Tratamento Da Hernia de Hiato Atraves de Tecnicas Osteopaticas

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    FACULDADE ASSIS GURGACZ FAG

    DANIELA RAUBER

    TRATAMENTO DA HRNIA DE HIATO ATRAVS DE TCNICASOSTEOPTICAS

    CASCAVEL

    2007

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    DANIELA RAUBER

    TRATAMENTO DA HRNIA DE HIATO ATRAVS DE TCNICASOSTEOPTICAS

    Trabalho de concluso de curso apresentado como requisitoparcial para obteno do titulo de bacharel em Fisioterapiapela Faculdade Assis Gurgacz - FAG.

    Orientador: Rodrigo Luiz Lima J uc (in memorian)Co-orientador: Andr Pegas de Oliveira

    CASCAVEL

    2007

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    FACULDADE ASSIS GURGACZ FAG

    DANIELA RAUBER

    TRATAMENTO DA HRNIA DE HIATO ATRAVS DE TCNICAS OSTEOPTICAS

    Trabalho apresentado no Curso de Fisioterapia, da FAG, como requisito parcial para obteno do

    ttulo de Bacharel em Fisioterapia, sob orientao do Professor Mestre Rodrigo Luiz Lima Juc(in memorian).

    BANCA EXAMINADORA

    ________________________Rodrigo Luiz Lima Juc(in memorian)

    Faculdade Assis Gurgacz FAGMestre

    ________________________Jos Mohamud Vilagra

    Faculdade Assis Gurgacz FAG

    Mestre

    ________________________Mrio Rezende

    Faculdade Assis Gurgacz FAGMestre

    Cascavel, 31 de outubro de 2006.

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    DEDICATRIA

    Este trabalho dedicado a um grande mestre da terapia manual, meu orientador Rodrigo

    Luiz Lima Juc (inmemorian), a essa pessoa que sempre lutou pela nossa profisso e pelos seus

    ensinamentos. Sempre nos deu fora e coragem nas horas de desanimo e desespero, acreditava

    fielmente em nossa capacidade para enfrentar nossos obstculos e com isso sempre nos motivou

    a querer ir em busca dos nossos objetivos porm, quando percebia nossos erros sempre estava

    disposto a nos ajudar, mostrando qual era o melhor caminho a seguir. Professor, obrigado por

    todos os seus ensinamentos, muito do que foi dito ficaro guardadas eternamente, suas lies

    foram todas registradas em minha memria. Mesmo voc no estando ao nosso lado, sei que

    continuar nos guiando e nos protegendo. A saudade por Ti ser eterna.

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    AGRADECIMENTOS

    Agradeo primeiramente a Deus, por ter colocado em minha vida amigos maravilhosos

    que sempre estiveram juntos em qualquer situao vivida, pela sua presena constante em minha

    vida, por me dar foras para enfrentar a todos os obstculos encontrados durante essa etapa.

    Obrigado pela sua beno e sua proteo.

    Aos meus pais, Arno Haas Rauber e Loranine Ins Rauber por todo amor e carinho

    dedicado durante todos esses anos, pelos seus ensinamentos sobre o valor da vida, da f, do

    amor, da honestidade, da importncia de uma amizade. Vocs compartilharam comigo todos os

    bons e ruins momentos de minha vida, sabendo quais atitudes tomar em cada situao. vocs,

    meus melhores amigos agradeo pela vida e pela oportunidade de estar realizando mais um

    sonho, sei que no apenas meu, mas nosso sonho.

    Ao meu querido irmo, J ean Carlo Rauber que sempre contribui de alguma forma aos

    meus novos aprendizados e na busca de novos conhecimentos. Essa pessoa que tenho tanto amor

    e respeito, s tenho a agradecer sua inestimvel amizade e os felizes momentos vividos juntos.

    Ao meu grande amor, Edival Rodrigo Mallmann pelos seus ensinamentos que favorecem

    meu crescimento tanto profissional como pessoal, pela sua pacincia e compreenso durante a

    realizao deste trabalho. A essa pessoa que tenho grande admirao e carinho, agradeo toda a

    sua preocupao, proteo, seu carinho, amor, e dedicao durante tantos anos.

    As minhas queridas e loucas titias e primas, que mesmo nas horas mais tristes sabem

    como me fazer sorrir, a essas pessoinhas que tenho um amor inestimvel; agradeo todos os

    momentos vivenciados, todas as loucuras e todas as sensatezes. Obrigado pela fora minhas

    amadas.

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    A minha amada amiga Jubiane, pessoinha que mais esteve comigo durante esses quatro

    anos, morando juntas, dividindo contas do ap., muitas foram as comilanas, momentos tristes,

    muitas alegrias e besteiras que s duas pessoinhas doidinhas so capazes de fazer. A essa

    sarninha linda que no consegue me deixar quieta ao menos um minuto, agradeo pela imensa

    amizade e carinho, e no esquecendo de sua pacincia, nos momentos em que foi preciso. Voc

    sempre se mostrou uma pessoa muito forte e alto astral, deixando a nossa convivncia mais

    alegre e prazerosa. Voc muito especial para mim, no consigo me imaginar longe de voc, que

    Deus abenoe seus passos sempre.

    Aos meus colegas e amigos, em especial Janaina, Josilene, Jubiane, Mnica e Thiane, por

    esses quatro anos de grande amizade e dedicao. Juntos idealizamos vrios projetos,

    enfrentamos vrios obstculos, mas nunca desistimos dos nossos ideais. Essa nossa turma

    show, jamais ser esquecida. Amo vocs meus amigos do corao.

    Ao meu grupo de estgio, Fabiane, Helber, Mayara, Patrcia e Viviane que foram

    essenciais na minha vida, agradeo a Deus por ter conhecido e convivido nesse ultimo ano com

    pessoas to especiais que tenho grande admirao. Passamos por tantas situaes juntas que at

    os momentos de tristezas sero lembrados com saudade. Obrigada pela fora e ajuda durante esse

    ano, sei que nossas amizades vo ser eternas. Tantas foram s vezes que choramos juntas, mas

    muitas foram s vezes que sorrimos e nos divertimos uma com as outras. No consigo imaginar

    meu futuro longe de vocs meus amores. Obrigado pelas nossas amizades que so puras e

    verdadeiras.

    Aos pacientes participantes desta pesquisa, pela disponibilidade de cada um, pelo

    incentivo e expectativa de concluir da melhor maneira esse estudo, acredito que iniciamos novas

    amizades durante esses seis atendimentos, meus sinceros agradecimentos a todos.

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    Aos meus professores, em especial meu orientador Rodrigo Luiz Lima Juc (in

    memorian) e meu co-orientador Andr Pegas de Oliveira, pelos ensinamentos prestados durante

    esses quatro anos, pela disponibilidade e ajuda para um melhor entendimento. Obrigado por

    todos os conselhos e ajuda no mbito profissional. Vocs foram essenciais para meu crescimento

    profissional, obrigado por tudo.

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    EPGRAFE

    ... Um dos maiores segredos da vida que tudo oque realmente vale a pena fazer o que fazemospelos outros.

    Lewis Carroll

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    RESUMO

    A hrnia de hiato define-se como passagem de uma poro do estmago para a cavidade torcicaatravs do hiato esofagiano do diafragma. muito comum sua ocorrncia em indivduos do sexofeminino, com idade acima dos 40 anos e obesos. A sintomatologia causada por alteraesfisiopatolgicas, sendo normalmente atribudos ao refluxo gastroesofgico, manifestando-se dediferentes formas conforme o tipo de hrnia. As tcnicas osteopticas aplicadas ao tratamento dahrnia de hiato so de pouco conhecimento e aceitao pelos profissionais e h um grande dficitde referencial terico e publicaes no assunto. A fisioterapia osteoptica tem a finalidade de

    relaxar a musculatura do diafragma e visceral, aumentar vascularizao local, e normalizar osistema simptico e parassimptico. Tendo, este estudo, objetivo de analisar a eficcia de umtratamento osteoptico em pacientes que apresentam hrnia de hiato e, por conseguinte analisar aeficcia do tratamento para os sintomas do refluxo gastroesofgico. Esta pesquisa constitui-se deum estudo de carter explicativo, quali/quantitativo, o mesmo foi realizado no setor de terapiamanual, sendo a amostra composta por 9 indivduos, 7 do gnero feminino e 2 do gneromasculino com idade entre 18 50 anos, aonde todos indivduos participaram do mesmo grupo,chamado grupo experimental, submetidos a 1 atendimento semanal, totalizando 6 atendimentos.O tratamento consistia em liberao da inervao simptica atravs do nervo explncnico (T4, T5e T6) com a tcnica Dog, terapia craniana do occipital e temporal para liberao do nervo vago,liberao de tenses do diafragma, estmago e esfncter esofgico inferior, tratamento da vrtebra

    cervical (C3) pelo nervo frnico (thrust) e tratamento especfico para a hrnia de hiato. Aps asintervenes foram analisados os resultados referentes ao grau da hrnia tendo como parmetro oexame de videoendoscopia digestiva alta antes e aps o tratamento, mostrando que dos 9pacientes com hrnia, 3 apresentavam grau II (moderado) e 6 apresentavam grau I (leve), sendoque aps o tratamento dos 3 que apresentavam grau II, 1 teve como resultado final normal e dos 6que apresentavam grau I, 4 obtiveram como resultado final normal, totalizando 5 pacientes comnormalizao do quadro patolgico. Conclui-se que as tcnicas fisioteraputicas utilizadas nesseestudo foram eficazes no tratamento da hrnia de hiato e dos sintomas do refluxo gastroesofgico.A osteopatia um mtodo completo de terapia e seu uso dinamiza os efeitos benficos dequalquer tratamento.

    Palavras-chave: Hrnia de Hiato. Refluxo Gastroesofgico. Osteopatia.

