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opinião Indústria naval fluminense: R$ 10 bilhões em investimentos Nas águas do Promef Produção offshore mobiliza estaleiros Breve análise da Resolução ANP n. 32/2014, de Marilda Rosado de Sá Ribeiro, sócia fundadora de Marilda Rosado Advogados Associados (MRA). Produção de combustível a partir da pirólise de pneus, por Ronaldo Gonçalves do Santos Grandes projetos de gerenciamento em petróleo e gás, por José Sá Entrevista exclusiva Manuel Fernandes sócio líder de Óleo e Gás da KPMG no Brasil O Brasil continua atraente para os investidores Ano XVI • julho/agosto 2014 • Nº 96 • www.tnpetroleo.com.br NAVIOS ZARPAM NA PRODUÇÃO INDUSTRIAL BRASILEIRA ESPECIAL: INDÚSTRIA NAVAL

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Revista Brasileira de Petróleo, Gás e Biocombustíveis

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Indústria naval fluminense: R$ 10 bilhões em investimentos

Nas águas do Promef

Produção offshore mobiliza estaleiros

Breve análise da Resolução ANP n. 32/2014, de Marilda Rosado de Sá Ribeiro, sócia fundadora de Marilda Rosado Advogados Associados (MRA).

Produção de combustível a partir da pirólise de pneus, por Ronaldo Gonçalves do Santos

Grandes projetos de gerenciamento em petróleo e gás, por José Sá

Entrevista exclusiva

Manuel Fernandes sócio líder de Óleo e Gás da KPMG no Brasil

O Brasil continua atraente para os investidores

Ano XVI • julho/agosto 2014 • Nº 96 • www.tnpetroleo.com.br

NAVIOS ZARPAMNA PRODUÇÃO INDUSTRIAL BRASILEIRA

ESPECIAL: INDÚSTRIA NAVAL

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2 TN Petróleo 96

sumário edição nº 96 jul/ago 2014

Perfil profissional

O conteúdonacionalhumano

36 Produção offshore mobiliza estaleiros

Entrevista exclusiva

Especial Indústria naval

Especial Indústria naval

com Manuel Fernandes, sócio líder de Óleo e Gás da KPMG no Brasil

Navios zarpam na produção industrial brasileira

O Brasil continua atraente para os investidores

Porto do Açu será um grande polo naval

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entrevista exclusiva

A possibilidade de dobrar os volumes de reservas,

o comprometimento com operadoras do

mundo inteiro que atuam no país, estabilidade política e o respeito

aos contratos firmados no setor de óleo e gás são alguns dos fatores

que mantêm o Brasil no foco das atenções

dos investidores internacionais. “O nível

de compromisso do país é alto, mas a capacidade

de investimento é limitada”, alerta o sócio

líder de Óleo e Gás da KPMG no Brasil, Manuel Fernandes.

O Brasil continua atraente para os

INVESTIDORES

“MAS NÃO VEJO o financiamento como um gargalo”, complementa o executivo em entrevista exclusiva à TN Petróleo. Ao fazer uma análise do setor brasileiro de óleo e gás frente às mudanças no cenário ener-gético das Américas, principalmente em relação à reforma do marco regulatório de óleo e gás mexicano, ele afirma: “A indústria brasileira não perde para a do México.”

TN Petróleo – Na avaliação de vocês, a indústria brasileira de óleo e gás continua sendo um grande atrativo para os investidores de óleo e gás?

Manuel Fernandes – Sim. Sabemos que os Estados Unidos e o México têm ofertas que podem competir com o Brasil. Mas nosso país tem um sistema de exploração e produção conhecido e provado, regime político democrático, estabilidade e os contratos assumidos são respei-tados. Além disso, o país tem um nível de compromisso já assumido com as grandes operadoras que operam aqui e com as novas que chegaram agora. O nível de compromisso do Brasil é alto, mas a capacidade de investimento é limitada.

Quais os principais pontos positivos dessa indústria, para os investidores?Podemos citar a estabilidade política, respeito aos contratos, modelo

provado. Além disso, aqui não há restrição do controle de capital como acontece na Argentina e Venezuela.

Quais os principais impasses ou pontos negativos?O principal ponto negativo é que não temos previsibilidade na periodi-

cidade dos leilões e no cronograma de licitação de novos campos. Outro ponto de atenção é que o custo da mão de obra não é competitivo quando comparado aos países asiáticos. Por último, a questão tributária, que é mais complexa aqui do que em outros países.

Como vocês veem a evolução dessa indústria nos últimos cinco anos, depois da crise de 2008?

A evolução da indústria tem sido positiva nos últimos anos, quando o Brasil conseguiu provar as reservas, sobretudo de 2008 a 2010 com o pré--sal, e foi incentivado e consolidado o desenvolvimento do conteúdo local. Em contrapartida, o país ficou cinco anos sem realizar novas licitações de campos, o que só voltou a acontecer no ano passado, possibilitando mais clareza para o futuro.

por Beatriz Cardoso

Manuel Fernandes, sócio líder de Óleo e Gás da KPMG no Brasil

O FATOR QUE MAIS IMPACTOU NEGATIVA-

MENTE A INDÚSTRIA DE ÓLEO E GÁS FOI A FAL-TA DE PREVISIBILIDADE DE REALIZAÇÃO DAS

RODADAS DE LICITAÇÃO, O QUE DIFICULTA O PLA-NEJAMENTO FINANCEI-

RO DAS EMPRESAS.

O que mudou no setor de óleo e gás no Brasil nesse período e que se constitui em fator positivo?

O principal ponto positivo foi o fato de em 2013 diversas empresas novas terem assumido a posição de operadoras.

Qual o fator negativo que ocorreu nesse período?

O fator que mais impactou ne-gativamente foi a falta de previsibi-lidade de realização das rodadas de licitação, o que dificulta o planeja-mento financeiro das empresas.

Como têm sido as fusões e aquisições no setor de óleo e gás nesse período no Brasil? E na América Latina?

A KPMG trimestralmente realiza uma pesquisa que traz informações sobre fusões e aquisições de diver-sos setores, incluindo, óleo e gás. Segundo o levantamento, a indústria foi uma das que mais realizou tran-sações no ano passado, impactada, principalmente, pela realização de três leilões em 2013. Foram 38 operações somente em 2013 e 19 em 2012. Já no primeiro trimestre

de 2014 foi registrado um aumento de 125% se comparado ao mesmo período do ano passado. Durante os três primeiros meses deste ano fo-ram concretizadas nove operações contra quatro em 2013. Não temos número sobre a América Latina.

De que modo a reforma no setor de energia do México impacta a indústria brasileira de óleo e gás? O Brasil vai perder muito de seu atrativo por causa do México?

A indústria brasileira não perde para a do México. Esse

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PORTO DO AÇUserá um grande polo naval

“OS FORNECEDORES de equi-pamentos para a indústria de O&G reconhecem as vantagens competitivas que o Porto do Açu oferece como plataforma para os seus negócios”, afirma a diretora de Operações da Prumo, Cristiane Marsillac, em uma rápida entrevista à TN Petróleo.

TN Petróleo – O Porto do Açu é um complexo logístico e industrial, que também abriga players do setor naval, como a Wartsila e, agora, a Edison Chouest, com seu estaleiro de reparos. Vocês acreditam que podem atrair para a região outros players do setor naval?

Cristiane Marsillac – Com certeza. O Porto do Açu possui as melhores condições para instalação de bases offshore no país por sua localização estratégica, próximo à Bacia de Campos, área de cais dis-ponível dentro do Canal do Terminal 2 e calado de até 14,5 m. Também temos área disponível no entorno, o que facilita a instalação imediata de uma cadeia de fornecedores.

Que tipos de empresa terão vanta-gem ao se instalar no complexo?

No Porto poderão ser instala-das bases para movimentação e tratamento do petróleo, base de apoio para as operações offshore

de E&P e polo metalmecânico dedicado à indústria de óleo e gás, entre outras coisas.

Há espaço para estaleiros de grande porte? Ou apenas para fornecedores de equipamentos? Algum investidor manifestou inter-esse em fazer um empreendimento naval no local?

Estamos mantendo conversas com diversos potenciais clientes desta indústria, mas, neste mo-mento, não podemos comentá-las. Além disso, há espaço para um estaleiro de reparo para embarca-

ções de grande porte, projeto que está em desenvolvimento.

Quais empresas da cadeia naval estão instaladas ou em instalação no local?

Atualmente, as empresas do setor naval que estão se insta-lando no porto são: National Oilwell Varco (NOV), fornecedora de componentes mecânicos para sondas de perfuração terrestres e marítimas; a Technip Brasil, que está construindo uma unidade de produção de tubos flexíveis, com área para armazenagem e teste de material; a Wärtsilä, que vai produzir e montar grupos geradores e propulsores azimutal (será a primeira unidade indus-trial brasileira, após décadas de atuação no Brasil); a InterMoor, do Grupo Acteon, que fornecerá apoio logístico e serviços especializa-dos à indústria de óleo e gás; a Edison Chouest Offshore (ECO), que implantará uma base de apoio logístico offshore e estaleiro de reparos navais, com capacidade para receber até 18 embarcações da empresa ou de parceiros. Te-mos ainda a GE, que está criando uma unidade no polo metalmecâni-co, e a Vallourec, fornecedora de soluções tubulares Premium, que vai instalar lá uma base logística,

Com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) e uma direção que não quer perder tempo, a Prumo acelera a implantação do complexo do Porto do Açu, que até o final da década deverá se consagrar como um complexo naval sem precedentes no país.

para armazenagem e fornecimento ‘just in time’ de tubos e serviços especializados.

A NFX, joint venture, formada pela Prumo e a BP, também terá uma base no Porto do Açu. Qual o objetivo?

Será uma base para impor-tar, exportar, vender, arma-zenar, misturar, distribuir e/ou comercializar combustíveis marítimos, sob a marca da BP Marine. Este centro de abas-tecimento deverá atender às demandas de navios dos mais variados portes e atividades, como PSVs (Platform Supply Vessels) e navios de cabotagem e de longo curso, por com-bustíveis como diesel marítimo (MGO/Marine Gas Oil) e bunker (IFO/Intermediate Fuel Oil).

NO TOPO DO RANKING dos maio-res empréstimos do Banco Nacio-nal de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), divulgado no balanço da instituição, está a Prumo Logística, que conduz obras de implantação do porto de Açu, no município de São João da Barra (RJ), norte fluminense.

Criado pela LLX de Eike Batista, o complexo passou a ser controlado pelo grupo americano EIG (com 52% do capital), enquanto que o milioná-rio brasileiro ficou com uma fatia de 11,6% da companhia. O empreendi-mento será dedicado à movimentação

de cargas gerais (carvão mineral, produtos siderúrgicos, granito e contêineres) e a serviços de logística para o setor de óleo e gás na Bacia de Campos.

Dos R$ 1,8 bilhão contratados em fevereiro, metade é dívida nova e os outros R$ 900 milhões serão usa-dos na renegociação de empréstimo detido anteriormente por um banco privado. No total, a Prumo contra-tou R$ 2,3 bilhões de empréstimo--ponte com o BNDES, com garantia dos bancos Bradesco e Santander. O empréstimo reflete a política do BNDES (leia-se Governo) de dar

prioridade à infraestrutura, ain-da que já haja avaliações de que o volume de financiamento dos investimentos no setor constitui um desafio nos próximos anos.

Segundo a Prumo, que também emitiu R$ 750 milhões em debêntu-res, distribuídas pela Caixa Eco-nômica Federal (CEF), e tem R$ 2 bilhões de capital próprio (chamado de “equity”) para seguir adiante com o projeto, o montante de empréstimos se justifica pelo porto ser, segundo a empresa, “um dos maiores em-preendimentos de infraestrutura em execução no país atualmente”.

Maior contrato de crédito do BNDES é com a Prumo Empresa responsável pelo complexo do Super Porto do Açu obteve R$ 1,8 bilhão.

especial: indústria naval Navios zarpam na produção industrial brasileira

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sico era a pessoa que operava esses instrumentos, na época o que havia de melhor no mundo. A Petrobras sempre utilizou tecnologia de ponta. Eu era o operador dos instrumentos e indicava se os resultados eram satisfatórios”, esclarece Simplício.

Atualmente, o aparato tecnoló-gico digital da petroleira permite captar imagens e coletar milhões de dados em camadas profundas do solo, como as localizadas abaixo da camada de sal (que podem ter até 2 km de espessura), a 7.000 m abaixo do nível do mar.

“A geologia sabe que em alguns lugares existe grande possibilida-de de haver petróleo. Então nós vamos tentar ‘ver ’ esses lugares, por meio das imagens captadas nas sísmicas 2D, 3D e 4D. Não dá para ser uma única imagem: são avaliadas centenas delas antes de uma equipe decidir furar um poço. É como uma tomografia. Hoje, a tecnologia é equivalente a uma ‘tomografia da terra’”, compara, para dar um exemplo.

Conteúdo nacionalSua fluência em inglês (desde

os 14 anos) abriu grandes possibili-dades na petroleira. Assim, acabou estagiando em equipes compostas por norte-americanos que, posterior-mente, seriam substituídos pela mão de obra nacional. “O norte-americano sabia que eu estava ali para substituí--lo. Eu sou um conteúdo nacional de outrora!”, brinca.

Durante sete anos atuou em missões onshore com grupos que realizaram levantamentos de da-dos geofísicos na Bahia, Maranhão e Amazonas. “Em 1961 fui para a Bahia. No final de 1962 fui designado para Barreirinhas e, a seguir, para a bacia do Amazonas. Acabei adoecen-do de malária duas vezes. Lembro que saí do hospital com menos 22 quilos e fui beber umas cervejas. Na verdade, eu já devia estar morto”, ri

o geofísico, recordando que quase todos do grupo tiveram a doença. “Vi companheiros morrerem. A malária é infernal.”

Simplício não só venceria sua batalha contra a doença, que ainda hoje aflige a região amazônica, mas viveria uma conquista pessoal inédita ao se tornar o primeiro observador sísmico brasileiro da equipe – cargo sempre ocupado por norte-america-nos até então.

Primeiras experiências na costaOs levantamentos de dados sísmi-

cos eram concentrados, na época, em terra firme, pois a tecnologia estava dando seus primeiros passos. Mas a aventura americana de explorar a região costeira acabou ganhando espaço também no Brasil. Tanto que logo no início de sua carreira, em

1961, Simplício zarpou para uma experiência no mar, no navio sísmico Texin. A embarcação havia recebido autorização especial para realizar levantamentos de dados na costa brasileira. A viagem, que o levou a Sergipe, Alagoas e Bahia, passando ainda pela foz do rio São Francisco, durou cerca de dois meses.

“Era algo ainda muito incipiente, mas como já estava sendo feito nos Estados Unidos, a Petrobras decidiu tentar também”, recorda. Simplício integrou o grupo por ser o observa-dor geofísico com melhor fluência em inglês. “Apenas duas pessoas falavam português no navio: o prá-tico e eu. O objetivo dessa missão era levantar dados na costa, já que nesses estados já havia descobertas de petróleo onshore.”

Bom observador, Simplício se destacava a cada novo desafio as-sumido. Em 1967, ele retornou ao Rio de Janeiro para estagiar no Centro de Processamento de Dados Sísmicos (CPD), ainda operado pelos norte--americanos. “Esse centro, com tec-nologia analógica, ficava localizado na Avenida Rio Branco, 10, lembra ele. Cerca de um ano depois, sur-giram os equipamentos digitais no mercado. “A companhia, obviamente, adquiriu um. Dr. Wagner Freire, Pau-lo Novaes, eu e alguns outros pou-cos fizemos essa transição”, explica, observando que a empresa sempre primou em buscar o que havia de me-lhor no mercado, enviando, muitas vezes, técnicos ao exterior.

Ele lembra que as primeiras descobertas de petróleo no Brasil foram no final da década de 1930 e os primeiros computadores che-garam no final da década de 1950. Mesmo antes do advento do regis-tro digital, os dados, então analó-gicos, já eram processados em um CPD no Rio de Janeiro contratado pela Petrobras.

A mudança para os registros di-gitais, em 1968, foi imediatamente

Integrante da primeira turma de ‘observadores geofísicos‘ da Petrobras, na década de 1960,

Simplício Freitas não apenas acompanhou de perto a transição da mão de obra estrangeira

da estatal para a nacional, como vivenciou a evolução tecnológica que tornou a petroleira

líder em exploração de águas ultraprofundas.

“Sou o conteúdo nacional de outrora!”, brinca Simplício, que estagiou com equipes norte-

-americanas na Bahia, Maranhão e Amazonas. Mais do que isso, um representante do capital

humano formado dentro da Petrobras, uma vez que foi depois de entrar na estatal que ele

decidiu cursar Economia. A experiência na petroleira levou-o também a, mais tarde, fazer

mestrado em Ciências, Engenharia e Sistemas de Computação pela Coppe, da Universidade

Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

perfil profissional

Inicialmente responsável pela aquisição de dados sísmicos nas equipes, ele aprendeu a definir quais informações deveriam ou não ser readqui-ridas, e também a traçar novos rumos em seu percurso profissional, que

hoje soma mais de 50 anos de atividades na geofísica, tendo comandado a gerência geral do Centro de Processamento de Dados de E&P da Petrobras, no Rio de Janeiro.

A experiência de três décadas fez deste piauiense criado em Fortaleza mão de obra cobiçada no exterior. Tanto que, quando se aposentou, em 1990, continuou na lida, ficando sete anos em Houston (EUA), pela norte-americana Western Geophysical, que posteriormente se uniu à francesa Schlumberger.

“Quando decidi fazer o concurso da Petrobras, a empresa era nova, e todos achavam uma maravilha”, conta Simplício Freitas, que não sabia ao certo o que era essa profissão de petroleiro, que escolhera aos 18 anos. O que chamou sua atenção foi a possibilidade de realizar um curso na Escola Técnica Nacional do Rio de Janeiro.

“Estudávamos em tempo integral, oito horas por dia. Quando iniciamos o curso, eu e meus colegas pensávamos que iríamos passear e coisa e tal. Mas no final das contas não tínhamos tempo, pois levávamos trabalho para casa. Já naquela época a Petrobras era muito rígida, e segue assim até os dias de hoje. Só quem alcançasse a média... pelo que me lembro era a nota 7, seguia no curso”, recorda o geofísico. Tanto que, de uma turma de 30 alunos, apenas 16 se formaram.

O curso oferecido tinha várias matérias programadas, entre elas sísmica – ou geofísica –, e isso possibilitou o desenvolvimento da habilidade dos estudantes visualizarem resultados e definirem diagnósticos.

Ele lembra que na década de 1960, os equipamentos, hoje obsoletos, eram feitos com válvulas, exigindo manutenção constante e, consequen-temente, conhecimentos de eletrônica e eletricidade. “O observador geofí-

O conteúdo nacional

HUMANO

por Karolyna Gomes

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Local de nascimento: PiauíIdade: 72Hobby: Alguns. Entre eles ler, dançar tango, vinhos e desfrutar uma boa mesaMúsica: Muitas. Tenho cinco mil no iPod e coloco em aleatório. Clássica e popular.Livro: Muitos. Quase todos os clássicos. Reli Os Sertões. Atualmente estou lendo Histórias da vida privada. Dos autores mais recentes gosto do Eduardo Giannetti.Filme: São tantos. Lembro que assisti Girassóis da Rússia e Dr. Jivago mais de uma vez.Melhor lugar para descansar: Minha casa. Lendo e bebericando vinho.Casado: Uma vez só. Desde 1969.Filhos: Também um só. Dois netos!

34 Nas águas do Promef

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NAVIOS ZARPAMNA PRODUÇÃO INDUSTRIAL BRASILEIRA

A bandeira brasileira tem cada vez mais presença na frota naval e offshore do país e na navegação de longo curso, principalmente no setor de óleo e gás. Mais ainda: foi ‘hasteada’ na produção industrial do país, que em pouco mais de uma década registrou um aumento expressivo na participação do setor naval: saltou de exíguos 0,02% em 2000, para 0,25% em 2011, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ou seja, a indústria naval cresceu mais de 12 vezes em pouco mais de uma década. E tem a expectativa de singrar novas rotas nos próximos anos, ainda que para chegar ao porto seguro do desenvolvimento sustentável ainda tenha de superar algumas ‘borrascas’.

especial: indústria naval

por Beatriz Cardoso

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Fino Gosto

Coffee Break

CONSELHO EDITORIAL

Affonso Vianna Junior

Alexandre Castanhola Gurgel

Antonio Ricardo Pimentel de Oliveira

Bruno Musso

Colin Foster

David Zylbersztajn

Eduardo Mezzalira

Eraldo Montenegro

Flávio Franceschetti

Gary A. Logsdon

Geor Thomas Erhart

Gilberto Israel

Ivan Leão

Jean-Paul Terra Prates

João Carlos S. Pacheco

João Luiz de Deus Fernandes

José Fantine

Josué Rocha

Luiz B. Rêgo

Luiz Eduardo Braga Xavier

Marcelo Costa

Márcio Giannini

Márcio Rocha Melo

Marcius Ferrari

Marco Aurélio Latgé

Maria das Graças Silva

Mário Jorge C. dos Santos

Maurício B. Figueiredo

Nathan Medeiros

Paulo Buarque Guimarães

Roberto Alfradique V. de Macedo

Roberto Fainstein

Ronaldo J. Alves

Ronaldo Schubert Sampaio

Rubens Langer

Samuel Barbosa

68 Produção de combustível a partir da pirólise de pneus, por Ronaldo Gonçalves do Santos

70 Grandes projetos de gerenciamento em petróleo e gás, por José Sá

79 Breve análise da Resolução ANP n. 32/2014, por Marilda Rosado de Sá Ribeiro

4 editorial 6 hot news 10 indicadores tn 40 eventos 46 perfil profissional 49 caderno de sustentabilidade

58 pessoas62 produtos e serviços72 feiras e congressos74 fino gosto76 coffee break79 opinião

Rio Minho: mais de um século de tradição

Portinari para ver e admirar

artigos

opinião Ano XVI • Número 96 • jul/ago 2014Foto: Agência Petrobras

seções

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Indústria naval fluminense: R$ 10 bilhões em investimentos

Nas águas do Promef

Produção offshore mobiliza estaleiros

Breve análise da Resolução ANP n. 32/2014, de Marilda Rosado de Sá Ribeiro, sócia fundadora de Marilda Rosado Advogados Associados (MRA).

Produção de combustível a partir da pirólise de pneus, por Ronaldo Gonçalves do Santos

Grandes projetos de gerenciamento em petróleo e gás, por José Sá

Entrevista exclusiva

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NAVIOS ZARPAMNA PRODUÇÃO INDUSTRIAL BRASILEIRA

ESPECIAL: INDÚSTRIA NAVAL

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que conta com mais de cinco mil obras, espalhadas pelo mundo inteiro. O projeto cedeu 222 obras de Portinari à autarquia, que formalizou a doação ao Museu de Belas Artes. “A Finep estava em busca do lugar certo para expor estas obras. Chegamos ao MNBA e sabemos o quanto esta doação será importante para a cultura brasileira”, afirmou o presidente da Finep, Glauco Arbix.

A exposição inclui trabalhos de Portinari que já perten-ciam ao acervo do MNBA, como as obras fundamentais Café, retrato de Olegário Mariano, além da monumental tela Primeira missa no Brasil, pintada em 1948, no Uruguai, e doada em janeiro de 2013 pelo Ministério da Cultura.

O ARTISTA – Candido Portinari nasceu em 30 de dezem-bro de 1903, na pequena cidade de Brodowski, no interior do estado de São Paulo. Aos 15 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, decidido a aprimorar seus dons na Escola Nacional de Belas Artes, onde começou a se destacar e a chamar a atenção tanto de professores quanto da própria imprensa. À custa de muita obstinação e talento, tornou--se um dos mais famosos pintores das Américas. Com sua morte prematura aos 58 anos, provocada por intoxicação pelas tintas utilizadas nos quadros, Portinari deixou um extraordinário legado: mais de cinco mil obras, entre mu-rais, afrescos, pinturas, desenhos e gravuras que repre-sentam uma ampla síntese crítica de todos os aspectos da vida brasileira de seu tempo.

O MNBA HOJE – Depois de um período em que teve sérios problemas estruturais que ameaçavam suas valiosas co-leções, o MNBA está hoje plenamente recuperado e com equipamentos atualizados, sendo considerado o mais

importante museu de arte brasileira do século XIX, um dos afamados internacionalmente e dos maiores em seu gênero em toda a América do Sul.

Possui mais de 6.733,84 m² de área de exposição, com 1.797,32 m² de reservas técnicas. Além dos espaços de exposição e setores administrativos, o museu possui um Departamento de Conservação e Restauração, com labo-ratórios para trabalhos de pintura e papel, as Reservas Técnicas e a Oficina de Molduras e Gesso.

ACERVO – O acervo do MNBA teve início com o conjunto de obras de arte trazidas por Dom João VI, em 1808, e foi sendo ampliado ao longo do século XIX e início do século XX, com a incorporação do acervo da Escola Nacional e outras aquisições, e hoje conta com cerca de 15 mil peças, entre pinturas, esculturas, desenhos e gravuras de artistas brasileiros e estrangeiros, além de uma coleção de arte decorativa, mobiliário, arte popular e um conjunto de peças de arte africana.

OQuando comemorou, no início de 2014,

seus 77 anos, o Museu Nacional de Belas Artes

recebeu um valioso presente: 222 obras do

pintor brasileiro Candido Portinari, doadas pela

Finep – Inovação e Pesquisa, uma das principais agências

de financiamento de P&D do país.

MNBA expõe 65 obras que sintetizam o legado do artista brasileiro

O presente está sendo compartilhado desde o dia 1º de julho pelo museu, que apresenta ao público, pela primeira vez, um conjunto de 65 obras restauradas do pintor. A síntese dessa produção artística pode ser vista até novembro, no MNBA, que tornou-se o museu brasileiro com maior número de obras do pin-tor, somando 243 peças no total, entre pinturas, desenhos, gravuras, pequenos esboços e gigantescos murais.

A exposição está montada em núcleos temáticos: retratos, social, religioso e ilustração, como os trabalhos para os livros de Machado de Assis (O alie-nista e Memórias póstumas de Brás Cubas, por exemplo). Para a diretora da instituição, Monica Xexéo, a mostra oferece à sociedade um conjunto de obras ainda não vistas pelo grande público.

Candido Portinari doação Finep exibe os estudos/desenhos para murais da igreja de São Francisco de Assis, situada na Pampulha, em Belo Horizonte (MG), projetada por Oscar Niemeyer. Os trabalhos para os ciclos econômi-cos dos painéis do Palácio Gustavo Capanema, no Rio Janeiro, e para jogos infantis, também integram a exposição, assim como as matrizes de gravuras de personagens históricos, como o inconfidente Tiradentes.

A parceria da Finep com o Projeto Portinari vem de longa data. A agência forneceu recursos para a realização da pesquisa completa do legado do pintor,

coffee break

Mostra Portinari doação FinepExposição: de 1º de julho a novembro de 2014Visitação: terça/sexta de 10h às 18h; sábado, domingo e feriado de 12h às 17hLocal: Museu Nacional de Belas ArtesEndereço: Avenida Rio Branco, 199 – Centro – RJInformações: (21) 3299-0600Entrada franca

para ver e admirarPORTINARI

por Orlando Santos

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OINGREDIENTES1 colher de sopa de manteiga; 100 g de queijo prato; 2 ovos; 1 bana-na prata; 1 xícara de açúcar

PREPAROColoque a manteiga na frigideira e deixe esquentar. Corte o queijo em pedaços bem pequenos e jogue na frigideira junto com a manteiga derretida. Bata os ovos, amasse a banana e misture. Quando o queijo estiver bem derretido, adicione os ovos batidos e a banana amassada. Mexa até formar uma massa consistente sem deixar grudar na frigidei-ra. Coloque numa travessa e molde em formato de “pão francês”. Cubra com açúcar e/ou canela (a gosto) e queime com um ferro bem quente. Se preferir, sirva acompanhado de uma bola de sorvete de creme.

