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MODELO PARA ANÁLISE DA QUALIDADE DO INVESTIMENTO E FORMATAÇÃO DO PREÇO MÍNIMO DA UNIDADE VENDÁVEL PARA LOTEAMENTOS RESIDENCIAIS URBANOS PAULO JOSÉ PAIFER GUERINI São Paulo 2013 Monografia apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para a obtenção do título de MBA em Real Estate.

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MODELO PARA ANLISE DA QUALIDADE DO INVESTIMENTO E

FORMATAO DO PREO MNIMO DA UNIDADE VENDVEL

PARA LOTEAMENTOS RESIDENCIAIS URBANOS

PAULO JOS PAIFER GUERINI

So Paulo

2013

Monografia apresentada Escola Politcnica da

Universidade de So Paulo para a obteno do

ttulo de MBA em Real Estate.

PAULO JOS PAIFER GUERINI

MODELO PARA ANLISE DA QUALIDADE DO INVESTIMENTO E

FORMATAO DO PREO MNIMO DA UNIDADE VENDVEL

PARA LOTEAMENTOS RESIDENCIAIS URBANOS

Monografia apresentada Escola Politcnica da

Universidade de So Paulo para a obteno do

ttulo de MBA em Real Estate.

Orientador: Prof. Ms. Michael Willy Asmussen

So Paulo

2013

FICHA CATALOGRFICA

Guerini, Paulo Jos Paifer

Modelo para anlise da qualidade do investimento e forma- Tao do preo mnimo da unidade vendvel para loteamentos residenciais urbanos / P.J.P. Guerini. -- So Paulo, 2013.

80 p.

Monografia (MBA em Economia Setorial e Mercados, com nfase em Real Estate) POLI.INTEGRA.

1.Loteamento 2.Parcelamento de solo 3.Fracionamento 4.Urbanizao I.Universidade de So Paulo. POLI.INTEGRA II.t.

minha esposa, Luana, que me acompanhou em todas as etapas deste trabalho de uma forma

compreensiva e motivadora.

Aos meus queridos pais, Paulo e Holanda, que so responsveis pela pessoa que sou hoje. Obrigado

por todos os ensinamentos e lies de vida.

minha querida Nona, in memoriam.

i

AGRADECIMENTOS Ao orientador Prof. Ms. Michael Willy Asmussen, pelo incentivo, segurana e diretrizes durante o desenvolvimento deste trabalho. A todos os colegas de trabalho e familiares que colaboraram de alguma forma na elaborao desta monografia, destacando os amigos Giuliano e Pedro do curso MBA em Real Estate que sempre se prontificaram em ajudar ou auxiliar nos problemas encarados nesta jornada, assim como, ao meu cunhado, Diego, pela reviso ortogrfica. Um agradecimento especial ao meu amigo de anos e de muitos quilmetros rodados, Tito.

ii

SUMRIO

!RESUMO .................................................................................................................................. iv!

ABSTRACT ................................................................................................................................ v!

LISTA DE FIGURAS .............................................................................................................. vi!

LISTA DE TABELAS ............................................................................................................ vii!

LISTA DE GRFICOS ........................................................................................................... ix!

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ............................................................................. x!

ENDEREO DA INTERNET PARA BAIXAR OS MODELOS ....................................... xi!

1.! INTRODUO ................................................................................................................. 1!

1.1! Justificativa .................................................................................................................... 1!

1.2! Objetivos ........................................................................................................................ 2!

2.! O PARCELAMENTO DE SOLO URBANO .................................................................. 3!

2.1! Loteamento, Desmembramento ou Condomnio? ......................................................... 3!

2.2! Limitaes para o Parcelamento de Solo Urbano .......................................................... 5!

2.3! Coeficiente de Aproveitamento ..................................................................................... 9!

3.! ANLISE DA QUALIDADE DO INVESTIMENTO .................................................. 12!

3.1! Metodologia ................................................................................................................. 12!

3.2! Estruturao da Anlise ............................................................................................... 13!

3.3! Indicadores da Qualidade ............................................................................................ 16!

3.4! Dados de Entrada do Modelo ...................................................................................... 17!

3.4.1! Dados de Entrada do Modelo ............................................................................... 17!

3.4.2! Custos Unitrios de Loteamento ........................................................................... 19!

3.4.3! Estruturao do Cenrio Referencial .................................................................... 22!

3.4.4! Estruturao do Fluxo ........................................................................................... 30!

3.4.5! Indicadores da Qualidade do Empreendimento .................................................... 33!

3.4.6! Cenrios Estressados ............................................................................................ 35!

3.4.7! Consideraes Finais para Estruturao do Modelo ............................................. 38!

4.! ESTUDO DE CASO ........................................................................................................ 38!

4.1! Apresentao do Caso ................................................................................................. 38!

4.2! Anlise do Mercado Regional ..................................................................................... 39!

4.3! Localizao e Preo Bruto do Terreno ........................................................................ 40!

4.4! Anlise da Qualidade do Investimento ........................................................................ 42!

iii

4.4.1! [1-A] Caracterizao do Cenrio Referencial ...................................................... 42!

4.4.2! [1-A] Anlise do Cenrio Referencial .................................................................. 44!

4.4.3! [1-A] Indicadores da Qualidade no Cenrio Referencial ..................................... 46!

4.4.4! [1-A] Anlise com Distores Isoladas ................................................................ 48!

4.4.5! [1-A] Anlise com Distoro Cruzada ................................................................. 51!

4.4.6! [1-A] Anlise com Distores Dispersas .............................................................. 52!

4.4.7! [1-A] Preo Mnimo da Unidade Vendvel .......................................................... 57!

4.4.8! [1-B] Caracterizao do Cenrio Referencial ....................................................... 58!

4.4.9! [1-B] Indicadores da Qualidade no Cenrio Referencial ...................................... 60!

4.4.10! [1-B] Anlise com Distores Dispersas ............................................................ 61!

4.4.11! [1-B] Preo Mnimo da Unidade Vendvel ........................................................ 62!

4.4.12! [2-A] Caracterizao do Cenrio Referencial .................................................... 63!

4.4.13! [2-A] Indicadores da Qualidade no Cenrio Referencial ................................... 65!

4.4.14! [2-A] Anlise com Distores Dispersas ............................................................ 66!

4.4.15! [2-A] Preo Mnimo da Unidade Vendvel ........................................................ 67!

4.4.16! [2-B] Caracterizao do Cenrio Referencial ..................................................... 67!

4.4.17! [2-B] Indicadores da Qualidade no Cenrio Referencial .................................... 69!

4.4.18! [2-B] Anlise com Distores Dispersas ............................................................ 70!

4.4.19! [2-B] Preo Mnimo da Unidade Vendvel ........................................................ 71!

4.4.20! Consolidao e Anlise dos Resultados ............................................................. 72!

4.4.21! Projeto Urbanstico Proposto .............................................................................. 74!

5.! DISCUSSES E CONCLUSES .................................................................................. 77!

6.! REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .......................................................................... 79!

7.! ANEXOS ........................................................................................................................... 81!

7.1 Movimentao Financeira Opo de Negociao [1-A] ........................................... 82!

7.2 Movimentao Financeira Opo de Negociao [1-B] ............................................ 83!

7.3 Movimentao Financeira Opo de Negociao [2-A] ........................................... 84!

7.4 Movimentao Financeira Opo de Negociao [2-B] ............................................ 85!

7.5 Projeto Urbanstico do Estudo de Caso ........................................................................ 86!

iv

RESUMO

O parcelamento de solo urbano, que regido pela Lei Federal N 6.766, de 19 de dezembro de 1979, permite o desenvolvimento de empreendimentos imobilirios comumente conhecidos como loteamentos. A tomada de deciso de investimentos no setor encara certas especificidades, em especial pouca flexibilidade, elevados nveis de incerteza e o longo prazo de maturao. Neste contexto, torna-se oportuna a definio do preo de venda do produto, a fim de atender capacidade de absoro e expectativa do mercado, alm de garantir as exigncias dos investidores. O presente trabalho preocupa-se em discutir diferentes fatores envolvidos na precificao da unidade de venda de um loteamento. Para tanto, faz uso da parametrizao dos custos inerentes implantao do empreendimento, tomando como referncia o mercado da construo civil local. Todos os elementos impactam a composio de custo e por consequncia a definio do preo final de venda, cada qual com sua relevncia proporcional. De elementos construtivos a taxas e emolumentos, passando pelo desenvolvimento de projetos, os itens so discriminados e analisados individualmente. Esta abordagem oferece flexibilidade para a definio customizada da tipologia do produto, ao mesmo tempo em que orienta o impacto das combinaes de elementos no preo de venda necessrio para suportar as expectativas dos envolvidos (mercado e investidor). Como estudo de caso, ser analisado um loteamento a ser implantado no municpio de Tatu, interior do Estado de So Paulo, onde o originador observou uma mudana de vocao econmica da rea - de agrcola para imobiliria, sugerindo a oportunidade de fracionamento do terreno. Palavras-Chave: precificao do produto imobilirio; parcelamento de solo; loteamento; fracionamento; urbanizao;

v

ABSTRACT

The subdivision of urban land, which is governed by Federal Law No. 6.766, of December 19, 1979, allows the development of real estate commonly known as allotments. The decision of investments in the sector faces certain specificities, especially little flexibility, high levels of uncertainty and long-term maturity. In this context, it is opportune to set the selling price of the product in order to meet the absorptive capacity and market expectations, and ensure the requirements of investors. This paper is concerned with discussing different factors involved in the pricing of the sales unit of a subdivision. Therefore, it makes use of the parameterization of the costs inherent in implementing the project, with reference to the construction market place. All elements impact the cost composition and thus the definition of the final sale price, each in proportion to their relevance. Since constructive elements to fees and charges through development projects, the items are broken down and analyzed individually. This approach provides the flexibility to define customized to the type of product, while guiding the impact of the combinations of elements in the selling price required to support expectations involved (investors and market). As a case study, we will consider a subdivision to be deployed in the town of Tatu, interior of So Paulo, where the originator has observed a change in economic vocation of the area - from agricultural to housing, suggesting the chance of splitting the land. Key-Words: real estate product pricing; installment soil; allotment; fractionation; urbanization; subdivision;

vi

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Modelo de projeto urbanstico de um loteamento residencial com frente comercial,

Portal dos Bandeirantes II em Porto Feliz/SP ......................................................................... 6!

