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nfarmagREVISTA DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FARMACÊUTICOS MAGISTRAIS - ANO 22 - JAN/FEV/MAR 2015 - Nº 104
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A ASSOC
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22 - JAN/FEV/M
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ESPAÇO DO EMPREENDEDOR
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EDITORIAL
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FARMACÊUTICOS MAGISTRAIS
DIRETORIA - GESTÃO 2013 - 2015
PRESIDENTE Ademir Valério da Silva - SP
1° VICE-PRESIDENTE Ivan da Gama Teixeira - SP
2° VICE-PRESIDENTE Carlos Alberto P. Oliveira - DF
3° VICE-PRESIDENTE Antonio Geraldo Ribeiro S. Júnior - SP
SECRETÁRIO-GERAL Marcelo Brasil do Couto - PA
2ª SECRETÁRIA Rejane Alves G. Hoffmann - PR
TESOUREIRO Adolfo Moacir Cabral Filho - SC
2ª TESOUREIRA Márcia Aparecida Gutierrez - SP
CONSELHO FISCALAna Lúcia Mendes dos Santos Povreslo - SP
Marcos Antonio Costa Oliveira - MGMarina Sayuri M. Hashimoto - PR
REVISTA ANFARMAGRua Vergueiro, 1855 - 12o andar CEP 04101-000 - São Paulo - SP
anfarmag@anfarmag.org.brwww.anfarmag.org.br
Tel.: 11 2199-3499 / Fax: 11 5572-0132
CONTATO COMERCIALSimone Tavares
relacionamento@anfarmag.org.brGERENTE TÉCNICO E DE ASSUNTOS
REGULATÓRIOSVagner Miguel
EQUIPE DE FARMACÊUTICOSAdriana Alves, Jaqueline Watanabe, Lúcia Gonzaga,
Luciane Bresciani e Maria Aparecida SoaresCOORDENAÇÃO EDITORIAL E EDIÇÃOPresoti Comunicação - Grupo Interface
REPORTAGEM E REDAÇÃOFlávia Waltrick, Luciana Sampaio e Taís Ahouagi
REVISÃOMelissa Boechat
ARTE E DIAGRAMAÇÃOFontpress Assessoria de Comunicação
PROJETO GRÁFICOFred Aguiares
FOTOSDivulgação
IMAGEM DA CAPA: ShutterstockIMPRESSÃO: Vox Editora
Revista destinada aos farmacêuticos magistrais, diri-gentes e funcionários de farmácias de manipulação e de laboratórios; prestadores de serviços e fornece-dores do segmento; médicos e outros profissionais de saúde; entidades de classe de todo o território na-cional; parlamentares e autoridades da área de saúde
dos governos federal, estadual e municipal.
Artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da Anfarmag.
A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados.
É PERMITIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL DO CONTEÚDO DA REVISTA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Periocidade: Trimestral Circulação: NacionalTiragem: 6.000 exemplares Distribuição dirigida
Um futuro presenteUm estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), divulgado no ano passado, indicou que em 2060 os
idosos no Brasil deverão corresponder a 26,7% da população,
o que significa 58,4 milhões de idosos para uma população
de 218 milhões de pessoas.
As projeções apontam para uma sociedade composta
cada vez por mais brasileiros na terceira idade, modificando
gradativamente o perfil demográfico da população no país.
Quem olha para essas estatísticas e visualiza o futuro não
percebeu que estamos falando do presente. Os milhares de
brasileiros que serão idosos em breve são hoje pessoas de
60, 50, 40, 30 anos. Pessoas que já se preocupam em estar
bem, em modificar o estilo de vida, em prevenir doenças
que comprometeriam a velhice ativa que pretendem viver.
Mais que se preparar para atender bem no futuro a
população idosa, a farmácia magistral precisa, desde já,
oferecer soluções individualizadas para o adulto que se cuida.
É pensando nessa parcela da população que vamos
abordar a relação entre envelhecimento e diabetes, qualidade
do sono, hipertensão, problemas de circulação, entre outros
distúrbios associados ao avanço da idade. Depois, conte para a gente o que mais foi útil para você.
Boa leitura!
Ademir Valério
Ademir Valério SilvaPresidente da Anfarmag
nfarmagrevista
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ÍNDICE
03 Editorial06 Leitura
Na rede08 Endocrinologia
Hormônios mudam com a passagem do tempo
12 SonoHábitos interferem no bem-estar e adoecimento
14 CirculaçãoBoa saúde dos vasos evita doenças graves
16 Vitamina DSubstância está ligada a inúmeros processos metabólicos
20 DiabetesPaciente é crônico e merece atenção da farmácia
24 Bem-estarAs toxinas e o envelhecimento do corpo
32 Linha de frenteAnfarmag aprimora gestão para ofertar mais aos sócios
34 EntrevistaMasahiro Hara explica a função
do Conselho de Administração
12
1624
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LEITURA
Guia Prático da Farmácia MagistralFornece diretrizes farmacotécnicas, controle de qualidade e boas práticas para o preparo unitário de diversas formas farmacêuticas. Os tópicos estão relacionados com clareza e profundidade devida para permitir ao farmacêutico a aplicação prática e o julgamento crítico na ciência farmacêutica do medicamento individualizado.
Autor: Anderson de Oliveira FerreiraEditora: Pharmabooks - R$ 290
NA REDE
Não sabe onde encontrar as normas?O setor magistral e a atividade farmacêutica são regidos por uma série de normas emi-tidas por diferentes órgãos. Para consultar esses documentos de forma fácil e rápida, acesse o site da Anfarmag. Na Área do Associado, busque a Área Legal, clique em Buscas e Pesquisas e encontre o item Legislação Sanitária. Os arquivos estão separados pelo tipo de norma (lei, decreto, instrução normativa, resolução, portaria, consulta pública).Acesse: anfarmag.org.br
Cosmetologia - Ciência e TécnicaO livro reflete o momento atual da Cosmetologia, abrangendo desde os aspectos farmacotécnicos até os conceituais. Aborda questões que passam pela legislação e mercado, classificação e escolha das matérias--primas, etapas de desenvolvimento, higiene e tratamento capilar, fotoproteção, emulsões, preparações perfumadas e cuidados diversos com a pele.
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PALAVRA DO ASSOCIADO
Gostaria de agradecer o excelente atendimento que temos recebido. Para mim, é motivo de orgulho ver as mudanças que ocorreram e o quanto hoje nossa entidade é forte e se preocupa com o auxílio e a solução de nossos problemas no dia a dia. Parabe-nizo pelos rumos que têm sido dados à Anfarmag.Doralysa NezelloFarmácia FormulariumJoaçaba – SC
Graças à Anfarmag, nós, associados, encontramos suporte pra continuar o trabalho na farmácia, que não é fácil. Na farmácia, temos dúvidas a todo momento, e a equipe da Anfarmag está bem atenta para isso.José Antonio AbramiAbrami e Cia Ltda Sorocaba – SP Gostou das reportagens desta revista? Ficou com dúvidas? Tem algum tema que gostaria de ver na próxima edição? Sua opinião faz toda a diferença!
Fale com a gente pelo e-mail: revista@anfarmag.org.br
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O envelhecimento é um processo de declínio das funções fisiológicas, que se inicia aos 30 anos. Cansaço, redução de força e tônus muscular, aumento de gordura, diminuição da libido e perda da memória são sinais de que algo não vai bem, principalmente quanto à produção de hormônios.
Segundo Eduardo Nasser, espe-cialista em Endocrinologia e Meta-bologia do Hospital Madre Teresa, as duas alterações clínicas mais impor-tantes do envelhecimento envolvem o pâncreas, (produção de insulina), e a glândula tireoide (controle do metabolismo energético).
Aproximadamente 40% dos indivíduos entre 65 e 75 anos e 50% dos acima de 80 apresentam alteração no metabolismo da glico-se, desenvolvendo pré-diabetes ou diabetes mellitus. Já a disfunção da tireoide acomete de 5% a 10% das mulheres acima de 60 anos. “A
As mudanças que ocorrem no corpo com o passar do tempo estão diretamente relacionadas ao funcionamento dos hormônios
I d a d e hormonal
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ENDOCRINOLOGIA
principal causa é a autoimunidade, que pode inibir ou estimular a glândula”, explica.
Há, ainda, três outros sistemas hormonais que apresentam redução da concentração de hormônios circulantes no envelhecimento normal (hormônios sexuais, das adrenais e do crescimento).
Reposição hormonalAo longo dos anos foram desenvolvidas estratégias
de reposição hormonal. Porém, vários aspectos perma-necem controversos. Restaurar níveis hormonais como de pacientes entre 30 e 50 anos não foi provado como benéfico ou seguro. O Conselho Federal de Medicina proibiu, em 2012, hormônios para retardar ou prevenir
o envelhecimento. Já o uso de hormônio para manter determinado nível de bem-estar é uma saída recorrente.
A alteração mais dramática que ocorre nas mulheres em torno dos 50 anos é a menopausa, precedida pelo climatério. As mudanças levam a ondas de calor (foga-chos), ressecamento vaginal, perda da libido, redução da massa óssea (risco de osteoporose) e anormalidades da função cardiovascular, sobretudo risco de infarto do miocárdio.
“O tratamento de reposição hormonal na meno-pausa (THM) passou por profundas mudanças”, avalia o médico. Na década de 1960, a estrogenioterapia era prescrita para todas as mulheres que entravam na menopausa.
Com complicações principalmente no endomé-trio, passou-se a tomar mais cautela. Mas foi a partir do início dos anos 2000, com a publicação de dois grandes estudos que avaliaram milhares de mulheres na menopausa, que se estabeleceram critérios como idade, tempo de menopausa, sintomas, doenças associadas, doses e vias de administração.
A THM hoje é feita de forma personalizada. “A segurança depende da boa indicação, monitoramento e individualização. Mulheres assintomáticas e acima dos 60 anos não devem iniciar o tratamento. Os be-nefícios são máximos se iniciada na perimenopausa. Mulheres de 50 a 59 anos ou com menos de 10 anos de menopausa são o grupo-alvo, no qual os benefícios superam os riscos”, afirma.
A reposição, normalmente, baseia-se no uso de progesterona para melhorar o sono e o equilíbrio emocional. Já o estradiol e o estriol são indicados para secura vaginal, osteoporose, ondas de calor e melhora da condição cardíaca. Pode-se ainda utilizar ocitocina (spray nasal utilizado minutos antes da relação sexual) para favorecer o orgasmo.