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    ABSTRACT

    The hiatal hernia is defined as passage of a portion of the stomach for the thoracic cavity throughthe esophageal hiatus of the diaphragm. It is very common occurrence in female individuals, withage above the 40 years and obese. These happen due to inefficacy of the hiatus of the diaphragm.The symptomatology is caused by physiopathological alterations, being usually attributed to thegastroesophageal reflux, showing in different ways according to the hernia type. Theosteopathytic techniques applied to the treatment of the hiatus hernia are of little knowledge andacceptance for the professionals and there are a great deficit of theoretical referencial and

    publications in the subject. The osteopathytic physiotherapy has the purpose of relaxing themusculature of the diaphragm and visceral, to increase local vascularization, and to normalize thesystem sympathetic and parasympathetic. Tends, this study, objective of verifying theeffectiveness of an osteopathytic treatment in patients that present hiatal hernia, consequently toanalyze the effectiveness of the treatment for the symptoms of the gastroesophageal reflux and topublish the physiotherapeutic treatment of the hiatal hernia for the health professionals after thepublication in scientific events. The experimental group, it was composed by 9 individuals, 7 ofthe feminine gender and 2 of the masculine gender with age between 18 and 50 years, submittedto 1 weekly service, totaling 6 services. The treatment consisted of liberation of the sympatheticinnervation through the nerve explncnico (T4, T5 and T6) with the technique Dog, cranialtherapy of the occipital and storm for liberation of the vague nerve, liberation of tensions of the

    diaphragm, stomach and sphincter inferior esophageal, treatment of the cervical (C3) vertebra forthe nerve frnico (thrust) and specific treatment for the hiatal hernia. After the interventions theresults were analyzed regarding the degree of the hernia tends before as parameter the exam ofhigh digestive fiberoptic endoscopy and after the treatment, showing that of the 9 patients withhernia, 3 presented degree II (moderate) and 6 presented degree I (light), and after the treatmentof the 3 that presented degree II, 1 had as normal final result and of the 6 that presented degree I,4 obtained as normal final result, totaling 5 patient with normalization of the pathological picture.It is ended that the physiotherapeutic techniques used in that study were effective in the treatmentof the hiatal hernia and of the symptoms of the gastroesophageal reflux. The osteopathy is acomplete method of therapy and the use of becomes dynamic the beneficial effects of anytreatment.

    Word-key: Hiatal hernia. gastroesophageal reflux. Osteopathy.

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    LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 1: Inervao Sensitiva e Neurovegetativa das Vsceras.....................................................18

    Figura 2: Juno Esofagogstrica..................................................................................................23

    Figura 3: Sistema Nervoso Autnomo...........................................................................................30

    Figura 4: Classificao da Hrnia de Hiato...................................................................................37

    Grfico 1: Sintomas do refluxo gastroesofgico antes e aps o tratamento..................................59

    Grfico 2: Grau da hrnia de hiato antes e aps o tratamento.......................................................61

    Tabela 1: Sintomas do refluxo gastroesofgico antes e aps o tratamento...................................58

    Tabela 2: Grau da hrnia de hiato antes e aps o tratamento........................................................60

    Figura 1: Manobra manipulativa dog.............................................................................................55

    Figura 2: Tratamento do occipital e temporal................................................................................56

    Figura 3: Liberao de tenses e espasmos do diafragma..............................................................57

    Figura 4: Liberao de tenses e espasmos do estmago..............................................................58

    Figura 5: Liberao de tenses e espasmos do esfncter esofgico inferior..................................59

    Figura 6: Tratamento manipulativo para a vrtebra C3.................................................................60

    Figura 7: Tratamento especfico para hrnia de hiato....................................................................61

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    SUMRIO

    1 INTRODUO ........................................................................................................................ 15

    2 REVISO DE LITERATURA................................................................................................ 17

    2.1 OSTEOPATIA ........................................................................................................................17

    2.1.1 Princpios da Osteopatia....................................................................................................... 20

    2.2 ANATOMIA E FISIOLOGIA DIGESTIVA ..........................................................................21

    2.2.1 Esfago................................................................................................................................. 21

    2.2.2 Esfncter esofgico inferior .................................................................................................. 22

    2.2.3 Estmago.............................................................................................................................. 23

    2.2.4 Diafragma............................................................................................................................. 25

    2.2.5 Atividades motoras do trato digestivo.................................................................................. 26

    2.3 VASCULARIZAO ............................................................................................................27

    2.4 INVERVAO.......................................................................................................................28

    2.4.1 Sistema nervoso autnomo................................................................................................... 28

    2.4.2 Sistema Nervoso Simptico.................................................................................................. 32

    2.4.3 Sistema nervoso parassimptico........................................................................................... 33

    2.4.4 Sistema nervoso entrico...................................................................................................... 34

    2.5 HRNIA DE HIATO ..............................................................................................................35

    2.5.1 Definio.............................................................................................................................. 35

    2.5.2 Classificao......................................................................................................................... 36

    2.5.2.1 Hrnia hiatal por deslizamento.......................................................................................... 36

    2.5.2.2 Hrnia paraesofagiana....................................................................................................... 37

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    2.5.2.3 Hrnia hiatal mista............................................................................................................. 37

    2.5.3 Sinais e sintomas.................................................................................................................. 38

    2.5.3.1 Refluxo gastroesofgico.................................................................................................... 40

    2.5.4 Diagnstico........................................................................................................................... 43

    2.5.4.1 Diagnstico Clnico........................................................................................................... 43

    2.5.4.2 Imagens radiolgicas e endoscpicas................................................................................ 43

    2.5.4.2 Diagnstico fisioteraputico.............................................................................................. 45

    2.5.5 Tratamento............................................................................................................................ 45

    2.5.5.1 Tratamento diettico.......................................................................................................... 45

    2.5.5.2 Tratamento cirrgico......................................................................................................... 46

    2.5.5.3 Tratamento fisioteraputico............................................................................................... 47

    2.5.5.3.1 Contra-indicaes para o tratamento osteoptico........................................................... 49

    3 METODOLOGIA..................................................................................................................... 50

    3.1 TIPO DE PESQUISA..............................................................................................................50

    3.2 LOCAL E INFRA-ESTRUTURA NECESSRIA.................................................................50

    3.3 SELEO DA AMOSTRA....................................................................................................50

    3.4 CRITRIOS DE INCLUSO.................................................................................................51

    3.5 CRITRIOS DE EXCLUSO................................................................................................ 52

    3.6 COLETA DE DADOS (AVALIAO)................................................................................. 53

    3.7 PROCEDIMENTOS................................................................................................................ 54

    3.8 RISCOS E BENEFCIOS........................................................................................................61

    3.9 TRATAMENTO DOS DADOS..............................................................................................62

    4 RESULTADOS.........................................................................................................................63

    5 DISCUSSO: ............................................................................................................................ 67

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    6 CONCLUSO........................................................................................................................... 71

    REFERENCIAS .......................................................................................................................... 72

    APNDICE A TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO................77

    APNDICE B - AVALIAO...................................................................................................80

    APNDICE C ESCAL A VISUAL ANALGICA (EVA) ADAPTADA............................. 81

    ANEXO A QUESTIONRIO REFL UXO GASTROESOFGICO................................... 83

    ANEXO B APROVAO DO COMIT DE TICA ..........................................................84

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    1 INTRODUO

    A hrnia de hiato caracterizada pela passagem de parte do estmago para o trax,

    atravs do hiato diafragmtico. uma afeco extremamente freqente, sobretudo em mulheres

    aps 40 anos de idade (OLIVEIRA, 2003).

    As hrnias de hiato podem ser assintomticas. As primeiras manifestaes so

    decorrentes do refluxo gastroesofgico, que sua complicao mais freqente: disfagia,

    regurgitao, pirose e dispepsia (DANI, 2006).

    O crescimento cada vez maior da fisioterapia na rea da sade favoreceu o

    reconhecimento de nossas tcnicas para o tratamento global de todas as disfunes. H pouco

    tempo, as patologias viscerais eram restritas rea mdica, tanto em seus diagnsticos quanto em

    seus tratamentos.

    Contrapondo com o reconhecimento de nosso trabalho no mbito profissional, o

    tratamento visceral um dos assuntos pouco enfatizado na fisioterapia, devido a pouca

    importncia que se d a esse aspecto na formao bsica do fisioterapeuta, se comparar com o

    tratamento musculoesqueltico e tambm devido a pouca conscincia social que existe sobre a

    possibilidade de tratar alguma desordem ou disfuno visceral mediante a fisioterapia.

    A osteopatia se baseia no estudo dos efeitos internos vindo da estrutura e no somente de

    uma afeco local do osso, o que nos proporciona uma viso completa do paciente, sendo para

    analisar a causa primria de suas dores (RICARD e SALL, 2002).

    Com o aumento da demanda e da oferta de terapias alternativas, acadmicos, professores

    e clnicos vm utilizando tcnicas osteopticas eficazes em seus tratamentos, mas poucos

    compreendem a fisiologia e a biomecnica como isto possvel. O reconhecimento da eficcia da

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    osteopatia visceral no depende apenas da demonstrao emprica de seus resultados, o grande

    dficit de publicaes na rea especfica da osteopatia e tambm da fisiologia, dificultam o

    estabelecimento de seu valor teraputico.

    O tratamento osteoptico pode ser importante no alvio de sintomas do refluxo

    gastroesofgico e na ajuda da correo da tenso mecnica que permite o deslocamento do

    estmago para cima.

    Esse estudo teve como finalidade analisar o resultado de um tratamento osteoptico para

    hrnia de hiato e para o refluxo gastroesofgico, os quais esto diretamente ligados

    incompetncia do esfncter esofgico inferior. O tratamento foi composto de manobras

    osteopticas, tendo como base o protocolo de Oliveira (2003).

    A pesquisa foi baseada na anatomia, fisiologia e semiologia, no intuito de analisar e

    tratar as disfunes somticas e a patologia visceral, associando manobras osteopticas.

    No decorrer da pesquisa pode ser observado no captulo 2 a fundamentao terica,

    contemplando osteopatia, anatomia e fisiologia do trato digestivo juntamente com sua inervao,

    hrnia de hiato, seu diagnstico e tratamento. No captulo 3, pode ser visualizada toda a parte

    metodolgica da pesquisa; a seguir, no quarto captulo sero apresentados os resultados com

    demonstraes atravs de grficos e tabelas, para melhor visualizao, e no quinto capitulo pode

    ser verificado as discusses. Contemplando esta pesquisa, no captulo seis apresentada s

    consideraes finais e sugestes de novas pesquisas neste assunto.