Figura 2 - Transaes Financeiras entre o SGI e o Empreendimento. ..................................... 14!

Figura 3 - Total do Custo Unitrio por m da Gleba til para a Opo de Negociao [1-A] . 22!

Figura 4 - Retrato de um Fluxo de Caixa de um Empreendimento .......................................... 31!

Figura 5 - Localizao do Terreno no Municpio de Tatu/SP atravs do Google Earth ...... 41!

Figura 6 - Ajuda para Utilizao do Atingir Meta do Modelo .............................................. 58!

Figura 7 - Projeto Urbanstico do Estudo de Caso ................................................................... 76!

vii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Modelo de quadro de reas de um projeto urbanstico, Portal dos Bandeirantes II

situado em Porto Feliz/SP ........................................................................................................... 7!

Tabela 2 - Critrios para o Coeficiente de Aproveitamento do Terreno em Projetos de

Loteamentos .............................................................................................................................. 10!

Tabela 3 - Inputs Iniciais para Simulao do Projeto para a Opo de Negociao [1-A] ...... 17!

Tabela 4 - Critrios para Determinao de Forma e Tamanho de Lotes .................................. 18!

Tabela 5 - Custos Unitrios de Loteamento para a Opo de Negociao [1-A] ..................... 21!

Tabela 6 - Indicadores Macroeconmicos para a Opo de Negociao [1-A] ....................... 23!

Tabela 7 - Caractersticas do Empreendimento para a Opo de Negociao [1-A] ............... 25!

Tabela 8 - Despesas Pr Operacionais e Margem de Contribuio para Custeio das Contas

Gerais da Administrao (MCCGA) para a Opo de Negociao [1-A] ............................... 25!

Tabela 9 - Patamares de Produo (Obras) para a Opo de Negociao [1-A] ...................... 26!

Tabela 10 - Sistema de Financiamento Produo e Comercializao para a Opo de

Negociao [1-A] ..................................................................................................................... 27!

Tabela 11 - Encaixe do Preo das Unidades para a Opo de Negociao [1-A] .................... 29!

Tabela 12 - Tributos Envolvidos em uma SPE-LP ................................................................... 30!

Tabela 13 - Sequncia de Tabelas que Retratam o Cabealho das Contas Contempladas no

Fluxo de Caixa do Modelo no Cenrio Referencial para a Opo de Negociao [1-A] ......... 31!

Tabela 14 - Sequncia de Tabelas que Retratam o Cabealho para Estruturao dos

Indicadores da Qualidade do Empreendimento e Quadro Resumitivo para a Opo de

Negociao [1-A] ..................................................................................................................... 34!

Tabela 15 - Anlise Isolada para a Opo de Negociao [1-A] .............................................. 36!

Tabela 16 - Anlise Cruzada para a Opo de Negociao [1-A] ............................................ 36!

Tabela 17 - Anlise Dispersa para o Vetor IGP-m (Monte Carlo) para a Opo de Negociao

[1-A] ......................................................................................................................................... 37!

Tabela 18 Indicadores da Qualidade para a Opo [1-A] ..................................................... 48!

Tabela 19 Intervalos Adotados nos Fatores Distorcidos Aleatoriamente .............................. 53!

Tabela 20 - Resultados das Distores Dispersas para Cada Varivel Chave ......................... 53!

Tabela 21 - Anlise Dispersa com Todas as Variveis Chaves do Projeto .............................. 56!

Tabela 22 - Valor Unitrio Mnimo a Ser Praticado para a Opo [1-A] ................................ 58!

Tabela 23 Indicadores da Qualidade para a Opo [1-B] ...................................................... 61!

viii

Tabela 24 Intervalos Adotados nos Fatores Distorcidos Aleatoriamente [1-B] .................... 61!

Tabela 25 - Valor Unitrio Mnimo a Ser Praticado para a Opo [1-B] ................................. 62!

Tabela 26 Indicadores da Qualidade para a Opo [2-A] ..................................................... 65!

Tabela 27 - Valor Unitrio Mnimo a Ser Praticado para a Opo [2-A] ................................ 67!

Tabela 28 Indicadores da Qualidade para a Opo [2-B] ...................................................... 70!

Tabela 29 - Valor Unitrio Mnimo a Ser Praticado para a Opo [2-B] ................................. 71!

Tabela 30 - Quadro de reas do Estudo de Caso ..................................................................... 75!

ix

LISTA DE GRFICOS

Grfico 1 Disperso para o Vetor IGP-m (Mtodo Monte Carlo) para a Opo de

Negociao [1-A] ..................................................................................................................... 37!

Grfico 2 Fluxo do Cenrio Referencial para a Opo de Negociao [1-A] ....................... 45!

Grfico 3 - Equao de Fundos (Funding) para a Opo [1-A] ............................................... 46!

Grfico 4 Investimento Pronto e Retornos para a Opo [1-A] ............................................ 47!

Grfico 5 - Distoro Isolada do Custo de Obra para a Opo [1-A] ...................................... 49!

Grfico 6 - Anlise Isolada do Desvio do Preo para a Opo [1-A] ...................................... 50!

Grfico 7 - Anlise Isolada da % Vendida no Lanamento para a Opo [1-A] ..................... 51!

Grfico 8 - Anlise Cruzada do Custo da Obra e do Preo Praticado, Opo [1-A] ................ 52!

Grfico 9- Faixas de Variao da TRR para Anlise Dispersa, Opo [1-A] .......................... 57!

Grfico 10 Fluxo do Cenrio Referencial para a Opo de Negociao [1-B] ..................... 60!

Grfico 11 - Equao de Funding para a Opo [1-B] ............................................................. 60!

Grfico 12- Faixas de Variao da TRR para Anlise Dispersa, Opo [1-B] ........................ 62!

Grfico 13 Fluxo do Cenrio Referencial para a Opo de Negociao [2-A] ..................... 64!

Grfico 14 - Equao de Funding para a Opo [2-A] ............................................................. 65!

Grfico 15- Faixas de Variao da TRR para Anlise Dispersa, Opo [2-A] ........................ 66!

Grfico 16 Fluxo do Cenrio Referencial para a Opo de Negociao [2-B] ..................... 69!

Grfico 17 - Equao de Funding para a Opo [2-B] ............................................................. 69!

Grfico 18 - Faixas de Variao da TRR para Anlise Dispersa, Opo [2-B] ....................... 71!

Grfico 19 - Sntese dos Resultados da TRR para os Fatores Combinados ............................. 73!

Grfico 20 - Desvalorizao das Unidades Vendveis em Relao ao Cenrio Referencial ... 73!

x

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

EPUSP Escola Politcnica da USP

GRAPROHAB Grupo de Anlise e Aprovao de Projetos Habitacionais do

Estado de So Paulo

IGP-M ndice Geral de Preos do Mercado

INCC ndice Nacional de Custo da Construo

MCCGA Margem de Contribuio para Custeio das Contas Gerais da

Administrao

IPTU Imposto Predial e Territorial Urbano

MBA Master in Business Administration

NBR Norma Brasileira da ABNT

NRE Ncleo de Real Estate da EPUSP

SPE Sociedade de Propsito Especfico

TIR Taxa Interna de Retorno

TAT Taxa de Atratividade

TRR Taxa de Retorno Restrita

PB Payback

IC ndice de Confiabilidade

Ip Investimento Pronto

COP Custo de Oportunidade

MMC Mtodo Monte Carlo

USP Universidade de So Paulo

VGV Valor Geral de Vendas

APA rea de Preservao Ambiental

APP rea de Preservao Permanente

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

SECOVI Sindicato da Habitao

xi

ENDEREO DA INTERNET PARA BAIXAR OS MODELOS

Opo de

Negociao [1-A] ..

https://www.dropbox.com/s/kpdrvo5dkthb11z/1A%20-

%20AQI%20em%20Loteamentos_R1.xlsx

Opo de

Negociao [1-B] ..

https://www.dropbox.com/s/lksc0mj6va9de0f/1B%20-

%20AQI%20em%20Loteamentos_R1.xlsx

Opo de

Negociao [2-A] ..

https://www.dropbox.com/s/7t4j2vhrawucu5r/2A%20-

%20AQI%20em%20Loteamentos_R1.xlsx

Opo de

Negociao [2-B] ..

https://www.dropbox.com/s/97o3r1qn7grjxoy/2B%20-

%20AQI%20em%20Loteamentos_R1.xlsx

Para um melhor entendimento dos assuntos abordados nesta monografia, aconselha-se fazer o

download das opes de negociao do estudo de caso citados acima. Os arquivos de extenso

xlsx podem ser lidos pela ferramenta Microsoft Excel na verso 2007 ou superior.

1

1. INTRODUO

1.1 Justificativa

Segundo Celeste Amadei e Abreu Amadei (2012), O parcelamento do solo urbano

uma atividade econmica regulamentada por leis, decretos, cdigos, medidas

provisrias, instrues normativas, resolues, provimentos, alm das normas maiores e

diretrizes gerais contidas na Constituio Federal, especialmente as da poltica urbana

nacional.

Neste sentido, torna-se fundamental que o empreendedor que for atuar neste segmento tenha

amplo conhecimento da legislao vigente e dos trmites burocrticos referentes aos rgos e

demais partes envolvidas nos processos de aprovao e implantao do empreendimento.

Ainda segundo Celeste Amadei e Abreu Amadei (2012), Todo o conjunto de normas

editado pelas trs esferas do Poder Pblico federal, estadual e municipal , muitas

vezes, conflitante entre si ao estabelecerem exigncias diferentes para casos iguais. Isso

dificulta, sobremaneira, o cronograma financeiro do empreendedor, at porque essas

divergncias vm aliadas aos atrasos na expedio das diretrizes, nas aprovaes, na

expedio de licenas para instalao do empreendimento e nas vistorias para

recebimento de obras e servios pela Prefeitura, rgo e concessionrias de servios

pblicos. Registra-se, ainda, a superposio de exigncias dos diversos Poderes

Pblicos.

Mesmo que a burocracia mostre-se como um obstculo a ser superado, a tipologia do

empreendimento a ser concebido deve respeitar parmetros para ser atrativa ao investidor.

Esta condio bvia do ponto de vista da qualidade econmico-financeira do projeto, mas

no se deve deixar de contemplar outros aspectos que tornam um empreendimento importante

no contexto social, tais como, o desenvolvimento urbano da cidade que o recebe; o

crescimento ordenado e estratgico do municpio; a gerao direta e indireta de empregos; e,

no menos importante, a gerao e arrecadao de impostos ao governo.

