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    Coleo Pesquisa em Educao Fsica - Vol.10, n.2, 2011 - ISSN: 1981-4313

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    Recebido em: 19/03/2011 Emitido parece em: 18/04/2011 Artigo indito

    TREINAMENTO FUNCIONAL NA MUSCULATURA ABDOMINAL DE ATLETAS DEBODYBOARD

    Bianca Bitar Blanco, Diana Ribeiro Gonalves de Medeiros Gomes, Diane Nocrato Esmeraldo Rebouas,Liana Maria Carvalho Braid, Danilo Lopes Ferreira Lima.

    RESUMO

    Os exerccios funcionais referem-se a movimentos que mobilizam mais de um segmento ao mesmo tempo,diferentes planos de aes musculares (excntrica, concntrica e isomtrica) e que pode ser realizado emdiferentes planos anatmicos (sagital, transverso e frontal). O objetivo do presente estudo foi propor otreinamento funcional em atletas amadores e profissionais de bodyboard visando ao fortalecimento damusculatura abdominal. Este estudo caracteriza-se como um estudo de interveno realizado em 5 atletasprofissionais e amadores de bodyboard, sendo 4 do sexo masculino e 1 feminino. Para avaliao daresistncia abdominal foi utilizado, antes e depois da interveno, o teste de resistncia abdominalpreconizado por Pollock e Wilmore (1993). Os atletas avaliados tinham idades variando ente 20 e 33 anos,com mdia de 24,55,9 anos. Antes da realizao do treinamento, ao realizar o teste de resistnciaabdominal, 3 foram considerados abaixo da mdia, um acima da mdia e um excelente. A mdia de flexes

    abdominais realizadas foi de 338 repeties. Aps a realizao do treinamento, a mdia de flexesabdominais foi de 38,84,8 repeties, demonstrando que o grupo ficou mais resistente e mais homogneocom relao sua resistncia abdominal. Pode-se concluir que houve uma considervel melhora da foraabdominal em atletas treinados com exerccios funcionais para a regio do core, podendo com isso tercontribuindo para uma melhora no possvel desequilbrio existente entre os msculos dessa regio nosbodyboarders, possibilitando menores chances de leses nestes atletas.

    Palavras-chave:Treinamento, atividade fsica, resistncia fsica.

    FUNCTIONAL TRAINING OF ABDOMINAL MUSCLES IN ATHLETES OF BODYBOARD

    ABSTRACT

    Functional exercises refer to movements that mobilize more than one body segment at the same time,movements that have different levels of muscle actions (eccentric, concentric and isometric) and that can beperformed in different anatomical planes (sagittal, transverse and frontal). The objective of this study was topropose functional training in amateur and professional bodyboarders, aiming the strengthening of theabdominal muscles. This study is characterized as an intervention study conducted in five professional andamateur athletes of bodyboarding, 4 men and 1 woman. To evaluate the abdominal strength, it was used theabdominal strength test advocated by Pollock and Wilmore (1993), both before and after the intervention. Theathletes evaluated were aged between 20 and 33 years, with an average of 24.5 5.9 years. Before thetraining, while taking the abdominal strength test, three of them were considered below average, one aboveaverage and one excellent. The average amount of sit-ups performed then was 33 8 repetitions. After thetraining, the average of sit-ups was 38.8 4.8 repetitions, showing that the group became stronger and morehomogeneous regarding their abdominal strength. We can conclude that there was significant improvement inthe abdominal strength of athletes trained with functional exercises for the core region, and this may havecontributed to a possible improvement in the imbalance between the muscles of this region in thebodyboarders, allowing less chance of injuries in these athletes.

    Keywords:Training, physical activity, stamina.

    INTRODUO

    O nosso pas agraciado de muitas belezas naturais e dentre elas est a extenso territorial, quedispe de uma extensa faixa litornea, o que oferece ideais condies prtica de vrias modalidadesesportivas, uma delas o bodyboard. Alm de ser atrativo turstico, a orla marinha brasileira atrai tambm

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    para o lazer, descontrao e, mais do que nunca, para prtica de esportes ao ar livre. (COSTA e TUBINO,1998).