A segurança depende da boa indicação, monitoramento e individualização
O QUE FORMULAR?Terapia Combinada:Estradiol ................................................. 0,50 mgEstriol...................................................... 0,25 mgCreme Percutâneo qsp ...........................1 pump Posologia: Aplicar 1 pump no antebraço ou abdômen, 2 x/dia, por 25 dias ao mês ou a critério médico.
Testosterona ................................................ 3mgCreme Percutâneo qsp ............................1 pumpPosologia: Aplicar pump no antebraço ou abdômen 3 x/semana ou à critério médico. Indicação: Modulação hormonal na ocorrência de distúrbios psicológicos e emocionais em mulheres com baixo risco de osteoporose e de desenvolvimento de câncer. Referência Bibliográfica: Olszewer, Efrain; Levy, Natan; Aguiar, Regi-nalda Russo - Terapia de Modulação Hormonal – TMHB – Edito-ra Apes - São Paulo - 2009.
Encontre outras formulações para levar ao prescritor em: anfarmag. org.br Acesse: Home > Revista Anfarmag > Conteúdo Extra
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Suplementação adjuvante na Terapia de Reposição Hormonal
• Tibolona, Cimicifuga racemosa (black cohosh) e Trifollium pratense (red clo-ver) – atuam na redução das ondas de calor
• Vitamina E – antioxidante lipofílico com ação anti-aterogênica, antitrombótica, anticoagulante, protetora neural, anti-proliferativa e imunomo-dulatória.
• Selênio – antioxidante com ação imunomo-dulatória e anti-aterogênica. Importante na fertilidade masculina e na espermatogênese.
• Vitamina C – envolvida na biosíntese dos corticóides, aldosterona, e na con-versão do colesterol em ácidos biliares. Diretamente ligada ao metabolismo dos
hormônios sexuais. Pode oxidar a maioria dos radicais superóxido.
• Coenzima Q10 – protege contra a pe-roxidação lipídica. Ação cardioprotetora, citoprotetora e neuroprotetora.
• Beta-caroteno – atividade antioxidante lipossolúvel. Age sobre o radical superóxido e inibe a peroxidação. Ação é imunomodu-latória e anti-aterogênica. Pode ser usado em diabéticos não insulino dependentes.
• Resveratrol – propriedades estrogênicas. Liga-se aos receptores α e β, com atividade agonista e antagonista; aumenta a densidade óssea pós-menopausa e reduz o LDL.
Degrau a degrauOs homens também reduzem a produ-
ção hormonal, sobretudo a testosterona, com decréscimo, a partir dos 40 anos, de 1% a 1,5%. Utiliza-se o termo Distúrbio Androgênico Associado ao Envelhecimento Masculino (DAEM) para definir essa condição, sendo popularmente chamada de andropausa.
O diagnóstico do DAEM deve obri-gatoriamente basear-se em critérios labo-ratoriais (baixos níveis de testosterona) e clínicos (presença de sinais e sintomas, sendo os mais comuns a redução da libido ou atividade sexual e a disfunção erétil).
Estudos já demonstraram que baixos níveis de testosterona estão associados ao aumento do risco de condições como diabetes mellitus tipo 2, doenças cardio-vasculares e osteoporose.
IndividualizaçãoEspecializada em oferecer soluções in-
dividualizadas para os pacientes, a farmácia magistral pode desenvolver alternativas para o equilíbrio hormonal de acordo com a necessidade do paciente.
O farmacêutico Natan Levy, coautor do livro Terapia de Modulação Hormonal Bioidêntica, explica que, além de preparar formulações com hormônios, as farmácias
podem oferecer suplementos que auxiliam na transformação pela qual essas substân-cias passarão no organismo. “No homem, não basta repor a testosterona, pois, com a idade, o corpo tende a transformá-la em estrogênio por meio da enzima aromatase. Portanto, é importante também utilizar os inibidores dessa enzima, como anastrozol, crisina ou os fitoterápicos Saw palmetto e Pygeum africanum”, explica.
Natan lembra que o risco da reposição de testosterona para câncer de próstata é controverso e, no caso da mulher, já há comprovação da relação de alguns hormônios com o câncer de mama e de útero. Para mitigar esse efeito, afirma, o médico pode receitar tanto o indol 3 carbinol ou o licopeno como preventivos. Essas substâncias evitam que os estrógenos se transformem em 16-alfa-hidroxiestrona e 4-hidroxiestrona (que estão ligados aos casos de câncer), protegendo o organismo.
Saiba mais on-line:• Revista Técnica do Farmacêutico 14:
Hormônios sintéticos
• Revista Técnica do Farmacêutico 6: Modulação hormonal com hormônios bioidênticos
• Revista Técnica do Farmacêutico 7: Aspectos clínicos de la terapia de reemplazo hormonal
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ENDOCRINOLOGIA
À medida que envelhecemos, o corpo parece não necessitar mais de tantas horas de descanso. Quanto mais idade, menos sono. Quanto menos horas de sono, mais impactos à saúde que aceleram o envelhecimento.
Uma pesquisa do Deaconess Medical Center do Centro Médico Beth Israel e da Universidade de Toronto revelou que o núcleo pré-ótico ventro-lateral, agrupamento de neurônios associado aos padrões de sono, pode morrer aos poucos. Quanto maior a perda dessas células, mais difícil dormir.
“Dormir mal piora a saúde, pois afeta a memória, a concentração e o aprendizado, causa irritabilidade, sonolência e déficit de atenção”, explica a neurologista Rosa Hasan, assistente do Laboratório do Sono da Neurofisiologia Clínica do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
Durante o sono, o nosso organismo realiza funções importantíssimas como fortalecimento do sistema imunológico, secreção e liberação de hormônios, (do crescimento e insulina – responsável pelo metabolismo da glicose), consolidação da memória e relaxamento e descanso da musculatura.
Um agravante é a queda das taxas do hormônio GH, cuja deficiência está associada aos sintomas mais comuns da idade, tais como o acúmulo de tecido adiposo, flacidez muscular, fraqueza óssea e perda de disposição.
“Dormir mal favorece diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares, distúrbios de maior
prevalência em pessoas mais velhas. A tendência é que o sono piore em pessoas não saudáveis, conforme envelhecem”, comenta Rosa.
Segundo a doutoranda do Departamento de Farmacologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Caroline Mesquita, o organismo em situações de estresse e privação de sono também libera hormônios como cortisol, adrenalina, noradrenalina desregulando as vias de sinaliza-ção do metabolismo, desenvolvendo distúrbios de humor, ansiedade e surgimento de doenças como diabetes, hipertensão, obesidade, doença vascular cerebral, cardiovasculares que, de modo geral, contribuem para o envelhecimento. “Além disso, com o passar dos anos a concentração do hormônio melatonina diminui, e a principal função desse neuro-hormônio, produzido pela glândula pineal, é regular o sono”, comenta.
Por isso, há um consumo de medicamentos em progressão sendo utilizados para acalmar e induzir o sono. Os ansiolíticos têm papel bastante relevante nesse cenário, mas, a especialista alerta para o risco de dependência química. “Uma opção para muitos pacientes são os fitoterápicos na forma de chá ou cápsulas de extrato seco da erva”, argumenta.
FitoterapiaPresidente do Conselho Brasileiro de Fitotera-
pia, o farmacêutico Sérgio Tinoco Panizza explica que a fitoterapia utiliza as melhores propriedades das plantas para criar medicamentos naturais.
Hábitos de sono interferem no bem-estar e são fundamentais para uma
atitude de saúde preventiva
Quem consegue
dormir tranquilo?
12 R E V I S T A A N F A R M A G
SONO
Ele lista plantas indicadas para uma boa noite de sono: camomila, passiflora, erva de São João, lúpulo, valeriana, lavanda, ashwaganda e Melissa officinalis. Panizza exemplifica algumas reações provocadas pelas substâncias naturais. “A valeriana aumenta em até 40% a descarboxilação do ácido glutâmico no cérebro de animais, demonstrando ser um eficaz calmante.
Atividade ansiolítica semelhante à do diazepam está atribuída aos alcaloides en-contrados no mulungu, verificada em ensaios realizados no Brasil. Pela presença de alcaloides e flavonoides, o maracujá age como depressor inespecífico do sistema nervoso central, resul-tando em uma ação sedativa, tranquilizante e antiespasmódica da musculatura lisa”, explica.
Saiba mais on-line:• Revista Anfarmag 47: Muita experiência e fragilidade• Revista Anfarmag 51: Aspirina à noite• Revista Anfarmag 54: Plantas contra a insônia
FITOTERÁPICOS E QUALIDADE DO SONOMatricaria chamomilla (extrato seco 1%): contém azuleno, alfa--bisabolol, cumarinas e flavonoides. Ação calmante e anti-inflama-tória.Melissa officinalis (extrato seco 10%): contém flavonoides, ácido cafeico, ácido clorogênico, ácido rosmarínico e óleos essenciais. Ação sedativa e espasmolítica. Piper methysticum (extrato seco 30%): contém kavapironas. Ação relaxante muscular central comparável a benzodiazepínicos e ação sedativa, sem efeito narcótico ou hipnótico.Passiflora incarnata (extrato seco 2%): contém alcaloides e flavo-noides. Usado como sedativo e hipnótico na excitação nervosa, nevralgias e neurastenia.Valeriana officinalis (extrato seco 0,25%): contém valepotriatos, com ação sedativa sobre o sistema nervoso central e antiespasmó-dica. Usado em associação para insônia de fundo nervoso. Hypericum perforatum (extrato seco 0,3%): contém hypericina. Indicado em estados depressivos e distúrbios psicovegetativos acompanhados de ansiedade. Utilizado em distúrbios do sono as-sociado ou não a outros ansiolíticos.
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Nas cidades, a eficiência de um automóvel depende das condições do asfalto. No corpo humano, a circulação do sangue e de seus nutrientes está ligada à saúde dos vasos sanguíneos.
O médico e diretor da Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade, Rodrigo Lima, afirma que o sedentarismo é o pior inimigo dos vasos. “O tecido elástico vai enrijecendo, diminuindo a capacidade de dilatar e contrair, necessária para manter a pressão estável”, diz. “A tendência também é haver atrofia dos músculos com o envelhecimento – tanto da musculatura das pernas que ajudam a pressionar as veias, quando do tecido muscular das artérias”.
Com pouca elasticidade nas veias, o sangue se acumula nos membros inferiores, podendo coagular e gerar trombose. Nas artérias, o aumento da pressão e o entupimento podem gerar infarto de diferentes tecidos.
