Relatório da Lusotransplante · APIR Relatório da Lusotransplante porta-voz dos dialisados e...

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APIR Relatório da Lusotransplante Relatório da Lusotransplante porta-voz dos dialisados e transplantados renais ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE INSUFICIENTES RENAIS ANO XXVI Nº 134 PUBLICAÇÃO BIMESTRAL Setembro / Outubro 2007 APIR na - novas abordagens terapêuticas - com dador vivo - idosos e dependentes físicos - aspectos éticos Hiperparatiroidismo Secundário - novas abordagens terapêuticas Transplantação Renal - com dador vivo Diálise Peritoneal - idosos e dependentes físicos Cuidar de Enfermagem em Diálise - aspectos éticos

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  • APIR

    Relatório daLusotransplante

    Relatório daLusotransplante

    porta-voz dos dialisados e transplantados renais

    ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE INSUFICIENTES RENAISANO XXVI • Nº 134 PUBLICAÇÃO BIMESTRAL • Setembro / Outubro 2007

    APIR na- novas abordagens terapêuticas

    - com dador vivo

    - idosos e dependentes físicos

    - aspectos éticos

    Hiperparatiroidismo Secundário- novas abordagens terapêuticasTransplantação Renal - com dador vivoDiálise Peritoneal- idosos e dependentes físicosCuidar de Enfermagem em Diálise- aspectos éticos

    Capa Montada 134:Layout 1 08-10-2007 11:01 Page 1

  • Ficha Técnica

    NEFRÂMEA Nº 134ANO XXVI • SETEMBRO/OUTUBRO 2007

    DIRECTORJosé Carlos Gomes

    CHEFE DE REDACÇÃOCarlos Silva

    SECRETÁRIA DE REDACÇÃOMaria Leonor Varanda

    CORPO REDACTORIALCarlos Silva, Carlos Gomes,

    Paulo Ribeiro, Paulo Zoio e Paulo Pacheco

    FOTOGRAFIAArquivo; Diversos

    COLABORAM NESTE NÚMERODelegações Regionais, vários IRC,

    Paulo Zoio, Paulo Ribeiro, Dr. Aníbal Ferreira, Prof. Dr. Morais Sarmento

    Prof. Drª Helena Sá, Enf. José J. F. GuedesPaulo Pacheco e Carlos Silva

    PRÉ-IMPRESSÃOPassos de Cor – Artes Gráficas

    e Design Gráfico, Lda.

    IMPRESSÃO E ACABAMENTOADFA – Tipografia Escola da Associação

    dos Deficientes das Forças Armadas

    PROPRIEDADEAssociação Portuguesa de Insuficientes Renais

    Empresa Jornalística nº 208811Registado no Instituto da Comunicação

    Social sob o nº 108812

    REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃOVia Principal de Peões

    Zona I de Chelas, Lote 105,Loja B – 1950-244 LISBOA

    Tel. 218371654 – Fax 218370826e-mail: [email protected]

    Internet: www.apir.pt

    TIRAGEM3700 exemplares

    BimestralDistribuição gratuita aos sócios da APIR

    PREÇO APOIO 3ASSINATURA ANUAL: 17

    DEPÓSITO LEGAL244169/06

    As opiniões expressas nestapublicação são da responsabilidade

    dos autores e não reflectemnecessariamente as posições da APIR

    ou da redacção. Cabe à DN a selecção final

    dos textos discordantes das orientações oficiais

    da Associação.

    3 EDITORIAL

    4/5 ACTIVIDADES DA APIRConvocatória para a Assembleia-GeralReunião com Secretário de Estadoe Direcção-Geral da SaúdeSaúde Portugal07 Expo & Conferências

    6/8 TRANSPLANTAÇÃORelatório da Lusotransplante

    10 FORMAÇÃOHiperparatiroidismo Secundário- Novas abordagens terapêuticas

    11 FORMAÇÃOTransplantação Renal com Dador Vivo

    12 NOTÍCIASMovimento de cidadãos deficientes em Defesa dos benefícios fiscais

    14/15 INFORMAÇÃOExpansão do pool de Idosos e Dependentes FísicosIntegrados em Diálise Peritoneal

    16 FORMAÇÃOCuidar de Enfermagem em Diálise- aspectos éticos

    18 BREVES- Osmose- Internet na Sede da APIR

    19 NEFRÂMEA DAS DELEGAÇÕES REGIONAIS

    20/21 DELEGAÇÃO REGIONAL DE COIMBRAAPIR na TondesaúdeCartaz do Passeio/Convívio

    22 DELEGAÇÃO REGIONAL DE SETUBAL- Feira de Santiago

    23 NÚCLEO LOCAL DE LISBOAVisita à Clínica de Hemodiálise de Vila Franca de Xira

    24/25 INFORMAÇÃOApoios a Pessoas com DeficiênciaPerguntas e Respostas

    26/27 CONSELHOS ÚTEISAlergias

    28 POESIA

    29 CORREIO DE LEITORES

    30/31 CULTURA

    32 HUMOR NA DIÁLISE

    APIR

    Relatório daLusotransplante

    Relatório daLusotransplante

    porta-voz dos dialisados e transplantados renais

    ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE INSUFICIENTES RENAISANO XXVI • Nº 134 PUBLICAÇÃO BIMESTRAL • Setembro / Outubro 2007

    APIR na - novas abordagens terapêuticas

    - com dador vivo

    - idosos e dependentes físicos

    - aspectos éticos

    Hiperparatiroidismo Secundário- novas abordagens terapêuticasTransplantação Renal - com dador vivoDiálise Peritoneal- idosos e dependentes físicosCuidar de Enfermagem em Diálise- aspectos éticos

    SUMÁRIOSUMÁRIO

  • APIR NA TONDESAÚDE

    APIR NA SAÚDE PORTUGAL EXPO-2007

    VISITA À CLÍNICA DE HEMODIÁLISE

    DE VILA FRANCA

    Stand da APIR na TONDESAÚDE

    Stand da APIR na SAÚDE PORTUGAL EXPO 07

    Visita à Clínica de Hemodiálise de Vila Franca de Xira

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    Edi tor ia l

    Muito se tem falado das mudanças intro -duzidas e a introduzir no Sector da Saúdeem Portugal, nomeadamente com o lançamentode várias reformas em áreas-chave da Saúde.O Plano Nacional de Saúde 2004-2010 queconfigura igualmente uma reforma no planea -mento em saúde português, enquadra a evoluçãogeral destas reformas, dentre as quais podemosdestacar a “Gestão Integrada da Doença”.“A gestão integrada da doença, seja ela infecciosaou crónico-degenerativa, visa obter a gestão maisracional da doença por todos os envolvidos:doen tes, administradores, gestores, médicoshospitalares, médicos de saúde pública, clínicosgerais, enfermeiros, etc.”De acordo com estudos elaborados pelas Enti -dades envolvidas neste processo, o mencionado“modelo de gestão deve ser aplicado sempre quea doença em causa: - consuma uma parte substancial do orçamentoda saúde; seja de evolução prolongada; sejaobjecto de grandes variações na actuaçãoprofissional; seja alvo de desadequação de cui da -dos por serem prestados no nível errado; seja alvoda insatisfação dos doentes; seja alvo de mácoordenação dos cuidados”.Nesta medida é vontade do Estado aplicar à“doença renal crónica o referido modelo de ges -tão, uma vez que este problema de saúde, pela suamagnitude em termos de saúde pública, requeruma acção dirigida, orientada, planificada eintegrada, através de estratégias bem definidas,para se obterem, racionalização de custos” mastam bém “a estratificação do risco, o planea -mento/programação atempada dos cuidados eainda a constante monitorização dos resultados,da satisfação da pessoa com doença renal crónica,assim como aferir se o nível de cuidados utilizadono sistema é o mais adequado”.O financiamento deste modelo de gestão “Paga -mento por preço compreensivo” que de acordocom as últimas informações entrará em vigor em1 Outubro de 2007, engloba nos custos relativosao tratamento da IRC: tratamento hemodialítico,medicamentos, exames comple men tares dediagnóstico.Neste contexto, a Entidade Reguladora da Saúdeciente da grande diversidade e complexidade deque se reveste a assistência na saúde aos insu -ficientes renais crónicos, quer a nível da própriapatologia ou patologias associadas, quer pelos

    condicionalismos socioeconómicos inerentes àsdoenças crónicas debilitantes e pelo facto de tervindo a receber várias participações, queixas, re -cla mações e opiniões, provenientes de doentes,individualmente ou por via das Associações queos representam, de profissionais de saúde e deentidades prestadoras, sobre situações relativas àqualidade dos serviços de hemodiálise, à concor -rência no sector, à organização do sistema detratamento, etc. E considerando ser do conhecimento público quea Direcção-Geral de Saúde se encontra a elaborarum estudo sobre a possibilidade de finan -ciamento dos tratamentos de hemodiálise porpreço compreensivo.Deliberou aprovar e remeter ao Governo algumasrecomendações relativas ao sector da hemo -diálise, que passam pela implementação de di -versas medidas que visam uma melhoria dascondições de tratamento e de transportes para osdoentes, com os consequentes benefícios para oscontribuintes, além de permitir uma maior res -pon sabilização dos prestadores no que toca àqualidade e segurança dos cuidados de hemo -diálise.A APIR nas várias reuniões já realizadas com asdiversas Entidades envolvidas nesta temática,sempre defendeu e continuará a defender, os di -rei tos e a qualidade de vida dos InsuficientesRenais Cónicos.Sabemos que tem de haver uma racionalizaçãodos custos, mas esta não deverá pôr em causa aqualidade do tratamento destes doentes, deveantes passar por uma gestão criteriosa, de todosos meios utilizados na assistência à saúde dosIRC.

