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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
CONTROLADORIA EM HOTÉIS
Por: Alexandre Braga Said
Orientador
Prof. Sérgio Majerowicz
Niterói
2007
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
CONTROLADORIA EM HOTÉIS
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Auditoria e
Controladoria
Por: . Alexandre Braga Said
3
AGRADECIMENTOS
a todas as pessoas que de alguma
forma me apoiaram e me incentivaram
no decorrer da minha pesquisa
4
DEDICATÓRIA
Dedico este projeto à minha família e a
minha esposa pela paciência e
compreensão ao longo desses anos
5
RESUMO
Este trabalho visa detalhar os procedimentos adotados e desenvolvidos
pelos diversos setores de um hotel, verificando suas rotinas em relação às
normas internas e à legislação em vigor. Como um dos objetivos principais,
tentaremos descrever a importância da controladoria no contexto da
fiscalização aos setores e no assessoramento à gerência e diretoria da
empresa, tarefas que consideramos como suas principais atribuições.
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METODOLOGIA
As técnicas utilizadas para preparação deste trabalho foram baseadas
em estudos de livros, artigos, revistas e pesquisa de campo realizada em
visitas aos hotéis do Rio de Janeiro
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I – Recepção 11
CAPÍTULO II – Restaurante 13
CAPÍTULO III – Contas a Pagar 15
CAPÍTULO IV – Faturamento / Contas a Receber 16
CAPÍTULO V – Controle Financeiro 18
CAPÍTULO VI – Almoxarifado 19
CAPÍTULO VII – Compras 21
CAPÍTULO VIII – Custos 22
CAPÍTULO IX – Contabilidade 23
CONCLUSÃO 25
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 26
ANEXOS 27
ÍNDICE 38
FOLHA DE AVALIAÇÃO 39
8
INTRODUÇÃO
Hotelaria é uma indústria de bens de serviço. Como qualquer indústria,
possui suas características próprias de organização e sua finalidade principal é
o fornecimento de hospedagem, alimentação, segurança, e vários outros
serviços coligados à atividade de bem receber. Surgiu nos idos de 450 a.C.,
quando, no sopé do monte Cronos, em Olímpia, na Grécia, foi construída a
primeira hospedaria com finalidade específica de hospedar os visitantes que ali
compareciam para assistir aos jogos olímpicos. É o primeiro "hotel" de que se
tem notícia.
A denominação de "hotel" é recente, anglicanismo norte-americano,
derivado do francês antigo "hostel", depois "hôtel", significando, no século XVII,
"pousada". Na realidade, os romanos e ingleses foram os "criadores" da
moderna hotelaria, os primeiros, pelas construções de estabelecimentos para
hospedagem às margens das grandes vias que cortavam o império. Os
segundos que, quando dominados pelos romanos, aprenderam sua arte no
ramo e a desenvolveram. Os primeiros hotéis, especialmente em Portugal e na
França, eram designados por "hospitais", definido à época como
"estabelecimentos que servem de refúgio aos viajantes e estrangeiros e
possuem também um pavilhão para uso dos doentes." Foram mandados
construir por entidades religiosas, ao lado de suas igrejas, para receber seus
fiéis. A obrigação imposta pelos bispos de recolher os doentes indigentes de
sua diocese, favoreceu o desenvolvimento da instituição hospitalar, separando-
a dos albergues e asilos.
A etimologia da palavra "Hospedagem" remete ao latim "hospitium", que,
segundo Cícero, nobre historiador romano, significa "hospitalidade (dada ou
recebida); hospedagem". E "Hospitalidade", também, proveniente do latim
"hospitalitas, atis", tem o significado de "hospitalidade, o ato de oferecer bom
tratamento a quem se dá ou recebe hospedagem". Daí, "Hospital", local onde
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se recebe e se dá hospedagem, que, separando-se dos albergues e asilos,
permaneceu como instituição exclusiva para atender aos doentes.
Na Bretanha, com o advento das diligências e depois das estradas de
ferro, o conceito de hospedaria foi modificado, fazendo com que cada terminal
de transporte tivesse sua própria organização básica para hospedagem:
quartos e alimentação. Os terminais portuários também tiveram sua influência
na instalação de hospedarias, especialmente nos Estados Unidos, em cujos
terminais foram construídos os primeiros hotéis do país.