O tratamento se dá pelo controle do colesterol, da hipertensão e de doenças relacionadas como o diabetes. “É ainda controverso usar estatina como forma de prevenção, mas em quem já teve algum evento, ela é muito bem estudada para reduzir o colesterol e mediar a reação inflamatória dentro dos vasos causada por ele”, diz. “Já o ácido acetil-salicílico tem papel importante para evitar a formação dos trombos”.
Segundo o médico, mesmo sendo medicamentos comuns, é importante individualizar. “Na prevenção aos trombos, aumenta o risco de sangra-mento digestivo. Os idosos têm metabolismo lento e rins comprometidos; é mandatório o ajuste da dose”.
Vaso bom não quebra
Garantir o bom estado dos vasos sanguíneos é fundamental para um envelhecimento saudável
O QUE FORMULAR?Vaccinium myrtillus(mirtilo) Extrato Seco..................200mgVitis vinífera Extrato Seco ........................................100mgGinkgo biloba Extrato Seco Padronizado 24%.........100mgVitamina E.....................................................10mg - 50 mgIndicação: Adjuvante no tratamento para insuficiência venosa periférica (varizes e hemorróidas) Posologia: Tomar 1 - 2 cápsulas ao diaReferência Bibliográfica: Bernardino, Maira Jardim; Souza, Valéria Maria de – Farmacologia do Suplemento: desvendando a prescrição de suplementos e fitoterápicos na prática de nutrição, Pharmabooks, São Paulo - 2010.
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ALTA TENSÃOA hipertensão afeta pelo menos
20% da população. Entre os medica-mentos recomendados, estão diuréticos, bloqueadores do sistema nervoso, be-tabloqueadores, inibidores da enzima conversora da angiotensina, bloqueado-res dos canais de cálcio e bloqueadores dos receptores da angiotensina.
No primeiro estágio, é possível controlar a doença com apenas uma classe de medicamento. A partir do segundo, é necessário somar classes, gerando polimedicação. “Há maior risco de morte em quem toma muitos medicamentos, então fazer associações é importantíssimo. Poderia ser feito com mais frequência, pelo contato do médico com o farmacêutico”, afirma Lima.
Saiba mais on-line:• Revista Anfarmag 100: Remediar
para prevenir
• Revista Anfarmag 31: Hipertensão Arterial• Revista Anfarmag 45: O tratamento de
idosos hipertensos através de fórmulas magistrais
• Curso on-line: Farmacologia de ativos para hipertensão
• Curso on-line: RDC 44-2009: Serviços - como aferir pressão arterial
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Já se tornou comum a su-plementação de vitamina D com cálcio contra osteoporose. Os estudos mais recentes vêm apontando que, além disso, essa substância é essencial para cora-ção, rins, glândulas, músculos e a imunidade.
Grande parte da visibilidade do tema se deve aos estudos do médico e pesquisador Michael Holick, da Universidade de Bos-ton. Um ponto que o especialista destaca é que a vitamina D é hormônio esteroide, produzido pelo próprio organismo, e en-contra receptores em diversas células do corpo humano.
A endocrinologista e nutró-loga do Instituto de Prevenção Personalizada de São Paulo, Vânia Assaly, afirma que, no Brasil, pode chegar a mais de 60% a parcela da população que apresenta baixos índices de vitamina D nos exames laboratoriais.
Segundo ela, o número é preocupante pela ação sistêmi-ca do hormônio. “As pesquisas apontam que ele está relacionado à prevenção do neuroenvelhe-cimento, da ateromatose e das doenças neurodegenerativas, além da modulação dos neurotrans-missores dopamina e serotonina. Portanto, trabalha com questões
como depressão e motivação”, diz.As calcificações arteriais tam-
bém seriam acentuadas na falta da vitamina, contribuindo para a arteromatose, um dos fatores de envelhecimento cerebral. “Além disso, estudos indicam ligação com diabetes, hipertensão arterial e regulação de receptores celulares que modulam os hormônios sexuais em mama e próstata”.
A médica ressalta a ligação com a imunidade: “No controle das células de defesa, evitando doenças autoimunes, ou na regu-lação de infecções respiratórias, a vitamina D é um aliado do sistema imunológico”.
O geriatra Roberto Schoueri, diretor do Hospital de Retaguar-da e Reabilitação Geriátrica, é cauteloso. “Há muitos estudos mostrando os efeitos da vita-mina D além dos ossos, como na função cognitiva, no sistema cardiovascular, no diabetes, no câncer, é verdade. Há receptores da vitamina D em todo o corpo, mas daí a recomendar o uso para prevenir esses problemas não é tão simples”, pondera. “Peço a dosagem para os pacientes e, se apresentam baixo nível sérico, prescrevo a suplementação, pois a prevenção de quedas, bem comprovada, já vale a pena. Se
Vitamina D está relacionada a inúmeros processos metabólicos, motivando estudos sobre os riscos de sua deficiência e a efetividade da suplementação
Uma letra, muitas possibilidades
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VITAMINA D
será benéfico para prevenir outros pro-blemas, ainda precisamos descobrir”.
Entre as funções apontadas por alguns especialistas estaria o controle das contrações do músculo cardíaco e a produção do hormônio regula-dor da pressão arterial, a renina. Há ainda trabalhos sobre sua ação em doenças crônicas não transmissíveis, entre elas a síndrome metabólica, que tem como uma das cormobidades o diabetes tipo 2.
IndividualizaçãoOs médicos são enfáticos ao ressal-
tar a necessidade de individualização. Antes de prescrever a dose exata, solicitam exames e avaliam o perfil alimentar, hábitos de vida e tendências genéticas. A pele de pessoas negras, por exemplo, costuma ter maior resistência aos raios UVB e mais dificuldade de sintetizar o hormônio.
O médico homeopata e nutrólogo Silvio Laganá afirma que o peso cor-poral também interfere na dosagem. “Como é um hormônio lipossolúvel, a gordura presente no organismo ‘se-questra’ parte da vitamina D ingerida por suplementação, reduzindo a porção circulante no sangue. Pode, então, ser necessário usar doses maiores em obesos”, descreve. “Para os magros, o cuidado é não ocorrer concentração sanguínea maior que o recomendado, evitando toxidade”.
O médico calcula a dose de modo a atingir um índice ideal de vitamina D circulante no sangue e verifica os resultados periodicamente. Em alguns casos, podem ser prescritas dosagens muito altas, mas por curto período de tempo, e os pacientes são acompanhados de perto.
A suplementação ainda pode ser combinada. É o caso da vitamina K2 e da vitamina A. Segundo Laganá, a K2 ajuda a fixar a vitamina D nos ossos, fortalecendo-os e evitando o D
excesso de vitamina D circulante, o que poderia provocar calcificações perigosas em órgãos como rins e coração. Já a vitamina A, explica, auxilia no controle da imunidade. Pode-se ainda agregar vitamina E ao tratamento.
Para Vânia Assaly, a escolha depende da rota metabólica que se quer induzir. O citrato de cálcio e o boro (quelado) são importantes para prevenir ou con-trolar a osteoporose. Sílica, magnésio e alguns aminoácidos estruturam uma prescrição individualizada pela faixa etária, condições nutricionais e medicações concomitantes. “Imaginar que apenas o cálcio é o elemento chave na saúde osteo-muscular é algo que já caiu. Individualizar a terapia e estimular mudanças em estilo de vida é essencial”, afirma.
A farmacêutica magistral Márcia Gutierrez ressalta que devem-se com-binar apenas ativos lipossolúveis. “É possível solubilizar em um óleo vegetal, como o óleo de girassol, e utilizar cápsulas seladas ou utilizar o produto em gotas, dependendo da orientação do médico”, diz.
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PARA SE MANTER EM PÉ
De acordo com o médico geriatra Roberto Schoueri, a vitamina D é eficiente na redução de um dos principais problemas relacionados ao envelhecimento, que traz riscos à vida do idoso: as quedas. Esse benefício se deve à ação da vitamina D em duas frentes: aumento da resistência muscular e da resistência dos ossos
A queda preocupa quem se aproxima da terceira idade e, nessa fase, a suple-mentação pode apresentar resultados. Pesquisa da Universidade de Zurique observou que o consumo de vitamina D pode diminuir o risco de quedas em 19%. Mas Schoueri alerta que a melhor prevenção é aquela adotada desde muito cedo. Primeiro porque a pele envelhecida tem a capacidade de absorção dos raios
solares comprometida – a produção em uma pessoa de 70 anos é cerca de um quarto do que é sintetizado por alguém de 20 anos – e, segundo, porque a boa saúde dos ossos e músculos depende da história do indivíduo.
“A quantidade de cálcio que incorporamos depende dos nossos hábitos na infância e ju-ventude, até por volta dos 20 anos de idade. Na vida adulta, esse capital acumulado se mantém estável e, a partir dos 40 ou 50 anos, começamos a perdê-lo. O mesmo podemos dizer da resistência muscular que ajuda a evitar as quedas: temos que construir um patrimônio ao longo da vida”, diz. “Portanto, quanto antes a pessoa começar a se cuidar, melhor ela estará na maturidade”.
Saiba mais on-line:• Revista Anfarmag 27: Estabilidade das vitaminas• Revista Técnica do Farmacêutico 20: Vitamina D
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Diagnóstico preciso e mudança de hábitos podem reverter casos de diabetes
Estágio inicial
A diabetes mata mais que todos os cânceres juntos. Além disso, 40% dos diabéticos desenvolvem problemas cardiovasculares. Segundo a Federa-ção Internacional de Diabetes, são cerca de 380 milhões de pessoas no mundo. Silenciosa e relacionada com fatores genéticos, é a primeira causa de cegueira e justifica a maioria das amputações de membros, bem como 50% das sessões de hemodiálise.
O diagnóstico ocorre quando a taxa de glicose no sangue é igual ou maior que 126 mg/dL. Outro critério importante é o percentual de hemoglobina glicada, que caracteriza diabetes quando está acima de 6,5%, Variando entre 5,7% e 6,4%, caracteriza indivíduos com alto risco para o desenvolvimento da doença, também conhecido como pré-diabetes. Em alguns casos, a glicemia é normal no tradicional exame laboratorial feito em jejum, mas se altera algumas horas após a alimentação, o que também representa um risco para a saúde do paciente.
