Apostila de Apologética

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 APOSTILA DE APOLOGÉTICA CRISTÃ Alex Belmonte Instituto Cristão de Pesquisas

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APOSTILA DE APOLOGÉTICA CRISTÃAlex BelmonteInstituto Cristão de PesquisasSumário1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.O que é apologética cristã ? História da apologética Tipos de apologética. Classificação. Fundamentos da verdade Supostas contradições bíblicas A superioridade da religião cristã. Heresiologia (o uso da apologética na teologia) Breve biografia dos Apologistas modernos. Instituições apologéticas no Brasil Considerações finaisTodas as citações bíblicas foram extraída da versão RCF

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APOSTILA DEAPOLOGÉTICA CRISTÃ

Alex Belmonte

Instituto Cristão de Pesquisas

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Sumário

1. O que é apologética cristã ? História da apologética2. Tipos de apologética. Classificação.3. Fundamentos da verdade4. Supostas contradições bíblicas5. A superioridade da religião cristã.

6. Heresiologia (o uso da apologética na teologia)7. Breve biografia dos Apologistas modernos.8. Instituições apologéticas no Brasil9. Considerações finais

Todas as citações bíblicas foram extraída da versão RCF da Sociedade BíblicaTrinitariana do Brasil.

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O que á Apologética Cristã

 Apologética é a disciplina que lida com a defesa racional da fé cristã. Otermo tem origem na palavra grega apologia que “apresentar dar razão” ou“defesa”. Apesar das objeções a que se faça apologética nesse sentido por parte de fideístas e alguns pressuposicionalistas há razões importantes paraparticipar da tarefa apologética.

Roque M. Andrade em seu livro “A superioridade da religião cristã” – ed.Juerp, pág. 69, afirma: “A apologética vem a ser o conjunto de noções pelasquais se pode empenhar alguém na tarefa de articular qualquer defesaracional”. E continua: “O cristianismo sempre contou com excelentesapologistas, principalmente no decurso dos primeiros séculos desde seusurgimento na história universal”.

Apologética cristã, uma necessidade.“Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações e estai sempre

 preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir arazão da esperança que há em vós, Tendo uma boa consciência, para que,naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos osque blasfemam do vosso bom porte em Cristo” .I Pe. 3.15,16.

O versículo manda estarmos prontos. Talvez, jamais encontraremos

alguém que faça perguntas difíceis sobre nossa fé; mesmo assim devemosestar prontos para responder caso alguém pergunte. Estar pronto não é só umaquestão de ter a informação correta á disposição, é verdade também a atitudede prontidão e vontade de compartilhar a verdade sobre o que acreditamos.

“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas emDeus para destruição das fortalezas; Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo oentendimento à obediência de Cristo” 

Isso significa  que devemos confrontar questões nas nossas mentes e

nos pensamentos expressos por outras que por ventura impeçam a nós e aeles de conhecer Deus. Essa é a essência da apologética.

“Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca dasalvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar  pela fé que uma vez foi dada aos santos, Porque se introduziram alguns, que  já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, queconvertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo”. 1ª Pe. 3,4

O povo a quem Judas fora vítima de falsos mestres, e ele precisava

encoraja-los a batalhar pela fé como fora revelada por Cristo. Judas faz uma

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afirmação importante sobre nossa atitude no versículo 22: “E apiedai-vos dealguns, usando de discernimento”.

É necessidade do mundo. As pessoas se recusam claramente a crer sem provas. Já que Deus criou os humanos como seres racionais, ele esperaque vivam racionalmente, olhando antes de dar um passo. Isso não significa

que não haja espaço para fé. Mas Deus quer que demos um passo de fé á luzdas evidencias, não no escuro.A Bíblia não precisa ser defendida! Afirmam alguns.Sim, a Bíblia é viva e eficaz (Hb. 4.12), mas como sabemos que a Bíblia

e não o Alcorão (livro sagrado dos mulçumanos) ou o livro de Mórmon é aPalavra de Deus? A apologética é uma grande necessidade! É um dever detodo cristão fiel á palavra de Deus.

Argumento da Apologética

Existem vários tipos de apologética (veremos nas próximas páginas).Mas, existem certos passos lógicos no argumento geral da defesa da fé cristã.

