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    Considere o seguinte texto de Paul Krugman, divulgado em 15/10/2010.Os representantes do governo americano costumavam dar lies aos

    outros pa!ses a respeito dos pro"lemas econ#micos $ue estes en%rentavam,di&endo'l(es $ue precisavam emular o modelo dos )stados *nidos. + crisenanceira asi-tica do m da dcada de 0, em particular, levou os

    satis%eitos americanos a distri"uir muitas lies de moral. +ssim, em 2000, oento secret-rio do esouro dos )*+, a3rence 4ummers, declarou $ue asc(aves para se evitar uma crise nanceira eram "ancos ade$uadamentecapitali&ados e supervisionados, cdigos de %al6ncia slidos, governanacorporativa e%etiva e meios cr!veis de %a&er cumprir os contratos7. Porimplicao, estas eram caracter!sticas $ue ns apresent-vamos, mas $ue%altavam aos asi-ticos. 8a verdade, ns no correspond!amos a estadescrio. Os esc9ndalos cont-"eis da )nron e da :orldCom derru"aram omito da governana corporativa e%etiva. +tualmente, a ideia de $ue nossos"ancos eram ade$uadamente capitali&ados e supervisionados soa comouma piada de pssimo gosto. ) agora a "aguna das (ipotecas est-trans%ormando em %al-cia a sugesto de $ue dispomos de meios cr!veis de

    %a&er cumprir os contratos ; na verdade, ca"e perguntar se nossaeconomia est- su

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    entrada de divisas via conta capital e nanceira para saneamento das contasexternas. )m 1F, a crise mexicana demonstrava a vulnera"ilidade desses pa!ses@s oscilaes de expectativas do mercado mundial. + crise russa posterior e a crise"rasileira conrmaram a %ragilidade dos pa!ses emergentes aos >uxos nanceirosinter'nacionais. Os pa!ses asi-ticos, $ue adotaram pioneiramente o modelo, nodeixaram de apre'sentar os mesmos v!cios de seus paresE crises de conana

    levaram a %ugas massivas de capi'tais $ue imediatamente impun(am dese$uil!"riosao "alano de pagamentos, a%etando a ca'pacidade de crescimento desses pa!ses.Ga&ia'se necess-rio, assim, rever as recomendaes do Consenso de :as(ington.

    8esse contexto, em 1, iniciaram'se as primeiras medidas de construode uma liderana compartil(ada, 8esse ano, cria'se o H'20, a partir de experi6nciasprvias de partici'pao de um ou mais emergentes no 9m"ito do H'?. Prevalecem,nesse momento, como des'taca Paul Krugman, as recomendaes dos pa!sesdesenvolvidos. +nal, em um cen-rio de %ragilidade dos emergentes, perce"ia'se,por muitos, a oportunidade para avanar ainda mais as medidas de li"erali&ao$ue (aviam gerado, em Iltima inst9ncia, as crises da dcada de 10.

    O aumento da import9ncia dos emergentes para a economia mundial e aecloso da crise econ#mica de 200 reverteu essa "alana. )levando o peso depa!ses em desenvolvimen'to nos rgos econ#micos internacionais. Os =JDC4respondem atualmente, por exemplo, por 50 do crescimento mundial, e $uase20 do PD= mundial. )sse %ato, somado @ %ragili&ao dos pa!ses centrais causadapela recente crise, levou @ elevao do H'20 a n!vel de cIpula, em 200?, e a umaateno maior @s propostas de pa!ses como o =rasil.

    O =rasil tem contri"u!do com o avano da re%orma dos rgos econ#micosinternacio'nais. +poiou as mais recentes re%ormas do GBD, rgo do $ue atualmente credor e cotista top ten7. 8o tocante ao H'20, (- grande 6n%ase @necessidade de adotar pol!ticas scais me'nos austeras na &ona )uro, no sentido deacelerar a retomada do crescimento. +lm disso, seu governo en%ati&a anecessidade, central na economia atual, de rever as regulaes de =asileia,dotando'as de maior capacidade Acontemplando nelas, por exemplo, as instituies$ue (o

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    H20 Ginanceiro A1, inicialmente uma reunio de ministros da )conomia, cuetia tons neoli"erais.

    Com o advento da crise nanceira em 200?, tornou'se patente oanacronismo dos es$uemas de governana glo"al vigentes, cuetiam a ordem erigi'da em =retton :oods. + crescente diluio dopoder econ#mico entre uma multiplicidade de atores, o $ue caracteri&aria um

    mundo cada ve& mais multipolar, tornava o recurso a negocia'es no 9m"ito do H?no s ileg!timas como tam"m ineca&es. + soluo inexor-vel e $ue passou a sercrescentemente aventada por pa!ses emergentes, dentre os $uais o =rasil, era anecessidade de construo de uma liderana compartil(ada da governanaecon#mica glo"al, ra&o pela $ual o H20G se tornaria o %rum por excel6ncia, agoraem n!vel presidencial, para promoo da re%orma das instituies nanceirasinternacionais.

