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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Luciano de Almeida Título: O ensino de Língua Portuguesa e a Webquest MESTRADO EM LÍNGUA PORTUGUESA SÃO PAULO 2018

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC-SP

Luciano de Almeida

Título: O ensino de Língua Portuguesa e a Webquest

MESTRADO EM LÍNGUA PORTUGUESA

SÃO PAULO

2018

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Luciano de Almeida

Título: O ensino de língua portuguesa e a Webquest

MESTRADO EM LÍNGUA PORTUGUESA

Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Mestre em Língua Portuguesa, sob a orientação do Prof. Dr. João Hilton Sayeg de Siqueira.

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Autorizo exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta

Dissertação de Mestrado por processo de fotocopiadoras ou eletrônicos.

Assinatura: ___________________________________________________________

Data: ________________________________________________________________

e-mail: [email protected]

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Luciano de Almeida

Título: O ensino de Língua Portuguesa e a Webquest

Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Mestre em Língua Portuguesa, sob a orientação do Prof. Dr. João Hilton Sayeg de Siqueira

Aprovado em: __/__/__

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________

__________________________________________

__________________________________________

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Agradeço ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq) por todo apoio financeiro na concessão da bolsa de estudos

durante todo período de realização deste mestrado.

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DEDICATÓRIA

À mulher da minha vida Thuany Ribeiro e aos meus filhos

Malu, João e Manuela pelo apoio incondicional em todos os momentos,

principalmente nos de incerteza, muito comuns para quem tenta trilhar novos

caminhos.

Sem vocês nenhuma conquista valeria a pena.

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Agradecimentos

Nesta trajetória de estudos aprendi a superar os medos, as angústias, a

solidão. Deus naquele momento ouviu os meus clamores de desespero para

superar as minhas falhas e não decepcionar quem mais apostou em meu

sucesso.

Ao meu orientador Professor Doutor João Hilton Sayeg de Siqueira, que

desde a licenciatura apoiou o meu crescimento e em nenhum momento deixou

que eu desistisse dos meus objetivos.

À minha família, de quem em vários momentos fiquei ausente e fechado

em meu mundo de pesquisa e dedicação aos meus objetivos.

Aos meus amigos, que em momentos de dificuldade deram-me o apoio

para continuar, incentivando a lutar, para concretizar o meu crescimento.

Agradecer ao CNPq pela bolsa concedida para o desenvolvimento da

pesquisa.

Peço desculpas por abdicar de muitos de vocês para concluir essa

caminhada. Foi difícil, mas esse é mais um passo que posso sim dividir com

todos que estão perto de mim.

.

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Resumo

Nesta pesquisa, elaboramos uma proposta metodológica de ensino da

Língua Portuguesa por meio do Ambiente Virtual para fins específicos em

educação mediada pelo computador.

A partir do enfoque temático adotado para a presente pesquisa,

propõem-se as seguintes questões:

O uso do ambiente virtual em sala de aula é um instrumento necessário

ou apenas opcional?

Com o avanço cada vez maior da tecnologia e as atualizações dos

aplicativos, o ambiente virtual deixará de ser equipamento de estudo e se tornará

local de aprendizagem utilizado por todos?

Podemos descrever que no ambiente virtual é comum o uso de

equipamentos como computadores, notebook, tablets e celulares com

aplicativos de diversos gêneros, jogos, guias, mapas, sites de relacionamentos,

dentre outros; esses recursos todos, entretanto, pouco direcionamento têm para

otimizar a aprendizagem e, menos ainda, o ensino. Convém um estudo mais

apurado sobre o uso desses recursos para fins educacionais.

Com a evolução constante da tecnologia devemos identificar e analisar

as possibilidades para que sejam criadas metodologias para a aplicação e o

desenvolvimento adequado e uniforme de materiais de ensino-aprendizagem em

ambientes virtuais.

Analisamos como estão sendo utilizados atualmente no ambiente virtual

os recursos digitais, estudando as possibilidades positivas e negativas da

inclusão e tecnologias virtuais no ambiente escolar e as possíveis formas de

utilização.

Porém, podemos afirmar que o computador é uma ferramenta de auxílio

fundamental para a evolução da educação, não apenas um artifício para uma

modificação da aula, mas um complemento para inovação.

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Abstract

In this research, we elaborated a methodological proposal for teaching the

Portuguese Language through the Virtual Environment for specific purposes in

computer-mediated education.

Based on the thematic approach adopted for the present research, the

following questions are proposed:

Is using the virtual classroom environment a necessary or only optional

instrument?

With technology advancing and application upgrades, will the virtual

environment cease to be study equipment and become a place of learning used

by all?

We can describe that in the virtual environment it is common to use

equipment such as computers, notebooks, tablets and cell phones with

applications of different genres, games, guides, maps, social networking sites,

among others. learning, and even less, teaching. A more detailed study of the

use of these resources for educational purposes is desirable.

With the constant evolution of technology, we must identify and analyze

the possibilities for creating methodologies for the adequate and uniform

application and development of teaching-learning materials in virtual

environments.

We perform an analysis of how digital resources are currently being used

in the virtual environment, studying the positive and negative possibilities of

inclusion and virtual technologies in the school environment and the possible

ways of using them.

However, we can say that the computer is a fundamental aid tool for the

evolution of education, it is not only an artifice for a modification of the class, but

a complement for innovation.

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Sumário

Introdução..........................................................................................................10

Capítulo 01 – Contexto da pesquisa ................................................................. 20

Capítulo 02 – O ensino da Língua Portuguesa em ambiente virtual ..................44

2.1 – Os gêneros emergentes ............................................................47

2.2 – A escrita e a leitura em ambiente virtual ....................................50

2.3 – As estratégias para o ensino em ambiente virtual .....................53

Capítulo 03 – Leitura: do livro didático à Webquest ..........................................55

3.1 – Concepções de leitura no livro didático ......................................63

3.2 – A leitura na Webquest ................................................................65

3.3 – Análise comparativa das atividades de leitura ...........................73

Conclusão .........................................................................................................75

Referências Bibliográficas .................................................................................76

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Introdução

Este trabalho tem por tema um estudo do ensino da Língua Portuguesa

utilizando a plataforma Webquest. Com isso não se espera, com certeza,

substituir o essencial espaço interacional da sala de aula por plataformas digitais,

as quais podem funcionar como um valoroso complemento e auxílio de todo o

processo de ensino-aprendizagem.

Pesquisadores da National Science Foundation (FONTE: www.nsf.gov),

por meio de um estudo patrocinado pela Michigan State University (MSU),

atestam que há, no ambiente virtual, boas ferramentas para otimizar o ensino,

principalmente para crianças. Diferentemente do que se costuma apregoar, o

estudo destaca que a Web não tem como provocar efeito negativo na

participação social de seus usuários ou no lado psicológico das crianças, o que

pode ser constatado pela melhoria das notas escolares, quando as crianças

passam a usar o apoio da Internet nas pesquisas. (FONTE: www.gic.com.br)

Com a admissão, cada vez maior, dos recursos digitais como auxiliar

nas atividades escolares, a distância entre professor e aluno tem encurtado, o

que vem redesenhando um novo modelo de escola. A sala de aula adquire um

novo significado e ganha uma nova dimensão, que vai para além do espaço

físico delimitado pela sala. Os sites disponíveis na Internet se configuram como

uma enorme base de dados complementar, de onde todos os alunos poderão

retirar informação útil para a execução dos mais variados trabalhos escolares e

dar uma forte contribuição para a consolidação dos conhecimentos.

Há uma gama de recursos no ambiente virtual para ser utilizada em favor

do docente e do discente, no processo de ensino-aprendizagem. Atualmente, a

Internet é empregada de forma produtiva para propostas pedagógicas. Essa

ferramenta, essencial hoje, usada de forma adequada, auxilia no

desenvolvimento educacional, por trazer inovações que possibilitam romper com

a visão do aluno apenas como receptor de mensagens e de informações, ao criar

uma abertura crítica para poder questionar ou mostrar que há várias visões sobre

um assunto em estudo.

A construção de ferramentas de ensino-aprendizagem na Internet tem-

se tornado cada vez mais fácil, diferentemente de quando a Internet começou a

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se popularizar. Não é mais necessário que o programador tenha sólidos

conhecimentos de informática para construir softwares. Pessoas sem

experiência de programação começaram a poder desenvolver seus conteúdos e

a publicá-los em servidores gratuitos da Internet. Em função disso, várias

ferramentas, recursos e metodologias brotam a todo instante, nesse ambiente

virtual, nem sempre adequados para os fins pretendidos.

Por isso, a partir do enfoque temático adotado para a presente pesquisa,

propõem-se as seguintes questões:

1. Como se pode transformar o ambiente físico de sala de aula em um ambiente

virtual de complementação educacional?

2. Como a plataforma virtual Webquest pode auxiliar nessa transformação?

Verificou-se que no ambiente virtual é comum o uso de equipamentos

como computadores, notebook, tablets e celulares com aplicativos de diversos

gêneros, jogos, guias, mapas, sites de relacionamentos, dentre outros, mas

esses recursos todos pouco direcionamento têm para intensificar a

aprendizagem e, menos ainda, o ensino. Convém um estudo mais apurado sobre

o uso desses recursos para fins educacionais.

Isso será possível a partir de uma investigação do que está sendo

proposto no ambiente virtual para a realização de educação on-line (online

learning) e de como ela se configura na interatividade, disponibilizando o uso de

ferramentas que visam ao ideal de autonomia e construção coletiva do

conhecimento.

Destacam-se, para tanto, os Ambientes Virtuais de Aprendizagem

(AVA), constituídos por diversas ferramentas de comunicação e plataformas de

uso educacional, difundidas pela Internet. Essa nova configuração interacional-

educativa tem potencializado os conceitos de emancipação e de elaboração

conjunta de domínio teórico-prático, com a abertura de possibilidades da

participação ativa de alunos e professores, além do compromisso responsável

deles com a aprendizagem. (FONTE: ead.i-bras.net.br)

Por esse enfoque, não podem ser estabelecidas restrições quanto ao

uso de determinadas ferramentas ou plataformas, sem uma avaliação muito

cuidadosa da eficácia de suas contribuições nas atividades educacionais, a partir

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da comprovação de que se constata um conjunto de comportamentos e regras

de convivência favorável a qualquer atividade educacional.

Esta pesquisa, por sua configuração, considera relevante um estudo de

plataformas virtuais, como sistemas de software com metodologia pedagógica,

desenvolvidas para auxiliar o professor e o aluno na promoção do ensino-

aprendizagem. Esses softwares acompanham, facilitam e permitem o

monitoramento por parte de professores e estudantes do processo de

construção de conhecimento, pois atuam como ferramentas complementares do

conteúdo estudado em sala de aula.

Para a boa utilização pedagógica de inovações tecnológicas, é preciso

que os professores estejam bem preparados, que os educandos tenham acesso

aos modernos meios de comunicação e informação e que dominem,

principalmente, repertório e direção para manipulá-los e compreendê-los em

suas múltiplas facetas. E tudo isso só será possível se o educador também

estiver suficientemente motivado e instrumentalizado para servir como condutor

do processo de aprendizagem, trocando informações com seus alunos,

ensinando e aprendendo com eles. (SANTOS: 2007, p. 32)

Por meio desses domínios, docentes e discentes erguerão possibilidades

de ampliar a utilização de ferramentas eletrônicas para a construção de formas

mais dinâmicas de aquisição de informações, filtradas por uma visão crítica,

desenvolvida no processo autônomo da aprendizagem, e de construção de

conhecimento, em situações interativas, sem fronteiras, de troca de

experiências.

Essa atual configuração educacional orienta as presentes investigações

a darem forma aos seguintes objetivos:

1. Geral: Estudar o potencial didático-pedagógico da plataforma virtual Webquest

para o ensino de Língua Portuguesa.

2. Específicos: Identificar e analisar os recursos metodológicos utilizados pela

plataforma Webquest para a aplicação e o desenvolvimento adequado e

uniforme de materiais de ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa em

ambiente virtual.

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Os avanços tecnológicos para o ensino, principalmente de línguas, vêm,

inicialmente, com a popularização da imprensa que possibilitou, no século XVI,

a publicação das primeiras gramáticas pedagógicas, o que provocou uma

revolução. No percurso histórico, vêm os livros didáticos ilustrados, que datam

do século XVII, abrindo mercado para os livros de educação infantil. Com a

invenção do fonógrafo, por Thomas Edson, no início do século XX, novos

avanços didáticos ganharam força, com laboratórios de áudio. Em meados do

mesmo século, surgiram os vídeos, proporcionando a elaboração de material

audiovisual. Com a popularização do computador, na segunda metade do

referido século, as fronteiras se alargaram em proporções inimagináveis.

(PAIVA, 2009)

Para Warschauer e Meskill (2000), uma ferramenta até hoje utilizada em

vários contextos educacionais, a despeito dos avanços tecnológicos, tem sido o

quadro negro, ou lousa, que, com a introdução de outros apoios pedagógicos,

ganhou um complemento, o retroprojetor. Tanto um quanto outro não tiraram o

protagonismo do professor: os alunos permaneceram como figurantes no

processo de ensino, sem grande foco na aprendizagem. Com o surgimento de

programas de computação para auxiliar nos exercícios pedagógicos, o aprendiz

passou a ter uma participação mais ativa em seu processo de construção de

conhecimento, pelos recursos de interatividade proporcionados pelos exercícios

propostos nas plataformas de ensino.

Hoje, é difícil dissociar as novas tecnologias do ensino, dadas as

facilidades introduzidas por ferramentas, como a World Wide Web (WWW), que

revolucionaram as possibilidades de produção, circulação e consumo de textos.

