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Transcrição da Teleconferência Resultados do 4T15 Braskem (BRKM3 BZ) 19 de fevereiro de 2016 1 Operadora: Boa tarde e obrigada por aguardarem. Sejam bem vindos à teleconferência da Braskem para discussão dos resultados referentes ao quarto trimestre e ano de 2015. Estão presentes hoje conosco os senhores Carlos Fadigas, Diretor-Presidente, Mario Augusto da Silva, Vice-presidente de Finanças e RI, e Pedro Teixeira, Diretor de RI, Controladoria e Project Finance. Informamos que esse evento está sendo gravado e que todos os participantes estarão apenas ouvindo a teleconferência durante a apresentação da Companhia, e, em seguida, iniciaremos a sessão de perguntas e respostas, quando mais instruções serão fornecidas. Caso algum dos senhores necessite de assistência durante a conferência, queiram, por favor, solicitar a ajuda de um operador, digitando *0. Esse evento também está sendo transmitido, simultaneamente, pela internet, via webcast, podendo ser acessado no endereço http://www.braskem-ri.com.br/, onde se encontra disponível a respectiva apresentação. A seleção dos slides será controlada pelos senhores. O replay deste evento estará disponível logo após seu encerramento. Lembramos que os participantes do webcast poderão registrar antecipadamente, no website, perguntas a serem respondidas durante a sessão de perguntas e respostas. Antes de prosseguir, gostaríamos de esclarecer que eventuais declarações que possam ser feitas durante essa teleconferência, relativas às perspectivas de negócios da Braskem, projeções e metas operacionais e financeiras, constituem-se em crenças e premissas da diretoria da Companhia, bem como em informações atualmente disponíveis. Considerações futuras não são garantias de desempenho. Elas envolvem riscos, incertezas e premissas, pois se referem a eventos futuros e, portanto, dependem de circunstâncias que podem ou não ocorrer. Investidores devem compreender que condições econômicas gerais, condições da indústria e outros fatores operacionais, podem afetar o desempenho futuro da Braskem, e podem conduzir a resultados que diferem, materialmente, daqueles expressos em tais considerações futuras. Agora, gostaríamos de passar a palavra a Pedro Teixeira, Diretor de RI, Controladoria e Project Finance da Braskem, que iniciará a apresentação. Por favor, Pedro, pode prosseguir. Pedro Teixeira: Bom dia senhoras e senhores, gostaria de agradecer a todos pela participação em mais uma teleconferência da Braskem. Hoje discutiremos os resultados do quarto trimestre e do ano de 2015. Lembramos que em atendimento à lei 11.638, os resultados aqui demonstrados refletem a adoção das regras contábeis internacionais em IFRS. As informações financeiras aqui apresentadas foram revisadas por auditores externos independentes. Vamos então para o slide seguinte, por onde iniciaremos nossos comentários. No slide de número 3, falaremos dos principais destaques do quarto trimestre de 2015. No Brasil a taxa média de utilização dos crakers foi de 83%, impactada pelo incidente no polo petroquímico de Mauá que deixou a planta paralisada por 39 dias.

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Operadora: Boa tarde e obrigada por aguardarem. Sejam bem vindos à teleconferência da Braskem para discussão dos resultados referentes ao quarto trimestre e ano de 2015. Estão presentes hoje conosco os senhores Carlos Fadigas, Diretor-Presidente, Mario Augusto da Silva, Vice-presidente de Finanças e RI, e Pedro Teixeira, Diretor de RI, Controladoria e Project Finance. Informamos que esse evento está sendo gravado e que todos os participantes estarão apenas ouvindo a teleconferência durante a apresentação da Companhia, e, em seguida, iniciaremos a sessão de perguntas e respostas, quando mais instruções serão fornecidas. Caso algum dos senhores necessite de assistência durante a conferência, queiram, por favor, solicitar a ajuda de um operador, digitando *0. Esse evento também está sendo transmitido, simultaneamente, pela internet, via webcast, podendo ser acessado no endereço http://www.braskem-ri.com.br/, onde se encontra disponível a respectiva apresentação. A seleção dos slides será controlada pelos senhores. O replay deste evento estará disponível logo após seu encerramento. Lembramos que os participantes do webcast poderão registrar antecipadamente, no website, perguntas a serem respondidas durante a sessão de perguntas e respostas. Antes de prosseguir, gostaríamos de esclarecer que eventuais declarações que possam ser feitas durante essa teleconferência, relativas às perspectivas de negócios da Braskem, projeções e metas operacionais e financeiras, constituem-se em crenças e premissas da diretoria da Companhia, bem como em informações atualmente disponíveis. Considerações futuras não são garantias de desempenho. Elas envolvem riscos, incertezas e premissas, pois se referem a eventos futuros e, portanto, dependem de circunstâncias que podem ou não ocorrer. Investidores devem compreender que condições econômicas gerais, condições da indústria e outros fatores operacionais, podem afetar o desempenho futuro da Braskem, e podem conduzir a resultados que diferem, materialmente, daqueles expressos em tais considerações futuras. Agora, gostaríamos de passar a palavra a Pedro Teixeira, Diretor de RI, Controladoria e Project Finance da Braskem, que iniciará a apresentação. Por favor, Pedro, pode prosseguir. Pedro Teixeira: Bom dia senhoras e senhores, gostaria de agradecer a todos pela participação em mais uma teleconferência da Braskem. Hoje discutiremos os resultados do quarto trimestre e do ano de 2015. Lembramos que em atendimento à lei 11.638, os resultados aqui demonstrados refletem a adoção das regras contábeis internacionais em IFRS. As informações financeiras aqui apresentadas foram revisadas por auditores externos independentes. Vamos então para o slide seguinte, por onde iniciaremos nossos comentários. No slide de número 3, falaremos dos principais destaques do quarto trimestre de 2015. No Brasil a taxa média de utilização dos crakers foi de 83%, impactada pelo incidente no polo petroquímico de Mauá que deixou a planta paralisada por 39 dias.

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O mercado brasileiro de resinas foi de 1,1 milhão de toneladas, uma redução de 17% em relação ao 4T14. As vendas da Braskem neste trimestre acompanharam essa tendência e totalizaram 751 mil toneladas. De forma a compensar a retração da economia doméstica, as exportações de resinas da Braskem totalizaram 289 mil toneladas representando uma alta de 5% em relação ao 4T14. Adicionalmente, as exportações dos principais petroquímicos básicos somaram 342 mil toneladas, uma retração de 16% em relação ao 4T14, explicado principalmente pelo impacto ocasionado pela parada não programada na central de São Paulo. Destaca-se também no trimestre, a assinatura em 23 de dezembro de 2015, do novo contrato de fornecimento de nafta com a Petrobras com prazo de 5 anos. Apesar do preço negociado em 102,1% da referência internacional ARA, a Braskem avaliou como importante a sua assinatura do contrato como forma de reduzir as graves incertezas que rondam o setor, evitando assim o risco de paralisação das centrais petroquímicas, considerando o momento difícil da indústria e da economia brasileira. Já em nossas operações nos Estados Unidos e Europa é importante destacar a taxa média de operação das plantas de PP de 101% no 4T15, refletindo o excelente desempenho operacional e a maior demanda de PP no mercado americano. Essa taxa de operação levou a um novo recorde de produção de 510 mil toneladas, uma expansão de 9% face ao 4T14 e também ao recorde de vendas de polipropileno, com um total de 517 mil toneladas comercializadas. Passaremos agora para os destaques consolidados. A Companhia registrou no trimestre EBITDA de R$ 2,234 bilhões e US$ 581 milhões. Comparando com o mesmo período do ano anterior, o EBITDA foi superior em 65% em reais e 8% em dólares. O aumento é explicado principalmente pela depreciação do real de 51% entre os períodos, o maior volume de exportações de resinas e pela performance das operações dos Estados Unidos e Europa. O lucro líquido consolidado do trimestre foi de R$ 158 milhões sendo R$ 220 milhões para os acionistas da Companhia na Braskem controladora. A alavancagem corporativa da Companhia, medida pela relação dívida líquida/EBITDA em dólares, foi de 1,91x atingindo o menor patamar em 9 anos, o que representa uma queda de 7% em relação ao 3T15 e 26% na comparação com o mesmo período de 2014. Vale destacar também que em dezembro, as agências de classificação de risco Standards & Poor’s e Fitch reafirmaram o grau de investimento em escala global da Braskem em ("bbb-"), o que levou pela primeira vez a Companhia ser classificada acima do risco soberano. Neste sentido, a Braskem permanece grau de investimento pelas três principais agências de risco: Fitch, S&P e Moody’s. No slide de número 4, falaremos dos principais destaques do ano de 2015. A demanda brasileira de resinas (PE, PP e PVC) atingiu cerca de 4,9 milhões de toneladas, uma retração de 7,6% em relação a 2014. Neste período, as vendas da Braskem totalizaram 3,4 milhões de toneladas (uma retração 6% em relação a 2014), o que permitiu um aumento 1 p.p no market share.