2

Segundo Loureno Jensen (2004), fato que os investidores sempre buscam por

oportunidade de aplicao de seus recursos. (...), existe uma carncia de produtos

imobilirios com caractersticas de 2a ou 3a moradia, a demanda reprimida e existem

reas disponveis ao desenvolvimento urbano. Cabe associar tudo isso nos moldes da

legislao vigente, e avaliar todos os aspectos positivos e negativos necessrios para que

o investidor possa decidir, com real conhecimento dos riscos associados, por aplicar os

seus recursos neste tipo de empreendimento.

No obstante, e para alcanar sucesso de vendas e no atendimento de suas expectativas

enquanto investidor, o empreendedor deve recorrer a uma abordagem eficiente na construo

do preo de venda de seu produto.

1.2 Objetivos

O objetivo deste trabalho orientar e facilitar a tomada de deciso inicial de um

empreendedor na realizao ou no de um parcelamento de solo urbano, comumente

conhecido como loteamento.

Nota-se que cada vez mais este nicho de mercado tem crescido no Brasil, principalmente no

Estado de So Paulo. O rgo responsvel pela aprovao e regulamentao desta tipologia de

empreendimento, Graprohab - Grupo de Anlise e Aprovao de Projetos Habitacionais do

Estado de So Paulo, divulgou recentemente um crescimento de 27% no nmero de

loteamentos aprovados no Estado de So Paulo entre os anos de 2011 e 2012.

O perfil do empreendedor neste segmento pode variar desde pequenos empresrios que no

so do ramo supramencionado e que possuem terrenos herdados pela famlia, s grandes

incorporadoras com vasto conhecimento e know-how de mercado. Dada a alta complexidade

burocrtica de aprovao de parcelamentos de solo, o presente trabalho servir principalmente

como ferramenta para empreendedores com certa experincia de atuao no ramo de

loteamentos, mas que ainda fazem uso da inabalvel intuio durante o processo de deciso de

investimento em novos projetos. A especificidade dos fatores de input (dados de entrada) que

a ferramenta utiliza, como exemplo, os custos unitrios praticados no mercado local para a

3

composio do custo de construo do empreendimento, dentre outros assuntos inerentes ao

modelo de negcios de loteamentos exigem certa dose de vivncia do empreendedor.

Em contexto de anlise, os riscos e as incertezas so predominantes na fase inicial de qualquer

projeto, porm os custos para uma possvel mudana so relativamente baixos. importante

salientar este comportamento, uma vez que em sua concepo inicial, o projeto pouco onera o

investidor/originador j que seu custo relativamente baixo se comparados necessidade

total de caixa do empreendimento. Nota-se que com o passar do tempo, em funo das

definies do escopo e materializao dos projetos, este cenrio muda, ficando mais oneroso

alterar qualquer diretriz do projeto.

Com base neste comportamento de irreversibilidade, torna-se oportuno, e o objetivo deste

trabalho, desenvolver uma rotina de clculo com auxlio de uma planilha eletrnica editvel

para que o empreendedor possa simular diversos cenrios de seu futuro projeto, ainda em fase

embrionria. Desta maneira, o originador conseguir dar maior nvel de apoio e consistncia

s suas decises empreendedoras, tais como, de efetivamente fazer o empreendimento; de

provisionar o seu ganho, assim como, o montante de investimento; de analisar cenrios

distorcidos e estressados; dentre outros fatores que possam influenciar a concepo e o

resultado do loteamento.

2. O PARCELAMENTO DE SOLO URBANO

2.1 Loteamento, Desmembramento ou Condomnio?

O Parcelamento do solo urbano poder ser feito mediante loteamento ou desmembramento,

observadas as disposies das legislaes municipais, estaduais e federais pertinentes. (Lei

Federal n 6.766, Artigo 2);

Considera-se loteamento a subdiviso de gleba em lotes destinados edificao, com

abertura de novas vias de circulao, e logradouros pblicos ou prolongamentos,

modificaes ou ampliao das vias existentes. (Lei Federal n 6.766, Artigo 2, 1);

4

Considera-se lote o terreno servido de infraestrutura bsica cujas dimenses atendam aos

ndices urbansticos definidos pelo plano diretor ou Lei Municipal para a zona em que se

situe. (Lei Federal n 6.766, Artigo 2, 4, com redao dada pela Lei Federal n 9.785/99);

Considera-se infraestrutura bsica os equipamentos urbanos de escoamento das guas

pluviais, iluminao pblica, redes de esgoto sanitrio e abastecimento de gua potvel, e de

energia eltrica pblica e domiciliar e as vias de circulao pavimentadas ou no. (Lei

Federal n 6.766, Artigo 2, 5, com redao dada pela Lei Federal n 9.785/99);

Considera-se desmembramento a subdiviso de gleba em lotes destinados edificao, com

aproveitamento do sistema virio existente, desde que no implique na abertura de novas vias

e logradouros pblicos, nem no prolongamento, modificao ou ampliao dos j existentes.

(Lei Federal n 6.766, Artigo 2, 2);

Segundo Celeste Amadei e Vicente Amadei (2012), Parcelamento do solo urbano

gnero de duas espcies: loteamento e desmembramento. Na boa e sinttica definio de

Afrnio de Carvalho, loteamento parcelamento fora do sistema virio e

desmembramento parcelamento dentro do sistema virio. O critrio de distino,

pois, reside no sistema virio existente: sem interferncia no sistema virio, h apenas

desmembramento de gleba em lotes; mas, havendo interferncia no sistema virio,

qualquer que seja (abertura, prolongamento, modificao ou ampliao de vias), h

loteamento.

Os loteamentos tambm so comumente confundidos com condomnios, principalmente

quando se tratam de loteamentos fechados. importante salientar que condomnios so

regidos pela lei federal de n 4.591, de 16 de dezembro de 1964, que se diferencia da lei

federal 6.766, de 19 de dezembro de 1999, pela obrigatoriedade da construo das edificaes

finais (residncias no caso) pelo empreendedor que sero vendidas isoladamente aos clientes

como uma frao ou parte ideal da matrcula original do terreno em que foi concebido o

empreendimento. J para os loteamentos, cada lote constituir uma nova matrcula (matrculas

filhas) onde opcional a construo da edificao final para comercializao. Caso ocorra a

construo de uma residncia em um lote originado pela lei 6.766, ser necessrio averbar

esta construo matrcula do lote, que nica.

5

Ainda segundo Celeste Amadei e Abreu Amadei (2012), outro conceito a se elucidar

seria o de loteamento fechado, melhor denominado como loteamento com acesso

controlado, novo modelo de desenvolvimento urbano que se classifica no regime

prprio de loteamento, cujo permetro cercado ou murado, com acesso controlado ao

ncleo urbano, concebido para agregar segurana e qualidade de vida. Loteamento

fechado loteamento (e no condomnio). Logo, enquanto loteamento,

juridicamente estruturado no regramento do parcelamento do solo urbano, sob a

incidncia da Lei n 6.766/79, e, da, inconfundvel com condomnio edilcio (ainda

que deitado ou de casas), cujo molde jurdico distinto (Lei n 4.591/64 e Novo

Cdigo Civil). (...). A falta de previso da figura dos loteamentos fechados em lei

federal no razo para antijuridicidade alguma, uma vez que os Municpios tm

autonomia, assegurada constitucionalmente, para a disciplina do assunto, quer

urbanstica, quer administrativa, inclusive para concesso de fins urbansticos de vias e

reas pblicas, em favor de associaes de moradores ou proprietrios de lotes, que

exercem o controle de acesso ao ncleo habitacional.

Este trabalho abordar temticas referentes ao parcelamento de solo urbano com finalidade de

loteamento e no desmembramento e condomnio. Ademais, este estudo focar o segmento

residencial e no comercial e/ou industrial, j que so tipologias abordadas diferentemente na

legislao vigente. No que tange a ser fechado ou no, tratar-se- tal opo como uma mera

alternativa para o empreendedor com base nos custos envolvidos e no mercado em que atua.

2.2 Limitaes para o Parcelamento de Solo Urbano

Segundo Juan Mascar (2005), Todo stio tem na topografia suas caractersticas

principais. Obviamente, nas declividades, na uniformidade, no tamanho dos morros e

das bacias e em outros aspectos do relevo estaro os mais fortes condicionantes do

traado urbano. Igualmente, cada terreno possui seu ecossistema natural que, em maior

ou menor grau, alterado e agredido quando sobre ele se faz um assentamento urbano.

O ponto inicial para o desenvolvimento de um projeto de loteamento se d na concepo e

elaborao do projeto urbanstico, com a alocao do traado da malha urbana a ser

6

implantado no terreno e, por consequncia, o posicionamento das unidades (lotes) que sero

gerados. Assim, apresentado um modelo de projeto urbanstico elaborado por uma loteadora

do interior do Estado de So Paulo para uma gleba de 602 mil m2, aproximadamente.

Figura 1 - Modelo de projeto urbanstico de um loteamento residencial com frente comercial, Portal dos

Bandeirantes II em Porto Feliz/SP

7

Como resultado deste projeto, obtm-se o quadro de reas do empreendimento que, em suma,

retrata o percentual de rea destinado para diferentes usos (virio, lotes, rea verde etc.).

Abaixo temos o quadro de reas do projeto urbanstico da Figura 1.

Tabela 1 - Modelo de quadro de reas de um projeto urbanstico, Portal dos Bandeirantes II situado em

Porto Feliz/SP

Natureza do Loteamento

Lotes Nmero rea (m) Sobre os Lotes (%)

Lotes Residenciais 318 278.359,42 82,53

Lotes Comerciais 44 58.922,56 17,47

TOTAL 362 337.281,98 100,00

Quadro de reas

Srie Especificao rea (m) %

1. rea dos Lotes (Total de Lotes) = 362 337.281,98 56,04

2. Total de reas Pblicas 264.612,80 43,96

2.1. Sistema Virio 103.833,91 17,25

2.2. reas Institucionais (Equips Urbs e Comunits) 31.544,93 5,24

2.3. Espaos Livres de Uso Pblico 128.622,40 21,37

2.3.1. rea Preservao Permanente 01-02-03 36.803,00 6,11

2.3.2. Sistemas de Lazer 91.819,40 15,26

2.4. rea Reservada ao SAAE 611,56 0,10

TOTAL DA GLEBA 601.894,78 100,00

8

A estruturao deste quadro de reas, assim como, diretrizes na construo do projeto

urbanstico podem ser encontrados no Manual de Orientaes para Aprovao de Projetos

Habitacionais, mais conhecido como Manual do Graprohab. Desde sua criao, em 1991,

o Graprohab - Grupo de Anlise e Aprovao de Projetos Habitacionais do Estado de So

Paulo - tem por objetivo centralizar, dinamizar e, sobretudo, organizar os procedimentos

administrativos de licenciamento do Estado para implantao de empreendimentos de

parcelamentos do solo para fins residenciais.