    O Director

    “GESTÃO INTEGRADA DA DOENÇA RENAL CRÓNICA”“GESTÃO INTEGRADA DA DOENÇA RENAL CRÓNICA”

  • Reunião com Secretário de Estado e Direcção-Geral da Saúde

    Assembleia-geral ordináriaCONVOCATÓRIA

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    Assembleia-geral ordináriaCONVOCATÓRIA

    act iv idades da apir

    No passado dia 26 deJulho a APIR reu-niu-se com o Secretáriode Estado da Saúde, Dr.Francisco Ramos, e tam-bém com representantesda Direc ção-Geral daSaúde. O motivo destareunião foi para nosinformarem que, asmedidas do pa co te dediálise (Gestão Integradadaa Doença Renal Cró -

    nica) irão entrar em vigor a partir do dia 1 deOutubro de 2007. O pacote irá englobar os medi-camentos, análises clínicas e exames, ficando porenquanto de fora os transportes e as cirurgiaspara construção/reconstrução de acessos vascu-lares, pelo facto de carecerem ainda de estudosmais aprofundados.Informaram-nos ainda que estão a criar um siste-ma de informação que vai ficar acessível na plata-forma Web da Direcção-Geral da Saúde que irágarantir o registo nacional das pessoas com doen-ça renal crónica e que mostrará os indicadores

    relativos a cada unidade de diálise, que permitaacompanhar e monitorizar a qualidade dos cuida-dos prestados, que produza informação sobre oscustos por tratamento e possibilite acompanhar aevolução da doença por doente em fase de pré-diálise e diálise. Também nos disseram que estamedida de avançar com o pacote de diálise, paraalém de controlar e reduzir os custos, é essencial-mente para garantir, inequivocamente, a qualida-de dos cuidados dos doentes (assim desejamos!).Nesse sentido, disseram-nos que está a ser estu-dado pela Direcção-Geral da Saúde e pelos seusconsultores, entre os quais se inclui a ComissãoNacional de Diálise e a Sociedade Portuguesa deNefrologia, um painel de indicadores de qualida-de clínica e de segurança de doentes dializados, oqual será também objecto de apreciação pelasUnidades privadas de Hemodiálise e pelasAssociações de doentes. Solicitaram ainda a cola-boração da APIR, o que faremos com satisfaçãosempre que tal nos for pedido, em prol dos doen-tes.

    Paulo Ribeiro

    Reunião com Secretário de Estado e Direcção-Geral da Saúde

    Estimados AssociadosConforme os Estatutos, convoco a Assembleia Geral Ordinária da APIR a reunir no próximo dia25 de Novembro de 2007, pelas 15,00 horas, na Sede Social da Associação sita na Via Principal dePeões, Lote 105 - Loja B, Zona I de Chelas, Lisboa (junto à esquadra da PSP na Zona I).

    A Ordem de Trabalhos proposta é a seguinte:1 - Leitura, Discussão e Aprovação da Acta anterior;2 - Plano de Actividades e Orçamento para 2008;3 – Novo Símbolo da APIR;4 - Diversos.

    Se à hora marcada não houver quorum, a Assembleia reunirá trinta minutos (meia hora) mais tarde,com o número de sócios presentes e a mesma ordem de trabalhos.

    Lisboa, 25 de Setembro de 2007O Presidente da Mesa da Assembleia Geral

    _________________________________(Dr. Adelino de Jesus Ferreira)

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    act iv idades da apir

    Saúdeportugal 07expo & conferênciasSaúdeportugal 07expo & conferências

    Decorreu de 20 a 23 do passado mês deSetembro, no Parque das Missas, em Belém,a Saúdeportugal 07 expo & conferências, organi-zada pelo “Jornal do Centro de Saúde”, com oapoio institucional do Alto Comissariado daSaúde e comissariado pela Sr.ª Doutora Maria deBelém Roseira.Este evento teve como principal objectivo contri-buir para a promoção da saúde em Portugal, atra-vés de acções de informação e educação para asaúde, rastreios, sensibilização dos cidadãos paraa prevenção de várias doenças, eliminação de fac-tores de risco e adopção de estilos de vida maissaudáveis.Constituído por 3 Salões: - Salão Nacional dosPrestadores de Serviços e Cuidados de Saúde,Salão da Promoção da Saúde e Prevenção daDoença e Salão dos Equipamentos e Tecnologiasde Saúde, e um diversificado programa deWorkshops, contou também com o FórumNacional das Associações de Doentes.

    Dr.ª Maria de Belém na abertura do Fórum

    Este Fórum, que teve como tema “O papel dasassociações de doentes na informação e na pre-venção”, decorreu durante todo o dia 20, comabertura oficial pela Comissária da SaúdePortugal 2007, Dra. Maria de Belém Roseira.Durante todo o dia realizaram-se várias palestrassubordinadas aos seguintes temas: Apresentaçãoe partilha de experiências por associações dedoentes; As associações de doentes como parcei-ras das Instituições de saúde e o Encontro-deba-te: As associações de doentes, a Indústria, a dis-tribuição e a regulação do medicamento.Encerrou o Fórum o Senhor Secretário deEstado da Saúde, Dr. Francisco Ramos, que, deseguida, procedeu à inauguração oficial dosSalões.

    Dr. José Vinhas usando da palavra

    A APIR esteve presente nesta realização com umpequeno Stand, num espaço comum a outrasAssociações de Doentes Crónicos, onde divulgouas suas actividades e distribuiu materiais informa-tivos sobre a problemática da insuficiência renalcrónica a todas as pessoas que nos visitaramdurante os dias em que decorreu esta exposição,tendo mesmo angariado alguns associados.No último dia deste evento, mais precisamenteno domingo dia 23 de Setembro, decorreu no“Auditório N.º 1” um Workshop promovido pelanossa Associação subordinado ao tema “ComoPrevenir e Viver com a Doença Renal Crónica”,no qual contámos com a generosa colaboraçãodo Sr. Dr. José Vinhas, Presidente da SociedadePortuguesa de Nefrologia, que apresentou o tra-balho “Como Prevenir a Doença Renal Crónica”.Paulo Zoio, 2.º Secretário da Direcção Nacionalda APIR, falou sobre o tema “Como Viver com aDoença Renal Crónica”. No debate que se seguiua estas apresentações, Paulo Pacheco, Vice-Presidente da APIR e Paulo Zoio, tiveram opor-tunidade de esclarecer dúvidas colocadas poralguns dos participantes no Workshop.Pensamos, assim, que a nossa participação nestaExposição se saldou pela positiva. Aproveitamos para agradecer o convite que nosfoi endereçado pela Organização da Saú depor -tugal07 expo & conferências, fazendo votos paraque continuem a promover realizações com estaqualidade, a fim de que a Saúde em Portugalmereça de todos, doentes, profissionais de saúdee público em geral, a devida atenção.

    A Direcção

  • TRANSPLANTAÇÃO RENAL EM 2006

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    transplantação

    Publicamos, uma vez mais, um Resumo do RelatórioAnual de Actividades da Lusotransplante, com dados refe-rentes a 2006, agradecendo a cedência para inserção naNefrâmea.Com o esforço de todas as Equipas ligadas à transplanta-

    ção renal, registou-se este ano um ligeiro aumento no número de transplantes, 396 contra os 380 reali-zados em 2005, embora estejamos ainda longe dos 436 efectuados em 2004.Esperemos que com a regulamentação e implementação da Lei 22/2007 (diploma que regulamenta adoação de órgãos de dador vivo) esta tendência se verifique de forma mais acentuada.

    TRANSPLANTAÇÃO RENAL EM 2006

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    TRANSPLANTES EFECTUADOS

    1º ENXERTO................................................................ 65122º ENXERTO.................................................................. 3863º ENXERTO .................................................................... 124º ENXERTO ...................................................................... 1

    TOTAL................................................................ 6911

    CANDIDATOS A TRANSPLANTAÇÃORENAL RENAL LISTA DE ESPERA DE:

    1º ENXERTO................................................................ 19412º ENXERTO.................................................................. 3313º ENXERTO .................................................................... 21

    TOTAL .............................................................. 2293

    TRANSPLANTAÇÕES DE RIM/DADOR VIVO 2006

    UTR* QUANTIDADE

    H. Stª Maria 5H. Stª Cruz 16

    H. Curry Cabral 3H. Univ. Coimbra 6

    H. Geral Stº António 9*Unidades de Transplante Renal

    GRAUS DE URGÊNCIA

    NORTE CENTRO SUL LUSOTRANSPLANTESU 4 4 7 15U1 47 33 85 165U2 709 351 1053 2113CT 110 195 394 699

    IDADE

    ANOS NORTE CENTRO SUL LUSOTRANSPLANTE1-10 1 0 8 911-20 16 3 13 3221-40 219 120 302 64141-60 451 315 829 1595>60 183 145 387 715

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    HIPERPARATIROIDISMO SECUNDÁRIONovas abordagens terapêuticasHIPERPARATIROIDISMO SECUNDÁRIONovas abordagens terapêuticas

    Ohiperparat i -r o i d i s m osecundário (HPTH2.º) observa-se nosdoen tes com insufi-ciência renal cróni-ca (IRC) desde está-dios precoces daevolução da mes ma(com débitos do fil-trado glomérular(DFG) inferiores a60ml/min), atingin-do particular rele-vância nos doentescom insuficiência

    renal grave (DFG inferior a 15ml/min; IRC fase5) sujeitos a diálise. Pode ainda persistir longosperíodos após transplantação renal, sobretudo seo enxerto renal apresenta compromisso significa-tivo da função.Os principais factores responsáveis pelo desen-volvimento do quadro de HPTH 2.º nos doentescom IRC são a deficiência em vitamina D activa-da (especificamente a 1,25 (HO)2D3), a hiperfos-fatemia e a hipocalcemia. Na ausência de inter-venção terapêutica, estes três factores concorremsimultaneamente e potenciam-se entre si, contri-buindo para o agravamento do HPTH 2.º. Nestascircunstâncias, a glândula sofre hiperplasia, fre-quentemente com desenvolvimento de nódulosadenomatosos volumosos, os quais são formadospor células que expressam menos receptores parao cálcio e para a vitamina D.As principais consequências para os doentes comquadro de HPTH 2.º. São alterações do metabo-lismo mineral (fosfo-cálcico) e do aumento acen-tuado da remodelação óssea, com libertação decálcio e fósforo do osso, o que pode contribuirpara :• Desenvolvimento de calcificações vasculares e

    das válvulas cardíacas;• Compromisso da eritropoiese e desenvolvimen-

    to da anemia;• Redução da resposta imunitária;• Diminuição da secreção de insulina;• Alterações electroencefalográficas e neuropsicológicas.Níveis mais elevados de PTH (traduzindo maiorgravidade do HPTH 2.º) têm sido associados, deforma consistente, ao aumento de mortalidade decausa cardiovascular. Pelo contrário, o controlode HPTH 2.º associou-se à diminuição do núme-ro de fracturas e da morbilidade cardiovascular.

