ÍNDICE - Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo · idéias dos erros e falhas que os mesmos em geral...

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ÍNDICE

Definição de Homilética ................................................................................................................. 3

O objetivo da Homilética ............................................................................................................... 3

Homilética e a eloqüência ............................................................................................................... 3

A Homilética no ministério de Jesus .......................................................................................... 4

O milagre da pregação .................................................................................................................... 4

Como pregar sem atrapalhar o culto ........................................................................................... 4

Vocação ministerial ......................................................................................................................... 5

A personalidade do pregador ........................................................................................................ 8

Principais tipos de sermão .......................................................................................................... 11

O sermão temático ........................................................................................................... 11

O sermão textual .............................................................................................................. 15

O sermão expositivo ....................................................................................................... 19

A elaboração do sermão .............................................................................................................. 27

O texto bíblico ................................................................................................................................ 29

A escolha do texto bíblico ........................................................................................................... 30

O título do sermão ......................................................................................................................... 31

A introdução (aperitivo do sermão) ......................................................................................... 33

O valor das divisões do sermão ................................................................................................. 35

O uso de ilustrações no sermão ................................................................................................. 38

A aplicação ...................................................................................................................................... 39

A conclusão do sermão ................................................................................................................. 40

Dicas de oratória ............................................................................................................................. 43

Bibliografia ....................................................................................................................................... 50

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HOMILÉTICA

I. Definição - homilética é a ciência e arte de pregar. É uma ciência, pois tem normas e princípios que devem ser seguidos, e é também arte porque também está relacionada com a estética e a transmissão do sermão. O termo vem do grego "hehomilia". O verbo "homilein" era usado pelos gregos sofistas para expressar "o sentido de relacionar, conversar". Hehomilia designa, especialmente no NT, "o estar junto, o relacionar-se", e, nos primeiros séculos da era cristã, o termo

passou a ser usado para denominar "a arte de pregar sermão"1. Daí deriva o sentido "homilética" e

suas formas de expressão. Desde então e muito cedo, a homilética passou a fazer parte da teologia

prática2.

A partir daí os servos de Deus, pregadores do evangelho, começaram a usar as técnicas gregas de retórica e oratória romana para estruturarem os seus sermões e pregarem com mais elegância e eloquência.

1. O Objetivo da Homilética O objetivo principal da homilética é orientar os pregadores na preparação e pregação de suas

mensagens. "Fazer com que os membros adquiram princípios gerais corretos e despertá-los a terem idéias dos erros e falhas que os mesmos em geral cometem. Convém notar que a homilética não é a mensagem. Ela disciplina o pregador para melhor entregar a mensagem. Não podemos esquecer que

a mensagem é de Deus (Ef 6.19)3". Mas para que essa mensagem seja apresentada de forma clara e

dinâmica é necessário uma preparação e treinamento. A homilética fornece ao (à) pregador (a) os princípios para uma boa preparação e apresentação da mensagem.

2. A Homilética e a Eloquência A missão principal da homilética é conservar o (a) pregador (a) na rota traçada pelo Espírito

Santo. Ela ensina onde (e como) se deve começar e terminar o sermão. O sermão tem como objetivo convencer os ouvintes, seja no campo político, forense (jurídico) social ou religioso. Por essa razão, a homilética encontra-se ligada diretamente à eloquência.

A eloquência é a capacidade intelectual de convencer pelas palavras. As palavras esclarecem, orientam e movem as pessoas. O orador que consegue mover as pessoas, persuadindo-as a aceitar

suas idéias é eloqüente, pois a eloquência é a capacidade de persuadir pela palavra4. "Apolo era um

pregador eloqüente e poderoso nas Escrituras" (At 18.24).

3. Como as Pessoas podem ser Convencidas? Existem várias maneiras pelas quais as pessoas podem se persuadidas ou convencidas,

vejamos:

Pela força moral (costumes, normas e doutrinas): regras fundamentais. Pela força social (costumes, normas e leis): o direito.

Pela força física (braços e armas): a guerra.

Pela força pessoal (exemplo): influência psicológica. Pela força verbal (falada ou escrita): retórica.

Pela força divina (Espírito Santo)5.

4. A Homilética no Ministério de Jesus "Jamais alguém falou como este homem" (Jo 7.46), essa foi a resposta que os guardas deram

às autoridades religiosas por não terem prendido Jesus. Esses guardas saíram para prendê-lo, mas,

quando ouviram a pregação feita por Ele, ficaram maravilhados com aquela pregação e se esqueceram que tinham indo ali para prendê-lo. Jesus foi o maior pregador de todos os tempos. Ele 1 SILVA, Severino Pedroso. Homilética p. 13

2 N.Kust-apud- Severino Pedroso. Homilética p. 13

3 SILVA, Severino Pedroso. Homilética p.13

4 Ibid

5 P. Moreira -APUD- Severino Pedroso. Homilética p. 14

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veio "pregando" a mensagem do Reino (Mc 1.15), veio "pregar" a liberdade (Lc 4.18,19). Os evangelhos descrevem Jesus como um pregador itinerante, pregava nas sinagogas, de cidade em cidade e aldeia em aldeia, arrastando multidões. O povo parava para ouví-lo porque ficava fascinado com as suas palavras de graça e autoridade.

"A pregação de Jesus continha todo o sabor da bondade divina: era um clamor insistente por sua compaixão, e poderoso por sua urgência. A pregação direta é, sem dúvida, um convite à consciência, à razão, à imaginação e aos sentimentos, mediante a declaração da verdade e da

graça de Deus, pois produz um efeito mais urgente e eficaz"6.

II. O Milagre da Pregação

"Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo". (Pv 25.11)

"A pregação bíblica é um milagre duplo. O primeiro é Deus usar um homem imperfeito, pecador e cheio de defeitos para transmitir a Sua perfeita e infalível Palavra. Trata-se de um ser perfeito usando um ser imperfeito como seu porta-voz. O segundo milagre é Deus fazer com que os ouvintes aceitem o porta-voz imperfeito, escutem a mensagem por intermédio do pecador e, finalmente, sejam

transformados por esta mensagem. Esse é o grande milagre da pregação"7.

"Por incrível que pareça, é essa a mistura do humano com o divino que dá poder à pregação. Pregação

é a apresentação através da personalidade, e foi Deus quem escolheu essa combinação da verdade perfeita com a personalidade imperfeita para dar poder à pregação. Em outras palavras, o pregador usa as características de sua personalidade, como conhecimento, habilidade, voz, pensamento, e a sua vida para transmitir a verdade divina, e essa união do divino com o humano tem

o poder de alcançar outros seres humanos e transformá-los"8.

III. Como Pregar Sem Atrapalhar o Culto

"Seja sua fala melhor do que o silêncio ou então fique calado".

(Dioniso)

Existem certos tipos de sermões que estraga o culto. Às vezes o culto começa bem, tem um

bom louvor, mas, quando chega a hora da pregação, o culto perde a sua essência, seria melhor se não tivesse nem mesmo pregação. É lamentável, mas alguns sermões acabam com o culto. Sempre

que a pregação for vazia e sem poder, atrapalhará o culto. Sermão mal preparado e sem conteúdo começa a torturar os adoradores com frases repetitivas e de pouco sentido, destruindo todo o clima

espiritual criado pelo louvor. Pior ainda, sermões deste tipo, às vezes, levam mais de uma hora.

Sermões vazios não só atrapalham o culto como podem acabar afastando as pessoas da igreja. Para que isso não aconteça, o (a) ministro (a) da Palavra precisa estar bem preparado, buscando de Deus orientação, sabedoria e poder para pregar a Sua Palavra.

Sermões que atrapalham o culto

"1. O Sermão sedativo - é aquele que parece anestesia geral. Mal o (a) pregador (a) começa

falar a congregação já está quase dormindo. É aquela pregação fria e vazia. 6 SILVA, Severino Pedroso. Homilética p.15

7 MARINHO, Robson. A arte de pregar p.15

8 Ibid p. 16

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2. O Sermão insípido - esse sermão pode até ter uma linguagem mais moderna e um tom de

voz melhor, mas não tem gosto é duro de engolir. As idéias são pálidas, sem nenhum brilho que as tornem interessantes. Muitas vezes, é um sermão sobre temas profundos, porém sem o

sabor de uma aplicação contemporânea, ou sem o bom gosto de uma ilustração.

3. O Sermão óbvio - é aquele sermão que diz apenas o que todo mundo já sabe e está

cansado de ouvir.

4. O Sermão indiscreto - é aquele que fala de coisas apropriadas para qualquer ambiente

menos para a igreja, onde as pessoas estão famintas do pão da vida. O (a) pregador (a) deve

tomar cuidado ao tratar de assuntos que envolvem sexo, adultério, prostituição, etc.

5. O sermão reportagem - é aquele que fala de tudo, menos Da Bíblia.

6. O Sermão metralhadora - é usado para disparar, machucar e ferir. Às vezes, a crítica é

contra um grupo com idéias opostas, contra administradores da igreja, contra uma pessoa pecadora ou rival, ou mesmo contra toda a congregação. Seja qual for o destino, o púlpito não é uma arma para disparar contra ninguém. Às vezes, o pregador não tem a coragem cristã de ir falar pessoalmente com um membro faltoso e se protege atrás de um microfone, onde ninguém vai refutá-lo, e dispara contra uma única pessoa, sob o pretexto de chamar o pecado pelo nome. Resultado: a pessoa fica ferida, todas as outras famintas, e o sermão não

ajuda em nada9". 0

IV. Vocação Ministerial

Nada é mais importante para o (a) pregador (a) do Evangelho do que uma compreensão exata do caráter sublime da vocação ministerial. O (a) pregador (a) evangélico não é um profissional do púlpito, mas alguém vocacionado por Deus para anunciar com fidelidade, amor e respeito a Sua Palavra. O ministério da pregação é considerado pelo o Senhor Jesus tão necessário ao progresso do Seu Reino no mundo que no NT sua importância sobremodo se salienta. O apóstolo Paulo deixou-nos um tratado maravilhoso na Segunda Epístola aos Coríntios sobre a glória e dignidade do

ministério.10

1. Atitude do (a) Pregador (a) para com a Vocação Ministerial (2Co 2.14-17). O bom êxito do (a) pregador (a) do Evangelho no seu trabalho depende do entendimento claro

e da sua atitude simpática para com a vocação ministerial. 1.1. O (a) pregador (a) deve, antes de tudo, crer na vitória de seu trabalho. Aquele que não for revestido de fé otimista quanto ao sucesso final dos seus esforços, sempre será indeciso e vacilante.

Convicção inabalável é sempre indispensável ao bom êxito de qualquer empreendimento.

1.2. Deve convencer-se do grande privilégio de ser portador de uma mensagem capaz de transformar os ouvintes, e até o próprio mensageiro. Paulo sentiu-se agradecido pelo alto

privilégio de ser ministro de Jesus Cristo.

1.3. Deve sentir a grande responsabilidade de pregar a mensagem que trás vida ou morte. O

efeito duplo da mensagem do Evangelho deve convencer o (a) pregador (a) da responsabilidade de 9 Ibid pp. 21,22

10 SHEPARD, J.W. O Pregador p.14

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pregá-lo. Quem é suficiente para esta tarefa? Os rabinos diziam que a lei era aroma vitae (vital) para os bons, mas aroma mortis (mortal) para os maus. Quem ouve o evangelho, ou aceita ou rejeita a Jesus. Se aceitar terá a vida eterna; se rejeitar, porém, ficará mais duro o coração e continuará perdido.

1.4. A mensagem deve ser transmitida com sinceridade e honestidade; o (a) pregador (a) deve

ser autêntico na sua pregação, deve falar de Cristo, como de Deus na presença de Deus (v.17).

2. A Excelência do Ministério (2Co 3.7-16)

2.1. O (a) pregador (a) deve cultivar o ideal correto. O grande problema de hoje é a mecanicidade

na pregação. Muitos pregadores se tornaram verdadeiros profissionais da religião. Já não pregam por amor, por obediência ao Senhor, mas com segundas intenções. O (a) pregador (a) deve buscar o

ideal correto, o ideal de Jesus e dos apóstolos.

2.2. O apóstolo contrastou o ministério sacerdotal do tempo de Moisés com o profético, do

tempo apostólico, para mostrar a superioridade deste.

2.3 Paulo exaltou a superioridade do ministério cristão sobre o sacerdotal do tempo de Moisés.

O ministério daquele tempo se prendia ao cerimonialismo. A nova ordem, estabelecida por Jesus, é a

de simplicidade e espiritualidade. Não precisamos mais de sacrifícios, porque Jesus ofereceu de uma

vez por todas um único sacrifício eterno. Moisés colocava um véu sobre o rosto (2Co 3.13); mas o

ministério hodierno, com o rosto descoberto, reflete, como por espelho, a glória do Senhor (2Co

3.18). O ministério de Jesus deve ser claro no seu estilo. A sua exposição do evangelho precisa ser

simples, clara e compreensível a todos.

2.4 O ministério evangélico é mais excelente do que o ministério sacerdotal, porque seus

ministros pertencem ao novo concerto do espírito (2Co 3.6). A mensagem da lei era negativa (letra); o evangelho traz uma mensagem positiva.

3. O sublime Privilégio do Ministério (2Co 3.17-4. 4).

3.1 O privilégio de liberdade verdadeira. O ministro que tem o Espírito do Senhor não se

escraviza ao medo. O seu ministério é o da liberdade; vive em comunhão com Jesus e junto de seu

povo. Tal ministro não nutre dúvidas acerca da natureza e personalidade de seu mestre. O ministro,

que tem consciência da presença de Jesus não pensa em abandonar o ministério quando os falsos

irmãos o perturbam e o caluniam. É ousado, porque não há nada que o faça temer. No seu catálago

de doutrinas não há nenhuma que precise ser encoberta. O pregador sincero, que goza da presença

de Jesus, também tem a seu favor o testemunho dos outros pregadores e dos verdadeiros crentes, que

com ele lidam.

3.2 O privilégio de ser franco e fiel, sem medo de intrigas. Há pregadores que a única

preocupação é a intriga movida por interesse próprio. Muitos pregadores procuram motivos para

atrapalhar os demais companheiros, mas o verdadeiro ministro deve andar à claridade do dia.

Também a sua interpretação da palavra de Deus deve ser fiel e honesta. A sua pregação, bem como

sua vida, devem ser uma fiel exposição da verdade. Aquele, que anda em astúcias, perverte o caráter

do ministério.

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4. A fraqueza do ministro (2Co 4.7-15).

4.1 O (a) pregador (a) é vaso de barro, embora contenha tesouros preciosos. O que é mais

admirável acerca do ministério é que Deus pode usar um pobre homem (ou uma pobre mulher) e lhe confiar o tesouro precioso da sua mensagem.

4.2 Ele deve conhecer suas fraquezas e procurar vencê-las.

4.3 O ministério é fraco, mas, se viver perto de Jesus, trabalho. Às vezes, ele é perseguido até o extremo, mas

inimigos.

poderá tornar-se eficiente no seu não fica desamparado à mercê dos

4.4 O verdadeiro ministro morre diariamente. Este é o segredo para que ele possa produzir a vida

nos outros. É inevitável que o (a) verdadeiro (a) servo de Jesus esteja sujeito a sofrimentos. O servo não é melhor que o seu Senhor. O apóstolo Paulo não se negou a pagar o preço do seu ministério

abençoado. Ele deve ter convicção verdadeira do valor de seu ministério. Isto ajuda a enfrentar as

crises sem se desanimar, mas confiando em Cristo, que o chamou.

5. O Consolo do Ministro (2Co 4.16-5.8)

5.1. Enquanto o homem exterior se corrompe, o interior se renova a cada dia. O (a) pregador

(a) que vive com o rosto descoberto a Deus, em comunhão diária, renovará as forças (Is 40.31). O

(a) pregador (a) precisa receber diariamente a graça necessária para as lutas de cada dia.