As grandes mudanças ocorreram, em primeiro lugar, pela instalação de
banheiros no interior dos prédios e, bem mais tarde, instalações sanitárias, no
interior dos próprios quartos, que passaram a ser designados por
"apartamentos". Em segundo lugar, a influência da sofisticação dos serviços
nos trens, com cabines confortáveis e bem mobiliadas, o que levou os
hospedeiros a transferir esta nova moda para seus estabelecimentos, a fim de
que seus hóspedes não sentissem a diferença entre o trem e o hotel.
O Brasil do século XVIII, país jovem e ainda sem tradições ou
regionalismos, copiou dos europeus e americanos toda sua estrutura e idéias,
inclusive importando materiais para as primeiras construções de luxo.
Somente após a Segunda Guerra Mundial, com as grandes
transformações tecnológicas e o desenvolvimento industrial crescente, a
hotelaria passou a se aperfeiçoar e criar conceitos próprios, diferenciando as
diversas categorias de estabelecimentos e criando regras e normas que
direcionassem suas atividades.
No início, as administrações eram familiares. O proprietário do
estabelecimento era o único administrador, contando, além de sua família,
apenas com auxiliares para os serviços mais simples. Com o passar dos anos
e as inovações e descobertas de toda ordem que foram modernizando nossas
vidas, chegamos aos dias atuais, em que a concorrência e outras imposições
externas afetaram definitivamente a maneira de conduzir um negócio hoteleiro.
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As especializações de mão-de-obra nos diversos segmentos tornaram-se cada
vez mais necessárias e obrigatórias. As dificuldades comerciais crescentes,
com a expansão do parque hoteleiro e natural aumento da concorrência, fez
com que a administração passasse a ser estritamente profissional e seus
gerentes escolhidos dentre aqueles que mais se destacassem no mercado.
Antes de entrarmos no estudo da controladoria propriamente dita, vamos
navegar pela estrutura hoteleira para podermos entender como deve atuar o
controller e sua equipe nos diversos setores do hotel.
Um hotel de médio a grande porte possui em sua estrutura diversos
setores que exigem controle e fiscalização constantes a fim de que as rotinas
definidas em seu regulamento interno sejam cumpridas corretamente.
Em nosso estudo, vamos analisar os setores de recepção, restaurante,
contas a pagar, faturamento, almoxarifado, financeiro, custos, compras e
contas a receber. Este estudo foi baseado em uma rede hoteleira classificada
como quatro estrelas pelo Ministério do Turismo, situada na zona sul do Rio de
Janeiro. Esta rede possui sistema integrado de informações que interliga todos
os setores acima citados.
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CAPÍTULO I
RECEPÇÃO
É o setor do hotel onde se processam os contatos, quer seja com
clientes, fornecedores ou até com outras empresas. É a principal dinamizadora
do hotel, e o seu funcionamento espelha a imagem deste. Normalmente é da
responsabilidade da recepção a prossecução de reservas, entradas e saídas
de clientes, pagamentos, dar informações a clientes, controle do estado dos
quartos, receber reclamações, entre muitas outras tarefas que resultam do
contato com os diversos agentes relacionados com o hotel.
É na recepção que iniciam praticamente todas operações de uma
unidade hoteleira. Em um hotel com sistema computacional totalmente
integrado, as informações para os outros diversos setores começam a ser
geradas à partir da entrada do hóspede (check-in).
A controladoria tem por objetivo checar se todos os procedimentos
realizados na recepção estão sendo desempenhados de forma correta pelo
que é estabelecido no manual de procedimentos e de acordo com as
legislações em vigor. O início do trabalho da controladoria começa com a
checagem das notas fiscais emitidas pela saída dos hóspedes (check-out).
Para realizar esta conferência, existem diversos relatórios que devem ser
“batidos” entre os sistemas que recebem informações da recepção.
