[Livro] Culinária (Receitas) - A Cura e a Saúde Pelos Alimentos

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ERNST SCHNEIDER A CURA E A SAÚDE PELOS ALIMENTOS versão eletrônica pelo Projeto Periferia Capítulo 1 - As Nossas Deficiências de Saúde e a Sua Compensação Natural Capítulo 2 - Frutos Capítulo 3 - Legumes e Verduras Capítulo 4 - Condimentos Capítulo 5 - Alimentos Fornecedores de Energia Capítulo 6 - Alimentos de Origem Animal Capítulo 7 - Regimes Depurativos Capítulo 8 - Doenças do Sistema Circulatório Capítulo 9 - Doenças do Aparelho Digestivo Capítulo 10 - Doenças do Metabolismo Capítulo 11 - Doenças da Pele Capítulo 12 - Doenças do Sistema Nervoso Capítulo 13 - Tuberculose Capítulo 14 - A Alimentação na Gravidez Capítulo 15 - A Alimentação na Criança Moderna Capítulo 16 - O Câncer Capítulo 17 - Comentário Final Capítulo 18 - Normas Fundamentais Para a Preparação de um Regime Sadio Capítulo 19 - Receitas Culinárias Frutos Capítulo 2 A minha experiência de médico ensinou-me que os danos originados pela nutrição são um inimigo invisível, o mais perigoso entre todos os do homem. Por isso, minha consciência de médico obriga-me a combater esse inimigo, até o último suspiro. Max Bircher-Benner -- Doutor em Medicina 1. Frutas e Sucos A Cura e a Saúde Pelos Alimentos -- Capítulo 2 file:///C|/Meus documentos/cspa/cspa2.htm (1 of 27) [02/04/2003 01:00:35]

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ERNST SCHNEIDER

 

A CURA E A SAÚDEPELOS ALIMENTOS

versão eletrônica pelo Projeto Periferia

Capítulo 1 - As Nossas Deficiências de Saúde e a Sua Compensação NaturalCapítulo 2 - FrutosCapítulo 3 - Legumes e VerdurasCapítulo 4 - CondimentosCapítulo 5 - Alimentos Fornecedores de EnergiaCapítulo 6 - Alimentos de Origem AnimalCapítulo 7 - Regimes DepurativosCapítulo 8 - Doenças do Sistema CirculatórioCapítulo 9 - Doenças do Aparelho DigestivoCapítulo 10 - Doenças do MetabolismoCapítulo 11 - Doenças da PeleCapítulo 12 - Doenças do Sistema NervosoCapítulo 13 - TuberculoseCapítulo 14 - A Alimentação na GravidezCapítulo 15 - A Alimentação na Criança ModernaCapítulo 16 - O CâncerCapítulo 17 - Comentário FinalCapítulo 18 - Normas Fundamentais Para a Preparação de um Regime SadioCapítulo 19 - Receitas Culinárias

Frutos

Capítulo 2

A minha experiência de médico ensinou-me que os danos originados pela nutrição são um inimigoinvisível, o mais perigoso entre todos os do homem. Por isso, minha consciência de médico obriga-me

a combater esse inimigo, até o último suspiro.

Max Bircher-Benner -- Doutor em Medicina

 

1. Frutas e Sucos

A Cura e a Saúde Pelos Alimentos -- Capítulo 2

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Açaí

0 açaizeiro, do gênero E uterpe oleracea, é uma delicada palmeira de estipe elevado e esguio, terminado poruma coroa de folhas pinatissectas. Originária da região amazônica, é muito cultivada em virtude do sabor de'seus frutos, dos quais se faz um macerado de cor vinhosa, com certa densidade, apresentando aconsistência de borra. Esse prato, muito apreciado na região, é conhecido como açaí. A bebida é geralmentetomada com açúcar ou com farinha d'água ou farinha de tapioca.

0 açaizeiro forma majestosas touceiras. Produz também um saboroso palmito, que vem sendoindustrializado nos últimos anos. Os estipes, por serem muito duros e resistentes, são usados como material

de construção. Os frutos também servem para alimentar animais domésticos. Deve-se dizer, ainda, que o açaí é um alimento muitorico em ferro, constituindo-se num elemento precioso na alimentação dos habitantes da Amazônia. Os ribeirinhos, por exemplo,encontram nos frutos do açaizeiro um alimento graciosamente propiciado pela Natureza.

A propósito do açaí, fez-se uma quadrinha popular, muito conhecida em todo o Brasil:

"Chegou no Pará,Parou ...Bebeu açaí,Ficou ..."

Ameixas

A ameixa considera-se oriunda das terras do baixo Danúbio, da Pérsia, da Armênia e do Cáucaso. As cultivações sírias, em volta deDamasco, alcançaram grande fama. Através dos gregos e dos romanos, também as ameixas chegaram até nós, embora osromanos só as cultivassem mais tarde. Segundo se diz na «Capitulare de Villís», Carlos Magno, em 812, mandou plantarameixeiras, de diversas espécies, nas suas propriedades imperiais. Hoje, as

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ameixas desfrutam de uma popularidade geral.

A ameixa autêntica (Prunus domestica) tem diversos nomes, nas várias regiões. Pertence à família das Rosáceas.

0 abrunho (Prunus insititia), também chamado abrunho grande, abrunho de enxertar, é diferente botanicamente da ameixa autêntica.Difere sobretudo pelo fruto, esférico e de cor violeta escura, com o caroço chato, em vez de pontiagudo, como na verdadeira ameixa.

As ameixas devem ser comidas cruas, em grande quantidade; são também um elemento culinário, para conserva, geléia e doce empasta. Além deste interesse como alimento, têm um significado muito mais justificado como remédio dietético médico.

Composição e Propriedades -- Analisemos a composição química das ameixas tal como hoje a conhecemos: 100 gramas deameixas contêm: 71 calorias, 75,6 g de água, 0,8 g de proteína, 0,9 g de ácido de fruta, 15,7 g de hidratos de carbono e 0,6 g deminerais. A combinação de minerais é semelhante à da pêra, com menos sal e quase com as mesmas quantidades de potássio e defósforo. Isto significa que podemos usar ameixas em todos os regimes de doenças, nos quais a alimentação for pobre em calorias esal, como nas doenças do aparelho circulatório, rins e fígado, na gota e no reumatismo, podendo consumir-se cruas ou cozidas, esobretudo de combinação com alimentos farináceos. O conteúdo de vitaminas não é considerável. Segundo as análises maisrecentes, encontraram-se em 100 g de polpa de ameixa: 0,08 mg de caroteno; 0,1 mg de vitamina B1, 0,043 mg de vitamina B2 e 5mg de vitamina C. Para cobrir a necessidade diária de vitaminas não basta.

Emprego na Atonia Intestinal -- Através de inumeráveis gerações de médicos pode afirmar-se que as ameixas secas são um bompurgante, suave e inócuo, utilizado de formas diversas para a atonia digestiva e prisão de ventre. Umedecem-se, durante a noite, decinco a dez ameixas secas, num pouco de água e comam se, na manhã seguinte, em jejum, com a água em que estiveram. O Prof.Heupke recomenda reforçar o efeito em casos difíceis, fazendo passar de quinze a vinte ameixas por uma peneira e acrescentandoà pasta 15 g de sulfato de magnésio ou de sódio. Deste purê toma-se de meia em meia hora uma colher, das de café, cheia. A pastapode ser também de duas partes de ameixa e de uma de figos secos.

A grande capacidade de absorção das matérias análogas à pectina que se encontram nas ameixas -- de que trataremos, quandonos ocuparmos da pêra -- facilitam a deposição; o considerável conteúdo em alimentos similares à celulose excita a mucosaintestinal de modo que se torna mais

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fácil a evacuação do intestino.

Deve-se ter em conta que as ameixas cruas, cozidas e secas são sempre um alimento são e que constituem para os transtornos dometabolismo um elemento dietético útil, servindo as ameixas secas umedecidas de purgante excelente e natural, sendo até inócuopara as crianças.

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Ananás (Abacaxi)

Esta fruta de rara estrutura e de maravilhoso aroma procede da América tropical; mas cultiva-se também noutros países de climatropical ou subtropical. A perene raiz do ananás (Ananas sativa) produz uma roseta que consta de um eixo central com numerosasflorinhas isoladas, cujos frutos com as folhas de recobrimento convertidas em ponta e o mesmo eixo constituem a fruta amarela semsemente.

Composição -- Pode ser considerada (como alimento e como remédio. Possui, além disso, uma característica de grande valor emmedicina que a distingue das outras frutas. Vejamos, em primeiro lugar, a simples análise química que nos orientará sobre asprincipais matérias que contém:

Proteínas.................... O ,5%Gordura .............................--Hidratos de carbono 13,9%Água ..........................83,6%Ácidos de fruta .........0,67%Excesso de bases .....+5,4%Calorias ........................62%

Disto mesmo podemos deduzir que com um grande conteúdo de água tem, contudo, um valor nutritivo muito baixo e, porconseguinte, o índice de calorias é muito reduzido. Entre os minerais conhecidos não se destaca nenhum em especial e é muitolimitado o excesso de bases produzido pelos elementos constitutivos ácidos e básicos. Inclusive, o conteúdo de vitaminas conhecidoaté agora é mínimo.

Substituto do Suco Gástrico -- Os ananases distinguem-se das outras frutas porque possuem no seu suco e em quantidadeabundante fermento albuminóide que tem a especialíssima propriedade de separar as proteínas dos alimentos facilitando-lhes adigestão, o que é motivo suficiente para lhes dispensarmos o nosso maior interesse. Podemos aproveitar a característica do ananásde digerir as proteínas, trabalho este reservado aos ácidos gástricos, para conseguir que as pessoas de estômago fraco ou doente,com suco gástrico pobre ou carente de ácidos, possam retirar das proteínas o seu valor alimentar, substi-

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tuindo o suco gástrico pelo suco de ananás. Mas há que ter sempre em conta que só o suco fresco do ananás é que possui essacaracterística, sendo portanto inúteis todas as conservas correntes de ananás. Qualquer emprego de calor destrói a força digestivada proteína, pois está relacionada com os fermentos ou enzimas de grande sensibilidade. Além disso, diga-se a título complementar,que já por si mesma a comida e a bebida muito quentes dificultam no seu trabalho os fermentos digestivos que se encontram nasaliva e nos sucos gástricos ou intestinal, reduzindo-lhes a eficácia o que também acontece com muitos dos modernos remédiosquímicos. O cuidado a ter com respeito à destruição de fermentos pelo tratamento farmacêutico é provavelmente mais importante doque se supõe.

Em todas as fraquezas e doenças gástricas, relacionadas com a insuficiência de sucos ou ácidos gástricos, praticamente em todosos casos de inapetência, servimo-nos de suco de ananás fresco, que é ao mesmo tempo refresco e medicamento e pode substituirem todo o seu valor o suco gástrico; mediante uma melhor digestão e um melhor cuidado com a mucosa do estômago favorece-se ofortalecimento do enfermo e com isso também há de melhorar a sua saúde ou porventura poderá recuperá-la.

É curioso notar que nem na América, nem na Europa se emprega com freqüência o ananás na alimentação dos lactentes.

A minha opinião é que o suco de ananás fresco diluído, por causa da sua força para a digestão de proteínas, resulta num valiosoauxiliar na alimentação do lactente, sobretudo se este sofrer de transtornos digestivos, podendo por isso recomendar-se à especialatenção dos puericultores.

Bananas

As bananas, que se tornaram tão populares entre nós, são o fruto da bananeira tropical (Musa paradisíaca) e da sua forma cultivada(Musa sapientium).

A banana é um alimento muito importante nos trópicos e um grande artigo de exportação. Infelizmente nem todos chegam asaborear o gosto das bananas amadurecidas em fresco e naturalmente. As de exportação são colhidas verdes, amadurecidasartificialmente nos portos importadores. Mesmo assim, constituem tanto para as pessoas sãs como para as doentes um fruto dequalidade excepcional.

Composição -- Ao passo que

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o conteúdo em hidratos de carbono da batata consiste, exclusivamente, em amido, a banana madura apenas tem frutose e glicose(açúcar invertido) e nenhum amido.Conteúdo por percentagem:

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  Proteínas Hidratos de carbono Gorduras Água Calorias

Batata com cascaBatataBanana

1,31,91,8

22,816,418,6

--0,20,2

73,879,166,5

1007686

Os Seus Efeitos, Especialmente na Alimentação Infantil -- Parece-nos que está claro o seu variadíssimo aproveitamentodietético, tanto mais quanto a sua digestibilidade é sempre magnífica. Em primeiro lugar, as bananas são um alimento muitoapropriado para os meninos pequenos que as comem com gosto pelo seu sabor e perfume. É principalmente agradável pelafacilidade em se descascar, oferecendo em condições higiênicas uma polpa sem sementes nem caroços. Além disso, podeesmagar-se facilmente, e também passar pela peneira, sei batida à mão ou em um liqüidificador. Deste modo, o purê de banana épara o lactente entre os sete e os oito meses, um alimento rico. Tal como a maçã crua ralada, também a banana, que possui grandeeficácia antidiarréica, se se consumir' exclusivamente, pode empregar-se nas crianças pequenas para lhes curar transtornos agudosdigestivos, inflamações do intestino grosso e até a celiaquia -- uma grave alteração intestinal e alimentar crônica. No espru, umadoença tropical, que ainda não está suficientemente esclarecida e que ocasionalmente se manifesta entre nós, o melhor e atémesmo o remédio mais seguro é a banana. Os doentes de espru ficam curados, quase por milagre, mediante um regime exclusivode bananas. O quadro clínico da celiaquia infantil corresponde nas suas manifestações ao espru nos adultos.

0 regime de bananas modifica não só o desvio ácido do metabolismo, como também e sobretudo faz aumentar simultaneamente asreservas alcalinas necessárias no sangue, o que também se pode conhecer imediatamente da maneira mais simples na modificaçãoda reação da urina.

Se antigamente era quase impossível salvar a vida a uma criança gravemente enferma de celiaquia, falecendo a maioria com umacomplicação infecciosa geral, figura hoje a celiaquia entre as missões mais gratas da pediatria, já que desde o aparecimento doregime de bananas quase sempre se consegue restituir aos pequeninos a saúde e a alegria de viver. A boa digestibilidade, a fácilabsorção da sacarose, o abundante conteúdo em vitamina C das bananas cruas e maduras, que facilitam, de combinação com oleite, as proteínas, a gordura, o cálcio e a lactose, transformam-nas num excelente alimento para doentes graves, febris esubalimentados, para as grávidas e lactantes, para os desportistas, operários braçais e para pessoas idosas com pouco apetite eformação insuficiente de suco gástrico.

Caju

0 cajueiro é planta brasileira da família das anacardiáceas (Anacardium occidentalis). O fruto, por seu alto valor medicinal e suagrande utilidade em vários aspectos, merece boa acolhida à mesa. De massa carnosa e esponjosa, branco-amarelada, do fruto seextrai saboroso suco branco, de efeito sudorífero, depurativo e anti-sifilítico, diurético, antidispeptico. Combate os catarros crônicos ea icterícia.

Sua árvore é grande, atingindo até 10 metros de altura. O lenho, quando reduzido a cinzas, é aproveitado como dentifrício, emvirtude de seu alto teor de potassa.

A casca é eficaz nas astenias, serve como estimulante dos centros medulares, sendo ainda excelente para a glicosúria e a poliúria.O suco dos brotos é antiscorbútico e recomendável nos casos de cólicas intestinais e nas aftas.

0 fruto é comestível depois de assado ou mesmo cru. Substitui a amêndoa. Possui matérias azotadas, amido, óleo amarelado.Contém cardol e ácido anacárdico. Daí ser antisséptico e vermífugo Presta-se ainda para cicatrizar verrugas, calos e úlceras.

Das frutas brasileiras, o caju constitui-se na maior fonte de vitamina C, deixando atrás o limão * a laranja.

Os cajueiros abundam em todo * Nordeste e Norte do Brasil, especialmente nos Estados do Ceará e Sergipe. E um detalhe: o cajuamarelo é o mais rico de todos.

Cerejas

Não só as crianças e os pássaros consomem gostosamente as cerejas, mas também os adultos, por causa da sua polparefrescante. A cereja (Prunus avium) é uma espécie cultivada da cereja silves-

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tre que uma vez ou outra é descoberta nos bosques e que antigamente se dava em quase toda a Europa, até na Noruega, comabundância. Parece que procede do Cáucaso, onde ainda existe no estado selvagem.

Propriedades e Emprego -- Examinemos as cerejas, quanto às propriedades que contêm e suas possibilidades de aproveitamento.Atuam, como a maior parte das rosáceas, nas vias gastrintestinais e nos seus órgãos anexos, a glândula hepática e o pâncreas.

Como os morangos, também as cerejas são ricas em glicose (12 %), o que lhes dá um bom índice de saciedade, A ginja tem o

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mesmo conteúdo de glicose, mas, além disso, também tem ácido orgânico (0,9%) que lhe condicionam o sabor. Estes ácidosvegetais atuam como depuradores no metabolismo e como elementos antibacterianos, desinfetantes e fomentadores das secreçõese da digestão. Durante a época da sua colheita, comer um quilo de cerejas diariamente elimina bem depressa a atonia intestinal ou aprisão de ventre. O conteúdo elevado de minerais (0,7%) converte a cereja num meio dietético de primeira ordem. Consegue anulargraves deficiências na nutrição pelo excessivo consumo de farinha branca, açúcar refinado, carne e especiarias. Os obesos quequiserem enjagrecer devem submeter-se a uma dieta total de cerejas, pois é perfeitamente suportável. Tem-se a sensação de havercomido abundantemente e contudo consegue-se uma notável redução de peso, já que faltam os autênticos portadores de energia,as gorduras e as proteínas, assim como também o sal.

CidraDe casca espessa e escabrosa, a cidra é um tipo de limão galego, de tamanho acentuado. A árvore, originária da Asia, deu-se bemno Brasil.

Os seguintes males podem ser combatidos pela cidra: dor de cabeça, mediante a aplicação da casca fresca, em rodelas aplicadas àtesta; prisão de ventre, por meio do infuso das sementes com pétalas de rosa comum; perturbações do aparelho digestivo, comoindigestão, inapetência, flatulência, mediante a ingestão de uma xícara do infuso da casca seca de cidra, em jejum. Bochechos comsuco de cidra são aconselháveis contra as aftas.

Além de proteínas, sais e calorias, a cidra possui as vitaminas A, Bi, B2, B5 e C.

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Cupuaçu

Da família das Esterculiáceas, o cupuaçu é árvore nativa da Amazônia, e hoje cultivada em todo o país, com exceção dos Estadossulinos. Botanicamente, denomina-se T. grandiflorum. O porte é elevado e os ramos são longos, pendentes, com folhas dísticas eferrugíneas na parte inferior. Os frutos, grandes e ovóides, prestam-se para um saboroso refresco, muito difundido entre os nortistas.Também se podem fazer doces e sorvetes de seus frutos, que possuem um forte aroma.

DamascosO damasco (Armeniaca vulgaris) contém apenas uma pequena quantidade de proteínas que não chegam a 0, 8 %, 0,1 % degorduras e 10- 12 % de hidratos de carbono. É um alimento energético de pouco valor. No estado seco, uma vez que o elevadoconteúdo de água dos frutos frescos baixou de 86 para 23 por cento, o seu valor energético fica consideravelmente aumentado,acontecendo o mesmo com as proteínas que sobem cinco por cento do peso, as gorduras sobem para 0,4% e os hidratos decarbono para 67 %. Os frutos frescos produzem 50 calorias por cada 100 g, ao passo que os secos chegam até 300 calorias. A suacomposição tem uma percentagem relativamente elevada em ferro e cobre, pelo que os damascos fazem parte dos regimesindicados nas anemias de qualquer tipo.

Efeitos das Deficiências de Vitamina A -- A mais interessante de todas as suas características é o seu elevado conteúdo devitamina A, realmente extraordinário, pois dá 500-3.000 U.l. por cento nos frutos frescos e chega até 7430 nos secos. Os frutossecos cozidos reduzem este número a 2.000 U. I., ao passo que os açucarados e de conserva só têm 1.350. No que diz respeito àsoutras vitaminas, os damascos contêm a respeitável quantidade de dez gramas de vitamina B1, 160 gramas da B2, 12 mg da C e 33mg de ácido ni-

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cotínico, em cada 100 gramas de damasco seco.

0 seu excepcional conteúdo de vitamina A faz dos damascos um regime alimentar de escolha nos casos de deficiências destavitamina, assim como nas alterações da pele e das mucosas, infecções cutâneas, na cegueira noturna e nos períodos de gestação eda lactância, e ainda na convalescença de doenças graves, especialmente as de origem infecciosa, assim como nos processos decura lenta, inapetência, fraqueza, anomalias do crescimento, doenças glandulares, processos patológicos das células hepáticas e doseu funcionamento e, finalmente, nas alterações da menstruação e na debilidade dos órgãos femininos.

A melhor forma de utilização é com os frutos secos amolecidos com o suco, frios ou quentes, mas nunca cozidos, tomados noprincípio da refeição.

Figos

A figueira (Ficus carica) pertence à família das Moráceas. Os figos não são frutos, rio rigor do termo, mas sim a polpa dasinfrutescências.

Nos países da Europa meridional e no Oriente, os figos constituem um alimento nutritivo, tanto frescos como secos. Por outro lado,

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também são um magnífico remédio dietético e é precisamente por isso que aqui os consideramos.

Composição -- O conteúdo em substâncias nutritivas e o seu valor energético são muito parecidos com os das tâmaras, como sepode ver no quadro que apresentamos no fim do estudo sobre os figos. Neste quadro, porém, não se especificam as substânciasque dão valor dietético de primeira ordem aos figos. O elevado conteúdo destes frutos em fibras indigeríveis na sua maior parte e emácidos de fruta, tornam os figos um dos melhores remédios conhecidos para curar a prisão de ventre, regular o fluxo biliar e comomeio facilitador das secreções.

Valor Dietético na Prisão de Ventre -- Nas obstruções intestinais parciais, dar de manhã e em jejum, ou então no lanche, de 150 a250 g de figos secos, depois de terem estado de molho, 12 a 24 horas. Igual quantidade se deve administrar nas doenças hepáticase nos cálculos biliares, mas precisamente nos períodos não coincidentes com ataques agudos destas doenças. Para facilitar aexpectoração na bronquite, dar figos desfeitos numa boa infusão bronquial, da qual se deve beber uma xícara, várias vezes por dia.

Conteúdo por 100 g de: Vitaminas  

  Proteínas gordurashidratos

decarbono

calorias A U.I. B1 B2 C mgÁcido

Nicotínicomg

Figos secosTâmaras secas

3,41,6

0,80,4

6066

260280

60200

12060

8050

50

1,72,0

Laranjas e LimõesQuando antigamente nas cidades sitiadas, nas grandes viagens por mar nas expedições polares, havia insuficiência de alimentosfrescos, surgia nos habitantes ou nos viajantes uma doença que Cordus descreveu pela primeira vez, em 1534: o escorbuto. Bemdepressa se compreendeu, também, que os vegetais verdes e as frutas podiam evitar e curar a doença. Sabemos hoje que taldoença é causada sobretudo pela falta de vitamina C, substância esta que em 1928 Szent Györgly conseguiu isolar como corpoquímico puro e mais tarde se chamou ácido ascórbico. Os marinheiros holandeses já haviam descoberto no século XVI, o efeitoantiescorbútico dos limões (Citrus limonum) e das laranjas (Citrus aurantium) e realmente as frutas destas famílias apresentam umconteúdo extraordinariamente elevado de vitamina C. Hoje entre nós é raro o aparecimento de casos de escorbuto, mas ainvestigação dos efeitos da vitamina C levou a surpreendentes conhecimentos e comprovações.

O Seu Emprego na Avitaminose C -- A falta de vitamina C nota-se e sente-se em qualquer indivíduo que se observe. Muitosinvestigadores se têm ocupado com os sintomas desta insuficiência e verificaram que toda uma Série de desordens orgânicas têmcomo causa a falta de vitamina C. Entre elas pode contar-se a astema (cansaço da primavera), a inapetência, doenças reumáticasnos músculos, articulações e nervos, a tendência para a hemorragia da pele e das mucosas, a propensão para catarros nas viasrespiratórias, digestivas e urinarias. Quando tais sintomas aparecem, é o momento de consumir diariamente limões e laranjas paraevitar graves lesões orgânicas e recuperar a saúde, capacidade de rendimento e força de resistência.

Calcula-se hoje em 50 a 120 mg a necessidade média diária de vitamina C no homem sadio (segundo Step e Schroeder), isto é, aquantidade que se encontra em 100 a

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200 g de suco de laranja ou de limão. Com relação a isto deve-se ter em conta que se produz uma necessidade de consumomuitíssimo maior na gravidez, na jactância, nas doenças infecciosas, no câncer, no diabetes, na doença de Basedow e nasintoxicações, assim como por ocasião de grandes esforços físicos (trabalho profissional, desporto e grandes caminhadas). O fato deum intenso trabalho físico impor um maior consumo de vitamina C deve ser tomado muito em conta pelos operários de trabalhospesados e pelos desportistas, uma vez que a falta de vitamina C ocasiona uma diminuição na capacidade de rendimento.

É ainda maior a necessidade dessa vitamina durante a convalescença, depois de uma grave doença e durante a velhice, de modoque deve recomendar-se aos convalescentes e às pessoas idosas que consumam abundantemente limões e laranjas.

Outros Usos Destas Frutas -- Mas o valor das laranjas e dos limões não se reduz ao conteúdo em vitamina C ou ácido ascórbico.Também o ácido cítrico presente nas duas frutas, deve ser tomado em consideração. Produz-se normalmente no organismo (isto é,não tem de ser obtido do exterior) no metabolismo orgânico de homens e de animais e introduz-se no sistema ósseo. Novasinvestigações permitem ver que o ácido cítrico desempenha um importante papel químico no metabolismo orgânico. Quanto ànutrição dos lactentes, sabe-se que quando estes consomem leite ao qual se acrescenta ácido cítrico ficam com maior resistência aoraquitismo do que as outras crianças alimentadas sem ácido cítrico. Está demonstrado, além disso, que o ácido cítrico aumenta aabsorção de cálcio pelo intestino. Por isso, o ácido cítrico é juntamente com a vitamina D um importante fator na prevenção e curado raquitismo.

De grande importância prática é a observação, que eu próprio comprovei, de que um par de pinceladas na mucosa nasal e bucalcom suco fresco de limão nos portadores de bacilos diftéricos leva rapidamente a libertarem-se deles. Ao que parece, intervém em

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tal desaparecimento o ácido cítrico. Observe-se a este respeito o efeito do mel sobre os bacilos diftéricos.

Lima

Árvore da família das Rutáceas, a limeira é originária da Ásia, tendo-se aclimatado muito bem em nossopaís.

O suco de lima, de sabor doce-amargo, é apropriado nos casos de hipercloridria, úlceras gástricas, acidezgástrica e afecções renais. Ajuda a combater o escorbuto em virtude de seu elevado teor de vitamina C.

Chupar lima pela manhã é aconselhável no caso de dermatoses decorrentes das impurezas sanguíneas.

Segundo pesquisas feitas pelo Dr. Teófilo Luna Ochoa, «a lima é excelente contra as infecções, a neurite, o raquitismo, a pelagra»,caso de flatulências, aconselha-se a casca da lima, em infusão, após as refeições. As enxaquecas podem ser combatidas por meiodas folhas da limeira, quando aplicadas em cataplasmas, junto às têmporas.

Em sua composição química, a lima apresenta hidratos de carbono, calorias, proteínas, sais, e as vitaminas B2, B5, além da C.

Maçãs

A maçã (Pirus malus) já era conhecida e apreciada entre os povos cultos da Antiguidade. Encontramos o seu cultivo tanto entre osisraelitas, gregos e romanos, como entre os nossos mais remotos antecessores. Da Idade Média temos numerosos testemunhosque nos informam sobre o alto nível do cultivo da maçã e mais especialmente acerca do cultivo da maçã silvestre. Em numerososcruzamentos com tipos da Europa, e da Ásia, apareceram as variedades hoje conhecidas, que passam de 600.

Muitos milhões de maçãs proporcionam hoje não só um apetitoso alimento como também uma valiosa matéria-prima paranumerosos ramos de indústria, como sejam os fábricos de geléias e de sucos.

Botanicamente, a maçã pertence à família das Rosáceas, que nos é de muita utilidade.

Composição - Embora a análise química nos dê uma imagem débil da eficácia da maçã no organismo vivo, contudo é bomconhecê-la para permitir uma comparação com outras espécies de frutas. Em média obtêm-se os seguintes valores na maçã crua:

Água.....................................83,9Proteína................................. O ,4Gordura............................... ---Hidrato de Carbono.............13,3Amidos de fruta .....................0,65Minerais ................................0,6Excesso de bases ..................1,7Calorias ..............................59

Além do sódio, potássio, magnésio, fósforo, enxofre e cloro, provou-se a presença do ácido

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salicílico e de alumínio. A isto juntam-se as combinações dos ácidos da fruta que condicionam o seu grato perfume e a pectina,fécula que pode reter um grande volume de água. A maçã atingiu nos últimos tempos a sua plena consideração como meioinsubstituível de cura, embora já fosse famosa em todos os tempos pelos seus efeitos curativos.

Efeitos e Emprego da Dieta de Maçã -- Hoje o regime na base de maçãs faz parte dos recursos dietéticos mais eficazes dequalquer médico. O processo aplica-se geralmente de modo que em casos de catarro gastrintestinal, disenteria ou paratifo, se ralede duas em duas horas, ou até oito vezes diariamente, uma maçã madura com a pele, no ralador, de vidro se for possível, dando-a acomer ao doente. Podem ingerir-se assim, de 1 a 1,350 kg, renunciando em absoluto a qualquer outro alimento ou medicamento. Oinchaço coloidal ao reter a água produz a maravilhosa cura numa harmoniosa colaboração com as substâncias estéricas, os ácidosda fruta, o tanino e os minerais. A dieta de maçãs atua como uma esponja de grande capacidade de absorção. A maçã incha,absorvendo água e produtos intestinais tóxicos, evitando desta forma a sua rápida absorção através do intestino. O grande conteúdoem tanino da maçã atua como adstringente contra a inflamação.

O puericultor de Heidelberg, Prof. Moro, perante os êxitos de Heisler, dedicou-se à comprovação sistemática dos casos infantis dediarréia e disenteria. Administrou, em dois dias, doses de 200 a 300 g, cinco vezes diárias, de maçã ralada num ralador de vidro,descascada e sem as sementes. Este processo totalmente inócuo atuou de modo surpreendentemente rápido em diarréias dediferentes tipos, satisfazendo completamente as necessidades de alimento e líquidos. Mantendo constantemente o, consumo demaças, passa-se depois dos dois dias de dieta para a alimentação usual. Quando não se dispõe de maçãs frescas, podeestabelecer-se também esta dieta com um específico de xarope de maçãs.

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0 descobrimento da pectina na casca da maçã, que introduzida na circulação sanguínea tem a propriedade de acelerar o processode coagulação, transformou-a num remédio de assombrosa eficácia para a hemofilia. Geralmente nos hemofílicos, umapequeníssima lesão pode provocar uma interminável hemorragia; consegue-se, porém, com preparados de pectina provocar acoagulação do sangue, ao cabo de poucos minutos. Por outro lado, a pectina, como substância amilácea, tem a maior importânciana indústria de geléias e conservas,já que sem ela as geléias e gelatinas têm de cozer durante muitas horas, com grandes perdasde matérias ativas. Mas não é só neste ramo industrial, mas também na pastelaria, na confeitaria, indústrias lácteas e padaria, que apectina desempenha um importante papel.

0 emprego médico da maçã não se limita apenas ao tratamento das doenças disentéricas e hemofílicas.

0 médico vienense Jagic conseguiu excelentes resultados com dois ou três dias de fruta em inflamações renais, hidropisia, doençasdo coração e dos vasos. Fazia consumir 1,350 kg de maçãs em compota doce. Esta alimentação favorece os rins, o coração e ofígado. A pobreza da maçã em sal e em proteínas pode ser vantajosa para reforçar um regime de emagrecimento. Um regime deemagrecimento típico é o do pão escuro e da «compota laxante». Digno de citar é também o vantajoso emprego da maçã nosanêmicos e nos intelectuais, por causa do seu conteúdo de arsênico, ferro e fósforo. Também a criança que come com regularidadeuma maçã por dia ficará notavelmente protegida contra as infecções.

0 suco de maçã é, como todos os sucos doces, uma bebida refrescante, que os intelectuais e os doentes deviam tomar, em lugar decafé e bebidas alcoólicas, e também constitui, além disso, um remédio tônico e sedativo, pelo que o neurólogo Georg Reid (deSchuverin) resolveu empregar a sidra de maçã combinada com o seu consumo em cru para todas as enfermidades inflamatórias dosistema nervoso central. A perigosa prisão de ventre crônica pode ser tratada, praticamente com êxito, mediante o consumo, trêsvezes por dia, de meio frasco de sidra doce, antes de cada refeição, devendo-se seguramente a sua ação à influência que exercesobre as colônias bactérianas do intestino.

A infusão de maçã exerce como bebida diária um efeito fortalecedor e tônico, que convém ser utilizado como reforço na gota,reumatismo, doenças de fígado e rins, hipertensão, transtornos cardíacos e erupção cutânea. Pelo seu conteúdo em fósforo constituia infusão de maçã um alimento natural para o sistema nervoso, especialmente para as crianças.

MangabaA mangabeira (Harcornia speciosa), da família das Apocináceas, é um arbusto de caule rugoso, cujos ramos se desenvolvem emcírculos. O fruto é piriforme, de polpa acidulada, amarelo, corado de vermelho. Quando verde, é cheio de leite. De suave sabor, deveser comido bem maduro sem se deitar nada fora, como figos. É de boa digestão e faz bem ao estômago.

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A mangaba, quando verde, é venenosa. Recomenda-se o seu suco contra úlceras, tuberculose e herpes. É conhecida, no Estado deSergipe, como «fruto-de-doente».

Maracujá

Planta trepadeira, o maracujazeiro é planta da família das Passifloráceas (Passiflora macrocarpa).Conhecem-se várias espécies no Brasil.

O fruto possui sais e vitaminas. Vários maracujás podem ser apreciados ao natural, como: omaracujá-cobra, o maracujá-da~serra, o maracujá-marmelo, o maracujá melão, o maracujá-peroba, etc. Osque proporcionam melhores refrescos são: o maracujá-guaçu, maracujá~pedra, maracujá-mirim,maracujá-de-capoeira, etc. Para compotas e doces cristalizados, prefere-se o maracujá-mirim. os maracujás,

de modo geral, são soníferos.

MarmelosOs marmeleiros (Cydonia vulgaris) crescem como arbusto ou árvore até quase à altura de quatro metros. Os marmelos têmsementes, que na água soltam uma substância viscosa.

No Cáucaso, Amênia, Ásia Menor e parte da Pérsia crescem marmeleiros silvestres, e na velha Grécia as «maçãs de ouro» eramconsagradas à deusa do amor, Afrodite. Como muitas outras rosáceas, os marmelos chegaram até nós através da Grécia e da Itália.Nas disposições agrárias . de Carlos Magno já aparecem citados. Bem maduros podem consumir-se crus.

Toda a dona de casa que alguma vez tenha provado a saborosa marmelada, geléia ou pasta de marmelo, não deixará de as querertambém fazer. Os marmelos contêm tal quantidade de pectina que não necessitam de outros produtos gelatinosos. São tambémapropriados para sucos, compotas e pastelaria. Quando se cozerem, cumpre ter em conta que as frutas cozem tanto mais depressaquanto menos água absorverem. O mais prático é empregar uma peneira de vapor. A panela para

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cozer só deve levar dois dedos de água, por cima da qual deve estar a peneira com os marmelos, que com pouco fogo seimpregnam de vapor. No receituário deste livro encontram-se alguns exemplos, pois esta preparação é pouco conhecida.

Efeito em Todo o Tipo de Catarros -- O rico conteúdo dos marmelos em pectina, tanino e substâncias gelatinosas fez com que naIdade Média se aplicasse o marmelo com remédio curativo para a diarréia. Assim também se justifica o seu emprego nasinflamações de outras mucosas, como, por exemplo, a traquéia, os brônquios e o estômago.

A semente do marmelo (Semen cydoniae) proporciona-nos uma valiosa geléia vegetal pelo seu emprego medicinal nas inflamaçõesda faringe, nas bronquites; como portadora de uma medicina excitante especial também presta valiosos serviços, embora em geralseja muito forte. Quando se cozem 5 g de sementes de marmelo triturados com 5 g de água e se lhes mistura xarope de malvaísco,obtêm-se um remédio natural que pode consumir-se às colheradas nos catarros da faringe e dos brônquios.

Nêsperas (Ameixa Amarela)Estes frutos têm um sabor bastante agradável. Contêm no seu interior cinco caroços e no estado

silvestre são praticamente incomestíveís. Quando, porém, são submetidos a temperaturas baixas oupermanecem durante várias semanas conservados em palha, tomam uma consistência pastosa e adquiremo cheiro característico da fruta e um sabor entre doce e ácido. Por causa do seu elevado conteúdo depectina não se pode obter o suco de modo que interesse.

A nespereira pode melhorar-se como árvore frutífera mediante enxertos em pereiras, macieira (Pirus),marmeleiro (Cydonia) ou espinheiro branco (Craiaegus). As variedades cultivadas são as de fruto grande e conforme a formachamam-se nêspera-pera ou nêspera-maçã.

Regulador das Funções Intestinais -- As propriedades dietéticas das nêsperas já de há muito tempo que são utilizadas. Atuamcomo diuréticos e exercem nos catarros intestinais ação enérgica antiinflamatória, donde provém a sua influência reguladoraintestinal.

Estas ações são devidas às subs-

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tâncias que entram na sua composição, que ainda não são completamente conhecidas. A polpa da nêspera contém 0,35 % deproteínas; nada de gorduras; 11,5% de hidrocarbonatos (dos quais 9,5 são açúcares); 75 % de água; 13,2 % de celulose; 56calorias; 0,44 % de cinzas. Também contém pectina e tanino; ácidos cítrico, málico, tartárico e uma pequena quantidade de ácidobórico. As sementes contêm 2,5 % de óleos gordurosos.

0 conteúdo em tanino e pectina justifica o seu efeito antidiarréico e regulador do intestino, assim como a sua ação adstringente etonificadora da mucosa intestinal.

Recomenda-se o seguinte processo para uma cura com esta fruta, nos casos indicados: 1.000 g de nêsperas, 800 g de açúcar e 500g de água tudo a cozer, durante 45 minutos, conservando-se depois em lugar fresco. Tomar durante várias semanas em jejum 20cm3 deste xarope.

PerasQuem quiser libertar-se de hidropisia ou das gorduras inúteis, deve substituir a sua alimentação corrente porpêras cruas ou cozidas, eventualmente em combinação com iogurte e pão integral.

A pêra de que hoje dispomos, de variadíssimo e seleto sabor, é também antiqüíssima na sua forma decultivo.

Composição e Propriedades -- Sob o ponto de vista da fisiologia da nutrição, deve-se ter em conta que oconteúdo em substâncias calóricas é muito baixo, como em todas as frutas. 100 gramas produzem umas 50

calorias. O conteúdo de ácidos da pêra é menor do que o da maçã, mas é maior o da quantidade de açúcar. Tem, segundo a classee o estado de maturidade, de 6 a 13 %. Mais importante é o conteúdo em valiosas substâncias minerais básicas, excedendo nisto amaçã. Na pêra, além do cálcio e do magnésio, com falta de sódio e falta de cloro, apresenta-se, antes de mais, um excesso depotássio. Também é digno de consideração o conteúdo em ácidos fosfórico e silícico, em enxofre e em óxido de ferro.

0 conteúdo vitamínico das frutas frescas exagera-se com frequência, passando-se o mesmo com as pêras. Na realidade, éinsignificante. Falta a vitamina A e o conteúdo em procaroteno é de 0,014 mg o de vitamina Bi é de 0,065 mg; o de vitamina B2 é de0, 1 mg e o de vitamina C é de 3 mg por cada 100 gramas.

Se do que fica dito parece de-

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duzir-se que a importância da pera na fisiologia da nutrição se (leve sobretudo ao seu conteúdo em substâncias minerais, não

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devemos esquecer que a pêra, como a maioria das frutas cruas, contém numerosas substâncias em quantidades muito diversas queescapam por enquanto à análise química. Talvez sejam os elementos aromáticos, ou os oligoelementos, os fermentos (enzimas), oshormônios, ou outras substâncias energéticas, ou os compostos até hoje desconhecidos, as coisas que determinam o verdadeirovalor da fruta crua com respeito aos alimentos cozidos. Também se menospreza o efeito absorvente e antiinflamatório dos ácidostânicos na mucosa da via digestiva. Além disso, começamos a conhecer agora a importância dos diversos hidratos de carbono, tãoabundantes nas paredes celulares da pêra. Ultimamente conheceu-se melhor a pectina e os seus efeitos na absorção dos tóxicosintestinais (Stepp).

Modo de Ação e Emprego -- Com respeito ao significado médico da pêra, de acordo com as experiências e análises realizadas atéagora, podemos acrescentar mais alguma coisa. Pelo elevado excesso de potássio e falta de sal, a pêra torna-se muito apropriadapara eliminar os inchaços dematosos nos doentes do aparelho circulatório e rins. As mesmas propriedades, de combinação com afalta de proteínas e de gordura, fazem que a pêra se torne eficaz nos tratamentos de eliminação de gorduras. Para isso deve-seconsumir pêras cruas e cozidas em vez dos alimentos habituais. Tratando-se de cruas mais ligeiras podem eventualmente serconsumidas de combinação com iogurte e pão integral.

Nas doenças das vias gastrintestinais diz a velha experiência médica que a pêra crua é pesada, ao passo que cozida se torna muitodigerível, não causando flatulência.

Contudo, em cada caso importa ver se são melhores cruas ou cozidas, devendo porém as pessoas sãs preferir o consumo daspêras cruas.

Naturalmente, no caso de haver grande sensibilidade de estômago e intestino, deve-se empregar o suco de pêras cruas ou cozidaspara conseguir a eliminação do sal e com ele a desidratação. Além disso, alternada e sucessivamente, pode, combinada com outrossucos de frutas e purês, servir de modo saliente numa cura de sucos de frutas.

Pêssegos

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O pessegueiro (Prunus persica) pertence à família das rosáceas e, contra o que poderia facilmente deduzir-se do seu nome latino, averdade é que não é procedente da Pérsia, mas sim do Norte da China.

Composição -- O conteúdo em princípios nutritivos e calorias dos pêssegos é muito parecido com o dos damascos, conforme sepode apreciar no seguinte quadro comparativo.

Conteúdo por 100 gramas de:

 

VITAMINAS

Proteínas GordurasHidratos

deCarbono

CaloriasA

U.I.B1g

B2g

C mg PP mg

Damascos_frescosPêssegos frescosPêssegos secosDamascos secos

0,80,735

0,10,20,60,4

12127067

5055295300

2000500

15007430

30301010

5050

200160

88

2012

0,70,95,43,3

Embora, como fica patente, o conteúdo de calorias seja insignificante nos frutos frescos, atinge, porém, valores interessantes nossecos. Os pêssegos não chegam a dar os valores extraordinariamente altos em vitamina A dos damascos, embora sejam muitoparecidos nos restantes.

Além da grande ação reguladora do apetite que têm os frutos frescos, pelo que são empregados em todas as doenças que decorremcom febre, nos outros aspectos dietéticos, no conteúdo em vitaminas e em minerais e no seu valor energético podem comparar-seaos damascos,

As sementes do pêssego contêm cerca de 44-47 % de óleo não secante e que, embora não seja realmente empregado comogordura alimentar, é-o porém com grande aceitação para o fabrico de sabões e de perfumes.

Propriedades e Emprego -- o consumo de pêssegos é necessário para os doentes do coração, sendo também um bom remédiocontra a gota; drenam os canais hepáticos e biliares, são de grande valor na prisão de ventre crônica e exercem uma ação favorávelnas inflamações agudas dos rins.

Os caroços do pêssego são empregados pela medicina naturalista como remédio curativo nas estases pulmonares, especialmentena denominada «tosse cardíaca». O fundamento científico do emprego terapêutico está no conteúdo dos caroços do pêssego emácido cianídrico. A medicina homeopática conhece o grande valor do ácido cianídrico, como tratamento nas falhas do coração e noscolapsos graves, assim como nas falhas dos capilares sanguíneos ou dos nervos vasomotores. Em tais casos é bom processo daramêndoas de pêssego duas vezes por dia.

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A romãzeira (Punica granatum), pertencente à família das Mirtáceas, é rara na Europa Central, mas cultiva-se em grande quantidadena Europa do Sul e no Norte de África. E uma das espécies cultivadas desde os mais antigos tempos e empregadas em usosdomésticos. Nos textos do antigo Egito encontra-se mencionada sob o nome de «schedech-it» uma espécie de limonada que seobtinha da polpa da romã, um pouco ácida e refrescante. No Pentateuco registra-se com freqüência como os hebreus, durante a suaperegrinação pelo deserto, dirigidos por Moisés, acharam falta das romãs e das uvas do Egito. No templo de Salomão foi usada aromã como motivo decorativo. Também é antigo o uso dietético e terapêutico da romã. Já Hipócrates (460-377 A.C) empregava osuco das romãs como estomacal nos enfermos e febricitantes.

0 cultivo da romã deve ter sido introduzido na Península ibérica pelos árabes, em 711. A cidade de Granada, fundada pelos mourosno século X, tirou o nome precisamente da romã (em espanhol «granada»), que também faz parte do seu brasão de armas.

Esta espécie é um arbusto ou árvore que chega até a oito metros de altura, com os troncos mais velhos fortemente retorcidos erequebrados.

Composição e Propriedades -- A romã fresca tem a seguinte composição, em percentagem: proteínas 0,9; sódio 70 mg; gorduras4,5; potássio 50 mg; hidratos de carbono 16 g; cálcio 10 mg; vitamina B2, 100 g; água 75 g; magnésio 5 mg; vitamina C, 50 mg;calorias 110; manganês 1,3 mg; vitamina D, 0 U.I. e ferro 0,3 mg.

Ao passo que (como acontece em todos os frutos frescos) o conteúdo em princípios imediatos e em calorias é insignificante, é, pelocontrário, interessante o conteúdo em manganês (1,3% entre os minerais e em vitamina B2, (cem gamas por cento). A romã é umdos alimentos mais ricos em manganês.

0 manganês é um elemento fundamental para a vida e é necessário no organismo humano para a formação de diversos fermentos,pelo que o homem dele necessita de dois a três miligramas por dia.

A romã está indicada para todas as alterações do metabolismo dos fermentos, cujos sintomas ainda não foram descobertos nemcompreendidos nos últimos anos. Esta fruta pode situar-se nas dietas juntamente com os alimentos mais ricos em manganês, comosão a aveia, a cevada, o centeio, o arroz

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integral, o milho, o soja, as sementes verdes, o feijão, as ervilhas e as lentilhas.

0 seu conteúdo em vitamina B2 (lactoflavina ou riboflavina) é dos mais altos.

Quando a contribuição da vitamina B2, nas pessoas que estão a crescer desce abaixo de 0,6 mg diários, aparecem rapidamente ossintomas carenciais clínicos. É necessário então usar dieta rica nesta vitamina, na qual a romã pode desempenhar um papelimportante.

No Sul da Europa, prepara-se com romãs um suco de cor avermelhada, agradavelmente ácido, assim como um xarope refrescante,chamado «granadina».

Emprego Como Adstringente e Tenífugo -- As flores da romãzeira podem ser usadas como infusões contra a diarréia e aleucorréia. A casca do fruto emprega-se como adstringente e antihelmíntico. A indústria obtém da casca uma substância corante, deamarelo-limão e vermelho-pardo, que se emprega para tingir tapetes orientais e outros curtumes (com um conteúdo até 28%) paratrabalhar o couro.

0 invólucro da raiz e do tronco ainda hoje é utilizado nas farmacopéias alemã, austríaca e suíça como enérgico tenífugo de ação nãosó contra os vermes vulgares como também contra o temível Dibothriocephalus latus. Também se usa como adstringente eemenagogo em diversas formas, como pó, cocção e extrato de casca de romã. O extrato de romã entra nas chamadas pílulasíndicas contra a disenteria.

A casca da romã contém como substâncias ativas, quatro alcalóides diferentes (derivado da piperidina), especialmente 0,4-1,0 % depeletierina, veneno espasmódico, que depois de se comportar como agente espasmódico, dá lugar a uma paralisia centralgeneralizada. Os primeiros sintomas de uma intoxicação são dados por alterações visuais, vertigens e vômitos. A casca da romãcontém considerável quantidade (20 a 28%) de glucósidos adstringentes, que com facilidade produzem prisão de ventre; tambémcontém resinas, amido, ácido málico, oxalatos, um corante amarelo e de 3 a 20 por cento de minerais.

A casca da raiz, do tronco e dos ramos é muito ativa contra as tênias intestinais. Uma velha receita recomenda a preparação desteremédio, da seguinte maneira: 100 g de casca de romã cozida em 500 g de água, até reduzir para 150 g, adicionando-lhe, depois,15 g de álcool. Este cozimento será administrado, por três vezes, com intervalos de meia hora. Como este remédio não é totalmenteinócuo, não deve ser empregado senão por prescrição do médico.

Tâmaras

As palmeiras de tâmaras (Phoenix dactylfera) apresentam-se como estipes de 20 metros de altu-

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ra e com uma coroa de folhas coriáceas, em número de cinqüenta aproximadamente, com dois a três metros de comprimento. Osfrutos são extraordinariamente ricos em açúcar (60 a 70 % de sacarose) e com um excelente sabor.

A composição das tâmaras em substâncias nutritivas e vitaminas encontram-se no quadro dos figos, pois estes dois produtos têmuma ação muito parecida.

Efeitos no Aparelho Digestivo -- O seu valor dietético assenta no seu elevado conteúdo em sacarose, assim como na sua riquezaem fibra e celulose. As tâmaras empregam-se como remédio nas doenças intestinais e do estômago que decorrem com inapetência,nas alterações funcionais do fígado e nos processos patológicos das células hepáticas, nas anemias e na prisão de ventre. Pelocontrário não devem ser utilizadas nos casos de diabetes, de obesidade e nas doenças gástricas que decorrem com hipercloridria.

2. Frutos Secos

Embora, desde há séculos se considerem os cereais como os alimentos vegetais mais importantes e influam por issoconsideravelmente na nossa alimentação, cumpre recordar que anteriormente predominava a alimentação com frutos de árvores eque as nozes e as castanhas também desempenhavam um papel importante. Se são as gramíneas ou as árvores que proporcionamuma nutrição mais valiosa, é coisa que ainda hoje se não pode decidir sob o ponto de vista científico. Os frutos das árvores e entretodos eles os de tipo da noz exercem em todo o caso importante função na cozinha vegetariana.

São, portanto, muito necessários, uma vez que com os legumes secos constituem os principais fornecedores de proteínas, podendosubstituir a carne.

Composição e Características Destes Frutos - Se considerarmos a composição dos frutos secos, veremos que as suas matériasminerais excedem em 2% as demais frutas. Ocupam os primeiros lugares o fósforo, o enxofre e o potássio. Isto prova que oconteúdo em fósforo natural há de influir no sistema nervoso, fornecendo aos trabalhadores intelectuais um substituto da lecitina. Oelevado conteúdo de ferro, sobre-

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tudo nas avelãs, transforma-as num valiosíssimo meio para fomentar a função da medula, isto é, a formação da hemoglobina. Paracrianças anêmicas até podem ser um remédio. O conteúdo de enxofre dos frutos é também importante para o metabolismo e paraas atividades antitóxicas do fígado. É notável, também, o seu conteúdo em vitaminas do grupo B.

Importa salientar que os frutos secos são ricos em gordura e em proteínas completas, ultrapassando neste aspecto todos osprodutos vegetais, com exceção das sementes de soja. Podem, portanto, ser qualificados de carne vegetal. Uma comparação entreo valor nutritivo das nozes com relação a outros alimentos animais portadores de proteínas mostra claramente a superioridadedaquela. 500 g de nozes correspondem a 1,5 kg de presunto magro, a 2 kg de perna de cordeiro ou de rins magros de vacaassados, a 2 kg de nata concentrada, a 2,5 kg de ovos, a 2,75 kg de vitela, a 3 kg de frango, a 4,75 kg de leite ou a 6,75 kg deostras. Neste sentido cumpre salientar que esta proteína vegetal é completamente digerível. Todos os frutos oleaginosos (nozes,avelãs, amêndoas, amendoins, pinhões e cocos) equiparam-se à carne quanto ao seu conteúdo em proteínas e ao seu valoralimentar.

Vantagens das Proteínas dos Frutos Secos Sobre os Animais -- Por muitas razões são de preferir incondicionalmente os frutossecos à carne:

1. Não apresentam produtos de resíduos do metabolismo, como ácido, uréia, etc., tão abundantes na carne.

2. Não estão expostos à putrefação, que não se pode evitar completamente no percurso da carne até chegar ao consumidor.

3. Estão livres de bactérias prejudiciais que a carne contém facilmente, sobretudo durante o verão (intoxicações freqüentes e gravesda carne e seus derivados).

4. Estão livres de parasitas, como lombrigas e triquina, que se localizam normalmente na carne.

5. Podem comer-se em cru, ao passo que a carne tem de ser exposta geralmente aos efeitos do calor.

Desde há muito que os desportistas apreciam as pequenas quantidades de alimento concentrado dos frutos secos combinados coma fruta crua durante os treinos. A falta de matérias excitantes e tóxicas que dificultam o metabolismo e produzem sede, a sua levecarga sobre os órgãos digestivos e o conjunto de substâncias energéticas, plásticas e minerais, fazem com que a noz seja umalimento excepcionalmente apropriado para os desportistas.

A alimentação com estes frutos com casca e outras frutas é para muitas enfermidades o regime mais oportuno; é o caso deescassez de cloro e de purinas (que se encontram sobretudo na carne, no queijo duro, no café e no chá), isto é, quando se trata deenfer-

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mos dos rins, do fígado, da circulação e da gota. Pelo seu elevado valor nutritivo são por sua vez impróprias para o caso deobesidade.

Por isso, sobram motivos para procurarmos ampliar os nossos conhecimentos sobre as diversas classes de frutos de casca dura,geralmente chamados frutos secos.

Amêndoas

Toda a gente conhece o fruto da amêndoa encerrado num caroço, que por sua vez está recoberto de uma pele coriácea eabundandantemente pelosa. A amêndoa (Amygdalus comunis) é uma árvore parecida com a do pêssego, pertencente à família dasRosáceas, que apresenta a particularidade de florir antes do aparecimento das folhas.

No mercado encontram-se diversas classes e variedades de amêndoas: espanholas, italianas, berberes (do Norte da África) ealemãs.

O seu uso na confeitaria e na pastelaria é considerável, por causa do seu delicado gosto. Tem também importância na alimentaçãoe na medicina, embora se deva ter em conta que temos de eliminar as amêndoas amargas, pelo seu conteúdo de ácido cianídrico,que as torna fortemente venenosas, até o extremo de sessenta amêndoas amargas causarem a morte.

AS SUBSTÂNCIAS NUTRITIVAS EM PERCENTAGEM POR GRAMAS

Proteínas GordurasÁcidos

gordos nãosaturados

Hidratos de carbono Água Calorias

Amêndoas....Avelãs..........Nozes..........Amendoins...

21171627

53625844

125--

1371315

6777

637682666591

VITAMINAS

AU.I.

B1gramas

B2gramas

Ácidonicotínico, mg

ÁcidoPantogê-nico, mg

Emg

Cmg

Amêndoas....Avelãs..........Nozes..........Amendoins...

580440

-360

25040048]750

670-

130300

5-

1,215

400---

0,4---

----

93

MINERAIS EM MG POR 100

Cálcio Magnésio Ferro Cobre ManganêsFósforo(P2O5)

Enxôfre(SO3)

Amêndoas....Avelãs..........Nozes..........Amendoins...

45286120100

80140100150

4532

1,21,21-

20351742

800810930800

400500350410

Composição e Valor Terapêutico - Como se depreende do quadro acima apresentado, a composição das amêndoas emsubstâncias nutritivas é muito semelhante à das nozes, pelo que têm o mesmo valor na alimentação.

0 Dr. Bircher-Benner demonstrou o significado do leite de amêndoas na alimentação da lactante. Este «leite vegetal» apresenta,perante o leite dos animais as vantagens da sua proteína vegetal.

Esta razão torna aconselhável o leite de amêndoas numa dieta especial na terapêutica dos eczemas infantis, que se sentem piorarou recebem uma forte umectação com o emprego do leite da vaca. Nas diarréias agudas dos lactentes, é de muito bom efeitoadministrar uma mistura de leite de amêndoas e soro com uma dieta estável. Contudo, nestes casos, deve-se consultar o médico. Ouso do leite de amêndoas é recomendado em todas as alterações digestivas do lactente que decorram com infecção. Não se pode,contudo, usar como regime normal da terapêutica dos lactentes, devido à sua pobreza em cálcio, especialmente quando se trata derecém-nascidos ou de crianças atrasadas no desenvolvimento.

Para os adolescentes, enfermos e convalescentes, é o leite de amêndoas uma bebida refrescante, delicada e apetitosa.

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Emprego e Preparação do Leite de Amêndoas -- A preparação do leite de amêndoas, segundo o Prof. Henpke, é como se segue:escaldam-se 250 g de amêndoas com água fervente, tira-se-lhes a pele e secam-se as amêndoas propriamente ditas.Seguidamente, trituram-se as amêndoas doces num liquidificador e misturam-se, o mais possível, numa vasilha, com três ou quatrocolheres de água fria. Põe-se a massa numa travessa e bate-se, juntando-se-lhe um litro de água fervida e depois esfriada.Coloca-se em seguida, durante duas horas, na geladeira, e passa-se a emulsão por um pano fino. O leite de amêndoas mantém-sedurante 24 horas fresco no gelo, metido em frascos totalmente limpos. Pode fazer-se um apetitoso e doce leite de amêndoasdesfazendo em água, maçapão mole e de boa qualidade.

Eis a receita do Prof. Glazmann: deixam-se 150 g de amêndoas doces em água fria, de 12 a 24

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horas, tira-se-lhes a pele e trituram-se num liquidificador. Misturam-se depois numa vasilha, adicionando paulatinamente, durantemeia hora, um litro de água. Pode fazer-se isto com maior facilidade acrescentando um pouco de sal. Finalmente, filtra-se tudo porum pano muito fino, misturando com igual quantidade de água. Junta-se três por cento de farinha de arroz ou de milho e uns cincopor cento de açúcar; coze-se tudo muito bem, conseguindo-se com isto uma fina e total emulsão do leite de amêndoas.

Nos ervanários da Europa pode adquirir-se uma pasta de amêndoas sem casca de boa qualidade e preparar rapidamente leite deamêndoas adicionando água.

Por pressão a frio de amêndoas doces ou amargas trituradas, pode obter-se um óleo, que apresenta a peculiaridade de não secarao ar, pelo que se emprega largamente como lubrificante na mecânica e na relojoaria. Como remédio, emprega-se a gordura deamêndoa para abrandar a secreção endurecida do ouvido e para a pele. A porção que fica, depois de se ter obtido o óleo porpressão, emprega-se na cosmética como creme de amêndoas.

Outros Usos das Amêndoas Como Remédios -- As amêndoas amargas são empregadas pelos médicos naturalistas comoremédio contra as estases pulmonares e contra a denominada «tosse cardíaca». A sua ação é devida ao conteúdo em ácidocianídrico das amêndoas amargas. A medicina homeopática considera o ácido cianídrico muito eficaz contra as falhas do coração,perigo de colapsos e estases dos capilares vasculares (ou vasomotores). Nestes casos, comer uma amêndoa amarga por dia, comoremédio. Pode conseguir-se o mesmo efeito embora tudo esteja baseado no conteúdo de ácido cianídrico mediante o emprego deágua de amêndoas amargas (aqua amygdalaruin amararum).

Amendoim

0 amendoim, cujo nome científico é Arachis hypogea, é uma planta leguminosa, nativa na América do Sul. Atualmente também secultiva nas regiões tropicais e subtropicais da América, na África Oriental e Ocidental e nas índias Orientais.

0 amendoim apresenta a particularidade de poder amadurecer os frutos debaixo da terra, donde lhe deriva o nome latino (hypogeus= subterrâneo).

Composição e Propriedades Como Fruto Oleaginoso - Me-

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diante pressão a frio (1a. e 2a. extração) obtém-se um azeite de cozinha excelente e de muito bom sabor, ao passo que - mediantepressão a quente (3a. extração) o azeite que se obtém só se utiliza para o fabrico de sabões. Os amendoins fortemente torradostambém se empregam como sucedâneos do café. O subproduto resultante das extrações (torta de amendoim, farinha de amendoim)forma um magnífico alimento que com pequenas quantidades de gordura contém uma elevada proporção de proteína (28%).

Os amendoins do Brasil e da África são os que produzem o melhor azeite, e os da Índia, os de mais baixa qualidade, ao passo queos japoneses costumam dar os maiores rendimentos. A percentagem de azeite pode chegar a 40-50% de média, incluindo 53% nosde origem tropical. Os cultivados nas zonas temperadas costumam atingir 25 ou 20 %, pelo que o seu cultivo não é muito rentávelnestas regiões. Nas partes quentes da terra costumam as plantas dar maior quantidade de óleos do que nas frias, já queprecisamente a acumulação de gordura nas sementes é um processo especial para lutar contra as altas temperaturas.

Na produção de amendoins estão à cabeça a China e a índia com 60% do total, seguidas pela África com 30%. Nos mesmos paísesprodutores, consome-se cerca de um quarto da quantidade total produzida.

0 produto obtido mediante pressão a frio é um azeite de cor amarela clara, sem cheiro característico e quase insípido. Como todosos azeites e gorduras é uma combinação de glicerina com diversos ácidos gordurosos, saturados e insaturados. Entre estes últimosencontram-se alguns dos chamados «essenciais», totalmente necessários para o organismo humano, mas que este não podesintetizar por si mesmo, razão pela qual o óleo de amendoim adquire enorme valor dietético. Os ácidos gordurosos essenciais têmum caráter semelhante ao das vitaminas. São imprescindíveis no metabolismo para manter em perfeito estado de saúde a pele e osistema circulatório, para a defesa contra as infecções no crescimento e para a respiração normal das células.

Valor Dietético -- Por estas razões é conveniente o emprego do óleo de amendoim obtido por pressão a frio nas doenças da pele,do coração e do sistema circulatório, e em todas as alterações do metabolismo, às quais pertence também, em último lugar, ocâncer.

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Deve afastar-se a utilização do óleo de amendoim hidrogenado como alimento ou como meio dietético, porque o processo deredução transforma grande parte dos ácidos gordurosos não saturados, de grande utilidade para o organismo, como se disse, emácidos gordurosos saturados, perdendo, assim, o seu valor.

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Avelã

A avelã (Corylus avellana) é um arbusto que cresce naturalmente em quase toda a Europa, Ásia Menor e parte também da Américado Norte, figurando na família das Betuláceas (Abedules), cobrindo antigamente grandes superfícies e constituindo uma importantefonte de alimentação.

Composição e Propriedades Os quadros de composição bromatológica dão-nos o seguinte resumo sobre a composição da avelã(como fruto seco sem casca), infelizmente muito incompleto quanto ao conteúdo em vitaminas.

Por cento

Água..............................7,1Proteínas......................17,4Gordura.......................62,6Hidratos de Carbono.....7,2Minerais........................1,3Celulose........................3,17Vitamina B1..................0,460 mgCaroteno......................0,265 mgVitamina C...................6,000mgCalorias...................682

Deste quadro podemos concluir que a avelã dispõe de um elevado conteúdo de óleo (48-66%), pelo que é muito aproveitada comomatéria oleaginosa para objetivos alimentares e industriais. Bem mastigados, estes frutos prestam-se muito bem para o consumocru, tanto mais que 15 a 20 avelãs equivalem a uma refeição pelo seu elevado conteúdo de proteínas e de gordura. O proveito éainda muito maior se tiverem sido trituradas ou raladas ou moídas num moinho ou no liquidificador. Nesta forma, as avelãsdesempenham um papel importante na alimentação dos diabéticos e nas curas para engordar.

A avelã é utilizada para a elaboração de produtos de grande riqueza alimentar, como o leite de avelã, manteiga de avelã, pasta defruta de avelã, pastéis de avelã, biscoitos de avelã. Uma mistura de avelã moída com um pouco de mel e abundante nata açucaradarenova rapidamente as forças de quem a consumir.

A Azeitona e o seu Azeite

Diz um adágio antigo que o azeite tira todo o mal, indicando assim o que ele representa para o homem.

A oliveira (Olea europaea) é uma árvore que atinge de 6 a 10 metros de altura, com abundantes ramificações.

Atualmente, cultivam-se numerosas variedades de oliveira: na

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Península Ibérica, nos países mediterrânicos, na Califórnia, na União Sul-Africana e no Sul da Austrália.

A cultura da oliveira é muito antiga. Os sumérios, os primitivos habitantes do Sul da Babilônia, já conheciam a oliveira, no ano 4.000antes da nossa era; os egípcios também mencionam o azeite da oliveira no Papiro de Eber, três milênios antes da Era Cristã.

Composição das Azeitonas -- As azeitonas, logo que começam a cair os frutos mais maduros, devem ser apanhadas à mão, ouentão mediante a varejadura da árvore. As azeitonas frescas contêm 25-38% de azeite, ao passo que as dessecadas podem dar até57 %. As azeitonas frescas, têm um sabor acre, ácido e desagradável. Além do azeite, já mencionado, contêm 3 % de proteínas, 39% de hidratos de carbono e 8 % de fibra bruta. São de reação básica e o seu conteúdo em minerais é o seguinte: 1.000 mg porcento de potássio, 100 mg por cento de sódio, 80 mg por cento de cálcio, 2 mg por cento de magnésio e 8 mg por cento de ferro. Asvitaminas estão pobremente representadas por 190 U.l. de vitamina A por 100 gramas.

As azeitonas frescas não têm significado especial dietético.

Obtenção e Características do Azeite -- Para obter um bom azeite de oliveira para o consumo de mesa é preciso dessecar,previamente, as azeitonas, até apresentarem um aspecto ligeiramente enrugado.

Cumpre evitar que a temperatura ultrapasse os 35'C, porque neste limite começa a atuar rapidamente o fermento lipolítico. Depoisda seleção, as azeitonas são submetidas, com o caroço ou sem ele, a altas pressões (20-50 atmosferas) a frio, obtendo-se o melhor

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azeite de cozinha, o chamado azeite virgem. O total beneficiado costuma subir a 70 % do azeite existente. O resto pode ser obtidomediante o uso de maiores pressões, pelo calor ou com a ajuda de dissolventes, mas o azeite assim obtido é de qualidade inferior.

O azeite extraído por pressão a frio é completamente claro, só raras vezes está um pouco turvo, de cor amarelo-claro, ouamarelo-ouro, com um peso específico de 0,916-0,918. O sabor e o aroma, suave e agradável, variam, conforme a procedência,mas podem tornar-se desagradáveis no caso de azeites virgens ou nos que são obtidos numa segunda prensada. Os azeites deextração apresentam, às vezes, uma coloração verde amarelada ou verde parda-

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centa. O azeite de oliveira submetido a uma vigorosa agitação pode apresentar borbulhas na superfície, sinal de que foi submetido aalguma falsificação.

O azeite da oliveira (Oleum oli varum) é um azeite gordo, que não seca, que começa a turvar-se aos 10'C por uma parcialcristalização que a 0'C forma uma massa com aspecto de sebo. Os dados da sua composição são os seguintes: à volta de 25 % degorduras consistentes (glicéridos dos ácidos esteárico, palmítico e araquidônico), 25 % de gorduras fluidas (glicéridos dos ácidosoléico, linólico e outros) e 0,54,5 % de ácidos gordurosos livres. Não estão presentes na sua composição as proteínas e os hidratosde carbono; apenas contém minerais e só 300 U. I. de vitamina A. Cem gramas de azeite produzem 900 calorias.

Significado Alimentar e Terapêutico do Azeite -- O azeite de oliveira tem extraordinário valor dietético, terapêutico e na fisiologiada alimentação. É muito importante, sob o ponto de vista de tinia alimentação completa e sã, usar gorduras que não signifiquemapenas a contribuição de determinado número de calorias, mas que cubram igualmente as necessidades do organismo emelementos essenciais que apresentem a particularidade de não se armazenar nos tecidos. Estas substâncias de alto valor biológicoexistem nos ácidos gordurosos não saturados dos azeites vegetais extraídos a frio e, por isso, também no de oliveira; impedem aformação de acumulações de gordura. É conveniente ter cuidado em usar apenas azeites genuínos, obtidos por extração a frio, enão aqueles que por refinação têm um aspecto claro e transparente e se transformaram num produto inodoro e insípido. Em cadauma destas elaborações perde o azeite as suas características mais importantes. O azeite de qualidade só deve ser obtido a partirde frutos completamente maduros.

0 azeite de oliveira está indicado para a preparação dos alimentos que devem consumir os doentes do fígado, vesícula biliar,aparelho circulatório, estômago, intestinos, pele e sistema renal. Também pode ser usado simplesmente como purgante, tomando-oàs colheres. Nos casos de acentuada prisão de ventre, emprega-se meio litro de azeite em forma de enema.

Nas cólicas produzidas por cálculos biliares, tomam-se 100-200 g de azeite, no intervalo de algumas horas. Mediante aadministração de 0,3 g de mentol o azeite torna-se menos repugnante para se tomar.

Para eliminar os cálculos biliares pode seguir-se durante bastante tempo a seguinte pauta: de manhã, em jejum, tomar de 100 a 200cm3 de azeite de boa qualidade durante três dias seguidos. Tal cura não deve ser empregada naturalmente nos casos que decorremcom inflamação aguda, nos quais se deve atender à preparação facultativa e utilizar ou-

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tros meios, como por exemplo, os sais de KarIsbad.

Mediante a administração de 20 cm3 de azeite, à temperatura do corpo, por meio de uma sonda duodenal, pode provocar-se umaforte evacuação da vesícula biliar, que pode ser muito conveniente nas radioscopias para provocar uma imagem por contraste davesícula.

Em dermatologia, emprega-se muito o azeite de oliveira, principalmente como dissolvente (por exemplo do ácido salicílico e seusderivados), ou então na preparação de pomadas. Neste último caso, o azeite aumenta a fluidez da pomada, devido ao seu baixoponto de fusão.

Também se emprega o azeite de oliveira nas inflamações e irritações das mucosas, especialmente na preparação de instilações etoques nas afecções de nariz, garganta e ouvidos.

Castanhas

Composição -- É característico o elevado conteúdo em hidrocarbonatos, sobretudo na forma de açúcar facilmente solúvel. Oconteúdo de proteínas corresponde aproximadamente ao dos cereais e, como nestes, não é todo de grande valor. O conteúdo degordura e minerais é também aproximadamente o mesmo que o dos cereais. As vitaminas do grupo B estão representadas comabundância e as outras escasseiam ou faltam em absoluto. Entre os minerais destaca-se o potássio e o fósforo.

Assando ou cozendo a castanha, desaparece o seu sabor áspero, que só permite consumi-Ias cruas em pequena quantidade econverte-as em brandas, farinhentas, saborosas e digeríveis.

Valor Dietético -- São boas as curas de engordar e, por carecerem de sal, para os doentes de coração, circulação e rins. Osdiabéticos têm que ter em conta o elevado conteúdo de hidratos de carbono, para não se excederem as quantidades autorizadas. Émuito importante a farinha de castanhas pela sua fácil digestão para doentes, crianças anêmicas e anciãos sem dentes. Retiram-se

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primeiramente com uma faca as cascas duras, pondo depois as castanhas em água muito quente, mas sem ferver; algunsmomentos depois, solta-se com facilidade a pele interior; lavam-se seguidamente em água fria e deixam-se secar. Finalmente,passam-se por um pequeno moinho de café graduado para moer em grosso, ou por um liquidificador. A farinha que assim se obtémpresta-se para fazer uma excelente sopa.

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Castanha-do-Pará

São frutos triangulares de forma ovalada, também chamados castanhas-do-maranhão (Bertholletia excelsa). Pertencem à famíliadas Lecitidáceas. Estas castanhas têm debaixo da casca dura uma semente parecida com a amêndoa, muito saborosa, econsomem-se quase exclusivamente cruas. São muito ricas em óleo (70%). O óleo extraído do fruto em boas condições é claro, semcheiro e de sabor agradável.

A castanha-do-pará é indispensável aos desnutridos. Os desmineralizados, os anêmicos e tuberculosos encontram nessa castanhaum alimento preciosíssimo. Recomendável na alimentação das crianças, das gestantes e das lactantes.

Garcia Paula afirma que «a castanha-do-pará, na taxa de 20% evitou nova crise de beribéri.»

Rica em calorias, não perde para nozes. Possui grande teor de proteínas. Em virtude de seu valor protéico, um nutrólogo denominoua castanha-do-pará de «carne vegetal».

É aconselhável aos intelectuais por causa de seu teor de fósforo, e ao trabalhador braçal, em virtude de sua riqueza em gorduras.

Deve-se mastigar bem a castanha-do-pará por ser de difícil digestão.

Coco

Nos trópicos o coco (Cocos nuccifera) é muito apreciado tanto pelos brancos como pelos nativos, por causa da sua polpa branca esubstanciosa e pela refrescante água, tudo protegido por uma durissima casca. A polpa e a água de coco constituem um alimentogeral naquelas regiões, pois podem ter diversas aplicações. Pode ser ralado, assado, cozido e empregar-se em numerosospreparados. Também são quase imprescindíveis na cozinha tropical o óleo e a gordura do coco. As pouco exigentes palmeiras decocos não só proporcionam aos indígenas os cocos, cuja casca lhes serve muitas vezes de vasilha, como também as folhas para ostetos das cabanas de barro; o miolo (palmito) vende-se como artigo de luxo.

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Composição e Propriedades -- Os efeitos curativos do coco são devidos principalmente ao seu conteúdo de magnésio. O corponecessita dele para a conservação da tensão muscular, chegando muitos investigadores à conclusão de que é indispensável para adefesa contra as alterações cancerígenas das células. Os alimentos ricos em magnésio, como o coco, fazem parte do regimeanticanceroso, juntamente com a laranja, o trigo, a cevada, a aveia, o milho, as amêndoas, o aipo, o soja e as nozes.

Além dos ossos que contêm fosfato magnésico, são também ricas em magnésio as cartilagens e parece ser necessária a presençadeste elemento para a sua função normal.

A polpa e a água de coco consumidos em jejum provocam a expulsão de determinados tipos de tênias.

O coco, esse fruto exótico tropical, merece ser incluído no nosso programa de alimentação. As suas qualidades curativas devem serobjeto de um estudo atento.

Coco-da-Baía

Alimento completo, o coco é excelente substituto da carne, do queijo, do ovo e do leite, aos quais é superior.

0 coco-da-baía medra principalmente na Bahia e em Pernambuco. É rico em proteínas, gorduras, calorias, sais, hidratos de carbonoe vitaminas A, B1, B2, B5 e C.

A água de coco tem várias aplicações na terapêutica caseira. A água e o leite de coco são apropriados nos casos de rugas da pele.Prestam-se também como calmantes, diuréticos, mineralizantes, febrífugos, aperientes, depurativos do sangue, etc.

0 coco verde possui as mesmas propriedades do leite materno, segundo experiências realizadas nos Estados Unidos. No Havaí, asmães costumam alimentar os bebês com leite de coco.

Uma colherada de coco pela manhã, é excelente remédio contra vermes intestinais. E a polpa age como adstringente nashemorroidas.

Em virtude das propriedades que encerra, o coco pode alimentar a vida do homem indefinidamente. Daí ser aconselhável seu largo

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uso.

Faia (Landes da)

A faia (Fagus sylvatica) encontra-se em várias regiões da Península Ibérica, onde tem várias designações. Pertence, como o cas-

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tanheiro, de que já falamos, à família das Fagáceas. Os conhecidos frutos triangulares de cor parda-avermelhada constituem umalimento muito cobiçado pela fauna dos bosques, sendo infelizmente pouco apreciados pelo homem.

Não é aconselhável o consumo de grandes quantidades destas landes, porque produzem, às vezes, dores de cabeça e náuseas. Acasca contém fagina, matéria tóxica para homens e animais. O óleo, depois de quente, fica liberto de produtos nocivos e podeempregar-se vantajosamente na cozinha, como qualquer azeite.

Juncinha Mansa

Uma planta alimentar de grande interesse é a juncinha mansa (Cyperus esculentus), tubérculo de uma ciperácea, que em Portugaltambém é conhecida por junça de comer, juncinha avelanada e chufa. Embora botanicamente não possa figurar entre os frutos denoz, temos de a incluir aqui por causa da sua semelhante aplicação.

Este tubérculo constitui, como o soja, uma rara concentração de alimentos.

Composição e Propriedades -- Além de ser uma planta herbácea, dá vida a numerosos tubérculos de grande riqueza nutritiva, cujaanálise sobre matéria seca dá os seguintes valores: gordura, 20- %; proteína bruta, 36,5 %; fibra bruta, 15,23 %; féculas 2-3 %;vitaminas (especialmente H e P) e numerosas enzimas.

0 azeite que se obtém da juncinha corresponde em todos os aspectos aos melhores de mesa, incluindo o de oliveira, sem secar nemtomar ranço com facilidade e com sabor análogo ao da noz ou da amêndoa. Como possui um grande conteúdo de ácidosgordurosos não saturados (sobretudo 15,2 % de ácido linólico) é de grande valor fisiológico e alimentar, segundo já se disse nocapítulo referente ao significado das gorduras. Para o aproveitamento da gordura é necessário, ao mesmo tempo, o consumo dehidrocarbonatos. A relação favorável entre gorduras e hidrocarbonatos é de uma para dois, isto é, se se admi-

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nistram 50 gramas de gordura deve-se administrar também 100 gramas de hidratos de carbono. A natureza consegue esta ótimarelação no leite das mães lactantes, que contém 3,5 % de gordura e 7 % de hidratos de carbono. O mesmo valor quase aproximadose repete na juncinha, que em termo médio contém 22 % de gordura e 50 % de hidratos de carbono.

Emprego da juncinha no Diabetes -- Ao que parece, nunca se efetuaram investigações muito minuciosas acerca do conteúdo devitaminas e minerais na juncinha e no seu azeite; mas, se se fizessem, levariam a resultados interessantes e valiosos, com respeitoà importância alimentar e fisiológica da juncinha.

Para o emprego na alimentação, é de indicar que dos tubérculos secos se obtém uma farinha excelente para a preparação de«bolachas ou biscoitos de amêndoas», que são especialmente úteis para os diabéticos. Da mesma maneira que das amêndoas,também da juncinha se pode obter um leite vegetal saboroso e refrescante. Diga-se de passagem que a juncinha se emprega napreparação de chocolate e como substituto do cacau e do café.

Nozes

Entre as plantas que produzem nozes (Juglandáceas) figura a nogueira (Juglans regia), árvore muito conhecida, de 10 a 20 metrosde altura, que possui uma casca cinzento clara que com os anos apresenta grandes rachas.

A nogueira procede da Ásia; ainda hoje existem enormes bosques de nogueiras no Himalaia. Pela sua grande capacidade deadaptação e suas poucas exigências quanto ao solo, tem sido introduzida em quase todos os países do mundo.

0 seu desenvolvimento é fácil, desde que se escolham para a sementeira variedades autóctones e acreditadas.

Características e Emprego Como Alimento -- O valor nutritivo completo supera o da carne de vaca com muita vantagem. 100quilos de nozes contêm 50 quilos de óleo de noz e 100 g de óleo de noz contêm 50 g de gorduras. Além do seu valor nutritivo, o ricoconteúdo em cálcio, fósforo e vitamina B naturais provam a conveniência da noz como alimento ideal para o sistema nervoso.

As antigas teorias científicas do simbolismo viam na aparência externa da noz como que um cérebro humano e, por isso, um

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indício da sua importância para a cura do cérebro.

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Para os diabéticos, a noz desempenha um papel análogo ao dos outros frutos da sua espécie. Deve figurar no cardápio diário, queficará assim enriquecido sob muitos aspectos. Os obesos devem evitar comer nozes, por causa do seu elevado valor calórico. Paraos mal-alimentados e para os convalescentes é de recomendar-se em quantidades prudentes para enriquecer a alimentação.

3. Frutos de Baga

Abacate

O abacateiro (Persea gratissima; Laurus persea) pertence à família das Lauráceas. É uma árvore grande, muito elegante, chegandoaté 20 metros de altura. O caule é pouco reto, e a extremidade superior dos ramos e os brotos são de amarelo-tormentoso. As folhassão pecioladas, alternas, acumeadas, agudas ou agudo-arredondadas na base. As flores, muito pequenas, são pálidas oubranco-esverdeadas.

O fruto, de tamanho variável, é uma baga ovóide ou piriforme, medindo até 20 cm de comprimento. Contém polpa verde, finíssima,comestível, que envolve a semente, grande e globulosa. Além de uma pequena porcentagem de ácidos, o abacate possui matériasgraxas, proteínas, substâncias minerais, óleo pingue, açúcar, hidrato de carbono, etc. Com exceção da banana, o abacate temquatro vezes mais valor nutritivo do que os outros frutos.

Emprego -- Prisão de ventre, flatulências, perturbações digestivas, gota, reumatismo, afecções dos rins, da pele, do fígado, etc., eisalguns problemas que podem ser resolvidos mediante a ação das propriedades medicinais desse fruto.

As cascas são vermífugas, sendo também adequadas para o tratamento de hemorragias, disenterias e bouba. O chá das folhas, porsua vez, é excelente diurético, sendo também eficaz nos seguintes casos: nevralgias, dores de cabeça, catarros, bronquite, diarréia,afecções da garganta, cansaço, dispepsia atônica, rouquidão, tosse, disenteria, etc.

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Abricó-do-Pará (Mammea americana)

Da família das Gutiferáceas, o abricó-do-pará é produto de uma árvore muito frondosa e grande, de forma piramidal, podendo atingiraté 15 metros de altura. As folhas são pecioladas, verde-escuras, nernicosas, medindo até 14 cm de comprimento. As flores sãobrancas e perfumadas.

É cultivada em toda parte do Brasil, especialmente no Estado do Pará. O fruto, muito gostoso, apresenta uma massa cor deabóbora, podendo ir à mesa no estado natural. Possui as vitaminas A, B 1, B2 e C. É fonte de calorias, hidratos de carbono,proteínas, gorduras e água. Recomenda-se para os seguintes casos: gota, arteriosclerose, ácido úrico, tumores e endurecimentos,escorbuto, raquitismo, afecções cutâneas, catarros, etc.

As folhas são febrífugas e a resina da casca é adequada contra o conhecido As sementes possuem propriedades vermífugas.

Abrunhos

0 freqüentemente desprezado abrunheiro (Prunus spinosa) pertence à família das Rosáceas e dá-se em toda a Península Ibérica,em sebes, matos e lugares pedregosos. Este arbusto tem muitos nomes. Costuma apresentar-se como arbusto espinhoso perenebastante espesso, com a casca quebradiça, cinzento-escura, de mais de dois metros de altura. Os frutos, quase esféricos,suculentos e de sabor amargo, com um só caroço grande, quando maduros têm uma cor azulada; o interior é polpudo e verde.

Colhem-se e empregam-se as flores, seguindo as normas repetidas nas espécies anteriores.

Composição - Nas sementes, encontram-se geralmente 3 % de amigdalina, óleo gorduroso e emulsina; nas folhas, um glicósido enas flores pequenas quantidades de glicósidos que produzem ácido cianídrico.

Emprego Como Planta Medicinal - As flores do abrunheiro atuam contra as convulsões e as

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dores e são um laxante suave. Nas pessoas que têm qualquer forma de prisão de ventre persistente, com dores e espasmos, e quetêm uma evacuação dura e grumosa, agravando-se a prisão de ventre com o emprego dos demais laxantes mais gástricos -- devemempregar-se flores de abrunheiro. Prepara-se uma infusão com uma colher das de chá de flores secas e uma xícara de água;bebe-se uma xícara assim preparada de manhã e outra à noite.

Emprego Como Alimento -- Podem conservar-se os abrunhos adicionando-lhes um pouco de açúcar e diversas especiarias,empregando-se, assim, como alimento. Se tiverem sido gelados ficam bons para fazer suco.

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Amoreira

No que diz respeito aos objetivos deste livro, achamos que devemos incluir neste capítulo todas as «amoras», cujos frutos pretos,comestíveis, têm propriedades semelhantes às do Rubus fructicosus. Esta espécie dificilmente se diferencia de outras muito afins,como Rubus discolor, R. thyrsoideus, R. amoenus que, com o Rubus caesius, são muito freqüentes na Península Ibérica,apresentando vários nomes, conforme as regiões.

Aparece sobretudo nas orlas dos bosques, dos prados, nas sendas das montanhas e colinas.

Cortam-se as folhas com o talo, à tesoura, e deitam-se numa cesta. Retiram-se as folhas descoradas. Colocam-se o mais depressapossível numa camada fina no solo para secar, guardando-as depois em sacos. O produto elaborado tem a cor das folhas frescas jámaduras.

Depois recolhem-se uma a uma as amoras e colocam-se em cestos de modo que não fiquem apertadas. Os frutos têm umagradável sabor ácido.

Para cultivo são menos apropriadas as amoras silvestres do que as formas mistas obtidas por cruzamentos. Os arbustos nãoexigem grandes condições, quanto ao solo, mas preferem o calor. Plantam-se em filas à distância de 1,50 m e apóiam-se emestacas atando os ramos tenros e podando no outono os ramos velhos. Consegue-se a multiplicação mediante rebentos debaixo devidro ou enterrando as pontas verdes dos renovos em terra mole.

Composição -- As folhas contêm tanino, ácidos orgânicos, especialmente láctico, resinas, pigmentos e pectina. O óleo de amorascontém como componente essencial um óleo de cor verde-amarelada escura, que em plena

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luz dá uma fluorescência vermelha, com glicéridos dos ácidos em pequenas quantidades, assim como ácidos gordurosos saturados,sobretudo ácido palmítico. A cor do óleo é devida ao conteúdo de clorofila.

Valor Como Planta Medicinal -- Como portadoras de tanino, as folhas das amoreiras têm qualidades antidiarréicas eantiinflamatórias. Recomenda-se o emprego de infusões nos casos de irritações catarrais e inflamações das vias gastrintestinais,diarréias, inflamações do intestino grosso e hemorróidas. Nos catarros das vias respiratórias, assim como nos fleimões einflamações das gengivas, empregar um cozimento de folhas de amoreira para gargarejos.

Usos Como Alimento -- A amora emprega-se para infusões que substituem o chá na vida familiar. Mediante a fermentaçãoobtém-se das folhas um bom substituto do chá: 2 partes de folhas de amoreira e 1 parte de folhas de framboeseiro; depois de secase um pouco prensadas, regam-se com água e envolvem-se num pano, deixando-as durante dois ou três dias num lugar quente. Afermentação produz um aroma semelhante ao das rosas. Perdem-no quando secam; mas podem conservá-lo, se forem guardadasnum recipiente de lata, estando ao ar. Esta infusão constitui uma bebida aromática para o desjejum.

Arandos

0 arando ou erva-do-monte (Vaccinium myrtillus) pertence à família das Eriáceas. Os arandos são freqüentes nas montanhas do AltoMinho, e nas Serras do Marão e Estrela, em Portugal.

Os frutos maduros são de cor azul-escura brilhante, com suco violeta-escuro e muitas sementes pequenas e pardas.

A cor das folhas permanece inalterada na dessecação e têm um ligeiro sabor adstringente. Conservam-se em saquinhos.

Os frutos maduros são colhidos a mão. Guardam-se em baldes ou em cestos; para os secar, estendem-se numa só camada,durante alguns dias. Têm um sabor agridoce e levemente adstringente. Conservam-se em caixas. Deve-se inspecioná-los com certafreqüência.

Composição - Nas folhas encontra-se tanino, ácido málico, ácido cítrico e glicose. Nos frutos, além destes produtos, encontra-se,também, pectina, o glicósido corante mirtilina e vitaminas A, C e, em menor quantidade, B.

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Características Terapêuticas -- Como meio curativo, os arandos são um excelente fruto silvestre e notam-se pelos seus especiaisvalores medicinais. A sua característica principal de curar todo o tipo de diarréia já era conhecida pela antiga medicina popular. Nãoé só o grande conteúdo de tanino que caracteriza esses efeitos, mas também o ácido tânico que forma combinações naturais comos corantes orgânicos, mediante os sucos intestinais. Desta forma atuam unidos aos pigmentos (corantes) de uma forma intensiva econtínua a todo o comprimento do tubo intestinal. As mesmas substâncias produzem os efeitos antissépticos e antiinflamatórios dosarandos demonstrados pelo farmacólogo Flury.

É especialmente notável que o suco ou extrato de arando exerça uma autêntica ação bactericida e de inibição do crescimento sobreculturas bacteriológicas puras. Os colibacilos, causa principal da diarréia fermentada, podem tornar-se inócuos dentro do prazo devinte e quatro horas. A força curativa dos arandos pode fazer frente neste sentido à concorrência das modernas preparações de

A Cura e a Saúde Pelos Alimentos -- Capítulo 2

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sulfamidas, empregadas para combater as infecções colibacilares do intestino. Precisamente no momento das diarréias do verão, aNatureza pôs à nossa disposição um meio de proteção e de cura. Mas os arandos secos ou de conserva também podemdesenvolver igual eficácia no inverno. Devem, figurar, portanto, em todos os lares, tanto secos, ou de conserva, como em sucos emfrascos. Para todos os processos de fermentação ou de putrefação intestinais que acompanham a diarréia, temos à nossadisposição um remédio natural rápido e simples, que além disso será gostosamente aceito pelas crianças.

