AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DAS FAMÍLIAS EM...

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ISSN 2176-1396 AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DAS FAMÍLIAS EM VULNERABILIDADE SOCIAL SOBRE O PAPEL DA ESCOLA Vânia Oliveira 1 - UEPG Ademir José Rosso 2 - UEPG Grupo de Trabalho Formação de Professores e Profissionalização Docente Agência Financiadora: Capes Resumo Os valores atravessam as relações intersubjetivas, são partilhados socialmente e se constituem em objeto das ações educativas escolares e familiares. O objetivo do texto é apresentar as Representações Sociais (RS) parentais a respeito da escola e do seu papel na constituição de valores morais. Na coleta de informações foram realizadas entrevistas (N = 45) com pais de alunos, em situação de vulnerabilidade, atendidos no contraturno social na cidade de Ponta Grossa, Paraná. O estudo é exploratório e faz parte de uma investigação mais ampla, sendo, as RS das famílias atendidas em contratuno social, sobre a educação de valores na relação: família e escola. O referencial teórico utilizado são as Representações Sociais (MOSCOVICI, 2012, GILLY, 2002, DURAN, 2012). A relação família e escola discutida a partir de autores que problematizam esse fenômeno (ASSIS, LIMA, 2011; CARVALHO, 2004; POLONIA e DESSEN, 2005; ROMANELLI, NOGUEIRA e ZAGO, 2013; SERPE e ROSSO, 2011; SOUZA e ASINELI-LUZ, 2014; SOUZA e FILHO, 2008). E ao tratarmos sobre a educação de valores nos baseamos em (SANTOS e ROSSO, 2012; VINHA e TOGNETTA, 2009). As informações obtidas por meio da entrevista foram transcritas e processadas pelo software ALCESTE (Análise Lexical Contextual de Segmentos de Texto; CAMARGO, 2005), associada à análise de conteúdo de (BARDIN, 2011) com o levantamento das dimensões: imagens e atitudes encontradas dos pais a respeito da escola. Os achados iniciais de pesquisa revelam que os pais percebem a importância da relação família-escola na formação dos valores e que a responsabilidade maior cabe às famílias com a ação complementar da escola. Palavras-chave: Família-Escola. Formação de valores. Representações Sociais. 1 Aluna de Mestrado em Educação da Universidade Estadual de Ponta Grossa. E-mail: [email protected] . 2 Licenciado em Ciências e Biologia. Doutor em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina. Professor da Licenciatura de Biologia e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Ponta Grosa. E-mail: [email protected] Ponta Grossa, Paraná, Brasil.

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ISSN 2176-1396

AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DAS FAMÍLIAS EM

VULNERABILIDADE SOCIAL SOBRE O PAPEL DA ESCOLA

Vânia Oliveira 1

- UEPG

Ademir José Rosso2 - UEPG

Grupo de Trabalho –Formação de Professores e Profissionalização Docente

Agência Financiadora: Capes

Resumo

Os valores atravessam as relações intersubjetivas, são partilhados socialmente e se constituem

em objeto das ações educativas escolares e familiares. O objetivo do texto é apresentar as

Representações Sociais (RS) parentais a respeito da escola e do seu papel na constituição de

valores morais. Na coleta de informações foram realizadas entrevistas (N = 45) com pais de

alunos, em situação de vulnerabilidade, atendidos no contraturno social na cidade de Ponta

Grossa, Paraná. O estudo é exploratório e faz parte de uma investigação mais ampla, sendo, as

RS das famílias atendidas em contratuno social, sobre a educação de valores na relação:

família e escola. O referencial teórico utilizado são as Representações Sociais (MOSCOVICI,

2012, GILLY, 2002, DURAN, 2012). A relação família e escola discutida a partir de autores

que problematizam esse fenômeno (ASSIS, LIMA, 2011; CARVALHO, 2004; POLONIA e

DESSEN, 2005; ROMANELLI, NOGUEIRA e ZAGO, 2013; SERPE e ROSSO, 2011;

SOUZA e ASINELI-LUZ, 2014; SOUZA e FILHO, 2008). E ao tratarmos sobre a

educação de valores nos baseamos em (SANTOS e ROSSO, 2012; VINHA e TOGNETTA,

2009). As informações obtidas por meio da entrevista foram transcritas e processadas pelo

software ALCESTE (Análise Lexical Contextual de Segmentos de Texto; CAMARGO,

2005), associada à análise de conteúdo de (BARDIN, 2011) com o levantamento das

dimensões: imagens e atitudes encontradas dos pais a respeito da escola. Os achados iniciais

de pesquisa revelam que os pais percebem a importância da relação família-escola na

formação dos valores e que a responsabilidade maior cabe às famílias com a ação

complementar da escola.

