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<> <> <> <> UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE <> <> <> <> <> MARKETING ESPORTIVO <> <> <> Por: Viviane Mello Pimentel <> <> <> Orientador Prof. André Gustavo G. Cunha Rio de Janeiro 2005

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

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MARKETING ESPORTIVO

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Por: Viviane Mello Pimentel

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Orientador

Prof. André Gustavo G. Cunha

Rio de Janeiro

2005

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE pro<>

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MARKETING ESPORTIVO

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Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como condição prévia para a

conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu”

em Marketing. São os objetivos da monografia

perante o curso e não os objetivos do aluno

Por: . Viviane Mello Pimentel

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AGRADECIMENTOS

.Ao corpo docente do

Projeto “A Vez do Mestre” e as

pessoas que contribuíram para a

confecção desse trabalho

acadêmico.

DEDICATÓRIA

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Dedico a minha mãe por

ter me dado essa grande

oportunidade de construir minha

trajetória e de acreditar em meu

potencial.

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RESUMO

O presente Trabalho visa estabelecer a importância do marketing no

esporte através da sua iniciativa, para proporcionar uma maior divulgação e

evolução de várias modalidades existente em todo o mundo, tornando possível

uma massificação do esporte.

O trabalho está dividido em 13 capítulos. No capítulo primeiro

falaremos sobre as 4 fases do marketing moderno no Brasil, onde abordaremos

tópicos importantes como orientação para as vendas, onde o marketing se

consolida, o marketing em clima de “Brasil Grande” e à volta a realidade.

Depois falaremos sobre a diferença do marketing x marketing esportivo.

No capítulo terceiro, administração de marketing onde abordaremos:

conceitos, organização, política, financiamento, os riscos e as vantagens do

marketing esportivo. Depois em seguida, mostraremos externos que favorecem

o uso dos esportes, como fatores sociais e governamentais, desenvolvimento e

mídia. No próximo capítulo a importância do patrocínio e seus objetivos. No

capítulo sexto, falaremos sobre a ética do marketing no esporte, e dos seus

benefícios para os patrocinadores como os eventos de divulgação da marca,

propaganda, relações públicas, promoções e importância da tv.

No capítulo oito, falaremos sobre os cases de sucesso (lei Zico, lei Pelé

e Parmalat) e também mostraremos o passo-a-passo da proposta de

patrocínio, como escolher o evento certo e como vender. No décimo capítulo

abordaremos mostraremos a importância de novas pesquisas através de

internet e outras mídias interativas, em seguida os maiores eventos esportivos

como copa do mundo, jogos olímpicos entre outros. Depois abordaremos a

mensuração de resultados, e finalmente no último capítulo as propostas para o

desenvolvimento do esporte no Brasil.

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SUMÁRIO

PÁG.

INTRODUÇÃO..................................................................................................... 08

Cap. I – AS 4 FASES DO MARKETING MODERNO NO BRASIL.............. 11

1.1 ORIENTAÇÃO PARA AS VENDAS..................................................................... 11

1.2 O MARKETING SE CONSOLIDA ........................................................................ 11

1.3 O MARKETING EM CLIMA DE “BRASIL GRANDE” ...................................... 12

1.4 VOLTA À REALIDADE ........................................................................................ 12

Cap. II – MARKETING X MARKETING ESPORTIVO................................ 13

Cap. III –ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING............................................ 16

3.1 CONCEITOS DE MARKETING ESPORTIVO..................................................... 16

3.2 A ORGANIZAÇÃO NO MARKETING ESPORTIVO.......................................... 17

3.3 A POLÍTICA DO MARKETING ESPORTIVO..................................................... 18

3.4 O FINANCIAMENTO DO MARKETING ESPORTIVO...................................... 19

3.5 OS RISCOS DO MARKETING ESPORTIVO....................................................... 19

3.6 VANTAGENS DO MARKETING ESPORTIVO .................................................. 22

Cap. IV – FATORES EXTERNOS QUE FAVORECEM O USO DOS

ESPORTES............................................................................................................ 25

4.1 FATORES SOCIAIS E GOVERNAMENTAIS ..................................................... 25

4.2 DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA ESPORTIVA...................................... 26

4.3 TENDÊNCIAS DE MÍDIA ..................................................................................... 26

Cap. V - PATROCÍNIO NO MARKETING ESPORTIVO ............................. 28

5.1 OS OBJETIVOS DO PATROCÍNIO ESPORTIVO ............................................... 29

Cap. VI – A ÉTICA DO MARKETING ESPORTIVO .................................... 31

Cap. VII – OS BENEFÍCIOS DO MARKETING ESPORTIVO

PARA OS PATROCINADORES ........................................................................ 32

7.1 OS MAIORES EVENTOS PARA DIVULGAÇÃO DA MARCA......................... 32

7.2 PROPAGANDA ...................................................................................................... 33

7.3 RELAÇÕES PÚBLICAS......................................................................................... 34

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7.4 PROMOÇÃO DE VENDAS ................................................................................... 34

7.5 A IMPORTÂNCIA DA TV..................................................................................... 35

Cap. VIII – CASES DE SUCESSO NO MARKETING ESPORTIVO............ 37

8.1 O AUMENTO DAS OPÇÕES PARA O PATROCINADOR................................. 37

8.2 LEI ZICO ................................................................................................................. 38

8.3 LEI PELÉ................................................................................................................. 39

8.4 CASE PARMALAT................................................................................................. 40

Cap. IX – O PASSO-A-PASSO DA PROPOSTA DE PATROCÍNIO ............ 41

9.1 COMO ESCOLHER O EVENTO CERTO ............................................................. 41

9.2 COMO VENDER SEU EVENTO........................................................................... 42

Cap. X – A IMPORTÂNCIA DE NOVAS PESQUISAS .................................. 44

10.1 INTERNET E OUTRAS MÍDIAS INTERATIVAS .............................................. 44

Cap. XI – MAIORES EVENTOS........................................................................ 46

11.1 COPA DO MUNDO DE 1994 (NOS ESTADOS UNIDOS) .................................. 46

11.2 COPA DE 98: BRASIL DÁ MAIS RETORNO DE IMAGEM.............................. 47

11.3 JOGOS OLÍMPICOS DE INVERNO 1994 ............................................................ 48

11.4 JOGOS OLÍMPICOS DE VERÃO 1996 ................................................................ 48

Cap. XII – MENSURAÇÃO DE RESULTADOS.............................................. 51

Cap. XIII – PROPOSTAS PARA O DESENVOLVIMENTO DO

ESPORTE NO BRASIL....................................................................................... 53

Cap. XIV - CONCLUSÃO ................................................................................... 56

Cap. XV - REFERÊNCIAS.................................................................................. 58

Cap. XVI - FOLHA DE AVALIAÇÃO .............................................................. 59

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INTRODUÇÃO

A história do marketing moderno no Brasil começou nos anos 50,

quando teve início a fase de industrialização acelerada da economia brasileira.

Esta época reflete o Brasil daquele tempo, um país totalmente desenvolvido,

com estrutura predominante agrária e classe média urbana incipiente. Foi uma

fase em que o marketing era primitivo, se comparando lógico aos dias de hoje.

Estavam escassos quase todos os produtos de consumos corrente, de

tal forma que não era realmente necessário competirem pela preferência do

consumidor. As grandes empresas de origem estrangeira traziam para cá as

mesmas marcas que já se comercializavam produzir artigos padronizados, de

qualidade apenas razoável. A ênfase estava nas vendas, mas as empresas

líderes já utilizavam as armas típicas do marketing com as pesquisas, a

propaganda e a promoção de vendas. Quanto a esta última, o trabalho era

bastante dificultado por não existirem ainda supermercados.

Foi também em meados de 1953 que o marketing passou a ser

ensinado oficialmente em nossas universidades. Os anos 50 findaram no clima

de euforia e progresso do governo de Juscelino Kubitschek, mas para o Brasil,

e para o marketing, a década seguinte começou com maus presságios.

Em meados dos anos 60 que o sistema de distribuição, através das

grandes atacadistas, começou a perder o fôlego, sendo as vendas feitas, cada

vez mais, pelas próprias empresas vendedoras. Isso obrigou a esta última a

rever os sistemas de apoio logístico, com a descentralização dos enfoques e,

muitas vezes, até mesmo da produção. A propaganda passou por um período

de grande crescimento e profissionalização. Multiplicacaram-se as agências de

propriedade nacional e começaram a despontar aquelas, entre os nacionais,

que se destacariam na década seguinte. Aos poucos, o eixo da nossa

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propaganda transferia-se do Rio de Janeiro para São Paulo, refletindo os

assombrosos crescimentos econômicos, sociais e culturais desta cidade.

A nível macroeconômico, na década de 70, o Brasil consolidou a sua estrutura industrial moderna. Iniciaram-se grandes projetos petroquímicos, hidrelétrica, siderurgia, fertilizante, energia nuclear, etc) com a participação estatal e financiada por empréstimos externos. Com a primeira crise do petróleo (em 1973), o resto do mundo encolheu-se, mas o Brasil continuou crescendo a uma taxa média próxima dos 10% ao ano, porem foi um crescimento perigoso, que provocou o monstruoso endividamento (externo e interno), que hoje amarra as mãos do governo. (CONTURSI, 2000, p. 32).

O marketing dos anos 80 é conhecido com marketing “marketing das

ilusões perdidas”, esta época o esvaziamento da nossa economia provocada

pela interrupção dos investimentos estrangeiros e pela necessidade de

pagarmos a dívida externa. Com isso tudo e mais os problemas políticos da

Nova República, o país perdeu completamente o rumo. A inflação fugiu ao

controle, os déficits públicos aumentaram e os investimentos (públicos e

privados) praticamente cessaram.

Em outros setores do mercado, os níveis de consumo eram os mesmos

de dez anos atrás, a estagnação em que vivíamos tanto poderia durar dois

anos como dez, uma parte do nosso problema reside na obstinação com que

os brasileiros procuram encontrar soluções originais para sair da crise, como se

nos fossemos os inventores das crises(CONTURSI, 2000).

No campo do marketing, as conseqüências só poderiam ser negativas.

Caiu o ritmo de introdução de novos produtos e reduziu-se também o apoio

publicitário e promocional a marcas já estabelecidas no mercado. Premiados

pela queda de seus poderes aquisitivos muitos consumidores já não estão

dispostos a pagar um baixo preço para comprar as marcas tradicionais, dando

preferências às secundárias, em geral mais baratas (CONTURSI, 2000).

