Purgatório e Oração pelos Mortos

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Purgatório e Purgatório e Oração pelos Mortos Oração pelos Mortos Rogério Nunes de Lima Rogério Nunes de Lima 23 de novembro de 2006 23 de novembro de 2006

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Purgatório ePurgatório eOração pelos Oração pelos MortosMortosRogério Nunes de LimaRogério Nunes de Lima23 de novembro de 200623 de novembro de 2006

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O que é Purgatório?O que é Purgatório? Lugar de purificação para as almas dos Lugar de purificação para as almas dos

justos antes de admitidas na bem-justos antes de admitidas na bem-aventurança; qualquer lugar onde se aventurança; qualquer lugar onde se sofre por algum tempo. (Dic. Aurélio)sofre por algum tempo. (Dic. Aurélio)

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O que é Purgatório?O que é Purgatório? Todos que morrem na graça e comunhão Todos que morrem na graça e comunhão

com Deus, mas ainda imperfeitamente com Deus, mas ainda imperfeitamente purificados, têm a garantia da salvação purificados, têm a garantia da salvação eterna; mas após a morte passam por eterna; mas após a morte passam por uma purificação, de forma a obter a uma purificação, de forma a obter a santidade necessária para entrar no santidade necessária para entrar no gozo dos céus. A Igreja dá o nome de gozo dos céus. A Igreja dá o nome de Purgatório a essa purificação final. Purgatório a essa purificação final. (Catecismo Católico Romano, pág. 268 – (Catecismo Católico Romano, pág. 268 – parágrafos # 1030 e 1031)parágrafos # 1030 e 1031)

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O que é Purgatório?O que é Purgatório?

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O que é Purgatório?O que é Purgatório? Estado Intermediário para PurificaçãoEstado Intermediário para Purificação Lugar não agradável, de sofrimentoLugar não agradável, de sofrimento Período temporárioPeríodo temporário Doutrina Católica Romana, Budista e Doutrina Católica Romana, Budista e

HinduístaHinduísta

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História da DoutrinaHistória da Doutrina Iniciou-se com o Papa Gregório, o Iniciou-se com o Papa Gregório, o

Grande, em 593 d.C.Grande, em 593 d.C. Ganhou força aos poucosGanhou força aos poucos Foi defendida por Agostinho de Trionfo, Foi defendida por Agostinho de Trionfo,

no Século XIVno Século XIV Tornou-se doutrina católica oficial no Tornou-se doutrina católica oficial no

Concílio de Florença, em 1439 d.C.Concílio de Florença, em 1439 d.C.

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História da DoutrinaHistória da Doutrina 593 – Gregório, o Grande593 – Gregório, o Grande 1311 – Instituição do Dia de Finados1311 – Instituição do Dia de Finados 1350 (aprox.) – Agostinho, de Tronfo1350 (aprox.) – Agostinho, de Tronfo 1431-1439 – Concílio de Florença1431-1439 – Concílio de Florença 1545-1563 – Concílio de Trento1545-1563 – Concílio de Trento 1869-1870 – Concílio Vaticano II1869-1870 – Concílio Vaticano II

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História da DoutrinaHistória da DoutrinaConcílio de TrentoConcílio de Trento

““Se alguém diz que depois da recepção Se alguém diz que depois da recepção da graça da justificação, a culpa é da graça da justificação, a culpa é remida e o débito do castigo eterno é remida e o débito do castigo eterno é apagado a todo pecador arrependido, apagado a todo pecador arrependido, que nenhum débito de castigo temporal que nenhum débito de castigo temporal persiste para ser pago aqui neste mundo persiste para ser pago aqui neste mundo ou no purgatório, antes que se abram os ou no purgatório, antes que se abram os portões do céu, seja anátema”.portões do céu, seja anátema”.