Palavras-chave: Família-Escola. Formação de valores. Representações Sociais.

1 Aluna de Mestrado em Educação da Universidade Estadual de Ponta Grossa. E-mail: [email protected]. 2 Licenciado em Ciências e Biologia. Doutor em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina.

Professor da Licenciatura de Biologia e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual

de Ponta Grosa. E-mail: [email protected] – Ponta Grossa, Paraná, Brasil.

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Introdução

As afirmações circulantes no ambiente escolar de que a “educação vem de casa” e que

a função da “escola é ensinar” tem implícita uma divisão e/ou evasão das responsabilidades

na construção de valores morais. Nesse debate, mesmo que os atores escolares abdiquem

dessa função ela está presente nas relações e intensões pedagógicas e atravessam o processo

educacional.

O que caracteriza o sujeito viver em condições de vulnerabilidade social é a exclusão

social, moradia e saneamento precário, carências nutricionais, mães que moram sozinhas com

seus filhos e não têm vínculos e condições de trabalho estáveis (ALMEIDA; ORNAT,

2014a). Nesse âmbito, “as instituições sociais que funcionam em contraturno promovem

ações que beneficiam a vida de muitas crianças e adolescentes nesta situação” (SERPE;

ROSSO, 2011, p. 1). A Guarda Mirim atende alunos vindos de escolas públicas municipais e

estaduais da cidade de Ponta Grossa- Paraná.

Os relatos da Escola de Guardas Mirins ‘Tenente Antônio João’ indicam que as

famílias a procuram para melhorar o comportamento das crianças e adolescentes assistidos. A

Guarda Mirim é uma das maiores instituições de contraturno social da cidade de Ponta

Grossa, atendendo cerca de 250 alunos, que se caracterizam por advierem, em sua maioria, de

famílias monoparentais femininas, constituindo-se em um dos principais motivos pela busca

do apoio social. Almeida e Ornat (2014b) apontam em seus estudos que a busca principal pela

Escola de Guardas Mirins se dá principalmente pelos motivos: não deixar seus filhos sozinhos

em casa ou na rua e buscar aprendizagem, disciplina, profissão e melhor futuro, destacando

ainda que mais de 85% destas famílias sofreram dissolução conjugal, o que caracteriza esse

grupo socialmente vulnerável.

A teoria da Representação Social analisa a relação entre indivíduo e sociedade em uma

perspectiva dialética. Moscovici (2012, p. 2) afirma que “indivíduos e grupos são qualquer

coisa, menos receptores passivos, e que eles pensam de forma autônoma, constantemente

produzindo e reproduzindo representações”. Portanto é nas relações de experiência do dia a

dia, através da linguagem, da comunicação que os conhecimentos fundamentam as RS.

(DURAN, 2012).

No campo educativo as representações sociais corroboram na compreensão das

situações sociais e suas interações com os processos educativos. Os diferentes discursos sobre

a escola caracterizam os aspectos da representação social do ambiente escolar vinculados,

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entre outros, aos desempenhos escolares, das interações da escola com as diferentes instâncias

sociais e seus atores. Portanto, trata-se de análises psicossociológicas com intuito de

considerar as posições ideológicas e priorizar a garantia científica nas ciências humanas e

sociais. (GILLY, 2002).

O estudo é exploratório, e apresenta um recorte da fala dos pais de alunos sobre os

papéis da família, escola e contraturno na formação de valores. O recorte compõe o banco de

dados de uma investigação mais ampla que se refere ao questionamento sobre: quais são os

papéis da família, da escola e da Guarda Mirim na formação dos valores? O objetivo deste

estudo exploratório é destacar a representação que os responsáveis das famílias vulneráveis

possuem referente à escola.