INGREDIENTES (4 porções) Caldo de peixe: 1 1/2 kg de cabeça de cherne; 2 cebolas ramo de aipo; 3 ramos de salsa; 3 ramos de cebolinha; 1 alho-poró; 4 ramos de manjericão; 1 ramo (pequeno) de alecrim; 5 ramos de coentro; 4 litros de água Caldo de camarão e mexilhão: 200 g de camarões do tipo UM (médio) (cerca de 7 unidades); 50 g de mexilhões; 1/2 litro de água Sal a gosto Polvo e lula: 300 g de polvo; 300 g de lulas; 1/2 litro de água; sal a gosto Refogado: 2 colheres (sopa) de azeite de oliva extravirgem; 2 colheres (sopa) de óleo de milho; 1 cebola bem picada; 1/2 cabeça de alho (cer-ca de 6 dentes); 2 tomates; 2 folhas de louro; 1 cálice de vinho tinto. Finalização: noz-moscada a gosto; 1 colher (sobremesa) de colorau; 1 colher (sobremesa) de creme de arroz; folhas de hortelã a gosto Utensílios: 4 panelas (sendo uma de 5 litros); coador grande; 1 fri-gideira; 1 panela de barro grande

PREPAROCaldo de peixe: Em uma panela, coloque a cabeça do cherne junto com cebola, aipo, salsa, cebolinha, alho-poró, manjericão, alecrim, coentro e água, e cozinhe por 30 minutos. Retire a cabeça do peixe inteira, desfie a carne e reserve em uma tigela. Depois, passe o caldo de cozimento por uma peneira, descartando as partes sólidas e reservando o líquido. Caldo de camarão e mexilhão: Em outra panela, cozinhe os cama-rões e os mexilhões em água por 10 minutos. Adicione sal a gosto e depois coe, separando a água do cozimento dos camarões e me-xilhões e reservando o caldo e os frutos do mar separadamente. Polvo e lula: Em uma terceira panela, cozinhe o polvo e as lulas na água por 30 minutos. Adicione sal a gosto e retire os frutos do mar, cortando o polvo em pedaços e a lula em rodelas e reservando-os. Refogado: Em uma frigideira, coloque azeite de oliva e óleo de milho, esquentando bem. Acrescente a cebola, os dentes de alho, os tomates, as folhas de louro e o vinho tinto. Deixe ferver por 15 minutos, coe e reserve todos os ingredientes sólidos do refogado. Finalização: Em uma panela grande, de aproximadamente cinco li-tros, coloque 1/2 litro do caldo de peixe com 1/2 litro do caldo de camarão e mexilhão, acrescente o refogado e deixe ferver por 15 minutos, mexendo bem. Adicione a noz-moscada e o colorau, deixe ferver por mais 15 minutos e coe. Volte com o líquido para o fogo e acrescente o creme de arroz — que fará engrossar o caldo —, mexa bem e deixe ferver por mais 15 minutos. Então, acrescente os frutos do mar reservados: polvo em pedaços, lulas em fatias, cama-rões, mexilhões e a carne da cabeça do cherne desfiada. Misture tudo, transfira para uma panela de barro, corrija o sal e ferva até borbulhar. Ao servir, acrescente folhas de hortelã.

À frente do mais longevo restaurante da cidade – o Rio Minho, que completou 130 anos –, o espanhol Ramón Dominguez, seu quarto proprietário, emocionado, solta a frase com muita convicção e certe-za: “Isto aqui é minha vida. É aqui que me sinto bem.”

MINEIRO DE BOTAS (sobremesa)

SOPA LEÃO VELOSO (foto principal)

mais de um século de tradição

O restaurante está no mesmo lugar – Rua do Ouvidor, 10 – e há mais de três décadas tem a orientação gastronômica e empresarial feita por essa figura bo-nachona e alegre. Desde 2010, Ramón vem contando com a ajuda da filha Cristina para tocar o barco, a mais antiga referência gastronômica da cidade.

Decorado com azulejos portugueses, exibindo um grande quadro do rio que lhe empresta o nome, a casa, tombada pelo patrimônio histórico, é o berço de um dos mais tradicionais pratos da culinária carioca e brasileira: a sopa Leão Veloso.

Considerado um dos guardiões da tradição culinária carioca, Ramón não se cansa de lembrar que a casa era frequentada por personalidades como José Maria da Silva Paranhos Junior (1845-1912), o Barão do Rio Branco, o diplomata e filólogo Antonio Houaiss (1915-1999) e, claro, pelo embaixador Pedro Leão Veloso Neto (1887-1947), o criador da sopa que leva o seu nome.

Esta, como lembrou o pesquisador Fabiano Dalla Bona, em Fama à mesa, é uma adaptação do embaixador gastrônomo de um clássico da culinária fran-cesa, a bouillabaisse, tradicional da cidade de Marselha.

fino gosto

por Orlando Santos

RIO MINHO:

RIO MINHO (desde 1884)Rua do Ouvidor, 10 – Centro – RJTel.: 2509-2338De segunda à sexta, das 11h às 16h

Da cidade francesa, a bouillabaisse desembarcou na Cidade Maravilhosa e foi abrasileirada, eliminan-do-se o açafrão e acrescen-tando-se o sabor dos peixes locais. O toque particular, segundo Ramón, é dado pela cabeça dos peixes, além de pedaços de cher-ne, mexilhões e camarões.

Um detalhe importan-te: para que a sopa fique

perfeita, ele vai ao encontro de todos os seus fornecedo-res, logo nas primeiras horas da manhã, para escolher os mais frescos e suculentos mariscos. E diz que algumas vezes até rejeita produtos, tal o nível de sua exigência.

E é com a cabeça do cherne e temperos como man-jericão, alecrim, aipo, alho-poró e coentro, que prepara o caldo, grande trunfo da Leão Velloso. Para completar a iguaria, polvo, lula, camarões e mexilhões. São cinco horas de preparo para servi-la diariamente, e para fa-zer a alegria dos seus fiéis e honrados comensais, além dos novos fregueses da casa.

Encravado na Praça XV, num lugar histórico, o Rio Minho anda sofrendo com as obras da demolição do viaduto da Perimetral. Mas Ramón, otimista como é, acredita que daqui a dois anos, no máximo, tudo vai fi-car uma maravilha. E mais: as pessoas vão poder olhar o mar a partir do anexo que ele criou ao lado do res-taurante principal, e que carinhosamente apelidou de ‘point do Rio Minho’.

Vida longa para o Rio Minho!

FRUTOS DO MARGRELHADO

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Rua Buenos Aires, 2/406Centro – CEP 20070 022Rio de Janeiro – RJ – BrasilTel/fax: 55 21 [email protected]

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Vamos içar âncoras?

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O mar ainda está revolto, mas é nossa obrigação ‘le-vantar ferro’ para tentar retomar o curso do desen-volvimento. As projeções indicam que vamos crescer

menos do que o esperado este ano. Mas precisamos acreditar que é possível evitar que essa desaceleração da economia ganhe força se buscarmos o melhor desempenho do ‘motor’ da indústria naval, movido, principalmente, a óleo e gás.

A carteira de encomendas é única no mundo, mas sabe-mos que há desafios a vencer, entre os quais o gargalo da mão de obra, em função da velocidade da expansão do setor naval, e a produtividade e competitividade necessárias para atender a demanda local, nos prazos e na excelência exigidos pela indústria offshore.

Fôlego nós temos, como ficou demonstrado pelos resultados alcançados em 2013. De acordo com dados do Fundo de Marinha Mercante (FMM), no ano passado foram entregues 77 embarcações de uma carteira de encomendas de mais de 400 embar-cações. Deste total, 21 são navios de apoio offshore e quatro de cabotagem (entre os quais gigantes do tipo Suezmax). Nos últimos dois anos, o FMM desembolsou R$ 9,7 bilhões, o que corresponde a quase 43% do total dos recursos (R$ 22,7 bilhões) aloca-dos pelo Fundo desde 2001.

Sem falar nas plataformas de produção de petróleo e gás: nove, em pouco mais de um ano, seis das quais total ou parcialmente construídas no Brasil, possibilitando ao país marcar mais um recorde offshore: superar meio milhão de barris na produção do pré-sal em apenas oito anos, desde a descoberta dessa nova fronteira. E fez isso inovando, impulsionando a geração de novas tecnologias e processos em sua cadeia de fornecedores. Esse volume só foi alcançado no Mar do Norte em dez anos (e em 20 no Golfo do México), em águas e reservatórios menos profundos. A perspectiva para este ano é de que novos recordes sejam marcados, tanto na entrega de embarcações e plataformas como na produção de petróleo – consolidando a recuperação da curva de produção da estatal.

É claro que há inúmeros desafios a serem vencidos além dos já citados, como o chamado ‘custo Brasil’, a revisão da política de conteúdo nacional, a definição e reali-zação de novos leilões de áreas para exploração de hidrocarbonetos, a necessidade de previsibilidade da demanda para que a indústria naval possa investir mais em inovação e qualificação – assim como na gestão e no planejamento.

Mas não podemos ficar ancorados em uma verdadeira ‘baia’ de oportunidades, que sempre trazem em seu bojo os riscos implícitos em qualquer nova fronteira – seja de petróleo ou de negócios. O Brasil precisa produzir mais e mais para atender ao mercado local. E ganhar mais produtividade e competitividade para disputar o mercado internacional, nos mais diversos segmentos. Essa é a tarefa à qual devemos nos pro-por para afastarmos o risco de um apagão, sem chegar sequer à disputa de pênaltis.

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Brasil está entre os dez mais atraentes para energia renovávelO Brasil suBiu duas posições e ocupa o 10º lugar no índice de atratividade de investimento em energia renovável elaborado pela EY (nova marca da Ernst & Young). O renewable Energy Country attractiveness index, ranking trimestral da EY que analisa o mercado de fontes limpas em 40 países, mostra que leilões previstos para este ano fizeram com que o país subisse ao top 10 pela primeira vez.

a expectativa, segundo análise da EY, é que a energia eólica lidere novamente os investimentos no Brasil, mas o interesse por energia solar está crescendo rapidamente com as novas previsões de capacidade de geração.

Mário lima, diretor execu-tivo de consultoria em susten-tabilidade da EY, afirma que a existência de normas para os leilões de energias renováveis são pontos importantes para atrair mais investimentos no país. “investidores gostam de regras claras”, destaca.

segundo ele, um grande obstáculo hoje para o desenvol-vimento da geração de energia solar é a exigência de elevado conteúdo local para a concessão de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e social (BNDEs) — hoje, 60% dos equipamentos de-

vem ser fabricados no Brasil. “a redução atrairia fabricantes para o mercado. além disso, a China faz hoje fortes investimentos no setor, o que resulta em queda nos custos dos equipamentos”, afirma. lima ressalta que a instalação de parques solares é relativamente rápida.

No ranking da EY, o Brasil ocupa o 7º lugar na atração de investimentos para parques eólicos construídos em terra. além disso, está na 10ª colo-cação em aportes em usinas termossolares e 15ª em usinas solares fotovoltaicas.

Estados unidos, China, ale-manha e Japão seguem como os quatro primeiros colocados no índice de atratividade; o Canadá subiu uma posição em relação ao último índice, de 6º para 5º colocado, trocando de posição com o reino unido.

além do Brasil, Chile e África do sul também são destaques no ranking da EY. O Chile subiu para a 13ª posição, impulsionado pelo fluxo constante de aprova-ção de projetos e uma proposta de imposto sobre as emissões de carbono. a África do sul vai au-mentar uma pipeline de projetos já em expansão, com as proje-ções em torno 2.5 GW de nova capacidade eólica e até 9 GW de energia solar, o que a eleva para 17 º lugar. além disso, a Nigé-ria é classificada como o novo mercado a ser observado.

Seguem os 15 primeiros coloca-dos do ranking:1. Estados unidos; 2. China; 3. alemanha; 4. Japão; 5. Canadá; 6. reino unido; 7. Índia; 8. França; 9. austrália; 10. Brasil; 11. Coreia do sul; 12. itália; 13. Chile; 14. Bélgica; 15. Holanda

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Shell anuncia 3ª grande descoberta no Golfo do México

Petrobras, Rosneft e HRT estudarão viabilidade econômica para gás do Solimões

a sHEll OBtEvE resultado po-sitivo para hidrocarbonetos com o poço exploratório rydberg, mar-cando a terceira grande desco-berta da companhia em Norphlet, em águas profundas do Golfo do México. O poço está localizado a 120 km da costa, no bloco Mis-sissippi Canyon 525, com lâmina d’água de 2.280 m. a perfuração foi feita em uma profundidade total de 8.038 m, onde foi encontrada uma coluna de petróleo de 122 m. a avaliação completa do poço está sendo concluída, mas a expecta-tiva está em torno de 100 milhões de barris de óleo equivalente (boe). Juntamente com as desco-bertas appomattox e vicksburg, o potencial total de Norphlet pode-rá alcançar mais de 700 milhões de boe.

Para o diretor de upstream da shell para as américas, Marvin Odum, a descoberta representa o surgimento de novas perspectivas para as atividades da shell em águas profundas. “Essa desco-berta consolida nossa posição de liderança no lado oeste do Golfo do México. E a proximidade desta área com as outras descobertas na região tornam rydberg especial-mente promissora.”

trata-se da primeira desco-berta do consórcio entre a shell (operadora, com participação 57,2%), a Ecopetrol america inc.

(28,5% de participação) e Nexen (14,3% de participação), uma fi-lial integral da CNOOC limited. a descoberta está a 16 km do poço appomattox – cuja viabili-dade comercial já foi declarada – e do poço vicksburg, desco-berto em 2013 (consórcio entre a shell, operadora com 75% de participação, e a sócia Nexen, com 25%).

a shell e a Nexen estão dando prosseguimento à desco-berta de rydberg com atividades exploratórias no poço Gettys-burg, localizado no bloco Desoto Canyon 398, que está a 16 km da área de desenvolvimento de appomattox.

Norphlet é uma formação ge-ológica constituída no período ju-rássico – entre 199 e 155 milhões de anos – que se estende do continente até as águas profun-das do oeste do golfo. Com mais de dez anos de trabalhos explo-ratórios na região, as atividades bem-sucedidas da shell nesta formação comprovam a lideran-ça da companhia em tecnologia submarina e de exploração.

O Golfo do México é uma grande área de produção nos Estados unidos, que responde por quase 50% da produção de petróleo e gás da shell no país e atingiu quase 180 mil boe por dia em 2013.

A PETROBRAS e o Consórcio Solimões, formado pela companhia estatal russa Rosneft e pela empresa brasileira HRT, assinaram, no dia 14 de julho, um Protocolo de En-tendimentos para continuidade dos estudos que avaliam a viabilidade econômica do aproveitamento do gás da Bacia do Solimões, na Região Amazônica. Esses estudos, iniciados em outubro de 2012, terão agora foco em soluções voltadas para a liquefa-ção do gás ou a geração de energia, podendo haver uma conjugação entre essas duas opções.

Na assinatura do documento, a Petrobras foi representada pelo diretor da Área de Gás e Energia, José Alcides Santoro Martins; a Rosneft, pelo presidente do seu Conselho de Administração, Igor Sechin; e a HRT, pelo seu CEO, Milton Franke. O prazo de vigência deste protocolo é de 12 meses, a partir da assinatura que aconteceu em Brasília, na presença da presidenta Dilma Rousseff e do presi-dente da Rússia, Wladimir Putin.

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SEP autoriza TUP do Estaleiro Enseada

Termelétricas ficarão ligadas no mínimo até o fim do ano

O MiNistrO-CHEFE da secre-taria de Portos da Presidência da república, César Borges, assinou no dia 23 de julho a autorização para construção de um terminal de uso Privado (tuP) em Mara-gogipe, Bahia. O tuP faz parte do empreendimento Estaleiro Ensea-da indústria Naval, localizado na margem direita do rio Paraguaçu. O novo terminal terá uma área de aproximadamente 17 mil metros quadrados, com um investimento de r$ 850 milhões e movimenta-ção estimada de 44 mil toneladas por ano de carga geral.

“Esse projeto é importante para a Bahia e para o Brasil. O Governo Brasileiro vem dando todo o apoio necessário para o desenvolvimen-to da indústria naval, e eu fico satisfeito com esse investimento no recôncavo, que precisa de incen-tivos para gerar emprego e renda”, destacou o ministro.

O empreendimento como um todo ocupará uma área de aproxi-madamente 1,75 milhão de metros quadrados, e tem expectativa de investimentos de r$ 2,6 bilhões. as obras do estaleiro começaram em 2012 e devem ser concluídas em 2015. Ele vai desenvolver projetos complexos de engenharia naval e processar até 60 mil toneladas de aço por ano. seis mil trabalhadores estão envolvidos nas obras.

O presidente do Grupo Ense-ada indústria Naval, Fernando Barbosa, destacou a utilização de tecnologia japonesa de ponta no empreendimento e o investimento na capacitação de trabalhadores da região. “temos 72% das obras concluídas e uma terceira turma de jovens da região no Japão fazendo treinamento. Eles estão voltando e aplicando o que apren-deram lá”.

além do tuP de Maragogipe/Ba, outras 21 novas instalações de uso privado já foram autorizadas pela secretaria de Portos a partir do novo marco regulatório do setor. a secretaria de Portos (sEP) também autorizou a expansão de outros dois tuPs já existentes. são r$ 7 bi-lhões em investimentos. Outras 50 solicitações de empreendimentos privados estão em andamento, num total estimado de r$ 17,2 bilhões em novos terminais.

as usinas termelétricas em operação deverão ficar ligadas até o final deste ano. a afirmação foi feita no dia 22 de julho pelo diretor-geral do Operador Nacio-nal do sistema Elétrico (ONs), Hermes Chipp, durante evento na zona sul da cidade do rio de Janeiro. segundo ele, a expecta-tiva é que haja uso “acentuado” das termelétricas nos próximos meses e até o próximo ano. as termelétricas são usadas para garantir o abastecimento de ener-gia quando os reservatórios das usinas hidrelétricas estão baixos.

segundo projeção da ONs, os reservatórios das usinas das regiões sudeste e Centro-Oeste (a principal fornecedora de energia ao sistema interligado Nacional) devem fechar julho em nível de 33% de energia armazenada, chegando a 18,5% em novembro deste ano, caso as previ-sões meteorológicas se confirmem.

a ideia é que, mesmo que o regime de chuvas que enche os reservatórios das hidrelétricas seja equivalente à média histórica, as termelétricas vão continuar fun-cionando. “[O objetivo é garantir] o armazenamento [de água nos

reservatórios]. Não deixar o nível cair tanto e tentar recuperar um pouco o reservatório e dar uma tranquilidade”, disse Chipp.

as usinas termelétricas fun-cionam com combustíveis como gás natural e óleo. Por isso, po-dem ser ligadas e desligadas de acordo com a necessidade. Mas, além de serem consideradas mais poluentes que as hidrelé-tricas, têm um custo maior de geração. Ou seja, quanto mais energia produzida por essas usi-nas, mais cara fica a conta de luz do usuário final.

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O VOLuME DE etanol produzido na primeira metade de julho alcançou 1,81 bilhão de litros - aumento de 1,68% so-bre o mesmo período da safra passada. Deste volume, 1,01 bilhão de litros refere-se ao etanol hidratado e 797,71 milhões de litros ao etanol anidro.

A produção acumulada somou 10,26 bilhões de litros desde o iní-cio da safra até 16 de julho, sendo 4,38 bilhões de litros de etanol anidro e 5,88 bilhões de litros de etanol hidratado.

As vendas de etanol pelas unida-des produtoras da região Centro-Sul somaram 988,57 milhões de litros na

primeira quinzena de julho, contra 1,09 bilhão de litros em igual período de 2013. Do volume comercializado, apenas 36,64 milhões de litros des-tinaram-se à exportação, enquanto 951,93 milhões de litros ao mercado doméstico – pequeno aumento de

0,91% comparativamente ao montan-te observado em igual quinzena do ano anterior.

As vendas de etanol anidro ao mercado interno totalizaram 429,66 milhões de litros nos primeiros 15 dias de julho, alta de 10,11% em relação aos 390,21 milhões de litros comercializados em igual quinzena de 2013.

Em relação ao etanol hidratado, o volume comercializado no mercado doméstico somou 522,28 milhões de litros na primeira metade do mês, ante 553,15 milhões de litros no mesmo período de 2013.

Fiesp critica manutenção de taxa de juros

Produção de etanol cresce 1,68% em relação ao ano anterior

O COMitê DE Política Monetá-ria, Copom manteve a selic em 11% a.a. Para Benjamin Steinbru-ch, presidente da Federação das indústrias do Estado de são Paulo (Fiesp), a manutenção da taxa selic nesse patamar mantém o risco de recessão na economia brasileira.

um amplo conjunto de indica-dores mostra que a atividade está

fraca na maioria dos setores. a produção indus-trial no segundo trimestre será, muito provavel-mente, o quarto trimestre conse-cutivo de queda,

configurando um quadro recessivo na indústria de transformação. Nos demais setores, como o de comér-cio e serviços, os indicadores mos-tram que prevalecem o pessimismo e a morna atividade.

“a confiança do empresariado não é uma simples questão de humor. sua base é formada no crescimento das vendas, capaci-dade de produção, desempenho do mercado. Quando a demanda

enfraquece e não se vê possibili-dade de reversão no curto prazo, a confiança diminui e o investimento se retrai”, afirma steinbruch.

“É preciso reduzir a taxa de juros para estimular a demanda da economia e os investimentos produtivos, e recolocar o país na rota do otimismo. O Brasil pre-cisa de uma política econômica que promova o crescimento, crie rendas e gere empregos”, conclui o presidente da Fiesp.

Indústria quer maior integração externa – Quase um ano após lançar a agenda de integração ex-terna, na qual a Fiesp sintetizou os assuntos de maior relevância para a integração econômica internacio-nal brasileira, o Departamento de relações internacionais e Comér-cio Exterior (Derex) volta ao tema, definindo propostas concretas que auxiliem a inserção da indústria brasileira no mundo.

segundo as Propostas de integração externa da indústria, a agenda externa deve ser vista como parte integral do desenvol-vimento econômico, pois contribui

para o aumento das exportações e investimentos e melhora a com-petitividade, por meio do acesso à tecnologia e à inovação de padrão internacional.

Outro aspecto destacado no documento da Fiesp é a tendência de negociação de ‘mega-acordos’ comerciais, que tendem a tornar mais rígidas as normas vigentes no comércio internacional e, conse-quentemente, afetarão a indústria brasileira. Por isso, é necessário que o Brasil participe ativamente da formulação destas regras.

“as principais nações estão em busca de novos acordos e isso irá alterar de forma significativa o ce-nário do comércio internacional. O trans-pacific Partnership (tPP) e o transatlantic trade and investment Partnership (ttiP) estão aí para comprovar essa movimentação”, alerta o diretor do Derex, thomaz Zanotto. “Quando bem planejadas e negociadas, a abertura e inte-gração econômica trazem mais investimentos, comércio, tecnolo-gia e riqueza ao país. Permanecer à margem desse processo não pode ser uma opção para o Brasil.”

“O Brasil precisa de uma política econômica que promova o crescimento, crie rendas e gere empregos”, afirma presidente da federação paulista.

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Pré-sal: 500 mil barris em oito anosa PrODuçãO DE petróleo nos campos operados pela Petrobras no pré-sal – nas bacias de santos e de Campos – superou a marca dos 500 mil barris de petróleo por dia (bpd), atingindo 520 mil bpd no dia 24 de junho, o que configura novo recorde de pro-dução diária. Desse volume, 78% (406 mil bpd) correspondem à parcela da Petrobras e o restan-te à contribuição das empresas parceiras da companhia nas diversas áreas de produção da camada pré-sal.

a marca foi comemorada durante cerimônia realizada no dia 2 de julho, na sede da com-panhia, no rio de Janeiro e nela estiveram presentes a presidente da república, Dilma rousseff; a presidente da Petrobras, Graça Foster; o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Formigli; o ministro de Minas e Energia, Edson lobão; o gover-nador do rio de Janeiro, luiz Fernando Pezão, entre outras autoridades.

Para alcançar o mesmo patamar de produção total, a empresa demandou 31 anos, de 1953 – ano de sua cria-ção – até 1984. “Na Bacia de Campos levamos 21 anos para atingir esse volume de produ-ção e, finalmente, no pré-sal, com tecnologia, conhecimento acumulado e pujança dos re-servatórios, conseguimos essa realização em oito anos”, afir-mou Formigli. Ele explicou que atualmente existem 25 poços em operação no pré-sal, sendo dez na Bacia de santos (o que responde por 53% da produção, ou 274 mil barris por dia) e os outros 15 poços na Bacia de

Campos (47% da produção, ou 246 mil barris por dia).

Hoje, o pré-sal possui dez unidades de produção: nove plataformas de produção nas suas locações definitivas e uma plataforma itinerante fa-zendo testes de longa Dura-ção (tlD).

Quando comparada com as principais regiões petrolíferas do mundo, essa marca se mostra ainda mais importante. O Golfo do México levou 20 anos para atingir os 500 mil barris, e o Mar do Norte dez anos.

segundo Formigli, o pré-sal terá ainda 24 plataformas para entrar em operação até 2020.

Pré-sal representa 22% da produ-ção da Petrobras – No ano passa-do, o pré-sal representou 7% do total produzido pela companhia. Hoje representa entre 20% e 22%. “Quando olhamos para o futuro, vemos essa produção alcançar 52%, e em 2020, 53% dos nossos

4,2 milhões de barris de óleo, mais um milhão de barris de óleo equivalente”, afirmou Formigli.

Produção no Brasil supera 2,7 milhões de boe em maio – a produção total de petróleo e gás natural no Brasil no mês de maio atingiu 2,721 milhões de barris de óleo equivalen-te (boe) por dia, sendo 2,189 milhões de barris diários de petróleo e 84,5 milhões de m3 de gás natural. O volume é superior ao de janeiro de 2012, quando a produção de petróleo e gás natural totalizou 2,678 milhões de boe/dia.

a produção de gás natu-ral também superou o recorde anterior, de 83,4 milhões de m3 por dia, alcançado em março de 2014. Em relação a maio de 2013 houve aumento de 9,8% na produção de petróleo e de 12,9% na de gás natural. Em compara-ção ao mês anterior o aumento foi de 2% para ambos.

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Cinco pontos de atenção para o setor de energia em 2014

O sEtOr DE ENErGia e serviços de utilidade Pública (Power & utilities / P&u) passa por um período de intensa transformação, principalmente devido às implicações relacionadas à escassez de recursos e às alterações climáticas.

Questões de gestão como investi-mento em inovação, capacidade tec-nológica, pesquisa e desenvolvimento, aumento e retenção da base de clien-tes, além da construção de relaciona-mento de confiança com o mercado, são apontados como os alicerces que ajudam a alavancar o crescimento de qualquer setor em atividade.

E tendem a ser ainda mais em-blemáticos para a área de P&u, de acordo com os executivos consul-tados na 17th annual Global CEO survey. a PwC realizou 1.344 entre-vistas em 68 países durante o último trimestre de 2013: 445 entrevistas na Ásia-Pacífico, 442 na Europa, 212 na américa do Norte, 165 na américa latina, 45 na África e 35 no Oriente Médio. Para o recorte de energia, foram consideradas as respostas de cerca de 60 CEOs do setor, que indi-caram os fatores determinantes para a sua evolução.1. Os níveis de confiança estão sub-jugados – Os CEOs globais da indús-tria de P&u estão menos confiantes

no crescimento de receita de seus negócios em rela-ção aos seus pares consultados nas demais indústrias, tanto se tratando de suas próprias o rgan izações ,

quanto do mercado. “O fato é que 47% das empresas do setor não es-peram crescimento em suas receitas num horizonte de 12 meses”, afirma

Guilherme Valle, sócio da PwC Bra-sil e líder setor Elétrico e serviços de utilidade Pública.2. Alterações climáticas e escassez de recursos – “O setor está passando por um período de intensa transfor-mação, em parte impulsionada pelas implicações da escassez de recursos e por alterações climáticas”, explica valle. Ele diz que o estudo endossa a afirmação: 76% dos CEOs do setor afirmaram que seu negócio passará por mudanças radicais ao longo dos próximos cinco anos. “Esse resultado é muito mais significativo se compa-rado com a amostra total”, diz.3. Regulamentação – regulação é outra fonte de mudança de impacto no setor e, para muitos CEOs, a questão ainda está longe de se apresentar de maneira clara e definitiva. Mais da metade dos CEOs dos globais de P&u estão extremamente preocupados com o excesso de regulamentação, que poderia retardar o crescimento.4. Confiança dos clientes – O papel do cliente está mudando radicalmente enquanto players do setor privado competem com empresas estatais tradicionais. ainda assim, surpreen-dentemente, poucos CEOs do setor de energia dizem estar preocupados com o fato de que mudanças no compor-tamento e nos gastos do consumidor poderiam desacelerar o crescimento de suas atividades. E, apesar do com-promisso de operar suas atividades de forma sociorresponsável, somente 59% dos dirigentes concordam que medir e informar os seus impactos (não financeiros) contribuem para o seu sucesso a longo prazo.

apenas 35% dizem que os con-sumidores e clientes ganharam mais confiança em sua indústria, resultado abaixo da média em relação ao obser-

vado na amostra total. será preciso fazer melhor – e isso pode significar adaptar suas estratégias para lidar com a transformação energética.

a maioria (80%) dos executivos de energia concorda que as estraté-gias de crescimento e retenção de clientes terá que mudar, mas apenas 29% já têm este processo em anda-mento. será preciso investir – o que eventualmente significa mudar de curso em transações e investimentos em tecnologia. “a grande maioria dos CEOs vê a necessidade de ação, mas relativamente poucos começaram o processo”, alerta valle.5. Tecnologia – Mais de 80% dos CEOs do setor entendem que os avanços tecnológicos vão transfor-mar os seus negócios ao longo dos próximos cinco anos. Eles estão oti-mistas em relação à sua capacidade de lidar com a mudança tecnológica. Poucos enxergam com preocupação a velocidade com que atualmente lidam com o tema ‘preocupação’. apesar disso, apenas 20% começa-ram a mudar seus processos de P&D e de capacidade de inovação.

uma minoria acredita que suas áreas de P&D, rH e seu departa-mento de ti estão preparados para executar as mudanças necessárias. “Com esse extrato da pesquisa, fica claro que existe uma dificuldade em começar essa mudança, mas os CEOs estão com essas questões nos seus planejamentos. aqueles que as endereçarem sairão na frente”, diz o líder de energia da PwC.

