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PACOTE PARA TÉCNICO DO INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) www.pontodosconcursos.com.br 1 Apresentação do Professor Caro Aluno, Sou o professor Albert Iglésia. É com imensa satisfação que me aproximo de você. Neste primeiro contato, gostaria de falar um pouco sobre minha formação e minha experiência no ensino de Língua Portuguesa para concursos. Possuo licenciatura em Letras (Português/Literatura) pela Universidade de Brasília (UnB) e especialização em Língua Portuguesa pelo Departamento de Ensino e Pesquisa do Exército Brasileiro em parceria com a Universidade Castelo Branco. Há dez anos ministro aulas voltadas para concursos públicos. Iniciei minhas atividades docentes no Rio de Janeiro – meu estado de origem. Desde 2004 moro em Brasília, onde dou aulas de gramática, compreensão e interpretação de texto e redação oficial. Possuo experiência com diversas bancas examinadoras. Entre elas, destaco aqui as principais: Cespe, FCC, Esaf, FGV e Cesgranrio. Já participei da preparação de diversos alunos para os mais importantes concursos do país (Senado Federal, TCU, MPU, Tribunais, Petrobras, Receita Federal, Bacen, CGU, Abin etc.). Além de ensinar nos cursinhos preparatórios, também atuo como instrutor da Esaf (já tendo lecionado aulas de gramática e redação oficial para auditores e analistas da Receita Federal) e de outras instituições profissionalizantes. Por quase seis anos estive cedido à Casa Civil da Presidência da República, onde atuei no setor de capacitação de servidores e ministrei cursos de atualização gramatical e redação oficial. Sempre que precisar, faça contato comigo, meu e-mail é: [email protected] . Nessa etapa da sua vida, quero me colocar ao seu lado para ajudá-lo a conquistar a tão sonhada vaga. Para você refletir: “Dai-me, Senhor, a perseverança das ondas do mar, que fazem de cada recuo um ponto de partida para um novo avanço” (Cecília Meireles). Apresentação do Curso Agora que você já me conhece melhor, que tal falarmos sobre o curso? É verdade que não temos ainda a certeza de que o concurso vindouro será organizado pela Funrio (uma instituição que já foi alvo de severas críticas a respeito de alguns concursos que elaborou). Isso tem uma relevância muito grande para alunos e professores. Todos ficamos sujeitos a alguns ajustes durante o curso causados justamente pela definição da instituição organizadora e, em seguida, do conteúdo programático. Todavia não há motivo para desânimo. Aliás, um forte candidato não estuda na última hora; antes, antecipa-se aos fatos. Portanto, o melhor que temos que fazer agora é voltarmos nossas atenções para a apresentação do curso e da matéria que será estudada já a partir deste encontro.

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Apresentação do Professor

Caro Aluno, Sou o professor Albert Iglésia. É com imensa satisfação que me

aproximo de você. Neste primeiro contato, gostaria de falar um pouco sobre minha formação e minha experiência no ensino de Língua Portuguesa para concursos.

Possuo licenciatura em Letras (Português/Literatura) pela Universidade de Brasília (UnB) e especialização em Língua Portuguesa pelo Departamento de Ensino e Pesquisa do Exército Brasileiro em parceria com a Universidade Castelo Branco.

Há dez anos ministro aulas voltadas para concursos públicos. Iniciei minhas atividades docentes no Rio de Janeiro – meu estado de origem. Desde 2004 moro em Brasília, onde dou aulas de gramática, compreensão e interpretação de texto e redação oficial. Possuo experiência com diversas bancas examinadoras. Entre elas, destaco aqui as principais: Cespe, FCC, Esaf, FGV e Cesgranrio. Já participei da preparação de diversos alunos para os mais importantes concursos do país (Senado Federal, TCU, MPU, Tribunais, Petrobras, Receita Federal, Bacen, CGU, Abin etc.).

Além de ensinar nos cursinhos preparatórios, também atuo como instrutor da Esaf (já tendo lecionado aulas de gramática e redação oficial para auditores e analistas da Receita Federal) e de outras instituições profissionalizantes. Por quase seis anos estive cedido à Casa Civil da Presidência da República, onde atuei no setor de capacitação de servidores e ministrei cursos de atualização gramatical e redação oficial.

Sempre que precisar, faça contato comigo, meu e-mail é: [email protected]. Nessa etapa da sua vida, quero me colocar ao seu lado para ajudá-lo a conquistar a tão sonhada vaga.

Para você refletir: “Dai-me, Senhor, a perseverança das ondas do mar, que fazem de cada recuo um ponto de partida para um novo avanço” (Cecília Meireles).

Apresentação do Curso

Agora que você já me conhece melhor, que tal falarmos sobre o curso?

É verdade que não temos ainda a certeza de que o concurso vindouro será organizado pela Funrio (uma instituição que já foi alvo de severas críticas a respeito de alguns concursos que elaborou). Isso tem uma relevância muito grande para alunos e professores. Todos ficamos sujeitos a alguns ajustes durante o curso causados justamente pela definição da instituição organizadora e, em seguida, do conteúdo programático.

Todavia não há motivo para desânimo. Aliás, um forte candidato não estuda na última hora; antes, antecipa-se aos fatos. Portanto, o melhor que temos que fazer agora é voltarmos nossas atenções para a apresentação do curso e da matéria que será estudada já a partir deste encontro.

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O que estou propondo a você aqui é um curso de teoria e exercícios comentados de Língua Portuguesa baseado no programa do último concurso do órgão:

AULA CONTEÚDO

0 (demonstrativa)

Texto Tipologia textual Compreensão e interpretação de textos Significação contextual de palavras e expressões Figuras de linguagem

1 Ortografia oficial Acentuação gráfica

2 Formação de palavras Flexão nominal Classes de palavras – Parte I

3 Classes de palavras – Parte II (verbo: flexão, emprego de tempos e modos) Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação

4 Sintaxe da oração 5 Sintaxe do período 6 Pontuação

7 Regência verbal e nominal Crase

8 Concordância verbal e nominal 9 Redação oficial

As aulas têm, em média, cinquenta páginas e trinta e cinco exercícios comentados, extraídos de provas da Funrio e do Cesp – esta banca também está no páreo.

No final de cada aula, existe a lista das questões comentadas e o gabarito delas. Faço isso para que você tenha a oportunidade de revisar, durante a semana, a matéria estudada comigo.

Quero ressaltar que este não é um curso só de resolução de exercícios. Significa dizer que também nos ocuparemos com os aspectos teóricos sobre os itens do programa, sem prejuízo das resoluções das questões de provas anteriores.

Apresentação da Matéria

A partir de agora, começo a ministrar o primeiro conteúdo deste curso, que corresponde à aula 0 (ou demonstrativa).

Acredito que você obterá uma noção de como as explicações serão transmitidas, do grau de complexidade das aulas e da linguagem que usarei em nossos próximos encontros.

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Tipologia Textual

Tipologia textual designa uma espécie de sequência teoricamente definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas).

Diferentemente do que aprendemos na escola, vamos dividir os textos em cinco tipos: descrição, narração, exposição, argumentação e injunção.

Para efeito de prova, usaremos as terminologias: texto expositivo e texto argumentativo (ou dissertação expositiva e dissertação argumentativa).

Que tal caracterizarmos cada um deles?

Texto descritivo (“retrato” verbal) É o tipo de redação na qual se apontam as características que compõem um determinado objeto, pessoa, animal, ambiente ou paisagem. Apresenta elementos que, quando juntos, produzem uma “imagem”.

Exemplo: Sua estatura era alta, e seu corpo, esbelto. A pele morena refletia o sol dos trópicos. Os olhos negros e amendoados espalhavam a luz interior de sua alegria de viver e jovialidade. Os traços bem desenhados compunham uma fisionomia calma, que mais parecia uma pintura.

Desperte para as características desse tipo de texto: 1) Predomínio de adjetivos. 2) Descrição objetiva (expressionista): limita-se aos aspectos reais e

visíveis; não há opinião do autor sobre o tema. 3) Descrição subjetiva (impressionista): o autor emite sua opinião sobre o

assunto. 4) Descrição física: limita-se à descrição dos traços externos e visíveis, tais

como altura, cor da pele, tipo de nariz e cabelo etc. 5) Descrição psicológica: está relacionada a aspectos do comportamento da

pessoa descrita: se é carinhosa, agressiva, calma, comunicativa, egoísta, generosa etc.

6) Não há uma sucessão de acontecimentos ou fatos, mas sim a apresentação pura e simples do estado a ser descrito em um determinado momento.

7) Aqui, a matéria é o objeto.

Texto narrativo É a modalidade de redação na qual contamos um ou mais fatos que ocorrem em determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens.

Exemplo: Em uma noite chuvosa do mês de agosto, Paulo e o irmão caminhavam pela rua mal-iluminada que conduzia à sua residência. Subitamente foram abordados por um homem estranho. Pararam, atemorizados, e tentaram saber o que o homem queria, receosos de que se tratasse de um assalto. Era, entretanto, somente um bêbado que tentava encontrar, com dificuldade, o caminho de sua casa.

Note as características do tipo narrativo:

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1) O fato narrado pode ser real ou fictício. 2) A descrição pode inserir-se na narração, dada a importância de se

caracterizarem os personagens envolvidos na trama e o cenário em que ela se desenvolve.

3) Narração em 1ª pessoa: ocorre quando o fato é contado por alguém que se envolve nos acontecimentos (uso dos pronomes nós, eu).

4) Narração em 3ª pessoa: o narrador conta a ação do ponto de vista de quem vê o fato acontecer na sua frente (narrador onisciente); ele não participa da ação (uso dos pronomes ele(a), eles(as)).

5) Narração objetiva: o narrador apenas relata os fatos, sem se deixar envolver emocionalmente com o que está noticiado. É de cunho impessoal e direto.

6) Narração subjetiva: leva-se em conta as emoções, os sentimentos envolvidos na história. São ressaltados os efeitos psicológicos que os acontecimentos desencadeiam nos personagens.

7) A progressão temporal (exposição, complicação, clímax e desfecho) é essencial para o desenvolvimento da trama.

8) O tempo predominante é o passado, cronológico (um minuto, uma hora, uma semana, um ano etc.) ou psicológico (vivido por meio de flashback, é a memória do narrador).

Texto argumentativo (dissertação argumentativa) É o tipo de composição na qual expomos ideias seguidas da apresentação de argumentos que as comprovem. Tem por objetivo a defesa de um ponto de vista, por meio da persuasão.

Exemplo: Tem havido muitos debates sobre a eficiência do sistema educacional brasileiro. Argumenta-se que ele deve ter por objetivo despertar no estudante a capacidade de absorver informações dos mais diferentes tipos e relacioná-las com a realidade circundante. Um sistema de ensino voltado para a compreensão dos problemas socioeconômicos e que despertasse no aluno a curiosidade científica seria por demais desejável.

Ainda que de forma sutil, defende-se aqui uma mudança no atual sistema de ensino do país. Como forma de convencer o leitor a respeito dessa necessidade, o autor sustenta que ela é compartilhada por outras pessoas, que já discutem o assunto.

Texto expositivo (informativo; dissertação expositiva) O objetivo do texto é passar conhecimento para o leitor. Nesse tipo textual, não se faz a defesa de uma ideia. Encontrado em livros didáticos e paradidáticos (material complementar de ensino), enciclopédias, jornais, revistas (científicas, informativas, etc.).

Exemplo: A história do celular é recente, mas remonta ao passado – e às telas de cinema. A mãe do telefone móvel é a austríaca Hedwig Kiesler (mais conhecida pelo nome artístico Hedy Lamaar), uma atriz de Hollywood que estrelou o clássico Sansão e Dalila (1949).

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Hedy tinha tudo para virar celebridade, mas pela inteligência. Ela foi casada com um austríaco nazista fabricante de armas. O que sobrou de uma relação desgastante foi o interesse pela tecnologia.

Já nos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial, ela soube que alguns torpedos teleguiados da Marinha haviam sido interceptados por inimigos. Ela ficou intrigada com isso, e teve a idéia: um sistema no qual duas pessoas podiam se comunicar mudando o canal, para que a conversa não fosse interrompida. Era a base dos celulares, patenteada em 1940.

Repare agora que, diferentemente da intenção do autor do texto acima, este aqui não tem a presunção de convencer ninguém a respeito de algo. Limita-se apenas a transmitir ao leitor uma informação sobre o surgimento do aparelho celular, de forma imparcial e objetiva.

Texto injuntivo (instrucional) Indica como realizar uma ação; aconselha. É também utilizado para predizer acontecimentos e comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e simples. Há predomínio da função conativa ou apelativa (o emissor procura influenciar o comportamento do receptor; como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de tu, você ou o nome da pessoa, além dos vocativos e imperativos; usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor – instruções de uso de um aparelho; leis; regulamentos; receitas de comida; guias; regras de trânsito).

Exemplo: "Coloque a tampa e a seguir pressione." (verbo no imperativo) "Coloca-se a tampa e a seguir pressiona-se." (verbo no presente do indicativo) "Colocar a tampa e a seguir pressionar." (verbo no infinitivo)

Agora, aplique tudo isso que aprendeu na resolução de questões de provas anteriores.

Cuidados para evitar envenenamentos

1 Mantenha sempre medicamentos e produtos tóxicos fora do alcance das crianças; Não utilize medicamentos sem orientação de um médico 4 e leia a bula antes de consumi-los; Não armazene restos de medicamentos e tenha atenção ao seu prazo de validade; 7 Nunca deixe de ler o rótulo ou a bula antes de usar qualquer medicamento; Evite tomar remédio na frente de crianças; 10 Não ingira nem dê remédio no escuro para que não haja trocas perigosas; Não utilize remédios sem orientação médica e com 13 prazo de validade vencido; Mantenha os medicamentos nas embalagens originais;

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Cuidado com remédios de uso infantil e de uso adulto 16 com embalagens muito parecidas; erros de identificação podem causar intoxicações graves e, às vezes, fatais; Pílulas coloridas, embalagens e garrafas bonitas, 19 brilhantes e atraentes, odor e sabor adocicados despertam a atenção e a curiosidade natural das crianças; não estimule essa curiosidade; mantenha 22 medicamentos e produtos domésticos trancados e fora do alcance dos pequenos.

Internet: <189.28.128.100/portal/aplicacoes/noticias> (com adaptações).

1. (Cespe/MS/Agente Administrativo/2008) O emprego do imperativo nas oito primeiras frases depois do título indica que se trata de um texto narrativo.

Comentário – O texto caracteriza-se pelo emprego da linguagem apelativa como meio de persuadir o leitor a adotar certos cuidados quanto à manipulação de medicamentos e produtos tóxicos. As formas verbais empregadas no imperativo afirmativo (“Mantenha”, “Evite”) e negativo (“Não utilize”, “Não armazene”) conferem à mensagem um tom coercitivo, a fim de que o resultado desejado seja obtido. Além disso, o fato de o emissor dirige-se diretamente ao receptor por meio do pronome de tratamento (você, implícito na desinência verbal) evidencia a tentativa de envolvê-lo no processo verbal. O tipo de texto é injuntivo ou instrucional. Resposta – Item errado.

1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão, 4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos. Os manuais de gestão definem groupthinking como um processo mental coletivo que ocorre quando os grupos são 7 uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o desejo de coesão supera a motivação para avaliar alternativas diferentes das usuais. Os sintomas são conhecidos: uma 10 ilusão de invulnerabilidade, que gera otimismo e pode levar a riscos; um esforço coletivo para neutralizar visões contrárias às teses dominantes; uma crença absoluta na 13 moralidade das ações dos membros do grupo; e uma visão distorcida dos inimigos, comumente vistos como iludidos, fracos ou simplesmente estúpidos. 16 Tão antigas como o conceito são as receitas para contrapor a patologia: primeiro, é preciso estimular o pensamento crítico e as visões alternativas à visão 19 dominante; segundo, é necessário adotar sistemas transparentes de governança e procedimentos de auditoria; terceiro, é desejável renovar constantemente o grupo, de

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22 forma a oxigenar as discussões e o processo de tomada de decisão.

Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).

2. (Cespe/TCU/AFCE/2009) A sequência narrativa inicial, relatando a origem do termo “groupthinking” (l.1), não caracteriza o texto como narrativo, pois integra a organização do texto predominantemente argumentativo.

Comentário – Dificilmente alguém escreve um texto homogêneo, ou seja, puramente narrativo, descritivo, argumentativo, informativo ou instrucional. No caso do texto da prova, há ainda elementos que descrevem, definem ou caracterizam o conceito de “groupthinking”.

Contudo, o autor do texto, sutilmente (entre elementos narrativos e descritivos), expõe seu ponto de vista a respeito dele. No segundo parágrafo, Thomas Wood classifica-o negativamente de “patologia” e propõe categoricamente medidas (“receitas”) para tratá-lo, por considerá-lo indesejável. Resposta – Item certo.

3. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Apesar de a definição de “groupthinking” (l.5-9) sugerir neutralidade do autor a respeito desse processo, o uso metafórico de palavras da área de saúde, como “sintomas” (l.9), “receitas” (l.16) e “patologia” (l.17), orienta a argumentação para o valor negativo e indesejável de groupthinking.

Comentário – Durante o processo descritivo do que é groupthinking, o autor tenta se manter imparcial, mas logo deixa transparecer seu ponto de vista sobre ele por meio das palavras citadas pela banca, as quais assumem carga semântica negativa. Resposta – Item certo.

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4. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) No texto, que se caracteriza como expositivo-argumentativo, identificam-se a combinação de vocabulário abstrato com metáforas e o emprego de estruturas sintáticas repetidas.

Comentário – A primeira parte da assertiva afirma que o texto é expositivo-argumentativo. O que será que o Cespe quis dizer com isso? Texto expositivo-argumentativo é simplesmente o que evidencia uma análise crítica e pessoal sobre um assunto, apresentando dados, observações, argumentos que a confirmem. No texto da prova, o autor discorre sobre a estruturação da fenomenologia da memória. A partir da linha 18, Paul Ricouer apresenta-nos a conclusão da tese que defende.

A segunda parte da assertiva afirma que podemos encontrar “combinação de vocabulário abstrato com metáforas e o emprego de estruturas sintáticas repetidas”. Será verdade? Veja os exemplos abaixo:

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– “Essa abordagem ‘objetal’ levanta um problema específico no plano da memória” (l. 8-9);

– “cuja tendência foi fazer prevalecer o lado egológico da experiência mnemônica” (l. 13-15);

– “Se nos apressarmos a dizer que o sujeito da memória é o eu,... a noção de memória coletiva poderá...” (l. 18-21);

– “Se não quisermos nos deixar confinar numa aporia inútil, será preciso manter... (l. 22-24).

Resposta – Item certo.

Cinco curiosidades sobre Erasmo de Rotterdam (1467-1536)

5. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) O texto, de caráter

informativo, é exemplo do gênero biografia.

Comentário – Como o próprio título já anuncia, o texto é um informativo sobre aspectos da vida de Erasmo de Rotterdam. A exposição de dados da vida desse ilustre personagem caracteriza-se como uma biografia – gênero literário em que, normalmente, se conta a vida de alguém depois de sua morte. Resposta – Item certo.

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6. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) O trecho “uma série de avanços (...) bens materiais e simbólicos” (L.6-9) constitui a tese que os autores visam comprovar por meio da argumentação formulada no texto, que pode ser classificado como dissertativo-argumentativo.

Comentário – De fato, o texto é dissertativo-argumentativo, mas a tese é outra. Você notou isso? O que o texto sustenta é que “este é o período histórico no qual se opera a mais radical das revoluções já experimentadas pela humanidade, tanto em amplitude quanto em profundidade” (l. 3-5). Observe que, a partir da linha 16, a autora reafirma a singularidade do período histórico: “...o que distingue a atual revolução de outros tantos definitivos

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marcos históricos... é a tremenda rapidez, a agilidade e a amplitude das mudanças e transformações”. Resposta – Item errado.

Compreensão e Interpretação de Texto

A compreensão textual se realiza no nível do enunciado, isto é, tem a ver com o que está escrito no texto. A abordagem deve se limitar ao que está expresso nele. Não convém ao leitor fazer nenhuma extensão dele. É a forma mais simples e direta de lidar com o texto. Nas provas, a capacidade de compreender um texto é normalmente exigida do candidato por meio de questões que tratam de significado contextual das palavras, sinônimos, substituições de termos, reescritura de frases sem alteração de sentido, continuação de um trecho, ordenação da sequência correta dos trechos de um texto, exame da referência de um termo. Enfim, tem a ver com as relações internas.

Já a interpretação requer do candidato capacidade de perceber a intencionalidade do texto. Nesse tipo de exercício, o concursando é levado a desenvolver e até a ultrapassar a mensagem literal contida em uma comunicação. Surge geralmente em questões que tratam da ideia central, do objetivo do texto, da intenção do autor, de inferência (cuidado com o verbo inferir, pois o que será afirmado não estará explícito no texto. Nele existirão apena indícios).

Coesão e Coerência

Você deve saber a diferença entre esses dois conceitos. A coesão refere-se aos vínculos estabelecidos entre as partes de um enunciado ou de uma sequência maior. A noção de coerência, embora muito ligada à de coesão, diz respeito mais ao processo de compreensão e de interpretabilidade de um texto. O quadro seguinte vai ajudá-lo a entender melhor tudo isso:

Coesão Coerência Articulação entre palavras e enunciados do texto.

Manutenção da sequência lógica de argumentação.

Elementos coesivos (advérbios, conjunções, preposições, pronomes etc.).

Não deve haver contradições e mudanças bruscas no rumo do pensamento.

Relação sintática. Relação semântica.

Observe o próximo exemplo:

Comprei três laranjas e coloquei-as no freezer, pois tencionava fazer uma salada de frutas bem geladinha com elas; mas, como fui à rua e me demorei muito, não pude aproveitá-las na salada porque ficaram todas congeladas.

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Nesse pequeno texto, há vários elementos que estabelecem ligação entre as partes dele, além do jogo verbal e da sequência de ações; enfim, são elementos reconhecíveis e que formam os elos entre os termos.

Na próxima passagem, no entanto, há uma carência de elementos sintáticos de ligação entre os períodos que compõem o texto.

Olhar fito no horizonte. Apenas o mar imenso. Nenhum sinal de vida humana. Tentava recordar alguma coisa. Nada.

Como você pode perceber, o que permite dar sentido ao texto é a possibilidade de se estabelecer uma relação semântica (SENTIDO) ou pragmática (INTERACIONAL) entre os elementos da sequência. Assim sendo, é possível admitir que a coerência é mais relevante do que a coesão para a construção de um texto, embora os dois fatores sejam características importantes de todo bom texto.

Agora leia a frase abaixo:

João é o maior empresário daqui. No Distrito Federal, não há outro que o supere.

O que podemos aprender com ela? Existem determinados vocábulos na língua que não devem ser interpretados semanticamente por seu próprio sentido, mas sim em função da referência que estabelecem com outros itens. Um item referencial tomado isoladamente é vazio e significa apenas: procure a informação em outro lugar.

Repare que “João” é retomado no segundo período pelo pronome “o”; enquanto o advérbio “aqui”, no primeiro período, antecipa a circunstância de lugar indicada por “Distrito Federal”. No caso da retomada, temos uma anáfora. No caso de sucessão, uma catáfora.

Observa-se na coesão a propriedade de unir termos e orações por meio de conectivos. A escolha errada desses conectivos pode ocasionar a deturpação do sentido do texto.

1 Um governo, ou uma sociedade, nos tempos modernos, está vinculado a um pressuposto que se apresenta como novo em face da Idade Antiga e Média, a saber: a 4 própria ideia de democracia. Para ser democrático, deve contar, a partir das relações de poder estendidas a todos os indivíduos, com um espaço político demarcado por regras 7 e procedimentos claros, que, efetivamente, assegurem o atendimento às demandas públicas da maior parte da população, elegidas pela própria sociedade, através de suas 10 formas de participação/representação. Para que isso ocorra, contudo, impõe-se a existência e a eficácia de instrumentos de reflexão e o debate público 13 das questões sociais vinculadas à gestão de interesses coletivos — e, muitas vezes, conflitantes, como os direitos liberais de liberdade, de opinião, de reunião, de associação 16 etc. —, tendo como pressupostos informativos um núcleo de

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direitos invioláveis, conquistados, principalmente, desde o início da Idade Moderna, e ampliados pelo 19 Constitucionalismo Social do século XX até os dias de hoje. Fala-se, por certo, dos Direitos Humanos e Fundamentais de todas as gerações ou ciclos possíveis.

Rogério Gesta Leal. Poder político, estado e sociedade. Internet: <www.mundojuridico.adv.br> (com adaptações).

7. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na organização da argumentação, o segundo parágrafo do texto estabelece a condição de o debate e a reflexão sobre os direitos humanos vinculados aos interesses coletivos estarem na base da ideia de democracia.

Comentário – A condição é ressaltada logo no segmento inicial “Para que isso ocorra (...) impõe-se a existência e a eficácia de instrumentos de reflexão e o debate público...”. Note que a “existência e a eficácia de instrumentos de reflexão e o debate público” são fundamentais para que haja um governo democrático, com um espaço político demarcado por regras e procedimentos claros (a ideia sublinhada – l. 4-7 – é retomada pelo pronome demonstrativo “isso”). Resposta – Item certo.

8. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O desenvolvimento das ideias demonstra que, na linha 4, a flexão de singular em “deve” estabelece relações de coesão e de concordância gramatical com o termo “democracia”.

Comentário – Embora esteja expresso apenas no período anterior, subentende-se na linha 4 o termo “governo”, com o qual o verbo “deve” mantém relações de coesão e de concordância. Resposta – Item errado.

9. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O pronome “isso” (l.11) exerce, na organização dos argumentos do texto, a função coesiva de retomar e resumir o fato de que as “demandas públicas da maior parte da população” (l.8-9) são escolhidas por meio de “formas de participação/representação” (l.10).

Comentário – Apontei acima a referência do pronome “isso”: a ideia de um governo democrático, com um espaço político demarcado por regras e procedimentos claros. Resposta – Item errado.

1 O exercício do poder ocorre mediante múltiplas dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domínio, de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma 4 pessoa sobre outra, que se comporta com dependência, subordinação, resistência ou rebeldia. (...)

Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações).

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10. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Nas relações de coesão que se estabelecem no texto, o pronome “que” (l.4) retoma a expressão “exercício do poder” (l.1).

Comentário – Volte ao texto e releia o seguinte fragmento: “controle de uma pessoa sobre outra, que se comporta com dependência, subordinação, resistência ou rebeldia”. Quem se comportar dessa maneira? A pessoa controlada., representada no texto pelo vocábulo “outra” (= outra pessoa). Resposta – Item errado.

1 A discussão acerca da influência do pensamento econômico na teoria moderna é aparentemente uma discussão metateórica, ou seja, de caráter metodológico. Mas, na ciência 4 econômica, como de resto nas ciências sociais em geral, não há consenso sobre a forma de evolução dos paradigmas. Contrariamente ao que, em regra, acontece no mundo das 7 ciências naturais, há aqui dúvidas a respeito de se o conhecimento mais recente é necessariamente o melhor, o mais verdadeiro, ou seja, aquele que incorporou produtivamente os 10 desenvolvimentos teóricos até então existentes, tendo deixado de lado aqueles que não se mostraram adequados a seu objeto. O economista Pérsio Arida tratou desse problema em 13 um texto que se tornou clássico muito antes de ser publicado. Afirma ali que o aprendizado da teoria econômica tem sido efetuado de acordo com dois modelos distintos: o que ele 16 chama de hard science, que ignora a história do pensamento e segundo o qual o estudante deve familiarizar-se de imediato com o estágio atual da teoria, e o que ele chama de soft science, 19 que considera que o estudante deve conhecer bem, e, se possível, dominar, os clássicos do passado, mesmo que em prejuízo de sua familiaridade com os desenvolvimentos mais 22 recentes. Acrescenta a esse enquadramento que, por trás do modelo hard science, está a ideia de uma “fronteira do conhecimento”: o estudante não precisaria perder tempo com 25 antigos pensadores, porque todas as suas eventuais contribuições já estariam incorporadas ao estado atual da teoria. De outro lado, subjacente à visão do modelo soft 28 science, estaria a ideia de que o conhecimento está disperso historicamente, ensejando a necessidade de os estudantes se dedicarem a esses pensadores.

Leda Maria Paulani. Internet: <www.fipe.org.br> (com adaptações).

11. (Cespe/Basa/Técnico Científico/Arquitetura de Tecnologia/2010) O texto constitui uma argumentação em defesa de determinada linha de pesquisa dentro das ciências econômicas.

Comentário – A autora não defende nenhuma linha de pesquisa em particular. Ela traz à tona a discussão sobre a forma de evolução dos paradigmas na ciência econômica e afirma que existem “dúvidas a respeito de

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se o conhecimento mais recente é necessariamente o melhor”. Ela cita o economista “Pérsio Arida”. Segundo ele, “o aprendizado da teoria econômica tem sido efetuado de acordo com dois modelos distintos”: um despreza o passado e valoriza o estágio atual da teoria; outro considera os clássicos do passado em detrimento dos conhecimentos mais recentes. Resposta – Item errado.

12. (Cespe/Basa/Técnico Científico/Arquitetura de Tecnologia/2010) Pela leitura do texto, depreende-se que a hard science e a soft science correlacionam-se, respectivamente, às ciências naturais e às ciências humanas.

Comentário – Esses dois modelos distintos (hard science e soft science) correlacionam-se à ciência econômica. Esta pertence ao campo das ciências sociais (ou humanas). A seguinte passagem (l. 3-7) confirma nossa resposta:

Mas, na ciência econômica, como de resto nas ciências sociais em geral, não há consenso sobre a forma de evolução dos paradigmas. Contrariamente ao que, em regra, acontece no mundo das ciências naturais, há aqui dúvidas a respeito de se o conhecimento mais recente é necessariamente o melhor...

Resposta – Item errado.

Então, como está indo? Há mais dois pontos que eu preciso abordar: diferença entre interpretações dedutiva e indutiva e reescritura de texto. Vamos a eles!

Interpretação Dedutiva X Interpretação Indutiva

Dependendo da abordagem, a sua resposta será diferente. Antes de apresentar as possibilidades de interpretação e as características de uma e de outra, darei um simples exemplo para você entender melhor o assunto.

Segunda-feira choveu; Paulo ficou em casa. Terça-feira choveu também; Paulo ficou em casa. Na quarta-feira, choveu de novo; Paulo novamente ficou em casa. Mais um dia de chuva na quinta-feira; Paulo outra vez permaneceu em casa. Sexta-feira choveu.

Com base nas informações acima, podemos concluir (depreender) que Paulo ficou em casa na sexta-feira? Não! Ainda que Paulo tenha ficado em casa nos dias anteriores por causa da chuva, nada é falado sobre onde ele se encontrava na sexta-feira, quando também choveu. No texto não há evidências de que Paulo permaneceu em sua residência naquele dia porque choveu.

Mas se a pergutna fosse diferente: Com base nas informações acima, infere-se que Paulo ficou em casa na sexta-feira? Sim! Levando-se em conta que Paulo normalmente fica em casa quando chove, é possível pensar que ele tenha ficado lá também na sexta-feira, já que também choveu naquele

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dia. As circunstâncias (ou indícios) nos levam a considerar essa hipótese também, mesmo que ela não seja confirmada no final das investigações.

Captou a diferença? A tabela abaixo certamente será útil a você:

Dedução Indução (inferência) Parte, geralmente, de uma verdade universal para se chegar a uma verdade particular ou singular.

Geralmente, parte de enunciados particulares, singulares e, deles, infere-se um enunciado universal.

Este método de raciocínio é válido quando suas premissas podem fornecer provas evidentes para uma conclusão.

Não fornece provas evidentes para a verdade de uma conclusão. Ela pode, apenas, fornecer alguns indícios.

Em todo argumento dedutivo, a conclusão deve estar presente nas premissas.

O grande problema do processo indutivo é seu caráter probabilístico.

Os argumentos dedutivos são estéreis, não apresentam nenhum conhecimento novo. Assim como já está contida nas premissas, a conclusão nunca vai além delas.

A indução pode ir além das premissas — por oferecer novas informações que as premissas não possuíam.

Agora, você aplicará o que aprendeu resolvendo mais algumas questões de provas anteriores.

1 Inovar é recriar de modo a agregar valor e incrementar a eficiência, a produtividade e a competitividade nos processos gerenciais e nos produtos e serviços das organizações. Ou seja, 4 é o fermento do crescimento econômico e social de um país. Para isso, é preciso criatividade, capacidade de inventar e coragem para sair dos esquemas tradicionais. Inovador é o 7 indivíduo que procura respostas originais e pertinentes em situações com as quais ele se defronta. É preciso uma atitude de abertura para as coisas novas, pois a novidade é catastrófica 10 para os mais céticos. Pode-se dizer que o caminho da inovação é um percurso de difícil travessia para a maioria das instituições. Inovar significa transformar os pontos frágeis de 13 um empreendimento em uma realidade duradoura e lucrativa. A inovação estimula a comercialização de produtos ou serviços e também permite avanços importantes para toda a sociedade. 16 Porém, a inovação é verdadeira somente quando está fundamentada no conhecimento. A capacidade de inovação depende da pesquisa, da geração de conhecimento. 19 É necessário investir em pesquisa para devolver resultados satisfatórios à sociedade. No entanto, os resultados desse tipo de investimento não são necessariamente recursos financeiros 22 ou valores econômicos, podem ser também a qualidade de vida com justiça social.

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13. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Na linha 8, o segmento “as quais” remete a “situações” e, por isso, admite a substituição pelo pronome que; no entanto, nesse contexto, tal substituição provocaria ambiguidade.

Comentário – A substituição NÃO gera ambiguidade. Veja: “Inovador é o indivíduo que procura respostas originais e pertinentes em situações com que ele se defronta.” Resposta – Item errado.

14. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) O período sintático iniciado por “Inovar significa” (l.12) estabelece, com o período anterior, relação semântica que admite ser explicitada pela expressão Por conseguinte, escrevendo-se: Por conseguinte, inovar significa (...).

Comentário – A expressão Por conseguinte integra segmento de valor semântico conclusivo. Mas a relação estabelecida é de explicação, justificativa. Resposta – Item errado.

15. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Subentende-se da argumentação do texto que o pronome demonstrativo, no trecho “desse tipo de investimento” (l.20-21), refere-se à ideia de “fermento do crescimento econômico e social de um país” (l.4).

Comentário – O pronome “esse”, que se contraiu com a preposição “de”, se refere à ideia de investimento em pesquisa (linha 19). A expressão “fermento do crescimento” se refere a “Inovar” (linha 1). Resposta – Item errado.

1 A pobreza é um dos fatores mais comumente responsáveis pelo baixo nível de desenvolvimento humano e pela origem de uma série de mazelas, algumas das quais proibidas por lei ou 4 consideradas crimes. É o caso do trabalho infantil. A chaga encontra terreno fértil nas sociedades subdesenvolvidas, mas também viceja onde o capitalismo, em seu ambiente mais 7 selvagem, obriga crianças e adolescentes a participarem do processo de produção. Foi assim na Revolução Industrial de ontem e nas economias ditas avançadas. E ainda é, nos dias de 10 hoje, nas manufaturas da Ásia ou em diversas regiões do Brasil. Enquanto, entre as nações ricas, o trabalho infantil foi minimizado, já que nunca se pode dizer erradicado, ele continua 13 sendo grave problema nos países mais pobres.

Jornal do Brasil, Editorial, 1.º/7/2010 (com adaptações).

16. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) A palavra “chaga” (L.4), empregada com o sentido de ferida social, refere-se, na estrutura sintática do parágrafo, a “pobreza” (L.1).

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Comentário – A referência é ao “trabalho infantil”, ideia ressaltada inclusive por meio dos trechos “obriga crianças e adolescentes a participarem do processo de produção” (linhas 7 e 8) e “o trabalho infantil foi minimizado” (linhas 11 e 12) e por meio do pronome “ele” (linha 12). O autor termina o texto enfatizando o problema que é o trabalho infantil. Resposta – Item errado.

17. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) A expressão “das quais” (L.3) pode ser suprimida do período sem prejuízo da correção gramatical ou da coerência do texto.

Comentário – O pronome indefinido “algumas” já se refere ao vocábulo “mazelas”, o que faz com que a correção e a coerência sejam mantidas. Resposta – Item certo.

1 Nós, seres humanos, somos seres sociais: vivemos nosso cotidiano em contínua imbricação com o ser de outros. Isso, em geral, admitimos sem reservas. Ao mesmo tempo, 4 seres humanos, somos indivíduos: vivemos nosso ser cotidiano como um contínuo devir de experiências individuais intransferíveis. Isso admitimos como algo indubitável. Ser 7 social e ser individual parecem condições contraditórias da existência. De fato, boa parte da história política, econômica e cultural da humanidade, particularmente durante os últimos 10 duzentos anos no ocidente, tem a ver com esse dilema. Assim, distintas teorias políticas e econômicas, fundadas em diferentes ideologias do humano, enfatizam um aspecto ou outro dessa 13 dualidade, seja reclamando uma subordinação dos interesses individuais aos interesses sociais, ou, ao contrário, afastando o ser humano da unidade de sua experiência cotidiana. (...)

Humberto Maturana. Biologia do fenômeno social: a ontologia da realidade. Miriam Graciano (Trad.). Belo

Horizonte: UFMG, 2002, p. 195 (com adaptações).

18. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Depreende-se do texto que as “condições contraditórias” mencionadas na linha 7 decorrem da dificuldade que o ser humano tem em admitir que suas experiências são intransferíveis porque surgem de “um contínuo devir” (l.5).

Comentário – Não há nenhuma dificuldade. Está dito no texto que “Isso admitimos como algo indubitável” (linha 6), ou seja, incontestável, indiscutível. Resposta – Item errado.

19. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Nas relações de coesão do texto, as expressões “esse dilema” (l.10) e “dessa dualidade” (l.12-13) remetem à condição do ser humano: unitário em “sua experiência cotidiana” (l.15), mas imbricado “com o ser de outros” (l.2).

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Comentário – As expressões se referem realmente às contradições da existência humana, que podem ser traduzidas pela ideia indicada no enunciado (releia os dois primeiros períodos do texto, por exemplo). Resposta – Item certo.

20. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) A inserção de termo como antes de “seres humanos” (l.4) preservaria a coerência entre os argumentos bem como a correção gramatical do texto.

Comentário – De fato, não há prejuízo algum. Aliás, a inserção do termo indicado melhora até a compreensão do trecho: “Ao mesmo tempo, como seres humanos, somos indivíduos...”. Resposta – Item certo.

1 As diferenças de classes vão ser estabelecidas em dois níveis polares: classe privilegiada e classe não privilegiada. Nessa dicotomia, um leitor crítico vai perceber que se trata de 4 um corte epistemológico, na medida em que fica óbvio que classificar por extremos não reflete a complexidade de classes da sociedade brasileira, apesar de indicar os picos. Em cada um 7 dos polos, outras diferenças se fazem presentes, mas preferimos alçar a dicotomia maior que tanto habita o mundo das estatísticas quanto, e principalmente, o mundo do 10 imaginário social. (...)

Dina Maria Martins Ferreira. Não pense, veja. São Paulo: Fapesp&Annablume, p. 62 (com adaptações).

21. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Subentende-se da argumentação do texto que “os picos” (l.6) correspondem aos mais salientes indicadores de classes — a privilegiada e a não privilegiada —, referidos no texto também como “extremos” (l.5) e “polos” (l.7).

Comentário – As palavras “picos”, “extremos” e “polos" guardam semelhanças significativas entre si e correspondem ao que a banca indicou (cf. linhas 1 e 2). Resposta – Item certo.

22. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) De acordo com a argumentação do texto, a diferenciação das classes em “dois níveis polares” (l.1-2), como dois extremos, não atende à complexidade de classes da sociedade brasileira, mas é comum ao “mundo das estatísticas” (l.8-9) e ao “mundo do imaginário social” (l.9-10).

Comentário – O texto diz isso nas linhas 4-10. Resposta – Item certo.

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1 A característica central da modernidade, não seria 2 demais repetir, é a institucionalização do universalismo — e 3 seu duplo, a igualdade — como princípio organizador da esfera 4 pública. (...) 9 O particularismo das diferenças produz exclusão social e 10 simbólica, dificultando os sentimentos de pertencimento e 11 interdependência social, necessários para a efetiva 12 institucionalização do universalismo na esfera pública. (...)

Jeni Vaitsman. Desigualdades sociais e particularismos na sociedade brasileira. In: Cadernos de Saúde Pública, Rio

de Janeiro, n.º 18 (Suplemento), p. 38 (com adaptações).

23. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) As relações entre as ideias do texto mostram que a forma verbal “dificultando” (l.10) está ligada a “diferenças” (l.9); por isso, seriam respeitadas as relações entre os argumentos dessa estrutura, como também a correção gramatical, caso se tornasse explícita essa relação, por meio da substituição dessa forma verbal por e dificultam.

Comentário – A ligação é com o termo “particularismo”. Resposta – Item errado.

24. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) A coerência entre os argumentos apresentados no texto mostra que o pronome “seu” (l.3) refere-se a “universalismo” (l.2).

Comentário – A referência feita é ao termo “universalismo”. O “duplo” (ou seja, o outro aspecto) dele é a “igualdade”.

“A característica central da modernidade (...) é a institucionalização do universalismo – e seu duplo, a igualdade (...)”.

Observe que o verbo ser foi substituído pela vírgula vicária: “e seu duplo é a igualdade”. Resposta – Item certo.

1 A recuperação econômica dos países desenvolvidos começou perigosamente a perder fôlego. A reação dos indicadores de atividade na zona do euro, que já não eram 4 robustos ou mesmo convincentes, é agora algo semelhante à paralisia. Os Estados Unidos da América cresceram a uma taxa superior a 3% em 12 meses, mas a maioria dos analistas aposta 7 que a economia americana perderá força no segundo semestre. O corte de 125 mil empregos em junho indica que a esperança de gradual retomada do crescimento do mercado de trabalho no 10 curto prazo era prematura e não deverá se concretizar. As razões para esse estancamento encontram-se no comportamento do polo dinâmico da economia mundial, os países emergentes,

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13 cujo desenvolvimento econômico começou a desacelerar — ainda que a partir de taxas exuberantes de expansão.

Valor Econômico, Editorial, 6/7/2010 (com adaptações).

25. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) No trecho “cujo desenvolvimento econômico (...) expansão” (L.13-14), identifica-se relação de causa e consequência entre a construção sintática destacada com travessão e a oração que a antecede.

Comentário – O conectivo “ainda que” ressalta o valor semântico concessivo estabelecido na passagem. Resposta – Item errado.

26. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) As expressões “começou perigosamente a perder fôlego” (L.2) e “começou a desacelerar” (L.13), empregadas em sentido figurado, são equivalentes quanto ao sentido e sugerem que, no atual contexto mundial, caracterizado pela economia globalizada, não há esperança de crescimento da oferta de emprego no curto prazo.

Comentário – O que sugere isso é “O corte de 125 mil empregos em junho”; as expressões assinaladas indicam queda na recuperação e no desenvolvimento econômico. Resposta – Item errado.

27. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Infere-se das informações do texto que os países emergentes são considerados o polo dinâmico da economia mundial e deles dependem a velocidade e a força da recuperação da economia de países desenvolvidos.

Comentário – As linhas 10 a 12 sustentam a inferência. Resposta – Item certo

1 Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e traficantes que possam ser encontrados em uma rua escura da cidade são o cerne do problema criminal. Mas os danos que tais 4 criminosos causam são minúsculos quando comparados com os de criminosos respeitáveis, que vestem colarinho branco e trabalham para as organizações mais poderosas. 7 Estima-se que as perdas provocadas por violações das leis antitrust — apenas um item de uma longa lista dos principais crimes do colarinho branco — sejam maiores que todas as 10 perdas causadas pelos crimes notificados à polícia em mais de uma década, e as relativas a danos e mortes provocadas por esse crime apresentam índices ainda maiores. A ocultação, pela 13 indústria do asbesto (amianto), dos perigos representados por

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seus produtos provavelmente custou tantas vidas quanto as destruídas por todos os assassinatos ocorridos nos Estados 16 Unidos da América durante uma década inteira; e outros produtos perigosos, como o cigarro, também provocam, a cada ano, mais mortes do que essas.

James William Coleman. A elite do crime. 5.ª ed., São Paulo: Manole, 2005, p. 1 (com adaptações).

28. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Conclui-se da leitura do texto que os efeitos das ações de criminosos de rua não são, de fato, tão danosos à sociedade quanto os das ações praticadas por criminosos de colarinho branco.

Comentário – A conclusão fundamenta-se nas linhas 4-6. Resposta – Item certo.

29. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Pela leitura do texto, conclui-se que, nos Estados Unidos da América, os efeitos anuais do tabagismo são mais danosos que os de uma década de violência urbana somados aos do uso de produtos fabricados com amianto.

Comentário: cuidado, pois o somatório a que o examinador se referiu não é mencionado no texto. A comparação feita é entre as mortes causadas por “outros produtos perigosos, como o cigarro,” e, separadamente, aquelas causadas:

a) pela “indústria do asbesto (amianto)” e b) pelos “assassinatos ocorridos nos Estados”.

Resposta – Item errado.

1 O exercício do poder ocorre mediante múltiplas dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domínio, de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma 4 pessoa sobre outra, que se comporta com dependência, subordinação, resistência ou rebeldia. Tais dinâmicas não se reportam apenas ao caráter negativo do poder, de opressão, 7 punição ou repressão, mas também ao seu caráter positivo, de disciplinar, controlar, adestrar, aprimorar. O poder em si não existe, não é um objeto natural. O que há são relações de 10 poder heterogêneas e em constante transformação. O poder é, portanto, uma prática social constituída historicamente. Na rede social, as dinâmicas de poder não têm 13 barreiras ou fronteiras: nós as vivemos a todo momento. Consequentemente, podemos ser comandados, submetidos ou programados em um vínculo, ou podemos comandá-lo 16 para a realização de sua tarefa, e, assim, vivermos um novo papel social, que nos faz complementar, passivamente ou não, as regras políticas da situação em que nos encontramos.

Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações

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humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações).

30. (Cespe/TCU/AFCE/2009) É correto concluir, a partir da argumentação do texto, que o poder é dinâmico e que há múltiplas formas de sua realização, com faces heterogêneas, positivas ou negativas; além disso, ele afeta todos que vivem em sociedade, tanto os que a ele se submetem, quanto os que a ele resistem.

Comentário – A banca fez um resumo do texto, a partir dos próprios elementos (das evidências) dele. Repare e compare: “

“O exercício do poder ocorre mediante múltiplas dinâmicas” (l 1-2)”; “Tais dinâmicas não se reportam apenas ao caráter negativo do poder (...), mas também ao seu caráter positivo” (l. 5-7); “O que há são relações de poder heterogêneas” (l. 9-10); “Na rede social (...) podemos ser comandados, submetidos ou programados em um vínculo, ou podemos comandá-lo” (l. 12-15).

Resposta – Item certo.

31. (Cespe/TCU/AFCE/2009) De acordo com a argumentação do texto, o poder “não é um objeto natural” (l.9) porque é criado artificialmente nas relações de opressão social.

Comentário – O problema aqui está na razão que a banca alega para sustentar o fato de o poder não ser um objeto natural. O texto é claro em ao dizer que “Tais dinâmicas [as que acarretam o exercício do poder] não se reportam apenas ao caráter negativo do poder, de opressão, punição ou repressão, mas também ao seu caráter positivo, de disciplinar, controlar, adestrar, aprimorar” (l. 5-8). O examinador simplesmente desprezou as evidências do próprio texto. Resposta – Item errado.

1 As projeções sobre a economia para os próximos dez anos são alentadoras. Se o Brasil mantiver razoável ritmo de crescimento nesse período, chegará ao final da próxima década 4 sem extrema pobreza. Algumas projeções chegam a apontar o país como a primeira das atuais nações emergentes em condições de romper a barreira do subdesenvolvimento e 7 ingressar no restrito mundo rico. Tais previsões baseiam-se na hipótese de que o país vai superar eventuais obstáculos que impediriam a economia de 10 crescer a ritmo continuado de 5% ao ano, em média. Para realizar essas projeções, o Brasil precisa aumentar a sua capacidade de poupança doméstica e investir mais para ampliar 13 a oferta e se tornar competitivo.

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No lugar de alta carga tributária e estrutura de impostos inadequada, o país deve priorizar investimentos que expandam 16 a produção e contribuam simultaneamente para o aumento de produtividade, como é o caso dos gastos com educação. É dessa forma que são criadas boas oportunidades de trabalho, 19 geradoras de renda, de maneira sustentável.

O Globo, Editorial, 12/7/2010 (com adaptações).

32. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Pelas estruturas sintáticas, escolhas lexicais e modo de organização das ideias, conclui-se que predomina, no texto, o tipo textual narrativo.

Comentário – O texto é dissertativo. Note, por exemplo, que a partir do último período do segundo parágrafo vai aflorando a opinião do enunciador sobre o assunto tratado, a qual se torna mais contundente no último parágrafo do texto. Resposta – Item errado.

33. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Subentende-se das informações do texto que a aplicação prioritária de recursos em educação acarretaria simultânea queda da carga tributária.

Comentário – Os gastos com educação expandiriam a produção e aumentariam a produtividade. Resposta – Item errado.

34. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Infere-se da leitura do texto que o autor considera que o Brasil precisa reformular a estrutura de impostos, que é inadequada, e rever a carga tributária, que é alta.

Comentário – Essa ideia está em concordância com a linha argumentativa do texto. Contribuem com esse entendimento as expressões “No lugar de” e “o país deve”, ambas presentes no último parágrafo. Resposta – Item certo. 35. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Depreende-se da leitura do

texto que o Brasil, em uma década, será membro do grupo dos países ricos.

Comentário – Repare que o examinador fez uma afirmação categórica a respeito do Brasil; mas o texto indica apenas possibilidade de o país ingressar no tal grupo. Mesmo com projeções animadoras (cf. primeiro período), há elementos suficientes no texto para entendermos que o fato é hipotético: “se” (conjunção condicional – linha 2); “Algumas projeções” (linha 4); “previsões” e “hipóteses” (linha 8). O último período do segundo parágrafo também é significativo. O editorial informa-nos que o Brasil precisa, antes, adotar algumas medidas (que não sabemos se serão concretizadas). Resposta – Item errado.