5.2. As tribulações do ministro, por mais reais que sejam, são leves em comparação com a glória eterna do ministério. Vendo o invisível, o (a) pregador (a) se anima e se regozija nas

tribulações ministeriais. O pregador deve contemplar pela fé as coisas invisíveis. A visão celestial é que lhe dá força e consolo no meio das lutas.

6. O Motivo Principal do (a) Pregador (a) (2Co 5.9-21).

6.1. Agradar ao Senhor Jesus. Ser agradável ao Senhor Jesus era o desejo do apóstolo Paulo. O

mesmo deve ser o motivo principal de cada pregador (a). Agradar a Jesus é uma grande honra para o

verdadeiro (a) pregador (a). 6.2. Receber a aprovação no juízo final. Todos comparecerão perante o tribunal de Cristo. Ali o

trabalho de cada um há de ser manifesto (1Co 3.13-15).

6.3. Pregar bem, para persuadir (convencer) os homens a aceitarem a Jesus. O (a) pregador (a) precisa falar a mensagem apaixonadamente. A persuasão não depende somente das palavras usadas, mas também das maneiras, da personalidade santificada do (a) pregador (a).

6.4. Amar a Cristo acima de tudo e ser propulsionado pelo seu amor. O (a) pregador (a) deve

falar apaixonadamente, ardendo em amor, mesmo a ponto de passar por esquisito. O sermão influirá o caráter, de acordo com o sentimento, desejo e zelo daquele que prega.

6.5. Amar a humanidade toda, e procurar salvar a todos. O motivo principal da pregação é a

salvação daqueles que ouvem a mensagem. O (a) pegador (a) deve pregar sempre visando a salvação das pessoas. Deve pregar com o objetivo de levar os homens a se reconciliarem com Deus. O

ministério do (a) pregador (a) é o da reconciliação. Sua tarefa sublime é a de pregar a mensagem de

reconciliação e apontar o caminho ao pobre transgressor aberto para sua volta a Deus.

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6.6. Ser embaixador fiel de Cristo perante os homens. O embaixador de Cristo precisa apresentar a causa do Senhor de modo cabal. Terminando o seu mandato, o (a) mensageiro (a) terá que prestar contas ao Senhor do trabalho que fez.

7. O Bom Exemplo do Ministro (a) (2Co 6.1-10)

7.1. O (a) pregador (a) deve dar bom exemplo no exercício de seu ministério, para evitar

vitupério e escândalo.

7.2. Ele (a) deve dar bom exemplo de paciência quando passar por dificuldades.

7.3. Deve cultivar as virtudes cristã sem interrupção.

7.4. Deve ser justo e, portanto, armado para a luta defensiva e ofensiva contra o pecado. O resultado dessa luta pode ser para a honra e glória do (a) pregador (a) ou pode ser para a sua desonra

sob o ponto de vista humano. Paulo fez-se, às vezes, espetáculo perante o mundo11

.

V. A Personalidade do (a) Pregador (a).

O bom êxito na pregação depende de uma personalidade repleta de vida espiritual. Não é o sermão que o faz, mas é a sua personalidade que faz o sermão. O púlpito deve ser o reservatório da

água da vida, não um mero encantamento. Aquele que tem água em depósito, este distribui de vez tudo o que tem. Como tal, a personalidade do (a) pregador (a) deverá estar sempre cheia. É dever do

pregador (a) ser um homem ou uma mulher modelo, cheio de graça, de generosidade, de

magnanimidade, de doçura, uma pessoa de caráter acima do nível geral.

1. Qualificações Necessárias à Personalidade do Bom Pregador (a) 1.1. Vida espiritual abundante. A regeneração é fundamental na experiência do pregador (a). O

povo pode desculpar muitas coisas no (a) pregador (a), mas não dispensa a piedade genuína, que nasce da experiência real de Deus na regeneração. O seu fim é produzir vida espiritual. Quem não

nasceu espiritualmente não pode produzir vida espiritual em outros. É lastimável que muitos que estão nos púlpitos das igrejas ainda não "nasceram de novo".

1.2. O (a) pregador (a) deve ser um homem ou uma mulher de fé e oração. A sua vida é entregue nas mãos de Deus. Ele (a) espera as ordens de Deus pronto (a) para

obedecê-las. Quando Deus manda, como fez com Abraão, o fiel pregoeiro se levanta e vai, mesmo que não saiba para onde. Confiando em Deus, ele (a) aceita a tarefa árdua, espinhosa, e desempenha o papel com heroísmo.

Ele (a) também deve ser um homem (ou mulher) de oração. A oração é essencial no desempenho da pregação. O pregador (a) deve pedir a orientação do Espírito Santo através da oração. A espiritualidade se cultiva por meio da oração. Ela é o ar que ele (a) deve respirar. Ele (a) deve orar sem cessar, todas as horas, no meio de todas as atividades, cercados de todos os trabalhos.

2. Qualidades de um Bom Caráter

2.1. A sinceridade é a característica fundamental dele. Segundo o dicionário de língua portuguesa Aurélio, "sinceridade" é qualidade de sincero, franqueza, lealdade. O homem sincero é

11 SHEPARD, J.W. O Pregador pp. 12-34

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fator invariável. É para todos o mesmo, hoje, amanhã e sempre, seja na presença ou na ausência, que na prosperidade ou na adversidade. O seu coração é um livro aberto onde todos podem ler. A sinceridade é qualidade que desperta simpatia dos ouvintes e os leva a obedecer a mensagem de Deus. "O amor seja não fingido".

2.2. A humildade. O pregador (a) não pode deixar que o egoísmo, a vaidade, o desejo de sucesso

tomem canta de sua vida. O pregador deve pensar menos em si mesmo e mais no Senhor. Como

disse João Batista "que ele cresça, e que eu diminua". Não podemos nos esquecer que somos apenas

o vaso de barro, o poder e a glória pertencem ao Senhor Jesus. No serviço do Senhor, devemos nos

esquecer de nós mesmos. O poder dos grandes mestres está no esquecimento de si próprio. Devemos

imitar o Mestre, que foi humilde de coração (Mt 11.28,29). Sendo Deus, não usurpou ser igual a

Deus, mas, se humilhou (Fp 2.5-7); e é esse mesmo sentimento que devemos ter (Fp 2.1-4).

2.3. A abnegação própria. Às vezes, é necessário sacrificar algumas coisas para se dedicar à

pregação.

2.4. A honestidade. O (a) pregador (a) deve ser honesto em todo seu andar, principalmente quando

se trata de finanças. Deve pagar suas dívidas com prontidão, não lesar ninguém, não usar meios

ilícitos para conseguir dinheiro. Qualquer falta de cumprimento de suas obrigações financeiras

desprestigiará seu ministério. Eu já ouvi alguns irmãos falarem "pastor tal prega, mas não vive, pois

não paga o que deve". É necessário que seja também um fiel dizimista e ofertante na casa do

Senhor, pois, do contrário, com que autoridade ele pedirá aos irmãos, que contribuam com os seus

dízimos e ofertas?

2.5 O (a) pregador (a) precisa ser otimista. O pessimista nunca conseguiu grandes coisas, em

nenhuma vocação. O (a) pregador (a) necessita ser uma pessoa alegre e cheia de esperança.

Adoniram Judson, depois de sete anos de trabalho na Birmânia sem ver um só convertido, disse que

a esperança de seu trabalho era tão luminosa como as promessas de Deus. O pregador que não tem

fé na regeneração do povo é capaz de ficar abatido demais. É necessário que ele (a) cultive o

otimismo, pois tem de elevar os abatidos, confortar os tristes e inspirar confiança nos que foram

derrotados na vida. Deve ser um homem (ou mulher) cheio de fé, esperança, alegria e

contentamento.

2.6 Seriedade. Sério, inteireza de caráter, retidão. Seriedade é a antítese do espírito leviano. A

dignidade do pregador (a) sofre bastante quando, nas horas solene do culto e serviço divino, o espírito leviano o domina. Ninguém consulta um homem ou mulher levianos sobre questões eternas

da alma.

2.7 Deve Ser Corajoso. Pois pode enfrentar dificuldades todos os dias, que exigirão coragem da sua

parte12

.

Outras Qualidades do (a) Pregador (a). O (a) bom (a) pregador (a) precisa ter qualidades técnicas e um estilo de vida elevado. Juntas,

essas qualidades lhe darão estrutura pessoal. Vejamos algumas dessas qualidades.

1. Entusiasmo - o (a) pregador (a) deve vibrar com a mensagem e transmitir à platéia esta vibração. O entusiasmo é o combustível da expressão verbal. Para que o auditório seja envolvido com a mensagem, o (a) pregador (a) precisa agir com entusiasmo. Para falar com entusiasmo, é preciso

12 Ibid pp.67-79

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viver com entusiasmo. Para vibrar com as idéias, é preciso vibrar com a vida. A mensagem deve ser transmitida com convicção e também empolgação.

2. Determinação - é a vontade indomável de conseguir o que se pretende. Se o (a) pregador (a)

deseja falar bem, ou pregar bem, ele precisa separar temo para se preparar. Infelizmente muitos que pregam não se preparam antes de subir ao púlpito. Às vezes, a pregação tem efeito negativo, pois

faltou conteúdo, faltou preparo.

3. Inspiração - é a forma como o pregador cria o discurso. É a iluminação que brilha da comunhão

com Deus, da oração, do estudo intenso da Bíblia, do senso de ser um porta-voz de Deus, da sensação de ter uma idéia de origem divina. Também é importante que a vida do pregador seja

inspirada para os outros, pois, isso contribuirá para que suas idéias dêem inspiração.

4. Sensibilidade - é a capacidade de adaptar a mensagem ao interesse e a necessidade do ouvinte.

5. Observação - pode ser desenvolvida pela prática. O (a) pregador (a) deve está sempre atento para

captar fatos interessantes e diferentes nas diversas situações da vida. O hábito de observar dará ao (à) pregador (a) a habilidade de perceber também pequenos incidentes relevantes no auditório e a reação dos ouvintes, a fim de orientar a atuação do discurso.

6. Capacidade de síntese - o (a) pregador (a) que tem esta capacidade diz somente o que é preciso e

nada mais. Como é cansativo ouvir sermões cheios de longas expressões que não acrescentam quase nada ao conteúdo. A melhor comunicação é a que expressa mais idéias com menos palavras.

7. Imaginação e criatividade - a imaginação é a ferramenta da criatividade. É a capacidade de criar imagens agradáveis para tornar os argumentos mais vivos e convincentes.

8. Boa aparência - boa aparência ajuda a causar boa impressão. Cabelos despenteados, roupa amarrotada ou suja, gravata com o nó torto ou frouxo são coisas que indispõem o ouvinte para apreciar a mensagem. Outro problema é a combinação da roupa. Temos que tomar cuidado com as vestimentas, camisas muito estampadas, calça de cor verde, paletó azul, gravata vermelha, etc.

Procure uma combinação adequada13

.

Principais Tipos de Sermões

A Classificação dos Sermões

Há vários tipos de sermões, entre eles os principais são: o sermão temático, textual e expositivo. Em nosso estudo abordaremos estes três tipos de sermões.

I. O Sermão Temático

No sermão temático o (a) pregador (a) determina o assunto que deseja e então busca os textos bíblicos para formar as divisões principais que vão apoiar o assunto escolhido. Em outras palavras, primeiro vem o tema, depois vem os textos bíblicos. É o método mais usado por ser o de mais fácil

preparo14

. 13 MARINHO, Robson Moura. A Arte de Pregar pp. 34-37

14 Ibid p. 135

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Braga define o sermão temático da seguinte maneira: "é aquele cuja divisões principais

derivam do tema, independentemente do texto15

". Examinando cuidadosamente esta definição percebemos que a primeira parte afirma que as

divisões principais devem ser extraídas do próprio tema do sermão. Isso significa que o sermão temático tem início com um tema, e suas divisões são derivadas dele.

A segunda parte da definição declara que o sermão temático não requer um texto como base de uma mensagem. Isso não significa que a mensagem não seja bíblica, mas apenas que a fonte do sermão temático não é um texto bíblico. Entretanto, para termos a certeza de que o conteúdo da mensagem será totalmente bíblico, devemos principiar com um assunto ou tópico tirado da Bíblia. As principais divisões do esboço do sermão devem basear-se nesse tópico e cada divisão principal

deve apoiar-se numa referência bíblica16

.

1. Exemplos de sermões temáticos:

Escolhemos um tema: "razões para a oração não ser respondida". Observe que não estamos

usando um texto bíblico, mas um tema bíblico. Deste tema nós vamos derivar as principais divisões

do sermão. Com este tema em mente, nós vamos a Bíblia, vamos procurar saber o que a ela tem a

dizer a respeito deste tema. Meditando nas Escrituras, usando uma chave bíblica ou uma

concordância bíblica encontramos os seguintes textos que falam do assunto: Tg 4.3; Sl 66.18; Tg

1.6,7; Mt 6.7; Pv 28.9; 1Pe 3.7. Temos aqui um conjunto de referências bíblicas sobre o tema,

estamos prontos para montar o esboço do sermão temático.

Tema: Razões para a oração não ser respondida

1. Pedir mal - Tg 4.3.

2. Pecado no coração - Sl 66.18. 3. Duvidar da Palavra de Deus - Tg 1.6,7. Observe que as divisões são

4. Vãs repetições - Mt 6.7. derivadas do tema e sustentadas

5. Desobediência à Palavra de Deus - Pv 28.9. por versículos bíblicos

6. Problemas conjugais - 1Pe 3.7

Tema: O andar dos crentes

1. Andar em novidade de vida - Rm 6.4.

2. Andar por fé - 2Co 5.7 3. Andar no Espírito - Gl 5.16

4. Andar com dignidade - Ef 4.1

5. Andar em amor - Ef 5.2

Tema: Os juízos de Deus são reais

1. Atuaram no dilúvio;

2. Atuaram em Sodoma e Gomorra;

3. Atuaram nas pragas lançadas no Egito;

4. Atuarão nas últimas pragas nos finais dos tempos.

Um esboço de sermão temático mais completo:

Tema: Deus perdoa a todos 15 BRAGA, James. Como preparar mensagens bíblicas p. 17

16 Ibid

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I. Introdução A. Ilustração B. Transição

II. Deus Perdoa

A. Perdoou a Davi - Sl 51.1ss.

1. O crime

2. O adultério.

B. Perdoou a Pedro - Lc 22.62

1. A negação de Cristo

2. A blasfêmia

C. Perdoa a você

1. Os pecados passados

2. Os pecados presentes

III. Conclusão A. Resumo aplicativo

B. Apelo17

2. Unidade de pensamento - de acordo com os exemplos apresentados acima, o sermão temático

contém uma idéia central. Cada esboço trata de um único tema.

3. Escolhas de Temas Na seleção do tema, devemos buscar a direção do Senhor, que no-la dará à medida que

passamos tempo em oração e meditação na Sua Palavra. Outros fatores também podem influenciar na escolha de um assunto, que pode ser determinado pelo tema sobre o qual o (a) pastor (a) é

chamado a pregar, ou pela ocasião específica na qual a mensagem deve ser entregue18

.

4. Princípios Básicos da Preparação de Esboço Temático

4.1. As divisões principais devem vir em ordem lógica ou cronológica.

Exemplo: Título: "Digno de Adoração"

Tema: Verdades vitais referentes a Jesus Cristo 1. Ele é Deus manifestado na carne - MT 1.23; Jo 1.1,14.

2. Ele é Salvador dos homens - 1Tm 1.15

3. Ele é o Rei vindouro - Ap 11.15.

Observe que este esboço está em ordem cronológica. Jesus Cristo, Filho de Deus, primeiramente se encarnou, depois morreu na cruz para nos salvar e algum dia virá para reinar como Rei dos reis e Senhor dos senhores. 17 MARINHO, Robson Moura. A arte de pregar p. 138

18 BRAGA, James. Como preparar mensagens bíblicas p. 20

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Outro Exemplo: Título: "A Esperança do Crente"

Tema: Características da esperança do crente

1. É uma esperança viva - 1Pe 1.3

2. É uma esperança salvadora - 1Ts 5.8

3. É uma esperança segura - Hb 6.19

4. É uma esperança invisível - Rm 8.24

5. É uma esperança bendita - Tt 2.13

6. É uma esperança eterna - Tt 3.7

Note que o esboço atinge o auge na última divisão.