No setor de faturamento deve ser impresso um relatório que conste a
relação de todas as notas fiscais que foram geradas na recepção e confrontado
com outro relatório emitido pela recepção que contenha informações
equivalentes. Este material deve ser checado por um funcionário da
controladoria e quaisquer divergências devem ser relatadas ao controller que
entrará em contato com o gerente ou chefe de recepção.
Exemplos de relatórios para conferência:
– Analítico de notas fiscais
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– Borderô de débitos e créditos
– Saldo dos hóspedes
– Relatório diário de situação
– Sumário de débitos e créditos.
Vale ressaltar que os possíveis erros na emissão das notas fiscais
devem ser sanados o mais breve possível e dentro do mês de competência
para que não haja divergências com a contabilidade do hotel.
Além das notas fiscais, é importante fiscalizar se os recepcionistas estão
conferindo assinaturas de cartões de crédito, exigindo o preenchimento das
FNRH (ficha nacional de registro de hóspedes) por parte dos hóspedes,
fechando o caixa corretamente, ou seja, cumprindo com todas as normas
estabelecidas pela gerência geral.
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CAPÍTULO II
RESTAURANTE
Dependendo da estrutura do hotel, este setor é considerado um dos
mais importantes da unidade hoteleira. É o segundo setor que mais gera
receita para empresa. As principais refeições são servidas no restaurante, tais
como: café da manhã, almoço e jantar.
A controladoria deve possuir funcionários trabalhando neste setor, afim
de fiscalizar se os procedimentos adotados pela empresa estão sendo
cumpridos corretamente. Estes funcionários geralmente exercem a função de
caixa e tem por objetivo controlar as atividades exercidas pelos garçons. O
caixa de restaurante deve verificar se os funcionários do restaurante estão
emitindo comandas para cada solicitação dos clientes. Estas comandas devem
ser colocadas junto dos cupons ficais emitidos por ocasião do fechamento das
mesas (encerramento da conta). Além desse procedimento, é importante
destacar os lançamentos de cartões de crédito que respondem atualmente por
grande parte do faturamento dos restaurantes. É necessário que o caixa tenha
o cuidado de lançar o número completo de cada cartão de crédito ou débito
para que nos relatórios possa haver uma conferência mais precisa por parte
dos funcionários do contas a receber.
Por estarmos tratando de um hotel com sistema integrado, existem
relatórios que proporcionam a conferência de todos os tipos de operações
realizadas (fechamento de caixa, forma de pagamento, etc). Ao final de cada
turno, o caixa emite um relatório do seu PDV (ponto de venda) e encaminha
para o escritório da controladoria, onde será conferido pelo auditor de receitas
ou pelo caixa geral do hotel.
Exemplos de relatórios para conferência:
- Fechamento de Caixas;
- Pagamentos por Notas Fiscais;
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- Relatório Analítico de Caixa;
- Total de Pagamentos por PDV;
- Comandas Lançadas;
- Itens Vendidos por Cupom Fiscal.
Caso sejam detectadas falhas neste setor, as mesmas deverão ser
apresentadas ao controller que tomará as providências cabíveis junto com o
maitre – responsável pelo restaurante.
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CAPÍTULO III
CONTAS A PAGAR
O setor de Contas a Pagar representa um dos eixos mais fortes da
Controladoria dentro de um hotel. É por ele que passam os diversos
pagamentos a fornecedores, prestadores de serviços, funcionários, etc.
É necessário que haja neste setor um controle detalhado dos diversos
documentos que compõe um processo de pagamento.
O Contas a Pagar é responsável pela verificação de todas as ordens de
compras e ordens de serviços que transitem pela administração do hotel. Deve
cumprir minuciosamente as regras estabelecidas pelo manual de
procedimentos internos, afim de adequar a rotina à legislação pertinente.
Até que chegue ao pagamento propriamente dito, um processo de
compras ou de prestação de serviços passa por diferentes pessoas com
responsabilidades das mais variadas possíveis. Um processo de compra, por
exemplo, começa com o comprador, passa pelo controller e gerência geral,
chegando até o diretor ou presidente da empresa, dependendo do montante
envolvido neste processo. O que define quais funcionários ou diretores irão
assinar o processo de compras, é o manual de procedimentos internos da
empresa, que determina por quanto cada um é responsável.