    Os quadros de HPTH 2.º devem ser tratadosdesde os estádios iniciais do desenvolvimento daIRC. Desse modo, são optimizadas as probabili-dades de êxito no tratamento desta patologia, evi-tando o desenvolvimento de quadros de gravida-de maior, os quais até recentemente implicavam orecurso à paratiroidectomia cirúrgica. Esta abor-dagem cirúrgica deve ser evitada sempre que pos-sível, visto conduzir frequentemente a um quadrooposto ao HPTH 2.º que é a doença óssea dinâ-mica. Esta última também se associou ao aumen-to das calcificações extra-esquelécticas (nomea-damente vasculares) e aumento de fracturas. Aopção pela cirurgia para tratar doentes comHPTH 2.º severo é particularmente gravosa emdoentes candidatos a transplantação renal (vistoterem maior risco de desenvolver doença óssea debaixa remodelação).A terapêutica do HPTH 2.º no doente urémico émultidisciplinar (envolvendo nutricionistas/die-tistas, nefrologistas e restante equipa terapêuticaresponsável pelo doente) e personalizada paracada doente.Pretende-se controlar os níveis de paratormonade cálcio e de fósforo de acordo com “guidelines”definidas para as diferentes fases de evolução dadoença.

    “ O controlo do hiperparatiroidismo secundárioafigura-se actualmente mais facilitado”

    Para além do controlo dietético da quantidade defósforo ingerido nos alimentos existe a possibili-dade de optimizar a remoção deste ião através detécnicas de diálise de alta eficácia, do aumento dotempo e/ou da frequência das técnicas dialíticas.A intervenção farmacológica no tratamento doHPTH 2.º passa pela utilização de captadoresintestinais de fósforos (inibindo a respectivaabsorção), pela utilização de formas activas devitamina D e, mais recentemente, pelo recurso aagentes calcimiméticos, os quais vão aumentar asensibilização do receptor do cálcio para este ião.Na maioria dos doentes com HPTH 2.º estesagentes são utilizados conjuntamente, potencian-do-se mutuamente e permitindo o controlo destequadro clínico. O controlo do HPTH 2.º afigura-se actualmente mais facilitado, observando-se jáuma significativa diminuição da necessidade derealização de paratiroidectomias cirúrgicas.

    In Saúde Públicawww.jasfarma.com

    formação

    Dr. Anibal Ferreira

  • TRANSPLANTAÇÃO RENAL COMDADOR VIVO

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    Atransplantaçãorenal com dadorvivo é, nalguns países,a forma mais comumde trans plante. Há paí-ses, contudo, aondeela não é permitida.Hoje, em Portugal,como no resto domundo, onde a ca -rência de órgãos su -planta em muito asnecessidades, o pro-blema ganha no vaactualidade.

    A revisão da lei 12/93, que permite a transplanta-ção apenas entre parentes até ao 3.º grau, esteveem revisão desde Dezembro de 2005. Na base darevisão estava o princípio de que se não deveimpedir a doação a quem livre, espontânea, semcoacção ou interesse económico o quisesse fazer.Estas premissas não podem, sob o ponto de vistaético, ser discutíveis. Porém, não é fácil regula-mentar estes factores. A coacção nem sempre éfácil de determinar, não só sob o ponto de vistapsíquico como económico.A Lei portuguesa apenas permite a transplantaçãoaos residentes em Portugal o que, desde logo, nãoadmite comércio esterno. Todavia, é possível con-tornar alguns aspectos da Lei.A proposta de modificação previa, por esse moti-vo, a criação de uma comissão independente, coma inclusão, se necessário, de uma autoridade judi-cial, que pudesse avaliar os casos menos claros.Existindo já a figura do provedor do dador e aobservação por um psicólogo/psiquiatra, enten-deu-se que não seria suficiente.O transplante é hoje a forma mais reabilitante eeconómica do tratamento da IRT, naqueles doen-tes em que os factores de risco são aceitáveis. Nãosendo uma cura, há que ponderar cada doente,caso a caso. O risco/benefício deve ser sempreponderado pelo doente/dador.No que diz respeito ao transplante de vivo fami-liar, algumas doenças hereditárias, bem comodoenças de alta probabilidade de recidiva noreceptor, devem ser acauteladas.Não é eticamente correcto o escamotear de infor-mação sobre estes e outros problemas.Não vivemos uma época em que seja vislumbrávelrins para todos. Não é possível, no momento

    actual nem a curto/médio prazo. As listas de espe-ra aumentam exponencialmente e, embora nãoestejam esgotadas as possibilidades de colheita nocadáver, é no incremento da doação de vivo quehoje reside a possibilidade de minimizar o proble-ma.Se no transplante de cadáver o problema ético dadistribuição de órgãos é actualmente fonte de dis-cussão, no transplante de dador vivo é o comérciode órgãos que ocasiona maiores preocupações.Não havendo doações altruístas em número sufi-ciente, é no comércio de órgãos que se tentaencontrar a solução.Uma vez mais, como em tudo na vida, quem podemanda.A proliferação de redes organizadas, um dos gran-des negócios do século, de venda/“oferta” é umfacto. Não devemos ceder nesse ponto, por mais“lógicos” que sejam os argumentos.Tal como a prostituição que vende o corpo por“necessidade”, ainda é menos aceitável venderórgãos do corpo. Também a prostituição tem for-mas encapotadas, tal como o comércio de órgãos,e espero que este último não venha a ser aceitecom a mesma “naturalidade”. De facto, não o é.Os defensores do comércio livre defendem estecomo a forma de acabar com o comércio “explo-rador”. Nem um nem outro são aceitáveis. Os finsnão justificam os meios.

    TRANSPLANTAÇÃO RENAL COMDADOR VIVO

    Prof. Dr. Morais Sarmento

    A doação de um órgão é, sob o ponto de vistamoral, um acto sublime

    que deve serreconhecido como tal

    e a sociedade tem o deverde apoiar todos aqueles

    que de um modo altruísticopermitem que outrosvivam mais e melhor.

    transplantação

    In Jornal do Encontro Renal 2007

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    Movimento de cidadãos portadores de deficiência contra a redução de benefícios fiscais

    Movimento de cidadãos portadores de deficiência contra a redução de benefícios fiscais

    not íc ias

    Realizou-se no passado dia 1 de Setembro, emLisboa, a 1.ª Reunião do Movimento deTrabalhadores Portadores de Deficiência em Defesados Benefícios Fiscais (MTPD-BF), tendo os presen-tes manifestado o seu mais vivo repúdio pelas medi-das do Governo aprovadas na Lei do Orçamento de2007.Nesta reunião foi aprovada uma moção onde mani-festaram a sua intenção de se mobilizar e mobilizartodos os interessados e quantos se sentem solidárioscom esta causa, a empreender as acções necessáriaspara que a Lei do Orçamento de 2008 reponha a tota-

    lidade dos benefícios fiscais.Igualmente foi aprovada uma Proposta onde, entrevárias iniciativas foi decidido mandatar a Comissãoeleita na reunião, para solicitar o mais brevementepossível reuniões aos Srs. Primeiro Ministro, Ministrode Estado e das Finanças, Ministro do Trabalho e daSolidariedade Social, e aos Grupos Parlamentares,para explicar as razões que fundamentam a sua exi-gência de reposição dos benefícios fiscais na Lei doOrçamento de 2008, bem como solicitar uma audiên-cia ao Sr. Presidente da República para o sensibilizarpara as razões desta causa.

    No Orçamento de Estado para 2007 o Governoelaborou uma série de medidas com vista a res-tringir alguns direitos fiscais de cidadãos portadores degrau de deficiência igual ou superior a 60%. De acor-do com números do Governo, são cerca de 39 000 oscidadãos portadores de deficiência que vão deixar depoder excluir da tributação do IRS 50% do rendimen-to anual (com o limite de 13 744 euros), para passar adeduzir à colecta unicamente um montante equivalen-te a 3 salários mínimos qualquer que seja o rendimen-to. Ainda que essa não fosse a intenção inicial doGoverno, que pretendia que a medida entrasse emvigor pleno já em 2007, acabou por ser criado um

    período de transição para 2007 (isenção de 20% dorendimento) e 2008 (10%).Para lutar contra esta medida nasceu o Movimento deTrabalhadores Portadores de Deficiência em Defesados Benefícios Fiscais.Este movimento possui um site provisório emhttp: / / xbarreiros.no.sapo.pt/ mtpd-bfiscais/ noqual é disponibilizado um simulador onde poderá serfeita a comparação entre o regime anterior e o previs-to pelo Orçamento de Estado. Qualquer esclarecimen-to adicional poderá ser efectuado para o email :[email protected].