    O =rasil seria, nesse sentido, um dos grandes articuladores dessa re%orma,atuando, de %orma propositiva, no sentido de compati"ili&ar as estruturas degovernana existentes a um cen-rio em $ue os pa!ses em desenvolvimento t6mmaior proemin6ncia. *ma primeira inicia'tiva %ora a proposta de re%orma das cotasdo GBD, as $uais no re>etem o peso econ#mico'nanceiro dos pa!ses emergentesna atualidade. + partir da atuao do H20G, M das cotas %oram trans%eridas dospa!ses centrais para os pa!ses emergentes, tendo o =rasil passado ocu'par a listadas de& maiores cotas. +lm disso, >exi"ili&ou'se a regra in%ormal $ue impun(a aeleio de um europeu para c(ea do GBD e de um americano para o do =ancoBundial. + atuao dos emergentes seria igualmente importante para arecapitali&ao do GBD, sendo (o

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    governo a adotar o regime de c9m"io >ex!vel, levando a pronunciadadesvalori&ao do real %rente ao dlar. odas essas crises relacionaram'se comata$ues especulativos contra as moedas nacionais em um contexto em $ue a livremo'"ilidade de capitais Ainclusive os especulativos era preconi&ada pelos pa!sescentrais. 8esse sentido, muitos pa!ses em desenvolvimento %oram indu&idos aretirar $ual$uer mecanismo de controle da entrada de capital estrangeiro, cando,

    portanto, expostos aos movimentos espe'culativos $ue "uscavam au%erir gan(oscom ar"itramento e aposta contra as moedas nacio'nais. Os e%eitos altamentedeletrios desta realidade levaram a uma reviso de conceitos na economiamundial.

    + criao, em 1, do H20 nanceiro %oi, nesse sentido, uma resposta @scrises da dcada anterior. + aproximao de presidentes de =ancos Centrais e deministros de nanas das maiores economias levou @ reviso do receitu-rioortodoxo dos organismos de =retton :oods e demonstrou sua import9ncia nomomento da crise dos su"primes em 200?. 8esse momento, os governos reagiramde %orma concertada, esta"elecendo acordos de s3ap cam"i'al e negociandopacotes de est!mulo $ue garantiram a li$uide& no sistema nanceiro mundial,impedindo o apro%undamento da crise. Bostra evidente do aumento da cooperaonessa -rea %oi a elevao do H'20 G a principal mecanismo de concertao

    nanceira mundial, com reunies anuais em n!vel de c(e%es de )stado a partir daCIpula de Pitts"urg, alm da criao do Ginancial 4ta"ilit =oard.

    O =rasil %oi um dos principais entusiastas dos processos de reviso dagovernana glo'"al aps 200?. O pa!s demonstrou resist6ncia %ace @ crise,acumulou reservas internacionais e superou os cr#nicos pro"lemas de =P. Come%eito, o pa!s tem legislao "anc-ria mais avana'da $ue a mdia mundial,resultante do PJO)J da dcada de 10, estando @ %rente dos pa!ses $ue s agoraadotam o acordo =asileia DDD A$ue regulamenta a alavancagem "anc-ria. +de'mais,o pa!s tem vo& ativa na re%orma das instituies de =retton :oods, pugnando peloaumento das cotas aos emergentes $ue podem contri"uir com mais aportes. Namesma %orma, o pa!s tem alertado so"re os perigos da adoo de pol!ticas derestrio scal em pa!ses $ue en%rentam recesso acoplada a alto desemprego

    estrutural A)uropa. Por m, o =rasil prope $ue as pol!ticas monet-riasexpansionistas se

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    criticando, ultimamente, a rigide& dessas pol!ticas e tentando encontrar alternativas de tal%orma a com"inar um vigoroso com"ate @ in>ao com o progresso econ#mico e social dospa!ses em desenvolvimento. )sta Iltima tend6ncia vem sendo denominada Ps'Consenso de:as(ington.