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Apesar deste cenário de retração, a Braskem apresentou taxa média de utilização dos crackers de 89%, 3 p.p. superior ao ano anterior, refletindo o bom desempenho operacional da companhia com recorde de produção de petroquímicos básicos. Tal cenário fez com que a Braskem buscasse ao longo do ano, oportunidades no mercado externo. Em 2015, a Companhia apresentou recorde de exportações de resinas com crescimento de 28% quando comparado com o ano anterior. Na parte de matérias-primas, o ano foi marcado pela assinatura de dois importantes contratos: em agosto de 2015, para fornecimento de energia elétrica com a CHESF e em 23 de dezembro de 2015, contrato de nafta com a Petrobras. Nos EUA e Europa a taxa média de operação das plantas de PP foi de 98% no ano, 6 p.p. acima de 2014 com destaque para as unidades industriais nos Estados Unidos que registraram recorde de produção. Em relação ao complexo petroquímico no México, conduzido pela controlada Braskem Idesa, foi atingido 99% de progresso físico. A área de utilidades já está em operação e as matérias-primas principais e acessórias já estão no site para suportar a partida do cracker e início de produção de polietileno. Os destaques consolidados são: Em 2015 a Braskem registrou EBITDA recorde em reais e em dólares, atingindo R$ 9,372 bilhões e US$ 2,808 bilhões, representando alta de 67% quando medido em reais e 17% quando medidos em dólares. O avanço é explicado principalmente pelo bom desempenho operacional; pelo patamar saudável dos spreads de resinas no mercado internacional; pelo maior volume de exportações; pela performance da unidade internacional e pela depreciação média do real no período. Em linha com sua estratégia de redução de gastos, a Braskem implementou um programa com 11 frentes de trabalho, incluindo melhorias de processos, otimização de escopo e estrutura, com potencial economia de R$ 400 milhões por ano em bases recorrentes, montante este que deve ser atingido em sua plenitude em 2017. Para 2015, as ações implementadas nesse programa atingiram ganhos recorrentes no montante de R$ 156 milhões. Este cenário de bom desempenho operacional tanto no Brasil, quanto nas operações nos Estados Unidos e Europa, levou a ação preferencial Braskem a ser a terceira ação que mais se valorizou dentre todas as ações do Ibovespa, com um crescimento de 66% no ano. No slide 5 falaremos sobre o desempenho do mercado brasileiro de resinas termoplásticas e das vendas da Braskem no quarto trimestre e no ano. No trimestre o mercado de resinas termoplásticas foi de 1,1 milhão de toneladas, uma redução de 17% em comparação com o 4T14, explicado, principalmente, pela desaceleração de importantes setores da economia brasileira, como serviços, construção e infraestrutura. As vendas da Braskem neste trimestre totalizaram 751 mil toneladas, volume 12% inferior ao registrado no 4T14. No acumulado do ano, o mercado brasileiro totalizou 4,9 milhões de toneladas, 7,6% inferior a 2014. As vendas da Braskem foram de 3,4

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milhões de toneladas, um volume 6% inferior ao comparado a 2014. Neste cenário, a Braskem apresentou market sharte superior em 1 p.p. ao de 2014. No slide 6 falaremos sobre a dinâmica do mercado internacional. Com a retração do mercado de resinas doméstico, a Braskem buscou em 2015, oportunidades no mercado externo de forma a manter as taxas de operação elevadas dos crackers brasileiros. Nesse período, as exportações de resinas da Companhia tiveram uma alta de 28%, totalizando 1,4 milhão de toneladas. As exportações dos principais petroquímicos básicos somaram 1,5 milhão de toneladas, expansão 1% em relação a 2014. Já as operações dos Estados Unidos e Europa trouxeram resultados significativos em 2015. Além do excelente desempenho operacional, com recorde de produção e vendas impulsionados pelo crescimento econômico americano, as operações no exterior também se beneficiaram de margens petroquímicas elevadas. Os spreads de polipropileno nos EUA se valorizaram em 163% em 2015. Esse efeito decorre do menor preço de propeno no mercado americano, devido ao excesso de oferta desta matéria-prima, e uma alta demanda de polipropileno. Nesse cenário, as vendas das operações dos Estados Unidos e Europa apresentaram recorde e totalizaram 1.973.000 toneladas, um aumento de 6% na comparação com 2014. No slide de número 7 apresentamos os fatores que influenciaram o EBITDA no quarto trimestre de 2015 na comparação com o quarto trimestre do ano anterior. O EBITDA consolidado da companhia foi de R$ 2,2 bilhões, 65%% superior em relação ao quarto trimestre do ano anterior, explicado pelo maior volume de exportações de resinas e vendas das operações nos Estados Unidos e Europa contrabalanceando parcialmente o menor volume de vendas no Brasil e pela depreciação do real de 51% entre os períodos. Em dólares o EBITDA foi de US$581 milhões, 8% superior ao quarto trimestre do ano anterior. No slide de número 8, apresentamos a comparação do EBITDA do ano de 2015 com o de 2014. O EBITDA consolidado da Companhia atingiu R$ 9,4 bilhões. O avanço em relação a 2014 é explicado pelo bom desempenho operacional, maior volume de exportações e a performance das operações dos Estados Unidos e Europa. Além disso, impactaram positivamente o patamar saudável dos spreads de resinas no mercado internacional e a depreciação média do real de 42% no período. Em dólares, o EBITDA foi de US$ 2,8 bilhões, uma expansão de 17% quando comparado com o ano anterior. No slide de número 9, ilustramos o endividamento da Braskem. Pelo fato do financiamento do projeto México ser na modalidade project finance; onde a dívida do projeto deve ser repaga exclusivamente com sua geração de caixa, a análise aqui apresentada, não considera o mesmo. Nesse contexto, em 31 de dezembro de 2015, a companhia apresentou dívida bruta de US$ 7,3 bilhões, em linha com a registrada no trimestre anterior. Quando medida em reais, a dívida foi 2% inferior, influenciada pela depreciação da moeda norte-