Após colhidas todas as assinaturas e anexados todos os documentos, o
gerente financeiro encaminha o processo de compras para ser finalmente
pago.
O setor de Contas a Pagar assim como todos os outros setores do hotel,
geram lançamentos para a contabilidade. Para conferência destes
lançamentos, seguem abaixo alguns relatórios que devem ser emitidos:
- Lançamentos Contábeis
- Posição por Fornecedores
- Ficha Financeira para Pagamento
- Alteradores Lançados
- Valores Pagos
- Lançamento de Documentos
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CAPÍTULO IV
FATURAMENTO / CONTAS A RECEBER
O Setor de Faturamento é responsável pela checagem das notas fiscais
vindas da recepção e do restaurante e conseqüente emissão de faturas para
envio aos clientes. Além da conferência das notas fiscais, o Faturamento deve
controlar quais empresas podem ser faturadas ou não. A liberação de crédito
passa por um rigoroso processo de investigação das condições financeiras da
empresa interessada em ter suas despesas faturadas. Caso não seja aprovado
o crédito, é exigido um pré pagamento e emitido um recibo, também chamado
de AR (aviso de recebimento). Este crédito é lançado na conta do hóspede e
utilizado à medida que ele permaneça no hotel, consumindo os diversos
serviços e mercadorias.
Este setor é responsável pela manutenção do cadastro de clientes
sempre atualizado, com todas as informações que se fizerem necessárias ao
envio das faturas.
O faturamento está diretamente subordinado ao controller, podendo ou
não, possuir um chefe responsável pela organização de toda a rotina.
Seguem abaixo, exemplos de relatórios utilizados para conferência do
movimento mensal:
- Emissão de faturas
- Faturamento mensal por cliente
- Notas a faturar
- Relação das faturas canceladas
- Relação das faturas emitidas
O setor de Contas a Receber é responsável pela baixa das duplicatas e
cobrança junto aos clientes. Este setor deve atuar junto ao Faturamento no
controle das faturas emitidas. Tem também a incumbência de verificar as notas
fiscais que foram pagas em cartão de crédito, e cuidar da baixa no sistema
integrado dos cartões já recebidos.
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Localizado na matriz da empresa, este setor centraliza os documentos
enviados pelas filiais. Juntamente com o Faturamento, está subordinado ao
Gerente Financeiro.
Exemplos de relatórios para conferência:
- Lançamento de Documentos
- Valores Recebidos
- Posição por Clientes
- Lançamentos Contábeis
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CAPÍTULO V
CONTROLE FINANCEIRO
O setor financeiro é responsável pelo fluxo de caixa, contas correntes,
aplicações financeiras, controle das transferências de dinheiro das unidades,
etc. Neste modelo de estruturação que estamos apresentando, os valores de
maior vulto são enviados para a matriz, ficando nas unidades hoteleiras apenas
valores para pequenos pagamentos e troco em geral. Cada filial possui um
caixa geral e alguns caixas de restaurante que são subordinados à
controladoria mas seguem normas do controle financeiro da matriz. Nesta
centralização, que pode não haver em outras redes de hotéis, existem de dois
a três funcionários que recebem ordens de um gerente financeiro que é o
responsável por toda a movimentação financeira da empresa.
Este gerente está ligado diretamente ao presidente da empresa. As
posições das aplicações financeiras e fluxo de caixa devem ser apresentadas
pelo menos uma vez por semana e colocadas à disposição da diretoria para
apreciação e devidas tomadas de decisões com relação a qual será a melhor
maneira de investir o dinheiro que está excedente no caixa e bancos da
empresa.
O controle financeiro deve fazer diariamente a conciliação bancária e
gerar os lançamentos para a contabilidade. O mais indicado para facilitar essa
conciliação é que existam diversas contas correntes. Uma conta para controlar
os pagamentos, outra para os recebimentos de faturas, outra para
recebimentos de cartões de créditos, etc.