Finalmente, o uso da informática tornou mais rápido e preciso o

controle das operações de marketing, resultados em estratégias de ação, mais

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ágeis e circunscritas, em outras palavras, tornou-se mais fácil à utilização de

campanhas estratégicas de âmbito limitado para enfrentar problemas ou

situações localizadas. Esta maior flexibilidade ficou essencial no marketing de

hoje, porque ao contrário do que muitos imaginam, o mercado brasileiro esta se

tornando cada vez mais diferenciado (CONTURSI, 2000).

Os contrastes regionais e setoriais estão aumentando, enquanto nos percebemos na ilusão de que “As novelas da Globo acabaram com estas diferenças”. As novelas estão universalizando os modismos superficiais, mas não os valores e a maneira de pensar (e de viver) das pessoas. (CONTURSI, 2000, p. 34).

Este assunto nos parece muito importante para uma compreensão

mais exata das características futuras de nosso mercado.

Num futuro não muito longínquo, com a integração do Brasil em blocos

comercias de âmbito comercial, teremos também aqui a dualidade entre a

aldeia e o mundo, sem passar pelo capital, de que falava. (CONTURSI, 2000).

CAPÍTULO I

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AS 4 FASES DO MARKETING MODERNO NO BRASIL

Podemos citar nestas quatro fases, a orientação para as vendas,

quando o marketing se consolida no mercado, o marketing em clima de “Brasil

Grande” e um dos principais à volta a realidade. Explicaremos de forma mais

detalhada cada item a seguir.

1.1 ORIENTAÇÃO PARA AS VENDAS

Na década de 50 algumas empresas, principalmente multinacionais,

começam a utilizar serviços de marketing, como a propaganda, a promoção de

vendas, o merchandising e as pesquisas de mercado. O principal enfoque

ainda esta nas vendas. Compete à área comercial da empresa vender aquilo

que ela produz, sem levar em contas os anseios e expectativas do mercado,

aliais, ainda incipiente e caracterizado por um baixo nível de oferta de muitos

produtos de consumo. (CONTURSI, 2000).

1.2 O MARKETING SE CONSOLIDA

Na década de 60 começa a ser entendido o conceito de marketing

integrado. Novamente, através das grandes empresas multinacionais que tem

no mercado (como a NESTLÉ, GESSI – LEVER, GILLETE, ANAKOL,

COLGATE, PALMOLIVE, etc) a área comercial passa a ser organizada em

função do marketing e não das vendas. Ganha a força à função do

planejamento de produtos, resultado no surgimento dos primeiros gerentes de

produto. Mas o mercado interno ainda se caracteriza pela escassez de muitos

bens de consumo. Nesse período, ganhou relevância o papel pioneiro exercida

por várias agências de propaganda, que assimilaram os conceitos do marketing

integrado antes de muito dos seus clientes. Pode-se dizer que toda uma

geração de anunciantes aprendeu a fazer o marketing graças à orientação

recebida de suas agências (CONTURSI, 2000).

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1.3 O MARKETING EM CLIMA DE “BRASIL GRANDE”

No clima de euforia criado chamado “Milagre brasileiro”, o nosso

marketing avançou rapidamente na década de 70. Os mercados consumidores

expandiram-se também muitas industriais de bem duráveis como as de

automóveis e de produtos e equipamentos industriais. Esta foi uma fase de

rápido progresso qualitativo do pessoal de marketing das grandes empresas. O

crescimento constante da demanda, não havia problemas autênticos de

competição. Houve muito desperdício nas verbas de marketing, inclusive

naquelas destinadas à propaganda.

Dos lados das empresas, as funções do marketing passaram a ser

ocupada por uma nova geração de jovens mais bem preparados, muitos com

formação no exterior. Foi também importante a contribuição trazida por

executivos estrangeiros de alto nível profissional. (CONTURSI, 2000).

1.4 VOLTA À REALIDADE

Para o Brasil e para o nosso marketing, as décadas de 80 foram

conhecidas como das ilusões perdidas. O país deixou de brincar de rico e

acordou para a realidade de seu desenvolvimento. O mercado consumidor

encolheu-se. As grandes empresas interromperam seus programas de

investimento e o marketing perdeu importância relativa no contexto da

empresa. Vários fatores (controle de preços, protecionismos contra as

importações, retração do mercado, etc) tiraram das empresas as necessidades

de competir, enquanto o setor financeiro ganhava importância, como fator de

sobrevivência do negócio. Os preços caíram drasticamente o índice de

lançamento de novos produtos e reduziram-se as diversas marcas, forçando a

concorrência na base do preço. (CONTURSI, 2000).

CAPÍTULO II

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MARKETING X MARKETING ESPORTIVO

O Marketing Esportivo compreende ações voltadas para a prática e a

divulgação de modalidades esportivas, clubes ou associações, seja pela

promoção de eventos ou torneios, seja pelo apoio/patrocínio a clubes

esportivos. Inclui, também, o trabalho de comunicação/marketing realizado por

academias, centros de práticas esportivas, etc.

Empresas e marcas líderes costumam privilegiar esta área,

aproveitando-se da boa imagem de clubes e esportistas junto à opinião pública,

como a Diadora, patrocinadora de Gustavo Kuerten - o Guga e, durante muitos

anos, a Parmalat com o Palmeiras (entre outros times de futebol). O Marketing

Esportivo está extremamente profissionalizado em determinados países (vide

Estados Unidos, em praticamente todas as modalidades esportivas, mas

especialmente no basquete, futebol americano, beisebol e hóquei, para só citar

os casos das bilionárias ligas nacionais; e o futebol europeu - mais

especificamente o inglês, o espanhol, o português e o italiano).

No Brasil, ele ainda é incipiente por várias razões, a mais importante

delas é a visão amadorística dos nossos empresários do esporte que dele se

aproximam para obter vantagens. As recentes CPIs instaladas no Brasil, para

avaliar escândalos envolvendo clubes, federações, empresas de marketing

esportivo e até atletas e treinadores, confirmam a tese de que ainda

engatinhamos na área do negócio do esporte. A falta de ética e a corrupção

aberta comprometem quaisquer iniciativas sérias de marketing esportivo.

Devemos, no entanto, apesar desse panorama sombrio no Brasil, destacar

iniciativas importantes de muitas empresas nesta área, como a Gessy Lever, a

Pirelli, a Petrobrás, o Banco do Brasil e as cooperativas da Unimed, que têm

apoiado várias modalidades esportivas, em muito nos estado brasileiro. A

Fundação Getúlio Vargas e a FEA/USP recentemente passaram a trabalhar

com mais atenção esta área de Administração do Esporte e Marketing

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Esportivo e já há especialistas nesse campo. A FGV divulgou em 2.001 um

amplo estudo sobre o futebol no Brasil, destacando a necessidade de

transparência, de planejamento e de profissionalização.

Com certeza, esta área deverá evoluir nos próximos anos, em

nosso país, menos em função da cultura dos empresários do esporte (os

chamados cartolas) e mais pela importância que o lazer desempenha na

sociedade da informação. Tenderemos, inevitalmente, a seguir, com as

limitações óbvias da realidade econômica e social brasileira, os exemplos de

outros países, onde o esporte é encarado com seriedade e movimenta bilhões

de dólares. Por enquanto, a nossa situação continua preocupante: pouco

incentivo à prática do esporte, apesar de uma população superior a 170

milhões, desempenho pífio nas competições internacionais (sobretudo, nas

Olimpíadas), cartolas ricos e clubes e atletas pobres. O Marketing Esportivo

profissional e um banho de ética nos dirigentes esportivos poderão mudar,

radicalmente, este cenário. Estamos torcendo (de numerada!) para que isso

aconteça rapidamente.

Está muito mais que claro que hoje em dia, os profissionais que atuam

na área de marketing precisem de um sistema racional e coerente o qual possa

combinar os consumidores do esporte com os produtos esportivos.

O marketing é um sistema de atividades técnicas inter-relacionadas,

organizadas para criar e desenvolver, atribuir preços, comunicar, promover,

distribuir e vender produtos destinados a satisfazer as necessidades dos

diversos consumidores.

O marketing é conseguir produzir produto certo, para as pessoas certas,

no lugar certo, na hora certa, com preço e com comunicação certa. (KOTHER,

1996).

O marketing é a atividade humana dirigida à satisfação de necessidades e

desejos de processos de troca. (COBRA, 1995).

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Marketing é bom senso. (CONTURSI, 2000).

Marketing é conquistar e manter clientes.

Essas são algumas definições dos mais do marketing. Se retirarmos da

definição de marketing esportivo, a palavra esporte, o conceito vai ficar idêntico

às definições clássicas de marketing.

Manter o cliente é o grande desafio do marketing, manter uma demanda mínima para o seu produto, manter um número de associados suficientes para a manutenção do seu clube ou alunos bastantes para a sua academia, enfim, fazer com que o consumidor fiel ao seu produto, e isso só se consegue com um produto de qualidade aliado a uma estratégia de marketing que mantêm comunicação constante com o target. (CONTURSI, 2000, p. 39).

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CAPÍTULO III

ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING

Na administração de marketing são abordados os principais temas

como conceitos, organizações, política, financiamento, riscos e as vantagens

do marketing esportivo.

3.1 CONCEITOS DE MARKETING ESPORTIVO

O termo marketing esportivo é usado para descrever o marketing da

imagem corporativa ou mensagem de um produto específico através do

esporte. É o meio pelo qual as pessoas ligadas direta ou indiretamente ao

esporte possam negociar exposição das marcas, promover e patrocinar

eventos, comprar material esportivo, etc. Consiste em todas as atividades

designadas em atender as necessidades e desejos dos consumidores de

qualquer modalidade esportiva através de um processo intercâmbio.

O marketing esportivo pode ser utilizado tanto para descrever as

atividades de “marketing através do esporte” (onde há esforços por parte das

empresas em utilizar o esporte como meio de comunicação e exposição do

produto ou marca para seus consumidores. Ex: cigarros, automóveis,

vitaminas, camisas, bonés, entre muitos outros) como do “marketing dos

esportes” (onde há esforços por parte de dirigentes de clubes, ligas,

associações esportivas ou do próprio atleta em atender as necessidades e

desejos dos seus consumidores. Ex: clubes, academias, corridas, futebol, tênis,

entre muitos outros). Este consumidor abrange vários tipos de envolvimento

com o esporte como jogar, assistir, ouvir, ler, colecionar e comprar.

“Marketing esportivo é a utilização das técnicas do marketing na

industrialização e comercialização de produtos, eventos e serviços inerentes a

indústria do esporte”. (COCCO, 1999, p. 41).