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americana em 2% entre o fim dos períodos. A dívida bruta atrelada ao dólar foi de 79%. O saldo de caixa e aplicações totalizou US$ 1,9 bilhão, equivalente a R$ 7,4 bilhões. Por consequência, a dívida líquida da Braskem foi de US$ 5,4 bilhões, uma redução de 5% quando comparada com o 3T15. Quando medida em reais, a dívida foi 7% inferior e a dívida líquida atrelada ao dólar foi de 84%. A Braskem, em linha com sua estratégia de liquidez, possui ainda duas linhas de crédito rotativo (stand by), no valor de US$ 750 milhões e R$ 500 milhões e que não apresentam cláusulas restritivas de saque em momentos adversos de mercado. É importante destacar que o elevado patamar de liquidez da Companhia garante que seu saldo de disponibilidades cubra os vencimentos dos próximos 39 meses. Considerando as linhas de crédito rotativo, a cobertura é de 45 meses. A redução da dívida líquida associada ao crescimento de 17% do EBITDA em dólares dos últimos 12 meses influenciou positivamente a alavancagem financeira medida pela relação dívida líquida/EBITDA, que passou de 2,05x para 1,91x, uma queda de 7% em relação ao trimestre anterior. Esse é o menor patamar de alavancagem desde 2007. Em reais, a alavancagem foi de 2,23x, 16% inferior ao 3T15. Em 31 de dezembro de 2015, o prazo médio do endividamento era de cerca de 16 anos. Se considerarmos apenas a parcela da dívida em dólares, o prazo médio fica em torno de 19 anos. Em 2015, a Braskem permaneceu como grau de investimento pelas 3 maiores agências globais de classificação de risco, sendo pela primeira vez classificada acima do risco soberano pela Standard & Poor’s e pela Fitch. Em dezembro, a Standard & Poor’s reafirmou o rating da Braskem em escala global em “bbb-“, acima do rating soberano, e com possibilidade de ficar dois graus acima do mesmo. Segundo a agência, esta reafirmação reflete a forte posição de liquidez da Companhia; a sólida geração de caixa; e a diversificação geográfica. No slide 10 apresentamos o CAPEX de 2015. A Braskem realizou investimentos que totalizaram R$ 2,4 bilhões no período. O desvio em relação à projeção inicial de R$ 2,1 bilhões, é explicado, principalmente, pelo efeito do câmbio na tradução dos valores investidos em dólares para reais. Excluindo da análise as contribuições da Braskem ao projeto do México, o investimento foi de R$ 1,3 bilhão, 3% inferior em relação a estimativa inicial. Desse montante, cerca de 90% ou R$ 1,2 bilhão foram direcionados às operações industriais, incluindo os investimentos relacionados à eficiência operacional, Saúde, Segurança e Meio Ambiente, produtividade e manutenção. O saldo remanescente foi direcionado aos demais projetos, como o investimento para a produção de UTEC na planta de La Porte, nos Estados Unidos. Em 2015, as contribuições da Braskem para o projeto do México, totalizaram US$ 323 milhões equivalentes a R$ 1,1 bilhão. O progresso físico do complexo, conduzido pela controlada Braskem Idesa, atingiu 99% e a planta de utilidades já encontra-se em operação.

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Em 2016, a Braskem deverá investir cerca de R$ 3,7 bilhões, sendo 50% desse montante atrelados ao dólar e referentes a investimentos operacionais das operações dos Estados Unidos, Europa e desembolso da Braskem para o projeto do México, totalizando US$ 447 milhões. No que tange o projeto México, a expectativa de desembolso da Braskem para o ano é de US$ 329 milhões e refere-se principalmente às necessidades de capital de giro inicial e obrigações contratuais do project finance para constituição de conta reserva para o serviço da dívida do projeto. Excluindo-se da análise o projeto do México, o investimento previsto para 2016 é de R$ 2,3 bilhões, e cerca de 75% será direcionado para os investimentos relacionados à manutenção, produtividade, Saúde, Segurança e Meio Ambiente e eficiência operacional, incluindo os desembolsos com a parada programada de manutenção de uma das linhas do cracker de Camaçari, na Bahia, no 4T16. O saldo remanescente será direcionado para outros projetos estratégicos, como investimento para produção de Utec nos Estados Unidos, com previsão para entrar em operação no segundo semestre de 2016; os investimentos para melhoria da produtividade industrial das plantas de PP localizadas nos Estados Unidos e Alemanha, visando atender a crescente demanda global por essa resina e a estudos relacionados a eventuais projetos estratégicos e de expansão. No slide 11 falaremos agora do cenário global e petroquímico. Em relação ao cenário global, a desaceleração da China, menores preços de energia e commodities e o aperto monetário gradual nos Estados Unidos levaram o fundo monetário internacional a reduzir a expectativa de crescimento global para 2016 de 3,6% para 3,4%. No Brasil, o cenário deve continuar a se deteriorar e a expectativa é de que a economia continuará retraída com queda esperada de 3,5% neste ano. Neste contexto, o setor petroquímico brasileiro enfrentará mais um ano desafiador. No que se refere à dinâmica do mercado de petróleo, os Estados Unidos e a União Europeia revogaram sanções contra o Irã e o tom do mercado é dado pelas preocupações sobre o retorno do país a um mercado já com excesso de oferta. Esse aspecto é positivo para a competividade dos players petroquímicos base nafta. No setor petroquímico, a expectativa é de que o spreads ainda se mantenham em patamares saudáveis em 2016. É possível que haja algum tipo de volatilidade, principalmente no mercado asiático, com novas entradas de capacidade de PP na China, contrabalanceadas por um cenário mais positivo no mercado de PP nos Estados Unidos onde os spreads de PP permanecem em níveis elevados com sobre oferta de propeno e ausência de novas capacidades de PP até 2019. Seguindo para o último slide, a estratégia da Braskem para o ano de 2016 permanece pautada na diversificação da matéria-prima e geográfica; no fortalecimento na relação com seus clientes; no desenvolvimento da cadeia petroquímica e de plásticos no Brasil; na busca pela eficiência operacional; sem descuidar da manutenção de sua higidez financeira e disciplina de custos. As principais concentrações para o ano são, no Brasil, garantir a eficiência operacional para atendimento do mercado interno com exportação do volume excedente; realizar

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parada de manutenção em uma das linhas da central da Bahia; avaliar oportunidades de diversificação de matéria-prima; defender política industrial que, em paralelo à política de austeridade fiscal, leve à recuperação gradual dos fatores de competitividade da indústria brasileira. Nos Estados Unidos e Europa, o foco está em aproveitar spreads positivos nos Estados Unidos com o aumento da demanda de PP e sobre oferta de propeno no mercado americano; além disso, buscar oportunidades de crescimento em PP a partir de propeno competitivo nos Estados Unidos. No projeto do México, o foco está em iniciar as operações do cracker e das plantas de polietileno; realizar vendas internas, consolidando relação com clientes no mercado doméstico; e realizar exportações em sinergia com as operações da Braskem nos Estados Unidos, Europa e América do Sul. Do ponto de vista financeiro, o foco está na geração de caixa e em continuar a implementação do programa de redução de gastos fixos com potencial economia de R$ 400 milhões por ano em base recorrente, montante esse que deve ser atingido em sua plenitude em 2017. Encerramos aqui a nossa apresentação e Lembramos que no dia 1º de março faremos a nossa Apimec no Hotel Hilton em São Paulo, iniciando às 8 horas da manhã, onde todos aqui estão convidados. Passamos agora para a sessão de perguntas e respostas. Pablo Castelo Branco, Itaú BBA: Boa tarde a todos. Obrigado pelo call. Tenho três perguntas. A primeira relacionada a spread de poliolefinas e petroquímicos básicos. Observamos que nesse início de ano, os spreads PP e PE nafta melhoraram, eles estavam em queda. Assim, podemos assumir que essa melhora pontual é causada principalmente pela forte queda no preço do petróleo e o impacto na nafta? Ou na visão de vocês, essa melhora é estrutural, e podemos trabalhar com esses níveis atuais de spread? Da mesma forma, no segmento de petroquímicos básicos, se você pudesse comentar um pouco sobre a dinâmica de spread para eles. Segunda pergunta relativa a volumes. Vimos que os segmento de poliolefino e PVC tiveram quedas importantes nos volumes no 4T, na comparação anual. Queria saber se houve um processo de desestocagem na cadeia ou podemos assumir que esse volume é queda de demanda na ponta mesmo? E a terceira, sobre mercado de PP no negócio internacional. Vimos a taxa de utilização das plantas de PP nos Estados Unidos e Europa bem fortes, acima de 100% no 4T. Entendemos que isso é para se aproveitar nos melhores spreads lá fora, mas queria saber se esse nível de 98% de utilização de capacidade média em 2015 é um nível razoável de produção para assumirmos para este ano? Os spreads “performaram” muito bem também em 2015. Se vocês pudessem dar um pouco mais de detalhes sobre eles para 2016, se há espaço para aumento. Queria também entender um pouco melhor a visão de vocês para a diferença de preço para o

