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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PUC-SP
Luciano de Almeida
Título: O ensino de Língua Portuguesa e a Webquest
MESTRADO EM LÍNGUA PORTUGUESA
SÃO PAULO
2018
Luciano de Almeida
Título: O ensino de língua portuguesa e a Webquest
MESTRADO EM LÍNGUA PORTUGUESA
Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Mestre em Língua Portuguesa, sob a orientação do Prof. Dr. João Hilton Sayeg de Siqueira.
Autorizo exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta
Dissertação de Mestrado por processo de fotocopiadoras ou eletrônicos.
Assinatura: ___________________________________________________________
Data: ________________________________________________________________
e-mail: [email protected]
Luciano de Almeida
Título: O ensino de Língua Portuguesa e a Webquest
Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Mestre em Língua Portuguesa, sob a orientação do Prof. Dr. João Hilton Sayeg de Siqueira
Aprovado em: __/__/__
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
Agradeço ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) por todo apoio financeiro na concessão da bolsa de estudos
durante todo período de realização deste mestrado.
DEDICATÓRIA
À mulher da minha vida Thuany Ribeiro e aos meus filhos
Malu, João e Manuela pelo apoio incondicional em todos os momentos,
principalmente nos de incerteza, muito comuns para quem tenta trilhar novos
caminhos.
Sem vocês nenhuma conquista valeria a pena.
Agradecimentos
Nesta trajetória de estudos aprendi a superar os medos, as angústias, a
solidão. Deus naquele momento ouviu os meus clamores de desespero para
superar as minhas falhas e não decepcionar quem mais apostou em meu
sucesso.
Ao meu orientador Professor Doutor João Hilton Sayeg de Siqueira, que
desde a licenciatura apoiou o meu crescimento e em nenhum momento deixou
que eu desistisse dos meus objetivos.
À minha família, de quem em vários momentos fiquei ausente e fechado
em meu mundo de pesquisa e dedicação aos meus objetivos.
Aos meus amigos, que em momentos de dificuldade deram-me o apoio
para continuar, incentivando a lutar, para concretizar o meu crescimento.
Agradecer ao CNPq pela bolsa concedida para o desenvolvimento da
pesquisa.
Peço desculpas por abdicar de muitos de vocês para concluir essa
caminhada. Foi difícil, mas esse é mais um passo que posso sim dividir com
todos que estão perto de mim.
.
Resumo
Nesta pesquisa, elaboramos uma proposta metodológica de ensino da
Língua Portuguesa por meio do Ambiente Virtual para fins específicos em
educação mediada pelo computador.
A partir do enfoque temático adotado para a presente pesquisa,
propõem-se as seguintes questões:
O uso do ambiente virtual em sala de aula é um instrumento necessário
ou apenas opcional?
Com o avanço cada vez maior da tecnologia e as atualizações dos
aplicativos, o ambiente virtual deixará de ser equipamento de estudo e se tornará
local de aprendizagem utilizado por todos?
Podemos descrever que no ambiente virtual é comum o uso de
equipamentos como computadores, notebook, tablets e celulares com
aplicativos de diversos gêneros, jogos, guias, mapas, sites de relacionamentos,
dentre outros; esses recursos todos, entretanto, pouco direcionamento têm para
otimizar a aprendizagem e, menos ainda, o ensino. Convém um estudo mais
apurado sobre o uso desses recursos para fins educacionais.
Com a evolução constante da tecnologia devemos identificar e analisar
as possibilidades para que sejam criadas metodologias para a aplicação e o
desenvolvimento adequado e uniforme de materiais de ensino-aprendizagem em
ambientes virtuais.
Analisamos como estão sendo utilizados atualmente no ambiente virtual
os recursos digitais, estudando as possibilidades positivas e negativas da
inclusão e tecnologias virtuais no ambiente escolar e as possíveis formas de
utilização.
Porém, podemos afirmar que o computador é uma ferramenta de auxílio
fundamental para a evolução da educação, não apenas um artifício para uma
modificação da aula, mas um complemento para inovação.
Abstract
In this research, we elaborated a methodological proposal for teaching the
Portuguese Language through the Virtual Environment for specific purposes in
computer-mediated education.
Based on the thematic approach adopted for the present research, the
following questions are proposed:
Is using the virtual classroom environment a necessary or only optional
instrument?
With technology advancing and application upgrades, will the virtual
environment cease to be study equipment and become a place of learning used
by all?
We can describe that in the virtual environment it is common to use
equipment such as computers, notebooks, tablets and cell phones with
applications of different genres, games, guides, maps, social networking sites,
among others. learning, and even less, teaching. A more detailed study of the
use of these resources for educational purposes is desirable.
With the constant evolution of technology, we must identify and analyze
the possibilities for creating methodologies for the adequate and uniform
application and development of teaching-learning materials in virtual
environments.
We perform an analysis of how digital resources are currently being used
in the virtual environment, studying the positive and negative possibilities of
inclusion and virtual technologies in the school environment and the possible
ways of using them.
However, we can say that the computer is a fundamental aid tool for the
evolution of education, it is not only an artifice for a modification of the class, but
a complement for innovation.
Sumário
Introdução..........................................................................................................10
Capítulo 01 – Contexto da pesquisa ................................................................. 20
Capítulo 02 – O ensino da Língua Portuguesa em ambiente virtual ..................44
2.1 – Os gêneros emergentes ............................................................47
2.2 – A escrita e a leitura em ambiente virtual ....................................50
2.3 – As estratégias para o ensino em ambiente virtual .....................53
Capítulo 03 – Leitura: do livro didático à Webquest ..........................................55
3.1 – Concepções de leitura no livro didático ......................................63
3.2 – A leitura na Webquest ................................................................65
3.3 – Análise comparativa das atividades de leitura ...........................73
Conclusão .........................................................................................................75
Referências Bibliográficas .................................................................................76
10
Introdução
Este trabalho tem por tema um estudo do ensino da Língua Portuguesa
utilizando a plataforma Webquest. Com isso não se espera, com certeza,
substituir o essencial espaço interacional da sala de aula por plataformas digitais,
as quais podem funcionar como um valoroso complemento e auxílio de todo o
processo de ensino-aprendizagem.
Pesquisadores da National Science Foundation (FONTE: www.nsf.gov),
por meio de um estudo patrocinado pela Michigan State University (MSU),
atestam que há, no ambiente virtual, boas ferramentas para otimizar o ensino,
principalmente para crianças. Diferentemente do que se costuma apregoar, o
estudo destaca que a Web não tem como provocar efeito negativo na
participação social de seus usuários ou no lado psicológico das crianças, o que
pode ser constatado pela melhoria das notas escolares, quando as crianças
passam a usar o apoio da Internet nas pesquisas. (FONTE: www.gic.com.br)
Com a admissão, cada vez maior, dos recursos digitais como auxiliar
nas atividades escolares, a distância entre professor e aluno tem encurtado, o
que vem redesenhando um novo modelo de escola. A sala de aula adquire um
novo significado e ganha uma nova dimensão, que vai para além do espaço
físico delimitado pela sala. Os sites disponíveis na Internet se configuram como
uma enorme base de dados complementar, de onde todos os alunos poderão
retirar informação útil para a execução dos mais variados trabalhos escolares e
dar uma forte contribuição para a consolidação dos conhecimentos.
Há uma gama de recursos no ambiente virtual para ser utilizada em favor
do docente e do discente, no processo de ensino-aprendizagem. Atualmente, a
Internet é empregada de forma produtiva para propostas pedagógicas. Essa
ferramenta, essencial hoje, usada de forma adequada, auxilia no
desenvolvimento educacional, por trazer inovações que possibilitam romper com
a visão do aluno apenas como receptor de mensagens e de informações, ao criar
uma abertura crítica para poder questionar ou mostrar que há várias visões sobre
um assunto em estudo.
A construção de ferramentas de ensino-aprendizagem na Internet tem-
se tornado cada vez mais fácil, diferentemente de quando a Internet começou a
11
se popularizar. Não é mais necessário que o programador tenha sólidos
conhecimentos de informática para construir softwares. Pessoas sem
experiência de programação começaram a poder desenvolver seus conteúdos e
a publicá-los em servidores gratuitos da Internet. Em função disso, várias
ferramentas, recursos e metodologias brotam a todo instante, nesse ambiente
virtual, nem sempre adequados para os fins pretendidos.
Por isso, a partir do enfoque temático adotado para a presente pesquisa,
propõem-se as seguintes questões:
1. Como se pode transformar o ambiente físico de sala de aula em um ambiente
virtual de complementação educacional?
2. Como a plataforma virtual Webquest pode auxiliar nessa transformação?
Verificou-se que no ambiente virtual é comum o uso de equipamentos
como computadores, notebook, tablets e celulares com aplicativos de diversos
gêneros, jogos, guias, mapas, sites de relacionamentos, dentre outros, mas
esses recursos todos pouco direcionamento têm para intensificar a
aprendizagem e, menos ainda, o ensino. Convém um estudo mais apurado sobre
o uso desses recursos para fins educacionais.
Isso será possível a partir de uma investigação do que está sendo
proposto no ambiente virtual para a realização de educação on-line (online
learning) e de como ela se configura na interatividade, disponibilizando o uso de
ferramentas que visam ao ideal de autonomia e construção coletiva do
conhecimento.
Destacam-se, para tanto, os Ambientes Virtuais de Aprendizagem
(AVA), constituídos por diversas ferramentas de comunicação e plataformas de
uso educacional, difundidas pela Internet. Essa nova configuração interacional-
educativa tem potencializado os conceitos de emancipação e de elaboração
conjunta de domínio teórico-prático, com a abertura de possibilidades da
participação ativa de alunos e professores, além do compromisso responsável
deles com a aprendizagem. (FONTE: ead.i-bras.net.br)
Por esse enfoque, não podem ser estabelecidas restrições quanto ao
uso de determinadas ferramentas ou plataformas, sem uma avaliação muito
cuidadosa da eficácia de suas contribuições nas atividades educacionais, a partir
12
da comprovação de que se constata um conjunto de comportamentos e regras
de convivência favorável a qualquer atividade educacional.
Esta pesquisa, por sua configuração, considera relevante um estudo de
plataformas virtuais, como sistemas de software com metodologia pedagógica,
desenvolvidas para auxiliar o professor e o aluno na promoção do ensino-
aprendizagem. Esses softwares acompanham, facilitam e permitem o
monitoramento por parte de professores e estudantes do processo de
construção de conhecimento, pois atuam como ferramentas complementares do
conteúdo estudado em sala de aula.
Para a boa utilização pedagógica de inovações tecnológicas, é preciso
que os professores estejam bem preparados, que os educandos tenham acesso
aos modernos meios de comunicação e informação e que dominem,
principalmente, repertório e direção para manipulá-los e compreendê-los em
suas múltiplas facetas. E tudo isso só será possível se o educador também
estiver suficientemente motivado e instrumentalizado para servir como condutor
do processo de aprendizagem, trocando informações com seus alunos,
ensinando e aprendendo com eles. (SANTOS: 2007, p. 32)
Por meio desses domínios, docentes e discentes erguerão possibilidades
de ampliar a utilização de ferramentas eletrônicas para a construção de formas
mais dinâmicas de aquisição de informações, filtradas por uma visão crítica,
desenvolvida no processo autônomo da aprendizagem, e de construção de
conhecimento, em situações interativas, sem fronteiras, de troca de
experiências.
Essa atual configuração educacional orienta as presentes investigações
a darem forma aos seguintes objetivos:
1. Geral: Estudar o potencial didático-pedagógico da plataforma virtual Webquest
para o ensino de Língua Portuguesa.
2. Específicos: Identificar e analisar os recursos metodológicos utilizados pela
plataforma Webquest para a aplicação e o desenvolvimento adequado e
uniforme de materiais de ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa em
ambiente virtual.
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Os avanços tecnológicos para o ensino, principalmente de línguas, vêm,
inicialmente, com a popularização da imprensa que possibilitou, no século XVI,
a publicação das primeiras gramáticas pedagógicas, o que provocou uma
revolução. No percurso histórico, vêm os livros didáticos ilustrados, que datam
do século XVII, abrindo mercado para os livros de educação infantil. Com a
invenção do fonógrafo, por Thomas Edson, no início do século XX, novos
avanços didáticos ganharam força, com laboratórios de áudio. Em meados do
mesmo século, surgiram os vídeos, proporcionando a elaboração de material
audiovisual. Com a popularização do computador, na segunda metade do
referido século, as fronteiras se alargaram em proporções inimagináveis.
(PAIVA, 2009)
Para Warschauer e Meskill (2000), uma ferramenta até hoje utilizada em
vários contextos educacionais, a despeito dos avanços tecnológicos, tem sido o
quadro negro, ou lousa, que, com a introdução de outros apoios pedagógicos,
ganhou um complemento, o retroprojetor. Tanto um quanto outro não tiraram o
protagonismo do professor: os alunos permaneceram como figurantes no
processo de ensino, sem grande foco na aprendizagem. Com o surgimento de
programas de computação para auxiliar nos exercícios pedagógicos, o aprendiz
passou a ter uma participação mais ativa em seu processo de construção de
conhecimento, pelos recursos de interatividade proporcionados pelos exercícios
propostos nas plataformas de ensino.
Hoje, é difícil dissociar as novas tecnologias do ensino, dadas as
facilidades introduzidas por ferramentas, como a World Wide Web (WWW), que
revolucionaram as possibilidades de produção, circulação e consumo de textos.