    Paulo Zoio

    1.ª REUNIÃO DO (MTPD-BF)1.ª REUNIÃO DO (MTPD-BF)

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    Os idosos (> 65anos) são a cate-goria de doentes commaior crescimento naincidência e prevalên-cia de Insuficiênciarenal crónica grau 5,com necessidade deterapêutica substituti-va da função renal. Étambém esta catego-ria de doentes queapresenta maioreslimitações à escolhade Diálise Peritonealdevido à ausência de

    autonomia para a realização dos tratamentos,quer em regime manual (DPCA), quer automati-zado (DPA). A inexistência frequente de um bomapoio familiar ou social é um dos motivos pelosquais esta modalidade para tratamento da IRCgrave é posta de lado, logo desde o início da pon-deração da necessidade de iniciar tratamentosubstitutivo da função renal nesse grupo de doen-tes. Por outro lado, e paradoxalmente, seria estegrupo de doentes, porventura, dos que maisbeneficiaria dos tratamentos dialíticos nestamodalidade, dado a inexistência frequente de umbom capital vascular para a construção de umacesso definitivo para hemodiálise, dado o riscoinfeccioso associado aos cateteres de hemodiálisede longa duração e finalmente dado a maior ins-tabilidade hemodinâmica associada à realizaçãodas sessões de hemodiálise (HD). A Diálise peritoneal (DP), tratamento menosagressivo do ponto de vista cardiovascular e commaior possibilidade de preservação da diureseresidual (factor com valor predictivo positivo emtermos de sobrevida do doente a médio prazo), apossibilidade de manter qualidade de vida doidoso sem necessidade de desinserção do seuambiente familiar ou social, são aspectos positi-vos a ponderar na hipótese de tratamento dedoentes idosos ou fisicamente dependentes atra-vés desta modalidade. Em termos de sobrevida do doente, os estudosexistentes, todos observacionais e baseados, nasua maioria, em registos oficiais de Insuficiênciarenal crónica, permitem concluir que o risco demorte em HD e DP não é significativamente

    diferente (mesmo com follow-up de 60 meses),verificando-se inclusivé uma vantagem favorávelà DP nos primeiros 2 anos de tratamento. Estavantagem em termos de sobrevida entre as moda-lidades de HD e DP atenua-se no entanto nossubgrupos de doentes idosos, diabéticos e dosexo feminino. Um dos aspectos críticos relativamente à aplica-ção da modalidade de DP em doentes idosos efisicamente dependentes é o risco infecciosoassociado ao aparecimento de peritonites ououtras infecções do cateter de diálise peritoneal.Todavia, também este argumento é rebatido pelasimples análise dos factos. Como exemplo refira-se os dados do registo americano em 2006(USRD Annual Report) em que o número de epi-sódios de peritonite foi de 4/1000 doentes/diastratamento correspondente a 1 episódio pordoente por ano (uma taxa elevada relativamenteàs estatísticas europeias de 1 episódio por doentecada 2 anos), todavia o nº de casos de infecçõesgraves (sepsis) associado à DP foi apenas0,9/1000 doentes/dias tratamento comparativa-mente com 4,2 episódios/1000 doente/dias detratamento em hemodiálise. Como conclusão,poder-se-á afirmar que um doente portador decateter peritoneal terá tantas complicações infec-ciosas graves como um doente com fístula arte-rio-venosa em hemodiálise e menos que umdoente em HD com cateter tunelizado, já que ataxa de peritonites é baixa nos dias de hoje. No pressuposto de idêntica sobrevida em HD eem DP e não se colocando contra-indicaçõesmédicas à realização de DP, o grupo de doentesidosos e com dependência física apresenta limita-ções de natureza essencialmente logística e assis-tencial na ponderação da modalidade de Diáliseperitoneal. Como ultrapassar estas limitações éuma questão importante e por vezes imperiosa –veja-se situações limítrofe em que o doente idosoou dependente fisicamente não é possível de sertratado na opção de hemodiálise (ex: falênciadefinitiva de acessos vasculares) e por isso depen-derá exclusivamente da realização de DP parasobreviver. Nessa situação, cabe aos Centros res-ponsáveis pelo tratamento destes doentes e àsAdministrações Regionais de Saúde em particu-lar, encontrar as melhores soluções em termoscusto-benefício de forma a ultrapassar essas difi-culdades.

    EXPANSÃO DO POOL DE IDOSOS EDEPENDENTES FÍSICOS INTEGRADOSEM DIÁLISE PERITONEAL

    EXPANSÃO DO POOL DE IDOSOS EDEPENDENTES FÍSICOS INTEGRADOSEM DIÁLISE PERITONEAL

    in formação

    Prof. Helena Sá, AssistenteGraduada de Nefrologia dosHospitais da Universidade

    de Coimbra.

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    A esse propósito relatamos a experiência vividano nosso Serviço (HUC, Coimbra) no acompa-nhamento médico e da envolvente familiar esocial de 3 doentes idosos dependentes, que inte-

    graram recentemente o programa de DiálisePeritoneal. Com este relato pretende-se chamar aatenção para a necessidade de continuar a procu-rar as melhores soluções custo-benefício paracada caso individual, de forma a assegurar o tra-tamento substitutivo da função renal a todosquantos dele necessitam. Os primeiros dois casos reportam-se aos doentesJ.S.M., sexo masculino, 72 anos de idade e H.S.G.,sexo masculino, 68 anos de idade, referenciadospara Diálise Peritoneal por esgotamento de aces-sos vasculares para hemodiálise. Ambos os doen-tes sem autonomia para a realização dos trata-mentos e com dificuldades económicas, apresen-tavam mau contexto familiar e social que impediaassegurar a realização dos tratamentos no seudomicilio. Por outro lado, ambos residem a cercade 170 Km do nosso Centro. Quando iniciaramDiálise Peritoneal, os doentes apresentavam-sedeprimidos, com expectativa de vida curta elamentavam a sua sorte. A decisão tomada foi deoptar pela modalidade de DPA e realizar os trata-mentos de 8,5h durante a noite no nosso Serviço,diariamente com excepção do domingo, em regi-me de Hospital de dia (mais correctamente,Hospital durante a noite). Para isso os doentessão transportados diariamente de táxi do hospitalpara o seu local de residência e vive-versa. Ambosrealizam viagens de cerca de 350 Km diariamen-te. Apesar da solução não ser a ideal (quer emconforto para o doente quer em custos globais),permitiu contudo assegurar muito simplesmentea sobrevida destes doentes que à data actual seencontram bem adaptados, felizes e com melho-ria da expectativa de vida (veja-se com permissãodos próprios foto Fig.1). O 3º caso trata-se deuma doente de 89 anos (M.A.R.) referenciadapara Diálise Peritoneal igualmente por esgota-mento de acessos vasculares para HD. Apesar daprovecta idade, apresentava bom estado geral elucidez, contando com excelente apoio familiar(filha e neta) o que permitiu a realização deDiálise Peritoneal (DPA) no seu ambiente fami-

    liar. Os tratamentos de Diálise Peritoneal eramrealizados durante o dia de acordo com a prefe-rência da tratadora e sem prejuízo do convíviodiário da doente com os restantes elementos

    familiares, no seu habitat natural. Isto permitiu-lhe viver o suficiente para comemorar festiva-mente os seus 90 anos, vindo a falecer posterior-mente de AVC, sem causa directa com complica-ções da DP.

    Pretendemos com esta nota e a propósitodesta pequena experiência, equacionar algumassugestões a desenvolver de forma a expandir opool de doentes idosos e dependentes, passíveisde serem tratados pela Diálise Peritoneal, nomea-damente:

    - promover acções de formação sobre Diáliseperitoneal e sua realização para profissionaisde saúde de áreas complementares (ex:Cuidados Saúde primários);

    - incentivar a realização de pequenos progra-mas de treino em DP para enfermeiros dosCuidados de Saúde primários ou de Centrosespecializados em apoio de ambulatório deforma a que se possa promover a DPCA ouDPA assistida no domicilio ou DPA emCentro de referência perto da residência dodoente;

    - incentivar a realização de programas simplesde treino em DP para trabalhadores emCentros para idosos ou em Unidades deCuidados Continuados.

    Com estas medidas, poderemos contribuir para oaumento da sobrevida dos doentes IRC grau 5,mesmo hepta ou octagenários, em condições deisolamento familiar ou social, em que o tratamen-to conservador não é suficiente para garantir aqualidade de vida que reclamam e que merecem.

    Referências: Shinzata T et al. Kidney Int 1999; 55: 700-12.

    Mujais Guo et al. Kidney Int 2003 ; 64 (Suppl 88) : s1-10. USRD Annual Report 2003, 2006

    Povlsen J e tal. PDI 2005, Suppl 3: s60-3. Troidle L et al. PDI 2006; 26: 452.

    Doentes integrados em DP nos HUC em regime de DPA nocturna (com permissão)

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    Enquanto serhumano sei oque significa sentir apresença do outro emmomentos de contur-bada perturbação.Este outro, umalguém que pode sermais familiar ou maisestranho, desde queconsiga ser autênticoe desinteressado elevaos efeitos da sua pre-sença a um patamar

    inenarrável. O relacionamento com a minhadoença e com os meus doentes proporcionou-meo privilégio de sentir que o que está em causanuma situação de doença não é apenas um pro-cesso fisiopatológico, mas, antes e sobretudo,uma verdadeira experiência humana. E é inequí-voco que a arte presencial e o saber cuidar aliadoà valorização da vertente tecnicista daEnfermagem assumem preponderante enfoqueno contexto da experiência humana da doença.Dada a sua pertinência, a problemática do cuidar(relação), enquanto instrumento terapêutico, estávigente de forma mais diluída ou exacerbada emtodas as teorias de enfermagem, independente-mente da escola de pensamento em que se inte-grem. A essência da Enfermagem é o cuidado aoSer Humano, cujo conhecimento deve florescer apartir da intersecção da filosofia (como resposta àgrande questão existencial do homem), da ciênciae tecnologia (tendo a lógica formal como correc-ção normativa e procedimental) e da ética (numcompromisso com os diversos postulados deon-tológicos e éticos).A tecnociência é iniludivelmente indizível. Asinovações, sobretudo na área da biotecnologia,que diariamente nos invadem, tornam a ficçãouma realidade, permitindo ao homem derrubar asbarreiras da impossibilidade. O irreprimível pro-gresso técnico e científico parece não conhecerlimites, podendo daqui derivar uma irrevogáveltransferência do ser humano a pessoa-objecto emsubstituição da pessoa-sujeito.Urge, senão dominar, pelo menos orientar estadesenfreada invasão. A bioética pretende serneste contexto um meio de imposição de limitesà ciência, através da criação de orientações de