Para a concepo da ferramenta a ser desenvolvida nesta monografia, tomar-se- como

diretrizes iniciais (parametrizao) o quadro de reas de um projeto urbanstico, como o

mostrado acima. importante salientar que para o desenvolvimento do projeto urbanstico de

um loteamento deve-se atentar a algumas restries, limitaes e impedimentos no

parcelamento do solo urbano.

Segundo Celeste Amadei e Abreu Amadei (2012), Antes da aquisio da gleba ou de

sua destinao para implantar empreendimento imobilirio, preciso verificar as

limitaes, restries e eventuais impedimentos que nela incidem, especialmente

consultando os diversos rgos pblicos competentes do Municpio, do Estado e da

Unio que podem impor ou inibir intervenes na gleba.

A seguir, encontram-se listadas algumas das principais situaes limitativas, restritivas e, em

alguns casos, at impeditivas para o parcelamento de solo urbano1:

Desapropriao;

Tombamento e restries diversas decorrentes da proteo do patrimnio cultural;

Jazidas, minas e lavras;

reas de risco;

Restries urbansticas, ambientais e requisitos tcnicos que podem ser:

1 Por no possuir um escopo na legalizao de empreendimentos imobilirios, este trabalho no aprofundar no contexto da legislao vigente, no descrevendo os tpicos supracitados com uma maior riqueza de detalhamento. Para maiores informaes sobre os mesmos, indicada uma consulta no Captulo III do livro Como Lotear uma Gleba 3 Edio, Vicente Celeste Amadei e Vicente de Abreu Amadei, Editora Millennium, Campinas-SP; assim como, o prprio Manual de Orientaes para Aprovao de Projetos Habitacionais do Graprohab.

9

! Zoneamento;

! Percentual de reas pblicas;

! Frao mnima de parcelamento do solo urbano e frente mnima do lote;

! Faixa Non Aedificandi;

! Saneamento bsico;

! Meio ambiente;

" Meio ambiente e parcelamento do solo urbano em geral;

" Supresso de vegetao;

" rea de Proteo Ambiental (APA);

" reas de preservao ambiental (APP);

# Resoluo CONAMA 303/2002;

# Resoluo CONAMA 369/2006;

# As faixas ao redor de reservatrios e ao longo dos cursos d`gua;

" Reserva florestal;

# Reserva legal e o parcelamento do solo urbano;

2.3 Coeficiente de Aproveitamento

O coeficiente de aproveitamento, em definio, refere-se quantidade total de metros

quadrados passveis de serem construdos. Esta definio, apesar de ser objetiva e sucinta,

esboa a porcentagem total da gleba que ser utilizada para a venda de lotes, ou seja, unidades

a serem comercializadas.

O prprio Manual do Graprohab no contempla esta definio especfica srie do quadro

de reas dos projetos urbansticos. Contudo, optou-se por adotar neste trabalho o conceito de

Coeficiente de Aproveitamento a fim de expressar a porcentagem da rea dos lotes do

loteamento, ou seja, refere-se ao primeiro item do quadro de reas que o Graprohab indica

como modelo para suas aprovaes, equivalente srie um do quadro de reas da Tabela 1.

O Coeficiente de Aproveitamento uma das principais premissas para o desenvolvimento

da Anlise da Qualidade do Investimento |AQI| para um loteamento, uma vez que o mesmo

calcular o montante total a ser vendido no empreendimento estudado. Pensando em uma

10

maneira de retratar este coeficiente e levando-se em conta as situaes limitativas, restritivas e

at impeditivas contextualizadas no item 2.2 deste trabalho, elaborou-se uma tabela para

auxiliar o empreendedor na insero deste coeficiente na ferramenta a ser desenvolvida neste

projeto.

Para a construo desta Tabela 2, criou-se uma escala de notas que variam de 1 a 5 onde as

mesmas referem-se ao coeficiente de aproveitamento que est variando em intervalos

constantes de 5%. A escala de notas baseada no histrico de quadros de rea de outros

projetos de loteamento que a pesquisa deste trabalho abrangeu, aproximadamente 20

empreendimentos. Verificam-se um teto de 55% e um piso de 30% nos valores do coeficiente

de aproveitamento. Apenas com o projeto urbanstico, especfico ao terreno em estudo, que

se pode aferir corretamente este valor.

Tabela 2 - Critrios para o Coeficiente de Aproveitamento do Terreno em Projetos de Loteamentos

Critrios para Escolha do Coeficiente de Aproveitamento do Terreno

Nota Coeficiente de

Aproveitamento Observao De At

1 30% 35%

Terreno com vrias restries de APP (rea de Proteo Permanente), como por exemplo, de rios, lagos, de nascentes, de topos de morro, de declividades acima de 45%, que somadas superem em mais de 20% os 20% de rea bruta permevel exigida pela resoluo SMA 31/09 (at 40% de rea permevel); com presena de emissrios pblicos e linhas de alta tenso; margeado por rodovias Estaduais e/ou Federais, assim como, Ferrovias; com morfologia irregular do terreno; topografia acentuada, ou seja, com declividade superior a 30%.

2 35% 40%

Terreno com restries de APP (rea de Proteo Permanente) que somadas superem em mais de 10% os 20% de rea bruta permevel exigida pela resoluo SMA 31/09 (at 30% de rea permevel); com a presena de emissrios pblicos e/ou linhas de alta tenso; margeado por rodovias Estaduais e/ou Federais, assim como, Ferrovias; com morfologia medianamente irregular do terreno; topografia medianamente acentuada, ou seja, com declividade variando entre 20 a 30%.

11

Critrios para Escolha do Coeficiente de Aproveitamento do Terreno

Nota Coeficiente de

Aproveitamento Observao De At

3 40% 45%

Terreno com pouca incidncia de APP (rea de Proteo Ambiental), mas que somadas superem em mais de 5% os 20% de rea bruta permevel exigida pela resoluo SMA 31/09 (at 25% de rea permevel); com a presena de emissrios pblicos e/ou linhas de alta tenso; podendo ser ou no margeado por rodovias Estaduais e/ou Federais, assim como, Ferrovias; com regular morfologia do terreno (basicamente retangular); com regular topografia como um todo, ou seja, declividade variando entre 15 e 20%.

4 45% 50%

Terreno com as restries mnimas de APP (rea de Proteo Ambiental), ou seja, menos que 20% de rea bruta permevel exigida pela resoluo SMA 31/09; sem a presena de emissrios pblicos e linhas de alta tenso; sem ser margeado por rodovias Estaduais e/ou Federais, assim como, Ferrovias; com adequada morfologia do terreno (entre a forma quadrada retangular); com topografia relativamente plana, ou seja, declividade variando de 10 a 15%.

5 50% 55%

Terreno com as restries mnimas de APP (rea de Proteo Ambiental), ou seja, menos que 20% de rea bruta permevel exigida pela resoluo SMA 31/09; sem a presena de emissrios pblicos e linhas de alta tenso; sem ser margeado por rodovias Estaduais e/ou Federais, assim como, ferrovias; com favorvel morfologia do terreno (tendente forma quadrada); com excelente topografia como um todo, ou seja, com declividade de at 10%.

A utilizao deste coeficiente de aproveitamento como dado de insero na ferramenta de

extrema importncia, pois basicamente ir compor o VGV (Valor Geral de Vendas) que o

empreendimento proporcionar ao investidor. Sendo assim, deve-se enfatizar a

responsabilidade do usurio da ferramenta pelos dados a serem inseridos no modelo a ser

desenvolvido. Recomenda-se que o mesmo possua noes bsicas da legislao vigente em

loteamentos, assim como, noes bsicas de urbanismo para balizar com maior assertividade

estes dados de entrada.

12

Nada impede que os patamares estipulados para o coeficiente de aproveitamento sejam

alterados, porm alter-los ser de responsabilidade do usurio da ferramenta que estar

atento legislao vigente, assim como aos conceitos urbansticos empregados pelo mercado

local do produto a ser desenvolvido.

3. ANLISE DA QUALIDADE DO INVESTIMENTO

3.1 Metodologia

Como anunciado no item 1.2 deste trabalho, esta monografia pretende orientar e facilitar a

tomada de deciso inicial de um empreendedor na realizao, ou no, de um parcelamento de

solo urbano. Para isso, modelar-se- uma rotina de clculo a ser executada pela ferramenta

Microsoft Excel que ir expressar o clculo do preo mnimo a ser negociado na venda dos

lotes do loteamento. A escolha deste software diz respeito aos seus recursos, suficientes para a

modelagem desejada, sua utilizao disseminada e, em consequncia, flexibilidade de

alterao dos dados de entrada pelos futuros e eventuais usurios.

Rocha Lima Jr.; Monetti e Tavares de Alencar (2011) destacam que "No h deciso

perfeita, mas, sim, bem fundamentada, e o que apoia a qualidade da deciso a

informao do planejamento (...). Fazer informao planejamento. Este no

compreende elaborar qualquer ou muita informao, mas um conjunto ajustado na

medida adequada para dar sustentao s decises de empreender".

Por se tratar de um modelo para um contexto especfico de implantao de loteamento

residencial, o mesmo oferecer certo grau de liberdade, permitindo a simulao de diversos

cenrios para o empreendimento, a fim de oferecer adequao a diversas situaes de anlise.

Ainda segundo Rocha Lima Jr.; Monetti e Tavares de Alencar (2011),

Empreendimentos no so iguais, embora possam guardar semelhana. (...),

importante advertir que modelos simuladores no devem ser vistos como meros

montadores de fluxo de caixa esperado, de onde se retiram os indicadores da

qualidade e dos riscos do investimento. Esta uma ao em que a empresa deve estar

13

concentrado em gerir informaes para sustentar as decises de investimento com

segurana e confiabilidade. Um modelo simulador no prev o que acontecer no

empreendimento, at porque, ao simular, simplifica os indutores do conjunto das

informaes que se traduzem nos indicadores. A simplificao exige cuidados tcnicos

para que no seja ela a indutora de distores nas medidas que podem inverter decises

ou mascarar condies de risco.