Segundo Paiva (2009, p.1), num primeiro momento, o aparecimento dessa nova
tecnologia despertou desconfiança e rejeição, que foram superadas quando a
tecnologia começou a fazer parte das atividades sociais da linguagem e a escola
acabou por incorporá-las em suas práticas pedagógicas. Os exercícios focados
apenas no aspecto estrutural da língua, que ignoravam o desenvolvimento da
competência comunicativa do aluno, passaram a ser substituídos com a
inserção, nas escolas, dos laboratórios de informática, que passaram a exigir
abordagens metodológicas para orientar o uso do computador no ensino.
Isso começou a ocorrer na década de 1960, mas foi na década de 1980
que o computador pessoal emergiu como uma ferramenta significativa no campo
14
educacional. Com a mudança de foco do ensino de línguas para a comunicação,
a ênfase no engajamento de alunos com o discurso autêntico, significativo e
contextualizado trouxe implicações para a integração da tecnologia na sala de
aula. Sob essa nova perspectiva de utilização da tecnologia, duas abordagens
vieram à tona: a cognitiva e a sociocognitiva. (KERN, WARE e WARSCHAUER,
2008)
Segundo os autores, tanto a abordagem cognitiva quanto a
sociocognitiva visam encorajar o aluno a se envolver em situações de interação.
De um lado, a cognitiva, ou construtivista, enfoca o conhecimento cognitivo inato
na interação com a linguagem compreensível e significativa, valorizando o
processo criativo de aprendizagem. De outro, a sociocognitiva ressalta o aspecto
social da aquisição da linguagem, sendo a aprendizagem vista como um
processo de socialização, em que os alunos devem ser encorajados a participar
de interação social autêntica, a fim de poderem praticar situações comunicativas
fora do contexto de sala de aula, por meio de colaborações. Dessa forma, tanto
para uma quanto para outra, a tecnologia é empregada de maneira a maximizar
as oportunidades de interação de alunos com contextos significativamente ricos
de aprendizagem.
Warschauer (2000) destaca que o movimento maior foi possível graças
à conjunção de dois importantes avanços tecnológicos: o computador multimídia
e a Internet. Ambos favorecem o uso da hipermídia, na qual recursos multimídia,
como texto, imagem, som, animação e vídeo, estão agrupados e permitem ao
aluno escolher seu próprio trajeto de navegação. Essas poderosas ferramentas
são capazes de favorecer a abordagem sociocognitiva para o ensino de línguas,
mais especificamente por proporcionarem novas formas de comunicação. Dessa
forma, a Comunicação Mediada por Computador (CMC) apresenta uma
possibilidade de interação direta entre aprendizes, tanto de forma síncrona como
assíncrona. A comunicação síncrona ocorre em tempo real, podendo um aluno
comunicar-se não só com outro aluno ou professor ao mesmo tempo, mas
também com várias pessoas. A modalidade assíncrona não ocorre
simultaneamente e confere a produção de mensagens mais elaboradas, a serem
compartilhadas de forma mais tranquila com centenas ou milhares de pessoas.
Warschauer e Haeley (1998) descrevem duas fases do uso de
computadores no ensino de línguas: a comunicativa e a integrativa. A primeira
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destaca que o foco na comunicação é fundamental para o ensino de línguas,
propondo uma mudança do paradigma linguístico (competência linguística) para
o comunicativo (competência comunicativa). Com a abordagem comunicativa no
ensino de línguas, as atividades baseadas em computador focalizam o uso da
língua e não apenas sua forma gramatical. Revisando e reavaliando a
abordagem comunicativa, veio uma nova postura para a compreensão de como
a aprendizagem deveria integrar vários elementos da língua. Essa mudança de
paradigma trouxe uma nova perspectiva para o uso da tecnologia no ensino de
línguas, a fase integrativa, que atribui maior ênfase ao uso da língua em
contextos sociais autênticos e, ainda, à integração de várias competências na
aprendizagem de línguas, que não só a linguística e a comunicativa.
Essa perspectiva de se trabalharem várias competências do aluno
instiga Dias e Guimarães (2003, p. 64): “A questão que se coloca para os
educadores é: como integrar essa nova forma de pensar, impulsionada pela
realidade do espaço cibernético ao desenvolvimento de conhecimentos e
saberes do aluno?”. A resposta está no fato de que os usuários passam a poder
escolher a informação e tornam-se criadores do seu conhecimento, cabendo ao
professor o papel de guia e mediador nessa construção. Essas tecnologias
incentivam ainda o desenvolvimento de competências que implicam o
pensamento, a capacidade de expressão, de encontro de solução para
problemas e de tomada de decisões. Entretanto, as novas tecnologias, por si só,
não garantem a construção e aquisição de conhecimentos, capacidades e
atitudes, a não ser que estejam integradas em ambientes de ensino-
aprendizagem bem planejados, criando processos de aprendizagem
necessários para os alunos atingirem os objetivos educacionais desejados.
A conexão da escola à Internet e o acesso à informação disponível na
Web permitem uma articulação da produção de conhecimentos, de cultura e de
informação com o estabelecimento de relações e de dinâmicas de
aprendizagem. A escola conectada à Internet passa a fazer parte de um universo
no qual o real se confunde com o virtual. Navegar na Internet pode ser um
processo de busca de informações valioso na construção do conhecimento,
gerando um rico ambiente interativo e motivador de aprendizagem, mas pode
também tornar-se um processo inútil e dispersivo. Por isso, devem-se tomar
alguns cuidados nesse imenso mar de informações, pois, como alerta Cortella
16
(2008, p.56), “sem critérios seletivos, muitos ficam sufocados por uma ânsia
precária de ler tudo, de acessar tudo, ouvir tudo, assistir tudo. É por isso que a
maior parte dessas pessoas, em vez de navegar na Internet, naufraga”. Portanto,
todos aqueles que pretendem propor alguma atividade na grande rede mundial,
precisam estar atentos a fim de evitar esse naufrágio.
Embora se corra esse risco, há de se considerar que as novas
tecnologias sempre criaram condições para que muitas mudanças salutares
acontecessem em todos os segmentos da sociedade. Esse processo não é novo,
sempre foi assim: a história do homem coincide com a história das técnicas, ou
seja, a técnica é tão antiga quanto o homem. Inicia-se com a utilização de objetos
que se transformam em instrumentos úteis e indispensáveis. Isso permanece
como um aspecto cada vez mais complexo do processo de construção das
sociedades humanas. (CARDOSO: 2002, p. 322) Sempre houve evolução. As
tecnologias, de uma forma ou de outra, acabam se fazendo presentes em todas
as instituições sociais, dentre elas a escola: do giz e do quadro-negro ao pincel
e ao quadro branco, do caderno de anotações aos notebooks ultraportáteis com
seus programas de edição de texto, do ábaco à calculadora, do livro de texto à
informação disponibilizada on-line.
A informática trouxe novas formas de agir, facilitando algumas tarefas
que antes, quando cumpridas de maneira convencional, exigiam um trabalho
maior e conhecimentos que não estavam acessíveis a todas as áreas de
atividade humana. Em particular, o computador permite resolver certos
problemas que eram impensáveis com papel e lápis. A informação, por sua vez,
nunca esteve tão disponível: Qualquer usuário de qualquer ponto pode não só
trocar informações rapidamente, com baixíssimo custo, mas reconstruir
significados, rearticular ideias individual e coletivamente, e assim, partilhar novos
sentidos, socializar saberes e compartilhar novos consensos com todos os
usuários da rede. (OKADA, 2008, p.55)
As tecnologias são, em grande medida, cada vez mais responsáveis pela
mediação entre a ação e a aprendizagem dos alunos. Os computadores estão
cada vez mais presentes em todos os segmentos sociais, inclusive na educação:
“A tradicional concepção de sala de aula, com alunos-espectadores enfileirados
diante de um professor especialista, detentor da informação, vem se modificando
tanto nos ambientes presenciais quanto nos virtuais. (...) Os novos paradigmas
17
epistemológicos apontam para a criação de espaços que privilegiem a co-
construção do conhecimento”. (OKADA, 2008, p. 57) Essa transformação e
evolução na educação fornecem a possibilidade de aproveitar o interesse dos
docentes pelo ambiente virtual, para ir além dos materiais didáticos
disponibilizados pela escola.
Com o intuito de ir além dos materiais didáticos, tradicionalmente
disponibilizados pela escola, é preciso investigar como se dá a transformação do
físico em virtual, propiciado pelas facilidades que se tem hoje em dia e quais
ferramentas possibilitam essa mudança. Para tanto, é necessária a realização
de análises de como estão sendo utilizados, atualmente, no ambiente virtual,
recursos didáticos digitais e quais são os aspectos positivos e negativos de
ferramentas virtuais no ambiente escolar e as possíveis formas de utilização.
Esse processo tem uma base construtiva em que a cada dia ocorre uma
transformação decorrente das adaptações do ser humano que realiza as suas
atividades diárias com uso de equipamentos eletrônicos, não sendo tão distante
a utilização desses mecanismos nas unidades escolares. Podemos citar em:
O processo educativo, no universo sócio-histórico, como todas
as atividades humanas, também foi afetado. Auxiliado pela
informática, teve novos horizontes abertos, que sinalizaram para
a possibilidade de aprendizagem diferenciada a dinâmica. Afinal,
o sujeito não só coletaria informações mais rapidamente,
acessando locais virtuais à sua disposição, mas também poderia
disseminá-la por meio do uso dos recursos tecnológicos,
passando a interagir com pares e/ou tutores para desenvolver
discussão e aprofundamento em um novo ambiente geográfico:
o ciberespaço. (ANDRADE, 2010. p. 15,16)
Não podemos deixar de destacar o ciberespaço, a cultura referente à
utilização das mídias pelas pessoas, a infraestrutura das redes, o
desenvolvimento e a evolução dessa tecnologia contemporânea. Podemos
descrever o crescimento do ambiente virtual pelos meios de comunicação, o
desenvolvimento tecnológico que passou de cabos e antenas à fibra ótica e o
avanço dos aparelhos tecnológicos que são utilizados por quase todos. Nas
18
últimas décadas podemos descrever que as evoluções são constantes,
transformando a vida e a rotina de todos. Esse conceito pode ser retomado em:
A cibercultura, tanto quanto quaisquer outros tipos de cultura,
são criaturas humanas. Não há uma separação entre uma forma
de cultura e o ser humano. Nós somos essas culturas. Elas
moldam nossa sensibilidade e nossa mente, muito
especialmente as tecnologias digitais, computacionais, que são
tecnologias da inteligência, conforme foi muito bem
desenvolvido por Lévy e De Kerckhove. Por isso mesmo, são
tecnologias autoevolutivas, pois as máquinas estão ficando cada
vez mais inteligentes. Mas, tanto quanto posso ver, não há por
que desenvolver medos apocalípticos a respeito disso. As
máquinas vão ficar cada vez mais parecidas com o ser humano,
e não o contrário. É nessa direção que caminham as pesquisas
atuais em computação. Mas, ao mesmo tempo, também não se
trata de desenvolver ideologias salvacionistas a respeito das
tecnologias. Se elas são crias nossas, inevitavelmente carregam
dentro de si nossas contradições e paradoxos. (SANTAELLA,
2003, p. 30)
A cultura da informatização da vida, decorrente da evolução tecnológica,
assumiu uma grande parte do desenvolvimento escolar; em algumas pesquisas
foram identificados alguns professores que, mesmo com a proibição, utilizam os
equipamentos para modificar a metodologia de ensino. Essa transformação
torna-se favorável para que os educandos também façam parte da
transformação e do desenvolvimento educacionais. Dessa forma identificamos
que a nova geração de professores está se adaptando para que esses
equipamentos sejam utilizados e adequados para o cotidiano escolar, pois essa
nova geração de alunos está treinada para realizar atividades e interagir em
diversas situações ao mesmo tempo. Para Shepherd e Saliés (2013), esse
conceito está definido em:
Vêm ocorrendo mudanças profundas no modo como o
letramento é entendido. Para aqueles que nasceram e foram
educados antes da era da Internet, o letramento impresso é
19
fundamental e o da tela, periférico. Para pessoas nascidas e
educadas desde então, vem sendo o contrário. Neste momento,
encontramo-nos em um período de transição esquisito, de
confronto entre essas gerações. O uso da tecnologia pelos
jovens é visto com desconfiança. Os telefones celulares são
proibidos em sala de aula. Mitos sobre o impacto do meio
eletrônico na linguagem encontra-se por todos os lados (como
mostro em Txtng). As pessoas reclamam que “os adolescentes
não leem”, quando na realidade os adolescentes leem o tempo
todo – no telefone celular, no Facebook...
Podemos afirmar que existe um novo conceito de educação de que há
uma geração de nativos digitais, não devemos nos adaptar e devemos aceitar;
ontem era a enciclopédia, hoje é o livro digital. Por assim ser, o procedimento
metodológico que se pretende adotar é o interpretativista que, por meio de dados
quantitativos, avalia qualitativamente o objeto selecionado para este estudo, que
se organiza na seguinte estrutura:
Capítulo1, em que é apresentado o contexto de base para o desenvolvimento da
pesquisa.
Capítulo 2, em que apresentamos o ensino de Língua Portuguesa em ambiente
virtual, o seu percurso e a sua utilização.
Capítulo 3, em que se traça um percurso histórico de procedimentos de leitura,
do século XIX ao século XXI, com o ensino apoiado em plataformas digitais.
20
Capítulo 1 – Contexto da pesquisa
O ambiente virtual na educação há poucas décadas era um pensamento
futurista e uma realidade sem uma perspectiva a ser alcançada. Essa realidade
foi sendo adaptada, em decorrência da grande transformação tecnológica
mundial; os equipamentos que eram de difícil acesso hoje fazem parte da nossa
rotina, podendo ser carregados em nossos bolsos, com acesso a pesquisa,
independentemente dos recursos. A facilidade que temos em recorrer às mídias
transformou o educando, que não tinha um conhecimento dos conteúdos, em um
eterno pesquisador, um desbravador da educação e um questionador com base
teórica.
