MAABE-Metodologias e Operacionalização -(1.ª parte)

10

Click here to load reader

Transcript of MAABE-Metodologias e Operacionalização -(1.ª parte)

Page 1: MAABE-Metodologias e Operacionalização -(1.ª parte)

Práticas e Modelos de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares___________________________  

O Modelo de Auto-Avaliação

das Bibliotecas Escolares:

Metodologias de Operacionalização (parte I)

 

 

 

 

 

 

 

 

 MANUELA MARIA CALDEIRA MANTAS 

Page 2: MAABE-Metodologias e Operacionalização -(1.ª parte)

Práticas e Modelos de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares___________________________  

 

 

Nota introdutória  

       

A aplicação do modelo de auto-avaliação da Biblioteca Escolar, pressupõe a informação, a motivação e o empenho de toda a equipa que o vai implementar e ainda o envolvimento, desde a primeira hora, do órgão de gestão da Escola/Agrupamento.

O órgão de gestão deve revelar interesse e participação desde a análise da documentação sobre a auto-avaliação, à selecção do domínio a avaliar e ao acompanhamento de todo o processo de operacionalização.

É fundamental comunicar ao Conselho Pedagógico, de acordo com uma calendarização adequada, quer o processo em si e o modo como cada agente educativo será nele envolvido, quer os resultados e respectivas implicações. O sucesso da aplicação do modelo dependerá do envolvimento da comunidade educativa.

Ainda não testei o modelo e por isso não revelo qualquer experiência da sua implementação. Irei aplicá-lo este ano numa escola do 1.º ciclo. O plano que a seguir apresento resulta da análise que faço dos documentos e daquilo que me parece ser essencial para o pôr em prática.

 

MANUELA MARIA CALDEIRA MANTAS Pág. 2 de 10

Page 3: MAABE-Metodologias e Operacionalização -(1.ª parte)

Práticas e Modelos de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares___________________________  

Plano de Avaliação

O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares é essencialmente qualitativo, tal

como as políticas de avaliação das escolas, geralmente orientadas para a reflexão de resultados

no sentido de os melhorar.

A RBE propõe-nos um modelo de auto-avaliação que incide sobretudo no impacto

que a BE tem na escola - outcomes. No entanto a avaliação da BE também tem a sua

vertente tradicional, que é a avaliação de instalações, do equipamento, da colecção, de tudo

que é visível - inputs.

Para traçarmos um plano de avaliação teremos que conhecer bem o modelo de

avaliação pode depois:

definir o que se vai avaliar e por que o fazemos;

seleccionar o tipo de evidências que vamos recolher;

escolher o método de avaliação mais adequado;

decidir quem vai intervir na avaliação;

analisar as evidências recolhidas;

apresentar os resultados da avaliação.

MANUELA MARIA CALDEIRA MANTAS Pág. 3 de 10

Page 4: MAABE-Metodologias e Operacionalização -(1.ª parte)

Práticas e Modelos de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares___________________________  

PLANO DE AVALIAÇÃO

Domínio a avaliar

A. APOIO AO DESENVOLVIMENTO CURRICULAR

Subdomínio

A.2. Promoção da Literacia da Informação

Indicadores

A.2.1. Organização das actividades de formação de utilizadores na escola / Agrupamento

A.2.4. Impacto da BE nas competências tecnológicas e de informação dos alunos

Justificação da

escolha

Trata-se de uma área de intervenção prioritária, no âmbito do plano de acção da BE, para o presente ano lectivo, na qual se pretende empreender acções para a melhoria, por necessitar de um maior desenvolvimento

PLANO DE AVALIAÇÃO.

Esta reflexão levar-nos-á a perceber se os alunos se tornam autónomos na utilização da BE, após as formações dinamizadas pela BE

A.2.1. Organização das actividades de formação de utilizadores na escola / Agrupamento

Factores críticos de sucesso

O plano de trabalho da BE inclui actividades de formação de utilizadores com turmas/grupos/ alunos e com docentes no sentido de promover o valor da BE, motivar para a sua utilização, esclarecer sobre as formas como está organizada e ensinar a utilizar os diferentes serviços.