Segundo o presidente da Associação Nacional de Assistência ao Diabético e médico endocrinologista, Fadlo Fraige Filho, a mudança de abordagem em
relação à diabetes deve começar pelos exames laboratoriais. “Os mais indicados para medir a glicose são a curva glicêmica ou o de hemoglobina glicada”, afirma. Dessa forma, é possível fazer um diag-nóstico mais preciso para quem não tem nenhum diabético na família. “Algumas vezes, a manifestação pode se dar por meio de um problema de visão”, alerta. E, a partir daí, o que se espera é uma mudança de hábitos para que a doença não evolua para a perda de visão, redução da função renal, hipertensão arterial, neuropatia e aterosclerose, trombose e outras doenças circulatórias.
A nutricionista Wania Monteiro de Arruda acompanha diversos pacientes que manifestam a diabetes no seu estágio inicial. Além da alteração da dieta, ela usa fórmulas de bloquea-dores de carboidratos, entre os quais estão cromo (picolinato ou quelado), vanádio e faseolamina em uma mesma cápsula. “Essa combinação promove a quebra do carboidrato e poupa o pâncreas de produzir mais insulina que o normal”, explica.
Para ela, o tratamento deve con-templar duas questões: predisposição
genética e melhoria da qualidade de vida. “A pessoa que tem nível acima de 100 mg/dl de glicose no sangue também deve ser tratada. Permitir que esse nível se mantenha pode gerar desgaste renal e problemas cardíacos”, enfatiza.
O diabético na farmáciaO paciente diabético tem acesso
aos principais medicamentos gratuita-mente, pela Farmácia Popular. Porém, os cuidados vão além, e a farmácia magistral pode fazer a diferença, como afirma o coordenador do Departamento de Farmácia da Sociedade Brasileira de Diabetes, José Vanilton Almeida. “O diabético é um paciente crônico e polimedicado, que precisa de acom-panhamento para o resto da vida. Qualquer que seja o motivo que o leva à farmácia magistral, deve ser levado em conta seu quadro”, diz.
Almeida chama atenção para efeitos colaterais e interações medicamentosas. A metformina, um dos principais fár-macos para diabetes, pode causar dor epigástrica e desconforto gastrointes-tinal. “Às vezes, basta orientar a ingerir o medicamento imediatamente após
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DIABETES
a refeição. Pode também ser o caso de sugerir ao médico que prescreva doses menores, individualizadas, solucionando completamente”, conta. É preciso também se atentar ao uso concomitante com os cor-ticoides e alguns diuréticos, como hidroclorotiazida. Isso porque essas substâncias têm efeito hiperglice-miantes, alterando o equilíbrio dos níveis de glicose do paciente.
A farmácia pode, ainda, preparar fórmulas hidratantes e auxiliares da cicatrização, já que o diabético tem a pele seca e tendência a adquirir doenças infecciosas com complicações. “As causas mais fre-quentes de amputação são frieira e unha encravada”, alerta. “As loções não podem ser usadas nos vãos dos
dedos, apenas nas pontas, e o paciente deve visitar regularmente um bom podólogo”.
O especialista destaca também suplementos que podem contribuir com o bem-estar: fasolamina e chitosan reduzem a absorção de carboidratos e gordura; cromo (picolinato ou que-lado) e vanádio (quelado) atuam no metabolismo da glicose; magnésio (quelado), nicotinamida, ácido alfa lipólico e arginina auxiliam na ma-nutenção da saúde geral do paciente; hesperidina, quercitina, Ginkgo biloba, mirtilo, Vitis vinífera e vitamina D aumentam a saúde vascular; vitaminas E, C, B6, B12 e biotina melhoram as transmissões nervosas, evitando ou retardando complicações como neuropatias, retinopatias e nefropatias.
O diabético é um paciente crônico e polimedicado, que precisa de acompanhamento para o resto da vida
SUPLEMENTOS E DIABETESMorus alba L. extrato seco: reduz o pico de glicose pós-prandial ao inibir a degradação de carboidratos secundá-rios, reprimindo a absorção de dissa-carídeos no intestino.Gymnena silvestre extrato seco: re-duz a concentração de glicose (glice-mia), mediada por estímulos direto à liberação de insulina ou de hormônios entéricos responsáveis pelos sinais insulinogênicos, promovendo a libera-ção de insulina.Trigonella foenum graecum extrato seco: inibe as atividades de alfa-ami-lase e sucrase envolvidas no metabo-lismo de carboidratos.
Encontre formulações para levar ao prescritor em: anfarmag. org.br Acesse: Home > Revista Anfarmag > Conteúdo Extra
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José Vanilton Almeida, coordenador do Departamen-to de Farmácia da Sociedade Brasileira de Diabetes
ServiçosUma forma de atrair e fidelizar esse
paciente é oferecer serviços farmacêuti-cos, como aferição da glicemia capilar e aplicação de insulina, conforme preconizado na Resolução RDC nº 44/2009. Dessa forma, cria-se um contato mais próximo com o paciente, acompanhando de perto o controle da doença e proporcionando mais oportu-nidade para uma atenção farmacêutica diferenciada. Para isso, a farmácia deve ter essa atividade (prestação de serviços farmacêuticos) descrita em sua autorização de funcionamento.
Mix de produtosAdoçantes e produtos die-
téticos de todos os tipos, bem como farinhas especiais e outras opções nutricionais com foco nesse tipo de paciente podem podem ser comercializados, desde que em conformida-de com a Lei nº 6360/1976 e a Instrução Normativa nº 09/2009, bem como possuir tal atividade (comércio de ali-mentos permitidos) descrita na licença sanitária e Autorização de Funcionamento.
Saiba mais on-line:• Revista Anfarmag 12: Ciência em dia• Revista Anfarmag 20: Diabetes• Revista Anfarmag 42: Atenção farmacêutica ao diabético• Revista Anfarmag 56: Ligação de doenças• Curso on-line: RDC 44-2009: Serviços - Como aferir a glicemia
Uma forma de atrair e fidelizar esse paciente
é oferecer serviços farmacêuticos, como
aferição da glicemia capilar e aplicação de insulina
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Qualidade de vida está ligada às toxinas presentes nos alimentos ou produzidas pelo nosso organismo
Cuidado, vida tóxica
O limiar entre a saúde e a doença é um equilíbrio entre a ingestão e a produção de toxinas e a capacidade do corpo para detoxificá-las. É o que explica o cardiolo-gista pós-graduado em Nutrologia, fellow em Cardiologia pela Duke University Medical School e líder do movimento de Medicina Funcional e Estilo de Vida no Brasil, Fábio César dos Santos.
“O que comemos, bebemos e respi-ramos contém potenciais toxinas para o corpo. Até o oxigênio tem potencial gerador de radicais livres, é capaz de acelerar o
envelhecimento e desencadear cânceres e outras doenças crônicas”, afirma.
Estamos sempre em contato com nitratos, nitritos, aminas, alcaloides, glicosídeos e numerosos compostos fe-nólicos, além de agentes externos como a poluição e os agrotóxicos. Por isso, é importante observar hábitos de vida para evitar a contaminação ao longo dos anos.
Vale notar que alimentos saudáveis podem se tornar toxinas, se não forem digeridos ou absorvidos adequadamente. Santos explica que, em situação adequada,
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BEM-ESTAR
digerimos os alimentos em moléculas simples que podem facilmente transitar pelo trato digestivo e a corrente sanguínea. Mas, se não se digerir corretamente, ou se a parede do intestino tornar-se hiperpermeável, esses alimentos não digeridos podem ser entendidos como estranhos pelas células imunes, que geram inflamação ou reatividade.
“Álcool ou medicamentos como o áci-do acetilsalicílico, por exemplo, podem causar rapidamente irritação no intestino. Esse também é o mecanismo que o glúten desencadeia em algumas pessoas. A falta de nutrientes importantes para a construção das células, como a vitamina A, zinco, proteínas e gorduras essenciais, pode resultar em ‘buracos’ na parede intestinal. Bactérias patogênicas ou
fungos, como a cândida, podem penetrar na parede do intestino, irritando-a e aumentando a permeabilidade”, destaca.
Segundo o médico, esse processo está conectado ao desenvolvimento de doenças crônicas, lideradas pela obesidade, diabetes e esteatose hepática. Os pacientes também podem apresentar apneia do sono, déficit cognitivo, alergias, sensibilidades quími-cas, eczema e rosácea, síndrome da fadiga crônica, fibromialgia, síndrome do intestino irritável, cefaleia, artralgias, hipertensão arterial, dislipidemias eprostatite.
“Esses quadros podem ser causados pela quebra nos mecanismos de detoxificação do organismo; se não forem corrigidos, podem evoluir para doenças mais graves”, diz.
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BEM-ESTAR
Os mecanismos de detoxificação, principalmente no fígado, são um conjunto complexo de processos químicos que têm a capacidade de transformar toxinas e desativá-las, facilitando também a eliminação. Essas reações químicas são chamadas de biotransformação e são classifica-das em fases I e II, de acordo com a sequência em que ocorrem, catalizadas por enzimas biotransformadoras de xenobióticos.
Apesar das principais vias de excreção pela urina, fezes e suor, é no fígado que um conjunto de processos químicos ou vias complexas têm a capacidade de reciclar produtos químicos tóxicos e transformá-los em inofensivos. O fígado exerce papel fundamental, pois pode neu-tralizar tanto as toxinas produzidas internamente, quanto as que vêm do meio ambiente.
“Escolhas corretas e mudanças do estilo de vida podem retardar em até 80% o aparecimento de doenças crônicas. Esse é um capítulo funda-mental de todo o processo em que nutrição, atividade física, higiene
de sono e controle de estresse são discutidos e planejados, exaustiva-mente, e de forma personalizada”, acredita o médico.
Medicina funcionalFábio dos Santos defende que
a união do corpo, mente, espírito e a correlação com o meio são fun-damentais para retardar o envelhe-cimento do organismo. “Sem essa visão de interrelação dos sistemas e da capacidade inata de equilibrar e detoxificar as toxinas que formamos (endotoxinas) e as que vêm do meio externo (exotoxinas), não teríamos como falar em combate de doenças crônicas e potencialmente fatais”.
Nutrição que detoxificaO nutricionista e farmacêutico bio-
químico Gabriel de Carvalho, diretor do Instituto de Nutrição Avançada, cita alguns dos nutrientes necessá-rios para o processo de detoxificação do organismo: ferro, zinco, cobre, molibdênio, manganês, selênio; e as vitaminas A, B2, B6, B9, B12 e fosfatidilcolina.
Fabio dos Santos, cardiologista pós graduado em Nutrologia
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O QUE FORMULAR?Glutation ............................................................ 10mg - 20 mgGotas sublinguais /Tablete sublingual qsp 1 ml / 1 unidadeIndicação: antioxidante e/ou captador de radicais livresPosologia: Administrar 1-2x/dia, conforme orientação médicaReferência Bibliográfica: Batistuzzo, J.A. et al Formulário Médico-farmacêutico, Pharma-books, 4ª ed, São Paulo, 2011.
Encontre outras formulações para levar ao prescritor em: anfarmag. org.brAcesse: Home > Revista Anfarmag > Conteúdo Extra
Além de todos esses, necessários para a função natural das reações bioquímicas, diversos outros elementos podem acelerar ou frear a velocidade com que estas acontecem: aminoácidos (componentes fundamentais das proteínas), flavonoides (presentes em alta concentração em frutas e verduras, como cacau, cebola, laranja, uva, amora e tantos outros) e compostos enxofrados (como os encontrados no alho, brócolis, couve, repolho) são os mais conhecidos.
O ideal é que, com a alimentação e o bom funcionamento do organismo, todos esses elementos trabalhem natural-mente na eliminação de toxinas. Porém, quando a capacidade de transformá-las e eliminá-las não está adequada, é possível introduzir suplementos prescritos de acordo com uma análise detalhada da situação de cada paciente.
Carvalho cita a n-acetilcisteína (500mg, duas ou três vezes ao dia), que aumenta os níveis de glutationa – um dos elementos mais importantes na detoxificação. Ele sugere combinar 200mg do suplemento com sulfato de potássio (50 mg) com L
metionina (100mg a 200mg) para dar suporte a várias rotas de detoxificação.
O profissional afirma ser fundamental manter adequados os níveis sanguíneos de selênio, substância que auxilia na eliminação de mercúrio e cádmio. “Suplemento bom e barato é a clorela, em doses de 3g/dia, fragmentado em até seis vezes, tomado por 30 ou 60 dias dá ótimo resultado na eliminação de metais tóxicos”. Da mesma forma, silimarina, curcumina e gengibre, diz, otimizam as enzimas de fase II e regularizam as enzimas de fase I.
Ao iniciar o tratamento para deto-xificação é importante, antes, verificar a condição geral do paciente para garantir o sucesso da terapia. Carvalho ressalta que quadros de anemia devem ser cor-rigidos antes da detoxificação. “Quando está anêmica, a pessoa não tem uma boa quantidade de citocromo-p-450, que é a principal enzima de fase 1”.
De forma coadjuvante, é possível tam-bém administrar um pool de vitaminas C, E e do complexo B para proteção hepática e combate à formação de radicais livres.
Quando a capacidade de transformar e eliminar toxinas não está adequada, é possível introduzir suplementos
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BEM-ESTAR
Nas últimas décadas, transforma-ções no mercado interno e externo e questões ligadas à abertura de capital forçaram as empresas a criar estruturas e processos para se tornarem cada vez mais organizadas, transparentes e profissionalizadas. Tudo para garantir melhores resultados.
Da mesma forma, o mercado magistral vem evoluindo de forma acelerada. Se há desafios claros, há também oportunidades que se anun-ciam. É por isso que a entidade que o representa deve ser capaz de acom-panhar essas mudanças.
Para aumentar a entrega de re-sultados, os associados da Anfarmag votaram e aprovaram em Assembleia Geral a adoção de um modelo de gestão alinhado com as melhores práticas.
A decisão foi unânime, com presença de associados da Bahia, Distrito Fe-deral, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
A principal novidade será a criação de um Conselho de Administração. Grupo múltiplo, será representativo dos associados de todo o Brasil e garantirá a continuidade do trabalho da entidade ao longo dos anos. Será composto por presidentes de todas as regionais do Brasil, representantes dos ex-presidentes nacionais e, com o passar das gestões, representantes de ex-presidentes do próprio Conselho.
O Conselho tomará decisões macro e criará diretrizes. Todos poderão apre-sentar propostas, que serão debatidas e
deliberadas, gerando o compromisso de todos os participantes em contribuir para a implantação do que ficar decidido.
Paralelamente, uma estrutura profis-sionalizada, composta por especialistas em diversas áreas, será responsável por operacionalizar as ações, prestar contas e executar as demandas.
“Isso evita decisões monocráticas e abre espaço para ampliarmos a visão, proporcionando soluções vantajosas. Assim, aumentamos também a per-cepção de valor do associativismo”, comenta o presidente da Anfarmag, Ademir Valério.
A mudançaA mudança é fruto de um processo
que se iniciou há dois anos após diversos debates envolvendo a diretoria nacional,
Um caminho cada vez mais bem definido
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LINHA DE FRENTE
Anfarmag aprimora seu modelo de gestão para aumentar a entrega de resultados para seus associados
os presidentes e diretores de regionais e sucursais, os ex-presidentes da Anfarmag e os associados.
“Percebemos que era necessário avançar oferecendo um modelo mais moderno e eficiente. Com todas as regionais representadas, teremos pessoas com diferentes perfis delibe-rando e ganhamos em pluralidade e qualidade das decisões”, diz Valério.
Desafios e benefíciosMantendo a missão de defender
os interesses dos associados, a nova forma de administração ampliará os benefícios para o empresário e o profissional do setor magistral.
Diante de um cenário marca-do por grandes desafios sanitários, econômicos e tributários, Ademir
Valério reafirma o compromisso da associação de representar, promover e desenvolver o segmento, fortale-cendo marcos legais e ampliando o acesso ao medicamento e ao produto magistral.
Com 5 mil associados, a An-farmag também apoia atividades científicas, assessora e presta con-sultoria técnico-científica, capacita profissionais que atuam no segmento, auxilia na publicação de livros e informativos relacionados à área de saúde, promove intercâmbios com profissionais e entidades do exterior. Para os associados, a enti-dade também representa, cada dia mais, um espaço privilegiado, um clube de vantagens do qual vale a pena participar.
TransiçãoAo longo do ano, a Anfarmag
trabalhará em regime de transição para que, em janeiro de 2016, seja realizada a primeira reunião do Conselho Administrativo.
Nesse período, os atuais man-datos das diretorias regionais serão automaticamente prorrogados até a realização das eleições em todas as regiões, o que ocorrerá no fim de 2015. A atual diretoria nacional continuará representando a Anfar-mag até a posse dos membros do Conselho de Administração.
“Continuaremos trabalhando com a sustentabilidade técnica, econômica, política e social, que são os pilares da Anfarmag”, finaliza Ademir Valério.
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Alguns pilares justificam a criação do Conselho Administrativo de uma instituição. Esse modelo, ado-tado em todo o mundo, é considerado profissional e participativo, já que todas as decisões são bem discutidas e tendem, portanto, a ser qualificadas.
Para entender como funciona e porque esse modelo de gestão é tão bem visto, conversamos com Massahiro Hara, consultor de presidentes de empresas em for-mulação de estratégias e planejamentos com ênfase em finanças e membro de conselhos de administração.
Qual é a vantagem de se adotar o modelo de gestão por meio de conselhos? É mais participativo?
Sem dúvida, o modelo é mais participativo na medida em que o conselho de administração pode representar melhor os interesses de uma organização. No caso de associação, por exemplo, são os associados que saem ganhando. A vantagem de se instituir o conselho de administração é a de permitir a discussão e aprovação de estratégias para posterior implantação de ações decorrentes pela diretoria executiva. Permite, também, melhor monitoramento dessas ações como forma de garantir mais entrega de resultados.
Como são tomadas as decisões? Isso aumenta a participação dos interessados? Como isso acontece?
Todas as ações estratégicas propostas pela diretoria executiva ou conselheiros são analisadas pelo conselho. As ações propostas são avaliadas e aprovadas, ou não, em reuniões regulares que são realizadas geralmente a cada mês, com a participação de todos os conselheiros.
O processo evidencia a tramitação dos interesses dos associados na cadeia de autoridades, resultando em au-mento do valor da organização. Quando o conselho sente a necessidade de apoio técnico para analisar os projetos apresentados pode constituir comitês específicos para opinar sobre as propostas.
Quais são os ganhos, para uma instituição, em aliar Con-selhos de Administração e estrutura profissional de gestão?
O Conselho de Administração vai definir as es-tratégias com foco em atender as expectativas de seu público-alvo, enquanto a estrutura profissional de gestão irá executar de forma eficiente essas diretrizes. Os conselheiros vão atuar, ainda, para controlar e avaliar o desempenho da diretoria executiva, para melhorar os resultados da organização.
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ENTREVISTA
Siga este conselhoEspecialista esclarece o que há por trás do modelo de gestão que vem sendo considerado o mais moderno atualmente
Em quais pontos é preciso ter atenção para que esse modelo de gestão realmente alcance os resultados pretendidos?• Desenvolver um excelente relacionamento entre os interessados
(no caso da associação, os associados) e a diretoria executiva.• Eleger bons indicadores de performances para cada área de
interesse estratégico.• Acompanhar e exigir rapidamente as correções necessárias diante
dos desvios detectados em relação aos resultados esperados.• Defender com convicção a Visão, a Missão e os Valores da organização.
Quais os cuidados que se deve ter ao constituir o Conselho de Administração? Os conselheiros devem conhecer o negócio e o setor da organização?
A composição dos membros do Conselho de Administração deve considerar que eles serão abordados para a tomada de decisões de alguns itens importantes, tais como:• o envolvimento político e o impacto da empresa/instituição
sobre o meio ambiente;• agir como fator de ligação entre proprietários e administradores,
no caso da associação entre associados e direção da entidade, dirigindo e controlando a empresa/instituição em nome dos proprietários/filiados;
• avaliar os demonstrativos financeiros;• avaliar os cenários que interferem no desempenho da empresa/
instituição.• analisar o mercado em que atua a empresa/instituição;• avaliar a evolução tecnológica que influencia na atividade da
empresa/setor de atuação;• acompanhamento da evolução dos recursos de mão obra no
mercado; e• acompanhamento da legislação societária, fiscal, tributária e
trabalhista, que exige muita atenção.
O que muda nas organizações geridas por conselhos em relação àquelas que são administradas pelo modelo tradicional?
A diretoria executiva passa a ter um órgão superior para prestar as contas. Essa nova esfera, com a participação de conselheiros experientes, deverá agregar valor no desempenho da diretoria executiva, melhorando assim a avaliação dos associados.