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O marketing esportivo é nada menos do que uma espécie de marketing

promocional, realizado por meio da associação de imagem do atleta, clube ou

time a uma determinada marca. Seus objetivos nada mais são do que

aumentar o reconhecimento do público, criar e/ou fortificar um elo entre a

empresa e o consumidor, garantir a maior exposição do produto e,

principalmente, conferir credibilidade à marca. O marketing esportivo também

cuida da utilização comercial, licenciamento de marcas e imagem dos grandes

atletas. Esse tipo de associação é uma forte estratégia de valorização,

divulgação e até mesmo rejuvenescimento de uma marca. Valores atribuídos

ao esporte, como saúde, conquistas e participação social além dos fatores

pessoais dos atletas, estão diretamente relacionadas ao sucesso da empresa

no mercado. No final os resultados são gratificantes: uma imagem forte e

consistente perante a sociedade e um retorno garantido sobre as vendas do

produto veiculado.

A tarefa de administrar, envolver os clássicos conceitos de Henry

Fayol, prever, organizar, comandar, controlar e coordenar. No caso do

marketing, poderíamos acrescentar a essas cinco atividades básicas de Fayol

mais a de planejar, que ele inclui junto com a previsão, porque depois de

prever, o profissional de marketing precisa planejar a ação a se desenvolvida.

Prever – a palavra significa “perscrutar o futuro”, atender os acontecimento para antecipar-se a eles. Planejar – planejar é fazer plano para enfrentar as situações levantadas pela previsão. E a capacidade de tomar decisões acertadas. É a escolha dos meios para atingir os objetivos de marketing da empresa e saber avaliar a importância de cada um deles. (CONTURSI, 2000, p. 45).

3.2 A ORGANIZAÇÃO NO MARKETING ESPORTIVO

A organização consiste em prover os meios materiais e humanos

necessários ao desempenho da tarefa global de marketing e dispõe-los

funcionalmente. O trabalho inicial de organizar o marketing consiste em dividir

as tarefas de planejamento, execução e controle.

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Na parte do planejamento deve ser incluído o setor de pesquisas e

planejamento, do produto. Na parte de execução, inclui-se a compra, a venda,

os serviços, a propaganda, a promoção de vendas e as relações públicas.

Comandar – é fazer funcionar a máquina organizada de modo que cada um realize sua tarefa de acordo com o estabelecido. No caso especial marketing, é preciso que o comando motive os diversos funcionários a fazerem o máximo de esforços visando, ao máximo, vendas lucrativas. É necessário despertar o interesse e o entusiasmo de todos. Coordenar – todos os setores da organização de marketing devem trabalhar harmonicamente, ajudando-se uns aos outros com o objetivo de aumentar a rentabilidade de cada função e reduzir os custos operacionais. É importante também, que o pessoal do departamento de marketing se entrose bem com os demais departamentos da empresa.

Controlar – esta função consiste em analisar o desempenho de cada atividade do setor de marketing, do ponto de vista contábil, para evitar desperdícios. (CONTURSI, 2000, p. 45).

3.3 A POLÍTICA DO MARKETING ESPORTIVO

Alem das tarefas já numeradas, segue o direcionamento do marketing

adotar e desempenhar cada função. São traçadas de uns objetivos a atingir e

os métodos a serem adotados. Esse trabalho exige perícia, perspicácia e

experiência do marketing.

O mercado esta em constante desenvolvimento e, conseqüentemente,

as políticas devem ser flexíveis. (CONTURSI, 2000).

As políticas do marketing incluem todas as questões relacionadas com:

a Produto;

b Mercado;

c Compras;

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d Vendas;

e Serviços;

f Propaganda;

g Promoção;

h Relações Públicas.

Fonte: Revista Veja, 2001.

3.4 O FINANCIAMENTO DO MARKETING ESPORTIVO

O financiamento é a atribuição do marketing cuidar dos problemas

relacionados com as operações de financiamento da função global do

marketing, é nada mais e nada menos do que capacidade de obter

mercadorias e serviços, diante da promessa de pagamento em dinheiro e

mercadorias, numa data futura. Podemos dizer em outras palavras que se

obtém agora em troca de uma promessa para pagar no futuro.

Aproximadamente, 80% de todas as transações de marketing se

afetam por meio de alguma forma de crédito. Esta é a razão por que esse

instrumento constitui hoje à parte a mais importante do poder aquisitivo total da

comunidade. E daí também, a grande responsabilidade do marketing ao definir

as políticas de financiamento do seu setor. (MELO, 2000).

3.5 OS RISCOS DO MARKETING ESPORTIVO

Cabe ao marketing reduzir, distribuir ou evitar a perda do valor dos

produtos e serviços durante a sua comercialização. A isso se chama

administração de risco. Tais perdas podem ocorrer pela deterioração física,

roubo, avarias, variações na oferta ou na procura, ou pelas variações dos

níveis de preços.

Para reduzir os prejuízos dos riscos, a que os produtos estão a

sujeitos. A pesquisa é outro método empregado para eliminar a incerteza que

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cerca qualquer empresa e, com isso, diminui o risco. A propaganda também

pode conduzir a moda, levando os consumidores ao uso de determinadas

cores e padrões, antecipando-se desta forma, aos riscos, ocasionados pelas

variações da moda.

O produto esporte tem uma série de características únicas e

imprevisíveis, dificultando as ações de marketing daqueles que o administram.

Trata-se do produto intangível experimental e subjetivo, onde predomina a

paixão, e todos os envolvidos se consideram esperts dada a forte identificação

pessoal com o produto. Além disso, o esporte tem um grande apelo global, ao

contrário das demais indústrias, não se pode matar a concorrência, pois os

clubes dependem dos outros para participar das competições.

Não há duvida de que nenhum outro produto chega perto do esporte

quanto o assunto é paixão. Temos observado um numero cada vez maior de

empresas interessadas em investir no esporte para associar suas marcas e um

produto de qualidade e que transmita uma série de conceitos positivos e que

trazem maior qualidade de vida, com saúde, entretenimento, plasticidade,

competividade, emoção, alegria, etc. Porem fatores inerentes e incontroláveis

do esporte, como a imprevibilidade advinda das performances de times, atletas,

climas e resultados, vem se juntar a outros fatores mais controláveis, como a

desorganização administrativa, calendários irracionais, violência dentro e fora

de campo, baixa qualidade dos estádios, etc.

O conjunto de fatores pode acabar influenciando na decisão de muitas empresas que fazem um progresso sério de avaliação nas melhores oportunidades de investimento no esporte, ao invés de seguir unicamente as preferências pessoais do principal executivo da empresa. Talvez este seja o motivo pela qual as principais multinacionais ainda relutam em investir em nosso mercado esportivo, enquanto tem um longo histórico de associação com o mercado norte-americano e europeu. No momento tais empresas se contam nos dedos das mãos: PIRELLI, PARMALAT, GM, CÍRIO E NIKE, mas este número esta crescendo. (POZZI, 2001, p. 124).

Há uma série de investimentos no esporte, assim com em qualquer

outro ramo de atividade, que comprovam que as empresas devem tomar

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medidas rápidas e eficientes de relações públicas para evitar estragos maiores

em sua imagem. Que medidas devem ser tomadas, por exemplo, para atenuar

a publicidade negativa resultante de um flagrante de doping ou qualquer outro

ato indevido por parte de um atleta patrocinado por sua empresa, ou de um

acidente durante uma competição no qual sua marca aparece junto a um atleta

morto ou ferido, ou ainda da descoberta de que o clube que você esta

patrocinando subornou jogadores ou árbitros?

O que não faltam são exemplos de episódios deste tipo: um dos primeiros casos que se tem notícia aconteceu em abril de 1995. Depois de um jogo entre Palmeiras e Portuguesa, um jogador da equipe palmeirense chamado “Tonhão”, chutou e pisou na camisa da Lusa, o que levou um dos diretores do time da Portuguesa na época, que era também diretor do sindicato das panificadoras de São Paulo, a propor um boicote dos produtos da PARMALAT (patrocinadora do Palmeiras). A polemica só não foi adiante porque José Carlos Brunoro, diretor de esporte da multinacional, se apressou em pedir mil desculpas. (POZZI, 2001, p. 125).

Um exemplo também quando houve uma mobilização dos donos da

padaria, em 1999, numa tentativa de boicote de algumas panificadoras de São

Paulo ao tickets da VR (patrocinadora do campeonato paulista), em protesto

contra atuação do árbitro argentino Javier Castrilli na semifinas entre

Corinthians e Portuguesa.

O episódio mais recente e que atingiu maiores proporções foi a suposta

interferência da NIKE no dia-a-dia da seleção brasileira durante a copa do

mundo de 98 na França, que envolveria a escalação de jogadores e a

obrigatoriedade contratual de que Ronaldinho participasse de todos os jogos.

Após o episódio do mal estar do maior garoto-propaganda da empresa no

futebol antes da final da copa, tal alegação poderia criar na opinião pública a

impressão de que a NIKE poderia estar pondo em risco a vida do atleta para

garantir seus objetivos comerciais, o que traria um efeito devastador para a

imagem da empresa.

Não há conhecimento de nenhuma pesquisa de avaliação do impacto

da imagem da NIKE no mercado brasileiro após estas denúncias, mas é fato

concreto que a mídia especializada passou a criticar ainda mais a influência da

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empresa nos rumos da sagrada seleção nacional, o que gerou uma grande

publicidade negativa, além do caso de ter sido apurado a fundo pela CPI do

futebol.

Temos acompanhado uma série de publicações que louvam o

marketing esportivo como uma das ferramentas de comunicações mais

eficientes, modernas e utilizadas em nosso mercado, mas é necessário

olharmos sempre o outro lado da moeda, para que os riscos sejam

minimizados e os resultados praticados sejam ainda melhores.

Para tanto é preciso que as empresas adotem medidas de relações públicas rápidas e transparentes, que visem atacar os problemas de frente, e não esconde-los. Agindo desta maneira elas demonstrarão respeito pelos seus consumidores, aumentando a probabilidade de desassociar sua marca de um acontecimento negativo. (POZZI, 2001, p. 121).

3.6 VANTAGENS DO MARKETING ESPORTIVO

O marketing esportivo nos últimos anos tem se mostrado uma forma de

divulgação bastante vantajosa para as empresas de um modo geral, no Brasil,

a tendência do marketing esportivo é de crescimento.

Muitas empresas têm tomado consciência desta forma de divulgação

de marcas e seu potencial para atingir o público, partindo então para esta

forma de abordagem, para tornar seus nomes mais conhecidos e aumentar

suas vendas. Dentro desta forma de marketing,

Destacam-se diversas estratégicas, que atendem as empresas de

diferentes formas, cada qual para um fim próprio. Algumas destas formas de

marketing esportivo são: o patrocínio a um ou mais clubes, o patrocínio de

publicidade estática, o patrocínio de jogos pela televisão e o patrocínio de

eventos. É importante lembrar que todas as ações da empresa em relação ao

clube não devem descaracterizar a imagem pública deste, e sim, acrescentar a

empresa às características do esporte.