Segundo Paiva (2009, p.1), num primeiro momento, o aparecimento dessa nova

tecnologia despertou desconfiança e rejeição, que foram superadas quando a

tecnologia começou a fazer parte das atividades sociais da linguagem e a escola

acabou por incorporá-las em suas práticas pedagógicas. Os exercícios focados

apenas no aspecto estrutural da língua, que ignoravam o desenvolvimento da

competência comunicativa do aluno, passaram a ser substituídos com a

inserção, nas escolas, dos laboratórios de informática, que passaram a exigir

abordagens metodológicas para orientar o uso do computador no ensino.

Isso começou a ocorrer na década de 1960, mas foi na década de 1980

que o computador pessoal emergiu como uma ferramenta significativa no campo

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educacional. Com a mudança de foco do ensino de línguas para a comunicação,

a ênfase no engajamento de alunos com o discurso autêntico, significativo e

contextualizado trouxe implicações para a integração da tecnologia na sala de

aula. Sob essa nova perspectiva de utilização da tecnologia, duas abordagens

vieram à tona: a cognitiva e a sociocognitiva. (KERN, WARE e WARSCHAUER,

2008)

Segundo os autores, tanto a abordagem cognitiva quanto a

sociocognitiva visam encorajar o aluno a se envolver em situações de interação.

De um lado, a cognitiva, ou construtivista, enfoca o conhecimento cognitivo inato

na interação com a linguagem compreensível e significativa, valorizando o

processo criativo de aprendizagem. De outro, a sociocognitiva ressalta o aspecto

social da aquisição da linguagem, sendo a aprendizagem vista como um

processo de socialização, em que os alunos devem ser encorajados a participar

de interação social autêntica, a fim de poderem praticar situações comunicativas

fora do contexto de sala de aula, por meio de colaborações. Dessa forma, tanto

para uma quanto para outra, a tecnologia é empregada de maneira a maximizar

as oportunidades de interação de alunos com contextos significativamente ricos

de aprendizagem.

Warschauer (2000) destaca que o movimento maior foi possível graças

à conjunção de dois importantes avanços tecnológicos: o computador multimídia

e a Internet. Ambos favorecem o uso da hipermídia, na qual recursos multimídia,

como texto, imagem, som, animação e vídeo, estão agrupados e permitem ao

aluno escolher seu próprio trajeto de navegação. Essas poderosas ferramentas

são capazes de favorecer a abordagem sociocognitiva para o ensino de línguas,

mais especificamente por proporcionarem novas formas de comunicação. Dessa

forma, a Comunicação Mediada por Computador (CMC) apresenta uma

possibilidade de interação direta entre aprendizes, tanto de forma síncrona como

assíncrona. A comunicação síncrona ocorre em tempo real, podendo um aluno

comunicar-se não só com outro aluno ou professor ao mesmo tempo, mas

também com várias pessoas. A modalidade assíncrona não ocorre

simultaneamente e confere a produção de mensagens mais elaboradas, a serem

compartilhadas de forma mais tranquila com centenas ou milhares de pessoas.

Warschauer e Haeley (1998) descrevem duas fases do uso de

computadores no ensino de línguas: a comunicativa e a integrativa. A primeira

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destaca que o foco na comunicação é fundamental para o ensino de línguas,

propondo uma mudança do paradigma linguístico (competência linguística) para

o comunicativo (competência comunicativa). Com a abordagem comunicativa no

ensino de línguas, as atividades baseadas em computador focalizam o uso da

língua e não apenas sua forma gramatical. Revisando e reavaliando a

abordagem comunicativa, veio uma nova postura para a compreensão de como

a aprendizagem deveria integrar vários elementos da língua. Essa mudança de

paradigma trouxe uma nova perspectiva para o uso da tecnologia no ensino de

línguas, a fase integrativa, que atribui maior ênfase ao uso da língua em

contextos sociais autênticos e, ainda, à integração de várias competências na

aprendizagem de línguas, que não só a linguística e a comunicativa.

Essa perspectiva de se trabalharem várias competências do aluno

instiga Dias e Guimarães (2003, p. 64): “A questão que se coloca para os

educadores é: como integrar essa nova forma de pensar, impulsionada pela

realidade do espaço cibernético ao desenvolvimento de conhecimentos e

saberes do aluno?”. A resposta está no fato de que os usuários passam a poder

escolher a informação e tornam-se criadores do seu conhecimento, cabendo ao

professor o papel de guia e mediador nessa construção. Essas tecnologias

incentivam ainda o desenvolvimento de competências que implicam o

pensamento, a capacidade de expressão, de encontro de solução para

problemas e de tomada de decisões. Entretanto, as novas tecnologias, por si só,

não garantem a construção e aquisição de conhecimentos, capacidades e

atitudes, a não ser que estejam integradas em ambientes de ensino-

aprendizagem bem planejados, criando processos de aprendizagem

necessários para os alunos atingirem os objetivos educacionais desejados.

A conexão da escola à Internet e o acesso à informação disponível na

Web permitem uma articulação da produção de conhecimentos, de cultura e de

informação com o estabelecimento de relações e de dinâmicas de

aprendizagem. A escola conectada à Internet passa a fazer parte de um universo

no qual o real se confunde com o virtual. Navegar na Internet pode ser um

processo de busca de informações valioso na construção do conhecimento,

gerando um rico ambiente interativo e motivador de aprendizagem, mas pode

também tornar-se um processo inútil e dispersivo. Por isso, devem-se tomar

alguns cuidados nesse imenso mar de informações, pois, como alerta Cortella

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(2008, p.56), “sem critérios seletivos, muitos ficam sufocados por uma ânsia

precária de ler tudo, de acessar tudo, ouvir tudo, assistir tudo. É por isso que a

maior parte dessas pessoas, em vez de navegar na Internet, naufraga”. Portanto,

todos aqueles que pretendem propor alguma atividade na grande rede mundial,

precisam estar atentos a fim de evitar esse naufrágio.

Embora se corra esse risco, há de se considerar que as novas

tecnologias sempre criaram condições para que muitas mudanças salutares

acontecessem em todos os segmentos da sociedade. Esse processo não é novo,

sempre foi assim: a história do homem coincide com a história das técnicas, ou

seja, a técnica é tão antiga quanto o homem. Inicia-se com a utilização de objetos

que se transformam em instrumentos úteis e indispensáveis. Isso permanece

como um aspecto cada vez mais complexo do processo de construção das

sociedades humanas. (CARDOSO: 2002, p. 322) Sempre houve evolução. As

tecnologias, de uma forma ou de outra, acabam se fazendo presentes em todas

as instituições sociais, dentre elas a escola: do giz e do quadro-negro ao pincel

e ao quadro branco, do caderno de anotações aos notebooks ultraportáteis com

seus programas de edição de texto, do ábaco à calculadora, do livro de texto à

informação disponibilizada on-line.

A informática trouxe novas formas de agir, facilitando algumas tarefas

que antes, quando cumpridas de maneira convencional, exigiam um trabalho

maior e conhecimentos que não estavam acessíveis a todas as áreas de

atividade humana. Em particular, o computador permite resolver certos

problemas que eram impensáveis com papel e lápis. A informação, por sua vez,

nunca esteve tão disponível: Qualquer usuário de qualquer ponto pode não só

trocar informações rapidamente, com baixíssimo custo, mas reconstruir

significados, rearticular ideias individual e coletivamente, e assim, partilhar novos

sentidos, socializar saberes e compartilhar novos consensos com todos os

usuários da rede. (OKADA, 2008, p.55)

As tecnologias são, em grande medida, cada vez mais responsáveis pela

mediação entre a ação e a aprendizagem dos alunos. Os computadores estão

cada vez mais presentes em todos os segmentos sociais, inclusive na educação:

“A tradicional concepção de sala de aula, com alunos-espectadores enfileirados

diante de um professor especialista, detentor da informação, vem se modificando

tanto nos ambientes presenciais quanto nos virtuais. (...) Os novos paradigmas

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epistemológicos apontam para a criação de espaços que privilegiem a co-

construção do conhecimento”. (OKADA, 2008, p. 57) Essa transformação e

evolução na educação fornecem a possibilidade de aproveitar o interesse dos

docentes pelo ambiente virtual, para ir além dos materiais didáticos

disponibilizados pela escola.

Com o intuito de ir além dos materiais didáticos, tradicionalmente

disponibilizados pela escola, é preciso investigar como se dá a transformação do

físico em virtual, propiciado pelas facilidades que se tem hoje em dia e quais

ferramentas possibilitam essa mudança. Para tanto, é necessária a realização

de análises de como estão sendo utilizados, atualmente, no ambiente virtual,

recursos didáticos digitais e quais são os aspectos positivos e negativos de

ferramentas virtuais no ambiente escolar e as possíveis formas de utilização.

Esse processo tem uma base construtiva em que a cada dia ocorre uma

transformação decorrente das adaptações do ser humano que realiza as suas

atividades diárias com uso de equipamentos eletrônicos, não sendo tão distante

a utilização desses mecanismos nas unidades escolares. Podemos citar em:

O processo educativo, no universo sócio-histórico, como todas

as atividades humanas, também foi afetado. Auxiliado pela

informática, teve novos horizontes abertos, que sinalizaram para

a possibilidade de aprendizagem diferenciada a dinâmica. Afinal,

o sujeito não só coletaria informações mais rapidamente,

acessando locais virtuais à sua disposição, mas também poderia

disseminá-la por meio do uso dos recursos tecnológicos,

passando a interagir com pares e/ou tutores para desenvolver

discussão e aprofundamento em um novo ambiente geográfico:

o ciberespaço. (ANDRADE, 2010. p. 15,16)

Não podemos deixar de destacar o ciberespaço, a cultura referente à

utilização das mídias pelas pessoas, a infraestrutura das redes, o

desenvolvimento e a evolução dessa tecnologia contemporânea. Podemos

descrever o crescimento do ambiente virtual pelos meios de comunicação, o

desenvolvimento tecnológico que passou de cabos e antenas à fibra ótica e o

avanço dos aparelhos tecnológicos que são utilizados por quase todos. Nas

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últimas décadas podemos descrever que as evoluções são constantes,

transformando a vida e a rotina de todos. Esse conceito pode ser retomado em:

A cibercultura, tanto quanto quaisquer outros tipos de cultura,

são criaturas humanas. Não há uma separação entre uma forma

de cultura e o ser humano. Nós somos essas culturas. Elas

moldam nossa sensibilidade e nossa mente, muito

especialmente as tecnologias digitais, computacionais, que são

tecnologias da inteligência, conforme foi muito bem

desenvolvido por Lévy e De Kerckhove. Por isso mesmo, são

tecnologias autoevolutivas, pois as máquinas estão ficando cada

vez mais inteligentes. Mas, tanto quanto posso ver, não há por

que desenvolver medos apocalípticos a respeito disso. As

máquinas vão ficar cada vez mais parecidas com o ser humano,

e não o contrário. É nessa direção que caminham as pesquisas

atuais em computação. Mas, ao mesmo tempo, também não se

trata de desenvolver ideologias salvacionistas a respeito das

tecnologias. Se elas são crias nossas, inevitavelmente carregam

dentro de si nossas contradições e paradoxos. (SANTAELLA,

2003, p. 30)

A cultura da informatização da vida, decorrente da evolução tecnológica,

assumiu uma grande parte do desenvolvimento escolar; em algumas pesquisas

foram identificados alguns professores que, mesmo com a proibição, utilizam os

equipamentos para modificar a metodologia de ensino. Essa transformação

torna-se favorável para que os educandos também façam parte da

transformação e do desenvolvimento educacionais. Dessa forma identificamos

que a nova geração de professores está se adaptando para que esses

equipamentos sejam utilizados e adequados para o cotidiano escolar, pois essa

nova geração de alunos está treinada para realizar atividades e interagir em

diversas situações ao mesmo tempo. Para Shepherd e Saliés (2013), esse

conceito está definido em:

Vêm ocorrendo mudanças profundas no modo como o

letramento é entendido. Para aqueles que nasceram e foram

educados antes da era da Internet, o letramento impresso é

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fundamental e o da tela, periférico. Para pessoas nascidas e

educadas desde então, vem sendo o contrário. Neste momento,

encontramo-nos em um período de transição esquisito, de

confronto entre essas gerações. O uso da tecnologia pelos

jovens é visto com desconfiança. Os telefones celulares são

proibidos em sala de aula. Mitos sobre o impacto do meio

eletrônico na linguagem encontra-se por todos os lados (como

mostro em Txtng). As pessoas reclamam que “os adolescentes

não leem”, quando na realidade os adolescentes leem o tempo

todo – no telefone celular, no Facebook...

Podemos afirmar que existe um novo conceito de educação de que há

uma geração de nativos digitais, não devemos nos adaptar e devemos aceitar;

ontem era a enciclopédia, hoje é o livro digital. Por assim ser, o procedimento

metodológico que se pretende adotar é o interpretativista que, por meio de dados

quantitativos, avalia qualitativamente o objeto selecionado para este estudo, que

se organiza na seguinte estrutura:

Capítulo1, em que é apresentado o contexto de base para o desenvolvimento da

pesquisa.

Capítulo 2, em que apresentamos o ensino de Língua Portuguesa em ambiente

virtual, o seu percurso e a sua utilização.

Capítulo 3, em que se traça um percurso histórico de procedimentos de leitura,

do século XIX ao século XXI, com o ensino apoiado em plataformas digitais.

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Capítulo 1 – Contexto da pesquisa

O ambiente virtual na educação há poucas décadas era um pensamento

futurista e uma realidade sem uma perspectiva a ser alcançada. Essa realidade

foi sendo adaptada, em decorrência da grande transformação tecnológica

mundial; os equipamentos que eram de difícil acesso hoje fazem parte da nossa

rotina, podendo ser carregados em nossos bolsos, com acesso a pesquisa,

independentemente dos recursos. A facilidade que temos em recorrer às mídias

transformou o educando, que não tinha um conhecimento dos conteúdos, em um

eterno pesquisador, um desbravador da educação e um questionador com base

teórica.