    Costa e Tubino (1998) ratificam que o Cear vem se destacando no cenrio mundial como local degrande importncia para o crescimento de esportes com pranchas. Tudo comeou no Hava, onde obodyboard era conhecido comopaipo-boarddevido madeira leve que os nativos usavam como pranchapara pegar onda. No Brasil era conhecido como madeirite. O desporto, como muitos acreditam, no seiniciou atravs de uma prancha de surfe quebrada. Tom Morey, um engenheiro qumico e surfista

    americano, foi quem deu uma cara nova a esse desporto moldando a ideia dos nativos, apesar de ternascido no Hava.O Brasil, sem dvida, uma das maiores potncias no esporte e j consagrou vrios campees

    mundiais, entre eles o hexacampeo mundial, Guilherme Tmega. No feminino, nosso pas dominou oCircuito Mundial de bodyboard de 1988 a 2004. No estado do Cear, temos atletas que se sobrepemmundialmente, a exemplo mais atual, tivemos um cearense, Tainan Monte, com a terceira colocao nocampeonato mundial que foi realizado em Gerib-Bzios no Rio de Janeiro entre os dias 5 e 9 de maio desteano.

    O treinamento funcional tem como objetivos especficos apurar habilidades de seus praticantesreproduzindo as aes motoras do seu cotidiano. Elucidando de forma mais tcnica, Monteiro e Evangelista(2010) esclarecem que movimentos funcionais so movimentos integrados, multiplanares e que envolvemestabilizao e produo de fora. Logo, os exerccios funcionais referem-se a movimentos que mobilizammais de um segmento ao mesmo tempo, diferentes planos de aes musculares (excntrica, concntrica e

    isomtrica) e que pode ser realizado em diferentes planos anatmicos (sagital, transverso e frontal).Corroborando a ideia de Clark (2001), Boccer e Redder (2006) afirmam que o treinamento funcional

    habilita de forma crucial o corpo para realizar as atividades da vida diria com um bom desempenho eeficincia, como carregar compras, empurrar mveis, agachar-se.

    Reforando as colocaes acima, o Core 360 (2010) contribui informando que o nome treinamentofuncional, quando traduzido do ingls, autoexplicativo. Sem dvidas uma nova forma de preparaofsica que tem por objetivo conectar-se funcionalidade dos movimentos ou atividades que lhe so prpriasou especficas.

    Goldenberg e Twist (2002) dizem que devemos pensar o nosso corpo como um sistema interligado,principalmente quando o treinamos. Temos receptores em cada msculo que avaliam todo o equilbriocorporal e as posies relativas ao espao que esto em comunicao, interligando informaes para tentarproduzir certo movimento. Ocorrendo uma alta treinabilidade, o atleta estar livre de incmodos (dores

    articulares, ligamentar etc.). Para que isto acontea, necessrio que todos os sistemas funcionem emharmonia para atingir com eficincia as exigncias do esporte.A instabilidade e a especificidade so duas das caractersticas principais desse treinamento. A

    primeira usa plataforma que causa desequilbrio e almofadas inflveis que substituem a firmeza do chocausando estmulos na musculatura de sustentao que procuraram formas de entrar em equilbrio nainstabilidade. J a outra caracterstica, utilizada na preparao do corpo para variados esportes, onde osmovimentos no treinamento so os mais parecidos com o da modalidade escolhida (LIMA, 2009).

    Atualmente, a busca pela prtica esportiva cada vez maior e, independente do nvel de prtica, aspessoas procuram a melhora de seu condicionamento para suportar as exigncias energticas e fsicas desuas modalidades, praticando paralelamente ao esporte, treinamentos que visam melhora das valnciasfsicas (flexibilidade, potncia, velocidade e fora). Muitas vezes estes treinamentos nada se assemelhamaos utilizados no esporte tanto em relao ao padro de movimento quanto com os sistemas energticos.

    A origem do treinamento funcional, conforme explicam Monteiro e Evangelista (2010), comeou comos profissionais da rea de fisioterapia e reabilitao, pois foram os primeiros a utilizarem exerccios que seassemelhavam ao cotidiano tanto de casa como do trabalho dos pacientes, dando um retorno mais breve asfunes laborais aps leso ou cirurgia e a vida normal.

    Baseado na experincia positiva e na ascenso de sua aplicao na reabilitao funcional, autilizao passou tambm a proporcionar um melhor desempenho atltico e condicionamento fsicodiminuindo riscos de leses aos adeptos da prtica de atividade fsica. Apesar do pouco volume depublicaes cientficas que relatam os benefcios do treinamento funcional em comparao aos treinamentostradicionais (musculao, ioga, pilates,jumpe etc.), nos dias de hoje, muitos profissionais esto agregandoaos seus treinos essa nova metodologia.