Eis abaixo alguns exemplos de relatórios necessários para controle e
conferência do movimento financeiro da empresa:
- Extrato de Contas
- Fluxo de Caixa Realizado Analítico
- Movimentação Diária
- Contabilização Diária
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CAPÍTULO VI
ALMOXARIFADO
É a base do hotel. No almoxarifado encontram-se todos os materiais
necessários ao funcionamento da unidade hoteleira, seja nas operações de
venda, serviços ou manutenção da atividade. Todos os setores estão
diretamente ligados ao almoxarifado. Periodicamente, cada setor preenche
suas requisições e envia eletronicamente para o almoxarife, que é quem
controla toda a movimentação de entrada e saída de tudo que circula pelo
almoxarifado.
O almoxarife deve ser uma pessoa de confiança do controller e não deve
possuir vínculos pessoais com funcionários de outros setores. Em alguns
casos, dependendo do tamanho do almoxarifado e do fluxo de trabalho, pode
ser necessário a contratação de outro funcionário para dar suporte ao
almoxarife nas tarefas auxiliares, como recebimento de mercadorias,
arrumação do local, conferência de notas fiscais, etc. O almoxarife deve se
concentrar no controle do estoque e no levantamento do inventário mensal.
A rotina do almoxarifado consiste basicamente no recebimento e
conferência das mercadorias entregues pelos fornecedores e no provimento
aos diversos setores do hotel das respectivas mercadorias necessárias ao seu
funcionamento. Lembrando que os setores que lidam com hóspedes,
restaurante e recepção, necessitam de atenção e prestatividade maiores que
os setores administrativos.
O controle do estoque é de fundamental importância para o hotel. Para
isso o sistema integrado, módulo almoxarifado, possui uma interessante
ferramenta que avisa ao almoxarife quando uma determinada mercadoria está
chegando ao seu ponto de reposição. Este ponto deve ser previamente
estipulado pelo almoxarife em conjunto com o controller.
Assim que for alertado pelo sistema, o almoxarife comunicará ao
comprador do hotel que tomará as medidas competentes, como veremos mais
a frente no módulo Compras.
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Outra rotina desempenhada pelo almoxarife, é a contagem física – inventário -
de todas os produtos que estejam no almoxarifado. O inventário deve ser feito
em conjunto com o responsável pela área de custos do hotel, para que não
haja dúvidas com relação às informações apuradas. A maneira mais correta de
se apurar o estoque da empresa é emitir o relatório Inventário Físico e verificar
se as mesmas mercadorias que constam neste relatório estão fisicamente no
almoxarifado, ou vice versa.
Quaisquer divergências, devem ser comunicadas ao controller que
tomará as decisões pertinentes.
Dentre os diversos relatórios, citamos alguns que são de fundamental
importância:
- Extrato de Movimentação dos Itens
- Requisições Lançadas
- Recebimento de Mercadorias
- Custos Contábeis
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CAPÍTULO VII
COMPRAS
Este setor está diretamente ligado ao almoxarifado. A parceria entre
estes dois setores é de fundamental importância para o bom andamento das
atividades hoteleiras.
Ligado diretamente ao controller e ao gerente geral, Compras tem por
objetivo principal obter os melhores produtos pelo menor preço e com as
melhores condições de pagamento.
Também recebe solicitações dos diversos setores do hotel, inclusive do
almoxarifado, através de requisições assinadas pelos chefes destes setores e
avalizadas pelo controller. É o início do processo. Recebidas estas requisições,
o comprador começa a cotação dos produtos. É recomendado cotar com pelo
menos três fornecedores e variar de tempos em tempos para que não pareça
estar beneficiando um ou outro fornecedor. Esta prática também evita que o
fornecedor fique “viciado” e mantenha sempre os mesmos preços achando que
venderá de qualquer forma.
O comprador precisa ser um profissional organizado e possuir boa
fluência verbal para negociar sempre as melhores condições. É recomendado
que sejam feitas visitas técnicas às empresas, afim de observar as condições
de higiene dos locais em que são armazenados ou fabricados os produtos
consumidos no hotel.
Relatórios essenciais no setor de Compras:
- Ordem de Compras
- Cotação por Fornecedor
- Folha Coleta de Preços
- Últimas Cotações dos Produtos
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CAPÍTULO VIII
CUSTOS
Em alguns hotéis, pode estar incorporado à contabilidade. Em nosso
estudo, vamos considerar como um setor autônomo ligado diretamente ao
controller. Um dos objetivos principais da controladoria é o controle dos custos
da unidade hoteleira, o que faz deste setor um dos mais importantes e que
merece atenção especial por parte do controller.
