UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS INSTITUTO DE FÍSICA PROGRAMA DE … · Geração de segundo...

62
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS INSTITUTO DE FÍSICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FÍSICA PAULO BORGES NÃO LINEARIDADES DE SEGUNDA ORDEM EM CRISTAIS ORGÂNICOS DE ALANINAS DOPADAS COM METAIS DE TRANSIÇÃO E ALCALINO TERROSO (Mn, Fe, Ni e Mg). Maceió 2013

Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS INSTITUTO DE FÍSICA PROGRAMA DE … · Geração de segundo...

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

INSTITUTO DE FÍSICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FÍSICA

PAULO BORGES

NÃO LINEARIDADES DE SEGUNDA ORDEM EM CRISTAIS ORGÂNICOS DE

ALANINAS DOPADAS COM METAIS DE TRANSIÇÃO E ALCALINO TERROSO

(Mn, Fe, Ni e Mg).

Maceió 2013

2

PAULO BORGES

NÃO LINEARIDADES DE SEGUNDA ORDEM EM CRISTAIS ORGÂNICOS DE

ALANINAS DOPADAS COM METAIS DE TRANSIÇÃO E ALCALINO-TERROSO

(Mn, Fe, Ni e Mg).

Dissertação apresentada ao Instituto de Física da Universidade Federal de Alagoas como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Ciências pelo programa de Pós- Graduação em Física. Orientador: Prof. Dr. Marcos Vinícius D.Vermelho.

Maceió 2013

3

“Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero

ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe. Que ele é superior

ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz. Quero poder

acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não

desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito e serei plenamente

feliz. Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras

pessimistas. Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão, que o

amor existe que vale a pena se doar as amizades e as pessoas, que a vida é

bela, que sempre dei o melhor de mim...” E QUE VALEU A PENA!!!

(Mário Quintana)

"Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a

ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não

tiver amor, nada serei".

(Coríntios 13.2)

4

“... O Senhor é meu pastor, nada me faltará...”Ainda que eu atravesse o vale escuro,

nada temerei, pois, Deus está comigo.

“... A vossa bondade e misericórdia hão de seguir-me por todos os dias de minha

vida.”

(Trechos do Salmo 23)

Senhor guia-me sabiamente...!

5

DEDICATÓRIA

Trabalho dedicado ao meu Pai José da Mata de Assis e à minha Mãe Maria de

Jesus Borges de Assis por acreditarem nos meus sonhos, incentivando-me a

nunca desistir deles.

Dedico também aos meus irmãos: Valdir, Helio e Jairo; aos sobrinhos e

parentes sendo estes dos mais diversos: Tios, primos, dentre outros, pelo

incentivo, cooperação e apoio dado durante essa jornada, uma vez que os

mesmos sempre se mostraram presentes em minha vida, até mesmo quando

estes estiveram ou estavam distantes de mim fisicamente.

Agradeço a todos vocês por se fazerem presentes em minha vida e me darem

muitas alegrias.

Amo muito todos vocês!

6

AGRADECIMENTOS

Qualquer trabalho que façamos principalmente um realizado em tantos meses, precisamos indispensavelmente da ajuda de muitos. Assim sendo, torna-se extremamente difícil mencionar todos neste pequeno espaço, logo, àqueles que não virem a citar, fica o meu mais sincero sentimento de gratidão.

Inicialmente quero agradeço a Deus por sua infinita bondade e misericórdia, por me guiar em mais uma etapa de minha vida fortalecendo meu coração, iluminando minha mente e por nunca me abandonar nos momentos difíceis em minha vida.

Agradeço ao meu orientador Marcos V. D. Vermelho, o qual serei eternamente grato pelos seus conselhos, ensinamentos e paciência, por me ajudar a vencer minhas limitações, e principalmente por tornar possível esse trabalho.

Aos Professores, Tiago Mariz, Evandro Gouveia e Fidelis de Moura pelos conselhos e ensinamentos nas disciplinas cursadas durante o período do Mestrado, bem como os Professores, Carlos Jacinto da Silva, Crisógono R. da Silva, Maria Tereza de Araújo, Pedro Valentim dos Santos, Wagner Ferreira da Silva, Kléber Cavalcanti Serra, Eduardo Fonseca e Tonholo pela oportunidade acadêmica de convívio e aprendizado.

Ao Instituto de Física da Universidade Federal de Alagoas e ao Grupo de Fotônica e Fluidos Complexos pelo apoio institucional e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior- Capes pela bolsa.

Ao Departamento de Física da Universidade Federal do Ceara, na pessoa do Professor Valder Freire por ter cedido gentilmente as amostras.

Meus mais sinceros agradecimentos e gratidão as minhas grandes amigas Nuccia e Andréa (deafisica) pela receptividade, confiança, companheirismo e atenção dedicada, aos ilustríssimos amigos Baleato, Robenilson, José Maria , Pedro Juvencio, Wellington, Manuel, Valdemir Chaves, Job Saraiva, André, Ana, Carlos Henrique.

A todos os colegas do grupo de Fotônica e Fluidos Complexos do IF-UFAL pelo aprendizado e bom convívio diário, ao pessoal da Biblioteca, Secretaria da Pós-Graduação e da limpeza sempre cordiais e dispostos a ajudar.

Agradeço ao Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão IFMA polo incentivo a qualificação profissional de seus servidores em particular aos ilustríssimos companheiros de trabalho com os quais tenho muita admiração e consideração em especial, Aristóteles de Almeida Lacerda Neto, Locilha Costa e João Batista Macedo S. Sobrinho (batistinha), pelo apoio, dedicação, atenção e confiança dedicada durante todos esses anos.

7

Ao grande; Edson Lira, Adroaldo José grande (Brow), Saulo Pinto, Vinicius, Franklin, André Artiole, Pedro Cantanheide, Francilio, Arlan Matos, minha presada amiga Adma Carla, a minha queria amiga Alcione Lino sempre presentes, ao Jose Airton (Gaguinho), Janilson, José Ribamar Vale, Gleyciane e José Lima Assunção Júnior pessoa da qual tenho muita estima e consideração e ao grupo de Física do IFMA campus Santa Inês- MA.

Ao ilustre amigo Hildecy Cavalcante in memória.

Aos meus tios Cordeiro e Raimunda in memória.

A todas as pessoas especiais que passaram na minha vida deixando marcas de contribuição significativas para minha formação acadêmica e profissional, em especial as professoras Graça Santana, Teresa Cristina e Isabel Cristina Coelho Vieira

A Todos que ficaram na torcida pelo incentivo dedicado, o meu respeito e mais sinceros sentimentos de gratidão.

8

RESUMO

Neste trabalho estudou-se uma classe especial de materiais ópticos de natureza não linear, os cristas orgânicos de alanina, sendo que os mesmos foram ainda pouco estudados sob o ponto de vista da óptica não linear. Os cristais orgânicos foram escolhidos porque estudos prévios indicam que há possibilidades de alta não linearidade óptica de segunda ordem destes materiais como por exemplo o efeito de geração de segundo harmônico, além de manifestarem boa transparência para determinadas regiões do espectro eletromagnético. Adicionalmente esses materiais manifestam propriedades ópticas de casamento de fase e birrefringência, despertando assim o interesse na produção de dispositivos ópticos com maior eficiência na modulação da luz. As propriedades ópticas lineares de absorção dos compostos orgânicos de cristais de alanina dopados com metais de transição e alcalino terroso (Mn, Fe, Ni, Mg) foram verificadas em diferentes regiões do espectro eletromagnético sendo elas as regiões do visível, ultravioleta e infravermelho. Ao utilizar a técnica de luminescência com uma fonte de laser do tipo Nd-YAG pulsado, observamos alguns espectros relacionados ao processo de geração de segundo harmônico na região de 532 nm.

Palavra – chave: Óptica não linear. Geração de segundo harmônico. Casamento de

fase.

9

ABSTRACT

In this work, a class of optical materials for nonlinear crystals organic alanine which they have been less studied from the point of view of nonlinear optical. The organic crystals were chosen because previous studies indicate that there is no possibility of high second order nonlinear optical materials such as for example the effect of second harmonic generation, and having indicia which show good transparency to particular regions of the electromagnetic spectrum. Additionally properties these materials exhibit optical birefringence phase matching and, thus arousing the interest in the production of optical devices with a higher efficiency light modulation. The linear optical absorption properties of organic compounds alanine crystals doped with transition metals (Mn, Fe, Ni, Mg) were observed in different regions of the electromagnetic spectrum with these being regions of the visible, ultraviolet and infrared. By using the technique of luminescence with a laser source of the type Nd-YAG pulsed spectra observed some process related to the generation of second harmonic in the region of 532 nm.

Keyword: Nonlinear Optics. Sencond Harmonic Generation. Phase Matching.

10

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Efeito da dependência não linear da polarização sob a ação de um campo

elétrico.(a)-Gráfico ilustrativo da resposta linear do campo e (b)-Gráfico ilustrativo da

resposta não linear do campo. .................................................................................. 18

Figura 2 - Gráfico Referente à troca de energia entre a onda de Segundo Harmônico

e fundamental. ........................................................................................................... 25

Figura 3 - Imagem do processo de geração de segundo harmônico em um cristal. . 26

Figura 4 - Elipsóide dos índices de refração e polarização dos modos normais para

uma dada direção de propagação s. ......................................................................... 27

Figura 5 - Fórmula estrutural de aminoácidos. .......................................................... 30

Figura 6 - Fórmula estrutural da alanina.................................................................... 31

Figura 7 - Cristais de Alanina. ................................................................................... 36

Figura 8 - Cristal de Alanina gerando segundo harmônico........................................ 36

Figura 9 - Espectrofotômetro PerkinElmer Lambda 1050 UV-VIS-NIR, cavidade das

amostras. ................................................................................................................... 37

Figura 10 - Espectrofotômetro PerkinElmer Lambda 1050 UV-VIS-NIR. .................. 38

Figura 11 - Laser Nd-Yag pulsado. ........................................................................... 38

Figura 12 - Comprimento de onda FeCl2-4H2O na região ultravioleta. ...................... 40

Figura 13 - Comprimento de onda MnCl2-4H2O na região ultravioleta. ..................... 41

Figura 14 - Comprimento de onda MgSO4-7H2O na região ultravioleta. ................... 41

Figura 15 - Comprimento de onda NiSO4-6H2O na região ultravioleta. ..................... 42

Figura 16 - Comprimento de onda FeCl2-4H2O na região visível. ............................. 43

Figura 17 - Comprimento de onda MnCl2-4H2O na região visível. ............................ 43

Figura 18 - Comprimento de onda MgSO4-6H2O na região visível. ........................... 44

Figura 19 - Comprimento de onda NiSO4-6H2O na região visível. ............................ 44

Figura 20 - Comprimento de onda FeCl2-4H2O na região do infravermelho.............. 45

Figura 21 - Comprimento de onda MnCl2-4H2O na região do infravermelho. ............ 46

Figura 22 - Comprimento de onda NiSO4-6H2O na região do infravermelho............. 47

Figura 23 - Comprimento de onda MgSO4-7H2O na região do infravermelho. .......... 48

Figura 24 - Gráfico ilustrativo das relações entre os picos das bandas de absorção

para os metais de transição. ..................................................................................... 49

Figura 25 - Gráfico ilustrativo das relações entre os picos das bandas de absorção

para o metal alcalino terroso Magnésio. .................................................................... 50

Figura 26 - Procedimento experimental para geração de segundo harmônico. ........ 51

Figura 27 - Curva referente ao espectro de geração de segundo harmônico em

diferentes concentrações para FeCl2-4H2O............................................................... 52

Figura 28 - Curva referente ao espectro de geração de segundo harmônico para o

sulfato de Niquel em diferentes concetrações. .......................................................... 53

11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 14

1.1 Óptica Não Linear ......................................................................................... 15

1.2 Equação de Onda em um meio transparente ............................................. 17

1.3 Polarização ................................................................................................... 19

1.3.1 Resposta Linear de Polarização ..................................................................... 19

1.3.2 Resposta Não Linear de Polarização ............................................................. 20

1.4 Geração de Segundo Harmônico ................................................................ 23

2 COMPOSTOS ORGÂNICOS ..................................................................................... 28

2.1 Aminoácidos ................................................................................................. 29

2.1.1 Alanina ........................................................................................................... 30

2.1.2 Estrutura da Alanina ....................................................................................... 31

2.2 Amostras ....................................................................................................... 32

2.2.1 Cloreto de Manganês -MnCl2 (II) .................................................................... 32

2.2.2 Cloreto Ferroso - FeCl2(II) .............................................................................. 32

2.2.3 Sulfato de Níquel -NiSO4 ................................................................................ 33

2.2.4 Sulfato de Magnésio -MgSO4 ......................................................................... 34

2.2.5 Os Cristais de Alanina .................................................................................... 36

2.3 Processos de Caracterização Óptica .......................................................... 37

2.3.1 Equipamentos utilizados ................................................................................. 38

3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ............................................................. 39

3.1 Medidas de Espectroscopia UV-VIS-NIR .................................................... 39

3.1.1 Procedimentos experimentais para as Amostras ........................................... 39

3.2 Absorção de compostos de Alanina dopada com metais de transição.. 40

3.2.1 Região Ultravioleta ......................................................................................... 40

3.2.2 Região Visível................................................................................................. 42

3.2.3 Região do Infravermelho ................................................................................ 45

3.3 Dados referentes ao Processo de Geração de Segundo Harmônico ...... 50

3.3.1 Aparato experimental ..................................................................................... 51

3.3.2 Dados Experimentais ..................................................................................... 52

4 CONCLUSÕES .............................................................................................. 54

12

4.1 Propostas para Futuros Trabalhos ............................................................. 56

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 57

APÊNDICE ................................................................................................................ 60

14

1 INTRODUÇÃO

A interação da radiação com a matéria é uma poderosa ferramenta de

investigação [1, 2]. Técnicas utilizando íons terras raras como marcadores tem sido

amplamente investigadas [2]. A análise de fluorescência é uma das técnicas mais

importantes na biologia e da biomedicina, devido ao seu modo não-invasivo e de alta

sensibilidade. De um modo geral, uma sonda de biomolécula é enxertada com

determinados marcadores para gerar um sinal de fluorescência detectável. Como um

pré-requisito para a bio-análises, nem a bioatividade da sonda hospedeiro nem a

propriedade óptica do marcador é danificada, quando a biomolécula é rotulado com

marcador fluorescente [3]. Os marcadores são investigados quando eles estão

realizando funções biológicas. Vários instrumentos, como microscópio de

fluorescência, leitor de placas, e biochip scanner apoiam as investigações para fins

qualitativa/quantitativa. Estes processos são convenientes quando resolução

espacial das medidas não precisam ser levadas em consideração. Apesar dos íons

terras raras apresentarem bandas de emissões relativamente estreitas e definidas,

todos os procesos ópticos envolvidas na sua geração não dependem tão fortemente

da intensidade da radiação incidentes como processos ópticos não-lineares.

O aminoácidos como elementos de formação de proteinas oferece um alto

grau de biocompatibilidade, principalmente se comparado a marcadores biológicos

baseados em elementos terras raras. Sendo assim, a possibilidade da utilização

desses cristais como marcadores biológicos tem um grande apelo científico e

tecnológico. Aliada a isto, a espectroscopia não linear tem alguns fatores que a

tornam mais eficiente do que a espectroscopia por fluorescência de terras raras.

Dentre elas podemos ressaltar o alto grau de seletividade devido sua dependência

com a intensidade de bombeamento, o alto grau de seletividade de diferentes

processos não lineares pelo comprimento de onda de bombeamento. Podemos citar

processos de somas e diferenças de frequências, gerações de harmônicos, etc.

Os cristais orgânicos tem susceptibilidades não linear comparáveis com os

cristais inorgânicos [4]. Dentre os cristais orgânicos para aplicações em óptica não

linear, os aminoácidos tem propriedades específicas de grande interesse, tais como,

quiralidade molecular devido a estrutura molecular desprovida de centro; uma larga

janela de transparência óptica estendendo do ultra-violeta até a região visível

15

ocasionada pela ausência de fortes ligações químicas conjugadas; a distribuição de

cargas na molécula neutra de natureza zwitterionica favorece a dureza do material.

Neste trabalho, investigamos as propriedades ópticas não lineares de cristais

de alaninas dopados com metais de transição e alcalino-terroso observando o efeito

desses na eficiência de Geração de Segundo Harmônico. Inicialmente, no capítulo 1,

serão apresentado os conceitos básicos de óptica não linear que serão

fundamentais para o entendimento da caracterização dos cristais orgânicos. No

capítulo 2 serão abordados conceitos relativos aos aminoácidos, em particular da

alanina e sua estrutura, bem como dos dopantes a base de cloretos e sulfatos com

metais de transição (Mn, Fe, Ni) e alcalino-terroso (Mg). O capítulo 3 será dedicado

a apresentação dos procedimentos experimentais através dos quais, investigamos

as propriedades ópticas de absorção e Geração de Segundo Harmônico. O capítulo

4 será dedicado as considerações finais a respeito dos resultados experimentais dos

cristais orgânicos de alanina e as possíveis propostas para trabalhos futuros.

Na seção a seguir descreveremos alguns conceitos relativos a óptica não

linear que serão relevantes para a apresentação deste trabalho.

1.1 Óptica Não Linear

A não linearidade na óptica está relacionada a fenômenos que surgem em

função das propriedades de um meio devido a sua interação com radiação

eletromagnética intensa, e seus efeitos são percebidos sobre a polarização dielétrica

deste [5, 6]. Por meio desta resposta a interação desses campos elétricos intensos

são responsáveis pelo surgimento de novos comprimentos de onda. Logo, torna-se

importante ressaltar que os efeitos não lineares não são comuns de serem

observados em nosso dia-a-dia. A sua observação só se tornou possível após a

invenção do laser. Peculiaridades destas fontes de radiação, tais como,

monocromaticidade e altas intensidades são os fatores preponderantes para

observação de efeitos ópticos não lineares [1, 7].

Um dos principais processos de natureza não linear de segunda ordem é a

Geração de Segundo Harmônico, considerado o marco referencial da óptica não

16

linear, a partir do qual vários outros efeitos ópticos não lineares passaram a ser

investigados, dentre os quais destacamos os efeitos de geração de soma e

diferença de frequências, absorção multifotônica, misturas de ondas e processos de

amplificação óptica paramétrica [5, 8]. Dentre as principais características de

materiais candidatos a processos não lineares de ordem par está a simetria de

inversão. Esta característica é geralmente observada em cristais que possuem um

arranjo molecular bem definido, denominados birrefringentes e não centrossimétricos

[9].

No entanto, alguns efeitos de segunda ordem como, por exemplo, Geração de

Segundo Harmônico Fotoinduzida e Processo Termoelétrico de Polarização podem

ocorrer de forma induzida em meios que não possuem um arranjo molecular bem

definido, considerados amorfos, como é o caso dos vidros os quais possuem

simetria de inversão macroscópica, sendo considerados centrossimétricos [10, 11].

Nestes casos a assimetria responsável pelo processo de Geração de Segundo

Harmônico é induzida por redistribuição iônica no material produzindo um campo

elétrico estático interno no interior do meio.

Diferentes classes de materiais em meios (vítreos e cristalinos) vêm sendo

investigadas com o intuito de analisar suas propriedades ópticas, e assim,

apresentar possíveis respostas de natureza não linear. Além disso, tem-se investido

em pesquisas científicas que possam estimular o desenvolvimento de materiais com

propriedades ópticas não lineares com maiores eficiências. Esses materiais com

características ópticas de alta não linearidade podem ser utilizados para o

desenvolvimento de dispositivos ópticos e fotônicos como, por exemplo, as chaves

ópticas, os sensores e os lasers com aplicações na medicina e nas

telecomunicações.

Na seção seguinte apresentaremos os fundamentos da formulação da óptica

não linear.

17

1.2 Equação de Onda em um meio transparente

Fenômenos ópticos, assim como todos os eletromagnéticos, são governados

pelas equações de Maxwell [12-15]. No sistema internacional de unidades as

equações governando as amplitudes dos campos elétrico E e magnético H em um

dado ponto do espaço são dadas por:

B

Et

(1.1)

D

H Jt

(1.2)

fD (1.3)

0B (1.4)

onde D e B representam as densidades de fluxo elétrico e magnético,

respectivamente. Estes fluxos estão relacionados com as amplitudes dos campos

pelas seguintes relações constitutivas:

0D E P (1.5)

0B H M (1.6)

Para meios não magnéticos, com ausência de cargas externas, e sem

correntes aplicadas assume-se 0fM J . A partir das equações de Maxwell é

possível obter a equação da onda.

2 2

02 2 2

1 E PE

c t t

(1.7)

,P r t corresponde ao momento de dipolo elétrico por unidade de volume. Esta

resposta do meio é proporcional a amplitude do campo incidente. Os campos

elétricos encontrados na prática estão com valores na faixa de 108 V/m, em geral,

muitas formas de matéria apresenta rigidez dielétrica para campos acima desses

valores. Nesta faixa de amplitude de campo a resposta da polarização com o campo

elétrico á linear, conforme mostrado na figura 1(a). Para campos mais intensos,

18

conforme ilustrado na figura 1(b) a polarização apresenta comportamento não linear.

Implicações qualitativas importantes dessa relação entre P e E permitem formalizar

esses efeitos não lineares. Podemos representar a -ésima componente cartesiana

do momento de dipolo por unidade de volume, ,P r t , em função de três

componentes cartesianos do campo elétrico, ,E r t , onde e representam as

coordenadas x, y, e z, por uma série de Taylor:

2

0

0 0

2

0

1,

2!

1

3!

P PP r t P E E E

E E E

PE E E

E E E

(1.8)

O primeiro termo representa momento de dipolo por unidade de volumes

intrinsecos do material presentes com campos elétricos nulos. Os demais são os

momentos de dipolos induzidos pela presença de campos elétricos. O segundo

termo representa a resposta linear e os demais as respostas não lineares.

Figura 1 - Efeito da dependência não linear da polarização sob a ação de um campo eletrico.(a)-Gráfico ilustrativo da resposta linear do campo e (b)-Gráfico ilustrativo da resposta não linear do campo.

Fonte: P.N.Butcher e D.Cotter.

19

Assim, o momento de dipolo elétrico por unidade de volume (polarização)

induzido pelo campo elétrico pode ser representado de maneira sucinta através do

seguinte formalismo matemático no domínio do tempo,

(1) (2) ( )( , ) ( , ) ( , ) ( , )nP r t P r t P r t P r t (1.9)

Neste formalismo matemático estamos levando em consideração que a

resposta de polarização do meio mediante a ação do campo é local. No entanto, o

meio pode responder não localmente, tendo em vista que outros pontos do material

podem influenciar no processo de polarização [16, 17]. Na seção (1.3.1) há uma

discussão sobre o primeiro termo da equação (1.9) o qual se refere à polarização

linear e em seguida, na seção (1.3.2) abordará-se também sobre o segundo termo o

qual se refere a polarização não linear, esses dois termos são relevantes para o

escopo deste trabalho.

A óptica linear fornece uma descrição completa de interação luz-matéria só no

limite das fontes de radiação fracos. Quando consideramos as fontes de radiação

mais intensas, a fenomenologia da interação luz-matéria é muito mais complexo e

interessante. Inteiramente novas classes de processos relacionados com os efeitos

da não linearidade na interação, pode ser observada experimentalmente. Portanto,

as novas ferramentas teóricas têm de ser introduzidas, a fim de explicar esses

fenômenos. A seguir apresentaremos de forma sucinta parte deste formalismo para

dar suporte aos trabalhos apresentados a seguir.

1.3 Polarização

1.3.1 Resposta Linear de Polarização

Para a representação da Polarização tendo em vista que ( ) representa a

polarização Linear em função da ação do campo ( ), podemos expressá-lada

seguinte forma,

( ) ∫

( ) ( ) (1.10)

Tendo em vista que na expressão (1.10) o termo ( )representa um tensor

de segunda ordem, o qual leva em consideração a resposta do meio, tal que os

20

termos e levam em consideração que o meio pode não responder de forma

imediata a ação do campo e que a polarização em um determinado tempo em um

ponto pode corresponder à soma de todos os tempos anteriores, obedecendo assim

o Princípio da Causalidade [16, 17].

Entretanto, a resposta do meio em relação ao campo elétrico aplicado em

uma dada direção x não implica dizer que este campo induzirá um processo de

polarização apenas nesta direção.No entanto, a expressão (1.10) pode ser reescrita

em termos de coordenadas cartesianas x, y e z [14, 15], sendo:

( ) ∫

( ) ( ) (1.11)

de modo que, as variáveis e σ assumem os valores das coordenadas x, y e z.

A expressão (1.11) pode ainda ser reescrita considerando que o campo

elétrico aplicado em uma dada direção pode provocar à indução de um processo de

polarização em outras direções, assim temos:

( ) ∫

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) (1.12)

consequentemente de maneira análoga, podemos obter ( ) e

( ) para as

direções y e z respectivamente.

1.3.2 Resposta Não Linear de Polarização

Aplicando o mesmo argumento utilizado na seção anterior para a polarização

linear, temos que a polarização não linear de segunda ordem ( ) pode ser escrita

como:

( ) ∫

( ) ( ) ( ) (1.13)

A expressão (1.13) é a mais geral para a polarização que é quadrática em

relação à ( ). O termo ( ) representa um tensor de terceira ordem, o qual

satisfaz o Princípio da Causalidade e consequentemente deve obedecer à condição

de realidade, sendo nulo quando e/ou for negativo [16, 17].

21

Diante do formalismo matemático exposto, podemos agora descrever a

equação geral da polarização não linear considerando as coordenadas temporais da

seguinte maneira:

( ) ∫

( ) ( ) ( ), (1.14)

onde a equação (1.14) demonstra a polarização não linear ( ) escrita em termos

do tensor de resposta ( ) e do campo elétrico em função dos tempos de

resposta do meio, ( ) ( ).

Os tensores de susceptibilidade surgem quando o campo elétrico é expresso

em termos da transformada de Fourier, consistindo assim em uma mudança do

domínio temporal do campo para o domínio da frequência, sendo:

( )

( ) ( ) (1.15)

onde:

( ) ∫

( ) ( ) (1.16)

Substituindo ( ) por ( ) e ( ) por ( ), a polarização nas expressões

(1.15) e (1.16) são idênticas, entretanto com a mudança de domínio, substituindo a

expressão (1.16) em (1.10) temos:

( ) ∫

( ) ( ) ∫

( ) ( ) ( ) (1.17)

por definição extraímos da expressão (1.17) o tensor de susceptibilidade linear do

meio dado por:

1 ( ) ∫

( ) ( ) (1.18)

Consequentemente partindo também da expressão (1.17) obtemos a primeira

ordem de polarização, a qual é representada por:

( ) 1 ( ) ( ) (1.19)

22

Na expressão (1.18) por conveniência o termo - é igual , de modo que o

termo de susceptibilidade linear do meio passar a ser um termo de proporcionalidade

entre o campo interagente e a polarização linear do meio.

Procedendo de maneira análoga para o caso da polarização não linear de

segunda ordem combinando a expressão (1.16) com (1.13) obtemos a seguinte

expressão para a susceptibilidade não linear de segunda ordem:

2 ( ) ∫

( ) ( ) (1.20)

É importante ressaltar que na expressão (1.20), o termo corresponde à

soma das frequências ópticas e sendo a polarização não linear de segunda

ordem dada por [16, 17];

( ) 2 ( ) ( ) ( ) (1.21)

A resposta de polarização pode ser representada de maneira resumida no

domínio das frequências da seguinte forma:

( ) 1 1E ( 1 ) 2 1 1 2 2( ) ( )E E (1.22)

Na expressão (1.22) é a permissividade elétrica do vácuo, tendo em vista

que o primeiro termo, representa a polarização linear a qual está relacionada com a

absorção linear e ao índice de refração, no entanto o segundo termo é responsável

pelos efeitos de segunda ordem tais como Geração de soma e diferença de

frequência e Geração de segundo harmônico.

As fórmulas para os tensores susceptibilidade revelam uma importante

propriedade de permutação-simetria dos componentes do tensor, conforme

mostrado por Butcher [16] a susceptibilidade não linear de segunda ordem é dada

por:

3

2

1 2 02

0 1 2 2

( ; , ) ( )2 ( )( )

ab bc caT abc

ba ca

r r rNeS a

(1.23)

Onde a operação total de simetrização TS representa a soma sobre todos os

pares de permutação, sendo 2

1 2( ; , ) invariante sob qualquer uma delas

23

sendo, a frequência de ressonância e a frequência com campo. Nesta

expressão fica evidente a condição de ressonância para processos envolvendo dois

fótons. O termo ( 1 2ba ) está relacionado com a condição de casamento de

fase que será descrito no item 1.4. Desta forma, para que processos não lineres de

segunda ordem sejam efiecientes é necessário que ocorra essa condição de

ressonância.

Processos de interação da matéria com uma ou mais fontes de intensas de

radiação monocromática, um efeito não-linear notável é a mistura de frequências, ou

seja, a presença no espectro de saída da radiação de componentes não nulas com

frequência correspondente à soma ou diferenças das componentes da frequência de

radiação incidente [5, 18, 19]. Este processo é muito intenso quando a radiação de

entrada ou as suas combinações estão em ressonância com transições permitidas

do material. Dentro da grande família desses fenomenos de mistura de frequências,

um processo muito relevante é a geração de harmônicos. Geração harmônica é a

produção de radiação de saída com componentes espectrais relevantes em

freqüências que são os múltiplos inteiros das freqüências das fontes de luz

monocromática de entrada. Dentre os processos não lineares de geração de

harmônicos, a geração de segundo harmônico é o primeiro e mais eficiente, quando

as condições são atendidas. Descreveremos essas caracteristicas de geração de

segundo harmônico por meio de um exemplo de propagação dos campos em um

meio homogêneo.

1.4 Geração de Segundo Harmônico

Partindo da equação de propagação da onda considerando uma onda plana

em que o fluxo de energia é predominantemente ao longo da direção z, de modo

que podemos utilizar a aproximação de ondas escalar tomando o Laplaciano como:

2

2 2

2tz

(1.24)

e o campo elétrico como:

( , ) ( )exp[ ( )]i i i iE r t E r i k z t (1.25)

24

onde 2i i ik n representa o vetor de onda num meio com índice de refração ni e

i é a frequência angular da onda [12, 13]. Consideramos i=1 para frequencia

fundamental e i=2 para o segundo harmônico 2. Por meio das equações (21) e

(22) podemos matematicamente descrever a propagação dessas duas ondas

eletromagnéticas em um meio homogêneo pelas equações acopladas [16].

[

( )

] (1.26)

[ ( )

] (1.27)

O parâmetro 𝜟k nas expressões (1.26) e (1.27) é o termo de casamento de

fase entre a onda de frequência 2 e a onde de frequência , o qual está

intimamente relacionado com o índice de refração, de modo que:

𝜟k= (1.28)

tal que na expressão (1.28) o parâmetro k é definido por

, assim sendo (1.28)

pode ser reescrita como [16, 18]:

𝜟k= ( ) (1.29)

Segundo as equações (1.26) e (1.27) a eficiencia do processo de geração de

segundo harmônico está relacionada com o valor do casamento de fase. Para k

não nulo a resposta terá uma periodicidade dependente de seu valor. Para o caso

da geração de segundo harmônico em que a condição de casamento de fase é

satisfeita, ou seja 𝜟k = 0. De modo que:

(1.30)

neste caso as velocidades de fase da onda fundamental bem como a de segundo

harmônico são iguais, estando assim, ambas em fase de sincronismo ocorrendo o

máximode transferência de energia da onda fundamental para a onda de segundo

harmônico.

Na Figura-2 podemos observar as parcelas normalizadas de intensidades de

segundo harmônico e fundamental em relação ao comprimento do meio aqui

25

definido por em função do comprimento de coerência L para casamento e

descasamento de fase [16].

Figura 2 - Gráfico Referente à troca de energia entre a onda de Segundo Harmônico e fundamental.

Fonte: Autor, 2013.

Os padrões espaciais de interferência são definidos como uma função do

comprimento de coerência aqui definido pela expressão (1.31).

(1.31)

na expressão (1.30) podemos observar que o comprimento de coerência é máximo

quando o termo 𝜟k tente a zero [18, 19].

Com base na expressão (1.28) a expressão (1.31) pode ser reescrita da

seguinte forma:

(1.32)

O comprimento de coerência, aqui definido por representa a máxima

medida do cristal que é utilizada na produção do segundo harmônico. Tendo em

vista que em circunstâncias normais não pode ser maior do que 10-2 cm [19]. Isto

porque o índice de refração n aumenta com [18, 19]. Assim sendo, o

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5

1,0

0,5

0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

I (L) I (0)

I2 (L) I (0)

26

comprimento de coerência pode ser definido combinando a expressão (1.32) com o

termo de

sendo:

(1.33)

onde na expressão (1.33) representa o comprimento de onda no espaço livre do

feixe fundamental.

Na figura 3 temos uma visão do Processo de Geração de Segundo Harmônico.

Figura 3 - Imagem do processo de geração de segundo harmônico em um cristal.

Fonte: http://www.laserfast.org/laser/pictures.cfm, 2012.

A condição de casamento de fase obtida em meios anisotrópicos é descrita

pela propagação de ondas planas em meios anisotrópicos. Este formalismo é

amplamente descritos em livros textos [18, 19]. Baseado em considerações de fluxo

de energia, é definida uma superfície descrita por um elipsóide descrito pela

equação:

2 2 2

2 2 2

0 0

1e

x y z

n n n (1.34)

que descreve uma região de em que casamento de fase poderá ser atingido, figura

4. A simetria óptica dos cristais está diretamente relacionada com sua simetria de

27

grupo. Em cristais bi-axiais os eixos das coordenadas principais são denominados

de tal forma que os três principais índices estão na ordem x y zn n n . Nesta

convenção os eixos ópticos estão contidos no plano xz .

Figura 4 - Elipsóide dos índices de refração e polarização dos modos normais para uma dada direção de propagação s.

Fonte: Adaptado de Yariv, 2008.

A figura considera um cristal uniaxial com índices de refração 0 e x y z en n n n n .

Neste capítulo foram apresentados conceitos fundamentais de óptica não

linear que serão utilizados na apresentação nas análises dos resultados

experimentais deste trabalho.

28

2 COMPOSTOS ORGÂNICOS

Os meios materiais se tornaram peças indispensáveis na sociedade

tecnológica em que vivemos. No entanto, materiais com propriedades ópticos se

tornaram objeto de estudo por apresentar grandes possibilidades de aplicações em

diversas áreas dentre as quais destacamos as de telecomunicações, computação

óptica, bem como na produção de dispositivos de armazenamento e processamento

de informação. Neste trabalho estudamos cristais orgánicos de alanina como

materíais ópticos de natureza não-linear.

Estes compostos muito embora relativamente pouco estudados sob o ponto

de vista da óptica não linear, foram escolhidos por indicar possibilidades de alta não

linearidade óptica e boa transparência para determinadas regiões espectrais [20]. Os

compostos orgânicos de modo geral, são moléculas orgânicas que tem grupos

funcionais distintos os quais possuem em sua estrutura química átomos de carbono

e hidrogênio, podendo ser complementada com outros elementos tais como oxigênio

e nitrogênio [21-23]. Materiais orgânicos com propriedades ópticas não-lineares

revelaram-se de enorme interesse para cientistas na área da física, química e

ciência dos materiais.

O desempenho destes materiais de natureza orgânica no que diz respeito à

resposta óptica não linear tem apresentado dados relevantes quando comprados

aos respectivos inorgânicos por oferecerem algumas vantagens quando

comparadas. Entre elas destacamos [4, 20]:

Possibilidade de Não-linearidades ópticas elevadas;

Melhores tempos de resposta;

Fácil modificação das propriedades moleculares através de métodos de

síntese precisos;

Elevados limiares de dano óptico.

Embora reconhecida as suas características, a conversão desses compostos

cristalinos em dispositivos tecnológicos, e consequentemente em produtos de

mercado, não é uma tarefa facil “trivial”. No entanto, algumas condições

29

fundamentais como a não centrossimétria desses cristais, o empacotamento dos

cromóforos, que constituem o arranjo estrutural no sólido cristalino, perdas ópticas,

tanto por absorção como por dispersão, devem ser consideradas.

Não esquecendo também a estabilidade ambiental e fotoquímica,

imprescindível para cumprir normas de segurança e funcionalidade prática. É por

estas e muitas outras razões, que os materiais moleculares com propriedades

ópticas, são hoje objeto de estudo da comunidade cientifica.

2.1 Aminoácidos

Os aminoácidos são moléculas orgânicas compostas por dois grupos

funcionais, um grupo amina (-NH2) e um grupo carboxila (-COOH). A forma mais

importante dos aminoácidos são os alfa-aminoácidos que formam as proteínas.

Estes alfa-aminoácidos são constituídos geralmente por um átomo de carbono

central chamado carbono alfa, o qual recebe o é denominado quiral [24].

A quiralidade, é a propriedade exibida pelo átomo de carbono central devido

ao fato desse átomo de carbono estar ligado a quatro grupos funcionais diferentes,

possuindo assim, quatro ligações químicas associadaas com radicais comuns a

qualquer aminoácido: A primeira ligação é estabelecida com o radical amina (-NH2),

a segunda ligação sendo ocupada pelo radical carboxila (-COOH) a terceira ligação

por um radical de hidrogênio (-H) e a quarta ligação feita pelo radical (R), o qual

representa um substituinte característico de cada aminoácido.

Conhecer a estrutura dos compostos orgânicos em um contexto amplo ajuda

a identificar as substâncias orgânicas e as famílias (grupos funcionais) a que eles

pertencem. Assim sendo, com base na Figura 4 podemos observar como os

aminoácidos estão estruturados.

30

Figura 5 - Fórmula estrutural de aminoácidos.

Fonte: Fisioex2013a.blospot.com.

Os aminoácidos podem ser destrógeno (D) ou levógeno (L), definição a qual

depende da posição referente aos grupos funcionais aos quais estão submetidos

[24], podendo ser classificados de acordo com a polaridade do radical R estando

divididos em três grupos, sendo:

Os aminoácidos de radical R apolar, formado basicamente por carbonos e

hidrogênios sendo considerados hidrofóbicos, como é o caso, por exemplo,

da Alanina e da leucina.

Os aminoácidos de radical R polar não carregado, o apresenta radical R

contendo grupos hidroxilas e amina, sendo também hidrofóbicos como é o

caso da glicina e a glutamina por exemplo.

Os Aminoácidos com radical “R” Polar carregado positivamente como é o

caso dos monocarboxílicos: lisina, arginina e negativamente carregados

como os dicarboxílicos, um exemplo, o ácido aspártico.

2.1.1 Alanina

A alanina é um dos aminoácidos codificados pelo código genético, sendo

portanto um dos componentes das proteínas dos seres vivos. É um aminoácido não

essencial, tal que os enantiômeros D-alanina e L-alanina ocorrem naturalmente,

embora a D-alanina se encontre somente na parede celular de algumas bactérias

[4].

31

2.1.2 Estrutura da Alanina

A alanina é o nome comum para o ácido 2-aminopropanóico. O grupo

variável ligado ao carbono α, que distingue um aminoácido de outro, é neste caso

um grupo metila. Este grupo confere um carácter hidrofóbico à alanina,

classificando-a como aminoácido alifático. Pela mesma razão, é estruturalmente um

dos aminoácidos mais simples [4, 20, 24].

Com base na figura 6 podemos visualizar a forma como a Alanina está

estruturada.

Figura 6 - Fórmula estrutural da alanina.

Carbono α está indicado pela seta na figura abaixo.

H3C

NH2

OH

O

Fonte: Autor, 2013

Neste trabalho utilizamos grupos de cristais de alanina dopados com alcalino-

terroso e metais de transição para investigar sua influência na geração de segundo

harmônico. A seguir serão dadas algumas características de cada composto. Dois

metais de transição foram adicionados aos cristais de alanina a partir de cloretos,

enquanto um metal de transição e o alcalino terroso foram adicionados a partir de

sulfatos.

32

2.2 Amostras

2.2.1 Cloreto de Manganês -MnCl2 (II)

Cloreto de manganês (II) se refere ao tetrahidratado MnCl2·4H2O, que exibe

uma geometria molécular octaédrica, este composto pode ser preparado tratando o

manganês ou o carbonato de manganês (II) com ácido clorídrico, dependendo se

pretende-se obter a forma anidra ou a tehidratada, sendo considerado um sólido

polimérico que quando dissolvido em água gera uma solução ligeiramente ácida com

pH em torno de 4 [21, 22].

O manganês (do francês manganèse) ou manganésio (designação preterida

pela sua semelhança química com o magnésio) é um elemento químico de símbolo

Mn, é um metal cinzento lembrando um pouco o ferro, sendo menos ressistente a

corrosão que do que o cromo e quando exposto ao ar cobre-se com uma fina

camada morrom [22]. Possui número de atômico 25 (25 prótons e 25 elétrons) sendo

sua massa atómica é 55u (u = Unidade de Massa Atômica), o Mn é um metal de

transição localizado no grupo 7 (VIIB) no quarto periódo da classificação periódica

dos elementos possuindo 2 eletrons de valência com distribuicão eletronica dada por

(1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s2, 3d5).

Os compostos a base de cloreto de manganês (II) foram inseridos com

diferentes concentrações em uma matriz cristalina orgânica de alanina, variando as

concentrações entre 1%, 5% e 10% com o intuito de analisar as possíveis mudanças

estruturais do composto, tendo como elemento principal o manganês.

2.2.2 Cloreto Ferroso - FeCl2(II)

O composto de cloreto de ferro (II) é um composto químico com predomínio

de ligações iônicas o qual foi inserido em uma matriz cristalina de natureza orgânica.

Esta inserção foi realizada sob diferentes concentrações, sendo uma com 5% e

outra com 10% com o intuito de analisar as possíveis mudanças que por ventura

venham a surgir em função da modificação estrutural do composto, tendo como

elemento principal o ferro.

O ferro do (latim ferrum) é um elemento químico de símbolo Fe, possuindo

numero atômico 26 (26 prótons e 26 elétrons, massa atômica 56u), é um metal de

33

transição localizado no grupo 8 (VIIIB) [22], quarto período da classificação periódica

dos elementos possuindo 2 elétrons de valência com distribuição eletrônica dada por

(1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s2, 3d6).

O ferro é considerado um elemento quimico bastante reativo e corrroi quando

exposto ao ar úmido, podendo reagir tambem com ácidos nãao oxidantes, com

liberação de hidrogênio e fpormação de sais de ferro(II).

O FeCl2 também conhecido como cloreto ferroso, um composto químico sólido

com alto ponto de fusão (1811 K), paramagnético, usualmente obtido como um

sólido quase branco. FeCl2 cristaliza-se de soluções aquosas como um sólido

esverdeado tetra-hidrato [21, 22].

2.2.3 Sulfato de Níquel -NiSO4

O composto de Sulfato de Níquel é um composto paramagnético que possui

predominantemente em sua estrutura molecular ligações covalentes entre os átomos

de oxigênio (O2) e enxofre (S), contendo em sua estrutura o Níquel (Ni). Em geral,

designam-se por formula estrutural NiSO4, considerado um sal de cor azul, uma

fonte comum de íons Ni2+, tendo em vista que diversos sais baseados em sulfato de

niquel são conhecidos onde todos são paramagnéticos [22].

O NiSO4 foi introduzido em uma matriz cristalina de natureza orgânica,

processo o qual foi realizado com a inserção de diferentes concentrações sendo

uma com 1%, outra com 3% e outra com 5%, com intuito de analisar as possíveis

mudanças que por ventura venham a surgir em função da modificação estrutural do

composto.

Estes sais diferem pelo nível de hidratação ou por detalhes de sua forma

cristalina cuja forma comum é o hexa-hidrato tetragonal o qual se cristaliza a partir

das soluções aquosas entre 30,7 e 53,8 ºC. A temperaturas inferiores a forma hepta-

hidratada é cristaliza e acima destes temperaturas se forma um hexa-hidrato

ortorrômbico.

O sulfato de níquel é obtido por dissolução em ácido sulfúrico do níquel

metálico ou de óxido de níque e as soluções aquosas de sulfato de níquel reagem

34

com carbonato de sódio para precipitar o carbonato de níquel um precursor de

catalisadores a base de níquel e de pigmentos [21, 22].

Os compostos de Sulfato de Níquel possui como elemento principal o níquel,

sendo este um elemento químico de símbolo Ni, número atômico 28 com (28 prótons

e 28 elétrons) e massa atômica 58,7u. Um elemento de transição pertencente ao

grupo 8 (VIIIB) quarto periódo da classificação periodica dos elementos, possuindo 2

eletrons de valência e distribuição eletronica dada por (1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d8).

Os elementos dos grupos de 3 a 11 da tabela periodica, são elementos de

transição porque representam a transição entre os metais muito reativos e os pouco

reativos. Para os ions de Manganês, Ferro e Niquel em ordem crescente de

eletronegatividade, observamos que suas configurações eletronivas diferem entre si

na ocupação dos seus orbitais. Com base na regra da ocupação, esses orbitais são

os ultimos a serem preenchidos, entretanto quando isso acontece sua energia passa

a ser ligeiramente menor, tendo em vista que exitem 5 orbitais d em uma camada e

cada um pode comportar até 2 eletrons, consequentimente teremos 10 eletrons em

uma linha de orbitais referente ao blodo d de modo que as diferentes configurações

eletrônica entre esses metais do bloco d consiste principalmente na ocupação

desses orbitais [22].

É importante ressaltar que a forma dos orbitais d pode afetar as propriedades

dos elementos de duas maneiras. A primeira ocorre quando os lobos de dois orbitais

d referente ao mesmo átomo ocupam regiões diferentes no espaço, pois estarão

relativmente distantes de modo que os eletrons de diferentes orbitais se repelem

muito pouco. A segunda está relacionada com a densidade eletrônica nos orbitais

que baixa nas proximidades do núcleo e os eletrons d não são muito eficazes na

blidangem da carga do núcleo.

Como consequência dessas caracteristicas destacamos a tendência que os

raios átomicos podem diminuir gradualmente e aumentar novamente.

2.2.4 Sulfato de Magnésio -MgSO4

O composto de Sulfato de Magnésio é um composto no qual existem um

predomínio em sua estrutura molecular, de ligações covalentes envolvendo enxofre

(S) e oxigênio (O2), sendo o magnésio (Mg) um metal da família dos alcalinos

terrosos [21].

35

O sulfato magnésio é considerado um sal de Epsom [22], um composto

químicoque possui como base o magnésio, cuja fórmula molecular é dada por

MgSO4·7H2O, o mesmo foi inseridos em matriz cristalina de natureza orgânica. A

inserção foi realizada sob três concentrações diferentes, sendo uma com 1%, outra

com 3% e outra com 5%, ambas com objetivos de analisar as possíveis mudanças

que venham a surgir em função da modificação estrutural do composto.

Os compostos de sulfato de magnésio possuem como elemento principal o

magnésio, um metal de cor prata esbranquiçada sendo protegido da oxidação

causada pelo ar por um filme de óxido branco, o qual lhe dar uma cor acinzentado.

Um elemento químico de símbolo (Mg), numero atômico 12 (12prótons e 12 elétrons)

sendo sua massa atómica 24u. É um metal da familia dos alcalinos terrosos,

pertencente ao grupo (ou família) 2 (anteriormente chamada IIA) no terceiro periodo

da classificação periodica dos elementos químicos possuindo 2 eletrons de valência

com uma distribuição eletrônica dada por (1s2, 2s2, 2p6, 3s2) estando com o seu

orbital s completamente preenchido.

Desenvolvimento de novos materiais otimizando propriedades ópticas não

lineares é um tema de pesquisa constante [25]. Materiais amorfos, como vidro,

apresentam somente não linearidades baseadas em susceptibilidade de ordem

ímpar ( (2 1)n ), sendo a primeira não linearidade baseadas em (3) . Para meios que

não apresentam simetria de inversão, como no caso de alguns cristais, a primeira

não linearidade está baseada em (2) . Como as não linearidades decrescem em

ordens de grandezas (2) (3) 6~10 . As propriedades ópticas dos aminoácidos, em

particular L-alanina, tem sido amplamente investigada [4, 20, 26-29]. Os cristais

orgânicos, de uma forma geral, apresentam propriedades ópticas não lineares

comparáveis com cristais inorgânicos comercializados atualmente. A dopagem de

aminoácidos, em particular a L-Alanina, com metais transição tem sido amplamente

investigada.

36

2.2.5 Os Cristais de Alanina

Os cristais orgânicos de Alanina foram gentilmente cedidos pelo

Departamento de Física da Universidade Federal do Ceará, pelo Professor Valder

Nogueira Freire.

As Figuras 6 e 7, são imagens dos cristais de Alanina em geral de tamanhos

e formatos diferentes apresentando geralmente espessura em torno de 1,5 mm,

largura 3 mm e altura de 2,5 mm aproximadamente.

Figura 7 - Cristais de Alanina.

Fonte:Autor, 2013

Figura 8 - Cristai de Alanina gerando segundo harmônico.

Fonte:Autor, 2013.

37

2.3 Processos de Caracterização Óptica

Todas as medidas realizadas nos procedimentos experimentais foram feitas

sem nenhum tratamento adicional e foram realizadas a temperatura ambiente. Os

dados coletados das amostras utilizadas neste trabalho, de caracterização de

absorção óptica e Geração de Segundo Harmônico, serão apresentadas a seguir.

A caracterização linear, no que diz respeito as medidas de absorção óptica,

foi realizada com medidas de espectroscopia UV-VIS-NIR. O espectrofotômetro de

feixe duplo apresentava diâmetro de feixe muito maior do que as amostras

disponíveis. Para possibilitar as medidas foram fabricados anteparos de alumínio,

com revestimento negro fosco conforme ilustrado na figura 9, com um orifício de ~2

mm de diâmetros. As medidas foram realizadas sempre obtendo-se a linha de base,

ou referência, somente com o anteparo e postoriormente com a amostra. Este

procedimento foi tomado para evitar que a intensidade do sinal de referência fosse

muito maior que o medido, reduzindo assim a precisão da medida.

Figura 9 - Espectrofotômetro PerkinElmer Lambda 1050 UV-VIS-NIR, cavidade das amostras.

Fonte: Autor, 2013.

38

2.3.1 Equipamentos utilizados

Figura 10 - Espectrofotômetro PerkinElmer Lambda 1050 UV-VIS-NIR.

Fonte: Autor,, 2013.

Figura 11 - Laser Nd-Yag pulsado.

Fonte: Autor, 2013.

O processo de caracterização das propriedades não lineares foi realizado

usando a técnica de luminescência com laser de Nd-YAG pulsado no regime QSML

(Q-Switched Mode-Locked) com comprimento de onda de 1064 nm e taxa de

repetição de Q-Switched de 500 Hz.

39

3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Os procedimentos experimentais relacionados às medidas de caracterização

das propriedades óticas lineares e não lineares dos cristais orgânicos de alanina

dopada com metais de Magnésio, Manganês, Ferro e Níquel com diferentes

concentrações serão apresentados nas seções seguintes.

3.1 Medidas de Espectroscopia UV-VIS-NIR

As medidas espectroscópicas foram realizadas na região do infravermelho

próximo, visível e ultravioleta, usando um espectrômetro de referencia PerkinELMER

Lambda 1050 UV-VIS-NIR, com o objetivo de determinar os espectros de absorção

das amostras orgânicas dos cristais de alanina dopados com metais de (Mg, Mn, Fe,

Ni) em diferentes concentrações, bem como a região de comprimento de onda

correspondente à máxima absorção de cada amostra.

O espectrômetro lambda 1050 é um aparelho que faz passar um feixe de luz

monocromática através de uma amostra, medindo a quantidade de luz que foi

absorvida e a quantidade de luz transmitida por essa amostra.

Usando uma grade de difração este aparelho separa a luz em feixes com

diferentes comprimentos de onda, logo, para se obter informações sobre a absorção

de uma amostra, a mesma é inserida no caminho óptico do aparelho (compartimento

de amostra) onde a luz em certo comprimento de onda passa pela amostra, nos

permitindo assim saber a quantidade de luz absorvida ou transmitida em

determinado comprimento de onda.

3.1.1 Procedimentos experimentais para as Amostras

Inicialmente selecionamos as amostras com base nas concentrações dos

dopantes, bem como a verificação se as mesmas emitiam ou não sinal de segundo

harmônico.

Posteriormente em um espectrofotômetro, depois das devidas instruções de

quanto ao uso do mesmo, foi feita um seleção do porta amostra a ser utilizado para

a coleta de dados no compartimento de amostras do equipamento. Na ocasião, as

medidas foram realizadas fixando as amostras em uma chapa metálica preta com

40

um orifício na região central da mesma e introduzidas no compartimento central de

amostras.

Antes do início das medidas, faz-se necessário que sejam seguidos alguns

requisitos onde de início devemos ajustar o comprimento de onda da região

desejada no espectrofotômetro, colocar o porta amostra no compartimento de

amostra e ajustar o 0% de absorbância. Este procedimento que deve ser sempre

conferido e ajustado para novas medidas a fim de que possamos dirimir os possíveis

erros experimentais.

3.2 Absorção de compostos de Alanina dopada com metais de transição:

3.2.1 Região Ultravioleta

Os resultados foram aqui organizamos por região espectral, onde iniciamos

pela região espectral ultravioleta especificamente entre 250 e 300 nm, como mostra

as figuras a seguir:

Figura 12 - Comprimento de onda FeCl2-4H2O na região ultravioleta.

250 260 270 280 290 3000,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

Ab

sorb

ânci

a (a

.u)

Comprimento de onda (nm)

FeCl2-4H

2O(10%)--

FeCl2-4H

2O(5%)---

Fonte: Autor, 2013 .

41

Figura 13 - Comprimento de onda MnCl2-4H2O na região ultravioleta.

250 260 270 280 290 3000,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6____MnCl

2- 4H

2O(3%)

____ MnCl2- 4H

2O(5%)

____ MnCl2- 4H

2O(10%)

Ab

so

rbân

cia

(au

)

Comprimento de Onda (nm)

Fonte: Autor, 2013.

Figura 14 - Comprimento de onda MgSO4-7H2O na região ultravioleta.

250 260 270 280 290 3000,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

Ab

so

rbâ

nc

ia(a

u)

Comprimento de Onda(nm)

MgSO4_7H2O(1%)

MgSO4_7H2O(3%)

MgSO4_7H2O(5%)

Fonte: Autor, 2013.

42

Figura 15 - Comprimento de onda NiSO4-6H2O na região ultravioleta.

.

250 260 270 280 290 3001,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2,2

2,4

Ab

so

rbân

ica(a

u)

Comprimento de Onda(nm)

NiSO4_6H2O(1%)

NiSO4_6H2O(3%)

NiSO4_6H2O(5%)

Fonte: Autor, 2013.

Nos gráficos correspondentes as figuras 12, 13, 14 e 15 podemos observar

ausência de bandas de absorção, o que caracteriza indícios de boa transparência

espectral nesta região a qual corresponde à região ultravioleta do espectro

eletromagnético [4, 20]. Não foram observadas qualquer variação entre as medidas,

exceto a linha de base que está relacionada com a qualidade óptica do material.

3.2.2 Região Visível

Para a região espectral que compreende a parte visível, foram coletadas

medidas entre 300 e 800 nm conforme as figuras abaixo:

43

Figura 16 - Comprimento de onda FeCl2-4H2O na região visível.

300 400 500 600 700 8000,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

Ab

sorb

ânci

a(au

)

Comprimento de Onda (nm)

FeCl2- 4H

2O(5%)

____FeCl2- 4H

2O(10%)

Fonte: Autor, 2013.

Figura 17 - Comprimento de onda MnCl2-4H2O na região visível.

300 400 500 600 700 8000,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

Ab

so

rbân

cia

(au

)

Comprimento de Onda (nm)

___MnCL2-4H2O(3%)

___MnCL2-4H2O(10%)

___MnCL2-4H2O(5%)

Fonte: Autor, 2013.

44

Figura 18 - Comprimento de onda MgSO4-6H2O na região visível.

300 400 500 600 700 8000,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2,2

Ab

so

rbân

cia

(au

)

Comprimento de Onda (nm)

----- MgSO4-6H2O(1%)

----- MgSO4-6H2O(3%)

----- MgSO4- 6H2O(5%)

Fonte: Autor, 2013.

Figura 19 - Comprimento de onda NiSO4-6H2O na região visível.

300 400 500 600 700 8000,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

Ab

so

rbân

cia

(au

)

Comprimento de Onda (nm)

---- NiSO4 - 6H

2O(1%)

---- NiSO4 - 6H

2O(3%)

---- NiSO4 - 6H

2O (5%)

Fonte: Autor, 2013.

Nos gráficos correspondentes as figuras 16, 17, 18 e 19 também observamos

ausência de bandas de absorção, o que caracteriza indícios de que há transparência

espectral nesta região a qual corresponde à região visível do espectro

eletromagnético [4, 20].

45

3.2.3 Região do Infravermelho

As medidas as quais correspondem à região espectral do infravermelho foram

coletadas na região entre 1000 e 2000 nm, a qual corresponde ao infravermelho

próximo, conforme podemos visualizar nas figuras abaixo:

Figura 20 - Comprimento de onda FeCl2-4H2O na região do infravermelho.

1000 1200 1400 1600 1800 20000,0

0,5

1,0

1,5

2,0

Ab

so

rba

nc

e(u

.a)

Wavelength(nm)

Alanina Pura

FeCl2- 4H

2O(5%)

FeCl2- 4H

2O(10%)

1177nm 1371nm

1686

Fonte: Autor, 2013.

No gráfico correspondentes a figura 20 relacionado a região espectral do

infravermelho, comparando as medidas de alinina pura [4, 20], em relação as

medidas de alanina dopada com ferro em concentrações de 5% e 10%, idenficamos

que não há deslocamento dos picos das bandas. Entretanto, observou-se somente a

redução da banda de absorção em 1686 nm referente a alanina pura.

Verificou-se também que as bandas de absorção sofrem um aumento em sua

amplitude à medida que aumenta a concentração do dopante.

46

Figura 21 - Comprimento de onda MnCl2-4H2O na região do infravermelho.

1000 1200 1400 1600 1800 20000,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

Ab

so

rban

ce(u

.a)

Wavelength(nm)

Alanina Pura

MnCl2 - 4H

2O(3%)

MnCl2 - 4H

2O(5%)

MnCl2 - 4H

2O(10%)

1176nm1370nm

1440nm

1686nm

Fonte: Autor, 2013.

Para o gráfico correspondente a figura 21 comparando as medidas de alinina

pura [4, 20], em relação as medidas de alanina dopada com manganês em

concentrações de 3%, 5% e 10%, podemos observar um deslocamento de banda na

região de 1440 nm para concentração de 10%. Verifica-setambém que as bandas de

absorção sofrem um aumento em sua amplitude à medida que aumenta a

concentração do dopante.

47

Figura 22 - Comprimento de onda NiSO4-6H2O na região do infravermelho.

1000 1200 1400 1600 1800 20000,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

Ab

so

rba

nc

e(u

.a)

Wavelength(nm)

Alanina Pura

NiSO4 - 6H2O(1%)

NiSO4 - 6H2O(3%)

NiSO4 - 6H2O(5%)

1178nm1373nm

1723nm

Fonte: Autor, 2013.

No gráfico referente a figura 22 comparando as medidas da alinina pura [4,

20], em relação as medidas da alanina dopada com niquel em concentrações de 1%,

3% e 5%, idenficamos que não há deslocamento relacionado aos picos das bandas

de absorção. Entretanto, observou-se somente a redução da banda de absorção em

1723 nm referente a alanina pura.

Sendo possivel verificar que as bandas de absorção sofrem um diminuição na

amplitude à medida que aumenta a concentração do dopante.

48

Figura 23 - Comprimento de onda MgSO4-7H2O na região do infravermelho.

1000 1200 1400 1600 1800 20000,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

Ab

so

rban

ce(u

.a)

Wavelength(nm)

AlaninaPura

MgSO4- 6H

2O(1%)

MgSO4- 6H

2O(3%)

MgSO4- 6H

2O(5%)

1176nm1371nm

1687nm

Fonte: Autor, 2013.

Para o gráfico relacionado à figura 23, quando comparadas as medidas de

alanina pura [4, 20], com as de alanina dopada com magnésio em diferentes

concentrações (1%, 3% e 5%), observa-se o surgimento bandas de absorção nas

regiões de 1176 e 1371 nm alem da enorme banda na região de 1687 nm.

Neste gráfico observamos que as bandas de absorção tambem sofrem um

aumento, à medida que se aumenta a concentração do dopante.

Para os gráficos relacionados às mesdidas espectrais na região do

infravermelho, com base nos gráficos abaixo podemos observar que os espectros

não mostram alterações com a adição dos dopantes na matriz hospedeira para o

metal alcalino terroso (Mg) e metais de transição, exceto para o manganês com alta

concentração (dopagem).

49

Figura 24 - Gráfico ilustrativo das relações entre os picos das bandas de absorção para os metais de transição.

R1 R20,0

0,1

0,2

R1 R20,0

0,1

0,2

R1 R2

0,06

0,08

0,10

Alanina Pura

MnCl2- 4H

2O(3%)

MnCl2- 4H

2O(5%)

MnCl2- 4H

2O(10%)

U.A

R1=P1/P3 e R2=P2/P3

Alanina Pura

NiSO4

- 6H2O(1%)

NiSO4

- 6H2O(3%)

NiSO4

- 6H2O(5 %)

U.A

R1=P1/P3 e R2=P2/P3

Alanina Pura

FeCl2- 4H

2O(5%)

FeCl2- 4H

2O(10%)

U.A

R1=P1/P3 e R2=P2/P3

Fonte: Autor, 2013.

50

Figura 25 - Gráfico ilustrativo das relações entre os picos das bandas de absorção para o metal alcalino terroso Magnésio.

R1 R20,0

0,1

0,2

alanina Pura

MgSO4 - 6H

2O(1%)

MgSO4 - 6H

2O(3%)

MgSO4 - 6H

2O(5%)

U.A

(R1=P1/P3) e (R2=P2/P3)

Fonte: Autor, 2013.

Para quantizar essas medidas utilizamos um procedimento o qual relaciona a

razão entre as amplitudes das bandas caracteristica de cada medida espectral

(curva). Assim sendo, para cada medida, foi observada a amplitude com base na

razão entre o valor médio dos pontos relacionado a parte superior do pico da banda

de absorção, pelo valor médio dos pontos relacionado a parte inferior do pico da

banda de absorção, relacionando assim a amplitude de cada medida sempre

tomando como base a curva espectral da alanina pura como referência.

Com base nas analises dos gráficos observamos que o manganês em alta

concentração (10%) é o metal que apresenta maior efeito no que se refere ao

deslocamento das bandas. Comportamento esse, o qual segere que o

preenchimento das camadas dos orbitais d seja o fator que interefe no resultado

uma vez que o ferro em mesma concentração nõ provoca o mesmmo efeito

(deslocamento de banda) estrutura cristalina.

3.3 Dados referentes ao Processo de Geração de Segundo Harmônico

A caracterização das propriedades óticas não lineares de segunda ordem nos

compostos orgânicos de alanina foi feita realizando medidas de luminescência. Na

ocasião utilizamos como fonte de radiação um laser de Nd-Yag operando no regime

pulsado, sintonizado em 1064 nm, com uma taxa de repetição de 500 Hz. O feixe foi

51

focalizado na amostra usando uma lente convergente de 5,0 cm de comprimento

focal.

3.3.1 Aparato experimental

O arranjo experimental utilizado em nossas medidas está disposto na Figura

25. As amostras de cristais de alanina dopadas com metais em diferentes

concentrações com tamanho, espessura e formatos diferentes foram utilizadas sem

nenhum tratamento adicional.

A fonte de excitação foi um laser de Nd:YAG, com feixe de bombeamento

focalizado nas amostras através de uma lente objetiva de 5 cm de foco para uma

cintura de feixe minima incidindo na amostra. O sinal de segundo harmônico na

região visivel foi coletado de forma oposta a direção de bombeamento, objetivando

assim coletar o maximo de sinal possivel gerado pela amostra.

O sistema de detecção do sinal de aquisição de dados consiste de um

monocromador conectado a uma fotomultiplicadora os quais estão interligados a um

lock-in e a um computador.

Figura 26 - Procedimento experimental para geração de segundo harmônico.

Fonte: Autor, 2013.

Laser Quantronix Nd-YAG

Monocromador

Espelho de ouro

Lente

Fotomultiplicadora

Lock - in

Lentes

amostra

52

3.3.2 Dados Experimentais

A seguir apresentar-se-á os espectros de Geração de Segundo Harmônico

para os compostos de Alanina dopados com Cloretos de Ferro (II) em diferentes

concentrações, conforme a figura abaixo [28]:

Figura 27 - Curva referente ao espectro de geração de segundo harmônico em diferentes concentrações para FeCl2-4H2O.

525 530 535 5400

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

(u.a

)

Wavelength(nm)

FeCl2-4H

2O(5%)

FeCl2-4H

2O(10%)

Fonte: Autor, 2013.

Na figura 27, pode-se verificar os picos de emissão referente aos espectros

de Geração de Segundo Harmônico para os compostos de Alanina dopados com

Cloreto de Ferro (II) em diferentes concetrações. No entanto na Figura 28,

observamos os picos referentes ao sinal de segundo harmônico do Sulfato de Níquel

em diferentes concentrações.

53

Figura 28 - Curva referente ao espectro de geração de segundo harmônico para o sulfato de Niquel em diferentes concetrações.

525 530 535 5400

1

2

3

4

5

NiSO4- 6H

2O(1%)

NiSO4- 6H

2O(3%)

NiSO4- 6H

2O(5%)

(u.a

)

Wavelength(nm)

Fonte:Autor, 2013.

54

4 CONCLUSÕES

O propósito dessa dissertação foi investigar o processo de geração de

segundo harmônico em cristais orgânicos de alanina dopados com metais de

transição (Mn, Fe e Ni) e o Mg da familia dos alcalinos terrosos. Nesta perpectiva

apresentamos os resulltados obtidos nos processos de caracterização das

propriedades ópticas lineares e não lineares desses cristais, utilizando-se de

técnicas de caracterização óptica de absorção e luminescência.

O fato desses cristais apresentarem indícios característicos de geração de

segundo harmônico, despertou o interesse em sua caracterização óptica, tendo em

vista que, uma vez verificadas as propriedades ópticas relevantes para o processo

de geração de segundo harmônico, podemos avaliar as possíveis possibilidades de

uso em dispositivos ópticos tais como, os de comunicação óptica para análises de

sinais e processamento de dados.

Inicialmente determinamos os espectros de absorção desses cristais de

diferentes concentrações em diferentes regiões do espectro eletromagnético, de

modo queos resultadosdas medidas espectroscópicas foram realizadas no

espectrofotômetro de especificações PerKinElmer Lambda-1050 UV/VIS/NIR, onde

foi possível visualizar as bandas de absorção associadas à estrutura orgânica da

alanina pura e dopada em diferentes concentrações, o surgimento de bandas de

absorção na região espectral do infravermelho, além do indicativo de que há indicios

de boa transparência espectral nas regiões visível e ultravioleta do espectro

eletromagnético. O alcance dessa transparência viabiliza a Geração de Segundo

Harmônico partir da utilização do laser Nd:YAG (1064 nm- 532 nm).

Utilizando-se da técnica de luminescência foi possível caracterizar as

respostas de natureza não linear de segunda ordem dos cristais orgânicos de

alanina dopados com Ferro e Níquel, uma vez que visualizamos os picos

característicos referentes ao efeito de geração de segundo harmônico na região

visível do espectro eletromagnético de comprimento de onda referente à 532 nm,

sendo a amostra excitada com uma fonte (lase Quatronix modelo Nd:YAG) operando

na região de 1064 nm a uma taxa de repetição de 500 Hz.

55

As amostras em si, eram de diferentes tamanhos e espessuras, possuindo

formatos irregulares alem de apresentar rugosidade na superficie e não ser

plenamente transparente. No entanto foi possive verificar o sinal de segundo

harmônico nas amostras embora com espalhamento significativo.

Assim sendo, para os espectros relacionados às medidas de geração de

segundo harmônico, observamos que a inserção do metal na matriz cristalina de

natureza orgânica para a visualização do efeito de Geração de Segundo Harmônico,

depende do tipo de metal a ser introduzido na mesma, pois com base nos

experimentos e medidas laboratoriais observamos que a inserção do manganês não

favorece a Geração do efeito de Segundo Harmônico, tendo em vista que para o Mn,

supõe-se que a inserção do mesmo na rede favorece a quebra de simetria cristalina

do meio, não favorecendo assim os padrões de casamento de fase para realização

de efeito em estudo.

O mesmo acontece para o Magnésio (Mg), com base nas medidas

experimentais realizadas em laboratorio não houve Geração de Segundo

Harmônico, logo a inserção desse metal para melhoria do efeito não é relevante,

pois compromete o surgimento do efeito em estudo.

No entando a inserção dos metais Fe e Ni é significante, embora ambos

apresentem comportamentos opostos mediante ao efeito em estudo, de modo que

para o ferro, observamos que o efeito de Segundo Harmônico aumenta com o

aumento das concentrações, entretanto para o efeito de Geração de Segundo

Harmônico no caso do Ni observamos uma diminuição com o aumento da

concentração.

56

4.1 Propostas para Futuros Trabalhos

Complementarmente aos trabalhos desenvolvidos desta dissertação, as

seguintes investigações serão de grande valia:

Medidas cristalograficas das amostras.

Aplicação da tecnica de varredura Z, uma técnica amplamente difundida para

caracterização de materiais devido a sua sensibilidade e simplicidade

experimental.

Crescimento de cristais mistos que possam apresentar dois aminoácidos

diferentes, uma perpectiva de possivel melhora do efeito não linear.

57

REFERÊNCIAS

[1] BAGNATO, V. S. Laser e suas aplicações em ciência e tecnologia. São Paulo:

Livraria da Física, 2008. 88 p. [2] NIEMZ, M. H. Laser – Tissue interactions: fundamentals and applications. 3rd

ed. New York: Springer Berlin Heidelberg, 2007. 316 p. [3] LAKOWICZ, J. R. Principles of fluorescence spectroscopy. 3rd ed. New York:

LLC, 2006. 938 p. [4] MISOGUTI, L. Estudo das propiedades ópticas lineares e não-lineares de cristais de L-alanina, L-treonina e L-lisina. 1999. 150 f. Tese (Doutorado em

Ciencias e Engenharia de Materiais) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 1999. [5] BOYD, R. W. Nonlinear optics. 2nd ed. San Diego: Academic Press Limited,

2003. 578 p. [6] SALEH, B. E. A.; TEICH, M. C. Fundamentals of photonics. 2nd ed. New Jersey: Wiley, 2007. 1177 p. [7] SMITH, F. G.; KING, T. A.; WILKINS, D. Optics and Photonics: An Introduction.

2nd ed. Chichester: Wiley; 2007. 528 p. [8] NIE, W. Optical Nonlinearity: Phenomena, Applications, and Materials. Advanced Materials, v. 5, n. 7/8, p. 520–545, 1993.

[9] HUANG, J.; YU, K. W. New Nonlinear Optical Materials: Theoretical Research.

New York: Nova Science Pub Inc, 2007. 196 p. [10] ÖSTERBERG, U.; MARGULIS, W. Dye laser pumped by Nd:YAG laser pulses frequency doubled in a glass optical fiber. Optics Letters, v. 11, p. 516-518, 1986.

[11] MYERS, R. A.; MUKHERJEE, N.; BRUECK, S. R. J. Large second-order nonlinearity in poled fused silica. Optics Letters, v. 16, p. 1732-1734, 1991. [12] SHEN, Y. R. The Principles of Nonlinear Optics. Chichester: Wiley; 2002. 576 p. [13] LIPSON, H.; TANNHAUSER, D. S.Optical Physics. 3rd ed. Cambridge:

Cambridge University Press, 1995. 497 p. [14] MENDONÇA, C. R.; et al. Demonstração de um Efeito Optico Não-Linear Utilizando a Técnica de Varredura-Z em uma Amostra de Chá Chinês. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 21, n. 2, p. 272-279, 1999. [15] GREINER, W. Classical electrodynamics. New York: Springer-Verlag, 1998. 568 p.

58

[16] BUTCHER, P. N.; COTTER, David. The Elements of Nonlinear Optics. Cambridge: Cambridge University Press, 1990. 344 p. [17] MOURA, A. L. Processo alternativo de polarização termo-elétrica de indução e caracterização de não-linearidade de segunda ordem em vidros soda-lime. 2009. 118 f. Dissertação (Mestrado em Ciencias) – Instituto de Física da Universidade de Federal de Alagoas, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2009. [18] NEW, Geoffrey. Introduction to Nonlinear Optics. 274 Cambridge: Cambridge University Press, 2011. 274 p. [19] YARIV, A. Optical Electronics in Modern Communications. 5th ed. Oxford:

Oxford University Press, 1997. 768 p. [20] MISOGUTI, L.; et al. Optical properties of L-alanine organic crystals. . Optical Materials, v. 6, p. 147-152, 1996.

[21] MAHAN, B. M. Química: Um curso universitário. 4. ed. São Paulo: Edgard

Blücher LTDA, 2003. 582 p. [22] ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. 922 p. [23] NAVARRO, C. Química 2. Caracas: Santilana, 2008. 285 p.

[24] ALMEIDA, J. M. A.; Propriedades estruturais de L-arginina.HCl.H2O pura e dopada com Fe usando difração de raios-X de n-feixes. 2007. 154 f. Tese (Doutorado em Física) – Departamento de Física da Universidade de Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará. Fortaleza, 2007. [25] VINADÉ, M. E. C.; VINADÉ, E. R. C. Métodos espectroscópios de análise quantitativa. Santa Maria: UFSM, 2005. 272 p.

[26] PARIKH, K. D.; et al. Growth and Characterization of L-alanine Doped KDP Crystals. Crystal Research and Technology, v. 45, p. 603–610, 2010. [27] GHIRINGHELLI, L. M.; SCHRAVENDIJK, P.; SITE, L. D. Adsorption of alanine on a Ni(111) surface: A multiscale modeling oriented density functional study. Physical Review B, v. 74, p. 1-8, 2006. [28] GALLEGOS-LOYA, E.; et al. Evidence of second harmonic signals in poly[µ2-L-alanine- µ3-nitrato-sodium (I)] crystals. International Journal of the Physical Sciences, v. 5, n. 13, p. 2052-2056, 2010. [29] GANESH, V.; et al. Effect of L-alanine, Mn(II) and glycine dopants on the structural, crystalline perfection, second harmonic generation (SHG), dielectric and mechanical properties of BTCA single crystals. Materials Chemistry and Physics.

v. 137, p. 276-281, 2012.

59

[30] EISBERG, R.; RESNICK, R. Física Quântica: Átomos, moléculas, sólidos núcleos e partículas. 23. ed. Rio de Janeiro. Campus, 1979. 919 p. [31] GRIFFTHS, D. J. Introduction to quantum mechanics. 2nd ed. New Jersey:

Prentice Hall. 1995. 394 p. [32] SILVERSTEIN, R. M.; WEBSTER, F. X.; KIEMLE, D. J. Identificação espectrométrica de compostos orgânicos. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006. 490

p.

60

APÊNDICE

1. ASPECTOS GERAIS DE ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO

O estudo dos espectros relacionados aos átomos e moléculas, possui como

ponto de partida a mecânica quântica, a qual descreve os estados de energia dos

sistemas em função de dados probabilísticos, onde as energias permitidas aos

sistemas, em particular os que possuem dimensões atômicas, são quantizadas e a

quantização de energia é obtida diretamente das soluções da equação de

Schrödinger, escrita conforme [30, 31]:

( )

( ) ( ) ( )

(1)

A equação (1) trata-se da equação de Schrödinger é a equação dependente

do tempo, logo as soluções são funções das coordenadas espaciais e

temporais.Quando o potencial V não depende do tempo, ou seja, quando o campo

de força ao qual a partícula está submetida é conservativo, é possível separar as

variáveis x e t.

A equação que a parte espacial da função de onda obedece é definida por:

( )

( ) ( ) ( ) (2)

onde m é a massa do sistema, V é a energia potencial e representa as

coordenadas das partículas do sistema. A equação (2) é conhecida como equação

de Schrödinger independente do tempo, uma equação de autovalores, ou seja,

através dela se obtém simultaneamente autofunções (no caso, as funções de onda

) e autovalores (no caso, o conjunto das energias estacionárias ). A equação de

Schrödinger é utilizada para se obter os estados de energia permitidos para um

átomo (no caso, níveis de energia eletrônicos) ou molécula (níveis de energia

eletrônicos, vibracionais, rotacionais e nucleares). Nesta seção, será tratado o caso

de moléculas, pois estas são o objeto de estudo deste trabalho.Para a molécula,

desprezando-se as interações nucleares, pode-se, em primeira aproximação, tratar

61

os seus diferentes tipos de níveis de energia de modo independente, ou seja, a

função de onda total da molécula pode ser escrita como:

(3)

Esta simplificação torna mais fácil a resolução da equação de Schrödinger

que, mesmo assim, é matematicamente complexa e inclui algumas simplificações.

Os níveis de energia eletrônicos são, de modo geral, representados pela letra n; os

níveis vibracionais pela letra v, e os rotacionais, pela letra J.

Quando se perturba o sistema, por exemplo, pela incidência de um fóton de

luz, pode ocorrer a transição entre dois níveis de energia por absorção do fóton se

algumas condições forem verificadas. Primeiramente, o fóton incidente poderá ser

absorvido, se sua energia (Efoton) coincidir com a diferença de energia entre dois

níveis deenergia da molécula ( E¢ e E ¢ ), ou seja:

(4)

Durante a interação da radiação incidente com a molécula, a energia

potencial varia e, assim, a mecânica quântica, através da equação de Schrödinger

dependente do tempo, fornece condições adicionais para que a transição seja

permitida e regras de seleção paraas mesmas. Estas condições dependem do

processo físico envolvido na interação (por exemplo, absorção ou espalhamento de

radiação). Estas regras de seleção são, também, específicas para cada tipo de

molécula (diatômicas ou poliatômicas) e são dependentesde sua geometria. Existem

particularidades para cada molécula, sendo o estudo da espectroscopia uma área

muito vasta, que inclui trabalhos teóricos e experimentais.Aproximações teóricas são

necessárias para o estudo e as mesmas, algumas vezes, necessitam de dados

experimentais bastante precisos para sua validação.

Em linhas gerais, podemos visualizar a representado do processo de

absorção de um fóton, com um fóton possuindo uma quantidade de energia

incidindo sobre um átomo que se encontra no estado fundamental, se a energia

do fóton for exatamente igual à diferença entre a energia do estado excitado, , e a

energia do estado fundamental , isto é, = [28], o átomo pode absorver o

62

fóton e passar do estado de menor energia para o estado de maior energia. No

entanto se a energia do fóton for maior ou menor que a diferença , o fóton

não pode ser absorvido, processo esse, o qual pode ser visualizado na figura 4.

Figura 1 - Absorção de um Fóton.

Fonte: projlabfis.zip.net

1.1 Lei de Beer - Lambert

A análise quantitativa do processo de absorção está baseada na Lei de Beer

– Lambert, através da qual a intensidade de radiação incidente e emergente pode

ser relacionada com as concentrações do material presente no meio material. Na

figura abaixo podemos observar como está analise é feita [25]:

Figura 2 - Eperimento ao qual se refere a Lei de Beer-Lambert

Fonte:projlabfis.zip.net

63

Na espectroscopia de UV-Visivel com base na Lei de Beer-lambert, a relação

entre a intensidade de luz transmitida e a intensidade de luz incidente é denominada

transmitância (T) sendo definida por:

T = I / Io (5)

tal que Io representa à intensidade de luz incidente e I a intensidade de luz

transmitida.

A Absorbância é definida como:

A= - log10T (6)

Assim sendo, em relação à absorbância a lei de Beer- Lambert pode ser

reescrita da seguinte forma:

A= - log10T = log10 (1/T) = log10 (10εlc)

A = αlc (7)

onde α representa a absorção molar, l representa a espessura do material e c a

concentração das especies absorvedoras [25, 32].