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mercado norte-americano e asiático. Se isso não poderia pressionar também um pouco as margens de PP. É isso, do meu lado. Obrigado. Carlos Fadigas: Pablo, boa tarde. Começarei do final para o começo, pegando sua última pergunta, está bem? As plantas dos Estados Unidos e da Alemanha vem crescendo de produção ao longo do tempo, que é um fator positivo. Desde 2011, temos tentado otimizar a alocação de grade, otimizar a otimização de planta, aumentar a confiabilidade e, é claro, que a competitividade das plantas também ajudou, no sentido de que no passado, uma parte da capacidade não era produzida por falta de competitividade e, aí, estou voltando para 2011/12. 98% que tivemos no ano passado, mesmo entrando no último trimestre, vou ficar no 98%, e entendemos que é um nível sustentável sim. Temos feito investimento, como comentei, de confiabilidade. As alocações de grade têm permitido aumentar a produtividade das plantas, alocando grade para a planta ideal e liberando outras plantas para a campanha de maior volume. Então, o desafio da equipe dos Estados Unidos e da Alemanha é de produzir, no mínimo, a mesma quantidade produzida neste ano. E esperamos continuar rodando as plantas nesse patamar para capturar um bom resultado, principalmente nos Estados Unidos, mas também na Europa. O diferencial de spread entre Estados Unidos e, especialmente, a Ásia, acho que é um ponto que é atenção, sim. O momento de ir para o mercado de PP nos Estados Unidos, é momento de margem bastante elevada. É um movimento que já vem desde o ano de 2014, se consolidou este ano e entrou no ano de 2016 com as spreads também bastante elevadas. A tendência é que eles sejam, portanto, na média, mais elevados do que foram no ano anterior. Agora você começa a abrir um gap razoavelmente entre um mercado e outro. O que tem sustentado essa diferença é, naturalmente, um mercado americano sem muita logística, para você levar um produto para dentro do mercado. Já vemos alguns gargalos dentro dos Estados Unidos também de rail car, por conta, inclusive, do aumento de consumo e do aumento de produção. Exemplo da Braskem é de que está produzindo tudo que pode, nosso concorrente está tentando fazer a mesma coisa também. Então, acho que esses gargalos existem. Acho que só quando você começa a caminhar para 300, 400, eventualmente, 500 de diferença de rentabilidade para o mercado, e outro, esses gargalos começarão a ser atendidos, cobertos de alguma forma. Nem que a logística seja uma logística mais cara. A própria Braskem, a partir da produção do Brasil e alguns grades específicos consideram atender o mercado americano, complementando um pouco alguns tipos de grade, mas ainda que eles sejam resolvidos em um médio prazo, acho que ainda teremos ainda um bom ano em 2016, com esses spreads nos Estados Unidos, inclusive, maiores do que os spreads médios do ano de 2015. O movimento de 2015

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foi um movimento de crescimento de margem, e nós, portanto, entramos o ano em um patamar diferente do que tínhamos um ano atrás. Sua segunda pergunta – desestocagem – se a queda do volume de vendas representa a desestocagem ou queda na margem. E aí ara por em contexto, quando olhamos meridiano contra meridiano, 7,6%; quando olhamos o último trimestre contra o último trimestre, queda de 17%. Acho que uma parte importante disso é a redução de atividade econômica, sim. Vemos números parecidos quando olhamos para outros setores ou mesmo outros números agregados, por exemplo, de indústria que apontam, na média, uma queda de 8%, quando você olha na margem, você vê números de 11%/12%. Quando você olha para PIB, número recente que saiu de atividades de Banco Central também apresenta aceleração da queda, uma maior retração de atividade econômica no final do ano. Então, infelizmente, isso parece ser mais queda de atividade econômica. Claro que isso sempre leva um movimento de cautela por parte dos clientes, porque a venda para cada atividade econômica prefere não se reestocar. Muito difícil, Pablo, eu te dar uma alocação precisa entre o que foi uma coisa ou outra, até porque elas se confundem, mas há uma parte de atividade econômica que é relevante e, naturalmente, nos preocupa. Produtos como o PVC, você olha o último trimestre, você vê 30% de variação entre o trimestre anterior. Acho que essa capacidade que está ficando ociosa, de certa forma, pode permitir uma retomada. A questão é: quando teremos essa retomada? Mas, em essência, redução de atividade, sim. Vindo para sua primeira pergunta sobre spread, tivemos no ano passado, comentarei o que tenho de memória, de movimento médio no ano. E, então, sinceramente, endereçarei menos o movimento mais recente. O movimento médio no ano de elevação de spread, especialmente, 2T e 3T seria mais natural do que passar uma fase mais aguda, inclusive, de problemas operacionais na Europa, e também, um enfraquecimento de atividade econômica no final do trimestre, preocupações em relação à China e, aí, levando, inclusive, à redução de preço de petróleo, o spread tivesse cedido um pouco depois do patamar atingido no 2T/3T. Para esse ano, prevemos spread, sim, menores de uma maneira geral, a exceção a esse mercado é o mercado dos Estados Unidos que compensa parcialmente, mas não compensa integralmente o movimento de spread para uma empresa com o perfil da Braskem. Quando olhamos o movimento global e aplicamos para as nossas quantidades e os nossos mercados, vemos, ainda assim, uma pequena redução de spread de um ano para o outro. Pablo Castelo Branco: Obrigado, Fadigas.