Existem diversos custos que devem ser controlados no hotel, tais como:
custo de buffet, custo de bebidas, custo de café da manhã, custo do PAT
(programa de alimentação do trabalhador), custos de materiais de escritório,
etc. Alguns custos variam em função da receita e são muito importantes na
avaliação do desempenho da administração hoteleira.
É recomendável que os custos de alimentos e bebidas sejam apurados
semanalmente ou quinzenalmente, afim de haver um controle mais rigoroso,
pois estes custos estão diretamente ligados a outros setores como restaurante,
cozinha, room service e precisam de uma fiscalização mais atuante.
O profissional de custos necessita de conhecimentos de contabilidade
para realizar a apuração dos custos acima, além de desempenhar outras
diversas funções dentro do hotel. O assistente de custos é responsável por
fazer as contagens dos diversos materiais existentes no hotel, tais como
louças, inoxidáveis, copos, roupa de cama, mesa e banho, bebidas, e todas as
mercadorias do almoxarifado. Esses levantamentos devem ser feitos pelo
menos uma vez por mês. O inventário do almoxarifado, obrigatoriamente no
final de cada mês, que tem por objetivos o controle e a apuração dos custos
das mercadorias. Deve trabalhar em conjunto com a contabilidade, setor que
veremos a seguir.
Relatórios importantes:
- Custo por Centro de Custo
- Custos Contábeis
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CAPÍTULO IX
CONTABILIDADE
Setor decisivo na avaliação do negócio hoteleiro. Uma boa estrutura
contábil e de custos fornecerá essa visão clara, permitindo ao empreendedor
um raios-X permanente do seu negócio. Para isso a contabilidade deverá cobrir
todas os serviços desenvolvidos no hotel. Se esses serviços são geradores de
receitas, também geram custos para a sua manutenção. Até que ponto é
interessante manter esses serviços? Sabendo-se que esses serviços podem
ser um atrativo para manter nossos hóspedes, será vantajoso suportar esses
custos, mesmo que não produzam grandes receitas? A receita da hospedagem
pode justificar a existência desses serviços? Haverá necessidade de um
adequado sistema de custos/contábil que permita analisar e responder essas
perguntas.
A contabilidade em um hotel se confunde com o próprio conceito de
controladoria, tornando-se assim o setor que mais fornece informações e
auxilia o controller nas tomadas de decisões. O contador é considerado o
eventual sucessor do controller em caso de alguma mudança no quadro de
funcionários ou ausência do controller por quaisquer motivos. O movimento
contábil do hotel em estudo é fechado mensalmente, pois deste fechamento
acontecerá a apuração do Lucro Real mensal e demais informativos entregues
à Receita Federal, além de proporcionar aos administradores um
acompanhamento mais estreito do que está acontecendo nos setores do hotel.
Todos os principais setores do hotel, como já vimos no decorrer do
nosso estudo, geram lançamentos para a contabilidade e cabe a ela o
monitoramento e fiscalização de todos os procedimentos executados nestes
setores com relação à legislação e normas em vigor. A contabilidade é
responsável pela apuração e recolhimento de todos os impostos devidos.
Neste caso, por estarmos estudando um hotel que também possui restaurante,
estamos falando de ISS, ICMS, PIS, COFINS, Imposto de Renda e
Contribuição Social. Os impostos municipais e estaduais (ISS e ICMS) são
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recolhidos por cada unidade da rede hoteleira, e os federais (PIS, COFINS,
IRPJ e CSLL) são repassados para a matriz da empresa, onde são
consolidados e recolhidos no prazo devido.
Por possuir relevante importância na estrutura da controladoria, é
recomendado que cada unidade hoteleira possua um contador, que será
responsável pelos setores contábil e fiscal, além de assessorar ao controller e
ao gerente geral com informações necessárias a elaboração dos relatórios
gerenciais. Todos os relatórios gerados e analisados pela gerência e diretoria
são oriundos da contabilidade. Para que não haja manipulação de dados, estes
relatórios são gerados por outro módulo do sistema que está diretamente
ligado à contabilidade e apresenta de uma forma gerencial previamente
formatada, os resultados obtidos na Demonstração de Resultado e no Balanço
Patrimonial.