4.2. As divisões principais podem ser uma análise do tópico.

Na análise de um tópico é preciso que o dividimos em suas partes básicas e que cada divisão do esboço contribua para a inteireza da apresentação do tema.

Exemplo: Título: "Satanás nosso arquinimigo"

Tema: principais fatos bíblicos a respeito de Satanás

1. Sua origem - Ez 28.12-17.

2. Sua queda - Is 14.12-15.

3. Seu poder - Ef 6.11,12; Lc 11.14-18.

4. Suas atividades - 2Co 4.4; Lc 8.12; 1Ts 2.18

5. Seu destino - MT 25.41

4.3. As divisões principais podem apresentar as várias provas de um tema

Exemplo: Título: "Conhecendo a Palavra de Deus"

Tema: Alguns benefícios do conhecimento da Palavra de Deus

1. O conhecimento da palavra de Deus torna a pessoa sábia para a salvação - 2Tm 3.15

2. O conhecimento da Palavra de Deus nos impede de pecar - Sl 119.11

3. O conhecimento da Palavra de Deus produz crescimento espiritual - 1Pe 2.2

4. O conhecimento da Palavra de Deus resulta num viver vitorioso - Js 1.7,8.

Vemos que cada uma das divisões principais deste esboço confirma o tópico: cada afirmativa nas divisões principais mostra um dos benefícios do conhecimento da Palavra de Deus.

4.4. As divisões principais podem ser repetições de uma palavra ou frase tirada das Escrituras. A frase "Deus pode" ou "ele pode" se repete várias vezes na Bíblia. Tendo esta proposição

como base de cada divisão principal, obtemos o seguinte esboço19

:

Título: "A capacidade de Deus"

Tema: Algumas coisas que Deus pode fazer

1. Ele pode salvar - Hb 7.25

2. Ele pode guardar - Jd 24

3. Ele pode socorrer - Hb 2.18

4. Ele pode subordinar - Fp 3.21

5. Ele pode conceder graça - 2Co 9.8

6. Ele pode fazer muito mais do que pedimos ou pensamos - Ef 3.20

19 Ibid pp.21,22

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5. Vantagens do Método

Há várias vantagens do uso do sermão temático, o que faz que este método seja o mais usado. Vejamos algumas vantagens:

5.1. Variedades de assuntos. A critério do (a) pregador (a), qualquer assunto pode ser desenvolvido. O (a) pregador (a) não fica preso a um único texto bíblico, mas pode aplicar diversos textos bíblicos que falam sobre um mesmo assunto.

5.2. O sermão temático é mais fácil de preparar. O (a) pregador (a) tem a liberdade de organizar as idéias como achar melhor. Ele pode estabelecer as divisões principais a seu critério, escolher os

argumentos que quiser e apenas buscar os textos bíblicos para apoiar as idéias que escolheu. Por essa facilidade, é o método mais usado pelos principiantes.

5.3. Facilidade para alcançar os objetivos. O tema serve de bússola na busca das metas

estabelecidas. Se o (a) pregador (a) deseja provar uma idéia, por exemplo, todos os argumentos podem ser dirigidos para essa idéia escolhida.

5.4. O sermão temático favorece a unidade das idéias. O (a) pegador (a) pode ser fiel ao assunto

que ele mesmo escolheu. Mesmo assim é preciso ter muito cuidado para que os textos escolhidos não tragam outros assuntos que firam a unidade. 6. As desvantagens do Sermão Temático

O sermão temático também tem suas desvantagens, e é necessário que o (a) pregador (a) se conscientize delas.

6.1. Risco de secularismo. O (a) pregador (a) corre o risco de prender-se tanto ao assunto e às

implicações que pode acabar ficando distante da Bíblia, principalmente se o assunto tiver conotação social. É muito comum vermos alguns pregadores lerem a Bíblia e em seguida fechá-la e não falar

nada do texto ou do tema que foi apresentado. O problema do sermão temático é que o (a) pregador (a) fica livre para falar o que quer, não estar preso ao um determinado texto bíblico.

6.2. Risco de intelectualismo. A preocupação excessiva de expor determinado assunto e de explorá-lo ao máximo pode fazer com que o pregador fique só no plano das idéias e distantes das necessidades humanas. É preciso cuidar para que o sermão não fique só na teoria, mas chegue ao dia-a-dia das pessoas.

6.3. Risco de indolência. Por ser um método fácil, há o risco de o pregador (a) negligenciar o estudo mais profundo. É mais cômodo reunir vários versículos da Bíblia sobre determinado assunto sem se aprofundar em nenhum deles do que estudar profundamente o significado de um único texto.

Ao utilizar o sermão temático, deve se estar alerta contra essa tendência20

.

6.4. Risco de transformar o sermão em uma salada de frutas. Às vezes, ao preparar o sermão, o (a) pregador (a) acaba desenvolvendo as suas idéias aleatoriamente, e pior ainda, toma os textos fora do contexto e afirma aquilo que a Bíblia não ensina, fala o que a Bíblia não fala. Fala de vários assuntos ao mesmo tempo de maneira que o sermão perde a unidade. Resultado, o sermão vira uma salada de frutas, e os ouvintes acabam não entendendo nada.

20 MARINHO, Robson Moura. A arte de pregar p. 135-6

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II. Sermão Textual 1. Definição:

Enquanto no sermão temático iniciamos com um tema, e todas as divisões principais se derivam do tema, no sermão textual começamos com um texto bíblico, e todas as divisões principais e o tema são derivados do texto.

"Sermão textual, de acordo com aquilo que sugere o termo, é aquele em que as divisões principais são derivadas de um texto constituído de uma breve porção da Bíblia. Essa porção pode ser, dependendo da natureza do sermão, uma linha, um versículo ou até mesmo dois ou três versículos. Não deve ser mais do que isto, pois nesse caso não se trata mais de uma

porção para um sermão textual, e, sim, uma porção para um sermão expositivo21

". Observe que tanto as divisões principais como o tema são derivados do texto. Enquanto no

sermão temático o (a) pregador (a) tem mais liberdade para expressar suas idéias, no sermão textual o pregador (a) está preso ao texto. No sermão temático, primeiro vem o tema e as divisões principais derivadas do tema, e depois os textos bíblicos para sustentar o tema e as divisões principais. No textual, primeiro vem o texto e depois as divisões e o tema que são derivados do próprio texto. 2. Exemplos de esboços de sermões textuais

Texto Esdras 7.10: examinando o texto constatamos que todo o assunto corre em torno do propósito do coração de Esdras. "Esdras tinha disposto o coração...". Ao meditarmos neste texto observamos que ele fornece tanto as divisões principais como também o tema.

Tema: O propósito do coração de Esdras

1. Estava disposto a conhecer a lei do Senhor;

2. Estava disposto a obedecer a lei do Senhor;

3. Estava disposto a ensinar a lei do Senhor.

As três divisões estão baseadas nas três idéias do texto: buscar, cumprir e ensinar a lei.

O tema é fornecido pelo próprio texto.

Texto Miqueias 6.8

Tema: O que Deus requer do homem

1. Que viva na prática da justiça;

2. Que ame a misericórdia; 3. Que ande com

humildade. Texto Efésios 4.11,12 Tema: O propósito dos dons

1. Individual: aperfeiçoar os santos;

2. Coletivo: edificar a igreja;

3. Missionário: servir a Deus.

Esboço completo de um sermão textual

Texto João 14.6 - Tema: Cristo é tudo para o cristão

Introdução A. Ilustração

B. Transição

21 SILVA, Severino Pedroso. Homilética p. 24

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I. Cristo é o Caminho

1. Para o céu

2. Caminho estreito

II. Cristo é a Verdade

1. Verdade que ensina 2. Verdade que

liberta III. Cristo é a Vida 1. Vida que restaura 2. Vida que

salva Conclusão A. Resumo aplicativo B. Apelo

3. Princípios básicos para a preparação de esboços textuais

3.1. O esboço textual deve guiar em torno de uma idéia principal, e as divisões principais

devem ampliar ou desenvolver essa idéia22

. O (a) pregador (a) antes de preparar o esboço, deve examinar cuidadosamente todo o texto, observando cada detalhe, até chegar a idéia principal dele e

a seguir derivar as suas divisões principais23

.

Exemplo: Romanos 12.1.

Tema: O sacrifício do crente

1. A razão do sacrifício: "Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus";

2. O que deve ser sacrificado: "apresentei os vossos corpos";

3. As condições do sacrifício: "vivo, santo e agradável";

4. A obrigação do sacrifício: "que é o vosso culto racional". (Dr James Gray)

3.2. As divisões principais podem consistir em verdades ou princípios sugeridos pelo texto.

Texto João 20.19,20

Título: A alegria da páscoa

Assunto: Semelhança do povo de Deus com os discípulos 1. À semelhança dos discípulos, o povo de Deus às vezes se encontra perturbado, sem a

consciência da presença de Cristo v. 19a. 1.1. Perturbado por causa de circunstâncias adversas;

1.2. Perturbado em meio a circunstâncias adversas.

2. À semelhança dos discípulos, o povo de Deus experimenta o consolo de Cristo v.19b-

20a. 2.1. Por sua vinda a eles quando mais dele precisa; 2.2. Através das palavras que ele lhes fala.

3. À semelhança dos discípulos, o povo de Deus se alegra com a presença de Cristo v.20b.

3.1. Alegra-se, embora as circunstâncias adversas não mudem;

3.2. Alegra-se, porque Cristo está em seu meio.24

22 BRAGA, James. Como preparar mensagens bíblicas p. 34

23 Na matéria Métodos de Estudos Bíblicos, estudamos sobre o método indutivo, dentro deste método falamos também da Observação. Este método é muito útil para entender um texto e descobrir a sua idéia central.

24 Ibid p. 36

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3.3. As divisões principais devem vir em seqüência lógica ou cronológica. Texto João 3.16 - Tema: A dádiva de Deus 1. É uma dádiva de amor: "porque Deus amou o mundo de tal maneira";

2. É uma dádiva sacrificial: "deu o seu Filho";

3. É uma dádiva universal: "todo o";

4. É uma dádiva condicional: "que crê";

5. É uma dádiva eterna: "não pereça mais tenha a vida eterna".

Observe que as divisões além de serem tiradas do texto, também seguem uma ordem cronológica.

3.4. As próprias palavras do texto podem formar as divisões principais do esboço, uma vez que

elas se refiram a um tema principal25

. Exemplo Lucas 19.10 Título: Porque Jesus veio

1. Para buscar o perdido;

2. Para salvar os perdidos

Texto Romanos 14.17

Tema: Verdades sobre o Reino de Deus

1. O que ele não é:

1.1 não é comida;

1.2. não bebida;

2. O que ele realmente é:

2.1. Justiça

2.2. Paz

2.3. Alegria no Espírito Santo

Outros esboços de sermões textuais

Texto Romanos 12.12

Tema : As qualidades do caráter cristão

1. Alegria na esperança;

2. Paciente na tribulação;

3. Perseverante na oração.

Texto 1Co 13.13

Tema: As graças permanentes

1. A fé

2. A esperança

3. O amor

4. Vantagens do método 4.1. Toda a atenção é fixada em apenas um texto da Bíblia. Por fixar a atenção em um

determinado texto da Bíblia, este método facilita a assimilação das idéias desenvolvidas na mensagem.

25 Ibi p. 38

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4.2. É mais fácil de preparar. As idéias estão visíveis no texto. Normalmente os textos utilizados

no sermão textual são os que têm afirmações bem diretas, que produzem idéias nítidas.

4.3. Leva o ouvinte à Bíblia. Em vez de a Bíblia apoiar o assunto, o próprio assunto sai da Bíblia, diminuindo, portanto, o risco de secularismo ou de assuntos não bíblicos.

5. Desvantagens do Método

5.1. Não pode ser aplicado a todos os textos bíblicos. Por se tratar de textos curtos, nem sempre é

possível encontrar todas as idéias necessárias para um bom sermão. 5.2. Risco de artificialismo. O (a) pregador (a) corre o risco de forçar o texto a dizer aquilo que ele

não diz, ou tirar lições que o texto não ensina.

5.3. Risco de desinteresse. Se as idéias não forem fortes, o sermão pode tornar-se mecânico,

repetitivo e ficar dentro do que é óbvio e evidente no texto26

.

III. Sermão Expositivo

O sermão expositivo é o mais eficaz na transmissão da Palavra de Deus. O sermão expositivo

abrange uma porção mais extensa da Bíblia extraindo dela as verdades centrais. O sermão expositivo é muito parecido com o sermão textual, a diferença é que este abrange no máximo três versículos, enquanto aquele abrange um texto maior, ou seja, uma porção mais extensa das Escrituras. O sermão temático se baseia num tema; o sermão textual se baseia num pequeno texto; o sermão expositivo se baseia num assunto.

1. Definição. Segundo Braga, "sermão expositivo é aquele em que uma porção mais ou menos extensa da Escritura é interpretada em relação a um tema ou assunto. A maior parte do material deste tipo de sermão provém diretamente da passagem, e o esboço consiste em uma série de idéias

progressivas que giram em torno de uma idéia principal27

". De acordo com esta definição, o sermão exposição se baseia numa porção mais ou menos

extensa da Bíblia, pode ser um capítulo ou mais da Bíblia, o mínimo é de quatro versículos. Segundo Robson, "pregação expositiva é a comunicação de um conceito bíblico,

derivado de, e transmitido através de um estudo histórico, gramatical e literário, de uma passagem no seu contexto, que o Espírito Santo primeiramente aplica à personalidade e

experiência do (a) pregador (a), e depois, através dele, aos seus ouvintes28

".

Exemplos de sermões expositivos

Texto Efésios 6.10-18 Um exame deste texto nos levará a concluir que Paulo aqui trata da batalha espiritual do crente

e procura apresentar as várias feições relacionadas a este conflito, de modo que o filho de Deus possa tornar-se um guerreiro bem sucedido. Antes de esboçar o texto é necessário ler o texto várias vezes.

26 MARINHO, Robson Moura. A Arte de pregar pp. 139,140

27 BRAGA, James. Como preparar mensagem bíblica p. 47

28 Haddon W. Robson -apud-Itamir Neves de Souza. 77 esboços expositivos de Atos dos Apóstolos p. 19

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Título: "A boa luta da fé"

Assunto: Aspectos relacionados com a guerra espiritual do crente.

1. A moral do crente, vv. 10-14a 1.1. Deve ser elevada, v. 10

1.2. Deve ser firme, vv. 11-14a 2. A armadura do crente, vv. 14b-17

2.1. Deve ter caráter defensivo, 14-17a 2.2. Deve também ter caráter ofensivo, v. 17b

3. A vida de oração do crente, v.18 3.1. Deve ser persistente, v.18a

3.2. Deve ser intercessora, v.18b

Para que o sermão seja verdadeiramente expositivo, devemos interpretar ou explicar

corretamente as subdivisões, bem como as divisões principais29

.

Êxodo 14.1-14 - Título: "Beco sem saída"

1. "Beco sem saída" é o lugar a que às vezes Deus nos leva, vv. 1-4a 1.1. Mediante ordem específica, vv. 1,2; 1.2. Para seus próprios propósitos, vv. 3,4a;

2. "Beco sem saída" é o lugar em que Deus nos prova, vv. 4b-9; 2.1. No caminho da obediência, v.4b; 2.2. Permitindo que nos venham circunstâncias difíceis, vv. 5-9;

3. "Beco sem saída" é o lugar no qual às vezes falhamos com o Senhor, vv. 10-12; 3.1. Por nossa falta de fé, v.10; 3.2. Por nossas reclamações, vv. 11,12;

4. "Beco sem saída" é o lugar onde Deus nos ajuda, vv. 13,14;

4.1. No momento certo, v. 13;

4.2. Tomando o controle, v.14 Observe que tanto as divisões principais, quanto também as subdivisões são extraídas do texto

bíblico. Todo o material do sermão é extraído do texto.