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Carlos Fadigas: Obrigado você, Pablo. Você comentou também – só para complementar –, terminei comentando um pouco de resina, pelo menos, a linha geral do meu comentário estava baseada em resina, mas se aplica, também, a petroquímicos básicos que podem ter uma redução de spread; difícil precisar o número, ficarei num número mais redondo, por volta de 10%. Petroquímico básico muito favorecido também no meio do ano por crackers base nafta que tiveram dificuldade na Europa e é um mercado mais próximo do nosso, um mercado base nafta, por conseguinte todos os coprodutos tiveram alguma reação positiva, beneficiando a Braskem nesse aspecto. Gustavo Allevato, Santander: Oi, Fadigas, Mario e Pedro. Boa tarde e obrigado pela oportunidade. Fazendo um follow-up da pergunta anterior, queria entender, em relação à demanda, como vocês estão enxergando o nível de estoque na cadeia, se a cadeia está bem “desestocada” dada a incerteza que todos os seus clientes estão vendo para frente ou como podemos ver isso. A segunda pergunta está relacionada às operações dos Estados Unidos. Quanto que a entrada das duas desidrogenadoras no mercado americano a partir do segundo semestre vocês estimam que reduzirá o custo de propeno? Quanto que isso, na visão de vocês, pode gerar de redução de custo e EBITDA adicional? A terceira pergunta está mais relacionada com a entrevista que o Fadigas deu ontem para a imprensa mencionando que vocês estão estudando uma nova planta nos Estados Unidos. Queria saber, se vocês puderem dar um update dessa nova planta, quão avançados estão os estudos e se a modalidade, eventualmente, dessa planta seria parecida com algo do México e alguma coisa de project finance sem usar o balanço da Braskem. Muito obrigado. Carlos Fadigas: Obrigado eu, Gustavo. Vou na sequência do que você perguntou. Sua primeira pergunta foi sobre demanda para o ano de 2016 e se a cadeia está muito “desestocada”. Não identificamos esse efeito de “desestocagem” importante, não, Gustavo, porque os outros elos da cadeia também desaceleraram; varejo e uma série de outros setores também desaceleraram. Então não é o caso do cliente, como aconteceu em outros movimentos mais bruscos de preço, onde ele freia compra, mas ele tem um valor de saída da sua produção normal, portanto ele se “desestoca”. Não foi esse o movimento que vimos, vimos o enfraquecimento que teve na demanda do cliente. Está um pouco em linha com o que ele estava experimentando também na

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outra ponta, então não espero um espaço de “restocagem” com o cliente e isso afetando a demanda do ano. Na discussão com a imprensa ontem, falamos de uma expectativa de 5% de queda. É difícil ter algo mais preciso a essa altura. Na verdade, nós, de uma maneira geral, não temos conseguido prever o PIB para o ano; temos sido surpreendidos negativamente. Começamos com uma expectativa e terminamos com outra e a dinâmica de previsão de demanda de mercado de resina, sendo bastante sincero, também não tem sido a mais precisa do mundo. Acreditamos em uma queda de 5%, vendo um pouco como já entramos em um patamar um pouco mais baixo sem fatorar uma piora adicional de mercado que já está um mercado um pouco mais fraco, então continua sendo a melhor previsão que temos de demanda para este ano. Sua segunda pergunta é sobre o contrato com a Enterprise. O contrato foi assinado em 2013 e previa um investimento pela Enterprise em uma desidrogenadora de propano e venda para a Braskem de propeno que será usado especificamente nas plantas do Texas a custo de propano mais o custo para desidrogena-lo, então, em termos práticos, o investimento foi feito pela Enterprise, mas a lógica econômica, o preço que a Braskem vai experimentar é um preço como se ela estivesse comprando propano e desidrogenando. A Enterprise é mais um player de renda fixa nesse projeto e felizmente bancou os custos de investimentos que, por acaso, cresceram bastante desde que assinamos o contrato e esse ônus contratualmente é dela. Mas, enfim, o mercado mudou de lá para cá, Gustavo, e a contribuição positiva que esperávamos em EBITDA das operações dos Estados Unidos, pelo delta entre propano e propeno, caiu. Hoje, essa vantagem é neutra. Remunera a desidrogenação do propano, mas você não gera um propeno em condições abaixo do preço de mercado. Aí você vê um pouco do racional da nossa decisão, só aproveitando para complementar a resposta, estamos hoje entre propeno e polipropileno – nossa atividade é polimerização de propeno – e a margem que não existirá nesse momento na desidrogenação do propano é porque o propeno caiu e estamos capturando essa margem na operação atual. Não sei se ficou claro, mas com a queda do propeno, você se beneficia nas cinco plantas que temos, daí o crescimento de EBITDA da Braskem nos Estados Unidos, mas a margem que você esperava desidrogenando o propano você já está capturando, porque o preço de mercado de propeno caiu. Teremos a vantagem de estarmos integrados em propano, teremos a vantagem de termos um contrato de longo prazo e garantia de suprimento, mas a margem ora estará em polimerizar o propeno, que é o que já estamos fazendo hoje, e ora estará em desidrogenar o propano, então precisamos de integração e esperamos que a geração de resultados seja mais resiliente por isso. Pode ser que mais adiante o preço de propeno suba, por conseguinte, a margem liga de uma coisa para a outra: o contrato com a Enterprise fica mais rentável, a

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polimerização fica menos, mas aí você vê o efeito portfólio, que é do que estávamos atrás quando decidimos fazer esse contrato. Ele atenderá mais ou menos 45% da demanda de propeno das nossas três plantas do Texas; temos cinco nos Estados Unidos, três no Texas e ele atenderá essas três plantas. Sobre a nova planta de PP, estamos estudando uma planta nova de polipropileno. Depois de uma expansão importante em PE, que é a expansão do México, três linhas de polietileno no México, temos a expansão nos Estados Unidos de PP, exatamente pela margem estrutural que existe hoje nesse mercado. Como acabei de comentar, propeno competitivo e barato, e polipropileno muito demandado e com um bom preço, portanto existe espaço para adição de capacidade de polipropileno. Temos espaço. Inclusive, nosso site em La Porte, próximo a Houston, no Texas, tem espaço. É lá que pretendemos construir uma nova planta e estamos com a equipe dos Estados Unidos trabalhando na parte de engenharia para que possamos avançar e ter uma conclusão a respeito do retorno de um eventual projeto desses, o tamanho do investimento, prazo para realização do investimento, data de entrada; tudo isso estamos trabalhando para termos em algum ponto um pouco mais a frente. Mas a ideia, inclusive, é ter uma planta em escala mundial – escala mundial de PP hoje é alguma coisa entre 400 e 500 mil toneladas – e pretendemos tê-la operando de forma integrada com as outras cinco, em razão do benefício, foram contadas duas operações da Sunoco, combinada à operação dessas plantas. Vimos, como comentei na primeira pergunta, a expansão de capacidade que é possível extrair dela e a ideia é termos mais uma planta completa nesse portfólio, aproveitando o efeito de escala que isso traria para a Braskem. Gustavo Allevato: Perfeito, Fadigas. Talvez ainda esteja um pouco cedo para falar sobre a forma de financiamento, mas seria algo parecido com o projeto México, o project finance, sem utilizar o balanço da Braskem? E, se me permitir mais uma pergunta, se vocês pudessem dar um update do projeto México, quando que as primeiras vendas devem ser realizadas? Já devemos esperar algo para o 1T? Mario Augusto da Silva: Gustavo, vou só complementar um pouco, já endereçando a sua pergunta em relação à questão do financiamento para esse projeto de polipropileno. Só para dar um pouco de dimensão, não estamos falando do ponto de vista de CAPEX, não é nem perto da dimensão do investimento que foi feito no México. É um investimento substancialmente menor e, por ser substancialmente menor, provavelmente a ideia é fazermos o financiamento desse projeto em bases