O network PwC é formado por or-ganizações que atuam em 157 países e somam 184 mil profissionais capa-zes de prestar serviços em auditoria, consultoria tributária e societária e de negócios.

Líderes globais de empresas discutiram na CEO’s Survey temas relevantes e que poderão ajudar a melhorar o desempenho do mercado energético

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TN Petróleo 96 15

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16 TN Petróleo 96

indicadores tn

O DOCuMENTO, que pela primeira vez aborda previsões para o ano que vem, mostra que os EuA estão buscando mais de seu próprio petróleo em meio a um grande aumento de produção. No relató-rio, o grupo destaca que o crescimento da demanda mundial pelo insumo vai avançar no próximo ano, em meio a um crescimento econômico robusto. O con-sumo global vai aumentar 1,21 milhão de barris por dia em 2015, em comparação com um aumento de 1,13 milhão de barris por dia em 2014.

No que se refere a produtos, o crescimento do consumo será impul-sionado principalmente pelo aumento do uso de óleo diesel e gasolina no setor de transportes, bem como, em menor medida, GLP e nafta para in-sumos petroquímicos.

A previsão aponta também para o cres-cimento do PIB mundial, que segundo o grupo irá se elevar em 3,4% em 2015 – apesar das incertezas políticas.

O relatório da Opep pode fornecer algum suporte aos preços do petróleo, que tiveram elevação de cerca de uS$ 10 desde o início do ano. O crescimento levemente acelerado da demanda será em parte impulsionado pelas nações indus-

trializadas, pela primeira vez desde 2010. A tendência é sustentada pelo aumento da demanda de petróleo dos EuA, que vai crescer 180 mil barris por dia em 2015.

Nos últimos anos, a Índia e a China têm sido os motores de crescimento desse mercado. Mas os dados da Opep mostram que a elevação do consumo entre os países-membros vai aumentar a um ritmo mais lento do que nos EuA, ou mesmo enfraquecer.

Redução na produção Opep – A pro-dução de petróleo de 12 países que compõem o grupo da Opep caiu 2,5% em 2013 em relação a 2012 e sua par-ticipação na produção total mundial

da commodity passou de 44,6% em 2012, para 43,4% no ano passado.

Já a produção de petróleo mun-dial teve leve alta de 0,1% em 2013, enquanto a demanda cresceu 1,2%, com os maiores aumentos registrados na América do Norte, principalmente nos Estados unidos, e nas economias emergentes.

A Opep exportou 4,5 milhões de bar-ris de petróleo por dia (bpd) em 2013, com a maior parte direcionada aos países da Ásia e Pacífico (3,1 milhões de barris por dia ou 68,5%). A Europa e a América do Norte receberam menores quantidades (600 mil bpd ou 14% e 200 mil bpd ou 5,2%, respectivamente).

EUA impulsionarão demanda por petróleo em 2015

Produção de países-membros da Opep e não-membros – junho/2012 a maio/2014

mb/d (Opep) mb/d (total)Produção de países-membros da Opep

Outros paísesprodutores

92

91

90

89

88

87

32

31

30

29

28

27

Jun

12

Jul

12

Ago

12

Set

12

Out

12

Nov

12

Dez

12

Jan

13

Fev

13

Mar

13

Abr

il 13

Mai

o 13

Jun

13

Jul 1

3

Ago

13

Set

13

Out

13

Nov

13

Dez

13

Jan

14

Fev

14

Mar

14

Abr

il 14

Mai

o 14

O aumento do consumo de petróleo dos Estados Unidos deve reverter um declínio da demanda, observado nos últimos quatro anos em nações ricas, o que irá direcionar a recuperação econômica global em 2015. A avaliação consta no boletim mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), divulgado no dia 10 de julho.

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TN Petróleo 96 17

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18 TN Petróleo 96

indicadores tn

Cresceram as vendas de aços planos em maioas vENDas DE açOs planos apresentaram acréscimo de 3,1% em maio se comparadas a abril de 2014. segundo o sindicato Nacio-nal das Empresas Distribuidoras de Produtos siderúrgicos (sindisi-der), o montante representa 368,5 mil toneladas.

Na comparação com o mesmo período do ano passado (369,9 mil toneladas), houve queda de 0,4%. No acumulado do ano, as vendas registraram alta de 5,6% sobre janeiro e maio de 2013, com um volume total de 1897,2 mil toneladas. Os dados são apurados junto aos distribuidores associados ao instituto Nacional dos Distribuidores de aço (inda).

O número de compras realiza-das em maio apresentou alta de 0,6% em relação ao mês anterior, computando 373,4 mil toneladas. Frente a maio do ano passado (413,9 mil toneladas), o índice recuou em 9,8%. Já na compara-ção entre janeiro e maio de 2014, as compras da rede associada contabilizaram queda de 4,2% em relação aos primeiros cinco meses de 2013, com um volume total de 1.833 mil toneladas.

Importações e estoques – De acor-do com o sindisider, a importação de aço plano comum pelo mercado brasileiro encerrou o mês de maio

com alta de 52% em relação ao mês anterior, totalizando 224,7 mil tone-ladas. Quando comparada a maio de 2013, com 100,2 mil toneladas, houve um acréscimo de 124,3%.

No acumulado do ano, as importações contabilizaram alta de 50,3% em relação ao mesmo período de 2013, com volume total de 803,4 mil toneladas.

Os estoques de maio aumen-taram 0,5% em seus volumes, atingindo 987 mil toneladas. sobre maio do ano anterior (1061,4 mil toneladas), os esto-ques registraram queda de 7%. O giro de estoques permaneceu em 2,7 meses.

Produção de óleo e LGN (em mbpd) - Brasil

Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio

Bacia de Campos 1.497,6 1.449,5 1.426,3 1.442,8 1.474,0 1.492,2

Outras (offshore) 266,4 271,0 295,9 284,0 260,7 283,9

Total offshore 1.764,0 1.720,4 1.722,2 1.726,8 1.734,6 1.776,1

Total onshore 199,9 196,2 201,3 199,1 197,9 199,3

Total Brasil 1.963,9 1.916,6 1.923,5 1.925,9 1.932,5 1.975,3

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d)* - Brasil

Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio

Bacia de Campos 22.980,1 22.606,3 22.199,8 23.041,0 23.519,8 23.843,9

Outras (offshore) 24.378,4 23.302,8 25.238,9 24.939,4 24.025,7 24.917,6

Total offshore 47.358,5 45.909,1 47.438,8 47.980,4 47.545,5 48.761,5

Total onshore 15.949,9 16.607,9 16.646,0 16.379,8 16.457,9 16.669,9

Total Brasil 63.308,4 62.516,9 64.084,8 64.360,2 64.003,4 65.431,5

Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio

Produção de óleo e LGN (em mbpd)** - Internacional

Exterior 100,6 112,5 115,3 126,9 128,9 121,0

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d) - Internacional

Exterior 14.861,4 15.153,6 15.534,5 15.743,7 16.395,1 16.546,7

Produção total de óleo, LGN e de gás natural (em mboe/d)

Brasil+Exterior 2.550,1 2.511,5 2.533,2 2.550,3 2.560,5 2.605,3

Produção da Petrobras de óleo, lgn e gás natural Período de 12/2013 a 05/2014

(*) Inclui gás injetado.

(**) Em 2003 inclui os dados da Petrobras Energia (ex-Pecom). Fonte: Petrobras

bovespa (%)

dólar comercial*

DJ Oil & Gas (%)

euro comercial*

*Valor de venda, em R$

23.07.201419.05.2014

23.07.201419.05.2014

23.07.2014

23.07.2014

19.05.2014

19.05.2014

2,2182,205

-0.97-1.15

0.560.32

2,983,02

Variação no período: 7.92%

Variação no período: 6.38%

Variação no período: 0.16%

Variação no período: -1.51%

Page 21: TN 96 web

TN Petróleo 96 19

FRASES

“Nesse momento, o pré-sal

responde por 22% da produção

da Petrobras. Em 2018, será

responsável por mais de 50% da

produção.” Dilma Rousseff, presidente do Brasil,

02/07/2014 - TN Petróleo.

“Há 30 anos, no dia 28 de

junho de 1984, nós, da Petro-

bras, fizemos 500 mil barris

por dia de produção. E em 24

de junho de 2014, nós voltamos

a fazer 500 mil barris por dia

no pré-sal. É uma alegria tão

grande que a gente lembra dos

primeiros 500 mil barris como

se fosse ontem. Não se falava

em pré-sal na época.” Graça Foster, presidente da Petrobras,

02/07/2014 - TN Petróleo.

“Da forma como ficou acertado

(o contrato com a Petrobras

sobre o excedente da Cessão

Onerosa) agora será possível

viabilizar gasodutos, sistemas de

produção e um polo na área, que

é perto de Libra. É um projeto de

imensa magnitude.” Magda Chambriard, diretora-geral da Agência

Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocom-

bustíveis (ANP), 26/06/2014 - Valor PRO.

“Nós só temos que arregaçar as mangas para aumentar a ambição tecnológica nas em-presas que precisam inves-tir mais e, principalmente, inovar mais.” Glauco Arbix, presidente da Financia-

dora de Estudos e Projetos (Finep),

24/07/2014 - CNI.

R$16,83

R$29,47

R$12,88

R$17,94

R$26,64

R$14,79

R$19,01

R$31,73

R$13,01

R$20,26

R$28,54

R$13,73

petróleo brent (US$)

petróleo WtI (US$)

petrobras

CPFL BRASKEM

VALE

Período: 19.05.2014 a 23.07.2014 | ações ações ações ações

ON

ON

ON

PN

PNA

PNA

23.07.201419.05.2014

23.07.201419.05.2014

108.03109.37

103.12102.11

Variação no período: -1.57%

Variação no período: 1.08%

Variação no período: 12.49%

Variação no período: 4.38%

Variação no período: 0.39%

Variação no período: 12.24%

Variação no período: 3.59%

Variação no período: -9.67%

a ECONOMia BrasilEira cresce-rá apenas 1% neste ano. a modesta expansão será resultado do cresci-mento de 1,5% do setor de serviços, da alta de 2,3% da agropecuária e da queda de 0,5% da indústria. as pro-jeções estão no informe Conjuntural do segundo trimestre que a Confe-deração Nacional da indústria (CNi) divulgou no dia 24 de julho.

No estudo, a CNi revisa para baixo as estimativas para o desem-penho da economia divulgadas em março deste ano. “as causas da forte desaceleração são várias e decorrem mais do ambiente doméstico do que da economia mundial”, diz o estu-

do. Entre elas, está a inflação, que, na avaliação da CNi, deve fechar o ano em 6,6%, acima do limite má-ximo da meta de 6,5% fixada pelo Banco Central.

O informe Conjuntural destaca que a retração de 0,5% projetada para o PiB industrial será puxada pela queda de 1% na indústria de transformação e de 1,7% na indústria da construção. a indústria extrativa deve crescer 1,5% em relação a 2013. “Os indicadores recentes mostram que a indústria brasileira segue com dificuldade em intensificar o seu ritmo de operação”, informa o documento.

CNI: PIB industrial fechará o ano com queda de 0,5%

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20 TN Petróleo 96

entrevista exclusiva

A possibilidade de dobrar os volumes de reservas,

o comprometimento com operadoras do

mundo inteiro que atuam no país, estabilidade política e o respeito

aos contratos firmados no setor de óleo e gás são alguns dos fatores

que mantêm o Brasil no foco das atenções

dos investidores internacionais. “O nível

de compromisso do país é alto, mas a capacidade

de investimento é limitada”, alerta o sócio

líder de Óleo e Gás da KPMG no Brasil, Manuel Fernandes.

O Brasil continua atraente para os

INVESTIDORES

“MAS NãO VEJO o financiamento como um gargalo”, complementa o executivo em entrevista exclusiva à TN Petróleo. Ao fazer uma análise do setor brasileiro de óleo e gás frente às mudanças no cenário ener-gético das Américas, principalmente em relação à reforma do marco regulatório de óleo e gás mexicano, ele afirma: “A indústria brasileira não perde para a do México.”

TN Petróleo – Na avaliação de vocês, a indústria brasileira de óleo e gás continua sendo um grande atrativo para os investidores de óleo e gás?

Manuel Fernandes – Sim. Sabemos que os Estados unidos e o México têm ofertas que podem competir com o Brasil. Mas nosso país tem um sistema de exploração e produção conhecido e provado, regime político democrático, estabilidade e os contratos assumidos são respei-tados. Além disso, o país tem um nível de compromisso já assumido com as grandes operadoras que operam aqui e com as novas que chegaram agora. O nível de compromisso do Brasil é alto, mas a capacidade de investimento é limitada.

Quais os principais pontos positivos dessa indústria, para os investidores?Podemos citar a estabilidade política, respeito aos contratos, modelo

provado. Além disso, aqui não há restrição do controle de capital como acontece na Argentina e Venezuela.

Quais os principais impasses ou pontos negativos?O principal ponto negativo é que não temos previsibilidade na periodi-

cidade dos leilões e no cronograma de licitação de novos campos. Outro ponto de atenção é que o custo da mão de obra não é competitivo quando comparado aos países asiáticos. Por último, a questão tributária, que é mais complexa aqui do que em outros países.

Como vocês veem a evolução dessa indústria nos últimos cinco anos, depois da crise de 2008?

A evolução da indústria tem sido positiva nos últimos anos, quando o Brasil conseguiu provar as reservas, sobretudo de 2008 a 2010 com o pré--sal, e foi incentivado e consolidado o desenvolvimento do conteúdo local. Em contrapartida, o país ficou cinco anos sem realizar novas licitações de campos, o que só voltou a acontecer no ano passado, possibilitando mais clareza para o futuro.

por Beatriz Cardoso

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TN Petróleo 96 21

Manuel Fernandes, sócio líder de Óleo e Gás da KPMG no Brasil

O FATOR QUE MAIS IMPACTOU NEGATIVA-

MENTE A INDúSTRIA DE ÓLEO E GÁS FOI A FAL-TA DE PREVISIBILIDADE DE REALIzAçãO DAS

RODADAS DE LICITAçãO, O QUE DIFICULTA O PLA-NEJAMENTO FINANCEI-

RO DAS EMPRESAS.

O que mudou no setor de óleo e gás no Brasil nesse período e que se constitui em fator positivo?

O principal ponto positivo foi o fato de em 2013 diversas empresas novas terem assumido a posição de operadoras.

Qual o fator negativo que ocorreu nesse período?

O fator que mais impactou ne-gativamente foi a falta de previsibi-lidade de realização das rodadas de licitação, o que dificulta o planeja-mento financeiro das empresas.

Como têm sido as fusões e aquisições no setor de óleo e gás nesse período no Brasil? E na América Latina?

A KPMG trimestralmente realiza uma pesquisa que traz informações sobre fusões e aquisições de diver-sos setores, incluindo, óleo e gás. Segundo o levantamento, a indústria foi uma das que mais realizou tran-sações no ano passado, impactada, principalmente, pela realização de três leilões em 2013. Foram 38 operações somente em 2013 e 19 em 2012. Já no primeiro trimestre

de 2014 foi registrado um aumento de 125% se comparado ao mesmo período do ano passado. Durante os três primeiros meses deste ano fo-ram concretizadas nove operações contra quatro em 2013. Não temos número sobre a América Latina.

De que modo a reforma no setor de energia do México impacta a indústria brasileira de óleo e gás? O Brasil vai perder muito de seu atrativo por causa do México?

A indústria brasileira não perde para a do México. Esse

Foto

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Page 24: TN 96 web

22 TN Petróleo 96

entrevista exclusiva

país pode ser considerado como mais um player do setor e não uma ameaça efetiva. Pode ser também uma oportunidade op-cional para a cadeia de forne-cedores do Brasil que é grande e competente e que poderá atender à demanda da indústria de óleo e gás do México. Além disso, a reforma no setor e energia é muito recente e ainda vai demorar um tempo para que ela tenha algum impacto no Brasil.

O shale gas nos Estados Unidos é apontado como outro fator que desviaria as atenções do Brasil, mesmo depois da queda das proje-ções, o que demonstra que houve superestimação?

Se for comprovada de fato a capacidade americana, a matriz energética do Brasil pode sofrer algum impacto. Os EuA são um competidor forte e isso de alguma forma pode afetar o interesse do investidor no mercado pela ques-tão da atratividade do retorno dos investimentos. Mas devemos lembrar que a exportação do sha-le gas está em debate nos EuA. Aqui no Brasil isso é um assunto que ainda está em discussão com

relação à questão ambiental, o tipo de tecnologia a ser utilizada, custo de logística, etc. Por isso, acredito que seja uma aposta para o futuro.

O fato de não ocorrer um novo leilão esse ano prejudica o setor? Ou já há muitos projetos e recursos no mercado?

Precisava haver uma previsibi-lidade, uma rotina de leilões – por exemplo, todo ano ou de dois em dois anos. Isso é recomendável porque permite que as empresas possam se planejar melhor.

Quais as dificuldades que vocês acreditam que pode haver no financiamento de um conjunto tão grande de empreendimentos?

A liquidez do mercado. Dinhei-ro o mercado tem; os problemas são a dificuldade de alavancagem dos investidores e a capacidade dos players, que é questionável. Mas não vejo o financiamento como um gargalo.

Qual a expectativa em relação à cessão onerosa, uma vez que a Petrobras tem de declarar comercialidade até o início de setembro? Novos projetos e mais investimentos?

A cessão onerosa é para uma área de pré-sal, ao lado do campo de Lula, num modelo em que o Governo Federal tem direito à exploração de cinco bilhões de barris que serão cedidos à Petrobras. Novos projetos e novos investimentos serão a única resposta.

A PETROBRAS ESTÁ NO

LIMITE DE SEu ENDIVI-

DAMENTO E, PORTANTO,

RECORRE à ENGENHARIA

FINANCEIRA PARA VIABILI-

ZAR NOVOS INVESTIMEN-

TOS. MuITOS FORNECEDO-

RES ESTãO ALAVANCADOS

AO EXTREMO, O quE É

PREOCuPANTE PARA

TODO O SISTEMA.

A KPMG É uMA REDE formada por empresas que estão entre as prin-cipais prestadoras de serviços nas áreas de Audit, Tax e Advisory do mundo, com mais de 155 mil profis-sionais atuando em 155 países.

No Brasil, a KPMG tem cerca de quatro mil profissionais distribuídos em escritórios em 23 cidades de 13 estados e o Distrito Federal. Além do Private Equity Brasil 2014, que conso-lida os dados da indústria brasileira de private equity, seed e venture capital, a rede brasileira participou também do relatório “Investigações interna-cionais: Você está preparado para os desafios?”, no qual são apresentados

estudos de casos e orientações para as empresas na condução de inves-tigações internacionais, com base na experiência de mais de 60 executivos em todo o mundo que realizaram essa empreitada em suas organizações.

As origens da KPMG remontam ao século passado e retrasado, tendo sido constituída por empresas de dife-rentes países que formam o nome da rede. O K vem da firma de contabilida-de Klynveld Kraayenhof & Co, fundada por Piet Klynveld em 1917, em Ams-terdã, Holanda. O P vem da britânica Peat & Co., criada por William Barclay Peat, em Londres, que mais tarde se fundiria com a norte-americana

Marwick, Mitchell & Co., estabeleci-da em 1897 por James Marwick, em Nova York (EuA), dando origem à Peat Marwick International.

Mas é atribuído ao alemão, de origem prussiana, Reinhard Goerde-ler, primeiro presidente da Federa-ção Internacional de Contadores, o estabelecimento dos alicerces da atual rede. Ele deu o primeiro passo, em 1979, ao formar com a firma holandesa a Klynveld Main Goerde-ler. Oito ano depois, em 1987, ele conduziu a fusão da Peat Marwick International e a Klynveld Main Go-erdeler, constituindo então a KPMG, da qual foi um dos presidentes.

KPMG: expertise centenária

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TN Petróleo 96 23

Nesta edição.

O Brasil continua atraente para os investidores

Será que a Petrobras poderá re-correr a parceiros para agilizar a produção da cessão onerosa?

Operações com parceiros são comuns no mercado de óleo e gás.

Será que ela devolverá as áreas que excederem os cinco bilhões de barris logo, ou elas vão fazer uso de todos os mecanismos do con-trato para manter a área até terem realizado essa produção?

Acredito que eles vão cumprir o contrato, sim.

O que os investidores estrangei-ros sinalizam: que podem aportar mais recursos para os projetos da Petrobras?

Os investidores estão dispostos a investir com a Petrobras. Exem-plos disso são a Total e a Shell.

O nível de endividamento da em-presa é preocupante?

A Petrobras está no limite de seu endividamento e, portanto, re-corre à engenharia financeira para viabilizar novos investimentos. Mui-tos fornecedores estão alavancados ao extremo, o que é preocupante para todo o sistema.

Ou o fato de ela ser a única petro-leira no mundo com chances de

dobrar suas reservas (ou mais) até o final da década é um atenuante?

Ela é a única com capacidade de reserva para isso. Se dobrar, o impacto será grande no Brasil e no mundo.

O que pode fazer com que a com-panhia volte a se recuperar para atingir os valores de 2009?

um dos requisitos é cum-prir o cronograma de produção. Além disso, será preciso voltar ao nível de curva de produção anterior, acertar a previsibilidade de projetos de custos e prazos e cumprir o plano de negócios já estabelecidos.

Enfim: vale a pena investir em ações da Petrobras?

Acreditamos que no longo pra-zo, sim. Mas prefiro deixar para os investidores e os bancos respon-derem a essa pergunta...

PreServ_um-quarto 1 18/03/14 08:59

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24 TN Petróleo 96

NAVIOS

A bandeira brasileira tem cada vez mais presença na frota naval e offshore do país e na navegação de longo curso, principalmente no setor de óleo e gás. Mais ainda: foi ‘hasteada’ na produção industrial do país, que em pouco mais de uma década registrou um aumento expressivo na participação do setor naval: saltou de exíguos 0,02% em 2000, para 0,25% em 2011, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ou seja, a indústria naval cresceu mais de 12 vezes em pouco mais de uma década. E tem a expectativa de singrar novas rotas nos próximos anos, ainda que para chegar ao porto seguro do desenvolvimento sustentável ainda tenha de superar algumas ‘borrascas’.

especial: indústria naval

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NAVIOS zARPAMNA PRODUçãO INDUSTRIAL BRASILEIRA por Beatriz Cardoso

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26 TN Petróleo 96

Para se ter uma ideia do que representa a partici-pação da indústria naval na produção industrial brasileira, vale tomar

como exemplo o setor automotivo, que tem uma fatia de 10% – isso quer dizer que de cada cem pro-dutos fabricados no país, dez são veículos automotivos (e pelo menos quatro são automóveis).

transpondo para o setor naval, valeria dizer que há 25% de navio em um de cada cem itens produ-zidos no país, graças às políticas públicas adotadas nos últimos anos (como a de conteúdo nacional). Dadas as proporções e valores do produto naval é um peso significa-tivo. Mais do que isso, uma marca memorável, se considerarmos que o Brasil encerrou o século XX na berlinda do setor industrial naval, depois de ter sido um dos gigantes dessa indústria, na virada da déca-da de 1970 para 1980.

Graças à política de conteúdo nacional, mais de 20 anos de es-tagnação foram superados em me-nos de uma década, na avaliação do sindicato Nacional da indústria da Construção e reparação Naval e Offshore (sinaval). “Os países que hoje são líderes na construção

naval e offshore levaram décadas para alcançar a posição que ocupam. Nossa indústria levou uma década para sair da estagnação para

uma expressiva situação”, destaca Ariovaldo Rocha, presidente do sinaval.

“Hoje já somos reconhecidos como indústria naval relevante”, afirma o dirigente, na introdução do documento intitulado ‘Cenário trimestral’. Nele, o sinaval pon-tua que a indústria naval brasilei-ra está produzindo – para atender somente a demanda doméstica – navios petroleiros, porta-con-têineres, sondas de perfuração,

plataformas de produção, navios de apoio marítimo.

Dentro deste último quesito estão desde os aHts (anchor Handling tug and supply) e na-vios de suprimentos do tipo Psv (Platform supply vessel) às embar-cações usadas na construção de dutos, como os Plsv (laying Pipe support vessel) e os rsv (rOv support vessel), com veículos ope-rados remotamente (rOv).

Nessas embarcações, o índice de conteúdo local varia de 45% a 70% nos estaleiros, sendo de 62% em navios, conforme dados do Fundo de Marinha Mercante. E para lançar ao mar essa frota de bandeira brasileira, o país gerou emprego e renda: o setor naval, que empregava 1.900 pes-soas em 2000, hoje tem 78 mil pessoas nos estaleiros e geram mais 300 mil empregos na rede de fornecedores de equipamen-tos e serviços. ariovaldo rocha prevê que, até meados de 2015, os empregos diretos alcançarão a marca de cem mil pessoas. Os maiores empregadores diretos es-tão localizados nos estados do rio de Janeiro e rio Grande do sul.

O documento do sinaval des-taca que há previsão de ampliação do transporte marítimo na costa brasileira e na malha fluvial, com ênfase no escoamento de grãos e minérios para os portos. sem falar na demanda crescente por equipa-mentos (leia-se embarcações) para exploração e produção de petróleo e gás natural em águas profundas (offshore), e que deve se esten-der até a próxima década, uma vez que a projeção da Petrobras é chegar a 2020 com uma produção superior a 5 milhões de barris de óleo equivalente (petróleo e gás) por dia.

Crescimento movido a óleo e gása perspectiva do sinaval é que,

somente este ano, a construção naval tenha um crescimento de 15% – o mais alto pico das expec-tativas da economia brasileira, que

especial: indústria naval

Recursos do FMMDesembolsos em 2013: R$ 4,9 bilhões. Desembolsos desde 2001: R$ 22,7 bilhões Ano R$ bilhões2001 ...............................................0,32002 ..............................................0,32003 ............................................. 0,62004 ..............................................0,72005 ..............................................0,52006 ............................................. 0,62007 ............................................... 1,12008 ...............................................1,32009 ..............................................2,32010 ...............................................2,62011 ................................................2,72012 ...............................................4,82013 ...............................................4,9Total ....................................... 22,7 Fonte: FMM – CGU

Estimativa da Abeam (Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo)

Frota em operação no Brasil:450 navios; 211 de bandeira bra-sileira; 239 de bandeira interna-cional.

Expansão até 2020:Mais 236 navios. O total da frota no Brasil aumentaria para 686 navios: 386 de bandeira interna-cional; 300 de bandeira brasileira.

Contratações da 6ª rodada do ProrefamEm maio de 2014 a diretoria da Petrobras aprovou, as contratações de 23 navios de apoio marítimo do Programa de Renovação da Frota de Embarcações de Apoio Marítimo (Prorefam).

Operador Navio Quantidade

Asgaard PSV 6

Starnav PSV 6

Bram PSV 3

Wilson, Sons PSV 2

CBO PSV 2

CBO AHTS 4

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Navios zarpam na produção industrial brasileira

tem perspectivas de crescer mísero 1,5%. Pela carteira de encomen-das, seis navios e três comboios hidroviários, todos de bandeira brasileira, vão integrar a frota da transpetro até dezembro.

somados aos barcos de apoio, unidades de produção e outros tipos de embarcações que serão finalizadas até dezembro, a previ-são é que 2014 registre um recorde de entregas de itens da carteira de encomendas da indústria naval brasileira. Carteira que, de acordo com a principal demandante, é apontada como a quarta maior do mundo, na categoria de navios em geral, e a terceira em número de petroleiros.

se a previsão do sinaval for confirmada, sinalizará a manuten-ção do nível de crescimento médio registrado na primeira década de 2000, que foi de 19,5% ao ano, em função até do salto de produção que a sucateada indústria naval teve de dar em um período curto para atender a demanda local.

“Esta retomada é basicamente consequência do desenvolvimen-to das encomen-das da Petrobras e da produção offshore”, afirma o co-ordenador de infraestrutura Econômica do instituto de Pes-quisa Econômica aplicada (ipea), Carlos Campos Neto, autor do livro Soerguimento da indústria naval no Brasil – 2000-2013, em parceria com o técnico de Planejamento e Pesquisa do ipea, Fabiano Pompermayer.

Eles destacaram ainda que de 2012 e 2020, as encomendas do se-tor naval abrangem 22 plataformas de produção de petróleo e gás, 146 navios de apoio offshore, 29 son-das de perfuração, 26 petroleiros, 15 gaseiros, 38 navios de produtos, nove bunkers e cinco submarinos (um nuclear), entre outros itens, totalizando 404 embarcações.