    pensamento e de acção e da proposição de nor-mas que regulamentem algumas intervençõesinfligidas pelo homem ao próprio Homem.Hoje, o conhecimento não parece constituir porsi só um valor absoluto, devendo ser irrefutavel-mente subordinado às finalidades humanas. Esteconhecimento deve protagonizar um bem quetem como único referencial o respeito pela digni-dade do ser humano em todas as fases da suavida. Como afirma (Osswald, 2001) “a bioéticapretende descortinar e propor, em cada novaencruzilhada que a biologia abre à Humanidade,caminhos que conduzam à felicidade genuína esustentável tanto da pessoa como da sociedade”.Assim a bioética deve ser entendida como umsaber transdisciplinar que pretende proporcionara reflexão sobre as atitudes que interferem com onascer, o morrer, a qualidade de vida e a interde-pendência de todos os seres vivos.Com este trabalho pretende-se analisar a envol-vência da relação e do cuidar no contexto dos cui-dados prestados aos doentes em hemodiálise,bem como dirimir alguns aspectos bioéticos quedaqui possam advir. Abordar alguns constrangi-mentos relacionados com o processo de morrerserão também enfatizados no decurso deste tra-balho, já que não há soluções mágicas paraenfrentar o problema da morte, mas caminhos aserem buscados. O processo de morrer é umaexperiência fundamentalmente pessoal, um pro-cesso que engloba um significado e propósitoscertos.Há quesitos essenciais a empreender a quem seprepara para consumar a última etapa da suavida, procurando-se neste trabalho e desta feita,aflorar algumas questões concernentes aos cuida-dos prestados a doentes em fase terminal, pois, aaplicação desordenada e acriteriosa de técnicasterapêuticas que visem o prolongamento da vidasem efeitos práticos são logicamente bastantequestionáveis, pois, além de arcarem um aumentosignificativo nos gastos, exponenciam abrupta-mente o isolamento e sofrimento dos doentesterminais.

    Introdução ao trabalho apresentado no XXI Congresso da APEDT

    In Jornal do Encontro Renal 2007

    CUIDAR DE ENFERMAGEM EMDIÁLISE-aspectos éticosCUIDAR DE ENFERMAGEM EMDIÁLISE-aspectos éticos

    in formação

    Enf. José J. Faceira Guedes

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    07breves

    OSMOSE: o que é?OSMOSE: o que é?

    Aosmose é uma força que faz com que a águaatravesse barreiras semipermeáveis até que aconcentração de moléculas seja idêntica de um eoutro lado. A osmose actua conduzindo a água deuma solução hipotónica para uma solução hiper-tónica, através de membranas apenas permeáveisao solvente. As soluções finais denominam-seisotónicas.

    Sendo a osmose uma propriedade típica dasmembranas encontradas na natureza, principal-mente aquelas que envolvem as células, a geniali-dade humana desenvolveu sistemas artificiais emque a osmose também actua de forma idêntica.As palavras hiper (mais que), hipo (menos que) eisotónico (igual a) refrerem-se à concentração demoléculas que não conseguem atravessar asmembranas, ou seja, soluções com mais, menos eigual concentração de moléculas.Os morangos: ao salpicar os morangos com açú-car, ou seja, com moléculas de sacarose, que são

    incapazes de atravessar as membranas biológicas,estamos a criar um ambiente hipertónico. Aosmose manda a água do fruto sair das células natentativa de equilibrar a concentração de molécu-las dentro e fora das moléculas do fruto. O resul-tado é a produção de um sumo doce.O arroz: como o cereal está ressequido quandoentra na panela, apresenta uma concentraçãomuito maior de moléculas e, por isso, a osmoseempurra a água lá para dentro na tentativa deencontrar o equilíbrio. Ficamos assim com umgrão inchado e mole.A alface: ao salpicar-se as folhas de alface comágua fresca, está a pedir-se à osmose que trans-porte um pouco de líquido de volta às células dovegetal, onde existe maior concentração de molé-culas do que na água.O nosso corpo: a sede. Quando se come ou bebequalquer coisa cheia de sal, o nosso intestinoabsorve grandes quantidades de sal. O resultadode tal exagero faz-se sentir nuns receptores que,graças à ajuda da osmose, perdem água para ointerior dos vasos sanguíneos onde o sódioaumentou a concentração de moléculas. As célu-las do receptor, agora desidratadas, avisam o cére-bro que é preciso fornecer água para equilibrar asituação, levando-nos a beber água.

    Pesquisa Carlos Alberto Santos

    “INTERNET” NA SEDE DA APIR

    Informam-se todos osIRC e associados daAPIR, que se encontra àsua disposição um postopara acesso à Internet, naSede da nossa Associação,sita na Via Principal dePeões. Lote 105-Loja B –Zona I de Chelas, emLisboa. A fim de poderusufruir deste serviço dis-ponibilizado pela APIR,agradecemos que nos con-tacte para os telefones :218371654 ou 218370826,para inscrição e reserva dehorário.

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    07DELEGAÇÕESR E G I O N A I S

    APIR AVEIRO

    Presidente: JOSE MANUEL ROCHASede Social: Rua Drº. Alberto Souto, nº 7Loja “23X”3800-149 AVEIROTEL: 234 913 916

    APIR COIMBRA

    Presidente: JOSE CARLOS DINISSede Social: Rua de Montarroio, 53 - R/c3000-287 COIMBRATEL: 239 828 277 • FAX: 239 841 768email:[email protected]

    APIR SETUBAL

    Presidente: PAULO PACHECO DOS SANTOSSede Social: Av. 5 Outubro, Edifício Bocage,148-4ºL 2900-309 SETUBALTEL./FAX: 265 525 527email:[email protected]

    APIR LISBOA

    NÚCLEO LISBOACoordenação: PAULO RIBEIRO e PAULOZOIOSEDE NACIONALTEL: 218 371 654 • FAX: 218 370 8261950-224 LISBOA

    DAS

    APIRAPIR

    porta-voz dos dialisados e transplantados renais

    APIR ALGARVE

    NÚCLEO FAROPresidente: MANUEL E. CORREIARua Gil Eanes, nº 9 - 2º M8700-474 OLHÃOTEL: 289 705 576

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    07ACTIVIDADESDA DELEGAÇÃO

    Aspecto do Stand da APIR

    ADelegação Regional de Coimbra esteve pre-sente na TONDESAÚDE, que decorreunos dias 18 e 19 do mês de Setembro no PavilhãoMunicipal de Tondela, numa organização conjun-ta da Escola Superior de Saúde Jean Piaget/Viseue do Município de Tondela, tendo-se feito repre-sentar por Ana Isabel, Secretária da Delegação epelo colaborador Carlos Bizarro.Foi colocado há disposição da APIR um Standcom as dimensões de 6x3m que possibilitou acolocação dos painéis e placards, assim como aprojecção dos vários trabalhos sobre a IRC e suascausas.A afluência de público foi grande, tendo no pri-meiro dia sido visitado pelos alunos das escolaslocais, tendo algumas das Professoras solicitadoautorização para que os seus alunos se sentassemdentro do stand, explicando o que era a IRC equais as causas da doença, pedindo de seguida osmateriais colocados em exposição para que estespudessem ler e efectuassem um trabalho sobreeste tema.No segundo dia houve uma marcha de saúde deViseu a Tondela, tendo os participantes, a maiorparte alunos de Enfermagem, visitado o stand esolicitado muitos dos materiais expostos.No final do segundo dia foi oferecido a todos osexpositores assim como aos participantes na mar-cha um jantar confeccionado e servido no local.

    A APIR agradece ao Instituto Piaget e CâmaraMunicipal de Tondela o convite que lhe foi ende-reçado que, esperamos tenha sido o primeiro demuitos outros nestes moldes, servindo destaforma para divulgação e prevenção da doença.

    Entidades Oficiais visitam Stand da APIR

    A APIR NA TONDESAÚDE

    PASSEIO/CONVIVIO DADELEGAÇÃO DE COIMBRA

    A Delegação de Coimbra da APIR, vai levara efeito no dia 1 de Junho de 2008, o seuhabitual passeio/convívio, desta vez a subidado Rio Douro de barco e descida decomboio.Todos os interessados em participarem nesteevento, deverão efectuar a sua inscrição atra-vés do telef. 239 828 277 ou telem. 919 645761 ou 967 964 664.O preço por pessoa é de 75,00 €, engloban-do o autocarro de Coimbra ao Porto eregresso, pequeno almoço e almoço a bordodo barco, subida do Douro e descida deComboio, podendo o seu pagamento serefectuado mensalmente no valor de 7,50€por pessoa com início no passado mês deAgosto/07.

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    ACTIVIDADES DA DELEGAÇÃO

    Mais uma vez a A.P.I.R. esteve representada nafeira de Santiago - que decorreu de 28 deJulho a 12 de Agosto - pela sua Delegação emSetúbal, integrada no Grupo Concelhio para asDeficiências. As suas expectativas ficaram muito

    aquém do previsto. Apesar do trabalho e do esfor-ço de todas as associações que compõem esteGrupo e que normalmente estes tipos de eventosrequerem, não foram obtidos os fins desejadosconforme antecipadamente haviam sido progra-mados. Na última reunião do Grupo Concelhio, aopinião generalizada foi que teriam de se encon-trar formas e métodos mais eficazes, para a reali-zação destes eventos.Apesar de tudo, saliente-se o facto de que maisuma vez estivemos presentes, falámos com algu-mas pessoas interessadas, tanto na Associaçãocomo na problemática da Insuficiência RenalCrónica.Queremos deixar aqui o nosso agradecimento àCâmara Municipal de Setúbal e a todos os elemen-tos que compõem o Grupo Concelhio.Esperamos que para o ano sejam atingidos osobjectivos anbicionados e que nós, A.P.I.R., pos-samos divulgar mais a nossa actividade, e ajudar acomunidade na prevenção desta doença.

    A Direcção da Delegação

    Feira de Santiago

    Stand da APIR na Feira de Santiago

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    ACTIVIDADES DO NÚCLEO DE LISBOA

    ONúcleo Local de Lisboa da APIR deu segui-mento ao calendário de actividades, no quediz respeito a visitas a centros. Desta feita,Fernando Fonseca, Isabel Pragana, Paulo Zoio ePaulo Ribeiro deslocaram-se a Vila Franca deXira nos dias 20 e 21 de Junho para visitar a clíni-ca de hemodiálise - Hemodial.Fomos amavelmente recebidos pelo novo coor-denador da Zona Centro da Fresénius, o Sr. JoséRicardo, que substituiu o Sr. Domingos Marquesnessas funções, com quem tivemos uma agradávelconversa, tanto na clínica como durante o almoço.Mostrou-nos ainda as instalações, após os doentesterem saído das mesmas.Ao entrarmos na sala de espera ficámos com aideia que a Clínica era pequena e acanhada, mas aovisitarmos as instalações essa ideia desvaneceu-se. Na verdade tem duas salas de hemodiálise, umano R/c a outra no primeiro andar, ambas têm luznatural e um total de 39 monitores “5008” queprestam tratamento a 133 IRC, 35 dos quais dia-béticos e dois com hepatite C. A média de idadesdos nossos colegas hemodialisados é muito alta,ronda os 77 anos, 59% são do sexo masculino e41% do feminino. Tivemos o prazer de conversarcom muitos deles, enquanto estes esperavam paraentrar ou sair do tratamento, demos a conhecer aAPIR, embora muitos já a conhecessem e outros

    já fossem sócios, alguns fizeram a sua inscrição naaltura da visita. Distribuímos ainda a nossa litera-tura e ouvimos alguns dos problemas e dificulda-des que afectam os colegas com quem falámos,sobretudo relacionadas com a idade, com muitosanos ou não de diálise, mas essencialmente com adegradação das condições familiares e sociais.Constatámos que, no geral, os utentes estavamsatisfeitos com o funcionamento da Clínica comotambém com o tratamento que lhes é prestado.A equipa médica é constituída por, 5 nefrologis-tas, 6 médicos de clínica geral, 35 é o número deenfermeiros, uma dietista e uma assistente social.O hospital de apoio é o Curry Cabral. A mortali-dade na clínica é de 18,9% e tem uma média detransplantes de 4,52%.Tivemos a oportunidade de ver ainda, entreoutros, a sala de tratamento de águas, equipadacom bombas de osmose dupla inversa, a farmá-cia, salas de arrumos e o armazém de produtos dediálise. Ficámos satisfeitos com o que vimos.Queremos agradecer a forma simpática comotodo o pessoal do Centro nos recebeu, especial-mente aos nossos colegas IRC.A todos o nosso muito obrigado!

    Paulo Ribeiro

    Visita à Clínica de Vila Franca

    Colaborador da APIR com o novo colaborador da Fresénius

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    Tenho uma deficiência e problemas de inte-gração no mercado de trabalho. Que apoiostem o IEFP - (Instituto do Emprego eFormação Profissional) para mim?

    O IEFP pode proporcionar-lhe, em adição aoconjunto de apoios que atribui no âmbito dosprogramas e medidas activas de emprego decarácter geral (muitos dos quais apresentam majo-rações para pessoas com deficiência), um conjun-to de apoios específicos, de natureza técnica efinanceira, que passam por:• Informação / avaliação / orientação profis-

    sional especializada, de apoio à definição do seuprojecto de vida;

    • Formação profissional adequada, ou apoios àfrequência de cursos de formação profissionalem estruturas de formação regulares (designada-mente, Centros de Formação Profissional, deGestão Directa ou Participada);

    • Readaptação ao trabalho, adaptação e com-pensação das limitações funcionais, se tiveradquirido deficiência na sequência de acidentede trabalho, viação ou de doença;

    • Apoios à contratação, através da concessão deapoios técnicos e financeiros às empresas quecontratem trabalhadores com deficiência,nomeadamente para a adaptação do posto detrabalho às características individuais do traba-lhador, para a eliminação de eventuais barreirasarquitectónicas, para o acolhimento, para a com-pensação pela menor produtividade, e mesmo apossibilidade de um prémio de integração;

    • Instalação por conta própria, se pretenderexercer uma actividade independente quedemonstre ser economicamente viável;

    • Emprego protegido, alternativa de emprego etrabalho se não tiver condições para integrar omercado normal de trabalho;

    • Apoio à colocação e acompanhamento pós-colocação, ajudando na procura e/ou manuten-ção do emprego;

    • Teletrabalho, se pretender desenvolver umaactividade profissional a partir do seu domicílioou em centros de tele-serviços, com recurso àstecnologias de informação e comunicação;

    • Ajudas técnicas, para formação e acesso,manutenção e progressão no emprego - incluin-do os transportes e a aquisição de triciclos moto-rizados.

    Como posso obter mais informações sobre osapoios do IEFP ao teletrabalho?

    O IEFP proporciona apoios e incentivos, denatureza técnica e financeira, ao Teletrabalho,visando dotar as pessoas com deficiência e habi-litação profissional suficiente para aceder ao mer-cado de trabalho dos conhecimentos e competên-cias necessários para a utilização das tecnologiasde informação e comunicação no desenvolvimen-to de uma actividade profissional em regime deteletrabalho. Estes apoios são concedidos, desig-nadamente, a:

    • pessoas com deficiência que demonstrem inte-resse e motivação para as novas tecnologias deinformação e que pretendam instalar-se porconta própria ou desenvolver a sua actividadeprofissional em centros de tele-serviços;

    • entidades empregadoras que admitam nos seusquadros ou celebrem contratos de prestação deserviços com pessoas com deficiência em regi-me de teletrabalho;

    • entidades, públicas ou privadas, que pretendamconstituir-se como promotoras de teletrabalho;neste caso, os apoios destinar-se-ão:

    • à formação complementar das pessoas comdeficiência que pretendam constituir-se comoteletrabalhadores;

    • à instalação das pessoas com deficiência comoteletrabalhadores (e, nomeadamente, à adapta-ção do posto de trabalho)Retirado do PortalIEFP.

    Instalação da pessoa com deficiência porconta própria

    De acordo com o artigo 36º do Capítulo VI doDL 247/89 o IEFP pode conceder ao cidadãoportador de deficiência que pretendam exerceruma actividade por conta própria, economica-mente viável, um subsídio destinado a cobrir asdespesas estritamente necessárias de primeiroestabelecimento, designadamente as de aquisiçãode equipamento, matérias-primas, adaptação, aqui-sição ou construção de instalações ou pagamentodo preço de trespasse directo do local de traba-lho. Quando o subsídio referido anteriormente semostrar insuficiente para a concretização do pro-jecto de instalação por conta própria, pode sertambém concedido um empréstimo sem juros.

    APOIOS A PESSOAS COM DEFICIÊNCIAPerguntas e respostasAPOIOS A PESSOAS COM DEFICIÊNCIAPerguntas e respostas

    in formação

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    De acordo com o mesmo DL os requisitos dosbeneficiários são os seguintes:

    • Estar inscrito nos centros do IEFP;

    • Ter capacidade de trabalho compatível com anatureza e exigências da actividade que se propõedesenvolver;

    • Não resultar do exercício de actividade risco espe-cífico para a saúde do interessado, nem agrava-mento da sua deficiência;

    • Ter, por força da deficiência, dificuldade em obterou sustentar um emprego no mercado normal detrabalho;

    • Não exercer qualquer actividade profissional porconta própria ou de outrem;

    • ter idade mínima para o trabalho e não superior àidade de reforma;

    • Não possuir meios suficientes para suportar asdespesas com a sua instalação por conta própria;

    • O montante de subsídio a atribuir para instalaçãopor conta própria é igual a dezasseis vezes o valorda remuneração mínima mensal garantida no seuvalor mais elevado;

    • Os montantes máximos do empréstimo, a sernecessário, podem atingir os seguintes valores;

    • Para despesas com a compra de equipamento,matérias-primas, artigos para revenda, animais decriação e outros elementos necessários para oarranque da iniciativa: 20 vezes o valor da RMM;

    • Quando além das despesas anteriores houverdespesas de aquisição, adaptação ou construçãode instalações ou para pagamento de trespasse:30 vezes o valor da RMM.

    As importâncias concedidas a título de emprésti-mo são reembolsadas em prestações, num prazoa regulamentar por Despacho ministerial. Em caso de cessação de actividade por incapaci-dade devidamente comprovada, ou falecimento,considera-se extinta a obrigação de reembolso daparte do empréstimo ainda não amortizada.Se o beneficiário do apoio à instalação por contaprópria admitir como trabalhador uma ou maispessoas deficientes, pode beneficiar de umamelhoria das condições de reembolso do emprés-timo que lhe foi concedido.Quotas de emprego na função pública parapessoas com deficiência

    A Legislação Nacional prevê, no DL 29/2001, aintegração do cidadão com deficiência (grau deincapacidade superior a 60 % de acordo com aTabela Nacional de Incapacidade – DL 341/93)em funções na administração pública. Sempre queo número de lugares posto a concurso externo sejasuperior a 10 deverá ser obrigatoriamente fixadauma quota de 5% do total do número de lugares apreencher por cidadãos portadores de deficiência.Se o número de lugares posto a concurso for infe-rior a 10 e superior a 3 é garantida a reserva de umlugar para candidatos com deficiência.

    Pesquisa: Paulo Zoio

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    07conselhos úteis

    O Que é a alergia ?