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A participação da empresa esta principalmente ligada à estruturação da

equipe, facilitando o seu sucesso e conseguindo indiretamente a divulgação de

sua própria marca. As empresas que investem no esporte são vistas com

simpatia pela maioria do público jovem e por consumidores de uma forma

geral. Isso se dá por duas razões: a primeira é que a empresa está fazendo um

“bem social” – investindo na cultura, no lazer, oferecendo ao seu público a

impressão de uma maior cumplicidade, proximidade.

A empresa consegue através do esporte, comunicar-se com o seu

público, mostrando a que veio, isso porque os esportes em geral trabalham

com a emoção das pessoas, com seus ideais e paixões, e isso acaba

passando para a empresa também, na visão do público. Um bom exemplo

disso é o que a PARMALAT realizou com a equipe do Palmeiras, em São

Paulo. Depois que assinaram contrato de patrocínio, o clube conquistou vários

títulos, e hoje esta conceituado com uma das melhores equipes do país.

POZZI (1998) enfoca que as vantagens do marketing esportivo são

muitas, afinal não é por acaso que as grandes empresas com a NIKE investem

milhões neste filão de publicidade. Para se ter uma idéia esta grande empresa

norte-americana gasta por ano de 200 a 300 milhões de dólares com patrocínio

no esporte, mas por outro lado arrecada em média 6,5 bilhões de dólares neste

mesmo período. Porem, para ser bem sucedido, o patrocinador deve sempre

contar com a ajuda de profissionais experientes e que possuam conhecimento

na área. Existem empresas que idealizam estratégias de marketing

condizentes com os objetivos do clube.

Vantagens do Marketing Esportivo

- Projeção da marca;

- Simpatia junto ao público;

- Simpatia junto à mídia;

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- Visual direto do produto, sem custos;

- Rejuvenescimento da imagem da empresa;

- Venda de produtos com a marca da equipe e do patrocinador.

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CAPÍTULO IV FATORES EXTERNOS QUE FAVORECEM O USO DOS

ESPORTES

Os principais fatores que favorecem o uso dos esportes são os sociais

e governamentais, o desenvolvimento na indústria e a tendência na mídia.

4.1 FATORES SOCIAIS E GOVERNAMENTAIS

Um fator fundamental para o crescimento da utilização do patrocínio

esportivo é o incrível crescimento de interesse e participação que o esporte

vem experimentando. A quantidade e variedade de programas esportivos na tv

são claro indicadoras desta tendência. O advento da tv a cabo ampliou

tremendamente as opções em termos de programação esportiva,

particularmente com a criação das redes que só transmitem esportes 24 horas

por dia.

Outro fator que aumentou o interesse por esportes em vários

segmentos de sociedade foi o crescimento dos esportes femininos observados

no Brasil, ratificado não só em termos de maior cobertura da mídia como pelo

sucesso financeiro.

A regulamentação governamental tem sido responsável pelo

envolvimento de indústrias com o patrocínio esportivo, como prova o exemplo

da indústria de cigarros e, de certa forma, da de bebidas alcoólicas. O

banimento de comerciais de cigarros em radio e tv, empurrou a indústria para a

utilização do patrocínio esportivo como forma de manter a visibilidade, o que

levou a um refinamento do uso desta ferramenta promocional.

No caso das bebidas, apesar dos anúncios de cervejas e vinhos serem

permitidos, desde que monitorados, enquanto bebidas mais fortes são

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proibidas de anunciar em tv, são as cervejarias e os fabricantes de vinho que

se utilizem patrocínio esportivo mais pesadamente.

As empresas hoje em dia gastam em média entre 12 a 50 milhões de

dólares por ano, a razão para tanto é clara: as audiências dos principais

veículos esportivos (beisebol, futebol, basquete, golfe e automobilístico) se

constituem no principal segmento de mercados das cervejarias, enquanto a

imagem e a audiência-alvo das bebidas mais fortes é bem mais seletiva, tanto

em termos de tamanho como de renda (classes mais altas). (POZZI, 1998).

4.2 DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA ESPORTIVA

Reconhecendo a importância do patrocínio esportivo, as organizações

esportivas trataram de se adaptar internamente, de maneira a se apresentar ao

mercado mais eficientemente como veículos de patrocínio, caso, por exemplo,

de eventos como os jogos Olímpicos e a copa do mundo.

A mudança na definição do status de amador também contribui para o

aumento de opções de patrocínio disponíveis. A tendência tem sido aceitar

contribuições empresariais para esportes amadores, na medida em que as

organizações esportivas reconhecem a necessidade prática de suporte

financeiro como forma de desenvolvimento. (POZZI, 1998).

4.3 TENDÊNCIAS DE MÍDIA

Como já discutido anteriormente, tanto o aumento de cobertura de

mídia como o desenvolvimento das próprias empresas de comunicação tiveram

um impacto decisivo no patrocínio esportivo. As tendências dominantes neste

campo tem sido: Expressivo crescimento da programação esportiva na mídia

eletrônica e impressa; custos de propaganda crescentes, especialmente dos

comerciais de tv; possível diminuição na efetividade de propaganda,

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especialmente em tv, devido aos problemas de “congestionamento” e mudança

de hábitos dos telespectadores.

Mesmo sem a propaganda tradicional continue a ocupar uma grande

parte do orçamento de marketing esportivo das empresas, seus altos custos

têm encorajado o desenvolvimento de outras formas de patrocínio. Tais opções

oferecem novas maneiras para se apresentar o nome da empresa, aumentar o

reconhecimento de marca e atingir audiências específicas.

A televisão tem coberto uma variedade incrível de esportes, dos mais

tradicionais aos mais exóticos. O desenvolvimento dos canais a cabo que

transmitem esportes 24 horas por dia também multiplicou as opções de

esportes, uma vez que elas têm de procurar uma infinidade de eventos que

cubram toda a programação, o mesmo fenômeno se repete na mídia imprensa.

(POZZI, 1998).

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CAPÍTULO V

PATROCÍNIO NO MARKETING ESPORTIVO

Surpreendentemente, o crescimento de interesse do mundo corporativo

por patrocínio não se reflete na literatura de marketing. Por estranho que possa

aparecer, não existe uma definição geralmente aceita para patrocínio. Em vez

disso, o conceito é usado livremente por diferentes organizações para

descrever uma ampla faixa de tipos e níveis de suporte.

O termo patrocínio como o fornecimento de suporte financeiro ou

material para alguma atividade independente que não é inerente ao fomento do

objetivo comercial, mas da qual a companhia patrocinadora pode ter a

expectativa de obter alguns benefícios comerciais. (POZZI, 1998).

As expressões benefícios comerciais tratam de vários motivos que

pode ter o patrocinador e o requisito atividade independente, elimina possíveis

patrocinadores que dão suporte a eventos que são extensões naturais de linha

de atividades. Exemplos são empresas de material esportivo patrocinando

corridas de automóveis e hospitais patrocinando exposições sobre a saúde.

As companhias que estão comprando tempo de propaganda durante

uma transmissão por tv e são anunciadas como sendo patrocinadoras do

programa não passarão no teste. Em primeiro lugar, seu suporte não é direto

para o evento e, em segundo, esta recendo em troca principalmente o tempo

de propaganda e, como extra, a associação com o evento.

Tais definições, entretanto, não indicam a posição e a função do patrocínio dentro do “marketing mix da empresa”. Tem sido cada vez mais aceita a tese de que o patrocínio se encaixa melhor dentro do composto promocional, embora nenhuma definição inclua tal afirmação. (POZZI, 1998, p.116).

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O patrocínio é uma ferramenta de marketing suficiente flexível para

substituir ou servir a diferentes elementos de comunicação, embora seja tão

única que é necessário que se defina claramente seu lugar e funções.

A promoção é mais bem vista como a função de comunicação do

marketing. No sentindo mais amplo, todas as variáveis do marketing mix estão

se comunicando com os consumidores. No entanto, grande parte da

comunicação da empresa com seu mercado se da por meio de um programa

promocional cuidadosamente planejado e controlado.

De acordo com esse posicionamento o termo patrocínio pode ser

definido como a provisão de recursos de todo o tipo por uma organização para

o direto suporte de um evento (esporte ou artes) ou de interesse social

(educacional ou ambiental), com o propósito de associar diretamente a imagem

da empresa/produto com o evento. O patrocinador usa então este

relacionamento para atingir seus objetivos promocionais ou facilitar e dar

suporte a seus objetivos globais de marketing. Esta definição é ampla o

suficiente para incluir vários tipos de atividades, enquanto estabelece

explicamente o posicionamento do patrocínio dentro do composto promocional.

Na verdade, o patrocínio é um acordo profissional entre o patrocinador

e o patrocinado para que se alcancem os objetivos claramente predefinidos por

ambas as partes. Isso implica uma definição, acompanhamento, controle e

mensuração dos resultados contra os objetivos traçados previamente.

5.1 OS OBJETIVOS DO PATROCÍNIO ESPORTIVO

O patrocínio do esporte funciona como um veículo de marketing e que

algumas áreas estratégicas são exploradas que são a segmentação,

propaganda, relações públicas e promoção de vendas.

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A fim de facilitar o entendimento do patrocínio esportivo como veículo

de marketing, será descrito a seguir como algumas áreas-chaves co marketing

estratégico se aplicam ao mundo dos esportes. (POZZI, 1999).

A habilidade do veículo esportivo em oferecer uma audiência desejável

é fator chave para a escolha por parte do patrocinador. Uma vez definido o

segmento mais atrativo para a empresa, o homem de marketing pode usar o

veículo esportivo como mídia perfeita para se atingir o segmento desejado.

Em relação à propaganda, os anunciantes além de atingirem seus

objetivos, podem criar mensagens memoráveis fazendo com que seu produto

fique guardado na mente dos consumidores. As relações públicas se

assemelham à propaganda, pois ambos oferecem capacidades semelhantes

de desenvolvimento de imagem e aumentam a divulgação de seu produto ou

serviço junto ao seu publico alvo.

Já a promoção de vendas esta ligada diretamente com a propaganda e

a divulgação, que na realidade destina-se a criar interesses e incentivar o

consumidor para compra de um determinado produto ou utilização de um

serviço.

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CAPÍTULO VI

A ÉTICA NO MARKETING ESPORTIVO

As relações do Marketing com o esporte são de um grande desafio

para qualquer profissional, pois é necessário interpretar as modalidades

esportivas como produtos de características de fenômeno social.

