A Arborização Urbana Do Município de Goiandira GO Caracterização Quali Quantitativa e Proposta...

Post on 28-Sep-2015

223 views 5 download

description

arborização

Transcript of A Arborização Urbana Do Município de Goiandira GO Caracterização Quali Quantitativa e Proposta...

  • Soc. Bras. de Arborizao Urbana REVSBAU, Piracicaba SP, v.5, n.3, p.185-205, 2010

    A ARBORIZAO URBANA DO MUNICPIO DE GOIANDIRA/GO CARACTERIZAO QUALI-QUANTITATIVA E PROPOSTAS DE MANEJO*

    Nbia Alves Mariano Teixeira Pires1, Marina da Silva Melo2, Danilo Elias de Oliveira3 , Solange Xavier-Santos4

    RESUMO A arborizao desempenha importantes funes na qualidade do ambiente urbano. A cidade de Goiandira-GO, inserida na grande regio do Cerrado, no possui nenhum plano de arborizao urbana, apresentando vrios problemas com a manuteno da sua rea verde, sendo que grande parte das rvores existentes decorrente da ao de voluntrios, sem acompanhamento tcnico. Isso gera prefeitura onerosos custos com intervenes emergenciais. Este trabalho visou diagnosticar a situao da arborizao em reas urbanas do municpio, atravs da realizao de um levantamento quali-quantitativo das espcies. O inventrio, do tipo censo, constou de 1440 rvores, pertencentes a 36 famlias e 105 espcies, das quais mais de 50% so exticas. Foi verificada baixa equitabilidade (0,14) entre as espcies (seis espcies correspondem a 50,1% das rvores encontradas). A relao rvores/habitante (0,3) e o ndice de rea verde (1,29 m2/habitante) foi insuficiente em relao s recomendaes da Sociedade Brasileira de Arborizao Urbana. Muitas rvores apresentaram conflitos com a fiao eltrica, porm, poucos foram os casos de conflitos com a iluminao pblica, com as construes ou problemas fitossanitrios. As interferncias executadas pela prefeitura e pela populao muitas vezes foram equivocadas e prejudiciais s rvores. So sugeridas aes de manejo para o planejamento da (re) arborizao da cidade.

    Palavras-chave: vegetao urbana, arborizao viria, inventrio florstico, planejamento ambiental, ambiente urbano.

    * Parte do Trabalho de concluso de curso das primeiras autoras.

    1 Graduado(a) em Cincias Biolgicas.

    2 vinculada ao programa PVIC-UEG.

    3 bolsista PBIC-UEG, 4.UFG-ICB, campus Samambaia.

    4 Professora adjunta Universidade Estadual de Gois/Unidade de Cincias Exatas e Tecnolgicas,

    Rod. BR. 153, Km 98, Anpolis/GO, CEP 75001-970, Lab. de Biodiversidade do Cerrado, solxav@yahoo.com.br

  • 186 PIRES, N.A.M.T ET AL.

    Soc. Bras. de Arborizao Urbana REVSBAU, Piracicaba SP, v.5, n.3, p.185-205, 2010

    URBAN TREE PLANTING OF GOIANDIRA-GO QUALI-QUANTITATIVE CHARACTERIZATION AND MANAGEMENT PROPOSALS *

    ABSTRACT Tree planting has important functions in the quality of urban environment. Tree planting in the town of Goiandira, in Goias state, located in the Cerrado (upland savanna), was not planned and the town presents several problems with the maintenance of its green areas. Many of its trees are a result of volunteering activities, the work of people who planted them without technical assistance. This has cost the municipal administration expensive emergency interventions. This study aims at diagnosing the status of tree planting in urban areas of the town, through carrying out a quali-quantitative survey of the species. The inventory consisted of 1440 trees, belonging to 36 families and 105 species, of which more than 50% are exotic. Low equitability (0.14) was found among the species (six species correspond to 50.1% of the trees found). The number of trees/inhabitant (0.3) and the index of green area (1.29 m2/inhabitant) were lower than recommended by the Brazilian Society of Urban Arborization. A lot of trees presented conflicts with the electricity network, however, there were few cases of conflict with the public illumination, buildings, or any phytosanitary problems. The interventions carried out by the municipal administration and by the population were often wrong and harmful to the trees. Management actions are suggested to help planning the (re)plantation of trees in the town.

    Keywords: urban vegetation, roadside tree planting, floristic inventory, environmental planning, urban environment.

    INTRODUO O conhecimento e a anlise das estruturas das cidades e suas funes, atravs das ticas econmica, social e ambiental, so pr-requisitos bsicos para o planejamento e administrao das reas urbanas, na busca de melhores condies de vida para os seus habitantes. A arborizao urbana assume uma importncia particular, compatibilizando o espao urbano com as questes ambientais (ROCHA et al., 2004). O Estatuto da Cidade, Lei complementar aos artigos 182 e 183 da Constituio Federal, fornece diretrizes bsicas para que os municpios elaborem os instrumentos das polticas urbanas locais visando o

  • A arborizao urbana 187

    Soc. Bras. de Arborizao Urbana REVSBAU, Piracicaba SP, v.5, n.3, p.185-205, 2010

    desenvolvimento sustentvel da cidade bem como a conservao dos recursos naturais existentes em seu permetro e na sua vizinhana (OTTI, 2004).

    Entretanto, essas diretrizes nem sempre tm sido consideradas nas aes para a arborizao municipal, de modo que a conservao, a manuteno, a utilizao sustentada, a restaurao e melhoria do ambiente natural so quesitos muitas vezes negligenciados. Isso inclui grande parte dos municpios inseridos na grande rea do Cerrado, que sofre com a ocupao desordenada, sendo considerado um dos biomas mais degradados do mundo (ALHO e MARTINS, 1995). A destruio da paisagem e a urbanizao descontrolada tm gerado problemas como a deteriorao das condies de sade e desajustes psicossociais na populao, alm das conseqncias da poluio como um todo. Monteiro (1976) considera os espaos urbanos o impacto mximo da atuao humana sobre sua prpria organizao na superfcie terrestre e na deteriorao do ambiente, dada ausncia de critrios scio-ecolgicos na organizao e distribuio espacial da populao. de suma importncia avaliar os impactos ambientais gerados pelos centros urbanos a fim de serem evitados, quando uma cidade est sendo planejada, ou mitigados, quando as reas urbanas j esto formadas. Desse modo, a quantificao e a qualificao das condies ambientais que esto sendo alteradas, preservadas ou simplesmente estudadas passam a ser muito importantes no s para a espcie humana como para a vida de muitos organismos e, de forma especial, para a vegetao urbana, que sofre de perto as conseqncias das aes antrpicas (MAIA et al., 2001). A vegetao urbana, quando corretamente implantada, desempenha um conjunto importante de funes responsveis pela melhoria da qualidade do ambiente, podendo minimizar o impacto ambiental causado pelos efeitos antrpicos da expanso das cidades, resultando em maior conforto para a populao. Nesses ambientes, a vegetao uma das principais responsveis pela purificao do ar, fixando a poeira, gases txicos e outros materiais residuais; pela manuteno do equilbrio trmico, suavizando as temperaturas, conservando a umidade do solo ou reduzindo a velocidade do vento; pela reduo de rudos; contribuindo ainda para a valorao histrico-cultural dos municpios e para a valorao paisagstica dos imveis, alm de ser til como complemento alimentar, na medicina popular ou na preveno da eroso, alm de promover atrao e abrigo fauna e flora regional, e constituir opo de lazer e descanso para a comunidade (MILANO, 1992; SANCHOTENE, 1994; JACINTO, 2001; MASCAR e MASCAR, 2002). Ao contriburem significativamente para alimentao das aves, as rvores favorecem o equilbrio ecolgico do meio urbano, a reduo dos custos energticos de refrigerao e a diminuio das

  • 188 PIRES, N.A.M.T ET AL.

    Soc. Bras. de Arborizao Urbana REVSBAU, Piracicaba SP, v.5, n.3, p.185-205, 2010

    doenas respiratrias (MOTA, 2003; MACEDO, 2003; SMITH et al., 2006). Dessa forma, pode-se considerar que a arborizao contribui para o potencial ecolgico, recreativo, produtivo, esttico e paisagstico, tendo considervel influncia sobre as condies ambientais urbanas (GODOY, 1995).

    O adequado conhecimento das caractersticas do ambiente urbano tido como uma pr-condio ao sucesso da arborizao, sendo importante conhecer a vegetao da regio, dentro da cidade e nos arredores, selecionando espcies recomendadas para arborizao urbana. A anlise do local um fator indispensvel, pois necessrio evidenciar os locais a serem arborizados, como tambm aqueles que necessitam ser complementados ou adaptados (DANTAS e SOUZA, 2004). H necessidade de compatibilizar a arborizao com o sistema eltrico, o abastecimento de gua, esgotos, sinalizao e edificaes (VELASCO et al., 2006). O cadastramento e controle das ruas e praas (dimenses, localizao das redes e outros servios urbanos, identificao das rvores, data do plantio e poca de poda) possibilitam uma melhor implantao e manuteno da arborizao urbana (SILVA FILHO et al., 2002).

    Pereira (1998) enfoca a necessidade de se fazer um planejamento cuidadoso para a implantao de projetos de vegetao em ambiente urbano, atravs da anlise de todas as interfaces com os elementos construdos e seus diferentes usos. Desta forma, toda e qualquer interveno na arborizao do municpio, com vistas a sua otimizao, requer um planejamento que deve incluir o conhecimento e a avaliao da composio arbrea pr-existente, ou seja, o inventrio do patrimnio arbustivo local, o que ir fornecer informaes para a definio das prioridades de interveno (ROCHA et al., 2004).

    Segundo informaes fornecidas pela Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Goiandira, o municpio no dispe de nenhum planejamento de arborizao urbana, to pouco de um diagnstico sistematizado deste cenrio. Sendo assim, este trabalho teve como objetivo avaliar qualiquantitativamente diferentes aspectos da arborizao na rea urbana do municpio de Goiandira, Gois, fornecendo subsdios e sugestes para um subseqente planejamento racional da (re)arborizao municipal.

    MATERIAIS E MTODOS rea de Estudo

    O municpio de Goiandira est localizado no planalto central do Brasil, ao centro-sul do estado de Gois (18 07 54 S e 48 05 06 W), distando 280 km da capital, Goinia. Possui uma rea de 360,71 km2 e uma populao de cerca de 5.081 habitantes, com uma

  • A arborizao urbana 189

    Soc. Bras. de Arborizao Urbana REVSBAU, Piracicaba SP, v.5, n.3, p.185-205, 2010

    rea urbanizada de 0,3682 km (IBGE, 2008; EMBRAPA, 2007). Por sua localizao, a cidade est inserida na grande regio do bioma Cerrado que caracteriza a vegetao da poro central do pas. O clima do tipo tropical mido, Aw na classificao de Kpen, com chuvas intermedirias de 750-200 mm/ano e uma estao seca definida de cinco meses, de maio a setembro (EITEN, 1994).

    Coleta de dados O levantamento da arborizao foi realizado pelo mtodo de inventrio quali-

    quantitativo, do tipo censo, considerando todas as ruas e todos os indivduos de porte arbreo e arbustivo da rea urbana. Os dados foram coletados em um formulrio especfico para cada espcime, baseado em Silva Filho et al. (2002).

    Neste cadastro, o primeiro item refere-se localizao e identificao do espcime, onde foram registrados o nome da rua e o nmero do imvel onde se encontra a rvore, o bairro, a largura da rua e calada, e o nome da espcie (comum e cientfico).

    Foram registradas ainda informaes sobre a biologia do espcime vegetal, ou seja, as avaliaes do estado geral relativo ao indivduo, designando bom (boas condies de vigor e sade, no apresentando problemas fitossanitrios relacionados aos possveis agentes de ataque: formigas, cupins, lagartas, pulges etc., ou injrias mecnicas; havendo pequena ou nenhuma necessidade de interveno); regular (quando apresentou estado geral em incio de declnio, problemas fitossanitrios ou descaracterizao da forma original, requerendo reparos); morta (rvore seca). No item que se refere fitossanidade, foram assinalados sinais sugestivos de ataque de pragas e patgenos, registrando-se o nome vulgar do agente, quando possvel.

    O terceiro parmetro de avaliao foi quanto ao entorno e interferncias. Em relao s localizaes relativas rvore, elas foram encontradas em canteiro central, na calada, em praa ou em via pblica. Foi identificado tambm o local de afloramento da raiz, quando presente. Em relao aos itens fiao, iluminao, sinalizao e muro/construo, foi considerado conflito atual (quando o equipamento urbano ou edificao estava em contato direto com alguma parte da rvore); potencial (quando o espcime, pelo seu crescimento normal, estava propcio a entrar em contato com algum equipamento ou edificao); ausente (quando no existia a possibilidade de contato).

    O ltimo item do cadastro diz respeito s aes de gesto (plantio, poda, retirada, etc.) ocorridas recentemente ao perodo do cadastro, as quais foram avaliadas qualitativamente como sendo boa (ao correta, com ou sem tcnica); regular (ao

  • 190 PIRES, N.A.M.T ET AL.

    Soc. Bras. de Arborizao Urbana REVSBAU, Piracicaba SP, v.5, n.3, p.185-205, 2010

    executada sem a observncia de normas tcnicas, porm sem causar danos graves para a rvore); pssima (ao inadequada, com conseqncias graves para a rvore). Nesse item tambm foi verificada a necessidade interveno.

    Os exemplares inventariados foram tambm documentados atravs da coleta de amostras para a confeco de exsicatas que foram identificadas taxonomicamente e inseridas no herbrio HUEG, localizado na da Universidade Estadual de Gois, Unidade de Cincias Exatas e Tecnolgicas, no municpio de Anpolis, GO.

    Anlise dos dados A classificao das famlias seguiu o sistema APG II utilizado por Souza e Lorenzi

    (2005). A eqitabilidade das rvores inventariadas foi calculada atravs da Medida de Eqitabilidade de Simpson, dada pela relao:

    Onde: E1/D = Medida de Eqitabilidade de Simpson D = ndice de Simpson (D = pi2, sendo pi a proporo de espcies i na comunidade) s = Nmero total de espcies

    O ndice de rea verde total (IAVT) foi calculado de acordo com Harder et al. (2006), considerando-se o somatrio das reas totais das praas, expresso por metros quadrados divididos pelo nmero total de habitantes do municpio (IAVT = das reas totais das praas / N de habitantes da rea urbana).

    RESULTADOS E DISCUSSO O inventrio da arborizao resultou em 1440 plantas arbreas e arbustivas nas vias

    pblicas e praas do municpio de Goiandira, as quais totalizaram 105 espcies, distribudas em 36 famlias (Tabela 1). Seis dessas espcies representam 50,1% das rvores amostradas, sendo Licania tomentosa (Benth.) Fritsch, com 20,1%; Caesalpinia peltophoroides Benth, com 7,8%; Murraya paniculata (L.) Jack, com 6,9%; Teminalia catappa L.; com 6,5%; Schinus molle L. com 4.4% e Caryota urens L., com 4,4% do total de indivduos amostrados; as demais 83 espcies mostraram freqncia inferior a 1%, sendo que a Medida de Eqitabilidade de Simpson foi de 0,14.

    As famlias mais representativas foram Fabaceae, com 20% do total de espcies,

  • A arborizao urbana 191

    Soc. Bras. de Arborizao Urbana REVSBAU, Piracicaba SP, v.5, n.3, p.185-205, 2010

    seguida por Arecaceae (9,6%), Malvaceae (4,8%) e Myrtaceae (4,8%). As demais famlias apresentaram freqncia inferior a 3,8%. Em relao origem, mais de 50% das espcies inventariadas, so exticas, tanto para o Cerrado quanto para o Brasil, 14% so exticas para o Cerrado, mas nativas do Brasil, e apenas 10% so nativas do Cerrado (Tabela 1). A avaliao do estado geral das rvores inventariadas mostrou que a grande maioria (84%) apresentou bom estado, ou seja, no mostravam sintomas de doenas como galhos secos, folhas com colorao anormal, queda excessiva de folhas, folhas necrosadas ou subdesenvolvidas; no aparentavam terem sofrido aes de vandalismo ou alta intensidade de pragas; 13% delas apresentavam estado regular, exibindo quaisquer das caractersticas citadas, necessitando de tratamento ou substituio imediata, e apenas 3% estavam mortas. Embora, esse nmero de rvores mortas, tenha sido baixo, o ideal que elas no fossem encontradas, pois deveriam ser substitudas se apresentassem um estado regular sem possibilidade de recuperao. Cerca de 92% das rvores recenseadas apresentaram formigas em suas estruturas vegetativas e/ou reprodutivas. Outros agentes possveis causadores de dano, como cupins, trips, fungos, lagartas e cochonilhas foram observados em menos de 5% das rvores, se restringindo a exemplares de monguba (Pachira aquatica) e sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides); os 7% restantes das rvores no apresentavam nenhum desses organismos. A presena de liquens foi registrada em 17% das rvores.

    A maioria das rvores (82%) foi plantada em caladas; 12% foram encontradas em canteiro central de vias pblicas e 6% em praas. As caladas, na maioria, apresentavam pavimentao de concreto (45%), ou no eram pavimentadas (40%), 15 % eram revestidas de grama (Figura 2). Cerca de 23% das plantas apresentavam afloramento de raiz e/ou danos a caladas e canteiros, principalmente quando do plantio de espcies consideradas inadequadas arborizao de ruas, como Ficus benjamina e Delonix regia. Cerca de 41% das rvores encontradas em Goiandira ocasionavam conflitos com a rede eltrica. Por outro lado, os conflitos entre a arborizao urbana e a iluminao pblica, que se utiliza de postes da rede eltrica convencional (Figura 3), foram pouco freqentes (6% de casos atuais e potenciais), sendo que, na maioria dos casos (94%) as rvores estavam alocadas de modo a no prejudicar a iluminao pblica. Da mesma forma, foram observados muito poucos casos atuais e potenciais de conflitos entre a arborizao urbana e muros e/ou outras construes (2% ao todo), ou seja, as rvores esto bem alocadas espacialmente nas caladas. As aes de manejo executadas pela prefeitura e moradores foram, em mais da metade dos casos, a poda leve dos galhos que saam da silhueta da rvore (51%), seguida

  • 192 PIRES, N.A.M.T ET AL.

    Soc. Bras. de Arborizao Urbana REVSBAU, Piracicaba SP, v.5, n.3, p.185-205, 2010

    pelo plantio de novas mudas (30% dos casos) e, por fim, uma quantidade expressiva de casos de poda pesada (19% das rvores), que mutilam a planta visando, principalmente, eliminar a interferncia destas na rede eltrica convencional (Figura 3b). Avaliando-se a qualidade da ao executada pela prefeitura e moradores, observou-se que apenas 36% foram consideradas adequadas. Cerca de 54% demonstravam aes de qualidade regular e um expressivo nmero de 10% delas foram aes de pssima qualidade, comprometendo a vida til e a funo esttica do exemplar arbreo. O ndice de reas Verdes do municpio foi de 1,29 m2/habitantes e o nmero de rvores por habitante foi da ordem de 0,3.

    TABELA 1 Distribuio quali-quantitativa das espcies da arborizao urbana da cidade de Goiandira, GO (E = extica para o Brasil, B = nativa para o Brasil, extica para o Cerrado, C= nativa do Cerrado). TABLE 1 Quali-quantitative distribution of the species planted in the town of Goiandira, GO (E = exotic to Brazil, B = native to Brazil, exotic to Cerrado, C = native to the Cerrado).

    Famlia Nome cientfico Nome popular

    Origem

    Frequncia absoluta

    Frequncia relativa (%)

    Chrysobalanaceae Licania tomentosa (Benth.) Fritsch Oiti B 290 20.1

    Fabaceae Caesalpinia peltophoroides Benth.

    Sibipiruna B

    112 7.8

    Rutaceae Murraya paniculata (L.) Jack Murta E 99 6.9 Combretaceae Terminalia catappa L. Sete-copas B 93 6.5 Anacardiaceae Schinus molle L. Aroeira-salsa B 64 4.4

    Arecaceae Caryota urens L. Palmeira-rabo-de-peixe

    E 63 4.4 Malvaceae Pachira aquatica Aubl. Monguba B 50 3.5 Moraceae Ficus benjamina L. Fcus-benjamina B 44 3.1 Espcimes mortos 36 2.5 Apocynaceae Nerium oleander L. Espirradeira E 35 2.4 Magnoliaceae Michelia champaca L. Magnlia E 32 2.2 Fabaceae Caesalpinia pulcherrima (L.) Sw. Flamboyant-mirim

    B 29 2.0 Malpighiaceae Malpighia glabra L. Acerola E 29 2.0 Arecaceae Pinanga sp. Pinanga E 28 1.9 Fabaceae Bauhinia variegata L. Pata-de-vaca E 26 1.8 Myrtaceae Psidium guajava L. Goiabeira B 26 1.8 Cupressaceae Thuja orientalis L. Tuia-compacta E 23 1.6 Arecaceae Syagrus oleracea (Mart.) Becc. Gueroba

    C 20 1.4 Rutaceae Citrus aurantium L. Laranjeira E 19 1.3 Fabaceae Delonix regia (Bojer ex Hook.) Raf. Flamboyant

    E 17 1.2

    Fabaceae Erythrina indica Lam. Brasileira E 15 1.0 Euphorbiaceae Euphorbia leucocephala Lotsy Chuva-de-neve

    E 15 1.0 Arecaceae Ptychosperma sp. Palmeira 15 1.0 Fabaceae Cassia sp.1 Cssia B 13 0.9 Apocynaceae Thevetia sp. Chapu-de-Napoleo

    B 13 0.9

  • A arborizao urbana 193

    Soc. Bras. de Arborizao Urbana REVSBAU, Piracicaba SP, v.5, n.3, p.185-205, 2010

    Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis L. Hibisco B 11 0.8 Anacardiaceae Mangifera indica L. Mangueira E 11 0.8 Anacardiaceae Anacardium occidentale L. Cajueiro C 10 0.7 Moraceae Ficus variegata Blume Fcus-variegata B 10 0.7

    Arecaceae Roystonea borinquena O.F. Cook Palmeira-imperial E 10 0.7

    Bignoniaceae Spathodea nilotica Seem. Xixi-de-macaco E 10 0.7 Malpighiaceae Lophanthera lactescens Ducke Lanterneiro

    B 9 0.6 Fabaceae Cassia fistula L. Chuva-de-ouro B 8 0.6 Melastomataceae Tibouchina sp. Quaresmeira B 8 0.6 Arecaceae Roystonea oleracea (Jacq.) O.F. Cook Palmeira-real

    E 7 0.5

    Cupressaceae Chamaecyparis pisifera (Siebold & Zucc.) Endl. Cipreste E 6 0.4

    Arecaceae Livistona chinensis (Jacq.) R. Br. Palmeira E 5 0.3

    Araliaceae Polyscias guilfoylei (W. Bull) L.H. Bailey rvore-da-felicidade E 5 0.3

    Bignoniaceae Tecoma stans (L.) Juss. ex Kunth Ip-de-jardim B 5 0.3

    Velloziaceae Vellozia sp. Pau-santo B/C 5 0.3 Fabaceae Adenanthera pavonina L. Tento E 4 0.3 Arecaceae Attalea speciosa Mart. ex Spreng. Babau

    C 4 0.3

    Meliaceae Melia azedarach L. Cinamomo E 4 0.3 Araliaceae Schefflera arboricola Hayata Cheflera E 4 0.3 Bignoniaceae Tabebuia impetiginosa (Mart.

    ex DC.) Standl. Ip-rosa C 4 0.3

    Rubiaceae Coffea arabica L. Cafeeiro E 3 0.2 Euphorbiaceae Euphorbiaceae sp.1 3 0.2

    Fabaceae Jacaranda mimosifolia D. Don Jacarand B

    3 0.2

    Lythraceae Lagerstroemia indica L. Resed E 3 0.2 Pinaceae Pinus sp. Pinheiro E 3 0.2

    Adoxaceae Sambucus australis Cham. & Schltdl. Sabugueiro B 3 0.2

    Myrtaceae Syzygium cumini (L.) Skeels Jambolo E 3 0.2 Polygonaceae Triplaris caracasana Cham. Falso-sete-copas B 3 0.2 Fabaceae Albizia lebbeck (L.) Benth. Albizia E 2 0.1 Fabaceae Albizia niopoides (Spruce ex Benth.) Burkart Farinha-seca

    C 2 0.1

    Annonaceae Annona squamosa L. Fruta-do-conde E 2 0.1 Apocynaceae Apocynaceae 2 2 0.1 Arecaceae Arecaceae 1 2 0.1 Malvaceae Gossypium sp. Algodo 2 0.1 Polygonaceae Grevillea banksii R. Br. Grevilha-an E 2 0.1 Indeterminada sp1 2 0.1 Indeterminada sp2 2 0.1 Fabaceae Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit Leucena

    B 2 0.1

    Liliaceae Liliaceae sp1 2 0.1

    Acanthaceae Megaskepasma erythrochlamys Lindau Justicia-vermelha

    E 2 0.1

    Rubiaceae Mussaenda alicia L. Mussaenda-rosa E 2 0.1 Lythraceae Punica granatum L. Rom E 2 0.1

  • 194 PIRES, N.A.M.T ET AL.

    Soc. Bras. de Arborizao Urbana REVSBAU, Piracicaba SP, v.5, n.3, p.185-205, 2010

    Euphorbiaceae Ricinus sp. 2 0.1 Meliaceae Swietenia macrophylla King Mogno B 2 0.1 Myrtaceae Syzygium malaccense (L.) Merr. & L.M. Perry Cambota

    E 2 0.1

    Annonaceae Annona muricata L. Graviola E 1 0.1 Tiliaceae Apeiba tibourbou Aubl. Jangada C 1 0.1 Apocynaceae Apocynaceae 1 1 0.1

    Araucariaceae Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze Araucria B 1 0.1

    Bixaceae Bixa orellana L. Urucum B 1 0.1

    Nyctaginaceae Bougainvillea spectabilis Willd. Bouganvilea B 1 0.1

    Fabaceae Caesalpinia ferrea Mart. Pau-ferro B 1 0.1 Myrtaceae Callistemon viminalis (Sol. ex Gaertn.) G. Don Escova-de-garrafa

    E 1 0.1 Fabaceae Cassia sp.2 Cassia B 1 0.1 Fabaceae Cassia sp.3 Cassia B 1 0.1 Rutaceae Citrus limon (L.) Burm. Limoeiro E 1 0.1 Clusiaceae Clusia sp. Clusia 1 0.1 Arecaceae Cocos nucifera L. Coco-da-Bahia 1 0.1 Cycadaceae Cycas revoluta Thunb. Cica E 1 0.1 Dilleniaceae Dillenia indica L. Dilnia E 1 0.1 Fabaceae Dipteryx alata Vogel Baru C 1 0.1 Malvaceae Dombeya wallichii (Lindl.) K. Schum. Assnia

    E 1 0.1

    Fabaceae Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong

    Tamboril C

    1 0.1

    Myrtaceae Eucalyptus sp. Eucalipto E 1 0.1 Myrtaceae Eugenia uniflora L. Pitanga B 1 0.1 Euphorbiaceae Euphorbiaceae sp.2 1 0.1 Fabaceae Fabaceae sp. 1 0.1 Moraceae Ficus microcarpa L Ficus B 1 0.1 Moraceae Ficus sp. Ficus 1 0.1 Fabaceae Inga laurina (Sw.) Willd. Ing-de-macaco C 1 0.1 Lythraceae Lagerstroemia speciosa (L.) Pers. Resed-gigante

    E 1 0.1

    Vitaceae Leea coccinea Bojer Lia E 1 0.1 Fabaceae Myroxylon peruiferum L. f. Blsamo,Cabreva C 1 0.1 Piperaceae Piper aduncum L. Falso-jaborandi C 1 0.1 Rosaceae Eriobotrya japonica (Thumb.) Lindl. Ameixa-amarela

    E 1 0.1

    Myrsinaceae Rapanea sp. Pororoca B 1 0.1 Araliaceae Schefflera sp. Cheflera 1 0.1 Anacardiaceae Spondias cytherea Sonn. Caj-manga B 1 0.1 Malvaceae Sterculia sp. Chich B 1 0.1 Bignoniaceae Tabebuia alba (Cham.) Sandwith Caraba

    B 1 0.1

    Bignoniaceae Tabebuia sp. Ip B 1 0.1

    Como constatado, o municpio de Goiandira no possui nenhum planejamento tcnico da arborizao, sendo os plantios aleatrios e executados pela prpria populao. A deficincia no acompanhamento tcnico, como ressaltado por Rocha et al. (2004), pode

  • A arborizao urbana 195

    Soc. Bras. de Arborizao Urbana REVSBAU, Piracicaba SP, v.5, n.3, p.185-205, 2010

    acabar gerando prefeitura onerosos custos com podas, que via de regra ocorrem em carter emergencial em vez de preventivo.

    Embora a riqueza de espcies tenha apresentado valor relativamente elevado, comparado a outras cidades brasileiras, a eqidade foi baixa, de modo que dentre as espcies levantadas, 36 so representadas por um nico exemplar. De acordo com Milano e Dalcin (2000), cada espcie deve ter de 10 a 15% da freqncia total. Em Goiandira, apenas L. tomentosa possui uma freqncia de 20%, as demais possuem freqncia inferior a 8%, e 83 espcies possuem freqncia inferior a 1%, o que contribui para reduzir a eqitabilidade. Esta medida varia de zero a um, de modo que valores prximos a um demonstram alta eqitabilidade, ou seja, uma alta homogeneidade, onde todas as espcies contm nmeros similares de indivduos. Valores prximos a zero, como aqui observado, indicam uma alta dominncia, neste padro a maioria dos indivduos pertence a poucas espcies e a grande maioria das espcies rara (KREBS, 1999). Segundo Santos e Teixeira (2001), situao semelhante verificada na maioria das cidades brasileiras, que apresentam um cenrio onde as paisagens florsticas so pouco diversificadas. Cabe informar que a alta freqncia de oiti (L. tomentosa) na composio paisagstica da cidade decorrente da distribuio de mudas dessa nica espcie pela prefeitura municipal.

    O predomnio da famlia Fabaceae reafirma os resultados encontrados em outros trabalhos dessa natureza, que tambm verificaram a predominncia desta famlia em relao riqueza de rvores urbanas. Isto decorre da existncia de inmeras espcies desta famlia, amplamente distribudas pelo pas e pelo mundo, com alto potencial paisagstico e muito conhecidas pela populao em geral (SOUZA e LORENZI, 2005; KURIHARA et al., 2005). Contudo, Santamour Jnior (1990) apud Silva Filho e Bortoleto (2005) recomenda no utilizar mais que 30% de uma mesma famlia botnica na arborizao viria.

    A alta freqncia (superior a 50%), de espcies exticas, demonstrada no presente estudo revela ausncia de preocupao com a conservao da flora nativa. Santos e Teixeira (2001) e Lorenzi et al. (2003) afirmam que em praticamente todas as cidades h uma predominncia na utilizao de espcies exticas na arborizao urbana, em detrimento das possibilidades de se explorar a riqueza da flora local.

    Assim sendo, salienta-se que um futuro planejamento da arborizao, dever contribuir para a preservao das espcies nativas, sobretudo, as do Cerrado, bioma em intenso processo de devastao. O uso de espcies nativas diminui os riscos de desequilbrio ambiental causados pela influncia de espcies exticas na biodiversidade de

  • 196 PIRES, N.A.M.T ET AL.

    Soc. Bras. de Arborizao Urbana REVSBAU, Piracicaba SP, v.5, n.3, p.185-205, 2010

    ecossistemas urbanos e influencia de forma positiva na fixao da fauna local (PEREIRA et al., 2005).

    A elevada incidncia de formigas sobre as rvores amostradas e mesmo os poucos casos de cupins, no foram considerados indicativos de pragas, j que foram poucos os casos de constatao de dano aparente, mas isto pode ser sugestivo da necessidade de inspees peridicas. Embora muitas espcies de formigas sejam consideras pragas em ambientes tropicais e temperados, muitas estabelecem relaes mutualsticas com inmeras espcies vegetais, podendo realizar funes de dispersores de sementes e frutos, e proteo das folhagens contra o ataque de outros insetos (DAVIDSON et al., 1991). Entre os cupins tambm so encontradas pragas de grande importncia na arborizao urbana. Milano (1998) afirma existirem cerca de 70 a 80 espcies de cupins consideradas pragas em reas urbanas. O padro predominante de rvores plantadas em caladas reflete que essas so as principais reas disponveis para a arborizao, sendo que o nmero de praas, parques e outras reas verdes verificados na cidade muito reduzido. Em Goiandira existem apenas seis praas que conferem ao municpio um ndice de reas verdes e um nmero de rvores/habitantes muito aqum do mnimo sugerido pela UNESCO que recomenda para uma qualidade de vida satisfatria, a existncia de duas rvores ou cobertura de 12 m2

    de rea verde por habitante (DANTAS e SOUZA, 2004), sendo assim, seria recomendada a existncia na cidade 9.522 rvores, ao invs das 1440 presentes. Cabe lembrar que no h um acordo comum para estas recomendaes, sendo que a Sociedade Brasileira de Arborizao Urbana (SBAU) indica um valor de 15 m de rea verde por habitante (HARDER et al., 2006). Mesmo assim para muitas cidades o valor desse ndice ainda muito baixo, em outras, no entanto, ainda que mais raramente, o valor muito alm do mnimo sugerido pela SBAU, como o caso da cidade de Goinia (Tabela 2). TABELA 2 Comparao do ndice de reas Verdes em algumas cidades do Brasil. TABLE 2 Comparison of the Index of Green Areas in some cities of Brazil.

    Cidade ndice de rea Verde (m / habitante)

    Referncia Goinia 100,25 Martins Jr. (2001)

    Curitiba 3,06 Milano (1984) So Carlos 2,65 Oliveira (1996) Piracicaba 2,2 Lima (1993) Vinhedo 2,19 Harder et al. (2006) Botucatu 0,77 Sousa et al. (1992) Lavras 0,34 Carvalho (2001)

  • A arborizao urbana 197

    Soc. Bras. de Arborizao Urbana REVSBAU, Piracicaba SP, v.5, n.3, p.185-205, 2010

    A manuteno e a criao de novas reas verdes possibilitam a conservao de valores da comunidade. Esses valores podem ser caracterizados, em valores visuais ou paisagsticos, valores recreativos e valores ambientais (MACEDO, 2003). Dessa forma, as reas verdes so de significativa importncia para a populao local, promovendo oportunidades de contato com a natureza e trazendo benefcios em termos de educao, sade e bem-estar, recreao e interao social (O`BRIEN, 2006).

    O elevado nmero de caladas sem pavimento ou revestidas de grama pode ser decorrente do baixo custo em relao a outros tipos de pavimentos, j que o maior nmero de caladas de grama e terra foi verificado nos bairros da periferia da cidade em relao ao centro, onde predominam caladas de concreto. Veiga et. al., (1999) lembram que aes de planejamento, manejo e implementao na arborizao urbana, so prejudicadas pela falta de urbanizao dos bairros em desenvolvimento, e requerem cuidados especficos na sua implantao, principalmente quando os elementos de infra-estrutura esto ausentes. Entretanto, cabe ressaltar que as caladas no pavimentadas e os revestimentos gramados pouco interferem na permeabilidade do solo, amenizando os impactos provocados no ambiente pelo processo de ocupao dos centros urbanos, particularmente aqueles relacionados com as modificaes do ciclo hidrolgico e a intensa impermeabilizao do solo, cujas conseqncias so o crescimento dos eventos de inundaes urbanas em nmero e magnitude com prejuzos materiais, patrimoniais e humanos para a sociedade (COSTA JR. e BARBASSA, 2006).

    Os problemas relacionados aos danos ao calamento e demais construes decorrentes dos sistemas radiculares volumosos foram similares em nmero queles verificados contra o patrimnio pblico da cidade de Campina Grande/PB (MEDEIROS, 2003) e inferiores aos casos da Estncia Turstica de Campos do Jordo/SP (ANDRADE, 2002). Segundo Lorenzi (2002) esse problema pode ser contornado colocando-se um tubo de concreto de 40-60 cm de comprimento na parte superior da cova de plantio; essa prtica evita que a rvore produza razes superficiais que destroem as caladas. Os conflitos existentes entre as rvores e as caladas ou as redes eltricas na ocupao do espao so um dos principais problemas na arborizao viria de uma cidade (VELASCO, 2003). A maioria das publicaes que abordam o tema arborizao viria recomenda que sob redes eltricas devam ser plantadas rvores e/ou arbustos de pequeno porte, como forma de prevenir e/ou eliminar a interferncia dos galhos nestas redes ou podar as j existentes, para que no atinjam os fios. Cabe lembrar que muitas dessas publicaes so preparadas por empresas de distribuio de energia eltrica e que nem

  • 198 PIRES, N.A.M.T ET AL.

    Soc. Bras. de Arborizao Urbana REVSBAU, Piracicaba SP, v.5, n.3, p.185-205, 2010

    sempre um arbusto poder trazer benefcios equiparveis a uma rvore de maior porte, devend,o portanto, se buscar alternativas outras para esses conflitos. Contudo, em Goiandira, conflitos desse tipo, trazem inmeros problemas gesto municipal e, principalmente, aos moradores em razo da queda de galhos sobre a fiao, que danificam a rede eltrica, comprometendo o fornecimento de energia local. Outro parmetro relevante neste conflito entre arborizao e fiao eltrica o custo associado gesto urbana. Velasco et al.(2006) levantaram o custo de implantao das redes convencional, compacta e subterrnea, assim como custos de manuteno e poda de rvores e concluram ser menos oneroso investir na implantao de uma rede de distribuio compacta, tanto em termos de custos quanto de benefcios devido convivncia com as rvores urbanas.

    A iluminao pblica convencional, quando tambm se utiliza dos postes da rede eltrica, necessita de um distanciamento apropriado das rvores em relao iluminao para que a copa das rvores no obstrua a iluminao. Em Goiandira, as rvores, na maioria das vezes, foram plantadas respeitando-se o distanciamento mnimo das luminrias, porm somando-se os casos atuais e potenciais de conflitos ainda h necessidade de manejo de algumas rvores por podas ou por remoo, ou ento o rebaixamento das luminrias, a exemplo do que tem sido feito em Maring/PR, onde, em vrios setores da cidade as luminrias tm sido instaladas abaixo das copas das rvores, de modo a eliminar a luminosidade difusa (Prefeitura Municipal de Maring/PR, 2008)

    A maioria das aes de manejo realizadas pela prefeitura ou pelos moradores foi considerada regular, ou ruim, as quais comprometem a sade das rvores ou das suas funes paisagsticas e de sombreamento. Um nmero aprecivel de plantas apresentava sinais desse tipo de ao, que culminaram com a poda severa demais, comprometendo a esttica e o tempo de vida til da rvore. Isso ocorre com o corte de galhos de grande dimetro, bem como de grandes quantidades de galhos de forma a descaracterizar a copa. Esta ao o reflexo da m escolha das espcies e da falta de manejo adequado, e promove a perda de uma das principais funes da arborizao urbana que a esttica. Estas aes de poda pesada so realizadas em sua quase totalidade para desobstruir a rede eltrica convencional. Isto denota duas falhas: primeiro, o plantio de rvores de mdio e grande porte sob a fiao e, segundo, a falta de um manejo contnuo da arborizao urbana, o que evitaria podas que mutilam as plantas. As aes consideradas como boas foram aquelas que alcanaram o objetivo esttico e utilitrio, seja na escolha e plantio da espcie adequada ao local , seja na poda dos galhos que fogem da silhueta da rvore (poda leve). Outra ao equivocada a distribuio inadvertida populao de mudas de uma

  • A arborizao urbana 199

    Soc. Bras. de Arborizao Urbana REVSBAU, Piracicaba SP, v.5, n.3, p.185-205, 2010

    nica espcie, como foi o caso de L. tomentosa. O plantio indiscriminado desta espcie, alm de ocasionar um baixo ndice de equitabilidade, equivocado j que por apresentar porte mdio a grande, esta espcie mais recomendada para parques e jardins, pouco recomendada para caladas opostas rede eltrica e enfaticamente contra-indicada para caladas sob a rede eltrica (LORENZI, 2002).

    Considerando o diagnstico ora apresentado, foram propostas aes a serem observadas na adoo de um planejamento estratgico e na gesto da (re)arborizao urbana do municpio. Muitas das aes sugeridas esto baseadas nos trabalhos de Milano e Dalcin (2000), Lorenzi (1998, 2002) e Lorenzi et. al. (2003). Um relatrio contendo a anlise detalhada, assinalando as situaes caso a caso e a indicao exata da localidade de cada ao, bem como uma lista sugestiva de espcies, a maioria nativas da regio, com caractersticas desejveis a diferentes quesitos da arborizao de Goiandira, foi encaminhado Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Goiandira. Entre as vantagens da opo por espcies nativas da regio, que possam atender adequadamente finalidades especficas podem ser mencionados os aspectos relacionados a adaptaes edafoclimticas e preservao da fauna associada. Cabe, enfim ressaltar que o sucesso de um programa de arborizao bem sucedido requer a ao continuada e integrada entre administrao pblica e a populao, isso muitas vezes s possvel atravs do estabelecimento de uma poltica voltada para o meio ambiente envolvendo aes de educao ambiental que possam orientar a comunidade, ressaltando a importncia da arborizao bem estruturada e o incentivo ao plantio e aos cuidados com os espcimes. Como j apontado em outros estudos (LORENZI, 2000; ANDRADE, 2006), os equvocos observados na arborizao so decorrentes muitas vezes da falta de informao no apenas da populao, mas tambm dos prprios profissionais do setor, uma vez que a seleo das espcies requer inmeros cuidados para evitar problemas futuros sendo que as principais restries esto relacionadas com o porte, altura, sistema radicular (preferencialmente o pivotante) presena de acleos, frutos muito grandes ou dotados de substncias txicas ou tintoriais. Deve-se ainda, ter o cuidado de escolher aquelas que tenham folhagem permanente e a copa deve ter formato, dimenso e engalhamento adequados ao ambiente ao qual o espcime se destina.

  • 200 PIRES, N.A.M.T ET AL.

    Soc. Bras. de Arborizao Urbana REVSBAU, Piracicaba SP, v.5, n.3, p.185-205, 2010

    FIGURA 1 - Situaes comuns da arborizao urbana do municpio de Goiandira-GO: a) Ausncia de canteiro central no Setor Primavera; b) e c) Praa do Relgio, no Setor Central. FIGURE 1 Common situations in urban tree planting in Goiandira-GO: a) Absence of central flowerbed in Setor Primavera; b) and c) Watch Square, in the Setor Central;

    FIGURA 2 - Situaes comuns da arborizao urbana do municpio de Goiandira-GO: a) Pavimento de concreto (Setor Central); b) Ausncia de pavimento (Setor Primavera) nas caladas das residncias. FIGURE 2 Common situations in urban tree planting in Goiandira-GO: a) Concrete pavement (Setor Central); e) Absence of pavement (Setor Primavera) in the residential sidewalks.

    a) b)

    a) b) c)

  • A arborizao urbana 201

    Soc. Bras. de Arborizao Urbana REVSBAU, Piracicaba SP, v.5, n.3, p.185-205, 2010

    Sugesto revisor (no acatado): separar as fotos em blocos de 2 ou individualmente. Provavelmente a leitura ficaria mais fcil e a diagramao para publicao idem.

    CONCLUSES

    Com base nos dados levantados, conclui-se que arborizao urbana de Goiandira desordenada, carente de acompanhamento tcnico, ocasionando equvocos e conflitos com as condies do entorno, alm de intervenes inadequadas. O nmero de rvores, a equitabilidade e o ndice de reas verdes verificados se encontra aqum das recomendaes para uma qualidade de vida satisfatria. Alm disso, pouca ateno tem sido dada s espcies nativas do Brasil, especialmente aquelas do bioma Cerrado, no qual o municpio encontra-se inserido. necessria a adoo de um planejamento estratgico e a gesto continuada para a re(arborizao). Sugestes de aes, incluindo o monitoramento sistemtico, poda, remoo, combate a pragas e doenas, substituio e plantio podero contribuir para garantir os benefcios ambientais e paisagsticos da arborizao para o bem estar da populao.

    FIGURA 3 - Situaes comuns da arborizao urbana do municpio de Goiandira-GO:a) Caso de conflito da arborizao urbana com a construo e a fiao, envolvendo poda desordenada; b) Caso de conflito da arborizao urbana com a rede eltrica e a iluminao pblica. FIGURE 3 Common situations in urban tree planting in Goiandira-GO: a) Case of conflict of urban trees with the construction and the electric wiring, involving random pruning; b) Case of conflict of urban trees with the electricity network and public illumination.

    a)

    a) b)

  • 202 PIRES, N.A.M.T ET AL.

    Soc. Bras. de Arborizao Urbana REVSBAU, Piracicaba SP, v.5, n.3, p.185-205, 2010

    AGRADECIMENTOS Ao programa PBIC-UEG pela concesso de bolsa de iniciao cientfica segunda

    autora, e prefeitura de Goiandira pela disponibilizao de informaes.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ALHO, C. J. R.; MARTINS, E. S. De gro em gro o cerrado perde espao (Cerrado

    impactos do processo de ocupao). Braslia: WWF/PRO CER. 1995. ANDRADE, L. A. Espcies exticas invasoras no nordeste do Brasil: impactos nos

    ecossistemas locais. In: MARIATH, J. E. A.; SANTOS, R. P. (orgs.). Os avanos da botnica no incio do sculo XXI - Morfologia, fisiologia, taxonomia, ecologia e gentica. Conferncias Plenrias e Simpsios do 57 Congresso Nacional de Botnica. Sociedade Botnica do Brasil. 2006.

    ANDRADE, T. O. Inventrio e anlise da arborizao viria da Estncia Turstica de Campos de Jordo, SP. 112f. Dissertao (Mestrado em Agronomia) ESALQ/USP, Piracicaba, 2002.

    CARVALHO, L. M. reas verdes da cidade de Lavras/MG: caracterizao, usos e necessidades. 115f. Dissertao (Mestrado em Fitotecnia) UFLA, Lavras, 2001.

    COSTA JNIOR, L. L.; BARBASSA, A. P. Parmetros de projeto de microreservatrio, de pavimentos permeveis e de previso de enchentes urbanas. Engenharia Sanitria Ambiental, Rio de Janeiro, v.11, n.1, p.46-54, 2006.

    DANTAS, I. C.; SOUZA, C. M. C. Arborizao urbana na cidade de Campina Grande PB: Inventrio e suas espcies. Revista de Biologia e Cincias da Terra, Paraba, v. 4, n.2, p. 1-19, 2004.

    DAVIDSON, D. W. R. FOSTER, R.R. SNELLING AND P.W. LOZADA. Variable Composition of Some Tropical Ant-Plant Symbioses. In: PRICE, P. W. et al. (ed.). Plant-Animal Interactions: Evolutionary in Tropical and Temperate Regions. John Wiley & Sons, Inc., 1991.pp. 145-162.

    EITEN, G. Vegetao. In: PINTO, M. N. (org.) Cerrado: caracterizao, ocupao e perspectivas. Braslia: Editora Universidade de Braslia, 1994. pp. 17-74.

    EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria. Disponvel em: . Acesso em: maro de 2007.

    GODOY, A. L. P., Cidade e Meio Ambiente: o Planejamento da Arborizao de Pirassununga/SP. 196f. Dissertao (Mestrado em Geocincias). IGCE, UNESP, Rio Claro, 1995.

  • A arborizao urbana 203

    Soc. Bras. de Arborizao Urbana REVSBAU, Piracicaba SP, v.5, n.3, p.185-205, 2010

    HARDER, I. C. F.; RIBEIRO, R. C. S.; TAVARES, A. R. ndices de rea verde e cobertura vegetal para as praas do municpio de Vinhedo, SP. Revista rvore, Viosa, v. 30, n. 2, p. 277-282, 2006.

    IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica. Disponvel em: . Acesso em: 28 de maro de 2008.

    JACINTO, J. M. M. Anlise silvicultural urbana de seis espcies florestais utilizadas na arborizao de Braslia. 55f. Dissertao (Mestrado em Engenharia Florestal) Departamento de Engenharia Florestal. Faculdade de Tecnologia, UnB, Braslia, 2001.

    KREBS, C. J. Ecological Methodology. 2 ed. Addison Wesley Longman, 620p., 1999. KURIHARA, D. L.; IMAA-ENCINAS, J.; PAULA, J. E. Levantamento da arborizao do

    Campus da Universidade de Braslia. Cerne, Lavras, v. 11, n. 2, p. 127-136, 2005. LIMA, A. M. L. P. Anlise da arborizao viria na rea central e em seu entorno. Tese

    (Doutorado em Fitotecnia) ESALQ/USP, Piracicaba, 1993, 238p. LORENZI, H. rvores Brasileiras: manual de identificao e cultivo de plantas

    arbreas nativas do Brasil. 2 ed. Nova Odessa: Editora Plantarum, v. 2, 352p., 1998. LORENZI, H. Palmeiras no Brasil: exticas e nativas. Nova Odessa: Editora Plantarum,

    303p. 2000. LORENZI, H. rvores Brasileiras: manual de identificao e cultivo de plantas

    arbreas nativas do Brasil. 4 ed. Nova Odessa: Editora Plantarum, v. 1, 368p., 2002. LORENZI, H.; SOUZA, H M; TORRES, M A V; BACHER, L B, rvores Exticas no Brasil:

    madeireiras, ornamentais e aromticas. Nova Odessa. :Instituto Plantarum, 256p., 2003.

    MACEDO, C. F. Avaliao dos atributos determinantes na escolha de ambientes de permanncia em espao livre pblico a partir do mtodo da grade de atributos. 150p. Dissertao (Mestrado em Engenharia de Produo). UFSC, Florianpolis, 2003.

    MAIA, N. B.; MARTOS, H. L.; BARRELLA, W. (org). Indicadores ambientais: conceitos e aplicaes. EDUC/COMPED/ INEP. 285p. So Paulo, 2001.

    MARTINS Jr, O. P. Avaliao dos efeitos ambientais da vegetao urbana sobre qualidade de vida em Goinia. 296p. Dissertao (Mestrado Biologia) ICB/UFG, Goinia, 2001.

    MASCAR, L.; MASCAR, J. Vegetao urbana. Porto Alegre: Editora da UFRS, 242p. 2002.

  • 204 PIRES, N.A.M.T ET AL.

    Soc. Bras. de Arborizao Urbana REVSBAU, Piracicaba SP, v.5, n.3, p.185-205, 2010

    MEDEIROS, L. S. Danos Causados ao Patrimnio Pblico e Particular na Cidade de Campina grande /PB por Espcies Indevidamente Utilizadas na Arborizao Urbana. 43 p. Monografia. Universidade Estadual da Paraba, Campina Grande, 2003.

    MILANO, M. S. Avaliao e anlise da arborizao de ruas de Curitiba. 130f. Dissertao (Mestrado em Engenharia Florestal) UFPR, Curitiba, 1984.

    MILANO, M. S. A cidade, os espaos abertos e a vegetao. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARBORIZAO URBANA, 1992, Vitria. Anais. p. 3-14, 1992.

    MILANO, S. Diagnstico e controle de cupins em reas urbanas. In: FONTES, L. R.; BERTI-FILHO, E. (org.). Cupins: O desafio do conhecimento. Piracicaba: FEALQ. p. 45-74.,1998.

    MILANO, M.; DALCIN, E. Arborizao de vias pblicas. Rio de Janeiro: LIGHT, 2000. 226 p.

    MONTEIRO, C. A. F. Teoria e Clima Urbano. So Paulo: USP/IG (Srie Teses e Monografias, 25). 1976.

    MOTA, L. C. Planejamento urbano e conservao ambiental. Estudo de caso: Goinia-GO. 216f. Dissertao (Mestrado em Ecologia e Recursos Naturais). Universidade Federal de So Carlos, So Carlos, 2003.

    O`BRIEN, E. Social housing and green space: a case study in lnner London. Forestry, Oxford,. v.79, n.5, p.535-551, 2006.

    OLIVEIRA, C. H. Planejamento ambiental na cidade de So Carlos (SP) com nfase nas reas pblicas e reas verdes: diagnsticos e propostas. 181 f. Dissertao (Mestrado em Ecologia e Recursos Naturais) UFSCAR, So Carlos, 1996.

    OTTI, C. Gesto pblica e polticas urbanas para as cidades sustentveis: a tica da legislao no meio urbano aplicada as cidades com at 50.000 habitantes. 168p. Dissertao (Mestrado em Engenharia de Produo). UFSC, Florianpolis, 2004.

    PEREIRA, R. I. A vegetao e o espao urbano. In: Paisagismo: a viso ambiental da paisagem. Curso. Braslia, p. 103-131, 1998.

    PEREIRA, G. A. PEREIRA, G. A.; MONTEIRO, C. S.; CAMPELO, M. A.; MEDEIROS, C. O uso de espcies vegetais, como instrumento de biodiversidade na arborizao pblica: o caso do Recife. Atualidades Ornitolgicas, Recife. n. 125, 2005.

    PREFEITURA MUNICIPAL DE MARING/PR. Iluminao rebaixada gera 20% de economia e melhora a luminosidade em 75%. Assessoria de Comunicao de 01/07/2008. Disponvel em: http://www.maringa.pr.gov.br/imprensa/noticia.php?id_artigo=6642, Acesso em 15 de setembro de 2010)

  • A arborizao urbana 205

    Soc. Bras. de Arborizao Urbana REVSBAU, Piracicaba SP, v.5, n.3, p.185-205, 2010

    ROCHA, R. T.; TELES, P. S. S.; NETO, S. N. O. Arborizao de vias pblicas em Nova Iguau, RJ: O caso dos Bairros Rancho Novo e Centro. Revista rvore, Viosa, v. 28, n. 4, p. 599-607, 2004.

    SANCHOTENE, M. C. C. Desenvolvimento e perspectivas da arborizao urbana no Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARBORIZAO URBANA, 1994, So Luis, Anais, p. 15-25, 1994.

    SANTOS, N. R. Z.; TEIXEIRA, I. F. Arborizao de vias pblicas: ambiente x vegetao. Instituto Souza Cruz. Ed. Pallotti, Porto Alegre, 2001. 136p.

    SILVA FILHO, D. F.; BORTOLETO, S. Uso de indicadores diversidade na definio de plano manejo da arborizao viria de guas de So Pedro/SP. Revista rvore, v.29, n.6, p.973-982, 2005.

    SMITH, R. M.; WARREN, P. H.; THOMPSON, K.; GASTON, K. J. Urban domestic gardens (VI): environmental correlates of invertebrate species richness. Biodiversity and Conservation. V.15 p. 2415-2438. 2006.

    SOUSA, M.A.L.B.; FIORAVANTE, A.P.; CRUZ, R.A. Levantamento e classificao das reas verdes da zona urbana de Botucatu, SP. In: CONGRESSO BRASILEIRO SOBRE ARBORIZAO URBANA.Vitria. Anais. v.2. p.239-252.1992.

    SOUZA, V. C.; LORENZI, H. Botnica Sistemtica: Guia ilustrado para identificao das famlias de Angiospermas da flora brasileira, baseado em APG II. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 640p. 2005.

    VEIGA, B. G. A.; COUTINHO, C. L. & MALAVASI, U. C. Planejamento, manejo e aspectos sociais em arborizao urbana: o caso do Bairro Ecologia, Seropdica, RJ. Floresta e Ambiente, Rio de Janeiro, v. 6, n.1, p.144 146, 1999.

    VELASCO, G. D. N. Arborizao viria x Sistemas de distribuio de energia eltrica: avaliao dos custos, estudos de podas e levantamento de problemas fitotcnicos. 94p. Dissertao (Mestrado em Fitotecnia). ESALQ/USP, Piracicaba, 2003.

    VELASCO, G. D. N.; LIMA, A. M. L. P.; COUTO, H. T. Z. Anlise comparativa dos custos de diferentes redes de distribuio de energia eltrica no contexto da arborizao urbana. Revista rvore v.30, n.2, p.277-282, 2006.