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    2 REVISO DE L ITERATURA

    2.1 OSTEOPATIA

    A osteopatia foi nascida nos Estados Unidos pelo autor Andrew Taylor Still. O mesmo

    anunciou os grandes princpios dessa medicina natural. A osteopatia origina-se do grego Osteon

    (osso) e Pathos (efeitos vindo do interior). um estudo dos efeitos internos vindo da estrutura,

    baseando-se na anatomia, fisiologia e na semiologia. A osteopatia responsvel pelo tratamento

    das disfunes somticas, ou, leses osteopticas, esse tratamento dever ser feito aps um

    exame clnico aprofundado, um diagnstico srio e deve predominar em um ato teraputico

    osteoptico (RICARD; SALL, 2002).

    A osteopatia o sistema de cura que enfatiza principalmente a integridade da estrutura

    do corpo. Esta integridade estrutural o fator mais importante a ser mantido. Rege a boa sade do

    corpo e evita a patologia. Sendo assim, as disfunes podem estar correlacionadas com outras, ou

    seja, uma leso osteoptica primria pode desencadear uma disfuno secundria, ou tambm,

    podendo ser secundria de alguma disfuno j existente no organismo, uma patologia visceral,

    por exemplo, pode causar leso osteoptica secundria. (BIENFAIT, 1987).

    O reconhecimento da importncia do sistema msculo-esqueltico na organizao

    global do corpo, sua predisposio disfuno e as repercusses de tais alteraes e, finalmente,

    o reconhecimento da habilidade da terapia para normalizar tal disfuno atravs de um ou mais

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    dos diversos mtodos manipulativos, representa a essncia da individualidade da osteopatia

    (CHAITOW, 1982).

    Para Coster e Pollaris (2001), qualquer restrio na mobilidade do aparelho locomotor

    no sentido de hipo e hipermobilidade favorece a um transtorno funcional que, por sua vez, pode

    dar lugar um quadro patolgico. Para garantir a homeostasia corporal, necessrio que quatro

    sistemas estejam em harmonia, dentre estes sistemas se encontram: parietal, visceral, cranio-

    sacro e psquico. Quando um sistema est alterado, ocorre imediatamente um desequilbrio,afetando os outros sistemas.

    Para Ricard e Sall (2002), a osteopatia visceral uma disciplina que foi desenvolvida

    puramente na Frana, sendo que as primeiras tcnicas viscerais no foram descritas por

    osteopatas, mas por Thure Brandt e Staffer.

    Segundo Coster e Pollaris (2001), Still acreditava que a compresso de artrias em

    articulaes poderia causar doenas em todas as vsceras do corpo humano. Still baseou suas

    hipteses na sua experincia como praticante de terapia manual. Esta crena vem principalmente

    de observaes empricas da melhora da dor localizada sobre reas viscerais tratadas com

    manipulao da coluna vertebral: dor de cabea, olhos, sobre o osso esterno perto do corao,

    sobre o estmago, nas costas sobre os rins, entre outros. O conhecimento de anatomia e fisiologia

    ajudou Still a escrever tais hipteses.

    Segundo Ricard e Sall (2002), a boa funo das vsceras est relacionada sua

    mobilidade fisiolgica, sua boa vascularizao e inervao. A fscia quem limita o movimento

    visceral, e atravs de uma limitao pode provocar uma estase vascular e um circuito medular

    nociceptivo, resultado de uma leso musculoesqueltica. As vsceras no possuem inervao

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    dor, porm seus envoltrios so sensveis a estmulos nocivos, podendo ser a origem de um

    reflexo neurovegetativo nociceptivo.

    FIGURA 1:Inervao Sensitiva e Neurovegetativa das Vsceras.

    Fonte:RICARD; SALL, 2002.

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    2.1.1 Princpios da Osteopatia

    De acordo com Ricard e Sall (2002), a medicina osteoptica baseia-se em quatro

    princpios, que so de grande importncia durante o processo avaliativo, sendo estes:

    A estrutura determina a funo: A estrutura representa diferentes partes do corpo, como

    fscias, msculos, vsceras, etc. A funo a atividade que cada estrutura exerce. Se a

    estrutura est em harmonia enfermidade no pode se desenvolver, conclui-se que o

    distrbio da estrutura a causa principal das patologias.

    A unidade do corpo: Todo organismo tem capacidade de encontrar ou reencontrar seu

    equilbrio, o que chamamos de homeostasia. O fundamento desse princpio a habilidade

    no qual o organismo possui em adquirir novas posturas compensatrias devido a uma

    leso ou traumatismo.

    Auto-cura: O corpo tem todos os meios necessrios para eliminar e evitar as doenas,

    desde que os meios como os condutos nervosos, linfticos e vasculares estejam livres

    para permitir um funcionamento correto, tendo capacidade de autocurar-se.

    Lei da artria: A corrente sangnea a condutora de todos os elementos, assegurando a

    imunidade natural. O papel da artria essencial, pois qualquer condio anormal levar

    a deficincia da circulao arterial, o que deixar o retorno venoso mais lento,

    favorecendo o acmulo de toxinas nos tecidos.

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    2.2 ANATOMIA E FISIOLOGIA DIGESTIVA

    O trato alimentar fornece ao organismo suprimento contnuo de gua, eletrlitos e

    nutrientes. Cada parte desse sistema est adaptada para desempenhar funes especficas, alguns

    recebem a simples funo de passagem do alimento, como o esfago, outras, para o

    armazenamento do alimento, como o estmago e outras, para a digesto e a absoro, como o

    intestino delgado (GUYTON; HALL, 2002).

    2.2.1 Esfago

    O esfago um tubo muscular com aproximadamente 25 centmetros de comprimento,

    apresenta um dimetro mdio de 2 centmetros que se estende da faringe at o estmago. O

    mesmo est preso s margens do hiato esofgico no diafragma por meio do ligamento

    frenicoesofgico, uma extenso da fscia diafragmtica inferior (MOORE; DALLEY, 2001).

    A parede do esfago composta por camadas mucosa, submucosa, musculares prprias

    e adventcias. A maior parte do esfago no possui revestimento seroso (peritnio), apenas

    pequenos segmentos da poro intra-abdominal so cobertos por serosa, nos outros locais o

    mesmo coberto por uma camada que deriva da adventcia periesofgica (FIGUEIREDO;

    JACOB, 2002).

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    Atravessando o hiato diafragmatico, o esfago forma ngulo fechado com o fundo

    gstrico, condio anatmica essa que funciona como vlvula, sendo um dos elementos contra o

    refluxo gastroesofgico. Sua funo levar os alimentos para o estmago aonde deglutio

    desencadeia a motilidade do esfago (LAUDANNA, 1990).

    2.2.2 Esfncter esofgico inferior

    A juno esofagogstrica feita pela transio abrupta da tnica mucosa do esfago pela

    abrupta da tnica mucosa do estmago, conhecida clinicamente como a linha Z (figura 2), que

    evidenciada facilmente durante a endoscopia. Nesta juno, a musculatura do diafragma, que

    forma o hiato esofgico, funciona como um esfncter esofgico fisiolgico que se contrai e

    relaxa, impedindo em condies normais o refluxo do contedo gstrico para o esfago

    (MOORE; AGUR, 2004).

    Segundo Rodrigues e Del Grande (2004), o esfncter inferior do esfago

    anatomofuncionalmente dividido em trs estruturas: a primeira, formada pelas fibras

    semicirculadas do esfago inferior, situadas em seu contorno lateral direito, em direo pequena

    curvatura, denominada barreira esofgica anti-refluxo. A segunda constituda pelas fibras

    suspensoras, localizadas na grande curvatura gstrica, junto ao ngulo de His, formando o

    componente gstrico da barreira, classificado at mais importante que a primeira estrutura na

    conteno do refluxo. O terceiro elemento dessa barreira representado pela musculatura

    diafragmtica, tambm reconhecida como importante componente funcional anti-refluxo.

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    Segundo Figueiredo e Jacob (2002), o esfago apresenta duas reas de alta presso que

    continuam relativamente contradas na fase de repouso: o esfncter superior do esfago, que est

    situado na regio do msculo cricofarngeo, segmento de trs centmetros no esfago proximal e

    recebe a inervao do ncleo ambguo e dorsal medular. O esfncter inferior do esfago que um

    segmento de 2 a 4 cm na poro intra-abdominal logo acima da juno gastroesofgica. Sua

    inervao provm do ncleo motor dorsal e as fibras eferentes so levadas atravs do nervo vago,

    realizando sinapse no plexo mioentrico, na regio do esfncter inferior do esfago.

    Coelho (2006) afirma que o esfncter esofgico inferior tem sido descrito como uma

    estrutura fisiolgica ou zona de elevada presso de repouso, de 3 a 5 centmetros de

    comprimento, o mesmo atua juntamente com o pilar diafragmtico e o ligamento frenoesofgico

    como barreira contra a regurgitao anormal do contedo gstrico para o esfago.

    2.2.3 Estmago

    Logo em seguida, entre o esfago e o intestino delgado encontra-se o estmago que a

    poro mais dilatada do tubo digestivo, localiza-se inferiormente ao diafragma, logo abaixo da

    borda costal no abdome superior. Essa vscera possui quatro regies anatmicas: a crdia, o

    fundo do estmago, o corpo e a parte pilrica; e duas curvas: curvatura menor e a curvatura maior

    (JACOB; FRANCONE; LOSSOW, 1990).

    O estmago produz o suco gstrico, um lquido altamente cido, que contm cido

    clordrico, muco, enzimas e sais, este por sua vez responsvel por dissolver o cimento celular

    dos tecidos dos alimentos, ajudando a fragmentao mecnica iniciada pela mastigao. O cido

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    clordrico tambm responsvel por manter o pH no interior do estmago entre 0,9 e 2,0

    (TORTORA, 1997).

    Segundo Gray e Goss (1998), o estmago recebe estmulos do sistema nervoso

    autnomo, que controla a secreo e o esfncter estomacal, o qual inervado pelo nervo

    esplncnico e pelo vago, os mesmos ajudam a manter o equilbrio durante o processo de digesto.