O Conselho de Administração vai definir as estratégias com foco em atender as expectativas de seu público-alvo
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ENTREVISTA
ENCARTETÉCNICO38 Fator de equivalência: correção de fitoterápicos
39 Fale com o prescritor: interação com antiácidos
40 Fique em dia: quando há fiscalização na farmácia
41 Boa prática: treinamento para higiene e limpeza
42 Artigo: farmacologia e terapêutica de termogênicos
Saiba mais on-line:• Acesse anfarmag.org.br para informações sobre fator de correção, teor e umidade (fitote-
rápicos e insumos ativos farmacêuticos), que poderão respaldá-lo tecnicamente em suas análises críticas ao avaliar o certificado de análise do insumo adquirido.
Para preparar fórmulas contendo insumos fitoterápicos, a farmácia pode usar como base as Fichas de Referência para Insumos Fitoterápicos – material que a Anfarmag de-senvolveu como forma de padronização.
Nelas, há informações completas sobre características e especificações de cada insumo, além da classificação botânica e orientações complementares.
Com isso, a Anfarmag traz segurança na aquisição, preparação e uso dos insumos fito-terápicos proporcionando padronização baseada em farmacopeias e compêndios oficiais.
Importante frisar que antes do preparo de cada fórmula contendo um ou mais fitote-rápicos, o farmacêutico deve avaliar a prescrição médica, conforme exigido pelo item 5.18 e seus subitens da Resolução RDC nº 67/2007.
Verificar: • A forma farmacêutica prescrita (droga vegetal, extrato seco ou extrato líquido). Tais
formas ou extratos padronizados permitem embasamento científico no cálculo da quantidade a ser utilizada em cada prescrição.
• A dosagem prescrita, uma vez que a utilização de fitoterápicos pode sofrer correção de teor ou de umidade em função do insumo adquirido pela farmácia e os dados constantes no certificado de análise que o acompanha, enviado pelo fornecedor.
• A posologia prescrita, pois envolve aspectos farmacotécnicos da preparação magistral de fitoterápicos.
Exemplo: se a prescrição solicitar 70 mg de kavalactonas e o certificado de análise do fornecedor indicar kawa-kawa 30%, deve-se pesar cerca de 233 mg do extrato seco (fator de correção 3,33). Com regra de três, corrigir o teor do insumo no momento da pesagem. Analise caso a caso, lote a lote.
É desejável a correção de umidade a partir de 2%, mas cada caso deve ser avaliado de acordo com o laudo do fornecedor para o lote.
Para pesquisar marcadores e/ou ativos, consulte:• British Herbal Pharmacopeia, 1996;• Herbal Drugs and Phytopharmaceticals, 1994;• Plant Drug Analysis - A thin layer chomatography atlas, 1996;• Farmacopeia Brasileira, 5ªedição;• Martindale: The Complete Drug Reference, 37th Edition;• Manual de Fitoterapia Magistral, 2005, Anfarmag;• Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia, 2003 Proença da Cunha, Lisboa;• PDR for Herbal Medicines, 2º ed, 2000.
Correção de fitoterápicos O que considerar para fatores de correção de fitoterápicos?
FATOR DE EQUIVALÊNCIA
- Fator de EquivalênciaExplicação sobre como aplicar determi-nado fator de equivalência
- Boa práticaDica de procedimento de boas práticas na farmácia magistral
- Fique em diaInformação sobre prazos que a farmácia deve cumprir
- Fale com o prescritorChamar atenção sobre oportunidades que podem ser levadas aos prescritores
- É legal saber – 1 páginaDica relacionada ao cumprimento da legislação que rege as farmácias
- Sem dúvida – 1 páginaPublicação de resposta para a dúvida técnica ou legal mais frequente ou pertinente que o SAA recebeu no trimes-tre
- Grau e pistilo – 1 páginaMatéria com informações técnicas sobre como realizar determinados procedi-mentos na farmácia. Texto curto, dividido em itens, box, cálculos
- Artigo – 4 páginasArtigo técnico assinado por especialista convidado
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NOTAS TÉCNICAS
Interações medicamentosas com antiácidos
Diversos fármacos têm sua absorção e/ou ação farmacológica modificada quando administrados junto a agentes antiácidos. Assim, o aviamento de formulações com essas substâncias deve minimizar ações deletérias dos fármacos empregados. Sempre que receber a prescrição, o farmacêutico deve pesquisar se o mesmo será tomado juntamente a outros fármacos e orientar corretamente, podendo inclusive conversar com o prescritor.
Exemplos de fármacos antiácidos que promovem alteração na absorção
HIDRÓXIDO DE ALUMÍNIOReduz absorção de Aumenta absorção de
Clorpromazina DiazepanDigoxin -
Isoniazida -Propranolol -
ANTIÁCIDOS SEM BASE DE ALUMÍNIOReduzem absorção de Aumentam absorção de
Tetraciclinas Ácido acetilsalicílicoNaproxeno DicumarolQuinidina Fenilbutazona
Tetraciclinas
Efeito de alguns antiácidos nas atividades farmacológicas
REDUÇÃO DA ATIVIDADE AUMENTO DA ATIVIDADEÁcido nalidíxico AnfetaminaNitrofurantoína Cloroquina
Penicilina G LevodopaSulfonamidas MecamilaminaTetraciclinas Teofilina
Para completar sua pesquisa na prática diária, verifique mais informações no Guia Zanini – Oga de Interações Medicamentosas, Editora Atheneu, 2002.
FALE COM O PRESCRITOR
- Fator de EquivalênciaExplicação sobre como aplicar determi-nado fator de equivalência
- Boa práticaDica de procedimento de boas práticas na farmácia magistral
- Fique em diaInformação sobre prazos que a farmácia deve cumprir
- Fale com o prescritorChamar atenção sobre oportunidades que podem ser levadas aos prescritores
- É legal saber – 1 páginaDica relacionada ao cumprimento da legislação que rege as farmácias
- Sem dúvida – 1 páginaPublicação de resposta para a dúvida técnica ou legal mais frequente ou pertinente que o SAA recebeu no trimes-tre
- Grau e pistilo – 1 páginaMatéria com informações técnicas sobre como realizar determinados procedi-mentos na farmácia. Texto curto, dividido em itens, box, cálculos
- Artigo – 4 páginasArtigo técnico assinado por especialista convidado
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NOTAS TÉCNICAS
As autoridades sanitárias (vigilân-cias sanitárias estaduais e municipais) investidas com o poder de polícia detêm competência legal para a realização de fiscalizações nas farmácias magistrais. Portanto, em caso de fiscalização, re-comenda-se que o responsável legal ou técnico solicite as credenciais dos agentes, de modo a identificá-los, visando evitar fraude. Os fiscais não poderão ser im-pedidos de fiscalizar o estabelecimento, sob pena de responsabilização criminal.
O responsável legal ou técnico deverá acompanhar atenciosamente os agentes fis-calizadores, observando os termos anotados e respondendo todos os questionamentos. A fiscalização, para execução de ações e serviços de vigilância sanitária, jamais poderá extrapolar os limites impostos por lei aos agentes fiscalizadores públicos, pois, se isso acontecer, a Administração Pública estará agindo com abuso de poder, contrariando a Constituição Federal do Brasil.
Muitas vigilâncias estaduais e muni-cipais possuem seu próprio Programa de Inspeção em Farmácias, que estabelece a possibilidade de coleta de amostras de insumos e produtos para análise. Esse é um processo normal que visa à defesa dos interesses do cidadão.
A fim de manter a documentação e os processos em dia, recomendamos que seja verificado o cumprimento integral das Boas Práticas de Manipulação em Farmácias, por exemplo:
1. revendo seus Procedimentos Opera-cionais Padrão (POP);
2. certificando-se de que a documentação legal esteja em dia (lembre-se dos vários órgãos, como Anvisa, Polícia Civil, Bombeiros);
3. certificando-se de que seus registros nos livros de receituários e nos livros específicos estão em dia com relação à escrituração das preparações magistrais e oficinais;
4. certificando-se dos corretos encami-nhamentos dos arquivos XML ao Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados – SNGPC;
5. certificando-se de que entregou à vigilância seus BSPO’s, Relação Mensal de Notificação de Receita B2, entre outros.
Caso o fiscalizador encontre alguma irregularidade, estará configurada a infra-ção sanitária; logo, lavrará um Auto de Infração (AI) ou Termo de Interdição (TI) parcial ou total da farmácia ou de seus produtos, sempre havendo possibilidade de apresentação de defesa pela farmácia, no prazo e forma da Lei.
As fiscalizações nas farmácias podem ser realizadas conjuntamente entre a Anvisa, vigilâncias sanitárias mu-nicipais e estaduais, conselhos de farmácias e, em alguns casos, com a participação de agentes policiais, desde que não haja abuso de autoridade ou desrespeito aos direitos dos cidadãos.
O associado Anfarmag conta com o serviço de assessoria jurídica da entidade para contínuas orientações relacionadas
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- Boa práticaDica de procedimento de boas práticas na farmácia magistral
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Como proceder durante a fiscalização nas farmácias?
FIQUE EM DIA
Mantenha-se preparado para não ter surpresas
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Treinamento de manipuladores em higiene e limpeza
BOA PRÁTICA
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Comprometimento da equipe é essencial
para resultado satisfatório
A higiene é um dos pontos mais importan-tes das Boas Práticas de Manipulação, sendo os laboratórios de líquidos e semissólidos os mais críticos, devido à umidade. Em quaisquer medicamentos de uso oral, enterobactérias ou outros microrganismos em níveis acima do permitido poderiam causar infecções gastrointestinais.
Na prática:
1. Apresente informações conceituais:• Conceitos: o que são micro-organismos,
como se desenvolvem (fazer culturas de material colhido das suas mãos e, após incubação e crescimento das colônias, exibi-las).
• Principais fontes de contaminação:• Manipulador: pele, fossas nasais, saliva,
unhas, vestimentas.- Ambiente: mofo nas paredes, frestas nos pisos ou paredes, insetos.
• Equipamentos e utensílios: treinar para a correta limpeza e assepsia.
• Água.
2. Informe as medidas preventivas de contaminação microbiológica:• Higiene pessoal, assepsia das mãos e desinfecção de luvas.• Uso de touca, avental, máscara e luvas pelos manipuladores.• Proibição do uso de anéis, pulseiras e objetos que acumulem sujeira.• Limpeza e desinfecção de equipamentos e utensílios.• Estrutura física da área de manipulação em bom estado de con-
servação, com piso lavável e paredes de fácil limpeza, sem frestas ou irregularidades.
• Proteção contra insetos de janelas e aberturas.• Afastamento de indivíduos com lesão exposta ou infecção contagiosa.• Uso de água de boa qualidade microbiológica na manipulação.• Comportamento correto dos manipuladores para evitar conta-
minação dos produtos.