Tem a mesma apresentação de comunicação escrita e falada como em

qualquer outro ambiente de diálogo, pois com o avanço da tecnologia

determinamos que comunicação não é somente face a face, mas com outros

mecanismos que com o tempo encurtam as distâncias; mesmo permanecendo

distantes, com uma interação em tempo real, os mecanismos de comunicação

foram transformando o conhecimento, as adaptações e o comportamento do ser

humano, as variações foram sendo introduzidas até mesmo no ambiente escolar,

que deixou de ser meramente um contato de docente para discente: passou a

ser uma relação transformadora, de impacto para muitos.

A tecnologia na educação anda a passos curtos, por não ser vista com

bons olhos, como uma ferramenta para desenvolvimento educacional; alguns

profissionais ainda apresentam certa resistência nessa transformação da

educação tradicional que restringe apenas a sala de aula, não podendo

ultrapassar os muros da sabedoria, dos detentores do saber. O docente antes

retinha todo o conhecimento, e hoje percebemos que algumas instituições estão

quebrando esse conceito de que o aluno olha a nuca do outro em sinal de

respeito ao educador; esse formato de fileiras passa a ser alterado para em

círculo, onde o docente não é o mentor do estudo, é um formador de

pesquisadores em busca do conhecimento, utilizando todos os equipamentos

necessários para a mudança, trazendo à independência o aluno, procurando o

melhor para o seu desenvolvimento. O discente está sendo tutorado pelo

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docente, que orienta o caminho a ser percorrido e a forma para que não seja

algo avassalador, pois o ambiente virtual de educação disponibiliza muito

conhecimento, mas também pode deixar em um deserto de saber. (Marcuschi,

2010) O impacto das tecnologias digitais na vida contemporânea está apenas se

fazendo sentir, mas já mostrou com força suficiente que tem enorme poder tanto

para construir como para devastar.

A construção do mecanismo tecnológico, por meio de computadores,

tablets, celulares, tornou-se impactante em vários ambientes; no ambiente

escolar não poderia ser diferente. Docentes sendo substituídos por máquinas

jamais poderia ser aceito, mas não é uma substituição, e sim um suporte para

tirar a carga do docente; para todos os elementos dessa realidade, isso está

sendo construído com um formato de interação. A tecnologia digital vem sendo

inserida de forma gradativa na educação durante essas últimas décadas;

observando alguns países desenvolvidos, essa tecnologia faz parte da educação

desde seu início, deixando os estudos em um crescimento imensurável, perto da

nossa visão de educação. Dessa forma, devemos modificar a maneira de pensar:

a interação deve ser inserida dentro dos muros escolares. (Marcuschi, 2010)

Essa transformação tecnológica digital na sociedade contemporânea e as novas

formas de comunicação estão cada vez mais incorporadas ao nosso dia a dia

em quase todos os aspectos de interação e realizações de tarefas da nossa

rotina diária, fazendo com que a sociedade seja mais produtiva e independente.

Pode-se notar essa transformação no contexto escolar pelas referências de

gêneros da escrita; em poucas décadas um dos gêneros mais contundentes para

uma comunicação ativa era carta, uma referência para a interação a distância.

Hoje podemos citar diversos gêneros para uma comunicação a distância e um

discurso para vários ambientes: e-mail, blog, chat e outros gêneros do “discurso

eletrônico”; a conversação para a ser dinâmica e eficiente, tornando-se uma

ferramenta muito eficaz.

Não há possibilidade de as plataformas de ensino disponibilizadas nos

ambientes virtuais de aprendizagem serem contidas em nenhum aspecto. O

Ministério da Educação já inseriu esse conteúdo na LDB 9394/1996, que

normatiza o ensino com uso de equipamentos eletrônicos no seu inciso: “§ 4º O

ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a distância utilizado como

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complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais”, e a

possibilidade de utilizar ferramentas de ensinos diversos. Não podemos perder

esse avanço na educação, devemos sim treinar todos os profissionais para que

o ambiente virtual não seja um equipamento de oposição, mas uma

transformação no ensino e aprendizagem. Devemos transformar a nossa visão

de mundo, participando integralmente dessa evolução; somos adaptáveis a

diversas situações, não podemos deixar de nos adaptar a esse novo contexto

educacional. Podemos afirmar com base nas teorias que:

As novas tecnologias possibilitam ao usuário o acesso a

questões de toda ordem, discutidos em âmbito mundial. A

grande teia hipertextual disponibilizada na Internet traz o mundo

para a tela do usuário, oportunizando o acesso a hiperlinks numa

escala crescente, gerando uma imensa quantidade de

informação. Para que tal processo seja produtivo, é necessário

desenvolver novas habilidades de leitura e construção de

referenciais de forma a organizar o acesso aos dados, a buscar

uma ordem na desordem, a construir o conhecimento.

(SCHUELTER, 2005, p.06)

Marcuschi (2010) conceitua que é inegável que a tecnologia do

computador, em especial com o surgimento da Internet, criou uma imensa rede

social (virtual) que liga os mais diversos indivíduos pelas mais diversificadas

formas em uma velocidade espantosa e, na maioria dos casos, em uma relação

síncrona. Isso se dá em uma nova noção de interação social. Esse é o primeiro

aspecto que podemos frisar na natureza das novas tecnologias: não são

antissociais, como alguns supuseram, mas favorecem a criação de verdadeiras

redes de interesses. Surgem daí “comunidades virtuais” em que os membros

interagem de forma rápida e eficaz.

Webquest significa, literalmente, uma demanda na web e é definida por

seu autor, Bernie Dodge (1995), da seguinte maneira: “uma Webquest é uma

atividade orientada para a pesquisa em que alguma, ou toda, informação com

que os alunos interagem provém de recursos na Internet, opcionalmente

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suplementados por videoconferência” (apud WebQuest Escola do Futuro – USP.

Disponível em www.webquest.futuro.usp.br).

Bernie Dodge é professor de Tecnologia Educacional e já vem utilizando

a Internet há mais de 20 anos como recurso educacional. Uma Webquest pode

ser o pontapé inicial para educadores utilizarem recursos da Internet, pois é um

recurso simples, de fácil execução e que estimula e diferencia as aulas. Além

disso, pode ajudar o professor a planejar e se estruturar melhor, propiciando,

ainda, a sua criatividade, pois os educadores podem criar suas Webquest de

acordo com suas realidades e necessidades.

Outro grande diferencial no uso da Webquest é a facilidade que oferece

para os trabalhos de pesquisa. Nesse tipo de ferramenta, as páginas já são

previamente selecionadas, apresentando uma lista dos sites que são

importantes para desenvolver um determinado tema. “Isso facilita o trabalho dos

estudantes que, muitas vezes, se perdem no ciberespaço, pois existe uma

infinidade de sites e muitos são desnecessários, dispersando os alunos dos

objetivos a serem alcançados”, afirma Daphne Holzer Velihovetchi, professora

do Curso a Distância CPT Uso da Informática na Educação – Fundamental e

Médio, em Livro+DVD e Curso Online.

A plataforma foi criada para a transformação e a otimização do ensino de

Língua Portuguesa e outras matérias no âmbito escolar, para realizar a interação

da aprendizagem, sendo cada atividade criada de acordo com a necessidade de

cada docente, aplicando a sua metodologia e as suas práticas educacionais.

Essas características também são utilizadas na sequência da proposta

didática, criando as possibilidades dos exercícios individuais ou em grupos

elaborados para ampliar as necessidades práticas e metodológicas.

Podemos citar como necessidades práticas metodológicas os campos

que não delimitam o espaço a ser pesquisado, como, por exemplo, a criação de

hipertexto, para que as consultas sejam realizadas na imensidão de conteúdos

disponibilizados no ambiente virtual. Isso proporciona uma possibilidade de o

discente exercer a pesquisa, não se detendo ao conhecimento exposto na

plataforma de ensino e na sala de aula. As grandes variedades de informações

e a tecnologia são os atrativos que a Webquest disponibiliza, tendo o discente

maior autonomia para desenvolver suas atividades, sem a intervenção

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sincrônica do professor, realizando um aprendizado livre das obrigações do

ensino antigo, quando a pesquisa era limitada apenas a alguns livros, não tendo

uma amplitude de informações que hoje está disponibilizada na Internet.

Uma atividade bem planejada desperta o interesse do discente e

desenvolve um papel enorme de ensino-aprendizagem. Não podemos nos

esquecer de orientar como devem ser realizadas a pesquisa e as formas de

reconhecer as fontes fornecidas, a sua confiabilidade e segurança. As atividades

propostas podem ser desenvolvidas por um discente ou em grupos, havendo

possibilidades de serem aplicadas a todas as matérias; em Língua Portuguesa,

podemos desenvolver a leitura, o desenvolvimento gramatical da língua,

interpretação de texto e as habilidades cognitivas.

As Webquest podem ser curtas, com o objetivo de aquisição completa de

um determinado conhecimento, ou longas, cuja ideia central é ampliar e refinar

um dado conhecimento, pois as análises dos conteúdos serão aprofundadas,

criando outros novos materiais, de preferência na própria Internet, cuja duração

pode ir de uma semana a um mês.

Ao criar ou escolher uma Webquest já postada na Internet, deve-se

observar se ela tem os seguintes princípios:

.

Introdução: o texto deve despertar a curiosidade e estimular os alunos a

prosseguir; para isso, deve ser um texto direcionado ao público-alvo e

evitar didatismo.

Tarefa: parte principal de uma Webquest, pois é ela quem norteia e

estimula os alunos, devendo ser motivadora e desafiadora, com

possibilidade de ser efetivamente realizada, que seja plausível e que

tenha relações com a vida dos estudantes. Deve-se descrever o produto

final esperado e as ferramentas que devem ser utilizadas para isso.

Exemplos: elaborar um resumo, resolver um problema, defender uma

opinião, fazer uma reportagem ou qualquer outra coisa que exija dos

alunos a transformação das informações transmitidas.

Processo: demonstra passo a passo o que os alunos devem fazer para

realizar a tarefa proposta. Ele deve ser bem detalhado. Deve especificar

também as expectativas, estabelecendo as fontes (recursos) a serem

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usadas. Se na Webquest exigir a definição de papéis, delimite suas

respectivas funções nessa seção.

Fontes de informação: são os sites que o professor escolheu para os

alunos consultarem e realizarem as tarefas. Eles deverão ser

apresentados à medida das necessidades dos alunos.

Avaliação: constam quais os procedimentos que serão usados para

avaliar os alunos.

Conclusão: coloca-se um resumo do que foi abordado pela Webquest e

os objetivos que foram ou deveriam ser alcançados. Nela pode-se

também estimular e incentivar os alunos a continuarem pesquisando

sobre o tema, colocando-se links e frases interessantes.

Créditos: devem ser apresentadas todas as fontes utilizadas (fotos,

desenhos, músicas, livros etc.). Para páginas da Internet, colocam-se os

links.

Diante das evoluções tecnológicas na sociedade brasileira, percebemos

que o uso de equipamentos eletrônicos unificados com a Internet passam por

uma evolução constante, com esta, no aumento da dependência do uso das

tecnologias, sendo cada dia mais volumosa e perceptível a compulsão pelo uso

das tecnologias. Em cada ponto da sociedade observamos uma pessoa

utilizando a tecnologia para se comunicar ou interagir em seus afazeres diários,

empregando os recursos para transformar a vida dinâmica, tornando-se

prazerosa; por exemplo, elimina o deslocamento para pagamento de contas,

podendo ser realizado em segundos, facilitado e eliminando o desconforto de

enfrentar filas quilométricas que em décadas passadas era quase impossível de

serem evitadas, colocando os aparelhos e equipamentos não como necessários,

mas como essenciais.

Não podemos relacionar toda essa facilidade em nossa rotina diária,

deixando de fora do contexto escolar. Hoje qualquer pesquisa pode ser realizada

dentro da sala de aula, pois os aplicativos de pesquisa são de qualidade

inigualável, de forma a facilitar as possibilidades de interagir com as atividades

escolares; há pouco tempo o uso do dicionário era obrigatório em seu formato

original, dificultando o transporte, completando os materiais pesados e que

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influenciava na saúde do aluno, que muitas vezes adquiria problemas na coluna

ou de má postura decorrente do peso que era acondicionado na mochila ou

bolsa, para estar com todo o material necessário para um bom aproveitamento

escolar. Podemos apontar esse conceito em:

A ascensão da tecnologia informática provocou mudanças no

cotidiano das pessoas: essas passaram a reorganizar suas

práticas sociais devido às possibilidades de acesso aos vários

recursos que foram criados. Assim, cartas postadas pelos

Correios deram espaços a e-mails, pagamentos e compras

podem ser realizados de casa pela Web. O mundo

informatizado, com seus recursos e conteúdos atraentes, com

ambiente multimídia, global e interacional provocou uma

revolução nas atividades humanas, oferecendo novos meios e

maneiras para o relacionamento com o outro e com o

conhecimento. (ANDRADE, 2010. p. 15)

O uso da WQ nas unidades escolares públicas apresenta dificuldades em

sua aplicação, pois existem os fatores que impossibilitam o seu

desenvolvimento. Verificamos que em algumas unidades escolares existe uma

agenda para o uso do laboratório, em outras não há computadores suficientes

para todos os alunos, tendo unidades que não são disponibilizadas na Internet;

sendo assim, fatores contrários são maiores que os favoráveis. Já em se

tratando de unidades escolares privadas, a utilização de computadores com

redes de Internet e outros equipamentos é bem melhor em comparação às redes

educacionais públicas. Marinho (2012) traz essa reflexão:

No caso da escola particular a presença do computador é mais

forte do que na escola pública. Essa presença, sem dúvida, se

deve muito à concorrência: “Se os alunos da escola concorrente

usam o computador, a minha escola também tem que fazê-lo”,

pensam diretores e donos de escolas, muito embora nem

sempre se ocupem em avaliar as possibilidades reais desse uso,

sua qualidade e adequação. Mesmo que seja por conta da

competição no mercado, o computador é trazido para a escola,

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numa estratégia de dar resposta mais imediata às demandas de

alunos e de seus pais.

