício dos Serviços Muni-cipalizados.

Integrada nestas sessões da Regeneração do Centro Histórico esti-veram envolvidas três equipas: Augusto Mateus Consultores, Transitec Engenheiros e o gabinete de arquitetura Carrilho da Graça.

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6 FEVEREIRO 2013REGIÃO

BOMBEIROS DE ABRANTES

O quartel dos bombeiros de Abrantes recebeu no passado dia 10 de janeiro um plenário que jun-tou os profissionais da coopera-ção e o presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profi ssio-nais (ANBP), Fernando Curto.

Fernando Curto garantiu ao JA que a autarquia de Abrantes “não quer terminar com os bombeiros municipais” e destacou o interesse da Câmara Municipal e da ANBP em quererem resolver o problema, que se prende com o pagamento efe-tuado aos bombeiros voluntários.

O presidente disse que a ANBP vai enviar tão rápido quanto pos-sível à Câmara Municipal a docu-mentação que dará uma cobertura legal aos pagamentos dos volun-tários. “O objetivo é regularizar o horário de trabalho e também o

outro pessoal que está ao serviço noutras funções. Até lá, já pedimos aos bombeiros para que se mante-nham organizados no trabalho do dia-a-dia”.

“A montanha pariu um rato” foi a expressão utilizada pelo presidente da ANBP para garantir que esta é uma situação fácil de resolver, sem ser necessário grandes alterações, nomeadamente com a criação de uma Associação Humanitária, que se responsabilize pelos Bombeiros de Abrantes. “Nós entendemos que no município de Abrantes há uma corporação bem estruturada, onde não há necessidade de duplicar verbas ao criar a Associação Huma-nitária. Para se gastar mais verbas, então que se invista nos bombeiros municipais e voluntários.”

Fernando Curto disse que até ao

fi nal do mês de janeiro será agen-dada uma nova reunião para fi nali-zar este processo.

Câmara apoia “grupo de cidadãos”A presidente da autarquia, Maria do Céu Albuquerque, explicou que a criação de uma Associação Hu-manitária é uma “intenção de um grupo de cidadãos” e que a “Câ-mara apoia”, fazendo questão de reafirmar que esta não surge di-retamente do executivo. A presi-dente da autarquia afirmou que a associação “não vai tomar conta dos destinos dos bombeiros mu-nicipais de Abrantes, são apenas duas organizações que trabalham, concorrem para o mesmo fi m, que é a segurança dos cidadãos e dos seus bens”.

J.M.C. e R.A.

ANBP garante cobertura legal para o pagamento dos voluntários

• Fernando Curto garante que se trata de uma situação fácil de resolver

Opções de Constância para 2013O Orçamento Municipal de Cons-tância para o novo ano resulta de um processo de avaliação dos recursos fi nanceiros, integrando as despesas de funcionamento e o conjunto das ações de in-vestimento. Em comunicado, a autarquia explica que os investi-mentos, que dependem de fun-dos comunitários, continuarão a ser sustentados nas oportunida-des de fi nanciamento, de acordo com as carências existentes no concelho.

Os principais projetos a desen-volver em 2013 são em diversas áreas: conclusão do Centro Es-colar de Constância; execução dos projetos PRODER, nomea-damente construção do Espaço Zêzere e recuperação da Casa Santos Costa; apoio à conser-vação e restauro da Capela de Sant´Ana; ampliação do cemité-rio de Constância; obras de con-servação do Cineteatro Muni-cipal; lançamento do concurso

do Centro Escolar de Montalvo; construção da rede de esgotos no Cabeço; construção de esta-cionamento no Largo da Coope-rativa; intervenções no Campo de Futebol Municipal; requalifi -cação da Estrada Nova das Hor-tas; 1ª fase da ampliação do Ce-mitério da Portela; apoio à cons-trução do Lar de Idosos em Santa Margarida da Coutada; conti-nuação da modernização dos serviços municipais; conserva-ção e gestão de equipamentos construídos e promoção cultural do concelho.

O município de Constância sub-linha que dará “continuidade aos investimentos na área ambiental e científica”. Ao nível do des-porto, vai continuar a “desenvol-ver esforços no sentido de in-centivar a população do conce-lho para a prática desportiva”. No campo cultural, várias atividades voltarão a marcar presença nos calendários” do concelho.

Orçamento reduzido em Vila Nova da Barquinha

“Situação fi nanceira equilibrada” em Abrantes

A auster idade veio para f i -car e já está implementada nas autarquias. A Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha vê o seu plano de investimento mais reduzido, com uma diminuição de 60%. O valor orçamental para este ano é de cerca 11,2 milhões de euros, bastante inferior ao do ano anterior, de cerca de 18, 2 milhões, com um decréscimo de 38%.

Fernando Freire, vereador na autarquia de Barquinha em en-trevista à Antena Livre, disse que

os projetos que já foram aprova-dos no âmbito do QREN vão ser efetuados, já novos grandes in-vestimentos não se preveem para este ano.

Para 2013 prevê-se a constru-ção de alguns equipamentos, bem como algum apoio e inves-timento de âmbito associativo. Fernando Freire destacou a cons-trução do novo Pavilhão Despor-tivo Escolar e Municipal, que ron-dará 1milhão de euros, a fi naliza-ção de algumas componentes do Centro Integrado de Educação

em Ciências, a requalifi cação do espaço de lazer da Boucinha, na Praia do Ribatejo, um albergue de juventude em Tancos e um edifí-cio para portadores de paralisia cerebral, entre outros.

Relativamente ao que já está implantado em Vila Nova da Bar-quinha, nomeadamente o pro-jeto “Mercado das Artes”, alguns investimentos vão ser continua-dos neste âmbito: a construção de um posto de turismo e a dota-ção de meios para o Centro Cul-tural.

Na última reunião do executivo municipal, realizada no dia 21 de janeiro, a presidente da Câmara, Maria do Céu Albuquerque, fez uma síntese sobre a situação fi-nanceira do município, resultante dos primeiros dados (provisórios) apurados da execução da gerên-cia 2012. Em comunicado, a au-tarquia explica que, no essencial, “verifica-se a manutenção da si-tuação financeira equilibrada, com melhorias significativas ao nível do endividamento e da dí-vida de curto-prazo”.

De acordo com as informações da Câmara de Abrantes, este mu-nicípio “acabou o ano sem paga-mentos em atraso aos seus for-necedores (dívida >90 dias para além do prazo de vencimento das faturas), o que lhe permite deixar de considerar para o cálculo dos fundos disponíveis apenas 75% da média da receita mensal dos dois anos anteriores e passar a calculá-los considerando a previsão da re-ceita efetiva própria a cobrar nos três meses seguintes”.

O comunicado explica as opções

da autarquia: “Tendo em conta as previsões de agravamento da crise económica e, em consequência, da diminuição da receita que en-tra nos cofres do município, e numa atitude de gestão prudente, decidiu o executivo continuar a considerar para o cálculo dos fun-dos disponíveis a regra dos 75% da média das receitas arrecada-das nos anos 2011 e 2012. Recor-damos que o pagamento atem-pado a fornecedores depende em muito deste equilíbrio fi nanceiro.”

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7FEVEREIRO 2013 SOCIEDADE 7

Constância é, segundo um estudo efetuado pela Uni-versidade da Beira Interior, o concelho do distrito de Santarém com melhor qua-lidade de vida, ocupando o sétimo lugar a nível nacio-nal.

Em análise estiveram 308 concelhos de Portugal. Cons-tância foi o único concelho do Ribatejo que ocupou os 30 primeiros lugares desta classifi cação, numa listagem liderada por Lisboa, Porto e Albufeira. Máximo Ferreira, presidente da autarquia de Constância, disse à Antena Livre que este lugar de des-taque está relacionado com a pequena dimensão do con-celho, uma vez que os equi-pamentos que estão dispo-níveis são os necessários para a população. Referiu ainda que foi com orgulho que esta notícia chegou à vila poema:

“Estamos todos orgulhosos por isto, temos de continuar a manter esta qualidade. Esta posição honrosa significa uma responsabilização, para que se continue a fazer um bom trabalho para os mu-nícipes, mas também para quem vem de fora.”

Segundo a nota da autar-quia, o objetivo da investi-gação foi juntar vários aspe-tos, como sistemas de co-municação, extensões de saúde, farmácias e correios, equipamentos culturais e educativos, estabelecimen-tos de ensino do pré-escol-ar, 2º e 3º ciclo e secundário e ainda as condições sociais que envolvem vários temas relacionados com o am-biente, por cada 1000 habi-tantes. Foram ainda conside-radas as despesas totais com cultura, desporto e educação por cada 1000 habitantes, a

segurança, o número de cri-mes nos âmbitos da condu-ção automóvel e contra o pa-trimónio.

De entre outros parâmetros abrangidos pelo estudo (ao todo foram 48), destaca-se o número de contratos de compra e venda de prédios, o ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem e o turismo.

Vila de Rei também foi con-siderado um dos municípios onde se vive com qualidade de vida. O concelho vilarre-gense ocupa um lugar de destaque na listagem nacio-nal, tendo sido considerado o 2º melhor do distrito de Cas-telo Branco e da própria Beira Interior. Ficou em 50º lugar nesta listagem nacional.

JMC

Em Constância vive-se com Qualidade Vida

Vila Nova da Barquinha tem, desde janeiro, uma Loja So-cial com quatro valências: Loja Social, Balneário Social, Lavandaria Social e Horta Social. Esta Loja funciona no edifício da antiga EB1 da Moita do Norte e faz parte de uma estratégia da autar-quia no sentido de procu-rar “respostas sociais inova-doras e sustentáveis”. O ob-jetivo é o de “fazer face ao atual contexto socioeconó-mico cujas consequências

atingem as famílias mais vul-neráveis”.

Em comunicado, a autar-quia de Vila Nova da Barqui-nha explica a Loja Social pre-tende “potenciar a criação de respostas mais adequa-das aos problemas sociais, rentabilizando os recursos existentes, eliminando so-breposições de intervenção dos parceiros permitindo um melhor planeamento dos serviços e celeridade e atenuar as difi culdades e ne-

cessidades imediatas das fa-mílias”. O projeto foi discu-tido e concertado com to-dos os parceiros e adequa as sugestões por eles apre-sentadas.

A Loja Social está aberta às terças-feiras, das 11h00 às 17h00, às quintas-feir-as, das 14h00 às 19h00 e às sextas-feiras, das 10h00 às 13h00. Quanto à Horta So-cial, decorreram candidatu-ras até ao dia 2 de fevereiro. O concurso foi aberto aos

munícipes residentes e re-censeados no concelho de Vila Nova da Barquinha em situações de carência eco-nómica que pretendessem usufruir de um talhão para produção agrícola biológica de bens alimentares desti-nados predominantemente a consumo próprio.

Qualquer esclarecimento adicional poderá ser pres-tado pelo Serviço de Ação Social do Município, através do telefone 249720358.

Barquinha tem Loja Social e Horta Social

“AjuCRIA” nasce em Abrantes

Uma nova resposta de âm-bito social nasceu em Abrantes, chama-se “Aju-CRIA” e é o mais recente pro-jeto do Centro de Recupera-ção e Integração de Abrantes (CRIA), apresentado no pas-sado dia 23 de janeiro.

O “AjuCRIA” é um banco de recursos que tem como obje-tivo recolher os mais diversi-fi cados produtos e materiais em segunda mão (mobiliá-rio, eletrodomésticos, roupa, etc.) doados por particulares ou empresas, para que de-pois possam ser distribuídos a família carenciadas ou em

situação de pobreza. Humberto Lopes, presi-

dente do CRIA, disse à Antena Livre, que este era um serviço que já existia, mas não estava devidamente estruturado. Acrescentou que para usu-

fruir deste serviço, as famílias têm de ter rendimentos infe-riores a 420 euros mensais, ou caso se encontrem numa situação de emergência pe-los mais variados motivos: “Nós pretendemos que surja

uma interligação entre os vários bancos desta área na região, de modo a que haja uma transferência de objetos de uns bancos para outros.”

Para beneficiar deste ser-viço os interessados de-vem dirigir-se ao CRIA, de-vem preencher o formulário de candidatura (disponível na receção do CRIA) com as respetivas informações do agregado familiar. Os bens ou equipamento solicita-dos só serão entregues aos benefi ciários depois de ana-lisados e deferidos os respeti-vos pedidos.

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8 FEVEREIRO 2013MUNICÍPIOS

CONSTÂNCIA, SARDOAL, VILA DE REI, CHAMUSCA E ENTRONCAMENTO

Aprovadas as leis que tra-çam o destino das 1.166 fre-guesias que vão ser extin-tas ainda antes das eleições autárquicas de outubro, o Jornal de Abrantes foi saber como passam estes dias.

Proposto, discutido, votado, aprovado. Num ápice, se con-siderarmos as décadas de existência das Juntas de Fre-guesia (JF), mais de mil enti-dades de proximidade desa-parecem do mapa adminis-trativo, o que para muitos é apunhalar ainda mais o inte-rior do país e acelerar a sua desertifi cação.