3. Apresente como proceder nas verificações de não conformidades:• Como registrar tais informações e em quais documentações elas
podem ser registradas.• Como adotar ações corretivas imediatas após orientação do superior.
É necessário acompanhamento rigoroso das práticas ensinadas e realização contínua de reciclagem.
Farmacêutico manipuladores e técnicos não manipuladores também precisam ser treinados dentro dos mesmos conceitos.
Saiba mais on-lineCurso on-line: “Limpeza e Sanitização de
Materiais de Embalagem, Vidrarias e Áreas”
Saiba mais on-line:• Curso on-line: “Limpeza e Sanitização de Materiais de Embalagem, Vidrarias e Áreas”
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ARTIGO
O tratamento da obesidade, problema de saúde crônico em crescimento entre a po-pulação, deve ser avaliado pelos profissionais da área da saúde com cuidado especial. O artigo proposto demonstra a possibilidade de uma formulação que pode auxiliar o sistema nervoso simpático a promover saciedade, lipólise e termogênese.
1. INTRODUÇÃO A obesidade é o acúmulo excessivo de
gordura corporal. Corresponde a um problema social em crescimento e é uma das principais causas de morte no mundo. No Brasil, em 2006, o índice de obesidade era de 43%, e hoje as pessoas com excesso de peso são mais da metade da população. A pesquisa Vigitel 2012 – Vigilância de Fatores de Risco e Pro-teção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico – mostrou que 51% da população brasileira com mais de 18 anos está acima do peso ideal (BRASIL, 2013).
O acúmulo de gordura corporal é relacio-nado a diversas doenças, como hipertensão arterial, diabetes mellitus, doenças cardio-vasculares, dislipidemias, agravamento de doenças do aparelho locomotor, doenças do sistema respiratório e cânceres.
Em geral, o tratamento consiste em dietas hipocalóricas e exercícios físicos regulares, mas todo tipo de produto que contribua para a perda de peso ou para o controle da ingesta alimentar tem sido destacado, pelo baixo número de possibilidades. Os produtos de origem vegetal, fitoterápicos ou alimentos funcionais têm mostrado sua utilidade e sido amplamente ofertados e utilizados.
2. OBESIDADE E PRODUTOS DE ORIGEM NATURAL
Com o aumento desenfreado da obesidade mundial, aumentou também a procura por tratamentos estéticos e nutricionais, bem como o uso irracional de medicamentos, jejum prolongado, excesso de exercício fí-sico, entre outras estratégias nem sempre relacionadas à promoção da saúde (WITT; SCHINEIDER, 2009).
Algumas substâncias de origem natural têm sido utilizadas para auxiliar no controle da obesidade, como aumento da função intestinal por fibras e antracênicos e diminuição da ab-sorção de nutrientes também através de fibras, particularmente das insolúveis, interferentes em processos enzimáticos relacionados a etapas da síntese de lipídios. Uma classe particular se destaca pelo aumento do metabolismo celular e da queima de calorias: são os termogênicos, que serão detalhados a seguir.
3. TERMOGÊNICOSA palavra termogênese se refere aos proces-
sos fisiopatológicos relacionados à temperatura dos organismos, sendo uma característica inata das células dos seres endotérmicos que mantém regulada espontaneamente sua temperatura, em uma faixa predeterminada (LUTAIF; GONTIJO, 2009). Fisiologica-mente, a produção de calor pode ser dividida em duas categorias:
- Termogênese Obrigatória (TMB): equi-vale à taxa metabólica basal, que compreende todo calor produzido pelo organismo por um indivíduo em repouso, em temperatura ambiente, em jejum de 12 horas. Designa como fonte de calor as reações ligadas ao
ELAINE CRISTIANE DO CARMO LEITE1; ROMULO DRAGANI REIS2; LUIS CARLOS MARQUES1,2
Universidade Anhanguera de São Paulo, Curso de Farmácia1 - campus ABC Mestrado Profissional em Farmácia2 - campus MC
AVALIAÇÃO FARMACOLÓGICA e terapêutica dos produtos termogênicos
naturais disponíveis no Brasil
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metabolismo basal e o consumo de oxigênio, correspondendo à energia gasta por sistemas que mantêm o gradiente eletroquímico das membranas celulares, sínteses de componen-tes do organismo, funcionamento do sistema cardiovascular, respiratório, mecanismos que mantêm a temperatura corporal, dentre outros (DEVLIN, 1991; LUTAIF; GONTIJO, 2009).
- Termogênese Facultativa: é o calor produ-zido além da taxa de metabolismo basal, sendo estimulada pelo frio e dieta, e está relacionado ao aumento, por exemplo, da contração muscular durante atividades diárias, processos involun-tários como tremor muscular por exposição ao frio, durante um período de alimentação hipercalórica. Essa termogênese é subdividida em shivering (promove tremor pela contração das miofibrilas musculares) e non-shivering (in-dependente de tremor), relacionado à adaptação a situações de exposição prolongada ao frio e a dieta hipercalórica, envolvendo ativação de proteínas desacopladoras denominadas UCP (uncoupling proteins) no tecido adiposo marrom.
O hipotálamo é responsável pelo controle da termogênese facultativa, sendo a noradrenalina (NA) o principal neurotransmissor envolvido no processo. O controle da eficiência termodi-nâmica da mitocôndria também é importante na termogênese facultativa, relacionado à gordura marrom e dependendo da expressão da UCP-1 nesse tecido. O funcionamento do tecido é regulado pela NA, liberada pelos numerosos terminais simpáticos, mas pode ser influenciado por inúmeros outros hormônios ou fatores metabólicos (ROTWELL et al., 1982).
A ativação do sistema noradrenérgico é certamente um mecanismo efetivo no aumento da termogênese facultativa e, consequentemen-te, na queima calorias e diminuição do peso corporal. Pode-se, portanto, buscar aumento no fornecimento do substrato tirosina, levando à maior síntese do neurotransmissor, aumento na liberação das vesículas para a fenda sináptica, diminuição de sua recaptação, inibição das enzimas degradadoras MAO (monoamino oxidase) e COMT (catecol-O-metiltransfe-rase) e mecanismos focados na célula efetora pós-sináptica (figura 1).
As técnicas de medicação da termogênese são chamadas de calorimetria; particularmente é mais comum a calorimetria indireta, um método que determina as necessidades nutricionais e a taxa de utilização de substratos energéticos
medidos a partir do metabolismo basal. É calculada por meio da medicação do consumo de oxigênio e do gás carbônico eliminado pelo organismo dos pacientes (FERRARINI, 1988).
4. SUBSTÂNCIAS TERMOGÊNICAS DE ORIGEM NATURAL
4.1 Citrus aurantiumCitrus aurantium, popularmente chamada
de laranja amarga, tem como principal com-ponente ativo a sinefrina; é árvore frutífera de origem oriental e compreende inúmeras espécies, variedades e híbridos. Os cítricos são muito utilizados devido ao teor de óleos voláteis (ARBO, 2008).
Algumas partes da planta, como folhas e frutos, são utilizados na clínica para úlcera gástrica, em indigestão, como tônico, estimulante cardíaco e estimulante de apetite. A ação termogênica também vem sendo estudada devido à presença da sinefrina, uma amina quiral encontrada na natureza na forma de p-sinefrina, quimicamente muito parecida com outras aminas simpatomiméticas como efedrina e fenilefrina (LEAL, 2006). Já as flores são indicadas também no tratamento de ansiedade e como sedativo leve, não sendo recomendado seu uso em indivíduos cardiopatas (FARMACOPÉIA, 2010).
Tem ação parcial sobre a lipólise em adi-pócitos de mamíferos, incluído o homem, e a oxidação da gordura se dá por meio da termo-gênese (ANDRADE, 2008). Estão disponíveis oito estudos clínicos com diferentes extratos
Figura 1. Transmissão noradrenérgica
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NOTAS TÉCNICAS
da laranja, os quais, em conjunto, confirmam a positividade para os efeitos termogênicos do produto, em doses variadas de extratos padro-nizados em sinefrina (5,5mg a 54mg).
A sinefrina é um agonista adrenérgico e esti-mula a liberação de noradrenalina, promovendo a termogênese. Pode causar efeitos colaterais como aumento da pressão arterial, ansiedade, taquicardia e, se usada com outros estimulantes como a cafeína, pode potencializar problemas cardiovasculares, isquemia cerebral, taquicardia e arritmia, mesmo em casos em que o paciente não apresentava nenhuma história anterior de doença cardiovascular ou outros fatores de riscos (ARBO, 2008; JORDAN et al., 2004).
4.2 CapsicumA capsaicina é o principal componente ativo
das pimentas verde e vermelha da família das Solanaceae (espécies de Capsicum), considerada estimulante de secreção gástrica, da motilidade gas-trointestinal e do aumento da salivação (LEUNG, 2008). As pimentas possuem um sabor picante proveniente da capsaicina, que é liberada devido ao dano físico às células na extração das sementes ou no corte do fruto (SANTOS et al., 2006).
Estudos com capsaicina em ratos relataram o aumento da termogênese devido ao aumento da secreção das catecolaminas, estimulando a atividade do sistema nervoso simpático. A estimulação da capsaicina cessa logo após a administração de betabloqueadores adrenérgi-cos, como o propranolol, o que confirma sua estimulação adrenérgica (KOVACS et al., 2004).
Em estudos com seres humanos, a pimenta vermelha induziu uma redução da ingestão de alimentos, aumento do gasto calórico pós--prandial e oxidação de lipídios (WESTERTEP et al., 2005).
Um estudo de duas semanas com voluntários que utilizaram autonomamente capsaicina em combinação com chá verde e essência de frango demonstrou uma diminuição da gordura corporal. Em outro estudo, de longo prazo, a capsaicina administrada por um grupo contra placebo foi a que promoveu a maior oxidação lipídica. Nos dois grupos, a recuperação do peso foi igual (figura 3), talvez pela falta de cumprimento do tratamento ou diminuição na quantidade da dose (TSI et al., 2003).
O tratamento com capsaicina pode ser limitado num uso prolongado devido a sua composição picante causar pungência (DIEPVENS et al., 2006).
4.3 Camellia sinensisCamellia sinensis (chá verde) é uma árvore
nativa da China, cultivada em mais de 30 países. Da planta podem ser obtidos, como resultado de diferentes processos de produção, o chá verde, chá preto, chá branco, chá oolong, entre outros (KHAN; MUKHTAR, 2007).