Realizando um questionamento do porquê da recusa da utilização da

tecnologia em sala de aula, percebemos que há um receio de alguns professores

que não têm habilidade competente para manusear os equipamentos, tendo

dificuldade em realizar programação e construção de atividades. Já em

contrapartida, os alunos têm habilidade maior, utilizando os equipamentos

midiáticos de forma quase completa e com facilidade tamanha; é uma geração

de nativos digitais, habilitados desde tenra idade. Há um receio de como a

influência de décadas poderá ser modificada, cujo educador dominava todas as

habilidades existentes, pois ele é o educador, dominava todos os

conhecimentos, sabia tudo, não deveria ter dúvidas, não podendo ser

questionado de nenhuma forma; tornou-se comum abolir o uso por falta de

conhecimento. Podemos citar em:

Já faz alguns anos que muitos educadores entraram em um

verdadeiro “pânico”, quando perceberam que as novas

tecnologias da informação e comunicação (TICs) estavam

adentrando o espaço educacional nos diferentes níveis,

inclusive oportunizando uma dinâmica toda especial para os

cursos realizados na modalidade a distância. Muitos recursos

surgiram para que a educação, educadores e educandos

possam estar interagindo com as mídias e com as TICs. Em todo

o mundo surgiram várias propostas para adaptar o computador

à dinâmica da sala de aula, na tentativa de acompanhar os

avanços tecnológicos e possibilitar a adequação necessária

para as metodologias que em muitos casos ficou estagnada no

passado. Atrelada a essa concepção de mudança do paradigma

está a compreensão de que o papel do profissional de educação

na atualidade é o de estimular os alunos a aprenderem a buscar

e selecionar as fontes de informações disponíveis para a

construção do conhecimento, analisando-as e reelaborando-as.

(PIMENTEL, 2007. p. 02)

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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sancionou, no dia 6 de

novembro de 2017, a lei que autoriza o uso de telefones celulares para fins

pedagógicos em salas de aula. O Projeto de Lei 860/2016, encaminhado à

Assembleia Legislativa de São Paulo ainda em 2016, alterou a Lei 12.730/2007,

que proibia o uso desse tipo de dispositivo em escolas estaduais; a lei permite

que estudantes dos ensinos fundamental e médio utilizem aparelhos em sala de

aula desde que em atividades pedagógicas e orientados pelos educadores. A

ideia é atualizar as linguagens de ensino e acompanhar as inovações

tecnológicas para despertar a curiosidade de crianças e adolescentes no

ambiente escolar; essa modificação no conceito do uso dos equipamentos

eletrônicos virá para reelaborar as aulas, não sendo necessário deslocar uma

turma de 40 alunos para que seja realizada uma atividade com o uso das

tecnologias. Hoje quase todos os cidadãos têm um aparelho celular com acesso

à Internet; vamos precisar apenas de uma conexão para que possamos realizar

as aulas com o uso da Internet. Em alguns municípios essa rede wi-fi já está

disponível para que seja utilizada para atividades educacionais. É limitada para

alguns acessos, mas liberada para pesquisa.

O uso das tecnologias em sala de aula para uso educacional já era citados

em vários artigos de estudiosos e pesquisadores; podemos citar: Karsenti e

Villeneuve e Raby (2008), que realizaram algumas pesquisas cujas

preocupações eram em diversos aspectos: Por que se preocupar com a

preparação dos futuros professores para os usos pedagógicos das TIC em

contexto escolar? Porque a literatura científica dos últimos anos indica

claramente que elas favorecem, em vários aspectos, o êxito educacional dos

estudantes.

Entretanto, essa mesma literatura científica revela também que os

professores as usam raramente em contexto escolar; é preciso fazer prova de

bom senso. Mas qual é esse bom senso que devemos nos questionar quanto à

utilização das mídias, quais ambientes são adequados? Em países

desenvolvidos essa utilização já é consciente por ambas as partes, estudante e

professor.

Em 2007, houve debate sobre a integração das TIC em contexto escolar,

quanto à necessidade (ou não) de usá-las na escola. O debate deve antes

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focalizar como integrá-las à pedagogia. Neste texto, a primeira seção examina o

seu impacto no êxito educacional dos alunos antes de analisar a questão da sua

difícil penetração nas práticas pedagógicas em sala de aula. Podemos citar

Pimentel (2007): transformar o espaço virtual voltado à educação é uma tarefa

que exige muita disciplina e um espírito de pesquisa e a transformação do

conceito de que todo tipo de equipamento sendo bem utilizado é uma ferramenta

útil e eficaz.

A tecnologia tem influenciando na formação e transformação da educação

e professores, para transformar a educação em uma inovação e na busca por

uma educação de qualidade. Na construção do saber sendo fruto da busca do

saberes, a Internet possibilita a criação de um novo conceito de educação de

transformação do aluno e a melhora para educação.

A tecnologia é aceita em diversos aspectos ou determinados momentos

da vida, mas o uso em sala de aula é discutido por diversos especialistas que

criticam a forma da exposição da educação através da Internet, mas vamos fazer

um diagnóstico da evolução da educação nas últimas décadas. No caminho

percorrido pelos livros de pesquisa para a pesquisa em sites especializados de

buscas, passamos a observar que o estudante de hoje é favorecido, pois a

biblioteca está em seu bolso; no passado a biblioteca estava a quilômetros de

seus lares.

Podemos citar Andrade (2010): para a realização de um processo

educativo participativo e de qualidade, é fundamental considerar o propósito

educacional, o engajamento dos alunos e a estruturação do desenvolvimento

dialógico da interação, elaborando o hipertexto de forma que os alunos

reconheçam a necessidade de construir um sentido para o conjunto de

informações que recebem a cada momento da navegação. Um constante

aperfeiçoamento docente em busca de novos conhecimentos transforma a

realidade educacional ultrapassada em uma educação renovada e atrativa para

os educandos, deixando os resquícios do passado, passando para uma

educação tecnológica e evoluída.

A contemporaneidade traz à tona quanto o computador é eficiente para a

educação, não se tornando um inimigo, uma arma para ser utilizada contra os

docentes que não têm a facilidade que os nativos digitais apresentam. Castro e

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Tavares (2005) fazem a organização lógica dos conteúdos das Webquest,

devendo traduzir-se numa organização física bem estruturada. E se a

necessidade de simplicidade e clareza nas aplicações de multimídia

educacionais é sempre premente, também nas Webquest se devem respeitar os

princípios relacionados com a ergonomia das aplicações de multimídia, os quais

resultam de estudo, experiência e testes realizados ao longo dos tempos.

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Webquest Curta

Um exemplo de Webquest curta demostrando o trabalho que será

produzido em poucas aulas, utilizando o conteúdo exposto em sala de aula ou

um complemento do conteúdo.

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Webquest Longa

Como exemplo de Webquest longa, podemos explorar ao máximo os

dispositivos disponíveis na Internet, hipertextos, hiperlinks, vídeos, imagens,

uma extensão das aulas em sala de aula, ampliando o campo de pesquisa e

conhecimento do aluno.

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Capítulo 2 – O ensino de Língua Portuguesa em ambientes

virtuais

Hoje percebemos que as tecnologias estão em quase todas as nossas

tarefas realizadas no dia a dia; podemos afirmar que ocorreu uma transformação

dos recursos de pesquisa. Um exemplo são as pesquisas que eram realizadas

por nossas avós ou mães em livros de receitas, em cadernos com diversas

anotações. Por aplicativos de busca como Google, é facilitada nossa rotina e

otimizados os conteúdos que eram armazenados em livros ou cadernos para

serem consultados quando necessário.

A trajetória do uso das tecnologias para o ensino a distância teve início

em 1937 com a criação do Serviço de Radiodifusão Educativa, do Ministério da

Educação. As aulas eram realizadas através do uso do rádio e acompanhadas

por materiais impressos. O Instituto Universal Brasileiro, que foi criado em 1941,

até hoje ainda possibilita o ensino por correspondência e mantém o ensino e a

profissionalização de diversas pessoas que utilizam esse sistema. Nesse

percurso do ensino com o uso das mídias apenas alguns conseguiram manter o

seu desenvolvimento por anos, acompanhando a evolução e renovando o seu

sistema. Instituto Monitor e Instituto Universal Brasileiro, os dois iniciaram o seu

sistema educacional por correspondência; com o surgimento da televisão em

1948 ocorreu uma transformação no ensino a distância, trazendo um novo

público para a educação, mas essa nova tecnologia só começou a ser utilizada

em 1965, criada pelo poder público; chamava-se TV Educativa. O percurso da

educação EaD evoluía morosamente, passando-se décadas com o mesmo

sistema sem renovação; em 1977 surge a Fundação Roberto Marinho, em 19881

veio ao ar o Telecurso 1º e 2º graus, passando por uma reformulação e tendo

seu nome alterado para Telecurso 2000. Citar esse percurso para contextualizar

o uso do ensino a distância em escolas de ensino infantil ao médio e

universidades é muito importante para percebemos que essa metodologia de

ensino está disponível há décadas.

Podemos citar Almeida (2003), que traz em seu texto esse conceito:

O advento das tecnologias de informação e comunicação (TIC)

reavivou as práticas de EaD devido à flexibilidade do tempo,

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quebra de barreiras espaciais, emissão e recebimento

instantâneo de materiais, o que permite realizar tanto as

tradicionais formas mecanicistas de transmitir conteúdos, agora

digitalizados e hipermidiáticos, como explorar o potencial de

interatividade das TIC e desenvolver atividades à distância com

base na interação e na produção de conhecimento.

Trazendo para o ensino de Língua Portuguesa afirmamos que o início foi

apenas uma transferência de dados dos livros didáticos para a Internet, onde

podíamos encontrar gramáticas completas, dicionários, dentre outros meios de

estudos na Internet, mas sem a transformação e animação de design que

encontramos atualmente. Hoje o ensino tornou-se hibrido; mesmo em escolas

de ensino presencial normal, a utilização dos conteúdos on-line é muito

importante para essa nova geração de estudantes que está surgindo, estudantes

nativos digitais, tendo o uso da tecnologia na sua rotina; com isso, devemos

implantar o uso das tecnologias em sala de aula.

Dentro do ensino de Língua Portuguesa, o uso da tecnologia digital

apresenta diversas formas e recursos disponíveis; podemos citar o dicionário

com milhares de verbetes e contextualização com figuras e a pronúncia das

palavras, a gramática que pode ser escrita ou em videoaula. Diversos

profissionais disponibilizam aulas sob várias formas de ensino; a leitura, que

pode ser com hipertextualização dos assuntos contidos no texto ou indo em

busca de outros assuntos relacionados a ela. Esse conceito podemos afirmar em

Almeida (2003):

A leitura de um texto não linear (hipertexto) na tela do

computador está baseada em indexações, conexões entre

ideias e conceitos articulados por meio de links (nós e ligações)

que conectam informações representadas em diferentes

linguagens e formas, tais como palavras, páginas, imagens,

animações, gráficos, sons, clipes de vídeo, etc. Dessa forma, ao

clicar sobre uma palavra, imagem ou frase definida como um nó

de um hipertexto, encontra-se uma nova situação, evento ou

outros textos relacionados. Portanto, cada nó pode ser ponto de

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partida ou de chegada, originar outras redes e conexões, sem

que exista um nó fundamental.

A evolução do ambiente virtual auxiliou em muito a educação; podemos

dizer que transformou a educação padronizada em livros e pesquisas rasas pelo

acesso ao material limitado em uma busca mais aprofundada. Antigamente era

despendido muito tempo, tendo que realizar deslocamentos a uma biblioteca,

metaforicamente uma transformação da água ao vinho, hoje o acesso ao

conteúdo é ilimitado: livros, artigos, pesquisas, revistas disponíveis para

consulta, bibliotecas infinitas para acesso on-line. Um bom incentivo, um auxílio

bem estruturado com que transformaremos os alunos.

Para Almeida (2003), ambientes digitais de aprendizagem são

sistemas informatizados disponíveis na Internet para uso comum e abertos a

todos; esses sistemas são destinados ao uso de atividades tecnológicas

disponíveis na rede, sendo disponibilizados para utilização de múltiplas mídias,

linguagens e recursos, que são atualizadas constantemente e por diversos

profissionais, com o objetivo de auxiliar e acrescentar no crescimento da

educação. A tecnologia é utilizada de acordo com o crescimento e a

disponibilidade de cada docente para aplicabilidade em aula ou para repassar

para pesquisa a ser feita pelo discente.

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2.1 Os gêneros emergentes

Quando falamos em gêneros emergentes estamos nos referindo a

gêneros textuais que estão emergindo no contexto digital. A transformação dos

gêneros utilizados há décadas que estão sendo atualizados, passando por uma

transformação decorrente do avanço tecnológico. Os gêneros emergentes foram

surgindo gradativamente; não foi uma transformação brusca nem uma

substituição, mas decorrente da modificação dos recursos utilizados, como

podemos ver em:

[...] Os gêneros emergentes nessa nova tecnologia são

relativamente variados, mas a maioria deles tem similares em

outros ambientes, tanto na oralidade como na escrita. Contudo,

sequer se consolidaram; esses gêneros eletrônicos já provocam

polêmicas quanto à natureza e proporção de seu impacto na

linguagem e na vida social.