Meu estudo apresenta dados que tentam evidenciar a necessidade da

adaptação de valores morais aos dirigentes esportivos e a criação de novos

conhecimentos a serem aplicados no universo esportivo, em particular na

administração das federações esportivas, que na realidade deveriam

intercambiar conhecimentos de todas as áreas. Não acreditamos que o

somatório das partes (várias áreas de conhecimento, estudadas

segmentadamente, como é o caso dos cursos de faculdades).

Considero o meu estudo como relevante, a partir do momento que é

observado o processo e os resultados do esporte Brasileiro, no que se refere à

contribuição do progresso social.

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CAPÍTULO VII

OS BENEFÍCIOS DO MARKETING ESPORTIVO PARA OS PATROCINADORES

Os maiores benefícios que o marketing alcança são através de grandes

eventos para a divulgação de sua marca, propagandas, relações públicas,

promoções e tv.

7.1 OS MAIORES EVENTOS PARA DIVULGAÇÃO DA MARCA

Os maiores eventos esportivos mundiais se resumem a Copa do

Mundo e as Olimpíadas, pois atraem um grande numero de espectadores,

investidores, patrocinadores e a mídia de uma forma geral. Por se tratarem de

eventos internacionais e de grandes proporções, o retorno é garantido.

Foi publicado que os patrocinadores oficiais da Copa do Mundo de

1994, realizado nos Estados Unidos, pagaram cerca de aproximadamente 20

milhões de dólares para terem seus nomes e logotipos expostos em placas de

publicidades, o direito de utilizar o evento para divulgar suas marcas e

campanhas promocionais na mídia. A copa foi um sucesso total em todos os

aspectos com uma audiência de 32 bilhões de pessoas em 170 países. Em

relação à Copa do Mundo na França, estes números foram ainda maiores.

Outro importante evento para divulgação das marcas e também um dos

maiores, é a olimpíada. A união dos cinco continentes, representados pelo

símbolo dos cinco anéis olímpicos, diversos esportes sendo disputados por

atletas/ídolos com a responsabilidade de representar seus respectivos países e

a perspectiva de ganhar uma medalha de ouro, atraem um grande numero de

espectadores, mídia e patrocínio.

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7.2 PROPAGANDA

Como já mencionado 75% dos gastos em marketing esportivo se

referem a propagandas em programas esportivos na mídia eletrônica e

impressa. Anunciantes utilizam a propaganda em esportes não apenas para

atingirem seus objetivos de cobertura e freqüência, mais também porque o

esporte oferece uma oportunidade ao anunciante de criar mensagens

memoráveis e que prendam a atenção.

De certa forma, o próprio patrocínio esportivo funciona como um

veículo de propaganda. O espaço publicitário disponível no patrocínio difere da

mídia tradicional, já que ele geralmente serve de pano de fundo para o evento

(cartazes, placas, títulos de evento, etc) ou esta envolvido no contexto do

evento, na forma do uniforme dos jogadores ou equipamento utilizados.

Por exemplo, os sinais dentro do campo de jogo oferecem aos

patrocinadores a oportunidades de as câmeras de tv focalizarem o nome ou o

logotipo da empresa enquanto elas acompanham a ação dentro de campo.

Especialistas calculam que cada “propriedade de arena” é captada

pelas câmeras de tv numa média de sete minutos para um jogo de 90

minutos. No caso como evento de uma Copa do Mundo, cada

patrocinador tem direito a duas placas de sinalização (podendo

chegar a quatro ser for pago um extra), o que equivale a 15 minutos

de exposição do logotipo de cada empresa em cada jogo. Isso

representa uma audiência potencial de 12 bilhões de pessoas

mundialmente no decorrer do campeonato inteiro. (POZZI, 1999,

p.141).

Similarmente, contratos de endorsement com atletas podem render

muitos minutos “no ar” de graça, toda vez que eles aparecem no vídeo

utilizando o equipamento do patrocinador, eles transformam a utilização dos

“outdoors ambulantes” em uma espécie de arte. (POZZI, 1999).

7.3 RELAÇÕES PÚBLICAS

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O uso do veículo esportivo como uma ferramenta de relações publica

se assemelha a propaganda, na medida em que ambos oferecem capacidades

semelhantes de desenvolvimento de imagem corporativa. Empresas podem

associar o patrocínio esportivo a atividades de caridade com o objetivo de criar

campanhas mais visíveis e fortalecer a imagem corporativa.

O valor da publicidade associada ao patrocínio esportivo tem provado ser uma forma de promoção extremamente eficientes em termos de relação custo-benefício: estima que US$ 1.000 gastos em patrocínio esportivo geram US$ 10.000 em publicidade (de graça). Artigos da mídia impressa, cobertura da tv e esforços promocionais do organizador do evento contribuem para aumentar o conhecimento público do nome do patrocinador e seu envolvimento com o evento. (POZZI, 1999, p.142).

A dramaticidade e a popularidade do esporte o tornam um veículo

atrativo para as empresas em busca de publicidade. O principal apelo desta

forma de comunicação de marketing é que ela representa um meio de se

receber cobertura de graça dentro da mídia impressa e eletrônica.

7.4 PROMOÇÃO DE VENDAS

O crescimento do patrocínio esportivo parece estar naturalmente ligado

ao crescimento da promoção de vendas. Como visto anteriormente, a

proporção gasta em promoção de vendas relativamente à propaganda cresceu

aproximadamente de 54% em 1970 para 64% em 1987. (Fonte: Revista Veja,

2001).

Promoções de venda destinam-se a criar interesse imediato no

consumidor e incentivos para a compra de um produto. Quando envolvida com

um evento esportivo, a empresa tem um excelente veículo de curto prazo para

gerar interesses em suas promoções. As opções nesta área não têm limites.

Desconto no ingresso do evento com prova de compra de determinado produto

do patrocinador, uso do verso do ingresso pata oferecer descontos na compra

de determinado produto, sorteios, brindes, pôsteres e programas do evento

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dentro do ponto-de-venda, promoções durante os intervalos das partidas,

competição entre torcedores, oportunidades de merchandising, etc.

Podem ser citados como exemplos de promoção de vendas de

marketing esportivo quando um patrocinador oficial dos jogos olímpicos cria

concursos em que os participantes concorrem a uma viagem para a olimpíada

com tudo pago o quando todo o trabalho de merchandising do mesmo

patrocinador se utiliza dos “aros olímpicos” e de motivos relacionados à

olimpíada em todas as suas peças promocionais.

Pelo fato de que a eficiência deste tipo de veículo pode ser diretamente

medida em termos de venda, a promoção de vendas tornou-se uma ferramenta

fundamental de marketing competitivo.

Por fim, podemos dizer que o valor de um patrocínio depende

basicamente da maneira com que a empresa faz uso de todas as

oportunidades que cada veículo oferece, o que torna a coordenação das

campanhas de marketing esportivo um fator chave para o sucesso do projeto.

Empresas interessadas em investimentos de longo prazo e desenvolvimento de

imagem e reconhecimento do público têm feito compromissos consistentes e

de longo prazo em seus programas de patrocínio. (POZZI, 1999).

7.5 A IMPORTÂNCIA DA TV

Embora a maioria dos eventos não seja coberta pela tv, esta é a mídia

mais adequada para se atingir uma larga audiência, que e requerimento básico

de muitos projetos. A chave para se obter cobertura da tv, é saber que ela só

se interessa por materiais de qualidade, trabalha com requerimento muitos

específicos e prazos muito apertados e geralmente apresenta restrições para

cobrir um evento, não porque ele seja adequado, mas pela dificuldade de

espaço na programação e pela limitação no tamanho e disponibilidade das

equipes de reportagem.

Caso o evento em questão seja importante e atrai a tv, a tarefa do

patrocinador é fazer com que o editor do programa se interesse por seu

patrocínio, e inclua sua marca dentro da transmissão.

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A situação ideal é ter um evento coberto por um programa completo ou

uma série, o que pode acontecer no caso de um evento de popularidade já

estabelecidos ou novos eventos que possam ser usados pela tv para oferecer

novas opções a uma audiência grande ou importante. Neste caso, os custos de

produção são menores devido à curva de experiência, o que aumenta a

possibilidade de cobertura.

Os programas de variedades apresentam um bom potencial para um

evento na medida em que eles estão sempre precisando de matérias curtas e

de natureza diversa. Por cobrirem todo o tipo de atividade, o produto poderá

ser dirigido a uma audiência mais ampla.

O patrocinador pode também produzir sua própria cobertura, que pode

juntar com a emissora de tv em pagar as altas taxas pelo direito de

transmissão, tornando-as cada vez mais ansiosas em receber material de

graça e ajudando-as também a diminuir o custo de programação. Controlar a

própria cobertura tem ainda a vantagem de possibilitar o uso de matéria-prima

nos mais diversos formatos: boletim de notícias, programas de variedade e

documentários e material para outros tipos de veículo, como cinema, vídeo,

programação durante vôos aéreos, etc., ou vídeos promocionais serem

distribuídos a seus vários públicos.(POZZI, 1999).

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CAPÍTULO VIII

CASES DE SUCESSO NO MARKETING ESPORTIVO

Existem vários sucessos através do marketing esportivo, entre eles os

caso da Parmalat, Lei Pelé e Lei Zico, entre outros.

8.1 O AUMENTO DAS OPÇÕES PARA O PATROCINADOR

É fundamental o conceito de que, investindo no esporte, pode-se

ajudar o desenvolvimento do jovem. Tal conceito é pouco falado no país, o que

faz com que os esportes mais patrocinados sejam os profissionais, deixando os

que não possuem audiência maciça restrita ao investimento governamental ou

a clubes privados. Como conseqüência disso, o Brasil tem um baixo índice de

medalhas em esportes amadores, como ginástica olímpica e atletismo, que não

despertam o interesse da iniciativa privada por sua baixa audiência.

No que se diz respeito à formação do jovem, o esporte pode contribuir

para a integração na sociedade de menores carentes, dando-lhes uma chance

de ascensão social. Além do mais, ele pode ser considerado um investimento

para incrementar ou manter a saúde do cidadão, preocupação que, aliás, o

governo deveria ter, pois um povo saudável necessita de menos cuidados

médicos e menos recursos na área de saúde.

E necessário, porem, que outros setores da sociedade, além do

governo, funcionem com financiadores das atividades esportivas. Neste

contexto entram as empresas privadas, públicas ou sem fins lucrativos que

buscam notoriedade por meio do patrocínio esportivo, assim como mecenas

que patrocinam o esporte sem interesses comerciais, apenas por afinidade.