Dieta na Base de Arandos -- As curas de arandos constituem também um excelente meio natural e totalmente inócuo para libertaras crianças e os adultos de lombrigas e de parasitas intestinais. A forma mais fácil de efetuar a cura é alimentar-se, exclusivamente,durante três dias consecutivos, de arandos crus ou ligeiramente cozidos. A limitação da alimentação com arandos custa apenasnaturalmente um esforço; mas a firme decisão de terminar de vez com a pesada moléstia tem ampla recompensa.

Nas pessoas sãs, os arandos frescos, comidos com um pouco de açúcar ou leite, provocam a secreção das glândulas gástricas eintestinais e, sobretudo, do pâncreas; impedem que se declare uma diarréia por consumo de alimentos não totalmente frescos.

Cumpre citar, especialmente, as folhas dos arandos que contêm uma substância semelhante à insulina. O emprego dessas folhas,em forma de pó ou de infusão, pode completar o regime, no caso de diabetes ligeiros e naqueles casos em que é convenientepoupar a insulina, embora ultimamente se tenham conhecido ou-

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tras plantas das quais se pode esperar um forte efeito de redução de açúcar no sangue, que em muitos casos evitará a injeção deinsulina. Pelo menos, pode permitir-se, dentro de prudentes limites, o consumo de arandos aos diabéticos, pois contêm muitassubstâncias semelhantes à insulina. Suportam-nos muito bem e, em muitos casos, tão bem como o mel, que possui substâncias quefazem baixar o nível da glicose no sangue.

Além do uso interno, o suco de arando cozido cura os eczemas, mesmo que sejam supurativos, assim como a sicose da barba e asferidas e as cicatrizes de cura difícil nos diabéticos.

Portanto, arandos frescos, em tintura ou em suco, não devem faltar em nenhum lar.

Valor Alimentar - Os arandos com leite servem de excelente reconstituinte, sendo suportados até pelos estômagos mais delicados.Frescos, são de excelente sabor, misturados com açúcar ou banhados em leite. São muito conhecidos a frituras e as sopas dearandos. As suas compotas, sucos, purês, doces e geléias são muito agradáveis; também se podem conservar em frascos comaçúcar ou esterilizados sem ele.

Arandos Encarnados

A família das Eriáceas fornece-nos arandos encarnados (Vaccimum vitis idaea). Aparecem em solos calcários, em prados ebosques.

O arando encarnado floresce formando pequenos arbustos vivazes, cujas bagas se colhem em cubas ou cestos. Formam cachos, etêm um sabor levemente ácido; são aromáticos e adstringentes.

Composição -- Como substâncias ativas e estruturais, encontram-se em suas folhas arbutina, metilarbutina, ericolina e tanino, e nosbagos muitos ácidos de tanino e outros orgânicos.

Modo de Atuar e Aplicações -- Como planta curativa, por causa do conteúdo em arbutina e metilarbutina, podem empregar-se asfolhas dos arandos encarnados nas inflamações dos rins e da vesícula. Os bagos espremidos em água proporcionam aos doentescom febre uma bebida refrescante. O seu conteúdo em ácido tânico explica os benefícios da sua aplicação na diarréia.

Como alimento pode preparar-se uma infusão com as inflorescências do arando encarnado para o desjejum ou para o lanche. Asbagas podem ser consumidas

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frescas, em compota, de conserva, ou em sucos, geléias e doces com numerosas aplicações.

Caqui

Originário da China, da Coréia e do Japão, o caqui (Diospyros Kaky) é um fruto amarelo-escuro. A árvore que o produz pertence àfamília das Ebenáceas.

Por ser muito adstringente, quando verde, o caqui só deve ser comido bem maduro. É rico em sais e vitaminas.

Pessoas acometidas de acidez, dores e câimbras, são curadas comendo dois ou três caquis por dia. Esse fruto é conveniente paraos desnutridos, os tuberculosos, os anêmicos e descalcificados. Presta-se também em casos (lê enfermidades das viasrespiratórias, catarros da bexiga e transtornos intestinais.

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Carambola

A caramboleira (Averrhoa carambola, L.) pertence à família das Oxalidáceas. De caule nodoso, a árvore é pequena, possuindoramos numerosos e flexíveis. As flores são comestíveis como salada. A raiz e as folhas fazem parte da farmacopéia indiana.

A caramboleira foi introduzida no Brasil em 1817, pelo agrônomo francês Paul Germain, que a trouxe para Pernambuco. Existemmuitas variedades.

A carambola é muito rica em ácido oxálico e fósforo. O suco da fruta é ótimo febrífugo.

Framboesas

A framboesa é conhecida em toda a parte (Rubus idaeus), tendo vários nomes. Os frutos, de excelente sabor, consistem em bagaspequenas de tonalidade amarela, vermelha e esbranquiçada.

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Durante o verão, colhem-se as folhas com os seus talos e guardam-se em cestos, deitando fora os descorados.

Colhem-se as bagas, uma a uma. Separam-se com grande facilidade do receptáculo, quando estão maduras. O melhor édepositá-las numa cuba para não se esmagarem. O cultivo das framboesas vale a pena, porque o arbusto exige poucos cuidados epouca atenção. As variedades cultivadas dão mais fruto e este dá mais suco que as silvestres.

A framboesa reproduz-se por estaca. Os rizomas plantam-se em filas à distância de dois metros em estacas. No outono cortam-seos antigos rebentos e deixam-se os novos, que frutificam no ano seguinte, sem os despontar.

Composição -- Nas folhas há ácido tânico, ácido láctico, ácido succínico e ácidos não saturados, nos frutos há a pectina, glicose eácidos de fruta. Das sementes de framboesa isoladas e secas ao ar obtém-se 13,5 % de um óleo pouco espesso e de cor verdeamarelada, cujo cheiro recorda o ácido linoléico e cuja capacidade de secar é muito parecida com a deste último. Os ácidosgordurosos muito líquidos são compostos principalmente de ácido ninólico e linoléico. Os ácidos e isolinoléico só se apresentam emquantidades reduzidas.

Modo de Ação e Aplicações Terapêuticas -- Como as folhas contêm tanino, possuem, tais como as das amoreiras, um efeitoantidiarréico e antiinflamatório. O emprego é o mesmo que o das folhas das amoreiras. Uma mistura de folhas de framboesas e deamoreiras dá bons resultados nos catarros, nas irritações e inflamações das vias gastrintestinais, nas diarréias e catarrosinflamatórios do intestino grosso e nas hemorragias por hemorróidas. Nas inflamações das gengivas e de garganta, a infusão dasfolhas de framboesa pode utilizar-se para enxaguaduras calmantes.

As framboesas, sob o ponto de vista curativo, excitam, pelo seu conteúdo em frutose, ácidos de frutas e componentes fixos, operistaltismo intestinal e limpam os tecidos de um excesso de ácidos pela sua grande riqueza em bases. Urna cura de framboesas éútil contra a prisão de ventre, e reumatismo e outras doenças metabólicas, e sobretudo contra as doenças do fígado, dos rins ehemorróidas. Além disso, como a framboesa apresenta um conteúdo abundante de vitaminas, preparada em suco, compota, doce egeléia, é um meio conveniente para evitar ou equilibrar os casos de insuficiência de vitaminas, durante as estações do inverno e daprimavera.

O suco de framboesas serve como meio para melhorar o sabor dos preparados farmacêuticos. O refresco de framboesas, mediantea diluição do suco em água, é uma bebida apropriada para os doentes com febre, pois tira a sede e ajuda a curar.

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Emprego Como Alimento -- A framboesa emprega-se com gosto na cozinha para muitos fins. Recomenda-se como alimento cru.Tem muito consumo em pastelaria.

Goiaba

De grande valor nutritivo, a goiaba (Psidium guayava) é, entre as frutas brasileiras, uma das mais comuns. Possui calorias,proteínas, sais, hidratos de carbono, e as vitaminas A, B1, B2, C. Durante a última guerra mundial, a goiaba, graças a sua grandequantidade de vitamina C, foi usada como suplemento na alimentação dos soldados nas regiões frias.

Emprego Medicinal - Tanto a goiaba como a goiabeira possuem ricas propriedades medicinais de alto valor adstringente, a goiabaé aconselhável para curar diarréias agudas. Também combate a tuberculose incipiente e promove o metabolismo das proteínas.Além disso, auxilia a prevenir a acidez e a fermentação dos hidratos de carbono durante a digestão.

Os brotos da goiabeira, cozidos, são, na prática caseira, adequados nos casos de diarréias. As folhas, por sua vez, podem serempregadas, em decocção, contra a inchação das pernas, hemorragias uterinas, gastrenterite, etc. Nestes casos, devemos usar 30g de folhas para um litro de água.

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Infelizmente, a goiaba é de pouco uso entre os brasileiros. Já a goiabada é mais procurada. Esta, entretanto, não encerra a riquezamedicinal que existe no fruto em estado natural.

Da família das Moráceas (Artocarpus integrifolia), a jaqueira é originária da Índia e de outros países asiáticos. Desenvolve-se muitobem no Brasil, onde se aclimatou satisfatoriamente.

O fruto, muito grande, é riquíssimo em elementos sacarinos, sendo também muito hidrocarbonado, possui uma propriedadeexcelente: a de combater a tosse de qualquer natureza.

Os caroços, por sua vez, combatem os transtornos intestinais. A raiz tem propriedades antias-

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máticas. E a casca combate a diarréia. A polpa e as sementes contêm calorias, água, gorduras, hidratos de carbono, proteínas,cálcio, vitamina C, fósforo e ferro. À semelhança do caju, a jaca se desenvolve muito bem no Norte e Nordeste brasileiros.

Jenipapo

0 Jenipapo (Genipa americana) possui um elevado conteúdo de ferro. Por isso, é aconselhável um grande uso dessa rubiácea.Também possui cálcio, hidratos de carbono, calorias, gorduras, água, e às vitaminas B1, B2, B5 e C. Acredita-se noNorte e no Nordeste do Brasil, que o suco de jenipapo e adequado para combater a anemia decorrente do impaludismo ou dasverminoses.

Segundo autoridades científicas, esse fruto faz bem aos asmáticos. Como diurético, o suco do fruto é aconselhável nos casos dehidropisia.

As chagas de origem sifilítica podem ser combatidas pelo fruto ainda verde, moído, em aplicações tópicas. A raiz é purgativa e acasca do tronco propicia uma substância branca mediante a qual se podem combater as cataratas.

A polpa do fruto é esponjosa e suculenta, com a qual se pode preparar sucos e compotas.

Mamão

Oriundo da América tropical, o mamoeiro (Carica papaya Lin.) pertence à família das Caricáceas. O fruto é uma baga piriforme,globosa ou subglobosa, dependendo da variedade. Segundo o Dr. Lingen, eis a análise do mamão: água, 8,400; resina, 0,310;albumina, 0,080; açúcar incristalizável, 1,000; papaína, 0,010; óleo, ácido málico, oxálico e extrato, 0,200. As sementes sãoanti-helmínticas.

0 mamão é considerado uma das melhores frutas do mundo, quer pelo seu valor nutritivo, quer pelo seu valor medicinal. Possuiproteínas, calorias, gorduras, hidratos de carbono, fósforo, cálcio, ferro e as vitaminas A, BI, B 2 , B5, C.

0 mamão maduro é laxante, diurético, emoliente e digestivo. É, na opinião do Dr. John Harvey

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Kellog, "o mais poderoso digestivo que se conhece".

Comido em jejum, pela manhã, é eficaz contra o diabetes, a icterícia e a asma.

As sementes são um excelente vermífugo, mas também são eficazes contra a tuberculose e o câncer.

As folhas são próprias para um chá digestivo.

As raízes, em decocção, constituem um tônico para os nervos, sendo também um remédio para as hemorragias renais.

0 mamão é um grande alimento. Além disso, promove a manutenção do equilíbrio ácido-alcalino do organismo, sendo, nesteaspecto, superior ao próprio melão.

Manga

A mangueira é uma árvore frondosa, de belo aspecto, e pertence à família das Anacardiáceas.

A manga (Mangifera indica) apresenta uma polpa carnosa por vezes da cor amarela em variados tons.

As principais variedades são: manga-rosa manga-espada, manga-bourbon, manga-coração-de-boi, manga-carioquinha e

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manga-família.

0 principal valor dessa deliciosa fruta se encerra em seu alto teor em vitaminas A e C, sendo que o conteúdo desta última variaconforme a qualidade de manga. A manga-rosa, por exemplo, é a que possui a mais elevada quota. Quanto menos amadurecida amanga, maior o teor de vitamina C.

Além das vitaminas mencionadas, a manga possui as vitaminas B1, B2 e B5. Contém ainda fósforo, cálcio, ferro,

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proteínas, gorduras e hidratos de carbono.

Seu uso é recomendável em caso de bronquites, escorbuto, sendo também depurativa do sangue. É aconselhável comer manga emjejum pela manhã, para combater a acidez e outras enfermidades do estômago, conforme afirma o Dr. Teófilo L. Uchoa. Comoexpectorante, é eficaz contra as enfermidades das vias respiratórias, como bronquite, tosse, catarro, etc.

Melancia

Da família das Cucurbitáceas, a melancia (Cucurbita citrullus), originária da índia, aclimatou-se muito bem no Brasil.

Possui grande poder refrescante. É, entretanto, de difícil combinação com outros alimentos sólidos ou líquidos. Por isso, deve-secomê-la isoladamente.

Contém fósforo, cálcio, ferro, calorias, proteínas, gorduras, hidratos de carbono e as vitaminas A, B1, B2, B5 e C. A melancia é muitodiurética e levemente laxante. É aconselhável o seu uso nos casos de ascites e nas obstruções renais, segundo o Dr. DomingosD'Ambrósio. A água nela contida ocasiona grandes descargas de ácido úrico, afirma o Dr. W.F. Friedmann.

Muitos dietistas aconselham a melancia nos seguintes casos: artrite, reumatismo, acidez estomacal, dispepsia, enfermidades dosrins e da bexiga, etc.

Morangos

0 morango silvestre (Fragana vesca), tem perfume fragrante, faz parte (la grande família das Rosáceas e tem vários nomes.Encontram-se silvestres nos lugares frescos e úmidos, nas montanhas. Colhem-se as folhas com talos. Retiram-se todas ascarcomidas, descoradas ou que tenham galhos. Guardam-se em cestas e pouco depois guardam-se, simplesmente, no chão arejadopara secarem. As folhas secas conservam a cor das verdes. Guardam-se as folhas em sacos. Também se podem utilizar,naturalmente, as folhas dos morangos cultivados.

Os frutos maduros colhem-se nas horas da manhã logo que desaparece o orvalho e guardam-se em cestos. Só se empregamfrescos ou de conserva.

Composição e Propriedades -- As folhas conservam substâncias tânicas e óleo essencial com citral. Os falsos frutos contêmácidos de frutas, sementes não digeríveis, pigmentos e substâncias aromáticas, e em grande parte formadas por combinações levesde ácidos gordurosos, enzimas, fermentos, secretinas e vitaminas. As folhas podem fermentar, como as da amoreira,proporcionando uma excelente infusão caseira.

Usos Medicinais Como Depurativos -- As folhas empregam-se, como as da amoreira e da framboesa, nas inflamações e catarrosdas vias respiratórias superiores e das digestivas. Fazem também parte do «chá caseiro».

Agradáveis ao paladar, pelo seu aroma e efeito estimulante do

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apetite, são muito valiosos; também possuem, como o povo já de há muito sabia e hoje é comprovado pela prática médica,qualidades curativas especiais. Hoje compreendemos o valor das tradicionais «curas de morangos». Pelos pigmentos, peloselementos não digeríveis e pelos ácidos de fruta, estes frutos atuam no intestino, assim como as enzimas, os fermentos, asvitaminas e as secretinas, facilitando a digestão. O seu grande conteúdo de açúcares naturais constitui na prática médica umexcelente alimento para o fígado. As matérias aromáticas atuam nos nervos do olfato e do gosto, aumentando o apetite. Num quilocontêm os morangos até um miligrama de ácido salicílico, o conhecido remédio para o reumatismo articular e para a gota. Por isso,não é de estranhar que o grande botânico Lineu tivesse curado a sua gota com morangos. Uma dieta de morangos (vários diasrepetidos, nos quais se comerá até um quilo e meio de morangos) é eficaz para a prisão de ventre, hemorróidas, estase dacirculação, reumatismo articular e gota, doenças dos rins, perturbações circulatórias e, com vigilância médica, até no diabetes e nasdoenças hepáticas. Aumenta o metabolismo em geral, porque os morangos são muito ricos em minerais básicos.

Contra-Indicação do Seu Emprego -- Não se pode negar que há pessoas sensíveis aos morangos e que, quando os comem, lhesproduzem irritação e ardor na pele (urticária). Tal estado mostra que o intestino está lesionado e permeável a um tipo de albumina(protease) que, quando se introduz no sangue, provoca tais reações. Essas pessoas estão metabolicamente doentes e devem

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submeter-se a tratamento médico. Naturalmente, devem suprimir na sua alimentação os morangos até se curarem do seu mal (nocaso de a sua origem não ser hereditária). Também como produto de beleza, desfrutam os morangos de grande consideração naFrança. As sardas, no verão, tornam-se quase imperceptíveis depois de um tratamento com uma mistura de suco de morangos comlimão. Friccionando a pele com suco de morangos melhora-se a sua função.

Valor Alimentar -- Os morangos são muitos apreciados tanto pelos jovens como pelas pessoas de idade, por causa do seudelicioso aroma. Além de serem servidos ao natural como sobremesa, também se podem preparar em compotas, vitaminas e outrasmisturas com leite, sucos, recheios de pastel, doces, sopa quente ou fria, molhos, geléias, etc..

Sabugueiro

O sabugueiro (Sambucus nigra), pertence à família das Caprifoliáceas.

Encontra-se quase sempre na forma de arbusto ou árvore pe-

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quena, de três a seis metros de altura. O tronco possui uma casca parda e acinzentada, quebradiça, nodosa, de odor desagradável.As ramas, redondas, aos pares, uma em frente da outra, estão cheias de uma polpa espessa e branca. Os frutos são bagas de cornegra, violeta, redondas; contêm suco negro violeta ou vermelho, duas ou três sementes ovais e pardas.

Os cimos cortam-se à tesoura e colocam-se em cestos, estendendo-se depois numa só camada, no chão de um desvão ventilado esombrio para secarem. Isto não se deve fazer muito devagar, se se quiser evitar o descolorido, sempre indesejável. Depois de bemsecas, as flores apresentam um tom de marfim e desprendem um forte aroma. Separam-se então dos talos. Deve-se guardar asflores em recipientes isolados do ar, porque absorvem com facilidade a umidade e apodrecem.

Cortam-se todos os cimos com as bagas maduras, à tesoura, e separam-se as bagas em casa com um garfo. Se não seconsumirem frescas, deixá-las secar, durante alguns dias, numa única camada expondo-as depois ao calor artificial (mas não a umforno muito quente). As bagas secas guardam-se em saquinhos dependurados ao ar ou em latas fechadas.

Colhem-se as folhinhas dos talos, evitando toda a pressão. Estendem-se numa única camada para secar, num lugar bem ventilado.Guardam-se em saquinhos. Deve-se colher só o que for necessário para o consumo.

Composição -- Nas folhas, encontra-se na proporção de até 0, 1 % o glicósido samburigina-amigdalina (e emulsina), o qual dá lugara glicose, óleo de amêndoas amargas (benzaldeído) e ácido cianídrico (HCN). As flores têm, além disso, pequenas quantidades deamigdalina, saponinas, um óleo essencial e éter. Na casca encontra-se uma resina de efeito drástico e nas bagas pretas tirosinascom abundância de vitaminas A, D e C. São mais ricas em vitaminas B do que qualquer outra variedade. As bagas contêm, alémdisso, ácidos málico tartárico, valeriânico, tânico, óleo essencial, simburigrina-amigdalina, solina, resinas, hidratos de carbono,glicose e um pouco de albumina.

Usos Terapêuticos -- Como planta curativa, já de há muito se sabe que o sabugueiro fomenta a formação-de urina, suor e leite, oque se deve à presença do óleo essencial. Também se recomenda para resfriamentos, rouquidão, tosse, espirros, catarros do peitoe bronquial, dores dos molares,

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nevralgias, dores de ouvidos e de cabeça e inflamação da laringe e da garganta.

Um cozimento de folhas, raízes e cascas frescas e verdes que se encontram debaixo da casca exterior, atua energicamente naexpulsão de água e melhora extraordinariamente a secreção de sucos gástricos, embora provoque facilmente, se se tomar emgrandes doses, vômitos, pelo que temos de estar precavidos. Só se deve consumir uma xícara diária (com uma colher das de sopacheia de infusão) no caso de catarro gástrico crônico, doenças de urina e hidropisia.

Pelas suas características depurativas de sangue, hematopoética, diurética e sudorífera, as bagas tornam-se valiosas e o seuxarope é próprio para fazer uma cura de limpeza do sangue. Também limpará todos os restantes órgãos. Por causa do elevadoconteúdo de vitamina B, não há que ficar surpreendido com o êxito dos seus sucos nas inflamações do sistema nervoso.

As bagas secas são um remédio excelente contra a diarréia: mastigar dez bagas, três vezes por dia.

O efeito sudorífero das flores de sabugueiro fica reforçado se lhe juntarmos uma metade de flor de tília e se acrescentarmos àinfusão duas colherinhas de suco de limão. Quando se deseja uma positiva transpiração, como em casos de gripe, pneumoniasincipientes, bronquite, reumatismo articular febril, etc., tomar a infusão várias vezes por dia.

Usos Alimentares -- Como alimento, o sabugueiro é muito apropriado para sobremesas e compotas e pode conservar-se comosuco, geléia e seco.

Sapoti

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O sapotizeiro (Achras sapota, L.) é uma árvore copada, com folhas verde-escuras. O fruto é um dos mais saborosos do mundo.Apresentam-se de duas formas: esféricos e oblongos. A casca é parda e a polpa, muito suculenta. As sementes, trituradas, emdecoccão, são diuréticas, adequadas no tratamento da litíase vesical.

Natural das Antilhas e bem aclimatado no Brasil, o sapoti contém as vitaminas A, B1, B2, B5, e C. Encerra calorias, hidratos decarbono, cálcio, fósforo e ferro.

Uvas

Em algumas regiões encontra-se, espontaneamente, a Vitis labrusca ou videira silvestre. Mas o número de variedades obtidas apartir da videira cultivada (Vitis vinifera), que se exploram tradicionalmen-

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te para consumo de mesa, é enorme.

Composição -- Entre os elementos ativos e na composição do suco de uvas, encontramos (segundo o professor Henpke): água72,92%, albumina 0,38%, glicose 23,51 %, outros hidratos de carbono 2,23 %, cremor de tártaro 0,52 %, ácido tartárico 0,29 %,outros ácidos 0,29% e minerais 0,50 %.

0 valor calórico é reduzido. 100 gramas de uvas contêm apenas 79 calorias. Também não é grande o conteúdo em vitaminas.

Modo de Ação -- O aproveitamento das uvas é muito variado. Não se destinam apenas à produção de sucos e de vinhos, mastambém é importante o consumo cru, durante o outono. O suco é aplicado tradicionalmente para a depuração do sangue. Dasgrainhas obtém-se por pressão suco, etc. Conseguem-se as passas vulgares, assim (orno as de grande tamanho, secando oscachos.

A força curativa da uva é conhecida pela humanidade, já de há muito tempo. Os vinhos de uva obtidos por pressão a cru permitemdispor, em qualquer época do ano, do meio de se efetuar uma cura de uvas completa. Deve-se consumir as uvas pelo modo quemais favoreça a saúde. Assim, para a cura, as uvas devem ser comidas com a casca e com as sementes. Isto deve ser tido muitoem conta, quando se segue uma cura de uvas para regular o funcionamento do intestino, pois precisamente as matérias básicas daspeles e das sementes que geralmente se deitam fora é que fomentam a atividade do intestino.

Regime na Base de Uvas -- Para uma cura de uvas devem empregar-se os frutos bem formados, maduros, sem defeitos; a uvadeve ser cuidadosamente mastigada e ensalivada, porque assim o estômago vai aumentando as secreções necessárias para adigestão, facilitando-lhe o trabalho. Muita gente pensa que é mau comer as sementes, receando apendicite, que se atribui a matériasnão digeridas. Mas qualquer médico sabe, e é preciso que isto chegue ao conhecimento do público, que a apendicite obedece acausas muito diferentes.

Naturalmente, as uvas devem ser muito bem lavadas e limpas de pó, de teias de aranha e de outras impurezas, especialmente deinseticidas com matérias tóxicas.

As pessoas com boca e dentaduras delicadas sentem às vezes repugnância pelo consumo de uvas frescas. Pode resolver-se a

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dificuldade adquirindo o costume de as comer com um pedaço de pão integral. A salivação será muito maior. As pessoas maisvelhas ou aquelas cujos órgãos digestivos são fracos, devem fazer curas de suco de uvas, ou então de uvas frescas espremidas, oude mosto doce (suco sob pressão de uvas frescas sem qualquer adição de meios de conservação, esterilizado com calormoderado).

O valor curativo das uvas frescas mostra-se nas curas de depuração do sangue para a renovação de plasma, na defesa contra oesgotamento orgânico, na anemia e em todas as fases de uma convalescença. Finalmente, interessará saber que o suco de uvas éum excelente meio contra a obesidade, inclusive, por estranho que pareça, para aumento de gorduras e superalimentação. Esseefeito em direções contrárias demonstra que a cura de uvas tem aspectos contraditórios, e só terá êxito se for aplicada conforme oscasos individuais. Por isso, convém pedir ao médico as instruções exatas para uma cura pessoal.

As curas de uvas para doentes de estômago, fígado, intestino e circulação gozam hoje, com razão, de grande popularidade.

Nos chamados «dias de uvas» tomam-se com exclusão de qualquer outro alimento de 1 a 1,1/4 de quilo de uvas de boa qualidade,ou de 1 litro a um litro e meio de suco (espremido fresco ou de mosto doce). Nestas curas o alimento serve também comomedicamento.

Zimbro

Nas zonas montanhosas e elevadas de Trás-os-Montes e Minho aparece o zimbro com. freqüência (juniperus communis). É umarbusto perene com ramos a partir do solo. As hastes e os ramos são disformes e torcidos. A casca é irregular e tem uma cor parda

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avermelhada; a madeira é dura e aromática.

As bagas maduras de azul escuro colhem-se no tempo seco, escolhendo-se as mais claras, isto é, com menos impurezas, deitandodo fora as secas ou verdes.

Composição -- Com respeito a substâncias ativas e composição, encontra-se açúcar invertido, gorduras, resina, pectina, ácidosorgânicos, a juniperina (glicósido que tem tanino), inosita, pentosa nas e um importante óleo essencial que, por sua vez, contémterebenteno, canfeno, terpineol, juniperma e outros alcalóides. O conteúdo das bagas em óleo essencial, segundo o receituárioalemão, é pelo menos de 0,1 %.

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Modo de Atuação e Usos Terapêuticos -- O zimbro oferece em suas bagas um antigo meio curativo. A sua ação é múltipla. Osefeitos excitantes e energéticos mais importantes recaem nos órgãos e tecidos seguintes:

a) Sobre a mucosa gastrintestinal: o óleo essencial leva a uma maior vascularização da mucosa, regula a atividade das glândulasdigestivas e dos músculos da via gastrintestinal e exerce grande atividade antibacteriana, porque sendo dissolvente das gordurasintroduz-se nos organismos bacterianos. Os zimbros são de aplicação indicada nas diferentes perturbações gastrintestinais e emtodos os transtornos do sistema hepático-biliar que tem relação causal com as doenças da mucosa intestinal.

b) Sobre os tecidos pulmonares e mucosa bronquial: o óleo essencial elimina-se, em parte, pelos pulmões. Atua como limitante dasecreção das glândulas bronquiais e como excitante dos movimentos vibratórios da mucosa nos brônquios, de modo que aexpectoração se torna mais rápida. Ao mesmo tempo, faz-se sentir a sua eficácia antibacteriana. Nos processos pulmonaresinfecciosos o seu emprego como meio auxiliar é muito aconselhável, sobretudo nos casos de gangrena pulmonar e de tuberculose.

c) Sobre os tecidos renais: a maior parte do óleo essencial é eliminado pelos rins, pelo que se produz uma espécie de excitação dostecidos específicos e, com isso, maior produção de urina. Contudo, as grandes quantidades levam à irritação e inflamação e até àhemorragia. O emprego do zimbro está só indicado, portanto, para todas as doenças renais, não inflamatórias, isto é, má expulsãoda urina por hidropisia, para as inflamações articulares, estados gotosos, reumatismo e enxaquecas. Se os edemas são devidos adebilidade circulatória, a ação dos zimbros não deixará de ser plenamente satisfatória.

d) Sobre os órgãos sexuais femininos: o óleo essencial provoca um aumento da vascularização dos orgãos genitais e, por isso, dosperíodos. No caso de regras atrasadas e dolorosas podem os zimbros prestar bons serviços, combinados com alecrim e arruda. Nagravidez é melhor prescindir dos zimbros, porque pode produzir-se uma irritação desnecessária da matriz e dos rins.

Sobre o metabolismo: o efeito excitante dos zimbros sobre as vias digestivas e respiratórias e os tecidos renais significa, emconjunto, forte renovação do metabolismo, de modo que a idéia popular de limpeza do sangue parece justificada. Inclusive para asdoenças de endurecimento da pele, a gota, o reumatismo, as deficiências glandulares e a mistura do ácido úrico no sangue (diáteseúrica), é de esperar um efeito favorável.

0 emprego mais simples em todos os casos citados é a cura de zímbros de Kneipp, na qual se con-

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somem mastigadas quatro bagas no primeiro dia, cinco no segundo, seis no terceiro, e assim sucessivamente, até ao duodécimodia, em que se tomam quinze bagas. Depois vai-se tomando diariamente, uma baga a menos, até se chegar a cinco bagas; estacura, repetida quatro ou cinco vezes, depura também o sangue doente.

Como meio diurético prepara-se uma xícara de infusão com uma colher grande de bagas secas prensadas ou então toma-se menteuma colher de xarope de zimbros.

Como Condimento -- Utilizam-se as bagas, aos pedaços ou moídas, para cozidos de carne, peixe, caça, legumes, saladas cruas epara regimes, assim como para conservar repolho fermentado (chucrute). Os doentes de rins devem evitar o zimbro, inclusive comoespeciaria.

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Fim do Capítulo 2 de A Cura e a Saúde Pelos Alimentos

versão eletrônica pelo Projeto [email protected] Postal 52550, São Miguel Pta., São Paulo-SP, BR-08010-971

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ERNST SCHNEIDER

 

A CURA E A SAÚDEPELOS ALIMENTOS

versão eletrônica pelo Projeto Periferia

Capítulo 1 - As Nossas Deficiências de Saúde e a Sua Compensação NaturalCapítulo 2 - FrutosCapítulo 3 - Legumes e VerdurasCapítulo 4 - CondimentosCapítulo 5 - Alimentos Fornecedores de EnergiaCapítulo 6 - Alimentos de Origem AnimalCapítulo 7 - Regimes DepurativosCapítulo 8 - Doenças do Sistema CirculatórioCapítulo 9 - Doenças do Aparelho DigestivoCapítulo 10 - Doenças do MetabolismoCapítulo 11 - Doenças da PeleCapítulo 12 - Doenças do Sistema NervosoCapítulo 13 - TuberculoseCapítulo 14 - A Alimentação na GravidezCapítulo 15 - A Alimentação na Criança ModernaCapítulo 16 - O CâncerCapítulo 17 - Comentário FinalCapítulo 18 - Normas Fundamentais Para a Preparação de um Regime SadioCapítulo 19 - Receitas Culinárias

Legumes e Verduras

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Capítulo 3Nas verduras cruas encerra-se uma enorme e assombrosa potência

curativa, insuficientemente conhecida, que combateria todo um exércitode doenças muito frequentes. Com as frutas cruas, as verduras também

cruas constituem o único alimento curativo existente.Max Bircher-Benner -- Doutor em Medicina

1. Hortaliças de Folha, Talo e Gema (Olho ou Gomo)AlcachofrasCom o nome de alcachofras designam-se as cabecinhas floridas verdes e aindaincompletamente desenvolvidas de uma espécie de cardo (Cynara cardunculus L. ssp.Scolymus), pertencente à família das Compostas, que se cultiva em toda a bacia doMediterrâneo, mas especialmente na Espanha e na França. Não há dúvida de que os povosdo Mediterrâneo já usavam há séculos como alimento esta planta no estado silvestre, devidoàs suas qualidades nutritivas, às suas brácteas e aos seus receptáculos carnudos.

Composição e Propriedades -- Na análise das substâncias que compõem as cabecinhas,encontrou-se inulina, açúcares, tanino e os fermentos inulase, invertase e coalho. Entre asvitaminas encontram-se 100 g de substância fresca: 300 U.I de vitamina A, 120 g de vitaminaB1, 30 g de B2 e 10 mg de C. O conteúdo de minerais é muito semelhante ao das outrasverduras, embora seja superior o conteúdo de potássio, cálcio, magnésio e, sobretudo, demanganês, que atinge 20 mg%, percentagem esta que não e igualada por nenhuma outra frutaou legume. O conteúdo em princípios imediatos e em calorias não é muito alto, especialmenteem proteínas (3 %), gorduras (0, 1 %), hidrato de carbono (11 %), água (82170); 100 g dealcachofras frescas dão umas 50 calorias.

Investigações francesas encontraram em 1934 uma substância ativa especial, denominadacinarina, que conseguiram isolar e cristalizar. Posteriormente, Pannizi e Scarpati descobrirama composição química da cinarina que resultou ser o ácido di-cafeilquínico.

O significado terapêutico das alcachofras é muito antigo. Na idade Média, já se conhecia a suainfluência na formação da bílis. No século XIX realizaram-se numerosas investigaçõessistemáticas sobre o extratos de alcachofra, que deram os seguintes resultados principais: oextrato completo de alcachofra fresco atua especialmente para regular diversas funçõeshepáticas, sobretudo a formação de bílis (colerético) e as funções antitóxicas. Além disso,também regula e facilita a saída da bílis (colagogo) e ajuda nas alterações originadas porestases hepáticas, como pressões e dor no

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ventre, vômitos, enjôos, flatulência, vertigens, alterações intestinais (diarréia, prisão de ventre,atonia) e prurido retal. Também exerce uma ação reguladora sobre os rins, devido a maioreliminação da água e das substâncias de refugo.

Outros ensaios também demonstraram que as alcachofras produzem um aumento dos ésteresda colesterina no sangue, ao passo que diminuem as colesterinas livres mobilizando-as dostecidos e acelerando a sua excreção, e exercendo, como conseqüência desta ação, um efeitoprotetor contra a arteriosclerose.

Emprego -- O emprego das alcachofras na dieta é recomendado nas doenças funcionais ouorgânicas do fígado, vesícula biliar, colédoco e em todas as doenças dos órgãos do aparelhodigestivo. Também são de grande utilidade nas alterações do metabolismo originadas porenfraquecimento ou insuficiência das funções renais.

Também o alto teor de manganês nas alcachofras apresenta utilizações dietéticas. Comoconseqüência, as alcachofras podem ser úteis quando for necessária uma ativação dosfermentos, nas alterações do metabolismo celular e nos sintomas de deficiência da vitamina B.

As alcachofras podem utilizar-se em suco fresco, como infusão e ainda preparadas comosaladas e legumes.

Alho-Porro

0 alho-porro (Allium porrum) é cultivado largamente em toda a América do Sul. O pequenobulbo, de escassa reprodução, dispõe de grande número de raízes fibrosas e brancas, semramificações na terra. Folhas grandes, lineares e de nervuras longitudinais rodeiam os bulbosque ficam enterrados no chão.

Extraem-se do solo os bulbos com folhas e talos. Colocam-se as plantas em lugar protegido,ao ar livre ou no sótão. Como a planta se tem de manter fresca para o seu consumo imediato,não é recomendável a dessecação.

Composição e Propriedades -- A matéria ativa principal é um óleo enxofrado e essencial(óleo de alho) que, entre outros componentes, contém sulfureto de alilo, que exerce suaveexcitação sobre as glândulas das vias gastrintestinais e no fígado, pâncreas e vesícula biliar,evitando a formação de produtos de fermentação e de putrefação e abrindo o apetite.Encontramo-nos, pois, com:

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a) Um efeito sobre o aparelho digestivo em geral.b) Um efeito sobre as vias respiratórias. Como o óleo de alho é expelido em parte pelospulmões, torna-se mais fácil a reparação das vias respiratórias nos catarros bronquiais.

c) Um efeito sobre as vias urinarias. Além disto, o alho-porro também exerce um efeitodiurético, devido ao conteúdo em óleos essenciais, potássio, ácido salicílico, nitrato sódico e

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magnésio.

d) Uma crescente excitação dos centros deformação de sangue, devido ao seu conteúdo emcompostos orgânicos de ferro. Não devemos menosprezar o seu conteúdo em vitaminas C,sobretudo por se dispor dela durante o inverno.

Aplicações -- 1. Como planta curativa, o alho-porro conta na medicina com pequenaconsideração, embora seja ao mesmo tempo um alimento e um remédio. É eficaz contradeficiências de vitamina C, doenças renais, doenças do metabolismo, obesidade, degeneraçãode vasos do sangue, ajudando nos catarros bronquiais agudos e, sobretudo, nos crônicos,assim como nas doenças do fígado, estômago e intestinos.

2. Como legume e salada. O alho-porro presta-se igualmente para consumo cru ou cozido.Este último é excelente no inverno como depurativo do sangue. Aproveitam-se para isso asfolhas.

3. Como condimento. O alho-porro é tradicionalmente conhecido como condimento para sopa.Mas deve ser adicionado sempre quase no fim, para ser pouco cozido. A maior parte dasvezes emprega-se nas sopas de batatas e em molhos. Totalmente cru, emprega-se comocondimento em saladas de verduras, com batatas e com requeijão. Também é bom pararegimes crus e dietas. Os rebentos que aparecem no segundo ano nas raízes das plantas sãomuito saborosos adicionados a saladas, a legumes e à carne.

AspargosSob o ponto de vista da Botânica, o aspargo (Asparagus officinalis), da família das Liliáceas, éum talo de cerca de um metro de altura e tem tinia raiz lenhosa. Os que se compram não sãomais do que os rebentos recentes de um talo de numerosos rebentos, cujo desenvolvimentoinicial exige uns três anos.

Composição e Propriedades -- Tão antiga como o cultivo do aspargo é a observação dosefeitos diuréticos dos renovos das raízes e daí o seu significado terapêutico. Esteconhecimento tem-se

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mantido em todos os tempos, embora presentemente desempenhe um papel na dieta que nãoestá limitado às doenças renais.

Como matérias ativas componentes, os aspargos apresentam a seguinte composição:

100 g de aspargos contêm:

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Água..................................95,3 %Proteínas.............................1,6 %Gorduras.............................0,1 %Hidrocarbonetos................1,7 %Calorias............................14,0Celulose..............................0,63 %Excesso de bases.............1,1 gVitamina C.......................25,0 mgVitamina B1...................... O ,025 mg

Modo de Ação e Emprego -- De tudo isto se deduz uma grande insuficiência em calorias esobretudo em proteínas, assim como em geral um escasso valor em todas as matériasplásticas. Muito cozidos e sem lhes acrescentar molho de manteiga, os aspargos podem servirpara o regime dos obesos. Mas se forem preparados com adições de calorias, manteiga, ovos,nata ou farinha, farão parte da alimentação de anêmicos, convalescentes ou pessoas quenecessitem de unia superalimentaçao.

0 escasso conteúdo em hidrocarbonatos torna-os apropriados para o regime dos diabéticos,porque enriquecendo os aspargos com manteiga, nata ou ovo ficam um alimento de grandevalor para os ditos enfermos.

A celulose, impossível de digerir, atua como excitante do intestino e como matéria de recheio.Acelera, por conseguinte, o trabalho do intestino grosso, o que vai beneficiar os obesos e osdoentes dos intestinos.

A virtude curativa dos aspargos é conhecida já de há muito tempo, especialmente o seu efeitosobre os rins. Através do incremento da atividade celular dos rins, chega-se a maior expulsãode água, descrita já pelos antigos médicos e conseguida sem provocar nenhuma irritação.

Como, porém, não conseguimos esclarecer o mecanismo do efeito dos aspargos sobre os rinspor meio dos elementos componentes que até agora conhecemos, temos de nos conformarcom o fato real de que os espargos exercem um efeito excitante nas funções renais e quepodem ser consumidos até mesmo durante enfermidades inflamatórias dos rins.

Consegue-se um efeito indireto também com os aspargos como remédio de uso interno noseczemas crônicos, já que todos os remédios vegetais de uso interno para o tratamento deeczemas atuam mediante o incremento da atividade renal e uma excitação das funçõesglandulares.

CouvesA couve (Brassica) pertence à numerosíssima família das Crucíferas (umas 1.900 espécies),que compreende quase sem exceção todas as verduras. Contém nu-

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merosos óleos consistentes e enxofrados que estimulam o apetite e reforçam as secreçõesdas glândulas, especialmente no tubo gastrintestinal. As formas de cultivo mais comuns são acouve portuguesa, a couve galega, a couve lombarda, a couve crespa ou de Sabóia, a couvede Bruxelas, a couve-rábano, a couve-flor, o repolho, os brócolos, os nabos e as nabiças.

Composição e Propriedades -- Até hoje, infelizmente, os químicos não nos podem dizermuita coisa a este respeito. Conhece-se, porém, o conteúdo das diferentes variedades decouves quanto às principais substâncias alimentares, conforme se vê no quadro que se segue.

O conteúdo mineral corresponde completamente ao das outras espécies de verdura. Alémdisso, todas as variedades de couve, assim como todos os legumes, possuem elevadoconteúdo de bases.

Todas as variedades de couve mostram, de resto, um pequeno conteúdo de caroteno, primeiroescalão da vitamina A, assim como de vitaminas B i, B2, C e K.

Os elementos que entram na sua composição são muito escassos em calorias, mas, segundoa experiência mostra, satisfazem muito bem a sensação de apetite. Esta característica podeaproveitar-se no regime para obesos, preparando pratos pobres em calorias, isto é, semgordura nem fécula. As variedades de couves com paredes celulares delgadas, como acouve-flor, a couve-nabiça, podem, por outro lado, preparar-se com a ajuda de nata, ovos egordura para a alimentação de enfermos desnutridos ou de alimentação difícil.

Também, como nas demais verduras de folhas, as variedades de couves constituem umalimento sumamente apropriado para os diabéticos, porque suportam mui-

Teor alimentar em 100 g Águaem g

Proteínasem g

Gordurasem g

Hidrocar-bonatos em

gCalorias

Fibrabruta em

g

Repolho........................Lombarda ...................Couve galega .............Couve crespa .............Couve de Bruxelas......Couve-flor ....................Couve-nabiça .............

92,190,180,089,685,690,989,3

1,51,34,92,73,51,82,5

0,20,10,90,50,30,20,2

4,24,911,25,05,23,85,9

25277436402636

1,71,31,91,31,60,91,7

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tíssimo bem o seu conteúdo em hidrocarbonatos, talvez por facilitarem o aproveitamento dasmatérias auxiliares, que atuam de forma análoga à insulina.

Para o homem são, a couve tem sido desde a Idade Antiga um alimento sempre importante evariado, como hoje. Nunca se insistirá demasiado em que os legumes, as verduras, os cereais,as frutas e os produtos lácteos, numa preparação simples e natural, oram sempre a base (laalimentação sã, continuando ainda agora a sê-lo. Com respeito à composição química dacouve e das suas variedades, indica-se com frequencia que são pobres em proteínas e

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matérias nutritivas, que cheiram mal, que são de difícil digestão e de pouco proveito, que têmpoucas calorias, que carregam os intestinos, que produzem flatulências, etc. Estaspropriedades negativas, freqüentemente atribuídas às hortaliças, e em especial à couve e suasvariedades, só se justificam quando as verduras se desnaturalizam e se desvalorizamtotalmente na cozinha «seleta», cozendo-as, suavizando-as com bicarbonato de sódio,branqueando-as, salgando-as e recobrindo-as de farinha ou de extratos de carne ou degorduras salgadas.

Na forma mais simples, consumidas em parte como alimento cru, em parte impregnadas compouca gordura, as nossas variedades de couve tomadas em quantidades moderadasconstituem um importante alimento preventivo para jovens e velhos.

Emprego do Suco de Couve nas úlceras do Estômago -- O suco de couve pode ostentar jáum significado médico. O médico americano Dr. Carnett Cheney (Universidade de Stanford)tem publicado, desde 1940, uma série de trabalhos científicos sobre o tratamento das úlcerasdo estômago e do duodeno com suco de couve. Obtinha o suco centrifugando couve crua efazia os doentes tomarem quatro ou cinco vezes diariamente, de 200 a 250 cm3 de suco cru.Informou que mediante este tratamento ao cabo de cinco dias, no máximo, conseguia fazercessar as dores, curando-se as úlceras, nuns catorze dias. O Dr. Cheney vê a causa desteefeito principalmente na presença de algum elemento ainda desconhecido e a que chamavitamina U. Esta substância, de existência ainda insegura, está contida na gordura da couve,encontrando-se também provavelmente na salsa, na alface, no aipo, nos ovos e no leite cru. Acouve refogada ou murcha perde esta vitamina.

Os médicos suíços Strehler e Hunziker praticaram o tratamento de úlceras com suco de couve.Fizeram os doentes tomarem, além de um litro diário do dito suco, com uma ligeiraalimentação básica, um litro de purê de banana com um pouco de nata e ovos. Com esteregime não conseguiram acelerar o processo de cura por efeito da vitamina U (fator

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antiulceroso) nos doentes de gastrite e úlcera do estômago. Nos enfermos de úlcera doduodeno e de colite ulcerosa puderam, em contrapartida, comprovar uma redução do tempode cura. Esta, nos doentes de úlcera do duodeno, precisou, em média, de três semanas e,num dos casos, apenas de sete dias. Os êxitos dos mencionados médicos na inflamação doduodeno, sempre de difícil cura, resultaram sobremaneira decisivos e deverão servir de basepara posteriores investigações.

Outras Indicações Terapêuticas -- Na alimentação dos doentes, como se disse atrás,cumpre ter em conta as características dietéticas das diversas variedades da couve. Assim,aos doentes do estômago e do intestino devem dar-se naturalmente só as espécies mais finas,tais como couve-nabiça e couve-flor, ao passo que aos doentes de atonia intestinal ou comprisão de ventre crônica se devem dar as espécies mais fortes, excitantes das paredesintestinais, como couve galega e couve de Bruxelas, com as quais se sentirão aliviados, desdeque não se apresente uma excepcional proliferação bacteriana intestinal; neste caso, seriamais oportuno um produto ácido do repolho, cru ou cozido ou em suco, e chegaríamos assim aum derivado da couve que não só é são como também possui um evidente valor médico, acouve fermentada (Chucrute).

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Não só na Alemanha, como também em muitos outros países se aprecia muito como alimentoo repolho fermentado ou chucrute.

Mas não se passou por alto o seu valor medicinal. De acordo com os nossos atuaisconhecimentos, a couve fermentada consegue atuar como meio de cura e de correção de umasérie de doenças. A prevenção das avitaminoses assim como a sua cura é devida ao elevadoconteúdo deste alimento em minerais e vitaminas, e especialmente a C .

Evacua os sucos e gases pútridos, atua como remédio na úlcera do estômago, reforça osnervos e colabora em grau considerável para a formação de sangue; deste modo, muitaspessoas que comem o chucrute vêem transformar-se a palidez do rosto num belo colorido queé sinal de saúde.O princípio curativo da couve fermentada é devido provavelmente ao elevado conteúdo emácido láctico natural, de cujo favorável efeito em doenças muito difundidas, comoarteriosclerose, reumatismo, gota e males hepáticos, muito haveria que dizer.

E temos de citar ainda outra coisa. A couve fermentada já demonstrou o seu valor comoalimento para diabéticos; consumida em grande quantidade tem influído muitas vezesfavoravelmente no quadro clínico.

0 suco de couve crua é especialmente eficaz como remédio contra as lombrigas,nomeadamente nas parasitoses intestinais infantis. Não só é barato como também, e aocontrário dos específicos vermífugos freqüentemen-

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te tóxicos, é absolutamente inofensivo.

Se se deseja conservar o valor medicinal da couve fermentada, devido ao seu conteúdo emvitaminas, minerais, ácido láctico e colina, o consumo deverá ser a cru. Podemos prepará-lade diferentes modos. Corta-se ou pica-se, depois de espremido o suco, para que este nãoencharque a tábua de picar e se perca. Uma vez fragmentadas as folhas, volta-se aacrescentar-lhes o suco. Mistura-se depois cebola e finalmente alho e azeite. Se não se tinhajá deitado temperos, juntam-se agora. Douram-se em azeite cebolas finalmente cortadas edeitam-se sobre a couve. Querendo comer morna, levar ao forno, mas não deve chegar aaquecer.

Também se acrescentam maçãs raladas e mistura-se tudo isto com alguma nata batida.Finalmente, também se pode preparar a couve fermentada com beterraba, um pouco decenoura, nata ou azeite.

Espinafres

0 espinafre (Spinacia oleracea) é tinia Quenopodiácea, que provavelmente procede doOriente.

Composição e Propriedades -- Como em todas as hortaliças de folhas, o espinafre não

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possui tini conteúdo extraordinário de substâncias nutritivas. Em 100 g de espinafre figuram 93g de água, 2,3 g de proteínas, 0,3 g de gordura, e 1,8 g de hidrocarbonatos, e apenas umas 20calorias. É, porém, importante o seu rico conteúdo de vitaminas, valiosos minerais em formade sais, clorofila, oligoelementos e fermentos. Do que vamos apresentar em seguida podededuzir-se facilmente o seu enorme valor fisiológico e nutritivo.

Os elementos ativos do espinafre são tão numerosos que, como se costuma dizer, substituemmeia farmácia. Esta comparação não é exagerada. Esta saborosa hortaliça de folha é rica emcálcio, fósforo e enxofre. Só com estes três fatores ocuparia já um lugar destacado no regimenutritivo. Mas o mais importante é outra coisa: o espinafre oferece uma composição ideal detoda a melhor farmacopéia que é necessária e eficaz para a formação do sangue, isto e:arsênico (0,009 mg em 100 g), cobre, lodo, ferro (10 mg em 100 g), vitamina C e clorofila, queé quimicamente muito parecida com a hemoglobina humana.

Que laboratório pode oferecer uma maior composição? Os nossos preparados de ferro nãoconseguem melhores resultados que o suco cru de espinafre, tal como

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o de urtigas, que é de riqueza potencial equivalente. O suco de espinafres já demonstrou a suaeficácia no tratamento de meninas anêmicas, durante os anos de desenvolvimento, paraacelerar a reposição de sangue, depois das operações, assim como para hemorragias internasou declaradas ocultas, cujo tratamento cirúrgico eventual não se deve abandonar. Mas, se istonão fosse suficiente para nos convencer do valor excepcional do espinafre, podemosacrescentar que o espinafre ocupa o primeiro lugar, corri grande vantagem, entre as hortaliças,pelo seu conteúdo em proteínas, vitaminas e elementos minerais. Como, além disso, oselementos básicos excedemos ácidos, assim a urina, com uma alimentação abundante emespinafres rende, sempre que não se consumam muitos alimentos de grande produção deácidos, tais como carne, ovos, avelãs, nozes e semelhantes ou cereais, a uma reação alcalina,que é a que se procura nas doenças para a desintoxicação, evacuação e expulsão de sal.

Contém vitamina A em quantidade notável, isto é, a vitamina para a proteção da pele e dasmucosas, que nem sequer se perde por cocção, evaporação ou conserva. Também não sedeve menosprezar o excelente conteúdo de vitaminas B e C. Estas características tornamevidente que o espinafre o seu suco desempenham um papel importante nas doençasgástricas da amamentação primeira infância. Naturalmente, pode dizer-se o mesmo a respeitoda alimentação dos doentes.

Este louvor dos espinafres tem, além disso, uma estrofe que não deve ser esquecida. Já foicantada pelos árabes que sabiam que o espinafre é «bom para o fígado, remédio para aicterícia e laxante para a digestão». Esta antiqüíssima experiência e comprovação explica-sehoje com a descoberta da presença da secretina no espinafre, que combinada com a saponina(elemento de características semelhantes às do sabão) exerce um efeito de aceleração eaumento (la secreção no fígado, na vesícula biliar, no pâncreas, estômago e intestinos.

Usos Terapêuticos -- O efeito curativo do espinafre ou do seu suco, segundo uma velhaexperiência e uma moderna investigação científica nos casos de anemia (sobretudo naschamadas hipocrônicas), eczemas cutâneos crônicos prisão de ventre, insuficiência funcional

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das glândulas digestivas (fígado, pâncreas), escrófulas e avitaminoses, é devido a causas quepresentemente são bem conhecidas.

Emprego Como Alimento -- Como o espinafre não só possui energia curativa, mas tambémpreventiva, temos de lhe dar o lugar que merece na nossa cozinha e consumi-lo como legumefresco na medida do possível, aproveitando sempre a água em que for

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cozido, para não perder nada do seu valor.

Ruibarbo

Por ruibarbo (Rheum Officinale) entende-se geralmente a raiz seca e pelada de algumasvariedades do gênero «Rheum» oriundo da China e do Tibete. Além do ruibarbo comum,também se cultivam entre nós outras espécies de Rheum, todas elas exóticas e com asmesmas aplicações, como o Rheum Palmatum, ruibarbo palmeado ou ruibarbo da Rússia.

Da forte cepa nasce e cresce rapidamente um renovo que chega a dois metros da altura, comas conhecidas folhas largas em forma de coração, os talos ocos e as coroas de flores emforma de cachos.

O emprego do ruibarbo para uma depuração é a formula mais cômoda e simples para apopulação urbana, sumamente dependente do seu trabalho profissional. Até mesmo entre oshabitantes das cidades mais afastadas na Natureza o ruibarbo ainda hoje continua a ser, ummeio apropriado para tal efeito, como já o foi desde as mais remotas eras no seu lugar deorigem, a China e o Tibete. O atual ruibarbo comestível é uma mistura de diferentesvariedades. O seu fácil cultivo e as suas numerosas aplicações têm contribuído para a difusãoda sua cultura.

Composição e Propriedades -- Sabemos hoje que o efeito excitante do ruibarbo sobre osistema hepático-biliar e as glândulas das vias intestinais não e causado apenas por umcomposto químico perfeitamente conhecido, a «antraquinona», à qual corresponde um efeitoespecial no' intestino grosso, mas também por substâncias denominadas glicósidos, isto é,elementos semelhantes aos açúcares que, por uma prolongada armazenagem, ou também porcausa dos fermentos atuando a quente, se desdobram em antraquinona e em açúcar. O efeitodas outras partes componentes, como substâncias tanínicas, pectina, glicose, frutose, amido,fitosterina, fermentos e, sobretudo, ácidos málico, cítrico e oxálico, produz-se em presença doscitados elementos. Os doentes com cálculos renais ou propensos a isso, devem mostrar-semuito prudentes no consumo de alimentos na base de ruibarbo. Em todos os outros casos, sãobastante estimulantes a compota, em alimentos panificados e doces, os pudins e o doce deruibarbo, supondo para os doentes uma mudança bastante agradável. Partidos aos pedaços econservados em frascos ou vidro esterelizados e cobertos

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de água, os ruibarbos conservam-se frescos por muito tempo.

Emprego e Contra-Indicações -- Durante a guerra tornou-se crítico por algum tempo oaproveitamento do ruibarbo. Sentimo-nos na obrigação de desaconselhar o emprego doruibarbo como legume, sobretudo dispondo na mesma época de outros legumes e verdurassilvestres não prejudiciais e abundantes, por causa do seu elevado teor de ácido oxálico. Outracoisa multo diferente é o aproveitamento dos pecíolos das folhas para compota, que gozaatualmente, como sempre, de grande popularidade, e que praticamente nunca produziu efeitosprejudiciais, não obstante a presença daqueles ácidos. Note-se, em vez disso, o suave efeitolaxante do ruibarbo cru ou cozido como excitante suave e depurador. Temos, portanto, decontá-lo entre os alimentos de natureza nutritiva e curativa.

2. Legumes e Hortaliças Sem Folhas

Abóboras

Originária da América tropical, a abóbora (cucurbita pepo) é hoje muito apreciada.

Emprego Como Vermífugo

Não podemos esquecer que a abóbora figura com insistência nos escritos de Hipócrates. Apartir ele então encontra-se recomendada em todos os antigos e modernos herbolários comoum bom meio diurético, e as suas sementes como excelente vermífugo.

As pevides maduras (verdadeiras sementes) contêm uma substância, ainda não conhecida,que diminui a capacidade de adesão da cabeça da tênia. Como excelente meio ele expulsãode «solitárias», empregam-se as sementes de abóbora do seguinte modo:

1. Depois de uma dieta absoluta num mínimo de doze horas, as crianças devem consumir de200 a 400 g e os adultos de 400 a 700 g de sementes de abóbora, sem casca e o mais frescaspossível, preparadas com leite cru, em três doses, dentro do prazo aproximado de três horas.Passadas duas ou três horas, tomar-se-á um purgante, de preferência duas ou três colheradasde óleo de rícino. Não se toma nenhum outro alimento. À noite é conveniente comer umasalada de cenouras cruas, pois que também é um vermífugo.136

Se no dia seguinte as tênias não tiverem sido expulsas (como ocorre na maior parte doscasos), repetir uma vez mais o tratamento.

2. Tomam-se 30 g de sementes de abóbora pulverizadas e misturam-se com 10 g de infusãode absinto, preparando-se uma beberagem que primeiro se deixa destilar durante doze horasnum quarto de litro de água fria, coando-se e voltando a destilar durante uma hora num quartode litro de água fervente. Misturam-se as duas infusões, bebendo-se durante o dia.

3. Para uma cura, esmagam-se 150 g de sementes de abóbora, batem-se num pouco de leitecru e tomam-se. Duas horas depois toma-se também um purgante.

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Outras Indicações Terapêuticas -- Além das sementes de abóbora, também se emprega apolpa destes enormes frutos como um dos meios diuréticos eficazes e não irritantes para asdoenças dos rins e do coração que são acompanhadas de hidropisia. Diga-se a este respeitoque o emprego de abóbora supõe um apoio não desprezível no tratamento médico dasafecções mencionadas. Todas as variedades de abóbora são também laxantes e depuradorasde tóxicos intestinais que elevam a pressão arterial. São sempre recomendáveis na tendênciapara a prisão de ventre e nas hemorróidas.

Cortam-se quilo e meio a dois quilos de abóbora em pequenas porções, que se fazem em purêespesso, cozidas a fogo lento, adicionando-lhe um pouco de leite. Este purê, embora não sejamuito saboroso, consome-se durante um dia, sem se tomar nenhuma outra espécie dealimento. Estas dietas de abóbora, que devem efetuar-se com a maior freqüência possível,expulsarão a água excedente em muitos casos. Como se disse, só hão de servir de elementode apoio ao tratamento médico e nunca se procurará substituí-lo por tal processo.

Emprego Como Alimento -- Pode usar-se a polpa suculenta e dourada da abóbora de modoconveniente a obter um alimento complementar nutritivo, saboroso e são. Em qualquer saladade frutas ou salada com pepinos e maçãs, doce ou ácida, conforme se preferir, ou mista debatatas, alface ou chicória, e como doce, legume ou salsa. Deve empregar-se na preparaçãode quase todos os doces, especialmente no de ameixas, para variar o sabor e dobrar aquantidade, o que se torna um benefício na economia doméstica.

Berinjela

As berinjelas (Solanum melongena) são parentes próximos do tomate. Supõe-se que a suapátria de origem foram as Índias Ocidentais e cultivam-se hoje abundantemente em nossopaís.

Características e Emprego -- Os frutos empregam-se para sa-

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ladas, ou então fritos, cortados às rodelas, recobertos ou não. A polpa, de coramarela-esverdeada, torna-se tão suave e delicada quando é cozida ou assada que se desfazna língua. Contém apenas algumas fibras indigeríveis e tem um aroma agradável.

No que diz respeito ao conjunto da sua composição nutritiva, é bastante parecida com aabóbora.

Contém 1,3 % de proteínas, 0,2 % de gorduras, 4,8 % de hidratos de carbono e 92 % de água;100 g de berinjelas frescas dão origem a 27 calorias.

Devido à sua pobreza em calorias, à quase ausência de fibras indigeríveis, ao seu bom aroma,ao delicado paladar e à multidão de possibilidades de preparação que tem, a berinjela deveser empregada ria dieta do tratamento das seguintes doenças; afecções do coração e dosistema circulatório, padecimentos renais e do fígado, doenças do metabolismo(especialmente no diabetes), reumatismo, gota e nas doenças do estômago e intestinos.

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A ervilha cultivada (Pisum sativum) procede, ao que parece, da silvestre (Pisum arvense).

As ervilhas doces constituem com as suas vagens tenras e verdes um excelente alimento paradoentes. Como ervilha de semeadura prefere-se a madura e amarela que se pode empregarna obtenção de sopas, legumes ou farinhas nutritivas.

Composição e Propriedades -- Do seguinte quadro pode deduzir-se a grande diferençaquanto ao valor alimentar entre as ervilhas frescas, tenras e verdes e as maduras, secas eamarelas:

As ervilhas maduras são ricas em proteínas e amido e produzem, por conseguinte, umaquantidade de calorias, mas contêm um excesso de ácidos e são de digestão difícil. Em troca,as ervilhas verdes e tenras têm um valor nutritivo muito menor, mas sempre superior ao deoutros legumes verdes. Além disso, com os seus elementos glicósidos de fácil assimilação queocupam o lugar da fécula, tornam-se de excelente

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100g contêm Proteínas Gordura Hidrocarbonatos Água CaloriasErvilhas frescas, tenras everdes............................

Ervilhas maduras, secas eamarelas.........................

6,6 g

23,4 g

0,5 g

1,9 g

12,4 g

47,3 g

17,7 g

14,0 g

83

315

digestão. Também é importante o seu conteúdo em combinações orgânicas de fósforo,lecitina, ferro e potássio.

Emprego Como Remédio e Como Alimento -- Embora não se possa atribuir às ervilhasnenhuma virtude curativa determinada, contudo, pela sua fácil digestão, seu considerável valoralimentar e seu conteúdo mineral, constituem um excelente e apreciado alimento para osregimes de todo o enfermo ou convalescente. Até os doentes do estômago suportam bem aservilhas tenras. Desempenham na alimentação dos doentes o mesmo papel que as hortaliçastenras, as cenouras, os aspargos e a couve-flor.

As ervilhas tenras e verdes têm muita aceitação. Até se podem comer cruas ou só submetidasao vapor da água e azeite.

FeijãoOs feijões (Phaesolus vulgaris) pertencem à família das Leguminosas e possuem um talo altoque se enrola para a esquerda, ao passo que o feijão anão (Phaesolus nanus) é uma plantacom um talo só de 30 a 50 cm e que não se enrola. É muito comum em nosso país.

Muito antes do descobrimento da América, já se cultivava o feijão. Os espanhóis levaram-nopara a Europa, no século XVI, mas não se lhe prestou a princípio grande atenção. Mais tarde,ocupou o lugar da fava (Vicia faba), tão apreciada pelos germanos. Algumas espéciesconsideram-se tóxicas se forem consumidas cruas. A toxicidade varia conforme a espécie, a

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região e o clima, e é devida à presença de ácido cianídrico na faseolina, que desaparececompletamente mediante a cocção. Nem o feijão verde nem as suas sementes se devemcomer crus.

Composição e Propriedades -- Se considerarmos a sua análise química geral, salienta-se asua

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riqueza em vitaminas, sobretudo C, e em matérias minerais (ácido salicílico), oferecendo, emtroca, pouca riqueza nutritiva (proteínas) e poucas calorias.

Este baixo teor calórico de combinação com a abundância em vitaminas e minerais e com aelevada percentagem de componentes celusósicos, fazem do feijão um elementoespecialmente apropriado para as pessoas obesas com atonia intestinal, desde que não sejapreparado com toucinho, como é costume.

A medicina popular considera favorável o efeito do caldo ou infusão de vagens secas de feijãoem: 1) hidropisia das mais diversas origens (coração, rins, gravidez); 2) doenças reumáticas(reumatismo crônico, ciática e gota); e 3) diabetes. O Prof. Henpke confirma o efeitosemelhante à insulina da infusão de vagens de feijão, mas depois dos seus próprios ensaiosclínicos com análises contínuas considera insuficiente a curva de açúcar no sangue e aexpulsão de açúcar pela urina. Até agora supõe-se que os fatores ativos a este respeito sãofaseolina, faseol e arginina para a redução de açúcar no sangue e na urina.

Composição do Feijão Seco -- O feijão branco seco contém uma proporção em proteínas(22%) e em hidratos de carbono (62%) muito semelhante às ervilhas secas e às lentilhas, comas quais também se parece ria quantidade de calorias que produz, aproximadamente 350 por100 g de feijão. Estes legumes possuem, por isso, um elevado valor nutritivo, especialmenteem cálcio (150 mg %) e magnésio (160 mg %), assim como em ferro (10 mg %), cobre 1,5 %)e manganês (1 mg%), tão necessários para a produção normal de sangue. As vitaminas nãofazem parte da sua composição em número notável, embora seja de interesse o conteúdo nasvitaminas fundamentais do sistema nervoso: a Bi (600 ganias em 100 g) e a B2 (240 gamas em100 g).

É surpreendente o elevado conteúdo da amida do ácido nicotínico no feijão (3 - 7, 5 mg em100g), o que lhe proporciona um valor dietético inestimável. A amida do ácido nicotínico, oupara melhor dizer, a substância fundamental desta, o ácido nicotínico forma o núcleo ativo deuma série de fermentos, especialmente das codesidrogenases 1 (difosfopiridinnucleótido) e 11(trifosfopiridinnucleótido), assim como de outras diversas desidrogenases que atuam comotransportadores de hidrogênio na síntese e na degradação dos glícidos, dos ácidos gordurosose dos álcoois. A amida do ácido nicotínico exerce, além disso, uma ação reguladora sobre aformação dos glóbulos vermelhos primários, os reticulócitos, e por esta razão emprega-se comêxito nos casos de anemia perniciosa. Na prática clínica resulta de grande interesse oemprego desta substância para manter dentro da normalidade as funções do aparelho

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digestivo, da pele e do sistema nervoso.

O feijão também vai fazer parte dos alimentos com alto teor em ácido pantotênico, ao lado daservilhas, da cenoura, da couve-flor e das folhas da urtiga. A razão do seu valor dietéticoassenta, como no caso anterior, no fato de o ácido pantotênico fazer parte de unia coenzima(coenzima A), que desempenha um papel importantíssimo mo na síntese da acetilcolina, nadesintoxicação de corpos estranhos ao organismo, como os medicamentos e venenos, e nometabolismo das proteínas e das gorduras. Por todas estas razões, é tinia substância não sóimportante, mas também vital. Por outro lado, protege a pele e as mucosas contra asinfecções, mediante um incremento da sua resistência, e normaliza o seu metabolismo. Temtambém uma grande influência no crescimento e na pigmentação do cabelo.

Emprego Terapêutico do Feijão Seco -- O feijão branco, seco, manifesta-se mediante umaanálise mais minuciosa não só como um elemento de alto valor nutritivo com grande conteúdoenergético, mas também como excelente recurso dietético nos casos de alterações dometabolismo (hepatopatias) na anemia perniciosa, nas doenças dos órgãos do trato digestivo(processos inflamatórios crônicos, perturbações funcionais, especialmente nos estados dedebilidade), assim como nas afecções da mucosa bucal (estomatite, aftas, úlceras, estomatitegangrenosa ou noma).

Devido à sua função protetora no caso das mucosas e da pele, é conveniente empregá-locomo alimento de preferência nas doenças do aparelho respiratório, como são, por exemplo,os catarros crônicos do nariz (rinites crônicas e de origem vasomotora, coriza do feno), dosbrônquios e dos pulmões.

Também nas doenças cutâneas é o feijão um magnífico remédio pelo seu alto teor nos ácidosnicotínico e pantotênico. Pode recomendar-se o consumo de feijões secos nos casos dedermatose de natureza alérgica, eczemas, pruridos, acne e alterações pelagrosas.

Os dois ácidos tão repetidamente mencionados, o nicotínico e o pantotênico, desempenhamum papel importante no tratamento das doenças dos órgãos pilosos, pelo que devem serti-atadas mediante a alimentação normal nas maiores quantidades possíveis, e daí é quederiva o interesse dos feijões nos casos de queda do cabelo em todas as suas formas(alopecia parcial ou total e nas quedas difusas dos pêlos), nos cabelos de qualidade deficiente,cabelo frágil, secura capilar, despigmentação e na formação da caspa (seborréia).

Outros alimentos especialmente ricos em ácido pantotênico, além dos legumes mencionadosatrás, são: levedura seca, cereais (especialmente os seus farelos), nozes, o fígado e os ovos.

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O grão-de-bico (Cicer arietinum L.) procede, provavelmente, da região oriental da baciamediterrânica. Presentemente, é unia planta que se encontra largamente cultivada em todos ospaíses mediterrânicos. Ainda não se conhece a data do início da sua cultura. Os primeirosdados seguros encontram-se em Teofrasto e Dioscórides.

Todas as partes da planta estão recobertas por uma curta e ereta velosidade glandular queproduz uma secreção viscosa contendo ácidos málico, acético e oxálico.

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Composição e Propriedades -- As sementes, os denominados grãos-de-bico, conhecem-sefacilmente pela sua forma. 100 grãos pesam cerca de 25-37 gramas. Atualmente atribui-se-lhea seguinte composição: proteínas, 17-23%; gorduras, 4-5%; hidratos de carbono, 63,5 %; fibrabruta, 3,5-5,5 %; água, 14,8 %; cinzas, 3,2 - 3,4 %.

As cinzas são muito ricas em fosfatos. Devido ao seu alto teor em substâncias alimentares, oseu valor nutritivo é logicamente muito elevado. O grão-de-bico constitui um alimento muitoapreciado por todas as classes sociais.

Utilização Como Alimento e Remédio -- Sob o ponto de vista dietético, o grão-de-bicodesempenhou na antiguidade um papel importante. Foi empregado como meio eliminador daágua (diurético) na hidropisia; como meio para facilitar as menstruações (emenagogo), comoafrodisíaco e cosmético. S. Hildegard indica-o como alimento leve e agradável e também comoremédio contra a febre.

As sementes maduras ou verdes usam-se como as ervilhas ou as lentilhas, em sopas ou comolegume. Também como farinha, especialmente no Oriente e na Bulgária, onde se mistura comfarinha de trigo e é empregada depois de fermentar para a preparação de pão. Da variedadecom sementes pretas prepara-se um sucedâneo do café.

Lentilhas

As lentilhas (Lens esculenta L.) são originárias da região mediterranica. No Orientecultivavam-se já nos mais remotos tempos. Formam matas anuais, que produzem frutos emvagem (leguminosas).

As lentilhas podem ser utilizadas para preparar guisados, saladas, empadões ou sopas,manjares que não só são relativamente

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baratos, mas que também são muito bem aceitos. O purê de lentilhas e o purê de ervilhas sãoa parte fundamental de muitos pratos de sopa.

Composição e Propriedades -- As lentilhas são também de bastante interesse sob o pontode vista dietético. Contêm, como as ervilhas secas ou o feijão branco, elevada quantidade deferro (lentilhas, 9 mg %; ervilhas 6 mg%; feijão branco 10 mg %), cobre (0,7%), fósforo (1.200mg % de anidrido fosfórico em 100 g), cálcio (100 mg%). O seu valor nutritivo é muito alto,devido ao conteúdo de proteína de 22 g% e de 50 g% de hidratos de carbono. Especialmenção merece também o conteúdo em vitamina B1 (500 gamas em 100 g), em vitamina B2(320 gamas em 100 g) e lecitina. Também estão presentes a vitamina A (175 U. I. em 100 g), oácido nicotínico (3 mg em 100 g) e a vitamina E.

O ferro é uni elemento vital, pois é o principal componente da hemoglobina e de diversosfermentos (fermentos respiratórios, catalases, oxidases), que participam nos processos derespiração celular (processos de oxidação).

Quando o corpo humano é pobre em magnésio -- o que pode ser averiguado medindo o

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conteúdo em magnésio do plasma sanguíneo, cujo nível nunca deve baixar de 2,2 a 1 mg% --a concentração de colesterinas e produtos da degradação das proteínas como substânciasobrigatórias na urina encontra-se elevada.

O metabolismo do cálcio encontra-se em estreita correlação com o magnésio. Umaalimentação com alto teor em cálcio eleva também as necessidades em magnésio; por outrolado, um consumo elevado de magnésio aumenta a eliminação de cálcio.

As necessidades de ácido fosfórico são geralmente cobertas se a alimentação contiver cálciosuficiente. O ácido fosfórico é necessário para a estruturação dos ossos, sendo além disso umfator fundamental para a manutenção correta do equilíbrio ácido-básico, intervém nometabolismo dos hidratos de carbono e faz parte ainda de numerosas proteínas do corpo. Aadministração suficiente de fósforo assegura a capacidade de trabalho da musculaturacorporal.

Sobre o papel das vitaminas do grupo B no metabolismo e para os nervos não é necessárioinsistir neste lugar.

Emprego das Lentilhas na Alimentação -- Desta curta exposição da composição daslentilhas pode concluir-se que devem ter

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um lugar proeminente na alimentação das pessoas delicadas, subdesenvolvidas, nervosas,anêmicas e desnutridas. Contudo, como o teor proteínico das lentilhas não é completo e, poroutro lado, não são facilmente digeríveis, devem complementar-se com muitas batatas,legumes e saladas.

A água da cocção das lentilhas pode utilizar-se como bebida para ajudar o tratamento dasparasitoses por vermes intestinais.

As lentilhas não escurecem por cocção se forem acompanhadas de algumas batatasdescascadas, que se deixam esfriar em conjunto.

As lentilhas, como outros frutos de vagens, devem ser conservadas em lugares frescos.Misturadas com duas colheres de sopa de sal podem ser conservadas sem que sejamatacadas por nenhuma afecção (gorgulhos).

Melão

Muito próximo do pepino, o melão (Cucumis melo) procede das zonas tropicais (la Ásia e daÁfrica, e pertence à família das Cucurbitáceas.

Os melões apresentam-se nos países quentes em grandes quantidades de formas e devariedades.

Composição, Propriedades e Usos -- A composição nutritiva dos melões é a seguinte:proteínas, 0,7-1 %; gorduras, 0,250,33%; hidratos de carbono, 2-6%; água 90%. Nesta últimafração encontram-se 8 mg% de sódio, 75 mg% de potássio, 11 mg% de cálcio, 3 mg% de

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magnésio e 1 mg% de ferro. Entre as vitaminas é de interesse o teor em vitamina A, com 600U.I. em 100 g de substância fresca, e a maior distância encontra-se a vitamina B1 com 6gamas, a B2 com 35 gamas, o ácido nicotínico com 0,2 mg e, por último, 7 mg de vitamina C.

Referindo-se à suculência dos frutos dizem os vendedores de melões napolitanos: «Coma,beba e lave a cara com eles».

Os melões utilizam-se como sobremesa, geralmente frescos, com ou sem açúcar e às vezescondimentados com gengibre. O melão suculento é muito refrescante. Os melões podemtambém usar-se como compota ou utilizar-se para fazer doce.

Na França, empregam-se muito os melões como guloseima condimentados com sal oupimentão. Consumidos em grandes quantidades podem causar peso no estômago, cólicas ediarréias.

As sementes e as raízes empregam-se como vomitórios pelo seu

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alto teor em emetina. Não tem um sabor peculiar determinado.

Pepinos

O pepino (Cucumis sativus), como a abóbora, pertence à família das Cucurbitáceas.

Composição -- A idéia bastante espalhada de que o pepino carece de valor nutritivo éequivocada. Não se pode, decerto, classificar o pepino de -«nutritivo» no sentido vulgar, pois émuito pobre nos chamados elementos de massa: proteína, gordura e fécula. Consisteprincipalmente de água, mas pode provar-se a presença nela e em dissolução de vitaminas eminerais, tão importantes numa alimentação completa, como os fatores de massa. Com razãose tem popularizado o pepino como alimento em muitas preparações.

Usos do Pepino -- Os pepinos exercem três efeitos característicos no organismo humano: odiurético, o laxante e o depurativo, que participam proporcionalmente no seu valor dietético.

O efeito diurético ou de expulsão de água pode aproveitar-se facilmente para doentes dos rinse cardíacos. Como os pepinos não só expulsam água pura mas também ácido úrico neladissolvido, devem constituir um elemento de nutrição para todas as pessoas que sofrem dediátese úrica, cálculos renais ou vesicais, gota ou reumatismo, sempre que sejam devidos àpresença de ácido úrico.

Pode corrigir-se freqüentemente a prisão de ventre crônica com um modo simples e natural:mediante o consumo diário de uma salada de pepinos; preparando-a só com limão, cebola eazeite e mastigando-a cuidadosamente. Os diabéticos suportam muito bem os pepinos, tantomais quanto estes ajudam pelo seu teor em elementos ativos semelhantes à insulina a reduzira quantidade de açúcar no sangue.

As impurezas da pele são tratadas favoravelmente mediante o uso interno de suco de pepino.Os ervanários têm muitos preparados para esta finalidade.

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Consumidos em grande quantidade e mal mastigados, os pepinos em salada podem ser dedigestão muito difícil.

Os pepinos em conserva geralmente são usados para abrir o apetite. Contudo, os doentes docoração e dos rins devem evitá-los por causa do seu elevado teor de sal.

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Soja

O soja (Glycine hispida) é uma planta procedente do interior da China, pertencente àsLeguminosas. O soja, cultivado desde tempos remotíssimos e que tem constituído e constitui oprincipal alimento de grandes massas populacionais da Ásia oriental, alcançou também naEuropa grande importância como alimento e como remédio terapêutico.

Composição e Características -- O soja é muito rico em proteínas completas, gorduras elecitinas, embora não tenha amido, no que diz respeito aos hidratos de carbono. O seu valorexato pode deduzir-se do quadro seguinte, em que se compara a composição do fruto de sojacom a sua correspondente farinha integral:

A carência de amido diferencia fator dá-lhe um valor dietético de maneira notável o soja dasrestantes leguminosas que vulgarmente se empregam, as quais têm à volta de 50% dos seushidratos de carbono, em forma de amido. O soja é empregado com tal profusão pelos asiáticosdo Leste que substituem com ele a carne, o leite, o queijo e os ovos.

Os principais países produtores de soja são a China, a Manchúria e a Coréia. São tambémimportantes as produções do Brasil, do Japão, da Índia e dos Estados Unidos. Este paíscoloca o soja, pela sua importância, em quarto lugar, depois das produções de algodão, milhoe trigo.

O cultivo desta leguminosa tem-se espalhado largamente pela Europa, desde que sedescobriram variedades que se adaptam às condições s especiais climáticas destas regiões. Epossível que o soja represente para a alimentação da Europa um papel semelhante ao queteve a batata no século XVIII.

Quantidadesexpressas em g Proteínas Gorduras Hidratos de

Carbono Minerais Lecitinas FibraBruta Água

Soja-SementesSoja-Farinha

3040

1821

2026,5

4,54,5

1,82

5,23,5

12,16

O Soja, Carne Vegetal - As proteínas do soja são completas, isto é, tal como acontece com asda carne, ovos, leite e peixe, contêm todos os aminoácidos essenciais. O soja não tem

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compostos purínicos, pelo que não dá lugar à formação de ácido úrico, e este fator dá-lhe umvalor dietético muito superior ao que têm as pro-

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teínas da carne e do peixe. Os produtos integrais do soja podem substituir perfeitamente e emigual proporção a carne e os ovos, tanto na alimentação normal como nos regimes dietéticos,o que tem extraordinário interesse. Assim, no tratamento dietético das doenças tãocaracterísticas da nossa civilização, largamente espalhadas pelo uso excessivo da carne e dosovos na alimentação, como são as doenças do coração, a hipertensão a angina de peito,arteriosclerose, gota, reumatismo, doenças dos rins e da pele, - encontra o soja unia indicaçãoprecisa, substituindo a carne e os ovos.

Mas ainda há uma outra razão. Como se repete em vários lugares desta obra, a colesterina,muito abundante nos alimentos de origem animal, desempenha um papel importante naapresentação das doenças graves dos vasos sanguíneos.

As gorduras do soja não contêm colesterma, e permanecem na farinha de soja finamentetriturada em forma digerível numa proporção de até 99%. Pelo seu alto teor de ácidos nãosaturados essenciais para a vida (vitamina F), é esta gordura vegetal de alto valor biológico eencontra grandes indicações dietéticas.

É Muito importante e interessante o extraordinário teor das sementes de soja em lecitina, quechega a 2-2,5 %,o que as coloca em seguida aos ovos, que com uns 3,7 constituem o alimentomais rico em lecitina.

Isto facilita não só a sua utilização culinária, que conquistou um lugar importante emnumerosas receitas, como também exerce interessante efeito sobre as funções dos nervos edo cérebro, evitando também a alteração gordurosa do fígado.

Utilização Terapêutica -- O seu teor em hidratos de carbono, caracterizado pela ausência deamido, é outra característica de valor interessante. Os hidratos de carbono formam 20-26,5%tanto das sementes como da farinha de soja e são, na sua maior parte, glícidos (estaquiose,arabinose, galactose) que são queimados até mesmo nos casos do diabetes, formando glicoseapenas uns 5-6% dos hidratos de carbono, razão pela qual os produtos do soja sãograndemente recomendados no diabetes.

O teor em substâncias minerais mostra rio soja uma percentagem muito mais elevada do quenos outros alimentos mais importantes, pois atinge 4,5-5 %, valor este sete vezes maiselevado que o do leite, cinco vezes o da carne e dos ovos , três o das farinhas de cereais elegumes, duas vezes mais elevado que o das mais conhecidas sementes de leguminosas. Assubstâncias minerais do soja atuam no metabolismo alcalino em alto grau, elevando asreservas alcalinas do sangue. Nestes elementos são de salientar, em primeiro lugar, o teor emcálcio, (200 mg%), potássio (1.660 mg%), magnésio (235 mg%), ferro (8-12

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mg%) e cloro (24 mg%), circunstância de tão notório interesse para os regimes sem sal.

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Valor Dietético -- O teor em vitaminas é, conforme se pode verificar no seguinte quadro doProf. W. Halden, muito elevado, tanto em compostos lipossolúveis como hidrossolúveis. Asmais importantes, pela sua proporção, são as vitaminas B1, B2 e ácido nicotínico. Segundo oProf. Kollath, as sementes de soja e as suas farinhas são muito ricas em auxonas.

CarotenoProvitamina DVitamina EVitamina KVitamina B1Vitamina B2Ácido nicotínicoÁcido pantotênicoVitamina B6

1 mg%indícios5 mg%0,2 mg%0,8 mg%0,2 mg%2,2 mg%1 mg%2 mg%

Todas as exigências que podemos ter com respeito à composição de um regime de alto valordietético constituído por alimentos completos podem ser satisfeitas com o emprego cuidadosoe devidamente proporcionado dos produtos do soja (farinhas integrais).

0 extraordinário valor nutritivo do soja e dos seus produtos fica demonstrado ao provar-se que500 g de soja integral são tão ricos em proteínas e gorduras como 3,75 litros de leite ou 27ovos de galinha. Os produtos do soja têm um valor importante para a cozinha vegetariana. Oleite de soja é utilizado em lugar do leite animal, na alimentação infantil. Dele também seobtém uma espécie de manteiga, chamada em japonês «miso», um requeijão «tofu» e ummolho muito apreciado pelos japoneses, a que chamam «shoyu».

Emprego dos Produtos de Soja -- A grande proporção tanto em princípios ativos como emsubstâncias nutritivas do soja e dos seus produtos faz dele um dos elementos dietéticos maisvaliosos, na tuberculose e noutras doenças infecciosas, afecções tumorais (câncer), estadosde esgotamento, convalescença de doenças graves, nos diversos tipos de anemia, nasalterações produzidas por irradiações e nas hipofunções das glândulas intestinais e desecreção interna.

São também de grande importância os produtos do soja nas doenças cujo tratamento exigeum regime, no qual não entre o sal, o ácido úrico ou a colesterma, como sejam doençasnervosas, muitas doenças da pele, reumatismo, gota, hipertensão sanguínea, angina do peito,arteriosclerose e cálculos biliares.

A substituição do leite animal pelo leite de soja pode ser um elemento terapêutico na cura dasafecções ocasionadas pelo consumo de leite de origem animal, a asma, a tendência para asafecções catarrais, hipertrofias glandulares e nas inflamações das amígdalas. O es-

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tabelecimento desse regime curativo deve ser feito sempre sob o controle do médico.

A alimentação com produtos de soja é especialmente indicada nas crianças subdesenvolvidasque necessitam de grande quantidade de substâncias nutritivas e ativas para o seu

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desenvolvimento corporal e orgânico.

Para o seu uso na prática, recomenda-se a farinha integral de soja, pela sua cor amarelada epelo seu agradável sabor de noz. Deve conservar-se em recipientes bem fechados, seco e emlugar fresco. Os produtos preparados na base de soja, largamente empregados no Orienteasiático (leite, molho e queijo de soja), não são ainda muito utilizados entre nós por causa dasua preparação e do seu sabor pouco de acordo com os nossos paladares. Para o empregodas sementes de soja integrais são necessárias quatro horas de cocção devido à sua dureza,mas este tempo reduz-se para vinte minutos, mediante o emprego de panelas de pressão.Com uma preparação cuidadosa podem confeccionar-se pratos muito agradáveis, à base desoja, sendo muito fácil a utilização da farinha de soja em sopas, molhos, almôndegas,assados, maioneses, doces, pastéis e confeitaria.

Tomates

0 conhecido tomate (Solanum lycopersicum) pertence à família das Solanáceas. Procede doPeru. O número de variedades desta solanácea é muito grande, de acordo com a intensidadecom que é cultivado. As mais importantes são: a corrente, de tamanho médio (5 a 10 cm),comprimidos pelos planos superior e inferior; o redondo, bastante pequeno (2-3 cm) de polpamuito apertada; o oblongo, piriforme; o monstro, notável pelo tamanho que pode chegar apesar um quilo e que tem uma rodela cinzenta em torno do pedúnculo.

Descobriu-se, recentemente, nos talos e folhas de todas as plantas de tomate uma substânciaantifúngica, a «tomatina», que não só impede as doenças vegetais,como também atua no fungo filamentoso que produz no homem a doença da pele «Pityriasisversicolor». A nova substância também demonstra ser um materialbásico útil para uma série de produtos medicinais de grande valor da série de produtoshormonais (cortisona, etc.).

Composição - Segundo Dahlen, o tomate contém em cada 100 g de polpa fresca e seca aoar, 92,37 % de água, 1,25 % de ele-

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mentos nitrogenados, 0,84 % de lignina é 0,63% de cinzas. Também se encontram solanina,saponinas, corantes e vitaminas, especialmente A.

O tomate fresco contém tão abundante quantidade e variedade de vitaminas que poucosalimentos vegetais se lhe podem comparar, sobretudo no tocante às vitaminas A, B, C e E.

O teor em matérias minerais está à altura da maioria das hortaliças de folhas e tubérculos,contando, além disso, com elementos raras vezes presentes nestas, como são: rádio, ferro,cobre, boro, níquel e cobalto. O teor de vitamina E, desconhecido até há pouco, talvezjustifique a antiga designação do tomate como «maçã erótica».

Aplicações Terapêuticas -- O tomate possui grandes condições preventivas, o que o torna

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muito importante para o tratamento vitamínico nas perturbações do crescimento, doenças dadentição, pobreza de sangue e falta de resistência contra as infecções.

Pelas matérias componentes até agora conhecidas, é fácil compreender que os tomatespodem exercer grandes efeitos como alimento dos doentes, como renovadores do sangue eno tratamento da gota e doenças dos rins e vias respiratórias.

O suco do tomate, cuidadosamente conservado, apresenta considerável quantidade devitamina C. Na alimentação infantil torna-se especialmente valioso o suco do tomate, poissubstitui perfeitamente o da laranja. A sua eficácia antiescorbútica está demonstrada clínica epraticamente.

Usos Alimentares -- Presentemente, o tomate fresco ou de conserva é, no inverno, umvegetal de grande aceitação popular. Entre as grandes mudanças na alimentação geralverificadas nos últimos séculos, o tomate tem ganhado paulatinamente um dos lugares maisdestacados.

O seu agradável aspecto, a multiplicidade de aplicações, o bom sabor, a fácil digestão e ariqueza em vitaminas têm exercido evidentemente grande influência na sua aceitação.

3. Raízes e TubérculosAipo

O aipo (Apium graveolens) pertence à família das Umbelíferas. Encontra-se tios terrenospantanosos e salinos, cultivando-se particularmente as variedades dulce e lusitanicum.

Não se pode conhecer a qualidade da semente, pelo que a sua compra é uma questão de boafé. O cultivo em grande extensão é aconselhado apenas quando o

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aipo encontrar um solo apropriado num lugar úmido e chuvoso.

Composição e Propriedades Medicinais -- Nas folhas encontram-se óleo essencial, apiona,niosita, sais; no bulbo: óleo essencial, açúcares, amido, pentosanas, colina, tirosina, glutamina,asparraguina e vitaminas.