O papel da escola na formação de valores

Apesar de todas as críticas feitas ao sistema educacional as informações disponíveis

indicam que sem uma escolarização mínima as pessoas enfrentarão mais riscos e dificuldades

sociais. Nas palavras de Souza e Asineli-luz (2014, p.28):

A escola, sem deixar para segundo plano sua função principal, a de possibilitar ao

aluno aprendizagens significativas, é a instituição que reúne todas as condições para

estabelecer com a família um modelo de educação participativa, que envolve pais,

professores e alunos.

Para as autoras a escola necessitaria estabelecer uma interação mais aberta com a

família, proporcionar momentos de diálogos e discussões, aproveitando os encontros para

reflexões mais profundas sobre questões educacionais em geral e não somente para a

verificação das notas e assinaturas de boletins. Porém, a ideia de que o aluno tem um valor de

nota ou conceito em função da avaliação equipara a escola a uma linha de produção. Daí

infere-se que a vida do aluno dentro da escola é tratada em função do seu desempenho, ele

pode se tornar um aluno aprovado ou reprovado, nem sempre considerando a sua história de

vida. (SOUZA e FILHO, 2008).

Já para Polônia e Dessen (2005) a escola tem como foco transmitir os conhecimentos

historicamente organizados bem como as áreas específicas de conhecimento, mas também

cabe a ela resgatar as noções de cidadania, convívio social, valorizar as ações políticas na

busca da formação de um cidadão que respeita e que transforma. Somado a isso, a escola é um

espaço de cidadania, tendo um papel fundamental nesse processo, porém não é a única a ter

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essa responsabilidade, mas é uma instituição central na formação de valores (ASSIS e LIMA,

2011).

Os estudos de Carvalho (2004) sobre os modos de educação, gênero e relações escola

e família, apontam que a visão da escola em relação à participação dos pais está ligada ao

acompanhamento das tarefas de casa, das notas e no pronto atendimento às demandas da

escola. Para a autora isso acontece quando a professora se sente impotente diante daquele

aluno que apresenta dificuldade de aprendizagem e no comportamento. Porém se é aquele

aluno que não apresenta nenhum tipo de dificuldade para a professora, os pais nem precisam

comparecer a escola, e, esses dão preferência em deixar que a professora ensine o currículo

escolar.

Gilly (2002) em seu artigo sobre as representações sociais no campo educativo destaca

que os pais falam da escola, e que existe diferença na fala das famílias segundo sua origem

social. O discurso das famílias menos favorecidas denota conformismo, entendem que a

função da escola está relacionada com fatores tradicionais como a instrução, os saberes de

base, ao invés das funções mais amplas como da formação social. Essa visão dos pais – em

dar preferências aos saberes de base, está associada à esperança de que seus filhos tenham a

possibilidade de um futuro melhor que o seu, através da inserção dos filhos no mercado de

trabalho.

Existem várias frentes de discussão sobre o papel da escola, e é de extrema

importância integrar todos os envolvidos neste processo. O presente estudo limita-se em ouvir

as famílias e trazer para a discussão as representações sociais que estas têm sobre a escola.

Metodologia

Para este estudo foram selecionados os sujeitos que apresentam instabilidade na renda

familiar e baixa escolaridade. As informações foram obtidas através do cadastro interno da

escola de Guarda Mirins. Os 45 pais convidados a participar da entrevista assinaram o termo

de consentimento livre e esclarecido. Após a realização das entrevistas, foi elaborado um

banco de dados, o qual contemplou a primeira parte com dados censitários a fim de identificar

os sujeitos, a segunda, com perguntas relacionadas ao que pensam e ao que comparam sobre a

escola na formação de valores.

Esse banco de dados destina-se ao exame de conteúdo das falas, através da análise

lexical através do software ALCESTE (Análise Lexical Contextual de um Conjunto de

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Segmentos de Texto), o qual se caracteriza por ser um programa informático amplamente

utilizado para a análise de dados textuais (CAMARGO, 2005) e da análise de conteúdo

(BARDIN, 2011). O software organiza as informações do corpus por contexto, cada termo é

considerado uma unidade de contexto elementar (UCE) e cada segmento de texto equivale a

uma unidade de contexto inicial (UCI) a qual, neste estudo, é designada pelas falas dos

sujeitos. Nesse sentido, as classes são organizadas de acordo com o contexto das falas dos

informantes.