As folhas contêm enzimas oxidantes, sendo que, se colhidas e não processadas, podem murchar e oxidar, adquirindo cor escura. Para que isso não aconteça, após a colheita as folhas são submetidas ao calor antes da oxidação, desativando as enzimas oxidantes e conservando a cor verde-escura e os componentes ativos das folhas (YAMAMOTOYA-MA BRASIL, 2013).
Além de estimular a termogênese, possui efeito adstringente, analgésico, antiasmático, antitumoral, antioxidante, antidiarreico e antibacteriano. Seu uso é contraindicado para crianças, gestantes, in-divíduos com hipotireoidismo, com doenças renais e com problemas cardiovasculares. Pode apresentar efeitos colaterais como prisão de ventre, irritação do aparelho digestivo, hiperacidez e redução do apetite (PLANTAMED, 2013).
O chá verde contém elevadas quantidades de componentes polifenólicos, como a epicatequina, epicatequina galato, epigalocatequina, e a epigaloca-tequina galato (EGCG), que é o componente mais ativo farmacologicamente (DIEPVENS, 2006).
Outros compostos presentes nos chás da planta são cafeína, ácidos fenólicos, tanino e compostos aromáticos. As catequinas do chá verde estimulam a termogênese e a oxidação de gordura por meio da inibição da catecol O-metil-transferase (COMT), uma enzima que degrada a noradrenalina. Dulloo e colaboradores (1999) mostraram que nos seres humanos a administração do chá verde resultou num aumento no gasto energético e oxidação da gordura corporal num curto prazo. Para separar o efeito do chá verde dos efeitos da cafeína, presente também na planta, esses autores avaliaram também um grupo com cafeína isolada, evidenciando um aumento menor, não significante, frente ao obtido com chá verde, ambos comparados com placebo.
O mecanismo de ação está relacionado à presença das catequinas do chá e cafeína, que atuam inibindo a fosfodiesterase e a COMT e, deste modo, exer-cendo o efeito termogênico (DIEPVENS, 2006).
Um estudo realizado com 32 humanos de ambos os sexos, saudáveis, não obesos, jovens, não fumantes e consumidores regulares de chá e café que ingeriram 2.100 mg de chá verde ao dia contendo 540 mg de catequinas, sendo 282
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mg de epigalocatequina galato e 633 mg de cálcio indicou que houve aumento do gasto calórico mais destacado sobre a oxidação de carboidratos e lipídeos comparados à fração proteica. Na dose de chá verde referida, não houve achados desfavoráveis sobre a pressão arterial (PA) e frequência cardíaca (FC). Entretanto, esse aumento do gasto calórico isoladamente não pareceu promover signifi-cância clínica no controle da obesidade frente ao pequeno aumento do consumo calórico derivado do metabolismo basal (RUDELLE et al., 2007).
Apesar de a cafeína atuar no sistema nervoso simpático, a concentração menor ou igual a 300mg/dia não demonstrou alterações fisiológicas como aumento da pressão arterial e aumento da frequência cardíaca. Com o dobro dessa dose (600 mg), foram observados pequenos aumentos na pressão arterial, sendo menos importante para pessoas com a pressão arterial normal – portanto clinicamente mais relevante em pessoas com hipertensão arterial (RUDELLE et al., 2007).
Em termos de doses, os melhores resultados são obtidos com fornecimento de 240mg a 320mg de polifenóis totais ao dia, que podem ser divididos em duas a três tomadas. Está contraindicada para pacientes que apresentem gastrite, úlcera gastroduodenal, ansiedade, insônia, taquicardia e hipertireoidismo, bem como em crianças e grávidas; extratos dessa espécie parecem reduzir a absorção de ferro dos alimentos e do ácido fólico e pode interagir com vários medicamentos, como warfarina e vários outros, bem como devem ser utilizados com restrição em pacientes com problemas hepáticos, aumentando o risco de hepatite (MEDLINE PLUS, 2014).
4.4 Coleus forskohlliO Gênero Coleus foi descrito por Loureiro
em 1790 e são encontradas atualmente mais de 150 espécies, sendo as mais conhecidas Coleus aromaticus, C. vettiveroides e C. forskohlii. No Brasil, C. barbatus (Plectranthus barbatus) é o popular ‘boldo’ brasileiro, amplamente empregado para problemas digestivos. C. forskohlli é uma planta nativa da Índia e per-tence à família Labiatae. Cresce selvagem em climas subtropicais, geralmente encontrado em colinas secas e estéreis.
Seu principal ativo é a forskolina, que é extraído das raízes da planta. Desde os tempos antigos, é uma erva muito utilizada no tratamento lipolítico (KREIDER et al., 2005).
Estudos relataram o uso da erva no trata-mento de hipertensão arterial. Também possui efeito inotrópico positivo sobre o coração. O principal mecanismo que a forskolina exerce como atividade hipotensora é a estimulação da adenilato ciclase, aumentando assim as concentrações do segundo mensageiro AMPc. Devido ao aumento dos níveis de AMPc, inibe a degranulação de basófilos, mastócitos e histamina, reduz a pressão arterial e pressão intraocular, inibe a agregação de plaquetas, causa broncodilatação e também estimula a lipólise (VADIVEL et al., 2010).
Seu efeito parece não promover pronunciada perda de peso, mas pode diminuir o ganho de peso em mulheres com excesso de peso. Foram feitos estudos com C. forskohlli em ratos, que constataram a redução do peso corporal, ingestão de alimentos e diminuição do acúmulo de gordura corporal, podendo ser útil como auxiliar no tratamento da obesidade (KREIDER et al., 2005).
O único estudo clínico disponível, em-pregando extrato com 25mg do ativo, não obteve resultados positivos na perda de peso.
Figura 3. Efeito termogênico da capsaicina e chá verde versus placebo
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NOTAS TÉCNICAS
4.5 CafeínaA cafeína é um alcaloide encontrado em
diversas espécies de plantas distribuídas em várias regiões do mundo. Na Argentina, o chá mate - Ilex paraguariensis; na Amazônia, o ca-caueiro - Theobroma cacao e o guaraná - Paullinia cupana; e na África o café - Coffea spp e a noz de cola - Cola vera (MAZZAFERA et al., 2006).
Muito utilizado por atletas devido ao seu efeito estimulante, aumentando a performance durante o exercício, tem como efeitos mais conhecidos em baixas doses (2 mg/Kg): alívio da fadiga; diminuição da sonolência; aumento da respiração, da liberação das catecolaminas, da frequência cardíaca, do metabolismo e da diurese. Em doses elevadas (15 mg/Kg), pode causar nervosismo, insônia, tremores e desidratação (BRAGA; ALVES, 2000).
A cafeína é um alcaloide pertencente ao grupo das metilxantinas (1,3,7-trimetilxan-tina), lipossolúvel, e 100% da ingestão oral é absorvida no trato gastrointestinal, atingindo pico plasmático entre 30 e 120 minutos. Sua estrutura é muito parecida com a da molécula de adenosina, por isso consegue se ligar a receptores de adenosina na membrana celular e estimular a ação da AMPc (BRAGA; ALVES, 2000).
O consumo de cafeína também estimula o Sistema Nervoso Simpático (SNS), aumentando a liberação de catecolaminas, promovendo maior lipólise e maior oxidação dos ácidos gordos (CARDOSO, 2012).
Apesar dos benefícios, pode causar depen-dência física e psicológica. Age por mecanismos parecidos com os da cocaína e anfetaminas. Os efeitos são muito mais brandos, mas o local de ação é parecido. A quantidade letal da cafeína é de aproximadamente 10g (REIS, 2001).
4.7. Formulação mista Com base nos conceitos anteriores e
nos indícios experimentais e clínicos dos vários ingredientes naturais, fitoterápicos ou alimentos funcionais, Belza e colaboradores (2007) propuseram uma formulação seguindo a racionalidade de estimulação do sistema no-radrenérgico. Os autores associaram tirosina, capsaicina, catequinas (chá verde) e cafeína para, em conjunto, estimular o sistema ner-voso simpático e promover saciedade, lipólise e termogênese.
A tirosina promove maior síntese de no-radrenalina (ponto 1); a capsaicina favorece a liberação da NA armazenada nas vesículas sinápticas (ponto 2); as catequinas interferem na ação da enzima degradadora COMT (ponto 3); por fim, a cafeína interfere na regeneração do AMP do AMPc, mantendo o aumento final da atividade do sistema nervoso simpático que leva à queima calórica.
Figura 4. Espécies de Coleus
Figura 5. Racionalidade de associação de ativos frente aos mecanismos da transmissão noradrenérgica
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5. CONCLUSÃOA termogênese é uma das variáveis
fisiológicas relacionada ao dispêndio e consumo energético do organismo. Sua contribuição terapêutica apresentada nas referências exploradas evidencia benefícios interessantes, dependendo do ativo apontado.
A ação termogênica observada mesmo com a singularidade farmaco-cinética e dinâmica para cada produto oscilou desde a indiferença até uma discreta perda de peso, com melhores resultados sempre associados a hábitos dietéticos específicos e/ou de prática regular de atividade física concomi-tante, o que sugere uso na qualidade máxima de adjuvantes terapêuticos.
É fundamental destacar que o uso dos termogênicos no manejo farmacológico da obesidade requer séria mensuração de riscos versus bene-fícios, partindo de anamnese segura e abrangente do histórico clínico cardio-vascular e monitoramento qualificado, ensejando coibir conceitos superficiais do uso de produtos fitoterápicos, os quais, se bem manejados, podem ser úteis no controle da obesidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1.ANDRADE, A. S. Estabelecimento e vali-dação de metodologia para quantificação de p-sinefrina em produtos derivados de Citrus auratium por cromatografia a gás. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, p.121, 2008. 2.ARBO, M.D. et alii. Concentrations of p-synephrine in fruits and leaves of citrus species (Rutaceae) and acute toxicity testing of Citrus aurantium extract and p-synephrine. Food and Chemical Toxico-logy, v. 46, p. 2770-2775, 2008.3.BELZA, A. et alii. Body fat loss achieved by stimulation of thermogenesis by a combination of bioactive food ingredients: a placebo-controlled, double-blind 8-week intervention in obese subjects. Int J Obes., v.31, n.1, p.121-30, 2007.4.BRAGA, L.C.; ALVES, M.P.. A cafeína como recurso ergogênico nos exercícios de endurance. Rev. Bras. Ciênc. e Mov. v.8, n.3, pp.33-37, 2000.
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