Tem a mesma apresentação de comunicação escrita e falada como em
qualquer outro ambiente de diálogo, pois com o avanço da tecnologia
determinamos que comunicação não é somente face a face, mas com outros
mecanismos que com o tempo encurtam as distâncias; mesmo permanecendo
distantes, com uma interação em tempo real, os mecanismos de comunicação
foram transformando o conhecimento, as adaptações e o comportamento do ser
humano, as variações foram sendo introduzidas até mesmo no ambiente escolar,
que deixou de ser meramente um contato de docente para discente: passou a
ser uma relação transformadora, de impacto para muitos.
A tecnologia na educação anda a passos curtos, por não ser vista com
bons olhos, como uma ferramenta para desenvolvimento educacional; alguns
profissionais ainda apresentam certa resistência nessa transformação da
educação tradicional que restringe apenas a sala de aula, não podendo
ultrapassar os muros da sabedoria, dos detentores do saber. O docente antes
retinha todo o conhecimento, e hoje percebemos que algumas instituições estão
quebrando esse conceito de que o aluno olha a nuca do outro em sinal de
respeito ao educador; esse formato de fileiras passa a ser alterado para em
círculo, onde o docente não é o mentor do estudo, é um formador de
pesquisadores em busca do conhecimento, utilizando todos os equipamentos
necessários para a mudança, trazendo à independência o aluno, procurando o
melhor para o seu desenvolvimento. O discente está sendo tutorado pelo
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docente, que orienta o caminho a ser percorrido e a forma para que não seja
algo avassalador, pois o ambiente virtual de educação disponibiliza muito
conhecimento, mas também pode deixar em um deserto de saber. (Marcuschi,
2010) O impacto das tecnologias digitais na vida contemporânea está apenas se
fazendo sentir, mas já mostrou com força suficiente que tem enorme poder tanto
para construir como para devastar.
A construção do mecanismo tecnológico, por meio de computadores,
tablets, celulares, tornou-se impactante em vários ambientes; no ambiente
escolar não poderia ser diferente. Docentes sendo substituídos por máquinas
jamais poderia ser aceito, mas não é uma substituição, e sim um suporte para
tirar a carga do docente; para todos os elementos dessa realidade, isso está
sendo construído com um formato de interação. A tecnologia digital vem sendo
inserida de forma gradativa na educação durante essas últimas décadas;
observando alguns países desenvolvidos, essa tecnologia faz parte da educação
desde seu início, deixando os estudos em um crescimento imensurável, perto da
nossa visão de educação. Dessa forma, devemos modificar a maneira de pensar:
a interação deve ser inserida dentro dos muros escolares. (Marcuschi, 2010)
Essa transformação tecnológica digital na sociedade contemporânea e as novas
formas de comunicação estão cada vez mais incorporadas ao nosso dia a dia
em quase todos os aspectos de interação e realizações de tarefas da nossa
rotina diária, fazendo com que a sociedade seja mais produtiva e independente.
Pode-se notar essa transformação no contexto escolar pelas referências de
gêneros da escrita; em poucas décadas um dos gêneros mais contundentes para
uma comunicação ativa era carta, uma referência para a interação a distância.
Hoje podemos citar diversos gêneros para uma comunicação a distância e um
discurso para vários ambientes: e-mail, blog, chat e outros gêneros do “discurso
eletrônico”; a conversação para a ser dinâmica e eficiente, tornando-se uma
ferramenta muito eficaz.
Não há possibilidade de as plataformas de ensino disponibilizadas nos
ambientes virtuais de aprendizagem serem contidas em nenhum aspecto. O
Ministério da Educação já inseriu esse conteúdo na LDB 9394/1996, que
normatiza o ensino com uso de equipamentos eletrônicos no seu inciso: “§ 4º O
ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a distância utilizado como
22
complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais”, e a
possibilidade de utilizar ferramentas de ensinos diversos. Não podemos perder
esse avanço na educação, devemos sim treinar todos os profissionais para que
o ambiente virtual não seja um equipamento de oposição, mas uma
transformação no ensino e aprendizagem. Devemos transformar a nossa visão
de mundo, participando integralmente dessa evolução; somos adaptáveis a
diversas situações, não podemos deixar de nos adaptar a esse novo contexto
educacional. Podemos afirmar com base nas teorias que:
As novas tecnologias possibilitam ao usuário o acesso a
questões de toda ordem, discutidos em âmbito mundial. A
grande teia hipertextual disponibilizada na Internet traz o mundo
para a tela do usuário, oportunizando o acesso a hiperlinks numa
escala crescente, gerando uma imensa quantidade de
informação. Para que tal processo seja produtivo, é necessário
desenvolver novas habilidades de leitura e construção de
referenciais de forma a organizar o acesso aos dados, a buscar
uma ordem na desordem, a construir o conhecimento.
(SCHUELTER, 2005, p.06)
Marcuschi (2010) conceitua que é inegável que a tecnologia do
computador, em especial com o surgimento da Internet, criou uma imensa rede
social (virtual) que liga os mais diversos indivíduos pelas mais diversificadas
formas em uma velocidade espantosa e, na maioria dos casos, em uma relação
síncrona. Isso se dá em uma nova noção de interação social. Esse é o primeiro
aspecto que podemos frisar na natureza das novas tecnologias: não são
antissociais, como alguns supuseram, mas favorecem a criação de verdadeiras
redes de interesses. Surgem daí “comunidades virtuais” em que os membros
interagem de forma rápida e eficaz.
Webquest significa, literalmente, uma demanda na web e é definida por
seu autor, Bernie Dodge (1995), da seguinte maneira: “uma Webquest é uma
atividade orientada para a pesquisa em que alguma, ou toda, informação com
que os alunos interagem provém de recursos na Internet, opcionalmente
23
suplementados por videoconferência” (apud WebQuest Escola do Futuro – USP.
Disponível em www.webquest.futuro.usp.br).
Bernie Dodge é professor de Tecnologia Educacional e já vem utilizando
a Internet há mais de 20 anos como recurso educacional. Uma Webquest pode
ser o pontapé inicial para educadores utilizarem recursos da Internet, pois é um
recurso simples, de fácil execução e que estimula e diferencia as aulas. Além
disso, pode ajudar o professor a planejar e se estruturar melhor, propiciando,
ainda, a sua criatividade, pois os educadores podem criar suas Webquest de
acordo com suas realidades e necessidades.
Outro grande diferencial no uso da Webquest é a facilidade que oferece
para os trabalhos de pesquisa. Nesse tipo de ferramenta, as páginas já são
previamente selecionadas, apresentando uma lista dos sites que são
importantes para desenvolver um determinado tema. “Isso facilita o trabalho dos
estudantes que, muitas vezes, se perdem no ciberespaço, pois existe uma
infinidade de sites e muitos são desnecessários, dispersando os alunos dos
objetivos a serem alcançados”, afirma Daphne Holzer Velihovetchi, professora
do Curso a Distância CPT Uso da Informática na Educação – Fundamental e
Médio, em Livro+DVD e Curso Online.
A plataforma foi criada para a transformação e a otimização do ensino de
Língua Portuguesa e outras matérias no âmbito escolar, para realizar a interação
da aprendizagem, sendo cada atividade criada de acordo com a necessidade de
cada docente, aplicando a sua metodologia e as suas práticas educacionais.
Essas características também são utilizadas na sequência da proposta
didática, criando as possibilidades dos exercícios individuais ou em grupos
elaborados para ampliar as necessidades práticas e metodológicas.
Podemos citar como necessidades práticas metodológicas os campos
que não delimitam o espaço a ser pesquisado, como, por exemplo, a criação de
hipertexto, para que as consultas sejam realizadas na imensidão de conteúdos
disponibilizados no ambiente virtual. Isso proporciona uma possibilidade de o
discente exercer a pesquisa, não se detendo ao conhecimento exposto na
plataforma de ensino e na sala de aula. As grandes variedades de informações
e a tecnologia são os atrativos que a Webquest disponibiliza, tendo o discente
maior autonomia para desenvolver suas atividades, sem a intervenção
24
sincrônica do professor, realizando um aprendizado livre das obrigações do
ensino antigo, quando a pesquisa era limitada apenas a alguns livros, não tendo
uma amplitude de informações que hoje está disponibilizada na Internet.
Uma atividade bem planejada desperta o interesse do discente e
desenvolve um papel enorme de ensino-aprendizagem. Não podemos nos
esquecer de orientar como devem ser realizadas a pesquisa e as formas de
reconhecer as fontes fornecidas, a sua confiabilidade e segurança. As atividades
propostas podem ser desenvolvidas por um discente ou em grupos, havendo
possibilidades de serem aplicadas a todas as matérias; em Língua Portuguesa,
podemos desenvolver a leitura, o desenvolvimento gramatical da língua,
interpretação de texto e as habilidades cognitivas.
As Webquest podem ser curtas, com o objetivo de aquisição completa de
um determinado conhecimento, ou longas, cuja ideia central é ampliar e refinar
um dado conhecimento, pois as análises dos conteúdos serão aprofundadas,
criando outros novos materiais, de preferência na própria Internet, cuja duração
pode ir de uma semana a um mês.
Ao criar ou escolher uma Webquest já postada na Internet, deve-se
observar se ela tem os seguintes princípios:
.
Introdução: o texto deve despertar a curiosidade e estimular os alunos a
prosseguir; para isso, deve ser um texto direcionado ao público-alvo e
evitar didatismo.
Tarefa: parte principal de uma Webquest, pois é ela quem norteia e
estimula os alunos, devendo ser motivadora e desafiadora, com
possibilidade de ser efetivamente realizada, que seja plausível e que
tenha relações com a vida dos estudantes. Deve-se descrever o produto
final esperado e as ferramentas que devem ser utilizadas para isso.
Exemplos: elaborar um resumo, resolver um problema, defender uma
opinião, fazer uma reportagem ou qualquer outra coisa que exija dos
alunos a transformação das informações transmitidas.
Processo: demonstra passo a passo o que os alunos devem fazer para
realizar a tarefa proposta. Ele deve ser bem detalhado. Deve especificar
também as expectativas, estabelecendo as fontes (recursos) a serem
25
usadas. Se na Webquest exigir a definição de papéis, delimite suas
respectivas funções nessa seção.
Fontes de informação: são os sites que o professor escolheu para os
alunos consultarem e realizarem as tarefas. Eles deverão ser
apresentados à medida das necessidades dos alunos.
Avaliação: constam quais os procedimentos que serão usados para
avaliar os alunos.
Conclusão: coloca-se um resumo do que foi abordado pela Webquest e
os objetivos que foram ou deveriam ser alcançados. Nela pode-se
também estimular e incentivar os alunos a continuarem pesquisando
sobre o tema, colocando-se links e frases interessantes.
Créditos: devem ser apresentadas todas as fontes utilizadas (fotos,
desenhos, músicas, livros etc.). Para páginas da Internet, colocam-se os
links.
Diante das evoluções tecnológicas na sociedade brasileira, percebemos
que o uso de equipamentos eletrônicos unificados com a Internet passam por
uma evolução constante, com esta, no aumento da dependência do uso das
tecnologias, sendo cada dia mais volumosa e perceptível a compulsão pelo uso
das tecnologias. Em cada ponto da sociedade observamos uma pessoa
utilizando a tecnologia para se comunicar ou interagir em seus afazeres diários,
empregando os recursos para transformar a vida dinâmica, tornando-se
prazerosa; por exemplo, elimina o deslocamento para pagamento de contas,
podendo ser realizado em segundos, facilitado e eliminando o desconforto de
enfrentar filas quilométricas que em décadas passadas era quase impossível de
serem evitadas, colocando os aparelhos e equipamentos não como necessários,
mas como essenciais.
Não podemos relacionar toda essa facilidade em nossa rotina diária,
deixando de fora do contexto escolar. Hoje qualquer pesquisa pode ser realizada
dentro da sala de aula, pois os aplicativos de pesquisa são de qualidade
inigualável, de forma a facilitar as possibilidades de interagir com as atividades
escolares; há pouco tempo o uso do dicionário era obrigatório em seu formato
original, dificultando o transporte, completando os materiais pesados e que
26
influenciava na saúde do aluno, que muitas vezes adquiria problemas na coluna
ou de má postura decorrente do peso que era acondicionado na mochila ou
bolsa, para estar com todo o material necessário para um bom aproveitamento
escolar. Podemos apontar esse conceito em:
A ascensão da tecnologia informática provocou mudanças no
cotidiano das pessoas: essas passaram a reorganizar suas
práticas sociais devido às possibilidades de acesso aos vários
recursos que foram criados. Assim, cartas postadas pelos
Correios deram espaços a e-mails, pagamentos e compras
podem ser realizados de casa pela Web. O mundo
informatizado, com seus recursos e conteúdos atraentes, com
ambiente multimídia, global e interacional provocou uma
revolução nas atividades humanas, oferecendo novos meios e
maneiras para o relacionamento com o outro e com o
conhecimento. (ANDRADE, 2010. p. 15)
O uso da WQ nas unidades escolares públicas apresenta dificuldades em
sua aplicação, pois existem os fatores que impossibilitam o seu
desenvolvimento. Verificamos que em algumas unidades escolares existe uma
agenda para o uso do laboratório, em outras não há computadores suficientes
para todos os alunos, tendo unidades que não são disponibilizadas na Internet;
sendo assim, fatores contrários são maiores que os favoráveis. Já em se
tratando de unidades escolares privadas, a utilização de computadores com
redes de Internet e outros equipamentos é bem melhor em comparação às redes
educacionais públicas. Marinho (2012) traz essa reflexão:
No caso da escola particular a presença do computador é mais
forte do que na escola pública. Essa presença, sem dúvida, se
deve muito à concorrência: “Se os alunos da escola concorrente
usam o computador, a minha escola também tem que fazê-lo”,
pensam diretores e donos de escolas, muito embora nem
sempre se ocupem em avaliar as possibilidades reais desse uso,
sua qualidade e adequação. Mesmo que seja por conta da
competição no mercado, o computador é trazido para a escola,
27
numa estratégia de dar resposta mais imediata às demandas de
alunos e de seus pais.