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História da DoutrinaHistória da DoutrinaConcílio Vaticano IIConcílio Vaticano II

““... Os pecados devem ser expiados. Isto ... Os pecados devem ser expiados. Isto deve ser feito aqui na terra, através dos deve ser feito aqui na terra, através dos sofrimentos, misérias e julgamentos sofrimentos, misérias e julgamentos desta vida e, acima de tudo, através da desta vida e, acima de tudo, através da morte. De outro modo, a expiação deve morte. De outro modo, a expiação deve ser feita através do fogo e tormentos, ou ser feita através do fogo e tormentos, ou castigos purificadores... As razões de castigos purificadores... As razões de sua imposição são que nossas almas sua imposição são que nossas almas necessitam ser purificadas.”necessitam ser purificadas.”

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Principais ImplicaçõesPrincipais Implicações Crer no Purgatório implica dizer que podemos Crer no Purgatório implica dizer que podemos

pagar por nossos pecados através de algo que pagar por nossos pecados através de algo que façamos. No caso, sofrimento.façamos. No caso, sofrimento.

““Porque pela sua graça é que somos salvos, Porque pela sua graça é que somos salvos, por meio da fé que temos em Cristo. Portanto por meio da fé que temos em Cristo. Portanto a salvação não é algo que se possa adquirir a salvação não é algo que se possa adquirir pelos nossos próprios meios: é uma dádiva de pelos nossos próprios meios: é uma dádiva de Deus. Não é uma recompensa pelas nossas Deus. Não é uma recompensa pelas nossas boas obras. Ninguém pode reclamar mérito boas obras. Ninguém pode reclamar mérito algum nisso”. (Efésios 2.8-9)algum nisso”. (Efésios 2.8-9)

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Principais ImplicaçõesPrincipais Implicações Crer no Purgatório implica dizer que o Crer no Purgatório implica dizer que o

sacrifício de Cristo por nós não foi sacrifício de Cristo por nós não foi suficiente.suficiente.

““Por meio daquela única oferta da sua Por meio daquela única oferta da sua própria vida, Cristo tornou perfeitos para própria vida, Cristo tornou perfeitos para sempre aqueles que são santificados”. sempre aqueles que são santificados”. (Hebreus 10.14)(Hebreus 10.14)

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Principais ImplicaçõesPrincipais Implicações Crer no Purgatório significa crer que há uma Crer no Purgatório significa crer que há uma

alternativa ao Céu ou ao Inferno.alternativa ao Céu ou ao Inferno. ““Mas o outro criminoso repreendeu-o: Não tens Mas o outro criminoso repreendeu-o: Não tens

temor de Deus, nem mesmo sofrendo a temor de Deus, nem mesmo sofrendo a mesma condenação? Nós merecemos a morte mesma condenação? Nós merecemos a morte pelos maus atos que cometemos, mas este pelos maus atos que cometemos, mas este homem nada fez de mal. E acrescentou: homem nada fez de mal. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando entrares no Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reino. E Jesus respondeu: Garanto-te que teu reino. E Jesus respondeu: Garanto-te que hoje estarás comigo no paraíso”. (Lucas 23.40-hoje estarás comigo no paraíso”. (Lucas 23.40-43)43)

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Principais ImplicaçõesPrincipais Implicações Jesus já fez tudo o que era necessário Jesus já fez tudo o que era necessário

(João 19.30).(João 19.30). Deus afasta nossos pecados de nós e se Deus afasta nossos pecados de nós e se

esquece deles (Isaías 1.18).esquece deles (Isaías 1.18). A Bíblia afirma que após a morte, vamos A Bíblia afirma que após a morte, vamos

direto para o Céu ou o Inferno direto para o Céu ou o Inferno (Apocalipse 14.13; Eclesiastes 12.7).(Apocalipse 14.13; Eclesiastes 12.7).

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Principais ImplicaçõesPrincipais Implicações Crer no Purgatório implica crer que Crer no Purgatório implica crer que

podemos fazer orações pelas pessoas podemos fazer orações pelas pessoas mortas, a fim de aliviar seus sofrimentos.mortas, a fim de aliviar seus sofrimentos.