(MARCUSCHI, 2004, p.14)

Mesmo com o impacto das tecnologias digitais, não ocorreu a

transformação total dos gêneros usuais; em determinadas situações ainda

percebemos o uso de cartas, jornais, revistas impressas, pois alguns usuários

mantêm o tradicionalismo evitando o uso das tecnologias. A leitura e a escrita

não era utilizada constantemente por uma parcela da população, por motivos de

dificuldades ao acesso e envio, mas essa prática tomou um novo rumo com a

evolução tecnológica: pessoas que não mantinham contato com a escrita ou

envio de cartas passaram a ter acesso e a praticar a leitura, que antes se dava

apenas em livros ou jornais, passando a ser constante em mensagens

instantâneas, notas em sites de relacionamentos, leituras de informações

fornecidas pelos meios de comunicação. Isso passou a ser comum e com uma

frequência maior, o número de usuários dos equipamentos digitais aumentou em

proporção significante, acessível a uma parcela maior da população. Podemos

citar Marcuschi (2004):

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49

A comunicação mediada pelo computador abrange todos os

formatos de comunicação e os respectivos gêneros que afloram

nesse contexto. Futuramente, é provável que a expressão

Internet assuma a carga semântica e pragmática do sistema

completo, já que se trata da rede mundial de comunicação

ininterruptamente interconectada a todos os computadores

interligados.

Podemos fazer uma referência ao gênero mais praticado no nosso dia a

dia, a conversação espontânea realizada face a face. Essa conversação passou

por transformação que ampliou esse conceito, encurtando as distâncias,

passando por um percurso de transformação constante; o que era apenas um

contato pessoal entre as pessoas em um espaço curto, com a criação das

tecnologias esse conceito foi sendo transformado e ampliado. O percurso

cronológico dessa transformação foi a criação do computador, telefones fixos,

telefones celulares, e-mails, mensagens curtas pelos aparelhos celulares, o

surgimento de aplicativos de mensagens pelos sites de relacionamentos,

mensagens instantâneas, salas de bate papo, ampliando-se em chamadas de

vídeos. Ampliou-se a distância de comunicação e aproximou o mundo; hoje essa

comunicação está cada vez mais próxima de todos e com muito mais frequência.

Desde que não tomemos a contextualização como um simples processo

de situar o gênero numa situação exteriorizada, mas sim como enquadramento

cognitivo, os gêneros virtuais são formas bastante características de

contextualização.

Marcuschi (2004) descreve esse percurso dos gêneros emergentes em

um quadro que cria um paralelo formal e funcional entre os gêneros novos e

antigos.

Gêneros emergentes Gêneros já existentes

E-mail Carta pessoal / bilhete / correio

Chat em aberto Conversações (em grupos abertos)

Chat reservado Conversações duais (casuais)

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50

Chat ICQ (agendado) Encontros pessoais (agendados)

Chat em salas privadas Conversação fechada

Entrevistas com convidados Entrevistas com pessoa convidada

E-mail educacional (aula por e-mail) Aulas por correspondência

Aulas chat (aulas virtuais) Aulas presenciais

Videoconferências interativas Reunião de grupo / conferência /

debate

Lista de discussão Circulares / séries de circulares

Endereço eletrônico Endereço postal

Blog Diário pessoal, anotações, agendas

Não podemos avaliar os gêneros expostos por Marcuschi (2004) em uma

totalidade; devemos analisar separadamente, pois cada gênero apresenta sua

característica e suas particularidades, mas percebemos que ocorreu um paralelo

para não existir uma lacuna entre o real e o virtual.

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51

2.2 A escrita e a leitura em ambiente virtual

O ambiente virtual é repleto de possibilidades e vertentes para serem

exploradas; dessa forma, com a utilização dos recursos podemos ampliar os

nossos caminhos. A escrita no ambiente virtual não pode ser apenas uma

contextualização do assunto que o escritor-autor quer expor. Koch (2011) afirma

que deve existir um tratamento da linguagem que vai ser exposta, deve haver

uma interação entre o produtor e o leitor; aquele não deve apenas repassar o

conteúdo, mas repassar esse conteúdo de forma agradável e de fácil aceitação.

O conceito de transformação das habilidades cognitivas de escrita e

leitura utilizando os equipamentos digitais está em constante crescimento, pois

cada vez as tecnologias favorecem o autor-escritor e o leitor. E essa interação é

muito agradável para o crescimento, a exemplo de uma crítica ao conteúdo lido

que chega com certa facilidade ao produtor, pois os mecanismos de

comunicação estão cada vez mais ágeis para que isso aconteça com maior

facilidade.

Hoje, para que haja um bom texto e o leitor realize uma boa leitura deve

haver uma estratégia a ser utilizada para o processamento eficaz do texto, o que

será utilizado para que o leitor sinta-se satisfeito com o conteúdo e o contexto.

Com o avanço tecnológico o leitor deixa de ser passivo e começa a

contextualizar e buscar a veracidade das informações do que foi exposto pelo

autor, se está relacionado com o assunto. Retomamos esse conceito em Koch

(2011):

Adotando esta linha de pensamento e lavando em conta a

concepção de texto atualmente adotada pela Linguística

Textual, isto é, que todo texto constitui uma proposta de sentidos

múltiplos e não de um único sentido, e que todo texto é plurilinear

na sua construção, poder-se-ia afirmar que – pelo menos do

ponto de vista da recepção – todo texto é um hipertexto.

Pegando esse sentido de que a hipertextualidade está em todo o texto,

pensamos: mas o hipertexto existe devido à tecnologia que abrange as

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52

possibilidades de buscas, páginas e páginas podem ser exploradas ao mesmo

tempo. Verificou-se em um olhar amplo por Koch que a hipertextualidade já

existe bem antes da informatização, dando o exemplo do texto acadêmico:

Pensemos, inicialmente, nos textos acadêmicos, povoados de

referências, citações, notas de rodapé ou de final de capítulo.

Temos aqui um hipertexto, em que as chamadas para as notas

ou as referências feitas no corpo do trabalho funcionam como

links. O leitor poderá, por exemplo, ler o texto de maneira

contínua e só consultar as notas após essa leitura; consultar

apenas as que mais lhe interessarem ou mesmo não ler

nenhuma. Poderá, também, interromper sua leitura a cada

chamada e integrar o conteúdo da nota de leitura que está

fazendo. Ao encontrar uma referência, quer no texto, quer em

nota, poderá inclusive suspender a leitura para consultar a obra

ali referenciada. Nesta nova obra, por sua vez, poderá encontrar

outras referências, que o levem a outros textos, e assim por

diante. A diferença com relação ao hipertexto eletrônico está

apenas no suporte e na forma e rapidez do acessamento.

(Koch, 2011, p.61)

Essa citação foi marcante para a minha consulta, pois em diversos livros

e artigos de vários estudiosos ocorre a afirmação de que o texto escrito e

utilizado por várias décadas não poderia ser transportado para o ambiente digital

de qualquer forma, pois o ambiente digital teria algumas peculiaridades que o

impresso não disponibilizava, mas vários mecanismos do impresso são

utilizados no digital. Ocorreu sim uma modernização dos conteúdos impressos

para o digital; então, podemos afirmar que podemos sim realizar a transferência

do impresso para digital, atentando para a adaptação e disponibilizando uma

melhor consulta, ampliado as formas de consultar.

Ocorreu uma variação da leitura e da escrita do ambiente virtual para o

impresso bem significativa. Na escrita à mão os erros eram observados após o

término; em alguns casos deveria ocorrer uma reescrita, pois o sistema de

apagar as palavras era perceptível, passando para a máquina de escrever, que

Page 54: O ensino de l̳㔵ngua portuguesa e a webquest de Almeida.… · plataforma Webquest para a aplicação e o desenvolvimento adequado e uniforme de materiais de ensino-aprendizagem

53

disponibilizava recursos para correção, mas não era suficiente. O computador

modificou muito a forma da escrita, quanto à correção ou às configurações,

padrões elevaram. A leitura passou mais por uma adaptação do nosso sistema

ocular que era acostumado a realizar a leitura com a acomodação horizontal;

com o avanço da tecnologia passamos a realizar a habilidade cognitiva da leitura

verticalmente, foi mais uma adaptação do que uma mudança, porque os

equipamentos digitais disponibilizam recursos para a melhor acomodação do

seu usuário. Com essa evolução da escrita e da leitura podemos afirmar que

favoreceu o ensino-aprendizagem.

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54

2.3 As estratégias para o ensino em ambiente virtual

Ensino em ambiente virtual hoje é uma das tendências para ampliar as

possibilidades de as pessoas e os docentes criarem estratégias diferenciadas

para uma educação melhor.

Mas tratando-se de educação regular do ensino fundamental ao ensino

médio em uma unidade escolar pública, essa estratégia está toda na mão do

docente, responsável pela sala de aula; não há um grupo responsável pela

elaboração dos materiais que serão disponibilizados para os alunos. Fizemos

essa referência para contextualizar a educação a distância (EaD) realizada em

universidades públicas e privadas em todo o território nacional com uma

eficiência enorme e com um equipe especializada e responsável pela criação do

conteúdo e a aplicabilidade. Voltando a nossa realidade brasileira o docente é

responsável por todas essas fases de elaboração, criação e aplicabilidade.

A observação do desenvolvimento da atividade é acompanhada de perto

pelo docente, o que deve incluir ou excluir que rumo tomar para a próxima

atividade e qual a aceitabilidade dos discentes.

Há uma tabela elaborada por MOORE e KEARSLEY (2007), que são os

percursos a serem percorridos para que seja elaborada e executada uma boa

atividade.

Análise Reanálise

Elaboração Reelaboração

Desenvolvimento Novo desenvolvimento

Implementação Intervenções

Avaliação

O sistema educacional permite essa adequação da exploração do

ambiente digital em sala de aula, mas em algumas unidades o primeiro

empecilho são os equipamentos para que sejam aplicadas as atividades para os

alunos. Podemos citar em:

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55

Os encarregados de criar os cursos devem se empenhar em um

esforço concentrado, a fim de articular aquilo que acreditam que

seus alunos precisam aprender e de que forma esse

aprendizado será demonstrado como resultado de seu estado

em todos os módulos (geralmente, a divisão mais superficial de

um curso), toda unidade, toda lição e toda parte de cada lição.

(MOORE, KEARSLEY,2007, p. 105)

Não há um modelo a ser seguido para a aplicabilidade em sala de aula, o

docente segue um padrão aceitável pela coordenadoria da unidade escolar e a

disponibilidade de equipamentos. Alguns docentes utilizam o modelo de autor-

editor elaborando as suas atividades, era uma prática empregada na elaboração

e desenvolvimento dos cursos na instrução por correspondências, que o docente

executava todas as atividades para que o curso fosse realizado com êxito.

Não é uma questão de economia, mas sim a otimização do tempo e a

facilitação para que a atividade seja colocada em prática sem falhas, cumprindo

os prazos necessários para o desenvolvimento do cronograma escolar. O que

favorece para o docente ser um autor-editor é a possibilidade de modificar e

transformar uma atividade que não teve uma boa aceitação ou que já foi

executada por todos.

Pensando em otimizar e facilitar o uso da tecnologia no sistema escolar,

que não disponibiliza equipamentos necessários para que a prática educacional

seja cumprida de forma eficiente, podemos utilizar um equipamento que quase

todas as pessoas têm e que pode ser usado com uma grande facilidade, que é

o aparelho celular. Esse equipamento facilita o desenvolvimento das atividades

educacionais, como pesquisas, utilização das plataformas como Webquest,

utilização de dicionários, dentre outras formas disponíveis na rede.

Moore e Kearsley (2007) fazem uma distinção entre tecnologia e mídia,

que empregamos as terminologias de forma errônea como sinônimos; a

definição esclarece que a tecnologia é o veículo que se utiliza para comunicar e

é representada em uma mídia; e as mídias são divididas em quatro tipos: texto,

imagens (fixa e em movimento), sons e dispositivos. Todo esse recurso é

utilizado em nosso sistema educacional, que transformou o ensino-educação.

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56

Capítulo 3. Leitura: do livro didático à Webquest

Neste capítulo busca-se fazer uma travessia no tempo, indo buscar

informações do século XIX ao XXI, para se entender como se deram as

transformações nos procedimentos de leitura até a atualidade, voltada ao mundo

virtual.

No século XIX, os professores necessitavam de apoio gramatical para

poder desenvolver as aulas, pois a grande parcela de docentes da época era

formada em variadas graduações, menos em uma especialização em docência.

Vamos descrever cronologicamente a história do material didático no início sem

tecnologia, impresso em folhas grotescas em preto e branco com uma capa não

tão atraente, mas com um conteúdo inigualável baseado nos padrões europeus.

No início da educação no Brasil eram apenas utilizados livros com

conteúdos complexos não específicos para aulas, sem serem consultados por

estudiosos. As aulas eram nas residências para um público restrito apenas à

burguesia e aqueles que não estudavam aqui no Brasil eram mandados para

fora do país para ter um estudo melhor e alcançar patamares elevados. As

primeiras informações de materiais didáticos utilizados e voltados à educação

brasileira foram em 1808, fabricadas pela Imprensa Régia. Tipografia da época,

começou a produzir e auxiliar a educação; o curso da Real Academia Militar

utilizava esse material elaborado por Dom João VI, que não era produzido aqui

no Brasil, mas importado de diversos países europeus. Como não havia um

padrão de livro didático, o material era padronizado com características diversas

e o objetivo de ensino com dimensão ideológica e cultural.