No dia 7 de dezembro a lei foi aprovada na Assembleia da República e no dia 16 de janeiro Cavaco Silva dava a machadada fi nal nas preten-sões dos autarcas que esta-vam contra a lei. O Presidente da República acabou tam-bém com a ténue esperança dos poucos que ainda acre-ditavam num volte face, so-bretudo perante o que consi-deram um tremendo ataque à democracia, como é o caso

de Luís Valamatos, presidente da JF de Rossio ao Sul do Tejo. Este autarca não vê outra hi-pótese que a traçada. Nem a recentemente veiculada hi-pótese de a lei ser revogada num cenário de queda do Governo levanta a sua espe-rança: “No PS não vejo ne-nhuma tomada de decisão que diga que se forem Go-verno vão revogar a lei.”

Um processo que nasceu tortoA opinião é quase geral: “Pro-cesso que começou torto e

nunca mais se endireitou”, critica Pedro Moreira, presi-dente da JF de Alferrarede. Lembra que “o que está no memorando assinado com a troika é que o Governo se compromete a reduzir o nú-mero de autarquias” e com-pleta que uma reorganização “não pode começar pela des-truição dos alicerces”.

“Devia ter havido debate mais alargado”, defende Luís Valamatos, que representa uma JF cuja assembleia, a exemplo da maioria, se pro-nunciou contra a reorganiza-

ção mas “não foi respeitada”. O mesmo afirma Manuel Leitão, presidente da JF de Alvega: “As populações não foram ouvidas, os pareceres das assembleias não foram tidos em conta, ou seja, os ór-gãos representativos não fo-ram ouvidos.”

Alvega continuará a ser sede de freguesia, agregando Concavada, e por isso a popu-lação não tem manifestado muito fervor contra a reor-ganização apesar de a maio-ria o ser. Já a JF e assembleia “solidarizam-se com todos os autarcas e todas as pessoas que estão contra”. Em Vale das Mós a voz do presidente da JF, Joaquim Espadinha, ex-pressa a revolta. “É uma estu-pidez completa, (a reorgani-zação), não vai benefi ciar em nada fi nanceiramente, é uma gota do oceano!”, defende.

A JF interpôs uma providên-cia cautelar mas em vão. “Era-mos para ir para segunda ins-tância mas os meios são tão poucos…”, explica Joaquim Espadinha disparando logo

de seguida que “a população está revoltada” e lamentando que “foram quase 30 anos e voltamos à estaca zero”. Luís Valamatos, de Rossio ao Sul do Tejo, diz que as JF “têm dado o exemplo de como se faz muito com pouco”, acres-centando que são apenas “o elo mais fraco”.

Era um dado adquiridoA opinião de Diogo Valente, presidente da JF do Souto, aponta para “um dado adqui-rido desde o início do pro-cesso” e critica “aqueles ‘se-nhores’ que gostam de ‘ati-rar areia para os olhos das suas populações’, que não são responsáveis e não que-rem ter uma população de-vidamente esclarecida é que não quiseram dar a devida atenção a este problema”. Para Diogo Valente os “ato-res políticos” do concelho de Abrantes “acobardaram-se e deixaram que os ‘outros’ de-cidissem o que era melhor para minha freguesia e para o meu concelho”.

Em Penhascoso, concelho de Mação, a opinião de José Luís Soares, presidente da JF, é favorável a uma reorganiza-ção administrativa “nomea-damente da regionalização, e esta amenizava a extinção”. Em relação à atual, Soares é contra porque “começou torta, há questões políticas”, apontando para a extinção de freguesias de cor socia-lista, o seu partido.

Até outubro de cabeça erguidaEm contagem decrescente, o mandato é para levar até ao fi m ,e apesar de dúvidas, as palavras de Diogo Valente sintetizam o que foi dito por todos: “Continuaremos a tra-balhar de forma exemplar como sempre o fi zemos, es-taremos preparados para as enfrentar as alterações e, caso nos surjam dúvidas ou questões, seremos os pri-meiros a procurar respostas e apresentar soluções. É por isso que fomos eleitos.”

Ricardo Alves

Freguesias: a contagem decrescente para a extinção

Partidos movimentam-se para as autárquicas Os socialistas continuam ativos na escolha dos seus candidatos quando ainda faltam muitos meses até outubro. Populares que-rem vencer na cidade fer-roviária. Vice-presidente social-democrata do Sar-doal é candidato.

Após recorrer a eleições diretas, a concelhia socia-

lista de Chamusca escolheu Paulo Queimado como can-didato às autárquicas. Quei-mado venceu José Garrido com uma vantagem de três votos (19 -16). Paulo Quei-mado tem 37 anos e é for-mado em conservação e restauro, sendo ainda ve-reador no actual executivo.

Também em Constân-

cia já se sabe que António Luís Mendes é o cabeça de lista dos socialistas. O ofi-cial pára-quedista aposen-tado é ex-vereador na Câ-mara de Constância e após um período de inatividade política regressa pela porta grande e com a árdua ten-tativa de destronar a CDU de Máximo Ferreira.

Miguel Borges (PSD), atual vice-presidente no Sardoal, anunciou no dia 29 de ja-neiro a sua candidatura à presidência da autarquia, lugar que vai ser deixado por Fernando Moleirinho (PSD).

Em Vila de Rei, distrito de Castelo Branco, a escolhida dos socialistas é Ana Pires,

deputada municipal e pro-fessora, que será a aposta de 2013 para derrotar os social-democratas, num concelho que é conhecido por ser um bastião laranja. Irene Barata (PSD), a pre-sidente da autarquia, enc-ontra-se no último man-dato, está no poder desde 1989.

Paulo Bica é o candidato dos Populares e na apre-sentação da sua candida-tura, dia 26 de janeiro, disse estar convencido que vai ganhar a Câmara. O partido nunca conseguiu eleger qualquer elemento para o executivo, e o melhor resul-tado dos centristas foi 6,71 por cento em 1993.

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9FEVEREIRO 2013 REGIÃO

O ouro vegetal vai voltar a ser mote de mais um Encontro Ibérico na ci-dade de Abrantes. Há dois anos, Abrantes recebeu este certame e agora,entre 22 e 24 de fevereiro, volta a promover a iniciativa, que se destina à promoção dos azeites.

Em conferência de imprensa, no edifício do Tecnopolo do Vale do Tejo, que se realizou no passado dia 24 de janeiro, Maria do Céu Al-buquerque, presidente da autar-quia, explicou como foi fácil fazer a ponte do primeiro evento para este ano. “Há dois anos, no fi nal do I Encontro, realizámos um balanço e claramente percebemos que as expetativas foram superadas. De-pressa entendemos que tínhamos todas as condições para arrancar com o evento em futuras edições, onde a comissão organizadora se mantém.”

O azeite é um produto com larga tradição no concelho de Abrantes, com diversas marcas registadas que se iniciaram sobretudo na freguesia de Alferrarede. A presidente disse que “a componente histórica é im-portante”, mas hoje “é necessário olhar para a agricultura como um setor sustentável que favorece a economia local e nacional, onde o papel da Câmara Municipal é estar ao lado dos produtores”.

Para esta segunda edição do En-contro Ibérico, sob o lema “Abrantes uma terra com azeites”, espera-se um programa vasto e diversifi cado, que vai ser dividido em várias atra-ções, desde um simpósio técnico, com especialistas na temática do azeite que vão chegar da vizinha Espanha bem como de várias zonas do país. Esta iniciativa vai acontecer no cineteatro São Pedro, nos dias 22 e 23 de fevereiro.

É esperado ainda, mas desta vez para a antiga rodoviária, um fórum do azeite, um espaço com vídeos sobre os azeites da região, um lugar de cosmética, de petiscos e uma

loja com os vários produtos regio-nais. Alguns restaurantes do con-celho também vão aderir à inicia-tiva através do “Festival de Sabores do Tejo com azeite”, que se destina à promoção da gastronomia regio-nal.

Presente na iniciativa esteve Nuno Russo, diretor regional de Agricul-tura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo, que referiu que estão reunidas as condições necessárias para pro-mover um Encontro Ibérico de ex-celência e com sucesso. “Destacar o futuro da política agrícola é um dos nossos objetivos, estamos em con-dições de realizar um simpósio de sucesso onde esperamos que haja uma grande adesão. Este II Encon-tro representa um ponto de encon-tro entre a produção, transforma-ção, investigação e a distribuição.”

A comissão organizadora envolve a autarquia de Abrantes, a TAGUS, o InovLinea as empresas produto-ras de azeite do concelho, SAOV, Vítor Guedes – Indústria e Comér-cio, S.A, e algumas entidades entre as quais se destacam: a Associação Comercial e Serviços de Abrantes, Constância e Sardoal, a Associa-ção de Agricultores dos Concelhos de Abrantes, Sardoal e Mação e do Ribatejo, a Escola Profi ssional de De-senvolvimento Rural de Abrantes, a IAAS – International Association of Students in Agricultural and Re-lated Sciences, a Direção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo e o Gabinete de Pla-neamento e Políticas – Ministério da Agricultura.

Joana Margarida Carvalho

II Encontro Ibérico chega à cidade de Abrantes

Concurso de vídeos e trabalhos científi cos

No âmbito do II Encontro Ibé-rico do Azeite, decorre até 11 de fevereiro um concurso de peque-nos vídeos sobre os cinco azeites produzidos em Abrantes. O ob-jetivo estimular é a criatividade e imaginação, sensibilizar o público escolar para o consumo do azeite e promover os Azeites da Nossa Terra. Para além do concurso de vídeos, está também a decorrer um Concurso de Trabalhos Téc-nico-Científi cos dirigido a investi-gadores, professores e alunos.

O concurso desafia os alunos que frequentam os ensinos secun-

dário ou superior a criarem vídeos com a duração máxima de 1mi-nuto e 30 segundos sobre os azei-tes dos produtores Casa Anadia, Ourogal, SAOV, Val Escudeiro e Zé Bairrão. O melhor vídeo receberá um iPad.

Já o concurso de trabalhos téc-nico-científicos tem como obje-tivo divulgar e estimular a inves-tigação realizada em torno do sector olivícola, enquadrando-se nesta iniciativa qualquer traba-lho que direta ou indiretamente aborde um tema relacionado com a fi leira.

Esclarecimentos sobre mercado liberalizado de eletricidade

Prova de vinhos comentada

Três dos comercializadores de energia elétrica presentes no mer-cado liberalizado estiveram no Tecnopolo do Vale do Tejo, em Abrantes, no passado dia 10 de janeiro, numa sessão de esclareci-mento. A iniciativa foi promovida pela MédioTejo21 - Agência Regio-nal de Energia e Ambiente do Mé-dio Tejo e Pinhal Interior Sul, com o objetivo de apoiar o processo de entrada dos municípios do Mé-

dio Tejo e do Pinhal Interior Sul no mercado liberalizado.

Durante a reunião abordou-se a questão do agravamento da fa-tura de todos os consumidores de energia elétrica que ainda não têm um contrato no novo regime, ref-erindo-se que o aumento de em média 2,8 por cento já está a ser praticado desde 1 de janeiro, pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). Estas tarifas se-

rão atualizadas de três em três me-ses, de modo a a incentivar os con-sumidores à mudança.

Nesta sessão, cada fornecedor apresentou soluções e condições diferenciadas para os consumido-res domésticos e para as empresas. Outro dos temas abordados foi o dos mecanismos de contratação pública que os municípios terão de desencadear neste processo.

Em ambiente descontraído, cerca de 20 pessoas passaram um fi nal de tarde de sexta-feira numa atividade diferente, no Mercado Criativo, em Abrantes. O desafio foi lançado pela TAGUS – Asso-ciação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior e a Quinta do Armo aceitou: uma prova de vinhos comentada. Tiago Alves, responsável técnico pela quinta, situada em Entrevinhas, Sardoal, apresentou quatro dos vinhos que produzem. Explicou as características de cada um, falou

sobre a colheita e a produção, deu conselhos sobre o consumo, falou sobre experiências com determi-nadas castas que tem vindo a fa-zer e acompanhou os participan-tes na degustação. Clara Amaro, uma das participantes, achou “muito interessante porque se fi ca a conhecer como é que as coisas são produzidas”. Embora já conhe-cesse alguns dos vinhos da Quinta do Armo, sendo “fã” do branco, gostou da explicação que foi dada sobre cada vinho.

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NOVEMBRO 201210 ESPECIAL PRODUTOS REGIONAIS FEVEREIRO 201310 ESPECIAL RIOS

RESPONSÁVEL PELA GESTÃO DOS RECURSOS DO TEJO DEFENDE QUE OS RIOS SÃO UM ENORME FATOR DE DESENVOLVIMENTO

Carlos Cupeto, doutorado em Hidrogeologia Ambiental com mais de 20 anos de expe-riência em temas hidrogeo-lógicos e ambientais, é atual-mente diretor do Departa-mento de Recursos Hídricos Interiores da Administração da Região Hidrográfica do Tejo, integrada na Agência Portuguesa do Ambiente, I.P. Responsável por atividades de licenciamento, fiscaliza-ção, gestão de empreendi-mentos e infraestruturas e apoio técnico às atividades de gestão de recursos hídri-cos, nomeadamente no Tejo, fala sobre todo o potencial que este rio tem. Aponta o turismo, a rega, a extração de inertes e a navegabilidade como atividades que estão em desenvolvimento.

Como é que vê o rio Tejo?É um recurso imenso, multi-variado em várias áreas, quer como recurso natural, quer como recurso em termos imateriais (humanos, socio-lógicos, históricos). Se obser-varmos e se lermos este rio em todas as suas dimensões percebemos que própria his-tória da região que o Tejo atravessa está relacionada com o rio e vice-versa, faz parte das pessoas. Sou geó-logo de formação de base e compreendo o rio como um sistema vivo, dinâmico, que tem um substrato em que se instala, mas que, mais do que isso, tem uma alma que é preciso saber ler, compreen-der e viver.