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Em seu quarto pronunciamento após o atentado frustrado da Al-Qaeda a um avião americano no Natal, o presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Barack Obama, lançou a linha mestra para a reforma do sistema de inteligência americano, que incluirá a revisão dos processos de concessão de visto para os EUA e maior cooperação com outros países para reforçar a revista de passageiros no exterior. Os temores de novos ataques terroristas contra aviões comerciais racharam os 27 países da União Europeia (UE). A proposta de adotar nos aeroportos novos aparelhos de scanner capazes de penetrar no tecido das roupas e visualizar o corpo dos passageiros foi rechaçada pela Bélgica.

O Globo, 6/1/2010, p. 29 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando as múltiplas implicações do tema por ele tratado, julgue as questões seguintes. 36. (Cespe/BRB/Advogado/2010) Ao obter êxito, o atentado ocorrido no Natal

de 2009 levou os EUA a se recordarem dos episódios de 11/9/2001 e a admitirem a enorme vulnerabilidade de seu sistema de defesa.

Comentário – Existe um erro bem no inicio da assertiva: “Ao obter êxito, o atentado...”. Não houve êxito nenhum, conforme se lê na primeira linha do texto: “Em seu quarto pronunciamento após o atentado frustrado...”. Resposta – Item errado.

37. (Cespe/BRB/Advogado/2010) O êxito da UE deve-se ao consenso obtido pelos integrantes do bloco em agir de modo uniforme e unânime em áreas vitais como política externa, legislação sobre imigrações e fixação de tributos diversos.

Comentário – Também não há consenso algum. O trecho seguinte refuta a declaração da banca examinadora: “Os temores de novos ataques terroristas contra aviões comerciais racharam os 27 países da União Europeia (UE)”. Resposta – Item errado. 1 Estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estima que, nos próximos quatro anos, os investimentos na indústria brasileira chegarão 4 a R$ 500 bilhões, um valor 60% maior do que os R$ 311 bilhões investidos entre 2005 e 2008 (o banco não incluiu 2009, pois ainda não dispõe de dados consolidados do ano 7 passado). O estudo aponta forte concentração dos investimentos na exploração de petróleo e gás, não tanto no pré-sal, mas, 10 especialmente, na cadeia econômica ligada ao óleo, como a indústria naval e a de fabricação de plataformas. Trata-se de um investimento que estimula outros setores da economia. 13 Mas o BNDES prevê também fortes investimentos em setores voltados para atender à demanda interna, entre os quais o automobilístico.

O Estado de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adaptações).

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38. (Cespe/Aneel/Técnico Administrativo/2010) Trata-se de texto subjetivo e pessoal, em que o autor explicita sua opinião individual.

Comentário – Em outras palavras, a banca examinadora afirmou que a tipologia textual é dissertação argumentativa, o que não corresponde aos fatos. O texto é um informativo sobre investimentos na indústria brasileira nos próximos quatro anos, a partir de estudos feitos pelo BNDES. Resposta – Item errado.

39. (Cespe/Aneel/Técnico Administrativo/2010) Infere-se das informações do texto que o investimento na exploração de combustíveis fósseis e na cadeia econômica associada a essa atividade influencia o desenvolvimento de outras áreas da economia.

Comentário – É possível interpretar o texto neste sentido, com base no segundo parágrafo. Leia-se, por exemplo, o seguinte trecho: “Trata-se de um investimento que estimula outros setores da economia”. Resposta – Item certo.

40. (Cespe/Aneel/Técnico Administrativo/2010) O termo “como” (l.10) estabelece, no período em que foi empregado, uma relação de comparação entre a “cadeia econômica ligada ao óleo” (l.10) e “a indústria naval e a de fabricação de plataformas” (l.10-11).

Comentário – O segmento “como a indústria naval e a de fabricação de plataformas” serve como uma exemplificação do que foi dito anteriormente. Portanto está errado dizer que a relação é de “comparação”. Resposta – Item errado.

1 A discussão acerca da influência do pensamento econômico na teoria moderna é aparentemente uma discussão metateórica, ou seja, de caráter metodológico. Mas, na ciência 4 econômica, como de resto nas ciências sociais em geral, não há consenso sobre a forma de evolução dos paradigmas. Contrariamente ao que, em regra, acontece no mundo das 7 ciências naturais, há aqui dúvidas a respeito de se o conhecimento mais recente é necessariamente o melhor, o mais verdadeiro, ou seja, aquele que incorporou produtivamente os 10 desenvolvimentos teóricos até então existentes, tendo deixado de lado aqueles que não se mostraram adequados a seu objeto.

(...) Leda Maria Paulani. Internet: <www.fipe.org.br> (com adaptações).

41. (Cespe/Basa/Técnico Científico/Arquitetura de Tecnologia/2010) Infere-se do texto que o conhecimento recente da área econômica pode não ser, necessariamente, o que incorporou as melhores facetas do conhecimento historicamente desenvolvido.

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Comentário – Sim. Com base na leitura das linhas 7 a 10, é possível questionar tal vantagem. Releia o trecho:

há aqui dúvidas a respeito de se o conhecimento mais recente é necessariamente o melhor, o mais verdadeiro, ou seja, aquele que incorporou produtivamente os desenvolvimentos teóricos até então existentes, tendo deixado de lado aqueles que não se mostraram adequados a seu objeto.

Resposta – Item certo.

Reescritura de Texto

Esclareço que toda vez que uma obra faz alusão à outra, ocorre a intertextualidade. Isso se concretiza de várias formas. Aqui, abordarei aquela que costuma aparecer em provas e que pode ser cobrada no concurso que você fará, só que com uma outra “roupagem”: a paráfrase. Também farei distinção entre ela e a paródia (outra forma de intertextualidade). Inicialmente, exemplificarei cada uma dessas manifestações. Depois, comentarei as características que as distinguem.

Texto Original Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá, As aves que aqui gorjeiam Não gorjeiam como lá.

(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).

Paráfrase Meus olhos brasileiros se fecham saudosos Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’. Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’? Eu tão esquecido de minha terra... Ai terra que tem palmeiras Onde canta o sabiá!

(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”).

Paródia Minha terra tem palmares onde gorjeia o mar os passarinhos daqui não cantam como os de lá.

(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”).

Na paráfrase, as palavras são mudadas, porém a ideia do texto original é confirmada pelo novo texto; a alusão ocorre para atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com outras palavras o que já foi dito. E não apenas com outras palavras, mas também com outra estruturação sintática.

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Normalmente, as bancas indagam se, nesse processo, a coesão (correção gramatical) e a coerência (significado original do texto) foram mantidas. É muito importante que esses dois aspectos sejam respeitados na hora de parafrasear o texto original.

Na primeira reescritura (paráfrase) acima, note que não há mudança do sentido principal do texto, que é a saudade da terra natal. Mas, em relação à paródia, há uma mudança significativa na coerência. O nome “palmares”, escrito com letra minúscula, substitui a palavra palmeiras. Há um contexto histórico, social e racial neste texto. Palmares é o quilombo liderado por Zumbi, foi dizimado em 1695. Há uma inversão do sentido do texto primitivo que foi substituído pela crítica à escravidão existente no Brasil.

Outro exemplo de paródia é a propaganda que faz referência à obra prima de Leonardo Da Vinci, Mona Lisa:

Após a explicação, você tem condições para resolver o próximo exercício.

1 Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e traficantes que possam ser encontrados em uma rua escura da cidade são o cerne do problema criminal. Mas os danos que tais 4 criminosos causam são minúsculos quando comparados com os de criminosos respeitáveis, que vestem colarinho branco e trabalham para as organizações mais poderosas. (...)

James William Coleman. A elite do crime. 5.ª ed., São Paulo: Manole, 2005, p. 1 (com adaptações).

42. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Sem prejuízo para a coerência textual e a correção gramatical, o trecho “Mas os danos (...) minúsculos”, que inicia o segundo período do texto, poderia ser substituído por: Embora os danos causados por esses criminosos sejam ínfimos (...).

Comentário – A transformação prejudicaria o texto; o argumento ficaria sem conclusão; a estrutura oracional ficaria incompleta (com falta da competente oração principal). Resposta – Item errado.

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• Denotação A palavra tem valor referencial ou denotativo quando é tomada no

seu sentido usual ou literal, isto é, naquele que lhe atribuem os dicionários; seu sentido é objetivo, explícito, constante.

Ex.: O papel foi rabiscado por todos. (papel: sentido próprio, literal)

• Conotação Além do sentido referencial, literal, cada palavra remete a

inúmeros outros sentidos, virtuais, conotativos, que são apenas sugeridos, evocando outras ideias associadas, de ordem abstrata, subjetiva.

Conotação é, pois, o emprego de uma palavra tomada em um sentido incomum, figurado, circunstancial, que depende sempre de contexto.

Ex.: “Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede”. (João 6:35)

(...) 22 Os grandes líderes de mercado parecem ainda ter dificuldade para entender o que está acontecendo de fato. O discurso e a prática dessas empresas ainda estão baseados em 25 modelos ultrapassados, que veem os custos ainda da maneira tradicional, deixando as externalidades para a sociedade. E mais, não são apenas os grandes líderes do setor 28 privado que demonstram essa dificuldade. Uma manchete recente em um grande jornal diário mostra que pesquisadores e jornalistas também não entenderam as oportunidades que 31 estão surgindo a partir das transformações que estamos vivendo. Eis o título da matéria: “Só estagnação econômica pode reduzir aquecimento global, diz estudo”. (...)

Ricardo Young. Mudanças no consumo. In: CartaCapital, 26/2/2010. Internet: <www.cartacapital.com.br> (com adaptações).

43. (Cespe/AGU/Administrador/2010) O trecho “a partir das” (l.31) poderia ser substituído, sem prejuízo sintático ou semântico ao texto, por um dos termos a seguir: por razão das, em consequência das, com as.

Comentário – De acordo com o texto, “as oportunidades” (l. 30) são o efeito das “transformações que estamos vivendo” (l. 31-32). Essa ideia é corroborada pela expressão “a partir das”, que ajuda a expressar essa noção de causa (ou motivo, razão) e consequência (ou efeito). Não há prejuízo sintático ou semântico ao texto devido às mudanças propostas. Vamos reescrever a passagem e tirar a dúvida:

– “...pesquisadores e jornalistas também não entenderam as oportunidades que estão surgindo por razão das transformações que estamos vivendo.”

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– “...pesquisadores e jornalistas também não entenderam as oportunidades que estão surgindo em consequência das transformações que estamos vivendo.”

– ““...pesquisadores e jornalistas também não entenderam as oportunidades que estão surgindo com as transformações que estamos vivendo.” Resposta – Item certo.

44. (Cespe/AGU/Administrador/2010) Na linha 22, o deslocamento do vocábulo “ainda” para imediatamente antes da forma verbal “parecem” — ainda parecem — alteraria a ideia original do vocábulo substituído, que passaria a significar também.

Comentário – O significado do vocábulo “ainda” é o mesmo; ele não se altera por causa da mudança proposta pela banca. A ideia, já presente no texto original, é a seguinte: as empresas não estão preparadas para enfrentar as mudanças que estão em curso atualmente e também (ainda) parecem ter dificuldade para entender o que está acontecendo de fato. Resposta – Item errado.

(...) 34 O fenomenal crescimento da economia mundial no decorrer dos dois últimos séculos, baseado no uso das energias fósseis, provocou um aquecimento global de consequências 37 deletérias e, em parte, irreversíveis. Seria, no entanto, um erro considerar que o clima é a bola da vez e as urgências sociais podem esperar. Em 2007, existiam, no Brasil, 10,7 milhões de 40 indigentes e 46,3 milhões de pobres. E, enquanto os latifúndios de mais de mil hectares — 3% do total das propriedades rurais do Brasil — ocupam 57% das terras agriculturáveis, 43 4,8 milhões de famílias sem-terra estão à espera do chão para plantar. (...)

Ignacy Sachs. Voltando ao planejamento. Internet: <www.envolverde.com.br.> (com adaptações).

45. (Cespe/Aneel/Nível Superior/2010) O termo “consequências deletérias” (l.36-37) significa resultados que não podem ser apagados, alterados.

Comentário – Não adianta resmungar. Tem hora que o examinador abre o dicionário e de lá retira uma palavra (que quase ninguém usa) para montar uma questão de prova. Literalmente, o adjetivo deletério significa algo que prejudica a saúde, é insalubre; que destrói, causa dano. Figuradamente, indica aquilo que corrompe, que é degradante. Resposta – Item errado.

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1 O poder político é produto de uma convenção, não da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de 4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida, na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de 7 sociedade, o homem não é um ente isolado, avesso ao contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da 10 espécie. De outro lado, a sociedade política visa à preservação da propriedade. (...)

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, ciência & vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).

46. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A organização do texto permite a substituição da expressão “ao contato” (l.7-8) por à convivência, sem prejuízo para a coerência entre os argumentos e para a correção gramatical.

Comentário – A palavra “contato” foi empregada figuradamente para indicar relação de proximidade, relacionamento contínuo, coexistência, mesmo significado que “convivência”. O substantivo “avesso”, que rege preposição “a”, passa a ser complementado por “a convivência” (substantivo feminino acompanhado de artigo definido feminino). Vamos unir tudo: “avesso a a convivência” = “avesso à convivência”. Resposta – Item certo.

47. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Na linha 3, a argumentação do texto mostra que “a sociedade” e “os homens” podem ser considerados, em significação conotativa, como sinônimos textuais; por isso, a troca de posição entre esses dois termos preservaria a coerência e a correção gramatical do texto.

Comentário – Não se deixe levar pelo “canto da sereia”. Esse jogo de palavras tem a finalidade de distraí-lo. Vá ao texto e troque os dois termos de posição: “...e nasce juntamente com os homens, quando a sociedade decidem...”. A troca causa prejuízo à correção gramatical do texto, pois desfaz-se a concordância entre o verbo “decidem” e o sujeito correspondente. Além disso, a troca de posição fere a coerência porque passa a afirmar que o poder político surge em outra época, juntamente com os homens, ou seja, antes da organização deles em sociedade. Nas linhas 6 e 7, a autora faz distinção entre o tempo do surgimento do homem e o da sua organização em sociedade: “Mesmo antes do estado de sociedade, o homem não é um ente isolado”. Apesar de tudo, os termos estão empregados em sentido conotativo (a “sociedade” não nasce literalmente e “homens” não representa apenas seres do sexo masculino). Resposta – Item errado.

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(...) Tendo como principal propósito a 13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à constituição de uma nação-Estado verdadeiramente unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no 16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o crescimento era enormemente inibido pela ausência de um sistema nacional de comunicações e de que o 19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial para o alargamento da base econômica do país. (...)

Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações).

48. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A palavra “crucial” (l.19) está sendo empregada com o sentido de árduo, difícil.

Comentário – Cuidado com as aparências. Em se tratando de significação contextual de palavras e expressões, a melhor coisa que você deve fazer é ir ao texto. O adjetivo crucial pode realmente ser utilizado para caracterizar algo árduo, difícil, espinhoso: Deixar a casa paterna foi uma decisão crucial. Mas, no texto em que surge, ele expressa a importância para que algo aconteça, ocorra, ou exista; é o mesmo que capital, essência, fundamental. Resposta – Item errado.

O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006, ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor. 7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL. Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o 10 acordo. (...)

Maria Clara Cabral. Folha de S.Paulo,18/12/2008.

49. (Cespe/MRE/Bolsas-Prêmio/2009) A palavra “chancelaram” (l.9) está sendo empregada com o sentido de sancionaram.

Comentário – Sim, ela significa dar aprovação ou aceitação a; confirmar, ratificar; aprovar; sancionar: O presidente chancelou a proposta do ministro. Resposta – Item certo.

A diferença na linguagem

1 “Para os gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam 4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.” Neste texto Rousseau nos sugere que, para ler bem, é preciso prestar ouvidos à voz original, adivinhar as diferenças de 7 acento que a articulam e que se tornaram imperceptíveis no espaço homogêneo da escrita. Na leitura, o olho treinado do Gramático ou do Lógico deve subordinar-se a um ouvido 10 atento à melodia que dá vida aos signos: estar surdo à

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modulação da voz significa estar cego às modalidades do sentido. Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a 13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas também a indicação do estatuto que Rousseau confere à 16 linguagem. O que é importante notar aqui é que a oposição entre falar e escrever não se funda mais na oposição entre presença e ausência: não é a ausência do sujeito falante que 19 desqualifica a escrita, mas a atonia ou a homogeneidade dos signos visuais. Se a essência da linguagem escapa à Gramática, é porque esta desdobra a linguagem num elemento 22 essencialmente homogêneo.

Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.

50. (Cespe/MRE/Diplomata/2009) Com relação às ideias do texto 3, julgue (C ou E) o item a seguir.

A palavra “acentos” (l.3) refere-se a sinais gráficos, ao passo que “acento” (l.7) designa qualidades como inflexão ou modulação.

Comentário – Esta questão é para você constatar como o Cespe recentemente cobrou noções de polissemia em uma de suas provas. Creio que não é difícil perceber os sentidos das palavras destacadas, mas é bom ficar atento e não se deixar levar pelas “aparências”. Na dúvida, volte ao texto. Resposta – Item certo.

51. (Cespe/MRE/Diplomata/2009 – adaptada) Com relação às ideias e aos aspectos gramaticais do texto, julgue o item abaixo.

O uso recorrente de vocábulos pertencentes aos campos semânticos da visão e da audição prejudica a coerência e a coesão do texto.

Comentário – É o contrário! Pela afinidade de sentidos existente entre elas, as palavras do mesmo campo semântico contribuem com a coerência e a coesão do texto. Resposta – Item errado.

Receita – 96:924$985

1 No orçamento do ano passado houve supressão de várias taxas que existiam em 1928. A receita, entretanto, calculada em 68:850$000, atingiu 96:924$985. 4 E não empreguei rigores excessivos. Fiz apenas isto: extingui favores largamente concedidos a pessoas que não precisavam deles e pus termo às extorsões que afligiam 7 os matutos de pequeno valor, ordinariamente raspados, escorchados, esbrugados pelos exatores. (...)

Graciliano Ramos. 2.º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.

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Record/Fundaç ão de Cultura de Recife, 1994, p. 51.

52. (Cespe/Sefaz-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Considerando os sentidos e aspectos gramaticais do texto, julgue a opção abaixo.

A expressão explorados pelos cobradores de impostos, embora menos enfática, é coerente com o sentido geral do trecho “ raspados, escorchados, esbrugados pelos exatores” (l.7-8).

Comentário – Para acertar esta questão, você precisa saber (ou pelo menos “perceber”) o significado das seguintes palavras:

a) “raspados” – deixados sem nada, furtados, roubados; b) “escorchados” – diz-se de quem foi explorado (O fiscal

corrupto tinha até uma lista dos comerciantes escorchados.);

c) “esbrugados” – que está sem carnes, descarnado (Osso esbrugado.); figuradamente, diz-se de quem ficou sem nada, sem nenhum recurso, foi exposto totalmente;

d) “exatores” – cobrador de impostos.

Resposta – Item certo.

Figuras de Linguagem

Inicialmente, quero dizer que o Cespe não cobra esse assunto. Por isso aqui você não encontrará nenhuma questão dessa banca sobre figuras de linguagem. Já a Funrio cobra isso muito pouco em suas provas.

Figuras de linguagem (ou de estilo) são formas de expressar o pensamento ou o sentimento de modo vivo, enérgico, vibrante, capaz de impressionar o ouvinte ou leitor e escapar ao uso corriqueiro que se faz das palavras e da língua. Podem ser classificadas em:

a) figuras de palavras (ou tropos = desvio, giro); b) figuras de construção (ou de sintaxe); c) figuras de pensamento.

FIGURAS DE PALAVRAS (OU TROPOS)

• METONÍMIA

Consiste em usar uma palavra por outra, por haver relação de sentidos entre ambas. Não se trata de vocábulos sinônimos, mas ocorre que uma palavra evoca a outra. Tem como base a contiguidade (e não a similaridade) entre os elementos. Ou seja, é uma analogia por sentidos próximos, relativos.

Exemplos:

1. Adoro ler Shakespeare. (O famoso poeta inglês, morto há mais de 400 anos, não pode ser lido. Seu nome é usado na frase para representar a sua obra. Você adora é ler os livros de Shakespeare.)

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2. Depois da partida, o time bebeu vinte copos de água! (Ainda que os jogadores possam ter tido bastante sede, eles não tomaram os copos, mas a água que estava dentro deles).

3. Ele é um bom garfo. (comilão, glutão) 4. Aquele que quiser vir após mim deve tomar a sua cruz.

(sofrimento) 5. Ganharás o pão com o suor do teu rosto. (Pão, no caso, vale

por toda a alimentação. Suor do rosto significa esforço, trabalho.) 6. Luíza completou 15 primaveras ontem. (Não foram só

primaveras, mas também verões, invernos e outonos, ou seja, "primavera" aí significam "anos".)

• PERÍFRASE (ou antonomásia)

É a designação de uma pessoa não pelo seu nome, mas pelos atributos ou circunstâncias que a tornaram famosa:

Exemplos:

1. O poeta dos escravos, expressão usada para designar Castro Alves.

2. Cidade Maravilhosa, modo de se referir ao Rio de Janeiro. • SINESTESIA (ou sinopsia)

Transferência de percepções da esfera de um sentido para a de outro.

Exemplos:

1. Sua voz (audição) doce (paladar) e aveludada (tato) era uma carícia em meus ouvidos.

2. Em seu olhar (visão) gelado (tato), percebi uma ponta de desprezo. • METÁFORA

A mais famosa figura de linguagem, a metáfora é, assim como a metonímia, uma figura de palavras – isto é, o efeito se dá pelo jogo de palavras que se faz na frase.

A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu contexto convencional (denotativo) e transportá-la para um novo campo de significação (conotativa), por meio de uma comparação implícita, de uma similaridade (característica comum) existente entre as duas.

Exemplos:

1. Buscava o coração do Brasil. (Ora, o Brasil não possui o órgão biológico em questão. Portanto, coração significa aí o centro vital, a essência, o âmago do país.)

2. Achamos a chave do problema. (O problema não é nenhuma fechadura; mas, para resolvê-lo – ou abri-lo –, o elemento que se diz ter achado é tão necessário quanto uma chave para abrir uma porta.) • COMPARAÇÃO

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Metáfora e comparação não se confundem. Nesta, os termos confrontados vêm ligados por conectivos.

Exemplos:

1. A criança é tal qual uma plantinha delicada. 2. Hitler foi cruel como um monstro.

• CATACRESE

Tropo que consiste no emprego de termos com significação diferente da usual, por falta de termos próprios na língua.

Exemplos:

Cauda do avião; pé da mesa; boca da noite; dente de alho; embarcar no trem etc. FIGURAS DE CONSTRUÇÃO (OU DE SINTAXE) • ELIPSE

Constitui-se na omissão de um ou mais termos que facilmente podem ser subentendidos no contexto.

Exemplos:

1. Na cabeça, um lindo chapéu. (omissão da forma verbal havia) 2. As mãos eram pequenas e os dedos, finos e delicados.

(omitiu-se, na segunda oração, o verbo eram)

Obs.: há um tipo especial de elipse conhecido por ZEUGMA, que consiste na omissão de um termo anteriormente expresso (como no exemplo 2). • PLEONASMO

É a redundância intencional de palavras ou sentidos a fim de enfatizar o significado da informação.

Exemplos:

1. Vi com meus próprios olhos. 2. A mim, resta-me o choro.

Obs.: são condenáveis, por viciosos, pleonasmos como descer para baixo, entrar para dentro, sair para fora, subir para cima, ilha fluvial, nova criação, monocultura exclusiva etc.

• POLISSÍNDETO

É a repetição intencional da conjunção (normalmente o conectivo e). É um recurso eficaz para sugerir movimentos contínuos ou séries de ações que se sucedem rapidamente.

Exemplos:

1. E corre, e pula, e brinca, e cai. 2. “Mão gentil, mas cruel, mas traiçoeira.”

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• ASSÍNDETO

Consiste na omissão das conjunções ou conectivos (em geral, conjunções copulativas), resultando no uso de orações justapostas ou orações coordenadas assindéticas, separadas por vírgulas.

Exemplos:

1. "Soltei a pena, Moisés dobrou o jornal, Pimentel roeu as unhas" (Graciliano Ramos)

2. Peguei o exercício, levei-o para casa, li, reli, voltei à escola, briguei com a professora, fui à direção, reclamei a falta de conectivo. • INVERSÃO

Alteração da ordem normal dos termos ou orações da frase.

Exemplos:

1. “Tão leve estou que já nem sombra tenho.” (Mário Quintana) 2. Justo ela diz que é, mas eu não acho não. (Drummond)

• ANACOLUTO

Caracteriza-se pela mudança brusca do pensamento. Evidencia-se por meio do desrespeito às regras de sintaxe. Em geral, o termo sem nexo sintático é colocado no início da frase, para ser realçado.

Exemplos:

1. "O homem, chamar-lhe mito não passa de anacoluto." (Drummond)

2. A rua onde moras, nela é que desejo morar. 3. Pobre, quando come frango, um dos dois está doente. (dito

popular) • SILEPSE

Ocorre quando efetuamos a concordância não com os termos expressos, mas com a ideia a eles associada em nossa mente.