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    O treinamento funcional tem sido muito difundido nos ltimos anos na rea do condicionamento fsico.Muitos profissionais de Educao fsica tm aderido a essa metodologia, associando instabilidade naexecuo dos exerccios para conduzir os treinamentos, sejam eles voltados ao desempenho esportivo ou melhora da qualidade de vida. (MONTEIRO e EVANGELISTA, 2010).

    A prtica desportiva fez com que o desempenho do atleta fosse cada vez mais exigido. Oaparecimento de atletas de alto desempenho exige treinamentos especficos de resistncia muscular,flexibilidade e resistncia cardiovascular, acompanhamento nutricional e controle dos lquidos corporais

    dentre outros cuidados (COSTA e TUBINO, 1998). A musculatura abdominal, importante grupo estabilizadore postural , geralmente, fraca em bodyboarders e a necessidade de treinamento para fortalecimento destamusculatura faz-se importante. O objetivo do presente estudo foi propor o treinamento funcional em atletasamadores e profissionais de bodyboardvisando ao fortalecimento de tal musculatura.

    DESCRIO METODOLGICA

    Este estudo caracteriza-se como um estudo de interveno visando ao aumento da resistncia/foraabdominal em 5 atletas profissionais e amadores de bodyboard, sendo 4 do sexo masculino e 1 feminino,onde 2 deles praticavam outro esporte. Para avaliao da resistncia abdominal foi utilizado, antes e depoisda interveno, o teste de resistncia abdominal preconizado por Pollock e Wilmore (1993) (Tabelas 1 e 2).

    Tabela 1.Valores referidos do teste de resistncia abdominal (masculino).

    Idade Excelente Acima daMdia Mdia Abaixo daMdia Fraco

    1519 48 42 a 47 38 a 41 33 a 37 32

    2029 43 37 a 42 33 a 36 29 a 32 28

    3039 36 31 a 35 27 a 30 22 a 26 21

    4049 31 26 a 30 22 a 25 17 a 21 16

    5059 26 22 a 25 18 a 21 13 a 17 12

    6069 23 17 a 22 12 a 16 07 a 11 06

    Tabela 2.Valores referidos do teste de resistncia abdominal (feminino).

    Idade Excelente Acima daMdia

    Mdia Abaixo daMdia

    Fraco

    1519 42 36 a 41 32 a 35 27 a 31 26

    2029 36 31 a 35 25 a 30 21 a 24 20

    3039 29 24 a 28 20 a 23 15 a 19 14

    4049 25 20 a 24 15 a 19 07 a 14 06

    5059 19 12 a 18 05 a 11 03 a 04 02

    6069 16 12 a 15 04 a 11 02 a 03 01

    O treinamento foi aplicado durante trs meses, trs vezes por semana cuja periodizao deu-se daseguinte forma: o primeiro mesociclo ocorreu com volume baixo e intensidade alta, o segundo com volumealto e intensidade baixa e o ltimo com volume baixo e intensidade alta.

    Os exerccios realizados durante todo o primeiro ms (ou 14 treinos) foram: rotao de tronco com abola apoiando a cervical; equilbrio unilateral no disco balllado esquerdo e direito; extenso de tronco no solo;flexo de tronco no solo; rotao em diagonal de tronco com a liga lado esquerdo e direto; prancha frontalrealizada; prancha lateral lado esquerdo e direito; deitado em decbito dorsal em cima da bola, segurando aliga apenas com uma mo, fazendo movimentos da remada lado esquerdo e direito.

    O primeiro microciclo (ou primeira semana) ocorreu com volume de treino moderado e intensidademoderada dando nfase no trabalho de core trainingapenas com o peso corporal. A metodologia utilizada foi

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    a de circuito com 10 etapas, apenas uma srie em cada exerccio, sem intervalo entre eles com repeties de15 a 18 em cada exerccio com exceo das pranchas e do equilbrio unilateral no disco que foramisomtricos em 40 segundos.

    No segundo e o terceiro microciclos (ou segunda e terceira semanas), o foco foi no trabalho de coretraining com carga. Houve variaes de diminuio de volume e aumento de intensidade no treino semintervalo entre as sries. Com a diminuio do volume, os exerccios de equilbrio unilateral no disco ballladoesquerdo e direito e de extenso de tronco no solo, foram retirados. O aumento da intensidade variou o

    nmero de repeties que era de 15 a 18 passou para 1 minuto de repeties mximas.No quarto microciclo (ou quarta semana) o conceito do treino foi core trainingcom movimento, onde ovolume de treino foi moderado e a intensidade alta. Sendo o volume moderado, voltam os mesmos 10exerccios da primeira semana aumentando a intensidade dando duas voltas no circuito, agora com intervalode 30 segundos entre os exerccios.