Crew Boat “MARIMAR XX”Armador: Marimar S/A Estaleiro Inace

PSV 4500 CBOArpoador Armador: CBO Estaleiro Aliança

PSV Siem AtlasArmador: Siem Estaleiro Vard Niterói

OSRV Astro TupyArmador: Astromarítima Estaleiro Eisa

PSV PrionArmador: Wilson,Sons Estaleiro Wilson, Sons

PSV AlcatrazArmador: Wilson, Sons Estaleiro Wilson, Sons

PSV TagazArmador: Wilson, Sons Estaleiro Wilson, Sons

Crew Boat BS MaresiasArmador: Wilson, Sons Estaleiro Arpoador Guarujá

PSV Starnav PerseusArmador: Starnav Estaleiro Detroit

PSV Starnav CentaurusArmador: Starnav Estaleiro Detroit

PSV Starnva UrsusArmador: Starnav Estaleiro Detroit

PSV Starnav RegulusArmador: Starnav Estaleiro Detroit

PSV Bram BravoArmador: Bram Estaleiro Navship

PSV Bram Bruce KayArmador: Bram Estaleiro Navship

PSV Bram Boa VistaArmador: Bram Estaleiro Navship

PSV Bram BuccanerArmador: Bram Estaleiro Navship

OSRV Mar Limpo IIIArmador: Bravante Estaleiro São Miguel

OSRV Mar Limpo IVArmador: Bravante Estaleiro São Miguel

Fonte: FMM

Tipo Bandeira internacional Bandeira brasileira Total

PSV 93 87 180

AHTS 80 19 99

PLSV 8 2 10

DSV / RSV 11 3 14

OSRV 23 15 38

MPSV 6 2 8

Total 221 128 349

Não inclui navios tipo LH (manuseio de linhas) e Crew (passageiros)

Navios de apoio marítimo (21 navios entregues em 2013)

Frota de apoio marítimo

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Esses números foram apre-sentados no painel ‘investimen-tos em petróleo e o impacto da indústria naval’ do evento múl-tiplo de logística, energia, trans-porte e saneamento (l.E.t.s.) promovido pelas federações de indústrias dos estados de são Paulo (Fiesp) e rio de Janeiro (Firjan), entre os dias 19 e 22 de maio, na capital paulista.

Os autores do livro apontam que dos r$ 149,5 bilhões em investimentos previstos, a maior parte será consumida na produ-ção de sondas de perfuração – r$ 54 bilhões (pela sete Brasil, que tem parceria com a Petro-bras, sendo que esta terá uma despesa operacional/Opex de r$ 10,8 bilhões/ano) – e plata-formas (r$ 53,4 bilhões a serem desembolsados pela petroleira brasileira).

a estatal fará uma contrata-ção adicional de 15 plataformas até 2017, com o desembolso de mais r$ 36,75 bilhões, segundo os pesquisadores do ipea, que desatacaram a necessidade de mais 12 a 15 plataformas, a partir de 2020, para a exploração do Campo de libra. De acordo com o levantamento feito por Campos Neto e Pompermayer, este inves-timento extra na construção de 13 plataformas somaria mais r$ 31,85 bilhões.

Falta qualificaçãoPara Carlos Padovezi, diretor

do Centro de Engenharia Naval do instituto de Pesquisas tecnológicas (iPt), que participou do mesmo painel no l.E.t.s., a preocupação

é se os novos estaleiros ou os investidores que estão vindo para o país consegui-rão sobreviver após o pico de demanda provocado pelas

necessidades das plataformas que a Petrobras está construindo.

“a impressão é que muitos destes estaleiros não terão con-dições de continuar em médio ou longo prazo”, diz o executivo do iPt. Para ele, o custo da mão de obra ainda deve continuar elevado até o Brasil recuperar o patamar de qualificação que alcançou na sua fase áurea, antes do sucateamento do setor.

“Os estaleiros estão contratan-do gente, mas ainda tendo que capacitar o pessoal. vamos passar por um período que ainda não va-lerá comparar a nossa produtivida-de com países que estão de modo permanente construindo navios e plataformas”, alertou.

Padovezi destacou que é funda-mental ter um sistema de forneci-mento de peças e serviços eficien-

tes dentro do país, para atender a demanda do pré-sal. E, para isso, é necessário que a indústria tenha continuidade de demanda local e a perspectiva de atuar no mercado exportador.

“O setor deve buscar maior competitividade respaldado no desenvolvimento tecnológico, qualificação de recursos humanos e gestão, além de investir em pla-nejamento para reduzir os custos de produção”, afirmou Padovezi, lembrando que materiais, peças e equipamentos compõem 65% dos custos da indústria. a mão de obra responde por 20% e os 15% restan-tes se devem a custos complemen-tares. “Para fazer um navio, por exemplo, o fabricante precisa de duas mil a três mil peças e cerca de 20 mil a 30 mil itens”, explicou o diretor do iPt.

Expansão da cadeia produtivaO setor de navipeças também

cresceu, ainda que bem abaixo dos índices registrados pela indústria naval. De acordo com Pomper-mayer, as receitas dessa cadeia produtiva tiveram um crescimento médio anual de 6,1% entre 2000 e 2010. “Os estudos sinalizam um desempenho muito bom, mas ain-da desconectado do crescimento da indústria naval”, afirma.

Para consolidar esses números, os pesquisadores consultaram 734 empresas que integram o catálogo de navipeças da agência Brasilei-ra de Desenvolvimento industrial (abdi) e da Organização Nacional da indústria do Petróleo (Onip). Deste total, 98 empresas (mais de 13% das empresas listadas) deram retorno. E positivo: para 75,6%, as perspectivas para os próximos anos são boas para o segmento. tanto que 51,2% dos entrevistados afirmaram ter planos de investi-mentos para ampliar a capacidade operacional.

Já em relação aos programas públicos de incentivo à inovação e investimentos, os resultados mos-tram que ainda há muito a evoluir:

especial: indústria naval

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54,4% alegaram desconhecer os benefícios e apenas 8,1% já utili-zaram tais recursos. Mas a maioria (82,5%) concorda em um ponto: a carga tributária é o pior entrave ao desenvolvimento do setor, seguida da regulação trabalhista (60,6%).

a associação Brasileira da indústria de Máquinas e Equi-pamentos (abimaq) também vê os entraves tributários como uma ‘borrasca’ anunciada: ou seja, o vilão que ameaça a nau da produção naval no longo cur-so. De acordo com o presidente da Câmara Naval e Offshore da abimaq, Marcelo Campos, o setor de construção naval brasileiro tem grande potencial, mas poderia se desenvolver melhor sem a pesada carga tributária nacional, que faz com que o volume de importações se sobreponha à produção local, desestimulando o mercado.

“O Brasil tem a mais alta carga tributária do mundo. torna-se mui-to difícil competir com o fabricante internacional, principalmente por-que os estaleiros precisam comprar pelo menor preço possível”, recla-ma Campos. “O custo unitário dos produtos fabricados no país não é baixo e o resultado é a falta de investimentos nessa indústria uma vez que os fabricantes nacionais não têm garantia de demanda no médio e longo prazo”, frisa.

Daí a importância de se investir tanto na capacitação como na con-solidação de “uma agenda comum entre governo, indústria e estalei-ros, de forma a direcionar políticas sustentáveis para o setor para beneficiar toda a cadeia produtiva, pós pedidos do pré-sal”, afirma Campos.

Prioridades na liberação de recursos

Considerado um setor estra-tégico na atração de investimen-tos internacionais, a indústria naval tem papel importante na economia local, pela geração de emprego e renda, criação de ino-vação e tecnologia. O relatório do

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especial: indústria naval

sinaval lembra que, no panorama mundial, os países fortalecem o setor de construção naval median-te previsões e planejamento de expansão do transporte marítimo – segmento que deverá crescer das atuais 10 bilhões de tonela-das para 19 bilhões de toneladas anuais, em 2030.

Em um país de dimensões conti-nentais e com enorme potencial hi-droviário, projetar a expansão desse modal de transporte é natural. Mais ainda quando se leva em conside-ração o crescimento acelerado do setor offshore de indústria brasileira de óleo e gás, que depende não somente de unidades de produção como também de embarcações de apoio para todas as etapas da cadeia produtiva upstream.

De acordo com a international Energy agency (iEa, agência in-ternacional de Energia), a demanda

por petróleo e seus derivados deve seguir forte até 2040, quando a previsão é de que a participação do hidrocarboneto na matriz de ener-gia deverá cair de 81% para 75%. Diante desse cenário, a indústria brasileira de óleo e gás deverá re-forçar os investimentos para manter e ampliar sua produção, ainda ma-joritariamente em águas profundas.

Boa parte desses investimen-tos será alocada em projetos encomendados ao setor naval, que tem necessidades cada vez maiores de recursos financeiros para fazer frente à urgência e complexidade da demanda da indústria de óleo e gás. alguns deles estão na lista de 118 proje-tos prioritários que vão receber apoio financeiro do Fundo de Marinha Mercante (FMM), pu-blicada em junho pelo Ministério dos transportes. De acordo com

a resolução n. 132, um total de r$ 4,2 bilhões foi aprovado para projetos de 14 empresas.

Desde 2001 até o ano passado, o FMM desembolsou um total de r$ 22,7 bilhões. No início dos anos 2000, os recursos variavam entre r$ 300 milhões (2001) e 600 mi-lhões (2006). O grande salto se deu em 2007, quando totalizou r$ 1,1 bilhão, chegando a r$ 4,9 bilhões em 2013.

Neste período de sete anos foram entregues o montante de 357 embarcações (77 no ano passado, dos quais 21 de apoio offshore) e concluídos nada menos que seis projetos em estaleiros (quase um por ano). Outras 157 embarcações e oito obras em estaleiros estão sendo financiadas pelo fundo.

segundo as regras do Fundo, até 90% do valor são passíveis de fi-nanciamento com recursos do FMM (com exceção das embarcações para o transporte de passageiros em que é possível o financiamento integral dos barcos, devido ao relevante inte-resse social). a definição do percen-tual de financiamento depende do conteúdo nacional de cada projeto e do tipo da embarcação, nos termos das regras previstas na resolução n. 3.828/2009, do Conselho Monetário Nacional. as empresas têm até me-ados de junho de 2015 para efetivar a contratação dos projetos com os agentes financeiros, o que possibilita-rá o início do repasse dos recursos.

Outro financiador do setor na-val, o Banco Nacional de Desen-volvimento Econômico e social (BNDEs), mapeou os investimen-tos previstos nos diversos setores da economia brasileira, preven-do um total de r$ 4,07 trilhões no período de 2014 a 2017. Os maiores valores serão em petróleo e gás. somente o campo de libra, primeiro concedido em regime de partilha para consórcio que reúne Petrobras, shell, total e duas es-tatais chinesas, os investimentos estimados para esse período são de r$ 488 bilhões.

Geração de empregosOs estaleiros brasileiros empregam diretamente 78 mil pessoas e geram mais 300 mil empregos na rede de fornecedores de equipamentos e serviços. Os estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul lideram como os maiores empregadores.

Estado/Localização Empregados Part. %

Rio de Janeiro 30.506 39,05

São Paulo 1.782 2,28

Espírito Santo 410 0,52

Total Sudeste 32.698 41,85

Santa Catarina 4.247 5,43

Rio Grande do Sul 19.954 25,54

Total Sul 24.201 30,97

Pernambuco (Suape) 7.923 10,14

Bahia 92 0,12

Ceará 702 0,90

Sergipe 38 0,05

Total Nordeste 8.755 11,21

Pará (Belém) 580 0,74

Amazonas 11.902 15,23

Total Norte 12.482 15,97

Total geral 78.136 100,00Fonte: Sinaval

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especial: indústria naval

Indústria naval fluminense: R$ 10 BILhõEs EM INVEsTIMENTOs

Realizado em junho pela secretaria de Desenvolvim-

ento Econômico, Federação das indústrias do Estado do rio de Janeiro (Firjan) e Fórum de trab-alhadores do setor, o evento abriu espaço para os principais agentes do setor discutirem projetos e desafios da indústria naval fluminense, que recebeu investimentos da ordem de r$ 10 bilhões nos últimos anos.

“a indústria naval brasileira teve um processo de recuperação excelente, desde 2003, quando a

Petrobras voltou a encomendar navios e plata-formas nacionais. saímos de sete mi l empregos no Brasil (quatro mil no rio) para

78 mil empregos. Mas está na hora de dar um passo adiante”, afirmou Julio Bueno, secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ener-gia, indústria e serviços.

ao falar sobre políticas públicas voltadas para a cadeia de petróleo e gás, o secretário afirmou: “É hora de as empresas nacionais do setor se voltarem para o mercado interna-cional e buscarem competitividade em nível mundial.” E defendeu uma “nova visão” da política de conteúdo nacional hoje em vigor, que prevê a contratação local de equipamentos e máquinas para o setor de petróleo. “Precisamos garantir a continuidade

das encomendas nos estaleiros e junto a fornecedores nacionais, mas é preciso que esse segmento seja inserido no contexto interna-cional”, pontuou. O primeiro passo seria a maior previsibilidade das encomendas futuras da Petrobras nos próximos anos, para que a in-dústria nacional possa se preparar para atender nos prazos e qualidade exigidos.

Expansão industrial e tecnológicaBueno observou que a iEa pre-

vê investimentos de cerca de us$ 1,2 trilhão no Brasil nos próximos 20 anos – uma média de us$ 55 bilhões por ano entre 2015 e 2035. recursos principalmente para a ex-ploração e produção de áreas off-shore e onshore, em todo o país.“É

um montante formidável, mas estão sendo consideradas apenas as áreas já concedidas. O volume pode ser muito maior, se se levam em conta outras áreas que ainda serão leiloa-das pela aNP. Mais que isso, pre-cisamos avançar na identificação de novas áreas potenciais”, pontuou. E salientou que o Brasil tem hoje apenas 1,5 milhão de km2 de bacias sedimentares mapeados, de um total de 7,5 milhões de km2.

Julio Bueno destacou que o esta-do do rio de Janeiro – o qual em seus cálculos deverá abocanhar cerca 80% dos investimentos previstos – está se preparando para essa expansão, apontando três frentes de ações do governo estadual.

a primeira foi a consolidação do estado como um polo de centros

Os números do setor naval fluminense, que hoje emprega 30 mil pessoas – cerca de 40% do total dos que estão trabalhando em estaleiros espalhados pelo país – foram apresentados no III Balanço do Setor Naval e Offshore do Rio de Janeiro, que reuniu mais de 300 participantes, entre empresários, trabalhadores e autoridades.

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Parque Tecnológico da Ilha do Fundão

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Navios zarpam na produção industrial brasileira

de pesquisa e desenvolvimento do mundo, com o Parque tecnológi-co da ilha do Fundão. a área da universidade Federal do rio de Janeiro vai abrigar pelo menos 15 grandes centros de empresas como a BG, Halliburton, schlum-berger, FMC e Baker Hughes, em torno do Cenpes, da Petrobras, que recebe investimentos de us$ 1 bilhão por ano.

a segunda iniciativa foi a criação do cluster de subsea, que busca atrair para o estado empre-sas que forneçam soluções e eq-uipamentos submarinos para o setor de exploração de petróleo e gás natural.

“temos hoje 85 empresas nesse segmento, mas há muito espaço para novas fabricantes mundiais, levando em consideração que a iEa estima que o Brasil vá concen-trar 44% dos equipamentos sub-

sea no mundo até 2020”, destacou Julio Bueno.

Por último, ele destacou os resultados da política industrial voltada para o setor, outra ação adotada pelo governo fluminense,

que já atraiu mais de us$ 1 bilhão em investimentos nos últimos anos. Empresas globais, como technip e NOv, ambas instaladas no Porto do açu, já começaram a operar em fase de testes.

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NAS ÁGUAS DO PROMEF

Quando foi lançado, há 10 anos, o Promef, Programa de Modernização e Expansão da

Frota da transpetro, buscava atender dois aspectos: a renovação de uma frota estratégica para uma petrolei-ra que extrai a maior parte de sua produção do mar, em águas profundas, e uma política industrial de incentivo aos estaleiros locais que se encontra-vam às moscas, com o objetivo de gerar renda e emprego em larga escala.

O primeiro Promef previa 23 em-barcações, e o segundo, mais 26. a reconstrução da indústria naval, em simultâneo com as primeiras encomendas, foi um processo difícil. tanto que o primeiro navio do pro-grama só foi lançado ao mar uma década depois: em novembro de

2011 é entregue à transpetro o navio de produtos claros (derivados), Celso Furtado, construído pelo estaleiro Mauá (rJ), com 70% de índice de nacionalização.

Nos dois anos seguintes, seriam entregues dois suezmax para trans-

porte de óleo cru, e dois de produtos. No primeiro semestre deste ano, mais duas embarcações começaram a operar, entre elas o terceiro suez-max, o Dragão do Mar.

O primeiro suezmax do Promef a entrar em operação, o João Cân-

Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro fez a indústria naval içar âncora e sair do sucatemaento.

especial: indústria naval

Navios petroleirosPromef - Programa de Modernização e Expansão da Frota da TranspetroSete navios entregues à Transpetro até abril de 2014: nov/2011, Celso Furtado (Mauá); maio/2012, João Cândi-do (EAS); julho/2012, Sérgio Buarque de Holanda (Mauá); jan/2013, Rômulo Almeida (Mauá); maio/2013, Zumbi dos Palmares (EAS); jan/2014, José de Alencar (Mauá); abril/2014 (EAS)

Promef - Entregas de navios previstas até o final do programa

Estaleiros/Navios 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

EAS (PE)

7 Suezmax 3 2 2

4 Suezmax DP 3 1

5 Aframax 2 2 1

3 Aframax DP 3

Mauá (RJ)8 navios de produtos 2 3 3

4 Panamax 3 1

VARD Promar (PE) 8 gaseiros 2 3 3

Estaleiro a definir 3 navios para bunker 1 2

Total 8 8 8 5 2 5 6

Fonte: Petrobras (datas sujeitas a alteração)

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Navios zarpam na produção industrial brasileira

dido – primeiro construído no Nordeste (Eas/Estaleiro atlântico sul), em julho deste ano realizou sua primeira viagem internacional transportando 1 milhão de barris de petróleo do Campo de lula, no pré-sal da Bacia de santos, para ter-minais petrolíferos no Chile.

Com a retomada da curva de aprendizagem e qualificação intensi-va de mão de obra, a indústria prevê entregar os outros 42 navios até o final da década. O que significaria uma média de seis navios ao ano.

Maior é a demanda por navios de apoio marítimo, necessários em todas as operações, desde a perfu-ração exploratória até o próprio es-coamento de petróleo das unidades de produção offshore (as platafor-mas). Hoje, os navios de bandeira estrangeira lideram nos segmen-tos de maior valor de diárias: Psv, aHts, Plsv e rsv.

De acordo com a associação Brasileira das Empresas de apoio Marítimo (abeam), a frota em operação no Brasil, incluindo navios de manuseio de linhas e transporte de passageiros, total-iza 450 navios – 211 de bandeira brasileira e 239, internacional. a despeito de todo o esforço naval, esse desequilíbrio vai continuar. até 2020, estão previstos mais 236 navios, elevando a frota a

um número total de 686 barcos de apoio, dos quais menos da metade (300) de bandeira brasi leira.

Para atender essa demanda foi criado no mesmo ano (1999), o Pro-grama de renovação da Frota de apoio Marítimo (Prorefam) que até hoje contratou 87 embarcações: 63 estão em construção e 26 estão em operação. a meta é contratar mais 57 navios nas próximas rodadas do programa.

A base de apoio logístico offshore do Grupo Chouest (Brasil Port) encontra-se

em construção no Porto do Açu e, ao final de todas as etapas de construção,

poderá executar até 14 atracações simultâneas. Estima-se que a primeira

etapa do projeto já estará entregue e operacional em março de 2015.

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PRODUçãO OFFSHOREMOBILIzA ESTALEIROS

Hoje, a indústria naval brasileira tem uma das maiores carteiras de encomendas de platafor-

mas de produção do mundo. Das nove plataformas recebidas pela Petrobras nos últimos 15 meses, seis foram total ou parcialmente construí-das no Brasil. Das outras 14 platafor-mas em construção no país, apenas duas delas têm casco convertido no exterior. E mais 22 plataformas estão previstas pela Petrobras.

O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José For-

migli, reafirmou recentemente que o pré-sal, que já produz mais de meio milhão de barris dia, deman-dará 72 platafor-mas (incluindo as

áreas da cessão onerosa).Estão em construção:• 10 plataformas no Estaleiro Rio Grande (ErG-Ecovix), em rio Grande (rs);• 1 plataforma no Estaleiro Brasa, em Niterói (rJ), integração de módulos;

• 1 plataforma no Estaleiro BrasFels, angra dos reis (rJ), integração de módulos;• 4 plataformas no Estaleiro Inhaú-ma, no rio de Janeiro (rJ).

Parte da demanda será atendida por estaleiros locais, e outra, por em-presas internacionais, através de con-tratos de afretamentos com gestoras de ativos e integradoras de sistemas que já são parceiras da Petrobras.

sondas também entrarão na car-teira de encomendas: são 29 as uni-dades contratadas pela sete Brasil, com investimentos estimados em us$

25,5 bilhões, tendo o BNDEs como um dos principais financiadores. as sondas vão operar alugadas para a Petrobras em contratos de longo prazo.

Com isso, foi dado o mote para uma especialização de empresas, que estão se qualificando para construir sondas, com alta tecnolo-gia agregada. surgiram dois novos estaleiros – Jurong aracruz (Es) e Enseada (Ba) –, que vão atender a sete Brasil juntamente com três já existentes: Estaleiro atlântico sul (PE), rio Grande Estaleiros (rs) e BrasFels (rJ).

As metas de produção da Petrobras têm mobilizado toda a cadeia fornecedora, principalmente os estaleiros que constroem e integram módulos de plataformas.

especial: indústria naval

Em meio a tantas perspectivas po-sitivas, surgem alguns redemoinhos no mercado. Vários estaleiros enfrentam dificuldades, devido, também, à falta de planejamento. É o caso do Estaleiro Ilha S/A (Eisa), que a despeito de deter uma das maiores carteiras, com 26 contra-tos que somariam uS$ 1,6 bilhão, teve problemas de produtividade por não ter investido firme para atender a demanda.

Segundo Josuan Moraes Ju-nior, presidente do Eisa, o esta-leiro não investiu porque o agente financeiro do FMM demorou a aprovar o empréstimo para o es-taleiro se modernizar. No entan-to, o jornal O Valor apurou que o Eisa obteve, em outubro de 2012, “prioridade” do FMM de R$ 208 milhões. Contudo, a autorização

foi cancelada em outubro do ano passado quando o estaleiro não conseguiu aprovação do emprésti-mo junto à Caixa.

O empresário Germán Efromo-vich e os administradores tentam encontrar uma saída para a grave crise do estaleiro, que ficou mais de um mês paralisado. Efromovich, que controla o Eisa por meio do Synergy Group, estaria buscando compra-dores para o estaleiro. Mas a venda neste momento é difícil.

Nem tudo é calmaria

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TN Petróleo 96 37

Plataformas de petróleo

Plataformas Estaleiros

2013 (Entregues)

P-55 – SSEAS (PE) – Casco.QGI (RS) – Módulos. Totalmente construída no Brasil

P-58 – FPSO QGI (RS) – Integração de módulos

P-61 – TLWP

BrasFELS (RJ) – Primeira plataforma do tipo TLWP (Tension Leg Wellhead Platform) construída no Brasil. Deck mating realizado em 13/05/2013

P-62 – FPSO EAS (PE) – Integração de módulos

P-63 – FPSO QUIP (RS) – Integração de módulos

Cidade de Paraty – FPSO BrasFELS (RJ) – Integração de módulos

2014 (Previsão)

Cidade de Mangaratiba – FPSO BrasFELS (RJ) – Integração de módulos

Cidade de Ilhabela – FPSO Estaleiro Brasa (RJ) – Integração de módulos

Cascos de plataformas FPSO em construção

Oito cascos: P-66; P-67; P-68; P-69; P-70; P-71; P-72; P-73.

Estaleiro Rio Grande – ERG 1 (RS)

Quatro cascos: P-74; P-75; P-76; P-77;

Estaleiro Inhaúma (RJ)

Fonte: Sinaval Integração de módulos para FPSOsTOMÉ – FERROSTAAL (RS): Módulos para seis plataformas FPSO “replicantes” em construção do ERG, em Rio Grande (RS).EBR – TOYO (RS): Módulos para o FPSO P-74 (casco no Estaleiro Inhaúma – RJ).TECHNIP – TECHINT (PR): Módulos para o FPSO P-76 – (casco no Estaleiro Inhaúma – RJ)ESTALEIRO BRASA (RJ): Módulos para dois FPSOs construídos na Ásia para a SBM-Queiroz Galvão Óleo e Gás.MENDES JÚNIOR - OSX (RJ): Fabricação e integração de oito módulos para FPSO para o consórcio Petrobras, BG Group, e Petrogal para produção em campo do pré-sal.

Sondas de perfuração (entregas previstas)

Estaleiros 2016 2017 2018 2019 2020

ERG (RS) 3 navios-sonda

Cassino Curumim Salinas

BrasFELS (RJ) 6 semissub

UrcaFrade

BracuhiPortogalo

Mangaratiba Botinas

EAS (PE) 6 navios-sonda

Copacabana Grumari

IpanemaLeblon Leme

Marambaia

Enseada (BA) 6 navios-sonda

Ondina Pituba BoipebaItapema

InterlagosComandatuba

Jurong (ES) 7 navios-sonda

Arpoador Guarapari

Camburi Itaoca

Itaúnas Siri

Sahy

Fonte: Sinaval

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38 TN Petróleo 96

PORTO DO AçUserá um grande polo naval

“OS FORNECEDORES de equi-pamentos para a indústria de O&G reconhecem as vantagens competitivas que o Porto do Açu oferece como plataforma para os seus negócios”, afirma a dire-tora de Operações da Prumo, Cristiane Marsillac, em rápida entrevista à TN Petróleo.

TN Petróleo – O Porto do Açu é um complexo logístico e industrial, que também abriga players do setor naval, como a Wärtsilä e, agora, a Edison Chouest, com seu estaleiro de reparos. Vocês acreditam que podem atrair para a região outros players do setor naval?

Cristiane Marsillac – Com certeza. O Porto do Açu possui as melhores condições para instalação de bases offshore no país por sua localização estratégica, próximo à Bacia de Campos, área de cais dis-ponível dentro do Canal do Terminal 2 e calado de até 14,5 m. Também temos área disponível no entorno, o que facilita a instalação imediata de uma cadeia de fornecedores.

Que tipos de empresa terão vanta-gem ao se instalar no complexo?

No Porto poderão ser instala-das bases para movimentação e tratamento do petróleo, base de apoio para as operações offshore

de E&P e polo metalmecânico dedicado à indústria de óleo e gás, entre outras coisas.

Há espaço para estaleiros de grande porte? Ou apenas para fornecedores de equipamentos? Algum investidor manifestou interesse em fazer um empreendi-mento naval no local?

Estamos mantendo conversas com diversos potenciais clientes desta indústria, mas, neste mo-mento, não podemos comentá-las. Além disso, há espaço para um estaleiro de reparo para embarca-

ções de grande porte, projeto que está em desenvolvimento.

Quais empresas da cadeia naval estão instaladas ou em instalação no local?

Atualmente, as empresas do setor naval que estão se insta-lando no porto são: National Oilwell Varco (NOV), fornecedora de componentes mecânicos para sondas de perfuração terrestres e marítimas; a Technip Brasil, que está construindo uma unidade de produção de tubos flexíveis, com área para armazenagem e teste de material; a Wärtsilä, que vai produzir e montar grupos geradores e propulsores azimutal (será a primeira unidade indus-trial brasileira, após décadas de atuação no Brasil); a InterMoor, do Grupo Acteon, que fornecerá apoio logístico e serviços especializa-dos à indústria de óleo e gás; a Edison Chouest Offshore (ECO), que implantará uma base de apoio logístico offshore e estaleiro de reparos navais, com capacidade para receber até 18 embarcações da empresa ou de parceiros. Te-mos ainda a GE, que está criando uma unidade no polo metalmecâni-co, e a Vallourec, fornecedora de soluções tubulares Premium, que vai instalar lá uma base logística,

Com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) e uma direção que não quer perder tempo, a Prumo acelera a implantação do Porto do Açu, que até o final da década deverá se consagrar como um complexo naval sem precedentes no país.

especial: indústria naval

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para armazenagem e fornecimento ‘just in time’ de tubos e serviços especializados.

A NFX, joint venture, formada pela Prumo e a BP, também terá uma base no Porto do Açu. Qual o objetivo?

Será uma base para impor-tar, exportar, vender, arma-zenar, misturar, distribuir e/ou comercializar combustíveis marítimos, sob a marca da BP Marine. Este centro de abas-tecimento deverá atender às demandas de navios dos mais variados portes e atividades, como PSVs (Platform Supply Vessels) e navios de cabotagem e de longo curso, por com-bustíveis como diesel marítimo (MGO/Marine Gas Oil) e bunker (IFO/Intermediate Fuel Oil).

NO TOPO DO RANKING dos maio-res empréstimos do Banco Nacio-nal de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), divulgado no balanço da instituição, está a Prumo Logística, que conduz obras de implantação do porto de Açu, no município de São João da Barra (RJ), norte fluminense.