Existem duas maneiras pelas quais a empresa pode utilizar o patrocínio

esportivo como forma de comunicação: enfatizando o papel social por ela

desempenhado ao investir no esporte ou dando notoriedade a um produto,

marca ou a imagem institucional.

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A empresa interessada em uma identificação social não deve estar

preocupada somente com os resultados obtidos pelo clube ou atleta

patrocinado, mas sim com a manutenção e divulgação do programa ao maior

número possível de participantes.

Depois de escolhido o esporte, o patrocinador deve verificar, ao decidir

sobre o investimento, as condições gerais, o grau de profissionalização na

gestão administrativa e o histórico do clube. Clubes de maior torcida

geralmente possuem mais tradição e alcançam melhores resultados.

No Brasil, o esporte mais seguido e praticado ainda é o futebol. Além

de um passado de grandes conquistas, vário são os motivos para que esta

situação se mantenha, tanto de ordem econômica, já que nas há necessidade

de aquisição de equipamentos esportivos, quanto sócio cultural, que associam

samba e futebol como as formas mais típicas de lazer da população brasileira.

Porem, esse quadro já vem se revertendo, devido principalmente à

iniciativa privada, seja pelas empresas ou pelos meios de comunicação.

(POZZI, 1998).

8.2 LEI ZICO

O primeiro passo para aproveitar as oportunidades que o marketing

esportivo oferece é entender a lei Zico, ele foi o maior responsável por esta lei,

que entre outras coisas, permitia que um clube esportivo fosse administrado

por uma empresa comercial, com fins eminentemente esportivos, e até mesmo

que um clube se tornasse empresa.

De acordo com a lei Zico, um clube entregava seu departamento de

futebol a uma empresa para que ela pudesse administrá-lo, sendo que todos os

recursos dessa atividade tinham de ser reinvestidos no próprio departamento.

No caso de o clube se transformar em empresa, os lucros seriam auferidos em

determinadas atividades ligadas ao esporte, deste que fossem reinvestidos

nesse esporte.

Outra opção prevista pela lei Zico era adquirir ações dentro de um determinado departamento. Por exemplo, o departamento de futebol

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do Flamengo ou do Grêmio resolve se um departamento-empresa. Então, ele vende uma parte de suas ações, mas mantém em seu poder 51% delas, para conversar o controle, evitando ser negociado. (POZZI, 1998, p. 97).

A lei possibilita também que as empresas comecem a patrocinar

qualquer segmento esportivo e não apenas o futebol. Isso inclui chamadas

modalidades de alto nível, como o vôlei e o basquete, as também associações

liberais que surgem para formar grupos e com objetivos esportivos, como ligas

independentes.

Infelizmente, o progresso do esporte brasileiro não será tão rápido

como poderia ser, porque a lei Zico não conseguiu acabar com a estrutura

paternalista e corporativista das confederações que regem o esporte. O próprio

Zico admitiu que alguns aspectos da lei deveriam ser mudados, para que, por

exemplo, permitir que as eleições dos presidentes de confederações incluam

os votos de clubes e atletas, em vez de votos exclusivos dos presidentes das

federações estaduais.

A gestão do esporte nos moldes empresariais é uma função nova nas empresas e nos clubes brasileiros. Geralmente, o esporte não recebe uma abordagem empresarial: não há definição de funções nem de organograma, a descrição de cargos se resume a algumas conversas informais e faltam muitos dos instrumentos básicos para uma administração verdadeiramente profissional. Tudo é muito improvisado, só os jogadores são profissionais. (POZZI, 1998, p. 98).

8.3 LEI PELÉ

O Edson Arantes do Nascimento (Pelé), foi o maior responsável pelo

Decreto 2.574, de 29 de abril de 1998 - Regulamenta a Lei nº 9615, de 24 de

março de 1998, que institui normas gerais sobre o desporto e dá outras

providências, tem como as principais leis o art 1°.

Art. 1o O desporto brasileiro abrange práticas formais e não-formais e

obedece às normas gerais desta Lei, inspirado nos fundamentos

constitucionais do Estado Democrático de Direito.

§ 1o A prática desportiva formal é regulada por normas nacionais e

internacionais e pelas regras de prática desportiva de cada modalidade, aceitas

pelas respectivas entidades nacionais de administração do desporto.

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§ 2o A prática desportiva não-formal é caracterizada pela liberdade

lúdica de seus praticantes.

8.4 CASE PARMALAT

A descrição do case PARMALAT baseia-se principalmente em uma

entrevista pessoal com o ex-diretor de esportes da PARMALAT José Carlos

Brunoro, ele deixou a empresa para torna-se consultor esportivo.

Este caso despertou interesse por ser exemplo mais dramático, entre

nós, o uso da comunicação institucional com fins estratégicos e da interação

entre a imagem institucional e a imagem da marca. A ligação da PARMALAT

com o Palmeiras, tradicional clube de futebol brasileiro, trouxe um novo

referencial para a administração dos esportes no Brasil. Em particular, o futebol

passou a ter um exemplo extremamente feliz de como a empresa pode se

associar aos clubes esportivos de forma produtiva e benéfica para ambas às

partes.

De origem italiana, a PARMALAT, empresa multinacional do ramo de laticínios e sucos de frutas, instalou-se no Brasil nos anos 70 para, a princípio, produzir leite longa-vida, mas logo lançou um ambicioso programa de expansão e diversificação. Partindo praticamente do zero, suas vendas se realizaram hoje como as da NESTLE, líder tradicional do setor de laticínios. (POZZI, 1998, p.210).

Não resta dúvida de que estamos diante de uma autêntica história de

sucesso, que se explica não só pelas vantagens de qualidade e preço, mas

também pela estratégica de comunicação com o mercado adotado pela

PARMALAT, com base no marketing esportivo.

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CAPÍTULO IX

O PASSO-A-PASSO DA PROPOSTA DE PATROCÍNIO

As melhores maneiras de se escolher o evento certo para a divulgação

da marca através do esporte.

9.1 COMO ESCOLHER O EVENTO CERTO

Esse tema é a elaboração da proposta de patrocínio, como para todo o

processo de relacionamento entre o patrocinador e o patrocinado, desde o

primeiro contato até a apresentação do relatório pós-evento e a possível

renovação do compromisso. O principal passo a dar é garantir que a parceria

seja bem-sucedida é escolher o evento certo.

Não importa se você é amador em marketing de eventos devem ficar

com sua verba de patrocínio pode ser uma tarefa confusa, ainda mais quando

você tem que optar entre uma vasta gama de eventos especiais disponíveis no

mercado, sua tarefa pode ser facilitada se souber responder algumas

perguntas tais como:

Quem é atraído para o evento? Isso inclui participantes e espectadores, que

devem ser definidos tanto demográficos quanto psicograficamente.

O patrocínio deste evento é apropriado? Seja minucioso sobre seu alinhamento

e não ameace sua imagem com relações públicas negativas resultantes de

uma associação imprópria.

Quais os objetivos e metas dos organizadores do evento? Qual o seu passado

em termos de sucesso e fracassos? Isso vai ter algum impacto no evento

atual? Eles tomaram todas as precauções para assegurar o sucesso do

evento?

O evento tem condições de sobreviver sem patrocinadores? Não se envolva

com eventos que só beneficiam os patrocinadores, deixando de lado as

audiências, participantes e sociedade, já que não durarão muito.

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Qual a estratégica do evento em longo prazo? A que estilo de vida o evento

apela? Caso o evento esteja atrás do dinheiro, sem oferecer valor aos

participantes/espectadores, ele terá vida curta.

Há alguma associação com uma intuição de caridade ou sem fins lucrativos?

Hoje em dia os consumidores estão muito mais receptivos a atividades de

consciência social e esperam que as empresas assumam uma postura ativa

em “fazer o bem”.

Para qual o evento foi agendado? Há qualquer outro evento planejado para o

mesmo período? Certifique-se de que seu evento não será “esvaziado” por

outro evento conflitante. (POZZI, 1998).

9.2 COMO VENDER SEU EVENTO

Cada vez mais empresa estão reconhecendo o valor do marketing de

estilo de vida no atingimento dos objetivos de marketing, o que implica uma

maior competição pelos investidores corporativos.

Conheça bem sua propriedade – Como ela é atualmente e como você deseja

que ela seja? Quem é coberto por seus eventos? Quem comparece aos seus

eventos? Como é composta a sua audiência? Quais são os elementos que

alavanca seu evento? Quais são os elementos disponíveis do patrocínio?

Desenvolva material geral de suporte de qualidade – São matérias

impressos (brochuras, programas, pôsteres, etc), videotapes, foto do evento,

documentação sobre a cobertura da mídia, brindes promocionais (camiseta,

bonés, caneta, adesivos, etc).

Desenvolva uma lista de patrocinadores potenciais – seleção inicial

baseada em afinidades com seu evento.

Pesquise os patrocinadores potenciais – Informações sobre a empresa,

relatórios anuais, informações internas, estratégias de marketing atuais,

produtos e marcas, desenvolvimento de novos produtos/mercados; fontes de

dados secundárias: biblioteca, relatórios anuais, revistas de negócios, etc.

Desenvolva uma proposta personalizada – Personalize a carta de

introdução, proposta e material de suporte, envie uma proposta introdutória

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resumida para gerar interesse e uma reunião de apresentação agende a

apresentação ou, em último caso, envie a proposta completa pelo correio.

Seja honesto – Diga a verdade sobre a audiência, cobertura de mídia,

relacionamentos passados com patrocinadores, etc. Honestidade é o único

caminho para um relacionamento de longo termo.

Mantenha o senso de humor – Lembre-se que uma negociação difícil e tensa

pode ser facilitada com humor, deste que seja de bom gosto, é claro.

Faca um bom relatório com os resultados – resultados, objetivos e

informações devem ser relatados e arquivados para uso futuro.

Avaliação – Avalie o resultado do seu processo de venda, aumente o preço do

pacote baseado em aumento de audiência, benefícios e efetividade.

Algumas dicas que podem ser úteis:

Não ponha todos os ovos numa cesta só; venda de patrocínio é uma atividade

diária; crie situações ganha – ganha; não seja ganancioso; prestes serviços

pós-venda.

O mundo de hoje requer mais trabalho na linha de frente antes de você enviar a sua proposta. Como já discutido, o primeiro passo a ter tomado é analisar o evento sob a perspectiva do patrocinador. Depois de ter identificado o perfil de seu evento, pesquise as empresas que poderão estar interessadas, seja porque você já as viu participando de algo semelhante ou porque você sabe que seus produtos/serviços tem um forte apelo para a audiência do evento. (POZZI, 1998).

