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Faculdade de Motricidade HumanaUnidade Orgânica de Ciências do Desporto

TREINO DA RESISTÊNCIA

A capacidade do organismo de resistir à fadiga numa actividade motora prolongada.

Entende-se por fadiga a diminuição transitória e reversível da capacidade de trabalho do atleta.

(Bompa, 1999)

RESISTÊNCIA

• Adiar a instalação da fadiga;• Diminuir as consequências da fadiga

durante o esforço físico;• Promover a optimização dos processos

de recuperação após o esforço.

RESISTÊNCIANum contexto desportivo o desenvolvimento da resistência implica:

RESISTÊNCIAO conceito de resistência aplica-se a

diversos períodos de tempo de exercício.

RESISTÊNCIA

O objectivo do treino de resistência consiste em manter a mais elevada intensidade média de trabalho possível para um determinado período de esforço.

RESISTÊNCIA

Lidar de modo optimizado com a fadiga é uma necessidade indispensável em todas as especialidades desportivas, com importância relativa variada.

• desenvolvimento dos sistemas energéticos;• rendimento do trabalho executado;• aptidão em utilizar eficazmente a totalidade do

potencial energético em competição;• preparação mental que permita suportar a

fadiga e o desconforto próprios da execuçãode exercícios prolongados com intensidadeelevada.

(Platonov, 2001)

RESISTÊNCIAÁreas de incidência do treino da

resistência:

O desenvolvimento dos sistemas energéticos

3 vias metabólicas de regeneração do ATP:• Desagregação de fosfocreatina (PCr);• Degradação anaeróbia dos carbohidratos

(glicogénio) – glicólise;• Metabolismo aeróbio.

RESISTÊNCIA

O rendimento do trabalho executado

Conceito de economia (eficiência) do movimento:

Diminuição do custo energético da tarefa (redução do trabalho mecânico desnecessário).

RESISTÊNCIA

Necessidade de integração das adaptações orgânicas adquiridas no desempenho competitivo:

RESISTÊNCIAA aptidão em utilizar a totalidade do potencial energético em competição

Ligação entre o treino de resistência e o treino técnico-táctico;Importância do treino específico.

Estado de treino Estado de preparação

Grande potencial energético não garante um bom nível de resistência.

RESISTÊNCIA

Preparação mental que permita suportar a fadiga e o desconforto

próprios da execução de exercícios prolongados com intensidade elevada

Importância dos factores psicológicos na eficácia do processo de treino.

Objectivos do treino• Manter durante o máximo tempo possível uma

intensidade óptima do exercício;

• Reduzir o decréscimo inevitável de intensidade quando setrata de exercícios prolongados;

• Aumentar a capacidade de suportar as cargas de trabalhodurante o treino e a competição;

• Melhorar a capacidade de recuperação;

• Estabilizar a técnica desportiva e a capacidade deconcentração.

(Zintl, 1991)

RESISTÊNCIA

FORMAS DE MANIFESTAÇÃO

A. Quanto à participação do sistema muscular

B. Quanto ao regime de contracção muscular

C. Quanto à solicitação metabólica

D. Tendo como referência a situação de competição

RESISTÊNCIA

A. Quanto à participação do sistema muscular

Geral Mais de 1/6 a 1/7 de toda a musculatura esquelética. Limites: sistemas cardiocirculatório e respiratório (absorção e transporte de O2), utilização periférica de O2.

Local Menos de 1/6 a 1/7 de toda a musculatura esquelética. Depende da força de resistência especial, das adaptações anaeróbias locais, da coordenação neuro-muscular específica .

RESISTÊNCIA

B. Quanto ao regime de contracção muscular

DINÂMICA ESTÁTICA

LOCALLOCAL GERAL GERAL

RESISTÊNCIA

Resistência LocalContracçãomuscular Estática Dinâmica

Intensidade da

contracçãomuscular

Solicitação metabólica

(% da contracção voluntária máxima)

< 15 %

15 - 30 %

30 - 50 %

> 50 %

< 25 - 30 %

30 - 50 %

50 - 70 %

> 70 %

Aeróbia

Predominânciaaeróbia

Predominância anaeróbia

Anaeróbia

C. Quanto à solicitação metabólica – as zonas de intensidade

As zonas de intensidade são as áreas funcionais solicitadas por um exercício de treino que visam adaptações orgânicas específicas.

RESISTÊNCIA

Custo energético e vias metabólicas

Variação do custo energético de um exercício máximo a intensidade constante.

Finn, J., Gastin, P., Withers, R. & Green, S. (2000). Estimation of peak power and anaerobic capacity of athletes. In C.J. Gore (ed.), Physiological tests for elite athletes. Champaign: Human Kinetics. Pp. 43-49.

C. Quanto à solicitação metabólica

Gastin, P.B. (2001). Energy system interaction and relative contribution during maximal exercise. Sports Med., 31(10): 725-41.

Capacidade aeróbia (limiar anaeróbio)

Potência aeróbia (VO2 máx.)

Capacidade anaeróbia láctica (tolerância láctica)

Potência anaeróbia láctica

Capacidade anaeróbia aláctica

Potência anaeróbia aláctica

Adaptado de Skinner e Morgan (1985)

> 15'

2' - 15'

30” - 3'

10"- 45"

3" - 20"

1" - 5"

C. Quanto à solicitação metabólicaRESISTÊNCIA

Determinação da Intensidade

Frequência cardíaca. Procedimento de grande valor prático mas pouco rigoroso.Aplicação relativa do sistema cardiovascular (% VO2 máx.)Lactatemia (curvas lactatemia / velocidade)

Velocidade (de corrida, de nado, etc.)Resistência a vencer x frequência gestual

Índices externos da carga

Índices internos da carga

Zonas de Intensidade básicas para o treino da resistência

Zona Designação Caracterização metabólica

Frequência cardíaca

LA Limiar anaeróbio

[La] 2 – 4,5 mmol.l-1; 50 - 90 % VO2 max

120-180

PA Potência aeróbia

[La] 4,5–8,0mmol.l-1; > 90 % VO2 max

> 180

TL Tolerância láctica

[La] > 6 mmol.l-1

100 % VO2 maxMáxima

PL Potência Láctica

[La] > 6 mmol.l-1 Máxima

Zonas de Intensidade

•Aer 1 (resistência de base - [La] 2 - 3 mmol.l-1; 50 - 75 % VO2 max

» resistência de base

» aquecimento

» recuperação

•Aer 2 (limiar anaeróbio) - [La] 3.5 - 4.5 mmol.l-1; 75 - 90 % VO2 max

•PA (potência aeróbia) - [La] 4.5 - 10 mmol.l-1; > 90 % VO2 max

•TL (tolerância láctica) - [La] > 6 mmol.l-1

•ALM (acumulação láctica máxima ) - [La] > 10 mmol.l-1

•PL (potência láctica) - [La] < 6 mmol.l-1

Disciplinas desportivas cíclicas:Velocidade e meio-fundo

Níveis de intensidade para o treino aeróbio

% VO2max % FCmax

Nível I 55 - 65 60 - 70

Nível II 66 - 75 71 - 75

Nível III 76 - 80 76 - 80

Nível IV 81 - 90 81 - 90

Nível V 91 - 100 91 - 100

Atletas de fundo

D. Tendo como referência a situação de competiçãoRESISTÊNCIA

Resistência de base Relacionada com a faculdade de suportar cargas de grande volume ou com grande frequência, com a superação da fadiga em competições de longa duração e com a recuperação rápida após cargas de treino e de competição.

Resistência específicaDiz respeito à capacidade de adaptação à estrutura de carga de uma actividade desportiva em situação de competição.

RESISTÊNCIAAspectos a ter em consideração no treino

da resistência específica•Treino proporcional ao nível da solicitação metabólica em competição;

•A utilização das diferentes zonas de intensidade deve estar adequada à condição motora específica de cada atleta;

•O treino aeróbio deve ser considerado como a base da preparação mais intensa e específica.

RESISTÊNCIA

MÉTODOS DE TREINO

POR INTERVALOSCONTÍNUOS

UNIFORME VARIADOPAUSA

INCOMPLETAPAUSA

COMPLETA

INTERVALADO REPETIÇÕES