Muitos anos passaram com o mesmo padrão de ensino e material utilizado

pelos professores; só em 1822 outras editoras assumem as publicações, pois

ocorreram grandes demandas na distribuição, deixando de ser limitada. Apenas

em algumas unidades escolares houve uma ampliação e diversificação do

público, que começou a estudar em um modelo inicial de educação pública, mas

ainda apenas a burguesia alcançava essa possibilidade de estudar.

Com o aumento das produções, estas foram distribuídas para outras

editoras nacionais, cujas informações estão disponibilizadas no catálogo do

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57

Museu Escolar Nacional publicado em 1885. Eis algumas editoras vinculadas à

impressão dos livros: B.L. Ganier, E&H. Laemment, Nicolau Alves, J.G. de

Azevedo, Tip. Nacional, Ed. Rio de Janeiro, Editoras das Províncias, Editora

Estrangeira. Com a produção no Brasil continuou o controle dos militares na

educação nacional.

Não havia uma preocupação com os ensinos secundários e superiores,

apenas com o primário. Em 1827 foram elaboradas algumas contribuições e

mudanças no material do ensino primário de Língua Portuguesa. Após ser

detectada uma segunda geração em 1880 o tema nacionalista foi imposto sobre

o sistema de ensino que era utilizado; assim, continuava a luta para ampliação

da educação para os desfavorecidos e oprimidos da sociedade. Começavam a

ser reconhecidos os cidadãos brasileiros, pois antes só os colonizadores eram

detentores de direitos e os demais apenas de deveres.

O processo de evolução da época decorreu de forma lenta, passando

anos sem qualquer alteração; em 1929 criou-se o Instituto Nacional do Livro

(INL), que transformou e remodelou os materiais didáticos e os dicionários,

dando uma linearidade para as obras literárias, começando a ser elaborados os

livros em braile. Podemos dizer que a partir daquele momento começaram a

ganhar as características reais de livro didático; porém, como citado, toda a

evolução demora, pois apenas em 1934, no governo do presidente Getúlio

Vargas, o INL recebeu a atribuição de modificar e atualizar os materiais

auxiliadores como obras literárias, dicionários, enciclopédias e o livro didático.

Naquele momento o governo começou a olhar de forma ampla para a educação,

facilitando o conhecimento a todas as classes e expandindo as bibliotecas

públicas.

Com a ampliação das instituições de ensino em 1938, o livro didático entra

em discussão no governo, sendo instituído o Decreto-Lei nº 1.006, de 30 de

dezembro de 1938, a partir de uma Comissão Nacional do Livro Didático (CNLD),

que estabelece a política de legislação de produção e controle de circulação das

obras didáticas, pois até então não havia um padrão para escolha ou produção

dos materiais e livros didáticos. Como nada são flores, na época a intenção do

governo era mais ser detentor do controle político-ideológico do que realmente

uma função didática produtiva. Em 1945 o governo reformulou a legislação e as

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58

condições de produção e a importação; mesmo com toda essa normatização e

utilização do livro didático havia uma limitação do professor, sendo a escolha do

livro a ser adotado realizada pelo governo pelo art. 5 do Decreto-Lei nº 8.460, de

26 de dezembro de 1945. O docente apenas recebia em sua unidade escolar o

seu exemplar, não tendo nenhum contato com a escolha do conteúdo didático a

ser desenvolvido para o ensino.

As evoluções continuavam a andar a passos curtos. Em 1966 foi realizado

um acordo entre o Ministério da Educação (MEC) e a Agência Norte-Americana

para o Desenvolvimento Internacional (USAID), que elaboraram e criaram uma

Comissão do Livro Técnico e Livro Didático (COLTED). Como nada na época

andava de acordo com os padrões propostos pelos órgãos organizadores, o

objetivo era coordenar as ações referentes à criação e edições, para que 51

milhões de livros didáticos fossem distribuídos em um período de três anos. As

críticas surgiram pelos educadores, pois continuavam sem autonomia sobre o

conteúdo, pois o MEC e o SNEL (Sindicato Nacional de Editores de Livros)

controlariam a execução e realização técnica.

Quanto às atribuições e realizações, não saíam de forma produtiva, nem

acontecia da forma esperada. Nesse decorrer houve extinções e criações de

novos órgãos responsáveis pela elaboração e criação do livro didático, a

COLTED foi extinta, foi desfeito o convênio entre o MEC e a USAID, o INL passou

a desenvolver o Programa do Livro Didático para o Ensino Fundamental

(PLIDEF), dirigindo a administração e os recursos financeiros de 1971 a 1976;

após esse período, o INL deixa de existir e torna-se a Fundação Nacional do

Material Escolar (FENAME), começando a ser responsável pelo PLIDEF por

meio do Decreto nº 77.107, de 4 de fevereiro de 1976. A partir desse momento

há uma transformação nas compras de livros, que passam a se dar através dos

recursos do Fundo de Desenvolvimento da Educação (FNDE) como o auxílio do

Estado. A evolução não para em 1983; a FENAME foi substituída pela Fundação

de Assistência ao Estudo (FAE), reunindo e centralizando diversos órgãos de

programas de assistências de políticas educacionais; os professores começam

a participar da criação e escolha dos livros didáticos e ampliando as distribuições

para demais séries do ensino fundamental.

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59

. Nada mais segurava a evolução do livro didático. Pesquisadores,

estudiosos e especialistas começaram a unir forças para poder desenvolver uma

nova versão com a cara da educação do momento. Com várias divisões que

facilitavam muito as aulas e o ensino, a capa ganha ilustrações, os textos

utilizados começam a ser o verbal e o não verbal, com o intuito de agradar não

só docentes, mas também os discentes, criando uma habilidade maior para

ambos.

A partir de 1985, após a perspectiva de realizar e criar uma nova

constituição brasileira, teve início uma padronização na educação e como seria

desenvolvida, sendo incluída a formalização das regras e as suas

características. As secretarias foram divididas em estadual e municipal, o livro

didático passou por uma padronização para todas as séries com o nome de

programa de padronização do livro didático (PNLD) do Decreto nº 91.542, de 19

de agosto de 1985, pois antes disso só havia a padronização do livro didático

para o ensino fundamental até a quarta série (atual quinto ano), com o nome de

Programa do Livro Didático para o Ensino Fundamental (PLIDEF). Com a criação

do PNLD o livro não poderia ser utilizado apenas um ano, seu descarte deveria

ser de forma consciente e respeitando as normas estabelecidas; os livros eram

impressos somente em duas cores e apenas em 1990 foi impresso em quatro

cores. Após toda essa mudança atentaram-se para o conteúdo e os autores.

Com toda a transformação, os livros ganham um formato de apostila, com

os conteúdos separados de acordo com cada matéria. As matérias são

selecionadas por uma comissão avaliadora composta por educadores da rede

que avaliam os livros que serão utilizados durante três anos, dividindo-se entre

o município e o estado, dando a cada um a incumbência de preparar o material

para o ensino fundamental e outro para o ensino médio. Esse conteúdo é

escolhido para que o seu desenvolvimento seja eficaz, com bom aproveitamento,

pensando em uma educação rumo à modernização.

A leitura realizada no livro didático se dá em momentos de estudos ou

com toda a sala de aula reunida, ou quando o assunto refere-se a matéria ou

atividade desenvolvida nas aulas. Os textos expostos nos materiais são

elaborados para que não seja uma leitura cansativa e sem atrativo; são inseridas

figuras ou fatos relacionados ao texto, colocando uma transição de língua verbal

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60

e não verbal, diferenciando-se de alguns livros cujos textos são corridos sem

nenhuma interrupção de figuras.

Hoje os produtos didáticos têm uma característica de apostilas impressas

em um material com boa qualidade e design pensado para o melhor

aproveitamento da coletânea escrita das aulas, da matéria que nelas será

lecionada ou que traz o conteúdo teórico do que deve ser estudado. Os

educadores selecionam com o olhar crítico para que tenha um bom

desenvolvimento. Com o avanço tecnológico os materiais estão disponíveis em

DVD player, sites educacionais, podendo ser trabalhados on-line ou offline,

trazendo maior aproveitamento educacional.

A Internet surgiu modificando os costumes, reconstruindo hábitos que não

eram comuns; passa a ter um incentivo maior como o da leitura, pois hoje a

Internet facilita o acesso às notícias, aos livros, dentre outras formas de

comunicação. Várias pesquisas são realizadas para saber se o conceito de

leitura tornou-se habitual com o uso das tecnologias; os números são

significantes, pois a comunicação hoje é realizada na maioria das vezes através

de mensagens de textos, os jornais são on-line, revistas virtuais, notícias são

divulgadas através de sites de relacionamentos. Podemos ter acesso a livros

sem sair de casa, deixando a nossa rotina muito mais organizada. Podemos

afirmar em:

Com a emergência da Internet, as interações sociais, culturais e

comerciais mediadas pelos dispositivos tecnológicos criaram

uma ambiência peculiar em que novos hábitos e costumes se

configuram, lançando o adolescente em um novo habitat.

Entende-se cultura, nesse contexto, como o “conjunto de

práticas, comportamentos, ações e instituições pelas quais os

humanos se relacionam entre si e com a natureza e dela se

distinguem”. Portanto, a cibercultura pode ser compreendida

como uma nova modalidade de interação subjetiva que se

estrutura na interconexão homem e máquina, engendrando

importantes transformações sociais.

(PRIOSTE. 2016. p. 139)

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Podemos fazer referência ao aumento da leitura comparando alguns anos

atrás; o acesso à leitura através dos livros e jornais era limitado, a leitura hoje

passa a ser constante, pois os aplicativos nos mecanismos eletrônicos

disponibilizam vários meios de leitura, até os sites de relacionamento

aumentaram os números de textos que os usuários elaboram para atingir um

determinado público, passando a ser de leitura pública, compartilhados dos

usuários virtuais.

O percurso de evolução da leitura do livro didático passou pelos livros

impressos, CD player, DVD player, os livros digitais, e-books; as plataformas

vieram para inovar as criações de atividades para serem desenvolvidas em sala

de aula ou fora dela. Podemos inferir Schuelter (2005), considerando que vários

aspectos e criações foram desenvolvidos, tendo uma boa aplicabilidade nas

atividades de aprendizagem no ambiente virtual. Esse percurso desenvolvido na

educação, todo esse caminho de evolução deu-se através da expansão da

tecnologia, podendo ser descrito como ampliação do ensino-aprendizagem; os

usuários devem adaptar-se para o crescimento da aprendizagem. Avaliamos os

usuários das tecnologias pela habilidade em manusear o computador, mas

podemos destacar que essa habilidade pode ser ampliada com o uso, adquirindo

o conhecimento necessário para um bom desenvolvimento. É notório que hoje

não há uma diferenciação de quem utiliza com mais facilidade ou com uma certa

limitação; todos chegam a um uso produtivo. Esse é um aspecto por vezes

desconsiderado quando se lançam cursos on-line a um público diversificado;

essa forma de utilizar não restringe nem discrimina nenhum usuário desde o

mais habilidoso ao que tem uma certa limitação.

Os docentes perceberam que o uso de plataformas ou equipamentos

digitais torna-se necessário para ampliação do desenvolvimento das aulas,

mesmo com a preocupação de como será a aceitação dos discentes. Hoje o uso

é bem maior que anteriormente, o livro não deixou de ser utilizado, mas a

facilidade que os equipamentos digitais oferecem à ampliação das atividades

educacionais ganhou uma amplitude bem maior que há décadas. Podemos

retomar em:

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62

Na realidade desde início de século, em que a Educação em

Ambiente Virtuais de Aprendizagem (AVA) assume espaço

significativo, inúmeros temas se colocam para os pesquisadores

das mais diversas áreas do conhecimento cuja preocupação é

oferecer, nesses ambientes, a possibilidade de um ensino de

qualidade. Se as ferramentas das Tecnologias da Informação e

Comunicação (TIC) viabilizam um nova modalidade de ensino, o

conteúdo específico de cada área a subsidia e as metodologias

educacionais modernas a facilitam, a linguagem e a organização

da linguagem que nela permitem a interação entre professor e

aluno são fundamentais.

(MARQUESI, 2010. p.354)

O livro didático passou por uma transformação que foi descrita em

percurso cronológico e destacada em uma evolução de destaque e marcante

para toda a sociedade educacional. Essa transformação do livro didático para o

ambiente virtual foi considerada um percurso, tendo sido realizada apenas uma

transferência do papel para a mídia sem nenhuma evolução página a página

escaneada, sem nenhum preparo ou modificação; percebeu-se que essa forma

de transformação não seria produtiva ou motivadora para que fosse aplicada em

um ambiente escolar.

Foram realizados estudos para a transformação desse conteúdo; isso foi

corrigido por alguns especialistas na área da informática que perceberam que

deveria ocorrer uma contextualização com os recursos disponíveis na Internet,

que são as imagens coloridas, os recursos de áudio e imagens; os livros

didáticos encontrados nas redes digitais são com um leiaute atrativo, facilitador

para o docente e motivador para o discente.

Podemos citar SCHUELTER (2005), que diz:

Neste caso, a mudança envolve alterações na relação com o

suporte, passando do impresso em papel para o disposto na tela

do computador, e mudando a disposição linear para hipertextual.

Isto, por certo, constitui um salto muito grande nos hábitos de

leitura, e na manipulação dos equipamentos de informática.

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63

Muitos, sobretudo os de mais idade – mas não todos, diga-se de

passagem – ainda preferem manusear o velho e bom livro a se

aventurar pelas propostas hipertextuais.

O ensino de Língua Portuguesa evolui muito com todos esses

equipamentos disponibilizados nos ambientes virtuais; podemos descrever que

os meios utilizados eram limitados, tendo uma ampliação significante dos

mecanismos disponibilizados dos recursos de livros digitais, vídeos, hipertextos,

entre outros meios eficazes e produtivos. O professor pode não ter uma

habilidade favorável para o uso das tecnologias, porém hoje está tudo mais fácil

para essa evolução.