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corporativas. Não há necessidade de estruturar um project finance para esse projeto especificamente. Carlos Fadigas: Só aproveitando, Gustavo, entendendo melhor a sua preocupação, o Mario já comentou aqui, se você falar com os consultores da indústria, quando você fala de uma planta de polimerização sem cracker, que é o que estamos discutindo aqui, uma planta de polipropileno, você encontrará números um pouco divergentes. Mas, por uma regra geral, é mais ou menos US$1.000/tonelada de capacidade de produção de investimento, 25% para lá e 25% para cá, dependendo de velocidade de mão de obra, de onde você está construindo, de câmbio e de onde você está trazendo equipamento. Mas se você não tem cracker, está fazendo só a planta de polimerização, o que chamamos de segunda geração petroquímica, esse é um número meio mágico. Cada tonelada de capacidade custa US$1,000/tonelada de investimentos. Eu falei que é uma planta de escala mundial, entre 400 e 500 mil toneladas, e por aí você chega em um número. Usando regra geral de mercado – não quero me comprometer com esse número, porque tem todo um estudo de engenharia para ser feito – esse número pode variar. O que importa é o retorno, mais até do que o CAPEX, mas estamos falando, se quiser falar um número bem redondo, de US$500 milhões, comparado com o México, que foi por acaso 10x maior. Pedro Teixeira: Esse é o ponto, Gustavo, de que é de fato um investimento substancialmente menor e aí entra na nossa estratégia de financiamento normal de CAPEX onde usamos linhas de CAs, obviamente linhas competitivas atreladas a esse investimento, mas não necessariamente você tem a necessidade de estruturar um project finance. Carlos Fadigas: Voltando para México, que foi sua última pergunta, qual é a situação agora no México? Você tem um complexo petroquímico em que toda a parte de utilidades – e elas são fundamentais – está rodando. Vou te passar uma ideia do que chamamos de ready for start-up, o quão ready está a infraestrutura do projeto para isso. Você tem toda a parte de água, toda a parte de energia, vapor e energia elétrica absolutamente pronta. Na outra ponta, você tem toda a parte de afluente, resíduos, flare e sistema de segurança absolutamente prontas. Você já tem dentro do complexo todos os que chamamos de hidrocarbonetos de uma maneira geral, porque você tem solventes e matéria-prima, tudo isso já está pronto. Estamos a mais ou menos duas ou três semanas de produzir eteno no cracker e, a partir disso, as três plantas vão ser ligadas. Elas estão ligadas na sequência porque você parte o cracker, vai aumentando a produção do cracker e à medida que você vai aumentando, você alimenta a primeira planta, depois a segunda e depois a terceira.

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Acho que esse exercício vai nos tomar todo o 1T. Estamos no dia 20 e faltam 10 dias para terminar o mês de fevereiro, então vai nos tomar pelo menos até o final do trimestre para ter todo o complexo ligado e idealmente operando. Chegando neste ponto, aí você começa o ramp-up, a testar o limite das plantas para aumentar sua produção. Por isso que desconsideramos um pouco esse trimestre de partida, porque tipicamente ele é consumido nesse processo de comissionamento de ligar equipamento a equipamento, não só as plantas, mas também a parte de utilidades. Então, na virada de trimestre, teremos um 2T com um complexo produzindo inicialmente pouco, mas em processo de aceleração. Gustavo Allevato: Ficou muito claro, Fadigas. Muito obrigado, Fadigas, Mario e Pedro. Luiz Carvalho, HSBC: Oi, Fadigas, Mario e Pedro. Tudo bem? Tenho três perguntas também. Queria aproveitar a presença do Fadigas no call para tentar abordar alguns pontos um pouco mais estruturais. Fadigas, você chegou a mencionar ontem na coletiva de imprensa que vocês procuram migrar parte da produção de nafta para outros insumos, acredito que como vocês fizeram até no projeto do México. Meu ponto é, existe algum mix de feedstock entre gás e nafta que seja ideal na cabeça de vocês? Em um mundo teoricamente perfeito, como vocês enxergam hoje, principalmente por conta da mudança recente de um preço de petróleo, digamos, mais baixo, aumentando a competitividade dos nafta crackers como você colocou? A segunda pergunta é em relação também aos spreads. O Pedro mencionou na sua apresentação que vocês esperam uma volatilidade maior dos spreads de PE a partir de 2017 e, logicamente, em função de uma entrada de capacidade olhando para frente. Você também mencionou que esse ano, muito possivelmente, você espera na margem spreads menores do que ano passado. Queria entender, principalmente com esse preço de petróleo no nível atual, o que vocês esperam de spreads tanto de PE quanto de PP no longo prazo. Como vocês estão vendo isso? O terceiro ponto é o que vocês esperam de comportamento das exportações para esse ano. Acho que foi uma grata surpresa o comportamento das exportações ao longo do ano e vimos agora no 4T um pouco abaixo do que estávamos esperando. Queria só entender qual é a a cabeça de vocês do ponto de vista do comportamento de exportações para esse ano. Obrigado. Carlos Fadigas: Obrigado eu, Luiz. Você cobriu muita coisa nas suas perguntas, vamos tentar responder. Se esquecermos alguma coisa, você nos ajuda.

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Luiz Carvalho: Tem que aproveitar. Carlos Fadigas: Você está certo. É bom para nós discutir tudo e abordar todos os pontos, então obrigado pelas perguntas. Sobre migração de produção, não temos uma matéria-prima de preferência. Nesse exato momento, é gás e até achamos que gás terá uma vantagem estrutural por muito tempo. Essa vantagem diminuiu agora e voltará a abrir. Não vemos uma inversão acontecendo no horizonte. Apesar disso, não temos uma matéria-prima de preferência, estamos buscando a capacidade de geração de resultado da Braskem em todos os cenários, porque se você chegar à ideia, é alguma coisa equilibrada entre as duas matérias-primas, metade a metade ou qualquer coisa próxima disso que permita que, nessas trocas de rentabilidade, a Braskem seja capaz de continuar gerando resultado. Em que ponto estamos hoje? Vou falar de eteno, porque a partir de eteno você vai para PVC e para o PE principalmente, e porque PP e propeno seguem uma dinâmica um pouco diferente na medida em que são produzidos por refinarias e o shale gas afeta menos. No Brasil, temos de capacidade instalada 3,7 milhões de toneladas de capacidade de produção de eteno, das quais só 500.000 a partir de gás, que é exatamente o complexo petroquímico do Rio de Janeiro. Com a entrada do projeto do México, vamos para 4,7 milhões, das quais 1,5 milhão a partir de gás. Então, se você olhar hoje, temos mais ou menos 30% da nossa capacidade de produção de eteno vindo de base gás. Quando pensamos no longo prazo, pensamos, como comentei, em trazer isso para um equilíbrio, porque estudamos ou a migração de uma parte do Brasil ou o crescimento em cima de projetos base gás no exterior. O projeto do México é passível de expansão, a estrutura toda e o grande volume de investimentos feito em utilidades não precisaria ser feito novamente para uma pequena expansão, então há ali mais 15% ou 20% que você pode expandir com muito pouco investimento. A Ascent dos Estados Unidos e o projeto no Peru estão no radar. Não é hora de fazê-los por conta da redução de spread entre as duas matérias-primas e, principalmente, por conta da falta de visibilidade, mas também estão no mapa. O que dá para fazer no Brasil no curto prazo é muito limitado, porque são investimentos grandes. Estamos olhando, sim, o que dá para fazer. A discussão que importa no Brasil na minha visão, ou pelo menos a mais relevante, é qual matéria-prima o Brasil terá disponível no longo prazo, e é muito difícil falar de longo prazo em disponibilidade de matéria-prima no Brasil, por conta da situação do