Criado pela LLX de Eike Batista, o complexo passou a ser controlado pelo grupo americano EIG (com 52% do capital), enquanto que o milioná-rio brasileiro ficou com uma fatia de 11,6% da companhia. O empreendi-mento será dedicado à movimentação

de cargas gerais (carvão mineral, produtos siderúrgicos, granito e contêineres) e a serviços de logística para o setor de óleo e gás na Bacia de Campos.

Dos R$ 1,8 bilhão contratados em fevereiro, metade é dívida nova e os outros R$ 900 milhões serão usados na renegociação de empréstimo deti-do anteriormente por um banco pri-vado. No total, a Prumo contratou R$ 2,3 bilhões de empréstimo-ponte com o BNDES, com garantia dos bancos Bradesco e Santander. O empréstimo reflete a política do BNDES (leia-se Governo) de dar prioridade à infraes-

trutura, ainda que já haja avaliações de que o volume de financiamento dos investimentos no setor constitui um desafio nos próximos anos.

Segundo a Prumo, que também emitiu R$ 750 milhões em debêntu-res, distribuídas pela Caixa Eco-nômica Federal (CEF), e tem R$ 2 bilhões de capital próprio (chamado de “equity”) para seguir adiante com o projeto, o montante de empréstimos se justifica pelo porto ser, segundo a empresa, “um dos maiores em-preendimentos de infraestrutura em execução no país atualmente”.

Maior contrato de crédito do BNDES é com a Prumo Empresa responsável pelo complexo do Super Porto do Açu obteve R$ 1,8 bilhão.

Navios zarpam na produção industrial brasileira

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40 TN Petróleo 96

PETROBRAS é DESTAQUE no World Petroleum Congress (WPC)

Entre os temas do congresso neste ano, o papel da indústria do petróleo como propulsora de desenvolvimento econômi-

co, as novas fronteiras do gás e a sus-tentabilidade financeira do setor.

“a rússia desempenha um dos papéis mais importantes, se não o mais importante, no setor mundial da energia, pelo nível de extração de petróleo e gás e pelo número de

reservas prospectadas”, explicou a escolha daquele país como sede do evento o presidente do Conselho Mundial de Petróleo, renato Bertani, diretor executivo da Barra Energia Petróleo e Gás, eleito presidente do Conselho Mundial de Petróleo para o triênio 2011-2014. Esta foi a pri-meira vez que um representante do hemisfério sul foi eleito para essa importante posição no WPC.

O assessor da presidente da Petrobras para Conteúdo local e co-ordenador executivo do Programa de Mobilização da indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), Paulo alonso, presidiu o fórum ‘En-suring the security of supply of equip-ment, materials and local content in-frastructure’ [Garantindo a segurança do fornecimento de equipamentos, materiais e infraestrutura de conteúdo

eventos WPC 2014

A Petrobras foi destaque da 21ª edição do World Petroleum Conference (WPC), realizada de 15 a 19 de junho, em Moscou, na Rússia. O evento reuniu cinco mil delegados, incluindo 30 ministros de Estado e 400 presidentes de empresas de mais de 80 países.

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local]. Ele traçou um panorama das políticas de conteúdo local no mundo e lembrou que o assunto tem gan-hado relevância global nos últimos dez anos, ressaltando, no entanto, que essas políticas não devem ser protecionistas, mas de incentivo.

“Não há dúvida de que o objetivo principal de uma política de conteúdo local eficaz é promover a participação da indústria nacional nos projetos de petróleo e gás em base sustentável e competitiva”, disse. “Políticas gover-namentais devem ser encorajadoras, não de proteção”, defendeu alonso, para quem o poder de compra de uma grande companhia nacional de petróleo, a exemplo da Petrobras, é um poderoso instrumento para o de-senvolvimento local, de fabricantes e de prestadores de serviços.

O executivo destacou ainda o papel das instituições de ensino, especialmente em países nos quais a falta de pessoas qualificadas pode ser um problema. “um plano amplo deve ser concebido para criar uma massa crítica de engenheiros, admi-nistradores e técnicos para alimentar a indústria de petróleo e gás em uma base sustentável”, argumentou, ci-tando os resultados do Prominp, que desde 2006 qualificou mais de 95 mil profissionais para trabalhar na indústria do petróleo no Brasil, de

soldadores, mecânicos, eletricistas, administradores até técnicos de au-tomação e controle, e engenheiros.

a gerente executiva da Petrobras para a área de libra, anelise lara, participou da sessão especial ‘the next wave of upstream innovation’ [a próxima onda de inovação na explora-ção e produção de petróleo]. a sessão teve como principal objetivo discutir inovações tecnológicas para explorar e produzir petróleo e gás natural em fronteiras cada vez mais desafiadoras.

a engenheira usou a descoberta do pré-sal brasileiro para falar de inovação no segmento upstream, destacando que as tecnologias usadas desde o imageamento dos reservatórios até a concepção das unidades de produção foram funda-mentais para o sucesso dos projetos.segundo ela, o conjunto de inova-ções desenvolvidas para o pré-sal contribuiu para elevar em dez vezes a produção nos últimos quatro anos e para redução dos custos dos pro-jetos na região. “tivemos grande redução de custos na perfuração e completação dos poços, por exemplo. E esse é um grande ganho, porque a área de poços recebe quase 50% do investimento total dos projetos”, disse. “ se compararmos com o início da fase exploratória, conseguimos reduzir entre 40% e 50% o tempo de

perfuração e completação no pré-sal”, comemorou.

a executiva falou também de siste-mas de ponta que estão sendo utiliza-dos no Brasil, a exemplo do processo WaG (injeção alternada de Água e Gás), ainda em fase piloto no campo de lula, no pré-sal da Bacia de santos.

Outro destaque do evento foi a apresentação da gerente geral da área de Geologia aplicada à Exploração da Petrobras, sylvia anjos, que apre-sentou a palestra ‘Women in the pe-troleum industry. a view from Petro-bras/Brazil’ [Mulheres na indústria do petróleo. uma visão da Petrobras/ Brasil]. Ela mostrou o crescimento do número de geocientistas ao longo da história da Petrobras – que hoje chega a perto de dois mil profissionais – e do crescente percentual de mulheres ao longo desse período, inclusive em cargos gerenciais, lembrando que o maior cargo da empresa é hoje ocupado por uma mulher, Maria das Graças silva Foster.

Fundado em 1933, o WPC é a maior entidade mundial do setor de petróleo. O Brasil tem uma trajetória de sucesso e crescimento junto à en-tidade desde 2002, quando sediou, no rio, a 17ª edição do Congresso Mundial de Petróleo, organizada pelo iBP e considerada um dos maio-res sucessos do evento.

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42 TN Petróleo 96

Reino Unido anuncia parceria com ANP

“O OBJEtivO É aPOiar a aNP no desenvolvi-mento de uma regulação para exploração segu-ra e sustentável de gás não con-

vencional (gás de xisto) no Brasil”, explicou Woods, ao fazer o anúncio durante o evento realizado no dia 26 de junho, no Parque da Bola, no rio de Janeiro.

O encontro, que teve como tema central as novas tecnologias na área de petróleo e gás, reuniu empresários do setor, representantes da aNP, Petrobras e das três maiores operadoras britânicas presentes no Brasil: shell, BP e BG.

O programa de energia abor-dou ainda temas como Eficiência Energética: ganhos locais, im-pacto global e Biocombustíveis – mercados sustentáveis e per-spectivas futuras.

“Essa parceria visa promover a trocar experiências na área de reg-ulação entre os dois países, unindo acadêmicos, empresários, especialistas na área de regulação. Nós, no reino unido, estamos passando mais ou menos a mesma etapa, na área de exploração e no desenvolvimento do gás não convencional. Então, te-mos experiências que, acreditamos, possam ser relevantes para a aNP”, disse o cônsul.

O projeto apresentará soluções para viabilizar a exploração de gás não convencional no Brasil, assim como iniciativas para minimizar os impactos ambientais da extra-ção de gás.

“a demanda por energia no Brasil tem previsão de dobrar até 2020 e o reino unido pode ser um parceiro importante neste desafio”, observou o embaixador britânico alex Ellis, lembrando que mais de 120 empresas britânicas já atuam no Brasil no setor de petróleo e gás.

O seminário contou com a pre-sença de Tathiany Moreira (super-intendente-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento tecnológico da aNP) e representantes de quatro petroleiras: luiz augusto Petrus levy, gerente-geral de Pesquisa e Desenvolvimento em Engenharia da Produção do Centro de Pesqui-sas leopoldo américo Miguez de Mello (Cenpes), da Petrobras; Mar-celo Mofatti, gerente de Desenvolvi-mento de Mercado e Fornecedores da shell; richard Moore, gerente de tecnologia do Grupo BG; Guillermo Quintero, presidente da BP Energy do Brasil.

Paul Watson, diretor de Desen-volvimento de Negócios para o re-ino unido e Europa da Ocean Pow-er technologies – um exemplo de sucesso entre empresas de pequeno e médio porte britânicas com alta

tecnologia para a aplicação no setor de óleo e gás –, apresentou inovações

em geração de energia do mar. após as apresen-tações das empre-sas, foi realizado um debate entre os participantes.

Para tathiany Moreira, a experiência do reino unido vai ajudar o Brasil. “Estamos em uma etapa ainda muito incipi-ente do gás não convencional”, disse. De acordo com luiz augusto Petrus levy, a Petrobras tem previsão de in-vestir nesse setor. “uma parceria com o reino unido, que tem experiência nisso, é interessante”, afirmou.

Presente em mais de 60 países, a campanha Great tem como objetivo divulgar o que o reino unido tem de melhor, atraindo oportunidades nas áreas de negócios, educação e turismo. O programa está apoiado em diferentes pilares que desta-cam as áreas de expertise britânica como: tecnologia, inovação, cultura, legado esportivo, música, sustent-abilidade, criatividade e empreend-edorismo.

eventos Great UK

Durante o seminário de energia do Great Britain House, calendário de cerca de 20 eventos de negócios, esportes e cultura realizados pela embaixada britânica durante a Copa do Mundo no Brasil, o cônsul-geral adjunto do Rio de Janeiro, Matt Woods, anunciou a parceria do Reino Unido com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

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Rio se reafirma como capital nacional do petróleo

“EstE CENÁriO de reservas e produção permite oferecer inúmeras oportunidades e van-tagens competitivas para inves-tidores, não apenas nas áreas de exploração e produção, mas tam-bém na cadeia de valor em setores como subsea e indústria naval”, lembrou o presidente da rio Negócios, agência de atração e facilitação de novos investimentos do rio, Marcelo Haddad. “a rio Conferences foi uma ótima chance para tentar entender onde estão as oportunidades e que tipo de relacionamento é preciso buscar no mercado”, complementa.

O evento reuniu, no dia 3 de julho, no Museu de arte do rio (Mar) os principais executivos do setor para debater temas como as fronteiras da automação indus-trial, os desafios da engenharia, da indústria naval e a consolidação do cluster subsea no rio de Janeiro.

ao todo, foram cinco conferên-cias setoriais, de temas relevantes para a economia do rio (saúde; tecnologia; infraestrutura; audio-visual e Óleo e Gás), que trouxe-

ram para a linha de frente empre-sas com operações globais, líderes empresariais brasileiros e es-trangeiros, agentes financiadores e poder público. “são os setores em que temos mais competitividade que outras praças”, definiu Had-dad. a Global investment summit encerrou a série de eventos com debates sobre tendências inter-nacionais e o papel do Brasil no cenário global.

“Nesses encontros, o rio mostrou seu potencial para atrair investimentos transfor-

madores”, afirmou o prefeito do rio, Eduardo Paes, durante o encerramento da rio Conferences, destacando o papel da rio Negó-cios e sua importância como agente para viabilizar novos empreendimentos.

O evento contou com 2.200 participantes, de 30 países, inclu-indo 500 empresas e 95 palestran-tes. sua realização teve resultados tão positivos que a rio Negócios já planeja um novo encontro para promoção de investimentos du-rante as Olimpíadas de 2016.

Rio Conferences

O Brasil é forte candidato a suprir a demanda global por petróleo nos próximos anos. Respondendo por 83% da produção nacional do insumo, o Rio permanecerá sendo ‘a capital nacional do petróleo’. Essa visão foi consenso entre os participantes do seminário de Óleo & Gás da Rio Conferences, evento promovido pela Rio Negócios para atrair novos investimentos para a cidade.

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Alemães buscam maior inserção na indústria de O&G no BrasilCom forte participação nos setores automotivo e de energia elétrica no Brasil, a Alemanha quer ampliar sua atuação na cadeia produtiva de óleo e gás. Com esse objetivo, a Câmara Brasil-Alemanha (AHK) realizou o Seminário Indústria Naval e Offshore no Brasil: Desafios e soluções, no dia 2 de junho, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), no Centro do Rio de Janeiro.

O seminário marcou o lan-çamento oficial da inicia-tiva rio Oil & Gas Forum,

capitaneada pela própria Câmara Brasil-alemanha, que tem como principal objetivo oferecer para empresas interessadas uma plata-forma de troca de informações e experiências, bem como fomento de networking com importantes fornecedores e instituições, brasileiras e alemãs, dos setores O&G e Naval.

Participaram do evento o sub-chefe da Divisão para a américa latina do Ministério de Econo-

mia e Energia daquele país, Dirk Berg; o cônsul-geral da alemanha no rio de Janeiro, Harald Klein; o diretor da

Marine and Offshore Equipment ind. (vDMa), Hauke schlegel, o representante da Germany trade and invest (Gtai), Oliver Döhne, e o gerente geral e representante da Wintershall do Brasil, Gerhard Haase, coordenador do fórum da aHK na rio Oil & Gas.

O seminário contou ainda com a participação de luis Fernando Mendonça, da Organização Nacional da indústria do Petróleo (Onip), ronaldo Martins, gerente

de desenvolvim-ento de mercado da Petrobras, e Franco Papini, vice-presidente do sindicato Nacional da indústria de

Construção e reparação Naval e Offshore (sinaval).

Tecnologia alemã no PIB brasileiro – Na abertura do even-to, o cônsul-geral Harald Klein

falou sobre as mudanças que vêm acontecendo no rio de Janeiro nos últimos dez anos, que reposi-cionam a imagem da cidade não apenas como um local de turismo e entretenimento, mas também como polo empresarial. E citou as diversas feiras e conferências internacionais realizadas na cidade, assim como a instalação de centros de pesquisas, que reforçam a posição do rio como o principal centro de negócios do setor de óleo e gás.

eventos Seminário Indústria Naval e Offshore no Brasil: Desafios e Soluções

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“todas essas mudanças abrem espaço para novos negócios e oportunidades para as pequenas e médias empresas do Brasil e da alemanha”, observou o cônsul, en-fatizando o desejo da alemanha de oferecer suporte ao Brasil nestes setores em função do seu know-how tecnológico.

“Grandes projetos de investi-mento no futuro são um enorme desafio para o Brasil e uma boa oportunidade de negócio para empresas alemãs”, complementou Dirk Berg, do ministério de Eco-nomia e Energia da alemanha, afirmando que Brasil está no foco do mundo, principalmente no setor offshore e de óleo & gás. “Com seu know-how em máquinas e equipamentos, tecnologia em usinas e em energias renováveis, as empresas alemãs estão prontas para fornecer produtos e ser-viços com qualidade e inovação”, destacou Berg. “O Brasil é o mais importante parceiro comercial da alemanha na américa latina, pois concentra a maior quantidade de companhias germânicas fora da alemanha. O investimento alemão responde por 10% do PiB industri-al brasileiro e ainda há muito es-paço para crescer, especialmente na área de tecnologia”, concluiu.

todos foram unânimes em ressaltar a importância da partici-pação alemã na indústria offshore e naval brasileira, assim como já acontece em outros setores. ronal-do Martins, da Petrobras, destacou que as empresas alemãs podem contribuir bastante nos segmentos

de válvulas e conexões de precisão e sistemas de navegação.

Desafios locais – O diretor da Marine and Offshore Equipment (vDMa), Hauke schlegel, abriu o segundo painel apontando os principais desafios que as em-presas alemãs esperam encontrar no mercado brasileiro. Dispor de informações confiáveis de mercado sobre o desenvolvimento real da construção naval brasileira e do mercado offshore, assim como so-bre os requisitos de conteúdo local é um deles. “a informação é ne-cessária para a tomada de decisão da empresa sobre o investimento e envolvimento neste mercado.”

Outro desafio é a política de con-teúdo local do Brasil. “Para as empre-sas de pequeno e médio porte é uma medida de protecionismo muitas vezes questionada na visão dos fornecedores internacionais e os clientes”, pontuou. “também é difícil encontrar o parceiro certo para vendas, serviços e (se possível) para produção local de alta tecnologia em nível mundial – com respeito à qualidade, bem como os custos de produção”, finalizou.

Encerrando o segundo painel, os representantes das oito empresas alemãs apresen-taram um port-fólio de produ-tos e serviços voltados para a construção naval e offshore como: ancoragem, sistemas de lastro e ilumina-ção. E também seus objetivos e desafios a enfrentar no mercado brasileiro. Par-ticiparam do evento volker Domagala, da Duisburger Kettenfa-brik, Michael von Baur, da Hoppe Marine, Luciana Queiroz, do KfW ipex Bank, Thomas Peters, da Peters&Bey, Hans-Joachim von Warten-berg, da rittal, Bernd alfred Bromberg, da ssM, stefan schmersal, da steute schalt-geräte, alexander Bauer, daWiska.

Na avaliação de Hanno Er-wes, CEO da Câmara, o cenário é promissor: “a meu ver, esta-mos conseguindo atrair cada vez mais o interesse da alemanha para as oportunidades do seg-mento de óleo & gás e indústria naval, pois a alemanha possui enorme potencial e tradição no setor de navipeças.”

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Integrante da primeira turma de ‘observadores geofísicos‘ da Petrobras, na década de 1960,

Simplício Freitas não apenas acompanhou de perto a transição da mão de obra estrangeira

da estatal para a nacional, como vivenciou a evolução tecnológica que tornou a petroleira

líder em exploração de águas ultraprofundas.

“Sou o conteúdo nacional de outrora!”, brinca Simplício, que estagiou com equipes norte-

-americanas na Bahia, Maranhão e Amazonas. Mais do que isso, um representante do capital

humano formado dentro da Petrobras, uma vez que foi depois de entrar na estatal que ele

decidiu cursar Economia. A experiência na petroleira levou-o também a, mais tarde, fazer

mestrado em Ciências, Engenharia e Sistemas de Computação pela Coppe, da Universidade

Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

perfil profissional

Inicialmente responsável pela aquisição de dados sísmicos nas equipes, ele aprendeu a definir quais informações deveriam ou não ser readqui-ridas, e também a traçar novos rumos em seu percurso profissional, que

hoje soma mais de 50 anos de atividades na geofísica, tendo comandado a gerência geral do Centro de Processamento de Dados de E&P da Petrobras, no rio de Janeiro.

a experiência de três décadas fez deste piauiense criado em Fortaleza mão de obra cobiçada no exterior. tanto que, quando se aposentou, em 1990, continuou na lida, ficando sete anos em Houston (Eua), pela norte-americana Western Geophysical, que posteriormente se uniu à francesa schlumberger.

“Quando decidi fazer o concurso da Petrobras, a empresa era nova, e todos achavam uma maravilha”, conta simplício Freitas, que não sabia ao certo o que era essa profissão de petroleiro, que escolhera aos 18 anos. O que chamou sua atenção foi a possibilidade de realizar um curso na Escola técnica Nacional do rio de Janeiro.

“Estudávamos em tempo integral, oito horas por dia. Quando iniciamos o curso, eu e meus colegas pensávamos que iríamos passear e coisa e tal. Mas no final das contas não tínhamos tempo, pois levávamos trabalho para casa. Já naquela época a Petrobras era muito rígida, e segue assim até os dias de hoje. só quem alcançasse a média... pelo que me lembro era a nota 7, seguia no curso”, recorda o geofísico. tanto que, de uma turma de 30 alunos, apenas 16 se formaram.

O curso oferecido tinha várias matérias programadas, entre elas sísmica – ou geofísica –, e isso possibilitou o desenvolvimento da habilidade dos estudantes visualizarem resultados e definirem diagnósticos.

Ele lembra que na década de 1960, os equipamentos, hoje obsoletos, eram feitos com válvulas, exigindo manutenção constante e, consequen-temente, conhecimentos de eletrônica e eletricidade. “O observador geofí-

O conteúdo nacional

HUMANO

por Karolyna Gomes

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sico era a pessoa que operava esses instrumentos, na época o que havia de melhor no mundo. a Petrobras sempre utilizou tecnologia de ponta. Eu era o operador dos instrumentos e indicava se os resultados eram satisfatórios”, esclarece simplício.

atualmente, o aparato tecnoló-gico digital da petroleira permite captar imagens e coletar milhões de dados em camadas profundas do solo, como as localizadas abaixo da camada de sal (que podem ter até 2 km de espessura), a 7.000 m abaixo do nível do mar.

“a geologia sabe que em alguns lugares existe grande possibilida-de de haver petróleo. Então nós vamos tentar ‘ver ’ esses lugares, por meio das imagens captadas nas sísmicas 2D, 3D e 4D. Não dá para ser uma única imagem: são avaliadas centenas delas antes de uma equipe decidir furar um poço. É como uma tomografia. Hoje, a tecnologia é equivalente a uma ‘tomografia da terra’”, compara, para dar um exemplo.

Conteúdo nacionalsua fluência em inglês (desde

os 14 anos) abriu grandes possibili-dades na petroleira. assim, acabou estagiando em equipes compostas por norte-americanos que, posterior-mente, seriam substituídos pela mão de obra nacional. “O norte-americano sabia que eu estava ali para substituí--lo. Eu sou um conteúdo nacional de outrora!”, brinca.

Durante sete anos atuou em missões onshore com grupos que realizaram levantamentos de da-dos geofísicos na Bahia, Maranhão e amazonas. “Em 1961 fui para a Bahia. No final de 1962 fui designado para Barreirinhas e, a seguir, para a bacia do amazonas. acabei adoecen-do de malária duas vezes. lembro que saí do hospital com menos 22 quilos e fui beber umas cervejas. Na verdade, eu já devia estar morto”, ri

o geofísico, recordando que quase todos do grupo tiveram a doença. “vi companheiros morrerem. a malária é infernal.”

simplício não só venceria sua batalha contra a doença, que ainda hoje aflige a região amazônica, mas viveria uma conquista pessoal inédita ao se tornar o primeiro observador sísmico brasileiro da equipe – cargo sempre ocupado por norte-america-nos até então.

Primeiras experiências na costaOs levantamentos de dados sísmi-

cos eram concentrados, na época, em terra firme, pois a tecnologia estava dando seus primeiros passos. Mas a aventura americana de explorar a região costeira acabou ganhando espaço também no Brasil. tanto que logo no início de sua carreira, em

1961, simplício zarpou para uma experiência no mar, no navio sísmico Texin. a embarcação havia recebido autorização especial para realizar levantamentos de dados na costa brasileira. a viagem, que o levou a sergipe, alagoas e Bahia, passando ainda pela foz do rio são Francisco, durou cerca de dois meses.

“Era algo ainda muito incipiente, mas como já estava sendo feito nos Estados unidos, a Petrobras decidiu tentar também”, recorda. simplício integrou o grupo por ser o observa-dor geofísico com melhor fluência em inglês. “apenas duas pessoas falavam português no navio: o prá-tico e eu. O objetivo dessa missão era levantar dados na costa, já que nesses estados já havia descobertas de petróleo onshore.”

Bom observador, simplício se destacava a cada novo desafio as-sumido. Em 1967, ele retornou ao rio de Janeiro para estagiar no Centro de Processamento de Dados sísmicos (CPD), ainda operado pelos norte--americanos. “Esse centro, com tec-nologia analógica, ficava localizado na avenida rio Branco, 10, lembra ele. Cerca de um ano depois, sur-giram os equipamentos digitais no mercado. “a companhia, obviamente, adquiriu um. Dr. Wagner Freire, Pau-lo Novaes, eu e alguns outros pou-cos fizemos essa transição”, explica, observando que a empresa sempre primou em buscar o que havia de me-lhor no mercado, enviando, muitas vezes, técnicos ao exterior.

Ele lembra que as primeiras descobertas de petróleo no Brasil foram no final da década de 1930 e os primeiros computadores che-garam no final da década de 1950. Mesmo antes do advento do regis-tro digital, os dados, então analó-gicos, já eram processados em um CPD no rio de Janeiro contratado pela Petrobras.

a mudança para os registros di-gitais, em 1968, foi imediatamente

Local de nascimento: PiauíIdade: 72Hobby: Alguns. Entre eles ler, dançar tango, vinhos e desfrutar uma boa mesaMúsica: Muitas. Tenho cinco mil no iPod e coloco em aleatório. Clássica e popular.Livro: Muitos. quase todos os clássicos. Reli Os Sertões. Atualmente estou lendo Histórias da vida privada. Dos autores mais recentes gosto do Eduardo Giannetti.Filme: São tantos. Lembro que assisti Girassóis da Rússia e Dr. Jivago mais de uma vez.Melhor lugar para descansar: Minha casa. Lendo e bebericando vinho.Casado: uma vez só. Desde 1969.Filhos: Também um só. Dois netos!

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perfil profissional

seguida pela instalação de um CPD para dados digitais na companhia – na época utilizando tecnologia da empresa americana Western Geo-physical.

“Explorar petróleo exige alta tec-nologia. a sísmica offshore é, em todo o mundo, uma das aplicações que mais utilizam supercomputação”, observa o geofísico. atualmente, a Petrobras possui sete CPDs especia-lizados em sísmica. O principal deles está localizado no rio de Janeiro, e os outros seis em Manaus (aM), Natal (rN), aracaju (sE), salvador (Ba), vitória (Es), Macaé (rJ).

Vida renovadaOs anos 1960 seriam marcantes

para simplício. No final da década, ele conheceu aquela que viria a ser sua esposa ana Maria, com quem é casado há 45 anos e tem um filho. “Quando fui sorteado no consórcio de um carro, decidi me tornar sócio do clube Olímpico, em Copacaba-na. Frequentava os bailes, dançava tango, bolero... um belo dia conheci uma mineirinha de além–Paraíba que estava no rio para fazer um tratamento dentário. Começamos a namorar. você não imagina o pro-tocolo que tínhamos que seguir...”, conta sorrindo.

Feliz em sua profissão e no amor, simplício Freitas seguiu explorando suas habilidades. Em 1970 se for-mou em Economia, pela Faculdade Candido Mendes. antes disso já programava computadores, o que o levou para a Coppe-uFrJ, onde fez mestrado em Engenharia e sistemas de Computação.

“iniciei uma nova carreira na Petrobras, a de analista de Proces-samentos de Dados.” E não parou por aí. Na década de 1980, ele foi professor na sociedade de Ensino superior e assessoria técnica (se-sat), atividade à que se dedicou por cerca de seis anos. “Mamãe costu-mava dizer que eu era hiperativo”,

recorda ele, dizendo que também tentou fazer um curso de Psicolo-gia, porém sua esposa frustrou este plano.

Na Petrobras, simplício seguiu carreira. De analista, passou a ser chefe do setor de suporte, e, em 1985, assumiu a gerência do CPD – cargo que ocupou por cinco anos. “resolvi me aposentar no final de 1990. Já estava com quase 50, e as regras da época me permitiram isso. Naquele ano a Petrobras lançou um Plano de Demissão voluntária (PDv). Decidi me arriscar em outros caminhos”, revela o geofísico.

Experiência internacionalsempre cheio de energia, sim-

plício Freitas não encerraria sua carreira ao se aposentar. Depois de escrever um artigo sobre desempe-nho de programas de computador, para a revista norte-americana IBM Systems Journal, recebeu convites para atuar fora do país.

Em 1991 daria um novo passo em sua carreira: mudou-se com a família para Houston, texas, e lá fi-cou por sete anos, trabalhando para a Western Geophysical (mais tar-de comprada pela schlumberger). “atuei na área de supercomputação ligada à então incipiente técnica de migração para objetivos abaixo da camada de sal no Golfo do México. a atividade estava diretamente em conexão com a área de pesquisa da empresa”, explica.

a experiência possibilitou tanto o contato com a internet, no início daquela década, quanto presenciar uma revolução na exploração de petróleo na região. “Participei de muitas reuniões com consórcios de pesquisa da Western com universi-dades americanas, para o desenvol-vimento de novas metodologias de processamento de sísmica.”

Em 1998, simplício Freitas retorna ao Brasil, após sua sogra apresentar problemas de saúde.

“voltamos (ele e a família) para acompanhá-la por algum tempo até podermos retornar aos Estados unidos. Minha sogra sobreviveu por mais 20 anos, e eu acabei não retornando para o exterior como previsto.”

Prosseguindo os trabalhos com a Western, mas no Brasil, simplí-cio montou e inaugurou o primeiro Centro de Processamento de Dados sísmicos no país para prestação de serviços para as empresas, após a abertura do mercado. O empreen-dimento era localizado na Praia de Botafogo, e composto por geofísicos e geólogos nacionais e do exterior. a empresa passou a oferecer serviços para as companhias que estavam se instalando no país.

Em 2001 a empresa firmou uma joint venture com a schlumberger, e passou a se chamar WesternGe-co/schlumberger. “trabalhei ali até 2008. Depois disso passei a ser con-sultor. ainda deu tempo de participar como coordenador do Grupo temáti-co de Processamento de alto Desem-penho no livro verde de informação no Brasil, projeto do Ministério da Ciência e tecnologia.” O documento tenta cobrir, de forma articulada e abrangente, todos os aspectos consi-derados relevantes para a sociedade da informação no Brasil, de P&D a aplicações, do setor governamental ao setor privado.

Com mais de 50 anos de ativida-des na Geofísica, simplício Freitas ainda está na ativa. até agosto de 2015 ele ocupa o cargo de secretário--geral da sociedade Brasileira de Geofísica no Brasil (sBGf). “ainda tenho muita estrada pela frente. sei que posso ajudar empresas em negociações com entidades gover-namentais, agências reguladoras, além de auditoria e consultoria no campo técnico, em contratos e de gestão. Conheço todas as etapas dos negócios de exploração, em especial sísmica”, conclui.

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Ano 4 • nº 34 • julho de 2014 • www.tnsustentavel.com.br

Sumário

50 52 54Debate Eólica Parceria

Capacidade instalada de usinas eólicas ultrapassa 3GW

Braskem e GE fecham parceria

Sustentabilidade moralEditorial

Eficiência Energética • Comercialização de Energia • Legislação Ambiental • Reciclagem

Muito se fala hoje em sustentabilidade. Debate-se o que é e como ser, como ter e como fazer. um dos nossos desafios desde o início desse caderno foi e continua sendo não trazer ou discutir conceitos, muitos deles já desgastados inclusive por uma total falta de sentido e contexto. Mas, ao invés disso, trazer exemplos que pu-dessem nos levar primeiro à reflexão e depois, sim, à ação.

Na matéria principal trouxemos uma excelente oportunidade para esse exercício, mostrando como a comunicação pode ajudar as empresas a melhorar a forma como vêm se relacionando com os seus mais diversos públicos.

O mau uso da comunicação e suas ferramentas alimenta em parte esse apagão moral que estamos vivendo e gerando um prejuízo enorme para os negócios e para a sociedade.

Conveniente para uns e prejudicial para quem paga a conta no final. Empresas e marcas são e serão sempre sustentadas pela verdade sobre seus

produtos e serviços e principalmente pelos benefícios que prestam aos consumido-res e a sociedade motivo pelo qual entendemos que todos eles foram criados.

Boa leitura, bom aprendizado e bons negócios!Lia Medeiros, diretora do Núcleo de Sustentabilidade da TN Petróleo

Uma nova comunicação corporativa: o desafio das marcas

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Debate

As mudanças na comunicação e no comportamento das pessoas — hoje mais exigentes e mais conscientes — criaram para as empresas a necessidade de encontrar novas formas de se relacionar com seus públicos.

O DESAFIO DAS MARCAS uma nova comunicação corporativa:

suplemento especial

SE EM uM PASSADO recente as marcas se dirigiam aos consumi-

dores seguindo a lógica da comuni-cação de massa, agora, em plena era das redes sociais e da mídia viral, elas devem “dialogar” com os

públicos, ou seja, com uma gama de diferentes atores.

As empresas, por sua vez, encaram o desafio de “regenerar” a comunicação corporativa e criar uma relação de credibilidade. Mas, o que precisam fazer, afinal, para acompanhar as mudanças e gerar confiança?

Como a comunicação pode tor-nar as marcas mais sustentáveis? Essas e outras perguntas foram temas de debate em um evento sobre marcas sustentáveis realiza-do em abril, no Rio — o Sustainable Brands 2014.

“Nós nos relacionamos com as marcas quase como se estivésse-mos nos relacionando com outras pessoas. Entender isso é a chave para uma comunicação efetiva”, observou o mediador da sessão, Alejandro Piñedo, Managing Partner da Alma Mater e ex-diretor da Inter-brand Brasil.

“Antes, as empresas jogavam boliche com o público: uma única bola para derrubar vários pinos

de uma vez. Hoje, elas precisam jogar frescobol: batendo a bola, olho no olho, numa relação bem mais íntima.” A metáfora foi lançada por Sharon Hess, líder de engajamento interno e branding da Edelman Significa.

Além de Sharon, Elisa Prado (di-retora de Comunicação da Tetra Pak) e Carolina Romano (diretora de con-teúdo e estratégia do portal As Boas Novas), participaram da discussão, que pontuou os desafios do discurso corporativo em um mundo sem fron-teiras entre o digital e o real.

Ceticismo público – Para Sharon Hess, a comunicação corporativa contempla um cenário complexo, marcado pela multiplicidade de atores e pelo que ela chama de “ceticismo do público”. “Nossas pesquisas mostram que, para que uma informação seja considerada relevante, as pessoas precisam recebê-la vinda de três a cinco fontes diferentes. Então, para criar uma narrativa relevante, é preciso estar em diversos canais ao mesmo tempo”, diz.

O público, segundo Sharon, espera que as marcas estejam abertas para compartilhar informa-ção e dialogar. E também espera que a comunicação das empresas seja feita de forma contínua e coe-rente. “A empresa que só se dirige ao público em momentos de crise,

ou que deixa de cumprir promes-sas feitas anteriormente, põe sua credibilidade em jogo. O canal tem que ser contínuo.”

Seguindo a mesma linha de pensamento, Elisa Prado afirmou que hoje não é mais possível a uma empresa controlar totalmente sua imagem pública. “Agora o processo

é de fora para dentro: a opinião que o público tem sobre a marca importa tanto quanto a ‘verda-de’ oficial que a empresa tenta

divulgar”, opina ela. “Ninguém mais dá bola para essa versão oficial. Se a empresa não atua de acordo com seus valores, independente do que tenta divulgar na mídia, a marca vai perder credibilidade.”

Segundo Elisa, 80% das pes-soas checam as marcas, seja com amigos ou pela internet. Sharon Hess vai mais longe quando afirma, citando o pensador espanhol Manuel Castells, que vivemos um momento inédito na história, em que todos se comunicam com todos, e transpa-rência, nesse caso, é fundamental.

“O que se comunica é muito im-portante, mas o que não se comunica às vezes é mais importante ainda”, observa Sharon. “A comunicação é o caminho para conquistar a confiança do público”, complementa.

por Mehane Albuquerque

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“Mas por que regenerar a comu-nicação?”, pergunta. “Como fazer a marca gerar percepções positivas sobre sua identidade?” As respos-tas são muitas. Primeiro, é neces-sário dar conta da complexidade deste novo cenário, em que “todos falam com todos”.

Segundo, as marcas preci-sam trazer relevância — valores, propostas, crenças e promessas relevantes para o público com quem ela quer conversar — e influenciar positivamente. “As marcas precisam ouvir mais do que falar. E ouvir com inteligência”, sugere.

A conectividade é outro fator a ser considerado, segundo Sharon, pois “o que a empresa não comunica, alguém irá comunicar em seu lugar”, garante.

“Credibilidade requer uma comunicação contínua e clara, as promessas precisam ser cumpri-das, pois o cidadão — que há muito tempo deixou de ser apenas ‘consu-midor’— cobra e é cético. A marca precisa se mostrar com clareza: sua essência, seu propósito, sua razão de existir. Sua identidade está expressa nas atitudes, causas, pro-messas cumpridas, engajamento, relevância, compromisso, coerência e verdade”, diz ela.

Life Style Branding – Na opinião de Carolina Romano, diretora de con-teúdo e estraté-gia do portal As Boas Novas, reconstruir uma reputação é muito mais difícil do que cons-truir. Para ela, a “regeneração” pela qual a comu-nicação corporativa precisa passar está diretamente relacionada com o conceito de Life Style Branding.

Ou seja, o discurso das marcas ganha em efetividade quando convida a pessoa a operar mudanças positivas em si mesma ou em seu ambiente.

“É um diálogo menos didático. Vemos que há um mercado enorme e cres-cente em iniciativas que estimulam a qualidade de vida”, conta.

O conceito de Life Style Bran-ding, segundo ela, é antigo e antes restrito ao mercado do esporte e do luxo, que incorporavam um modo de vida à marca. Aplicando o conceito a outras esferas, pode-se dizer que a sustentabilidade, nesse contexto, é um “life style”.

“Antes, dizia-se que existem um mundo muito melhor, porém, caríssimo. Hoje dizemos que exis-te um mundo muito melhor, e ele é possível. O estilo de vida desejável está longe do ‘ter é mais do que ser’. Os cidadãos agora aspiram

coisas que vão além do ter, do luxo”, afirma Carolina.

Ela conta que existem pontos importantes da comunicação basea-da no Life Style Branding. Atitudes proativas, que chama de “ir além”, em primeiro lugar. E cita o caso da marca unreal Candy, que revolucio-nou o mercado de doces nos Es-tados unidos ao incorporar a ideia de que doces não necessariamente precisam ser vilões da alimentação, e podem fazer bem quando prepara-dos sem açúcar e com ingredientes naturais e saudáveis.

Outro ponto importante que destaca são os benefícios gerados. As marcas, de acordo com Caroli-na, podem incentivar movimentos sociais. É o caso Girl Rising, uma ação internacional de educação para mulheres de baixa renda em todo o mundo, que tem apoio de várias empresas e instituições.

“Novas métricas também precisam ser pensadas. E trans-parência é a palavra de ordem. Relatórios de sustentabilidade que mentem estão com os dias contados”, garante a diretora de conteúdo e estratégia do por-tal As Boas Novas. “Os CEOs, os do topo da hierarquia das empresas estão mais treinados para falar do que para ouvir. Por outro lado, os cidadãos hoje acreditam mais no depoimento de pessoas comuns, no relato de um funcionário, do que nas palavras do CEO de uma gran-de empresa. Isso precisa ser levado em conta em um mundo conectado”, opina Carolina, para quem a qualidade de vida e a felicidade são fatores que não podem ser mais desprezados. “A gente veste a camisa da em-presa, se ficar bonita na gente”, diz, resumindo o espírito que deve permear as novas relações entre as marcas e seus públicos, daqui para a frente.

Carolina Romano, diretora de conteúdo e estratégia do portal As Boas Novas

OS CEOS, OS DO TOPO DA

HIERARquIA DAS EMPRE-

SAS ESTãO MAIS TREINA-

DOS PARA FALAR, DO quE

PARA OuVIR. POR OuTRO

LADO, OS CIDADãOS HOJE

ACREDITAM MAIS NO DE-

POIMENTO DE PESSOAS

COMuNS, NO RELATO DE

uM FuNCIONÁRIO, DO quE

NAS PALAVRAS DO CEO

DE uMA GRANDE EMPRE-

SA. ISSO PRECISA SER

LEVADO EM CONTA EM uM

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suplemento especial

A capacidade instalada para a geração de energia eólica no Brasil cresceu 52,2%, ou

1.138 MW, no acumulado de 2014. Os dados constam no último Bole-tim das usinas Eólicas, divulgado mensalmente pela Câmara de Co-mercialização de Energia Elétrica (CCEE). somente entre março e abril desse ano o acréscimo foi de 20,3%, ou 561 MW, o que levou a capacidade do conjunto de usinas da fonte a 3.319 MW.

O documento mostra que em abril 18 novos empreendimentos eólicos entraram em operação, todos no Nordeste. Com isso, o país passou a somar 130 usinas em funcionamento, um complexo que gerou 734 MW médios em energia elétrica no mês. O volume é 53% superior ao registrado em abril do ano passado e corresponde a um fator de capacidade médio de 22%, o que coloca o Brasil em patamar equivalente ao de países com grande capacidade instalada para a geração dos ventos, como a China (18%) e a alemanha (19%).

O crescimento em abril foi motivado, sobretudo, pela en-trada de usinas do 2° leilão de Energia de reserva (lEr) e de usinas com entrega no ambiente de Contratação livre (aCl). além disso, foi registrado aumento de capacidade em operação comer-cial de usinas existentes e entra-da de novas usinas do 2°leilão de Fontes alternativas e do 12° leilão de Energia Nova.

Da média total gerada no pe-ríodo, 137,3 MW médios (ou 19%) são provenientes de 27 usinas

com atuação exclusiva no merca-do livre de energia. O crescimento da geração nesse ambiente, em relação ao montante de energia alocado em abril de 2013 (70,9 MW médios), foi de 95%, enquan-to a capacidade instalada teve aumento de 87% em abril de 2014 frente a abril de 2013.

Já a geração das usinas eólicas contratadas pelo Programa de incentivo às Fontes alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) em abril de 2014 foi de 190 MW médios, o que representa 26% do total da geração eólica do país. Na compa-ração com abril de 2013, houve re-dução de 4,4% no montante gerado por esses parques.

Destaques – O boletim da CCEE revela que os estados com maior participação na geração média de energia eólica nos últimos 13 meses são: Ceará (236 MW médios, ou 32% do total do país), rio Grande do Norte (157 MW

médios, 21%), rio Grande do sul (149 MW médios, 20%), Bahia (98 MW médios, 13%) e santa Cata-rina (54 MW médios, 7%). Juntas, essas localidades totalizaram 94% do total gerado pela fonte no Bra-sil dentro do período.

Submercados – Em abril de 2014, com a entrada das novas usinas, o Nordeste atingiu a marca de 96 parques e 2.460 MW em capa-cidade, ou 74,1% da potência instalada – um salto de 69,6% em relação a dezembro de 2013. a região concentra a maior partici-pação na geração eólica do país, com 69,9% do total.

No sul, foi registrada capaci-dade de 832 MW (25% do total), com crescimento de 18,4% em relação ao final do ano passado, enquanto que o submercado su-deste apresentou uma única usina, com capacidade de 28 MW, sem acréscimo de potência ao longo do período.

Capacidade instalada de usinas eólicas ultrapassa 3GW

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suplemento especial

O mercado internacional está de olho nos resíduos produzidos pelas cooperativas brasilei-

ras. um exemplo de sucesso está no setor eletrônico. A Coopermiti – Cooperativa de Trabalho, Produção e Reciclagem de Resíduos Sólidos Eletroeletrônicos – desenvolveu um projeto específico para atender um cliente do Japão com a exportação de placas lógicas.

Segundo a coordenadora de marketing da cooperativa, Cintia de Cassia Ferreira Pereira, são ex-portadas cerca de 3 toneladas por mês de placas lógicas para o Japão. “Não temos tecnologia no país para retirar os materiais nobres e raros desse produto”, esclarece.

A demanda por esse material deve crescer nos próximos anos de-vido ao aumento do uso de computa-dores pela população. “Temos capa-cidade para processar 100 toneladas por mês de resíduo eletrônico em um turno”, afirma.

Desde 2012, a parceria com a empresa japonesa incluiu ainda a capacitação dos cooperados.

A Federação Paulista de Coope-rativas de Reciclagem (Fepacoore) também busca clientes interessados em vários materiais reciclados. Jair do Amaral, diretor presidente da instituição, explica que a instituição desenvolveu estudos para avaliar o volume mensal de resíduos das cooperativas com potencial para

exportação. “Identificamos quais os materiais com melhores condições para exportação”, explica. Segun-do ele, entre 20 e 30 cooperativas têm condições de exportar cerca de 10 toneladas por mês de material reciclável.

O diretor evitou apontar quais resíduos deverão ser exportados até concluir as negociações com as empresas interessadas. “É um projeto que deve ser concluído no segundo semestre”, explica. Amaral afirma que é grande a demanda por diversos resí-duos nos mercados europeu, america-no e chinês. “O mercado externo pode pagar melhor por esses resíduos e assim podemos melhorar o rendimen-to dos cooperados”, conclui.

Resíduos sólidos geram negócios lucrativos para cooperativas

Na busca contínua por inova-ção e melhoria de proces-sos, a Braskem fechou

uma parceria com a GE Water & Process technologies para atua-lizar seus processos hídricos nas instalações da unidade localizada em Mauá (sP). Por meio do pro-jeto, a petroquímica contará com uma frota móvel, dentro de um contêiner, para o desenvolvimen-to e utilização de novo sistema de tratamento de água em sua unidade de polipropileno.

Por meio da tecnologia de osmose reversa, a qual possibilita a produção de água com baixa concentração de sais dissolvidos, o polimento da água desmineraliza-da ocorrerá de forma mais segura, rápida e confiável.

“trabalhar de forma sustentá-vel foi uma decisão que tomamos há mais de dez anos e faz parte do centro da missão estratégica da Braskem. a parceria com a GE na aplicação do skid de osmose reversa trará grandes benefícios à Braskem, uma vez que o sistema

antigo demandava trabalho opera-cional e utilização de soda cáustica e ácido clorídrico. agora, será pos-sível otimizar processos e reduzir o consumo de produtos químicos”, afirma o gerente industrial da uni-dade de polipropileno da Braskem, Pedro Boscolo.

Parceira da petroquímica há mais de dez anos, a GE Water & Process technologies também realiza o tratamento das torres de

resfriamento e sistemas fechados de água da Braskem. “a GE Mobile Water garante uma produção sem paradas ou atrasos em operações fabris de diversos segmentos, de forma a evitar prejuízos financei-ros e atender às demandas mais urgentes em osmose reversa e tratamento móvel de água”, com-plementa Massimiliano santavic-ca, diretor Comercial da GE Water para a américa latina.

Braskem e GE fecham parceria

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suplemento especial

A siemens está produzindo a maior turbina já fabricada no Brasil para o setor sucroalco-

oleiro. O equipamento é o primeiro projeto de turbina a vapor para o se-tor de açúcar e etanol, terá 73,4 MW de potência, e fará parte da expansão de uma das principais plantas da usina Delta, em Minas Gerais, que terá capacidade de geração total de 376.503 MWh/ano – quantidade su-ficiente para abastecer mais de 200 mil residências por ano. a sst600 está em fase de produção no comple-xo industrial de Jundiaí (sP) e deve entrar em operação no fim de 2015.

O projeto visa a otimização da usina de açúcar e álcool a fim de ma-ximizar a geração de energia durante os períodos de safra e entressafra, por meio da implementação do ciclo

regenerativo. Esta solução influen-cia positivamente no rendimento da operação, contribuindo para a gera-ção adicional de energia. assim, a Delta terá capacidade para suprir a necessidade de consumo interno, e comercializar os excedentes para o sistema integrado Nacional (siN).

“Participar de projetos de expansão como o da usina Delta reforça a capaci-tação da siemens em oferecer soluções aos nossos clientes e, cada vez mais, reafirma nossa posição como um dos principais fornecedores e prestadores de serviços no mercado de energia a vapor no mundo”, afirma o engenheiro de vendas da siemens no Brasil, lucas tadeo Monteiro.

Neste contrato, a siemens já prestou assessoria à usina, no ba-lanço de vapor e energia, garantin-do confiabilidade e desempenho do equipamento.

a primeira turbina a vapor do se-tor, que dispensa uso do redutor de velocidade, apresentará, também, uma inovação na forma de instalação ou-tdoor (ao tempo), reduzindo em muito os gastos com obras civis.

Siemens fabrica primeira turbina a vapor para setor sucroalcooleiro

O Prêmio internacional Constanti-nus tem origem austríaca e é uma iniciativa do Conselho interna-

cional dos institutos de Consultoria de Gestão (iCMCi). O evento tem grande relevância no meio e se tornou uma re-ferência de qualidade para as empresas especializadas em consultoria. Este ano, pela primeira vez, o instituto Brasileiro dos Consultores de Organização (iBCO) será representado durante a cerimônia na Coreia do sul. a empresa selecionada para cumprir esse papel é a PM analysis.

Com mais de 15 anos de expe-riência no mercado, a PM analysis presta assessoria e treinamento nas áreas de gestão da qualidade, saúde e segurança, meio ambiente e res-ponsabilidade social. Nos últimos anos expandiu a sua atuação em vá-rios países, dentre eles: austrália, Canadá, Moçambique, Omã e Peru. Para concorrer ao Prêmio internacio-nal Constantinus, a empresa apre-sentou um projeto sobre a gestão de

risco ambiental que foi desenvolvido com um de seus clientes.

O Consultor de Gestão Certifica-do (CMC) e diretor da PM analysis,

Flávio Oliveira, revela que fez uma avaliação dos trabalhos con-sagrados nos anos anteriores e é pos-sível competir em igualdade com os outros países. “te-

mos know-how e vasta experiência em trabalhos internacionais. sentimo-nos orgulhosos deste pioneirismo, de poder representar o país e participar de um evento tão importante como esse, que reúne diversas empresas em um mesmo ambiente. além disso, é uma oportu-nidade de termos o reconhecimento internacional dos nossos projetos”, diz.

Oliveira ainda ressalta que o Brasil nunca esteve tão evidente para o mundo, devido aos grandes

eventos esportivos que sediará nos próximos dois anos. “O ambiente de negócios brasileiro também passa por uma perceptível internaciona-lização, em virtude do grande fluxo de investimento estrangeiro e pela expansão das companhias brasileiras. isso contribui para as empresas de consultoria, especialmente aquelas de tamanho pequeno ou médio, au-mentando a capacidade técnica e o intercâmbio com outros mercados.”

O júri será composto por especialistas internacionais na área de consultoria de gestão. Conforme os critérios estabele-cidos, os principais aspectos que serão julgados são: desempenho comercial, desenvolvimento de melhorias na em-presa, eficiência, qualidade de serviços de consultoria e os efeitos sobre a econo-mia regional e nacional. a cerimônia de premiação acontecerá durante o Con-gresso do iCMCi em seul, na Coreia do sul. a solenidade está agendada para o final de setembro de 2014

Inédito: Empresa brasileira de consultoria concorre a prêmio internacional

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A gigante chinesa BYD Company limited – especia-lizada em baterias, veícu-

los híbridos e elétricos e novas energias – anunciou que investirá r$ 200 milhões na sua primeira unidade produtiva na américa la-tina. a fábrica ficará localizada no município de Campinas, interior de são Paulo, e também abrigará um Centro de Pesquisa e Desen-volvimento (P&D) de produtos. O projeto, que conta com o apoio da investe são Paulo, agência do Governo do Estado responsável pela atração de empresas, foi anun-ciado durante o evento de assinatu-ra de protocolo de intenções entre a BYD e a prefeitura de Campinas, realizado no dia 14 de julho.

“Em fevereiro deste ano vi-sitei a empresa na China e pude verificar a tecnologia de ponta ali aplicada e a qualidade dos produtos. a chegada da BYD a Campinas reforça o papel de são Paulo de estar sempre na vanguar-da de novas tecnologias”, destaca o presidente da investe são Paulo, luciano almeida.

após a instalação de escritório em são Paulo e bem-sucedidos

testes em muitas cidades brasileiras com ônibus elétricos, Campinas foi a cidade escolhida pela BYD para iniciar o seu projeto de expansão no mercado brasileiro e no Mercosul.

a unidade contará com 450 postos de trabalho, será respon-sável pela montagem de ônibus elétricos, de baterias de fosfato de ferro, e abrigará a montagem de painéis solares. O Centro de P&D da empresa no Brasil será focado em estudos e tecnologias para

veículos elétricos, baterias, smart grid, energia solar e iluminação.

serão 32 mil m2 de área, sendo 20 mil m2 de área construída. “a planta industrial terá capacidade de produção de 500 a mil unidades de ônibus e baterias quando alcan-çar sua plena operação”, revela o presidente da BYD Brasil, tyler li. “temos ainda interesse da empresa em fabricar células de baterias e chassis para ônibus elétricos no Brasil em futuro próximo.”

De acordo com o presiden-te mundial da empresa, Wang Chuanfu, a BYD decidiu se insta-lar em Campinas ao perceber que a cidade era líder em inovação e desenvolvimento de tecnologias limpas. Considerada uma das em-presas mais inovadoras do mundo, a BYD vai trazer a tecnologia de baterias de ferro e dos ônibus elétricos ao Brasil. a empresa sonha também com o desenvolvi-mento da energia solar para gerar energia limpa e barata, e também soluções fora da rede (off grid – a BYD dispõe de sistemas de gera-ção descentralizada com painéis solares, baterias de ferro e iluminação lED).

Chinesa BYD instalará fábrica e centro de pesquisas em Campinas

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BNDES e KfW assinam acordo para apoiar eólicasO BANCO NACIONAL de Desenvolvi-mento Econômico e Social (BNDES) e o banco alemão KfW assinaram no dia 21 de julho, em Berlim, um contrato de empréstimo no valor de uS$ 335 milhões. Os recursos, captados pelo banco brasileiro, serão utilizados no financiamento de projetos de usinas eólicas a serem implantadas no Brasil, por empresas brasileiras.

A operação é a maior já feita pelo Banco de Desenvolvimento Alemão no Brasil. O contrato foi assinado pelo pre-sidente do BNDES, Luciano Coutinho, e por Norbert Kloppenburg, membro do Conselho de Administração do KfW.

O empréstimo contribuirá para atender à demanda crescente no Brasil por financiamentos de projetos destinados à geração de energia a partir de fontes alternativas, auxi-liando na diversificação da matriz energética brasileira. O programa inclui contrapartida em igual valor e deve atender à demanda por energia de cerca de 3 milhões de consumido-res brasileiros.

Com essa operação, BNDES e KfW dão continuidade à série de recentes cooperações financeiras que têm como objetivo a mitigação das alterações climáticas através do

apoio a projetos de energias renová-veis. A primeira operação para apoio a usinas eólicas, nos mesmos moldes da recém-contratada, foi celebrada em 2009. O contrato, de uS$ 136 milhões, forneceu recursos utilizados no apoio a quatro projetos, com capacidade instalada total de 119,65 MW e investi-mentos da ordem de R$ 685 milhões.

A última captação de recursos do BNDES junto ao banco alemão havia sido realizada em 2010, no valor de uS$ 68,4 milhões, e teve como objetivo o apoio a projetos de implantação de pequenas centrais hidrelétricas no Brasil.

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O PrEsiDENtE da tuper – quarta maior processadora de aço do país –, Frank Bollmann, foi condecorado com a mais alta comenda do setor industrial no Brasil, a Ordem do Mérito industrial, concedida pela Confederação Nacional da indús-tria (CNi), durante o encerramento da Jornada inovação e Competitivi-dade da indústria Catarinense, reali-zado no dia 27 de junho, na sede da Federação das indústrias do Estado de santa Catarina (Fiesc), em Flo-rianópolis (sC).

Em 2007, Bollmann já tinha conquistado reconhecimento por sua atuação empresarial. Na época, o industrial foi o primeiro empresário do Planalto Norte a receber a Ordem do Mérito industrial de santa Catarina, concedida pela Fiesc.

Formado em Engenharia Me-cânica, Bollmann seguiu os passos do pai, Ornith Bollmann, no em-preendedorismo, e começou cedo a se dedicar aos negócios. ainda jo-vem, participou do surgimento da Metalúrgica sicap, fabricante de escapamentos. a empresa ganhou força e em 2008 adquiriu a con-corrente vanzin, de Xanxerê, fato esse que consolidou sua liderança nacional no mercado de reposição. Essa foi a primeira unidade de negócios do complexo industrial da tuper, que sob a liderança de Frank Bollmann é hoje uma das mais relevantes empresas brasilei-

ras no segmento de aço. Em 2013, faturou r$ 1,565 bilhão.

aliando realismo e visão de futuro, o empresário tem conduzi-do os negócios com competência, tornando a empresa uma referên-cia em santa Catarina e no Brasil. Como empreendedor, Frank Boll-mann também atua na geração de energia: há cinco anos inaugurou a primeira usina de Energia para a geração de 2,4 MW – recen-temente entrou em operação a segunda unidade, com potencial para gerar 0,4 MW.

Outro empreendimento é o Complexo Hidrelétrico rio ver-melho/rio Natal, englobando a construção de sete Pequenas Cen-trais Hidrelétricas (PCHs). Juntas, as PCHs irão gerar 26,8 MW, o

suficiente para abastecer 30 mil unidades consumidoras – o equi-valente a uma cidade de 120 mil habitantes. a meta do empreende-dor Frank Bollmann é que em julho de 2015 a primeira PCH já possa gerar energia.

além dos negócios, o empre-sário também marca presença no meio político, social e comunitá-rio. a trajetória na vida pública ficou registrada por sua atuação como prefeito de são Bento do sul no período de 1992 a 1996. Contribuiu decisivamente com a associação Empresarial de são Bento do sul, sendo presidente na gestão 1991/1992, e com o Clube de Dirigentes industriais. Participou da Fetep (Fundação de Ensino, tecnologia e Pesquisa), onde integrou o Conselho Curador, e foi presidente da sociesbs/Escola técnica tupy de são Bento do sul por dois mandatos.

É o atual presidente da Pro-mosul/Fundação Promotora de Eventos e foi fundador e primei-ro presidente do sindicato das indústrias Metalúrgicas, Mecâ-nicas e Material Elétrico de são Bento do sul, em março de 1991. Presidiu a entidade também no triênio 2009-2012, sendo o atual presidente, contemplando o triê-nio 2012-2015, além de já ter sido presidente da amunesc (associa-ção de Municípios do Nordeste de santa Catarina).