    Quando falamos de aler-gias todos pensamos emespirros, nariz a pingar,olhos vermelhos, tosse ecomichão na pele. De

    facto, estas são algu-mas das manifesta-ções mais frequen-tes e incómodas

    da reacção alér-gica, reacção

    esta que é umadas consequên-cias possíveisdo funciona-mento donosso SistemaImunológico –precisamente o

    sistema de células que nos defende dos numero-sos micróbios e substâncias presentes nos alimen-tos que comemos, no ar que respiramos e naqui-lo em que tocamos. Essas substâncias (a que cha-mamos antigénios) são identificadas como estra-nhas ao nosso organismo pelo SistemaImunológico, através de proteínas especiais quecirculam no sangue e em todos os líquidos orgâ-nicos – os anticorpos – ajudando a captar e elimi-nar os antigénios “invasores”. Há cerca de 30anos descobriu-se que as pessoas com alergiaproduzem um anticorpo especial – a imunoglo-bulina E (IgE) – e fazem-no para substâncias ino-fensivas, relativamente banais no ambiente: osalergénicos (p.ex. pólens de plantas, componentesdo pó da casa, alimentos como o leite ou osovos). Uma vez produzida, esta IgE liga-se a célu-las especiais (mastócitos) muito abundantes napele e nas mucosas (o revestimento do aparelhorespiratório e do tubo digestivo) “à espera” doseu alergénico.Quando o encontram, provocam a libertaçãoimediata e explosiva de substâncias químicas dosmastócitos que provocam rapidamente (15 a 30minutos) uma intensa inflamação e que origina ossintomas de alergia. Se a exposição a esse alergé-nio é intensa e muito prolongada essa inflamação,e a doença alérgica, pode tornar-se crónica e per-sistente. A razão pela qual algumas substânciasdesencadeiam alergias e porque é que não ofazem em todas as pessoas não é ainda muitoclaro, mas a história de outras alergias na família

    ALERGIAS ...ALERGIAS ... (a chamada atopia) parece ser o principal factorpredisponente. Possivelmente, a resposta estaránalguns genes que passam de pais para filhos enalgumas condições do ambiente que favorecema “proliferação” dos alergénios.Porque estão a aumentar as alergias ?

    As alergias têm vindo a aumentar nas últimasdécadas do século XX e actualmente, na Europa,cerca de 8 a 10% da população (mais de 24milhões de pessoas) sofre de asma, sendo a rinitealérgica ainda mais frequente – 10 a 15% dapopulação (mais de 35 milhões de europeus!). EmPortugal os estudos mais recentes demonstramque cerca de 11% das crianças entre os 6 e 14anos e 5% dos adultos, sofrem de asma (i.e. pelomenos 500 mil portugueses) sendo o panoramada rinite igualmente pouco animador: 10% dapopulação acorreu aos Centros de Saúde no anode 1998. A razão do aumento das doenças alérgi-cas, nomeadamente na população ocidental, comum nível socioeconómico relativamente desen-volvido, não está ainda esclarecido, mas váriosdados parecem apontar para o ambiente e para oestilo de vida “ocidental”.A diminuição das infecções na primeira infância,pelo seu melhor controlo (vacinação, antibióti-cos) e melhores condições sanitárias, poderá fazercom que o Sistema Imunológico, menos “ocupa-do” com os micróbios e parasitas se “volte” paraos alergénios ambienciais que, à partida, seriaminofensivos para o indivíduo. Além disso, condi-ções derivadas de um ambiente doméstico cadavez mais hermético (as crianças passam 90% doseu tempo dentro de portas) e da alimentação(determinados ácidos gordos, conservantes eantibióticos que diminuem os micróbios normaisdo intestino) poderão também estar envolvidos.Doenças alérgicas mais frequentes e os seusprincipais sintomas

    Rinite alérgica: Nariz tapado, comichão, espir-ros e pingo no nariz, logo que o alergénio entrano nariz, levado pelo ar.Conjuntivite alérgica: Inchaço, vermelhidão ecomichão de ambos os olhos, num determinadoambiente, local ou época do ano;Asma: Tosse, falta de ar, chiadeira no peito, quesurge subitamente, em determinados locais, apósconstipações, com o exercício ou no local de tra-balho.Dermatite atópica: Também chamada eczema,surge com vermelhidão, comichão, descamaçãoda pele, p.ex. na face, dobras dos cotovelos, oujoelhos;Urticária: Outra alergia da pele com manchas e

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    pápulas que dão muita comichão: Os episódiossão muitas vezes desencadeados por infecções,certos alimentos, medicamentos e stress.Anafilaxia: É a forma mais aparatosa e grave daalergia. Surge em poucos minutos após o contac-to com o que provoca a alergia (alimentos, penici-lina, picada de abelha ou vespa, contacto com bor-racha – látex, etc.), com inchaço, calor, urticária,espirros, falta de ar e sensação de desmaio. Se nãotratada imediatamente com adrenalina injectávelpode levar à perda de consciência, choque e aca-bar por ser fatal!Sinusite e otite média: Apesar de por si nãoserem doenças alérgicas, com muita frequênciaassociam-se e complicam a rinite. A inflamaçãoaguda ou crónica das cavidades em volta do nariz,atrás das maçãs do rosto,e dos ouvidos, é muitasvezes uma extensão da inflamação alérgica que,pela sua cronicidade, facilita as infecções.

    Quando e como tratar a alergia?

    A doença alérgica é uma teia complexa de célulase substâncias químicas que envolvem váriosórgãos do nosso corpo, frequentemente durantelongos anos, e para a qual não há ainda um trata-mento ou medicamento isolado, apesar dos gran-des avanços que se fizeram no conhecimento etratamento destas doenças. No entanto, o trata-mento deve ser iniciado o mais precocementepossível. O controlo eficaz da alergia implica acombinação de várias medidas: - a identificaçãodo(s) alergénio(s) envolvido(s), minimizando omais possível a exposição a estes, o uso combina-do de diferentes medicamentos para diminuir ossintomas e, sobretudo, a inflamação crónica daalergia e, sempre que possível, utilizando-os local-mente, junto do órgão que está mais envolvido(pulmões, nariz, pele, olhos). A imunoterapia,também conhecida como vacinas para a alergia,poderá estar indicada para modificar o comporta-mento do Sistema Imunológico, diminuindo areacção ao contacto com o alergénio, particular-mente quando o doente está sensibilizado a umgrupo limitado de alergénios, de eliminação difícil,e quando as medidas inicialmente adoptadas nãoestão a ser suficientes para controlar a doença.Dada a complexidade da “gestão” clínica destas

    doenças há médicos particularmente habilitadospara o diagnóstico e tratamento das doenças alér-gicas – os especialistas em alergologia e imunologiaclínica ou imunoalergologistas.

    Como manter as alergias à distância?

    Alergia ao pólenEvite passeios nos dias mais quentes, secos e comventos fortes, mantenha portas e janelas fechadas eligue o sistema de ventilação com filtro para pólensquando andar de carro; tome um duche antes dedeitar para remover o pólen da pele e cabelos;

    Alergia aos ácarosMantenha a casa livre de pó: use aspirador, remo-va alcatifas e carpetes, aspire com frequência e pro-teja o colchão e almofadas com coberturas dematerial microporoso; troque as cortinas por esto-res, lave a roupa da cama com frequência e a altastemperaturas (superior a 60%).

    Alergia aos boloresRetire as plantas de casa e lave com regularidade ascortinas da banheira e os vidros da casa de banho.Areje a casa. Pode também recorrer a um desumi-dificador.

    Alergia ao pêlo dos animaisEvite contacto com eles, deixando-os no exteriorda casa.

    Alergia a um alimentoLeia com atenção os rótulos para confirmar secontêm algum produto a que seja alérgico. No res-taurante informe-se sobre os ingredientes do pratoque escolheu.

    Alergia a algum medicamentoAvise o seu médico e o seu farmacêutico sempreque precise de medicação. Faça-se acompanhar deum cartão com a lista de medicamentos a que éalérgico.

    Pesquisa na NET – Sociedade Portuguesa deAlergologia e Imunologia Clínica. e Folheto

    InformaçãoSaúde da Associação Nacional de Farmácias.

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    07poesia

    Da minha janelaVê-se a Poesia

    Não te digo, não,Se é bonita ou feia, Se é azul ou branca

    Nem que formas tem.Queres conhecê-la?

    Deixa o teu bordado,Vem para o meu lado

    Que já podes vê-laCom teus próprios olhos.

    Da minha janelaVê-se a Poesia ...

    Outro que te digaSe é bonita ou feia.

    Sebastião da Gama,Cabo da Boa Esperança (1947)

    DA MINHA JANELA

    AQUELA NUVEMAquela nuvem

    Parece um cavalo ...

    Ah! Se eu pudesse montá-lo!

    Aquela?Mas já não é um cavalo,

    É uma barca à vela.

    Não faz mal.Queria embarcar nela.

    Aquela?Mas já não é um navio,É uma torre amarela

    A vogar no frioOnde encerraram uma donzela.

    Não faz mal.Quero ter asas

    Para espreitar da janela

    Vá, lancem-me ao marDonde voam as nuvens

    Para ir numa delasTomar mil formasCom sabor a sal

    - labirinto de sombras e de cisnesno céu de água-sol-vento-luz concreto e irreal

    ...

    José Gomes Ferreira,Poesia IV

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    correio dos leitores

    Pelo marido da nossa associada MariaLizete Gonçalves Fernandes do Carmode Brito, foi-nos comunicado o seu fale-cimento em 16.08.2007. Era sócia desde1980, e era transplantada pela UTR doHosp. da Cruz Vermelha. O marido con-tinua como sócio.

    A nossa Delegação Regional de Setúbalcomunicou-nos o falecimento do nossoassociado Joaquim Martinho CoellhasMarques, em 27.05.2007. Era sócio desde2001, tinha 64 anos de idade e fazia diá-lise na FMC-Setúbal. A esposa continuacomo sócia.

    Também pela nossa Delegação Regionalde Setúbal tivemos conhecimento dofalecimento do nosso associadoBernardo Correia Missionário, em18.06.2007. Era sócio desde 26.10.2003,tinha 71 anos de idade e fazia diálise naClínica FMC-Montijo.

    O nosso colaborador na Clínica FMC-Montijo comunicou-nos o falecimentodo nosso associado José AguadeiroLopes Rocha, em 13.09.2007. Era sóciodesde 26.10.2003, tinha 61 anos e faziadiálise na referida Clínica FMC-Montij

    A Direcção Nacional da APIR apresenta as suasmais sentidas condolências a todos os familiares eamigos.

    Falecimentos

    AGRADECIMENTO

    Ex.mos Senhores,

    Enviei um vale de correio para pagamento dasminhas quotas de 2007.