Exemplos:

1. Vossa Excelência será informado sobre tudo. 2. “Corria gente de todos os lados, e gritavam.” (Mário Barreto) 3. Todos somos brasileiros.

• ONOMATOPEIA

É a imitação de um som ou da voz natural dos seres com um fonema ou palavra. Ruídos, gritos, canto de animais, sons da natureza, barulho de máquinas, o timbre da voz humana fazem parte do universo das onomatopeias.

Exemplos:

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Aaai! – dor ou grito emoção; Ah! – grito; Ah!; Ah! Ah! – riso; Atchim! – espirro; Au Au – latido; Bang! – tiro; Buáá! – choro; Clap! clap! – palmas; Grrr! – grunhido; Miau! – miado; Nhec Nhec – rangido; Oops! upa! epa! – espanto; medo; surpresa; Tic-tac – relógio; Tchibum – mergulho; Zzz! – zumbido ou alguem dormindo; Splash – mergulho; Quack! Quack! – pato; Pling! – campainha. • ALITERAÇÃO (ou assonância)

Consiste em repetir fonemas em um verso ou em uma frase, especialmente as sílabas tônicas. A assonância é largamente utilizada em poesias mas também pode ser empregada em prosas, especialmente em frases curtas.

Exemplos:

1. Anule aliterações aliteralmente abusivas (manual de redação humorístico – assonância em A).

2. João foi pra os Estados Unidos, Teresa para o convento (Carlos Drummond de Andrade – jassonância em O). • ANÁFORA

Consiste em REPETIR a mesma palavra no princípio de várias frases; processo mediante o qual um termo da cadeia textual refere-se a outro termo anteriormente manifestado na mesma cadeia

Exemplos:

1. Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer. (Camões)

2. Nem tudo que ronca é porco, Nem tudo que berra é bode, Nem tudo que reluz é ouro, Nem tudo falar se pode.

FIGURAS DE PENSAMENTO

Nelas intervém fortemente a emoção, o sentimento, a paixão. • PROSOPOPEIA (ou personificação)

Atribuição de ações, qualidades ou sentimentos próprios do ser humano a seres inanimados.

Exemplos:

1. "A Bomba atômica é triste / Coisa mais triste não há / Quando cai, cai sem vontade" (Vinícius de Morais)

2. A noite está triste. (A noite em si é neutra no que diz respeito a sentimentos. Somos nós que podemos lhe atribuir emoções.)

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3. O furacão rugia, expressando sua fúria. (Comparam-se aqui os sons do furacão aos rugidos de uma fera, bem como a sua intensidade à expressão de um sentimento humano ou animal, a fúria.) • HIPÉRBOLE

É o exagero puro e simples. É uma deformação da verdade que visa a um efeito expressivo.

Exemplos:

1. Era louco por seu time. (Com isso, quer-se dizer que o sujeito gostava demasiadamente, amava seu time, a ponto de perder a razão.)

2. Derramei rios de lágrimas por você. (Por mais que alguém chore, não formará sequer um riacho.) • ANTÍTESE

É o uso de palavras ou expressões de sentidos opostos numa mesma construção.

Exemplo: Às vezes, fazemos o mal, quando queremos fazer o bem. • PARADOXO

Ocorre quando a conotação extrapola o senso comum, ou seja, a lógica. As expressões assim formuladas tornam-se proposições falsas, à luz do senso comum, mas que podem encerrar verdades do ponto de vista psicológico/poético.

Exemplos:

Antítese: "Eu sou velho, você é moço."

Paradoxo: "Eu sou um velho moço."

A diferença existencial entre antítese e paradoxo, é que antítese toma nota de comparação por contraste ou justaposição de contrários, já o paradoxo reconhece-se como relação interna de contrários.

• EUFEMISMO

É a suavização de uma ideia desagradável ou agressiva. Exemplo: O senhor está faltando com a verdade (ou seja, com todas as letras, está mentindo). • IRONIA

Consiste em dizer o contrário daquilo que se pensa, deixando entender uma distância intencional entre aquilo que dizemos e aquilo que realmente pensamos.

Exemplos:

1. Fez um excelente serviço! Tão bom, que foi despedido. 2. Há recessão e desemprego, mas tudo está sob controle de

geniais economistas.

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• GRADAÇÃO Relacionada com a enumeração, é a exposição de determinadas

ideias de forma crescente (em direção a um clímax) ou decrescente (anticlímax).

Exemplos:

1. Uma palavra, um gesto, um olhar bastava para despertar suspeita.

2. "Ó não guardes, que a madura idade te converta essa flor, essa beleza, em terra, em cinzas, em pó, em sombra, em nada."

Bem, a teoria necessária já foi estudada; algumas questões do Cespe já foram resolvidas. Então, chegou a hora de você resolver questões da Funrio para entender como ela aborda os assuntos tratados nesta aula. Sinceramente, eu acho as questões da Funrio mais fáceis. Compare tudo e tire suas conclusões.

TEXTO I

Brasília, 1º/07/08 (MJ) – “Após a invasão de camelôs nas ruas brasileiras vendendo produtos falsos, agora esse tipo de mercado migra para a Internet, com potencial ofensivo muito maior. Verdadeiras redes estão se estruturando e há vinculação de várias delas com o crime organizado, como o tráfico de drogas e de armamentos”. A declaração é do presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria, Luiz Paulo Barreto, também secretário-executivo do Ministério da Justiça. Segundo o secretário, o trabalho da Polícia Federal na Operação I- Commerce 2, que teve início nesta terça-feira (1º) é de fundamental importância, para acabar com o problema na raiz, antes que comece a se alastrar. Barreto informou que se trata de uma segunda fase da operação, que começou em 2006, em que a PF deu início à repressão da pirataria na Internet em 13 estados e no Distrito federal. “A pessoas, por Download, estão comprando gato por lebre. Nossa ação é positiva, não apenas pelas prisões, mas principalmente pela desarticulação das quadrilhas, numa forte demonstração de que o Governo está atento, para não permitir que a Internet se torne um campo livre de práticas ilícitas”, disse o secretário. “Não há como punir o consumidor, mas devemos educar e alertar para os fins que o dinheiro da pirataria é utilizado, como o narcotráfico”. Luiz Paulo Barreto informou, ainda, que o a pirataria provoca uma redução de dois milhões de postos de trabalho no mercado formal. O Brasil, de acordo com o secretário, perde, por ano, R$ 30 bilhões em arrecadação de impostos. No mundo, a Interpol (Polícia Internacional) já considera a pirataria o crime do século, movimentando U$ 522 bilhões/ano, bem mais do que o tráfico de entorpecentes, de U$ 360 bilhões/ano.

(Disponível em: http://www.mj.gov.br, acesso: 16/08/2008)

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53. (Funrio/Ministério da Justiça/Administração/2008) Pode-se afirmar que o texto I é:

A) lírico. B) narrativo. C) figurado. D) informativo. E) antitético.

Comentário – O texto é predominantemente expositivo. Nele, sobressai a intenção de informar o leitor sobre a comercialização de produtos piratas na Internet, o importante trabalho que a Polícia Federal vem desenvolvendo para combater esse tipo de comércio ilícito e a cosequência danosa que essa atividade ilegal causa ao país. Resposta – D

54. (Funrio/Ministério da Justiça/Administração/2008) De acordo com o texto I, a Operação I-Commerce 2 objetiva:

A) acabar com a pirataria na Internet. B) coibir a ação de camelôs nas ruas brasileiras. C) corrigir os rumos de uma operação anterior. D) identificar e punir os consumidores de pirataria. E) dar início à repressão da pirataria em 13 estados e no Distrito federal.

Comentário – A Polícia Federal deu início à segunda fase da operação para acabar com a pirataria na Internet, esse é o propósito do trabalho da PF.

Tome cuidado com a última alternativa, pois ela não caracteriza um objetivo a ser alcançado. A operação já foi iniciada; portanto isso já se concretizou. Um objetivo é algo pretendido, desejado; algo que ainda não foi alcançado. Resposta – A

TEXTO II

Trabalho de camelô é fuga da marginalidade, conclui pesquisa

Raquel Souza Equipe GD

A venda ambulante não é trabalho. Essa é a opinião de 38 camelôs de São Paulo. Expulsos ou sequer convidados para o mercado formal, essas pessoas se viram obrigadas a montar uma barraquinha e vender bugigangas nas ruas da cidade. No entanto, creditam à prática apenas um "jeito de ganhar a vida" sem cometer crimes. "Eles não criam uma identidade de trabalhador como outro profissional qualquer. O trabalho de camelô é encarado como ganha pão e o jeito de distinguir-se daqueles que cometem atos ilícitos para ter dinheiro, apesar da perseguição policial", comenta Francisco José Ramires, que pesquisou o tema entre 1999 e 2001. Os resultados estão em seu trabalho de

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mestrado, apresentado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Intitulado "Severinos na metrópole: a negação do trabalho na cidade de São Paulo", a pesquisa conta com depoimentos de camelôs de diversos cantos da cidade – do D. Pedro II, Praça da Sé, Hospital das Clínicas e da rua Teodoro Sampaio. As histórias de vida variam bastante. Possuem em comum o fato de serem quase na totalidade, nordestinos ou filhos de migrantes. Os mais velhos (compreenda como aqueles que passaram dos 38 anos) possuem baixa escolarização, em média 4ª série do Ensino Fundamental. Já os jovens concluíram o Ensino Médio e, em alguns casos, fizeram até cursos profissionalizantes e o primeiro ano de faculdade (que foi abandonada por falta de recurso financeiro). Todos gostariam de trabalhar tendo um patrão – contrariando o mito de que a venda ambulante é uma maneira de ganhar autonomia e maiores dividendos. "Muitos daqueles que sobrevivem graças ao trabalho informal gostariam de voltar ou integrar-se à formalidade. Isso é quase um sonho para muitos". Ramires explica que a maioria dos ambulantes veio de trabalhos com registro em carteira e, por isso, sabe das "tranqüilidades" que o mercado formal possibilita: previdência social, fundo de garantia, décimo terceiro salário, entre outros. São pouquíssimos os que ganham mais de R$300 por mês. O pesquisador encontrou alguns que guardam o colchão sob a barraca e que, quando anoitece, dormem embaixo dela. Em alguns casos, os camelôs pagam a comerciantes e clínicas médicas para guardar seus produtos em seus estabelecimentos. Assim, parte da renda obtida por essas instituições é proveniente do comércio informal. "Essa ideia de que há uma linha divisória entre o trabalho formal e informal não existe. Ambos fazem parte de um único sistema econômico", finaliza Ramires.

(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/sonosso/index.htm, acesso: 16/08/2008, texto adaptado)

55. (Funrio/Ministério da Justiça/Administração/2008) A pesquisa feita por Francisco José Ramires, de acordo com o texto II, conclui que

A) as garantias trabalhistas não mais atraem os camelôs. B) os “severinos” não deveriam migrar para as metrópoles. C) alguns estabelecimentos da economia formal se beneficiam do comércio

informal. D) o trabalho dos ambulantes deve ser reprimido. E) muitos camelôs entrevistados se orgulham de sua atividade.

Comentário – Alternativa A: isso é mentira. "Muitos daqueles que sobrevivem graças ao trabalho informal gostariam de voltar ou integrar-se à formalidade. Isso é quase um sonho para muitos".

Alternativa B: não há nenhuma passagem que sustente essa ideia. Aliás, o texto diz que “essas pessoas se viram obrigadas a montar uma barraquinha e vender bugigangas nas ruas da cidade”.

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Alternativa C: sim, isso acontece porque “os camelôs pagam a comerciantes e clínicas médicas para guardar seus produtos em seus estabelecimentos. Assim, parte da renda obtida por essas instituições é proveniente do comércio informal”.

Alternativa D: esse ponto de vista não é defendido no texto, o qual nem sequer é um texto argumentativo; mas sim informativo.

Alternativa E: item errado: "Muitos daqueles que sobrevivem graças ao trabalho informal gostariam de voltar ou integrar-se à formalidade. Isso é quase um sonho para muitos". Resposta – C

56. (Funrio/Ministério da Justiça/Administração/2008) A palavra do texto II, que apresenta valor pejorativo é

A) ambulante. B) nordestinos. C) bugiganga. D) patrão. E) mito.

Comentário – Valor pejorativo é o mesmo que depreciação, rebaixamento ou desvalorização. A palavra bugiganga designa mercadorias sem muita importância, sem muito valor comercial. Resposta – C

57. (Funrio/Ministério da Justiça/Administração/2008) De acordo com o texto II, a única palavra que NÃO pertence ao campo semântico de “camelô” é

A) Severinos. B) migrantes. C) identidade. D) nordestinos. E) informal.

Comentário – Aqui o candidato deveria agir com astúcia, exatamente como o examinador. Ele deveria analisar as palavras apresentadas pela banca dentro do contexto em que elas estão inseridas.

– “Severinos na metrpopole” (Quem são esses Severinos? São os próprios camelôs.)

– “Possuem em comum o fato de serem quase na totalidade nordestinos ou filhos de migrantes” (Quem tem essas características? Os camelôs.)

– "Muitos daqueles que sobrevivem graças ao trabalho informal...” (O que está sendo denominado de trabalho informal? O trabalho de camelô.)

– “Eles não criam uma identidade de trabalhador como outro profissional.” (Identidade de trabalhador é algo que os próprios camelos não

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consideram ter; por isso a palavra identidade se afasta seguramente do mesmo campo de significação da palavra camelô.). Resposta – C

TEXTO III

O carrasco

(Luís Fernando Veríssimo)

Pequena história, significando não sei bem o quê. Dizem que, quando recebeu o Robespierre caído em desgraça para medi-lo para a guilhotina, o carrasco se surpreendeu. - O senhor aqui?! - Veja você - disse Robespierre. - Não faz muito, eu é que estava mandando gente para você executar. Agora o condenado sou eu. Mas isso é a política, um dia você manda, outro dia você é mandado. Inclusive para a guilhotina... Ao que o carrasco disse: - Felizmente, estou livre disso. Só eu sei manejar a guilhotina. Tenho o cargo mais estável da República. - Aliás - disse Robespierre - fui eu que lhe contratei, lembra? - Claro - disse o Carrasco - como poderia esquecer? - Então me ajude a fugir - sugeriu Robespierre. E o Carrasco sorriu e disse: - Lembra por que o senhor me contratou? Porque eu era o servidor público perfeito. Eficiente, cumpridor de ordens e incorruptível. Abra a camisa, por favor.

(Zero hora, 16 de dezembro de 2007 | N° 15450)

58. (Funrio/MPOG/Agente Administrativo/2009) O final do texto III indica que

A) Roberpierre seria salvo. B) o carrasco se corromperia. C) Robespierre seria guilhotinado. D) o carrasco se apiedaria. E) Roberpierre e o carrasco compactuariam.

Comentário – As últimas palavras do carrasco exprimem suas qualidades: um servidor público perfeito, eficiente cumpridor de ordens e incorruptível. Portanto tudo leva a crer (ou seja, é possível inferir...) que o carrasco não ajudaria Robespierre a fugir e que este seria mesmo guilhotinado. Resposta – C

59. (Funrio/MPOG/Agente Administrativo/2009) Indique o fenômeno léxico-semântico presente no fragmento “Mas isso é a política, um dia você manda, outro dia você é mandado. Inclusive para a guilhotina...”:

A) sinonímia. B) homonímia.

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C) conotação. D) neologismo. E) polissemia.

Comentário – A palavra “guilhotina pode significar tanto instrumento com pesada lâmina triangular cortante própria para decapitar condenados à morte, quanto pena de morte por decapitação. Lembre-se de que polissemia é a multiplicidade de significados de uma palavra. Resposta – E

60. (Funrio/MPOG/Agente Administrativo/2009) Marque, dentre as opções abaixo, aquela que poderia sintetizar o sentido global do texto de Veríssimo:

A) O dia da vingança. B) O servidor incorruptível. C) A política revolucionária. D) Estabilidade no emprego. E) Salvo pelo gongo.

Comentário – O auge do diálogo entre Robespierre e o Carrasco é o momento em que este evoca suas qualidades (“servidor público perfeito. Eficiente, cumpridor de ordens e incorruptível”) para justificar o fiel cumprimento da sentença contra Robespierre. Logo, é a alternativa B que, entre as opções, melhor sintetiza a ideia global do texto.

Você ficou em dúvida e marcou a letra A? Nesse caso, solicito que me diga de quem seria a vingança. Do Carrasco? Não! Não há indícios de que ele tenha sido prejudicado por Robespierre e agora estaria dando o “troco”. Aliás, foi o próprio condenado quem empregou o seu algoz. O fato de não haver menção da parte ofendida, nem mesmo o esclarecimento do motivo que levou Robespierre à guilhotina, minimiza a ideia de vingança. Portanto ela não é a melhor ideia para sintetizar o texto de Veríssimo. Resposta – B

61. (Funrio/MPOG/Agente Administrativo/2009) No fragmento “Pequena história, significando não sei bem o quê” identifica-se a presença de

A) metáfora. B) hipérbole. C) metonímia. D) ironia. E) antítese.

Comentário – Ironicamente, Veríssimo finge não entender a moral da própria história que conta. Na verdade, suas palavras são o contrário do que realmente ele pensa e pretende transmitir ao leitor. Resposta – D

62. (Funrio/MPOG/Agente Administrativo/2009)

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“– Felizmente, estou livre disso. Só eu sei manejar a guilhotina. Tenho o cargo mais estável da República.“

De acordo com o texto lido, a reescritura que mantém o mesmo sentido do fragmento destacado acima é

A) Como, felizmente, estou livre disso, só eu sei manejar a guilhotina. Porém, tenho o cargo mais estável da República.

B) Embora, felizmente, esteja livre disso, só eu sei manejar a guilhotina. Assim, tenho o cargo mais estável da República.

C) Felizmente, estou tão livre disso, que só eu sei manejar a guilhotina. Tenho, contudo, o cargo mais estável da República.

D) Felizmente, estou livre disso, pois só eu sei manejar a guilhotina. Portanto, tenho o cargo mais estável da República.

E) Felizmente, estou livre disso, mas só eu sei manejar a guilhotina e tenho o cargo mais estável da República.

Comentário – Os três períodos originais guardam entre si ideia de justificativa e conclusão. Portanto podem ser reescrito conforme a proposta apresentada na letra D. Os conectivos “pois” e “Portanto” contribuem para a manutenção desses sentidos.

Na alternativa A, as conjunções “Como” e “Porém” comunicam ideias de causa e de adversidade. Item errado.

Na alternativa B, a ideia de concessão (“Embora...”) desviou-se da ideia original, ainda que a noção de conclusão tenha sido mantida.

Na alternativa C, a reescritura transmite ideia de conseqüência (“tão... que...”) e, novamente, de contraste (“contudo”).

Na alternativa E, a ideia continua sendo de ressalva (“mas”), além da ideia de adição (“e”). Resposta – D

Texto

As profissões mais bem pagas

Há três caminhos que, em geral, levam a bons salários. O primeiro é procurar vagas nas empresas líderes de cada setor, pois costumam ser as que mais crescem e, portanto, as que oferecem as melhores oportunidades e pagam melhor. Um analista financeiro júnior que começa ganhando mais que a média de mercado em uma empresa pequena, por exemplo, pode demorar até sete anos para ser promovido. Em uma companhia líder, em quatro anos, em média, ele já passa a ocupar o cargo de analista sênior, com um salário maior. O segundo caminho, válido para profissionais liberais, é conquistar bons clientes e assumir a propriedade do próprio nariz. Os médicos, arquitetos e advogados mais bem-sucedidos (leia-se, com os melhores rendimentos) quase sempre atendem em consultório ou escritório próprio. O terceiro caminho é optar por carreiras do serviço público com bons salários iniciais, como fiscal da Receita Federal ou juiz.

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Para ganhar bem, não se pode parar de estudar nunca. A pesquisa da FGV acrescenta novas comprovações à já consolidada tese de que o investimento em educação aumenta salários e reduz a possibilidade de desemprego. A taxa de ocupação entre os brasileiros em idade ativa que nunca passaram de um ano de estudo é de 60%. Entre os que estudaram dezoito anos ou mais, 91% têm trabalho. Quanto aos salários, cada ano de estudo adicional representa um aumento médio de 15% no valor recebido no fim do mês. O ideal, portanto, é não ficar só no diploma universitário. Cursos de especialização e pós-graduação fazem diferença no contracheque de carreiras em que o conhecimento técnico é essencial, como medicina e análise de sistemas. "Uma experiência sólida no exterior, seja acadêmica, seja profissional, também influencia positivamente no nível salarial e no rumo que a carreira toma", diz Renato Bagnolesi, headhunter da Robert Wong Consultoria Executiva. Trata-se de um investimento com um alto retorno na vida pessoal. Afinal, um bom salário costuma ser diretamente proporcional à satisfação no trabalho.

Revista Veja, edição 2138, ano 42, nº 45. São Paulo: Editora Abril, 11 nov. 2009, p. 190-193. (Fragmento)

63. (Funrio/FURP/Analista de Contratos/2010) Das alternativas abaixo, a única que se constitui na tese defendida no texto é

A) “(...) o investimento em educação aumenta salários e reduz a possibilidade de desemprego.”

B) “(...) a taxa de ocupação entre os brasileiros em idade ativa que nunca passaram de um ano de estudo é de 60%.”

C) “Entre os que estudaram dezoito anos ou mais, 91% têm trabalho.” D) “(...) cada ano de estudo adicional representa um aumento médio de 15%

no valor recebido no fim do mês”. E) “Uma experiência sólida no exterior, seja acadêmica, seja profissional,

também influencia positivamente no nível salarial.”

Comentário – Tese é o mesmo que ideia central ou nuclear. Ela é seguida pelos argumentos, que a sustentam. Esses argumentos são ideias secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes da ideia principal. Portanto a tese encontra-se na alternativa A; nas demais opções, encontramos argumentos. Resposta – A

64. (Funrio/FURP/Analista de Contratos/2010) Assinale a opção em que o conector “pois” tem o mesmo valor semântico que o do fragmento “O primeiro é procurar vagas nas empresas líderes de cada setor, pois costumam ser as que mais crescem”.

A) Dizem que ele é o melhor candidato, pois seus atos são coerentes com os princípios que defende.

B) Fez um trabalho de pesquisa consistente; deverá, pois, receber o primeiro prêmio.

C) Precisa chegar ao trabalho, na hora certa; deverá acordar mais cedo, pois.

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D) Consegui bater a meta imposta pela empresa; posso, pois, comemorar o meu sucesso.

E) A educação é fundamental para o sucesso profissional; devemos lutar, pois, pela melhoria da qualidade do ensino.

Comentário – No enunciado, a conjunção “pois” expressa a justificativa do que foi dito antes. Normalmente, esse conector introduz a explicação de um fato. Porém, quando ele surge isolado por vírgulas e após o verbo da oração que integra, seu valor semântico é de conclusão (grave isso!). Com esse sentido é que ele foi utilizado nas alternativas B, C, D e E. Resposta – A

65. (Funrio/FURP/Analista de Contratos/2010) O processo de coesão textual pode realizar-se por meio de anáfora, quando se retomam termos e significados anteriormente expressos. Em uma das passagens abaixo, NÃO se verifica a ocorrência de conector em função anafórica. Indique-a.

A) “Respondi-lhe que já tinha lido a receita em qualquer parte.” B) “Eu aguardava com uma ansiedade medonha esta cheia de que tanto se

falava.” C) “Um dia entrei num desses esconderijos subterrâneos em cuja entrada

eles às vezes semeiam víboras”. D) “Entrava-se de barco pelo corredor da velha casa de cômodos onde eu

morava.” E) “A noitinha em que nos encontramos e em que eu colhi os ramos de murta

foi seguida do jantar, a que ela compareceu.”

Comentário – Alternativa A: é sabido que a coesão de um texto depende muito da relação entre as orações que constituem os períodos e os parágrafos. Essa relação pode ser viabilizada por meio dos seguintes conectivos: então, portanto, já que, com efeito, porque, ora, mas, assim, daí, aí, dessa forma, isto é, embora etc. No processo de coesão anafórica entram em cena também os pronomes relativos, pois eles se referem a um termo antecedente, substituindo-o na oração adjetiva (como se verá nas próximas opções). O candidato deveria perceber que o vocábulo “que” é conjunção integrante (introduz oração substantiva objetiva direta) e, por isso mesmo, não retoma nenhum termo anterior, apesar de promover a coesão entre as orações.

Alternativa B: aqui o vocábulo “que” é pronome relativo e substitui o antecedente “cheia”.

Alternativa C: agora é o pronome relativo “cuja” que retoma um termo expresso anteriormente: “esconderijos subterrâneos”.

Alternativa D: o pronome relativo “onde” remete-nos à “velha casa de cômodos”.