Para a viabilizao de um loteamento importante verificar a documentao do terreno a ser

negociado, analisando os cadastros do atual proprietrio, de seus antecessores, assim como, de

possveis inventrios. Alm deste fator jurdico, outro determinante para a concepo do

produto, seria a pesquisa de mercado que encomendada para ratificar as projees iniciais

em relao ao produto a ser lanado. A pesquisa de mercado fundamental para o

dimensionamento de mercados e levantamento de tendncias em regies e cidades, agregando

informaes para possibilitar o entendimento e o posicionamento estratgico de negcios e

produtos, de forma a minimizar riscos de atuao e de investimentos.

As premissas que sero consideradas como dados de entrada na modelagem podem ser

originadas de empresas especializadas neste setor de pesquisa de mercado, onde

proporcionaro uma leitura completa do cenrio mercadolgico onde o empreendimento ser

implantado. No Estudo de Caso deste trabalho, no aprofundar-se- sobre este tpico, uma

vez que o objetivo deste trabalho ser de mostrar as funcionalidade do modelo a ser

desenvolvido, porm vale ressaltar a importncia desta etapa na estruturao do produto

imobilirio.

3.2 Estruturao da Anlise

Segundo Rocha Lima Jr.; Monetti e Tavares de Alencar (2011), Quando se promove

uma |AQI| - Anlise da Qualidade do Investimento - de empreendimentos, trata-se do

mbito financeiro e econmico. No planejamento financeiro, a caracterizao de

qualidade estar presa exclusivamente ao que se denomina fechamento das equaes

de fundos, que consiste em identificar as fontes de recursos para cumprir com todo o

custeio da produo e das contas conexas com a comercializao e com a gesto do

14

empreendimento (...). Ainda mais, avalia qual a repercusso dos riscos, que esto no

sistema empreendimento, de que a receita no seja gerada no regime e nos nveis

especulados no planejamento, o que obrigar a investir mais do que previamente

balizado ou a buscar recursos de financiamento para supri-los. Essas anlises esto no

ambiente do empreendedor, no do empreendimento, pois a qualidade que se analisa

estar no melhor ajuste entre o potencial de investimento e endividamento do

empreendedor e as exigncias de fundos para girar o empreendimento.

A partir disso, e usando como base a figura apresentada por Rocha Lima Jr.; Monetti e

Tavares de Alencar (2011), pode-se ilustrar os movimentos que retratam o conjunto de

transaes e vnculos caractersticos de empreendimento imobilirios envolvendo

investidores:

Figura 2 - Transaes Financeiras entre o SGI2 e o Empreendimento.

2 SGI, Sistema Gerenciador de Investimento, o ambiente onde se administra a poltica de investimentos para empresa, de forma que a estar sendo operacionalizado o manejo dos recursos de que esta dispe para investir em seus diversos empreendimentos, fazendo com que os retornos havidos sejam capazes de alimentar novos ciclos de investimento, conforme

15

Ainda segundo Rocha Lima Jr.; Monetti e Tavares de Alencar (2011), No sistema

empreendimento, sero praticadas as duas transaes elementares do processo de

produo, na interao desse sistema com o ambiente no qual o empreendedor

(produtor) est inserido - o pagamento das contas vinculadas com o custeio da

produo B e o recebimento das contas derivadas da venda do produto F.

O destino privilegiado dos recursos gerados pelo sistema empreendimento (recebimento

do preo) ser o de suportar o custeio da produo 1 e, admitindo a premissa de que

empreendimentos s sero desenvolvidos, na economia empresarial, se for capaz de

colocar o produto obtendo resultado, o preo ser maior que custeio, havendo, ento,

sempre um excesso idntico a esse resultado entre os recursos que o empreender aplica

no empreendimento e os que dele recebe. (...).

Recursos de investimento A so exigidos no sistema empreendimento, sempre que,

nesse sistema, no haja gerao de recursos no montante necessrio e, em tempo hbil

para suportar o custeio da produo, (...). O que se pretende analisar a oportunidade de

promover essa aplicao de recursos, da resultando o termo anlise de

investimentos.(...)

Ainda segundo Rocha Lima Jr.; Monetti e Tavares de Alencar (2011), No haver

retorno com maior poder de compra (resultado) em relao ao investimento se no

houver o empreendimento para fazer o ciclo de produo, de A at G, onde se denota,

claramente, que o empreendimento no transformou, no tempo, recursos financeiros em

um outro montante maior, mas promoveu uma eventual mais-valia diretamente

vinculada produo, pois as transformaes se deram no circuito da produo, de

acordo com a seguinte rotina:

i. recursos financeiros INVESTIMENTO so transformados em insumos, que:

ii. atravs de processos de produo, so agregados ao PRODUTO;

iii. que o mercado adquirir, pagando o seu PREO;

planejado. Captulo 4, item 4.2 do livro Real Estate - Fundamentos para Anlise de Investimentos Rocha Lima Jr., Monetti, Tavares de Alencar (2011).

16

iv. do qual uma parcela estar representada por RECURSOS LIVRES que no so

necessrios para o custeio da produo;

v. gerando a oportunidade de que ocorram RETORNOS, que sero derivados para

o empreendedor, que promoveu os INVESTIMENTOS, provavelmente com

poder de compra agregado;

As relaes e movimentaes supramencionadas so o alicerce para a estruturao do fluxo de

caixa do empreendimento imobilirio a ser estudado. Atravs da identificao das contas que

iro compor os custos envolvidos e do comportamento das vendas parametrizado, o modelo

matemtico a ser desenvolvido possibilitar ao seu usurio simular indicadores da qualidade

do investimento para cenrios referenciais e estressados.

3.3 Indicadores da Qualidade

Segundo Rocha Lima Jr. (1998), Decide-se empreender analisando a qualidade do

investimento. Sistemas de planejamento devem, ento, operar anlise da qualidade, que

concluem pela medida daqueles indicadores que daro, ao empreendedor, a base de

informao, que ele entende suficiente para decidir. O conjunto de indicadores, por seu

lado, deve ser estabelecido com apoio em tcnicas ajustadas aos procedimentos de

simulao nos quais se apoiam, de sorte que o princpio da segurana esteja presente

nos mtodos para o clculo destas medidas.

Rocha Lima Jr.; Monetti e Tavares de Alencar (2011) afirmam, Dois so os

indicadores que poderamos entender como universais:

o que mede o prazo de recuperao da capacidade de investimento do

empreendedor aps a ocorrncia de sua imobilizao no empreendimento

prazo de recuperao da capacidade de investimento ou payback pri; e

aquele que mostra os ganhos do poder de compra que alcana o empreendedor,

considerada sua posio de liquidez quando investe e aquele quando recebe

retorno taxa de retorno do empreendimento tret

17

3.4 Dados de Entrada do Modelo

O modelo que comea a ser estruturado ser dividido nas seguintes abas ou guias de planilha:

Caractersticas;

Cenrio;

Fluxos;

Indicadores;

Anlises Isoladas;

Anlise Dispersa;

Grficos;

Iterao;

As tabelas seguintes sero apresentadas utilizando os dados do estudo de caso desta

monografia, a opo de negociao [1-A]. O referido estudo de caso ser melhor abordado e

explanado no Captulo 4 deste trabalho.

3.4.1 Dados de Entrada do Modelo

A partir do presente item, ilustraremos como estruturar no modelo proposto qualquer projeto

da tipologia de loteamentos para a simulao de seus indicadores econmicos e financeiros,

estressando-os ou no3. Inicialmente, em Caractersticas, deve-se preencher o quadro com

os critrios para aproveitamento do terreno (Tabela 3).

Tabela 3 - Inputs Iniciais para Simulao do Projeto para a Opo de Negociao [1-A]

3 Ser discutida em captulos posteriores a distoro de algumas variveis-chave para o projeto, atravs de cenrios estressados.

18

Para a tabela supracitada, os valores em azul claro, como, por exemplo, os 50% do ndice de

Aproveitamento Escolhido, podem ser alterados a qualquer momento, dando desta forma,

dinamismo a toda simulao. O empreendedor, a fim de simular seu investimento no modelo

proposto, dever ter conhecimento destas premissas bsicas.

Segundo Mascar (2005), Em terrenos planos, com declividade pequena e homognea,

os lotes devem ser regulares. Do ponto de vista econmico, os lotes devem ter a maior

profundidade possvel, assim seu custo de urbanizao ser diminudo. Pensando em

seu aproveitamento, deveriam se aproximar ao mximo da forma o mais quadrado

possvel. Nestes lotes, as construes podem ser projetadas com mais liberdade e

oportunizar uma melhor orientao solar.

Dentro destes critrios aparecem as dimenses bsicas das parcelas em funo da classe social

a que se destinam. A fim de resumir4 os critrios expostos de forma e tamanho dos lotes de

um loteamento, Mascar (2005) define:

Tabela 4 - Critrios para Determinao de Forma e Tamanho de Lotes

Renda Familiar Relao Recomendada

(testada x fundo) rea (m)

Alguns Exemplos

(testada x fundo)

Alta 1:1 a 1:2 600 a 1600 18 x 36; 20 x 40; 40 x 40;

Mdia 1:3 a 1:4 300 a 400 10 x 30; 10 x 40; 12 x 36;

Baixa 1:5 a 1:6 125 a 200 5 x 25; 5 x 30;

O ltimo item da Tabela 3, Valor Unitrio a Ser Praticado, exatamente a incgnita chave

para a simulao do projeto, sendo sua definio, inclusive, um dos objetivos do presente

trabalho. Para utiliz-la corretamente, deve-se sugerir inicialmente um valor para inserir na

clula, que atravs de processos iterativos e analisando a taxa de retorno do empreendimento,

4 A definio e padronizao dos lotes aqui mostrados pelo Arquiteto Urbanista Juan Luis Mascar (2005), so prticas utilizadas principalmente no Sul do Pas. importante o empreendedor estar familiarizado com o Plano Diretor do municpio em que ir implantar o seu empreendimento, conhecendo desta forma, as restries impostas para o parcelamento de solo urbano de seu empreendimento.

19

pode-se, por exemplo, solicitar ao modelo que o mesmo atinja a taxa de retorno do

empreendimento ao mesmo valor parametrizado para a taxa de atratividade5 do

empreendedor, variando apenas o Valor Unitrio a Ser Praticado. Desta maneira, poder ser

encontrado o preo mnimo a ser praticado na venda da unidade do loteamento (lote),

respeitando os limites de atratividade do investidor ou empreendedor. Mais frente, teremos

um captulo exclusivo a fim de retratar com maior riqueza tal processo iterativo.

3.4.2 Custos Unitrios de Loteamento

Diferentemente da construo predial, os loteamentos possuem uma relao menor de

insumos a serem utilizados em sua construo, com exceo obviamente s edificaes

complementares que entrariam no escopo de construo predial, tais como, guaritas e

portarias; clubes sociais; academias; quadras e campos para esporte. O objetivo deste captulo

retratar com um maior detalhamento a infraestrutura bsica envolvida nesta tipologia de

empreendimento, no deixando de citar as construes prediais envolvidas, como opo.

A Tabela 5 Sugesto de Custos Unitrios de Loteamento, foi dividida em trs frentes

distintas, a saber: I - Projeto; II - Custo de Implantao; III - Taxas e Emolumentos. A

estrutura, aqui sugerida, foi retirada de um Estudo de Viabilidade Econmico Financeira

elaborado pelo Engenheiro Civil Luiz Fernando Cozac do Curso de Gerenciamento de

Empreendimentos de Parcelamento do Solo Urbano, promovido pela Universidade Secovi-SP.

A ideia principal desta tabela que o empreendedor formate a sua base de custos para a

implantao do loteamento, tomando como base a realidade do mercado em que atua. A partir

desta abordagem, o empreendedor poder desenvolver o seu prprio Parmetro de Custo

Unitrio em relao gleba til do loteamento para a construo de infraestrutura bsica e

predial de seus empreendimentos.

5 A Taxa de Atratividade (TAT) ou Taxa Mnima de Atratividade (TMA) uma taxa de juros que representa o mnimo que um investidor se prope a ganhar quando faz um investimento, ou o mximo que uma pessoa se prope a pagar quando faz um financiamento.

20

Uma das condies fixadas para o presente trabalho a da parametrizao das unidades dos

servios por metro quadrado da gleba til do loteamento, a fim de facilitar a definio do

valor do custo total do empreendimento a ser analisado. Evidentemente, tal estratgia no

substitui um oramento detalhado, porm torna-se uma importante referncia na situao de o

investidor no ter sua disposio projetos bsicos para quantificao adequada, como por

exemplo, o projeto urbanstico.

Segundo Rocha Lima Jr.; Monetti e Tavares de Alencar (2011), Os riscos no

desenvolvimento de um empreendimento existem porque as decises so tomadas

diante de expectativas, e no de certezas de comportamento. Essas expectativas de

comportamento que permitem, no ciclo de planejamento, fazer medidas simuladas de

desempenho que levam aos indicadores usados para mostrar a qualidade do

empreendimento. O processo de simulao implica a construo de um cenrio

referencial que gera a imagem de comportamento de um conjunto de variveis no ciclo

operacional do empreendimento. Essas variveis, quando o empreendimento

efetivamente estiver em operao, podero fugir do comportamento esperado,

desviando a qualidade para pior do que o esperado. Essa possibilidade que configura

que os investimentos tm riscos em sua natureza.

A gesto de riscos corporativos uma interessante soluo para assegurar o empreendimento

frente a possveis sinistros que venham ocorrer durante a implantao do empreendimento.

Empresas especializadas no ramo podem auxiliar o empreendedor na identificao e anlise

dos riscos fsicos, financeiros e contratuais a que est exposta a empresa; assim como,

elaborar matrizes de riscos, assessorando o cliente a como evitar possveis sinistros. Para

transferir tais riscos, a seguradora receber uma porcentagem do valor total orado da obra e

esta porcentagem depende exclusivamente da tipologia do empreendimento e do local a ser

implantado o empreendimento. Para tal finalidade, o modelo possui um campo exclusivo para

inserir este custo, em porcentagem, para a seguradora, caso o investidor prefira optar por este

tipo de servio. Trata-se de um simples mtrica de clculo na qual o valor designado

seguradora ser acrescido apenas nas etapas selecionadas na subdiviso dos custos unitrios

de loteamento II Custo de Implantao, alterando o valor calculado no Total do Custo

Unitrio por m da Gleba til, Figura 3.

21

Tabela 5 - Custos Unitrios de Loteamento para a Opo de Negociao [1-A]

Atravs da ltima coluna Seleo, o usurio do modelo poder escolher quais etapas levar

em considerao em sua anlise, tais como, rede eltrica area ou embutida; guaritas ou

portarias; a implantao ou no do paisagismo; a construes ou no de estruturas

complementares. Esta tabela completamente auto gerencivel, possibilitando ao usurio a

insero de etapas faltantes e at a alterao dos preos unitrios, oferecendo maior

confiabilidade ao valor do custo total de implantao calculado para o modelo em diferentes

realidades de anlise.

Por ser um modelo aberto, sem restries do programador, o usurio poder verificar como

inserir uma linha na supracitada tabela, obviamente que ser necessrio ter conhecimento de

como utilizar o Microsoft Excel. O que realmente importa para a estruturao do modelo o

22

valor Total do Custo Unitrio por m da Gleba til que resulta da somatria dos valores

unitrios selecionados na coluna Seleo da Tabela 5 - Sugesto de Custos Unitrios de

Loteamento.

Figura 3 - Total do Custo Unitrio por m da Gleba til para a Opo de Negociao [1-A]

Pode-se observar no final de algumas etapas de servio a presena de um asterisco (*), isso

significa que a bibliografia consultada (Estudo de Viabilidade Econmico Financeira

elaborado pelo Engenheiro Civil Luiz Fernando Cozac do Curso de Gerenciamento de

Empreendimentos de Parcelamento do Solo Urbano, promovido pela Universidade Secovi-

SP) no contemplava algumas etapas de interesse ao modelo, sendo assim, as mesmas foram

retiradas da experincia de uma empresa do segmento imobilirio estudado. importante

lembrar que nem todas as etapas devem estar selecionadas (para as sugeridas na tabela acima),

uma vez que se verifica a duplicidade de algumas etapas de servio distintas apenas na

maneira de implantao, por exemplo, a rede de energia e iluminao pblica subterrnea e

area.

3.4.3 Estruturao do Cenrio Referencial

Segundo Rocha Lima Jr.; Monetti e Tavares de Alencar (2011), O modelo, operando

do ponto de vista da data final, quando olha para o ciclo do empreendimento para

simular as transaes, perguntar sobre o comportamento das variveis que implicam ou

influenciam as transaes. (...). O modelo perguntar, a quantidade prevista de insumos,

o preo estimado hoje (oramento) e a inflao dos preos desses insumos no ciclo do

empreendimento e perguntar o programa de suprimentos da obra. Com essas

informaes, poder simular as transaes de pagamentos das contas de implantao. O

modelo perguntar os preos (...), a forma de pagamento e o sistema (se houver) de

reajuste das parcelas de pagamento do preo. A, poder simular as transaes de

recebimento do preo. Confrontando recebimento do preo contra custeio dos insumos,

o modelo calcular os indicadores de resultado adequados.

23

O conjunto das expectativas de comportamento que se traduzem nas transaes, sejam

as estruturais do empreendimento (exemplo: o consumo dos insumos na obra) ou as do

ambiente (exemplo: inflao e preos competitivos), deve ser introduzido no modelo

pelo planejador, compondo o Cenrio Referencial de Comportamento.

Ao ministrar a disciplina GEE010 Modelos para Anlise da Qualidade de

Empreendimentos, no Curso Real Estate - Economia Setorial e Mercados, a Profa. Dra.

Carolina Gregrio apresentou um modelo que serviu de base para o desenvolvimento do

proposto no presente trabalho. A estrutura foi aprimorada no decorrer de outras disciplina

ministradas no ncleo de Real Estate, em especial as disciplinas GEE019 Planejamento

Estratgico, Formatao e Meios de Financiamento de Empreendimentos Imobilirios e

GEE21 Instrumentos de Investimentos em Real Estate.

Para a estruturao do Cenrio Referencial do modelo desenvolvido, que tambm auto

gerencivel, temos as seguintes subdivises para a aba Cenrios:

Tabela 6 - Indicadores Macroeconmicos para a Opo de Negociao [1-A]

As clulas em azul claro so dados de entrada do modelo, seguindo a padronizao de cores

citada em captulos anteriores. As de cor laranja serviro para o fator de distoro da

incgnita (no caso, IGP6) que sero discutidas mais frente. Atentar que todos os valores

(moeda) so ajustados na data base da anlise (data zero) atravs do indexador IGP ou IGP-m

6 IGP (ndice Geral de Preos) um indexador medido pela Fundao Getlio Vargas (FGV) que registra a inflao de preos desde matrias-primas agrcolas e industriais at bens e servios finais.

24

(equivalente efetiva, acima do IGP-m), com exceo dos custos de produo (obra) que

estaro indexados ao INCC7.

Segundo Rocha Lima Jr.; Monetti e Tavares de Alencar (2011), Para arbitragem da

evoluo dos custos da construo civil (ic), o INCC (ndice nacional de custos da

construo civil da FGV) o que mais se utiliza. Os sindicatos da construo civil nos

vrios estados brasileiros tambm publicam ndices de custo focados em projetos tpicos

que so considerados parmetros de mercado.

Atualmente, no existe no mercado um ndice que retrate diretamente a evoluo dos custos

para empreendimentos do tipo loteamento, na falta deste, utilizar-se- para o modelo a ser

estruturado, o prprio INCC que abrange em sua apurao materiais, equipamentos, servios e

mo-de-obra para a construo habitacional, no para a infraestrutura urbana.

Ainda segundo Rocha Lima Jr.; Monetti e Tavares de Alencar (2011), Considerando

que os ciclos dos empreendimentos de real estate so sempre longos, para que uma

anlise da qualidade do investimento |AQI| traduza adequadamente a qualidade de um

empreendimento, o cenrio referencial deve arbitrar o patamar esperado de inflao no

ciclo do empreendimento, para que seja possvel ajustar todas as transaes queda de

poder de compra da moeda de curso na economia em que se insere o empreendimento,

permitindo comparar poder de compra dos investimentos e dos retornos para medir

corretamente o resultado do investimento no empreendimento. (...).

H outros temas envolvendo inflao que ganham relevncia na produo das |AQI|:

reajuste dos preos dos produtos e a capacidade de encaix-los no mercado

competitivo;

7 Atentar tambm aos outros indexadores indicados na Tabela 6 - Indicadores Macroeconmicos do Modelo, sendo eles, o INCC (ndice Nacional de Custo da Construo) elaborado tambm pela Fundao Getlio Vargas que afere a evoluo dos custos de construes habitacionais; o Cop (Custo de Oportunidade) que um termo usado em economia para indicar o custo de algo em termos de uma oportunidade renunciada; e a Tat (Taxa de Atratividade) que uma taxa de juros que representa o mnimo que um investidor se prope a ganhar quando faz um investimento.

25

reajuste da receita, nas vendas em parcelas, como a prtica mais comum no

real estate, para que os valores pagos tenham seu poder de compra estabilizado

seguindo um certo vetor de inflao;

estudos para investidores estrangeiros que aplicam recursos na moeda de origem

e devem calcular resultado no poder de compra dessa moeda.

Tabela 7 - Caractersticas do Empreendimento para a Opo de Negociao [1-A]

Nesta subsequente Tabela 7 Caractersticas do Empreendimento, o nico ajuste possvel ao

usurio seria no preo de venda das unidades, j que os outros dados vm da aba

caractersticas. Este ajuste refere-se a quantos meses o usurio gostaria que o preo no

fosse reajustado pelo IGP-m; por exemplo, se inserirmos 2 meses, significa que o preo de

venda apenas comear a ser reajustado a partir do segundo ms em relao ao incio das

vendas programadas no modelo. Pode ser inserido tambm um fator para distoro em

Preo/Unidade como j mencionado anteriormente e que ser melhor tratado em captulos

posteriores.

Tabela 8 - Despesas Pr Operacionais e Margem de Contribuio para Custeio das Contas Gerais da

Administrao (MCCGA) para a Opo de Negociao [1-A]

Segundo Rocha Lima Jr.; Monetti e Tavares de Alencar (2011), a empresa tem contas

gerais da administrao (CGA) para pagar, cujos fundos so extrados do SGI8, j que

8 SGI, (Sistema Gerenciador de Investimentos) o ambiente onde se administra a poltica de investimentos da empresa, de forma que a estar sendo operacionalizado o manejo dos

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essas contas se referem a insumos e outros custos que no esto alocados a nenhum

empreendimento em particular. Tratam-se das contas da administrao centralizada e do

sistema gerencial da empresa, como contabilidade, secretaria geral e diretorias, e das

contas das atividades meio, como jurdico, suprimentos, informtica e as demais contas

de mesmo teor.

A Tabela 8, atravs do conceito acima mencionado, indica ao modelo o quanto ser destinado

ao MCCGA (em porcentagem - % - sobre o valor da obra), assim como, as parcelas dos

custos de gerenciamento e marketing do empreendimento. nesta etapa que a questo de

permuta do terreno pode ser estruturada, uma vez que para o exemplo acima, o analista9 optou

em no fazer permuta do terreno. Atentar aos meses, perodos e indexaes de cada linha de

referncia.

Tabela 9 - Patamares de Produo (Obras) para a Opo de Negociao [1-A]

A partir do momento que o empreendedor possui a aprovao do seu empreendimento pelo

Graprohab, o mesmo possui um perodo de at quatro anos para execut-lo, podendo ser

prorrogado este prazo quando solicitado junto ao rgo. Segundo o Manual de Orientaes do

Graprohab de 2011, sabe-se que: Pargrafo nico. As diretrizes expedidas vigoraro pelo

prazo mximo de quatro anos. (Redao dada pela Lei n 9.785, 29.199).

recursos de que esta dispe para investir em seus diversos empreendimentos, fazendo com que os retornos havidos sejam capazes de alimentar novos ciclos de investimento, conforme planejado. 9 O ttulo de analista para quem opera o modelo que est sendo desenvolvido neste trabalho, podendo ser o investidor, terreneiro ou at algum terceiro que est auxiliando ambos na viabilizao do loteamento. Considera-se que o usurio possui alguma experincia na operao da ferramenta Microsoft Excel, como j mencionado anteriormente.

27

A Tabela 9 retrata a configurao de cinco patamares de produo das obras para o

empreendimento em anlise. Aqui poder ser concebido desde patamares constantes de

produo (distribuio mensal homognea), at mesmo retratar picos de produo em

cenrios mais complexos, caso exija. Lembramos aqui que os custos de produo esto sendo

reajustados pelo INCC e moeda utilizada (Real) ao IGP-m, como j mencionado

anteriormente.

Os prazos usualmente praticados por loteadores na construo de seus empreendimentos

giram em torno de dois anos, dados estes retirados de uma empresa loteadora que alerta que

estes valores dependem muito das caractersticas construtivas do empreendimento10.

Dentro destas condies, vinte e quatro meses retratam um perodo condizente implantao

de um loteamento convencional (infraestrutura bsica), tendo tambm a sua distribuio

homognea ao longo deste perodo. Fatalmente, estudos mais profundos podero

proporcionar resultados mais assertivos anlise, porm, por se tratar de uma anlise em

estgio inicial, em que usualmente dispe-se de quantidade esparsa de informao, a premissa

adotada tende a suportar o objetivo de tomada de deciso neste contexto e posterior

direcionamento ao planejamento financeiro do empreendimento.

Tabela 10 - Sistema de Financiamento Produo e Comercializao para a Opo de Negociao [1-A]

10 As caractersticas construtivas para o empreendimento, no caso loteamento, podem ser desde o tipo de pavimento a ser implantado deciso de inserir ou no construes complementares, como portaria; academia; e rea de lazer.

28

O modelo tambm permitir ao usurio simular financiamentos produo e

comercializao, como observado na Tabela 10. A ferramenta oferece um certo grau de

liberdade, permitindo simular diversos cenrios para o empreendimento, sendo eles com ou

sem financiamentos produo e clientes. Isto ser uma definio do usurio que poder

optar em fazer ou no o financiamento, bastando preencher corretamente os valores nos dados

de entrada da supracitada tabela11.

A simulao do financiamento direto pelo loteador para a comercializao de suas unidades

possui como data de incio o ms seguinte de cada venda concretizada, parametrizado pelos

encaixes de venda do cenrio referencial. uma lgica de raciocnio que toma como base de

clculo as parcelas price que entraro no fluxo de caixa do modelo, de acordo com os prazos

de financiamento estabelecidos e velocidade de vendas do cenrio referencial. A prtica de

mercado, para a tipologia de empreendimento estudada, que o financiamento direto ao

cliente comece sempre um ms aps a venda de sua unidade, logo aps a entrada que ocorre

no ato da compra.

No exemplo apresentado acima, no existe financiamento produo, apenas

comercializao, j que a porcentagem a ser financiada sobre as obras est como zero e a

porcentagem da quantidade de unidades a serem financiadas diretamente est como 100%, ou

seja, todas as unidades comercializadas sero financiadas diretamente. Nota-se que nas duas

ltimas linhas da tabela de financiamento comercializao encontra-se uma simulao para

11 Vale ressaltar que em projetos de loteamentos no comum a prtica de financiamento para a construo, sendo um dos motivos a dificuldade na quantificao dos insumos envolvidos para a implantao de um loteamento que geram incertezas para elaborao das garantias ao sistema financiador.

29

encontrar a faixa de renda familiar do pblico alvo do empreendimento, onde 10 seria o

nmero de salrio mnimos (atualmente em R$ 678,00) para se ter uma parcela mxima a ser

praticada no financiamento direto ao cliente de 2,034 R$mil. O cliente pouparia do seu

ordenado total apenas 30% do valor referente, ou seja, 30% de R$6.780,00 que equivalem os

R$ 2.034,00, isso para um pblico alvo que ganhasse 10 salrios mnimos.

Tabela 11 - Encaixe do Preo das Unidades para a Opo de Negociao [1-A]

Por ltimo, a Tabela 11 representa o encaixe das vendas para a simulao do modelo que est

estruturado para trs patamares distintos. Seguindo basicamente os mesmos conceitos que a

Tabela 9 (Patamares de Produo - Obras), o modelo permite a distribuio do encaixe das

vendas de forma homognea ou difusa, dependendo do cenrio e da regio onde o loteamento

ser implantado, caractersticas de mercado.

Os custos de comercializao referem-se ao pagamento de comisses aos corretores que,

dependendo da regio de atuao destes profissionais, giram no entorno de 4% do valor do

imvel, no caso, lote do loteamento.

Segundo Rocha Lima Jr.; Monetti e Tavares de Alencar (2011), o modelo operacional

recomendado prope que o empreendimento seja segregado em uma sociedade de

propsito especfico (SPE). Uma SPE uma empresa que se restringe a desenvolver um

nico empreendimento. (...).

Nessa conjuntura (2010), usar o ambiente restrito de uma SPE oferece ao

empreendedor a oportunidade de operar no sistema de Lucro Presumido, que, para as

30

margens de resultado prevalentes no mercado, exige encargos mais moderados sobre a

receita, como tambm menores impostos sobre o lucro. Uma SPE-LP (sociedade de

propsito especfico operando sob o regime tributrio do lucro presumido) oferece uma

condio tributria mais favorvel. Nesse regime, os impostos sobre o lucro so

calculados e pagos por meio de taxas aplicadas sobre uma frao da receita, admitida

como o lucro presumido dentro do preo.

A alquota efetiva que ser cobrada sobre a receita do empreendimento de 6,73%. A seguir,

verifica-se uma tabela que demonstra o clculo de toda a carga tributria aplicvel ao regime

de Lucro Presumido (LP) em uma Sociedade de Propsito Especfico (SPE).

Tabela 12 - Tributos Envolvidos em uma SPE-LP

Tributo Alquota e Apurao Alquota Efetiva

IRPJ Lucro Presumido - Presuno de 8% e Alquota de 25% 2,00%

CSLL Lucro Presumido - Presuno de 12% e Alquota de 9% 1,08%

PIS Alquota Sobre a Receita 0,65%

COFINS Alquota Sobre a Receita 3,00%

Carga Tributria TOTAL 6,73%

3.4.4 Estruturao do Fluxo

O conjunto dos recursos em giro no empreendimento respeita um fluxo no ciclo do

empreendimento cujos clculos so vinculados ao programa de construo e expectativa da

velocidade de venda dos lotes. Os movimentos podem ser ilustrados conforme a figura

abaixo, que retrata as entradas (exemplos: receitas e financiamentos) e sadas (exemplos:

contas da implantao e impostos) financeiras no ambiente de um empreendimento. Atentar

que os perodos adotados para as anlises so mensais e que os seus encaixes no so

uniformes em relao ao ciclo total do empreendimento.

31

Figura 4 - Retrato de um Fluxo de Caixa de um Empreendimento

O modelo desenvolvido no presente estudo foi estruturado levando-se em conta todas as

variveis contempladas no cenrio referencial, sendo assim, estruturou-se uma sequncia de

contas isoladas que auxiliaro na elaborao do fluxo de caixa no cenrio referencial. Com a

finalidade de apresentar a estruturao deste fluxo de caixa, ser mostrada a seguinte

sequncia de tabelas que retratam em seu cabealho12 as contas contempladas no cenrio

referencial:

Tabela 13 - Sequncia de Tabelas que Retratam o Cabealho das Contas Contempladas no Fluxo de Caixa

do Modelo no Cenrio Referencial para a Opo de Negociao [1-A]

12 Ao final deste relatrio, em Anexos, encontrado a estruturao do Estudo de Caso com todas as tabelas aqui apresentadas e devidamente preenchidas com os valores simulados no modelo.

32

33

3.4.5 Indicadores da Qualidade do Empreendimento

Segundo Rocha Lima Jr.; Monetti e Tavares de Alencar (2011), Quando se fala de

Anlise de Investimentos, mais conveniente, para rigor tcnico, que se use a

terminologia anlise de empreendimentos - a qualidade dos investimentos, ou

simplesmente, anlise da qualidade do investimento |AQI|, pois o que se avalia sempre

, do ngulo econmico, como se comportam os empreendimentos, que, para oferecer

retorno e resultado, exigem certa massa de investimentos para produo.

Atravs dos conceitos explicados no item 3.2 Estruturao da Anlise do presente trabalho

e seguindo a mesma metodologia de raciocnio aplicada no modelo a partir do item 3.4.4.

Estruturao dos Fluxos, elaborou-se uma aba no modelo simulador (Indicadores) para

estruturar os clculos dos indicadores da qualidade do empreendimento, sendo os principais13:

TIR ou ti (Taxa Interna de Retorno): Est condicionada ao sistema gerencial de

maior risco em relao ao manejo da poltica de investimentos no Sistema

Gerenciador, de forma que, no espectro, sempre estar em primeira posio. Em

determinados ambientes econmicos, no reflete uma postura vivel para administrar,

como o caso do setor de real estate com seu sistema de segregao por

empreendimento.

TRR ou tr (Taxa de Retorno Restrita): Reflete uma condio mais prxima da

realidade do setor de real estate, sendo o conceito que recomenda usar como

preferencial quando tratar de arbitrar as posturas do investidor avesso ao risco. Situa-

se sempre abaixo da taxa interna de retorno, por refletir a menor agilidade no manejo

financeiro dos recursos disponveis para investimento no Sistema Gerenciador;

13 As definies seguintes foram extradas do livro Real Estate - Fundamentos para Anlise de Investimentos, autores Joo da Rocha Lima Jr. | Eliane Monetti | Claudio Tavares de Alencar, (2011). Por no ser o foco do presente trabalho, aconselha-se a leitura do Captulo 6 Princpios e tcnicas de medida de indicadores da qualidade dos investimentos em empreendimentos de real estate que foi elaborado pelo Prof. Dr. Claudio Tavares de Alencar, para uma melhor abordagem dos conceitos aqui expostos sobre os indicadores da qualidade dos empreendimentos. Deixam-se aludidas a sua importncia e relevncia perante o tema discutido neste estudo.

34

PB Primrio (Payback Primrio): O prazo de recuperao da capacidade de

investimento, ou payback, aquele no qual o empreendedor recupera plenamente a

capacidade de investimento que tinha quando se imobilizou no empreendimento.

PB a TAT (Payback Alavancado Taxa de Atratividade): Seria o mesmo conceito

do payback primrio, porm considerada a taxa de atratividade (Tat) como aquela

exigida pelo empreendedor ou inferida por ele para compensar o perodo de

imobilizao ou para compensar a inflao da moeda referencial no perodo ou, ainda,

uma combinao das duas situaes;

PB a COP (Payback Alavancado ao Custo de Oportunidade): Seria o mesmo

conceito do payback primrio, porm considerada taxa de custo de oportunidade (Cop)

como aquela exigida pelo empreendedor ou inferida por ele para compensar o perodo

de imobilizao ou para compensar a inflao da moeda referencial no perodo ou,

ainda, uma combinao das duas situaes;

Tabela 14 - Sequncia de Tabelas que Retratam o Cabealho para Estruturao dos Indicadores da

Qualidade do Empreendimento e Quadro Resumitivo para a Opo de Negociao [1-A]

35

3.4.6 Cenrios Estressados

A fim de se reconhecer os vetores de maior risco, torna-se importante ter conhecimento sobre

o comportamento do empreendimento diante de cenrios estressados, assim como, verificar a

intensidade do impacto de desvios de comportamento na qualidade do investimento que estes

cenrios estressados causam ao prottipo analisado. Estes vetores ou variveis-chave

(estratgicas) podem ser o custo da obra; o preo praticado por unidade vendvel; o ms de

repasse do financiamento; e at a porcentagem vendida no lanamento do empreendimento.

Segundo Rocha Lima Jr.; Monetti e Tavares de Alencar (2011), Risco no se mede

genericamente, mas diante de determinada conjuntura estressada ou diante da avaliao

do efeito de alguma simplificao ou arbitragem do cenrio referencial.

Estes riscos podem ser analisados estressando-se uma nica varivel para avaliar os seus

efeitos discretos ou um conjunto de variveis para analisar efeitos cruzados, sendo

respectivamente denominadas, distoro isolada e distoro cruzada. Os intervalos aplicados

variao destes vetores sero arbitrados e justificados em captulos posteriores, quando forem

estudados separadamente, um a um. A seguir, apresentam-se algumas tabelas que retratam os

cenrios estressados no modelo desenvolvido para as anlises isoladas e cruzadas.

36

Tabela 15 - Anlise Isolada para a Opo de Negociao [1-A]

Tabela 16 - Anlise Cruzada para a Opo de Negociao [1-A]

Diante do grande nmero de variveis que afetam o comportamento do cenrio referencial do

empreendimento, utilizar-se- uma rotina de anlise mais sofisticada que as anlises isoladas e

cruzadas propiciam ao modelo. As simulaes a serem utilizadas geram randomicamente uma

amostra de no mnimo 50 cenrios estressados. Com o propsito de simular uma maior

realidade do comportamento do cenrio prototipado, utilizar-se- o assim chamado Mtodo de

Monte Carlo (MMC) que trata-se de um mtodo estatstico utilizado em simulaes

estocsticas com diversas aplicaes.

Padres estocsticos so aqueles que tm origem em processos no determinsticos, com

origem em eventos aleatrios. Este mtodo gera amostragens aleatrias atravs de uma

simulao estatstica que encerra em suas informaes geradas uma confiabilidade de 90%, a

partir de patamares inferiores e superiores previamente definidos. A partir do resultado destas

simulaes pode-se entender melhor o comportamento destes vetores diante de cada cenrio

distorcido, atravs dos ndices de confiabilidade (IC) gerados para cada amostragem. A

seguir, apresentado um grfico que retrata a disperso da TRR que foi distorcida

randomicamente pela varivel-chave IGP-m, assim como, os IC Alto e IC Baixo encontrado

no cenrio estressado simulado.

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Grfico 1 Disperso para o Vetor IGP-m (Mtodo Monte Carlo) para a Opo de Negociao [1-A]

Tabela 17 - Anlise Dispersa para o Vetor IGP-m (Monte Carlo) para a Opo de Negociao [1-A]

38

Para um maior aprofundamento e detalhamento sobre o tema de cenrios estressados,

recomenda-se a leitura do Captulo 8 Anlise da qualidade do investimento em

empreendimentos imobilirios para venda do Livro Real Estate - Fundamentos para Anlise

de Investimentos, 2011, de autoria do Prof. Dr. Joo da Rocha Lima Jr..

3.4.7 Consideraes Finais para Estruturao do Modelo

O Captulo 3.4 apresenta como objetivo esboar a estruturao do modelo desenvolvido no

presente estudo, restando apenas comentar sobre as abas grficos e iteraes do mesmo.

Desta forma, optou-se por explorar tais assuntos nas partes do Estudo de Caso que segue, uma

vez que entende-se ser mais construtivo e proveitoso aprofundar tais tpicos com o subsdio

de dados numricos de uma simulao real, o que tende a facilitar a interpretao dos valores

e grficos que sero gerados.

4. ESTUDO DE CASO

4.1 Apresentao do Caso

Como estudo de caso, avaliou-se e planejou-se um loteamento em uma gleba no municpio de

Tatu, interior do Estado de So Paulo, onde o originador observou uma mudana de vocao

econmica da rea, de agrcola para imobiliria, sugerindo, desta maneira, a oportunidade

para o parcelamento do terreno analisado.

O proprietrio do terreno, neste caso o originador, um agricultor renomado na regio, porm

o mesmo no possui nenhum know-how14 na implantao de loteamentos. Nestas

circunstncias, o terreneiro buscou uma empresa loteadora que atua na regio h mais de 20

anos - de governana familiar e porte financeiro mdio - buscando desta maneira, viabilizar o

fracionamento de sua referida gleba. 14 O know-how, savoir-faire ou conhecimento processual o conhecimento de como executar alguma tarefa. O know-how diferente de outros tipos do conhecimento tais como o conhecimento proposicional que pode diretamente ser aplicado a uma tarefa.

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No possuindo uma proposta fixa a apresentar, o proprietrio do terreno apenas exps ao

loteador a sua vontade de desenvolver um parcelamento de solo urbano em sua gleba,

aguardando desta maneira, alguma posio de negociao por parte do investidor, ou seja, do

loteador. Com isso, apresentaram-se diferentes opes de negociao, considerando-se o

padro do produto e a forma de pagamento do terreno, que sero analisadas neste captulo, a

saber:

Co