Realizando um questionamento do porquê da recusa da utilização da
tecnologia em sala de aula, percebemos que há um receio de alguns professores
que não têm habilidade competente para manusear os equipamentos, tendo
dificuldade em realizar programação e construção de atividades. Já em
contrapartida, os alunos têm habilidade maior, utilizando os equipamentos
midiáticos de forma quase completa e com facilidade tamanha; é uma geração
de nativos digitais, habilitados desde tenra idade. Há um receio de como a
influência de décadas poderá ser modificada, cujo educador dominava todas as
habilidades existentes, pois ele é o educador, dominava todos os
conhecimentos, sabia tudo, não deveria ter dúvidas, não podendo ser
questionado de nenhuma forma; tornou-se comum abolir o uso por falta de
conhecimento. Podemos citar em:
Já faz alguns anos que muitos educadores entraram em um
verdadeiro “pânico”, quando perceberam que as novas
tecnologias da informação e comunicação (TICs) estavam
adentrando o espaço educacional nos diferentes níveis,
inclusive oportunizando uma dinâmica toda especial para os
cursos realizados na modalidade a distância. Muitos recursos
surgiram para que a educação, educadores e educandos
possam estar interagindo com as mídias e com as TICs. Em todo
o mundo surgiram várias propostas para adaptar o computador
à dinâmica da sala de aula, na tentativa de acompanhar os
avanços tecnológicos e possibilitar a adequação necessária
para as metodologias que em muitos casos ficou estagnada no
passado. Atrelada a essa concepção de mudança do paradigma
está a compreensão de que o papel do profissional de educação
na atualidade é o de estimular os alunos a aprenderem a buscar
e selecionar as fontes de informações disponíveis para a
construção do conhecimento, analisando-as e reelaborando-as.
(PIMENTEL, 2007. p. 02)
28
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sancionou, no dia 6 de
novembro de 2017, a lei que autoriza o uso de telefones celulares para fins
pedagógicos em salas de aula. O Projeto de Lei 860/2016, encaminhado à
Assembleia Legislativa de São Paulo ainda em 2016, alterou a Lei 12.730/2007,
que proibia o uso desse tipo de dispositivo em escolas estaduais; a lei permite
que estudantes dos ensinos fundamental e médio utilizem aparelhos em sala de
aula desde que em atividades pedagógicas e orientados pelos educadores. A
ideia é atualizar as linguagens de ensino e acompanhar as inovações
tecnológicas para despertar a curiosidade de crianças e adolescentes no
ambiente escolar; essa modificação no conceito do uso dos equipamentos
eletrônicos virá para reelaborar as aulas, não sendo necessário deslocar uma
turma de 40 alunos para que seja realizada uma atividade com o uso das
tecnologias. Hoje quase todos os cidadãos têm um aparelho celular com acesso
à Internet; vamos precisar apenas de uma conexão para que possamos realizar
as aulas com o uso da Internet. Em alguns municípios essa rede wi-fi já está
disponível para que seja utilizada para atividades educacionais. É limitada para
alguns acessos, mas liberada para pesquisa.
O uso das tecnologias em sala de aula para uso educacional já era citados
em vários artigos de estudiosos e pesquisadores; podemos citar: Karsenti e
Villeneuve e Raby (2008), que realizaram algumas pesquisas cujas
preocupações eram em diversos aspectos: Por que se preocupar com a
preparação dos futuros professores para os usos pedagógicos das TIC em
contexto escolar? Porque a literatura científica dos últimos anos indica
claramente que elas favorecem, em vários aspectos, o êxito educacional dos
estudantes.
Entretanto, essa mesma literatura científica revela também que os
professores as usam raramente em contexto escolar; é preciso fazer prova de
bom senso. Mas qual é esse bom senso que devemos nos questionar quanto à
utilização das mídias, quais ambientes são adequados? Em países
desenvolvidos essa utilização já é consciente por ambas as partes, estudante e
professor.
Em 2007, houve debate sobre a integração das TIC em contexto escolar,
quanto à necessidade (ou não) de usá-las na escola. O debate deve antes
29
focalizar como integrá-las à pedagogia. Neste texto, a primeira seção examina o
seu impacto no êxito educacional dos alunos antes de analisar a questão da sua
difícil penetração nas práticas pedagógicas em sala de aula. Podemos citar
Pimentel (2007): transformar o espaço virtual voltado à educação é uma tarefa
que exige muita disciplina e um espírito de pesquisa e a transformação do
conceito de que todo tipo de equipamento sendo bem utilizado é uma ferramenta
útil e eficaz.
A tecnologia tem influenciando na formação e transformação da educação
e professores, para transformar a educação em uma inovação e na busca por
uma educação de qualidade. Na construção do saber sendo fruto da busca do
saberes, a Internet possibilita a criação de um novo conceito de educação de
transformação do aluno e a melhora para educação.
A tecnologia é aceita em diversos aspectos ou determinados momentos
da vida, mas o uso em sala de aula é discutido por diversos especialistas que
criticam a forma da exposição da educação através da Internet, mas vamos fazer
um diagnóstico da evolução da educação nas últimas décadas. No caminho
percorrido pelos livros de pesquisa para a pesquisa em sites especializados de
buscas, passamos a observar que o estudante de hoje é favorecido, pois a
biblioteca está em seu bolso; no passado a biblioteca estava a quilômetros de
seus lares.
Podemos citar Andrade (2010): para a realização de um processo
educativo participativo e de qualidade, é fundamental considerar o propósito
educacional, o engajamento dos alunos e a estruturação do desenvolvimento
dialógico da interação, elaborando o hipertexto de forma que os alunos
reconheçam a necessidade de construir um sentido para o conjunto de
informações que recebem a cada momento da navegação. Um constante
aperfeiçoamento docente em busca de novos conhecimentos transforma a
realidade educacional ultrapassada em uma educação renovada e atrativa para
os educandos, deixando os resquícios do passado, passando para uma
educação tecnológica e evoluída.
A contemporaneidade traz à tona quanto o computador é eficiente para a
educação, não se tornando um inimigo, uma arma para ser utilizada contra os
docentes que não têm a facilidade que os nativos digitais apresentam. Castro e
30
Tavares (2005) fazem a organização lógica dos conteúdos das Webquest,
devendo traduzir-se numa organização física bem estruturada. E se a
necessidade de simplicidade e clareza nas aplicações de multimídia
educacionais é sempre premente, também nas Webquest se devem respeitar os
princípios relacionados com a ergonomia das aplicações de multimídia, os quais
resultam de estudo, experiência e testes realizados ao longo dos tempos.
31
Webquest Curta
Um exemplo de Webquest curta demostrando o trabalho que será
produzido em poucas aulas, utilizando o conteúdo exposto em sala de aula ou
um complemento do conteúdo.
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Webquest Longa
Como exemplo de Webquest longa, podemos explorar ao máximo os
dispositivos disponíveis na Internet, hipertextos, hiperlinks, vídeos, imagens,
uma extensão das aulas em sala de aula, ampliando o campo de pesquisa e
conhecimento do aluno.
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Capítulo 2 – O ensino de Língua Portuguesa em ambientes
virtuais
Hoje percebemos que as tecnologias estão em quase todas as nossas
tarefas realizadas no dia a dia; podemos afirmar que ocorreu uma transformação
dos recursos de pesquisa. Um exemplo são as pesquisas que eram realizadas
por nossas avós ou mães em livros de receitas, em cadernos com diversas
anotações. Por aplicativos de busca como Google, é facilitada nossa rotina e
otimizados os conteúdos que eram armazenados em livros ou cadernos para
serem consultados quando necessário.
A trajetória do uso das tecnologias para o ensino a distância teve início
em 1937 com a criação do Serviço de Radiodifusão Educativa, do Ministério da
Educação. As aulas eram realizadas através do uso do rádio e acompanhadas
por materiais impressos. O Instituto Universal Brasileiro, que foi criado em 1941,
até hoje ainda possibilita o ensino por correspondência e mantém o ensino e a
profissionalização de diversas pessoas que utilizam esse sistema. Nesse
percurso do ensino com o uso das mídias apenas alguns conseguiram manter o
seu desenvolvimento por anos, acompanhando a evolução e renovando o seu
sistema. Instituto Monitor e Instituto Universal Brasileiro, os dois iniciaram o seu
sistema educacional por correspondência; com o surgimento da televisão em
1948 ocorreu uma transformação no ensino a distância, trazendo um novo
público para a educação, mas essa nova tecnologia só começou a ser utilizada
em 1965, criada pelo poder público; chamava-se TV Educativa. O percurso da
educação EaD evoluía morosamente, passando-se décadas com o mesmo
sistema sem renovação; em 1977 surge a Fundação Roberto Marinho, em 19881
veio ao ar o Telecurso 1º e 2º graus, passando por uma reformulação e tendo
seu nome alterado para Telecurso 2000. Citar esse percurso para contextualizar
o uso do ensino a distância em escolas de ensino infantil ao médio e
universidades é muito importante para percebemos que essa metodologia de
ensino está disponível há décadas.
Podemos citar Almeida (2003), que traz em seu texto esse conceito:
O advento das tecnologias de informação e comunicação (TIC)
reavivou as práticas de EaD devido à flexibilidade do tempo,
46
quebra de barreiras espaciais, emissão e recebimento
instantâneo de materiais, o que permite realizar tanto as
tradicionais formas mecanicistas de transmitir conteúdos, agora
digitalizados e hipermidiáticos, como explorar o potencial de
interatividade das TIC e desenvolver atividades à distância com
base na interação e na produção de conhecimento.
Trazendo para o ensino de Língua Portuguesa afirmamos que o início foi
apenas uma transferência de dados dos livros didáticos para a Internet, onde
podíamos encontrar gramáticas completas, dicionários, dentre outros meios de
estudos na Internet, mas sem a transformação e animação de design que
encontramos atualmente. Hoje o ensino tornou-se hibrido; mesmo em escolas
de ensino presencial normal, a utilização dos conteúdos on-line é muito
importante para essa nova geração de estudantes que está surgindo, estudantes
nativos digitais, tendo o uso da tecnologia na sua rotina; com isso, devemos
implantar o uso das tecnologias em sala de aula.
Dentro do ensino de Língua Portuguesa, o uso da tecnologia digital
apresenta diversas formas e recursos disponíveis; podemos citar o dicionário
com milhares de verbetes e contextualização com figuras e a pronúncia das
palavras, a gramática que pode ser escrita ou em videoaula. Diversos
profissionais disponibilizam aulas sob várias formas de ensino; a leitura, que
pode ser com hipertextualização dos assuntos contidos no texto ou indo em
busca de outros assuntos relacionados a ela. Esse conceito podemos afirmar em
Almeida (2003):
A leitura de um texto não linear (hipertexto) na tela do
computador está baseada em indexações, conexões entre
ideias e conceitos articulados por meio de links (nós e ligações)
que conectam informações representadas em diferentes
linguagens e formas, tais como palavras, páginas, imagens,
animações, gráficos, sons, clipes de vídeo, etc. Dessa forma, ao
clicar sobre uma palavra, imagem ou frase definida como um nó
de um hipertexto, encontra-se uma nova situação, evento ou
outros textos relacionados. Portanto, cada nó pode ser ponto de
47
partida ou de chegada, originar outras redes e conexões, sem
que exista um nó fundamental.
A evolução do ambiente virtual auxiliou em muito a educação; podemos
dizer que transformou a educação padronizada em livros e pesquisas rasas pelo
acesso ao material limitado em uma busca mais aprofundada. Antigamente era
despendido muito tempo, tendo que realizar deslocamentos a uma biblioteca,
metaforicamente uma transformação da água ao vinho, hoje o acesso ao
conteúdo é ilimitado: livros, artigos, pesquisas, revistas disponíveis para
consulta, bibliotecas infinitas para acesso on-line. Um bom incentivo, um auxílio
bem estruturado com que transformaremos os alunos.
Para Almeida (2003), ambientes digitais de aprendizagem são
sistemas informatizados disponíveis na Internet para uso comum e abertos a
todos; esses sistemas são destinados ao uso de atividades tecnológicas
disponíveis na rede, sendo disponibilizados para utilização de múltiplas mídias,
linguagens e recursos, que são atualizadas constantemente e por diversos
profissionais, com o objetivo de auxiliar e acrescentar no crescimento da
educação. A tecnologia é utilizada de acordo com o crescimento e a
disponibilidade de cada docente para aplicabilidade em aula ou para repassar
para pesquisa a ser feita pelo discente.
48
2.1 Os gêneros emergentes
Quando falamos em gêneros emergentes estamos nos referindo a
gêneros textuais que estão emergindo no contexto digital. A transformação dos
gêneros utilizados há décadas que estão sendo atualizados, passando por uma
transformação decorrente do avanço tecnológico. Os gêneros emergentes foram
surgindo gradativamente; não foi uma transformação brusca nem uma
substituição, mas decorrente da modificação dos recursos utilizados, como
podemos ver em:
[...] Os gêneros emergentes nessa nova tecnologia são
relativamente variados, mas a maioria deles tem similares em
outros ambientes, tanto na oralidade como na escrita. Contudo,
sequer se consolidaram; esses gêneros eletrônicos já provocam
polêmicas quanto à natureza e proporção de seu impacto na
linguagem e na vida social.