    De acordo com Tortora (1997), a mucosa gstrica recoberta por uma camada de muco,

    que a protege da agresso do suco gstrico, bastante corrosivo. Apesar dessa proteo, as clulas

    da mucosa estomacal so freqentemente lesadas e mortas pela ao do suco gstrico, por esse

    motivo, a mucosa est sempre sendo regenerada. Continuamente ocorre desequilbrio entre a

    mucosa e o suco gstrico, o que pode resultar em inflamao difusa da mucosa, que muitas vezes

    podem ser causa do aumento ou diminuio de estmulos adrenrgicos e colinrgicos do sistema

    nervoso autnomo.

    FIGURA 2: Juno Esofagogstrica

    Nota: A. Esfago (parte terminal), B. estmago e duodeno proximal. C. Superfcie interna (tnicamucosa), parede anterior removida. A seta passa atravs do canal pilrico.Fonte: MOORE; AGUR, 2004.

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    2.2.4 Diafragma

    O diafragma um rgo de constituio msculo-tendinosa que, no adulto, separa as

    cavidades torcica e abdominal. Deriva de quatro estruturas embriolgicas: ventralmente, o septo

    transverso; lateralmente, a membrana pleuro-peritoneal e os msculos da parede do corpo; e

    mdio-dorsalmente, o mesoesfago. A sua parte perifrica composta de musculatura estriada

    com fixao ao esterno, arcos costais e coluna vertebral, enquanto a sua parte central compe-se

    basicamente de tecidos aponeurticos. Apresenta orifcios naturais, atravs dos quais passam

    estruturas entre as cavidades torcica e abdominal, como a veia cava inferior, aorta, nervos

    simpticos e esfago (DANI, 2006).

    Segundo Irwin e Teclkin (1994), o diafragma um msculo que se apresenta em forma

    de abboda, originando-se na face dorsal do processo xifide, nas ultimas seis costelas e nos

    corpos e processos transversos das vrtebras torcicas superiores. Quando o diafragma se contrai,

    o mesmo desce sobre o contedo abdominal aumentando a presso intra-abdominal. A ao

    descendente do diafragma provoca um aumento das dimenses vertical e horizontal da cavidade

    torcica.

    De acordo com Pinotti (1983), o diafragma apresenta trs orifcios pelos quais

    penetram na cavidade abdominal a aorta, o esfago e a veia cava inferior, formando os

    respectivos hiatos diafragmticos. O hiato artico o mais posterior e formado por um arco

    fibroso exatamente na face anterior da coluna lombar. O hiato esofgico localiza-se na poro

    carnosa do diafragma em meio s fibras arqueadas do pilar direito do diafragma. J o hiato da

    veia cava inferior apresenta-se na poro aponeurtica direita prximo ao centro frnico.

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    Para Souchard (1989), a inervao desse msculo assegurada pelos nervos frnicos

    (C3, C4 e C5). O frnico direito chega ao diafragma pelo orifcio da veia cava ou um pouco mais

    externamente, dividindo-se em trs ou quatro ramos que se irradiam para a poro carnosa. A

    poro esquerda do frnico chega diretamente poro carnosa frente do fololo esquerdo,

    adotando igualmente uma disposio radiada.

    2.2.5 Atividades motoras do trato digestivo

    Quando o bolo alimentar entra na faringe, a contrao reflexa do msculo constritor

    superior da faringe inicia uma rpida onda peristltica que propele o alimento para o esfago. O

    relaxamento do chamado esfncter esofgico superior, ou faringoesofgico permite que o

    alimento entre no esfago. A onda peristltica continua para o esfago e empurra o bolo em

    direo ao estmago. Antes que a onda chegue ao estmago, uma onda lenta de relaxamento

    acima do estmago abre o esfncter esofgico inferior. O esfncter anatomicamente igual do

    resto do esfago, mas fisiologicamente representa um segmento do mesmo de cerca de 5

    centmetros acima do estmago que permanece contrado at que seja reflexamente relaxado por

    uma onda peristltica prxima. Sua constituio evita o refluxo do contedo gstrico para o

    esfago (JACOB; FRANCONE; LOSSOW, 1990).

    A peristalse do esfago principalmente um reflexo vagal, isto , fibras do nervo vago

    conduzem impulsos do esfago para o centro da deglutio e de volta ao esfago, a fim de iniciar

    a peristalse quando o alimento chegar a ele. Visto que a camada muscular do tero superior do

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    esfago de msculo esqueltico, a seco de ramos do nervo vago que inerva o esfago

    interfere na deglutio. Contudo, a excitabilidade intrnseca do msculo liso da poro inferior

    do esfago torna-se adequada, sob tais circunstncias, para desencadear ondas peristlticas

    quando a gravidade fora a comida para regies mais baixas do esfago (JACOB; FRANCONE;

    LOSSOW, 1990).

    A principal funo do estmago armazenar e preparar o alimento para a digesto. O

    contato direto dos alimentos com a mucosa gstrica libera a acetilcolina por estmulo vagal, queestimula a liberao de gastrina pelo antro. A distenso gstrica pelo alimento tambm libera a

    gastrina, que estimula a secreo gstrica. Desse modo, o alimento misturado mecanicamente

    com a secreo gstrica e transformado em uma forma mais lquida. Ainda no estmago, os

    alimentos sofrem uma protelise pequena pela ao da pepsina, antes de passarem em pequenas

    quantidades para o duodeno (COELHO, 2006).

    Segundo Guyton e Hall (2002), o esvaziamento gstrico promovido pelas intensas

    contraes peristlticas do antro. Ao mesmo tempo, o esvaziamento dificultado por graus

    variveis de resistncia passagem do quimo do piloro.

    2.3 VASCULARIZAO

    A vascularizao arterial da poro cervical do esfago feita pelas artrias tireideas

    inferiores. A irrigao arterial do segmento torcico feita por ramos que nascem direto da aorta

    e por ramos esofgicos das artrias intercostais e bronquiais. O segmento inferior do esfago

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    suprido pela artria frnica inferior e pela artria esofagocardiotuberositria, que ramo da

    artria gstrica esquerda (COELHO, 2006).

    Segundo Moore e Agur (2004), as artrias gstricas originam-se do tronco celaco e seus

    ramos, a mesma dividida em artria gstrica esquerda e artria gstrica direita. A artria gstrica

    esquerda nasce no tronco celaco, atinge o esfago e depois desce ao longo da curvatura menor

    do estmago. A mesma supri o tero inferior do esfago e a parte superior direita do estmago. A

    artria gstrica direita origina-se da artria heptica na margem superior do piloro e corre para a

    esquerda ao longo da curvatura menor. Ela supre a parte inferior direita do estmago.

    Smell (1999) afirma que a artria gastro-omental esquerda tem origem na artria

    esplnica no hilo do bao e passa para frente do ligamento gastroesplnico para suprir o estmago

    ao longo da parte superior da curvatura maior. A artria gastro-omental direita nasce do ramo

    gastroduodenal da artria heptica, passa para a esquerda e supre o estmago ao longo da parte

    inferior da curvatura maior.

    2.4 INVERVAO

    2.4.1 Sistema nervoso autnomo

    Para Guyton e Hall (2002), a poro do sistema nervoso que controla a maior parte das

    funes viscerais do organismo nomeado sistema nervoso autnomo, tambm referido como

    sistema nervoso visceral, vegetativo ou automtico. Esse sistema ativado na maioria das vezes

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    por centros localizados na medula espinhal, no tronco cerebral, no hipotlamo e tambm nas

    pores do crtex cerebral, onde podem ser transmitidos impulsos para os centros inferiores e,

    dessa forma, influenciar o controle autonmico.

    Segundo Machado (2003), o sistema nervoso visceral relaciona-se com a inervao das

    estruturas viscerais e muito importante para a integrao da atividade das vsceras no sentido da

    manuteno da constncia do meio interno. Esse sistema distingue-se em uma parte aferente que

    conduz os impulsos nervosos originados em receptores das vsceras a reas especficas do sistema

    nervoso central e outra eferente que traz impulsos de certos centros nervosos at as estruturas

    viscerais, terminando em glndulas, msculos lisos ou cardaco.

    Denomina-se sistema nervoso autnomo apenas o componente eferente do sistema

    nervoso visceral. Esse sistema controla vrios sistemas de rgos do corpo como: cardiovascular

    e respiratrio, gastrintestinal, excrino e urogenital. O mesmo divide-se em sistema nervoso

    simptico e sistema nervoso parassimptico (MARTIN, 1998).

    Para a inervao autnoma, dois neurnios ligam o sistema nervoso central aos rgos

    na periferia: o neurnio pr-ganglionar e o neurnio ps-ganglionar. O corpo celular do neurnio

    pr-ganglionar est localizado no sistema nervoso central e seus axnios seguem um trajeto

    tortuoso at a periferia. Pela raiz ventral e atravs de vrios condutos neurais perifricos, o axnio

    do neurnio pr-ganglionar finalmente faz sinapse com o neurnio ps-ganglionar no gnglio

    perifrico (MARTIN, 1998).

    Os neurnios pr e ps-ganglionares so os elementos fundamentais da organizao da

    parte perifrica do sistema nervoso autnomo. Os corpos dos neurnios pr-ganglionares

    localizam-se na medula e no tronco enceflico. Na medula eles ocorrem do 1 ao 12 segmentos

    torcicos nos dois primeiros segmentos lombares e nos segmentos S2, S3 e S4 da medula sacral.

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    J no tronco enceflico, eles se agrupam formando os ncleos de origem de alguns nervos

    cranianos, como o nervo vago (GUYTON; HALL, 2002).

    A medula espinhal a maior fonte de origem de nervos para o corpo. Cada rgo e

    tecido recebem alguma inervao que se origina na medula espinhal. A medula tambm o lugar

    de acesso ou recepo de informao dos rgos e tecidos do corpo. Os impulsos trazendo

    informaes aos centros mais elevados e ao crebro passam atravs dela, e muitas vezes so

    filtrados, organizados e transmitidos pelos tecidos, na medula espinhal. Muitas funes

    automticas, assim como ordens conscientes so transportadas ou recodificadas e executadas pela

    medula (CHAITOW, 1982).

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    FIGURA 3: Sistema Nervoso Autnomo.

    Fonte: CREAGER, 1992.