Salmos 49.7-9 – Um não pode dar Salmos 49.7-9 – Um não pode dar redenção a outro.redenção a outro.

Romanos 3.23-24 – Fomos feitos justos Romanos 3.23-24 – Fomos feitos justos gratuitamente pela graça de Deus.gratuitamente pela graça de Deus.

Romanos 8.1 – Não existe condenação Romanos 8.1 – Não existe condenação nem sofrimento extracorpóreo para os nem sofrimento extracorpóreo para os que estão em Cristo.que estão em Cristo.

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Por que a invenção do Por que a invenção do Purgatório?Purgatório?

Porque é uma doutrina consoladora.Porque é uma doutrina consoladora. Porque é uma doutrina de fácil assimilação.Porque é uma doutrina de fácil assimilação. Porque é uma doutrina lucrativa.Porque é uma doutrina lucrativa.

Orações e velas pelos mortosOrações e velas pelos mortos IndulgênciasIndulgências Missas pelos mortos – “Por isso também todo católico Missas pelos mortos – “Por isso também todo católico

deve particularmente orar, fazer obras de caridade e deve particularmente orar, fazer obras de caridade e principalmente oferecer sacrifício eucarístico – a principalmente oferecer sacrifício eucarístico – a Santa Missa” (www.arquidiocese.org.br).Santa Missa” (www.arquidiocese.org.br).

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Oração pelos MortosOração pelos Mortos

Para apoiar a doutrina do Purgatório e da Para apoiar a doutrina do Purgatório e da Oração pelos Mortos, a Igreja Católica Oração pelos Mortos, a Igreja Católica inseriu na Bíblia, em 1545, os livros de inseriu na Bíblia, em 1545, os livros de Macabeus.Macabeus.

““É um pensamento santo e salutar rezar É um pensamento santo e salutar rezar pelos defuntos para que sejam perdoados pelos defuntos para que sejam perdoados os seus pecados”. (2 Macabeus 12.46)os seus pecados”. (2 Macabeus 12.46)

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Causas do ProtestoCausas do Protesto 6. O papa não tem o poder de perdoar 6. O papa não tem o poder de perdoar

culpa a não ser declarando ou culpa a não ser declarando ou confirmando que ela foi perdoada por confirmando que ela foi perdoada por Deus; ou, certamente, perdoados os Deus; ou, certamente, perdoados os casos que lhe são reservados. Se ele casos que lhe são reservados. Se ele deixasse de observar essas limitações, a deixasse de observar essas limitações, a culpa permaneceria. culpa permaneceria.

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Causas do ProtestoCausas do Protesto 10. Agem mal e sem conhecimento de 10. Agem mal e sem conhecimento de

causa aqueles sacerdotes que reservam causa aqueles sacerdotes que reservam aos moribundos penitências canônicas aos moribundos penitências canônicas para o purgatório. 11. Essa cizânia de para o purgatório. 11. Essa cizânia de transformar a pena canônica em pena do transformar a pena canônica em pena do purgatório parece ter sido semeada purgatório parece ter sido semeada enquanto os bispos certamente dormiam. enquanto os bispos certamente dormiam.

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Causas do ProtestoCausas do Protesto 16. Inferno, purgatório e céu parecem diferir da 16. Inferno, purgatório e céu parecem diferir da

mesma forma que o desespero, o mesma forma que o desespero, o semidesespero e a segurança. 18. Parece não semidesespero e a segurança. 18. Parece não ter sido provado, nem por meio de argumentos ter sido provado, nem por meio de argumentos racionais nem da Escritura, que elas (as almas) racionais nem da Escritura, que elas (as almas) se encontrem fora do estado de mérito ou de se encontrem fora do estado de mérito ou de crescimento no amor. 19. Também parece não crescimento no amor. 19. Também parece não ter sido provado que as almas no purgatório ter sido provado que as almas no purgatório estejam certas de sua bem-aventurança, ao estejam certas de sua bem-aventurança, ao menos não todas, mesmo que nós, de nossa menos não todas, mesmo que nós, de nossa parte, tenhamos plena certeza disso. parte, tenhamos plena certeza disso.