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CAPÍTULO X

A IMPORTÂNCIA DE NOVAS PESQUISAS

Algumas empresas abandonam o patrocínio quando não há nenhuma

justificativa concreta para seu uso. Problemas com os altos custos, a confusão

da audiência em identificar o patrocinador, a natureza imprevisível de atletas e

eventos e o crescente congestionamento no mercado, na medida em que cada

vez mais empresas se utiliza o esporte como veículo, podem prejudicar a

eficiência do patrocínio.

Ao contrário da propaganda, o evento esportivo foge ao controle do

patrocinador. Fatores como chuva, quebra de um carro na primeira volta e

personalidades voláteis de atletas que embaraçam o patrocinador, gerando

publicidade negativa em vez de reforço de imagem, caracterizam a

imprevisibilidade do esporte.

De maneira geral, mais pesquisas se fazem necessárias para se medir

a eficiência do patrocínio. Vários fatores poderão estar influindo no grau de

eficiência, como o tipo de empresa patrocinadora, tipos de produto, fatores

regionais/geográficos, características da audiência, tipo de veículo esportivo,

combinação dos elementos promocionais usados, etc.

A ansiedade com o qual as empresas procuram o patrocínio e os

depoimentos positivos dos patrocinadores tendem a confirmar a efetividade

desta ferramenta de marketing. Na medida em que este campo se desenvolve,

evidências mais detalhadas e conclusivas deverão aparecer. (Pozzi, 1998).

10.1 INTERNET E OUTRAS MÍDIAS INTERATIVAS

A natureza das novas mídias, em particular a internet e produtos de

lazer com os videogames, são ideais para experimentação dos patrocinadores,

já que se trata de uma oportunidade de dialogo real time com a audiência. Tel

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relacionamento interativo exige que algo de valor seja oferecido em troca de

audiência, em termos de informações, serviço ou entretenimento.

Até o momento, o retorno comercial no estabelecimento de um site não

justifica os custos de construção e manutenção que ele demanda. O valor de

vantagem estratégica de se ter uma audiência cativa num ambiente interativo

ainda esta por ser medido e valorizado. (Pozzi, 1998).

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CAPÍTULO XI

MAIORES EVENTOS

Sem dúvida nenhuma, os maiores eventos que temos hoje no mundo

esportivo se resumem a Copa do Mundo e aos Jogos Olímpicos, atraindo as

maiores audiências e, conseqüentemente, os maiores valores em termos de

patrocínio. (POZZI, 1998).

11.1 COPA DO MUNDO DE 1994 (NOS ESTADOS UNIDOS)

O evento foi um maior sucesso em todos os aspectos com um número

Record de 3.578.508 ingressos vendidos para 52 jogos (mais de um milhão

acima da ultima copa disputada na Itália), uma audiência mundial de 32 bilhões

de telespectadores em 170 países. Os 11 patrocinadores oficiais (CANON,

MASTERCARD, MACDONALD´S, ENERGIZER, FUJI, GENERAL MOTORS,

GILLETE, JVC, PHILIPS E SNICKERS), pagaram cerca de 20 milhões para ter

seus nomes e logotipos da empresa expostos em placas de publicidade em

todo os jogos, bem como o direito de utilizar a Copa do Mundo em suas

campanhas de propaganda em mídia eletrônica e impressa além das

campanhas promocionais ligadas ao tema.

A maioria dos patrocinadores oficiais esta renovando seu

comprometimento com a Copa, com exceção da GENERAL MOTORS e do

MC´DONALDS que participaram pela primeira vez. Segundo o diretor

administrativo da ISL, empresa de marketing esportivo responsável pelo

evento, a Copa do Mundo oferece as empresas globais a maior oportunidade

publicitária mundial em um único evento. Os elementos mais visíveis do

patrocínio são as placas publicitárias nos gramados, sendo que as audiências

de tv nos EUA acabaram funcionando com uma espécie de bônus.

Tais números de audiência comprovam os excelentes negócios em que

as duas redes de tv americanas (ABC e ESPN) fizeram ao pagar ínfimos 23

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milhões pelos direitos de transmissão do evento, enquanto os direitos

internacionais chegaram a 270 milhões. (POZZI, 1998).

A COCA-COLA, com um passado de quatro décadas de associação

com o futebol, vê dois aspectos positivos no sucesso da copa e a participação

do time americano para o desenvolvimento do esporte no país: mais criança

querendo jogar e um bom número de adultos que deverão experimentar o

esporte. Coma relação do futuro envolvimento da COCA-COLA com o esporte

no país, a empresa se diz interessada em continuar seu substancial patrocínio

do futebol.

Na realidade, os patrocinadores aparecem ter se convencido da

necessidade de se dar suporte ao futebol após a copa. Todo o seu

comprometimento financeiro e esforço de marketing não se compensam com

um único torneio, já que a copa é apenas um evento de uma série na qual os

patrocinadores estão envolvidos. (POZZI, 1998).

11.2 COPA DE 98: BRASIL DÁ MAIS RETORNO DE IMAGEM

Empresas interessadas em divulgar produtos e serviços no mercado

brasileiro têm na Copa do Mundo a França uma oportunidade e obter um

reforço de imagem com o evento muito maior do que acontece com

patrocinadores dos outros países.

Segundo a Sponsorship Research Internacional (SRI), empresa inglesa que desenvolve há 13 anos pesquisas para avaliar a eficácia de patrocínios esportivos, 63% dos brasileiros consideram que, comprando produtos de um patrocinador da Copa, estariam contribuindo para o sucesso e a continuidade do evento. Alem disso, 46% disseram que comprariam produtos e serviços de patrocinadores da Copa (os nortes-americanos foram o que mais se aproximaram, com 36%). (POZZI, 1998, p.168).

Dos 188 países que exibiram a Copa de 94, os números da SRI

indicam que o Brasil é o que mais demonstra interesse pelo evento, com 95%

dos entrevistados considerando-o mais importante do mundo, ao lado dos

Jogos Olímpicos.

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Outra conclusão da pesquisa é que o desempenho da seleção afeta

diretamente a auto-estima do brasileiro, novamente mais do que qualquer outro

país do mundo. Nada menos que aproximadamente 96% dos brasileiros

sentem muito orgulho quando a seleção ganha um Mundial, contra 68% dos

europeus. (POZZI, 1998).

11.3 JOGOS OLÍMPICOS DE INVERNO 1994

Os Jogos olímpicos de Inverno cresceram de tal maneira que não se

poderia mais promove-los no mesmo ano dos Jogos Olímpicos de Verão, o que

criou a necessidade de intercalá-los a cada dois anos.

Os jogos de Lillehammer trouxeram receitas de cerca de 2,5 bilhões

de dólares, tendo sido transmitidos pela tv para cem países (contra

86 no evento passado em Albertville), o que gerou uma audiência,

cumulativa de 10 bilhões de telespectadores (contra 8,6 bilhões). Os

direitos de tv chegaram a 350 milhões (contra 280 milhões em

Albertville), sendo que seus dez patrocinadores entregaram o dobro

do valor ao Comitê Organizador de Lillehammer. (POZZI, 1999,

p.168).

11.4 JOGOS OLÍMPICOS DE VERÃO 1996

A 100° edição dos Jogos Olímpicos foi acompanhada por cerca de 3,5

bilhões de espectadores em todo o mundo, o que representou um crescimento

de mais de 50% em relação à Barcelona. Nada menos que 9,5 milhões e

torcedores pagaram ingressos para os jogos. A participação também foi

recorde, com os fins dos boicotes: 197 delegações, num total de 10.700 atletas

de 33 modalidades esportivas. O Brasil levou a maior equipe de sua história,

com 220 atletas (60 mulheres) de 19 modalidades.

Um levantamento realizado pela maior e mais conceituado agência

global de pesquisa esportiva, a SRI, concluiu que o símbolo mais

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reconhecimento mundialmente são os Aros Olímpicos: 92% dos entrevistados

os identificaram corretamente.

Quando as atitudes em relação ao símbolo olímpico, os resultados foram:

- 93% acredita que ele seria reconhecido em todo o mundo;

- 86% acham que o tal símbolo representa o maior evento esportivo

mundial;

- 81% o associam com o sucesso e alto padrão de excelência;

- 75% consideram que os Aros Olímpicos simbolizam a cooperação

internacional;

- 72% vêem no símbolo uma fonte de orgulho nacional.

O crescimento no total de aparelhos de tv ligados durante o período

olímpico foi de 20 pontos de audiência em São Paulo (de 47% para 67%) e 17

no Rio de Janeiro, vindos da bandeirante, que triplicou a sua audiência em São

Paulo e 11 no Rio de Janeiro, além de não perder os fieis espectadores nos

horários em que manteve a sua programação de linha. Apesar de ter a

segunda maior audiência média no período, o SBT não obteve crescimento

significativo nos programas tradicionais para as emissoras que estavam

transmitidas os eventos.

A televisão ainda é o motor que faz funcionar todo o marketing

olímpico. O princípio fundamental atrás da escolha de quem tem os direitos de

transmissão é a cobertura, e não a receita. Os direitos de licenciamentos foram

vendidos à cerca de cem empresas, com os produtos destinados a segmentos

específicos de mercado.

Esforços foram direcionados a mudança de mentalidade de algumas

empresas que encaram a Olimpíada como um evento isolado para o

desenvolvimento de um plano de envolvimento estratégico plurianual.

Com relação à questão do “marketing de guerrilha”, chamado pelos

organizadores das Olimpíadas de “marketing parasitério” (muito comum nesse

tipo de evento), criou-se um departamento de proteção ao patrocinador, cujo

objetivo e diminuir o número de casos em que as empresas “roubam” os

direitos de legítimos patrocinadores.

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Para os jogos de Atlanta, a Visa Internacional apostou a sinergia de ser

o cartão oficial da cidade e o cartão oficial das Olimpíadas. Foi uma das

primeiras vezes em que a empresa se utilizou propaganda, em outdoors.

Segundo uma pesquisa interna, houve uma melhoria significativa em termos de

atitudes entre os consumidores que estavam a par da associação da empresa

com o evento. (POZZI, 1998).

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CAPÍTULO XII

MESURAÇÃO DOS RESULTADOS

Na era do downsizing e da diminuição das margens de lucro, a

necessidade de provar o efeito do patrocínio de um evento em termo de

vendas demanda um nível sem procedentes de mensuração e contabilidade as

empresas se utilizam o patrocínio esportivo como uma ferramenta para atingir

os objetivos de marketing. Mas em que grau o marketing esportivo contribuiu

para isso? Como as empresas avaliam a eficiência do veículo de marketing

esportivo?