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    2.4.2 Sistema Nervoso Simptico

    Para Aires (2001), o sistema nervoso simptico tem origem entre os segmentos de T1 a

    L2, que compreende os ncleos espinais, a rede resultante as conexes dos gnglios simpticos e

    dos axnios das clulas ganglionares na periferia, e os rgos por elas inervados. Os gnglios

    encontram-se de cada lado da coluna vertebral, que so os gnglios paravertebrais, ou junto de

    cada lado, mais medialmente os gnglios pr-vertebrais.

    Segundo Guyton e Hall (1998), os gnglios paravertebrais formam uma longa cadeia de

    cada lado da coluna, sendo que os pr-vertebrais fazem parte de indicados plexos de que

    participam fibras pr-ganglionares simpticas e parassimpticas, seguido de ps-ganglionares

    simpticas.

    Os gnglios encontram-se interligados longitudinalmente, formando o tronco simptico,

    por esse motivo, cada fibra pr-ganglionar ativa nerunios de diversos nveis. O sistema

    simptico permite que cada regio receba inervao simptica prpria. As Fibras pr-

    ganglionares que inervam as vsceras abdominais e plvicas atravessam a cadeia ganglionar sem

    interrupo, indo estabelecer sinapses nos gnglios (MACHADO, 2003).

    O suprimento nervoso simptico do estmago proveniente da poro torcica onde

    origina-se dos segmentos T6 at T9 da medula espinal os nervos esplncnicos maior, menor e

    imo, os quais tem trajeto descendente, atravessam o diafragma e penetram na cavidade

    abdominal, onde terminam nos gnglios pr vertebrais, os mesmos so distribudo atravs dos

    plexos em torno das artrias gstricas e gastromentais (MOORE; DALLEY, 2001).

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    2.4.3 Sistema nervoso parassimptico

    Para Martin (1998), os neurnios pr-ganglionares parassimpticos so encontrados no

    tronco cerebral e do segundo ao quarto segmentos sacrais. O sistema parassimptico apresenta

    ncleos centrais, onde neurnios pr-ganglionares enviam impulsos a neurnios perifricos e os

    ps-ganglionares situados em gnglios ou nas paredes dos rgos inervados. caracterstico que

    seus neurnios ganglionares se localizem prximo dos rgos inervados.

    exceo de algumas fibras parassimpticas para a boca e para a regio farngea do

    trato alimentar, as fibras parassimpticas cranianas so levadas quase inteiramente pelos nervos

    vagos. Essas fibras proporcionam extensa inervao para o esfago, o estmago e o pncreas e,

    ligeiramente menos, para o intestino at a primeira metade do intestino grosso (GUYTON;

    HALL, 2002).

    O suprimento nervoso parassimptico do estmago provm dos troncos vagais anterior eposterior e seus ramos, que entram no abdome atravs do hiato esofgico. O tronco vagalanterior, derivado principalmente do nervo vago esquerdo (NCX), normalmente entra noabdome como um nico ramo que se localiza na face anterior do esfago. Ele corre emdireo curvatura menor, onde emite ramos hepticos e duodenais que saem doestmago no ligamento hepatoduodenal. O resto do tronco vagal anterior continua aolongo da curvatura menor, dando origem aos ramos gstricos anteriores. O tronco vagalposterior, o maior, derivado principalmente do nervo vago direito, entra no abdome naface posterior do esfago e passa em direo curvatura menor do estmago. O troncovagal posterior fornece ramos para as faces anterior e posterior do estmago. Ele emite

    um ramo celaco que corre para o plexo celaco e depois continua os longo da curvaturamenor, dando origem aos ramos gstricos posteriores (MOORE; DALLEY, 2001,p.201).

    Segundo Machado (2003), no sistema parassimptico, o nervo vago o nico que possui

    relao com o estmago, pois manda seus estmulos ao gnglio estrelado e este gnglio

    responsvel em manter os estmulos colinrgicos recebido pelas fibras pr-ganglionares at a

    insero das fibras ps-ganglionares.

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    2.4.4 Sistema nervoso entrico

    O trato gastrointestinal possui um sistema nervoso prprio, denominado sistema

    nervoso entrico, o mesmo localiza-se integralmente na parede do intestino, iniciando no esfago

    e estendendo-se at o nus. Esse sistema responsvel pela funo de secreo e os movimentos

    gastrintestinais. Essas duas funes so principalmente exercidas por dois plexos: um plexo

    externo, situado entre as camadas musculares longitudinal e circular, denominado plexo

    mientrico, ou plexo de Auerbach, e um plexo interno denominado plexo submucoso ou plexo de

    Meissner, localizado na submucosa (GUYTON; HALL, 1998).

    Embora o sistema nervoso possa trabalhar isoladamente, ele tambm se contrai com os

    estmulos provenientes do encfalo. Sinais que originam-se do trato gastrointestinal podem ser

    enviados para o sistema nervoso central via neurnios sensitivos. Aps a integrao da

    informao no sistema nervoso central de neurnios eferentes autnomos transmitem sinais de

    volta para milhes de neurnios do sistema nervoso entrico (SILVERTHORN, 2003).

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    2.5 HRNIA DE HIATO

    2.5.1 Definio

    Segundo Vasconcellos (1998), define-se hrnia hiatal como a passagem de uma poro

    do estmago para a cavidade torcica atravs do hiato esofagiano do diafragma, ou seja, da

    abertura em que o esfago passa para a cavidade abdominal.

    A hrnia de hiato ocorre devido ruptura das inseres do diafragma, esfago e

    estmago quando se encontram no ltimo estgio da distenso, provocando a subida da poro

    superior do estmago acima do orifcio determinado pelo anel muscular diafragmtico

    (SOUCHARD, 1989).

    As hrnias ocorrem mais freqentemente em mulheres aps a meia idade, possivelmente

    por causa do enfraquecimento da parte muscular do diafragma e da dilatao do hiato esofgico

    (MOORE; DALLEY, 2001).

    A prevalncia de hrnia de hiato ainda desconhecida. Os estudos radiogrficos nos

    mostram que a patologia extremamente comum, no entanto manifesta-se mais em mulheres

    acima dos 50 anos, onde cerca de 75% dos casos a hrnia do tipo por deslizamento e em 25%, a

    hrnia do tipo rolamento ou paraesofagiana (SLEISENGER, 1977).

    J Crawford (2000), observou atravs de exames barogrficos, que as hrnias de hiato

    so relatadas em 1 a 20% em adultos, aumentando sua incidncia com a idade. No entanto,

    tambm apresenta grande prevalncia em lactentes e crianas.

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    2.5.2 Classificao

    Segundo Porto (2001), as hrnias hiatais podem ser classificadas de trs tipos: hrnia por

    deslizamento (Tipo I), paraesofagiana (Tipo II) e mista (TipoIII). (figura 4)

    2.5.2.1 Hrnia hiatal por deslizamento

    Para Vasconcellos (1998), a hrnia classificada por deslizamento apresenta um

    deslocamento do esfago abdominal, da crdia e de um segmento do estmago para o trax com

    reflexos no mecanismo de conteno do refluxo gastroesofagiano. Esta por sua vez, a mais

    freqente, representando 70 a 90% de todas as hrnias.

    Segundo Dani (2006), em condies normais, o ligamento frenoesofgico sustenta a

    juno esfago-gstrica ao nvel do diafragma, as hrnias hiatais podem estar associadas a um

    processo de deteriorao desse ligamento relacionado ao envelhecimento, s persistentes presses

    positivas intra-abdominais e trao exercida pelo esfago no estmago, durante manobras

    normais de deglutio.

    A herniao pode ser permanente, com fixao da parede gstrica herniada em sua nova

    topografia, ou intermitente, na dependncia do decbito ou do aumento da presso intra-

    abdominal. A hrnia por deslizamento o nico tipo importante como causa do refluxo

    gastroesofagiano, somando cerca de 95% de todos os casos (PORTO, 2001).

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    2.5.2.2 Hrnia paraesofagiana

    Na hrnia paraesofagiana ou por rolamento, a bolsa herniada normalmente formada

    pelo fundo do estmago, atravs do hiato anormalmente alargado que se insinua lateralmente ao

    esfago, em direo ao mediastino posterior, permanecendo a juno esfago-gstrica ao nvel do

    pinamento diafragmtico (DANI, 2006).

    Segundo Vasconcellos (1998), a hrnia paraesofagiana identificada devido o esfago

    abdominal e a crdia permanecerem em sua posio anatmica, sub-diafragmtica, enquanto uma

    parte do fundo do estmago insinua-se entre o esfago e o hiato diafragmtico, passando para o

    trax.

    Dani (2006) afirma que o ndice de maior acometimento esta em faixa etria mais

    elevada e normalmente no se associa doena do refluxo gastroesofgico.

    2.5.2.3 Hrnia hiatal mista

    Segundo Porto (2001), a hrnia hiatal mista coexiste elementos dos dois tipos citados. A

    juno esofagogstrica se desloca para o trax e observa-se, ao mesmo tempo, uma bolsa gstrica

    paraesofagiana.

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    FIGURA 4: Classificao da hrnia de hiato

    Fonte:MOORE; DALLEY (2001).

    2.5.3 Sinais e sintomas

    Souto (1998) ressalta que a hrnia de hiato assintomtica. H algum tempo era tida

    como elemento primordial como causa do refluxo. J foram consideradas como patologias

    distintas, carente de valor etiolgico, mas, hoje, a hrnia hiatal est includa dentro da viso

    multifatorial do refluxo gastroesofgico.

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    A sintomatologia da hrnia de hiato uma decorrncia das alteraes fisiopatolgicas.

    Assim, varivel conforme o tipo de hrnia. A hrnia por deslizamento, por exemplo, pode

    apresentar sintomas do refluxo gastroesofgico, mas tambm pode ter ausncia da

    sintomatologia. J a hrnia paraesofgica pode ser assintomtica, ou apresentar sintomas de

    disfagia, mal-estar retroesternal, manifestaes cardacas e respiratrias, isso decorre dependendo

    do grau de compresso do esfago distal, de outras estruturas torcicas e do encarceramento da

    bolsa gstrica herniada (VASCONCELLOS, 1998).