Alternativa E: nas duas primeiras ocorrências, o relativo “que” substitui “noitinha”; na terceira, se refere à “jantar”. Resposta – A

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66. (Funrio/FURP/Analista de Contratos/2010) Em um texto, as palavras e as expressões podem se empregadas em sentido conotativo ou denotativo. No segmento “O segundo caminho, válido para profissionais liberais, é conquistar bons clientes e assumir a propriedade do próprio nariz.” (§ 1), a expressão “do próprio nariz” tem natureza conotativa. O termo ou expressão destacado(a) que está empregado(a) em sentido denotativo ocorre em

A) Muitos jovens não conseguem ser “felizes” nas profissões que abraçaram. B) Os jovens “lutam” aguerridamente para conseguir um bom emprego. C) É educativo ensinar às pessoas a ganharem o dinheiro com o “suor do seu

rosto”. D) Os profissionais financeiramente “mais bem sucedidos” são os médicos. E) Os filhos podem ser “o braço direito” dos pais em empresas familiares.

Comentário – A questão é fácil, mas o candidato deveria ter o cuidado de não se “enrolar” na conversa do examinador. Este tentou confundir aquele dando um exemplo de expressão com sentido conotativo (figurado) e exigindo como resposta outra com sentido denotativo (real). Quem prestou atenção nisso, marcou seguramente a opção A, pois o adjetivo “felizes” exprime realmente a característica de quem é ou está contente ou satisfeito com algo.

Nas demais alternativas, as expressões destacadas possuem sentido figurado e significam, respectivamente: agir com afinco para obter compensações (B); esforço (C); obter maiores ganhos (D); auxiliar de elevada importância (E). Resposta – A

67. (Funrio/FURP/Analista de Contratos/2010 – adaptada) Considerando os recursos linguísticos empregados no texto “As profissões mais bem pagas”, julgue a assertiva abaixo:

Esse texto é predominantemente argumentativo e a maioria dos verbos está no presente do indicativo.

Comentário – A primeira parte da assertiva é falsa. Não existe no texto a tentativa de persuadir o leitor em favor de um ponto de vista específico. A finalidade do texto é simplesmente transmitir conhecimentos. Ele é, pois, predominantemente informativo (expositivo). Apenas a última parte da assertiva é verdadeira. Resposta – Item errado.

Texto

A atualidade de Charles Darwin

Três novos livros somam-se às comemorações do nascimento do pai da teoria da evolução, mostram a perenidade de suas ideias e revelam como elas ainda ajudam a ciência a avançar. As comemorações dos 200 anos do nascimento do naturalista inglês Charles Darwin e dos 150 anos da publicação de seu livro mais célebre, A

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Origem das Espécies, foram tisnadas pela falsa, mas ardente disputa entre criacionistas e evolucionistas. Os primeiros creem na versão bíblica de que o ser humano é uma criação divina, um anjo decaído feito à imagem e semelhança de Deus. Os segundos defendem o princípio científico darwinista de que, assim como todos os outros seres vivos, os humanos atuais são o produto de milhões de anos de um processo de seleção natural. Entre os darwinistas se contam ferozes prosélitos do ateísmo, como o biólogo britânico Richard Dawkins e o filósofo americano Daniel Dennett.

68. (Funrio/MDIC/Analista Técnico-Administrativo/2009) No trecho "Três novos livros somam-se às comemorações do nascimento do pai da teoria da evolução, mostram a perenidade de suas ideias e revelam como elas ainda ajudam a ciência a avançar", o pronome possessivo estabelece um vínculo de coesão no texto porque se refere

A) “ao pai da teoria da evolução”. B) “a ideias”. C) “às comemorações” D) “à ciência”. E) “a três novos livros.”

Comentário – As relações entre os elementos textuais indicam claramente que o pronome possessivo “suas” remete o leitor à expressão “ao pai da teoria da evolução” (Charles Darwin). Resposta – A

Texto

Reunião sobre clima termina com racha

A penúltima reunião de negociação antes da conferência do clima de Copenhague terminou ontem em Bancoc, Tailândia, com duas promessas: uma dos países desenvolvidos, de que vão acabar com o Protocolo de Kyoto em favor de um acordo do clima único para ricos e pobres. A outra, dos países em desenvolvimento, de que não deixarão isso acontecer. "O Grupo da África se opõe à substituição do Protocolo de Kyoto por quaisquer outros acordos. Vou repetir: o Grupo da África se opõe à substituição do Protocolo de Kyoto por quaisquer outros acordos", declarou o representante da Argélia numa das plenárias finais do encontro, ontem de manhã. Foi apoiado por todo o G77, o grupo dos países em desenvolvimento, que o Brasil integra.

69. (Funrio/MDIC/Analista Técnico-Administrativo/2009) O título da notícia jornalística “Reunião sobre clima termina com racha” apresenta marca de variação linguística própria

A) da expressão retórica no nível lexical. B) do registro informal no nível semântico.

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C) do estilo jornalístico no nível sintático. D) da fala popular no nível mórfico. E) do texto formal, no nível fonético.

Comentário – Deve chamar sua atenção o emprego da palavra “racha”. Significando inicialmente abertura estreita que existe em algo que se rompeu; fenda; rachadura, essa palavra passou a ser empregada em outros contextos e a indicar discordância em um grupo de pessoas com ideias comuns, que causa a formação de dois novos grupos a partir do primeiro; cisão. Essa variação é típica da linguagem informal e se circunscreve no campo semântico. Portanto devemos assinalar a opção B.

Darei a seguir exemplos do que o examinador quis dizer nas demais alternativas:

A) – uma indagação formulada pelo locutor e logo em seguida respondida por ele mesmo. Imagine o enunciado abaixo:

Epistemologia... Alguém aqui sabe o que é isso?

C) – uso do verbo visar (tradicionalmente transitivo indireto com o sentido de almejar) como transitivo direto:

Os jovens visam melhores salários e estabilidade financeira.

D) – uso de pra em vez de para (preposição). Resposta – B

70. (Funrio/MDIC/Analista Técnico-Administrativo/2009) As opiniões pessoais expressam apreciações, pontos de vista, julgamento, que representam por parte de quem fala sua aprovação ou desaprovação sobre algum fato ou acontecimento. As opiniões, entretanto, precisam vir apoiadas em argumentos para que tenham poder de convencimento.

As alternativas, a seguir, apresentam opiniões e argumentos usados para defender ou criticar o novo acordo ortográfico, EXCETO

A) “Serão mais perdas do que lucros; a reforma nos custará uma fortuna e ainda temos a resolver a questão dos estoques atuais”.

B) “Acho fundamental que o Acordo entre em vigor, pois é resultado de quase 100 anos de parlamentações, estagnação e inércia”.

C) “Sou pela unificação pelo valor político e cultural do sistema ortográfico. Por que o espanhol, língua de várias nações, o francês e o italiano têm uma ortografia e o português duas?”

D) “Acho a reforma desnecessária, pois a fala e a escrita não se unificarão. Cada povo continua com o vocabulário, a sintaxe, as expressões e locuções, os regionalismos próprios.”

E) “Muita gente ainda se opõe à unificação, principalmente em Portugal. Criou-se lá, há algum tempo, o ‘Movimento Contra o Acordo Orográfico’, que o classificou de ‘Desacordo Ortográfico’.”

Comentário – A única opção que se caracteriza por ser um trecho meramente informativo (ou expositivo) é á última. Na letra E, a intenção é informar o

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interlocutor sobre a existência de acirrada oposição ao Acordo Ortográfico, sobretudo em Portugal. Resposta – E

71. (Funrio/MDIC/Analista Técnico-Administrativo/2009) Das frases arroladas a seguir, indique a que serve para exemplificar o uso adequado de elementos coesivos, de acordo com o padrão formal da língua.

A) Enquanto professora não aceito imposições de leigos no meu trabalho. B) Classificou nossa atitude como sendo precipitada. C) João não veio à reunião e nem enviou justificativa. D) O projeto estava a nível de execução no Tribunal Superior. E) Ninguém foi processado uma vez que as provas não foram suficientes.

Comentário – Alternativa A: enquanto deve ser utilizado em construções que expressam tempo. Seu emprego com o sentido de na qualidade de fere a ortodoxia gramatical. Com esse valor semântico, prefira a preposição acidental como.

Alternativa B: houve clara intenção de formar ou expressar certa ideia, juízo ou opinião a respeito de algo (considerar; qualificar). Nesse sentido, a simples preposição de é bastante; confere concisão ao texto, aponta para economicidade linguística.

Alternativa C: a conjunção nem significa e não, o que desabona o emprego vicioso da conjunção “e”.

Alternativa D: a locução ao nível de tem o sentido de à mesma altura de: Fortaleza localiza-se ao nível do mar. Evite seu uso com o sentido de em nível, com relação a, no que se refere a. Em nível significa nessa instância: A decisão foi tomada em nível Ministerial; Em nível político, será difícil chegar-se ao consenso. A nível (de) constitui modismo que é melhor evitar.

Alternativa E: a locução conjuntiva uma vez que confere concisão entre as orações, está gramaticalmente correta e, semanticamente, expressa a causa do que foi dito anteriormente. Resposta – E

Então, o que você achou? Posso esperá-lo na próxima aula? Lembre-se de que o êxito deste curso também depende do diálogo

entre nós dois. Portanto participe dos fóruns, esclareça suas dúvidas e mande suas sugestões.

Um grande abraço e que Deus o abençoe!

Professor Albert Iglésia

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Lista das Questões Comentadas

Cuidados para evitar envenenamentos

1 Mantenha sempre medicamentos e produtos tóxicos fora do alcance das crianças; Não utilize medicamentos sem orientação de um médico 4 e leia a bula antes de consumi-los; Não armazene restos de medicamentos e tenha atenção ao seu prazo de validade; 7 Nunca deixe de ler o rótulo ou a bula antes de usar qualquer medicamento; Evite tomar remédio na frente de crianças; 10 Não ingira nem dê remédio no escuro para que não haja trocas perigosas; Não utilize remédios sem orientação médica e com 13 prazo de validade vencido; Mantenha os medicamentos nas embalagens originais; Cuidado com remédios de uso infantil e de uso adulto 16 com embalagens muito parecidas; erros de identificação podem causar intoxicações graves e, às vezes, fatais; Pílulas coloridas, embalagens e garrafas bonitas, 19 brilhantes e atraentes, odor e sabor adocicados despertam a atenção e a curiosidade natural das crianças; não estimule essa curiosidade; mantenha 22 medicamentos e produtos domésticos trancados e fora do alcance dos pequenos.

Internet: <189.28.128.100/portal/aplicacoes/noticias> (com adaptações).

1. (Cespe/MS/Agente Administrativo/2008) O emprego do imperativo nas oito primeiras frases depois do título indica que se trata de um texto narrativo.

1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão, 4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos. Os manuais de gestão definem groupthinking como um processo mental coletivo que ocorre quando os grupos são 7 uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o desejo de coesão supera a motivação para avaliar alternativas diferentes das usuais. Os sintomas são conhecidos: uma 10 ilusão de invulnerabilidade, que gera otimismo e pode levar a riscos; um esforço coletivo para neutralizar visões contrárias às teses dominantes; uma crença absoluta na 13 moralidade das ações dos membros do grupo; e uma visão distorcida dos inimigos, comumente vistos como iludidos, fracos ou simplesmente estúpidos.

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16 Tão antigas como o conceito são as receitas para contrapor a patologia: primeiro, é preciso estimular o pensamento crítico e as visões alternativas à visão 19 dominante; segundo, é necessário adotar sistemas transparentes de governança e procedimentos de auditoria; terceiro, é desejável renovar constantemente o grupo, de 22 forma a oxigenar as discussões e o processo de tomada de decisão.

Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).

2. (Cespe/TCU/AFCE/2009) A sequência narrativa inicial, relatando a origem do termo “groupthinking” (l.1), não caracteriza o texto como narrativo, pois integra a organização do texto predominantemente argumentativo.

3. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Apesar de a definição de “groupthinking” (l.5-9) sugerir neutralidade do autor a respeito desse processo, o uso metafórico de palavras da área de saúde, como “sintomas” (l.9), “receitas” (l.16) e “patologia” (l.17), orienta a argumentação para o valor negativo e indesejável de groupthinking.

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4. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) No texto, que se caracteriza como expositivo-argumentativo, identificam-se a combinação de vocabulário abstrato com metáforas e o emprego de estruturas sintáticas repetidas.

Cinco curiosidades sobre Erasmo de Rotterdam (1467-1536)

5. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) O texto, de caráter

informativo, é exemplo do gênero biografia.

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6. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) O trecho “uma série de avanços (...) bens materiais e simbólicos” (L.6-9) constitui a tese que os autores visam comprovar por meio da argumentação formulada no texto, que pode ser classificado como dissertativo-argumentativo.

1 Um governo, ou uma sociedade, nos tempos modernos, está vinculado a um pressuposto que se apresenta como novo em face da Idade Antiga e Média, a saber: a 4 própria ideia de democracia. Para ser democrático, deve contar, a partir das relações de poder estendidas a todos os

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indivíduos, com um espaço político demarcado por regras 7 e procedimentos claros, que, efetivamente, assegurem o atendimento às demandas públicas da maior parte da população, elegidas pela própria sociedade, através de suas 10 formas de participação/representação. Para que isso ocorra, contudo, impõe-se a existência e a eficácia de instrumentos de reflexão e o debate público 13 das questões sociais vinculadas à gestão de interesses coletivos — e, muitas vezes, conflitantes, como os direitos liberais de liberdade, de opinião, de reunião, de associação 16 etc. —, tendo como pressupostos informativos um núcleo de direitos invioláveis, conquistados, principalmente, desde o início da Idade Moderna, e ampliados pelo 19 Constitucionalismo Social do século XX até os dias de hoje. Fala-se, por certo, dos Direitos Humanos e Fundamentais de todas as gerações ou ciclos possíveis.

Rogério Gesta Leal. Poder político, estado e sociedade. Internet: <www.mundojuridico.adv.br> (com adaptações).

7. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na organização da argumentação, o segundo parágrafo do texto estabelece a condição de o debate e a reflexão sobre os direitos humanos vinculados aos interesses coletivos estarem na base da ideia de democracia.

8. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O desenvolvimento das ideias demonstra que, na linha 4, a flexão de singular em “deve” estabelece relações de coesão e de concordância gramatical com o termo “democracia”.

9. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O pronome “isso” (l.11) exerce, na organização dos argumentos do texto, a função coesiva de retomar e resumir o fato de que as “demandas públicas da maior parte da população” (l.8-9) são escolhidas por meio de “formas de participação/representação” (l.10).

1 O exercício do poder ocorre mediante múltiplas dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domínio, de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma 4 pessoa sobre outra, que se comporta com dependência, subordinação, resistência ou rebeldia. (...)

Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações).

10. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Nas relações de coesão que se estabelecem no texto, o pronome “que” (l.4) retoma a expressão “exercício do poder” (l.1).

1 A discussão acerca da influência do pensamento econômico na teoria moderna é aparentemente uma discussão

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metateórica, ou seja, de caráter metodológico. Mas, na ciência 4 econômica, como de resto nas ciências sociais em geral, não há consenso sobre a forma de evolução dos paradigmas. Contrariamente ao que, em regra, acontece no mundo das 7 ciências naturais, há aqui dúvidas a respeito de se o conhecimento mais recente é necessariamente o melhor, o mais verdadeiro, ou seja, aquele que incorporou produtivamente os 10 desenvolvimentos teóricos até então existentes, tendo deixado de lado aqueles que não se mostraram adequados a seu objeto. O economista Pérsio Arida tratou desse problema em 13 um texto que se tornou clássico muito antes de ser publicado. Afirma ali que o aprendizado da teoria econômica tem sido efetuado de acordo com dois modelos distintos: o que ele 16 chama de hard science, que ignora a história do pensamento e segundo o qual o estudante deve familiarizar-se de imediato com o estágio atual da teoria, e o que ele chama de soft science, 19 que considera que o estudante deve conhecer bem, e, se possível, dominar, os clássicos do passado, mesmo que em prejuízo de sua familiaridade com os desenvolvimentos mais 22 recentes. Acrescenta a esse enquadramento que, por trás do modelo hard science, está a ideia de uma “fronteira do conhecimento”: o estudante não precisaria perder tempo com 25 antigos pensadores, porque todas as suas eventuais contribuições já estariam incorporadas ao estado atual da teoria. De outro lado, subjacente à visão do modelo soft 28 science, estaria a ideia de que o conhecimento está disperso historicamente, ensejando a necessidade de os estudantes se dedicarem a esses pensadores.

Leda Maria Paulani. Internet: <www.fipe.org.br> (com adaptações).

11. (Cespe/Basa/Técnico Científico/Arquitetura de Tecnologia/2010) O texto constitui uma argumentação em defesa de determinada linha de pesquisa dentro das ciências econômicas.

12. (Cespe/Basa/Técnico Científico/Arquitetura de Tecnologia/2010) Pela leitura do texto, depreende-se que a hard science e a soft science correlacionam-se, respectivamente, às ciências naturais e às ciências humanas.

1 Inovar é recriar de modo a agregar valor e incrementar a eficiência, a produtividade e a competitividade nos processos gerenciais e nos produtos e serviços das organizações. Ou seja, 4 é o fermento do crescimento econômico e social de um país. Para isso, é preciso criatividade, capacidade de inventar e coragem para sair dos esquemas tradicionais. Inovador é o 7 indivíduo que procura respostas originais e pertinentes em situações com as quais ele se defronta. É preciso uma atitude

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de abertura para as coisas novas, pois a novidade é catastrófica 10 para os mais céticos. Pode-se dizer que o caminho da inovação é um percurso de difícil travessia para a maioria das instituições. Inovar significa transformar os pontos frágeis de 13 um empreendimento em uma realidade duradoura e lucrativa. A inovação estimula a comercialização de produtos ou serviços e também permite avanços importantes para toda a sociedade. 16 Porém, a inovação é verdadeira somente quando está fundamentada no conhecimento. A capacidade de inovação depende da pesquisa, da geração de conhecimento. 19 É necessário investir em pesquisa para devolver resultados satisfatórios à sociedade. No entanto, os resultados desse tipo de investimento não são necessariamente recursos financeiros 22 ou valores econômicos, podem ser também a qualidade de vida com justiça social.

13. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Na linha 8, o segmento “as quais” remete a “situações” e, por isso, admite a substituição pelo pronome que; no entanto, nesse contexto, tal substituição provocaria ambiguidade.

14. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) O período sintático iniciado por “Inovar significa” (l.12) estabelece, com o período anterior, relação semântica que admite ser explicitada pela expressão Por conseguinte, escrevendo-se: Por conseguinte, inovar significa (...).

15. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Subentende-se da argumentação do texto que o pronome demonstrativo, no trecho “desse tipo de investimento” (l.20-21), refere-se à ideia de “fermento do crescimento econômico e social de um país” (l.4).

1 A pobreza é um dos fatores mais comumente responsáveis pelo baixo nível de desenvolvimento humano e pela origem de uma série de mazelas, algumas das quais proibidas por lei ou 4 consideradas crimes. É o caso do trabalho infantil. A chaga encontra terreno fértil nas sociedades subdesenvolvidas, mas também viceja onde o capitalismo, em seu ambiente mais 7 selvagem, obriga crianças e adolescentes a participarem do processo de produção. Foi assim na Revolução Industrial de ontem e nas economias ditas avançadas. E ainda é, nos dias de 10 hoje, nas manufaturas da Ásia ou em diversas regiões do Brasil. Enquanto, entre as nações ricas, o trabalho infantil foi minimizado, já que nunca se pode dizer erradicado, ele continua 13 sendo grave problema nos países mais pobres.

Jornal do Brasil, Editorial, 1.º/7/2010 (com adaptações).

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16. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) A palavra “chaga” (L.4), empregada com o sentido de ferida social, refere-se, na estrutura sintática do parágrafo, a “pobreza” (L.1).

17. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) A expressão “das quais” (L.3) pode ser suprimida do período sem prejuízo da correção gramatical ou da coerência do texto.

1 Nós, seres humanos, somos seres sociais: vivemos nosso cotidiano em contínua imbricação com o ser de outros. Isso, em geral, admitimos sem reservas. Ao mesmo tempo, 4 seres humanos, somos indivíduos: vivemos nosso ser cotidiano como um contínuo devir de experiências individuais intransferíveis. Isso admitimos como algo indubitável. Ser 7 social e ser individual parecem condições contraditórias da existência. De fato, boa parte da história política, econômica e cultural da humanidade, particularmente durante os últimos 10 duzentos anos no ocidente, tem a ver com esse dilema. Assim, distintas teorias políticas e econômicas, fundadas em diferentes ideologias do humano, enfatizam um aspecto ou outro dessa 13 dualidade, seja reclamando uma subordinação dos interesses individuais aos interesses sociais, ou, ao contrário, afastando o ser humano da unidade de sua experiência cotidiana. (...)

Humberto Maturana. Biologia do fenômeno social: a ontologia da realidade. Miriam Graciano (Trad.). Belo

Horizonte: UFMG, 2002, p. 195 (com adaptações).

18. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Depreende-se do texto que as “condições contraditórias” mencionadas na linha 7 decorrem da dificuldade que o ser humano tem em admitir que suas experiências são intransferíveis porque surgem de “um contínuo devir” (l.5).

19. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Nas relações de coesão do texto, as expressões “esse dilema” (l.10) e “dessa dualidade” (l.12-13) remetem à condição do ser humano: unitário em “sua experiência cotidiana” (l.15), mas imbricado “com o ser de outros” (l.2).

20. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) A inserção de termo como antes de “seres humanos” (l.4) preservaria a coerência entre os argumentos bem como a correção gramatical do texto.

1 As diferenças de classes vão ser estabelecidas em dois níveis polares: classe privilegiada e classe não privilegiada. Nessa dicotomia, um leitor crítico vai perceber que se trata de 4 um corte epistemológico, na medida em que fica óbvio que classificar por extremos não reflete a complexidade de classes

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da sociedade brasileira, apesar de indicar os picos. Em cada um 7 dos polos, outras diferenças se fazem presentes, mas preferimos alçar a dicotomia maior que tanto habita o mundo das estatísticas quanto, e principalmente, o mundo do 10 imaginário social. (...)

Dina Maria Martins Ferreira. Não pense, veja. São Paulo: Fapesp&Annablume, p. 62 (com adaptações).

21. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Subentende-se da argumentação do texto que “os picos” (l.6) correspondem aos mais salientes indicadores de classes — a privilegiada e a não privilegiada —, referidos no texto também como “extremos” (l.5) e “polos” (l.7).

22. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) De acordo com a argumentação do texto, a diferenciação das classes em “dois níveis polares” (l.1-2), como dois extremos, não atende à complexidade de classes da sociedade brasileira, mas é comum ao “mundo das estatísticas” (l.8-9) e ao “mundo do imaginário social” (l.9-10).

1 A característica central da modernidade, não seria 2 demais repetir, é a institucionalização do universalismo — e 3 seu duplo, a igualdade — como princípio organizador da esfera 4 pública. (...) 9 O particularismo das diferenças produz exclusão social e 10 simbólica, dificultando os sentimentos de pertencimento e 11 interdependência social, necessários para a efetiva 12 institucionalização do universalismo na esfera pública. (...)

Jeni Vaitsman. Desigualdades sociais e particularismos na sociedade brasileira. In: Cadernos de Saúde Pública, Rio

de Janeiro, n.º 18 (Suplemento), p. 38 (com adaptações).

23. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) As relações entre as ideias do texto mostram que a forma verbal “dificultando” (l.10) está ligada a “diferenças” (l.9); por isso, seriam respeitadas as relações entre os argumentos dessa estrutura, como também a correção gramatical, caso se tornasse explícita essa relação, por meio da substituição dessa forma verbal por e dificultam.

24. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) A coerência entre os argumentos apresentados no texto mostra que o pronome “seu” (l.3) refere-se a “universalismo” (l.2).

1 A recuperação econômica dos países desenvolvidos começou perigosamente a perder fôlego. A reação dos indicadores de atividade na zona do euro, que já não eram

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4 robustos ou mesmo convincentes, é agora algo semelhante à paralisia. Os Estados Unidos da América cresceram a uma taxa superior a 3% em 12 meses, mas a maioria dos analistas aposta 7 que a economia americana perderá força no segundo semestre. O corte de 125 mil empregos em junho indica que a esperança de gradual retomada do crescimento do mercado de trabalho no 10 curto prazo era prematura e não deverá se concretizar. As razões para esse estancamento encontram-se no comportamento do polo dinâmico da economia mundial, os países emergentes, 13 cujo desenvolvimento econômico começou a desacelerar — ainda que a partir de taxas exuberantes de expansão.

Valor Econômico, Editorial, 6/7/2010 (com adaptações).

25. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) No trecho “cujo desenvolvimento econômico (...) expansão” (L.13-14), identifica-se relação de causa e consequência entre a construção sintática destacada com travessão e a oração que a antecede.

26. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) As expressões “começou perigosamente a perder fôlego” (L.2) e “começou a desacelerar” (L.13), empregadas em sentido figurado, são equivalentes quanto ao sentido e sugerem que, no atual contexto mundial, caracterizado pela economia globalizada, não há esperança de crescimento da oferta de emprego no curto prazo.

27. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Infere-se das informações do texto que os países emergentes são considerados o polo dinâmico da economia mundial e deles dependem a velocidade e a força da recuperação da economia de países desenvolvidos.

1 Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e traficantes que possam ser encontrados em uma rua escura da cidade são o cerne do problema criminal. Mas os danos que tais 4 criminosos causam são minúsculos quando comparados com os de criminosos respeitáveis, que vestem colarinho branco e trabalham para as organizações mais poderosas. 7 Estima-se que as perdas provocadas por violações das leis antitrust — apenas um item de uma longa lista dos principais crimes do colarinho branco — sejam maiores que todas as 10 perdas causadas pelos crimes notificados à polícia em mais de uma década, e as relativas a danos e mortes provocadas por esse crime apresentam índices ainda maiores. A ocultação, pela 13 indústria do asbesto (amianto), dos perigos representados por seus produtos provavelmente custou tantas vidas quanto as destruídas por todos os assassinatos ocorridos nos Estados 16 Unidos da América durante uma década inteira; e outros

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produtos perigosos, como o cigarro, também provocam, a cada ano, mais mortes do que essas.

James William Coleman. A elite do crime. 5.ª ed., São Paulo: Manole, 2005, p. 1 (com adaptações).

28. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Conclui-se da leitura do texto que os efeitos das ações de criminosos de rua não são, de fato, tão danosos à sociedade quanto os das ações praticadas por criminosos de colarinho branco.

29. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Pela leitura do texto, conclui-se que, nos Estados Unidos da América, os efeitos anuais do tabagismo são mais danosos que os de uma década de violência urbana somados aos do uso de produtos fabricados com amianto.

1 O exercício do poder ocorre mediante múltiplas dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domínio, de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma 4 pessoa sobre outra, que se comporta com dependência, subordinação, resistência ou rebeldia. Tais dinâmicas não se reportam apenas ao caráter negativo do poder, de opressão, 7 punição ou repressão, mas também ao seu caráter positivo, de disciplinar, controlar, adestrar, aprimorar. O poder em si não existe, não é um objeto natural. O que há são relações de 10 poder heterogêneas e em constante transformação. O poder é, portanto, uma prática social constituída historicamente. Na rede social, as dinâmicas de poder não têm 13 barreiras ou fronteiras: nós as vivemos a todo momento. Consequentemente, podemos ser comandados, submetidos ou programados em um vínculo, ou podemos comandá-lo 16 para a realização de sua tarefa, e, assim, vivermos um novo papel social, que nos faz complementar, passivamente ou não, as regras políticas da situação em que nos encontramos.

Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações).

30. (Cespe/TCU/AFCE/2009) É correto concluir, a partir da argumentação do texto, que o poder é dinâmico e que há múltiplas formas de sua realização, com faces heterogêneas, positivas ou negativas; além disso, ele afeta todos que vivem em sociedade, tanto os que a ele se submetem, quanto os que a ele resistem.

31. (Cespe/TCU/AFCE/2009) De acordo com a argumentação do texto, o poder “não é um objeto natural” (l.9) porque é criado artificialmente nas relações de opressão social.

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1 As projeções sobre a economia para os próximos dez anos são alentadoras. Se o Brasil mantiver razoável ritmo de crescimento nesse período, chegará ao final da próxima década 4 sem extrema pobreza. Algumas projeções chegam a apontar o país como a primeira das atuais nações emergentes em condições de romper a barreira do subdesenvolvimento e 7 ingressar no restrito mundo rico. Tais previsões baseiam-se na hipótese de que o país vai superar eventuais obstáculos que impediriam a economia de 10 crescer a ritmo continuado de 5% ao ano, em média. Para realizar essas projeções, o Brasil precisa aumentar a sua capacidade de poupança doméstica e investir mais para ampliar 13 a oferta e se tornar competitivo. No lugar de alta carga tributária e estrutura de impostos inadequada, o país deve priorizar investimentos que expandam 16 a produção e contribuam simultaneamente para o aumento de produtividade, como é o caso dos gastos com educação. É dessa forma que são criadas boas oportunidades de trabalho, 19 geradoras de renda, de maneira sustentável.

O Globo, Editorial, 12/7/2010 (com adaptações).

32. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Pelas estruturas sintáticas, escolhas lexicais e modo de organização das ideias, conclui-se que predomina, no texto, o tipo textual narrativo.

33. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Subentende-se das informações do texto que a aplicação prioritária de recursos em educação acarretaria simultânea queda da carga tributária.

34. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Infere-se da leitura do texto que o autor considera que o Brasil precisa reformular a estrutura de impostos, que é inadequada, e rever a carga tributária, que é alta.

35. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Depreende-se da leitura do texto que o Brasil, em uma década, será membro do grupo dos países ricos.

Em seu quarto pronunciamento após o atentado frustrado da Al-Qaeda a um avião americano no Natal, o presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Barack Obama, lançou a linha mestra para a reforma do sistema de inteligência americano, que incluirá a revisão dos processos de concessão de visto para os EUA e maior cooperação com outros países para reforçar a revista de passageiros no exterior. Os temores de novos ataques terroristas contra aviões comerciais racharam os 27 países da União Europeia (UE). A proposta de adotar nos aeroportos novos aparelhos de scanner capazes de

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penetrar no tecido das roupas e visualizar o corpo dos passageiros foi rechaçada pela Bélgica.

O Globo, 6/1/2010, p. 29 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando as múltiplas implicações do tema por ele tratado, julgue as questões seguintes. 36. (Cespe/BRB/Advogado/2010) Ao obter êxito, o atentado ocorrido no Natal

de 2009 levou os EUA a se recordarem dos episódios de 11/9/2001 e a admitirem a enorme vulnerabilidade de seu sistema de defesa.

37. (Cespe/BRB/Advogado/2010) O êxito da UE deve-se ao consenso obtido pelos integrantes do bloco em agir de modo uniforme e unânime em áreas vitais como política externa, legislação sobre imigrações e fixação de tributos diversos.

1 Estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estima que, nos próximos quatro anos, os investimentos na indústria brasileira chegarão 4 a R$ 500 bilhões, um valor 60% maior do que os R$ 311 bilhões investidos entre 2005 e 2008 (o banco não incluiu 2009, pois ainda não dispõe de dados consolidados do ano 7 passado). O estudo aponta forte concentração dos investimentos na exploração de petróleo e gás, não tanto no pré-sal, mas, 10 especialmente, na cadeia econômica ligada ao óleo, como a indústria naval e a de fabricação de plataformas. Trata-se de um investimento que estimula outros setores da economia. 13 Mas o BNDES prevê também fortes investimentos em setores voltados para atender à demanda interna, entre os quais o automobilístico.

O Estado de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adaptações).

38. (Cespe/Aneel/Técnico Administrativo/2010) Trata-se de texto subjetivo e pessoal, em que o autor explicita sua opinião individual.

39. (Cespe/Aneel/Técnico Administrativo/2010) Infere-se das informações do texto que o investimento na exploração de combustíveis fósseis e na cadeia econômica associada a essa atividade influencia o desenvolvimento de outras áreas da economia.

40. (Cespe/Aneel/Técnico Administrativo/2010) O termo “como” (l.10) estabelece, no período em que foi empregado, uma relação de comparação entre a “cadeia econômica ligada ao óleo” (l.10) e “a indústria naval e a de fabricação de plataformas” (l.10-11).

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1 A discussão acerca da influência do pensamento econômico na teoria moderna é aparentemente uma discussão metateórica, ou seja, de caráter metodológico. Mas, na ciência 4 econômica, como de resto nas ciências sociais em geral, não há consenso sobre a forma de evolução dos paradigmas. Contrariamente ao que, em regra, acontece no mundo das 7 ciências naturais, há aqui dúvidas a respeito de se o conhecimento mais recente é necessariamente o melhor, o mais verdadeiro, ou seja, aquele que incorporou produtivamente os 10 desenvolvimentos teóricos até então existentes, tendo deixado de lado aqueles que não se mostraram adequados a seu objeto.

(...) Leda Maria Paulani. Internet: <www.fipe.org.br> (com adaptações).

41. (Cespe/Basa/Técnico Científico/Arquitetura de Tecnologia/2010) Infere-se do texto que o conhecimento recente da área econômica pode não ser, necessariamente, o que incorporou as melhores facetas do conhecimento historicamente desenvolvido.

1 Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e traficantes que possam ser encontrados em uma rua escura da cidade são o cerne do problema criminal. Mas os danos que tais 4 criminosos causam são minúsculos quando comparados com os de criminosos respeitáveis, que vestem colarinho branco e trabalham para as organizações mais poderosas. (...)

James William Coleman. A elite do crime. 5.ª ed., São Paulo: Manole, 2005, p. 1 (com adaptações).

42. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Sem prejuízo para a coerência textual e a correção gramatical, o trecho “Mas os danos (...) minúsculos”, que inicia o segundo período do texto, poderia ser substituído por: Embora os danos causados por esses criminosos sejam ínfimos (...).

(...) 22 Os grandes líderes de mercado parecem ainda ter dificuldade para entender o que está acontecendo de fato. O discurso e a prática dessas empresas ainda estão baseados em 25 modelos ultrapassados, que veem os custos ainda da maneira tradicional, deixando as externalidades para a sociedade. E mais, não são apenas os grandes líderes do setor 28 privado que demonstram essa dificuldade. Uma manchete recente em um grande jornal diário mostra que pesquisadores e jornalistas também não entenderam as oportunidades que 31 estão surgindo a partir das transformações que estamos

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vivendo. Eis o título da matéria: “Só estagnação econômica pode reduzir aquecimento global, diz estudo”. (...)

Ricardo Young. Mudanças no consumo. In: CartaCapital, 26/2/2010. Internet: <www.cartacapital.com.br> (com adaptações).

43. (Cespe/AGU/Administrador/2010) O trecho “a partir das” (l.31) poderia ser substituído, sem prejuízo sintático ou semântico ao texto, por um dos termos a seguir: por razão das, em consequência das, com as.

44. (Cespe/AGU/Administrador/2010) Na linha 22, o deslocamento do vocábulo “ainda” para imediatamente antes da forma verbal “parecem” — ainda parecem — alteraria a ideia original do vocábulo substituído, que passaria a significar também.

(...) 34 O fenomenal crescimento da economia mundial no decorrer dos dois últimos séculos, baseado no uso das energias fósseis, provocou um aquecimento global de consequências 37 deletérias e, em parte, irreversíveis. Seria, no entanto, um erro considerar que o clima é a bola da vez e as urgências sociais podem esperar. Em 2007, existiam, no Brasil, 10,7 milhões de 40 indigentes e 46,3 milhões de pobres. E, enquanto os latifúndios de mais de mil hectares — 3% do total das propriedades rurais do Brasil — ocupam 57% das terras agriculturáveis, 43 4,8 milhões de famílias sem-terra estão à espera do chão para plantar. (...)

Ignacy Sachs. Voltando ao planejamento. Internet: <www.envolverde.com.br.> (com adaptações).

45. (Cespe/Aneel/Nível Superior/2010) O termo “consequências deletérias” (l.36-37) significa resultados que não podem ser apagados, alterados.

1 O poder político é produto de uma convenção, não da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de 4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida, na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de 7 sociedade, o homem não é um ente isolado, avesso ao contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da 10 espécie. De outro lado, a sociedade política visa à preservação da propriedade. (...)

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Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, ciência & vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).

46. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A organização do texto permite a substituição da expressão “ao contato” (l.7-8) por à convivência, sem prejuízo para a coerência entre os argumentos e para a correção gramatical.

47. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Na linha 3, a argumentação do texto mostra que “a sociedade” e “os homens” podem ser considerados, em significação conotativa, como sinônimos textuais; por isso, a troca de posição entre esses dois termos preservaria a coerência e a correção gramatical do texto.

(...) Tendo como principal propósito a 13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à constituição de uma nação-Estado verdadeiramente unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no 16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o crescimento era enormemente inibido pela ausência de um sistema nacional de comunicações e de que o 19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial para o alargamento da base econômica do país. (...)

Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações).

48. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A palavra “crucial” (l.19) está sendo empregada com o sentido de árduo, difícil.

O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006, ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor. 7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL. Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o 10 acordo. (...)

Maria Clara Cabral. Folha de S.Paulo,18/12/2008.

49. (Cespe/MRE/Bolsas-Prêmio/2009) A palavra “chancelaram” (l.9) está sendo empregada com o sentido de sancionaram.

A diferença na linguagem

1 “Para os gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam 4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.” Neste texto Rousseau nos sugere que, para ler bem, é preciso prestar ouvidos à voz original, adivinhar as diferenças de

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7 acento que a articulam e que se tornaram imperceptíveis no espaço homogêneo da escrita. Na leitura, o olho treinado do Gramático ou do Lógico deve subordinar-se a um ouvido 10 atento à melodia que dá vida aos signos: estar surdo à modulação da voz significa estar cego às modalidades do sentido. Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a 13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas também a indicação do estatuto que Rousseau confere à 16 linguagem. O que é importante notar aqui é que a oposição entre falar e escrever não se funda mais na oposição entre presença e ausência: não é a ausência do sujeito falante que 19 desqualifica a escrita, mas a atonia ou a homogeneidade dos signos visuais. Se a essência da linguagem escapa à Gramática, é porque esta desdobra a linguagem num elemento 22 essencialmente homogêneo.

Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.

50. (Cespe/MRE/Diplomata/2009) Com relação às ideias do texto 3, julgue (C ou E) o item a seguir.

A palavra “acentos” (l.3) refere-se a sinais gráficos, ao passo que “acento” (l.7) designa qualidades como inflexão ou modulação.

51. (Cespe/MRE/Diplomata/2009 – adaptada) Com relação às ideias e aos aspectos gramaticais do texto, julgue o item abaixo.

O uso recorrente de vocábulos pertencentes aos campos semânticos da visão e da audição prejudica a coerência e a coesão do texto.

Receita – 96:924$985

1 No orçamento do ano passado houve supressão de várias taxas que existiam em 1928. A receita, entretanto, calculada em 68:850$000, atingiu 96:924$985. 4 E não empreguei rigores excessivos. Fiz apenas isto: extingui favores largamente concedidos a pessoas que não precisavam deles e pus termo às extorsões que afligiam 7 os matutos de pequeno valor, ordinariamente raspados, escorchados, esbrugados pelos exatores. (...)

Graciliano Ramos. 2.º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.

Record/Fundaç ão de Cultura de Recife, 1994, p. 51.

52. (Cespe/Sefaz-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Considerando os sentidos e aspectos gramaticais do texto, julgue a opção abaixo.

A expressão explorados pelos cobradores de impostos, embora menos enfática, é coerente com o sentido geral do trecho “ raspados, escorchados, esbrugados pelos exatores” (l.7-8).

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TEXTO I

Brasília, 1º/07/08 (MJ) – “Após a invasão de camelôs nas ruas brasileiras vendendo produtos falsos, agora esse tipo de mercado migra para a Internet, com potencial ofensivo muito maior. Verdadeiras redes estão se estruturando e há vinculação de várias delas com o crime organizado, como o tráfico de drogas e de armamentos”. A declaração é do presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria, Luiz Paulo Barreto, também secretário-executivo do Ministério da Justiça. Segundo o secretário, o trabalho da Polícia Federal na Operação I- Commerce 2, que teve início nesta terça-feira (1º) é de fundamental importância, para acabar com o problema na raiz, antes que comece a se alastrar. Barreto informou que se trata de uma segunda fase da operação, que começou em 2006, em que a PF deu início à repressão da pirataria na Internet em 13 estados e no Distrito federal. “A pessoas, por Download, estão comprando gato por lebre. Nossa ação é positiva, não apenas pelas prisões, mas principalmente pela desarticulação das quadrilhas, numa forte demonstração de que o Governo está atento, para não permitir que a Internet se torne um campo livre de práticas ilícitas”, disse o secretário. “Não há como punir o consumidor, mas devemos educar e alertar para os fins que o dinheiro da pirataria é utilizado, como o narcotráfico”. Luiz Paulo Barreto informou, ainda, que o a pirataria provoca uma redução de dois milhões de postos de trabalho no mercado formal. O Brasil, de acordo com o secretário, perde, por ano, R$ 30 bilhões em arrecadação de impostos. No mundo, a Interpol (Polícia Internacional) já considera a pirataria o crime do século, movimentando U$ 522 bilhões/ano, bem mais do que o tráfico de entorpecentes, de U$ 360 bilhões/ano.

(Disponível em: http://www.mj.gov.br, acesso: 16/08/2008)

53. (Funrio/Ministério da Justiça/Administração/2008) Pode-se afirmar que o texto I é:

A) lírico. B) narrativo. C) figurado. D) informativo. E) antitético.

54. (Funrio/Ministério da Justiça/Administração/2008) De acordo com o texto I, a Operação I-Commerce 2 objetiva:

A) acabar com a pirataria na Internet. B) coibir a ação de camelôs nas ruas brasileiras. C) corrigir os rumos de uma operação anterior. D) identificar e punir os consumidores de pirataria. E) dar início à repressão da pirataria em 13 estados e no Distrito federal.

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TEXTO II

Trabalho de camelô é fuga da marginalidade, conclui pesquisa

Raquel Souza Equipe GD

A venda ambulante não é trabalho. Essa é a opinião de 38 camelôs de São Paulo. Expulsos ou sequer convidados para o mercado formal, essas pessoas se viram obrigadas a montar uma barraquinha e vender bugigangas nas ruas da cidade. No entanto, creditam à prática apenas um "jeito de ganhar a vida" sem cometer crimes. "Eles não criam uma identidade de trabalhador como outro profissional qualquer. O trabalho de camelô é encarado como ganha pão e o jeito de distinguir-se daqueles que cometem atos ilícitos para ter dinheiro, apesar da perseguição policial", comenta Francisco José Ramires, que pesquisou o tema entre 1999 e 2001. Os resultados estão em seu trabalho de mestrado, apresentado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Intitulado "Severinos na metrópole: a negação do trabalho na cidade de São Paulo", a pesquisa conta com depoimentos de camelôs de diversos cantos da cidade – do D. Pedro II, Praça da Sé, Hospital das Clínicas e da rua Teodoro Sampaio. As histórias de vida variam bastante. Possuem em comum o fato de serem quase na totalidade, nordestinos ou filhos de migrantes. Os mais velhos (compreenda como aqueles que passaram dos 38 anos) possuem baixa escolarização, em média 4ª série do Ensino Fundamental. Já os jovens concluíram o Ensino Médio e, em alguns casos, fizeram até cursos profissionalizantes e o primeiro ano de faculdade (que foi abandonada por falta de recurso financeiro). Todos gostariam de trabalhar tendo um patrão – contrariando o mito de que a venda ambulante é uma maneira de ganhar autonomia e maiores dividendos. "Muitos daqueles que sobrevivem graças ao trabalho informal gostariam de voltar ou integrar-se à formalidade. Isso é quase um sonho para muitos". Ramires explica que a maioria dos ambulantes veio de trabalhos com registro em carteira e, por isso, sabe das "tranqüilidades" que o mercado formal possibilita: previdência social, fundo de garantia, décimo terceiro salário, entre outros. São pouquíssimos os que ganham mais de R$300 por mês. O pesquisador encontrou alguns que guardam o colchão sob a barraca e que, quando anoitece, dormem embaixo dela. Em alguns casos, os camelôs pagam a comerciantes e clínicas médicas para guardar seus produtos em seus estabelecimentos. Assim, parte da renda obtida por essas instituições é proveniente do comércio informal. "Essa ideia de que há uma linha divisória entre o trabalho formal e informal não existe. Ambos fazem parte de um único sistema econômico", finaliza Ramires.

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(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/sonosso/index.htm, acesso: 16/08/2008, texto adaptado)

55. (Funrio/Ministério da Justiça/Administração/2008) A pesquisa feita por Francisco José Ramires, de acordo com o texto II, conclui que

A) as garantias trabalhistas não mais atraem os camelôs. B) os “severinos” não deveriam migrar para as metrópoles. C) alguns estabelecimentos da economia formal se beneficiam do comércio

informal. D) o trabalho dos ambulantes deve ser reprimido. E) muitos camelôs entrevistados se orgulham de sua atividade.

56. (Funrio/Ministério da Justiça/Administração/2008) A palavra do texto II,

que apresenta valor pejorativo é

A) ambulante. B) nordestinos. C) bugiganga. D) patrão. E) mito.

57. (Funrio/Ministério da Justiça/Administração/2008) De acordo com o texto II, a única palavra que NÃO pertence ao campo semântico de “camelô” é

A) Severinos. B) migrantes. C) identidade. D) nordestinos. E) informal.

TEXTO III

O carrasco

(Luís Fernando Veríssimo)

Pequena história, significando não sei bem o quê. Dizem que, quando recebeu o Robespierre caído em desgraça para medi-lo para a guilhotina, o carrasco se surpreendeu. - O senhor aqui?! - Veja você - disse Robespierre. - Não faz muito, eu é que estava mandando gente para você executar. Agora o condenado sou eu. Mas isso é a política, um dia você manda, outro dia você é mandado. Inclusive para a guilhotina... Ao que o carrasco disse: - Felizmente, estou livre disso. Só eu sei manejar a guilhotina. Tenho o cargo mais estável da República. - Aliás - disse Robespierre - fui eu que lhe contratei, lembra? - Claro - disse o Carrasco - como poderia esquecer? - Então me ajude a fugir - sugeriu Robespierre.

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E o Carrasco sorriu e disse: - Lembra por que o senhor me contratou? Porque eu era o servidor público perfeito. Eficiente, cumpridor de ordens e incorruptível. Abra a camisa, por favor.

(Zero hora, 16 de dezembro de 2007 | N° 15450)

58. (Funrio/MPOG/Agente Administrativo/2009) O final do texto III indica que

A) Roberpierre seria salvo. B) o carrasco se corromperia. C) Robespierre seria guilhotinado. D) o carrasco se apiedaria. E) Roberpierre e o carrasco compactuariam.

59. (Funrio/MPOG/Agente Administrativo/2009) Indique o fenômeno léxico-semântico presente no fragmento “Mas isso é a política, um dia você manda, outro dia você é mandado. Inclusive para a guilhotina...”:

A) sinonímia. B) homonímia. C) conotação. D) neologismo. E) polissemia.

60. (Funrio/MPOG/Agente Administrativo/2009) Marque, dentre as opções abaixo, aquela que poderia sintetizar o sentido global do texto de Veríssimo:

A) O dia da vingança. B) O servidor incorruptível. C) A política revolucionária. D) Estabilidade no emprego. E) Salvo pelo gongo.

61. (Funrio/MPOG/Agente Administrativo/2009) No fragmento “Pequena história, significando não sei bem o quê” identifica-se a presença de

A) metáfora. B) hipérbole. C) metonímia. D) ironia. E) antítese.

62. (Funrio/MPOG/Agente Administrativo/2009)

“– Felizmente, estou livre disso. Só eu sei manejar a guilhotina. Tenho o cargo mais estável da República.“

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De acordo com o texto lido, a reescritura que mantém o mesmo sentido do fragmento destacado acima é

A) Como, felizmente, estou livre disso, só eu sei manejar a guilhotina. Porém, tenho o cargo mais estável da República.

B) Embora, felizmente, esteja livre disso, só eu sei manejar a guilhotina. Assim, tenho o cargo mais estável da República.

C) Felizmente, estou tão livre disso, que só eu sei manejar a guilhotina. Tenho, contudo, o cargo mais estável da República.

D) Felizmente, estou livre disso, pois só eu sei manejar a guilhotina. Portanto, tenho o cargo mais estável da República.

E) Felizmente, estou livre disso, mas só eu sei manejar a guilhotina e tenho o cargo mais estável da República.

Texto

As profissões mais bem pagas

Há três caminhos que, em geral, levam a bons salários. O primeiro é procurar vagas nas empresas líderes de cada setor, pois costumam ser as que mais crescem e, portanto, as que oferecem as melhores oportunidades e pagam melhor. Um analista financeiro júnior que começa ganhando mais que a média de mercado em uma empresa pequena, por exemplo, pode demorar até sete anos para ser promovido. Em uma companhia líder, em quatro anos, em média, ele já passa a ocupar o cargo de analista sênior, com um salário maior. O segundo caminho, válido para profissionais liberais, é conquistar bons clientes e assumir a propriedade do próprio nariz. Os médicos, arquitetos e advogados mais bem-sucedidos (leia-se, com os melhores rendimentos) quase sempre atendem em consultório ou escritório próprio. O terceiro caminho é optar por carreiras do serviço público com bons salários iniciais, como fiscal da Receita Federal ou juiz. Para ganhar bem, não se pode parar de estudar nunca. A pesquisa da FGV acrescenta novas comprovações à já consolidada tese de que o investimento em educação aumenta salários e reduz a possibilidade de desemprego. A taxa de ocupação entre os brasileiros em idade ativa que nunca passaram de um ano de estudo é de 60%. Entre os que estudaram dezoito anos ou mais, 91% têm trabalho. Quanto aos salários, cada ano de estudo adicional representa um aumento médio de 15% no valor recebido no fim do mês. O ideal, portanto, é não ficar só no diploma universitário. Cursos de especialização e pós-graduação fazem diferença no contracheque de carreiras em que o conhecimento técnico é essencial, como medicina e análise de sistemas. "Uma experiência sólida no exterior, seja acadêmica, seja profissional, também influencia positivamente no nível salarial e no rumo que a carreira toma", diz Renato Bagnolesi, headhunter da Robert Wong Consultoria Executiva. Trata-se de um investimento com um alto retorno na vida pessoal. Afinal, um bom salário costuma ser diretamente proporcional à satisfação no trabalho.

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Revista Veja, edição 2138, ano 42, nº 45. São Paulo: Editora Abril, 11 nov. 2009, p. 190-193. (Fragmento)

63. (Funrio/FURP/Analista de Contratos/2010) Das alternativas abaixo, a única que se constitui na tese defendida no texto é

A) “(...) o investimento em educação aumenta salários e reduz a possibilidade de desemprego.”

B) “(...) a taxa de ocupação entre os brasileiros em idade ativa que nunca passaram de um ano de estudo é de 60%.”

C) “Entre os que estudaram dezoito anos ou mais, 91% têm trabalho.” D) “(...) cada ano de estudo adicional representa um aumento médio de 15%

no valor recebido no fim do mês”. E) “Uma experiência sólida no exterior, seja acadêmica, seja profissional,

também influencia positivamente no nível salarial.”

64. (Funrio/FURP/Analista de Contratos/2010) Assinale a opção em que o conector “pois” tem o mesmo valor semântico que o do fragmento “O primeiro é procurar vagas nas empresas líderes de cada setor, pois costumam ser as que mais crescem”.

A) Dizem que ele é o melhor candidato, pois seus atos são coerentes com os princípios que defende.

B) Fez um trabalho de pesquisa consistente; deverá, pois, receber o primeiro prêmio.

C) Precisa chegar ao trabalho, na hora certa; deverá acordar mais cedo, pois. D) Consegui bater a meta imposta pela empresa; posso, pois, comemorar o

meu sucesso. E) A educação é fundamental para o sucesso profissional; devemos lutar,

pois, pela melhoria da qualidade do ensino.

65. (Funrio/FURP/Analista de Contratos/2010) O processo de coesão textual pode realizar-se por meio de anáfora, quando se retomam termos e significados anteriormente expressos. Em uma das passagens abaixo, NÃO se verifica a ocorrência de conector em função anafórica. Indique-a.

A) “Respondi-lhe que já tinha lido a receita em qualquer parte.” B) “Eu aguardava com uma ansiedade medonha esta cheia de que tanto se

falava.” C) “Um dia entrei num desses esconderijos subterrâneos em cuja entrada

eles às vezes semeiam víboras”. D) “Entrava-se de barco pelo corredor da velha casa de cômodos onde eu

morava.” E) “A noitinha em que nos encontramos e em que eu colhi os ramos de murta

foi seguida do jantar, a que ela compareceu.”

66. (Funrio/FURP/Analista de Contratos/2010) Em um texto, as palavras e as expressões podem se empregadas em sentido conotativo ou denotativo.

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No segmento “O segundo caminho, válido para profissionais liberais, é conquistar bons clientes e assumir a propriedade do próprio nariz.” (§ 1), a expressão “do próprio nariz” tem natureza conotativa. O termo ou expressão destacado(a) que está empregado(a) em sentido denotativo ocorre em

A) Muitos jovens não conseguem ser “felizes” nas profissões que abraçaram. B) Os jovens “lutam” aguerridamente para conseguir um bom emprego. C) É educativo ensinar às pessoas a ganharem o dinheiro com o “suor do seu

rosto”. D) Os profissionais financeiramente “mais bem sucedidos” são os médicos. E) Os filhos podem ser “o braço direito” dos pais em empresas familiares.

67. (Funrio/FURP/Analista de Contratos/2010 – adaptada) Considerando os recursos linguísticos empregados no texto “As profissões mais bem pagas”, julgue a assertiva abaixo:

Esse texto é predominantemente argumentativo e a maioria dos verbos está no presente do indicativo.

Texto

A atualidade de Charles Darwin

Três novos livros somam-se às comemorações do nascimento do pai da teoria da evolução, mostram a perenidade de suas ideias e revelam como elas ainda ajudam a ciência a avançar. As comemorações dos 200 anos do nascimento do naturalista inglês Charles Darwin e dos 150 anos da publicação de seu livro mais célebre, A Origem das Espécies, foram tisnadas pela falsa, mas ardente disputa entre criacionistas e evolucionistas. Os primeiros creem na versão bíblica de que o ser humano é uma criação divina, um anjo decaído feito à imagem e semelhança de Deus. Os segundos defendem o princípio científico darwinista de que, assim como todos os outros seres vivos, os humanos atuais são o produto de milhões de anos de um processo de seleção natural. Entre os darwinistas se contam ferozes prosélitos do ateísmo, como o biólogo britânico Richard Dawkins e o filósofo americano Daniel Dennett.

68. (Funrio/MDIC/Analista Técnico-Administrativo/2009) No trecho "Três novos livros somam-se às comemorações do nascimento do pai da teoria da evolução, mostram a perenidade de suas ideias e revelam como elas ainda ajudam a ciência a avançar", o pronome possessivo estabelece um vínculo de coesão no texto porque se refere

A) “ao pai da teoria da evolução”. B) “a ideias”.

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C) “às comemorações” D) “à ciência”. E) “a três novos livros.”

Texto

Reunião sobre clima termina com racha

A penúltima reunião de negociação antes da conferência do clima de Copenhague terminou ontem em Bancoc, Tailândia, com duas promessas: uma dos países desenvolvidos, de que vão acabar com o Protocolo de Kyoto em favor de um acordo do clima único para ricos e pobres. A outra, dos países em desenvolvimento, de que não deixarão isso acontecer. "O Grupo da África se opõe à substituição do Protocolo de Kyoto por quaisquer outros acordos. Vou repetir: o Grupo da África se opõe à substituição do Protocolo de Kyoto por quaisquer outros acordos", declarou o representante da Argélia numa das plenárias finais do encontro, ontem de manhã. Foi apoiado por todo o G77, o grupo dos países em desenvolvimento, que o Brasil integra.

69. (Funrio/MDIC/Analista Técnico-Administrativo/2009) O título da notícia jornalística “Reunião sobre clima termina com racha” apresenta marca de variação linguística própria

A) da expressão retórica no nível lexical. B) do registro informal no nível semântico. C) do estilo jornalístico no nível sintático. D) da fala popular no nível mórfico. E) do texto formal, no nível fonético.

70. (Funrio/MDIC/Analista Técnico-Administrativo/2009) As opiniões pessoais expressam apreciações, pontos de vista, julgamento, que representam por parte de quem fala sua aprovação ou desaprovação sobre algum fato ou acontecimento. As opiniões, entretanto, precisam vir apoiadas em argumentos para que tenham poder de convencimento.

As alternativas, a seguir, apresentam opiniões e argumentos usados para defender ou criticar o novo acordo ortográfico, EXCETO

A) “Serão mais perdas do que lucros; a reforma nos custará uma fortuna e ainda temos a resolver a questão dos estoques atuais”.

B) “Acho fundamental que o Acordo entre em vigor, pois é resultado de quase 100 anos de parlamentações, estagnação e inércia”.

C) “Sou pela unificação pelo valor político e cultural do sistema ortográfico. Por que o espanhol, língua de várias nações, o francês e o italiano têm uma ortografia e o português duas?”

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D) “Acho a reforma desnecessária, pois a fala e a escrita não se unificarão. Cada povo continua com o vocabulário, a sintaxe, as expressões e locuções, os regionalismos próprios.”

E) “Muita gente ainda se opõe à unificação, principalmente em Portugal. Criou-se lá, há algum tempo, o ‘Movimento Contra o Acordo Orográfico’, que o classificou de ‘Desacordo Ortográfico’.”

71. (Funrio/MDIC/Analista Técnico-Administrativo/2009) Das frases arroladas a seguir, indique a que serve para exemplificar o uso adequado de elementos coesivos, de acordo com o padrão formal da língua.

A) Enquanto professora não aceito imposições de leigos no meu trabalho. B) Classificou nossa atitude como sendo precipitada. C) João não veio à reunião e nem enviou justificativa. D) O projeto estava a nível de execução no Tribunal Superior. E) Ninguém foi processado uma vez que as provas não foram suficientes.

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Gabarito das Questões Comentadas

1. Item errado 2. Item certo 3. Item certo 4. Item certo 5. Item certo 6. Item errado 7. Item certo 8. Item errado 9. Item errado 10. Item errado 11. Item errado 12. Item errado 13. Item errado 14. Item errado 15. Item errado 16. Item errado 17. Item certo 18. Item errado 19. Item certo 20. Item certo 21. Item certo 22. Item certo 23. Item errado 24. Item certo 25. Item errado 26. Item errado 27. Item certo 28. Item certo 29. Item errado 30. Item certo 31. Item errado 32. Item errado 33. Item errado 34. Item certo 35. Item errado 36. Item errado 37. Item errado 38. Item errado 39. Item certo 40. Item errado 41. Item certo 42. Item errado 43. Item certo 44. Item errado 45. Item errado 46. Item certo

47. Item errado 48. Item errado 49. Item certo 50. Item certo 51. Item errado 52. Item certo 53. D 54. A 55. C 56. C 57. C 58. C 59. E 60. B 61. D 62. D 63. A 64. A 65. A 66. A 67. Item errado 68. A 69. B 70. E 71. E

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AULA 0 – APRESENTAÇÃO

Olá, pessoal!

Bom dia, boa tarde, boa noite e boa madrugada! Saúdo a todos vocês, guerreiros, decididos a conquistar a aprovação para um cargo público.

Hoje é dia de lançarmos um novo curso de Noções de Informática (Teoria e Exercícios). Diante das últimas notícias acerca do concurso do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) decidimos concentrar esforços para acompanhar os candidatos que decidiram sair na frente! Serão oferecidas milhares de vagas e o certame deve ocorrer nos próximos meses. Não podemos deixar para estudar nos últimos dias. É preciso estar preparado para abrir as portas quando a oportunidade bate e a hora é agora!

O Ponto prima pela qualidade e nós, professores, procuramos oferecer os melhores cursos para quem quer ingressar no serviço público. Nesse contexto, apresento a vocês um curso de Noções de Informática – participante do pacote para o INSS –, no qual abordarei os itens do último edital, de forma clara, direta e voltada para a solução de questões. Além da teoria – renovada – comentarei exercícios da banca responsável pela última prova do INSS: CESPE (2008, 2009 e 2010). A chance de ser o CESPE a organizar este certame é, em minha opinião, maior do que qualquer outro concorrente. Então, concentraremos nossos esforços nos comentários de exercícios para esta banca.

Para quem me conhece, reafirmo meu compromisso com a qualidade do material. É claro que meu estilo não mudou, qualidade sempre foi um dos pontos importantes em meus cursos. Mas a ideia é criar um curso com novos temas ou novas abordagens para temas conhecidos. Este é um curso com material renovado, novos comentários de questões, resumos, tabelas e outros recursos didáticos que vão auxiliar você a aprender com mais facilidade. E para quem ainda não me conhece, posso adiantar que sou um professor com bastante experiência, tendo lecionado para todos os tipos de públicos. Desde alunos especialistas em computação até alunos que nunca viram um computador.

É um prazer conhecer vocês. Sou o professor Alexandre Lênin Carneiro, Mestre em Ciência da Computação pela UnB, com formação na área de Inteligência Artificial. Mas o que faz a diferença para lecionar aqui no Ponto não minha formação na área nem mesmo o título. É a minha experiência em trabalhar o ensino de informática básica, desde o tempo em que chamávamos de “operação de computador”. Didática, dedicação e experiência em concursos são os fatores que, creio, habilitam-me para a tarefa. Bem, passada a apresentação inicial, esperamos que este curso seja de grande valia para o seu estudo, fazendo-o superar os desafios vindouros na prova! Leciono desde os 18 anos (1990) nos mais diversos tipos de cursos: técnicos, graduação e pós-graduação e já passei pelo Serpro, Ibama e Receita Federal como servidor

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efetivo. Hoje sou funcionário público federal do Ministério do Planejamento - Analista de Planejamento e Orçamento – e professor do Ponto dos Concursos.

Convido você para conhecer este curso e aproveitar a oportunidade de largar na frente da concorrência. Vamos juntos em busca de mais uma vitória.

Por que fazer este curso?

Organização do curso

Para organizar o curso foi preciso estudar os últimos editais lançados pelo INSS e avaliar a tendência em relação à atualização dos temas a serem cobrados.

O CESPE, em 2009, executou o processo seletivo para Engenheiros (INSS) e vários cargos do MPS. Em 2010, ainda falando do CESPE, o cargo foi o de médico do INSS e, novamente, cargos de nível médio e superior do MPS. E não podemos nos esquecer de que em 2008 a banca executou um grande concursos para Analista e Técnico do Seguro Social. Por isso, acredito que esta banca é forte candidata para executar o próximo concurso do INSS. Já a banca FUNRIO organizou os trabalhos em 2009 para o certame do INSS.

No que concerne ao conteúdo de informáticas dos últimos certames, independente da banca organizadora, são muito semelhantes. Os tópicos são: Internet; Pacotes de escritório Microsoft Office e BrOffice; Sistemas operacionais: Windows e Linux; e Noções de Hardware e Software. Enfim, é praticamente uma abordagem bem ampla para a área de Noções de Informática.

Após o estudo dos últimos editais dos concursos para o INSS e MPS, selecionei os temas acima e os dividi em 8 aulas (uma por semana). As aulas são compostas por um conteúdo teórico abordando os pontos principais com foco em concursos, seguido de exercícios de provas anteriores comentados. Cada aula conterá, em média, 25 exercícios, perfazendo um total de, pelo menos, 200 exercícios comentados. Os exercícios serão selecionados com base no tema, adequação ao nível e formato das provas do INSS, bem como darei

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preferência por questões ainda não comentadas por mim e que sejam de concursos mais recentes.

Além das aulas, programadas para serem disponibilizadas semanalmente, contamos com um fórum de dúvidas, onde você poderá encaminhar suas perguntas, sugestões, críticas/reclamações e, é claro, elogios.

Veja a distribuição dos conteúdos no quadro a seguir. As aulas poderão sofrer alteração na ordem programada, mas todos os temas descritos serão abordados.

AULA CONTEÚDO

0 Aula Demonstrativa – Apresentação do Professor e Proposta do curso.

1 Introdução a conceitos de hardware e software de computador.

2 Conceitos básicos e utilização de aplicativos para edição de textos e planilhas eletrônicas: Pacote BrOffice versão 3.2.

3 Conceitos e modos de utilização de aplicativos para edição de textos, planilhas e apresentações. Parte I - edição de textos (Pacote Microsoft Office).

4 Conceitos e modos de utilização de aplicativos para edição de textos, planilhas e apresentações. Parte II - edição de planilhas eletrônicas e apresentações (Pacote Microsoft Office).

5 Internet e Tópicos Relacionados. Parte I - Noções de redes de computadores, Internet e Intranet.

6 Internet e Tópicos Relacionados. Parte II -Ferramentas e aplicativos de navegação e correio eletrônico. Grupos de discussão, busca e pesquisa na Internet.

7 Introdução a sistemas operacionais: Microsoft Windows.

8 Introdução a sistemas operacionais: Linux.

E então, vamos iniciar nossa jornada? Nesta aula demonstrativa, quero que você tenha contato com a proposta deste curso e posso avaliar, com calma, minha forma de trabalho. Aproveite para iniciar, agora, os estudos que irão promover sua aprovação no concurso. Acredite, é possível conseguir a aprovação sem estudar, mas as chances são quase imperceptíveis. A melhor forma é, certamente, estudar bastante. Um bom material, muita dedicação e força de vontade são os principais companheiros daqueles que alcançam a vitória!

Portanto, não deixe para amanhã, comece a estudar hoje mesmo!

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Para reflexão:

“Quando um homem não tem razão para confiar em si mesmo,

ele confia na sorte”.

Ed Howe (1853 – 1937)

Americano – Jornalista.

Um forte abraço e até já.

Prof. Lênin.

AULA DEMONSTRATIVA: CURSO NOÇÕES DE INFORMÁTICA P/ INSS

ATENÇÃO: esta é uma aula demonstrativa para que você possa avaliar meu trabalho. Para esta demonstração, selecionamos alguns tópicos e questões do tema “Hardware e Software”.

Hardware Um sistema de processamento de dados recebe dados em uma unidade de entrada, realiza as transformações necessárias (processamento) e, então, envia os dados para a unidade de saída.

O computador é um dispositivo criado para manipular dados com rapidez e precisão. Ele captura os dados por meio de dispositivos de entrada, processa esses dados para obter os dados de saída. O processamento a ser realizado é um conjunto detalhado de instruções (que também são dados de entrada).

Muitas vezes pensamos que um sistema de computação, ou de PROCESSAMENTO DE DADOS, resume-se ao computador, mas este é apenas um dos equipamentos do sistema. Ele é uma máquina capaz de executar sequência de instruções (programas) por meio da leitura e armazenamento de dados, realização de cálculos e apresentação dos resultados. O Processamento de Dados pode ser representado através do seguinte esquema:

DADOS DE ENTRADA PROCESSAMENTO DADOS DE SAÍDA

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Podemos distinguir duas distintas porções neste chamado sistema de computação: o Hardware e o Software. É claro que passados os anos, os estudiosos da computação enumeraram outros tantos “wares”: Hardware, Software, Firmware e Peopleware, por exemplo.

Hardware O hardware é a parte física do computador, enquanto o software é a parte lógica. Ainda existem termos – relacionados a este estudo – que categorizam os seres humanos (peopleware) e outros novos termos para designar componentes derivados destes três. No que chamamos de Hardware, encontramos alguns componentes considerados principais: o processador, a memória e as unidades de Entrada/Saída (I/O – Input/Output – como é geralmente chamada).

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Observe o desenho a seguir. John von Neumann, matem foi o criador deste sistema (1940) que, apesar da simplicidade, é a base para todos os sistemas computacionais da atualidade.

Figura. Diagrama Simplificado de von Neumann

Caiu em prova! (CESPE - 2010 - BASA - Técnico Científico - Tecnologia da Informação - Arquitetura de Tecnologia) A máquina proposta por Von Neumann reúne componentes como memória, unidade aritmética e lógica, unidade central de processamento (UCP), composta por diversos registradores, e unidade de controle. Observe que o sistema Entrada Processamento Saída está bem representado no esquema de von Newmann.

Simples, não é? A Arquitetura von Neumann é baseada em três conceitos básicos:

1) Os dados e as instruções são armazenados em uma única memória de leitura e escrita;

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2) O conteúdo dessa memória é endereçado pela sua posição, independentemente do tipo de dados nela contidos;

3) A execução de instruções ocorre de modo sequencial (exceto quando essa sequência é explicitamente alterada de uma instrução para a seguinte).

Tanembaum explicou o funcionamento deste sistema de processamento de dados e apresentou a imagem abaixo (fonte: Tanenbaum) para ilustrar.

Note que as ligações entre os componentes é realizada por um caminho elétrico comum chamado barramento. A figura seguinte é uma versão da figura anterior onde vemos os dispositivos de entrada e saída.

(fonte: Tanenbaum)

Já Stallings, outro autor de renome na área de arquitetura de computadores, fornece-nos outra forma – equivalente – de visualizar o mesmo esquema:

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(fonte: Stallings)

Entendeu como funciona? A Unidade de Entrada coleta os dados, a Unidade Central de Processamento coordena os trabalhos e realiza as operações sobre os dados coletados e a Unidade de Saída apresenta os resultados. Vamos estudar estes componentes com mais detalhes? Unidade Central de Processamento – Central Processing Unit (CPU) A CPU é o cérebro do computador, o coração da máquina. Ela efetua os cálculos e processa os dados e sua velocidade é medida em Hertz (cliclos por segundo). Ela “segue as instruções armazenadas em uma memória de programas, para ler canais de entrada, enviar comandos sobre canais de saída e alterar as informações contidas em uma memória de dados”. Particularmente, gosto de dizer aos alunos que fazer computação nada mais é do que estudar as alterações que são realizadas na memória. Imagine uma situação inicial (o problema), uma configuração de dados que estão armazenados em algum local. Imagine que os dados estejam escritos em papel, por exemplo. Agora, faça alterações nestes dados seguindo algum roteiro já definido (programa). A cada passo do roteiro, os valores dos dados são alterados até que, depois de realizadas as operações previstas, chegamos a uma determinada configuração dos dados escritos no papel. Este é o resultado do “programa” que você (processador) executou com os dados de entrada (configuração inicial do papel). A CPU exerce o controle do computador, sendo responsável pela busca das instruções (na memória), pela sua decodificação (ou interpretação) e execução. A busca e a decodificação das instruções são realizadas pela Unidade de Controle, enquanto que a execução fica ao encargo da Unidade de Execução. A

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unidade de execução, por sua vez, é composta pela Unidade de Lógica e Aritmética e por um conjunto de Registradores de uso genérico.

Agora, deixemos as divagações de lado um momento para checar pontos importantes sobre a CPU.

• A CPU é um circuito eletrônico; • Gerencia todas as funções do sistema; • Consiste num circuito integrado (chip); • É um mecanismo capaz de executar operações com dados;

A CPU é composta por: • Unidade Lógica e Aritmética (ULA): realiza as operações de cálculos e

comparações; • Unidade de Controle: similar a um guarda de trânsito. Com a chegada da

informação, ela decide quando e para onde essa informação deve ir, controlando todo o fluxo, desde a entrada (teclado) até a saída (monitor), inclusive guardando e recuperando informações quando necessário.

• Registradores: Memória interna dos processadores. São responsáveis pelo armazenamento temporário de instruções e dados. São memórias muito rápidas e caras e, por isso, são escassas.

• Barramento interno: não é realmente um componente da CPU, mas um caminho elétrico que interliga os componentes.

• Memória Cache: este tipo de memória aparece dentro do circuito do processador, mas não faz parte dele. Mais adiante estaremos a memória cache em detalhes.

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Caiu em prova! (CESPE - 2009 - ANAC - Técnico Administrativo - Informática) O barramento de um computador pode ser classificado em externo ou interno; unidirecional ou bidirecional; e de dados, de endereço e de controle. Mais dois detalhes importantes sobre a CPU: Frequência de Operação e Tensão de Operação. • Tensão de Operação: É a voltagem aplicada no processador para o seu

funcionamento. Essa tensão vem sendo reduzida constantemente e influencia no aquecimento da CPU.

• Frequência de Operação: é a frequência em que trabalha a CPU. É medida em Hertz (Megahertz – MHz, Gigahertz GHz). As pessoas constumam associar este número à velocidade final do sistema, mas o desempenho final dependerá de um conjunto de fatores (velocidade da memória, quantidade de cache, presença de aceleradora de vídeo, velocidade da linha de comunicação entre os dispositivos, etc) Já percebeu que os equipamentos trabalham em velocidades diferentes? Pois é assim mesmo. A memória, o processador, os periféricos são construídos para trabalharem em ritmos individuais. Ainda assim, estes equipamentos conseguem trabalhar em conjunto. Acontece que existe alguma forma de gerenciamento do tempo quando há a necessidade de que os componentes estejam sincronizados. De toda forma eles trabalham observando um marcador de tempo, o relógio do computador. Sabe com este componente se chama? Clock, ou Relógio!

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MEMÓRIAS

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A memória é um importante componente do computador. O processador precisa de memória para trabalhar. Nela são armazenados os dados e os programas, tanto de forma temporária quanto de forma “permanente”.

Segundo Stallings, a memória pode ser classificada em dois tipos básicos: a

memória Interna e a memória externa. As memórias pertencentes à

categoria interna são aquelas que o processador consegue endereçar:

Registradores, Memória Cache e Memória Principal.

É comum chamar a memória interna de memória principal e/ou não incluir os

registradores na categoria de memória interna ou principal. Porém uma

distinção é bem clara e podemos memorizar. Há um grupo de memórias que

são mais rápidas e caras e que ficam próximas do processador e outro grupo,

mais baratas e lentas, que precisam de equipamentos intermediários e devem

ter os dados copiados para as memórias internas antes de serem utilizados.

Vamos interromper a “degustação” aqui. Acredito que foi o suficiente para você perceber como trabalhos os conceitos teóricos. Durante nosso curso, retomaremos este tema (Hardware e Software) para tratar os demais assuntos que podem ser cobrados em prova. Agora, vamos a um quadro-resumo e depois é hora de praticar!

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AULA DEMONSTRATIVA: QUESTÕES COMENTADAS

1. (CESPE – 2011 – CNPQ – Analista em Ciência e Tecnologia Júnior – Geral) O hardware é a parte física do computador. São exemplos de hardware: placa de som, placa-mãe, monitor e dispositivos USB. O software pode ser considerado a parte lógica, responsável pelo que fazer e por como fazer. São exemplos de software: sistemas operacionais, linguagens de programação, programas de computador.

Comentários

O Cespe sempre nos ajudando, não é? Encontramos bons conceitos para memorizar nesta questão!

HARDWARE SOFTWARE

Parte física Parte Lógica

Equipamentos, palpável Não palpável

Mouse, teclado, gabinete, placas, processador, leitor de CD/DVD, monitor de vídeo, dispositivos USB.

Programas, sistemas operacionais, linguagens de programação, ideias, algoritmos.

MODELO DE QUADRO RESUMO

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Gabarito: item Certo.

2. (CESPE - 2011 - Correios - Agente de Correios - Operador de Triagem e Transbordo) É responsável pela realização de cálculos matemáticos em um computador o componente de hardware denominado

a) barramento do sistema.

b) teclado.

c) processador.

d) byte.

e) disquete.

Comentários

Os cálculos matemáticos são realizados pelo processador. Mais especificamente pela Unidade de Lógica e Aritmética (ULA). Esta unidade, uma das partes importantes da Unidade Central de Processamento (UCP ou CPU), realiza os cálculos matemáticos e todas as comparações lógicas, que não deixam de ser cálculos matemáticos!