Alunos e docentes desenvolvem competências para o uso da BE revelando um maior nível de autonomia na sua utilização após as sessões de formação de utilizadores.

A BE produz materiais informativos e/ou lúdicos de apoio à formação dos utilizadores.

O que vamos avaliar e porquê

Avaliar as actividades realizadas para a formação de utilizadores

Saber que objectivos alcançamos com as actividades desenvolvidas

Avaliamos a pertinência das actividades realizadas e dos materiais de apoio dos utilizadores

A autonomia dos utilizadores

MANUELA MARIA CALDEIRA MANTAS Pág. 4 de 10

Page 5: MAABE-Metodologias e Operacionalização -(1.ª parte)

Práticas e Modelos de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares___________________________  

Que evidências podemos recolher

Inquéritos com as opiniões dos alunos

Observar a postura dos alunos após a formação

Nº de livros requisitados

Interacção e adesão dos utilizadores ao longo das actividades

Que métodos de Avaliação

Análise do plano de acção da BE

Calendarização e divulgação das actividades

Análise das estatísticas de adesão das actividades

Reflexão sobre as respostas dos utilizadores

Fazer o levantamento das dúvidas e melhorar os aspectos a aperfeiçoar

Quem vai intervir na Avaliação

A equipa que avalia a BE é constituída por:

Coordenador da BE

Professor Bibliotecário

Coordenador de escola

Associação de Pais (ou representante dos pais)

Análise das evidências É importante recolher evidências das acções

desenvolvidas e tratar os dados recolhidos, de forma a melhorar o que estiver menos bem.

Resultados de Avaliação Depois de obtidos colocam-se em relatório para apresentar

ao Conselho Pedagógico e mais tarde à Comunidade Educativa.

Calendarização Divulgação das estatísticas no final de cada trimestre

Entrega de questionários aos alunos e professores em Outubro e novamente em Maio

Os restantes registos serão realizados ao longo do ano

Acções para a melhoria

Organizar com os directores de turma um calendário de sessões de formação de utilizadores com as respectivas turmas

Produzir e partilhar materiais para a formação com outras escolas e BE.

Disponibilizar no site da escola, Moodle e/ou blog Powerpoint sobre o funcionamento da BE.

Produzir materiais em diversos suportes, por parte da equipa da BE e/ou outros professores (guião de pesquisa…)

  

MANUELA MARIA CALDEIRA MANTAS Pág. 5 de 10

Page 6: MAABE-Metodologias e Operacionalização -(1.ª parte)

Práticas e Modelos de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares___________________________      

PLANO DE AVALIAÇÃO

Esta Avaliação leva-nos a reflectir sobre o impacto que as tecnologias têm no processo de aprendizagem dos alunos e aquisição de competências

A.2.4. Impacto da BE nas competências tecnológicas e de informação dos alunos

Os alunos utilizam, de acordo com o seu ano/ciclo de escolaridade, linguagens, suportes, modalidades de recepção e de produção de informação e formas de comunicação variados, entre os quais se destaca o uso de ferramentas e media digitais.

Os alunos incorporam no seu trabalho, de acordo com o ano/ciclo de escolaridade que frequentam, as diferentes fases do processo de pesquisa e tratamento de informação: identificam fontes de informação e seleccionam informação, recorrendo quer a obras de referência e materiais impressos, quer a motores de pesquisa, directórios, bibliotecas digitais ou outras fontes de informação electrónicas, organizam, sintetizam e comunicam a informação tratada e avaliam os resultados do trabalho realizado.

Os alunos demonstram, de acordo com o seu ano/ciclo de escolaridade, compreensão sobre os problemas éticos, legais e de responsabilidade social associados ao acesso, avaliação e uso da informação e das novas tecnologias.