(MARCUSCHI, 2004, p.14)
Mesmo com o impacto das tecnologias digitais, não ocorreu a
transformação total dos gêneros usuais; em determinadas situações ainda
percebemos o uso de cartas, jornais, revistas impressas, pois alguns usuários
mantêm o tradicionalismo evitando o uso das tecnologias. A leitura e a escrita
não era utilizada constantemente por uma parcela da população, por motivos de
dificuldades ao acesso e envio, mas essa prática tomou um novo rumo com a
evolução tecnológica: pessoas que não mantinham contato com a escrita ou
envio de cartas passaram a ter acesso e a praticar a leitura, que antes se dava
apenas em livros ou jornais, passando a ser constante em mensagens
instantâneas, notas em sites de relacionamentos, leituras de informações
fornecidas pelos meios de comunicação. Isso passou a ser comum e com uma
frequência maior, o número de usuários dos equipamentos digitais aumentou em
proporção significante, acessível a uma parcela maior da população. Podemos
citar Marcuschi (2004):
49
A comunicação mediada pelo computador abrange todos os
formatos de comunicação e os respectivos gêneros que afloram
nesse contexto. Futuramente, é provável que a expressão
Internet assuma a carga semântica e pragmática do sistema
completo, já que se trata da rede mundial de comunicação
ininterruptamente interconectada a todos os computadores
interligados.
Podemos fazer uma referência ao gênero mais praticado no nosso dia a
dia, a conversação espontânea realizada face a face. Essa conversação passou
por transformação que ampliou esse conceito, encurtando as distâncias,
passando por um percurso de transformação constante; o que era apenas um
contato pessoal entre as pessoas em um espaço curto, com a criação das
tecnologias esse conceito foi sendo transformado e ampliado. O percurso
cronológico dessa transformação foi a criação do computador, telefones fixos,
telefones celulares, e-mails, mensagens curtas pelos aparelhos celulares, o
surgimento de aplicativos de mensagens pelos sites de relacionamentos,
mensagens instantâneas, salas de bate papo, ampliando-se em chamadas de
vídeos. Ampliou-se a distância de comunicação e aproximou o mundo; hoje essa
comunicação está cada vez mais próxima de todos e com muito mais frequência.
Desde que não tomemos a contextualização como um simples processo
de situar o gênero numa situação exteriorizada, mas sim como enquadramento
cognitivo, os gêneros virtuais são formas bastante características de
contextualização.
Marcuschi (2004) descreve esse percurso dos gêneros emergentes em
um quadro que cria um paralelo formal e funcional entre os gêneros novos e
antigos.
Gêneros emergentes Gêneros já existentes
E-mail Carta pessoal / bilhete / correio
Chat em aberto Conversações (em grupos abertos)
Chat reservado Conversações duais (casuais)
50
Chat ICQ (agendado) Encontros pessoais (agendados)
Chat em salas privadas Conversação fechada
Entrevistas com convidados Entrevistas com pessoa convidada
E-mail educacional (aula por e-mail) Aulas por correspondência
Aulas chat (aulas virtuais) Aulas presenciais
Videoconferências interativas Reunião de grupo / conferência /
debate
Lista de discussão Circulares / séries de circulares
Endereço eletrônico Endereço postal
Blog Diário pessoal, anotações, agendas
Não podemos avaliar os gêneros expostos por Marcuschi (2004) em uma
totalidade; devemos analisar separadamente, pois cada gênero apresenta sua
característica e suas particularidades, mas percebemos que ocorreu um paralelo
para não existir uma lacuna entre o real e o virtual.
51
2.2 A escrita e a leitura em ambiente virtual
O ambiente virtual é repleto de possibilidades e vertentes para serem
exploradas; dessa forma, com a utilização dos recursos podemos ampliar os
nossos caminhos. A escrita no ambiente virtual não pode ser apenas uma
contextualização do assunto que o escritor-autor quer expor. Koch (2011) afirma
que deve existir um tratamento da linguagem que vai ser exposta, deve haver
uma interação entre o produtor e o leitor; aquele não deve apenas repassar o
conteúdo, mas repassar esse conteúdo de forma agradável e de fácil aceitação.
O conceito de transformação das habilidades cognitivas de escrita e
leitura utilizando os equipamentos digitais está em constante crescimento, pois
cada vez as tecnologias favorecem o autor-escritor e o leitor. E essa interação é
muito agradável para o crescimento, a exemplo de uma crítica ao conteúdo lido
que chega com certa facilidade ao produtor, pois os mecanismos de
comunicação estão cada vez mais ágeis para que isso aconteça com maior
facilidade.
Hoje, para que haja um bom texto e o leitor realize uma boa leitura deve
haver uma estratégia a ser utilizada para o processamento eficaz do texto, o que
será utilizado para que o leitor sinta-se satisfeito com o conteúdo e o contexto.
Com o avanço tecnológico o leitor deixa de ser passivo e começa a
contextualizar e buscar a veracidade das informações do que foi exposto pelo
autor, se está relacionado com o assunto. Retomamos esse conceito em Koch
(2011):
Adotando esta linha de pensamento e lavando em conta a
concepção de texto atualmente adotada pela Linguística
Textual, isto é, que todo texto constitui uma proposta de sentidos
múltiplos e não de um único sentido, e que todo texto é plurilinear
na sua construção, poder-se-ia afirmar que – pelo menos do
ponto de vista da recepção – todo texto é um hipertexto.
Pegando esse sentido de que a hipertextualidade está em todo o texto,
pensamos: mas o hipertexto existe devido à tecnologia que abrange as
52
possibilidades de buscas, páginas e páginas podem ser exploradas ao mesmo
tempo. Verificou-se em um olhar amplo por Koch que a hipertextualidade já
existe bem antes da informatização, dando o exemplo do texto acadêmico:
Pensemos, inicialmente, nos textos acadêmicos, povoados de
referências, citações, notas de rodapé ou de final de capítulo.
Temos aqui um hipertexto, em que as chamadas para as notas
ou as referências feitas no corpo do trabalho funcionam como
links. O leitor poderá, por exemplo, ler o texto de maneira
contínua e só consultar as notas após essa leitura; consultar
apenas as que mais lhe interessarem ou mesmo não ler
nenhuma. Poderá, também, interromper sua leitura a cada
chamada e integrar o conteúdo da nota de leitura que está
fazendo. Ao encontrar uma referência, quer no texto, quer em
nota, poderá inclusive suspender a leitura para consultar a obra
ali referenciada. Nesta nova obra, por sua vez, poderá encontrar
outras referências, que o levem a outros textos, e assim por
diante. A diferença com relação ao hipertexto eletrônico está
apenas no suporte e na forma e rapidez do acessamento.
(Koch, 2011, p.61)
Essa citação foi marcante para a minha consulta, pois em diversos livros
e artigos de vários estudiosos ocorre a afirmação de que o texto escrito e
utilizado por várias décadas não poderia ser transportado para o ambiente digital
de qualquer forma, pois o ambiente digital teria algumas peculiaridades que o
impresso não disponibilizava, mas vários mecanismos do impresso são
utilizados no digital. Ocorreu sim uma modernização dos conteúdos impressos
para o digital; então, podemos afirmar que podemos sim realizar a transferência
do impresso para digital, atentando para a adaptação e disponibilizando uma
melhor consulta, ampliado as formas de consultar.
Ocorreu uma variação da leitura e da escrita do ambiente virtual para o
impresso bem significativa. Na escrita à mão os erros eram observados após o
término; em alguns casos deveria ocorrer uma reescrita, pois o sistema de
apagar as palavras era perceptível, passando para a máquina de escrever, que
53
disponibilizava recursos para correção, mas não era suficiente. O computador
modificou muito a forma da escrita, quanto à correção ou às configurações,
padrões elevaram. A leitura passou mais por uma adaptação do nosso sistema
ocular que era acostumado a realizar a leitura com a acomodação horizontal;
com o avanço da tecnologia passamos a realizar a habilidade cognitiva da leitura
verticalmente, foi mais uma adaptação do que uma mudança, porque os
equipamentos digitais disponibilizam recursos para a melhor acomodação do
seu usuário. Com essa evolução da escrita e da leitura podemos afirmar que
favoreceu o ensino-aprendizagem.
54
2.3 As estratégias para o ensino em ambiente virtual
Ensino em ambiente virtual hoje é uma das tendências para ampliar as
possibilidades de as pessoas e os docentes criarem estratégias diferenciadas
para uma educação melhor.
Mas tratando-se de educação regular do ensino fundamental ao ensino
médio em uma unidade escolar pública, essa estratégia está toda na mão do
docente, responsável pela sala de aula; não há um grupo responsável pela
elaboração dos materiais que serão disponibilizados para os alunos. Fizemos
essa referência para contextualizar a educação a distância (EaD) realizada em
universidades públicas e privadas em todo o território nacional com uma
eficiência enorme e com um equipe especializada e responsável pela criação do
conteúdo e a aplicabilidade. Voltando a nossa realidade brasileira o docente é
responsável por todas essas fases de elaboração, criação e aplicabilidade.
A observação do desenvolvimento da atividade é acompanhada de perto
pelo docente, o que deve incluir ou excluir que rumo tomar para a próxima
atividade e qual a aceitabilidade dos discentes.
Há uma tabela elaborada por MOORE e KEARSLEY (2007), que são os
percursos a serem percorridos para que seja elaborada e executada uma boa
atividade.
Análise Reanálise
Elaboração Reelaboração
Desenvolvimento Novo desenvolvimento
Implementação Intervenções
Avaliação
O sistema educacional permite essa adequação da exploração do
ambiente digital em sala de aula, mas em algumas unidades o primeiro
empecilho são os equipamentos para que sejam aplicadas as atividades para os
alunos. Podemos citar em:
55
Os encarregados de criar os cursos devem se empenhar em um
esforço concentrado, a fim de articular aquilo que acreditam que
seus alunos precisam aprender e de que forma esse
aprendizado será demonstrado como resultado de seu estado
em todos os módulos (geralmente, a divisão mais superficial de
um curso), toda unidade, toda lição e toda parte de cada lição.
(MOORE, KEARSLEY,2007, p. 105)
Não há um modelo a ser seguido para a aplicabilidade em sala de aula, o
docente segue um padrão aceitável pela coordenadoria da unidade escolar e a
disponibilidade de equipamentos. Alguns docentes utilizam o modelo de autor-
editor elaborando as suas atividades, era uma prática empregada na elaboração
e desenvolvimento dos cursos na instrução por correspondências, que o docente
executava todas as atividades para que o curso fosse realizado com êxito.
Não é uma questão de economia, mas sim a otimização do tempo e a
facilitação para que a atividade seja colocada em prática sem falhas, cumprindo
os prazos necessários para o desenvolvimento do cronograma escolar. O que
favorece para o docente ser um autor-editor é a possibilidade de modificar e
transformar uma atividade que não teve uma boa aceitação ou que já foi
executada por todos.
Pensando em otimizar e facilitar o uso da tecnologia no sistema escolar,
que não disponibiliza equipamentos necessários para que a prática educacional
seja cumprida de forma eficiente, podemos utilizar um equipamento que quase
todas as pessoas têm e que pode ser usado com uma grande facilidade, que é
o aparelho celular. Esse equipamento facilita o desenvolvimento das atividades
educacionais, como pesquisas, utilização das plataformas como Webquest,
utilização de dicionários, dentre outras formas disponíveis na rede.
Moore e Kearsley (2007) fazem uma distinção entre tecnologia e mídia,
que empregamos as terminologias de forma errônea como sinônimos; a
definição esclarece que a tecnologia é o veículo que se utiliza para comunicar e
é representada em uma mídia; e as mídias são divididas em quatro tipos: texto,
imagens (fixa e em movimento), sons e dispositivos. Todo esse recurso é
utilizado em nosso sistema educacional, que transformou o ensino-educação.
56
Capítulo 3. Leitura: do livro didático à Webquest
Neste capítulo busca-se fazer uma travessia no tempo, indo buscar
informações do século XIX ao XXI, para se entender como se deram as
transformações nos procedimentos de leitura até a atualidade, voltada ao mundo
virtual.
No século XIX, os professores necessitavam de apoio gramatical para
poder desenvolver as aulas, pois a grande parcela de docentes da época era
formada em variadas graduações, menos em uma especialização em docência.
Vamos descrever cronologicamente a história do material didático no início sem
tecnologia, impresso em folhas grotescas em preto e branco com uma capa não
tão atraente, mas com um conteúdo inigualável baseado nos padrões europeus.
No início da educação no Brasil eram apenas utilizados livros com
conteúdos complexos não específicos para aulas, sem serem consultados por
estudiosos. As aulas eram nas residências para um público restrito apenas à
burguesia e aqueles que não estudavam aqui no Brasil eram mandados para
fora do país para ter um estudo melhor e alcançar patamares elevados. As
primeiras informações de materiais didáticos utilizados e voltados à educação
brasileira foram em 1808, fabricadas pela Imprensa Régia. Tipografia da época,
começou a produzir e auxiliar a educação; o curso da Real Academia Militar
utilizava esse material elaborado por Dom João VI, que não era produzido aqui
no Brasil, mas importado de diversos países europeus. Como não havia um
padrão de livro didático, o material era padronizado com características diversas
e o objetivo de ensino com dimensão ideológica e cultural.