As comunidades têm sa-bido interpretar essas men-sagens do Tejo?Neste momento começa a esbater-se alguma distração que possa ter havido e as pes-soas começam a virar-se para aquilo que têm, que é muito. O rio Tejo tem um grande po-tencial que é incontornável: o próprio carácter das pes-soas está moldado à existên-cia deste rio. As povoações ribeirinhas, as atividades eco-nómicas, as atividades cul-

turais… tudo isto tem a ver com a tal alma. Cada vez mais, como no passado, as pessoas vão-se lembrar de muita coisa que tinham es-quecido. No nosso relacio-namento com os rios, neste caso com o Tejo, isto é cada vez vai ser mais verdade.

Economicamente, como é que se pode potenciar o rio Tejo?Tudo aquilo que foi feito (e foi feito muito, por exemplo ao nível do tratamento da água) foi no sentido de valo-rizar um recurso que é o rio. Agora percebeu-se que te-mos que repensar algumas coisas, porque o rio é um bru-tal fator de desenvolvimento, desde logo para as pessoas que vivem junto a ele.De uma maneira muito sim-ples, um rio serve para pes-car, nadar e navegar. Se con-seguirmos fazer as duas coi-sas, estamos seguros. Se pescamos, é porque há re-cursos (pesca, rega, extração de inertes, etc). Se pescamos e nadamos, significa que a água tem boa qualidade. E há todo um investimento que foi feito do ponto de vista lúdico. Por esse Tejo fora há praias fl uviais e infraestrutu-ras ribeirinhas que têm uma importância económica e so-cial muito grande. Proporcio-nam às populações, nomea-damente as menos favoreci-das, condições de lazer que de outra forma não teriam. Ao nível agrícola, o que te-mos assistido é que todas as concessões estão feitas e assumidas com associações de regantes, coisa que não existia até há muito pouco tempo. Há essa partilha de responsabilidades: os recur-sos estão na mão de quem os utiliza, tendo nós um papel regulador. Há todas as con-dições para que possa haver desenvolvimento.Ao nível turístico, há todo um enorme potencial que co-meça a ter alguns resultados.

Que tipo de impacto é que

várias atividades de divul-gação têm tido junto das populações ribeirinhas e de outras que não têm con-tacto direto com o Tejo?Essas pessoas que vivem os locais ribeirinhos são as mais fáceis de fazer regressar ao rio, porque têm as memórias dos antepassados e têm essa cultura, está-lhes no sangue. Essas facilmente são desper-tas para uma realidade que estava esquecida. Ao nível do turismo, o inte-ressante será começar a olhar para outros grupos. Um pa-trimónio natural e cultural como o Tejo, desde a parte biofísica até à etnográfica, passando pela arqueológica e outras, tem um potencial que ainda falta gerir e des-cobrir. Estou por exemplo a pensar no turista que vem vi-sitar Lisboa... Vai a Sintra, Fá-tima, Tomar ou a outros lo-cais. Mas também pode ir ao Estuário do Tejo! Se ele-germos os 10 ou 15 locais mais importantes ao nível do mundo para a nidifi cação de aves, entre eles está o Estuá-rio do Tejo. Há muitas espé-

cies de aves que sem o Estuá-rio do Tejo já não existiam. Ao nível do turismo de natureza, isto tem um potencial sem li-mite e nós só estamos a ex-plorar uma ínfi ma parte. Não tenho dúvidas de que as populações locais, até pe-las infraestruturas que as autarquias têm feito, se vi-ram cada vez mais para o rio. Com diferentes escalas, isso passa-se em vários contex-tos locais. À parte deste inte-resse, há um grande poten-cial num ‘target’ de turistas que vêm a Lisboa e a quem se pode oferecer um produto que se chama Tejo, nas suas diferentes vertentes: o maior Estuário da Europa; a Lezíria; o Médio e o Alto Tejo, com o Parque Natural do Tejo In-ternacional, que são coisas únicas, com um património imenso.

Qual é a mais valia de se co-nhecer o Tejo a pé?Não estamos a descobrir nada de novo. Antigamente era assim que as populações se deslocavam. O turismo pe-destre envolve milhões de

pessoas em todo o mundo, incluindo na Europa. Quem experimenta fi ca contagiado. As pessoas sabem que a me-lhor forma de se conhecer um país, uma região, um rio, é a pé. Como só se valoriza aquilo que se conhece, os passeios pedestres são tam-bém uma forma de proteger os rios. Com uma infraestru-tura simples, barata, conv-ida-se as pessoas a uma ativi-dade salutar e de bem estar. Há estudos que nos dizem que o contacto com a natu-reza nos predispõe bem. Se tivermos estruturas pedonais ao longo do rio, onde possa-mos andar com segurança e com paisagens únicas, es-tamos a seguir também os conselhos médicos e os estu-dos que apresentam as van-tagens de andar a pé. O pro-jeto Tejo a Pé tem sido agar-rado por vários municípios, incluindo o de Abrantes, e neste momento já há largos troços que as pessoas podem percorrer.

Como é que a navegabili-dade entre neste processo?

A navegabilidade de um rio é fundamental. Na ARH or-ganizámos várias sessões temáticas com especialistas e fi zemos uma sobre a navega-bilidade do rio Tejo em parce-ria com a Associação Portu-guesa de Recursos Hídricos e com o LNEC. Os agentes eco-nómicos estão atentos e co-meçam a pensar nesta pos-sibilidade como uma grande oportunidade. As vantagens do transporte marítimo são brutalmente óbvias. Há várias propostas em cima da mesa no sentido dessa navegabili-dade começar a ser uma rea-lidade. Claro que é preciso investir em infraestruturas, que são mais complicadas do que fazer um trilho para as pessoas andarem, mas que estão a ser equacionadas e mesmo aprovadas. Em breve essa questão vai ser uma rea-lidade e, na região de Lisboa, vai tirar muitos camiões das estradas. As pessoas fazem contas e a navegabilidade fl uvial é vantajosa, sobretudo num rio como este, à beira da capital.

Hália Costa Santos

“O Tejo tem uma alma que é preciso saber ler, compreender e viver”

• Carlos Cupeto evidencia o envolvimento dos municípios, das associações e das comunidades locais na busca de estratégias para potenciar o Tejo

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FEVEREIRO 2013 ESPECIAL RIOS 11

“A atual fi losofi a de orde-namento dos rios não é de proibir, mas sim de promo-ver, potenciar, evidente-mente que com regras.” É nesta ideia que assenta o Plano de Ordenamento do Estuário do Tejo que está a ser promovido (e que con-cilia os diferentes tipos de interesses), mas também toda a atividade da Agên-cia Portuguesa do Am-biente, I.P./ARH do Tejo.

Carlos Cupeto sublinha que apesar de ser o resul-tado de uma reestruturação ainda recente, a nova enti-dade e a sua fi losofi a já es-tão a dar resultados: “Mui-tos dos processos históricos de impasses, de não deci-são, de imbróglios que esta-vam nesta casa, felizmente já não estão.” O responsá-vel pela ARH Tejo diz que o rio deixou de ser visto como um empecilho (porque im-pedia as construções): “É gratifi cante ver que nalguns desses processos, com dez anos ou mais, para o próprio

requerente o rio deixou de ser um elemento impeditivo e passou a ser valorativo do território.” E acrescenta que “as pessoas, em vez de ten-tarem tapar ou ignorar o rio, querem evidenciá-lo por-que isso se vai traduzir, na prática, numa melhoria da sua qualidade de vida, da paisagem, do seu enqua-dramento, do espaço verde, etc.”.

Para além do trabalho das escolas, dos municípios e das associações, nomea-damente ambientalistas, Carlos Cupeto admite que própria administração tam-bém terá tido o seu papel na educação e na formação das pessoas. “Nós costuma-mos dizer que os rios são para proteger e para valori-zar. Quando nos sentamos à volta de uma mesa com empresários, com autarcas, com pessoas que têm expe-tativas, ninguém está con-tra esta ideia.”

No Tejo como noutros rios, nos últimos anos foi feito

um grande investimento em termos de tratamento de água. “Em muitas situa-ções as pessoas deixaram de ter um esgoto, ou qual-quer coisa parecida com isso, a passar à porta de casa, e passaram a ter rios. A qualidade da água me-lhorou bastante. Não estará ainda aquilo que se deseja, mas essa é uma realidade que se pretende melhorar. Ter um rio à porta de casa é uma mais valia.”

Carlos Cupeto explica que, no que diz respeito à gestão dos rios, há vários níveis de decisão, desde as politicas nacionais do Governo de Portugal, enquadradas pe-las Diretivas Comunitárias , até à gestão regional/local das AHR e dos seus Gabine-tes locais agora integrados na Agência Portuguesa do Ambiente I.P.. “Isto demons-tra a importância de uma vi-são de gestão de conjunto com importância local e re-gional. Tem que haver um fio condutor. Não foi por

acaso que surgiram as ARH e é signifi cativa a sua manu-tenção. Isto denota a impor-tância que se dá a esta ma-téria, com importância local e regional. No caso do Tejo, mantemos instalações em Abrantes, Castelo Branco, Portalegre e Guarda.”

Para o diretor da ARH Tejo, as autarquias são parceiros fundamentais. “Para nós, nesta dimensão de ges-tão de um recurso como um rio com uma bacia hidrográfi ca, estes parceiros locais que estão no terreno, que tomam decisões, que têm instrumentos como os PDM, são fundamentais. A primeira porta de entrada é sempre a autarquia. No caso de Abrantes, a ARH está a ser reforçada por meios téc-nicos. Com a colaboração da autarquia vamos ter em breve instalações novas. É também um sinal de que se trata de uma aposta do mu-nicípio.”

H.C.S.

“O rio deixou de ser visto como um empecilho”

O rio Tejo ao pormenor

• Imagens da publicação “Tágides”, da Administração da Região Hidrográfi ca do Tejo

Área total da região hidrográfi ca internacional: 81.310 km2

Área da bacia em Portugal: 25.666 km2, mais de 28% do território nacional do Continente,Nascente: Serra de Albarracín (Montes Universais, Espanha), a cerca de 1.600 m de altitudeComprimento total do troço principal: 1.100 kmComprimento total do troço principal em Portugal: 230 kmPrincipais afl uentes em Portugal: rio Zêzere, na margem direita, e o rio Sorraia, na margem esquerdaPrincipais afl uentes em Espanha: rio Jarama, o rio Alberche, o rio Tietar, o rio Alagón, o rio Guadiela e o rio AlmonteÁrea húmida associada ao estuário: 320 km2

Troço com infl uência da maré: até 80 Km a montante de LisboaTemperatura média anual: varia entre 7,4°C e 16,9°C Precipitação média anual: entre os 2.744 mm e os 524 mmConcelhos abrangidos: 94, dos quais 55 estão totalmente inseridos nesta região hidrográfi ca e 39 estão parcialmente abrangidosHabitantes na região: 3.485.816 Empresas com sede na região: 388.907 Superfície agrícola utilizada (1999): 1.140.463 haEfectivo pecuário (1999): 2.008.402 efetivos (bovinos, suínos, ovinos e caprinos)Indústria transformadora (2008): 18.359 empresasPortos de pesca profi ssional na área de infl uência do Tejo: Cascais, Vila Franca de Xira, Costa da Caparica, Trafaria, Fonte da Telha, Barreiro, Montijo, Seixal e AlcochetePescado nos portos de desembarque (2009): 20.052 toneladas e 41,3 milhões €Explorações aquícolas em águas estuarinas e marinhas: 21, a maioria dedicadas à ostreicultura e a outros tipos de cultura de moluscos, e seis unidades de produção em águas interioresEmpreendimentos turísticos classifi cados (2010): 661 empreendimentos e 61.272 camasN.º de campos de golfe (2007): 20Classifi cadas 30 praias como águas balneares costeiras e de transição e 27 como águas balneares interioresZonas termais concessionadas: 9Principais aproveitamentos hidroelétricos: na sub-bac-ia Rio Zêzere (Santa Luzia, Cabril, Bouçã e Castelo de Bode), na subbacia Rio Ocreza (Pracana) e dois no troço principal do rio Tejo (Belver e Fratel)Abastecimento público de água - nível de atendi-mento: 95%

Fonte: Departamento de Recursos Hídricos Interiores da Administração da Região Hidrográfi ca do Tejo

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NOVEMBRO 201212 ESPECIAL PRODUTOS REGIONAIS FEVEREIRO 201312 ESPECIAL RIOS

A 18 DE MAIO AS ÁGUAS DO TEJO, JUNTO AO ROSSIO, VÃO VOLTAR A TER EMBARCAÇÕES DOS ANOS 50

O TEJO DE ORTIGA

“Este ano tem que ser o ano da li-bertação da via da água, que tem que ser encarada como a via ter-restre e a via aérea.” Quem o diz é Fernando Carvalho Rodrigues, vice-presidente da Marinha do Tejo. Em causa está o “aprisiona-mento da água” que resulta de um enquadramento legal complexo. “Se a nossa legislação se aplicasse em Veneza não havia gôndolas”, garante.