Resultados de pesquisa

O instrumento de pesquisa utilizado para coleta de dados das representações das

famílias é através da entrevista. O relatório deu origem a cinco classes.

A figura 1 apresenta as cinco classes de segmentos de textos obtidas pela classificação

hierárquica descendente do conjunto de comentários. O corpus originou duas partições, das

quais a primeira deu origem a classe 1 (55,46%) e 3 (12,39%), a segunda partição deu origem

às classes 2 (14,45%), 4 (10,91%) e 5 (6,78%).

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Figura 1: Dendograma da classificação hierárquica descendente.

Palavras Freq X²

conjunto 3 22,72

Palavras Freq X² Palavras F X² estrutura 3 22,72

presenca 25 173,85 Publica 19 11,11 Palavras Freq X² Palavras Freq X² casa 11 20,05

responsavel 22 157,59 estadual 12 9,99 Converso 25 81,64 conteudo 6 29,56 lugar 4 17,97

solicita 22 149,55 Futuro 11 9,13 Sala 10 31,35 poder 4 24,91 deve 5 14,49

vou 27 99,1 Gosto 21 8,9 Reunião 12 26,39 problema 10 23,48 muita 5 13,25

pega 8 30,08 Pessoa 16 8,6 Dou 6 24,29 falta 8 20,14 antigamente 3 12,22

boletim 6 29,59 Depende 10 8,28 chamada 22 20,56 crianca 12 17,87 ensinamento 2 11,95

chama 22 29,46 Achar 83 8,05 falvez 20 19,45 atitude 3 17,1 entrego 2 11,95

ir 8 21,88 Sabe 23 7,3 teve 7 19,37 feito 3 17,1 principalmente 2 11,95

jeito 3 21,4 Deixar 14 6,98 reclamcão 8 15,39 pode 10 15,03 familia 6 11,05

causa 4 21,37 Aprende 18 6,62 aula 7 14,92 tivesse 3 12,58 gente 8 10,39

assinar 7 19,03 acontece 15 5,98 deu 9 13,32 Acaba 5 12,1 papel 5 10,26

pai 9 16,26 vao 17 5,89 melhora 9 13,32 passar 9 11,52 ensinar 6 9,7

hora 5 13,43 Nesse 7 5,74 Geral 7 13,17 Educar 10 11,09 dar 3 7,55

possa 4 13,19 particular 7 5,74 castigo 5 12,63 Achar 23 10,81 rua 2 6,81

comportou 6 11,02 alunos 39 5,46 Tarefas 5 12,63 Livro 5 10,55 sociedade 2 6,81

tranquila 2 8,22 Ligam 12 5,41 disso 8 12,45 funcionarios 2 9,68 tempo 4 5,87

marido 3 7,96 Ve 9 4,98 ia 3 8,51 complicado 4 8,96 dinheiro 2 5,36

parece 3 7,96 Valorizo 6 4,91 roubar 3 8,51 pais 10 8,2 aprende 4 4,83

sair 3 7,96 quer 21 4,72 mudar 4 8,37 dar 4 7,57 deu 4 4,83

colabora 3 6,11 Professores 69 4,56 chego 6 8,28 meio 3 7,5 comparo 3 4,33

devido 3 4,76 Lembro 8 4,18 adianta 5 7,45 preocupar 3 7,5 fazendo 2 4,3

mesma 4 4,21 Ruim 8 4,18 digo 5 7,45 seja 3 7,5 mae 6 4

Explicou 5 4,08 tempo 7 7,26 dizer 6 7,18

Igual 5 4,08 Dificilmente 6 7,21 parte 3 5,96

Interessante 5 4,08 ficar 11 6,74 filhos 7 5,22

Alimentação 5 4,08 atencao 6 6,29 questão 3 4,78

Perfeita 5 4,08 oriento 3 6,24 vida 7 4,78

Profissional 5 4,08 brigas 4 5,44 aula 4 4,68

Manda 10 3,91 celular 3 4,66 familia 6 3,86

pergunta 10 3,91 entro 3 4,66

indo 3 4,66

notas 3 4,66

Comportou 5 4,52

problema 7 4,01

Corpus ESCOLA , 45 UCI, 339 UCE,

82,48%

Classe 5, VALORES, 23

UCEs, 6,78%

Classe 3, PAIS NA ESCOLA, 42

UCEs, 12,39%

Classe 1, ESTUDAR,

188 UCEs, 55,46% Classe 2, DIÁLOGO , 49

UCEs, 14,45%

Classe 4, PAPEL DA

ESCOLA 37 UCEs,

Fonte: Os autores.

A classe 1 contempla 55,46% do total das informações analisadas, recebeu a

denominação “estudar”. Essa classe teve maior contribuição dos sujeitos 5, 6 e 8, e se destaca

das demais porque os elementos que a compõe se referem ao que os pais relatam ser

importante na escola. Os sujeitos a que se refere são pessoa, alunos e professores; o primeiro,

qualquer sujeito, escolarizado ou não; professor e aluno atores centrais do processo educativo.

As palavras pública, estadual e particular referem-se às escolas frequentadas ou tidas como

padrão de qualidade reproduzem as conversas e noticiários sobre a educação. Os adjetivos que

se apresentam são: ruim, interessante, perfeita e profissional expressam conflitos avaliativos.

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Os verbos estudar, depende(r), achar, deixar, aprender, acontecer, vão(ir), ligam(r),

valorizo(ar), lembro(ar), explicou(ar), manda(ar) expressam as ações mais correntes que são

relatadas.

Todos esses elementos demonstram que os pais esperam que a escola direcione e

mostre a distinção do que é certo e errado para os alunos, também esperam que a escola

realize um sistema de controle do que o aluno faz e ou deixa de fazer, para que possam seguir

um caminho correto e como consequência ter um futuro profissional melhor que o seu. Isso

vai ao encontro do que apresenta Gilly (2002) ao referir-se sobre a fala das famílias menos

favorecidas que denotam conformismo ao darem preferência aos saberes de base e deixarem

em segundo plano as funções mais amplas. Essa escolha justifica-se pelo entendimento de que

tais saberes garantirão uma inserção de seus filhos com mais facilidade ao mercado de

trabalho. Em resumo, essa classe com mais da metade das informações analisadas indica a

aposta e/ou ideologia da sociedade sobre a escolarização como garantia de sucesso, futuro.

Vejamos alguns segmentos de texto que compõem as UCEs dessa classe:

Eu acho a escola muito importante, eu vejo que eu perdi muitas oportunidades de emprego e isso tudo por falta de estudo. (suj.5)

Acho a escola importante porque quanto mais estudar melhor para o futuro deles,

quando os alunos fazem alguma coisa errada, a escola manda bilhete me avisando, por exemplo, perdeu o lanche, o desenho, a educação física, acho que deveria fazer

isso mesmo, não tem muito o que se fazer sabe, é quase igual na casa mesmo. (suj.8)

A classe 2, que recebeu a denominação “Diálogo”, correspondeu a 49 UCEs, 14,45%.

Os substantivos apresentados foram: sala, reunião, chamada, reclamação, geral, castigo,

tarefas, tempo, comportamento, lei, problema, celular, brigas. As ações que demonstram

como se dá o diálogo entre as famílias e a escola são: pergunta, converso, dou, roubar,

mudar, adiantar, copiar, oriento, entro, indo, assustei, voltam, teve, melhora, chego, digo.

Tais ações denotam que os pais vão até a escola quando são chamados, por motivos

relacionados à reclamações de brigas, roubos, mas que gostariam que a escola tivesse mais

atitude diante de alguns casos. Demonstra também que mesmo que a escola não solicite a

presença dos familiares, alguns mesmo assim comparecem nesse ambiente. Comparada à

classe anterior, que predominavam as ações, nessa se destacam os objetos do ir e vir e das

ações/correções/controles educativos e os adjetivos com a avaliação dessas ações.