O argumento geral em defesa da fé cristã pode ser formulado em dozeproposições básicas. Elas decorrem logicamente uma da outra:

1. A Verdade sobre a realidade é cognoscível;2. Os opostos não podem ser verdadeiros;3. O Deus teísta existe;4. Os milagres são possíveis;5. Os milagres realizados junto com uma afirmação verdadeira são atos

de Deus parta confirmar sua verdade por meio de mensageiro;6. Os documentos do NT são confiáveis;7. Como documenta o NT, Jesus afirmou ser Deus;8. A reivindicação da divindade de Jesus foi provada pela convergência

singular de milagres;9. Portanto, Jesus era Deus em carne humana;10.Tudo o que Jesus (que é Deus) afirmou ser verdadeiro é verdadeiro;11.Jesus afirmou que a Bíblia é a Palavra de Deus;12.Portanto, é verdade que a Bíblia é a Palavra de Deus, e tudo o que

se opõe a qualquer verdade bíblica é falso.

Tipos de Apologética

 A apologética é um campo amplo e por isso possui cinco classificações:apologética clássica, evidencial, experimental, histórica e pressuposicional.Cada classe busca a melhor maneira de fazer sua defesa da fé. Todas seguem

uma linha em harmonia com sua pregação ora literária ora verbal.

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 A apologética sempre teve famosos cristão desde a era primitiva, devidosua maneira de propagar a fé destruindo todo tipo de argumento contrário áPalavra de Deus, mesmo em meio as perseguições.

Apologética Clássica

 A apologética clássica enfatiza argumentos a favor da existência deDeus. Vale-se do argumento teísta para estabelecer a Verdade do teísmo áparte do apelo á revelação especial.

O passo inicial da apologética clássica é de chegar á conclusão lógica deque, se o Deus do teísmo existe, milagres são possíveis; na verdade o maior milagre, a criação, é possível. A credibilidade dos milagres é essencial aopróximo passo na apologética clássica.

• A evidência histórica: para a apologética clássica, os documentos doNT são comprovadamente confiáveis do ponto de vista histórico.  Através desta pode-se entender com o argumento que Jesusconfirmou o AT como Palavra de Deus, e o mesmo para o NT. Atravésdos milagres comprovados, Jesus afirma ser o Filho de Deus.

Apologética Evidencial

 A apologética evidencial enfatiza a necessidade da prova para apoiar asafirmações das verdades cristã. A evidência pode ser racional, histórica,arqueológica, e até experimental.

• Características da apologética evidencial: Os evidencialistasgeralmente usam a evidência racional (por exemplo, provas sobreDeus) para defender o cristianismo. No uso da evidência histórica, osevidencialistas procuram não basear todo seu argumento nas linhashistóricas. São mais ecléticos, mesclando evidências de várioscampos. Os evidencialistas atuam como advogados que combinamevidências num resumo geral em defesa da sua posição, acreditandoque o peso combinado das provas apresentará uma defesapersuasiva.

Enfocam também a evidência arqueológica como apoio para a Bíblia,

aceitando a veracidade do AT e NT.

Apologética Experimental

É a experiência como evidência da fé cristã. Alguns apelam áexperiência religiosa em geral. O(utros á experiências religiosas especiais.

O valor da experiência religiosa geral é de valor limitado para aapologética exclusivamente cristã. Na melhor das hipóteses, a experiênciageral estabelece a credibilidade da crença em algum tipo de ser supremo (nãonecessariamente o Deus teísta). No entanto, as provas da experiência religiosa

têm sido oferecidas por cristãos e outros. Experiências gerais estão disponívela todos.

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Experiências religiosas especiais são mais limitadas. O místico, por exemplo, afirma uma experiência especial com Deus. Experiências místicasdiferem das experiências religiosas gerais por que afirmam ser contatos diretose imediatos com Deus. Os místicos cristãos afirmam que tais experiências sãoverdadeiras.

Apologética Histórica

 A apologética histórica enfatiza a evidência histórica como base parademonstração da veracidade do cristianismo. Esses apologistas acreditam quemesmo a existência de Deus pode ser provada apenas pela evidência histórica.Por um lado a apologética histórica pertence á classe mais ampla daapologética comprobatória, mas é diferente por que enfatiza a importância, atémesmo a necessidade de começar com o registro histórico.

•  Alguns defensores da apologética histórica: Os primeiros apologistas,incluindo Tertuliano, Justino Mártir, Clemente de Alexandria eOrígenes, defenderam a historicidade do cristianismo.