A Marinha do Tejo surgiu há mais de 200 anos, sendo o resultado da força que foi criada pelas embar-cações que defenderam o Tejo na altura das Invasões Francesas. Res-surgiu em 2008 e tem vindo a dar o seu contributo “para mostrar às pessoas que as embarcações são sempre transporte, sejam elas o que forem”.

A Marinha do Tejo tem também vindo a desenvolver um traba-lho de recuperação de memórias. “Tivemos a honra e a sorte de ter pessoas em Abrantes que nos de-ram uma visão única do que era o transporte na via da água até ela fi -car aprisionada.” Todos os anos são feitos registos audiovisuais para que as histórias sobre o Tejo não se percam. A ideia é produzir ma-

teriais que depois cheguem, por exemplo, às escolas.

O calendário de eventos da Mari-nha do Tejo (que inclui encontros, regatas, convívios e passeios) é ou-tra forma de promover e divulgar toda a atividade em torno das em-barcações deste rio: fragatas, vari-nos, faluas, canoas e catraios. Esta estrutura mantém uma comissão de confi rmação que diz com que

grau é que uma embarcação é tí-pica do Tejo.

Tejo tem62 embarcações típicasNo século XXI já foram construídas de raiz nove embarcações. Atual-mente existem 62 embarcações típicas do Tejo. “A maior parte dos proprietários são pessoas que ga-nham 600 euros ilíquidos por mês.”

Se não fosse o amor que esta “gente humilde” tem por esta atividade, “já não existia uma coisa muito impor-tante, que é uma soberania sobre os saberes”. E as embarcações aca-bam por resistir graças à determi-nação dos seus proprietários, mas também pelo apoio que recebem de alguns patrocinadores.

As Festas de Constância são o pri-meiro grande evento do calendá-

rio da Marinha do Tejo. Carvalho Rodrigues deixa clara a importân-cia do momento: “Constância tem sido um pilar na manutenção da memória do que era o Tejo como via da água.” Mas este ano de 2013 vai trazer uma novidade para a re-gião: a 18 de maio no Rossio-ao-Sul-Tejo vai-se assistir ao retorno das embarcações dos anos 50. “Levaremos umas três embarca-ções de tamanho médio até ao Rossio para andarmos nesse len-çol de água que está em frente a Abrantes, que era um pilar da eco-nomia portuguesa porque era um nó nevrálgico no transporte pela via da água de todo o tipo de mer-cadorias.”

Carvalho Rodrigues antecipa um grande momento: “Esperamos dar uma grande alegria àquelas pes-soas de 90 e tal anos que fi zeram do rio a sua vida. As pessoas que aparecerem serão convidadas a dar um passeio para terem uma ideia do que era o Rossio quando a via da água existia. Para as pessoas mais velhas será trazer-lhes uma la-grimita ao canto do olho; para as mais novas é para terem uma ex-periência única de um país único que somos nós.”

H.C.S.

João Matos Filipe (JMF), nasceu em Ortiga, concelho de Mação, em 1947 e é licenciado em História. Na-quela aldeia nasceu e cresceu, ob-servando “os mais velhos e a sua relação com o Tejo”. O livro ‘Cultura e Artes de Pesca Tradicional no Rio Tejo em Ortiga-Mação’, de sua au-toria, é o corolário de anos de in-terpretação que foram ganhando forma nos últimos tempos.

Com a ajuda dos testemunhos dos habitantes da aldeia, JMF com-pilou saberes, dizeres, técnicas, ar-tes do rio e, de forma fl uída, conta a relação Homem-Rio. O resultado é um livro que é um documento não só para os ortiguenses, mas para toda uma região que tem o Tejo no horizonte. JMF falou com o Jornal de Abrantes sobre o novo li-vro. O seu objetivo foi “tentar com-preender como é que tudo acon-teceu”, “numa perspetiva de maior conhecimento da minha terra”. Ao

fazê-lo, obrigatoriamente levantou o véu sobre outros recantos e po-voações da região. JMF procurou informação nos registos paroquiais, “de uma riqueza imensa”, nas pes-soas da terra e também no Arquivo Municipal abrantino, “uma surpresa muito agradável”.

“Oh Ti Manel, isto é assim porquê?”

Eram várias as questões que assal-tavam JMF. “Questionei, por exem-plo, por que é que do lado norte do Tejo havia mais minifúndio e do lado sul mais latifúndio”. E JMF se-guiu de dúvidas no bolso ao en-contro de documentos históricos para responder às suas questões. Encontrou “perspetivas de comu-nidade, linguagem, oralidade, que em Ortiga eram diferentes de locali-dades próximas, mesmo do próprio concelho”.

Descobriu, por exemplo, uma ca-

racterística singular em Ortiga, a da organização social e comunitá-ria, “numa época em que o obje-tivo era adquirir os meios primários, básicos, e comecei a descobrir que a coisa é muito mais abrangente, quer no tempo quer no espaço”. Se antes do século XVII a Ortiga era um de muitos casais, “um casal era onde vivia uma família, era uma uni-dade económica, até por motivos de segurança, estes foram desapa-recendo”, e em meados do séc. XVII “só aparecem dois, Ortiga e Monte Novo, contrariamente ao que acon-teceu noutros locais”.

A explicação para esta evolução tem a ver com “um sentido de co-munidade que foi crescendo”, a que não são alheios os conhecimentos e experiências que ajudaram os ha-bitantes a subsistirem e aqui o ele-mento comum é a pesca: “97% dos lares tinha uma cana de pesca pen-durada na sala, e 70% uma tarrafa”.

Esse sentido de comunidade vê-se também na evolução dos equipa-mentos de pesca, cujos conheci-mentos foram passando de geração em geração. “Eu perguntava a al-guns que ainda lá estão (na Ortiga) ‘oh Ti Manel, isto é assim porquê?’ e eles explicavam”.

Está tudo no livro ‘Cultura e Artes

de Pesca Tradicional no Rio Tejo em Ortiga-Mação’, ilustrado com foto-grafi as, um livro que junta mais uma peça ao puzzle que é a história do Rio Tejo, e das suas pessoas, um im-portante documento quando está em curso a candidatura do Tejo a Património da Humanidade.

RA

“A via da água está aprisionada”

Ao longo do curso do rio vive a história da região

• Carvalho Rodrigues a verifi car uma vela, para a embarcação Lusitânia, que foi tingida de acordo com um processo milenar

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FEVEREIRO 2013 ESPECIAL RIOS 13

COMBINAR AS ATIVIDADES DE LAZER COM A GASTRONOMIA E A HISTÓRIA LOCAL

MOVIMENTO DE CIDADANIA APONTA PROBLEMAS E APRESENTA PROPOSTAS DE SOLUÇÃO

Foi num dia de frio e chuva, em janeiro, que fo-mos até Constância, ao Café/Restaurante Pézinhos no Rio, encontrarmo-nos com Carlos Silvério, moni-tor e diretor-técnico da em-presa Ponto Aventura. Ha-bitante de Constância, es-tudou na Escola Superior de Desporto de Rio Maior e já há 10 anos que traba-lha nesta área. Houve um dia que sentiu que já não estava a evoluir na sua car-reira e daí surgiu a ideia de criar a Ponto Aventura. Carlos juntou-se com o seu irmão e o seu pai e juntos perceberam que tinham as condições necessárias para construir algo diferente.

Em 2011, surgiu a Ponto Aventura, uma empresa fa-miliar e registada no Turismo de Portugal que, como mui-tas empresas, começou

com pouco dinheiro. Inicial-mente, alugavam equipa-mento a outras empresas e, posteriormente, começaram a comprar equipamentos para as atividades mais ren-táveis, como a canoagem e o paintball.

Desde sempre que os rios foram a maior atratividade

da zona, muito importan-tes para empresas como a Ponto Aventura, pois a maior atividade é a canoagem nos rios Zêzere e Tejo. Porém, o grande objetivo desta em-presa sempre foi usufruir do potencial de toda a zona de Constância e não apenas dos seus rios.

A e m p re s a p re t e n d e a p r o v e i t a r t o d a s a s potencialidades desta zona com atividades, não só náu-ticas mas também terres-tres, para que as pessoas ti-rem partido de tudo o que a zona de Constância pode oferecer. Bons exemplos são a gastronomia (a típica fa-taça com açorda e ovos), o conhecimento da história de Constância e também a de outros concelhos da zona. Uma marca que distingue esta empresa é o seu empe-nho em criar atividades que

conjuguem todas essas coi-sas e que transmitam, tam-bém, valores como a coope-ração, o trabalho em equipa, a capacidade de liderança e o ensinamento de como aproveitar melhor Portugal.

O papel do Tejo e do ZêzereA relação de Carlos com os rios sempre foi bastante in-tensa. Como responsável pela preparação das ativida-des, é conhecedor dos peri-gos e das características de cada um destes cursos de água. “A água do Zêzere é uma água muito limpa”, diz o jovem empresário, apon-tando a Barragem de Castelo de Bode como principal res-ponsável. Como tudo, tem desvantagens. Visto ter sido um ano de pouca chuva, a “barragem foi aberta poucas vezes e o caudal do rio dimi-nuiu”, tornando “as descidas

um pouco cansativas”, pois “passa-se muito tempo com a canoa à mão”.

Apesar das águas do Tejo serem menos cristalinas do que as do Zêzere, trata-se de um rio com menos força de corrente aquando do aumento dos caudais, not-ando-se a ausência de rápi-dos. Contudo, ainda que o caudal do Tejo seja baixo, o rio é navegável. O aconse-lhamento dos clientes recai sobre os ombros de Carlos, que remete as crianças a na-vegações no Tejo e, para na-vegações que exijam um maior esforço, aponta o Zêzere.

Ambos os rios representam um papel importantíssimo nas atividades locais. Como uma forma de chamar turis-tas e visitantes às suas mar-gens, os habitantes dão uso aos recursos que lhes são

convenientes. Desde a pesca desportiva à pesca de peixe do rio para consumo em restaurantes, exploração de areia, a habitual canoagem e captação de água para re-gas, todos os habitantes, em geral, mostram um carinho especial por estes dois cur-sos de água que represen-tam um património natural favorável à região. Na opi-nião de Carlos Silvério, Cons-tância pode e deve aprov-eitá-los ainda mais a seu fa-vor. Com boas margens e boas águas, uma tarde ideal pode ser passada nos seus areais com cheiro a praia, a olhar para as suas paisagens dignas de ser apreciadas e fotografadas por qualquer turista que se aventure por estas bandas.

Patrícia Amaral e Flávio Nunes, alunos de Comunicação Social da ESTA

Empresa familiar explora os rios com atividades de aventura

• Carlos Silvério é res-ponsável por programas que incluem canoagem e paintball

Em defesa do TejoUm dos objetivos da ProTejo – movimento de cidadania em defesa do Tejo – é que seja criada uma rede de in-formação em tempo real so-bre a qualidade da água do rio. Aliás, a falta de dados concretos é um dos princi-pais problemas deste mo-vimento, que tem vindo a desenvolver ações para sen-sibilizar, educar e explicar os perigos que, na opinião dos seus membros, estão a ameaçar o Tejo.

Preocupados, os membros da ProTejo chamam a aten-ção para duas questões es-senciais: a qualidade e a quantidade da água do Tejo. Como o rio vem de Espanha, apontam este país como res-ponsável por algumas das si-tuações mais complicadas, incluindo o “transvase de dois terços da água” do rio e o “problema ecológico”.

Paulo Constantino, porta-voz da ProTejo, diz que os problemas do Tejo “são mui-tos e diversos”. Relativamente

a Espanha, para além de “in-suficiências nos tratamen-tos dos esgotos na sub-bacia hidrográfi ca de Madrid”, este movimento chama ainda a atenção para a necessidade de haver mais informação so-bre os níveis de radiação do Tejo junto à Central de Alma-raz.

José Moura adianta que junto a Vila Velha de Ródão desapareceram as espécies típicas do Tejo: o sável, a lam-preia e a enguia. Suposta-mente por causa dos níveis de poluição e de radiação, ga-rante que já só restam lagos-tins. E acrescenta: “Do ponto de vista ecológico, é uma ca-tástrofe. São pântanos e char-cos que não têm vida.”

Quanto ao que se passa em Portugal, os membros da ProTejo apontam o dedo a fábricas, a estações de tra-tamento de águas residuais, a suinicultores, a “más práti-cas agrícolas” e a responsá-veis pela plantação de euca-liptos nas margens do Tejo.

José Louza, da EcoCartaxo, explica que “a folha do euca-lipto, quando cai, arrasa tudo e faz com que o solo fique desnudado”.

Apesar do panorama negro que a ProTejo traça, os seus responsáveis acreditam que “vários problemas terão que ser resolvidos” no âmbito do Plano de Gestão da Região Hidrográfi ca do Tejo. Consti-tuíram um grupo de trabalho para dar o seu contributo e algumas das ideias que apre-sentaram constam das alega-ções fi nais do documento.

Em defesa Tejo, os mem-bros da ProTejo insistem em alguns aspetos que consi-deram essenciais: a necessi-dade de se criar corredores ecológicos nas margens do rio (através da replantação de verdadeira fl oresta); o desen-volvimento de uma “agricul-tura biológica, mais próxima do tradicional e de proximi-dade”; o aproveitamento da energia e da biomassa.

H.C.S.

