Unimed cerrado em foco - n.78 (2015)

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Nº 78 - ANO XX - FEVEREIRO 2015 www.unimedcerrado.com.br A realização do V Simpósio da Unimed Cerrado Personagem do Cooperativismo: Carlos Dell Eugênio VISITA A MONDRAGÓN Dirigentes e técnicos da Unimed Cerrado, de Singulares federadas e da Organização das Cooperativas Brasileiras/Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo em Goiás visitam Mondragón e têm a oportunidade de conhecer o modelo de gestão do complexo cooperativo que é considerado um exemplo mundial de cooperativismo. Conhecendo um exemplo mundial de cooperativismo

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Jornal n.78, fevereiro 2015

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Nº 78 - ANO XX - FEVEREIRO 2015www.unimedcerrado.com.br

A realização do V Simpósio da Unimed Cerrado

Personagem do Cooperativismo: Carlos Dell Eugênio

VISITA A MONDRAGÓN

Dirigentes e técnicos da Unimed Cerrado, de Singulares federadas e da Organização das Cooperativas Brasileiras/Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo em Goiás visitam Mondragón e têm a oportunidade de conhecer o modelo de gestão do complexo cooperativo que é considerado um exemplo mundial de cooperativismo.

Conhecendo um exemplo mundial de cooperativismo

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PALAVRA DO PRESIDENTE

Federação das Unimeds dos Estados de Goiás, Tocantins e Distrito FederalRua 8-A, número 111, Setor Aeroporto, Goiânia (GO)CEP 74075-240 Fonefax (62) 3221 5100www.unimedcerrado.com.br

Diretoria Diretor Presidente: Dr. José Abel XimenesDiretor Administrativo-Financeiro e de Regulação: Dr. Danúbio Antonio de Oliveira Diretor de Integração Cooperativista e Desenvolvimento Institucional: Dr. Walter Cherubim Bueno Diretor de Mercado: Dr. José de Oliveira e Silva

Unimed Cerrado em FocoÓrgão informativo da Unimed CerradoNúmero 78 Ano XX – Fevereiro 2015Edição: Santa Inteligência ComunicaçãoJornalista Responsável: Rosane Rodrigues da CunhaMTb 764/JP Fone (62) 9903 0935 [email protected]: Unimed CerradoArte e Impressão: Cir GráficaTiragem: 5 mil exemplares

As matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores e não refletem, necessaria-mente, a opinião de Unimed Cerrado em Foco

Força na unidadeA união é fundamental para assegurar o crescimento e a perenidade do Sistema Unimed e do grande serviço que prestamos à sociedade

Com grande satisfação, promovemos, em novembro, o V Simpósio da Unimed Cerrado. Essa foi a quinta edi-ção deste grande evento, realizado pela primeira vez em 2008. Tivemos a honra de contar com a participação de grandes lideranças do Sistema Unimed e novamente reunir os principais dirigentes de Unimeds do Centro--Oeste e Tocantins.

O resultado não poderia ter sido melhor. Durante dois dias, pudemos de-bater e refletir sobre o cooperativismo de trabalho médico, a saúde no Brasil e o Sistema Unimed e nestes debates ficou evidente a importância da união do sistema, o que reforçou a proposta que temos defendido há tempos: garantir a unidade com respeito à diversidade.

O cooperativismo de trabalho médico no Brasil tem uma história marcada por desafios e superações, mas, acima de tudo, fortalecida pela união das co-operativas. União que entendemos ser fundamental para assegurar o cresci-mento e a perenidade do Sistema Unimed e do grande serviço que prestamos à sociedade.

Um dos primeiros desafios que tivemos de vencer foi a resistência de alguns colegas médicos em participar das cooperativas de trabalho que estavam sen-do criadas. Como lembra o colega Carlos Dell Eugênio, em entrevista publicada nesta edição no nosso jornal “Unimed Cerrado em Foco”, inicialmente a criação de cooperativas de médicos não foi bem aceita por todos, o que não é de se es-tranhar, afinal era uma proposta inovadora.

Vencemos esse desafio, contando, principalmente, com uma grande aliada: a educação. E continuamos investindo na educação cooperativista para levar informações e conhecimento aos médicos, cooperados, dirigentes, colaborado-res e usuários dos nossos serviços, pois a construção do cooperativismo passa por aprendizados e ensinamentos diários. Assim como a sociedade e a vida, o cooperativismo é dinâmico e está em constante aperfeiçoamento.

Hoje, o Sistema Unimed conta com 352 cooperativas, 110 mil cooperados e mais de 20 milhões de clientes em todo o Brasil. Em Goiás e no Tocantins, somos 18 Unimeds, que juntas atendem mais de 1 milhão de clientes, reúnem mais de 4,6 mil médicos e contam com cerca de 2,6 mil colaboradores. São números que revelam a grandeza e a força do Sistema Unimed, que devemos nos unir para preservar.

Saudações cooperativistas,

Dr. José Abel XimenesPresidente da Unimed Cerrado

Encontros de dirigentes

Atendimento no interior

Visita a Mondragón

V Simpósio da Unimed Cerrado

Os dirigentes da Unimed Cerrado e das Singulares federadas têm cinco grandes encontros marcados para 2015. Os en-contros visam a troca de informações e fortalecimento do relacionamento entre as cooperativas e a Federação.

Página 3

José Abel Ximenes participa de de-bate, promovido pela Ahpaceg e Ipasgo, sobre a interiorização do atendimento de alta complexidade em Goiás.

Página 10

Em setembro, dirigentes e técnicos da Unimed Cerrado e das Unimeds federa-das visitaram e conheceram o funciona-mento do maior complexo cooperativo do mundo, localizado na Espanha.

Páginas 4 a 7

Com a participação das principais li-deranças do Sistema Unimed, o simpósio foi realizado em Goiânia, no mês de no-vembro, e debateu vários temas de gran-de interesse do cooperativismo de traba-lho médico.

Páginas 8 e 9

AINDA NESTA EDIÇÃO Novos serviços ....................................Página 11Memória do Cooperativismo .... Página 12Luto na medicina .............................. Página 15

Fevereiro 20152.

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Promovido pela Unimed Cerrado, o encontro foi realizado em Palmas (TO) com a participação das Unimeds do Estado

A Unimed Cerrado pro-moveu, nos dias 14 e 15 de novembro, o IX Encontro Re-gional das Unimeds do To-cantins. O evento foi realizado na sede do Sistema OCB/Ses-coop, em Palmas (TO), e reu-niu dirigentes, advogados e gerentes da Unimed Cerrado e das Unimeds tocantinenses, que debateram temas, como o atendimento de beneficiários de intercâmbio e pacotes de procedimentos em Palmas, o transporte inter-hospitalar e as negociações com a Coope-rativa dos Anestesiologistas do Tocantins.

No primeiro dia do encon-tro, encerrado com um jantar de confraternização, também foram debatidas a interação e integração entre as Unimeds Araguaína, Gurupi e Palmas, a situação e o acompanha-mento econômico/financeiro destas Singulares tocanti-nenses, a central de compras de OPME (Órteses, Próteses e Materiais Especiais) e o Plansaúde. No dia 15, os par-

ticipantes do evento fizeram uma visita técnica ao hospi-tal da Unimed Palmas.

Participaram do encon-tro, o presidente da Unimed Cerrado, José Abel Ximenes; os diretores Administrativo--Financeiro e de Regulação, Danúbio Antonio de Oliveira; de Mercado, José de Oliveira e Silva, e de Integração Co-

operativista, Walter Cheru-bim Bueno, além do gerente Helson Mauro Stumpf e do assessor jurídico Daniel Ro-drigues Faria.

A Unimed Araguaína foi representada por seu presi-dente Luiz Carlos de Oliveira; o vice-presidente Sebastião Geraldo de Melo e o advo-gado Emerson Cotini. Repre-

sentando a Unimed Gurupi, participaram o presidente Luiz Paulo da Silveira e a ge-rente Marisa Rocha. A Uni-med Palmas foi representada pelo presidente Ricardo Val Souto; o diretor Adminis-trativo Nemésio Tomasella; o superintendente Eugênio Pacceli e o advogado Alex-sander Santos Moreira.

ENCONTRO REGIONAL

Unimeds do Tocantins participam de IX Encontro Regional

A promoção de encontros regionais faz parte do calendário de eventos da Unimed Cerrado e visa fortalecer o contato entre a Federação e as Singulares federadas e entre as Unimeds de cada região. Para 2015, estão agendados cinco encon-tros, que acontecerão entre maio e setembro. Confira:

3 22 e 23 de maio: X Encontro Regional das Unimeds do Norte Goiano – Uruaçu (GO)

3 12 e 13 de junho: X Encontro Regional das Unimeds do Sul Goiano - Morrinhos (GO)

3 7 e 8 de agosto: X Encontro Regional das Unimeds do Tocantins – Araguaína (TO)

3 18 e 19 de setembro: XIII Encontro Regional das Unimeds do Sudoeste Goiano e V Encontro Regional das Unimeds do Centro Goiano – Goiânia (GO)

Novos encontros são agendados para 2015

3.Fevereiro 2015

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Na segunda quinzena de setembro, dirigentes e técnicos da Unimed Cerrado e de Singulares federadas participaram, na Espanha, de um seminário sobre cooperativismo e visitaram o Complexo Cooperativo de Mondragón

Um grupo formado por 25 dirigentes e técnicos da Uni-med Cerrado, de Singulares federadas e da Organização das Cooperativas Brasileiras/Serviço Nacional de Apren-dizagem do Cooperativismo em Goiás (OCB/Sescoop) vi-sitou, em setembro, o Com-plexo Cooperativo de Mon-dragón, na Espanha, que é considerado o maior grupo

cooperativo do mundo. Os integrantes da comiti-

va participaram de um semi-nário sobre cooperativismo e conheceram várias coopera-tivas do complexo, que conta com mais de cem empresas com atuação em diferentes segmentos econômicos e for-temente ligadas pela interco-operação.

A Unimed Cerrado foi re-presentada pelo presidente José Abel Ximenes, pelos di-retores José de Oliveira e Silva (Mercado) e Walter Cherubim Bueno (Integração Cooperati-vista e Desenvolvimento Ins-titucional) e pelos gerentes Helson Mauro Stumpf (Geral) e Fabiana Daniel Neves (Re-cursos Humanos). Também participaram desta visita téc-nica, presidentes e diretores das Unimeds Anápolis, Ara-

guaína, Caldas Novas, Catalão, Gurupi, Jataí, Mineiros, Mor-rinhos, Norte Goiano (Uruaçu), Planalto (Luziânia), Poranga-tu, Regional Sul (Itumbiara), Rio Verde, Vale do Corumbá (Ipameri) além de técnicos do Sistema OCB/Sescoop-GO.

Durante a visita, a comi-tiva pôde conhecer o mode-lo de gestão, a organização e a formação das cooperativas do complexo, aprender com o sucesso e até mesmo com in-sucessos de Mondragón, que em 2014 encerrou as ativi-dades da cooperativa Fagor, que já tinha sido considerada uma das maiores fabricantes europeias de produtos da li-nha branca, como geladeiras, fogões e lavadoras. Em Bar-celona, a comitiva conheceu o hospital vinculado a uma cooperativa de consumo.

A Complexo Cooperativo de Mondragón (MCC) é um grupo de produção indus-trial e de empresas coopera-tivas que abrangem os seto-res educacional, agrícola, de pesquisa, serviços, crédito e consumo e faturam anual-mente mais de 13,6 bilhões de euros. Para o presidente da Unimed Cerrado, Mondra-gón é um exemplo não só de organização, mas também de vivência da cultura coopera-tivista. Para os diretores José de Oliveira e Walter Cheru-bim Bueno, muito da expe-riência de Mondragón pode ser aplicado na Unimed Cer-rado e nas federadas, como a educação cooperativista, a modernização da gestão, o planejamento das ações e a intercooperação.

MONDRAGÓN

Comitiva da Unimed Cerrado visita o Complexo Cooperativo de Mondragón

Visita à cooperativa industrial Copreci Centro de Formação Cooperativista e Diretivo

Apresentação do mercado de atuação e produtos fabrica-dos pela Cooperativa Industrial de Componentes Eletrônicos, que conta atualmente com 700 cooperados em Mondragón e 1.300 funcionários fora da cidade. Foram apresentados o mo-delo de gestão da cooperativa, composição do conselho, mo-delo de realização da assembleia geral, destinação das sobras, utilização do fundo de reserva, entre outros. A comitiva tam-bém conheceu as instalações e as indústrias da cooperativa.

Recepção aos alunos no Centro de Serviços Educacio-nais de Formação Cooperativista e Diretivo e apresentação da história, do modelo de organização e do contexto atual do cooperativismo em Mondragón, que conta hoje com 120 co-operativas, sendo 87 industriais, 1 de crédito,1 de consumo, 4 agrícolas, 13 de pesquisa, 6 de serviço e 8 de educação.

15/09/2014

Confira um resumo dos principais eventos da visita

Fevereiro 20154.

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Visita à cooperativa industrial Alecop Apresentação da Laboral Kutxa - Cooperativa de Crédito

Visita à sede da Mondragón Corporação Cooperativa - MCC

Encontro com ex-cooperados da Fagor

Apresentação do modelo de gestão da cooperativa, que é formada por estudantes e tem 50 anos de atuação. O funciona-mento da Alecop é baseado em cooperar jovens universitários e disponibilizá-los às cooperativas participantes do complexo com o objetivo de proporcionar a esses alunos conhecimento prático em suas áreas de atuação e sua inserção no mercado de trabalho. A cooperativa que recebe o jovem cooperado se res-ponsabiliza pelo pagamento da sua remuneração - em média 500 euros mensais - e recebe da Alecop todo o apoio logístico/acompanhamento deste jovem durante o seu período de for-mação.

Foi feita uma apresentação sobre a crise do mercado mun-dial de crédito, a bolha imobiliária mundial e suas interferên-cias no mercado e na cooperativa de crédito que, apesar da crise mundial, teve um resultado positivo neste período. Foi apresentada também a organização administrativa da coope-rativa, que possui sócios proprietários, sócios clientes e sócios de trabalho, sendo que cada grupo tem direito a 1/3 dos votos nas assembleias.

Apresentação do vídeo institucional da MCC e da estrutu-ra interna de funcionamento, dos aspectos organizacionais e da importância da sinergia na gestão das cooperativas. As ati-vidades do primeiro dia da viagem técnica foram encerradas com a visita à cooperativa de consumo Hiper Eroski.

Reunião com dois ex-cooperados da cooperativa Fagor Eletrodomésticos, que esclareceram dúvidas da comitiva so-bre o modelo de gestão da cooperativa, que foi fechada em 2014. Eles explicaram o modelo de gestão, relataram proble-mas enfrentados, erros cometidos e o aprendizado que o grupo teve com o fechamento desta cooperativa do complexo.

16/09/2014 17/09/2014

Apresentação da importância do processo educacional dos cooperados para a continuidade do desenvolvimento cooperativista. O complexo de Mondragón busca sempre o fortalecimento da cultura organizacional cooperativista visando resultados, como a organização da produção, polí-tica de gestão de pessoas, plano estratégico, qualidade de seus produtos, redução de custos e inovação (cultura de aprendizagem).

Apresentação da Komiker – cooperativa que presta serviços de consultoria e desenvolve projetos de inovação às cooperativas do grupo Mondragón. Um dos projetos realizados pela Komiker é o desenvolvimento de equipa-mento para a manipulação de produtos quimioterápicos. A comitiva também visitou a unidade industrial que tra-balha em parceria com a Komiker no desenvolvimento destes produtos.

Cultura organizacional em Mondragón Apresentação da cooperativa Komiker

5.Fevereiro 2015

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A Universidade de Mondragón

Apresentação da história da cooperativa de educação, que foi fundada em 1943 como escola politécnica e, posteriormen-te, foi transformada em faculdade e universidade. A Univer-sidade de Mondragón conta hoje com quatro faculdades lo-calizadas em oito cidades diferentes e com 3.018 estudantes matriculados, sendo que 37% dos seus recursos financeiros são advindos dos estudantes, 13% são repassados pelo gover-no Basco e 50% pelas empresas privadas/cooperativas através da transferência de conhecimento/projetos.

A cooperativa Mondragón Health

Visita e apresentação da cooperativa Lagun Aro

O modelo de gestão cooperativa de Mondragón

Apresentação da cooperativa voltada para o desenvolvi-mento de produtos na área de saúde, impulsionando a geração de soluções mediante a intercooperação. Entre os serviços prestados estão o home care, consultoria e engenharia, logís-tica e serviços de manutenção e serviços educacionais, como a formação em gestão de cuidados de saúde, treinamento de auxiliar de enfermagem e engenharia biomédica.

Apresentação do histórico de fundação da cooperativa de previdência social voluntária, criada em 1959. Apresentação de seus princípios básicos: sistema misto de cobertura, mutu-alismo e democracia representativa, solidariedade e respon-sabilidade, gestão competitiva, não objetiva o lucro, transpa-rência e adequação permanente ao mercado. A organização é composta por assembleia geral, conselho de vigilância, conse-lho diretor, direção, órgãos delegados, comunidade mutualista, conselho de intervenção, comissão de prestadores e junta de aposentados.

Na apresentação, foram abordados basicamente os pilares do modelo de gestão cooperativista de Mondragón: filosofia, diretrizes, conjunto de ferramentas, procedimentos de atua-ção e metodologias utilizadas. A Mondragón Corporação Co-operativa (MCC) é uma realidade socioeconômica de caráter empresarial criada por e para as pessoas, inspirada nos prin-cípios básicos da experiência cooperativa local, comprome-tida com o entorno, a melhoria competitiva e a satisfação do cliente para gerar riqueza na sociedade mediante o desenvol-vimento empresarial e a criação de emprego.

18/09/2014

19/09/2014

MONDRAGÓN

Visita à cooperativa Saiolan Apresentação da cooperativa Saiolan – incubadora de

empresas. Trata-se de um centro de inovação empresarial radicado em Mondragón, com mais de 15 anos de experi-ência na geração de emprego através da inovação nas em-presas. O trabalho da cooperativa é desenvolvido de duas formas: o cooperador tem uma ideia, elabora um projeto e o apresenta à empresa ou a empresa necessita inovar seus produtos, firma um contrato com a Saiolan, elabora um projeto de inovação, busca um grupo emprendedor, cria uma nova cooperativa e/ou incorpora a produção a uma cooperativa existente.

Fevereiro 20156.

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Visita ao Hospital de Barcelona

Visita a alguns setores do Hospital de Barcelona, inaugu-rado em 1989. A comitiva também assistiu a uma palestra do médico José Carlos Guisado, que enfocou o panorama da saúde mundial e em especial o sistema de saúde espanhol. O Hospital de Barcelona é um hospital geral de propriedade da cooperativa de consumo SCIAS, que foi fundada em 1974 por Josep Espriu. A cooperativa é também gestora do hospital de Barcelona e membro fundadora da Fundação Espriu, mantida somente com recursos privados, sendo aberta a cooperativa de médicos e a seus benefi ciários/cooperados.

(Colaboração: Fabiana Daniel Neves/Gerente de Gestão de Pessoas e Sustentabilidade e Qualidade da Unimed Cerrado)

22/09/2014Visita ao Museu de Arizmendiarrieta, em Otalora

O grupo visitou o museu que reúne fotos, documentos e objetos que contam a história do Complexo Cooperativo de Mondragón.

Encerramento do seminário

Conclusão do seminário com validação do modelo apre-sentado e verifi cação da possibilidade de transferência/ade-quação deste modelo à realidade da Unimed Cerrado.

Parceria e visita à Unimed CerradoNo dia 7 de abril de 2015, Mikel Lezamiz, diretor de

Difusão Cooperativista do complexo MCC, vai visitar a sede da Unimed Cerrado, dando sequência a essa parce-ria iniciada com a ida da comitiva de dirigentes goianos e tocantinenses à Espanha e reforçada com a partici-pação do diretor, por videoconferência, no V Simpósio da Unimed Cerrado, realizado no fi nal de novembro, em Goiânia.

7.Fevereiro 2015

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SIMPÓSIO

V Simpósio da Unimed Cerrado é realizado com grande sucessoRealizado em Goiânia nos dias 27 e 28 de novembro de 2014, o evento reuniu as principais lideranças do Sistema Unimed

“Um sucesso”. Assim di-retores da Unimed Cerrado classificaram a quinta edição do simpósio da Federação das Unimeds dos Estados de Goiás e Tocantins e do Dis-trito Federal (Unimed Cer-rado), realizada em Goiânia nos dias 27 e 28 de novembro com a participação das prin-cipais lideranças nacionais e regionais do Sistema Uni-med, dirigentes, cooperados e colaboradores.

“O V Simpósio da Uni-med Cerrado atendeu nossas expectativas e contou com mais de 300 participantes, in-cluindo dirigentes de todas as Federações da região”, come-morou o presidente da Uni-med Cerrado, José Abel Xi-menes. O diretor de Mercado, José de Oliveira e Silva, que coordenou o VI Seminário de Mercado realizado no dia 27, também celebrou o suces-so do simpósio, que debateu temas atuais relacionados à saúde suplementar, à atenção

integral à saúde, ao cooperati-vismo de trabalho médico e à educação cooperativista, dis-cutiu diretrizes e apresentou novos produtos e serviços que vão contribuir para melhorar o trabalho das cooperativas.

Para o diretor Adminis-trativo-Financeiro e de Re-gulação da Unimed Cerrado, Danúbio Antonio de Oliveira, o simpósio foi um sucesso total e muito produtivo. Se-

gundo ele, a programação - desenvolvida a partir do tema “Cooperativas: Desafios e Tendências. Força na Uni-dade” - trouxe muitas infor-mações que os participantes vão poder aplicar em suas Singulares.

Diretor de Integração Cooperativista da Unimed Cerrado, Walter Cherubim Bueno, observou que, apesar da realização simultânea de

eventos do Sistema Unimed em outros Estados, a parti-cipação do público foi muito expressiva. “O foco principal do simpósio era a integração e a interação entre as Unime-ds da região, atingimos nosso objetivo e estamos prontos para fortalecer o diálogo en-tre as Federações para traba-lharmos pelo crescimento do sistema no Centro-Oeste e Tocantins”, disse.

José de Oliveira (esq.), José Abel Ximenes, Eudes de Freitas Aquino, Danúbio Antonio de Oliveira e Walter Cherubim Bueno: lideranças

Entre os participantes do V Simpósio da Unimed Cerrado estavam o presi-dente da Unimed do Brasil, Eudes de Freitas Aquino; o vice-presidente Orestes Barrozo Medeiros Pullin; o presidente da Federa-ção das Unimeds de Mato Grosso do Sul, Jamal Nas-

ser Haddad; o presidente da Federação das Unimeds de Mato Grosso, Kamil Hus-sein Fares; os presidentes da Unimed Cuiabá, João Bosco de Almeida Duarte, e da Unimed Campo Grande, Sarita Garcia Rocha; além de presidentes das Unime-ds federadas.

Lideranças presentes

Kamil (esq.), Ximenes, Jamal, Orestes,Sarita e João Bosco: participação

Fevereiro 20158.

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Projeto Operadora-Prestadora em debate no simpósioFederações abordam as vantagens do projeto, já implantado na Unimed Cerrado

Uma das pioneiras no Sis-tema Unimed na adesão ao Projeto Operadora-Prestado-ra, a Unimed Cerrado colocou o tema em debate no segun-do dia de seu quinto simpó-sio. A mesa-redonda “Pro-jeto Operadora/Prestadora - Vantagens e Desvantagens” foi presidida pelo diretor de Mercado, José de Oliveira e Silva, que também preside a Unimed Norte Goiano, uma das quatro Singulares pres-tadoras que têm a carteira administrada pela Unimed Cerrado.

O presidente da Unimed do Brasil, Eudes de Freitas

Aquino, participou do debate e afirmou que o modelo atual do Sistema Unimed se depa-ra com a redução das Singu-lares, exige mudanças e tudo caminha para a adoção deste formato operadora-prestado-ra. “Mas, não há uma receita pronta para o sucesso deste projeto, há outros modelos que podem caminhar juntos, cada região precisa encon-trar sua fórmula e a Unimed do Brasil está à disposição para assessorar as Unimeds nesta busca”, disse.

Darival Bringel de Olin-da, presidente da Federação das Unimeds do Estado do Ceará, falou das vantagens da implantação do projeto na federação cearense, como o compartilhamento entre as prestadoras de serviços

administrativos, que antes consumiam cerca de 20% da receita das Singulares. Geral-do Rosa da Trindade, gerente de Gestão do Conhecimento da Federação das Unimeds do Estado de Santa Catarina, citou que a adesão ao proje-to beneficiou os clientes, os cooperados, a federação e as Unimeds prestadoras, que tiveram um aumento na car-teira e na receita.

A experiência da Uni-med Cerrado foi apresentada pelo diretor Administrativo--Financeiro e de Regulação, Danúbio Antonio de Oliveira. A Unimed Cerrado assumiu a função de operadora em 2004 e atualmente administra as carteiras das Unimeds Goia-nésia, Norte Goiano, Poranga-tu e Vale do São Patrício.

A programação do V Simpósio da Unimed Cerrado contou com ou-tras três mesas-redon-das: “Modelo de Gover-nança Cooperativa”, que incluiu uma videoconfe-rência internacional com o diretor de Difusão Coo-perativista do Complexo Cooperativo de Mondra-gón, Mikel Lezamiz; “Sis-tema Unimed na Região Centro-Oeste e Tocan-tins – Opções de Modelo de Integração Regional” e “Modelo Assistencial - Atenção Integral à Saú-de”.

Outros temas em pauta

Seminário de Mercado, oficinas e workshops e a feira de negócios integraram a programação

Festa celebra os 20 anos da Unimed Cerrado

A programação do V Simpósio da Unimed Cerra-do incluiu também oficinas técnicas nas áreas Contábil, Jurídica, de Recursos Hu-manos e de Tecnologia da Informação; o VI Seminário de Mercado, o Workshop de Auditoria Médica e o 26º En-contro do Grupo Permanente

de Atendimento (26º GPA), além de reuniões da Organi-zação das Cooperativas Bra-sileiras (OCB) e do conselho de administração da Unimed Cerrado.

Nos intervalos desta pro-gramação, os participantes puderam visitar os estandes instalados no Oliveira s Place

- como os da Unimed Cerra-do, Unimed do Brasil e Unio-donto -, conhecer os produ-tos e serviços oferecidos, se divertir com brincadeiras e sorteios de brindes. Um dos estandes que chamou a aten-ção dos participantes do sim-pósio foi o da Gestão Saúde Administradora, a Cooperati-

va Nacional das Cooperativas de Usuários de Assistência Médica, que foi criada com o objetivo de comercializar planos de saúde coletivos por adesão exclusivamente para as cooperativas Unimed. O trabalho da Gestão Saúde também foi apresentado no VI Seminário de Mercado

A festa anual de confra-ternização da Unimed Cer-rado, realizada na noite de 28 de novembro, marcou o encerramento do V Simpó-sio e celebrou também os 20 anos da Federação. Dirigen-tes, colaboradores, coopera-

dos e convidados puderam se divertir e comemorar as conquistas destas duas dé-cadas de trabalho em prol do cooperativismo e do Sis-tema Unimed em Goiás, no Tocantins e no Distrito Fe-deral.

9.Fevereiro 2015

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AGENDA

Ximenes participa de debate sobre atendimento hospitalar no interiorO “I Debate sobre Atendimento de Alta Complexidade no Interior do Estado” foi promovido pela Ahpaceg e Ipasgo com o objetivo de melhorar e regionalizar a assistência

O presidente da Unimed Cerrado, José Abel Ximenes, participou, no dia 1º de de-zembro, do “I Debate sobre Atendimento de Alta Com-plexidade no Interior do Es-tado”. O evento foi promovido pela Associação dos Hospi-tais Privados de Alta Comple-xidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) e pelo Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goi-ás (Ipasgo) e reuniu diretores das duas instituições; o então secretário Estadual de Saúde, Halim Antonio Girade; repre-sentantes de hospitais de alta complexidade da capital e de nove hospitais de Catalão, Ce-res, Formosa, Jataí, Rio Verde e São Luís de Montes Belos.

O objetivo foi discutir a regionalização e a qualifica-ção da assistência hospitalar

de alta complexidade no in-terior goiano, visando garan-tir o atendimento à popula-ção em municípios-polo e o encaminhamento a Goiânia apenas dos pacientes que não podem ser atendidos no inte-rior. Nestes casos, a proposta dos organizadores do debate é que as transferências sejam reguladas pelo Ipasgo para que os pacientes sejam en-caminhados a hospitais com

o perfil exigido para o aten-dimento de suas necessida-des. Hospitais associados da Ahpaceg, todos certificados e com serviços de alta comple-xidade, vão integrar a rede de referência.

Ximenes ressaltou a im-portância desta parceria en-tre o Ipasgo, a Ahpaceg e os hospitais do interior para melhorar o atendimento aos pacientes. Ele observou que

o Sistema Unimed tem um grande compromisso social e também pode fazer parte desta parceira, contribuindo para a melhoria da assistên-cia à população e também da qualificação dos serviços por meio da educação. “Temos uma estrutura para a realiza-ção de cursos e treinamentos e o Projeto Sinal, que foi elei-to a melhor rede de video-conferência do Brasil”, disse.

Ximenes: trabalho conjunto para melhorar o atendimento

Ahpaceg e Ipasgo querem a parceria da Unimed CerradoO presidente da Ahpa-

ceg, Haikal Helou, agrade-ceu a presença de Ximenes no simpósio e o interesse da Unimed Cerrado em apoiar esse projeto de integração entre hospitais da capital e do interior. “Muito nos alegra a possibilidade de ver esse projeto iniciado com o Ipasgo ser ampliado com a partici-pação da Unimed Cerrado”, afirmou.

Francisco Taveira Neto, presidente do Ipasgo, tam-bém agradeceu a participa-

ção de Ximenes e adiantou que o instituto tem interesse em firmar uma parceria com a Unimed Cerrado, inclusive para atender seus benefici-ários no Tocantins e no En-torno do Distrito Federal. O presidente do Ipasgo disse ainda que fará uma classi-ficação da rede prestadora, o que resultará no aumento da remuneração dos presta-dores de serviços de saúde de acordo com a qualidade e a resolutividade do atendi-mento prestado. Taveira Neto (em pé): parceria para o Tocantins e Entorno do DF

Fevereiro 201510.

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SERVIÇOS

Federação oferece consultoria atuarial às SingularesUma parceria firmada entre a Unimed Cerrado e a Unimed do Brasil proporciona descontos às Singulares na contratação da Consultoria Atuarial Unimed

A Diretoria de Mercado da Unimed Cerrado firmou uma parceria com a Uni-med do Brasil para garan-tir descontos às Singulares federadas na contratação de serviços de assessoria e consultoria atuarial presta-dos pela Unica (Consultoria Atuarial Unimed). Criada em 2012, a Unica já atende as demandas internas da Uni-med do Brasil e 30 Unimeds de todo o País, oferecendo soluções às especificidades do Sistema Unimed no que

diz respeito a questões atu-ariais.

Por meio desta parceria entre a Unimed Cerrado e a Unimed do Brasil, as Singu-lares federadas que aderi-rem ao contrato de prestação de serviços, via Federação, vão contar com descontos especiais. Cinco Unimeds já aderiram ao serviço contra-tado também pela Unimed Cerrado. Outras Singulares estão em negociação com a Federação.

Entre os serviços presta-dos pela Unica estão a ges-tão atuarial com a avaliação mensal das provisões técni-cas e aderência às Normas Técnicas e Notas Técnicas Atuariais; o cálculo de índi-ce de reajuste de planos com base na avaliação analítica da carteira, nas negociações de contrato com prestado-

res, definição de política de remuneração ao cooperado, alteração de rol de cobertu-ras e segmentação de clien-tes e assessoria jurídica com orientações técnicas na in-terpretação e execução das resoluções da ANS.

Unica: soluções às especificidades do Sistema Unimed

Unimed Vale do Corumbá adere aos serviços de Call Center e Ouvidoria

Os serviços de Call Cen-ter/Serviço de Atendimento ao Consumidor e de Ouvido-ria prestados pela Unimed Cerrado às federadas já con-tam com a adesão de mais uma Singular: a Unimed Vale do Corumbá, com sede em Ipameri (GO). Com essa ade-são, os serviços implantados em 2013 passam a atender nove Unimeds: Anápolis, Araguaína, Caldas Novas, Ca-talão, Gurupi, Mineiros, Mor-rinhos, além da própria Uni-med Cerrado e da Unimed Vale do Corumbá.

O gerente Administrativo da Unimed Vale do Corumbá, Weslei José, explica que a co-operativa aderiu a esses ser-viços buscando proporcionar

um melhor atendimento aos beneficiários e prestadores, principalmente fora do horá-rio comercial, fins de semana e feriados. Atualmente, a Uni-med Vale do Corumbá conta com 6.993 clientes. “Espe-ramos que esses serviços consigam atender de forma profissional e responsável as expectativas das pessoas que entrarem em contato com a cooperativa por esse novo canal de atendimento”, diz o gerente.

O Call Center/SAC pode ser acessado pelo telefone 0800 642 1640. Ao ligar, o usuário ou prestador pode-rá esclarecer dúvidas e con-sultar a situação de proce-dimentos solicitados, como

autorização e liberação de exames, cirurgias, e também poderá obter outras infor-mações sobre a cooperativa. Esse atendimento funciona 24 horas por dia, inclusive nos fins de semana.

A Ouvidoria pode ser acessada pelo telefone 0800 642 1660, de segunda a sex-ta-feira, das 8h30 às 17h30, para o registro de reclama-ções, sugestões e elogios. Esse serviço, que cumpre todos os requisitos legais exigidos, também presta atendimento por e-mail [email protected], presencial ou por carta na sede da Federação – Rua 8-A, número, 111, Setor Aeroporto, Goiânia (GO).

Saiba mais...

A Ouvidoria e o Call Center/SAC da Unimed Cerrado funcionam na sede da Federação, têm capacidade para atender 78 mil vidas e a possibi-lidade de ampliar esse número, inicialmente, para até 120 mil usuá-rios. Os serviços estão disponíveis a todas as Singulares federadas.

Para saber mais sobre esse novo serviço ofereci-do às Singulares, entre em contato com a Federação pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (62) 3221 5141.

11.Fevereiro 2015

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MEMÓRIA DO COOPERATIVISMO – PERSONAGENS

CARLOS DELL EUGÊNIO:

“Eu nasci para ser médico”Quando Carlos Dell

Eugênio diz que “nasceu para ser médico” não há exageros nesta afirmação. Afinal, dos seus 80 anos de vida – bem vividos e comemorados em novembro de 2014 – quase 60 são dedicados à medicina. Ao longo destas seis décadas, ele nunca se arrependeu da escolha da profissão pela qual começou a se interessar ainda bem jovem, observando o trabalho do pai, que era farmacêutico no interior de São Paulo e inúmeras vezes fazia o papel de médico, atendendo adultos e crianças em busca de tratamento para pequenos males.

Aprovado em um vestibular disputado, ele se formou em medicina na capital paulista. Com o diploma na mão e muita disposição para o trabalho, Carlos Dell Eugênio trocou a cidade grande pelo interior goiano. A opção pelo trabalho em Rio Verde, então um pequeno e precário município interiorano, lhe rendeu críticas por parte dos colegas. Mas, essa opção nunca foi alvo de arrependimento do médico, que se orgulha da escolha feita.

Nesta edição, o Projeto Memória do

Cooperativismo conta um pouco da história de Carlos Dell Eugênio, que é casado com Mery, “a grande companheira”, e pai das médicas Marisa e Selma, da administradora de empresas Sandra, da enfermeira padrão Raquel e da dona de casa Sílvia e tem 14 netos, quatro deles cursando medicina.

O início de tudoNasci em Taquaritinga,

no interior de São Paulo, em 6 de novembro de 1934. Fiz o curso primário em Santos; o então ginásio e científico no Liceu Pasteur, em São Pau-lo, e ingressei na Faculdade de Medicina da PUC de São Paulo, onde me formei em 1958, aos 23 anos de idade.

A vinda para GoiásQuando me formei, não

havia residência médica como agora e recebi um con-vite para trabalhar em Rio Verde, no interior de Goiás. Naquela época, falar em ir para Rio Verde era o mesmo que falar em ir para Serra Leoa ou qualquer lugar dis-tante da África. Era o fim do mundo. Meus parentes e colegas de turma pensaram que eu estivesse perturbado da cabeça por aceitar o con-vite. Praticamente, não havia estradas, a locomoção para a cidade era muito difícil, mas havia uma coisa fantásti-ca em Rio Verde: o Hospital Evangélico, que tinha à frente o dr. Gordon, médico e pastor americano, que foi meu gran-de professor em medicina.

A grande escolaNós fazíamos cirurgia

geral e era cirurgia geral

mesmo. Em Rio Verde, tinha muitos casos de agressões, facadas, tiros e acidentes e, praticamente todos os dias, tínhamos grandes cirurgias. Não existia o que existe hoje: ambulância que leva o pa-ciente para a capital ou outras cidades com mais recursos; não tinha avião que trans-portasse pacientes, como te-mos hoje em nossa Unimed; as estradas eram muito ruins e ficavam intransitáveis no período de chuva, que ia de outubro a abril. Assim, tudo tinha que ser resolvido na cidade e a estrutura era mí-nima. Mas, essas dificulda-des se transformaram em uma grande escola para os médicos, pois tínhamos que ser cirurgiões, ortopedistas, anestesistas, obstetras, gine-cologistas. Fazíamos tudo.

O interesse pelo pacienteA equipe médica da ci-

dade era pequena. Hoje, só a Unimed Rio Verde tem cerca de 200 médicos cooperados. Naquela época, éramos seis médicos no Hospital Evan-gélico, mais três no Hospital Santa Terezinha e um médi-co, o dr. Correia. Éramos 10 médicos, não tínhamos essa parafernália que tem hoje, com ressonância magnética, ultrassom, tomografia, mas resolvíamos tudo. Era uma medicina muito boa, muito aplicada em relação ao pa-ciente, baseada na clínica, no exame do doente. O dr. Gor-don era um grande professor e insistia que examinásse-mos o paciente totalmente.

A ida para MineirosNo fim de 1960, o médi-

co Suhail Rahal, que era um dos donos do Hospital Sama-ritano, o único de Mineiros, me convidou para trabalhar com ele. Eu, paulista, preten-dia voltar para minha cida-

de, mas fui passar uns dias em Mineiros, convencido também pelo dr. Francisco Filgueiras, que era diretor do hospital, a ajudar outro médico durante as férias do dr. Suhail. Falei para minha esposa, Mery, que iria, ficaria uns seis meses e depois iría-mos embora. Mas, estou em Mineiros até hoje. Participei do crescimento do Hospital Samaritano, vi a fundação de mais três hospitais muito bons, com colegas muito ca-pacitados e, hoje, vejo Minei-ros com uma medicina muito boa, com grande resolutivi-dade, muitas especialidades. Crescemos junto com a me-dicina na cidade.

Realização profissionalAcho que me realizei pro-

fissionalmente atuando como médico no interior. Se pudes-se voltar atrás, faria a mesma escolha, escolheria a mesma medicina que pratiquei até agora. Antes, trabalhávamos demais. Chegávamos a fazer até nove cirurgias por dia e nós que dávamos anestesia, entubávamos, operávamos. Hoje, melhorou muito e con-tinuo trabalhando no consul-tório, faço algumas cirurgias, mas faço mais clínica.

A rotina atualChego ao consultório às

8h30 e fico até a hora que precisar pela manhã. Depois, retorno às 14h30 e fico até quando for necessário. Mui-tas vezes, atendo até as 20 horas. Como estou há mais de 50 anos na cidade, tenho uma clínica muito grande, tenho um consultório de medicina geral, atendo muita gestante, paciente de terceira idade. É algo curioso: tenho pacientes que se tratam comigo há 45 anos. Não sei se o médico é bom ou o paciente que é mui-to paciencioso.

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Os avanços da medicinaQuando me formei, havia

28 faculdades em todo o Bra-sil. Não tinha esse turismo de vestibular, que tem hoje. No fi m de 2014, um parente meu chegou a agendar 11 vesti-bulares. Quando ingressei no curso, contávamos com apenas três faculdades em São Paulo: a Escola Paulista de Medicina, a Faculdade da USP e a PUC. A gente fazia o vestibular só em uma e era mais difícil do que agora, pois era eliminatório, não clas-sifi catório. Na minha turma da PUC, tinha 50 vagas e só entraram 27 alunos. Durante o curso, tínhamos muito ma-terial para trabalhar. Eu tra-balhava em uma enfermaria com 150 pacientes divididos em clínica neurológica, orto-pédica, obstétrica. Tínhamos uma base muito boa. O mé-dico saía com uma formação boa. Não vou dizer que saía melhor do que agora, mas saía com uma boa formação em medicina, pronto para fazer uma medicina volta-da mesmo para o paciente. Hoje, vejo colegas que veem superfi cialmente o paciente e já pedem ressonância, ultras-som, 20 exames de sangue em casos que poderiam ser resolvidos com um exame clínico bem apurado. Esse comportamento dos médicos encareceu a medicina.

O ingresso no cooperativismo

Meu primeiro contato com o cooperativismo foi há 21 anos. Um colega, diretor de nosso hospital, intentou de fundar a Unimed em Mi-neiros. Não dei fé, pois era tudo muito novo, a Unimed do Brasil tinha 20 e poucos anos, achei que a ideia não iria avançar. Mas, esse colega estava muito entusiasmado e foi me entusiasmando. Logo, vi que era algo importante para os médicos e comecei a participar mais ativamente da Unimed Mineiros, da qual me tornei presidente há cin-co anos. Hoje, graças a Deus e não é esforço somente nosso, mas de toda a diretoria, nos-

sa Unimed está indo muito bem, está bem estruturada e nestes últimos anos só tem tido progresso. A cooperativa é pequena, com 70 médicos cooperados e 11 mil vidas, mas muito bem estruturada.

A educação continuadaEstou fazendo o curso de

pós-graduação em Gestão em Cooperativas e tenho estimu-lado muito os colegas coope-rados a participarem da Uni-med. Como disse o Portella (ex-ministro da Educação, Eduardo Portella, que afi r-mou “não sou ministro, estou ministro”), “nós estamos pre-sidentes”, daqui a pouco não seremos mais. Precisa haver uma renovação no quadro de dirigentes. Temos cuidado o máximo possível para nos aprimorarmos no cooperati-vismo, melhorarmos nossa capacidade de administração e tem dado resultado.

As muitas viagensViajar é um hobby. Tenho

um projeto de conhecer o mundo. Minha esposa Mery é uma grande com-panheira. Começamos as viagens há 40 anos e em 2014 completamos 93 países visitados, Acho que poucas pessoas no Brasil conhecem tantos países, anda-ram tanto. Em se-tembro de 2014, es-tivemos na Letônia, Lituânia e Estônia. Eram os três países da Europa que fal-tavam. Após essa viagem, passei 20 dias em Lisboa com todas as fi lhas e vi-sitamos várias cida-des portuguesas. Já fui umas dez vezes a Portugal. Já visitamos a África, Oceania, ...., e cada lugar tem uma característica interes-sante. É difícil dizer qual o melhor. A cidade mais badalada que já co-nheci é Paris, a mais bonita, que tem mais atrações para visitar. Mas, cada lugar tem seu encanto.

(Texto/Edição: Rosane Rodrigues da Cunha)

Viajar é um hobby. Tenho um projeto de conhecer o mundo. Minha esposa

viagens há 40 anos e em 2014 completamos 93

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SUSTENTABILIDADE

Unimed Cerrado recebe o 1º Prêmio Abap-GO de SustentabilidadeA Unimed Cerrado conquistou o terceiro lugar na categoria Personalidade com o “Projeto Socioambiental”

A Unimed Cerrado foi uma das vencedoras do 1º Prêmio Abap-GO de Sustentabilida-de, promovido pela Associa-ção Brasileira de Agência de Publicidade – Goiás (Abap--GO) com o apoio do Grupo Jaime Câmara e do Sistema Fieg (Federação das Indús-trias do Estado de Goiás). A conquista deste prêmio, en-tregue no dia 4 de dezembro, é mais um reconhecimento público da importância das ações socioambientais de-senvolvidas pela Unimed Cerrado, que em 2014 con-quistou também o Selo Ouro de Sustentabilidade, conce-dido pela Unimed do Brasil.

O júri, composto por pu-blicitários, jornalista e um professor de comunicação, avaliou os cases inscritos por empresas e agências e elegeu os três melhores nas catego-rias Social, Meio Ambiente, Cultura, Inovação e Perso-nalidade. A Unimed Cerrado conquistou o terceiro lugar na categoria Personalidade com o “Projeto Socioambien-

tal”, que inclui ações desen-volvidas junto a clientes e colaboradores da Federação e das cooperativas federadas.

Esse trabalho, realizado ao longo de 2014, visava a conscientização, motivação e envolvimento do público na prática de ações socialmente responsáveis, voltadas para a preservação ambiental, a promoção da saúde e bem--estar e o desenvolvimento da comunidade, princípios do

cooperativismo que fazem parte do cotidiano da Uni-med Cerrado. Desenvolvido por meio de comunicação interna, ações promocionais, cursos e eventos, o trabalho teve resultados bem satis-fatórios, possibilitando, por exemplo, a redução de gastos por meio do consumo cons-ciente de energia, água e co-pos descartáveis.

Entre as ações desenvol-vidas e apresentadas no pro-

jeto premiado, estão o progra-ma “Consumo Consciente”; as campanhas “Eu ajudo na lata” e de doação de sangue; a promoção dos cursos “Cozi-nha Saudável” e de formação de brigadistas; a instalação da “Tenda da Saúde”; o tra-balho da Biblioteca Buriti da Unimed Cerrado e a partici-pação de colaboradores em ações sociais e voluntárias, como o “Dia da Criança” e o “Dia C – Dia de Cooperar”.

Walter Cherubim Bueno (esq.), José de Oliveira e Silva, Danúbio Antonio de Oliveira e José Abel Ximenes: diretores da Unimed Cerrado com o Prêmio Abap-GO de Sustentabilidade

Campanha “Eu ajudo na lata” beneficia morador de Campinorte

A grande participação de colaboradores, cooperados, dirigentes e clientes da Uni-med Cerrado e de Unimeds federadas, a campanha “Eu ajudo na lata” fez a alegria de um morador de Campinorte, no norte de Goiás. Cariolano Ambrósio dos Santos, de 75 anos de idade, é cadeirante há mais de 50 anos e foi be-

neficiado com uma cadeira de rodas nova e adequada as suas necessidades.

A cadeira foi adquirida com a venda dos lacres de latas de alumínio arrecada-dos durante a campanha. A fisioterapeuta Gislene de Souza acompanhou a entrega e contou que o paciente pre-cisava de uma cadeira nova,

mas não tinha condições de adquirir esse equipamento.

A doação encheu de alegria não só o “seo” Coriolano, mas todos que participam da cam-panha. Essa foi a primeira vez que a Unimed Cerrado partici-pou da “Eu ajudo na lata” pro-movida pela Unimed do Brasil. A participação na próxima edição já está confirmada.

“Seo” Coriolano: cadeira nova com a ajuda da lata

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LUTO

Morre o médico Joffre Marcondes de RezendeAdmirador e defensor do cooperativismo de trabalho médico, ele foi um ícone da medicina goiana e um exemplo para toda a classe médica

O médico, professor e escritor Joffre Marcondes de Rezende morreu em Goiânia, no dia 26 de ja-neiro de 2015. Joffre tinha 93 anos de idade e dedicou mais de 60 deles à medici-na. Ao longo destas mais de seis décadas de traba-lho, ele se destacou como um dos grandes nomes da medicina não só em Goiás, mas em todo o Brasil, com uma reconhecida atuação nas áreas clínica e de pes-quisa.

Admirador e defensor do cooperativismo de tra-balho médico e cooperado da Unimed Goiânia desde

1998, ele foi um dos fun-dadores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás, da Aca-demia Goiana de Medici-na, da Sociedade Goiana de Gastroenterologia, da So-ciedade Brasileira de Me-dicina Tropical e da Socie-dade Brasileira de História da Medicina.

É autor e coautor de vá-rios artigos e capítulos de livros da área médica pu-blicados no Brasil e no ex-terior. É também autor dos livros “Linguagem Médi-ca”, “Vertentes da Medici-na” e “À sombra do pláta-no”.

Seu último livro, “Seara de Asclépio – Uma Visão Diacrônica da Medicina”, que tem também como organizadores os médicos Gil Perini e Vardeli Alves de Moraes, foi lançado no fi nal de 2013 com o patro-cínio da Unimed do Brasil.

Joffre Marcondes de Rezende por ele mesmo Muito obrigado, professor

Joffre Marcondes de Rezende!

Em entrevista ao jornal “Unimed Cerrado em Foco”, no fi nal de 2013, Joffre Mar-condes de Rezende falou so-bre seu trabalho, o coopera-tivismo, a medicina, a paixão pela literatura e a família. Em um trecho da entrevis-ta, que faz parte do projeto Memória do Cooperativis-mo, lançado pela Unimed Cerrado, Joffre se descreveu. Confi ra:

“É muito difícil defi nir a si próprio. Para ser sintético diria que sou um discípulo de Dom Quixote. A minha vida é uma história de ide-

alismo, de luta permanente em busca de objetivos defi -nidos e na defesa das causas e das ideias que me pare-ceram corretas e justas. Na trajetória da vida todos nós realizamos apenas parte de nossos projetos; muitos ou-tros fi cam pelo caminho, ou porque colocamos muito alto as nossas metas, ou por circunstâncias adversas. Ao fi nal, há sempre um senti-mento misto de satisfação pelo que fi zemos e de frus-tração pelo que deixamos de fazer. O importante é que haja um saldo positivo.”

A morte do médico Joffre Marcondes de Rezende deixou a medicina e o cooperativismo de trabalho mé-dico goianos enlutados.

Perdemos um grande médico, um amigo, um pro-fessor, um cooperado, um incentivador, um verdadeiro mestre que ajudou a construir e a contar a história da medicina em Goiás e no Brasil.

Sua presença, sua alegria e sua dedicação à medicina vão fazer muita falta.

Ficamos com nossa saudade, mas, principalmente, com o seu exemplo de vida e de amor à profi ssão.

Descanse em paz, professor Joffre Marcondes de Re-zende!

Unimed Cerrado

A homenagem da Unimed Cerrado

15.Fevereiro 2015

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Unimed Cerrado – Rua 8-A, 111, Setor Aeroporto, Goiânia-GO, CEP 74075-240

ARTIGO - LENA CASTELLO BRANCO

Primeiros hospitais em Goiás

No início da Idade Mo-derna, foram criadas pela Ir-mandade de Nossa Senhora da Misericórdia as Santas Casas, que logo se multipli-caram em Portugal e domí-nios ultramarinos. Nelas, cui-dava-se prioritariamente da salvação das almas; “curar os doentes” era uma das “obras corporais” que deviam ser praticadas pelos Irmãos da Misericórdia, dentre as quais: remir os cativos, visitar os presos, cobrir os nus, dar de comer aos famintos, dar de beber a quem tem sede, dar pouso aos peregrinos, enter-rar os mortos.

No Brasil, a primeira Santa Casa de Misericórdia (1546) foi erguida em Santos, no litoral paulista; igualmen-te antigas são as da Bahia, Recife, Rio de Janeiro, Vitó-ria, São Paulo e outras mais. A Capitania de Goiás não contou com essa benemérita instituição. Ou melhor, teve--a somente em 1937, quan-do era construída Goiânia, a nova capital do Estado.

Nos tempos iniciais de

Vila Boa de Goiás, a Irman-dade de São Miguel e Almas fazia as vezes das Miseri-córdias: socorria em vida os pobres, os enfermos e os desamparados; após a mor-te, cuidava de enterrá-los decentemente. Assistia tam-bém os condenados pela Jus-tiça; dava-lhes veste apro-priada, providenciava a corda para o enforcamento, promo-via a celebração de missas em sufrágio de suas almas e diligenciava para que fossem sepultados como cristãos.

Nas turbulentas minas dos Goyazes, eram frequen-tes as desordens, os assassi-natos e as lutas entre coloni-zadores e índios. Muito cedo, as autoridades portuguesas cuidaram de manter a ordem, deslocando contingentes mi-litares para a nova fronteira. Em 1736 – antes, portanto, da fundação de Vila Boa – che-gou o primeiro destacamento de Dragões, soldados de ca-valaria que vieram de Minas Gerais; a estes, somaram-se forças auxiliares, com a par-ticipação dos homens váli-dos da Capitania.

O Real Hospital Militar de Vila Boa de Goiás foi criado em meados do século XVIII. Sendo reduzidos os efetivos das tropas regulares, não passava de modestas enfer-marias sediadas no próprio Quartel dos Dragões e Pedes-tres, no Largo do Chafariz, o mais antigo prédio público da capital.

Diversamente das Santas Casas que privilegiavam o exercício da caridade cris-tã, nos hospitais militares visava-se à cura dos oficiais e soldados enfermos. Com efeito: a evolução dos exér-citos em face do emprego de novos armamentos - que exi-giam mais tempo de ades-tramento e melhor nível de preparo - levou à valorização

desses profissionais, passan-do a prevalecer a convicção de que não se deveria deixá--los morrer em consequência de ferimentos ou de doenças, mas tratá-los e curá-los.

O exército português não tinha corpo de saúde. Cirur-giões eram agregados às tro-pas, juntamente com físicos (médicos formados), quando os havia, para servirem nos hospitais e enfermarias mi-litares. Todos os corpos de

tropa dispunham de pelo menos um cirurgião-mor. A maior parte dos que foram destacados para Goiás não eram formados em universi-dades; prevaleciam os licen-ciados, cirurgiões aprovados por Juntas Examinadoras oficiais, com patente mili-tar intermediária entre alfe-res e tenente. O soldo anual de um cirurgião-mor era

de 180$000 - menos de um quinto do que ganhava um capitão da Companhia de Dragões.

Na falta de físicos/médi-cos, o cirurgião-mor podia exercer a medicina junto à população, em geral; com o passar do tempo, foi permiti-do que, havendo disponibili-dade de vagas, pessoas livres, inclusive mulheres e índios, fossem atendidas no Hospital Militar de Vila Boa de Goiás.

A administração desse nosocômio era terceiriza-da mediante “arrematação” (modalidade de licitação). Consultando a documenta-ção pertinente, constata-se a preocupação com a higiene das enfermarias e a alimen-tação dos enfermos, à base de arroz, feijão, toucinho, carne bovina e, em casos especiais, canja de galinha; frutas e verduras não eram indicadas.

Sendo os remédios mani-pulados, segundo fórmulas prescritas pelo físico ou pelo cirurgião-mor, importavam--se os “símplices”, ingre-dientes terapêuticos básicos que vinham de Portugal em caixas de botica. No longo trajeto de Lisboa a Vila Boa, alguns se deterioravam, pelo que se tornavam prejudiciais ou inócuos.

Os hospitais militares fo-ram extintos no Brasil em 1832, sendo substituídos por hospitais regimentais, des-tinados à tropa. Em época aproximada, fora criado em Vila Boa o Hospital de Cari-dade São Pedro de Alcântara, instituído por Carta Régia de 25/01/1825, sob os auspícios do recém-nascido príncipe homônimo, sétimo filho do Imperador Pedro I e da Impe-ratriz, D. Leopoldina. É o mais antigo hospital de Goiás em funcionamento - mas essa é outra história...

* Lena Castello Branco Ferreira de Freitas é doutora em História, professora Titular (aposentada)

da Universidade Federal de Goiás, sócia emérita do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás,

sócia fundadora da Sociedade Brasileira de História da Medicina.

([email protected])Diversamente

das Santas Casas que

privilegiavam o exercício da

caridade cristã, nos hospitais

militares visava-se à

cura dos oficiais e soldados enfermos

Fevereiro 201516.