Já que esses apologistas antigos geralmente não eram sistemáticos em suasobras, é difícil dizer se entraram na categoria de apologética histórica. Algunsofereceram argumentos teístas, mas provavelmente nem todos o viam comoprimeiro passo logicamente necessário da apologética geral.

O apologista histórico só começa com evidências históricas comopremissa histórica. Depois de estabelecida a historicidade o apologistaargumenta que são feitas certas afirmações nas escrituras das quais pode-se

inferir que Deus existe, que a Bíblia é a Palavra de Deus e que Cristo é o FilhoUnigênito de Deus.

Apologética Pressuposicional

 A apologética pressuposicional afirma que é preciso defender o cristianismoa partir do alicerce de certas pressuposições. Geralmente o apologista destaescola de apologética pressupões a verdade básica do cristianismo e depoiscontinua demonstrando que só o cristianismo é verdadeiro.

• Dois tipos de pressuposicionalismo: conforme ompressuposicionalismo revelacional, é preciso pressupor que o DeusTrino revelou-se nas Escrituras Sagradas antes de haver possibilidadede compreender a universo, a vida, a linguagem ou a história. Isso asvezes é entendido como um argumento trasncedental.

O pressuposicionalista racional, também começa com a trindade reveladana Palavra escrita de Deus. Mas o teste para ver se isso é verdade ou não éapenas a lei da não-contradição. O cristianismo demonstra a própriaveracidade, pois, de todas as religiões, é a única internamente coerente.

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Supostas Contradições Bíblicas

Os críticos afirmam que a Bíblia está cheia de erros e contradições.Chegam a apontar textos, versículos e passagens diversas comparadas uma

com a outra. A Bíblia então é um livro contraditório com sua mensagem?Podemos encontrar erros na Palavra de Deus?Com uma divisão de 31.173 versículos e 1.189 capítulos, a Bíblia jamais

entrou em contradição com sua própria mensagem. O que vamos mostrar naslinhas seguintes servirá para revelar que o que mais acontece na crítica emgeral é a falta da boa interpretação através de ferramentas como hermenêuticae exegese, que impedem o leitor de fugir das técnicas de entendimento. (éclaro que o Espírito Santo é aquele que esclarece ao homem, se o mesmoquer).

Outro grave problema, é o simples fato das pessoas não conhecerem aBíblia por completo, ou seja, não obter sua familiaridade nos estudos e

meditações das Sagradas Escrituras, o que leva o homem á experiências devida com Deus.

Primeiramente vamos atentar para uma realidade:

1. Deus não erra;2. A Bíblia é a Palavra de Deus;3. Logo, a Bíblia não pode errar.

Logicamente, o argumento é válido. Então se as premissas sãoverdadeiras, a conclusão também é. Se o Deus teísta existe, então a primeirapremissa é verdadeira. Pois o Deus infinitamente perfeito e onisciente nãopode errar. As Escrituras testificam isso, declarando enfaticamente que “éimpossível que Deus minta” (Hb. 6.118). Paulo fala do “Deus que não mente”.(Tt. 1.2).

Então,•  A Bíblia é a Palavra de Deus. Jesus, que é o Filho de Deus, referiu-se

ao AT como “A Palavra de Deus” que “não pode ser anulada”. (Jo.10.35). Paulo acrescentou: “toda Escritura é inspirada por Deus”. (2ªTm. 3.16).

• Logo, a Bíblia não pode errar. Se Deus não pode errar e se a Bíblia é aPalavra de Deus, então a Bíblia não pode conter erros. A Bíblia é a

Palavra infalível, inerrante, e não pode conter contradições.

 Alguns estudiosos bíblicos argumentam que a Bíblia não pode ser inerrantepor que usam um raciocínio falho, observe:

1. A Bíblia é um livro humano;2. Humanos erram;3. Logo, a Bíblia erra.

O erro desse raciocínio pode ser visto em outro raciocínio também errado:

1. Jesus era um ser humano;2. Humanos pecam;

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3. Logo, Jesus pecou.

Pode-se logo ver que essa conclusão est6á errada. Jesus era “sempecado”. (Hb. 4.15; 2ª Co. 5.21; 2ª Pe. 1.19; 2ª Jo. 2.1; 3.3). Mas se Jesus nãopecou, o que está errado com o argumento de que Jesus é humano e humanos

pecam, logo, Jesus pecou? Onde é que a lógica se desviou?O erra é supor que Jesus é apenas humano. Meros seres humanos pecam,mas Jesus não era um mero ser humano. Ele era Deus (e é). Da mesma forma,a Bíblia não é apenas um livro humano; também é a Palavra de Deus. ComoJesus, ela tem elementos divinos que negam a afirmação de que tudo que éhumano erra. Ambos são divinos e não podem errar.