THOMAS REINEKE assume o cargo de vice-presidente de Recursos Humanos da Basf SA, em São Paulo. Ele sucede a Wagner Brunini, que se aposentou após 29 anos na empresa. Reineke ocupava o cargo de geren-te de Departamento de Recursos Humanos para Tintas, químicos para Construção e Produtos de Performan-ce, em São Bernardo do Campo (SP).

O executivo tem doutorado em Direito pela universidade de Frei-burg, na Alemanha, e trabalha na

Basf há dez anos. Após cinco anos no departamento de Direito Traba-lhista na sede da empresa em Ludwi-

gshafen, na Alemanha, ele veio para a Basf SA como gerente de Recursos Humanos, em 2009.

As vendas da Basf na América do Sul totalizaram, aproximadamente, 4,2 bilhões de libras em 2013. Esse resul-tado abrange os negócios realizados pelas empresas do grupo na região, incluindo a Wintershall, sediada na Argentina, voltada para a produção de petróleo e gás. Na região, a Basf con-tava com mais de seis mil colaborado-res até o final do ano passado.

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Frank Bollmann recebe Ordem do Mérito Industrial da CNI

Rh da Basf tem novo vice-presidente para a América do sul

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PEla PriMEira vEZ uma enge-nheira brasileira vai receber o prêmio máximo da sociedade dos Engenhei-ros do Petróleo (society of Petroleum Engineers/sPE). a presidente da Petrobras, Graça Foster, foi a esco-lhida para ser homenageada com o Distinguished lifetime achievement award 2014, concedido a profissio-nais que deram uma contribuição excepcional para a indústria mundial de petróleo e gás.

O prêmio será entregue du-rante o encontro anual da orga-nização, sPE annual technical Conference and Exhibition 2014, no dia 28 de outubro, em amster-dã, Holanda. Este prêmio, o de maior destaque dentre outros a se-rem entregues no encontro, visa a homenagear o profissional do ano pelo conjunto de contribuições e reconhecer a dedicação excepcio-nal de tempo, esforço, propostas

e ações em prol da indústria de petróleo e gás.

Maria das Graças silva Foster é graduada em Engenharia Química pela universidade Federal Flumi-nense (uFF). Está há 33 anos no quadro de profissionais de carreira da companhia. Desde 13 de fevereiro de 2012, exerce as funções de pre-

sidente da Petrobras, acumulando também, desde 23 de julho daquele mesmo ano, a função de diretora da Área internacional. Foi diretora da Área de Negócio de Gás e Energia da Petrobras, no período de setembro de 2007 a fevereiro de 2012. De maio de 2006 a setembro de 2007, exerceu a função de presidente da Petrobras Distribuidora, tendo acumulado com a função de diretora Financeira da empresa. ao longo de sua carreira técnica atuou nas atividades de en-genharia de poços de petróleo.

a sPE é a maior organização pro-fissional do mundo voltada para o segmento de Exploração & Produção da indústria de petróleo e gás, com cerca de 123 mil membros de 135 países. Fundada em 1957, a socie-dade de Engenheiros de Petróleo possui 190 seções pelo mundo e três no Brasil: seção Brasil, seção Macaé e seção Bahia.

SPE homenageia Graça Foster

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aOs 24 aNOs, Jean Guilherme Konell trilhou uma trajetória rápida de crescimento dentro da raumak, empresa especializada em acondi-cionamento e movimentação de pro-dutos, assumindo a vice-presidência da raumak North america, primeira filial da empresa no exterior, que in-vestiu u$ 1 milhão em operações na sede em atlanta (Eua).

Formado em tecnologia Me-cânica, Jean começou na empre-sa atuando na área de montagem de máquinas e, graças aos seus conhecimentos em desenho, logo estava atuando no departamen-to de engenharia. Passados cin-co anos, ele acabou migrando da área técnica para a comercial e as exportações foram ganhando volume, abrangendo, hoje, mais de 35 países – numa carteira de clientes que inclui multinacionais dos segmentos de alimentação, far-macêutico, cosmético e químico.

“Meus últimos dois anos tra-balhando em exportação segura-

mente foram nos que mais cres-ci profissional e pessoalmente, pois tive contato com cerca de 15 diferentes países e culturas”, conta Jean, sobre sua atuação na raumak Export. “agora, o novo desafio é estar à frente da aber-tura da operação e da consolida-ção da marca raumak na américa do Norte”, completa, ressaltando que o mercado norte-americano é

o maior do mundo, dentro deste segmento.

Natural de Jaraguá do sul (sC), sede da raumak, Jean ressalta que a empresa lhe concedeu o devido tempo para se preparar para o desafio de ir morar no exterior e assumir a responsabilidade à frente da raumak North america, executando o objetivo de tornar este mercado uma referên-cia no exterior para a empresa, que já atende clientes norte-americanos desde 2003.

ao analisar os motivos que le-varam à sua rápida ascensão den-tro da raumak, o jovem executivo aponta o senso de oportunidade, aliado ao “preparo profissional, a humildade e a vontade de fa-zer acontecer no novo desafio”, explica. também contou a favor de Jean o prazer pessoal que ele tem em socializar com pessoas de diferentes culturas, característica que se reflete profissionalmente em uma motivação genuína para dialogar e fazer negócios.

Raumak North America tem nova vice-presidência

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PGS

Sísmica ganha parceria de pesouMa NOva tECNOlOGia está sendo elaborada para inovar a forma de aquisição de dados sís-micos marinhos, e gerar melhorias significativas no imageamento da subsuperfície. a BG Brasil, o senai Cimatec (Centro integrado de Manufatura e tecnologia) da Bahia e a norueguesa Petroleum Geo-services assinaram um acor-do de cooperação tecnológica para, juntos, desenvolverem o projeto surdo. a intenção é produzir um equipamento capaz de gerar ondas acústicas no ambiente marinho de maneira inovadora.

a tecnologia, que leva o nome do tambor de percussão que gera um som bastante grave, vai gerar dados complementares para a metodologia de inversão de Onda Completa (Full Waveform inver-sion, em inglês), que está sendo aprimorada com o uso de um su-percomputador – outro projeto em desenvolvimento pela BG Brasil e o senai Cimatec, junto a um grupo de parceiros.

“O surdo poderá revolucionar a aquisição e processamento de dados sísmicos, o que resultaria em uma melhoria significativa no imageamento da subsuperfície. Desta forma, esperamos observar uma redução dos riscos explorató-rios, e uma melhor caracterização de reservatórios em produção”, afirma o CEO da BG américa do sul, Nelson silva.

O executivo explica que, com uma banda de frequências mais abrangente é possível obter informações verticais e espaciais mais confiáveis, o que influencia de modo drástico o resultado das interpretações e análises qua-

litativas e quantitativas – como o entendimento da comparti-mentalização do reservatório e a predição de fluidos. uma maior confiança na fase de caracteri-zação dos reservatórios poderá gerar um aperfeiçoamento do plano de produção destes, o que tende a aumentar e otimizar a produtividade dos campos. “as técnicas de aquisição sísmicas utilizadas atualmente são limi-tadas quanto à frequência das ondas sonoras, o que restringe a resolução final das imagens sísmicas”, complementa.

O projeto será desenvolvido em salvador (Ba), nas instala-ções do senai Cimatec, a um custo total de r$ 26 milhões – incluindo o financiamento adicional do projeto piloto da Empresa Brasileira para Pesqui-sa e inovação industrial (Embra-pii). a BG Brasil contribuirá com r$ 8 milhões.

O desenvolvimento do projeto se dará em três etapas: a primeira será o desenho e construção de um protótipo do equipamento em escala reduzida, para teste do conceito; a segunda, desenvolvimento do protó-tipo em escala real e testes prelimi-nares; e a terceira, a realização de testes de campo no Brasil, que acon-tecerá caso as duas primeiras etapas sejam bem-sucedidas. a expectativa é de que, no futuro, o equipamento possa ser manufaturado e comercia-lizado no país.

“Os desafios técnicos e opera-cionais do surdo vão ao encontro da proposta de inovação colocada pela Embrapii, aproximando a academia da indústria. O senai acredita neste modelo novo de fi-nanciamento em P&D e irá realizar os esforços necessários para o su-cesso deste projeto junto com o BG Group e a PGs”, pondera o diretor regional do senai-Ba, leone Peter Correia da silva andrade.

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Apply Sørco

Software de gestão IFS ApplicationsO FluXO DE informações é vital para a eficiência e segurança operacional de grandes empre-endimentos. atenta às novas tecnologias, a apply sørco, em-presa norueguesa de engenharia multidisciplinar e empreiteira do setor de petróleo e gás, imple-mentou o iFs applications™, software de gestão empresarial da companhia global iFs. Entre os benefícios estão a melhoria da qualidade de dados, projeto mais eficiente, gestão de recursos e riscos, bem como a complexida-de reduzida no ambiente de ti da empresa.

segundo a apply sørco, a implementação aconteceu dentro do prazo de 13 meses e o iFs applications está funcionando para cerca de 900 usuários, com projetos sendo gerenciados em nível mundial.

a solução iFs substituiu grande número de sistemas lega-dos independentes para oferecer controle integrado e em tempo real de processos, tais como engenharia, construção, geren-ciamento de projetos, cadeia de suprimentos, HsEQ (Health, safety, Environment and Quality affairs), Finanças e rH.

“Essa é uma iniciativa estra-tégica para garantir a execução de projetos mais eficientes atra-vés da nossa cadeia de valores. Crescemos substancialmente nos últimos anos, o que significa que

estamos gerenciando projetos cada vez maiores e mais comple-xos”, afirma o vice-presidente sê-nior da apply sørco, tove tyberø, que assegura que a tecnologia permitirá manter o crescimento, além de sustentar a entrega de projetos no prazo, com qualidade e eficiência.

“acumulamos robusta ex-periência a cada novo projeto implementado na indústria de petróleo e gás, e isso se reflete em nossa agilidade de

implantação e na solução iFs em si. Estamos certos de que

a apply sørco continuará a se beneficiar da agilidade e escalabili-dade do iFs applications e esperamos

poder dar continuidade a esta colaboração”, disse o CEO da iFs Escandinávia, Glenn Arnesen.

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produtos e serviços

Ametek

EagleBurgmann

Novo calibrador para o setor de óleo e gás

EagleBurgmann lança novo selo mecânico

a aMEtEK tEst & Calibration instruments, unidade da ame-tek, inc. – uma mas maiores produtoras globais de instru-mentos eletrônicos e aparelhos eletromecânicos, com us$ 3,6 bilhões em vendas anuais –lançou no mercado o calibrador Jofra asC-400. a tecnologia tem multifunção e é portátil, com aplicação para os setores de óleo e gás, geração de energia, metalurgia, hidráulica, entre outros. O instrumento atende às necessidades de calibração de sensores e transmissores moder-nos para várias funções de con-trole de processo, engenharia de sistemas e manutenção.

O equipamento permite o controle de todas as funções a partir da tela principal, o que oferece maior facilidade de uti-lização. sua interface intuitiva permite que os técnicos utili-zem até 11 funções diferentes

sem consultar a documentação. a tela tem todas as cores e contraste elevado, e o teclado numérico é completo.

a precisão é de laborató-rio para calibração em campo, monitoramento de processo e funções de manutenção. É compacto o suficiente para ser guardado em uma caixa de ferramentas e pode ser operado com apenas uma das mãos.

Entre suas capacidades está a captação de sinais de ma, v, transmissores pulsantes, pressão

e temperatura com indicação simultânea do aparelho testado. O calibrador realiza com facilida-de funções que poupam tempo, como teste de chaveamento automático, teste de vazamen-to, ampliação e cálculo de erro percentual em linha. Conduz simulação rtD com rapidez, trabalha com transmissores pulsantes e PlC, podendo ser utilizado como termômetro de alta precisão.

Quando combinado com os novos módulos de pressão da sé-rie CPF da ametek Crystal Engi-neering, o asC-400 torna-se um genuíno calibrador de pressão; alcança precisões de até 0,025% de leitura sem influência de temperaturas na faixa de -10°C a 50°C. O asC-400 também ofere-ce entrada e saída simultâneas, o que possibilita a calibração e o ajuste de um transmissor sem equipamentos adicionais.

a EaGlEBurGMaNN, empre-sa especializada em soluções de vedação para equipamentos rotativos, trouxe para o mercado sul-americano o BP sea, um selo com design inovador que protege rolamentos e mantém a lubrifi-cação do mancal. a tecnologia pode ser usada em aplicações comuns, como bombas centrí-fugas, turbinas a vapor, motores, multiplicado-res (redutores), misturadores, ventiladores e sopradores.

O BP seal possui duas câmaras verticais internas, alinhadas, que

garantem proteção mais efetiva ao mancal. E, segundo o diretor-geral da companhia na américa do sul, Benito De Domenico Jr., uma das

suas principais inovações tecnoló-gicas é o fato de este selo eliminar o problema da obstrução dos O’rings dinâmicos (anéis de vedação) por meio de um processo de selagem que ocorre sem contato com os dois O’rings estáticos internos.

Outro diferencial do BP seal é a capacidade de direcionar e expulsar um alto volume de conta-minantes de forma mais eficiente, prolongando, assim, a vida útil do mancal. “O produto conta com o retorno angular de Óleo, um fator que auxilia nas atividades dos mancais e facilita o trabalho ao oferecer mais capacidade volu-métrica de fluxo de retorno sem deixar vazar o óleo”, completa De Domenico.

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GE

GE lança BOP com 20 kpsi de pressãoa GE Oil & Gas laNçOu no mercado a nova geração de blo-wout preventer (BOP) submarino que suportará 20 kpsi de pressão. O BOP é uma peça essencial para os equipamentos de perfuração e intervenção submarina – é uma válvula de segurança de 60 m de altura que pesa várias toneladas, projetada para conter a pressão em poços de petróleo e gás du-rante as operações de perfuração e intervenções.

Os BOPs submarinos da GE estavam classificados para 15 kpsi, criando assim uma demanda da indústria por uma nova geração do equipamento com a capacidade de acessar os reservatórios mais desafiadores.

a empresa recebeu o primeiro pedido das empresas de perfura-ção Maersk Drilling e BP como parte do programa 20K™ rigs, que visa desenvolver tecnologias de nova geração de perfuração que serão essenciais para supor-tar a próxima fronteira para a exploração de petróleo e gás em águas profundas.

O BOP será instalado em Copenhague, na Dinamarca, e entrará em operação em 2018. a ordem de pedido de BOP 20 kpsi foi a primeira no mundo e o equipamento será uma peça fundamental para auxiliar de forma segura na exploração de águas ultraprofundas antes nunca exploradas. “O novo BOP permitirá às empresas de perfu-

ração atuar em águas profundas que atualmente são inacessíveis com os sistemas convencionais de 15 kpsi”, disse o presidente e CEO de Drilling & surface da GE Oil & Gas, andrew Way. Ele explica que o novo sistema utiliza as mais recentes soluções de software de comunicação que possibilitam o monitora-mento em tempo real do status e desempenho do equipamento, oferecendo, assim, novos graus de confiabilidade.

Inovação – Os BOPs 20 kpsi serão fabricados na GE Oil & Gas Drilling systems em Hous-ton (Eua), com o apoio técni-co dos centros de excelência espalhados por todo o mundo.

Esse projeto combina anos de experiência com uma série de novas tecnologias de internet industrial. as principais carac-terísticas do novo sistema BOP 20 kpsi incluem:

• O GE Ram e o Annular BOPs atualizados foram projetados para demandas específicas para conter a alta pressão dos reservatórios.

• O sistema de controle GE seaONYX™ BOP foi projetado para maximizar o tempo de ope-ração do sistema.

• O software SeaLytics™ BOP advisor foi projetado para for-necer dados de desempenho em tempo real de maneira a reduzir significativamente os requisitos de manutenção não programadas dos equipamentos.

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produtos e serviços

Huawei

Chinesa Huawei assina acordo na área de ciência e tecnologia com o Brasila HuaWEi, EMPrEsa especiali-zada em soluções de tecnologia da informação e Comunicação (tiC), assinou esta semana dois acordos de cooperação com órgãos gover-namentais no Brasil. Os documen-tos foram assinados na presença da presidenta Dilma rousseff e do presidente chinês, Xi Jinping, durante sua visita ao Brasil.

uma das parcerias, firmada com o Ministério da Ciência, tecnologia e inovação (MCti), é referente a uma cooperação para promover a tecnologia de Compu-tação em Nuvem no país, assim como aplicativos baseados nesta tecnologia para serviços eletrô-nicos como, por exemplo, saúde e educação. O acordo foi firmado pelo ministro do Ministério da Ciência, tecnologia e inovação (MCti), Clélio Campolina Diniz, e o presidente da Huawei região sul da américa do sul, li Ke.

O segundo acordo foi uma assinatura de cooperação técni-ca e estratégica com o Governo do Estado do rio Grande do sul para a área de Pesquisa e Desen-volvimento (P&D). a cooperação inclui a criação de plataformas para gestão eficiente de cidades e serviços governamentais, como, por exemplo, saúde, transporte e energia. Entre os parceiros estão a Companhia de Processamento de Dados do Estado do rio Grande do sul (Procergs) e o Banco de Desen-volvimento do rio Grande do sul (Badesul).

O objetivo é que as instituições estaduais e a Huawei trabalhem em conjunto nos projetos digi-tais desenvolvidos pelo Gover-no: Programa Cidades Digitais, Programa de Computação em Nuvem e Comunicações unifica-das. Nessas iniciativas, a Procergs

e o Badesul, em conjunto com a Huawei, implantarão um modelo de infraestrutura para computação em nuvem para viabilizar serviços digitais. Este acordo foi firmado pelo governador do rio Grande do sul, tarso Genro, e li Ke, presi-dente da Huawei região sul da américa do sul.

“a Huawei está presente no Brasil há mais de 15 anos e procu-ra oferecer tecnologias e soluções inovadoras continuamente. a empresa continuará investindo no Brasil como um parceiro confiável de tecnologia tanto para o governo quanto para as empresas”, diz li Ke. Em junho desse ano, a Huawei inaugurou o primeiro Centro de Dados Compartilhados (CDC) no instituto Nacional de Pesquisas da amazônia (inpa/ MCti), em Manaus (aM).

Centro Conjunto de Inovação no Tecnopuc – O Parque Científico e tecnológico da PuCrs (tecno-puc) receberá a primeira empresa chinesa para instalação na unida-

de de Porto alegre. a Huawei, que controla mais de 15 subsidiárias do setor de telecomunicações, terá no tecnopuc um Centro Conjunto de inovação em parceria com o governo do Estado.

O objetivo é desenvolver es-tudos e pesquisas envolvendo as Faculdades de Engenharia e de informática da PuCrs, sob a coor-denação do instituto de Eletrônica e telecomunicações (iEtelecom) da universidade. as negociações da empresa com o tecnopuc já pro-jetam expansão para a unidade do Parque em viamão.

Para o presidente da Procergs, Carslon aquistapasse, a Huawei reconheceu a vocação gaúcha na área de tecnologia de informa-ção. “a parceria com a PuCrs é fundamental neste sentido, pois gera profissionais qualificados e que poderão interagir com as pesquisas propostas. além disso, o tecnopuc é reconhecidamente um dos melhores Parques do país, reforçando a aposta da empresa no Estado”, considera.

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Sunnyvale

Óleo & gás puxa crescimento do setor de codificação permanente

Na CarONa DO crescimento do mercado de óleo & gás, um dos segmentos que tem apresentado incremento de demanda no Brasil é o de marcação permanente de peças como, por exemplo, as que compõem estruturas de plataformas offshore e tubulações. a codificação por micropuncionamento garante a durabilidade das marcações fei-tas em peças que serão expostas a ambientes hostis e altamente corrosivos.

No Brasil, a expectativa da aNP (agência Nacional do Pe-tróleo, Gás Natural e Biocombus-tíveis) é que o segmento de gás natural receba investimentos para abastecimento de usinas térmicas, setor visto como uma alternati-va bastante palpável para evitar novas crises no segmento energé-tico. Fora do país, o consumo de gás natural já cresce mais que o consumo de óleo.

“Estamos vendo uma tendên-cia mundial e aqui no Brasil não é diferente. representamos a siC Marking, fabricante francesa de codificadoras por micropun-cionamento, e temos recebido informativos para que se dire-cione atenção extra para este setor, principalmente em merca-dos emergentes como o nosso”, explica o diretor comercial da sunnyvale, Kleber Miranda.

a sunnyvale acaba de ser informada dos investimentos da siC Marking em solo francês, com a constru-ção de nova planta fabril em

lyon, que terá 3.000 m de área construída em terreno de 10 mil m2. “a expansão por lá é um aviso das perspectivas de crescimento sustentável. E ao nos passar as informações sobre a nova fábrica já nos sinalizam que o setor de óleo & gás é um dos que mais espaço oferecem para nossas aplicações”, conclui Kleber.

Codificadoras – as codificado-ras da siC Marking atendem a

diversos tipos de necessidades na marcação. É possível ter codifi-cadoras de bancada, para marcar peças menores, até codificadoras portáteis, que ajudam na marcação de peças maiores.

Para o segmento de óleo & gás, que traz peculiaridades de peças maiores ou a necessida-de de levar o equipamento até determinada estrutura fixa, as codificadoras portáteis, como as da linha Deep, são as mais indi-cadas. Marcam desde plástico até aço com profundidade de até 0,8 mm e possibilitam codificação de informações como datas, números seriais, códigos Datamatrix (2D) e logotipos, entre outros. Empre-sas como varco, Queiroz Galvão e fornecedoras da Petrobrás já utilizam este equipamento.

Codificação permanente auxilia na identificação de peças e estruturas que estão em ambientes hostis e altamente corrosivos, uma das principais peculiaridades do segmento de óleo & gás.

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Produção de combustível a partir da

PIRÓLISE DE PNEUSA conversão de resíduos para gerar combustível é uma promissora alternativa aos derivados do petróleo em um mercado em expansão

O progressivo aumento na demanda mundial por combustí-veis, impulsionado pelo desenvolvimento econômico e pela elevação populacional registrados nas últimas décadas, tem sido suprido essencialmente por recursos não renováveis

oriundos da destilação do petróleo (suslick et al., 2003). O processo de obtenção desses recursos tem forte impacto sobre o meio ambiente, promovendo recorrentemente danos ambientais e grande esforço tem sido dedicado à produção de combustíveis a partir de outras fontes e processos. O uso de fontes alternativas de energia tem sido uma opção para a redução da utilização de combustíveis fósseis.

uma forma de obtenção de combustíveis alternativos é a conver-são de resíduos. Os materiais mais utilizados para a produção de com-bustíveis são subprodutos industriais ou resíduos da biomassa, dentre os quais sobressaem o bagaço de cana-de-açúcar, fibra de coco, sa-bugo de milho e resíduos de algodão (rocha et al., 2004). Em alguns países em desenvolvimento, a biomassa é responsável por cerca de um terço da energia consumida (rosillo-Calle et al., 2000).

a vasta disponibilidade de pneus inservíveis, devido ao aumento do número de veículos automotivos em circulação, tem impulsionado o uso de resíduos de pneus como fonte alternativa de energia. Na década de 1990, o resíduo anual de pneus foi estimado em 1,5.106 toneladas na Comunidade Europeia, 2,5.106 toneladas na américa do Norte e 0,5.106 toneladas no Japão (Williams et al., 1990).

apenas nos Eua, estimou-se em 2-3 bilhões o número de pneus aguardando disposição final (Wójtowicz e serio, 1986). Em 2005, foram inseridos no mercado brasileiro 35 milhões de pneus novos destinados ao consumo interno (anip, 2005). Os resíduos de pneus representam um sério problema ambiental, uma vez que servem de criadouro para mosquitos e roedores e apresentam grandes riscos de incêndio e de danos à saúde humana (Wójtowicz e serio, 1986). Diante desse cenário, a disposição final de pneus após o seu uso tem se tornado cada vez mais urgente, uma vez que eles são de difícil deterioração, poluindo diversos sistemas e causando danos à fauna e à flora.

Os diferentes métodos de reaproveitamento de resíduos de pneus – como recauchutagem, recuperação, incineração e moagem – têm mostrado limitações em suas aplicações (Murugan et al., 2009). além disso, tais resíduos são praticamente imunes a tratamentos químicos e biológicos. Desta forma, a pirólise de resíduos de pneu tem sido

Ronaldo Gonçalves do Santos integra o corpo docente do Departamento de Engenharia química da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI). Graduado em Engenharia química pela universidade Federal da Bahia (2000), tem mestrado (2003) e doutorado (2007) em Engenha-ria química pela universidade Estadual de Campinas (unicamp) e pós-doutorado na Norwegian university of Science and Technology (NOR). Foi pesquisador visitante da universidad de Los Andes (Mérida, Vene-zuela) e do Centro de Estudo do Petróleo da unicamp (2009 - 2013).

meio ambiente

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ReferênciasAnip (2005) Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos. Disponível na internet via: WWW. URL: http://www.anip.com.br.lkılıç, C.; Aydın, H. Fuel production from waste vehicle tires by catalytic pyrolysis and its application in a diesel engine. Fuel Processing Technology. 92, 1129-1135, 2011.Murugan, S.; Ramaswamya, M.C,; Nagarajan, G. Assessment of pyrolysis oil as an energy source for diesel engines. Fuel processing technology, 90, 67-74, 2009.Fulmer, M.E., Ogde,,J.M. and Williams, R.H. Cogeneration Applications of Biomass Gasifier/Gas Turbine Technologies in the Cane Sugar and Alco-hol Industries. CEES/Princeton University, Princeton. 1990Rocha, J.D.; Mesa Perez, J.M.; Cortez, L.A.B. Aspectos teóricos e práticos do processo de pirólise de biomassa. Energia na indústria de açúcar e álcool. Unifei, Itajubá, 12-16 de julho de 2004.Rosillo-Calle, F.; Bajay, S. V.; Rothman, H. Uso da biomassa para produção de energia na indústria brasileira. São Paulo: Unicamp, 2000.Roy, C.; Labrecque, B.; De Caumia, B. Recycling of scrap tyres to oil and carbon black by vacuum pyrolysis. Resources, Conservation and Recycling. 4, 203-213, 1990.Suslick, S.B., Schiozer, D.J., Nepomuceno, F. & Furtado, R. Forecasting the Development of Heavy-Oil Reserves In Ultra-Deep Waters Using Tech-nological Risk Models. SPE Hydrocarbon Economics and Evaluation Symposium, 5-8 April, Dallas, Texas, USA (2003).Wójtowicz, M.A.; Serio, M.A. Pyrolysis of scrap tires: Can it be profitable. ChemTech, 1996, 48-53.

apontada como uma promissora via para a remoção de pneus inservíveis do meio ambiente (Murugan et al., 2009; iikiliç e aydin, 2011). além de elimi-nar resíduos de pneus, a aplicação do processo de pirólise resulta na produção de combustível com potencial para emprego na geração de energia na indústria e em motores automotivos, servindo, as-sim, de alternativa ao uso de combustíveis deriva-dos da destilação do petróleo.

O processo de pirólise baseia-se na degradação térmica de moléculas complexas em moléculas mais simples por meio de uso de calor. trata-se de um processo de oxirredução, no qual parte do material é reduzida a carbono e a outra parte é oxidada e hidrolisada dando origem a uma mistura de compostos, tais como fenóis, carboidratos, álco-ois, aldeídos, cetonas e ácidos carboxílicos (rocha et al., 2004). além dos benefícios ambientais e de sustentabilidade, a pirólise deve contribuir econo-micamente, gerando combustíveis mais baratos, se um processo em larga escala for implantado.

a obtenção de óleo de pirólise oriundo do pro-cessamento de pneus inservíveis tem sido abordada em vários trabalhos (roy et al., 1990; Murugan et al., 2009; iikiliç e aydin, 2011). resultados destes trabalhos mostram que a pirólise de pneus inserví-veis produz significativas quantidades de hidrocar-bonetos líquidos, de sólidos e de gases. Os gases são essencialmente formados por hidrogênio, monóxido de carbono, dióxido de carbono, metano, etano e butadieno. O condensado da pirólise tem proprieda-des físicas e químicas similares ao diesel, incluindo a emissão de monóxido de carbono e hidrocarbone-tos, quando em combustão. Embora os resultados da literatura apontem para o uso do condensado da pirólise como combustível líquido em fornos, fundi-ções e caldeiras, devido principalmente ao seu alto valor calorífico, baixa produção de cinzas e baixo conteúdo de enxofre, o seu emprego em máquinas de combustão interna necessita de estudos adicio-nais, uma vez que este óleo tende a apresentar baixo número de cetano e alta viscosidade cinemática.

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em petróleo e gás

Grandes projetos de

GERENCIAMENTO

Roma não foi construída em um dia. A cidade cresceu por meio de uma série de projetos que seguiram cronogramas e orçamentos. Considere, por exemplo, o Coliseu: um exército de trabalhadores levou menos de dez anos (e, isso, em 80 dC) para construí-lo com 100.000 m3 de mármore travertino.