Relatórios mais utilizados:
- Razão
- Diário
- Balancete
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CONCLUSÃO
O setor hoteleiro é de fundamental importância para a expansão da
indústria do turismo e da hospitalidade. Como negócio, os hotéis apresentam
características incomuns, devido à natureza de suas atividades, envolvendo
propriedade e gestão. Essas características propiciam algumas implicações
interessantes para o desenvolvimento das estratégias de gestão. Além do
mais, o segmento hoteleiro requer níveis elevados de investimento de capital,
pois predominam os ativos de longo prazo. Isso significa que os investimentos
devem ser planejados durante um relevante período de tempo. Nesse sentido,
a controladoria assessora a administração, fornecendo medidas das
alternativas econômicas, possibilitando a integração e a comunicação das
informações para facilitar o processo decisório.
Em relação ao controller, pesquisas demonstram que a maioria tem
formação em contabilidade e conhecimento do setor de hospitalidade. A ênfase
na lucratividade dos hotéis tem resultado na expansão das funções do
controller. As principais responsabilidades do controller giram em torno das
áreas de planejamento, gestão contábil, sistemas, finanças e operações. A
controladoria tem papel fundamental na consecução dos objetivos e na
continuidade das operações, pois negócios como os hotéis são relativamente
dependentes da receita e, normalmente, precisam manter altos níveis de
vendas para sobreviver e gerar o retorno adequado. Adicionalmente, eles
experimentam variações desproporcionais dos lucros durante períodos de
flutuação sazonal da demanda.
Ao longo deste estudo, procuramos descrever as atividades de um hotel
de médio a grande porte, com uma estrutura integrada de todos os setores,
girando em torno da controladoria. As atividades descritas foram observadas e
executadas no dia a dia e colocadas no papel depois de muita reflexão.
26
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA MEDLIK, S., INGRAM, H. Introdução à Hotelaria: Gerenciamento e Serviços.
Rio de Janeiro: Campus, 2002, 4a.ed.
www.cfc.org.br
http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal
Trabalho de campo na Rede de Hotéis Luxor, situada na zona sul do Rio de
Janeiro
CICERO. Le pistole di Cicerone ad attico. Veneza, Itália: Aldus, 1557. 339 p.
Id. Tullius de officiis cum commentariis cum commentariis Petri Marsi
Impressum. Venetiis, Itália: Benetum locatellu, 1994.
27
ANEXOS
Seguem em anexo, alguns relatórios citados ao longo do nosso estudo,
conforme relação abaixo:
Recepção:
Relatório diário de situação Sumário de débitos e créditos
Restaurante:
Fechamento de Caixas Relatório Analítico de Caixa
Contas a Pagar:
Ficha Financeira para Pagamento Valores Pagos
Faturamento / Contas a Receber:
Relação das faturas canceladas Relação das faturas emitidas
Controle Financeiro: Movimentação Diária
Contabilização Diária
Almoxarifado:
Requisições Lançadas Recebimento de Mercadorias
Compras:
Ordem de Compras Últimas Cotações dos Produtos
Contabilidade: Razão Diário
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30
31
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33
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ANEXO QUATRO EVENTOS CULTURAIS
38
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I – Recepção 11
CAPÍTULO II – Restaurante 13
CAPÍTULO III – Contas a Pagar 15
CAPÍTULO IV – Faturamento / Contas a Receber 16
CAPÍTULO V – Controle Financeiro 18
CAPÍTULO VI – Almoxarifado 19
CAPÍTULO VII – Compras 21
CAPÍTULO VIII – Custos 22
CAPÍTULO IX – Contabilidade 23
CONCLUSÃO 25
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 26
ANEXOS 27
ÍNDICE 38
FOLHA DE AVALIAÇÃO 39
39
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes
Título da Monografia: Controladoria em Hotéis
Autor: Alexandre Braga Said
Data da entrega: 28/07/2007
Avaliado por: Conceito: