APROVEITAMENTO INTEGRAL DOS ALIMENTOS E EDUCAÇÃO ... · Degustação de receitas com...
Embed Size (px)
Transcript of APROVEITAMENTO INTEGRAL DOS ALIMENTOS E EDUCAÇÃO ... · Degustação de receitas com...

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSEFACULDADE DE NUTRIÇÃO EMÍLIA DE JESUS FERREIRO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO
MARIANA PESSOA LEMOS SILVATÁSSIA NUNES DE BRITO
APROVEITAMENTO INTEGRAL DOS ALIMENTOS E EDUCAÇÃO
NUTRICIONAL EM UMA CRECHE DO RIO DE JANEIRO: ESTUDO DE CASO
Niterói2015

MARIANA PESSOA LEMOS SILVATÁSSIA NUNES DE BRITO
APROVEITAMENTO INTEGRAL DOS ALIMENTOS E EDUCAÇÃONUTRICIONAL EM UMA CRECHE DO RIO DE JANEIRO: ESTUDO DE CASO
Trabalho de Conclusão de Cursoapresentado à Faculdade de NutriçãoEmília de Jesus Ferreiro da UniversidadeFederal Fluminense, como requisitoparcial para obtenção do grau de Bacharelem Nutrição. Área de Concentração:Alimentação Institucional.
Orientadora:Prof.a Dr.a Maristela Soares Lourenço
Coorientadora:Prof.a Dr.a Lúcia Rosa de Carvalho
Niterói2015

MARIANA PESSOA LEMOS SILVATÁSSIA NUNES DE BRITO
APROVEITAMENTO INTEGRAL DOS ALIMENTOS E EDUCAÇÃONUTRICIONAL EM UMA CRECHE DO RIO DE JANEIRO: ESTUDO DE CASO
Trabalho de Conclusão de Cursoapresentado à Faculdade de NutriçãoEmília de Jesus Ferreiro da UniversidadeFederal Fluminense, como requisitoparcial para obtenção do grau de Bacharelem Nutrição. Área de Concentração:Alimentação Institucional.
Aprovada em 14 de julho de 2015.
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________Prof.a Dr.a Maristela Soares Lourenço
_____________________________________________ Prof.a Dr.a Roseane Sampaio
_____________________________________________ Prof.a Dr.a Nedja Fonseca
Niterói2015

Aos nossos pais, Ana Lúcia, João Emanuel, Denise e Alexandre.

AGRADECIMENTOS
A Deus, por nos guiar em nossos caminhos, nos dar sabedoria em nossas escolhas e nos darforças para continuar seguindo em busca de nossos objetivos.
Aos nossos amados pais e demais familiares, que compreenderam nossas ausências duranteesses cinco anos, nos apoiaram em todos os momentos e escolhas, nos incentivaram a seguiradiante, mesmo em momentos mais difíceis, sempre nos fazendo acreditar em nossopotencial. Especialmente, aos nossos amados avós que estão conosco ou que, infelizmente, jápartiram. A eles, que nos dedicaram suas vidas, nos educaram e ensinaram os valores da vida,formando a nossa maior base de amor e respeito, dedicamos este trabalho.
As nossas incansáveis orientadoras, Lucia Rosa e Maristela Soares Lourenço, que nosajudaram a conduzir este trabalho com empenho e positividade, mesmo diante de tantasdificuldades, que não nos deixaram desistir em nenhum momento e que, com carinho ededicação, tornaram a concretização deste trabalho realidade. Aos professores que nosacompanharam durante toda a graduação. Foi um privilégio conviver com pessoas tão sábias,dedicadas e dispostas a ensinar como vocês.
Aos nossos queridos amigos de longa data e, principalmente, as preciosas amigas que nosacompanharam desde o primeiro dia na faculdade, em especial Fernanda Merlino, JamileProchnow, Julia Monaco e Renata Alves. Agradecemos por todos os momentos juntas, pelasrisadas, conversas e conselhos, pelas broncas e por todo carinho que nos ajudou a continuar.Sem vocês, esses cinco anos de faculdade não seriam os mesmos. A UFF nos uniu e, juntas,seguiremos nossos caminhos, embora nem sempre presentes fisicamente. Agradecemostambém a Carolina Antunes por todo apoio nos momentos finais da elaboração deste trabalho.
Aos funcionários manipuladores de alimentos da creche, que dedicaram seu precioso tempopara nos ajudar na elaboração deste trabalho, fazendo tudo com muito carinho e alegria.

“Alegrem-se que coisas alegres virão.”
Mokiti Okada

RESUMO
No processo de produção de refeições, algumas preparações alimentares podem gerar grandequantidade de resíduos orgânicos, e estes, podem ser minimizados através da utilizaçãointegral dos alimentos. O Aproveitamento Integral de Alimentos (AIA) consiste na utilizaçãototal do alimento e de todas as suas partes, como as cascas, folhas, sementes e talos, quegeralmente são desprezados, ainda que sejam bastante nutritivas. A prática do AIA pode,portanto, aumentar a densidade nutritiva de preparações alimentares e reduzir o impactoambiental negativo. Deste modo, o objetivo do presente estudo foi avaliar a aceitabilidade dereceitas preparadas com partes não convencionais dos alimentos em uma creche localizada emNiterói-RJ. Foram elaboradas 4 receitas com AIA (panqueca de talos de brócolis, biscoito comfarinha de semente de abóbora, suco de maracujá com entrecasca de laranja e bolo dechocolate com talos de agrião), foi feita educação nutricional, e posteriormente foi realizadaanálise sensorial das referidas receitas com crianças de 1 ano e meio a 5 anos da crecheestudada. Os resultados das análises demonstraram que todas as preparações tiveram boaaceitação pelas crianças: a panqueca de talos de brócolis e o bolo de chocolate com talos deagrião apresentaram 100% de aceitação com n = 22 e 44, respectivamente e o biscoito comsemente de abóbora e o suco de maracujá com entrecasca de laranja tiveram 90% deaprovação, com n = 29 para ambas. O estudo concluiu que é possível incluir preparaçõesnutritivas que utilizam o AIA no cardápio da creche estudada, proporcionando benefícios paraa saúde das crianças. Além disso, esta prática também pode minimizar os resíduos orgânicosgerados na produção das refeições, contribuindo assim, com a preservação ambiental.
Palavras-chave: Creche; Educação nutricional; Aproveitamento Integral dos Alimentos.

ABSTRACT
In the production of meals process, some food preparations can generate large quantities oforganic waste, and these can be minimized through the full use of food. The ComprehensiveWhole Utilization of Foods (WUF) is the full use of the food and all its parts, such as bark,leaves, seeds and stems, which are often neglected, although they are quite nutritious. Thepractice of WUF can therefore increase the nutrient density of food preparations and reducethe negative environmental impact. Thus, the aim of this study was to evaluate the acceptabil-ity of recipes prepared with unconventional pieces of food in a child day care center located inNiterói-RJ. Were prepared 4 recipes with WUF (pancake broccoli stalks, cracker with pump-kin seed flour, passion fruit juice with orange inner bark and chocolate cake with watercressstalks), nutrition education was made, and sensory analysis was subsequently performed withchildren 1 year and a half to 5 years of the studied child day care center. The test resultsshowed that all preparations were well received by the children: a pancake broccoli stalks andchocolate cake with watercress stalks showed 100% acceptance with n = 22 and 44 respec-tively and the cracker with pumpkin seed and passion fruit juice with orange inner bark had90% approval, with n = 29 for both. The study concluded that it is possible to include nutri-tious preparations using the WUF in the menu of the child day care center studied, providingbenefits for children's health. Moreover, this practice can also minimizing organic waste gen-erated in the production of meals, thus contributing to environmental preservation.
Keywords: Child Day Care Center; Food and Nutrition Education; Whole Utilization ofFoods.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Sensibilização com crianças - Parte 1, p. 31
Figura 2 – Sensibilização com crianças - Parte 2, p. 31
Figura 3 – Sensibilização com crianças. Parte 3, p. 32
Figura 4 – Sensibilização com os pais. Degustação de receitas com aproveitamento integral de alimentos, p. 32
Figura 5 – Sensibilização com os pais. Degustação de receitas com aproveitamento integral de alimentos, p. 32
Figura 6 – Primeira receita avaliada: panqueca de talos de brócolis, p. 33
Figura 7 – Segunda e terceira receitas avaliadas: biscoito com farinha de semente de abóbora e suco de maracujá com entrecasca de laranja, p. 34
Figura 8 – Quarta receita avaliada: bolo de chocolate com talos de agrião, p. 34
Figura 9 – Urna de avaliação da análise sensorial, p. 35
Figura 10 – Faces ilustrativas de aprovação e reprovação, p. 36
Figura 11 – Análise sensorial de bolo de agrião realizada pelas crianças, p. 36
Figura 12 – Avaliação da análise sensorial sendo realizada pelas crianças, p. 36
Figura 13 – Avaliação da análise sensorial sendo realizada pelas crianças, p. 36
Gráfico 1 – Percentual de aceitação/aprovação das preparações, p. 38

LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Quantificação de votos de análise sensorial por preparação, p. 37

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AIA Aproveitamento Integral dos Alimentos CAAE Certificado de Apresentação para Apreciação ÉticaCONSEA Conselho Nacional de Segurança Alimentar e NutricionalDCNT Doenças Crônicas Não TransmissíveisDMRI Degeneração Macular Relacionada à IdadeFLV Frutas, Legume e VerdurasIBGE Instituto Brasileiro de Geografia e EstatísticaIDR Ingestão Diária RecomendadaIPEA Instituto de Pesquisa Econômica AplicadaOMS Organização Mundial da SaúdeONU Organização das Nações UnidasPNR Plano Nacional de ResíduosPNRS Política Nacional de Resíduos SólidosPPR Processo Produtivo de RefeiçõesSESC Serviço Social do ComércioSESI Serviço Social da IndústriaTACO Tabela Brasileira de Composição de AlimentosTCLE Termo de Consentimento Livre e EsclarecidoUAN Unidade de Alimentação e NutriçãoUEI Unidade de Educação InfantilUFF Universidade Federal FluminenseUPR Unidade Produtora de RefeiçõesWCED World Commission on Environment and DevelopmentWHO World Health Organization

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO, p. 132 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA, p. 152.1 Unidade de alimentação e nutrição, p. 152.1.1 O processo produtivo de refeições, p. 162.1.2 Nutrição do escolar, p. 172.2 Educação Nutricional, p. 182.2.1 Alimentação saudável, p. 202.3 Propriedades nutricionais de alguns alimentos utilizados, p. 212.3.1 Valor nutricional da semente de abóbora, p. 212.3.2 Valor nutricional dos talos de brócolis, p. 222.3.3 Valor nutricional da entrecasca da laranja, p. 222.3.4 Valor nutricional dos talos de agrião, p. 232.4 Aproveitamento integral dos alimentos e sustentabilidade, p. 243 OBJETIVOS, p. 263.1 Objetivo geral, p. 263.2 Objetivos específicos, p. 264 MATERIAL E MÉTODOS, p. 274.1 Perfil da Unidade de Alimentação e Nutrição estudada, p. 29 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO, p. 305.1 Sensibilização com crianças e pais, p. 305.2 Elaboração das receitas, p. 335.3 Análise sensorial, p. 356 CONCLUSÃO, p. 427 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS, p. 448 APÊNDICES, p. 518.1 Folder explicativo entregue aos pais na reunião de sensibilização, p. 518.2 Alguns dos cartazes apresentados às crianças, p. 538.3 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) entregue aos
pais, p. 548.4 Material com receitas entregues aos pais, p. 568.5 Receita do suco de maracujá com entrecasca de laranja, p. 589 ANEXOS, p. 599.1 Receita da panqueca de talos de brócolis, p. 599.2 Receita do biscoito com farinha de semente de abóbora, p. 609.3 Receita do bolo de chocolate com talos de agrião p. 61