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Causas do ProtestoCausas do Protesto 21. 21. Erram, portanto, os pregadores de Erram, portanto, os pregadores de

indulgências que afirmam que a pessoa é indulgências que afirmam que a pessoa é absolvida de toda pena e salva pelas absolvida de toda pena e salva pelas indulgências do papaindulgências do papa. 22. Com efeito, ele não . 22. Com efeito, ele não dispensa as almas no purgatório de uma única dispensa as almas no purgatório de uma única pena que, segundo os cânones, elas deveriam ter pena que, segundo os cânones, elas deveriam ter pago nesta vida. 23. pago nesta vida. 23. Se é que se pode dar algum Se é que se pode dar algum perdão de todas as penas a alguém, ele, perdão de todas as penas a alguém, ele, certamente, só é dado aos mais perfeitos, isto certamente, só é dado aos mais perfeitos, isto é, pouquíssimosé, pouquíssimos. 24. . 24. Por isso, a maior parte do Por isso, a maior parte do povo está sendo necessariamente ludibriada povo está sendo necessariamente ludibriada por essa magnífica e indistinta promessa de por essa magnífica e indistinta promessa de absolvição da penaabsolvição da pena. .

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Causas do ProtestoCausas do Protesto

27. Pregam doutrina humana os que 27. Pregam doutrina humana os que dizem que, tão logo tilintar a moeda dizem que, tão logo tilintar a moeda lançada na caixa, a alma sairá voando lançada na caixa, a alma sairá voando [do purgatório para o céu]. 28. [do purgatório para o céu]. 28. Certo é Certo é que, ao tilintar a moeda na caixa, pode que, ao tilintar a moeda na caixa, pode aumentar o lucro e a cobiça; a aumentar o lucro e a cobiça; a intercessão da Igreja, porém, depende intercessão da Igreja, porém, depende apenas da vontade de Deusapenas da vontade de Deus. .

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Causas do ProtestoCausas do Protesto

36. 36. Qualquer cristão que está Qualquer cristão que está verdadeiramente contrito tem verdadeiramente contrito tem remissão plena tanto da pena como remissão plena tanto da pena como da culpa, que são suas dívidas, da culpa, que são suas dívidas, mesmo sem uma carta de indulgênciamesmo sem uma carta de indulgência. . 37. Qualquer cristão verdadeiro, vivo ou 37. Qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, participa de todos os benefícios morto, participa de todos os benefícios de Cristo e da Igreja, que são dons de de Cristo e da Igreja, que são dons de Deus, mesmo sem carta de indulgência.Deus, mesmo sem carta de indulgência.

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Causas do ProtestoCausas do Protesto 65. 65. Portanto, os tesouros do Portanto, os tesouros do

Evangelho são as redes com que Evangelho são as redes com que outrora se pescavam homens outrora se pescavam homens possuidores de riquezaspossuidores de riquezas. 66. . 66. Os Os tesouros das indulgências, por sua tesouros das indulgências, por sua vez, são as redes com que hoje se vez, são as redes com que hoje se pesca a riqueza dos homenspesca a riqueza dos homens. .

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Questões para nossos Questões para nossos dias...dias...

Existência de Céu e InfernoExistência de Céu e Inferno A salvação é alcançada pela fé na graça A salvação é alcançada pela fé na graça

de Deus enquanto estamos em vidade Deus enquanto estamos em vida Pensando na motivação que levou à Pensando na motivação que levou à

criação desta heresia, necessitamos de criação desta heresia, necessitamos de uma Reforma hoje?uma Reforma hoje?