Para conseguir isso, os líderes do projeto basearam-se em con-ceitos já testados de engenharia e inovações organizacionais. Eles dividiram o anfiteatro em setores, atribuindo a cada um deles um empreiteiro diferente. Equipes de engenheiros civis supervisiona-ram o trabalho e compartilharam as melhores práticas tendo como base um projeto simples. Eles tinham sob sua responsabilidade os custos e os prazos.

atualmente, grandes projetos no setor de petróleo e gás enfren-tam desafios igualmente assustadores. Com a competitividade cres-cendo e a produção de petróleo e gás se movendo para regiões de fronteiras e áreas de recursos não convencionais, os projetos são maiores e mais complexos do que antes. Os prazos e orçamentos são apertados, a segurança é primordial e cada projeto precisa levar em consideração os impactos ambientais e para a sociedade.

Nossa experiência com projetos em petróleo e gás sugere que, embora as melhores práticas e talentos sejam essenciais, eles não são suficientes para alcançar o sucesso. Os gestores de projetos exi-tosos seguem um amplo conjunto de regras comuns e referências que orientam suas decisões. Essas regras incluem diferentes fases do projeto – checkpoints são essenciais para que os gerentes decidam se o projeto deve ir ou não para a próxima etapa.

as empresas líderes revisam continuamente os checkpoints, ba-seando-se nas condições de mercado. Eles preveem as necessidades dos diferentes públicos ainda nas fases iniciais como, por exemplo, assegurando-se de que todos os requisitos regionais sejam cumpri-dos ou trabalhando-se para reduzir custos que podem se tornar as-tronômicos nas fases mais adiantadas do projeto.

Os líderes fazem com que sua equipe também seja responsável pelas decisões e progressos. analisamos um vasto número de proje-tos para saber a razão pela qual eles acabam atrasando ou passando do orçamento. E encontramos o motivo: “não tomar boas decisões com as pessoas certas faz com que o projeto não aconteça”.

Às vezes, o projeto não teve apoio técnico suficiente logo na fase inicial ou eles não consideravam os diversos públicos que seriam im-pactados pela obra. Em outros casos, os incentivos dos tomadores de

José Sá é sócio da Bain & Company .

gestão

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decisão não estavam alinhados com os objetivos do projeto. um interesse compartilhado em relação ao sucesso do projeto e papéis bem estabelecidos para todos que participam dele asseguram que o proces-so esteja no caminho correto.

Descobrimos também que os projetos são mais propensos a ter sucesso quando os especialistas funcionais têm um comitê consultivo em vez de uma função de decisão. Em empresas líderes, o fortalecimento das equipes de projeto consiste em incorporar as melhores pessoas, definição de processos e garantia do controle das atividades gerenciais e técnicas. Por sua vez, as equipes de projeto são responsáveis pelas decisões que entre-gam os objetivos do projeto.

Os líderes também reveem continuamente o projeto para monitorar riscos e ter a certeza de que há acréscimo de valor. uma maneira de fa-zer isso é elencar os gestores sêniores que não participam do time de projeto para ter um “olhar frio” na revisão do projeto, custos e andamento. Eles podem oferecer uma clara visão do progresso do projeto e ajudar a priorizar recursos alinhados com os objetivos da empresa.

uma boa estrutura é essencial, mas não é o su-ficiente para satisfazer as demandas de grandes projetos em petróleo e gás. as empresas precisam melhorar continuamente as suas capacidades para o desenvolvimento de grandes projetos. Quatro capa-cidades são essenciais:REGRAS DE COnTEúDO LOCAL - Os proprietários de projetos precisam entender claramente os requi-sitos de fonte de alguns bens e serviços do país anfi-trião, e levar em conta os riscos relevantes. Quando os serviços não estão disponíveis a partir de fontes locais, os projetos precisam ser planejados para ações de contingências ou correm o risco de atrasar um pro-jeto e finalizá-lo acima do orçamento.EnGEnhARIA - simplicidade no design pode ga-rantir soluções eficientes e competitivas; excesso de engenharia cria uma complexidade desnecessária. Em um projeto que trabalhamos, engenheiros re-visaram 71 ações de engenharia complexas, desde máquinas rotativas até o layout de tubos, para en-contrar simplificações que salvaram entre 1% e 2,5% dos custos. as companhias de petróleo e gás tam-bém estão acumulando suas capacidades internas de engenharia para gerir melhor seus contratados.COMPRAS - algumas empresas estão tentando concentrar até metade do seu orçamento nos seus 40 principais fornecedores, embora há alguns anos fosse requerido mais de 250 empresas para chegar

nesse patamar. Como um todo, isso poderia repre-sentar até 5% de eficiência em custos. Melhores ferramentas também ajudam: uma empresa rede-finiu o seu contrato de divisão de trabalho que lhe permite agrupar contratados e economizar 13% em bens e serviços.RISCO E OPORTunIDADE – Gerenciar risco e oportunidade é um processo contínuo que requer atenção das empresas não apenas em relação aos riscos mais comuns, mas também para adquirir ex-periência na mitigação de eventos inesperados. Na indústria de petróleo e gás, nunca foi mais importan-te gerir saúde, segurança e riscos ambientais, dada a crescente complexidade de operações e a pressão de órgãos reguladores e acionistas. identificação e análise de riscos é um processo contínuo ao longo do ciclo de vida do projeto e da carteira de projetos, tendo uma perspectiva sistêmica de todo o projeto, suas fases e riscos relevantes.

Engenheiros e construtores da indústria de pe-tróleo e gás enfrentam desafios assustadores e sem precedentes à medida que projetam e constroem a infraestrutura para extrair e processar os recur-sos que irão alimentar a economia global ao longo das próximas décadas. Poucos projetos em fase de planejamento resistirão ao teste do tempo como o Coliseu. Mas isso não diminui sua importância ou sugere que deve ser feito com menos rigor. Como a indústria de petróleo e gás entra em uma nova gera-ção de grandes projetos, os gerentes de projeto pre-cisarão lidar com quadros de referência consistentes que orientem suas decisões e demandem o talento mais eficiente que eles podem encontrar, a fim de se manter competitivo.

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Para divulgação de cursos e/ou eventos, entre em contato com a redação. Tel.: 21 3221-7500 ou [email protected]

26 e 27 - ArgentinaShale Gas WorldLocal: Buenos Aires, ArgentinaTel.: +44 (0)207 092 1231Email: [email protected]

12 a 14 - Brasil11ª NavalshoreLocal: Rio de JaneiroTel.: +55 (11) 4878 5990Email: [email protected]

25 a 28 - NoruegaONs 2014Local: Stavanger, NoruegaTel.: +47 51 59 81 60Email: [email protected]

15 a 18 - Rio de JaneiroRio Oil & GasLocal: Rio de Janeiro, RJTel.: + 55 21 2112-9000Email: [email protected]

14 a 16 - EscóciaDeep Offshore Technology InternationalLocal: Aberdeen, EscóciaTel.: +1 918 831 9161Email: [email protected]

14 e 15 - EuADeep Offshore Technology InternationalLocal: Houston, TXTel.: 713 5706 576Email: [email protected]

1 e 2 - Trinidad & TobagoEnergy Caribbean ConferenceLocal: Trinidad & TobagoTel.: +44 (0) 20 7017 5518Email: [email protected]

10 a 13 - Emirados ÁrabesAdipec 2014Local: Abu Dhabi, Emirados ÁrabesTel.: +971 2 6970 527Email: [email protected]

28 a 30 - EuAOil & Gas PipelineLocal: Houston, TXTel.: +1 918 831 9523Email: [email protected]

17 a 19 - DinamarcaIGRC 2014Local: Copenhague, DinamarcaTel.: +45 20401405E-mail: [email protected]

30/09 a 02/10 - CanadáIPE/IPC – International Pipeline ConferenceLocal: Calgary, CanadáTel.: +1 (403) 209-3555E-mail: [email protected]

24 a 26 - Arábia Sauditasaoge 2014Local: Dammam, Arábia Saudita+39 06 [email protected]

Agosto

SetembroOutubro

Novembro

feiras e congressos

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à frente do mais longevo restaurante da cidade – o Rio Minho, que completou 130 anos –, o espanhol Ramón Dominguez, seu quarto proprietário, emocionado, solta a frase com muita convicção e certe-za: “Isto aqui é minha vida. É aqui que me sinto bem.”

mais de um século de tradição

O restaurante está no mesmo lugar – rua do Ouvidor, 10 – e há mais de três décadas tem a orientação gastronômica e empresarial feita por essa figura bo-nachona e alegre. Desde 2010, ramón vem contando com a ajuda da filha Cristina para tocar o barco, a mais antiga referência gastronômica da cidade.

Decorado com azulejos portugueses, exibindo um grande quadro do rio que lhe empresta o nome, a casa, tombada pelo patrimônio histórico, é o berço de um dos mais tradicionais pratos da culinária carioca e brasileira: a sopa leão veloso.

Considerado um dos guardiões da tradição culinária carioca, ramón não se cansa de lembrar que a casa era frequentada por personalidades como José Maria da silva Paranhos Junior (1845-1912), o Barão do rio Branco, o diplomata e filólogo antonio Houaiss (1915-1999) e, claro, pelo embaixador Pedro leão veloso Neto (1887-1947), o criador da sopa que leva o seu nome.

Esta, como lembrou o pesquisador Fabiano Dalla Bona, em Fama à mesa, é uma adaptação do embaixador gastrônomo de um clássico da culinária fran-cesa, a bouillabaisse, tradicional da cidade de Marselha.

fino gosto

por Orlando Santos

RIO MINHO:

RIO MINHO (desde 1884)Rua do Ouvidor, 10 – Centro – RJTel.: 2509-2338De segunda à sexta, das 11h às 16h

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INGREDIENTES1 colher de sopa de manteiga; 100 g de queijo prato; 2 ovos; 1 bana-na prata; 1 xícara de açúcar

PREPAROColoque a manteiga na frigideira e deixe esquentar. Corte o queijo em pedaços bem pequenos e jogue na frigideira junto com a manteiga derretida. Bata os ovos, amasse a banana e misture. quando o queijo estiver bem derretido, adicione os ovos batidos e a banana amassada. Mexa até formar uma massa consistente sem deixar grudar na frigidei-ra. Coloque numa travessa e molde em formato de “pão francês”. Cubra com açúcar e/ou canela (a gosto) e queime com um ferro bem quente. Se preferir, sirva acompanhado de uma bola de sorvete de creme.

INGREDIENTES (4 porções) Caldo de peixe: 1 1/2 kg de cabeça de cherne; 2 cebolas ramo de aipo; 3 ramos de salsa; 3 ramos de cebolinha; 1 alho-poró; 4 ramos de manjericão; 1 ramo (pequeno) de alecrim; 5 ramos de coentro; 4 litros de água Caldo de camarão e mexilhão: 200 g de camarões do tipo uM (médio) (cerca de 7 unidades); 50 g de mexilhões; 1/2 litro de água Sal a gosto Polvo e lula: 300 g de polvo; 300 g de lulas; 1/2 litro de água; sal a gosto Refogado: 2 colheres (sopa) de azeite de oliva extravirgem; 2 colheres (sopa) de óleo de milho; 1 cebola bem picada; 1/2 cabeça de alho (cer-ca de 6 dentes); 2 tomates; 2 folhas de louro; 1 cálice de vinho tinto. Finalização: noz-moscada a gosto; 1 colher (sobremesa) de colorau; 1 colher (sobremesa) de creme de arroz; folhas de hortelã a gosto Utensílios: 4 panelas (sendo uma de 5 litros); coador grande; 1 fri-gideira; 1 panela de barro grande

PREPAROCaldo de peixe: Em uma panela, coloque a cabeça do cherne junto com cebola, aipo, salsa, cebolinha, alho-poró, manjericão, alecrim, coentro e água, e cozinhe por 30 minutos. Retire a cabeça do peixe inteira, desfie a carne e reserve em uma tigela. Depois, passe o caldo de cozimento por uma peneira, descartando as partes sólidas e reservando o líquido. Caldo de camarão e mexilhão: Em outra panela, cozinhe os cama-rões e os mexilhões em água por 10 minutos. Adicione sal a gosto e depois coe, separando a água do cozimento dos camarões e me-xilhões e reservando o caldo e os frutos do mar separadamente. Polvo e lula: Em uma terceira panela, cozinhe o polvo e as lulas na água por 30 minutos. Adicione sal a gosto e retire os frutos do mar, cortando o polvo em pedaços e a lula em rodelas e reservando-os. Refogado: Em uma frigideira, coloque azeite de oliva e óleo de milho, esquentando bem. Acrescente a cebola, os dentes de alho, os tomates, as folhas de louro e o vinho tinto. Deixe ferver por 15 minutos, coe e reserve todos os ingredientes sólidos do refogado. Finalização: Em uma panela grande, de aproximadamente cinco li-tros, coloque 1/2 litro do caldo de peixe com 1/2 litro do caldo de camarão e mexilhão, acrescente o refogado e deixe ferver por 15 minutos, mexendo bem. Adicione a noz-moscada e o colorau, deixe ferver por mais 15 minutos e coe. Volte com o líquido para o fogo e acrescente o creme de arroz — que fará engrossar o caldo —, mexa bem e deixe ferver por mais 15 minutos. Então, acrescente os frutos do mar reservados: polvo em pedaços, lulas em fatias, cama-rões, mexilhões e a carne da cabeça do cherne desfiada. Misture tudo, transfira para uma panela de barro, corrija o sal e ferva até borbulhar. Ao servir, acrescente folhas de hortelã.

MINEIRO DE BOTAS (sobremesa)

SOPA LEãO VELOSO (foto principal)

Da cidade francesa, a bouillabaisse desembarcou na Cidade Maravilhosa e foi abrasileirada, eliminan-do-se o açafrão e acrescen-tando-se o sabor dos peixes locais. O toque particular, segundo ramón, é dado pela cabeça dos peixes, além de pedaços de cher-ne, mexilhões e camarões.

um detalhe importan-te: para que a sopa fique

perfeita, ele vai ao encontro de todos os seus fornecedo-res, logo nas primeiras horas da manhã, para escolher os mais frescos e suculentos mariscos. E diz que algumas vezes até rejeita produtos, tal o nível de sua exigência.

E é com a cabeça do cherne e temperos como man-jericão, alecrim, aipo, alho-poró e coentro, que prepara o caldo, grande trunfo da leão velloso. Para completar a iguaria, polvo, lula, camarões e mexilhões. são cinco horas de preparo para servi-la diariamente, e para fa-zer a alegria dos seus fiéis e honrados comensais, além dos novos fregueses da casa.

Encravado na Praça Xv, num lugar histórico, o rio Minho anda sofrendo com as obras da demolição do viaduto da Perimetral. Mas ramón, otimista como é, acredita que daqui a dois anos, no máximo, tudo vai fi-car uma maravilha. E mais: as pessoas vão poder olhar o mar a partir do anexo que ele criou ao lado do res-taurante principal, e que carinhosamente apelidou de ‘point do rio Minho’.

vida longa para o rio Minho!

FRUTOS DO MARGRELHADO

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OQuando comemorou, no início de 2014,

seus 77 anos, o Museu Nacional de Belas Artes

recebeu um valioso presente: 222 obras do

pintor brasileiro Candido Portinari, doadas pela

Finep – Inovação e Pesquisa, uma das principais agências

de financiamento de P&D do país.

MNBA expõe 65 obras que sintetizam o legado do artista brasileiro

O presente está sendo compartilhado desde o dia 1º de julho pelo museu, que apresenta ao público, pela primeira vez, um conjunto de 65 obras restauradas do pintor. a síntese dessa produção artística pode ser vista até novembro, no MNBa, que tornou-se o museu brasileiro com maior número de obras do pin-tor, somando 243 peças no total, entre pinturas, desenhos, gravuras, pequenos esboços e gigantescos murais.

a exposição está montada em núcleos temáticos: retratos, social, religioso e ilustração, como os trabalhos para os livros de Machado de assis (O alie-nista e Memórias póstumas de Brás Cubas, por exemplo). Para a diretora da instituição, Monica Xexéo, a mostra oferece à sociedade um conjunto de obras ainda não vistas pelo grande público.

Candido Portinari doação Finep exibe os estudos/desenhos para murais da igreja de são Francisco de assis, situada na Pampulha, em Belo Horizonte (MG), projetada por Oscar Niemeyer. Os trabalhos para os ciclos econômi-cos dos painéis do Palácio Gustavo Capanema, no rio Janeiro, e para jogos infantis, também integram a exposição, assim como as matrizes de gravuras de personagens históricos, como o inconfidente tiradentes.

a parceria da Finep com o Projeto Portinari vem de longa data. a agência forneceu recursos para a realização da pesquisa completa do legado do pintor,

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para ver e admirarPORTINARI

por Orlando Santos

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que conta com mais de cinco mil obras, espalhadas pelo mundo inteiro. O projeto cedeu 222 obras de Portinari à autarquia, que formalizou a doação ao Museu de Belas artes. “a Finep estava em busca do lugar certo para expor estas obras. Chegamos ao MNBa e sabemos o quanto esta doação será importante para a cultura brasileira”, afirmou o presidente da Finep, Glauco arbix.

a exposição inclui trabalhos de Portinari que já perten-ciam ao acervo do MNBa, como as obras fundamentais Café, retrato de Olegário Mariano, além da monumental tela Primeira missa no Brasil, pintada em 1948, no uruguai, e doada em janeiro de 2013 pelo Ministério da Cultura.

O ARTISTA – Candido Portinari nasceu em 30 de dezem-bro de 1903, na pequena cidade de Brodowski, no interior do estado de são Paulo. aos 15 anos, mudou-se para o rio de Janeiro, decidido a aprimorar seus dons na Escola Nacional de Belas artes, onde começou a se destacar e a chamar a atenção tanto de professores quanto da própria imprensa. À custa de muita obstinação e talento, tornou--se um dos mais famosos pintores das américas. Com sua morte prematura aos 58 anos, provocada por intoxicação pelas tintas utilizadas nos quadros, Portinari deixou um extraordinário legado: mais de cinco mil obras, entre mu-rais, afrescos, pinturas, desenhos e gravuras que repre-sentam uma ampla síntese crítica de todos os aspectos da vida brasileira de seu tempo.

O MNBA HOJE – Depois de um período em que teve sérios problemas estruturais que ameaçavam suas valiosas co-leções, o MNBa está hoje plenamente recuperado e com equipamentos atualizados, sendo considerado o mais

importante museu de arte brasileira do século XiX, um dos afamados internacionalmente e dos maiores em seu gênero em toda a américa do sul.

Possui mais de 6.733,84 m² de área de exposição, com 1.797,32 m² de reservas técnicas. além dos espaços de exposição e setores administrativos, o museu possui um Departamento de Conservação e restauração, com labo-ratórios para trabalhos de pintura e papel, as reservas técnicas e a Oficina de Molduras e Gesso.

ACERVO – O acervo do MNBa teve início com o conjunto de obras de arte trazidas por Dom João vi, em 1808, e foi sendo ampliado ao longo do século XiX e início do século XX, com a incorporação do acervo da Escola Nacional e outras aquisições, e hoje conta com cerca de 15 mil peças, entre pinturas, esculturas, desenhos e gravuras de artistas brasileiros e estrangeiros, além de uma coleção de arte decorativa, mobiliário, arte popular e um conjunto de peças de arte africana.

Mostra Portinari doação FinepExposição: de 1º de julho a novembro de 2014Visitação: terça/sexta de 10h às 18h; sábado, domingo e feriado de 12h às 17hLocal: Museu Nacional de Belas ArtesEndereço: Avenida Rio Branco, 199 – Centro – RJInformações: (21) 3299-0600Entrada franca

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PINTURA – Destaca-se o grande acervo de arte brasileira, o mais importante do país, que permite a reconstituição, com grande variedade de exemplares de primeira linha de toda a trajetória da pintura brasileira desde o início do século XiX até os dias de hoje.

O acervo foi formado primeiramente com peças dos integrantes da Missão Francesa (Nicolas-antoine taunay, Félix taunay, Jean-Baptiste Debret), com a obra dos estrangeiros que participaram do círculo da academia imperial (Nicola Facchinetti, François-rené Moreaux, abraham-louis Buvelot, Giovanni Battista Castagneto, Johann Georg Grimm etc).

também tem obras de brasileiros, professores ou alunos da academia imperial, como victor Meirelles, agostinho José da Mota, Pedro américo, almeida Júnior, Henrique Bernardelli, rodolfo amoedo, Pedro Weingär-tner, Zeferino da Costa, Belmiro de almeida, antônio Parreiras, Décio villares, Galdino Guttman Bicho, arthur timótheo da Costa e Eliseu visconti.

Dentre os artistas modernos destacam-se Candido Portinari, Carlos Oswald, Djanira, tarsila do amaral, Di Cavancanti, vicente do rego Monteiro, antônio Bandei-ra, Guignard, Cícero Dias, lasar segall, José Pancetti.

Os períodos colonial e modernista estão representa-dos com menor número de peças. Entre as obras mais conhecidas do público estão: Café (Portinari), Gioventù (Eliseu visconti), Batalha do Avaí (Pedro américo) e A primeira missa no Brasil (victor Meirelles).

a seção de pintura estrangeira teve seu início com o acervo deixado por Dom João vi, quando retornou a Por-tugal e com a coleção de cerca de 50 telas adquiridas por Joachim lebreton, na França, e trazidas em sua transfe-rência para o Brasil em 1816.

Dom Pedro ii, notório amante das artes, contribuiu com diversas aquisições, e alguns outros mecenas doaram expressivos conjuntos, como o do conde de Figueiredo, da baronesa de são Joaquim, do embaixa-dor salvador de Mendonça, e os de luis resende e luiz Fernandes. Esta seção se concentra na arte europeia do século Xiii ao XiX, com um importante núcleo de obras barrocas italianas de autores como Baciccia, il Grechetto, Giovanni lanfranco, Jacopo da Ponte, Francesco Cozza, tiepolo, Francesco Guardi, Francesco albani, 20 obras de Eugène Boudin, e oito telas de Frans Post.

ESCULTURA – a coleção de escultura também teve origem no legado da academia imperial e da Escola Nacional, que incluía uma série de cópias de estátuas célebres da antiguidade e outras produzidas por professores e alunos. Enquanto diretor da Escola Nacional, rodolfo Bernardelli adquiriu várias peças e reuniu outras dispersas por órgãos do governo, e Henrique Bernardelli mais tarde doou um conjunto de 250 peças criadas por seu irmão, que hoje constituem o cerne da coleção de escultura brasileira.

ao longo do século XX outras doações e aquisições vieram a ampliar este departamento. Dos autores mais expressivos neste conjunto estão, além do próprio Ber-nardelli, victor Brecheret, amílcar de Castro e Waltércio Caldas, dentre outros. além dos estrangeiros, ligados ou não ao Brasil, como Zéphyrin Ferrez, auguste rodin, e Franz Weissmann.

a chegada das 222 peças de Candido Portinari doadas pela Finep aumentou ainda mais o acervo valioso de um museu que tem sido visita obrigatória de turistas nacio-nais e estrangeiros em busca da melhor e mais vigorosa arte produzida nas américas.

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No dia 6 de junho, a agência Nacional do Pe-tróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (aNP) publicou no Diário Oficial da união a reso-lução n. 32, aprovada um dia antes, que de-

fine os critérios para o enquadramento das empresas petrolíferas na categoria de sociedades empresárias de pequeno ou médio porte.

Como é sabido, esta norma nasceu a partir da previ-são contida na resolução CNPE n. 1, de 7 de fevereiro de 2013, e cujo principal objetivo é o incremento das atividades de exploração, desenvolvimento e produção de óleo e gás pelas empresas de pequeno e médio por-te, bem como a efetiva atuação das referidas empresas nas atividades de E&P em regiões do Brasil nas quais elas ainda são pouco desenvolvidas.

a Nota técnica n. 027/2014/sDP serviu de base para a classificação das pequenas e médias empresas: leva-se em conta não apenas o número de barris de óleo produzidos por dia pelas empresas, como também a classificação dessas sociedades empresárias perante a agência enquanto Operador B, C, ou D.

a agência, portanto, preocupou-se em aperfeiçoar o marco regulatório aplicável aos chamados produtores independentes, isto é, sociedades empresárias petrolífe-ras que não atuam ‘do poço ao posto’ e que, ao mesmo tempo, não tenham possibilidade de atuar globalmente.

a nova resolução da aNP parece indicar a inspira-ção em experiências do exterior, usando como referên-cia a exploração e produção de óleo e gás por produ-tores independentes em países como Estados unidos, Canadá e austrália.

Efetivamente, tais países podem contribuir nos es-tudos comparativos da aNP: os Estados unidos figu-ram como o maior produtor em campos marginais do mundo e tal segmento é de extrema relevância para a produção total do país. No Canadá, segundo infor-mações da Canadian association of Petroleum Produ-

cers (CaPP), 90% da produção de óleo bruto e de gás natural são resultado da atividade de empresas inde-pendentes, que movimentam cerca de 110 bilhões de dólares canadenses ao ano.

antes de traçarmos considerações específicas acer-ca da nova resolução, é pertinente a análise do tema à luz do tratamento dispensado às pequenas e médias empresas no Direito Brasileiro. Há décadas se perce-be a insuficiência das leis comerciais e fiscais sobre o assunto. O arcabouço legislativo era insuficiente para encorajar tais empresas e dar a elas condições de se manterem no mercado.

a legislação atual, marcada pela lei Complementar n. 123/2006 (Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte) conceituou micro e peque-nas empresas com base no critério, bastante genérico e simplista, da receita bruta, nos moldes do seu art. 3º, respeitados os critérios subjetivos, previstos nos incisos do parágrafo 4º.

apenas a título exemplificativo, cite-se que, dentre outras vedações, o critério previsto nos incisos do pa-rágrafo 4º estabelece que não terá tratamento diferen-ciado a pessoa jurídica que seja filial, sucursal, agência ou representação, no país, de pessoa jurídica com sede no exterior.

Percebe-se, entretanto, que o critério da receita bruta, estabelecido no art. 3º, não chega a represen-tar a realidade das empresas de petróleo e gás, pois a indústria, via de regra, requer um maior aporte de in-vestimentos e patrimônio mais elevado. some-se a isso o fato de que o retorno dos investimentos petrolíferos só ocorre, no mínimo, uma década após o início das operações. Daí a necessidade de uma mais adequada regulamentação por parte da aNP que atenda às espe-cificidades desses produtores.

reconhece-se, porém, que a lei complementar n. 123/2006 estabeleceu avanços ao prever que as micro-

Breve análise daRESOLUçãO ANP

N. 32/2014A recente regulamentação para os produtores independentes no Brasil

de Marilda Rosado de Sá Ribeiro,sócia fundadora de Marilda Rosado Advogados Associados (MRA).

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empresas e empresas de pequeno porte serão favoreci-das em caso de empate ficto (simulado) nos certames licitatórios com grandes empresas, com a clara finali-dade de combate ao monopólio.

transpondo a questão para o âmbito da aNP, identi-ficamos que a nova resolução utiliza-se da combinação de dois critérios para definir uma empresa petrolífera como pequena ou média: 1) produção e 2) qualificação da sociedade empresária. a aNP faz uso, ademais, de um requisito adicional: a exigência de já estar figuran-do como Parte em um Contrato de Concessão.

a resolução da aNP determina que a produção des-sas empresas é medida em boe (barril de óleo equiva-lente), e considera para o cálculo a média diária do ano anterior, contabilizando tanto a produção da empresa e de seu grupo societário no Brasil quanto no exterior.

No caso da qualificação, refere-se àquela que a empresa precisa cumprir para participar dos leilões da aNP, considerando, portanto, as capacidades técnica, financeira e econômica da sociedade empresária. No que se refere ao Contrato de Concessão, este deve ter sido celebrado com a aNP e a empresa em questão deve atuar como operadora em sua execução.

a resolução determina que empresas pequenas deverão produzir até 1.000 boe/dia e possuir quali-ficação C ou D. Empresas médias, por sua vez, de-verão produzir entre 1.000 e 9.999 boe/dia e possuir qualificação B ou C.

tais determinações são passíveis de críticas, na medida em que apresentam obstáculos para a en-

trada de novas empresas no mercado brasileiro. ao colocar como requisito a participação prévia em um Contrato de Concessão, a aNP impede que novas sociedades empresárias de pequeno e/ou médio porte que ainda não possuem Contrato de Conces-são firmado com o Governo Brasileiro se beneficiem de políticas de fomento à atuação dessa categoria de players do mercado.

Há que se considerar, portanto, que a mera defini-ção fornecida pela aNP resolve em parte as principais preocupações dos já definidos produtores indepen-dentes. Questões como o preço do barril do petróleo, o custo operacional das áreas em que atuam, bem como um ambiente regulatório favorável poderão influenciar consideravelmente a tomada de decisão desses empre-sários quando da participação em futuros leilões volta-dos para campos inativos com acumulações marginais e/ou campos maduros.

acreditamos que a resolução da aNP é o pri-meiro passo para tornar possível a dinamização do mercado onshore de produtores independentes. Há ainda um longo percurso em busca do consenso téc-nico, econômico e regulatório – a permitir acesso às áreas e a ambiências atrativas e de segurança jurídica para esses operadores.

Colaboraram para a redação final deste artigo Emília Castro, advogada do MRA, mestre em Direito Internacional (uerj) e professora de Direito Internacional Privado (uerj), bem como Bernardo Tenório e José Eduardo Siqueira, estagiários do MRA

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