13
1 INTRODUÇÃO
A alimentação é o processo pelo qual o organismo obtém e assimila nutrientes.
Porém, com o ritmo acelerado da vida moderna, a compressão tempo-espaço e a cultura de
consumo capitalista podem explicar a relação não só do homem com o alimento, mas as suas
tendências para o desperdício em todos os campos sociais.
O consumo maciço de bens e serviços, facilitado pela grande disponibilidade dos
mesmos, pode estimular o consumo exacerbado e uma propensão a descartabilidade dos itens,
aplicável também ao âmbito alimentar.
O Brasil, considerado um dos dez países que mais desperdiça comida em todo o
mundo, despreza cerca de 30% dos frutos e 35% das hortaliças que produz logo após a
colheita, muitos por serem considerados mal formados ou fora do padrão de consumo
estabelecido. Estima-se, ainda, que 40% das perdas alimentares nos países em
desenvolvimento ocorra durante o processo produtivo de refeições (Agência Brasil, 2015).
Este fato traz à tona um dos maiores problemas da sociedade de consumo, que é a má
utilização dos recursos alimentares e seu consequente desperdício (SESI, 2004). Isso se
justifica pelo fato de grande parte das receitas culinárias priorizar apenas o uso das polpas dos
alimentos, desprezando entrecascas, folhas, talos e sementes, ainda que muitos sejam
comestíveis e nutritivos. A não utilização destas partes contribui para o aumento do
desperdício, uma vez que alimentos são consumidos diariamente em quantidades relevantes
em todo o mundo.
Neste contexto, o processo produtivo de refeições apresenta preparações alimentares
que podem gerar grande quantidade de resíduos orgânicos, e estes, podem ser minimizados
através da utilização integral dos alimentos. O desperdício de alimentos pode ser considerado
como um dos fatores que causam impacto ambiental negativo.
O incentivo a uma alimentação saudável e que abranja o aproveitamento integral dos
alimentos mostra-se ainda mais importante quando o público alvo são as crianças. Nesta fase
da vida, é essencial que a alimentação forneça todos os nutrientes necessários para o seu
desenvolvimento cognitivo e motor (CRUZ et al. 2001). A alimentação adequada contribui
inclusive para a sua capacidade de aprendizado e bem-estar de um modo geral.
O período pré-escolar, particularmente, é decisivo para a formação de hábitos
alimentares saudáveis que podem ser perpetuados ao longo da vida, gerando benefícios da
infância à idade adulta (GOES et al. 2012).

14
Quando a educação nutricional é associada ao incentivo do consumo de alimentos
integralmente, através de explanações orais e dinâmicas de grupo, pode gerar benefícios ainda
maiores, promovendo o consumo de nutrientes essenciais através de preparações palatáveis e
sustentáveis, uma vez que geram menos resíduos orgânicos.
Diariamente, vão para o lixo cerca de mil toneladas de alimentos nas feiras livres, e 15
a 20% dos alimentos nos bares, lanchonetes e afins (SANTANA et al, 2005). O uso não
consciente dos recursos naturais eleva o desperdício e aumenta a geração de resíduos e, nesse
sentido, o aproveitamento integral dos alimentos pode ser visto como uma medida
sustentável, que reconhece a importância das hortaliças na alimentação e, sobretudo, valoriza
todas as suas partes, possibilitando maior eficiência da agricultura e assegurando uma
alimentação de boa qualidade. (STEUER, 2013).
O objetivo deste trabalho foi avaliar a aceitabilidade de preparações com partes não
convencionais dos alimentos na alimentação de crianças de uma creche no Estado do Rio de
Janeiro.

15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Unidades de alimentação e nutrição
As Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN) tem o objetivo de fornecer refeições
seguras, do ponto de vista higiênico-sanitário e adequadas nutricionalmente, visando atender
as necessidades nutricionais e financeiras de seus clientes, assim como aos limites financeiros
da instituição (ABREU; SPINELLI, 2003).
A UAN deve atender o cliente tanto no sentido da manutenção e/ou recuperação da
saúde, visando auxiliar no desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis, a educação
alimentar e nutricional (PROENÇA, 1997).
Em contrapartida, as Unidades Produtoras de Refeições (UPR), que podem ser
definidas como estabelecimentos integrantes da alimentação fora do lar, diferem das UAN
uma vez que não possuem um compromisso com a qualidade nutricional das preparações
oferecidas à sua clientela (VEIROS, 2002). Diferente das UPR, as UAN devem prezar pela
saúde dos seus clientes e não possuem necessidade de conquistar seus clientes todos os dias,
pois, estes, dependem da alimentação fornecida pela UAN e não possuem alternativas de
alimentação externas (ibid).
Sendo assim, as UAN caracterizam-se como subsistemas que atendem a locais, como
escolas, hospitais e indústrias, que reúnem pessoas por um período de tempo que justifique o
fornecimento de refeições (ibid).
Além de aspectos ligados à refeição, uma UAN objetiva, ainda, satisfazer o comensal
no que diz respeito ao serviço oferecido, englobando desde o ambiente físico, até o contato
pessoal entre operadores da UAN e comensais (PROENÇA, 1999).
A atuação do nutricionista em UAN é fundamental, pois ele deve conhecer o comensal
individualmente e tratá-lo de forma integral, de acordo com sua necessidade. Desta forma, a
UAN assume a preocupação de fornecer alimentação saudável e isto se reflete diretamente na
saúde de seus clientes (VEIROS, 2002).

16
2.1.1 Processo produtivo de refeições
O Processo Produtivo de Refeições (PPR) em uma UAN inicia-se com a compra e a
recepção da matéria-prima e continua até a distribuição das refeições para a clientela,
incluindo a estocagem, o pré-preparo, a cocção e a conservação da preparação pronta para o
consumo (LOURENÇO; CARVALHO, 2006).
Pode ser definido pela confecção de grande quantidade de preparações alimentares em
um determinado espaço de tempo, respeitando as questões de perecibilidade da matéria prima,
mão-de-obra e custo de funcionamento da UAN (POULAIN, 19921 apud GUEDES, 2003).
Dentre as etapas do PPR que geram maiores perdas, pode-se destacar o pré-preparo e o
preparo (SPINELLI; CALE, 2009).
Entre estas duas operações, o pré-preparo, é a etapa do PPR onde são removidas folhas
danificadas e amareladas, talos endurecidos, pedaços deteriorados e cascas. Com isso, é
considerada a etapa da produção de refeições que mais gera resíduos, resultando em uma
perda considerável do peso inicial do alimento (ORNELLAS, 2006).
O alimento perde parte do seu valor quando manuseado incorretamente, pois são
desprezadas partes de grande importância nutricional para a alimentação humana que são as
vitaminas e os minerais presentes em grande concentração nos talos e nas cascas (DIONIZIO,
2010).
Como a maioria dos produtos precisa de corte e acabam sendo descartadas as raízes,
bulbos e tubérculos, torna-se importante que sejam utilizados os equipamentos adequados,
com lâminas apropriadas e pessoal capacitado para realizar as etapas do processo de produção
de refeições (ibid).
Desta forma, o controle do desperdício de alimentos garante a qualidade do PPR e
contribui para a administração eficiente e bem sucedida de uma UAN (CARMO, 2011).
Sob esta ótica, quando os manipuladores de alimentos da UAN não são devidamente
treinados ou os seus gestores não possuem uma consciência acerca de evitar perdas
desnecessárias, a UAN pode contribuir de forma relevante com o desperdício, como 39
milhões de toneladas de alimentos desperdiçados diariamente no Brasil (HEISLER, 2008).
1
2.1.2 Nutrição do pré-escolar e escolar
1POULAIN, J. P. La Cuisined`assemblage.Paris, 1992.

17
A literatura sobre nutrição infantil evidencia que o comportamento alimentar do pré-
escolar é determinado em primeira instância pela família, da qual ela é dependente e,
secundariamente, pelas outras interações psicossociais e culturais da criança. O padrão da
alimentação do pré-escolar é determinado por suas preferências alimentares. A dificuldade é
fazer com que a criança aceite uma alimentação variada, aumentando suas preferências e
adquirindo um hábito alimentar mais adequado, uma vez que muitas crianças têm medo de
experimentar novos alimentos e sabores, fenômeno este denominado neofobia alimentar
(RAMOS, 2000).
O período pré-escolar, particularmente, é decisivo para a formação de hábitos
alimentares saudáveis que podem ser perpetuados ao longo da vida, gerando benefícios da
infância à idade adulta (GOES, 2012).
A nutrição no período pré-escolar é fundamental, pois qualquer deficiência nutricional
neste período de crescimento e desenvolvimento pode repercutir de forma negativa sobre o
ganho pondero-estatural e comprometê-lo de forma definitiva (CARDOSO, 20062 apud
GOES, 2012).
De acordo com os 10 passos para a Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas, a
escola deve promover estratégias de incentivo ao consumo de alimentos saudáveis,
desenvolver receitas saudáveis e variadas, adotando meios que garantam a segurança sanitária
dos alimentos fornecidos, estendendo este processo aos familiares por meio de reuniões e
Educação Nutricional a fim de enfatizar sua co-responsabilidade no processo de formação de
hábitos alimentares saudáveis (BRASIL, 2013).
As crianças têm o seu hábito alimentar formado pelo ambiente em que estão inseridas,
recebendo influência desde o aleitamento e também pela instituição em que estuda. Nesses
processos estão incluídos aspectos sócio-demográficos, escolar, renda e moradia, tendo
também fatores subjetivos e culturais (SILVA, 2010).
A criança estabelece uma relação social com a comida à medida que vai explorando,
conhecendo suas formas, texturas, sabores e aromas e, esse momento de exploração é
fundamental para a formação de hábitos alimentares saudáveis, respeitando as
particularidades de cada criança (SEABRA, MOURA, 2005).
As crianças que possuem alterações nutricionais como obesidade ou desnutrição
podem se tornar adultos obesos ou com outros distúrbios nutricionais associados, como
hipertensão, diabetes e dislipidemias. Este fato demonstra a necessidade da preocupação de

18
familiares e profissionais da área de saúde e educação em melhorar a qualidade da
alimentação dessas crianças (SILVA, 2010).
De acordo com o Ministério da Saúde e da Educação, os profissionais que trabalham
direta ou indiretamente com alimentação infantil devem possuir conhecimento sobre nutrição,
para a melhora do quadro do estado nutricional das crianças brasileiras. Estes profissionais,
além de contribuírem na formação do hábito alimentar das crianças, podem auxiliar os pais a
realizar tal tarefa em casa. Por isso, a alimentação, no ambiente escolar deve ter função
pedagógica e estar inserida no contexto curricular (BRASIL, 2006).
O nutricionista pode desenvolver outros aspectos da ciência da Nutrição e atuar como
um agente de saúde, que é sua condição básica profissional, através das práticas em educação
nutricional (PEREZ, 2013).
2.2 Educação nutricional
No Brasil, o conceito de Educação Nutricional começou a ser oficialmente praticado
em 2004, quando ocorreu a II Conferência Nacional de Segurança Alimentar. Nesta ocasião,
foram listadas algumas prioridades com relação à alimentação e Educação Nutricional em
escolas e creches, implementando ações de educação nutricional nas escolas brasileiras, como
método fundamental de prevenção de patologias relacionadas aos maus hábitos alimentares e
promoção de saúde (CONSEA, 2004).
A educação nutricional pode ser definida como:
A prática da Educação Nutricional é incentivada pelas instituições escolares no país, o
que representa uma melhora na perspectiva de vida das crianças e jovens beneficiados, uma
vez que a educação nutricional justifica-se como um importante meio de promover mudanças
em um padrão de comportamento de grupo ou familiar (BISSOLI; LANZILLOTTI, 1997).
A Educação Nutricional é muito facilitada quando a sua prática acontece em ambientes
escolares, podendo envolver também a família e a comunidade. Além do mais, práticas
“um conjunto de estratégias sistematizadas para impulsionar a cultura e avalorização da alimentação, concebidas no reconhecimento da necessidade derespeitar, mas também de modificar, crenças, valores, atitudes, representações,práticas e relações sociais que se estabelecem em torno da alimentação, visando oacesso econômico e social de todo cidadão a uma alimentação quantitativa equalitativamente adequada, que atenda aos objetivos de saúde, prazer e convíviosocial” (BOOG, 1997, p.7).

19
saudáveis neste ambiente possuem um excelente custo-efetividade, representando meios
sustentáveis de promoção da saúde (UNICEF, 2000).
Outro aspecto, é que a Educação Nutricional dirigida a crianças pode influenciar de
maneira muito positiva seus hábitos alimentares, proporcionando melhores condições de
saúde e estando diretamente relacionada com a redução de incidência de doenças na idade
adulta. Por esse motivo, a realização de atividades de cunho lúdico para crianças na fase pré-
escolar deve ser incentivada e pode proporcionar formas significativas de convívio e de
aprendizagem, e quando estas incentivam as práticas alimentares saudáveis, permeando entre
os conceitos de segurança alimentar e promoção da saúde (SALVI & CENI, 2009; SANTOS,
2005).
2.2.1 Alimentação saudável
Segundo Philippi (2008, p.3), “A alimentação saudável é entendida como aquela que
faz bem, promove saúde e deve ser orientada e incentivada desde a infância até a idade adul-
ta”.
Esse estímulo aos hábitos saudáveis é fundamental para promoção e manutenção da
saúde populacional e isto tem sido feito pelas entidades governamentais de diversos países,
inclusive do Brasil (ibid).
Para garantir um funcionamento adequado do complexo organismo humano, é
necessária a ingestão de uma gama de nutrientes, e é a partir da Ingestão Diária Recomendada
(IDR) que se estabelecem as necessidades aproximadas de um indivíduo saudável (TORRES
et al, 2000).
O consumo destes nutrientes deve ser garantido a partir de uma dieta que inclua
alimentos que disponibilizem energia e nutrientes em proporções equilibradas, constituindo
assim, uma alimentação saudável (PHILIPPI, 2008).
A pirâmide alimentar brasileira é uma das ferramentas utilizadas pelas entidades
públicas para propagar a idéia da adequação alimentar. Nela estão dispostos diferentes grupos
de alimentos com proporções específicas para uma dieta de 2.000 quilocalorias, com a
sugestão de 6 porções diárias de frutas, legumes e verduras (FLV) e uma distribuição
conforme a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), ou seja, 10% a 15% de
proteínas, 55% a 75% de carboidratos e 15 a 30% de lipídios (PHILLIP, 2013).

20
Além disso, guias alimentares também são utilizados como promotores de saúde,
constituindo diretrizes oficiais que incentivam hábitos alimentares saudáveis para a população
brasileira, também com o objetivo de prevenir distúrbios provenientes dos desequilíbrios
alimentares (BRASIL, 2014).
Quando as necessidades de nutrientes e energia individuais não são atingidas podem
ocorrer danos para a saúde decorrente do consumo insuficiente, desnutrição e do excesso,
obesidade (MONTEIRO, 2008).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de crianças (com
idade entre 0 a 5 anos) com excesso de peso ou obesos aumentou de 32 milhões em todo o
mundo em 1990 para 42 milhões em 2013. Sem intervenções, as crianças obesas podem
tornar-se adultos obesos e desenvolver uma série de complicações relacionadas a esta
patologia, incluindo diabetes e doenças cardíacas (WHO, 2014).
Desta forma, a intervenção nutricional é de grande importância para diminuir a
progressão da obesidade e outras patologias consequentes de uma alimentação em desacordo
com as necessidades de energia e nutrientes individuais, especialmente quando o público alvo
contempla pré-escolares e escolares (TARDIDO & FALCÃO, 2006).
2.3 Propriedades nutricionais de alguns alimentos utilizados no estudo
Devido ao fato de existirem poucas pesquisas relacionadas a composição nutricional
das folhas e talos de hortaliças, a comparação torna-se difícil. Porém, os estudos existentes
comprovam a teoria de que estas partes não convencionais dos alimentos são ricas em
nutrientes, muitas vezes até mais que a própria parte mais comumente consumida dos
alimentos (SOUZA, 2007; MALUCELLI, 2009).
Uma possível desvantagem do AIA seria o maior teor de agrotóxicos que é depositado
nas cascas dos alimentos durante o cultivo, uma vez que tais substâncias são prejudiciais à
saúde humana. Para minimizar este risco, é importante que o alimento seja bem higienizado e
que se priorize talos, sementes e entrecascas às cascas na elaboração de preparações
alimentares com o AIA. Assim, pode-se aproveitar da melhor maneira os diversos nutrientes e
compostos benéficos à saúde presentes nestes alimentos (STOPELLI; MAGALHÃES, 2005).
A lista de nutrientes é extensa, mas as partes não convencionais dos alimentos
apresentam, principalmente, grande quantidade de fibras alimentares. As fibras são

21
importantes para diversos mecanismos do organismo como a regulação da captação de
colesterol, controle da glicemia, fortalecimento do sistema imunológico e, ainda, atividade
antioxidante. Seu consumo regular está associado a prevenção de Doenças Crônicas Não
Transmissíveis (DCNT) como diabetes e hipertensão arterial e também doenças relacionadas
ao trato gastrointestinal como constipação, câncer de cólon, hemorroidas, entre outras (ibid).
2.3.1 Valor nutricional da Semente de abóbora
Tradicionalmente utilizada na alimentação de povos orientais e em países como a
Grécia, as sementes de abóbora possuem alto teor de proteínas, lipídeos e fibras, 32-40%, 44-
50% e 23-27%, respectivamente. São ricas em ácidos graxos poli e mono-insaturados,
vitaminas E e do complexo B e minerais como ferro, potássio e magnésio (MAKNI, 2008;
PUMAR, 2008; TRUCOM, 2006).
De acordo com Sant’anna (2005), os ácidos graxos predominantes no óleo da semente
de abóbora são o ácido graxo linoléico (47,7%), o oléico (30,0%), o palmítico (11,54%) e o
esteárico (9,49%). O ácido graxo linoléico, predominante nas sementes, é caracterizado como
poliinsaturado, o que o qualifica como benéfico à saúde. Estudos demonstram que o consumo
dietético desta gordura está associado com a redução de doenças cardiovasculares (DJOUSSE
et al., 2001; RASTOGI et al., 2004).
Além dos benefícios nutricionais, as sementes de abóbora podem, ainda, ser utilizadas
como vermífugo na medicina popular, uma vez que possuem ação anti-helmíntica (CRUZ, et
al., 2006).
Apesar dos tantos benefícios citados, as sementes de abóbora podem conter fatores
antinutricionais e/ou tóxicos, como cianetos e polifenóis; no entanto, os tratamentos térmicos
são capazes de reduzir consideravelmente os níveis dessas substâncias, tornando a semente
própria para o consumo humano (DEL-VECHIO, 2005). Após esse processo, a semente pode
ser utilizada para enriquecer nutricionalmente pães, bolos, saladas e cereais, de forma íntegra
ou como farinha, que possui efeito laxativo e ainda promove redução da glicemia e
diminuição de triacilgliceróis e colesterol sanguíneos (MAKNI, 2008; CERQUEIRA, 2008;
PUMAR, 2008).

22
2.3.2 Valor nutricional dos talos de brócolis
O consumo de brócolis é limitado apenas às suas inflorescências, porém, os talos de
brócolis podem ser considerados fonte de fibras devido à quantidade deste nutriente presente
em sua composição (mais de 3g de fibras em 100g do alimento) (SOUZA, 2007).
De acordo com Champ (2003), as fibras alimentares exercem funções importantes na
manutenção da saúde humana, pois ajudam na manutenção de níveis adequados de glicose e
colesterol séricos e reduzem o risco de câncer de cólon.
Além das fibras presentes em seus talos, o brócolis é um vegetal considerado fonte
vitaminas como vitamina C e minerais como cálcio, ferro e magnésio, devido a sua coloração
verde escura (MALUCELLI, 2009). Alguns autores citam ainda presença de substâncias com
propriedades anticarcinogênicas (BARTH e ZHUANG, 1996; CALBO, 2001).
Pouca atenção, no entanto, é dada às partes vegetativas de algumas espécies de
hortaliças consideradas de alto valor nutritivo. Vegetais crucíferos (família Brassicaceae),
como o brócolis, onde o consumo se limita às suas inflorescências, poderiam ser
integralmente utilizados na alimentação humana, uma vez que pesquisas revelam que os
resíduos vegetais são importantes fontes de nutrientes e deveriam ser aproveitados como uma
forma econômica de solucionar o problema da fome e desnutrição das populações mais pobres
(SANTOS et.al, 2003).
2.3.3 Valor nutricional da entrecasca da laranja
Nutricionalmente, o aproveitamento dos subprodutos da indústria de sucos cítricos é
bastante efetivo, pois estes contêm diversas substâncias além das já conhecidas fibras como a
pectina e outros compostos bioativos que favorecem o valor nutricional das preparações e
ainda reduzem a quantidade de resíduos gerados na indústria (FERNÁNDEZ-LÓPEZ et al.,
2009).
Segundo Santana e Gasparetto (2009), a fruta que é rica em nutrientes como a
vitamina B, potássio, fibra alimentar e vitamina C, é subutilizada, pois apenas 50% do seu
peso é aproveitado na indústria para a produção de sucos.

23
Nesse montante de fruta inutilizada encontra-se o albedo da laranja (mesocarpo), parte
branca aderida à polpa rica em fibras e outros compostos, apresenta teor de 39,25% de pectina
e 76,50% de fibras totais (GONÇALVES et al.,2001; SANT’ANNA, 2005).
O elevado teor de fibras deve ser destacado tendo em vista que pesquisas evidenciam
os efeitos benéficos da fibra alimentar para reduzir o risco de câncer de cólon e auxiliam na
manutenção de níveis normais de glicose e colesterol séricos (CHAMP, 2003). Além disso, o
consumo específico da pectina, fibra solúvel com poder geleificante amplamente utilizada na
indústria de doces é muito eficiente em normalizar os níveis séricos de colesterol e as maiores
fontes de fibras solúveis são as cascas de frutas cítricas (CAMPOS, 1993, REISER, 19873;
apud GONÇALVES et al., 2001).
2.3.4 Valor nutricional dos talos de agrião
De acordo com Noia (2014), o agrião é fonte de fibras e de diversas vitaminas e
minerais, como cálcio, ferro, zinco, vitaminas do complexo B, A, C, D, E e K, podendo ser
considerado como um alimento com elevada densidade nutritiva.
Dentre os nutrientes presentes no agrião, destaca-se a presença de um carotenóide com
potente ação antioxidante: a luteína. Na indústria de alimentos, a luteína pode ser utilizada
para enriquecimento de produtos como bebidas lácteas, cereais, biscoitos, molhos, sopas e
como corante natural para colorir alimentos (STRINGHETA, 2006).2
Na alimentação humana, a luteína além de precursor da vitamina A é um potente
antioxidante e funciona como protetor do organismo contra doenças degenerativas, como
câncer, doenças de pele e diferentes tipos de infecções e também possui ação protetora de
mucosas gástricas, aumenta a resposta imunológica e previne doenças dos olhos como a
Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) (BAKÓ, 20024 apud STRINGHETA,
2006).
23CAMPOS, QA. M. Efeito de adoçantes e edulcorantes na formulação de geléias de fruta com pectina amidada.Dissertação de mestrado (Mestrado em Tecnologia Química) – Universidade Federal do Paraná, 1993.REISER, S. Metabolic effects of dietary pectins related tu human health. FoodTechnol. V.4, n.2, p.91- 99, 1987.

24
Os carotenóides consumidos na dieta humana são provenientes, principalmente, das
frutas e hortaliças, podendo variar de 4 a 20 tipos de carotenóides em um único tipo de
vegetal (RODRIGUEZ-AMAYA, 20015 apud STRINGHETA, 2006).
32.2.2 Aproveitamento integral dos alimentos e sustentabilidade
Na produção de refeições, cerca de 30% dos alimentos são perdidos devido a diferentes
fatores como colheita, transporte, armazenamento, preparo, entre outros. O desperdício no
ambiente domiciliar pode chegar a 20%, devido a utilização inadequada dos alimentos (IPEA,
2009).
Com isso, o gerenciamento dos resíduos produzidos na UAN é competência do
nutricionista, que deve também, implantar ações que possibilitem o controle e a minimização
dos resíduos gerados pela UAN que administra (KINASZ, 2008).
De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), a definição de
resíduos sólidos e rejeitos é descrita abaixo (BRASIL, 2010):
De acordo com o PNR, a diferença entre resíduo e rejeito está relacionada à
possibilidade de reaproveitamento. O resíduo é a sobra de um determinado produto
(embalagem, casca, folha, etc.) ou processo de utilização do produto e pode ser utilizado
novamente depois de conserto, lavagem ou processo que viabilize seu uso. O rejeito, é um
tipo específico de resíduo que não pode ser aproveitado – quando todas as possibilidades de
reutilização estiverem esgotadas e não houver solução para o produto gerado a partir dele –
sendo assim, deve ser encaminhado a um aterro sanitário licenciado ou a incineração (ibid).
34BAKÓ, E.; DELI, J.; TÓTH, G. HPLC study on the carotenoid composition of calendula products.J.Biochem. Biophys. Methods, v. 53, p. 242-250, 2002.5RODRIGUEZ-AMAYA, D.B.A guide to carotenoidanalysis in foods.Washington, DC: International LifeSciencesInstitute, 2001. 64 p.
“Resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado resultante deatividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõeproceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bemcomo gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades torneminviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ouexijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhortecnologia disponível. Rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas aspossibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveise economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não adisposição final ambientalmente adequada”

25
Segundo a definição da Organização das Nações Unidas (ONU), desenvolvimento
sustentável é aquele que atende as necessidades das gerações atuais sem comprometer a
capacidade das gerações futuras de atenderem a suas necessidades e aspirações (WCED,
1987).
No Brasil, iniciou-se o uso do AIA por volta dos anos 60 de forma muito discreta
como meio de combate à fome e às deficiências nutricionais que acometiam, principalmente,
as famílias carentes. Com o passar do tempo e com as experiências adquiridas através da
utilização integral dos alimentos, este trabalho estendeu-se por todo país. Organizações
governamentais, não governamentais e um grande número de profissionais se mobilizaram
para divulgar e desenvolver esse conceito (FURTUNATO, 2007).
O Aproveitamento Integral de Alimentos (AIA) consiste na utilização total do
alimento e de todas as suas partes, sejam estes de origem vegetal ou animal, sobretudo dos
alimentos que são descartados mais comumente no preparo de refeições para consumo
humano (STEUER, 2013).
O AIA dialoga com o mundo atual uma vez que se tem a necessidade de formar
consumidores conscientes e, ainda, cidadãos saudáveis através da redução do desperdício e da
poluição ambiental a partir de hábitos de economia e nutrição (TEIXEIRA et al, 2006).
Tendo em vista o valor nutricional de partes não convencionais dos alimentos e o
volume considerável de resíduos que representam, estas podem ser utilizadas como uma
maneira de incrementar o cardápio diário, proporcionando mais fibras, vitaminas e sais
minerais na dieta da população e contribuir para a redução do desperdício (STORK, 2013).
Segundo Monteiro (2008, p.1), “o desconhecimento dos valores nutricionais das partes
não convencionais dos vegetais induz ao mau aproveitamento”. A população poderia melhorar
sua alimentação e nutrição utilizando os alimentos com o máximo proveito, mas a falta de
conhecimento sobre a sua utilização integral e a melhor maneira de prepará-los limita a sua
prática (KINASZ, 2008).
De acordo com Gondim (2005), uma alimentação sadia e rica em nutrientes, pode ser
alcançada através da utilização das partes que são desprezadas dos vegetais, diminuindo os
gastos com alimentação, melhorando a qualidade nutricional do cardápio e consequentemente
reduzindo o desperdício de alimentos.

26
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral
Avaliar a aceitabilidade de receitas preparadas com partes não convencionais dos
alimentos em uma creche localizada em Niterói-RJ.
3.2 Objetivos específicos
Escolher receitas preparadas a partir de partes não convencionais dos alimentos que
fossem atrativas e saborosas para serem elaboradas na creche estudada;
Realizar análise sensorial com as crianças matriculadas na creche a fim de identificar a
aceitação das preparações elaboradas com partes não convencionais dos alimentos;
Propor o aproveitamento integral no cardápio da creche, ainda que em pequena escala,
a fim de melhorar a qualidade nutricional das preparações oferecidas às crianças;
Disseminar o conceito de alimentação saudável a partir do aproveitamento integral às
famílias das crianças matriculadas na creche.

27
4 MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi de caráter descritivo, exploratório, quali-quantitativo, sendo um estudo
de caso realizado em uma creche do município de Niterói-RJ.
A pesquisa qualitativa envolve a obtenção de dados descritivos a partir do contato
direto do pesquisador com o objeto de estudo, sendo a observação a técnica de coleta de dados
mais utilizada (GODOY, 1995).
Entre os tipos de pesquisa qualitativa, o modelo estudo de caso foi escolhido para este
trabalho. Segundo Marconi e Lakatos (2007, p. 157) “a pesquisa é o caminho para se
conhecer uma realidade, construída a partir do pensamento reflexivo acerca da situação
estudada. Os resultados que se obtêm com a pesquisa não são verdades absolutas, ou seja, não
devem ser generalizados, extendendo-se a toda população.”
As etapas de execução do presente estudo foram:
a) Revisão da literatura através de pesquisa bibliográfica a partir de artigos publicados
em revistas e artigos científicos, livros, dissertações, teses e meios eletrônicos de
relevância acadêmica, como também pesquisa sobre receitas para elaboração na creche
estudada.
b) Elaboração de materiais educativos sobre AIA e Sustentabilidade; e para análise
sensorial. (Apêndices 1 e 2)
c) Sensibilização da equipe de funcionários da creche estudada, incluindo manipuladores,
serviço de nutrição, professoras e gestão sobre o AIA.
d) Realização de Sensibilização com as crianças a fim de introduzir o tema da pesquisa e
orientá-las sobre a importância da alimentação saudável e do cuidado com o meio
ambiente, bem como a entrega do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE). (Apêndice 3)
e) Entrega das receitas com preparações a partir de partes não convencionais dos
alimentos (Apêndice 4) para serem elaboradas pela equipe de cozinha da creche
estudada, com o propósito de incluí-las na alimentação das crianças, contribuindo com
o aporte de nutrientes, como também diminuindo o desperdício de alimentos e os
resíduos orgânicos gerados no processo produtivo de refeições (PPR).
f) Realização de Análise Sensorial das preparações e avaliação da aceitação através de
Cartela Lúdica. Foi colocada uma urna, contendo 2 (dois) valores: gostei e não gostei,
para auxiliar a votação das crianças.

28
g) Análise dos dados foi realizada através de planilha gerada no Microsoft Excel® versão
12.0.4518.1014 com números absolutos e relativos. Esperando-se como resultados
positivos a aceitação das preparações acima de 70% com conceito “gostei”
(DUTCOSKY, 2007).
A pesquisa foi realizada com quarenta e quatro crianças com idade entre três e cinco
anos de ambos os gêneros, saudáveis, filhos de servidores, alunos e professores da
Universidade Federal Fluminense (UFF) e 15 delas da comunidade local. A escolha das
crianças como grupo de estudo se deve ao fato da construção de seus hábitos alimentares
acontecerem, predominantemente, nesta fase da vida e, neste momento, terem um maior poder
de escolha que nos anos anteriores. Foram excluídos da pesquisa aqueles que, apresentaram
alergia ou intolerância a algum alimento oferecido; ou que no ato da análise sensorial
estiveram ausentes ou se recusaram a participar, por quaisquer motivos. Foram excluídas,
ainda, crianças de um ano e meio até três anos de acordo com o Fundo Nacional de
Desenvolvimento para a Educação (BRASIL, 2009).
A escolha das preparações se deu de acordo com os gêneros utilizados na creche que
geravam maior quantidade de resíduos. As receitas foram retiradas de sites de culinária, livros
e adaptadas de acordo com a realidade da creche, substituindo ingredientes que não eram
utilizados na UAN como, por exemplo, o cacau em pó e o açúcar mascavo.
Após terem sido escolhidas as receitas e delimitados os métodos para realização do
trabalho, foram elaborados cartazes e folhetos com abordagem sobre o AIA e sua importância
no âmbito da saúde e preservação ambiental. Posteriormente, foi realizada a sensibilização
com as crianças, seguida pela elaboração das receitas e, finalmente, pela análise sensorial das
preparações elaboradas.
A sensibilização com os pais foi realizada por último, em virtude do cronograma da
creche.
As preparações foram elaboradas pelos manipuladores de alimentos do quadro efetivo
da creche sob supervisão e orientação das autoras do presente trabalho. As preparações foram
servidas às crianças no horário do lanche (biscoito de semente de abóbora, suco de maracujá
com entrecasca de laranja e bolo de talos de agrião) e no horário do jantar (panqueca de talos
de brócolis). Foram quantificadas as crianças que participaram da análise sensorial, as que não
participaram, as crianças que provaram e gostaram e as crianças que provaram e não
gostaram.
Ao final de cada análise sensorial realizada pelas crianças da creche, foi feita a
contagem dos votos na urna de votação e os resultados foram digitalizados em planilha gerada

29
no programa Microsoft Excel® versão 12.0.4518.1014. Ao final de todas as análises, foi feita
a apuração dos resultados, contabilizando o percentual de aprovação ou rejeição das
preparações. Considerou-se “aprovada” a preparação com 70% ou mais de respostas “gostei”
e, reprovada, a preparação com 70% ou mais de respostas “não gostei” (DUTCOSKY, 2007).
Em outro momento, após a realização das análises e tabulação dos dados, os resultados
obtidos foram apresentados aos pais das crianças em uma reunião de sensibilização. Foram
entregues cópias das receitas elaboradas na creche e um folheto explicativo com informações
sobre desperdício de alimentos e benefícios do AIA. Ao final da reunião de sensibilização foi
feita degustação de receitas com AIA a fim de sensibilizá-los sobre a importância de construir
hábitos alimentares saudáveis e para que fossem estimulados a continuar este processo de
construção em suas residências.
O presente trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital Antonio Pedro
(HUAP/UFF) com o Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) número
32779714.0.0000.5583.
4.1 Perfil da Unidade de Alimentação e Nutrição estudada
A UAN pesquisada é uma creche de Instituição Federal, que atende crianças com
idades de um ano e meio à 6 anos.
A matrícula ocorre por meio de sorteio e as crianças matriculadas possuem idade entre
2 e 6 anos, sendo divididas em três grupos de acordo com a idade (G1: de 2 a 3 anos, G2: de 3
a 4 anos e G3: de 4 a 6 anos).
A gestão da Unidade de Educação Infantil (UEI) adota um modelo participativo e
colegiado. O serviço de nutrição da UAN é composto por duas nutricionistas e uma auxiliar
administrativa. Na cozinha, trabalha um chefe de cozinha, uma cozinheira, uma ajudante de
cozinha e uma auxiliar de serviços gerais. As refeições fornecidas pela creche são: colação
(9:30h); almoço (11:30h); lanche (14:00) e jantar (16:30h).
A UAN estudada foi a creche da Universidade Federal Fluminense, localizada no
Campus do Gragoatá em Niterói-RJ e foi escolhida para a pesquisa por se tratar de um espaço
que incentiva a pesquisa e por ser um local de formação para alunos da Universidade e de
formação continuada para professores da educação infantil.

30
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na creche estudada foi possível realizar todas as etapas da pesquisa, como
apresentadas a seguir:
5.1 Sensibilização com crianças e pais
A sensibilização com as crianças foi realizada no auditório da creche, com a presença
das professoras e ajudantes de sala e todas as turmas de crianças (do G1 ao G4). Como
estratégia para a sensibilização foi adotada uma conversa informal com as crianças para que
os objetivos da pesquisa pudessem ser explicados de forma simplificada e de fácil
entendimento, comunicando às mesmas que, durante as semanas seguintes, seriam realizadas
preparações novas a partir de alimentos saudáveis e que seria muito importante que elas
atribuíssem sua avaliação após experimentar cada uma delas.
Em seguida, foi explicado o método avaliativo e foram apresentados cartazes que
falavam sobre a importância da alimentação saudável, os benefícios da atividade física e,
finalmente, sobre o aproveitamento integral dos alimentos e a sua importância para a saúde
humana e para a preservação ambiental. Os cartazes ficaram expostos por toda a creche, após
serem apresentados às crianças.
Foi elaborada uma cesta com frutas e verduras in natura para que as crianças
pudessem reconhecer e se familiarizar com os alimentos e associar o que foi dito na palestra e
visto nos cartazes com os alimentos ali expostos. O objetivo era mostrá-las que é possível ir
além da polpa no consumo daqueles alimentos, incluindo cascas, talos, entrecascas e
sementes.
As crianças tocavam nas frutas e hortaliças e falavam sobre o que mais gostavam, e
assim se mostrando extremamente interativas e muito interessadas no material exposto. Para
finalizar, foi realizada uma dinâmica que teve o objetivo de criar nas crianças a consciência de
que cada uma delas é uma “semente da alimentação saudável” e que deviam crescer e
espalhar este conceito. As Figuras 1, 2 e 3 ilustram a sensibilização realizada com as crianças.

31
Figura 1. Sensibilização com crianças – Parte 1
A apresentação dos cartazes às crianças teve o objetivo de explicar sobre a importância
da alimentação saudável, o que é o aproveitamento integral de alimentos, mostrando dicas
para uma vida saudável e preservação do meio ambiente.
Figura 2. Sensibilização com crianças – Parte 2
Esta etapa da sensibilização teve a proposta de realizar uma familiarização entre as e
os alimentos saudáveis: frutas e hortaliças. A exposição da cesta de frutas e verduras in natura
foi feita para que as crianças tocassem, cheirassem e reconhecessem os alimentos, enquanto as
autoras do presente trabalho falavam sobre como estes alimentos podem ser utilizados de
forma integral a partir de receitas saudáveis e palatáveis.

32
Figura 3. Sensibilização com crianças – Parte 3
A figura 3 demonstra o início da dinâmica “Semente da alimentação saudável”
realizada com as crianças.
Com os adultos, a estratégia de sensibilização utilizada foi uma conversa informal
sobre o tema do trabalho e seus objetivos, e a elaboração de um folder explicativo que
ressaltava os benefícios do aproveitamento integral dos alimentos e um material que continha
as receitas realizadas no trabalho com o intuito de que os pais compreendessem a importância
de tal prática e a estendessem para os seus lares.
Posteriormente, houve uma degustação de preparações aleatórias que incluíam partes
não convencionais dos alimentos. (Figuras 4 e 5).
Figuras 4 e 5. Sensibilização com os pais.
Ilustração da mesa arrumada para a degustação de preparações com partes não
convencionais dos alimentos oferecidas aos pais durante a reunião de sensibilização.

33
5.2 Elaboração das receitas
A escolha das receitas foi feita por serem preparações de fácil inclusão na rotina da
creche, escolher os alimentos que apresentam quantidade considerável de resíduos orgânicos,
e por terem histórico de boa aceitação em suas formas convencionais pelas crianças.
As receitas escolhidas para análise sensorial foram: panqueca com talos de brócolis,
biscoito com farinha de semente de abóbora, suco de maracujá com entrecasca de laranja e
bolo de chocolate com agrião e são expostas nas Figuras 6,7 e 8 .
Figura 6. Panqueca de talos de brócolis.
A panqueca de talos de brócolis foi a primeira preparação a ser elaborada e avaliada
pelas crianças. (Anexo 1) .
Segundo Brito (2013) as perdas quando se retiram os talos do brócolis são bastante
significativas, pois representam mais da metade do seu peso total, isto é, 57,19% do brócolis é
desprezado quando pode ser aproveitado para compor preparações alimentares saborosas e
nutritivas.

34
Figura 7. Biscoito com farinha de semente de abóbora e suco de maracujá com entrecasca de
laranja.
O biscoito com farinha de semente de abóbora (Anexo 2) e suco de maracujá com
entrecasca de laranja (Apêndice 5) foram avaliadas pelas crianças no segundo dia de
avaliação.
Segundo estudo de Pumar (2008) que avaliou a composição da farinha de semente de
abóbora, a farinha obtida a partir das sementes de abóbora quando peneirada ou mantida na
forma integral possui maior teor de proteínas e lipídios devido a manutenção do seu
endosperma. A receita escolhida para o preparo do biscoito utilizou a farinha de semente de
abóbora integral, portanto com maior teor de proteínas, lipídios e fibras.
O Brasil é o segundo maior produtor de laranja do mundo, seguido apenas pelos
Estados Unidos e cerca de 70% da produção de laranjas é destinada à produção de suco, o que
gera grande quantidade de subprodutos que poderiam ser utilizados para outros fins como, por
exemplo, a obtenção da fibra de laranja (CITRUSBR, 2010). Segundo Santana e Gasparetto
(2009), a fruta é subutilizada, pois apenas 50% do peso da laranja é aproveitado na indústria e
a outra metade, rica em fibras e outros compostos é desprezada.
Figura 8. Bolo de chocolate com talos de agrião.

35
O bolo de chocolate com talos de agrião foi a última receita a ser avaliada e obteve
total aprovação pelas crianças que a provaram. (Anexo 3)
O agrião é um dos vegetais folhosos que geram maior perda no pré-preparo, pois são
consumidos apenas suas folhas e talos laterais, desprezando-se os talos centrais que equivalem
a cerca de metade do peso bruto do agrião. O agrião possui fator de correção médio de 2,25
isto é, perde-se cerca de metade do seu peso no pré-preparo, quando são retiradas folhas
amareladas e deterioradas (ORNELLAS, 2006).
Ressalta-se que todas as preparações foram elaboradas em três dias diferentes pelos
manipuladores de alimentos do quadro efetivo da creche sob supervisão e orientação das
autoras deste trabalho.
5.3 Análise sensorial
Como forma de avaliação das análises sensoriais foi elaborado um sistema de votação
com uma urna (Figura 9), onde as crianças deveriam depositar uma das opções: “gostei” e
“não gostei” representadas por dois tipos de carinhas (Figura 10).
Figura 9. Urna de avaliação.
Na urna de avaliação foram depositadas as faces de reprovação ou aprovação,
associadas a cada preparação degustada. Enquanto as crianças experimentavam as
preparações, as autoras responsáveis pela pesquisa passavam por cada mesa questionando a
opinião das mesmas acerca da receita. Era depositada na urna (pela criança ou com auxílio
das autoras), a imagem que melhor representava o sentimento da criança com relação à
preparação.

36
Figura 10: Faces ilustrativas de aprovação e reprovação.
As análises sensoriais foram realizadas em três dias. Sendo 22 crianças no primeiro
dia, quando foi avaliada a panqueca com talos de brócolis; 29 no segundo dia, quando foram
avaliados o biscoito de farinha de semente de abóbora e o suco de maracujá com entrecasca
de laranja e 44 crianças no terceiro dia, quando foi testado o bolo de chocolate com talos de
agrião. As Figuras 11, 12 e 13 ilustram as análises sensoriais realizadas pelas crianças.
Figura 11: Análise sensorial de bolo de agrião realizada pelas crianças.
Figuras 12 e 13. Avaliação da análise sensorial realizada pelas crianças.

37
Os resultados das análises sensoriais estão expostos na Tabela 1.
Tabela 1 - Quantificação de votos de análise sensorial por preparação alimentar oferecida às
crianças da creche.
Preparação
Número de ParticipantesDia 1 Dia 2 Dia 3
P* NP** P* NP** P* NP**
Panqueca de talos de brócolis 13 9 - - - -Suco de maracujá com entrecasca
de laranja- - 20 9 - -
Biscoito com farinha de semente
de abóbora- - 21 8 -
Bolo de chocolate com talos de
agrião- - - - 44 2
*P: Número de crianças que participou da pesquisa.
**NP: Número de crianças que não participou da pesquisa.
No primeiro dia de análise sensorial, o número de crianças foi baixo, pois a maioria
das crianças haviam saído da creche. Apesar do número de crianças que provaram a panqueca
ter sido baixo, o número de crianças que gostou da preparação foi considerável, isto é, todas
as crianças que provaram a panqueca disseram ter gostado.
O suco de maracujá com entrecasca de laranja teve muito boa aceitação, pois apenas
duas crianças das vinte que provaram, não gostaram. Assim como, o biscoito com farinha de
semente de abóbora.
O bolo de chocolate com talos de agrião também obteve resultado bastante
satisfatório, pois apenas duas crianças, das quarenta e quatro presentes, se recusaram a prová-
lo e todas as quarenta e duas crianças que provaram, gostaram do bolo.
O Gráfico 1 apresenta o percentual de aceitação das receitas de acordo com os
resultados das votações de cada preparação.

38
Gráfico 1 - Percentual de aceitação das preparações alimentares oferecidas às crianças da
creche estudada.
A panqueca de talos atingiu 100% de aprovação, apesar de ser uma preparação de cor
verde, esperava-se que a aceitação fosse menor que as outras preparações, pois as crianças
têm dificuldade de aceitar alimentos com esta coloração, segundo informações das
professoras que acompanharam o estudo. Assim como a panqueca, o bolo de chocolate com
talos de agrião apresentou 100% de aprovação, pois todas as crianças que provaram, gostaram
da preparação.
O biscoito e o suco, também ultrapassaram o percentual de aprovação esperado,
considerando boa aceitação das preparações, uma vez que, a maioria das crianças que
provaram, disseram ter gostado e apenas 2 (duas) crianças disseram não ter gostado de ambas
as preparações. O número de crianças que se recusaram a provar, reduzindo o número de
análises pode ser explicado pelo fato de que, geralmente, segundo Ramos (2000), a aceitação
para o novo alimento ocorre somente após 12 a 15 apresentações do alimento, por isso a
exposição repetida ao alimento contribui para a redução da neofobia alimentar.
O medo de provar novos alimentos é explicado por razões psicológicas como
sugestões sensoriais (gosto bom ou ruim), conseqüências de comer determinado alimento (se
“faz bem” ou se “faz mal”), fatores ideacionais como utilidade do alimento, aparência e
higiene. A aceitação de um novo alimento pode variar também, pois a criança não come só

39
por estar com fome e, sim, pelo quê sugere o contexto em que esta inserida como, por
exemplo, em casa com os pais, na escola com os amiguinhos, ou em uma festa (ibid).
A aceitação do biscoito foi satisfatória, com resultado parecido com um estudo que
procurou avaliar a aceitação de biscoitos produzidos com farinha de talos de couve e
espinafre, onde a aceitação foi satisfatória quanto aos critérios descritos por Mauro (2010),
como “aspecto”, “aroma”, “consistência” e “sabor”.
A farinha feita a partir da semente da abóbora, tão pouco aproveitada na culinária
brasileira, pode atuar reduzindo a glicemia provocando queda nos triacilgliceróis e colesterol
plasmáticos. (CERQUEIRA, 2008; PUMAR, 2008).
Um ponto importante, é que não há como desassociar o aproveitamento integral dos
alimentos com a nutrição. Quando utilizamos integralmente o que cada fruta ou hortaliça nos
oferece, certamente acrescentamos nutrientes preciosos às receitas que preparamos. De acordo
com Oliveira (1993), folhas, talos e cascas costumam ser mais nutritivas do que as partes dos
alimentos consumidos usualmente. Citando como exemplo, as folhas da couve-flor, ainda que
não sejam tão macias, contém mais ferro que a couve manteiga e são mais nutritivas que a
própria couve-flor. Além disso, as ramas de cenoura e de beterraba, normalmente desprezadas
antes mesmo de chegarem aos supermercados, também são ricas em minerais e deveriam ser
amplamente utilizadas na culinária.
A educação nutricional acerca do tema mostra-se importante, visto que o teor de
nutrientes de muitos alimentos é superior nos seus talos, cascas e sementes (GONDIM et al.
2005).
Outras formas de utilização integral dos alimentos vêm sendo estudadas também pela
indústria. Boff (2013) avaliou o desenvolvimento de sorvete com fibra de casca de laranja
como substituto da gordura e concluiu que a fibra presente na casca da laranja pode ser
bastante eficiente na produção de produtos lácteos como o sorvete, que obteve índice de
aceitação global de 78%, mantendo suas características físicas e químicas e reduzindo o valor
energético total.
Em outro estudo, Alves et al. (2007) elaboraram uma torta com recheio confeccionado
a partir de talos de couve-flor e brócolis e submeteram-na para análise sensorial de crianças de
3 a 5 anos. O produto recebeu excelentes notas na avaliação sensorial e um dos resultados
positivos apontados é que as crianças não demonstraram aversão aos talos do recheio, uma
vez que não os removeram durante a degustação das tortas. Os autores sugerem que tortas
deste tipo podem ser incorporadas no cardápio das creches para que estas UAN possam
oferecer opções saudáveis para as crianças que lá passam a maior parte do seu tempo.

40
Com todos os benefícios citados, é possível compreender a importância do
aproveitamento integral dos alimentos, não só em preparações eventuais, mas apresentando
um novo olhar sobre o alimento, que nos ajuda a extrair ao máximo de cada nutriente que ele
pode nos oferecer, sem distinção de partes.
Os resultados deste trabalho nos levam a refletir sobre a importância da implantação
do aproveitamento integral em grande escala. Se um bolo de chocolate que contém talos de
agrião é tão bem aceito quanto um bolo convencional, por exemplo, parece ser mais vantajoso
substituir o tradicional, pois não aumenta o custo, não existe uma maior dificuldade de
preparo e oferece mais benefícios para a saúde das crianças, quando comparado com um bolo
de chocolate simples. Se creches e escolas de todo o Brasil passassem a incluir as entrecascas,
talos e sementes desprezadas nas preparações, usualmente consumidas pelos alunos,
certamente ofereceriam uma refeição mais nutritiva e contribuiriam para melhorar o estado
nutricional daquelas crianças e adolescentes sem, no entanto, aumentar o custo das refeições,
e contribuindo com a minimização dos resíduos orgânicos.
Portanto, o AIA se mostra bastante eficaz na sua intenção de agregar valor nutricional
às preparações convencionais, aumentando o teor de vitamina, minerais e fibras,
principalmente e de reduzir a geração de resíduos, contribuindo para a redução do desperdício
gerado na produção de refeições.
De acordo com um trabalho que avaliou as perdas de alimentos geradas em uma UAN
localizada em São Paulo, 77% do desperdício estava relacionado à etapa de pré-preparo
(SPINELLI; CALE, 2009).
Segundo Lemos (2011), um importante indicador de desperdício utilizado
principalmente em UAN é o Fator de Correção (FC), definido pela relação entre o peso do
alimento bruto, ou seja, na forma como foi adquirido, e o peso do alimento líquido, após
passar pelo pré-preparo (retirada de cascas, talos, sementes e partes deterioradas).
Em breve as empresas terão de se preocupar não só com a reciclagem, o tratamento e a
destinação adequada de seus resíduos, mas também com a não-geração dos mesmos
(SISINNO e MOREIRA,2005).
Atualmente, existem diferentes estratégias de combate a fome e redução do
desperdício como os programas “Mesa Brasil”, do Serviço Social do Comércio (SESC) e o
programa “Alimente-se Bem” do Serviço Social da Indústria (SESI) e o AIA tem se mostrado
uma estratégia importante no combate a estes males que afetam a população de uma forma
geral. Contudo, a implantação destas iniciativas ainda é muito discreta, sendo necessário o
encorajamento de um senso crítico a respeito do tema, para que haja a transformação de

41
antigos hábitos em iniciativas de preocupação com a saúde, que diminuam a degradação do
meio ambiente, e que caminhem no sentido contrário à descartabilidade dos alimentos tão
praticada pela sociedade.

42
6 CONCLUSÃO
Na presente pesquisa, a boa aceitação das preparações com partes não convencionais
dos alimentos evidenciou que é possível incluir pratos saudáveis que utilizam estas frações
dos alimentos normalmente desprezadas no cardápio da creche estudada. A inclusão destas
partes na alimentação infantil, além de ter boa receptividade, atua reduzindo o desperdício e
agregando valor nutricional às preparações alimentares, em uma fase onde uma boa oferta de
nutrientes é essencial para um desenvolvimento e crescimento adequados da criança.
Além disso, é relevante que se desenvolva, o quanto antes, uma consciência ambiental
que incentive a preservação do planeta. A realização do AIA pode contribuir com esta
consciência, e assim diminuir a geração de resíduos e os impactos negativos associados, e
assim contribuir com a preservação do meio ambiente.
Nesse sentido, a educação nutricional e a conscientização ambiental possuem um
importante papel na tentativa de estabelecer uma nova relação com o alimento, aquela que
busca o aproveitamento integral das suas propriedades nutricionais e estimula o seu consumo
consciente, respeitando a natureza e o que ela oferece ao homem.
Ao desenvolver e avaliar a aceitabilidade das preparações na creche estudada foi
possível observar que a escolha das receitas se mostrou adequada, uma vez que todas
atingiram o objetivo de reduzir a geração de resíduos sem gerar dificuldades ou empecilhos à
sua elaboração e tiveram boa aceitação das crianças, que pareciam, inclusive, se divertir com
o fato de ter que classificá-las como boas ou ruins.
A reação dos pais à sensibilização, no entanto, não atendeu à expectativa, uma vez que
poucos pareciam determinados a reproduzir as receitas em suas casas. Este fato pode ser
considerado um ponto negativo, tendo em vista que os principais formadores dos hábitos
alimentares das crianças nesta fase são os pais. Porém, pode-se dizer que a realização deste
trabalho foi capaz de estimular um novo olhar sobre o alimento em alguns pais e muitas
crianças da creche estudada, as quais elogiavam as receitas que provaram. Espera-se que
todos os envolvidos nesta pesquisa utilizem e disseminem o conhecimento adquirido, a fim de
expandir conceito do AIA para o maior número de pessoas possível, assim como os benefícios
decorrentes da sua prática.
Ressalta-se a importância de desenvolver trabalhos relacionados ao tema abordado,
tendo em vista os benefícios do AIA para diminuir o impacto ambiental e melhorar o valor

43
nutritivo de preparações. Além disso, é fundamental a divulgação da temática para o público
infantil, uma vez que associar atitudes sustentáveis e preparações nutritivas pode ser uma boa
maneira de estimular o comprometimento com a preservação ambiental e com uma
alimentação saudável.

44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N. A Unidade de Alimentação e Nutrição. In: ABREU, E.S.; SPINELLI, M. G. N.; ZANARDI, A. M. P. Gestão de Unidades de Alimentação eNutrição: um modo de fazer. p.13-20. São Paulo: Metha, 2003. Acesso em: 07 ago 2014.
ALVES, J. A; NOVELLO, Daiana; OST, Paulo Roberto; QUINTILIANO, Daiana Aparecida.Aceitação de torta de farinha integral feita com reaproveitamento de alimentos por criançaspré-escolares em uma creche municipal do município de Guarapuava - PR. Alim. Nutr.,Araraquara, v.18, n. 2: p. 161-166, abr./jun., 2007.
BARTH, M.M.; ZHUANG, H. Packaging design affects antioxidant vitamin retention andquality of broccoli florets during postharvest storage. Postharvest Biol. Technol., Amsterdam,v. 9, p. 141-150, 1996.
BISSOLI, M. C.; LANZILLOTTI, H. S. Educação nutricional como forma de intervenção:avaliação de uma proposta para pré-escolares. Rev.Nutr. vol.10 no.2 Campinas Jan./Jun., 1997
BOFF, C.C. et al .Desenvolvimento de sorvete de chocolate utilizando fibra de casca delaranja como substituto de gordura. Cienc. Rural, Santa Maria , v. 43, n. 10, p. 1892-1897, Out. 2013 .
BOOG, M.C. Educação Nutricional: Passado, presente e futuro. R. Nutr. PUCCAMP,Campinas, 10(1): 5-19, jan./jun., 1997
BRASIL. Lei Federal Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional deResíduos Sólidos; altera a Lei Nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.
BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.Conselho Deliberativo. Resolução CD/FNDE nº 38, de 16 de Julho de 2009. Brasília.Ministério da Educação, 2009.
BRASIL. Ministério da Saúde e Ministério da Educação. Portaria Interministerial nº 1010, de8 de maio de 2006. Institui sobre as diretrizes para a promoção da alimentação saudável nasescolas de educação infantil, fundamental e nível médio das redes públicas e privadas emâmbito nacional. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
BRASIL. Ministério da Saúde. 10 passos para a alimentação saudável. Disponível em:http://drt2004.saude.gov.br/nutricao/ documentos/10passos_adultos.pdf. Acesso em: 05/03/15.Brasília. Ministério da Saúde, 2013.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de AtençãoBásica. Guia Alimentar para a População Brasileira – 2. ed. 156 p – Brasília. Ministério daSaúde, 2014.
BRASIL. Presidência da República. Constituição. Lei nº 10831, de 23 de dezembro de 2003.DISPÕE SOBRE A AGRICULTURA ORGÂNICA E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. Lei N10.831 de 23 de Dezembro de 2003.

45
BRITO, L. C. F. Aproveitamento de partes não convencionais de alimentos em uma unidadede alimentação e nutrição – Estimativa de custo e Marketing Nutricional. Niterói, 2013.Trabalho de conclusão de estágio em Alimentação Institucional (Graduação em Nutrição) –Faculdade de Nutrição, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2013.
CALBO, A.G. Pos-colheita de algumas hortalicas: brocolos. In: LUENGO, R.F.A.; CALBO,A.G. (Ed.). Armazenamento de hortaliças.Brasilia: Embrapa, 2001. p.152-157.
CARMO, A. S. Avaliação do desperdício de alimentos via índice de resto ingestão no caso deuma unidade produtora de refeições em Belo Horizonte/MG. Nutrição Brasil. São Paulo, v.10,n.3, p.170, mai/jun. 2011.
CERQUEIRA, P. M. et al. Efeito da farinha de sementede abóbora (Cucurbita maxima, L.)sobre o metabolismoglicídico e lipídico em ratos. Rev. Nutr., Campinas,v. 21, n. 2, p. 129-136, 2008.
CHAMP M. et al. Advances in dietary fibre characterization. Definition of dietary fibre physi-ological relevance, health benefits and analyticalaspects. Nutr.Res. Rev., v. 16, p. 71-82, 2003
CITRUSBR. Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos. Retrato da citricultura(2010). Disponível em:<http://www.citrusbr.com.br/download/retrato_citricultura_brasileira_marcos_fava.pdf>.Acesso em: 20 de maio de 2015.
COELHO, M.A.S.C; FUKS, S.B; REIS, P.F.R. Receitas para Todos: Economia doméstica emtempos de crise. Bagaços, cascas, folhas, sementes, sobras e talos. Edição nº 1. Rio de Janeiro.Editora Atheneu, 2009. 183p.
CONSEA - Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. II ConferênciaNacional de Segurança Alimentar e Nutricional: “A construção da política nacional desegurança alimentar e nutricional”. Pernambuco, 2004.
CRUZ, G. F. et al. Avaliação dietética em creches municipais de Teresina, Piauí, Brasil. Rev.Nutr., v. 14, p. 21-32, 2001.
CRUZ, R. C. B. et al. Toxicity evaluation of Cucurbita maxima seed extract in mice.PharmaceuticalBiology, v. 44, n. 4, p. 301-303, 2006
DEL-VECHIO, G. et al. Efeito do tratamento térmicoem sementes de abóboras (Curcubitaspp.) sobre os níveis de fatores antinutricionais e/ou tóxicos. Ciênc.Agrotec., Lavras, v.2 9, n.2, p. 369-376, 2005.
DIONIZIO, I. C. Desperdícios e reaproveitamento alimentar: Artigonal, 2010. Disponível em:http://www.artigonal.com/ensino-superior-artigos/desperdicios-e-reaproveitamento-alimentar-3047418.html. Acesso em: 12 de março de 2015.
DJOUSSE. L., et al. Relation between dietary linolenic acid and coronary artery disease in thenational heart, lung, and blood institute family heart study. AJCN. v. 74, p. 612 619, 2001.
DUTCOSKY, S. D. Análise sensorial de alimentos. 2 ed. ver. e ampl. Curitiba: Champagnat,2007. 239 p.

46
FERNANDÉZ-LÓPEZ, J. et al. Storage stability of a high dietary fi bre powder from orangeby-products. International Journal of Food Science & Technology, v.44, p.748-756, 2009.Disponível em: <http://www.readcube.com/articles/10.1111%2Fj.1365-2621.2008.01892.x?r3_referer=wol&tracking_action=preview_click&show_checkout=1&purchase_referrer=onlinelibrary.wiley.com&purchase_site_license=LICENSE_DENIED_NO_CUSTOMER>.Acesso em: 15 jun. 2015. doi:10.1111/j.1365-2621.2008.01892.
Fundo das Nações Unidas (UNICEF). Fundo das Nações Unidas para a Infância. Relatóriofinal do Fórum Mundial de Educação. Senegal, 2000. Disponível em:http://www.unicef.org/lifeskills/files/Fresh Document.pdf. Acesso em: 14 de março 2015.
FURTUNATO, D.M.N. Alimentação alternativa (multimistura) e seus principaiscomponentes. Informativo Profissional do Conselho Federal de Farmácia. Infamar. Brasília, v.19, n° 5/8, p. 103 – 110, ago. 2007.
GODOY, A. S. Introdução à Pesquisa Qualitativa e suas possibilidades. Revista deAdministração de Empresas, São Paulo, v. 35, n. 2, p. 57-63, mar./abr., 1995
GOES, V.F. et al. Avaliação do estado nutricional e do consumo alimentar de pré-escolaresatendidos nos centros municipais de educação infantil de Guarapuava. – PR. Alim.Nutr., Araraquara, v. 23, n. 1, p.121-129, jan/mar. 2012.
GONÇALVES, L. C.et al. Reciclagem das cascas da laranja pera na produção de suplementoalimentar de fibras solúveis (pectina). IN: 21º CONGRESSO BRASILEIRO DEENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 2001, João Pessoa. Anais. Rio de Janeiro:ABES, 2001. Disponível em: http://www.bvsde.paho.org/bvsaidis/resisoli/brasil/iii-131.pdf.Acesso em 01 de Junho de 2015.
GONDIM, J. A. M. et al. Composição centesimal e de minerais em cascas de frutas. Rev.Ciênc. Tecnol. Alim., Campinas, v. 4, n 25, p. 825-827. Out. 2005.
GUEDES, I.P. Reforma de cozinha para o preparo de alimentação coletiva, conformelegislação vigente, visando preservar a qualidade dos alimentos. Trabalho de conclusão decurso (Especialização em qualidade de alimentos). Universidade de Brasília, Brasília, 2003.
HEISLER N. Desperdício de alimentos no país gera prejuízo de R$ 12 bilhões por ano. In:RAMOS, R, 10 de maio de 2008. Disponível em:http://www.metodista.br/rronline/noticias/economia/pasta-1/desperdicio-de-alimentos-no-pais-gera-prejuizo-de-r-12-bilhoes-de-reais-por-ano. Acesso em: 10 set. 2014.
IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada. Desperdício - Custo para todos -Alimentos apodrecem enquanto milhões de pessoas passam fome. Ano 6 . Edição 54 -30/10/2009. Disponível em: http://desafios.ipea.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1256:reportagens-materias&Itemid=39. Acesso em:14 de Maio de 2015.
Jornal do Brasil. FAO quer reduzir o desperdício de alimentos na Brasil. 2015. Disponível em:http://www.jb.com.br/pais/noticias/2015/04/26/fao-quer-reduzir-o-desperdicio-de-alimentos-no-brasil/. Acesso em: 24 de junho de 2015.

47
KINASZ, T.R.; WERLE, H.J.S. Geração de resíduos sólidos em unidades de alimentação enutrição: composição física, influência do tipo de cardápio e tipo de serviço dedistribuição. 2008. ii, 33 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Mato Grosso,Cuiabá/MT. Departamento de Geografia, 2008
LEMOS AG; BOTELHO RBA; AKUTSU RCCA. 2011. Determinação do fator de correçãodas hortaliças folhosas comercializadas em Brasília. Horticultura Brasileira 29: 231-236.
LOURENÇO, M.S.; CARVALHO, L.R. Segurança Alimentar: Utilização de ferramenta daqualidade para melhorias em um restaurante comercial. XIII SIMPEP. Bauru-SP, Brasil, 06 a08 de novembro de 2006.
MAKNI, M. et al. Hypolipidemic and hepatoprotectiveeffects of fl ax and pumpkin seedmixture rich in ω-3and ω-6 fatty acids in hypercholesterolemic rats. FoodChem.Toxicol., v.46, n. 12, p. 3714-3720, 2008.
MALUCELLI, M.; NOVELLO, D.; ANDO, N.; ALMEIDA, J.M.; FREITAS, A.R. Avaliaçãoe composição nutricional de nhoque tradicional enriquecido com farinha de resíduo debrócolis (Brassica Oleracea var. Itálica). Alim. Nutr., Araraquara. v.20, n.4, p. 553-560,out./dez. 2009.
MARCONI, A. M.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo:Atlas, 2007
MAURO, A.K.; SILVA, V.L.M.; FREITAS, M.C.J. Caracterização física, química e sensorialde cookies confeccionados com Farinha de Talo de Couve (FTC) e Farinha de Talo deEspinafre (FTE) ricas em fibra alimentar. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 30(3): 719-728,jul.-set. 2010.
MONTEIRO, B.A. Valor nutricional de partes convencionais e não convencionais de frutas ehortaliças. 2008. ii, 62 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdadede Ciências Agronômicas de Botucatu, 2008.
NOIA, D. J. Defining Powerhouse Fruits and Vegetables: A Nutrient Density Approach. PrevChronic Dis 2014;11:130390. Disponível em:http://www.cdc.gov/pcd/issues/2014/13_0390.htm Acesso em: 5 de julho de 2105.
OLIVEIRA, A.S.D. Reciclando idéias: pra não dizer que não falei de lixo. Rio Grande:Fundação Universidade do Rio Grande, 1993.
ORNELLAS LH.. Técnica dietética: seleção e preparo de alimentos. 8. ed. São Paulo:Atheneu. 296p, Ano 2006.
PEREZ, P.M.P.; RACHID, T.L.; LOPES, J.R. Conscientização para redução do desperdício epromoção da alimentação saudável em um restaurante universitário na cidade do Rio deJaneiro: Revista de Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição. Nutrire, Sao Paulo, v.38,n.Suplemento (12º Congresso Nacional da SBAN), p.289-289, 2013.
PHILLIP, S. T. Pirâmide dos alimentos: fundamentos básicos da nutrição. Barueri. EditoraManole, 2008.

48
PHILLIP, S. T. Redesenho da pirâmide alimentar brasileira para uma alimentação saudável.Disponível em:http://www.piramidealimentar.inf.br/pdf/ESTUDO_CIENTIFICO_PIRAMIDE_pt.pdf Acessoem: 28 de junho de 2015. Ano: 2013.
PROENÇA, R. P. C. Inovações tecnológicas na produção de refeições: conceitos e aplicaçõesbásicas. Rev. Higiene Alimentar. v.13, n.63, p.24-30, jul/ago. 1999.
PROENÇA, R.P.C. Inovação Tecnológica na Produção de Alimentação Coletiva.Florianópolis: Insular, 1997. 135p.
PUMAR, M.; FREITAS, M.C.J.; CERQUEIRA, P.M.; SANTANGELO, S.B. Avaliação doefeito fisiológico da farinha de semente de abóbora (Cucurbita maxima, L.) no trato intestinalde ratos. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 28(Supl.): 7-13, dez. 2008.
RAMOS, Maurem; STEIN, Lilian M.. Desenvolvimento do comportamento alimentarinfantil. J. de Pediatri. Rio de Janeiro, p. 229-237. mar. 2000.
RASTOGI, T., et al. Diet and risk of ischemic heart disease in India. Am. J. Clin. Nutr., v. 79,p. 582 92, 2004.
Relatório Brundtland – Disponível em:https://ambiente.files.wordpress.com/2011/03/brundtland-report-our-common-future.pdf.Acesso em 12 de Março de 2015.
SALVI, C. ; CENI, G. C. Educação nutricional para pré-escolares da associação creche MadreAlix. Vivências. Vol.5, N.8: p.71-76, Outubro/2009.
SANT’ANNA, L. C. Avaliação da composição química da semente de abóbora (Cucurbitapepo) e do efeito do seu consumo sobre o dano oxidativo hepático de ratos(Rattusnovergicus). 2005. 69 f. Dissertação (Mestrado em Nutrição) – Faculdade de Nutrição,Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, 2005.
SANTANA, M. de. F. S. de. Caracterização físico-química de fibra alimentar de laranja emaracujá. 2005. 188p. Tese (Doutorado em Engenharia de Alimentos). Faculdade deEngenharia de Alimentos, Departamento de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadualde Campinas. Ano: 2005.
SANTANA, M.F.S.; GASPARETTO, C.A. Microestrutura da fibra alimentar do albedo delaranja: um estudo por técnicas físicas e análise de imagens. Ciência e Tec. de Alim., v.29, n.1,p.124-134, 2009.
SANTOS, L.A. Educação alimentar e nutricional no contexto da promoção de práticasalimentares saudáveis. Rev. Nutr., Campinas, 18(5): 681-692, set./out., 2005.
SANTOS, M. A. T.; ABREU, C. M. P.; CARVALHO, V.D. Efeito de diferentes tempos de co-zimento nos teores de minerais em folhas de brócolis, couve-flor e couve (Brassicaolera-ceaL.). Ciênc. Agrotec.,v. 27, n. 3,p. 597-604, 2003.
SEABRA, K. C; MOURA, M. L. S. Alimentação no ambiente de creche como contexto deinteração nos primeiros dois anos de um bebê. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 10, n. 1, p.77-86, jan./abr. 2005.