Ao teor de óleo essencial se deve o seu efeito específico sobre os rins. Os vasos renaisdilatam-se e, portanto, aumentam a expulsão de água. Quando se produz este incremento,cresce a eliminação dos produtos tóxicos do metabolismo, o que explica o seu benéficoemprego nos casos de gota, reumatismo, diátese de ácido úrico com tendência para aformação de cálculos, debilidade nervosa e depressão de ânimo, que podem ser devidas àformação excessiva de ácidos nos tecidos. A crença popular insiste, não sem razão, em que oóleo extraído das sementes e dos tubérculos radiculares do aipo produz efeitos de tipohormonal sexual. Contém também glicoquinas, isto é, hormônios de eficácia semelhante àinsulina que poupam o consumo desta no tratamento do diabetes.

Como condimento, utiliza-se o aipo tal como a salsa. E muito apreciado preparado como

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salada. Também se utiliza na sopa, em recheios, e em variados cozidos.

Batata-Doce

Com toda a probabilidade é a América Central a terra de origem da batata-doce (Ipomoeabatatas), que pertence à família das Convolvuláceas. Cultiva-se hoje na maior parte dospaíses tropicais e subtropicais. E uma planta anual e herbácea de porte volúvel. A suapropagação realiza-se, como sucede nas batatas, mediante tubérculos.

Composição e Propriedades -- Os tubérculos, cujo peso chega a atingir quilo e meio, contêmum suco leitoso e grande quantidade de tanino, especialmente na casca, pelo que ostubérculos apresentam uma cor escura. O teor em amido varia muito, conforme o lugar deorigem. Nos trópicos o teor em açúcares (10%) excede o do amido (9%), ao passo que nas

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zonas subtropicais, a quantidade de amido (5%) excede a do açúcar (3-4 %).

Em ambas as zonas a batata-doce é um alimento extraordinariamente barato e apreciado,sendo usado como a batata, embora também se empregue como substituto do pão e fonte doamido, a partir do qual se obtém a tapioca.

Apresentamos a seguir um quadro comparativo entre o teor de substâncias alimentares,minerais e vitaminas da batata-doce e da batata vulgar:

Proteínas Gordurasgramas

Hidratode

carbonopor 100

Calorias Água Salmg

Cálciomg

Magnésiomg

Ferromg

Vit. AU.I.

Vit.B1

gamas

Vit. Cgamas

Batata vulgar 2 0,1 18 80 71 70 17 30 1 40 100 40 30

Batata-doce 1,4 0,4 24 105 71 236 80 30 7 7.000 80 60 15

Como se pode apreciar, há entre os dois tubérculos uma perfeita concordância no que dizrespeito ao teor em substâncias nutritivas, calorias e água. Pelo contrário, as batatas-docessão mais ricas em sal, ferro e cálcio. Isto tem uma importância especial para cobrirdeterminadas necessidades dietéticas. Outro caso é o teor em vitaminas. A batata-doce émuitíssimo mais rica em vitamina A (7.000 U. L) do que a batata, que só chega a 40 U. L, oque faz do primeiro tubérculo um alimento especialmente rico nesta vitamina, tendo um altovalor dietético nas doenças causadas por avitaminose A, pelo que podem ser tratadas com acontribuição desta vitamina (ver o quadro da pág. 56).

Beterraba

A beterraba vermelha (Beta vulgaris cruenta rubra) é uma variedade de beterraba comum. Asua raiz grossa a carnuda contém um suco vermelho sanguíneo.

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Composição -- A beterraba apresenta um teor de hidrocarbonatos de 6 a 9%, figurando entreeles sacarose, frutose e rafinose; embora pese ao seu escasso teor em proteína (de 1,10 a 1,8%), a verdade é que figuram nela os aminoácidos de grande valor biológico: asparraguina,glutamina e glucocola, e um excesso de bases, devido ao seu teor em potássio,

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sódio, magnésio e cálcio; também se conhece a presença de dois metais raros (rubídio ecésio), cujo significado biológico ignoramos completamente. Deve-se ter também presente oescasso teor vitamínico. Mas tudo isto não nos diz grande coisa com respeito ao verdadeirosignificado alimentar, fisiológico e eventualmente terapêutico deste vegetal, enquanto nãotivermos análises químicas mais minuciosas.

Propriedades e Emprego -- Temos de nos fiar por agora nas aparências práticas quanto aoseu valor nutritivo e medicinal, e este fala-nos até hoje de um efeito diurético, de eliminação desais e de ácidos úricos, de depuração e de renovação do sangue, assim como de excitação doestômago, intestinos, fígado e vesícula. Qualquer pessoa pode sentir rapidamente estesefeitos consumindo duas vezes por dia o suco cru acabado de fazer, numa quantidade de 50 a100 ml, antes das refeições. Suporta-se melhor diluído.

0 suco em cru e a salada de beterraba cozida servem para enriquecer a alimentação dedoentes, de circulação e do metabolismo, assim como na anemia.

Cará

O cará, segundo R. Descartes de Garcia Paula, «constitui um dos alimentos de grande usonos países tropicais, especialmente da África e da Oceania. No Brasil, no entanto, ele estálonge de concorrer, no consumo, com a mandioca e a batata». -- Alimentos, pág. 177.

Há algumas espécies de cará. Mas o cará comum, segundo o mesmo autor, «é uma raiztuberosa em forma de batata, arredondada, em umas espécies, longa em outras. Algumasespécies e variedades, no entanto, produzem simultaneamente tubérculos subterrâneos etubérculos ou bulbos aéreos, já semelhantes, estes, pelo aspecto geral, à túbera subterrânea,já completamente diferentes, assemelhando-se, também pelo aspecto geral, a um fruto. Estáneste caso o cará sapateiro, que é a Dioscorea bulbifera. Esses bulbos são longo-achatados,em forma de moela, têm a casca ou pele lisa cor verde-claro a plúmbea, parecendo mais a umfruto. É menos apreciado (quase desprezado) do que o cara comum da terra. A composiçãoquímica dos dois é praticamente a mesma.» - Ibidem.

0 cará possui água, 68,4 %; proteínas, 2,0 %; matéria graxa, 0,1; hidratos de carbono, 27,3;fibra, 1,1; e cinza, 1,1.

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As pesquisas do Prof. Moura Campos revelam que o cará apresenta boas taxas de vitaminasB1, B2 e B6.O cará encerra um fator capaz de elevar notavelmente o apetite (Camargo e Moura Campos),

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garantindo uma ingestão quase dupla de alimento.

R. Descartes de Garcia Paula conclui suas observações dizendo que, «pelos motivos expostosé de se lamentar não ser o cará objeto de maior consumo em nosso país. Consumo quepoderá e deverá crescer quando forem melhor conhecidas suas reais qualidades.» -Alimentos, pág. 179.

Cebolas

A apreciadíssima cebola (Allium cepa) pertence à família das Liliáceas. Como o seu empregose generalizou bastante, tem vários nomes populares. Procede do Oriente (Ásia Ocidental) ecultiva-se muito na Europa e América.

Composição e Propriedades -- Tal como o alho, também a cebola contém principalmenteóleo essencial com enxofre, que se encontra fazendo parte de diversas combinaçõesorgânicas. Conhecemos hoje o importante papel dos compostos orgânicos do enxofre,especialmente nas sulfamidas que, com a penicilina, constituem o meio mais eficaz paracombater as enfermidades infecciosas. Mas é também multo importante o teor da cebola emcompostos de sulfocianeto, fósforo, flúor, potássio, ácido salicílico, secretina, glicoquinina evitaminas B e C.

O conhecido ardor de olhos quando se descascam ou se picam as cebolas é devido àevaporação do ácido essencial.

Ações Sobre a Fisiologia do Organismo -- A cebola aumenta a produção do suco gástrico e,com isso, a sua capacidade de desinfecção e desintegração de albuminas. Aumenta também aformação de sucos intestinais, exterminando parasitas do intestino causadores de putrefaçõese de focos purulentos; estimula o desenvolvimento de colobacilos normais.

Mas não incita apenas a uma maior atividade das mucosas gastrintestinais, como também dofígado, vesícula e pâncreas, efeitos estes que equivalem aos que se exercem sobre asmencionadas mucosas e que também fomentam um melhor funcionamento digestivo.

Forma-se na mucosa do duodeno devidamente incitada um hormônio chamado secretina que,

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através do sangue, estimula a secreção de fermentos digestivos pelo pâncreas. A influênciadecisiva do funcionamento normal do pâncreas sobre o processo digestivo compreende-sepelo fato de ser apenas a dita glândula que está em condições de produzir simultaneamentefermentos para a desintegração de proteínas, hidrocarbonatos e gordura. Precisamente oscomponentes estimulantes da cebola podem fomentar em grau desusado a produção desecretina, garantindo assim o bom funcionamento do pâncreas. Mas a cebola não só tornapossível unia maior formação de fermentos e de hormônios (secretinas) como também, alémdisso, contém essas mesmas substâncias. Figura precisamente entre as hortaliças com maiorteor de fermentos. Por outro lado, tem-se discutido nela a presença de um hormônio vegetal(glicoquinina) que atua no metabolismo do açúcar como a insulina do pâncreas e pode reduziro excesso de açúcar no sangue.

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Como a cebola também contém as vitaminas B e C em abundância, constitui, especialmentedurante o inverno, o melhor antídoto contra as avitaminoses ou, em combinação com o sucode batatas esmagadas e frescas, contra o escorbuto propriamente dito.

Efeito nas Doenças da Circulação e da Respiração -- Também, desde há muito tempo, seconhece o efeito diurético da cebola em relação com as doenças circulatórias e renais.Quando os medicamentos falham, pode uma cura de cebolas, durante três dias, fazerdesaparecer acumulações de água nas pernas, no ventre, no fígado, pleura e pericárdio,porque o óleo essencial, os ácidos sulfociânicos e salícico e o teor em magnésio secam ostecidos, facilitando a filtragem renal de água e sal. Mas provavelmente o efeito não se deveapenas a essa influência sobre a irrigação dos tecidos renais, mas também a um melhorfuncionamento do coração,já que as cebolas, pelo menos conforme se tem podido demonstrarem experiências com animais, contêm elementos estimulantes para o coração. Os compostossulfociânicos atuam, além disso, como fatores que fazem baixar a tensão arterial(hipotensores). Para efetuar uma cura de cebolas, tomam-se de dez a quinze ou mais cebolasde tamanho médio por dia, com mel para lhes melhorar o sabor, ou então em salada comsumo de limão, azeite e nata ácida. Uma cura de cebola pode prolongar-se durante váriassemanas.

Quem há que não conheça o tradicional xarope de cebola como remédio nas afecçõescatarrais das vias respiratórias? Essa aplicação está perfeitamente justificada. O óleoessencial é eliminado em grande parte através dos pulmões, como acontece com o alho-porroe o alho, com o que, ao resolver a congestão dos vasos e dos pequenos condutosrespiratórios, facilita a expectoração e acalma a tosse e a irritação.

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Outras Indicações Terapêuticas -- Diversos autores (Binz, Lipp) também atribuem à cebolaum efeito calmante nas excitações nervosas ou psíquicas. É antiqüíssima a aplicação dacebola para a eliminação das lombrigas intestinais (nematodos) e oxiúros. A sua eficácia nasinfestações por lombrigas tem-se confirmado nos nossos tempos, sobretudo na medicinainfantil, que é onde está destinada a empregar-se com maior freqüência.

Cita-se também freqüentemente a capacidade da cebola para a renovação do sangue, o quese explica pelo seu efeito benéfico na digestão, porque, como se sabe, a anemia pode serdevida a transtornos prolongados no funcionamento normal do intestino. Também se salienta oteor em vitaminas e minerais como explicação das qualidades de renovação do sangue.

0 alto teor em flúor da cebola (segundo Mayerhofer, Schneider e Wasicky, 0,5 mg por quilo napolpa fresca) leva a supor uma influência benéfica da cebola no estado de funcionamentoexcessivo da tiróide e exerce seguramente, no mesmo sentido que o moderno tratamento deflúor, uma influência conservadora do esmalte dentário.

Tendo em conta o efeito de excitação da circulação do sangue, fica perfeitamente justificado oseu emprego externo ria cura de furúnculos, abscessos, inflamações do tecido subcutâneo,frieiras, machucados, inflamações das glândulas linfáticas, infecções e calvície.

Empregos Diversos -- 1. Xarope de cebola para a tosse e outras doenças devidas a

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resfriamentos: cortam-se em rodelas várias cebolas grossas e misturam-se com açúcarmascavo. Deixam-se de infusão, durante 12 horas. O sumo assim conseguido toma-se àscolheradas, várias vezes por dia. Ou então: cortam-se as cebolas e quatro pedaços eaquecem-se ao vapor com açúcar cristal. Toma-se uma colherada, de duas em duas horas.

2. A cru para hidropésicos: trituram-se 600 g de cebolas até formar um purê; bate-se este,fazendo-o passar por um coador com 100 g de mel até formar um líquido homogêneo.Tomam-se, diariamente, de 100 a 200 g às colheradas. Quem for capaz, será preferívelconsumir de 30 a 60 g de cebolas frescas (segundo Kneipp), cozendo as cebolas com melpara as tomar desta forma.

3. Para uso externo em inflamações, hemorróidas e calvície, trituram-se ou esmagam-se ascebolas cruas e batem-se com água até formar um caldo que se aplicará nas regiões afetadas.

4. Como salada, preparam-se as cebolas com limão e azeite.

Cenouras

A cenoura silvestre (Daucus carota), tal como cresce em solos pobres, à beira dos caminhos enas

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entulheiras, não desempenha nenhum papel na alimentação nem na medicina. Pelo contrário,a cenoura cultivada (Daucus carota varsativa), de tubérculo grosso e polposo, é com toda arazão muito popular.

Composição e Propriedades -- Não é muito sabido que as cenouras não só conferem valoresnutritivos, mas também têm uni valioso teor em vitaminas, minerais e oligoelementos. A suamelhor característica parece ser o seu elevado teor em caroteno, a provitamina A, ao passoque a vitamina A já formada figura em pequena quantidade. É também abundante o seu teorem fatores do grupo da vitamina B. Só em doses reduzidas é que figura a vitamina C. Quantoa minerais e a oligoelementos, quase sempre na forma dos seus respectivos sais, provou-se apresença de magnésio, ferro, cálcio, potássio, fósforo, arsênico, níquel, cobre, lodo manganês,salientando-se pela sua quantidade os sais de potássio e de fósforo.

Decisiva para uma série de efeitos especiais da cenoura é, finalmente, a presença de óleosessenciais e pectina, uma matéria que, como a pectina da maçã, fomenta a formação degelatina.

100 g de cenoura contêm de 1,8 a 7,2 mg de caroteno. A cocção, a exposição ao vapor deágua e o sistema de conserva não influem praticamente no teor do caroteno e da vitamina A.O caroteno transforma-se no organismo, e especialmente no fígado em vitamina A (umamolécula de caroteno dá lugar a duas moléculas de vitamina A).

O aproveitamento do caroteno tia alimentação vegetal calcula-se em 50%, embora os dados aeste respeito sejam muito variados.

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A riqueza especial em sais potássicos leva a um efeito diurético rapidíssimo e os óleosessenciais são a origem das características vermífugas.

A Cenoura, Fonte de Vitamina A -- Diz-se freqüentemente que a nossa alimentação habitualé suficiente para obter quantidades suficientes de vitamina A, tanto para as crianças comopara os adultos, porque contém leite, manteiga, gema de ovo, hortaliças, cenouras e alfaces,na sua forma final ou como caroteno.

Mas, pelo contrário, dá-se o fato de multas crianças raquíticas, escrofulosas ou tuberculosas eoutras com deficiências menos graves necessitarem de vitamina A.

Numerosas investigações têm demonstrado que precisamente as crianças necessitam demuito tempo para ver na escuridão, isto é,

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mostram dificuldades de acomodação, o que sabemos ser um indício de pobreza em vitaminaA.

Análises cuidadosas sobre as causas de insuficiência em vitamina A ou em carotinóides deramo seguinte resultado:1) Há uma oferta insuficiente na alimentação.

2) A má digestão das gorduras prejudica a trituração e absorção dos elementos ativosdissolventes das gorduras, entre os quais figura a vitamina A e os seus produtos prévios.

3) Os processos defeituosos de constituição e estrutura do organismo levam à insuficiênciabiliar.

Por isso, a presença rio organismo de suficiente vitamina A depende do conveniente consumoatravés da alimentação, da existência de uma digestão normal das gorduras, em quedesempenham função decisiva os chamados ácidos gordos não saturados, linólico e linoléico,e do desenvolvimento normal do processo metabólico após a absorção desses alimentosatravés do intestino.

A vitamina A é imprescindível para múltiplas funções orgânicas (ver o quadro da pág. 56) peloque se deve evitar por todos os meios a sua insuficiência ria alimentação. O modo maissimples de o conseguir consiste em consumir diariamente, se for possível, entre meio copo eum copo de cenouras frescas.

Necessidades Especiais dos Condutores de Veículos -- A este respeito convém dedicar umparágrafo especial aos condutores de automóvel. Tanto o caroteno como a vitamina A estãointimamente relacionados com a visão noturna. A retina do olho consome continuamentematérias clorofílicas amarelo-vermelhas para a formação de um pigmento intensamentevermelho, a púrpura retiniana. Este elemento é decisivamente importante para a capacidadede visão do olho, a fim de se adaptar às condições de luminosidade existente, a cadamomento. O abundante consumo de cenouras aumenta essa capacidade da visão quetecnicamente se denomina «faculdade de acomodação», ao passo que a sua dissimulação oucarência é conhecida por cegueira noturna» ou «hemeralopia».

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Nunca é demais insistir em que todos os condutores de automóveis devem consumirnormalmente cenouras com abundância, muito bem mastigadas, ou, melhor ainda, que bebamsuco de cenoura fresca para reduzir ao mínimo o perigo do encandeamento ria circulaçãovespertina ou noturna. A Indústria farmacêutica tem sabido naturalmente aproveitar-se daeficácia da cenoura e já produziu unia especialidade, baseada principalmente nas substanciasintegrantes da cenoura, que reforça também a faculdade de adaptação da vista em diferentesintensidades de luz e especialmente na escuridão.

Outras Aplicações -- A expulsão de lombrigas intestinais conse-

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gue-se pelo modo mais simples e seguro, tomando em jejum durante 24 horas, de meio a umquilo de cenouras raladas. Também os oxiúros desaparecem com toda a segurança, tomandoregularmente em jejum, de manhã, e antes de se deitar, à noite, uma ou duas cenouras.

Nas crianças, além da alimentação normal dos lactentes, o suco de cenouras ou as cenourasfinamente raladas dão excelentes resultados e são de eficácia imediatamente comprovada nocaso de crescimento retardado, dentição defeituosa ou insuficiência de resistência contra asinfecções. Tratando-se clã doença infantil denominada celiaquia, o suco e o pure de cenourasdesempenham um papel importantíssimo juntamente com bananas.

Modo de Emprego -- Purê de Cenoura: 200 g de cenouras, bem lavadas em água fria,descascadas, cortadas em rodelas, cozidas num quarto de litro de água fervente durante duashoras, condimentado com uma pitada de sal. As cenouras cozidas são passadas com a águada cocção por um filtro fino, adicionando um pouco de manteiga e açúcar.

Nas crianças alimentadas artificialmente é imprescindível para o crescimento um suplementode nutrição com sucos de truta e vegetais, especialmente de cenouras. Basta acrescentar àmamadeira unia ou duas colherinhas pequenas.

Aos adultos dão-se cenouras como remédio medicinal, em suco cru, não só no caso decegueira noturna e num grande número de outros transtornos oculares, como também nagravidez e na amamentaçao, transtornos na pele, má formação das unhas, cabelo opaco,quebradiço ou seco, dificuldade na menstruação, assim como dores no peito, insônia,depressão, catarros crônicos do nariz e dos seios, perda de olfato, defesa insuficiente contraas infecções na mucosa das vias respiratórias (bronquite) e, finalmente, transtornosgastrointestinais e hepáticos, tendência para a formação de cálculos e funcionamentoexcessivo da tireóide.

De maneira impressionante, o suco de cenouras consegue regular a secreção de sucosgástricos. Os valores demasiado baixos de ácidos são incrementados e os demasiadoelevados são baixados. O suco de cenouras faz desaparecer a diarréia nos doentes deestômago sem formação de ácidos, despertando simultaneamente o apetite.

Em todas estas doenças não se deve esquecer o reforço eficaz da cura, mediante o consumodiário de meio copo de suco de cenouras frescas.

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Mandioca ou Aipim

Dentre os alimentos de natureza tuberosa, somente a batata supera a mandioca. Esta popularraiz feculenta é uma planta natural do Novo Mundo, desenvol-

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vendo-se muito bem pelos baixos temperados e quentes do Brasil, das Antilhas e do México.

Humboldt e Saint Hilaire, que realizaram multas pesquisas botânicas no Novo Mundo, dão amandioca como originária da América.

Pertence à família das Euforbiáceas, gênero Manihot. Há muitas espécies de mandiocascultivadas para fins alimentares e industriais. Entretanto, do ponto de vista prático, elas sãodivididas em dois grandes grupos: o das mandiocas bravas ou amargas (Manihot utilissimaPohl, jotropha manihot L.) e o das mandiocas mansas ou doces (Manihot dulcis Baillon, M. aipiPohl).

R. Descartes de Garcia Paula, que foi Diretor de Divisão no Instituto Nacional de Tecnologia,afirma em sua obra «Alimentos», na pág. 155: «Os fatos relativos às mandiocas bravas, comdificuldade de se distingui-las das doces ou mansas, não têm, apressamo-nos em dizê-lo,nenhum inconveniente maior, do ponto de vista pratico, na alimentação normal. ... Sepreparada para alimentação, a mandioca brava, ela se acusará mais pelo sabor amargo doque pelo de ação venenosa, esta destruída pela lavagem, calor do cozimento, etc.»

Mandiocas Mansas

A macaxeira ou aipim é cultivada em quase todas as regiões do país. As raízes são grandes, acasca exterior apresenta uma película muito fina que se destaca facilmente. A segunda casca,de natureza carnosa, possui cerca de um milímetro de espessura, e também se destaca comfacilidade.

Eis algumas variedades de mandiocas mansas:

Mandioca amarela, de raízes grandes, casca carnosa branca, polpa ou parte central amarela.

Mandioca branca, de características semelhantes às da macaxeira ou aipim.

Mandioca manteiga, de raiz pequena, muito tenra e apreciada.

Mandioca fria, de raízes grossas e curtas, quase esféricas e bem suculentas.

Mandioca cuvelinha, de raízes grossas e abundantes, desenvolvendo-se bem em quase todosos solos.

Composição Química da Mandioca -- Possui a mandioca vitaminas do complexo B,principalmente quando fresca. Já a farinha comercial é praticamente destituída de vitaminas.Por meio de estudos biológicos realizados por Moura Campos e seus colaboradores,revelou-se que são profícuos os efeitos das vitaminas da mandioca, as quais exercem gran-

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de ação de alimento complementar no crescimento. Chegou-se também à conclusão de que amandioca é também estimulante do apetite (em virtude da vitamina B2) e preventiva dadermatite ou pelagra-murina. Combate ainda o beribéri posto que tem elevada taxa de tiamina.

A mandioca possui ainda proteína, amido, açúcares e água.

Rábano

Além do rábano si silvestre, a família das Crucíferas ainda nos oferece o rábano (Raphanussativus). Como país aborígene deve considerar-se provavelmente a Asia e como planta.originária a mostarda silvestre. E raro apresentar-se no estado natural e desde há séculos quese vem cultivando.

Propriedades e Aplicações -- O rábano contém os mesmos elementos ativos que os seussemelhantes o rábano silvestre, o agrião e a cocleária.

Tal como o rábano silvestre, o rábano vulgar estimula a função das glândulas digestivas, o quetem como conseqüência abrir o apetite. O seu emprego está indicado nos catarros do aparelhodigestivo. Cumpre salientar também o excelente efeito, sobretudo o do suco de rábano, nofígado e nos condutos biliares. Aumenta a produção de bílis pelas células hepáticas, suprimeas retenções biliares, influi favoravelmente nas inflamações dos condutos biliares de todos ostipos, assim como na formação de areias e cálculos. O consumo do suco fresco, durantemeses, pode conseguira cura completa do doente de cálculos biliares, desde que leve umavida sã. É muito provável uma influência direta e favorável em todo o metabolismo.

Além de estimular a secreção biliar, o rábano também tem um efeito diurético, que se podeutilizar nos casos de acumulação de água nos órgãos digestivos, desde que não hajanenhuma doença inflamatória dos rins.

Finalmente, os rábanos atuam como dissolventes de mucosidades, assim como fomentadoresda expectoração na tosse persistente e seca. É portanto oportuno o seu emprego na tosseconvulsa e noutras manifestações de bronquite. Nos processos tuberculosos inflamatóriosagudos com febre e suor noturno é necessário proceder com a maior precaução.

Modo de Emprego -- Mantém-se o princípio de que o rábano, para uso médico, não devetornar-se com sal, mas sim com mel ou açúcar não refinado.

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Esvazia-se o rábano, mediante um orifício pequeno que se lhe faz na parte inferior; enche-se acavidade com açúcar mascavo e mel e coloca-se num recipiente que recolha o suco. Toma-seeste às colheradas, eventualmente diluído em água quente. Cortado em rodelas e pulverizadocom sal, consome-se cru. Também é muito conveniente a salada de rábanos, de diferentespreparações. Finalmente, também se aplica na - manteiga de rábano.

O rábano encarnado ou rabanete é da mesma família que o rábano vulgar, mais pequeno, de

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forma esférica, com casca de um vermelho vivo, mas de sabor mais suave. A sua eficáciaequivale à do rábano, mas em menor grau.

Rábano Silvestre

0 rábano silvestre (Cochlearia armoracia) pertence à família das Crucíferas e dá-se em toda aEuropa, nascendo nos lugares úmidos. Condições prévias para o seu bom desenvolvimentosão um lugar quente e rim solo adubado, solto e úmido. Consegue-se a reprodução depreferência mediante a mergulha de raízes, em terreno livre, à distância de trinta centímetros.

Entrado o outono, descobrem-se as raízes de várias cabeças, dispondo todas elas de grandesrebentos, limpando-as de radículas, de talos e de terra, lavando-se depois cuidadosamente.Devem consumir-se frescas, embora se possam conservar, em despensas, sem se lavarem eem areia.

Princípios Ativos -- O elemento ativo no rábano silvestre é o óleo de mostarda que se libertado glicósido sinigrina por meio do fermento mirosina na raiz ralada. Encontram-se tambémsacarose, asparagina, glutarrima, pentosanas e ácidos orgânicos.

Uso Como Remédio Terapêutico -- Empregado exteriormente, é comparável em eficácia àmostarda. O rábano silvestre fresco utiliza-se, tal como a mostarda, como excitante da pele naforma de sinapismo para dores musculares, nervosas, gástricas e reumáticas. Também érecomendável para picadas de insetos e para as frieiras. Muito diluído pode aplicar-se em usoexterno para sardas, manchas de origem hepática e acne vulgar.

Interiormente, este rábano excita todas as glândulas das vias gastrintestinais, incluindo ofígado e o pâncreas, de modo que pode empregar-se com êxito na alimentação de doentes dedigestão débil. Atua como excitante das funções renais e ainda de modo

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curativo nas doenças bacterianas dos rins, da pélvis renal e das vias urinárias de evacuação.Desempenha portanto um grande papel na alimentação, especialmente para doenças dapélvis renal e da bexiga. Por causa dos seus efeitos bactericidas, de excreção das mucosas ede suavização da tosse, emprega-se nos catarros faríngeos bronquiais e pulmonares, assimcomo rias anginas. O rábano e o mel, tomados juntos, durante muito tempo, exercem um efeitofavorável de excitação geral das glândulas e do metabolismo, favorável aos doentes dereumatismo e de gota.

Uso Como Condimento -- Como condimento usa-se em molhos, saladas e consome-se cru.A adição de algumas rodelas de rábano silvestre é recomendada nas conservas de abóbora,beterraba e pepino.

4. Saladas

Valor Curativo das Verduras de Salada

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As folhas frescas e verdes são a parte da planta em que os misteriosos efeitos da Naturezatêm o seu reflexo mais vital. Encontra-se nelas o imenso e maravilhoso laboratório bioquímicoem que se efetua o processo, que constitui a premissa básica e geral de toda vida sobre aTerra, a transformação das energias do solo e da terra em potencial alimentar. Muitos delesnão são hoje ainda conhecidos, muitos supõem-se, e muitos outros escapam de uni modo totalaos nossos métodos de investigação e de análise.

A folha é pobre em fatores nutritivos, rica em clorofila, sais minerais, vitaminas eoligoelementos. A sua albumina tem o mais alto valor biológico, pois é dela que se formamtodas as demais albuminas nas plantas e animais. Por isso é tão elevado o valor fisiológicoalimentar das folhas, sobretudo quando são consumidas cruas em salada.

Não é sem razão que se considera hoje na doutrina da alimentação biológica a folha fresca everde como importantíssima alimentação preventiva, que devia ser consumida diariamente.Consumimos hoje folhas verdes, de preferência em salada: alface, escarola, chicória e agrião.Além destas, ainda temos muitas outras plantas silvestres próprias para salada que, porcrescerem num solo são e não explorado, possuem um valor preventivo e medicinalexcepcional; deveriam, portanto, ser empregadas em muito maior abundância na nossaalimentação.

A clorofila pertence à estrutura da folha verde e, por conseguinte, também à das verduras. Nãode-

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vemos, porém, esquecer que não é o seu único elemento, embora presentemente se lheconceda especial importância.

Recorde-se que o elevado teor em ferro das verduras, acompanhado de pequenasquantidades de arsênico e cobre, de combinação com o teor relativamente elevado devitamina C, reforça poderosamente o efeito estimulante da clorofila para a formação dosangue.

Alface

A alface (Lactuca sativa) em todas as suas formas de cultivo pertence à família dasCompostas.

Emprego Como Sedativo Nervoso -- A alface tem fama de atuar como sedativo dos nervos epromover um sono tranqüilo. Esta antiqüíssima observação torna-senos hoje bastantecompreensível, pois a análise química danos um elemento ativo, semelhante ao ópio, e queportanto atua como sedativo, sonífero e redutor da tosse; além disso, tem efeito sobre asconvulsões devido ao seu teor em pequena quantidade de hiosciamina, também jácomprovado.

A enorme multidão de pessoas superexcitadas e, por conseguinte, também de insones,deviam nem que fosse só por este motivo - incluir obrigatoriamente na refeição da noite aalface. Algumas folhas frescas de alface podem tomar-se só com pão seco. Quem puder obter

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suco de alfaces frescas com um liquidificador, conseguirá naturalmente uma bebida soníferaque será mais grata ao paladar adicionando-lhe suco de limão. Devemos portanto preferir estamistura de elementos ativos naturais a qualquer sonífero de tipo químico.

Almeirão

Uma variedade de cultivo do almeirão é a branca Cichorium Intybus L.), conhecida pelo nomede chicória amarga. É muito amarga, de modo que o mais pertinente é cortar e esvaziar aextremidade do talo, pois é ali que se acumulam principalmente os componentes amargos. Éclaro que isto só se faz quando se quer prescindir de tais matérias amargas, que sãoprecisamente as que

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excitam o apetite e aumentam a secreção biliar. A indicação freqüente de lavar os talos etirar-lhes o sabor amargo com água quente pode fazer com que o amargor se torne maisPronunciado. O melhor é lavar os talos com água fria e deixar secar. O efeito da luz tambémaumenta esse forte sabor que leva à perda de suavidade das folhas. Os doentes da vesícula edo fígado devem consumir tanto quanto puderem de chicória.

Capuchinha

A capuchinha (Tropaeolum maus) não se deve confundir com o mastruço.

Efeito Como Bactericida -- Esta planta desenvolve considerável atividade bactericida.Ocorre, além disso, o fato de uma substancia cuja natureza química desconhecemosdesenvolver a sua atividade em forma de gases voláteis, o que apresenta uma grandetranscendência prática. O cientista alemão Prof. Winter demonstrou, mediante ensaiospróprios, que quando se consome uma salada de capuchinhas, a matéria gasosaantibacteriana ainda se pode localizar na urina, nove horas depois. Novos ensaios mostrarama sua eficácia contra germes de doenças, sobretudo bactérias de pus e intestinais, assimcomo o tifo, a disenteria, a difteria e a pneumonia. E verdadeiramente impressionante quetodos os modernos tratamentos das doenças infecciosas provocadas por bactérias na basedos mais modernos bactericidas, como a penicilina e tantos outros, encontrem aqui umelemento análogo e inclusive mais perfeito, já que os nossos produtos artificiais provocamefeitos secundários prejudiciais, ao passo que basta consumir capuchinha em salada, se nãose preferir ao natural. Na prática também dá bom resultado o seu emprego nas inflamações dapélvis renal e da bexiga, no catarro bronquial, nas infecções gripais devi as a vírus, nasinflamações das amígdalas e dos ouvidos e nos resfriados.

Escarola

A escarola (Cichorium endivia), também da família das Compos-

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tas, constitui, com as suas folhas grandes densamente frisadas, uma planta para salada muitoapreciada. A variedade mais freqüente de folhas, cuja cor vai do verde ao amarelo, oferece àsvezes um leve sabor amargo, que é considerado por muita gente como mais um incentivo. Eprecisamente este elemento amargo que produz o efeito de aumentar a atividade da vesículabiliar e de atuar como diurético.

MastruçoResta falar do mastruço (Lepidium sativum), membro da família das Crucíferas. A sementegermina muito facilmente, inclusive sobre papel mata-borrão, areia úmida ou serradura, desdeque tenha umidade suficiente.

Como esta delicada planta, com o seu crescimento comparável ao da relva, pode cultivar-seem estufas com multa facilidade, já se pode encontrar à venda logo nos primeiros meses doano. Pode utilizar-se a planta completa ou o seu suco para a primeira cura vegetal daprimavera, porque o seu teor em vitamina C, clorofila ferro, arsênico e glicósidos de óleo demostarda, que também se encontram nos alhos-porros, rábanos vermelhos e na mostarda, fazcom que o mastruço seja próprio para aumentar o metabolismo, estimular a renovação dosangue, fomentar a secreção do suco gástrico e da bílis, e aumentar a eliminação desubstâncias úricas. E que é, afinal, a depuração do sangue se não a aceleração destasimportantíssimas funções?

Corta-se sempre a planta jovem antes da floração para seu consumo direto, preparada emsalada ou como aditamento a salada de outras plantas verdes ou silvestres. Além disso,também se recomenda o emprego do mastruço cru, em torta de requeijão, em molhos deervas, e em sopas.

5. Verduras Silvestres

Agrião0 agrião comum ou de poço (Nasturtium officinale) pertence à família das Crucíferas.Freqüente nas fontes, regatos, solos encharcados, cresce espontaneamente, mas é cultivadonalguns locais.

Pode confundir-se com o Sium Latifolium, umbelífera tóxica que também se dá nos cursos deágua.

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As folhas recolhidas antes da floração empregam-se cruas para saladas. Secos, os agriõestêm um sabor indefinido.

Composição e Propriedades Os elementos ativos até hoje conhecidos são: óleo essencialcom teor de enxofre, vitaminas A, B, C e E, iodo, nitrato, um glicósido de óleo de mostarda (agliconasturma que, decompondo-se, produz, entre outros elementos, um óleo essencial com

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óleo feniletílico de mostarda), ácido sulfociânico e vestígios de arsênico e diástases.

A sua riqueza vitamínica (A, B, C e E) torna-se muito apropriada para a prevenção contra asdoenças por falta de vitaminas. Por isso, noutros tempos, o agrião era empregado, comfreqüência, contra o escorbuto.

O teor em óleo de mostarda provoca um aumento de secreção das mucosas do nariz,garganta e traquéia, o que a torna apreciada nos casos de tosse seca, de expectoraçãopersistente e de mucosidade purulenta. Esse mesmo elemento ativo produz nas viasgastrintestinais um aumento no funcionamento das glândulas e dos órgãos de secreção, comoo fígado e o pâncreas. A isso é que se deve o efeito tônico e gástrico, a maior facilidade dedigestão e a abundância de produção biliar. O consumo demasiado abundante pode provocar,contudo, desagradáveis inflamações das mucosas do estômago e do intestino. Como aeliminação é feita, em parte, pelos rins, produz-se uni aumento na expulsão da urina, o quepode ser de proveito nas doenças relacionadas com a insuficiente eliminação da urina. Mastambém não se deve fazer um consumo abusivo, porque o efeito, em vez de ser curativo, seriaprejudicial, ao provocar uma irritação inflamatória dos rins. O seu teor em minerais básicos,ferro e lodo proporciona ao agrião considerável influência nos processos de alimentação,utilizando-se às vezes com êxito contra a hipertrofia da tireóide. Fica por demonstrar asuposição de que o seu consumo faz baixar a quantidade de açúcar no sangue dos diabéticos.Todo o complexo de alimentos constitutivos exerce uma lógica e compreensível influência nometabolismo, de modo que o agrião pode ser considerado como bom depurador do sangue,estando à nossa disposição durante quase todo o ano.

Usos Medicinais -- Nas doenças por insuficiência vitamínica, metabolismo defeituoso, fadigaprimaveril, eczemas, transtornos de secreção da tireóide. A maior importância do agrião écomo de-

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purador do sangue. Para isso espreme-se e toma-se, três vezes por dia, uma colher grande desuco (preparando-o todos os dias ou conservando-o na geladeira), diluído em água corrente,água mineral ou soro de leite.

Emprego Como Verdura e Condimento -- Por essa mesma capacidade depurativa dosangue, o agrião é parte essencial na preparação de sopas e saladas. O seu empregoexclusivo como salada não é recomendável por causa do perigo de irritação dos rins. O melhoré misturá-lo com urtigas, dente-de-leão, azedas e tanchagem. Também se pode empregarcom dente-de-leão, fumária e chicória.

Consome-se o agrião muito picado em sanduíches, batatas fritas, ovos cozidos, tomates esaladas. É importante lavar cuidadosamente as folhas, antes de as utilizar, porque podemconter larvas. O melhor é deixá-las meia hora em água com sal e lavá-las depois em águacorrente.

Alho de Urso0 alho de urso (Allium ursinum) pertence à família das Liliáceas. Cresce em geral em tufos nas

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matas úmidas e sombrias. Quando crescem muito juntos, fazem-se notar pelo típico cheiro aalho que se propaga a grande distância.

Composição e Propriedades -- É melhor empregar o alho de urso fresco tanto para finscurativos como de condimentação, posto que uma vez seco perde muito da sua eficácia. Aindústria farmacêutica, baseada nestes fatos, já produz específicos de plantas frescas comalho silvestre. No outono podem colher-se os bulbos e consumir-se.

O principal elemento que contém é o óleo de alho de urso, no qual até agora se comprovou apresença de hidrocarbonetos de enxofre, vinyl-sulfureto e de vinyl-polisulfureto, pequenasdoses de mercaptanos e aldeído (Semler).

Efeitos Medicinais -- O alho de urso influi nas glândulas do trato gastrintestinal comoexcitante, aumentando a secreção de toda a classe de sucos digestivos e especialmente davesicula. Impede-se o desenvolvimento de todas as bactérias prejudiciais no intestino edescontrai-se toda a musculatura do aparelho digestivo. Elimina os espasmos e cólicas daprisão de ventre nos indivíduos de profissão pobre em atividade física. Como o óleo de alho deurso é expulso em grande quantidade de novo pelos pul-

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mões, atua solucionando as congestões, fomentando a expectoração e acalmando as viasrespiratórias. Os efeitos citados constituem, ainda, a base para compreender a eficácia geralsobre a renovação do sangue. Mediante a normalização das condições de digestão e aeliminação da autointoxicação intestinal, produz-se um efeito de descida da pressãosanguínea nos casos de hipertensão. Ao mesmo tempo, e por este mesmo efeito, melhora acirculação das coronárias e aumenta o rendimento do coração, o que não devemenosprezar-se porquanto afeta a capacidade de produção, o estado geral e ocomportamento psíquico dos enfermos. Pôde-se mesmo comprovar experimentalmente emanimais um efeito de igual força contra a esclerose. Mesmo os transtornos gastrintestinais nastuberculoses resultaram beneficamente afetados (Zaffron), e este mesmo autor comprova umamelhoria quanto às condições de acidez do estômago.

Os efeitos vêm a coincidir com os do alho, de modo que se justifica perfeitamente a aplicaçãodo alho de urso como substituto do alho; mas aquele tem de consumir-se fresco por ser maisdifícil de conservar.

Utilização Como Remédio e Alimento -- 1. Em transtornos digestivos, diarréias e prisão deventre, até de natureza infecciosa, catarro pulmonar e bronquial, dilatação pulmonar,hipertensão e esclerose, transtornos hepáticos e biliares, lombrigas intestinais e oxiúros,especialmente nas infecções, depuração de sangue e desintoxicação do organismo, sobretudonas curas de primavera e enfermidades da pele por metabolismo defeituoso.

2. Como salada: as folhas tenras colhidas na primavera preparam-se simplesmente comosalada para consumo. Nesta forma, o efeito depurativo no sangue será sumamente forte.Dispomos assim de uma típica salada silvestre para a cura de depuração de sangue naprimavera.

3. Como condimento: cortadas em pedaços finos, as folhas tenras têm fácil emprego como

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condimento em saladas, sopas, molhos e guisados de legumes e alimentos crus. Em todas asocasiões o alho de urso pode substituir o alho.

AzedasAs azedas pertencem à família das Poligonáceas (Rumex acetosa).

Colhem-se as folhas novas antes da floração, uma a uma. Quanto mais freqüentemente sefizer

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esta apanha, tanto mais forte será a nova folhagem da planta. As folhas consomem-se frescas,porque quando secam perdem quase por completo as suas virtudes como condimento. Asfolhas, o menos apertadas possível, colocam-se em camadas ligeiras, num lugar ventilado eescuro, sem lhes tocar nem virar.

As azedas crescem em qualquer terra de horta. É conveniente o adubo no outono e naprimavera. Reproduzem-se por semente. Consegue-se uma colheita mais rápida, mediante adivisão de rizomas velhos no outono e na primavera. Na primavera deve cavar-se o solo entreas fileiras, e deve mudar-se de terreno, de três em três anos.

Composição -- As azedas contém aproximadamente 1 % de ácido oxálico, assim comooxalato de potássio, gordura, muita vitamina C, ácido salícico, cálcio, ferro, manganês, ácidocrisofânico, fitosterol e óleo essencial.

Emprego como planta medicinal -- O elevado teor de vitamina C faz desta planta, sobretudofresca, um remédio no escorbuto e demais manifestações de insuficiência de vitamina C, comoas hemorragias e a tendência para as ter. Devido ao seu teor em emodina e ácido crisofânico,esta planta é também um excitante para a atividade do intestino grosso e, por conseguinte,para o tratamento da atoma intestinal com prisão de ventre. Como a planta forma combinaçõesorgânicas de ferro, fomenta a formação do sangue, sobretudo na medula vermelha. Épromissor o seu emprego nos casos de anemia.

O consumo prolongado e freqüente de azedas pode tornar-se prejudicial, sobretudo para osrins e para o coração.

Emprego como condimento -- As azedas empregam-se como salada e na confecção desopas.

Dente-de-LeãoO conhecido e para nós valiosíssimo dente-de-leão (Taraxacum officinale), da família dasCompostas, é muito comum em lugares úmidos, prados, etc.

Desde a primavera até ao verão já adiantado, podem colher-se as folhas, uma a uma,depositando-as em cestos. Cumpre evitar qualquer pressão nas folhas. Estendem-se o maisdepressa possível, formando camadas finas, em lugares à sombra, para secarem.

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As raízes são desenterradas na primavera e no outono, separando-se das folhas e dasradículas ainda existentes; lavam-se cuidadosamente e deixam-se secar depois no chãodurante dez ou doze dias. Para as secar depois por completo, aplica-se-lhes calor artificial.Depois de seca, a folha fica quebradiça e rangente.

As raízes colhidas no outono produzem um extrato doce com grande teor de açúcar, ao passo

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que as que são colhidas na primavera contêm mais elementos amargos e mais sal.

Tanto as folhas como as raízes guardam-se em sacos. Devem controlar-se semanalmente.

Composição e propriedades -- Os componentes ativos, conhecidos até agora, são: 0,5% detaraxina (um elemento amargo), 40 % de inulina, vitamina D, colina, ácido poxifenilacético,ácido dioxinâmico, ácido tartárico, gordura, cera e na raiz, um óleo essencial.

As numerosas matérias ativas que pelo seu efeito se complementam e completam provocam:

1. Um estímulo da musculatura das vias gastrintestinais e das glândulas salivares, gástricas,intestinais, pâncreas e fígado. Produz-se assim maior secreção de saliva, bílis e suco gástrico,pancreático e intestinal. O importante é conseguir assim um melhor funcionamento do fígado eda vesícula.

2. Uma excitação das glândulas das vias respiratórias, facilitando a expectoração de escarros.

3. Uma excitação dos rins, que expulsam maior quantidade de líquido, produzindo uniadescida da pressão arterial, quando o consumo é prolongado.

Emprego Como Planta Medicinal -- a) doenças hepáticas, vesiculares, icterícia, hemorróidas,catarros do estômago e dos intestinos, flatulências e lombrigas.

b) Para depuração do sangue.

c) Para reconstituinte nos catarros bronquiais crônicos.

d) Para os transtornos circulatórios e renais, sobretudo relacionados com a hipertensão.

O efeito principal é exercido indubitávelmente sobre o fígado e a vesícula e através delessobre o metabolismo na sua totalidade. Por meio destes efeitos metabólicos gerais obtêm-setambém resultados benéficos nos casos de gota, reumatismo, obesidade, esclerose, doençasdo sangue e também, às vezes, da diabetes. O melhor nestes casos é empregar sumo frescoobtido por pressão das folhas e das raízes, tomando três vezes por dia uma colher grandedurante um período de três a seis semanas. Se no inverno se obtiverem folhas e raízes secas,misturam-se estas em partes iguais e prepara-se uma infusão com uma colherada da misturanum copo de água, bebendo um copo várias vezes por dia.

Emprego Como Salada -- As folhas do dente-de-leão constituem uma excelente salada peloseu efeito estimulante sobre o apetite. Quem se habitua a consu-

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mir várias vezes por semana salada de dente-de-leão ou de qualquer verdura silvestremisturada, não espera com interesse o aparecimento da alface, pois esta parecer-lhe-áinsípida comparada com aquela. Continuará portanto com a salada dos dentes-de-leão, atéque brotem as flores e o sabor se torne mais forte e amargo. O emprego do dente-de-leão naforma de suco fresco e de salada é muito de recomendar para a «limpeza» do organismo edeve ser vulgarizado.

Quando se enterram as raízes em areia durante o outono e se mantém um pouco úmidas,haverá na primavera uma salada um pouco pálida mas de sabor agradável servindo tambémestas folhas para condimento de salada de batatas. No outono, desenterram-se as raízes,cortam-se em pequenas rodelas e preparam-se com salada de alhos-porros. Produz umgrande efeito diurético.

As raízes podem aproveitar-se também para sopas e outros preparados de verduras.

Obtém-se um substituto do café, cortando em cubos e torrando as raízes secas. A infusão nãoé desagradável.

Tupinambo

O tupinambo ou girassol batateiro, (Heflanthus tuberosus) pertence à família das Compostas.Esta planta, originária da América do Norte, jazeu muito tempo no esquecimento, mas hojevolta a pensar-se nela e fomenta-se a sua cultura.

O tupinambo desenvolve-se bem onde se dá a batata. Inclusive em solos pedregosos e dêescasso valor, e até em terrenos arenosos.

Composição -- No tubérculo encontra-se, segundo Wienhaus, aglutinina, que ele denominoufasina. Há também 1,87 % de proteína, 0,2 % de gordura, 16,4 % de hidrocarbonatos, 79,1 %de água. O conteúdo em minerais corresponde ao da batata. Os tupinambos possuem,portanto, um excesso em componentes básicos (de ação alcalina). Registra-se a presença devitaminas, em especial vitamina C, e existem hidrocarbonatos em forma de glicose e inulina.

Emprego Medicinal -- Reveste-se de importância cada vez maior no regime de diabéticos.Segundo o professor von Noorden, correspondem 80 g de tupinambo a uma unidade de pãobranco (pequeno pão de 20 g = 12 g de hidrocarbonatos).

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Usos Alimentícios -- 0 tupinambo apresenta uma variedade cujo tubérculo é fusiforme, depele lisa, rosada. Constitui, com a batata, um excelente alimento humano, infelizmente poucoconhecido. Tem um sabor quase igual ao da alcachofra, ou seja, um pouco adocicado. Podeser preparado de muitas maneiras. Em geral, cozem-se até abrandar-se em água com sal edepois prensam-se com leite e sal para se tomarem como purê. E muito vantajoso o não terque conservar os tubérculos em sótãos durante o inverno, podendo deixar-se no chão, vistoresistirem ao frio. Além disso, no sótão só resistem uma semana. Do chão podem extrair-senos dias frios, mesmo na primavera.

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Urtigas

Sob qualquer das numerosas denominações populares, a urtiga (Urtica dioica) estende-sepraticamente por toda a Terra. Encontra-se em sebes, sarças e nos bosques. Colhem-se asfolhas uma a uma, recomendando-se o emprego de luvas. Nos talos grandes podemarrancar-se conjuntamente te as folhas, arrancando-as até abaixo, mas tendo o cuidado denão incluir nenhuma inflorescência. As folhas que se põem a secar (levem ser viradas comfreqüência, facilitando-se assim a sua secagem. Podem tornar-se um pouco escuras, mas nãodevem ficar negras riem quebradiças. Guardar-se em caixas de papelão ou em latas,verificando o seu estado com freqüência.

Composição e Propriedades -- Os elementos ativos conhecidos até agora são: ferro,clorofila, lecitina, tanino, ou glicósido ainda não identificado, uma secretina semelhante à doespinafre, ácido fórmico, mucina, cera, caroteno, vitamina A e numerosos minerais,especialmente cálcio, ácido salícico, magnésio e manganês. Segundo F. Fluri o ardor é devidoa uma substância análoga ao ácido resinoso e não a um corpo albuminoso.

A urtiga produz um efeito diurético parecido com o do chá preto, embora inferior.

A secretina atua como excitante do estômago, do intestino, do pâncreas e da vesícula. Com oaumento das secreções dos sucos digestivos efetua-se simultaneamente uma excitação domovimento intestinal.

O teor da urtiga em compostos orgânicos de ferro e em clorofila capacita-a para incitar arenovação do sangue, aumentando a hemoglobina e os glóbulos verme-173

lhos. A eficácia é análoga à do sumo de espinafres.

Tal como acontece com as folhas de arando, também a urtiga influi favoravelmente nometabolismo do açúcar nos diabéticos, que podem poupar injeções de insulina mediante esteespecífico natural. Naturalmente, o efeito deve ser controlado por um médico, em cada caso.

Também parece comprovarem-se propriedades anti-hemorrágicas, devidas provavelmente àpresença de tanino.O efeito adstringente das urtigas faz-se notar numa série de doenças disentéricas. Mas, emcontrapartida, podem facilmente constituir um laxante, de modo que se torna lícito falar da suacapacidade como elemento normalizador do intestino.

Consegue-se uma forte circulação do sangue pela pele e pelas regiões orgânicas internasgolpeando o corpo com urtigas (a «urticação» dos antigos). Este aumento da circulação atuafavoravelmente nos mais diversos processos reumáticos, musculares e arteriais.

Aplicações Como Planta Medicinal -- A infusão de urtigas obtida fazendo cozer durantecinco minutos folhas trituradas com 200 ml de água, que se beberá três vezes por dia, éindicada nas cólicas nefríticas com expulsão de areia e cálculos, falhas cardíacas comcongestão, inflamação renal, icterícia, cólica intestinal, espasmos gástricos, catarros

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gastrintestinais e pobreza de sangue (anemia). Deve preferir-se o suco cru nos casos dehematúria, escarros sanguíneos, hematêmeses, regras excessivas e muito freqüentes, ehemorragias hemorroidais, consultando sempre o médico. Nas doenças metabólicas, como odiabetes, serve de reforço, e no reumatismo ou gota serve de remédio de uso externo(urticação).

Emprego Como Salada -- As urtigas não só têm sabor como os espinafres, como também sepreparam da mesma maneira. Mas, na medida do possível, só devemos empregar folhas erebentos tenros. Como há abundância por toda a parte, temos de ser exigentes. Podemmisturar-se também com acelgas ou espinafres, conseguindo-se assim diferentes sabores.Cozem-se primeiramente as folhas inteiras em água com sal até que fiquem brandas;seguidamente, esmagam-se e cortam-se aos pedacinhos. Prepara-se depois farinha torrada emanteiga, a que se adicionam cebolas picadas muito finas e as urtigas, com adição de leite eágua. Tudo isto vai ao fogo durante quinze minutos. Quem preferir renunciar à farinha torrada,tem de misturar as verduras acrescentando batatas raladas, cruas.

Procede-se da mesma maneira para preparar a sopa de urtigas. Cozem-se folhas tenras deurtigas, em água salgada até as amolecer; cortam-se depois em pequenos pedaços;engrossam-se com manteiga, molham-se com água quente e engrossam-se novamente com174

farinha, e cozem-se definitivamente, depois de acrescentar borragem, endro e pedaços debatatas.

Salada de urtigas: as folhas e os talos tenros podem apresentar-se muito bem como salada;acrescentam-se em partes iguais dentes-de-leão, azedas e mil-em-rama, obtendo-se umasalada de grande capacidade como meio depurador do sangue.

As folhas da urtiga não contêm grande força nem sabor de especiaria; empregam-se, porém,como condimento pelo seu efeito excitante sobre as glândulas dos órgãos digestivos,cortando-as em pequenos pedaços para saladas, pratos vegetais silvestres, sopas delegumes, purês de batatas, quando não se quiser consumi-ias como alimento principal desalada ou guisados de legumes.

Outras Aplicações -- É muito conhecido o excelente efeito das tinturas de urtigas contra acaspa e a queda do cabelo. Prepara-se a tintura da seguinte maneira: coze-se um litro de águacom meio litro de vinagre e 250 g de raízes de urtiga, finamente picadas, durante meia hora.Seguidamente, filtra-se o líquido. Com esta tintura lava-se a cabeça uma vez por semanalesfregando-se depois com azeite de oliveira puro.

As urtigas servem de matéria prévia barata para a obtenção industrial de clorofila comobjetivos farmacêuticos e para a coloração de conservas.175

Fim do Capítulo 3 de A Cura e a Saúde Pelos Alimentos

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ERNST SCHNEIDER

 

A CURA E A SAÚDEPELOS ALIMENTOS

versão eletrônica pelo Projeto Periferia

Capítulo 1 - As Nossas Deficiências de Saúde e a Sua Compensação NaturalCapítulo 2 - FrutosCapítulo 3 - Legumes e VerdurasCapítulo 4 - CondimentosCapítulo 5 - Alimentos Fornecedores de EnergiaCapítulo 6 - Alimentos de Origem AnimalCapítulo 7 - Regimes DepurativosCapítulo 8 - Doenças do Sistema CirculatórioCapítulo 9 - Doenças do Aparelho DigestivoCapítulo 10 - Doenças do MetabolismoCapítulo 11 - Doenças da PeleCapítulo 12 - Doenças do Sistema NervosoCapítulo 13 - TuberculoseCapítulo 14 - A Alimentação na GravidezCapítulo 15 - A Alimentação na Criança ModernaCapítulo 16 - O CâncerCapítulo 17 - Comentário FinalCapítulo 18 - Normas Fundamentais Para a Preparação de um Regime SadioCapítulo 19 - Receitas Culinárias

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Condimentos

Capítulo 4Há um grande tesouro de bênçãos escondido nas plantas e oculto nas

pedras. Oh! doce e excelsa Natureza, deixa-me seguir as tuaspegadas!...

Conde de Stolberg, 1775 «an die Natur» (À Natureza)

 

Açafrão

A origem do açafrão (Crocus sativus) tem de se procurar no Oriente. Pertence à família dasIridáceas. O que farmacêuticamente se conhece por açafrão (Crocus) são os estigmas secos evermelhos que pendem em todo o seu comprimento das flores. Para um quilo de açafrão sãonecessárias 100.000 flores. Por isso o seu preço é muito elevado e falsifica-se com freqüência.

Composição e Aplicações -- As matérias ativas até hoje conhecidas são a crocina, apicroína, que dá origem a um óleo essencial, e ainda o caroteno, o licopeno e ricoshidrocarbonetos alifáticos (segundo Madaus).

0 açafrão mostra claros efeitos sobre a matriz. É receitado pelos médicos na dose pertinentenos casos de regras dolorosas e nas faltas de menstruação. Torna-se também eficaz nosfenômenos nervosos e espasmódicos.

Aplicações -- Como planta medicinal só segundo prescrição médica rio caso de regrasdolorosas.

Como especiaria pode empregar-se em pastéis e sopas em quantidades muito pequenas (sóalguns pistilos).

Alecrim

O alecrim (Rosmarinus officinalis) é freqüente nos lugares secos e pedregosos, charnecas epinhais.

Pouco antes de dar flores, cortam-se cuidadosamente os rebentos e arrancam-se as folhas.

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Seca rapidamente, se se colocar num celeiro sombrio e ventilado. Durante todo o anoconserva o valor como condimento. Deve ser guardado em recipientes hermeticamentefechados.

Composição e Propriedades -- O óleo essencial (de 1 a 2,5 %), os terpenos, o ácido tânico eo aloés que contém constituem os principais elementos ativos do alecrim.

Aplicações Medicinais -- O alecrim possui um quádruplo campo de ação:

a) O aparelho gastrintestinal, cujas glândulas excita para maior atividade e cujos estados deespas-

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mos e cólicas resolve, impedindo desenvolvimento das bactérias prejudiciais. O emprego noscasos de má digestão, aerofagia e catarros gastrintestinais, é justificado e recomendável.

b) O sistema circulatório e, estreitamente ligado com ele, a ação sobre o sistema renal,intimamente relacionado com o anterior e complemento dele quanto à eficácia da planta. Influi,assim, favoravelmente nos casos de debilidade circulatória, especialmente depois de doençasinfecciosas graves, fortalecendo ao mesmo tempo a circulação devido ao seu efeito diurético.

c) Os órgãos sexuais femininos, cuja irrigação sanguínea favorece, produzindo assim uniaumento ria expulsão de sangue durante a menstruação. Tem, igualmente, êxito a aplicaçãoexterior da infusão de alecrim rio caso de erupções cutâneas persistentes, de cura difícil eInflamadas.

Emprego Como Condimento -- Fresco e seco, o alecrim torna-se um condimento excelenteem quase todos os pratos, molhos, saladas, regimes dietéticos e vegetais crus.

Alho

O alho (Allium sativum), pertence à família das Liláceas, procede da Europa Meridional e doOriente. É planta de cultivo antiquíssimo e já gozava de consideração na antiga medicinaindiana.

Composição e Propriedades -- Em toda a planta e na proporção de 0,005 a 0,009%apresenta-se o óleo essencial enxofrado do alho com 6% de alilpropilbisulfureto, 60 % dealiltrisulfureto e pequenas quantidades de aliltetrasulfureto. Estas combinações de enxofre sãoa causa da eficácia do alho.O elemento ativo mais importante foi descoberto há poucos aos, em 1944, como substânciaoleaginosa e foi chamada alicina. Esta produz um cheiro forte e possui forte ação bactericida.Em 1947 conseguiu-se produzir alicina sinteticamente e conhecer-lhe a estrutura química.

Todos sabemos que o típico cheiro é débil nos dentes de alho frescos e sãos. Mas se seesfregarem ou se cortarem, o cheiro apresenta-se de forma intensa. O fato deve-se a umprocesso de desdobramento, em que o fermento alinase, um elemento que graficamenteexpressado atua no alho como «machado químico» especial, obtém a alicina a partir de um

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elemento inodoro, chamado ali-

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ina, que é desdobrado em duas porções. Mediante o dito fermento forma-se a inicial aliina quese obteve quimicamente pura ele unia forma totalmente sintética A aliina, ao contrário daalicina, não exerce eleitos bactericidas.

Fundamentos de Ação Terapêutica do Alho -- Aplicado na pele sã, o óleo provocavermelhidão, inflamação e empola, e aplicado nas mucosas, vermelhidão e aumento dasecreção glandular, especialmente nas mucosas gastrintestinais. Alem de maior secreção dasglândulas digestivas, também aumenta a secreção de bílis. O alho também extermina asbactérias malignas do intestino, ao mesmo tempo que fomenta a reprodução de colibactérias,os agentes intestinais normais.

O alho é um calmante intestinal adstringente e um bactericida. A antiga crença popular de queo alho combate o câncer pôde comprovar-se em ensaios com animais, observando-se umaclara dificuldade de crescimento nas células cancerosas, transplantadas depois ele umtratamento com alho. Este efeito explica-se facilmente, porque hoje se vai chegandopaulatinamente a considerar o câncer como um grave desvio metabólico, cuja origem seencontra, muitas vezes, no aparelho gastrintestinal.

Os elementos ativos do óleo do alho, como se pode verificar rapidamente só pelo cheiro,eliminam-se através da pele e dos pulmões. Esta forma de eliminação é importante, porque osditos elementos desenvolvem as suas atividades nas vias respiratórias, resolvendocongestões, aumentando as secreções e desinfetando.O efeito sobre a tensão arterial tem sido aceito, rejeitado e de novo comprovado nos últimostempos. Parece ponto assente que a tensão arterial diminui e o pulso se torna mais lento etranqüilo, que se dilatam os vasos coronários, sendo por isso melhor alimentados os músculoscardíacos e, portanto, tornam-se mais fortes.

Apresenta-se finalmente, segundo a velha experiência e modernas provas experimentais, umaumento da resistência contra as infecções.

Também é muito freqüente a aplicação do alho contra nematóides e ascarídeos, em forma deirrigação.

Afecções em Que é útil o Seu Emprego -- Em afecções gastrintestinais: catarros doestômago e intestino com diarréia e prisão de ventre, tuberculose intestinal, flatulência,catarros intestinais crônicos, infecciosos e agudos, cólicas, inflamações do intestino grosso edo reto, diarréia, doenças hepáticas e biliares, disenteria amebiana, cólera, tifo e paratifo.

Em tumores cancerosos, embora neste caso o alho apenas desempenhe o papel de remédioauxiliar e nunca deva substituir ou retardar a aplicação de medidas determinadas pelo médico.Como elemento anticanceroso pode recomendar-se em todo o tempo.180

Nas doenças elas vias respiratórias: catarros das vias respiratórias, enfisema pulmonar,tuberculose, gangrena pulmonar, asma pulmonar e bronquiesctasias.

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Nas doenças da circulação: hipertensão, arteriosclerose de vasos coronários, debilidade dosmúsculos cardíacos, intoxicação de nicotina.

Num estado de debilidade geral, depois de doenças infecciosas ou de câncer. Em casos delombrigas (oxiúros e ascarídeos).

Modo de Emprego -- Em todas as enfermidades, a melhor forma de aplicação é o consumocru. Tomar diariamente de meio dente a um dente com pão, manteigae salsa ou cozido em leite, O incômodo do cheiro não se pode evitar por completo. Comovermífugo, prepara-se um líquido de irrigação cozendo 100 g de alho num litro de água eaplicando-o depois de esfriar. Pode também confeccionar-se um suco de alho que se conservadurante um ano: deixam-se em 100 g de álcool 40 g de dentes de alho descascados e picadosdurante dez dias, pelo menos, e agitando-os com freqüência. Filtra-se depois o líquido ejunta-se-lhe para dissimular o cheiro 2 gotas de óleo de raiz, de Angélica. Tomar diariamentede quinze a vinte gotas.

Outros Usos -- O emprego do alho como condimento torna-se , portanto, de grandeimportância, por estimular o apetite, evitar a flatulência, limpar o intestino e excitar asglândulas digestivas.

Utiliza-se em pequena quantidade para saladas, legumes, alimentos crus e molhos. Para assaladas basta muitas vezes que a travessa seja esfregada com um dente de alho. Muitaspessoas preferem o alho picado em rodas no pão com manteiga.

É possível atenuar o cheiro do alho desde que se combine com leite, salsa e arruda. O alhomuito picado, com cominhos e manjerona, constitui um excelente aditamento para as sopas deervilhas, lentilhas e feijão.

Para o emprego prático do suco do alho, de cheiro menos forte, sobretudo para condimentosou para preparar dietas para diabéticos, dispomos hoje de pequenos esmagadores baratos demanejo fácil.

Anis

A família das Umbelíferas proporciona-nos o anis ou erva-doce (Pimpinella anisum), origináriado Oriente.

O anis figura entre os mais antigos medicamentos. Já Pitágoras louvava a sua influência. Noses-

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tudos hipocráticos aparece tratado com freqüência.

Logo que os talos se tornam amarelos, cortam-se os cachos de flores, atam-se edependuram-se ao ar para secar. Decorrido algum tempo, podem obter-se os frutos,sacudindo-os. O clima duro e úmido, assim como a zona costeira, não são lugares próprios

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para o seu cultivo. O melhor é cultivá-lo em solo de boa qualidade e predominantemente leve.Estrumar o campo, mas antes de se formarem os frutos. Não é de aconselhar o adubo comprodutos industriais, porque a maioria desses adubos favorece a formação da folhagem comprejuízo dos frutos. A sementeira, à distância de 25 cm, precisa geralmente de 150-250 g desementes por are. A germinação tem lugar de duas a três semanas depois, e a capacidade degerminação vem a ser de 70-90 %. Cortam-se os frutos e seguidamente trituram-se. Por cadaare colhem-se de 6 a 8 quilos de fruto.

Composição -- Dos frutos obtém-se um óleo perfumado de odor doce e agradável (cerca de2-3%) que no seu estado puro e por efeito do frio se solidifica como massa cristalina branca(Schulz). já no ano de 1820 se efetuaram as primeiras investigações sobre este óleo e a suacomposição. Até hoje conhecemos como primeiros elementos: anetol, ácido de anis, aldeídode anis, acetona de anis e outras matérias complementares, tais como óleos, proteínas eaçúcar .

Modo de Atuação e Emprego -- A sua eficácia está condicionada fundamentalmente àexpulsão do óleo essencial pelos pulmões, o que fomenta as atividades vibráteis nas viasrespiratórias. Pode utilizar-se portanto como meio expectorante. Tal atividade podeaumentar-se mediante a mistura com outras plantas como, por exemplo, verônica, saponáriana proporção de 20 g, folhas de tussilagem, flores de sabugueiro na proporção de 15 g, e raizde violeta, 10 g. Misturar, cozer unia colher de sopa numa xícara de água e beber quente. Estaespeciaria encontra-se muitas vezes presente nas chamadas infusões peitorais, pulmonares easmáticas. O óleo ainda desenvolve outros efeitos nas glândulas do tubo gastrintestinal,excitando a sua atividade, aumentando o apetite, facilitando a digestão e melhorando aeliminação biliar. Está, portanto, justificado o emprego desta especiaria como infusão para oestômago e a bexiga; resta, porém, confirmar se aumenta a produção do leite na mãe lactante.

Como planta medicinal emprega-se para a tosse, catarro bronquial, asma, inapetência, catarrogastrintestinal, espasmo de órgãos respiratórios e digestivos (cólicas).

Como condimento, empregam-se os pequenos frutos maduros que contêm de 2 a 3 % de óleoessencial.

0 anis em pó misturado com cenouras é muito conveniente para o tratamento de lombriga,

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nas crianças, assim como para combinar com elementos agridoces como couve-lombarda epepinos. Mediante destilação pode obter-se óleo ou essência de anis a partir das folhas secas.

A família das Borragináceas proporciona-nos como saborosa especiaria vegetal a borrarem(Borrago officinalis).

Antes e durante a floração cortam-se as folhas à tesoura, pois só se empregam frescas comocondimento ou como aditamento a uma salada. As folhas secas perdem sabor e são deconservação difícil. As flores, empregadas muitas vezes como elemento decorativo, tambémse colhem.

A sementeira faz-se na primavera, em filas; a distância entre os sulcos deve ser de 25 cm. O

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mais prático é fazer várias sementeiras seguidas, porque as folhas jovens são as mais fortes.A borragem multiplica-se rapidamente. O terreno onde se tiver semeado a borragemtransforma-se facilmente em matagal. A germinação produz-se passados cinco ou seis dias,com uma capacidade de quase cem por cento.

Composição e Propriedades -- Com respeito a substâncias ativas, podemos dizer muitopouco. Atualmente Kroeber considera muito abundante na borragem o tanino; nas cinzasencontra-se manganês.

Autores mais antigos falam de mucilagem, resina, ácido acético, muitos sais, especialmentesalitre e vestígios de um elemento de fragrância (óleo essencial).

Aplicações e Forma de Emprego -- Como planta medicinal a borragem não poderecomendar-se para determinadas enfermidades, porque o seu leite é pouco conhecido.

Como planta de salada e verdura tem sido, porém, muito recomendada. As folhas tenras enovas picam-se e temperam-se apenas com cebola, azeite e um pouco de sal como salada, oumisturam-se como alimento cru com pequena quantidade de salada, ficando assim com umsabor análogo ao do pepino.

Como especiaria é que a borragem adquire o seu maior significado. Pelo seu cheiro e saborparecidos com os do pepino é um aditamento muito usado nas saladas, sobretudo nas debatatas ou verduras silvestres, alimentos cozidos ou crus, sopas e molhos. Juntamente com oendro não deve faltar em nenhuma salada de pepino e de outros vegetais verdes. Só se deveempregar cuida-

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dosamente combinada com outras especiarias, pois não se anula a eficácia destas. Com assuas folhas finalmente picadas, prepara-se um molho para as variedades de couve.

As flores azuis, de grato sabor, podem também empregar-se vantajosamente como aditamentoa pratos frios e saladas de batatas. Como as folhas quando secam adquirem um tom pardoescuro, prepara-se para o inverno um sumo de borragern que deve ser esterilizado. Para omolho de ervas o melhor é empregar borragem, azedas, salsa e tomilho.

Canela

Com o nome de canela conhecem-se no comércio diferentes tipos de cascas que seempregam como condimento e se obtêm de diversos arbustos pertencentes à família dasLauráceas. A espécie melhor e mais utilizada é o Cinnamomum Ceylandicum, procedente doCeilão, onde é abundantemente cultivado. Também é explorada noutros países, como Java,Sumatra e ria América do Sul. Das cascas dos ramos novos obtêm-se os delicados cilindros,pardo-avermelhados, utilizados no comércio. Caracterizam-se por um sabor fortementearomático, algo picante e ao mesmo tempo doce.

Composição -- Um óleo essencial que atinge proporções de 0,5 a 4%.

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Também contém uma suave resina aromática, um corante que tem ferro e gomas.

Aplicações Médicas -- A canela tem uma ação reguladora do apetite, fortalece o estômago, éestimulante e adstringente. Tem sido um remédio tradicional para a debilidade do estômago edo sistema digestivo em geral, especialmente nos casos de gastrite subácida, caracterizadapela escassa produção de suco gástrico, e na diarréia. Nas farmácias costuma-se preparar a«água de canela», a tintura de canela, o xarope e o óleo de canela. Infelizmente, estespreparados costumam empregar-se apenas para corrigir o sabor de outras receitas médicas,embora tenham certas propriedades muito aproveitáveis por si mesmas. A que se empregamais freqüentemente é a tintura de canela, tomando-se uma colher de sopa, cheia, três vezespor dia. É muito recomendável na debilidade nervosa do estômago, na flatulência e nasgastrinterites.

Emprego Culinário -- Empregam-se tanto os «paus» inteiros como em pó, que deve ser omais

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fino possível. Por causa da sua marcada ação adstringente, deve empregar-se o pó de canelacom bastante parcimoma. Em pequenas quantidades regula a secreção salivar e a atividadedas glândulas. É uma especiaria muito indicada para a preparação de pratos em cujacomposição entre o arroz, as farinhas e o leite coalhado, assim como na pastelaria.

CoentroEntre as Umbelíferas, encontra-se também o coentro (Coriandrum sativum), cultivado esubespontâneo entre as messes e campos de quase todo País.

O coentro semeia-se em filas de 25 cm de separação. O peso de mil sementes é de 9,1 a 9,8g; a capacidade de germinação é de 77% em média; germinação em duas ou três semanas.Para 100 m2 calculam-se 250 g de semente, sendo a colheita nessa mesma extensão de unsdez a vinte quilos.

Quando os frutos começam a amadurecer cortam-se as plantas ou então debulham-se ouexpõem-se ao sol sobre panos até os frutos caírem maduros. O coentro seco é de cor decastanha, cheira aromaticamente e é um pouco doce.

Na medida do possível deve ser conservado em latas bem fechadas, para não perder o aroma.

Composição e Propriedades -- Os elementos ativos até hoje conhecidos são os que seencontram nos frutos: 0,8-1,0% de óleo essencial de cilantro, óleo gordo, ácido málico, umpouco de tanino, açúcar, pectina, vitamina C e fécula.O modo de atuação só se conhece empiricamente. Supõe-se que o coentro reforça oestômago, resolve os espasmos, faz desaparecer a flatulência, corta a diarréia e é vermífugo.A planta tem sido objeto de pouco estudo científico.

Emprego Como Condimento -- O cheiro a especiaria nos frutos frescos suaviza-se depois desecos e torna-se muito agradável. O seu emprego principal é o de pastelaria e confeitaria de

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todas as espécies, começando nos biscoitos e bolachas e acabando no pão, assim como emfrutas ácidas e especiarias. Açucarados, os frutos constituem uma guloseima. O coentrocombina além disso com hortaliças, como a couve, o repolho e os espinafres; também écompatível com os regimes dietéticos.

Cominho

0 cominho (Carum carvi) pertence como o coentro à família

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das Umbelíferas. No primeiro ano de cultivo recomenda-se que o terreno seja fortementeadubado com estrume. Como o cominho só pode ser colhido no segundo ano, o melhor ésemeá-lo com outro intermediário que amadureça no princípio do verão (ervilhas, cevada,aveia) para que o cominho tenha tempo de sobra para a formação da sua folhagem. Mil grãospesam 2,56 gramas.

A quantidade de semente por are em terreno aberto é de 100 gramas. A distância entre fila eplantas deve ser nos dois casos de 30 cm. Não é preciso recobrir a terra depois da colheita dofruto intermediário.

Normas Para a Sementeira e Para a Colheita -- Como os grãos, quando estão maduros,caem com facilidade, deve-se fazer a colheita quando estes começam a adquirir um tomcastanho escuro. Cortam-se as plantas ainda cobertas de orvalho às primeiras horas damanhã com a foice ou a gadanha. Também se recomenda que se estendam lonas, quando secarrega, para poder recolher os numerosos frutos desprendidos. O teor de óleo essencialaumenta durante a armazenagem, de modo constante. Sob a designação de «cominho deprimeira qualidade» entende-se como mínimo 90% de pureza e como máximo 14% deumidade. Os distribuidores que compram aos produtores devem por no mercado, para usosfarmacêuticos e alimentares, apenas cominhos que possuam 98% de pureza e umidademáxima de 14%. O cominho que tenha grande quantidade de impurezas, especialmente ervasmás, e que não atinja ou dificilmente consiga uma pureza de 98 %, só deve ser empregado emusos técnicos.

Na recolha do cominho silvestre cortam-se as umbelas com os seus talos, quando os grãoscomeçam a amadurecer, e estendem-se sobre um fundo de papel ou dependura-se o molhopara secar. Varejam-se os frutos maduros que não tiverem caído.

Composição e Propriedades -- As substâncias ativas até agora conhecidas são: óleoessencial de comicarveol e uma base aromática narcótica, assim como acetaldeído, álcoolmetílico, furfurol, e diacetil. Além do óleo essencial, encontra-se óleo gordo, cera, tanino,substâncias albuminóides, etc.

A eficácia do cominho é devida principalmente ao óleo essencial que estimula o estômago,mas atua sobre o intestino como sedativo carminativo.

Emprego Como Remédio -- Como planta medicinal, na de-

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bilidade gástrica, nos espasmos do estômago, na flatulência intestinal e noutras perturbaçõesdo intestino, especialmente nas crianças. Para isso recomendam-se as seguintes misturas:

Misturam-se 20 g de cominho em pó e outros 20 g de coentro e toma-se o que couber naponta de uma faca, depois da refeição (Mayer). Ou então misturam-se, segundo fórmulafarmacêutica, 10 g de cominhos com 30 g de camomila, 30 g de folhas de hortelã-pimenta e 30g de raiz de valeriana; deita-se de cada vez uma colher pequena desta mistura num copo deágua fervente e deixa-se repousar durante catorze minutos; bebem-se diariamente de duas atrês xícaras.

Para as crianças também pode ser eficaz cozer os cominhos em leite, para as doresabdominais, cólicas intestinais, espasmos intestinais, más digestões ou flatos. Empregam-seentão quatro gramas por litro.

Emprego Como Condimento -- O cominho, pela sua característica de favorecer a digestão, éum condimento sumamente apreciado e valioso. Em muitas regiões acrescenta-se à levedurado pão. Também é próprio para toda a espécie de queijos. Muitas variedades de hortaliças,especialmente as couves que provocam flatulência (repolho, couve, chucrute,couve-lombarda), deviam temperar-se sempre com cominhos, pois estes favorecem a suadigestão. Misturados com outras especiarias, dão excelente sabor às saladas, molhos, sopas,pratos dietéticos e verduras cruas. Também é conveniente o seu emprego na pastelaria. Éconveniente não cozinhar os cominhos com os outros alimentos, mas acrescentá-los em pó outriturados depois da cocção, pois do contrário perdem-se muitos dos seus efeitos comocondimento.

As folhas frescas e tenras da planta têm o mesmo odor que os frutos. Podem acrescentar-seaos vegetais crus e às saladas.

Endro

O endro (Anethum graveolens) pertence à família das Umbelíferas. As plantas têm muitasemelhança com o funcho. É possível o cultivo em toda a espécie de terrenos de horta, dada afalta de exigências desta planta para se desenvolver. A germinação apresenta-se na segundaou terceira semana, com capacidade germinativa de até 80 %. É melhor semear várias vezessucessivamente, para dispor sempre de folhas frescas de endro. O endro não suporta atransplantação. Pouco

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antes da floração, arranca-se toda a planta do solo e dependura-se para secar. Os frutos(sementes) colhem-se diretamente das plantas totalmente maduras.

Composição e Propriedades -- As matérias ativas conhecidas até agora são o óleo essencialcom taninos (30-60%), apiol de endro e minístico (Schimmel). O endro é carminativo e atuacontra as flatulências, hidratante, sedativo, incrementador do leite e emenagogo, fomentando amenstruação. Todos estes efeitos se baseiam na experiência da medicina popular. A

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investigação científica pouco ou nada tem provado a este respeito.

Usos medicinais -- Na flatulência, na retenção de urina como conseqüência de transtornoscardíacos ou renais, aumento de produção de leite nas mães lactantes, na excitação doapetite, na ajuda da digestão e na insônia.

Receitas para a flatulência: duas colheres pequenas de sementes sobre as quais se deitamduas xícaras de água fervente; deixa-se repousar quinze minutos; bebe-se uma xícara duranteo dia e outra à noite.

Em caso de insônia, emprega-se a mesma receita ou se misturam com 20 g de sementes deendro, 20 g de sementes de anis, 30 g de folhas de erva-cidreira e outros 30 g de flores desabugueiro. Deita-se sobre uma colherada grande desta mistura uma xícara de água fervente;bebem-se ao anoitecer uma ou duas xícaras da infusão.

Para aumentar a produção de leite prepara-se a seguinte receita: 25 g de anis, 25 g desementes de funcho, 25 g de endro e 25 g de folhas de manjerona. Tomar duas vezes por diauma xícara da infusão que será feita assim: uma colherada grande da mistura por xícara deágua fervente.

Emprego Como Condimento -- A planta nova presta-se muito bem como aditamento àsalada de pepino, freqüentemente tão flatulenta, e também para a salada de alface e debatatas. As folhas pequenas recentes dão às saladas com bocadinhos de tomate ou requeijão,sopas e pratos crus, um sabor especial. Também se aproveita verde ou seco para refogadosvegetais.

As sementes de endro apreciam-se, em geral, na preparação de pepinos, saladas de legumese de repolhos ou de couve-lombarda O endro com cominhos e um pouco de alho é uma felizcombinação para condimentar o requeijão, pois o efeito flatulento do alho fica compensadocom o endro e os cominhos, de modo que se produzem plenamente os efeitos das excelentescaracterísticas destes condimentos.

Erva-Cidreira

A melissa ou erva-cidreira (Melissa officinalis) pertence às Labia-

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das e encontra-se cultivada e subespontânea em terrenos montanhosos e nos bosques.

Precisa de um lugar protegido, não muito seco, e de solo nutritivo. A reprodução pode fazer-semediante a semeadura em canteiros ou por mudas de raiz. São precisos de dois a cincogramas de sementes para 100 metros quadrados de terreno. A germinação dura quase quatrosemanas. Os rebentos novos plantam-se à distância de 30 X 40 centímetros. A plantação deverenovar-se de cinco em cinco anos.

Antes de dar flor e em tempo seco e quente, cortam-se-lhe as folhas. Fazendo-o comfreqüência multiplica-se-lhes o crescimento. Uma vez separadas todas as impurezas,

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secam-se as folhas o mais rapidamente possível num lugar arejado e sombrio. O tempo úmidodurante a secagem prejudica o bom aspecto das folhas. A melhor maneira de conservar asfolhas, uma vez secas, é guardá-Ias em recipientes hermeticamente fechados.

Composição e Propriedades -- As matérias ativas até agora conhecidas são: 0,15% de óleoessencial, assim como aloés, tanino, resina e mucilagem.

Emprego Medicinal -- O óleo essencial é capaz de atuar como dissolvente de congestões ecomo analgésico, sendo os seus efeitos muito semelhantes aos do óleo da hortelã-pimenta. Aerva-cidreira é muito própria para mulheres e crianças delicadas e débeis.O óleo e a essência de erva-cidreira, empregados exteriormente, amortecem as dores dedentes, dos ouvidos e da cabeça, assim como as enxaquecas. Para uso interno, 20 g de folhastomadas em infusão diariamente acalmam os estados nevrálgicos e traumáticos, os estadosgastrintestinais semelhantes à cólica e são um calmante para os vômitos nervosos dasmulheres grávidas. Especialmente nas mulheres e nas jovens anêmicas, a erva-cidreira quasesempre influi favoravelmente nos períodos débeis e dolorosos. A sua eficácia deve atribuir-seà maior irrigação dos pequenos órgãos da pélvis. O efeito calmante e soporífero desta plantanos nervos e no cérebro e a considerável eficácia como antiespasmódico e comoreconstituinte do aparelho gastrintestinal, do coração e da matriz, dão à erva-cidreira um lugarimportante como planta medicinal.

Uso Como Condimento -- Em todos os cozidos que levem limão, podem tambémempregar-se folhas frescas de erva-cidreira, es-

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pecialmente em saladas, sopas, molhos, regime dietético, legumes crus, sopas de fruta,sobremesas de leite e sucos de frutas. A erva-cidreira não deve ser cozida com o alimento,pois perde o sabor.

EucaliptoA família das Mirtáceas conta com numerosas espécies de Eucaliptos, gênero originário daAustrália e amplamente cultivado na Ásia e na América. Numerosas plantações destas árvorestêm sido efetuadas com o objetivo de sanear os terrenos pantanosos, na luta contra opaludismo e no reflorestamento. O eucalipto é uma árvore que cresce rapidamente e podeatingir grande altura, chegando em casos de corpulência gigantesca a 155 metros.

Composição e Propriedades -- Da casca de eucalipto obtém-se, mediante incisões, umaresina que se torna muito espessa depois de algumas horas, endurecendo pela ação do sol.Este produto chama-se quina. A quina é uma espécie de goma que se obtém igualmente doEucaliptus corymbosa, Euc. cetriodora, Euc. resinifera e do Pterocarpus marsupium, e quecontém como produto ativo o ácido quinotânico, de cor parda, numa proporção de 75-80%.Este ácido, mediante, cocção com ácidos minerais diluídos, cinde-se em vermelho de quina eglicose. A quina entra também na composição de substâncias para curtir e para colorir, tendoainda hoje muito valor.

As folhas de eucalipto (Folia eucalypti) têm um cheiro aromático muito agradável e são um

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pouco acres ao paladar. Contêm em média 1,5% de óleo essencial, além de tanino,substâncias amargas, resinas e 6 % de cinzas. Empregam-se estas folhas como infusão, emdoses de 1 a 3 gramas com efeitos antissépticos e febrífugos nos catarros bronquiais evesiculares, assim como combinadas com fricções no reumatismo.

O óleo de eucalipto obtém-se mediante destilação das folhas de diversas espécies deeucalipto. Forma um líquido transparente ou de cor levemente amarelada, de cheiropenetrante, mas de sabor refrescante. O óleo de eucalipto contém cineol ou eucaliptol até70%, além de pineno, canfeno, sexquiterpenos e aldeído valérico.

Indicações Médicas -- O óleo de eucalipto, especialmente quando é empregado em forma deinalações, atua sobre as mucosas e a pele produzindo uma inflamação de caráter local, quedecorre com intensa produção de mucosidade, no que se radica precisamen-

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te o seu efeito curativo. Emprega-se preferentemente no tratamento de bronquites agudasmalignas e crônicas nas bronquites pútridas e na gangrena pulmonar, para inalações ou comoprescrição para o interior. O seu caráter antisséptico e antipirético também o tornam muito útilno paludismo e no cólera, assim como também é de grande efeito terapêutico em fricções nocaso de reumatismo. Tem dado nomeadamente bons resultados como vermífugo,administrado em doses diárias de 5-20 gotas.

O grande poder antisséptico e desodorante do óleo de eucalipto torna-o especialmente valiosonas lavagens da boca e no cuidado ordinário da dentadura.

Dosagem e Contra-Indicações -- A dosagem tem de se manter estritamente nas normasindicadas em cada caso, porque excedendo os três gramas podem aparecer sintomas deintoxicação e se a quantidade administrada exceder grandemente as doses toleradas podemchegar a produzir-se convulsões tônicocrônicas.

A dose prescrita para tomar oscila de 10 a 15 gotas, duas vezes por dia, com açúcar.

O eucaliptol ou cineol pode obter-se por destilação fracionada como um dos componentesmais importantes do óleo de eucalipto, e aparece como uni líquido incolor de aroma canforadoe de sabor refrescante «sui generis». Costuma empregar-se nas receitas médicas como óleode eucalipto em doses de 0,1-1,0 grama.

FunchoA família das Umbelíferas pertence o funcho (Foeniculum officinale), que no estado silvestre seencontra nas sebes, margens dos campos, entulhos e entre as rochas.

Corta-se a planta a 5 cm do solo, desenterram-se os renovos e dispõem-se atados numa covaque se recobre cuidadosamente com Palha ou terra. No segundo ano transplantam-se asplantas mais desenvolvidas para o campo propriamente dito, onde as flores e os frutosamadurecem. Plantam-se de dois em dois à distância de 50 a 70 centímetros. O tempo dagerminação é de três semanas. As umbelas centrais, que são as primeiras, formam osmelhores frutos. O teor de óleo essencial aumenta durante a conservação por todo o inverno.

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Composição e Propriedades -- O óleo contido nos frutos na proporção de 4,5 % deve sercon-

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siderado o principal elemento ativo. Encontram-se, também, no funcho, de 9 a 12%, óleogorduroso, proteína, fécula e açúcar. O óleo de funcho consiste sobretudo em 50 a 60% deanetol, um derivado de fenilpropano, além de diferentes compostos terpênicos, dpineno,dipenteno, canfeno, d-limonemo, etc. O pineno, numa proporção aproximada de 20 %, produzsabor amargo e conforado.O efeito é principalmente determinado pelo óleo essencial, sobretudo pelo anetol que constituium bom meio de expectoração. Acelera a atividade dos epitélios vibráteis das viasrespiratórias. Além disso, o óleo possui a capacidade de eliminar as flatulências e fomentar adigestão. O efeito do emprego popular de cozimentos de funcho nas inflamações daspálpebras não está cientificamente comprovado.

Emprego Como Remédio -- O funcho é proveitoso no catarro bronquial, asma, tosserenitente, flatulência intestinal, astenia gastrintestinal e prisão de ventre crônica.

No emprego como infusão expectorante, misturam-se para maior eficácia 26 g de funcho, 25 gde líquen e 25 g de malvaísco; deita-se sobre uma colherada desta mistura uma xícara deágua fervente; deixa-se repousar durante quinze minutos e bebem-se, durante o dia, váriasxícaras quentes.

Para emprego como infusão contra as flatulências, misturam-se 25 g de funcho, 25 de anis, 25de coentro e 25 de cominho; prepara-se uma infusão com uma colherada desta mistura, etomam-se uma ou duas xícaras por dia.

Só com os frutos, prepara-se uma bebida com água ou leite, que as mães gostam de dar aospequenos para combater os flatos e resfriados.

Emprego Como Condimento -- Os rebentos recentes empregam-se muito na EuropaMeridional como verdura. Trata-se, quase sempre, não do funcho de especiaria (Foeniculumvulgare ou officinale), mas sim do chamado funcho comestível ou doce (Foeniculum dulce).

Como condimento, os frutos têm os requisitos necessários. Empregam-se inteiros, porquepartidos ou moídos perdem o aroma. Os frutos ou o óleo que deles se obtém empregam-secomo condimento popular, principalmente em confeitaria, sopas, flans, pudins. Também seempregam os frutos e os gomos meio maduros com agrado para juntar aos pepinos e aochucrute, quase sempre em combinação com o endro e estragão. As folhas tenras e os gomosrecentes constituem um acréscimo para saladas, pepinos e molhos de ervas. As folhas, sós,são uma boa guarnição para pratos frios.