Muitos anos passaram com o mesmo padrão de ensino e material utilizado
pelos professores; só em 1822 outras editoras assumem as publicações, pois
ocorreram grandes demandas na distribuição, deixando de ser limitada. Apenas
em algumas unidades escolares houve uma ampliação e diversificação do
público, que começou a estudar em um modelo inicial de educação pública, mas
ainda apenas a burguesia alcançava essa possibilidade de estudar.
Com o aumento das produções, estas foram distribuídas para outras
editoras nacionais, cujas informações estão disponibilizadas no catálogo do
57
Museu Escolar Nacional publicado em 1885. Eis algumas editoras vinculadas à
impressão dos livros: B.L. Ganier, E&H. Laemment, Nicolau Alves, J.G. de
Azevedo, Tip. Nacional, Ed. Rio de Janeiro, Editoras das Províncias, Editora
Estrangeira. Com a produção no Brasil continuou o controle dos militares na
educação nacional.
Não havia uma preocupação com os ensinos secundários e superiores,
apenas com o primário. Em 1827 foram elaboradas algumas contribuições e
mudanças no material do ensino primário de Língua Portuguesa. Após ser
detectada uma segunda geração em 1880 o tema nacionalista foi imposto sobre
o sistema de ensino que era utilizado; assim, continuava a luta para ampliação
da educação para os desfavorecidos e oprimidos da sociedade. Começavam a
ser reconhecidos os cidadãos brasileiros, pois antes só os colonizadores eram
detentores de direitos e os demais apenas de deveres.
O processo de evolução da época decorreu de forma lenta, passando
anos sem qualquer alteração; em 1929 criou-se o Instituto Nacional do Livro
(INL), que transformou e remodelou os materiais didáticos e os dicionários,
dando uma linearidade para as obras literárias, começando a ser elaborados os
livros em braile. Podemos dizer que a partir daquele momento começaram a
ganhar as características reais de livro didático; porém, como citado, toda a
evolução demora, pois apenas em 1934, no governo do presidente Getúlio
Vargas, o INL recebeu a atribuição de modificar e atualizar os materiais
auxiliadores como obras literárias, dicionários, enciclopédias e o livro didático.
Naquele momento o governo começou a olhar de forma ampla para a educação,
facilitando o conhecimento a todas as classes e expandindo as bibliotecas
públicas.
Com a ampliação das instituições de ensino em 1938, o livro didático entra
em discussão no governo, sendo instituído o Decreto-Lei nº 1.006, de 30 de
dezembro de 1938, a partir de uma Comissão Nacional do Livro Didático (CNLD),
que estabelece a política de legislação de produção e controle de circulação das
obras didáticas, pois até então não havia um padrão para escolha ou produção
dos materiais e livros didáticos. Como nada são flores, na época a intenção do
governo era mais ser detentor do controle político-ideológico do que realmente
uma função didática produtiva. Em 1945 o governo reformulou a legislação e as
58
condições de produção e a importação; mesmo com toda essa normatização e
utilização do livro didático havia uma limitação do professor, sendo a escolha do
livro a ser adotado realizada pelo governo pelo art. 5 do Decreto-Lei nº 8.460, de
26 de dezembro de 1945. O docente apenas recebia em sua unidade escolar o
seu exemplar, não tendo nenhum contato com a escolha do conteúdo didático a
ser desenvolvido para o ensino.
As evoluções continuavam a andar a passos curtos. Em 1966 foi realizado
um acordo entre o Ministério da Educação (MEC) e a Agência Norte-Americana
para o Desenvolvimento Internacional (USAID), que elaboraram e criaram uma
Comissão do Livro Técnico e Livro Didático (COLTED). Como nada na época
andava de acordo com os padrões propostos pelos órgãos organizadores, o
objetivo era coordenar as ações referentes à criação e edições, para que 51
milhões de livros didáticos fossem distribuídos em um período de três anos. As
críticas surgiram pelos educadores, pois continuavam sem autonomia sobre o
conteúdo, pois o MEC e o SNEL (Sindicato Nacional de Editores de Livros)
controlariam a execução e realização técnica.
Quanto às atribuições e realizações, não saíam de forma produtiva, nem
acontecia da forma esperada. Nesse decorrer houve extinções e criações de
novos órgãos responsáveis pela elaboração e criação do livro didático, a
COLTED foi extinta, foi desfeito o convênio entre o MEC e a USAID, o INL passou
a desenvolver o Programa do Livro Didático para o Ensino Fundamental
(PLIDEF), dirigindo a administração e os recursos financeiros de 1971 a 1976;
após esse período, o INL deixa de existir e torna-se a Fundação Nacional do
Material Escolar (FENAME), começando a ser responsável pelo PLIDEF por
meio do Decreto nº 77.107, de 4 de fevereiro de 1976. A partir desse momento
há uma transformação nas compras de livros, que passam a se dar através dos
recursos do Fundo de Desenvolvimento da Educação (FNDE) como o auxílio do
Estado. A evolução não para em 1983; a FENAME foi substituída pela Fundação
de Assistência ao Estudo (FAE), reunindo e centralizando diversos órgãos de
programas de assistências de políticas educacionais; os professores começam
a participar da criação e escolha dos livros didáticos e ampliando as distribuições
para demais séries do ensino fundamental.
59
. Nada mais segurava a evolução do livro didático. Pesquisadores,
estudiosos e especialistas começaram a unir forças para poder desenvolver uma
nova versão com a cara da educação do momento. Com várias divisões que
facilitavam muito as aulas e o ensino, a capa ganha ilustrações, os textos
utilizados começam a ser o verbal e o não verbal, com o intuito de agradar não
só docentes, mas também os discentes, criando uma habilidade maior para
ambos.
A partir de 1985, após a perspectiva de realizar e criar uma nova
constituição brasileira, teve início uma padronização na educação e como seria
desenvolvida, sendo incluída a formalização das regras e as suas
características. As secretarias foram divididas em estadual e municipal, o livro
didático passou por uma padronização para todas as séries com o nome de
programa de padronização do livro didático (PNLD) do Decreto nº 91.542, de 19
de agosto de 1985, pois antes disso só havia a padronização do livro didático
para o ensino fundamental até a quarta série (atual quinto ano), com o nome de
Programa do Livro Didático para o Ensino Fundamental (PLIDEF). Com a criação
do PNLD o livro não poderia ser utilizado apenas um ano, seu descarte deveria
ser de forma consciente e respeitando as normas estabelecidas; os livros eram
impressos somente em duas cores e apenas em 1990 foi impresso em quatro
cores. Após toda essa mudança atentaram-se para o conteúdo e os autores.
Com toda a transformação, os livros ganham um formato de apostila, com
os conteúdos separados de acordo com cada matéria. As matérias são
selecionadas por uma comissão avaliadora composta por educadores da rede
que avaliam os livros que serão utilizados durante três anos, dividindo-se entre
o município e o estado, dando a cada um a incumbência de preparar o material
para o ensino fundamental e outro para o ensino médio. Esse conteúdo é
escolhido para que o seu desenvolvimento seja eficaz, com bom aproveitamento,
pensando em uma educação rumo à modernização.
A leitura realizada no livro didático se dá em momentos de estudos ou
com toda a sala de aula reunida, ou quando o assunto refere-se a matéria ou
atividade desenvolvida nas aulas. Os textos expostos nos materiais são
elaborados para que não seja uma leitura cansativa e sem atrativo; são inseridas
figuras ou fatos relacionados ao texto, colocando uma transição de língua verbal
60
e não verbal, diferenciando-se de alguns livros cujos textos são corridos sem
nenhuma interrupção de figuras.
Hoje os produtos didáticos têm uma característica de apostilas impressas
em um material com boa qualidade e design pensado para o melhor
aproveitamento da coletânea escrita das aulas, da matéria que nelas será
lecionada ou que traz o conteúdo teórico do que deve ser estudado. Os
educadores selecionam com o olhar crítico para que tenha um bom
desenvolvimento. Com o avanço tecnológico os materiais estão disponíveis em
DVD player, sites educacionais, podendo ser trabalhados on-line ou offline,
trazendo maior aproveitamento educacional.
A Internet surgiu modificando os costumes, reconstruindo hábitos que não
eram comuns; passa a ter um incentivo maior como o da leitura, pois hoje a
Internet facilita o acesso às notícias, aos livros, dentre outras formas de
comunicação. Várias pesquisas são realizadas para saber se o conceito de
leitura tornou-se habitual com o uso das tecnologias; os números são
significantes, pois a comunicação hoje é realizada na maioria das vezes através
de mensagens de textos, os jornais são on-line, revistas virtuais, notícias são
divulgadas através de sites de relacionamentos. Podemos ter acesso a livros
sem sair de casa, deixando a nossa rotina muito mais organizada. Podemos
afirmar em:
Com a emergência da Internet, as interações sociais, culturais e
comerciais mediadas pelos dispositivos tecnológicos criaram
uma ambiência peculiar em que novos hábitos e costumes se
configuram, lançando o adolescente em um novo habitat.
Entende-se cultura, nesse contexto, como o “conjunto de
práticas, comportamentos, ações e instituições pelas quais os
humanos se relacionam entre si e com a natureza e dela se
distinguem”. Portanto, a cibercultura pode ser compreendida
como uma nova modalidade de interação subjetiva que se
estrutura na interconexão homem e máquina, engendrando
importantes transformações sociais.
(PRIOSTE. 2016. p. 139)
61
Podemos fazer referência ao aumento da leitura comparando alguns anos
atrás; o acesso à leitura através dos livros e jornais era limitado, a leitura hoje
passa a ser constante, pois os aplicativos nos mecanismos eletrônicos
disponibilizam vários meios de leitura, até os sites de relacionamento
aumentaram os números de textos que os usuários elaboram para atingir um
determinado público, passando a ser de leitura pública, compartilhados dos
usuários virtuais.
O percurso de evolução da leitura do livro didático passou pelos livros
impressos, CD player, DVD player, os livros digitais, e-books; as plataformas
vieram para inovar as criações de atividades para serem desenvolvidas em sala
de aula ou fora dela. Podemos inferir Schuelter (2005), considerando que vários
aspectos e criações foram desenvolvidos, tendo uma boa aplicabilidade nas
atividades de aprendizagem no ambiente virtual. Esse percurso desenvolvido na
educação, todo esse caminho de evolução deu-se através da expansão da
tecnologia, podendo ser descrito como ampliação do ensino-aprendizagem; os
usuários devem adaptar-se para o crescimento da aprendizagem. Avaliamos os
usuários das tecnologias pela habilidade em manusear o computador, mas
podemos destacar que essa habilidade pode ser ampliada com o uso, adquirindo
o conhecimento necessário para um bom desenvolvimento. É notório que hoje
não há uma diferenciação de quem utiliza com mais facilidade ou com uma certa
limitação; todos chegam a um uso produtivo. Esse é um aspecto por vezes
desconsiderado quando se lançam cursos on-line a um público diversificado;
essa forma de utilizar não restringe nem discrimina nenhum usuário desde o
mais habilidoso ao que tem uma certa limitação.
Os docentes perceberam que o uso de plataformas ou equipamentos
digitais torna-se necessário para ampliação do desenvolvimento das aulas,
mesmo com a preocupação de como será a aceitação dos discentes. Hoje o uso
é bem maior que anteriormente, o livro não deixou de ser utilizado, mas a
facilidade que os equipamentos digitais oferecem à ampliação das atividades
educacionais ganhou uma amplitude bem maior que há décadas. Podemos
retomar em:
62
Na realidade desde início de século, em que a Educação em
Ambiente Virtuais de Aprendizagem (AVA) assume espaço
significativo, inúmeros temas se colocam para os pesquisadores
das mais diversas áreas do conhecimento cuja preocupação é
oferecer, nesses ambientes, a possibilidade de um ensino de
qualidade. Se as ferramentas das Tecnologias da Informação e
Comunicação (TIC) viabilizam um nova modalidade de ensino, o
conteúdo específico de cada área a subsidia e as metodologias
educacionais modernas a facilitam, a linguagem e a organização
da linguagem que nela permitem a interação entre professor e
aluno são fundamentais.
(MARQUESI, 2010. p.354)
O livro didático passou por uma transformação que foi descrita em
percurso cronológico e destacada em uma evolução de destaque e marcante
para toda a sociedade educacional. Essa transformação do livro didático para o
ambiente virtual foi considerada um percurso, tendo sido realizada apenas uma
transferência do papel para a mídia sem nenhuma evolução página a página
escaneada, sem nenhum preparo ou modificação; percebeu-se que essa forma
de transformação não seria produtiva ou motivadora para que fosse aplicada em
um ambiente escolar.
Foram realizados estudos para a transformação desse conteúdo; isso foi
corrigido por alguns especialistas na área da informática que perceberam que
deveria ocorrer uma contextualização com os recursos disponíveis na Internet,
que são as imagens coloridas, os recursos de áudio e imagens; os livros
didáticos encontrados nas redes digitais são com um leiaute atrativo, facilitador
para o docente e motivador para o discente.
Podemos citar SCHUELTER (2005), que diz:
Neste caso, a mudança envolve alterações na relação com o
suporte, passando do impresso em papel para o disposto na tela
do computador, e mudando a disposição linear para hipertextual.
Isto, por certo, constitui um salto muito grande nos hábitos de
leitura, e na manipulação dos equipamentos de informática.
63
Muitos, sobretudo os de mais idade – mas não todos, diga-se de
passagem – ainda preferem manusear o velho e bom livro a se
aventurar pelas propostas hipertextuais.