Pode ser difícil calcular o benefício direto do marketing esportivo nas

vendas, uma vez que muitas de outras variáveis estão influenciando no

resultado. Assim como na propaganda, a mensuração do patrocínio esportivo

se baseia em resultados mais subjetivos. Outras formas de mensuração

associam as vendas resultantes de promoções relacionadas com o evento ao

volume total de vendas.

A melhor opção para avaliar os resultados de um evento consiste numa

pesquisa composta de três fases: antes, durante e depois do evento. Uma

comparação dos resultados com os objetivos traçados previamente indicará

com precisão as possíveis áreas que precisam ser mais bem trabalhadas.

Ferramenta gerencial indispensável num processo de patrocínio de

sucesso, a mensuração ajuda não somente a medir o resultado e desenvolver

o processo ainda mais, como também o salvaguarda e justificar orçamentos

internos contra as demandas de outros elementos concorrentes dentro do

marketing. A chave do sucesso nesse processo de mensuração é saber que o

patrocinador espera do patrocínio. Apesar de óbvio, pouquíssimas empresas

estabelecem objetivas claras. (POZZI, 1998).

Esses são alguns principais cuidados a serem tomados:

- Ter objetivos bem detalhados;

- Estabelecer metas mensuráveis;

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- Medir contra um padrão;

- Lembrar-se que as informações negativas podem não indicar que o

patrocínio esteja errado;

- Fazer um acompanhamento em longo prazo;

- Não se ter estritamente aos números;

- Ter um orçamento para mensuração;

- Elaborar relatórios de pós-venda logo no final de cada temporada;

- Incentivar as audiências a responderem as pesquisas.

Os fatores mais importantes a serem medidos ao final de um patrocínio

são:

- Mudanças percebidas no reconhecimento e imagem de marca no

consumidor;

- Custo equivalente do patrocínio em termos de mídia tradicional;

- Impacto em vendas, que pode ser mais facilmente identificável em

patrocínios mais restritos e controlados ou que usem elementos

promocionais tangíveis e relacionados ao próprio patrocínio.

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CAPÍTULO XIII

PROPOSTAS PARA O DESENVOLVIMENTO DO

ESPORTE NO BRASIL

Apesar de já ter abordado o assunto anteriormente, achei que seria

interessante encerrar com as opiniões e sugestões de pessoas relacionadas ao

mundo esportivo com respeito às medidas práticas que poderiam ser tomadas

em prol do esporte, tanto em termos profissionais quanto como opção de lazer

e exceção social para a sociedade.

Algumas formas de planejar e organizar

Planejar os desenvolvimentos esportivos, estabelecendo metas para os

organismos envolvidos e para as atividades;

Democratizar e universalizar o direito à educação física, ao esporte e ao lazer,

incluindo a participação e integração de minorias comunentes marginalizadas,

como os idosos e os deficientes;

Coordenar os esforços públicos e privados na elaboração e realização de

projetos, programas e eventos, procurando maximizar o retorno social e

econômico;

Estabelecer e gerenciar verbas a serem alocadas nos orçamentos federais,

estaduais e municipais;

Criar o hábito na população de freqüentar os espetáculos esportivos e atrair

novos públicos aos ginásios e estádios do país;

Apoiar o esporte em todos os níveis, da base ao alto rendimento, incluindo

escolar, comunitário e profissional. (POZZI, 1998).

Base

Realizar trabalho de motivação desde as escolas até a comunidade;

Usar o esporte de alto nível para desenvolver a base, possibilitando que as

crianças tenham contato com atletas de ponta. (POZZI, 1998).

Esporte escolar

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Valorizar a atividade curricular da educação física e massificar o esporte

escolar;

Estabelecer diretrizes e ações para que as escolas e universidades sejam

importantes formadores de atletas;

Criar condições e exigir investimentos em espaço, equipamentos e materiais

necessários.

Incentivar a realização de jogos colegiais e universitários em todos os estados;

Treinar agentes e especialistas em mobilização e liderança nas atividades

específicas do esporte. (POZZI, 1998).

Esporte de alto rendimento

Apoiar a formação de técnicos especializados em descobrir atletas com

potencial;

Criar condições para o surgimento de times profissionalizados e maiores

números de patrocinadores e de competições rentáveis. (POZZI, 1998).

Outras modalidades esportivas

Desenvolver novas modalidades esportivas, a exemplo em que ocorrem em

diversos países;

Incentivar a realização de torneios de exibição;

Apoio ao atleta

Buscar o desenvolvimento de uma carreira técnica ou universitária paralela ao

esporte. (POZZI, 1999).

Eventos esportivos

Transformar os acontecimentos esportivos em eventos de repercussão

nacional ou internacional, que atraiam fluxos turísticos;

Implantar ações visando estabelecer no público o hábito de comparecimento

aos eventos;

A organização das competições deveria contemplar um projeto de longo prazo

com calendário e forma de disputa racionais e fixos, teto de gastos para cada

time, mais tempo para os melhores campeonatos, regionalização, e maior

divulgação dos campeonatos. (POZZI, 1998).

Clubes/times

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A formação de times profissionais poderia incluir a especialização do clube em

uma modalidade esportiva, com a terceirização das outras modalidades para

aproveitar a identificação já existente do público com a marca do clube;

Procurar estabelecer uma identificação de times por cidade, assim como vem

sendo encaminhado no campeonato estadual paulista de basquete feminino;

Utilizar a mídia intensamente para divulgação dos esportes e dos times e atrair

novo público;

Contratar jogadores estrangeiros para atuarem em times brasileiros nos

esportes que apresentam poucos atletas de destaque. (POZZI, 1998).

Recursos humanos

Um maior mercado de trabalho deve motivar a especialização de novos

profissionais;

Induzir a especialização de profissionais no exterior (técnicos, treinadores,

árbitros);

Incentivar a vinda de profissionais do exterior. (POZZI, 1998).

Instalações esportivas

Construção de instalações de vários tipos, padrões e partes para que cada

estado possua um mix adequado. O projeto deve incorporar novas tecnologias,

apresentar soluções quanto a estacionamento, segurança, iluminação, etc. e

seguir as especificações internacionais. (POZZI, 1998).

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CAPÍTULO XIV

CONCLUSÃO

A falta de profissionalismo com que o esporte é gerido no Brasil é a

falta de iniciativa. Os atletas jogavam única e exclusivamente por amor ao

esporte e isso ultimamente ficou para trás, eles não poderiam encarar o

esporte como uma carreira, que por si só, garantisse a ele o sustento digno de

sua família.

O esporte oferece condições boas e únicas de negócio ou lucro, como

em qualquer outro negócio, o investimento no esporte deve ser muito bem

planejado, tendo uma forma clara dos objetivos que se busca alcançar.

O produto esporte deveria ser uma verdadeira preocupação nacional,

seus valores e sua aplicabilidade no contexto educacional são indiscutíveis. O

planejamento estratégico deve ser obrigatório em todas as modalidades

esportivas, a fim de se obter integração e coerência nos planos, programas e

projetos.

O objetivo de qualquer empresa ao aplicar em marketing de esportes é

promover sua marca, agregar valor a ela. Por isso, a escolha do esporte a ser

apoiado tem de obedecer à lógica de mercado, afinando-se com as

características específicas do produto a ser comercializado.

Em sua forma original, o marketing esportivo não passava de

contratação de um atleta para divulgação de um produto. Hoje a preferência

das empresas vem recaindo sobre eventos de um modo geral, uma estratégica

que oferece estabilidade em longo prazo e ajuda a construir uma imagem forte.

O esporte vem sendo usado para lançar novos produtos, para aumentar a

empatia do consumidor em relação a uma empresa. No começo os objetivos

eram apenas institucionais.

De uma forma geral, o esporte é emoção, atração e envolvimento, e

para saber aproveitar bem estas características, também é necessário

conhecê-las a fundo. O reflexo da sociedade por esta razão desenvolve

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tamanha afinidade com um público tão diverso: homens, mulheres, adultos e

crianças, ricos e pobres. Todos esses possuem seus ídolos, vibram todos com

os seus sucessos, e são solidários nos momentos mais difíceis. Com tudo isso

e outras mais, como é importante o marketing esportivo nos esportes.

À medida que os resultados da estratégica foram aparecendo através

do grande fortalecimento da imagem da empresa, muitos novos caminhos vêm

sendo descobertos. Patrocínio de grandes eventos esportivos pela televisão,

onde as negociações são feitas sem qualquer preconceito através de uma

parceria em que os anunciantes investem em merchandising que assegura a

exposição de seu logotipo durante a transmissão de um evento seja ele qual

for. As empresas buscam patrocinar esportes com maior atração do público

como o automobilismo, futebol, basquete, vôlei e o tênis e muitos outros

esportes, elas têm sido muitos utilizados para exposição das marcas das

empresas.

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CAPÍTULO XV

REFERÊNCIAS

BECHARA, Marcos. Comunicação empresarial. Disponível em:

<http//wwwcomunicaçãoempresarial.com.br> [11 jul. 2002].

BECHARA, Marcos. Marketing esportivo. Disponível em:

<http//www.widebiz.com.br>. [11 set. 2001].

CONTURSI, Ernani Bevilaqua. Marketing esportivo. Rio de Janeiro: Sprint 2°

edição, 2000.

DINIZ, Edgar; CESAR, Leonardo. A dinâmica da indústria do futebol.

Publicado na revista Conjuntura Econômica, da Fundação Getúlio Vargas, em

novembro de 1.999.

DINIZ, Edgar e CESAR, Leonardo. O potencial do vôlei como negócio no

Brasil. Publicado na revista Conjuntura Econômica, da Fundação Getúlio

Vargas, em fevereiro de 2.000.

FACHIN, Odélia. Fundamentos de metodologia. São Paulo: Saraiva 3a 2°

edição, 2001.

MELO, Neto, Francisco Paulo de. Marketing esportivo. Rio de Janeiro:

Record 2° edição, 2000.

NASSAR, Paulo. A gazeta esportiva. Disponível em:

<http://www.aberje.com.Br/clipping/clip99.html>. [28 nov. 2002].

POZZI, Luís Fernando. A grande jogada: teoria e prática de marketing

esportivo. São Paulo: Globo, 1998.

SBRIGHI, César Augusto. As implicações do marketing na administração

esportiva. Disponível em:

<http://meusite.osite.com.br/cesão/monografia.html>. [02 ago. 2002].

VERGARA, Sylvia Constant. Como elaborar projetos e relatórios de

pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 2000.

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CAPÍTULO XVI

FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Pós-Graduação “Lato Sensu”

Título do Livro: Marketing Esportivo Data de Entrega: ____________________________ Auto Avaliação: Como você avaliaria este livro? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________. Avaliado por: ______________Grau______________________.

__________________,__________de_________________de________