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Loureiro -- Do autêntico loureiro (Laurus nobilis) cujos ramos e folhas empregam-sedesde a mais remota antiguidade como símbolo de honra.

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O loureiro forma arbustos ou árvores que podem chegar a atingir 10 metros de altura.

Composição e Propriedades -- As folhas aromáticas contém na maior parte dos casos 1 %de óleos essenciais, substâncias aromáticas e 5 %, no máximo, de cinzas. Costumamempregar-se secas como condimento. Uma xícara de infusão feita na base de 5 g de folhassecas em 1/2 litro de água emprega-se como remédio nas dores de estômago e nos vômitos.

Os frutos contêm até 40 % de substâncias gordas com 1 % de cinzas. Também se empregamos frutos freqüentemente na cozinha como condimento. Na medicina emprega-se comoregulador do apetite, devido às substâncias amargas que contém.

O pó de frutos de loureiro emprega-se como especiaria estomacal e diurética em uso interno, eno exterior como ungüento nas hemorróidas.

Forma de Emprego e Aplicações -- Mediante pressão e cocção obtém-se a partir dos frutosum ungüento ou óleo de loureiro que forma uma mistura de gorduras e de óleos essenciais,com aspecto de sebo verde. A cor verde provém da clorofila (que, como se sabe, é asubstância fundamental das folhas verdes), que permanece no óleo. A composição do óleo éconstituída por 2,5% de óleo essencial, clorofila, substâncias amargas e glicéridos dos ácidosláurico, palmítico e oléico (as gorduras são ésteres da glicerina com ácidos gordos).

O óleo essecial. é composto, por sua vez, por 50% de lineol ou eucaliptol, que é umasubstância líquida, rica de oxigênio, incolor e com um cheiro parecido com o da cânfora e quetem a propriedade de ser facilmente solúvel em éter, clorofórmio, álcool, essência deterebintina e óleos gordos, sendo, além disso, antisséptica, expectorante e anti-helmíntica. Asrestantes substâncias contidas no óleo essencial também são muito ricas em oxigênio, como oé o metil-eugenol (fenol), o geraniol e o lineol. (alcoóis). Finalmente, contém o óleo à volta de12 % de terpenos e sesquiterpenos que derivam do cimol, dando hidrocarboretos da série docicloexano.

Outros Usos e Contra-Indicações -- 0 óleo de loureiro utiliza-se na medicina como massa-

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gem cutânea nas doenças reumáticas da pele e como meio protetor contra os insetos.

Pelo seu teor de óleos essenciais, o óleo de loureiro pode dar lugar a reações alérgicas.Também é, como acontece com o óleo de bergamota, um sensibilizador aos raios ultravioletas.Por uma forte irradiação solar pode originar-se a doença de Berloque, que consiste numainflamação cutânea com uma estratificada coloração parda da pele, especialmente nopescoço, peito e braços.

Manjericão Grande

0 manjericão grande (Ocimum basílicum) pertence à família das Labiadas, sendo-lheatribuídos como países de origem o Egito, as ilhas gregas, a Pérsia e a índia. Pode cultivar-seem vasos de barro para ter sempre uma folha à mão. As quantidades maiores cultivamse empequenos talhões nas hortas. E preferível semeá-las em canteiros. A germinação produz-se

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decorridos dez a catorze dias. A capacidade germinativa é de 60 a 80 %. Esta planta é muitosensível às geadas. O cultivo só prospera em canteiros protegidos. Durante a floração,corta-se duas vezes a planta. Sacodem-se as folhas, selecionam-se e secam-se num localventilado e sombrio, virando-as com freqüência.

As folhas secas devem conservar-se em recipientes bem fechados para não perderem asmatérias aromáticas.

Composição e Propriedades -- Os componentes ativos até agora conhecidos são óleosessenciais (cerca de 1,5%) e tanino. O óleo essencial é a matéria mais valiosa desta planta e,como quase todos os óleos essenciais, excita a atividade da mucosa das vias respiratórias egastrintestinais, dos rins e dos nervos, embora não possua nenhum valor curativo especial.

Aplicações e Forma de Emprego -- Influi beneficamente, combinada com outras plantas deefeito semelhante, na prisão de ventre crônica. Na realidade o emprego curativo desta planta éinfinitamente menor do que a sua aplicação como condimento.

A planta, de forte aroma, emprega-se pelo seu teor em óleo essencial, como condimento emsopas, molhos, favas, pepinos. Bastam poucas folhas para dar às saladas de plantassilvestres, molho de salada e sopas um agradável aroma. Também não deve faltar omanjericão grande na manteiga vegetal. Pode empregar-se tanto seca como fresca.

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ManjeronaA manjerona (Origanum orana) pertence à família das Labiadas; é de origem africana.

A manjerona necessita de um solo leve, mas nutritivo. E excelente o solo pantanoso ousemi-pantanoso No cultivo da horta, semeiam-se as sementes (que é melhor misturar comareia) em canteiros. Depois das geadas faz-se a transplantação para terreno livre,distanciando a planta 20 a 40 centímetros. Com bom tempo são possíveis duas colheitas emmédia. Nas zonas que oferecem perigo de geadas pode proceder-se à sementeira direta emsulcos, na primavera.

A capacidade germinativa é de 70 a 90%. A germinação produz-se na terceira semana. Aquantidade de sementeira é de 100 g por are. A distância entre as filas deve ser de 25centímetros.No cultivo em campo aberto, sega-se com a foice toda a planta, antes de dar flor, a uns 5centímetros do solo, e deixa-se secar em pequenos ramos no mesmo campo, fazendo-se atransladação alguns dias depois, para se estender numa camada ligeira ou dependurar-se emfeixes até secar completamente.

As plantas cortadas não devem ficar expostas à chuva, porque perdem a cor e assimdificilmente se vendem. A colheita, por 100 m2, é de 24-32 quilos de planta seca. O terreno sópode voltar a semear-se de manjerona anos depois.

A manjerona é própria também para o cultivo em vasilhame ou caixotes, tanto mais que para

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uma família média bastam algumas plantas.

Cumpre observar o tempo da colheita, que é imediatamente antes de dar flor, porque a plantapossui então maior' força como condimento. Os talos maiores e mais grossos separam-se,quer antes quer depois de secos. Se a separação tiver sido bem feita, a manjerona não deveapresentar manchas pardacentas. A conservação das folhas secas consegue-se nas melhorescondições mediante recipientes fechados hermeticamente, para não se perder o aroma.

Composição e Propriedades -- As matérias ativas conhecidas até agora são: 3,5% de óleoessencial na planta seca, 4,5% de tanino, aloés e pentosanas. O óleo essencial contém 60%de óleo de terpineol e 40% de outros terpenos.

De acordo com os nossos conhecimentos e experiências atuais e por causa do seu teor deóleo essencial e de aloés, a manjerona contém:

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1. Elementos dissolventes de mucosidades (expectorantes).

2. Elementos facilitadores da expulsão de água (diuréticos).

3. Elementos que facilitam a expulsão de suor (diaforéticos).

4. Elementos reconstituintes do estômago (estomacais).

5. Elementos analgésicos para aplicação externa em neuralgias.

6. Elementos sedativos sobre o estômago e intestino (carminativos).

7. Elementos que aumentam a produção de leite nas mães lactantes.

Aplicações -- Como planta medicinal, a manjerona é um meio suplementar na debilidadedigestiva, nas flatulências, cólicas gástricas e intestinais, nas regras defeituosas, nostranstornos na expulsão da urina e nos resfriados. Nas corizas crônicas e para o tratamento deferidas pode utilizar-se um ungüento de manjerona, tal como é preparado nas farmácias. Épopular o emprego do óleo de manjerona nas varizes, na gota, no reumatismo e nas doençasglandulares.

Como especiaria, a manjerona possui forte cheiro aromático e pronunciado sabor deespeciaria. Consome-se gostosamente como condimento nos purês de legumes, lentilhas efeijão, juntamente com tomilho e basílico, assim como para a confecção de molhos. Tambémnão é rara a sua utilização em saladas e legumes, verduras cruas e regimes dietéticos. Deve,porém, ser empregada em pequenas doses, para não se notar excessivamente o seu sabor.

Mostarda NegraA mostardeira negra (Brassica nigra) é da família das Crucíferas.

Em pequenas quantidades, cortam-se e atam-se em feixes os talos, depois de as bainhasadquirirem um tom amarelado; estendem-se em seguida num pano. Os grãos de corpardacenta-amarelada caídos conservam-se secos em recipientes de vidro, devendo com

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freqüência ser observados e agitados. A mostarda negra costuma cultivar-se também emterrenos pobres e climas duros; mas é melhor o solo arenoso que tenha húmus. A umidade doterreno encharcado é prejudicial. O esterco de animal fresco afeta a formação do fruto,favorecendo o desenvolvimento da folhagem. A sementeira efetua-se logo que não haja arecear as geadas. Semeiam-se em filas de 15 cm de distância, uns 100 ou 120 g em 100 m2.A germinação produz-se uns dez dias depois. A colheita por 100 m2 é de 7 a 14 quilos.

Nas grandes superfícies de cul-

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tivo, ceifa-se e enfeixa-se a mostarda madura, colocando em grandes panos sobre escadas.Para evitar que caiam muitas sementes, começa-se a sega às primeiras horas da manhã,enquanto as plantas ainda estão cobertas de orvalho. Colocando lonas, é possível evitar aperda de sementes.

Composição -- As sementes contêm óleo essencial, constituído por 90% de óleo de alho e demostarda e de outras quantidades reduzidas de combinações sulfúricas ricas orgânicas, alémde uns 26 a 28% de óleo gordo com ácido erúcico, oléico, linólico, linoléico, palmítico elignocérico, o glicósido sinigrina, enzimas, o alcalóide sinapina, pentosanas e ácidos orgânicos.

Aplicações Médicas -- Conhece-se a sua eficácia em diversas doenças dos órgãosdigestivos, normalizando os estados catarrais e equilibrando o funcionamento insuficiente. Asua eficácia deve-se principalmente ao aumento da circulação sanguínea nas mucosasgastrintestinais e nos órgãos glandulares. Além disso, é próprio das sementes de mostarda umefeito favorável no metabolismo.Uma cura de sementes de mostarda é recomendável em todos transtornos funcionais deórgãos digestivos, isto é, para eructações, acidez, gastrite, úlcera do estômago e duodeno,dores e cólicas hepáticas, congestões e esclerose do fígado, inflamações crônicas doscondutos biliares, cálculos biliares, flatulências, catarros intestinais, prisão de ventre, oclusão elombrigas. E também para todas as doenças causadas por auto-intoxicação intestinal queproduz enjôo, dor de cabeça, subida do sangue à cabeça, cansaço, doenças cardíacas, etc.Para isso toma-se, uma hora antes das refeições, uma colher pequena de grãos de mostardabrancos, inteiros, com um pouco de água fria. Vai-se aumentando a quantidade nos diasseguintes até se produzir uma ligeira diarréia, eventualmente até três colheres pequenas trêsvezes por dia. Esta dose pode conservar-se durante várias semanas.

Emprego Como Revulsivo -- Emprega-se também exteriormente a mostarda para banhosparciais, pedilúvios ou sinapismos. Para isso, envolve-se todo o corpo numa toalha umedecidaem água quente, à qual se juntaram duas ou três colheres grandes de mostarda em pó. Naforma de sinapismo, remexem-se sementes de mostarda pulverizada (farinha de mostarda) emágua e aplica-se na parte do organismo que se vai tratar.

Um bom linimento para reumatismo muscular e nervoso é a mistura seguinte:

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Óleo de mostarda ........11,00 gCânfora ...........................2,25 gÓleo de rícino .................5,00 gExtrato de trovisco..........0,75 gÁlcool.............................31,00 g

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O glicósido do óleo de mostarda no uso externo exerce um grande efeito revulsivo na pele,que se faz notar, passado pouco tempo, por queimadura e vermelhidão. A mostarda em pó e oóleo de mostarda são, portanto, meios importantes para sistemas de cura revulsivos, que seaplicam no reumatismo articular e nervoso, assim como nas inflamações da pleura. Tambémnas bronquites agudas, inflamações febris e pneumonias, o sinapismo de farinha de mostardaproduz rapidamente alívio nos órgãos congestionados e estimula a respiração e a circulação.

PimentõesO pimentão (Capsicum annuum) é nativo da América.

Os frutos apresentam grandes diferenças entre si no que diz respeito à forma, tamanho, cor eespecialmente pelo teor e classe do seu princípio ativo, a picante capsaicina.

Com o nome de pimentão comum ou pimentão-doce conhece-se uma variedade de saborsuave, frutos de grande tamanho, verdes e muito saborosos, que se empregam comorefrescante. Quando esta variedade chega à maturidade o seu gosto torna-se picante.

Outra variedade doce, de cor vermelho-escura, forma um prato exótico podendo tambémcomer-se crua.

A variedade de frutos pequenos, vermelhos, malaguetas, é de um sabor tão picante como apimenta, e só pode ser empregada como medicamento.

Composição e Propriedades -- Das bagas vermelhas e pequenas, isolou-se até agora umasérie de princípios ativos, especialmente a capsaicina, grande quantidade de vitaminas C e Pe, além disso, α e β caroteno (provitaminas A). As sementes não contêm capsaicina.

As cinzas atingem como máximo 8%.

A capsaicina, a substância picante, não só irrita as terminações nervosas das mucosas comotambém pode provocar, pela sua aplicação repetida, intensa e duradoura anestesia perantenumerosas substâncias químicas irritantes. O farmacólogo húngaro, Prof. Jancso, tirou porisso a conclusão de que podem existir na pele e na mucosa do homem e dos animais duasclasses distintas de terminações nervosas sensíveis à dor: umas que reagiriam especialmenteaos excitantes químicos, e as outras aos físicos. Estas observações originaram o emprego porparte dos homeopatas do

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Capsicum annuum nos ardores das úlceras gástricas e duodenais como remédio.

O Capsicum annuum tem aqui o mesmo papel que a pimenta (Piper nigrum), que se empregana cura de emagrecimento e também em homeopatia nas dores causadas por úlcera.

O pimentão atua desinfetando as mucosas bucal e do estômago; no intestino destrói osgermes patógenos sem prejudicar as colibactérias normais, que muito se podem favorecer nasua função e desenvolvimento.

Emprego Medicinal e Alimentício -- Em medicina usam-se os frutos maduros e secos,pulverizados em quantidades de 0,05-0,5 g, como estomacais e carminativos. Também seemprega em pó (especialmente na forma de emplastro) como revulsivo (que atua semhiperemia), no reumatismo e nas pleurisias.

Um bom remédio contra as doenças reumáticas consiste em misturar 65 ml de tintura depimentão, 20 ml de extrato de mostarda, 5 ml de álcool canforado, 5 ml de espírito de sal deamoníaco e 5 ml de álcool de alecrim.

Como gargarejo usa-se 1/2 colher das de café de tintura de pimentões a 10 % num copo deágua, para as anginas.

A homeopatia prepara uma tintura a partir dos frutos maduros secos, que emprega na diáteseúrica, reumatismo, nevralgias e hemorróidas. Às vezes, utiliza-se esta tintura como remédionas inflamações dos ouvidos (otite média) e nas faringites.

O suco espremido do pimentão fresco pode usar-se na dose de 10-15 ml para excitar eesvaziar a vesícula biliar.

O pimentão picante serve em muitos cozidos como substituto da pimenta. Os pimentões docessão um alimento dietético para os doentes do estômago e do intestino, com alterações naformação de sucos e ácidos.

Salsa

A salsa (Petroselinum sativum) conta-se entre as Umbelíferas.

Cumpre distinguir entre a salsa frisada e a de condimento. Da primeira, fazem-se váriassementeiras seguidas. Semeia-se à profundidade oportuna em carreiras, à distância entre side 20 centímetros. O corte freqüente do talo das folhas, rente com o solo, aumenta adensidade da folhagem na planta. Consegue-se em grande quantidade quando setransplantam as raízes para sulcos especiais à distância de 30 centímetros.

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Composição e Propriedades -- As sementes de salsa, de emprego sobretudo medicinal,contêm um óleo com terpenos e apiol e 20 % de óleo. As folhas e as raízes são também ricasem óleo essencial. O teor da salsa em apiol, além de um pequeno estímulo no processodigestivo e nas regras, produz considerável aumento na atividade dos rins, devido à dilataçãodos vasos renais. Provavelmente, porém, também são excitadas as células renais, de modo

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direto.

Emprego Medicinal -- O consumo de salsa é, portanto, de utilidade sobretudo no inchaçohidropésico nas pernas, nas cavidades abdominais e torácicas e no pericárdio, comoconseqüência de debilidade cardíaca e de alterações metabólicas, assim como por deficiênciada função renal, quando não se apresenta processo inflamatório agudo. As sementes de salsa(tanto como as suas folhas e raízes) preparam-se como infusão de uma colher pequena parauma xícara de água, bebendo-se três xícaras por dia. Se não se produzir nenhum efeitodiurético, é inútil aumentar a dose, pois poderia dar lugar a uma irritação dos rins.

0 suco de folhas de salsa é um meio excelente e totalmente inofensivo contra as picadas deinsetos. Pode empregar-se até em criancinhas. Basta apanhar um punhado de folhas frescasde salsa e esfregar com elas as partes do corpo a descoberto. Mas não só protege daspicadas, como também as cura, porque se lhe atribui um efeito antisséptico e de reaçãocirculatória ao apiol que contém. Quando se ativa a circulação sanguínea, anula-serapidamente a toxicidade do veneno do inseto.

Sete gramas de salsa ou 150 gramas de alface crua bastam para satisfazer as necessidadesorgânicas diárias de vitamina C.

Como condimento, toda a dona de casa conhece perfeitamente a série de múltiplos empregosda salsa, na cozinha e na mesa.

Salva

A salva (Salvia officinalis) é um representante da família das Labiadas. O cultivo é possível emqualquer terreno, porque a planta não é muito exigente. A reprodução efetua-se mediantemudas de plantas antigas ou por sementes. sementeira tem de ser feita em campos livres ouem canteiros. Com 20 g de sementes conseguem-se plantas para uma superfície de 100 m2.O peso de mil grãos de semente vem a ser de 5,8 a 8,9 gramas. Os cortes

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repetidos e abundantes favorecem o crescimento da folhagem. A partir do segundo anoconseguem-se normalmente colheitas abundantes. Num are podem colher-se de 20 a 25quilos de produtos. Passados quatro ou cinco anos, deve-se mudar de. terreno. As plantasisoladas podem cultivar-se facilmente em vasos ou em caixotes.

Depois da floração, desenvolvem-se a partir da parte inferior rebentos de folhas muito fortes,que se cortam em tempo seco. Arrancam-se as folhas e estendem-se numa camada fina nochão de um sótão ventilado e sombrio, virando-as de tempos a tempos até secarem.Conservam-se em recipientes fortemente fechados. As folhas secas devem ficar com uma corverde acinzentada e cheirar a especiaria.

Aplicações Medicinais -- A infusão de salva tem efeitos bactericidas e utiliza-se comocalmante e remédio nas cáries e doenças das gengivas, especialmente inflamatórias. Paraisso é muito boa em combinações com a camomila, que é sumamente eficaz contra asinflamações.

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A sua aplicação interna mais importante é como antisudorífero.

Portanto, quando há suor excessivo como sintoma secundário na tuberculose, ou depois deenfermidades infecciosas, funcionamento excessivo da tireóide(tireotoxicose) ou estados nervosos -- a salva está no seu lugar; também na maior parte doscasos é preferível à atropina, que é o remédio mais utilizado. Como antisudorífero podepreparar-se a infusão numa xícara de água fervente, de uma colher de sopa da mistura de 80g de salva com 10 g de cavalinha e 10 g de raiz de valeriaria.

Emprego Como Condimento -- As folhas de salva são um bom condimento para empadões esão muito apreciadas como condimento para guisados, molhos, legumes secos, sopas,saladas, regime dietético e hortaliças cruas. A salva seca tem sabor mais forte do que a fresca.Também se emprega em pó.

SegurelhaA segurelha comum (Saturela hortensis), da família das Labiadas, é cultivada e apresenta-secomo subespontânea em diversos pontos da Terra.

A planta corta-se durante a floração, dependura-se em ramos e põe-se a secar num lugarventilado. A força de especiaria é maior quando só se cortam e secam as

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folhas arrancadas dos talos. Os ramos da segurelha conservam-se num lugar seco oucortados dentro de latas bem fechadas.

Esta planta não tem grandes exigências com respeito à espécie do solo. Semeia-se em filas a20 cm de distância; germina em catorze dias, sendo a capacidade de germinaçãoaproximadamente de 70 %. A colheita faz-se durante o período da floração.

Composição e Propriedades -- As matérias ativas conhecidas até hoje são: tanino (4,17-7,9%), cimol, terpenos e fenol.O teor relativamente alto de tanino produz um efeito adstringente, que se citava nos textos deherborologia medievais e foi confirmado pela moderna investigação de plantas medicinais. Porisso, conta-se hoje com a segurelha como remédio entre as drogas de efeitos adstringentes.

Emprego Medicinal -- A segurelha aplica-se nas diarréias ligeiras e nos catarrosgastrintestinais. Também influi beneficamente nas cólicas intestinais. Em tais casos prepara-seuma infusão de segurelha fresca, ou melhor, seca, deitando uma colherada grande do vegetalseco numa xícara de água fervente, deixando-a repousar tapada durante quinze minutos;filtra-se seguidamente e bebe-se quente várias vezes por dia.

Emprego Como Condimento -- Em todas as partes onde se aconselha pela antiga cozinha ouso de pimenta pode empregar-se segurelha, que nalgumas regiões se chama pimentasilvestre. Acrescenta-se muitas vezes aos legumes verdes frescos (feijão verde), legumessecos, pepino, assados vegetarianos, hortaliças e molhos. Nos legumes secos e variedadesde couves produz efeitos antiflatulentos. Nas saladas de batata ou de pepino e nas sopas de

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legumes secos ou de batatas acrescenta-se segurelha fresca muito picada. Seca e pulverizadapode empregar-se para o purê de tomate, nas saladas de ervas, maionese, guisados decogumelo e nas saladas verdes. Também não devem faltar algumas folhas nas saladas deplantas silvestres e alimentos crus.

Tomilho0 tomilho (Thymus vulgaris) é comum sobretudo nas zonas mais ou menos áridas.

Pouco antes de florir, coram-se-lhes as folhas em dias quentes e cheios de sol, a partir domeio-dia, e rente ao chão. Para o consumo culinário basta colher geral-

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mente algumas folhas soltas. Num sótão arejado secam-se rapidamente as folhas arrancadasdos talos, virando-as com freqüência. O tomilho seco adquire forte cor verde e tem um cheiromarcado de especiaria.

A conservação efetua-se em caixas, latas ou recipientes de vidro hermeticamente fechados.

Composição -- Os elementos ativos até agora conhecidos são o óleo essencial até 1,7 %, quecontém sobretudo uns 50% de timol, um pouco de aloés, tanino, resina, saponina epentosanas.

Aplicações Como Planta Medicinal -- O timol, dificilmente solúvel na água, possui grandeeficácia como desinfetante; por isso, desenvolve o tomilho os seus efeitos nos processosorgânicos do aparelho gastrintestinal, pulmões e vias urinarias.

Mais pormenorizadamente é de recomendar a sua aplicação nas enfermidades febris agudasdas vias respiratórias (bronquite), pulmões (pneumonia, bronquiectasias, tosse renitente),atuando ao mesmo tempo como redutor de secreções e dissolvente de congestões, nosprocessos infecciosos de rins e pélvis renal (pielonefrite, pielite, cistite) e no catarrogastrintestinal infeccioso, assim como em infestações por lombrigas (incluindo osancilóstomos). Para a tosse renitente prepara-se uma infusão de uma colher grande de folhasnuma xícara de água. Adoçada com mel e tomando-se à razão de uma colher grande cadaquarto de hora produz rapidamente um grande alívio.

Exteriormente se emprega em água para enxaguar a boca e em pasta dentifrícia.

Emprego Como Condimento -- O tomilho de cultivo emprega-se, tanto fresco como seco,para guisados, vegetais crus, saladas e molhos. Devido, porém, ao seu forte sabor aespeciaria só é utilizada em pequenas quantidades, por exemplo no guisado de favas, emsopas de ervilhas e de batatas, manteiga vegetal, de preferência com muita salsa.

Preparação e Conservação de Condimentos

Normas Gerais -- A maioria das ervas e verduras silvestres utilizadas como condimentosconservam-se em seco. Já demos normas completas para a sua colheita e conservação,

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quando tratamos de cada uma delas. A maioria das ervas podem secar-se muito bem,conservando a sua força como condimentos, que às vezes até aumenta depois da secagem.As plantas que vão agora ser mencionadas não servem para serem conservadas a seco ouentão suportam-no muito mal e só perdendo muito da sua força como

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condimentos, pelo que têm de ser consumidas, frescas, na medida do possível: alho de urso,borragem, agrião, alho-porro e alho.

Todas estas ervas se conservam em lugares sombrios e ventilados (quase sempre sótãos),bem pendurados aos molhos ou em simples camadas estendidas no chão, e postas a secarem cima de folhas de papel. Os raios solares, durante o processo da secagem, descoloram asplantas e diminuem o aroma. Depois de uma secagem perfeita, trituram-se, pulverizam-se oumaceram-se as ervas que depois se conservam em recipientes metálicos ou de porcelanahermeticamente fechados, formando determinadas misturas. Os molhos de ervas de grandetamanho podem envolver-se num saco limpo e dependurar-se num lugar seco e arejado.

Salgadura -- Mediante a salgadura podemos conservar ervas frescas. As folhas ou raízesfrescas picam-se, cortando-as o mais possível, não sobre uma tábua mas numa superfície deporcelana ou numa lousa. As ervas picadas misturam-se depois com sal (para 1 quilo deervas, 150 g de sal), apertam-se fortemente em frascos de vidro ou de barro e recobrem-secom uma camada de sal. Fecham-se os recipientes com celofane ou papel-manteiga ecolocam-se em lugares frescos e secos. Assim é possível ter ervas frescas, salgadas, comocondimentos para saladas. Não é preciso deitar sal nos alimentos quando se cozinham, paranão lhes prejudicar o sabor.

É de recomendar não pôr de conserva todas as folhas e raízes num recipiente, mas só as maisimportantes, ou separadamente ou com determinadas misturas; por exemplo, um recipientecom folhas para saladas, como borragem, erva-doce, endro, estragão, agrião, manjericão eerva-cidreira, e outro com ervas para sopa, como salsa, manjerona, tomilho, folhas de aipo,segurelha, e um terceiro com raízes, como cenouras, aipo, raízes de salsa, etc. Há, ainda,muitas outras combinações que a dona de casa pode experimentar, conforme o seu gosto, atéchegar a dominar a arte puramente pessoal dos condimentos.

Esterilização -- Mediante o processo de esterilização podem conservar-se verduras silvestrese sucos de ervas. As primeiras esterilizam-se exatamente como os espinafres e outrasverduras. As ervas passam-se por um espremedor de sucos ou, no caso de se não dispordeste, passam-se várias vezes pela máquina de carne, filtrando o suco através de um pano. Éclaro que é melhor e mais rápido com uma centrifugadora elétrica. Uma vez clarificado o sucopela filtração, enchem-se cuidadosamente garrafas e frascos que se fecham pela forma maiscorrente, e esterilizam-se como os sucos de fruta (num mínimo de vinte minutos a 800). Comonestes casos se trata de um suco extremamente concentrado, só deve

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empregar-se como condimento lavadas, escorridas e molhadas durante o inverno com umconta gotas.

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Conserva em Azeite -- E possível conseguir a conserva de ervas também em azeite. Paraisso são bons todos os condimentos de folha e raiz, separadamente, em determinadasmisturas. As ervas, depois de bem lavadas e escorridas, picam-se e colocam-se soltas emgarrafas pequenas ou frascos. Deita-se-lhes depois azeite puro até que as ervas fiquemensopadas e recobertas. As garrafas fecham-se com rolhas de cortiça, celofane e cápsulas deborracha.

Escarcha (conserva em açúcar) -- As flores da perfumada violeta, tal como as da borragem,podem escarchar-se. As flores são numa solução de açúcar quente; põem-se a secar depoisnum papel poroso ou num prato de louça.

Envasadura -- Podemos ter sempre em casa um reduzido número de plantas paracondimentos se as plantarmos em vasos (envasadura) e as deixarmos desenvolver-se numlocal iluminado e quente, junto da janela.

Conserva em mel -- A conserva de frutas frescas em mel ou xarope de açúcar concentrado éum dos métodos de conserva mais antigos, e mais saborosos. Deve fazer-se maior uso destemétodo simples e biologicamente perfeito para a conservação de bagas e de frutos de caroço.

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Fim do Capítulo 4 de A Cura e a Saúde Pelos Alimentos

versão eletrônica pelo Projeto [email protected] do Anfiguri 47, São Miguel Pta., São Paulo-SP, BR-08050-570

 

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ERNST SCHNEIDER

 

A CURA E A SAÚDEPELOS ALIMENTOS

versão eletrônica pelo Projeto Periferia

Capítulo 1 - As Nossas Deficiências de Saúde e a Sua Compensação NaturalCapítulo 2 - FrutosCapítulo 3 - Legumes e VerdurasCapítulo 4 - CondimentosCapítulo 5 - Alimentos Fornecedores de EnergiaCapítulo 6 - Alimentos de Origem AnimalCapítulo 7 - Regimes DepurativosCapítulo 8 - Doenças do Sistema CirculatórioCapítulo 9 - Doenças do Aparelho DigestivoCapítulo 10 - Doenças do MetabolismoCapítulo 11 - Doenças da PeleCapítulo 12 - Doenças do Sistema NervosoCapítulo 13 - TuberculoseCapítulo 14 - A Alimentação na GravidezCapítulo 15 - A Alimentação na Criança ModernaCapítulo 16 - O CâncerCapítulo 17 - Comentário FinalCapítulo 18 - Normas Fundamentais Para a Preparação de um Regime SadioCapítulo 19 - Receitas Culinárias

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Alimentos Fornecedores de Energia

Capítulo 5Temos de pensar que tudo quanto a terra produz para alimentação o

Criador nos oferece na sua forma mais pura; e quem mais se esforçarpara que permaneça inalterável obterá o máximo benefício.

Sebastião Kneipp

1. Os Cereais Integrais, Base Fundamental da AlimentaçãoOs grãos de cereais, alimento universal -- Os cereais têm constituído em todos os povoscivilizados e em todos os tempos a base da alimentação, embora o aproveitamento e oemprego de cada espécie cereal, ao longo da História, se tenha visto submetido a freqüentesmudanças. A mesma variação tem tido e ainda hoje continua a ter o método de preparaçãodos grãos.

A maior parte deles e os mais importantes pertencem à família das Gramíneas, como, porexemplo, as duas variedades mais seletas de cereais panificáveis, o centeio (Secale cereale) eo trigo (Triticum vulgare) e, além disso, a cevada (Hordeum distichum), a aveia (Avena sativa),o milho-miúdo (Panicum miliaceum) e o milho grosso ou vulgar (Zea mays). Como cerealtambém figura o arroz (Oryza sativa). De pequena importância para nós, mas muito importantepara as tribos africanas, é o sorgo (AndroPogon arundinaceus) relacionado com o milho-miúdoe o painço (Pannisetum spicatum). O sagu (farinha do sagüeiro) não desempenha nenhumpapel na nossa alimentação. Obtém-se da medula do tronco de diversas palmeiras, ao passoque a tapioca se retira da raiz da mandioca. O trigo sarraceno (Fagopyrum esculentum),cultivado em solos arenosos e pobres, não pertence às Gramíneas, mas à família dasPoligonáceas.

No essencial são, pois, poucas as plantas de que o homem dispõe de há séculos para apreparação de farinhas, massas, pão e outros alimentos semelhantes. As mais importantesespalharam-se por todos os países com clima apropriado. Mas nem sempre foi assim.

O centeio procede de uma espécie que ainda cresce no estado silvestres na Ásia Central(Secale montanum). Considera-se a Rússia Meridional como país originário' do cultivo docenteio, espalhado hoje pela Europa até 690 de latitude norte e até 1.900 m de altitude nosAlpes.

A forma silvestre originária do trigo é-nos desconhecida. O cultivo de grande número de

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variedades de trigo é, contudo, muito antigo, como o provam numerosas descobertasarqueológicas. Os chineses e os egípcios já consumiam trigo no terceiro milênio antes deCristo.

Encontra-se hoje no Cáucaso, Pérsia e Palestina a cevada silvestre (Hordeum spontaneum),da qual procedem todas as variedades de cevada de cultivo. Também é esta muito antiga e jáse encontrava no antigo Egito. Nas regiões indogermânicas considera-se o mais antigo cerealpanificável. Este cereal, muito resistente, estende-se até 700 de latitude norte e atinge nosAlpes a altitude de 2.000 metros.

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A aveia, procedente provavelmente da sua variedade silvestre, cultivou-se primeiramente naÁsia Menor ou Central. A zona de cultivo chega aos 700 de latitude norte e nos Alpes até1.600 metros de altitude.O milho-miúdo era considerado na Idade Média um alimento popular bastante apreciado.Cita-se a índia como seu lugar de origem.

O arroz cresce melhor nas margens pantanosas dos rios ou em terrenos temporariamenteinundados mediante regas artificiais.

Para os países tropicais constitui o arroz o cereal insubstituível para o próprio consumo eexportação. As fábricas descascam e pulem o arroz, privando-o assim de valores alimentaresessenciais, como sejam importantes minerais e vitaminas.

Formas e Preparação: Massas, Tortas, Pão -- Há uns dois mil anos que o pão foisubstituindo as massas e as tortas paulatinamente, o que forçosamente trouxe consigo maiorprestígio para os cereais que por natureza eram especialmente panificáveis, comoo trigo e o centeio. Sempre que a farinha panificável se elabore com grão integral e seja cozidaneste estado, o pão torna-se um valioso alimento natural. Mas com o constante aumento datécnica e do progresso da moagem chegou-se ao desperdício de vários elementos essenciaisdo grão de cereal, visto não servirem para a elaboração do pão, mas só para a preparação derações para animais. Trata-se do germe e da casca do grão, componentes estes que hojesabemos conterem valiosos fatores alimentares. A moagem levou a uma farinha mais fina ebranca, mais fácil de conservar e com determinados acréscimos para a cocção homogênea,que também agradam pela sua apresentação e sabor ao paladar estragado de numerososconsumidores; devemos, porém, salientar que isto produziu grandes prejuízos na sãalimentação.

No grão apresentam-se todas as substâncias alimentares numa combinação que nos permitiriamantermo-nos, durante muito tempo, sempre que o pão confeccionado com ele não fiquedesnaturalizado, mas sim integral. O camponês não tem razão para se queixar neste ponto.Desde tempos remotos que possui um conhecimento natural da alimentação que o conservasaudável.

Pão Integral -- Já de há anos a esta parte que os mais conhecidos especialistas de nutriçãodefendem o consumo do pão integral, visto as suas vantagens pe-

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rante o pão branco serem muito maiores do que geralmente se supõe.

1 . As proteínas do pão integral são biologicamente muito mais valiosas do que as do pão finoou médio, incompleto e pobre. Tanto as proteínas de germe como as de glúten são muito bemassimiladas pelo homem.

2. O pão integral é a fonte mais importante de vitamina B e ocupa o primeiro lugar alimentar.Com um consumo diário de aproximadamente 250 g fica coberta, de maneira geral, aquantidade necessária dessa vitamina, o que também economicamente tem a sua importância.

3. O pão de grão integral regula a atividade intestinal, por causa do seu elevado teor emcelulose, e combate a prisão de ventre.

4. As enfermindades dentárias, cada vez mais espalhadas, e que se notam de maneiraassustadora entre os jovens, não só são combatidas pelo consumo do pão integral, comotambém com esse consumo podem ser evitadas logo de princípio.

O consumo do pão integral colabora essencialmente na luta contra a degeneração lenta e adecadência prematura do nosso organismo.

Portanto não são apenas as vitaminas as responsáveis pela conservação da saúde, maspodemos concluir dos estudos sobre nutrição nas últimas décadas que os componentes dogrupo de vitamina 13, que obtemos sobretudo do pão, contam entre os elementos essenciaisda alimentação humana. Não basta tomar a vitamina em comprimidos, porque os elementosnaturais, além dos componentes ativos que conhecemos, contêm outros muitos ainda pordescrever. Quando chegamos a averiguar o que de essencial representa a vitamina B1, fatorisolado pertencente ao grupo de vitaminas B, para o bom estado do sistema nervoso, o apetitenormal, a perfeita digestão, o funcionamento regular do coração e o bem-estar geral, podemosapreciar facilmente os prejuízos a que o corpo se expõe quando sofre uma prolongadainsuficiência de elementos vitais do complexo vitamínico B. Mas disto seremos nós osculpados, por empregarmos exclusivamente na nossa alimentação a farinha e o pão branco.

Como a exigência do consumo predominante do pão integral apresenta para muita gente umasérie de dificuldades, como sejam a mastigação defeituosa por doenças dos dentes, dasgengivas, do estômago e intestinos, é preciso modificar tal exigência nestes casos,complementando a alimentação pobre quase sempre numa série de fatores essenciais para aboa saúde, mediante o consumo de gérmen de trigo.

Gérmen de Trigo -- Obtém-se o gérmen de trigo, como produto natural inalterado, mediante amoedura do trigo puro. Os gérmens de trigo do comércio são quase sempre gérmens de trigopuros especialmente preparados,

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mas nos quais praticamente se conserva sem alterar a sua composição natural.

Os gérmens de trigo são minúsculos depósitos naturais de vitaminas, com elevado teor nas do

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grupo B e na vitamina E (a-tocoferol). Contém também vitamina K, provitamina A e D, asubstância ativa cutânea F e a vitamina B12, antianêmica, assim como aminoácidos biológicosde grande valor, ácidos gordurosos não saturados, minerais em combinação orgânica deabsorção fácil, entre os quais fosfato a 50 %, além de magnésio, manganês, cobalto e cobre,como oligoelementos.

Análise: como componentes nutritivos, figuram: 30% de proteínas, 9 % de óleo de gérmen,38% de amido e açúcar e 5,5% de minerais. Quanto a elementos ativos, em concentraçãoexcepcionalmente elevada, provou-se a existência de vitamina B1 (aneurina), 1,6 mg%;vitamina B2 (lactoflavina), 0,7 mg%; amida do ácido nicotínico, 4,4 mg%; vitamina E(tocoferol), 45,5 mg %. Também estão presentes outras matérias ativas, como vitamina B6(adermina), vitamina H (biotina), vitamina H' (ácido paraminobenzóico), ácido fólico (ácidopantotênico) e numerosas enzimas e auxonas.

Sem nos determos a analisar mais minuciosamente os elementos ativos enumerados, ficasuficientemente claro, pelo que se disse até aqui, que não podemos prescindir em nenhumcaso do gérmen de trigo na nossa alimentação diária, se quisermos evitar lesões e manter-nossaudáveis.

0 Gérmen de Trigo na Alimentação Infantil -- De todas as papas infantis deve fazer parte avaliosíssima substância do gérmen, para se conseguir um crescimento e um desenvolvimentonormais e naturais. Os gérmens de trigo. fazem chegar ao organismo em plenodesenvolvimento elementos nutritivos e vitais, protegendo-o contra a doença.

0 Gérmen de Trigo no Diabetes -- O Prof. Stepp, conhecido investigador alemão dasvitaminas, considera eficaz o emprego da vitamina B1 nos diabéticos, por produzir 'efeitossemelhantes aos da insulina. Não pode, decerto, substituir a insulina; mas é provável quefacilite em alto grau o acesso da insulina às células orgânicas. Também a vitamina E exerce oefeito de reduzir a quantidade de açúcar no sangue, como se demonstrou experimentalmente,embora ainda não esteja totalmente explicado o mecanismo de ação. Como os gérmens detrigo constituem uma combinação na-

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tural destas matérias ativas, o seu valor dietético para a diabetes é extraordinário. Com umconsumo diário de quatro a cinco colheres cheias de gérmens de trigo, reduz-se nitidamente oexcesso de açúcar presente no sangue e na urina. Por conseguinte, o gérmen de trigo atua nodiabetes leve e média como complemento medicinal, poupando a insulina e normalizando ometabolismo dos diabéticos

A Mistura de Cereais é Mais Valiosa que o Pão -- Desde há algum tempo até agora que seestá lembrando o valor da mistura de cereal, por se haver provado que as populaçõesconsumidoras de pão sofrem de mais cáries dentárias do que as que têm como base da suaalimentação a mistura de cereal. É assombroso verificar que já por si a maioria dos sereshumanos preferem a mistura.

A mistura que geralmente se prepara com leite, tem a valiosíssima característica decompensar a insuficiência dos cereais em cálcio e vitamina A e C. O máximo valor nutritivo é

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alcançado sem dúvida por uma mistura de grãos, porque assim se completam com os seusefeitos todas as distintas variedades de cereais. Além disso, não só se completa assim aproteína cereal, como também se sanará a falta de alguns elementos fundamentais daproteína (os aminoácidos: triptófano, cistina e lisina) em cada um dos cereais separadamente.

Para a preparação da mistura utilizam-se especialmente cereais pouco ou nunca empregadospara a elaboração do pão, isto é, a escândea, a cevada, a aveia, o milho-miúdo, o milhovulgar, o arroz e o trigo sarraceno.

Não deve pôr-se de parte o bom hábito, ainda praticado especialmente pelas famílias que têmmuitos filhos, de consumir no desjejum um prato de espessa mistura de cereais, nemsubstituí-lo pelo consumo de chá ou de café com pão branco e doce.

Utilização das Misturas de Cereais -- Mistura fresca de cereais (desjejumKollath).Tomam-se, por pessoa, uns 50 g de trigo triturado fresco (3 colheres de sopa), 5colheres de sopa de água, 15 g de frutos secos doces, 100 g de maçã ou de outra frutamadura fresca, 10 g de amêndoas frescas moídas ou uma colher pequena de doce de noz ouuma colher de sopa de nata.

Mói-se o trigo em flocos, todas as tardes, com um moinho de cereais ou de café; dissolve-seem 5 colheres grandes de água e deixa-se repousar durante a noite (à temperatura da casa).Ao mes-

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mo tempo põem-se de molho as frutas secas.

Preparação: de manhã, misturam-se os frutos secos com a água do remolho e à massa decereal acrescenta-se à vontade um pouco de suco de limão, doce de noz ou nata.Imediatamente antes do desjejum, rala-se com um ralador de aço cromado uma maçã (comcasca) e mistura-se com o anterior. A maçã não deve tornar-se escura; terminado o prato,deve apresentar uma cor branca, conservar o aroma e não ressumar líquido aquoso. Em vezda maçã, podem empregar-se, segundo a estação, outras espécies de frutos, especialmentede bagas. Sobre o prato terminado, polvilham-se dez gramas de amêndoas raladas. Quemtiver pressa e não dispuser de tempo para completar a massa de cereal com fruta, podediluí-la em coalhada, acrescentando um pouco de mel.

Come-se a massa fresca sem aquecer com o primeiro prato do desjejum, mastigando-a bempara que os elementos naturais cheguem ao estômago vazio e desenvolvam plenamente asua atividade. Pode prosseguir a refeição com o consumo de bebidas quentes conforme ogosto de cada um, sendo preferível depois de uma ou duas horas. O grão moído perde grandeparte dos seus elementos ativos dentro de oito a catorze dias, e ao cabo de alguns meses dearmazenagem em nada se distingue da mercadoria usual.

Por isso, deve preparar-se fresco e não se conservar mais de oito dias.

Preparação de Grãos Germinados -- O Dr. Evers emprega os grãos germinados no seuregime dietético. Para a preparação propõe a seguinte receita: os grãos de trigo e de centeio

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limpos, da última colheita, misturam-se em partes iguais, e de noite recobrem-se de água empequenas taças de sobremesa ou recipientes análogos. Na manhã seguinte, escorre-se aágua completamente e deixam-se repousar os grãos sem água durante todo o dia para voltar arecobri-los de água durante a noite, repetindo assim a operação até que o gérmen fiqueclaramente visível, isto é, até que este adquira um comprimento aproximado de 1,2 cm, massem prolongar o processo até que os gérmens atinjam o seu comprimento total, porque entãonão têm sabor. O melhor é expor os grãos à temperatura de 12 a 180, cobrindo-os com umamusselina grossa ou qualquer outro tecido análogo. Mediante este processo, os grãostornam-se mais moles, de modo que se mastigam melhor.

0 processo de germinação vem a durar de três a cinco dias. De manhã e à tarde (eeventualmente ao meio-dia, durante o verão) colocam-se os grãos numa peneira e lavam-seinsistentemente com água fresca, repetidas vezes, para eliminar os gérmens da fermentação eacidificação, a fim de não lhes prejudicar o bom sabor. De manhã, depois da lavagem, põem-

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se os grãos a escorrer. Como o trigo germina lentamente, é conveniente começar a prepará-lovinte e quatro horas antes que o centeio. Deixam-se os grãos num aposento quente (detemperatura superior a 200 C); germinam passados dois dias, mas ainda não estão bastantemoles. Se, pelo contrário, os grãos ficarem num aposento cuja temperatura seja inferior a 120,então só germinam passados sete ou dez dias, ou não o fazem em absoluto, e mesmo depoisda lavagem ainda ficam com um tal sabor amargo que não se podem comer. Mas isto é coisaque cada pessoa deve experimentar por si mesma. Quando os grãos germinam muitolentamente (isto é, quando demoram três ou quatro dias), deve-se deixá-los menos tempo naágua e mais tempo a secar; quer dizer, cobrem-se com água até às onze horas da noite,escorrendo depois a água até às seis horas da manhã. Se, pelo contrário, os grãos nãoamolecerem o suficiente, devem ser deixados mais tempo na água e menos tempo a secar.Deve proceder-se com a maior limpeza. Os grãos têm de preparar-se tão cuidadosamentecomo uma boa refeição. Em todo o caso, os grãos germinados devem apresentar as trêscaracterísticas seguintes: ter bom sabor, ter como média um gérmem de 1/2 cm, e ser tãomoles que se possam esmagar facilmente com os dedos. Se, apesar de tudo, os grãosconservarem um sabor ácido, não é de aconselhar o seu consumo.

Podem comer-se os grãos germinados sem aditamento, mas também se pode, pouco antes deserem comidos, acrescentar-lhes flocos de aveia, um pouco de leite e aquecer embanho-maria, até 370 (mas nunca mais que esta temperatura). Muita gente come com prazermel ou passas com os grãos, o que só lhes melhora o sabor.

Os canadenses recomendam para o seu regime de cinco dias de verduras o simples aumentodo invólucro exterior úmido, em lugar de serem descascadas. As ervilhas secas, a alfarroba,as favas e os grãos de trigo dão, segundo informam, os melhores resultados e a maiorsatisfação. As ervilhas devem germinar em dez dias e os outros grãos oferecem os gérmens eos rebentos mais saborosos, no prazo de quatro ou cinco dias.

Os rebentos das ervilhas servem para uma saborosa salada crua, e o trigo germinado,misturado com flocos de aveia, dá um excelente purê de aveia. As ervilhas secas, quando

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germinam, atingem 2,5 cm de comprimento, e o volume duplica, o que significa que para oconsumo da mesa e satisfação do apetite, em comparação com as ervilhas ensopadas ecozidas, implicam aproximadamente o dobro, podendo servir também para uma excelentesalada com gérmens muito desenvolvidos.

A seguinte prescrição do Dr. Kollath (segundo o Dr. Will Kraft) era: «Sobre um grande pratofun-

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do estendem-se numa camada fina os grãos com uma quantidade dupla de água a umaternperatura fresca de menos de 15o. Depois de 36 horas escorre-se a água, mediante umprocesso de prensa. À temperatura de 17o deixam-se germinar os grãos bem arejados,durante quatro ou cinco dias, pois que no fim deste tempo é que adquirem o seu melhorsabor.»

Na medida do possível, estes cereais germinados devem ser consumidos crus, sem nenhumaditamento ou com mel, geléias, ervas frescas ou como melhor nos agradar. Os grãosamolecidos esmagam-se com um cilindro para serem aproveitados.

Valor Terapêutico dos óleos de Gérmen -- Os óleos de consumo corrente, de cor clara esabor absolutamente normal, sob o ponto de vista da nutrição natural são alimentosdesvalorizados, pois já passaram por uma série de processos químicos que lhes fizeramperder a sua eficácia natural de proteção. Estes óleos só chegam ao comércio depois dehaverem sido desacidulados, desaromatizados e neutralizados. Ficam, portanto, privados dassuas características naturais sob o ponto de vista alimentar, convertendo-se em simples fontesde calorias. Os óleos de gérmen de cereal não só são portadores de calorias como também deácidos gordurosos de grande eficácia biológica.

Os óleos de gérmens de cereais possuem, portanto, ainda mais que o gérmen de trigopropriamente dito, as características de um remédio medicinal, pois contêm na máximaconcentração possível uma série de elementos ativos. Por motivos de saúde pública, deviam aagricultura, a indústria alimentar e o comércio ocupar-se dos óleos de gérmens de cereais commaior intensidade do que até agora e pô-los à disposição dos consumidores.

Na dietética introduziu-se este óleo há muito tempo, e também desempenha um papelimportante como medicamento pelo seu elevado teor em vitamina E e fator pantotênico, tãoeficazes para a pele.

O teor do óleo de gérmen de trigo em provitamina A (carotinóides) dá-lhe a capacidade deatuar decisivamente contra os sintomas de insuficiência em vitamina A que é fácil de seapresentar, dado o tipo normal da alimentação na atualidade.

A quantidade de vitamina K presente no óleo de gérmen de trigo é relativamente pequena masé bastante como elemento defensivo, tanto mais que podemos alimenticiamente completá-lacom tomates, repolho e couve-flor, para a sua formação no intestino são mediantecolibactérias, mesmo quando faltar nas comidas normais.

A necessidade de subministrar ácido pantotênico, muito abundante no óleo de gérmen, não foi

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reconhecida para o organismo humano durante muito tempo. Hoje, precisamente, é co-

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nhecido o óleo de gérmen de cereal como parte essencial da alimentação, devido à presençadesse elemento ativo no que se refere a uma série de enfermidades da pele, como secura,escamas, caspa, calvície, manchas, eczemas alérgicos e ame. Na aplicação externa é própriopara o tratamento de feridas, já que os elementos nutritivos da pele, como as vitaminas A e D,colesterina, lecitina e o ácido pantotênico, estimulam os processos regenerativos cutâneos esubcutâneos, sendo perfeitamente absorvidos pela pele, embora se trate de elementoslipossolúveis.

Pergunta-se muitas vezes se o óleo de gérmen de cereal provoca o câncer. Depois derigorosas experiências chegou-se à conclusão de que é um óleo absolutamente inócuo e que,em todos os casos, produz um efeito inibidor no desenvolvimento do câncer do alcatrãoprovocado artificialmente.

Os gérmens do cereal e os seus óleos são, portanto, um impressionante exemplo de quãointimamente relacionados se encontram nos nossos alimentos os efeitos preventivos ecurativos.

Milho

Da família das Gramíneas, o milho é o cereal das zonas tropicais e subtropicais. O que é otrigo para os países de clima frio, é o milho para a população brasileira das zonas rurais.

O milho é apreciado na forma de broa, angu ou polenta, canjica ou munguzá, cuscus,canjiquinha ou quirera, pão, farinha de milho, pamonha, etc.

Existem muitas espécies de variedades de milho. Nesta obra, no entanto, não vamosmencioná-las. Apenas queremos dizer que o milho se presta para muitas finalidades, além dasmencionadas acima. Segundo Frederico Moreira, em Medicina o que se utiliza do milho são osestigmas. Este cereal contém, na sua barba ou estigma, sais de cálcio e de potassa, glúcide,estereoma e ceras que o tornam diurético e colagogo. «O grão contém» -- segundo o mesmoautor, -- «glúcides, prótidos, reína e lípidos. (...) Do milho se faz um xarope muito suavizantenos casos de defluxo e rouquidão. Prepara-se da seguinte maneira: cozinhar três ou quatroporções de grãos de milho em dois litros de água, até reduzi-la à metade, mexendo com umcolher de pau. Deixar esfriar, depois amassar e passar numa peneira fina. Põe-se de novo aofogo, brando, adicionando-se 750 g de açúcar, em panela de cobre, e deixa-se engrossar até àconsistência de xa-

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rope.» -- As Plantas que Curam, pág. 219.

Em Arquivos Brasileiros de Nutrição, Tomo 8, no. 1, jan.-fev. de 1951, lemos o seguinte:«Considerando que o milho constitui o alimento de base de vários grupos humanos, os autores

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recomendam o uso de dietas mistas, compostas de milho e de leite desnatado em pó, ambosalimentos de custo pouco elevado, como um meio ideal de suprir as necessidades deproteínas do organismo, fornecendo-lhe os aminoácidos indispensáveis aos processos danutrição.»

Óleo de Linho

O linho (Linum, usitatissimum) é uma planta de antiqüíssima cultura, que já era cultivada navelha Babilônia. Também nas sepulturas egípcias se têm encontrado sementes de linho.Parece que os egípcios não só aproveitavam a planta por causa das sementes ricas em óleo,como também chegaram a descobrir a confecção de fibras e de tecidos de linho, atingindouma grande perfeição.

Composição -- O óleo de linho (Oleum lini), obtido das sementes por compressão a frio,contém os glicéridos sólidos e fluidos dos ácidos palmítico, esteárico, mirístico, araquidônico,oléico, linólico, linoléico e isolinoléico, além de cera, resina, sal e compostos protéicos; possuinumerosos efeitos curativos.

Efeitos Terapêuticos -- O óleo gorduroso combinado com a mucilagem das sementestrituradas converte-as num meio de normalização intestinal. O linho triturado atua comoestimulante das paredes intestinais e pela sua influência sobre a presença no intestino debactérias tóxicas na maioria dos seres humanos. Os processos de putrefação e fermentaçãonormalizam-se, o que se pode facilmente conhecer pelo desaparecimento do mau cheiro nasdeposições. Esta influência sobre as bactérias intestinais nunca será demais salientada.

Mediante o considerável aumento na aplicação da quimioterapêutica moderna (sulfamidas e osmais modernos antibióticos), chega-se a uma ação tão forte e contrária à flora bacteriananormal que, depois de vários dias de medicação, a deposição das fezes mostra nas análisesbacteriológicas carência absoluta de gérmens. Essa «esterilização» do intestino é de especialimportância para o organismo, pois todos sabemos que as bactérias intestinais normais estãodestinadas a exercer funções biológicas que ainda des-

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conhecemos por completo, assim como a criação de importantes vitaminas. Até agoraconhecemos oito sínteses vitamínicas que se devem à atividade das bactérias intestinais.

A flora intestinal refaz-se mais rapidamente depois de um choque quimioterapêutico, medianteo consumo regulador de sementes trituradas.

Aplicações e Formas de uso da Semente e da Farinha de Linho -- Numerosas experiênciaspráticas têm demonstrado o efeito antiespasmódico, analgésico e antiinflamatório do linho,especialmente na forma de grãos recém-triturados. Em todos os estados catarrosos einflamações do aparelho gastrintestinal pode usar-se livremente. Colabora assimextraordinariamente na cura da gastrite, duodenite, úlcera do estômago e do duodeno. Mas senão se empregar o linho triturado absolutamente fresco, podem provocar-se irritaçõesprejudiciais nas mucosas, visto o óleo de linho produzido pela trituração se tornar depressa

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rançoso.

É de grande eficácia o emprego exterior do linho na forma de compressas e de cataplasmasde pasta de linhaça por causa da sua grande capacidade para absorver calor nos casos deinflamação, congestão hepática, assim como em todas as circunstâncias em que se indique ocalor intenso. Dispõe-se a pasta em envolturas, apósitos ou pensos, mexendo a mistura atéformar uma pasta espessa, que se aplicará imediatamente.

O linho é produto farmacêutico, isto é, entra nas existências obrigatórias das farmácias; fazparte das «ervas emolientes misturadas» (Species emollientes) que contêm, em proporçõesiguais, folhas de malvaísco e malva, meliloto (trevo de cheiro), tília e linho.

As sementes de linho frescas podem também obter-se com facilidade nos ervanários e nasdrogarias.

Aplicações do óleo de Linho -- Algumas palavras em especial merece o óleo de linho.Espremido a frio e sem refinar é um alimento e um remédio de primeira ordem. Como alimentonão só tem elevado valor calórico, como também é muito rico em vitaminas; por outro lado, émuito interessante o seu teor em ácidos gordurosos não saturados que desempenhamsobretudo um papel de destaque no metabolismo, e que nos últimos anos, sob o nome devitamina F, têm obtido grande importância como remédio de uma série de doenças da pele,como eczemas, furúnculos, varizes e crosta láctea (eczema do lactente).

Todos os dias vão tendo maior significado os óleos espremidos a frio e sem refinar, entre eleso de linho, para o tratamento dietético de doenças ulcerosas. Os ácidos gordurosos nãosaturados que contêm estes óleos dificultam a multiplicação das células cancerosas.

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Os regimes de óleo nos cálculos biliares fazem-se perfeitamente com óleo de linho, visto sermais fácil de digerir do que o azeite. Para isso, tomam-se até 50 gramas. No caso de cólicashepáticas a dose, duas ou três vezes por dia, é a de uma colher de sopa.

2. BatatasOs tubérculos de batatas armazenados não são de modo algum tecidos mortos. Pelo contrário,o componente principal, a fécula, vai-se transformando, parcial e continuamente, em açúcar naobscuridade do recinto fechado. Este processo de respiração só se detém nas batatas geladaspor falta de transformação do açúcar, o que dá então à batata um sabor doce A diminuição dasperdas pela geladura, podridão, germimição, ou outras causas, consegue-se depositando asbatatas selecionadas em tabuleiros de fasquia de madeira, num sótão seco, escuro e fresco.

Composição -- A fécula de baia i a é o principal componente deste nutritivo tubérculo, porque100 g de batata contêm, em média, 21 g de amido (fécula).

O elevado teor de fécula foi o motivo principal do considerável aproveitamento da batata naalimentação humana e animal normal.

Além da fécula, mostraram a sua grande importância para a alimentação muitos outros dos

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seus elementos componentes. Tais são, antes de mais nada o considerável teor em proteínascompletas e de alto valor biológico, uma grande riqueza em substâncias minerais e a presençade importantes vitaminas, às quais a batata deve o seu notável significado na alimentação.Não é, pois, de estranhar que a batata tenha sido estudada cientificamente com toda aminúcia.

Também a indústria dedicada à batata estuda o fabrico de fécula, a secagem, a elaboração deálcool e a obtenção de proteínas. Assim, a batata, que foi desprezada na época da suaintrodução na Europa, é hoje o núcleo de uma verdadeira ciência dedicada ao seu estudo.

O quadro seguinte contém as mais importantes cifras analíticas sobre a batata, emcomparação com o tupinambo, também chamado girassol batateiro.

100 gramas de substancias frescas contêm em gramas:

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  Batata Tupinambo

Proteína .............................................Gordura .............................................Fécula (hidrocarbonatos) ................Matérias minerais.............................Água...................................................

1,8 -- 2,50,08 -- 0,310 -- 220,5 -- 1,573 -- 79,7

1,5 -- 20,216,4

1 -- 1,879,1

Estes valores apenas nos dão uma pálida idéia do significado da batata como meio alimentar ecurativo.

A idéia torna-se mais viva quando se consideram as matérias minerais. Se queimarmos até aofim 100 g de batatas, fica aproximadamente apenas 1 grama de cinzas. Como na combustãose destroem os compostos orgânicos, não se pode provar até que ponto se apresentam osminerais como sais livres, formando compostos com as proteínas. Também não devemosesquecer que o teor em minerais, sobretudo num alimento vegetal, apresenta grandesvariações, conforme as características do clima ou do solo. Modifica-o sobretudoconsideravelmente o adubo empregado. De qualquer modo é sempre notabilíssimo o elevadoteor das batatas em potássio; as cinzas contêm até 3/5 de potássio. Um teorconsideravelmente maior de potássio fará supor a presença de adubo potássico. A prova deque os tipos propensos ao câncer são mais ricos em potássio do que os resistentes a essasenfermidades, faz pensar contra o adubo potássico. A este propósito devemos recordar que aomagnésio se deve uma certa resistência à formação do câncer. O teor de cálcio encontradonos tipos mais resistentes ao câncer foi uniforme, com um valor entre 2,12 e 2,48 %, e nostipos propensos ao câncer, muito variável entre 1,55 e 3,24%. Daqui se pode concluir que omagnésio tem um grande significado para a prevenção do câncer no homem.

Nas batatas também se encontrou ferro, alumínio, níquel, cobalto e zinco, sobre cujosignificado não se pode dizer muita coisa por enquanto. Estas matérias são, seguramente, detanta importância como o teor permanente de magnésio.

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Para completar o estudo e facilitar ao leitor o conhecimento minucioso dos valores contidosnas cinzas, damos a lista dos minerais correntes da batata com-

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parados com os dos tupinambos:

Teor de 100 gramas de substância fresca:

  Batatas TupinambosSalcomum(NaCI) ........................óxido de potássio (K2 O) ..........óxido de sódio (Na2 O) .............óxido de cálcio (CAO) ...............Magnésio(MgO) ..........................Óxido de ferro .............................Pentóxido de fósforo(P2O5) .....Trióxido de enxofre (SO3) ........Cloro(CI) .....................................

826672722592,518028750

7455412303834431625745

Até agora encontraram-se na batata as seguintes vitaminas:

Caroteno(provitaminaA) ............neurina (vitamina B i) ..................Lactoflavina (vitamina B2) .........Nicotinamida (fator PP) ..............Ácido ascórbico (vitamina C .....Adernina (B6) ..............................Filoquinona (vitamina K) ............

28 -- 5680 -- 12040 -- 1000,5 -- 1 mg15 -- 30 mg25 unidadesvestígios

em 100 gem 100 gem 100 gem 100 gem 100 gem 100 g

Perdas alimentares no processo de preparação -- Regra geral, as batatas descascadas sofremna preparação uma diminuição de valores muito maior do que as batatas com a casca. Ovapor causa menos perdas que a fervura, ao passo que no assado e na fritura se produzempequenas perdas. O método mais conveniente é o de submeter ao vapor as batatas sem asdescascar. Na confecção das batatas cozidas correntes, só no teor em vitamina C e emminerais produz-se uma perda de 2 5 %. A perda em vitamina C depende também da duraçãode aplicação do calor, devendo ter-se em conta que a destruição será tanto maior quanto maisdemorada for aquela aplicação. A maior perda é registrada por todos os preparados de batatasquando voltam a ser aquecidas ou a conservar-se quentes. Assim, a sopa de batatas àsdezoito horas já não tem nenhuma vitamina C. Também é desfavorável o emprego derecipientes de cobre mal estanhados ou esmaltados, ao passo que nos de alumínio seregistam menores perdas. De todas estas realidades a dona de casa deve aprender a seguinteconclusão: as batatas com casca aquecidas ao vapor têm maior valor. Por isso,

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é de aconselhar maior uso de batatas com casca.

Digestibilidade da Proteína da Batata -- Temos de saber alguma coisa acerca da albuminada batata, que deve ser considerada de grande valor, pois possui um aproveitamento digestivode 90 %, que só é excedido pelo ovo da galinha. Segundo alguns investigadores, o valorbiológico da albumina da batata é superior à albumina da carne e do ovo da galinha. Tambémo teor em albuminóides, dos que até agora se supunha que não se produziam no nossoorganismo, aumenta na batata (14 %) em quantidade superior ao teor de qualquer outraplanta. Isto quer dizer praticamente que se pode manter por muito tempo uma alimentaçãoequilibrada num regime de batatas e gorduras, supondo-se, evidentemente, que se preparemde modo a ficarem apetecíveis.

Substâncias Tóxicas -- A questão da presença, na batata, de solanina, substância venenosa,está hoje resolvida de maneira negativa; como a solanina se apresenta na batata não tem amenor propriedade tóxica. Inclusive é uma valiosa parte componente que atua beneficamentenos movimentos e secreções intestinais e no sabor. As quantidades de solanina normalmentepresentes na batata são totalmente inócuas. Só nas batatas frescas, sobretudo nas «verdes»,é que se deve ter cuidado, pois possivelmente estas têm maior quantidade de solanina.

Aplicações Médicas da Batata -- Conta-se atualmente com o suco de batatas cruas para aliviara existência excessiva de sucos gástricos, e também com a sopa de batatas, comocomplemento de papas de arroz e em determinados transtornos digestivos da primeirainfância.

Nas doenças circulatórias com tenazes acumulações edematosas em órgãos e tecidos, têmdado bons resultados as dietas de batatas sozinhas como medida dietética. Toma-se, durantetrês dias, um quilo de batatas, sem sal nem gorduras, distribuído em seis porções para todo odia. Se esta dieta se observa durante três dias seguidos, produz-se uma boa desidratação.Nos dias de dieta de batata, deve-se repousar o mais possível. Não é estritamente obrigatórioficar na cama; é tolerável fazer qualquer trabalho sentado por algumas horas. Pode repetir-sea dieta de batatas mensalmente e, em casos de necessidade, depois de duas ou trêssemanas. Segundo a experiência do Dr. Jagic obtiveram-se melhores resultados com a dietade batatas do que com as frutas, chá ou arroz.

Que o consumo da batata engorda é um preconceito infundado. A batata sozinha não favorecea obesidade, salvo se forem consumidas em grande quantidade, como complemento dealimentos ricos em albumina. Os escoceses são conhecidos como homens

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bastantes magros e, contudo, as batatas constituem o seu principal alimento. Também oalemão do Norte é mais afeiçoado às batatas do que o alemão do Sul, e não se pode dizer queseja precisamente mais gordo e pesado de movimentos do que este.

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3. LeveduraOs antigos remédios medicinais voltam a ser descobertos de vez em quando. Assimaconteceu com a levedura, que volta a ter grande popularidade.

O «Pai da Medicina», Hipócrates, já conhecia o emprego e o valor da levedura. Os mongesmedievais empregavam-na contra as chagas, e nos tempos modernos é empregada na«depuração do sangue» e na cura de furúnculos.

Composição -- Só a idade moderna, com os seus conhecimentos sobre o significado dasvitaminas e dos hormônios, tomou a levedura como objeto de investigação. Observou, comassombro, que na levedura se encontrava um verdadeiro tesouro de matérias de grandeatividade biológica, como vitaminas (sobretudo do grupo B), valiosos aminoácidos, assim comofatores de crescimento e matérias ativas, de combinação com os minerais correspondentes.

Uma visão geral mais exata sobre os elementos ativos na levedura dá a seguinte composiçãopara 100 g de levedura de cerveja:

Vitaminas e matérias vitamínicas mg Aminoácidos

Aneurina (tiamina), vitamina B1Adermina (piridoxina), vitamina B6Biotina (vitamina H)ColinaInositaLactoflavina (Vitamina B2)NicotinamidaÁcido pantotênicoÁcido pteroilglutâmico (ácido fólico)Ácido p-aminobenzóico

8332

0,1803,53012

0,0050,003

15107,51,216088025

0,130,55

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Aminoácidos g

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ArgininaCistinaHistidinaIsoleucinaLeucinaLisinaMetioninaFenilalaninaTreoninaTriptófanoTirosinaValina

4,31,02,85,97,47,52,78,15,5133,651,0

Durante a última guerra, sob pressão dos acontecimentos, aprendeu-se a aproveitar osdesperdícios de madeira para a obtenção de levedura, e abriu-se um caminho para chegar, demodo simples, a extrair da madeira um rico alimento albuminóide que a princípio não pareceuser próprio para o consumo humano, por causa do seu desagradável sabor. Mas hoje já hápreparados de levedura de melhor sabor. A levedura seca obtida da madeira, pelo seu elevadoteor de albumina (10%), pela sua riqueza vitamínica e pelo seu total aproveitamento, constituiuma excelente fonte auxiliar para a alimentação do povo alemão.

Poder Curativo da Levedura de Cerveja -- Tem-se estudado especialmente a influência dalevedura de cerveja no diabetes e reconheceu-se o seu efeito benéfico análogo ao da insulina.Entre outras razões, parece basear-se no fato de dar maior proteção contra a putrefação daalbumina, estimulando a produção orgânica de insulina mediante a vitamina B. Por outro lado,a lactoflavina (vitamina B2) é a encarregada de produzir o efeito semelhante ao da insulina, jáque as injeções intravenosas de lactoflavina reduzem nos diabéticos o nível do açúcar dosangue.

Um elemento natural presente em elevada proporção na levedura é a biotina. É umasubstância de desenvolvimento, cuja falta na alimentação humana ocasiona uma excessivaprodução de sebo (Sabor), o que leva a pensar na sua relação com a pele e com os seusórgãos secundários.

É interessante que a levedura seja o meio curativo da doença chamada «pelagra», que produzsintomas no aparelho gastrintestinal, na pele, no sistema nervoso e também na mente. Alevedura é um meio curativo em vários tipos de doença, sobretudo no setor do metabolismo. Éútil no caso de perturbações intestinais, doenças e inflamações gastrintestinais, transtornoshormonais, doenças cardíacas e circulatórias, doenças de crescimento e desenvolvimento,diabetes, obesidade, insuficiências de vitaminas, especialmente na gravidez, anemias,nevralgias, resfriado, mau funcionamento dos órgãos linfáticos, intoxicações e infecções.

Modo de Emprego -- Os preparados de levedura, especialmente de levedura de cerveja,devido aos seus importantes elementos ativos, podem ser considerados como os melhores e

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mais naturais reguladores metabólicos e empregados como tais. Depois das refeições,pode-se tomar uma colherinha de levedura de cerveja; a grande sensação de frescura e debem-estar faz esquecer o mau sabor da levedura e até a torna agradável.

4. Cogumelos

Características -- Botanicamente considerados, os vegetais chamados cogumelos ou fungossão o aparelho frutificado de uma raiz de crescimento quase sempre subterrâneo, querepresenta na realidade a verdadeira planta e que tecnicamente se chama micélio. Destenascem, como rebentos, os cogumelos. Podemos compará-los, em grandes traços, com osfrutos dos arbustos ou das árvores. Como as algas, os líquenes, e os musgos, também oscogumelos pertencem às Criptogâmicas. Os seus órgãos de reprodução chamam-se esporos.Os cogumelos apresentam-se em numerosas variedades e classes. Não podem alimentar-se,como as plantas verdes, de substâncias orgânicas obtidas com a ajuda da clorofila a partir daágua, os sais inorgânicos do solo e o ácido carbônico do ar. Têm necessidade para viver deprodutos germinados, como se apresentam em matérias em decomposição. Os cogumeloscrescem no húmus dos bosques, como saprófitas que aproveitam a putrefação ou comoparasitas nas raízes das árvores, nos troncos cortados ou em troncos vivos.

A maioria das espécies de cogumelos, cerca de 80 %, não são comestíveis para o homem.São muito pequenos, lenhosos, de mau sabor ou venenosos. Só umas 500 espécies seconsideram comestíveis, e destas umas 30 são mais ou menos tóxicas.

Composição -- O puro valor nutrivo dos cogumelos, isto é, o seu teor em gordura, albuminaou hidrocarbonatos, não é considerável. Comparar, portanto, os cogumelos com a carne, nãotem justificação. No seguinte quadro, dão-se os valores correspondentes aos três tipos decogumelos comestíveis mais correntes:

Conteúdo em 100 g Albumina Gordura Hidrocarbonatos Calorias brutas Percentagemde aproveitamento

Champignom..Boleto-bom...Cantarela......

4,92,65,9

3,60,40,4

3,63,85,1

333047

262133

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Propriedades Nutritivas -- Os cogumelos, pelo seu elevado teor de tecido fibroso, são de fácildigestão. O seu valor nutritivo e o seu aproveitamento são limitados pelo elevado teor de água,como se pode ver nas duas últimas colunas do quadro anterior. Tira-se melhor proveito docogumelo em pó, isto é, o cogumelo seco e moído. É uma especiaria; incha muito na água, epelo seu enorme aumento de superfície, quando o cogumelo está inchado, torna-se mais fácilde ser atingido pelos sucos gástricos. De 100 g obtém-se de 310 a 320 calorias.

Embora os cogumelos possam influir muito pouco na obtenção de energia, devemosconsiderá-los como fornecedores de minerais e de vitaminas. O seu teor em minerais excede odas hortaliças, mas é inferior ao da carne. Entre as vitaminas' encontram-se até agora a dodesenvolvimento ou A, a da tonificação nervosa ou 111, e a da proteção contra o raquitismo ou

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Mas também considerados puramente sob o ponto de vista médico e dietético, podemosempregar os cogumelos para o regime contra a obesidade porque é muito conveniente asensação de termos o estômago cheio com poucas calorias. O pó de cogumelo é de grandeutilidade nos regimes sem sal, pois dá bom sabor à comida, que de contrário seria muitasvezes insípida.

Precauções na Colheita de Cogumelos -- Conhecer e apanhar cogumelos é uma operaçãobonita, sã e útil, que conserva sempre o seu encanto especial e o seu valor íntimo. Por issodevia ser mais vulgarizada. Numerosos livros, grandes e pequenos, sobre cogumelos dão-nosnormas práticas para a colheita e são de aquisição fácil como meio auxiliar.

Até que a pessoa não tenha um conhecimento seguro das variedades de cogumelos, serápreferível pôr-se sob a direção e o controle de um autêntico conhecedor, ou então apresentaros cogumelos apanhados, antes da sua preparação culinária, a um inspetor veterinário domercado.

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Fim do Capítulo 5 de A Cura e a Saúde Pelos Alimentos

versão eletrônica pelo Projeto [email protected] do Anfiguri 47, São Miguel Pta., São Paulo-SP, BR-08050-570

 

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ERNST SCHNEIDER

A CURA E A SAÚDEPELOS ALIMENTOS

versão eletrônica pelo Projeto Periferia

Capítulo 1 - As Nossas Deficiências de Saúde e a Sua Compensação NaturalCapítulo 2 - FrutosCapítulo 3 - Legumes e VerdurasCapítulo 4 - CondimentosCapítulo 5 - Alimentos Fornecedores de EnergiaCapítulo 6 - Alimentos de Origem AnimalCapítulo 7 - Regimes DepurativosCapítulo 8 - Doenças do Sistema CirculatórioCapítulo 9 - Doenças do Aparelho Digestivo

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Capítulo 10 - Doenças do MetabolismoCapítulo 11 - Doenças da PeleCapítulo 12 - Doenças do Sistema NervosoCapítulo 13 - TuberculoseCapítulo 14 - A Alimentação na GravidezCapítulo 15 - A Alimentação na Criança ModernaCapítulo 16 - O CâncerCapítulo 17 - Comentário FinalCapítulo 18 - Normas Fundamentais Para a Preparação de um Regime SadioCapítulo 19 - Receitas Culinárias

 INTRODUÇÃO

De acordo com uma antiquíssima experiência médica e com o atual conhecimento científico, amaior parte das doenças são conseqüência exclusiva de uma alimentação errada, ou de hábitosalimentícios antinaturais, mantidos e alentados durante tanto tempo que chegaram a provocardoenças e dores crônicas de toda a espécie, reduzindo e até mesmo destruindo a nossapotência vital ou a nossa alegria de viver.

Esta convicção vai-se impondo a círculos cada dia mais numerosos da nossa população, muitoembora ainda não constitua um conhecimento geral, nem seja ainda tão vital que dele sepossam extrair deduções práticas para este modo quotidiano de viver. Na maioria dos casos, acomoção fisiológica e psicológica, como conseqüência de alguma enfermidade grave, impõe adecisão de melhorar o nosso modo de pensar, o que nos leva a procurar melhorar, seguindo omelhor caminho, e a compreender que o estado de saúde de cada um depende do seu modo deviver.

A este propósito temos de esclarecer que a saúde e a enfermidade não são meros problemasmateriais, pois não se trata simplesmente de doença ou de saúde, mas sim de, como seresracionais completos, estarmos sãos ou enfermos. A enfermidade é um problema físico e moral,que abrange a pessoa toda. Já Buda tinha parcialmente razão quando afirmava que "toda a dorque afeta o homem é fruto dos seus erros, apetites e descuidos". Estes nossos erros, apetites edescuidos não os diminui, em absoluto, a vida moderna e civilizada, técnica e citadina. Omelhoramento físico deve ser acompanhado de uma recuperação da ordem na nossaconsciência, tanto mais quanto o conteúdo do nosso mundo espiritual é de uma importância àsvezes decisiva para a estru-

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tura orgânica e suas funções e, por conseqüência, para a enfermidade e para a saúde, para avida e para a morte.

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A discórdia, a luta, o temor, as preocupações, a vulgaridade, a angústia, a vileza, aperversidade, a paixão, são para o corpo e a alma como um alimento antinatural ou tóxico. Se,pelo contrário, a nossa mente se ocupar de temas valiosos, bem harmonizados, sentiremoscerta potência depuradora e sanadora no nosso estado físico. A saúde não só compreende ofisiológico, como também o mais íntimo do nosso ser, isto é, o coração e a sensibilidade de cadaum.

A alimentação chegou a converter-se, hoje, por muitas causas, num problema complexo. Aprogressiva industrialização, o crescimento das cidades, os transportes para maiores distânciase os necessários armazenamentos, são fatores que conduzem, inevitavelmente, a perdas noseu valor e propriedades. O grande caminho que têm de percorrer desde o produtor até oconsumidor, criou, igualmente, a necessidade de se recorrer a processos e tratamentos deconservação que, com freqüência, resultam também bastante prejudiciais para o valor biológicodos alimentos.

Os hábitos de alimentação da moderna sociedade industrializada, com a sua preferência para oschamados alimentos «puros» (como o açúcar branco, a flor de farinha e o sal comum), a grandequantidade de carnes brancas, as gorduras e os azeites elaborados industrialmente, sãotambém culpados, em grande parte, pelo aparecimento de enfermidades da civilização, pordefeitos constitucionais e por outros numerosos transtornos da saúde.

Tudo isso, felizmente, fez aparecer o estudo científico da alimentação. Explorou-se o mundo dosnossos alimentos e verificou-se que estes não só possibilitam a conservação da saúde, comotambém contêm propriedades curativas que até agora haviam passado inteiramenteinadvertidas. Temos diante de nós a tarefa de cuidar e de conservar estas virtudesmaravilhosas, mediante a produção e a transformação dos alimentos para conseguir umaproveitamento plenamente acertado de tais propriedades.

Uma série de tratados sobre a nossa alimentação permite-nos considerar as estreitas relaçõesentre a alimentação e o organismo e ensinam-nos a procurar o remédio para os nossos malesna alimentação e a valorizá-la como meio curativo. A investigação médica trabalha hoje comafinco para conhecer o efeito dos alimentos no organismo e isolar os seus fatores ativos,sobretudo as vitaminas, os hormônios, os fermentos e os sais inorgânicos. Embora estesproblemas extraordinariamente difíceis continuem a ser estudados, nas suas fases decisivas,por peritos no assunto, sendo as notícias raramente divulgadas pela imprensa, já contamos comuma série de resul-

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tados sumamente prometedores. Abundantes trabalhos, mais ou menos extensos, vãoanunciando a sua chegada.

A ciência da alimentação, que conta apenas oitenta anos de história, extraordinariamente densae dramática, levou já, neste breve tempo, a êxitos assombrosos. Milhões de pessoas puderamconservar a vida e a saúde graças a eles.

Nunca poderei esquecer a impressão que me produziu uma experiência maciça realizada numcampo de concentração de prisioneiros de guerra, na Rússia. Quase todos os internadossofriam de diarréias disentéricas, que se prolongavam, durante dias e noites, deixando-os

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inteiramente inúteis para o trabalho. O comandante do campo resolveu, então, transportar emcaminhões todos os prisioneiros para um «koljoz» frutícolo. Os mais enfermos foram deixadosnas matas de arbustos de groselhas negras, ao passo que os que se podiam manter de péreceberam ordem de colher as primeiras maçãs, que foram comidas abundantemente por todosos prisioneiros. No fim de alguns dias, todos os doentes estavam curados. Desta maneiraexperimentei, em mim mesmo, o poder curativo dos alimentos e fiz o propósito de me dedicar ainvestigá-lo, de maneira especial. O resultado do meu trabalho foi este livro, do qual sepublicaram 14 edições em alemão, além das que foram publicadas em francês, espanhol eagora em português.

Este livro inspira-se na convicção de que só se consegue a saúde e o máximo desenvolvimentoda nossa capacidade intelectual, prestando absoluta atenção às leis naturais, que são as deDeus, e ordenando a nossa vida mediante o respeito e o amor devido a estas leis.

Por isso, este livro não se propõe tratar, apenas, da alimentação; também abriga a esperança deque, em horas de repouso, de que todos precisamos, seja para muitas pessoas um alimento doqual extraiam aquela força que nos serve para que a vida seja mais sã e mais ditosa. Não seapresenta, apenas, para ser lido, mas também para ser um fiel companheiro, em todo o tempo,nas horas da saúde e da enfermidade, sempre pronto a responder com o seu conselho e aprestar ajuda na escolha do caminho que nos afaste dos males que nos perturbam.

Em resumo, quer este livro prestar a sua colaboração, quem sabe não totalmente insignificante,na vitória sobre os danos já muito divulgados da civilização, conforme têm comentado comprofunda preocupação todos os higienistas de renome, e que passam, pelo seu caráterencoberto, inadvertidos durante muito tempo para o indivíduo, produzindo efeitos tãodevastadores que constituem para a sobrevivência das populações ameaças mais graves doque todas as enfermidades infecciosas agudas juntas.

Juntamente com os processos

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de tratamento físico e medicamentoso, o tratamento alimentar, como base de todas as nossasmedidas preventivas e curativas, tem hoje uma importância que cresce continuamente,conforme a realidade que hoje se verifica do velho conceito:

«Os nossos alimentos devem ser os nossos medicamentos.»

ERNST SCHNEIDER

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AS FONTES DA VIDA NA ALIMENTAÇÃO NATURAL

As Nossas Deficiências de Saúde e a Sua

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Compensação Natural

Capítulo 1O Homem, porém, não deve só pedir ao seu Criador saúde e uma longa

vida, mas tem também de aplicar a sua inteligência para descobrir eapreciar os tesouros que o boníssimo Pai de todos colocou na Natureza

para remédio dos muitos males da nossa vida. Sebastião Kneipp

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A Cultura e a Civilização Como Fatores Sanitários

A Posição do Problema -- Tem-se considerado, insistentemente, a cultura e a civilização comocausas de numerosas enfermidades, até se ter chegado, finalmente, à criação de conceitoscomo «praga da cultura» e «doenças da civilização». Hoje em dia, compreendem estasexpressões, tanto na literatura técnica como na popular sobre problemas sanitários, uma sériede enfermidades do metabolismo e da nutrição, como a cárie dentária, a periondontose, a úlcerade estômago, a diabetes, a obesidade, as doenças, do fígado, vesícula, rins, coração e vasos,assim como o reumatismo, o câncer e a tuberculose.

Um observador superficial poderia tirar a conclusão de que a «cultura» e a -«civilização» sãocoisas não desejáveis e, inclusive, francamente prejudiciais. Desde alguns anos até agora,exagerando a realidade, aumentam as vozes dos que atribuem à cultura e à civilização maisinconvenientes do que vantagens para o homem, para o qual situam a cultura e a civilizaçãomuito longe da Natureza, pondo-as até em contradição com esta última.

Cultura e incultura -- Toda a autêntica cultura exige, previamente, determinado estado de fé.Tanto nos aspectos material como espiritual, tal estado de fé manifesta-se mediante a convicçãode a pessoa poder conhecer-se amplamente e desenvolver-se partindo das própriaspossibilidades, mediante um trabalho entusiasta.

No aspecto espiritual, trata-se da convicção referente a normas e valores morais que se têm dealcançar e pôr em prática. Quer dizer: vivificar-se. ,Ter cultura,, significa conseguir o domíniosobre si mesmo, sobre as más inclinações e paixões. É a formação de um caráter firme e moral,um anelo mais para lá da vida, uma ponte entre o que os nossos sentidos captam e não captam,o passo para a eternidade. A cultura é, pois, coisa do coração. Como é que tal coisa pode levara «pragas da cultura»?

Mas, continua a ser para nós a cultura coisa do coração? Ortega & Gasset afirmou que ohomem europeu já não acredita em nenhuma norma ética. No centro do seu modo de vida

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encontra-se a preocupação de viver sem peias morais. A sua posição perante a vida pareceresumir-se no seguinte: julga ter todos os direitos e nem um só dever. É, por conseguinte, a«incultura» do europeu o que provoca essas tais «pragas da cultura». A incultura torna-nosdoentes. Opõe-se à Natureza e perturba a obra de Deus.

Embora hoje muitos homens se esqueçam de procurar o bem, a verdade, a cultura, isso nãoquer

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dizer que se tenham esquecido de os valorizar e reconhecer quando se manifestam nos outroshomens, de uma forma pura e desinteressada. A cultura e o progresso autênticos têm de seraceitos no quadro das possibilidades naturais como missões impostas por Deus, pois que porelas se conhece e adora o Criador e não as Suas criaturas.

A Civilização, Cultura Organizada -- A civilização, pelo contrário, é apenas uma parte dacultura, exatamente o seu aspecto técnico. É componente essencial da cultura, necessária parapoder levar a efeito as suas idéias e teorias. A civilização é um produto da razão, uminstrumento de que o homem se serve, um meio para alcançar um fim, por isso muito diferente,porque leva consigo o perigo de que os homens não a dominem, mas sejam dominados por ela.Involuntariamente, pensa-se na «vida burguesa» quando se ouve a palavra «civilização»,precisamente porque procede do vocábulo latino «civis» (homem da cidade, do burgo). Todas ascircunstâncias precisas para a forma de vida de uma comunidade humana, como a legislação,administração, organismos sociais, técnicas, reforma das condições naturais de trabalho, vida ealimentação, a industrialização e a concentração urbana conseqüente, são obra da civilização.

Se nos perguntarmos quais são os efeitos da civilização sobre a saúde do homem, nãopodemos deixar de reconhecer que, juntamente com os numerosos efeitos positivos e aampliação do espaço vital, trouxe ela consigo uma longa série de graves prejuízos, que temosde enfrentar racionalmente, do mesmo modo que racionalmente fomos criando a civilização. Éaqui que começa precisamente a nossa tarefa. Importa conhecer, em primeiro lugar, os danosque a nossa existência civilizada ocasionou à nossa saúde, a cada um de nós. Em segundolugar, poremos a questão de como preveni-los ou compensá-los.

Origem dos Danos Causados Pela Civilização

 

Se procurarmos agrupar os danos impostos pela civilização num reduzido número de critérios,encontramos os seguintes capítulos:

Mudanças nas Condições de Vida, Trabalho e Residência

Insuficiente Radiação Solar -- As mudanças mencionadas levaram a uma ligação deficiente docorpo com o ambiente natural,

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com o mundo que nos cerca. É assim que especialmente a população urbana sofre de

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insuficiente radiação solar. Por cima de todas as grandes cidades, nomeadamente nas de tipoindustrial, forma-se uma camada constituída por poeira, fuligem e fumo que absorve os raiosultravioleta do Sol, com a conseqüência de radiação insuficiente e, por isso, de escassaformação de vitaminas na pele dos seus habitantes. Tomamos com os alimentos, por exemplo,as provitaminas D, a ergosterina, que se depositam na pele e que vão sempre necessitando daatuação dos raios ultravioleta para se transformarem em vitamina D, de grande eficácia contra oraquitismo. Os, peixes, cujo fígado é especialmente rico em vitamina D (circunstância que seaproveita para objetivos farmacêuticos na fabricação do óleo de fígado de bacalhau para a curado raquitismo), não recebem, decerto, suficientes raios ultravioleta, mas podem substituir estaradiação luminosa pela ação do seu próprio corpo.

Impureza da Atmosfera -- Além disso, também o habitante da cidade sofre um consumodeficiente de ar puro, devido à densidade da população, ao trabalho em locais mal ventilados eaos abundantes gases de escape dos automóveis, poucas vezes tidos em consideração. Ora,que um pobre consumo de oxigênio prejudica o metabolismo dos tecidos e especialmente o dascélulas nervosas, não é preciso insistir mais, porque todos conhecemos os efeitos no nossopróprio organismo, quando para desfazer os efeitos do cansaço ou da prostração abrimos ajanela para respirar um ar mais fresco.

Escasso Exercício Muscular -- Devido às muitas profissões sedentárias e às condições dotrabalho mecanizado e racionalizado, no qual se deve incluir sobretudo o de produção em série,chega-se, forçosamente, à insuficiência ou unilateralidade de movimentos. Isto não só trazconsigo uma debilidade dos músculos não suficientemente usados e exercitados, como tambémdesordens de metabolismo e circulação, pois que é só nos músculos em atividade que seoriginam matérias que regulam a circulação do sangue e regam o músculo cardíaco,substâncias que só podemos substituir, parcialmente, por medicamentos. A tão debatidaquestão «movimento é vida» tem, na realidade, um profundo e pleno significado, assim como oantigo adágio «pedra movediça não cria musgo».

Excessiva Tensão Nervosa -- Também a insuficiente descontração, tanto pelo excesso detrabalho profissional e pelo dia de labor demasiado longo, como pela ânsia de divertimentos,pelo pouco descanso noturno, é hoje claramente um fator prejudicial de primeira classe, que nãosó cria o numeroso exército de homens ci-

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vilizados hiperexcitados, como também é causa de doenças do aparelho circulatório, em todasas suas formas e graus.