O ensino de Língua Portuguesa evolui muito com todos esses
equipamentos disponibilizados nos ambientes virtuais; podemos descrever que
os meios utilizados eram limitados, tendo uma ampliação significante dos
mecanismos disponibilizados dos recursos de livros digitais, vídeos, hipertextos,
entre outros meios eficazes e produtivos. O professor pode não ter uma
habilidade favorável para o uso das tecnologias, porém hoje está tudo mais fácil
para essa evolução.
A educação e a Língua Portuguesa só ganharam com essa evolução
tecnológica, toda essa tecnologia veio para somar ao que já havia de melhor,
que era todo o conteúdo que foi elaborado durante anos e hoje está
disponibilizado com maior facilidade e para todos. Podemos citar em:
Já existem milhares de escolas conectadas de alguma maneira
com a Internet; e o número de novas conexões vem crescendo
geometricamente. Não há ainda acordo quanto à terminologia
para os tipos de atividades instrucionais que estão sendo criadas
neste caso. Assim, a área poderá ser beneficiada se dispuser de
algumas categorias para descrever as novas formas de
ambientes de aprendizagem que estão se abrindo para nós. A
proposta desta comunicação é a de dar um nome à técnica de
ensino baseada na Internet que nós desenvolvemos na San
Diego State University – SDSU, e de propor um conjunto de
atributos desejáveis para tais atividades.
(Dodge,1996. p.01)
A tecnologia deve ser explorada ao máximo para apoiar a educação, não
podemos deixar que essa realidade fique estática; para o ensino de Língua
Portuguesa a tecnologia facilita a busca por palavras em dicionários, textos,
artigos, entre outras relações que podemos executar para ampliar o contexto
escolar.
64
3.1 Concepção de leitura no livro didático
Quando fazemos referência à leitura descrevemos hábitos prazerosos ou
consultas para pesquisa, temos a concepção de adquirir conhecimento;
entretanto, quando relacionamos a leitura estabelecida nos livros didáticos, não
são leituras focadas ao prazer, mas leituras reduzidas. Podemos dizer que essa
leitura será estimuladora para transformar os nossos discentes em leitores
assíduos, em alguns casos os textos não têm uma interação com o conteúdo,
sendo opcional a leitura, deixando lacunas. Essa visão da necessidade da leitura
foi percebida em algumas apostilas de escolas privadas que separam a Língua
Portuguesa em duas partes, a parte gramatical e a leitura; as duas partes são
exploradas ao máximo para um melhor aproveitamento. Retomamos essa visão
em:
É claro que coloco-me numa posição decididamente contrária às
concepções redutoras de leitura dentro do nosso sistema
educacional. Isto porque, se radicalmente assumidas, essas
concepções podem agir em sentido oposto ao objetivo maior da
escola, que é o de produzir leitores que a nossa sociedade
necessita. E no meu modo de entender, a sociedade brasileira
não está solicitando o leitor ingênuo e reprodutor de significados,
mas sim cidadãos leitores que produzam novos sentidos para a
vida social através da criatividade, do posicionamento crítico e
da cidadania.
(SILVA, 1999, p.07)
Nossa sociedade não está acostumada a ler, a Agência Brasil realizou
pesquisa e apontou que apenas 56% dos brasileiros tem o hábito da leitura e
compra livros; essa porcentagem indica leitores, mas não o volume de leitura
realizada.
A rotina escolar não muda muito diante dessa análise realizada pela
Agência Brasil; uma parcela dos discentes realiza leituras apenas nos livros
didáticos disponibilizados pela escola, e uma parcela pequena realiza leitura
diariamente, tendo acesso também à biblioteca da escola e comprando livros.
65
Podemos citar a importância da leitura não apenas por obrigação, mas com o
conceito de criar uma capacidade de compreensão e interação com o conteúdo
em:
A riqueza maior de um texto reside na sua capacidade de evocar
múltiplos sentidos entre os leitores. Além disso, mesmo que um
texto estabeleça limites aos processos de interpretação, quando
ele inicia a sua circulação em sociedade, não existe forma de
prever que sentido(s) ele terá. Assim, cabe aqui o entendimento
de que repertórios diferentes produzirão diferentes sentidos ao
texto, a menos que, conforme muitas vezes ocorre na escola,
um único significado protocolar seja o privilegiado para efeito de
reprodução e avaliação.
(SILVA, 1999, p.06)
Observamos que a transformação do livro didático do impresso para o
virtual auxilia no crescimento dos mecanismos de ensino; no início era apenas
a transferência do impresso para o digital, em alguns casos escaneado. Sem
nenhum preparo para o digital, alguns profissionais perceberam que não podia
ser apenas uma transferência de dados sem qualquer preparo para a utilização;
são vários recursos disponíveis no ambiente virtual para serem utilizados e hoje
são explorados no máximo. São encontrados livros didáticos digitais com
recurso de imagens, vídeos, hipertextos, hiperlinks, com uma infinidade de
ações que podem ser executadas para ampliar o desenvolvimento educacional,
auxiliando nas falhas que o impresso proporciona, criando uma expansão e não
limitando o conteúdo a ser explorado, possibilitando um trabalho melhor para o
docente.
66
3.2 Leitura na Webquest
Descreveremos uma amplitude de informações encontradas no ambiente
virtual, para serem utilizadas a nosso favor como docentes e formadores de
opinião e personalidades. Atualmente no estudo nacional a Internet é utilizada
de forma produtiva; para o desenvolvimento dos docentes e discentes,
salientamos que a modernização transformou a biblioteca de espaço físico em
um ambiente virtual, com uma gama maior de dados e de fácil acesso, com
informações variadas referentes a diversos assuntos; em poucos toques
acessamos o mundo rápido com manuseio fácil e de forma prazerosa.
De acordo com Andrade (2010), podemos afirmar que:
No ambiente virtual criado pela Internet, o computador ramifica-
se, podendo recorrer às capacidades/informações de outros
computadores da rede. Ele deixa o centro da informação,
passando para a condição de fragmento, de um dos nós, da
rede.
Quando utilizamos essa ferramenta essencial de forma adequada
auxiliamos no desenvolvimento do ensino nacional, a modernização nos obriga
a acompanhar o tempo, pois, se não nos adequarmos, não teremos as variações
para o ensino-aprendizagem, não teremos uma boa aceitação, os alunos não
agregarão às aulas nem conseguiremos desenvolver um bom trabalho voltado
ao inovador. Não podemos deixar que os alunos continuem com a característica
de apenas receptor de informações sem criar o ponto crítico para poder
questionar ou mostrar que há várias visões sobre o assunto; o docente não é
detentor da verdade única e absoluta.
Criando essa cumplicidade entre discente e docente, docente e discente,
teremos a visão ampla para formar pessoas capazes de receber críticas
construtivas e também realizar críticas construtivas, criando formas para
desenvolver a capacidade de organizar as situações adversas de forma natural,
utilizando o conhecimento adquirido durante a vida e com o auxílio do mundo
acadêmico. Em ANDRADE (2010), aprender é uma faceta do processo
67
educativo. A habilidade de lidar com a não linearidade da realidade é a face mais
inteligente da aprendizagem. A interpretação é uma das capacidades que temos
para dar sentido às coisas, e na educação devemos interpretar o
desenvolvimento que a tecnologia está realizando na esfera educacional. Ela
não se estabelece por uma correlação matemática. Basta pensar na linguagem
para compreender tal posição. A compreensão dependerá sempre do contexto
sócio-histórico-cultural, das produções de sentido marcadas pelos fenômenos da
interpretação, permitindo a percepção das coisas, até mesmo daquelas que se
queria dizer para além do que se disse. Dessa forma, não se pode pensar em
educação e tecnologia fora do contexto da interação humana porque é no espaço
educativo dessas relações que o conhecimento será desenvolvido. Isso ocorre
na educação presencial e também na educação a distância.
Em se tratando de Língua Portuguesa, podemos conceituar como ampla
e com elementos suficientes para trabalhar com a apostila e materiais diversos
de ensino fundamental ao médio, entre os quais estão livros literários, revistas
diversas de informação, jornais, quadrinhos e a introdução da Internet, que
começa a ganhar espaço e perde o estigma de luxo, passando também a ser
uma fonte de apoio educacional, sendo incluída pelas secretarias e
disponibilizada em laboratórios de informática para que os alunos comecem a
familiarizar-se com esse novo sistema de pesquisa e estudo.
Essa transformação e evolução na educação forneceram a possibilidade
de aproveitar o interesse no ambiente virtual pelos docentes e foram analisadas
como trabalhar com Língua Portuguesa, utilizando os conteúdos e o livros
didáticos digitalizados e postados em páginas virtuais, com o acesso de forma
gratuita, para ampliar fonte de pesquisas e possibilitando ir além dos materiais
disponibilizados pelas escolas. A transformação do físico para o virtual no seu
início foi apenas uma transferência de dados sem muitos mecanismos e
modernização; a tecnologia corre com uma velocidade diferente da que
conhecemos no cotidiano lógico, mas nunca esperando que fique estático. As
informações são atualizadas constantemente, procurando o diferencial para não
perder o encanto;, dormimos com uma informação e no decorrer desse sono a
informação já está atualizada. Podemos afirmar em:
68
Mudanças diárias nas relações sociais são praticamente
impostas pelos avanços tecnológicos. Quem há dez anos
imaginaria a quantidade de interações que são realizadas hoje
tendo como suporte os recursos midiáticos e a Internet?
Termos como e-mails, blogs, Twitter, Orkut, websites não
assustam mais. Os mais jovens lidam com essas tecnologias de
forma bem tranquila, sem a necessidade de realização de cursos
específicos, pois além de elas serem desenvolvidas com um
princípio de usabilidade amigável, os acessos são simplificados
por intermédio de interfaces bem construídas, nas quais o
chamado hipertexto está presente.
(ANDRADE, 2010. p. 43)
Hoje, com a facilidade que temos para pesquisar, transformamos o
ambiente virtual em único local de pesquisa, esquecendo que temos bibliotecas
que disponibilizam um conteúdo importante e de qualidade, mas criamos um
preconceito daquele que sempre nos auxiliou, deixando de lado essa forma de
pesquisa. Analisando anteriormente essa evolução do ambiente escolar, havia
sala de aula e diversos alunos, não imaginaríamos que esses ambientes seriam
transformados em uma sala de aula virtual, aulas por videoconferência ou
gravadas e disponibilizadas para serem visualizadas e estudadas pelo mundo.
Acontece em vários casos de o discente estar em sua casa e o docente em um
local oposto a esse; estamos cada dia sofisticando o ensino. Temos que atentar
a não abaixar o nível de conhecimento repassado para os discentes, mas temos
que acompanhar o constante crescimento do mundo tecnológico e aproveitar
para enriquecer o conhecimento e o ensino-aprendizagem, aprender a lidar com
respostas rápidas e imediatas. CASTRO E TAVARES (1998) destacam que
nesse contexto podemos introduzir a plataforma Webquest, que utiliza todos os
mecanismos que facilitam ao docente desenvolver a sua atividade escolar
interagindo com a tecnologia; dessa forma, podemos destacar que as atividades
podem ser mais dinâmicas e interativas, utilizando os meios atuais, sem ser a
convencional lousa, giz, caderno e caneta. O Webquest revela-se uma
ferramenta de ensino inovadora e cada vez mais útil, considerada ao alcance de
qualquer professor como meio de promover o interesse pelas matérias e uma
69
aprendizagem mais eficaz que tenha facilidade em promover o discurso atual
que as ferramentas podem ser aproveitadas da melhor forma possível. Por esse
motivo, a utilização dessa ferramenta tem aumentado exponencialmente nas
escolas e em diversas matérias escolares como em vários ramos que utilizem o
desenvolvimento da aprendizagem ou a divulgação. A par disso, tem havido um
desenvolvimento de estudos, teorias e reflexões acerca das Webquest, que se
desenrola a um ritmo considerável. Sente-se ainda, no entanto, uma
necessidade de estudos que contemplem aplicações específicas, avaliando a
sua acessibilidade e usabilidade para os alunos, quer em termos funcionais, quer
em termos de apreensão das matérias e alcance dos objetivos propostos. Em
nível prático, e no que diz respeito à estrutura dos Webquest, há ainda que
trabalhar no sentido de permitir que as respostas dos alunos sejam dadas
diretamente na aplicação, eventualmente sujeitas a uma avaliação automática,
no caso das matérias mais objetivas, como as matemáticas e/ou as ciências da
natureza. Isso aumentará, presumivelmente, a funcionalidade das aplicações e
poupará tempo e esforços. Relativamente à aplicação desenvolvida no âmbito
deste trabalho, considera-se importante a verificação dos resultados do seu uso
em contexto prático para que posteriormente se possam fazer as adaptações e
melhorias consideradas necessárias. Uma falha que pode ser apontada e não
tem um desenvolvimento sincrônico, apenas uma interação assincrônica, e as
respostas ou questionamentos devem ser elaboradas fora da plataforma.
Uma das críticas de vários linguistas é que existe uma língua paralela no
ambiente virtual, chamada de “Internetês”, que é vista como vilã para a
educação. Essa forma de comunicar-se atrapalha o uso correto da língua
padrão, mas não podemos apenas criticar e tentar abolir essa forma de escrita,
temos que entender e saber discernir o local que pode ser utilizado e de que
forma utilizaremos fora do ambiente virtual; devemos lembrar as variações
linguísticas, mas já no “Internetês” quase não há essas variações linguísticas.