    Quando a hrnia de deslizamento causa sintomas, o paciente em geral se queixa de pirose,

    o que indica que o esfncter esofgico inferior incompetente e que h refluxo gastresofgico.

    Em geral, a histria do paciente mostra que a pirose ocorre 1 4 horas aps as refeies e

    agravada pela posio reclinada, quando ele se abaixa, ou por condies que aumentem a presso

    intra-abdominal. A pirose pode ser acompanhada de regurgitao ou vmitos. O cliente pode

    queixar-se de dor torcica retroesternal ou subesternal, o que indica refluxo do contedo gstrico,

    distenso do estmago e espasmo. O paciente com hrnia paraesofgica geralmente sente uma

    sensao de plenitude depois de alimentar-se ou pode estar assintomtica (BRASILEIRO FILHO,

    2002).

    Para Farber e Rubin (2002), dentre as manifestaes da hrnia hiatal, particularmente

    pirose e regurgitao, so atribudas ao refluxo gastroesofgico. Todavia, as evidncias nos

    mostram que o refluxo do contedo gstrico est relacionado basicamente com a incompetncia

    do esfncter esofgico inferior. A disfagia, a deglutio dolorosa e, ocasionalmente, a hemorragia

    tambm podem causar danos.

    Segundo Laudanna (1990), os sintomas das hrnias compreendem a pirose, a

    regurgitao e a disfagia. Pode ocorrer ainda dor retroesternal e precordial, inclusive com

    alteraes do ritmo cardaco, levantando-se o diagnstico diferencial com as sndromes

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    anginosas. Os sintomas se manifestam, com freqncia com as posies do tronco, piorando com

    o decbito horizontal e em posies de hiperpresso abdominal.

    2.5.3.1 Refluxo gastroesofgico

    O refluxo gastroesofgico (RGE) consiste no retorno do contedo gastroduodenal para o

    esfago, favorecido pelo gradiente de presso positiva entre esses rgos. As manifestaes

    clnicas resultantes da exposio da mucosa esofgica ao contedo gstrico variam desde pirose,

    a qual caracteriza-se por uma sensao de desconforto ou queimao na regio do estmago,

    vmitos ou regurgitaes recorrentes at sintomas respiratrios. Estas manifestaes podem ser

    combinadas a alteraes radiolgicas, endoscpicas ou histopatolgicas (COHEN; PARKMAN,

    2001).

    Segundo Figueiredo e Jacob (2002), o refluxo gastroesofgico caracteriza-se por uma

    leso da mucosa. Os sintomas tpicos do refluxo so queimao e regurgitao. A queimao

    retroesternal ocorre logo aps a alimentao ou ao deitar-se, j a regurgitao pode acordar o

    paciente noite, principalmente aps refeies exageradas ou doses exageradas de bebidas

    alcolicas.

    A DRGE (doena do refluxo gastroesofgico) a mais freqente das patologias que

    acometem o esfago, acometendo aproximadamente 75% dos pacientes com queixas relacionadas

    ao esfago. Essa doena pode apresentar sintomas tpicos ou atpicos, induzindo dano da mucosa

    do esfago em aproximadamente 50% dos pacientes afetados. Essa situao pode ser o resultado

    de trs causas: esfncter esofgico inferior mecanicamente defeituoso, clareamento esofgico

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    ineficiente do refluxo gstrico e anormalidades do reservatrio gstrico (RODRIGUES; DEL

    GRANDE, 2004).

    Para Dani (2001) o aumento acentuado da presso intra-abdominal comprime o esfago

    imediatamente abaixo do diafragma. O fechamento do tipo valvular da poro inferior do esfago

    evita que a elevada presso no estmago force o contedo gstrico na direo do esfago. O

    comprimento desse segmento esta relacionado com a presso do esfncter inferior do esfago. O

    ligamento frenoesofgico uma membrana fibroelstica que se origina de uma condensao da

    fscia abdominal. Quando lesado, pode favorecer ao aparecimento de uma hrnia de hiato.

    Embora a presso mdia no esfncter esofgico inferior seja mais baixa que em

    indivduos normais, ocorre uma acentuada superposio dos msculos circulares situados acima e

    abaixo do esfncter esofgico inferior. Um esfncter com tnus muito baixo ou relaxamento

    imprprio de um esfncter normalmente competente podem estar associados ao refluxo. A

    hipotonia somente a causa de casos da doena do refluxo gastroesofgico quando menor que 5

    mmHg, situao mais comum em pacientes com esofagite (COHEN; PARKMAN, 2001).

    Por isso, a hipotonia pode ser uma conseqncia da esofagite e no uma causa do

    refluxo, no podendo ser feita uma relao direta entre hipotonia e doena do refluxo

    gastroesofgico (KODA, 1996).

    Outras situaes descritas por Koda (1996), incluem a insuficincia primria do esfncter

    esofgico inferior causando uma hipotonia esfincteriana decorrente de alterao muscular

    primria ou decorrente de alterao em sua inervao colinrgica. Pode ainda ser decorrente de

    uma diminuio na sensibilidade dos seus receptores gastrina ou outros hormnios elaborados

    no aparelho digestivo, e de situaes de esforo onde o diafragma se contrai e a presso no nvel

    do esfncter esofgico inferior aumenta contrapondo-se presso abdominal. Assim, o aumento

    da presso abdominal considerado fator etiolgico da doena do refluxo gastroesofgico em

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    pacientes com hrnia hiatal, e provavelmente as hrnias so mais comuns em indivduos

    portadores de tosse crnica ou situaes de esforo freqente.

    O refluxo excessivo pode ocorrer por causa de um esfncter esofgico inferior

    incompetente, estenose do piloro ou um distrbio da motilidade. Os sintomas podem

    compreender pirose (sensao de queimao do estmago), dispepsia (indigesto), regurgitao,

    disfagia ou odinofagia (deglutio difcil, dor deglutio), hipersecreo ou esofagite. Os

    sintomas podem mimetizar aqueles de um ataque cardaco (SMELTZER; BARE, 2002).

    Segundo Pinotti (1983), o refluxo gastroesofgico implica em varias situaes

    fisiolgicas ou no, determinando a esofagite de refluxo, caracterizada clinicamente por

    queimao epigstrica e retroesternal. , no entanto, a hrnia hiatal de deslizamento a principal

    causa de surgimento do refluxo gastroesofgico e conseqente esofagite.

    A hrnia hiatal tem sido identificada como fator importante na promoo de episdios de

    refluxo e potencializao da exposio cida no esfago, estando relacionada com maior

    freqncia doena erosiva. O mecanismo pelo qual a hrnia hiatal se correlaciona a DRGE mais

    grave, se explicaria em parte pelo deslocamento cranial do esfncter esofgico inferior, que

    resulta na perda do componente diafragmtico e conseqente reduo na presso basal

    (KAHRILLA, et al., 1999apudABRAHO JR, 2006).

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    2.5.4 Diagnstico

    2.5.4.1 Diagnstico Clnico

    O diagnstico das hrnias hiatais por deslizamento baseia-se na definio do

    deslocamento da juno esfago-gstrica para o trax, evidenciado pela sua localizao pelo

    menos dois centmetros acima do pinamento diafragmtico. O deslocamento entre dois e trs

    centmetros caracteriza as hrnias de pequeno tamanho; entre trs e quatro centmetros

    classificam-se as hrnias de mdio tamanho, e superiores a quatro centmetros, as hrnias de

    grande tamanho (DANI, 2006).

    2.5.4.2 Imagens radiolgicas e endoscpicas

    Segundo Powell (2001), os avanos tecnolgicos na obteno de imagens radiolgicas e

    endoscpicas vem se aprimorando nas ltimas dcadas. O trato gastrintestinal, talvez mais do que

    qualquer outro sistema de rgos tem grandes vantagens, particularmente, da abordagem

    endoscpica. Dentre as principais vantagens da endoscopia destacam-se as visualizaes diretas,

    que permite uma avaliao mais apurada e sensvel das leses da mucosa, a capacidade de obter

    amostras (bipsias) das leses superficiais e a capacidade de realizar intervenes teraputicas.

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    Contrapondo, a radiografia contrastada mais til, quando h necessidade de informaes sobre a

    anatomia, como em pacientes com alteraes ps-cirrgicas complicadas.

    Segundo Coelho (2006), os parmetros endoscpicos para avaliar a presena de hrnia

    so distncia da transio esofagogstrica arcada dentria superior, que em indivduos

    normais situa-se ao redor de 40 centmetros, e a mudana do epitlio em relao ao pinamento

    diafragmtico, que deve coincidir com a mudana de epitlio (linha Z). O encontro desta em

    posio alta, 2 ou mais centmetros, compatvel com hrnia de hiato do ponto de vista

    endoscpico.

    As hrnias so mais claramente evidenciadas com o paciente deitado, em posio

    oblqua posterior esquerda ou oblqua anterior direita. Nos pacientes sintomticos

    imprescindvel a avaliao endoscpica. O diagnstico de hrnia de hiatal endoscopia s deve

    ser feito quando a linha que separa a mucosa esofagiana da mucosa gstrica, denominada linha

    zeta, estiver a mais de 2 centmetros do hiato (PORTO, 2001).

    A endoscopia digestiva permite a visualizao direta das alteraes secundrias ao

    refluxo gastroesofgico como esofagites, lceras, estenoses e a visualizao das anomalias

    anatmicas associadas (KODA, 1996).

    O diagnstico positivo da hrnia de hiato depende desses dados radiogrficos, onde pode

    se observar juntamente ou isoladamente com as manifestaes clnicas. No caso de hrnia

    volumosa favorvel o reconhecimento da presena de uma parte do estmago por cima do

    diafragma. Na presena de uma hrnia do hiato ou de outra causa predisponente, suspeita-se da

    existncia de esofagite por refluxo quando apresenta azia recorrente ou persistente, ou ainda

    inexplicada hemorragia gastrintestinal superior, geralmente leve (SLEISENGER, 1977).

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    2.5.4.2 Diagnstico fisioteraputico

    Segundo Bienfait (1991), o paciente deve ser analisado em sua globalidade, verificando

    toda a estrutura ssea, para averiguar se existe alguma alterao, somente depois parte para

    anlise de estruturas moles, como msculos, fscias, tendes, meninges, crnio-sacra e

    finalizando nas vsceras, tudo deve ser minuciosamente examinado, pois somente assim o

    terapeuta pode saber qual o problema principal que deve ser tratado, e em seguida fazer as

    outras normalizaes que podem aparecer secundariamente a esta leso primria.