Só aproximadamente sete por cento da população se pode considerar autenticamente sã namente e na alma. O resto passa pela vida com algum desvio, desnecessariamente carregadocom depressão nervosa e outros complexos prejudiciais. Ninguém dispõe hoje de reservassuficientes de saúde psíquica para resistir a qualquer carga verdadeiramente pesada.

A desordem nas relações com o outro sexo manifesta-se numa Inseminação Débil e, porconseguinte, numa esterilidade provocada e na falta do aparecimento da gravidez.

Consumo de Drogas e de Substâncias Tóxicas

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Isto leva às doenças, hoje de domínio público, do cérebro, dos nervos, da circulação e dasglândulas de secreção interna, ao encurtamento da vida, à formação tio câncer, e às alteraçõesda estrutura psíquica. As calamidades assim causadas na saúde e na economia nacionais e osconseqüentes problemas de uma série incalculável de doenças, teriam de ser objeto de umestudo que escapa ao alcance deste livro. Com tudo isto encontram-se estreitamenterelacionados os seguintes fatores:

Alterações Psíquicas e Intelectuais

Razões Históricas - Trata-se das comoções do tipo a que a humanidade tem sido submetida,em grau cada vez maior, durante os últimos séculos. A raiz das perturbações na orientação e naordemespiritual tem de ser procurada numa época que se seguiu à ordem medieval, centralizada emDeus. Depois do fracasso da concepção materialista, procura o homem, enquanto não é só«natureza», uma vez mais, a lei que lhe é inata, uma «norma», caminhando para uma novaordem e um novo objetivo. Consciente e inconscientemente esforça-se, em última análise, poratingir um ideal humano válido para todos os homens.

Valor do Espírito -- 0 espírito no ser humano faz saltar todas as fronteiras, todos os laçosmateriais e tudo o que é perceptível aos sentidos e só ele passa do finito para o infinito, dorelativo para o absoluto, do temporal para o eterno, encontrando-se, assim, perante Deus.

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Esta amplitude e a dramática elevação do homem do sensível para o ultra-sensível, do materialpara 0 imaterial, são os componentes do momento em que o espírito humano atinge a fé e ficanas mãos de Deus. Esta passagem da razão para a fé é a porta da liberdade e da suspiradaordem.

Mudanças na Alimentação

A Alimentação Natural -- O decisivo e, para o nosso estudo, o mais importante são asdeformações da nossa alimentação, conforme já se vêm produzindo de há séculos até agora.Estão estreitamente relacionadas com a civilização e a técnica.

Antigamente, os povos da Terra alimentavam-se de modos muito diversos. A base daalimentação era para uns o arroz e para outros o milho e entre nós os cereais panificáveis. Anecessidade de carne satisfazia-se mediante a pesca, a caça ou, na maioria dos casos,mediante a criação de gado. Nos países tropicais consumiam-se, sobretudo, gorduras vegetais,e nos países árticos quase unicamente gorduras animais. O consumo de vegetais e de frutasdependia da região e da estação do ano em que se vivia. Mas, por muito diferentes que sejamas formas de nutrição dos povos, todas deram bons resultados, porque quase sempreconservavam a forma natural do alimento e era reduzida a proporção de alimentos animais.

A primeira deformação produziu-se com o descobrimento da América, quando conhecemosnovas plantas alimentícias, como por exemplo a batata, que veio substituir em grande parte oconsumo de farinhas de cereais e de pão.

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Efeitos do Progresso Técnico e «Analítico» -- O progresso técnico iniciado quaseimediatamente depois do rápido desenvolvimento da indústria e dos grandes núcleospopulacionais produziu, indubitavelmente, muitos adiantamentos e facilitou um modo de vida, aoqual não desejamos renunciar; mas trouxe também decisivas alterações no nosso conceito deexistência, sobretudo no domínio da alimentação.

O espírito de considerar analiticamente tudo através das ciências naturais levou rapidamente àsupervalorização dos alimentos puros e nobres e à exagerada importância das proteínas e dasgorduras animais. Chegou-se, assim, nos tempos da Primeira Guerra Mundial e até bastantedepois, a um modo de alimentação em que predominavam sobretudo o pão branco ou quasebranco, a gordura animal, batatas muito cozidas e descascadas, poucos legumes e frutas cruase o emprego de muito

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sal e de especiarias exóticas. Quem tinha posses para isso, comia, entre uma e outra coisa,abundante pastelaria e outros doces concentrados, e tantos outros indivíduos escravizavam-sepela habituação a numerosos tóxicos e drogas. A causa desse modo de viver e de se alimentaré antinatural e é a origem principal de muitas doenças generalizadas e de gravesconseqüências, como o prova a consideração dos seus efeitos no organismo humano.

Caracteres Prejudiciais da Moderna Nutrição -- Para podermos conhecer os múltiplos efeitosda alimentação, temos de estabelecer as características predominantes da nossa alimentação:

Substituição do consumo de farinha de cereal por pão e batatas.Substituição de alimentos crus por alimentos cozidos.Substituição da comida dura por comida mole.Substituição de alimentos naturais por artificiais.Excesso de proteínas animais. Excesso de gorduras animais.Excesso de sal.Excesso de especiarias exóticas e de produtos químicos que se empregam na apresentação econservação dos alimentos.insuficiência de vitaminas e de hormônios vegetais (auxinas).Insuficiência de sais minerais e de oligoelementos.Insuficiência de substâncias estimulantes das paredes intestinais (celulose).Insuficiência de pigmentos vegetais verdes (clorofila).

Substituição de Farinha de Cereais por Pão e Batatas

A substituição do consumo antigamente elevado de farinhas de cereais por batatas e pão deveconsiderar-se como uma das causas da degeneração da dentadura (Euler, Kolath).

Substituição de Alimentos Crus por CozidosExperiências Significativas -- O efeito da substituição de alimentos crus ou frescos poralimentos cozidos foi muito discutido e levou a grandes grandes divergências e a normas de

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nutrição bastante extremadas e estritas. Especialmente, causaram notável impressão os ensaiossobre comida cozida de McCarrison e de 0. Stiner, dando lugar a numerosas comprovações.

MacCarrinson alimentou macacos

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com a sua comida habitual, mas cozida numa panela a vapor. A conseqüência foi uma reduçãona atividade das glândulas de secreção interna, o aparecimento de úlcera do estômago ouintestino, a inflamação do intestino grosso e, finalmente, a caquexia e a morte.

0. Stiner (do Ministério da Saúde da Suíça) alimentou coelhos nas mesmas condições que oanterior. A conseqüência foi que os animais adoeceram de cárie, inflamação das glândulassalivares, bócio, anemia, escorbuto e alguns deles de câncer do pulmão. Se a estes alimentoscozidos se acrescentassem, para cada animal, dez centímetros cúbicos de leite pasteurizado,também adoeciam de artrite deformante. Estas e muitas outras experiências parece que vêmdemonstrar o efeito tão prejudicial da arte culinária sobre a saúde. Não faltaram, portanto, asreações extremistas que exigiam só alimentos crus.

Posição Eclética -- Não podemos deixar de reconhecer que a panela na cozinha não trouxe sómales, mas também vantagens. Mediante o processo da cocção puderam aproveitar-se, pelaprimeira vez, numerosos produtos naturais para a alimentação humana, o que implicou umaconsiderável ampliação da alimentação básica. A cocção facilita ao intestino a absorção dosalimentos e evita-lhe assim parte do seu trabalho, ou é a única maneira de lhe fazer digerir umalimento desse tipo. A panela pode indubitavelmente ostentar certo significado «cultural»,porque contribuiu para ampliar as possibilidades vitais humanas e, portanto, de maneira decisivapara o processo cultural.

0 abuso do seu emprego, isto é, a substituição do consumo de alimentos crus pelo de alimentoscozidos, levou, não obstante e de modo inegável, a uma série de conseqüências prejudiciais. Aaplicação do calor destrói, na realidade, não só certas vitaminas, como também os fermentos eas substâncias aromáticas convenientes para a digestão. E trata-se de componentes daalimentação dos quais não podemos prescindir para a conservação da saúde.

Efeitos do Oxigênio no Interior do Intestino -- Os fermentos que os alimentos vegetaisconsumidos ao vivo contêm são conservados praticamente no intestino e desempenhamserviços especiais no processo digestivo. Assim, por exemplo, os chamados fermentosoxidantes fixam o oxigênio do ar que é tomado continuamente com a comida, e depois não podepermanecer como tal no interior do intestino. As bactérias intestinais realizam na ausência dooxigênio o metabolismo com 1/25 das calorias de que necessitariam sob os efeitos de maioroxigenação. Depois de prolongadas investigações, o Prof.

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Kolath chegou à conclusão de que com um regime alimentar em que predomina a carne e sobos efeitos do oxigênio sumamente abundante, ainda no reto, as matérias corantes biliares dãoaos excrementos o seu corrente colorido pardo, ao passo que, quando o oxigênio falta nointestino, devido à alimentação vegetal crua, a deposição apresenta uma cor amarelada clara.Disto se pode concluir o efeito deste fenômeno no homem, e embora não se tenha investigado,pode afirmar-se como certo que «uma atmosfera no interior dos intestinos sem conter oxigênio

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permite uma considerável redução na quantidade de alimentos sem que, por isso, o homemfique mal alimentado». Por isso, um regime rico em alimentos vegetais crus constitui um sistemade nutrição conservador e tônico, pelo menos no que diz respeito ao intestino.

Por outro lado, é logicamente forçoso que um regime de carne cozida e, por conseqüência, comum interior intestinal rico em oxigênio, no qual as bactérias intestinais utilizam 25 vezes mais asenergias para as suas próprias necessidades, se produza o contra-senso de que o homemalimente antes as suas bactérias intestinais do que se alimente a si mesmo.

As Bactérias Intestinais - Mas além deste assombroso esbanjamento, torna-se claramenteevidente o prejuízo causado, quando se pensa que não é de modo algum Indiferente que asbactérias intestinais efetuem o metabolismo com oxigênio (aerobiose) ou sem ele (anaerobiose).

Tanto os produtos originados na digestão dos alimentos como os procedentes do metabolismobacteriano são completamente distintos, conforme o interior do intestino tenha falta ouabundância de oxigênio, dependendo além disso de que se trate de bactérias intestinais normais(colibactérias) ou anormais e degeneradas (paracoli e outras). Atualmente sabe-se, depois demuitas experiências realizadas neste sentido, que desde há muito tempo o homem, devido a suaalimentação habitual, apresenta no seu intestino uma abundância anormal de bactérias, o queleva à conclusão de que a sua alimentação é forçosamente defeituosa. A introdução debactérias intestinais normais vivas é um tratamento utilizado desde há muito tempo na medicinaprática, porque se verificaram com ele curas de reumatismo, de eczemas e de anemias.

Como um metabolismo intestinal de desenvolvimento defeituoso se converte numa causa deintoxicação (e hoje considera-se freqüentemente em medicina que o intestino grosso podeoriginar uma infecção focal), só por isso é evidente até que ponto tudo depende de umaalimentação realmente sã. Sabemos hoje, inclusive, que uma alimentação con-

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veniente ou determinado regime carecem de efeitos, se o papel que corresponde às bactériasintestinais não se desenvolver com normalidade.

Formação de Vitaminas por Bactérias do Intestino -- E muito notável a este respeito o fato deas bactérias intestinais formarem a vitamina K, imprescindível para o processo de coagulação dosangue e que quando estão degeneradas não se encontram em condições de efetuar essasíntese. Se faltar na nutrição a vitamina K, que se obtém com verduras frescas, como espinafre,repolho, couve-flor e tomate, não conseguem as bactérias compensar, durante algum tempo,esta insuficiência, ao passo que com tais bactérias degeneradas se apresenta uma falta devitamina K no fígado, e por isso um atraso na coagulação do sangue ou, inclusive, umahemofilia.

Sabe-se, além disso, pelas experiências de Kolath e Stahl, que a vitamina K dificulta odesenvolvimento de determinados microrganismos na corrente sanguínea, que já o Prof. Von BBrehmer descreveu, há vinte anos, e considerou germes cancerosos (Sipho- polymorpha).

A vitamina B12 apresenta-se, também, como produto do metabolismo das bactérias intestinais.Depois da absorção pela parede intestinal é introduzida no fígado para desempenhar o papel deum elemento de maturação das céluIas sangüíneas. É, só tia presença deste elemento ativo quese efetuam, por exemplo, os processos mais importantes de produção de proteínas, sobretudo a

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transformação de moléculas protéicas de pouco valor noutras de grande riqueza, necessáriaspara a formação do núcleo celular. Para isto são necessárias as já classicamente conhecidaslecitinas, combinações complexas de glicerina e de ácido fosfórico, que normalmente serecebem com os alimentos, mas que pela cocção sofrem uma grande redução na sua eficáciabiológica. Além da função da vitamina B 12 na síntese das moléculas protéicas do núcleo celular,ainda intervém contra a formação excessiva de histamina. A histamina é uma substância que seorigina abundantemente no metabolismo e que provoca reações de hipersensibilidade do tipo docatarro do feno, asma bronquial, eczemas e outras manifestações. Finalmente, sabemos hojeque quatro por cento do cobalto contido na vitamina B12 produz efeitos antituberculosos, cujosignificado não sabemos apreciar ainda devidamente. Só podemos pensar nas enormesconseqüências que claramente implicam.

Auto-Intoxicações - A possibilidade de vida nas bactérias intestinais depende de uma sãalimentação. Como pequenos depósitos, permitem elas cobrir as insuficiências que ocorram naprodução das substâncias mais importantes do metabolismo químico, durante um grande lapso

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de tempo. Mas, por fim, também chegam a adoecer pelo aparecimento de deficiências, dandoentão lugar exclusivamente a produtos metabólicos tóxicos e de efeito prejudicial, que depoissão absorvidos através do intestino e levados para a corrente sangüínea e para o fígado,ativando todo o mecanismo defensivo. Este efetua a desintoxicação e destruição destassubstâncias durante um certo tempo até ficar hipersensibilizado; ou então entorpece-se,enferma, ou finalmente se deforma, se não receber ajuda no seu devido tempo, mediantematérias normais e compensadoras, como sejam alimentos sãos ou medicamentos.

Ordem de Utilização dos Alimentos Crus - Não só é necessário saber que devemos utilizaralimentos frescos, como também quando temos de o fazer, isto é, em que proporção temos deconsumir alimentos crus e cozidos. Deduz-se isto de numerosas experiências sobre produtosolorosos e aromáticos, realizadas pelo Prof. Kolath.

Quando se prepara uma refeição vulgar composta por um prato de sopa ou caldo, carne, batatascozidas e legumes, ou também um desjejum constituído por uma xícara de café ou de chocolate,pão com manteiga e marmelada, aumenta o número de leucócitos no sangue, passando numprazo de dez minutos, dos 6000-8000 normais por milímetro cúbico para 10000, e num prazo de30 minutos para 30000, voltando no fim de 90 minutos ao normal. Este fenômeno é conhecidodesde há quase um século (Virchow) e qualifica-se como leucocitose prandial (significandoleucocitose o aumento de glóbulos brancos). Tal aumento de glóbulos brancos no sangueproduz-se também em todas as irritações inflamatórias, especialmente nas enfermidadesinfecciosas, considerando-se em tal caso como uma reação defensiva do corpo. Nada significaem contrário, o conceber a citada leucocitose como medida defensiva do corpo contra algo deestranho, isto é, como momentânea reação inflamatória (Roessle). Com isto coincide,evidentemente, uma comprovação de Kuschakoff, que mostra que a ingestão de alimentos crus,sem cocção, de vegetais, não leva a um aumento dos glóbulos brancos no sangue, isto é, nãose apresenta a reação inflamatória antigamente considerada normal. Esta reação não se produz,quando a comida cozida se segue à crua. Kuschakoff também comprovou que uns dez porcento, pelo menos, dos alimentos devem ser consumidos crus e antes dos cozidos, se se quiserevitar esta reação inflamatória

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Origem da Leucocitose Defensiva -- Estas observações são hoje tão evidentes que aalimentação natural, viva e não consumida pela cocção, não é considerada estranha nemrepulsiva, ao passo que os alimentos cozidos supõem um regime insuficiente para pro-

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vocar uma reação defensiva do organismo.

A causa desta reação defensiva encontra-se, segundo o Prof. Kollath, na falta de fermentos e desubstâncias aromáticas da comida cozida. Indica-se, assim, pela vez primeira, o importantesignificado das substâncias aromáticas naturais. Estas substâncias sumamente sensíveis aocalor são recebidas nas mucosas bucal ou faríngica e atuam através do sistema nervoso demodo inconsciente, provocando também a reação dos glóbulos brancos.

Substituição de Alimentos duros por Brandos

Necessidade de Mastigação A idéia de oferecer ao corpo uma alimentação mais preparadapossível para lhe evitar esforços e melhor aproveitá-la, levou a uma diminuição dos alimentosduros, substituindo-os pelos brandos e, deste modo, ao abandono da mastigação Precisamente,porém, esta atividade mecânica do sistema de mandíbulas e de dentadura não só é necessáriapara a conservação de tais órgãos, como o é também para a boa função de todo o processodigestivo. A boa mastigação de alimentos duros (pão integral, frutas, nozes, etc.) constitui, emprimeiro lugar, uma massagem ideal das gengivas, criando a disposição para a conservação dacapacidade de resistência e da elasticidade dos tecidos gengivais, evitando a piorréia ouperiondontose. E, inclusive, os próprios dentes só constituirão uma dentadura sã e útil, quandohouver nina incitação natural, para o seu desenvolvimento, que consiste em mastigar e morder.Se não dermos aos dentes dos adultos o trabalho apropriado, produz-se a sua queda prematurae a sua cárie. Os dentes têm necessidade de mastigar, de preferência a, alimentos frescos,naturais e VI vos, isto é, beterrabas, cenouras, rabanetes, frutas, nozes e, finalmente, pão seco eduro no autêntico significado da expressão.

Infelizmente, é raro ver nas crianças e nos adultos uma dentadura sã e bem formada. Por isso,temos de formular a exigência urgente de mastigar mais.

Substituição de Alimentos Naturais por Artificiais

Alimentos Equilibrados -- O valor da alimentação não deve ser calculado apenas por umíndice térmico (conteúdo de calorias).

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Sabemos que a alimentação de grande conteúdo de calorias não é a mais sã, mas sim aquelaque contiver, no mais alto grau, o estado natural dos alimentos e que limitar, o mais possível, oconsumo de alimentos animais. Da mesma maneira que o alimento natural, por exemplo umamaçã, uma noz, uns gramas de cereal, é uma combinação harmonicamente equilibrada dematérias alimentícias, ativas e vivas, assim também deve conter a nutrição total do homem tudoo que for necessário para o organismo numa proporção harmônica. Se se procurarem todas asmatérias necessárias em quantidades suficientes e conforme a uma relação imposta pela

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mesma natureza, conseguir-se-á a saciedade e a satisfação total do apetite. Uma alimentaçãodefeituosa ou unilateral em qualquer sentido dificilmente produz a sensação de saciedade,porque o organismo está sujeito à lei do mínimo de Liebig. Se houver na alimentação umasubstância em quantidade insuficiente, como, por exemplo, uma vitamina ou um mineral, nestecaso o organismo toma apenas a quantidade de proteínas e de gorduras (que porventuraabundem na dita alimentação), na proporção com o volume da substância insuficiente.

Não é uma alimentação rica em calorias o objetivo digno dos nossos esforços, mas sim aalimentação suficiente, harmônica e equilibrada, em que todas as substancias necessárias seencontram na proporção mais natural possível. É fácil compreender que o organismo, mediantealimentação mais natural e regular que se possa dar, necessita de quantidadesconsideravelmente menores e que a alimentação equilibrada facilita uma força de conservaçãoda saúde, cuja importância ainda não conhecemos suficientemente. A alimentação mais próximada Natureza cria homens tranqüilos, ao passo que toda a forma de alimentação permanenteunilateral dá lugar a homens inquietos, sempre esfomeados, insatisfeitos, em busca inacabávelde algo indeterminável.

Alimentos «Puros», Alimentos Desnaturalizados -- Quando atuamos num alimento naturalcom métodos físicos e químicos, processos que dantes se qualificavam de «enriquecimento» oude «depuração», mas que hoje reputamos de «desnaturalização», obtemos produtosenergéticos puros e quase sempre mais concentrados, como a farinha branca, o açúcar branco,o arroz sem casca, o azeite refinado e as gorduras em forma de margarinas, as conservas, o salde mesa, mas tudo isto privado quase totalmente das suas características biológicas eficazes esãs. Por outro lado, também não devemos esquecer que estes produtos da indústria moderna,por causa da sua excelente capacidade de duração, de armazenagem e de transportes setornam insubstituíveis para a formação de reser-

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vas e fornecimentos distantes. Mas, de qualquer modo, constituem alimentos mortos, quenecessitam de ser completados forçosamente com alimentos frescos vivos, isto é, com frutas detoda espécie, farinhas de cereais, nozes, saladas, etc.

Perigos da Excessiva Pureza -- Vamos encontrar o mesmo problema na elaboração demedicamentos. Também se apresenta aqui a questão seguinte: possui, porventura, acombinação de substâncias naturais ou de substâncias puras isoladas o maior poder curativo?

Enquanto a investigação analítica nos levou no campo da técnica para avanços que mal sesuspeitavam, sobretudo na obtenção de novas matérias-primas e elaboradas, nem sempretivemos sorte na medicina e na alimentação com matérias isoladas e sintéticas. Com osmétodos dos diversos ramos das ciências naturais, desde o descobrimento da morfina pelofarmacêutico Sertürner em 1816, vêm-se analisando as drogas e os efeitos dos diversos fatoresque procuramos expor com a máxima exatidão possível. Chega-se, deste modo, aos quadrosdos efeitos das substâncias puras, que possuem indiscutivelmente a vantagem da dosificaçãoexata, mais tempo de conservação e resultados mais equilibrados. Mas com freqüência sejuntava a isto maior intolerância, maior toxicidade e pior solubilidade, pelo que era precisobuscar primeiramente um solvente orgânico adequado. Com respeito à solubilidade, diga-se depassagem que se chegou a pensar seriamente se a insolubilidade na água e a solubilidade emdissolventes orgânicos não seria uma etapa prévia para a ação cancerígena da substância. Com

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a euforia causada pela descoberta e obtenção de substâncias puras não se prestou a devidaatenção ao estudo do efeito da planta na sua totalidade. O descobrimento da matéria ativaprincipal e o seu isolamento preenchiam o imediato objetivo terapêutico. Por isso, em princípio,desprezou-se toda a substância «complementar».

Exemplo dos Princípios Ativos da Digital -- Exemplo clássico de investigação sumamenteanalítica e diferenciadora é dado pela distribuição das substâncias ativas nas folhas da digitalpurpúrea. Primeiramente, extraíram-se das folhas dois glicósidos, A e B, dos quais, por hidrólise,se obtiveram os glicósidos digitoxina, gitoxina e gitalina, que demonstraram uma forte açãocardíaca. De novo, mediante a hidrólise de substâncias glicosídicas, chegaram a isolar novosprincípios ativos, que também produziram efeitos cardíacos. julgava-se então e esperava-se terencontrado nos produtos finais as substâncias mais eficazes para os tratamentos do coração.Demonstrou-se, porém, que o efeito cardiotônico se reduzia, à medida

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que se iam efetuando as hidrólises, chegando-se, finalmente, à conclusão de que nem sequeros glicósidos completamente isolados possuíam o maior efeito curativo, mas a simples tisanadas folhas da digital conseguia resultados mais satisfatórios, conforme já tinha advertido duranteanos o conhecido cardiólogo Prof. Edens.

Com isto começou-se a considerar que as «substâncias complementares e inertes», a princípiopassadas por alto, deviam tomar parte nos efeitos, e provou-se o papel importantedesempenhado pelas substâncias anexas análogas ao sabão (saponinas) e pelos sais de cálciono efeito conjunto.0 Todo é Mais Eficaz do que as Partes -- Mediante tais experiências chegamos finalmente aoconhecimento de que as nossas grandes esperanças de superar a Natureza, mediante aobtenção de substâncias puras, não se podem realizar em muitos casos e que, pelo contrário, aNatureza criou substâncias ativas e alimentos concentrados tanto nas nossas plantasmedicinais, como nas frutas, verduras e legumes, nas quais cada fator conserva uma proporçãomaravilhosa que é a mais favorável para o nosso organismo. Temos de regressar àquelaverdade, puramente intuída por Hufeland (1762-1836), de que toda a planta alimentícia oumedicinal constitui uma individualidade e que deve ser estudada e empregada como tal.

Confiemos pois nas velhas experiências, cuja realidade a ciência volta sempre a comprovar, deque o produto natural completo é mais ativo do que qualquer dos seus compostos isolados.

Excesso de Proteínas Animais

Necessidade de Proteínas -- A chamada «questão proteínica» já excitou muito os ânimos, masprecisamente neste aspecto levou a investigação moderna aos mais assombrosos e importantesconhecimentos e esclarecimentos. Os ditos estudos servem de base às seguintes conclusões:

As proteínas são, para nós, matéria vital imprescindível, da qual -- tanto segundo as antigasdoutrinas sobre nutrição como as modernas -- necessitamos de uma média de 60 a 90 gramaspor dia. Não é esta a quantidade mínima suficiente, mas a mais favorável possível. Importa termuito em conta que tanto uma contribuição insuficiente como uma alimentação excessiva deproteínas podem originar prejuízos no organismo. A doutrina mantida por Liebig (1803-1873) de

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que a proteína é a fonte única de trabalho muscular e que as gorduras e os hidratos de carbonosó servem para manter o calor corporal,

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já foi superada por Voit (1831-1908), embora este último também aceitasse uma necessidade deproteínas excessivamente elevada (118 g). Podemos cobrir a quantidade de proteínasnecessárias com produtos animais ou vegetais, por exemplo, com carne, peixe, leite, queijo eovos, ou então com verduras, legumes, ervilhas, feijão, soja, nozes, sementes de linho ou degirassol. Os diferentes tipos de proteínas animais ou vegetais compõem-se quimicamente denumerosos elementos muito conhecidos, os chamados aminoácidos, dos quais, segundo adoutrina da nutrição aceita até agora, se devem considerar imprescindíveis para o organismohumano uns doze ou quinze. Segundo esta doutrina, devem consumir-se necessária etotalmente com os alimentos, para se evitarem graves transtornos funcionais. Só quando sedispõe desses elementos na sua totalidade é que é possível ao corpo transformar a proteína dosalimentos em proteína do próprio organismo.

Qualidade das Proteínas Vegetais e Animais -- Os alimentos animais e vegetais contêmcomponentes proteínicos em quantidade e tipos muito diversos. Sob o ponto de vista queacabamos de indicar, consideram-se elementos de mais valor os que contiverem a maiorquantidade de elementos proteínicos, isto é, os que subministrarem o melhor material para areposição das proteínas orgânicas. Segundo esta opinião, o máximo «valor biológico» éapresentado pelos tipos de proteínas que contêm todos os aminoácidos consideradosindispensáveis. São as proteínas denominadas completas ou valiosas.

De acordo com esta avaliação, são alimentos proteínicos completos a carne, o peixe, os ovos, oleite, a levedura, as sementes oleaginosas, considerando-se incompletos, biologicamente,segundo o seu conteúdo nos diversos aminoácidos, os cereais, as ervilhas, as lentilhas, o feijão,assim como os outros vegetais. Há numerosos quadros sobre o valor dos tipos de proteínas nosvários alimentos. Nesses quadros avaliam-se muito mais as proteínas procedentes dosalimentos animais atrás citados (carne, peixe, etc.) do que as procedentes de vegetais, o quedeu lugar à enunciação do princípio da superioridade biológica da proteína animal com respeitoà do vegetal. Chega-se, assim, à conclusão de que uma pessoa normal de 70 quilos precisadiariamente de uma quantidade de 70 a 90 g de proteínas, devendo ser pelo menos um terço,isto é, de 23 a 30 g, de origem animal. O consumo médio interno de uma pessoa normal de 70quilos pressupõe 22,3 g. Se a alimentação de uma determinada população se projetasse sobreestes princípios, teria como conseqüência um consumo enorme de carne, ovos, leite e queijo.

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Exemplos Sobre a Necessidade de Proteínas Animais -- O economista sabe, contudo, muitobem, que um país frutífero e demograficamente denso não pode estar em condições de produzirtanta carne, ovos, leite e queijo para que cada habitante possa receber diariamente a doseconsiderada necessária de 23 a 30 g de proteína animal. Deste modo, teoricamente, tal paísencontrar-se-ia perante uma catástrofe alimentícia. Mas na realidade não é assim que as coisasse passam. o que contradiz a ordem de valorização dos tipos de proteína acima expostos.

Numerosos estudos e ensaios têm demonstrado, com segurança, que uma alimentaçãoexclusivamente vegetariana e, até, exclusivamente crua, pode conservar o organismo forte e

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jovem no mais alto nível de capacidade e plenitude corporais e espirituais.

O mais impressionante é, para já, a informação apresentada pelo Dr. Brauchle e original deTheodor Hahn, segundo o qual, antes do descobrimento das Ilhas dos Ladrões pelos Espanhóisem 1620 (cujos habitantes se consideravam a si mesmos os únicos povoadores do mundo),estes estavam privados de quase tudo o que os povos civilizados consideraram indispensávelpara viver. Além das aves, que, de resto, não comiam, não havia nenhum animal na ilha. Aquelagente nunca tinha visto o fogo, e a princípio não fazia a menor idéia das suas características ouemprego. A sua alimentação era completamente vegetariana, constituída por frutos e raízes noseu estado natural. Os indígenas estavam bem constituídos, eram fortes e ativos, transportandofacilmente aos ombros pesos de mais de duzentos quilos. A doença era quase desconhecidaentre eles e chegavam com freqüência a uma idade bastante avançada. Não era raro encontrarhomens com cem anos de vida sem nunca terem estado doentes.

Aminoácidos Essenciais e Proteínas Vegetais -- As observações e os ensaiosfreqüentemente debatidos e refutados encontraram entretanto a sua explicação científica. OProf. Abelin refutou, no «Congresso Internacional de Investigação Sobre as Proteínas», tanto ateoria de que os aminoácidos são elementos absolutamente necessários para o nossoorganismo, como também a idéia de que certos aminoácidos sejam totalmente indispensáveispor serem insubstituíveis, quando na realidade os aminoácidos são produzidos, consumidos etransformados uns nos outros, no nosso próprio corpo. As combinações mais simples são asrealizadas pelos aminoácidos essenciais, cuja presença na proteína dos alimentos se consideraimprescindível, e que se encontram no organismo em quantidades quase normais, emborahajam faltado durante algum tempo na alimentação. Salientou que o decisivo

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não era o tipo de proteína consumida e que, por isso, também não figuram determinadosaminoácidos.

Cuthbertson, do Instituto de Investigação Rowet, em Aberdeen, expôs que a idéia de que aproteína animal é superior à vegetal perdeu atualmente todo o sentido, porque se baseia emexperiências antiquadas com proteínas purificadas. As proteínas naturais vivas de igualcomposição química, tais como se apresentam nos nossos alimentos, não só têm outrascaracterísticas, como também, além disso, se comportam de modo diferente.

Também os norte-americanos deixaram de considerar a teoria dos aminoácidos comofundamento para estabelecer o valor biológico da proteína. Vêem a superioridade da proteínaanimal comparada com a vegetal no chamado «fator de proteína animal» ou estreptogenina(APF = «Animal Protein Factor»), que hoje já se pode conseguir de matérias-primas vegetais eque, segundo investigações de Kollath e Ginnäs, só é indispensável na alimentação, quandofaltam os portadores de fatores de crescimento (portadores de auxinas), como são as verduras eos cereais.

Primazia das proteínas de Origem Vegetal -- Vemos por estas investigações, observações eexperiências que o problema de uma sã alimentação proteínica se aproxima, cientificamente, deuma solução, já prevista há dezenas de anos por médicos notáveis. Demonstram o princípio deque em toda a alimentação há de se preferir sobre todas as outras coisas produtos vegetais,naturais e frescos. São os seguintes os produtos da Natureza trocados, o menos possível, pela

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técnica humana e, por conseguinte, de maior valor: nozes, cereais, frutas, legumes, vegetais everduras. Em segundo lugar figuram os alimentos procedentes do reino animal: leite, ovos,carne e peixe.

Excesso de Gorduras Animais

Gorduras «Refinadas» -- O abandono dos azeites vegetais tem tido, como conseqüência,graves males, o que nos deve obrigar a prestar maior atenção a uma sã alimentação com asgorduras. Os adultos necessitam, diariamente, de 50 a 80 g de gordura. Esta quantidadepreenche-se, geralmente, com manteiga, gordura de carne, gordura vegetal consistente (azeite,óleo de coco, de palma) e margarina. São todas elas gorduras «consistentes»; sob o ponto devista químico muito saturadas e, por isso, difíceis de transformação nos processos metabólicos.Pressupõem o perigo de se irem depositando, inconveniente-

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mente, nas camadas inferiores da pele, sendo, assim, a origem da obesidade.

Todos os azeites fluidos considerados quimicamente são mais ou menos insaturados e, por isso,fáceis de serem atacados e transformados pelos sucos digestivos, sempre que não se hajamdesenvolvido atividades químicas importantes. Neste caso, os azeites comestíveis correntes nomercado não podem ser considerados produtos naturais, em todo o seu valor. Apresentam, porisso, uma cor clara, e são insípidos, o que se consegue «refinando-os» apenas, isto é,desaromatizando-os com vapor de água, branqueando-os com descorantes, desacidificando-oscom lixívia, engrossando-os com oxigênio. Sabemos que tanto as substâncias vegetaisaromáticas como os pigmentos vegetais e, especialmente, neste caso, os ácidos gordurososnão saturados têm que cumprir importantes e, em parte, insubstituíveis funções biológicas. Oschamados «processos de refinação» levam, sob o ponto de vista fisiológico da alimentação, auma desvalorização ou desnaturalização. De um meio de nutrição vivo obtém-se um simples einerte produtor de calor.

Necessidades do Organismo -- Estabelecemos outro fator na alimentação da nossa civilizaçãoque largamente tem levado a enfermidades por insuficiência nutritiva, sobretudo da pele,estômago, intestinos, fígado, vesícula biliar e circulação. Chegou-se, hoje, cientificamente, aoconhecimento do efeito prejudicial da alimentação habitual na base de gorduras. Os azeites egorduras naturais obtidos por pressão a frio, sem nenhum emprego de calor nem de matériasextratoras, não só mantêm o seu valor térmico (calorias), como também são portadores denumerosas substâncias ativas, solúveis nas gorduras, como a provitamina A (B caroteno),provitamina D (ergosterina), vitamina E (α + β tocoferol), vitamina F (combinação de ácidosgordurosos não saturados com a glicerina ou glicérido) e fosfátidos (lecitina), além das matériasaromáticas e corantes, assim como os oligoelementos. A maioria destas substâncias ativas,necessárias para a digestão das gorduras, a sua absorção pelos intestinos e a suatransformação, especialmente rio fígado, perdem-se no tratamento industrial.

Além da perda de vitaminas (A, D, F), basta citar como amostra que a lecitina é um componentecelular imprescindível, estreitamente relacionado com os ácidos gordurosos não saturados, quetambém se encontra nos azeites sem refinar; conserva o equilíbrio biológico das célulasnervosas, cumpre as suas funções nos centros de formação do sangue e desempenha um papel

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na constituição das proteínas do núcleo celular.

Mas, não se trata, apenas, da perda de substâncias valiosas nas gorduras elaboradasindustrialmente, mas também do fato de se

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acrescentarem com freqüência substâncias para a sua conservação, sobretudo nas margarinas,matérias corantes e outros compostos, para aperfeiçoar a. sua apresentação e torná-la maissemelhante ao produto natural. E, ao chegarmos aqui, temos de diferenciar as gordurasalimentares artificiais das naturais.

Normas Para a Utilização das Gorduras -- 1. Todas as gorduras consistentes, por issoamplamente saturadas, de origem animal e vegetal (por exemplo a carne e a manteiga), devemlimitar-se, consideravelmente, a favor das gorduras líquidas. Entre os azeites deve-se dar apreferência aos menos saturados, isto é, aos azeites vegetais secos, já que, não só setransformam rapidamente, dentro do corpo, mas também porque contêm glicéridos de ácidosgordurosos não saturados, ricos em vitaminas, de grande eficácia como substâncias calóricasno metabolismo das gorduras por parte do fígado (vitamina F).

2. Cumpre estabelecer, em princípio, uma diferença entre "azeites de sementes» -- aquelesazeites vegetais procedentes de toda a semente e nestas acumulados -- e os «azeites de grão»conseguidos da parte seleta dos grãos de cereais, o germe. Os azeites de sementes são degrande valor, por exemplo, os das nozes, linho, mas não o azeite da oliveira.

3. Todas as gorduras de origem animal ou vegetal, mais ou menos saturadas, transformam-sedificilmente no corpo e acumuIam-se facilmente (obesidade). Por isso nunca devem ser tomadassozinhas, mas sempre com um complemento de azeite de linho, girassol, de grão de trigo. Senão se fizer assim, vai-se dispondo, lenta mas continuamente, o terreno para as enfermidadeshepáticas e biliares, assim como para tumores benignos ou malignos. Os ácidos gordurosos nãosaturados atuam, por sua vez, como barreiras contra o câncer.

4. A refinação com lixívia, o tratamento com descorantes e com desaromatização das gorduras,assim como o seu endurecimento artificial, transformam-nas em meros portadores de caIorias efazem perder matérias ativas necessárias para o metabolismo das mesmas gorduras. Noendurecimento de gorduras, alteram-se, precisamente, ácidos gordos de grande valor biológicoe pouco saturado, ao passo que ficam sinais de ferro e de níquel nas gorduras alimentícias.

5. Como alimentação sã com gordura só devem contar, portanto, aquelas gorduras nutritivasdepuradas por métodos físicos. Entre os azeites vegetais estão os azeites de sementes ecereais prensados a frio.

6. Os azeites de mais valor que o reino vegetal nos oferece são os de grão de cereais, cujoconteúdo em compostos biológicos excede o dos azeites de semente em quase dez vezes mais.Contêm todas as substâncias ativas lipossolúveis na mais elevada concentração, so-

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bretudo a vitamina E e a vitamina F, essencial na combustão metabólica das gorduras.

Vêm de onde a Natureza as criou: as células germinais. Aqui depositou a Natureza um azeite

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que pela germinação dá lugar, em poucas horas, a algo de novo: outra planta. Essa rápidatransformação no processo germinativo expressa, claramente, a rapidez com que esse «azeitevitamínico» se pode converter em energia. Não provoca obesidade e é a gordura mais sã queexiste.

Excesso no Emprego do Sal

Necessidade de Sal em Proporção Ínfima -- Em princípio está certo o que Paracelso jáformulava: «É só a dose que faz com que a coisa não seja venenosa». Basicamente, o sal nãoé, por si mesmo, um veneno, utilizando-se por isso na homeopatia; mas, na quantidade que setoma na alimentação habitual, uns vinte ou trinta gramas diários, aparecem os efeitos tóxicos deuma coisa evidentemente excessiva.

Também é válido para o sal o que já se disse sobre as substâncias puras. O sal comum écloreto de sódio puro, livre de todos os aditamentos naturais, antigamente chamados«impurezas». Temos, assim, de voltar ao produto natural, isto é, ao sal mineral, como seemprega normalmente na Rússia, ou da água do mar, que contém em equilíbrio fisiológico ossais minerais de que necessitamos.

Ao passo que Brauchle aconselha a não empregar, em casa, por dia e por pessoa mais de doisgramas de sal comum, Kollath, por sua vez, diz que só com um consumo de pão de trezentos aquatrocentos gramas fica totalmente coberto o consumo necessário de sal, mesmo calculando-oem sete ou oito gramas diários, visto o pão conter dois por cento de sal comum. Outros autoressó aconselham um a dois gramas por dia. Embora estes algarismos no sentido de uma nutriçãosã devam ser considerados insuficientes, podem, contudo, completar-se com sal integral, sal domar, ou água do mar, para satisfazer a «necessidade natural de sal». O sal do mar, além docloreto de sódio, também contém potássio, cloreto de cálcio e cloreto de magnésio, que semantêm em equilíbrio biológico, assim como os «oligoelementos», substâncias estas cujoverdadeiro significado ainda não é totalmente conhecido, mas que se consideram absolutamenteessenciais para a vida.

Danos Devidos ao Sal -- Depois de o sal ter sido absorvido na corrente circulatória, dissocia-se,em grande parte, a combinação de cloro e sódio, exercendo,

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separadamente, os seus próprios efeitos.

Ao passo que o átomo de cloro é rapidamente combinado por outras substâncias e resultainócuo, entrando a formar parte do ácido clorídrico do estômago, pelo contrário o átomo livre desódio, ao combinar-se com o hidrogênio, exerce notáveis efeitos tóxicos. Se dermos a umacriança de peito, de um a três gramas de sal, reagirá com uma subida de temperatura. Mastambém os adultos, depois de vários meses de consumo excessivo de sal, sofrem fortes efeitosem todas as funções orgânicas e dos tecidos, produzindo-se gengivite, catarro estomacal ouintestinal, hemorragia hemorroidal, enxaqueca e inflamações nas mucosas. Os «males do sal»são devidos, ao que parece, de modo geral a uma perturbação dos tecidos conjuntivos. Como ovital significado do tecido conjuntivo se tem salientado novamente através das modernasinvestigações sobre o câncer, pode calcular-se o grave dano que nele pode causar o sal.

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Numa série de enfermidades correntes e graves do coração, fígado e rins, assim como noedema da gravidez, conhece-se e aproveita-se diariamente o efeito curativo da supressão totaldo consumo de sal. Há meio século, dois médicos franceses observaram que rios doentes dehipertensão, esta baixava para o normal, quando se lhes suprimia o sal. Há trinta anos,ocuparam-se os médicos norte-americanos desta observação e puderam comprová-la depois dealgumas investigações, embora com resultados desiguais. .Hoje o regime alimentar sem sal fazparte principal do tratamento dos doentes do coração, e principalmente dos doentes do sistemacirculatório, assim como dos rins, fígado, pele e pulmões. Os alimentos sem sal (arroz e frutas)podem fazer milagres na hipertensão e nas doenças cardíacas. Mas ainda não sabemos se é sóneste problema do sal que está a chave para a solução das numerosas incógnitas que ahipertensão nos levanta.

Utilização do Sal -- Uma coisa está bem clara: muito sal puro não favorece o nosso organismo.Devemos, pois, reduzir o seu consumo ao mínimo ou, melhor ainda, substituí-lo pelo sal integralou do mar. O sal, como tal, não é necessário para viver, embora o sejam os seus componentes:o cloro e o sódio; mas o sal não é a única fonte destes elementos.

Nesta questão do sal de mesa não nos queremos mostrar partidários nem esquecer que o salem numerosas circunstâncias costuma ser incluído na medicina, sobretudo quando o corpo, nodecorrer de uma enfermidade, tiver perdido grande quantidade de água, produzindo-se entãoquase sempre maior perda, de sódio e de cloro. É o que acontece nos vômitos fortes epersistentes, como conseqüência de uma contração dos músculos do

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estômago (estenose pilórica da criança de peito) ou estreitamento por doença da saída doestômago (úlcera de duodeno e estômago), em casos de diarréias intensas, como conseqüênciade catarro gástrico ou intestinal e em casos de grande sudoração, como ocorre em muitasdoenças infecciosas. Para o tratamento dos doentes addisonianos são necessárias elevadastomadas de sal de cozinha, de dez a vinte ou mais gramas. Tampouco deve um diabéticoalimentar-se com pouco sal, porque isso afeta a ação da insulina.

Excesso de Condimentos e Produtos Químicos

Razões Para o Uso Moderado de Condimentos -- Com o considerável intercâmbio demercadorias de toda espécie entre os vários países, também se conseguiu um lugarproeminente para as especiarias exóticas, que só têm aplicação real nos tópicos, deslocandoquase completamente e sem razão as ervas e os condimentos de cada país.

Quem só sabe dar sabor a um prato com especiarias exóticas (curry, gengibre, cravo, pimenta,canela) mostra, pelo menos, o seu desconhecimento da arte e da «cultura» culinárias.

Como a cocção destrói ou altera muitos dos elementos do sabor, não é de estranhar que osalimentos cozidos sejam insípidos por si mesmos e que não excitem o olfato nem o sabor, nãodespertando assim o apetite. Deve-se, pois, adicionar os condimentos aos alimentos cozidos,depois da cocção, porque perdem o sabor quando são cozidos, obrigando assim os comensais arecorrer ao saleiro ou às mostardas, depois do primeiro bocado. No nosso clima é muitíssimomais conveniente servirmo-nos dos nossos condimentos, visto adaptarem-se como matérias

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aromáticas e sápidas de forma mais perfeita às necessidades do nosso organismo.

Os nossos condimentos excitam os órgãos do olfato e do paladar, o que é necessário paradespertar o apetite, incrementam a secreção dos sucos gástricos do estômago, intestinos,pâncreas e fígado; favorecem a absorção das substâncias nutritivas do bolo alimentar, aceleramos movimentos peristálticos do intestino, assim como também facilitam as deposições e aindaatuam como sedativos do sistema nervoso. Deste modo, a Natureza une o processo necessáriopara a provisão de energia com o prazer proporcionado pelo consumo de alimentos bemcondimentados.

Tão reprovável é o emprego exagerado de especiarias exóticas, como o ponto de vista demuitos renovadores fanáticos que condenam radicalmente todos os

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condimentos como excitantes, contrários à saúde, e permitem, quando muito , algumasinofensivas ervas culinárias. Não é assim. A Natureza oferece-nos copiosamente a abundânciaem ervas e condimentos da região para nos servirmos delas prudentemente, como matériasfomentadoras do apetite e da saúde.

Os Condimentos não Devem Anular o Sabor Natural -- Queremos que, graças aos nossoscondimentos, os pratos se tornem apetitosos, sãos e saborosos. Por isso, nunca se devemempregar tantos condimentos que façam desaparecer o sabor próprio do prato, quer seja sopa,legumes ou verduras, cedendo o primeiro plano no paladar ao condimento. O sabor próprio doprato apenas deve ser reforçado, suavizado ou completado.

A dona de casa tem de conhecer, por conseqüência, o sabor de cada condimento paraempregá-lo razoavelmente. Não basta deitar na panela «qualquer condimento», ou «um par deervas» para obter uma «harmonia de sabores». Geralmente, empregam-se excessivostemperos, porque a maioria dos homens estão habituados, de há anos, a comidas demasiadodoces ou salgadas. Se se suprime a pimenta, o sal ou a mostarda, considera-se o prato, a maiorparte das vezes, insípido, até se achar de novo, ao fim de certo tempo, o autêntico sabor doalimento em questão, tendo concorrido para isso o regresso da sensibilidade aos nervosgustativos do paladar. Um paladar habituado à diferenciação de finas qualidades de sabor,dificilmente volta a qualificar de saborosos os pratos muito salgados ou apimentados.

0 Problema da Conservação dos Alimentos -- O emprego de produtos químicos naconservação e preparação dos alimentos é devido ao desejo de se conseguir uma duração euma capacidade de armazenagem e de transporte que permitam a formação de reservas e ofornecimento para pontos afastados ou para as grandes cidades. Estas propriedades só aspossuem os produtos naturais em pequeno grau, pois todos eles estão sujeitos à decomposiçãonatural. Os melhores métodos de conservação são hoje a dessecação (frutas, legumes), aacidificação (couve, couve-lombarda, ervilhas), as conservas em soluções açucaradasconcentradas, o recobrimento com azeite ou a defumação. Os processos modernos empregamo calor, o frio ou os desinfetantes orgânicos e inorgânicos, às vezes estranhos ao corpo e nemsempre inócuos, mas com freqüência até perigosos (sulfito sódico).

Sempre que a conserva permita à família dispor de uma reserva no inverno, nada há de malquando se empreguem de preferência métodos naturais. Quanto às conservas comerciais e à

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armazenagem em grande escala, é necessário que se empreguem mé-

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todos seguramente inócuos. Só se deve recorrer a conservas para casos de emergência e deexceção, uma vez que todos os métodos de conservação afetam, em maior ou menor grau, ovalor biológico dos alimentos, fazendo-os descer para uma categoria secundária. Não meparece que haja alguém que se atreva a defender que as conservas valem mais do queprodutos frescos.

Os Conservadores Químicos -- O emprego do «amarelo de manteiga», corante derivado doalcatrão, foi muito corrente durante algum tempo para se poder conseguir em todas as épocasum tom agradável na margarina, por causa da preferência dos consumidores pela manteigaamarela. Este engano foi depois proibido, quando se demonstrou que se tratava de umasubstância que provocava a formação do câncer. Cumpre ter, sempre, o maior cuidado com oscorantes químicos. O emprego de clorofila é, indubitavelmente, um progresso e, por se tratar dopigmento vegetal verde (lãs plantas, (leve ser aceito. O melhor método para evitar riscos é o depreferirmos produtos vegetais frescos.

Insuficiência de Vitaminas e de Hormônios

A Necessidade em Vitaminas -- O conhecimento das vitaminas é muito recente e ainda nãochegou a conclusões definitivas. O seu propósito principal é o de fixar a necessidade diária realde cada vitamina. Essas quantidades servem para cobrir o estado de insuficiência produzido poruma alimentação incompleta, desgaste, excesso de trabalho e gravidez. Em doses normais,constituem todas as vitaminas, juntamente com as proteínas, os fermentos e outros elementos,«as substâncias fundamentais» da vida tão importantes na estrutura e regulação dometabolismo. Já dissemos que os chamados processos de refinação e aperfeiçoamento, entreeles a cocção e a conserva, levam a tinia perda de vitaminas muitas vezes em proporçãoconsiderável.

Não é necessário pormenorizar os diferentes sintomas de avitaminose, pois fá-lo-emos nodevido lugar. Basta referir aqui a insuficiência da vitamina A, que, além das conseqüênciascaracterísticas para a formação da pele e das mucosas e da capacidade para aumentar aresistência contra os agentes infecciosos, toma parte na formação da púrpura retiniana e naadaptação do olho à escuridão, atuando também na regulação da tireóide e no fígado. Dadasestas funções, compreendem-se as afecções que a falta ou

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a insuficiência prolongada da vitamina A podem produzir.

Este exemplo apenas pretende demonstrar as conseqüências da insuficiência de uma sóvitamina, mas pode considerar-se representativo dos outros casos. Os sintomas típicos descritosque a falta da vitamina A pode provocar não se apresentam com freqüência na prática, porquena alimentação sempre se inclui certa quantidade de vitaminas ou de provitaminas, e o nossocorpo sabe e pode adaptar-se a um estado de insuficiência dentro de limites muito amplos edurante bastante tempo.

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É Difícil Produzir um Excesso de Vitaminas no Organismo -- Antes de mais nada, é misterresolver o problema da possibilidade de se produzir também a absorção excessiva de vitaminas,e neste caso se esta pode causar danos. À primeira parte do problema proposto poderesponder-se que nunca se produzirá um consumo excessivo de vitaminas, sempre que nossirvamos de fontes vitamínicas naturais, como são as dos comestíveis. Uma hipervitaminosepode produzir-se artificialmente pelo consumo de preparados vitamínicos concentrados.Utiliza-se a absorção excessiva de vitaminas para regimes curativos, com o que se prestamatualmente excelentes serviços, embora ainda haja pouca experiência com respeito ao efeito dedoses elevadas de vitaminas, nem seja ainda possível encontrar explicação para tais efeitos. Oseguinte quadro abreviado permite um rápido olhar para o conceito atual das necessidadesdiárias de vitaminas e as quantidades que se empregam para obter esse objetivo com umtratamento médico.

Vitamina Quantidades Necessárias para adultos Doses maciças de efeitos fármaco-dinâmicos

AB1B6CE

5.000 - 8.000 U.I1,23 - 2,5 mg1 - 2 mg75 - 150 mg10 - 25 mg

100.000 - 600.000 U.I. por dia100 mg por dia100 mg ou mais, por diaAté 4 g por dia300 - 900 mg por dia

Extraído do Serviço Bibliográfico ROCHE)

Assim, por exemplo, mediante a administração de 3.000 a 5.000 U.l. (Unidades Internacionais)de vitaminas A e 30 a 50 mg de vitamina C por cada quilo de peso do corpo, pode fazer-se maislento o desenvolvimento do câncer. Com 100.000 a 600.000 U.l. de vitamina A, tratam-se asvariadíssimas doenças inflamatórias e degenerativas da pele, das mucosas e dos olhos. Avitamina B1 em

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doses diárias de 100 mg e mais influi nas inflamações nervosas graves, ao passo que a B6

emprega-se com êxito, nos vômitos por diversas causas (incluindo a gravidez) e noutras lesõesde origem radiativa.

Disto deduz-se, naturalmente, que os estados em que influem grandes doses de vitaminas nãose teriam provavelmente produzido, se anteriormente se tivesse disposto permanentemente dasquantidades necessárias de vitaminas na alimentação.

Papel dos Hormônios Vegetais no Organismo Animal -- Assim como conhecemos nasplantas, sob o nome de auxinas, substâncias que excitam a divisão dos núcleos celulares,causando a multiplicação de células (entre elas figura, por exemplo, a vitamina B1), tambémconhecemos agora matérias em animais e homens com a mesma função, denominadas«auxonas» (entre as quais figura por exemplo, o ácido pantotênico, um fator do grupo davitamina B) cuja falta na alimentação e os seus efeitos na alimentação humana o Prof. Kollathdescreveu pormenorizadamente.

Nas suas experiências com ratazanas verificou que, submetidos a uma alimentação

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completamente desnaturalizada, os animais conservam a vida, mas só em estado de saúdemediana, num estado de seminutrição que denomina mesotrofia (hiponutrição). Os animaisreceberam só alimentos refinados, sem outros minerais que o zinco e o fosfato de potássio, eentre as vitaminas só pequenas quantidades de aneurina (vitamina B1). O regime mostrou, pois,eqüitativamente, as características da comida do homem civilizado. Com esta dieta, os animaisdesenvolveram-se e atingiram a idade normal, mas bem depressa mostraram sintomas dedegeneração: queda dos molares, pobreza de minerais nos ossos, alterações patológicas naflora intestinal e prisão de ventre crônica. Se se juntarem as vitaminas já conhecidas àalimentação, o estado de saúde não melhora. A característica mais saliente de tal estado é ainsuficiente energia regenerativa das células. A análise cuidadosa dos animais mortosdemonstrou alterações anatômicas notáveis tios mais diversos órgãos, extraordinariamentesemelhantes às doenças degenerativas dos homens.

E vem agora o mais interessante. Se aos alimentos se acrescentassem vegetais verdes, pastasde grãos de cereais ou leveduras, impedia-se o estado de hiponutrição. Num espaço de temponão muito grande o estado era mais satisfatório e, inclusive era possível a recuperação dasaúde.

Os Fermentos, Chave Essencial do Metabolismo -- Não nos parece que arrancamos àNatureza, com a investigação sobre as auxinas, o seu último segredo, acerca dos efeitos danutrição. E, por isso, necessária a investigação daqueles fatores que nos levam à saúde total. Éhoje tão importante

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Cristais de vitaminas à luz polarizada:

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tal investigação, como a ampliação dos já tão diferenciados métodos do diagnóstico e da suaaplicação. Não só é mais fácil prevenir do que curar, como além disso se torna mais econômicotanto para o indivíduo como para a sociedade.

Vamos agora referir-nos de novo e brevemente aos fermentos, maravilhosa chave no mundo da

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alimentação, visto a alimentação corrente ser pobre deles, pelo que já falamos, com razão, dadeficiência da civilização no tocante a fermentos. A bioquímica moderna conseguiu descobrir asua estreita relação com os fatores hereditários.

Com a ajuda dos fermentos que o corpo são produz em quantidades suficientes, pode oorganismo desdobrar as substâncias alimentares ingeridas e, posteriormente, assimilá-las. Mas,da mesma maneira que cada fechadura tem uma chave, também os diversos e numerososalimentos precisam, cada um deles, de uma «chave» especial. Os fermentos só desempenhama sua função de «chave» quando têm o «modelo» conveniente. Ora, isto é feito pelas vitaminas.É muito provável que os oligoelementos desempenhem nisso o seu papel. É só quando ofermento está unido a uma vitamina companheira que se constitui a varinha de condão para oaproveitamento de determinados alimentos. Assim, conhecemos fermentos que desdobram oamido (amilases), que degradam as moléculas proteínicas (proteases), outros que dividem asgorduras ou substâncias semelhantes às gorduras (lipases) e, finalmente, fermentos que fixam ooxigênio dos alimentos (oxidases).

É evidente que o metabolismo, tem de ficar incompleto se não se adicionarem vitaminas aosalimentos, cuja função é a de formar os fermentos para a sua missão correspondente. Se, pelocontrário, o organismo não estiver em condições de formar os fermentos necessários, o que nãopode conseguir-se sem as valiosas moléculas de proteína, as vitaminas não produzirão efeitos.Só a proteína sem se desnaturalizar é que é eficaz para a formação de fermentos. Ainsuficiência de fermentos no organismo pode ser superada pela riqueza da alimentação emfermentos próprios, já que o alimento cru e natural está dotado pela Natureza de fermentospróprios. Os fermentos nos alimentos vegetais consumidos crus compensam os ácidosclorídricos do estômago e influem, de modo decisivo, na digestão.

Os Fermentos são Facilmente Alteráveis -- Deve-se insistir em que, mediante a cocção, oassado, o fervido, o frito, as conservas e todos os aditamentos químicos destes processosdestroem os fermentos próprios dos alimentos que atuam no metabolismo. O predomínio dealimentos cárneos e cozidos tem de levar a um metabolismo incompleto e, finalmente, adesordens neste e à formação de fermentos.

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Ninguém é capaz de imaginar a potência destas substâncias ativas sem saber que as mudançasquímicas que sofre, por exemplo, uma batata devido à atividade dos fermentos, só seriamefetuadas sem eles num período de quatro meses à temperatura de 400¤C. Os fermentosdesempenham o papel de pequenos «feiticeiros» bioquímicos. Realizam sem esforço atransformação dos alimentos, processo este que nós, quimicamente, só podemos efetuarempregando pressão elevada, temperatura alta ou muito tempo.

Como Utilizar os Fermentos -- O nosso corpo necessita de todos os componentes naturaisprecisos para a renovação contínua de fermentos de toda a espécie. Basta faltar um fermentocom a sua missão totalmente específica para se interromper uma complicada ca(leia metabólica,ficando incompleta. De onde é que o organismo obtém a totalidade desses elementos? Só umaalimentação completa, baseada rio natural e que proceda de um solo são. Quem concluir detudo isto que a nossa saúde depende do cultivo da horta encontra-se no bom caminho. É umfato desconsolador que a maioria dos homens desconheça o potencial alimentar e curativo deuma horta. Sofre assim de uma «insuficiência de fermentos pela civilização», fácil de reconhecer

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pelos seus numerosos sintomas, como peso no estômago, mau cheiro na boca, sensação desaciedade, ardor no estômago, pele seca e descorada e as suas numerosas formas deexteriorização, como transtornos digestivos e doenças do estômago, intestinos, fígado, vesículabiliar e glândulas salivares. Os sucos e aperitivos crus, as frutas e as verduras são os meioscertos de previsão, cura e recuperação.

Contribuição Deficiente em Minerais e Oligoelementos

Características e Necessidade de Minerais e Oligoelementos -- A falta de uns e outros estárelacionada com as vitaminas e as auxinas. Têm a mesma origem, com efeitos em partecaracterísticos e em parte gerais, além de muitos outros que, decerto, desconhecemos. Já nosreferimos a esta questão quando tratamos da arte culinária e do emprego do sal. Éimprescindível citar aqui, embora só de passagem, os resultados das numerosas investigaçõessobre o metabolismo de minerais e oligoelementos. Tem-se provado que não podemosprescindir de muitos, como acontece com o sódio, potássio, cálcio, magnésio, ferro, manganês,cobre, zinco e cobalto. Mas quanto ao papel de outros elementos mais raros que encontramosregularmente, como o flúor, boro, ní-

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quel, arsênio, antimônio, chumbo, mercúrio, ouro e rádio, ainda não estamos bastanteorientados ou só muito pouco. Desconhecemos, por exemplo, se o rádio que tenha chegado aosistema ósseo dali emite as suas radiações de fácil medida (40 unidades Mache), desempenhauma função necessária no metabolismo ou se deve ser considerado como um elementoestranho. Sem as matérias minerais não se pode obter o desenvolvimento nem conservar avida; a uma contribuição incompleta corresponde uma vida incompleta e uma deformação dapersonalidade.

Efeitos Sobre o Organismo -- Sabemos que os minerais regulam o metabolismo da água, oequilíbrio ácido-básico, a sensibilidade dos nervos e dos músculos, a produção dos sucosdigestivos e a resistência dos ossos e dos dentes. Em maravilhosa harmonia, cada mineral ecada elemento tem a sua missão determinada e insubstituível. Basta fixar profundamente aatenção nesta harmonia das funções biológicas e reconhecer a incalculável diversidade dosfatores que intervêm para possibilitar a existência do organismo humano, para ficarmosassombrados, se não atemorizados, perante um Poder não só capaz de tais obras, comotambém, além disso, de ter dado a existência a inumeráveis seres vivos, cuja existência essemesmo Poder também conserva. Através da ordem das coisas visíveis adivinhamos o invisívelCriador dessa ordem. Quem é que diante de um edifício não deduz a existência do arquiteto?No visível revela-se o plano do invisível. Por isso a inesgotabilidade do mundo visível é umindício da magnitude do invisível.

Alimentos Pobres em Estimulantes Intestinais

Função das «Matérias Inertes» -- As «matérias inertes», como já dissemos no caso da

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digitalina, quando tratamos do problema de «substâncias puras ou misturas naturais», têm o seusignificado e a sua função. Assim, na digestão, o que não é digerível não é lastro sem valor quetem de ser eliminado; efetivamente, estimula, embora só mecanicamente, as paredes intestinais,excita a função do intestino e atua assim eficazmente contra a prisão de ventre, de que hojesofre a maior parte dos homens civilizados. A alimentação rica em substâncias cruas contémsempre suficiente quantidade de celulose «não digerível».

Uma evacuação intestinal mais rápida e perfeita evita a «putrefação das proteínas» e, por isso, aformação de toxinas no intesti-

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no. Os produtos da proteólise quando passam do intestino para o sangue são fatoresprejudiciais para a saúde, que forçosamente têm de ser eliminados. Quando se ti-atou doproblema das proteínas, analisamos as conseqüências de um funcionamento anormal dointestino. Agora apenas diremos, para terminar, que os componentes da nutrição não digeríveistambém são imprescindíveis para o funcionamento do intestino.

Contribuição Deficiente de Clorofila

Natureza e Propriedades - A clorofila despertou, ultimamente, a nossa atenção, e contém, hoje,como medicamento, numerosos específicos farmacêuticos. Há grandeparentesco entre o pigmento vermelho do sangue e o pigmento verde das folhas. Aopasso que o corante sangüíneo vermelho é portador e transmissor do oxigênio, para nós vital, aclorofila na planta efetua o grande milagre de formar uma substânciaorgânica (açúcar e amido) a partir de um gás (anidrido carbônico) e água, de colaboração com osol, criando assim a base para a alimentação humana. Consideramos os dois corantes comosubstâncias vitais básicas, e interessaaveriguar que efeitos diretos exerce a clorofila sobre o organismo humano. Ocorante vegetal verde incrementa a formação de hemoglobina e o número de glóbulosvermelhos, facilitando também o funcionamento do coração, as funções intestinais e ometabolismo; evita a contração dos vasos e faz baixar a tensão; aumenta o rendimentomuscular e nervoso, incrementa o recambio hídrico, regula as funções da matriz, dá um olor defrescura ao corpo e ao hálito e incrementa, em geral, o desenvolvimento dos tecidos orgânicos.Tudo isto quer dizer que essa maravilhosa matéria verde é um revitalizador geral para todas ascélulas e, além disso, uma espécie de cosmético natural. Na folha verde viva existe umcomponente que tem o enorme poder de alimentar e de curar. Por que é que não temos istomais freqüentemente em conta?

Formação da Dona de Casa

Quem seguiu com atenção até aqui as considerações anteriores tem de concluirque a maioria das doenças são conseqüências de alimentação defeituosa, isto é, são devidas aprópria ignorância e à própria atuação. Isto deve ser convincente esobretudo deve tornar-se evidente para as donas de casa, porque são elas com o seu

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trabalho na cozinha que decidem sobre o feliz e são desenvolvimento dos filhos e a conservaçãoda capacidade de rendimento do marido.

Têm de conhecer, por isso, os princípios fundamentais da alimentação completa e sã e ascaracterísticas dos alimentos a empregar como meios para se conseguir uma vidaverdadeiramente higiênica. Têm de saber onde deve terminar o emprego de uma determinadatécnica culinária, como por exemplo o calor, antes de se tornar prejudicial. Finalmente, têm deconhecer a fundo as formas de uma preparação agradável e saborosa da alimentação, dando aoconsumo desta um ambiente que faça desaparecer o cansaço do dia.

Regras Fundamentais da Arte Culinária

E agora, para facilitar à dona de casa a sua tarefa cheia de responsabilidade e de tão grandesconseqüências, há que ter em conta as seguintes regras, que solucionam os problemas até aquiapresentados:

1. Todas as refeições devem começar com alimentos crus, conforme o permitir a época do ano.A nossa nutrição exige que estes alimentos constituam, como mínimo, a décima parte do regimetotal.

2. Uma alimentação em que predomine farinha integral, leite e produtos lácteos, nozes, frutas,legumes, verduras, tubérculos e raízes raladas, batatas cozidas sem descascá-las, frutostropicais, pão integral e, azeite vegetal extraído a frio, considerando completamente ocasional acarne, o peixe, os ovos e os [(,gumes secos - tudo isto conserva o homem são e aumenta-lhe acapacidade de rendimento.

3. Uma alimentação que consista predominantemente em produtos cozidos, carne, gordurasconsistentes animais e vegetais, batatas cozidas descascadas, conservas, pastas, sêmolas,farinha branca, arroz branco, pão branco, açúcar branco, sal branco, chá, café e muito poucoleite - é uma nutrição sem nenhum valor, que a longo prazo leva a alterações enfermiçascrônicas. São estas a base para a formação de alterações celulares (câncer) e o ambiente maispropício para a criação e multiplicação de bactérias nocivas à saúde.

4 . A única medida para calcular pessoalmente se a alimentação é apropriada é constituída pelobem-estar e capacidade de rendimento, e não pelos quadros de calorias nem pelos sistemas dealimentação.

5. A simplicidade e a moderação na alimentação são normas que nenhuma teoria nem doutrinaalimentar têm podido destruir.

6. Para comer é necessário tem-

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po e esse tempo deve dedicar-se à mastigação. Por isso, a alimentação deve incluir algo que semastigue. O pão integral, as nozes e as frutas devem recomendar-se cuidadosamente.

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7. Só os alimentos naturais crus é que são autênticos alimentos.

8. A quantidade de consumo de sal está numa proporção inversa com a qualidade dosalimentos. Para um alimento que conserva todo o seu valor, o juntar-lhe sal não só é supérfluocomo também prejudicial. Os alimentos naturais contêm quantidades suficientes de sódio e decloro, os dois elementos componentes do sal.

9. O olfato intervém na comida; o aroma e o gosto dos alimentos influem na sua qualidade e nasua utilidade.

10. O profundo respeito para com a Natureza implica um profundo respeito pelas maravilhas daalimentação e suas conseqüências.

Quem depois destas explicações necessárias sobre as insuficiências do nosso atual método dealimentação se der ao trabalho de me seguir no mundo maravilhoso, variado e misterioso decada um dos nossos alimentos, obterá para si e para os seus uma fortuna. Nisso será auxiliadopelo depósito inesgotável da Natureza e pelo espírito que a anima.

Antes de nos dedicarmos a cada um dos vários alimentos, daremos esclarecimentos sobre umproblema fundamental. É necessária uma colaboração cheia de compreensão entre médicos.bromatólogos, agricultores, criadores de gado, químicos, se quisermos realmente chegar a umasolução satisfatória do problema de obter uma alimentação racional. Em todo o caso, fica de péa velha verdade de que as plantas, os animais e os homens só se podem desenvolver emanter-se sãos num solo também são. É nosso propósito principal aproveitar, dentro dos limitesimpostos pelas leis naturais, as possibilidades que nos oferece o trabalho e o solo, o cultivo dasplantas e a criação de animais para participarmos realmente na grande obra criadora daNatureza e chegarmos a obter uma verdadeira agricultura de exploração da Natureza.

Mas se pretendermos apenas aproveitar as relações biológicas sem respeitar a lei natural epensarmos apenas no benefício a obter, então a Natureza voltar-se-á contra nós mesmos,respondendo-nos com a infertilidade do solo e com as doenças das plantas, dos animais e dohomem.

Em todas as medidas agrícolas deve-se ter sempre presente que hão de servir não só paraproduzir a quantidade necessária de alimento como também para melhorar a sua qualidade eaumentar o seu valor biológico.

Se, porém, o cultivo das plantas, a obtenção de alimentos nas hortas, nos campos e nosrebanhos se efetuarem conforme as leis biológicas básicas, então, de uma terra sã surgirá umavida sã.

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Quadro das Vitaminas Mais Importantes Para oHomemA) Vitaminas lipossolúveisDenominação

alfabéticaDenominação

químicaFunção

característicaModo de atuação Fontes

naturais

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Vitamina A

(Provitamina:

carotenos)

Axeroftol Vitamina de proteçãoepitelial, antiinfecciosae antixei oftálmica

Para o estado e função normais dapele, niucosas e outras céluIas derevestimento das glândulas salivares.Protege o fígado. É provável a suaconsiderável influência nodesenvolvimento corporal.

Nas plantas como provitaminas(carotenos). As printipais fontes vegetaisde vitamina A são: Favas.Cevada. Laranjas.As fontes animais são:Óleo de fígado de bacalhau. Manteiga.Gema de ovo.Leite completo.Nata.Queijo

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Necessidades diáriasdo hornem

Fenônenosproduzidos pelas

carências vitamínicas

Doenças que o emprego de vitamina cura ou melhora

Adultos:5000 U.l. (Unidades Internacionais) aproximadamente.6000 U.I. na gravidez, aproximadamente.8000 U.I. na amamentaçãoaproximadamente.

Crianças:Menos de 1 ano, 1500 U.I.aproximadamente.De 1-3 anos, 2000 U. I. aproximadamente.De 4-9 anos, 2500-3500 U.I.aproximadamente.De 10-12 anos, 4500 U.I.aproximadamente.

Moças:De 13-20 anos, 5000 U.l.aproximadamente.

Rapazes:De 16-20 anos, 6000 U.l.aproximadamente.

1 U. 1. corresponde aproximadamente a:

0,6 Y de 3 caroteno. O ,3 Y de álcool de viramina A. O,344 Y de acetato de vitamina A.

Uma criança, na idade escolar, cobre quase toda a suanessidade de vitamina A com meio litro de leite.

Secura equeratinização dascélulas, curadeficiente das feridas,alterações e menorcapacidade defensivadas mucosas contrasas infecções,secreção de ácidos noestômago, tendênciapara a formação decálculos, tendênciapara a diarréia,endurecimento dascélulas derevestimento dosolhos, cegueiranoturna.

Durezas da pele, como calos, olhos de galo, verrugas, peleseca, doença de Darier (com espinhas calosas, compactas,arredondadas ou em bico, tonalidade entre pardo eavermelhado, muitas vezes excrecências em forma decouve-flor), acne vulgar (glândulas sebáceas inflamadas),ictiose, queimaduras, úlcera de raios X, varizes, ozena,inflamação da laringe e dos brônquios, inflamação da laringe,inflamação das mucosas da boca, do estômago, com escassezou falia de ácido, úlcera do estômago e duodeno, inflamação damucosa do intestino grosso, cegueira noturna, amolecimento edescolantento da córnea, queratose e queratomalacia. Doençade Basedow, funcionamento excessivo das glândulas salivares,cirrose hepática- Repetição de abortos.

Formação de cálculos nas vias urinarias. Secura eestreitantemo dos órgãos sexuais externos femininos, doençanão infecciosa da mucosa da vagina.

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Denominaçãoalfabética

Denominação química Funçãocaracterística

Mudo de atuação   Fontes naturais

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Vitamina DVitamina D3

CalciférolA vitamina D3 éa provitamina natural queantigamente se denominava«vitamina D». A vitamina D3 éum produto de irradiação do 7 -dehidrocolesterol. A vitamina D2ou calcifecol é um produto deirradiação do ergosterol.

Vitaminaanti-raquítica.

Regula o metabolismo do fósforo e docálcio. Melhora, essencialmente, ometabolismo do cálcio e permite aformação do complexo de cálcio-fósforo,necessário para a ossificação normal.Fomenta o desenvolvimento.Também devem corresponder àsvitarrimas D outros efeitos, até agoradesconhecidos.Já se conhece a sua relação com aglândula paratircóide que regula sobretudoo metabolismo do cálcio.

Em óleo de fígado depeixes (emulsões defígado de bacalhau, atum,mero), leite, ovos,manteiga, levedura.

Vitamina E Toculecol. Vitamina darepiodução,utiesterilizante.

Regula o metabolismo da glândulapituitária (hipófise) e influi assim sobre ometabolismo dos hidratos de carbono, dohidrogênio e, sobretudo, dos órgãossexuais. Atua, também sobre ometabolismo muscular, sobre os vasos (apilares, facilitando a sua renovação emelhorando a circulação. É importante,além disso, o efeito regenerador nostecidos conjuntivos.

Grãos de cereal e seusazeites, legumes everduras, gemas de ovo,leite e manteiga.

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Denominaçãoalfabética

Necessidades diárias nohornem

Fenômenos produzidos pelascarências vitamínicas

Doenças que o emprego da vitaminacura ou melhora

Vitamina DVitamina D3

Adultos e crianças:

400-800 U.l.

Durante a gravidez eamantamenração:

800-1000 U. I.

Abortos:

800-1400 U.L

Uma U.l. corresponde a 0,25gramas de vitamina D2 e D3pura.

Uma unidade clínicacorresponde a 100 U.l.

A presença de vitamina D noorganismo deve ser completada,continuamente, pois, do contrário,produz-se

um rápido empobrecimento devitamina D. Nos lactentes ou infantis,a falta de vitamina D leva aoraquitismo, e à queda prematura dosdentes. Estes não se desenvolvem,estão mal colocados ou apresentamdefeitos de estrutura.

Nas crianças mais crescidas e nosadultos, apresentam-se sintomasevidentes de raquitismo, tais comoanomalias e deformações do tórax,pélvis, articulações, «colar raquítico»e fraturas de ossos.

Redução e desaparecimento doraquitismo, das tendências epilépticasinfantis, estímulo do desenvolvimentodental, enfraquecimento ósseo,descalcificação óssea, reumatismoarticular crônico, eczema crônico,tuberculose óssea articular, cutânea emucosa (lupus vulgaris).

Vitamina E Não se sabe, comsegurança. Calcula-se para olactente em 5

mg e para o adulto de 10 a25 mg.

Em várias espécies de animais afalta de vitamina E produz umaatrofia das glândulas germinais(órgãos sexuais), que, em parie, irãose podem regenerar. Noutrasespécies, a falta de vitarnina E levaa uma degenerescêricia

de toda a musculatura dos órgãos demovimento, dos órgãos internos oudos músculos cardíacos. Muitasvezes,

observa-se com a falia de vitamina Euma lesão dos diversoscomponentes do tecido conjuntivo,nomeadamente no sistemacirculatório. A falta de vitamina Ecausa nos animais degenerescênciado fígado e hemorragias, quandofalha a função de proteção hepáticada vitamina E a respeito de lesões

1) Perturbações nos órgãos dereprodução, tais como: partoprematuro, aborto, menstruação fracaou irregular, deficiências nas idadescríticas e na gravidez, formaçãodefeituosa do leite.

2) Tendência para partos prematuros edificuldades de crescimentoedesenvolvimento, durante aamamentaçao.

3) Doenças dos sistemas nervoso emuscular, sobretudo fraquezamuscular, depois de infecções.

4) Doenças do tecido conjuntivo,especialmente as de tipo reumático,como ciática, torcicolo e reumatismomuscular e nervoso.

5) Doenças cardíacas e circulatórias

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provocadas pela alimentação.

Nos homens tornam-se muito difíceisde comprovar os diferentes sintomasde insuficiência.

de tipos diversos

6) Queda dos dentes (parodentose)

7) Mau cheiro das fossas nasais.

8) úlceras nas pernas.

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Designação alfabética Designação química Função característica Modo de atuar Fontes naturaisVitamina K Filoquinona Vitamina anti-hemorrágica

coagulante.A vitamina K faz com que o fígadosegregue protrombina, Fermentonecessário para a coagulação normaldo sangue.

Legumes (sobretudoespinafres e as folhas dacouve-flor e o repolho),batatas, óleo vegetal efrutas (especialmentetomates, morangos) egordura de fígado.

B) Vitaminas hidrossolúveisDesignações alfabética

e química. Funçãocaracterística

Modo de atuar Fontes naturais Necessidades diárias no homem

Vitamina B1

AneurinaTiamina.Vitamina antineuríticaVitamina antiberibérica.

Unida a uma molécula de proteína específica, avitamina 13 desempenha importante papel nometabolismo dos hidratos de carbono(carboxilase). Intervém no metabolismo doshidratos de carbono. A sua falia produz, porexemplo, a acumulação de ácido pirúvico comosubstância residual no metabolismo e dá origem,por isso, ao aparecimento de graves doenças,especialmente no sistema nervoso. A vitamina B1é, sobretudo, uma decisiva substância ativa, nosistema nervoso. A necessidade do seu consumoaumenta no sistema nervoso, consideravelmente,quando se efetua um forte trabalho muscular, comuma alimentação em que predominamhidrocarbonatos. Da mesma maneira, nometabolismo dos hidratos de carbono participatambém, a vitamina B1, no metabolismo degorduras e proteínas, pois que também intervém oácido pirúvico, como substância intermediária. Porsua vez, também são necessários outros fatoresdo grupo de vitaminas B.

Cascas e gérmen decereais, arroz, levedura,legumes, frutas, batatas eleite humano e de vaca.

Homem: 1,2-2,0 mg. Mulher: 1,1-1,5mg. Durante a gravidez. e lactação,2,0 mg. Crianças abaixo de um ano,0,4 mg, aproximadamente.

Entre um e doze anos:0,6 - 1,0 mg.

Na adolescência:Rapazes: 1,5 - 1,7 mg. Meninas: 1,2- 1,3 mg.

1 U.I. corresponde a 3 gramas (istoé, 3/1000 mg de aneurina).

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Designações alfabética equímica. Funçãocaracterística

Necessidades diárias nohomem

Fenômenos produzidos pelas carênciasvitamínicas

Doenças que o emprego da vitamina curaou melhora

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Vitamina B1

Aneunina.Tiamina.Vitamina antineurítica.Vitamina antiberibérica.

Os adultos necessitam deuns 4 mg.

A U.I. não está, ainda,determinada.

Tendência para hemorragias, tendo emconta que, ou não se consomesuficiente vitamina K na alimentação, ouentão, a produção própria vê-sedificultada por doenças bacterianasintestinais, ou a absorção através dointestino é afetada por lesões namucosa intestinal, ou há transtornosintestinais, hepáticos ou bifares.

As hemorragias nos tecidossubcutâneos e musculares, no intestinoe noutros órgãos podem ser sintomasde falta de vitamina K.

Tendência para a hemorragia, por faltaprovável de protrombina. Tal estadoaparece sobretudo nas doenças queprovocam a obturação dos canais biliares(cálculos, úlceras, inflamações crônicas) elesões hepáticas. A vitamina Kdemonstrou também a sua eficiência paraas hemorragias dos vasos cutâneos,tensão alta, tendência para hemorragiasnasais, profilaxia de extrações dentais ede operações da garganta e do nariz.

A vitamina K também combate a cárie.

Designaçõesalfabética equímica. Funçãocaracterística

Fenômenos produzidos pela falta de vitamina Doenças que o emprego davitamina cura ou melhora

Vitamina B1

Aneunina.Tiamina.Vitaminaantineurítica.Vitaminaantiberibérica.

Como a vitamina B1 participa em todos os processos metabólicos básicos, a sua falta ouinsuficiência leva a graves pertubações nas funções de tecidos e dos órgãos. A principalentre elas é o beribéri, doença que afeta, principalmente, os tecidos nervosos emusculares e a troca hídrica, provocando graves lesões no coração e nos vasossanguíneos. Embora esta gravíssima doença seja pouco freqüente, entre nós,aparecem, contudo, freqüentemente, transtornos localizados no sistema nervoso,muscular, digestivo e circulatório.

Ate agora, conhecemos como sintomas de falta da vitamina B1 no organismo humano,os seguintes:

1 Alterações nervosas: dores de cabeça (também enxaqueca), fadiga, cócegas nasmãos e nos pés, insônia, suores, reflexos defeituosos, hipotermia.

2. Alterações digestivas: inapetência, vômitos, náuseas, falta de ácido clorídrico no sucogástrico, debilidade no funcionamento do estômago e dos intestinos, prisão de ventre.

3. Alterações musculares: fraqueza geral, atrofia muscular, sintomas de paralisia,cãibras nas pernas.

4. Alterações circulatórias: apertos do coração, palpitações, dilatação cardíaca,debilidade cardíaca.

Beribéri. Esta clássica doençacarencial da vitamina Bi, é muitorara no mundo ocidental.Praticamente, são maisimportantes as fases iniciais,inaparentes e difíceis dediagnosticar, causa principal dadebilidade geral, inapetência,astenia, fadiga e apatia.

Atualmente, a vitamina B1emprega-se só ou combinada comoutros fatores do grupo devitaminas 13 e outros específicospara os seguintes tipos de doença:inflamação dos nervos de qualquertipo. paralisia nervosa e muscular,seqüelas diftéricas, paralisiainfantil, herpes, doenças da

gravidez, depressões e estados dedeficiência mental. Nas criançasem desenvolvimento intelectual, énecessária a administração de 2mg de aneurina, por dia.

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Designaçõesalfabética e química.

Funçãocaracterística

Modo de atuação Fontes naturais Necessidades diárias rio homem

Vitamina B2

Lactoflavina.Riboflavina.Vitamina docrescimento.Substância deproteção.

Na adolescência, a vitamina B2 fomenta ocrescimento e o aumento de peso. Como parteconstitutiva dos fermentos ativa a respiração celular.Juntamente com outros grupos de fermentos, osfermentos que contêm vitamina B2 participam nosprocessos de degradação e combustão dos açúcarese proteínas. O importante conteúdo de vitamina B2 daretina faz supor a sua importância para o bomfuncionamento dos órgãos visuais.

levedura, grãos de cereais,legumes, frutas, queijo, ovode galinha, leite.

Homem: 1,6 - 2,6 mg.Mulher: 1,5 - 2,0 mg.Durante a gravidez: uns 2,5 mg.Durante a amamentação: uns 3,0mg.Crianças de 1 a 12 anos:0,9 - 1,8 mg.Ainda não foi estabelecida aunidade internacional.

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Fator PP

Nicotinamida. Fatorantipelagroso.

Como as vitaminas Bi e 132, constitua o ácidonicotínico um elemento constitutivo de importantesfermentos, transportadores de hidrogênio, queintervêm na composição e decomposição dos hidratosde carbono, dos alcoóis e dos ácidos gordurosos. Oácido nicotínico e a nicotinamida participam, alémdisso, na formação do sangue e tornam-seimprescindíveis para a função normal dos órgãosdigestivos, do sistema nervoso e da pele. Para muitosseres minúsculos vivos, especialmente as bactérias, éesta vitamina um fator de crescimento imprescindível.

Levedura, cereais,legumes, frutas.

Homem: 12 - 18 mg,Mulher: 10 - 15 mg.Durante a gravidez:uns 15 mg,Durante a amamentação:uns 15 mg.Crianças menores de 1 ano: uns 4mg.De 1 a 12 anos: 6 - 12 mg.Meninas adolescentes:12 - 13 mg.Rapazes adolescentes:13-20 mg.Ainda não foi determinada aunidade internacional.

Ácido pantogênico. Intervém no metabolismo das proteínas e gorduras; énecessário para a desintoxicação de corposestranhos, (por exemplo, medicamentos) e, em geral,é imprescindível para a formação e o funcionamentodos tecidos. É necessário para a conservação dascaracterísticas defensivas da pele e das mucosascontra as infecções e para o desenvolvimento normaldos processos metabólicos na pele e nas suasformações glandulares.

Levedura, cereais, fruta,legumes, leite.

Ainda insuficientemente conhecida:aproximadamente 10 mg. Ainda nãofoi fixada a unidade internacional.

62Designações alfabética e química. Função

característicaFenômenos produzidos pela falta de vitamina Doenças que o emprego da vitamina cura e

melhoraVitamina B2

Lactoflavina. Riboflavina.Vitamina do crescimento.Substância de proteção.

Interrupção do crescimento e do aumento depeso, lesões na pele e na mucosa e no nervoóptico. Deve dar-se especial importância àvitamina B2 durante a gravidez eamamentação.

Diminuição de peso nos lactentes, numerosasperturbações na pele e nas rançosas ealterações visuais. Consome-se, quasesempre, a vitamina B2 de combinação comoutros fatores do complexo vitamínico B.

 Fator PP

Nicotinamida. Fator antipelagroso.

Graves perturbações no metabolismo que seestendem ao sistema nervoso, ao estômago,intestinos e à pele. O quadro clinico típico tema designação de pelagra.

No ser humano pode apresentar os seguintessintomas de carência:

1. Nos sistema nervoso: intranqüilidade,irritação, fadiga, amnésia, mau-humor, angústiae tendência para estados de excitação.

2. Nos órgãos digestivos: sintomas deinflamação nas mucosas da boca e do esôfago,inapetência, vômitos, diarréia, repugnância pordeterminados alimentos, alterações nasfunções hepáticas.

3. Na pele: focos inflamatórios simetricamentesituados nas mãos e nos pés, pescoço, nuca,rosto, isto é, nas partes do corpo maisexpostas à luz.

Pelagra e estados análogos, doenças da pele edas mucosas devidas a insuficiênciasalimentares, intoxicações ou afecções deorigem medicamentosa, que também podemestar localizadas na cavidade bucal ou na viadigestiva.Também os estados de depressão nervosa oumental constituem um bom campo de aplicaçãodo ácido nicotínico.

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Ácido pantogênico. Transtornos metabólicos, perturbaçõesfuncionais nas cápsulas supra-renais,descoloração e queda do cabelo, doenças dapele (de colaboração com outros fatores).

Doenças da mucosa bucal e inflamações ealergias das vias respiratórias e alteraçõesfuncionais no sistema digestivo e no fígado.Doenças cutâneas de natureza inflamatória ealérgicas (eczemas, pruridos, queimaduras dosol).Doenças dos órgãos de formação do pêlo,como queda parcial ou total do cabelo,sequidão, fragilidade e descoloração do pêlo,formação de caspa.A cura de queimaduras e de feridas infectadasacelera-se consideravelmente, assim como ade úlceras e fissuras.

63

Designaçõesalfabética e

química. Funçãocaracterística

Modo de atuação Fontes naturais Necessidades diárias no homem

Vitamina B6 A vitamina B6 é um fator necessário nometabolismo das proteínas e, por conseguinte, nogeral das células. Considera-se, geralmente,como reguladora do metabolismo dos tecidoshepáticos, do sistema nervoso e da pele. Paramuitos animais microscópicos, bactérias eleveduras, atua como fator de crescimento, e nosratos, como fator que impede as inflamaçõescutâneas.

Leveduras, cereais,legumes verdes, leite,gema de ovo.

Ainda não suficientementeconhecidas; aproximadamente, 24mg; U.I. ainda sem determinar.

Vitamina B12 A vitamina B12 é absolutamente necessária paraa formação normal do sangue, assim como parao normal funcionamento do sistema nervosocentral juntamente com outros fatores (porexemplo, ácido fólico).Não se conhece ainda o modo exato de atuar, Avitamina B12 facilita ao corpo o aproveitamentototal das moléculas proteínicas, para o que seconsidera, até à data, como a substânciabiológica mais eficaz.

Encontra-se no fígado eainda no conteúdo dointestino humano eanimal (excremento dogado vacum).

Aproximadamente, 0,5 - 1 gama(igual a 0,5 - 1/1000 mg). Unidadeinternacional por determinar.

Vitamina Bc Ácidofolínico Ácidofólico

Juntamente com outros fatores (por exemplo,vitamina 812) o ácido fólico favorece a formaçãoe a maturação de glóbulos vermelhos. Parece sertambém necessário para o funcionamento normaldas mucosas das vias digestivas.

0 ácido fólico aparece deforma complexa no leite,queijo, legumes,couve-flor e de formamais livre nosespinafres.Inumeráveis animaismicroscópicos podemsintetizar ácido fólico.

Apenas por cálculo, 0,1 - 0,2 mg oumais.Unidade internacional pordeterminar.

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Designações alfabética e química. Funçãocaracterística Fenômenos produzidos pela falta de vitamina Doenças que o emprego da vitamina cura ou

melhora

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Vitamina B6

Ao passo que nos animais se conhecemcaracterísticas de carência (sintomascutâneos nos ratos, cerebrais, nervosos e deanemia em cães e macacos), não seconhecem sintomas específicos, até hoje, noorganismo humano. Mas a observação clínicaverificou efeitos curativos em diversasenfermidades nervosas e, sobretudo, nosvômitos, durante a gravidez. A vitamina B6 étambém um fator de cura da pelagra (veja-setambém o fator PP).