Abordando Supostas Contradições Bíblicas

• Jefté eo sacrifico de sua filha (Jz. 11.30-40)

Em resumo, o líder-juíz Jefté, no desejo de ser bem sucedido em uma desuas batalha (contra os amonitas), faz um voto a Deus, onde a vitória resultariano sacrifício do que primeiro aparecer ao seu encontro, em sua frente, quandochegar em casa.

“E Jefté fez um voto ao SENHOR, e disse: Se totalmente deres os filhos de Amom na minha mão, aquilo que, saindo da porta de minha casa, me sair ao

encontro, voltando eu dos filhos de Amom em paz, isso será do SENHOR, e ooferecerei em holocausto”. (Jz. 11.30,31)

 Acontece que ao vencer a batalha e chegar em casa, a sua filha foi aprimeira a lhe aparecer para o saudar pela vitória, (v. 34), e assim se concluiu orelato: “E sucedeu que, ao fim de dois meses, tornou ela para seu pai, o qual cumpriu nela o seu voto que tinha feito”. (v. 39)

Há uma divisão de interpretação quanto a esse relato bíblico. A primeira linhanão teme em afirmar que Jefté literalmente ofereceu sua filha em holocausto,realizando assim um ritual de sacrifício humano.

Se partirmos por esse pensamento teriamos que afirmar que aqui está umacontradição bíblica, pois Deus condena tal ato.

“Também dirás aos filhos de Israel: Qualquer que, dos filhos de Israel, ou dosestrangeiros que peregrinam em Israel, der da sua descendência a Moloque,certamente morrerá; o povo da terra o apedrejará. E eu porei a minha facecontra esse homem, e o extirparei do meio do seu povo, porquanto deu da suadescendência a Moloque, para contaminar o meu santuário e profanar o meusanto nome”. Lv. 20.2,3

Qual a real interpretação do texto?

Entendemos aí que o celibato foi o sacrifício da moça. A sua virgindade setorna nesse momento o destaque do texto quando diz: “Disse mais a seu pai:

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Conceda-me isto: Deixa-me por dois meses que vá, e desça pelos montes, echore a minha virgindade, eu e as minhas companheiras. E disse ele: Vai. E deixou-a ir por dois meses; então foi ela com as suas companheiras, e choroua sua virgindade pelos montes” (vv 37,38).

Importante: O texto sagrado em nenhum lugar afirma que Deus ordenouJefté tal atitude. Jefté fez um foto precipitado a Deus, colocando a vida de outrapessoa. Algo pessoal e voluntário. Deus não passa por cima de sua palavra. Otexto se encerra: “E sucedeu que, ao fim de dois meses, tornou ela para seu pai, o qual cumpriu nela o seu voto que tinha feito; e ela não conheceuhomem...” 

Obs.: nos tempos do antigo testamento ficar sem descendência eraconsiderado como desgraça e desonra para a mulher.

• Abraão e o sacrifico de Isaque (Gn. 22)

 A história de Abraão nesse caso é parecida com a de Jefté, com umaimportante diferença: Deus ordena a Abraão que ofereça seu filho Isaqueem sacrifício. Seria então esta passagem a verdadeira contradição? EstariaDeus aqui contrariando sua palavra?Vamos ao relato:

“E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e

vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma dasmontanhas, que eu te direi”. Gn. 22.2 

Não teríamos argumento nenhum para interpretar de maneiraapologética o texto, se não observássemos com atenção o primeiroversículo do texto bíblico, onde de maneira extremamente clara mostra-noso real propósito de Deus para com Abraão: “E aconteceu depois destascoisas, que provou Deus a Abraão, e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-meaqui”. (v. 1)

O Pr. Esequias Soares em seu “Manual de Apologética Cristã” – pág. 38

 – explica:“O verbo hebraico, nessa passagem de Gn. 22.1, é nassa, que significa“tentar”, no sentido de experimentar. É daí que vem a palavra hebraicanissaion, que significa experiências científicas”.