    O diagnstico osteoptico inicia-se pelo estudo do metamrico vertebral, em seguida se

    faz necessrio localizao da vscera patolgica, no qual o diagnstico diferencial deve ser

    realizado com uma afeco que contra-indica o tratamento manual. de grande importncia o

    tratamento das vsceras quando existem sintomas orgnicos e tambm em sua ausncia

    (RICARD; SALL, 2002).

    2.5.5 Tratamento

    2.5.5.1 Tratamento diettico

    O tratamento conservador de hrnia do hiato visa o alivio dos sintomas, evitando a

    distenso freqente por pequenas refeies e reduzindo o peso, bem como pela remoo de outras

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    causas de aumento da presso intra-abdominal. Paciente que apresentar sintomas de esofagite de

    refluxo deve seguir uma dieta diminuindo alimentos gordurosos, o uso de lcool e de tabaco deve

    ser proibido ou drasticamente reduzido, e recomenda-se o uso de anticido no absorvvel com o

    intuito de aumentar a liberao endgena de gastrina (SLEISENGER, 1977).

    O tratamento para uma hrnia axial (hrnia por deslizamento) inclui alimentaes

    pequenas e freqentes, as quais podem atravessar facilmente o esfago. O paciente aconselhado

    a no se deitar durante 1 hora aps as refeies, visando evitar o refluxo ou o movimento da

    hrnia, e elevar a cabeceira do leito sobre blocos de 10 a 20 cm para impedir que a hrnia deslize

    para cima (SMELTZER, 2005).

    2.5.5.2 Tratamento cirrgico

    A cirurgia est indicada em aproximadamente 15% dos pacientes. Os tratamentos clnico

    e cirrgico de uma hrnia paraesofgica so similares para o refluxo gastroesofgico, no entanto,

    as hrnias paraesofgicas podem exigir a cirurgia de emergncia para corrigir a toro do

    estmago ou de outro rgo corporal que leve restrio do fluxo sangneo para essa regio

    (SMELTZER, 2005).

    A correo da hrnia hiatal realizada mais facilmente por via transtorcica.

    importante libertar o esfago ao nvel da crdia. Durante o procedimento deve haver um cuidado

    para preservar as fibras do vago. O orifcio esofagiano deve permanecer em um tamanho

    apropriado. Com pontos finos separados, fixa-se a juno esofagogstrica periferia do

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    comprometimento diafragmatico. Quando no realizado, h alta incidncia de recidiva

    (SWENSON, 1970).

    Segundo Vasconcellos (1998), o tratamento cirrgico das hrnias redutveis compreende

    a reduo do saco hernirio, restaurao do hiato diafragmtico, associando o ato com uma

    tcnica de preveno do refluxo. Nas hrnias irredutveis a operao mais utilizada a

    gastroplastia, que consiste na formao de um tubo gstrico utilizando o fundo do estmago de

    calibre semelhante ao do esfago ao qual fixado.

    2.5.5.3 Tratamento fisioteraputico

    A osteopatia no reconhece apenas o corpo do ponto de vista articular e de manobras

    unicamente estruturais. Hoje ela estrutural, visceral e craniana, facilitando o entendimento dos

    desequilbrios do corpo e elaborao de condutas para restaurao das disfunes, visando a

    homeostasia (OLIVEIRA, 2003).

    Segundo Chaitow (1982), o tratamento osteoptico de normalizao das estruturas s

    quais o diafragma est ligado mostra-se de grande valia, podendo ser utilizadas manipulaes de

    tecido mole diretamente no diafragma, msculos do abdmen e estmago. Melhorando deste

    modo os sintomas dolorosos da hrnia de hiato e favorecendo a mecnica que afeta o diafragma e

    os outros fatores envolvidos no problema.

    Antes de ser realizada as tcnicas viscerais de extrema importncia o tratamento da

    regio parietal, do diafragma e da coluna vertebral. Essas normalizaes so necessrias, pois

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    existe uma relao entre as vsceras, os pontos gatilhos encontrados e as vrtebras que devem ser

    tratadas com prioridade (RICARD; SALL, 2002).

    As relaes neurolgicas de importncia ao tratamento, visam um equilbrio entre o

    sistema nervoso simptico e o parassimptico, incluindo a inervao simptica (T4 -T5 -T6)

    atravs da inervao pelo nervo esplncnico e parassimptica (atravs da sada do nervo vago

    pelo forame jugular) do estmago, que devem estar equilibradas para que no ocorram arcos-

    reflexos patolgicos que podero alterar o funcionamento desta vscera (OLIVEIRA, 2003).

    Existe uma mobilidade visceral induzida pela ao diafragmtica, que desce durante a

    inspirao conduzindo globalmente com ele, todas as vsceras. No caso do estmago, o diafragma

    induz sua descida global, mas como a cpula esquerda do diafragma mais baixa o estmago

    realiza uma ltero-flexo esquerda associada a uma rotao direita, devido trao do omento

    menor (ligamento hepatogstrico) (RICARD; SALL, 2002).

    Para Cohen e Parkman (2001), os pilares do diafragma circundam a juno

    gastroesofgica para aumentar o esfncter esofgico inferior intrnseco. Em uma hrnia hiatal,

    observa-se deslocamento anatmico do esfncter esofgico inferior e dos pilares do diafragma. O

    mesmo ocorre no refluxo gastroesofgico, pois se sabe que uma disfuno visceral provoca

    alterao da fscia peritoneal, fazendo com que ocorra retrao das estruturas adjacentes.

    Por isso de grande importncia incluir no tratamento as liberaes fascial e

    diafragmtica. Assim, a diminuio da retrao da fscia peritoneal e o efeito de bomba

    hemodinmica do diafragma s vsceras abdominais garantem boa funcionalidade a toda regio

    comprometida. Segundo Oliveira (2003), o diafragma recebe sua inervao atravs do nervo

    frnico, que parte dos nveis cervicais C3 e C4, portanto, a regio cervical tambm deve ser

    tratada.

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    Os osteopatas afirmam que normalmente h um elemento espinhal envolvido na

    disfuno digestiva, podendo ocorrer um suprimento excessivo ou insuficiente de cidos, enzimas

    ou sangneo, em certas regies dos rgos digestivos. O tratamento nestas condies no

    especfico e geralmente se encontrar uma disfuno da coluna, nas reas central e inferior

    torcica. Normalizando essas reas, juntamente com mudanas na dieta, podem apresentar bons

    resultados no alivio do problema (CHAITOW, 1982).

    2.5.5.3.1 Contra-indicaes para o tratamento osteoptico

    Segundo Ricard e Sall (2002), as patologias que no podem ser tratadas pela osteopatia,

    ou que no demonstram melhoras de forma durvel so:

    Cncer digestivo (estmago, clon);

    Apendicite, peritnite;

    Plipos;

    Divertculos;

    Megaclon;

    Ocluso intestinal;

    Estenose do piloro ou do esfago;

    Sndrome de m absoro;

    Cncer ginecolgico, infeco ginecolgica, micose;

    Artrose;

    Cncer dos rins;

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    3 METODOLOGIA

    3.1 TIPO DE PESQUISA

    Esta pesquisa constitui-se de um estudo de carter explicativo, quali/quantitativo de

    corte longitudinal e do tipo causa-efeito.

    3.2 LOCAL E INFRA-ESTRUTURA NECESSRIA

    O estudo foi realizado no setor de Terapia Manual do Centro de Reabilitao da

    Faculdade Assis Gurgacz no perodo de julho a agosto do ano de 2007, aps prvia aprovao do

    comit de tica (ANEXO B). Os procedimentos utilizados foram aplicados somente pela

    acadmica.

    3.3 SELEO DA AMOSTRA

    A amostra foi composta por 9 pacientes, podendo ser do sexo feminino ou masculino,

    com idade entre 18 a 50 anos. Os mesmos foram escolhidos aleatoriamente para o tratamento,

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    obedecendo aos critrios de incluso. Todos os pacientes participaram do mesmo grupo, chamado

    grupo experimental, passando todos pelo mesmo tratamento com tcnicas osteopticas. Os

    mesmos passaram por uma avaliao fisioteraputica, na qual, apresentou onze perguntas

    subjetivas elaboradas pela acadmica baseado na literatura, um questionrio j validado sobre os

    sintomas do refluxo gastroesofgico e a escala visual analgica (EVA) adaptada.

    Os atendimentos foram realizados uma vez na semana, sendo estipulados 30 minutos de

    atendimento para cada paciente.

    Os pacientes foram informados que no deveriam se alimentar duas horas antes do

    atendimento devido s tcnicas viscerais agirem direto ao estmago, podendo causar mal estar e

    at regurgitaes.

    A melhora do grupo foi analisada pela diferena da avaliao inicial para a avaliao

    final, tendo enfoque no alvio dos sintomas do refluxo gastroesofgico e se houve diminuio

    quanto aos graus da hrnia de hiato.

    Todos os pacientes selecionados estavam cientes dos objetivos, procedimentos, riscos e

    benefcios da pesquisa tendo cada indivduo assinado um termo de consentimento (ANEXO A).

    3.4 CRITRIOS DE INCLUSO

    Ser includo neste estudo o indivduo que apresentar as demais caractersticas:

    Possuir diagnstico clnico e endoscopia, sendo esta realizada em um perodo de

    1 a 6 meses antes do tratamento;

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    Pacientes que apresente os sintomas do refluxo gastroesofgico independente do

    seu estgio;

    Indivduos que no estejam fazendo uso de frmacos para o refluxo

    gastroesofgico;

    Pacientes que no realizaram tratamento fisioteraputico para essa patologia;

    Independente do sexo e pacientes que tenham idade entre 18 50 anos;

    Pacientes que apresentam hrnia de hiato classificada por deslizamento de grau I

    (leve) ou II (moderado);

    Assinar o termo de consentimento livre esclarecido;

    Paciente com cognitivo preservado;

    3.5 CRITRIOS DE EXCLUSO

    Ser excludo deste estudo o individuo que apresentar as seguintes caractersticas:

    No possuir diagnstico clnico e endoscopia;

    Ter realizado o exame endoscpico antes ou depois do tempo determinado;

    Indivduos que no apresente sintomas de refluxo gastroesofgico;

    Pacientes que atualmente esto realizando ou j realizaram tratamento

    fisioteraputico para hrnia de hiato;

    Pacientes que esto fazendo uso de frmacos para essa patologia;

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    Pacientes que apresentarem contra-indicaes prtica das manipulaes

    osteopticas, tais como: cncer digestivo (estmago), estenose do piloro ou do esfago e artrose

    em coluna vertebral;

    Pacientes que apresentam hrnia de hiato classificada por paraesofgica de grau

    III (grave).