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setor de óleo e gás de uma maneira geral e especialmente por conta da situação atual da própria Petrobras, que tem revisado constantemente o seu plano de negócios. Por isso que é tão importante, para a indústria, que a Petrobras se fortaleça. Três ou quatro anos atrás, era possível discutir um pouco mais com a Petrobras curva de produção futura e vinha dessa curva de produção futura, por exemplo, a matéria-prima para fazer um projeto no Comperj. Hoje, esse diálogo é muito difícil. A Petrobras todos os anos tem revisado para baixo sua produção futura, então estamos olhando o que dá para ser feito, reservamos, inclusive, alguma coisa de recursos esse ano no crescimento de investimento exatamente para esses estudos e para, eventualmente, trabalhar nessa questão desde a base de ativos no Brasil. Mas a petroquímica brasileira foi construída ao longo dos últimos 40 anos e nos tomará um bom tempo – é uma indústria de longo prazo – 10 ou 20 anos, para podermos migrar alguma coisa de forma material. Algum tempo são 10 ou 15 anos para migrarmos de forma material. Tudo isso depende de propriedade de duto, de quem fará o investimento para trazer o gás para a costa, depende de toda essa discussão que estamos acompanhando e participando. Resumindo, um alvo de meio a meio que pretendemos atingir com o aumento da produção base gás no exterior, seja em grandes projetos, seja em DBNs, e também no Brasil, seja expandindo nossa central base gás no Rio de Janeiro em algum momento, seja eventualmente convertendo alguma coisa de nafta, sendo que grandes conversões tomam mais tempo. Sobre spread de PE, a visão de spread de PE para esse ano de 2016 é parecida com a do ano passado, talvez um pouco menor, nada muito material porque o spread do ano de 2015 foi, eu diria de forma normal, excepcionalmente positivo e ao longo do ano que vem, mais no segundo semestre, até pela experiência de partir cracker no México, e partir cracker nos Estados Unidos tende a não ser muito diferente, terá um processo de entrada de capacidade ao longo do ano que vem e esperamos uma redução especialmente no 2T de spreads. Naturalmente, deve afetar um pouco mais o Brasil, que é menos competitivo que nossa base no México, e estamos tentando nos antecipar das formas que são possíveis, através de redução de custo e de diluição de custo fixo para o aumento de exportação. É possível que tenhamos, em algum momento no final de 2017 e 2018, um retorno ao cenário que tínhamos em 2011, 2012 e parte de 2013 de não operar centrais a absoluta plena carga. Já chegamos a rodar a central do Sul a 80%, 85% de capacidade porque a tonelada marginal não tinha competitividade de ser exportada. Não para a América do Sul, não para a Europa; continuava com competitividade para exportar para América do Sul e Europa, não tinha era para exportação para Ásia, que eventualmente era necessária para encher a planta.

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Com isso, busquei endereçar um pouco o ponto que você falou de spread de PE e a parte de exportação. Para 2016, dado o cenário atual de câmbio e de petróleo versus nafta e dado o crescimento econômico e a ausência de entrada de capacidade grande que não terá esse ano, vejo a Companhia com capacidade de exportar com competitividade. Se esse cenário voltar, acho que será no final do ano de 2017, e continuaremos acompanhando para ver quando entram os crackers nos Estados Unidos e que efeito isso tem nos preços de PE na região. Luiz Carvalho: Está OK. Caio Carvalhal, Brasil Plural: Olá, boa tarde a todos. Boa parte das perguntas que eu queria fazer já foram feitas e respondidas. Vou tomar a liberdade de entrar em alguns pequenos detalhes. São três perguntas. Em relação ao projeto do México, entendi bem como está a perspectiva de início da produção, minha curiosidade seria em relação ao timing do ramp-up. Qual seria o target para utilization ratio normalizado e quando deve acontecer isso, qual é a expectativa de chegada no pico do utilization? Vocês mencionaram uma parada de manutenção que será feita no Brasil em 2016. Queria saber se vocês têm alguma ideia, pelo menos em termos de trimestre, de quando isso deverá acontecer e qual o impacto na capacidade de produção. Por fim, se me permitem também que eu explore um pouco mais essa questão da expansão internacional, eu ia comentar em relação ao projeto da Ascent do Peru, que faz tempo que não ouvimos falar. E eu notei, pelo que você acabou de comentar, Fadigas, que o foco agora mais de curto prazo na expansão internacional seria, seja uma expansão de projeto existente, como o México, ou mesmo também em relação ao Texas, alguma coisa mais segunda geração. Estou notando que existe um estímulo menor para um greenfield de base gás, como seria o Ascent e o Peru. O que eu traria, na verdade, na pergunta, é se justamente não seria um timing interessante, agora que os custos estão relativamente baixos, para começar a avançar em algumas dessas iniciativas, ainda mais se o target for como você mesmo mencionou, buscar um meio a meio no gás e na nafta. Era mais tentar retomar um pouco a questão do que você comentou na parte internacional, mas olhando um pouco mais para esses greenfields que vocês tinham mencionado. Qual o racional de vocês com relação a isso? Não teria uma oportunidade interessante, até mesmo eventualmente com parcerias internacionais como era o design original do Ascent, se eu não estou me confundindo.

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Enfim, seriam esses os temas que eu queria abordar aqui na minha pergunta. Obrigado. Carlos Fadigas: Está ótimo, Caio. Vou na sequência do que você perguntou. Sobre o ramp-up do projeto do México, se ele tende a entrar o 2T, começando a operação, nós só atingimos plena operação no 2S. Veja, nosso plano é o mais ambicioso possível, de ao longo do 2T evoluir para entrar na segunda metade do ano produzindo perto de plena capacidade. Acho que é esse o desafio, Tem chance de não acontecer? Tem, várias petroquímicas não conseguiram fazer isso, porque no meio do caminho você vai começar a bater e a testar questões de logística, certificação em cliente, nós já fizemos muito para máxima certificação de cliente, canal de exportação. Tudo isso já vem sendo estudado e analisado, testado, contratado, mas faz parte do desafio. Outra coisa, tipicamente com o complexo petroquímico que parte, você tem no meio do caminho ajustes para fazer. É muito comum, nós pegamos a partir de planta no Brasil, sem querer falar muito de outras empresas, mas pego o exemplo do Brasil e do complexo acrílico partido no Nordeste. Você precisa fazer pit stops, nossa planta de PVC também, ela partiu, você estava subindo a produção, você precisa parar e trocar o equipamento, precisa parar, ajustar o equipamento porque é quando você começa a testar todos eles pela primeira vez. A meta ambiciosa é essa que eu te passei, mas tem uma chance razoável dessa plena capacidade ser atingida em algum ponto entre 3T e 4T. Então, para nós ficarmos em trimestre, nós queremos entrar no 2T com todas as plantas rodando, nós queremos subir produção ao longo do 2T, mas eu não sei se nós atingimos plena capacidade com 90 dias. Acho que nós vamos precisar de mais tempo que isso, então seria, portanto, no princípio do 3T, que nós chegaríamos em plena capacidade, seria algum ponto entre 3T e 4T. Esse é o desafio, essa é a meta, e é isso que nós vamos buscar. Parada no 2S, nós paramos Bahia no mês de outubro, portanto, cai no 4T. A Bahia tem capacidade de 1,2 milhão tonelada de eteno. Na verdade são dois trens, são duas linhas de produção, o que para é metade, é um desses trens. Então nós vamos parar por volta de 40 dias um dos dois trens, na Bahia os dois têm mais ou menos o mesmo tamanho, 1,2 milhão tonelada de eteno, dividido meio a meio, cada trem tem mais ou menos 600 mil toneladas e eles fazem a parada de manutenção que é feita uma vez a cada seis anos. É o trem mais novo, por acaso, é o que nós chamamos de Trem Dois. Ele parou no final de 2010, vai parar agora no final de 2016. Com relação a crescimento e expansão, voltando em Ascent em Peru. Eu vou começar por Ascent. O que nós fizemos em relação a Ascent? Houve uma redução no spread entre o produto base gás e o produto base nafta. Esse spread chegou a US$900, dependendo do ponto no qual você faz a conta, mas esse número deve estar beirando por volta de US$100 a US$200. Chegou pontualmente um momento de US$28 o barril, é um número mais baixo, US$30 a US$50, mas US$200 é um pouco da diferença.