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Desses tempos para cá eu não fui muito chamada na escola, mas antes eu era. O

meu filho sempre deu umas aprontadas na escola, e tem reclamações dele ser muito

desligado, ele tem mania de ficar só desenhando na sala de aula, os professores

ficam irritados. (suj. 20)

Esses tempos um menino da sala do Luiz quis roubar o boné dele, e ele deu um soco no menino e jogou uma cadeira nele, os pais foram chamados na escola e

conversamos. Eu conversei muito com meu filho, e ele ficou com medo, eu assustei

bastante ele. (suj. 17)

Hoje em dia nós vemos muitas famílias separadas e que não tem condições de

passar nenhum valor para os filhos, quando a escola chama em um horário que eu

possa participar eu vou, mas se eu não conseguir sair eu peço para o meu marido ir até a escola. (suj. 20)

A classe 3, que recebeu a denominação “Os pais na Escola”, correspondeu a 42

UCEs, 12,39%. Apresenta os substantivos: presença, boletim, jeito, causa, pai, hora,

comportamento, marido, mesma. Os adjetivos são: responsável, tranquila, grave. Infere-se

que a presença dos pais na escola está relacionado à assinatura do boletim escolar, evidencia-

se através das ações: vou, chama, ir, assinar, possa, sair, colabora, pede. Denota que os

familiares são chamados a comparecer na escola apenas para assinatura do boletim escolar, e

quando o aluno apresenta mau comportamento, mas que não se articula momentos de diálogo

para outras discussões.

No entanto, quando o aluno vai bem o diálogo é mais restrito ainda, aliando-se a ideia

de que o aluno tem um valor de nota e ou conceito, e que a escola ignora sua trajetória de vida

ao tratá-lo mecanicamente (SOUZA; FILHO, 2008). Nesse sentido, se o aluno vai bem é

melhor para a escola e para os pais, e mesmo que a escola solicite a presença desses será

apenas em dia de assinatura de boletim. Porém, quando o aluno apresenta notas abaixo da

média ou comportamento inapropriado, a escola chama os pais, mas em nenhuma das falas

dos sujeitos desse estudo foi observado que a escola chamou os pais para um debate mais

amplo. Tendo em vista o que afirmam Polônia e Dessen (2005) que mesmo o foco da escola

ser, transmitir os conhecimentos organizados, não pode deixar de promover debates mais

amplos voltados para as noções de cidadania, convívio social, estímulo para a participação

dos familiares e comunidade em geral para uma transformação efetiva da escola.

Muito difícil eu ser chamada, apenas nas reuniões bimestrais, eles falam que meu

filho é muito desligado, a única reclamação que eu tenho dele. (suj. 37)

Geralmente vou para reuniões e apenas isso, não muda muito, nunca me chamaram

para falar nada de errado. O meu filho é bom aluno, é até monitor de sala, eu não

tenho reclamações da escola. (suj. 38)

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Hoje em dia vemos muitas famílias separadas e que não tem condições de passar

nenhum valor para os filhos. (suj. 16)

A classe 4, que recebeu a denominação “Papel da escola”, correspondeu a 37 UCEs,

10,91%. No dendograma se destacam os substantivos: valor, problema, falta, atitude, livro,

funcionário, pais, criança, falha, lei, maneira, parte, filhos, esses elementos demonstram que

o papel da escola passa pelo campo material e pelo campo subjetivo. Os adjetivos que se

apresentam são: papel, conteúdo, meio, complicado. As ações relacionadas ao que pensam os

pais sobre o papel da escola são: transmitir, fazer, poderia, feito, pode, tivesse, acaba, passar,

educar, acho, dar, preocupar, dizer, suprir.

É um papel em conjunto, escola e pais e sociedade. A escola pública pode faltar

algo, como a falta de livro, que por isso tem que estudar com o colega. (suj.10)

Eu acho que a escola poderia resolver certos problemas sem os pais, não precisa

chamar por tudo o pai e a mãe, a escola também tem que fazer o papel dela, tem

que saber educar os alunos. (suj. 10)

Eu acho que às vezes a escola deveria transmitir os valores, fazer mais o papel dela,

procurar até educar no bom sentido os alunos. Falta muito os valores hoje em dia,

falta nas escolas um afeto por parte dos funcionários, eu acho que a profissão de

professor é difícil, mas cada um escolhe o que quer para a sua vida. (suj.10)

Sim, claro, acho que é papel da escola transmitir os valores, apesar da educação vir

de casa. Eu vejo a escola pública, pelo o que a gente vê nos jornais, a situação é bem precária. (suj.10)

Se a família fizesse o papel dela evitaria muitos problemas, mas como isso é bem

complicado a escola tem que fazer o papel de família, educar mesmo as crianças.

(suj. 9)

Para finalizar, a classe 5 denominada como “Valores”, apresenta 23 UCEs, 6,78%. Os

substantivos que se apresentam nessa última classe são: valores, estrutura, casa, lugar, muita,

ensinamento, família, gente, rua, sociedade, tempo, dinheiro, mãe, esses elementos

correspondem ao que pensam as famílias entrevistadas sobre a função da escola e se a ela

cabe transmitir os valores aos seus filhos, além do conteúdo. Observa-se através dos

segmentos do texto que compõem a última classe, que os pais percebem a importância da

relação entre a família e a escola, mas que o papel de transmitir os valores para os alunos não

cabe à escola e sim aos pais.

Eu acho importante a relação escola e família, mas vejo muitos pais que não tem muito compromisso, não se dispõe a fazer a parte deles, acham que a escola tem

que educar seus filhos, mas tem que educar para a questão de conteúdo. (suj. 18)

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Não é papel da escola em transmitir os valores porque a escola é somente um

reforço, a escola tem que passar os conteúdos, eu acho que boas maneiras e boa

educação deve se aprender em casa. (suj. 9)

Não acho que seja responsabilidade da escola em transmitir os valores acho que o

grande problema é que não há mais a educação vinda de casa, isso acaba afetando as crianças. (suj. 18)

Não sei se é o papel da escola transmitir os valores, eu acho que é complicado para

os professores da escola, porque eles tem que educar os filhos dos outros, na

verdade eles só teriam que passar o conteúdo. (suj. 16)

As falas dessas famílias vão ao encontro do que discutem Assis e Lima (2011) ao

enfatizarem que a escola não é o único espaço de cidadania, mas deveria ser um dos seus

pilares mais importantes na formação de valores. Percebe-se dessa forma em algumas falas

dos familiares a preocupação desses em não achar que a responsabilidade da transmissão de

valores seja da escola, mas que o grande problema está em que muitas famílias não assumem

mais esse papel, dessa forma é que justifica-se a pesquisa que está em andamento ao

questionar de quem é a responsabilidade em transmitir os valores morais às crianças: a escola,

a família e/ou o contraturno?

Imagens e atitudes dos pais frente à escola

Considerando que para Moscovici (2012), os indivíduos não são passivos, mas ativos

em suas relações, dessa forma, nessa relação família-escola, entende-se que os pais

apresentam imagens e atitudes sobre o que pensam da escola. A “atitude é considerada

unicamente do lado da resposta e enquanto preparação da ação, é considerada comportamento

em miniatura” (MOSCOVICI, 2012, p.44). Por sua vez a “imagem é concebida como um

reflexo interno da realidade externa, cópia conforme no pensamento daquilo que se encontra

fora dele, assim, é reprodução passiva do dado imediato” (MOSCOVICI, 2012, p.44).

Assim, realizou-se uma análise de conteúdo (BARDIN, 2011) no levantamento das

imagens e atitudes. Primeiramente, ao falarem sobre a escola; ao que comparam a escola; se

acham a escola importante; questionou-se ainda, se os pais sabem quando seu filho faz

alguma coisa errada na escola, o que essa faz; o que acham que deveria ser feito; e por último,

se os pais acham que é o papel da escola/professores em transmitir os valores.

Organizou-se o material de acordo com as respostas dos pais, a partir da

homogeneidade das informações. Sendo assim, apresenta-se duas categorias: 1. A escola na

visão dos pais 2. O que a escola faz diante do mau comportamento dos alunos.

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A categoria “a escola na visão dos pais” demonstra como esses sujeitos enxergam e

comparam a escola. As respostas dos pais apresentam atitudes de descontentamento frente à

escola, através das palavras, “violência”, “fraca”, “complicada’, “antes era melhor”,

“empurra as crianças”, “as escolas estão esquecidas”. Assim, conforme Romaneli, Nogueira

e Zago, (2013, p.18) “a postura dos pais frente à escola evidencia mudanças nos processos de

escolha do estabelecimento de ensino, revelando desejo em oferecer aos filhos oportunidades

educativas que consideram superiores às ofertadas pelas escolas públicas”. Os autores

analisam essas atitudes dos pais referente ao descontentamento com a escola pública, sendo

que, se os pais tivessem melhores condições econômicas, optariam por escolas privadas,

devido a acreditarem que essas possuem melhor qualidade de ensino.