Foi criado um padrão quase uniforme para se comunicar em salas de bate-papo,
ou em aplicativos de comunicação rápida, salientando comunicação rápida, por
isso a alegação de criar uma forma compactada de escrita para agilizar o envio
e o recebimento de mensagens instantâneas. Os profissionais do ensino,
especialmente o da Língua Portuguesa, devem atentar a ficar atualizados e com
bagagem de “Internetês”, para identificar esse novo padrão de linguagem e
70
notificar como esse discente pode utilizar-se dessa escrita em um ambiente não
apropriado, e não identificar como erros grotescos pelo desconhecimento da
escrita padrão.
Realizaremos uma transposição de lado, voltaremos a ser jovens
estudantes, com toda a rebeldia, tendo todo vigor para discordar do que é
aceitável e moral, começaremos uma conversa em uma sala de bate-papo ou
em um aplicativo de comunicação rápida de forma culta de escrita coloquial, sem
qualquer tipo de deslize de concordância ou grafias, como será a visão do grupo
com que estamos tentando manter uma relação impessoal, comum hoje em dia.
Seremos banidos desse grupo, identificados como diferentes, ultrapassados e
intelectuais, então devemos entender, pois é um grupo diferenciado e com uma
linguagem própria. Antes as comunicações eram através de cartas, o envio
desses documentos poderia demorar um tempo razoável e quando eram feitas
exigia-se um padrão mínimo de clareza e escrita, pois contendo erros haveria
uma falha na comunicação sem tempo hábil para ser corrigida. Podemos afirmar
em:
Já faz alguns anos que muitos educadores entraram em um
verdadeiro “pânico”, quando perceberam que as novas
tecnologias da informação e comunicação (TICs) estavam
adentrando o espaço educacional nos diferentes níveis,
inclusive oportunizando uma dinâmica toda especial para os
cursos realizados na modalidade à distância. Muitos recursos
surgiram para que a educação, educadores e educandos
possam estar interagindo com as mídias e com as TICs. Em todo
o mundo surgiram várias propostas para adaptar o computador
à dinâmica da sala de aula, na tentativa de acompanhar os
avanços tecnológicos e possibilitar a adequação necessária
para as metodologias que em muitos casos ficou estagnada no
passado. Atrelada a esta concepção de mudança do paradigma
está a compreensão de que o papel do profissional de educação
na atualidade é o de estimular os alunos a aprenderem a buscar
e selecionar as fontes de informações disponíveis para a
construção do conhecimento, analisando-as e reelaborando-as.
(PIMENTEL, 2007. p.02)
71
Tomando esses cuidados e olhando todos esses aspectos de como
trabalhar com esse diferencial, utilizamos essa ferramenta que nutre e alimenta
o ensino atual; deveremos assumir o nosso papel de interlocutor de
conhecimento, não podemos apenas virar as costas para essa ferramenta
importante, atentando-se para sempre estar atualizado e criando situações de
realidades para transformar e angariar mais adeptos ao uso correto da língua
padrão.
Relacionando educação com ambiente virtual teremos diversos materiais
para serem utilizados, pensamos: mas lá só temos a tela e vários locais que
pesquisamos? Citaremos diversos materiais que utilizamos no mundo virtual;
algum tempo atrás, não tão remoto, só existia o computador, que era algo em
uma proporção descomunal, precisava-se de uma sala para poder funcionar.
Com o passar dos anos ele foi compactando-se, transformado em algo que já
poderia ser utilizado em escritórios e uma pequena parcela da sociedade
utilizava em casa. Com a evolução tecnológica o mundo entendeu que o
computador não era uma coisa apenas para ser utilizada em ambientes fechados
e profissionais. O computador recebeu uma transformação considerável,
tornando-se portátil; após algumas décadas, uniu-se ao celular, fazendo parte
do corpo humano, não sendo mais esquecido, tomando a posição de
indispensável para tornar a vida muito mais rápida e fácil em se falando de
estudos ou pesquisas ampliando horizontes. A utilização da plataforma
Webquest pode ser desenvolvida através do celular, facilitando ainda mais a
aplicabilidade, pois hoje quase todas as pessoas possuem um telefone celular,
que minimiza os anseios de ter que deslocar uma classe de 40 alunos até a sala
de informática, que em muitos casos não tem equipamentos suficientes para
todos, além de a lógica da unidade escolar não ser tão favorável para uma
atividade rotineira, podendo apenas ser utilizada esporadicamente. A partir
dessa reflexão podemos afirmar em:
Adequar o espaço virtual à educação é uma tarefa que exige
muita disciplina e um espírito de pesquisa. O uso das tecnologias
na formação do educador tem sido um ponto referencial na
72
busca de ofertar uma educação de qualidade, e que oportunize
ao aluno-educador uma reflexão de sua vida, analisando e
comparando seus conhecimentos no incentivo de uma
construção permanente do seu saber, ao mesmo tempo em que
se observa ser este SABER fruto de uma interação entre
saberes. Navegar na Internet pode ser um processo valioso de
busca de informações na construção do conhecimento, gerando
um ambiente interativo facilitador e motivador de aprendizagem,
bem como pode ser um dispersivo e inútil coletar dados sem
relevância que não agregam qualidade pedagógica ao uso da
Internet. Foi pensando assim que Bernie Dodge criou, inspirado
na metodologia de projetos, o que ele mesmo denominou de
Webquest: uma metodologia de pesquisa na Internet, voltada
para o processo educacional, estimulando a pesquisa e o
pensamento crítico.
(PIMENTEL, 2007. p.04, 05)
Sempre pensamos como utilizar esses mecanismos, blogs,
videoconferência, gramáticas e livros virtuais como auxílio e complemento no
ambiente escolar. Paira a dúvida se devemos utilizar a didática convencional
junto com o ambiente virtual; em dado ponto de pesquisa paramos e pensamos
que esse mecanismo já se tornou indispensável e inseparável, devemos ser
cautelosos para que não se torne o único meio de pesquisa, mas não podemos
fugir da realidade, pois em algumas unidades escolares são utilizados lousa
digital para complementar as aulas no dia a dia; em outros ambientes há
variedade de equipamentos para que os profissionais de ensino utilizem e
transformem essa nova didática em realidade.
Como podemos descrever a leitura na plataforma, podemos utilizar
colocando textos fragmentados ou completos; o aluno terá acesso ao conteúdo
para realizar atividades estipuladas e descritas na plataforma, de maneira a
acrescentar os passos a serem desenvolvidos.
Em uma das pesquisas realizadas por Wink e Quadros (2013), esses
autores escrevem que dentro desses ambientes virtuais a interação dos
docentes e discentes forma um elo que funde o ensino-aprendizagem e contribui
73
para o crescimento da educação. A plataforma Webquest está pronta para esse
crescimento e desenvolvimento das atividades através da Internet. As
informações são mediadas pelo docente, que passa a ser um tutor apto a sanar
as dúvidas assincronicamente, mas não deixando lacunas a respostas e
dúvidas. Portanto, o processo de aprendizagem aumenta pela facilidade do
desenvolvimento de exercícios inovadores perante as aulas tradicionais que
eram aplicadas.
Podemos exemplificar uma atividade de leitura que será aplicada aos
alunos do nono ano do ensino fundamental, a atividade será de ler o texto e
desenvolver uma reedição da história; os alunos terão de reescrever modificando
os personagens e mantendo o contexto, parafraseando a história, cada um dará
uma nova versão para a nova história. A avaliação será a construção das
informações adquiridas através do texto e a forma de reconstrução do conteúdo
exposto, e a contextualização do aluno e o uso das palavras.
Outra situação em que podemos utilizar a plataforma e dentro do texto é
no ensino da gramática para alunos do ensino fundamental, identificar o
substantivos, adjetivos, o que for exposto em sala de aula; dessa forma será
aplicado o que foi desenvolvido em sala, reforçando o conteúdo.
O professor poderá analisar o que é mais pontual e significante para ser
desenvolvido e produzido para a melhor aplicabilidade em sala ou para casa;
não podemos dizer que a plataforma substituirá o caderno ou outras formas de
desenvolver as aulas, mas será um complemento para auxiliar e ampliar as
alternativas de variações e ampliações de possibilidades das atividades serem
exposta ao discentes. Wink e Quadros (2013) afirmam que os Ambientes Virtuais
de Aprendizagem são sistemas de ensino e aprendizagem pela Internet,
chamadas de plataformas. A criação desses softwares tem por finalidade discutir
ferramentas para o aprimoramento das trocas pedagógicas, desenvolvendo
novas metodologias no sistema educacional que vêm para acrescentar a
metodologia que já estava sendo aplicada por várias décadas em nosso sistema
de ensino que por muito tempo permaneceu estático às inovações e às
transformações que eram apresentadas à educação.
74
3.3 Análise comparativa das atividades de leitura
O histórico apresentado sobre as atividades de leituras que são
desenvolvidas nas unidades escolares é de metodologia antiga, no qual são
expostas as formas de leitura em seus materiais impressos, desenvolvidos em
determinados aspectos didáticos para o desenvolvimento na educação. Dessa
forma podemos refletir que a evolução da escrita e da leitura em determinadas
épocas ficou estática; porém, com os avanços midiáticos, não podemos
mensurar a evolução das duas funções cognitivas desenvolvidas com a
educação. É importante ressaltar que:
A humanidade desenvolveu a escrita como uma das suas
tecnologias para a comunicação. O objetivo dessa técnica
atemporal era, no período em que a comunicação oral
predominava, registrar claramente as impressões e descobertas
da sociedade. A escrita proporcionou o registro inalterado entre
uma leitura e outra, fato que não se podia observar na linguagem
oral.
(ANDRADE, 2010. p. 51)
Com o passar do tempo fora dos muros escolares o desenvolvimento
tecnológico alcançou o mundo e as partes internas das unidades escolares
permaneceram como no seu início, a utilização de lousa e giz avançando, com
uma inovada lousa branca e caneta bastão colorida. Será que isso é uma
mudança suficiente para ser comparada com o que temos de tecnologia para as
atividades de leitura e escrita?
Seguindo esse parâmetro de pesquisa, a educação não deixou o que há
de melhor para evolução educacional adentrar as suas salas de aula e o seu
universo. Em alguns casos podemos observar que umas unidades utilizam
lousas digitais e tablete, entre outros artifícios que podemos citar, mas ainda não
suficientes para que nossos nativos digitais tenham o completo interesse pelos
estudos. Nesse sentido, ressaltamos que:
75
O simples emprego da tecnologia computacional na educação,
no entanto, não implica no sucesso do processo de ensino-
aprendizagem. Os softwares gerenciadores, ou plataformas,
possuem características e funcionalidades próprias, que
precisam estar a serviço do desempenho global do processo de
aprendizagem.
(WINK, QUADROS. 2013, p.01)
Não podemos deixar de observar que a escrita e a leitura são necessárias
para o desenvolvimento do ser humano; deixar de ensinar os fundamentos
acarretará em falta de elementos para um bom funcionamento no processo
educativo. Entretanto, podemos observar que os trabalhos eram escritos a
caneta de pena em folhas não pautadas, passando para a escrita em folhas com
pautas, evoluindo para as datilografadas, chegando à contemporaneidade com
o uso dos computadores e impressoras. Dessa forma, o tempo foi sendo
administrado em diversos aspectos, a pesquisa tornou-se dinâmica e os
discentes cada vez mais interessados e pesquisadores. Vale ressaltar que:
Por outro lado, os atrativos que a tecnologia oferece,
sobretudo com os apelos dos recursos de multimídia, despertam
a curiosidade e prendem a atenção do usuário. Imagine-se a
atenção e o grau de interesse de um aluno de ensino
fundamental estudando os répteis, por exemplo, desenhados no
quadro-de-giz de uma sala de aula em contraposição à
modalidade em que ele pode manipular um programa multimídia
no computador sobre o mesmo assunto.
(SCHUELTER, Wilson. 2005, p.04)
Não podemos perder essa evolução tecnológica por falta de habilidade dos docentes ou por preconceito; devemos aproveitar as mídias para evolução na educação e a transformação do discente em pesquisador.
76
Conclusão
Esta dissertação de mestrado assumiu como objetivo compreender a
utilização das metodologias das plataformas de ensino e as suas inovações
tecnológicas; foi pesquisado o desenvolvimento do ensino-aprendizagem que
era com uma metodologia quadrada, sem fugir dos padrões preestabelecidos
pelas normas, passando a utilizar todos os mecanismos eletrônicos disponíveis
no mercado.
Os educandos estão tendo acesso às novas tecnologias, mesmo com
certas dificuldades encontradas na educação pública, para eles nativos digitais;
essa tecnologia faz parte da sua essência e a utilização é natural, não apontando
nenhuma dificuldade e compreendendo as múltiplas facetas disponíveis no
ambiente virtual. Devemos estar motivados para a evolução e a transformação,
pois são mecanismos que estão sendo implantados na educação.
Dentre as possibilidades disponíveis para o uso didático-pedagógico com
o auxílio das tecnologias digitais, foi estudada a plataforma Webquest que
disponibiliza mecanismos para que as aulas não fiquem apenas restritas à
utilização de lousa ou caderno, sendo importante para a transformação da
educação.
A metodologia analisada foi a disponibilização dos mecanismos digitais
através da plataforma Webquest, na qual podem ser construídas atividades para
serem realizadas em aulas ou em casa, ampliando o desenvolvimento das aulas.
Uma falha encontrada foi que a interação entre o docente e discente é de forma
assincrônica, deixando uma lacuna para o “feedback” das respostas ou dúvidas
dos objetivos propostos.
Por fim, este estudo constituiu apenas um contributo para o
desenvolvimento das plataformas de ensino disponíveis no ambiente virtual, e
as possibilidades que o docente tem para ampliar as metodologias em sala de
aula e desenvolver possibilidades de agregar os mecanismos digitais para o
ensino-aprendizagem.
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