    Aproveito para informar que fui transplantadono dia 24 de Julho de 2004, no Hospital de SantaCruz, em Carnaxide. Até agora tudo tem corridonormalmente, graças aos médicos Dr. AcácioNegrão, Dr. Domingos Machado, Dr. Messias eDr.ª Glória, que me trataram com todo o cari-nho, bem como todas as Enfermeiras e todo opessoal desse Hospital. Também não me esque-ço do carinho dos Médicos da Diálise doHospital de Beja, durante os 5 anos em que fizdiálise, a todos AGRADEÇO, com todo o cari-nho e amizade. Era bom que todos os que estãoa sofrer neste momento, tivessem a mesma sortede serem transplantados.Termino, enviando um abraço.

    Manuel Aurélio Coelho Martins - Beja

    Ser transplantado não significa incapacidadepara alcançar êxitos desportivos. A prová-loestão as quatro medalhas (duas de ouro e duas deprata) conquistadas por Portugal nos JogosMundiais para Transplantados, que decorreramem Banguecoque / Tailândia entre os dias 26 deAgosto e 2 de Setembro de 2007.

    Pela primeira vez, a comitiva portuguesa, com-posta por sete atletas submetidos a transplante,conquistou medalhas: ouro e prata na natação,ouro no ténis e prata em ciclismo. Esperamos que estes resultados sejam um incen-tivo para os outros transplantados praticaremdesporto, já que ajuda na recuperação e no bem-estar físico e psicológico e previne o aparecimen-to da obesidade e de diabetes, que podem surgirdevido ao consumo dos medicamentos imunos-supressores.Os Jogos Mundiais realizam-se de 2 em 2 anos econtam com a participação de cerca de 60 paísese mais de 1500 atletas. O desporto para transplantados no nosso país étutelado pelo Grupo Desportivo de Trans -plantados de Portugal.Site: www.gdtp.org • e-mail: [email protected]

    Paulo Ribeiro

    Transplantados conquistam medalhas nos mundiais

  • ALFREDO KEILO autor de “A PORTUGUESA”(no centenário da sua morte 1907-2007)

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    cultura

    BIOGRAFIA

    Nasceu no ano de 1850, na cidade de Lisboa, ondeo pai, de origem alemã, trabalhava como alfaiate(mestre de costura do Rei e demais fidalgos dacorte e era um homem muito culto e de fino bomgosto).A mãe, por sua vez, era de origem francesa, aliás,uma senhora de excelente educação. Dos doisrecebeu muito carinho, muito apoio e meios parater uma esmerada educação, quer moral, quer nodomínio intelectual. Tinha 12 anos quando fezimprimir a sua primeira obra, intitulada “PenséeMusicale”, que dedicou à mãe. A música sempre o

    seduziu e nela veio a ocupar um lugar de muitodestaque. Porém, ainda adolescente, enveredoupela Pintura e, também aí, deu provas de génio.Por isso, ao longo da vida manteve e cultivou essesdois grandes amores: Música e Belas-Artes.Viajou para Nuremberga e para Munique, com ointuito de usufruir do saber de grandes mestres,sem esquecer que os teve de excelente carreira nasua cidade natal. Estudou Pintura com os professores mais famo-sos da época. A disciplina de música foi-lhe minis-trada por António Soares, Ernesto Vieira, Óscarda la Cinna. Pupilo de tão talentosos pedagogos,depressa se manifestaram as suas qualidades degrande artista.

    COMPOSITOR DE IMAGENS E SONS

    Pintou cerca de dois mil quadros paisagísticos,românticos e cenas geniais, especialmente inspira-dos nas paisagens da Várzea de Sintra, Colares,Praia das Maçãs (onde viveu, numa pitorescamoradia por si mandada construir e à qual deu onome de “Vila Guida” em homenagem à sua filhamais nova). Na música produziu centenas de tre-chos sonoros (três óperas, polcas, fados, valsas,melodias para piano e canto e diversos outrosgéneros musicais). imprimiu à sua música umcunho e uma componente nacionalista, uma vezque os espectáculos musicais estavam muito“agarrados” ao estilo italiano. A ópera “Serrana”,inspirada num romance de Camilo CasteloBranco, dá início a esse grande ciclo de viragempara um género puramente português. As outrasduas óperas são: “Irene” e “D. Branca”- esta últi-ma foi um verdadeiro sucesso, que quase fez aba-ter o S. Carlos.Pintou Portugal, quase de uma ponta a outra.Percorreu as terras do interior e do litoral e

    ALFREDO KEILO autor de “A PORTUGUESA”(no centenário da sua morte 1907-2007)

    Para a maioria dos portugueses Alfredo Keil signi-fica apenas o autor da música do Hino Nacional.Mas este português de origem alemã foi, além decompositor também escritor, poeta, fotógrafo,pintor e coleccionador de obras de arte .

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    vagueou por zonas longínquas, como a Baviera, aNormandia, Fontainbleau, Babizon e desde o lagode Magrose até Nápoles. Pintou inúmeros rotei-ros, pelo menos cinquenta álbuns, devidamenteequacionados, repletos de impressões. Dominouvárias manifestações superiores e distinguiu-se,quer na conversação, quer graficamente (domina-va seis idiomas). A sua presença foi sempre muitodesejada nos salões de toda a Europa. Os reisobsequiaram-no com vénias, ordens e comendas.Casou-se com Cleyde Cinatty, filha de um arqui-tecto e cenógrafo italiano, à época, director doTeatro S. Carlos. Este autor, multifacetado legou-nos tambémobras escritas, contos e romances dos seus verdesanos e estudos como “Breve História dosInstrumentos de Música Antigos e Modernos”(1904), Colecções e Museus de Arte em Lisboa(1905), “Breve Notícia da Colecção Keil” de 1905e um livro editado postumamente, “Tojos eRosmaninhos”. A 4 de Outubro de 1907, três anos e um dia antes

    de ser proclamada a República, Alfredo Keil morre,em Hamburgo, vítima de doença. Contava apenas57 anos e deixou inacabada a ópera “Índia”, quecomeçara a compor para as comemorações da che-gada de Vasco da Gama à Índia. Ainda antes da sua morte e nos finais do século XIXe do regime monárquico, escreveu a música de “APortuguesa”, marcha vibrante e arrebatadora, deforte expressão patriótica, pela afirmação de inde-pendência que representa e pelo entusiasmo quedesperta e que se tornou naturalmente, e por méri-to próprio, um consagrado símbolo nacional, na suaversão completa.Porém, o Hino, que fora concebido para unir osportugueses em redor de um sentimento comum,pelo facto de ter sido cantado pelos revolucionáriosde 31 de Janeiro de 1891, foi desconsiderado pelosmonárquicos e proibida a sua execução em actosoficiais e solenes.Quando da implantação da República em 1910 “APortuguesa” aflora espontaneamente, de novo, àvoz popular, tendo sido tocada e cantada nas ruas deLisboa. A mesma Assembleia Constituinte de 19 de Junhode 1911, que aprovou a Bandeira Nacional, procla-mou “A Portuguesa” como Hino Nacional.Era assim oficializada a composição de Alfredo Keile Henrique Lopes de Mendonça que, numa feliz eextraordinária aliança de música e poesia, respecti-vamente, conseguira interpretar em 1890, com ele-vado sucesso, o sentimento patriótico de revoltacontra o ultimato que a Inglaterra, em termos arro-gantes e humilhantes, impusera a Portugal.

    Pesquisa na Net

  • HORIZONTAIS: 1. Barrete marroquino; residiam;Parceiro. 2. Bárbaro “da Cítia”; Saudação; Nome feminino.3. Poéticos; Valentia, valor. 4. Criada grave; Uma parte domundo; Ferida infantil. 5. Golfo do mar Báltico; Ópera deverdi; Herói grego. 6. Cobre de natas; Pegadeira; Sem pés.7. Disparas; manhoso, velhaco (fig.). 8. Naquele lugar;Fileira. 9. Pã-doce; Anonimado; Gálio (s.q.). 10. Sequiosa,Sedenta; Base aérea portuguesa; Monstros. 11. Ilha dosAçores; fruto tropical; Adorna, enfeita. 12. Raquítica;Inscrever; Oceano. 13. Escuro, triste; Aquela que fala.

    VERTICAIS:1. Pronunciara-se; Escondes. 2. Extingue,anula; Relativo às ovelhas. 3. Discussão, tumulto;Levantam. 4. Letra grega; Ajuizado, ponderado. 5. Cacete;Lugar de contendas; Brisa. 6. Relativo ao ombro; patrão,genro de Maomé. 7. Pequenas rosas; Régua de PedroNunes. 8. O mais; Animal para abate; Miragens, lendas. 9.Oscilar, tremer; Cobertura. 10. Esburacado; canseira; Rioda Suiça. 11. Rio português; Assobio; Batráquio. 12. Rádio(s.q.); Alegoria moral. 13. Viscosa; Orientação. 14.Conquistado, tomado; Criar. 15. Sacode, vasculha; Raspara.

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    FEZ; MORAVAM; PAR; ALANO; OLA; IRENE; LÍRICOS;CORAGEM; AMA; AMERICANA; AXE; RIGA; OTELO;AJAX; ANATA; ASA; APODE; ATIRAS; RAPOSO; A;ALEM; M; FILA; R; LO; ANONIMATO; GA; ÁVIDA; OTA;OGRES; PICO; ANONA; OURA; ANA; ALISTAR; MAR;SOMBRIO; ORADORA

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    Soluções

    Um dos soldados da linha da frente é surpreendido a fugir.O sargento vê e grita:- Ó seu covarde … a fugir, hein ?- Nem pensar, meu sargento! … Já que a terra é redonda, vou surpreender oinimigo pelas costas !!!

    A Mãe ao voltar das compras encontra ofilho com um galo na testa.- Que foi isso, meu amor?- Caí, mãezinha!

    - E choraste muito?- Não … Não estava aqui ninguém para ver …

    A professora, elogiando a redacção da Ritinha:- Está óptima. Não terá havido aqui ajuda?

    - Não, senhora professora. A minha irmã escreveu-a sozinha.