    No segundo ms (ou 13 treinos) a sequncia e a quantidade de exerccios foram modificadas,ficando ento da seguinte forma: flexo de quadril em decbito dorsal com o p apoiado na bola; flexo detronco na bola; extenso de tronco na bola; rotao diagonal de tronco; flexo de quadril no TRX em diagonal;areo na bola; rotao horizontal de tronco na bola; agachamento isomtrico com os ps abduzidos; apoiode frente com os cotovelos fechados; rotao diagonal de tronco de baixo para cima lado esquerdo e direitocom o medicine ballde 2kg, avano com rotao lado esquerdo e direito; prancha frontal com 3 apoios e 2apoios.

    O primeiro microciclo (ou primeira semana) foi periodizado com volume alto e intensidade baixadando conceito de treino em extenso e flexo de tronco em bases instveis. Com os 12 exerccios, foirealizado um circuito apenas com uma volta dando intervalo de 30 segundos entre cada estao e de 18 a 20repeties com exceo do agachamento com os ps abduzidos e a prancha de 3 e 2 apoios que foramisomtricos em 1 minuto cada.

    No segundo microciclo (ou segunda semana) o volume de treino foi alto e a intensidade moderadatendo foco na extenso e flexo de tronco com carga e movimento. O volume de treino no alterou, todavia, aintensidade aumentou, portanto, o nmero de repeties subiu para 25 e nos exerccios isomtricos passoupara 1 minuto meio.

    O terceiro microciclo (ou terceira semana) teve o volume e intensidade semelhante primeira, dandonfase no conceito de rotao com adicionais de carga. No quarto microciclo (ou quarta semana) o treino foianlogo ao segundo diferindo no conceito, este sendo agora rotao e movimento. No terceiro e ultimo ms(ou 12 treinos) o objetivo foi chegar com intensidade alta e com volume baixo. Os exerccios foram totalmente

    modificados sendo desenvolvido da seguinte forma: agachamento no disco ballcom arremesso fit ballfrontal;rotao lateral de tronco com apoio bipodal com extenso de ombro segurando medicine ballde 2kg; apoiode frente com remada unilateral com uma anilha de 5kg; areo na bola; crucifixo inverso com apoio da fit ballcom anilhas de 2 kg; posio isomtrica de agachamento e extenso de ombro segurando a fit ball comperturbao externa; remada unilateral com o elstico com apoio da fit ball; prancha com perturbao externa;em decbito dorsal, flexo de tronco com os joelhos flexionados em dupla; flexo de quadril em decbitodorsal no TRX (laterais e meio).

    No primeiro microciclo (ou primeira semana) o volume de treino foi moderado com intensidademoderada com conceito de potncia e arremessos integrados. O circuito possua 10 estaes onde haviaapenas uma srie em cada exerccio, sem intervalo entre eles com repeties de 15 a 18 em cada exercciocom exceo da prancha que foi em 1 minuto e a posio isomtrica de agachamento e extenso de ombrosegurando a fit ballcom perturbao externa que durou at a bola cair.

    O segundo microciclo (ou segunda semana) permaneceu com o mesmo volume e exerccios da

    primeira variando a intensidade que foi alta, portanto, os atletas deram 2 voltas, com intervalo apenas quandoterminava as voltas, de 2 minutos de descanso dando nfase em dominncia de quadril. O terceiro micro ciclo(ou terceira semana) variou com volume baixo e permaneceu a mesma intensidade e mesmo foco e o quartoe ltimo micro ciclo (ou quarta semana) foi idntico ao terceiro variando apenas o foco que foi um mixdedominncia de quadril, core traininge rotaes.

    RESULTADOS

    Os atletas avaliados tinham idades variando ente 20 e 33 anos, com mdia de 24,55,9 anos. Antesda realizao do treinamento, ao realizar o teste de resistncia abdominal, 3 foram considerados abaixo da

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    mdia, um acima da mdia e um excelente. A mdia de flexes abdominais realizadas foi de 338 repeties(Tabela 3).

    Tabela 3.Avaliao abdominal antes da aplicao do treinamento.