    *ma nova economia surgiu em escala glo"al nos Iltimos 25 anos do sculo TT. +nova economia organi&ada em torno de novas tecnologias da in%ormao, cada ve& mais>ex!veis e poderosas. )sta nova economia pode ser caracteri&ada comoE in%ormacional,glo"al e em rede. U in%ormacional por$ue a produtividade e a competitividade de unidades ouagentes nessa economia dependem, "asicamente, de sua capacidade de gerar, processar eaplicar, de %orma eciente, a in%ormao "aseada em con(ecimentos. U glo"al por$ue asprincipais atividades produtivas, o consumo e a circulao esto organi&ados em escalaglo"al, diretamente ou mediante uma rede de conexes entre agentes econ#micos. Uorgani&ada em %orma de rede por$ue, nas novas condies (istricas, a produtividade gerada e a concorr6ncia %eita em uma rede glo"al de interao entre redes empresarias.

    +s novas tecnologias, presentes na economia glo"ali&ada, permitem $ue "il(es dedlares se

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    dos pa!ses emergentes, atingiu seu -pice nas economias do leste asi-tico. O colapso das"ol(as est- mudando o rumo do de"ate so"re a re%orma do sistema nanceiro internacional,a crise asi-tica.

    + "ol(a dos anos 0 se di%erenciou muito das "ol(as $ue ocorreram no passado.Ravia ra&es de so"ra para um otimismo nos mercados. Os investimentos em pes$uisaestavam nalmente sendo recompensados e a produtividade estava aumentando. +lmdisso, o desemprego estava em constante $ueda, mas a competio continuava a crescer, e,assim a in>ao %oi mantida so"re controle. + economia estava mostrando sinais $ue elarealmente estava %orte. Porm, esta economia aca"ou se tornando uma economia de "ol(ainsustent-vel $ue poderia ter sido evitado com uma mel(or gesto do sistema.

    O "oom ocorrido nos anos 0 %oi uma "ol(a cl-ssica7E os preos dos ativos estavamtotalmente desproporcionais aos seus respectivos valores reais. +s "ol(as de mercadosempre se "aseiam em certa exu"er9ncia irracional7. Dnvestidores dos anos 0 estavamdispostos a gastar "il(es de dlares em DPOs para compan(ias $ue raramente, ou

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    so respons-veis por enormes "ene%!cios e %oram respons-veis pela imensa mel(oria dopadro de vida ao longo do sculo passado, mas t6m suas limitaes e, @s ve&es, aslimitaes no podem ser ignoradas. R- inImeras %al(as de mercado $ue precisam sergeridas. _uando a estrutura da economia evoluiu @ %orma de economia da in%ormao aslimitaes dos mercados tornaram'se cada ve& mais importantes. Nevido @ exist6ncia dein%ormaes imper%eitas di%!cil monitorar e ter certe&a de $ue um agente %a& a$uilo $ue omercado supun(a $ue ele &esse, e nos anos 0, ocorreu com %re$S6ncia exatamente o

    oposto $ue o mercado previu $ue ele &esse.O $ue estava na rai& do pro"lema dos exu"erantes anos 07 %oi o pouco $ue o

    Hoverno %e&, ou se

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    con>itos de interesses e as pr-ticas a"usivas, de modo $ue os investidores possam estarconantes $ue o mercado propicia um ao e como resultado das pol!ticas tomadas na poca. Osdcits scais aumentaram como resultado de uma indexao assimtrica de gastos e

    arrecadaes. + mistura de uma pol!tica scal %rouxa, com"inada com uma pol!tica monet-riar!gida, condu&iu a uma apreciao real do c9m"io com o aumento do dcit em contacorrente a partir de 1F. + alta taxa de

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    pI"lica de `0 em 1F para F1.V do PD= em 1?. )sses !ndices %oram consideradosalt!ssimos e insustent-veis e comprometeriam o crescimento econ#mico. Outra conse$u6nciadessa mistura de pol!ticas %oi a valori&ao cam"ial excessiva, resultado do regime cam"ialxado com "anda, esta"elecido em 1F.

    +ps a crise asi-tica de 1V'?, o Jeal so%reu presso intensa e as autoridades"rasileiras aumentaram a taxa de

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    Porm, o programa anunciado pelo GBD no alcanou uma de suas metas principaisE"aixar a participao da d!vida pI"lica em relao ao PD= devido @ desvalori&ao cam"ial.+pesar de o programa no conseguir manter o cra3ling'peg, a estratgia do GBD pode tersido considerada um sucesso. O impacto da crise so"re o PD= e preos %oi limitado. O GBDauxiliou o =rasil em uma transio para um regime scal mais disciplinado e um novo regimemonet-rio, "aseado em metas de in>ao. )ntretanto, o risco da taxa de c9m"io voltou aps2000. Dsso levou ao encarecimento do pagamento da d!vida pI"lica, c(egando a um !ndice

    elevado em relao ao PD=, $ue %oi um dos principais o"