    No assinar o termo de consentimento livre esclarecido;

    Pacientes sem cognitivo preservado;

    3.6 COLETA DE DADOS (AVALIAO)

    Os pacientes encaminhados para o tratamento fisioteraputico, continham o exame de

    endoscopia realizado de 1 a 6 meses antes do tratamento, nele constavam o diagnstico de hrnia

    de hiato de grau I (leve) a grau II (moderado) e os sintomas do refluxo gastroesofgico. Os

    pacientes que apresentaram a patologia, porm a mesma era de grau III ou pacientes que no

    apresentarem os sintomas do refluxo gastroesofgico foram excludos da pesquisa, para isso foi

    realizado a avaliao fisioteraputica contendo 11 questes subjetivas, juntamente com a

    avaliao foi aplicado um questionrio sobre os sintomas do refluxo gastroesofgico (ANEXO

    B), escala visual analgica (EVA) adaptada (ANEXO C) e foi feita a anlise do exame para

    diferenciar os graus da hrnia de hiato.

    Os sintomas do refluxo gastroesofgico, que so a disfagia, regurgitao, pirose e

    dispepsia, foram comparadas inicialmente e aps o tratamento fisioteraputico de acordo com a

    escala visual analgica (EVA) adaptada (ANEXO C), que preconiza quanto mais prximo de 10

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    for a marcao maior vai ser os sintomas apresentado, e quanto mais prximo de 0 for a resposta

    menor vai ser os sintomas.

    No foi realizada uma avaliao fisioteraputica detalhada por se tratar de um protocolo

    de tratamento, no levando em conta as disfunes isoladas de cada paciente e sim se houve

    melhora significativa do grau da hrnia de hiato e dos seus sintomas. Esses dois itens foram

    observados pelo diagnstico clnico inicial e final, podendo assim obter informaes exatas da

    patologia em estudo.

    A avaliao (APNDICE A) foi aplicada igualmente para todos os pacientes do grupo

    antes do tratamento e aps o trmino do tratamento, todos os pacientes foram reavaliados

    (APNDICE A, B, C) e submetidos a novo exame de endoscopia e diagnstico clnico para a

    obteno dos resultados.

    3.7 PROCEDIMENTOS

    Foram utilizadas seis tcnicas para o tratamento osteoptico, sendo as mesmas

    selecionadas com base no protocolo de Oliveira (2003). As tcnicas foram realizadas sempre na

    mesma seqncia, sendo esta:

    - Tratamento manipulativo (dog) das vrtebras torcicas T5-T6-T7 pelo nervo esplnico

    maior, onde o paciente estar deitado com as costas sobre a maca (decbito dorsal) e o

    fisioterapeuta fica ao lado dele, posiciona a mo direita com as falanges mdias e distais dos

    dedos flexionadas (regio mdia e final dos dedos dobrados) em regio da quinta, sexta e stima

    vrtebras torcicas (T5-T6-T7), pede-se ao paciente cruzar os braos apoiando as mos sobre os

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    ombros opostos e o brao esquerdo do fisioterapeuta vai apoiar sobre os braos do paciente para

    aplicar a fora, pede-se ao paciente inspirar (puxar o ar) e no final da expirao (soltar o ar)

    realiza-se um trusht (impulso de alta velocidade e baixa amplitude sobre as vrtebras j citadas).

    FIGURA 1: Manobra manipulativa dog

    - Tratamento do occipital e do temporal, paciente fica com as costas apoiada no div

    (decbito dorsal), posiciona sua mo direita embaixo do osso occipital e a cabea permanece

    rodada para a direita, o fisioterapeuta ficar em p, perto da cabea do paciente. A mo direita do

    fisioterapeuta descansa entre a mo do paciente e o crnio do lado direito. A mo esquerda do

    terapeuta apoia atravs do escafide e regio tenar da mo sobre a regio frontal esquerda. As

    mos do fisioterapeuta vo formar um V na regio occipitomastoidea. A mo esquerda vai

    empurrar ritmicamente sobre a eminncia frontal e em direo a sutura occipitomastoidea, at

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    que os dedos da mo direita sintam a presso. Realiza-se com esse movimento um bombeio at

    conseguir abertura sutural. Essa manobra ser feita dez vezes durante o atendimento e do lado

    direito e esquerdo repete-se a mesma manobra.

    FIGURA 2: Tratamento do occipital e temporal

    - Liberao das tenses e espasmos do diafragma, paciente fica deitado apoiando as

    costas do div (decbito dorsal), fisioterapeuta se posiciona de frente a regio abdominal do

    paciente e com os dedos polegares ele apia abaixo do processo xifide e desliza os dedos (um de

    cada lado) at o final as ltimas costelas. Esse movimento deve ser repetido dez vezes a cada

    atendimento.

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    FIGURA 3: Liberao das tenses e espasmos do diafragma

    - Liberao das tenses e espasmos do estmago, onde paciente est deitado com as

    costas apoiadas no div (decbito dorsal) com as pernas flexionadas, o fisioterapeuta vai

    permanecer de p ao lado esquerdo do paciente. O fisioterapeuta vai colocar as mos sobre o

    estmago e exercer uma presso em direo posterior (para o div), at sentir que esta em

    contado com a parede gstrica, aps ser feita oscilaes sobre o estmago, durante esse

    movimento exerce-se uma presso suave sobre a mesma. Essas oscilaes sero feitas durante

    dois minutos a cada atendimento.

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    FIGURA 4: Liberao das tenses e espasmos do estmago

    - Liberao das tenses e espasmos do esfncter, paciente posiciona-se com as costas

    apoiada no div (decbito dorsal) com as pernas flexionadas, o fisioterapeuta estar em p ao

    lado esquerdo do paciente. O fisioterapeuta vai posicionar suas mos cinco dedos acima do

    umbigo do paciente, colocam-se os dedos direcionados a direita, porm na linha mdia. Nesse

    ponto deslizam-se os dedos lentamente em direo a maca (interior do abdome) at atingir uma

    regio normalmente sensvel e dolorida a palpao. Nesse ponto realizam-se movimentos

    circulatrios por dois minutos a cada atendimento.

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    FIGURA 5: Liberao das tenses e espasmos do esfncter esofgico inferior

    - Tratamento das cervicais pelo nervo frnico, o paciente se encontra deitado com as

    costas sobre o div (decbito dorsal), terapeuta em p na cabeceira do paciente, mo esquerda do

    terapeuta vai ser posicionada no lado direito, tracionando a pele, a mo direita vai tomar o

    contato com a articulao metacarpofalngica (entre a mo e os dedos) do segundo dedo

    lateralmente a terceira vrtebra cervical (C3). O antebrao direito posicionado perpendicular a

    coluna do paciente. Mo esquerda aberta na face esquerda do paciente. Sero realizados osmovimentos de flexo-extenso neutra, latero-flexo direita e rotao esquerda, aumenta-se a

    latero-flexo direita buscando a linha articular unco-vertebral, o impulso dado da direita para a

    esquerda aumentando rapidamente a latero-flexo direita (trusht), repete-se a manobra, porm do

    lado oposto, a mesma vrtebra (C3) e os mesmos parmetros.

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    FIGURA 6: Tratamento manipulativo da vrtebra C3

    - No tratamento especfico da hrnia de hiato o paciente esta sentado e o fisioterapeuta

    posiciona-se atrs do paciente em p. O fisioterapeuta passa sua mo direita por cima do ombro

    direito do paciente e posiciona sua mo na parede abdominal, ligeiramente esquerda do

    processo xifide e por baixo das costelas. A mo esquerda do fisioterapeuta passa por baixo da

    axila esquerda do paciente e fica junto mo direita. Induz-se ao paciente realizar uma cifose

    (flexionar o tronco para frente), o fisioterapeuta desliza as duas mos em direo posterior-

    cranial-caudal, repete-se esse movimento 4 vezes.

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    FIGURA 7: Manobra especfica para hrnia de hiato

    3.8 RISCOS E BENEFCIOS

    Caso os pacientes sentissem desconforto causado pelas manobras osteopticas, a

    intensidade destas seria controlada pelo pesquisador sendo que os pacientes contra-indicados a

    osteopatia seriam excludos da pesquisa. Pode ocorrer constrangimento ao responder o

    questionrio e durante a avaliao, mas a mesma ser realizada individualmente para evitar o

    constrangimento, no sero divulgados nomes ou identificao dos indivduos. Mesmo com todas

    as precaues, se algo acontecer ao paciente, o mesmo ser encaminhado para a unidade bsica

    de sade mais prxima.

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    Paciente poder desistir do tratamento a qualquer momento sem nenhum prejuzo ou dano

    a sua sade.

    Os benefcios ocorrem devido s tcnicas manipulativas das vrtebras e as tcnicas que

    trabalham o diafragma, esfncteres e estmago na zona da crdia no sentido da reduo,

    favorecem o relaxamento da musculatura do diafragma, visceral e melhora a vascularizao local,

    reduzindo os sintomas do refluxo gastroesofgico e em alguns casos com reduo da hrnia.

    3.9 TRATAMENTO DOS DADOS

    Os valores obtidos durante a pesquisa foram transportados para o Microsoft Excel 2003,

    e para melhor visualizao, foram demonstrados em forma de grficos e tabelas. O teste t de

    Student foi utilizado para comparao de amostras. As diferenas com p < 0,05 sero

    consideradas significativas.

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    4 RESULTADOS

    O estudo foi realizado com 9 pacientes, sendo 7 indivduos do