Alguns candidatos vão querer “brigar” com a questão e dizer que tais cálculos podem ser feitos pelo software ou por outros circuitos, como a placa de vídeo, mas nós não faremos isso. Até porque, ainda assim o calcula seria feito, em última análise, por um processador. Quer seja o processador existente na placa de vídeo, quer seja pelo processador que executa o software. E mais, este último é a CPU, pois é ela que executa o programa!

Gabarito: letra C.

3. (CESPE - 2011 - CNPQ - Analista em Ciência e Tecnologia Júnior - Geral) Um exemplo de hardware, a unidade central de processamento (CPU), responsável por executar os programas armazenados na memória principal, é composta por duas grandes subunidades: a unidade de controle (UC) e a unidade lógica e aritmética (ULA).

Comentários

Um sistema de processamento de dados recebe dados via unidade de entrada, processa estes dados e mostra os resultados na unidade de saída. Quem processa os dados, ou seja, quem realiza as operações sobre os dados modificando-os é a Unidade Central de Processamento. Para isto, ela precisa seguir uma sequência de instruções. Por exemplo, coletar um dado, armazenar esta dado para não esquecer, identificar a próxima instrução da sequência, efetuar algum cálculo, enviar os dados para a saída, etc. A parte do computador que faz estas operações é CPU. Dentro da CPU existem diversos componentes, destacando-se a Unidade de Controle, a Unidade de Lógica e Aritmética e os Registradores, que são a memória interna do processador.

Gabarito: item Certo.

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4. (CESPE - 2011 - PC-ES - Cargos de Nível Superior - Conhecimentos Básicos) Considerando que um computador já tem instalados os programas e periféricos necessários à execução das suas tarefas, esteja sendo ligado e colocado em operação para o início dos trabalhos diários do setor, julgue os itens a seguir, que versam sobre o comportamento de seus componentes funcionais nesse exato momento. A memória principal do computador, por ser volátil, precisa ser atualizada com dados e instruções cada vez que o computador é ligado.

Comentários

Para realizar a atividade de processar dados, como efetuar um cálculo, precisamos, é claro, conhecer o que será realizado, quais os dados envolvidos na operação e como a operação é realizada. Se imaginarmos uma conta qualquer, como o valor de um troco a ser entregue ao cliente, então teríamos como comando a ser processado: Troco = Valor Pago – Valor Devido.

Simples. Agora basta obter os valores, efetuar o cálculo e mostrar o resultado (valor de Troco). A dificuldade que temos de entender como o computador funciona está relacionada com a facilidade que temos em resolver estes pequenos problemas, sem precisar pensar (ou pelo menos saber que se pensou) em cada um dos passos necessários para chegar à resposta. Não pensamos, por exemplo, que precisamos estar com estes valores na memória para que a parte que efetua a conta possa trabalhar. Pior ainda, nem sabemos como nosso cérebro conhece qual é a instrução, de onde ela veio mesmo?

Normalmente as instruções a serem realizadas e os dados envolvidos são inseridos no sistema (quer seja um computador quer seja nosso cérebro) via Unidade de Entrada. Ao ser enviada para a Unidade de Controle, esta providencia o armazenamento dos dados em memória para que depois possam ser recuperados. As instruções? Idem. Elas também são armazenadas em memória, principalmente as instruções que não foram criadas junto com a máquina (ou com o homem).

A memória, por sua vez, é um espaço para armazenamento de dados com as mais variadas características. É comum dividir a memória em duas partes: Memória Principal (ou Primária) e Memória Auxiliar (ou Secundária). De forma simplificada, dizemos que a memória principal, também conhecida como memória real, é a memória onde os dados são armazenados para processamento e, permanecendo por lá temporariamente, enquanto os dados (e programas) são necessários. É uma memória mais rápida e mais cara do que a memória secundária e, por isso mesmo, existe em menor quantidade. Em termos mais técnicos, este tipo de memória pode ser endereçado diretamente pelo processador. Isto quer dizer que o processador sabe o endereço e consegue acessar de forma direta os dados armazenados na memória real. Aqui estão as memórias RAM (perdem os dados quando o computador é desligado), ROM (não perdem os dados quando está sem energia), Registradores (pequena memória interna do processador) e Memórias Cache (memórias de acesso mais rápido que armazenam os dados mais acessados pelo processador, buscando ganhar tempo).

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Já a memória dita secundária, chamada muitas vezes de memória de massa, é a memória utilizada para guardar dados mesmo quando não estão em uso pela CPU. É uma memória lenta e barata e, claro, existem em grande quantidade. Podemos afirmar que o sistema não precisa dela para funcionar. A memória secundária é, geralmente, não volátil (não perde os dados quando o computador é desligado). Em termos mais técnicos, a memória secundária não pode ser endereçada diretamente pelo processador. Os dados devem ser transferidos para a memória principal para que o processador possa busca-los lá. São exemplos deste tipo de memória: Discos Rígidos (HD), CD, DVD e Cartões de Memória.

Gabarito: item Certo.

5. (CESPE - 2011 - PC-ES - Perito Criminal) CDs, DVDs e HDs são as memórias principais de um computador, utilizadas para manter as informações por um longo período de tempo.

Comentários

Os CDs, DVDs e HDs (Hard Disks – Discos Rígidos) são utilizados para manter as informações por um longo período de tempo. Até aqui tudo bem. Mas estes são exemplos de memórias SECUNDÁRIAS e não principais como afirma a questão.

Gabarito: item Errado.

6. (CESPE/2010/BASA/Técnico Científico/Tecnologia da Informação/Arquitetura de Tecnologia) A máquina proposta por Von Neumann reúne componentes como memória, unidade aritmética e lógica, unidade central de processamento (UCP), composta por diversos registradores, e unidade de controle.

Comentários

De fato, a máquina proposta por Von Neumann reúne os componentes citados, que são: uma unidade lógica e aritmética (ULA), uma unidade de controle (UC), uma memória, e uma unidade central de processamento (CPU), composta por diversos registradores, os dispositivos de entrada e saída (E/S ou I/O - input e output).

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Gabarito: item CERTO.

7. (CESPE/2010/BASA/Técnico Científico - Tecnologia da Informação - Arquitetura de Tecnologia) As principais funções da UCP são controlar e executar as operações de processamento dos dados, tendo um papel importante no desempenho do sistema computacional e executando as instruções que estão na memória principal.

Comentários

Sim, a UCP ou CPU tem como funções principais controlar e executar as operações de processamento de dados.

A CPU exerce o controle do computador, sendo responsável pela busca das instruções (na memória), pela sua decodificação (ou interpretação) e execução.

A busca e a decodificação das instruções são realizadas pela Unidade de Controle, enquanto que a execução fica ao encargo da Unidade de Execução. A unidade de execução, por sua vez, é composta pela Unidade Lógica e Aritmética e por um conjunto de Registradores de uso genérico.

Gabarito: item CERTO.

8. (CESPE/2010/BASA - Técnico Científico - Tecnologia da Informação - Arquitetura de Tecnologia) Os registradores são dispositivos de memória lentos e com custo baixo.

Comentários

Ao contrário!!! São rápidos e de custo muito elevado. Registradores são dispositivos de armazenamento temporário, localizados na Unidade Central de Processamento (UCP), extremamente rápidos, com capacidade para apenas um dado (uma palavra). Devido a sua tecnologia de construção e por estar localizado como parte da própria pastilha ("chip") da UCP, é muito caro. O conceito de registrador surgiu da necessidade da UCP de armazenar

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temporariamente dados intermediários durante um processamento. Por exemplo, quando um dado resultado de operação precisa ser armazenado até que o resultado de uma busca da memória esteja disponível para com ele realizar uma nova operação.

Registradores são voláteis, isto é, dependem de estar energizados para manter armazenado seu conteúdo.

Gabarito: item ERRADO.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Antes de encerrar nossa aula, quero reforçar a importância do fórum. Ele é uma ferramenta que permite a você esclarecer suas dúvidas, enviar sugestões e reclamações! Faça uso do fórum constantemente. Estarei atento às perguntas e comentários.

Desejo sucesso a todos e aguardo nosso encontro nas aulas.

Forte abraço e até já.

Prof. Alexandre Lênin

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AO FINAL DE CADA AULA LISTAMOS TODAS AS QUESTÕES COMENTADAS NA AULA SEM OS COMENTÁRIOS E GABARITOS.

- QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA –

1. (CESPE – 2011 – CNPQ – Analista em Ciência e Tecnologia Júnior – Geral) O hardware é a parte física do computador. São exemplos de hardware: placa de som, placa-mãe, monitor e dispositivos USB. O software pode ser considerado a parte lógica, responsável pelo que fazer e por como fazer. São exemplos de software: sistemas operacionais, linguagens de programação, programas de computador.

2. (CESPE - 2011 - Correios - Agente de Correios - Operador de Triagem e Transbordo) É responsável pela realização de cálculos matemáticos em um computador o componente de hardware denominado

a) barramento do sistema.

b) teclado.

c) processador.

d) byte.

e) disquete.

3. (CESPE - 2011 - CNPQ - Analista em Ciência e Tecnologia Júnior - Geral) Um exemplo de hardware, a unidade central de processamento (CPU), responsável por executar os programas armazenados na memória principal, é composta por duas grandes subunidades: a unidade de controle (UC) e a unidade lógica e aritmética (ULA).

4. (CESPE - 2011 - PC-ES - Cargos de Nível Superior - Conhecimentos Básicos) Considerando que um computador já tem instalados os programas e periféricos necessários à execução das suas tarefas, esteja sendo ligado e colocado em operação para o início dos trabalhos diários do setor, julgue os itens a seguir, que versam sobre o comportamento de seus componentes funcionais nesse exato momento. A memória principal do computador, por ser volátil, precisa ser atualizada com dados e instruções cada vez que o computador é ligado.

5. (CESPE/2010/BASA/Técnico Científico/Tecnologia da Informação/Arquitetura de Tecnologia) A máquina proposta por Von Neumann reúne componentes como memória, unidade aritmética e lógica, unidade central de processamento (UCP), composta por diversos registradores, e unidade de controle.

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6. (CESPE/2010/BASA/Técnico Científico - Tecnologia da Informação -

Arquitetura de Tecnologia) As principais funções da UCP são controlar e executar as operações de processamento dos dados, tendo um papel importante no desempenho do sistema computacional e executando as instruções que estão na memória principal.

7. (CESPE/2010/BASA - Técnico Científico - Tecnologia da Informação

- Arquitetura de Tecnologia) Os registradores são dispositivos de memória lentos e com custo baixo.

- GABARITO –

1. item Certo. 2. letra C. 3. item Certo. 4. item Errado. 5. item Certo. 6. item Certo. 7. item Errado.

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Prezado(a) aluno(a), Meu nome é Armando Mercadante. Sou Procurador do Estado de Minas Gerais e professor de Direito Administrativo em cursos preparatórios para concursos públicos, além de ser autor dos livros “Direito Administrativo – vol. 3 – coleção informativos comentados” e “Coleção CESPE Questões Comentadas – Direito Administrativo”, ambos publicados pela editora JusPODIVM. Para aqueles que não me conhecem, adoto um estilo de aula bem objetivo, buscando redigir textos sem excessos, elaborados apenas com o que de fato interessa para você que precisa conciliar tempo com muita matéria. Minha proposta é desenvolver nas aulas um treinamento de Direito Administrativo, sendo fundamental que você siga durante todo o curso minhas orientações. As aulas terão em média de 30 a 40 páginas, nas quais explicarei o conteúdo de Direito Administrativo constante do edital do último concurso promovido pelo INSS para Técnico do Seguro Social, focando, quando necessário, teoria e jurisprudência, além de questões de provas com ênfase na banca CESPE, que possivelmente será a organizadora do concurso. Não se esqueça que o concurseiro que passa em concurso público é aquele que não vincula o seu estudo à publicação de editais. A preparação deve ser contínua, em especial para os concursos do INSS, cuja concorrência é altíssima. O presente curso será desenvolvido de acordo com o seguinte cronograma: AULA DEMONSTRATIVA • Lei nº 8.112/90:

Disposições preliminares (arts. 1º ao 4º) Provimento: disposições gerais e nomeação (arts. 5º ao 10)

AULA 1 • Lei nº 8.112/90:

Provimento: concurso público; posse e exercício; estabilidade; formas de provimento; disponibilidade (arts. 11 ao 32)

Formas de vacância (arts. 33 ao 35); Remoção e redistribuição (arts. 36 e 37); Substituição (arts. 38 e 39);

AULA 2 • Lei nº 8.112/90: direitos e vantagens

Vencimento e remuneração (arts. 40 a 48);

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Vantagens (arts. 49 a 76); Férias (arts. 77 a 80); Licenças (arts. 81 a 92); Afastamentos (arts. 93 a 96); Concessões (arts. 97 a 99); Tempo de serviço (arts. 100 a 103); Direito de petição (arts. 104 a 115);

AULA 3 • Lei nº 8.112/90: regime disciplinar

Deveres e proibições (arts. 116 e 117); Acumulação (arts. 118 a 120); Responsabilidades (arts. 121 a 126); Penalidades (arts. 127 a 142);

• Agentes públicos: espécies e classificações; poderes, deveres e

prerrogativas; cargo, emprego e função públicos. AULA 4 • Estado, governo e administração pública: conceitos, elementos, poderes e

organização; natureza e fins;

• Direito Administrativo: conceito, fontes e princípios; AULA 5 • Organização administrativa da União: administração direta e indireta AULA 6 • Poderes administrativos: poder hierárquico, poder disciplinar, poder

regulamentar, poder de polícia; uso e abuso do poder;

AULA 7 • Atos administrativos: validade, eficácia, atributos, extinção, desfazimento e

sanatória; classificação, espécies e exteriorização; vinculação e discricionariedade;

AULA 8 • Serviços públicos: conceito, classificação, regulamentação e controle; forma,

meios e requisitos; delegação: concessão, permissão e autorização;

• Lei 8.429/92: lei de improbidade administrativa;

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AULA 9

• Controle da administração: controle administrativo, controle judicial e

controle legislativo;

• Responsabilidade civil do Estado;

AULA 10

• Licitações: fundamento constitucional; conceito e modalidades; regime de licitações da Lei 8.666/93: dispensa e inexigibilidade, revogação e anulação.

• Contrato administrativo: conceito e características; invalidação; principais espécies de contratos administrativos; alteração, inexecução e rescisão dos contratos administrativos.

Desejo-lhe muita sorte e espero que faça um ótimo proveito do curso. Forte abraço! Armando Mercadante [email protected]

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AAUULLAA DDEEMMOONNSSTTRRAATTIIVVAA

LLeeii 88..111122//9900

DDiissppoossiiççõõeess pprreelliimmiinnaarreess ((aarrtt.. 11ºº aaoo 44ºº)) AAbbrraannggêênncciiaa ddaa LLeeii 88..111122//9900 Durante o estudo da Lei 8.112/90 é importante que saiba que a relação entre a Administração Pública (Administração Pública direta: órgãos da União, dos Estados, do DF e dos Municípios; Administração Pública Indireta: autarquias, fundações públicas, empresas publicas e sociedades de economia mista) e os seus agentes públicos pode ser regulada por regimes jurídicos distintos. No caso de pessoas jurídicas de direito privado, tais como fundações públicas de direito privado, empresas públicas e sociedades de economia mista, o regime jurídico será o celetista (regime contratual), pois é da CLT (Consolidação da Legislação Trabalhista) que serão extraídas as principais regras norteadoras da relação Administração x agente público. Quando o foco do estudo são as pessoas jurídicas de direito público, estudamos nas aulas de Direito Administrativo que o regime de emprego público pôde ser adotado por um período (não aprofundaremos nesse tema aqui), mas o regime jurídico padrão, conforme entende o STF, é o regime jurídico estatutário (regime legal). Ou seja, de acordo com o STF, devem as pessoas jurídicas de direito público adotarem um regime estatutário. Cada ente federado (União, Estados, DF e Municípios) edita uma lei específica criando o seu regime jurídico estatutário para reger as suas relações com os seus servidores. O que nos interessa nessa aula é o regime jurídico da União, de suas autarquias (ex. INSS) e de suas fundações públicas (ex. FUNAI): Lei 8.112/90. A Lei 8.112/90 instituiu o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais (art. 1º).

De início, cuidado, pois essa lei não se aplica aos militares!!!! Da leitura acima certamente você lançou a seguinte pergunta: o que são autarquias em regime especial (“inclusive as em regime especial)? São apenas autarquias que possuem algumas características que as diferem das autarquias comuns. O INSS é uma autarquia comum; já a ANATEL possui características especiais, da mesma forma que a ANEEL, ANAC e ANVISA. Estas são criadas como agências reguladoras. Nada mais são do que autarquias criadas no

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formato de agências reguladoras. Portanto, a Lei 8.112 é aplicável também às autarquias comuns bem como às autarquias especiais. CCoonncceeiittoo ddee sseerrvviiddoorr Para efeitos da Lei 8.112/90, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público (art. 2º).

A pegadinha de prova é a banca substituir a palavra “cargo” por “emprego”. Atenção!!! O emprego é ocupado pelo agente público vinculado ao regime contratual (ex. celetista). Dessa forma, de acordo com a Lei 8.112/90, servidor é quem ocupa cargo, seja o cargo efetivo (preenchido por meio de concurso público) ou em comissão (livre nomeação). CCaarrggoo ppúúbblliiccoo De acordo com a Lei 8.112/90, cargo público, que é criado por lei com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, é o conjunto de atribuições e de responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor (art. 3º, caput). Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados para provimento efetivo (ocupado por meio de concurso público) e em comissão (livre nomeação) (art. 3º, parágrafo único).

PPrroovviimmeennttoo ee vvaaccâânncciiaa ((aarrtt.. 55ºº aa 1122)) Disposições gerais São requisitos básicos para investidura em cargo público (art. 5º): • a nacionalidade brasileira; • o gozo dos direitos políticos; • a quitação com as obrigações militares e eleitorais; • o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; • a idade mínima de dezoito anos; • aptidão física e mental.

As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em lei, sendo fundamental a observância, em especial, do princípio da razoabilidade na fixação desses requisitos. Pense numa fase de concurso público que envolva testes físicos. Na fixação do número de “barras” exigidos de homens e de mulheres, a Administração Pública deve usar o bom

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senso (razoabilidade), não exigindo o mínimo igual para ambos os sexos, bem como não estipulando um limite muito elevado do padrão comum. Portadores de deficiência Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscreverem em concurso público para provimento de cargos cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras. Para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso. Atenção na prova: a Lei 8.112/90 não definiu que deve ser 20% o percentual de reserva, mas sim que deverão ser reservadas ATÉ 20%. Estrangeiros As universidades e as instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover (preencher) seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos da Lei 8.112/90.

Nomeação Tanto o ingresso num cargo efetivo como em comissão passam pelas seguintes fases: NOMEAÇÃO (durante o prazo de validade - art. 9º) – POSSE (em até 30 dias contados da nomeação - art. 13, §1º) – EXERCÍCIO (em até 15 dias contados da posse - art. 15, §1º).

Existe nomeação tanto para cargo efetivo como para cargo em comissão (art. 13, §1º). No caso de função de confiança não haverá nomeação, mas sim designação. A expressão nomeação deve ser usada para cargo e designação para função de confiança. A diferença entre cargo em comissão e função de confiança consta do art. 37, V, da CF: “as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento”. Melhor explicando.... função de confiança só pode ser desempenhada por servidor efetivo (concursado); já os cargos em comissão podem ser ocupados por servidores efetivos (concursado) e por particulares. O que ocorre no cargo em comissão é que a CF determinou que cada ente federado (União, Estados,

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DF e Municípios) deve, por meio de lei, estipular um percentual mínimo dos cargos em comissão que somente serão ocupados por servidores efetivos de carreira. Então, por exemplo, no chutômetro.... dos 250 cargos em comissão do INSS, 20% deverão ser ocupados por servidores efetivos de carreira; o percentual restante (80%), poderá ser ocupado tanto por servidor como por particulares. Nomeação é uma das sete formas de provimento previstas na Lei 8.112/90 (art. 8º). É a única forma de provimento originário, sendo as demais derivadas, pois pressupõem um vínculo prévio do servidor com o Poder Público. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade (art. 9º, parágrafo único). Pense na seguinte situação: você é servidor(a) da União e ocupa um cargo em comissão (é Diretor de determinado órgão); um cargo em comissão de Diretor de outro órgão da União vaga (o seu ocupante pediu exoneração); até que a União escolha o novo ocupante, você é nomeado para ocupar interinamente (provisoriamente) esse cargo. Durante esse período de acumulação, você ocupará os três cargos (efetivo, comissão e comissão interino), porém, receberá em apenas dois (no efetivo e você optará por uma das duas remunerações dos cargos comissionados).

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QQUUEESSTTÕÕEESS DDEE CCOONNCCUURRSSOOSS 01) (CESPE/2010/INMETRO) O empregado público ocupa cargo público. 02) (CESPE/2010/TRT/21ª REGIÃO) Função, cargo e emprego público são unidades de atribuições para as quais a investidura somente pode dar-se mediante prévia aprovação em concurso público, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. 03) (CESPE/2004/STM/Analista Judiciário/Área Judiciária) A garantia constitucional da reserva de vagas em concurso público para deficientes físicos não tem caráter absoluto e obrigatório, uma vez que o acesso é regulado quanto à compatibilidade das atribuições do cargo e às deficiências de que os candidatos são portadores. 04) (CESPE/2010/MPU/Técnico Administrativo) As pessoas com qualquer tipo de deficiência física têm garantido o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras, além da reserva de, pelo menos, 25% das vagas oferecidas no concurso. 05) (CESPE/2009/TRE-MT/ANALISTA JUDICIÁRIO) Todos os cargos públicos são acessíveis apenas aos brasileiros,sejam estes natos ou naturalizados. 06) (CESPE/2010/STM) Um servidor público federal que, por meio de concurso público, ingressar como enfermeiro em um hospital federal e, após quatro anos, concluir o curso de medicina poderá ser promovido ao cargo de médico. 07) (CESPE/2009/TRE-MT/ANALISTA JUDICIÁRIO) O ato de posse refere-se ao ato administrativo solene e formal que torna válida a investidura em um cargo público de provimento efetivo ou não. No entanto, somente com a posse é que a nomeação se consolida, salvo nos casos de formas de provimento derivadas. 08) (CESPE/2009/TRE-MT/ANALISTA JUDICIÁRIO) Não se admite que a posse no cargo público ocorra mediante procuração específica. 09) (CESPE/2009/TRE-MT/ANALISTA JUDICIÁRIO) O prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em exercício é de trinta dias, contados da data da posse. 10) (CESPE/2009/TRE-MT/TÉCNICO JUDICIÁRIO) A nomeação é forma de provimento originário, por meio da qual o indivíduo ingressa no serviço público, sendo cabível tanto para cargos efetivos quanto para cargos em comissão.

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Após conferir o gabarito, faça a sua avaliação: Data Questões Acertos % acerto Data Questões Acertos % acerto

10 10 Data Questões Acertos % acerto Data Questões Acertos % acerto

10 10 Data Questões Acertos % acerto Data Questões Acertos % acerto

10 10

Gabarito: 01) Errada - Nos termos do art. 2º da Lei 8.112/90, servidor publico é o ocupante de cargo público. O empregado público ocupa emprego público, sendo regido por outro regime de trabalho (em regra, o celetista). 02) Errada – uns dos erros da questão reside na expressão “somente”. Em que pese a regra ser a exigência de concurso público para acesso a cargo e empregos públicos, o mesmo não ocorre relativamente às funções. Além disso, a exceção quanto ao princípio do concurso público não se limita aos cargos em comissão, pois não há concurso nas designações para funções de confiança e nas contratações de temporários. A questão também ignora, dentre outros, os cargos eletivos (prefeito, vereador....), cuja diplomação independe de concurso. 03) Correta – trata-se da aplicação do princípio constitucional da razoabilidade. 04) Errada – até 20% das vagas, conforme art. 5º, §2º, da Lei 8.112/90. 05) Errada – os cargos públicos também são acessíveis aos estrangeiros. 06) Errada – a mudança de cargo público constante da questão constitui ofensa à regra do concurso público. A servidora deveria submeter-se a novo concurso para mudança de cargo pretendida. 07) Correta – lembrando que existe posse tanto para os cargos públicos efetivos como para os comissionados. Nos casos de provimento derivado (reversão, readaptação, recondução, reintegração, promoção e aproveitamento) não há posse. 08) Errada – há disposição específica na Lei 8.112/90 com essa previsão (art. 13, §3º). 09) Errada - Conforme art. 15, §1º, da Lei 8.112/90, o prazo para o

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servidor empossado em cargo público entrar em exercício é de quinze dias, contados da data da posse. 10) Correta – lembrando que a nomeação é a única forma de provimento originário, sendo todas as demais formas derivadas de provimento.

Chego ao final dessa aula demonstrativa, cujo conteúdo foi uma amostra resumida do que serão minhas aulas. O simulado sobre os assuntos aqui abordados será apresentado ao final da aula 1. Espero ter despertado seu interesse em participar do curso. Grande abraço Armando Mercadante [email protected]