Factores críticos de sucesso

Os alunos revelam em cada ano e ao longo de cada ciclo de escolaridade, progressos no uso de competências tecnológicas, digitais e de informação nas diferentes disciplinas e áreas curriculares.

Se os alunos adequam o tipo de pesquisa ao trabalho que querem efectuar

O que vamos avaliar e porquê

Se os alunos recorrem a ferramentas digitais

Se os alunos revelam progressos no uso das competências tecnológicas, digitais e de informação

Que evidências podemos recolher

Observação de utilização da BE (O1).

Trabalhos escolares dos alunos (T1).

Estatísticas de utilização da/s BE.

Questionário aos docentes (QD1)

Questionário aos alunos da (QA1)

Observação do impacto que as tecnologias têm no processo de aprendizagem dos alunos e na aquisição de competências

Registo de comportamentos no acesso, avaliação e uso da informação e das novas tecnologias

Análise diacrónica das avaliações dos alunos

MANUELA MARIA CALDEIRA MANTAS Pág. 6 de 10

Page 7: MAABE-Metodologias e Operacionalização -(1.ª parte)

Práticas e Modelos de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares___________________________  

Que método de avaliação

Comparação dos trabalhos realizados anteriormente e actualmente, com as tecnologias de informação

Comparar os resultados escolares

Recolha do número e tipo de utilizadores da BE na área das tecnologias

A equipa que avalia a BE é constituída por : Coordenador da BE

Quem vai intervir na avaliação Professor Bibliotecário

Coordenador de escola

Associação de Pais ( ou representante dos pais)

Coordenador TIC

Recolher as evidências e verificar a pertinência da formação em literacias da informação e tecnologias digitais para os alunos

Produzir guiões de apoio às pesquisas feitas pelos alunos Análise das evidências Verificar a necessidade de articular BE com asTIC

 

Resultados da avaliação

Registo dos utilizadores e da frequência da utilização das tecnologias de informação

Registo de Inquéritos e questionários que revelem o interesse dos utilizadores e das actividades mais realizadas

Evidenciar a adequação dos métodos de ensino e do recurso às tecnologias

Relatar as evidências recolhidas em relatório para apresentar ao Conselho Pedagógico e mais tarde à Comunidade Educativa.

Recolher possíveis sugestões que enriqueçam o trabalho. Como se trata de material em constante desactualização, solicitar a actualização permanente para responder às necessidades dos alunos

Divulgação das estatísticas no final de cada trimestre Aplicação dos questionários em Outubro e novamente em Maio

Análise diacrónica a efectuar no final de cada período Calendarização Análise dos restantes registos ao longo do ano

Acções para a melhoria

Introduzir uma política na escola orientada para o ensino sistemático e em contexto curricular de competências tecnológicas, digitais e de informação

Incentivar a formação dos docentes e da equipa da BE na área das TIC e da literacia da informação

Adoptar um modelo de pesquisa uniforme para toda a escola

Produzir guiões e outros materiais de apoio à pesquisa e utilização da informação pelos alunos.

MANUELA MARIA CALDEIRA MANTAS Pág. 7 de 10

Page 8: MAABE-Metodologias e Operacionalização -(1.ª parte)

Práticas e Modelos de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares___________________________   

 

A reflexão sobre o que a BE faz leva-nos a detectar

Como pontos Fortes:

Os alunos têm mais sucesso educativo com as tecnologias digitais;

As suas competências melhoram;

Usam as tecnologias digitais adequadamente e verificar se realmente revelam progressos nas diferentes áreas curriculares e não curriculares

Como pontos Fracos: Identificar as causas e encontrar soluções correctivas

Aplicar as soluções e verificar a aplicação O texto desta sessão é importante pois apresenta a operacionalização de todo o processo, permitindo

reconhecer as diferenças entre o que se consegue identificar com a avaliação que era feita numa

abordagem tradicional e o que podemos avaliar com o novo modelo.