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Se sair de US$900 para US$200, é claro que você continua tendo mais vantagem, mas isso não paga o greenfield, não paga você fazer toda uma planta nova e retornar o capital do investimento de capital. Talvez o que mais chame atenção do que isso seja a volatilidade do cenário. Tem mais ou menos 18 meses que o petróleo começou a ter uma queda que ninguém previa. Então você pega os últimos cinco anos, de dez a 15, você tem duas viradas não previstas pelo mercado. Primeira, com a queda do gás, o fenômeno do shale gas. Quando todo mundo dizia que a diferença ia ficar enorme para os dois, o petróleo veio e caiu também. Você projetar um complexo petroquímico, só de construção precisa de quatro anos, você o vê aqui no horizonte de quatro a cinco, ele teve duas viradas de cenário é difícil você assegurar o retorno do acionista. Então, nós estamos tentando entender essa volatilidade para tomar uma decisão maior. Especificamente no caso do Ascent, o que nós construímos foi a opção, esse option continua em nossa mão. Nós gostamos por volta de US$15 milhões para ter o terreno. Não é um lugar fácil, a região, tem um site que comporta mais de 1 milhão de toneladas de produção, quatro fábricas de utilidades. Nós temos o site. Nós continuamos tendo os pré-contratos com os produtores de gás, eles têm janela para expirar, mas nesse exato momento nós continuamos tendo a opção se quiséssemos fazer e nós continuamos tendo a engenharia que é essencialmente a engenharia do México de certa forma transplantada para região. A opção está na mão, pode ser executada de forma mais rápida, não é a ideia fazê-lo por agora. No caso do Peru, o envolvimento do acionista Odebrecht na construção do gasoduto, e profundo envolvimento dele nesse setor de gás, por conta do gasoduto especificamente, termina criando, senão um direito, mas pelo menos um conhecimento, uma presença para que quando haja o gás disponível e o que o gás esteja disponível na costa do Peru, nós possamos seguir em frente com o projeto. Tendo dito isso, de fato, nossa atenção está aonde? Nós temos um complexo partido, requer bastante atenção, aí tem a fase onde você, até a equipe financeira fica concentrada, você tem que atingir milestones de physical completion, financial completion, constituição de conta de reserva, isso toma um pouco de tempo e nós queremos fazer bem feito. Tem dois projetos nos Estados Unidos, há um projeto que está em curso, que é a planta que está em construção, que é a planta de especialidade de PE, aquele PE de ultra-alto peso molecular. É um negócio pequeno, não é especialidade, mas também está tomando a energia de nossa equipe e isso tudo de uma planta nova de polipropileno. Isso está tomando um pouco de nossa atenção. Eu acho que quando você comenta do timing, acho que nós acertamos o timing no projeto do México, que veio antes dessa onda de investimento. Nós fizemos compras muito boas. O procurement no México ficou sutilmente abaixo do que nós tínhamos orçado, porque nós fomos para o mercado comprar compressores, extrusoras, antes do momento mais crítico.

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Talvez esteja chegando o momento pós-onda de investimento e aí nós tivemos a possibilidade de ter deixado um cracker antes dos projetos terem ficado muito caros e ter feito outro logo depois que os custos caíram. Mas esse momento, nós não estamos exatamente lá ainda. Você tem empresas partindo a construção, como é o caso da Sasol, que está na fase inicial ainda, tem um ano e pouco. Você também tem outros que estão estudando para começar, mas o grosso de construção ainda está acontecendo. Eles partem no ano que vem, é um momento intenso de construção. A Chevron, Exxon etc., então nós ainda estamos com índice de mobilização de mão-de-obra para petroquímica. Petróleo talvez esteja começando a liberar mão-de-obra ainda alta. O desafio é um pouco esse, é casar um momento melhor de custos, seja de procura, seja de mão-de-obra, seja de procura de grandes equipamentos, seja de mão-de-obra, com uma visibilidade melhor do spread nafta/gás que permita ter uma certeza e um retorno do investimento. Só para completar a questão de estratégia de crescimento, eu acho que nós precisamos estar atentos também a outras oportunidades que podem surgir. Nós começamos a ver uma ou outra empresa de petróleo discutindo venda de seus ativos. Isso é verdade na Colômbia, e pode ser verdade em outros lugares também. Nossa alavancagem está um pouco mais baixa, não é agora o foco principal de concentração, mas é uma obrigação de estarmos atentos a tudo que possa acontecer na região. Caio Carvalhal: Perfeito. Ótima resposta. Obrigado. Operadora: Obrigada. Não havendo mais perguntas, gostaria de passar a palavra para a Companhia para as considerações finais. Carlos Fadigas: Eu queria de novo agradecer a presença de vocês no call. Eu queria fazer um comentário final rápido. Ao longo dos últimos vários anos nós comentamos do esforço da Braskem de crescer sua competitividade e crescer rentabilidade. Quem acompanhou a Braskem nos últimos três, quatro, cinco anos, sabe quantos anos como 2011, 2012, mesmo começo de 2013, foram difíceis. Mesmo naquele período a Braskem não deixou de investir na sua estratégia de crescimento de longo prazo. A exemplo do projeto do México. Eu fico satisfeito de que nós tenhamos terminado um ano como o de 2015 com bom EBITDA, com bom lucro, com bom crescimento de pagamento de dividendos, aumentando retorno para os acionistas. Nosso foco vai continuar rigorosamente o mesmo, competividade das operações atuais. Nesse sentido se encaixa, por exemplo, crescimento de produção, a

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Transcrição da Teleconferência Resultados do 4T15 Braskem (BRKM3 BZ) 19 de fevereiro de 2016

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exportação do excedente, programa de redução de custos fixos que estamos fazendo. E, ao mesmo tempo, toda a agenda de crescimento de médio e longo prazo, onde se encaixa, por exemplo, uma eventual planta nova de polipropileno, investimento que nós estamos fazendo no acompanhamento das possibilidades de expansão base gás, seja no Brasil, seja no exterior. Uma agenda sempre, enquanto nós buscamos maior competitividade da operação atual, continuar investindo para crescer a Companhia e, na medida em que nós crescemos, tentamos crescer na direção certa, corrigir as distorções, buscar uma base industrial mais equilibrada para garantir rentabilidade em momentos diferentes possíveis. Obrigado de novo a todos vocês e desejo um bom final de semana. Não sem antes convidar vocês a participarem da nossa APIMEC que vai acontecer no dia 01º de março a partir das 08h30, no Hotel Hilton, aqui em São Paulo, na Marginal Pinheiros. Vai ser um prazer encontrar pessoalmente quem puder estar conosco na APIMEC. Novamente obrigado e bom final de semana. Operadora: Obrigada. A teleconferência de resultados da Braskem está encerrada. Desconectem suas linhas e tenham uma boa tarde. “Este documento é uma transcrição produzida pela MZ. A MZ faz o possível para garantir a qualidade (atual, precisa e completa) da transcrição. Entretanto, a MZ não se responsabiliza por eventuais falhas, já que o texto depende da qualidade do áudio e da clareza discursiva dos palestrantes. Portanto, a MZ não se responsabiliza por eventuais danos ou prejuízos que possam surgir com o uso, acesso, segurança, manutenção, distribuição e/ou transmissão desta transcrição. Este documento é uma transcrição simples e não reflete nenhuma opinião de investimento da MZ. Todo o conteúdo deste documento é de responsabilidade total e exclusiva da empresa que realizou o evento transcrito pela MZ. Por favor, consulte o website de relações com investidor (e/ou institucional) da respectiva companhia para mais condições e termos importantes e específicos relacionados ao uso desta transcrição.”