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NOVEMBRO 201214 ESPECIAL PRODUTOS REGIONAIS FEVEREIRO 201314 ESPECIAL RIOS

CONSTÂNCIA, O CONCELHO BANHADO PELO TEJO E PELO ZÊZERE

RIO ZÊZERE EM VILA DE REI

Nos últimos cinquenta anos, Constância tem vindo a dedicar especial atenção às envolventes das mar-gens dos dois rios que a ba-nham, em particular às pro-ximidades da foz do Zêzere. Em 1995, um projeto de or-denamento das margens do Zêzere (POMTEZE) va-leria o 1º Prémio Nacional do Ambiente. Dois anos de-pois estavam praticamente concretizadas as obras ini-cialmente previstas, com exceção do açude galgá-vel e a praia fluvial. Valori-zada a margem esquerda e nela implantados parques de jogos, zona de piqueni-ques, um parque de cam-pismo, um restaurante, um bar e um parque de meren-das, evidenciava-se a neces-sidade de complementar o projeto com medidas que potenciassem as suas vir-

tudes no sentido e tornas-sem viável e coerente um percurso turístico com vá-rias vertentes, incluindo a satisfação de necessidades ditadas por modernas exi-gências.

Desenvolveram-se projetos para modernizar o Parque de Merendas, incluindo nele es-truturas de apoio, da quais já se concluiu o “Miradouro do Zêzere”, o que, no seu con-

junto, virão a constituir o “Espaço Zêzere”. Igualmente preparados e candidatados a apoios de fundos comunitá-rios se encontram o projeto “Espaço Camões” que englo-bará os serviços de turismo e apoio ao Jardim-Horto de Camões e permitirá a trans-ferência do Museu dos Rios e das Artes Marítimas para a zona de confl uência dos rios, bem como a conclusão das

intervenções na Casa-Mem-ória de Camões.

Numa perspetiva de con-dições fi nanceiras favoráveis e tendo em vista contribuir para a potenciação dos re-cursos turísticos do Médio Tejo, está considerada a hi-pótese de vir a dotar a região de um barco típico - desti-nado a eventos de divulga-ção cultural e económica, in-cluindo pequenos percursos pelo Tejo e pelo Zêzere - ma-terializando assim as memó-rias que o barco varino sim-boliza e valorizando recur-sos endógenos associados aos rios e à vida dos habi-tantes da região, fatores que, ao longo de séculos, cons-truíram uma identidade só-lida que permitirá resistir a eventuais contrariedades dos tempos modernos.

Texto produzido pela Câmara Municipal de Constância

O município de Vila de Rei tem, ao longo dos últimos anos, reforçado a aposta de usufruir de todas as potencialidades que o Rio Zêzere pode oferecer, sendo que todos os grandes proje-tos turísticos previstos para o concelho de Vila de Rei en-globam a Albufeira de Cas-telo de Bode.

A nível turístico, as praias fl uviais do concelho, banha-das pela Albufeira, recebem anualmente milhares de pes-soas. Nesse sentido, estão já delineados um conjunto de projetos para Fernandaires, Alcamim e Arrancoeira, que permitirão a criação de in-fraestruturas que darão aos habitantes e visitantes as me-lhores condições para desfru-tarem destas praias na sua to-tal plenitude.

A autarquia tem ainda a p o s t a d o n a d i v u l g a -ção das potencialidades gastronómicas que o Rio Zêzere oferece através da realização do Festival Gastronómico do Achigã,

que vai já para a sua sétima edição, a realizar em outubro deste ano, e que tem feito chegar milhares de visitan-tes aos restaurantes do con-celho.

É ainda importante destacar que Vila de Rei vai também fazer parte da Grande Rota do Zêzere, que permitirá per-correr todo o caudal do rio através de percursos pedes-tres, de BTT ou de canoa, e que esperamos que seja uma importante forma de promo-ver ainda mais todo o poten-cial do Rio Zêzere e, em par-ticular, da zona que banha grande parte dos limites do concelho.

O município de Vila de Rei tem ainda apoiado algumas atividades náuticas realizadas

pelas Associações Culturais e Desportivas do concelho, como por exemplo Passeios de Canoagem ou Concursos de Pesca Desportiva, que jul-gamos ser de relevante im-portância para toda a comu-nidade Vilarregense.

O Rio Zêzere é, deste modo, um dos principais fatores de desenvolvimento do conce-lho de Vila de Rei nos mais va-riados níveis. Aproveitar todo o enorme potencial que este oferece é um dos principais objetivos que a autarquia tem seguido e que trará, cer-tamente, os melhores resul-tados para Vila de Rei e para os Vilarregenses.

Texto produzido pela Câmara

Municipal de Vila de Rei

Potenciar o património dos rios

“Um dos principais fatores de desenvolvimento do concelho”

• Um barco típico para passeios turísticos poderá surgir em Constância

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Um Museu que conta histórias dos rios

Anabela Cardoso, res-ponsável pelo Museu dos Rios, em Constância, ex-plica que este é um es-paço que mostra como “os rios davam tudo a es-tas populações”. Recor-rendo a utensílios, a mi-niaturas de barcos ou a fotografias, neste local contam-se tradições e técnicas antigas relacio-nadas com as três princi-pais atividades: a pesca, a construção naval e o transporte fl uvial.

De Constância e de con-celhos vizinhos partiam pelo Tejo produtos como a madeira, a cortiça, os vinhos, os cereais e a pa-lha. Da zona de Lisboa vi-nham produtos que não havia no interior, como o sal (que era essencial), o sabão, uma loiça mais fi na

e tecidos.O barco que está ex-

posto no Museu dos Rios foi construído por um dos últimos barqueiros e pes-cadores: Sérgio Silva, de 41 anos. Aprendeu a téc-nica de construção de bar-cos e a arte da pesca com o pai. Diz que “o rio já deu mais do que dá agora”. Há menos pescadores, “as pessoas não querem este tipo de trabalho”. Gosta daquilo que faz, mas dos mais novos já não espera que façam toda a sua vida em função dos rios. Cons-ciente de que os tempos são outros, gostaria que os jovens pelo menos “ti-vessem gosto pela pesca e por ter um barco no rio”.

H.C.S

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FEVEREIRO 2013 ESPECIAL RIOS 15

ABRANTES VOLTOU A SENTIR O TEJO MAÇÃO APOSTA EM NOVOS PROJETOS

Os rios, enquanto patrimó-nio, assumem-se como recur-sos estruturantes no desen-volvimento de políticas de qualidade no território, as-sumindo as dimensões eco-nómica, social, cultural e ambiental. Hoje olhamos os rios como elementos diferen-ciadores, através dos quais podemos reforçar a estru-tura e a identidade da nossa comunidade e, ao mesmo tempo, reforçar a capacidade de atração do concelho.

O Aquapolis – Parque Ri-beirinho de Abrantes foi o primeiro passo deste longo percurso de devolver o rio à cidade. Uma intervenção ca-racterizada pela requalifica-ção de elementos paisagís-ticos que se interligam for-mando um todo organizado, para que se pudesse voltar a viver o rio e se assumisse a frente ribeirinha enquanto espaço privilegiado de lazer

e animação. Com a requali-ficação da margem sul, fe-chou-se um ciclo. E Abrantes voltou a sentir o Tejo como parte da sua personalidade e da paisagem urbana.

Por outro lado, na Albufeira de Castelo do Bode, a Ban-deira Azul e a água qualidade “ouro” fazem da Praia Fluvial de Aldeia do Mato, um dos locais mais procurados du-rante o Verão. Como eixos da competitividade territorial de Abrantes, as intervenções nos rios, devem ser demons-trações da qualidade de vida no concelho, que se justifi ca pela observação do bom pla-neamento também fora do centro urbano.

A Câmara Municipal tem em curso um conjunto de projetos complementares de requalifi cação e de valoriza-ção dos rios, de que fazem parte:

- A integração na Rota do

Tejo e na Rota do Zêzere, com a criação de percursos pedes-tres e cicláveis que se prolon-gam nas margens dos rios.

- O Centro de Acolhimento do Tejo, em construção no Aquapolis – margem sul, é um equipamento vocacionado para a educação ambiental e educação para o desen-volvimento sustentável. É um projeto multifacetado com uma forte componente lúdica de aprendizagem da ciência, com um laboratório equipado e de vários espaços para realização de atividades diversifi cadas.

- A valorização da Praia Flu-vial de Aldeia do Mato, uma parceria com a Junta de Fre-guesia, que prevê a criação de um parque de merendas.

- Em perspetiva, encontra-se a criação de uma praia fl u-vial nas Fontes.

Texto produzido pela Câmara Municipal de Abrantes

Um espaço privilegiado de lazer e animação Gastronomia e arqueologia em torno do Tejo

A história do concelho de Mação, sobretudo da fre-guesia mais a Sul – Ortiga – desenvolve-se inevita-velmente em torno do rio Tejo. A Câmara Municipal de Mação tem desenvolvido e apoiado vários projetos num sentido de dinamização do território e do património associado ao rio.

Ao nível do Turismo, a autarquia disponibiliza a Praia Fluvial de Ortiga, as-sim como o Parque de Cam-pismo. Neste contexto, é possível a prática de ativida-des/desportos aquáticos, ra-dicais e de lazer, o que cons-titui um interessante foco de atratividade, assim como o facto de se realizarem al-gumas provas nacionais de desportos náuticos como a motonáutica na Barragem.

Ainda em termos turís-ticos, a gastronomia asso-ciada ao rio Tejo tem sido

amplamente divulgada e é sobejamente conhecida pe-las especialidades que apre-senta, nomeadamente o tra-dicional Arroz de Lampreia, os peixes do rio e a afamada açorda de ovas. A autarquia promove o Festival da Lam-preia, em restaurantes ade-rentes do concelho, e que este ano se realizará entre 23 de fevereiro e 14 de abril.

Em termos culturais, a Câ-mara de Mação promove, através do Museu de Arte Pré-Histórica e do Sagrado do Vale do Tejo, visitas guia-das ao património histórico de Ortiga – Anta da Foz do Rio Frio e Balneário Romano –, assim como às gravuras rupestres do Vale do Ocreza (em Envendos).

Estão, neste âmbito, pen-sados alguns projetos para a zona ribeirinha, como a cria-ção do Parque Arqueológico e Ambiental do Ocreza, que

terá cerca de 14 quilóme-tros. Em fase de análise está também a criação de um es-paço museológico ligado ao rio Tejo e à Pesca, em articu-lação com a Junta de Fre-guesia de Ortiga e associa-ções locais.

A Câmara Municipal de Mação tem promovido al-guns passeios pedestres junto ao rio Tejo, que têm tido uma elevada adesão, pelo que pretende apostar fortemente na dinamização de circuitos pedestres ao longo do rio, devidamente defi nidos e sinalizados.

Sendo a pesca uma ativi-dade ainda com algum peso na freguesia de Ortiga, com infl uência para a gastrono-mia e economia locais, é in-tenção da Câmara de Mação apostar na reabilitação da pesqueira.

Texto produzido pela Câmara Municipal de Mação

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16 FEVEREIRO 2013REGIÃO

A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, em conjunto com a autarquia de Mação, iniciou no passado dia 21 de janeiro, se-gunda-feira, no concelho de Ma-ção, a experiência piloto de Trans-porte a Pedido.

Este processo vai decorrer ao longo de seis meses e surge no âmbito da execução do projeto in-termunicipal “Transporte a Pedido no Médio Tejo”. O que está previsto é a realização de cinco circuitos de ligação à vila de Mação, com liga-ções à cidade de Abrantes, abran-gendo as freguesias de Abobo-reira, Amêndoa, Cardigos, Mação e Penhascoso.

Vasco Estrela, o vice-presidente da autarquia de Mação, explicou à Antena Livre que a opção de es-colher Mação para ser objeto do projeto teve que ver com o facto de o concelho “ter uma menor co-

bertura de transportes públicos, principalmente fora do período es-colar, e por ser um concelho muito disperso, com população idosa, com razões óbvias de dificulda-des de mobilidade”. O vice-pres-idente da autarquia adiantou que se o projeto vier a ter bons resulta-

dos “é para estender a outros con-celhos”.

Como funciona?O transporte tem horários pré-def-inidos, a “única e principal dife-rença em relação às carreiras nor-mais é que os utentes têm de re-

servar até às 15h do dia anterior”, explicou Vasco Estrela. Feita a re-serva, o motorista da viatura só pára nas paragens se tiver conhe-cimento que a pessoa ou pessoas fi zeram a reserva. Não havendo re-serva feita a viatura não pára nos locais das paragens. Os trajetos são efetuados consoante as reservas e pedidos, sendo que, se o utilizador do serviço requerer uma viagem entre apenas duas localidades, o percurso cinge-se a este e não à to-talidade do percurso predefi nido.

Com esta ação a Comunidade In-termunicipal do Médio Tejo e os municípios do Médio Tejo preten-dem arranjar soluções de trans-porte fl exíveis, de forma a encon-trar novas formas de organização dos serviços de transportes, que respondam de forma mais ade-quada às necessidades das popu-lações e com menores custos.

A TAGUS – Associação para o Desen-volvimento Integrado do Ribatejo Interior aprovou 21 novos projetos que vão criar cerca de 27 postos de trabalho, apoiados pela Abor-dagem LEADER, do Programa Na-cional de Desenvolvimento Rural (PRODER).

Pedro Saraiva, técnico coorde-nador da TAGUS, disse que estes projetos se centram sobretudo nas áreas das microempresas, ativida-des turísticas, exploração agrícola e investimentos públicos. São “pro-jetos relacionados com a animação turística, venda de cereais, restaura-ção, energias renováveis, espaços de comercialização, entre outros, um conjunto bastante diversifi cado que complementa a atividade eco-nómica na nossa região.”

Foram vários os empresários que se candidataram a abordagem LEA-

DER, com perfi s diferentes: jovens e menos jovens, mulheres e homens oriundos de Abrantes, Constância e Sardoal. “Regra geral são proprie-tários de empresas, ao nível de tu-rismo temos pessoas mais jovens, ao nível das microempresas peque-nos negócios que se pretendem modernizar com empresários de mais idade. Essencialmente foram jovens e recém-desempregados que pegaram em áreas de negócio para darem um rumo às suas vidas”, explicou Pedro Saraiva.

Dos 43 projetos a TAGUS aprovou 21 que se candidataram e que re-presentam um investimento global cerca de 2.400 milhões de euros. Em Abrantes, são cerca de 2 milhões, 120 mil euros em Constância e 150 mil euros em Sardoal, 1 milhão de investimento público, para 27 pos-tos de trabalho.

José da Graça, o cónego de Abrantes, está sob investigação pelo Ministério Público. O motivo prende-se com duas denúncias de fraude à Segurança Social, que dizem respeito ao facto do padre alegadamente manter “utentes fantasma” na instituição de rea-bilitação. Em causa está “Projecto Homem”, instituição sediada em Sentieiras, que se destina ao trata-mento de reabilitação de toxico-dependentes e alcoólicos.

Segundo a agência Lusa, as de-núncias referem que o religioso terá burlado o Estado ao receber, supostamente de forma inde-vida, verbas relativas a dezenas de utentes que já abandonaram o tratamento e que, em alguns ca-sos, já falecerem.

José da Graça em declarações à agência Lusa disse não ter conhe-

cimento formal das questões em investigação: “Não tenho notifi ca-ção nem conhecimento ofi cial de qualquer denúncia, mas isso, par-tindo de fonte anónima, deve ser de alguém ressabiado ou por um qualquer ajuste de contas.”

Sobre as alegadas listagens para continuar a receber os subsídios estatais, José da Graça referiu “não ter conhecimento da prática cons-ciente e deliberada da prática de qualquer erro ou ilegalidade”. “Não sou eu quem faz as listagens, não sei fazer e não quero fazer”, disse à Lusa, acrescentando que esse é um procedimento “delegado” noutras pessoas.

O Jornal de Abrantes tentou en-trar em contacto com o cónego, mas este nunca se predispôs a fa-lar com a redação.

A Câmara de Abrantes abriu can-didaturas para que os muníci-pes possam criar as suas próprias hortas, na quinta da Arca d’Água, em zona de expansão natural da cidade. Os interessados po-dem candidatar-se ao cultivo de uma das parcelas de terreno até ao dia 28 de feveiro. A única con-dição é que sejam residentes no concelho. Nesta primeira fase, estão disponíveis para cultivo 36 parcelas, com áreas que variam entre 50 e 100 m2.

Mediante o pagamento de uma taxa simbólica, os hortelãos terão direito a aconselhamento técnico quanto à melhor forma de utilização do solo e a espaços e equipamentos de utilização coletiva que se mostrem con-venientes ao desenvolvimento da atividade, tais como caixas de compostagem e instalações para armazenamento de ferra-mentas.

Em comunicado, a autarquia explica que a iniciativa “nasce com o objetivo de proporcionar a prática de uma atividade ao ar livre promotora de um estilo de vida ativo, a ligação das po-pulações ao território e a uma atividade rural característica da sua região, fomentar o espí-rito comunitário e a educação ambiental, e sobretudo viabilizar a atividade agrícola a pessoas que não disponham de um es-paço próprio”.

Paralelamente, a Câmara de Abrantes está a arrendar espa-ços nas coberturas de infraes-truturas municipais para a implementação de unidades de mini produção de eletricidade solar fotovoltaica, até uma po-tência máxima de 20 KW. Pelo ar-rendamento será paga uma per-centagem da receita obtida (an-tes de impostos) resultante da venda de energia produzida pe-los equipamentos em causa.

PROJETO SERVE DE TESTE MAS PODE ESTENDER-SE A OUTROS CONCELHOS

Mação: Quer transporte? Ligue, reserve e vá

TAGUS proporciona 27 novos postos de trabalho

Cónego José da Graça acusado de fraude

Hortas e painéis de produção de eletricidade à disposição dos abrantinos

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17FEVEREIRO 2013 EDUCAÇÃO

O conceituado psicólogo-clínico Quintino Aires, autor de apontamentos em diver-sos canais nacionais de rá-dio e televisão, vai estar pre-sente no Centro Cultural Gil Vicente, em Sardoal, no pró-ximo dia 20 de fevereiro, às 18 horas.

O especialista será orador no Seminário subordinado ao tema “Aprendizagens: relações dos alunos, pais e professores”.

Esta deslocação ao Sar-doal acontece a convite do Agrupamento de Escolas e da Escola Dra. Maria Judite Serrão Andrade, que pre-tendem, com esta iniciativa, apresentar uma visão dife-rente das temáticas relacio-nadas com os condiciona-

mentos das aprendizagens dos alunos face à relação entre estes, pais e profes-sores.

Quintino Aires, fundador do Instituto que tem o seu nome e que desenvolve a sua atividade em parceria com a Associação Liev Ve-gotsky (de formação), apre-senta uma nova linha de pensamento face a estas questões.

A entrada no Seminário é livre, mediante inscrição prévia para efeitos de cer-tifi cação. Contactos através dos telefones 962 485 033 / 241 850 110 ou do email [email protected].

A Câmara Municipal de Abrantes e a Universidade da Terceira Idade de Abran-tes (UTIA) assinaram um protocolo que prevê a re-qualifi cação do edifício que serve de instalações à en-tidade. Um cheque com vista a apoiar a realização da obra e a chave do edi-fício que outrora serviu de sede dos Serviços Munici-palizados de Abrantes fo-ram entregues na cerimó-nia. Para além da presença da presidente da autarquia, Maria do Céu Albuquer-que, dos seus vereadores e dos elementos diretivos da UTIA, nomeadamente a diretora Vânia Almeida, a cerimónia contou com a participação de dezenas de cidadãos e utentes das ins-talações que agora serão requalifi cadas.

Após os discursos e as-sinatura do protocolo, os presentes foram convida-dos a fazer uma visita às instalações. O que se ob-servou foi um edifício bas-tante deteriorado, sobre-tudo no lado sul, que vai ter um novo rosto e melhores

condições a médio prazo. Maria do Céu Albuquerque, em sintonia com os restan-tes membros da cerimónia, plateia incluída, estava sa-

tisfeita por ser dado “um passo importante”: “É com satisfação que perceber-mos a dinâmica da UTIA, há cerca de dois anos cede-

mos parte do edifício que servia os serviços munici-palizados e rapidamente percebemos que o espaço não era compatível com a

exigência, e hoje cedemos o restante edifício e com este novo espaço a UTIA terá uma capacidade orga-nizacional maior para mais

atividades e dar resposta a um maior número de uten-tes”, acrescentando que é fundamental que os cida-dãos “possam envelhecer condignamente”.

Para Vânia Almeida, a ce-rimónia foi o ponto de par-tida para “um passo de gi-gante”. Contou que a UTIA começou como “um pe-queno projeto da Palha de Abrantes que tinha umas instalações pequenas, pas-sámos para um prédio grande que nos permitiu fazer outras atividades e agora este protocolo per-mite-nos alargar as nossas atividades e também so-nhar um pouco mais”. Vânia Almeida, que se mostrou sempre sorridente durante a cerimónia e visita, expli-cou ainda como é trabalhar para os cidadãos idosos: “Conseguem ter sempre mais energia que os profes-sores e que os mais jovens, é preciso ter muita ener-gia para aquilo que eles querem e oferecer sempre cada vez mais para que te-nham mais”.

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O Município de Sardoal aprovou o Projeto de Re-gulamento Municipal para Atribuição de Bolsas de Es-tudo. As finalidades desta atribuição prendem-se com o apoio à continuação dos estudos no ensino superior a jovens cujas possibilida-des económicas não lhes permita fazê-lo pelos seus próprios meios.

Em comunicado, o municí-pio sardoalense explica que pretende, também, “cola-borar na formação de qua-dros técnicos superiores, re-sidentes na área geográfi ca do concelho, contribuindo para um equilibrado desen-volvimento social, econó-mico e cultural, no âmbito da promoção de uma efe-

tiva igualdade de oportuni-dades académicas”.

As condições de candida-tura estão expressas no re-ferido Projeto de Regula-mento, cabendo ao municí-pio a fi xação do número de Bolsas a atribuir, num valor de 100 euros mensais, com aumentos indexados ao sa-lário mínimo nacional.

O Projeto de Regulamento poderá ser consultado no gabinete de Desenvolvi-mento Social e Humano (Ação Social) ou na página de Internet do Município (www.cm-sardoal.pt). Os contributos dos munícipes deverão ser dirigidos, por escrito, ao Presidente da Câ-mara, até ao próximo dia 6 de fevereiro.

Seminário sobre relações entre alunos, pais e professores

Terceira Idade cada vez com mais futuro

Bolsas de estudo no Sardoal

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18 FEVEREIRO 2013DIVULGAÇÃO

Manuel Narciso Alves “A vida é bela se nos dermos aos outros”M o r r e u c o m 9 5 a n o s (1.7.1917-20.1.2013) o Pe. Narciso Alves. Nascido na freguesia de Belver, o mais velho de sete irmãos fre-quentou os seminários de Gavião, Alcains e por fi m Oli-vais (Lisboa), onde se abriu para uma nova dimensão da cultura religiosa de então. Ordenado padre em 1944, chega a Abrantes, por razões de saúde, em 1948 e fi ca até agora. Aqui foi sempre um marginal integrado. Margi-nal porque nunca lhe foi atri-buída uma paróquia, tendo sido deixado entregue a si mesmo; integrado porque esteve sempre, nas suas pa-lavras, “disponível para qual-quer serviço, fazendo tudo o que me pediam, não es-

perando qualquer remune-ração”.

A sua situação melhorou quando assumiu funções de professor de religião e mo-ral na Escola Industrial, hoje Solano de Abreu, onde con-viveu com sucessivas gera-ções de alunos e professo-res e onde teve função rele-vante na ação social escolar. Aposentou-se no ano lectivo 89/90.

A sua presença foi ainda repartida em Abrantes pela Casa de Saúde, Colégio de Fátima e, nos últimos anos, Santa Casa da Misericórdia e pelos movimentos da Ação Católica e Cursos de Prepa-ração para o Matrimónio (CPM). A nível diocesano, teve papel significativo na

devoção ao Sagrado Cora-ção de Jesus e na Ação Ca-tólica Rural. E não têm conta as pessoas individuais que junto dele encontraram a força e a orientação para superar momentos difíceis e que hoje dizem “Era um santo”.

Teve uma defi nitiva forma-ção pré-conciliar, mas o se-minário dos Olivais e a sua participação na Ação Cató-lica abriram-lhe outros ho-rizontes. Tudo isso esteve presente no seu pensa-mento e na sua ação. E na sua espiritualidade, fonte da disponibilidade que sempre manteve como um princípio de vida: “a vida é bela se nos dermos aos outros” e “a vida vale a pena se a fizermos

render” (síntese sua à revista Zahara Nº 10). Era, segura-mente, um homem de fé.

Foi sempre discreto, hu-milde no melhor sentido da palavra, generoso, fiel aos seus princípios, obviamente não partilhados por todos e não subscritos por todos os quadrantes. Mas o seu funeral foi a prova de que Abrantes reconhece a sua generosidade e agradece a sua doação. E não devemos esquecer que por detrás es-teve sempre o zelo vigilante da sua irmã Maria do Rosá-rio.

Nunca saberemos a impor-tância, embora discreta, que de facto teve em toda esta região.

Alves Jana

NECROLOGIA

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19FEVEREIRO 2013 ESPAÇO DA RESPONSABILIDADE DA UNIDADE DE SAÚDE PÚBLICA DO MÉDIO TEJO

Disciplina positiva para adolescentesAs competências parentais definitivamente não me-lhoraram. Hoje há um en-foque em fazer as crianças felizes e em ajudá-las a de-senvolver uma auto-est-ima saudável. No entanto, os pais ainda usam os “ve-lhos” métodos de super-controle ou superproteção, o que torna difícil para as crianças sentirem-se bem consigo mesmas.

A ênfase nos trabalhos de casa e nas notas tem criado uma enorme tensão, lutas de poder, e até rebelião. Pode ser muito confuso para os adolescentes quando os pais parecem preocupa-dos com a sua felicidade e auto-estima, mas passam tanto tempo a atormentá-los acerca das notas e a ten-tar controlar todos os seus

movimentos.O nosso desafi o como pais

é crescer e mudar tão rá-pido quanto os tempos, e tão rápido quanto os ado-lescentes. Mudar não é fácil, mas é claro que podemos fazê-lo, porque nós sabe-mos que vale a pena. O pri-meiro passo é parar de tra-tar os nossos filhos como bebés, especialmente os adolescentes. Nós precisa-mos de tratá-los como pes-soas que são dignas de res-peito e que são capazes de aprender, contribuindo, e crescendo.

Pode ser muito difícil acre-ditar na capacidade básica dos adolescentes de apren-derem sem serem super-controlados ou superprote-gidos por nós. A razão bá-sica para essa dificuldade é não compreender a dife-

rença entre uma parentali-dade temerosa e uma pa-rentalidade corajosa.

Pais temerososUma parentalidade teme-rosa não é deixar andar por-que é muito difícil. Nós po-demos sentir medo e te-mer danos irreparáveis se deixarmos andar. Nós po-demos pensar que o super-controle funciona. Outra forma de parentalidade te-merosa acontece quando nós não identifi camos alter-nativas para o controle, e achamos que a nossa única opção é não fazer nada. Nós podemos pensar que con-trole ou permissividade é a única opção.

Uma parentalidade teme-rosa é preocuparmo-nos mais sobre o que os outros possam pensar ou dizer do

que fazer o que é melhor para os nossos filhos ado-lescentes, incluindo perm-itir-lhes aprender com os seus próprios erros.

A superproteção, o super-controle, as regras rígidas, a permissividade e a falta de comunicação são apenas al-guns dos métodos que con-tribuem para roubar aos adolescentes resistência e capacidade.

Pais corajososParentalidade corajosa sig-nifica enfrentar o medo (sim, é assustador deixar an-dar e permitir que os nossos filhos adolescentes come-tam erros) e fazer o que pre-cisa ser feito mesmo assim.

Parentalidade corajosa significa utilizar o tempo para ensinar competências mesmo que seja mais fácil

criticar ou resgatar. Os pais corajosos têm fé que os seus fi lhos são capazes de apren-der com os seus erros num ambiente de apoio que não inclui críticas ou resgate.

Parentalidade corajosa é ter fé nas capacidades bá-sicas dos nossos fi lhos ado-lescentes e saber que eles podem aprender quando lhes damos o espaço e o apoio de que precisam.

Quando nós pensamos nos nossos fi lhos como pes-soas competentes e capa-zes que têm a capacidade de aprender o que é bom para eles através da expe-riência, é mais fácil ser co-rajoso.

Os pais corajosos preci-sam de se juntar a pais que têm os mesmos objetivos (porque não um grupo de apoio para pais), de prati-

car competências parentais afetuosas e fi rmes e de ensi-nar competências aos ado-lescentes para que eles pos-sam gerir as suas próprias vidas.

Sermos pais de adolescen-tes exige um grande em-penho da nossa parte. Nós precisamos de ter tempo para treinar porque o exer-cício de uma disciplina posi-tiva não vêm naturalmente. A boa notícia é que quanto mais treinarmos com os nossos filhos adolescen-tes, melhores serão as nos-sas competências e as deles para estabelecer relações com os outros.

João Paulo PalrilhaCoordenador do Progama Nacional de

Saúde Escolar da Unidade de Saúde Pública do ACES do Médio Tejo

SAÚDE

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20 FEVEREIRO 2013CULTURA

Valter Hugo Mãe fez uma pausa na escrita do novo romance para um encontro com os leitores de Abrantes. Foi no passado dia 24 de janeiro, na Biblioteca Municipal An-tónio Botto, e à sua espera estava uma sala repleta de público, onde as cadeiras não chegaram para to-dos. O escritor que tem entusias-mado os leitores portugueses a cada romance publicado começou por dizer que não sai de casa há al-gumas semanas, por estar a escre-ver o novo livro, e pediu desculpa por estar “com a cabeça na Islândia”, onde se passa a ação.

O propósito do encontro com o autor foi a apresentação de “A Má-quina de Fazer Espanhóis”, por Ana Catarina Pinheiro, professora da Escola Secundária Dr. Solano de Abreu. No livro, lançado em 2011, o autor constrói o protagonista, um olhar sobre a velhice e sobre o mundo, não esquecendo que Por-tugal está destinado ao Fado, a Fá-

tima e ao Futebol. António Silva, de 84 anos, o protagonista da história, foi metido num lar com o nome “Fe-liz idade” e é nesta casa de “depósito de velhos” que a maior parte do ro-mance se centra.

“Depois da morte do meu pai, pre-cisei de nove anos para escrever o livro”, refere o autor, que, na altura, pensava “até que ponto queria tra-duzir num livro uma perda tão real para mim”, substituir “o meu pai por um livro”. Para ter uma exatidão da realidade, o artista das palavras vi-sitou alguns lares. “Fui a uma insti-tuição em Vila do Conde, o lar da Ordem de São Francisco e saí de lá a chorar, achei tudo tão triste”, “vi uma senhora, num quarto, que olhava com uma grande tristeza e angústia e depois vi a saber que era a mãe da senhora que me estava a mostrar o lar”. Valter Hugo Mãe emociona-se ao recordar este episódio que não quis escrever tal e qual como o encontrou na realidade. Se assim

fosse, o livro “seria muito forte, com uma conotação muito negativa e trágica”.

Mas nem só de livros se falou neste encontro. Houve tempo para que o escritor e o público interagissem e partilhassem experiências. Falou-se da loucura do ser humano, da Festa Literária Internacional de Pa-raty, no Brasil, onde o escritor teve uma receção calorosa e convites “para ter fi lhos”, precisando de um ano para poder regressar ao Brasil, “tinha medo da reação das pessoas e queria ter a certeza de que esta-vam nas minhas apresentações por-que tinham lidos os meus livros”.

Valter Hugo Mãe revelou ainda que os seus “poemas andam de-masiado coscuvilheiros, contam muito sobre mim e enquanto a mi-nha poesia andar tão custa não pre-tendo publicar nada”. Pode não pu-blicar poesia, mas o novo romance, esse, sairá ainda este ano.

André Lopes

Valter Hugo Mãe, o escritor que escreve sobre o tétrico, mas que faz rir com a sua ironia

“ De segunda a sexta-feira na edição do meio diaa opinião tem lugar cativo

Segunda-feira Ana Clara, Terça-feira João Pedro Céu, Quarta-feira Armando Fernandes, Quinta-feira Halia Costa Santos, Sexta-feira Vasco Damas

Na rádio como você gosta, a opinião que conta”

De segunda a sexta-feira, entre as 8h00 e as 10h00, as manhãs da Antena Livre estão no ar com muita música, informação e entre-vistas. Paulo Delgado, Joana Mar-garida Carvalho e Ricardo Alves coordenam esta emissão onde se passa a região (e não só) a “pente fi no”. Entre muitas novidades e al-guns clássicos do mundo da mú-sica, Paulo Delgado dá a conhe-cer a carreira dos artistas nacio-nais e regionais através de várias entrevistas, ora em direto no es-túdio, ora em direto via telefone. Por ali já estiveram à conversa no-mes como Herman José, Carlos do Carmo, Nucha, Dora, Ana Laíns,

David Fonseca e Mariza entre ou-tros!

Joana Margarida Carvalho e Ricardo Alves, trazem à antena vários intercalares informativos, às 08h15, 08h45, 09h20, 09h50, 10h20 e 10h50 , onde além de toda a atualidade regional, são também divulgados os diversos acontecimentos culturais que vão acontecendo pela região do Mé-dio Tejo.

Pontualmente e sempre que se justifica, são feitos passatempos com ofertas de entradas para es-petáculos nas mais diversas áreas. Mas é também na Edição da Ma-nhã que se “espreitam” os prin-

cipais jornais nacionais, dando a conhecer as principais manchetes do dia. A informação meteoroló-gica está sempre atualizada hora a hora e passam também pela Edi-ção da Manhã as crónicas de opi-nião de Ana Clara, João Pedro Céu, Armando Fernandes, Hália Costa Santos e Vasco Damas.

No programa da manhã da rá-dio como você gosta, passam ainda diariamente Alves Jana, com “Filosofalando”, que nos ex-plica a vida a partir da fi losofi a e a fi losofi a a partir da vida. Carina Vieira marca presença com apon-tamentos de “Saúde e Bem-Est-ar”. Cristina Gabriel dá a conhe-

cer a vida dos famosos em “Rosa Choque” e todas as novidades da internet estão em “Cyber Café”, com Heloísa Silva e Sofi a Mendes. “Histórias da Nossa História”, com

Isilda Jana, recupera importantes passagens da história abrantina. No total, uma equipa de 13 pes-soas assegura diariamente a “Edi-ção da Manhã”.

Edição da Manhã na Antena Livre

As caras da rádio

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21FEVEREIRO 2013 ENTREVISTA

Ana Laíns subiu ao palco do Cine-Teatro S. Pedro, em Abrantes, para cantar o seu fado, um “fado dife-rente”. Aos 33 anos, a cantora, que conta com 10 anos de carreira, teve o apoio de familiares e amigos que estiveram presentes no concerto e a aplaudiram de pé. No final do espetáculo, a fadista saiu do palco emocionada, depois de a sua pro-genitora ter subido ao palco para lhe dar consolo. Em entrevista ao JA, Ana Laíns revela que está a pre-parar um novo disco, que será edi-tado com a chancela da “Coast to Coast”, editora holandesa que re-presenta Ana Moura, Mafalda Ar-nauth e Dulce Pontes.

Como foi o regressar a Abrantes, ter o público repleto de família e amigos?

Foi, tal como eu esperava, muito emocionante. Confesso que espe-rava uma sala com mais gente, mas os que estiveram comigo, e foram muitos, mesmo assim, ajudaram a criar um ambiente que foi ao en-contro do que eu gosto que sejam os meus concertos - uma tertúlia de amigos.

A sua mãe subiu ao palco quando a Ana estava emocionada. Foi um dos momentos que marcará o concerto em Abrantes?

Eu nem queria acreditar quando vi a minha mãe ao pé de mim. Ela não é nada destas coisas, é uma pes-soa muito discreta. O que se pas-

sou foi que ela fi cou afl ita por ver a minha emoção e apercebeu-se que eu não ia conseguir cantar por não conter as lágrimas. E ela sabia bem o porquê dessas lágrimas. Foi ine-vitável pensar no meu pai e no or-gulho que ele iria sentir em mim se estivesse ali. Ora, a minha mãe, que me conhece como ninguém, ao ter certeza que eu estava frágil decidiu ir dar-me um miminho. Sem dú-vida que não vou ter como esque-cer este momento, bem como todo o concerto, que me deixou muito orgulhosa.

Sente que tem sido bem tratada pela região que a viu nascer?

De um modo geral, sim. Os con-celhos de Abrantes e Constância são-me muito familiares, foi onde estudei e fi z muitos dos amigos que fi caram para a vida, e em Montalvo, vivi, cresci, e tenho as minhas raízes. Sinto por parte de muita gente a es-tima que me têm e o apoio que me dão. Mas também sinto por parte de algumas pessoas o contrário. Há uma tendência natural, que não de-veria acontecer, por parte de quem me conhece desde criança em con-tinuar a ver-me como a menina que viveu e cresceu em Montalvo, sem que consigam fazer o distancia-mento. A maior parte das pessoas nesta posição ainda não notou que a menina deu lugar a uma profis-sional com provas dadas e que tem lutado imenso pelos seus sonhos. Mas, de um modo geral, sinto o res-peito e o carinho das pessoas. Não

posso deixar de salientar o respeito que a Câmara Municipal de Abran-tes me demonstrou. O esforço que fi zeram para me trazer cá foi reve-lador de gente que tem palavra e que procura ter dignidade na forma como estreita os laços. Da minha parte posso e devo dizer que te-nho muito orgulho neste concerto, especialmente porque celebrou os valores que defendo, como a ho-nestidade, o carácter e o respeito.

“Quatro Caminhos” é mais do que um álbum de fado”. É mesmo uma cantora de um fado diferente, com “mais cor”?

Eu sou uma cantora que viveu mui-tas experiências, em muitas áreas, cantei de tudo. Fiz casinos, musi-cais, cantei jazz, bossa nova, canção francesa, espanhola, inglesa...Tudo o que sou como cantora é porque cresci a cantar tudo. Ora, mesmo sendo no fado ou na música tradi-cional, não consigo, nem quero, evi-tar que todas estas infl uências se re-fl itam na cantora que sou. “Quatro caminhos”, tal como o antecessor “Sentidos”, são discos que apenas foram ao encontro de tudo o que ci-tei anteriormente.

A música portuguesa, que é riquís-sima de Norte a Sul, e em especial o fado, está numa fase de procura de algo mais, de desenvolvimento de outras linguagens provenientes destes géneros e eu, pessoalmente, considero que há o direito de criar, inovar, experimentar.

“Quatro Caminhos” foi conside-rado pela imprensa holandesa como um dos melhores discos de 2012 da World Music. Será o seu trabalho mais reconhecido e va-lorizado fora de Portugal?

Tem sido, sem dúvida. Mas pelos vistos essa tem sido a lei natural das coisas neste país.

Nós somos um país pobre em ter-mos de moral cultural e de conhe-cimento. Somos muito abertos ao que vem de fora e muito fechados em relação a nós mesmos, temos falta de confi ança em nós enquanto país, enquanto povo. No estran-geiro, o que eu sinto é que as pes-soas vão aos concertos mesmo não conhecendo os artistas, mas por-que são ativos culturalmente. Têm curiosidade cultural para conseguir apreciar mesmo sem conhecer. As pessoas que encheram as salas por onde passei, não eram todas fãs do meu trabalho, algumas nunca ti-nham ouvido falar de mim. A im-prensa continua a dar o protago-nismo aos projetos que já são refe-rência só para vender mais, e fi ca de lado o papel principal dos media, que é informar, dar a conhecer, sem pudores.

Que projetos tem para o futuro? Há um novo disco a ser prepa-rado?

Sim, há um novo disco a ser traba-lhado, mas é muito embrionário. Es-tou na fase da recolha de reportório, de montagem do conceito. Sei pre-cisamente sobre o que quero falar e

o álbum até já tem nome. Agora é juntar todas as peças para o tornar possível.

Quero dar uma notícia que se con-firmou recentemente. Neste mo-mento, a única certeza que tenho é que o disco irá sair com selo “Coast to Coast” que é uma grande editora holandesa na área da world mu-sic, e que tem representado canto-ras como a Dulce Pontes ou a Ana Moura. Uma grande vitória para mim.

2012 foi um ano marcante para a Ana. Alcançou mais público e viu o seu trabalho ser mais reconhe-cido do que nunca. O que espera deste novo ano?

Espero continuar a colher o que semeei. Espero que o mercado me permita continuar a tocar e cantar a minha música. Espero chegar ao fi nal do ano com um grande disco para apresentar e espero, principal-mente, que os gestores culturais, os promotores, os agentes, as edito-ras e também os próprios músicos entendam de uma vez por todas que é urgente mudar mentalidades para que todos tenham as mesmas oportunidades. Num país como o nosso não podem continuar a prat-icar-se cachets extravagantes por parte de certos artistas, deixando de se contratar outras bandas que ainda estão em fase de construção de carreira. Para que um artista te-nha o seu público, é fundamental que se aposte nele.

André Lopes

ANA LAÍNS, EM ENTREVISTA, FALA SOBRE A SUA CARREIRA E SOBRE O ESPETÁCULO QUE DEU EM ABRANTES

“Para que um artista tenha o seu público, é fundamental que se aposte nele”

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22 FEVEREIRO 2013CULTURACOORDENAÇÃO DE ANDRÉ LOPES

Pedro Vieira é o próximo convidado de “Entre nós e as palavras”, na Biblioteca Municipal António Botto. “Última Para-gem, Massamá”, lançada em fevereiro de 2011, vai ser apresentada por Paulo Passos, designer na Câmara Municipal de Abrantes, dia 28 de fevereiro, pelas 21h30. O romance de estreia do escri-tor narra a história de um homem e de uma mulher, Lucas e Vanessa. Do seu amor trágico e de uma cidade com vista para muitas vidas. Também é a história de uma doença e de uma saída de cena, de uma frustração que não se cura. Na obra são abordados vários temas, como a emigração, a religião, o ensino, a an-gústia humana, a identidade sexual, o racismo… Pedro Vieira é um homem de muitos ofícios: ilustração, escrita literária, jornalismo e guionismo. Nasceu em Lis-

boa, em 1975, cidade onde atualmente reside. É licenciado em Publicidade e Marketing pela Escola Superior Comu-nicação Social, trabalha no Canal Q, das Produções Fictícias, como criativo. É ilus-trador residente da revista LER e ainda autor do blogue irmaolucia e co-autor do Arrastão.

O Centro Cultural de Vila Nova da Bar-quinha regressa à rubrica “Sábado às cinco com…” a palestra “A primeira sede dos Templários em Portugal: Soure (1128-1147)”, dia 9 de fevereiro, pelas 17 horas. O orador convidado é Fernando Tavares Pimenta, natural de Soure, mas que reside atualmente no Entronca-mento. É Doutorado em História e Ci-vilização pelo Instituto Universitário Eu-ropeu de Florença e Investigador de Pós-Doutoramento da Fundação Para a Ciência e a Tecnologia da Universidade de Coimbra (CEIS20-UC). É também in-vestigador associado do Centro de Estu-dos de Sociologia da Universidade Nova de Lisboa e colaborador do Instituto de História Contemporânea de Ferrara (Itá-lia). O historiador é autor de livros, ar-tigos e outras contribuições científi cas em vários países nas áreas da História Contemporânea de Portugal, da História Colonial e da História Local. Já este ano, Fernando Tavares Pimenta foi o coorde-nador do volume recentemente editado República e Colonialismo na África Por-tuguesa (Porto: 2012).

Pedro Vieira apresenta a obra “Última Paragem, Massamá” na Biblioteca António Botto

Palestra sobre a sede dos Templários no Centro Cultural da Barquinha

Por uma noite os Virgem Suta abrem as portas da sua casa e mostram o seu ”Doce Lar” no Cine-Teatro S. Pedro, em Abrantes. O duo alentejano volta a Abrantes no dia 15 feve-reiro, às 21h30, depois de ter apresentado o primeiro disco de originais nas Festas da Cidade, em 2011. No conceito do concerto estão “dois homens e meia dúzia de instru-mentos, uma mão cheia de canções e um excelente vinho alentejano”. Jorge Benvinda (voz, tacho, panela, berimbau de boca) e Nuno Figueiredo (guitarras eléctricas, guitarras acústicas, cavaquinho, groovebox, percussões) são os an-fi triões deste concerto que será composto por temas do álbum “Doce Lar” (2012), como “Maria Alice”, “Beija-me na Boca” e “Exporto Tristeza”, não esquecendo o disco de es-treia, com as músicas “Linhas Cruzados”, “Dança de Balção” e “Tomo conta desta tua casa”. Dia 16 de fevereiro, os Vir-gem Suta passam ainda pelo Teatro Virgínia, em Torres No-vas. Em março, a digressão continua em Portalegre (dia 9) e Vila do Conde (23).

Virgem Suta abrem as portas do seu “Doce Lar” em Abrantes

A exposição “Lost in the City”, de trabalhos fotográficos da auto-ria de José Mendes de Almeida, pode ser visitada até ao dia 22 de março, na Galeria Municipal de Arte de Abrantes. Segundo o autor, “a série Lost in the City é sobre alguns dos que perderam. Todos diferentes. A cada um a sua história. Por mal interno, ou pelas voltas do destino, todos de alguma forma com rumo in-certo.” Natural de Lisboa, José Mendes de Almeida tem um vasto curriculum em exposições individuais, tendo exposto, en-tre outros, na Galeria de S. Bento (2008) e no Museu das Teleco-municações (2009), ambos em Lisboa, no Centro de Artes e Cul-tura (2010), em Ponte de Sor e no Centro Cultural Gil Vicente, em Sardoal. Fora de Portugal, e em exposições coletivas, o fotó-grafo mostrou o seu trabalho em Londres, Miami, Madrid e Nova Iorque. A Galeria de Arte fun-ciona de terça a sábado, das 10h às 12h30 e das 14h às 18h30.

“Lost in the City”, fotografi a de José Mendes de Almeida na Galeria de Arte

ABRANTESAté 22 de março – Exposição “Lost in the city”, fotografi a de José Mendes de Almeida – Galeria de ArteAté 30 de março – Exposição “Cinema em Abrantes entre 1931 e 1974” – Arquivo Municipal Eduardo Campos, das 9h às 12h30 e das 14h às 17h30 Até 15 de maio de 2013 – Exposição “Vida e Morte – A pré-história no Concelho de Abrantes”- Museu D. Lopo de Almeida – Castelo, de terça a domingo, das 10h às 18h 4 de fevereiro – “Café Filosófi co”, discutir /clarifi car “Crença”, com Mário Pissarra - Café 53, às 21h4 de fevereiro – “Encontro com…” Rita Taborda Duarte – Biblio-teca António Botto, às 14h5 de fevereiro a 1 de março – Exposição de pintura “Details” pela “Amarte” Escola de Artes – Biblioteca António Botto12 de fevereiro – “A Menina Dança?”, com o grupo musical “F&M” – Pequeno Auditório do Cine-Teatro S. Pedro, às 15h15 de fevereiro – Concerto com Virgem Suta – Cine-Teatro S. Pedro, 21h3015 de fevereiro a 10 de março – Feira de S. Matias – Tecnopolo de Vale do Tejo28 de fevereiro – “Entre nós e as palavras com…” Pedro Vieira – Apresentação do livro “Última paragem, Massamá” por Paulo Passos – Biblioteca António Botto, 21h30 “Há cinema na aldeia” – Centro Desportivo da Concavada, às 16h: 6 de fevereiro – “O Embargo” de António Ferreira 13 de fevereiro – “Aniki Bóbó” de Manuel de Oliveira20 de fevereiro – “Pare, escute e olhe” de Jorge Pelicano27 de fevereiro – “Deus é brasileiro” de Carlos DieguesCinema – Org. Espalhafi tas – Cine-Teatro S. Pedro, 21h30:6 de fevereiro – “As Linhas de Wellington”13 de fevereiro – “O Silêncio” 20 de fevereiro – “Senhor Lahzar”27 de fevereiro – “Os Três Macacos”

BarquinhaAté 3 de março – Exposição “As Escolas”, arquitetura contem-porânea de Aires Mateus, fotografada por Fernando e Sérgio Guerra – Escola Ciência Viva9 de fevereiro – Palestra “A primeira sede dos Templários em Portugal: Soure (1128-1147), com Fernando Tavares Pimenta – Centro Cultural, às 17h12 de fevereiro – Matiné de Carnaval – Clube de Instrução e Re-creio - Moita do Norte23 de fevereiro – Noite de Fados - Sede do Grupo Folclórico “Os Pescadores de Tancos”, 21h30

ConstânciaAté 28 de fevereiro – Mostra Bio-bibliográfi ca de Sveva Casati Modignani – Biblioteca Alexandre O´Neill, 10h às 18h30 9 de fevereiro a 3 de março – Exposição de pintura “Expres-sões e Sentimentos”, de Sílvia Maria Carvalho Filipe – Posto de Turismo11 a 15 de fevereiro – Dia de S. Valentim, incentivar o gosto pela poesia – Biblioteca Alexandre O´Neill, 10h às 18h30DVDteca à sexta – Biblioteca Alexandre O´Neill, às 15h:8 de fevereiro – “A Paixão de Shakespeare”15 de fevereiro – DVD surpresa22 de fevereiro – “Terapia do Amor”1 de Março – “A Pequena Sereia”

Mação21 de fevereiro – Ciclo de Conferências “Transformar a Terra, Mudar de Vida”, por António Guilhermino Pires - Museu de Arte Pré-Histórica, 17h 22 de fevereiro – “Fazes-me Falta…3 Gerações, 3 Histórias par-tilhadas com quem nos faz falta!” – Biblioteca Municipal, 14h e 21h

Sardoal16 de fevereiro – Concerto com Piano Vox e com Reptíliah – Centro Cultural, 21h3020 de fevereiro – Seminário “Aprendizagens: Relação dos alu-nos, pais e professores”, com psicólogo Quintino Aires – Centro Cultural Gil Vicente, 18hCinema – Centro Cultural Gil Vicente, 16h e 21h309 de fevereiro – “A Origem dos Guardiões”

AGENDA DO MÊS

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jornaldeabrantes

23FEVEREIRO 2013 PUBLICIDADE

CENTRO MÉDICO E DE ENFERMAGEM DE ABRANTESLargo de S. João, N.º 1 - Telefones 241 371 566 - 241 371 690

ACUPUNCTURA Dr.ª Elisabete SerraALERGOLOGIADr. Mário de Almeida; Dr.ª Cristina Santa MartaCARDIOLOGIADr.ª Maria João CarvalhoCIRURGIA Dr. Francisco Rufi noCLÍNICA GERALDr. Pereira Ambrósio; Dr. António PrôaDERMATOLOGIADr.ª Maria João SilvaGASTROENTERELOGIA E ENDOSCOPIA DIGESTIVADr. Rui Mesquita; Dr.ª Cláudia SequeiraMEDICINA INTERNADr. Matoso FerreiraREUMATOLOGIADr. Jorge GarciaNEUROCIRURGIADr. Armando LopesNEUROLOGIADr.ª Isabel Luzeiro; Dr.ª Amélia Guilherme

NUTRIÇÃO Dr.ª Mariana TorresOBSTETRÍCIA E GINECOLOGIADr.ª Lígia Ribeiro, Dr. João PinhelOFTALMOLOGIA Dr. Luís CardigaORTOPEDIA Dr. Matos MeloOTORRINOLARINGOLOGIADr. João EloiPNEUMOLOGIA Dr. Carlos Luís LousadaPROV. FUNÇÃO RESPIRATÓRIAPatricia GerraPSICOLOGIADr.ª Odete Vieira; Dr. Michael Knoch;Dr.ª Maria Conceição CaladoPSIQUIATRIADr. Carlos Roldão Vieira; Dr.ª Fátima PalmaUROLOGIA Dr. Rafael PassarinhoNUTRICIONISTA Dr.ª Carla LouroSERVIÇO DE ENFERMAGEMMaria JoãoTERAPEUTA DA FALADr.ª Susana Martins

CONSULTAS POR MARCAÇÃO

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Abílio dos Santos Pombo28/12/1936 - 02/01/2013Abrantes

AGRADECIMENTO

Mulher, filhos, netos e restantes familiares agradecem ao Centro de Saúde de Alferrarede em especial ao Sr. Dr. Luís Peixoto, a todo o pessoal do Hospital de Abran-tes, bem como a todos aqueles que estiveram presentes ao longo da doença e por qualquer meio manifestaram o seu pesar.

A todos o seu bem haja

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