Atos 3.1-10 - Tema: ''Como podemos ser usados por Deus''

Introdução

Pedro e João demostra que o cristianismo não é uma vida para solitários, para individualistas. Devemos ter companheiros que trabalhem, orem e compartilhem conosco de alvos comuns do ministério, aproveitando as oportunidades que Deus nos oferece. Quando isso ocorre, Ele nos usa para sua glória.

O cristão que deseja ser usado por Deus deve aproveitar as oportunidades. Este texto nos mostra quatro maneiras de sermos usados por Deus:

1. Podemos ser usados por Deus quando mantemos uma vida de comunhão; 1.1. Com Deus - vv.1-3. Foram juntos ao templo orar; 1.2. Com nossos irmãos - vv. 1,3,4;

29 BRAGA, James. Como preparar mensagens bíblicas p. 51

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2. Podemos ser usados por Deus quando mantemos uma vida de compaixão. 2.1. Dando aos necessitados - vv. 4,5; 2.2. Dando aquilo que temos - vv. 7,8 - ofereceram o que tinham de melhor: a fé em nome de Jesus.

3. Podemos ser usados por Deus quando mantemos uma vida consciente. 3.1. A respeito da nossa própria limitação - v. 6a - muitas vezes não possuímos o que as pessoas querem, por isso temos que ser honestos; 3.2. A respeito do poder de Deus - v. 6.b - o poder para atender às necessidades está em Jesus Cristo, o Nazareno, nós somos apenas canais.

4. Podemos ser usados por Deus quando temos uma vida comprometida. 4.1. Com a proclamação do nome de Jesus - v.6 - a mensagem do evangelho é o oferecimento de Jesus como a única esperança; 4.2. Com a manifestação do poder de Deus - vv. 9,10 - a mensagem do evangelho é transformadora, por isso causa admiração e assombro.

Conclusão

Você tem irmãos com quem ministra em comunhão? Você dá liberdade para que outros irmãos envolvam-se no seu ministério? Você permite a Deus usá-lo, para atingir os que ainda estão deficientes diante dele? O cristão que deseja ser usado por Deus deve viver em comunhão com o Corpo de Cristo.

2. Razões para usar a pregação expositiva Por ser um método eficaz na transmissão da Palavra de Deus, há várias razões para usarmos

este método. Vejamos algumas:

2.1. Com este método atingiremos o significado real de "exposição" - que quer dizer: "explicar, explanar e ensinar".

2.2. Uniremos a verdade bíblica à necessidade humana (2Tm 3.16).

2.3. Alcançaremos o alvo principal - que é a transformação dos ouvintes, tornando-os maduros (Cl

1.28), aptos para ensinar a outros (Hb 5.11-14), e praticantes da Palavra (Tg 1.22)30

. Como pregadores do evangelho, devemos diligentemente nos esforçarmos para usar este

método com o objetivo de expormos com mais clareza, profundidade e eficácia a Palavra de Deus.

3. As vantagens da pregação expositiva

O valor da pregação expositiva reside no fato de que Deus fala o máximo e o (a) pregador (a) o mínimo. No sermão temático o (a) pregador (a) fica livre para falar e expor suas idéias, no sermão expositivo, pelo contrário, o pregador está preso ao texto bíblico. Fala somente aquilo que realmente está registrado no texto. Vejamos agora algumas vantagens deste método:

3.1. Este método possibilita um ensino mais profundo da Bíblia ao povo, levando-o a um maior conhecimento da Bíblia, para enfrentar as dificuldades do cotidiano.

30 SOUZA, Itamir Neves. Esboços expositivos de Atos dos Apóstolos p. 21

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3.2. Dar maior autoridade à pregação - pois o(a) pregador (a) expõe aquilo que realmente é

ensinado na Palavra de Deus.

3.3. Equilibra o ensino da Bíblia, pois, sendo consecutiva e seqüencial, manterá o (a) pregador (a) e seus ouvintes livre da rotina, impedindo também a despropocionalidade de certas verdades, em

detrimento de outras31

.

3.4. Honra a Bíblia. Pelo fato de tratar a Bíblia tal como foi escrita, o sermão expositivo se

caracteriza pelo respeito ao texto bíblico e ao seu sentido original. Além disso, coloca a Bíblia acima de qualquer outra fonte.

3.5. Alimenta a igreja. No sermão expositivo, o ouvinte é levado a ter um contato mais profundo

com a Bíblia, o que resulta em alimento espiritual mais sólido. Isso também aumenta a familiaridade do ouvinte com o texto sagrado e desenvolve nele o desejo de conhecer mais a Bíblia.

3.6. Alimenta e desenvolve o (a) pregador (a). Ao preparar-se para alimentar os outros, o (a) pregador (a) alimenta sua própria alma, tornando-se ele mesmo mais convicto da mensagem que

deseja apresentar32

.

4. As desvantagens de não se usar a pregação expositiva

4.1. Subjetividade, pois além de não basear-se nas Escrituras Sagradas, o (a) pregador (a) usará em

maior escala as suas próprias idéias.

4.2. Limitações da mente, sendo que o (a) pregador (a) ensinará mais o que ele pensa e não o que

Deus diz; se tornará um ministrador de leite adulterado ao invés de leite genuíno.

4.3. Pregações somente sobre temas agradáveis, deixando de lado os textos delicados, não

apresentados à congregação todos os desígnios de Deus, por serem eles contrários à comunidade ou a irmãos importantes da igreja.

4.4. A diminuição da autoridade bíblica, por não se permitir a Palavra ter liberdade, preeminência

e total autoridade para falar primeiramente ao (à) pregador (a) e depois, através dele (a) ao povo33

.

5. Desvantagens do método

5.1. É mais difícil de preparar. Muitos pregadores (as) não sabem preparar um bom sermão

expositivo e às vezes, ao tentar, acabam preparando mensagens cansativas e monótonas, por falta de prática de explorar a beleza e a riqueza do texto bíblico.

5.2. Exige mais tempo de preparação. Exatamente por ser mais difícil, o sermão expositivo exige

muito mais tempo dedicado ao estudo à pesquisa do contexto histórico e cultural, bem como meditação e reflexão sobre a relevância da mensagem a ser aplicada ao momento presente.

31 Ibid p. 22

32 MARINHO, Robson Moura. A arte de pregar p. 146

33 SOUZA, Itamir Neves. Esboços expositivos de Atos dos Apóstolos p. 23

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5.3. É mais difícil de conquistar o interesse. Infelizmente muitos cristãos não se interessam por ter

um conhecimento mais profundo da Bíblia. Essas pessoas se apegam mais às frases de efeitos ou chavões pronunciados por certos pregadores (as), do que pelo próprio texto bíblico. Por isso, o (a)

pregador (a) sincero precisa contextualizar a mensagem bíblica, dar um sabor diferente e criar nos ouvintes o interesse em ouvir a Palavra de Deus.

5.4. Se for mal preparado, afasta o ouvinte da Bíblia. Uma simples repetição do texto sem a beleza de um sermão bem preparado não constitui um sermão expositivo. Isso faz com que o

ouvinte não goste do sermão e que a Bíblia se torne antipática e insípida34

.

6. Características do Sermão Expositivo O sermão expositivo é peculiar às suas características. Estas características o diferem do

sermão temático e textual.

6.1. Texto único. O sermão textual trata de uma única passagem da Escritura.

6.2. Fidelidade ao texto. O sermão expositivo respeita o texto bíblico, fazendo uma genuína

interpretação sem o violar, isto é, ele não força o texto a falar aquilo que não está contido nele.

6.3. Coerência. As idéias desenvolvidas no sermão expositivo estão relacionadas umas com as

outras. Estão ligadas e unidas entre si.

6.4. Movimento. O sermão leva as pessoas a interagirem com o texto, em outras palavras, o sermão

expositivo trás aos ouvintes toda a trajetória da passagem que está sendo usada.

6.5. Aplicação. O sermão expositivo faz uma ponte entre o texto bíblico e o dia-a-dia das pessoas.

Ele traz a mensagem bíblica para os nossos dias.

7. As Exigências da Pregação Expositiva Ao pregarmos expositivamente, devemos nos conscientizar das exigências necessárias para o

bom desempenho deste método. Vejamos algumas das principais exigências:

7.1. Estudo profundo da Palavra de Deus.

7.2. Saber usar os princípios da hermenêutica para fazer uma boa interpretação da Bíblia.

7.3. Conhecimento bem detalhado do pano de fundo histórico da passagem usada no sermão. 7.4. Adequação da mensagem às necessidades da comunidade, com relevância atual.

8. Princípios Básicos da Preparação de Esboços Expositivos

8.1. Estudo cuidadoso da passagem bíblica escolhida para o sermão. O primeiro passo na

preparação do sermão expositvo é um estudo cuidadoso do texto bíblico que será usado no esboço do sermão, com o objetivo de compreender o significado do texto e descobrir sua idéia central. Uma vez obtido o tema, em geral o desenvolvimento do esboço torna-se mais fácil. "Como resultado de tal estudo, o (a) pregador (a) adquirirá uma visão nova quanto ao propósito da passagem. O texto

todo muitas vezes se iluminará aos seus olhos, de modo que ele (a) verá verdades antes ocultas"35

.

34 MARINHO, Robson Moura. A arte de pregar p. 147

35 BRAGA, James. Como preparar mensagens bíblicas p. 57

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8.2. O (a) pregador (a) deve ficar atento a certas palavras e frases importantes do texto porque elas indicam ou formam as principais divisões do esboço. Às vezes, a maneira que estão

organizados os versículos, palavras que são repetidas, ou as idéias que estão contidas nas frases de cada versículo nos fornecerão as principais divisões que darão origem ao esboço. Como exemplo de repetição de palavras, vamos analisar Efésios 1.3-14.

v. 6 - "para louvor da glória de sua graça";

v. 12 - "para louvor de sua glória"

v. 14 - "em louvor de sua glória" Analisando a repetição destas frases podemos deduzir que cada uma delas indica uma divisão

de pensamento. Tendo isto em mente, ao estudarmos a passagem descobrimos que aqui o apóstolo Paulo trata da obra redentora de Deus. Um estudo cuidadoso desta passagem bíblica nos revela que ela está dividida em três partes.

A primeira parte, vv. 3-6, fala da obra de Deus Pai em nossa redenção; A segunda parte, vv.7-12, fala da obra de Deus Filho;

A terceira parte, vv. 13,14, fala da obra de Deus Espírito Santo. Sendo assim, a Trindade está presente na obra redentora do homem. Esta é a razão do apóstolo

Paulo repetir a frase "para louvor de sua glória no final de cada seção".

8.3. A ordem do esboço pode ser diferente da ordem da unidade expositiva. É importante que a

ordem das divisões siga a ordem dos versículos bíblicos. Mas, dependendo do texto, pode não

ocorrer esta ordem. As divisões podem ser colocadas em uma ordem diferente da dos versículos. Exemplo:

Êxodo 12.1-13 - Título: "O Cordeiro de Deus"

Assunto: Aspectos do cordeiro pascal prefigurativos de Cristo, o Cordeiro Pascal

1. Foi um cordeiro divinamente determinado, 12.1-3;

2. Foi um cordeiro perfeito, 12.5;

3. Foi um cordeiro morto, 12.6;

4. Foi um cordeiro redentor, 12.7,12,13;

5. Foi um cordeiro sustentador, 12.8-11.

8.4. As divisões principais podem ser extraídas das verdades importantes sugeridas pela passagem. Ao estudarmos cuidadosamente o texto bíblico, encontramos as verdades centrais dele. Essas verdades tornam-se a base das divisões do esboço do sermão. Às vezes, é comum ouvirmos o (a) pregador (a) ao apresentar seu sermão usar a expressão "este texto nos revela cinco lições, ou quatro verdades, ou duas verdades, e assim por diante". O sermão está baseado nas verdades contidas no texto. Exemplo:

Gênesis caps. 6-7 Título: "O Deus com quem devemos lidar"

Assunto: Verdades acerca de Deus em relação a seus tratos com o homem

I. Ele é o governante moral do universo, 6.1-7, 11-13;

1. Que nota as ações dos homens, 6.1-6, 11-12; 2. Que pronuncia juízo sobre o homem por causa da sua culpa,

6.7,13; II. Ele é Deus da graça, 6.3, 8-22 1. Que prevê um meio de escape do juízo do pecado, 6.8-22; 2. Que oferece misericórdia ao culpado,

6.3; III. Ele é o Deus da fidelidade, 7.1-24; 1. Que cumpre a sua palavra de juízo, 7.11-24;

2. Que cumpre as promessas feitas aos seus, 7.1-10,23.

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8.5. Pode-se também juntar dois ou três textos mais ou menos extensos, extraídos de várias

partes da Bíblia para formar a base de um esboço expositivo. Isso não significa que se pode

juntar os textos aleatoriamente, mas somente aqueles que têm algo em comum, ou seja, que falam

do mesmo assunto e até mesmo um explicando ou completando o outro. Um exemplo é o sacrifício

pacífico registrado em Levítico cap. 3.1-17, o cap. 7.11-15 e 28-32, estas últimas passagens dão

mais informação sobre o assunto. Essas três passagens juntas nos dão uma boa informação sobre o

sacrifício pacífico, formando, assim, uma base para o esboço (que se aplica mediante a tipologia, a

Cristo e ao crente).

Título: "Paz com Deus"

Assunto: Leis referentes à reconciliação do pecador com Deus

I. Como se obtém a reconciliação, 3.1-17;

1. Mediante um sacrifício divinamente ordenado, 3.1,6,12; 2. Mediante a identificação do pecador com o sacrifício, 3.2,7,8,12,13

II. Método pelo qual se desfruta a reconciliação, 7.11-15, 28-32; 1. Pela participação do ofertante, 7.11-15;

2. Pela participação dos sacerdotes, 7.28-32.

8.5. O sermão expositivo biográfico - pode também explorar as características de um personagem bíblico. Neste caso, escolhe-se um texto bíblico ou um conjunto de textos que fale a

respeito de uma personagem. Em seguida, explora-o até encontrar as principais características dela. Exemplo:

Texto Lucas 7.1-9

Tema: "O cristianismo prático do centurião"

I. A reputação do centurião - v.4; II. A humildade do centurião - v. 6; III. A fé do centurião - v.7; IV. Respeito pela autoridade - v.8;

Veja este outro exemplo de um sermão expositivo Tema: A Mensagem do Evangelho glorifica e proclama Jesus!

Atos 3.11-26 Introdução

Esta era a Segunda oportunidade que a igreja antiga tinha de proclamar o evangelho. Com a autoridade de Deus, a multidão é conclamada ao arrependimento (v.19) e a reconhecer Jesus como Cristo de Deus. Por isso, podemos afirmar que:

A mensagem do evangelho deve desafiar todos a se arrependere e aceitar a Jesus.

Neste texto encontramos cinco qualidades da mensagem do evangelho:

I. ESSA MENSAGEM EXPLICA A RELAÇÃO ENTTRE O MILAGRE E JESUS - vv.11-16a.

1. A curiosidade do povo é aproveitada;

2. A atenção do povo é chamada com perguntas objetivas;

3. A exposição bíblica nos conduz do fato momentâneo até Jesus;

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II. ESSA MENSAGEM ENSINA QUE O PODER É DE JESUS - v.16;

1. Temos que reconhecer as nossas limitações;

2. Devemos apontar Jesus como a fonte de bênção;

3. O nosso ensino deve levar a fé em Jesus e a fé que vem de Jesus; III. ESSA MENSAGEM EXPÕE NOSSA RESPONSABILIDADE NA MORTE DE JESUS - vv. 15,17,19ª

1. Somos os autores da morte de Jesus; 2. A ignorância não absolve a culpa, Jo 9.41; embora houvesse o plano de Deus, somos culpados pelo efeito de nossos pecados - Jo 15.22; 3. Essa mensagem proclama a possibilidade de absolvição: arrependimento e conversão;

IV. ESSA MENSAGEM ENCORAJA COM AS BÊNCAOS PROMETIDAS POR DEUS -v.19b-21

São três as bênçãos que advêm do arrependimento e da conversão:

1. O cancelamento dos pecados;

2. Tempos de refrigério em Jesus;

3. Consumação do reino messiânico. V. ESSA MENSAGEM EXORTA À OBEDIÊNCIA A JESUS - v. 22-26

Além de sermos exortados a nos apartar das perversidades (v26). 1. Quando não obedecemos, colhemos os seguintes resultados - v.22,23 - eliminação do meio do povo de Deus; 2. Quando obedecemos, colhemos como resultado - v. 24 - direção de Deus em nossas vidas e bênçãos advindas da aliança feita a Abraão.

Conclusão

A mensagem do evangelho deve ser caracterizada por: Dar destaque ao Senhor Jesus;

Mostrar a culpa pelo pecado e,

Oferecer a possibilidade de salvação!!!

Exercícios

Desenvolva um esboço de um sermão temático com o tema: "Santificação"

Baseado em Rm 12.12 - desenvolva um esboço textual

Escolha um texto bíblico e desenvolva um esboço expositivo

A Elaboração do Sermão

1. A Estrutura Homilética O sermão não é mero ensaio nem uma composição literária para publicação, que será lida e relida,

mas uma mensagem cujo objetivo é ser ouvida e causar impacto imediato sobre os ouvintes36

. "Para produzir esse impacto, o sermão deve ser insento de ambigüidade* e não conter material alheio ao tema principal. Por outro lado, deve ser distinto ou padronizado, e suas idéias devem indicar continuidade de pensamento, e o discurso todo deve dirigir-se para um alvo ou clímax** definido. Em outras palavras, o sermão deve ser elaborado de tal forma que os ouvintes possam compreender, sem dificuldade o ponto principal da mensagem e também

os seus outros aspectos. É este o motivo da estrutura homilética37

".

* Ambigüidade – é um vício de linguagem que consiste em tornar o texto dúbio, isto é, com duas interpretações

possíveis. ** Clímax - é o ponto máximo do texto. Aquilo que cria maior expectativa no interlocutor. Depois do clímax vem o

desfecho ou a conclusão das idéias apresentadas ou desenvolvidas. 36

Martyn Lloyd-Jones-Apud- James Braga. Como preparar mensagens bíblicas p.

79 37

BRAGA, James. Como preparar mensagens bíblicas p. 79

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Sem uma boa estrutura homilética, o sermão corre o risco de se tornar uma salada de frutas. O (a) pregador (a) começa falando de um assunto e termina com outro; passeia por toda a Bíblia, fala de vários assuntos ao mesmo tempo. Como resultado, os ouvintes não conseguem acompanhar a

exposição do (a) pregador (a), não entendem nada e saem do culto vazios da Palavra de Deus. Portanto, é imprescindível atentarmos para a estrutura homilética. Um bom sermão deve abranger

um único assunto, deve ter começo, meio e fim. Em outras palavras: o sermão deve estar baseado

em um texto claro da Escritura, ter um tema bem definido, uma boa introdução, a exposição do tema ou desenvolvimento, conclusão e aplicação.

1.1. A Forma de um Esboço de um Sermão

Texto_________________________________________ Tema_________________________________________

Introdução_____________________________________

1______________________________________

2_______________________________________

Sentença interrogativa____________________________

Sentença de transição - Palavra chave________________

I. Primeira Divisão Principal________________________

1. Primeira Subdivisão______________________

Discussão

2. Segunda Subdivisão______________________

Discussão

II. Segunda divisão Principal_______________________

1. Primeira Subdivisão______________________

Discussão

2. Segunda Subdivisão_______________________

Discussão

1. Resumo Aplicativo________________________

2. Apelo__________________________________

Obs. Tanto as divisões principais quanto as subdivisões variam de acordo com texto

escolhido ou o tipo de sermão escolhido. Aqui nós mostramos apenas duas divisões

principais, mas pode ter mais do que essas. Pode ter três, quatro ou até mesmo cinco

divisões principais, porém não é bom ultrapassar as cinco divisões. Do contrário, o

sermão se torna muito extenso e de difícil assimilação por parte dos ouvintes.

1.2. A importância da Estrutura Homilética

1.2.1. Para o (a) Pregador (a)

♦ Pôr os pensamentos em seu lugare;

♦ A falta de ordem leva à digressão, à repetição e à obscuridade.

1.2.2. Para os ouvintes uma boa estrutura ajuda:

♦ A compreensão da mensagem;

♦ A aceitação - é convincente; ♦

A retenção - é fácil de lembrar.

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1.3. Características de uma boa Estrutura Homilética ♦ Unidade - uma só mensagem de cada vez; ♦

Ordem - as idéias devem ter uma seqüência;

♦ Equilíbrio e Proporção - deve haver proporção ou sistema entre as partes;

♦ Progresso - movimento ou clímax; ♦ Cada pregador (a) deve desenvolver sua própria maneira de estruturar os sermões.

Liberdade, originalidade e criatividade.

OBS. É importante termos em mente que o Espírito Santo não se limita a um esboço. Portanto, o (a) pregador (a) não pode ficar preso ao esboço, ele (a) deve ser sensível ao

Espírito Santo. O esboço é muito útil na apresentação da mensagem de Deus, mas Ele é

soberano, fala do jeito que quer quando quer e como quer. Isso não quer dizer que não precisamos de esboço, poré, que devemos depender absolutamente da iluminação do

Espírito Santo.

O Texto Bíblico

O pregador deve ser um homem de Deus com a mensagem de Deus. O seu tema por excelência é a mensagem da Salvação que se encontra nas Sagradas Escrituras. (II Tm. 2.13;4.1-5). A fonte deve ser a palavra de Deus.

1. Escolha as passagens através de toda a Bíblia. Alguns pregadores pregam só no Novo Testamento ou certos livros somente. E sobre os mesmos temas. Deve pregar “toda a palavra de Deus”. 2. Escolha o tema em vista a necessidade do povo a quem está ministrando. Aquele Pastor ou Pregador que tem em vista o bem-estar do povo trará uma mensagem que o ajudará. Levará mensagem de conforto, edificação e estímulo espiritual (I Co. 14.3; II Co. 1.3-6). 3. Experiência. O pregador por excelência foi o nosso Senhor Jesus Cristo. Qual foi o tema das suas mensagens? Sim, muitos exemplos disto: Mt.13; Mc. 4; Lc. 9.46, além de muito mais. Devemos procurar pregar aquilo que temos mesmo experimentado (II Tm. 2.6) 4. Tema em positivo. Os temas: “Existe Deus?”, “Ressuscitou Jesus Cristo dos mortos?” ou “É

realmente inspirada a Bíblia?”, suscitam mais a dúvida do que a fé. É bom buscar a forma do interrogatório, mas, de uma forma positiva. “Como posso ser salvo?”, “Curado”, “Batizado com

o Espírito Santo”, etc. Vida diária... Encontraremos através dos nossos contatos diários fontes inesgotáveis para nossas mensagens. O trabalho pessoal de ganhar almas nos fornece muitos

temas dentro da palavra.

1. O TEXTO

A palavra “texto” deriva-se do latim da palavra “texere”, que significa “tecer”. O texto é o

tecido que se manifesta em todo sermão. Era costume na antigüidade ler-se a narrativa de qualquer autor e fazer comentário durante a leitura. Esses comentários foram escritos à margem das páginas.

As palavras do autor vieram a ser chamados textos. Mais tarde, quando os comentários foram organizados em discurso tomaram o nome de texto. O método expositivo prevalecia na pregação

daquela época. Segundo esta idéia, chamamos hoje em dia de texto as palavras das Escrituras que constituem a base do sermão ou mensagem. O campo é o mundo!

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1.1. Sinagoga Judaica. Na sinagoga, o discurso consistia em leituras de textos e explanações do Antigo Testamento, (Lc. 4). Vemos o apóstolo Paulo fazendo um discurso longo na sinagoga dos judeus (Antioquia). 1.2. Cristãos primitivos. Na assembléia dos primitivos crentes provavelmente tiveram nos cultos, leituras, explanações e exortações baseados em textos do Antigo Testamento e nas palavras de

Jesus e dos apóstolos (At. 2.42). Várias exortações ou mensagens foram dadas cada vez que se

reuniam (Col. 3.16; Ef. 5.19). As referências indicam que eram também palestras informais. Os reformadores, no entanto, no seu zelo de restaurar a Bíblia ao povo introduziram o método de

usar o texto como a base da mensagem e tem sido usado até os nossos dias e tem provado ser eficiente. 1.3. Autoridade do texto. A Bíblia é a palavra de Deus. O texto chama atenção ao livro dos livros, a Bíblia. Os ensinos da Bíblia merecem acima de todos os outros livros a consideração e respeito do homem. Quando um pregador oferece uma interpretação como verdade, fundamentada nas Escrituras, podemos ou não aceitá-la. (Mt. 4.4). 1.4. Texto ajuda para que a mensagem seja lembrada e tenha êxito. O texto não só dá a verdade espiritual, o pensamento, mas expressa em linguagem clara e poderosa. (Rm. 3.23). 1.5. Texto desperta o desejo entre os crentes, de conhecer mais da palavra de Deus. Aqueles que se interessam na palavra de Deus, terão um ponto de partida para continuar seu estudo. 1.6. Texto não só ajuda na introdução de uma verdade, ou assunto, contudo ajuda em se desenvolvê-lo. Acima de tudo não é pela nossa sabedoria, no entanto somente na medida em que damos ao povo a pura palavra é que poderão ser sábios para a salvação.

2. REGRAS PARA ESCOLHA DO TEXTO

2.1. Deve-se evitar a escolha de passagens que relatam palavras de homens ímpios e de Satanás, citados nas escrituras. No entanto, há palavras humanas que servem para o texto: “Que farei de Jesus, chamado Cristo?”

2.2. Escolha textos claros – a vantagem é que o auditório pode facilmente compreender o sentido e atenciosamente acompanhar o desenvolvimento da mensagem.

2.3. Evite textos não completos, “e Pedro”. Quase sempre textos abreviados não servem para dar um “som certo” à mensagem. 2.4. Em contraste disto, evite textos muitos compridos. Geralmente são compridos demais para ser facilmente lembrados. Também incluem um escopo grande de verdade. Isto não quer dizer que uma leitura, mais ou menos comprida, não pode ser feita para dela ser tirado o texto. 2.5. Não evite textos conhecidos por serem muito familiares. Todavia o pregador que usar textos muito batidos deve extrair deles algo novo.

2.6. Escolha textos tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento. Embora mencionamos esse fato, convém lembrar que “toda” Escritura é dada para nossa edificação. 2.7. Escolher passagens, textos, que tenham cabimento à ocasião e que satisfaçam às

necessidades da congregação. Numa inauguração convém falar sobre assuntos relacionados como em outras ocasiões especiais. Passagens que tragam lições, estímulos e soluções para os problemas do povo serão bem escolhidos.

Exercício

Escolha um texto bíblico e desenvolva um sermão.

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O Título Do Sermão

O Título é a primeira parte do sermão. Ele dá nome ao sermão. Tem como objetivo embelezá-lo e chamar a atenção dos ouvintes. Segundo Braga, "o título, contudo, é uma expressão do aspecto

específico a ser apresentado, formulado de maneira que seja um anúncio adequado do sermão"38

. Alguns especialistas em homilética fazem separação entre "título" e "tema". Para eles o

"título" dá nome ao conteúdo, enquanto o "tema" dá nome ao assunto em discussão. E outros não fazem essa separação, título e tema são a mesma coisa.

Escolher um título para um sermão não é nada fácil. Exige da parte do (a) pregador (a) cuidado, arte e muito esforço.

Exemplos de Títulos:

Rm 1.16 - "O Poder do Evangelho"

Rm 5.1-11 - "Os Benefícios da Justificação"

Rm 5.17 - "O Segredo de uma Vida Cristã Vitoriosa"

Hb 2.1-4 - "A Tão Grande Salvação"

Princípios para a Preparação de Títulos

1. O Título deve ser concernente ao texto ou à mensagem. O título deve estar relacionado ao

texto ou à mensagem. Se a mensagem tem como texto base Ef 6.10-18; o título pode ser "A batalha

espiritual do crente", ou "Como o cristão pode vencer a batalha espiritual".

2. O Título deve ser interessante. Como já vimos, o título embeleza o sermão; portanto, ele deve

despertar o interesse e a curiosidade dos ouvintes. Ele deve atrair a atenção do povo. Mas para ser

interessante é necessário que o título esteja relacionado com as situações e necessidades da vida.

Temas como: "Dias de provações", "Triunfando em Dias Maus", "Como Ter êxito nas lutas da

vida", "Características do Reino de Deus", têm grande influência na vida da igreja. É fundamental

que o título tenha significado especial para as pessoas. 3. O Título não pode ser negativo. Ele deve estar de acordo com a dignidade do púlpito. Ele não

pode ser extravagante e sensacional. Certa vez ouvi um sermão que o título era "a fragilidade de Deus". Títulos assim são inadequados é até melhor não dar um título para o sermão.

4. O Título deve ser breve. O (a) pregador (a) deve se esforçar para elaborar um título adequado

para o sermão. O título não pode ser muito longo. Deve ser expresso em poucas palavras, ou uma frase curta. Um título muito longo acaba confundindo as pessoas e não desperta o interesse delas. O

Objetivo do tema é chamar a atenção das pessoas.

5. O Título pode vir em forma de afirmação, interrogação ou exclamação. Embora o título deve

ser breve, há ocasiões em que é necessário usar uma sentença completa. Às vezes, o título terá muito mais força se colocado em forma de pergunta.

Interrogativas: "O que fazer para ter a vida eterna?" "Por que os crentes sofrem?" "Qual o significado da fé?" "Como podemos conhecer melhor a Jesus?"

38 BRAGA, James. Como preparar mensagens bíblicas p. 83

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Declarativos:

"Deus pode cuidar de seus problemas" "A salvação pertence a Deus"

Exclamativos

"Para melhor, Não para pior!" "Ganho mediante a perda!"

6. O Título pode consistir de uma frase seguida de uma pergunta. "Jovens perturbados: Qual é nossa responsabilidade para com eles?" "As perplexidades da vida: Como encará-las?"

7. O Título pode consistir em uma citação breve de um texto bíblico. "Prepare-se para encontrar com o seu Deus" "Quem é o meu próximo?" "Ensina-nos a Orar" "Seja feita a tua vontade" "Como são belos os pés dos que anunciam coisas boas" "Tão Grande Salvação"

Exercício:

Prepare um título apropriado para os seguintes textos:

Romanos 12.1,2 -

João 3.16 -

João 14.6 -

Atos 2.42-47 -

A Introdução (O Aperitivo do Sermão)

"Você nunca tem uma segunda chance de causar uma primeira impressão!" Duane Ltfin

Na prática, tanto o título quanto a introdução são as últimas partes do sermão a serem preparadas. Depois que a parte principal do sermão estiver pronta, ou seja, as divisões principais, subdivisões, ilustração, aplicação e conclusão, é que deve-se pensar na introdução.

A introdução é de grande importância para o sermão, pois o objetivo dela é despertar o interesse dos ouvintes, preparando suas mentes para receber mensagem. Logo, deve ser bem preparada, pois, se o (a) pregador (a) não ganhar a simpatia do povo em suas primeiras palavras, será muito difícil conquistá-la durante o sermão. "O bom sermão abre o apetite mental do ouvinte nas primeiras palavras. Assim que começa a mensagem, o bom pregador lança palavras aperitivas, que

deixa o ouvinte com água na boca para ouvir o sermão39

". A introdução é parte vital do sermão,

cujo êxito muitas vezes depende da habilidade do (a) pregador (a) para conquistar a atenção dos ouvintes no início da mensagem.

39 MARINHO, Robson Moura. A Arte de Pregar p. 67

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Segundo o dicionário Aurélio: Introdução significa "ato ou efeito de introduzir". Introduzir significa "levar para dentro". Na introdução, portanto, conduzimo-nos para dentro do tema, do assunto. Ela apresenta a idéia que vai ser discutida, nada lhe acrescentando.

Características de uma Boa Introdução

O objetivo da introdução é conquistar o auditório. Para isso, ela deve ganhar a simpatia dos ouvintes e despertar o interesse pelo tema, desafiando o pensamento deles. É aqui que o (a) pregador (a) ganha ou perde. Se ele (a) iniciar a mensagem de maneira monótona, massante, dificilmente despertará o interesse dos ouvintes; por outro lado, se ele (a) começar a mensagem falando de algo interessante que desperte a curiosidade e o interesse dos ouvintes, o (a) pregador (a) conquistará as pessoas logo de início. Sendo assim, analisaremos algumas características de uma boa introdução.

1. A Introdução deve ser atraente. Para despertar a atenção e o interesse dos ouvintes, a introdução deve ser atraente. Ou a introdução torna o sermão simpático ou o torna antipático. Ou o

ouvinte pensa consigo: "quero ouvir esta mensagem", ou diz: "isso não me interessa40

". 2. A introdução deve ser objetiva. A introdução não tem de explicar o sermão, mas precisa pelo

menos, explicar-se a si mesma, ou seja, ter uma razão de ser. Para isso, tem de ser objetiva e vincular-se ao tema do sermão, para servir de ponte entre a atenção do auditório e o assunto do

sermão41

.

3. A introdução deve ser breve. O (a) pregador (a) não pode gastar o maior tempo do sermão nela.

Como já falamos, ela tem o objetivo de despertar o interesse dos ouvintes preparando-os para receber a mensagem; por isso, deve ser breve. Então seja modesto Não seja como alguns políticos,

ou seja, prometer o que não vai falar. Seja também claro, use palavras simples, não use argumentos difíceis, de modo que os ouvintes não entendam.

Evite pedir desculpas, se você não se preparou bem. Não fale para o povo que você não se preparou; não seja sensacionalista; evite piadas, o humor refinado é um excelente recurso na comunicação e pode ser usado com eficiência pelo (a) pregador (a). Mas esse humor deve ser equilibrado. O púlpito nunca deve ser usado para piadas e anedotas, ou qualquer tipo de vulgaridade que comprometa o bom nível de um ambiente sagrado. Evite também jargões e expressões

rotineiras42

.

Tipos e Formas de Introdução

Existem basicamente dois tipos de introdução: a direta e a indireta. A direta é aquela que declara sem rodeios o objetivo do sermão. A indireta é aquela que utiliza alguma ilustração ou outro recurso para servir de ponte para o tema a ser abordado.

Tipos de Introdução Direta

Introdução ousada. O (a) pregador (a) entra diretamente na idéia central, sem preparação, porém

com ousadia, de maneira que surpreenda o auditório. Por exemplo, o (a) pregador (a) poderia começar assim: "Hoje vou falar sobre uma das doutrinas mais importantes da Bíblia". Caso o tema

da mensagem seja realmente uma doutrina; por exemplo, a da justificação. 40 Ibd p. 68

41 ibid 69

42 Ibid p. 73

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Introdução temática. Essa já começa explicando a importância do tema. Por exemplo, para um

sermão sobre honestidade, o (a) pregador (a) poderia começar assim: "A honestidade é a marca do cristão. É impossível ser cristão e desonesto ao mesmo tempo".

Introdução textual. O (a) pregador (a) inicia direto com a leitura de um texto bíblico. Essa

introdução parece não ser atraente, no entanto é bom lembrar que uma leitura bíblica bem feita, com

boa voz e entonação, possui um elemento de poder por ser a Palavra de Deus e é respeitada como a

voz de Deus. Essa leitura tem de ser seguida de um comentário interessante e diferente sobre o texto

lido, para manter presa a atenção. Se o tema do sermão é "santificação", o (a) pregador (a) pode

começar lendo Hebreus 12.14.

Tipos de Introdução Indireta Introdução circunstancial. Essa introdução se dirige às circunstâncias em que o sermão é

proferido, como o local, as pessoas, ou a própria ocasião da reunião.

Introdução histórica. Essa introdução poderia ser uma referência à época ou à região em que foi escrito o texto bíblico usado no sermão.

Introdução com suspense. Aqui o (a) pregador (a) usa números e informações incomuns para

causar impacto e suspense na congregação. O objetivo é fazer afirmações diferentes que surpreendam, como por exemplo: "cada minuto, cinco crianças morrem de fome no Brasil". Ou: "de

cada dois casamentos hoje, um termina em divórcio". Introdução centralizada num problema. O (a) pregador (a) pode começar o sermão levantando

um problema, ou alguns problemas, para então falar de possíveis soluções.43

O Valor das Divisões do Sermão44

As divisões são as seções principais de um sermão ordenado. Um sermão corretamente planejado será dividido em partes distintas que contribuirão para a sua unidade.

1. O Valor das divisões para o Pregador.

1.1. As divisões possibilitam a clareza de idéias. Um sermão bem estruturado com suas divisões

evita idéias vagas ou expressões indefinidas. Com as divisões, o (a) pregador (a) tem a facilidade de expor as suas idéias distinta e claramente.

1.2. As divisões promovem a unidade de pensamento. As divisões procedem da idéia principal do

sermão. O (a) pregador (a) procura relacionar cada divisão com a idéia principal do texto.

1.3. As divisões ajudam o (a) pregador (a) a lembrar-se dos pontos principais do sermão. O (a)

pregador (a) que usa um esboço bem elaborado terá mais facilidade de transmitir suas idéias de

forma clara e concisa; ele segue a ordem do esboço passando de um ponto para o outro sem sair do

assunto principal do sermão. Entretanto é bom tomar cuidado para não ficar olhando somente para o

esboço e esquecer-se de olhar para os ouvintes. O ideal é que o (a) pregador (a) durante a pregação

olhe rapidamente no esboço para tomar nota das divisões e subdivisões do sermão e em seguida

volte a olhar para os ouvintes.

43 Ibid pp. 74-77

44 BRAGA, James. Como preparar mensagem bíblica pp. 121-31

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2. O Valor das Divisões para a Congregação. Um bom esboço ajuda não somente o pregador, mas também a congregação.

2.1. As divisões esclarecem os pontos do sermão. É muito mais fácil para os ouvintes

acompanharem uma mensagem falada quando as idéias principais estão organizadas corretamente e proferida com clareza, do que quando elas não têm organização ou não se relacionam.

2.2. As divisões ajudam a recordar os aspectos principais do sermão. Um esboço bem elaborado

facilita a memorização das idéias principais do sermão. Há irmãos que até fazem anotações dos principais pontos do sermão.

3. Princípios para a Preparação das Divisões Principais

3.1. Estudo profundo do texto bíblico. Para elaborar um bom esboço, o (a) pregador (a) deve

estudar cuidadosamente o texto bíblico interpretando-o dentro de seu contexto (deve ser levado em consideração os princípios da hermenêutica).

3.2. As divisões principais devem originar-se do assunto central do texto, e cada divisão deve contribuir para o desenvolvimento dele. Um bom estudo do texto nos levará ao assunto central. As divisões, portanto, devem ser derivadas dele.

3.3. As divisões principais devem ser totalmente distintas umas das outras. Embora as divisões

devam originar-se do assunto central do texto, devem diferir totalmente umas das outras. Isto

significa que as divisões não devem sobrepor-se.

Exemplo:

Texto: 1Co 13.1-13

Título: "O Ideal do cristão"

Idéia Central (proposição): O amor é o ideal pelo qual é medida a vida cristã.

Oração Interrogativa: Que podemos aprender deste texto acerca do ideal pelo qual nossa vida é medida?

Oração de Transição: Este texto nos ensina três fatos principais sobre o amor.

I. A preeminência do amor, vv. 1-3

II. As características do amor, vv. 4-7

III. A permanência do amor, vv. 8-13

3.4. As divisões principais devem ser dispostas em forma de progressão. No esboço

acima as divisões se desenvolvem progressivamente. Veja que a primeira divisão fala da

preeminência do amor, a segunda fala das características do amor e a terceira dele. Ela vai se

movimentando para o clímax.

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4. Princípios para a Preparação das Subdivisões A construção das subdivisões segue de perto os mesmos princípios que governam as

divisões principais. Há, contudo, algumas diferenças na aplicação desses princípios às subdivisões. Vejamos alguns desses princípios:

4.1. As subdivisões derivam de suas respectivas divisões principais e são um desenvolvimento lógicos destas.

4.2. As subdivisões devem possuir estrutura paralela.

4.3. Assim como nas divisões principais, o número de subdivisões deve ser limitado. Não se extrapolar no número de subdivisões.

4.4. À semelhança das divisões principais, elas não precisam seguir a mesma ordem do texto.

Exemplo: observe o esboço citado acima só que agora com as subdivisões.

Texto 1Co 13.1-13 - Título "O ideal do cristão"

I. A preeminência do amor, vv. 1-3

1. O amor está cima das línguas dos anjos v. 1

2. O amor está acima dos dons e mistério, v.2 3. O amor está acima de qualquer caridade, v.3

II. As características do amor vv. 4-7 1. É paciente e bondoso

2. Não é invejoso

3. Não se vangloria e nem se orgulha

4. Não maltrata ninguém, não é egoísta

5. Não se ira facilmente e nem guarda rancor

6. Não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a justiça

7. Supera todas as coisas v.7

III. A permanência do amor, vv.8-13

1. Os dons são temporários, mas o amor é permanente, v.8

2. O Amor é maior do que a fé e a esperança.

CINCO PERGUNTAS PARA UM BOM ESBOÇO

1. Qual é o tema geral do texto?

2. Quais são os temas específicos? 3. O que o texto fala sobre cada um dos temas específicos?

4. Qual é a palavra-chave para cada tema específico?

5. Qual é a afirmação teológica que sintetiza o tema geral?

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OS CINCO "P" DA PREGAÇÃO

1. Povo - O (a) pregador (a) deve ter responsabilidade para com o povo, porque é especial, comprado pelo sangue de Cristo.

2. Palavra - Não é palavra humana, mas divina.

3. Princípio - ponte, extrair verdade bíblica e tornar aplicável para os nossos dias. 4. Persuasão - convencer as pessoas de seu mau caminho.

5. Prática - tornar a Palavra aplicável, mostrando como funciona

O Uso de Ilustrações nos Sermões

A ilustração é para o sermão o que a janela é para a casa. Assim como a janela ilumina a casa,

a ilustração lança luz sobre a mensagem. O próprio significado de "ilustração" é "lançar luz, ou melhor, tornar claro." Portanto, ilustração é o meio pelo qual se lança luz sobre um sermão através

de um exemplo. É a representação de uma cena, ou a descrição de uma pessoa ou incidente, com o fim de iluminar o conteúdo de uma mensagem, ajudando o ouvinte a compreender as verdades que o

(a) pregador (a) proclama. Ela pode tomar várias formas. Pode ser uma parábola, uma analogia, uma alegoria, uma

história (incluindo-se fábula), um relato de uma experiência pessoal, um acontecimento histórico, ou

um incidente biográfico.45

1. O valor das Ilustrações. Dão clareza ao sermão

Tornam o sermão interessante. As boas ilustrações relaxam a mente, despertam a atenção, dão vida à mensagem e preparam o ouvinte para o que se há de seguir.

Dão viveza à verdade. Dão ênfase à verdade. Uma ilustração é outro meio de ressaltar uma verdade. Ao mostrar um exemplo específico, a ilustração esclarece a lição que o (a) pregador (a) procura ensinar.

2. Cuidados que o (a) pregador (a) deve ter no uso de ilustrações.

Usar ilustrações apropriadas. Se ela não levar a uma melhor compreensão do ponto que está sendo apresentado, ou se a própria ilustração não for clara, é melhor não usá-la, pois, ao invés de esclarecer o texto, acaba confundindo a mente dos ouvintes. Mas uma ilustração apropriada introduzida na hora certa e contada de maneira correta é um meio eficaz de esclarecer um texto ou uma verdade, e criar interesse. Elas devem ser apropriadas e claras.

Use ilustrações exatas. Ela deve ser bem apresentada e não deve ser lida. Como o sermão, se lida, perde a força. Portanto, ao usá-la, o (a) pregador (a) deve conhecer muito bem os detalhes,

45 Ibid p. 171

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ao ponto de relatá-los de memória com exatidão. Se ele (a) esquecer de um detalhe ou omitir uma ou duas partes essenciais, pode arruinar a ilustração. A ilustração deve ser breve. Ela não pode ser muito longa. Seu objetivo é facilitar o entendimento do texto. Então não pode tomar muito tempo do sermão.

Usar discriminação na seleção de ilustrações. Não se deve usar ilustração indiscriminadamente. O bizarro e o grotesco não têm lugar na pregação. Devemos também, não somente ter cuidado

quanto ao caráter das ilustrações, mas também quanto ao seu número em qualquer mensagem. O (a) pregador (a) que usa demais pode ser chamado de "contador de histórias". Deve-se usar somente para tornar o texto mais inteligível e proporcionar uma melhor compreensão da

verdade.46

A Aplicação

A aplicação é uma das partes mais importante do sermão, pois afinal de conta, o objetivo do

sermão é transmitir a Palavra de Deus de maneira inteligível, e persuadindo os ouvintes a obedecê-la. Mediante esse processo apresentamos ao ouvinte as reivindicações da Palavra de Deus, a fim de

obter sua reação favorável à mensagem. Quando adequadamente empregada, a aplicação mostra a pertinência dos ensinos bíblicos à vida diária da pessoa, tornando aplicáveis a ela a mensagem da

revelação cristã. A aplicação é um processo retórico mediante o qual se aplica direta e pessoalmente a

verdade ao indivíduo, a fim de persuadi-lo a reagir de modo favorável47

.

Às vezes, o (a) pregador (a) prepara um bom sermão, faz uma boa interpretação do texto, prega com eloquência, boa postura, mas falha na hora de fazer a aplicação. As pessoas ouvem muitas verdades bíblicas, contudo saem do culto sem saber o que fazer com elas, não sabem como relacionar as verdades com dia-a-dia. Isso acontece porque o (a) pregador (a) não as ensinou o que fazer com essas verdades ensinadas durante o sermão. Portanto, é de suma importância atentar para a aplicação da mensagem à vida das pessoas.

1. A Hora de Fazer a Aplicação. Você determina a hora de fazer a aplicação de acordo com o

conteúdo da mensagem. A aplicação deve ser feita depois da apresentação de cada verdade bíblica.

Todas as vezes que for apresentada uma verdade bíblica, deve-se também fazer aplicação imediata,

mostrando aos ouvintes o que se deve fazer com aquela verdade. Em outras palavras, mostrá-lhe

como usar aquela verdade no dia-a-dia. Isso significa entrelaçar o apelo com todo o sermão, e

aplicar as verdades durante o desenvolvimento da discussão.

2. Requisitos Indispensáveis à Aplicação. O (a) pregador (a) deve ligar as lições bíblicas às

pessoas de tal maneira que estas percebam como as verdades aplicam-se às suas vidas. Porém, para que o (a) pregador (a) possa tomar as verdades da revelação divina e relacioná-las às necessidades,

pecados e problemas do seu povo, primeiro ele tem de possuir certos requisitos indispensáveis. 2. 1. É de vital importância que o (a) pregador (a) viva em comunhão com Deus. Não há

substituto para uma vida e caráter santos. Aquele (a) que prega a verdade, mas não vive jamais

causará impressão a ninguém. Mas uma vida santa, manifestada em interesse amoroso para com os outros, é o melhor sermão que o (a) pregador (a) pode apresentar (1Tm 4.12). 2. 2. A fim de Ter êxito em relacionar a Bíblia com o presente, o homem ou a mulher de Deus deve possuir boa Educação formal. O (a) pregador (a) deve ter conhecimento tanto das Escrituras

quanto dos assuntos humanos. Ele (a) precisa ser um (a) estudante diligente da Palavra de Deus.

46 Ibid p. 173-5

47 BRAGA. James. Como preparar mensagens bíblicas p. 185

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2.3. Para relacionar as verdades bíblicas com os problemas e circunstâncias de seu povo, é

necessário que o (a) pregador (a) tenha conhecimento das condições e interesses dos membros

da sua congregação. 2.4. O (a) pregador (a) deve falar com naturalidade. Seja você mesmo. Não tente ser o que você

não é. Fale com naturalidade, sem sensacionalismo. Não queira forçar a barra. Não tente levar o povo no grito. Apenas fale com naturalidade, firmeza, convicção, com entusiasmo e sinceridade. 2.5. Para que o ministro (a) tenha êxito na aplicação da mensagem, ele (a) deve depender inteiramente da operação do Espírito Santo. Não podemos esquecer que somente o Espírito Santo

tem o poder de convencer o homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11). O (a) ministro (a) pode pregar a Palavra com a maior fidelidade, fazer o apelo com o maior fervor, entretanto se o

Espírito Santo não atuar na mensagem, o sermão, em si, não realizará nada (Zc 4.6).

A conclusão do Sermão

Uma boa refeição sempre vem acompanhada de uma boa sobremesa, assim também um bom

sermão termina com uma boa conclusão. Podemos até falar que a conclusão é semelhante a uma sobremesa. Como depois da refeição você sai com o sabor doce da sobremesa, assim a conclusão do

sermão deixa o povo com o sabor doce do sermão na boca. Como a introdução, a conclusão deve ser bem planejada. Além disso, muitos dos princípios que se aplicam a introdução também se aplicam à

conclusão. Ela deve ser breve, concisa e clara.

1. Formas de Conclusão

1.1. Recapitulação. O (a) pregador (a) finaliza o sermão relembrando de forma resumida os

principais pontos do sermão. Este tipo de conclusão é muito útil quando o sermão consiste em vários

argumentos doutrinários. A reformulação das idéias principais serve para lembrar os aspectos básicos da mensagem e preparar o povo para o seu impulso final.

1.2. Ilustração. Pode-se finalizar o sermão com uma ilustração oportuna e poderosa, ou seja, uma

ilustração que leve os ouvintes a refletirem sobre o sermão.

1.3. Aplicação ou apelo. Mesmo depois de todas as aplicações feitas durante o sermão, o final também deve ser aplicativo e apelativo. Apelo não significa somente convidar as pessoas para virem à frente, mas convidar todos para agir segundo a palavra pregada. O objetivo de todo sermão é levar o ouvinte à ação; por isso, o sermão precisa terminar desafiando-o a uma tomada de atitude. As

primeiras e as últimas frases do sermão são de grande impacto; portanto, devem ser bem preparadas e devem estar também na ponta da língua.

2. Cuidados com a Conclusão

Preparar, não negligenciar; Não enganar o povo - quando disser: "vou concluir", conclua e não fale mais meia hora. Há pregador que fala que vai concluir e não conclui, deixando o povo inquieto. O ideal é não anunciar a conclusão, o (a) pregador (a) pode finalizar o sermão sem anunciar que vai concluir.

Evite bater no ar, para todos os lados.

Seja breve. A conclusão não pode gastar mais que dez por cento do tempo do sermão. Não acrescentar matéria nova. Ela deve ser coerente com o assunto do sermão. Qualquer

idéia nova, que não foi apresentada no sermão, é matéria estranha e não dever ser apresentada no fim. Você pode até usar uma ilustração ou pensamento, mas tudo deve

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estar ligado ao assunto apresentado. Às vezes, o pregador sente que o sermão não alcançou o objetivo e tenta pregar um novo sermão na conclusão, acrescentando assuntos diferentes.

Não pedir desculpas.

Não concluir sempre do mesmo jeito.

Exemplo de um Sermão expositivo.

Tão Grande Salvação: Hb 2.1-4 Cuidados que devemos Ter para não negligenciarmos a salvação oferecida em Cristo

Introdução

Certa vez, um rapaz muito rico comprou uma pérola de muito linda e de muito valor. Gastou

quase tudo que tinha para comprá-la. Numa viagem, ele foi para ponta do navio e começou a brincar

com a pérola, jogando-a para cima. Alguém falou para ele: - “Tome cuidado. Ela pode cair no mar”.

Ele não deu importância a quem estava falando. Resultado: a pérola caiu no mar. A salvação é como

uma pérola de muito valor (1Pe 1.19,20). Por isso, devemos atentar muito bem para ela. Muitos

perguntam se é possível alguém perder a salvação; mas a pergunta que devemos fazer é a seguinte:

será possível alguém negligenciar a salvação? Nos dias de hoje, a grande ênfase à teologia da

prosperidade, pregada em muitas igrejas, não seria uma negligência à salvação? Há pouco tempo,

ouvi um pastor pregando e dizia: "Que adianta o homem ter a salvação da alma e não ter o bolso

salvo"; isto é uma inversão da mensagem de Jesus Cristo; já é outro evangelho; por isso, maldito.

São muitos que têm negligenciado a salvação. Assim afirmamos que: "É necessário ponderarmos sobre a tão grande salvação oferecida em Cristo, para não corrermos

o risco de negligenciá-la".

Este texto nos dá três recomendações para não sermos negligentes quanto à salvação:

I. Devemos dar devida atenção às verdades do evangelho (v.1).

1. "Por esta razão..." refere-se o que foi dito no capítulo anterior, onde mostra que Cristo é superior aos anjos, é superior aos profetas, 1.1ss;

1.2. "Importa que nos apeguemos, com mais firmeza..." - apeguemos (prosecho) - que dizer voltar a mente para, dar atenção, dar ouvidos. Deve ser dada uma maior atenção à palavra de Cristo.

1.3. "Às verdades ouvidas" - isto é o evangelho, a palavra da verdade que liberta, cura e transforma. Aquilo que temos ouvido, deve ser entendido e então posto em prática. Dar ouvido à mensagem cristã significa dar, igualmente, atenção ao que ela implica na vida diária.

2. Propósito: "para que dela jamais nos desviemos".

2.1. Desviemos (pararreo) "escorregar", "afastar-se para longe" - é como um barco sem rumo. A mensagem do evangelho merece, portanto, a mais sincera atenção, pois existe o perigo sempre presente de que homens se desviem.

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A advertência é no sentido de que da mesma forma que um barco pode deslizar para além de seu ancoradouro, os cristãos também podem ser arrastados rio abaixo, afastando-se das verdades do evangelho.

2.2. Devemos abrir nosso coração para que a mensagem de Cristo habite nele. Cl 3.16: "habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo".

II. Devemos atentar para a mensagem de Cristo porque ela é superior à do AT (v.2).

1. A mensagem de Cristo é superior à Lei do AT que foi dada por anjos, dessa forma, temos

maior responsabilidade para com ela. O autor de Hebreus faz uma comparação entre a lei do AT e a mensagem d e Jesus. A conclusão é que aquela, por ter sido dada por anjos, (Dt 33.2; At 7.53; Gl 3.19) é inferior; esta foi dada pelo próprio Senhor Jesus, o Filho de Deus, logo é superior.

1.1. "A palavra dada por anjos se tornou firme" - a lei do AT foi firme em seus propósitos.

1.2. "e toda transgressão ou desobediência recebeu justo castigo". Apesar de ter sido dada através

de anjos, a velha lei mantinha-se firme. Ela era imutável e rígida, não podendo ser considerada frivolamente pelo povo de Deus, infligia penas e impunha castigos sobre todos que violavam suas exigências.

III. Não há Escape para quem negligenciar a Tão Grande Salvação (v.3).

1. "como escaparemos..." - isto é, da penalidade, do juízo decretado contra a desobediência. (Jo

3. 36). Há pessoas que subestimam a mensagem do evangelho. Pensam que a graça é maleável, é paz e amor, o cristão pode fazer o que quiser, pecar a torto e a direito, sem nenhuma responsabilidade. Ainda não compreenderam a dimensão da graça de Deus. Ela requer mais responsabilidade da parte do ser humano, Tt 2.11,12. Na lei, o adultério só era considerado se fosse praticado; na graça basta olhar para uma mulher e desejá-la já adulterou. Requer ou não mais responsabilidade?

2. "se negligenciarmos tão grande salvação" - negligenciar (ameleo) ''não importar com'', ''desconsiderar''. Esta negligência é melhor ilustrada na parábola das bodas Mt 22.1-14. Obs. No v.5 "eles não deram importância". 3. Pode-se negligenciar a tão grande salvação pelos seguintes motivos: 3.1. A negligência da salvação ocorre quando os membros da igreja dão maior importância à religiosidade do que a comunhão íntima com o Senhor. 3.2. Não dando atenção devida à mensagem do evangelho.

3.3. Desejos egoístas - buscar somente as bênçãos e não o Deus das bênçãos.

3.4. Diminuindo o valor do Salvador e de Sua Palavra.

4. A Salvação é grande porque:

4.1. Foi primeiro anunciada pelo Senhor, que indica uma realidade maior e mais duradoura (Mc 1.14,15; 10.45).

4.2. Foi confirmada pelos apóstolos (At 2.42). 4.3. Foi confirmada também por Deus dando testemunho juntamente com eles - com sinais, prodígios e muitos milagres.

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4.4. Foi também confirmada pelo Espírito Santo que distribuiu dons à igreja. 1Ts 1.5; Rm 1.16.

Conclusão A salvação provida por Cristo envolve a redenção total do homem: perdão dos pecados

(justificação), regeneração (nova vida, vida abundante), santificação e glorificação. Como escaparemos se negligenciarmos tão grande salvação? Não há escape para quem tal

coisa fizer (At 4.12). Por isso, devemos ser diligentes para com a mensagem do evangelho.

Como você tem ouvido a Palavra de Deus?

Qual a importância que você tem dado a ela?

Você tem levado a sério esta mensagem?

O que você tem procurado: um relacionamento íntimo com Deus, ou apenas uma religião?

DICAS DE ORATÓRIA

As partes do Discurso:

1. Vocativo – Apresentação; chamamento.

2. Iniciação – Justificativa; tema (introdução).

3. Corpo – Desenvolvimento do tema – utilizar ilustrações e aplicações dentro do tema.

4. Fechamento – Síntese – utilizar pensamentos de efeito (conclusão).

Improvisação. Escolha um tema bíblico, ou de vida cristã, ou de uma situação cotidiana ou ainda de cultura

geral; Medite num dos temas sugeridos por um minuto ao longo do dia (cerca de três a quatro

vezes) por pelo menos uma semana; Procure manter atualizada e constante a leitura bíblica, em geral, se você fizer pelo menos

(isto para dizer o mínimo) quinze minutos de leitura diária ao longo do tempo você adquirirá uma grande intimidade com o texto bíblico;

Pode-se escolher uma ilustração que denote sabedoria de vida para meditar; Você pode também escolher um versículo bíblico por semana para decorar; Desenvolva o hábito de estudar a Bíblia. Ao menos uma hora por semana de estudo

sistemático; Pratique essas sugestões e exercite o que aprender nas oportunidades que lhe forem dadas; Você perceberá que tem um grande acervo de temas e informações que se poderá ser usado

sempre que houver necessidade, nas mais variadas situações, bastando apenas estar relaxado;

Desse modo você perceberá que o improviso não existe; o que há é o estudo sistemático e o

domínio dos mais variados temas.

Lembre-se: “Nemo dat quod non habet” (ninguém dá o que não tem!)

Como cumprimentar o auditório Cumprimentar os ouvintes com voz intensa, como forma de chamamento da atenção, e

continuar a introdução da fala em voz mais baixa e cadenciada, enquanto se acostuma com a platéia, com o espaço da tribuna (ou púlpito) e com o som da própria voz;

Depois, quando tiver adquirido tranqüilidade e segurança, poderá soltar-se mais;

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Para usar o microfone, calcule cerca de três dedos de distância da boca e direcione-o para o foco da voz com uma inclinação aproximada de 45º a 60º.

Apresentação do Orador ou Pregador (a)

Procure despertar o interesse – (sem “forçar a barra!”); Apresente o orador;

Repita o tema e ofereça a tribuna ( ou púlpito) ao orador.

Saudação à Igreja

Cumprimente o auditório; Agradeça pelo convite para a saudação; Agradeça as boas vindas que recebeu quando você foi apresentado; Expresse a felicidade de ali estar; Mostre um semblante leve e aberto demonstrando a real satisfação de ali estar;

Ofereça uma citação bíblica, seguida de uma expressão de bênção aos presentes;

Nunca faça uma mini-pregação! Modifique a inflexão da voz para demonstrar que está encerrando (encontre uma frase

motivadora e encerre rapidamente).

É importante que se entenda que não foi dada a oportunidade para fazer uma pregação e nem para fazer um mini-culto (falar, dar testemunho, cantar, pregar e fazer apelo).

Testemunho à igreja

1- Cumprimente o auditório;

2 – Agradeça pela oportunidade recebida para dar o testemunho;

3 – Expresse a felicidade de ali estar;

Mostre um semblante leve e aberto demonstrando a real satisfação de ali estar.

4 – Conte o testemunho sem expressão de lástima ou lamúria, todavia de forma edificante e envolvente; 5 – Ofereça uma citação bíblica, seguida de uma expressão de bênção aos presentes; 6 – Modifique a inflexão da voz para demonstrar que está encerrando (encontre uma frase motivadora e encerre rapidamente).

A Impostação da voz

A voz deve ser ouvida em todo o auditório:

Tórax erguido, postura reta, pois possibilita maior tonalidade vocal. Respiração adequada (inspirar pelo nariz e expirar pela boca) evita o ressecamento das

pregas vocais. Procure evitar a “fungação”, isto é, inspirar e expirar pelo nariz. Procure desenvolver bem o controle sobre o diafragma e ter uma boa respiração

diafragmática. Mantenha o ritmo respiratório, evitando as desagradáveis pausas para respirar enquanto se

pronuncia uma frase. Relaxamento muscular. Os únicos músculos que devem estar tensos são os que permitem

manter a posição do orador; os demais devem estar relaxados, porque isto facilitará uma respiração rítmica e tranqüila.

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Procure cultivar as pausas, porque elas dão descanso ao auditório e ao próprio orador. Elas equilibram os pensamentos do auditório. Entretanto nunca devem ser muito longas.

Evite manter um único tom de voz. É preciso que haja variações para não cansar o auditório e para estabelecer a cadência do discurso (isto é, marcar com a variação da voz a intensidade das idéias expostas na fala).

Cuide bem da garganta evitando gelados ou alimentos nocivos ao cultivo da boa saúde bucal e vocal.

Os vícios de linguagem Fique atento as falsas e excessivas interjeições postas quase a cada frase, expressão ou

palavra tais como: Bom!/ Bem!/ Tá!/ Tá bom?/ Né!/ Né?/ Aaaahhhh!/ Éeeeehhh!/ Amém!/ Amém?/ Aleluia!/ Louvado Seja Deus!/ Louvado seja o nome do Senhor!/ Entende?/ Percebe?/ Certo?/ E tal!/ Fala sério!/ Com certeza!/ Tipo.../ Tipo assim... etc. Cuidado com o gerundismo, pois é extremamente desagradável “tá ouvindo” alguém “ta

falando” que vai “tá fazendo” algo. Lembre-se também que todas as vezes que usar um verbo no infinitivo (não importa se a

terminação é “ar”, “er”, “ir, ou “or”) deve-se usar o pronome pessoal do caso reto na 1ª pessoa do

singular “eu”. Ex.: Para eu cantar; para eu fazer; para eu ir; para eu propor. Nunca diga: para mim cantar, para mim fazer, para mim ir, para mim propor.

Cuidado com os cacófatos, pois alguns se mostram como verdadeiros palavrões!

Cultive um bom vocabulário por meio das leituras, conversas, etc. Procure ter um bom domínio estrutural da Língua Portuguesa para evitar os comuns erros de

concordância, de construção frasal, de prosódia, de significados das palavras, etc. Evite tossir ou limpar a garganta ao microfone. Procure colocar as frases na 1ª pessoa do plural, pos dizer as coisas para “vocês” dá uma

desagradável impressão de superioridade que, além de tudo, não é real.

Posturas e Gestos

A Boa Gesticulação

O gesto correto é aquele que tem as seguintes funções: Interpretar corretamente o sentimento, complementar a mensagem transmitida pelas palavras

e auxiliar no seu transporte. É importante considerar que o corpo fala! Determinar dentro da frase uma informação de maior importância.

Corresponder ao tom da voz.

Tomar o lugar de palavras não pronunciadas.

Em função do supracitado é possível dizer que a boa gesticulação pode seguir os passos

abaixo: O orador gesticula bem quando não tem a preocupação de procurar rapidamente apoio para

as mãos. Deixa os braços à frente do corpo sem muita movimentação; gesticula com eles, partindo do

ombro, as mãos afastadas, prontas para corresponderem à mensagem a ser transmitida. Ao procurar apoio, o movimento é executado naturalmente, sem que a platéia o perceba. Não tenha pressa de voltar à posição de apoio, complete a idéia com o movimento executado

e verifique se é possível interpretar a informação seguinte partindo de onde parou, sem voltar a iniciar o movimento.

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O gesto natural parte do ombro e forma um pequeno ângulo entre o braço e o tronco – deve corresponder a uma idéia completa (lembre-se, naturalidade acima de tudo!).

Ao comunicar uma mensagem, você utiliza várias informações, e normalmente uma delas é mais importante que as outras:

Faça o gesto que identifica a informação predominante. Se o semblante isoladamente for suficiente para interpretar a mensagem como toda a

expressão, você não precisará gesticular. A gesticulação fica mais eficiente e expressiva quando as mãos se movimentam algum

tempo na altura do peito, com os dedos levemente afastados. Quando tiver de explicar alguma informação, pode-se colocar as mãos na altura do peito,

com as palmas voltadas para os ouvidos, os dedos curvados e levemente afastados ou unidos pelos pontos.

Quando o orador apenas movimenta o braço para acompanhar a velocidade da mensagem ou a inflexão da voz, preferencialmente os movimentos deverão ser realizados à frente e no limite do espaço do tronco, voltados para dentro, na direção central; e não para fora, na direção lateral. Movimentos assim são mais elegantes.

O tremor nas mãos é um dos grandes indicadores da instabilidade, insegurança e medo de quem fala e é um sinal de fraqueza aos olhos da platéia.

Se este fato ocorrer, além de poder colocar as mãos atrás das costas, sobre a mesa, a tribuna, na haste do microfone, nos bolsos, ou cruzar os braços por curto período, poderá (se o assunto permitir) falar com entusiasmo e vibração sobre um item da sua apresentação e, nesse momento, fechar as duas mãos com força.

Descarregando a tensão com essa concentração de energia, possivelmente se tranqüilizará.

Variar sempre a gesticulação. Evite realizar o mesmo movimento muitas vezes, para que ele não fique marcado aos olhos

dos ouvintes. Mesmo que não se esteja sentindo muito à vontade diante do público, não esboce nenhum

gesto que possa demonstrar hesitação. Faça poucos gestos, mas os faça com determinação.

Postura Correta.

Braços ao longo do corpo.

Cuidado! Evite ficar sempre na mesma postura. Após pronunciar as primeiras palavras e assim que estiver mais tranqüilo – com a adrenalina

assentada -, durante uma pausa, poderá soltar os gestos; O movimento deve ser firme, indicando certeza e convicção; O movimento poderá ser realizado apenas com um dos braços, para simplificar a

gesticulação; e depois, já mais à vontade, com os dois braços; É um procedimento do mais elevado grau de comunicação e só se recomenda sua utilização

depois de muita prática e treinamento;

Treinamento:

a) Fique em pé, apoiado sobre as duas pernas; pés afastados, cerca de um palmo e os braços naturalmente estendidos;

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b) Imagine que está diante de uma platéia;

c) Escolha duas ou três formas de se iniciar uma mensagem para exercitar; d) Comece a falar com os braços ao longo do corpo e só depois de 5 a 10 segundos, durante uma pausa, levante um ou os dois braços, para gesticular acima da linha da cintura. Faça o movimento partindo do ombro, com convicção e deixe o braço parado até que a idéia se complete; e) Depois retorne lentamente – para sentir e ter consciência do movimento. f) Não tenha pressa e não se sinta ridículo. Treine bastante, sinta sempre cada movimento até que possa realizá-lo espontaneamente, com naturalidade. Obs.: Ficar com as mãos atrás das costas, nos bolsos, apoiadas sobre a mesa, a cadeira ou outro objeto qualquer poderá caracterizar-se com postura recomendável, depende da naturalidade, bem-estar e disposição. Obs.: Mãos nos bolsos e braços cruzados chamam excessivamente a atenção!

2) A posição das mãos. A postura inicial, com as mãos apoiadas atrás das costas ou apoiadas sobre a mesa, é

recomendada se você sentir-se inseguro e precisar de alguns instantes para acalmar-se. Nesse caso, dê preferência às frases leves, que não exijam entusiasmo nem vibração. Considere-se ainda que este seja um procedimento que se recomenda adotar no início da

apresentação, para que você possa adaptar-se lentamente ao ambiente. Se a posição inicial for com as mãos apoiadas sobre a mesa ou tribuna, a possibilidade de

soltar as duas mãos ao mesmo tempo para gesticular será maior. Tome cuidado, entretanto, especialmente se você for alto, para não inclinar o corpo para frente enquanto põe as mãos sobre a mesa.

Mantenha sempre postura ereta, projetando, assim, uma personalidade segura e confiante. Quanto ao apoiar-se na haste do microfone, não há nada de mau, desde que não fique muito

tempo na mesma posição ou comece a esfregar ou bater na haste produzindo ruídos irritantes. Pode usar o truque das fichas de anotação, da organização da tribuna ou da abertura e

paginação da Bíblia – isto ajuda também a acalmar e organizar o pensamento; As mãos podem estar fechadas em forma de concha, para isto devem ser colocadas na frente

do corpo e acima da linha da cintura. Isto permite que você ganhe tempo até que possa tranqüilizar-se. Cuidado para não bater

palmas!

3) A Posição do Tronco Está diretamente relacionada à postura das pernas. Evite a postura relaxada, com o corpo curvado deselegantemente para a frente ou para os

lados, com os músculos derrubados, o peito retraído e os ombros caídos, como se estivesse desabando.

Por outro lado, também não se recomenda uma atitude excessivamente ativa e arrogante. Comportando-se assim, você passará para o público a imagem de alguém prepotente, o que não interessa a ninguém, pois coloca a platéia na defensiva - por receio ou antipatia.

Quando você inclina levemente o corpo para a frente, ele passa a dar mais ênfase às informações, demonstrando dessa forma uma convicção mais saliente na defesa de uma idéia – além de provocar maior aproximação com os ouvintes, indicando simbolicamente uma espécie de penetração no território da platéia.

Fique atento, faça do seu tronco um elemento de participação efetiva, eficiente e produtiva.

4) A Posição da Cabeça A cabeça baixa dá a impressão de que o orador (a) (pregador) está receio do público e poderá

afastá-lo dos ouvintes.

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A cabeça levantada excessivamente, com o queixo apontado para a platéia, poderá colocá-lo na defensiva.

Evite deixar a cabeça caída para um dos lados. Se, entretanto, você deseja comunicar mensagens que indiquem tristeza, sofrimento,

desolação, apatia, dor, lástima, amargura, cansaço, desestímulo, derrota, melancolia, etc., deixar a cabeça baixa é uma ótima forma de ilustração.

A cabeça levantada pode indicar desafio, coragem, brio, insulto, provocação, etc. Ao encerrar uma apresentação, nunca abaixe a cabeça e nem faça qualquer sinal ou

expressão de lástima ou negatividade. Esse procedimento influencia desfavoravelmente a opinião dos ouvintes e eles passam a

pensar que a fala realmente não foi boa! Por isso, mesmo que não tenha gostado da apresentação, não conte ou demonstre isso à

platéia – muito menos peça desculpas! Saia da tribuna como se tivesse proferido o melhor discurso de sua vida...

5) A Expressão do Semblante. Funciona como uma espécie de tela onde as imagens do nosso interior são apresentadas em

todas as suas dimensões. O queixo, a boca, as faces, o nariz, os olhos, as sobrancelhas e a testa trabalham

isoladamente ou em conjunto para demonstrar idéias e sentimentos transmitidos pelas palavras e, às vezes, sem elas!

A boca semi-aberta com os olhos abertos indicará estado de espanto, surpresa, sem que uma única palavra seja pronunciada.

O semblante é também um indicador de coerência e de sinceridade das palavras. Por isso, deve demonstrar exatamente o que queremos dizer. Por exemplo: falar-se de

tristeza com semblante alegre ou indiferente é assinar um atestado de falsidade! Evite excessos no trabalho do jogo fisionômico. Contrair frequentemente as faces e o nariz, fechar os olhos, franzir a testa de maneira

exagerada poderá transformá-lo num orador caricato e despersonalizado. O abuso na comunicação facial chama em demasia a atenção da platéia; pode até assustá-la,

além de distraí-la! Não se deve ficar com o semblante impassível!...

Evite semblante fechado e pesado, mantenha-o mais aberto e aliviado!...

Aprenda a sorrir, mas faça-o com o coração!

Evite fugir com os olhos, mas também evite falar encarando as pessoas! Evite olhar para um ponto fixo (um objeto, o espaço vazio, o teto, o piso, ou um ouvinte

(hostil ou receptivo). Preocupe-se com a platéia como um todo! Evite o olhar desconfiado, ou seja, movimentar apenas os olhos, mas também evite o olhar

“limpador de pára-brisa” (neste caso o problema é a velocidade do olhar!). Olhe não apenas com os olhos, mas com o corpo... Ao voltar os olhos para determinado segmento da platéia, deverá fazê-lo virando a cabeça e

levemente o corpo para essa direção. É importante que cada ouvinte tenha a sensação de estar sendo olhado – caminhe com os

olhos!...

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O que evitar:

Se você estiver utilizando microfone, evite mexer no fio. Não segure, não enrole, não torça o fio do microfone.

Pulseiras reluzentes, grandes anéis e outros objetos que sobressaiam muito aos olhos costumam desviar a atenção, tirando a concentração dos ouvintes.

Evite a postura do Zé Carioca: cotovelos grudados no corpo, ou mesmo um pouco afastados e com o antebraço inclinado para cima num posicionamento estático. Dá impressão que você está segurando um guarda-chuva com o braço ou de ter-se esquecido que já o deixou em algum lugar.

Movimentos alheios. Movimentos sem nexo dão a impressão de que se executam atividades

distintas, uma com as mãos e outras com as palavras. Faz-se de tudo: fecham-se as mãos em forma

de concha; entrelaçam-se os dedos; prende-se uma mão com a outra; se segura a gola do paletó com

tal freqüência que chega a irritar o auditório; fica-se mexendo ma pulseira do relógio; tirando e

pondo a aliança; segurando a caneta; estalando os dedos; limpando as unhas; puxando as mangas ou

rodando os botões da blusa ou do paletó; alisando os cabelos; coçando o queixo; enfiando o dedo na

orelha ou no nariz, etc. Gestos acima da linha da cabeça: esses movimentos são exagerados e prejudicam a imagem e a

comunicação do (a) orador (a).

Exceção: ao falar-se para uma multidão, os gestos deverão visar mais à emoção do que a razão; por isso, devem ser mais largos e abundantes, isto é, realizados acima da linha da cabeça.

Apoiar-se sobre a mesa, cadeira, a tribuna, (púlpito), etc. Não é recomendável, pois prende

e limita os movimentos e quase sempre determina um comportamento tímido e inseguro. Pode-se

apoiar no início, porque é melhor que ficar com as mãos trêmulas e gestos descontrolados na frente do auditório. Isto pode trazer uma razoável tranqüilidade para falar, principalmente diante de

grandes platéias, só que não se deve apoiar os cotovelos, apenas as mãos. Esta posição pode ser expressiva para indicar desafio, ponto de vista firmado, expectativa, etc.

Movimentos partindo do cotovelo: Quando o movimento é apenas do antebraço, partindo do

cotovelo, com o braço grudado no corpo, é demonstração evidente de que o (a) pregador (a) está reprimindo, sem desenvoltura para a condução da mensagem. Com este posicionamento há uma

tendência generalizada de realizar movimentos de abrir e fechar os braços, tocando as palmas das mãos ou ponta dos dedos ao fechá-los.

Os erros mais comuns com os braços e as mãos

Os erros mais graves são o excesso e a falta. A imobilidade não é adequada à comunicação, todavia é preferível ao excesso.

Por as mãos atrás das costas dá a impressão que a pessoa não tem braços; no entanto, pior que isso é coçar-se ou esticar o elástico da roupa íntima. Por as mãos atrás das costas é um gesto possível eventualmente para descanso ou para encenar algum movimento, etc. Colocar as mãos nos bolsos é uma postura que demonstra que o (a) pregador não está à vontade, que quer fugir, ou esconder-se. Pior ainda é balançar as mãos ou chaveiros.

Braços cruzados indicam atitude defensiva. É importante não demonstrar ao auditório que este o intimida. Deve-se considerar ainda que o auditório espera uma apresentação franca e

desimpedida de obstáculo e passa a ter a impressão de que o (a) pregador (a) se esconde

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porque não está seguro e convicto da sua mensagem. O gesto pode ser usado para descanso – não prolongado! Pode também demonstrar a idéia de desafio ou de espera. Gestos abaixo da linha da cintura ficam estranhos e parecem sem vida, não possui expressividade e não complementam e nem transportam convenientemente a mensagem – não identificam o pensamento do (a) pregador (a).

AS BEM-AVENTURANÇAS DO PREGADOR

Bem-aventurado o pregador que sabe como pregar.

Bem-aventurado o pregador que encurta suas introduções.

Bem-aventurado o pregador que modela a sua voz, e nunca grita.

Bem-aventurado o pregador que sabe como e quando terminar.

Bem-aventurado o pregador que se inclui entre os ouvintes.

Bem-aventurado o pregador cujos sermões são articulados e lógicos.

Bem-aventurado o pregador cujos sermões constituem uma unidade, tem propósito definido,

sendo cada palavra bem pensada e meditada.

Bem-aventurado o pregador que raramente emprega o pronome “eu”.

Bem-aventurado o pregador que sabe que foi chamado por Deus.

Bem-aventurado o pregador que conhece e prega a Palavra.

Bem-aventurado o pregador que vive a mensagem que prega.

Bem-aventurado o pregador que é Cristocêntrico.

Bem-aventurado o pregador que sabe da sua necessidade do Espírito Santo. Bem-aventurado o pregador que, havendo entregado plenamente sua vida a Deus, é iluminado

pelo Espírito Santo e ungido pelo o Seu poder para alcançar as almas, a fim de ganhá-las para

Deus, e para educá-las no serviço enquanto são guiadas aos pés do Senhor.

“Pregar o Evangelho de Jesus Cristo é o mais alto privilégio e aventura mais sedutora jamais

comissionada ao homem, e ainda o propósito final de toda pregação do Evangelho; é a

evangelização – a real conversão para Cristo”.

(Compilação Pr. Irineu E. Kock. http://www.jesusvoltara.com).

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BIBLIOGRAFIA

BRAGA, James. Como Preparar Mensagens Bíblicas. Editora Vida

MARINHO, Robson Moura. A Arte de Pregar. A Comunicação na Homilética. Editora Vida

Nova SILVA, Severino Pedro Da. Homilética, o Pregador e o Sermão. Editora CPAD SHEPARD,

J. W. O Pregador

SOUZA, Itamir Neves. Atos dos Apóstolos. 77 esboços expositivos de Atos. Editora

Descoberta Bíblia de Referencia Thompson. Editora Vida

FERNANDES, José Nilton Lima. Apostila de Dicas de Oratória.

Esta Apostila foi elaborada por Adriano dos Santos Miranda

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