 A versão trinitariana trás “provou Deus Abraão”.Temos aqui um relato rico em detalhes, entre esses a certeza de Abraão deque aquilo era uma provação de Deus: “E disse Abraão a seus moços:Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e havendoadorado, tornaremos a vós”. E mais: “Então falou Isaque a Abraão seu pai,e disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui, meu filho! E ele disse: Eis aqui o

fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto? E disse

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 Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. Assim caminharam ambos juntos”. (vv. 5, 7 e 8).

Mesmo sabendo da fé de Abraão o grande propósito de Deus girava em tornodo seu relacionamento com o patriarca. Foi assim que Abraão a cada dia

conhecia seu Deus.

• João Batista e Elias

Outro texto usado pelos críticos para mostrar o as famosas “contradições”,é o diálogo de Jesus com seus discípulos acerca de João Batista. EstariaJesus afirmando que João era a reencarnação de Elias? Estaria o mestrepregando a favor da doutrina da reencarnação, contradizendo assim o texto dacarta aos hebreus?

“E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo,” – Hb. 9.27 

Vamos ao texto:

“Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João. E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir”. Mt. 11.13,14

Os maiores propagadores dete texto são os espíritas kardecistas, para buscar 

provar que a doutrina da reencarnação é de apoio cristão. Sobre areencarnação o espiritismo define: “É a volta da alma ou espírito á vidacorpórea, mas em outro corpo, novamente constituído, em que nada tem haver com o antigo”.No caso de Elias, em 2º Reis 2.11 lemos o seguinte: “E sucedeu que, indo elesandando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separouum do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho”.

Elias não morreu (não desencarnou)! Por isso, mesmo se houvessepossibilidades de tal ensino ser verdadeiro, mesmo assim não caberia nessapassagem.

Jesus então não falava de reencarnação? Pelo contrário, Jesus nunca faloudisso. O que Jesus estava se referindo era simplesmente da semelhança dosministérios de Elias e João Batista no sentido profético. (Mt. 17.2,3; Mc. 9.12;Lc. 1.17).Para concluir a resposta, basta atentar para João quando é interrogado arespeito: “perguntaram-lhe: Então quê? És tu Elias? E disse: Não sou”. (Jo.1.21)

• O Arrependimento de Deus (Jn. 3.10)

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“E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho; eDeus se arrependeu do mal que tinha anunciado lhes faria, e não o fez”.

 A Bíblia traz outros relatos do arrependimento de Deus, mas escolhemos

este por causa de sua dupla suposta composição, que são o “arrependimentodivino” e o “não cumprimento de sua palavra”.Primeiro o que vem a ser arrependimento? De acordo com o dicionário

universal define como “ação de arrepender-se; contrição, pesar”.Dentro de uma visão bíblica-teológica podemos nos expressar como

“reconhecimento de um erro, ou caminho errante, abandonando então aatitude, buscando o caminho correto” . Perguntamos: Deus se arrependeu? Seele realmente arrependeu-se, ele errou? O que diz a Bíblia?

“Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que searrependa”. Nm. 23.19

Os dois “problemas”  do texto são o arrependimento e o nãocumprimento da palavra de Deus. “... ainda quarenta dias Nínive serásubvertida”. Jn. 3.4.

 Antes de tudo é importante conhecer bem o registro da história de Jonase sua relação com Deus. O ponto central da pregação de Jonas era para com opovo de Nínive. Uma nação cruel em suas guerras e conquistas, afastada deDeus, tudo isso levava Jonas a acreditar que tal povo deveria ser destruído.

Quando Deus envia Jonas á Nínive não foi simplesmente para proclamar a sua destruição ou ruína, mas para levar o povo a um profundoarrependimento. A proclamação de julgamento estava condicionada áintransigência de Nínive. Isso fica esclarecido em Jeremias 18.7,8 “Nomomento em que falar contra uma nação, e contra um reino para arrancar, e para derrubar, e para destruir, Se a tal nação, porém, contra a qual falar seconverter da sua maldade, também eu me arrependerei do mal que pensavafazer-lhe”. 

O que foi então esse arrependimento?Nos registros bíblicos encontramos inúmeras passagens onde a

aplicação da antropopatia (atribuição de sentimentos humanos a Deus) érevelada.

Deus sempre zelou pelo seu relacionamento com o homem a ponto deoferecer a ele uma visão que lhe dê condições de entender as ações do Todopoderoso. Só assim o homem poderia compreender os propósitos de Deus.

Quando a Bíblia diz que Deus se arrependeu, não está afirmando queele cometeu algum erro como os seres humanos que erram, mas aplicou sua justiça condicionada na reação e atitude do povo, que nesse caso sim , foi umanação inteira que se arrependeu.