A educação e a Língua Portuguesa só ganharam com essa evolução

tecnológica, toda essa tecnologia veio para somar ao que já havia de melhor,

que era todo o conteúdo que foi elaborado durante anos e hoje está

disponibilizado com maior facilidade e para todos. Podemos citar em:

Já existem milhares de escolas conectadas de alguma maneira

com a Internet; e o número de novas conexões vem crescendo

geometricamente. Não há ainda acordo quanto à terminologia

para os tipos de atividades instrucionais que estão sendo criadas

neste caso. Assim, a área poderá ser beneficiada se dispuser de

algumas categorias para descrever as novas formas de

ambientes de aprendizagem que estão se abrindo para nós. A

proposta desta comunicação é a de dar um nome à técnica de

ensino baseada na Internet que nós desenvolvemos na San

Diego State University – SDSU, e de propor um conjunto de

atributos desejáveis para tais atividades.

(Dodge,1996. p.01)

A tecnologia deve ser explorada ao máximo para apoiar a educação, não

podemos deixar que essa realidade fique estática; para o ensino de Língua

Portuguesa a tecnologia facilita a busca por palavras em dicionários, textos,

artigos, entre outras relações que podemos executar para ampliar o contexto

escolar.

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64

3.1 Concepção de leitura no livro didático

Quando fazemos referência à leitura descrevemos hábitos prazerosos ou

consultas para pesquisa, temos a concepção de adquirir conhecimento;

entretanto, quando relacionamos a leitura estabelecida nos livros didáticos, não

são leituras focadas ao prazer, mas leituras reduzidas. Podemos dizer que essa

leitura será estimuladora para transformar os nossos discentes em leitores

assíduos, em alguns casos os textos não têm uma interação com o conteúdo,

sendo opcional a leitura, deixando lacunas. Essa visão da necessidade da leitura

foi percebida em algumas apostilas de escolas privadas que separam a Língua

Portuguesa em duas partes, a parte gramatical e a leitura; as duas partes são

exploradas ao máximo para um melhor aproveitamento. Retomamos essa visão

em:

É claro que coloco-me numa posição decididamente contrária às

concepções redutoras de leitura dentro do nosso sistema

educacional. Isto porque, se radicalmente assumidas, essas

concepções podem agir em sentido oposto ao objetivo maior da

escola, que é o de produzir leitores que a nossa sociedade

necessita. E no meu modo de entender, a sociedade brasileira

não está solicitando o leitor ingênuo e reprodutor de significados,

mas sim cidadãos leitores que produzam novos sentidos para a

vida social através da criatividade, do posicionamento crítico e

da cidadania.

(SILVA, 1999, p.07)

Nossa sociedade não está acostumada a ler, a Agência Brasil realizou

pesquisa e apontou que apenas 56% dos brasileiros tem o hábito da leitura e

compra livros; essa porcentagem indica leitores, mas não o volume de leitura

realizada.

A rotina escolar não muda muito diante dessa análise realizada pela

Agência Brasil; uma parcela dos discentes realiza leituras apenas nos livros

didáticos disponibilizados pela escola, e uma parcela pequena realiza leitura

diariamente, tendo acesso também à biblioteca da escola e comprando livros.

Page 66: O ensino de l̳㔵ngua portuguesa e a webquest de Almeida.… · plataforma Webquest para a aplicação e o desenvolvimento adequado e uniforme de materiais de ensino-aprendizagem

65

Podemos citar a importância da leitura não apenas por obrigação, mas com o

conceito de criar uma capacidade de compreensão e interação com o conteúdo

em:

A riqueza maior de um texto reside na sua capacidade de evocar

múltiplos sentidos entre os leitores. Além disso, mesmo que um

texto estabeleça limites aos processos de interpretação, quando

ele inicia a sua circulação em sociedade, não existe forma de

prever que sentido(s) ele terá. Assim, cabe aqui o entendimento

de que repertórios diferentes produzirão diferentes sentidos ao

texto, a menos que, conforme muitas vezes ocorre na escola,

um único significado protocolar seja o privilegiado para efeito de

reprodução e avaliação.

(SILVA, 1999, p.06)

Observamos que a transformação do livro didático do impresso para o

virtual auxilia no crescimento dos mecanismos de ensino; no início era apenas

a transferência do impresso para o digital, em alguns casos escaneado. Sem

nenhum preparo para o digital, alguns profissionais perceberam que não podia

ser apenas uma transferência de dados sem qualquer preparo para a utilização;

são vários recursos disponíveis no ambiente virtual para serem utilizados e hoje

são explorados no máximo. São encontrados livros didáticos digitais com

recurso de imagens, vídeos, hipertextos, hiperlinks, com uma infinidade de

ações que podem ser executadas para ampliar o desenvolvimento educacional,

auxiliando nas falhas que o impresso proporciona, criando uma expansão e não

limitando o conteúdo a ser explorado, possibilitando um trabalho melhor para o

docente.

Page 67: O ensino de l̳㔵ngua portuguesa e a webquest de Almeida.… · plataforma Webquest para a aplicação e o desenvolvimento adequado e uniforme de materiais de ensino-aprendizagem

66

3.2 Leitura na Webquest

Descreveremos uma amplitude de informações encontradas no ambiente

virtual, para serem utilizadas a nosso favor como docentes e formadores de

opinião e personalidades. Atualmente no estudo nacional a Internet é utilizada

de forma produtiva; para o desenvolvimento dos docentes e discentes,

salientamos que a modernização transformou a biblioteca de espaço físico em

um ambiente virtual, com uma gama maior de dados e de fácil acesso, com

informações variadas referentes a diversos assuntos; em poucos toques

acessamos o mundo rápido com manuseio fácil e de forma prazerosa.

De acordo com Andrade (2010), podemos afirmar que:

No ambiente virtual criado pela Internet, o computador ramifica-

se, podendo recorrer às capacidades/informações de outros

computadores da rede. Ele deixa o centro da informação,

passando para a condição de fragmento, de um dos nós, da

rede.

Quando utilizamos essa ferramenta essencial de forma adequada

auxiliamos no desenvolvimento do ensino nacional, a modernização nos obriga

a acompanhar o tempo, pois, se não nos adequarmos, não teremos as variações

para o ensino-aprendizagem, não teremos uma boa aceitação, os alunos não

agregarão às aulas nem conseguiremos desenvolver um bom trabalho voltado

ao inovador. Não podemos deixar que os alunos continuem com a característica

de apenas receptor de informações sem criar o ponto crítico para poder

questionar ou mostrar que há várias visões sobre o assunto; o docente não é

detentor da verdade única e absoluta.

Criando essa cumplicidade entre discente e docente, docente e discente,

teremos a visão ampla para formar pessoas capazes de receber críticas

construtivas e também realizar críticas construtivas, criando formas para

desenvolver a capacidade de organizar as situações adversas de forma natural,

utilizando o conhecimento adquirido durante a vida e com o auxílio do mundo

acadêmico. Em ANDRADE (2010), aprender é uma faceta do processo

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67

educativo. A habilidade de lidar com a não linearidade da realidade é a face mais

inteligente da aprendizagem. A interpretação é uma das capacidades que temos

para dar sentido às coisas, e na educação devemos interpretar o

desenvolvimento que a tecnologia está realizando na esfera educacional. Ela

não se estabelece por uma correlação matemática. Basta pensar na linguagem

para compreender tal posição. A compreensão dependerá sempre do contexto

sócio-histórico-cultural, das produções de sentido marcadas pelos fenômenos da

interpretação, permitindo a percepção das coisas, até mesmo daquelas que se

queria dizer para além do que se disse. Dessa forma, não se pode pensar em

educação e tecnologia fora do contexto da interação humana porque é no espaço

educativo dessas relações que o conhecimento será desenvolvido. Isso ocorre

na educação presencial e também na educação a distância.

Em se tratando de Língua Portuguesa, podemos conceituar como ampla

e com elementos suficientes para trabalhar com a apostila e materiais diversos

de ensino fundamental ao médio, entre os quais estão livros literários, revistas

diversas de informação, jornais, quadrinhos e a introdução da Internet, que

começa a ganhar espaço e perde o estigma de luxo, passando também a ser

uma fonte de apoio educacional, sendo incluída pelas secretarias e

disponibilizada em laboratórios de informática para que os alunos comecem a

familiarizar-se com esse novo sistema de pesquisa e estudo.

Essa transformação e evolução na educação forneceram a possibilidade

de aproveitar o interesse no ambiente virtual pelos docentes e foram analisadas

como trabalhar com Língua Portuguesa, utilizando os conteúdos e o livros

didáticos digitalizados e postados em páginas virtuais, com o acesso de forma

gratuita, para ampliar fonte de pesquisas e possibilitando ir além dos materiais

disponibilizados pelas escolas. A transformação do físico para o virtual no seu

início foi apenas uma transferência de dados sem muitos mecanismos e

modernização; a tecnologia corre com uma velocidade diferente da que

conhecemos no cotidiano lógico, mas nunca esperando que fique estático. As

informações são atualizadas constantemente, procurando o diferencial para não

perder o encanto;, dormimos com uma informação e no decorrer desse sono a

informação já está atualizada. Podemos afirmar em:

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68

Mudanças diárias nas relações sociais são praticamente

impostas pelos avanços tecnológicos. Quem há dez anos

imaginaria a quantidade de interações que são realizadas hoje

tendo como suporte os recursos midiáticos e a Internet?

Termos como e-mails, blogs, Twitter, Orkut, websites não

assustam mais. Os mais jovens lidam com essas tecnologias de

forma bem tranquila, sem a necessidade de realização de cursos

específicos, pois além de elas serem desenvolvidas com um

princípio de usabilidade amigável, os acessos são simplificados

por intermédio de interfaces bem construídas, nas quais o

chamado hipertexto está presente.

(ANDRADE, 2010. p. 43)

Hoje, com a facilidade que temos para pesquisar, transformamos o

ambiente virtual em único local de pesquisa, esquecendo que temos bibliotecas

que disponibilizam um conteúdo importante e de qualidade, mas criamos um

preconceito daquele que sempre nos auxiliou, deixando de lado essa forma de

pesquisa. Analisando anteriormente essa evolução do ambiente escolar, havia

sala de aula e diversos alunos, não imaginaríamos que esses ambientes seriam

transformados em uma sala de aula virtual, aulas por videoconferência ou

gravadas e disponibilizadas para serem visualizadas e estudadas pelo mundo.

Acontece em vários casos de o discente estar em sua casa e o docente em um

local oposto a esse; estamos cada dia sofisticando o ensino. Temos que atentar

a não abaixar o nível de conhecimento repassado para os discentes, mas temos

que acompanhar o constante crescimento do mundo tecnológico e aproveitar

para enriquecer o conhecimento e o ensino-aprendizagem, aprender a lidar com

respostas rápidas e imediatas. CASTRO E TAVARES (1998) destacam que

nesse contexto podemos introduzir a plataforma Webquest, que utiliza todos os

mecanismos que facilitam ao docente desenvolver a sua atividade escolar

interagindo com a tecnologia; dessa forma, podemos destacar que as atividades

podem ser mais dinâmicas e interativas, utilizando os meios atuais, sem ser a

convencional lousa, giz, caderno e caneta. O Webquest revela-se uma

ferramenta de ensino inovadora e cada vez mais útil, considerada ao alcance de

qualquer professor como meio de promover o interesse pelas matérias e uma

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aprendizagem mais eficaz que tenha facilidade em promover o discurso atual

que as ferramentas podem ser aproveitadas da melhor forma possível. Por esse

motivo, a utilização dessa ferramenta tem aumentado exponencialmente nas

escolas e em diversas matérias escolares como em vários ramos que utilizem o

desenvolvimento da aprendizagem ou a divulgação. A par disso, tem havido um

desenvolvimento de estudos, teorias e reflexões acerca das Webquest, que se

desenrola a um ritmo considerável. Sente-se ainda, no entanto, uma

necessidade de estudos que contemplem aplicações específicas, avaliando a

sua acessibilidade e usabilidade para os alunos, quer em termos funcionais, quer

em termos de apreensão das matérias e alcance dos objetivos propostos. Em

nível prático, e no que diz respeito à estrutura dos Webquest, há ainda que

trabalhar no sentido de permitir que as respostas dos alunos sejam dadas

diretamente na aplicação, eventualmente sujeitas a uma avaliação automática,

no caso das matérias mais objetivas, como as matemáticas e/ou as ciências da

natureza. Isso aumentará, presumivelmente, a funcionalidade das aplicações e

poupará tempo e esforços. Relativamente à aplicação desenvolvida no âmbito

deste trabalho, considera-se importante a verificação dos resultados do seu uso

em contexto prático para que posteriormente se possam fazer as adaptações e

melhorias consideradas necessárias. Uma falha que pode ser apontada e não

tem um desenvolvimento sincrônico, apenas uma interação assincrônica, e as

respostas ou questionamentos devem ser elaboradas fora da plataforma.

Uma das críticas de vários linguistas é que existe uma língua paralela no

ambiente virtual, chamada de “Internetês”, que é vista como vilã para a

educação. Essa forma de comunicar-se atrapalha o uso correto da língua

padrão, mas não podemos apenas criticar e tentar abolir essa forma de escrita,

temos que entender e saber discernir o local que pode ser utilizado e de que

forma utilizaremos fora do ambiente virtual; devemos lembrar as variações

linguísticas, mas já no “Internetês” quase não há essas variações linguísticas.

Foi criado um padrão quase uniforme para se comunicar em salas de bate-papo,

ou em aplicativos de comunicação rápida, salientando comunicação rápida, por

isso a alegação de criar uma forma compactada de escrita para agilizar o envio

e o recebimento de mensagens instantâneas. Os profissionais do ensino,

especialmente o da Língua Portuguesa, devem atentar a ficar atualizados e com

bagagem de “Internetês”, para identificar esse novo padrão de linguagem e

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70

notificar como esse discente pode utilizar-se dessa escrita em um ambiente não

apropriado, e não identificar como erros grotescos pelo desconhecimento da

escrita padrão.

Realizaremos uma transposição de lado, voltaremos a ser jovens

estudantes, com toda a rebeldia, tendo todo vigor para discordar do que é

aceitável e moral, começaremos uma conversa em uma sala de bate-papo ou

em um aplicativo de comunicação rápida de forma culta de escrita coloquial, sem

qualquer tipo de deslize de concordância ou grafias, como será a visão do grupo

com que estamos tentando manter uma relação impessoal, comum hoje em dia.

Seremos banidos desse grupo, identificados como diferentes, ultrapassados e

intelectuais, então devemos entender, pois é um grupo diferenciado e com uma

linguagem própria. Antes as comunicações eram através de cartas, o envio

desses documentos poderia demorar um tempo razoável e quando eram feitas

exigia-se um padrão mínimo de clareza e escrita, pois contendo erros haveria

uma falha na comunicação sem tempo hábil para ser corrigida. Podemos afirmar

em:

Já faz alguns anos que muitos educadores entraram em um

verdadeiro “pânico”, quando perceberam que as novas

tecnologias da informação e comunicação (TICs) estavam

adentrando o espaço educacional nos diferentes níveis,

inclusive oportunizando uma dinâmica toda especial para os

cursos realizados na modalidade à distância. Muitos recursos

surgiram para que a educação, educadores e educandos

possam estar interagindo com as mídias e com as TICs. Em todo

o mundo surgiram várias propostas para adaptar o computador

à dinâmica da sala de aula, na tentativa de acompanhar os

avanços tecnológicos e possibilitar a adequação necessária

para as metodologias que em muitos casos ficou estagnada no

passado. Atrelada a esta concepção de mudança do paradigma

está a compreensão de que o papel do profissional de educação

na atualidade é o de estimular os alunos a aprenderem a buscar

e selecionar as fontes de informações disponíveis para a

construção do conhecimento, analisando-as e reelaborando-as.

(PIMENTEL, 2007. p.02)

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71

Tomando esses cuidados e olhando todos esses aspectos de como

trabalhar com esse diferencial, utilizamos essa ferramenta que nutre e alimenta

o ensino atual; deveremos assumir o nosso papel de interlocutor de

conhecimento, não podemos apenas virar as costas para essa ferramenta

importante, atentando-se para sempre estar atualizado e criando situações de

realidades para transformar e angariar mais adeptos ao uso correto da língua

padrão.

Relacionando educação com ambiente virtual teremos diversos materiais

para serem utilizados, pensamos: mas lá só temos a tela e vários locais que

pesquisamos? Citaremos diversos materiais que utilizamos no mundo virtual;

algum tempo atrás, não tão remoto, só existia o computador, que era algo em

uma proporção descomunal, precisava-se de uma sala para poder funcionar.

Com o passar dos anos ele foi compactando-se, transformado em algo que já

poderia ser utilizado em escritórios e uma pequena parcela da sociedade

utilizava em casa. Com a evolução tecnológica o mundo entendeu que o

computador não era uma coisa apenas para ser utilizada em ambientes fechados

e profissionais. O computador recebeu uma transformação considerável,

tornando-se portátil; após algumas décadas, uniu-se ao celular, fazendo parte

do corpo humano, não sendo mais esquecido, tomando a posição de

indispensável para tornar a vida muito mais rápida e fácil em se falando de

estudos ou pesquisas ampliando horizontes. A utilização da plataforma

Webquest pode ser desenvolvida através do celular, facilitando ainda mais a

aplicabilidade, pois hoje quase todas as pessoas possuem um telefone celular,

que minimiza os anseios de ter que deslocar uma classe de 40 alunos até a sala

de informática, que em muitos casos não tem equipamentos suficientes para

todos, além de a lógica da unidade escolar não ser tão favorável para uma

atividade rotineira, podendo apenas ser utilizada esporadicamente. A partir

dessa reflexão podemos afirmar em:

Adequar o espaço virtual à educação é uma tarefa que exige

muita disciplina e um espírito de pesquisa. O uso das tecnologias

na formação do educador tem sido um ponto referencial na

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busca de ofertar uma educação de qualidade, e que oportunize

ao aluno-educador uma reflexão de sua vida, analisando e

comparando seus conhecimentos no incentivo de uma

construção permanente do seu saber, ao mesmo tempo em que

se observa ser este SABER fruto de uma interação entre

saberes. Navegar na Internet pode ser um processo valioso de

busca de informações na construção do conhecimento, gerando

um ambiente interativo facilitador e motivador de aprendizagem,

bem como pode ser um dispersivo e inútil coletar dados sem

relevância que não agregam qualidade pedagógica ao uso da

Internet. Foi pensando assim que Bernie Dodge criou, inspirado

na metodologia de projetos, o que ele mesmo denominou de

Webquest: uma metodologia de pesquisa na Internet, voltada

para o processo educacional, estimulando a pesquisa e o

pensamento crítico.

(PIMENTEL, 2007. p.04, 05)

Sempre pensamos como utilizar esses mecanismos, blogs,

videoconferência, gramáticas e livros virtuais como auxílio e complemento no

ambiente escolar. Paira a dúvida se devemos utilizar a didática convencional

junto com o ambiente virtual; em dado ponto de pesquisa paramos e pensamos

que esse mecanismo já se tornou indispensável e inseparável, devemos ser

cautelosos para que não se torne o único meio de pesquisa, mas não podemos

fugir da realidade, pois em algumas unidades escolares são utilizados lousa

digital para complementar as aulas no dia a dia; em outros ambientes há

variedade de equipamentos para que os profissionais de ensino utilizem e

transformem essa nova didática em realidade.

Como podemos descrever a leitura na plataforma, podemos utilizar

colocando textos fragmentados ou completos; o aluno terá acesso ao conteúdo

para realizar atividades estipuladas e descritas na plataforma, de maneira a

acrescentar os passos a serem desenvolvidos.

Em uma das pesquisas realizadas por Wink e Quadros (2013), esses

autores escrevem que dentro desses ambientes virtuais a interação dos

docentes e discentes forma um elo que funde o ensino-aprendizagem e contribui

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para o crescimento da educação. A plataforma Webquest está pronta para esse

crescimento e desenvolvimento das atividades através da Internet. As

informações são mediadas pelo docente, que passa a ser um tutor apto a sanar

as dúvidas assincronicamente, mas não deixando lacunas a respostas e

dúvidas. Portanto, o processo de aprendizagem aumenta pela facilidade do

desenvolvimento de exercícios inovadores perante as aulas tradicionais que

eram aplicadas.

Podemos exemplificar uma atividade de leitura que será aplicada aos

alunos do nono ano do ensino fundamental, a atividade será de ler o texto e

desenvolver uma reedição da história; os alunos terão de reescrever modificando

os personagens e mantendo o contexto, parafraseando a história, cada um dará

uma nova versão para a nova história. A avaliação será a construção das

informações adquiridas através do texto e a forma de reconstrução do conteúdo

exposto, e a contextualização do aluno e o uso das palavras.

Outra situação em que podemos utilizar a plataforma e dentro do texto é

no ensino da gramática para alunos do ensino fundamental, identificar o

substantivos, adjetivos, o que for exposto em sala de aula; dessa forma será

aplicado o que foi desenvolvido em sala, reforçando o conteúdo.

O professor poderá analisar o que é mais pontual e significante para ser

desenvolvido e produzido para a melhor aplicabilidade em sala ou para casa;

não podemos dizer que a plataforma substituirá o caderno ou outras formas de

desenvolver as aulas, mas será um complemento para auxiliar e ampliar as

alternativas de variações e ampliações de possibilidades das atividades serem

exposta ao discentes. Wink e Quadros (2013) afirmam que os Ambientes Virtuais

de Aprendizagem são sistemas de ensino e aprendizagem pela Internet,

chamadas de plataformas. A criação desses softwares tem por finalidade discutir

ferramentas para o aprimoramento das trocas pedagógicas, desenvolvendo

novas metodologias no sistema educacional que vêm para acrescentar a

metodologia que já estava sendo aplicada por várias décadas em nosso sistema

de ensino que por muito tempo permaneceu estático às inovações e às

transformações que eram apresentadas à educação.

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3.3 Análise comparativa das atividades de leitura

O histórico apresentado sobre as atividades de leituras que são

desenvolvidas nas unidades escolares é de metodologia antiga, no qual são

expostas as formas de leitura em seus materiais impressos, desenvolvidos em

determinados aspectos didáticos para o desenvolvimento na educação. Dessa

forma podemos refletir que a evolução da escrita e da leitura em determinadas

épocas ficou estática; porém, com os avanços midiáticos, não podemos

mensurar a evolução das duas funções cognitivas desenvolvidas com a

educação. É importante ressaltar que:

A humanidade desenvolveu a escrita como uma das suas

tecnologias para a comunicação. O objetivo dessa técnica

atemporal era, no período em que a comunicação oral

predominava, registrar claramente as impressões e descobertas

da sociedade. A escrita proporcionou o registro inalterado entre

uma leitura e outra, fato que não se podia observar na linguagem

oral.

(ANDRADE, 2010. p. 51)

Com o passar do tempo fora dos muros escolares o desenvolvimento

tecnológico alcançou o mundo e as partes internas das unidades escolares

permaneceram como no seu início, a utilização de lousa e giz avançando, com

uma inovada lousa branca e caneta bastão colorida. Será que isso é uma

mudança suficiente para ser comparada com o que temos de tecnologia para as

atividades de leitura e escrita?

Seguindo esse parâmetro de pesquisa, a educação não deixou o que há

de melhor para evolução educacional adentrar as suas salas de aula e o seu

universo. Em alguns casos podemos observar que umas unidades utilizam

lousas digitais e tablete, entre outros artifícios que podemos citar, mas ainda não

suficientes para que nossos nativos digitais tenham o completo interesse pelos

estudos. Nesse sentido, ressaltamos que:

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O simples emprego da tecnologia computacional na educação,

no entanto, não implica no sucesso do processo de ensino-

aprendizagem. Os softwares gerenciadores, ou plataformas,

possuem características e funcionalidades próprias, que

precisam estar a serviço do desempenho global do processo de

aprendizagem.

(WINK, QUADROS. 2013, p.01)

Não podemos deixar de observar que a escrita e a leitura são necessárias

para o desenvolvimento do ser humano; deixar de ensinar os fundamentos

acarretará em falta de elementos para um bom funcionamento no processo

educativo. Entretanto, podemos observar que os trabalhos eram escritos a

caneta de pena em folhas não pautadas, passando para a escrita em folhas com

pautas, evoluindo para as datilografadas, chegando à contemporaneidade com

o uso dos computadores e impressoras. Dessa forma, o tempo foi sendo

administrado em diversos aspectos, a pesquisa tornou-se dinâmica e os

discentes cada vez mais interessados e pesquisadores. Vale ressaltar que:

Por outro lado, os atrativos que a tecnologia oferece,

sobretudo com os apelos dos recursos de multimídia, despertam

a curiosidade e prendem a atenção do usuário. Imagine-se a

atenção e o grau de interesse de um aluno de ensino

fundamental estudando os répteis, por exemplo, desenhados no

quadro-de-giz de uma sala de aula em contraposição à

modalidade em que ele pode manipular um programa multimídia

no computador sobre o mesmo assunto.

(SCHUELTER, Wilson. 2005, p.04)

Não podemos perder essa evolução tecnológica por falta de habilidade dos docentes ou por preconceito; devemos aproveitar as mídias para evolução na educação e a transformação do discente em pesquisador.

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Conclusão

Esta dissertação de mestrado assumiu como objetivo compreender a

utilização das metodologias das plataformas de ensino e as suas inovações

tecnológicas; foi pesquisado o desenvolvimento do ensino-aprendizagem que

era com uma metodologia quadrada, sem fugir dos padrões preestabelecidos

pelas normas, passando a utilizar todos os mecanismos eletrônicos disponíveis

no mercado.

Os educandos estão tendo acesso às novas tecnologias, mesmo com

certas dificuldades encontradas na educação pública, para eles nativos digitais;

essa tecnologia faz parte da sua essência e a utilização é natural, não apontando

nenhuma dificuldade e compreendendo as múltiplas facetas disponíveis no

ambiente virtual. Devemos estar motivados para a evolução e a transformação,

pois são mecanismos que estão sendo implantados na educação.

Dentre as possibilidades disponíveis para o uso didático-pedagógico com

o auxílio das tecnologias digitais, foi estudada a plataforma Webquest que

disponibiliza mecanismos para que as aulas não fiquem apenas restritas à

utilização de lousa ou caderno, sendo importante para a transformação da

educação.

A metodologia analisada foi a disponibilização dos mecanismos digitais

através da plataforma Webquest, na qual podem ser construídas atividades para

serem realizadas em aulas ou em casa, ampliando o desenvolvimento das aulas.

Uma falha encontrada foi que a interação entre o docente e discente é de forma

assincrônica, deixando uma lacuna para o “feedback” das respostas ou dúvidas

dos objetivos propostos.

Por fim, este estudo constituiu apenas um contributo para o

desenvolvimento das plataformas de ensino disponíveis no ambiente virtual, e

as possibilidades que o docente tem para ampliar as metodologias em sala de

aula e desenvolver possibilidades de agregar os mecanismos digitais para o

ensino-aprendizagem.

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