Resumindo:

Antes do Modelo Depois do Modelo

O relatório anual com base nos: Envolve a comunidade escolar

Inputs - equipamentos, colecções, instalações Permite reflexão. É transversal.

Permite planificação Processos - actividades realizadas, serviços oferecidos A partilha dos resultados permite formar

consciência colectiva da situação Outputs - empréstimos domiciliários ou materiais produzidos

Avaliação direccionada para a medição quantitativa O modelo direcciona para uma avaliação qualitativa virada para os impactos

A avaliação da biblioteca deve basear-se em várias estratégias, simultaneamente, dependendo

das necessidades que o bibliotecário sente de obter determinados dados, para a elaboração dos

seus relatórios de planeamento, gestão e organização dos serviços. Segundo Bertot “As bibliotecas

precisam de conhecer que investimentos “inputs” produzem que serviços “outputs” com o

objectivo de determinar a qualidade (…) e o impacto “outcomes” desses serviços/recursos”.

John Bertot (2003)

MANUELA MARIA CALDEIRA MANTAS Pág. 8 de 10

Page 9: MAABE-Metodologias e Operacionalização -(1.ª parte)

Práticas e Modelos de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares___________________________  

Conclusão

O plano de avaliação da BE tem de partir da questão:

O que queremos avaliar para melhorar?

O que aqui se apresenta é a forma de avaliar o processo, ou seja, ficamos a conhecer o

desenvolvimento do processo, as acções que se desenvolveram e tudo que se dinamizou no

sentido de formar os utilizadores da biblioteca.

Para se conseguir que a avaliação seja produtiva, em termos de melhoria da biblioteca é

necessário que a direcção da escola esteja envolvida e empenhada em torná-la o meio de

melhorar os resultados escolares dos alunos.

Ao avaliarmos a biblioteca ficamos com a noção do que temos que melhorar e, para o

conseguirmos, devemos incorporar essa avaliação no processo de avaliação da escola, que

deve articular-se com os objectivos do Projecto Educativo da Escola.

O que pretendi apresentar é a forma de avaliar o processo ou seja:

Como pontos Fortes podemos indicar a sua inclusão no plano de trabalho da BE, os materiais

produzidos, as evidências recolhidas e o seu tratamento.

Como indicadores de outcome, ou seja, o impacto que causou na escola e nos alunos temos as

acções dos alunos. O importante é que os alunos se tornem autónomos, que trabalhem

adoptando correctamente as fases de pesquisa, recolha e tratamento da informação e os alunos

revelam progressos nas suas competências nas diferentes disciplinas.

Para além da avaliação do processo e de sabermos o n.º de utilizadores digitais e a forma como

as utilizam, a avaliação dos outcomes refere-se a uma alteração de comportamentos de destreza,

conhecimentos, percepção ou atitudes resultantes do contacto com os programas da Biblioteca,

acções de formação ou outros serviços. 

“O domínio das tecnologias de comunicação e informação transformou o universo das

bibliotecas e serviços de informação. (…) Na actualidade, as bibliotecas (…) são avaliadas em

função dos serviços que prestam e não da dimensão das colecções. Produz-se uma avaliação

do que a Biblioteca fez e não do que a Biblioteca tem …”

Peter Hernon (1998)

MANUELA MARIA CALDEIRA MANTAS Pág. 9 de 10

Page 10: MAABE-Metodologias e Operacionalização -(1.ª parte)

Práticas e Modelos de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares___________________________  

 

 

Bibliografia

Texto da sessão. Disponível na Plataforma.

RBE (2009), Modelo de auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares (Nov.2010)

McNamara, Carter (1997-2008) Basic Guide to Program Evaluation MBA, PhD,

Authenticity Consulting, LLC. Copyright 1997-2008

STRIPLING, Barbara K. . ERIC,1992, in CTAP Information Literacy Guidelines

K-12

MANUELA MARIA CALDEIRA MANTAS Pág. 10 de 10