    NOME SEXO N DEREPETIES

    IDADE RESULTADOS

    1 M 30 20 ABAIXO DA MDIA2 F 22 21 ABAIXO DA MDIA3 M 34 20 ABAIXO DA MDIA4 M 35 33 ACIMA DA MDIA5 M 44 28 EXCELENTE

    Aps a realizao do treinamento funcional foi realizado o re-teste onde verificou-se que 4 atletasmelhoraram seu nvel de resistncia abdominal e 1 manteve-se no mesmo patamar. Dos 3 atletasconsiderados abaixo da mdia, 2 foram considerados acima da mdia e um considerado excelente. O atletaanteriormente avaliado como acima da mdia passou a excelente e o atleta considerado excelente noprimeiro teste manteve sua performance. A mdia de flexes abdominais foi de 38,84,8 repeties,demonstrando que o grupo ficou mais resistente e mais homogneo com relao sua resistncia abdominal

    (Tabela 4).Tabela 4.Avaliao abdominal depois da aplicao do treinamento.

    ALUNO SEXON DE

    REPETIESIDADE RESULTADOS

    1 M 39 20 EXCELENTE2 F 32 21 ACIMA DA MDIA3 M 37 20 ACIMA DA MDIA4 M 41 33 EXCELENTE5 M 45 28 EXCELENTE

    DISCUSSO

    O bodyboardapresenta um alto nvel de dificuldade em suas manobras, necessitando porm de forapara execuo das mesmas. Segundo Michael Boyle (apud CORE 360, 2010) desenvolver fora distal sem apresena de estabilidade proximal como tentar dar um tiro de canho de dentro de uma canoa. Isto nosignifica que um atleta profissional precise executar duzentos abdominais por dia. Corroborando a ideia deMichael, para o CORE 360 realizar exerccios convencionais para a regio abdominal sem devidaestabilizao plvica aumenta a presso sobre os discos e as foras de compresso sobre a coluna lombar.

    Na maior parte do tempo os atletas de bodyboard ficam na posio de decbito ventral, trabalhandoisometricamente mais a musculatura posterior, deixando-a mais forte. Segundo Steinman (2003) odesequilbrio muscular da cadeia posterior pode acarretar uma hiperlordose, nos msculos lombares e daregio posterior da coxa, consequentemente ficando tensos, encurtados e fracos, enquanto o abdmen que o centro de fora do nosso corpo, fica mais fraco e alongado.

    Borges (2003) diz que no caso de atletas de bodyboards, as regies do joelho, tornozelo, lombar eombro, so as mais suscetveis a leses. Osni Jac da Silva (apud BORGES, 2003) fala que as leses ematletas de bodyboardersocorrem devido a falta de treinamento adequado tratando-se de um desporto onde oos movimentos realizados no so habituais, forando articulaes e msculos para realizar as manobras. "Oque sempre observo nestes casos a pura e simples prtica do esporte sem preparao adequada" (SILVA,apud BORGES, 2003).

    Ratificando as ideias, Morais et al., (2009) observam que a musculatura abdominal bastanteutilizada no bodyboard,porm h uma deficincia de fora muscular, onde com o aumento da prtica dobodyboarda musculatura abdominal fica deficitria.

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    Alm que ser de grande importncia para o bodyboard, os msculos abdominais so responsveispor grande parte dos movimentos e manuteno da postura do ser humano. Estudos realizados mostram queesses msculos perderam grande parte de sua potncia devido posio bipodal. Apesar disso, o indivduotrabalha permanentemente a musculatura abdominal, razo pela qual tornou-se necessrio o seufortalecimento at mesmo entre aqueles que no praticam exerccios fsicos regulares (DOMINGUES FILHO,2000).

    Existe hoje um alto nvel nas competies de bodyboard, segundoLuz e Farias (2002), a maioria dos

    atletas fazem alongamentos e menos de 50% realizam outras prticas desportivas como complemento. Comisso, alm de aumentar o nvel das competies, devido melhora da fora abdominal, onde a mesma ocentro de fora das manobras, o treinamento ir prevenir leses, pois o desequilbrio muscular, segundoBittencourt et al., (2005), predispe os atletas a leses devido produo elevada dos nveis de estresse nostecidos.

    CONCLUSO

    A melhora encontrada na fora abdominal dos bodyboarders nos permite afirmar que o exercciofuncional um tipo de treinamento que pode possibilitar um incremento na performance dos atletas visto queestes possuem deficincia nesse importante grupo muscular estabilizador.

    REFERNCIAS

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