Reafirmando a atitude dos pais em priorizar a qualidade no ensino dos seus filhos, as

imagens que eles têm da escola, se configuram em “segunda família”, “um lugar de

formação”, “para ter um melhor futuro”, “lugar que deveria ter disciplina”. Denota que os

pais sustentam uma crença em relação à escola, acreditam que é um mecanismo de

transformação e de ascensão para um futuro melhor. Uma vez que a representação dos pais

sobre a importância da escola, está voltada em ter “um futuro”, “uma profissão”, “lugar de

socialização”, “evitar deixar as crianças na rua e livrá-las das drogas”. Portanto, para os

pais a escola deveria ser também, um lugar seguro.

Já a categoria “o que a escola faz diante do mau comportamento dos alunos” revela a

limitação em que a escola tem tratado os conflitos internos existentes, sendo que as respostas

dadas pelos pais são “a escola deixa de castigo”, “expulsa o aluno”, “assina o livro”,

“conversa”, “chama os pais”, ou “não sei a atitude da escola”. Para Vinha, Tognetta (2009,

p.530), o que ocorre frequentemente “é que, no cotidiano da escola e das famílias, os adultos

utilizam procedimentos que levam as crianças e jovens a se submeterem as normas porque

uma autoridade (pais, professores etc.) assim o quer”. Portanto, percebe-se que, o que é

priorizado nas escolas são atitudes de coação, e não atitudes que proporcionem um momento

que estimule o diálogo, a comunicação para a resolução de conflitos.

Considerações Finais

As Representações Sociais emergem de um olhar para as relações existentes no campo

social e como essas refletem no campo educacional. Se para Moscovici (2012) os indivíduos e

grupos pensam e agem de maneira autônoma e não são meros receptores passivos, reafirma-se

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esta ideia através da discussão em tela, uma vez que é perceptível as dimensões existentes

nessa relação aluno, família e escola e que cada umas dessas dimensões estão relacionadas

entre si. E que aos se relacionarem através da linguagem e comunicação representam

conhecimentos importantes e necessários para a contribuição de novos olhares no campo

educacional.

Souza e Asineli-Luz (2014) afirmam que a escola deveria envolver alunos, pais e

professores, ou seja, ter um modelo de educação participativa. Porém, é notório nas falas das

famílias que são chamadas até a escola para assinatura de boletim escolar ou por motivos de

indisciplina de seus filhos, e que algumas se limitam a participar apenas de reuniões de final

de bimestre sendo que seus filhos não apresentam mau comportamento e dessa forma não há a

necessidade de serem chamadas. Infere-se desta maneira nesse recorte educacional que a

escola não promove interação para momentos de diálogos e reflexões mais profundas.

Os comentários das famílias revelam que essas acreditam que a escola tem a função de

transmitir os valores, mas que primeiramente essa responsabilidade é da família, porém

percebem que muitas dessas famílias não assumem mais esse papel. Portanto, entende-se que

há ainda uma lacuna no campo educacional, uma dimensão que vai além dos muros da escola

e ou além do currículo escolar, sendo que existe a necessidade da educação dos valores aos

alunos, mas que ainda permeia-se um emaranhado de incertezas de quem realmente seria essa

função, uma vez que, a falta de tais valores refletem no ambiente escolar através da

indisciplina. Santos e Rosso (2012), evidenciam, que os docentes descrevem seus alunos com

inúmeros déficits morais, e que o ambiente familiar é a razão primeira da indisciplina.

Por fim, percebe-se que ao trazer para a discussão a fala das famílias sobre o que

pensam da escola, emergem outros elementos que compõem a dimensão aluno, família,

escola, sendo que de um lado a escola atribui a culpa da indisciplina na família sem ao menos

considerar o aspecto voltado ao despreparo dos professores diante da indisciplina como

apresentado por Carvalho (2004), quando a professora se sente impotente diante daquele

aluno que apresenta dificuldade na aprendizagem e no comportamento, atribuindo a culpa à

família. E de outro lado a família assume que é sua a responsabilidade de transmitir os

valores, mas que não consegue realizar essa tarefa devido a vários fatores sociais e políticos

como: problemas familiares, jornada de trabalho, nível de escolarização, entre outros.

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