1. Os sintomas secundários da pelagra e doberibéri, como esgotamento, fadiga, nervosismo,irritação, cãibras de estômago, debilidade erigidez muscular (quase sempre de combinaçãocom a falta dos demais fatores do grupo B).

2. Graves doenças nervosas orgânicas.

3. Vômitos durante a gravidez.

4. Lesões pelos raios X.

Vitamina B12Transtornos na formação do sangue ealterações nervosas, especialmentediminuição de hemoglobina, do número deglóbulos vermelhos, brancos e plaquetas.

1. Anemia perniciosa e outras doenças análogas(por exemplo, depois de uma operação doestômago).2 . Estados de fraqueza depois das operações edoenças infecciosas ou gastrintestinais.

 

Vitamina Bc Ácido folínico Ácido fólicoInterrupção do crescimento, diminuição dehemoglobina e do número de glóbulosvermelhos e das plaquetas necessárias para acoagulação (ver a vitamina B12).

como na vitamina B12.

65Designações

alfabética e química.Função característica

Modo de atuação Fontes naturais Necessidades diárias no homem

Vitamina C

Ácido ascórbico.Vitamina anti-escorbútica

A vitamina C é um transportador de hidrogênio necessáriono metabolismo celular geral. É de importância para oaproveitamento de energia no funcionamento dascápsulas supra-renais. Ativa, também, numerososfermentos e aumenta a força das defesas naturais contraas infecções. Neutraliza os tóxicos ou diminuí-lhes osefeitos. Fomenta a capacidade de absorção de ferro eregula as funções da medula óssea. Além disso, énecessária para numerosas funções dos tecidosconjuntivos. É de igual importância geral à da vitamina B1e tem, como esta, que desempenhar numerosas funções,no metabolismo celular.

A vitamina Cencontra-se em todosos tecidos vivos.Contêm-na em grandequantidade as frutasfrescas, legumes everduras,especialmente asmaçãs, limões,pimentões, groselhas,alhos e leite.

Homens: 75-100 mg.Mulheres: 70-100 mg.Durante a gravidez: 100 - 125 gr.Durante a amamentação: 150 mg,aproximadamente.Crianças: de 1-12 anos: 35 - 75 mg.Moças: 80 mg, aproximadamente.Rapazes: 90 - 100 mg, aproximadamente.1 U.l. é igual a 0,05 mg do ácido ascórbicocristalizado.

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Designaçõesalfabética e

química. Funçãocaracterística

Fenômenos produzidos pela falta de vitamina Doenças que o emprego da vitamina cura ou melhora

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Vitamina C

Ácido ascórbico.Vitamina anti-escorbútica

 

Como o organismo humano não está em condições desintetizar a vitamina C, torna-se muito sensível a qualquerinsuficiência de consumo, através da alimentação. Bemdepressa aparecem perturbações no estado geral,inapetência, fraquezam, peso nas pernas, propensão parainfecções e anemia. Também é afetado o crescimento.Com este completaram-se os sintomas prévios doescorbuto. O escorbuto é a doença típica da falta devitamina C. Corresponde à doença de Moeller-Barlow, nolactente. Ambos os quadros clínicos têm comocaracterística a apresentação, em geral, de hemorragiasgrandes ou pequenas. Ressalta, sobretudo, a brandura einflamação das gengivas. Soltam-se, com freqüência, osdentes e caem. Os estados de hipovitaminose são, naprática, de maior importância, que as doenças carenciais. Atendência para as hemorragias gengivais é, geralmente,indício de falta de vitamina C. O consumo insuficientevitamina desta vitamina pela desnaturalização dosalimentos, um desgaste maior pelo esforço, as infecções, agravidez, a amamentação, o crescimento ou a idade, sãomotivos para o aparecimento de numerosos sinais deinsuficiência desta vitamina C. Conhecem-se como asteniaprimaveril, inapetência, esgotamento rápido (físico ouintelectual), tendência para hemorragia, propensão para asinfecções, transtornos digestivos, perturbaçõescirculatórias, dores de cabeça, anemia, crescimentoretardado, etc.

A vitamina C, ativadora universal das funções celulares, dispõe,naturalmente, de enorme campo de aplicações. É necessário noescorbuto e em todos os estados pré-sintomáticos desta doença,tais como: anemia geral, tendência para as hemorragias, doençasdas gengivas e lesões nos dentes. Emprega-se, também, paraaumentar a capacidade defensiva nas infecções e nas intoxicações.Atua favoravelmente nas doenças reumáticas e nas infecçõestuberculosas, nas alterações da hematopoiese, nos órgãos deformação do sangue e na medula óssea. É necessária riostranstornos gastrintestinais e para acelerar a cura de feridas e, alémdisse, como complemento da alimentação, com freqüência pobre emvitamina C. O pediatra deve prescrever esta vitamina para ostranstornos do desenvolvimento e da digestão, insuficienteossificação e dificuldades na dentição. Suaviza-se a tosse renitentemediante a ingestão de grandes doses de vitamina C,encurtando-lhe o curso. Em casos de intervenções cirúrgicas, avitamina C favorece a formação de ossos e de cartilagens e a curadas feridas.

Durante toda a gravidez e a amamentação deve-se procurar oconsumo de suficiente quantidade de vitamina C, juntando àalimentação artificial do lactente, portadores naturais da vitamina(sucos de fruta). Na odontologia a vitamina C é um auxiliar excelenteem todas as inflamações da mucosa, doenças das gengivas,enfraquecimento dos dentes e lesões da dentadura. As feridas,depois das extrações dentais, ficam curadas com os efeitosbenéficos da vitamina C, com a máxima rapidez e o mínimo decomplicações.

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Fim do Capítulo 1 de A Cura e a Saúde Pelos Alimentos

versão eletrônica pelo Projeto [email protected] do Anfiguri 47, CEP 08050-570, São Miguel Pta., São Paulo-SP,

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ERNST SCHNEIDER

 

A CURA E A SAÚDEPELOS ALIMENTOS

versão eletrônica pelo Projeto Periferia

Capítulo 1 - As Nossas Deficiências de Saúde e a Sua Compensação NaturalCapítulo 2 - FrutosCapítulo 3 - Legumes e VerdurasCapítulo 4 - CondimentosCapítulo 5 - Alimentos Fornecedores de EnergiaCapítulo 6 - Alimentos de Origem AnimalCapítulo 7 - Regimes DepurativosCapítulo 8 - Doenças do Sistema CirculatórioCapítulo 9 - Doenças do Aparelho DigestivoCapítulo 10 - Doenças do MetabolismoCapítulo 11 - Doenças da PeleCapítulo 12 - Doenças do Sistema NervosoCapítulo 13 - TuberculoseCapítulo 14 - A Alimentação na GravidezCapítulo 15 - A Alimentação na Criança ModernaCapítulo 16 - O CâncerCapítulo 17 - Comentário FinalCapítulo 18 - Normas Fundamentais Para a Preparação de um Regime SadioCapítulo 19 - Receitas Culinárias

A Cura e a Saúde Pelos Alimentos -- Capítulo 6

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Alimentos de Origem Animal

Capítulo 6Nove décimas partes da felicidade se baseiam na saúde, pois que com

saúde tudo é causa de satisfação e, pelo contrário, sem ela não interessanenhum bem exterior, e inclusive os de natureza subjetiva, as

características do espírito, o humor e o temperamento, perdem etransformam-se com a doença. Por isso, não deixa de ser perfeitamenterazoável que, antes de mais nada, se interessem os homens pela saúde

dos seus semelhantes e a desejem boa uns aos outros, pois é a fonteprincipal de felicidade humana. Deduz-se pois disto que a maior das

loucuras é sacrificar a saúde por qualquer coisa que seja: ganho,progresso, sabedoria, fama, para não falar da «boa vida» e dos

«prazeres fáceis»; pelo contrário, tudo se deve colocar depois dela.Arthur Schopenhauer

1. Carne0 Homem não é «Naturalmente» Carnívoro -- Quanto à questão de ser possível haver umaalimentação completa prescindindo em absoluto de carne fresca e que realmente se possaclassificar como tal, basta expor aqui uma vez mais, e como resumo, que não só é possívelmas muito conveniente. As quantidades correntes de carne e de albuminas na nossaalimentação ordinária excedem geralmente a necessidade real. Seria de importância nadadesprezível para a própria economia nacional conhecer o fato positivo de que a carne se podesuprimir da nossa alimentação sem prejuízo para a saúde, incluindo a do homem que realizatrabalhos pesados. Proporciona efetivamente a carne energias extraordinárias? Tem-sepensado freqüentemente e repetido com insistência que a alimentação na base de carne tornaos homens extraordinariamente capazes de rendimento e fortes. A tribo hunsa, que vive naregião do Himalaia, é sem dúvida um exemplo vivo de que a renúncia à alimentação cárneanão só não prejudica como também traz vantagens que, ao que parece, ainda nãoconhecemos suficientemente. O Dr. H. Balzli já em 1928 havia exposto as observações domédico inglês McCarrison, que este fizera durante a sua permanência de nove anos na regiãode Hunsar-Nagar, no Himalaia, estudando as características dos seus habitantes.

Os hunsas não comem nenhuma carne, alimentando-se de vegetais e leite. As suashabitações são primitivas e os meios de aquecimento são muito elementares. E, contudo, os

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hunsas são um dos povos mais belos, fortes e resistentes da Terra. A sua capacidade deresistência contra as doenças contagiosas é assombrosa. Não há entre eles úlceras doestômago, nem apendicites, dispepsias ou catarros intestinais.

O Dr. Ralph Bircher, que recentemente deu informações minuciosas, sobre a tribo hunsa,compara os hunsas com os esquimós da Groenlândia oriental, cujo modo de vida estudou aexpedição Höygaard, em 1936. Escreveu ele:

Mais de 90 % da alimentação destes esquimós consiste em carne, quase sempre crua. Aalimentação é muito natural, mas não corresponde às condições humanas. Não dá lugar ainsuficiências consideráveis de vitaminas ou sais minerais, mas dá lugar à ingestão diária de299 g de albumina ani-

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mal, em lugar de 60 g, 169 de gordura em lugar de 50 a 80 g e só 122 g de hidrocarbonatos,em lugar de 400 a 500 g. Estes homens parecem sãos, ativos, alegres, amantes do trabalho einteligentes, quando muito jovens, isto é, entre os vinte e os vinte e cinco anos; mas, quandochegam aos trinta e cinco anos perderam a sua juventude, a sua energia e a sua capacidade emostram-se cansados, entorpecidos e gravemente arterioscleróticos. A duração média da vidadestes homens é só de vinte e sete anos e meio. Compare-se tudo isto com a juventude, oaspecto, a capacidade e a atividade dos hunsas, de idade muito avançada. Isto demonstra,pois, que a alimentação hunsa, crua e vegetal, de cereais integrais com suficiente acréscimode verduras, é própria para as características naturais do organismo humano, e não o é, pelocontrário, a alimentação dos esquimós.

Prejuízos de uma Alimentação Exclusivamente Cárnea -- Com respeito à questão tantasvezes levantada, se a carne é prejudicial como alimento, só podemos dizer por agora que,como todos os meios de alimentação e cura, constitui um problema de quantidade e dequalidade. Em determinadas manifestações de anemia pode até mesmo ser curativo em altograu o suco de carne fresca prensada (Czerny).

Se se passar de uma quantidade determinada, que é muito diferente de indivíduo paraindivíduo, então o consumo de carne provoca prejuízos, sobretudo se a carne for o alimentoprincipal.

0 Prof. Gänsslen pôs alguns jovens estudantes em regime exclusivo diário de 1.500 g decarne, 30 g de pão branco e limonada. Passados dez dias foi possível verificar, mediante omicroscópio capilar, nos vasos capilares, grandes mudanças e lesões. Os vasos, normalmentefinos e delgados, em forma de forquilha, tinham-se tornado grossos, enroscados e grandes,tendo inclusive rebentado nalguns pontos, de modo que o sangue de hemorragia tinhainvadido os tecidos imediatos. Exteriormente, a pele parecia avermelhada, não num tomencarnado vivo, mas mais azulado, ao passo que as gengivas apresentavam-se inchadas esangrentas. Foi necessária uma prolongada abstinência de carne para a retificação dasalterações naqueles vasos. Já há mais de vinte anos o Dr. Bircher Benner indicava que o queaqui se efetuou a título experimental com exagerado regime de carne durante dez dias, serealiza em milhões de casos com a alimentação baseada no consumo de carne durante dezanos.

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O Papel da Carne na Origem de Enfermidades Orgânicas -- O Prof. Gänsslen observou emestudantes sãos, depois de um regime cárneo, um aumento da tensão arterial, prova tambémefetuada por outros investigadores no caso de alimentação excessiva, sobre-

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tudo na base de carne. Sabe-se também que a atividade da tireóide é estimulada pela nutriçãocom carne. As pessoas que já sofrem de excessiva secreção desta glândula -- doençachamada hipertireoidismo -- podem, por uma alimentação abundante de carne, piorar no seuestado clínico, ou responder insuficientemente a um remédio. O excesso de alimentação,especialmente de carne, é de importância essencial, sobretudo na arteriosclerose, noprejudicial aumento de volume sangüíneo e de glóbulos vermelhos (policitemia), na trombose eembolia, na formação de cálculos biliares, no aparecimento da psoríase, na hipertrofiaprostática e no desenvolvimento de miomas na matriz, assim como provavelmente também nocâncer. Um papel, cuja importância não podemos menosprezar, é desempenhado pelaalimentação cárnea na gota, nos cálculos renais (sobretudo uráticos) e na provocação dereações alérgicas. Pelo contrário, o regime vegetariano dificulta ou elimina a maioria dosestados alérgicos. Ao passo que nos povos que consomem muita carne a apendicite não éprecisamente rara, a verdade é que só isoladamente se apresenta nos povos de regimelácteo-vegetariano.

Efeitos Psíquicos do Consumo Excessivo de Carne -- É muito fácil de compreender que oconsumo excessivo de carne com a sua influência considerável na condição física não deixade influir nas funções nervosas, nas reações anímicas e nas forças psíquicas. O Dr. WildukindLenz diz que a abundância em gordura e carne na alimentação estimula a atividade da tireóidee incrementa a excitabilidade do sistema nervoso simpático, de modo que os povos dealimentação carnívora são de temperamento violento e agressivo, ao passo que os povos quese alimentam de vegetais são tranqüilos e pacíficos. Os puericultores têm observado que aalimentação sobrecarregada de carne, ovos e leite, isto é, produtos portadores de albuminaanimal, implica um considerável nervosismo.

Inconvenientes Sanitários -- É fácil citar a opinião de autoridades médicas que não vêem nacarne nenhum elemento essencial para a nossa alimentação, e consideram, contudo, que asgrandes quantidades consumidas regularmente constituem para os seus usuários um graveprejuízo.

Temos, além disso, de dizer que não se podem passar por alto as condições em que a carne éadquirida. No verão é preferível prescindir totalmente da carne se não dispuser-mos degeladeira, até o momento em que vai ser usada. Cumpre evitar na medida do possível a carnepicada, porque às vezes é de origem duvidosa ou está ilegalmente conservada por meiosquímicos, como o sulfito de sódio, que dá à carne picada, mesmo armazenada durantebastante tempo, um fresco colorido verme-

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lho, mas sem poder impedir que as bactérias da putrefação se multipliquem. Quando se iniciao desenvolvimento das bactérias, na realidade a carne já está podre. Portanto, no consumo dacarne picada tem esta de ser preparada fresca. Estreitamente ligada com a questão que

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estamos tratando, encontra-se a do emprego do sal vulgar, porque o uso de alimentos cárneossem sal é dificilmente aceito pelo paladar. Também não podemos olvidar que todo o empregode calor na preparação culinária modifica e prejudica os alimentos proteínicos, ao passo que oconsumo a cru faz correr o risco de se receberem parasitas intestinais (tênia).

Os critérios econômicos podem passar-se por alto, embora não faltem motivos graves que nosdeviam levar a reduzir consideravelmente o consumo de carnes.

Influência da Dieta Cárnea Sobre o Espírito - Em todos os tempos e por todas as religiõesimportantes têm sido apresentados argumentos morais baseados em claros e oportunosmotivos para nos afastarmos do consumo da carne. É fruto de velhíssima experiênciaexpresso no mundo misterioso do sobrenatural e do metafísico, que quem quiser penetrar neletem de sacrificar a sua sensualidade, neste caso o prazer da sua nutrição errada. Não nosserá possível um aperfeiçoamento autêntico, puro, espiritual e religioso, sem ascetismo, isto é,naquilo que aqui nos interessa, sem nos privarmos de carne e de alimentos semelhantes.Recordo apenas o exemplo de Gandhi, cuja conduta e doutrina contra toda a espécie deviolências e cuja grande capacidade de contemplação interior dependia, em última análise, dasua maneira de viver. Usava duas vezes por dia fruta, arroz, nozes e um pouco de leite. É, damesma sorte, típico da religião budista, dirigida para a vida pacífica, espiritual e decontemplação interior, o proibir o consumo da carne.

Encerra muita verdade a diferenciação já muito divulgada entre o Ocidente extrovertido(dirigido para o mundo exterior), e o Oriente introvertido (dirigido para o mundo interior), cujaexplicação se há de encontrar no fato de os povos ocidentais serem de preferência carnívoros,e os orientais serem sobretudo vegetarianos. Encontramos a mesma relação entre aalimentação e a formação físico-espiritual expressa na fórmula de que nos povos carnívorospredominam as reações do sistema simpático, e a atividade da tireóide, o desenvolvimentofísico e o temperamento decidido e agressivo, ao passo que nos povos vegetarianosdesempenham principal papel os hormônios das glândulas vago-trópicas (insulina, colina)caracterizando-se o seu modo de ser pela tranqüilidade e o pacifismo. Esta mesma verdade jáfoi exposta, há mais de um século, por Karl Gustav Carus, médico, pintor, psicólogo econtemporâneo de Goethe, que na sua obra «Briefen über Landschaftsmale-

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rei» (Cartas sobre pintura paisagista) escreve que «finalmente, tanto os homens como osanimais com uma persistente alimentação com produtos vegetais se tornam suaves etranqüilos, ao passo que o consumo de carne parece favorecer muito os desejos e os impulsostormentosos».

2. OvosPara a influência dietética em estados de esgotamento nervoso e excitação psíquica, assimcomo para a cura de doenças nervosas, a primeira e mais eficaz medida será suprimir a carnedurante muito tempo, assim como para as pessoas sãs é de primeira importância a máximaprudência.

Valor Nutritivo -- Os ovos de galinha permanecem vivos até decorrerem catorze dias após

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terem sido postos. Até que o germe não tenha morrido, segundo o Doutor Kollath, os ovosconsideram-se nutritivos. Ao passo que a gema

contém quase todas as vitaminas e auxonas, pode considerar-se a clara desprovidaabsolutamente delas. Naturalmente, a cocção do ovo prejudica tanto a albulmina da claracomo os elementos vitais da gema. Por muito valioso que o ovo pareça por causa do seuelevado teor de componentes nutritivos e ativos, não devemos esquecer a redução deste valorpelo emprego do calor. Em geral, exagera-se bastante a eficácia do ovo como alimento. Ovalor alimentício de um ovo de galinha corresponde ao de 40 g de carne gorda ou a 150 g deleite. A clara é tão rica em albumina como o leite, e o mesmo se passa com a lecitina; ao ovo,porém, faltam a glicose e as bases. Portanto, não constituindo o ovo uma alimentaçãocompleta, não se justifica o seu consumo abundante.

Efeitos Sobre o Organismo -- Devem consumir-se apenas ovos frescos, combinados comsaladas, batatas e legumes. Com respeito às crianças, é necessária a máxima prudência, porcausa do efeito estimulante do consumo de ovos no desenvolvimento sexual. É-lhes maisconveniente o leite. As crianças com a denominada «diátese exsudativa», isto é, com marcadatendência para as inflamações, devem abster-se completamente do consumo de ovos. Oemprego destes na cozinha, como meio aglutinante ou para abrandamento, é

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freqüentemente exagerado. A clara tem a propriedade muito conveniente para a técnicaculinária de se poder bater e formar uma espuma estável e que revolvida numa pastaproporciona um excelente produto para ser levado ao forno. Precisamente o grande consumode ovos depressa leva a um excesso de albumina, com conseqüências prejudiciais muitoparecidas às que enunciamos com respeito à alimentação cárnea. Por isso, os ovos devem sertomados com muita precaução. As pessoas anêmicas ou fracas podem tomar um ovo cru comsuco de fruta ou uma gema batida sempre e quando o médico determinar.

3. LeiteImportância Quantitativa do Leite Como Alimento -- O leite figura quantitativamente emprimeiro lugar entre os alimentos animais. Exerce a máxima influência no estado alimentar esanitário da população. Por isso o fornecimento de leite é de decisiva importância. Não hádúvida de que o leite constitui um alimento básico geral e de que é um alimento universal dosmais importantes, porque contém, como nenhum outro produto natural, todas as matériasnutritivas, minerais, oligoelementos, vitaminas e fatores de crescimento numa combinaçãoideal. Infelizmente, é também o leite o alimento mais delicado, menos apto para se conservarsem se transformar e mais fácil de se alterar; por isso, é necessário empregar uma série demedidas higiênicas para que, ao passar do produtor para o consumidor, não perca os seusvalores nutritivos e sanitários, coisa esta que, dada a complicação da distribuição, nem semprese toma fácil. No interesse da saúde pública importa que se faça todo o possível no sentido defazer chegar ao consumidor o leite puro, autêntico e completo.

Não é aqui o lugar para estudar os muitos problemas levantados pelas soluções trazidas paragarantir as condições higiênicas do leite, como pasteurização, radiação, vitaminação e outras.

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Composição e Valor Nutritivo

Este valor nutritivo é realmente considerável. Um litro de leite contém, em média, 35 g dealbumina (equivalente a quatro ovos), 30 a 40 g de gordura (equivalente

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a 45-47 g de manteiga), 50 g de lactose (equivalente a 10 ou 12 torrões de açúcar), 7 g de saisminerais, vitaminas, oligoelementos e fatores de crescimento.

Este valor nutritivo e medicinal chega-nos de modo ideal, naturalmente quando o tomamosacabado de ordenhar, tendo cuidado de que se trate de uma vaca sã e, sobretudo, nãotuberculosa. Isto, porém, praticamente raras vezes é possível, exceto se durante pouco tempo,no decurso de umas férias, nos encontrarmos nalguma povoação e habitarmos numa casa decampo com gado próprio, controlado por um veterinário.

Geralmente, porém, essa branca «via láctea tem de percorrer um longo caminho entre o pradoe a cozinha.

Só a limpeza escrupulosa da aparelhagem e a cuidada execução dos processos prescritos éque asseguram a conservação e a pureza do leite. O melhor é engarrafá-lo imediatamente,selando a rolha para evitar a entrada de qualquer corpo estranho. Se o leite, desde que sai daleiteria, se encontrar continuamente submetido a uma temperatura inferior a 150, e chegarassim ao comprador, não há que recear qualquer perda na qualidade. Como é lógico, oconsumidor deve proceder com o mesmo cuidado até o beber ou aproveitá-lo na preparaçãode outros alimentos, conservando-o fresco e em recipientes bem limpos.

Pelo seu elevado valor nutritivo, é bastante para um adulto o consumo normal diário de meiolitro de leite. Esta quantidade constitui, em todo o caso, um magnífico complemento que faz detodos os outros alimentos um regime nutritivo completo.

O Leite Durante a Gravidez e a Amamentação -- Para toda a mulher grávida ou para toda amãe lactante, o leite é de considerável importância. O organismo da criancinha em embriãoaproveita implacavelmente, e à custa da mãe, todas as matérias de que necessita para o seudesenvolvimento. A mãe tem de estar submetida a uma alimentação total, para não sofrerperdas consideráveis de sais de cálcio nos ossos e nos dentes e, ao mesmo tempo possibilitaro são desenvolvimento do seu filho. Além de legumes verdes, frutas, cevada ou trigo, tambémtem necessidade de um suplemento normal diário de aproximadamente meio litro a trêsquartos de litro de leite. O elevado teor de cálcio e de fósforo do leite de vaca constitui, alémdos outros componentes, a proteção necessária para a conservação dos dentes da mãe e aformação dos alvéolos dentários no nascituro. Num capítulo posterior sobre a cárie veremoscomo a saúde e a capacidade de resistência da dentadura dos pequeninos depende em altograu do seu desenvolvimento pré-natal. As mães que não procuram fazer um consumo maiorde cálcio e de vitamina D, que o leite contém no seu estado mais natural, acabam por sofrerdos dentes.238

Nos casos graves de descalcificação dos ossos, especialmente devido a gestações repetidasem curto espaço de tempo, o que leva a uma nutrição carencial e insuficiente, podem

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apresentar-se acentuadas curvaturas das extremidades ou graves deformações dos ossospélvicos, pelo que é muito difícil esperar-se um parto normal. Esta doença, muito freqüente, éconhecida pelo nome de osteomalacia (amolecimento dos ossos).

Controle Sanitário do Leite Para as Criancinhas -- A importância definida do leite para acriança não precisa de comentários. Por isso, não é de estranhar que em torno do leite setenha ido formando uma verdadeira ciência. Para o leite destinado a alimento infantil têm de secumprir, e em maior grau, as exigências que já formulamos para a pureza do leite em geral, asaber:

1. Deve ser ordenhado, com a maior limpeza, de uma vaca sã.

2. Resfriamento e filtragem imediata para o tornar o mais pobre possível em germes.

3. Pasteurização do leite, ou então expô-lo brevemente a uma elevada temperatura ou muitotempo a uma baixa temperatura, uma vez que de ambos os modos se exterminam os germesmorbosos.

4. Homogeneização (redução e distribuição regular das partículas de gordura, submetendo oleite cru a uma forte pressão através de pulverizadores ou ranhuras).

5. Engarrafar em frascos bem fechados e escuros.

6. Graduação para um teor de gordura de 3 a 35%.

7. Enriquecimento com vitamina D2, uma vez que a riqueza natural do leite de vaca emvitaminas não basta para evitar o raquitismo. Esta medida aplica-se tanto aos lactentes comoàs mulheres grávidas e lactantes.

É claro que não se deve esquecer a respeito destas exigências que quando se aquece o leitese produzem nele mudanças prejudiciais, sobretudo quanto a matérias ativas sensíveis aocalor, e quanto à albulmina. O leite cru devidamente garantido continua a ser o ideal. Mas édifícil consegui-lo e é muito caro. Além disso, muitos especialistas de crianças dizem que parao lactente o leite fervido é mais fácil de digerir do que o cru.

O Leite na juventude e na Velhice -- Também os jovens estão expostos ao raquitismo. Paraevitar este raquitismo retardado basta o consumo diário de leite com o complemento de óleode fígado de bacalhau ou de óleo de gérmen de trigo. Mesmo na velhice não podemosprescindir do leite, pois nas radiografias de muitas pessoas idosas descobrem-se ossosdescalcificados, lesão esta chamada osteoporose. A estabilidade do esqueleto fica assimmuito diminuída, de modo que às vezes acidentes insignificantes provocam fraturas ou as tãofreqüentes costas encurvadas. São conseqüência

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de insuficiente nutrição durante muitos anos. Precisamente, o homem já maduro e o anciãoprecisam continuamente de quantidades suficientes de vitaminas e de sais minerais, paraconservar a firmeza do sistema osteoarticular e as funções do sistema celular. Meio litro deleite fornece também ao jovem e ao adulto considerável proteção e maior resistência contra ageneralidade das enfermidades.

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Leites Ácidos -- Vamos consagrar, nesta altura, algumas palavras ao leite ácido. Em todos osseus tipos, isto é, leite coagulado, soro de manteiga, iogurte ou kefir, fomenta as funções, tãoimportantes para o nosso bem-estar, das bactérias intestinais normais. É de recomendar oconsumo diário de um frasco de leite azedo, ou de vez em quando um frasco de iogurte, deefeitos bactericidas para os gérmens patogênicos.

0 soro de manteiga merece especial elogio. O Prof. Kollath diz que influi consideravelmente nodesenvolvimento dos ossos se for consumido abundantemente. Nada se opõe ao seuemprego; embora infelizmente haja muitas donas de casa que o desconhecem, a verdade éque fomenta extraordinariamente o efeito nutritivo, a digestibilidade e o aproveitamento demuitos alimentos em grau extraordinário. O soro de manteiga é não só próprio para aconfecção de sopas, como também para a do pão e para a preparação de guisados de batatase de molhos. O pudim de soro de manteiga agrada sempre às crianças e por isso é muitopróprio para as crianças inapetentes. E, mais ainda, o soro de manteiga sem preparaçãoculinária, sobretudo no verão, é uma bebida refrescante muito saborosa.

Pelo seu simples efeito curativo, o soro de manteiga é empregado como remédio, servindo debase para regimes, nos quais em cada dia da semana se consome na quantidade de um litro alitro e meio; é recomendado pelos médicos para os casos de obesidade, prisão de ventrecrônica e de outras enfermidades gastrintestinais. As principais matérias ativas são, nestecaso, a constituição do soro de manteiga e as bactérias do ácido láctico. Como o soro de leiterepresenta uma antiqüíssima fonte de lecitinas, é de recomendar o seu consumo abundantepelos homens de sistema nervoso débil. A lecitina é um componente importante da formação edas funções do tecido nervoso.

Além de potássio, o soro de manteiga contém uma matéria orgânica desconhecida que produzefeitos diuréticos. O seu efeito é, contudo, um pouco diminuído pela gordura do leite, pelo queeste efeito diurético do soro de manteiga não é tão forte como o do leite desnatado, o leite crue o creme.

Aplicações Medicinais do Leite Completo -- Como a albumina das hortaliças verdes, a doleite excede todas as outras albuminas. Em

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todas as doenças infecciosas e naquelas que pressupõem um consumo considerável dealbumina, assim como na fase de convalescença depois de tais enfermidades e de outrasgraves, o leite integral e o requeijão adquirem o valor de um medicamento de especialíssimascaracterísticas. Em todas as formas de icterícia e de outras enfermidades hepáticas,conhece-se hoje o valor curativo do leite. Este assim como o requeijão não podem jáesquecer-se no regime dietético dos doentes hepáticos. Em todos os planos para a cura deúlceras de estômago e do duodeno, o leite constitui a base da dieta. Também já estádemonstrada a influência favorável do leite na pele, provavelmente por causa dos ácidosgordurosos não saturados, de que já tratamos no princípio deste livro. O elevado teor devitaminas, matérias minerais, fermentos e oligoelementos faz com que o leite seja um remédiopróprio para todas as doenças mais ou menos devidas a insuficiências, de modo que comrazão se definiu o leite como «elemento básico no tratamento dos doentes».

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Como último exemplo típico da capacidade curativa do leite pode citar-se o regime Karell, quealivia rapidamente os doentes cardíacos e edematosos. Neste regime, o doente recebediariamente por único alimento um litro de leite. O efeito da alimentação exclusiva com leite é amelhoria de todo o organismo e a redução repentina e considerável da formação de sal peloenriquecimento de cálcio. Ora, desaparecendo do corpo a acumulação de sal, desaparecetambém a acumulação de líquido, com o que o coração recupera forças.

O Leite Como Cosmético -- Talvez pareça inoportuno tratar aqui de cosméticos, mas acosmética natural não é outra coisa senão uma melhor circulação e uma boa alimentação dapele. Deste modo, a pele conservar-se-á sã, e uma pele sã dá ao seu possuidor um aspectojuvenil. O leite também nos serve para uma melhor alimentação da pele e constitui portanto omelhor dos cosméticos.

O leite misturado com mel constitui uma maquilagem que pode comparar-se vantajosamentecom o específico artificial mais caro dos salões de beleza. E tem a vantagem de atuar commaior atividade uma maquilagem se for preparada com soro de manteiga, leite ácido ouiogurte, acrescentando-lhe umas gotas de suco de limão. Cobre-se com este cosmético orosto, o pescoço e a garganta e deixa-se atuar durante alguns minutos, mantendo os olhosfechados e com o rosto totalmente descontraído; emprega-se, em seguida, uma massagemsuave, acabando por lavar a maquilagem mais tarde com água fria. O processofreqüentemente repetido bem depressa proporciona um aspecto fresco e uma pele limpa. Paracompletar esta informação, um conselho: Lavar à noite a pele levemente com azeite e óleo de

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gergelim. O efeito faz-se sentir dentro de pouco tempo. Melhor alimentação cutânea, medianteleite, mel e azeite (interior e exteriormente), massagens e relaxamento, são o segredo principalde toda a cosmética natural.

4. Mel«Doce medicina». O mel é um meio de cura excelente no tratamento de feridas.

Certa camponesa cicatrizou com mel a ferida supurante num joelho do filho. Perguntei-lhe porque não empregava nenhum meio moderno e garantido da farmácia. Sorriu pensativa edisse-me que as abelhas eram melhores químicas que os homens. Perguntou-me, por suavez, se eu não tinha já observado que o mel não contém nenhum bacilo. Parecia muito segurado que dizia.

Está hoje demonstrado experimentalmente que o mel contém algum componente bactericida,embora não tenha sido possível até hoje conhecê-lo. Todos os tipos de mel possuem estacaracterística, por muito diversas que sejam as flores de que procedam.

Portanto é possível que o tal elemento bactericida não proceda das flores, mas sim dasglândulas das abelhas, mas atuando rapidamente em proporção reduzida. Sabemos que cadagota de mel contém realmente uma série completa de minerais, vitaminas, fermentos,oligoelementos e matérias nutritivas, podendo provar-se estritamente as quantidades depotássio, sódio, fósforo, cobre e manganês.

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É surpreendente como as crianças, por efeito do mel, aproveitam melhor o cálcio da suarestante nutrição, conseguindo ossos e dentes melhores.

Emprego do Mel Como Edulcorante -- O mel é constituído por diferentes tipos de açúcar,sobretudo levulose (açúcar de frutas), dextrose (açúcar de uva) e um pouco de açúcar decana. Até ao século XVI I era o mel a única matéria doce na nossa cozinha. Foi só com aintrodução da cana e da beterraba que o mel perdeu o seu lugar como substância doce.Muitas vezes os diabéticos suportam o mel, ao passo que a mesma quantidade de açúcarbranco provoca aumento de açúcar no sangue com o correspondente risco. Até ao

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presente, ainda não se sabe por que se suporta melhor o mel do que o açúcar refinado. Odesaparecimento do mel da cozinha não implicou vantagens sanitárias; pelo contrário. O maiorconsumo de açúcar branco, pobre em vitaminas e sobretudo em sais minerais, é consideradopor alguns bromatólogos perspicazes a causa principal de toda uma série de gravesperturbações metabólicas e sobretudo da cárie dentária. O açúcar branco necessita para a suacombustão de consideráveis quantidades de vitamina B1 e de minerais, tais como cálcio efósforo. Além disso, o açúcar industrial branco já não tem nada de produto natural. Foi muitobem -«depurado» e «refinado» mediante uma série de processos químicos. Para adoçardevíamos utilizar açúcar amarelo de cana ou de beterraba e, ainda melhor, como antigamente,o mel.

O Mel na Prática Médica -- A acetilcolina é uma matéria ativa, constituída por colina e ácidoacético, que de combinação com um fermento (estearase) é formada e eliminada pelo corpo. Acolina, procedente da acetilcolina, é conhecida como elemento contrário ao desenvolvimentoque um efeito redutor exerce nas células em for mação protegendo as células já constituídas.O efeito inibidor geral da colina pode ser suma mente eficaz sobre as células cancerosas, querepresentam sempre células sem amadurecer sobre tudo se simultaneamente se conta com osfermentos necessários para a cisão e formação de substâncias, elementos fundamentais dafunção metabólica, entre os quais figuram as citadas diástases. Na prática, emprega-se colinae acetilcolina entre os medicamentos destinados a combater o câncer.

Tem dado bom resultado nos cancerosos o consumo diário de uma solução recém-preparadade 100 g de mel em 500 ml de água (meio litro), que se vai tomando aos sorvos, durante todoo dia, ou quando se sentir sede. Esta solução é pouco doce, de modo que se suporta muitobem. Também se lhe pode juntar um pouco de suco de limão para modificar o sabor eprovocar o desejo de tomá-lo.

As matérias açucaradas, das quais os melhores expoentes são o açúcar de fruta e portanto omel, vêm desempenhando desde sempre um papel importante no tratamento das doenças dofígado. Mas deve-se procurar ao mesmo tempo uma ministração abundante de vitaminas e oconsumo de alimentos portadores de albulnina de elevado grau (por exemplo, requeijão).Quando um fígado doente já não está em condições de transformar o açúcar de uva emglicogênio de reserva, pode conseguir este do açúcar de fruta. Esta elabora-se e retém 29%do metabolismo hepático para a formação de glicogênio.

No tratamento moderno das doenças da circulação, o mel dissolvido desempenha um papel

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importante. Também se conseguem

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bons resultados nos casos de nervosismo, excesso de trabalho, resfriamento (misturado comleite quente), indigestão ou insônia, da mesma maneira que colabora na mais rápidarecuperação de forças nos convalescentes.

O mel natural, puro, exerce considerável influência no que diz respeito aos bacilos diftéricos.Emprega-se, esfregando com ele três vezes por dia nas duas amígdalas e fazendo aspirar,também três vezes por dia, mel líquido por ambas as fossas nasais. Em geral, tem-seconseguido êxito absoluto depois de duas semanas de tratamento. Mas quando se empregamel quente fica reduzido consideravelmente o efeito bactericida e pode até mesmodesaparecer por completo. O mel natural, conservado frio e com pouca luz, não perde estesefeitos medicinais durante muito tempo, mas não deve estar diluído. As soluções de melperdem em poucos dias a sua capacidade obstruidora contra as bactérias. A luz solar exercepouca influência no mel por dissolver. As investigações já chegaram à importante conclusãode que o mel não só se opõe à multiplicação das bactérias diftéricas, como também astransforma quanto ao aspecto, coloração e toxicidade, de modo que ficam semelhantes àschamadas bactérias pseudodiftéricas, que para os homens não são causa de doença.

O mel natural levanta barreiras contra os germens piógenos, as bactérias do grupo colitífico,os germens formadores de pigmentos e de esporos, os vibriões e as bactérias diftéricas noseu desenvolvimento e multiplicação.

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Fim do Capítulo 6 de A Cura e a Saúde Pelos Alimentos

versão eletrônica pelo Projeto [email protected] do Anfiguri 47, São Miguel Pta., São Paulo-SP, BR-08050-570

 

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ERNST SCHNEIDER

 

A CURA E A SAÚDEPELOS ALIMENTOS

versão eletrônica pelo Projeto Periferia

Capítulo 1 - As Nossas Deficiências de Saúde e a Sua Compensação NaturalCapítulo 2 - FrutosCapítulo 3 - Legumes e VerdurasCapítulo 4 - CondimentosCapítulo 5 - Alimentos Fornecedores de EnergiaCapítulo 6 - Alimentos de Origem AnimalCapítulo 7 - Regimes DepurativosCapítulo 8 - Doenças do Sistema CirculatórioCapítulo 9 - Doenças do Aparelho DigestivoCapítulo 10 - Doenças do MetabolismoCapítulo 11 - Doenças da PeleCapítulo 12 - Doenças do Sistema NervosoCapítulo 13 - TuberculoseCapítulo 14 - A Alimentação na GravidezCapítulo 15 - A Alimentação na Criança ModernaCapítulo 16 - O CâncerCapítulo 17 - Comentário FinalCapítulo 18 - Normas Fundamentais Para a Preparação de um Regime SadioCapítulo 19 - Receitas Culinárias

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Regimes Depurativos

Capítulo 7Basicamente exijo, como médico, que a terapêutica nutritiva não

constitua, como antigamente, uma parte insignificante da terapêuticageral, mas que sirva de base a todos os esforços de cura e de

conservação. A intervenção do médico há de iniciar-se mudando aalimentação e o metabolismo do doente. Abre assim caminho para o

processo de cura no organismo enfermo e prepara o corpo para aterapêutica.

Dr. Max Gerson.

Limpeza Anual do Sangue -- É principalmente na primavera [Europa] que se manifesta emmaior grau que todos nós passamos por uma série de estados enfermiços que hoje sechamam - «insuficiências», mas que antigamente se denominavam «impurezas do sangue».Mesmo quando hoje estamos em condições de indicar com exatidão quais são as«insuficiências» à custa de complicadíssimas investigações laboratoriais, as «impurezas dosangue» ou melhor, os «produtos de refugo dos tecidos» e as «misturas de humores» sãodifíceis ou impossíveis de comprovar e não têm, portanto, a consideração suficiente namedicina oficial. Seja como for, não podemos menosprezara idéia muito popular, e expressivados «produtos residuais dos tecidos», pois conhecemos numerosos processos demetabolismo, já explicados, pelos quais uma alimentação insuficiente, como é hojepraticamente a de todo o povo civilizado, leva a graves desvios metabólicos e, por isso, acarregar excessivamente as células e os tecidos. As curas de depuração do sangue, que nãose destinavam senão a reativar o metabolismo, a normalizá-lo e a estimular as secreções,subsistem, por conseguinte, ainda hoje com suficientes motivos. O incremento do metabolismosignifica sempre limpeza e a limpeza continua sempre a ser uma condição prévia para asaúde.

Os caminhos que levam à limpeza do organismo são muitos. Basta recordar as dietas, ascuras de sucos de frutas, o regime de vegetais crus, infusões mistas, saladas de ervassilvestres, banho de suor, banhos de assento quentes, banhos romanos e irlandeses e muitosoutros. Também o emprego especial e curativo de plantas medicinais, como urtigas, agriões,dentes-de-leão ou margaridas, são possibilidades para fazer frente com eficácia a uma«mistura de humores» e realizar a necessária renovação. Apóiam, portanto, convenientementeos nossos esforços para a distensão e a renovação dos tecidos as lavagens intestinais, a

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ginástica respiratória, o exercício abundante ao ar livre e a alimentação vegetariana sem sal.Qualquer pessoa pode assim levar a cabo a cura correspondente à sua constituição física,para depurar o seu próprio organismo. Só um perfeito metabolismo é que garante acapacidade de rendimento e a satisfação do esforço.

A Cura de Depuração do Sangue, Tratamento Básico -- A moderna química dometabolismo e numerosas investigações sobre as forças ativas na formação e degradação dahemoglobina levaram à convicção de que a vida dos nossos tecidos orgânicos depende dacapacidade de respiração das células e, sobretudo, da capacidade de absorção e expulsão dooxigênio (Prof. Dr. Bingold). Neste processo desempenham, precisamente, um papelimportante os fermentos portadores de oxigênio. Se se interromper a cadeia de reações porcausa da falta de um

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fermento, acumula-se um determinado produto do metabolismo diretamente no ponto deruptura e continuará a formar-se, mas não a transformar-se. Apresenta-se, assim, um produtode metabolismo em excesso, ao passo que faltam outros fatores que devem derivar daquele(Dr. Hellmann). Isto torna compreensível o velho conceito de «produção de resíduos dostecidos» e de «limpeza do sangue».

O fígado, por ser o maior «laboratório» do metabilismo, precisa anualmente de descansoprolongado com posterior renovação e estímulo de todas as suas numerosas funções por meiode matérias ativas, tais como as que existem nos sucos de plantas e frutas, ervas medicinais,verdura e saladas, na forma mais natural e agradável.

Toda a limpeza do sangue e dos tecidos deve ser precedida convenientemente de umalimpeza intestinal, pois está demonstrado que o intestino, se funcionar defeituosamente, sepode converter num foco de grave infecção, chegando a provar-se a presença no sangue, emtais casos, de matérias tóxicas procedentes do metabolismo, como fenol, indol e cresol, numaconcentração análoga à que se produziria por envenenamento exterior. Estaríamos, assim,diante de uma autointoxicaçao intestinal.

A riqueza em sal conduz, também, à hidratação dos tecidos e, por sua vez, à obstrução dosprocessos de combustão, dando assim lugar à acumulação de resíduos do metabolismo.

Como as curas de limpeza de sangue estimulam consideravelmente todos os órgãos deeliminação de produtos de refugo, e os sucos de frutas e verduras frescas fornecem suficientematerial de combustão e eliminam o sal pela sua abundância em potássio, tornam-se muitobons e próprios para evitarmos graves enfermidades, a velhice prematura e a caquexia.

Normas Para um Regime Depurativo do Sangue -- A principal condição para o seu êxito é atransformação de toda a alimentação e muitas vezes também do modo de vida que a pessoaleva. Durante uma temporada de quatro a seis semanas, devem limitar-se, ou suprimir-semesmo, todos os alimentos que formem ou contenham ácido úrico, como carne, ovos, queijo,café e chá. São eficazes a fruta fresca, incluindo limões e laranjas, os sucos, as infusões deervas, a chucrute (couve fermentada) crua, o leite coalhado e o iogurte. Todas as medidasdeste tipo teriam pouco resultado se não se conseguisse um funcionamento totalmente normal

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do intestino. Tomar antes de cada refeição um copo de suco de maçã consegue quase semprefomentar a atividade intestinal. O consumo regular de leite coalhado e de iogurte normaliza odepósito de bactérias no estômago, de modo que se produz um reforço e reavivamentoconsideráveis da capa-

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cidade digestiva, evitando a absorção de produtos metabólicos tóxicos. A limpeza intestinal e aregularização da função intestinal equivalem sempre à limpeza do sangue.

Regime Para Combater o Cansaço e a Obesidade -- Ouve-se dizer com muita freqüência,sobretudo as senhoras, o preocupado comentário de que estão a engordar, acrescentandoquase sempre que não é por excesso de comida, pois raramente satisfazem completamente oapetite. Mas a verdade é que o peso continua a aumentar. Também não se pode ocultar pormais tempo o desaparecimento da «bela linha», por mais cintas e espartilhos que se usem.

A isto junta-se, com freqüência, a sensação de menor capacidade de rendimento. É,precisamente, nas primeiras horas da manhã que os membros parecem estar adormecidos euma sensação de angústia paralisa a vontade, e é com dificuldade que se efetua o trabalhodiário.

Recorre-se, em geral, a uma xícara de café ou a uma xícara de chá para fazer desaparecerestes sintomas tão molestos. Mas a verdade é que enquanto necessitarmos de tais excitantespara conservar devidamente a nossa capacidade de redimento, é sinal de que os órgãos donosso corpo não estão sãos. Não devemos suprimir os sintomas, mas sim perguntar a que sãodevidos.

Que fazer, então?

Recordemos os métodos aprovados por uma grande experiência que, pelo seu efeito externoou interno, ajudam o organismo a desfazer-se da acumulação excessiva de gorduras e aeliminar a produção de resíduos metabólicos. Os sucos externos, como massagens, ginástica,banhos e curas de transpiração, conservam sempre o seu grande valor. Como uso interno,efetuemos uma das curas depurativas do sangue, cumprida a rigor, servirá também de curapara emagrecer.

Freqüência de Lombrigas Intestinais -- Os casos graves de cansaço estão relacionadosfreqüentemente com a presença de parasitas no intestino e com insuficiência de vitamina C. Oensino que deve ser tirado é que nos casos de grande cansaço, entre os indubitavelmentedevidos a simples insuficiência vitamínica, cumpre ter presente a possibilidade de parasitasintestinais. O estado de fadiga que se pode observar é evidentemente conseqüência dadestruição da vitamina C pelos parasitas.

0 que nestes casos pode ser de muita utilidade são as ervas, muita fruta fresca, salada cruadiária, cebolas, alhos, salsa e muitas cenouras que expulsam e afastam os parasitas. No casoda presença de lombrigas em grande quantidade deve-se recorrer a consulta e tratamentomédico.

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O jejum Como Meio de Cura -- O jejum é realmente o regime dietético mais rigoroso, mastambém a medida terapêutica mais comum a todas as enfermidades. O Dr. Heun insiste naobservação de que o jejum fortalece a intuição e dá uma idéia mais exata das circunstâncias,como também das sensações internas, das impressões e das imaginações. É este o maisprofundo sentido e a razão por que todas as religiões praticam o jejum. Quer dizer que asprescrições religiosas do jejum servem não só de exercício ascético e para fortalecer avontade, como também para a manutenção da saúde do corpo.

Os jejuns rigorosos e prolongados devem ser feitos sob vigilância médica ou, melhor ainda, emqualquer estabelecimento de regimes dietéticos. As curas costumam durar, em média, de umaa três semanas. No dia anterior ao início do jejum, já se devem restringir consideravelmente osalimentos na quantidade, mantendo depois um regime à base de um litro de infusão de ervasdiário, sucos de frutas e de legumes e mais uma pequena quantidade de alimentos. A opiniãodo médico em determinadas curas à base de sucos e de infusões pode ser essencial. Duranteo tempo do tratamento, administrar diariamente de manhã uma infusão de camomila, e aomeio-dia qualquer coisa quente para tonificar o corpo. Ao mesmo tempo, deve cuidar-sediligentemente da limpeza da boca. Passeios diários e estadias ao ar livre servem para regularas secreções cutâneas. Lavagens completas de manhã e ao entardecer e um banho semanalcom folhas de pinheiro de curta duração, durante o tempo que durar a cura, facilitamenormemente os processos de eliminação.

0 regime de jejum é recomendado nas seguintes doenças, especialmente nas de tipo crônico:angina de peito, asma bronquial, asma cardíaca, alterações da tensão arterial, afecções dosistema circulatório, especialmente nas que decorrem com espasmos nos vasos, varizes,obesidade, reumatismo articular, hemorróidas, alterações cutâneas, especialmente eczemas,doenças crônicas do estômago e dos intestinos, particularmente nos casos de prisão deventre, enxaquecas, inflamações agudas dos rins, nas alterações renais da gestação, napré-eclampsia e eclampsia, nas periodontoses, nas alterações do metabolismo e dasglândulas de secreção interna, em numerosas afecções nervosas, nos cálculos, nas feridas eúlceras malignas, em doenças com febre e de curta duração, como anginas, gripe, etc.

Não é indicado este processo terapêutico nas doenças orgânicas graves e de curso geral,como os tumores malignos, tuberculose, diabetes, alterações graves das células renais ouhepáticas ou em afecções agudas do coração. Em tais casos pode ser muito útil uma cura dejejum de pequena duração, sob o controle direto do médico.

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Fim do Capítulo 7 de A Cura e a Saúde Pelos Alimentos

versão eletrônica pelo Projeto [email protected] do Anfiguri 47, São Miguel Pta., São Paulo-SP, BR-08050-570

 

A Cura e a Saúde Pelos Alimentos -- Capítulo 7

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ERNST SCHNEIDER

 

A CURA E A SAÚDEPELOS ALIMENTOS

versão eletrônica pelo Projeto Periferia

Capítulo 1 - As Nossas Deficiências de Saúde e a Sua Compensação NaturalCapítulo 2 - FrutosCapítulo 3 - Legumes e VerdurasCapítulo 4 - CondimentosCapítulo 5 - Alimentos Fornecedores de EnergiaCapítulo 6 - Alimentos de Origem AnimalCapítulo 7 - Regimes DepurativosCapítulo 8 - Doenças do Sistema CirculatórioCapítulo 9 - Doenças do Aparelho DigestivoCapítulo 10 - Doenças do MetabolismoCapítulo 11 - Doenças da PeleCapítulo 12 - Doenças do Sistema NervosoCapítulo 13 - TuberculoseCapítulo 14 - A Alimentação na GravidezCapítulo 15 - A Alimentação na Criança ModernaCapítulo 16 - O CâncerCapítulo 17 - Comentário FinalCapítulo 18 - Normas Fundamentais Para a Preparação de um Regime SadioCapítulo 19 - Receitas Culinárias

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Receitas Culinárias

Capítulo 19As receitas que constam desta seção foram, em parte, traduzidas do livrodo Dr. Ernst Schneider, sendo adaptadas às condições de nosso País. As

demais, por sinal, a maioria, foram selecionadas de diversas fontes quefazem parte do acervo da Casa Publicadora Brasileira. Algumas receitas

de soja foram gentilmente cedidas por Íria B. dos Reis.

I. Sucos de Frutas, Verduras e ErvasEspecialmente indicados em doenças dos aparelhos digestivo e circulatório e nos regimesdepurativos.

Sucos Frescos.

a) De legumes, verduras e ervas-de-cheiro: Entre os nossos legumes e verduras silvestresprestam-se à obtenção de sucos frescos os seguintes: tanchagem, agrião, alface, mastruço,dente-de-leão, azedas, mil-em-rama e agrião de horta.

Podem aproveitar-se cru suco as seguintes especiarias: endro, funcho, salsa, cebolinha verde,aipo e cebola.

Depois de uma lavagem muito cuidadosa e de se terem extraído todas as partes defeituosas,deixam-se escorrer e espremem-se. Se não se dispuser de uma centrífuga, basta umamáquina de picar carne, passado-se depois a massa por um coador de pano. O sucoguarda-se imediatamente em recipientes de vidro, porcelana ou barro, que devem ser tapadoshermeticamente. Não se devem deitar em recipientes metálicos nem mexer com colheres demetal nem expor à luz. Se os recipientes tiverem sido muito bem limpos, então os sucosconservar-se-ão em boas condições, durante vários dias, num lugar fresco e escuro.

Antes de nos servirmos do suco, deve ser mexido energicamente, para se lhe aproveitarigualmente a parte sedimentada. Em geral, empregam-se os sucos no dia da sua preparação,e o de rábano imediatamente depois de ter sido preparado, pois se decompõe quinze minutosdepois de extraído.

Aos lactentes só se devem dar sucos recém-preparados. Os sucos frescos de ervasconsomem-se diariamente durante uma temporada, mas sempre diluídos, porque puros não

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assentam bem e exerceriam um efeito demasiado forte.

Para diluir os sucos frescos, misturam-se com leite, soro de leite, soro de manteiga, sopa desêmola, na proporção de uma parte de suco por 5 a 8 partes de leite, etc.

Como condimento para sopas, molhos e saladas podem empregar-se sucos puros.Acrescentam à comida o seu grande valor curativo.

b) De frutos: A preparação de sucos frescos de frutas, pela grande riqueza do seu líquido, éainda mais fácil do que a dos legumes, verduras e especiarias. Das frutas silvestres as quemelhor se prestam são as amoras, os maracujás e as framboesas.

500 g de bagas produzem entre 250 e 300 g de suco. Espremem-se as bagas ouesmagam-se, coando-se depois a pasta por um coador ou uma peneira. Este processo paraobter sucos de frutas só serve para usos domésticos, como já se disse anteriormente,352

mas é sempre preferível ao das fábricas, porque estas produzem sempre suco para conserva,o que geralmente diminui o seu valor, embora empregando processos a frio para aesterilização.

Sucos Obtidos por Aquecimento.

O segundo método, muito velho, mas ainda bastante útil atualmente para a obtenção de sucosmediante pressão e aquecimento, pode efetuar-se em qualquer lugar sem dispositivosespeciais. As bagas, depois de lavadas e enxutas, e de se tirarem os talos e as folhas, e asfrutas, uma vez extraídas as sementes e os caroços esmagam-se com um rolo de madeira edepois se aquecem moderadamente durante muito tempo no forno ou cozem-se breve~ menteaté formar um purê. Deita-se este num pano, cujas quatro pontas estão presas às pernas deunia cadeira posta ao contrário. Recolhe-se o suco claro gotejante num recipiente (que nãoseja de metal). Os resíduos cozem-se brevemente em pouca água e apertam-se através dopano. O suco turvo obtido pode empregar-se para sopa, pastas, papas ou doces. Nas frutassumarentas, como framboesas, morangos e amoras não e preciso aquecimento.

Sucos Obtidos Mediante Vapor.

Para o processo de extração de suco pelo vapor, encontram-se a

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venda diversos tipos de espremedores. A maior parte dos espremedores compõem-se de trêselementos: um recipiente com peneira e uma tampa para conter a fruta, um coletor situadoimediatamente abaixo do recipiente anterior e um depósito inferior para a água de cocção.

Se não se dispuser de um aparelho deste tipo, pode improvisar-se de, modo muito simples:Deita-se um pouco de água numa panela bem lavada. No fundo coloca-se uni suporte (umapedra lisa, um prato voltado para baixo, etc.). Sobre qualquer destes objetos põe-se umaterrina ou uma caçarola de barro, de porcelana ou de esmalte (sendo possível com asa) pararecolher o suco. Na panela coloca-se um pano lavado, não muito grosso, que tenha sido

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encharcado pouco antes do seu emprego em água quente, no qual se deitam as frutas. Asextremidades do pano apertam-se com uni cordão ou atam-se à tampa, unia vez colocada estana panela. Assim que a água começar a ferver, o vapor começa a provocar a saída do suco.

As frutas moles, como por exemplo os morangos, precisam de uns vinte e cinco, a trinta ecinco minutos de calor, e a fruta de caroço precisa de sessenta a setenta minutos. Se não sepretende extrair o suco, mas sim aproveitar as frutas para doce ou aplicação análoga,interromper a cocção, passado menos tempo. De resto pode verificar-se quando é necessárioextrair o suco e acabar

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com a extração, quando for conveniente.

Todos os sucos, qualquer que tenha sido o processo de extração, e desde que não sejamimediatamente consumidos nos dias seguintes, nem se destinem a pô-los de conserva semaçúcar, devem ser postos imediatamente em frascos ou garrafas. Os recipientes têm de serfechados hermeticamente e submetidos a um banho-maria entre 75 a 800, durante trintaminutos (esterilização).

Se se quiser açucarar a fruta, deita-se-lhe o açúcar quando a fruta se põe na panela. Estesuco também se deve cozer imediatamente depois da sua extração, deitando-o ainda quentenos recipientes que depois devem ser hermeticamente fechados.

Bastam menos quantidades de açúcar, se este for posto depois da extração do suco. Este éentão cozido com o açúcar e deita-se nas garrafas, a cujo engarrafamento hermético seprocede imediatamente. A quantidade de açúcar depende da espécie da fruta.

II. Sucos e Vitaminas

Água de Coco.

1 coco verde para cada pessoa

Antes de abrir os cocos, deixá-los esfriar bem na geladeira ou acrescentar gelo àágua de coco. É um refresco delicioso e rico em sais minerais.

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Bebidas de Gergelim.1.2 colheres de sopa de gergelim1 colher de sopa de aveia 1/2 litro de suco de laranja mel a gosto.

2.2 colheres de sopa de gergelim200 gramas de mamão112 litro de águamel a gosto

3.2 colheres de sopa de gergelim2 maçãs ácidas1/2 litro de águamel a gosto

Para todas as receitas, em primeiro lugar, bater bem, no liquidificador, as sementesde gergelim, com pouca água. Quando estiver cremoso, acrescentar aos poucos oresto da água e os outros ingredientes.

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Chá de Casca de Maçã

6 colheres de sopa de casca de maçãpara 1 litro de água.

Preparo da casca: Secar as cascas de maçãs boas em forno aquecido, deixando aporta aberta; ou então na chapa de fogão a lenha.

Preparo do chá: Colocar em água fervendo a casca e deixar ferver durante uns 10minutos, com a vasilha tampada. Coar e servir frio ou quente, adoçado com mel eumas gotas de limão. Acrescentando às cascas umas rodelas de maça seca, o cháfica ainda mais delicioso.

Este chá pode ser tomado com leite. Também sem adoçar é agradável ao paladar.

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Coquetel de Amêndoas

30 gramas de amêndoas doces 200 ml de água 1 colher de sopa de germens detrigo mel a gosto

Depois de ter deixado 30 g de amêndoas doces de molho em água fervente,tirar-lhes a pele, deixando-as por algumas horas mergulhadas em água fria. Então,batê-las no liquidificador, acrescentando aos poucos 200 ml de água. Coar e juntar1 colher de sopa de germens, de trigo e mel a gosto. E uma bebida tônica e rica,especialmente para crianças e convalescentes.

Coquetel de Cenoura e Laranja

100 ml de iogurte100 ml de suco de cenoura100 ml de suco de laranja1 colherzinha de suco de limãomel a gosto

Bater tudo no liquidificador. Esta bebida é muito apreciada pelas crianças.

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Coquetel de Leite e Fruta

leitesuco de frutas peneiradobaunilhalimão

Em um liquidificador, misturar leite e suco de frutas peneirado ou irão peneirado.Bater até fazer espuma. A bebida é servida muito fria. À mistura pode-se juntartambém baunilha e urnas gotas de limão.

Nestas bebidas mistas, a dona de casa pode dar largas à fantasia, pois podem serfeitas inúmeras misturas.

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Coquetel de Mel

1 copo de leite1 gema de ovo1 colherzinha de mel

Misturar 1 copo de leite corri 1 gema de ovo crua e 1 colherzinha de mel e beberlentamente a pequenos goles. Em lugar de leite também se pode empregarqualquer suco de fruta e ainda enriquecer a combinação com germens de trigo oulevedura em pó.

Coquetel de Tomate

1 xícara de suco de tomate112 laranja1 colher de chá de temperos verdes1 pitada de sal

Bater tudo rio liquidificador e servir frio.

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Coquetel Para Automobilistas

1 copo de suco fresco de cenoura1 laranja1 gema de ovo

Misturar 1 copo de suco fresco de cenoura com o suco de 1 laranja e engrossar acombinação com 1 gema de ovo. Adoçar com um pouco de mel.

Reforça a capacidade de acomodação da vista nas condições rapidamentecambiantes da luz, sobretudo nas viagens noturnas, por causa do seu elevado teorde vitamina A, necessária para a formação de pigmentos visuais.

Laranja com Leite

112 litro de leite ou iogurte2 laranjas1 colher de sopa de aveiamel a gosto

Bater tudo no liquidificador e servir na hora.

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Laranja com Mamão

2 xícaras de mamão picadinho1 112 xícaras de suco de laranja3 colheres de sopa de suco de limão114 de colher de chá de baunilha2 xícaras de água friamel a gosto

Bater no liquidificador, por 1 minuto ou até ficar cremoso, o mamão, suco de laranjae limão. Adicionar o mel, baunilha e água fria. Servir com cubos de gelo.

Lua Azul

113 de xícara de suco de uva314 de xícara de suco de amara314 de xícara de suco de laranja3 colheres de sopa de suco de limão.314 de litro de água friamel a gosto

Misturar tudo.

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Morango com Leite

112 litro de leite ou iogurte100 gramas de morangos1 colher de sopa de aveiamel a gosto

Bater os ingredientes no liquidificador e servir na hora.

Néctar de Frutas

Suco de 3 laranjas, suco de 3 limões1 litro de águamel a gosto1 xícara de suco de morango

Proceder de maneira idêntica à indicada na receita de Néctar Dourado.

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Néctar Dourado

1 1/4 de xícaras de suco de laranja1 1/4 de xícaras de suco de abacaxi1 litro de águamel a gosto

Misturar tudo bem e pôr a gelar. No momento de servir, acrescentar uma pitada dehortelã.

Ponche Real

112 abacaxi ralado ou Picado bem fino suco de 2 limões112 litro de suco de uva112 litro de água fria mel a gosto

Misturar todos os ingredientes e servir gelado.

Refresco de Frutas

1 litro de água1 colherzinha de suco de limão1/4 de litro litro de suco de fruta

Para obter refresco de morangos, framboesas, cerejas, laranjas, e maracujás,espremer a fruta e misturar o suco bruto com água, um pouco de mel ou açúcarmascavo e suco de limão. Calcular 1 litro de água e 1 colherzinha de suco de limãopara 1/4 de litro de suco de fruta.

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Sugestões Para Bebidas de Frutas

Abacaxi e maracujá. Abacaxi, maçã e limão. Abacate, leite e limão. Banana e leite.Banana, mamão, maçã e limão. Caju e limão. Laranja, abacaxi e limão. Laranja,tangerina e limão. Morango, cereja e ameixa. Morango, laranja e limão. Morango,coco e leite. Manga e limão. Mamão e leite. Uva e limão.

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Sugestões Para Sucos

Cenoura e suco de limão.Cenoura, folhas de espinafre e limão.Cenoura, beterraba e limão.Cenoura, maçã e limão.Cenoura, salsão (talo e folhas), espinafre e limão.Cenoura, maçã, folhas de beterraba e limão.Cenoura, couve e limão.Cenoura e abacaxi.Cenoura, alface, espinafre e limão.Cenoura, beterraba e coco.Cenoura, salsa, maçã e limão.Cenoura e coco.Cenoura, beterraba, pepino e limão.Repolho, salsão e limão.Salsão, tomate e rabanete.Tomate, couve e pimentão verde.Tomate e maçã.

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III. Pratos com FrutasBanana com Coco

8 bananas nanicas madurasmelcoco ralado

Descascar e partir pelo meio, ao comprido, as bananas. Untar uma frigideira ecolocar as metades de banana, uma ao lado da outra. Cuidar para que dourem semqueimar. Virar e proceder do mesmo modo. Colocar em prato de sobremesa ecobrir com uma camada fina de coco ralado (ou castanha-do-pará, ralada) e pingarmel à vontade. Servir quente.

Bananas ao Forno

bananascanela em pó

Cortar as bananas em duas, ao comprido. Arrumar em uma forma, polvilhar comcanela em pó e levar ao forno.

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Maçã Assada

2 maçãs3 colheres de sopa de passas de uva2 colheres de sopa de nozes misturadas com mel e canela2 colheres de sopa de creme de leite

Tirar as sementes das maçãs e encher com uma mistura feita das nozes picadas,passas, mel e canela. Regar a parte recheada com creme de leite e colocar asmaçãs em foi-ma untada e umas 3 colheres de água para no fundo não queimar.Assar em forno brando.

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Morangos com Maçãs 100 gramas de morangos

1 maçãmelnozes moídasum pouco de germens de trigo2 colheres de sopa de creme de leite

Misturar os morangos bem limpos com a maçã descascada e picada e o mel edeixar em repouso por 1/2 hora. Quando a mistura estiver bem suculenta, servircom germens de trigo, nozes moídas e o creme de leite.

Neve com Morango

100 gramas de morangos mel1 clara

100 g de morango bem limpos e passados em liquidificador. Adoçar com mel. Bateruma clara em neve e misturar levemente com os morangos batidos. Colocar emunia travessa e enfeitar com morangos inteiros e polvilhar com nozes moídas.

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Prato Cru de Amoras

4 ou 5 colheres de sopa de flocos de aveia1 copo de águamel a gosto500 gramas de amoras2 ou 3 colheres de iogurte ou creme de leite,amêndoa e noz raladalinhaça ou germens de trigo moído

Deixar a aveia de molho durante 12 horas na água. Misturar bem as amorasesmagadas, sem os grânulos, juntar-lhes mel com iogurte ou creme de leite, e servirfinalmente o prato com amêndoas, nozes, linhaça ou germens de trigo polvilhados.Podem também ser empregadas outras frutas de bagas.

Prato Cru de Maçã

maças mel amêndoas moídas1 colher de suco de limão1 gema de ovogermens de trigo ou flocos de milho

Ralar as maçãs em ralo grosso e misturar mel, amêndoas moídas, 1 colher de sucode limão e uma gema de ovo batida. Pôr tudo em travessa e servir com germens detrigo ou flocos de milho.

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Salada de Maçãs e de Bananas

maçãsbananassuco de limãomelnozes castanhas ou amêndoas moídas

Cortar em partes iguais, maçãs e bananas, colocando-se em camadas alternadasem uma travessa funda. No meio de cada camada pôr suco de limão misturado commel. Deixar a salada em repouso por algum tempo, e servir com nozes, castanhasou amêndoas moídas.

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Salada de Maçãs e Laranja

maçãs laranjas mel ou meladosuco de maçãgermens de trigo noz

Descascar as maçãs e as laranjas, cortar em rodelas, pôr mel ou melado,colocando em camadas sobrepostas. Deixar repousar por algum tempo até a saladaficar bem embebida. Se não ficar bastante suculenta, juntar um pouco de suco demaçã. Finalmente, polvilhar com uma colher de sopa de germens de trigo e de nozralada.

Salada de Pera e Maçã

maçãsperaspassas de uvasmel

Depois de bem limpas, cortar as maçãs e peras em rodelas bem finas,misturando-se com um pouco de passas de uvas e mel. Deixar repousar um pouco,e para servir cobrir com creme de leite.

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Salada Tropical

Mangasabacateslaranjasmamãobananas

Mangas, abacates, laranjas, mamão, bananas, na proporção que se deseje, e mel agosto. Cortam-se as frutas em fatias ou pedaços bastante pequenos, e prepara-se asalada uma hora antes de servir, para que o mel penetre bem. Querendo maisacentuado o gosto, espremer um pouco de suco de limão.

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Sopa de Amoras

1 litro de suco de amoras2 colheres de sopa de maizenamaçãpão torrado

Ferver o suco, engrossar com a maizena previamente dissolvida e deixar ferver. Aoservir juntar os pedaços de maçã e comer com torradas.

Sopa de Maçã

500 gramas de maçã1 1/2 litros de água canela em pau mel1 colher de sopa de maizena1 copo de suco de fruta

As maçãs cortadas aos pedaços são cozidas na água com a canela. Passar depoispor um coador, e cozinhar uma vez mais. Acrescentar a maizena com o suco edeixar ferver. Adoçar com o mel e servir com torradas.

Sopa de Pera

150 gramas de pera1/4 de litro de leite1 colher de sopa de farinhacanelacravomel

Descascar as peras, cortar em pedaços e cozinhar em pouca água até amolecer.Ferver separadamente o leite, a canela e o cravo e misturar lentamente a farinhadissolvida em pouca água e adoçar com mel, ajuntando as peras cozidas e dar maisuma fervida.

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Sopa de Semolina com Frutas

150 gramas de ameixas vermelhas1/2 litro de leitemelbaunilha1 colher de sopa de semolina1 ovo

Tirar os caroços das ameixas e dar uma fervura com pouca água. Ferverseparadamente o leite com a baunilha, misturar lentamente a semolina e cozinharaté engrossar, ajuntar o mel e as ameixas cozidas, também a gema do ovo batida efinalmente a clara em neve. Servir bem geladinha.

Torta com Fruta Fresca

300 gramas de flocos de milho 50 gramas de germens de trigo 500 gramas deabacaxi mel creme de leite

Colocar em uma forma de fundo falso untada, camadas alternadas de flocos eabacaxi picado adoçado com mel. Na última camada, pôr em cima creme de leite.Deixar ria geladeira durante 1 hora e servir.

Torta Variada

100 gramas de semente de linhaça moída250 gramas de flocos de milho100 gramas de nozes moídas suco de 1 limão grande um pouco da casca ralada30 gramas de passas de uva20 gramas de tâmaras picadas30 gramas de banana seca picada500 gramas de maçã mel a gosto

Misturar bem a semente de linhaça, os flocos, nozes e as frutas secas. Ralar em umraio grosso as maças descascadas, e temperar com mel, o suco e casca de limão.Em uma forma de fundo falso untada colocar, em cai-nadas alternadas, a misturade flocos e a maçã ralada. Deixar um pouco ria geladeira, mas servir no mesmo dia.

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IV. Saladas

Saladas Cruas

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Salada de Abobrinha e Aipo

100 gramas de abóbora verde100 gramas de aipo1 colher de sopa de óleo10 gramas de nozes picadas2 colheres de sopa de suco de limão1 cebolasalsa picadasal a gosto1 dente de alho esmagado

Ralar o aipo e a abóbora em ralo meio grosso. Misturar os outros ingredientes ejuntar à abóbora e aipo. Antes de servir enfeitar com pedaços de azeitonas pretas esalsa picada.

Salada de Agrião

1 maço de agrião1 cebola1 colher de sopa de óleo2 colheres de sopa de suco de limãosal

Limpar e lavar bem o agrião, aproveitando para a salada só as folhas e pontas.Deixar de molho em água de sal e vinagre para desinfetar. Antes de usar, lavarmais uma vez. Arrumar em uma travessa e enfeitar com tomate e ovo cozido. Otempero de suco de limão, cebola ralada, óleo e sal deve ser colocado somenteantes de servir.

Salada de Aipo

aipoóleonatasuco de limãosal

Ralar finamente os bulbos de aipo e misturar com óleo, nata, suco de limão e sal,ou então, juntar maionese.

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Salada Arco-Íris

4 cenouras médias3 beterrabas médias6 rabanetes200 gramas de folhas tenras deespinafre2 cebolas médias1 pimentão3 tomates4 rábanos1 abacate pequeno

Cortar as cebolas em fatias finas, juntar óleo de oliva (ou outro) e colocar nageladeira por 1 a 2 horas em recipiente bem fechado. Ralar as cenouras, asbeterrabas, os rabanetes e o rábano. Picar o espinafre, cortar o pimentão e otomate em rodelas, e o abacate em tiras compridas. Usar uma travessa grande ecolocar as verduras em montinhos separados, juntando as cebolas a cadamontinho, enfeitando com pimentão e abacate. Servir o molho em tigela separada.

Salada de Azedas

folhas de azedasóleo ou natasalespinafre

Para esta salada tomar só as folhas brandas e novas, cortando-as depois delavadas. Misturá-las com óleo ou nata e um pouco de sal. Suprimir o suco de limão,porque a salada tem um sabor fortemente ácido. É preferível juntar plantassilvestres, conforme o paladar, ou também espinafre.

Salada de Cenoura com Rabanete

cenoura rabanete3 colheres de sopa de requeijãoleite1 colher de sopa de óleosuco de limãoalcaparrascebolinha verdeendro

Limpar e cortar duas partes de cenoura e uma de rabanete. Bater depois um molhocom requeijão, algumas colheres de sopa de leite, uma colher de óleo, suco de

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limão a gosto e temperar com alcaparras, cebolinha verde e endro.

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Salada de Cenoura Crua

3 cenouras1/2 maçã1 colher de sopa de suco de limão1 colher de sopa de iogurte ou creme de leite1 cebola pequena1 colher de sopa de nozes picadassal a gosto

Ralar em ralo mais ou menos grosso as cenouras e a maçã e temperar com o sucode limão, 1 colher de sopa do iogurte ou creme de leite, a cebola ralada e o sal.Arrumar em uma travessa e derramar por cima o resto do iogurte ou creme de leitee salpicar com as nozes raladas.

Salada de Chicória

1 pé de chicóriasuco de limãoóleosal marinhonata

Cortar a chicória bem fininha, misturar com suco de limão, óleo, sal marinho e, agosto, algumas colheres de nata. Deste modo a salada de chicória reforça os pratosde batatas, arroz e massas italianas.

Salada de Ervas do Campo

1 maço de dente-de-leão e serralhaalgumas folhas de agrião1 cebola1 colher de sopa de óleo2 colheres de sopa de suco de limão1 pedacinho de alho1 ovo cozido1 pimentão vermelho1 sal a gosto

Limpar e lavar bem as ervas, aproveitando para a salada só as folhas e as pontas.Deixar de molho em água de sal e vinagre durante 1 hora. Antes de usar, lavar maisuma vez. Picar as ervas não muito fino e temperar um pouco antes de servir com

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um molho preparado com o suco de limão, a cebola bem picadinha, o óleo, o alho, osal e pimentão e o ovo picados.

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Salada de Espinafre

1 maço de espinafre bem tenro1 gema de ovo2 colheres de creme de leitesal a gosto

Lavar bem o espinafre e deixar em água de sal e vinagre durante 1 hora. Depoislavar mais uma vez e deixar escorrer. Bater bem o creme de leite, o sal e a gema emisturar com o espinafre picado. 0 prato pode ser enfeitado com tiras de tomate.

Salada de Pepino

1 ou 2 pepinosnataiogurtesuco de limãosalespeciarias vegetais

Cortar os pepinos em rodelas finas ou então em pedaços. Não é necessáriodescascá-los, pois as rodelas até têm melhor aspecto com a casca. Provar cadapepino para ver se é amargo. Preparar com nata ou iogurte, suco de limão, umpouco de sal e especiarias vegetais. Quem não puder mastigar deve comer opepino ralado grosso.

Salada de Rabanete

3 rabanetes3 maçãsalgumas avelãs ou nozes1 colher de sopa de óleoum pouco de leite ou nata1 colher de sopa de limãosal a gosto

Misturar o rabanete, já bem limpo e finamente cortado, com a maçã ralada ealgumas nozes moídas. Juntar depois o óleo, o leite, o sal e o suco de limão; asalada pode ser preparada com pedaços grandes de tomate.

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Salada Tabule

1 xícara de trigo para quibe1 pé de alface ou folhas de repolho1 cebolacebolinha verde4 tomates1/2 pepino2 folhinhas de hortelã óleo sal e limão

Pôr o trigo de molho durante 2 a 3 horas. Picar todas as verduras depois de bemlavadas. Apertar bem o trigo com as mãos para sair toda a água. Misturar tudo.Enfeitar com folhas de alface e azeitonas pretas.

Salada de Tomate

250 gramas de tomate1 cebola grande1 colher de sopa de cebolinha verdepicada2 colheres de iogurteum pouco de temperosal

Cortar os tomates e a cebola em rodelas e arrumar em uma travessa, em camadas.Misturar o iogurte, o sal, o tempero e espalhar por cima. Salpicar com a cebolinhaverde. Quem não suportar a casca do tomate, despelá-lo antes de usar.

Tomates Crus Recheados

tomatesricota temperadaazeitonas picadasnabo raladonata hortelãsalsaflocos de trigo ou aveiapolpa dos tomatescebolacreme de amendoimabacatelimãoalho

Cortar uma tampinha ou recortar em forma de cestinho e tirar a polpa dos tomates.Recheá-los com ricota temperada ou maionese (ver receita) e azeitonas picadas; ou

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nabo ralado. temperado com nata, hortelã e salsa picadas; ou flocos de trigo ouaveia misturados com a polpa dos tomates, cebola e salsinha picadas e pequenaquantidade de creme de amendoim; ou abacate amassado com o garfo, temperadocom limão, salsinha, pouco alho, cebola e azeitonas picadas.

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Saladas Cozidas

Salada de Aspargos com Cogumelos

500 gramas de aspargos125 gramas de cogumelos125 gramas de cogumelos crus125 gramas de cogumelos inteiros óleo suco de limão pimentão

Tirar a pele de 500 g de aspargos tenros e refogar em azeite, sem ficarem muitobrandos. Ralar depois 250 g de aspargos crus e outros 125 g de cogumelos crus,limpos. Deixar outros 125 g de cogumelos inteiros, ficando 10 minutos em um molhode óleo e suco de limão com um pouco de pimentão. Preparar os aspargosrefogados em uma travessa e cobrir os intervalos com folhas de alface. Tirar agoraos cogumelos do molho e preparar com este molho, ao qual se junta nata. Distribuirsobre folhas de alface. Enfeitar com os cogumelos inteiros e salsa picada muito fina.

Salada de Beterraba

2 ou 3 beterrabasóleosuco de limãosal a gosto

Cozinhar as beterrabas, descascar e cortar em rodelas. Misturar depois com óleo,suco de limão e sal a gosto, deixando repousar durante algum tempo. A gosto,juntar cebola picadinha, cominho e rodelas finas de rabanete. Em vez de óleopode-se empregar nata.

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Salada de Beterrabas e Batatas

2 xícaras de cubinhos de batatascozidas frias1 xícara de beterraba cozida2 ovos duros picados2 colheres de cebola picadasalsa picada

Misturar os ingredientes e ajuntar-lhes molho francês ou maionese. Servir em folhade alface.

Salada de Couve-Flor

1 couve-florsalsuco de limão1 colher de óleo cebola pimentão vermelho

Conforme o tamanho dividir 1 couve-flor em grumos pequenos, lavar e cozinhar emágua temperada com sal, sem chegar a ficar branda. Escorrer e introduzirrapidamente em um molho de suco de limão, 1 colher de óleo, cebola e pimentãovermelho picados, e sal. Pode-se também temperar com maionese.

Salada de Couve-Flor e Tomate

1 couve-flor média4 tomatesmolho francês (ver receita)folhas de alface

Separar os grumos da couve-flor e cozinhar em pouca água e sal, sem amolecerdemais. Escorrer depois de frios, arrumar em travessa já forrada de alface cortada,e, em volta, pôr rodelas de tomate. Salpicar com molho frances.

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Salada de Grão-de-Bico

2 xícaras de grão-de-bico cozido2 ovos cozidospalmitotomateazeitonasfolhas de alfacecebolatemperos verdesóleosallimão

juntar ao grão-de-bico já frio, a cebola, temperos verdes, azeitonas, tudo picado, etemperar com óleo, limão e mais sal se for preciso. Servir em prato forrado comfolhas de alface e enfeitado com rodelas de palmito, ovos cozidos e fatias detomate. Salpicar salsa picada.

Salada de Legumes

1/2 quilo de batatas cozidas e picadas em rodelas1 xícara de vagens cozidas picadas2 cenouras cozidas e cortadas em rodelas1 alho porro, cortado fininho1 cebola pequena ralada1 pimentão cortado em tirinhas finas2 colheres de sopa de azeite1 colher de sopa de suco de limãosalsa batidinhatempero

Misturar bem todos os legumes, temperá-los com azeite, limão, sal e salsa. Colocarnuma travessa e cobrir com o seguinte creme azedo: 1 lata de creme de leite, 2colheres de sopa de suco de limão, 1 colher de chá de sal. Misturar bem todos osingredientes. Decorar a salada com rodelas de pimentão e cebola. Servir bemgelada.

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Salada de Porros

porrosbatatasóleolimão

Cozinhar em água e sal porros e batatas. Temperar quentes ou frios, com óleo elimão.

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Salada de Porros com Creme de Leite

talos grossos de porrosazeitesuco de limão1 copo de creme de leite3 a 4 colheres do azeite do refogado

Limpar e lavar talos grossos de porros e refogar em um pouco de azeite e igualquantidade de água. Cortar depois os talos em rodelas finas e deixar de molhodurante 15 minutos em abundante suco de limão. Preparar em seguida os porroscom 1 copo de creme de leite ou 3 a 4 colheres do azeite do refogado.

Salada Mista

6 cenouras novinhastalos de salsão2 beterrabas2 colheres de sopa de salsa, cebolinha,agrião picadossuco de limãoóleosal a gosto

Depois de limpas e picadas refogar as verduras com a cebola. Deixar esfriar etemperar com 2 colheres de sopa de salsa, cebolinha, agrião picados, suco delimão, óleo e sal a gosto. Quem gosta poderá acrescentar pimentão vermelho ecebola crua picada. Servir com Trouxinhas de Batatas.

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Salada Russa

250 gramas de vagens4 tomates1 couve-flor pequena1 pé de alface1 lata de aspargos ou palmito3 cenouras

Cozinhar as vagens, cenouras e couve-flor em água e sal. Cortar as vagens ecenouras em quadradinhos. Separar os galhinhos da couve-flor. Lavar e cortar ostomates em fatias. Lavar e cortar a alface bem fina. Escorrer o aspargo ou palmito.Forrar uma travessa grande com alface e, por cima, colocar as outras verdurasseparadamente, já temperadas com molho francês (ver receita).

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Salada Substanciosa

3 batatas médias250 gramas de vagem ou ervilha em grão2 beterrabas3 ovos cozidos1 pé de alfacegalhinhos de agriãomaionesesuco de limãocebola

Cozinhar as batatas com casca, descascá-las e picá-las bem fininhas; juntar osovos amassados, a cebola picadinha, o suco de limão, sal e umas colheradas demaionese (ver receita). Misturar bem. Reservar, pondo na geladeira por mais oumenos 1 hora. Picar a vagem e cozinhar com pouca água e sal. Depois de fria,temperar com molho francês. Reservar. Cozinhar as beterrabas com a casca, masnão deixar amolecer demais. Descascar e cortar em fatias. Temperar com bastantecebola picada, salsa picadinha, limão, óleo e sal. Reservar. Forrar um prato grandecom folhas de alface picadinhas, sem tempero. No centro colocar a salada debatatas, depois a vagem em volta, e ainda em volta desta, as fatias de beterraba.Por último, alguns galhinhos de agrião ou folhinhas de alface. Enfeitar comazeitonas pretas e rodelas de cebola.

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Salada Síria de Berinjelas

2 berinjelas grandes, inteiraslimãosal2 colheres de sopa de óleo de olivaalho socado

Lavar bem as berinjelas, sem tirar o cabinho. Assá-las inteiras, em um espeto,sobre o fogo. (Enfiar o espeto do lado do cabinho e ir virando para assar por igual.)Quando a casca estiver bem pretinha, deixar esfriar, depois descascar e amassarou cortar a parte de dentro em tiras finas. Temperar com limão batido com o óleo deoliva e o alho e o sal.

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V. Molhos e MaionesesMolhos

Molho Branco

Proporções Para Molho Branco (rende 1 xícara de molho):

Molho ralo: 1 colher de sopa de farinha de trigo, 1 colher de sopa de óleo, 1 xícarade leite. (Para sopa, creme e molhos ralos).

Molho médio: 2 colheres de sopa de farinha de trigo, 2 colheres de sopa de óleo, 1xícara de leite. (Para legumes e molhos médios).Molho grosso: 3 colheres de sopa de farinha de trigo, 3 colheres de sopa de óleo, 1xícara de leite. (Para molhos grossos).

Misturar a farinha e o óleo e bater no leite fervendo. Cozinhar até engrossar emexer sempre. Temperar com sal e qualquer outro tempero se desejar.

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Molho de Cominho (Para Ervas Suculentas)

2 a 3 colheres de óleo2 colheres de sopa de farinha de trigo1 cebola finamente picada1/2 litro de caldo1/2 colherinha de grãos de cominho sal

A cebola e a farinha refogam-se no óleo, adicionando o caldo e os grãos decominho, cozendo durante 20 minutos. Passar o molho por uma peneira e temperarcom sal. Aquecer de novo.

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Molho Cru

2 xícaras de tomates em cubinhos1/2 xícara de pepino em cubinhos1/4 de xícara de salsa picadinha1 colher de sopa de azeite de oliva1/4 de xícara de pimentão em cubinhos2 colheres de sopa de cebola ralada1 colher de sopa de suco de limãosal a gosto

Misturar todos os ingredientes e conservar refrigerado até a hora de usar. Nãoguardar de um dia para outro. E delicioso em croquetes de lentilha.

Molho de Cogumelos

2 colheres de sopa de óleo2 colheres de sopa de farinha de trigo1/2 colher de chá de sal

Misturar tudo e levar ao fogo brando. Despejar, aos poucos, 1 xícara de leite frio emexer sem parar até engrossar. Retirar do fogo. A parte, dourar 2 colheres de sopade cebola ralada. Acrescentar 1 vidro pequeno de cogumelos picados (sem água).Deixar refogar um pouco e juntar ao molho branco. Pode-se acrescentar parte outoda a água dos cogumelos.

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Molho de Creme de Amendoim

4 colheres de sopa de creme de amendoim2 xícaras de soro de leite ou águasuco de 1 limãosal a gosto

Bater 4 colheres de sopa de creme de amendoim, com 2 xícaras de soro de leite ouágua, adicionar suco de 1 limão e sal a gosto.

376

Molho de Macarronada com Lentilhas

2 xícaras de lentilhas cozidas1 garrafa ou mais de suco de tomateoréganoPimentãoóleo de oliva

Misturar às lentílhas cozidas a garrafa de suco de tomate, fazendo um molho comoos demais, para macarronada, mas só que este ao invés de ter a carne, terá alentilha em substituição. Temperar com orégano e pimentão picadinho que dará umsabor especial. Não colocar óleo e, quando for servir, colocar no prato de cadapessoa um pouco de óleo de oliva.

Molho de Nata - I

1 copo de nata azeda1 colher de sopa de suco de limão1 colher de sopa de óleo1/2 cebolatodos os temperos verdes que tiverorégano

Mexer bem a nata com um garfo, juntando em seguida, aos pingos, o suco de limãoe o óleo. Misturar bem e juntar os temperos.

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Molho de Nata - II

1 colher de sopa de farinha de trigoleitesalnoz-moscadacreme de leite

Dourar ligeiramente 1 colher de farinha de trigo e ajuntar, pouco a pouco, leite.Mexer até que comece a ferver. Acrescentar sal e um pouquinho de noz-moscada.Deixar ferver durante 10 minutos e ajuntar então creme de leite. Dar uma fervuraantes de servir.

377

Molho de Nata -- III

1/2 xícara de nata azedafarinha de trigocaldo de batatas ou de outra verdura

Cozinhar 1/2 xícara de nata azeda (coalhada), mexendo-a continuamente até seseparar a gordura da albumina e esta tomar uma cor marrom-clara. Deitar suficientefarinha para absorver a gordura. Acrescentar caldo de batatas ou de outra verdura eterminar como na receita anterior.

Molho Francês

1/2 xícara de óleo1/2 ovo cozido1/4 de colher de chá de açúcar1 1/2 colheres de chá de cebola picada1/2 lata de purê de tomate1/4 de colher de chá de sal1 1/2 colheres de chá de suco de limão

Colocar todos os ingredientes no liquidificador e bater até ficar cremoso. (Estemolho conserva-se bem na geladeira, tampado).

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Molho Holandês

1 xícara de nata ou leite1 colherzinha de farinha1 colher de óleo2 gemas de ovo2 colheres de suco de limãosal a gosto

Levar o óleo ao fogo com a farinha e mexer bem. Deitar um pouco de nata ou leite,continuar a mexer até tomar consistência uniforme. Pôr o resto da nata ou leite paraferver; bater as gemas com suco de limão. Acrescentar um pouco de molho quente,e mexer sempre. Quando tudo estiver bem misturado, continuar a mexer sobre ofogo até ficar espesso, mas sem deixar ferver. Pôr sal a gosto e, caso queira ummolho mais saboroso, acrescentar mais óleo, batendo o molho enquanto seacrescenta.

378

Molho de Tomate

1 xícara de polpa de tomate2 colheres (rasas) de farinha levemente tostada1/2 colherzinha de cebola1 colher de azeite temperos verdes sal a gosto

Pôr o azeite, a cebola e os temperos verdes numa caçarola ao fogo, e deixarcozinhar durante alguns minutos. juntar-lhe a farinha tostada, o tomate, e mexerbem, até ficar de consistência uniforme. Fazer ferver, juntar-lhe sal a gosto e coarem uma peneira antes de servir.

Molho Reforçado de Macarrão

cebola média picadadentes de alho picadostomates maduros picadosfolha de lourocolher de sopa bem cheia de cheiro-verde picadinhocolheres de sopa de óleosal a gosto1/2 lata de Carne Vegetal1 colher de sopa de extrato de tomate

Refogar a cebola e o alho picados, e quando estiverem dourados, acrescentar os

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tomates --- O óleo, o louro, o extrato de tomate e o sal. Deixar cozinhar um pouco e,à parte amassar a 1/2 lata de carne vegetal com um garfo. Jogar dentro do molho edeixar cozinhar. Acrescentar água quente e ferver durante uns 5 minutos, Tirar dofogo e bater tudo no liquidificador, tornando a pôr na panela para apurar. Quandoestiver bem cremoso, acrescentar o cheiro verde e deixar ferver mais 3 minutos,mexendo sempre para não grudar. Tirar do fogo e despejar sobre o macarrão,salpicando-o com queijo parmesão ralado.

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Molho Tarto

1 1/4 de xícara de maionese cozida3 colheres de sopa de pimentão verde picadinho1/3 de xícara de pepino em conserva1/4 de colher de chá de páprica doce1 ovo cozido picado3 colheres de sopa de molho de tomate2 colheres de sopa de azeitona verde picada

Misturar bem todos os ingredientes, tendo o pepino bem es corrido e servir comsalada d legumes, em croquetes ou com desejar.

 

Maioneses

Maionese

1 ovo médio1 batata média1 cenoura1 colher de sopa de suco de limão1/2 cebola pequena1/2 dente de alhosal a gosto e se desejar pimentão e temperos verdesóleo o necessário para deixar a maionese cremosa e firme

Bater todos os ingredientes no liquidificador e a seguir ir ajuntando o óleo até oponto desejado

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Maionese Cozida

1/4 de xícara de farinha de trigo2 colheres de sopa de óleo vegetal314 de xícara de água2 ovos crus1/4 de colher de chá de páprica1 1/2 colheres de chá de sal1 1/2 xícaras de óleo3 colheres de sopa de suco de limão

Numa panela pequena, misturar a farinha e a primeira quantidade de óleo.Esquentar bem e adicionar a água vagarosamente. Mexer até que esteja bemgrosso e liso. Colocar os ovos, a páprica, o sal e a mistura cozida no liquidificador ebater bem. Juntar o óleo, vagarosamente no começo e bater sempre. Quando ametade estiver adicionada, acrescentar o suco de limão e então continuar juntando,devagar, o óleo restante.

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Maionese com Gema Cozida

2 gemas de ovo cozidasóleosalsuco de limãoum pouquinho de açúcar2 ou 3 colheres de sopa de temperosverdes, muito picados

Desfazer as gemas e bater com o óleo, acrescentando gota a gota a princípio paranão fazer grumos. Misturar depois com os temperos verdes.

Maionese Pobre

2 colheres de sopa de óleo1 colher de sopa de farinha de trigo1 cebola1 dente de alho2 xícaras de água1 colher de chá de sal1 colher de sopa de suco de limão2 colheres de sopa de creme de leitesalsa e cebolinha verde picadas

Em uma panela torrar um pouco a farinha, acrescentar o óleo, a cebola e o alho.Misturar a água, mexendo sempre. Cozinhar em fogo lento durante 5 minutos. Tirar

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do fogo e deixar esfriar um pouco e então acrescentar o suco de limão, e por fim, ocreme de leite e os temperos verdes.

Maionese Sem Ovo

1 copo deleite1 colher de sopa de maizena1 cenoura média cozida1 a 2 colheres de sopa de suco de limão1/2 cebola1 colher de café de sal1 colher de sopa e óleo

Cozinhar o leite com a maizena e o sal, até engrossar. Depois de morno, bater estecreme no liquidificador com o óleo, limão, cebola, sal e a cenoura. Juntar ervas agosto. Pode-se acrescentar a esta receita, 1/2 xícara de queijo Minas amassado, 1colher de azeitonas pretas bem picadas, 1 colher de sopa de tomate e 1 colher desalsinha picadinha.

381

Maionese

1 copo de leite de sojaóleo de milhosal a gostosuco de limãoum pouquinho de óleo de olivaalho

Pôr o leite no liquidificador junto com o alho e o sal. Enquanto bate, derramar o óleoaos poucos até engrossar (consistência de um mingau mais ou menos ralo). Retirardo liquidificador e pingar 2 colheres de suco de limão, mexendo bem. Acrescentar,de acordo com o gosto, salsinha bem moída, azeitona bem picada, tomate bempicado, cebola bem picada.

Maionese - Tomate

1/2 xícara de suco de tomate1/2 xícara de maionese espessa1 pitada de sal

Misturar bem. A maionese de tomate é deliciosa com qualquer salada de legumes,e especialmente com a de repolho ralado.

 

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VI. Sopas e Massas Para Sopas

Sopas

Caldo de Verduras

talos de agridosalsinhasalsãoraízes e talos de rúculafolhas de beterraba e de cenouratomatesverduras picadas de toda espéciecebola1 dente de alhocebolinhaalgumas folhas de louro

Usar talos de agrião, de salsinha, de salsão (bastante), raízes e talos de rúcula,folhas de beterraba e de cenoura, tomates, verduras picadas de toda espécie,bastante cebola, 1 dente de alho, cebolinha e algumas folhas de louro. Cobrir comágua e deixar ferver em fogo brando, bem tampado. Coar e usar somente o caldo.Usar como base para sopas e para cozinhar verduras.

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Sopa de Abóbora

1 pedaço de abóbora madura3 colheres de sopa de óleo3 colheres de sopa de farinha de trigo1 cebola média1 dente de alho1/2 litro de água1 tomate1 colher de verduras variadassal a gosto

Dourar a cebola, o alho e a farinha. Acrescentar a água e deixar ferver. juntar, sehouver, um pouco de caldo de verduras. Acrescentar a abóbora picada, o tomatesem casca e a verdura picada. Cozinhar até desmanchar. Passar tudo peloliquidificador e temperar com sal.

A Cura e a Saúde Pelos Alimentos -- Capítulo 19a

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Sopa de Batatas com Agrião

1 quilo de batatas1 cebola ou alhosal a gosto2 litros de água ou caldo de verduras3 colheres de sopa de azeite1 prato fundo de folhas de agrião picadas

Descascar as batatas, cortar em pedaços pequenos e cozer no caldo com a cebolae o azeite, batendo depois no liquidificador muito bem. Deixar o agrião dez minutosna sopa. Antes de condimentar com o sal, provar a sopa, à qual também se podejuntar uma xícara de nata ou iogurte.

Sopa de Batatas com Creme de Leite

1/2 quilo de batatas1 dente de alho2 tomates1 xícara de creme de leitesal

Descascar as batatas, picar, cobrir com água e cozinhar com o sal e o dente dealho até amolecer bem. Bater no liquidificador junto com os tomates sem casca.Levar novamente ao fogo e ao começar ferver, juntar lentamente o creme de leite.Depois de rápida fervura, a sopa estará pronta para ser servida.

383

Sopa de Caldo Verde

1/2 pilo de batata inglesa1 maço de couve ou espinafretemperos e azeite a gosto2 1/2 litros de água

Colocar numa panela água, temperos e as batatas em cubos para cozinhar.Separadamente, picar a couve bem miudinha. Quando as batatas estiveremcozidas, passar tudo no liquidificador. Juntar a couve picada e deixar cozinhar atéamaciar. Acrescentar o azeite.

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Sopa de Cebola

2 colheres de sopa de óleo2 cebolas grandes1 colher de sopa de farinha de trigo1/4 de litro de água ou caldo de verdurassalpão torradoqueijo ralado1 dente de alho

Dourar as cebolas cortadas em rodelas e o alho, acrescentando então a farinha, oóleo, a seguir a água ou caldo de verduras, deixando ferver até que as cebolasestejam cozidas e a sopa fique cremosa. Juntar o pão torrado e o queijo ralado.

Sopa de Cogumelos

2 xícaras de cogumelos3 copas de caldo de verdura1 copo de leite ou creme1 colherzinha, de casca de limão ralada1 dente de alho amassado2 colheres de sopa de salsa picada2 colheres de sopa de maizenasal a gosto

Ferver o caldo, juntar os cogumelos e deixar ferver por alguns minutos. Bater noliquidificador. Voltar a ferver, Juntando o leite e a maizena dissolvida em leite frio, oalho, a casca de limão e o sal. Ao servir, juntar a salsa.

384

Sopa de Couve-Flor

1 couve-flor1 1/4 litros de água3 colheres de sopa de óleo3 colheres de sopa de farinha de trigo1 gema2 colheres de sopa de nata e umde noz-moscada

Dividir a couve-flor em pequenas porções e cozer. Dourar a farinha e diluir com aágua da couve-flor. Juntar depois um pouco de noz-moscada e engrossar com agema de ovo batida com a nata. Acrescentar finalmente a couve-flor.

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Sopa Dourada

2 xícaras de cenouras picadas1 cebola pequena picada2 xícaras de rodelas finas de batatas2 talos de aipo (se houver)1 raminho de salsa1 colher de sopa de óleo2 bolachas água e sal1 xícara de leite ou natasal a gosto

Pôr as cenouras, a cebola, a salsa e o óleo em uma panela, ajuntar 1/2 xícara deágua e cozinhar tapado até secar, mexendo a miúdo, para evitar que queime.Ajuntar água, depois o aipo, as batatas, o sal, fervendo a fogo vivo até que asverduras estejam bem cozidas e desfeitas. Tirar a salsa e acrescentar as migalhasdas bolachas, dando outra vez uma fervura. Acrescentar leite quente e bater noliquidificador.

Sopa de Ervas de Cheiro

1 1/2 litros de caldo de verduras ou água3 colheres de sopa de óleo4 colheres de sopa de farinha de trigoleitesêmola ou flocos de avezasaltemperos verdes

Tostar ligeiramente a farinha. Acrescentar o líquido e o óleo, e deixar cozer juntos;provar e juntar, querendo, um pouco de leite. Quando se serve é que se polvilhamna sopa os temperos verdes cortados numa mesa úmida.

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A Cura e a Saúde Pelos Alimentos -- Capítulo 19a

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Sopa de Feijão Branco

300 gramas de feijão branco caldo de verdura1 litro de leite1/2 salsão de bola1 talo de salsãosal1 colher de sopa de óleo de oliva

Pôr de molho 300 g de feijão branco na véspera. Cozinhar em caldo de verdura (verreceita), e passar na peneira. Juntar 1 litro de leite, 1/2 salsão de bola ralado ou 1talo de salsão picadinho e deixar ferver por 10 minutos em fogo brando. Temperarcom pouco sal e 1 colher de sopa de óleo de oliva.

Sopa de Fubá

algumas batatascebolaóleo1 dente de alho amassadosalfubá

Cortar algumas batatas e cozinhá-las em água, em uma panela que sirva para fazera sopa; uma vez cozidas as batatas, acrescentar cebola refogada, óleo, 1 dente dealho amassado e sal; pôr depois, pouco a pouco, o fubá, revolvendo-o. Deixar ferverdurante algum tempo e tirar do fogo. Convém que a sopa repouse uns dez minutosantes de ser servida.

Sopa de Milho Verde e Cambuquira

2 espigas de milho verde raladas1 maço de brotos de abóbora(cambuquira)1 dente de alho1 cebola2 tomates3 colheres de sopa de óleo1 litro de águasalsa picadasal a gosto

Dourar o alho e a cebola. Acrescentar os tomates, a água, o milho ralado, os brotosde abóbora picados, o óleo e o sal. Mexer constantemente para não fazer grumos.Ferver até que os brotos se desmanchem. Acrescentar salsa picada antes de servir.

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Sopa de Lentilhas

1 xícara de lentilhas2 cenouras picadas1 nabo picado2 xícaras de cebola picada4 colheres de sopa de farinha de trigo3 colheres de óleoáguasal a gosto

Lavar as lentilhas e pô-las a cozinhar em água fervente. Acrescentar as cenouras eos nabos, cozinhando tudo até ficar brando, e passar pelo liquidificador. Dourar ascebolas até tomarem côr marrom. Acrescentar a farinha, revolvendo-aconstantemente. Verter sobre isso um pouco de sopa e deixar ferver. Acrescentar, àsopa e deixá-la cozinhar lentamente durante alguns minutos. Temperos a gosto.

Sopas e Massas Para Sopas

Sopa de Pão

4 ou 5 fatias de pão integral1 litro de água3 colheres de sopa de óleosal a gosto3 ou 4 colheres de sopa de ervas de cheiro finamente picadas1 colher de sopa de aiporábano ou cominho cru ralados

O pão integral cortado, torrado e moído é cozido em água. Depois adicionar o óleoe sal, as ervas frescas e picadas e, a gosto, o aipo, o rábano e o cominho moído.

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Sopa de Tomate

200 gramas de tomate1 cebola média1 colher de sopa de óleo1/2 litro de água2 colheres de sopa de farinha de centeio1 dente e alhosal a gosto1 colher de sopa de iogurte1 colher de sopa de cebolinha verde.

Cozinhar o tomate com a água e passar pela peneira. Dourar a cebola, o alho e afarinha de centeio. Acrescentar o sal. Juntar todos os ingredientes e levar ao fogo.Antes de servir, juntar o iogurte e a cebolinha verde.

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Sopa de Verduras

2 a 3 cenouras2 batatinhas1 rabanete1/2 couve-flor6 vagens250 gramas de ervilhas tortas2 talos de salsão1 1/2 a 2 litros de água levementesalgadaalho raladosuco de limãocebolinha e salsinha picadas

Picar e cozinhar 2 a 3 cenouras, 2 batatinhas, 1 rabanete, 1 /2 couve-flor, 6 vagens,250 g de ervilhas tortas e 2 talos de salsão, em 1 1/2 a 2 litros de água levementesalgada, por aproximadamente 1/2 hora. Temperar com uma pitadinha de alhoralado, suco de limão, cebolinha e salsinha picadas. Se gostar, juntar um pouco demacarrão integral ou triguilho pré-cozidos ou cevada pré-cozida, ou ainda arrozintegral pré-cozido. Neste caso, deixar fora as batatinhas. Pode ser usado caldo deverduras em vez de água.

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Sopa Verde

1/4 de litro de caldo de verduras2 colheres de sopa de óleo2 colheres de sopa de semolina1 cebola1 dente de alho1 cenoura1 tomateumas folhas de salsão1 pedaço de talo de porro1 colher de sopa de azedas picadas1 colher de sopa de queijo raladomanjeronasal a gosto

Dourar a cebola, o alho e a semolina. Ajuntar a cenoura, o salsão e os talos deporro picados e mexer mais um, pouco. Acrescentar o caldo de verduras e o sal,deixando ferver bem. Antes de servir ajuntar as azedas picadas, o queijo e amanjerona.

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Massas Para Sopas

Bolinhas de Pão

2 Pãezinhos brancos amanhecidos2 colheres de sopa de óleo2 ovos2 colheres de sopa de temperos verdes1 colher de queijo ralado

Colocar o pão de molho em água morna. Juntar o pão espremido ao óleo quente emexer até que a massa se solte da panela. Tirar do fogo, juntar os ovos, o sal, ostemperos verdes e o queijo ralado. Desta massa, com colherzinha, formar bolinhasque se colocam na sopa fervendo, cozinhando de 5 a 10 minutos.

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Creme de Trigo

500 gramas de trigo em grão1 litro de água

Pôr de molho 500 g de trigo em grão por 12 a 24 horas em 1 litro de água e depoiscozinhá-lo na mesma água por 30 minutos. Passá-lo no liquidificador ainda quente,juntando mais um pouco de água quente se necessário. O creme pode sermisturado a leite ou sucos de frutas e verduras, e é usado na alimentação decrianças e doentes.

Grumos de Ervas de Cheiro

2 ovos2 colheres de sopa de farinha de trigosal a gosto2 colheres de ervas de cheiro

Bater as gemas até formar espuma, juntar as claras em neve, a farinha, o sal e aservas de cheiro muito picadas. Misturar e jogar na sopa fervendo. Deixar cozinhardurante alguns minutos e retirar, partindo em pedaços pequenos. Juntar os pedaçosde de novo à sopa.

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Omeleta de Temperos

1/8 de litro de leite2 colheres de sopa de farinha de trigo1 ovo2 colheres de sopa de temperos verdes1 colher de sopa de óleo1 colher de sopa de queijo raladosal a gosto

Bater o leite, a farinha, o sal, o queijo até formar uma massa homogênea.Finalmente misturar os temperos verdes. Da massa fazer uma omeleta na frigideira.Depois de fria, cortar em tirinhas finas e acrescentar à sopa.

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Pasta de Ervas de Cheiro

4 colheres de sopa de leite2 colheres de sopa de farinha de trigo1 ou 2 ovossal2 colheres de sopa de ervas de cheiro

Bater todos os componentes até formar uma pasta suave. Misturar as ervas decheiro, muito picadinhas e passar tudo em uma peneira de orifícios grandes.Revolver a pasta na sopa fervente, deixando cozer até chegar à superfície.

VII. Assados e Pratos de Forno

Abobrinhas Recheadas

1 lata de carne vegetal2 ovos2 colheres de sopa de cebola ralada ou picada1 dente de alho triturado1 colher de sopa de cheiro verde picado1 pitada de manjericão picadotempero vegetal1 xícara de caldo de verduras1 colher de sopa de óleo

Cortar as abobrinhas pelo meio (de comprido), retirar as sementes com uma colhere esfregar um pouco de sal em cada metade. Rechear as abobrinhas, colocar umaao lado da outra sobre um tabuleiro untado, no qual se derrama 1 xícara de caldode verduras (levemente salgado) e 1 colher de sopa de óleo. Assaraproximadamente 20 minutos no forno quente, regando de vez em quando com ocaldo.

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Alcachofras ao Forno

1 quilo de alcachofras tenras250 gramas de tomate picado4 dentes de alho picado1 colher de sopa de queijo ralado para cada alcachofracheiro verde picado1 pitada de oréganosal a gosto

Cortar as alcachofras em metades e colocá-las deitadas em forma de assar. Fazerum refogado com o tomate, alho, cheiro verde, orégano e sal, deixando-o cozinharpor um minuto, e em seguida, despejar por cima das alcachofras. Polvilhar comoqueijo. Assá-las até ficarem macias. Servir com molho de tomate.

Anel de Cenouras

2 xícaras de cenouras cozidas e cortadas em quadradinhos1 colher de cebola ralada3 ovos bem batidos1 xícara de leitesal a gosto

Misturar os ingredientes, despejar numa forma de anel, untada, e assar em fornomoderado por uns 40 minutos. Desenformar e enfeitar com rodelas de cenoura sedesejar.

Aspargos ao Forno - I

Aquecer os aspargos em banho-maria na própria lata ou vidro; arrumá-los em umpirex, regar com óleo, polvilhar com bastante queijo ralado e levar ao forno quentepor uns minutos, para tostar o queijo.

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Aspargos ao Forno - II

300 gramas de aspargos algumas colheres de leite1 ovo1 colher de sopa de farinha de trigo1 colher de sopa de óleo umas gotas de suco de limão sal1 dente de alhoumas azeitonas picadas

Descascar bem o aspargo, cortar em pedacinhos e cozinhar em pouca água atéamolecer. Fazer uma massa bem batida do leite, ovo, farinha, óleo e ajuntar o alhoesmagado, as azeitonas picadas. e o sal. Colocar o aspargo em pirex untado eajuntar essa massa, salpicando com salsa e levar ao forno.

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Assado de Aipo

200 gramas de pão preto1/4 de litro de água200 gramas de aipo2 ovos2 cebolas1 dente de alhotemperos verdes2 colheres de sopa de queijo ralado2 colheres de sopa de óleosal a gosto.

Deixar o pão de molho na água, cozinhar o aipo, descascá-lo e passar pelamáquina de moer. Ajuntar a cebola, o alho amassado, o queijo, os temperos verdes,o óleo, as gemas e, no fim, as claras batidas em neve. Colocar em forma untada esalpicada com farinha de rosca e levar ao forno. Servir com Batatinhas ao Forno.

Assado de Berinjela

3 berinjelas médias2 xícaras de cubinhos de pão integral1 xícara de leite2 ovos1 colher de sopa de óleo1/2 xícara de molho de tomate1 cebola picadaáguasal

Descascar as berinjelas e cortá-las em fatias. Cozinhá-las rapidamente em água e

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sal. Pôr numa forma untada 2 xícaras de cubinhos de pão integral e sobre elas asfatias de berinjelas escorridas. À parte, fazer um creme de: 1 xícara de leite, 2 ovos,1 colher de óleo, 1/2 xícara de molho de tomate, 1 cebola picada, e despejá-losobre as berinjelas, que deverão ficar bem cobertas. Assar em forno bem quentepor uns 30 a 40 minutos.

Assado de Castanhas e Aveia

1 xícara de castanha-do-parápassada no liquidificador2 xícaras de aveia4 avostempero a gosto

Misturar, mexendo bem, todos os ingredientes. Untar a forma. Levar ao forno paraassar.

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Assado de Chuchu

4 chuchus1 copo de leite1 colher de sopa de maizena1 gema1 colher de sopa de óleosalcoentro1 cebolabastante salsinha2 ovos

Descascar os chuchus e parti-los em fatias, e cozinhá-los em pouca água e sal.Bater no liquidificador o leite, a maizena, a gema, o óleo e os demais ingredientes.Bater as claras de 2 ovos em neve e acrescentá-las ao creme, juntamente com asgemas restantes. Arrumar os chuchus cozidos num pirex untado, despejar o cremepor cima e levar ao forno quente, até dourar por baixo e por cima.

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Assado de Lentilhas e Cogumelos

2 xícaras de lentilhas cozidas450 gramas de cogumelos secos ou2 pacotes de cogumelos frescos3 colheres de sopa de avelãs raladas3 ovos1 cebola média picada1 sal1/2 Pimentão

Deixar os cogumelos secos de molho, de véspera. Escorrer e picar a metade eguardar a água. Amassar as lentilhas para formar purê. Misturar os cogumelos comas lentilhas; acrescentar as avelãs, a cebola, o pimentão e, por último, os ovos.Misturar bem a massa. Se ficar mole, dar o ponto com aveia, deixando mais cincominutos para que esta absorva o líquido, e sobre a tábua de madeira previamentepolvilhada com farinha, dar o formato desejado. Se a massa ficar mole, acrescentarfarinha. Em forma untada levar ao forno, que deverá estar bem aquecido. De vezem quando, regar o assado com óleo. Assar durante 25 a 30 minutos. Servir commolho de tomate feito com a água dos cogumelos. Se não quiser dar o formatoindicado, fazer bolinhos.

393

Assado de Mandioca

1 quilo de mandioca descascada3 colheres de sopa de óleo1 cebola média picada2 dentes de alho picados2 tomates picadosazeitonas pretas ou verdes picadascheiro verde bem picadosaloréganopáprica doce1 copo de leite

Cozinhar as mandiocas em pouca água e sal, até que fiquem tenras e sequem .Deixar esfriar. Cortá-las em pedacinhos e acrescentar os demais ingredientes,mexendo com as mãos e apertando as mandiocas para soltar o amido. Quando oleite estiver cremoso, despejar a mistura numa forma untada com óleo e levar aoforno previa mente aquecido. Este prato combina bem com sopas e saladas, emdias frios.

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Assado de Nozes

Passar pela máquina de moer:1/2 xícara de salsão1/4 de xícara de salsa1 xícara de nozes1 cebola1/2 xícara de pimentão

Acrescentar:1 xícara de farinha de rosca2 ovos batidos2 xícaras de leite3 colheres de sopa de óleo1 colher de chá de sal

Misturar bem e levar a assar em forma untada.

394

Assado de Palmito

3 ovos3 xícaras de farinha de trigo5 tomates1 xícara de óleo1 lata de palmito20 azeitonas verdes1 pires de queijo raladotemperos verdes1 dente de alho2 cebolas raladasfarinha de rosca1/2 xícara de germens de trigo sal a gosto

Juntar as gemas, a farinha, os tomates sem pele picados, o óleo, o palmito, asazeitonas picadas, o queijo ralado, os temperos verdes, o alho, a cebola ralada, osgermens de trigo e o sal. Depois de bem misturados, acrescentar as claras emneve, envolvendo a massa. Despejar em forma untada e polvilhada com farinha derosca. Polvilhar farinha de rosca por cima e enfeitar com azeitonas pretas. Assar atédourar.

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Assado Real

314 de xícara de arroz cozido1/2 xícara de pão ralado1 xícara de nozes picadas1 xícara de molho de tomate1 ovo2 colheres de sopa de óleo1 cebola picada2 colheres de sopa de salsa picada e,sal a gosto1 colherzinha de alho picado2 xícaras de purê de batatas

Dourar a cebola e o alho. Misturar todos os ingredientes, menos as batatas. Formarum pão, colocar numa forma azeitada, tapar e levar ao forno por 20 minutos. Entãotirar do forno, cobrir com as batatas e salpicar com queijo ralado. Tornar a pôr noforno por 15 minutos. Pode-se servir com molho de tomates.

Assado de Ricota -- I

250 gramas de ricota3 colheres de sopa de creme de leite2 ovos100 gramas de flocos de milho ou pão integral torrado e ralado cominho sálvia2 cebolassal a gosto

Bater bem a ricota, o creme de leite, os ovos e o pão ralado. Ajuntar o cominho, asálvia, a cebola ralada e o sal. Colocar a mistura em forma untada e polvilhada comfarinha de rosca; passar levemente por cima creme de leite e levar ao forno.

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Assado de Ricota - II

1/4 de xícara de cebola picadinha,1/2 xícara de aipo picadinho2 colheres de sopa de óleo1 xícara de de castanha-do-pará ralada2 colheres de sopa de cebolinha verde2 colheres de sopa de salsa picadinha3 ovos1/2 xícara de farinha de rosca1 1/2 xícaras de ricotasal a gosto

Misturar todos os ingredientes. Colocar em forma untada e levar a forno brando.Servir com molho de tomate.

Assado de Ricota e Nozes

2 xícaras de ricota2 xícaras de pão integral torrado e esmigalhado112 xícara de nozes picadas2 colheres de sopa de cebola ralada1 colher de sopa de óleo salsa picada tempero vegetal sal a gosto

Misturar todos os ingredientes. Colocar em forma untada é levar ao foi no até ficardourado. Servir com molho de tomate.

Assado de Tomate

500 gramas de tomate80 gramas de farinha integral2 ovos1 cebola1 Pimentão verde picado100 gramas de azeitonas picadas3 colheres de óleosal a gosto

Bater bem a gema com o óleo, juntar a cebola ralada, o pimentão e azeitonas e afarinha integral. Misturar os tomates sem pele com o sal e juntar à massa. Porúltimo bater as claras em neve e misturar bem lentamente. Assar em pirex untado,cuidando para não queimar.

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Berinjelas ao Molho Branco

2 ou 3 berinjelasóleoqueijo raladotomatemussarela

Descascar 2 ou 3 berinjelas, cortar em tiras grossas e deixar de molho em água desal e umas gotas de limão. Escorrer. Em forma untada, arrumar uma camada detiras de berinjela, salpicadas com óleo e queijo ralado; sobre esta camada colocaralgumas fatias de tomate e mussarela, cobertas de molho branco e polvilhadas comqueijo ralado. E assim, sucessivamente, até terminar as tiras de berinjela. Levar aoforno quente para dourar.

Berinjelas com Mussarela

2 berinjelas2 colheres de sopa de óleotemperos verdes1 dente dê alho1 cebolaum pouco de molho de tomateoréganosal a gosto

Descascar e picar as berinjelas e refogar no óleo, com a cebola, o alho e o sal.Deixar cozinhar até amolecer. Juntar o molho de tomate e os temperos verdes.Colocar a mistura em forma untada e cobrir com queijo mussarela. Polvilhar comorégano e levar ao forno para derreter o queijo. Servir quente.

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Berinjelas Recheadas - I

berinjelaspurê de batatasovocebolacheiro verde a gostoqueijo Minas

Lavar as berinjelas, cortar as pontas e partir ao meio (de comprido). . Remover assementes e centros, esfregar com uma pitada de sal e rechear com uma massa depurê de batatas, 1 ovo, cebola e cheiro verde a gosto, e cobrir com tiras de queijode Minas. Assar em tabuleiro untado.

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Berinjelas Recheadas - II

5 berinjelas1 xícara de cogumelos ou palmito1/2 xícara de Pão ralado4 colheres de sopa de manteiga2 cebolas2 colheres de salsa2 ovos inteirossal a gosto2 dentes de alho

Cortar as berinjelas e com uma colherinha tirar um pouco da polpa; picar esta bem,ajuntar a salsa e os cogumelos ou palmito postos de molho em água quente pormeia hora, escorridos e picados, o pão ralado, a manteiga, a cebola, o sal e o alhopicado. Aquecer esta mistura, e ajuntar as gemas. Rechear as berinjelas, e levar aoforno por 3/4 de hora.

Berinjelas Recheadas - III

algumas berinjelascarne vegetal ou glúten moídocebola picadinhasalalhotomatepalmitoervilhaazeitonaovos cozidos picadostemperos verdes

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Partir ao meio algumas berinjelas e cozinhar em água e sal. Escorrer, tirar assementes e um pouco do centro das berinjelas, aproveitando essa parte para orecheio, que se faz da seguinte maneira: Refogar em uma panela um pouco decarne vegetal ou glúten moído com cebola picadinha, sal, alho e tomate. Juntarpedacinhos de palmito, ervilha, azeitona, ovos cozidos picados, temperos verdes.Misturar tudo com a parte retirada do centro das berinjelas e rechear as metadesdas, mesmas, arrumando-as em um pirex. Cobrir com molho de tomate, polvilharqueijo ralado e levar ao forno por alguns minutos.

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Berinjelas Recheadas - IV

2 berinjelas com casca3/4 de xícara de carne vegetal1 cebola média picada3 colheres de sopa de óleo1 dente de alho amassado1/4 de xícara de azeitonas pretas picadas1/4 de xícara de queijo2 tomates picadosuma pitada de oréganosalsa picadasal a gosto

Lavar bem as berinjelas e cortá-las ao meio, ao comprido. Colocá-las numa panelagrande com um pouquinho de água e sal e deixar ferver por 10 minutos. Retirá-las edeixar esfriar. Com uma colher, retirar quase todo o miolo. Refogar os temperos,inclusive as azeitonas e o orégano. Acrescentar o miolo da berinjela bem picadinho,a carne vegetal e deixar cozinhar um pouco. Colocar este recheio nas cascas deberinjela, arrumá-las num pirex, por umas rodelas de tomate em cima de cadapedaço e polvilhar com queijo ralado. Assar em forno quente por uns 15 minutos.

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Casadinhos de Berinjela

berinjelasqueijo mineiro ou mussarelafarinha de trigoovosfarinha de roscaóleoqueijo ralado

Cortar as berinjelas em rodelas e deixar de molho em água com sal, durante algumtempo. Tirar depois da água e enxugar com um guardanapo, unir as rodelas duas aduas, pondo entre elas uma fatia fina de queijo mineiro ou mussarela, passar emfarinha de trigo, em ovos batidos, depois farinha de rosca. Salpicar com óleo e levarao forno. Servir polvilhados com queijo ralado ou cobertos com molho de tomate.

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Bolo Salgado

2 copos de farinha de trigo1 1/2 copos deleite cru1/2 copo de queijo ralado1/2 capo de óleo3 ovos inteiros2 colheres de sopa de farinha de soja1 colher de chá de sal

Misturar todos os ingredientes e bater muito bem. Untar uma assadeira e polvilharcom farinha de rosca. Dividir a massa em duas partes. A primeira parte, colocar naassadeira e, sobre ela, o recheio. Colocar a segunda parte da massa. Levar aoforno para assar. Recheio: Fazer um molho com todos os temperos -- salsa, alho,óleo e tomate. Depois de bem feitinho, juntar palmito, ervilha e pedaços de queijomineiro.

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Cebolas com Queijo

cebolasóleomolho brancomigalhas de bolachasou farinha de roscaqueijo mineiro

Cozinhar algumas cebolas e cortá-las em quatro. Arrumar em forma untada, cobrircom fatias de queijo mineiro, depois com molho branco e depois polvilhar commigalhas de bolachas ou farinha de rosca. Levar ao forno e deixar dourar asmigalhas.

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Couve-flor Recheada

1 couve-flor2 ovos2 dentes de alho1 colherzinha de sal2 xícaras de miolo de pão1 cebola picada1/2 xícara de nata fresca1 colher de salsa

Ferver a couve-flor em suficiente água com sal, de modo a cozinhar semdesfazer-se. Tirar da água e deixar esfriar. Bater bem os ovos, ajuntar a nata, omiolo de pão, a cebola, a salsa, o alho e o sal. Deve formar uma massa bastantedura. Rechear com ela todas as cavidades que formam o tronco da couve-flor, atéque fique toda lisinha; cobrir com essa massa ou pão ralado, ou queijo ralado, elevar ao forno até ficar dourada. Servir em fatias com algum molho ou nata.

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Creme de Cenouras

1 quilo de cenouras1 copo de leite1 colher de sopa de farinha de trigo1 colher de sopa de óleo5 ovossal a gosto

Cozinhar em água e sal 1 quilo de cenouras e passá-las pelo espremedor. Juntar 1copo de leite, 1 colher de farinha de trigo, 1 de óleo, 5 ovos, sendo as claras emneve. Depois de tudo bem misturado, provar de sal e despejar em forma untada.Forno regular. Servir na própria forma.

Empadinhas Vegetais

1 /4 de xícara de arroz cozido1/4 de xícara de ervilhas cozidas1/4 de xícara de cenouras cozidas1 xícara de leite2 colheres de sopa de óleo2 colheres de sopa de farinha de trigosal a gosto

Preparar um molho com o leite, o óleo, a farinha e a gema. Acrescentar os vegetaiscozidos. Pôr a mistura em forminhas. Colocar estas em uma forma grande comágua, e deixar assim ;ao forno até que o conteúdo esteja bem assado.

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Espinafre ao Forno

150 gramas de espinafre80 gramas: de pão branco2 ovosum pouco de leite2 colheres de queijo ralado1 dente de alhotempero2 tomates sem pelesal a gosto

Lavar bem as folhas e pontas do espinafre e refogar no óleo e alho. Passar oespinafre pela máquina de moer ou picar bem fino. Amolecer o pão no caldo do

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espinafre, juntando 1 ou 2 colheres de leite. Amassar o pão com garfo e juntar asgemas, o queijo, os temperos, os tomates picados e o sal. Acrescentar o espinafre.Juntar as claras batidas em neve e colocar em forma untada e polvilhada comfarinha de rosca. Passar por cima 1 colher de creme de leite e levar ao forno.

Espinafre com Flocos de Aveia

1/4 de litro de espinafre6 colheres de sopa de flocos de aveia1 litro de água de cocção do espinafre1 gema de ovo2 claras

Cozer com bastante água fervente, salgada, 1/4 de litro de espinafre. Diluir 6colheres de sopa de flocos de aveia, pondo-as a cozinhar 10 minutos em 1 litro daágua de cocção do espinafre. Misturar o espinafre com a aveia, acrescentando aseguir 1 gema de ovo, e por fim 2 claras em ponto de neve. Virar tudo isto em formarefratária e levar ao forno para dourar.

Mandioca com Nata

1 quilo de mandioca1 1/2 xícaras de leitesal a gosto1 dente de alho4 colheres de sopa de nata

Descascar a mandioca, cortar em pedaços e colocar numa assadeira ao forno, compouca água, sal e alho. Uma vez cozida e evaporada a água, tirar, pôr o leite e anata, e tornar a pôr em forno moderado até que doure ligeiramente, mas semdesfazer-se.

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Mandioca com Ovos

2 ovos1/2 quilo de mandioca2 colheres de sopa de leiteSal a gosto1 cebola1 dente de alho1 colher de sopa de salsa2 colheres de sopa de azeite

Depois de cozinhar a mandioca em água com sal, pôr nutria assadeira com azeite,cebola e alho, e deixar dourar até que o alho e a cebola estejam no ponto. Baterbem os ovos com o leite e a salsa, ajuntar à mandioca, e levar ao forno por 5 ou 10minutos.

Ovos com Legumes

1/2 quilo de batatas1 abobrinha3 cebolas grandes4 tomates3 pimentõesóleo de oliva1 lata pequena de palmitoalguns ovosfarinha de roscaqueijo raladocreme de leite

Cortar 1/2 quilo de batatas e uma aboborinha em rodelas finas, assim como 3cebolas grandes, 4 tomates e 3 pimentões. Refogar tudo em óleo de oliva,tampando a panela para que cozinhem em fogo brando. Depois de cozidos, juntar oconteúdo de 1 lata pequena de palmito, também cortado em rodelas. Temperar comsal. Despejar a mistura em um pirex, quebrar por cima dos legumes alguns ovos,polvilhar com farinha de rosca misturada com queijo ralado, espalhar por cima umpouquinho de creme de leite e levar ao forno por 8 a 10 minutos. Servir no própriopirex.

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Ovos em Forminhas

1 lata de ervilhas1 colher de sopa de óleo1 colher de salsa picada2 tomates maduros cortados em quadradinhos1 dente de alho socadosal a gosto

Abrir e escorrer a lata de ervilhas. Adicionar os demais ingredientes, misturandotudo muito bem. Distribuir em forminhas untadas. Uns 20 minutos antes de servir,quebrar 1 ovo em cada forminha. Salpicar sal e levar ao forno brando, cuidandopara que as gemas não endureçam muito. Pode servir nas próprias forminhas.

Peixe Vegetariano

4 ovos2 colheres de sopa de nata1/2 xícara de leite1 colher de sopa de salsa1/2 xícara de batatas amassadas1/2 xícara de pão branco posto de molho em leite1 cebola1 dente de alhosal a gosto

Misturar as gemas e o sal com o pão, e juntar o alho e a cebola picados. Machucaras batatas cozidas, e juntar. Bater com força a massa antes de ajuntar os outrosingredientes e as claras batidas, e levar ao forno por uma hora, em uma formaazeitada.

Pimentão Recheado

arroz cozido (ou triguilho cozido)algumas castanhas picadastomatescebolaalhocheiro verde picado1 ovotempero vegetalpimentões2 xícaras de molho de tomate

Preparar uma massa firme de arroz cozido (ou triguilho cozido), algumas castanhaspicadas, tomates, cebola, alho e cheiro verde picado, 1 ovo e tempero vegetal.

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Cortar a parte superior dos pimentões, lavá-los muito bem e esfregá-los com umapitada de sal. Rechear os pimentões, enchendo-os bem, e colocá-los em formarefratária com 2 xícaras de molho de tomate. Assar em forno quente por 20 a 30minutos e servir na própria forma.

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Pimentão com Recheio Cremoso

7 pimentões de ponta arredondadaRecheio:1/2 lata de creme de leite1 xícara de queijo ralado1 gema5 azeitonas pretas picadinhas1 pitada de salmolho de tomate1 cebola6 tomates sal orégano

Retirar as tampas dos pimentões na parte do cabo e reservá-las Retirar toda asemente. Lavá-los e secar bem. Recheio: Misturar os ingredientes do recheio.Rechear os pimentões, deixando 1/4 do pimentão vazio. Colocar os pimentões empé um ao lado do outro, bem juntos em uma forma funda. Tampar os pimentõescom a parte retirada. Molho: Bater no liquidificador os tomates e os temperos.Despejar com cuidado na forma em que estão os pimentões, sem deixar penetrarno recheio. Levar ao forno médio por 20 minutos.

Porros com Molho

250 gramas de porros1 colher de sopa de óleo1 colher de sopa de farinha de trigo2 colheres de sopa de iogurte2 colheres de sopa de queijo raladoum pouco de noz-moscada

Limpar e lavar os porros, cortá-los um pouco grosso e cozinhá-los em pouca água,sem deixar amolecer muito. Tirá-los e colocá-los em um pirex. Engrossar a águacom a farinha e temperar com o óleo, iogurte, noz-moscada e sal a gosto. Derramaresta mistura sobre os porros, polvilhar com queijo e levar ao forno quente poralguns minutos. Servir com batatas ao forno.

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Pudim de Cenouras

1 1/2 quilos de cenouras3 ovos2 colheres de sopa de farinha de trigointegralsal ou tempero vegetal1/2 xícara deleite de coco1 cebola média ralada1 colherzinha de orégano

Raspar as cenouras e cozinhá-las inteiras em bem pouca água e pouco sal, nãodeixando que fiquem cozidas demais. Ralar as cenouras, misturar os ovos batidos,o leite de coco, a farinha e os temperos. Despejar a massa em forma untada epolvilhada com farinha de rosca. Assar em fogo quente por 30 a 40 minutos. Servircom molho branco, acompanhado de hamburgers de carne vegetal ou croquetes.

Retângulos de Berinjela

2 berinjelas em fatias4 xícaras de farinha de trigo integral2 xícaras de leite2 ovossal

Cozinhar 2 berinjelas em fatias em água e sal por alguns minutos. Preparar umamassa semi-líquida de 4 xícaras de farinha de trigo integral, 2 xícaras de leite, 2ovos, pouco sal. Untar uma assadeira e nela despejar a metade da massa. Cobrircom as fatias de berinjela bem escorridas e sobre estas a outra metade da massa.Assar em forno quente por uns 30 minutos. Cortar em retângulos, servir quenteacompanhado de alguma verdura refogada ou compota de maçãs.

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Tomates Recheados

12 tomates maduros5 ovos duros1 xícara de migalhas de pãoum pouco de salsaóleo

Lavar e enxugar os tomates. Cortar-lhes a parte superior. Esvaziá-los com umacolherinha, deixando a polpa inteira; salgar o interior dos tomates, comprimindo-ospara que soltem o suco. Pôr o pão de molho em leite. Tirar as sementes da polpacentral, e misturar com as migalhas de pão, juntamente com um pouco de salsa.Picar a mistura. Passar os ovos descascados por uma peneira, ajuntando àsmigalhas e misturando bem. Pôr o óleo afogo suave, deitando-lhe dentro a mistura,que deve ser mexida por uns 5, minutos. Tirar do fogo e deixar esfriar. Encher comela os tomates, pô-los em uma travessa refratária untada. Levar a forno brando por1/2 hora, cuidando para que os tomates não fiquem escuros em cima.

Tomates Tostados

1 quilo de tomatescebolas picadassalsacebolinha verdeóleosal

Descascar os tomates e cortar em dois. Tirar as sementes e temperar com sal.Colocar em assadeira untada e rechear com muita cebola picada, salsa e cebolinha.Espargir óleo e assar por uns 10 minutos.

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Torta de Agrião

2 xícaras de agrião (posto previamente de molho em água com sal)2 fatias de pão posto de molho em leite2 ovos1 pitada de noz-moscada2 colheres de sopa de óleo1/2 xícara de molho branco2 colherinhas de salsa2 colheres de sopa de queijo ralado

Picar bem o agrião, ajuntar o pão posto de molho, e as gemas batidas. Juntar osdemais ingredientes e as claras batidas em ponto de neve. Pôr tudo numa formauntada e levar ao forno por meia hora.

Torta de Milho Verde e Cenoura

1 1/2 xícaras de milho ralado2 colheres de sopa de óleosal a gosto2 colheres de sopa de farinha de trigo1 dente de alho1 1/2 xícaras de cenouras moídas1 colher de sopa de açúcar mascavocanela a gosto1 xícara de leite2 ovos2 colheres de sopa de queijo ralado

Misturar o milho com a cenoura. Derreter juntamente o óleo, o açúcar, o sal, acanela e a farinha, e quando estiver espumoso, ajuntar o leite pouco a pouco, atéque engrosse. Acrescentar as cenouras, o milho, o alho picado e os ovos bembatidos. Pôr ao forno numa forma bem untada com azeite.

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VIII. Tortas Salgadas e Suflês

Tortas Salgadas

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Crosta Para Torta Salgada -- I

2 xícaras de farinha de trigo120 gramas de ricota4 colheres de sopa de creme de leite1 ovo1 colherinha de sal

Separar 1/2 xícara de farinha, e misturar todos os outros ingredientes. Ajuntar aospoucos o resto da farinha à massa até que fique boa para ser aberta com o rolo.Forrar com a massa uma forma untada e levar ao forno para assar levemente, poiscom o recheio será levada novamente ao forno.

Crosta Para Torta Salgada -- II

2 xícaras de farinha de trigo1 ovo4 colheres de sopa de óleo2 colheres de creme de leite100 gramas de ricota1 colherzinha de sal

Proceder como na receita anterior.

Crosta Para Torta Salgada -- III

1 1/2 xícaras de flocos de milho bem esfarelado1/2 xícara de pão integral torrado ralado2 colheres de sopa de farinha de trigo2 colheres de sopa de óleo2 a 3 colheres de sopa de creme de leite2 colheres de sopa de ricota1 pitada de sal

Ajuntar todos os ingredientes, amassar bem e apertar no fundo e nos lados de umaforma média de torta. Levar ao forno brando por apenas 8 minutos.

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Crosta Para Torta Salgada - IV

1 xícara de farinha integral1/2 xícara de farinha de trigo3 colheres de sopa de óleo4 colheres de sopa de ricota2 colheres de sopa de creme de leite1 colherinha de sal

Ajuntar todos os ingredientes, amassar bem e abrir um pouco com o rolo. Colocarna forma e apertar bem no fundo e um pouco dos lados. Levar ao forno e assar sólevemente, pois com o recheio irá de novo ao forno.

Crosta Para Torta Salgada -- V

1/2 xícara de farinha integral1/2 xícara de farinha de sola1/2 xícara de farinha de trigo3 colheres de sopa de óleo4 colheres de sopa de ricota2 colheres de sopa de creme de leite1 colherinha de sal

Proceder como na receita anterior.

Recheio Para Torta Salgada (ver Crosta I)

1/2 xícara de cebola picada3 colheres de sopa de temperos verdes3 colheres de sopa de óleo2 ovos batidos1 xícara de palmito picado1/2 xícara de ervilha em conservasal a gosto

Dourar a cebola. Juntar o óleo, os temperos verdes e adicionar os ovos, mexendoaté engrossar. Retirar do fogo e juntar o palmito, a ervilha e o sal.

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Recheio Para Torta Salgada (ver Crosta II)

1/2 xícara de cebola e temperos verdespicados2 colheres de sopa de óleo3 ovos inteiros3 claras1 xícara de palmito, em lata, picadosal a gostoazeitonas verdes picadas

Refogar a cebola e temperos verdes. Juntar os ovos inteiros e as claras. Misturarbem até que fiquem mexidos. Retirar do fogo, adicionar o palmito e o sal,misturando bem.

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Recheio Para Torta Salgada (ver Crosta III)

2 1/2 xícaras de cebolas em rodelas3 colheres de sopa de óleo1 xícara de ricota1/2 xícara de leite1/2 xícara de nata ou creme de leite2 ovos batidos1 colher de sopa de farinha de trigosal a gosto

Refogar as cebolas ate ficarem tenras. Pôr o sal e o óleo e cobrir a crosta. Misturara farinha com o leite e cozinhar até engrossar. Retirar do fogo e juntar os ovosbatidos, a ricota, o sal e a nata, misturando bem. Despejar sobre as cebolas e assarem forno moderado durante 30 minutos. Servir quente.

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Recheio Para Torta Salgada (ver Crosta IV)

1/2 pé de escarola1/2 cebola picada2 colheres de sopa de óleo de oliva2 tomates em rodelas1 colher de sopa de suco de limãosal a gostolatias de mussarela

Cortar a escarola ou chicória bem fininho, juntar a cebola, o óleo, sal e o limão emisturar bem. Pôr esta mistura sobre a massa na forma; em seguida, colocar asrodelas de tomate e, por cima destas, a mussarela. Cobrir tudo com a outra metadeda massa da crosta, pincelar com gema e assar.

Recheio Para Torta Salgada (ver Crosta V)

1 1/2 xícaras de sola cozido e temperado1 xícara de cenoura em rodelas grossas2 xícaras de batatas em cubos grandessal a gosto1/2 colherzinha de manjericão colheres de sopa de farinha de trigo torrada colheresde sopa de óleo1 xícara de água de batata e cenoura1 / 4 de xícara de azeitonas picadas1 chícara de cebola em rodelas grossas

Cozinhar a cenoura e a cebola em 1 xícara de água durante 10 minutos. Adicionar abatata, o sal, o manjericão e 1/2 xícara de água fria. Em unia frigideira torrar afarinha, mexendo sempre e adicionar então o óleo. Escorrer a água dos legumes ejuntar água suficiente para fazer 1 xícara de líquido. Aos poucos mexer este líquidona mistura de farinha. Quando estiver grosso misturar com os legumes, o soja e asazeitonas. Rechear a torta e assar.

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Pastelão de Vegetais

2 xícaras grandes de farinha de trigo integral (ou 1 xícara de farinha integral e1 xícara de farinha branca)8 colheres de sopa de óleo de soja1 colher de sopa de mel6 a 7 colheres de sopa de águaRecheio:1 palmito cozido picado1 cebola1 pimentão1 talo de salsão picados e refogados1 xícara de cenoura cozida e picada1 xícara de ervilhas verdes cozidas

Misturar o óleo e o mel com um garfo, bem batidos. Peneirar a farinha sobre amistura e misturar com garfo. Juntar a água e fazer uma massa lisa, a qual deverádescansar por 1 hora no mínimo, mas pode ser conservada por vários dias nageladeira. Abrir a massa com o rolo, bem fina, forrando com ela uma forma de 26cm. Polvilhar gérmen de trigo ou farinha de rosca sobre a massa e colocar emseguida o recheio de vegetais. Engrossar tudo com um pouco de farinha integral etemperar com salsinha picada. Cobrir o recheio com o resto da massa de pastelão.Fechar bem as bordas. Fazer alguns furos com o garfo e pincelar com gema deovo. Assar no forno bem quente por 10 minutos. Em seguida, abaixar o fogo e assarmais 35 minutos.

Torta Suíça de Cebola

2 xícaras de farinha de trigo integral3 ovos2 colheres de sopa de óleoum pouco de sal1/2 quilo de cebola1 xícara de queijo-minas1 copo de leite2 colheres de sopa de cheiro verde1 patada de noz-moscada2 colheres de sopa de maizena

Amassar a farinha, um ovo inteiro e uma gema, o óleo e o sal. Estender no tabuleirountado. Cobrir com a cebola picada. Misturar o queijo ralado, o leite, um ovo, ocheiro verde e os outros ingredientes. Despejar sobre as cebolas. Assar ri o fornopor aproximadamente 30 minutos, usando a posição "cozer" nos primeiros 20minutos.

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Torta de Brócolos

1 maço de, brócolos6 colheres de sopa de óleo4 ou 5 fatias de pão integral ou não, levemente torradas2 colheres de sopa de farinha de trigo1 pitada de nóz-moscada (optativo)

Lavar muito bem os brócolos, em bastante água e pôr em um escorredor demacarrão. Em uma panela, aquecer 3 colheres de óleo e jogar dentro, primeiro ostalos descascados e as folhas dos brócolos. Tampar e deixar cozinhar um pouco.Adicionar então o restante da verdura, pôr o sal e tampar. Acrescentar água aospouquinhos, à medida que for secando para não queimar. Quando os brócolosestiverem bem cozidos, tirar o fogo e reservar. À parte fazer um molho branco: pôras 3 colheres restantes do óleo numa panela, aquecer um pouco em fogo brando, ejogar a farinha de trigo com a noz-moscada e uma colher de café de sal. Misturarbem e acrescentar os 2 copos de Ieite , mexendo sempre para não fazer grumos.Quando levantar fervura jogar dentro os brócolos e deixar ferver por uns 8 minutos,em fogo brando, com paneIa destampada, mexendo de quando um vez. Se estivermuito seco, acrescentar mais leite, e se estiver muito molhado, deixar ferver maistempo, para secar um pouco. Reservar.

Untar uma forma com óleo e arrumar as fatias de pão, jogando por cima os brócoloscom o molho branco. Pôr por cima, se preferir, umas rodelas de tomate, salpicadascom sal e orégano, e por fim, a mussarela. Levar ao forno previamente aquecido, edeixar por uns 15 minutos, ou até derreter a mussarela. Servir em seguida.

Esse mesmo prato pode ser feito, substituindo-se os brócolos por couve-flor,chuchu, palmito ou espinafre. No caso de palmito, pode-se fazer antes um molho detomates com azeitonas, deixado-se cozinhar assim um pouco, com o palmitopicado. Depois, jogar tudo no molho branco e deixar cozinhar mais um pouco.

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Suflê de Palmito

1 lata pequena de palmito3 ovos1 copo de leite1 colher de sopa de óleo1 colher de sopa de farinha de trigo3 colheres de sopa de queijo parmesão ralado1 colher de sopa de de salsa picadinhasal a gosto

Dourar a farinha, e sempre mexendo adicionar o leite. Retirar do fogo, adicionar oóleo, as gemas, uma de cada vez, e bater bem. Levar novamente ao fogo, juntar opalmito picadinho, o sal e a salsa, deixando no fogo até levantar fervura. Adicionar 2colheres de queijo ralado e as claras em neve. Misturar bem e despejar em umpirex untado. Polvilhar com queijo ralado e assar em forno quente.

Suflê de Queijo

3 ovos1 colher de sopa de óleo2 colheres de sopa de farinha de trigo1 xícara de chá de queijo parmesão ralado1 lata de creme de leitesal a gosto

Bater as claras em neve, acrescentando as gemas. Bater mais um pouco, juntar oóleo, a farinha, o queijo e o sal. Por último, misturar o creme de leite e despejar emforma refratária untada. Assar em forno quente por 20 minutos. Servirimediatamente.

Suflê de Queijo e Espinafre

1/4 de xícara de óleo1/4 de xícara de farinha de trigo2 xícaras de leite fervente1 maço de espinafre cozido e picado1 xícara de queijo-minas ralado2 ovos batidos1/2 xícara de farinha de pãosal a gosto

Misturar o óleo e a farinha no leite fervendo até engrossar. Adicionar os outrosingredientes, depois de retirada a panela do fogo, e espalhar em forma pirexuntada. Assar em forno médio até ficar firme e ligeiramente dourado (cerca de 30minutos). servir imediatamente.

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Suflê de Ricota

1 cebola grande picada3 gemas batidas4 xícaras de ricota1 colher de sopa de óleosal ou tempero vegetal2 colheres de sopa de temperos verdes3 claras em ponto de neve

Refogar 1 cebola grande picada, tirar do fogo e adicionar 3 gemas batidas, 4xícaras de ricota, 1 colher de sopa de óleo, sal ou tempero vegetal, e 2 colheres desopa de temperos verdes. Bater 3 claras em ponto de neve, misturar, assar emforma untada e calor moderado por uns 30 minutos. Servir com molho de tomates.

Suflê de Vagens

1 quilo de vagens3 colheres de sopa de salsa picada1 dente de alho socado4 colheres de sopa de de farinha de rosca (pão preto torrado)3 ovoscolheres de sopa de queijo Minasralado1 cebola grande picadinha e cenouras picadas1 colher de sopa de óleotempero vegetal

Cozinhar as vagens e as cenouras picadas. Refogar a cebola e o alho na frigideira.Tirar do fogo e juntar a salsa, a vagem e a cenoura, o queijo ralado, a farinha derosca e o tempero vegetal. Juntar os ovos batidos separadamente, misturar edespejar em pirex untado e polvilhado de farinha de rosca. Levar ao forno por 20minutos.

Suflês

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Suflê de Amendoim

2/3 de xícara de creme de amendoim1 xícara de massa de tomate2 xícaras de água1 cebola pequena ralada1 xícara de Pão torrado quebradiço3 ovos separadosSal a gosto

Misture o creme de amendoim, a massa de tomate e a água, até que fique cremoso.Acrescente a cebola, o pão e o sal. Junte a seguir as gemas ligeiramente batidas e,por último, as claras em neve. Asse em forma untada até dourar ou estar firme.

Suflê de Chuchu

1 quilo de chuchu cozido1 cebola3 colheres de sopa de óleoalhotemperos verdes200 gramas de carne vegetal moída sal,,2 copos de leite,2 colheres de sopa de farinha de trigo pacote de queijo ralado4 gemas4 claras em neve

Em uma panela misturar o leite, o óleo, a farinha de trigo, as gemas e o sal. Levarao fogo, mexendo sempre até engrossar. Juntar o alho e cebola refogados, ochuchu cortado em fatias, os temperos verdes, o queijo, a carne vegetal, as clarasem neve e misturar tudo. Colocar em forma refratária untada e polvilhada comfarinha de rosca. Levar ao forno para assar. Servir em seguida.

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Suflê de Milho e Tomate

1 xícara de polpa de tomates3 espigas de milho verde1 xícara de migalhas de pão fresco1 colher de óleo2 ovossal a gosto

Acrescentar ao tomate o óleo e pô-lo a ferver. Pôr sal a gosto e despejar lentamentea mistura sobre as gemas batidas, mexendo continuamente. Acrescentar o milho,as migalhas de pão e mexer tudo, pondo sal a gosto. Bater as claras em ponto deneve,misturando com muito cuidado com o preparo anterior. Numa assadeira untada, pôrtudo ao forno por uns trinta minutos, ou até que fique firme. Servir então.

Suflê de Milho Verde

1/2 xícara de molho branco4 colheres de sopa de farinha de rosca1/2 xícara de queijo ralado1/2 xícara de milho verde cozido e escorrido3 ovos.

Juntar o molho branco (ver receita), a farinha de rosca,o queijo e o milho.Acrescentar as gemas batidas, misturando bem e, por último, as claras em neveenvolvendo a mistura. Assar em forma untada dentro de uma assadeira rasa comágua quente. Forno brando, pré-aquecido, durante 45 a 60 minutos.

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Continua em Capítulo 19b - Receitas Culinárias

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A CURA E A SAÚDEPELOS ALIMENTOS

versão eletrônica pelo Projeto Periferia

Capítulo 1 - As Nossas Deficiências de Saúde e a Sua Compensação NaturalCapítulo 2 - FrutosCapítulo 3 - Legumes e VerdurasCapítulo 4 - CondimentosCapítulo 5 - Alimentos Fornecedores de EnergiaCapítulo 6 - Alimentos de Origem AnimalCapítulo 7 - Regimes DepurativosCapítulo 8 - Doenças do Sistema CirculatórioCapítulo 9 - Doenças do Aparelho DigestivoCapítulo 10 - Doenças do MetabolismoCapítulo 11 - Doenças da PeleCapítulo 12 - Doenças do Sistema NervosoCapítulo 13 - TuberculoseCapítulo 14 - A Alimentação na GravidezCapítulo 15 - A Alimentação na Criança ModernaCapítulo 16 - O CâncerCapítulo 17 - Comentário FinalCapítulo 18 - Normas Fundamentais Para a Preparação de um Regime SadioCapítulo 19 - Receitas Culinárias

 

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PRÁTICA DA ARTE CULINÁRIANormas Fundamentais Para aPreparação de um Regime Sadio

Capítulo 18Há um grande tesouro de bênçãos escondido nas plantas e oculto nas

pedras. Oh! doce e excelsa Natureza, deixa-me seguir as tuaspegadas!...

Conde de Stolberg, 1775 «an die Natur» (À Natureza)

O princípio fundamental de toda a preparação culinária num regime dietético curativo é oemprego exclusivo de alimentos em perfeitas condições e em todo o seu valor, porque sóassim têm transcendência vital.

A segunda premissa, não menos importante, tanto para o regime cru como para o de cocção,é uma técnica culinária de preservação do valor dos alimentos.

Em pormenor, devem ser tidas em muita conta as seguintes normas:

1 . Em lugar de sal refinado, empregar sempre sal marinho.

2. Em lugar de farinha de trigo, utilizar na medida do possível farinha integral.

3. Em lugar dos óleos refinados, mais correntes no mercado, empregar, o mais possível, óleosvegetais obtidos a frio (de oliveira, de sementes de girassol, de milho).

4. Em lugar de açúcar refinado, consumir na medida do possível mel, ou melado. O açúcarrefinado só se deve considerar como meio conservador e como condimento.5. Em lugar de gelatina de origem animal, utilizar agar-agar vegetal. Para 1 litro de líquidousamos 12 a 14 folhas de gelatina ou 6 a 8 g de agar-agar.

6. Tanto quanto possível não se devem cozer os legumes, mas devem ser rapidamenterefogados ou expostos ao vapor.

7. As saladas devem ser preparadas imediatamente antes de serem servidas,condimentando-as com limão em vez de vinagre.

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8. Toda a fruta deve ser cuidadosamente lavada antes de ser consumida, de preferência emágua corrente.

9. Cozer as batatas, na medida do possível, com a casca.

10. Os pratos de cereais frescos são, ao lado do pão integral e flocos de cereais, a melhorforma de ingerir cereais.

11. As conservas e os alimentos preparados sob qualquer forma só devem ser utilizadosquando não for possível obter outros alimentos frescos, pois são sempre produtos comestíveisde segunda ordem.

12. Não tomar nenhuma refeição que não seja acompanhada de qualquer alimento cru.

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Fim do Capítulo 18 de A Cura e a Saúde Pelos Alimentos

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A Cura e a Saúde Pelos Alimentos -- Capítulo 18

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A CURA E A SAÚDEPELOS ALIMENTOS

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Capítulo 1 - As Nossas Deficiências de Saúde e a Sua Compensação NaturalCapítulo 2 - FrutosCapítulo 3 - Legumes e VerdurasCapítulo 4 - CondimentosCapítulo 5 - Alimentos Fornecedores de EnergiaCapítulo 6 - Alimentos de Origem AnimalCapítulo 7 - Regimes DepurativosCapítulo 8 - Doenças do Sistema CirculatórioCapítulo 9 - Doenças do Aparelho DigestivoCapítulo 10 - Doenças do MetabolismoCapítulo 11 - Doenças da PeleCapítulo 12 - Doenças do Sistema NervosoCapítulo 13 - TuberculoseCapítulo 14 - A Alimentação na GravidezCapítulo 15 - A Alimentação na Criança ModernaCapítulo 16 - O CâncerCapítulo 17 - Comentário FinalCapítulo 18 - Normas Fundamentais Para a Preparação de um Regime SadioCapítulo 19 - Receitas Culinárias

A Cura e a Saúde Pelos Alimentos -- Capítulo 8

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Doenças do Sistema Circulatório

Capítulo 8Não há nenhuma doença limitada a um só ponto. Todo o órgão é um

campo de atividades, cuja eficácia, em princípio, atinge todo o serhumano, em maior ou menor grau. Não é o estômago que tem fome, ou agarganta que tem sede, nem é o cérebro que está alegre ou triste, nem o

coração ou os rins que estão doentes: é o homem que está esfomeadoou sequioso, triste ou alegre, doente ou são.

Prof. Dr. Ferdinand Hoff

Doenças CardíacasA Apoplexia -- Em todos os países da esfera cultural do Ocidente se tornam cada vez maisameaçadoras as doenças do coração e da circulação. Não é para nós uma experiênciaestranha que um homem, que se julga na posse de todas as suas forças, de repenteinterrompe o seu trabalho e em poucos segundos seja arrebatado pelas garras da morte. Aapoplexia cardíaca é a doença do nosso século.

Temos de nos convencer de que só a prudência e a forma de vida razoável evitarão falhascatastróficas das forças do coração ou da circulação, pois estas não se perdemfulminantemente, mas fazem-se anunciar muito antes pelos transtornos do metabolismo.

Na clínica e mediante o estudo especial dos órgãos circulatórios por análises minuciosas ecuidadosas, podem descobrir-se as diferentes formas e localizações das lesões nas válvulas,miocárdio, nervos do coração ou qualquer das muitas formas de doenças arteriais. Comuns,porém, a todas estas afecções são as alterações no metabolismo, do mesmo modo quetambém as perturbações metabólicas se refletem com as correspondentes conseqüências nasveias, nas artérias e no coração. Em todo o caso, não devemos esquecer o metabolismo nosdoentes circulatórios ou débeis cardíacos.

Correlações Entre o Metabolismo e a Circulação do Sangue -- Suponhamos que omiocárdio tenha ficado lesado por uma doença infecciosa aguda, uma angina de peito, umaescarlatina ou uma difteria, coisas que ocorrem diariamente. Uma lesão do miocárdioenfraquece o seu funcionamento como bomba do coração, de modo que se produzemperturbações na circulação, quando as exigências, impostas ao coração para andar, correr,subir escadas ou trabalhar excedem a sua capacidade de rendimento. Os transtornos

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circulatórios fazem-se notar pelas acumulações de sangue e humores nos mais diversosórgãos, como estômago, fígado, pulmão e rins. As pernas também podem inchar. A diminuiçãodo ritmo da circulação tem além disso como conseqüência notáveis mudanças nometabolismo. Conduz ao encharcamento dos tecidos por sangue venoso, que leva resíduosmetabólicos, ácido carbônico, uréia, ácido láctico e muitos outros elementos que devem passarpara os órgãos de evacuação e para os pulmões, para sua depuração e renovação. Aobstrução de tal eliminação prejudica a marcha do processo do metabolismo, isto é, asfunções das células. Com isto dá-se o primeiro passo da saúde para a doença.

Convém acrescentar aqui que só a falta de movimento (profissões sedentárias) e ainsuficiência metabólica correspondente é que levam a indesejáveis perturbações circulatórias,sendo isto muitas vezes o motivo das doenças dos órgãos circulatórios.

Onde quer que se produza, o estancamento do sangue leva à dilatação vascular(especialmente nas veias) até as tornar permeáveis, à acumulação de ácidos carbônicos eoutros produtos do metabolismo até à sua introdução nos tecidos, lesando-os ou provocando asua degeneração ou, quando ainda se mantêm intactas as funções defensivas, a umainflamação como reação. Deste modo, o transtorno inicial circulatório passa a dar origem àsmais variadas enfermidades. As perturbações circulatórias levam sempre a perturbações dometabolismo e as doenças circulatórias trazem sempre consigo enfermidades metabólicas.

Regime Para Reforçar o Coração -- Estão hoje de acordo os médicos de todos os paísescivilizados em que a melhor maneira de conseguir reforçar o coração é o regime dealimentação sem sal, mediante dietas na base de frutas, sucos de legumes, curas de leiteazedo. Uma alimentação sem sal no sentido mais estrito é praticamente impossível, porquequase todos os alimentos contêm os seus componentes de sódio e cloro. Entendemos,portanto, «regime sem sal» aquele em que o sal não se acrescenta aos alimentos.Mantendo-se rigorosamente este regime, a urina não expulsa mais de 1 g de sal por dia.

Este regime curativo, como veremos, aplica-se também às doenças do sistema renal e àtuberculose dérmica e óssea e, em forma ainda mais rigorosa, no tratamento do câncer.

0 regime sem sal exerce fortíssima influência no metabolismo de sais líquidos. Conseguem-seassim efeitos sobre as glândulas de secreção interna (hipófise, diencéfalo, cápsulassuprarenais) que regulam o metabolismo da água e do sal, conseguindo-se influir na pele enos rins, que constituem os órgãos de eliminação da água e do sal. O regime sem sal comumé tão conveniente para a saúde que nas perturbações leves ou não muito graves dacirculação, com inchaços edematosos, se consegue em poucos dias, sem necessidade demedicamentos, considerável eliminação de sal e com esta o desaparecimento completo dasacumulações doentias de água. E isto não é nenhuma teoria, mas experiência prática,comprovada repetidas vezes por famosos clínicos.

O teor de água dos tecidos corpóreos depende do seu teor em

sal, e a presença deste nos tecidos está relacionado com a ingestão de sal. Se reduzirmos oseu consumo ao limitado teor dos alimentos, pouco salgados, reduziremos o teor de sal dostecidos rapidamente, com o que, ao mesmo tempo, a água não poderá ficar retida e é por issoeliminada em grande quantidade.

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Temos de considerar hoje grande falta de negligência que no tratamento de doentes decirculação não se faça uso suficiente e correto do regime sem sal. Inclusive, ingeridocomplementariamente os conhecidíssimos medicamentos para a circulação, baseados nadigitalina, sementes de estrofanto, lírio dos vales, alguns cactos ou a adelfa, estes atuarãocom tanta maior eficácia, quanto mais pobre em sal for a alimentação. Precisamente, nestecaso, completam-se de modo felicíssimo os medicamentos e o regime.

Pauta Para a Realização Prática do Regime Sem Sal -- Como não é coisa nada simples,deve-se proceder a uma exposição bastante minuciosa. Correntemente distingüem-se oregime «estrito» e o «suave». No regime estrito elimina-se diariamente até um máximo de 1 gna urina, ao passo que no suave de 2 a 3 g. Como já se disse atrás, não é possível nemprático conseguir uma alimentação absolutamente sem sal, porque os tecidos orgânicosdevem conservar determinado equilíbrio fisiológico entre sódio e cloro, os dois componentesdo sal. Ambos servem para a conservação do equilíbrio entre ácidos e bases e, portanto, datensão e da pressão do tecido.

Como os alimentos já mostram grandes diferenças quanto ao teor em sal natural, deve-sesuprimir no regime sem sal todos os alimentos com um teor elevado ou médio em sal. Paraque cada leitor possa ter uma idéia clara do teor de sal natural dos nossos principaisalimentos, aqui apresentamos um quadro baseado nos dados do Prof. Doutor Heupke.

Teor de Sal Nos Principais Alimentos

Cem gramas de cada alimentos contêm:

1. Frutos frescos e secos

Frutos de bagas....................... 1 - 25 mgFruta de semente ......................1- 41 mgFruta de caroço...................... 1 - 100 mgBananas .......................................200 mgAmeixas passadas....................... 21 mgPassas de Corinto........................ 90 mgPassas de Málaga ......................100 mgNozes ......................................2 - 100 mg

2. Verduras, legumes, saladas

Batatas 45 mgCouve-flor .......................................48 mgErvilhas verdes ..............................58 mgCenouras .......................................61 mgBeterraba .......................................66 mgEspinafre ..................................... 210 mgAspargos ....................................... 69 mg

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Couve-nabiça .................................94 mgFeijão branco ..................................93 mgErvilhas secas ...............................100 mgTomate .......................................... 110 mgRabanete .......................................120 mgSalada .. ........................................200 mg

3. GordurasMargarina sem sal ...................... 100 mgAzeite ........................................... 170 mgManteiga sem sal ....................... 690 mg4. Carnes e peixe

Peixe do rio ................................... 80 mgCarne de porco .......................... 100 mgCarne de vaca ............................ 110 mgCarne de vitela ........................... 130 mgPeixe do mar .............................. 320 mg5. Doces concentrados

Mel ................................VestígiosMarmeladas ............... Vestígios6. Produtos cereais

Pão sem sal ................ Quase nadaFarinha ............................................ 4 mgArroz ................................................ 6 mgFolhado ............................... 46 - 200 mgMacarrão ...................................... 65 mgMaizena ........................................ 66 mgFlocos de aveia ......................... 103 mg7. Ovos

1 gema de ovo ............................. 7,8 mg1 ovo .............................................. 84 mg

8. Leite e derivados

Requeijão com sal ...................... 2,5 mgNata ............................................. 130 mgLeite integral ............................... 100 mgLeite desnatado ......................... 160 mgQueijo de creme sem sal .......... 200 mgRequeijão sem sal ......................250 mgQueijo semicremoso sem sal ....580 mg

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Vendo este quadro, verificamos quais são os alimentos mais apropriados para se seguir umregime sem sal, considerando tolerável um teor de sal de até 200 mg em 100 g de substância,isto é:

Sucos de frutas, fruta fresca e seca (exceto bananas), hortaliças frescas e saladas (excetoespinafre e aipo), óleos vegetais, margarina vegetal sem sal e manteiga sem sal (na menorquantidade possível, porque tem elevado teor natural de sal), peixe do rio e carne, magra (atéà quantidade de albumina permitida), mel e marmelada, pão sem sal, farinha integral, arroz,flocos de cereais, nozes e grãos de trigo, coalhada, leite desnatado, leite integral, gema de ovo(sem clara, porque tem uns 90 mg de sal), nata (o requeijão, assim como todos os queijoscompactos e duros têm muito sal), todas asespeciarias, incluindo a cebola (mas não alcaparra, mostarda nem extrato de levedura).

Naturalmente que se devem evitar em absoluto todas as conservas salgadas (chucrute,legumes ácidos, pepinos salgados), conservas de peixe e peixe do mar.

O Regime Sem Sal Deve Ser Saboroso -- O sortido de alimentos é bastante variado parapoder preparar alimentos saborosos, mesmo sem sal. Como bebidas temos infusões de ervas,sucos de frutas, leite de diversas formas e em quantidades moderadas, coalhada, leitedesnatado, leite integral, iogurte. A escolha de sanduíches pode fazer-se entre os de manteigasem sal e com margarina vegetal. Mel e marmelada em quantidade limitada, mas suficiente;também em quantidade reduzida pode empregar-se o requeijão.

As sopas de caldo de carne não são saborosas sem sal e, por isso, são substituídas por sopade vegetais ou fruta com os correspondentes ingredientes, sempre que

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Fim do Capítulo 8 de A Cura e a Saúde Pelos Alimentos

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A CURA E A SAÚDEPELOS ALIMENTOS

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Capítulo 1 - As Nossas Deficiências de Saúde e a Sua Compensação NaturalCapítulo 2 - FrutosCapítulo 3 - Legumes e VerdurasCapítulo 4 - CondimentosCapítulo 5 - Alimentos Fornecedores de EnergiaCapítulo 6 - Alimentos de Origem AnimalCapítulo 7 - Regimes DepurativosCapítulo 8 - Doenças do Sistema CirculatórioCapítulo 9 - Doenças do Aparelho DigestivoCapítulo 10 - Doenças do MetabolismoCapítulo 11 - Doenças da PeleCapítulo 12 - Doenças do Sistema NervosoCapítulo 13 - TuberculoseCapítulo 14 - A Alimentação na GravidezCapítulo 15 - A Alimentação na Criança ModernaCapítulo 16 - O CâncerCapítulo 17 - Comentário FinalCapítulo 18 - Normas Fundamentais Para a Preparação de um Regime SadioCapítulo 19 - Receitas Culinárias

A Cura e a Saúde Pelos Alimentos -- Capítulo 9

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Doenças do Aparelho Digestivo

Capítulo 9Conforme o que até agora sabemos, é totalmente impossível conseguir,

por meios dietéticos, melhoras nas enfermidades gastrintestinais, se nãohouver um abundante consumo de vitaminas no seu estado natural e de

matérias minerais, tal como se apresentam nos produtos naturais.Prof. Dr. Wilhelm Stepp

Cárie Dentária

Origem e Formação das Cáries -- A teoria da formação local da cárie data dos últimos vinteanos do século XlX, quando a bacteriologia começou a imprimir o seu cunho em todas asinvestigações e em todas as idéias. Trata-se da chamada teoria químico-parasitária da cáriede Miller e que, infelizmente, continua a ser a única aceita por muitos representantes daciência. Diz esta teoria que a cárie se produz assim: os resíduos de alimentos que ficam entreos dentes (hidrocarbonatos) fermentam, produzindo ácidos. Estes privam os dentes dassubstâncias calcárias. O ponto enfraquecido fica exposto ao ataque das numerosas bactérias,sempre presentes na boca, que vão destruindo o dente.

Se fosse esta a causa única ou principal da cárie, bastaria a cuidadosa limpeza diária dosdentes e da boca com pasta dental, escova de dentes e elixir para terminar em pouco tempocom a doença. Infelizmente, porém, não é assim, porque a cárie nem sequer pode ser contidapor meios locais, tendo até aumentado consideravelmente no século passado, a despeito detodas as escovas e dentifrícios, até ao ponto de hoje nos encontrarmos perante o fato deapenas cinco por cento dos habitantes dos países mais adiantados possuírem uma dentaduracompletamente sã. Outros investigadores, que tiveram também em conta os velhos, chegaramà conclusão de que em cada cem homens só há um que tem os dentes sãos.

Há motivos de sobra para considerar o aparecimento de um foco local de cárie como sintomade uma lesão que afeta todo o corpo, como conseqüencia de uma profunda perturbação dometabolismo ou um mal geral. Um dos mais notáveis conhecedores destes problemas, o Prof.Rebel, confirma que a questão discutida durante dezenas de anos: -- se o esmaltedesenvolvido e duro continua a participar no metabolismo, isto é, se apresenta fenômenos deintercâmbio -- tem de ser respondida no sentido afirmativo, embora se trate de ummetabolismo muito limitado. Mas um órgão que participa no metabolismo é também

A Cura e a Saúde Pelos Alimentos -- Capítulo 9

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influenciado por este. Naturalmente, a influência é máxima no período de desenvolvimento,mas torna-se decisiva para a capacidade de resistência contra a cárie durante toda a vida. Poroutro lado, não devemos ir tão longe como' outros investigadores modernos e considerar que acárie é só um processo interno, isto é, dependente do metabolismo, pois conhecemosnumerosas observações e abundantes ensaios que tiveram lugar durante anos e que explicamas possibilidades de lesão local na dor de dentes. Mas em ambos os casos existe uma clararelação com a alimentação. Uma alimentação indevida pode causar um dano local quando éretida na cavidade bucal como também mais tarde, depois de absorvida pelo intestino, damesma maneira que um alimento em todo o seu valor pode despertar forças de melhoria e decura.

Influência da Alimentação -- Nos anos de alimentação escassa, durante a última grandeguerra e rios tempos imediatamente posteriores, diminuiu em muitos países europeus afreqüência da cárie, especialmente entre as crianças até à idade escolar.

Naturalmente que se chega depressa à conclusão de que a alimentação da guerra tinha umacomposição que aumentava a capacidade de resistência à cárie. Estas observações procedemda Alemanha, Suíça, Noruega, França e Espanha.Ainda não se pode pormenorizar quais os componentes do regime que terão causado aquelaresistência, mas, na minha opinião, parece-me que foi essencial o usodo pão escuro ou integral que, como se sabe, oferece um teor consideravelmente mais rico dealbumina, vitaminas, minerais e oligoelementos.

Investigando toda uma série de ilhas nos mares do Sul, compararam-se grupos de indígenasque não tinham estado em contato com a civilização nem sobretudo com alimentosimportados, com outros indígenas que já tinham «desfrutado» os «benefícios» da civilização eque haviam consumido, durante muito tempo, alimentos importados (especialmente farinhabranca, açúcar e doces). Naqueles indígenas que viviam no estado natural, todos os seusdentes haviam crescido normalmente e mostravam uma grande imunidade contra a cárie. Pelocontrário, entre os outros em contato com a civilização encontraram-se muitos dentes malcolocados e desvios de mandíbulas. De cada mil dentes, trezentos estavam doentes.

Também é certo hoje que o açúcar refinado, desmineralizado, reúne perfeitas condições parafomentar a cárie dentária. O açúcar branco ataca primeiramente os dentes desde o exterior.

Passa depois ao sangue e ao fígado, necessitando para a sua assimilação de grandequantidade de minerais e de vitaminas do grupo B. A escassez assim provocada influi naformação de hormônios e fermentos e, por conseguinte, nas suas funções de importância vital.Como é lógico, a causa não reside apenas no açúcar, que não passa de um simples fatordesencadeante.

Efeito das Deficiências de Flúor e Magnésio -- A alimentação defeituosa não implica apenasa insuficiência de cálcio, que se retira dos dentes ou se lhes não fornece, mas também, esobretudo, a insuficiência de magnésio (marfim) e de flúor (esmalte). O marfim oferece amáxima percentagem em magnésio (cerca de 4%) de todos os órgãos do corpo, e o esmalte amáxima percentagem em flúor (0,3-0,5%). E é precisamente o flúor que faz do esmalte asubstância mais dura nos corpos dos animais e dos homens. É ao flúor que os dentes devem a

A Cura e a Saúde Pelos Alimentos -- Capítulo 9

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sua forma precisa e terminada, não falando já de numerosas funções, umas conhecidas eoutras ainda não bem conhecidas, desempenhadas pelo flúor e pelo magnésio em,todo ocorpo. Quantitativamente, encontra-se flúor sobretudo nas ervas e cereais. Se considerarmosa nossa farinha pura, branqueada e tratada com a ajuda de uma levedura química, temos decomprovar, com tristeza que pouco contém de flúor ou de qualquer outro mineral. Épraticamente só fécula pura e branca. O mesmo acontece com as nossas hortaliças cozidas,desmineralizadas ou só dotadas com muito sal. Repetem-se, por conseguinte, os mesmoserros de nutrição com que tropeçamos a cada passo que damos. Mas a verdade' é que para aconservação dos nossos dentes temos necessidade de um pão que contenha todos oselementos do trigo, de verduras que não sejam fervidas, devendo ser consumidas cruas namedida do possível, e fruta que nos sirva de fonte de minerais. É necessária uma dentadurasã, porque os dentes cariados são causa de toda uma série de enfermidades infecciosas edigestivas. Os dentes perdidos por cárie são um sinal de alarme para fazermos uma revisão detodos os hábitos de vida, uma mudança definitiva, abandonando a alimentação antinatural eempobrecida.

Normas de Aplicação Prática -- 1. O consumo de açúcar natural (fruta, sucos, mel) érecomendável por causa dos seus materiais secundários e de proteção.

2. O farelo e os gérmens de cereais exercem, por causa do seu elevado teor em mineral,vitaminas e albumina, uma influência protetora contra a cárie. Até onde for suportável, devemintroduzir-se na alimentação, por conseguinte, o pão integral e os produtos integrais damoagem, especialmente para as crianças.

3. Por experiências com animais, sabemos que a deficiência de albumina, entre muitas outrascoisas, leva a insuficiências no esmalte. Por isso, são precisos, todos' os dias, produtoslácteos de boa qualidade.

4. No período de desenvolvimento dos dentes (isto é, desde o nascimento até aos sete anosde idade), a criança deve primeiramente ser alimentada com o leite materno, com alimentaçãomelhorada para a mãe, e, a partir do terceiro e quarto mês, com sucos crus de verduras e defrutas como

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alimento complementar e, mais tarde, com verduras cruas em suficiente quantidade.

Como o gérmen da formação da cárie se encontra na infância, não é de esperar já na idademadura uma cura de tal enfermidade, nem mesmo com um regime permanente vegetariano decem por cento, embora se possa limitar assim o seu desenvolvimento. O cuidado sistemáticodos dentes com uma pasta dentifrícia eficaz, a abstenção de comer doces concentrados nosintervalos das refeições e o controle trimestral pelo dentista devem ser observadosescrupulosamente.

PeriodontoseCaracterísticas e Causas - De cem homens de meia-idade, mais de oitenta sofrem de lesões

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nas gengivas e fraqueza nos dentes, às vezes com fenômenos inflamatórios nas mandíbulas(periodontose) e formação de bolsas purulentas nos orifícios dentais (piorréia almolar). Narealidade, a gengivite, com ou sem inflamação, está muito espalhada e situa-se à mesmaaltura que a cárie. Não se pode fugir à impressão de que a dentadura humana está condenadaem proporções cada vez maiores à destruição, contra o que nada pode a sacrificada atuaçãodos dentistas, embora disponham de uma excelente e subtilíssima técnica.

A hemorragia nas gengivas e a fraqueza dos dentes, cada vez mais pronunciada, são aintrodução da rápida chegada, sem estorvos, da doença das gengivas que se chamaPenodontose.

Entre as causas figuram, com as de efeito puramente local e mecânico, como os desviosmaxilares, com a sua conseqüente mastigação defeituosa e as sobrecargas de determinadaspartes da dentadura, as causas puramente internas, como a nutrição defeituosa e insuficientee as inevitáveis perturbações no metabolismo.

Como no caso da cárie, temos de procurar distinguir na inflamação das gengivas entre apossível origem externa e a interna. Ou então ficarmos convencidos de que raramente há umasó causa a originar a periodontose.

Os impressionantes resultados experimentais do investigador russo Speransky e do patólogoalemão Ricker, que dão origem a um novo conceito da Medicina, levam à conclusão de quetambém nestas doenças, como em muitas outras, se trata no fundo de uma transformação nomodo de reação do sistema nervoso central , obedecendo a uma excitação crônica enfermiça(neurodistrofia). Este sistema nervoso transmite então influências patológicas aos órgãos etecidos. Semelhante «neurodisfrofia» pode mesmo ser provocada por insuficiência de vitaminaB, como conseqüência de um transtorno nutritivo.

Papel das Avitaminoses -- Médicos argentinos observaram numerosas crianças, tendocomprovado que quase todas apresentavam graves alterações patológicas na cavidade daboca. A maior parte eram inchaços ou inflamações das gengivas, nos casos graves até mesmopus entre a gengiva e os dentes, acabando estes por enfraquecer e, finalmente, por cair.Considerou-se a enfermidade como insuficiência de vitamina e seguiu-se depois o processocurativo com diversas vitaminas em vários grupos de crianças. O primeiro grupo recebeuvitamina A, conhecida como vitamina de proteção para as células da pele e da mucosa, evitamina C, cuja falta é sempre considerada a causa de modificações características nosdentes e nas mandíbulas. Não houve bons resultados. Mas desde que se completavam asduas vitaminas com tabletes de levedura de cerveja, que contém principalmente muitos fatoresda vitamina B, conseguia-se rapidamente uma melhoria.

Um segundo grupo de crianças só recebeu tabletes de levedura de cerveja. Nestas criançasiniciou-se já uma melhoria passados quatro a seis dias, registrando-se a cura total num prazode dois a três meses. Ao demonstrar a eficácia de cada fator do grupo de vitaminas B, estesfatores separadamente tornavam-se mais fracos do que em conjunto.

Do que se disse podemos concluir a importância da subministração completa de vitaminasatravés da alimentação diária. Entre os fatores isolados do grupo de vitaminas B ressalta aespecial eficácia do ácido pantotênico nos tecidos da gengiva.

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Hoje sabemos que o ácido pantotênico é insubstituível no homem, tanto para a formação comopara a conservação da função normal dos tecidos. A sua falta leva o homem a transtornosmetabólicos que se refletem de modo especialmente prejudicial na pele e na mucosa,reduzindo a capacidade de resistência contra as infecções. Por conseguinte, para evitar ecurar as doenças dos dentes, faremos muito bem se só preferirmos aqueles alimentos quecontêm em maior quantidade ácido pantotênico, como o consumo de cereais crus, germens detrigo e levedura.

Outras experiências afirmam que também o cálcio, a vitamina C e a vitamina D podem serúteis nas fases iniciais de doenças de dentes relacionadas com a hemorragia das gengivas e oenfraquecimento dos dentes. A íntima relação que existe entre as vitami-

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nas D e C e o metabolismo dos minerais fazem com que consideremos o seu empregoperfeitamente justificado.

Normas Gerais -- É evidente que só se pode conseguir uma cura completa destas afecçõesmediante medicamentos em casos extraordinários. Mas, em geral, só é preciso asubministração completa de matérias alimentícias e minerais, funcionais e ativas, tal comounicamente nos é garantido num consumo natural e prudente de frutas, saladas, legumes, leitee produtos de cereal integral.

Semelhante alimentação deve praticar-se já nas mulheres grávidas se se quiser evitar que osseus filhos venham a ter lesões no sistema maxilodentário, cujo efeito visível se produzirá emidade muito mais adiantada da sua vida.

Afecções do EstômagoDifusão da Úlcera Gástrica -- O número de gastrites ou de úlceras de estômago entre osenfermos gástricos é enorme, assim como o de operados por essas enfermidades. Noprincípio deste século a úlcera gástrica era uma doença pouco freqüente. Mas desde oprincípio da última grande guerra aumentou para mais do dobro o número de ulcerosos riospaíses desenvolvidos. Tendo pois em conta a grande extensão desta doença, que não deixade ser perigosa, merece a pena estudar-lhe as causas e a possibilidade de as suprimir e,portanto, de lhe conseguir a cura.

As inumeráveis publicações da literatura da especialidade mostram a dificuldade de todos osproblemas relacionados com a úlcera do estômago. Tem-se-lhe atribuído as mais variadasorigens como, por exemplo, o comer muito depressa, ou demasiadamente quente, ou acongestão de pequenas ramificações arteriais por um coágulo de sangue ou uma colônia debacilos deslocados do foco de uma enfermidade, ou a má irrigação sangüínea devida aoestreitamento dos vasos ou por arteriosclerose, sífilis ou tuberculose. Poderia continuar a listadessas supostas causas. Depois de prolongada busca e de numerosas observações,chegou-se às conclusões que a seguir se apontam, embora ainda não se conheçam todos osfatores.

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Aparecimento das úlceras do Estômago -- A úlcera do estômago (e também a do duodeno)aparecem em determinados pontos e precisamente um pouco adiante ou atrás da curvaturamenor do estômago, da curvatura maior ou pouco antes do músculo que separa o estômagodo duodeno (piloro). São precisamente os pontos em que se produz suco gástrico emabundância e que sob o ponto

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de vista mecânico se encontram mais sobrecarregados. Mas estes pontos são os maissobrecarregados em todos os homens e contudo nem todos eles sofrem de úlcera gástrica. Éevidente que algo tem que sobrevir à fadiga mecânica para que apareça uma úlcera gástrica.Mas se é apenas uma parte da humanidade que sofre de úlcera gástrica deve ter ocorrido algoque provoque em tais doentes uma «predisposição» para a enfermidade. Com isto entramosno confusamente enunciado conceito da «predisposição». Sabemos que esta pode sercongênita ou adquirida. A congênita limitase às pessoas de um determinado tipo físico, cornono-lo prova um fato continuamente verificado. Os homens que sofrem de úlcera de estômagonão são quase nunca os de «alimentação ao natural», os pícnicos, de abdômen e pescoçogrossos, que gostam de tudo, que comem coisas muito quentes ou muito frias, e que seriamos primeiros suspeitos. São os leptossômicos (magros, de extremidade finas),leptossomoatléticos ou de constituição física atlética, homens de um sistema nervoso lábil(flutuante, débil): são os nervosos, sempre inquietos, de temperamento mercurial.