49
SESI. Serviço Social da Indústria. Alimente-se bem com R$ 1,00, São Paulo, 8ª edição,Agosto, 2004.
SILVA, A. C. de A.; TELAROLLI JÚNIOR, R.; MONTEIRO, M. I.. Analisandoconhecimentos e práticas de agentes educacionais e professoras relacionados à alimentaçãoinfantil. Ciência e Edu., São Paulo, v. 16, n. 1, p.199-214, 2010.
SISINNO, C.L.S.; MOREIRA, J.C. Ecoeficiência: um instrumento para a redução da geraçãode resíduos e desperdícios em estabelecimentos de saúde. Cad. Saúde Publ, Rio de Janeiro,v.21, n.6, p. 1893-1900, jan./fev.2005.
SOUZA, P. D. J, NOVELLO, D., ALMEIDA, J. M., QUINTILIANO, D. A. Análise sensoriale nutricional de torta salgada elaborada através do aproveitamento alternativo de talos ecascas de hortaliças. Alim. Nutr., Araraquara. v.18, n.1, p.55-60, jan./mar. 2007.
SPINELLI, M. G. N.; CALE, L. R.. Avaliação de resíduos sólidos em uma unidade dealimentação e nutrição.Rev. Simbio-Logias, V.2, n.1, Maio/2009.
STEUER, I. R. W; MIRANDA M. J. L; AGUIAR W. J; EL-DEIR, S. G. O aproveitamentointegral de hortaliças como estratégia de educação para a sustentabilidade nas comunidadesdo semiárido Pernambucano. XIII Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão – JEPEX 2013.UFRPE. Recife, 09 a 13 de Dezembro.
STOPPELLI, I. M.B. MAGALHÃES, C. P. Saúde e segurança alimentar: a questão dosagrotóxicos.Ciência & Saúde Coletiva, v.10, p.91-100, 2005.
STORK, C. R.; NUNES, G. L.; OLIVEIRA, B. B; BASSO, C. Folhas, talos, cascas esementes de vegetais: composição nutricional, aproveitamento na alimentação e análisesensorial de preparações. Ciência Rural, Santa Maria, v.43, n.3, p.537-543, mar, 2013.
STRINGHETA, P.C; NACHTIGALL, A.M; OLIVEIRA, T.T; RAMOS, A.M; SANT'ANA,H.M.P; GONÇALVES, M.P.J.C. Luteína: propriedades antioxidantes e benefícios à saúde.Alim. Nutr., Araraquarav.17, n.2, p.229-238, abr./jun. 2006.
TARDIDO, A.P.; FALCÃO, M.C. O impacto da modernização na transição nutricional eobesidade. RevBrasNutrClin. São Paulo, v. 21, n 2, 2006.
TEIXEIRA, E. L.; POLICARPO, V. M. N; BARBOSA, C. E. M; MARQUES, A. F.Aproveitamento Integral dos alimentos e a saúde social. Universidade Federal Rural do Riode Janeiro – UFRRJ. Brasil, 2006.
TORRES, E.A.F.S. et al. Composição centesimal e valor calórico de alimentos de origemanimal. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v.20, n.2, p.145-150, maio/ago.2000.
TRUCOM, C. A importância da linhaça na saúde. 1.ed. São Paulo: Alaúde, 2006. 152p.
VEIROS, M. B. Análise das condições de trabalho do nutricionista na atuação como promotorde saúde em uma unidade de alimentação e nutrição: um estudo de caso. 2002. 211 f.Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia de Produção/ergonomia, Universidade Federalde Santa Catarina, Florianópólis, 2002.

50
World Health Organization (WHO). Facts and figures on childhood obesity. 2014. Disponívelem: <http://www.who.int/end-childhood-obesity/facts/en/>. Acesso em 13 de Março de 2015.

51
APÊNDICES
8.1 – Folder explicativo entregue aos pais na reunião de sensibilização

52

53
8.2 – Alguns dos cartazes apresentados às crianças

54
8.3 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) entregue aos pais
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Dados de identificação
Título do Projeto: Aproveitamento Integral dos Alimentos e Educação Nutricional em creche de Niterói-RJ
Pesquisador Responsável: Maristela Soares Lourenço
Instituição a que pertence o Pesquisador Responsável: Universidade Federal Fluminense
Telefones para contato: (21) 2629-9841 / (21) 2629-9839
Nome do voluntário: _______________________________________________________________
Idade: _____________ anos R.G: __________________________
Responsável legal (quando for o caso):_______________________________________________________________
R.G. Responsável legal: _________________________
O(A) Sr. (ª) está sendo convidado(a) a autorizar a participação de seu filho no projeto depesquisa “Aproveitamento Integral dos Alimentos e Educação Nutricional em creche do Rio deJaneiro: estudo de caso”, de responsabilidade do pesquisador Maristela Soares Lourenço.
Na produção de refeições, algumas preparações geram grande quantidade de resíduos, eestes, podem ser minimizados através da utilização integral de seus ingredientes. Além de diminuir odesperdício, o aproveitamento integral de alimentos é importante, pois se sabe que, em muitosalimentos – principalmente frutas e hortaliças – a maior concentração de nutrientes encontra-se nascascas, nas folhas e nos talos.
A pesquisa consiste na elaboração de preparações a partir de partes não convencionais dosalimentos como folhas, talos e sementes com o propósito de incluí-las na alimentação das crianças,aumentando seu conteúdo de nutrientes e diminuindo o desperdício de alimentos. Primeiramente,será realizada uma sensibilização com as crianças onde será introduzido o tema da pesquisa“Aproveitamento Integral de Alimentos”, através de dinâmica, e exposição de cartazes sobre o tema,além de explicação sobre a importância da alimentação saudável e sustentabilidade. As preparaçõesserão realizadas pelas funcionárias da cozinha da creche, sempre com a supervisão da nutricionistaresponsável e das alunas do projeto. Ao final da pesquisa, será realizada uma sensibilização com ospais, onde serão expostos dados sobre os resultados da pesquisa, e a importância da continuidadedo processo de alimentação saudável em suas casas. A aceitação das preparações será avaliadaatravés de uma urna, contendo gravuras que simbolizam os sentimentos de aprovação (“gostei”) e dereprovação (“não gostei”).

55
Não existem riscos aos participantes da pesquisa, pois será apenas realizada umadegustação de receitas que não contém qualquer parte de alimento (espinhas de peixe, sementes eetc.) que possa trazer riscos a integridade física do participante.
Espera-se que o aproveitamento integral dos alimentos reduza os resíduos gerados naprodução de refeições, podendo então, ser incorporado no processo produtivo da creche, reduzindo oimpacto ambiental em pequena escala; diminua os custos das famílias que implantarem oaproveitamento integral em suas casas; agregue valor nutricional às refeições das criançaspossibilitando maior aporte de nutrientes necessários para o crescimento e desenvolvimentosaudáveis.
Em caso de dúvidas, o voluntário deve procurar um dos pesquisadores, (professoras ou alunas), atra-
vés de telefone ou e-mail identificados a seguir: Profª Maristela Soares: [email protected];
Profª Lúcia Rosa: [email protected] (21) 2629-9841 / (21) 2629-9839 –; Aluna Tássia Nunes:
[email protected] (21) 99235-5451 –; Aluna Mariana Pessoa:
[email protected] (21) 98145-2622.
A participação na pesquisa é voluntaria e o participante pode desistir a qualquer momento.
Todo material produzido neste estudo será utilizado especificamente para os propósitos da pesquisa,garantindo a privacidade dos voluntários. Não haverá necessidade de qualquer gasto por parte doparticipante da pesquisa por se tratar de uma participação voluntária.
Os participantes de pesquisa, e comunidade em geral, poderão entrar em contatocom o Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina/HospitalUniversitário Antônio Pedro, para obter informações específicas sobre a aprovaçãodeste projeto ou demais informações:
E.mail: [email protected] Tel/fax: (21) 26299189
Eu, _________________________________________________________, RG nº_______________________, responsável legal por ____________________________________, RGnº _____________________ declaro ter sido informado e concordo com a sua participação, comovoluntário, no projeto de pesquisa acima descrito.
Niterói, 04 de Maio de 2015
_____________________________________________________________________
Nome e assinatura do paciente ou seu responsável legal
______________________________________________________________________________________________
Nome e assinatura do responsável por obter o consentimento
_________________________________ ______________________________
Testemunha Testemunha

56
8.4 – Material com receitas entregues aos pais

57
Fote: Adaptado de COELHO, M.A.S.C; FUKS, S.B; REIS, P.F.R. Receitas para Todos: Economia doméstica emtempos de crise. Bagaços, cascas, folhas, sementes, sobras e talos. Edição nº 1. Rio de Janeiro. Editora Atheneu,2009. 183p.; Adaptado de: http://entretenimento.r7.com/hoje-em-dia/receitas/bolo-de-agriao-e-bolo-de-abobora-com-coco-.html. Acesso em: 6 de maio de 2015.

58
8.5 – Receita do suco de maracujá com entrecasca de laranja
Ingredientes:
2 laranjas inteiras
500ml de água
Polpa de ½ maracujá
3 colheres de sopa de açúcar
Modo de preparo:
Bater o maracujá no liquidificador, coar e reservar;
Descascar as laranjas, deixando a parte branca (entrecasca);
Cortar as laranjas em quatro partes e retirar o miolo (parte branca com o caroço);
Bater as laranjas no liquidificador com a água e coar;
Misturar a polpa do maracujá ao suco de laranja e adoçar.

59
ANEXOS
9.1 – Receita da panqueca com talos de brócolis
Ingredientes:
1 xícara de chá de talos e folhas (espinafre, couve-flor, brócolis, agrião, etc.)
1 xícara de chá de leite
2 ovos
1 xícara de chá de farinha de trigo
1 colher de café de sal
1 colher de chá de sopa de óleo
Modo de preparo:
Em um liquidificador, bater os talos cozidos, o leite e os ovos;
Adicionar a farinha de trigo e bater novamente até ficar homogêneo.
Montagem:
Em uma frigideira antiaderente, colocar um pouco de massa com uma concha e dourar a
massa dos dois lados;
Rechear com o recheio de preferência (frango desfiado, carne moída, queijo minas, etc) e
enrolar.
Fonte: COELHO, M.A.S.C; FUKS, S.B; REIS, P.F.R. Receitas para Todos: Economia doméstica em tempos de crise. Bagaços, cascas, folhas, sementes, sobras e talos. Edição nº 1. Rio de Janeiro. Editora Atheneu, 2009. 183p.

60
9.2 – Receita do biscoito com farinha de semente de abóbora
Ingredientes
1 e ½ xícara de chá de farinha de semente de abóbora
1 ovo inteiro 4 colheres de chá de margarina
½ xícara de chá de açúcar mascavo
¼ de xícara de chá de açúcar refinado
4 gotas de essência de baunilha (opcional)*
½ colher de café de bicarbonato de sódio**
2/3 de xícara de chá de farinha de trigo
2 colheres de chocolate granulado (opcional)**
Modo de Preparo
Lavar as sementes de abóbora e deixar secar;
Dourar as sementes em frigideira sem óleo ou no forno;
Esperar esfriar, bater no liquidificador e peneirar;
Em batedeira, bater o ovo e a margarina até formar um creme;
Acrescentar a farinha de semente de abóbora e os demais ingredientes;
Misturar até formar uma massa homogênea;
Moldar os biscoitos e colocar em forma untada, deixando um espaço de aproximadamente
dois dedos entre eles;
Assar em forno pré-aquecido à 120°C por 5 a 10 minutos.
Fonte: Adaptado de COELHO, M.A.S.C; FUKS, S.B; REIS, P.F.R. Receitas para Todos: Economia domésticaem tempos de crise. Bagaços, cascas, folhas, sementes, sobras e talos. Edição nº 1. Rio de Janeiro. EditoraAtheneu, 2009. 183p. *O bicarbonato de sódio foi substituído por fermento químico em pó, devido à questõesespecíficas da creche. ** Os itens opcionais como a essência de baunilha e o chocolate granulado não foramuilizados devido à questões específicas da creche.

61
9.3 – Receita do bolo de chocolate com talos de agrião
Ingredientes:
1 xícara e meia de talos picados de agrião
3 ovos
1 quarto de xícara de chá de óleo
Meia xícara de chá de água
2 xícaras e meia de chá de farinha de trigo
1 xícara e meia de açúcar
1 xícara bem cheia de achocolatado em pó
1 col sopa de fermento em pó
Modo de fazer:
Em uma vasilha, misturar a farinha, o açúcar e o achocolatado. Em um liquidificador, bater os
talos já higienizados com o óleo e os ovos. Em seguida, misturar o conteúdo com os
ingredientes secos. Bater bem. Adicionar o fermento e mexer. Despejar em forma untada e
assar em forno médio por cerca de 35 minutos.
Fonte: Adaptado de: http://entretenimento.r7.com/hoje-em-dia/receitas/bolo-de-agriao-e-bolo-de-abobora-com-coco-.html. Acesso em: 6 de maio de 2014.