 Arrependimento na linguagem divina é oferecer oportunidades para ohomem se redimir de seu erro.

• Saul e a médium de Em-Dor (1º Sm. 28)

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Já mostramos a má interpretação bíblica por parte do espiritismo kardecista,para favorecer sua doutrina. Neste texto a suposta contradição está nacomunicação com os mortos, ato condenado na Bíblia.

 A Bíblia condena qualquer tipo de prática. É abominação:

“Quando entrares na terra que o SENHOR teu Deus te der, não aprenderása fazer conforme as abominaçöes daquelas naçöes. Entre ti não se acharáquem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; Nem encantador, nem quemconsulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte osmortos”. (Dt. 18. 9-11).

 A narrativa de Samuel parece dá a entender que é possível sim acomunicação com os mortos. É claro que se Deus proibiu, não quer dizer queexista a possibilidade, mas que Ele vê a ação demoníaca na nisso.O texto de Samuel 28 diz:

“E Saul se disfarçou, e vestiu outras roupas, e foi ele com dois homens, e denoite chegaram à mulher; e disse: Peço-te que me adivinhes pelo espírito defeiticeira, e me faças subir a quem eu te disser. Então a mulher lhe disse: Eisaqui tu sabes o que Saul fez, como tem destruído da terra os adivinhos e osencantadores; por que, pois, me armas um laço à minha vida, para me fazeresmorrer? Então Saul lhe jurou pelo SENHOR, dizendo: Vive o SENHOR, quenenhum mal te sobrevirá por isso. A mulher então lhe disse: A quem te farei subir? E disse ele: Faze-me subir a Samuel. Vendo, pois, a mulher a Samuel,gritou com alta voz, e falou a Saul, dizendo: Por que me tens enganado? Poistu mesmo és Saul. E o rei lhe disse: Não temas; que é que vês? Então amulher disse a Saul: Vejo deuses que sobem da terra. E lhe disse: Como é asua figura? E disse ela: Vem subindo um homem ancião, e está envolto numacapa. Entendendo Saul que era Samuel, inclinou-se com o rosto em terra, e se prostrou”. (1º Sm. 28 8-14)

Mais uma vez temos a nossa frente um texto riquíssimo em detalhes, com asaspara uma fiel interpretação.Lembramos antes que Saul estava desviado de Deus por transgredir a lei doSenhor e causar danos espirituais ao reino. Diz o texto que Deus nãorespondeu ele nem por sonhos, nem por urim e nem por profeta. (v 6).

Saul desesperado se disfarçou e foi consultar a pitonisa. O disfarce revela suavergonha em procurar algo que sabia ele Deus havia rejeitado, tendo o mesmoSaul ordenado a destruição das terras dos adivinhos e feiticeira. Afinal, era ou não Samuel que falou com Saul? Mesmo que Deus proíba, épossível mantermos contatos com os mortos? Aos detalhes do texto:

1. A Bíblia em nenhum momento afirma que era Samuel.Mas o relato afirma que a feiticeira viu “deuses” – “Então a mulher disse aSaul: Vejo deuses que sobem da terra”. (v. 13). Quando Saul interroga sobre oespírito, a médium é rápida ao responder “E disse ela: Vem subindo um

homem ancião, e está envolto numa capa” (v. 14).

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2. Saul é que pensa estar falando com Samuel.No momento em que a médium descreve o espírito (pois sabia muito bem quenão era Samuel), diz o texto que “Entendendo Saul que era Samuel, inclinou-se com o rosto em terra, e se prostrou”. Saul passa conversar o com o supostoSamuel, que na verdade nada mais era que um espírito enganador.

Quando o homem anda afastado de Deus se torna presa fácil para os enganosdo diabo, mas os de Cristo são guiados pelo Espírito Santo.

3. O suposto Samuel erra numa predição“... E amanhã tu e teus filhos estareis comigo”. (v. 19).Erra o suposto Samuel em sua predição pois Saul morreu 18 dias depois davisita á médium e seus filhos pelo menos Isbosete, Armoni e Mefibosetesobreviveram. (2º Sm. 2. 8-10). (21.8).

Obs.: Na Bíblia Scorfield como talvez em outras, notas de rodapé aceitam aaparição de Samuel a Saul, o que para nós é contraditório.

O que parece contradição na Bíblia, como vimos nos textos apresentados nadamais é que supostos erros das Escrituras.