Fatores Anímicos -- As pessoas destas características sofrem muitas vezes por motivosinsignificantes (excitação, má digestão, excesso de trabalho, vida agitada) minúsculosespasmos das pequenas artérias, que às vezes persistem por bastante tempo. Por isso, entreoutras coisas, a mucosa do estômago fica mal alimentada, incapacitada para a resistência efacilmente vulnerável na parte mecanicamente mais fatigada. Logo que nesse ponto se formeuma pequena ferida, fica a descoberto ao ser atacada pelo suco gástrico que começaimediatamente a atuar sobre a parede do estômago propriamente dita, começando a formaçãoda típica úlcera gástrica.

À grande fadiga mecânica de determinados pontos gastrintestinais e à predisposiçãocongênita, unem-se outros fatores, os fatores impulsores». Entre estes figuram, naturalmente,a história do paciente (duras provas na sua vida), o modo de vida (irregularidade, pressa,subalimentação), a profissão (esforço físico ou graves responsabilidades) e as condiçõesfamiliares e econômicas.

A frase popular: «A excitação causou-me dor de estômago», caracteriza acertadamente agrande influência dos fatores anímico-nervosos. A maior parte das vezes são o enfado, apreocupação, a intranqüilidade ou a insegurança econômica que «atacam os nervos», o queem Medicina equivale a dizer que produzem um estado de tensão doentio nos centrosnervosos do cérebro que, por Sua vez, leva a falsas regulações e especialmente a espasmosdos vasos, ficando assim perturbada a irrigação sanguínea normal do tecido, provocandovariações de inflamação ou degeneração. Esta dependência psicofisiológica não pode ser hojenegada. A grande importância da conduta anímica e do modo de reagir do chamado sistemanervoso vegetativo salienta-se grandemente segundo o critério científico. Sob o ponto de vistacirúrgico exige-se, para conseguir um

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êxito duradouro da operação da úlcera de estômago, inclusíve uma mudança conscientee completa do modo de vida, seguindo um critério totalmente novo.

A úlcera do Estômago, «Angina Gástrica» -- Assim, pois, a úlcera é expressão e sintoma deirrigação sanguínea insuficiente, provocada por uma falsa manobra do sistema nervoso centralde regulação dos vasos. Tal como acontece no estômago e no intestino, essa perturbação,nervosa da irrigação sanguínea pode produzir-se noutros órgãos, como o coração, os pulmõesou os órgãos cerebrais.

A diferente localização depende da debilidade congênita dos órgãos ou das imperfeições poreles adquiridas. Muitas vezes se apresentam perturbações da irrigação sangüínea em váriostecidos ou órgãos como sintomas de uma perturbação geral. O Dr. Sigl sublinha que a úlcerado estômago corresponde na sua origem e desenvolvimento às da «angina de peito», doençaesta produzida por irrigação insuficiente dos vasos cardíacos. E, logicamente, propõe para aúlcera do estômago a denominação de «angina gástrica».

Conjunto de Causas da úlcera de Estômago e Duodeno -- 1. A especial fadiga mecânicaem determinados pontos do estômago e do duodeno.

2. Uma falsa regulação do sistema nervoso central, que pode voltar a produzir-se sobdiferentes circunstâncias (entre elas uma alimentação insuficiente).

3. Perturbações da irrigação sanguínea em diversas zonas de tecidos e órgãos.

4. Localização das perturbações por influências hereditárias e constituição física apropriada. Aisso conduzem as perturbações circulatórias na área do estômago.

5. Nas perturbações da irrigação sanguínea dentro do estômago, o suco gástrico com maiorteor de ácidos digere o próprio estômago no ponto lesionado da mucosa formando-se assim aúlcera.

Efeitos da Hereditariedade e da Constituição -- Estes aspectos aspectos escapam, quasecompletamente, a toda a influência pela nossa parte. Nisto consiste a grande missão domédico assistente, que já de há

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anos conhece a família na sua constituição física e nas suas predisposições. Pode, portanto,aconselhar os membros da família quanto à alimentação, modos de viver e quanto à profissãoa escolher. É infinitamente mais valioso evitar possíveis enfermidades, vencê-las, extirpá-lasantes que se desenvolvam, do que curar quando já se tenham produzido grandes lesões.

Efeito da Acidose -- O excesso de ácidos no suco gástrico (ponto 5), extraordinariamentedoloroso para alguns indivíduos, não se pode neutralizar quimicamente, por exemplo combicarbonato.

A mucosa do estômago produz diariamente a determinada quantidade de ácido clorídricosumamente importante para a digestão, em especial da albumina. O teor normal do sucogástrico em ácido clorídrico oscila entre 0,2 e 0,5%. O mecanismo de produção do ácidoclorídrico nas paredes do estômago é qualquer coisa que ainda não foi possível averiguar

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diretamente.

Uma abundância de suco gástrico registra-se, quase sempre, nas diversas variedades dagastrite e nas úlceras do estômago e do duodeno. Menor quantidade de ácidos produz emgeral o câncer do estômago, e quase nenhum ácido a anemia perniciosa, que hoje nos parecemenos perigosa.

Uma defeituosa composição do suco gástrico não só é sintoma de uma lesão local na parededo estômago, como é também indício de uma perturbação geral. O sangue carregado com umconsumo excessivo de albumina, gordura e sal ou produtos ácidos do metabolismo, não estáequilibrado com os órgãos de eliminação, apesar de estes aumentarem a sua atividade, e porisso procura escapes de urgência e aumenta a eliminação de ácidos do estômago. Quem alémdisso possuir um sistema nervoso facilmente excitável, que irritando-se ou em tensõesnervosas permanentes reage contraindo os vasos, está predisposto para a digestão dasparedes do seu próprio estômago, isto é, para a formação de uma úlcera gástrica.

Indicações Curativas Gerais -- Depois de comprovada esta dependência torna-se evidenteque em tais circunstâncias se deve deixar de subministrar matérias que facilitem aometabolismo produtos principalmente ácidos, e que não basta tragar uma pastilha ou tomaruma colher de qualquer sal que atue como alcalino para absorver os ácidos, o que só incita oestômago a produzir mais ácidos na próxima vez. O estômago não é um órgão isolado, masque se encontra em íntimo contato com o conjunto do organismo e dele dependendo. Paraconseguir um tratamento, cumpre ter em conta estas relações. Os alimentos empregadosrazoavelmente devem servir de meio de cura.

  As perturbações na irrigação sanguínea (ponto 3) encontram-se estreitamente ligadas com aquebra de direção do sistema nervoso central (ponto 2). Ambos precisam de muito calor, muitatranqüilidade (a princípio tem-se de ficar no leito rigorosamente) e descontração, tanto físicacomo espiritual. O equilíbrio anímico do doente é mesmo de momento a questão principal.

O cismar em questões sem solução deve chegar ao seu ponto final. O doente tem de confiarem homens que o compreendam, que lhe aplanem o seu talvez áspero caminho pela vida. Ésó quando cessam a inquietação interior e a pressa de todos os dias, que se pode produzir adistensão física e espiritual.

Resumindo, as exigências do tratamento são: calor, descanso físico, distensão espiritual,regime de cura ou dietético que tonifique o estômago e o intestino.

Regime de Cura do Estômago

Fase I -- Dias 1 a 7:

O regime deve efetuar-se do melhor modo possível, começando com um jejum rigoroso (oupelo menos, só interrompido por infusões ou sucos), Na medida do possível deve observar-secomo mínimo um dia, se o estado geral do doente o permitir.

A um dia de jejum, à base de infusões ou de sucos, durante o qual só se consumirá em cincovezes infusão de hortelã-pimenta' camomila ou chá preto ou suco de cenouras, devemseguir-se seis dias de sucos, papas de semente de linho, arroz, milho, trigo, aveia, cevada ou

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centeio, temperadas com um pouco de água do mar ou adoçados com mel. Os sucos de frutatomam-se muito diluídos em água na proporção de 1: 1 ou mesmo mais, para que nãoproduzam a menor irritação. Se os mingaus de cereais forem bem suportados, passa-seimediatamente à papa de bananas e leite, preparada com leite quente e banana frescas,podendo enriquecer-se com germens de trigo. Para a regulação digestiva aplicar irrigações decamomila quente.Fase II - Dias 8 a 17:

Completam-se e enriquecem-se os alimentos com purê de batata e manteiga fresca semaquecer, gema de ovo, nata, flocos e germens de trigo. Também ameixas secas umedecidasou óleo de linho para regular as deposições.Fase III -- Dias 18 a 27:

Completam-se os alimentos com vegetais refogados, verduras frescas raladas eeventualmente um pouco de carne fresca. Para regular as deposições, figos secosumedecidos ou fruta fresca.

Se o doente suportar sem novidade as três fases, passar paulatinamente para umaalimentação totalmente vegetariana, durante muito tempo.

Alimentos Proibidos -- Enquanto durar a cura dietética deve-se suprimir em absoluto:

1. Toda a espécie de carnes (exceto vitela, galinha e pombo para a fase 111).

2. Toda a espécie de peixes.

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3. Toda a espécie de salsichas e carnes defumadas.

4. Todas as gorduras quentes ou duras.

5. Todos os legumes secos, couves e rabanetes.

6. Todos os estimulantes (álcool, tabaco, etc.) e as bebidas que contenham ácido carbônico.

7. Toda a bebida ou comida muito fria ou muito quente.

Importa ter em conta que tudo se deve tomar lentamente e bem mastigado. Neste caso, maisdo que em nenhum outro, se cumpre o dito de que «uma boa mastigação equivale a meiadigestão». A comida diária deve ser distribuída em cinco refeições: às 7, às 10, às 13, às 16 eàs 19 horas.

Numerosos medicamentos novos destes últimos anos não têm conseguido desprestigiar ogrande valor do velho e comprovado tratamento baseado no repouso, no calor e no regimepara os pacientes de úlceras do estômago ou do duodeno, nem sequer relegá-lo para segundoplano.

Pâncreas

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Quando se fala no pâncreas, a maior parte das pessoas pensam na secreção desta glândula,isto é, na produção de insulina, o hormônio que se torna imprescindível para a combustão dasmatérias açucaradas e cuja falta provoca o diabetes ou enfermidade do açúcar (diabetesmellitus). Como se sabe, a insulina só se segrega numa parte reduzida do pâncreas,precisamente nas «células insulares» ou ou ilhotas de Langerhans, na parte posterior dotecido glandular.

Muito pouca gente, porém, pensa na produção de pancreatina, outra função sumamenteimportante desta glândula que, ao contrário da insulina, não passa diretamente para o sanguemas que, acumulada em diminutos vasos, se vai introduzindo pelo canal pancreático até oduodeno, em união com a bílis. Ao passo que a saliva só ataca os hidrocarbonatos e o sucogástrico só consegue atomizar as matérias albuminosas, a pancreatina não só tem essaspropriedades, mas também, além disso, pode decompor o terceiro elemento portador deenergia, isto é, as matérias gordas. De acordo com tão variadas funções, contém váriosfermentos, especialmente os de desintegração das féculas (ou açúcares), albuminas egorduras. Mas estes últimos só são eficazes quando a bílis intervém como excitante. Istomostra a dificuldade da dissociação da gordura. Considerando, além disso, que diariamente eem média uma glândula que pesa apenas 75 a 100 g segrega até um litro de sucos, ficamosassombrados perante tal capacidade de rendimento. Mas precisamente a enorme e polimórficaatividade

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do pâncreas faz-nos compreender que todo o transtorno dessas funções se repercuteconsideravelmente no metabolismo.Doenças Mais Freqüentes -- Infelizmente, os nossos conhecimentos sobre as alterações dasecreção nas diversas enfermidades são muito incompletas.

Contudo, conhecemos muito bem os quadros clínicos de algumas enfermidades. Quando sefecha a passagem da pancreatina para o intestino impede-se em alto grau a digestão dasgorduras. Verifica-se então ao microscópio a presença de grandes quantidades de gordurassem decompor nas deposições, assim como fibras musculares e féculas sem digerir.

A maior parte das vezes é uma deformação (câncer) desta glândula o obstáculo para acirculação de sucos. Outras vezes, com menos freqüência, pode tratar-se de cálculos decálcio, de fosfatos ou de carbonatos. Quase sempre provoca-se assim uma inflamação que dáorigem a cólicas, transtornos gastrintestinais e até acumulações de bilis. Em ambos os casos,só se pode recorrer imediatamente ao tratamento médico e muitas vezes à intervençãocirúrgica.

Menos preciso é o quadro quando a secreção só diminui, mas continua a produzir-se. Nestescasos, efetua-se uma prova de funcionamento fazendo consumir uma grande quantidade degordura ( 150 g de manteiga). Uma secreção reduzida não permite a digestão desse bloco degordura. A capacidade insuficiente de rendimento fica, portanto, demonstrada por umadeposição de - «manteiga» líquida e amarelada que depressa endurece, tornando-se pastosa.As inflamações crônicas, a esclerose, as infecções sifilíticas, o alcoolismo, a hiperalimentaçãoe outras causas podem ser motivo destas desordens orgânicas. Não sabemos muito mais

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coisas a este respeito. Mas, se queremos salvar a anomalia funcional, o melhor remédio é,naturalmente, uma alimentação totalmente simples, frugal e pobre em gorduras, na basepreferentemente de frutas e de vegetais (especialmente verduras finas, cruas).

Temos também de citar a rara «necrose pancreática aguda» de desenvolvimento muitoimpressionante. Deve-se à autodigestão do órgão por excesso de secreção da própriaglândula e produz-se geralmente nas pessoas obesas, de idade, que sofrem de doençasbiliares depois de um excesso de comida. Uma dor rapidíssima, cada vez maior, que chega àsensação de esgotamento, coincidindo com flatulências, pulso lento, vômitos, angústias etorpor -- tudo isto é o primeiro sintoma deste mal. É absolutamente necessário recorrerimediatamente ao médico.

IntestinoAbsorção de Substâncias Através do Intestino -- O funcionamento anômalo do intestino,especialmente a prisão de ventre, é um dos males mais espalhados e ao qual se presta menosatenção no nosso tempo. Contudo é tanto mais importante quanto o intestino tem de cumpriruma grande função no estado de saúde e na capacidade de rendimento. O intestino significapara o homem o que a raiz é para as plantas. A todos nos parece evidente que uma planta nãose desenvolve se não tiver raízes normais. O mesmo acontece nos homens. Assim como asplantas adquirem o seu vigor das riquezas da terra com a ajuda do seu sistema radicular, damesma maneira as velosidades intestinais se introduzem na massa de substâncias ingeridas.O intestino são, com a sua abundante velosidade que aumenta consideravelmente a suasuperfície interior, obtém de um bolo alimentar de composição natural e normal as energiasnecessárias para a sã estruturação dos órgãos e dos tecidos, para a renovação, do sangue e odesenvolvimento do organismo.

A base inicial da alteração no funcionamento do intestino reside, portanto, numa alimentaçãoantinatural e desequilibrada. Influi tanto na função das bactérias intestinais (colibactérias) e nasua atividade, que podem chegar a produzir substâncias tóxicas que ameacem a nossa saúde.Em primeiro lugar, as paredes do intestino não podem permitir por si mesmas a introdução detóxicos. Mas, à larga, cedem as células das velosidades à irritação permanente de produtostóxicos do metabolismo e tornam-se permeáveis. Fica assim desfeita a primeira barreiradefensiva. Mas também,as restantes barreiras e filtros, constituídos pelos pulmões e pelofígado, não podem resistir à persistente sobrecarga da sua capacidade antitóxica e entãoessas matérias prejudiciais chegam ao sangue e, arrastadas por este, a todos os órgãos.

Conseqüências da Auto-intoxicação -- As conseqüências são inevitáveis. Se a penetraçãodos

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tóxicos na circulação do sangue em grandes massas se verifica durante muito tempo,apresentam-se enfermidades agudas, como urticária, asma, febre do feno, reumatismo,alterações cutâneas e manifestações tóxicas do sistema nervoso central, como dores decabeça, insônia e estados de excitação e transtorno mental. Todo o sistema de desintoxicaçãodo corpo trabalha então com atividade febril. Para isso, como se sabe por experiências, énecessária uma grande quantidade de vitaminas. Mas se estas não forem fornecidas em

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quantidade suficiente com os alimentos, a pobreza vitamínica pode motivar, por si mesma,maior intoxicação. Sabe-se que o consumo insuficiente de vitamina B tem dado lugar aalterações da absorção, com o que certos tóxicos intestinais se introduzem no sangue e, porum desequilíbrio do mesmo sistema nervoso, podem causar inflamações articulares.

Se, apesar de um abundante consumo de alimentação, a vitamina B1 se apresentar emquantidade insuficiente, ternos uma prova de que a função intestinal é anormal e de que seabriram as defensivas antitóxicas. Está cientificamente demonstrado que há uma variedade decolibactérias que destroem imediatamente a vitamina C.

A influência no «cultivo» bacteriano intestinal de uma nutrição errada (ou de numerososmedicamentos, entre os quais as sulfamidas e os antibióticos impede as reações construtivasde uma série de importantes vitaminas, como são as oito seguintes: biotina, ácido pantotênico,ácido paraminobenzóico, amida do ácido fólico, lactoflavina, ácido fólico, vitamina B12, evitamina K2. É certo que uma flora bacteriana intestinal normal é essencial para a boaconservação da saúde.

Sintomas e Tratamento da Auto-intoxicação -- Há sempre que pensar em auto-intoxicaçãodo intestino quando se apresentam os seguintes sintomas gerais se não se descobrirem outrasrazões: rápido cansaço, muitas vezes já de manhã, dores de cabeça, irritação, depressão,baixo rendimento, apatia para o trabalho, inapetência, cor amarelada ou amarelo-pálido dorosto e do corpo.

Tal estado precisa de um tratamento grande e a fundo, se se quiser recuperar a capacidade derendimento e a alegria de viver e evitar transtornos orgânicos incuráveis. De nada serve nestecaso o consumo de qualquer dos inumeráveis laxantes.

Um conhecido médico inglês pôde demonstrar que uma pessoa que sofre de prisão de ventrecrônica alberga no seu corpo 34 tipos distintos de toxinas, algumas das quais são mais ativasque o pior veneno de serpente.

A cura dietética da prisão de ventre crônica, quer na forma atônica quer na espasmódica, temde satisfazer em termos gerais duas exigências:280

1. Evitar todo o tóxico intestinal. 2. Mudança para uma alimentação mais rica possível emcelulose.

Segundo o Prof. Becher, todos os venenos do intestino procedem, em última análise, daalimentação, e sobretudo da albumina na nutrição. Formam-se da albumina pordesdobramento bacteriano.

Por isso, para suprimir essa causa tóxica no intestino doente, deve-se prescindir dos alimentoscárneos e submeter-se, como nas doenças hepáticas e biliares, a um regime lactovegetariano.

A noz, nas suas diversas formas de preparação, não só é um complemento valioso como,sobretudo o doce de noz, é um alimento melhor que a carne.

A segunda exigência, que consiste na mudança para um regime rico em resíduos,

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consegue-se melhor mediante o abundante consumo de alimentos frescos, legumes, saladas eprodutos cereais, como papas de cereais frescos e pão integral.

Como é natural, na preparação deste regime deve-se suprimir completamente o emprego degorduras animais, substituindo-as por manteiga ou, melhor ainda, por óleos prensados a frio(azeite de oliveira, semente de girassol, noz, germe de cereal, óleo de linho, etc.).

Se quisermos tornar mais eficaz o regime rico em matérias não digeríveis, sem carne elactovegetariano, tomar de manhã em jejum cinco ou seis ameixas ou figos secos previamentecolocados de molho e antes de cada refeição uma colher grande de óleo de linho fresco. Aatonia intestinal e a prisão de ventre que não sejam resolvidas por estes remédios dietéticosexigem tratamento clínico, pois devem obedecer a outras enfermidades primárias ou gravesestados secundários.

Exemplo de Dieta Ácida (com 1.500 Calorias, Aproximadamente) -- A alimentação deveser constituída principalmente por produtos derivados da fermentação do ácido láctico, comosão os leites azedos ou coalhados, o soro de leite, couve azeda e o seu suco, queijos comóleo de linho ou de girassol. Este tipo de alimentação está na atualidade muito facilitado pelosprodutos que se vendem no comércio de regimes dietéticos, de grande valor qualitativo, comocouve fermentada, produtos lácteos de toda a espécie, sucos de tomate, de cenouras echucrute.

-- De manhã: 100 g de suco de couve fermentada (como regra, todas as manhãs) ou umaxícara de infusão de malvas com uma colherinha de suco de limão.

-- Desjejum: 100 g de frutas ácidas (laranja, groselha preta) ou a sua correspondentequantidade de suco.-- Almoço: 100 g de frutas (maçãs ácidas raladas). 200 g de requeijão frito ou qualquer outroassado de vegetais. 200 g de couve fermentada, salada feita com, nata ácida ou com feijõesácidos. 50 g de

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batatas descascadas. 10 g de óleo de girassol.

-- Lanche: 150 g de soro de leite, coalhada ou leite de amêndoas e um biscoito de farinhaintegral.

-- Jantar: 200 g de chá, 50 g de pão integral ou tostado. 100 g de queijo; 10 g de manteiga;200 g de salada; 100 g de compota com três colheres de sopa de sementes de linho frescasdescascadas, três ameixas secas picadas e um figo. Preparam-se todos os elementos demanhã, e mantêm-se durante todo o dia numa xícara de água.

FígadoDoenças Hepáticas e o seu Tratamento Geral -- Encontramos hoje freqüentes alteraçõesnas várias funções hepáticas: secreção da bilis, defesa antiinfecciosa, funções antitóxicas,regeneração do sangue, processos de formação e desintegração no metabolismo de

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proteínas, açúcares ou gorduras. As possibilidades de perturbação do metabolismo do fígado,esse grande e complicado laboratório do corpo humano, são tão numerosos queprovavelmente só as conhecemos numa pequena parte.

No regime de cura das enfermidades hepáticas, ocupa hoje lugar de destaque a alimentaçãoou plano dietético oportunos. Todas as doenças do fígado começam com um metabolismodefeituoso e o melhor modo de influir nesta função é a alimentação.

A maior parte dos atuais medicamentos de 'efeitos hepáticos, assim como todos os processosde tratamentos técnicos ainda muito apreciados, não reúnem condições para um regime decura razoável e natural.

A alimentação rica em hidrocarbonatos, considerada anteriormente e durante muito tempocomo a mais eficaz, com consumo adicional de glicose e insulina, ficou quase totalmenteolvidada. Também não se pode admitir a recomendada pelos norte-americanos, dequantidades extraordinariamente elevadas de proteínas.

Consideramos mais seguro o ponto de vista de que em todas as inflamações hepáticasagudas (isto é, em todas as hepatites), o melhor resultado obtém-se seguindo estas normasbásicas:

1. Proteínas suficientes.

2. Abundantes substâncias açucaradas (hidrocarbonatos).

3. Pouca gordura.

4. Vitaminas abundantes.

5. Fermentos abundantes.

6. Líquidos abundantes.

7. Abundantes substâncias ricas em celulose.8. Adição ínfima de sal.

Em todas as doenças crônicas do fígado (hepatose), entre as quais figuram as lesõescelulares por bactérias e alimentos tóxicos ou excitantes (álcool), assim como as curasdefeituosas depois de hepatites, isto é, a atrofia do figado, temos de executarfundamentalmente as mesmas exigências dietéticas. As células hepáticas necessitam,precisamente para a sua estruturação e funções próprias, de um série de produtosvaliosíssimos, especialmente os de desintegração da albumina com rico conteúdo de enxofre(aminoácidos, meteonina e cistina). Como, porém, especialmente na cirrose hepática, há operigo de hidropisia abdominal, é necessário manter muito reduzido o consumo de líquidos eevitar o mais possível a adição de sal.

Fundamentos do Regime Dietético Para o Fígado -- 1. Frutas e sucos de fruta, devido aoseu conteúdo em vitaminas, minerais e fermentos bem como ao seu conteúdo em açúcar fácilde absorver e aos efeitos estimulantes ao apetite, refrescantes diuréticos. Ao mesmo tempo, afruta cumpre a exigência de abundante contribuição de celulose com o mínimo de sal comum.

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Anteriormente, evitavam-se os regimes de fruta, e sobretudo os de fruta seca, para os doenteshepáticos. Quando se aprendeu melhor o valor dietético da fruta fresca, passou esta então afazer parte de todo o regime hepático, sobretudo para enfermidades crônicas do fígado.

Cumpre ter muito em conta as nossas considerações sobre o consumo de bananas, uvas,cerejas e morangos.2. Legumes e saladas. Cenouras, beterrabas e tomates, e também, eventualmente, rábanodoce, amargo e encarnado.

Em todo o caso, começar com sucos em primeiro lugar, e só depois com os legumesrefogados e crus, finamente picados, seguindo-se finalmente as saladas, que já exigem algumesforço digestivo.

Os legumes secos (feijão, lentilhas, ervilhas amarelas) contêm muitas vezes, além da suaflatulência, material que se torna inassimilável para o fígado doente; devem suprimir-seabsolutamente do regime hepático.

As batatas desempenham no regime hepático um papel essencial e justificado, sobretudo naforma de purê. Quer dizer, satisfazem na sua maior parte as exigências que impusemos paraum regime hepático, permitindo além disso excelente combinação com o leite e a fruta.

3. O leite presta valiosos serviços devido ao seu elevado teor de albumina, ao seuconsiderável conteúdo em vitaminas e, ao mesmo tempo, ao seu equilibrado teor de gordura.Além disso, o leite é fonte de lecitina, uma substância

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ativa para o sistema nervoso e o fígado, composta de ácidos gordos, ácidos fosfoglicéricos ecolina. Esta última substância é um dos fatores úteis para o fígado, que impede o seuengorduramento e resolve as alterações na função de desintoxicação do fígado.

Os produtos de leite azedo (leite coalhado, iogurte, assim como leite desnatado e o soro demanteiga são preferidos ao leite completo pelo seu sabor refrescante. Em todas as formas deicterícia e de doenças do fígado reconhece-se o valor curativo do leite.

4. Os produtos cereais são muito úteis por causa do elevado conteúdo de hidrocarbonatoscom as vitaminas B do gérmen de cereais, de especial eficácia no fígado, e muitas outrasmatérias ativas, sobretudo no emprego de papas de cereais e gérmens de trigo. Nos primeirosdias da hepatite aguda são convenientes os regimes de arroz só, arroz e banana, arroz ecenouras, e para a regeneração, mais tarde, papas de grãos de trigo, bananas e leite e cereaisintegrais.

5. O mel é muito importante, devido ao seu conteúdo de hidrocarbonatos e sobretudo deaçúcar de fruta. Já nas indicações referentes ao mel, se disse que com o consumo de açúcarde fruta se conseguem melhores resulta_ dos curativos do que com o do açúcar de uva(glicose). Está demonstrado, precisamente, que o fígado lesado não se encontra já emcondições de transformar a glicose em glicogênio. O organis-

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mo prefere, por todos os modos, efetuar essa função imprescindível com frutose, porque paraisso utiliza uma cadeia de reações totalmente distinta. O açúcar de fruta é transformado até 39% em glicogênio num processo metabólico que se efetua com rapidez dez vezes maior do quequando emprega glicose, com o que simultaneamente aumenta o aproveitamento dos demaistipos de açúcar, tornando menos necessária a formação de glicogênio no fígado, descansandoassim este órgão. O açúcar de frutas e sobretudo o mel constituem um importantíssimo fatorno tratamento dietético das doenças hepáticas, quer sejam agudas quer sejam crônicas.

6. Ovos: Também são de apreciar na fase reconstrutiva, desde que, na medida do possível,sejam consumidos crus. A clara bate-se em ponto de neve e a gema mistura-se na sopa ou nocaldo. Só como passagem à nutrição normal é que se consome, uma vez ou outra, um ovopassado por água e finalmente uma omeleta, que se prepara com clara batida, à qual seacrescenta, quando está em ponto de neve, a gema. Absorve-se, mediante um papel secantelimpo, a maior parte da gordura frita para facilitar a digestão. Depois, é muito conveniente oconsumo de fruta em forma de compota de maçã.

7. Gorduras: Na medida do possível basta a gordura contida no leite. Se nos doentes muitomagros se deseja um aumento de peso, complementa-se a gordura de leite com 30 g diários,no máximo, de manteiga fresca, margarina vegetal da melhor qualidade ou azeite vegetalextraído a frio (de oliveira, semente de girassol, linho ou noz). O consumo de gorduras cárneasdeve ser absolutamente suprimido.

8. Carne: É a carne, decerto, uma valiosa portadora de albulmina, mas contém por sua vezprodutos da degradação metabólica (guanidina e outros), que sobrecarregam o fígado. Noregime hepático deve-se renunciar à carne, assim como a todos os frios e defumados.

9. Devem proibir-se todos os excitantes, especialmente o álcool e o tabaco.

10. Devem preferir-se como bebidas, além do leite e sucos de frutas, infusões de camomila,hortelã-pimenta e celidônia.

Normas Práticas Para um Regime de Cura -- O regime curativo dos doentes de fígado temde compreender, portanto, os seguintes alimentos:

1. Frutas, sucos de frutas, legumes e os seus sucos. Cumpre ter em conta, principalmente, asbananas, uvas, cerejas, morangos, cenouras, beterrabas, batatas, abóboras, tomates, rábanosdoces, amargos e vermelhos.

2. Cereais e os seus produtos, principalmente arroz e flocos de aveia, assim como o mel.

3. Leite, produtos lácteos (qualquer tipo de coalhada e requeijão), ovos.

4. Azeite extraído a frio, manteiga, margarina vegetal.

5. Infusão de ervas. O regime tem de ser o apropriado para o estado do doente e a fase daenfermidade, isto é, sob prévia prescrição do médico. Deve ser assim, de maneira geral:

1. No estado agudo: infusões, sucos, sopa de sêmola, leite, sopa de leite com arroz ou flocosde aveia, purê de batatas.

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2. Depois de uma melhoria e a partir da segunda semana: produtos cereais (em forma depapas frescas de cereal ou depois de breve cocção). Fruta (fresca e cozida), guisados à basede batatas com legumes ou fruta, mel, marmelada.

3. Depois de maior melhoria e a partir da terceira semana: poucos ovos (batidos crus oupassados por água). A preparação deve ser sempre pobre em gorduras.

4. Durante muito tempo, regime completamente vegetariano com leite e requeijão.

 

Vias Biliares

Tratamento dietético das suas afecções -- já de há muito tempo que se conhece otratamento dietético das doenças das vias biliares, sobretudo da vesícula. De maneira geral,deve-se respeitar as seguintes diretrizes:

1 - 0 mínimo consumo possível

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de alimentos e estes em forma de hidrocarbonatos (arroz, flocos de aveia), pois são os quemenos estimulam a secreção biliar. Dietas à base de infusões e de sucos entre um e três dias.Simultaneamente infusões de camomila todos os dias.

2. Vencidos os sintomas de inflamação, juntar à sopa de arroz ou de flocos de aveia, umpouco de gordura (manteiga ou margarina vegetal), mas não albulmina. Todos os dias tambéminfusão de camomila.

3. Produzida uma melhora, e sentindo-se maior apetite, juntar leite, adoçado com mel oucondimentado com sal marinho. Além disso, consumo abundante de azeite extraído a frio,combinado com purê de batatas, acrescentando frutas, legumes, vegetais crus finos, porexemplo cenouras e beterrabas (mas não congeladas), leites ácidos, especialmente soro demanteiga e requeijão. Voltar às papas de cereal fresco e ao pão integral.

Este regime lactovegetariano observado durante bastante tempo provoca a melhora de todo ometabolismo, preparando assim a cura definitiva.

Na temporada depois do tratamento, torna-se especialmente valioso o consumo de sucosfrescos de cenouras, aipo, rábanos e beterraba.

Fim do Capítulo 9 de A Cura e a Saúde Pelos Alimentos

versão eletrônica pelo Projeto [email protected] do Anfiguri 47, São Miguel Pta., São Paulo-SP, BR-08050-570

 

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ERNST SCHNEIDER

 

A CURA E A SAÚDEPELOS ALIMENTOS

versão eletrônica pelo Projeto Periferia

Capítulo 1 - As Nossas Deficiências de Saúde e a Sua Compensação NaturalCapítulo 2 - FrutosCapítulo 3 - Legumes e VerdurasCapítulo 4 - CondimentosCapítulo 5 - Alimentos Fornecedores de EnergiaCapítulo 6 - Alimentos de Origem AnimalCapítulo 7 - Regimes DepurativosCapítulo 8 - Doenças do Sistema CirculatórioCapítulo 9 - Doenças do Aparelho DigestivoCapítulo 10 - Doenças do MetabolismoCapítulo 11 - Doenças da PeleCapítulo 12 - Doenças do Sistema NervosoCapítulo 13 - TuberculoseCapítulo 14 - A Alimentação na GravidezCapítulo 15 - A Alimentação na Criança ModernaCapítulo 16 - O CâncerCapítulo 17 - Comentário FinalCapítulo 18 - Normas Fundamentais Para a Preparação de um Regime SadioCapítulo 19 - Receitas Culinárias

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Doenças do Metabolismo

Capítulo 10Toda a planta e todo o animal que se afasta da Natureza para ser

domesticado e converter-se em «companhias» do homem perde as suascaracterísticas originárias. E isso mesmo acontece ao homem que

abandona o bosque e o solo e passa a vida entre quatro paredes. Todo oser vivo que abandona alegremente a sua comunhão interior com a mãe

Natureza sacrifica as suas características fundamentais e chega aconhecer a doença e a degeneração.

Dr. Balzli

Fundamentos da Acumulação de Gordura -- Não vamos falar aqui da obesidade causadaevidentemente pela inatividade e superalimentação, isto é, devida à falta de movimentos e aoconsumo excessivo de alimentos ricos em gorduras e que, portanto, só se pode corrigirmediante mais trabalho corporal e mais parca alimentação. As nossas reflexões vão maisdirigidas para os numerosos enfermos que, apesar de realizarem forte exercício físico ecomerem pouco, acumulam, contudo, quantidades molestas de gordura.

As gorduras ingeridas com os alimentos passam momentaneamente sem transformação peloestômago (como todos sabem, consumidas em grande quantidade tornam o estômagopesado), e é só no duodeno que se transformam numa fina emulsão sob a influência da bilis e,além disso, são saponificadas pela secreção pancreática, isto é, desagregadas em glicerina eácidos gordos. Nesta forma podem os componentes atravessar as paredes do intestino,passadas as quais voltam a transformar-se em gordura e, mediante o sangue, a introduzir-seno fígado.

Contudo, provavelmente uma parte da gordura, quando se apresenta em grande quantidade,atravessa sem transformações as paredes do intestino. A gordura introduzida nos pequeninoslóbulos hepáticos é segregada imediatamente pelas células exteriores em forma de gotasfiníssimas; seguidamente, as células centrais elaboram a gordura. Em muitas pessoas, ascélulas hepáticas já não dominam as gorduras, mas só a segregam sem a elaborar. Dessamaneira o fígado vai-se tornando cada vez mais gordo. Mais tarde, a acumulação de gordurasvai-se estendendo pelos tecidos adiposos subcutâneos e nos músculos cardíacos. Finalmente,o coração vê dificultado o seu funcionamento e o fígado também não realiza bem o seutrabalho de combustão. Se não se interromper a retenção de gorduras, a irrigação sanguíneados órgãos é cada vez menor, e em todas as partes produzem-se alterações metabólicas,

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acabando o doente por sofrer de qualquer das formas de doença grave do metabolismo. Vale,pois, a pena procurar uma mudança e vencer o mal.

Em quase todos estes casos ficam afetadas nas suas funções as glândulas endócrinas,especialmente a tireóide. Como o iodo se encontra de certo modo relacionado com a tireóide,segue-se que as plantas que contêm iodo são muito proveitosas. Se a uma planta com ricoteor de iodo, como são as algas, se acrescentarem vegetais que depurem o sangue epromovam a digestão, obtém-se a chamada infusão de desjejum ou de desengordar, quepoderemos preparar com 50 g de mil-em-ra-

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ma e 20 g de rebentos de visco. Prepara-se assim uma cocção, calculando uma colher grandede ervas por xícara de água. A infusão vai-se tomando aos sorvos durante o dia, ou entãotoma-se uma xícara de manhã e outra ao meio-dia.

Esta mistura é muito boa para as senhoras que depois da idade crítica apresentam tendênciapara engordar.

Naturalmente, é preciso respeitar determinado regime se se quiser obter um resultadoperdurável.

Regime Adequado Para Perder Peso -- Pode recomendar-se o plano seguinte:

Princípio dietético: procurar uma oscilação deficitária de energia, isto é, aumentar o desgaste erestringir as assimilações. A nutrição deve ser deficiente, não cobrindo o desgaste do corpo.Continuar na subalimentação até se conseguir a perda de peso conveniente. As quantidadesmais reduzidas de alimentos consumidos podem lentamente converter-se em costume.

1 . Não tomar diariamente mais de 20 g de gordura (incluindo a da preparação dos alimentos).Falando de gordura, apenas nos referimos à manteiga e ao azeite extraído a frio.

2. Beber pouco. Ou então meio litro de leite desnatado, uma xícara de infusão de desjejum.

3. Legumes e fruta, ilimitadamente.

4. Os alimentos portadores de hidrocarbonatos concentrados, tais como pão, batata, arroz,sêmola, flocos de aveia, macarrão, farinha branca, tudo isto se deve reduzir radicalmente.

5. Evitar as sopas por causa da necessária eliminação de líquidos.

6. Na medida do possível, nada com sal, porque 1 grama de sal fixa uma quantidade de águacem vezes maior. Os sais necessários ficam garantidos pelo suficiente consumo de alimentoscrus ou pelo consumo de água do mar em jejum.

7. Um dia por semana, dieta de leite (regime Karell) na qual só é permitido um litro de leitecomo alimento exclusivo ou dieta de fruta (aproximadamente 1.200 g crua ou cozida) ou dietade arroz e compota de maçã. Para isso cozem-se 250 g de arroz em água, e sem sal nemaçúcar tomam-se com 50 g de maçã (sem açúcar).

8. As medidas complementares são: ginástica, passeios (sobretudo durante uma hora à

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tardinha), natação ou qualquer outro desporto aquático.

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DiabetesNatureza da Doença -- Em termos gerais, o diabetes é uma doença do metabolismo, na qualo organismo não está em condições de assimilar o açúcar da alimentação. No intestinotransformam-se em glicose todas as espécies de féculas ingeridas com os alimentos. A glicoseprocedente do intestino já não se transforma no figado nem nos músculos dos diabéticos emforma de glicogênio, mas é simplesmente eliminada pela urina. A presença de glicose na urinaé sintoma característico da dita doença.

Normalmente, o fígado acumula a glicose ingerida transformando-a em glicogênio, que, porsua vez, segundo as necessidades do organismo, e por estímulo da adrenalina, é decompostode novo em glicose, sendo então queimada pelos tecidos. Também os músculos contêm umaboa reserva de glicogênio, sempre à disposição de qualquer esforço. A capacidade detransformação do fígado e dos músculos perde-se em grande parte no momento em que opâncreas é perturbado pela redução ou até mesmo pela supressão total da secreção deinsulina. Sabe-se hoje que a perturbação também pode ser devida à produção excessiva do«contra-hormônio» eucagina que, tal como a insulina, se origina também nos ilhéus deLangerhans (denominação dos grupos de células de formação de hormônios no pâncreas).

Apresenta-se então uma relativa insuficiência de insulina.

Em ambos os casos, o organismo empobrece-se quanto ao glicogênio, isto é, quanto aoaçúcar de reserva. Mas o que é certo é que nenhuma célula pode subsistir sem açúcar, pois éo combustível vital. E se o organismo não receber açúcares, forma-os das proteínas e dasgorduras.

As irregularidades de assimilação e os esforços excessivos de compensação pelo organismolevam a um aumento da quantidade de glicose no sangue. A falta de açúcar influi também nometatabolismo da gordura, pois esta é «queimada» no fogo dos hidrocarbonatos. Mas se nãopode ser desintegrada na sua totalidade, então os produtos intermediários acumulam-se nosangue e aparecem finalmente na urina, como os denominados compostos acetônicos. Estessão ácidos que, para a sua fixação e neutralização, esgotam as reservas alcalinas, do sanguee acidulam, por conseguinte, o sangue (acidose). O hálito cheira a acetona. Além disso, aacetona atua como narcótico e é causa do estado comatoso ou perda de conhecimento. Odesaparecimento absoluto do açúcar no sangue e nos tecidos constitui um perigo mortal.

Correlações Hormonais -- Apresenta-se assim a reação em cadeia do funcionamentoinsufici-

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ente do pâncreas e da conseqüente falta absoluta ou relativa de insulina. Há também,infelizmente, outras causas do diabetes. Só o fato da deficiência funcional do pâncreas permitesupor que nisso tomam parte outras glândulas de secreção interna que, quanto às suas

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funções, dependem umas das outras, ou seja: cada qual influi na atividade das outras.

Sabemos hoje que a pituitária (hipófise) como hormônio que produz, ultimamente descoberto,ACTH (hormônio adrenocorticotropo) estimula consideravelmente as supra-renais. Estas, porsua vez, segregam hormônios que denominados glicocorticóides e que influem nometabolismo do açúcar. Mas também a tireóide e as glândulas sexuais influem na regulaçãodesse metabolismo.

Na realidade, o diabetes é uma doença de origem complexa, em que quase não deixa deintervir uma só glândula e na qual intervém um grande número de processos conhecidos edesconhecidos do sistema nervoso central.

Temos, pois, de ver a origem principal numa combinação defeituosa das funções glandulares.Em todo o caso, podem predominar os sintomas de alteração funcional de uma glânduladeterminada. Distingue-se, portanto, entre o diabetes causado fundamentalmente portranstornos pancreáticos e o diabete originado por alterações da hipófise ou por influênciaexclusiva do sistema nervoso central, o denominado diabetes neuroendócrimo. Estesdiferentes tipos de diabetes são aqueles que o médico procura analisar cuidadosamente, poisimporta muito distingui-los para o tratamento correspondente.

Causas Primárias do Diabetes -- 0 transtorno hormonal indica a existência de um lesãoconstitucional fisiológica, que pode ser tanto hereditária como congênita ou adquirida nodecurso da vida; por exemplo, devido a erros dietéticos ao longo de muitos anos ou ao abusode excitantes ou drogas. A este respeito devo recordar que o diabetes é, sobretudo, umadoença de ricos. Na quarta parte dos casos de diabetes pode comprovar-se a herança ou ofreqüente aparecimento da enfermidade na família. A obesidade, a gota e a arteriosclerosedesempenham um papel importante no conjunto de causas. Os filhos de diabéticos podem,portanto, ter em si mesmos o germe da enfermidade. Cabe ao médico de família impedir,mediante um acertado modo de viver, que a doença se declare, como também devem os paisconfiar prontamente os filhos

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aos cuidados do médico e seguir escrupulosamente os conselhos deste a respeito da maneirade viver.

Papel da Insulina no Diabetes -- 0 que ficou dito sobre a natureza desta doença deve bastarpara fazer ver claramente que a presença de glicose na urina não é o fundamental. As cifrasde glicose eliminada são de pouca importância, desde que não se conheça a quantidadeglobal de glicose eliminada em vinte e quatro horas. Não é possível cessar a eliminaçãomesmo mediante a privação de todos os alimentos com teor de glicose. Assim só se tem feitodesaparecer temporariamente um dos sintomas, mas não se produziu qualquer melhoria naprópria doença. Segundo von Noorden, a limitação de hidrocarbonatos na nutrição equivale ajogar às escondidas com a eliminação da glicose». A glicose desaparece da urina, do sanguee dos tecidos, acrescentando assim à deficiência de insulina um segundo transtornometabólico, a cetose.

Por isso, houve quem pensasse que se podia suprir a insuficiente atividade do pâncreas

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mediante o consumo artificial da insulina. Far-se-iam assim descansar os órgãos produtoresde insulina, de modo que poderiam refazer-se Mas isso não é sempre, nem sequer as maisdas vezes, o acertado. Por outro lado, um grande repouso das células produtoras de insulinano pâncreas não traz forçosamente consigo uma recuperação, mas antes o ficaremprejudicadas pela inatividade, acontecendo-lhes o mesmo que se dá com os músculos quandonão se empregam. A época em que se julgava ter-se encontrado a cura do diabetes nainsulina já passou à história. Para todo o caso de diabetes grave deve conseguir-se não só adose de insulina que convém ao paciente, mas também este deve, antes de mais nada,observar estritamente o regime. Este continua ainda a ser hoje o fator principal de todo otratamento. Objetivo único do regime deve ser que o diabético assimile a maior quantidadepossível de hidratos de carbono, porque o açúcar lhe é tão necessário como ao homem são.Para isso é preciso o suficiente consumo. Todo o diabético é capaz de absorver até uma certaquantidade. O médico deve procurar fazer com que o equilíbrio do açúcar resulte positivo, istoé, o consumo dos alimentos deve ser maior que a eliminação pela urina. Como este fenômenovaria de doente para doente, cada um tem de ser tratado de maneira diferente.

É imprescindível o Regime Individual -- Do complicado curso da doença e da diversidadedas suas manifestações deduz-se que não se pode aconselhar um tratamento uniforme esistemático, mas que tem de ser estudado cuidadosamente pelo médico para cada caso. Istodiz respeito especialmente ao regime, que deve, o mais das vezes, ser varia-

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do, mantedo-se sempre o propósito de reduzir ao máximo o consumo de hidrocarbonatos.Para isso são de recomendar dias de salada, frutas e legumes, dias de legumes e ovo, dias deaveia, fruta e arroz, dias de soro de manteiga, dias de leite integral, dias de jejum e dias debatata. As mudanças destes dias de regime, assim como a ordem para as efetuar e asquantidades de alimentos, tudo isto deve ser prescrito pelo médico. Os hidrocarbonatos melhorassimilados pelo organismo diabético são os de aveia e os de bananas. O regime de aveia éde salientar de modo especial. Como recordação de von Noorden, que foi o primeiro aexperimentá-lo, este tratamento tem o nome dele. Consiste em administrar ao doente entre150 e 180 g de aveia por dia, na forma de sopa ou de papas, distribuídos em várias refeições.A aveia não deve ter sido branqueada, refinada nem descascada e será preparada sem sal,acrescentando-lhe eventualmente um ovo.

Outros Remédios Para o Diabetes -- As vitaminas presentes nos germens de trigo e nalevedura, sobretudo fatores do grupo B e a vitamina E, constituem matérias ativas essenciaisno metabolismo do açúcar para as células. Desempenham, portanto, no regime diabético umpapel infinitamente mais importante que os medicamentos. Três a cinco colheres grandes degermens de trigo ou 15 a 20 g de levedura na alimentação diária favorecem poderosamente aação da insulina. O emprego destes meios dietéticos, permite muitas vezes a redução da dosede insulina ou um consumo maior de hidrocarbonatos (pão, batatas, frutas). Como otratamento muscular influi consideravelmente no metabolismo do açúcar, o diabético devefazer todo o esforço corporal possível ou sistemáticos exercícios de ginástica, na medida dopossível.

Desde há pouco tempo que há vários remédios químicos, às vezes melhor suportados por

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alguns diabéticos. Dão resultados mais eficazes que a insulina e não é forçoso injetá-los. Adenominação química destes produtos apresentados em forma de comprimidos é sulfanilúrea.Atualmente, distinguimos dois tipos principais. O primeiro (BZ 55) figura entre as conhecidassulfamidas antibacterianas e oferece-se sob diversos nomes. O segundo (D 860) não contémsulfonamidas e só tem pouca ou nenhuma eficácia contra as bactérias.

Estes métodos também não reúnem infelizmente condições para curar o diabetes. Servem,contudo, em determinado doente para substituir grandes quantidades de insulina.

BZ 55 e D 860 atuam tanto melhor quanto mais idoso e mais gordo for o diabético, e tanto piorquanto mais jovem e magro for.

A couve, nas suas variedades, exerce um efeito de redução do teor de açúcar no sangue.Deve ser, portanto, consumida com fre-

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qüência pelos diabéticos. O mesmo se pode dizer da couve ácida, crua, ou com suco, queserve de ajuda ao ácido láctico. Entre as plantas medicinais encontram-se matérias ativas dotipo da insulina, especialmente nas vagens secas do feijão, nas urtigas, na arruda. É lógico,por conseguinte, obter delas uma infusão apropriada para os diabéticos. Também se podeadquirir esta mistura nas farmácias e nos ervanários.

Como infusão simples, a mais apropriada é a de vagens de feijão. Cozem-se 200 g dasmesmas num litro de água, até ficar reduzido a meio litro. Bebe-se esta infusão repartindo astomadas durante o dia e por muito tempo. A infusão de arruda faz-se com uma colher pequenacheia de folhas e sementes da planta em 100 ml de água. Bebe-se uma xícara, duas vezes pordia. A semente de linho triturada ou óleo de linho extraído a frio pode também melhorar ometabolismo dos diabéticos. Para isso, toma-se de uma a três vezes por dia uma colherada.

Cumpre insistir repetidamente em que nenhum diabético procure curar-se a si mesmo. Todosos casos devem ser confiados ao médico que, depois de investigar as condições metabólicasdo doente, estabelece as pertinentes disposições básicas de todo o regime e dos demaisaspectos do tratamento.

ReumatismoDiversas Formas da Enfermidade -- Sob o nome de reumatismo incluímos hoje um grandenúmero de quadros clínicos relacionados entre si, pois todos eles oferecem de maneira maisou menos assinalada os sintomas principais do reumatismo, dores e inchaços.

0 reumatismo pode apresentar-se em estado agudo ou crônico; neste último, as doresdeslocam-se pelas articulações, aparecem rápidas e caprichosamente nalguns pontos isoladosdo organismo provocando «picadas». Mas não são apenas as dores, mas também astumefações, que se podem apresentar sob todas as formas e todos os graus de intensidade epersitir tenazmente ou desaparecer tão rapidamente como chegaram, para voltarem aaparecer noutro ponto. As manifestações fixam-se de preferência na musculatura, nasarticulações ou nos nervos. Em poucos casos apresenta-se reumatismo do peritônio, pleura,

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pericárdio, conjuntiva, meninge ou até mesmo do cérebro. Conforme o tecido em que seapresenta a dor, assim se chama o reumatismo: muscular, articular, nervoso ou do orgãointerno correspondente.

Provavelmente a gota seja uma forma especial do reumatismo. Muitas vezes o reumatismoner-

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voso é chamado nevralgia. Se atacar os nervos terminais da zona dos quadris, falamos deciática. Se as dores se produzirem nos grupos de músculos vizinhos do sacro, o mal chama-selumbago. O reumatismo pode afetar os mais variados tecidos,' constituindo portanto umadoença geral. A medicina naturista tem mantido sempre o conceito deste caráter geral doreumatismo.

Origem e Causas das Afecções Reumáticas -- Até hoje ainda não se esclareceucientificamente como se produz o transtorno dos órgãos centrais nervosos, conhecido comocausa inicial do reumatismo em todas as suas formas. Diz o Prof. Dr. Gudzent que oreumatismo em todas as suas formas agudas e crônicas tem de ser considerado como doençaalérgica, isto é, como reação de hipersensibilidade do organismo diante de qualquersubstância.

O tóxico produzido pela reação orgânica de hipersensibilidade deve procurar-se na albumina equase exclusivamente na albumina dos ovos da alimentação.

Outros investigadores demonstraram entretanto que, além da prejudicial albumina daalimentação, atuam como toxinas os produtos protéicos de excreção das bactérias e de outrosorganismos vivos, podendo ser origem de mudanças e alterações funcionais no sistemanervoso central, pelo que se deve insistir na destruição dos germes infecciosos de todo equalquer tipo. Os focos sépticos têm de ser procurados nos dentes, amígdalas, ouvidos, seiosnasais, apêndice, intestino, vesícula, ovários e na próstata. Por isso, uma infecção tuberculosasofrida na meninice ou na juventude e depois curada também pode dar ocasião a umamudança no sistema nervoso central e, portanto, à formação ulterior de um reumatismo.

As primeiras conseqüências das alterações no sistema de regulação central são perturbaçõesna irrigação sangüínea, em órgãos e tecidos. Se esta anormalidade na irrigação tem lugar nummúsculo, tudo se reduz a inflamações, dores e à conseqüente limitação de movimentos. Mas,se o transtorno se produz, por exemplo, nos músculos cardíacos, produz-se então o estado dereumatismo cardíaco com todas as suas conseqüências para os vasos e a circulação. Se aperturbação da irrigação sangüínea pelo reumatismo se localiza nas glândulas de secreçãointerna, por exemplo nas supra-renais, então a enfermidade vai afetar a formação e secreçãode

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hormônios com caráter grave. Precisamente, o desequilíbrio com respeito aos hormôniossupra-renais, dos quais hoje o mais conhecido é a cortisona, provoca a enfermidadereumática. Da mesma maneira, podem enfermar de reumatismo as glândulas sexuais.Também o fígado pode ficar afetado pelo desvio da irrigação sangüínea, apresentando-se

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então o quadro clínico de hepatite reumática que pode levar à caquexia, se não fordiagnosticada a tempo.

Desde há muito que se conhecem transtornos reumáticos graves na irrigação sangüínea dosrins, e alterações reumáticas das proteínas sangüínea.

Também se verificaram consideráveis alterações no conteúdo de fermentos dos tecidos e nasfunções medulares.

Tratamento Curativo do Reumatismo -- Quem tiver presente estes fatos talvez diga que éinútil dedicar-se alguém à descoberta de um só produto que possa qualificar-se de remédiopara o reumatismo. Essa busca carece da menor possibilidade de êxito, embora no processoenormemente complexo do reumatismo este ou aquele medicamento possa provocar umaaplacação ou uma melhora e, portanto, não se deva repelir de modo absoluto.Depois de um período de jejum ou de depuração apropriada às características pessoais dodoente, realizar-se-á um regime de sucos ou de alimentos crus. Depois de terminar esta cura,é necessário continuar, por muito tempo, uma alimentação à base de um regimeabsolutamente vegetariano, interrompido por alguns dias de frutas e sucos. Também convémcomo continuação de regime, todos os processos estimulantes gerais e locais da irrigaçãosangüínea dos tecidos e da sua limpeza, isto é, tratamentos para a depuração do sangue,aplicação de calor, radiações, banhos, massagens, fricções e medicamentos.

A alimentação é, como causa e como remédio, de grande importância no reumatismo.

As infusões anti-reumáticas, de aceitação tão geral, têm hoje encontrado a sua justificação noquadro geral do tratamento. Estão em condições de estimular o metabolismo e ofuncionamento das glândulas, reforçar os órgãos de secreção nas suas funções e aumentar asua atividade antitóxica, especialmente na pele e no fígado. Quem quiser preparar a infusãocom plantas medicinais tomará 20 g de cada uma das seguintes ervas: flor de lúpulo silvestre,flor de tília, arruda, groselha e flor de sabugueiro; preparar com uma colher pequena destamistura uma xícara de infusão, tomando duas xícaras por dia. Também se pode adquirir umaboa infusão anti-reumática já preparada na farmácia ou no ervanário. Naturalmente não sedeve esperar desta infusão mais do que é lógico, dentro do anteriormente exposto sobre aproblemática do reumatismo. Constitui, porém, com freqüência um fator útil no plano

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da cura do reumático e não deve ficar esquecida, assim como o regime e os numerososremédios físicos, especialmente as fomentações úmidas e prolongadas.

Seria preferível resolver tudo mediante uns comprimidos ou uma injeção a submeter-se comenorme esforço de vontade a um plano de dieta durante várias semanas; no entanto, até hojeé este o único remédio curativo autêntico, se se chegar a tempo.

Remédios Sintomáticos do Reumatismo -- Primeiro, foi antes de tudo o mais o ácidosalicílico e seus derivados químicos e depois o piramidon que, só ou com outros calmantes, seempregava para combater as manifestações reumáticas. Têm, porém' efeitos secundáriosprejudiciais. Despertou grande interesse o específico irgapirina, em que se combinava opiramidon, de rápida eliminação, com a substância de expulsão mais lenta, a butazolidina.

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Conseguia-se, assim, um efeito analgésico e antiinflamatório mais prolongado. Apareceudepois a cortisona, um hormônio supra-renal que primeiro se louvou como um verdadeiroportento. Sabe-se hoje que só é eficaz enquanto se consome e que, como efeito secundáriomais grave, possui o de se opor à reação defensiva local do organismo contra as infecções.Deste modo defraudou-nos em muitos aspectos. Transformou-se em hidrocortisona.Presentemente, há outros derivados cortisônicos que são mais eficazes e com menos efeitossecundários. São armas muito valiosas sob a direção do médico.

É perfeitamente concebível que quando se conhecerem melhor os fatores causadores sepossa encontrar uma combinação de matérias ativas, que mantenha pelo menos o reumatismoa distância, tanto mais que até agora conhecemos a favorável eficácia das vitaminas C e E eos simples hormônios supra-renais, podendo empregar com mais conhecimento que nuncabanhos e massagens.

Contudo, não se vencerá o reumatismo se não nos decidirmos a criar condições préviasnaturais para uma provável cura, e sobretudo para se evitar reumatismo; uma alimentaçãocompleta, prudente, pobre em sal e pobre em albumina (em média 1 g de albumina por quilode peso do indivíduo); consumo de sucos e de vegetais crus, fruta, legumes, saladas, produtoscereais integrais, leite, mel, óleos extraídos a frio e dias ou curas de jejum.

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Fim do Capítulo 10 de A Cura e a Saúde Pelos Alimentos

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A CURA E A SAÚDEPELOS ALIMENTOS

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Capítulo 1 - As Nossas Deficiências de Saúde e a Sua Compensação NaturalCapítulo 2 - FrutosCapítulo 3 - Legumes e VerdurasCapítulo 4 - CondimentosCapítulo 5 - Alimentos Fornecedores de EnergiaCapítulo 6 - Alimentos de Origem AnimalCapítulo 7 - Regimes DepurativosCapítulo 8 - Doenças do Sistema CirculatórioCapítulo 9 - Doenças do Aparelho DigestivoCapítulo 10 - Doenças do MetabolismoCapítulo 11 - Doenças da PeleCapítulo 12 - Doenças do Sistema NervosoCapítulo 13 - TuberculoseCapítulo 14 - A Alimentação na GravidezCapítulo 15 - A Alimentação na Criança ModernaCapítulo 16 - O CâncerCapítulo 17 - Comentário FinalCapítulo 18 - Normas Fundamentais Para a Preparação de um Regime SadioCapítulo 19 - Receitas Culinárias

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Doenças da Pele

Capítulo 11Quando se produziu a maravilha das maravilhas, quando o óvulo materno

deu fruto, quando com a chave de ouro o homem futuro se manifesta nasua primeira floração, o gérmem em desenvolvimento fica depositado em

três capas sobrepostas, claramente perceptíveis pelo microscópio, as trêsenvolturas germinais. Uma constituirá a armadura do corpo, o esqueletocom a sua coluna, os seus tubos e cápsulas, o seu crânio e costelas; de

outra formar-se-á o coração, os vasos, as grandes glândulas e os órgãosdigestivos; da terceira surgirá a couraça defensiva e os sentidos, o

cérebro e os nervos, a pele. Nisto encontraremos a solução do enigma: océrebro e a pele estão dispostos e concebidos como um mesmo órgão.

Karl Ludwig Schleich

A Pele Reflete o Estado do Organismo -- Todos os estímulos procedentes do interior e doexterior devem permanecer dentro dos limites da sua capacidade de adaptação para não seproduzirem perturbações funcionais e até mesmo lesões orgânicas duradouras. Sabemos porexperiência diária que entre as doenças da pele a imensa maioria tem sido causada por umadoença interna, perturbações do metabolismo, alterações nas glândulas hormonais, efeitostóxicos provocados por uma prisão de ventre crônica, focos de infecção nos dentes,amígdalas, seios nasais ou aparelho genital. Se a isto se acrescentar uma importanteinsuficiência de elementos curativos e nutritivos devido a uma alimentação insuficiente, malcombinada ou incompleta, pode produzir-se rapidamente o estado de hipersensibilidade dapele, a alergia. Qualquer estímulo exterior, aliás perfeitamente inócuo (por exemplo, usarroupa interior nova, elaborada com produtos químicos ou tecidos de lã) produz «reaçõesalérgicas».

As inumeráveis relações entre as doenças interiores e as da pele, conhecidas já na eranaturalista da Medicina, mas que no critério rigorosamente científico não têm sido exatamentecompreendidas, obscureceram-se por completo, porque foram relegadas para o último planoque os modernos conhecimentos alcançaram mediante os novos meios técnicos,especialmente o microscópio. Depressa surgiu o conceito de que as doenças cutâneas, querfossem infecciosas ou não, procediam exclusivamente do exterior, e eram de natureza local,podendo aplicar-se-lhes remédios exteriores e locais. Uma impressionante série de novasobservações e experiências tiveram influência para que se modificasse a doutrina sobre

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doenças da pele e que voltassem a ser consideradas, na sua maioria, como sintomas e efeitosde males internos.

A estrutura anatômica da pele, com as suas numerosas capas celulares, glândulas sebáceas esudoríparas, gânglios nervosos, pigmentos e outras forças químicas, é algo tão maravilhosoque dela podemos deduzir a existência de múltiplas e importantes funções.

A Experiência dos Puericultores -- Os médicos de crianças têm observado desde há muitotempo que mediante a limitação do consumo de sal na alimentação se pode influir nahidratação dos tecidos orgânicos. Consegu-se assim com uma alimentação pobre em saldrenar e curar as inflamações purulentas da pele e da mucosa e, sobretudo, dos eczemasúmidos.

Correlações Entre a Alimentação e as Doenças da Pele -- Também nos adultos há estreitasrelações entre a pele sã e a alimentação. Os numerosos efeitos sobre a pele, como o calor,frio, tóxicos, bactérias, fungos, parasitas e até

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mesmo lesões a que diária ou ocasionalmente nos encontramos expostos, dificilmente podemprovocar doenças cutâneas se a pele enquanto órgão estiver em normais e sãs condições dedefesa. Há uma propensão interna para as enfermidades da pele que, sem dúvida, dependedo estado da alimentação. E, pois, importante que os doentes da pele de qualquer espécieordenem a sua alimentação e, conforme a experiência, isso significa que deve ser: simples,parca, integral e pobre em sal. Toda a debilitação da nossa potência vital implica para a peleuma redução na capacidade defensiva. Os tecidos orgânicos debilitados mais cedo ou maistarde vêm a ser objeto de ataque e campo nutritivo de numerosos germes que não podemosafastar do nosso mundo imediato, por muito que desinfetemos a pele, em última análise, sãoessenciais para o equilíbrio biológico. No homem não constituem um estímulo permanentepara a conservação da sua capacidade defensiva. Num tecido normal, os germes purulentosnão encontram condições favoráveis de vida.

Numerosas questões sobre as relações entre as doenças da pele e o metabolismo, as funçõesda circulação, a atividade intestinal e hepática, a adição de vitaminas, minerais e fermentos, asfunções das glândulas internas, assim como a vida nervosa e espiritual, ficam esclarecidas. Otratamento interno e externo, a higiene e o modo de vida, também devem dar a suacontribuição essencial no processo de cura.

Funções Excretoras da Pele -- De fundamental importância é a capacidade de eliminação,pela pele, de água assim como de tóxicos do metabolismo, toxinas bacterianas, sais, ácidos eoutros elementos introduzidos em excesso que o organismo deve expulsar. O corpo utilizaesta autêntica função de escoamento da pele quando não pode desfazer-se das matériasresiduais. Estas se depositam e desintoxicam na pele, como primeiro passo. O cheiro quemuitas pessoas deitam dá-nos uma boa prova disto. Também nos indica que o corpo seencontra numa difícil luta e que precisa de ajuda imediata para evitar as enfermidades, eespecialmente as da pele.

Essa ajuda só pode consistir em que apoiemos a pele na sua função, escovando-a a seco,

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lavando-a, aplicando-lhe fomentações quentes e tomando banhos. Só assim se consegue queuma grande parte dos materiais de refugo sejam expulsos. Se além disso interrompermos asua contínua afluência até aos tecidos cutâneos, mediante dias de sucos ou frutas,alimentação menos abundante ou alguns dias de jejum rigoroso, a pele eliminará depressatodas as matérias de refugo e recuperará o seu funcionamento normal e a sua cura saudável.

Afecções Freqüentes da Pele e a sua Origem -- De há muito

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tempo que se vêm conhecendo numerosos defeitos nutritivos como causa inicial destes males,como, por exemplo, a cor amarela das crianças de peito, no caso de excesso alimentar desuco de cenouras ou de, papas. Mas é mais grave a presença excessiva de sal nos alimentos,pois aumenta a predisposição da pele para a inflamação e aumenta a sua facilidade desecreção de líquidos, ao mesmo tempo que diminui a sua capacidade de defesa.

Investigaram-se os sintomas cutâneos da insuficiência da vitamina A. Basta recordar aqueratinização das glândulas capilares, o aparecimento de parasitas, as inflamações cutâneaspurulentas, a queda dos pêlos, a formação de pequenas manchas, a incapacidade detranspiração da pele e tantas outras manifestações.

Enfermidades cutâneas típicas (como a pelagra) são conseqüência da insuficiência emdiversos fatores do grupo vitamínico B. Também se manifesta no estado cutâneo a falta devitamina F. Da mesma sorte, os alimentos e medicamentos tóxicos se relacionamestreitamente com a pele. A maioria das pessoas têm sofrido essa conseqüência depois deterem comido mariscos, peixe, carne de porco, caça, queijo velho, cogumelos. E até mesmofrutas, bagas ou sementes germinadas podem produzir em pouco tempo alterações cutâneas.Entre as matérias que por consumo excessivo exercem efeitos tóxicos na pele não se devepassar por alto o ácido úrico. Antes de mais, são formadores de ácido úrico a carne, os caldosde carne, o peixe, o café, o chá, o cacau, o chocolate e os legumes secos. O ácido úricoprovoca a gota e eczemas. Se, ao mesmo tempo, se consumirem alimentos ricos em sal,torna-se impossível a eliminação de ácido úrico, ao passo que um regime de alimentos pobresem sal, depois de um aumento temporário do sofrimento, favorece a eliminação e serve,portanto, para a cura.

É só de há pouco tempo a esta parte que se conhece melhor a função da colesterina, umelemento procedente da alimentação. Tal qual ocorre com o sal, o excesso da colesterinaprejudica a pele e os vasos sanguíneos; na maior parte dos casos de doenças da pelecomprova-se um notável aumento de teor de colesterina no plasma sanguíneo. Para osdoentes da pele por causa da nutrição, deve prescindir-se em absoluto dos alimentos ricos emcolesterina acima citados, até que a presença deste elemento no plasma sanguíneo tenhadescido para o nível normal (de 140 a 200%).

É também importante para a pele o consumo diário de uma quantidade mínima de cálcio: de0,5 a 1 g para os adultos. Quem tiver sofrido de irritações cutâneas, comichão e urticária deveter experimentado o benéfico efeito de algumas injeções intravenosas de cálcio querapidamente reduzem o calor, a tumefação

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e forte comichão das irritações cutâneas.Fatores Hereditários

Há doenças da pele, sobretudo eczemas, de que são responsáveis os pais ou outrosantepassados mais afastados. O antigo adágio de que os pecados dos pais recaem nosdescendentes até à terceira ou quarta geração é unia verdade que encontramos nas doençascutâneas. Quem sofrer de tais doenças ou de tais debilidades constitucionais na sua vida nãodeve voltar-se contra os seus ascendentes, só porque aparentemente tem de suportar umacarga injusta. Cada geração vive no meio ambiente do seu tempo e é filha deste e das suasimperfeições.

Influência das Doenças Internas -- Não é só a insuficiência ou o excesso na nutrição, nem aconstituição fisica congênita ou obtida no decurso da vida, que provocam enfermidades dapele, mas também numerosas enfermidades internas. Conhecemos 'muitas relações entre asdoenças cutâneas e as dos órgãos, isto é, estômago, figado, pâncreas, intestino delgado e,mais ainda, intestino grosso. Sobretudo a prisão de ventre crônica deve salientar-se comofonte de auto-intoxicação e de numerosas reações patogênicas da pele. Com freqüência nãose pode curar uma molesta enfermidade cutânea sem se recuperar o funcionamento normaldos intestinos.

Influem igual e consideravelmente na origem e desenvolvimento das doenças cutâneas osistema nervoso e os estados anímicos, de modo que o seu papel deve ser tomado muito asério quando se decide qualquer processo de cura.

Regime de Cura Para as Doenças Cutâneas -- O anteriormente exposto demonstrou que abase para o tratamento das doenças da pele é um regime alimentar apropriado, caracterizadopor:

1. Pobreza em sal.

2. Pobreza em proteínas animais.

3. Falta de gordura animal.

4. Riqueza em vitaminas e fermentos.

5. Riqueza em minerais básicos, sobretudo cálcio.

Não importa apenas ter em conta um fator isolado da alimentação, por exemplo o sal, comoacontece com tanta freqüência. O regime deve conter sempre alimentos crus nas suasdiversas formas: por exemplo, dietas rigorosas de sucos de frutas e hortaliças, alimento;exclusivamente vegetarianos e a combinação destes com leite e produtos lácteos.

Um regime curativo estrito, traçado segundo as últimas experiências, inclusive para asdoenças crônicas da pele, é analisado minuciosamente no capítulo sobre as afecçõesnervosas, quando se trata do regime de Evens, em que desempenham um papel de destaque

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os grãos de cereal germinados. Nesta forma de dieta provou-se a normalização

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de funções vitais perturbadas, como a renovação do crescimento do pêlo depois da sua quedadurante muito tempo, o escurecimento do cabelo em pessoas anteriormente encanecidas, oincremento do vigor sexual e a regulação dos transtornos na menstruação. Outrasexperiências na dietética de doenças cutâneas hão de produzir decerto magníficos resultados.

Para o tratamento de doenças da pele podemos empregar a infusão mista de espécieslenhosas: 50 g de guaiaco (Lignum Guaiaci), 30 g de gatunha (Radix ononidis), 10 g dealcaçuz (Radix liquirtiae), e 10 g de pau de açafrão (Lignum sassafras). Calculam-se duascolheres grandes desta mistura para três xícaras de água, deixando-se ferver até se reduzirpara duas xícaras. De manhã, para desjejuar, bebem-se de uma a duas xícaras de infusãoquente.

Como já se disse no princípio deste livro, por uma grande série de costumes e de mudançasintroduzidas pela nossa civilização, abandonou-se, muito mais que qualquer outro órgão, o dapele, maltratando-a e afastando-a de todos os estímulos normais, naturais e higiênicos, comoa luz, o ar, o sol e as alterações climatológicas. Por isso, para as pertinazes doenças da pelemuitas vezes torna-se absolutamente necessário, além dos regimes curativos e dascombinações de plantas medicinais, uma mudança de clima. Geralmente são preferíveis osclimas marítimos e de altitude.

Com muita freqüência se consegue curar uma molesta doença cutânea sofrida durante anossó com o fazer atuar de modo regular e acertado todos os fatores de ordem natural.

As chamadas alterações por hipersensibilidade da pele, as alergias, têm a sua causa básicadefinitiva no sistema nervoso. São muitas vezes os alimentos que provocam a reação. Fala-seentão de alergias da alimentação, como vermelhidão ou urticária depois de se haver comidopeixe, mariscos, carne de porco, morangos ou outros alimentos.

Idênticas ou parecidas reações podem produzir-se em contato com muitos outros elementosdo nosso meio ambiente, como, por exemplo, a asma provocada pelo pó do colchão de penas,a febre-do-feno pelo pólen da erva, a prisão de ventre depois de se consumirem determinadosalimentos, os eczemas por inumeráveis produtos do mundo exterior ou do metabolismo. Umaautêntica cura das doenças alérgicas só é possível com um prolongado e estrito regime dealimentos crus.

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Fim do Capítulo 11 de A Cura e a Saúde Pelos Alimentos

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Capítulo 1 - As Nossas Deficiências de Saúde e a Sua Compensação NaturalCapítulo 2 - FrutosCapítulo 3 - Legumes e VerdurasCapítulo 4 - CondimentosCapítulo 5 - Alimentos Fornecedores de EnergiaCapítulo 6 - Alimentos de Origem AnimalCapítulo 7 - Regimes DepurativosCapítulo 8 - Doenças do Sistema CirculatórioCapítulo 9 - Doenças do Aparelho DigestivoCapítulo 10 - Doenças do MetabolismoCapítulo 11 - Doenças da PeleCapítulo 12 - Doenças do Sistema NervosoCapítulo 13 - TuberculoseCapítulo 14 - A Alimentação na GravidezCapítulo 15 - A Alimentação na Criança ModernaCapítulo 16 - O CâncerCapítulo 17 - Comentário FinalCapítulo 18 - Normas Fundamentais Para a Preparação de um Regime SadioCapítulo 19 - Receitas Culinárias

A Cura e a Saúde Pelos Alimentos -- Capítulo 12

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Doenças do Sistema Nervoso

Capítulo 12Até onde nos é dado ver, há forças na Natureza que nos impelem para a

saúde, para o pleno desenvolvimento e maturidade, e isto tanto no quediz respeito ao homem como aos animais. Quando verificamos que um

homem nos seus melhores anos de rendimento decai e adoece, podemosconcluir com absoluta segurança que foi vencido por algum poder

estranho à Natureza e inimigo desta.Dr. Bernard Detmar

O Sono é o Melhor Alimento Para os Nervos -- Desde os tempos mais remotos ahumanidade conhece o enorme benefício de um sono reparador e, desde aquelas longínquaseras, os médicos se têm preocupado, no decorrer dos séculos, no sentido de que os seusdoentes desfrutem desse benefício, pois constitui uma premissa iniludível para a sua saúde.Por isso, não pode ser motivo de surpresa o fato de os soporíferos constituírem um elementoessencial da farmacopéia médica, assim como da medicina popular, em muitas e diversasformas. Mas precisamente a diversidade de remédios de tantos reclames deve causar-nosreparos. De fato, quanto maior for a abundância de remédios, em maior grau surge a suspeitade que nenhum deles é na realidade satisfatório.

Sono Natural e Narcose -- Em princípio, os únicos meios seguros para fazer dormir ospacientes foram o ópio e, um pouco mais tarde, a morfina, extraída daquele. Por isso seconsiderou um valioso enriquecimento da farmacopéia a descoberta, em 1869, do hidrato decloral, que permitia ao médico prescindir em muitos casos da morfina, que implicava o perigonada desprezível de provocar a habituação.

A imensa maioria dos soníferos derivam de um reduzido número de combinações químicasque provocam o complexo efeito narcótico, ou seja, que o seu principal resultado é aparalisação do cérebro com perda do conhecimento. A seguir, tem lugar a paralisação dasregiões mais profundas do cérebro. E esse desaparecimento do estado de consciênciaconsiderou-se durante algum tempo como sono, mesmo quando o grande fiisiólogo GoItzdemonstrou com o seu cão sem cérebro que este animal, ainda depois de lhe haver sidoextirpado cirurgicamente aquele órgão, dormia exatamente como quando ainda o possuía.Mas presentemente pôs-se de parte tanto o investigador como as suas experiências.

Ensaios mais modernos e inspirados sobretudo por investigadores alemães têm demonstrado

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que o sono não tem relação com a narcose nem superficial nem fundamentalmente. Embora osintoma mais notável do sono seja a perda de conhecimento, a verdade é que não seinterrompe de todo a atividade cerebral durante' o sono, como o provam os sonhos e acapacidade de concentração durante o mesmo sono.

Mediante numerosas experiências chegamos ao estado atual da investigação e às idéiasmodernas acerca do fenômeno do sono. Este é o estado de excitação do centroparassimpático do sono. Daqui se conclui que o estado de sono, visto sob o ponto de vistabiológico, é de natureza ativa e de nenhum modo uma paralisação do cérebro e das regiõescerebrais mais profundas (como a que é produzida pelos soporíferos). No decurso do sonodevem recuperar-se as energias consumidas durante o dia, pois, se306

não for assim, o sono por si só não nos daria força para retomar as atividades. Durante o sonodesenrolam-se poderosos e eficazes processos de recuperação, e precisamente é essa novaacumulação de energia absolutamente necessária, o que no «sono» produzido por soporíferosfalta por completo, pois estes, tal como os narcóticos, exercem uma ação paralisadora nocérebro e, o que não é menos importante, em todo o metabolismo.

Não dispomos na realidade de nenhum soporífero, pois não conhecemos ainda nenhumamatéria capaz de provocar o sono fisiológico, influindo diretamente no centro do sono, etambém ainda não sabemos de que modo ou mediante que matéria orgânica se produz aalteração rítmica do estado de excitação nos centros do sono e da vigília.

Tratamento da Insônia -- A insônia e apenas um sintoma e não uma doença. Se pudéssemostratar a insônia com um autêntico sonífero faríamos desaparecer um sintoma, mas nãoatacaríamos a doença na sua raiz.

Embora não disponhamos desse autêntico sonífero, abusa-se monstruosamente doschamados soporíferos químicos, que antes deviam chamar-se hipnóticos ou narcóticos e que,em parte, são de venda livre. Não menosprezamos produtos realmente valiosos da químicasintética e que, nas mãos do médico, podem prestar, em certos casos, serviços consideráveis.Mas é preciso denunciar claramente o consumo sem entraves de qualquer soporífero peranteo menor indício de insônia. Quando esta é autêntica, a descoberta da sua causa e o métododa sua cura têm de confiar-se ao médico, para que o corpo recupere por si mesmo um sonoreparador. Se o médico, no princípio, recorre a um soporífero, está no seu pleno direito.

Só quando a insônia é devida a esforço intelectual excessivo, ao nervosismo ou à neurastenia,etc., pode ser oportuno o emprego de um narcótico ligeiro, já que a iniciação do sono sefavorece mediante a falta de percepção da maioria das excitações procedentes do mundoexterior. Todo o médico receitará alguns dos chamados soporíferos de efeito limitado, masrápido. Mas também nestes casos podem bastar medidas naturais como, por exemplo,supressão das excitações e dos excitantes, exercício físico, alimentação sã e parca,suprimindo, pelo menos momentaneamente, a carne, os queijos duros e os ovos, variação nasdistrações durante as horas livres, coisas que o homem supercivilizado e ansioso de prazernão procura fazer, alegando a suposta falta de tempo.

0 Gérmen de Trigo, Remédio Para os Nervos -- Os germens de trigo, além das tantas vezes

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repetidas vitaminas e minerais, contêm um grupo de matérias que o Prof. KoIlath localizou eque

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chamou auxonas. São o material para o crescimento, multiplicação celular e regeneração nosorganismos animais, que hoje despertam grande interesse.

Se as auxonas faltarem, fica muito afetado o metabolismo. Se também faltar a vitamina B1 ometabolismo cessa absolutamente. As conseqüências serão a velhice prematura e a morte.Se, faltando as auxonas, persistir o consumo de vitamina B1, chega-se à descalcificação, àvida vegetativa ou à mesotrofia (seminutrição), como tecnicamente é expressada. A presençadeste material em quantidade suficiente leva, por outro lado, a uma convalescença erenovação rápida de células e tecidos, isto é, à conservação da juventude e da saúde. Comoessa reparação se consegue principalmente durante o sono, é este na sua forma natural acondição precisa para que a alimentação acertada possa ter efeitos autenticamente curativos.

De há muito tempo que se vendem germens puros de trigo em embalagens que os conservamfrescos nos ervanários. O emprego culinário é muito simples. Polvilham-se, em bebidas friasou quentes, tais como sucos de frutas, leite e cacau e batem-se, pouco a pouco, antes do seuconsumo, também em sopas ou legumes, sempre depois da cocção. Sobretudo os alimentoslácteos e farináceos podem ser melhorados em sabor e qualidade mediante germens de trigo.Para pudins e pratos de farinha e sêmola, empregam-se os germens de trigo pelos seusefeitos gelatinosos. São imprescindíveis na preparação de alimentos crus, aproveitando-seespecialmente nos leites fermentados, substituindo o açúcar. Na pastelaria, o uso de germensem partes iguais dá um sabor grato, parecido com o da noz.

Os germens de trigo devem ser parte normal da nossa alimentação diária, como alimentosprofiláticos, especialmente nos casos de esgotamento e doenças dos nervos.

Reconstituintes Naturais Para a Fraqueza do Sistema Nervoso -- Ao chegarmos aqui,cumpre insistir, mais uma vez, nas especiais propriedades dietéticas da levedura, do leite e domel para todas as pessoas que sofrem de debilidade ou de doenças do sistema nervoso.Muitos destes doentes têm comprovado a capacidade curativa destes alimentos simples enaturais, quando, impondo-se também uma vontade firme e decidida, tomaram diariamentemeio litro de leite, algumas colheres pequenas de levedura seca e de mel misturados, durantealgum tempo ou com caráter permanente, em vez dos excitantes ou drogas consumidos emquantidade excessiva. As características especiais destes alimentos já foram enunciadas naprimeira parte deste livro.

0 Regime de Evers Para Doentes Nervosos (Especialmente na Esclerose Múltipla) --Numero-

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sas descobertas e observações inspiraram ao Dr. Evers a idéia de que uma grave doençanervosa, a esclerose múltipla, que começa com deformações inflamatórias na medula e nocérebro, seguidas de degenerescência do tecido nervoso, é apenas o último termo de umaalimentação defeituosa durante anos, como a que forçosamente traz consigo a

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desnaturalização dos alimentos. Apresenta, portanto, um regime curativo, no qual se suprimena medida do possível toda a desnaturalização; deste modo têm-se conseguido êxitosevidentes em casos leves ou pouco graves de esclerose múltipla, debatidos apaixonadamentenos Congressos Médicos e discutidos também noutras Clínicas.

Apesar de intensos trabalhos de investigação em todos os países civilizados, a verdade porémé que se tem chegado sempre ao resultado desanimador de que os tratamentos da esclerosemúltipla estão destinados a malograrem-se sempre. Por isso, é possível que os bonsresultados até agora alcançados pelo regime de Evers constituam um prometedor começo,que dê um novo incentivo ao estudo dos problemas relacionados com esta doença.

O regime assenta em idéias simples e claras que são, decerto, convenientes para toda agente.

1. Os frutos, as raízes e o leite desempenham o papel fundamental, pois o homem toma-osapreciando-lhes perfeitamente o sabor, sem qualquer preparação nem amadurecimento.

2. Deixar os alimentos no modo mais natural possível.

3. Quanto menos se modificar um alimento para ter bom paladar, tanto mais valioso será parao homem.

A dificuldade assenta em que o regime e o paladar nem sempre se harmonizam. Mas a culpanão é do regime que se adapta completamente à natureza humana, e, sim, do nosso paladar.É que este tem-se vindo habituando mal no homem moderno com a equivocada alimentaçãonas últimas décadas. E agora é difícil renunciar aos alimentos cozidos, assados, fervidos ecarregados de especiarias.

O Dr. Evers mostra como aqueles povos que têm sabido manter-se fiéis à alimentação dosseus predecessores não registram, ainda hoje, nem um só caso de esclerose múltipla, aopasso que onde a alimentação é refinada surge a esclerose e é tanto mais freqüente quantomaior é o refinamento. Nos Estados Unidos essa doença constitui já um «agudo problemasocial».

Alimentos Utilizados no Regime de Evers - Segundo a prescrição do Dr. Evers sãopermitidos os seguintes alimentos: fruta crua, raízes cruas, leite cru, manteiga, flocos de aveiacrus, pão integral, ovos crus e mel.

Entre as frutas figuram: maçãs, peras, ameixas, avelãs, nozes, sementes de girassol, feijãoverde tenro, cerejas, uvas, pêssegos, groselhas, framboesas, amoras, laran-

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jas, bananas, amêndoas, castanhas-dopará, flocos. amendoins, tomates, cereais (grãos detrigo e de centeio germinados) e frutos secos (tâmaras, figos, uvas passas).

Entre as raízes contam-se, principalmente, as cenouras e o nabo.

Depois de haver observado durante dez anos o efeito deste regime em mais de 2.500 doentes,julga o Dr. Evers (cujos doentes foram cuidadosamente observados por vários professores

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universitários) poder afirmar o seguinte: piora o estado de um doente com esclerose múltipla,apesar de todos os meios curativos, e finalmente o doente fica incapacitado para andar e temde se manter no leito; e se, depois de aplicar um regime alimentar em igualdade das restantescondições (cada qual submete-se a um tratamento em sua casa, vivendo como dantes) elentamente ao fim de alguns anos, o doente aprende a andar de novo, e finalmente ficaplenamente capacitado para o trabalho, está justificada a conclusão de que as melhoras seencontram em relação causal com o regime alimentar prescrito. A condenação, anteriormenteimplacável, desta enfermidade, com o seu qualificativo de «incurável», deve desaparecer. Aesclerose múltipla de hoje é curável (segundo o Dr. Evers).

Para os alimentos autorizados, acima mencionados, o Dr. Evers propõe as seguintesquantidades diárias:

1. Grãos germinados, 50-250 g.

2. Pão integral, 125 g (não mais).

3. Flocos de aveia,, 70 g (não mais).

4. Fruta e raízes, 500 g (ou mais).

5. Leite, um litro.

6. Manteiga, 30 g (ou mais).

7. Ovos, um (ou mais).

8. Nozes, 50-100 g (ou mais).

É um fator decisivo para a quantidade consumida o apetite do doente (três refeições por dia).Se se chegar a sentir repugnância por estes alimentos, então observar um dia de jejumrigoroso, bebendo-se apenas água pura. Devem preferir-se os alimentos próprios da estação,e quanto mais frescos melhor. Só a aplicação rigorosa durante muitos anos do regime quepode obter êxito. A mudança total da alimentação exige do médico e do doente grandeconfiança mútua, e no doente, inflexível vontade de se curar. O regime nunca pode prejudicar.Depois da cura, voltar-se-á paulatinamente a misturar com os alimentos crus outros cozidos ouassados. Mas os frutos, as raízes, o leite e os produtos lácteos devem continuar a ser osalimentos principais.

A Alimentação no Tratamento e Profilaxia da Paralisia Infantil -- No tratamento da paralisiainfantil (poliomielite), conforme as experiências obtidas durante os últimos anos, volta-se a dargrande importância à alimentação. Em todas as doenças infecciosas produz-se durante a faseaguda maior

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consumo de proteínas, gorduras, vitaminas e fermentos. Isto exige também a paralisia infantil,expressando-se tal fato com a perda considerável de peso durante as primeiras três a seissemanas. A perda de substância orgânica e de grande importância para a capacidadedefensiva nesta grave doença. As substâncias defensivas estão geralmente unidas com um

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núcleo proteínico e devem estar representadas na alimentação diária.

Verifica-se realmente nos três primeiros dias, nos doentes de paralisia infantil, um crescenteaumento de proteínas no sangue. Parece que a infecção levanta obstáculos à formação dematérias proteínicas celulares e de hemoglobina. A insuficiência de vitamina B1 (aneurina) ede vitamina B2 (lactoflavina) assume grande importância. O médico mexicano Dr. Castañedadeu boas informações acerca do bom resultado conseguido com o emprego de vitamina C ede vitamina B12; o tratamento aplaca imediatamente as dores e os espasmos musculares.Além disso, a vitamina B12 faz com que a recuperação da função muscular seja mais rápida.Isto é uma indicação de que a melhor profilaxia contra a paralisia infantil consiste numaalimentação que contenha também as citadas vitaminas em quantidade suficiente.

Com respeito à profilaxia simples e natural, são muito de ter em conta as experiências quemostram o efeito preventivo do alho. Quando aparece a epidemia, deve empregar-seabundantemente este velho remédio da medicina popular.

Conseguiram-se bons resultados com o consumo de um regime complementar que contémtodos os alimentos importantes: proteínas, gorduras, hidrocarbonatos, minerais e vitaminas.Acrescenta-se ao regime para estes efeitos uma bebida que é uma emulsão de gorduras,albumina, ovos, xarope de cereais e leite. Este regime acrescenta-se às refeições correntes.

Uma colher pequena ou grande de doce de noz ou de amêndoa misturada com uma colherpequena de mel puro numa xícara de chá, dada a beber lentamente aos goles, torna-se paraos doentes de paralisia infantil um alimento energético em que figuram todas as matériasnutritivas e funcionais necessárias para o tratamento dietético.

Uma ou outra vez, toma-se metade da quantidade de doce de noz ou de amêndoacompletando-o com a gema de um ovo.

A Alimentação dos Psicopatas -- A vitamina 136 e o ácido glutâmico, bem conhecidos comoelementos essenciais na formação de proteínas, conseguem efeitos curativos nos doentesmentais (psicopatas) pela sua função desintoxicadora no metabolismo cerebral. Conhecem-seatualmente experiências muito a favor da existência de um metabolismo defeituoso, inclusivena esquizofrenia. O Dr. Roland Fischer (da Se-

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ção de Investigações de Psiquiatria do Departamento de Saúde do Canadá), pôde observarem animais sintomas de intoxicação com injeção de soro de esquizofrênicos. Sabe-se, alémdisso, que a vitamina B6 e o ácido glutâmico desintoxicam produtos metabólicos intermédiosdo metabolismo encefálico, como, por exemplo, o amoníaco, e podem melhorar ou até mesmocurar o brusco e considerável aparecimento da fadiga, a indecisão, as desordens nasensibilidade, a amnésia e a depressão.

Se considerarmos, porém, que estas importantes matérias funcionais só se consomemmediante uma alimentação realmente completa e natural, não nos deve ser penoso adotardecididamente tal método de alimentação.

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Fim do Capítulo 12 de A Cura e a Saúde Pelos Alimentos

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